Piaget Autonomia.12
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7/27/2019 Piaget Autonomia.12
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FACULDADE SUMAR.2. SEMESTRE DE PEDAGOGIA.PSICOLOGIA DA EDUCAO.
LIVRO: A CRIANA E O NMERO.CONSTANCE KAMII. CAMPINAS: EDITORA PAPIRUS, 1990.
CAPITULO: APNDICE: A AUTONOMIA COMO FINALIDADE DAEDUCAO: IMPLICAES DA TEORIA DE PIAGET. (paginas 103 a 124).
Em um dos livros de Piaget,O julgamento Moral da Criana,publicado em
1932, discorreu sobre a importncia da moralidade autnoma. Autonomia significa ser
governado por si prprio. o contrrio de heteronomia, que significa ser governado por
outrem.
Esse Apndice est dividido em trs partes:
1) autonomia moral;2) aspecto intelectual da autonomia;
3) autonomia como finalidade da educao.
AUTONOMIA MORAL.
Piaget deu exemplos comuns sobre a autonomia moral. Em suas pesquisas
perguntava s crianas de 6 a 14 anos se era pior dizer mentira a um adulto a outra
criana. As crianas pequenas sistematicamente afirmavam que era pior dizer mentira a
um adulto.
Quando perguntadas por que? explicavam que os adultos podem saber
quando que uma afirmao no verdadeira. As crianas maiores, ao contrrio,
tendiam a responder que, algumas vezes, se sentiam foradas a mentir para aos adultos,
mas que era maldade faze-lo com outras crianas. Este um exemplo do aspecto moral
da autnoma. Para as pessoas autnomas, as mentiras so ruins, independentemente do
fato das pessoas serem descoberta ou no.
Em condies ideais, a criana torna-se progressivamente mais autnoma
medida em que cresce e, ao tornar-se mais autnoma, torna-se menos heternoma. Ou
seja, medida em que a criana torna-se apta a governar-se, ela menos governada por
outras pessoas.
Na realidade, a maioria dos adultos no se desenvolve dessa foram ideal. A
grande maioria interrompe seu desenvolvimento num nvel baixo como se v pela linha
contnua no quadro. Piaget (1948) disse que so raros os adultos verdadeiramente
morais. Esta observao pode ser facilmente confirmada em nossa vida diria. Os
jornais relatam histrias sobre corrupo no governo e sobre roubos, assaltos e
assassinatos.
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Heteronomia Desenvolvimento Ideal
Autonomia Desenvolvimento da maior parte dos
adultos.
Nascimento Idade Adulta.
O que torna alguns adultos moralmente autnomos?
A resposta de Piaget a esta pergunta era a de que os adultos reforam a
heteronomia natural das crianas, quando usam recompensas e castigos e estimulam o
desenvolvimento da autonomia quando intercambiam pontos de vista com as crianas.
Quando uma criana diz uma mentira, por exemplo, o adulto pode priva-la dasobremesa ou faze-la escrever 50 vezes no mentirei. Mas ele tambm pode evitar
punir a criana e, olhando-a diretamente nos olhos, com grande ceticismo e afeio
dizer: - Realmente no posso acreditar no que voc est ame dizendo porque...
Este um exemplo de uma troca de pontos de vista que contribui para o
desenvolvimento da autonomia nas crianas. A criana percebe que o adulto no pode
acreditar nela, pode ser motivada a pensar sobre o que deve fazer para ser acreditada. A
criana educada com muitas oportunidades semelhantes a esta pode eventualmente,
construir para si prpria a convico de que melhor para todos serem honestos com os
outros.
A punio acarreta trs tipos de conseqncias. A mais comum o clculo de
riscos. A criana que for punida repetir o mesmo ato, mas da prxima vez, tentar
evitar ser descoberta. Os prprios adultos dizem s vezes: - No me deixe apanhar
voc fazendo isso outra vez!
Em outras ocasies, a criana decide por antecipao, que mesmo que seja
descoberta, o preo ser compensado pelo prazer que obter.
A segunda conseqncia possvel da punio a conformidade cega. Algumas
crianas sensveis tornaram-se conformistas porque a conformidade lhes garante
segurana e respeitabilidade. Quando se tornam completamente conformistas, as
crianas no preciso mais tomar decises, tudo o que devem fazer obedecer.
A terceira conseqncia possvel a revolta. Algumas crianas comportam-se
muito bem durante anos, mas decidem, num determinado momento, que esto cansadas
de satisfazer a seus pais e professore todo o tempo e que chegou a hora de comear a
viver por si prprios. Podem ento comear a envolver-se em vrios comportamentos
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que caracterizam a delinqncia. Estes comportamentos podem parecer atos autnomos,
mas existe uma vasta diferena entre autonomia e revolta. Numa revolta, a pessoa est
contra o conformismo mas no torna necessariamente a pessoa moralmente autnoma.
Assim a punio refora a heteronomia das crianas e impede que elas
desenvolvam sua autonomia. Embora as recompensas sejam melhores do que as
punies, elas tambm reforam a heteronomia das crianas. As crianas que ajudam ospais s para receberem dinheiro como premio, e aquelas que estudam s para receberem
boas notas so governadas por outros, exatamente como as crianas que so
boazinhas s para evitar punies.
Os adultos exercem poder sobre as crianas usando recompensas e castigos, e
so precisamente essas sanes que mantm as crianas obedientes e heternomas.
Se queremos que as crianas desenvolvam a autonomia moral, devemos reduzir
nosso poder de adulto, abstendo-nos de usar recompensas e castigos e encorajando-as aconstruir por si mesmas seus prprios valores morais. Por exemplo, a criana ter a
possibilidade de pensar sobre a importncia da honestidade somente se, ao invs de ser
punida por contar mentiras, ela for confrontada com o fato de que outras pessoas no
podem acreditar ou confiar nelas.
A essncia da autonomia que as crianas tornem-se aptas a tomar decises por
si mesmas. Mas autonomia no a mesma coisa que a liberdade completa. A autonomia
significa levar em considerao os fatos relevantes para decidir agir da melhor forma
para todos. No pode haver moralidade quando se considera apenas o prprio ponto de
vista. Quando uma pessoa leva em considerao os pontos de vistas das outras, no est
mais livre para mentir, quebrar promessas e ser leviano.
Piaget fez uma distino importante entre punio e sano por reciprocidade.
Privar uma criana da sobremesa por dizer mentira um exemplo de punio, pois a
relao entre mentira e sobremesa completamente arbitrria. Mas dizer-lhe que no
podemos acreditar nela um exemplo de sano por reciprocidade.
As sanes por reciprocidade esto diretamente relacionadas com o ato que se
deseja sancionar e com o ponto de vista do adulto, tendo o efeito de motivar a criana a
construir por si mesma, regras de conduta atravs da coordenao de pontos de vista.
Piaget (1932) deu seis exemplos de sanes por reciprocidade. [...] O primeiro
um excluso temporria ou permanente do grupo. Quando uma criana perturba os
adultos mesa do jantar, os pais dizem frequentemente: - Voc poder ficar aqui sem
nos aborrecer, ou ento ir para seu quarto e fazer barulho.
Esta sano est relacionada com o ato sancionado e como os pontos de vista
dos adultos, dando criana a possibilidade de construir por si mesma a regar de ter
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considerao com outras pessoas. Esclarecemos que a escolha oferecida coercitiva e
entre duas coisa que desagradam criana, mas o elemento importante a possibilidade
de tomar uma deciso. O que est implcito que se e quando a criana decidir ficar
quieta, ter a possibilidade de retornar ao grupo.
Os professores usam frequentemente esta sano de excluso do grupo. Por
exemplo, quando um grupo est ouvindo uma histria e uma criana o perturba oprofessor muitas vezes diz: - Voc pode ficar aqui sem nos aborrecer, ou terei que lhe
pedir que v pra o canto dos livros ler sozinha.
Sempre que possvel, deve-se dar criana a possibilidade de decidir quando ela
poder comportar-se bastante bem para voltar ao grupo. Limites mecnicos de tempo
servem apenas como punies e as crianas que cumpriram o tempo previsto muitas
vezes sentem-se perfeitamente livres para cometer a mesma falta outra vez.
O segundo tipo de sano por reciprocidade apelar para a conseqncia direta ematerial do ato. J dei um exemplo desse tipo de sano em relao s mentiras das
crianas.
O terceiro tipo de sano por reciprocidade o de privar a criana da coisa que
ela usou mal. Por exemplo, estive durante trs dias consecutivos, numa sala de aula de
crianas de cinco anos de idade. A sala era pequena para uma classe de 25 alunos, e
mais ou mesmo um tero de sua rea estava ocupado com blocos de construo que ali
ficaram o tempo todo.
Fiquei surpresa de ver que as elaboradas construes mantiveram-se por 3 dias e
que as crianas eram cuidados em no derrubar o trabalhos dos demais, quando iam
rea dos blocos para modificar seus prprios trabalhos.
Quando perguntei professor como ela conseguira que as crianas fossem to
cuidadosas, explicou-me que tinha sido rigorosa, e no deixava que as crianas
derrubavam alguma coisa fosse rea do s blocos. Mais tarde, ela negociou com cada
criana o direito de ir quela rea, quando elas j sabiam que este diretor deveria ser
conquistado.
O quarto tipo de sano por reciprocidade a reparao. Por exemplo, se uma
criana respinga tinta no cho, uma reao apropriada seria dizer: - Voc gostaria que
eu a ajudasse a limpar? Mais tarde, durante o ano, ser suficiente dizer: - O que
vamos fazer?
Um dia, numa classe de crianas de quatro anos, uma delas chegou chorando
para a professora porque seu projeto de arte tinha sido estragado. A professora dirigiu-se
turma dizendo que queria que a pessoa que tinha quebrado o objeto ficasse com ela
durante o recreio, para que pudesse ajuda-lo a conserta-lo.
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A criana responsvel pelo estrago pde ver o ponto de vida da vitima e foi
encorajada a construir por si mesma a regra da reparao. Enquanto ajudava a criana a
consertar o objeto quebrado a professora props que ele a procurasse da prxima vez
que algo parecido acontecesse, para que pudesse ajuda-la a consertar o objeto.
Quando as crianas no tm medo de ser punidas, elas se manifestam
espontaneamente e fazem a reparao.Piaget chamava a ateno para o fato de que todas as sanes precedentes
poderiam facilmente degenerar em punies se no houvesse uma relao de afeto e
respeito mtuos entre o adulto e a criana. O respeito mtuo , de fato, essencial pra o
desenvolvimento da autonomia da criana. Ela se sente respeitada em sua maneira de
pensar e sentir capaz de respeitar a maneira como os adultos pensam e sentem.
CONSTRUTIVISMOA teoria de Piaget sobre como as crianas aprendem valores morais
fundamentalmente diferente das outras teorias tradicionais e do senso comum.
Na viso tradicional, acredita-se que a criana adquira os valores morais
internalizando-os a partir do meio ambiente.
De acordo com Piaget, as crianas adquirem valores morais no por internaliz-
los ou absorv-los de fora, mas por constru-los interiormente, atravs da interao com
o meio ambiente. Por exemplo, ningum ensina s crianas que pior dizer uma mentira
a um adulto do que a uma outra crianas. No entanto, crianas mais novas constroem
esta crena a partir do que lhes dizem.
Certamente todos ns fomos punidos na infncia. Mas, na medida em que
tambm tivemos a possibilidade de coordenar nossos pontos de vista com os dos outros
tivemos a possibilidade de tornar-nos mais autnomos.
AUTONOMIA INTELECTUAL
No mbito intelectual, autonomia tambm significa autogoverno assim como
heteronomia ser governado por outrem. Um exemplo extremo de autonomia
intelectual o de Coprnico ao inventar a teoria heliocntrica quando todos os demais
acreditavam que o Sol girava ao redor da Terra.
Chegou a ser ridicularizado e afastado da cena acadmica, mas foi autnomo o
bastante para continuar convencido de sua prpria ideia.
Em contrapartida, uma pessoa heternoma acredita sem questionamentos em
tudo o que lhe dizem, inclusive em concluses ilgicas, em slogans e propagandas.
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De acordo com Piaget, a criana adquire o conhecimento ao constru-lo a partir
de seu interior, ao invs de internaliz-lo diretamente de seu meio ambiente.
As crianas podem internalizar o conhecimento ensinado por um momento, mas
elas no so recipientes que meramente retm o que informado em suas mentes.
Um modo mais preciso de discutir o construtivismo dizer que as crianas
constroem o conhecimento criando e coordenando relaes.Infelizmente as crianas no so encorajadas na escola a pensar de maneira autnoma.
Os professores tambm usam sanes no mbito intelectual para conseguir que
as crianas dem as respostas certas que eles querem ouvir. Uma maneira desta
prtica a maneira de corrigir as folhas de exerccios.
Na aritmtica da primeira srie do primeiro grau, por exemplo, se uma criana
escreve que 4+2=5, a maioria dos professores assinala isto como um erro. [...] O
resultado deste tipo de correo que as crianas tornam-se convencidas de que averdade advm somente da cabea do professor.
As crianas que so desencorajadas assim de pensar autonomamente construiro
menos conhecimentos do que aquelas que so meramente ativas e autoconfiantes.
Quando uma criana diz que 4+2=5, a melhor forma de reagir, ao invs de
corrigi-la perguntar-lhe: - Como foi que voc conseguiu 5? As crianas corrigem-se
frequentemente de modo autnomo, medida que tentam explicar seu raciocnio a uma
outra pessoa. Pois a criana que tenta explicar seu raciocnio tem que descentrar para
apresentar a seu interlocutor um argumento que tenha sentido. Assim, ao tentar
coordenar seu ponto de vista com o do outro, frequentemente ela se d conta do seu
prprio erro.
Um modo ainda melhor de ensinar aritmtica na primeira srie o de eliminar
totalmente a instruo e introduzir muitos jogos como a Batalha Dupla. Este jogo
parecido com a Batalha, com a diferena de que a soma de duas cartas que
comparada com a soma das cartas do adversrio.
As crianas no necessitam ser ensinadas a somar porque podem calcular por si
prprias o resultado de cada adio. Alm disso, num jogo, elas podem intercambiar
seus pontos de vista quando um dos jogadores afirma, por exemplo, que 2+4=5. Esta
maneira de aprender muito mais ativa e conducente ao desenvolvimento da autonomia
do que as folhas de exerccios.
De acordo com o construtivismo de Piaget, a coordenao de pontos de vista
entre os colegas mais eficaz do que a correo feita pelo professor. Segundo a
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concepo do construtivismo, as crianas aprendem modificando velhas idias, e no
acumulando informaes novas e novos pedacinhos.
Infelizmente, na escola, os estudantes so levados a recitar respostas certas, e
raramente so perguntados sobre o que pensam sinceramente.
Hoje em dia, os educadores da educao pr-primria frequentemente definem
seus objetivos dizendo que as crianas devem aprender os chamados conceitos, taiscomo os de nmeros, letras, cores, formas geomtricas, em cima, em baixo, entre, da
esquerda para a direita, mais comprido, o mais comprido, primeiro, segundo e terceiro,
etc. Eu me oponho a esta maneira de definir objetivos porque conduz o professor a
ensinar uma palavra desconexa depois da outra, em vez de encorajar as crianas a
construrem o conhecimento em relao com o que j conhecem. Esta imposio de
listas de palavras equivale tentativa de fazer com que uma rvore cresa colocando as
folhas a partir do exterior. As folhas nascem de dentro da planta e cada planta ouanimal se desenvolve de dentro para fora, com sua prpria organizao.
Outra preocupao contempornea com as chamadas competncias mnimas
necessrias para que a criana passe para a srie seguinte. Eu penso que se voc solicita
apenas competncias mnimas, voc obter apenas competncias mnimas. As crianas
que so encorajadas a pensar ativa, crtica e autonomamente aprendem mais do que as
que so levadas a obter apenas as competncias mnimas.
AUTONOMIA COMO FINALIDADE DE EDUCAO.
O quadro mostra a autonomia como finalidade de educao em relao com as
metas educacionais definidas atualmente pela maioria dos educadores e do pblico. A
parte sombreada do crculo da direita (rotulada as metas da maioria dos educadores e
do pblico), no se sobrepe ao outro crculo, representa as coisas que memorizamos
na escola somente para passar num exame aps outro.
A u t o n o m i a - Meta dos Educadores e do pblico.
Todos que tiveram xito na escola s conseguiram este sucesso porque memorizaram
um nmero enorme de palavras sem as entender ou sem se importar com elas. Todos
nos lembramos da alegria de estar livres para esquecer das coisas que memorizamos s
para passar num exame. Fizemos estes esforos porque ramos, sobretudo, bons e
obedientes conformistas.
A capacidade de pensar logicamente ao nvel formal pertence ao crculo rotulado
autonomia no quadro anterior. Mc Kinnon e Renner se perguntaram sobre que tipo de
educao esses estudantes tinham recebido na escola secundria. A concluso deles foi,
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evidentemente, que a escola secundria no ensina os alunos a refletir. Ao verem que os
professores do secundrio no insistem sobre a reflexo de seus alunos, os autores se
perguntaram sobre quem havia formado esses professores. Em sntese a resposta foi:
Foram as universidade que formaram os professores do secundrio. Ou seja, a
capacidade de refletir deixada de lado em todo o sistema de educao, do comeo ao
fim. E isto muito grave, quando pensamos que um indivduo incapaz de refletirlogicamente no pode, evidentemente, refletir de maneira crtica e autnoma.
Tambm no mbito moral, como declarei anteriormente, as escolas atuais
reforam a heteronomia das crianas e sem se darem conta impedem que estas
desenvolvam sua autonomia.
Para fortalecer as regras e padres dos adultos, as escolas usam testes, notas,
estrelas dourados, o canto do castigo, mritos de demritos e prmios. Assim, a parte do
crculo denominada automonia e que no se sobrepe ao outro circulo relaciona-secom a autonomia moral e intelectual.
Em concluso, a teoria de Piaget no implica apenas a inveno de um outro
mtodo para atingir as mesmas metas tradicionais. A autonomia como finalidade da
educao implica uma nova conceituao de objetivos. No tenho nada contra respostas
corretas ou os 3R (reading (ler), writing (escrever) e arithmetic (calcular)). Em realidade
eu os apoio. Mas h uma enorme diferena entre uma resposta correta produzida
autonomamente com convico pessoal e uma produzida heteronomanente por
obedincia.
Da mesma forma h uma enorme diferena entre um bom comportamento
escolhido autonomamente e um bom comportamento realizado por meio da
conformidade cega.
Ironicamente, muitos educadores gostariam de ver a autonomia moral e a
autonomia intelectual em seus alunos. A tragdia est em que, por no saber a distino
entre autonomia e heteronomia, e por ter idias ultrapassadas sobre o que que faz as
crianas boas e educadas, continuam a depender de prmios e punies,
convencidos de que estes so essenciais para a produo de futuros cidados adultos
bons e inteligentes.
A educao uma prtica que est em um nvel semelhante ao estgio pr-
Copernicano na astronomia. Assim como os astrnomos, anteriores a Coprnico,
fizeram muitas correes pequenas para predies especficas sobre a posio dos
planetas e que no funcionaram, os educadores esto tentando resolver uma variedade
de problemas como os baixos resultados em testes, a apatia, os problemas com o uso de
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drogas e o vandalismo como se estes fossem problemas separados. A teoria da
autonomia de Piaget sugere a necessidade de uma revoluo coperniana na educao.
Ao mudar o foco do nosso pensamento daquilo que ns fazemos para como
as crianas se desenvolvem, podemos comear a ver os temas acadmicos e a educao
moral partindo do ponto de vista de como as crianas aprendem.
O que a educao precisa hoje mais do que dinheiro, uma reconceituaofundamental dos objetivos. Ao enfocar a autonomia da criana, podemos bem animar o
desenvolvimento das crianas com velhos valores, tais como o amor pelo estudo e
autodisciplina. As crianas respeitam as regras que elas fazem para si prprias. Elas
tambm trabalham com mais empenho para atingir as metas que elas colocam para elas
mesmas.
A autonomia como finalidade da educao , num certo sentido, uma nova ideia
que revolucionar, a educao. Em outro sentido, contudo, pode ser vista como umretorno aos valores das relaes humanas.
Referncias Bibliogrficas:
KAMII, Constance. A criana e o nmero. Campinas: Papirus, 1990.
PIAGET, J. Problemas de psicologia gentica. In: Os pensadores. So Paulo: AbrilCultural, 1975.
PIAGET, J. Observaciones sobre la educacin matemtica. In: Developments inMathematical Education, Proceedings of Second Internacional Congresso onMathematical Education. Cambridge: Cambridge University Press, 1973.LOPES, Sergio Roberto. Metodologia do ensino da matemtica. Curitiba: Ibpex, 2007.WEISSBCK, Manuela; GUILHERMETI, Paulo. Crtica a educao escolar: umaanlise a partir da Teoria Crtica. No Prelo. Guarapuava, 2007.