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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁSUPERINTENDÊNCIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
DIRETORIA DE TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS
PESQUISA ESCOLAR E INTERNET
Coordenação de Educação a DistânciaCoordenação de Multimeios
1. INTRODUÇÃO
Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses que-fazeres se encontram um corpo no outro. Enquanto ensino continuo buscando, reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquisa para constatar, constatando, intervenho, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade. (FREIRE, 1996:32)
Na escola a pesquisa é uma prática comum para professores e alunos. Tal ação, apesar
de corriqueira no campo educacional, ainda suscita muitos questionamentos, principalmente
no que se refere aos caminhos de seu desenvolvimento.
É possível perceber diferentes concepções e práticas na orientação e desenvolvimento
da pesquisa na escola. Autores como (Demo, 2000; Bagno, 1998; Freire, 1996 e Gil, 1999)
discutem a prática da pesquisa e defendem a importância desta ação pelos sujeitos no espaço
escolar.
Nesta perspectiva, o texto busca refletir sobre a necessidade de se fazer pesquisa na
escola e a importância da presença do professor enquanto mediador deste processo. Para isso,
apresentam-se dois espaços que podem potencializar o desenvolvimento da pesquisa escolar,
biblioteca e a internet. O texto aborda ainda as seguintes temáticas: a necessidade e
importância da pesquisa no espaço escolar, a prática da pesquisa escolar e a compreensão do
professor sobre esta ação.
2 - O QUE É PESQUISA?
Antes de destacarmos as definições de alguns autores sobre pesquisa escolar, é
pertinente situar o que é pesquisa.
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A etimologia do vocábulo pesquisa é oriunda do espanhol, que por sua vez, tem origem
no latim perquiro que significa: procurar; buscar com cuidado; procurar por toda parte;
informar-se, inquirir, perguntar; indagar bem; aprofundar na busca.
Mas como a pesquisa surge no contexto escolar?
2.1 - Definições sobre a pesquisa escolar
Muitas são as perspectivas apresentadas quanto à pesquisa escolar. Algumas tratam da
pesquisa como resposta a uma necessidade pessoal ou da comunidade onde se vive, outros a
concebem como ponto de partida, aprofundamento ou avaliação da aprendizagem, e há ainda
aqueles que compreendem a pesquisa pelo viés científico.
Para Rocha (1996),
[...] a pesquisa escolar é uma maneira inteligente de estudar e aprender. Não é, simplesmente, um trabalho que você faz para entregar ao professor. [...] É um jogo de perguntar e responder. A pesquisa é como um jogo no qual formulamos perguntas e nós mesmos temos que dar as respostas.
A indagação e o questionamento como base da pesquisa está também presente na fala
de Demo (1996, p.) que afirma que a pesquisa como atividade cotidiana deve partir de um
“questionamento sistemático crítico e criativo” e que intervenha significativamente na
realidade.
[...] Sendo assim, é possível afirmar que o trabalho realizado com o aluno pesquisador deve originar-se do questionamento, [...] a fim de concluir uma análise que se envolva além da superfície habitual, cabendo assim uma elaboração própria, individual e ou coletiva.
Demo (1996, p.) argumenta ainda que a educação de qualidade se concretiza quando “o
aluno se torna capaz de propor, de questionar”. Para despertar esse espírito na criança, ele
sugere muita pesquisa e incentivo à elaboração própria de cada aluno. Sendo assim, podemos
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concluir que durante o processo da pesquisa torna-se indispensável a orientação e o
acompanhamento atento do professor.
Para (Barato, 2010, p.) a pesquisa é um
[…] projeto de elaboração de respostas para perguntas relativas a situações que nos encantam. Ou seja, pesquisa nesse sentido não se esgota com o encontro de informações já elaboradas por outros. O que importa na pesquisa é a elaboração de novos conhecimentos (novos pelo menos para os pesquisadores que nela se engajam) a partir de perguntas decorrentes de um desejo apaixonante de saber.
Para Canen e Andrade, (2005), a pesquisa envolve um problema real, que deve ser
averiguado rigorosamente utilizando-se de critérios e métodos críticos, a fim de que os
resultados possam ser sistematizados e divulgados, segundo teorias reconhecidas e atuais.
De acordo com Almeida (apud MEDEL, 2000), a pesquisa escolar precisa ser
elaborada para que promova a autonomia do aluno, tornando-o capaz de desenvolver sua
criticidade e, assim, possa selecionar as informações relevantes à sua pesquisa, refletindo sob
os resultados obtidos, compreendendo os conceitos envolvidos, formulando e testando
hipóteses.
Em uma perspectiva mais científica, Gil (1999) diz que
[...] a pesquisa tem um caráter pragmático, é um processo formal e sistemático de desenvolvimento do método científico. O objetivo fundamental da pesquisa é descobrir respostas para problemas mediante o emprego de procedimentos científicos.
Já Minayo (1993), sob um prisma mais filosófico, considera a pesquisa como atividade
básica das ciências na sua indagação e descoberta da realidade. É uma atitude e uma prática
teórica de constante busca que define um processo intrinsecamente inacabado e permanente. É
uma atividade de aproximação sucessiva da realidade que nunca se esgota, fazendo uma
combinação particular entre teoria e dados.
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Primeiro, é preciso distinguir a pesquisa como princípio científico e a pesquisa como
princípio educativo. Pretendemos tratar a pesquisa principalmente como pedagogia, como
modo de educar, e não apenas como construção técnica do conhecimento. (DEMO, 1996)
2.2 - Surgimento no Brasil
A difusão das idéias de John Dewey influenciou as ações de pesquisa escolar no Brasil
no início do século XX. A Didática da Escola Nova, na década de 30, considerava o ensino um
processo de pesquisa, que se iniciava a partir de um problema indicado pelo aluno. Segundo a
compreensão escolanovista, os assuntos a serem tratados pela escola deveriam ser
significativos e investigados pelo próprio aluno, a partir de suas indagações (CAMPELLO et.
all, 2008).
A partir dos anos 60 a pesquisa escolar no contexto educacional brasileiro passa a ser
influenciada pela psicologia genética, como forma de desenvolver o processo de construção do
conhecimento.
Ainda podemos encontrar subsídios em Milanesi (1985), Suaiden (1995) e Santos
(1989) que compreendem a pesquisa escolar como uma necessidade criada durante a Reforma
do Ensino de 1971 que, através da implantação da Lei 5.692, redimensionou toda a estrutura
do ensino e institucionalizou a pesquisa na escola como prática obrigatória, tornando-a um
dever tanto do professor como do aluno.
Surge então, a necessidade de se fazer pesquisa na e para a escola. Nesta concepção, a
pesquisa escolar seria o eixo do processo pedagógico, onde o professor elabora e coordena
situações de aprendizagem a partir do interesse dos alunos. Portanto, "há quase três décadas, a
pesquisa escolar foi incorporada ao ensino fundamental e médio como uma metodologia de
ensino voltada à ampliação e enriquecimento dos conteúdos curriculares" (Martucci,2000,
p.1), assumindo a importante função educacional na preparação do educando para uma
participação responsável na construção do saber.
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De acordo com Milanesi (1985), não foi pertinente a institucionalização dessa proposta
no cotidiano das escolas por dois fatores: os professores não possuíam conhecimento da
prática de pesquisa e a escola não estava preparada para atender à estas novas necessidades,
haja vista, por exemplo, a ausência de bibliotecas escolares. Ainda segundo o autor, não se
pode instaurar o desejo de pesquisar nos alunos se o professor não pesquisa. E as poucas
bibliotecas instituídas no contexto escolar não possuíam acervo adequado para as novas
demandas dessa proposta educacional.
Apesar disso, os alunos passam a freqüentar bibliotecas para cumprir a tarefa de
pesquisa imposta pela escola, realizando uma prática mecanizada, sem significado. O trabalho
da biblioteca e da escola não se integra. O acervo das bibliotecas não é adequado. O professor
acaba não freqüentando e não conhecendo esse espaço devido às pressões de seu cotidiano
escolar e os alunos acabam visitando as bibliotecas em busca de materiais que tratam o
assunto de forma mais sintetizada. (Silva, 1991).
De fato, poucos alunos freqüentam bibliotecas pelo simples prazer da leitura e da
escrita. Em geral, o fazem pela condição que lhes é imposta, no caso, a entrega de um
determinado trabalho e a nota como conseqüência desta atividade. Isso se deve também ao
fato de que poucas bibliotecas se encontram atualizadas em termos de publicações, além da
escassez de recursos tecnológicos de comunicação e informação disponíveis para acesso.
3. O problema da pesquisa escolar
A “cola” é muitas vezes a resposta merecida para a aula copiada. (DEMO,1996:38)
Apesar de concebida como uma ação importante na prática escolar, a pesquisa, aliada
ao uso de recursos tecnológicos, principalmente a Internet, é vista por muitos educadores
como algo pouco significativo ou ineficaz.
A expressão “pesquisa na internet” aparece como uma herdeira das pesquisas feitas num tempo em que os computadores ainda não eram uma ferramenta acessível de comunicação. Tal prática consistia em solicitar aos alunos elaboração de um trabalho – a “pesquisa” - que demandava busca de informação em livros. Já que a prática era muito disseminada, as
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editoras acabaram publicando enciclopédias com a promessa de que nelas os alunos poderiam encontrar tudo o que precisassem para seus trabalhos escolares.
As enciclopédias impressas ganharam a preferência de alunos e escolas por causa de sua organização. Nelas os assuntos eram introduzidos por verbetes apresentados em ordem alfabética. Assim, os estudantes teriam pouca dificuldade para encontrar informações necessárias para suas “pesquisas”. Outra característica das enciclopédias
eram as referências cruzadas, ou seja, um tratamento gráfico que destacava no texto – geralmente em negrito – outros assuntos nela publicados que poderiam ter alguma relação com o verbete em destaque. Assim, por exemplo, o verbete reunificação alemã, em parte apropriada fazia menção à unificação alemã. Dessa forma, o leitor dispunha de certo mapa de navegação que lhe permitia tecer relações entre assuntos. Porém, em raros casos os estudantes percorriam as referências cruzadas. O que queriam era encontrar informação suficiente para produzir um trabalho temático. Assim, é quase certo que as características de informação não seqüencial das referências cruzadas eram desconsideradas pelos alunos.
A descrição de enciclopédias aqui desenvolvida lembra o mecanismo de abridgment de livros que surgiu no começo do século passado. Tal mecanismo buscava abreviar (abridge) obras importantes para que os leitores tivessem uma idéia geral do assunto. A prática do abridgement é abordada numa obra essencial sobre a sociedade da informação que vem se constituindo desde a segunda metade do século XIX, The Image: A guide to pseudo-events in America, de Daniel Boorstin (199...). Segundo Boorstin, a necessidade de aumento do consumo de informação foi acompanhada por mecanismos de simplificação de conteúdos.
Nessa direção, obras importantes foram convertidas em livretos, sem qualidade literária, que buscavam apresentar informações superficiais sobre enredo e principais personagens. As enciclopédias escolares são herdeiras do abridgement. Elas, em poucas páginas, fornecem informações genéricas sobre fatos, situações, descobertas científicas e conceitos. Nada aprofundam. No seu horizonte está o desejo de facilitar a vida dos estudantes. Nela (as enciclopédias escolares), os estudantes passaram a encontrar versões resumidas de assuntos que antes precisariam buscar em obras mais robustas.
Com o advento da internet as enciclopédias caíram em desuso ou foram transferidas para arquivos eletrônicos que podem ser consultados on ou offline. Mas, mesmo digitalizadas, as velhas enciclopédias abriram espaço para obras selecionadas pelos buscadores da internet. Essas ferramentas de busca identificam e listam fontes de informação a partir de solicitação dos usuários. Com isso, os alunos não precisam mais de manipular umas poucas fontes impressas. O buscador relaciona boa parte do que está publicado na internet numa ordem que segue algum algoritmo que prioriza determinadas fontes de modo pouco transparente.
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Ao contrário de livros e de enciclopédias, as publicações que aparecem na internet não dependem de julgamento prévio para serem divulgadas. A publicação de informações na rede mundial de computadores é completamente livre. Qualquer pessoa, em tese, pode publicar em tal espaço. Por esse motivo, o acervo informativo da internet tem muitas matérias desprovidas de qualquer credibilidade. Mas, nem sempre é fácil determinar se uma informação naquele ambiente tem qualidade comprovada. Isso pode ter sérios reflexos nas pesquisas dos alunos.As pesquisas escolares em épocas passadas convertiam-se em volumosos trabalhos escritos à mão ou datilografados. Quase sempre, o texto apresentado pelos alunos era cópia daquilo que haviam encontrado em livros ou nas enciclopédias (em anos recentes estas últimas passaram a ser fonte quase que exclusiva para as pesquisas dos estudantes). De modo geral, esses compromissos dos alunos eram desenvolvidos sem qualquer entusiasmo. Por essa razão, a idéia de pesquisa presente em tais práticas não promovia interesse por investigação científica. A situação toda passava a mensagem de que pesquisa é um processo burocrático e livresco.
BARATO, JARBAS NOVELINO. Consultoria para produção textual “pesquisa escolar e internet”. 2010.
Muitos professores, na tentativa de resolver o problema da pesquisa elaborada a partir
da internet, solicitam trabalhos manuscritos, como se assim pudessem garantir que o aluno
realmente elabore seu trabalho sem copiá-lo da Internet. Alguns argumentam ainda que desta
maneira o aluno prática a ação de leitura do texto que está copiando e acaba "aprendendo o
conteúdo".
O professor precisa dialogar e discutir com os alunos o problema da cópia em
pesquisas. Esclarecer que a prática da cópia não gera aprendizado, e que o importante é a
obtenção do conhecimento e não apenas a entrega do trabalho escolar em dia. Por outro lado, o
aluno precisa conscientizar-se sobre a importância da pesquisa em sua vida, compreendê-la
como uma ação significativa para a apropriação do conhecimento.
4- Espaços escolares para pesquisa
4.1 - Internet Quando os educadores começaram a usar a palavra pesquisa para designá-la como a
"base da educação escolar", certamente, não imaginavam que o surgimento da Internet
promoveria a universalização da informação:
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Com o auxílio dessa tecnologia qualquer estudante teria acesso às bibliotecas de todo o mundo para pesquisar sobre umdeterminado assunto, assim como a grupos de interesse nos quais milhares de pessoas debatem diversos temas". (Macedo, 1999, p. 52)
A cada dia aumenta o número de alunos que passam a utilizar a Internet como fonte de
pesquisa para elaboração de trabalhos escolares. Antes da década de 60, quando a Internet
ainda não existia e o processo de comunicação não era tão rápido, as informações nem sempre
pareciam ser tão atuais e nem sempre chegavam até nós em tempo real. Hoje as informações
chegam simultaneamente às pessoas. O mundo se comunica de muitas formas utilizando-se
dos modernos recursos destinados a esta ação. O mundo virtual se torna real em nosso
cotidiano.
Macedo (1997, p. 52) afirma que:
As vantagens de acesso mais rápido ao conhecimento e de redução do espaço requerido para o armazenamento do material têm feito com que os bancos de dados computadorizados se transformem no instrumento ideal de pesquisa. A possibilidade de comunicação remota dos dados contidos nesses bancos, através de redes internacionais como a Internet, faz com que a contribuição da máquina à pesquisa seja ainda maior... Parece-nos ser essa a utilização mais promissora do computador na escola.
As ferramentas de busca, recursos disponibilizados na Internet, permitem aos alunos
encontrar de forma rápida e eficiente tudo o que necessitam quando estão elaborando uma
pesquisa escolar. Apesar do vasto universo de informações encontrado nestes espaços, poucos
professores fazem realmente um uso efetivo destes recursos, e deixam de planejar trabalhos de
pesquisa que envolva de maneira significativa o uso das tecnologias de informação e
comunicação.
O resultado que se tem é o que podemos verificar em diversos estudos sobre o uso da
internet nas pesquisas escolares, ou seja, a crítica sobre o uso irresponsável deste recurso no
campo educacional. Pesquisas apontam que a internet apenas facilitou a prática do conhecido
“CTrl+c+CTrl+v” já disseminada com o uso das enciclopédias.
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Apesar de muito discutido por professores, a prática de “copiar e colar” é muito
comum entre alunos e, muitas vezes, de difícil identificação para os próprios professores.
Neste caso temos uma situação preocupante que diz respeito à necessidade de se planejar
melhor a solicitação de um trabalho de pesquisa escolar aos alunos. Para isso, é necessário que
educadores vislumbrem o caminho que será traçado pelo aluno na intenção de orientá-lo e
acompanhá-lo durante o processo.
Não devemos e nem podemos impedir o uso da Internet nas pesquisas escolares.
Porém, torna-se necessário utilizá-la de maneira consciente e significativa. É necessário
educar os alunos para o uso desta ferramenta. Sendo assim, o aluno precisa dispor de várias
fontes para buscar informações sobre o tema a ser abordado e precisa saber como fazer isso.
Daí a importância da orientação e mediação do professor neste processo.
5 - Algumas Bases de busca
5.2.1 - Portal Dia-à-Dia Educação
Dia a dia Educação - http//www.diaadiaeducacao.pr.gov.br
http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/
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O Portal dia a dia educação conta com um acervo multimídia disponível para alunos e professores da rede pública estadual de ensino. São imagens, áudio, vídeos e animações das quais os professores e alunos podem realizar download ou apenas visualizá-los em computadores. Esse material faz parte do acervo da TV Multimídia, e pode ser acessado no seu site específico.
Dentre os conteúdos, podemos encontrar vídeos institucionais, vídeos de palestras com professores especialistas convidados, manuais, apostilas e tutoriais sobre diversos assuntos.
Temas atuais
Com o intuito de levar aos leitores temas atuais diversos, e assim despertar o senso
crítico, o Portal conta com a página de temas Atuais. Nesta página são disponibilizados os
mais diversos assuntos referentes à atualidade.
http://www.diaadia.pr.gov.br/temasatuais/
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Consulta Escola
O portal Dia-a-dia Educação conta com um recurso que permite consultar diversos
dados referentes às escolas do Estado do Paraná. Alguns dos dados que podem ser acessados
são: quantidade de merenda recebida pela escola, dados de professores e suas disciplinas,
turmas e número de alunos matriculados, calendário escolar, entre outros.
http://www4.pr.gov.br/escolas/frmPesquisaEscolas.jsp
Fera com Ciência Uma iniciativa de incentivo à pesquisa escolar diz respeito o projeto Fera com
Ciência, um evento que reúne alunos de diferentes escolas estaduais para apresentação de
pesquisas na área científica e tecnológica, realizadas durante o período letivo.
Disponível em: http://www.diaadia.pr.gov.br/ciac/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=3
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5.2.2 - Outros espaços
Há espaços virtuais institucionais como o banco central, IBGE, que podem ser
explorados por professores do ensino fundamental e médio, como apoio ou complementação
aos conteúdos trabalhados em sala de aula. Neste momento faremos algumas indicações sobre
estes sites e portais hipertextuais e multimidiáticos.
Portal do IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
O Portal do IBGE conta com um conteúdo disponibilizado especialmente para alunos,
o IBGE TEEN. Neste espaço os alunos podem realizar download dos materiais e visualizarem
mapas e dados estatísticos. O design do site é pensado no uso para jovens:
http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/index.htm
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Portal do Banco Central
O Banco Central disponibiliza um dedicado à pesquisa escolar, tendo como público-
alvo jovens estudantes. O Portal conta com conteúdos disponíveis para downloads, como, por
exemplo, moedas de outros países, galeria virtual e uma área dedicada, entre outros.
http://www.bcb.gov.br/htms/bcjovem/default.htm
5.2.2 - Buscadores
Atualmente é possível encontrar na Internet alguns sistemas de busca que possibilitam
realizar diferentes pesquisas sobre assuntos e conteúdos diversos, entre os mais conhecidos
podemos citar: Google, Cade, Bing, e o Alta Vista.
Esses sistemas utilizam motores de busca para encontrar as páginas disponíveis na
internet, e, assim que as páginas são encontradas, elas são armazenadas para posteriormente
serem processadas. Depois de armazenadas as páginas são indexadas e ordenadas, esse
processo é o que permite realizar buscas de forma rápida.
Existem também outros buscadores que empregam semântica em seus sistemas de
busca, um exemplo desse tipo de buscador é o Clusty (http://clusty.com/) e o buscador
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Wolfram Alpha (exemplo abaixo) esses sistemas de busca "ordenam" seus resultados em
categorias.
Buscador Wolfram Alpha
Esse buscador faz parte dos buscadores semânticos, quando é realizada uma busca, ele retorna resultados em vários contextos:
http://www.wolframalpha.com/
Apesar de disponível apenas na língua inglesa, o buscador é bastante interessante por
oferecer resultados de busca considerando diferentes conceitos.
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Os resultados
Os resultados das buscas estão relacionados com a forma que utilizamos o buscador,
Existem diversos filtros que podem ser usados de forma a facilitar a nossa busca por
determinado assunto, como por exemplo, podemos filtrar um resultado por: imagens, vídeos,
notícias, web, entre outros, dependendo do buscador que utilizamos.
Existe também outro recurso muito importante que podemos utilizar para ampliar
nosso horizonte de busca, que é o recurso de tradução automática. Muitos buscadores já
trazem este recurso integrado.
Tradutores online
Um grande auxílio para as pesquisas escolares são os tradutores online. Disponíveis em
vários idiomas, eles propiciam maiores possibilidades de pesquisa em diferentes idiomas, um
exemplo disso é o tradutor do site google, que traduz textos e páginas automaticamente:
http://translate.google.com.br
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Por mais que haja uma tendência em se utilizar somente um sistema de busca para
realizar pesquisas, devemos nos atentar ao fato de que os resultados obtidos nos sistemas de
buscas nem sempre seguem o princípio da imparcialidade, assim sendo, os resultados
considerados mais relevantes em uma busca, podem ter sido ajustados à certas ideologias e
ideais predefinidos.
6 - Papel do professor e a pesquisa escolar
Demo (2006, p.14) afirma ser necessário desmistificar a pesquisa no sentido de que
não é possível desvincular a pesquisa do ensino, pois “[...] quem ensina carece pesquisar;
quem pesquisa carece ensinar. Professor que apenas ensina jamais o foi. Pesquisador que só
pesquisa é elitista explorador, privilegiado e acomodado.”
Os professores precisam oportunizar o acesso às ferramentas de pesquisa aos alunos,
estimulando assim a busca por diferentes formas de informação, desenvolvendo neles a
curiosidade e o espírito crítico. As estratégias para o melhor uso das tecnologias devem
propiciar a interação entre todos os envolvidos no processo, criando um ambiente de estímulo
e apoio às atividades de ensino e de aprendizagem.
Ao solicitar uma pesquisa aos seus alunos, o professor precisa relembrar a eles alguns
encaminhamentos que irão orientá-los durante o processo, tais como:
• Do que se trata a pesquisa?
• O que é o assunto a ser pesquisado?
• Qual o objetivo da pesquisa?
• Quanto tempo levará o processo?
• Qual o prazo para entregar o produto da pesquisa?
• Em quais fontes podem ser encontradas informações sobre o assunto a ser pesquisado?
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Quanto à produção da pesquisa orientada é necessário o conhecimento do que Dodge
(2001) apresenta por meio do acrônimo1 FOCUS. São cinco sugestões, que apresentamos
conforme tradução e leitura nossas:
• Fontes – indique sites que oportunizem pesquisas significativas.
• Orientação - conduza o estudo e ‘pesquisa’ com base no projeto educacional da escola
ou da comunidade onde atua.
• Conhecimento – desafie. Elabore tarefas que levem a construção do pensamento e de
capacidades sociais e cognitivas elevadas por meio da ‘pesquisa’.
• Use os meios – utilize os recursos que estão disponíveis em seu espaço escolar, cada
meio poderá alcançar distintas áreas de aprendizagem.
• Supere-se compartilhando – conduza a aprendizagem e as ações de ‘pesquisa’
considerando os conhecimentos já construídos e vivenciados por você e pelo educando,
nos quais os conhecimentos ‘novos’ se entrecruzam e sustenta-se, tal qual um andaime.
7 – Referências
ALMEIDA, Maria Lúcia de: Como Elaborar Monografias. Belém: CEJUP, 1991.BAGNO, Marcos. Pesquisa na escola: o que é e como se faz. São Paulo: Edições Loyola, 1998.BERNARDES, Alessandra Sexto & FERNANDES, Olívia Paiva. A Pesquisa Escolar em Tempos de Internet. TEIAS: Rio de Janeiro, ano 3, no 5, jan/jun 2002 Disponível em: <http://www.educador.brasilescola.com/gestao-educacional/escola-nova.htm> Acesso em março de 2010CAMPELLO, Bernadete Santos et. all. A Internet na Pesquisa Escolar: um panorama do uso da Web por alunos do Ensino Fundamental. Disponível em: <gebe.eci.ufmg.br/?
1Acrônimo: Sigla, palavra, frase ou idéias formadas com as iniciais de uma outra palavra, geralmente colocada na vertical, tal qual faço para o termo FOCUS.
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download=T029.pdf> Acesso em março de 2010CANEN, A.; ANDRADE, L. T. Construções discursivas sobre pesquisa em educação: o que dizem professores formadores universitários, Educação e Realidade, Porto Alegre, v. 30, n. 1, p. 49-65, 2005. DEMO, Pedro. Pesquisa: princípio científico e educativo. São Paulo: Cortez, 2000DEMO, Pedro. Educar pela pesquisa. 2. ed. Campinas: São Paulo, 1997.** Formação do autor: é PhD em Sociologia pela Universidade de Saarbrücken, Alemanha, 1967-1971, e pós-doutor pela University of California at Los Angeles (UCLA), 1999 - 2000.Atualmente, Professor Titular Aposentado e Professor Emérito da Universidade de Brasília (UnB), Departamento de Sociologia.Áreas de atuação sistemáticas são: POLÍTICA SOCIAL (Educação) e METODOLOGIA CIENTÍFICA.DODGE, B. FOCUS: five rules for writing a great WebQuest. (2001). In. INTERNATIONAL SOCIETY FOR TECHNOLOGY IN EDUCATION. Disponível em: < http://babylon.k12.ny.us/usconstitution/focus-5%20rules.pdf>. Acesso em: 05 de abr. 2010.
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Academia Paulista de Letras desde 25 de outubro de 2007, ocupando a cadeira 38. Formou-se sociologia política.SANTOS, Marlene Souza. Multimeios na biblioteca escolar. In: GARCIA, Edson Gabriel (org.) Biblioteca Escolar: estrutura e funcionamento. São Paulo: Loyola, 1989.SILVA, Ezequiel Teodoro da. De olhos abertos: reflexões sobre o desenvolvimento da leitura no Brasil. São Paulo: Ática,1991.SUAIDEN, Emir. Biblioteca pública e informação à comunidade. São Paulo: Global Editora, 1995.SUAIDEN, Emir. O Brasil e o acesso às novas tecnologias. Disponível em: <http://blogdoemir.blogspot.com/> Acesso em março de 2010A criança é um grande pesquisador (entrevista com Pedro Demo). Disponível em: <http://www.aprendebrasil.com.br/entrevistas/entrevista0035.asp> Acesso em março de 2010