planejamento
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1. INTRODUÇÃO
Em nosso cotidiano, somos frequentemente desafiados a criar fórmulas para
solucionar os problemas que nos aparecem. Com as empresas, não é diferente. E,
para resolver suas questões corporativas e desenvolver melhorias de gestão, é
implementado um método amplamente utilizado pelas próprias companhias e por
consultorias de gestão: o PDCA.
Na prática, o método segue a sequência das quatro letras. O primeiro passo é
identificar o problema, traçar uma meta e, a partir daí, analisar e planejar as ações
que vão trazer o resultado esperado (Plan). Depois disso, executar o plano de ação
(Do), em seguida verificar os resultados (Check) e, por fim, agir para consertar
possíveis falhas a partir dos aprendizados (Act).
O PDCA é um método único e aplicado da mesma maneira em qualquer tipo
de empresa, independentemente do seu segmento. A diferença está no tamanho e
na diversidade dos problemas. Segundo o consultor, três fatores são fundamentais
para que se atinja as metas na utilização do método.
Primeiro, é preciso contar com a ajuda de uma liderança atuante e de
pessoas que conduzam a organização no rumo de sua visão. Também é necessário
haver conhecimento técnico disponível – se a empresa é uma cervejaria, por
exemplo, é preciso ter gente que entenda muito bem o negócio e o processo técnico
de se fazer cerveja. Por fim, o terceiro fator essencial é de fato aplicar o
conhecimento de gestão, representado em sua essência pelo PDCA.
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2. DEFINIÇÃO: CICLO PDCA
O PDCA é, provavelmente, o mais conhecido conceito da gestão da
qualidade. Mesmo pessoas leigas costumam conhecer as quatro etapas básicas que
ficaram famosas depois que ele foi introduzido no Japão e daí ganhou o mundo.
É um conceito criado para a análise e solução de problemas. Graficamente
apresenta a idéia de um “circuito”, desenvolvida por Dewey, ao imaginar como
funciona a relação entre a ação humana e o domínio social ao qual pertence.
Segundo ele a reflexão para a solução de problemas contém cinco passos
logicamente distintos: perceber a dificuldade, localizar e definir o problema, sugestão
de possíveis soluções, desenvolvimento por raciocínio das influências da sugestão,
observação posterior e experimentação que levem a sua aceitação ou rejeição.
Dentro do contexto de um sistema de gestão da qualidade, o PDCA é um
ciclo dinâmico que pode ser desdobrado dentro de cada um dos processos da
organização, e para o sistema de processos como um todo. É intimamente
associado com o planejamento, implementação, controle e melhoria contínua da
realização do produto e outros processos de sistemas de gestão da qualidade.
Figura 1 – Ciclo PDCA
A manutenção e a melhoria continua da capacidade do processo pode ser
alcançada através da aplicação do conceito PDCA em todos os níveis dentro da
organização. Isto aplica para auto nivelar igualmente processos estratégicos , como
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planejamento do sistema de gestão da qualidade , ou análise crítica pela direção, e
para atividades operacionais simples levadas a cabo como uma parte de processos
de realização do produto.
O PDCA são as iniciais das palavras inglesas plan, do, check, e action, que
significam planejar, fazer, verificar e agir (corretivamente).
As quatro partes do PDCA são descritas a seguir:
PLANEJAR (PLAN): "Não existe nada (nenhum processo) que não possa
ser melhorado". Na fase de planejamento do ciclo escolhe-se um processo ou
problema a ser sanado. O processo escolhido pode ser uma atividade, linha de
montagem, um método etc. Desenhamos o projeto e o estudamos por meio de
técnicas de administração da produção. Estabelecemos padrões de medidas e
metas quantitativas e qualitativas a serem alcançadas. Desenvolvemos um plano de
ação com parâmetros quantificáveis de acompanhamento.
FAZER (DO): Depois do plano de ação definido, cabe fazer com que ele
aconteça na prática. É importante colher dados e medidas ("quem não mede não
gerencia") continuamente, e documentar as mudanças no processo. Uma boa
estratégia é escolher, na fase anterior de planejamento, processos e problemas
fáceis de resolver. O sucesso das primeiras ações serve de treino e incentivo a
equipe responsável.
VERIFICAR (CHECK): Nessa fase são verificados os resultados práticos da
implementação do plano. Se existirem grandes distorções para alcançar os
resultados, pode ser necessário retorno a primeira fase e alterar ou refazer o plano
inicial. Caso os resultados obtidos sejam satisfatórios, em relação às metas
estabelecidas, o programa deve prosseguir para a próxima fase.
AGIR (ACT): comprovada a eficácia do plano implantado e adotado, é
necessário torná-lo padrão na empresa. O novo procedimento é documentado para
garantir que sempre seja utilizado, a partir de então e até que uma nova melhoria o
modifique. Esta fase garante que as mudanças que resultaram em melhorias sejam
internalizadas nos processos produtivos adotados pela empresa. Caso as mudanças
não alcancem os resultados esperados, esta etapa envolve o retorno à situação
anterior.
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3. ESTUDO DE CASO
A empresa fornecia os injetores dos fogões de uma gigante do ramo de
eletrodomésticos. Para dar uma ideia da complexidade do Controle da Qualidade
deste produto: há um furo no topo do injetor onde o gás é expelido para se
transformar em chama. Este furo varia de 0,60 a 6,00 milímetros, dependendo da
aplicação do produto.
Em um determinado momento, o cliente mudou a maneira de se controlar
este diâmetro. A especificação do desenho não seria mais em milímetros, mas em
vazão de ar expelida por hora. Ou seja, não falaríamos mais em 0,65 milímetros,
mas em 75 litros/hora. Após toda adaptação necessária, começamos a fornecer os
produtos conforme nova especificação. E os problemas começaram a aparecer.
Por conta de injetores com vazão fora do especificado, foram geradas
diversas não conformidades. As ações planejadas não surtiam o efeito esperado,
pois atuávamos em variações no processo produtivo e na detecção do problema na
Inspeção final do produto. Foi aí que montamos um grupo de estudos dentro da
empresa, aplicando os conceitos do PDCA.
1- Plan (Planejar)
O primeiro passo de um PDCA é planejar as ações que serão tomadas. Por
conta deste planejamento, é extremamente importante que se faça uma análise
detalhada utilizando-se de ferramentas da qualidade.
O que pode ser feito é, antes de tudo, um “brainstorming” com os envolvidos
no processo, deixando que até as alternativas descabidas sejam consideradas.
Depois, de posse desta lista de idéias, reúna o grupo para considerar quais as
hipóteses mais prováveis e estude pelo menos três. Então, nas que forem eleitas,
aplique um “Diagrama de Ishikawa” ou analise com os “5 porquês”.
Esta análise deve ser aquela onde o tempo deve ser quase que
desconsiderado. Digo isso porque, na análise que fizemos no caso dos injetores,
resolvemos estudar cinco lotes consecutivos até que se chegasse a uma conclusão.
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Em cada lote selecionávamos 50 peças numeradas, medíamos em nosso
equipamento e levávamos ao cliente para medir no equipamento deles.
Neste momento, vimos que havia um desvio entre dois e quatro pontos entre
um aparelho e outro. Esta diferença era extremamente intrigante, já que os
equipamentos eram iguais. Depois de consultarmos o fabricante, um ponto que nos
passava despercebido nos chamou a atenção: a temperatura.
Fizemos nova bateria de medições, onde as peças eram medidas às 8 da
manhã, 3 da tarde e 7 da noite. E para a nossa surpresa, os valores encontrados
variavam de acordo com a temperatura ambiente, mesmo tendo o aparelho em sala
climatizada. Neste momento, sentíamos que tínhamos encontrado um caminho.
Faltavam as ações.
2- Do (Fazer)
Neste ponto do PDCA, começamos a pôr em prática tudo aquilo que
planejamos no passo anterior. As ações devem ter responsáveis definidos e prazos
aceitáveis, para que as coisas não sejam feitas de forma atabalhoada e nem caiam
no esquecimento. Nesta hora, pense apenas em cumprir o planejado (vê a
importância do primeiro passo?). Se tudo for feito como o previsto, a chance de erro
é muito pequena.
E mesmo com uma chance muito pequena de errar, o grupo de estudos que
montamos para estudar as rejeições de injetores sabia que não podia mais errar.
Estava em jogo, naquele momento, a sobrevivência da empresa frente a seu maior
cliente. A ação que tomamos foi confeccionar um lote de peças aplicando uma
tabela de correção, onde seria considerada a média das variações encontradas nas
medições.
Esta tabela foi feita para todas as vazões solicitadas e era necessário um
acompanhamento da qualidade nesta produção. A ação foi concluída em dois dias
de produção e estávamos prontos para o próximo passo.
3- Check (Analisar)
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Esta fase do PDCA visa mensurar se as ações tomadas foram eficazes e
alcançaram o resultado esperado. Utilizando-se de ferramentas estatísticas,
devemos ter um retrato fiel da situação anterior às ações e como o processo se
comportou após as ações.
Procure ser rigoroso nesta análise, pois a medição deve conter dados que
validem aquilo que foi colocado em prática. E, caso seja necessário, não tenha
vergonha de recomeçar, pois uma das vantagens do PDCA é a de ser uma
ferramenta de ciclo interminável, podendo ser aplicada quando você bem entender.
E quanto ao nosso grupo de estudos, nossa análise não poderia ser melhor.
Fomos ao cliente com uma amostragem do primeiro lote e, pela primeira vez depois
de muito tempo, os valores encontrados em nosso equipamento foi igual em 88%
das peças e com diferença igual ou inferior a 2 litros/hora nos outros 12%.
Monitoramos todos os lotes fornecidos ao longo do primeiro mês e nada foi
detectado. Reduzimos as reclamações do cliente a zero em menos de quarenta e
cinco dias (meta do grupo) e, o mais importante, aumentamos o índice de satisfação
não só de nosso cliente, mas de todos os envolvidos no processo.
4- Act (Agir)
Quando você chega neste ponto, está prestes a encerrar o ciclo PDCA. Neste
momento, é a hora de padronizar tudo aquilo que deu certo, para que a repetição se
torne uma rotina.
Elabore ou modifique instruções de trabalho, procedimentos e o que mais for
necessário para que as ações que deram resultados sejam mantidas e o problema
não volte a acontecer. Porém, caso o resultado não seja o esperado, volte ao início
do ciclo para entender o que não deu certo.
Transformamos a tabela de correção em especificação de processo e
passamos a trabalhar com aqueles números. Elaboramos uma apresentação aos
colaboradores da empresa, visando incentivar a divulgação de boas idéias e o grupo
de estudos passou a se reunir uma vez por semana por determinação de nossa
diretoria, estudando dados da produção e verificando quais números eram possíveis
de se melhorar.
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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por se tratar de uma ferramenta administrativa de controle que constitui um
ciclo é essencial que todas as partes sejam realizadas com o mesmo empenho para
obter bons resultados. Caso falte alguma parte, o processo será prejudicado no
todo.
O PDCA pode ser aplicado em todas as áreas funcionais da organização
(produção, recursos humanos, marketing, finanças, entre outras), nas quais podem
ser identificadas as funções da administração: planejamento, organização, controle e
direção.
Algumas dicas importantes do que NÃO deve ser feito para evitar atrasos e
prejuízos no ciclo PDCA são:
Não fazer planejamento;
Não definir os métodos que serão utilizados para obtenção de metas;
Não preparar a equipe para obter resultados;
Não verificar se tudo foi feito corretamente (checar);
Não tomar as devidas precauções e efetuar medidas corretivas, se
necessário;
Não tornar o PDCA um ciclo contínuo.
Levando em conta todas as etapas do ciclo PDCA e tomando os devidos
cuidados para sua implementação é possível obter ótimos resultados em sua
empresa.
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5. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Disponível em:
http://www.napratica.org.br/o-que-e-e-como-funciona-o-metodo-pdca/.
Acesso em: 24 de Junho de 2015.
Disponível em:
http://www.ecrconsultoria.com.br/biblioteca/artigos/gestao-da-
qualidade/o-ciclo-do-pdca. Acesso em: 24 de Junho de 2015.
Disponível em:
http://www.infoescola.com/administracao_/pdca-plan-do-check-action/.
Acesso em: 24 de Junho de 2015.
Disponível em:
https://sites.google.com/site/planejaweb/pdca. Acesso em: 24 de Junho de
2015.
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