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CCAM TERRAS DE MIRANDA DO DOURO PLANO DE ACTIVIDADES

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C C A MT E R R A S D EM I R A N D A D O D O U R O

P L A N OD EA C T I V I D A D E S

Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Terras de Miranda do Douro, C.R.L.

Plano de Actividades e Orçamento para o ano 2018

1

Índice

CONVOCATÓRIA DE ASSEMBLEIA GERAL 3

PLANO DE ACTIVIDADES 5

1. Análise da Envolvente Externa 5

1.1. Previsões Macro-económicas 5

1.2. Tendências da População e do Conhecimento 19

1.3. Organização da Sociedade e papel do Estado 23

1.4. Economia e Tecido Empresarial 26

2. Análise do Mercado Bancário 29

2.1. Tendências do Sector Bancário 29

2.2. Enquadramento do Sector Bancário 32

2.3. Análise Competitiva do Sector Bancário 35

2.4. Framework Regulatório - Compliance 40

3. Análise da Situação Interna 44

3.1. Breve Diagnóstico do Crédito Agrícola 44

3.2. Análise Financeira 46

4. Desafios do Grupo CA em 2018 51

5. Pilares Estratégicos do Grupo (2016-2018) 53

6. Plano de Marketing do Crédito Agrícola para 2018 54

Caracterização dos Segmentos Alvo para 2018 54

Propostas de Valor por Segmento 61

Propostas de Valor para Segmentos de Empresas e ENI 65

Objectivos Comerciais 68

Plano de Campanhas de Marketing por Segmentos e outras acções 70

Preçário 71

Outras Iniciativas e Projectos 71

ORÇAMENTO 75

Pressupostos do Orçamento 75

Demonstração de Resultados 80

Balanço 81

Indicadores Bancários 82

PARECER DO CONSELHO FISCAL 83

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Convocatória de Assembleia Geral

Nos termos do nº 2 do artigo 22º e dos artigos 23º e 24º dos Estatutos da Caixa de Crédito Agrícola

Mútuo de Miranda do Douro, C.R.L., pessoa colectiva nº 501.760.326, com sede na Rua da Industria,

S/N, matriculada na Conservatória do Registo Comercial de Miranda do Douro sob o mesmo

número, com o capital social realizado de € 5.000.000,00 (variável), convoco todos os Associados no

pleno gozo dos seus direitos, a reunirem-se, em Assembleia Geral Ordinária, no dia 27 de Dezembro

de 2017, pelas 16 horas, na sede da Instituição, para discutir e votar as matérias da seguinte

ORDEM DE TRABALHOS

1. Discussão e votação da proposta de plano de actividades e de orçamento da Caixa Agrícola

para 2018.

2. Deliberação sobre a política de remuneração dos órgãos de administração e fiscalização da

Caixa Agrícola para 2018.

3. Discussão de outros assuntos com interesse para a Caixa Agrícola.

Se, à hora marcada, não se encontrar presente mais de metade dos Associados, a Assembleia Geral

reunirá, em segunda convocatória, uma hora depois, com qualquer número.

Nota: Não será admitido nesta Assembleia Geral o voto por correspondência, nem o voto por

representação, por força do disposto no nº 1 do Artigo 42º e do nº 1 do Artigo 43º do Novo Código

Cooperativo, aprovado pela Lei nº 119/2015, de 31 de Agosto, que entrou em vigor no passado dia

30 de Setembro.

Palaçoulo, 03 de dezembro de 2017

O Presidente da Mesa da Assembleia Geral,

José Afonso Martins

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Plano de Actividades

1. Análise da envolvente externa

1.1. PREVISÕES MACRO-ECONÓMICAS

Economia Mundial

De acordo com as perspectivas da OCDE, em 2017 o crescimento da economia mundial deve situar-

se nos 3,5%, o que compara favoravelmente com os 3,0% registados em 2016 e supera a projecção

efectuada no final do ano anterior de 3,3%. No que diz respeito a 2018, o crescimento projectado é

de 3,6%, denotando uma aceleração da tendência de crescimento prevista para 2017.

As economias avançadas devem registar um avanço de 2,1% em 2017 e 2018, o que representa uma

melhoria face aos 1,8% observados em 2016. Na Zona Euro as projecções de crescimento apontam

para crescimentos de 1,8% em 2017 e 2018 (1,7% em 2016), com perspectivas de aumento do

crescimento na Alemanha e na França, onde os dados de crescimento para o 1º trimestre de 2017

foram revistos em alta e os indicadores para o segundo semestre indicam um forte momentum.

Fonte: World Bank e OCDE; 08 de Agosto de 2017

Espera-se que as economias emergentes e em desenvolvimento registem uma recuperação

sustentada da actividade, com o crescimento económico a aumentar de 4,1% em 2016, para 4,6%

em 2017 e 4,8% em 2018. Este crescimento é impulsionado principalmente pelas economias

desenvolvidas e de países emergentes como a China e a Índia. Os grandes exportadores de matérias-

primas começam a revelar uma tendência de inversão do crescimento das economias. Relembre-se

que estes países sofreram recessões significativas em 2015-16 em resultado das desvalorizações dos

preços das principais exportações, recessões essas conjugadas com défices recorrentes de balanças

comerciais e elevados níveis de endividamento em moeda estrangeira.

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Fonte: World Bank e OCDE; 08 de Agosto de 2017

Na Europa, os riscos políticos ocuparam um lugar proeminente durante o início do ano de 2017. A

surpreendente eleição de Donald Trump como Presidente dos EUA aumentou o nível de risco

político na Europa, dando fôlego a candidatos de cariz vincadamente populista, na Holanda, em

França e na Itália. No entanto, contados os votos, estas eleições provaram ser apenas contratempos

temporários à tomada de risco. Até os riscos sobre a estabilidade política na Europa se provaram

transitórios. A primeira fase das eleições francesas causaram alguma angústia, com Marine Le Pen a

prometer um referendo sobre a manutenção da França na União Europeia. No entanto, a eleição de

Emmanuel Macron em Maio de 2017 proporcionou garantias consideráveis aos investidores. As

eleições gerais da Grã-Bretanha em Junho proporcionaram a surpresa política final com o Partido

Conservador a perder a sua maioria parlamentar, obrigando a primeira-ministra Theresa May a

governar em coligação. Em Março, o Reino Unido finalmente desencadeou o início de um processo

de negociação do Brexit. As negociações continuarão a ser complexas, devendo estar concluídas em

Março de 2019. O resultado final deste processo é, actualmente, difícil de quantificar em toda a sua

extensão. O resultado prático destes processos eleitorais culminou num ambiente de apetite pelo

risco, com os mercados accionistas em recuperação e os prémios de risco dos emitentes públicos

periféricos em compressão.

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Com a economia global a melhorar ao longo deste ano, os bancos centrais têm prestado bastante

atenção aos mercados, particularmente nos EUA. A economia americana registou fortes ganhos nos

gastos dos consumidores e no mercado de trabalho. A taxa de desemprego desceu para 4,3%, sendo

este o valor mais baixo desde o início de 2001. As pressões nos preços aos consumidores têm estado

a ser razoavelmente contidas, com a inflação a situar-se abaixo da meta de 2% estabelecida pelo

Banco Central. Perante estes dados de actividade, a Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed)

elevou as taxas de juro em 0,75% ao longo do último ano, o que levou as taxas da Fed a situarem-se

no intervalo de 1,00% a 1,25%. A Presidente, Janet Yellen, disse que espera que as taxas de juro

aumentem algumas vezes durante o ano até ao final de 2019.

Na Europa, dado que as preocupações com a estabilidade financeira e política foram temporárias, o

Banco Central Europeu manteve as taxas de juro baixas e o programa de compra de activos

inalterado, manifestando a disponibilidade para, caso seja necessário, alterar a sua duração ou

composição.

Fonte: Bloomberg

A economia da Zona Euro acelerou este ano, apresentando uma taxa de crescimento de 2% nos

primeiros 3 meses do ano e 2,5% no segundo trimestre do ano, que compara com 1,7% no último

ano. O Fundo Monetário Internacional projecta um crescimento de 2,1% para 2017, o que, a

verificar-se, seria o ritmo de crescimento mais alto desde 2007. O mercado de trabalho também

apresenta bons resultados, com a taxa de desemprego na Zona Euro a cair para 9,1%, o que

representa um mínimo de 8 anos. A redução das taxas de juro, fruto de uma política monetária

agressiva, a melhoria das contas públicas de vários países, os baixos preços do petróleo e as

reformas no mercado laboral (dotando-o de maior flexibilidade) potenciaram os gastos dos

consumidores e o investimento empresarial. No entanto, em termos fundamentais, observa-se ainda

uma dicotomia centro-periferia.

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A relevância deste fenómeno verifica-se ao nível do endividamento global, da estabilidade

apercebida dos sistemas bancários, dos níveis de desemprego jovem, e da estrutura produtiva das

respectivas economias. A diferença existente ao nível dos prémios de risco é apenas o corolário das

diferenças estruturais que permanecem.

Fonte: Bloomberg

A inflação na Zona Euro mantém-se aquém da meta estabelecida pelo Banco Central Europeu de

2,0%, tendo em Julho ficado nos 1,3%. Nas suas últimas projecções, o BCE manteve a sua projecção

da inflação para 2017 em 1,5%, no entanto, para 2018, o Banco Central estima que o índice de

preços do consumidor atinja 1,2%, o que compara com a previsão anterior de 1,5%. Estes baixos

níveis de inflação têm justificado a manutenção da actual política de estímulos monetários

prosseguida pelo BCE.

Fonte: Bloomberg

De acordo com os resultados do questionário ZEW (a especialistas financeiros europeus), existe uma

expectativa que, ainda em 2017, a situação económica na Zona Euro se mantenha, assim como a

taxa de inflação e as reduzidas taxas de juro de curto prazo. As expectativas de evolução económica

nos próximos 6 meses (início de 2018) colocam a Zona Euro como o bloco económico com

perspectivas mais positivas.

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Ao invés, os indicadores para o Reino Unido antecipam os efeitos negativos do Brexit no crescimento

económico e um aumento da inflação, decorrente da desvalorização da libra esterlina. De assinalar

que, relativamente aos EUA, os investidores continuam a assumir a continuidade do processo de

normalização das taxas de juro e quase metade acredita num aumento da inflação, apesar da perda

de vigor da actual Administração em implementar as políticas anunciadas na campanha eleitoral.

Fonte: Financial Market Survey - Centre for European Economic Research (ZEW); Agosto de 2017. Questionário realizado a 213 especialistas financeiros (provenientes da banca, dos seguros e de grandes empresas industriais) no período de 08.Julho a 21.Ago sobre as expectativas nos próximos 6 meses.

Os indicadores económicos apontam para a manutenção de uma sólida conjuntura de crescimento

na Zona Euro. O sentimento económico subiu para um máximo de quase uma década em Julho, e os

índices PMI industriais continuam a apresentar bons resultados. Além disso, o crescimento robusto

está a ser complementado por uma assinalável redução do risco político.

As eleições que tiveram lugar na Alemanha a 24 de Setembro asseguraram uma vitória de Angela

Merkel (CDU) que segue para um 4º mandato. De acordo com dados do Escritório Eleitoral Federal,

a União Democrata-Cristã (CDU) de Merkel e a União Social-Cristã da Baviera (CSU) ficaram com 33%

dos votos - queda de 8,5 pontos em relação às eleições ocorridas há quatro anos. O presidente da

Comissão Europeia (CE), Jean-Claude Juncker, parabenizou a chanceler ao falar em uma Alemanha

forte: "A UE precisa, agora mais do que nunca, de um governo alemão forte". Juncker expressou

também confiança de que as negociações para a formação de um governo de coligação contribuirão

para isso.

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Nos mercados accionistas, o primeiro trimestre registou um desempenho forte. Na Zona Euro o

índice MSCI EMU valorizou 7,2%. Em Janeiro os retornos foram negativos, mas os mercados

accionistas recuperaram à medida que o trimestre avançou. Os dados económicos divulgados

durante este período foram na sua maioria favoráveis e acima das expectativas dos investidores. Por

exemplo, os principais indicadores PMI registaram máximos de 6 anos em Março. Nos EUA o

mercado de acções também teve uma boa performance no arranque do ano com o S&P 500 a

avançar 6,1% no primeiro trimestre. Mais uma vez os dados macroeconómicos suportaram esta

subida, assim como outros indicadores, incluindo o PMI e a confiança dos consumidores – este

último indicador subiu para 125,6 em Março, alcançando o nível mais elevado em 16 anos.

Fonte: Bloomberg * Setembro 2017

No segundo trimestre as acções continuaram a avançar com o MSCI EMU a subir 1,8%. A redução do

risco político, um cenário económico mais positivo e os ganhos empresariais suportaram a evolução

dos preços das acções. No entanto, na semana final do trimestre assistiu-se a um retrocesso após

observações positivas do Presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, que foram

interpretadas como se os estímulos do Banco Central fossem acabar em breve.

Os lucros das empresas durante o primeiro trimestre revelaram uma evolução positiva, com muitas

empresas a reportarem crescimento de vendas e de lucros. Apesar deste cenário mais favorável, as

maiores valorizações registaram-se nas áreas do Imobiliário e Utilities. O sector energético registou

perdas no trimestre.

Em Portugal, a evolução do PSI-20 foi positiva em ambos os trimestres, tendo subido 7,0% no

primeiro e 2,9% no segundo trimestre, acompanhando o bom momento vivido na restante Zona

Euro.

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No mercado cambial, o euro, após ter encerrado o ano a perder terreno face ao dólar, apresenta,

neste final do 3º trimestre, um ganho de aproximadamente 14% face à moeda americana. As boas

perspectivas económicas na Zona Euro, assim como a especulação em torno do início da reversão na

política monetária por parte do BCE têm suportado o euro. A incerteza nos EUA referente à

capacidade de Trump implementar os planos prometidos no programa eleitoral, são colocados cada

vez mais em causa, penalizando negativamente o dólar.

O euro também ganhou valor face à libra esterlina ao longo do ano, valorizando já mais de 6%. As

questões relacionadas com o Brexit e um crescimento superior na Zona Euro face ao Reino Unido

têm pressionado a divisa britânica.

No mercado monetário, ao longo do primeiro semestre, assistiu-se a uma descida das taxas Euribor.

No final de Junho, a taxa Euribor a um mês estava já abaixo do -0,37% e a Euribor a 1 ano abaixo dos

-0,15%. Para este cenário contribuiu a manutenção da política monetária acomodatícia do Banco

Central Europeu, assim como os focos de incerteza que foram surgindo a nível político, não

esquecendo as dúvidas que persistem em relação ao Brexit. É esperado que as taxas permaneçam

baixas durante os próximos meses.

No que respeita à evolução dos preços das matérias-primas, o índice de Commodities da Bloomberg

perdeu terreno no primeiro trimestre, maioritariamente devido à descida dos componentes

energéticos. O Brent caiu 7%, com os inventários e a produção nos EUA a subirem a um ritmo mais

alto que o esperado. O Gás Natural desceu 14,3% e o carvão recuou 8,7%. A componente agrícola foi

também mais fraca, devido principalmente aos preços mais baixos do açúcar e da soja. No entanto,

os metais geraram retornos positivos. Os avanços registados nos preços do Ferro (+5,7%), do Cobre

(+5,8%) e do Zinco (+7,5%) justificam-se com a maior procura por parte da China. Os metais

preciosos também obtiveram um bom desempenho, com o ouro (+8,9%) e a prata (+14,7%) a

apresentarem sólidas valorizações.

No segundo trimestre, o resultado não foi diferente para os componentes energéticos, com o Brent

a cair 9,3%. Os membros da OPEP e outros países produtores prolongaram os cortes, mas estes não

superaram a expectativa do mercado. Este problema foi exacerbado pelo aumento da produção não

convencional nos EUA. Os metais industriais também sofreram perdas, com o Ferro a cair

fortemente devido às preocupações relacionadas com uma procura mais fraca por parte da China e

aos elevados de stocks no país. As componentes agrícolas tiveram ligeiras descidas.

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Nos metais preciosos, a prata foi o metal que mais sofreu, recuando 8,9%, mas o ouro mostrou-se

relativamente resiliente (-0,61%).

Fonte: Bloomberg

No mercado obrigacionista, o optimismo em relação à economia global, o potencial crescimento

implícito nos planos fiscais prometidos por Trump e as expectativas de aumento da inflação

conduziram o mercado no primeiro trimestre. A mudança para a normalização da política monetária

também continuou, com especial ênfase nos EUA. A Fed aumentou as taxas de curto prazo e a taxa

das obrigações a 10 anos atingiu o máximo de 2,63% em 13 de Março. Ao mesmo tempo, o BCE

sinalizou que vê menos necessidade de políticas acomodatícias no futuro. A taxa das obrigações

alemãs a 10 anos situou-se dentro de um intervalo entre 0,18% e 0,50%, evidenciando episódios de

volatilidade decorrentes da especulação em torno do rumo da política monetária e fechando o

trimestre nos 0,32%.

As restantes obrigações soberanas Europeias estiveram também sob pressão devido às

preocupações políticas. A yield das obrigações portuguesas no prazo de 10 anos subiu de 3,76% para

3,98%.

No segundo trimestre, os dados económicos positivos, os reduzidos níveis de inflação e a

manutenção de uma política monetária acomodatícia foram benéficos para o mercado

obrigacionista. Os detalhes sobre os planos fiscais de Trump mantiveram-se geralmente escassos,

mas as dúvidas significativas sobre a sua capacidade de implementar reformas agravaram-se após a

incapacidade demonstrada na revisão da legislação de saúde.

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As obrigações soberanas foram bem suportadas na maioria do trimestre, mas um sell-off na semana

final reverteram os ganhos anteriores. Este movimento foi provocado por comentários de líderes

dos bancos centrais nos EUA, Europa e Reino Unido, que foram tomados como apoiantes de taxas

mais elevadas (hawkish). Os títulos de tesouro da Alemanha (Bunds) a 10 anos viram a sua

rendibilidade (yield) subir para os 0,47%. As obrigações portuguesas no mesmo prazo viram a sua

rendibilidade (yield) descer para os 3,03%, com os investidores a terem um maior apetite pelo risco

nacional, na sequência dos resultados económicos acima das perspectivas, da saída do

procedimento por défice excessivo e dos primeiros sinais de melhoria de perspectivas (outlook)

pelas agências de rating.

Fonte: Bloomberg

Factores de risco a considerar em 2017 e 2018

Para referência, os seguintes temas podem influenciar significativamente o desempenho dos

mercados nos próximos meses, não apenas em Portugal mas também a uma escala global:

• Desenvolvimentos ao nível da política monetária por parte dos principais bancos centrais

(BCE, FED, BoE e Banco do Japão);

• Possível entrada dos EUA em recessão, considerando que o actual ciclo de crescimento teve

início em 2009;

• Sinais de sobrevalorização de vários mercados, em especial os mercados accionista,

imobiliário e de crédito;

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• Incertezas em relação às negociações do Brexit e o seu resultado;

• Desenvolvimento de questões políticas como:

o Tensão dos EUA com a Coreia do Norte;

o Ressurgimento da instabilidade política em Itália, com eleições marcadas para a

Primavera de 2018;

o Efeitos de uma potencial declaração unilateral de independência da Catalunha face a

Espanha;

o Tensões na zona do Mar da China;

o Relação entre Rússia e os países da Nato;

o Atentados terroristas;

o Instabilidade no Médio Oriente.

• Sustentabilidade do crescimento na China, com possibilidade de um hard-landing.

• Ganho crescente de peso político e económico do bloco emergente, com aumento da

cooperação entre países e reforço institucional via, entre outros, a Shangai Cooperation

Organization (SCO), Belt and Road Initiative e a criação de um banco multilateral de

desenvolvimento.

Economia Nacional

A economia portuguesa em 2016 registou um crescimento de 1,4% face ao período homólogo,

reforçando a recuperação iniciada em 2013. Em termos trimestrais, observou-se ao longo do ano de

2016 uma aceleração da actividade económica, com o crescimento de 2,0% no último trimestre do

ano a situar-se acima dos 1,0% observados no primeiro trimestre.

No segundo trimestre de 2017, o PIB registou um aumento de 2,9 % em volume, face ao período

homólogo. O contributo da procura interna aumentou (de 2,6 p.p. no trimestre anterior para 2,8 p.p.

nesse trimestre), reflectindo um incremento do investimento. Relativamente à procura externa

líquida, esta manteve o contributo positivo de 0,1 p.p. (valor registado igualmente no primeiro

trimestre de 2016), explicado pela semelhante desaceleração das exportações face à verificada nas

importações, ambos de bens e serviços.

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Fonte: INE e Banco de Portugal: Projecções económicas (actualizado a 21 de Junho de 2017)

As indicações do Banco de Portugal apontam para o aumento da actividade económica ao longo do

período 2017-2019, estando previsto um crescimento médio anual do PIB de 2,5% em 2017,

desacelerando para 2,0% em 2018 e diminuindo para 1,8% em 2019, o que implicaria um nível de

produto ligeiramente acima do observado antes da crise financeira de 2008.

Segundo as projecções do Banco de Portugal (de Junho de 2017):

• A procura externa deverá apresentar um maior dinamismo em 2017 (+9,5%), sendo que nos

restantes anos de projecção, 2018 e 2019, irá registar níveis de crescimento positivos de

6,8% e 4,8%, respectivamente;

• O contributo das exportações de bens e serviços no crescimento do PIB em 2017 prevê-se

alcançar 1,8%, contudo este impacto irá diminuir ao longo do horizonte da projecção para

1,2% e 0,9% em 2018 e 2019, respectivamente;

• O consumo privado deverá crescer 2,3% em 2017 e, no restante horizonte de projecção,

deverá apresentar uma evolução positiva, em linha com o crescimento esperado do

produto, podendo esta variação ser explicada pelo aumento dos salários reais e pela maior

liquidez associada à redução do nível de endividamento das famílias;

• A aceleração da actividade em 2017 é explicada também pela recuperação dos níveis de

investimento (FBCF), como necessidade de incrementar a capacidade produtiva da

economia, tendo como incentivo as actuais condições favoráveis de financiamento e a maior

confiança dos agentes económicos. Os fundos comunitários Portugal 2020 deverão

continuar a fomentar o investimento no país, caso persista a estabilidade das condições

monetárias e financeiras. A Autoeuropa e a Iberdrola são apenas 2 exemplos de empresas

que estão a concretizar investimentos produtivos em Portugal.

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• Este padrão de crescimento, alicerçado nas exportações e investimento (FBCF), mantendo as

condições existentes na economia ao longo do horizonte de projecção, irá permitir reforçar

a capacidade de financiamento em relação ao exterior e a gradual redução dos níveis de

endividamento externo.

Indicadores macroeconómicos (2016-2019P)

2016 2017P 2018P 2019P Tendência

Procura Externa tav 3,0 3,3 3,6 3,5

EUR/USD Taxa de Câmbio tav 2,6 0,3 0,4 0,0

Preço do Petróleo (euros) vma 39,8 47,6 47,0 47,1

Produto Interno Bruto tav 1,4 2,5 2,0 1,8

Consumo Privado tav 2,3 2,3 1,7 1,7

Consumo Público tav 0,5 0,4 0,6 0,3

Formação Bruta de Capital Fixo tav -0,1 8,8 5,3 5,5

Exportações tav 4,4 9,6 6,8 4,8

Importações tav 4,4 9,5 6,9 5,2

Índice Harmonizado de Preços no Consumidor tav 0,6 1,6 1,4 1,5

Taxa de Poupança (%) vma 4,4 4,2 4,6 n.d.

Empregabilidade (sector privado) tav 1,6 2,4 1,3 1,3

Taxa de Desemprego % 11,1 9,4 8,2 7,0

Remunerações por Trabalhador (sector privado) tav 1,4 2,0 2,2 2,4

Balança Corrente e de Capital (% PIB) vma 1,7 2,1 2,4 2,4

Balança de Bens e Serviços (% PIB) vma 2,2 2,0 2,2 2,0

Euribor 3 meses (média) % -0,30 -0,30 -0,20 0,00

Yield das OT Alemãs 10 anos (média) % 0,20 0,65 1,08 1,17

Yield das OT Portuguesas 10 anos (média) % 3,76 4,10 4,15 n.d.

Fonte: Banco de Portugal (BE, Junho 2017), Comissão Europeia (Spring Economic Forecast, Maio 2017) e Bloomberg

tav: Taxa anual de variação; vma: variação média anual

A evolução da taxa de poupança dos particulares portugueses demonstra um comportamento

distinto da tendência da área do euro. Para 2017 está prevista uma taxa de poupança de 4,2% do

rendimento disponível em Portugal, sendo este valor quase 3 vezes superior (12,2%) na Zona Euro.

Numa breve análise à evolução da taxa de poupança em Portugal e na Zona Euro, verifica-se que, em

2009, período que coincide com o início da crise (subprime), observou-se o maior valor de poupança

do período em análise (10,5%), demonstrando assim uma preocupação dos particulares em alocar

uma maior percentagem do seu rendimento disponível para fins de aforro, justificado pela incerteza

provocada pela crise económica, tendência igualmente verificada na Zona Euro.

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Contudo, após 2013, com a melhoria do ambiente económico, nomeadamente relacionado com o

término da operação de resgate financeiro e consequente saída da Troika, observa-se que, associado

a maiores níveis de confiança dos agentes económicos, reduzidas taxas de juro e inflação, as famílias

apresentaram menores níveis de poupança, o que, apesar de ser benéfico como estímulo à procura

interna, redus o potencial de capitalização das empresas e aumenta a vulnerabilidade do país face a

futuros choques externos. Na área do Euro, contrariamente ao sucedido em Portugal, existe uma

estabilização nos índices de poupança a partir de 2013, apesar da manutenção de taxas de juro

pouco atractivas em produtos financeiros de aforro.

O Programa de Estabilidade 2017-2021 elaborado pelo Ministério das Finanças prevê que a dívida

portuguesa apresente uma redução de 18,4 p.p. entre 2017 e 2021, atingindo nesse ano os 109,4%

do PIB. Para tal, deverá contribuir, sobretudo, a evolução positiva do saldo primário, decorrente do

esforço de consolidação orçamental imposto pelos principais credores do país, que, conjugado com

a dinâmica de crescimento do produto, permitirá, segundo o Governo, uma redução de 2,5 p.p. da

dívida pública para os 127,9% do PIB, já em 2017.

Fonte: Ministério das Finanças: Programa de Estabilidade 2017-2021

Banco de Portugal: Projecções para a economia portuguesa 2017-2019 (Jun. 2017)

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No que respeita ao saldo orçamental, o Programa de Estabilidade prevê que este deva passar de um

défice 1,7% do PIB em 2017 para um excedente de 1,3% do PIB em 2021. A trajectória de redução

quer da dívida pública, quer do défice orçamental reflecte:

• o decréscimo das despesas em cerca de 3,1 p.p. entre 2017 e 2021, contribuindo para tal: i)

a redução dos juros em 0,6 p.p. que reflecte uma redução prevista da dívida pública e da

taxa de juro nominal, ii) a redução das despesas com pessoal (-1,1 p.p.), iii) a redução das

prestações sociais (-0,9 p.p.) e iv) a redução dos consumos intermédios (-0,6 p.p.);

• a redução da receita na ordem de 0,4 p.p. entre 2017 e 2021 (inferior em 3,1 p.p. à redução

da despesa), essencialmente por via da redução da receita fiscal em 0,7 p.p., com os

impostos sobre o rendimento e o património (-0,5 p.p.) a contribuírem de forma mais

acentuada do que os impostos sobre a produção e as importações (-0,3 p.p.).

A economia portuguesa apresenta crescimentos económicos sustentados na procura externa e no

investimento privado, contudo, o Banco de Portugal ressalva alguns constrangimentos face a um

ajustamento macroeconómico duradouro a longo prazo. Entre os obstáculos, encontram-se: (i) o

elevado nível de endividamento dos agentes económicos; (ii) o baixo índice de produtividade de

capital por trabalhador; (iii) a evolução demográfica desfavorável e (iv) o peso dos desempregados

de longa duração na população activa.

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Impacto potencial no sector bancário

Em termos do impacto no sistema bancário nacional, é expectável que:

• se mantenha em níveis reduzidos a taxa de referência do Banco Central Europeu e por

conseguinte a Euribor, permanecendo assim o incentivo à procura de crédito, embora com

impacto negativo na rentabilidade comercial dos bancos, o que deverá fomentar a

diversificação da oferta, sobretudo através de estratégias de aumento de up/cross-selling

junto dos clientes.

• permaneça a trajectória de desalavancagem da economia, em particular com o contributo

do sector público, uma vez que particulares e empresas já iniciaram há alguns anos o esforço

de redução do endividamento.

• o impacto do aumento das exportações e do investimento (FBCF) se traduza num maior

apoio dos bancos às empresas, sobretudo em sectores em expansão, como sejam o turismo,

a requalificação urbana e a agricultura, e com níveis de incumprimento controlados. A este

propósito, importa realçar que o programa Portugal 2020 apenas aprovou 50% da dotação

total prevista (25 mil milhões de euros).

• as melhorias previstas ao nível do desemprego e da remuneração média por colaborador, a

par da redução dos encargos fiscais (ex. eliminação da sobretaxa de IRS), tenham impacto

nos níveis de confiança dos agentes económicos, fomentando a procura interna e por

conseguinte a procura de crédito, em particular do crédito ao consumo e do crédito à

habitação.

1.2 TENDÊNCIAS DA POPULAÇÃO E DO CONHECIMENTO

De acordo com os dados das Nações Unidas (World Population Prospects: the 2017 Revision (Nações

Unidas, 2017)), em termos mundiais, a população com mais de 60 anos irá aumentar de 962 milhões

em 2017 para 1,4 mil milhões em 2030 (+46%) e para 2,1 mil milhões em 2050 (+119%).

Globalmente, a população com mais de 80 anos irá aumentar de forma ainda mais acelerada, dos

137 milhões em 2017 para 202 milhões em 2030 (+47%) e para os 425 milhões em 2050 (+210%).

Mais ainda, em 2025, os millenials já representarão 75% da força de trabalho a nível mundial.

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Em 2030, o mundo apresentará uma sociedade sustentada no conhecimento, onde 55% terá

completado pelo menos o ensino secundário. Contudo, o incessante processo de aprendizagem é

uma realidade reconhecida pela actual e futura geração de trabalhadores (millenials) que

reconhecem, na sua carreira laboral, um processo longo (fruto da incerteza quanto à idade da

reforma).

Na Europa, a idade média da população irá evoluir de 43,9 anos em 2017 para 47 anos em 2050.

Contudo, a população com mais de 60 anos irá representar 35% da população em 2050. Assim, o

envelhecimento da população torna-se relevante no planeamento dos objectivos de

desenvolvimento dos países e das regiões (e.g. eliminação de desigualdades, protecção social), de

sustentabilidade (e.g. aumento da idade de reforma, rendimento mínimo na velhice, instrumentos

complementares de poupança), das políticas públicas de saúde e de bem-estar (num contexto do

aumento da esperança média de vida), do acesso universal aos serviços públicos, e de integração

desta população nas decisões com impacto socioeconómico.

A Europa enfrenta problemas existenciais relacionados com o envelhecimento populacional, a

diminuição da população activa, a incapacidade de absorver populações de refugiados e imigrantes e

com o lento crescimento da produtividade económica que decorre da dificuldade de implementação

das reformas estruturais planeadas.

A evolução tecnológica irá permitir alterações comportamentais e laborais nas sociedades, aumento

da mobilidade da população (e.g. teletrabalho), bem como continuará a alterar os comportamentos

sociais (e.g. redes sociais) e de consumo (e.g. pagamentos móveis) e a proporcionar maior acesso a

informação em tempo-real aos vários estratos populacionais. Segundo um estudo da Ericsson

ConsumerLab, 35% dos inquiridos considera trabalhar com um assistente de inteligência artificial,

sendo que 1 em cada 4 inquiridos estaria disponível para ter como director um robot de inteligência

artificial.

Ao nível dos Estados, prevê-se a evolução para uma economia de mercado com um papel do Estado

mais interventivo no que diz respeito à supervisão e à regulação dos vários sectores da actividade,

resultante do impacto que a recente crise económica e financeira teve na credibilidade e na

reputação das instituições bancárias.

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A restauração da confiança é condição essencial para a sustentabilidade do negócio dos bancos,

sendo certo que a sociedade está cada vez mais atenta à adopção de princípios éticos e

comportamentos responsáveis pelos bancos.

Em termos futuros, perspectiva-se que a sociedade ocidental venha a: (i) constituir-se como um

sistema em rede, onde a conectividade e a exigência de constante actualização e partilha de

conhecimento decorre num ambiente dominado pelas Internet of Things; (ii) incorporar os valores

de cooperativismo e “sharing economy” (economia circular) que, no sentido mais comum, traduzem

uma adesão a mecanismos de partilha de bens e serviços entre uma rede de contactos ou num

regime peer-to-peer, colocando em causa os tradicionais conceitos de posse e de propriedade.

Segundo a Marktest, no primeiro semestre de 2017, cerca de 6,7 milhões de residentes em Portugal

usavam smartphone, 4,5 milhões de portugueses visitou websites de comércio electrónico, o que

traduzirá numa despesa acumulada de 2,7 mil milhões de euros no final de 2017.

Estas mudanças sociodemográficas e tecnológicas deverão ter os seguintes impactos na Banca:

• aposta na inovação para lançar produtos de aforro e investimento que possam ser

competitivos e que proporcionam soluções de poupança ao longo da vida activa para, entre

outros, colmatar a redução dos níveis das actuais e futuras reformas;

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• utilização da tecnologia como premissa para a alteração do actual modelo de negócio, de

abordagens focadas em produtos para modelos centrados no Cliente e no seu ciclo de vida

e de relacionamento com o banco, fazendo uso de modelos preditivos para ajustar, em

tempo real, a proposta de valor (jornada de decisão) às necessidades, aspirações e

contextos individuais do Cliente;

• utilização das redes sociais como fonte de informação e de conhecimento das necessidades

de cliente e de comunicação com os vários segmentos;

• redução do número de agências, ajustamento/flexibilização dos horários de funcionamento

e reforço do foco nos canais digitais, dada a alteração proporcionada pela tecnologia no que

diz respeito à capacidade de execução de operações por meios digitais;

• aumento da concorrência no sector bancário – dos bancos tradicionais e de novos

concorrentes não bancários com experiência digital/tecnológica (“fintechs”) - e destaque

para a capacidade tecnológica e força da marca e do marketing como factores distintivos

(mais do que a rede de agências);

• aumento dos níveis de desvinculação de clientes (“churn”) num contexto de intensificação

das acções concorrenciais (e.g. spreads), contribuindo para que os bancos se tornem

prestadores de serviços low-cost e colocando a eficiência e a optimização na agenda dos

bancos (e.g. optimização de processos; IoT1);

• reformulação da oferta de produtos e serviços para que seja mais apelativa ao género

feminino, dada a preponderância que está a assumir enquanto gerador de rendimento

familiar e participante activo nos processos de gestão e decisão das finanças familiares;

• aumento da segurança cibernauta e de protecção de informação dada a importância do nível

de confiança dos clientes na utilização dos canais digitais (e.g. nomeadamente efectuando

uma avaliação prudente de soluções de gestão de dados em regime de outsourcing que

pondere o binómio poupança de custos/segurança dos dados); e

• utilização da tecnologia como facilitador na resposta eficiente aos crescentes requisitos de

compliance, regulação e supervisão.

1 Internet of Things e tomada de decisão baseada em dados: e.g. soluções de self-service, optimização do layout das agências,

gestão inteligente das relações com cliente (CRM), gestão energética e da segurança, manutenção preventiva de equipamentos.

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1.3 ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE E PAPEL DO ESTADO Durante a próxima década e em particular durante o quadro comunitário de apoio que vigora até

2020, o Estado deve centrar a sua intervenção em torno das seguintes temáticas:

• Competitividade e internacionalização da economia;

• Inclusão social e emprego;

• Fomento do capital humano; e

• Sustentabilidade e eficiência no uso de recursos.

Competitividade e internacionalização

Capital HumanoInclusão social e

Emprego

Sustentabilidade e eficiência no uso dos

recursos

Assimetrias e potencialidades

territoriais

Reforma da Administração Pública

Estes quatro domínios temáticos deverão estar articulados e contribuir positivamente para dois

domínios transversais: (i) a redução das assimetrias territoriais e (ii) a promoção de uma

administração pública mais eficaz e eficiente.

Fundos Estruturais

Os Fundos Estruturais direccionados a Portugal (Portugal 2020) ascendem a 25 mil milhões de euros

até 2020 e, destes, 4 mil milhões de euros estão associados aos sectores primário, pescas e agro-

industrial.

Este novo quadro comunitário tem como principais objectivos o estabelecimento das prioridades de

financiamento para Portugal e a articulação clara com a Estratégia Europa 2020 que pretende atingir

melhorias evidentes nas seguintes áreas:

• Emprego;

• Investigação e desenvolvimento;

• Alterações climáticas e sustentabilidade energética;

• Educação; e

• Luta contra a pobreza e exclusão social.

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Programas operacionais temáticos

Fonte: Portugal 2020 - Boletim Informativo dos Fundos da União Europeia (Junho 2017) Valores em Milhões de Euros

Os fundos destinados a áreas de desenvolvimento do capital humano e de promoção à inclusão

social e emprego apresentam maiores taxas de pagamento de 62% e 51%, respectivamente.

Contudo, é a temática de competitividade e internacionalização que detém maior valor de dotação

(4.414 milhões de euros).

Programas operacionais regionais

Fonte: Portugal 2020 - Boletim Informativo dos Fundos da União Europeia (Junho 2017) Valores em Milhões de Euros

Os fundos destinados às regiões autónomas da Madeira e dos Açores apresentam taxas de

pagamento mais elevadas do que as restantes regiões, com 49% e 47%, respectivamente, contudo, é

na região Norte que se prevê alocar o maior volume de fundos programados (3.379 milhões de

euros).

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Grau de execução do Portugal 2020

No final do primeiro semestre de 2017 o volume de fundos aprovados no Portugal 2020

representava 50% do total de fundos programados para o período 2014-2020. Os montantes de

investimento e respectiva comparticipação são:

• Investimento total: 20,7 mil milhões de euros;

• Investimento elegível: 19,0 mil milhões de euros;

• Comparticipação de fundos: 12,9 mil milhões de euros, correspondendo a uma taxa média

de comparticipação de 62%.

De entre os apoios aprovados, assumem maior relevância os domínios da competitividade e

internacionalização e do desenvolvimento rural. A taxa de execução encontrava-se nos 15%,

correspondentes a 3,8 mil milhões de euros.

Impacto potencial no sector bancário

Uma gestão eficiente dos Fundos Comunitários terá um impacto positivo no crescimento da

economia portuguesa e do emprego, o que influenciará o aumento da concessão de crédito e a

melhoria da qualidade da carteira de crédito dos bancos. Os bancos:

• poderão beneficiar da vertente dos fundos estruturais dedicada à competitividade das PME

(24% do total de apoios disponíveis), fomentando o financiamento ao investimento de

expansão e à dinamização do negócio internacional;

• deverão explorar a vertente não comparticipada por fundos estruturais que, atendendo ao

nível de aprovação observado até ao final do primeiro semestre de 2017, ascende a 38% do

investimento elegível (7,8 mil milhões de euros), bem como accionar linhas de crédito de

antecipação de receitas de projectos já aprovados mas ainda não comparticipados; e

• dada a reduzida taxa de execução do Portugal 2020 e à urgência na sua aplicação, deverão

beneficiar do aumento do nível de execução que deverá ocorrer no futuro próximo.

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1.4 ECONOMIA E TECIDO EMPRESARIAL

Em Portugal verifica-se uma tendência de êxodo da população activa das zonas rurais para zonas

urbanas motivado pela procura de melhores condições de vida e oportunidades de trabalho, uma

vez que o poder de compra nas zonas urbanas é superior à média e estas concentram 65,4% do valor

acrescentado bruto gerado em Portugal.

Actualmente, mais de metade da carteira de crédito do Crédito Agrícola (5,0 mil milhões de euros) é

proveniente de zonas rurais que estão a perder população e importância do ponto de vista da

geração de riqueza (VAB). Por outro lado, o Crédito Agrícola possui uma quota de mercado de

apenas 2,1% nas zonas urbanas que representam mais de 70% do total de crédito em Portugal.

Contudo, é de salientar o incremento de 1 p.p. da quota de mercado nas áreas urbanas face ao

período homólogo, validando a estratégia do Crédito Agrícola em reforçar a sua presença nos

grandes centros urbanos.

Valor % Valor % QM%

Rural 35,3% -0,6 23,3% 1,4 86,2 15,4% 22,6% -0,2 40.919 21,5% 4.979 54,8% 12,2%

Intermédia 16,7% 0,0 19,1% 2,0 87,0 9,9% 12,0% -0,1 13.450 7,1% 1.662 18,3% 12,4%

Urbana 48,1% 0,5 20,2% 2,6 104,6 2,6% 65,4% 0,0 136.311 71,5% 2.441 26,9% 1,9%

Total 100% 21,1% 2,1 100,0 9,3% 100% 190.680 100,0% 9.083 100,0% 4,8%

Fonte: INE; * De acordo com a metodologia adoptada pela Comissão Europeia em 2010

Estrutura da

economia

(VAB) (2015)

Var. 2015-

2010 (p.p.)

Crédito do mercado

(Jun.2017) M€

Crédito CA

(Jun.2017) M€

Análise sócio-económica por tipologia de região de Portugal

Zonas*

Estrutura da

População

(2016)

Var. 2016-

2011 (p.p.)

% Pop. +65

anos (2016)

Var. 2016-

2011 (p.p.)

Poder de

compra per

capita (2013)

Var.% 2013-

2004 (p.p.)

Análise por Distrito Numa série anual, entre Junho de 2016 e Junho de 2017 registaram-se 38.443 novas empresas e

encerraram ou entraram em regime de insolvência 18.953 empresas, num total de 464.989

empresas registadas, mais 16.707 empresas do que em 2016.

Em relação à distribuição do número de empresas por distrito verifica-se que cerca de 53% das

empresas existentes estão concentradas em 3 distritos, Lisboa, Porto e Braga, nos quais o Crédito

Agrícola regista uma quota de mercado de 1,8%, 3,8% e 3,9%, respectivamente.

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No que respeita à constituição de novas empresas, de Julho de 2016 a Junho de 2017, verificou-se

uma evolução positiva de 3,6%, tendo os distritos de Lisboa, Faro e a região da Madeira apresentado

os maiores crescimentos (+13,0%, +11,0% e +15,1%, respectivamente), aos quais não será alheio o

contributo positivo do sector do turismo, e os distritos de Vila Real (-18,8%), da Guarda (-14,4%) e de

Bragança (-10,5%) registado as maiores quebras, certamente prejudicados pela interioridade e pela

já referida tendência de êxodo das zonas rurais para as zonas urbanas.

No que respeita às insolvências e encerramentos de empresas, houve uma redução de 6,9%, em

Junho de 2017 face ao período homólogo, tendo as maiores variações sido registadas na Madeira (-

18,8%) e nos distritos de Santarém (-18,5%) e Viseu (-17,7%). Contudo, o distrito de Vila Real

verificou uma evolução positiva (12,7%), o que traduz um incremento no número de insolvências e

encerramentos no território.

No cômputo geral, quer o aumento da constituição de novas empresas, quer a redução das

insolvências e encerramentos de empresas, sugerem uma boa fase da economia portuguesa, que

deverá ser capitalizada pelo sector bancário na procura de crédito de qualidade e no fomento da

relação com os clientes empresa.

Distritos e Regiões

# Empresas

Jun. 2017

Distribuição

no Total

Novas

empresas

Jul.2016-

Jun.2017

Distribuição

no Total

Variação

homóloga

(%)

acumulada

Insolvências e

Encerramentos

Distribuição

no Total

Variação

homóloga

(%)

acumulada

Lisboa 130.554 28,1% 12.853 33,4% 13,0% 5.657 29,8% -0,1%

Porto 79.655 17,1% 6.845 17,8% 0,6% 3.453 18,2% -8,7%

Braga 36.025 7,7% 2.827 7,4% -4,6% 1.528 8,1% -11,8%

Aveiro 28.346 6,1% 1.928 5,0% -6,6% 1.220 6,4% -9,7%

Setúbal 27.203 5,9% 2.519 6,6% 8,7% 1.188 6,3% -10,5%

Leiria 21.690 4,7% 1.492 3,9% -5,4% 847 4,5% 6,9%

Faro 22.140 4,8% 2.051 5,3% 11,0% 772 4,1% -10,6%

Santarém 17.279 3,7% 1.147 3,0% 1,3% 542 2,9% -18,5%

Coimbra 16.820 3,6% 1.074 2,8% -3,2% 651 3,4% -11,1%

Viseu 13.532 2,9% 851 2,2% -4,7% 515 2,7% -17,7%

Madeira 10.669 2,3% 962 2,5% 15,1% 603 3,2% -18,8%

Viana do Castelo 9.235 2,0% 669 1,7% -8,4% 404 2,1% 1,8%

Castelo Branco 7.317 1,6% 410 1,1% -8,3% 274 1,4% -10,7%

Évora 7.392 1,6% 491 1,3% 0,4% 219 1,2% -8,8%

Vila Real 7.276 1,6% 455 1,2% -18,8% 283 1,5% 12,7%

Açores 7.251 1,6% 457 1,2% -3,6% 210 1,1% -1,9%

Beja 6.425 1,4% 552 1,4% 7,8% 157 0,8% -11,8%

Guarda 6.032 1,3% 280 0,7% -14,4% 163 0,9% -15,5%

Bragança 5.354 1,2% 280 0,7% -10,5% 151 0,8% -10,1%

Portalegre 4.794 1,0% 300 0,8% -6,3% 116 0,6% -17,1%

PORTUGAL 464.989 100% 38.443 100% 3,6% 18.953 100% -6,9%

Distribuição, nascimento e encerramento de empresas por Distrito (Jun. 2017)

Fonte: Informa D&B (dados a Junho 2017)

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Análise por Sector de Actividade Relativamente aos sectores de actividade, é possível constatar que os serviços e os

grossistas/retalhistas concentram quase 57% do total de empresas a Junho de 2017. No indicador

“constituição de novas empresas”, a grande maioria dos sectores apresentou uma variação

homóloga positiva face a Junho 2016, destacando-se as maiores variações nos sectores da

agricultura, pecuária, pesca e caça (+24,0%), da construção e actividades imobiliárias (+18,0%) e

transportes (12,5%), sendo que, ambos, os sectores agrícola (13,7%) e dos transportes (22,1%),

apresentam um rácio EBITDA acima da média do país (11,7%), o que indicia que os novos

investimentos estão a ser direccionados para sectores geradores de riqueza.

No sentido oposto, surgem os sectores das indústrias transformadoras e grossista/retalhista com

quebras na constituição de novas empresas de -5,7% e -7,8%, respectivamente. O facto de o sector

das indústrias transformadoras apenas representar 8,7% do tecido empresarial português e não

acompanhar a tendência positiva de constituição de novas empresas da grande maioria dos

restantes sectores, não deixa de constituir um desafio para o país, pois tradicionalmente é um sector

que fomenta as exportações e potencia a I&D e a criação de emprego.

No que respeita ao número de insolvências e encerramentos, os dados a Junho de 2017 indicam

uma diminuição de 6,9%, sendo que os sectores com maior variação foram o sector grossista e

retalhista (-11,5%) e o dos transportes (-11,1%).

Sectores

# Empresas

Jun. 2017

Distribuição

no Total

Novas

empresas

Jul.2016-

Jun.2017

Distribuição

no Total

Variação

homóloga

(%)

acumulada

Insolvências e

Encerramentos

Distribuição

no Total

Variação

homóloga

(%)

acumulada Ebitda (%)

Serviços 165.304 35,6% 12.314 32,0% 8,6% 1.830 22,8% -7,8% 8,7%

Grossista/Retalhista 98.399 21,2% 7.502 19,5% -5,7% 2.176 27,1% -11,5% 3,5%

Construção e Atividades imobiliárias 68.667 14,8% 7.038 18,3% 18,0% 1.338 16,7% -6,6% 11,0%

Indústrias Transformadoras 40.505 8,7% 2.417 6,3% -7,8% 968 12,1% -4,6% 12,1%

Alojamento e Restauração 37.902 8,2% 4.551 11,8% 3,1% 889 11,1% -5,7% 14,5%

Transportes 17.571 3,8% 1.039 2,7% 12,5% 296 3,7% -11,1% 22,1%

Agricultura, pecuária, pesca e caça 16.822 3,6% 1.720 4,5% 24,0% 197 2,5% 9,4% 13,7%

Outros 19.819 4,3% 1.862 4,8% 7,6% 332 4,1% -7,0% 13,2%

TOTAL 464.989 100% 38.443 100% 5,8% 8.026 100% -7,8% 11,7%

Distribuição, nascimento e encerramento de empresas por Sector de actividade (Jun. 2017)

Fonte: Informa D&B (dados a Junho 2017)

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2. Análise do mercado bancário

2.1 TENDÊNCIAS DO SECTOR BANCÁRIO

Tendências globais do sector

Embora se verifique uma recuperação económica em Portugal e na Europa (em geral), o sector

bancário continua exposto a “forças” que colocam a sua rentabilidade sob pressão, nomeadamente:

• a política monetária do BCE, em que eventuais alterações poderão provocar um

arrefecimento da recuperação económica (no caso de término do programa de estímulos

monetários) ou continuarão a pressionar a margem financeira dos bancos (caso se

mantenham as taxas de juro nos níveis históricos actuais);

• a pressão regulatória que se fará sentir designadamente através da: (i) adopção de novas

normas contabilísticas como a IFRS 9, que introduz novas regras de registo de imparidades

no caso de activos financeiros; (ii) implementação de um novo pacote de normas no âmbito

dos Acordos de Basileia, denominado por “Basel IV”, que introduzirá novos requisitos de

capital, mais testes de stress e novas directrizes de conduta e de compliance;

• o processo de digitalização global que acrescenta: (i) nova concorrência através das fintech

ou da entrada de empresas não-financeiras no sector bancário sob a forma de bancos

totalmente digitais que passam a ter acesso à informação que o cliente autorizar (ao abrigo

das novas regras da directiva PDS 2); (ii) maior concorrência entre os players tradicionais

impulsionados pela melhoria da eficiência (ex. robotização, economias de escala nos

investimentos tecnológicos); e

• novos custos e encargos associados aos requisitos prudenciais de controlo e reporte no

quadro do Mecanismos Único de Supervisão.

Em resposta à política monetária praticada pelo BCE, a banca tradicional tem direccionado o seu

negócio para as receitas provenientes de comissões e outros proveitos. Contudo, segundo um

estudo efectuado por uma consultora internacional2, o negócio baseado em comissões sofrerá uma

redução das margens em virtude da revolução digital, particularmente no caso das comissões

relacionadas com pagamentos (uma redução prevista de cerca de 18,1% no caso dos países da Zona

Euro).

2 “A brave new world for global banking”, McKinsey & Company 2017

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30

Estabelecer parcerias com fintechs ou parceiros tecnológicos

disruptivos.

Simplificar/reestruturar as suas operações e estruturas.

Desenvolver parcerias e/ou joint ventures com outras instituições

financeiras.

Produção e desenvolvimento de novas tecnologias que estimulem a

eficiência (ex. RPA*).

Melhoria da eficiência estratégica e redução de custos.

Assim, torna-se necessário que os players tradicionais do sector respondam, simultaneamente, às

três fontes de desafios supramencionadas, através de uma transformação que implique:

• aumento da resiliência: crescimento da base de clientes, redução de custos operacionais e

gestão prudente dos activos;

• reorientação: recentrar o negócio no cliente e aderir “agressivamente” ao digital,

transformando o banco numa plataforma de informação e de análise de dados e

estabelecendo parcerias com outros bancos, fintechs e outros parceiros tecnológicos;

• renovação: desenvolver novas capacidades tecnológicas e adoptar novas estruturas

organizacionais que suportem o “frenético” ambiente de inovação.

Neste sentido, um inquérito (“Uncertainty is no excuse for inaction”, EY 2017) globalmente conduzido a 300

instituições bancárias, em 2017, revelou que uma proporção significativa das mesmas (% indicada

nos gráficos seguintes) apresenta como prioridade de curto prazo:

Em termos tecnológicos, o mesmo inquérito informa que a maioria das instituições abordadas no

inquérito (% indicada nos gráficos seguintes) apostará na:

Optimização dos canais de ligação com clientes (digitalização

e serviços de self-serve).

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31

Melhoria da eficiência estratégica e redução de custos.

Desenvolver produtos novos e inovadores.

Reter e recrutar talento com competências-chave.

De forma a concretizar estas prioridades, uma proporção significante das instituições alvo do

inquérito (% indicada nos gráficos seguintes) admite:

Tendências do Sector no Mercado Ibérico

O sector bancário no mercado ibérico encontra-se em linha com o sector no mercado global,

enfrentando os mesmos desafios: i) condições macroeconómicas, ii) pressão regulamentar e iii)

pressão tecnológica; requerendo especial atenção pelas fragilidades reveladas / enfrentadas durante

a crise económico-financeira recente.

Nesse sentido, os planos estratégicos para os próximos anos das instituições financeiras que actuam

no mercado ibérico focam-se em:

• reduzir custos através da optimização das redes de agências (ex. redução do número,

alteração horária, redução de espaço, aposta na mobilidade) e apostar em medidas de

promoção da eficiência (ex. criação ou melhoria dos shared service existentes,

automatização de tarefas);

• aumentar receitas via atracção de novos clientes (ex. apostando nos meios digitais),

incrementar a transaccionalidade dos clientes existentes (ex. melhorando os CRM internos)

e desenvolver novas ofertas de produtos e serviços (ex. soluções customizadas);

• apostar no digital nas duas vertentes anteriores: melhorando a eficiência (ex. robotização,

data analytics) e atraindo mais clientes (ex. bancos totalmente digitais e canais digitais mais

atractivos).

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32

Exemplos de tendências adoptadas / a adoptar por instituições financeiras nacionais e

internacionais

A maioria das instituições financeiras nacionais e internacionais de referência já adoptaram ou pretendem

adoptar iniciativas que materializam as tendências do sector. Essas iniciativas encontram-se referidas nos

respectivos planos-estratégicos3 e abrangem 3 eixos essenciais:

2.2 ENQUADRAMENTO DO SECTOR BANCÁRIO

Evolução do mercado nacional de depósitos (Dezembro 2013 – Junho 2017)

De acordo com a informação mais recente do Banco de Portugal, no primeiro semestre de 2017 os

depósitos totais de clientes cresceram 1,2% face a Dezembro de 2016. No que respeita aos

depósitos de particulares, estes não sofreram qualquer variação desde o último período de

referência (Dezembro de 2016), sendo que no segmento empresarial o crescimento foi de 6,5%, os

quais acrescido ao crescimento de 8,7% registado em 2016, evidenciam uma melhoria da liquidez

e/ou uma ausência de projectos de investimento das empresas portuguesas.

3 Websites institucionais das respectivas instituições financeiras, 2017

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33

Evolução do mercado nacional de crédito (Dezembro 2013 – Junho 2017)

Em Portugal, o crédito bruto total recuou 1,9% em Junho de 2017 face a Dezembro de 2016, tendo o

crédito a particulares recuado 1,9% e o crédito a empresas 2,8%. Esta quebra, que se prolonga há

vários anos, reflecte a redução de alavancagem na economia portuguesa, o maior rigor por parte

dos bancos na concessão de crédito, e a venda de créditos problemáticos a empresas especializadas

em cobranças coercivas.

Evolução do mercado de crédito a particulares por tipologia – Junho de 2016 / Junho de 2017

Para a quebra verificada no crédito a particulares (-0,6%) entre Junho de 2016 e Junho de 2017

concorreu, em larga medida, o crédito à habitação que reduziu 0,9% dado o considerável peso na

carteira de crédito a particulares (cerca de 82%). Contudo, não obstante esta diminuição, o crédito

ao consumo registou uma evolução positiva de 2,8% face a Junho de 2016, consubstanciada pelo

maior nível de confiança dos consumidores portugueses e pela maior disponibilidade dos bancos em

conceder esta tipologia de crédito.

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34

Tipologia Var. %

homóloga

Total crédito

(M€)

% Total

crédito

% Crédito

Vencido

Habitação -0,9% 93.767 81,5% 2,2%

Consumo 2,8% 12.718 11,1% 5,5%

Outros fins -2,5% 8.540 7,4% 23,7%

Total -0,6% 115.025 100,0% 4,2%

Fonte: Banco de Portugal

O crédito vencido no segmento de clientes particulares situou-se nos 4,2% (4,3% em Junho de 2016),

essencialmente devido ao crédito ao consumo e créditos para outros fins que apresentam níveis de

incumprimento de 5,5% e 23,7%, respectivamente.

Evolução do mercado de crédito a empresas por CAE – Junho de 2016 / Junho de 2017

O crédito a empresas apresentou, no geral, uma redução a Junho de 2017 de 5,8% face ao período

homólogo, sendo no entanto de salientar o desempenho positivo do sector do alojamento e

restauração (+3,8%), directamente relacionado com a forte expansão do turismo, e da agricultura e

pescas (+4,0%) sendo este último, um sector estratégico para o Grupo Crédito Agrícola.

CAE Var. CréditoTotal Crédito

(M€)

% Total

Crédito

% Crédito

Vencido

Agricultura e Pescas 4,0 % 2.365 3,1 % 5,4 %

Indústrias Transformadoras -3,9 % 12.508 16,7 % 8,3 %

Saúde e Apoio Social -4,4 % 1.285 1,7 % 5,1 %

Comércio -4,1 % 11.875 15,8 % 12,8 %

Construção -13,8 % 10.516 14,0 % 34,5 %

Actividades Imobiliárias -6,6 % 9.274 12,3 % 24,1 %

Alojamento e Restauração 3,8 % 4.547 6,1 % 8,2 %

Transporte e Armazenagem -14,3 % 6.154 8,2 % 7,0 %

Energia 28,0 % 3.139 4,2 % 0,0 %

Indústrias Extractivas 6,0 % 263 0,4 % 10,6 %

Água e Saneamento -19,0 % 1.193 1,6 % 2,1 %

Outros -6,6 % 11.978 16,0 % 9,5 %

dos quais: Administração Pública n.d. n.d. n.d. n.d.

Total -5,8 % 75.097 100% 14,1 %

Fonte: PIN Mercado

Os sectores ligados ao imobiliário e à construção persistem em apresentar quebras no crédito,

reflectindo um desinvestimento nesta área de 6,6% e 13,8%, respectivamente, face a Junho de 2016.

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35

2.3 ANÁLISE COMPETITIVA DO SECTOR BANCÁRIO

Desempenho comparativo do Crédito Agrícola com referência a Junho 2017

O Crédito Agrícola apresentou uma evolução favorável contrariando a tendência de mercado, tendo

registado um crescimento no crédito bruto total de 5,7% em Junho de 2017 face ao período

homólogo.

No que se refere aos recursos de clientes no balanço do Crédito Agrícola, estes cresceram 3,4%,

consubstanciado a sua posição de banco credível e de refúgio para as poupanças dos portugueses. O

BPI, o BCP e o Santander apresentaram igualmente variações positivas nesta rubrica, sendo de

destacar pela negativa o Montepio que, devido aos problemas económico-financeiros anunciados

publicamente, viu o nível de depósitos reduzir em 5,5%, a CGD e o Novo Banco.

Fonte: Informação disponibilizada nos sites dos diversos Bancos. Nos casos do Montepio, Caixa Geral de Depósitos e Novo Banco, os valores são consolidados e nos casos do BPI, BCP e Santander referem-se à actividade em Portugal.

O Crédito Agrícola foi o único banco que registou um aumento do crédito em ambos os segmentos,

particulares (+2,6%) e empresas (+8,1%), demonstrando a cada vez maior confiança que os agentes

económicos depositam no banco. Este comportamento permitiu atingir uma quota de mercado 4,8%

em Junho de 2017, que compara com os 4,3% verificados em Junho de 2016.

O BPI, por sua vez, registou o maior aumento no crédito a empresas, apesar da evolução negativa no

crédito a particulares. As quebras de 10,0% no Novo Banco e de 18,6% na CGD ao nível do crédito a

empresas reflectem os processos de limpeza dos balanços (venda de activos não produtivos e write

offs) e de desalavancagem financeira, associada a uma maior restrição na concessão de crédito.

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36

Fonte: Informação disponibilizada nos sites dos diversos Bancos. Nos casos do Montepio, Caixa Geral de Depósitos e Novo Banco, os valores são consolidados e nos casos do BPI, BCP e Santander referem-se à actividade em Portugal.

Evolução do crédito nacional vs. SICAM por distrito a Junho de 2017 (mil milhões €)

Analisando o crédito concedido por geografia, verifica-se que, no primeiro semestre de 2017, o

mercado nacional sofreu uma contracção de 1,5% face a Dezembro de 2016, contribuindo o distrito

de Lisboa com uma quebra de 3,1% (de notar que o distrito de Lisboa representa 44% do crédito

nacional). Em sentido oposto, embora de menor proporção, Beja registou um aumento de 2,4% em

Junho de 2017, face a Dezembro de 2016.

Fonte: PIN Mercado

O Crédito Agrícola apresentou um desempenho acima do mercado, registando evoluções positivas

do crédito concedido em todos os distritos de Portugal Continental e nas Regiões Autónomas. Assim,

os distritos com maior crescimento verificado no 1º semestre de 2017 foram os de Braga, Aveiro e

Faro, com taxas de crescimento na ordem dos 6,0%.

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37

Evolução do crédito vencido a Junho de 2017

Com referência aos dados de Junho de 2017, o rácio de crédito vencido a empresas tem vindo a

seguir uma trajectória descendente no mercado desde Novembro de 2016 (com excepção do mês

de Fevereiro de 2017), efeito também verificado no comportamento da carteira do Crédito Agrícola

(6,8% em Junho 2017 versus 8,4% em Novembro de 2016).

Conjuntamente, o crédito vencido a particulares no mercado sofreu uma redução face ao período

homólogo, situando-se nos 2,5% em Junho de 2017 face aos 4,3% em Junho de 2016. No Crédito

Agrícola o rácio de crédito vencido de particulares acompanhou essa tendência de quebra (5,0% em

Junho 2017 versus 6,0% em Junho 2016).

CV Total CA (Jun-17) 6,0%

Fonte: Banco de Portugal, Portal de informação de negócio CV Total Banca (Jun-17) 7,3%

Rácio de Crédito Vencido - Empresas vs Particulares

4,33% 4,30% 4,29% 4,25% 4,12% 4,13% 3,87% 3,63% 3,62% 3,84%2,49% 2,51% 2,51%

16,22% 16,32% 16,48% 16,27% 16,49% 16,42%15,70% 15,31% 15,35% 15,02% 14,79% 14,84% 14,84%

5,98% 5,94% 5,91% 5,84% 5,83% 5,72%5,18% 5,17% 5,20% 5,10% 5,10% 5,05% 5,04%

8,92% 8,84% 8,77% 8,64% 8,65% 8,40%

6,93% 7,14% 7,14% 7,04% 6,96% 6,85% 6,77%

jun-16 jul-16 ago-16 set-16 out-16 nov-16 dez-16 jan-17 feb-17 mar-17 abr-17 mai-17 jun-17

Banca-Particulares Banca-Empresas CA-Particulares CA-Empresas

Apesar da quebra verificada no país, a região de Lisboa viu o crédito vencido de empresas aumentar

de 17,4% em Dezembro de 2016 para 18,1% em Junho de 2017, embora seja na região do Algarve

que se verifica o rácio de crédito vencido mais elevado (25,0%). Nos últimos 5 anos, o rácio total de

crédito vencido de empresas aumentou 5,2 p.p., passando de 9,6% (Junho de 2012) para 14,8%

(Junho de 2017).

2017

Jun Dez Jun Dez Jun Dez Jun Dez Jun Dez Jun

Norte 8,9 9,8 11,2 11,5 12,7 12,9 13,4 13,5 13,4 12,6 11,6

Centro 8,9 9,4 11,5 11,8 12,2 12,3 12,6 12,4 13,0 12,3 12,4

Lisboa 9,1 10,6 12,8 14,4 15,4 16,5 17,9 16,8 18,0 17,4 18,1

Alentejo 8,6 8,7 10,6 11,3 11,9 13,2 16,3 15,5 16,1 14,5 10,5

Algarve 18,9 18,6 24,5 25,3 25,4 25,6 27,4 29,9 29,2 25,2 25,0

Açores 8,2 8,3 9,0 8,4 8,7 8,2 8,7 7,4 8,4 7,8 7,2

Madeira 11,6 13,7 14,3 15,8 19,5 21,7 20,6 19,4 19,9 18,9 18,0

Total 9,6 10,5 12,6 13,5 14,4 15,1 16,0 15,5 16,1 15,2 14,8

Fonte: Banco de Portugal , Boletim Estatístico (dados a Agosto 2017)

Regiões2012 2013 2014 2015 2016

RÁCIO DE CRÉDITO VENCIDO DE EMPRESAS (%) POR REGIÃO

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38

O arquipélago dos Açores constitui a região onde o aumento do crédito vencido a empresas tem sido

menos acentuado e com menor expressão, cifrando-se em 7,2% em Junho de 2017.

Desde o final de 2016 até Junho de 2017, observou-se no mercado uma redução de 0,24 p.p. na taxa

de juro média de novos empréstimos a empresas, passando de 3,21% em Dezembro de 2016 para

2,97% a Junho 2017. Quanto ao Crédito Agrícola, observou-se um decréscimo de 0,42 p.p. da taxa de

juro média de novos empréstimos a empresas, passando de 3,09% em Dezembro de 2016 para

2,67% a Junho 2017.

No segmento de particulares, o mercado tem vindo a reduzir as taxas de juro médias de novas

operações de crédito à habitação (1,83% em Dezembro de 2016 vs. 1,69% em Junho de 2017),

tendência acompanhada pelo Crédito Agrícola (2,07% em Dezembro de 2016 vs. 1,96% em Junho de

2017). No entanto, o crédito ao consumo apresenta um ligeiro acréscimo em Junho de 2017 face a

Junho de 2016, quer no mercado (7,14% em Dezembro de 2016 vs. 7,28% em Junho de 2017), quer

no Crédito Agrícola (4,92% em Dezembro de 2016 vs. 4,95% em Junho de 2017).

Em conclusão, as taxas de juro do crédito na generalidade têm vindo a reduzir como consequência

da persistência das Euribor negativas, da quebra nos custos de funding (ex. programa do BCE,

depósitos de clientes) e do efeito concorrencial entre bancos.

Indicadores Jun.2017 SICAM CGD Novo Banco Santander BPI BCP Montepio

Total de crédito bruto 9.083 65.366 32.229 33.082 23.494 51.684 14.890

Variação homóloga Margem Financeira 8,4% 18,2% -19,6% -8,6% -1,4% 9,0% 21,8%

Variação homóloga Produto Bancário -2,1% 57,0% -2,2% -9,5% -21,0% -1,1% 49,2%

Cost-to-income 66,6% 50,0% 60,7% 49,3% 65,0% 45,2% 55,2%

Resultado líquido Portugal 43,6 -169,5 n.d. 233,0 n.d. 1,9 13,0

Resultado líquido Total 43,6 -50,0 -290,3 233,0 -101,7 89,9 13,0

Rácio de crédito em Risco 9,1% 9,8% 11,3% 7,7% 3,8% 10,1% 15,1%

Rácio de crédito vencido >90 dias 5,9% 7,2% 17,7% n.d n.d 6,4% 9,2%

Rácio de cobertura >90 dias 122,5% 103,9% 93,0% n.d n.d. 110,1% 86,9%

Rácio de transformação 69,1% 87,0% 106,0% 99,6% 106,0% 95,0% 117,9%

CET 1 13,1% 12,7% 10,8% 15,7% 11,9% 13,0% 12,6%

Nº de agências em Portugal 670 657 449 600 528 596 325

Fonte: Informação disponibil izada nos sites dos diversos Bancos. No caso do Montepio, BPI, Caixa Geral de Depósitos e Novo Banco, os valores são consolidados.

Nota: No caso do Santander refere-se a NPL por ausência de informação relativamente ao rácio de crédito em risco

Outros indicadores dos 7 principais bancos em Portugal [Jun. 2017]

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39

Analisando os principais indicadores dos 7 maiores bancos em Portugal é possível aferir que:

• Apesar da quebra verificada no custo do funding, apenas o Crédito Agrícola, a CGD, o BCP e o

Montepio registaram variações positivas da margem financeira. A acentuada redução

verificada no Novo Banco (-19,6%) deve-se, em larga medida, à quebra da taxa de juro

média do crédito a clientes.

• A CGD, o Santander e o BCP, registaram, em Junho de 2017, níveis de cost-to–income iguais

ou inferiores a 50%, tendo o Crédito Agrícola atingido os 67%, o que representa o valor mais

elevado do sector;

• No que respeita aos resultados do exercício, o Novo Banco assume o destaque pela negativa,

com um prejuízo de 290 milhões de euros, muito por conta do ainda em curso

provisionamento da carteira de crédito. No sentido oposto, o Santander apresentou um

lucro do exercício de 233 milhões de euros e o BPI que, não fossem os gastos incorridos com

o programa de rescisões e a venda da participação do BPA, teria atingido um lucro de 188

milhões de euros.

• No que concerne à qualidade do crédito, o rácio de crédito em risco oscila entre os 3,8% do

BPI e os 15,1% do Montepio, sendo, neste caso, ainda de destacar a reduzida cobertura de

crédito vencido.

• O Crédito Agrícola destaca-se por apresentar o menor rácio de transformação do sistema

bancário nacional (69,1%), o que comporta uma forte pressão sobre a margem financeira.

Todos os restantes bancos do sector apresentaram a Junho de 2017 um rácio de

transformação superior a 85% e inferior aos 120% recomendados pelo regulador.

• Os sete maiores bancos do sistema bancário nacional apresentaram em Junho de 2017 um

rácio de fundos próprios principais de nível 1 (CET1) acima de 10%.

• Em Junho de 2017, o Crédito Agrícola com 670 agências, é o banco a operar em Portugal

com o maior número de agências, após as significativas reduções efectuadas pelo Santander

e CGD (134 e 76 agências encerradas, respectivamente entre Junho de 2016 e Junho de

2017). A diminuição da rede de agências tem sido tendência transversal a todo o sector

bancário, em resposta à pressão imposta pela dificuldade de defesa da rentabilidade nas

operações comerciais e pelas crescentes exigências regulamentares, sobretudo ao nível dos

rácios de capital exigíveis.

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40

• O nível de créditos problemáticos (non-performing loans) dos bancos portugueses é muito

elevado e constitui actualmente o maior desafio que o sector enfrenta, pois afecta os

níveis de consumo de capital e a rendibilidade dos bancos, sendo igualmente apontado pelas

agências de rating como o principal entrave à saída do nível de lixo da República. O quadro

abaixo, que situa o sector bancário português no contexto da União Europeia, demonstra

que apenas o Chipre e a Grécia apresentam rácios de NPL acima de Portugal e que o nível de

cobertura por imparidades se encontra abaixo da média da União Europeia. Recentemente,

o Governo português anunciou que irá apresentar, em conjunto com os bancos, uma

proposta de resolução do excesso de non-performing loans do sistema bancário,

nomeadamente criando um veículo (ACE), financiado pela Instituição Financeira de

Desenvolvimento (banco de fomento), para resolver prioritariamente as dívidas da CGD, BCP

e Novo Banco responsabilizando-se pela gestão e recuperação de activos problemáticos (que

as instituições vão continuar a contabilizar nos seus balanços) e pela sua possível

comercialização.

2.4 FRAMEWORK REGULATÓRIO - COMPLIANCE

É expectável que se continuem a verificar novos requisitos regulatórios e desafios ao sector

financeiro. As instituições serão chamadas a apresentar modelos operativos e arquitecturas

tecnológicas e de dados capazes de responder de forma célere às mudanças que enfrentam.

Entende-se que quanto mais flexíveis forem estas estruturas, menores serão os custos de

ajustamento impostos em cada novo diploma legal ou regulatório.

O quadro seguinte, produzido pela consultora Deloitte com referência a Jul.2017, identifica algumas

das principais iniciativas regulamentares, a nível mundial, europeu e nacional, previstas para 2018.

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41

A emissão de normativos por parte do legislador ou do regulador podem, em função do seu impacto

(tecnológico e/ou em procedimentos e/ou em normativos e controlos) e da sua complexidade,

determinar alterações e ajustamentos ao estabelecido no presente documento.

Entre os temas mais relevantes com impacto na actividade do Crédito Agrícola em 2018, destacam-

se:

• Norma IFRS 9 - emitida em Jul.2014 pelo IASB, substitui a IAS 39- Instrumentos:

Reconhecimento e Mensuração e estabelece novas regras de classificação e mensuração dos

activos e passivos financeiros. A versão final da IFRS 9 emitida em Jul.2014 substitui todas as

versões anteriores e é de aplicação obrigatória para os exercícios iniciados após 1 de Janeiro

de 2018, na medida em que se realize o endorsement da norma por parte da UE. A norma

IFRS 9 foi desenvolvida em três fases, a saber: classificação e mensuração de activos e

passivos financeiros; metodologia da imparidade (que passa a basear-se em perdas

esperadas ao invés de perdas incorridas); e hedge accounting;

• Anacredit (Analytical Credit Dataset) - framework de reporte transversal a todos os países da

Zona Euro com informação detalhada sobre crédito, risco de crédito e informação financeira,

ao nível de cada contrato de crédito e por cliente. A informação vai ser recolhida junto das

instituições financeiras, pelos Bancos Centrais de cada país, sendo que em finais de 2018 o

AnaCredit será a base de dados central do Sistema Europeu de Bancos Centrais. Para

cumprir este objectivo europeu encontra-se em reformulação o reporte à Central de

Responsabilidades de Crédito, com base na qual será efectuado o reporte à Anacredit pelo

BdP;

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42

• Nova Central de Responsabilidades de Crédito (reporte) - as alterações das exigências da CRC

actual para a nova CRC 5G, a que as instituições financeiras têm que responder até ao final

do primeiro trimestre de 2018, têm colocado alguma pressão sobre este tema e exigem uma

célere preparação ao nível dos processos internos de reporte;

• Directiva de Contas de Pagamento – que veio estabelecer um conjunto de regras e deveres

dos prestadores de serviços de pagamento (PSP) aos consumidores, relativas à mudança de

contas de pagamento, à comparabilidade das respectivas comissões, bem como ao acesso a

contas de pagamento com características básicas;

• Guidelines da EBA sobre o reporte de fraudes com instrumentos pagamento, que será

reflectida nos requisitos do futuro reporte. É expectável que a nova legislação seja publicada

até ao final de 2017 e que exija a criação de um repositório de informação central com

possibilidade de registo, gestão e acompanhamento pelo SICAM de todo o tipo de fraudes

(internas versus externas, com ou sem utilização de instrumentos de pagamento, etc.);

• MAD (Market Abuse Directive) II & MAR (Market Abuse Regulation):

o MAD - Directiva sobre o abuso de mercado cujo objectivo é proteger a integridade

do mercado financeiro e fortalecer a confiança dos investidores.

o MAR – Regulação que procura melhorar e harmonizar o regime da UE em matéria de

abuso de mercado. Aumenta o alcance das infracções existentes e introduziu novas

infracções, como a tentativa de abuso de informação, a manipulação de benchmarks

e commodities e aumentou os requisitos para as empresas que operam nos

mercados financeiros da UE;

• Directiva de Protecção de Dados (e Regulamento) – que entrou em vigor no passado dia 25

de Maio, prevendo um período transitório de dois anos para a sua total aplicação. O novo

Regulamento introduz alterações significativas às regras actuais de Protecção de Dados

impondo às organizações novas obrigações, cujo incumprimento é punido por coimas

significativas;

• Directiva PSD II – que impõe o livre acesso dos TPP às contas de pagamento a partir de 2018.

As instituições financeiras passam a ter a obrigação de oferecer o acesso às contas aos TPP,

para a realização de consultas e iniciação de operações de pagamentos decorrentes de

utilizadores de serviços de pagamentos. Este acesso deve ser disponibilizado através de API

que reúna as seguintes características: ter especificações documentadas e disponibilizadas

de forma pública e gratuita; suportar o mesmo nível de informação para terceiros que

actualmente é prestado aos utilizadores das instituições financeiras nos canais online

relativamente às contas de pagamento; e manter o controlo da autenticação dos

Utilizadores por parte da instituição financeira; e

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Plano de Actividades e Orçamento para o ano 2018

43

• PRIIPS (Packaged Retail Insurance-based Investment Products) - Regulamento (UE) n.º

1286/2014, sobre os documentos de informação fundamental para pacotes de produtos de

investimento de retalho e de produtos de investimento com base em seguros, criado com o

intuito de proteger os cidadãos, principalmente os investidores não profissionais, e fomentar

o bom funcionamento de todo o sistema financeiro e a transparência dos mercados de

produtos financeiros complexos na União Europeia;

• IDD (Directiva europeia sobre a distribuição de seguros) – Directiva que visa promover o

mesmo nível de protecção aos consumidores, uniformizando as práticas no espaço europeu

e que deverá ser transposta para o direito nacional até ao dia 23 de Fevereiro de 2018.

O quadro seguinte, produzido pela consultora Accenture, descreve os requisitos regulatórios que

obrigarão a um processo de adequação da Caixa Central, da CA Gest e das Caixas Associadas às

disposições resultantes da transposição da MiFID II e da adopção de orientações em matéria de

MIFIR & RTS/ITS & PRIIPS & IDD & POG & mis-selling:

Este exercício previsional, apesar de sujeito a um conjunto de condicionantes que se podem prender

com opções de política legislativa e regulamentar, constitui um instrumento que auxilia o

planeamento das actividades e a adopção de práticas de referência em matéria de cumprimento dos

requisitos exigíveis e da resposta às necessidades do próprio negócio (nos casos aplicáveis).

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Plano de Actividades e Orçamento para o ano 2018

44

3. Análise da situação interna

3.1 BREVE DIAGNÓSTICO DO CRÉDITO AGRÍCOLA

Num breve diagnóstico ao Grupo Crédito Agrícola ressaltam os seguintes aspectos:

• O Crédito Agrícola possui uma rede de retalho com elevada capilaridade (670 agências

bancárias em Jun.2017), abrangência nacional e concentração nas zonas menos urbanizadas

que, apesar da redução operada (-5 agências face a Dez.2016), constitui a maior rede

bancária nacional com uma presença comparável a redes públicas de cariz social, num

contexto em que a generalidade dos bancos europeus e nacionais estão a encerrar as suas

agências e ATM menos rentáveis;

• Em resultado da recente crise económico-financeira (2008-2014) e dos lapsos éticos

verificados em instituições bancárias nacionais e estrangeiras a actuar no mercado nacional,

o Crédito Agrícola viu reforçada a sua imagem de banco credível e de banco refúgio das

poupanças dos clientes;

• Os depósitos de clientes no Crédito Agrícola, embora de forma mais equilibrada face a anos

transactos, continuam a crescer a um ritmo superior ao crédito concedido (var. homóloga de

em Junho de 2017 de 7,0% vs. 5,7%), o que origina uma redução do rácio de transformação

que, historicamente, se situa em níveis muito inferiores aos verificados no sector bancário

nacional. Esta situação tem tido como resultado o aumento do peso das aplicações

financeiras no balanço do Grupo e, em consequência, tem contribuído para aumentar a

exposição à dívida soberana da Zona Euro (38% do activo líquido total do CA a Junho de

2017 vs. 34% a Junho de 2016).

• Não obstante os confortáveis níveis de capitalização e de liquidez do Grupo, a actual

configuração da rede do Crédito Agrícola obriga à exploração de oportunidades de

crescimento de crédito numa lógica de nicho. Para fazer face aos desafios de rentabilidade,

foi lançada uma nova modalidade de crédito sindicado no Crédito Agrícola, com o objectivo

de acelerar a convergência para os níveis de crédito bruto por agência do mercado e para o

rácio cost-to-income médio verificado no sector em Portugal;

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Plano de Actividades e Orçamento para o ano 2018

45

• A marca Crédito Agrícola representa valores distintivos face aos restantes bancos que

actuam em Portugal (ex. solidez, proximidade, confiança, simplicidade e defesa dos valores

cooperativos) e é valorizada pelas novas gerações (millenials), existindo portanto espaço

para a promoção destes valores junto dos mercados urbanos (ex. Lisboa, Porto e principais

capitais de distrito) e das camadas com maiores níveis de literacia e/ou rendimento da

população. Os valores da marca associados à escuta activa dos clientes (centralidade do

cliente) e à preocupação de facilitar a sua vida quotidiana (ex. CA Express, CA Flow / CA Fast,

oferta digital) deverão permitir dar passos firmes no sentido de aumentar a venda cruzada

dos actuais 1,6 produtos por cliente particular para a média do mercado e atrair novos

clientes que contribuam para rejuvenescer a base de clientes (cuja idade média actual é de

52 anos);

• É de sublinhar que, nos últimos anos, o Crédito Agrícola tem vindo a demonstrar a

capacidade de alcançar crescimentos de quota de mercado em contexto de frágil retoma

económica. Com referência a 30 de Junho de 2017, a carteira de crédito do CA registou um

crescimento homólogo de 5,7% (+8,1% nas empresas e +2,6% nos particulares), em

contraciclo com o verificado no sector bancário em Portugal que apresentou um decréscimo

do crédito bruto de -4,0% (-5,8% nas empresas e -2,9% nos particulares);

• Apesar do esforço desenvolvido no sentido de reforçar o quadro de gestores de empresas e

de os capacitar em termos de conhecimentos e de instrumentos de apoio comercial, a

carteira do Crédito Agrícola ainda se encontra mais concentrada nas microempresas e ENI4

do que a globalidade do sistema bancário, sabendo que esta tipologia de empresas (com

volume de negócios anual inferior a 2 milhões de euros), tipicamente, regista níveis de

incumprimento superiores aos restantes segmentos de empresas, influenciando o custo do

risco do negócio bancário e penalizando as contas de exploração das Caixas Agrícolas face à

concorrência;

• Com referência a Junho de 2017 e com excepção dos cartões de crédito, todos os objectivos

comerciais definidos para o conjunto das Caixas Agrícolas estão a ser cumpridos na íntegra, o

que significa que este representa o melhor ano de sempre no que diz respeito a

cumprimento de objectivos, com destaque particular para os seguros vida e não vida e do

negócio internacional. Em Setembro foi lançada uma campanha de cartões de crédito

associada à automatização do processo de subscrição comercial nas agências com o intuito

de acelerar a recuperação da execução desta rubrica de objectivos; e

4 Empresários e pequenos negócios.

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46

• Por seu lado, o negócio de retalho da Caixa Central apresenta uma dimensão difícil de

rentabilizar, o que suscita a necessidade de definir uma estratégia de crescimento deste

negócio, nomeadamente envolvendo investimento em meios e recursos, que permita

alcançar a massa crítica necessária à separação do negócio bancário urbano no quadro da

revisão das actuais funções da Caixa Central e da migração das funções de prestação de

serviços para uma estrutura específica. Neste âmbito, encontra-se em execução o plano

faseado de precificação de serviços do catálogo, numa orientação à transparência de custos,

à valorização dos serviços prestados e à promoção da eficiência.

3.2 ANÁLISE FINANCEIRA

Grupo Crédito Agrícola

Num contexto macroeconómico nacional em que, apesar da evidente retoma económica e da

importante quebra do desemprego, o sector bancário continua a evidenciar alguns problemas

estruturais, em particular o elevado nível de NPL, o Grupo Crédito Agrícola apresentou um resultado

líquido consolidado de 46,9 milhões de euros em Junho de 2017 (+44,5 milhões de euros face a

Junho de 2016), para o qual o negócio bancário (SICAM) contribuiu com 43,6 milhões de euros

(+90% face a Junho de 2016) e as empresas do Grupo CA Seguros, CA Vida e CA Gest com resultados

líquidos de 2,1 milhões de euros, 4,3 milhões de euros e 0,1 milhões de euros, respectivamente.

PRINCIPAIS INDICADORES CONSOLIDADOS DO GRUPO CRÉDITO AGRÍCOLA

Valores em mi lhões de euros , excepto percentagens

Indicadores consolidados do Grupo CA Jun.2016 Jun.2017Δ Abs.

17/16Δ % 17/16

Resultado l íquido consolidado 2,4 46,9 44,5 1836%

do qual: Resultado líquido (negócio bancário) 22,9 43,6 20,6 90%

Activo total l íquido 16.025 17.440 1.415 8,8%

Rentabil idade do activo (ROA) 0,03% 0,54% 0,5 p.p. n.a.

Crédito Bruto 8.530 9.017 486 5,7%

Exposição a imóveis 642 584 -57 -8,9%

Passivo total 14.830 16.142 1.311 8,8%

Situação líquida 1.194 1.298 104 8,7%

Rentabil idade dos capitais próprios (ROE) 0,41% 7,22% 6,8 p.p. n.a.

Rácio de crédito vencido há mais de 90 dias 7,6% 5,9% -1,7 p.p. n.a.

Rácio de crédito em risco 11,3% 9,1% -2,2 p.p. n.a.

Rácio common equity tier I (phased-in ) 12,8% 13,1% 0,3 p.p. n.a.

Rácio common equity tier I (fully-implemented ) 11,6% 12,0% 0,4 p.p. n.a.

# de agências bancárias 675 670 -5 -0,7%

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47

Em 30 de Junho de 2017, a carteira de crédito (bruto) a clientes do Grupo ultrapassou pela primeira

vez a fasquia dos 9 mil milhões de euros, representando um crescimento de 4,2% face a 31 de

Dezembro de 2016.

Em termos de qualidade da carteira de crédito do Grupo Crédito Agrícola, o rácio de crédito vencido

há mais de 90 dias em Junho de 2017 ascendeu a 5,9% e o rácio de crédito em risco (calculado nos

termos da instrução BdP 24/2012) atingiu os 9,1%, ambos valores significativamente abaixo dos

verificados em Junho de 2016 (7,6% e 11,3%, respectivamente). Para tal contribuiu não apenas o

abate ao activo de crédito considerado incobrável (write offs), como também o maior rigor na

análise de risco de crédito das novas oportunidades de negócio.

Em Junho de 2017 o Crédito Agrícola apresentava uma exposição directa e indirecta de imóveis com

um valor líquido de 584 milhões de euros, registando uma variação líquida de -35 milhões de euros

face a Dezembro de 2016. A este respeito importa referir que a cadência de entrada de novos

imóveis por conta de dações por incumprimento de crédito tem vindo a reduzir e que a alienação de

imóveis tem vindo a apresentar um desempenho favorável beneficiando não apenas da melhoria das

condições do mercado imobiliário em Portugal mas também do aumento dos níveis de

caracterização de imóveis por parte das Caixas Associadas. A confirmar-se esta tendência, é de

esperar que a exposição do Grupo CA ao imobiliário venha a reduzir nos próximos anos.

Em termos consolidados, com referência a 30 de Junho de 2017, o Grupo Crédito Agrícola apresenta

um confortável nível de solvabilidade consubstanciado pelo rácio common equity tier 1 (CET1) de

13,1%.

Negócio Bancário (SICAM)

No negócio bancário, em Junho de 2017, o Crédito Agrícola alcançou um resultado líquido de 43,6

milhões de euros, que compara com os 22,9 milhões de euros registados em Junho de 2016. Este

incremento dos resultados de 20,7 milhões de euros reflecte o aumento de 8,4% da margem

financeira, nomeadamente pelo efeito:

• da redução da remuneração dos depósitos de clientes (-10 milhões de euros), em função da

quebra de taxa de juro média das aplicações (0,2% em Junho de 2017 vs. 0,4% em Junho de

2016), uma vez que saldo médio aumentou no período em análise; e

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48

• do aumento da remuneração com a carteira de títulos e outras aplicações (+ 8 milhões de

euros), por via do efeito preço e volume conjugados.

Ambos os efeitos supra-referidos compensaram a quebra verificada nos proveitos com juros de

crédito a clientes (-8 milhões de euros), cuja origem resulta da menor taxa de juro média verificada

em Junho de 2017 (2,9%) face a Junho de 2016 (3,2%).

Margem Financeira

em milhares de euros

Variáveis

Capitais

Médios

Taxa Média

(%)

Proveitos /

Custos

Capitais

médios

Taxa média

(%)

Proveitos /

Custos

Crédito a clientes 8.461.902 3,2% 137.504 8.838.756 2,9% 129.147

Títulos e outras aplicações 4.666.008 0,9% 20.802 6.321.924 1,0% 29.022

Activos Financeiros 13.127.910 2,4% 158.306 15.160.680 2,2% 158.169

Depósitos de clientes 11.071.365 0,4% 20.684 11.778.080 0,2% 10.060

Recursos de Bancos Centrais e outros passivos 1.055.976 0,4% 1.962 1.724.672 0,1% 1.104

Passivo Financeiro 12.127.341 0,4% 22.646 13.502.752 0,2% 11.164

Margem Financeira 2,0% 135.660 2,0% 147.005

Jun-16 Jun-17

O produto bancário do SICAM atingiu os 229 milhões de euros, o que corresponde a uma quebra de

2,1% para a qual contribuiu, apesar do incremento da margem financeira, a redução em cerca de

18,9 milhões de euros nos ganhos obtidos com a gestão dinâmica da carteira de títulos.

Os custos de estrutura registaram um acréscimo de 1,7% face ao período homólogo muito por conta

dos gastos com pessoal que registaram um acréscimo de 3,3%, para os 86,3 milhões de euros. Para

esse acréscimo assume maior relevância o aumento das remunerações com órgãos de gestão e

fiscalização (+23,6%), resultando numa variação absoluta de 1,8 milhões de euros.

Face ao exposto, o rácio de eficiência a Junho de 2017 atingiu os 66,6%, 2,5 p.p. acima do observado

no período homólogo e 13,7 p.p. superior à média do mercado (52,9%).

O resultado antes de impostos do SICAM situou-se nos 57,9 milhões de euros, beneficiando da

redução de 26 milhões de euros (-50,0%) no registo de provisões e imparidades, as quais totalizaram

18 milhões de euros. Apesar da quebra, o Crédito Agrícola apresenta um rácio de cobertura de

crédito vencido de 122,5% por imparidades de crédito, um dos mais elevados do sector.

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49

No que respeita ao balanço, em 30 de Junho de 2017, a carteira de crédito (bruto) a clientes do

SICAM ascendia a 9 mil milhões de euros, representando um aumento de 5,7%, face a Junho de

2016 e em contraciclo com o verificado no sector que registou uma quebra de 4,0%. Este facto terá

proporcionado um reforço de 0,5 pontos percentuais (face ao homólogo) da quota de mercado do

Grupo Crédito Agrícola que, a Junho de 2017, se fixou em 4,8%.

Os recursos de clientes sob a forma de depósitos bancários totalizaram 12,2 mil milhões de euros,

evidenciando um crescimento, em termos homólogos, de 7,0%, correspondente a 797 milhões de

euros. Este efeito consolida, por um lado, o posicionamento do Grupo Crédito Agrícola enquanto

banco aforrador e, por outro, coloca o Crédito Agrícola como um banco de refúgio e de confiança

para depositantes de outros bancos que se encontram mais fragilizados do ponto de vista

económico e reputacional.

Uma última nota para aumento dos recursos de Bancos Centrais, que em Junho de 2017 totalizavam

1.668 milhões de euros (+658 milhões de euros do que no período homólogo), permitindo ao

Crédito Agrícola, por um lado, diversificar as fontes de financiamento, e por outro, reduzir a taxa

média de funding. Valores em mi lhões de euros , excepto percentagens

Indicadores do Grupo CA (negócio bancário) Jun.2016 Jun.2017Δ Abs.

17/16Δ % 17/16

Balanço

Activo l íquido total 14.252 15.851 1.599 11,2%

Crédito a cl ientes total (bruto) 8.594 9.083 489 5,7%

Recursos de Bancos Centrais 1.010 1.668 658 65,2%

Crédito a particulares (bruto) 3.858 3.965 107 2,8%

Crédito a empresas e adm. pública (bruto) 4.736 5.118 382 8,1%

Activos Financeiros Líquido 3.203 2.052 -1.151 -35,9%

Recursos de clientes no balanço 11.379 12.177 797 7,0%

Imparidades e provisões acumuladas 866 674 -192 -22,2%

Situação líquida 1.199 1.289 90 7,5%

Resultados

Resultado l íquido 22,9 43,6 21 90,0%

Margem financeira 136 147 11 8,4%

Comissões Líquidas 60 66 6 9,3%

Produto bancário 234 229 -5 -2,1%

Custos de estrutura 150 152 3 1,7%

Imparidades e provisões do exercício 47 18 -29 -61,0%

Rácios

Rácio de transformação* 67,9% 69,1% 1,1 p.p. n.a.

Rentabilidade do activo (ROA) 0,32% 0,55% 0,2 p.p. n.a.

Rentabilidade dos capitais próprios (ROE) 3,8% 6,8% 2,9 p.p. n.a.

Rácio de cobertura do CV 128,9% 122,5% 6 p.p. n.a.

Custos operacionais / Produto bancário 64,1% 66,6% 2,5 p.p. n.a.

(*) Rácio calculado segundo a Instrução 23/2012 do BdP, determinado pelo quociente entre crédito líquido concedido a clientes

e depósitos de clientes.

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50

As principais conclusões a retirar do desempenho do negócio bancário do Grupo Crédito Agrícola

(SICAM) no 1º semestre de 2017 incluem a constatação:

• da melhoria da margem financeira face ao 1º semestre de 2016, a qual se encontra bastante

pressionada pelo reduzido rácio de transformação (69,1%);

• da deterioração do rácio de eficiência em 2,5 p.p. face ao período homólogo, contribuindo

para tal o incremento dos custos de estrutura (+1,7%) e a quebra do produto bancário, em

função da menor remuneração obtida com a gestão da carteira de investimentos (-72%,

correspondente a -18,9 milhões de euros face a Junho de 2016);

• do sucesso no crescimento da carteira de crédito bruto (+5,7%), significativamente acima do

verificado no sector bancário (-4,0%), que foi acompanhado por uma melhoria da qualidade

da carteira, com o rácio de crédito vencido há mais de 90 dias a observar uma redução de

7,6% em Junho de 2016 para 5,9% em Junho de 2017 (-1,7 p.p.).

• de conservadorismo nas políticas de provisionamento da carteira, com o rácio de cobertura

do crédito vencido a atingir os 122,5%; e

• de que o Crédito Agrícola mantém um confortável nível de capitalização expresso num rácio

CET1 (phased in), a Jun.2017, de 13,1%.

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51

4. Desafios do Grupo CA em 2018

No actual contexto concorrencial e regulatório, o Crédito Agrícola deverá preparar-se

convenientemente para os desafios que se perspectivam para os próximos anos, entre os quais:

• Concorrência de bancos resultantes de movimentos de consolidação, sabendo que, de forma

genérica, estes apresentam condições mais favoráveis de acesso a fontes de financiamento

diversas e competitivas (ex. bancos com rating, bancos que se financiam em Espanha), níveis

de eficiência superiores (ex. resultantes de aquisições seguidas de encerramento de agências

e de programas de redução de efectivos), uma marca corporativa mais reconhecida no

mercado (ex. resultante da presença geográfica em vários países e de elevados orçamentos

de marketing e comunicação) e uma força de vendas e de relacionamento com o cliente

mais sistemática e disponível (ex. através dos investimentos em ofertas digitais orientadas à

experiência de cliente);

• Enquadramento regulatório, jurídico e fiscal que tem vindo a gerar necessidades crescentes

de investimento tecnológico e de capacitação dos recursos humanos e que, com os

normativos que entrarão em vigor em 2017 e 2018, poderão ser agravados (ex. IFRS 9,

Directiva e Regulamento Europeu sobre Protecção de Dados, CRC e Anacredit, Regulamento

de Transferências, Directiva de Contas de Pagamentos, PSD 2, CRS/FATCA, DMIF II, PRIIPS,

IDD, DL 74-A sobre o regime dos contratos de crédito relativos a imóveis, PBC/FT) e a dilatar

alguns investimentos em prol do negócio e da eficiência;

• Acrescidas exigências (ex. nova legislação, orientações da EBA, expectativas das autoridades

de supervisão) no tocante à selecção e avaliação da adequação dos titulares de órgãos de

administração, dos órgãos de fiscalização, e dos titulares de funções essenciais (incluindo as

funções de controlo) ao exercício das respectivas funções;

• Dificuldade de expansão do negócio bancário e segurador nos centros urbanos, onde o

Crédito Agrícola não possui presença física ou está sub-representado, recordando que os

distritos de Lisboa e Porto concentram cerca de 60% do crédito em Portugal (o Crédito

Agrícola possui uma quota de mercado de cerca de 2,3% nestes distritos);

• Entrada de novos players no mercado, como bancos digitais puros ou fintechs, com

estruturas mais ágeis, sem sistemas de informação legacy, com ofertas inovadoras e de

elevado pendor tecnológico e com um marketing dirigido às famílias jovens e aos millenials;

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52

• Resultados do exercício anual de supervisão, que tem por objectivo determinar se as

disposições, estratégias, processos e mecanismos aplicados pelas Instituições e os fundos

próprios e liquidez que aqueles detêm garantem uma gestão sólida e a cobertura dos seus

riscos. Com base nessa análise, avalia-se a necessidade de exigir às Instituições que

detenham fundos próprios superiores aos requisitos mínimos legalmente estabelecidos e/ou

outras medidas de supervisão;

• Rentabilização dos investimentos em equipamentos/aplicações informáticas do Grupo,

nomeadamente concretizando a redução sustentada dos custos de funcionamento do

Crédito Agrícola; e

• Implementação do plano de desinvestimento em activos não produtivos (NPL e imóveis

recuperados por incumprimento de crédito) que contribuem para o agravamento do perfil

de risco do Crédito Agrícola, bem como penalizam os níveis de rentabilidade e o consumo de

capital.

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53

5. Pilares Estratégicos do Grupo [2016-2018]

Tendo em consideração o intento de reforçar a missão de “ser o motor de desenvolvimento das

comunidades locais através da relação de proximidade com os clientes, contribuindo para dar

resposta às suas ambições e projectos financeiros”, para 2018, antecipam-se iniciativas e projectos

que pretendem contribuir para preencher a estratégia aprovada para o triénio 2016-2018, em

concreto no que respeita aos seguintes 9 pilares:

Rejuvenescimento da base de clientes do Grupo e reforço

da imagem de marca

Revisão do modelo de governação do

Grupo e simplificação

societária

Gestão centrada no Cliente e

rentabilização de canais

Normalização de processos do Grupo

Simplificação e eficiência de custos

Melhoria do conhecimento,

mobilidade, incentivos à

inovação e formação

Gestão sistemática do balanço do

Grupo, reforço da função risco e

gestão proactiva da regulação

Gestão da segurança,

protecção de dados pessoais e

compliance

1

2

3

4

5

6

7

8

Modernização tecnológica do

Grupo

9

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Plano de Actividades e Orçamento para o ano 2018

54

6. Plano de Marketing do Crédito Agrícola para 2018

Caracterização dos segmentos alvo para 2018

O Crédito Agrícola tem vindo a crescer nas principais áreas de negócio, sendo de destacar o trabalho

estruturado que se tem feito ao nível dos segmentos prioritários e cujos resultados comprovam de

forma evidente esse bom desempenho.

Contribuiram para tal o desenvolvimento das propostas de valor e as diversas iniciativas

desenvolvidas ao nível dos pricipais segmentos relacionadas com a melhoria da oferta, a gestão do

preçário, a presença em eventos ou o estabelecimento de protocolos e parcerias que visam no seu

conjunto posicionar o Crédito Agrícola entre os melhores na oferta de produtos e serviços bancários.

A análise dos segmentos pretende avaliar se as políticas desenvolvidas estão a produzir o efeito

desejado ou, caso contrário, quais as novas políticas que deverão ser implementadas.

O estabelecimento de objectivos comerciais é também fundamental para alcançar os resultados

previstos porque orientam e focam as equipas comerciais, sendo o seu acompanhamento periódico

essencial para se atingir a concretização dos mesmos.

Para melhorar os resultados da actividade comercial são necessários investimentos em projectos

estruturantes, que visam melhorar o conhecimento dos Clientes para podermos apresentar a oferta

certa, ao Cliente certo no tempo certo, melhorar automatismos para reduzir trabalho administrativo

e disponibilizar ferramentas de negócio que potenciem a actividade comercial.

Caracterização dos segmentos alvo

A evolução dos segmentos considerados prioritários é caracterizada em função do número de

Clientes, do montante médio ou prémios detidos em cada família de produtos, da sua vinculação e

também em função das taxas de abandono e substituição de cada segmento.

Macro-Segmento de Particulares

Segmento CA Jovem (0 aos 17 anos)

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Plano de Actividades e Orçamento para o ano 2018

55

• Este segmento continua a crescer de forma sustentada em resultado das diferentes iniciativas e

campanhas realizadas, bem como de uma gestão atenta para manter um preçário muito

atractivo.

• Registou-se um crescimento em igual período homólogo que permite manter a rota do objectivo

de rejuvenescimento da carteira.

• Destaca-se o aumento do número de Clientes que passaram a ter Depósitos a Prazo, Poupanças e

Seguros Não Vida, em parte devido ao bom resultado da concretização verificada nas campanhas

para Jovens.

• O montante médio por contrato cresceu nas famílias de Recursos e a vinculação, que é baixa

neste segmento, manteve-se estável em número de produtos por Cliente.

Segmento CA Jovens Adultos (18 aos 30 anos)

• Este segmento está também a crescer, sendo este acréscimo 4 vezes superior ao verificado em

igual período do ano anterior.

• Regista-se também um crescimento de Clientes com a posse de Seguros Vida e não Vida, de

Depósitos a Prazo e Poupanças e Crédito à Habitação.

• As principais campanhas e iniciativas de Marketing têm este segmento como alvo principal.

• Por outro lado, é nos produtos para jovens que o Crédito Agrícola tem feito o maior esforço, quer

em termos de orçamento de Marketing, quer de esforço de redução do preçário para manter

uma proposta de valor atractiva para o segmento.

• O número de Clientes vinculados no segmentou aumentou e a média de contratos por Cliente

evoluiu de forma favorável.

• A taxa de abandono do segmento situa-se abaixo do valor de referência do mercado, com o

número de novos Clientes no segmento a ser superior em mais de 2 vezes aos Clientes que

abandonam ou migram.

Segmento CA Vida Activa

• A redução de Clientes neste segmento foi menos significativa que a verificada em iguais períodos

de anos anteriores. Uma parte significativa desta perda resulta da migração para os segmentos

CA Dedicado e CA 55+.

• O número de Clientes com posse de Crédito à Habitação, Fundos de Investimento, Seguros de

Vida e Não Vida aumentou, sendo o crédito a oferta mais procurada por este segmento.

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Plano de Actividades e Orçamento para o ano 2018

56

• O nível médio de vinculação em termos relativos neste segmento é superior aos segmentos

Jovens. É natural que em segmentos com maior abrangência de necessidades o nível de

vinculação aumente.

• A taxa de abandono ou migração do segmento está próxima do valor de referência considerado,

embora abaixo desta e abaixo do valor registado no ano anterior. O rácio do número de novos

Clientes que entraram no segmento face aos Clientes que migraram ou abandonaram continua a

apresentar valores positivos.

Segmento CA Dedicado

• Este segmento regista um crescimento do número de Clientes face ao ano anterior e apresenta

uma tendência de crescimento praticamente em todas as famílias de produto.

• Tem sido uma prioridade a melhoria da rentabilidade deste segmento, através de um aumento

da vinculação de produtos, sendo o mesmo um alvo prioritário nas principais campanhas de

Credito, Seguros e Fundos de Investimento.

• Verifica-se um aumento do montante médio por Cliente na maior parte das famílias de produtos,

com exclusão de Depósitos e Poupanças devido ao contexto de mercado, o que contribuiu para o

aumento da rentabilidade do segmento.

• É um segmento com uma proporção significativa de Clientes vinculados e a média de contratos

por Cliente é das mais elevadas nos segmentos de Particulares..

• Mantêm-se como o segmento mais estável da carteira de Particulares, com uma taxa de

abandono significativamente abaixo da taxa de referência do mercado e com uma taxa de

substituição que compensa os Clientes que saem (por morte ou mudança).

Segmento CA 55+

• O segmento CA 55+ aumentou em número de Clientes, registando-se também um aumento de

Clientes com posse de Crédito à Habitação, Fundos e Seguros Não Vida.

• A forte aposta estratégica em campanhas neste segmento e a definição de um pricing atractivo

foram determinantes para a captação de Clientes neste segmento que é muito reactivo a

alterações de preço.

• É por natureza um segmento pouco vinculado e com uma média de contratos por Cliente

também relativamente reduzida.

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57

• É um segmento com uma taxa de abandono muito próxima do valor de referência do mercado,

ocorrendo as saídas de Clientes maioritariamente por morte, atendendo à elevada idade média

da carteira. A taxa de substituição actual indica que o número de Clientes que entra no segmento

não compensa os que saem.

Segmento CA Portugueses no Mundo

• O número de Clientes no segmento cresceu muito ligeiramente face ao ano anterior e a evolução

da posse de produtos apresenta um comportamento misto entre crescimento e redução nas

várias famílias de produto.

• O montante médio por Cliente aumenta nas principais famílias de produtos, com excepção da

família de Seguros de Vida e os Seguros Não Vida e Crédito Habitação, com um ligeiro

decréscimo.

• É um segmento com uma proporção de Clientes vinculados pouco significativa e com uma média

de contratos por Cliente pouco expressiva.

• A taxa de abandono do segmento, situa-se abaixo do valor de referência do mercado e a taxa de

substituição evidencia que o número de novos Clientes no segmento não compensa o número de

Clientes que sai.

Segmento CA Associados

• O segmento cresceu com a entrada novos Clientes. O número de Clientes manteve também uma

tendência de crescimento nas principais famílias de produtos.

• A diferenciação do pricing a Clientes, com um melhor preço para Associados em todas as

campanhas, tem contribuído em boa parte para este crescimento de Clientes no segmento.

• Este segmento apresenta a maior das taxas de vinculação em Particulares, tendo os Clientes em

média um número de contratos muito superior a outros segmentos de Particulares com excepção

do segmento CA Dedicado.

• A taxa de abandono no segmento é muito reduzida, como consequência da grande propensão de

vinculação deste segmento. Por outro lado a taxa de substituição apresenta um valor muito

próximo do limiar mínimo da renovação.

Macro-Segmento de Empresas

Segmento de ENI, Micro e Pequenas Empresas

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Plano de Actividades e Orçamento para o ano 2018

58

• O número de Clientes no segmento aumentou significativamente. O número de Clientes com

posse de produtos em todas as famílias consideradas também aumentou, com destaque para

Seguros não Vida, Seguros Vida e Crédito a empresas a médio e longo prazo. Estas famílias onde

se verificou o maior crescimento absoluto de Clientes são aquelas que foram alvo das campanhas

ao longo do ano.

• A média de contratos por Cliente cresceu, o que proporcionou também um acréscimo de

rentabilidade do segmento.

• A taxa de abandono do segmento é inferior ao valor de referência do sector, constatando-se que

o número de novos Clientes é suficiente para compensar o número de Clientes que abandonam o

segmento.

• O número de Clientes vinculados no segmento cresceu de forma moderada e a média de

contratos por cliente registou um acréscimo muito reduzido.

Segmento Médias Empresas

• O número de médias empresas teve um crescimento significativo, muito embora numa base

muito reduzida. O número de Clientes com posse de outras famílias de produtos apresenta uma

evolução favorável em resultado da implementação da função de Gestor de Clientes Empresa.

• Este segmento constitui uma prioridade para o Crédito Agrícola, tendo para o efeito sido criada a

função específica de Gestor de Clientes Empresa, com o intuito de incrementar o potencial de

negócio interno mas também a captação de Clientes no segmento.

• O número de Clientes vinculados registou um crescimento relevante, mas a média de contratos

por Cliente, que é a mais elevada em todos os segmentos nas Empresas apresenta uma ligeira

quebra.

• O segmento tem uma taxa de abandono muito reduzida, em resultado da elevada vinculação,

verificando-se também que o número de novos Clientes superou bastante o número dos que

abandonaram o segmento.

Segmento do Sector Agrícola

• O número de Clientes do segmento cresceu de forma moderada. Para as várias famílias de

produto verifica-se um crescimento generalizado do número de Clientes, destacando-se em

termos absolutos a família de seguros.

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59

• Regista-se uma melhoria significativa na vinculação de Clientes e também na média de contratos

por Cliente, apresentando neste caso uma menor amplitude..

• Os bons números deste segmento são o resultado das diferentes iniciativas que se têm

desenvolvido neste sector de actividade (Protocolos com as principais Associações, Linhas de

crédito específicas para diversas actividades, produtos adequados ao segmento, entre outras).

Segmento do Sector do Comércio e Serviços

• O crescimento de clientes no segmento apresenta valores relevantes. O número de Clientes com

posse de produtos cresceu de forma transversal em todas as famílias onde se destacam os

crescimentos em Seguros e Crédito a Curto Prazo.

• Não sendo um segmento muito vinculado, registou-se uma melhoria da taxa de vinculação no

segmento. O valor médio de contratos por Cliente manteve-se em valores pouco expressivos

para um segmento de Empresas.

Segmento do Sector Institucional

• Este segmento evidencia um crescimento significativo do número de Clientes. É um segmento

com uma baixa posse de produtos, tipicamente com produtos de recursos. Nas restantes famílias,

com excepção de Seguros de Vida e Fundos de Investimento, verifica-se um crescimento

transversal, de reduzida dimensão, sendo de maior expressão o crescimento observado em

Depósitos a Prazo.

• A maioria dos Clientes deste segmento está pouco vinculada, sendo também aquele em que os

Clientes têm o número médio de contratos por Cliente mais reduzido entre os segmentos das

Empresas.

Segmento Associados Empresa

• O número de Clientes Associados Empresas e ENI aumentou de forma significativa. No que se

refere à posse de outras famílias de produtos os maiores crescimentos em número de Clientes

verificaram-se em Seguros e no Crédito a Empresas.

• O facto de se ter passado a considerar em todas as campanhas para empresas uma diferenciação

de preço para Associados em muito contribuiu para o crescimento do segmento, tendo-se

também conseguido uma maior rentabilização do mesmo com a colocação de mais produtos nos

Clientes.

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60

• O segmento Associados continua a ser o segmento das Empresas e ENI com maior proporção de

Clientes vinculados. O número médio de contratos por Cliente deste segmento cresceu

ligeiramente e está acima da média considerando os restantes segmentos de Empresas e ENI.

Abandono e substituição

A carteira de Clientes foi caracterizada por macro-segmento e para os principais segmentos de

Particulares e Empresas e ENI em termos da taxa de abandono (churn), de modo a perceber se o seu

comportamento e o dos segmentos está alinhado com o considerado habitual no sector ou se tem

um padrão de evolução distinto.

Uma taxa de churn inferior a 5% estará alinhada com padrões de mercado. Uma taxa de substituição

superior a 1 garante uma renovação no segmento.

• Considerando a carteira total do Crédito Agrícola (todos os segmentos de Particulares e

Empresas e ENIs) constata-se que a taxa de churn está abaixo do valor de referência considerado

para o sector;

• O macro-segmento de Particulares apresenta uma taxa de churn que é inferior ao valor de

referência do sector, o que denota um comportamento positivo face ao mesmo;

• No macro-segmento de Empresas e ENI a taxa de churn é positiva e significativamente abaixo do

valor de referência do mercado.

A taxa de substituição da carteira e dos principais segmentos também foi analisada, de forma a

perceber se o número de novos Clientes captados ou que entraram na carteira ou em cada

segmento é suficiente para substituir o número de Clientes que abandonam a carteira ou cada

segmento.

• A taxa de substituição apresenta um valor superior à unidade o que permite a substituição dos

Clientes perdidos e um crescimento da carteira de Clientes, porque o número de novos Clientes

é superior ao número de Clientes que abandonam;

• Em Particulares, a taxa de substituição evidencia que o número de novos Clientes é ligeiramente

superior ao dos Clientes que abandonam, permitindo uma substituição com alguma

sustentabilidade.

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61

• Em Empresas e ENI o número de novos Clientes captados para o macro-segmento é

significativamente superior ao de Clientes que abandonaram, evidenciando uma maior

fidelização/estabilidade dos Clientes deste macro-segmento. A taxa de substituição garante um

crescimento sustentável do macro-segmento.

No que respeita a cada um dos segmentos de Particulares e Empresas e ENI a caracterização já foi

feita no ponto anterior.

Propostas de valor por segmento

No âmbito da proposta de valor a desenvolver para cada segmento destacam-se as principais

prioridades:

Macro-Segmento de Particulares

Clientes do Segmento CA Jovem

• Consolidar o desenvolvimento do segmento através da utilização da mascote Cristas, da

respectiva linha de acessórios e do portal Clube do Cristas, para os jovens dos 0 aos 12 anos e

através dos Programas específicos com ofertas diferenciadas abrangidas pelo conceito “Faz Por

Ti”, para jovens dos 13 aos 17 anos;

• Continuação da implementação do portal Clube do Cristas com a 3ª fase (convites para

aniversários e convites a participar no clube) para os Clientes CA Juniores;

• Apresentação de mais jogos com o Cristas para poderem ser utilizados pelos mais pequenos em

portáteis, tablets e telemóveis, tendo como objectivo ensinar a poupar e incentivar a poupança,

por ex. “Poupa com o teu Cristas”;

• Desenvolver uma poupança por impulso, para utilização através de tablet ou telemóvel, para

incentivar os jovens a poupar por objectivos;

• Praticar um pricing com taxas e comissões mais atractivas em produtos de captação/retenção de

Clientes do segmento, nomeadamente as poupanças;

• Para o sub-segmento Jovens (13-17 anos) dar continuidade à implementação e divulgação do

Programa CA Nota 20, assim como de iniciativas como o Programa School Leader Vid;

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62

• Pretende-se também dar continuidade à iniciativa de divulgação destes programas através das

escolas secundárias iniciada em 2017, que pretende também a dinamização da relação com os

jovens do sub-segmento 13-17 através de canais digitais e redes sociais;

• A aposta na linha de comunicação diferenciada pretende, tal como feito em anos anteriores,

aproveitar a imagem de figuras de referência que são patrocinadas pelo CA ou que possam estar

associadas ao Crédito Agrícola.

Clientes do Segmento CA Jovens Adultos

• Apostar na fidelização do segmento, especificamente na faixa universitária, através do

lançamento do Programa de fidelização Soma e Segue, para incrementar a vinculação;

• Disponibilizar a poupança por objectivos com vertente de crédito, My Project, com subscrição

on-line e mobile;

• Promover o novo produto de crédito com subscrição Online - CA Crédito Fast;

• Disponibilizar meios de pagamento com uma imagem direccionada para este segmento, tal

como o cartão Unpluggged;

• Criar programas de fidelização com uma oferta específica;

• Apostar numa comunicação mais humanizada e experiencial, que seja próxima ao segmento,

sustentada em reviews e feedback dos Clientes sobre a sua experiência de utilização de alguns

dos produtos, que poderão ser em forma de citações ou em vídeos.

Clientes do Segmento CA Vida Activa

• Promover a oferta básica com domiciliação de salário como forma de fidelizar os Clientes, com

atribuição de condições mais atractivas para quem domicilia o salário;

• Divulgar o CA Crédito Fast, posicionando-o como o produto de crédito rápido que permite

concretizar os objectivos dos Clientes de uma forma fácil;

• Manter a oferta de crédito (habitação e consumo) com um pricing entre os mais atractivos do

mercado;

• Apostar numa maior digitalização da relação com o Cliente aumentando o número de produtos

que podem ser subscritos online (contas à ordem, depósitos a prazo e poupanças e cartões de

crédito);

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63

• Desenvolver um programa de vinculação para o segmento que foque especialmente o

subsegmento com idades compreendidas entre 31 e 44 anos.

Clientes do Segmento CA Dedicado

• Disponibilizar a oferta de cartões de débito e de crédito específicos para este segmento com a

linha de comunicação que já foi aprovada;

• Diferenciar condições de preçário em produtos estratégicos para o segmento, com ajustamento

de produtos complementares (p.e. seguros) para maior adequação;

• Desenvolver comunicação específica para a divulgação da oferta para o segmento;

• Implementar comunicação digital regular com o segmento, através de desenvolvimento de

suportes personalizados de comunicação recorrendo ao e-mail marketing;

• Tornar o Crédito Agrícola no principal Banco do Cliente, apostando na relação de proximidade e

promovendo uma oferta de produtos e serviços das mais atractivas do mercado;

• Criar mais eventos dirigidos exclusivamente a estes Clientes, de modo a aumentar a posse de

produtos, por exemplo para quem tem Crédito Automóvel, promover o Seguro Automóvel, para

quem tem Crédito Habitação, promover o Seguro CA Habitação.

Clientes do Segmento CA 55+

• Preservar a actual base de Clientes estabelecendo parcerias com oferta de benefícios específicos

relevantes para o segmento;

• Promover produtos sem risco ou com pouco risco, assim como produtos de crédito

(subsegmento Pré-Sénior) com condições promocionais;

• Alavancar a imagem de solidez e segurança do Grupo, promovendo rentabilidade e baixos custos

transaccionais;

• Desenvolver pacote de produtos para vinculação dos Clientes do segmento, sobre a oferta

básica, para disponibilização através de processo simplificado de subscrição da oferta, a

implementar através da plataforma CA Express, tendo em atenção os 2 subsgmentos que

existem (55 aos 64 anos de idade e 65 ou mais anos de idade);

• Implementar protocolos com entidades ou marcas de referência relevantes para o segmento e

acções de comunicação universais, orientadas à promoção de soluções de venda cruzada, com

foco em valores relevantes para o segmento (solidez, segurança, estabilidade, confiança).

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Clientes do Segmento CA Mulher

• Melhorar as condições dos produtos Cartão CA Mulher e Seguro CA Mulher de forma a torna-los

mais atractivos na subscrição;

• Implementar a nova imagem para o cartão CA Mulher, propondo-se o seu lançamento numa

acção específica e com oferta atractiva para as Clientes;

• Apostar em protocolos e parcerias com marcas e produtos de referência com benefícios

específicos para o segmento;

Clientes do Segmento CA Portugueses no Mundo

• Promover a agregação e maior visibilidade sobre as comunidades portuguesas no estrangeiro

através das redes sociais, nomeadamente através da implementação do microsite “Saudades”,

que será difundido a partir da página de facebook “Portugueses no Mundo”;

• Reforçar a presença da marca CA junto de comunidades portuguesas no estrangeiro, através da

participação num número seleccionado de eventos (i.e. feiras/festas de comunidades com maior

relevância);

• Desenvolver o DP Portugueses no Mundo dirigido aos jovens emigrantes, subscrito online;

• Implementar taxas e comissões mais atractivas em função do número de produtos subscritos e

condições especiais em produtos de crédito;

• No que respeita ao sub-segmento de Imigrantes, que é englobado neste segmento, as

prioridades são dar continuidade ao programa de fidelização “Western Union”, que engloba

vários tipos de ofertas, e prosseguir o desenvolvimento de soluções para necessidades

específicas como a oferta para “Residentes não habituais” e a oferta “Golden Visa”.

Clientes do Segmento CA Associados

• Ser o grande parceiro de apoio ao quotidiano dos Associados, alavancado na oferta de produtos

e serviços à medida das suas necessidades, com condições especiais, por forma a reter a base

actual e angariar novos Associados;

• Utilizar uma linha de comunicação diferenciada, vincando os valores mais relevantes para os

Clientes do segmento, como proximidade, confiança, e conhecimento;

• Condições de preçário atractivas para Clientes com maior vinculação, nomeadamente através da

diferenciação de preçário nas campanhas para a oferta bancária e seguradora;

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65

• Alargar o leque de comissões com benefício no âmbito do Clube A e desenvolver uma maior

flexibilidade na aplicação do desconto que pode ser atribuído aos Associados;

• Reformular o Clube A enquanto comunidade e programa de fidelização de Clientes Associados,

com maior organização dos benefícios e introdução de maior flexibilidade de utilização das

condições especiais de preçário e outras vantagens.

Propostas de Valor para Segmentos de Empresas e ENI

Clientes do Segmento de ENI, Micro e Pequenas Empresas

• Aumentar o relacionamento com os Clientes deste segmento através de um atendimento mais

personalizado e mais próximo do Cliente usando os meios de mobilidade disponíveis;

• posicionar o CA como um parceiro de confiança, que deve estar presente nos sectores de

actividade em maior crescimento, disponibilizando uma oferta de produtos e serviços

específicos que responde às necessidades dos empresários e empresas;

• Praticar um pricing diferenciado com taxas e comissões mais atractivas para Clientes ENI;

• Disponibilizar o novo processo de abertura de conta para novos Clientes através do CA Express.

Clientes do Segmento Médias Empresas

• Incrementar a penetração no segmento, com suporte da função de Gestores de Clientes

Empresa e de canais directos (online, mobile) para a componente transaccional;

• Reforçar o posicionamento como parceiro de referência reconhecido, com especial incidência

nas soluções de financiamento adequadas às necessidades das empresas de média dimensão

dos vários sectores de actividade;

• Promover as condições especiais de pricing da Solução CA Premium e da tabela preferencial para

PME Líder e PME Excelência, assim como as condições específicas que vierem a ser praticadas na

CA Soluções 2020 curto prazo e CA Soluções 2020 m/l prazo;

• Assegurar a continuidade da página CA Espaço 2020 e da oferta CA Soluções 2020 no sítio CA,

particularmente dedicados ao incentivo e apoio às empresas no âmbito do acordo de parceria

entre Portugal e a Comissão Europeia – Portugal 2020.

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Clientes do Segmento do Sector Agrícola

• Fortalecer a posição de liderança no negócio financeiro e segurador, dirigido para as fileiras do

segmento que geram maior valor acrescentado, que incluem a floresta o mar e o oceano;

• Apoiar os Clientes nas estratégias de crescimento empresarial, sobretudo com o apoio no

crédito para antecipar e/ou suplementar as medidas de apoio à agricultura no sentido mais

estrito no âmbito do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR 2014-2020);

• Reforçar o posicionamento do Crédito Agrícola como a Instituição financeira que tem apoiado o

sector como um todo nacional através das parcerias de colaboração comercial com as

organizações de produtores mais representativos a nível nacional (CONFAGRI, AJAP, CAP,

Portugal Fresh, FPAS, ACBM, ADRAL, “Federação Minha Terra”) e outras;

• Dinamizar os protocolos estabelecidos com diversas entidades de referência e organizações de

produtores do sector, assim como linhas de crédito especificas para apoio aos jovens

agricultores, actividade agrícola de curto prazo e apoio ao investimento.

Clientes do Segmento do Sector do Comércio e Serviços

• Melhorar a posição de liderança no sector, aplicando uma oferta de produtos e serviços

ajustados às necessidades dos Clientes de sectores de actividade económica como o comércio,

alojamento, restauração, turismo e saúde;

• Implementar a estratégia de migração de cartões para a rede Mastercard e desenvolvimento de

novos serviços para complementar a oferta de TPAs desenvolvidos em parceria com esta

entidade;

• Implementar um programa de fidelização de Clientes e parceiros;

• Praticar comissões, taxas de juro e seguros competitivos na oferta que for promovida para o

segmento, em especial em períodos de campanha e com flexibilidade na negociação.

Oferta para Clientes do Segmento do Sector Institucional

• Continuar a reforçar o posicionamento junto das Instituições como o parceiro na área dos

serviços Bancários, com o foco da actuação nos sub-segmentos da economia social e da saúde

(p.e. IPSS, Misericórdias, lares);

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• Disponibilizar solução de venda cruzada de produtos e serviços para o sector, Solução CA

Institucional (pacote de venda cruzada de produtos de crédito específico para financiar a

actividade das instituições do sector do apoio social e de seguros que podem ser associados);

• Estabelecer parcerias estratégicas com entidades de referência no sector.

Oferta para Clientes do Segmento Empreendedores

• Posicionar o CA como um parceiro para o incentivo ao empreendedorismo com particular

enfoque no apoio aos jovens empresários das áreas rurais e microempresários, através de oferta

de produtos e serviços adequados às necessidades dos Clientes;

• Promover parcerias com as principais associações suas promotoras e com parceiros estratégicos

que possam beneficiar os projectos de investimento desde a sua fase de avaliação até à sua

concretização;

• Implementar condições de preçário diferenciadas para Jovens Empreendedores, ajustando taxas

de juros e comissões para o segmento, em alinhamento com condições de mercado.

Clientes do Segmento Associados Empresa

• Ser o Banco de referência para todas as Empresas e Empresários Associados do CA, com

alargamento do universo de benefícios, parcerias e protocolos que valorizem e diferenciem a

relação destes Clientes com o GCA e se traduzam em vantagens concorrenciais;

• Alargar a base de Clientes detentores do cartão Clube A e, consequentemente, aumentar a base

de Associados com benefício pleno das vantagens de ser Associado do CA;

• Diferenciar a oferta para Associados através de condições de subscrição mais atractivas em

diversas famílias de produtos, para dar mais abrangência aos benefícios atribuídos e reforçar o

incentivo à migração para este segmento;

• Alargar o leque de comissões com benefício no âmbito do Clube A e desenvolver uma maior

flexibilidade na aplicação do desconto que pode ser atribuído aos Associados, assim como a base

de majorações sobre a tabela de spreads e oferta de preços preferenciais em produtos e

serviços.

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68

Objectivos Comerciais

Para 2018 a metodologia de definição de objectivos comerciais a propor às CCAM e respectivas

Agências vai ser alterada, mantendo-se a ligação ao processo de determinação das linhas de

orientação e dos objectivos estratégicos definidos para o Crédito Agrícola.

Esta alteração pretende tornar o processo de definição de objectivos comerciais mais claro,

melhorando-o e automatizar o processo, por forma a reduzir o risco operacional que existia e a

encurtar o prazo habitualmente necessário para determinar os objectivos.

Os objectivos comerciais por Agência e por CCAM para todas as variáveis de negócios foram

definidos a partir das linhas de orientação e dos objectivos estratégicos definidos para o Crédito

Agrícola.

A metodologia irá considerar pressupostos e conceitos semelhantes aos usados anteriormente,

utilizando dimensões como o potencial existente no mercado de actuação de cada Caixa Agrícola, o

potencial de negócio existente na sua carteira de Clientes e a capacidade competitiva face ao

respectivo mercado de actuação e ao SICAM.

À semelhança do que já se tinha feito no ano anterior, para 2018 será utilizada uma metodologia

comum para todas as áreas de negócio e variáveis para que vão ser definidos objectivos.

Pretende-se um processo mais fluido e, como referido, totalmente automático, em que, entre

outras alterações, se irá, por exemplo, considerar um racional para determinar o ponto de partida

para o ano seguinte com base na evolução dos dois últimos anos e em que a componente de

definição dos objectivos por Colaborador passa a ser feita de forma integrada com a determinação

dos objectivos para as CCAM e Agências.

Ao nível das variáveis que são consideradas como objectivos não haverão alterações significativas

para se manter uma continuidade no trabalho que tem vindo a ser realizado. Passarão a existir KPI,

um novo conjunto de variáveis que são rubricas para que se pretende ter uma maior atenção e

sensibilidade das Caixas e que estas terão de acompanhar sem ter, como no caso dos objectivos, a

obrigatoriedade de concretizar.

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Plano de Actividades e Orçamento para o ano 2018

69

Com a adição dos KPI pretende-se que haja um maior conhecimento e acompanhamento mais

próximo de variáveis ou dimensões que têm impacto na evolução da actividade comercial e no

desenvolvimento do negócio.

Os Objectivos da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Terras de Miranda do Douro são os seguintes:

VARIÁVEL TIPOLOGIA UNIDADE OBJECTIVO 2018

Novos Clientes Produção Nova Clientes 80

Depósitos à Ordem Saldo Acumulado Euros 14.833.252

Depósitos a Prazo e Poupanças Saldo Acumulado Euros 29.301.103

Capital Social Saldo Acumulado Euros 3.927.990

Crédito à Habitação Saldo Acumulado Euros 12.098.830

Crédito a Particulares Saldo Acumulado Euros 1.453.248

Crédito à Tesouraria Saldo Acumulado Euros 2.857.503

Crédito ao Investimento e Leasing Imob Saldo Acumulado Euros 10.477.593

Leasing Mobiliário Saldo Acumulado Euros 230.260

Adesões Online Particulares Saldo Acumulado Contratos 1.445

TPA Saldo Acumulado Contratos 37

Cartões de Crédito Saldo Acumulado Cartões 224

Negócio Internacional Produção Nova Euros A definir

Fundos Mobiliários Saldo Acumulado Euros 3.365.198

Seguros Não Vida - Automóvel Produção Nova Euros 28.048

Seguros Não Vida - Habitação Produção Nova Euros 7.137

Seguros Não Vida - Saúde Produção Nova Euros 9.089

Seguros Não Vida - CliniCard Produção Nova Euros 8.823

Seguros Não Vida - Outros Produtos Produção Nova Euros 35.414

Seguros Vida - Risco Prod. Nova+Continuados Euros 222.502

Seguros Vida - Fundos de Pensões Prod. Nova+Continuados Euros 130.670

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70

Plano de campanhas de Marketing por segmentos e outras acções

O Plano de Campanhas tem como objectivos principais propor o desenvolvimento de iniciativas que

visam a implementação das principais prioridades estratégias, apoiar a concretização dos objectivos

comerciais e operacionalizar a estratégia de actuação por segmentos de Clientes, com maior ênfase

nos considerados mais prioritários.

As principais prioridades são:

• O crescimento da carteira de crédito, com 7 campanhas cujo principal objectivo é a captação de

crédito, com maior preponderância no macro-segmento das Empresas, pela exigência do

objectivo estratégico de crescimento;

• No macro-segmento de Particulares a prioridade é igualmente o crédito, justificando-se as

campanhas de crédito ao consumo porque se trata de um produto com uma boa margem

financeira e, simultaneamente, porque o Crédito Agrícola tem vindo a posicionar-se com um dos

melhores pricings do mercado;

• O incremento da vinculação através da venda cruzada de produtos de seguros com a oferta de

crédito;

• O rejuvenescimento da carteira através da captação de novos Clientes jovens, com várias

campanhas previstas para os diversos sub-segmentos de jovens;

• O incremento do nível de penetração de Clientes com canais directos (Online, Mobile) em linha

com a média do mercado.

Com a conclusão da implementação do Programa CA Target em 2017, a realização de campanhas e

as oportunidades comerciais que são geradas no âmbito das mesmas passa a ter que ser articulada

no âmbito do motor de gestão de eventos com os diferentes tipos destes que também são

disponibilizados às Caixas, esperando-se que esta conjugação permita, ao nível das campanhas, a

obtenção de melhores resultados.

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Plano de Actividades e Orçamento para o ano 2018

71

Preçário

Continua a ser uma preocupação do Grupo a gestão rigorosa do Preçário. Por um lado, garantir uma

gestão eficaz da Margem Financeira através do controlo das taxas passivas (Depósitos e Poupanças)

e das taxas activas (crédito), mantendo a competitividade das mesmas no mercado. Por outro lado,

garantir um crescimento sustentado da Margem Complementar, com valores de comissões

comparativamente atractivas para os Clientes. A Margem Complementar tem evoluído,

positivamente, de forma muito sustentada nos últimos anos, representando actualmente uma

fracção muito significativa do Resultado do Grupo.

Actualmente a quase totalidade das CCAM já cobram integralmente as comissões previstas no

Preçário do Grupo. Por isso, a melhoria da cobrança de comissões de preçário em 2018 tem que

passar por um critério mais rigoroso de atribuição de isenções e descontos por parte das CCAM.

Estas atribuições têm que passar por uma análise comercial exaustiva entre benefícios atribuídos e

margem gerada pelos Clientes. Por outro lado, a devolução de comissões é já obrigatoriamente

aprovada pela hierarquia das CCAM, por forma a minimizar o impacto das mesmas.

Outras iniciativas e projectos

Do conjunto de várias iniciativas e projectos cuja implementação se prevê continuarem o seu

desenvolvimento em 2018, destacam-se aquelas que terão um contributo relevante para apoiar as

Caixas Agrícolas na melhoria da sua actividade comercial e crescimento do seu negócio e, nalguns

casos, poderão inclusivamente ter um impacto estrutural na gestão da relação com os Clientes.

Keep on Target

Esta iniciativa vai permitir dar continuidade à gestão e desenvolvimento do CA Target, permitindo

implementar novos eventos ou melhorias em eventos existentes ou em linhas de trabalho como o

Valor de Cliente, assim como na infraestrutura implementada com o objectivo de potenciar a

disponibilização de melhores compromissos às Caixas para as apoiar a concretização dos objectivos

comerciais.

Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Terras de Miranda do Douro, C.R.L.

Plano de Actividades e Orçamento para o ano 2018

72

No âmbito desta iniciativa vai também ser possível disponibilizar toda a informação dos modelos de

propensão de Clientes directamente na infraestrutura das campanhas, por forma a que possamos

disponibilizar compromissos cada vez mais assertivos e oferecer aos Clientes os produtos que têm

mais propensão para comprar.

A iniciativa tem ainda como objectivo analisar e monitorizar os resultados de todos os modelos

desenvolvidos, corrigindo os mesmos sempre que os resultados gerados não cumpram os padrões

definidos.

CA Flow - Simplificação do processo de venda

Esta plataforma que entrou em produção em Março de 2017 é um front-end que permite o registo

de propostas de produtos de crédito, estando planeado que numa fase posterior integre também o

workflow de crédito. É um interface com os simuladores internos (Cais) e externos (site CA). Os

simuladores internos têm vindo a entrar em produção e os externos vão entrar em produção com o

novo site.

Numa 2ª fase pretende-se que estes simuladores estejam ligados directamente às seguradoras por

forma a garantir os valores de prémios actualizados e ajustados para os Clientes, facilitando a função

comercial e reduzindo a carga administrativa.

O CA Flow está desenvolvido para Crédito Pessoal e Cartões, estando em fase de conclusão o Crédito

à Habitação. Esta primeira fase de Particulares será concluída com a integração do Workflow de

Particulares, prevendo-se posteriormente trabalhar a oferta para Empresas e ENI.

CA Crédito Flash

O CA Crédito Fast é um produto de crédito ao consumo sem finalidade especifica, com um montante

pré-aprovado que pode ser contratado de forma fácil por Clientes através de um simulador que

passa a estar disponível no CA Online. Este produto permitirá aos Clientes ter aprovação imediata,

mediante uma análise de scoring, para pedidos de financiamento até 5 mil euros, com o

correspondente crédito do montante solicitado na conta logo de seguida à aprovação pelo Crédito

Agrícola.

Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Terras de Miranda do Douro, C.R.L.

Plano de Actividades e Orçamento para o ano 2018

73

Este novo produto e o respectivo simulador estarão também disponíveis aos balcões das Agências o

que permitirá ao Crédito Agrícola, através de uma utilização conjugada do CA Crédito Fast com o CA

Express, captar novos Clientes e conceder-lhes crédito de forma extremamente dinâmica e simples.

Complementarmente ao lançamento do CA Crédito Flash estão em desenvolvimento outros

produtos que poderão ser contratados à distância pelos Clientes através do canal CA Online, o que

permitirá ao Crédito Agrícola uma maior diferenciação do seu posicionamento nos canais digitais.

Modernização e adaptação das instalações da sede

Dado que o projecto de remodelação das instalações da sede da Caixa se encontra concluído e

aprovado, o ano de 2018 ficará, certamente, marcado pelo início e execução das obras de ampliação

e remodelação das referidas instalações. Tal projecto é estritamente necessário uma vez que as

instalações não estão adequadas às necessidades da Caixa e seus clientes, pelo que é imprescindivel

conferir melhores condições estruturais e de eficácia, separando o serviço da agência de Palaçoulo e

os serviços centrais da Caixa, no intuito de melhorar o funcionamento do balcão de atendimento ao

público e com o objectivo de dar maior dignidade e condições aos colaboradores que trabalham nos

referidos serviços centrais da Caixa.

Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Terras de Miranda do Douro, C.R.L.

Plano de Actividades e Orçamento para o ano 2018

75

Orçamento

NEGÓCIO BANCÁRIO31.12.2016

Real

30.09.2017

Real

31.12.2017

Estimativa

Taxa variação

2017/2016

Objectivo

crescimento

para 2018

31.12.2018

Previsão

Operações passivas (saldo acumulado) 45.925.682 € 44.222.956 € 44.096.161 € -3,98% 0,13% 44.153.770 €

Depósitos à ordem 16.454.500 € 14.630.745 € 14.793.940 € -10,09% 0,27% 14.833.252 €

Depósitos a prazo e poupança 29.439.164 € 29.572.796 € 29.282.806 € -0,53% 0,06% 29.301.103 €

Outros Depósitos 32.018 € 19.415 € 19.415 € -39,36% 0,00% 19.415 €

Operações activas (saldo acumulado líquido) 21.494.020 € 23.275.286 € 24.790.771 € 15,34% 8,30% 25.798.610 €

Crédito Bruto Total 22.502.344 € 24.377.874 € 25.893.359 € 15,07% 3,89% 26.901.198 €

Crédito bruto a Empresas e Adm. Pública 9.544.906 € 11.244.372 € 12.521.823 € 31,19% 5,88% 13.257.791 €

Crédito ao Investimento e Leasing Imobiliário 6.702.625 € 8.479.954 € 9.772.397 € 45,80% 7,22% 10.477.593 €

Crédito à Tesouraria 2.943.158 € 2.841.723 € 2.826.731 € -3,96% 1,09% 2.857.503 €

Outras Créditos a empresas/Acerto -100.878 € -77.305 € -77.305 € -23,37% 0,00% -77.305 €

Crédito bruto a Particulares: 12.843.779 € 13.042.173 € 13.280.207 € 3,40% 2,05% 13.552.078 €

Habitação 11.676.407 € 11.728.273 € 11.917.464 € 2,06% 1,52% 12.098.830 €

Consumo 1.167.372 € 1.313.900 € 1.362.743 € 16,74% 6,64% 1.453.248 €

Juros a receber e de crédito vencido 113.659 € 91.330 € 91.330 € -19,65% 0,00% 91.330 €

Provisões crédito vencido -1.008.324 € -1.102.588 € -1.102.588 € 9,35% 0,00% -1.102.588 €

Leasing Mobiliário: 113.774 € 184.092 € 207.531 € 82,41% 10,95% 230.260 €

Total Capital Social 7.560.555 € 8.207.735 € 8.239.258 € 8,98% 1,54% 8.365.845 €

Títulos de capital (associados) 3.388.005 € 3.769.880 € 3.801.403 € 12,20% 3,33% 3.927.990 €

Títulos de capital por incorporação de reservas e

outras formas de representação4.172.550 € 4.437.855 € 4.437.855 € 6,36% 0,00% 4.437.855 €

Taxa Média

em 2016

Taxa Média

em Set.17

Taxa Média

em 2017

Taxa Média

para 2018

Operações passivas

Depósitos à ordem 0,04% 0,03% 0,03% 0,03%

Depósitos a prazo 0,37% 0,20% 0,20% 0,16%

Recursos de CCCAM (TLTRO) 0,19% 0,17% 0,14% -0,40%

Operações activas

Aplicações na Caixa Central 0,63% 0,43% 0,39% 0,20%

Crédito bruto a empresas e adm. Pública 3,61% 2,69% 2,74% 2,74%

Crédito bruto a particulares:

Habitação 1,44% 1,41% 1,40% 1,40%

Pessoal 18,11% 15,50% 15,35% 15,35%

Juros de crédito vencido 0,08% 0,03% 0,03% 0,03%

31.12.2016

Real

30.09.2017

Real

31.12.2017

Estimativa

31.12.2018

Previsão

Total do Crédito Vencido 1.105.738 € 1.105.537 € 1.105.537 € 1.105.537 €

Rácio Crédito Vencido 4,90% 4,50% 4,30% 4,10%

Provisões acumuladas 1.108.324 € 1.102.588 € 1.102.588 € 1.102.588 €

Rácio cobertura do crédito vencido 91,20% 99,70% 99,70% 99,70%

Constituição/reversão de imparidades do exercíco

associadas ao crédito a clientes (l íquido) -31.003 € -45.429 € -45.429 € 126.798 €

Imparidades adicionais - IFRS9 126.798 €

Activos não correntes detidos para venda 121.000 € 127.500 € 127.500 € 89.250 €

PRESSUPOSTOS DO ORÇAMENTO

TAXAS DE JURO

CRÉDITO VENCIDO

Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Terras de Miranda do Douro, C.R.L.

Plano de Actividades e Orçamento para o ano 2018

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SEGUROS NÃO VIDA (prémios

comerciais emitidos)

Est imat iva d e

PC E p ara

3 1.12 .2 0 17

R emuneração

est imad a p ara

2 0 17

Est imat iva d e

PC E p ara 2 0 18

T axa d e var iação

PC E 2 0 18 / 2 0 17

% co missõ es

méd ias p ag as à

C C A M

R emuneração

est imad a p ara

2 0 18

Est imat iva d e

Pro d ução no va

p ara 2 0 18

Automóvel 175.577 € 39.837 € 177.422 € 1,05% 22,69% 40.256 € 28.048 €

Habitação 66.245 € 32.025 € 68.951 € 4,08% 48,34% 33.333 € 7.137 €

CA Saúde 37.943 € 10.293 € 44.004 € 15,97% 27,13% 11.937 € 9.089 €

Clinicard 22.787 € 17.292 € 28.059 € 23,14% 75,89% 21.293 € 8.823 €

Outros (Inclui acidentes de

trabalho) 170.963 € 58.323 € 176.966 € 3,51% 34,11% 60.371 € 35.414 €

Total Seguros Não Vida 473.515 € 157.770 € 495.401 € 4,60% 33,30% 167.190 €

SEGUROS DE VIDA (produção

nova)Pro d ução no va

p ara 3 1.12 .2 0 17

R emuneração

est imad a p ara

2 0 17

Ob ject ivo s

p ro d ução no va

p ara 2 0 18

T axa var iação

p ro d . N o va

2 0 18 / 2 0 17

% co missõ es

méd ias p ag as à

C C A M

R emuneração

est imad a p ara

2 0 18

Capitalização n.d. 9.824 € n.a. n.a. 9.824 €

Risco 207.105 € 16.224 € 222.502 € 7,40% 7,80% 17.430 €

Fundos de Pensões 161.328 € 4.503 € 130.670 € -19,00% 2,80% 3.647 €

Comissionamento extra

(sobre comissões)36.756 € 120,03% 37.178 €

Total Seguros Vida 368.433 € 67.308 € 353.171 € -4,10% 68.080 €

FUNDOS DE INVESTIMENTO (saldo

acumulado)Est imat iva p ara

3 1.12 .2 0 17

R emuneração

est imad a p ara

2 0 17

Ob ject ivo s d e

saldo acumulad o

p ara 2 0 18

T axa var iação

2 0 18 / 2 0 17

% co missõ es

méd ias p ag as à

C C A M

R emuneração

est imad a p ara

2 0 18

Fundos de Investimento

Mobiliário3.222.261 € 10.477 € 3.365.198 € 4,44% 0,33% 10.942 €

PRESSUPOSTOS DO ORÇAMENTO

NEGÓCIOS NÃO BANCÁRIOS

Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Terras de Miranda do Douro, C.R.L.

Plano de Actividades e Orçamento para o ano 2018

77

OUTROS RESULTADOS31.12.2016

Real

30.09.2017

Real

31.12.2017

Estimativa

Taxa variação

2018/2017

31.12.2018

Previsão

Rendimentos de Instrumentos de Capital 13 € 3 € 4 € 0,00% 4 €

Resultados de Reavaliação Cambial 72 € -108 € -144 € -15,00% -122 €

Resultados de Al ienação de Outros Activos 4.100 € 2.810 € 3.747 € 0,00% 3.747 €

Outros Resultados de Exploração 44.473 € 26.971 € 35.962 € 38.561

Outros rendimentos operacionais: 69.820 € 56.797 € 75.730 € 75.730 €

Reembolso de Despesas 1.472 € 85 € 113 € 0,00% 113 €

Recuperações de Crédito Juros e Despesas 24.222 € 23.970 € 31.960 € 0,00% 31.960 €

Rendimentos de Prestações de Serviços 37.469 € 27.695 € 36.926 € 0,00% 36.926 €

Outros rendimentos operacionais 6.658 € 5.048 € 6.731 € 0,00% 6.731 €

Outros encargos operacionais: 25.347 € 29.826 € 39.768 € 37.499 €

Quotizações 2.500 € 2.500 € 3.333 € -15,00% 2.833 €

Donativos 1.500 € 250 € 333 € 0,00% 333 €

Contribuições para Fundo de Garantia 385 € 247 € 329 € 0,00% 330 €

% dos depósitos 0,00% 0,00% 0,00% 0,00%

Contribuições para Fundo de Resolução 7.676 € 5.855 € 7.807 € 0,00% 7.807 €

Outros encargos e gastos operacionais 7.998 € 14.337 € 19.116 € 0,00% 19.116 €

Outros impostos 5.288 € 6.637 € 8.849 € -20,00% 7.079 €

Activos Tangíveis e Investimento:

Outros Activos Tangíveis 471.014 € 457.705 € 452.999 € -4,15% 434.178 €

Investimento para modernização de agências 0 € 0 € 0 € 0,00% 0 €

Outros Investimentos em activos tangíveis 0 € 0 € 0 € 0,00% 0 €

Amortizações do exercício 18.790 € 14.116 € 18.821 € 0,00% 18.821 €

PRESSUPOSTOS DO ORÇAMENTO

Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Terras de Miranda do Douro, C.R.L.

Plano de Actividades e Orçamento para o ano 2018

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GASTOS COM PESSOAL31.12.2016

Real

30.09.2017

Real

31.12.2017

Estimativa

Taxa variação

2018/2017

31.12.2018

Previsão

Orgãos de gestão

Órgãos de gestão-administração 76.000 € 85.950 € 121.877 € -0,07% 121.792 €

Senhas orgãos de gestão-c.fiscal 9.500 € 1.560 € 2.212 € 13,00% 2.500 €

Total da retribuição a orgãos sociais 85.500 € 87.510 € 124.089 € 0,16% 124.291 €

Empregados

Retribuição base a empregados 131.568 € 108.479 € 144.602 € 6,80% 154.435 €

Diuturnidades 13.909 € 11.365 € 15.150 € 2,70% 15.559 €

Isenção de horário 15.839 € 11.763 € 15.679 € 13,00% 17.718 €

Subsídio compensatório 41.820 € 32.833 € 43.766 € 6,80% 46.742 €

Outras remunerações adicionais a empregados 6.400 € 5.220 € 6.958 € 0,70% 7.007 €

Total de retribuições 209.536 € 169.659 € 226.155 € 6,77% 241.461 €

Subsídios

Subsídio de almoço de empregados 18.150 € 15.133 € 20.173 € 5,80% 21.343 €

Subsídio infantil e de estudo 2.177 € 1.824 € 2.431 € 0,70% 2.448 €

Subsídio eventuais de caixa e de cobraça 6.328 € 4.612 € 6.147 € 0,70% 6.191 €

Total dos subsídios 26.655 € 21.569 € 28.751 € 4,28% 29.981 €

Subsídio de férias 15.263 € 12.974 € 17.294 € 5,00% 18.159 €

Subsídio de natal 14.507 € 11.128 € 14.834 € 5,50% 15.650 €

Subsídios de férias e natal 29.771 € 24.102 € 32.128 € 5,23% 33.808 €

Prémios

Prémio de desempenho 0 € 2.500 € 3.333 € 166,00% 8.864 €

Prémio de antiguidade 6.361 € 0 € 0 € 0,70% 0 €

Total de prémios 6.361 € 2.500 € 3.333 € 166,00% 8.864 €

Encargos Sociais

Segurança Social 70.837 € 63.167 € 85.872 € 4,50% 89.732 €

Taxa efectiva SS 21,8% 22,5% 22,5% 22,5%

Sams 16.121 € 12.271 € 16.358 € 0,70% 16.472 €

Fundo de pensões 1.236 € 12 € 1.922 € 38,52% 2.663 €

Acidentes de trabalho 1.955 € 2.152 € 2.868 € 0,70% 2.889 €

Indemnizações contratuais 0 € 0 € 0 € 0,00% 0 €

Complementos Sub. de doença 290 € 52 € 69 € 0,70% 70 €

Serviços clinicos e de higiene 845 € 845 € 1.126 € 0,70% 1.134 €

Outros encargos 0 € 0 € 0 € 0,70% 0 €

CA Vida 0 € 0 € 0 € 0,70% 0 €

Despesas com formação 1.345 € 716 € 954 € 0,70% 961 €

Outros custos 0 € 0 € 0 € 0,70% 0 €

Total de encargos Sociais e outros custos 92.630 € 79.216 € 109.171 € 4,35% 113.921 €

Total dos gastos com pessoal 450.453 € 384.555 € 523.627 € 5,48% 552.327 €

31.12.2016

Real

30.09.2017

Real

31.12.2017

Estimativa

31.12.2018

Previsão

Imposto corrente sobre RAI 100.448 € 68.101 € 115.298 € 77.507 €

Tx. Imposto / RAI 20,0% 26,7% 25,0% 25,0%

Depósitos abrangidos pelo FGCAM 42.316.204 € 40.747.303 € 40.630.472 € 40.683.555 €

Em % do total de recursos de clientes 92,1% 92,1% 92,1% 92,1%

Impostos diferidos 13.551 € 0 € 0 € 0 €

PRESSUPOSTOS DO ORÇAMENTO

IMPOSTOS

Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Terras de Miranda do Douro, C.R.L.

Plano de Actividades e Orçamento para o ano 2018

79

GASTOS GERAIS ADMINISTRATIVOS31.12.2016

Real

30.09.2017

Real

31.12.2017

Estimativa

Taxa variação

2018/2017

31.12.2018

Previsão

Agua 141 € 103 € 138 € 1,40% 140 €

Energia 11.441 € 8.730 € 11.638 € 1,40% 11.800 €

Combustiveis 1.771 € 755 € 1.006 € 1,40% 1.021 €

Material de consumo corrente 4.160 € 2.458 € 3.277 € 1,40% 3.322 €

Publicações 451 € 153 € 204 € 1,40% 207 €

Material de higiene e limpeza 11.154 € 8.717 € 11.619 € 1,40% 11.782 €

Rendas e alugueres 5.334 € 2.258 € 3.010 € 1,12% 3.044 €

Comunicação (serviços postais, telefone, linhas e telemovel) 31.610 € 23.619 € 31.484 € 1,40% 31.925 €

Despesas de transporte e deslocação 12.403 € 3.423 € 4.563 € 1,40% 4.627 €

Despesas de representação 3.750 € 2.068 € 2.757 € 1,40% 2.796 €

Campanhas publicitárias, brindes e divulgações 11.962 € 6.606 € 8.805 € 25,00% 11.007 €

Conservação e reparações 11.286 € 4.606 € 6.140 € 1,40% 6.226 €

Transporte de valores 5.013 € 3.742 € 4.987 € 1,40% 5.057 €

Formação de pessoal 4.198 € 240 € 320 € 1,40% 324 €

Seguros 11.512 € 10.452 € 13.932 € 1,40% 14.127 €

Avenças e honorários 651 € 9.443 € 12.587 € 1,40% 12.764 €

Gastos com despesas judiciais e contencioso 4.581 € 4.020 € 5.359 € 1,40% 5.434 €

Gastos com informática 91.855 € 71.740 € 94.482 € -2,70% 91.931 €

Gastos com vigilância e segurança 0 € 0 € 0 € 1,40% 0 €

Consultores e auditores externos 16.263 € 13.077 € 17.432 € 1,40% 17.676 €

Serviços SIBS 10.996 € 7.294 € 10.263 € 10,10% 11.299 €

Avaliadores Externos 7.137 € 4.430 € 5.905 € 1,40% 5.988 €

Gastos com compensações e suporte ao negócio 12.288 € 10.449 € 14.774 € 15,10% 17.005 €

Serviços de Auditoria - CA Serviços 2.643 € 7.113 € 9.481 € 1,40% 9.614 €

Outros gastos gerais e administrativos 43.514 € 26.389 € 35.176 € 1,40% 35.669 €

Total dos Gastos Gerais e Administrativos 316.113 € 231.885 € 309.341 € 1,80% 314.785 €

PRESSUPOSTOS DO ORÇAMENTO

Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Terras de Miranda do Douro, C.R.L.

Plano de Actividades e Orçamento para o ano 2018

80

31.12.2016

Real

30.09.2017

Real

31.12.2017

Estimativa

31.12.2018

Previsão

Juros a Receber

Juros de Disponibilidades em OIC 204.205 100.375 118.444 55.399

Juros de Disponibilidades na CCCAM 344.176 209.335 302.189 353.035

Juros de Crédito a Empresas 379.022 268.361 359.309 384.204

Juros de Crédito a Particulares: 167.628 124.111 165.150 168.107

Habitação 211.395 144.251 194.159 216.097

Pessoal 0 0

Juros de Crédito Vencido 19.010 5.684 8.050 8.363

Juros de Rendimentos de Activos Financeiros 1.047 17.293 23.057 19.599

"+" Total de Juros e Rendimentos Similares 947.460 601.048 811.050 820.599

Juros a Pagar

Recursos de Bancos Centrais 0 0 0 0

Recursos de OIC 0 0 0 0

Recursos da CCCAM (TLTRO) 4.347 2.984 3.183 -9.271

Empréstimos Subordinados (FGCAM) 0 0 0 0

Empréstimos Subordinados (CCAM/CCCAM) 0 0 0 0

Empréstimos Subordinados (Títulos de investimento) 0 0 0 0

Recursos de Clientes - Depósitos à Ordem 6.079 3.698 4.957 4.465

Recursos de Clientes - Depósitos a Prazo e poupança 108.298 44.210 58.657 46.815

Amortização Activos Financeiros 743 5.980 7.974 6.778

"-" Total de Juros e Encargos Similares 119.467 56.872 74.770 48.786

Margem Financeira 827.993 544.175 736.280 771.813

Comissões de comercialização de produtos das Empresas: 161.650 74.794 225.078 235.270

CA Seguros (seguros não vida) 89.638 60.588 157.770 167.190

CA Vida (seguros vida, produtos de capitalização e fundos de

pensões) 72.011 14.206 67.308 68.080

Outras Comissões Líquidas 200.812 155.081 217.584 224.773

Total de comissões l íquidas 362.462 229.874 442.663 460.043

Rendimentos de Instrumentos de Capital 13 3 4 4Resultados de Reavaliação Cambial 72 -108 -144 -122

Resultados de Alienação de Outros Activos 4.100 2.810 3.747 3.747

Outros Resultados de Exploração 44.473 26.971 35.962 38.231

Resultado de activos e passivos avaliados ao justo valor através de resultados 0 -1.072 -1.430 -1.430

Resultado de activos financeiros disponiveis para venda 0 41.062 54.750 54.750

Produto Bancário 1.239.112 843.716 1.271.830 1.327.035

Custos com Pessoal 450.453 384.555 523.627 552.327

Gastos Gerais e Administrativos 316.113 231.885 309.341 314.785

Resultado Bruto de Exploração 472.546 227.276 438.863 459.924

Amortizações do Exercício 18.790 14.116 18.821 18.821

Provisões líquidas de reposições e anulações -6.772 3.207 4.277 4.277

Correcções de valor associadas ao crédito a clientes (l íquido) -31.003 -45.429 -45.429 126.798

Imparidade de outros activos financeiros 0 0 0 0

Imparidade de outros activos 0 0 0 0

Resultado Antes de Imposto (RAI) 491.530 255.381 461.194 310.028

Impostos Correntes 100.448 68.101 115.298 77.507

Impostos Diferidos 13.551 0 0 0

Resultado do Exercício (RL) 377.532 187.280 345.895 232.521

DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS

Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Terras de Miranda do Douro, C.R.L.

Plano de Actividades e Orçamento para o ano 2018

81

31.12.2016

Real

30.09.2017

Real

31.12.2017

Estimativa

31.12.2018

Previsão

Caixa e Disponibil idade em Bancos Centrais 207.043 277.071 277.071 277.071

Disponibil idade em Outras Instituições de Credito 528.507 1.045.070 1.045.070 1.045.070

Activos Financeiros 1.265.341 908.670 908.670 908.670

Aplicações em Outras Instituições de Crédito 0 0 0 0

Aplicações na CCCAM 32.623.856 29.482.302 27.964.455 27.434.099

Crédito a Clientes Bruto 22.502.344 24.377.874 25.893.359 26.901.198

Crédito a Empresas 9.544.906 11.244.372 12.521.823 13.257.791

Crédito a Particulares 12.843.779 13.042.173 13.280.207 13.552.078

Habitação 11.676.407 11.728.273 11.917.464 12.098.830

Pessoal 1.167.372 1.313.900 1.362.743 1.453.248

Juros a receber e de crédito vencido 113.659 91.330 91.330 91.330

Provisões para Crédito -1.008.324 -1.102.588 -1.102.588 -1.102.588

Activos Não Correntes detidos para Venda 121.000 127.500 127.500 89.250

Outros Activos Tangíveis 471.014 457.705 452.999 434.178

Activos intangíveis 0 0 0 0

Investimentos em Fil iais, Associadas e Emp. Conjuntos 894.477 953.032 953.032 953.032

Activos por Impostos Correntes 26.484 0 0 0

Activos por impostos diferidos 219.872 219.872 219.872 219.872

Outros Activos 206.190 89.122 165.962 172.422

Total do Activo 58.057.804 56.835.630 56.905.403 57.332.275

Recursos de Bancos Centrais 0 0 0 0

Recursos de OIC´s 0 0 0 0

Recursos da CCCAM (TLTRO) 2.303.367 2.317.848 2.317.848 2.317.848

Recursos de Clientes e Outros Emprestimos: 45.925.681 44.222.956 44.096.161 44.153.771

Depositos à Ordem 16.454.500 14.630.745 14.793.940 14.833.252

Depositos a Prazo e poupança 29.439.164 29.572.796 29.282.806 29.301.103

Outros Depósitos 32.018 19.415 19.415 19.415

Passivos Subordinados e títulos de investimento 0 0 0 0

Empréstimos subordinados FGCAM 0 0 0 0

Empréstimos subordinados CCAM / CCCAM 0 0 0 0

Títulos de investimento 0 0 0 0

Provisões 145.715 9.229 9.229 9.229

Outros Passivos 218.551 254.444 260.874 271.028

Total do Passivo 48.593.313 46.804.477 46.684.111 46.751.875

Capital próprio

Capital 7.560.555 8.207.735 8.239.258 8.365.845

Reservas de Reavaliação -7.510 14.191 14.191 14.191

Outras Reservas e Resultados Transitados 1.533.913 1.621.946 1.621.946 1.967.842

Resultados do Exercicio 377.532 187.280 345.895 232.521

Total do Capital 9.464.490 10.031.153 10.221.292 10.580.400

Total do Capital + Passivo 58.057.804 56.835.630 56.905.403 57.332.275

BALANÇO

Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Terras de Miranda do Douro, C.R.L.

Plano de Actividades e Orçamento para o ano 2018

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2016

Real

2017

Estimativa

2018

Previsão

Qualidade de Crédito

Rácio de Crédito Vencido 4,9% 4,3% 4,1%

Rácio de Cobertura de Crédito Vencido 91,2% 99,7% 99,7%

Rácios de Rentabilidade

RAI / Activo Líquido 0,8% 0,8% 0,5%

PB / Activo Líquido 2,1% 2,2% 2,3%

RAI / Capitais Próprios 5,2% 4,5% 2,9%

Margem Financeira / PB 66,8% 57,9% 58,2%

Comissões Líquidas / PB 29,3% 34,8% 34,7%

Rácios de Eficiência

(Gastos de Funcionamento* + Amortizações do Exercício) / PB 63,4% 67,0% 66,8%

Gastos com Pessoal / PB 36,4% 41,2% 41,6%

Rácio de Transformação

Rácios de Transformação (inst.16/2004 BP) 46,8% 56,2% 58,4%

Rúbricas

Activo Líquido 58.057.804 € 56.905.403 € 57.332.275 €

Margem Financeira 827.993 € 736.280 € 771.813 €

Produto Bancário (PB) 1.239.112 € 1.271.830 € 1.327.035 €

Resultados Antes de Impostos 491.530 € 461.194 € 310.028 €

Capitais Próprios 9.464.490 € 10.221.292 € 10.580.400 €

(*) Exclui custos não recorrentes (nomeadamente referentes a processos de reorganização interna, se aplicável).

INDICADORES BANCÁRIOS

Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Terras de Miranda do Douro, C.R.L.

Plano de Actividades e Orçamento para o ano 2018

83

Parecer do Conselho Fiscal

Aos doze dias do mês de Dezembro de 2017, pelas dezanove horas, na sede da Caixa de Crédito

Agrícola Mútuo de Terras de Miranda do Douro, CRL, sita na rua da indústria, em Palaçoulo, reuniu,

em cumprimento das disposições legais e estatutárias, o Conselho Fiscal da Entidade, constituído

pelo seu Presidente, Alberto Afonso Martins, residente em Palaçoulo e pelos seus vogais, António

Afonso Pimentel, residente em Miranda do Douro e Paulo José Trigo Teixeira, residente em Vilar

Seco, com a seguinte Ordem de Trabalhos:

PONTO ÚNICO: Emitir parecer sobre o Plano de Atividades e Orçamento para 2018.

Lido e analisado o documento produzido pelo Conselho de Administração, foi deliberado, por

unanimidade, produzir as seguintes considerações e emitir o seguinte PARECER:

1. O PLANO DE ACTIVIDADES está bem elaborado e os pressupostos bem sustentados, quer do

ponto de vista do enquadramento macroeconómico, quer no tocante ao mercado bancário

nacional e internacional, bem como às perspetivas do grupo Crédito Agrícola.

2. A ORIENTAÇÃO ESTRATÉGICA para a nossa Instituição, continua a afigurar-se ajustada face á

realidade existente e às perspectivas futuras. Em linha de continuidade mantêm-se “filtro”

imposto pela Caixa Central e pela Entidade Reguladora que cada vez mais condiciona a actividade

e os custos fixos da nossa Instituição. Registamos com agrado a forma cautelosa como essas

mesmas perspetivas foram apresentadas no orçamento de 2018.

3. Com base no anteriormente exposto, o Conselho Fiscal da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de

Terras de Miranda do Douro emite, por unanimidade, parecer favorável ao PLANO DE

ACTIVIDADES E O ORÇAMENTO PARA O ANO DE DOIS MIL E DEZOITO.

4. O conselho Fiscal faz ainda votos que o Conselho de Administração consiga cumprir e

eventualmente superar todos os objetivos a que se propõe. Propósito que não poderá conseguir

sem o esforço e dedicação de todos os colaboradores. Estamos cientes que as obras de

ampliação e remodelação, que desde já saudamos, trarão um impacto positivo nas condições de

trabalho e nos resultados futuros da Instituição.

Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Terras de Miranda do Douro, C.R.L.

Plano de Actividades e Orçamento para o ano 2018

84

E, nada mais havendo a tratar, foi encerrada a reunião, que lida e achada conforme, vai ser assinada

pelos três intervenientes.

Alberto Afonso Martins

António Afonso Pimentel

Paulo José Trigo Teixeira

P R O J E T O B I O S U B S T R A T P O TP R O J E T O P R E M I A D O | P R É M I O E M P R E E N D E D O R I S M O E I N O V A Ç Ã O C A 2 0 1 6