Pereira como selecionar plantas para áreas degradadas e controle de erosão

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  • Aloisio Rodrigues Pereira, Dr. Eng. Ambiental; Eng. Civil e Eng. Florestal CREA-MG 13.183/D

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    PREFCIO

    Este livro contm dois conceitos que tem relevncia no revestimento vegetal de taludes,

    eroses e reas degradadas. De um lado apresentam-se as tcnicas e mtodos para se

    escolher as espcies mais apropriadas para determinada situao, de outro lado a

    determinao das quantidades otimizadas de sementes e/ou mudas a serem aplicadas na

    rea.

    Este trabalho apresenta um avano na rea de proteo e recuperao ambiental, pois

    atualmente a escolha das espcies e as respectivas quantidades de sementes so feitas

    empiricamente, sem a utilizao das variveis necessrias, bem como das tcnicas

    conhecidas. Em razo disto, so utilizadas espcies inadequadas, com grande

    desperdcio de sementes, o que contribui para elevao os custos e insucesso nos

    trabalhos de revegetao.

    Este livro busca contribuir para que tcnicos, empresas e instituies ambientais adotem

    um padro tcnico, que ir garantir proteo segura ao meio ambiente, eliminando o

    empirismo, suposies e sentimentos pessoais, alm da participao de leigos e curiosos

    que tendem a utilizar conceitos genricos, sem fundamentao tcnica, o que no

    contribui com a proteo adequada ao meio ambiente.

    O livro no tem a pretenso de esgotar os assuntos aqui tratados, tampouco aprofundar

    nos conceitos tericos e em detalhes tcnicos, que podem ser encontrados na literatura

    especfica.

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    C O N T E D O

    1 INTRODUO............................................................................................................................ 5 2 FATORES DETERMINANTES NA SELEO DAS ESPCIES................................................ 6

    2.1 Edficos ............................................................................................................................... 6 2.2 Climticos ............................................................................................................................ 6 2.3 Ambientais ........................................................................................................................... 6

    2.3.1 Longevidade.................................................................................................................. 6 2.3.2 Produo de biomassa ................................................................................................. 6 2.3.3 Crescimento e efeitos paisagsticos.............................................................................. 7 2.3.4 Fixao de Nitrognio ................................................................................................... 7 2.3.5 Palatabilidade da Fauna ............................................................................................... 7 2.3.6 Dormncia das sementes ............................................................................................. 7 2.3.7 Biodiversidade............................................................................................................... 7

    3 EFEITOS NEGATIVOS DAS PLANTAS..................................................................................... 8 4 EFEITOS POSITIVOS DAS PLANTAS ...................................................................................... 9 5 SEMENTES DE QUALIDADE .................................................................................................. 10

    5.1 Padres e Indicativos da Qualidade da Semente ............................................................... 12 5.2 Como escolher sementes de qualidade............................................................................. 12 5.3 Benefcios ao utilizar sementes com alto VC..................................................................... 13 5.4 Cuidados no armazenamento e transporte de sementes .................................................. 13

    6 - TAXA DE SEMENTES x ESTABELECIMENTO DAS PLANTAS.............................................. 14

    6.1 - Quando aumentar a quantidade de sementes:................................................................... 14 6.2 - Quando reduzir a quantidade de sementes:....................................................................... 14 6.3 - Quando fazer ressemeio na rea: ...................................................................................... 15 6.4 Quando usar plantas nativas: ............................................................................................ 15

    7 ESPCIES VEGETAIS ............................................................................................................. 16

    7.1. Leguminosas........................................................................................................................ 16 7.1.1. Alfafa (Medicago sativa)................................................................................................ 20 7.1.2. Calopognio (Calopogonium mucunoides) ................................................................... 21 7.1.3. Centrosema (Centrosema pubescens) ......................................................................... 22 7.1.4. Crotalria (Crotalaria juncea) ........................................................................................ 23 7.1.5. Crotalria (Crotalaria spectabilis).................................................................................. 24 7.1.6. Estilosante (Stylosanthes guianensis) .......................................................................... 25 7.1.7. Feijo de Porco (Canavalia ensiformis) ........................................................................ 26 7.1.8. Feijo Guandu (Cajanus cajan) .................................................................................... 27 7.1.9. Girassol Forrageiro (Helianthus annuus) ...................................................................... 28 7.1.10. Grama Amendoim (Arachis pintoii) ............................................................................. 29 7.1.11. Lab-Lab (Dolichos lablab) ........................................................................................... 30 7.1.12. Leucena (Leucaena leucocephala) ............................................................................. 31 7.1.13. Mucuna Preta (Mucuna aferrima) ............................................................................... 32 7.1.14. Nabo Forrageiro (Raphanus sativus) .......................................................................... 33 7.1.15. Puerria (Pueraria phaseoloides) ............................................................................... 34 7.1.16. Sesbnia (Sesbania virgata) ....................................................................................... 35 7.1.17. Siratro (Macroptilium atropurpureum) ......................................................................... 36 7.1.18. Soja Perene (Glycine wiightii) ..................................................................................... 37 7.1.19. Trevo Branco (Trifolium repens) ................................................................................. 38 7.1.20. Unha de Gato (Acacia plumosa) ................................................................................. 39

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    7.2. Gramneas ........................................................................................................................... 40 7.2.1. Andropogon (Andropogon gayanus) ............................................................................. 41 7.2.2. Aveia Preta (Avena strigosa) ........................................................................................ 42 7.2.3. Azevm Anual (Lolium multiflorum) .............................................................................. 43 7.2.4. Brachiaro (Brachiaria brizantha) ................................................................................. 44 7.2.5. Brachiria Decumbens (Brachiaria decumbens)........................................................... 45 7.2.6. Capim Agulha (Brachiaria humidicola).......................................................................... 46 7.2.7. Brachiria Peluda (Brachiaria ruziziensis) .................................................................... 47 7.2.8. Capim Bfalo (Cenchrus ciliaris)................................................................................... 48 7.2.9. Capim Centenrio (Panicum maximum) ....................................................................... 49 7.2.10. Capim Colonio (Panicum maximum)......................................................................... 50 7.2.11. Capim de Rhodes (Chloris gayana) ............................................................................ 51 7.2.12. Capim Elefante (Pennisetum purpureum)................................................................... 52 7.2.13. Capim Favorito (Melinis repens) ................................................................................. 53 7.2.14. Capim Gordura (Melinis multiflora) ............................................................................. 54 7.2.15. Capim Jaragu (Hyparrhenia rufa).............................................................................. 55 7.2.16. Capim Marmelada (Brachiaria plantaginea)................................................................ 56 7.2.17. Capim Pangola (Digitaria decumbens) ....................................................................... 57 7.2.18. Capim Qucuio (Pennisetum clandestinum) ................................................................ 58 7.2.19. Capim Tanznia (Panicum maximum) ........................................................................ 59 7.2.20. Capim Tobiat (Panicum maximum)........................................................................... 60 7.2.21. Capim Vencedor (Panicum maximum) ....................................................................... 61 7.2.22. Grama Batatais (Paspalum notatum) .......................................................................... 62 7.2.23. Grama Bermuda (Cynodon dactylon) ......................................................................... 63 7.2.24. Grama Comprida (Paspalum dilatatum)...................................................................... 64 7.2.25. Milheto (Pennisetum americanum) ............................................................................. 65 7.2.26. Paino (Panicum miliaceum)....................................................................................... 66 7.2.27. Pensacola (Paspalum saurae) .................................................................................... 67 7.2.28. Setria Kuzungula (Setaria sphacelata)...................................................................... 68 7.2.29. Sorgo Forrageiro (Sorghum bicolor) ........................................................................... 69 7.2.30. Vetiver (Vetiveria zizanoides)...................................................................................... 70

    8 - VARIVEIS BSICAS PARA DETERMINAO DO MIX DE ESPCIES................................ 71

    8.1 Determinao do Mix de Espcies..................................................................................... 71 8.1.1 Taxa nica para Espcie ............................................................................................ 71 8.1.2 Pureza, n de plantas e peso das sementes............................................................... 72 8.1.3 Pureza e estabelecimento da vegetao .................................................................... 72

    9 - VARIVEIS UTILIZADAS NO CLCULO DA QUANTIDADE DE SEMENTES ........................ 76

    9.1 - Fator de segurana no clculo das quantidades de sementes........................................... 76 9.2 Determinao da quantidade de sementes ....................................................................... 78

    10 DETERMINAO DAS ESPCIES E CLCULO DA QUANTIDADE DE SEMENTES......... 82 11 NDICE DE NOMES COMUNS E NOMES CIENTFICOS ..................................................... 83 12 LITERATURA CONSULTADA ................................................................................................ 86

  • 5

    1 INTRODUO As reas degradadas e eroses necessitam de obras de drenagem, geotecnia,

    terraplenagem e revestimento vegetal para garantir o sucesso dos trabalhos e melhoria do

    aspecto visual. necessrio estabelecer a vegetao, que permite maior infiltrao,

    menor escoamento superficial e proteo contra eroso laminar. Deve-se considerar,

    ainda, aspectos para melhorar a estabilidade de taludes que apresentam problemas de

    estabilidade.

    A escolha adequada das espcies e respectivas quantidades fator decisivo no

    estabelecimento da vegetao e proteo contra os processos erosivos, sendo, portanto,

    necessrios conhecimentos tcnicos que abrangem os aspectos climticos, edficos,

    fisiolgicos e ambientais.

    A maioria das empresas, instituies e rgos governamentais, utiliza um determinado

    nmero de espcies e quantidades, sem, contudo, selecionar tecnicamente as espcies e

    as respectivas quantidades, por isso os resultados obtidos no atingem os objetivos

    estabelecidos, para recuperao ambiental e controle da eroso.

    O objetivo deste livro apresentar uma metodologia para selecionar as espcies

    utilizadas em cada situao e regio, com respectivas quantidades, abrangendo as

    necessidades tcnicas de recuperao, tempo, aspectos edafoclimticos e ambientais.

    H um considervel volume de informaes relacionadas a dois tpicos: vegetao e

    controle de eroso. Essas informaes se tornam muito complexas em razo das

    condies edafoclimticas que podem variar consideravelmente em diferentes locais.

    Alm disso, os objetivos da revegetao e controle de eroso no so sempre

    complementares. O que atende melhor para o controle de eroso pode no ser a melhor

    soluo para a revegetao, sendo a recproca verdadeira.

    A escolha do mix de espcies e as respectivas quantidades, quando realizada

    corretamente, determinam o sucesso da proteo ambiental e a reduo de custos,

    eliminando o empirismo e a escolha aleatria das espcies.

  • 6

    2 FATORES DETERMINANTES NA SELEO DAS ESPCIES Vrios fatores afetam a escolha adequada das espcies para recuperao e proteo

    ambiental. Os principais so:

    2.1 Edficos Trata-se da adaptao das espcies s condies do local onde ser realizada a

    recuperao ambiental, por isso necessrio conhecer os solos da regio, com

    informaes como: pH, fertilidade natural, salinidade, toxidez, textura, drenagem e matria

    orgnica.

    2.2 Climticos Torna-se o fator mais importante, porque as condies climticas no podem ser

    reproduzidas artificialmente, enquanto que para alguns fatores edficos possvel.

    Dentre os fatores climticos deve-se avaliar: tolerncia seca, geadas, dficits hdricos

    da regio, precipitao anual, temperaturas mdias anuais e umidade relativa.

    2.3 Ambientais Estes fatores so determinados em funo da rapidez e segurana da recuperao

    ambiental, alm dos objetivos e exigncias legais. Dentre os principais fatores, podemos

    citar:

    2.3.1 Longevidade Se o objetivo da proteo temporrio ou definitivo, devero ser selecionadas espcies

    anuais, bianuais, perenes, de ciclo curto ou ciclo longo.

    2.3.2 Produo de biomassa Deve-se verificar o nvel de matria orgnica no solo, o nvel de recobrimento desejado no

    solo e a profundidade necessria das razes para a estabilidade dos taludes.

  • 7

    2.3.3 Crescimento e efeitos paisagsticos H necessidade de obter altas taxas de crescimento dos vegetais, tufos de vegetao,

    vegetao rasteira, vegetao extica ou nativa, tipos de razes, necessidade de

    manuteno.

    2.3.4 Fixao de Nitrognio necessrio o uso de leguminosas, pois a maioria das reas degradadas apresenta solos

    estreis, necessitando de melhorias dos seus nveis de fertilidade.

    2.3.5 Palatabilidade da Fauna Dependendo da regio, podem ser selecionadas espcies que iro favorecer a fauna,

    servindo de suprimento alimentar, como frutos, gros, pastagem.

    2.3.6 Dormncia das sementes A utilizao de sementes que apresentam dormncia, vigor, resistncia a pragas e

    doenas interessante, pois as germinaes podero ocorrer em pocas diferentes,

    reduzindo assim a competitividade inicial.

    2.3.7 Biodiversidade necessrio utilizar um grande nmero de espcies, pois isto contribui para aumentar a

    biodiversidade, com a atrao de pssaros e animais silvestres. fundamental a escolha

    de plantas de diferentes portes e a utilizao de espcies de gramneas e leguminosas

    para manter a biodiversidade e a sustentabilidade da vegetao.

  • 8

    3 EFEITOS NEGATIVOS DAS PLANTAS A vegetao implantada inadequadamente pode causar instabilidade em reas estveis e

    causar o surgimento de eroses. Exemplos de efeitos no desejveis causados pela

    vegetao so apresentados a seguir:

    Reduo da umidade do solo: quando se utilizam espcies que necessitam de grande consumo de gua, podem causar trincas e aberturas, principalmente em

    solos expansivos;

    O peso das rvores aumenta as foras atuantes, provocando deslizamentos;

    O vento, atingindo as rvores, produz foras sobre as massas de solo, podendo ativar deslizamentos;

    As razes podem contribuir para danificar estruturas cimentadas superficialmente, nos canais, revestimentos, passeios e sistema de drenagem em taludes;

    As razes e rvores secas podem contribuir para concentrar o fluxo de gua pluvial e provocar sulcamentos e ravinamentos;

    As razes superficiais podem contribuir para a desagregao do solo, quando muito concentradas, em grande volume e superficiais; por exemplo, o bambu;

    Plantas de razes finas e superficiais impedem a infiltrao e desagregam partculas do solo;

    Plantas altas e de folhas largas podem causar a eroso, pois concentram gua nas folhas, em conseqncia, as gotas dgua oriundas das plantas sero maiores que

    as gotas da chuva.

  • 9

    4 EFEITOS POSITIVOS DAS PLANTAS A escolha correta de plantas, para uso em reas degradadas, eroses e reas instveis,

    permite obter o sucesso da revegetao e at mesmo estabilizar reas que apresentavam

    instabilidade. A seguir sero apresentados os principais efeitos positivos das plantas:

    Reduzem o transporte de sedimentos: as razes agregam partculas e aumentam a resistncia do solo. Os caules das plantas aumentam a rugosidade, reduzindo a

    energia potencial da gua;

    Reduzem o run-off: as razes aumentam a taxa de infiltrao da gua no solo, a

    porosidade do solo e canais de suco, bem como o tempo de infiltrao;

    Reduzem a eroso pelo efeito splash: as plantas interceptam a chuva, reduzindo a

    eroso laminar, evitando a eroso pelo efeito das gotas da chuva, que no atingem

    diretamente o solo;

    No controle de eroso, as plantas mais eficientes so as de folhas curtas e

    espessas, de razes profundas, que apresentam grandes nveis de tolerncia, e

    aumentam os efeitos de atirantamento do solo;

    Plantas rasteiras apresentam cobertura do solo mais eficiente, por estarem em

    contato direto com o solo;

    Quando usamos plantas de compatibilidade ecolgica, ou seja, plantas

    geneticamente diversificadas, com vrias espcies, h uma maior capacidade de

    resistncia a mudanas no meio ambiente do que em uma monocultura.

  • 10

    5 SEMENTES DE QUALIDADE O produtor deve dispor de unidade de beneficiamento de sementes e submeter as

    exigncias e fiscalizao do Ministrio da Agricultura. Aps cumprir as exigncias ser

    credenciado como Produtor de Semente Fiscalizada.

    As principais exigncias so:

    Dispor de Unidade de Beneficiamento de Sementes (UBS), exclusiva para

    semente, com a capacidade de recepo e beneficiamento compatveis com a

    estimativa de produo bruta prevista, informando ao inspetor sua capacidade de

    armazenamento, bem como os equipamentos e instalaes mnimas necessrias;

    Apresentar ao inspetor a Relao de Campos para Multiplicao de Sementes, nos

    prazos estipulados no Calendrio das Obrigaes, devidamente acompanhada dos

    documentos comprobatrios da origem da semente e dados gerais de boletim de

    anlise de sementes;

    Para produo de semente fiscalizada exige-se o efetivo controle da rea, a qual

    no poder ser inferior quela estabelecida pela subcomisso especfica da

    espcie em questo. Considera-se sob efetivo controle apenas a rea inscrita e

    conduzida pelo produtor, em terras prprias, em parcerias, de cooperante ou

    associados, perfeitamente legitimados por meio de contrato. O produtor dever

    manter em seu escritrio, disposio do inspetor, cpias do contrato de

    cooperao;

    Dispor de Laboratrio de Anlise de Sementes prprio, credenciado quando a meta

    de produo anual for superior a 150.000 kg.

    O quadro 1 apresenta os padres mnimos de qualidade exigidos para as sementes, que

    devem ser exigidos pelos consumidores para obteno de sucesso no estabelecimento da

    vegetao.

    O quadro 2 apresenta os indicativos usados na determinao da qualidade de sementes.

  • 11

    QUADRO 1 Padres mnimos de qualidade exigidos para algumas sementes de gramneas e leguminosas

    ESPCIE

    Nome Comum Nome Cientfico Germinao

    (%) Pureza

    (%) Valor Cultural

    (%)

    Alfafa Medicago sativa 75 95 71 Andropogon Andropogon gayanus 50 20 10 Aveia branca Avena sativa 75 95 71 Aveia preta Avena strigosa 75 95 71 Azevm anual Lolium multiflorum 70 95 66 Brachiria decumbens Brachiaria decumbens 60 40 24 Brachiria humidicola Brachiaria humidicola 38 40 15 Brachiria marandu Brachiaria brizantha 60 40 24 Brachiria peluda Brachiaria ruziziensis 60 40 24 Calopognio Calopogonium mucunoides 60 95 57 Capim bufalo Cenchrus ciliaris 33 30 10 Capim choro Eragrostis plana 75 95 71 Capim Colonio Panicum maximum 30 40 12 Capim de Rhodes Chloris gayana 38 40 15 Capim gordura Melinis multiflora 33 30 10 Capim jaragu Hyparrhenia rufa 25 15 10 Capim lanudo Holcus lanatus 50 90 45 Centeio Secale cereale 70 95 66 Centrosema Centrosema pubescens 60 95 57 Cornicho Lotus corniculatus 65 95 62 Desmdio Desmodium tortuosum 60 95 57 Dilatado Paspalum dilatatum 35 60 21 Ervilhaa Vigna spp 70 95 66 Estilosantes Stylosanthes spp 60 95 57 Falaris Phalaris aquatica 50 95 48 Feijo de porco Carnavalia ensiformis 75 95 71 Feijo Guandu Cajanus cajan 60 95 57 Festuca Festuca arundinacea 70 95 66 Galxia Galactia striata 60 95 57 Kudzu tropical Pueraria phaseoloides 60 95 57 Lab-Lab Dolichos lablab 70 98 68 Leucena Leucaena leucocephala 75 98 71 Milheto Pennisetum americanum 60 95 57 Mucuna preta Mucuna aferrina 70 98 68 Pasto ramirez Paspalum guenoarum 35 60 21 Pensacola Paspalum saurae 60 90 54 Serradela Ornithopus sativus 65 95 62 Setaria Setaria sphacelata 30 50 15 Siratro Macroptilium atropurpureum 60 95 57 Soja perene Glycine wiightii 60 95 57 Trevo branco Trifolium repens 80 95 76 Trevo encarnado Trifolium incarnatum 80 95 76 Trevo subterrneo Trifolium subterraneum 70 95 68 Trevo vermelho Trifolium pratense 70 95 68 Trevo vesiculoso Trifolium vesiculosum 70 95 68

  • 12

    5.1 Indicativos da Qualidade da Semente

    QUADRO 2 Indicativos da qualidade de sementes para clculo da quantidade por

    unidade de rea

    INDICATIVOS DESCRIO

    Germinao

    a quantidade de sementes viveis que

    germinaro e produziro plntulas normais, quando

    em condies normais de plantio.

    Pureza

    Quantidade de sementes viveis (puras e

    granadas) encontradas em determinado peso de

    sementes.

    Impurezas

    Sementes no viveis, resduos, pedras, torres,

    areia, etc., que se apresentam junto com as

    sementes viveis. A separao das impurezas com

    mquinas especficas oferece um padro de

    qualidade e segurana ao comprador.

    Amostragem

    O tamanho de uma amostra de aproximadamente

    300 g, devendo ser coletada em pontos diferentes

    da embalagem, para representar significamente a

    populao.

    5.2 Como escolher sementes de qualidade

    O sucesso da germinao e do desenvolvimento da vegetao depende,

    fundamentalmente, da qualidade das sementes. O poder germinativo, o grau de pureza e

    o vigor inicial so requisitos essenciais a serem observados na aquisio de sementes. A

    qualidade das sementes medida pelo seu valor cultural (VC), atravs da frmula:

    Valor Cultural (%) = % de Pureza x % de Germinao 100 Quanto maior for o VC, menor dever ser a quantidade de sementes a ser aplicada por

    rea. As taxas mnimas de semeio devem ser aquelas suficientes para que, em condies

  • 13

    ideais de plantio, apresentem taxa de recobrimento do solo em um determinado perodo

    de tempo.

    O verdadeiro valor da semente est no valor cultural para estudos das quantidades a

    serem aplicadas e dos preos de aquisio.

    5.3 Benefcios ao utilizar sementes com alto VC

    Ausncia total de ervas daninhas Ausncia de ovos de cigarrinhas e outras pragas Garantia que ser aplicada semente da espcie adquirida Pode-se utilizar menor quantidade de sementes por rea Garantia de homogeneidade na germinao e no desenvolvimento Maior vigor na germinao Economia de mo-de-obra no plantio, evitando replantio Recobrimento do solo com maior rapidez Reduo dos custos de transporte e armazenamento Garantia de sucesso na revegetao

    5.4 Cuidados no armazenamento e transporte de sementes

    As sementes necessitam de cuidados especiais com relao ao transporte e

    armazenamento at o momento do plantio. Para isso, alguns procedimentos devem ser

    rigorosamente observados:

    Evitar umidade no transporte cobrindo adequadamente com lona toda a carga de

    sementes;

    Evitar transportar e/ou armazenar as sementes com produtos qumicos; Armazena-las em local fresco, ventilado, sobre estrados, para evitar contato da

    semente com a umidade;

    As pilhas com sacos de sementes devem ser dispostas de tal maneira a permitir a circulao de ar;

    Nas condies de campo, nunca deixe as sementes diretamente expostas ao sol. Cobri-las sempre com lona, para evitar que a chuva umidea as sementes; se

    possvel, utilizar sempre condies sombreadas.

  • 14

    6 - TAXA DE SEMENTES x ESTABELECIMENTO DAS PLANTAS

    O estabelecimento das plantas est relacionado com a taxa de sementes a ser aplicada

    nas reas. O fator de sucesso da vegetao ir depender da determinao da quantidade

    tima de sementes a ser aplicada.

    Vrios fatores devem ser avaliados para determinao da quantidade de sementes.

    6.1 - Quando aumentar a quantidade de sementes:

    A quantidade de sementes deve ser aumentada quando:

    O preparo do solo e coveamento forem deficientes; O talude for inclinado; Ocorrer vento; Houver regio com deficincia hdrica; Houver pssaros e predadores de sementes; As sementes forem de baixo valor cultural; Houver baixa fertilidade natural do solo; As tcnicas para a proteo do solo forem rudimentares; O material do talude for arenoso e siltoso.

    6.2 - Quando reduzir a quantidade de sementes:

    A quantidade de sementes deve ser reduzida quando:

    A preparao do solo e coveamento forem eficiente; Houver aplicao de grande quantidade de mulch orgnico; Houver aplicao de grande quantidade de fertilizantes; Houver aplicao de condicionantes de solo e adesivos; A fertilidade natural do solo for boa; Forem utilizadas tcnicas eficientes de proteo do solo.

  • 15

    6.3 - Quando fazer ressemeio na rea:

    O ressemeio da rea deve ser feito quando houver:

    Grande quantidade de plantas fracas; Poucas plantas vigorosas; Reduo da taxa de sobrevivncia; Baixa taxa de recobrimento do solo; Baixo ndice de enraizamento das plantas; Baixa tolerncia a pragas e doenas; Baixa tolerncia ao pastoreio; Baixa sobrevivncia na poca de estiagem.

    6.4 Quando usar plantas nativas: As plantas nativas devem ser usadas quando houver:

    Adaptabilidade s condies locais; Ausncia de toxinas; Germinao e crescimento confivel; Reproduo do ambiente original; Produo de sementes com rapidez; Adaptadas s condies edafoclimticas locais; Tolerncia ao clima (seca, frio e alagamento); Tolerncia ao solo (pH, salinidade, toxidade).

  • 16

    7 ESPCIES VEGETAIS Vrias espcies vegetais podem ser utilizadas na estabilidade dos taludes, revegetao

    de reas impactadas, controle de eroses e proteo de margens de reservatrios e

    cursos dgua. De acordo com as caractersticas edafoclimticas e ambientais, as

    espcies vegetais so escolhidas para a proteo e a revegetao. Na literatura

    internacional h vrios trabalhos que apresentam plantas e suas aplicaes, que podem

    ser visualizados nos quadros 3, 4 e 5.

    7.1. Leguminosas As leguminosas so plantas capazes de fixar nitrognio no solo. Alm disso, apresentam

    razes com arquitetura e profundidade que permitem estabilizar solos com pouca

    instabilidade.

    A fixao biolgica do nitrognio um processo bioqumico em que o nitrognio

    atmosfrico incorporado diretamente nas plantas aps ser transformado em amnia.

    Essa relao ocorre em estruturas especiais das razes chamadas ndulos, formados por

    bactrias e comumente chamadas de rizbios.

    As leguminosas tm um papel importante na revegetao de reas degradadas,

    principalmente na consorciao com gramneas, favorecendo o desenvolvimento da

    vegetao pela incorporao de nitrognio.

    Os efeitos benficos promovidos pelo desenvolvimento de plantas leguminosas no solo

    so observados h sculos. Nestes locais, caso exista nitrognio extra, este pode ser

    liberado no solo, tornando-se disponvel para outros vegetais.

    Na agricultura moderna pratica comum fazer a rotao de uma planta cultivada no

    leguminosa como o milho, com uma leguminosa como a alfafa. Muitas vezes utiliza-se a

    rotao do milho, da soja e do trigo. Quando as leguminosas so colhidas, suas razes

    ricas em nitrognio permanecem no solo, enriquecendo-o.

  • 17

    QUADRO 3 Relao das espcies de gramneas e leguminosas, com as respectivas caractersticas, para uso em reas degradadas e controle de eroso.

    NOME COMUM NOME CIENTFICO

    B

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    Alfafa Medicago sativa 200 - 3.000 900-1500 06-30 X X X X X X

    Andropogon Andropogon gayanus 200-2000 400-1500 15-35 X X X X X X X X X X X X

    Aveia preta Avena strigosa 600-1700 700-1300 05-20 X X X X X X X X X X

    Azevm anual Lolium multiflorum 400-1500 900-1500 05-20 X X X X X X

    Brachiaro Brachiaria brizantha 500-1400 900-1200 20-35 X X X X X X X X

    Brachiria decumbens Brachiaria decumbens 400-1500 800-1200 15-30 X X X X X X X X X

    Brachiria marandu Brachiaria brizantha 500-1500 700-1200 15-35 X X X X X X X X

    Brachiaria Peluda Brachiaria ruziziensis 400-1600 900-1200 20-35 X X X X X X X X X

    Calopognio Calopogonium mucunoides 300-1200 700-1500 15-35 X X X X X X X X X X X X X

    Capim Agulha Brachiaria humidicola 300-6600 700-2000 15-35 X X X X X X X X X

    Capim Centenrio Panicum maximum 500-1500 500-1500 15-35 X X X X X X X

    Capim Colonio Panicum maximum 100-1600 900-1200 15-35 X X X X X X

    Capim de Rhodes Chloris gayana 500-1400 900-1200 10-35 X X X X X X X X

    Capim Elefante Pennisetun purpureum 300-2300 1000-3000 18-27 X X X X X X X X X

    Capim Favorito Melinis repens 190-1800 300-1500 15-35 X X X X X X X

    Capim Gordura Melinis multiflora 400-2500 800-4000 15-35 X X X X X X

    Capim Jaragu Hyparrhenia rufa 0-2000 800-3000 20-30 X X X X X X X X X

    Capim Pangola Digitaria decumbens 0-800 700-2000 18-35 X X X X X X X X X X

    Capim Qucuio Pennisetun clandestinum 0-3300 800-2000 10-30 X X X X X X X X X X X

    Capim Tanznia Panicum maximum 300-1500 800-1500 15-35 X X X X X X X X

    Capim Tobiat Panicum maximum 100-1300 400-1500 15-35 X X X X X X

    Capim Vencedor Panicum maximum 300-1600 800-1500 15-38 X X X X X X X X

    Centrosema Centrosema pubescens 0-1600 600-1000 25-30 X X X X X X X X

    Feijo de Porco Carnavalia ensiformis 400-1500 900-1500 10-35 X X X X X X X

    Feijo Guandu Cajanus cajan 400-1500 900-1500 20-35 X X X X X X X X X

    Girassol Forrageiro Helianthus annuus 700-1400 700-1400 00-35 X X X X X X X X X X

    Grama Amendoin Arachis pintoi 2000-3200 900-1700 15-20 X X X X X X

    Grama Batatais Paspalum notatum 200-1500 600-1200 15-30 X X X X X X X X X X X

    Lab-Lab Dolichos lablab 400-1300 900-1500 20-30 X X X X X X X X X X

    Leucena Leucaena leucocephala 200-1500 600-1200 20-35 X X X X X

    Milheto Pennisetum americanum 200-1400 600-1200 20-25 X X X X X X X X X X X X

    Mucuna preta Mucuna aferrinaa 300-1500 700-1500 20-35 X X X X X X X X X X X X

    Nabo Forrageiro Raphanus sativus 150-1600 200-1300 00-30 X X X X X X

    Pensacola Paspalum saurae 100-1500 700-1200 15-30 X X X X X X X X

    Puerria Pueraria phaseoloides 0-2000 1000-2000 22-30 X X X X X X X X

    Sesbnia Sesbania virgata 0-3000 1000-2000 18-30 X X X X X X X

    Siratro Macroptilium atropurpureum 0-2200 1000-4000 20-30 X X X X X X

    Soja perene Glycine wiightii 400-1500 700-1500 15-35 X X X X X X X X X

    Sorgo Forrageiro Sorghum bicolor 2200-3000 1500-4000 10-20 X X X X X

    Trevo Trifolium repens 300-2000 1000-2700 18-25 X X X X X

    Unha-de-Gato Acacia plumosa 300-2300 1000-3000 18-27 X X X X X X X X

    ESPCIES

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    Fertilidade dos Solos Tipo de Solo Tolerncia Razes Perfilhamento Propag. Formao Porte

  • 18

    QUADRO 4 Relao de espcies com as respectivas caractersticas para uso em reas degradadas e controle de eroso

    Nome Comum Nome Cientfico

    Perene

    Anu

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    Baixo

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    Arigo Bravo Eschaemum rugosum x x x x xArroz Preto Oryza sativa l. x x xArroz Vermelho Oryza sativa l. x x x xAzevm Lolium multiflorum x x xBambu Taboca Guandua angustifolia x x x x x xBarba de Bode Aristida longiseta x x x x x xBrachiaro Brachiaria brizantha x x x xBrachiria peluda Brachiaria ruziziensis x x x x xCanarana Paspalum repens x x x x xCapim Agulha Brachiaria humidicola x x x x xCapim Angola Brachiaria mutica x x x x xCapim Arroz Echinochloa helodes x x x x x x xCapim Arroz Branco Echinochloa colonum x x x x xCapim Arroz Escuro Echinochloa crusgalli x x x x xCapim Brachiria Brachiaria decumbens x x x x xCapim Branco Chloris polydactyla x x x x xCapim Bfalo Cenchrus ciliaris x x x x x xCapim Capivara Echinochloa crusgalli x x x x xCapim Capivara Hymenachne amplexicaulis x x x x xCapim Carrapicho Cenchrus echinatus x x x x xCapim Cebola Chloris radiata x x x x x xCapim Choro Eragrostis plana x x x xCapim Colcho Digitaria horizontalis x x x x xCapim Colcho Paspalum plicatulum x x x x x x xCapim Colcho Fino Digitaria ciliaris x x x x xCapim Colcho Pelado Digitaria sanguinalis x x x x xCapim Colcho Tropical Digitaria bicornis x x x xCapim da Praia Echinochloa polystachya x x x x x xCapim da Roa Paspalum urvillei x x x x xCapim de Burro Eleusine indica x x x x x xCapim de Rhodes Chloris distichophylla x x x x xCapim de Vrzea Eriochloa puctata x x x x xCapim do Banhado Panicum dichotomiflorum x x x x x xCapim do Brejo Paspalum modestum x x x x x xCapim Fino Eragrostis acuminata x x x x xCapim Flecha Echinolaena inflexa x x x x x x xCapim Gengibre Paspalum maritimum x x x x x xCapim Gordo Melinis minutiflora x x x x xCapim Marmelada Brachiaria plantaginea x x x x xCapim Membeca Andropogon leucostachyus x x x x x xCapim Milh Paspalum conspersum x x x x xCapim Mimoso Eragrostis ciliaris x x x x xCapim Navalhas Imperata brasiliensis x x x x xCapim Nvoa Eragrostis airoides x x x x xCapim Nung Leptochloa filiformis x x x x xCapim Olmpio Leptochloa virgata x x x x xCapim Orvalho Eragrostis pilosa x x x x x xCapim P de Galinha Chloris gayana x x x x x xCapim Poror Digitaria insularis x x x x x x xCapim Provisrio Hyparrhenia rufa x x x x xCapim Saruva Paspalum dilatatam x x x x x xCapitinga Axonopus conpressus x x x x xCapituva Echinochloa crus-pavonis x x x x xEstaladeira Erianthus angustifolius x x x x x xFalsa Cevada Bromus catharticus x x x xGrama batatais Paspalum notatum x x x x x xGrama de burro Paspalum paniculatum x x x x x x xGrama do Brejo Leersia hexandra x x x x x xGrama Doce Paspalum conjugatum x x x x x xGrama Estrela Cynodon plectostachyus x x x x xGrama Portuguesa Panicum repens x x x x xGrama Seda Cynodon dactylon x x x x xLgrima de J Coix lacryma jobi x x x x x xMilheto Penninsetum americanum x x x xPalha Branca Panicum rivulare x x x x xPastinho D'gua Luziola peruviana x x x x x xP de Galinha Chloris barbata x x x x x xP de Papagaio Dactyloctenium aegyptium x x x x x x xPenacho Cortaderia selloana x x x x x xPensacola Paspalum saurae x x x x xRabo de Burro Andropogon bicornis x x x x xSempre Verde Panicum maximum x x x x x xTanner-Grass Brachiaria subquadripara x x x x

    Fertilidade dos Solos PropagaoESPCIE Proteo Porte Perfilhamento

  • 19

    QUADRO 5 Relao de algumas espcies florestais, com suas respectivas caractersticas e usos especficos para proteo ambiental.

    Nome Comum Nome Cientfico

    Ras

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    Accia Delonix regia 0 - 1200 500-1900 12-35 x x x SombrasAccia Acacia melanoxylon 2000 - 2800 1000-1800 22-30 x x x Controle de erosoAccia Negra Acacia decurrens 2000 - 3000 1000-1800 20-30 x x x Controle de erosoAceituno Vitex cymosa 1100 - 1800 600-1800 18-35 x x x SombrasAliso Alnus acuminata 1700 - 3000 700-1600 13-25 x x x x Proteo em nascentesAliso Alnus jorullensis 1900 - 3300 400-2000 20-33 x x x Controle de erosoAlmendro Terminalia catappa 0 - 1300 600-2000 18-33 x x x x SombrasAmora Clorophora tinctoria 0 - 1100 400-1700 20-35 x x Controle de erosoAnaco Vermelho Erythrina poeppigiana 600 - 1700 1000-1900 20-30 x x x Proteo em nascentesArboloco Polymnia pyramidalis 2300 - 3000 500-2000 18-30 x x x Proteo em nascentesAronecedero Trichanthera gigansea 600 - 1700 500-1800 18-34 x x Controle de erosoArrayam Myrciantes luicoxyla 2800 - 3000 700-1500 20-35 x x x Proteo em nascentesArrayam Myrcia popayanensis 1100 - 2200 600-2000 20-35 x x Controle de erosoBalsa Ochroma pyramidale 0 - 1700 400-1800 18-32 x x x Controle de erosoBamb Bambusa vulgaris 0 - 1600 500-1700 20-32 x x x Proteo em nascentesBucaro Erythrina fusca 500 - 1400 1000-1900 15-30 x x x Proteo em nascentesCana Brava Arundo donax 1300 - 2600 800-1600 18-28 x x x Proteo em nascentesCana Flecha Gynerium sagittatum 0 - 1000 900-1800 12-30 x x x Proteo em nascentesCanafistula Cassia grandis 0 - 1100 600-1800 18-30 x x x SombrasCaracol Anacardium excelsum 0 - 1300 400-1500 15-28 x x x Proteo em nascentesCasuarina Causarina equisitifolia 0 - 2300 600-1600 15-35 x x x Controle de erosoCedro Cedrela odorata 0 - 1600 500-1900 20-35 x x x SombrasCedro de Terra Fria Cedrela montana 1600 - 2800 800-1800 18-35 x x x SombrasCeibo Ceiba pentandra 0 - 1300 600-1900 22-35 x x x Proteo em nascentesChachafruto Erythrina edulis 600 - 1800 1000-1900 20-30 x x x Controle de erosoChilca Baccharis latiforma 2000 - 3000 800-2000 20-33 x Controle de erosoChiripique Delea coerulea 2400 - 3200 500-1200 15-35 x x x Controle de erosoChusque Chusquia scandes 2000 - 3200 700-1600 20-35 x x Proteo em nascentesCipreste Cupressus spp 1200 - 2800 300-1400 13-35 x x x Para uso em sombraCiro Baccharis cassiniaefolia 1800 - 3000 800-1700 20-33 x x Controle de erosoColorado Polylepis quadriguda 2600 - 3600 600-1800 18-30 x x Proteo em nascentesCroton Croton cupreatus 1100 - 1700 600-1200 15-30 x x x Proteo em nascentesCroton Croton funckianus 1600 - 2800 600-1200 15-30 x x x Proteo em nascentesCucharo Clusia multiflora 1800 - 2800 600-1600 20-35 x x Proteo em nascentesDividivi Caesalpinia spinosa 1600 - 2900 300-2000 20-33 x x Controle de erosoDormiln Enterolobium cyclocarpum 0 - 1200 900-1600 20-38 x x x Proteo em nascentesDuraznillo Abaria parviflora 2200 - 3000 1000-1500 19-30 x x Proteo em nascentesEncenilho Weinmannia tomentosa 2400 - 3500 500-2000 20-35 x x Proteo em nascentesErythrina Erythrina rubineria 600 - 1700 1000-1800 17-35 x x x Controle de erosoEspino Duranta mutisu 2000 - 3000 600-2000 20-37 x x Controle de erosoEucalipto Eucalyptus grandis 500 - 2200 400-1200 20-35 x x x SombrasFigueira Ficus soatensis 1800 - 3000 400-1000 15-30 x x x Proteo em nascentesFigueira Ficus tequendama 1800 - 3000 600-1500 20-30 x x x Proteo em nascentesGomo Cordia dentata 0 - 700 500-1900 18-35 x x Controle de erosoGuadua Bambusa guadua 0 - 1900 600-1600 20-35 x x x Proteo em nascentesGualandau Jacaranda caucana 400 - 1700 600-1500 22-28 x x SombrasGuamo Inga codonanthan 900 - 1700 600-1700 15-30 x x x Proteo em nascentesGuamo Inga densiflora 300 - 1700 200-1800 15-30 x x x SombrasGuasimo Guazuma ulmifolla 0 - 1500 700-1500 8-30 x x x Proteo em nascentesGuayacn Bulnesia carrapo 0 - 600 400-1900 17-30 x x Controle de erosoGuayacn Amarelo Lafoensia speciosa 1900 - 2300 700-1500 25-33 x x Proteo em nascentesGuayacn Amarillo Tabebuia chrysantha 100 - 1900 700-1900 18-35 x x SombrasGuayacn Rosado Tabebuia rosea 0 - 1800 500-1800 18-35 x x x Controle de erosoHayuelo Dodonea viscosa 2200 - 2900 700-1800 15-35 x x Controle de erosoHiguern Oeropanax bogolense 2300 - 3000 500-1500 18-30 x x Proteo em nascentesJalapo Albizia carbonaria 600 - 1800 600-1600 13-25 x x x SombrasJunco Viburnum triphyllum 2400 - 3000 400-1700 18-32 x x x Proteo em nascentesLaurel Myrica pubescens 2000 - 2800 500-1600 20-35 x x Proteo em nascentesLeucena Leucaena lucocephala 0 - 1500 600-1800 20-33 x x x x Controle de erosoMatarratn Gliricidia sepium 0 - 1500 400-1900 25-35 x x x Controle de erosoMelina Gmelina arborea 0 - 1000 600-1200 10-30 x x x SombrasMimbre Salix viminalis 1600 - 2800 600-1700 18-33 x x x Proteo em nascentesMncoro Cordia alliodora 100 - 1800 700-1800 10-35 x x x SombrasMortinho Hesperomeles goudotiona 2600 - 3200 900-1800 12-30 x x Proteo em nascentesNauno Psiudosamemea quachapele 0 - 1300 700-1800 18-33 x x x Controle de erosoNogal Julglans neotropica 1600 - 2500 500-2000 22-28 x x SombrasPata de Galinha Oreopanax floribundum 2000 - 2900 600-1600 17-30 x x Proteo em nascentesPeroba Rosa Aspidosperma polyneurom 0 - 600 600-1800 20-33 x Proteo em nascentesPinio Prumnopitys montana 1900 - 3000 700-1800 20-35 x x x SombrasPino Colombiano Decussocarpus rospigliosi 1000 - 2800 400-1800 15-30 x x x Controle de erosoPinus Decussocarpus rospigliosi 1700 - 2900 400-1500 20-30 x x x Proteo em nascentesPinus Pinus oocarpa 300 - 2200 400-1600 20-35 x x x SombrasPinus Pinus patula 800 - 3300 400-1600 13-30 x x x SombrasPinus Podocarpus oleifolius 1800 - 3200 400-1600 20-35 x x x SombrasRetamo Cytisus monospessulans 2000 - 2900 600-1500 05-40 x x x Controle de erosoRoblei Quercius humboldtil 2000 - 2800 700-1500 18-33 x x SombrasSalix Salix humboldtiana 300 - 2800 800-1600 20-33 x x x Controle de erosoSaman Pithecellobium saman 400 - 1300 400-1600 18-33 x x SombrasSaman Samanea saman 0 - 1200 700-2000 18-33 x x x SombrasSete Casca Tibouchina lepidota 2000 - 3000 400-1600 20-33 x x x Proteo em nascentesTachuelo Solanum ovalifolium 2000 - 3000 500-2000 20-35 x x Proteo em nascentesTeca Tectona grandis 0 - 1000 700-1900 20-33 x x x x SombrasTerminalia Terminalia catappa 0 - 1300 500-1700 18-33 x x x x SombrasTobo Escallonia paniculata 2000 - 2800 1000-2000 20-33 x x Proteo em nascentesTuno Miconia squamulosa 2500 - 3500 500-1500 18-35 x x Proteo em nascentesUrapm Fraxinus chinensis 1500 - 2800 500-1200 18-30 x x x SombrasUva de Anis Cavendishia cordifolia 2000 - 3000 500-1900 10-35 x x Proteo em nascentesVara Branca Aegiphila grandis 1000 - 2000 600-2000 25-35 x x Sombras

    ESPCIE Razes Reproduo

    Uso PrincipalTemp. (C)Precipitao (mm / ano)Altitude

    (m)

  • 20

    7.1.1. Alfafa (Medicago sativa) Principais caractersticas: Originria da sia Central e da Armnia a Alfafa uma leguminosa perene de vero, com caule de hbito ereto. Os caules de alfafa so folhosos e saem da coroa da planta, prximo da superfcie do solo, podendo atingir de 0,60 a 0,90 m de estatura. O sistema radicular profundo, podendo atingir at 80 cm de profundidade. As folhas so trifoliadas, compostas de fololos oblongos. As flores so poucas e possuem colorao em tons de azulado a violcea, em racemos de 15 a 30 cm. Adaptao: , provavelmente, a leguminosa de mais ampla adaptao no mundo e cresce em clima temperado, tropical e subtropical. Produz grandes quantidades de forragem nas regies de clima temperado, principalmente no perodo quente. Por sua qualidade e produo, essa leguminosa reconhecida mundialmente como a "rainha das forrageiras". uma das forrageiras de mais elevado valor, muito apreciada por animais, tanto em forma de feno como em pastejo direto. A alfafa cresce bem dos 200 aos 3.000 m acima do nvel do mar, no embora a melhor adaptao seja entre 700 e 2.800 m. a leguminosa mais adaptada a solos neutros ou alcalinos. Plantio: Planta de clima temperado a quente. Depois de estabelecida, suporta substanciais quedas de temperatura, assim como apresenta grande resistncia a seca, pois possui sistema de razes profundo. Embora seja usada em solos profundos, permeveis e de considervel fertilidade natural, pode ser estabelecida em praticamente todos solos, desde que corrigidos, em profundidade, quanto acidez e fertilidade. espcie exigente em pH e em fertilidade. No suporta excesso de umidade, mas esta, quando em quantidade adequada, um dos principais fatores de produo da alfafa, sendo uma das forrageiras que melhor responde irrigao. A poca de semeadura de alfafa no outono (abril) ou na primavera (setembro). A primeira poca a mais adequada, pois: a) as plantas sofrem menos a concorrncia de plantas daninhas; b) ao chegar o vero, j esto com razes bem desenvolvidas, o que possibilita maior resistncia secas; c) ganha-se tempo, pois na primavera j se poder us-la. A profundidade de semeadura deve ser ao redor de 2 cm, ou menos. Maiores produes so obtidas com 180 plantas/m2. A alfafa pode ser estabelecida sob sistema de plantio direto e apresenta autotoxicidade, o que limita sua semeadura por determinados perodos na rea em que ela j era cultivada. Com manejo e adubao adequados, a alfafa permite de 6 a 8 cortes, produzindo no mnimo 10 t/ha/corte. Propaga-se atravs de sementes provenientes da polinizao cruzada, podendo produzir em torno de 300 a 400 kg/ha. A altura ideal do corte de 3 a 5 cm do solo, Consorciao: Normalmente usada com exclusividade, sem consorciao. Principais usos: Usada como forragem verde e conservada, pasto, concentrado, alimento humano, adubo verde e cobertura de solo.

    ALFAFA (Medicago sativa)

    Tipo de Solo Mdia e alta fertilidade

    Temperatura 6 a 30C

    ndice de chuva / Ano 900 a 1.500 mm

    Consorciao Uso exclusivo

    Adubao NPK + Adubo orgnico

    Profundidade de plantio 1,0 a 2,0 cm

    Hbito de crescimento Herbcea

    Tolerncia Baixas temperaturas

    Utilizao Pastoreio Feno Corte

    Biomassa 80 t/ha

    Semeadura Em linha a lano 30

    Preparo do solo Bem destorroado Nivelado

    Tempo de formao 100 a 120 dias

  • 21

    7.1.2. Calopognio (Calopogonium mucunoides) Principais caractersticas: Originria da Amrica do Sul Tropical o Calopognio uma planta vigorosa, trepadora e volvel, pilosa, formando uma massa emaranhada de folhagem de 20 a 40 cm de altura. Adaptao: uma planta que cresce em clima quente e mido, sendo cultivada nos trpicos desde o nvel do mar at 2.000 m de altitude, embora seu melhor desempenho seja registrado entre 300 e 1.800 m. uma planta de crescimento de vero, tornando-se perene em climas midos com precipitao acima de 1.100 mm. J em regies com estao seca ou ocorrncia de geadas fracas, perde as folhas e pode morrer durante o perodo seco, mas se regenera na estao chuvosa, por ressemeadura natural, formando uma densa camada de vegetao num perodo de 4 a 5 meses. A temperatura tima de crescimento situa-se em torno de 30C, no tolerando geadas mais severas. Cresce em solos midos, apresentando boa tolerncia a inundao. Adapta-se a solos leves e pesados, desenvolvendo-se bem em solos com pH 4,5 a 5,0. Pouco se sabe sobre sua capacidade de fixao de nitrognio. Recentemente est sendo usada para controle de eroso, podendo tambm ser incorporada ao solo como adubo verde. Floresce em maio e matura as sementes em junho. Plantio: Propaga-se atravs de sementes com alta porcentagem de pureza at 95% utilizando-se 3 a 4 kg/ha. Produz de 200 a 300 kg/ha de sementes por ano. Consorciao: Pode ser feita com capim fino, setrias, pangola, colonio e jaragu. Principais usos: No palatvel ao gado, embora se possa com-lo durante a estao seca. utilizado para pastoreio com gramneas, como pasto de corte ou para feno e em reas degradadas e eroses.

    CALOPOGNIO (Calopogonium mucunoides)

    Tipo de Solo midos e bem drenados

    Temperatura 15 a 35 C

    ndice de chuva / Ano 700 a 1.500 mm

    Consorciao Todas gramneas

    Adubao Conforme anlise do solo

    Profundidade de plantio 1,0 a 2,0 cm

    Hbito de crescimento Trepador

    Tolerncia Alagamento e acidez

    Utilizao Fenao / Pastoreio em consrcio com gramneas

    Biomassa 35 t/ha

    Semeadura Em linha, a lano e covas

    Preparo do solo Bem destorroado

    Tempo de formao 120 dias

  • 22

    7.1.3. Centrosema (Centrosema pubescens) Principais caractersticas: Originria da Amrica do Sul a Centrosema uma leguminosa perene, herbcea, trepadora e com razes profundas, apresentando at 2 m de altura e de desenvolvimento rpido. Ocorre em varias regies do Brasil. Adaptao: Recomendada para locais onde a precipitao anual de 900 a 1.500 mm ou mais e a temperatura mdia anual oscila entre 20C e 30C, vegeta desde o nvel do mar at os 2.000 m de altitude. Tem sido usada em reas livres de geadas e frio. uma planta difcil de se estabelecer na sombra e razoavelmente resistente a seca. Prospera em solos pobres e secos e em solos frteis recomendada para um crescimento timo. No tolera excesso de umidade. usada, principalmente, em pastoreio. O estabelecimento lento mas definitivo quando efetivado. muito palatvel e apresenta alto teor de protenas (18% a 22%). Apresenta grande capacidade de fixao de nitrognio, cerca de 280 kg/ha/ano. Plantio: Propaga-se por sementes provenientes da autofecundao, usando-se de 4 a 5 kg/ha, as quais devem ser escarificadas em decorrncia da alta porcentagem de dureza que apresentam. A semeadura deve ser feita a lano ou em linhas. Consorciao: Consorcia-se com a maioria dos capins, como gordura, pangola, jaragu e brachiria. Principais usos: usada principalmente em pastoreio e adubao verde. Como apresenta raiz profunda, at 70 cm, pode ser utilizada com sucesso na estabilizao de taludes e eroses.

    CENTROSEMA (Centrosema pubescens)

    Tipo de Solo Baixa fertilidade

    Temperatura 20 a 30C

    ndice de chuva / Ano 900 a 1.500 mm

    Consorciao Meloso, jaragu e brachiria

    Adubao Fosfatada no plantio

    Profundidade de plantio 1,0 a 2,0 cm

    Hbito de crescimento Trepadora

    Tolerncia Seca

    Utilizao Pastoreio e adubao verde

    Biomassa 20 t/ha

    Plantio A lano, em linhas

    Preparo do solo Bem destorroado

    Tempo de formao 90 a 120 dias

  • 23

    7.1.4. Crotalria (Crotalaria juncea) Principais caractersticas: Originria da ndia Tropical a Crotalria uma leguminosa anual, de crescimento arbustivo, podendo atingir 2 m de altura, de flores amarelas e com vagens inserindo-se no topo da planta. O seu florescimento ocorre no perodo de maro/abril e a maturao das sementes entre maio e junho. Possui crescimento muito rpido e vigoroso, apresentando um bom controle de ervas daninhas e, tambm uma boa produo de massa verde e fixao de nitrognio. M hospedeira de nematides, contribuindo para a diminuio desta populao. Adaptao: uma cultura muito utilizada na adubao verde e cobertura do solo, por ser uma planta pouco exigente em gua e com grande potencial de fixao biolgica de nitrognio. A crotalria responde como planta de dia curto, ou seja, seu florescimento ocorre mais cedo. Solos cidos e encharcados devem ser evitados. susceptvel murcha e tambm afetada por percevejos e pela lagarta das vagens. Plantio: A semeadura vai depender da finalidade para a qual esta leguminosa explorada. Quando for para adubao verde, deve-se semear num espaamento de 50 cm entre as linhas, gastando-se em mdia 20 kg/ha de sementes, deixando cair 50 sementes por metro linear de sulco e incorporar no florescimento. Outra finalidade a produo de fibras para a fabricao de papel. Deve-se semear em sulcos distanciados entre 20 e 60 cm, utilizando-se de 20 a 30 kg/ha de sementes. Neste caso, a colheita feita 150 dias aps o plantio, rendendo de 2,5 a 5,0 t.fibra/ha. O plantio de outubro a dezembro. Consorciao: Consorcia-se com culturas perenes, como Brachirias, Jaragu e Andropogon. Principais usos: Utilizada na adubao verde e cobertura do solo por ser uma planta pouco exigente. Apresenta caractersticas essenciais para a melhoria da qualidade do solo, tais como a fcil nodulao e o grande potencial de fixao de nitrognio.

    CROTALRIA (Crotalaria juncea)

    Tipo de Solo Mdio

    Temperatura 15 a 35 C

    ndice de chuva / Ano 900 a 1.500 mm

    Consorciao Com culturas perenes

    Adubao Fosfatada no plantio

    Profundidade de plantio 2,0 cm

    Hbito de crescimento Arbustivo

    Tolerncia Seca

    Utilizao Adubao verde fibra

    Biomassa 30 t/ha

    Plantio Em linha, a lano e covas

    Preparo do solo Bem destorroado e nivelado

    Tempo de formao 60 a 90 dias

  • 24

    7.1.5. Crotalria (Crotalaria spectabilis) Principais caractersticas: Originria da ndia Tropical uma leguminosa anual, de crescimento subarbustivo, podendo atingir entre 0,70 e 1,0 m de altura, de flores amarelas e com vagens inserindo-se no topo da planta. O seu florescimento ocorre no perodo de maro/abril e a maturao das sementes entre maio e junho. Possui crescimento muito rpido e vigoroso, apresentando um bom controle de ervas daninhas e, tambm uma boa produo de massa verde e fixao de nitrognio. M hospedeira de nematides, contribuindo para a diminuio da populao destes. Adaptao: Introduzida no Brasil para ser cultivada como adubo verde. Contudo, tem perpetuado nos solos agrcolas como indesejvel, devido existncia de sementes duras que vem a germinar nos anos seguintes junto s culturas implantadas em seqncia. Ocorre espontaneamente em pastagens, beiras de estradas e terrenos baldios. considerada txica ao gado. tambm cultivada para o controle de nematides e para a cobertura do solo. pouco exigente em gua e tem grande potencial de fixao biolgica de nitrognio. A crotalria responde como planta de dia curto, ou seja, seu florescimento ocorre mais cedo. Deve-se evitar solos cidos e encharcados. susceptvel murcha e tambm afetada por percevejos e pela lagarta das vagens. Plantio: A semeadura vai depender da finalidade para a qual explorada esta leguminosa. Quando for para adubao verde, deve-se semear num espaamento de 50 cm entre as linhas, gastando-se em mdia 20 kg/ha de sementes, deixando cair 50 sementes por metro linear de sulco e incorporar no florescimento. Uma outra finalidade a produo de fibras para a fabricao de papel, e deve-se semear em sulcos distanciados de 20 a 60 cm, gastando-se de 20 a 30 kg/ha de sementes. Neste caso, a colheita feita 150 dias aps o plantio, rendendo de 2,5 a 5,0 t.fibra/ha. O plantio de outubro a dezembro. Consorciao: Consorcia-se com gramneas como: Barchirias, Jaragu e Andropogon. Principais usos: Utiliza-se na adubao verde e cobertura do solo por serem plantas pouco exigentes. Apresenta caractersticas essenciais para a melhoria da qualidade do solo, tais como a fcil nodulao e o grande potencial de fixao de nitrognio.

    CROTALRIA (Crotalaria spectabilis)

    Tipo de Solo Mdio

    Temperatura 15 a 35 C

    ndice de chuva / Ano 900 a 1.500 mm

    Consorciao Com culturas perenes

    Adubao Fosfatada no plantio

    Profundidade de plantio 2,0 cm

    Hbito de crescimento Arbustivo

    Tolerncia Seca

    Utilizao Adubao verde fibra

    Biomassa 60 t/ha

    Plantio Em linha, a lano e covas

    Preparo do solo Bem destorroado e nivelado

    Tempo de formao 60 a 90 dias

  • 25

    7.1.6. Estilosante (Stylosanthes guianensis) Principais caractersticas: Originria do Brasil o Estilosante uma leguminosa perene, semi-ereta, podendo atingir 2,50 m de altura, no segundo ano. Adaptao: Apresenta excelente adaptao aos solos cidos e de baixa fertilidade, mas responde bem adubao. Adapta-se bem s condies climticas da regio dos Cerrados com vero quente e chuvoso, e invernos frios e secos. Quando plantada em rede nacional de ensaios, mostrou excelente adaptao e desempenho desde Roraima at So Paulo e Mato Grosso do Sul. Destacam-se ainda as seguintes caractersticas: grande produo de matria seca; alta reteno de folhas no perodo seco; grande resistncia ao pastejo e pisoteio; grande capacidade de consorciao; resistncia a pragas e doenas; boa aceitao pelos animais. moderadamente tolerante geada e vegeta razoavelmente bem sombra. Plantio: O preparo do solo o mesmo utilizado para a formao de outras pastagens, ou seja, arao e gradagem. Entretanto, deve-se evitar que a semeadura seja feita com o solo demasiadamente pulverizado (fofo). Plantios aps dezembro, alm de retardar a utilizao da pastagem ou banco de protena, reduzem a produo de sementes. No estabelecimento de pastagens consorciadas com estilosantes Mineiro ou a sua introduo em pastagens j estabelecidas ou degradadas, recomendada a taxa de semeadura de 1,5 kg/ha de sementes, previamente escarificadas. Quando plantado com capim Andropogon, a taxa de semeadura poder ser reduzida a 1,0 kg/ha de sementes. No estabelecimento de banco de protena, a taxa de semeadura de 2,0 a 2,5 kg/ha de sementes. A distribuio das sementes, no plantio, poder ser efetuada a lano (na superfcie) ou em linhas, espaadas de 0,40 a 1,00 m. Para bancos de protena, o espaamento entre linhas dever ser de 0,40 a 0,60 m. A profundidade de semeadura no deve ser superior a 2,0 cm. A semeadura em linhas, devido ao pequeno volume das sementes, poder ser facilitada atravs da mistura das sementes com adubos fosfatados (10 a 15% do fsforo recomendado para o estabelecimento). Esta adubao, alm de facilitar a distribuio das sementes, favorece o estabelecimento da leguminosa. Consorciao: Consorcia-se com andropogon, capim gordura, capim bfalo, setaria e kazangula. Principais usos: Apresenta alta resistncia ao pastejo e pisoteio, tanto em pastagens consorciadas como exclusivas desta leguminosa.

    Estilosante (Stylosanthes guianensis)

    Tipo de Solo Baixa fertilidade

    Temperatura 15 a 35C

    ndice de chuva / Ano 800 a 2.000 mm

    Consorciao Capim gordura, setria e andropogon

    Adubao Fosfatada no plantio

    Profundidade de plantio 1,0 a 2,0 cm

    Hbito de crescimento Ereto

    Tolerncia Pragas, geada, sombra

    Utilizao Pastagens e adubao verde

    Biomassa 30 t/ha

    Plantio Em linhas

    Preparo do solo Bem destorroado

    Tempo de formao 90 a 120 dias

  • 26

    7.1.7. Feijo de Porco (Canavalia ensiformis) Principais caractersticas: Originria da Amrica Tropical, o Feijo de Porco uma leguminosa anual, herbcea, no trepadora, atingindo de 0,60 a 1,20 m de altura. Seu crescimento lento, mas desenvolve-se bem em solos de baixa fertilidade. Adaptao: Planta anual bastante rstica, resiste altas temperaturas e seca. de crescimento mais ou menos lento, embora produza grande quantidade de massa por rea. Tolera relativamente o sombreamento parcial. Plantio: Propaga-se por sementes produzidas na quantidade de 800 a 1.200 kg/ha e que podem ser armazenadas por um ano. O plantio feito em covas, em linhas ou a lano. Consorciao: Facilmente consorciado com gramneas brachiarias, andropogon, Jaragu e colonio. Tambm pode consorciar-se com outras leguminosas como calopognio e soja perene. Principais usos: Pouco usada na formao de pastagens em vista da pequena aceitabilidade por parte dos animais. Tem grande utilizao para adubao verde, para controle de eroso e para uso em rao.

    FEIJO DE PORCO (Canavalia ensiformis)

    Tipo de Solo Baixa fertlidade

    Temperatura 15 a 30C

    ndice de chuva / Ano 600 a 2.000 mm

    Consorciao Com gramneas

    Adubao Fosfatada no plantio

    Profundidade de plantio 2,0 a 3,0 cm

    Hbito de crescimento Ereto

    Tolerncia Seca, fogo e sombra

    Utilizao Adubao verde e controle de eroso.

    Biomassa 20 t/ha

    Plantio Covas, lano e linhas

    Preparo do solo Bem destorroado

    Tempo de formao 120 a 150 dias

  • 27

    7.1.8. Feijo Guandu (Cajanus cajan) Principais caractersticas: Originria da frica Tropical Ocidental, o Feijo guandu uma leguminosa perene, de forma arbustiva e agressiva no desenvolvimento. Apresenta alto teor de protenas, e seu sistema radicular profundo, podendo melhorar as reas instveis. Adaptao: Cresce bem desde o nvel do mar at 1.800 m de altitude e em zonas com precipitao desde 500 a 2.000 mm. As temperaturas mdias so favorveis entre 20C e 35 C. Desenvolve-se mais ou menos em solos pobres cujo pH est entre 5,5 e 6,0. Entretanto, seu comportamento e desenvolvimento so melhores quando se semeia em solos soltos ou francos, com boa drenagem e pH superior a 6,0. Plantio: Plantio mais comum na poca das chuvas, gastando-se 20kg/ha de sementes de boa qualidade. Pode ser feito em linhas espaadas de 70cm. Pode ser semeado em linhas distanciadas 50 cm umas das outras. Propaga-se por sementes que produz em abundancia (1.500 kg/ha) e que podem ser armazenadas em condies ambientais por mais ou menos 1 a 1,5 ano. Para a formao de pastagens pode-se gastar 40 kg de sementes/ha, semeando-se com espaamento de 0,20 a 1,00m, a uma profundidade de 3 a 5 cm. Para incorporao no solo como adubo verde podem ser usados 300 kg de sementes a lano. Na pastagem, com maior espaamento, pode ser usados de 20 a 25 kg de sementes/ha. Reproduz-se sexualmente por polinizao cruzada com alguma taxa de autofecundao. Consorciao: Associa-se com Siratro, Puerria, Calopognio, Arachis pintoi. Principais usos: Pode ser utilizada como pasto de corte ou fenao, cortando-se a 10 a 15 cm do solo, como pasto de ramos, para ensilagem, como adubo verde, para obteno de farinha (usada na alimentao de aves) ou para consumo humano como fonte de protena, utilizando o gro no estado semi-madura. O gro maduro pode ser usado na fabricao de concentrados.

    FEIJO GUANDU (Cajanus cajan)

    Tipo de Solo Fraco

    Temperatura 20 a 35C

    ndice de chuva / Ano 500 a 2.000 mm

    Consorciao Brachirias e Panicuns

    Adubao Fosfatada no plantio

    Profundidade de plantio 2,0 a 3,0 cm

    Hbito de crescimento Arbustivo

    Tolerncia Secas, frio, encharcamento e cigarrinhas.

    Utilizao Corte Adubao Verde Pastoreio

    Biomassa 30 t/ha

    Plantio Em linha, a lano e covas.

    Preparo do solo Bem destorroado e nivelado

    Tempo de formao 120 dias

  • 28

    7.1.9. Girassol Forrageiro (Helianthus annuus) Principais caractersticas: Originaria do Peru, o Girassol Forrageiro uma espcie anual adaptada a diferentes regies agroclimticas, desde climas temperados at regies tropicais. Apresenta raiz pivotante, que pode atingir profundidades superiores a 1m. Seu caule robusto e ereto e atinge de 1,8 a 2m de altura. Adaptao: Tem um ciclo vegetativo curto e se adapta perfeitamente a condies de solo e clima pouco favorveis. Prefere solos argilosos, mas comporta-se bem em vrios tipos de solos, desde que bem drenados. O girassol se desenvolve bem em solos com pH entre 6,0 e 6,5, bem drenados, no sujeitos a inundao, com maior rendimento em solos argilosos, de textura mdia, preferencialmente frteis. A cultura do girassol uma das mais tolerantes escassez de umidade no solo, em razo, principalmente, ao seu sistema radicular profundo. As necessidades hdricas do girassol para mximo rendimento esto entre 500 e 700 mm de gua, bem distribuda ao longo do ciclo. Esta necessidade aumenta com o desenvolvimento da planta: parte de 0,5 a 1 mm/dia durante a fase de semeadura emergncia, atingindo um mximo de 6 a 7 mm/dia na florao e no enchimento de gros e decresce aps esse perodo. Bastam 250 mm de chuva bem distribudas durante seu ciclo para bons ndices de produtividade. A temperatura tima mdia diria deve ser maior que 5C; durante o crescimento deve variar de 15C a 30C; durante o florescimento at a colheita de 20C a 30C, sendo tolerada a faixa de temperatura 10C a 34C, sem reduo significativa da produo. Plantio: Propaga-se por sementes e o semeio deve ser feito no perodo chuvoso, em solo bem preparado. Seu sistema radicular bem desenvolvido, atingindo camadas mais profundas no solo. recomendvel cerca de 20 kg/ha de sementes. Consorciao: Consorcia-se com milheto, calopognio, soja perene, milho e sorgo. Principais usos: Utilizada para adubao verde devido a seu rpido desenvolvimento inicial, sua eficincia na reciclagem de nutrientes e por ser um agente protetor de solos contra a eroso e a infestao de espcies invasoras. Alm disso, utilizada tambm na produo de alimentos, leo, silagem. Apresenta alta produtividade de biomassa, com cerca de 70 t/ha. O ciclo da cultura rpido (120 dias).

    GIRASSOL FORRAGEIRO (Helianthus annuus)

    Tipo de Solo Todos

    Temperatura 10 a 34C

    ndice de chuva / Ano 500 a 700 mm

    Consorciao Milho/Sorgo

    Adubao Fosfatada no plantio

    Profundidade de plantio At 5,0 cm

    Hbito de crescimento Ereto

    Utilizao Produo de alimentos, leo, silagem

    Biomassa 70 t/ha

    Plantio Em linha e a lano

    Preparo do solo Bem destorroado

    Tempo de formao 120 dias

  • 29

    7.1.10. Grama Amendoim (Arachis pintoii) Principais caractersticas: Originria do Brasil, a Grama Amendoin uma leguminosa perene, de crescimento rpido, em forma de touceiras. de porte rasteiro e proporciona um bom recobrimento do solo. Pode ser indicado para adubao verde, proteo do solo e jardins. Adaptao: Tem apresentado excelente desenvolvimento em vrios tipos de solos, de mdia a baixa fertilidade e solos arenosos. No tolera solos midos ou mal drenados e requer precipitao anual entre 800 a 1.200 mm. Apresenta grande capacidade de fixao de nitrognio, variando de 150 a 180 kg/ha/ano, e produo de biomassa de 5 a 8 toneladas/ha/ano. Plantio: Preferencialmente nas estaes chuvosas. O plantio pode ser feito atravs de sementes ou mudas. H necessidade de preparo do solo e uma semeadura bem superficial, evitando deixar sementes expostas. A recomendao se plantar de 20 a 40kg de sementes por hectare. Consorciao: Pode ser consorciado com brachirias humidcola, decumbens e dictyoneura. Principais usos: Indicado para culturas perenes como pomares, com o objetivo de controlar eroses, competir com as ervas daninhas e fixar nitrognio atmosfrico. recomendada como forrageira e cobertura verde em pomares e outras culturas perenes em diversos pases.

    GRAMA AMENDOIM (Arachis pintoii)

    Tipo de Solo Mdio a frtil

    Temperatura 10 a 35 C

    ndice de chuva / Ano 800 a 1.200 mm

    Consorciao Brachirias em geral

    Adubao Fosfatada no plantio

    Profundidade de plantio 0,5 a 1,0 cm

    Hbito de crescimento Rasteiro

    Tolerncia Geada

    Utilizao Pastoreio, jardins e proteo do solo

    Biomassa 8 t/ha

    Plantio Em linha, a lano e covas

    Preparo do solo Bem destorroado e fofo

    Tempo de formao 90 a 120 dias

  • 30

    7.1.11. Lab-Lab (Dolichos lablab) Principais caractersticas: Originria da frica, o Lab-lab uma leguminosa anual ou bianual (dependendo do manejo), possuindo hastes longas, rasteiras, flexveis e volveis (trepadeira). Possui um crescimento inicial no muito rpido, mas aps 40 ou 60 dias, nota-se um crescimento bem vigoroso, proporcionando excelente cobertura do solo. Destaca-se por sua capacidade de melhorar o solo em vista de sua alta produo de biomassa e facilidade de decomposio no solo. Adaptao: Desenvolve-se bem em diversas condies de clima e solo, mas prefere climas quentes e com precipitaes anuais acima de 800 mm e solos frteis, isentos de umidade e acidez excessiva. Resiste bem a seca, tolerando o frio, mas no geadas. Plantio: O plantio exclusivo deve ser efetuado na primavera, em sulcos espaados de 50 60 cm, com 25 kg/ha de sementes ou a lano, aumentando esta quantidade em 40%. Pode-se tambm cultiv-lo junto com o milho; deve ser semeado aps a ltima capina, utilizando-se assim, de 15 a 20 kg/ha de sementes. Rendimento de 2 a 5 t/ha foi obtido 54 dias aps o plantio, em condies de tempo chuvoso. Como forrageira verde recomenda-se o plantio de 30 kg/ha. Pode ser plantado desde o comeo de setembro at fins de fevereiro. Essas reas estaro prontas para o pastoreio, geralmente, 8 semanas depois. Consorciao: Juntamente com o Milho ou o Sorgo, para obteno da chamada palhada verde ou ensilagem. Principais usos: Adubao verde, roando e incorporando ao solo 10 dias aps o inicio da florao. Pode tambm ser utilizada na forma verde, sendo bem aceita pelos animais, mas deve-se tomar o cuidado no fornecimento, pois pode causar empanzinamento.

    LAB-LAB (Dolichos Lablab)

    Tipo de Solo Fraco

    Temperatura 20 a 30C

    ndice de chuva / Ano 800 a 1.500 mm

    Consorciao Milho Sorgo

    Adubao Fosfatada no plantio

    Profundidade de plantio 2,0 a 3,0 cm

    Hbito de crescimento Rasteiro Trepador

    Tolerncia Secas, cigarrinha

    Utilizao Adubao Verde Pastoreio Leve

    Biomassa 35 t/ha

    Plantio Em linha, a lano

    Preparo do solo Bem destorroado e nivelado

    Tempo de formao 120 dias

  • 31

    7.1.12. Leucena (Leucaena leucocephala) Principais caractersticas: Originria do Mxico, a Leucena uma leguminosa perene, ereta, arbrea, ramificada que atinge de 4 a 7 m de altura. Sua disseminao vem aumentando descontroladamente em todas regies tropicais do pas. Adaptao: Desenvolve-se bem a altitudes de 150 m at 1.500 m. O sistema radicular profundo e o movimento das folhas xerofticas da leucena contribuem grandemente para sua resistncia secas, porm, apesar dessas caractersticas, a estacionalidade de produo ainda persiste. A faixa de precipitao pluviomtrica para essa leguminosa bastante ampla, de 700 a 4.000 mm por ano. sensvel temperatura, com preferncia por locais quentes. Desenvolve-se bem em solos calcrios ou com pH prximo da neutralidade, entretanto tolera bem a acidez e cresce sob condies de baixa fertilidade. particularmente freqente na regio sudeste, onde pode ser encontrada infestando reas de pastagens, beira de estradas, pomares, lavouras perenes e terrenos baldios. Plantio: Convm assinalar que a leucena tem um crescimento inicial muito lento, apresentando quase sempre grandes dificuldades de estabelecimento. O plantio pode ser feito em faixa de 6 a 10 m, em linhas duplas, guardando entre si espaamento de 1m. Recomenda-se a utilizao de 40 a 60 sementes por metro linear, com valor cultural prximo de 70%, em linhas distanciadas de 2 m. Propaga-se atravs de sementes que devem ser escarificadas. Estas so produzidas em grandes quantidades, 300 a 800 kg/ha, que retm sua viabilidade por 2 a 3 anos. Para um hectare podem ser usados de 4 a 5 kg de sementes em linhas distanciadas em 50 cm. Consorciao: feita com Brachiaria decumbens, pangola, Cenchrus ciliaris, estrela, bermuda e outros capins bastante agressivos. Principais usos: Produo de lenha para energia, incorporao de nitrognio no solo e recuperao de reas degradadas.

    LEUCENA (Leucaena leucocephala)

    Tipo de Solo Baixa fertilidade

    Temperatura 15 a 35C

    ndice de chuva / Ano 700 a 4.000 mm

    Consorciao Com gramneas.

    Adubao Fosfatada no plantio

    Profundidade de plantio 2,0 a 3,0 cm

    Hbito de crescimento Arbustivo

    Tolerncia Seca e fogo

    Utilizao Recuperar rea degradada, lenha

    Biomassa 40 t/ha

    Plantio Em linhas, covas

    Preparo do solo Arao simples

    Tempo de formao 120 a 150 dias

  • 32

    7.1.13. Mucuna Preta (Mucuna aferrima) Principais caractersticas: Originria do Sudeste da sia e difundida em quase todos os pases tropicais, a Mucuna Preta uma leguminosa anual de habito rasteiro e trepador, com caules finos flexveis e de folhas compostas de trs grandes fololos. A Mucuna uma planta rstica, de fcil cultura, proporcionando grande rendimento de biomassa e tima qualidade de matria orgnica, possuindo, por isso, excelente capacidade de melhoramento do solo e restaurao de solos esgotados. considerada uma das melhores leguminosas para adubao verde. Est sendo muito usada para controle de nematides do solo. Adaptao: Adapta-se a climas tropicais e sub-tropicais. pouco exigente em solo, mas no vegeta bem nos solos pobres e cidos, assim como no tolera umidade excessiva. resistente a seca, sombra, altas temperaturas e ligeiramente resistente ao encharcamento. Plantio: A poca de semeadura de outubro a dezembro e a colheita, de junho a julho. Tem um estabelecimento rpido, competindo com as ervas daninhas. Utiliza-se a densidade de semeadura de 12 a 60 kg/ha e as sementes devem ser colocadas a uma profundidade de 4 a 6 cm do nvel do solo. O plantio exclusivo deve ser feito na primavera em sulcos espaados de 50 a 60 cm, na base de 50 kg/h, se for a lano, aumentar a quantidade em 50%. Pode-se cultiv-la tambm com o milho, neste caso, deve-se plant-la logo aps a capina, utilizando-se-se de 20 a 30kg/ha. Propaga-se por sementes com alto poder germinativo que mantm sua viabilidade por 2 a 3 anos. Consorciao: Consorcia-se com capim colonio, jaragu e braquiria. Principais usos: Pode ser utilizada no controle da eroso, como adubo verde e alimentao de gado por meio de feno e silagem de boa qualidade. A palatabilidade relativamente baixa. Altamente recomendada para incorporao no solo, pela grande agressividade e alta produo de matria verde por rea.

    MUCUNA PRETA (Mucuna aferrima)

    Tipo de Solo Todos

    Temperatura 20 a 35C

    ndice de chuva / Ano 700 a 1.500 mm

    Consorciao Colonio, jaragu e braquiria

    Adubao Fosfatada no plantio

    Profundidade de plantio 4,0 a 6,0 cm

    Hbito de crescimento Rasteiro e Trepador

    Tolerncia Secas Temperaturas Altas

    Utilizao Adubao Verde Feno

    Biomassa 45 t/ha

    Plantio Em linha, a lano e covas

    Preparo do solo Bem destorroado e nivelado

    Tempo de formao 180 dias

  • 33

    7.1.14. Nabo Forrageiro (Raphanus sativus) Principais caractersticas: Originria da parte sul da Europa, o Nabo Forrageiro uma crucfera anual de inverno, herbcea, ereta, muito ramificada, dotada de plos speros. A raiz pivotante, s vezes tuberosa, podendo atingir de 1,00 a 1,80 m de estatura. As folhas so alternadas entre 12 e 15 cm de comprimento, com longo lobo terminal. Por sua vez, as folhas superiores ou caulinares tambm so alternadas. As inflorescncias do nabo-forrageiro situam-se nas partes terminais do caule, em racemos longos, com flores predominantemente brancas, s vezes roxas ou brancas com matizes roxos ou lilases. Adaptao: Est entre as mais antigas espcies usadas na produo de leo, sendo cultivado, principalmente, na sia Oriental. Em cultivo prximo a outras espcies do gnero Raphunus, como nabo comestvel, rabanete e nabia ou nabo comum (planta daninha de inverno), poder ocorrer fecundao cruzada. O nabo-forrageiro acentuadamente precoce. Apresenta maior rusticidade que colza, mostarda e outras crucferas. O nabo-forrageiro tem demonstrado elevada capacidade de reciclagem de nutrientes, principalmente nitrognio e fsforo, o que o torna uma planta de cobertura vantajosa em sistemas de rotao de culturas. Apresenta elevada produo de massa verde durante a poca mais fria do ano, cobrindo o solo eficientemente durante um perodo de alta erodibilidade. Plantio: Pode ser cultivado em clima temperado, continental e tropical, sendo resistente a geadas tardias. A temperatura relativamente baixa durante o crescimento vegetativo favorece a florao abundante e, conseqentemente, o rendimento de gros. altamente rstico, desenvolvendo-se em solos relativamente pobres. Os solos com elevada fertilidade promovem maior produo de massa verde e de gros. A poca de semeadura do nabo-forrageiro estende-se de maio a junho. A semeadura poder ser feita a lano ou em linhas, com profundidade de 3 a 4 cm. Recomendam-se de 10 a 20 kg/ha de sementes. Consorciao: Consorcia-se com leguminosas. Principais usos: O nabo-forrageiro pode ser usado como forragem, embora parea ser menos palatvel do que aveia preta e azevm. tambm cultivado para forragem em algumas regies da Alemanha, consorciado com serradela e outras leguminosas, e para adubao verde. Atualmente, na regio norte do Rio Grande do Sul, nabo vem sendo cultivado com ervilhaca comum para cobertura de solo e adubo verde antecedendo a cultura de milho.

    NABO FORRAGEIRO (Raphunus sativus)

    Tipo de Solo Fraco

    Temperatura 5 a 27C

    ndice de chuva / Ano 800 1.800 mm

    Consorciao Com leguminosas

    Adubao NPK e fosfatada

    Profundidade de plantio 3,0 a 4,0 cm

    Hbito de crescimento Ereto

    Tolerncia Geadas

    Utilizao leo, forrageira Biomassa 40 t/ha

    Plantio Em linha e a lano

    Preparo do solo Bem destorroado

    Tempo de formao 90 dias

  • 34

    7.1.15. Puerria (Pueraria phaseoloides) Principais caractersticas: Originria do Suleste da sia, Malsia e Indonsia, a Puerria uma leguminosa perene, de crescimento rpido, em forma de trepadeira e de porte rasteiro, apresentando bom recobrimento e proteo do solo. Adaptao: Mais adaptada a lugares midos, quentes, montanhosos e s condies tropicais de alta precipitao com ndices entre 900 a 2.000 mm, e temperatura no menor que 18C e altitude desde o nvel do mar at 2.000 m. Prospera bem em climas clidos, onde h uma estao seca, contando que no seja prolongada ou severa. Sensvel a geadas, embora persista em locais onde elas ocorrem moderadamente. Resistente a sombra. Prefere solos pesados, mas no se adapta aos excessivamente argilosos. Tolera solos cidos e deficientes em calcrio e fsforo, bem como condies de alagamento. Seu melhor desenvolvimento obtido em solos de pH neutro. J foram obtidos rendimentos satisfatrios em solos com pH menor que 5, quando adicionado calcrio. Plantio: O semeio pode ser feito a lano, em sulcos ou covas. Recomenda-se aplicar 15 kg/ha de sementes em condies de monoculturas. No caso de uso em reas degradadas, devem ser aplicados 30 kg/ha. Propaga-se por sementes, produzidas por autofecundao na quantidade de 180 a 400 kg/ha, ocorrendo variaes nessas produes, causadas principalmente pela umidade relativa durante a florao. Consorciao: Consorcia-se com capim jaragu, capim colonio, capim pangola, setria e brachiria. Principais usos: Pode ser utilizada na proteo e recuperao do solo e como adubao verde, apresentando grande capacidade de fixao de nitrognio, com cerca de 130 kg/ha/ano. palatvel ao gado e no deve ser usada em pastoreio sob carga animal elevada. Tambm usada para corte, silagem, fenao e fabricao de farinha.

    PUERRIA (Pueraria phaseoloides)

    Tipo de Solo Todos, mas bem drenados

    Temperatura 18 a 35 C

    ndice de chuva / Ano 900 a 2.000 mm

    Consorciao Todas as gramneas

    Adubao Fosfatada no plantio

    Profundidade de plantio 1,0 a 2,0 cm

    Hbito de crescimento Rasteiro e trepador

    Tolerncia seca

    Utilizao Pastagem, adubao verde e proteo do solo

    Biomassa 10 t/ha

    Plantio A lano, em covas ou nos sulcos

    Preparo do solo Bem revolvido (fofo)

    Tempo de formao 90 a 120 dias

  • 35

    7.1.16. Sesbnia (Sesbania virgata) Principais caractersticas: Originaria do Continente Americano, a Sesbnia uma leguminosa ereta, arbustiva, muito ramificada, atingindo de 4 a 8 m de altura. A espcie tem vida curta, entre 8 e 9 anos. Possui capacidade moderada de competir com gramneas e rebrotar da cepa aps corte ou fogo. Desenvolve-se naturalmente em terrenos midos. Adaptao: uma planta infestante de reas midas e alagadas, incluindo lavouras de arroz irrigado e pastagem. mais encontrada no centro-sul do pas onde floresce mais de uma vez por ano. Acredita-se que esta planta, especialmente suas sementes, seja txica ao gado. de crescimento rpido e se adapta a solos de baixa fertilidade, no entanto necessita de altas precipitaes. Plantio: Por meio de sementes podendo ser realizado o plantio a lano, em covas e em linhas. Pode tambm ser plantado em mudas, com espaamento amplo de maneira a permitir o consrcio com gramneas para pastagens. Consorciao: Associa-se com Rhizobium e gramneas, pois sua copa rala, no causa sombreamento, permitindo o desenvolvimento das gramneas sem competio. Principais usos: Trata-se de uma planta de interesse para revegetao de reas degradadas e incorporao de nitrognio no solo. SESBNIA (Sesbania virgata)

    Tipo de Solo Baixa fertilidade

    Temperatura 15 a 35C

    ndice de chuva / Ano 1.200 a 2.500 mm

    Consorciao Com gramneas

    Adubao Fosfatada no plantio

    Profundidade de plantio 1,0 a 2,0 cm

    Hbito de crescimento Herbceo

    Tolerncia Fogo, seca, alagamento

    Utilizao Recuperao de reas degradadas

    Biomassa 60 t/ha

    Plantio A lano, em covas

    Preparo do solo Arao simples

    Tempo de formao 120 a 150 dias

  • 36

    7.1.17. Siratro (Macroptilium atropurpureum) Principais caractersticas: O Siratro originrio do Mxico e foi obtido pelo cruzamento de duas variedades da espcie, somando as caractersticas desejveis de cada uma. uma planta perene, trepadeira e herbcea. Adaptao: Muito rstica, adapta-se as condies de clima tropical e subtropical, com precipitaes de 700 a 1.800 mm anuais. Comporta-se melhor que a soja perene em dias mais quentes. sensvel a geadas, principalmente quando nova (perde as folhas), mas no chega a morrer, pois sua coroa fica abaixo da superfcie do solo, rebrotando a seguir. Tambm no tolera secas prolongadas, ocasio em que se observa grande queda de suas folhas. Com relao a solo, menos exigente em fertilidade e mais tolerante a pH baixo e alumnio livre que a soja perene, porm mais exigente e menos tolerante que o Styluosanthes gracilis. Tolera teores razoveis de mangansio no solo. Parece preferir solos arenosos, desde que frteis e bem drenados. Plantio: Na formao de um campo exclusivo de siratro, a semeadura feita na primavera, em linhas espaadas 40 a 60cm, com base de 10 a 12 quilos de sementes por hectare (15 a 20 sementes/metro linear). O crescimento do siratro, mesmo o inicial, mais rpido que o da soja perene, formando em curto espao de tempo, grande quantidade de hastes e folhas muito apreciadas pelos animais. Rende em torno de 40 toneladas de massa verde/ha em 3 cortes anuais, cifras estas que podero ser superiores, se as condies lhes forem favorveis. Como toda leguminosa, o siratro requer bons teores de fsforo no solo, que podero ser obtidos atravs de adubaes fosfatadas de manuteno base de 200 quilos de superfosfato simples/ha a cada 2 anos . Floresce em abundncia, (flores roxas) produzindo vagens descentes, que encerram sementes maiores que as da soja perene. Rende, em mdia, 300 a 400 quilos de sementes/ha. Finalmente, tem-se observado que em regies quentes e chuvosas, o siratro pode ser atacado pelo fungo do gnero Rhizoctonia que pode provocar vrios prejuzos. Consorciao: Com gramneas como andropogon, capim Jaragu e brachirias. Principais usos: Como forrageira, tem boa aceitao por animais e como adubao verde. Muito prolfera e vigorosa, recobre rapidamente o solo ou obstculos como pedras, salincias e concavidades.

    SIRATRO (Macroptilium atropurpureum)

    Tipo de Solo Frteis e bem drenados

    Temperatura 10 a 30C

    ndice de chuva / Ano 700 a 1.800 mm

    Consorciao Andropogon, capim jaragu e brachirias

    Adubao Fosfatada no plantio

    Profundidade de plantio 1,0 a 2,0 cm

    Hbito de crescimento Trepadeira

    Tolerncia Acidez e seca

    Utilizao Forragem e adubao verde

    Biomassa 30 t/ha

    Plantio A lano ou em linhas

    Preparo do solo Bem destorroado

    Tempo de formao 90 a 120 dias

  • 37

    7.1.18. Soja Perene (Glycine wiightii) Principais caractersticas: Originria da Tanganica, a Soja Perene uma leguminosa perene, de crescimento rasteiro-trepador, com desenvolvimento inicial um pouco lento, mas com grande produo de massa j no 2 ano, desde que as condies lhe sejam favorveis. a mais produtiva das leguminosas tropicais e possui excelente palatabilidade. Adaptao: Planta tpica de reas secas, est adaptada s regies de baixa precipitao, sendo naturalmente resistente seca. Tolerante a solos cidos. Adapta-se melhor em regies de chuvas entre 700 a 1.500 mm/ano, com temperaturas mais amenas. Plantio: Em pastagens consorciadas, deve ser semeada junto com a gramnea, gastando-se 4 kg/ha de sementes. Em culturas exclusivas semeia-se em linhas distanciadas de 50 cm aproximadamente, gastando-se 12 kg/ha de sementes. Propaga-se por sementes provenientes da autofecundao, usando-se 2 a 3 kg/ha. Alta produo de matria seca com bom valor nutritivo. Consorciao: Satisfeita suas exigncias de solo e clima, consorcia-se bem com a maioria das gramneas tropicais. Em decorrncia da lentido inicial de seu crescimento, consorci-la com capim de crescimento mais lento, ou fazer sua semeadura com alguma antecedncia do capim. Principais usos: Como pastagem consorciada, devido sua extraordinria fixao ao terreno, intensidade de rebrote e resistncia ao pisoteio. Pode tambm ser utilizada em pastagem exclusiva para pastoreio ou corte (forragem verde ou feno).

    SOJA PERENE (Glycine wiight