PEDAGOGO: CONTEXTO ATUAL E POSSIBILIDADES · entendendo a necessidade de um pensar coletivo para...
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PEDAGOGO: CONTEXTO ATUAL E POSSIBILIDADES
Autor: Dalva do Nascimento Reis1
Orientador: João Vicente Hadich Ferreira2
Resumo
Este trabalho teve como objetivo principal o esclarecimento sobre a real função do pedagogo na organização do trabalho pedagógico no interior de uma escola. Atualmente o pedagogo é visto como um “faz tudo” pela comunidade escolar, devido a isto, desenvolvi este projeto para uma reflexão e analise sobre a função especifica do pedagogo no processo de ensino/aprendizagem, ou seja, deixar claro que professores, diretores e até mesmo à equipe pedagógica, qual a nossa função e como podemos contribuir com os docentes para a aproximação da teoria e da prática, diminuindo assim a distância entre o pensar e o fazer da prática pedagógica no interior da sala de aula.
Palavras-chave: Função do Pedagogo. Mediação do trabalho pedagógico.
Identidade do pedagogo.
1. Introdução
O presente artigo é resultado de leituras e discussões sobre o tema proposto:
“Pedagogo: contexto atual e possibilidades”, que aborda o papel do pedagogo na
organização e mediação do trabalho pedagógico da escola pública. Foi desenvolvido
com docentes, equipe pedagógica e direção do Colégio Estadual Professor Pedro
Viriato Parigot de Souza, em Jataizinho - PR. As atividades foram elaboradas e
aplicadas durante o Programa de Desenvolvimento Educacional do Estado do
Paraná – PDE 2010/2011, cujo objetivo era analisar como a comunidade “enxerga” a
função do pedagogo dentro da escola e esclarecer quais as reais funções que o
pedagogo deve exercer para contribuir junto a professores e comunidade escolar
para que haja um ensino/aprendizagem de qualidade.
Percebendo a falta de clareza por parte da comunidade escolar sobre a real
função do pedagogo na organização do trabalho pedagógico no interior da escola e
a necessidade de se fazer algo sobre esta realidade, compreendi como era
1 Professora da Rede Pública de Ensino do Estado do Paraná
e-mail: [email protected] 2 Professor do Departamento de Pedagogia da Universidade Estadual do Norte do Paraná – UENP
– CCHE/Cornélio Procópio-PR e-mail:
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necessária uma reflexão e uma análise de como o pedagogo pode contribuir com os
professores para auxiliar na sua prática pedagógica no interior da sala de aula e
ainda esclarecer quanto à definição da identidade e da função específica do
pedagogo na escola.
Portanto, a partir destas inquietações, decidi investigar sobre a Identidade e
função do pedagogo. Assim, o pedagogo não estará desenvolvendo tarefas alheias a
sua função. O que busquei com este trabalho foi que o pedagogo seja colocado no
lugar que lhe é de direito, pois todas as profissões da educação têm uma função
específica no processo ensino aprendizagem.
O pedagogo se faz necessário por proporcionar a interligação entre os
profissionais da escola. É importante o papel do pedagogo, como nos aponta
Libâneo (2000, p. 55):
A presença do pedagogo escolar torna-se, pois, uma exigência do sistema de ensino e da realidade escolar, tendo em vista melhorara qualidade da oferta de ensino para a população.
Diante disso, sentimos a necessidade de refletir sobre o papel do pedagogo na
escola e ampliar as discussões em torno da legitimação do seu papel na educação,
entendendo a necessidade de um pensar coletivo para que os estes profissionais
tenham claras as especificidades e generalidades da função pedagógica.
A escola é uma estrutura institucional com práticas educativas determinantes
em suas organizações pedagógicas e metodológicas. Como tal deve ser entendida e
integrada com profissionais da educação que procurem entender o processo
histórico dos envolvidos neste processo educativo.
Portanto, o pedagogo deve ter uma formação adequada, uma postura ética e
política, voltada para cidadania, tendo que ser necessariamente consciente de seu
papel, valorizar sua posição dentro da escola e buscando embasamento teórico
diante das seguintes indagações: O que faz o Pedagogo? Qual a função do
pedagogo? Como resgatar a identidade desse profissional?
2. Função do Pedagogo
Ao longo da história educacional brasileira, o pedagogo se apresenta como
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um profissional com características indefinidas. Isto se deve ao fato da formação no
curso de Pedagogia, não apresentar uma identidade clara a respeito da atuação dos
futuros profissionais, passando por várias mudanças durante sua formação, ou seja,
desde as disciplinas iniciais até as disciplinas específicas do curso em questão.
Por exemplo, na década de 1990, no Paraná, o pedagogo começou a ser
chamado de Orientador Educacional e conquistou o direito de exercer a função no
interior da escola, não podendo ser substituído na sua ausência. Enquanto isso, os
cargos de Supervisão Escolar e Coordenação poderiam ser preenchidos por
professores de diferentes áreas, sendo cargo de confiança do diretor, que
direcionava os cargos de acordo com seus interesses políticos e/ou pessoais. Essa
troca de função no interior da escola reforçava a descaracterização do papel do
pedagogo.
No ano 2000, unificaram-se as funções dos especialistas, passando para
Equipe Pedagógica, cargo a ser ocupado pelo então denominado “Professor
Pedagogo”, não diferenciando as funções. Entretanto, as atividades do pedagogo
eram confundidas, tornando-se um instrumento de resolução imediata de problemas
em detrimento de faltas funcionais, sendo cumpridor de atividades do cotidiano
escolar. Como esclarece Libâneo (2004, p. 149):
O pedagogo encontra-se à disponibilidade, desenvolvendo-se ao sabor das circunstâncias, as ações são improvisadas, os resultados não são avaliados.
O autor, afirma que o trabalho da equipe pedagógica não tem sido valorizado
nos seus aspectos profissionais, tornando-os com meros desenvolvedores de tarefas
improvisadas. As várias funções determinadas perante acontecimentos conflituosos
ocorridos na escola ocupam o maior tempo do pedagogo, fazendo com que deixe de
lado a sua função específica, e se ocupe com outras ações inerentes à sua, que
seria mediar o processo ensino e aprendizagem.
Portanto, o pedagogo ao desempenhar várias funções, faz com que seu
verdadeiro papel se desvincule da prática pedagógica na efetivação do processo
ensino-aprendizagem.
Hoje nas escolas, este profissional é visto como “bombeiro” destinado a
apagar “incêndios”, sendo caracterizado como, porteiro, segurança, substituto de
professor, secretário, bibliotecário, auxiliar de diretor e outros. Vasconcellos define
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essas funções como negativa ao papel do pedagogo e diz:
[...] não é ( ou não deveria ser): fiscal de professor, não é dedo duro ( que entrega os professores para a direção ou mantenedora),não é pombo correio (que leva recado da direção para professores e dos professores para a direção), não é coringa, tarefeiro, quebra galho, salva vidas, ajudante de direção, auxiliar de secretaria, enfermeiro, assistente social, etc.), não é tapa buraco (que „toureando‟ os alunos em sala de aula no caso de falta de professores), não é burocrata (que fica às voltas com relatórios mais relatórios, gráficos, estatísticas sem sentido, mandando um monte de papéis para os professores preencherem –escola de „papel‟ ), não é de gabinete (que está longe da prática e dos desafios efetivos dos educadores), não é dicário (que tem dica e soluções para todos os problemas, uma espécie de fonte de inesgotável de técnicas, receitas), não é generalista (que entende quase nada de quase tudo). (VASCONCELOS, 2002, p.86-87).
Posteriormente, no Edital no 37/2004 da Secretaria de Estado da Educação,
explicita-se as atribuições do pedagogo iniciando com a coordenação para
elaboração coletiva do Projeto Político Pedagógico e do Plano de ação da escola e
acompanhamento dos mesmos. O referido edital deixa claro que:
[...] o papel do pedagogo é coordenar, promover, organizar, participar, avaliar e intervir no processo de formação cultural e social que acontece no Interior da escola, assim como, na responsabilização pelo trabalho pedagógico didático desenvolvido na escola pelo coletivo dos profissionais que nela atuam. (PARANÀ, 2004).
Portanto, o pedagogo tem que ter uma visão crítica do seu papel na escola
como elemento constitutivo do processo educativo e buscar caminhos para
redimensionar o seu trabalho, resgatando sua significação política e sua prática
pedagógica.
Quando se fala em política educacional pública deve-se expressar os anseios
da comunidade a que se destinam, suas diretrizes e propostas, assim como
imaginamos que uma política pública deve estar atenta a oferecer respostas às
necessidades geridas e construídas na práxis histórica dos sujeitos que convivem
em suas dimensões. No caso, das políticas educacionais, referimo-nos aos
educadores/as que militam nas diversas esferas por onde a educação transita.
Por sua vez, uma política educacional, num estado de direito democrático,
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deve buscar canais de diálogo com os que estão implicados, direta ou indiretamente,
com as consequentes normatizações de suas legislações. Por isso, “se não forem
explícitos, tais pressupostos deixam de ser justificantes e passam a ser oportunistas,
pois mudam de valores quando a situação se altera” (FRANCO, 1996, p. 95).
Portanto, a verdadeira função do pedagogo, deve ser justificada com
pressupostos teóricos para diminuir o distanciamento entre a teoria e a prática no
contexto escolar.
Entretanto, esse profissional da educação tem o mesmo papel na formação
sólida dos envolvidos, quanto aos demais educadores no processo educativo de
intervir e transformar a realidade dentro da escola.
Visando diagnosticar o entendimento dos pedagogos sobre a sua verdadeira
função, se fazem necessárias as seguintes indagações: Quais os enfrentamentos
que o pedagogo perpassa no contexto organizacional da escola? Quais os desafios
da profissão?
3. O Papel do pedagogo na Organização do Trabalho na Escola.
Devidos às mudanças ocorridas no processo ensino-aprendizagem e ao
aumento compulsivo da demanda, é importante o pedagogo conhecer a realidade da
escola, pois como mediador das práticas pedagógicas que envolvem o trabalho em
equipe, deve sempre estar dialogando com o diretor para resgatar sua real finalidade
dentro da escola, para que os outros profissionais da educação acreditem na sua
importância como norteador e envolvente na prática cotidiana escolar.
Portanto, o pedagogo enquanto articulador da prática pedagógica é “peça
fundamental” numa escola pública que prima pela qualidade do ensino. (SAVIANI
1985, p. 28).
Todavia, para concretização desse objetivo, encontramos o professor-
pedagogo, imbuído de responsabilidades políticas e sociais no exercício de suas
funções, como mediadores no processo de operacionalização das ações escolares.
É este profissional da educação que atua na organização de processos
educativos.
De fato, na prática escolar, o pedagogo é responsável pela organização dos
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processos educativos, assim como os demais profissionais devem estar envolvidos
com as questões pedagógicas, visto que, a escola está inserida num sistema de
produção que nos aliena, não permitindo perceber o que produzimos e para quem
produzimos educação.
Entretanto, para situar este profissional da educação que pensa o papel da
escola historicamente, é necessário rever algumas reflexões sobre as relações
pedagógicas que ele deve direcionar na prática diária: professor, aluno, currículo,
metodologia, processo de avaliação, processo de ensino aprendizagem e a
organização curricular.
Por sua vez, sua função vai além, pois se delineia na ação intencional que
media e orienta a prática docente à luz de uma concepção progressista. Tal
concepção está voltada para a emancipação das classes populares, comprometida
com a formação cultural, com a difusão do conhecimento vivo e com um projeto de
sociedade de fato democrático. A educação é, portanto, um projeto de emancipação,
articulado, nos espaços de contradição político, social e transformador.
Neste contexto, é preciso situar o pedagogo de forma que, na sua atuação
como docente ou como parte da equipe pedagógica, ele possa atuar
conscientemente sem perder sua lógica conceitual, Libâneo propõe que:
A atuação do pedagogo escolar é imprescindível na ajuda aos professores no aprimoramento do seu desempenho na sala de aula (conteúdos, métodos, técnicas, formas de organização da classe), na análise e compreensão das situações de ensino com base nos conhecimentos teóricos, ou seja, na vinculação entre as áreas do conhecimento pedagógico e o trabalho de sala de aula (Libâneo, 1996, p.127).
Por certo, os referenciais conceituais e legais, devem ser embasados para a
sistematização do papel do pedagogo escolar, não com o objetivo de atropelar as
questões pontuais do fazer diário, mas com a intenção de respaldar sua função para,
juntamente com o coletivo da escola, lutar pelo espaço para o cumprimento de seu
papel.
Assim, fortalecemos que no interior da escola prevaleça uma gestão
democrática para um processo coletivo de participação, decisão e organização.
O Pedagogo será o profissional capaz de mediar teoria pedagógica e práxis educativa e deverá estar comprometido, com a construção de
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um projeto político voltado a emancipação dos sujeitos, da práxis na busca de novas e significativas relações sociais desejadas pelo sujeito” (Franco, 1996, p.110).
Essa visão deve estar presente no âmbito escolar, direção, pedagogos e
docentes envolvidos e integrados em um trabalho dinamizado e organizado,
cooperando para a qualidade da ação educativa, que instaura no PPP os indicativos
da organização pedagógica.
A complexidade que envolve a formação profissional da equipe pedagógica
evidencia práticas pedagógicas importantes elencadas nas Diretrizes Curriculares da
Educação Básica, quanto à formação do pedagogo:
I - o conhecimento da escola como organização complexa que tem a função de promover a educação para e na cidadania; II - a pesquisa, a análise e aplicação dos resultados de investigações de interesse da área educacional; III - a participação na gestão de processos educativos e na organização e funcionamento de sistemas e instituições de ensino (Brasil, 1996, P. 1).
Portanto, para que os objetivos deste projeto sejam alcançados estão
previstos estudos bibliográficos e pesquisas que contribuam para re-significar o
papel do pedagogo na escola pública atual do Estado do Paraná.
Desta forma, é fundamental uma investigação teórica, complementada com
dados coletados junto à comunidade escolar do ensino básico na rede pública, no
município de Jataizinho Col. Est. Professor Pedro Viriato Parigot de Sousa – Ensino
Fundamental e Médio, que com perspectivas de direcionar um estudo com
professores e equipe pedagógica referente à função do Pedagogo.
4. A aplicação do projeto na escola
Aproveitando a Semana Pedagógica que ocorreu em julho de 2011, onde se
reúnem toda a comunidade escolar, apresentado o Projeto de Intervenção
Pedagógica aos professores, diretores e pedagogos que atual no Colégio estadual
Pedro Viriato Parigot de Sousa. Iniciei os trabalhos expondo em linhas gerais os
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meus anseios e os motivos que me levaram a pesquisar sobre as reais funções do
pedagogo frente a organização escolar e de como ele contribui para o
ensino/aprendizagem, ou seja, como o pedagogo pode auxiliar na aplicação da
teoria à prática pedagógica em sala de aula. Esclareci ainda, que a aplicação deste
projeto estava dividida em fases e que nos reuniríamos mais vezes e, que nesses
encontros estaríamos debatendo e tomando conhecimento sobre a função que um
pedagogo deve exercer. Dando continuidade aos trabalhos, pedi aos meus colegas
de profissão, pedagogos, que respondessem as seguintes questões: Na sua
concepção qual a função do professor pedagogo? Quais os desafios da profissão?
O pedagogo e o contexto organizacional da escola. Explique. Trabalhei estas
questões aos colegas, devido a que muitos pedagogos iniciam os trabalhos em uma
escola sem saber na realidade que função ele deve desempenhar e acabam por se
tornarem um “faz tudo”, e quando tentamos orientá-los, muitas vezes somos mal
vistos, vale salientar que isto está ocorrendo muito devido a várias faculdades de má
qualidade que ofertam o curso de Pedagogia e não preparam os profissionais para
atuarem conforme o Estado do Paraná realmente necessita. Este posicionamento
ficou claro a verificar as respostas colhidas, pois, ficou evidenciados que muitos não
tinham a menor noção de suas reais funções e de como desempenhá-las. Também
fiz a mesma coleta de informações com professores e diretores e apliquei um
questionário, esta atividade foi exploratória, visando diagnosticar o entendimento
sobre a função do professor pedagogo na prática escolar. Perguntei: Na sua função
de docente, como você entende a função do pedagogo na organização escolar?
Que atividades o pedagogo de sua escola realiza?
Pedi que respondessem e recolhi o material para analisar as respostas e
combinamos que no próximo encontro estaríamos debatendo as respostas dadas
por eles. Indiquei a todos a leitura de dois textos3 para esclarecimento sobre a
função do pedagogo e que seriam usados como suporte para os próximos
encontros.
No segundo encontro, coloquei aos professores, pedagogos e direção, que
havia verificado através das respostas colhidas nas atividades do primeiro encontro,
o quanto erroneamente eles veem a função do professor pedagogo. Na realidade,
3 LIBÂNEO, J. C. Pedagogia e pedagogos, pra quê? São Paulo: Cortez, 2004. e SAVIANI, D. O
sentido da pedagogia e o papel do pedagogo. In: revista da ANDE, São Paulo: Cortez, no 9, p. 27-28, 1985.
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através das respostas, foi possível verificar que a comunidade escolar vê na pessoa
do pedagogo um “faz tudo”, menos a sua real função. As respostas eram as mais
variadas possíveis, mas houve um consenso sobre o pedagogo: ele é a pessoa que
deve “cuida” do pátio, “cuida” dos alunos; “anota falta para os professores; “atua”
vezes como professor em sala de aula substituindo um professor que faltou;
“confere os livros de chamada; atende pais dos discentes e; muitas vezes
desempenham funções que são exclusivas dos diretores. Enfim, a real função do
pedagogo se perde dentre tantas a que lhes são delegadas e se tornam
“esquecidas” nas respostas dos colegas de magistério. Partindo destas colocações,
começamos uma releitura do texto: Pedagogia e Pedagogos - |Inquietações e
Buscas, de José Carlos Libâneo, onde foi possível salientei a visão do autor e
compará-las com as que temos do pedagogo. Os professores participaram
efetivamente da discussão, reviram suas posições e discutiram como elas foram
construídas ao longo do tempo dentro do sistema educacional. Após esta reunião
ficou mais claro para professores que o pedagogo é o “coração” de uma escola e
que o desempenho da sua real função e o ponto crucial para uma educação de
qualidade. Decidimos reforçar estes esclarecimentos com a leitura de um segundo
texto. Escolhi “O Sentido da Pedagogia e o Papel do Pedagogo” de Saviani.
Fizemos esta leitura conjuntamente e sempre que necessária eram feitas
intervenções e elas geravam discussões ótimas.
A finalização do projeto se deu com uma avaliação, ou seja, apliquei as
mesmas questões iniciais, aquelas citadas acima, a respeito da função do pedagogo
e pedi aos colegas que as respondessem novamente, após os nossos estudos e
discussões. Recolhi as respostas destes questionamentos e com base neste
material foi possível observar que a comunidade escolar passou a ter uma nova
visão e ficaram cientes sobre a real função do pedagogo e da sua importância no
processo de ensino aprendizagem e para que haja uma educação pública de
qualidade.
Os resultados obtidos foram ótimos e animadores. Na minha escola, o
pedagogo está desenvolvendo suas reais funções, o que é muito gratificante. Posso
dizer que meu objetivo foi alcançado e, para todos que precisam relembrar as reais
funções do professor pedagogo, são elas:
coordenar o projeto político-pedagógico e o plano de ação da escola;
aprofundar temas que possibilitem a elaboração de propostas de intervenção
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garantir o atendimento às necessidades do educando;
elaborar projetos de formação continuada;
orientar a comunidade escolar em todas as ações pedagógicas incluindo o
projeto pedagógico e a proposta pedagógica curricular.
Isto de acordo com Edital de 10 de dezembro de 2007, da SEED.
5. Considerações finais
Esse trabalho visou esclarecer a verdadeira função do pedagogo junto à sua
comunidade escolar. É importante salientar, que muitos profissionais,
erroneamente, aceitam trabalhar como pedagogos mas, não sabem de sua
verdadeira função e passam a ser os “fazem tudo” na escola e acabam deixando de
realizar a sua verdadeira função e com isso prejudicam o andamento do ensino/
aprendizagem.
A função do pedagogo é a de mediador do trabalho pedagógico, mesmo nos
espaços de contradição, para que haja a transformação da realidade escolar.
O meu objetivo foi levar ao conhecimento dos professores, documentos que
comprovem quais as verdadeiras funções do pedagogo na gestão escolar.
Desta forma, o profissional que pretende atuar e aqueles que já atuam como
pedagogos dentro de uma escola, devem estar cientes de suas reais funções. É isto
que o Estado do Paraná determina e, o que nós pedagogos em exercício estamos
explicitando à comunidade escolar e lutando para que se torne realidade.
Espero que este trabalho contribua com os professores pedagogos e que ele
esclareça as nossas verdadeiras funções, pois, só assim conseguiremos trabalhar
junto ao professor e possibilita aos discentes melhor ensino/aprendizagem.
6. REFERÊNCIAS:
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei n o 9394, de 20 de dezembro de 1996. Art. 64. CARBELLO, Sandra R. C.; COMAR, Sueli R. (orgs.) Educação no século XXI: múltiplos desafios. Maringá: EDUEM, 2009. FRANCO, Maria Amélia R. S. A Pedagogia como ciência da educação: entre práxis e
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etimologia. 1996, p. 95 e 110. Tese de Doutorado. Faculdade de Educação. Universidade de São Paulo. LIBÂNEO, J. C. Pimenta, S. G. Formação dos profissionais da educação-visão crítica e perspectivas de mudança. In: Revista Educação e Sociedade, Campinas: Cedes no, 68, 2000. _____________. Pedagogia e pedagogos, pra quê? São Paulo: Cortez, 2004. _____________.Pedagogia, Ciência da Educação. São Paulo: Cortez, 1996, p.127. SAVIANI, D. O sentido da pedagogia e o papel do pedagogo. In: revista da ANDE, São Paulo: Cortez, nº 9, p. 27-28, 1985. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Edital no 10/2007 – GS/SEED. Normas relativas à realização do Concurso Público para o provimento de vagas no cargo de professor pedagogo. Paraná: SEED, 2006. PARANÀ. Secretaria de Estado da Educação. Edital no 37/2004-GS/SEED. Atribuição do pedagogo. VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Coordenação do trabalho Pedagógico: do projeto político-pedagógico ao cotidiano da sala de aula.São Paulo: Libertad, 2002 PIMENTA, Selma Garrido. O Pedagogo na Escola Pública. 3.ed. São Paulo:Edições Loyola, 1995.
7 – ANEXOS
ATIVIDADE 1 - Investigativa
Esta atividade investigativa será aplicada a pedagogos em forma de questões,
buscando saber se eles têm conhecimento sobre sua real função.
1- Na sua concepção qual é a função do professor pedagogo?
2- Quais os desafios da profissão?
3- O pedagogo e o contexto organizacional da escola. Explique.
ATIVIDADE 2- Exploratória
Esta atividade exploratória será aplicada aos professores, visando diagnosticar o
entendimento sobre a função do professor pedagogo na prática escolar.
1- Na sua função de docente, como você entende a função do pedagogo na
organização escolar?
2- Que atividades o pedagogo de sua escola realiza?
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ATIVIDADE 3- Explicativa
Nesta Atividade os professores se reúnem para discutir o verdadeiro papel do
pedagogo na escola. Iniciarei partindo das respostas da atividade 2 onde os
professores expressaram seu entendimento sobre a função do pedagogo. Após essa
discussão, entregarei um texto do Saviani, para chegarmos a um consenso da
importância do Pedagogo na organização da escola e no ensino- aprendizagem.