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COIMBRA “O PEREGRINO DE LUZIRMIL” - AS PEDRAS DO RIO DOURADO OUROLIVRO COIMBRA “O PEREGRINO DE LUZIRMIL” AS ADMIRÁVEIS PEDRAS DO RIO DOURADO REPORTAGEM DA SEXTA MISSÃO DA IRMÃ BETINHA E SEUS SEGUIDORES IRAÍ DE MINAS, ESTRELA DO SUL, DOURADOQUARA, ABADIA DOS DOURADOS, CAPÃO DA CRUZ E MONTE CARMELO VISITAS PARA ATENDIMENTOS SOCIAIS E FESTAS ESPIRITUAIS REALIZAÇÃO NOS DIAS 09 A 13 DE FEVEREIRO DE 2013 EDICOPER ARTES GRÁFICAS FONES MÓVEIS: 16 81631718 (TIM) 16 92747193 (CLARO) FONE FIXO 16 30190646 LITERATURA ICOPERE-LUZIRMIL ICOPERE: Isolino Coimbra de Oliveira “O Peregrino”

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COIMBRA “O PEREGRINO DE LUZIRMIL” - AS PEDRAS DO RIO DOURADO

OUROLIVRO

COIMBRA “O PEREGRINO DE LUZIRMIL”

AS ADMIRÁVEIS

PEDRAS DO

RIO DOURADO REPORTAGEM DA SEXTA MISSÃO DA IRMÃ BETINHA E SEUS SEGUIDORES

IRAÍ DE MINAS, ESTRELA DO SUL, DOURADOQUARA,

ABADIA DOS DOURADOS, CAPÃO DA CRUZ E MONTE CARMELO

VISITAS PARA ATENDIMENTOS SOCIAIS E FESTAS ESPIRITUAIS

REALIZAÇÃO NOS DIAS 09 A 13 DE FEVEREIRO DE 2013

EDICOPER ARTES GRÁFICAS FONES MÓVEIS: 16 81631718 (TIM)

16 92747193 (CLARO) FONE FIXO 16 30190646 LITERATURA ICOPERE-LUZIRMIL

ICOPERE: Isolino Coimbra de Oliveira “O Peregrino”

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COIMBRA “O PEREGRINO DE LUZIRMIL” - AS PEDRAS DO RIO DOURADO AS ADMIRÁVEIS PEDRAS DO RIO DOURADO POR ISOLINO COIMBRA DE OLIVEIRA “O PEREGRINO DE LUZIRMIL”

15 DE FEVEREIRO DE 2013

O título da reportagem que hora vou redigir, surgiu-me à

mente ao observar posteriormente, as belíssimas fotos que ti-

ramos num entretempo de nossas visitas à irmandade que re-

side nas imediações do rio Dourado.

O rio é o mesmo que margeia a cidade de Abadia dos Doura-

dos em seu lado sul. Ele desce no sentido noroeste para despe-

jar suas águas no lago formado pela barragem do rio Paranaíba

que divide o estado de Goiás com Minas Gerais.

Para quem chega em Abadia dos Dourados, tomando uma

estrada recentemente pavimentada, no sentido noroeste, irá

avistar após nove quilômetros, o arraial de Bom Sucesso; depois

de mais vinte KM, já se avista o pequenino arraial de Capão da

Cruz, estrelado pela belíssima aparência do templo da CCB,

cuja visão aparece como se a rodovia fosse nele terminar.

Nossa crônica começa naquele ponto de observação, que

invisivelmente se estende nas imediações através de veredas

entrelaçadas, alcançando dezenas de famílias, na maioria adep-

tas da graça de Deus, aqui denominada CONGREGAÇÃO CRIS-

TÃ NO BRASIL.

Capão da Cruz, cujo nome designa um trecho de matas con-

tendo alguma antiga cruz, fica nesta reportagem como ponto

de destino da comitiva da irmã Elizabeth (Betinha) que nos úl-

timos tempos não tem medido forças para cumprir um desíg-

nio que o Senhor colocou em seu coração “ATENDER SOCIAL-

MENTE A IRMANDADE” cujas moradias são pouco visitadas

em razão de serem longe das cidades.

Segundo disse-me irmã Betinha, essa peregrinação para visi-

tas era a de número seis, sendo que quatro delas foram nas

altas regiões da serra da Canastra.

Eu passei a ser um de seus companheiros a partir da mis-

são de número cinco, da qual escrevi uma reportagem intitulada

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“MISSÃO NO PÂNTANO”. Para esta, que é a de número seis, tive

da irmã Betinha o convite de ser o guia, em razão de ser conhe-

cido de muitas de famílias pertencentes à nossa igreja, e que

residem nas referidas localidades as quais visitaríamos, con-

forme descrição a Seguir.

* * *

O BOM IDEAL DA IRMÃ BETINHA

Particularmente acredito que o fato se deu devido nossa par-

ticipação na “MISSÃO NO PÂNTANO” o que me levou a escrever

a reportagem, integrando nela, em suas partes finais, minha

peregrinação nas regiões de Capão da Cruz a fim de prestar

serviços na obra de Deus num templo que estava sendo termi-

nado na localidade. Quem leu aquela reportagem ficou sabendo

que a partir do arraial de Pântano eu segui para as regiões de

Monte Carmelo, mais precisamente para efetuar um trabalho

na construção da CCB em Capão da Cruz.

Tendo irmã Betinha e seus companheiros de missão lido a

reportagem, Deus tocou-lhes ao coração de aproveitar os feria-

dos do Carnaval para visitarem e fazerem atendimentos volun-

tários na região de minha peregrinação, após minha saída de

Pântano.

Segundo disse irmã Betinha, seria bom que eu fosse, pois

meu conhecimento da região e da irmandade favoreceria o mo-

vimento das visitas, inclusive para fazerem nossas refeições e

termos nossos pernoites nas casas que chegássemos.

Mesmo eu tendo vários compromissos na obra de Deus em

outras localidades, achei que seria meu dever acompanha-los,

não para liderar, porém para leva-los ao destino proposto por

Deus à irmã Betinha.

Segundo me disse ela, a comitiva seria composta de quatro

conduções, sendo três automóveis e um caminhão (ao qual de-

nominei de FARTURÃO) para transportar até seis mil quilos de

mercadorias.

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Nas reuniões para aprimoramentos da longa viagem, ficara

definido de partirmos na madrugada do dia nove de fevereiro

de 2013, sábado; num roteiro que segundo a guia que Deus me

dera em oração, teria como primeira parada a pequena cidade

de Iraí de Minas.

Vale dizer que nos dias que antecederam o de nossa partida

houve intensa precipitação de chuvas sobre a região de Ribei-

rão Preto. Pelo que se podia sentir, tais chuvas certamente es-

tavam caindo numa extensa região no sudoeste do Brasil, in-

clusive abrangendo o Triângulo Mineiro. Aquilo me deixava pre-

ocupado, tanto pelos perigos nas estradas, como nas visitas,

pois nossa viração para os atendimentos seria prejudicado.

Diante daqueles pensamentos eu fiz o possível para descartar

minha ida. Cheguei até a dizer à minha esposa, que se fosse

para eu acompanhar a comitiva, a chuva haveria de parar. Da

parte dela ela concordou, pois estava preocupada por eu viajar

com o tempo chuvoso. Mas não tive como desistir, mesmo por

que eu fizera um compromisso com o jovem Ederson, de leva-lo

em minha companhia, para tanto eu o buscaria em Serrana na

sexta feira para pernoitar em minha casa e na madrugada do

sábado nos unirmos à comitiva, o que foi realmente ocorrer.

Foi assim que pelas quatro da manhã fomos para a casa da

irmã Elizabete, local em que encontramos parte dos compa-

nheiros da viagem; dali fomos para a casa do irmão Paulo, onde

nos aguardavam para fazer a oração da partida. Irmã Maria,

esposa do irmão Paulo, estava animadíssima; por meu lado eu

me encontrava apreensivo, mas na oração que o Senhor nos

deu dissiparam-se os temores e nos tomou uma régia alegria.

No momento pude conhecer o fraterno Aguinaldo Rocha, o mo-

torista que dirigiria o FARTURÃO. Digo que até seu sobrenome:

“Rocha”, me transmitiu confiança. Em sua companhia iria o

jovem Renato, um dos filhos do casal Paulo e Maria. Em meu

carro, apinhado de coisas, iria Ederson e eu; no carro do irmão

Romildo iria sua esposa Welida, sua filha Thainá, e o jovenzinho

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Romildo Júnior. Com irmão Paulo e Maria, iria a notável irmã

Alessandra. Já no veículo do irmão Gessé, além dele iria sua

esposa Rosa (Roseli) e as duas filhas do casal: Amanda e Laua-

ne. Estávamos em catorze pessoas. Os carros, entretanto, esta-

vam todos lotados; ocupados com víveres e outras coisas que

não iam no FARTURÃO, que deveria voltar na segunda feira

Eram cinco e quarenta e cinco quando partimos. As chuvas

caíam sem parar. Eu dirigia inseguro, mas tendo ao meu lado o

notável jovem Ederson íamos conversado, sempre com atenção

nos veículos da comitiva. Nossa primeira parada ocorreu num

posto à entrada de Uberaba. Ali percebemos que não havia mais

chuvas, inclusive o tempo estava limpo na direção que iríamos.

Aquilo me trouxe confiança, pois pensei: Quem sabe nossas

visitas serão feitas sob bom tempo.

Um fato pitoresco que marcou o momento daquela parada

foi quando irmão Paulo percebeu que havia um rato sob o capô

do motor do seu carro. Fizeram uma algazarra danada tentando

matar o animal que procurava se safar. Por meu lado fiquei

clamando a Deus para que não ocorresse tal fato, pois iria ferir

meus sentimentos, haja vista que não gosto de ver a morte de

animal algum quando estou numa missão. Acho que o Senhor

aceitou meu clamor, visto que Ele livrou o animalzinho de ser

morto, pois ele desapareceu por entre as frestas da garagem

de uma oficina ao lado. Aquele fato até que foi bom para nos

descontrair. Irmão Romildo com seu modo sempre brincalhão

exclamava: Que rato bem aventurado, virou mineiro de Ubera-

ba! Até então irmão Aguinaldo parecia ser um homem muito

sério, mas a partir da vitória do roedor foi mostrando seu lado

extrovertido e brincalhão também.

Depois da fuga do rato, logo avançamos pela BR 262, pelo

flanco sul de Uberaba. Rodamos dois quilômetros e adentramos

à direita, margeando a cidade ao leste. Na parada do rato, eu

tratara com irmão Aguinaldo que caso ele adiantasse

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(pois estava indo mais veloz do que nós) nos esperasse no cru-

zamento da BR 365 com a MG 223. Ocorreu que Deus me

acusou em pensamento, já que aquela cidade havia sido colo-

cada na rota a mim apontada por Ele. Diante do fato procurei

me aproximar do FARTURÃO para ultrapassá-lo a fim aguar-

da-lo à entrada do arraial. Aquilo me custou um pouco de

adrenalina, pois foi difícil de alcança-lo! Teve momentos que

acelerei o Algoliver a 140 kh, a fim de realizar meu intento que

era o de chegar alguns segundos antes dele à entrada de Iraí.

Vimos que nossa parada em Iraí, realmente era da vontade

de Deus, pois o irmão Dimas pretendia me telefonar para que

eu fizesse uma visita por lá para conhecer sua mãe, Amélia

Alves de Lima. Coincidentemente irmão Dimas era conhecido do

irmão Aguinaldo assim todos ficaram à vontade, tendo da parte

do casal Dimas e Conceição uma inefável hospitalidade.

Ficamos lá por cerca de uma hora, tempo em que tomamos

café, oramos e logo partimos, prometendo ao irmão Dimas que

na volta do caminhão, lá seria deixado um bom atendimento,

que inclusive, segundo nos disse irmão Dimas, parte iria para

Varzelândia.

De Iraí, a próxima parada foi numa balança de fiscalização,

onde tivemos um contratempo, pois a carga do caminhão ultra-

passara o peso permitido, e como a balança era acoplada ao

computador central do DENIT, não houve como ficarmos livres

de uma notificação de multa.

Ali Deus mudou nosso destino, pois pretendíamos fazer uma

parada rápida em Monte Carmelo, (como fizemos) e seguir em

frente; entretanto Florivaldo nos alertou que havia outra balan-

ça um pouco à frente. Com aquele alerta Deus realizou o desejo

da irmã Alessandra que era rever a cidade de sua infância –

Estrela do Sul – para onde seguimos. Para tanto retornamos ao

trevo de MG 223 com a MG 190, e tomamos a rodovia à direita

percorrendo-a até a entrada daquela cidade, na qual entramos e

tivemos nossas segundas alegrias espirituais.

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Fomos direto para a casa de uma irmã da Obra Pia, cujo no-

me era Suzeli, encontrando lá uma sorridente irmã, cujo nome

era Lurdes Moreira, e um casal que já me conhecia: José Ozório

e sua esposa Margarete, residentes em Paracatu. Pena que por

lapso não anotei os nomes de todos. Vale dizer que irmã Beti-

nha queria que irmão Ederson e eu tocasse em todas as visi-

tas. Foi assim que depois de tocarmos uns quatro hinos, com

todos cantando, demos nossas despedidas para seguir a rota

em direção São Felix, onde chegamos depois de rodar uns trinta

quilômetros por estradas de terra. Lá também tivemos muita

alegria. Vale dizer que aonde quer que chegávamos éramos re-

cebidos com muita honra, sorrisos e glórias a Deus.

Minha meta era congregar em São Felix e seguir novamente

para Monte Carmelo, mas houve um consenso entre os quatro

irmãos motoristas, de seguirmos para Douradoquara; para

tanto teríamos que rodar mais de quarenta quilômetros por

desconhecidas e parcas estradas em meio aos cerrados. Eu não

estava muito de acordo, pois tratara com o cooperador da CCB

em São Felix de congregarmos lá e voltarmos para Monte Car-

melo. Entretanto os quatro votos valeram mais do que meu de-

sejo; em vista daquilo concordei, mesmo por que poderíamos

seguir via estradas de terra, para Douradoquara, onde eu tinha

também o ideal de leva-los, inclusive tendo o apoio da irmã

Alessandra, que em seu tempo de menina conhecera aquele

arraial, e gostaria de revê-lo.

Diante da nova resolução deixamos de congregar em São

Felix e partimos, destinados a fazer uma visita para atender a

família da irmã Larissa, a quatro quilômetros do povoado, no

sentido de nosso avanço. Para tal visita, fomos acompanhando

o carro de um irmão dali de São Felix. Ficamos envolvidos com

a visita por cerca de uma hora. A noite caíra quando dali parti-

mos tendo dos irmãos as instruções necessárias para chegar-

mos a uma localidade chamada Castanha, de onde tomaríamos

a via asfaltada para Douradoquara.

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Para descrever aquele percurso, pus-me a lembrar com sau-

dades dos fatos havidos no avanço. A poeira era muita; convém

dizer que de Uberaba em diante o tempo estava firme, e naque-

las regiões havia mais de dez dias que não chovia. Mediante a

intensa poeira os carros deveriam ficar distantes um do outro,

o meu principalmente, pois não tinha ar condicionado. As cons-

tantes curvas tiravam nossa visão de onde estaria cada veículo.

Entretanto o Algoliver seguia à frente como se seu motorista

fosse conhecedor da região. Tudo ia bem até que chegamos

numa bifurcação em que pensei em ir à direita, mas temeroso

aguardei os companheiros, inclusive o FARTURÃO que vinha

atrás. Ali, tendo do Ederson, meu companheiro, e do irmão

Romildo as opiniões que deveríamos seguir pela via da esquer-

da, empreendi para tal rumo o nosso avanço, todavia demos

com os burros n’água, já que uns dois quilômetros além, a es-

trada terminava numa fazendola, onde não vimos viva alma. O

relógio do painel do Algoliver marcava vinte duas e trinta e cin-

co. Tivemos alguns percalços para virar nossos veículos a fim

de voltarmos à bifurcação, onde chegamos e pegamos o galho

da direita. Dali para frente não tivemos mais erros. Confesso

que em alguns pontos que vi no trajeto tive vontade parar para

orarmos, mas certamente meu ideal não seria aceito, pelo te-

mor que os companheiros e companheiras teriam de pararmos

num local ermo, no escuro da noite.

Em mais vinte minutos chegamos ao povoado denominado de

Castanha, onde tomamos o asfalto, no sentido oeste, chegando

em Douradoquara em mais cinco minutos. De imediato levei a

comitiva em direção às casas do irmão Bento e Dorival, onde

imediatamente surgiu uma grande festa. Logo irmão Aguinaldo

foi estacionar o FARTURÃO no pátio da igreja; aliás, cada um

de nós guardamos lá, nossas conduções.

Os movimentos que se seguiram foi um lauto jantar na resi-

dência do casal, irmãos Dorival e Marli. De minha parte

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encontrava-me com muito sono e indisposto pra comer, pelo

que fui repousar na casa do irmão Bento. Mais tarde foi tam-

bém meu companheiro, pois irmã Maria, esposa do irmão Bento

preparara duas camas. Convém dizer que os demais, menos

irmão Aguinaldo, pernoitaram na casa do fraterno Dorival, já

que havia um grande espaço para tal fim. O notável irmão

Aguinaldo quis pousar nas dependências da igreja; para tanto

usou o colchão que eu tinha levado, pois os que havia nas de-

pendências da congregação eram plastificados, e não há quem

durma num colchão encapado.

No dia seguinte, domingo, logo cedo cantamos e oramos, isto

na casa do irmão Dorival, tendo também a presença do casal

Bento e Maria.

Partimos de Douradoquara levando saudades dos bons

momentos que ali vivemos. Lá, como nas demais localidades

nas quais passamos, foram deixadas diversas cestas de ali-

mentos. Entretanto nossa alegria e dos irmãos locais se consti-

tuíam mais pela presença de Deus em nosso meio.

-Nosso próximo destino seria Capão da Cruz, onde pretendí-

amos congregar no culto que ali são realizados aos domingos as

duas horas da tarde.

Eu me encontrava contente com tudo que ocorrera até ali, e

tinha no pensamento que o Senhor iria ainda mais nos alegrar

no desfecho da nossa missão. Em vinte minutos chegamos em

Abadia dos Dourados, cidade na qual optei em passarmos dire-

to, entretanto quando já estávamos na estrada, os irmãos moto-

ristas se lembraram que deveriam abastecer as conduções. Vol-

taram pois, até um posto na saída. Ederson e eu ficamos

aguardando na estrada, pois o tanque do Algoliver ainda estava

cheio pelo abastecimento em Estrela do Sul. Tão logo chegaram

empreendemos o avanço, e em razão de conhecer aqueles ca-

minhos eu seguia à frente.

Dez minutos depois, quando o relógio digital marcava doze

horas e quarenta minutos, avistamos desde a rodovia, a casa

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de oração que foi construída num ponto em que a estrada faz

uma curva para a esquerda. Com aquilo ao ser vista de longe

parece que a rodovia ali termina.

Era dia de culto, contudo o templo ainda estava fechado,

assim optei em levar a comitiva para a casa da irmã Márcia,

cujo esposo é irmão Norivaldo. Ambos se encontravam enfermos

e impossibilitados de trabalharem, por conseguinte estão sendo

cuidados por um casal de irmãos residentes em Limeira, que lá

se encontram para tal fim.

Nossa chegada à residência foi uma festança. Imediatamente

as irmãs Maria, Mara, Roseli, Alessandra e a própria Betinha

pegaram os alimentos nos carros para prepararem o almoço.

Enquanto aquilo acontecia, Ederson e eu nos pusemos a tocar

os novos hinos, alegrando o ambiente. Irmão Aguinaldo estava

radiante e num espaço de tempo que paramos de tocar, ele pas-

sou a contar belas obras ocorridas em suas pescarias. Disse

que certa feita encontrou um de nossos irmãos (às margens do

rio que estava pescando, lá por Mato Grosso afora, num lugar

distante) com quem fez amizade e até prometeu visitar sua casa

para lá fazer uma oração, pois o fraterno lhe disse que estava

muito provado. Entretanto os fatos se deram de forma que ir-

mão Aguinaldo se esqueceu daquele compromisso, só se lem-

brando depois de terem rodado mais de quinhentos quilômetros

de retorno. Com aquilo ele ficou atribulado; só restava-lhe orar

pelo amigo de pescaria, a partir de sua casa mesmo. Entretanto

Deus fez uma preparação dele lá voltar sete dias após. Ocorreu

que um seu amigo motorista o contratou para ajuda-lo a dirigir

um ônibus que levaria vários pescadores à mesma região onde

morava o fraterno em questão. Foi assim que ele pode cumprir

o trato que fizera, chegando até a passar um dia inteiro em

companhia do irmão, que na despedida lhe deu de presente um

peixe de trinta quilos. Deus ouviu sua oração e abençoou o ho-

mem que humildemente lhe fizera aquele pedido.

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Devido os movimentos das cozinheiras e o tempo curto, (pois

pretendíamos congregar e faltavam quinze minutos para come-

çar o culto) eu não pude saber o desfecho daquele trato que

irmão Aguinaldo fizera com o pescador mato-grossense, entre-

tanto num telefonema que lhe fiz pude saber dos detalhes,

tendo irmão Rocha me autorizado a escrever nessa reportagem.

Na continuidade das descrições, digo que tendo as irmãs ter-

minado de fazer a comida nos convidaram para almoçar, o que

de minha parte fiz bem rápido. Em instantes eu seguia para o

templo, no qual cheguei já com o hino do silêncio sendo execu-

tado. Ederson, todavia, nem almoçou para não atrasar.

O culto foi atendido por um irmão cooperador residente em

Severínia que estava lá em visita. Foi uma bonita festa, enri-

quecida com a exortação da palavra, trazendo doutrina e previ-

sões de tempos difíceis para a humanidade, mas para o povo de

Deus sempre haverá livramentos.

Após o culto, depois de uma rápida visita à casa da irmã

Márcia, fomos para a do irmão Manoel, onde oramos e recebe-

mos palavras de ânimo proferidas por irmão Anderson, filho do

irmão Plínio, ancião de Monte Carmelo. Dali seguimos para a

residência do irmão Vani, onde cantamos, oramos... enfim nos

alegramos. Depois, no pomar, irmão Valdeci apanhou ingás

para as crianças saborearam, inclusive eu também pude co-

mer algum. Dali nos dirigimos para a residência do casal Assis

e Maria, onde iríamos jantar.

Lá saboreamos uma deliciosa comida à base de ensopado de

frango e refrigerantes. Vale dizer que estava presente o notável

irmão Luís, cooperador da CCB em Bom Sucesso. Nos assuntos

ele disse que na casa dele poderia pousar um tanto de pessoas.

Mas ocorreu que somente irmão Ederson e eu fomos para lá.

Antes de nossa saída para a casa do irmão Luís, cantamos

alguns hinos e fizemos mais uma oração, estas sempre eram

presididas, uma hora por um irmão, outra por outro, e quando

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nem um de nós queria abrir até alguma irmã que sentisse da

parte de Deus poderia abrir o momento de orarmos.

Nosso pernoite na casa do irmão Luís foi repousante. Eu pre-

tendia me levantar cedo, pois pelo que eu sabia, irmão Aguinal-

do iria sair tão logo se levantasse, para entregar o FARTURÃO

ao seu dono, irmão Donizete, ainda na segunda feira, isto em

Ribeirão Preto, e eu desejava me avistar com ele antes, só para

saudá-lo e desejar-lhe uma boa viagem.

Foi assim que saímos da residência do irmão Clovis e nos

dirigimos para a fazenda do irmão Joaquim, onde irmã Betinha

e os demais companheiros pernoitaram. Logo estávamos orando

pela partida dos irmãos Aguinaldo e Renato, aquilo sob pesares,

não só deles, mas de todos nós, pois havíamos nos acostumado

com eles nas visitas.

Para aquela segunda feira, dia onze de fevereiro, o notável

cooperador, irmão Valdeci fizera os planos para nossas visitas

nas diversas localidade. A primeira foi na casa do irmão Assis,

cuja esposa é irmã Maria. Ela faz parte da Obra Pia daquelas

localidades, por conseguinte deu todas as coordenadas para irmã

Betinha repartir as dádivas materiais que Deus preparara. Da

casa da irmã Maria seguimos para o sítio de um senhor de nome

Orcalino, cuja esposa era nossa irmã e xará da irmã Solange.

Para descrever os fatos daquela visita meu pensamento voou

por me lembrar do passeio que fizemos às margens do Córrego

Preto, um belo rio que passa aos fundos da herdade. Tal passeio

ocorreu nos momentos em que as irmãs Maria e Betinha se pre-

ocupavam em fazer o almoço, ajudando irmã Solange na cozinha.

Todos nos encontrávamos contentes, principalmente irmão

Ederson por estar fazendo sua primeira em missão.

Lá também tocamos nossos instrumentos em frente a casa,

antes e depois do almoço, sempre observando com admiração,

uns pedreiros que estavam construindo uma casa ao lado. O sol

estava de queimar a pele, mas eles laboriosamente faziam o ali-

cerce da futura moradia.

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O senhor Orcalino se mostrava radiante pelos acontecimen-

tos. Num entretempo, fomos ver o rio Preto de perto. Pude tirar

fotos e admirar a natureza bela e rica do lugar, que certamente

têm nos cascalhos que lá existem, muitos diamantes.

Pena que os bons momentos são passageiros! Mas que guar-

daremos lembranças daquela visita será um fato real!

Assim que o almoço ficou pronto, num convívio de alegria e

descontração todos participamos; aquilo sob a sombra de uma

frondosa árvore à porta da casa do senhor Orcalino.

Com o passar das horas irmão Valdeci nos convidou para

orar, sendo que depois iniciamos nosso deslocamento daquele

maravilhoso local. Eu dirigia olhando pelo retrovisor e vendo

a casa e seus arredores se distanciando de nós. Oh! Vida! Por

que será que os belos momentos passam mais depressa do que

os maus? – eu ia acelerando o algoliver tendo melancólicos pen-

samentos. Quando será que voltarei a este sítio Senhor? – per-

guntava a Deus!

Logo irmão Valdeci nos conduziu para outra visita, esta seria à

esquerda da rodovia, seguindo por uma estradinha tortuosa que

sempre vejo quando retorno de Capão da Cruz para Abadia dos

Dourados. Lá bem no alto, descambando, tem o modesto sítio de

um casal de irmãos, cujos nomes me passou desapercebido de

anotar, mas espero ainda saber. O fato é que cantamos e oramos

lá também, e ao final irmão Ederson sentiu de tocarmos o hino

299 dentro da cozinha da humilde choupana.

Nos seguimentos de nossas visitas, dali fomos visitar a resi-

dência do irmão Dominguinhos. Para tanto deixamos os veículos

na estância do irmão Joaquim e seguimos todos a pé, em meio ao

pasto rumo à residência que distava uns quatrocentos metros.

Eu fiz o percurso a pé, tocando hinos na sanfona. Lá chegando

todos cantaram ao som da SOFRIDA e do TILINTERSON, depois

oramos. Recordo-me que ao retornarmos no escuro da noite

irmã Betinha tropeçou num cupinzeiro e levou um grande susto,

mas não se desequilibrou.

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As horas avançavam quando seguimos para a casa do notável

irmão Valdeci. Nossa meta era lá jantar e pernoitar naquela noite

de segunda feira.

Deus nos preparou lá, como nas demais localidades, uma

deliciosa refeição, após a qual fomos para o alpendre ouvir algu-

mas obras contadas por irmão Valdecí. Uma delas foi a visão que

ele teve, de ver chegar em sua casa o notável ancião, hoje faleci-

do, irmão Aníbal, de Pedrinópolis. Ele fora levar uma mensagem

da parte de Deus para irmã Eva. Para irmão Valdeci, era o irmão

Aníbal, entretanto era um anjo com sua aparência, pois naqueles

dias irmão Aníbal não podia andar só, pelas ruas de alguma ci-

dade; tinha que ser sempre acompanhado pelo filho, que a uma

pergunta do irmão Valdeci respondeu que seu pai não saíra de

casa naquele tal dia. O acontecimento ficou como uma incógnita

na mente do irmão Valdeci até o dia de hoje.

Foi-se o dia 11 de fevereiro, uma segunda feira. Ao amanhecer

do dia doze, irmã Eva nos chamou para ver um tucano domesti-

cado, que sempre vai comer algum alimento dado por ela. É tão

manso que irmão Valdeci o apanhou nas mãos e o acariciou bem

à nossa frente. Mas o pássaro também tem suas venetas, pois

disse irmã Eva que ele procura de toda maneira bicar o neto

quando este se aproxima. Disse irmã Eva que o garoto o perturba

demais, assim ele criou raiva do menino, que por seu lado mais o

azucrina.

Nossas visitas para o dia doze seriam lá pelos lados do Córrego

do Ouro, uma região afastada mais de vinte quilômetros ao sul

de Capão da Cruz. Seguindo os planos partimos destinados a

almoçar na casa do irmão Ronaldo. Fizemos o percurso entre a

casa do irmão Valdeci e a casa de nossa primeira visita sob as

instruções da irmã Eva, que com seu neto foram em meu carro.

Dei nome aos caminhos que passamos de VEREDAS ENTRELA-

ÇADAS. Somente quem é conhecedor daquelas parcas estradi-

nhas consegue chegar ao destino proposto. A princípio notei que

seguíamos rumo sudoeste, depois viramos para o leste, com a

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bússola do Algoliver sempre indicando tais direções. De distân-

cia em distância aparecia algum cruzamento ou bifurcação; en-

fim, eu percebia que os caminhos constantemente se entrelaça-

vam em meio ao extenso cerrado. Conforme irmã Eva indicava

eu tomava aquele rumo, até chegarmos em uma porteira tranca-

do com um robusto cadeado. Ali, sob ordem da irmã Eva toquei

a buzina do algoliver para chamar a atenção de alguém que vies-

se nos abrir a porteira...assim logo atravessamos os domínios

daquela estância, que segundo nos disse irmã Eva é uma esta-

ção de aprendizagem veterinária. Mostrou-me até uma espécie de

cômodo curtidor, onde misturam com serragem, a carne dos

animais sacrificados, aquilo para se transformar em esterco que

espalham nas lavouras e nos pastos da estância.

Depois de passarmos pelas dependências da fazenda experi-

mental, em instantes chegamos à residência de nosso destino.

Lá iríamos aguardar o irmão Valdeci, em cujo carro levava

algumas cestas de alimentos para serem distribuídas por ali.

No tempo da espera, fomos conhecer as margens do rio Dou-

rado, o que muito me impressionou. Minha admiração foi tanta

que me inspirei nas pedras para dar título a esta reportagem.

AS ADMIRÁVEIS PEDRAS DO RIO DOURADO me encantaram

tanto, que passei a tirar fotos para deixa-las gravadas em meu

computador auxiliar. Ficamos uns quarenta minutos em meio à

bela pedreira, às margens do notável rio, cujas águas rugiam

com estrondoso ruído branco ao correrem por entre as pedras,

num declive que ali denominam de cachoeira.

Vale dizer que nestes dias o rio fica intransponível naquele

ponto. Nem o mais exímio nadador pode enfrentar as violentas

correntezas. Dizem que somente no tempo da seca é que alguma

pessoa interessada em atravessar pode fazê-lo pisando sobre as

pedras. Notamos que uns cem metros acima do ponto onde está-

vamos, assim como abaixo outro tanto, as águas corriam serenas

no leito do rio, que tem uma largura de aproximadamente uns

cem metros margem à margem.

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Mas como diz o ditado: “tudo que é bom dura pouco” assim

logo nos fomos dali. Nossos pensamentos eram de que o fraterno

Valdeci já tivesse chegado à casa de nossa visita para cantarmos

alguns hinos, orarmos e depois partirmos para outra. Entretanto

irmão Valdé não chegara ainda, pelo que sentimos de orar para

adiantar o tempo e assim que ele chegasse e entregasse as cestas

partiríamos dali. Sua chegada ocorreu em pleno momento da

oração, sendo que tão logo terminamos de orar seguimos os pla-

nos feitos.

Dali fomos para a casa do irmão Ronaldo, cuja esposa é irmã

Maria, tendo eles as filhas Daniela Jóice, Joicieli e o menino Ro-

naldo Júnior. Todos ficaram muito contentes com nossa chega-

da. As meninas já foram me dizendo que eu teria lá um trabalho

pois o órgão musical delas estudarem dera defeito.

Diante do fato eu logo estava sob os olhares de todos, princi-

palmente do Ederson, tentando sanar o problema, cuja solução

Deus me deu de resolver em menos de uma hora.

Nos seguimentos todos almoçamos tendo inefável alegria. De-

pois, já com o órgão em funcionamento pusemo-nos a cantar ao

som de quatro instrumentos, sendo a SOFRIDA, O TILINTER-

SOM, o órgão e o saxofone do irmão Gideão.

Após os cânticos, oramos e seguimos para outra visita, esta

seria na casa do Sr. Melchior, que com sua família nos aguarda-

va para fazermos as mesmas ações, isto é: cantar, orar, e conti-

nuar nossa missão de visitar as famílias.

Dali fomos para a residência do irmão Edimar, cuja esposa

chama-se Renilda. Lá também cantamos e oramos para depois ir

à outra casa. A família de tal residência ainda não eram crentes

de CCB, mas estão aceitando a palavra de Deus. Lá pude ob-

servar um fato interessante. Uma jovem ouvinte, que também

estava cantando, mas foi chamada por sua mãe que precisava ir

embora; antes, porém, ela saudou com o ósculo santo a todas as

irmãs ali presentes. Achei naquele ato uma grandeza de alma e

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respeito e carinho para com as irmãs. Tal acontecimento me fez

falar as seguintes palavras para a jovem:

-HOJE DEUS ESCREVEU SEU NOME NO LIVRO DA VIDA!

Ela foi embora contente com aquelas palavras proferidas por

mim na presença de Deus.

Partimos daquela casa, destinados à fazenda Lacraia, onde

residia o irmão Domingos e sua esposa Méssia, isto por que nos-

so jantar seria na casa deles.

Nos seguimentos dos caminhos entrelaçados, irmão Valdeci

ainda nos conduziu à residência do irmão José Carlos e Maria,

num sítio que ficava num canto de terreno irregular, onde tam-

bém passamos bons momentos espirituais, entretanto tendo pe-

na da irmã Welida que reclamava de uma intensa dor de cabeça

que lhe tomara. Diante de sua angustia, irmão Romildo, seu

esposo, fez um pedido de oração, pelo que ela foi apresentada

junto às demais necessidades.

Segundo disse a cara irmã Welida, depois da oração a dor de

cabeça foi passando, e ela já se sentia liberta daquele mal que a

afligia. Para aproveitar nosso tempo, já que o dia estava findan-

do, irmão Valdeci nos levou num outro sítio, porém seus mora-

dores não se encontravam. Assim mesmo, Ederson e eu tocamos

alguns hinos sob uma cobertura ao lado da casa. Sem demora

partimos dali, destinados outra vez à casa do irmão Domingui-

nhos, onde chegamos ao escurecer.

Lá seria nosso jantar daquele dia. Vale dizer que em todas as

casas onde comíamos as refeições, as irmãs missionárias usa-

vam víveres levados por elas mesmo; afinal o ideal da irmã Beti-

nha era sempre o de não sermos pesados para família alguma.

Assim as festas de alimentação também eram supridas pelos

próprios missionários. Na residência do irmão Domingos, entre-

tanto, me pareceu que o jantar foi por conta dele, pois exigiu

que fôssemos para lá sem que precisássemos levar nada. O jan-

tar foi como uma festa encerrada com chave de ouro, pois toca-

mos, cantamos, e oramos muito mais tempo do que nas outras

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visitas. Somente quando a canseira apareceu e o sono nos pegou

é que fomos repousar. Para aquela noite Ederson e eu fomos

convidados a pousar na residência do irmão Gedeão.

Tivemos uma boa noite de descanso, para no dia 13 logo cedo

nos reunirmos a fim de partirmos. Nossas despedidas ocorreram

na casa do irmão Weslei, que é também a casa da irmã Solange,

mãe da Ginaína, a amável organista que trata a todos com muito

carinho. Quanto ao irmão Joaquim, seu pai, não o encontramos

por lá, pois estava trabalhando longe.

Eram nove e quarenta, quando saímos ainda destinados a

fazer uma pequena parada no arraial de Capão da Cruz, para

que eu fizesse um telefonema, a fim de avisar irmão Florivaldo

que iríamos passar na residência dele para almoçar.

Nosso deslocamento de Capão da Cruz iniciou-se a princípio

rodando quinze quilômetros para fazermos uma paradinha em

Bom Sucesso, pois desde que saímos de Ribeirão Preto que eu

desejava visitar uma família de irmãos nossos nas imediações

da CCB daquele povoado.

Em dez minutos estávamos entrando no arraial, onde segui-

mos direto para a residência de nossa meta. Lá também canta-

mos, oramos e foram deixadas duas cestas de alimentos.

Eu me sentia realçizado, pois desde que eu estivera congre-

gando lá, que Deus colocara em meu coração da fazer um aten-

dimento à família em questão.

Nos seguimentos, atendendo uma solicitação do irmão Valde-

ci, após abastecermos nossos veículos em Abadia dos Dourados

seguimos para visitar um casal residente próximo do templo da

Congregação. Lá também cantamos e oramos. Dali irmão Valdeci

iria voltar pra sua casa, nós seguiríamos destinados a Monte

Carmelo, onde chegamos depois de meia hora.

Sob minha direção fomos direto para a residência do irmão

Florivaldo, já encontrando o almoço pronto. Após almoçarmos,

antes de partirmos, cantamos hinos e oramos.

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Nossa partida de Monte Carmelo ocorreu por volta de meio dia

e meio, a princípio seguindo a avenida pela região central da ci-

dade. Logo estávamos trafegando pela MG 190, que nos direcio-

nou a Uberaba, sendo que no percurso rodado, só fizemos uma

pequena parada no posto em Nova Ponte.

Em mais duas horas fizemos outra parada para abastecermos

os veículos, agora em Aramina, no posto que ficava a direita na

saída da cidade. Dali partimos, e sem fazer novas paradas che-

gamos à Ribeirão Preto, por volta das cinco da tarde. A princípio

fizemos uma passagem pela casa da irmã Maria, onde oramos e

demos ações de graças a Deus, pelo complemento, alegria e a

grande vitória que nos concedeu.

Eu ainda iria para Serrana a fim de conduzir meu companheiro

Ederson à sua residência, chegando definitivamente em minha

casa, quase ao anoitecer.

Encerro os assuntos desta narrativa dando graças a Deus

num santo louvor, por mais uma missão cumprida sob Suas

ordens e proteção

DEUS SEJA LOUVADO

* * *

PEQUENO HISTÓRICO DE SENTIMENTOS

Numa retrospectiva dos assentamentos literários, gostaria de

registrar alguns assuntos que deixei de escrever na corrente da

narração. Um deles é um pequeno histórico da obra de Deus

naquelas regiões, que ficou nublado pelas nuvens da evolução.

Anos atrás, e por muito tempo o povo do Senhor congregou em

dois templos; um numa localidade chamada fazenda Matinha e

outro na fazenda Lacraia. Com o advento de irmãos instruídos

em estudos, e multiplicando-se os atendentes com tais caracte-

rísticas, formaram-se conjuntos administrativos nas cidades do-

minantes da região, e de suas resoluções surgiram os programas

de retirarem das fazendas, os locais de se celebrar os cultos.

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Foi assim que mesmo tendo árduos labores, substituíram o

templo da fazenda Matinha por um em Bom Sucesso. E o da fa-

zenda Lacraia foi substituído pelo de Capão da Cruz. Tive opor-

tunidade de congregar nas casas de orações anteriores e atual-

mente em ambos os lugares, e percebi que o calor que havia nos

templos das fazendas não é o mesmo dos atuais, pois parecem

frios e vazios. Ademais em templos do porte dos que foram cons-

truídos por ali, há visitas, não porém, como as havia nos templos

anteriores, onde só visitavam os que realmente queriam sentir a

presença de Deus.

Nos assuntos fiquei sabendo que para os irmãos que residem

nas regiões das VEREDAS ENTRELAÇADAS tem se tornado difí-

cil o ato de congregar, principalmente para os que não têm con-

duções, que por sinal são muitas famílias. Na maneira de pensar

de muitos irmãos e irmãs daquelas localidades, deveria haver

sim, os belos templos em Capão da Cruz e Bom Sucesso, entre-

tanto sem desativar totalmente as antigas salas de orações, que

serviam de pontos de referências da obra de Deus. Ainda que

houvesse apenas um culto por mês em forma de reunião famili-

ar, mas já seria o suficiente para o Senhor visitar seu povo, so-

frido e pobre, e que não está tendo como congregar nas distan-

tes casas de orações que foram por lá construídas a beira da

rodovia pavimentada. Para quem viaja de carro e deseja congre-

gar em lugares sem que seja preciso rodar por estradas empoei-

radas é ótimo; entretanto para uma pessoa pobre, que tem de

andar a pé vários quilômetros pelas estradas de poeira, com su-

bidas e descidas; as vezes debaixo de chuvas, o deslocamento se

torna difícil e com muito sofrimento, o que lhes dá condições de

congregar apenas uma vez ou outra ao ano.

A desativação do templo da CCB na fazenda Lacraia foi o que

mais causou desolação aos fiéis daquela região, surgindo descon-

tentamento até dos visitantes que tem através dos tempos ido

por lá; visitantes estes, desinteressados em se apresentar nos

suntuosos templos, mas visitam os lugares humildes unicamen-

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te a fim de respirarem um ar mais espiritual, em algum templo

em meio ao mato. Tudo bem, que a obra está evoluindo é uma

realidade, entretanto adestradas por conhecimentos humanos.

Mas deixemos do jeito que está para ver como é que fica! Ve-

mos, entretanto, que estão surgindo tantas aberrações em torno

da Obra de Deus, que se torna fácil prever a fragmentação da

igreja. De minha parte vivo clamando a Deus para que Seu ma-

ravilhoso Espírito habite em mim, dando-me conhecimentos

vindos do céu numa áurea de simplicidade e calor divino. Certa-

mente as igrejas, milhares delas, com suas diversas filosofias vão

conduzir a humanidade para um desfecho de hipocrisia, até o

ponto de se cumprir a palavra dita por Nosso Senhor Jesus Cris-

to: PORVENTURA QUANDO O FILHO DE DEUS VIER BUSCAR

SUA IGREJA ACHARÁ FÉ NA TERRA?

Penso que achará a evolução, em lugar de simplicidade, e com

ela toda forma de pecado e contaminação. Mas isto está mesmo

previsto, para que a ira de Deus, na destruição intempestiva do

Universo, se abata sem dó nem piedade, por parte de Deus, so-

bre os que acham que o mundo irá durar para sempre.

QUE DEUS TENHA MISERICÓRDIA DE NÓS! ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ AGRADECIMENTOS

Primeiramente a todos os colaboradores que no anonimato nos deu

condições de cumprir a missão. A seguir, aos irmãos Dimas e Concei-

ção; Florivaldo e Meiri; Maria, mãe da Meiri; Marisa; Suzeli (de Estrela

do Sul); Lurdes de Luziania- Brasília); José, vizinho da CCB (de São

Felix); a todos da casa da Larissa; Bento e Maria; Norivaldo e Marli;

Dorival e Márcia (Capão da Cruz); Luís (Clovis); Valdeci e Eva; Weslei,

Solange e Ginaína; Domingos e Méssia; Assis e Maria; Vani e sua espo-

sa; Ronaldo e Maria; Edmar e Renilda: Orcalino e Solange; Manoel e

Marli (Capão da Cruz); Melchior; Paulo; Emília e Cleusa; além de mui-

tos outros cujos nomes que não tive como anotar, dirijo nossos agrade-

cimentos, rogando a Deus que os abençoe a todos, pela prestimosa

hospitalidade a nós oferecida.

20 DEUS SEJA LOUVADO

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COIMBRA “O PEREGRINO DE LUZIRMIL” - AS PEDRAS DO RIO DOURADO

HINO DA MISSÃO

AS ADMIRÁVEIS PEDRAS DO RIO DOURADO

Pra na alma se alegrarem

Catorze crentes partiram

Numa missão gloriosa

Pelos caminhos seguiram

Mesmo com chuvas intensas

No coração tinham crenças

Que a vitória alcançariam!

Tendo a guia de Deus

Fizeram em Iraí parada

Depois em Estrela do Sul

Também deram uma passada

E lá em Douradoquara

Lembrando de Araraquara

Irmão Rocha fez pousada

Indo pra Capão da Cruz

Dia dez estacionaram

E no culto, aquela tarde

Todos eles congregaram

Pra depois na região

Fazerem a visitação

Onde cantaram e oraram

Veredas entrelaçadas

A comitiva correu

E nas pedras do rio Dourado

Viram o poder de Deus

Tudo ficou na lembrança

Como sendo uma herança

Da missão que aconteceu!

I. COIMBRA LUZIRMIL