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RESUMO: Atualmente, o número de cirurgias de revascularização do miocárdio (CRM) vem aumentando. A CRM é um procedimento cirúrgico realizado em pacientes com insuficiência coronariana, cardiopatia isquêmica e angina. Objetivo: traçar o perfil dos pacientes submetidos à CRM no Hospital de Cardiologia da Associação de Caridade Santa Casa de Rio Grande. Metodologia: foram incluídos neste estudo todos os pacientes que foram submetidos à CRM num período de 11 meses. Resultados: 134 pacientes foram incluídos neste estudo. A idade média foi de 64 ± 9; houve predomínio do sexo masculino (68%). A taxa de mortalidade foi de 4% (05 óbitos). Houve 30 casos de complicações, perfazendo um total de 22% de morbidade, com incidência de 35% de complicações pulmonares; 28%, cardiovasculares; 8%, gastrintestinais; 5% neurológicas e 23% de outras complicações. O tempo de internação na UTI foi 4 ± 5 dias, na enfermaria foi de 6 ± 3 dias, perfazendo um total de permanência hospitalar de 10 ± 6 dias. Conclusão: Concluímos que os índices de mortalidade e morbidade foram similares a outros estudos e que as complicações pulmonares foram as mais incidentes. ABSTRACT: The coronary artery bypass graft (CABG) remain rising as a option for treatment of coronary artery disease depict of percutaneous procedures advance and new pharmacological drugs. The aim was to delineate profile and clinical outcomes in patients submitted to CABG at Cardiology Hospital of the Santa Casa do Rio Grande. Methodology: All consecutive patients submitted to CABG from December 1st, 2010 to October 31th, 2011 were prospectively enrolled , and the data regarding surgery procedure were assigned in a pre-structured query form. Results: Overall, we enrolled 134 patients, The mean age was 64 ± 9 years and 68% was male. Mortality and morbity rate was, respectively, 4% and 22%. The adverse events were classified in respiratory (35%), cardiac (28%), gastrointestinal (8%), neurological (5%), and others (23%). The postoperative length of stay in critical care unit was 4 ± 5 days, length of stay in infirmary 6 ± 3 days and total length of stay in hospital 10 ± 6 days; 71% of the patients stayed in mechanical ventilation in-time last 24 hours, 25% between 24 and 48 hours, and 4% over 48 hours. Conclusion: We conclude that the mortality and morbidity rates were similar to other studies and pulmonary complications were the most prevalent. PERFIL DOS PACIENTES SUBMETIDOS À CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO Publicação Anhanguera Educacional Ltda. Coordenação Instuto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional - IPADE Correspondência Sistema Anhanguera de Revistas Eletrônicas - SARE [email protected] v.6 • n.15 • 2012 • p. 69-82 Priscila Aikawa, Faculdade Anhanguera do Rio Grande Angélica Rossi Sartori Cintra Faculdade Anhanguera de Campinas - unidade 1 Cleber Aparecido Leite Faculdade Anhanguera de Santo André I Ricardo Henrique Marques Faculdade Anhanguera de Santo André III Aline Lima de Souza Faculdade Anhanguera do Rio Grande Juliana Gambôa Faculdade Anhanguera do Rio Grande Liliane Soares Caurio Faculdade Anhanguera do Rio Grande ANUÁRIO DA PRODUÇÃO ACADÊMICA DOCENTE PALAVRAS-CHAVE: Revascularização miocárdica, fisioterapia, complicações pós- cirúrgicas, internação hospitalar. KEYWORDS: coronary artery bypass graft, physical therapy, complications post-operative, time length of stay in hospital. Argo Original Recebido em: 10/12/2012 Avaliado em: 11/12/2012 Publicado em: 19/05/2014

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RESUMO: Atualmente, o número de cirurgias de revascularização do miocárdio (CRM) vem aumentando. A CRM é um procedimento cirúrgico realizado em pacientes com insuficiência coronariana, cardiopatia isquêmica e angina. Objetivo: traçar o perfil dos pacientes submetidos à CRM no Hospital de Cardiologia da Associação de Caridade Santa Casa de Rio Grande. Metodologia: foram incluídos neste estudo todos os pacientes que foram submetidos à CRM num período de 11 meses. Resultados: 134 pacientes foram incluídos neste estudo. A idade média foi de 64 ± 9; houve predomínio do sexo masculino (68%). A taxa de mortalidade foi de 4% (05 óbitos). Houve 30 casos de complicações, perfazendo um total de 22% de morbidade, com incidência de 35% de complicações pulmonares; 28%, cardiovasculares; 8%, gastrintestinais; 5% neurológicas e 23% de outras complicações. O tempo de internação na UTI foi 4 ± 5 dias, na enfermaria foi de 6 ± 3 dias, perfazendo um total de permanência hospitalar de 10 ± 6 dias. Conclusão: Concluímos que os índices de mortalidade e morbidade foram similares a outros estudos e que as complicações pulmonares foram as mais incidentes.

ABSTRACT: The coronary artery bypass graft (CABG) remain rising as a option for treatment of coronary artery disease depict of percutaneous procedures advance and new pharmacological drugs. The aim was to delineate profile and clinical outcomes in patients submitted to CABG at Cardiology Hospital of the Santa Casa do Rio Grande. Methodology: All consecutive patients submitted to CABG from December 1st, 2010 to October 31th, 2011 were prospectively enrolled , and the data regarding surgery procedure were assigned in a pre-structured query form. Results: Overall, we enrolled 134 patients, The mean age was 64 ± 9 years and 68% was male. Mortality and morbity rate was, respectively, 4% and 22%. The adverse events were classified in respiratory (35%), cardiac (28%), gastrointestinal (8%), neurological (5%), and others (23%). The postoperative length of stay in critical care unit was 4 ± 5 days, length of stay in infirmary 6 ± 3 days and total length of stay in hospital 10 ± 6 days; 71% of the patients stayed in mechanical ventilation in-time last 24 hours, 25% between 24 and 48 hours, and 4% over 48 hours. Conclusion: We conclude that the mortality and morbidity rates were similar to other studies and pulmonary complications were the most prevalent.

PERFIL DOS PACIENTES SUBMETIDOS À CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO

PublicaçãoAnhanguera Educacional Ltda.

CoordenaçãoInstituto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional - IPADE

CorrespondênciaSistema Anhanguera deRevistas Eletrônicas - [email protected]

v.6 • n.15 • 2012 • p. 69-82

Priscila Aikawa, – Faculdade Anhanguera do Rio GrandeAngélica Rossi Sartori Cintra – Faculdade Anhanguera de Campinas - unidade 1Cleber Aparecido Leite – Faculdade Anhanguera de Santo André IRicardo Henrique Marques – Faculdade Anhanguera de Santo André IIIAline Lima de Souza – Faculdade Anhanguera do Rio GrandeJuliana Gambôa – Faculdade Anhanguera do Rio GrandeLiliane Soares Caurio – Faculdade Anhanguera do Rio Grande

ANUÁRIO DA PRODUÇÃO ACADÊMICA DOCENTE

PALAVRAS-CHAVE: Revascularização miocárdica, fisioterapia, complicações pós-cirúrgicas, internação hospitalar.

KEYWORDS: coronary artery bypass graft, physical therapy, complications post-operative, time length of stay in hospital.

Artigo OriginalRecebido em: 10/12/2012Avaliado em: 11/12/2012Publicado em: 19/05/2014

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Perfil dos pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio

1. INTRODUÇÃO

1.1. Revascularização do miocárdio

A Cirurgia de Revascularização do Miocárdio (CRM) é uma das mais frequentes cirurgias realizadas no mundo inteiro com baixos índices de mortalidade, além de ser um procedimento seguro. A CRM está indicada para pacientes com angina, infarto agudo do miocárdio (IAM) e cardiopatia isquêmica (Diretrizes da cirurgia de revascularização miocárdica, valvopatias e doenças da aorta, 2004).

A incidência de patologias cardiovasculares nos países desenvolvidos vem aumentando a cada ano, com 80% relacionadas à doença arterial coronariana. Na maioria das vezes, a CRM se faz necessária. (TITOTO, 2005).

Alguns fatores que predispõem um indivíduo a ser acometido por IAM e necessitar da CRM são: história de fumo, história familiar de doença arterial coronariana, diabetes, obesidade mórbida, dislipidemia, insuficiência renal, hipertensão arterial sistêmica, hipertensão pulmonar, doença vascular periférica e doença vascular cerebral.

Além disto, outros fatores como:1. Características demográficas: idade e sexo;2. Intervenção cardiovascular prévia: endoarterectomia de carótida e/ou outra

cirurgia vascular;3. Realização de procedimentos não cirúrgicos prévios: angioplastia, arterectomia,

laser, stent, trombólise e valvoplastia com balão;4. Histórico prévio de insuficiência cardíaca congestiva, IAM prévio, ressuscitação

cardíaca, angina, choque cardiogênico, arritmias, dispnéia ao esforço físico, ou dor no braço com esforço também são fatores que predispõem pacientes à CRM.

Para a realização da cirurgia RM devem ser escolhidos quais condutos arteriais ou venosos deverão ser utilizados. As opções mais usadas são: artéria torácica interna esquerda (ATIE) (mamária); artéria torácica interna direita (ATID), artéria radial (AR), artéria ulnar (AU), artéria gastroepiplóica (AG), artéria epigástrica inferior (AEI) e veia safena magna (VS).

1.2. Indicação cirúrgica para RM

Pacientes que apresentam IAM, angina instável e a isquemia silenciosa com comprometimento multiarterial, persistência da isquemia mesmo com administração de medicamentos, ou que não obtiveram êxito com outros tipos de cirurgia estão indicados ao procedimento de CRM. (GUIZILINI, 2004)

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1.3. Cuidados e fatores de risco no pré-operatório

É necessário que seja realizada uma avaliação na fase pré-operatória nos pacientes, obtendo um exame físico completo adicionado de exames complementares, tais como: hemograma completo, radiografia do tórax, eletrocardiograma, teste de ergo espirometria e um exame neurológico.

Os principais fatores de risco estudados no pré-operatório para futuras complicações no pos-operatório são a idade avançada, portadores de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), tabagismo, mal estado nutricional, renais crônicos, fatores que levam a alterações na integridade do sistema respiratório, podendo comprometer a mecânica respiratória e as trocas aéreas, presença de acidente vascular cerebral prévio, doenças metabólicas e endócrinas e distúrbios de coagulação. (AMBROZIN, 2005)

1.4. Complicações pós-operatórias:

As complicações pós-operatórias que geralmente podem vir a acometer o paciente submetido à CRM são: IAM no pós-operatório, síndrome de baixo débito cardíaco, arritmias (fibrilação atrial), complicação pulmonar (pneumonias, atelectasias, insuficiência respiratória aguda, hipersecreção, broncoespasmo, pneumotórax, paralisia diafragmática e lesão do nervo frênico), insuficiência renal, complicações no sistema nervoso central (AVC, isquemia transitória, encefalopatia anóxica, comprometimento da função intelectual), síndrome vasoplégica e infecção. (WAY, 2004)

Além dessas complicações pode ocorrer a distensão abdominal que se torna um fator importante quando associada à hipoxemia e dispnéia, podendo causar alteração dos volumes pulmonares. Já a confusão mental pode estar relacionada com a hipoperfusão cerebral e doença vascular cerebral prévia. (FILARDO, 2001)

A maior causa de morbidade nos pós-operatórios de cirurgias cardíacas são complicações pulmonares devido à técnica cirúrgica, via de acesso e uso da circulação extracorpórea, logo todos os pacientes deverão melhorar a capacidade e a expansibilidade pulmonares para que não haja nenhuma disfunção e complicação advinda das perdas de volumes e capacidades pulmonares pela própria intervenção cirúrgica. (WAY, 2004; LADEIRA, 2006)

1.5. Efeitos da circulação extracorpórea (CEC)

A CEC produz vasoconstrição pulmonar e aumento da permeabilidade da barreira alvéolo-capilar. O extravasamento no espaço extravascular, aumenta o trabalho respiratório e diminui a complacência pulmonar. (PULZ, 2006)

“Recentemente, vários estudos demonstraram que a cirurgia de RM pode ser realizada sem o auxílio do circuito de circulação extracorpórea (CEC), com segurança e resultados clínicos satisfatórios. Observou-se ainda nesses estudos melhoria na preservação das

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funções ventricular e mitocondrial, sobretudo no que se refere à pacientes submetidos à cirurgia de RM com CEC. Dessa forma, em condições semelhantes, a opção pela cirurgia de revascularização sem CEC coloca-se como alternativa promissora na diminuição das principais complicações decorrentes da cirurgia com CEC. Assim, alcançados esses objetivos e, principalmente, minimizados os efeitos danosos da intervenção, presume-se que essa opção resultará na obtenção de uma melhor qualidade de vida após a cirurgia cardíaca.” (NOGUEIRA, 2008)

1.6. O fisioterapeuta

É importante que o fisioterapeuta esteja auxiliando, avaliando e orientando o paciente desde o período que precede a abordagem cirúrgica, pois o paciente muitas vezes apresenta medo, ansiedade e preocupação. Além do fato de que, um paciente mais orientado antes da abordagem cirúrgica, pode se tornar um paciente mais colaborativo e educado aos exercícios no pós-operatório.

Nesta fase pré-operatória, o fisioterapeuta deve verificar os riscos possíveis quanto a complicações respiratórias, instituir os exercícios ventilatórios e iniciar o tratamento. (GARBOSSA, 2009)

Este trabalho é de suma importância para o conhecimento de informações relevantes após a submissão do paciente à cirurgia cardíaca até a alta hospitalar para a identificação destes pacientes e para que futuramente se possam prevenir os efeitos deletérios do pós-operatório e do imobilismo no leito nos primeiros dias de internação.

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral

Este estudo busca traçar o perfil dos pacientes submetidos à cirurgia de revascularização miocárdica no período pós-cirúrgico.

2.2. Objetivos Específicos

1. Quantificar o número de cirurgias de RM realizadas;2. Verificar características demográficas (sexo, etnia, idade)3. Quantificar os dias que estes pacientes ficaram sob ventilação mecânica (VM);4. Quantificar características transoperatórias como: tempo médio de Circulação

extracorpórea (CEC) e clampeamento aórtico (Clamp);5. Quantificar os dias de internação pós-cirúrgica;6. Quantificar o número de enxertos que cada paciente realizou;

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7. Quantificar o índice de massa corpórea (IMC) médio dos pacientes;8. Verificar fatores de risco;9. Verificar histórico prévio de comorbidades;10. Quantificar os atendimentos fisioterapêuticos após a entrada do paciente

na unidade de terapia intensiva (UTI) após a realização cirúrgica até a alta hospitalar;

11. Quantificar e relatar as complicações pós-cirúrgicas.

3. CASUÍSTICA E MÉTODO

Este trabalho de pesquisa foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa envolvendo seres humanos da Santa Casa de Rio Grande, sendo aprovado sob o protocolo 001/2011.

Neste estudo, foram analisados todos os pacientes submetidos à CRM isoladamente de 01 de dezembro de 2010 até o dia 31 de outubro de 2011.

O critério de inclusão foi: pacientes que realizaram a CRM isoladamente no Hospital de Cardiologia da Associação de Caridade Santa Casa de Rio Grande no período relatado. Não houve casos de exclusão.

Diariamente, foi realizada a coleta de dados no hospital através de uma ficha pré-estruturada (ANEXO I). Além disto, a coleta também foi baseada em listas de procedimentos diários, prontuários, contato com outros profissionais, e através do contato e da visualização do paciente.

Todos pacientes que participaram da pesquisa assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido (ANEXO II).

A análise estatística foi realizada com o auxílio do programa Excel onde foram analisados dados como: idade, peso, altura, IMC, sexo, número de pontes, raça/cor, HF/DAC, diabetes mellitus, tabagista, etilismo, sedentarismo, dislipidemia, IAM prévio, ATC prévio, AVC prévio, DAOP, angina, hipertensão arterial sistêmica, RM prévio, IRC, ICC, dias de internação pré cirúrgica, tempo de internação em UTI, tempo de internação na enfermaria, tempo total de internação, tempo de VM, número de atendimentos de sessões de fisioterapias, tempo de circulação extracorpórea, tempo de clampeamento aórtico, número de óbitos e complicações pós operatórias. Foram calculados: média, soma, desvio padrão e a porcentagem dos itens mencionados.

4. RESULTADOS

Os dados foram apresentados em média ± DP e em dados percentuais, resumidos na Tabela 1.

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Foram realizadas 134 cirurgias de RM num período de 11 meses. Todos os pacientes foram acompanhados neste período.

A idade média dos pacientes foi de 64 ± 9 anos. O índice de massa corpórea (IMC), calculado pela relação peso/altura2, foi de 28 ± 4 Kg/m2. O sexo masculino foi à maior porcentagem da amostra, 68%, enquanto o sexo feminino obteve a porcentagem de 32%.

O número total de pontes implantadas foi de 344, variando de 1 a 4, com média de 3 ± 1 pontes, por paciente.

Dentre os 134 pacientes, houve 30 (trinta) casos de complicações, equivalendo a 22% de co-morbidades. Dentre os 30 casos, 5 (cinco) pacientes foram a óbito, perfazendo um total de 4% de mortalidade.

Como fator facilitador para a análise, as complicações foram divididas em três categorias:

1. Complicações pulmonares: infecção respiratória e pneumotórax;2. Complicações cardíacas: arritmias, parada cardiorrespiratória, reinfarto, dor

pré-cordial e fibrilação atrial;3. Complicações gastrintestinais: distensão abdominal;4. Complicações neurológicas: Acidente Vascular Encefálico (AVE);5. Outras complicações: aumento do sangramento pós-operatório, mediastinite,

choque séptico e instabilidade esternal.As complicações pulmonares obtiveram maior incidência, perfazendo um total de 35%;

seguidas das complicações cardíacas (28%); complicações gastrintestinais (8%); complicações neurológicas (5%) e outras complicações (23%), como mostrado no gráfico 01 (FIGURA 01).

Figura 01 – Categorias e incidência das complicações pós-operatórias.

Quanto às variáveis cirúrgicas, os pacientes foram submetidos à CRM com (CEC) com uma média de tempo de 60 ± 18 minutos e tempo de clampeamento da aorta com duração de 38 ± 14 minutos.

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Sendo a VM outra variável da cirurgia, 71% (95 pacientes) ficaram sob VM num período de tempo ≤ 24 horas; 25% (33 pacientes) entre ≥ 24hs e ≤ 48hs e apenas 4% (6 pacientes) permaneceu por mais de 48hs. O cuidado com o tempo é importante, nesse caso, visto que a VM pode exacerbar ou iniciar uma lesão pulmonar, denominada lesão pulmonar associada à VM (LPAV) ou lesão pulmonar induzida pelo ventilador (LPIV), respectivamente (PINHU et al., 2003).

Tabela 1 – Apresentação de alguns resultados.

Parâmetros Valores

Idade, anos 64 ± 9

Sexo masculino, número (%) 91 (68%)

IMC, Kg/cm2 28 ± 4

Fatores de risco

Fumantes/ ex-fumantes/ não fumantes 35/57/176

Hipertensão (tratada), número (%) 112 (84%)

Diabetes mellitus, número (%) 44 (33%)

Dados pré e pós-operatórios

Tempo de CEC, minutos 60 ± 18

Tempo de clampeamento de aorta 38 ± 14

≤ 24 horas

< 24 horas

E ≤ 48 horas ≤ 48 horas

Tempo de VM, número (%) 95 (71%) 33 (25%) 06 (4%)

Enxertos, número 3 ± 1

Tempo de internação na UTI, dias 4 ± 5

Tempo de internação na enfermaria, dias

6 ± 3

Tempo de internação total, dias 10 ± 6

Taxa de morbidade, número (%) 30 (22%)

Taxa de mortalidade, número (%) 5 (4)

5. DISCUSSÃO

A amostra do nosso estudo foi composta por 134 pacientes, no qual houve a predominância no sexo masculino (68%), com média de idade de 64 ± 9 anos e média de IMC de 28 ± 4. Quanto à morbidade e mortalidade, os índices foram de 22% e 4%, respectivamente. Sendo 35% de complicações pulmonares, 28% complicações cardiovasculares, 8% complicações gastrintestinais, 5% complicações neurológicas e 23% de outras complicações, perfazendo as categorias da morbidade. Foram consideradas variáveis cirúrgicas como: tempo de CEC (60 ± 18 minutos), tempo de clampeamento (38 ± 14 minutos) e tempo de VM, no qual 71% (95 pacientes) permaneceram ventilados por ≤ 24 horas; 24% (33 pacientes) entre ≥ 24hs e ≤ 48hs e apenas 4% (6 pacientes) permaneceram por mais de 48hs.

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Foram realizados ao todo 2249 atendimentos fisioterapêuticos, sendo que cada paciente internado recebeu em média 2 atendimentos diários (2 ± 1) no período do pós-operatório.

Em nossa amostra apenas 01 paciente realizou fisioterapia pré-operatória. Em seus atendimentos eram dadas orientações quanto ao procedimento cirúrgico, período pós-operatório e sobre a atuação fisioterapêutica para a recuperação após a realização da cirurgia, além do paciente realizar exercícios respiratórios para a otimização da complacência e expansão pulmonar, a fim de preparar a capacidade pulmonar deste paciente para a cirurgia. Os exercícios aplicados foram: respiração diafragmática, inspiração em tempos, inspiração sustentada, uso de incentivador inspiratório a fluxo e deambulação pelo corredor do hospital. Este paciente ficou 10 dias internado no hospital antes da realização da cirurgia e foram realizados 9 atendimentos fisioterapêuticos pré-operatórios. Após a cirurgia o paciente ficou 3 dias na UTI e 8 dias na enfermaria, totalizando um tempo total de internação de 11 dias e sem apresentar nenhuma complicação pós-operatória, acentuando a importância relatada por Leguisamo (2005), num estudo sobre fisioterapia pré-operatória.

Num estudo de Lobo Filho e colaboradores (1997), no qual observaram pacientes submetidos à RM sem CEC, os autores ressaltaram que 73% da amostra permaneceram em média 7 dias internados no pós-operatório; já em nosso estudo o tempo médio de internação pós-operatório foi de 10 dias com desvio padrão de 6 dias (10 ± 6 dias).

Quanto as complicações pós-operatórias, encontramos na literatura diversos trabalhos que discutem as alterações pulmonares resultante do uso da CEC e da VM, apresentando resultados similares ao nosso estudo, no qual encontramos como maior índice de complicação pós-operatória: as complicações pulmonares. Resultados estes similares ao estudo de Kirklin (1983), que já vinha descrevendo por completo a disfunção pulmonar após a cirurgia cardíaca com o uso da circulação extracorpórea, mostrando em suas experiências que as manifestações clínicas estariam presentes, no geral, até o 6º pós-operatório. Ainda, Ranieri e colaboradores (1999), descreveram a CEC como um dos fatores que promove a disfunção pulmonar, caracterizada por comprometimento de 20-90% da função pulmonar e da oxigenação em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca com CEC, o que provavelmente pode resultar numa resposta inflamatória sistêmica de grau variável, sobrecarga hídrica e formação de atelectasias.

Feneli e Sofia (2002) relataram em seu estudo que 72% da amostra dos pacientes (36 pacientes) que foram submetidos à RM com CEC, permaneceram intubados por um período que variou de 6 horas e 20 minutos a pouco menos que 24 horas com valor médio de 11 horas (± 4 horas). Em nosso estudo, apresentamos valores similares ao avaliarmos que 71% (95 pacientes) da nossa amostra permaneceram sob VM num período inferior a 24 horas.

Segundo Fernandes (2009), a ventilação mecânica prolongada pode ser outra complicação identificada, visto que, pode provocar a ocorrência de infecção respiratória e

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influenciar no tempo de permanência do paciente na UTI. A infecção respiratória advém do fato dos pacientes em VM tenderem a acumular secreções respiratórias devido à tosse ineficaz, em detrimento do não fechamento da glote, levando ao prejuízo no transporte do muco pela presença do tubo traqueal, podendo esta secreção acumulada passar a ser infectada e o paciente adquirir, então, uma pneumonia associada ao ventilador. Além disso, a retenção de secreção contribui para episódios de hipoxemia e atelectasia (JUDSON, 1994).

Apesar dos pacientes submetidos à RM permanecerem, por um curto período de tempo, submetidos à ventilação mecânica em nosso estudo (71% dos pacientes ficaram menos de 24 horas na VM), os 06 pacientes que apresentaram infecção respiratória eram tabagistas, sendo que 03 ficaram sob VM menos de 24 horas e 02, mais do que 48 horas e estes dois últimos pacientes foram a óbito.

Santos e colaboradores (2010) observaram que a permanência prolongada em ventilação mecânica gera inúmeras complicações respiratórias e estas, por sua vez, são responsáveis pelo aumento da morbidade e mortalidade no pós-operatório de cirurgia cardíaca. Visto tal estudo, ressalta-se a importância do efeito da fisioterapia no tempo de permanência na ventilação mecânica e na UTI num estudo de Malkoç (2009), no qual em 510 pacientes foi verificado que a fisioterapia teve um grande impacto sobre a redução no tempo de suporte ventilatório e no tempo de permanência na UTI.

Com base nesse estudo, os resultados apresentados comprovam que a fisioterapia tem um papel de extrema importância no PO de RM, pois diminui o tempo de ventilação mecânica, complicações e internação hospitalar.

Quanto a mortalidade pós-operatória, nosso estudo apresentou valores similares a Fernandes (2009), cuja pesquisa traçou o perfil de pacientes submetidos à RM num Hospital de Cardiologia em Porto Alegre. Nosso índice de mortalidade foi 4% e neste outro estudo, 8,6%; demonstrando que esta taxa encontrada no Hospital de Cardiologia da Associação de Caridade da Santa Casa de Rio Grande é semelhante às taxas observadas em hospitais de referência de grandes centros e capitais.

Segundo Carvalho (2006), as complicações gastrintestinais não são constantes no pós-operatório de cirurgia cardíaca. A incidência ocorre em cerca de 0,5% a 2%, sendo que em nossos resultados foi de 8%. Estas complicações são frequentemente insidiosas no início, de difícil diagnóstico e de consequências severas. A causa da maioria das alterações gastrintestinais está provavelmente relacionada à hipoperfusão durante o período da circulação extracorpórea (CEC).

Em suma, os índices de morbidade e mortalidade do nosso estudo estão similares aos índices de outros estudos neste mesmo perfil de pacientes, sendo as complicações surgidas neste serviço hospitalar também foram semelhantes.

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6. CONCLUSÃO

Concluímos que os pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio no Hospital de Cardiologia da Associação de Caridade Santa Casa de Rio Grande, obtiveram o tempo de internação, tempo de ventilação mecânica, mortalidade e morbidade similares a resultados de outros estudos realizados em centros de complexos hospitalares de referência. Sendo que as complicações que surgiram em nossa amostra também foram semelhantes à incidência de outros estudos (pulmonares, cardiovasculares, gastrintestinais e neurológicas).

REFERÊNCIAS

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CARVALHO, A. R. S.; MATSUDA, L. M.; CARVALHO, M. S. S. et al. Complicações no pós-operatório de revascularização miocárdica. Ciência, Cuidado e Saúde. Maringá, v. 5, n. 1, p. 50-59, jan./abr. 2006.

Diretrizes da cirurgia de revascularização miocárdica valvopatias e doenças da aorta, Arq. Bras. Cardiol. Vol.82 (5), 2004. 1-18

FENELI, A; SOFIA, R R. Estudo Comparativo de Pacientes Submetidos à Cirurgia Cardíaca Com e Sem Circulação Extracorpória, Quanto ao Tempo de Intubação Orotraqueal. Universidade de São Paulo/UNICID, São Paulo- SP, p. 40-46. Disponível em: www.fisionet.com.br/artigos/download.php?id=23

FERNANDES, M. V. B.; ALITI, G.; SOUZA, E. N.. Perfil de pacientes submetidos à cirurgia de revascularização miocárdica: implicações para o cuidado de enfermagem. Rev. Eletr. Enf. 2009;11(4):993-9.

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Perfil dos pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio

ANEXO IProtocolo de Pesquisa - RM Data:

Nome do paciente:Idade:Peso:______________________altura:______________ Sexo ( ) FEM ( ) MASEndereço: Telefones para contato:

HD: Data da cirurgia:Data da Internação pré-cirúrgica:

Cor: ( ) Branca; ( ) Afro-desc.; ( ) Oriental; ( ) Pardo; Outro: ______________________HF - DAC ( ) Sim; ( )Não; Qual?________________________ DM ( ) Sim; ( )Não; Tempo (anos)?________________________ Tabagista ( ) sim ( ) nãoParou há quanto tempo?Quantos maços/dia?Etilismo: ( ) sim ( ) não Tempo (anos)?__________________ Doses/semana? __________Faz atividade física? ( ) sim ( ) nãoQual?Quantas vezes na semana?Se não: ( ) sedentário( ) Já foi visitado no quarto?DM [ ] Não; [ ] Sim à tempo (anos): HAS [ ] Não; [ ] Sim à tempo (anos):IAM pré [ ] Não; [ ] Sim à tempo (anos): RM pré [ ] Não; [ ] Sim à tempo (anos):ATC pré [ ] Não; [ ] Sim à tempo (anos): IRC [ ] Não; [ ] Sim à tempo (anos):AVC pré [ ] Não; [ ] Sim à tempo (anos): ICC [ ] Não; [ ] Sim à tempo (anos):Angina [ ] Não; [ ] Sim à tempo (anos): Dislip [ ] Não; [ ] Sim à tempo (anos):DAOP [ ] Não; [ ] Sim à tempo (anos):

Data VM Internado Data 1 2 3 4 5Data da cirurgia X terapias Data da extubação Horário: Chegada UTI Data 6 7 8 9 10

1PO2PO3PO Data 12 12 13 14 154PO

CEC 5PO6PO Data 16 17 18 19 20

Clampea/o 7PO8PO9PO Data 21 22 23 24 25

10PO11PO12PO Complicação pós operatória? ( ) sim( ) não13PO14PO Qual?15PO 16PO Alta hospitalar:

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ANEXO II

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDOTítulo da Pesquisa: Perfil dos pacientes submetidos à revascularização do miocárdio

no Hospital de Cardiologia da Associação de Caridade Santa Casa de Rio Grande.Nome do (a) Orientador (a): xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

1. Natureza da pesquisa: o (a) Sr.(Sra.) está sendo convidado (a) a participar desta pesquisa que tem como finalidade traçar o perfil dos pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio no Hospital de Cardiologia da Associação de Caridade da Santa Casa de Rio Grande.

2. Participantes da pesquisa: todos os pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio.

3. Envolvimento na pesquisa: ao participar deste estudo o Sr.(Sra.) permitirá que a pesquisadora Dra. Xxxxxxxxxxxxx possa fazer a pesquisa para quantificar a incidência de complicações, números de atendimentos, tempo de internação, tempo de ventilação mecânica, tempo de clampeamento e de circulação extracorpórea e outros dados referentes à cirurgia que o (a) Sr.(Sra.) realizou.

4. O (a) Sr.(Sra.) tem liberdade de se recusar a participar e ainda se recusar a continuar participando em qualquer fase da pesquisa, sem qualquer prejuízo para o (a) Sr.(Sra.). Sempre que quiser poderá pedir mais informações sobre a pesquisa através do telefone do (a) pesquisador (a) do projeto e, se necessário através do telefone do Comitê de Ética em Pesquisa.

5. Sobre as entrevistas: Será aplicado um questionário no qual irá conter tais dados: como nome, idade, sexo, peso, altura, cor, comorbidades, se é tabagista, se é sedentário e outros dados referentes à sua internação e sua cirurgia.

6. Riscos e desconforto: a participação nesta pesquisa não traz complicações legais, pois se trata de coleta de dados para a quantificação epidemiológica e coleta de dados, sem nenhuma intervenção em seu tratamento. Os procedimentos adotados nesta pesquisa obedecem aos Critérios da Ética em Pesquisa com Seres Humanos conforme Resolução no. 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Nenhum dos procedimentos usados oferece riscos à sua dignidade, tendo a aprovação do COREME sob o protocolo 001/2011.

7. Confidencialidade: todas as informações coletadas neste estudo são estritamente confidenciais. Somente os (as) pesquisadores (as) e o (a) orientador (a) terão conhecimento dos dados.

8. Benefícios: ao participar desta pesquisa o (a) Sr.(Sra.) não terá nenhum benefício

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Perfil dos pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio

direto. Entretanto, esperamos que este estudo traga informações importantes sobre esta cirurgia, de forma que o conhecimento que será construído a partir desta pesquisa possa contribuir para identificação dos pacientes submetidos à cirurgia de revascularização do miocárdio no Hospital de Cardiologia da Associação de Caridade da Santa Casa de Rio Grande, afim de proporcionar para estes pacientes melhor recuperação na fase pós-operatória. O (a) pesquisador (a) se compromete a divulgar os resultados obtidos para fins científicos sem a identificação dos pacientes.

9. Pagamento: o (a) Sr.(Sra.) não terá nenhum tipo de despesa para participar desta pesquisa, bem como nada será pago por sua participação.

Após estes esclarecimentos, solicitamos o seu consentimento de forma livre para participar desta pesquisa. Portanto preencha, por favor, os itens que se seguem. Não assine esse termo se ainda tiver dúvida a respeito.

Consentimento Livre e EsclarecidoTendo em vista os itens acima apresentados, eu, de forma livre e esclarecida, manifesto

meu consentimento em participar da pesquisa. Declaro e autorizo a realização da pesquisa e a divulgação dos dados obtidos neste estudo.

___________________________Nome do Participante da Pesquisa______________________________Assinatura do Participante da Pesquisa__________________________________Assinatura do Pesquisador___________________________________Assinatura do OrientadorPesquisador responsável : xxxxxxxxxxxxxxxx, telefone para contato xxxxxxxxx.Comitê de Ética em Pesquisa: Rua General Osório, 625- Rio Grande/RS COREME,

Santa CasaTelefone do Comitê: 3233-7100 – solicitar ramal da COREME