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    Apostila 3 da fase 1Materiais piezoeltricos:

    Principais propriedades (do ponto de vista aplicado) Classificao dos materiais comerciais Limitaes Testes

    Do curso:

    Materiais e Dispositivos Piezoeltricos:Fundamentos e Desenvolvimento

    So Carlos 2004

    ATCP do BrasilSolues Piezoeltricas

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    ndice

    1. Introduo ................................................................................................................... 32. Principais propriedades dos materiais piezoeltricos (do ponto de vista aplicado) .... 4

    dij Constante de carga piezoeltrica ............................................................................. 4gij Constante de tenso piezoeltrica ............................................................................ 4kij Coeficientes de acoplamento ................................................................................... 5Q Fator de qualidade mecnico .................................................................................... 5Tan - Fator de dissipao dieltrica ............................................................................. 5TC Temperatura de Curie ............................................................................................. 6Nk Constantes de freqncia ........................................................................................ 6Za Impedncia Acstica ............................................................................................... 6

    3. Classificao dos principais materiais piezoeltricos comerciais de acordo com suaspropriedades e aplicaes. .................................................................................................. 84. Limitaes dos materiais piezoeltricos ................................................................... 13

    Envelhecimento............................................................................................................. 13Instabilidade das propriedades em funo de variaes de temperatura ...................... 14Limite de excitao eltrico e mecnico ....................................................................... 16

    5. Testando materiais piezoeltricos ............................................................................. 16Via estimativa do k15..................................................................................................... 16Via estimativa do d33..................................................................................................... 17

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    1. Introduo

    Existe uma infinidade de materiais piezoeltricos disponveis no mercado, que vai

    desde o quartzo, insubstituvel em algumas aplicaes, at o ultrapassado Titanato de

    Brio, passando pelas diversas composies, do largamente utilizado, Zirconato Titanato

    de Chumbo (PZTs). Muitos destes materiais comerciais so equivalentes entre si, mas

    devido s diferentes especificaes de cada empresa, interessante o estabelecimento de

    uma classificao padro e/ou mtodo de seleo, que permita a identificao do material

    mais adequado de acordo com suas propriedades, com as caractersticas da aplicao e

    com suas limitaes.

    Nesta apostila,

    Sero apresentadas as principais propriedades dos materiais piezoeltricos doponto de vista aplicado.

    Os principais materiais piezoeltricos comerciais sero classificados de acordocom suas propriedades e aplicaes.

    Sero apresentadas as limitaes dos materiais piezoeltricos. Sero apresentados alguns mtodos prticos de como testar materiais

    piezoeltricos.

    Tendo como objetivo principal, possibilitar e fundamentar a escolha do material

    piezoeltrico em funo da aplicao.

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    2. Principais propriedades dos materiais piezoeltricos

    (do ponto de vista aplicado)

    dij Constante de carga piezoeltrica1

    Unidade: m/V (metros/Volt) ou C/N (Coulombs/Newton)

    O que significa: Informa qual a proporo entre a variao dimensional (l) do

    material piezoeltrico (em metros) e a diferena de potencial aplicada (em Volts), e entre

    a gerao de cargas eltricas (em Coulombs) e a fora aplicada no material (em

    Newtons).

    Valores tpicos: De 0,2 a 8 Angstron (10-10 metros) por Volt aplicado, e de 20 a

    800 pico Coulomb por Newton aplicado, para cermicas piezoeltricas de PZT.

    Quando/onde uma informao indispensvel: No projeto de posicionadores

    piezoeltricos e sensores de fora/deformao.

    gij Constante de tenso piezoeltrica

    Unidade: Vm/N (Volts x metros/Newton)

    O que significa: Informa qual a proporo entre a diferena de potencial gerada (em

    Volts) e a fora aplicada (em Newton) para uma cermica com comprimento de 1 metro.

    Valores tpicos: De -1 a 60 Volts para cada Newton aplicado (considerando a

    dimenso do eixo em questo de 1 metro), para cermicas piezoeltricas de PZT.

    Diminuindo-se a dimenso da cermica ou aumentando a fora, o mdulo da tenso

    gerada tambm aumenta.

    Quando/onde uma informao indispensvel: No projeto de detonadores deimpacto e magic clicks.

    1 O ndice i significa a direo do campo eltrico/fora aplicada e o ndice j a direo em que est sendomedida a deformao/carga eltrica (sendo i e j igual a 1 para o eixo x, igual a 2 para o eixo y e igual a 3para o eixo z; o eixo z sempre o da polarizao). Estes ndices tambm podem ser apresentadoscompactados, substitudos por letras, significando simetrias como a planar (p) e hidrosttica (h).

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    kij Coeficientes de acoplamento

    Unidade: Adimensional.

    O que significa: Eficincia do material na transduo/converso de energia

    eltrica em mecnica e vice versa.

    Valores tpicos: De 0.02 (equivalente a 2% de eficincia) a 0.75 (equivalente a

    75% de eficincia), para cermicas piezoeltricas de PZT.

    Quando/onde uma informao indispensvel: No controle de qualidade das

    cermicas piezoeltricas e no projeto de dispositivos em que no se deseja a converso

    cruzada de energia, ou seja, que uma vibrao ou deformao em um eixo no gere

    cargas eltricas ou diferena de potencial em outro eixo. Neste caso, quanto menor o

    respectivo fator de acoplamento melhor.

    Q Fator de qualidade mecnico

    Unidade: Adimensional.

    O que significa: uma medida das perdas mecnicas (amortecimento) do material.

    Dizer que o fator de qualidade mecnico de um dispositivo ressonante 100 (de um sino

    por exemplo), significa que, se excitado momentaneamente em sua freqncia de

    ressonncia, ir oscilar 100/2 vezes antes de atingir o repouso.

    Valores tpicos: De 50 a 1500, para cermicas piezoeltricas de PZT.

    Quando/onde uma informao indispensvel: No projeto de dispositivos

    dinmicos de alta potncia.

    Tan - Fator de dissipao dieltrica

    Unidade: Adimensional.

    O que significa: uma medida das perdas dieltricas do material.

    Valores tpicos: De 2 x 10-3 a 25 x 10-3 para cermicas piezoeltricas de PZT (sob

    baixo campo).

    Quando/onde uma informao indispensvel: No projeto de dispositivos

    dinmicos de alta potncia e/ou submetidos a altos campos eltricos.

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    TC Temperatura de Curie

    Unidade: Graus Celsius

    O que significa: a temperatura na qual a estrutura cristalina do material sofre

    uma transio de fase e o mesmo deixa de apresentar propriedades piezoeltricas. Depois

    de ultrapassada esta temperatura, o material perde a polarizao remanescente induzida

    tornando-se intil para a utilizao como elemento transdutor de energia eltrica em

    mecnica.

    Valores tpicos: De 150 a 350 C, para cermicas piezoeltricas de PZT.

    Quando/onde uma informao indispensvel: No projeto de dispositivos que

    devero operar em altas temperaturas e de alta potncia.

    Nk Constantes de freqncia2

    Unidade: Hz m (Hertz x metro)

    O que significa: Significa qual seria a freqncia de ressonncia de uma cermica, com a

    simetria do ndice em questo, com sua dimenso principal com 1 metro. Equivale a

    aproximadamente a metade da velocidade do som no material. um fator importante,

    pois permite a estimativa de freqncia de ressonncia de dispositivos piezoeltricos.

    Valores tpicos: De 800 a 3000 Hz m, para cermicas piezoeltricas de PZT.

    Quando/onde uma informao indispensvel: No projeto de dispositivos que

    operaro em ressonncia.

    Za Impedncia Acstica

    Unidade: MRayls (kg/m2s)

    O que significa: a taxa com que a energia mecnica se propaga pelo meio,

    uma propriedade anloga ao ndice de refrao.

    A diferena entre as impedncias acsticas de dois meios interfaceados

    determinante da frao de energia refletida e transmitida de uma onda incidente nesta

    interface.

    2 O ndice k pode ser designado como l (longitudinal), p (planar), c (cilndrico) e 33.

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    Valores tpicos: De 25 a 40 MRayls, para cermicas piezoeltricas de PZT (Za da

    gua = 2 MRayls e do ar 1 x 10 3 MRayls). calculada pelo produto da densidade pela

    velocidade (a velocidade aproximadamente igual a duas vezes a respectiva constante de

    freqncia, no caso das cermicas).

    Quando/onde uma informao indispensvel: No projeto de dispositivos iro

    emitir ou captar ultra-som/vibraes mecnicas.

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    3. Classificao dos principais materiais piezoeltricos

    comerciais de acordo com suas propriedades eaplicaes.

    Quando aplicamos um campo eltrico alternado em uma cermica piezoeltrica e

    medimos a polarizao induzida em funo do campo, observamos o fenmeno da

    histerese ferroeltrica, conforme apresentado na Figura 1. A rea interna desta curva

    corresponde energia dissipada na forma de calor, devido s perdas mecnicas e

    dieltricas.

    Figura 1 Histerese piezoeltrica.

    A principal classificao dos materiais piezoeltricos baseada na rea desta

    curva, sendo denominados como materiais Hard aqueles que apresentam um curva de

    histerese fechada, com rea pequena, e como materiais Soft, aqueles que apresentam

    uma curva de histerese aberta, com rea expressiva3. Os materiais Hard tambm so

    denominados Materiais de Alta potncia e os Soft de Materiais de Alta Sensibilidade.

    3 O referencial para se determinar se a rea da curva expressiva ou no subjetivo, mas a diferena entreas curvas dos materiais ditos Hard dos Soft evidente, sendo que no h margem para equvocos.

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    Figura 2 Principal diviso dos materiais piezoeltricos

    Os materiais comerciais especiais so cermicas piezoeltricas e mono cristais

    utilizados em aplicaes particulares, tais como filtros, ressonadores de alta preciso e

    elementos ativos de acelermetros uniaxiais. Estes materiais sero detalhados

    posteriormente.

    Existe uma norma4 da marinha americana que subdivide os materiais Hard e

    Soft em sub-grupos, atravs de intervalos de propriedades e de acordo com as

    principais aplicaes, vide Tabela 1. Esta norma costuma ser utilizada como referncia

    por pesquisadores e projetistas, para estabelecer tabelas de equivalncia entre os diversos

    fabricantes de cermicas piezoeltricas e facilitar a escolha de materiais e a troca defornecedores, como o exemplo mostrado na Tabela 2.

    Tabela 1 Intervalo de propriedades e classificao de acordo com a norma americana DOD-STD-1376A (SH).

    Propriedade Navy I Navy II Navy III Navy IV Navy V Navy VI

    K33T (12,5%) 1275 1725 1025 1275 2500 3250

    tg() 0,006 0,020 0,004 0.010 0,025 0,025

    kp (8%) 0,58 0,60 0,50 0.30 0,63 0,64

    d33 (e-12 m/V) (15%) 290 390 215 140 495 575Np (hz-m) (8%) 2200 1950 2300 3150 1950 1940

    (g/cm3) 7,45 7,60 7,45 5.50 7,40 7,40

    Q 500 75 800 400 70 65

    TC (C) 325 350 325 115 240 65

    Tipo Hard Soft Hard Soft Soft Soft

    4 Ad Hoc Subcommittee Report on Piezoceramics Revision of DOD-STD-1376A (SH), Naval ResearchLaboratory, 1986.

    Materiais Soft

    MateriaisPiezoeltricos

    Materiais Hard Materiais Especiais

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    Tabela 2 Exemplo de tabela de equivalncia baseada na norma americana DOD-STD-1376A (SH).

    ATCP do BRASIL FERROPERM EDO PKI MORGAN CHANNEL

    Navy Type I SP-4 Pz-26 EC-64 PKI-402 PZT-4 5400Navy Type II SP-5A Pz-27 EC-65 PKI-502 PZT-5A 5500

    Navy Type III SP-8 Pz-28 EC-69 PKI-802 PZT-8 5804

    Na Figura 3 so apresentados os sub-grupos dos materiais Hard e Soft,

    baseando-se na norma citada anteriormente.

    Figura 3 Sub-divises dos materiais piezoeltricos Hard e Soft de acordo com a normaamericana DOD-STD-1376A (SH).

    Sendo as caractersticas dos sub-grupos

    5

    as seguintes:

    Navy Type I (Hard): Recomendado para aplicaes de mdia e alta potncia

    em condies de uso contnuo e repetitivo. capaz de gerar altas amplitudes de vibrao

    mantendo baixas as perdas mecnicas e dieltricas.

    -Propriedades de destaque: d33, Tan e Q.

    5 Todos os sub-grupos so constitudos de PZTs modificados (PZT = Titanato Zirconato de Chumbo),exceto o Navy Type IV, constitudo de um BT modificado (BT=Titanato de Brio).

    Materiais Soft

    MateriaisPiezoeltricos

    Materiais Hard

    Navy Type I Navy Type II

    Navy Type III Navy Type IV

    Navy Type V

    Materiais Especiais

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    -Principais aplicaes: Sistemas de limpeza por ultra-som e sonares.

    -Conhecido comercialmente como: PZT4.

    Navy Type II (Soft): Alta sensibilidade, ideal para dispositivos de transmisso

    e recepo de baixa potncia,. Apresenta perdas dieltricas e mecnicas que inviabilizam

    a excitao continua com alta intensidade.

    -Propriedades de destaque: dij, g15, Nk e TC.

    -Principais aplicaes: Dispositivos para NDT6, hidrofones e acelermetros.

    -Conhecido comercialmente como: PZT5A.

    Navy Type III (Hard): Similar, mas menos sensvel que o Navy Type I;

    capaz de converter o dobro de potncia mantendo baixas as perdas mecnicas e

    dieltricas. Recomendado para aplicaes de alta potncia.

    -Propriedades de destaque: Tan , Q e converso de potncia mxima.

    -Principais aplicaes: sistemas de solda por ultra-som e processamento de materiais.

    -Conhecido comercialmente como: PZT8.

    Navy Type IV (Soft): Adequado para aplicaes de mdia potncia. Tornou-se

    obsoleto com o advento dos PZTs, sendo substitudo principalmente pelo Navy Type I

    (conforme nota de rodap 5, o sub-grupo Navy Type IV constitudo por BTs e no por

    PZTs).

    -Propriedade de destaque (negativo): TC.

    -Principais aplicaes: manuteno de equipamentos antigos.

    -Conhecido comercialmente como: Titanato de Brio.

    Navy Type V (Soft): Adequado para aplicaes que requerem altas energias e

    diferena de potencial.

    -Propriedades em destaque: d33, K33T e g33.

    -Principais aplicaes: detonadores de impacto e magic clicks.

    -Conhecido comercialmente como: PZT5J.

    6 Non Destructive Testing.

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    Navy Type VI (Soft): Adequado para aplicaes que requerem grandes

    deformaes mecnicas (l).

    -Propriedades em destaque: d33 e K33.

    -Principais aplicaes: posicionadores e atuadores.

    -Conhecido comercialmente como: PZT5H.

    No grupo de materiais comerciais especiais encontramos materiais diferentes dos

    PZTs e BTs que constituem os grupos Hard e Soft. Estes materiais especiais so

    essencialmente os seguintes:

    Monocristais de Quartzo

    Os monos cristais de quartzo so insubstituveis em aplicaes que exigem altos

    fatores de qualidade ( possvel obter cristais com Q de at 100.000), tais como em

    osciladores de preciso utilizados em equipamentos eletrnicos. Estes cristais so

    encontrados na natureza e lapidados de acordo como as constantes piezoeltricas

    desejadas.

    Titanato de Chumbo (PT)

    O titanato de chumbo um material com constantes piezoeltricas mais modestas

    do que os PZTs, mas que apresenta uma particularidade muito til na construo de

    acelermetros e dispositivos hidrostticos: possui constantes com ndice ij=31 que

    apresentam valores mnimos, em outras palavras, no ocorre a converso de energia

    cruzada entre eixos neste material, permitindo, por exemplo, a construo de

    acelermetros perfeitamente unidirecionais.-Propriedade de destaque: constantes com ndice ij=31 muito baixas.

    -Principais aplicaes: acelermetros e sensores uniaxiais/unidirecionais.

    -Conhecido comercialmente como: PT.

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    4. Limitaes dos materiais piezoeltricos

    O conhecimento das propriedades e aplicaes das principais cermicas

    comerciais pode possibilitar a escolha do material mais adequado, mas no garante

    necessriamente o bom funcionamento, a estabilidade e a vida til do dispositivo em que

    ser utilizada. Portanto, muito importante ter conhecimento das limitaes inerentes a

    estes materiais para a realizao de um desenvolvimento preventivo, evitando assim,

    re-projetos para contornar problemas previsveis.

    As principais limitaes dos materiais piezoeltricos so as seguintes:

    Envelhecimento natural (e acelerado pelas condies de uso) Instabilidade das propriedades em funo de variaes de temperatura. Limites de excitao eltricos e mecnicos.Sendo a temperatura e suas variaes as principais protagonistas destas limitaes.

    Envelhecimento

    Com o passar do tempo, a polarizao remanescente induzida durante o processo

    de fabricao das cermicas esvaece naturalmente, independentemente da ao de

    agentes externos ou do uso do material. Na Tabela 3, podemos encontrar algumas taxas

    de alterao de propriedades de cermicas comerciais supondo o no uso e condies

    normais de presso e temperatura. Estas alteraes so significativas, principalmente

    quando o material utilizado em dispositivos ressonantes em que alteraes de

    capacitncia/impedncia interferem diretamente no funcionamento da eletrnica de

    acionamento.

    Tabela 3 Taxas de envelhecimento dos materiais piezoeltricos da empresa Morgan Matroc.

    (% por dcada) PZT-4 PZT-5A PZT-5H PZT-7A PZT-8kp -2,3 -0,2 -0,35 0 -2

    K33T -5,8 -1 -1,5 +2 -5

    Nl +1,5 +0,2 +0,25 -0,08 +1

    Estas taxas de envelhecimento so consideravelmente mais elevadas se o material

    utilizado em dispositivos de potncia ou submetido a altos campos e deformaes. O

    parmetro de maior influncia sobre as taxas de envelhecimento a temperatura, quanto

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    maior a temperatura e mais prxima de TC (Temperatura de Curie) maiores sero as

    taxas. Anconselha-se considerar como temperatura mxima de operao 60 % de TC.

    Instabilidade das propriedades em funo de variaes de

    temperatura

    Em eletrnica, estamos abtuados a observar a mudana de propriedades e

    comportamento em todos os tipos de componentes, desde os resistores, que apresentam

    resistncia maior quando aquecidos, aos semicondutores, que conduzem melhor

    aquecidos. No caso das cermicas, estas alteraes tambm acontecem, porem com

    maior intensidade e de forma imprevisvel, devido complexidade dos mecanismos

    envolvidos no efeito piezoeltrico.

    Na Figura 4 temos o fator de qualidade mecnico em funo da temperatura para

    diversas composies de PZT. Podemos observar a excelente estabilidade do PZT4,

    PZT5A e PZT5H na faixa de 0 a 100 C.

    Figura 4 Fator de qualidade mecnico em funo da temperatura para diversas composies de PZT.

    Na Figura 5 temos a constante dieltrica em funo da temperatura para diversas

    composies de PZT. Podemos observar uma melhor estabilidade para o PZT4 na faixa

    de 0 a 100 C.

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    Figura 5 Constante dieltrica em funo da temperatura para diversas composies de PZT.

    Na Figura 6 temos a constante de carga piezoeltrica em funo da temperatura

    para diversas composies de PZT. Podemos observar uma melhor estabilidade para o

    PZT4, PZT8 e PZT5A na faixa de 0 a 100 C.

    Figura 6 Constante dieltrica em funo da temperatura para diversas composies de PZT.

    Desconsiderar a dependncia das propriedades da temperatura uma receita

    infalvel para o desenvolvimento de dispositivos e equipamentos instveis.

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    Limite de excitao eltrico e mecnico

    As cermicas piezoeltricas so materiais frgeis poucos resistentes trao,

    sendo importante observar os limites de cada material para evitar quebras.

    Tabela 4 Limites de trao para alguns materiais piezoeltricos de acordo com a referncia da notade rodap da pgina 4.

    (psi) Navy TypeI

    Navy TypeII

    Navy TypeV

    Navy TypeVI

    Dinmico 6000 4000 4000 4000Esttico 11000 11000 10000 10000

    Alm dos limites de trao, existem os limites de converso de potncia, que

    ficam entre 4 e 10 W/cm3kHz, para os materiais tipo Hard.

    5. Testando materiais piezoeltricos

    Existem mtodos sofisticados para a caracterizao e controle de qualidade de

    materiais piezoeltricos7, mas que no se justificam quando o objetivo apenas avaliar se

    uma cermica piezoeltrica est boa ou no. Para tanto, mtodos simples, como a

    estimativa de k15 e de d33, so suficientes.

    Via estimativa do k15

    Podemos calcular o fator de acoplamento mecnico k15 a partir da capacitncia da

    cermica medida em alta e baixa freqncia, e comparando este valor com a tabela de

    propriedades do fabricante ou com outra cermica nova do mesmo material, ter uma idia

    do estado da cermica.

    L

    H

    C

    Ck = 115

    Equao 1 Equao para o clculo de k15

    7 R. Holland e E. P. Eernisse, Accurate Measurement of Coefficients in a Ferroelectric Ceramic, IEETransactions on Sonics and Ultrasonics, Vol SU-16, no 4, October 1969.

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    A capacitncia em alta freqncia (CH) deve ser medida em uma freqncia acima

    das ressonncias harmnicas, e CL em 1 kHz. Para medir CL, um multmetro com

    capacimetro suficiente, para medir CH, necessrio o uso de gerador de funes e de

    um arranjo que permita o clculo de CH a partir de sua reatncia, como por exemplo, o

    mostrado na Figura 7.

    Figura 7 Ilustrao simplificada do arranjo para o clculo das capacitncias.

    Via estimativa do d33

    Nada melhor do que avaliar um material piezoeltrico atravs do efeitopiezoeltrico estimando a constante d33. Para faze-lo, basta submeter a cermica em teste

    a uma fora F, medir a carga gerada pela cermica com o auxlio de um capacitor e de um

    voltmetro, e calcular o d33.