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Relatório e Contas 2008

Caixa Central

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 1

ÍNDICE

CONSELHO GERAL E DE SUPERVISÃO

Relatório do Conselho Geral e de Supervisão 5

Proposta de Aplicação dos Resultados 12

I. ENQUADRAMENTO MACROECONÓMICO

1. Economia Mundia l 14

2. Economia Portuguesa 23

3. Mercados Financeiros 30

4. Evolução e Perspectivas do Mercado Bancário 38

II. EVOLUÇÃO DA CAIXA CENTRAL

Referência Introdutória 43

Factos mais Relevantes da Actividade da Caixa Central em 2008 44

1. Análise Financeira

1.1. Demonstração de Resultados 50

1.2. Estrutura do Balanço 55

2. Evolução do Negócio da Caixa Central

2.1. Actividade Comercial 61

2.1.1. Depósitos e Outros Recursos 62

2.1.2. Evolução do Crédito 63

2.1.3. Meios Electrónicos de Pagamento 74

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2.1.4. Canais Complementares 79

2.1.5. Área Internacional, Emigração e Representações Exteriores 85

2.1.6. Novos Produtos e Campanhas 89

2.2. Actividade Financeira e Mercado de Capitais 93

2.2.1. Estratégia de Actuação na Área de Tesouraria 93

2.2.2. Caixas Associadas e Corporate Desk 96

2.2.3. Função Financeira no Grupo Crédito Agrícola 98

2.2.4. Controlo de Risco na Área de Tesouraria 99

2.2.5. Intermediação no Mercado de Capitais 100

2.3. Marketing 101

2.3.1. Nova Imagem 101

2.3.2. Outras Acções de Marketing 102

3. Áreas de Suporte, Enquadramento e Auditoria

3.1. Recursos Humanos e Formação 108

3.2. Organização e Processos 113

3.3. Meios Materiais e Logística 120

3.4. Auditoria Interna 124

3.5. Compliance 125

3.6. Controlo Interno 129

3.7. Provedor do Cliente 131

4. Supervisão, Acompanhamento e Fiscalização das Caixas Associadas

4.1. Enquadramento Geral 134

4.2. Políticas de Consolidação Económico-Financeira 135

4.3. Supervisão e Fiscalização das Caixas Associadas 137

4.4. Sistemas de Informação e Suporte 140

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5. Programa de Modernização

5.1. Programa de Apoio ao Negócio e Eficiência 143 5.2. Programa de Suporte ao Quadro Regulamentar 153 6. Demonstrações Financeiras 162

7. Proposta de Aplicação de Resultados 168

III. ANEXOS

1. Anexo ao Balanço e Demonstração de Resultados 170

2. Certificação Legal de Contas 233

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CONSELHO GERAL E DE SUPERVISÃO

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Relatório do Conselho Geral e de Supervisão

Exmos. Senhores

Presidentes e Representantes das Direcções

das Caixas Associadas,

De acordo com a alínea d) do Artigo 17º e a alínea h) do Artigo 22º dos Estatutos da Caixa

Central, o Conselho Geral e de Supervisão tem a honra de apresentar à Assembleia Geral, o

Relatório Anual e o parecer sobre o relatório de gestão e as contas do exercício findo,

elaborado pelo Conselho de Administração Executivo.

Gostaríamos de destacar, de modo especial, os seguintes pontos:

No exercício de 2008, já bem marcado, como sabemos, pelos efeitos da crise económica e

financeira internacional, a Caixa Central registou um resultado líquido de cerca de 5 milhões

de euros, o que, traduzindo uma retracção significativa em relação ao nível dos resultados

anuais do último quadriénio, é ainda de saudar, pois trata-se do sexto exercício consecutivo

em que a Instituição apresenta lucros. Assim, a Caixa Central prosseguiu, em 2008, o

percurso de consolidação financeira dos últimos anos, aspecto crucial dado o papel nuclear

da Caixa Central como ent idade cimeira do SICAM e do Grupo no seu todo.

Nos últimos seis exercícios, a Caixa Central realizou um lucro líquido acumulado de mais de

52 milhões de euros, o que lhe permitiu, sem aumentos de capital, reforçar os seus fundos

próprios de base, que passaram de 95,5 milhões de euros em Dezembro de 2003 para

146,7 milhões no fina l do exercício findo, já após o impacto da adopção das Normas

Internacionais de Contabilidade, que implicou a exclusão desses fundos do chamado

“Fundo para Riscos Bancários Gerais”.

A melhoria nas condições de exploração da Instituição também se reflectiu no valor dos

resultados transitados (negativos) que, com os lucros de 2008, ficam reduzidos a 70

milhões de euros, face ao valor de quase 130 milhões que ainda se registava no final de

2004.

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Os índices de solvência da Inst ituição evoluíram assim em sentido favorável, situando-se o

rácio de solvabilidade, no final de 2008, em 10,4% e tendo o rácio “Tier1”, relativo a

fundos próprios de base, atingido cerca de 6,7%. Recorde-se que o limite mínimo para este

rácio a partir de Setembro de 2009 é de 8%, de acordo com as instruções do Banco de

Portugal. É importante sublinhar que esta evolução foi conseguida sem necessidade de

solicitar às Caixas Associadas qualquer aumento de capital, uma vez que o último aumento

se concretizou em 2002. Tal criou, porém, condiciona lismos no tocante à política de crédito

da Caixa Central, obrigando a uma gestão apertada da carteira que poderá ter impedido a

sua diversificação e renovação, bem como o aproveitamento de oportunidades de negócio.

Note-se que, no mesmo período, a maioria dos bancos de primeira referência no nosso

sistema financeiro realizaram diversos aumentos de capital, alguns de grande magnitude,

como forma de sustentar a expansão do negócio.

É também de referir que a Caixa Central, como opção de gestão, procedeu igualmente, ao

longo dos últ imos anos, a um reforço sistemático de provisões, para além do exigido pelos

normativos aplicáveis, de forma a precaver-se para riscos potenciais na carteira de crédito e

outras contingências, prudência que dá a lguma margem à Caixa Central no contexto da

actual crise económica e financeira, caso venha a ocorrer, como se receia, um agravamento

dos índices de incumprimento, em resultado do aprofundamento da actual crise económica.

Durante o exercício de 2008, apesar do surgimento de maiores dificuldades nalguns

dossiers de crédito, a Caixa Central optou por manter intactas as reservas de provisões

constituídas ao longo dos exercícios anteriores e conseguiu ainda reforçá-las, embora em

termos menos expressivos que no passado recente.

Face às condições descritas, a prioridade da Caixa Central na área do crédito incidiu nos

últimos anos na gestão da carteira existente, com particular enfoque nas situações de

maior risco aparente, de modo a melhorar a qualidade e a estabilidade da carteira. Na

verdade, verificou-se mesmo, em 2008, como já ocorrera em 2007, uma retracção no valor

total da carteira, de quase 3,3%, se se excluir o papel comercial, em grande medida

resultante da diminuição do crédito agenciado, cujo valor passou de 641 milhões de euros

no final de 2007 para apenas 561 milhões em Dezembro de 2008, após já ter registado

uma contracção de 92,5 milhões em 2007. Esta evolução mostra bem que o modelo de

comissionamento existente até há pouco se encontrava esgotado e que se tornava

imperioso tornar o regime de comissionamento mais aliciante para as Caixas, o que

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entretanto se concretizou, como foi divulgado no passado mês de Dezembro, através da

intranet do Grupo.

No entanto, apesar da diminuição do valor globa l da carteira de crédito, que naturalmente

prejudica o rácio de crédito vencido, e da maior incidência de incumprimentos, que age no

mesmo sentido, a Caixa Central conseguiu manter em 2008, no final do exercício, um rácio

de crédito vencido a mais de 90 dias de apenas 2,5%, nível que traduzindo um

agravamento em relação ao nível historicamente baixo de 2007, se mantém em patamar

aceitável. Para tal contribuiu significativamente o facto de a Caixa Central ter desenvolvido,

durante o ano de 2008, uma actividade sistemática de recuperação e de acompanhamento

dos dossiers mais complexos, na sequência da criação de uma estrutura orientada em

exclusivo para essa actividade, que permitiu que o trabalho nesta área se fizesse com maior

agilidade e eficácia, com elevada percentagem de créditos recuperados extra-judicialmente.

Apesar da evolução positiva dos últimos anos, todos desejamos que a Caixa Central possa

atingir sustentavelmente níveis mais elevados de rentabilidade, através da expansão da sua

actividade comercial, alargando a sua presença nos grandes centros e diversificando a sua

base de clientes. Este é um grande desafio que temos de assumir para o futuro no

respeitante à Caixa Central, e que se cruza também com a separação estratégica que se

pretende implementar, no conjunto das actividades que a Inst ituição hoje em dia

desenvolve, entre o que constitui negócio próprio e aquilo que são actividades de

supervisão e de orientação, e de prestação de serviços às Caixas Associadas.

A expansão da rede da Caixa Central, que actualmente conta com nove Balcões em Lisboa

e no Porto, o que é reconhecidamente ainda pouco, é um dos requis itos para a dinamização

da actividade comercial, com particular relevância para o negócio de retalho, o qual tem

expressão presentemente diminuta na Instituição e deve ser incrementado, quando a

conjuntura económica o permitir, tendo em conta a maior estabilidade que o crescimento

do seu peso relativo trará ao negócio e à conta de exploração da Caixa Central. A evolução

em 2008 mostra, porém, que a cr iação e a dinamização da área comercial de particulares

da Caixa Central já apresenta resultados de interesse, tal como transparece do crescimento

em 17,3% do crédito à habitação (directo), que passou de cerca de 74 milhões de euros

em 2007 para 87 milhões no termo do exercício de 2008 - após um crescimento em 2007

que já fora da ordem de 22%. Nos depósitos de clientes observou-se igualmente um

incremento significativo, de 17,6 %, passando de 228 milhões no final de 2007 para

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268 milhões de euros no fecho do último exercício.

O Conselho Geral e de Supervisão seguiu, em 2008, em conjunto com a Direcção da

FENACAM, o processo de revisão do Regime Jurídico do Crédito Agrícola Mútuo, a que

atribui importância fundamental, pois o regime actual, como todos sabemos e sentimos no

quotidiano da actividade das nossas Caixas, com as restrições que comporta, para além de

se encontrar completamente desajustado da dinâmica da economia e da sociedade

portuguesa, coloca o Crédito Agrícola em significativa desvantagem concorrencial face aos

outros bancos, que têm reforçado a sua presença nas zonas tradicionais de actuação das

Caixas. Não se reconhece qualquer fundamento lógico para a diferenciação existente – que

já não se verifica em nenhum dos outros países em que existem importantes bancos

cooperativos – e ela não encontra sequer qualquer compensação no plano fiscal, onde as

hipotéticas vantagens do nosso Grupo são cada vez mais irre levantes – também ao

contrário do que se passa noutros países, em que os bancos cooperativos desfrutam de

vantagens fiscais, em reconhecimento da importância de que se revestem para as

economias loca is.

Tal como mantivemos as Caixas Associadas informadas, o projecto de revisão do Regime

Jurídico mereceu já, com algumas a lterações, a aprovação do Banco de Portugal, que o

remeteu para o Governo, órgão a quem compete a sua aprovação em definitivo,

pretendendo o Conselho Geral e de Supervisão manter as diligências para que o processo

tenha o desfecho que desejamos.

Na actividade de 2008 merecem também realce os trabalhos que se inserem na

continuação do programa de modernização do Grupo, e na sua preparação para dar

resposta às novas e acrescidas exigências em matéria de reporte prudencial, trabalhos em

que a Caixa Central tem ela própria intervenção relevante. Neste exercício, continuaram a

pesar as iniciativas na área do risco visando a preparação do Grupo para o cumprimento

dos requisitos de Basileia II, onde se destaca a preparação do modelo de stress test – teste

de esforço – aplicável à situação consolidada do SICAM, o novo sistema de reporte de

controlo interno, e o modelo de determinação das imparidades no crédito da Caixa Central

e do conjunto das Caixas. Merece também re levo o arranque dos trabalhos para a

reestruturação e modernização da função contabilidade no Grupo, tendo em vista reforçar

os aspectos de controlo, a redução do risco operacional e o encurtamento dos prazos de

fecho, de modo a permitir ao Crédito Agrícola o cumprimento integral dos prazos

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regulamentarmente definidos para os reportes em base consolidada.

Ainda no âmbito do Programa de Modernização, o projecto SIBAL, desenvolvido no âmbito

do CA Serviços, merece especial relevância, e lamenta-se o grande atraso na sua execução,

exortando o Conselho Geral e de Supervisão os responsáveis do projecto, no plano técnico,

para que no mais curto prazo possível o SIBAL possa entrar em produção, dada o interesse

que se espera venha a ter para a melhoria da operaciona lidade dos Balcões.

A qualidade e a segurança dos sistemas de informação e bases de dados do Grupo constitui

hoje em dia uma preocupação maior, e o Conselho Geral e de Supervisão, na sequência da

criação do Centro de Dados Alternativos do Crédito Agrícola, fora da zona sísmica de

Lisboa, congratula-se com as informações das áreas técnicas relativas aos diversos testes

realizados para aferir os níveis de resposta e a fiabilidade do plano de continuidade do

negócio. Entendemos que a criação desta infraestrutura, e o desenvolvimento de todo o

complexo sistema de suporte que a envolve, constituiu sem dúvida, no plano técnico, uma

das mais importantes realizações do Grupo nos últimos anos.

O Conselho Geral e de Supervisão gostaria igualmente de manifestar o seu apreço pelo

processo de reestruturação e reorganização que continua a desenrolar-se ao nível das

Caixas Associadas, de que o movimento de fusões em curso, apoiado e dinamizado pela

Caixa Central, tem sido um dos factores impulsionadores. Este processo é da máxima

importância para a consolidação do SICAM, consolidação que tem ficado patente nos

resultados dos últimos exercícios, e que voltaram a ser amplamente positivos em 2008.

Com efeito, para as Caixas fazerem face à concorrência, cada vez mais aguda, que se

manifesta nos seus mercados, sobretudo do lado dos recursos, e se defenderem da entrada

de novos concorrentes, precisam de estruturas de gestão sólidas e profissionalizadas, o que

é favorecido por uma dimensão adequada, sem prejuízo de termos Caixas pequenas ou

médias com excelente desempenho.

Nas condições actuais do mercado bancário, em que os outros principais bancos mantêm a

necessidade de reforçar a sua liquidez, as Caixas enfrentam uma forte concorrência pelos

recursos perante níveis de taxas, oferecidas por outras instituições, que correspondem a

uma postura comercia l extremada. Temos de reconhecer que é provável que esta situação

se mantenha a inda por bastante tempo, sendo crucial, em tal contexto, defender a nossa

base de depósitos, mesmo que, num ou noutro caso, tal implique aceitar um sacrifício da

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rentabilidade. A base de depósitos, não tenhamos dúvidas, constitui a principal valia do

Grupo no quadro do s istema financeiro nacional.

Nesta conjuntura, a Caixa Central entendeu ser importante apoiar o esforço das Caixas

Associadas, através de um mecanismo assente num depósito especial, para permitir às

Caixas, dentro de determinados parâmetros, acompanharem, relativamente a clientes que

seja particularmente importante reter, as taxas oferecidas pelos concorrentes. Este

mecanismo implica a assunção pela Caixa Central de riscos de taxa de juro, e reflexos

negativos sobre a sua margem financeira, mas que se considerou serem de assumir numa

conjuntura em que, devido à profunda recessão económica internacional, se antevê que as

taxas no mercado interbancário se manterão em níveis historicamente baixos por um

período ainda longo.

Refira-se, no entanto, que a crise económica e financeira que atravessamos, ao obrigar os

bancos a uma postura mais prudente, selectiva e de contenção na sua política creditícia,

cria para o Grupo algumas oportunidades de negócio no lado do crédito, que poderemos

aproveitar, mas escrutinando bem as oportunidades, de modo a não aceitar riscos

desaconselháveis. Temos, aliás, que saber aferir os riscos no contexto da actual crise, dado

que a sensibilidade das diferentes empresas e sectores à recessão económica não é,

obviamente, homogénea. Com efeito, há empresas e actividades em que presentemente o

risco é s ignificativamente mais elevado do que era a inda há escassos meses atrás.

No contexto da actual crise bancária, o Crédito Agrícola é, como sabemos, o único, dos

principa is grupos bancários portugueses, que está em condições de desenvolver a sua

actividade creditícia sem especiais condiciona lismos, tendo em conta a sua confortável

situação de solvabilidade e, sobretudo, o reduzido rácio de transformação de recursos em

crédito, que no nosso caso pouco supera os 80%, contra níveis na generalidade das outras

instituições que ultrapassam, por vezes em muito, os 100%.

Esta mesma circunstância implica que o Crédito Agrícola seja o único grupo bancário em

Portugal com uma posição interbancária nit idamente credora, com créditos, em termos

líquidos, sobre outras instituições que excedem largamente os 1.500 milhões de euros. É

fundamental para o Grupo, no entanto, preservar, na actual crise, esta confortável situação

de liquidez, a qual constitui a base da nossa independência. Assim, a gestão do rácio de

transformação deve assumir uma cuidada atenção ao nível de cada Caixa e da Caixa

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Central, pois é um factor crítico nas presentes circunstâncias.

O reconhecimento da favorável situação do Grupo no contexto da actual crise levou, como

se sabe, à inclusão do Crédito Agrícola, através da Caixa Central, no consórcio bancário,

organizado pelo Banco de Portugal, para a concessão de um empréstimo de emergência,

com garantia do Estado, a uma instituição em dificuldade – assunto que foi amplamente

noticiado nos meios de comunicação socia l.

O Conselho Geral e de Supervisão junta o Relatório elaborado pelo Conselho de

Administração Executivo da Caixa Central, a que o Conselho Geral e de Supervisão dá

parecer favorável nos termos previstos nos Estatutos da Instituição, relatório que apresenta

com detalhe os principais aspectos da evolução da Caixa Central em 2008, quer no tocante

às actividades realizadas quer no respeitante às demonstrações financeiras e condições de

exploração. Junta-se igualmente a Certificação Legal de Contas.

Lisboa, 03 de Março de 2009

O Conselho Geral e de Supervisão

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 12

Proposta de Aplicação dos Resultados

Nos termos do Artigo 43º do Regime Jurídico do Crédito Agrícola Mútuo, e do Artigo 40º

dos Estatutos da Caixa Central, propõe-se, à Assembleia Geral, que o Resultado Líquido do

Exercício de 2008, um lucro de 5.056.334,75 Euros, seja inteiramente afecto à cobertura

dos prejuízos registados na conta de resultados transitados.

Lisboa, 03 de Março de 2009

O Conselho Geral e de Supervisão

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I. ENQUADRAMENTO MACROECONÓMICO

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1. Economia Mundial

A crise económica e financeira internacional desencadeada pelos incumprimentos nos

créditos à habitação “subprime” nos EUA e pelo colapso do sector imobiliário nesse país,

tem-se agravado de modo preocupante nos últimos meses, em especial depois da falência

do banco de investimento norte-americano Lehman Brothers, em meados de Setembro de

2008.

Para além de efeitos devastadores no sector financeiro, com numerosas instituições

financeiras de primeiro plano a carecerem de apoios públicos – num total de centenas de

milhares de milhões de euros – para cobrir vultuosos prejuízos e/ou para se refinanciarem,

a crise atingiu em pleno a economia real, em termos já particularmente evidentes na parte

final de 2008. Com efeito, a drástica contracção no crédito, provocada pela crise financeira,

veio ampliar o impacto recessivo do colapso do imobiliário, fazendo mergulhar as principais

economias desenvolvidas em acentuada recessão, e provocando paralelamente uma forte

quebra nos ritmos de crescimento que o conjunto dos países emergentes vinha

evidenciando.

2008 2009 2008 2009

Países Desenvolvidos

EUA

Japão

Zona Euro

Países em Desenvolvimento

China

Índia

Rússia

Brasil

Economia Mundial

Δ% Comércio Mundial

Evolução da Economia MundialTaxas de crescimento Δ% PIB

FMI Out. (a) FMI Jan. (b)

2005 2006 2007

2,5 3,0 0,5 1,02,6 1,5 -2,0

3,1 2,8 2,0 1,6 0,1 1,1 -1,6

1,9 2,4 0,5 -0,32,1 0,7 -2,6

1,5 2,8 2,6 1,3 0,2 1,0 -2,0

7,5 7,9 6,1 6,38,0 6,9 3,3

10,4 11,6 11,9 9,7 9,3 9,0 6,7

9,0 9,8 7,39,3 7,9 5,1

6,4 7,4 8,1 7,0 5,5 6,2 -0,7

2,9 3,8 3,5 5,85,4 5,2 1,8

4,8 5,1 5,0 3,9 3,0 3,4 0,5

7,5 9,3 4,1 4,17,2 4,9

(b) Update de Janeiro/2009

-2,8

Fon te: World Economic Outlook , com base nas paridades de poder de compra (a) Relatório de Outubro/2008

6,9

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 15

Assim, as projecções que, com bastantes reservas, o Fundo Monetário Internacional tinha

apresentado para a economia mundial ainda em Outubro de 2008, e que já apontavam

para uma quebra do crescimento económico na maioria dos países, ou mesmo decréscimos

absolutos, mostram-se já completamente ultrapassadas, sendo as perspectivas actuais

muito mais negativas. Na verdade, o crescimento projectado para a economia mundia l em

2009, de apenas 0,5% (que contrasta com uma expansão de 5,2% em 2007 e de 3,4%

ainda em 2008) significa que, pela primeira vez desde 1991, o rendimento per capita irá

decrescer a nível mundial. O decréscimo projectado, a confirmar-se, constitui igualmente a

mais forte retracção do produto nominal, ao nível dos países desenvolvidos, desde 1932, o

ano que marcou o ponto mais baixo da Grande Depressão do século passado. Note-se que

as novas projecções do FMI têm já em conta o esperado efeito de sustentação das

economias decorrente dos estímulos fiscais e das políticas monetárias expansionistas

adoptadas em diversos países para fazer face à crise.

Nos Estados Unidos, cuja economia começara a desacelerar já em 2007, o crescimento

económico agora estimado para 2008 é de apenas 1,1%, contra 1,6% ainda em Outubro,

nível que, a verificar-se, traduziria apenas uma moderada desaceleração em relação a

2007, o que seria explicado por uma evolução favorável das exportações americanas

induzidas pela depreciação do dólar em relação a diversas divisas. No entanto, as

exportações, depois de um período de evolução positiva, acabaram por se contrair, na

parte final do ano, em virtude da quebra na procura externa, tendo a economia americana

registado mesmo uma contracção, em termos anualizados, da ordem de 3,8% no último

trimestre.

O arrefecimento brusco da economia dos EUA abrange a generalidade dos sectores, sendo

porém particularmente afectados, para além do próprio imobiliário e dos serviços

financeiros, bem como sectores deles dependentes, todas as actividades produtoras de

bens e serviços de consumo de aquisição “adiável” e, naturalmente, também as produtoras

de bens de investimento, que numa economia moderna são, umas e outras, de longe

predominantes.

A retoma norte-americana é obviamente um factor chave para que a economia mundial

saia da actual crise, mas apresenta, nas circunstâncias actuais, aspectos de particular

complexidade, uma vez que o relançamento da procura agregada nos EUA tem de ser feito

em simultâneo com o restabelecimento gradual de níveis adequados de poupança dos

particulares e de redução do seu endividamento, e também redução do endividamento

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empresarial e recapitalização do próprio sector financeiro. Na verdade, como se sabe,

durante o boom a taxa de poupança dos particulares tinha descido, nos EUA, para

praticamente 0%, ou mesmo para valores negativos, e o endividamento empresaria l subira

também para valores record, dificilmente sustentáveis nas condições actuais. Assim, o

estímulo fiscal que a nova administração americana apresentou ao Congresso, apesar de

representar mais de 5% do PIB, poderá mostrar-se insuficiente para travar a evolução

negativa da economia, e terá de ser mantido ou reforçado nos próximos anos.

No que respeita à Zona Euro no seu conjunto, a estimativa para o crescimento em 2008 é,

nesta altura, de 1,0%, contra 1,3% há dois meses, o que denota também a severidade da

contracção económica no continente europeu, sendo várias as economias já em situação de

verdadeira recessão, como os números do 4º trimestre evidenciam: a Alemanha registou

uma contracção da actividade económica de 1,6%, a França de 1%, a vizinha Espanha de

0,7% e a Itália de 2,6%. No seu conjunto, a Zona Euro regrediu 1,5%, em termos

homólogos, no último trimestre de 2008. Fora da Zona Euro, registe-se a quebra verificada

no Reino Unido, de 1,8%. A projecção para 2009 tem sido, por sua vez, sucessivamente

revista em baixa, antevendo o FMI uma contracção do PIB de 2%, em linha com a previsão

da própria Comissão Europeia.

Fonte:The Economist

Apoio Finance iro a IFs, EUA 2008 109 USD

0 10 20 30 40

AIGCityGroup

Wells FargoJPM organ Chas e

CityGroupBank of America

Freddie M acM errill Lynch

Goldman SachsM organ Stanley

PNC Financial Service sUS Bancorp

GM ACCapital One Financial

SunTrust Bank s

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 17

A Alemanha, principal exportador mundia l e a economia de maior peso no conjunto da

Zona Euro e na UE, registou uma marcada desaceleração do crescimento já em 2008 –

crescimento de apenas 1,3%, contra 2,5% em 2007 – e deverá sofrer um acentuado recuo

em 2009 (da ordem de -2,5%). Esta evolução é em parte apreciável explicada pela

dependência em que a economia alemã se encontra da evolução do comércio internaciona l,

para o qual se projecta também para 2009 uma forte contracção: -2,8% em relação a

2008, o que contrasta com os crescimentos de 7% a 9%, que se verificaram ainda em anos

recentes.

No plano financeiro, a Alemanha, sem ter vivido ela própria uma bolha imobiliária, viu o seu

sector bancário ser abalado pela exposição directa, ou indirecta, ao mercado imobiliário dos

EUA e de outros países (aliás, o facto que, simbolicamente, marcou o início da crise

financeira a nível europeu foi protagonizado por uma instituição financeira alemã, o IFK,

que teve, em meados de 2007, de receber ajuda de emergência para solver os seus

compromissos). Os prejuízos registados pelos bancos alemães em virtude dessa situação, e

o aperto de liquidez resultante da secagem dos mercados de refinanciamento, conduziram

a uma contracção do crédito, criando um clima muito desfavorável à actividade produtiva,

que amplificou os problemas decorrentes da quebra da procura externa.

A evolução prevista para a economia espanhola é igualmente bastante negativa, apontando

as projecções do FMI para uma forte desaceleração em 2008 – crescimento de 1,2% contra

3,7% em 2007 – e para uma acentuada contracção em 2009, da ordem de 1,7%. A

Espanha, principal parceiro económico de Portugal, foi um dos países da Zona Euro em que

2008 2009 2008 2009

Zona Euro

Alemanha

França

Itália

Espanha

Portugal (c)

Fonte: (a) FMI, World Economic Outlook , Outubro (b) FMI, World Economic Outlook , Update Janeiro (c) Banco de Portugal

0,3 -1,6

-1,7

0,3 1,4 1,9 0,8 0,6

-0,2 1,23,7 1,43,6 3,9

-0,6 -2,1

-1,9

0,1 1,8 1,5 -0,1 -0,2

0,2 0,82,2 0,81,7 2,2

1,3 -2,5

-2,0

0,8 3,0 2,5 1,8 0,0

0,2 1,02,6 1,31,5 2,8

Evolução da Economia EuropeiaTaxas de crescimento Δ% PIB

FMI Out. (a)

FMI Jan. (b)

2005 2006 2007

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 18

a bolha imobiliár ia atingiu maiores proporções, com intensa actividade no sector da

construção e expansão do imobiliário durante quase uma década, a que esteve associado

um crescimento contínuo do PIB de mais de 3% ao ano, durante todo esse período. No

auge do seu boom imobiliário construíam-se em Espanha mais de 900.000 novas casas por

ano, pelo que a brusca travagem da actividade imobiliária induziu inevitavelmente um efeito

recessivo violento na economia, que no 4º trimestre de 2008 evidenciava já uma marcada

contracção, com o PIB a cair, em termos anualizados, perto de 5%.

Nos restantes países da Zona Euro, o panorama é semelhante, sofrendo todos uma vincada

desaceleração das suas economias em 2008, com contracção real na parte final do ano,

perspectivando-se para 2009 o aprofundamento da recessão em todos eles. Assim, na

França, o crescimento económico, que nos dois últ imos anos de 2006 e 2007 fora superior

a 2%, espelhando a recuperação que se verificava na Zona Euro no seu conjunto, terá

caído em 2008 para apenas 0,8%. As perspectivas para 2009 para a economia francesa

apontam para um decréscimo do produto de 1,7%. Na Itália, ter-se-á registado uma

regressão do produto já em 2008 (-0,6%), contrariando a ligeira recuperação que o país

vinha apresentando nos anos anteriores, e prevê-se uma queda de 2,1% em 2009. O caso

extremo na Zona Euro é o da Irlanda – país que a par da Espanha, do Reino Unido e da

Dinamarca, viveu um longo período de especulação imobiliár ia e de intensa actividade no

sector da construção - para o qual se prevê uma quebra da economia da ordem de 5% em

2009, seguindo-se a uma retracção já bastante forte em 2008.

No contexto da Zona Euro, apenas a Grécia e Malta escapam, perante as actuais previsões,

a uma contracção económica real em 2009, mas em qualquer destes países o crescimento

previsto é mínimo (+0,2% e +0,7%), e as projecções têm também vindo a ser corr igidas

em baixa.

Nos outros países da UE, não pertencentes à Zona Euro, verificou-se igua lmente em 2008

um marcado abrandamento do crescimento económico no Reino Unido, cuja economia terá

crescido apenas 0,7%, interrompendo a forte dinâmica que vinha apresentando em anos

recentes (+3% em 2007). A economia britânica encontra-se, entretanto, já em recessão,

devendo registar uma contracção de 2,8% em 2009. Em termos relativos, porém, os

decréscimos mais significativos no seio da UE ocorrerão nos países bálticos, projectando-se

para todos eles uma quebra do PIB de mais de 4%, que atinge quase 7% no caso da

Letónia. A nível europeu, a única sub-região para a qual se perspectiva crescimento

económico em 2009 é a do sueste europeu.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 19

A economia japonesa, que tinha entrado num processo de retoma depois de um longo

período de estagnação, também não escapa aos efeitos da actual situação depressiva,

prevendo-se uma contracção do produto já em 2008 – da ordem de 0,3%, que contrasta

com a expansão de 2,4% conseguida em 2007 – a qual se aprofundará em 2009 para -

2,6%, fruto da evolução negativa das exportações.

As restantes economias asiáticas, entre as quais a China e a Índia, e as economias

emergentes de outros continentes, algumas das quais importantes exportadores de

matérias primas industriais básicas, apresentaram um crescimento ainda robusto em 2008,

mas denotando, também, um significativo abrandamento, e as perspectivas para 2009 para

essas economias vão no sentido de um aprofundamento da redução do r itmo de

crescimento. Embora a expansão prevista para essas economias em 2009 seja ainda

notável – com excepção da Rússia, país para o qual se estima uma redução no produto – a

redução brusca do ritmo de crescimento é susceptível de criar problemas sociais e tensões

políticas em alguns países, em resultado do aumento do desemprego em áreas urbanas e

suburbanas.

Face a este panorama muito negativo, na generalidade dos países as autoridades têm

anunciado a intenção de adoptarem estímulos fiscais, visando o relançamento da procura

agregada e a redinamização das economias. No seio da União Europeia foi acordado em

Dezembro a adopção de um estímulo fiscal da ordem de 1,5% do PIB da região, ou seja,

de mais de 250 mil milhões de euros. Os estímulos anunciados têm, porém, tardado a

materializar-se na prática, dado que exigem, naturalmente, preparação prévia e

planeamento da sua execução. Tem-se verificado porém intervenções pontuais,

nomeadamente procurando acudir a empresas em dificuldade com relevância especial no

tecido económico.

Os estímulos fiscais, só por si, não lograrão porém relançar sustentadamente a economia

enquanto o sistema bancário dos diversos países não regressar a condições normais de

funcionamento, que possibilitem a retoma da actividade creditícia e o apoio bancário ao

desenvolvimento dos negócios. Assim, os programas públicos que têm vindo a ser

anunciados para combate à crise integram, como uma das suas principa is componentes,

um conjunto de medidas de apoio ao sector bancário, que de resto se tinham tornado

inevitáveis por razões de estabilidade sistémica. Os bancos centrais, por sua vez, têm,

como a mesma finalidade, alargado o leque dos instrumentos a que recorrem, incluindo

medidas de apoio financeiro directo ao sector empresarial, através da aquisição de dívida

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 20

emitida pelas empresas, como medida supletiva face à paralis ia dos mercados de crédito.

As dificuldades sentidas na generalidade das economias e a retracção da procura global e,

consequentemente, das vendas a que se tem assistido, com acumulação indesejada de

stocks em numerosos sectores, têm conduzido, como seria de recear, a um aumento

significativo do desemprego, que em alguns países atinge já proporções inquietantes.

Nos EUA a taxa de desemprego elevou-se do nível comparativamente baixo de 4,7% que se

observava em finais de 2007, para 7,2% em Novembro passado, um nível já bastante

elevado pelos padrões históricos embora ainda muito longe do que ocorreu na Grande

Depressão, em que o desemprego atingiu 25% da população activa. A perda líquida de

postos de trabalho nos EUA ao longo de 2008 de cerca de 2,5 milhões, tem vindo a

acelerar-se. Só em Dezembro foram suprimidos 524.000 empregos, em Novembro a cifra

fora de 584.000 e em Outubro de 423.000. Já em Janeiro de 2009, o número de empregos

perdidos foi de 598.000. Drástica igualmente é a evolução em Espanha, onde a taxa de

desemprego, em resultado do impacto directo da quebra do imobiliário, subiu de 8,1% em

Outubro de 2007 para 13,4% em Novembro, correspondendo a uma redução de mais de 1

milhão de postos de trabalho num único ano, e fazendo regressar a taxa de desemprego no

país vizinho aos níveis de dois dígitos em que se mantivera durante longos anos, e que o

boom iniciado há cerca de uma década fizera regredir.

No conjunto da Zona Euro o incremento do desemprego registado até ao momento, se bem

que significativo, apresenta-se mais moderado, subindo a taxa de desemprego de 7,2% em

Outubro de 2007 para 7,8% em Novembro passado. A situação mostra no entanto clara

tendência para se deteriorar.

2007 2008Estados Unidos 4,7 (Out.) 7,2 (Dez.)Japão 4,0 (Out.) 3,9 (Nov.)Reino Unido 5,4 (Set.) 6,1 (Nov.)Zona Euro 7,2 (Out.) 7,8 (Nov.)Espanha 8,1 (Out.) 13,4 (Nov.)Fonte: The Economist

Taxas de Desemprego (%)

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 21

Nos países emergentes verifica-se igualmente uma degradação significativa do mercado de

emprego que, no caso da China, afecta de modo especial os trabalhadores migrantes (130

milhões), dos quais se estima que mais de 15% percam os seus postos de trabalho e

tenham de regressar às suas regiões de origem, de acordo com fontes oficiais chinesas.

A nível globa l, a Organização Mundial do Trabalho teme que a recessão possa levar a um

agravamento do desemprego mundial, que poderá atingir 50 milhões de pessoas se a

situação económica continuar a agravar-se, como tem vindo a suceder. Em tal caso, o

desemprego à escala mundial subir ia para mais de 7% da força de trabalho.

O aprofundamento da recessão tem vindo também a cr iar o receio de que as principais

economias mergulhem numa situação de deflação – isto é, uma fase mais ou menos

prolongada de descida generalizada dos preços de bens e serviços por défice de procura -,

à semelhança do que se verificou no Japão durante praticamente toda uma década (anos

90 e primeiros anos deste século), e na generalidade das principais economias na altura da

Grande Depressão.

Na verdade, nos últimos meses assistiu-se a uma travagem brusca e à inflexão do surto

inflacionista que se estava a produzir na primeira metade de 2008, ligado à subida do preço

do petróleo bruto – que chegou quase a 150 dólares/barril a meio do ano – e de outros

produtos básicos, industriais e alimentares. Este surto inflacionista levou, inclusivamente, o

BCE, ainda pouco preocupado com a retracção da economia, a elevar a sua taxa de

referência, em Julho, para 4,25%, visando evitar a criação de expectativas inflacionistas

entre os agentes económicos e sociais, que comportariam o risco de desencadear uma

espiral inflacionista. Ora, a forte retracção na procura agregada e a subsequente

acumulação de stocks de bens, e diminuição de actividade nos serviços, conduziu com

velocidade surpreendente e preocupante a uma alteração desse estado de coisas, passando

o principal r isco a ser o de “deflação” em vez de “inflação”. A ocorrência de uma situação

de deflação, sobre o actual clima recessivo, seria um factor negativo adicional que viria

dificultar extraordinariamente a pretendida reanimação da actividade económica. Deve

porém notar-se que a acentuada descida da taxa de inflação a que se tem assistido nos

últimos meses é em parte explicada por um efeito de base, decorrente da alta do preço do

petróleo bruto e outros materiais básicos entre meados de 2007 e meados de 2008, não

sendo totalmente atribuível à retracção na procura global.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 22

Variações dos Preços Reais de Casas de Habitação (%)

-16

-12

-8

-4

0

4

8

12

Din

amar

ca

Nov

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Irlan

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Itália

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Cor

eia

do

Sul

∆% 2007∆% 2008 (1º semes tre)1

Fo nte : OCDE, FMI, INE (Inq uérito à Aval iaçã o Banc ária d a H abitaçã o)1 Varia ção em 2008: 1º seme stre, a nuali zad a, excep to Po rtugal que apresen ta a v ariaçã o efectiva entre Ja neiro e Setembro .

2007 2008 2009 2008 2009

Países Desenvolvidos 2,1 3,6 2,0 3,5 0,3

dos quais, Zona Euro 2,1 3,6 2,0 3,2 1,1 (a)

Países em Desenvolvimento 6,4 9,4 7,8 9,2 5,8Fonte: FMI, World Economic Outlook , Outubro e actualização de Janeiroa) Nível verificado em Janeiro, segundo estimativa do Eurostat. O BCE prevê a descida para níveis próximos de zero na parte inicial do ano, e alguma correcção para cima na parte final.

Taxas de Inflação Δ% IPCFMI Out. FMI Jan.

Variação do Preço de Casas de Habitação entre 1997- 2007 (%), não explicada por fundamentais

-15

-10

-5

0

5

10

15

20

25

30

35

Irlan

da

Reino Unido

Austrá

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Bélgica

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Cor

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Sul

Finlân

dia

Alem

anha

Áustria

Fonte: FM I

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 23

2. Economia Portuguesa

Neste ambiente de contracção e de recessão económica internacional, o desempenho da

economia portuguesa, que já se apresentava débil, foi prejudicado pela evolução negativa

nos principais mercados da nossa exportação, nomeadamente Espanha, Alemanha, França

e Reino Unido.

Com efeito, as exportações portuguesas em 2008 terão praticamente estagnado em termos

reais – variação de apenas 0,1% - evidenciando mesmo, nos últimos meses, quedas

sucessivas e crescentes. Assim, em Novembro as exportações caíram 20,6%, em valor e

em termos anuais, no caso dos mercados da UE, sendo de 27,5% o decréscimo nas vendas

para Espanha. Como as exportações para a UE representam 70% do total, o

comportamento ligeiramente positivo das vendas extra-comunitárias, com largo contributo

das exportações para Angola, não se mostrou capaz de compensar a forte redução nas

vendas aos nossos parceiros europeus.

Esta evolução das exportações nacionais dá bem a ideia da dimensão da crise económica

que se verifica à escala global e que condiciona de modo negativo o nível da actividade

económica no nosso país. A economia portuguesa deverá assim ter registado crescimento

nulo em 2008, corrigindo-se em baixa a anterior estimativa de apenas 0,3%, já de si muito

abaixo da estimativa inicial constante da proposta de Orçamento Geral do Estado para esse

ano, e também significativamente inferior à revisão posteriormente formulada, aquando do

OGE para 2009, de 0,8% (o crescimento em 2007 fora de 1,7%). Refira-se que as

previsões de certas instâncias internacionais eram já nessa altura claramente mais

desfavoráveis que as do OGE, coincidindo o FMI e a Comissão Europeia numa projecção de

apenas 0,1%, que acabou por se mostrar próxima da realidade.

As perspectivas para 2009 são ainda mais negativas, dado o acentuar da crise internacional

e a evolução adversa prevista para as exportações – a procura externa dirigida à economia

portuguesa poderá reduzir-se em 2,5%, com uma quebra de 3,5% na Zona Euro e de 0,3%

do conjunto dos restantes países, em resultado da retracção do comércio mundia l. Admite-

se assim que a economia portuguesa venha mesmo a registar uma contracção da ordem de

0,8% em relação a 2008, que se segue à quase estagnação já registada neste último ano.

A contracção da economia pode mesmo ir além dessa previsão, se a evolução das

exportações que é a variável crítica, for particularmente adversa – cenário que, neste

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 24

momento, não é possível de excluir. Note-se que o produto interno bruto português

apresentou, já no quarto trimestre de 2008, uma retracção muito pronunciada, de 2,1%, só

inferior na Zona Euro, à quebra evidenciada pela Itália. Com efeito, o comportamento muito

desfavorável das exportações é deveras preocupante, podendo pôr em risco a

sobrevivência de muitas empresas.

No entanto, um aspecto apesar de tudo posit ivo é o facto de não se ter produzido, no

nosso país, uma verdadeira bolha imobiliária, não tendo assim a retracção no sector da

construção um efeito tão imediato e tão severo sobre a economia como o que se verifica

noutros países – e nomeadamente na viz inha Espanha.

O consumo privado, ao registar um acréscimo de 1,2% em termos reais, foi a única

componente do PIB com evolução positiva em 2008, apesar do elevado endividamento dos

particulares, o qual já ronda os 130% do rendimento disponível.

O consumo público, que regredira em 2006 e se mantivera constante em 2007, volta em

2008 a mostrar uma lige ira contracção.

2008 2009Est Prev

Consumo Privado 1,1 1,6 1,2 0,4Consumo Públ ico -0,3 0,0 -0,3 0,2Form.Bruta Cap.Fixo -2,0 3,1 -0,8 -0,9Exportações 9,1 7,5 0,1 -4,4Importações 4,2 5,6 1,0 -1,3PIB 1,3 1,9 0,3(*) 0,8Contributos % Δ PIBProcura Interna 0,3 1,6 0,7 0,2Procura Externa Líquida 1,0 0,3 -0,4 -0,9Balança Corrente e de Capital (%PIB) -8,7 -10,5 -9,2

Fonte: Programa de Estabilidade e Crescimento Actualização de Janeiro 2009

2006 2007

(*) Dados mais recentes publicados pelo INE apontam para crescimento nulo da economia em 2008.

Evolução da Economia PortuguesaTaxas de crescimento Δ% PIB

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 25

CGD 2.000BES 1.500BCP Millenium 1.500BANIF 50TOTAL 5.050Fonte: PEC, actualização Janeiro/09

Empréstimos com garantia do Estado emitidos por instituições financeiras

nacionaisvalores em milhões de euros

Particularmente decepcionante tornou a ser o comportamento do investimento, com nova

quebra em 2008, da ordem de 0,8%, não tendo portanto continuidade a recuperação que

se esboçara em 2007, sendo tal evolução resultante de forte queda no investimento

residencial e de uma quase estagnação no investimento empresarial. O comportamento da

FBCF em 2008 reflecte, naturalmente, no sector empresarial, as incertezas sobre a evolução

dos mercados e as expectativas negativas na maioria dos sectores, e no tocante aos

particulares a descida dos seus níveis de confiança sobre a evolução da economia e,

durante parte de 2008, a subida do custo do crédito e a maior se lectividade por parte das

instituições.

A quase estagnação do PIB em 2008 foi acompanhada de um contributo negativo da

procura externa líquida (-0,4%), uma vez que as importações, embora registando uma

forte desaceleração, ainda aumentaram, em termos reais, 1%.

Esta situação fez subir o défice externo da economia portuguesa em 2008, medido pelas

balanças corrente e de capital, para 9% do produto interno bruto, contra 8,2% em 2007,

implicando tal facto um aumento do endividamento do país perante o exterior - apesar da

estagnação do investimento e da melhoria dos termos de troca em re lação ao exterior, na

segunda metade do ano, resultante da descida do preço do petróleo bruto.

Os volumosos montantes de financiamento externo necessários para a cobertura deste

défice têm de ser conseguidos no exterior pelos bancos nacionais, numa conjuntura dos

mercados em que tais financiamentos se tornaram mais difíce is e onerosos. As garantias

disponibilizadas pelo Estado à dívida emit ida pelos bancos são, neste contexto, uma

condição sine qua non para o

financiamento da própria economia

portuguesa. Ate à presente data foram

emitidos quatro empréstimos com

garantia do Estado, num montante total

de cerca de 5 mil milhões de euros.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 26

Apesar da evolução desfavorável da economia, o défice das contas do sector público

reduziu-se, de acordo com o PEC- Janeiro/2009, de 2,6% em 2007 para 2,2% em 2008,

tendo sido determinante para tal evolução o contributo das receitas públicas, sendo

inexpressivo o efeito da redução da despesa. Quanto ao valor da dívida pública em relação

ao PIB, o rácio respectivo subiu de 63,6% em 2007 para 65,9% em 2008.

Em termos comparativos com os outros países da Zona Euro cujas finanças públicas se

apresentam mais pressionadas, o peso da dívida pública no PIB é, em Portugal, superior ao

que se verifica na Espanha e na Irlanda e bastante inferior aos níveis que se verificam nos

casos da Grécia e da Itália, países em que a dívida pública está próxima do valor do PIB

(caso do primeiro) ou até já o ultrapassa (segundo).

Em virtude de a evolução desfavorável da actividade económica em 2008 se ter sobretudo

centrado nos últimos meses, o nível médio da taxa de desemprego para o conjunto do ano

não indicia um agravamento em relação a 2007, notando-se inclusivamente uma redução

no valor desse indicador, que se terá s ituado em 7,6% em 2008 (valor médio do ano)

contra 8,0% em 2007.

Défice Público em % do PIB

-6,0%

-3,9%

-2,6%-2,2%

-3,9%

2005 2006 2007 (E) 2008 (P) 2009 (P)

2007 2008 2009Saldo Global do Sector Público -2,6 -2,2 -3,9

Dívida Pública

Fonte: PEC, Janeiro 2009

Evolução das contas públicas(% do PIB)

63,6 65,9 69,7

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 27

A inflação, por sua vez, que durante a parte final de 2007 e os meses iniciais de 2008

exibia, de modo semelhante ao que se verificava no conjunto da Zona Euro, uma tendência

marcada de subida, em resultado, fundamentalmente, da alta do preço do petróleo e de

outros produtos básicos, inflectiu a sua trajectória a partir de meados de 2008, uma vez

que a quebra da procura nos mercados internacionais, a par das expectativas de recessão

económica, interrompeu o processo de subida dos preços desses produtos e desencadeou

mesmo uma acentuada descida. Deste modo, para o conjunto do ano de 2008, o nível

média da inflação, aferido pelo índice de preços no consumidor, acabou por se manter

quase invariante em relação a 2007, embora com distribuição temporal bastante

diferenciada: em 2008, taxas de inflação homólogas superiores a 3%, e mesmo próximas

de 4%, nos primeiros três trimestres (trimestre sobre trimestre) e de 2,3% no último; em

2007, taxas de inflação abaixo de 2% nos três primeiros trimestres, e de quase 3% no

quarto.

Como já se referiu, as perspectivas para a economia naciona l para 2009 são, à semelhança

do que se projecta para um grande número de países, bastante negativas, correspondendo

a última previsão (PEC-Janeiro /2009), que aponta para um decréscimo do PIB de 0,8%, a

um cenário de acentuada recessão, mas que poderá a inda ser mais negativo.

2007 20081º trimestre 1,9 3,42º trimestre 1,9 3,53º trimestre 1,9 3,84º trimestre 2,9 2,3

Outº 3,2Novº 2,1Dezº 1,6

(Índice harmonizado de preços no consumidor)

Fonte: Banco de Portugal Indicadores de Conjuntura, Janeiro 2009

Evolução trimestral da Inflação(Δ% IPC)

2008 2009Est Prev

Taxa de desemprego (%) 8 7,6 8,5

Inflação Δ% IPC

Fonte: PEC, Janeiro 2009

2,5 2,6 1,2

Taxa de Desemprego e Inflação

2007

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 28

O principa l factor que explica esta evolução negativa é o comportamento das exportações,

para as quais se espera uma quebra pronunciada, de 4,4% em termos reais, num contexto

em que se antevê um crescimento muito moderado do consumo privado – de apenas 0,4%,

quando em 2008 a inda terá crescido 1,2% -, e em que se admite como provável que o

investimento continue em queda, diminuindo 0,9% em relação a 2008, ano em que, como

vimos, já se registara uma baixa em relação a 2007, que acabou por ser o único dos

últimos sete anos em que se verificou uma subida significativa nesta componente do

produto - a qual desempenha, como se sabe, um papel chave no processo de crescimento.

Na verdade, o magro crescimento económico conseguido pela economia portuguesa nos

últimos anos acabou por basear-se, essencialmente, na expansão do consumo privado, e

pontualmente em aumentos das exportações, que acabaram por não se mostrar

sustentáveis.

A queda da actividade económica em 2009 terá inevitavelmente repercussões na taxa de

desemprego, para a qual se estima um forte agravamento, devendo atingir 8,5% da

população activa. Esta é, naturalmente, a principal causa da evolução muito mais moderada

que se prevê para o consumo privado, uma vez que, para além do impacto adverso

imediato do desemprego no consumo dos desempregados, há o efeito indirecto do

agravamento dos níveis de confiança que se exerce sobre as decisões de consumo da

generalidade da população.

A inflação, prolongando a tendência já observada nos últimos meses de 2008, deverá

continuar a descer na metade inicial de 2009 para níveis abaixo de 1% - em parte, aliás,

devido ao efeito base de os preços no primeiro semestre de 2008 terem registado forte

Formação Bruta de Capital Fixo

-4,9%

-9,8%

0,9%

-2,7%-2,0%

3,1%

-0,8% -0,9%

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 (E) 2009 (P)

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 29

subida – podendo inflectir a sua trajectória na segunda metade, projectando-se assim que a

taxa média de subida dos preços do consumidor em 2009 fique em torno de 1,2%.

A nível das contas públicas, a contracção do produto interno bruto acarretará uma redução

das receitas do Estado e uma subida automática de certas despesas (v.g., subsídio de

desemprego). Este facto, só por si, já seria de molde a agravar o défice das contas

públicas, situação que ainda se acentua com os estímulos fisca is à economia que o Estado

irá adoptar, no sentido de tentar limitar a amplitude da recessão e de induzir,

ulteriormente, a recuperação da actividade económica. Deste modo, o défice público deverá

subir em 2009 para 3,9%, regressando ao nível de 2006, sem contar com as

responsabilidades cont ingentes ligadas às garantias concedidas a instituições f inanceiras.

Embora esse défice ultrapasse o limite consignado no Pacto de Estabilidade e Crescimento,

os acordos estabelecidos a nível europeu visando o relançamento das economias permitem

essa situação. A dívida pública atingirá, em resultado da subida do défice, quase 70% do

produto interno bruto.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 30

3. Mercados Financeiros

Também na área financeira, o ano de 2008 foi marcado pelo aprofundamento da crise que

se começara a desenhar a partir do final do 1.º semestre do ano anterior. A incerteza

quanto à dimensão dos designados activos tóxicos residentes nos balanços das Instituições

de Crédito e ao seu impacto nos resultados e solidez financeira destas acabaria por

contaminar, indiscriminadamente, todos os mercados que experimentaram uma volatilidade

sem precedentes. Assistiu-se assim a uma crise de confiança dos investidores que

deslocaram massivamente as suas aplicações para as classes de activos percepcionadas

como de menor r isco, designadamente as obrigações de dívida pública das maiores

economias avançadas, ao mesmo tempo que contribuíam para rarefazer drasticamente a

liquidez dos restantes mercados. Este quadro acabaria por afectar profundamente, em

particular, o funcionamento dos mercados interbancários, não obstante as injecções

continuadas de fundos pelos Bancos Centrais e Governos da generalidade dos Países,

situação que atingir ia o clímax nos meses de Setembro e Outubro no seguimento da

falência do Banco Lehman Brothers. Esta, pondo de per s i em questão a presunção de

suporte por parte das Autoridades Públicas a todas as Inst ituições com relevância s istémica,

ocasionou uma aceleração pronunciada dos níveis de ansiedade do mercado que se

manteve, pese embora o imediato emendar de mão das autoridades norte-americanas ao

apoiarem a seguradora AIG, em grandes dificuldades, praticamente logo no dia seguinte.

Não obstante o desenvolvimento progressivo da crise financeira, a verdade é que,

particularmente ao nível da Zona Euro, é possível verificar uma clara inversão da política

macroeconómica adoptada pelas autoridades públicas apenas no terceiro trimestre de

2008.

No primeiro semestre, a despeito dos sinais de abrandamento económico provenientes

sobretudo dos Estados Unidos da América, a orientação dominante, tanto do Banco Central

Europeu como da Comissão Europeia, continuava centrada no combate à inflação e na

contenção da despesa pública. Assim, ainda em Julho, o BCE aumentou a sua taxa de

referência de 4,00% para 4,25% em resposta a uma subida pronunciada do preço do

petróleo e das demais matérias primas que se verificou nos primeiros meses do ano, numa

altura em que a Reserva Federal dos EUA, após várias descidas sucessivas, já tinha

reduzido a taxa dos fundos federais para apenas 2%, que contrasta com os 5,25% em que

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 31

se situava em meados de 2007, antes da eclosão da crise. Aliás, a Reserva Federal desceu

a sua taxa de referência logo no início da cr ise em Setembro de 2007, em 0,5%, e

prosseguiu incessantemente as revisões em baixa, processo que culminou com a sua

fixação numa banda entre 0% e 0,25%, o que na prática corresponde a uma taxa de 0%.

No início do segundo semestre tornou-se evidente que o cenário de crise não era exclusivo

dos EUA e que esta iria afectar fortemente todos os principa is blocos económicos, com

contracção na actividade económica a nível mundial.

Entretanto, as descidas do preço das matérias-primas, e sobretudo do preço do petróleo,

elas próprias explicadas pela retracção do crescimento económico, veio libertar o BCE da

fixação no controle do risco de inflação e levou-o a assumir, de forma mais activa, as

políticas de re lançamento económico, cuja necessidade era agora evidente. Assim, entre

Outubro e Dezembro de 2008, o BCE efectuou 3 cortes das taxas directoras, tendo estas

passado de 4,25%, para 2,50% no final do ano. Estes cortes vieram permitir uma rápida

redução das taxas Euribor que até então se encontravam muito pressionadas em alta. Entre

9 de Outubro e 31 de Dezembro de 2008 as taxas Euribor a 3 meses e 6 meses passaram

assim de 5,393% para 2,928% e de 5,448% para 3,000%, respectivamente.

Evolução da Euribor 3M e das Taxas Directoras da Zona Euro e dos EUA

A temerária hesitação das autoridades públicas norte-americanas na resposta às

dificuldades sentidas pelo Banco Lehman Brothers, que veio a culminar na sua falência, e o

extraordinário aumento da aversão ao risco que de imediato se fez sentir (o índice VIX,

0.00

1 .00

2 .00

3 .00

4 .00

5 .00

6 .00

01-01-2007 20-02-2007 11-04-2007 31-05-2007 20-07-2007 08-09-2007 28-10-2007 17-12-2007 05-02-2008 26-03-2008 15-05-2008 04-07-2008 23-08-2008 12-10-2008 01-12-2008

%

Euribor 3M BCE (TAXA RED ESCONTO) FED FUND S

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 32

indicador s intético da volatilidade nos mercados atingiria em 27 de Outubro um valor

histórico, de mais de 80%, quando no início da crise se s ituava em valores da ordem dos

10%) mostrou à evidência a urgência de uma resposta pragmática de todos os actores

políticos face à iminência de um colapso do sistema financeiro mundial. Foi assim posto em

prática um conjunto de medidas tendentes ao restabelecimento da confiança nos mercados

financeiros de modo a tentar conter no mínimo possível a transferência de toda a

turbulência que e les viviam para a designada “economia real”. Facilidades excepcionais de

liquidez, atribuição de garantias, tomada de participações por entidades públicas em

algumas instituições, e mesmo a nacionalização de outras foram algumas das medidas

adoptadas. Ultimamente, os bancos centrais têm considerado a adopção de medidas

expansionistas com incidência quantitativa directa e duradoura na base monetária.

Ainda em termos de política orçamental, em resposta ao severo abrandamento económico

foram suspensas temporariamente, na Zona Euro, as restrições sobre o défice público

decorrentes do Pacto de Estabilidade e Crescimento, de modo que os governos dos diversos

estados da Zona se pudessem substituir aos agentes privados na sustentação da procura,

limitando deste modo o impacto da retracção económica, especialmente ao nível do

emprego.

Os mercados de títulos de dívida pública reflectiram a degradação das condições e do

sentimento económico, tendo-se assistido ao longo do ano e, de modo particular, no

segundo semestre de 2008, a uma descida progressiva das yields1 e a uma subida

pronunciada dos preços dos títulos, subida particularmente forte no caso dos títulos

alemães e americanos (com o sentimento de aversão ao risco a atingir níveis máximos

chegou a assistir-se à situação quase absurda de cotações de Títulos do Tesouro

americanos implicando yields negativas).

Tão relevante como a evolução dos preços foi o movimento que se verificou ao nível dos

spreads da dívida dos diversos países da Zona Euro, nomadamente os spreads entre a

Dívida Pública Portuguesa, Grega, Espanhola, Italiana e Irlandesa e a Dívida Pública Alemã,

sendo esta a referência com maior liquidez da Zona Euro. Com o agravamento das

condições económicas, o mercado começou a incorporar nos preços, de forma cada vez

mais evidente, níveis de risco distintos entre a dívida dos diversos países da Zona Euro. A

1 Rendimento implícito

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 33

título exemplificativo, no final de 2008 o spread entre a dívida portuguesa a 10 anos e a

dívida alemã de igual maturidade ultrapassava já os 100 pontos base quando, em meados

de 2007 – antes da cr ise -, esse mesmo diferencial era de cerca de 20 pontos base. Este

alargamento de spreads, pelas questões que coloca ao nível da competitividade dos

diversos países, agora sem capacidade de iniciativa autónoma ao nível da definição da

política cambia l e monetária, a manter-se, poderá ser uma das principais questões a

debater a nível europeu, na esfera monetária, durante o ano de 2009.

Spreads Face à Dívida Pública Alemã a 10 Anos

Os mercados accionistas reflectiram em 2008 de forma muito evidente a rápida degradação

do sentimento económico, tendo registado um dos piores anos de sempre da história

financeira mundial tal como a conhecemos hoje. Com descidas superiores ou próximas de

50%, os mercados accionistas reflectiram, para além da já referida degradação do

sentimento económico, implicando perspectivas negativas para os resultados da

generalidade das empresas, o verdadeiro colapso vivido em alguns sectores, como o sector

bancário.

0.0 0%

0.2 5%

0.5 0%

0.7 5%

1.0 0%

1.2 5%

1.5 0%

01-01-20 07 20-02-200 7 11-04-200 7 31-05-200 7 2 0-07-200 7 0 8-0 9-200 7 2 8-1 0-200 7 1 7-1 2-200 7 0 5-0 2-2 008 2 6-0 3-2 008 15 -0 5-2 008 04 -0 7-2 008 23 -0 8-2 008 12 -10 -2 008 01 -12 -2 008

%

Spread Portugal - Alemanha Spread I tália - Alemanha

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 34

Evolução de Índices Accionistas de Referência (base 100 a 01/01/2007)

O impacto da crise sobre o balanço de muitos dos principa is bancos mundiais exigiu

reforços massivos de capital e, face à incapacidade de resposta ou indisponibilidade dos

seus accionistas, particularmente num contexto de pronunciadas desvalorizações bolsistas,

obrigou em muitos casos à injecção de capitais públicos com forte impacto negativo sobre o

valor de mercado das acções. Em paralelo, o valor da capitalização bolsista de grande

número de inst ituições bancárias, mormente as de maior relevo no s istema financeiro

internacional, reduziu-se drasticamente de modo quase inconcebível.

50

60

70

80

90

100

110

120

130

01- 01-2 007 2 0-0 2-2 007 11 -04 -20 07 31 -05 -20 07 20- 07- 2007 0 8-0 9-2 007 2 8-1 0-2 007 17 -12 -20 07 05- 02- 200 8 26- 03-2 008 1 5-0 5-2 008 04 -07 -20 08 23 -08 -20 08 12- 10- 200 8 01- 12- 2008

PSI 20 D J Euro STOXX 50 IBEX DJIA

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 35

Capitalização Bolsista dos Bancos (109 USD)

Os mercados de matérias-primas foram mais lentos que os mercados accionistas, mas nem

por isso menos brutais, a reflectir a profunda deterioração do sentimento económico. A

evolução do preço do petróleo pode ser tomada como caso paradigmático, tendo-se

assistido no primeiro semestre do ano, como já se referiu, a uma subida para máximos

históricos (muito próximo dos 150 USD por barril) e no segundo semestre a uma abrupta

descida (descendo os preços para níveis próximos dos 35 USD por barril, ou seja,

sensivelmente os que vigoravam antes do início da sua subida vertiginosa). Esta descida

resultou de uma forte contracção da procura mundial, não só como resultado da retracção

das economias ocidentais mas igualmente do forte abrandamento do nível de crescimento

das economias asiáticas, sobretudo a China.

Valor de Mercado a 20 de Janeiro de 2009Valor de Mercado no 2ºT de 2007

Fonte: J.P. Morgan, citando dados Bloomberg de 20 Janeiro de 2009

Valor de Mercado a 20 de Janeiro de 2009Valor de Mercado no 2ºT de 2007

Fonte: J.P. Morgan, citando dados Bloomberg de 20 Janeiro de 2009

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 36

Evolução do Preço do Petróleo

Também ao nível das matérias-primas agrícolas e dos metais se assistiu a uma inversão dos

preços, embora não tão pronunciada como no caso do petróleo. O ouro, beneficiando do

seu estatuto de activo de refúgio, acabou por ser uma excepção, tendo o seu preço,

conservando as subidas anteriores, registado variações de muito menor amplitude ao longo

do ano de 2008 - situação que igua lmente se verificou noutros metais preciosos.

Evolução do Preço de Produtos de base Agrícolas (base 100 a 01/01/2007)

O mercado cambia l acabou por reflectir em grande medida a evolução da política monetária

dos principais blocos económicos, com o Euro a apresentar uma apreciação, embora ligeira,

face ao Dólar, Iene e Libra, até ao final do mês de Julho e, posteriormente, com a inversão

3 0

5 0

7 0

9 0

11 0

13 0

15 0

01- 01-2 007 20- 02-20 07 1 1-04 -2007 31 -05- 2007 20- 07-2 007 08-09 -200 7 28 -10- 2007 17- 12-2 007 05-0 2-20 08 2 6-03 -200 8 15- 05- 2008 04- 07-2 008 2 3-08 -200 8 12 -10- 2008 01- 12- 2008

USD

Pet róleo

8 0

10 0

12 0

14 0

16 0

18 0

20 0

22 0

24 0

26 0

01- 01-2 007 20- 02-20 07 1 1-04 -2007 31 -05- 2007 20- 07-20 07 0 8-09 -2007 28 -10- 2007 17- 12-2 007 05-0 2-200 8 26 -03- 2008 15- 05-2 008 04-0 7-200 8 2 3-08- 2008 12- 10- 2008 01- 12-20 08

Trigo Milho Soja

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 37

da política do BCE, a apresentar uma contracção face ao Dólar e ao Iene (mais pronunciada

no caso desta última divisa). O Iene acabaria aliás por beneficiar do desfazer dos carry

trade, ou seja, posições cambiais que consistiam, como resultado do baixo nível das taxas

de juro no Japão, na conversão de Ienes em divisas para a realização de investimentos

nestas últimas de maior rentabilidade. Com o aumento da aversão ao risco, a liquidação

destes investimentos levou a divisa nipónica a transformar-se, circunstancia lmente, em

verdadeira moeda de refúgio. Face à Libra, a tendência para a apreciação do Euro no

primeiro semestre acentuou-se no fina l do ano, fruto da maior agressividade do Banco de

Inglaterra no corte das suas taxas e do esforço sem precedentes do Governo Britânico para

saneamento do seu sistema financeiro. A descida das taxas de juro de referência no Reino

Unido colocou-as no nível mais ba ixo de sempre (1%) nos 311 anos de história do Banco

de Inglaterra.

Evolução das Cotações Cambiais

(base 100 a 01/01/2007)

Nota: A subida das curvas denota apreciação do EURO

7 0

8 0

9 0

10 0

11 0

12 0

13 0

14 0

15 0

01- 01-2 007 20- 02-20 07 1 1-04 -2007 31 -05- 2007 20- 07-20 07 0 8-09 -2007 28 -10- 2007 17- 12-2 007 05-0 2-200 8 26 -03- 2008 15- 05-2 008 04-0 7-200 8 2 3-08- 2008 12- 10- 2008 01- 12-20 08

EUR/USD EUR/JPY EUR/GBP EUR/ CNY

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 38

4. Evolução e Perspectivas do Mercado Bancário

Perante o enquadramento descrito de crise económica e financeira e as condicionantes

enfrentadas pelas principais instituições bancárias, verificou-se uma contenção do crédito,

que no entanto incidiu sobretudo no segmento de particulares. Tal ocorreu quer no crédito

à habitação, que em Novembro/2008 evidenciava um crescimento, em termos homólogos,

de apenas 4,7% - o ritmo mais baixo de todos os últimos anos - quer no crédito pessoal,

onde se inclui o crédito ao consumo, cuja taxa de expansão também se reduziu (de 11,3%

em Dezembro/2007 para 7,2% em Novembro/2008). O crédito ao consumo continua a

representar apenas uma pequena parcela do endividamento dos particulares face ao

sistema financeiro, ficando o seu peso no total muito aquém do que se regista no crédito à

habitação.

No crédito a empresas não se notava, até Julho/2008, qualquer desaceleração (crescimento

de 12,2% em Julho/2008 contra 11,2% em Dezembro/2007), o que se explica, certamente,

pelo facto de as instituições financeiras não poderem, abruptamente, mesmo num contexto

de aperto de liquidez, deixar de continuar a apoiar as empresas suas clientes. No entanto,

nos últimos meses de 2008 é já visível algum abrandamento deste agregado do crédito, o

que pode resultar de uma quebra, em termos globais, quer da procura - fruto do ambiente

deprimido dos negócios, que leva as empresas a adiarem investimentos e outras despesas -

quer de uma maior contenção e selectividade na oferta por parte das instituições

financeiras.

Em parale lo com a referida evolução, verifica-se um generalizado aumento dos níveis de

incumprimento, que abrange todos os tipo de crédito, no sistema financeiro português,

fenómeno que se explica pelo elevado endividamento quer dos particulares quer das

empresas, e pelas acrescidas dificuldades económicas do tempo presente.

A recente descida das taxas Euribor, em resultado das diversas revisões em baixa das taxas

de referência do Banco Central Europeu, e das outras medidas decididas por essa

Instituição visando melhorar e desbloquear a liquidez no sistema bancário, poderão dar em

si mesmas um contributo para atenuar a subida do incumprimento, ao reduzirem a taxa de

esforço dos particulares e os encargos financeiros das empresas no caso de

responsabilidades com taxas indexadas. No entanto, o agravamento das condições

económicas e sociais pressiona inevitavelmente os índices de incumprimento.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 39

Numa conjuntura como a actual, a tendência para maior morosidade nas cobranças inter-

empresariais, alongando anormalmente o prazo de liquidação das dívidas entre si, é

também um factor que acabará por traduzir-se em maiores dificuldades na satisfação das

responsabilidades das empresas perante a Banca.

Contribui igualmente para este cenário o atraso nos pagamentos a empresas por parte do

Estado e das autarquias. As medidas recentemente anunciadas (Novembro/2008) pelo

Governo, visando reduzir os atrasos nesses pagamentos, inscritos no Programa de

Regularização Extraordinária de Dívida do Estado, se devidamente implementadas, ao

beneficiarem a situação de liquidez das empresas, permitirão, espera-se, atenuar este

problema.

Face ao nível elevado a que se situaram, nesse período, as taxas interbancárias (Euribor),

as taxas de juro médias, quer dos depósitos quer dos diferentes tipos de crédito, atingiram

também, no primeiro semestre de 2008, os níveis mais elevados de todos os últimos anos,

situação que se manteve nos últimos meses do ano, apesar da referida inflexão nas taxas

Euribor em consequência da política do BCE, que se iniciou a partir de finais de Agosto.

É de notar, em particular, que a remuneração média dos depósitos até 2 anos no s istema

bancário português – incluindo não só depósitos a prazo, mas também os depósitos à

ordem e contas de poupança - se situava, em Julho de 2008, em 3,83%, subindo em

Novembro par 4,09%. A remuneração destes depósitos ainda em Dezembro de 2005 era de

apenas 2,06%. Para além do efeito da subida da Euribor no período, é manifesto que a

remuneração destes depósitos incorporou o efeito da forte concorrência pelos recursos que

tem caracterizado o mercado bancário nos últimos tempos, em resultado dos

2004 2005 2006 2007 2008 2008 2008Dez Dez Dez Dez Julho Set Nov

Crédito a Empresas (**)

Crédito à Habitação

Crédito pessoal (Consumo,..)

(*) Com base nos saldos médios ajustados de operações de titularização(**) Sociedades não financeiras

Fonte: Banco de Portugal, Indicadores de Conjuntura, Jan/2009

9,7 8,7 7,24,4 4,5 10,1 11,3

12,2 12,0 11,4

10,5 11,1 9,9 8,5 6,7 5,8 4,7

2,5 5,0 7,1 11,2

Evolução dos Agregados de Crédito

Variação homóloga em %(*)

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 40

constrangimentos de liquidez, envolvendo, como é bem conhecido, a oferta de taxas acima

da Euribor por parte de algumas instituições na captação de depósitos a prazo.

Naturalmente, verificou-se igualmente um aumento na taxa de juro média dos diferentes

segmentos do crédito, mas que só no caso do crédito pessoal excedeu o verificado nos

depósitos.

No início de 2009, o efeito da descida das taxas de referência do BCE, a qual em Janeiro

registou nova revisão em baixa para apenas 2,0%, manifestou-se nas taxas interbancárias,

trazendo-as para níveis historicamente baixos.

Uma vez que grande número de contractos de crédito estão indexados a taxas Euribor,

sendo consequentemente as taxas de juro ajustadas, de modo automático, em baixa, a

margem financeira das instituições bancárias fica sob pressão, dado que o espaço para

descida das taxas passivas, num ambiente de taxas muito baixas, é bastante limitado.

Verifica-se assim que as instituições, como medida defensiva, têm procurado compensar

essa situação através dos spreads praticados em novas operações de crédito ou na

renovação de facilidades existentes.

O mercado bancário português, à semelhança do que ocorreu em muitos países, foi

afectado por algum nervosismo, em resultado da especulação sobre a solidez das

instituições, apesar de nos bancos portugueses não ter relevância a exposição aos

chamados “activos tóxicos” que estão no cerne da cr ise financeira.

2004 2005 2006 2007 2008 2008 2008 Dez-07 Jul-08Dez Dez Dez Dez Julho Set Nov a a

Nov-08 Nov-08

Depósitos até 2 anos

Crédito a Empresas (*)

Crédito à Habitação

Crédito pessoal (Consumo…)

Fonte: Banco de Portugal, Indicadores de Conjuntura, Jan/2009

0,24

(*) Sociedades não financeiras

0,28

7,6 7,68 8,07 8,75 9,07 9,24 9,31 0,56

0,09

3,78 3,73 4,79 5,51 5,71 5,86 5,99 0,48

0,26

4,31 4,41 5,39 6,15 6,41 6,47 6,5 0,31

3,83 3,99 4,09 0,512,04 2,06 2,72 3,58

Nível de Taxas de Juro Médias no Sistema Bancário

Δ p.p.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 41

Neste contexto, o Governo anunciou um conjunto de medidas, na linha dos programas

adoptados noutros países europeus – no que se procurou que fosse uma actuação tanto

quanto possível concertada –, visando a salvaguarda da estabilidade do sistema financeiro,

de que se destaca a subida em 3 de Novembro do limite da garantia de depósitos para

100.000 euros (o limite então em vigor era de 25.000 euros), concretizando a nível nacional

uma decisão do ECOFIN.

No mesmo sentido, haviam sido adoptadas em Outubro duas outras medidas visando

facilitar o refinanciamento das inst ituições bancárias portuguesas:

• Garantia extraordinária do Estado à emissão de dívida pelas instituições financeiras

com sede em Portugal (como se referiu no ponto 1.3. quatro instituições

financeiras portuguesas recorreram, entretanto, a esta garantia);

• Criação de um regime para o reforço dos fundos próprios de base de instituições

financeiras visando, em caso de necessidade, a consecução de níveis de

solvabilidade mais elevados (em articulação com a determinação do Banco de

Portugal estabelecendo em 8% o nível mínimo do rácio “Tier1”, com efeito a partir

de Setembro de 2009).

Numa conjuntura particularmente complexa para a actividade bancária, as instituições

financeiras portuguesas de maior re levância sistémica apresentaram resultados em 2008

que, embora em geral inferiores2 aos registados em 2007, nalguns casos significativamente,

se podem considerar ainda sólidos, não se tendo, entre nós, a situação quase dantesca

registada noutros países, com grandes bancos internacionais a anunciarem prejuízos de

milhares de milhões de euros, que por vezes se seguem a resultados já muito negativos

reportados em 2007.

Os resultados dos bancos nacionais foram afectados por imparidades em participações

financeiras e pela necessidade de reforço do provisionamento do crédito, num contexto de

condições de exploração em geral mais desfavoráveis.

Já perto do fim do ano, tornou-se necessária a acção dos poderes políticos para fazer face

às dificuldades cr íticas de duas instituições financeiras em situação muito particular, tendo

em vista evitar repercussões sistémicas.

2 C om uma única excepção, para além do caso do C rédito A grícola (SICAM)

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 42

II. EVOLUÇÃO DA CAIXA CENTRAL

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 43

Referência Introdutória

A Caixa Central registou em 2008 o sexto exercício consecutivo com resultados posit ivos

significativos, embora menores que nos anos mais recentes, ao mesmo tempo que manteve

a política seguida nos últimos anos de reforço de provisões prudenciais, prosseguindo assim

a consolidação financeira da Instituição.

Dadas as funções nucleares que cabem à Caixa Central como instituição cimeira do Grupo

Crédito Agrícola e do SICAM, esta orientação reveste-se naturalmente da maior importância

no contexto da actual crise financeira e económica em que os factores de risco se

apresentam significativamente acrescidos.

A par da prossecução da consolidação financeira, o exercício de 2008 fica assinalado pela

continuação do processo de reestruturação e de reorganização da Caixa Central, em que

avultaram os trabalhos relacionados com a preparação da instituição e do Crédito Agrícola

para o novo enquadramento de Basileia II, bem como para as maiores exigências em

matéria de controlo interno e de reporte prudencial.

Apesar da conjuntura adversa avançou igualmente em 2008 o processo de abertura de

Balcões da Caixa Central, visando particularmente reforçar a presença do Crédito Agrícola

nos grandes centros de Lisboa e Porto, e foi dinamizada a área comercial de empresas.

É de referir de modo especial a intensificação da campanha institucional e das

subsequentes acções de marketing do Grupo, em novo formato de “macro campanhas”

visando a maximização do impacto com base nos meios disponíveis.

Merece também destaque a estruturação da área de recuperação de crédito num Gabinete

autónomo, bem como a dinâmica de trabalho imprimida nesta área, permitindo a resolução

ou mitigação de factores de risco em diversos dossiers de crédito.

Finalmente, a participação do Crédito Agrícola, através da Caixa Central, num consórcio

bancário para a concessão de um empréstimo, com garantia do Estado, a uma instituição

financeira em dificuldades, foi igualmente um dos eventos de destaque do ano e, apesar do

montante envolvido não ser expressivo, testemunhou a confortável situação de liquidez que

o Grupo tem mantido no contexto da actual crise financeira.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 44

Factos mais Relevantes da Actividade da Caixa Central

em 2008

Na actividade da Caixa Central em 2008, destacam-se iniciativas na “transformação da

função risco”, na dinamização da actividade comercia l, na promoção da imagem do Grupo

Crédito Agrícola e reforço da sua notoriedade no mercado, na prestação de apoio às Caixas

em matéria organizacional e, de modo geral, na preparação da Caixa Central e do Grupo, e

em particular do SICAM, para responder às acrescidas exigências em matéria normativa,

nomeadamente as decorrentes do Acordo de Basileia II.

São assim de destacar:

Desenvolvimento Institucional

O desenvolvimento da plataforma de referência organizacional para o SICAM com o intuito

de fazer face às novas exigências, considerando as melhores práticas actuais e adoptando

ferramentas tecnológicas entretanto desenvolvidas.

A colaboração na estruturação de processos de fusão entre Caixas Associadas como veículo

de consolidação económico-financeira e reorganização estrutural do SICAM. Por via destes

processos o número de Caixas Associadas reduziu-se a 92 em Dezembro de 2008, tendo

ocorrido 6 fusões durante o exercício.

A criação do Departamento de Compliance e Informação de Gestão, na sequência da

instituciona lização da Função Compliance no Grupo, decorrente da obrigatoriedade de as

instituições de crédito disporem de um sistema de controlo interno que garanta o respeito

pelas disposições legais e regulamentares.

A operacionalização do Gabinete de Recuperação de Crédito, visando agilizar e tornar mais

eficaz o processo de recuperação de crédito em situação difícil ou já em incumprimento,

que teve actividade já bastante significativa durante o exercício de 2008.

A criação do Departamento de Consultoria e Organização (DCO) que resultou da

necessidade de especialização e concentração na componente organizacional do ex-

Departamento de Organização e Sistemas de Informação (DOSI).

O apoio na Certificação para a Qualidade de diversas Caixas Agrícolas garantindo, antes da

certificação, que estão implementadas as melhores práticas operacionais e organizaciona is.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 45

A segregação efectiva entre o negócio de Retalho (Particulares e Micro-Negócios) e Grandes

Empresas de que resultou a criação do Gabinete Comercial Empresas.

A criação do Gabinete do Provedor do Cliente que permitiu estabelecer os processos

comunicacionais que facilitam o exercício do direito de reclamação de clientes

(Particulares/Empresas) e garantam a respectiva resposta.

A continuidade dada ao projecto para reorganização da Função Contabilidade da Caixa

Central no que respeita ao Departamento de Contabilidade e Consolidação de Contas

(DCCC).

A prossecução do desenvolvimento da ferramenta informática DFOA on-line, que aumentou

a capacidade de acompanhamento à distância das Caixas Associadas, tornando disponível

informação atempada e adequada a um apoio mais eficaz à correcção de eventuais

desequilíbr ios patrimoniais e financeiros.

A promoção do 1º Encontro de Auditores no âmbito do Grupo CA com vista a fortalecer a

motivação e o espír ito de Grupo bem como a troca de experiências e divulgação das

“melhores práticas” em diversas vertentes.

A conclusão da fase de testes da plataforma de e-Learning do Crédito Agrícola, denominada

Sal@ctiva, com a realização do primeiro curso piloto.

Imagem, Notoriedade e Desenvolvimento do Negócio

Em termos de imagem, o Grupo CA em 2008 deu continuidade ao processo de evolução do

seu posicionamento como uma instituição moderna e próxima das pessoas.

No âmbito do Plano de Marketing do Grupo foram realizadas 15 Acções de Marketing das

quais as relativas ao Crédito à habitação, Crédito ao consumo e campanha CA & Companhia

foram divulgadas em formato de Macrocampanhas, ou seja, utilizando meios de grande

audiência.

A campanha multimédia com o slogan “Gosto de um Banco que pensa como eu” no âmbito

do crédito à habitação, voltou a contar com a presença de uma figura pública. Através da

associação da imagem do CA a Sílvia Alberto, que transmite grande sentido de

responsabilidade, confiança e bom gosto, conseguiu-se difundir uma imagem moderna e

dinâmica do Grupo CA, sempre atento aos seus clientes. Para além desta associação foi

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 46

também de grande relevância o patrocínio dos programas televisivos de grande audiência

como o “ Olha quem dança” e “O Sentido do Gosto”, onde a imagem do CA se destacou.

Relativamente aos meios electrónicos de pagamento refira-se o lançamento do Cartão CA &

Companhia, orientado para a captação de novos clientes e fidelização dos comerciantes

com conta no Grupo CA. Com o objectivo de cobrir as necessidades do segmento, foi

lançada uma oferta competitiva orientada ao comércio loca l, ancorada numa Oferta Base

que contempla o Serviço TPA, Cartão Comerciante e Cartão Cliente Final. A Oferta

Complementar inclui a Conta Negócio, Seguro de Saúde e Plano Poupança Reforma.

Foi ainda lançada a primeira Campanha de Distribuição de Depósitos Estruturados –

Depósito “Energia 24” – que permitiu a largar a gama de produtos de passivo à disposição

dos Clientes do Crédito Agrícola.

No que concerne ao desenvolvimento de novos canais complementares refira-se o

lançamento da Fase 2 do Serviço On-Line Empresas com a disponibilização de um vasto

leque de transacções, com vista a reforçar a relação comercial entre o Grupo CA e os seus

Clientes Empresa.

Por outro lado, nas zonas geográficas cometidas à Caixa Central, verificou-se a expansão da

Rede de Balcões da Caixa Central, que passou a contar com um total de 9 Balcões,

divididos entre Lisboa e Porto, o que constituiu um primeiro passo para incrementar a

presença nestes mercados urbanos, melhorar a prestação do serviço aos clientes do SICAM

e potenciar o crescimento do negócio no Retalho. Em 2008 foram inaugurados três Balcões

no Concelho de Lisboa (Damaia, Telheiras e Linda-a-Velha) e dois na cidade do Porto

(Antas e Pinheiro Manso).

Refira-se ainda a aposta na captação de negócio através do Partnership Banking com

aumento do número de protocolos firmados com “angariadores de negócio” e a

dinamização da comercialização dos produtos de intermediação, como forma de compensar

o esmagamento da margem financeira relativa aos produtos tradicionais pelas comissões

que lhe estão associadas.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 47

Enquadramento Regulamentar

A definição e desenvolvimento do novo sistema de reporte dos dispositivos de controlo

interno, para a Caixa Central em base individual, e para o Grupo em termos consolidados,

com especificações do modelo de reporte das CCAM, de acordo com o estabelecido no

Aviso 5/2008 do Banco de Portugal.

Na sequência da divulgação dos requisitos da Nova Central de Responsabilidades de Crédito

pelo Banco de Portugal em fina is de 2007, ao longo de 2008, e em parceria com a CA

Serviços, foram criadas as condições para a reformulação de todo o processo de reporte à

entidade de supervisão de acordo com os novos requisitos de informação.

Como resultado do Programa DMIF (Directiva de Mercados de Instrumentos Financeiros),

lançado ainda em 2007, foram implementados um conjunto de procedimentos, envolvendo

também uma componente de comunicação aos Clientes, de forma a que a prestação de

serviços de investimento em instrumentos financeiros pela Caixa Central se adequasse aos

requisitos da Directiva Comunitária.

O desenvolvimento do módulo de “stress test” para o Crédito Agrícola, iniciativa que se insere

no normativo regulamentar decorrente do Acordo de Basileia II, e que visa avaliar a

capacidade das instituições financeiras absorverem o impacto de choques hipotéticos sobre a

sua actividade.

O desenvolvimento de uma ferramenta para gestão de reportes, a disponibilizar ao SICAM no

primeiro semestre de 2009, que permitirá agilizar o processo de envio de informação e

contribuir quer para a coerência da informação a reportar quer para o cumprimento dos prazos

regulamentares.

Através da actividade do ‘grupo de trabalho SEPA’ do Crédito Agrícola, que se iniciou em

2007 e se prolongará até ao final de 2009, o impacto das alterações estruturais no mercado

de pagamentos europeu com a criação da SEPA (Single Euro Payments Area) já se faz

sentir no âmbito da Caixa Central, permitindo-lhe operar em condições de igual eficácia e

eficiência relativamente aos maiores bancos portugueses.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 48

Fundos Próprios

Conclusão da transmissão pela Caixa Central à CA SGPS da participação financeira na CA

Seguros, medida racionalizadora que permite economia de fundos próprios ao nível da

Caixa Central.

Tendo em vista o reforço dos Fundos Próprios da Caixa Central, foram emitidos 30 milhões

de euros de dívida subordinada, de prazo indeterminado.

Outros aspectos

A participação do Crédito Agrícola, através da Caixa Central, no consórcio bancário

constituído para a concessão de um empréstimo, com Garantia do Estado, a outra

instituição financeira em dificuldades, visando permitir-lhe a solvência de compromissos, e

desse modo evitar instabilidade sistémica.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 49

1. Análise Financeira

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 50

1. Análise Financeira

1.1. Demonstração de Resultados

As contas da Caixa Central referentes ao exercício de 2008 foram preparadas em

conformidade com as Normas Internacionais de Contabilidade Ajustadas (NCA), à

semelhança do que já havia ocorrido no exercício de 2007.

A Caixa Central obteve no exercício de

2008 um Resultado Liquido de 5.056

milhares de euros, que embora

evidenciando um decréscimo de 53%

relativamente aos 10.764 milhares de

euros conseguidos em 2007, mantém

a série de resultados positivos que se

tem alcançado nos últimos anos.

Este decréscimo é explicável pela relativa estagnação do produto bancário que se quedou

pelos 67.736 milhares de euros (contra

67.628 milhares de euros no exercício

anterior) revelando-se, assim, insuficiente

para compensar o aumento verificado nos

custos de estrutura e nas provisões do

exercício.

Das componentes do Produto Bancário

sobressai a Margem F inanceira a qual,

considerando o efeito directo dos juros

activos e juros passivos, se elevou de 50.720 milhões para 50.954 milhões de euros, ou

seja, um incremento de menos de 0,5%, com a seguinte decomposição:

unidade: milhares de euros excepto percentagens

Absoluta RelativaJuros Activos 192.669 219.667 26.998 14,0%Juros Passivos 141.949 168.714 26.765 18,9%Margem Financeira 50.720 50.954 234 0,5%

Amortização do prémio/desconto das obrigações 4.778 1.752 -3.026 -63,3%

Margem Financeira Corrigida 45.942 49.202 3.260 7,1%

2007 2008 Variação

Evolução dos Resultados Líquidos

5.0 56

10.764

2007 2008

Valores em milhares de euros

Produto Bancário

67. 629 67.736

2007 2008

Valores em milhares de euros

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 51

Verifica-se assim que os juros activos registaram um incremento de 14,0% em relação a

2007, proveniente sobretudo dos juros sobre instituições de crédito (+41%), que

compensou o fraco crescimento nos juros de clientes (+3,5%), e que nos juros passivos se

verificou um acréscimo de 18,9% - sobretudo devido ao maior volume de operações Repo

junto do BCE -, sendo no entanto a componente principal, como é sabido, os juros a favor

das CCAM, que registaram um incremento de 13%.

Integrando porém na Margem Financeira a amortização periódica do prémio/desconto de

obrigações, os encargos com juros são acrescidos em 2008 num montante de 1.752

milhares de euros, em comparação com um acréscimo, pelo mesmo motivo, de 4.778

milhares de euros em 2007, conduzindo a que a Margem F inanceira, de acordo com as

IFRS, se tenha elevado de 45.942 milhares de euros em 2007 para 49.202 milhares de

euros em 2008, ou seja, uma variação de 7,1% (+3.260 milhares de euros).

Embora os juros de operações de crédito concedido a clientes sejam a parcela mais

representativa do total de juros recebidos, a evolução deste agregado foi fortemente

influenciada pelo aumento do valor dos juros provenientes de aplicações em IC e de papel

comercial com garantia bancária (mais 41% que em 2007), enquanto que a evolução dos

juros pagos é explicada pela remuneração dos excedentes de tesouraria das Caixas

Associadas (mais 0,46 p.p. em média que no ano anterior) na Caixa Central e pela tomada

de fundos no mercado institucional de Repos. Continua a ganhar peso a remuneração dos

recursos de clientes.

A Taxa da Margem Financeira, indicador que reflecte a rentabilidade do Activo Financeiro,

registou uma ligeira diminuição. A contracção foi mais acentuada na margem entre a taxa

média das aplicações e a taxa média dos recursos, que desceu de 1,21% para 1,13%.

No tocante ao saldo de comissões, a Caixa Central registou um acréscimo de 1.170

milhares de euros entre 2007 e 2008, ou seja 8,7%.

2007 2008 Δ p.p.Taxa Média das aplicações 4,81% 5,29% 0,48 em IC 4,17% 4,92% 0,75 em crédito 5,58% 6,05% 0,47 em titulos 4,17% 4,76% 0,59Taxa Média de Recursos 3,60% 4,16% 0,56Spread 1,21% 1,13% -0,08Taxa da Margem Financeira 1,26% 1,23% -0,03

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 52

Composição do Produto Bancário

67,9%

72, 6%

20 ,0%21,7%

0,0%

-1 ,7%

7, 4%12 ,1%

-20%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

2007 2008

Ma rgem F inanceir a Comissõe s LíquidasResu ltados de Oper açõe s F ina nceir as Out ros Prove itos LÍqu ido s

Nas outras componentes do Produto Bancário, verificaram-se perdas líquidas em Resultados

de Activos Financeiros e uma redução importante nos Outros Proveitos Líquidos, que

actuaram em sentido contrário, quase anulando o crescimento no Produto Bancário.

As perdas registadas em operações

financeiras traduzem, em parte,

resultados desfavoráveis em

algumas aplicações, que remontam

ao exercício de 2003, em resultado

do impacto da crise financeira.

Apesar de provisionadas já em

2007 essas perdas tiveram, a nível

do Produto Bancário, impacto em

2008.

No tocante aos Outros Proveitos Líquidos, a redução ocorrida em 2008 decorre

essencialmente de, em 2007, terem incidido nessa rubrica ganhos de carácter

extraordinário, com a transmissão para a CA SGPS, com neutralidade fiscal, das acções

detidas pela Caixa Central nas seguradoras do Grupo, ganhos que no entanto não se

reflectiram nos resultados desse exercício, tendo sido canalizados quase integralmente para

provisões extraordinárias.

Regista-se igualmente na área financeira que a Caixa Central realizou um ganho em

contratos de futuros, no exercício de 2008, de cerca de 800 milhares de euros, contratos

cuja função era, no entanto, de mera cobertura do valor das Obrigações do Tesouro.

Os custos de estrutura, apesar de manterem a tendência de crescimento verificada nos

últimos anos, apresentaram uma diminuição de 2 p.p. face ao aumento verificado em 2007.

Essa variação dos custos de estrutura é explicada em cerca de 63% pelo aumento dos

Custos com Pessoal (mais 11% do que em 2007), que se ficou a dever essencialmente ao

Valores em milhares de euros excepto percentagens

absoluta relativaCustos Com Pessoal 20.162 22.385 2.223 11,0%Gastos Gerais Administrativos 19.916 21.078 1.162 5,8%Amortizações 1.138 1.312 174 15%Custos de estrutura 41.216 44.775 3.559 9%

Variação NCA2007 2008

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 53

aumento do número de efectivos visando o desenvolvimento da actividade comercia l e a

abertura de novos Balcões, bem como ao reforço de áreas de apoio ao SICAM (Auditoria

Interna, Compliance, Marketing, Organização, etc).

Os Gastos Gerais Administrativos, por sua vez, cresceram 5,8% em relação a 2007. Esta

variação deve-se igualmente ao alargamento da rede de Balcões da Caixa Central, de cinco

para nove Balcões, nomeadamente no que se refere às rendas associadas às novas

instalações. Há igualmente a registar o aumento dos custos suportados pela Caixa Central,

em valor absoluto, no que respeita ao Orçamento de Marketing do Grupo CA, e o

desenvolvimento de projectos informáticos e sistematização de procedimentos relativos a

necessidades de negócio e aos crescentes requisitos regulamentares (modelo de stress test,

DMIF, novo sistema de controlo interno, …).

No que se refere às amortizações, a sua evolução está associada principalmente à

expansão da rede de Balcões.

Valores em milhares de euros excepto percentagens

Absoluta RelativaJuros e rendimentos similares 192.669 219.667 26.998 14,0%

Disponibilidades 5.966 7.705 1.739 29,1% Aplicações em IC 55.493 78.302 22.809 41,1% Crédito concedido 100.444 103.969 3.526 3,5% Outros activos financeiros 30.766 29.691 -1.075 -3,5%Juros e encargos similares 146.727 170.466 23.739 16,2% Recursos de IC 132.689 152.865 21.261 15,2% Recursos de clientes 6.261 8.031 1.769 28,3% Títulos emitidos 2.928 3.892 964 32,9% Outros 4.848 5.678 829 17,11%Margem Financeira Corrigida 45.942 49.202 3.259 7,1%Comissões recebidas (líq.) 13.502 14.672 1.170 8,7%Resultados em operações financeiras (líq.) 24 -1.154 -1.178 -4963,1%Outros Proveitos líquidos 8.161 5.016 -3.145 -38,5%Produto Bancário 67.629 67.736 107 0,2%Custos de estrutura 41.216 44.775 3.559 8,6%Provisões e imparidade 12.020 15.093 3.073 25,6%p çResultado antes de impostos 14.393 7.867 -6.526 -45,3%Impostos correntes 8.979 2.075 -6.904 -76,9%Impostos diferidos -5.350 736 -6.086 113,8%Resultado Líquido 10.764 5.056 -5.708 -53,0%ROA 0,26% 0,12%ROE 8,04% 3,44%Resultado antes de Impostos/Activo Líquido 0,35% 0,18%Produto Bancário/Activo Líquido 1,62% 1,54%Resultado antes de Impostos/Capitais Próprios 10,76% 5,36%Rácios calculados considerando os valores médios do Activo Líquido e Capitais Próprios

SÍNTESE DE INDICADORES

Variação (NCA)2008SÍNTESE DE INDICADORES 2007

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 54

Custos de Estrutura e Rácio de Eficiência

44.775

41.216

60,94%

66,10%

35.000

40.000

45.000

50.000

55.000

2007 2008

Cust

os d

e Es

trutu

ra

50%52%54%56%58%60%62%64%66%68%

Ráci

o de

Efic

iênc

ia

Evolução dos Resultados Antes de Impostos

14.393

7. 867

2007 2008

Va lor es em mi lha res de euros

O aumento da relevância dos

custos de estrutura no Produto

Bancário provocou uma

deterioração do rácio de

eficiência que atingiu os 66%. No

entanto, os custos suportados

com a criação de condições mais

favoráveis ao desenvolvimento

do negócio para além de

contribuírem para uma maior eficiência das Caixas Associadas, constituirão, por certo,

fontes de proveitos no futuro, que permitirão à Caixa Central retomar a tendência de

melhoria dos seus níveis de eficiência. Refira-se, aliás, que apesar do peso que os serviços

destinados ao SICAM têm na estrutura de custos da Caixa Central, o valor referido para o

Rácio de Eficiência é comparável ao de outras instituições de referência, cujos rácios foram

penalizados em 2008 pela redução do Produto Bancário.

O valor registado em provisões e imparidade, que evidencia um aumento de quase 3

milhões de euros em re lação a 2007, reflecte a política de manutenção de uma cobertura

confortável do crédito vencido por provisões, numa conjuntura que favorece o aumento da

probabilidade de incumprimento associada aos créditos concedidos, mas traduz igualmente

a exigência de maiores níveis de provisionamento em alguns dossiers de crédito, à medida

que o período de incumprimento se dilata.

Este facto, associado ao aumento

dos custos de estrutura e à quase

invariância do Produto Bancário,

conduziu a um decréscimo dos

Resultados antes de Impostos em

6.526 milhares de euros.

A Rentabilidade do Activo médio e

dos Capitais Próprios (médios)

sofreram o impacto desta redução dos resultados, baixando para 0,12% e 3,44%

respectivamente.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 55

Evolução do Activo

4.207.6844.488.698

2007 2008

Va lores em milhares de euros

1.2. Estrutura do Balanço

A análise do Balanço da Caixa Central não pode ser efectuada sem ter presente as

características específicas da sua actividade enquanto instituição central do Grupo Crédito

Agrícola. Na verdade, parte substancial da rubrica de Crédito a Clientes refere-se a

financiamento agenciado (cerca de 42% em 2008, expurgando o papel comercial da

carteira, o que compara com 46% em 2007) e a rubrica de Recursos de Instituições de

Crédito é quase totalmente

constituída por depósitos das Caixas

Associadas (mais de 89%). Esta

percentagem sobe para 99% se

expurgarmos as operações de

reporte com cedência de títulos em

carteira a que a Caixa Central

recorreu, de modo a reforçar a sua

liquidez, com subsequente aplicação dos fundos no mercado interbancário obtendo

margens acrescidas no contexto da actual situação dos mercados.

O Activo líquido da Caixa Central aproximou-se dos 4.489 milhões de euros em Dezembro

de 2008, contra 4.208 milhões de euros em Dezembro de 2007, traduzindo um crescimento

de 6,7%.

Valores em mi lhares d e euro s, excepto percentagens

Absoluta Relativa

Disponibilidades 677.634 282.436 -395.198 -58,3%Aplicações em Instituições de Crédito 1.103.981 1.443.299 339.318 30,7%Crédito a Clientes (líquido) 1.535.809 1.747.149 211.340 13,8%Aplicações em Titulos (líquido) 675.989 831.569 155.579 23,0%Invest. Filiais, Tangíveis e Intangíveis 114.698 96.159 -18.538 -16,2%Outros Activos 99.573 88.087 -11.486 -11,5%Total do Activo (líquido) 4.207.684 4.488.698 281.014 6,7%

Recursos de Instituições de Crédito 3.618.739 3.911.386 292.647 8,1%Recursos de Clientes 228.048 268.079 40.031 17,6%Outros passivos 107.896 57.323 -50.573 -46,9%Provisões 16.454 16.941 488 3,0%Empréstimos Subordinados 93.366 58.270 -35.096 -37,6%Instrumentos Representativos de Capital 30.000 30.000 ---Situação Líquida 143.180 146.700 3.520 2,5%Total do Passivo e da Situação Liquída 4.207.684 4.488.698 281.014 6,7%

SÍNTESE DE INDICADORES

Variação SÍNTESE DE INDICADORES 2007 2008

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 56

A estrutura do Balanço da Caixa Central em 2008 orientou-se essencialmente no sentido de

tirar vantagem da sua liquidez, num contexto de mercado em que esta era particularmente

escassa, potenciando assim a obtenção de proveitos no mercado monetário.

Da análise aos valores de Balanço ressalta um aumento de 30,7% nas Aplicações em IC, de

13,8% no Crédito líquido a C lientes (que inclui a carteira de papel comercia l) e de 23,0%

nas Aplicações em Títulos, com simultâneo decréscimo das Disponibilidades – a

componente de menor remuneração - em 58,3%, em relação ao saldo que evidenciavam

no final do exercício de 2007.

O aumento das Aplicações em IC deu ao Crédito Agrícola uma crescente visibilidade nos

mercados internacionais, tendo sido acompanhada de uma maior abertura, por parte de

várias instituições nacionais e estrangeiras, para manterem linhas abertas para cedência de

fundos à CCCAM. No entanto, a agudização das condições de crise internacional, com

agravamento dos problemas de liquidez e mesmo de solvência em instituições de

referência, levou a Caixa Central, sobretudo a partir de Setembro de 2008, a inflectir a sua

estratégia de aplicações, no sentido de minimização do risco, reduzindo a sua exposição no

mercado interbancário face a instituições não residentes.

Na verdade, as condições de exploração dos bancos em geral foram profundamente

afectadas pelo acentuar da crise económica e financeira iniciada em 2007 e que afectou a

generalidade dos países. Nesta conjuntura de falta de liquidez, queda dos índices bolsistas,

volatilidade dos preços do petróleo e das matérias primas, aumento do desemprego,

diminuição do consumo e da actividade económica, os factores de risco associados às

Estrutura do Activo

2,37% 1,96%2,73% 2,14%16,07% 18,53%

36,50%38,92%

32,15%26,24%

16,10%6,29%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

2007 2008

Disponibilidades

Aplicações em Instituições de Crédito

Crédito a Clientes (líquido)

Aplicações em Titulos (líquido)

Invest. Filiais, Tangíveis e Intangíveis

Outros Activos

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 57

Evolução dos Recursos de Clientes e de OIC

3.911.386

3.618.739

268. 079

228.048

2007 2008

Débito s com Institu ições de Créd ito Débitos para com clien tes

V alor es em mi lhares de euros

exposições interbancárias agravaram-se em termos inéditos e inimagináveis.

A economia portuguesa, como ficou bem patente nos dados divulgados pelo INE sobre o 4º

trimestre, tem vindo a sofrer igualmente as incidências da actual crise, com repercussões

no crescimento do crédito vencido a nível de todo o sistema, situação a que a Caixa Central

não ficou imune, registando um incremento do crédito vencido, no final do exercício, de

20.254 milhares de euros, a que corresponde um rácio de crédito vencido a mais de 90 dias

de 2,5% contra 1,7% no final do exercício anterior.

Também o rácio de crédito em incumprimento, conforme Instrução n.º16/2004 do Banco

de Portugal, sofreu um

agravamento para 3,2%,

mantendo-se o rácio de

crédito com incumprimento

líquido em valor negativo,

denotando a existência de

provisões superiores ao

crédito em incumprimento.

A cobertura do crédito

vencido por provisões específicas s ituou-se em cerca de 210% em 2008, cobertura que

vem reforçada (cerca de 240%) quando se considera a totalidade das provisões (provisões

regulamentares e prudenciais).

valores em mil hares de euros, excepto percentagens

Absoluta RelativaCrédito total sobre clientes 1.619.261 1.843.559 224.298 13,9%

Crédito e juros vencidos 32.937 53.191 20.254 61,5%

do qual: vencido a mais de 90 dias 27.855 45.986 18.131 65,1%

Provisões totais para Crédito 96.792 110.164 13.372 13,8%

Provisões específicas 83.452 96.410 12.958 15,5%

Para riscos gerais de crédito 13.340 13.754 414 3,1%

RáciosCrédito vencido a mais de 90 dias /crédito total 1,7% 2,5%Crédito vencido/crédito total 2,0% 2,9%Rácio de crédito com incumprimento (a) 2,1% 3,2%Rácio de crédito com incumprimento líquido (b) -3,2% -2,2%Provisões específicas/crédito vencido a mais de 90 dias 299,6% 209,7%Provisões totais para crédito/crédito vencido a mais de 90 dias 347,48% 239,56%(a) (b) Rácios definidos de acordo com a Instrução n.º 16/2004 do Banco de Portugal

QUALIDADE DO CRÉDITO Variação2007 2008

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 58

A estrutura de recursos da Caixa Central foi mais uma vez suportada pelo aumento em

cerca de 8%, ou seja, 293 milhões de euros, de recursos provenientes do SICAM.

Os recursos de clientes próprios da Caixa Central aumentaram por sua vez em 40 milhões

de euros (+17,6%), com predominância dos depósitos a prazo e de poupança, o que é

certamente um primeiro resultado do alargamento da rede de Balcões e da

operacionalização e dinamização da área comercial da Caixa Central.

Esta evolução nos recursos, quer os originários das CCAM quer os captados directamente

pela Caixa Central, é digna de registo na actual conjuntura do mercado bancário,

caracterizada por forte concorrência na área da captação, face á necessidade em que se

encontram as instituições de melhorarem a sua s ituação de liquidez.

A variação positiva da Situação

Liquida em 3.520 milhares de

euros reflecte o impacto dos

Resultados Líquidos posit ivos

obtidos em 2008, suficientes

para compensarem a redução

sofrida pelas reservas de

reavaliação.

Rácio de Solvabilidade

Apesar do facto de não ter realizado qualquer aumento de capital desde 2002, a Caixa

Central tem conseguido manter o seu rácio de solvabilidade em nível adequado, o que mais

uma vez ocorre no final do exercício de 2008, no qual o rácio de solvabilidade globa l ficou

em 10,4% e o rácio re lativo a fundos próprios de base (TIER I) em 6,7%.

Estes valores elevam-se para 10,6% e 7,0% respectivamente se incluirmos os Resultados

do Exercício no cômputo dos fundos próprios de base.

Evolução da Situação líquida

143.180

146.700

2007 2008

Valores em milhares de euros

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 59

A situação descrita, no entanto, implica que, no respeitante aos fundos próprios de base,

estes tenham sido alimentados desde 2002 exclusivamente com a incorporação de

Resultados do Exercício – e tendo ainda sido penalizados, como se recorda, com a

exclusão, devido à adopção das NIC, do Fundo para Riscos Bancários Gerais.

Daqui decorre que a Caixa Central teve de optar por uma gestão muito conservadora da

sua carteira de crédito, gestão focalizada sobretudo na resolução de problemas em dossiers

existentes, mais do que no crescimento e renovação da carteira, certamente com sacrifício

de oportunidades de negócio que poderiam ter melhorado a rentabilidade da instituição e

os seus rácios de desempenho.

Fundos próprios de base elegíveis 142.839.407Fundos próprios complementares elegíveis 77.685.669 Fundos próprios complementares (UPPER TIER 2) 41.033.963 Fundos próprios complementares (LOWER TIER 2) 36.651.706Deduções aos fundos próprios 233.228Fundos próprios elegíveis 220.291.848Requisitos de F.P. p/risco de crédito 158.925.002Requisitos de F.P. p/risco operacional 10.385.183Requisistos de Fundos Próprios 169.310.185Rácio TIER I 6,7%Rácio TIER II 3,7%Rácio de solvabilidade 10,4%

SOLVABILIDADE

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 60

2. Evolução do Negócio da Caixa Central

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 61

2. Evolução do Negócio da Caixa Central

2.1. Actividade Comercial

No ano de 2008 a actividade comercial da Caixa Central foi marcada pelos seguintes

aspectos:

A Criação do Gabinete Comercial Empresas, que permitiu a segregação efectiva entre o

negócio de Retalho (particulares e pequenos negócios) e Grandes Empresas;

A expansão da Rede de Balcões da Caixa Central, que passou a contar com um total de

9 Balcões, divididos entre Lisboa e Porto, e que permitiu incrementar a presença nestes

mercados urbanos, melhorar a prestação do serviço aos clientes do SICAM e potenciar o

crescimento do negócio no Retalho. Em 2008 foram inaugurados 3 Balcões no Concelho

de Lisboa (Damaia, Telheiras e Linda-a-Velha) e 2 na cidade do Porto (Antas Pinheiro

Manso);

A dinamização da comercialização dos produtos de intermediação, como forma de

compensar o esmagamento da margem financeira relativa aos produtos tradicionais

pelas comissões que lhe estão associadas;

A aposta na captação de negócio através do Partnership Banking com aumento do

número de protocolos firmados com “angariadores de negócio”;

A análise mais criteriosa do risco na concessão de crédito numa conjuntura de crescente

endividamento das famílias e de dificuldades acrescidas de algumas empresas em

honrarem os seus compromissos;

A adopção de iniciativas visando uma maior vinculação dos clientes preferenciais e a

fidelização de novos clientes.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 62

Absoluta %Depósitos à Ordem 53.900 71.042 17.142 31,80%Depósitos a Prazo e Poupanças 173.215 195.533 22.318 12,88%Encargos a pagar líquidos 933 1.504 571 61,25%

1. Recursos no Balanço 228.048 268.079 40.031 17,55%

Fundos de Investimento* 31.688 40.225 8.537 26,94%Seguros de Capital ização 2.617 2.836 219 8,37%

2. Recursos fora do Balanço 34.305 43.061 8.756 25,52%

TOTAL (1+2) 262.353 311.140 48.787 18,60%

*cujas unidades de partic ipação foram tomadas por terceiros

Valores em milhares de euros, excepto %

2007 2008 Variação

2.1.1. Depósitos e Outros Recursos

Apesar da menor capacidade dos particulares para a constituição de poupanças, e da

intensificação da concorrência interbancária na área da captação de recursos, com algumas

instituições, em resultado da sua situação de liquidez, a oferecerem, por sistema, níveis de

remuneração elevados a fim de diminuírem a dependência do mercado de capitais, é de

destacar que os Depósitos a Prazo e Poupanças de clientes registaram em 2008 um

crescimento assinalável de 17,6%, ou seja, elevaram-se de 228 milhões de euros em 2007

para 268 milhões de euros em 2008.

No que concerne aos recursos fora do balanço, e apesar do contexto desfavorável,

registaram uma evolução posit iva de 18,6%. Esta deveu-se essencialmente ao aumento das

unidades de participação no Fundo CA Património Crescente detidas por terceiros tendo a

carteira de seguros de capitalização registado também uma evolução favorável.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 63

2.1.2. Evolução do Crédito

Referência Introdutória

A adequada gestão do risco de crédito inerente à possibilidade de incumprimento efectivo

e/ou à degradação da qualidade da contraparte (cliente) em operações de crédito, constitui

um aspecto fundamental para a melhoria da rendibilidade e representa o risco mais

relevante na actividade da Caixa Central.

No contexto de deterioração da situação económica nacional e internacional, a dinâmica

deste tipo de risco assume particular relevância impondo um desafio acrescido na sua

avaliação nas fases de admissão e acompanhamento.

O Programa de Transformação da Função Risco no Crédito Agrícola, sob a coordenação do

Gabinete de Riscos, visa assegurar a conformidade (compliance) com os desafios

regulamentares – Basileia II e IAS – na temática do risco e capacitar o grupo para uma

gestão nesta área alinhada com as melhores práticas de mercado. O Programa é

constituído, no que toca à avaliação da exposição ao risco de crédito, por diversas

iniciativas complementares e que compreendem, nalguns casos, uma forte articulação com

a vertente tecnológica e a exigência de desenvolvimento de competências internas

específicas:

Solução de propostas e credit scoring – Pretende criar um fluxo de trabalho padronizado

para os processos de concessão de crédito a particulares e pequenos negócios

associado a um modelo de credit scoring por segmento, onde se salientam, já em

produção, o crédito ao consumo, o crédito a ENI’s (na vertente de tesouraria e na

vertente de investimento) e o crédito à habitação, e para desenvolvimento próximo,

com a análise funcional concluída no fina l de 2008, os cartões de crédito.

Central de balanços – Visa a implementação de uma aplicação que materializa o

repositório de dados único de informação financeira dos clientes empresariais do SICAM.

Desta forma será possível assegurar a consistência da informação e a sua integração

com outras aplicações, designadamente workflow de propostas de crédito, sistemas de

alertas de risco, imparidade, modelo de rating, entre outros. A entrada em produção irá

ocorrer no início de 2009.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 64

Modelo de imparidade – Decorre da necessidade de desenvolver uma metodologia e um

processo recorrente de apuramento das perdas por imparidade subordinado à Norma

Internacional de Contabilidade 39, constituindo parte integrante das demonstrações

financeiras consolidadas. Sendo um processo de avaliação económica da carteira é

também uma componente do processo de acompanhamento de crédito. No decorrer do

exercício de 2008 efectuaram-se três cálculos, que usufruíram, no segundo semestre,

do novo Módulo de Análise Individual de Imparidade (MOAI). O MOAI permite agilizar o

processo na componente de análise individual, maximizando a disponibilização de

informação re levante, minimizando o esforço dos analistas e sistematizando o

conhecimento específico dos clientes numa plataforma informática própria para o efeito.

Ferramenta de gestão de garantias (recebidas) – Visa definir um novo processo de

registo de todas as garantias subjacentes às operações de crédito do Grupo e que

assegure a sua adequada caracterização e avaliação. Neste ano ficou concluída a

especificação de requisitos técnicos, estando planeado o arranque da sua

implementação no decorrer de 2009. Em simultâneo, deverão ocorrer duas outras

iniciativas críticas para a operacionalização da ferramenta de gestão de garantias:

recolha de informação sobre as garantias existentes e implementação do algoritmo de

reavaliação.

Repositório de informação de risco – A criação de um repositório de dados

(datawarehouse) adequado às necessidades da Função Risco do Grupo,

designadamente nos termos de Basile ia II, constitui outro dos objectivos do Programa.

Concluída a fase de especificação de requisitos e de análise de gaps, iniciou-se, em

2008, a preparação do processo global de implementação da infra-estrutura. Está

projectado para 2009 o início da implementação desta ferramenta crítica para a gestão

de risco e que contará, ab initio, com datamart’s para o cálculo da imparidade, para os

modelos de scoring e rating, para o cálculo dos requisitos de fundos próprios e reportes

regulamentares, e ainda para a produção de vasta informação de gestão envolvendo a

temática do r isco.

Normas e regulamentos – Prosseguiu a actualização do sistema normativo da Caixa

Central no que se refere à gestão do risco de crédito em resultado das políticas,

processos e procedimentos implementados e que decorrem do Manual de Risco de

Crédito que constitui o referencial neste domínio. Pretende-se, deste modo, alcançar

uma padronização e homogeneidade de comportamentos e práticas.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 65

Modelo de desenvolvimento de competências – A partir do Programa de Transformação

da Função Risco e com o suporte de um modelo pedagógico específico, cujo

desenvolvimento irá ocorrer ao longo dos próximos anos, prosseguiu a formação

específica em gestão do risco de crédito, em colaboração com o Centro de Formação do

Departamento de Recursos Humanos. Este projecto pretende o envolvimento de todos

os colaboradores do SICAM na apreensão e domínio dos principais temas e aspectos

relacionados com a gestão do risco.

Função compliance – Seguindo as recomendações de Basileia II neste capítulo, deu-se

continuidade ao processo de implementação e enquadramento orgânico da área de

compliance na Caixa Central, prevendo-se a sua extensão ao SICAM durante o 1º

semestre de 2009.

Standard approach – Este projecto visou a implementação dos suportes, dos meios e da

informação necessários ao processo de cálculo dos requisitos de capital a nível

consolidado e individual no Grupo, de acordo com os requisitos da metodologia standard

de Basileia II na vertente do risco de crédito (e de mercado). De carácter transitório,

esta solução será integrada no repositório de informação de risco logo que este entre

em produção, como se referiu acima.

Base de dados de grupos económicos – A iniciativa visa dotar o Grupo Crédito Agrícola

dos requisitos para a construção de uma ferramenta/base de dados que permita criar e

manter actualizada as ligações jurídicas e/ou de risco existentes entre os diversos

clientes. O arranque teve lugar ainda no exercício de 2008 devendo a especificação de

requisitos de negócio estar concluída no primeiro tr imestre de 2009.

Backtesting dos modelos analíticos internos/scoring – Procedimento que visa aferir a

qualidade preditiva dos modelos de scoring, com o objectivo de ajustar e melhorar o

modelo tendo em vista a correcta avaliação do risco de crédito. O procedimento de

backtesting pressupõe uma actividade periódica e recorrente nos diversos segmentos de

crédito, tendo ocorrido em 2008 a sistematização das necessidades de informação e

preparada a sua primeira extracção.

A Caixa Central definiu como prioritária a temática do ambiente organizacional na gestão

dos riscos, reconhecendo assim a necessidade de consolidar as funções de análise,

acompanhamento e controlo de risco de crédito, numa óptica de especialização e

independência, conforme às melhores práticas de organização neste domínio, e as

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 66

Estrutura absoluta relativa 2008

Crédito 1.619.261 1.843.559 224.298 13,9% 96,3%Empresas 1.201.203 1.441.670 240.467 20,0% 75,3%Particulares 418.057 401.889 -16.168 -3,9% 21,0%

Compromissos perante terceiros 1 83.254 70.305 -12.949 -15,6% 3,7%

Total 1.702.515 1.913.864 211.349 12,4% 100,0%

1 Inclui garantias e avales prestados e créditos documentários de importação

Valores em milhares de euros, excepto %

CRÉDITO a CLIENTES 2007 2008Variação

recomendações constantes do Acordo de Basileia. Registaram especial ênfase os

procedimentos, suportes e repartição de competências relacionadas com a recuperação de

crédito, tendo sido autonomizada uma estrutura vocacionada em exclusivo para actuação

neste campo (referida em ponto autónomo).

O Gabinete de Riscos da Caixa Central assume neste contexto e de forma global a função

risco, em coordenação com as restantes unidades orgânicas competentes, sendo

designadamente responsável por: recomendar ajustamentos nas políticas, regulamentos ou

práticas; desenvolver um modelo de avaliação de perdas por imparidade da carteira de

crédito; desenhar, implementar e assegurar a manutenção das estruturas e das

ferramentas de gestão de risco de crédito (e.g. rating, scoring, alertas, limites, grupos

económicos, garantias recebidas); e monitorizar as estruturas que actuam directa e

diariamente na gestão do r isco.

2.1.2.1. Crédito a Clientes

Em 2008, a actividade creditícia registou um acréscimo de 13,9% face ao período homólogo

anterior, sendo as aplicações em papel comercial (que registaram um crescimento de

117,4%) a rubrica que mais contribuiu para esta variação. Se esta não fosse considerada,

teríamos um decréscimo de 3,3%.

À imagem do ano anterior, o crédito agenciado voltou a registar nova quebra - de 12,5% -

diminuindo a sua importância na carteira da Caixa Central, como atrás se referiu.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 67

Estrutura absoluta relativa 2008

Crédito a Empresas 1.201.203 1.441.670 240.467 20,0% 75,3%

- Contas Correntes Caucionadas 101.417 117.174 15.757 15,5% 6,1% - Financiamentos 828.207 1. 164.887 336.680 40,7% 60,9% do qual Papel Comercial 235.051 504.839 269.788 114,8% 26,4% - Locação Financeira (Leasing) 101.471 119.392 17.921 17,7% 6,2% - Outro Crédito 170.108 40.217 -129.891 -76,4% 2,1%

Compromissos perante terceiros 1 80.635 68.616 -12.019 -14,9% 3,6%

Total 1.281.838 1.510.286 228.448 17,8% 78,9% do qual Crédito a Empresas do Grupo 78.115 82.206 4.091 5,2% 4,3%1 Inclui garantias e avales prestados e créditos documentários de importação

Valores em milhares de euros, excepto %

EMPRESAS 2007Variação

2008

À excepção do leasing e dos cartões de crédito, todas as restantes tipologias de crédito

agenciado registaram reduções, destacando-se em termos absolutos os financiamentos e o

crédito à habitação, com variações negativas de 20,5% e 11,2%, respectivamente.

Esta evolução é justificada pelo aumento da capacidade de concessão de crédito por parte

das Caixas Associadas, como consequência do aumento dos seus fundos próprios, do maior

volume de recursos captados e pelo número crescente de Caixas autorizadas pelo Banco de

Portugal a ampliar o âmbito da sua actividade. Terá contribuído no entanto também para

esta retracção do crédito agenciado o esgotamento do modelo de comissionamento das

Caixas em vigor, entretanto já substituído.

2.1.2.2. Empresas

No segmento de empresas, o crédito apresentou uma subida generalizada nas várias

tipologias, sendo que a variação positiva de 20,0% registada em 2008, consubstanciou-se,

como anteriormente referido, nas aplicações em papel comercia l, grande parte das quais

desfrutam de garantias bancárias.

Valores em milhares de euros, excepto %

Absoluta %Crédito à habitação 247.756 219.958 -27.798 -11,2%Cartões de crédito 20.962 23.782 2.820 13,5%Descontos comerciais 2.479 1.529 -950 -38,3%Contas correntes caucionadas 35.854 25.599 -10.255 -28,6%Financiamentos 222.930 177.337 -45.593 -20,5%Leasing 108.256 111.121 2.865 2,6%Operações com o estrangeiro 3.088 2.065 -1.023 -33,1% TOTAL 641.325 561.390 -79.934 -12,5%

EVOLUÇÃO DO CRÉDITO AGENCIADO 2007 2008Variação

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 68

Estrutura absoluta relativa 2008

Crédito a Particulares 418.057 401.889 -16.168 -3,9% 21,0% - Crédito à Habitação 321.938 306.940 -14.998 -4,7% 16,0% - Crédito ao Consumo 1 23.827 24.733 906 3,8% 1,3% do qual Cartões de Crédito 21.530 24.362 2.832 13,2% 1,3% - Locação Financeira (Leasing) 27.405 28.339 934 3,4% 1,5% - Outro Crédito por Desembolso de Fundos 2 44.887 41.877 -3.010 -6,7% 2,2%

Compromissos perante terceiros 3

2.619 1.689 -930 -35,5% 0,1%

Total 420.676 403.578 -17.099 -4,1% 21,1%

1 Valores apurados em função de linha, sublinha e finalidade de crédito (inclui descobertos)

2 Inclui efeitos descontados, contas correntes e emprést imos de maturidades diversas. 3 Inclui garantias e avales prestados e créditos documentários de importação

Valores em milhares de euros, excepto %

PARTICULARES e MICRO-NEGÓCIOS 2007Variação

2008

O Crédito a Empresas do Grupo evidencia um acréscimo de 5,2% face a igual período do

ano anterior, atingindo os 82.206 milhares de euros, destacando-se a CA Serviços e a CA

Informática.

Relativamente aos compromissos perante terceiros, continua a verificar-se a tendência

decrescente, patenteada numa quebra de 14,9% relativamente ao ano anterior, resultante

do período de crise na economia em geral, com particular incidência no sector da

Construção e Obras Públicas, sector que é fortemente utilizador de Garantias Bancárias, a

que acresce ainda um maior rigor na concessão deste tipo de apoios.

Refira-se ainda a evolução favorável do crédito concedido em Leasing que registou um

incremento na sua carteira de 17,7%.

Tal como perspectivado no ano anterior, o crescimento do negócio no segmento de

empresas foi sustentado por iniciativas que visaram uma maior vinculação dos clientes

actuais e a fidelização de novos clientes, pelo aumento da oferta de soluções empresariais,

pelo desenvolvimento de serviços complementares nas várias áreas do Crédito Agrícola e na

aposta do Grupo em proporcionar às empresas uma estratégia como parceiro financeiro do

futuro.

2.1.2.3. Particulares e Micro-Negócios

No segmento de particulares, continua a verificar-se uma evolução negativa da carteira de

crédito, tendo-se registado um decréscimo de 3,9% relativamente ao período homólogo

anterior.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 69

Esta situação consubstanciou-se no decréscimo verificado no Crédito à Habitação e Outros

Créditos por Desembolso de Fundos de -4,7% e -6,7%, respectivamente.

No entanto, refira-se que as operações próprias de Crédito à Habitação registaram um

crescimento de 17,3%, correspondendo a 12,8 milhões de euros, fruto da política levada a

cabo de forte colocação deste produto, contrariamente ao que se verifica com as operações

agenciadas. Nestas últimas, a variação negativa justifica-se pela cedência de carteiras deste

tipo de crédito que a Caixa Central tem efectuado às Caixas angariadoras.

No crédito ao consumo, regista-se uma evolução positiva de 3,8%, continuando a

representar apenas uma pequena parcela do crédito a particulares. Nesta tipologia de

crédito refira-se, porém, a expansão de 13,2% na utilização de cartões de crédito.

Para além do segmento dos Particulares, a Caixa Central apostou no segmento das

Pequenas Empresas e Micro Negócios, quer através do apoio directo a nível do crédito, quer

pela celebração de Protocolos com Empresas/Instituições no sentido de incrementar a sua

relação com estas. O aumento do número de protocolos firmados com “angariadores de

negócio” ou Promotores teve como consequência o aumento do volume de negócios obtido

por esta via, representando já a captação de negócio através do designado Partnership

Banking uma fatia importante do negócio da Caixa Central.

Por outro lado procurou-se dinamizar a venda de Produtos de Intermediação (também

designados “Fora do Balanço”), dada a sua importância na geração de comissões e pelo

facto de compensarem alguma quebra na margem financeira resultante da pressão

negocial, agudizada pela concorrência interbancária.

2.1.2.4. Locação Financeira

À semelhança dos anos anteriores, a locação financeira continuou a ter uma boa aceitação

por parte dos clientes do Crédito Agrícola, sendo de destacar que mais de 90% das Caixas

Associadas intervieram na celebração de contratos de locação financeira destinados aos

seus clientes.

Em Dezembro de 2008, a carteira global de crédito em locação financeira ascendia a 147,7

milhões de euros, o que revela um crescimento de 14,6% em relação a 2007.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 70

Quer o sector financeiro, quer o sector público estatal têm um peso residual na carteira de

crédito em leasing, sendo de realçar o grande crescimento da carteira do sector não

financeiro que passou a representar quase 80% do seu valor global. No sector financeiro

incluem-se sobretudo as próprias Caixas.

Numa análise ao tipo de bem locado, é de realçar o aumento de quase 42% na carteira de

leasing de viaturas, passando a representar cerca de 32% no valor global da carteira, o que

se traduziu num aumento de 6 p.p. em re lação 2007.

Este aumento teve como contrapartida uma redução idêntica no peso relativo dos imóveis,

dado que os equipamentos mantiveram o seu peso relativo na estrutura do crédito.

2.1.2.5. Recuperação de Crédito

No quadro do “Programa de Transformação da Função Risco”, foi conferida prioridade à criação

de uma unidade de estrutura autónoma especializada, destinada a dar expressão à Função

“Recuperação de Crédito”.

Formalmente criado em finais de 2007, o Gabinete de Recuperação de Crédito (GRC) iniciou a

sua actividade em princípios de 2008, tendo como princípio fundador a consideração do crédito

vencido como um activo a rentabilizar, sendo a sua recuperação uma linha de negócio com

objectivos de rentabilidade e eficiência, confirmando assim a modificação do paradigma

orientador de uma nova abordagem da função “Recuperação de Crédito”.

Valores em milhares de euros excepto percentagens

Absoluta % 2007 2008Particulares e peq. negócios 27.405 28.339 934 3,4% 21,3% 19,2%Sector público estatal 523 1.317 794 151,8% 0,4% 0,9%Sector financeiro 1.489 1.276 -213 -14,3% 1,2% 0,9%Sector não financei ro 99.459 116.799 17.340 17,4% 77,2% 79,1%

Total 128.876 147.731 18.855 14,6% 100,0% 100,0%

Variação Estrutura carteiraTipo de locatário 2007 2008

Valores em milhares de euros excepto percentagens

Absoluta % 2007 2008Viaturas 33.367 47.247 13.880 41,6% 25,9% 32,0%Equipamentos 41.672 48.453 6.781 16,3% 32,3% 32,8%Imóveis 53.837 52.031 -1.806 -3,4% 41,8% 35,2%

Total 128.876 147.731 18.855 14,6% 100,0% 100,0%

Estrutura carteiraTipo de bem locado 2007 2008

Variação

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 71

Criou-se, pois, uma unidade de estrutura à qual compete gerir o processo de recuperação,

enquanto actividade de negócio, com o objectivo de rentabilização dos activos sob sua gestão,

quer os respeitantes a crédito em incumprimento, quer os que revelam fortes indícios de séria

deterioração da sua qualidade de risco, considerando-se as actividades e os mecanismos

processuais e formais de recuperação, extrajudicial e judicia l, meros instrumentos para atingir

tais fins.

Partindo destes princípios, a actividade do GRC durante o ano de 2008, centrou-se em três

planos fundamentais:

Normativo – Neste âmbito procedeu-se a uma ampla revisão do conjunto de normativos

com aplicação directa na Caixa Central sendo matéria de orientação para as Caixas

Associadas, a saber: Norma de Recuperação de Crédito, Normativo Funcional de

Recuperação de Crédito, Estrutura Orgânica do GRC e o Regulamento do Conselho de

Recuperação de Crédito.

Organizacional – Tem-se vindo a construir uma estrutura assente em equipas técnicas de

recuperação multidisciplinares, constituindo-se como interlocutores únicos perante a

CCCAM e numa área de gestão de informação com o objectivo de garantir a qualidade de

informação disponível, a gestão dos sistemas de suporte, a realização das análises

individuais de imparidade e os reportes às entidades de Supervisão.

Funcional – O GRC assegurou a transição dos clientes, enquanto grupos de risco, para a

sua gestão, quer os oriundos das várias áreas de negócio, quer todo o acervo do

contencioso do extinto DAJC.

Passou também a gerir directamente todo o crédito vencido de cartões e a totalidade do

crédito agenciado.

Recolheu e registou toda a informação relevante dos vários grupos de risco, afectando a

respectiva recuperação às equipas existentes. Analisou, em detrimento de abordagem

tradicional assente no tratamento caso a caso e uma a uma as operações de crédito

vencido, a situação de cada grupo de risco avaliando e determinando as formas

alternativas de recuperação.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 72

Promoveu todos os actos necessários à recuperação, incluindo os judiciais, submetendo a

decisão as propostas de recuperação, cuja concretização promoveu.

A actuação do GRC traduziu-se já em 2008 por resultados significativos na recuperação de

créditos e/ou neutralização de riscos em certos dossiers.

2.1.2.6. Qualidade da Carteira de Crédito

Fruto da desaceleração da economia e pese embora as políticas mais restrit ivas adoptadas

para a concessão de crédito, a gestão mais apertada da carteira e o esforço acrescido de

recuperação, a Caixa Central assistiu, à semelhança da generalidade do sistema financeiro,

a uma deterioração dos indicadores de qualidade do crédito.

Efectivamente, as dificuldades de cumprimento sentidas quer pelas empresa quer pelas

famílias, conduziram a um aumento considerável do crédito mal parado bem espelhado

através do agravamento do rácio de crédito vencido relativamente ao crédito total que

evoluiu de 2% em Dezembro de 2007 para 2,9% em Dezembro de 2008 e o do crédito

vencido há mais de 90 dias que se elevou de 1,7% para 2,5%, respectivamente.

Como se referiu na análise financeira, sobressai porém o rácio de crédito com

incumprimento líquido que continua a assumir valores negativos (-2,2%), evidenciando a

existência de provisões específicas superiores ao crédito em incumprimento.

Valores em milhares de euros, excepto percentagens

Absoluta Relativa1. Crédito total sobre clientes 1.619.261 1.843.559 224.298 14%

1.1. Crédito sobre clientes (v incendo) 1.579.451 1.786.045 206.595 13%

crédi to de cobrança duvidosa r eclassificado como vencido 9.045 16.319 7.274 80%

do qual de cob rança duvid osa ao abrigo da alín ea a) do pon to 1 do nº4 do Aviso 3/ 95 5.926 12.349 6.423 1 08%

1.2. Crédito e juros vencidos 32.937 53.191 20.254 61%

do qual: vencido há mais de 90 dias 27.855 45.986 18.131 65%

2. Provisões totais para Crédito 96.792 110.164 13.372 14%

2.1. Pro vi sões específicas 83.452 96.410 12.958 16%

Para crédi to e juros vencido s 27.216 35.886 8.669 32%

Para cobr an ça duvido sa 56.236 60.524 4.289 8%

2.2 P ar a ri scos gerai s de cr édito 13.340 13.754 414 3%

QUALIDADE DA CARTEIRAVariação2007 2008

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 73

O progressivo reforço de provisões prudenciais contribuiu decisivamente para a subsistência

de um rácio favorável no crédito em incumprimento líquido e manutenção de uma

confortável margem de cobertura por provisões registada no final do exercício em análise.

Crédito vencido há mais de 90 dias /crédito total 1,7% 2,5%Crédito vencido/crédito total 2,0% 2,9%Rácio de crédito com incumprimento (a) 2,1% 3,2%Rácio de crédito com incumprimento líquido (b) -3,2% -2,2%Provisões (c)/crédito vencido há mais de 90 dias 299,6% 209,7%

(a) Rácio definido de acordo c om a Instrução 16/2004 do Banco de Portugal: crédito em incumprimento/crédito total em que: crédito em incumprimento = crédito vencido há mais de 90 dias + crédito de cobrança duv idosa reclassificado como vencido para efeitos de provisionamento (conforme alinea a) do nº1 do nº4 do Aviso3/95)(b) Rácio definido de acordo com a Instrução 16/2004 do Banco de Portugal: crédito em incumprimento liquído/crédito total líquido, em que: crédito com incumprimento líquido = crédito com incumprimento - (prov isões p/ crédito vencido + provisões p/ crédito de cobrança duvidosa) crédito total l íquido = crédito total - (provisões para crédito vencido + prov isões para crédito de cobrança duvidosa)(c) Prov isões específic as

Rácios de Crédito Vencido, incumprimento e cobertura 2007 2008

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 74

2.1.3. Meios Electrónicos de Pagamento

A actividade relacionada com os Meios Electrónicos de Pagamento foi fortemente

influenciada pela alteração do Modelo de Negócio para os Meios de Pagamento, com

implicações estruturais a nível do mercado nacional e com impacto na oferta comercial e

sua rentabilidade. Tal facto, no actual cenário da economia portuguesa, coloca fortes

oportunidades ao crescimento de produtos de Crédito, mas obriga também a acautelar os

riscos que lhe estão associados.

Com o objectivo de responder a estes desafios, destacam-se como principa is linhas de

actuação nesta área:

O desenvolvimento e dinamização de Linhas de Negócio, com especial enfoque no apoio à

rede comercial das Caixas Associadas e Caixa Central;

O lançamento e promoção de Produtos e Serviços de elevada rentabilidade (Crédito) ou

que promovam a venda cruzada e a fidelização do C liente (CA & Companhia);

A prevenção de riscos da actividade através da participação no Projecto Risco II, no novo

modelo de Recuperação de Crédito e reforço das infra-estruturas de detecção de fraude e

segurança;

O reforço organizacional e das Infra-Estruturas de suporte à actividade.

Das actividades que potenciaram o crescimento do Negócio dos Meios Electrónicos de

Pagamento, destacam-se:

A criação do Cartão CA & Companhia, orientado para a captação de novos clientes e

fidelização dos comerciantes com conta no Grupo. Com o objectivo de cobrir as

necessidades do segmento, foi lançada uma oferta competitiva orientada ao comércio

local, ancorada numa Oferta Base que contempla o Serviço TPA, Cartão Comerciante e

Cartão Cliente Final. A Oferta Complementar contempla a Conta Negócio, Seguro de

Saúde e Plano Poupança Reforma.

O Cartão CA & Companhia Comerciantes não tem

anuidade, e permite aos comerciantes acederem a

crédito de tesouraria e se entenderem aderir ao

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 75

pagamento fraccionado de produtos e serviços.

O Cartão CA & Companhia Clientes dos Comerciantes,

é um cartão de crédito Co-Branded que pode ser

colocado pelo comerciante nos seus clientes (podendo

ser considerado como um meio de fidelização)

permitindo-lhes efectuar compras em qualquer estabelecimento. Este cartão é isento de

anuidade e o cliente do comerciante não precisa de mudar de banco.

O lançamento dos Cartões PHARMA+, destinados ao Sector Farmacêutico,

contemplando o Cartão Empresário Farmacêutico e o Cartão Cliente.

O lançamento dos Cartões Tita Rodriguez, destinados aos seus Clientes Particulares e

Clientes Empresa.

O desenvolvimento e consolidação da actividade de apoio ao negócio, orientada para o

segmento empresarial, com a realização de Protocolos para Cartões Co-Branded (cartões

emitidos sob duas marcas, como resultado de um acordo estabelecido previamente entre

um emissor, o Crédito Agrícola, como entidade financeira, e um parceiro, operador

comercial, como entidade responsável pela angariação de clientes) destinados a Não

Clientes. Em Dezembro de 2008, contava-se com um total de 18 parcerias que potenciam

o crescimento do envolvimento comercial, o cross-selling, e a fidelização dos Clientes. É

de destacar o grande crescimento verificado nestes cartões. O Portfolio de Cartões Co-

Branded é agora constituído por 25 diferentes Produtos de Crédito, originando um

aumento de 25% no número de cartões Co-Branded em circulação face ao ano anterior.

O desenvolvimento de Programas de Fidelização para os Cartões de Crédito/Mistos:

Desconto em Gasoline iras (Classic), Cash-Back em Viagens (Premier), Apoio à Selecção

Nacional (Contacto).

Para o período de Natal, os Programas de Fidelização foram reformulados, atribuindo

aos Clientes o dobro de desconto em Gasolineiras (3%) (Classic), Packs Tentações

Românticas com oferta de estadia numa das 30 unidades hoteleiras incluídas (Premier)

e Travel Packs com estadia em Hotéis do Grupo Sol Meliá (Contacto).

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 76

O desenvolvimento das actividades preparatórias, tendo em vista o lançamento do Serviço

de Acquiring em 2009, nomeadamente:

o Avaliação de Mercado e Definição da Oferta CA;

o Requisitos das Marcas Internacionais: VISA Europe e Mastercard;

o Condições a Aplicar ao Novo Serviço: Análise Custo/Benefício e Definição

de Preçários;

o Elaboração do Planeamento do Projecto: Plano de Acção Comercial,

Plano Tecnologias e Parceiros, definição da Estrutura de Gestão do

Serviço, definição da Marca e Plano de Divulgação.

O desenvolvimento do Piloto do Cartão CONTACTLESS, em parceria com a SIBS e com os

principa is Bancos Emissores. Este Piloto permitirá ao Grupo, a partir de 2009, desenvolver

uma oferta alargada aos pagamentos de baixo valor, consistente com a necessidade de

redução de operações em dinheiro, por via da implementação SEPA.

O desenvolvimento de novos circuitos e soluções para Controlo de Cobranças e

recuperação de Crédito em Atraso, nomeadamente com a Linha Directa e o Gabinete de

Recuperação de Crédito.

A participação no desenvolvimento do projecto RISCO II (revisão dos modelos de scoring

para cartões).

A melhoria do Controlo de Risco de Fraude, através do desenvolvimento da estrutura e

dos sistemas de Alertas e Detecção de Fraudes e implementação de novas Normas de

Distribuição de Custos de Fraude.

A implementação da Solução de Aquisição Centralizada de TPA, em colaboração com a CA

Informática, com ganhos na personalização de equipamentos e com economias de escala

significativas para o Grupo.

A transferência das Funções Operacionais do DMEP para o Departamento de Operações,

concretizada em colaboração com o DCO.

A implementação da Área de Suporte de Meios de Pagamento que integra a Gestão de

Redes de ATM e TPA, o suporte aos Cartões de Débito e Crédito e a Gestão de

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 77

Incidentes. Esta estrutura potencia uma significativa melhoria na qualidade do serviço

prestado à Rede Comercial da Caixa Central e Caixas Associadas.

A disponibilização, em colaboração com a CA Serviços, das Estatísticas Comerciais, com

reporte mensal à Rede Comercial da evolução do negócio de Meios Electrónicos de

Pagamento e a Solução de Gestão de TPA, dando suporte às diversas necessidades

decorrentes da Oferta do Serviço TPA, ao nível da Gestão de Rede, Comercial e

Operacional.

Resumo dos Principais Indicadores

Aumento do Número de Cartões, nomeadamente dos Cartões de Crédito, destacando-se o

aumento de 25% dos Cartões Co-Branded em circulação:

180.000

200.000

220.000

N úmer o de Cartõ es d e Cr édit o

2007

2008

Δ 9 %

Aumento do Número e Volume de Transacções efectuadas com os Cartões de 8,4% e

13%, respectivamente:

0

20 .000

40 .000

60 .000

80 .000

Número de Cartões Co-Branded

2007

2008

Δ 25%

55 .000.000

60 .000.000

65 .000.000

70 .000.000

Número de Transacções

2007

2008

Δ 8,4%

2. 200.000

2. 400.000

2. 600.000

2. 800.000

3. 000.000

Volume de Transacções (em milharesde euros)

20072008

Δ 13%

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 78

Crescimento de 7% no parque de ATM da rede Multibanco:

1.100

1.200

1.300

Crédito Agrícola

Número de AT M

2007

2008

Δ 7 %

Evolução positiva da instalação de TPA, nomeadamente com a instalação de quase 3.000

equipamentos com o lançamento do Pack CA & Companhia:

0

5.000

10.000

15.000

Crédito Agrícola

Número de TPA

2007

2008

Δ 32%

Refira-se, ainda, que em 2008 o Crédito Agrícola manteve o 3.º lugar no ranking das

Instituições Financeiras a operar no negócio de Cartões Co-Branded em Portugal, quer a

nível do número de parcerias, quer a nível do número de cartões emitidos.

Nº Cartões Co-Branded em Circulação

1

10

100

1.000

10.000

100.000

Mar-06 Jun-06 Set-06 Dez-06 Mar-07 Jun-07 Set-07 Dez-07 Mar-08 Jun-08 Set-08 Dez-08

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 79

2.1.4. Canais Complementares

Durante o ano 2008 realizaram-se uma série de acções de dinamização e divulgação dos

vários Canais Complementares que resultaram no a lcance dos objectivos definidos.

Há que salientar que, em geral, a apetência para a utilização destes serviços por parte dos

Clientes é cada vez mais evidente e a oferta dos nossos concorrentes é progressivamente

mais vasta e agressiva, implicando uma constante necessidade de inovar nestas áreas.

As acções de divulgação e projectos realizados em 2008 que mais se destacaram foram

designadamente:

A realização de uma acção de Outbound MultiCanal, que visou reduzir o elevado número

de adesões pedidas para activar ao Sistema MultiCanal;

A reestruturação/reorganização de conteúdos do Site CA, nomeadamente na

actualização/inserção de páginas novas das empresas do Grupo, na alteração do processo

de navegação do site e na actualização da respectiva página de entrada;

O desenvolvimento e lançamento de novas funcionalidades no Serviço On-Line Empresas.

Foram ainda realizados desenvolvimentos no âmbito de manutenção evolutiva de modo

transversal a todos os canais, visando a melhoria dos serviços oferecidos.

A. Evolução da Linha Directa (Contact Centre)

O serviço Linha Directa Transaccional registou um crescimento na ordem dos 9% nos

contactos Inbound (atendimento a Clientes). O número de Clientes que contactou o serviço

registou, igualmente, um crescimento de 9% face ao ano anterior.

9%

Total de Contactos Inbound

24 9 .17 12 70 .6 82

2007 2008

9%

Total de Contactos de Clientes

2 02 .52 722 1.134

2007 2008

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 80

Relativamente às acções de Outbound realizadas, destacam-se as acções de Telecobranças

para Crédito Próprio (10 Caixas Associadas até final de

2008), crédito agenciado e cartões de crédito. Estas

acções tiveram sucesso em 61% dos Clientes o que se

traduziu numa recuperação de 47% do crédito em

incumprimento. Ainda assim, em 2008 registou-se uma

diminuição de 27% nos montantes recuperados face a

2007, devido ao aumento da carteira de Clientes e

montantes associados na ordem de 43%.

Os principais indicadores de actividade do ano 2008

encontram-se referidos nos quadros seguintes:

B. Evolução do Serviço On-Line

B.1. On-Line Empresas

A 2ª fase de lançamento de novas funcionalidades realizou-se no final do segundo semestre

de 2008 e consistiu na disponibilização de um vasto leque de transacções, com vista a

reforçar a relação comercia l entre as Caixas Associadas e os seus Clientes Empresa, entre

as quais se destacam:

Transferências Múltiplas: Entre Contas CA/Interbancárias;

Gestão de Ficheiros:

o Pagamentos (Envio, Consulta e Consulta de Histórico);

-27 %

Telecobranças - Taxa de Sucesso

6 4 %

47 %

2007 2008

T elecob ran ça s - T axa d e Sucesso

4 6, 7%47 ,8 %

6 1, 2%6 0 ,4 %

1 º S emestre 20 0 8 2 º S emestre 20 0 8

% Recu p eração - M o nta nte s % Recu pe ra ção - C lien tes

Linh a Dire cta - Dist ribuiçã o Cha madas por T rimest re

15 .177

13 1.581 13 9.101

97 .220

11 8.369

42.65 1

1ºSem est r e 200 8 2ºSem est re 200 8

I nbound Outbound Back-Office

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 81

o Cobranças (Envio, Consulta e Consulta de Histórico);

o Personalização (Tratamento de Ficheiros no PC e Inserção no serviço On-

Line).

Património: Posição Integrada do Cliente;

Transferências Permanentes/Pontuais: Entre Contas CA/Interbancárias;

Pagamentos/Carregamentos: Estado e Sector Público (TSU), Telemóveis,

Telecomunicações;

Crédito: Detalhe e Consulta de Movimentos de:

o Conta Corrente Caucionada;

o Crédito Comercial;

o Garantias.

Depósitos a Prazo e Poupanças: Consulta de Saldos e Consulta de Movimentos.

No Serviço On-Line Empresas registou-se um crescimento de cerca de 28% nas adesões e

de 26% nas adesões activas face ao ano 2007.

B2. On-Line Particulares

O Serviço On-Line Particulares registou um crescimento de cerca de 23% nas adesões ao

Sistema MultiCanal. As adesões activas ao Serviço On-Line Particulares representaram um

crescimento de 40% face ao ano 2008.

2 8%

O n-Li ne EmpresasTotal de Contratos

3 3 .9 5 0

2 6.6 21

200 7 20 08

26%

On-Line Empresas Adesões Activas

3 3 .0 15

2 6 .173

2007 2008

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 82

Nos gráficos seguintes são apresentados os principais indicadores do serviço On-Line em

2008:

On-Line - T otal de Operações Financeiras/Consultas

2 51 .8 22 26 9.61 4 26 8.46 8

1.95 1.005 1.93 8.113 1 .8 61 .4 492 .0 15 .9 94

2 72 .1 35

1º Trimes tre 2º Trimes tre 3º Trimestre 4º Trimestre

Operações Consultas

C. Evolução do Serviço Balcão 24

O Serviço Balcão 24, rede interna e auto-serviço bancário do CA, assinalou em 2008 o seu

4º ano de lançamento. Contou com 174 Balcões instalados (mais 28% do que o ano

anterior), dos quais 172 já se encontravam inicializados o que representa um crescimento

de 45% face a 2007. O crescimento da rede Balcão 24 significou a adesão de mais 14

Caixas Associadas, ou seja, no final de 2008, as Caixas Associadas aderentes ao Serviço

Balcão 24 eram 70, crescimento de 25% face a 2007.

23%

On-Line Particulares Total de Contratos

129 .079

158 .435

2007 2008

40%

On-Line Particulares Adesões Activas

4 9 .0 4 9

6 8.4 7 4

2007 2008

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 83

O total de transacções registou um

crescimento de 48%, face ao ano 2007. O

número de transacções em média/mês por

equipamento situa-se nos 2.385.

A taxa média de transferência das

transacções – do canal balcão presencial para

o balcão 24 – encontra-se acima dos 20%.

Os principais indicadores de actividade do

Serviço Balcão 24, durante o ano 2008, são

os seguintes:

48%

B24 - Total de Transacções

2.9 05.691

4. 313 .608

2007 2008

45%

B24 - Máquinas Inicializadas

17 2

119

2007 2008

25%

Rede Balcões 24Caixas Aderentes

5 6

7 0

2007 2008

B24 - Total de Operações Financeiras / Consultas

488075

633962588418

700868

102429 116732 127425 147782

1º Trimestre 2º Trimestre 3º Trimestre 4º Trimestre

Operações Consultas

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 84

D. Site Institucional do Grupo CA (www.creditoagricola.pt)

Em 2008 registaram-se 5.624.550 visitas, ao Site Institucional do Grupo, o que representa

uma média de 470.000 visitas/Mês. Estas visitas foram efectuadas por 1.370.940 Visitantes

Únicos, o que representa uma média de 4 visitas por visitante.

Estas visitas resultaram em 4.830.905 Páginas Vistas do Site Institucional do Crédito

Agrícola, o que significa uma média de 1,80 páginas vistas por visita. O Tempo Médio de

Permanência no Site foi de 1,34 minutos.

De seguida, apresentam-se os principais indicadores de actividade do Site Inst itucional do

Crédito Agrícola (www.creditoagricola.pt) durante ano 2008:

2 .58 2.30 9

3 .04 2.24 1

6 32 .4 90 73 8.45 0

1º Semestre 2008 2º Semes tre 2008

Número de V is itas V is itantes

5.297 .8 78

4 .83 0.905

1º Semes tre 2008 2º Semestre 2008

Exibiç ões de Páginas

10.128.783

2008

Exibições de Páginas

1.370.940

5.624.550

2008Númeras de Visitas / Visit antes

Número de Vis itas Vis itantes

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 85

2.1.5. Área Internacional, Emigração e Representações Exteriores

2.1.5.1. Área Internacional

A actividade internacional foi condicionada pela crise financeira e económica. Neste

contexto, a análise de risco de contraparte exigiu um acompanhamento cont ínuo, assim

como a análise de risco-país. Na verdade, mesmo no âmbito da UE, o risco-país passou a

ser bastante diferenciado, tendo-se-nos deparado, nalguns casos, grande desproporção

entre a dimensão dos bancos e o próprio produto interno do país, para além do facto das

diferentes soluções encontradas pelos Estados para resolverem os problemas dos seus

sectores financeiros implicarem diferentes graus de risco soberano.

Procedeu-se assim a várias revisões dos limites de crédito para Instituições Financeiras, de

grau de rigor crescente, que levou à suspensão dos limites em numerosos casos.

O ano de 2008 pautou-se, ainda, pelo arranque do SEPA (Single Euro Payments Area), em

Janeiro. A Caixa CEntral participou activamente no Grupo de Trabalho Interno e nos

Comités Direct ivos da CISP (Comissão Interbancária para os Sistemas de Pagamentos),

para além da colaboração que já mantém há alguns anos junto da EBA (European Banking

Association) e dos Bancos Cooperativos, participando nos Grupos de Trabalho de

Pagamentos.

Na Área da Promoção do Negócio Internacional manteve-se a elaboração de estatísticas e

de análises sobre a evolução das operações de estrangeiro, por Caixa, por cliente e por

produto, e o ranking das Caixas Associadas por zona geográfica e no total do Crédito

Agrícola.

Com base na informação analisada e disponibilizada às Caixas Associadas, promoveram-se

algumas acções comerciais e visitas às Caixas Associadas com o object ivo de promover os

serviços e produtos da área internacional.

O negócio internacional intermediado pela Caixa Central atingiu, até Setembro de 2008,

1.232.699 mil euros, representando um crescimento de 16,69% em relação a igual período

do ano anterior.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 86

O crescimento ficou a dever-se a operações não-documentárias, que cresceram 19,23%,

enquanto as operações documentárias, de maior rentabilidade, decresceram 23,38%.

Realça-se que o aumento do negócio internacional se continua a dever ao exclusivo

crescimento da intermediação de operações não documentárias que, além de serem menos

rentáveis, não contribuem para a fide lização dos clientes.

A quota de mercado, calculada com base em valores de Setembro de 2008, evoluiu

positivamente, atingindo 1,57% face aos 1,46% alcançados no ano anterior.

2.1.5.2. Emigração e Representações Exteriores

Esta unidade orgânica assume-se como uma área de negócio que, apesar de inserida na

estrutura da Caixa Central, tem uma actividade transversal a todo o Grupo, uma vez que

está essencialmente vocacionada para o segmento dos clientes não residentes em Portugal,

Comércio Internacional - Quota do Crédito Agrícolavalores em milhões de euros, excepto percentagens

Nacional(*) C A(**)

Set-07 69.885 1.020 1,46%

Set-08 75.975 1.192 1,57%

(*) Valores do Comércio Internacional de Mercadorias e Serviços(**) Exclui Emigração

Quota de Mercado

valores em milhares de euros excepto percentagens

Estrutura Volume Estrutura Δ%% % Set-08/Set-07

Operações Documentárias (*) 48.151 3,91% 62.842 5,95% -23,38%

Operações Não-Documentárias 1.184.548 96,09% 993.538 94,05% 19,23%

Total 1.232.699 100,00% 1.056.380 100,00% 16,69%

(*) Nas operações com crédito consideram-se os saldos em dívida

Operações de Estrangeiro

Set-07Set-08

Volume

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 87

desempenhando uma função de antena na captação e detecção de oportunidades de

negócio para todo o Grupo Crédito Agrícola, sendo que grande parte dos contratos são

estabelecidos com clientes das CCAM.

Destacam-se nos seus objectivos estratégicos:

A diversificação de fontes de captação de recursos;

A exploração de nichos de mercado ao nível de produtos e serviços especializados e

dedicados a emigrantes, empresas não residentes e mercados externos;

A gestão de negócio (no segmento de não residentes – particulares e empresas), ao

serviço das Caixas Associadas;

A extensão da presença e actuação do Grupo CA a territórios além fronteiras.

A actividade desta área já estende, assim, a presença internacional do Grupo, a países tais

como Alemanha, Bélgica, Cabo Verde, França, Luxemburgo e Suíça, estando em estudo o

alargamento da presença a mercados de elevado potencial e de forte presença e/ou

influência portuguesa.

O ano de 2008, marcado pela extrema incerteza e volatilidade dos mercados financeiros e

agudização da situação económica mundial, teve impacto na actividade desta área de

negócio, que se traduziu essencialmente na retracção da expansão a novos mercados do

incremento da dinamização comercial e, essencialmente, da diversificação da oferta de

produtos financeiros, havendo nesta vertente um retorno a produtos sem risco e com uma

componente de sofisticação muito baixa.

Contudo, e como corolário de uma criteriosa actividade comercia l e capacidade de

adaptação a novos desafios, alicerçados numa rigorosa gestão financeira dos balanços das

Sucursais, registou-se um crescimento apreciável da actividade. Destaque-se a extensão ao

segmento Imigração, através da oferta de produtos dedicados, de que destacamos a

implementação do serviço de transferências internacionais via Western Union.

Emigração

Este segmento de clientes é de facto aquele a que é dedicado um maior dinamismo e

inovação nas acções comerciais e nas estruturas exteriores.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 88

Como consequência desta estratégia e dadas as características especiais do Grupo, quer as

remessas de emigração, quer os depósitos provenientes da diáspora, registaram uma

evolução positiva, situando-se inclusivamente o crescimento das remessas acima do

apresentado a nível nacional, de onde resultou uma subida da quota de mercado do Crédito

Agrícola. Na verdade, as remessas cresceram em volume cerca de 5,2% e os depósitos

aumentaram 2,3%.

Sucursais Financeiras Exteriores

Constituindo uma ferramenta de complementaridade e, simultaneamente, de aposta no

desenvolvimento do negócio, a actividade das duas Sucursais do Crédito Agrícola

caracterizou-se pela manutenção de um crescimento sustentado na competitividade,

tentando, em simultâneo, fazê-lo sem deterioração da margem financeira e conseguindo-o

mercê da atenção especial atribuída a uma dedicada gestão de activos e passivos.

No final de 2008, as Sucursais detinham sob sua gestão cerca de 80 milhões de euros em

recursos de clientes, o que representa um crescimento de cerca de 26% relativamente ao

período homólogo do ano anterior. Fruto da crescente actividade, o turnover das suas

operações cresceu mais de 140% para 4,3 mil milhões de euros, e os resultados

consolidados subiram para, aproximadamente, 527 mil euros.

N.º OPS VOLUME Q.M. NACIONAL GRUPO CA Q.M.2006 369.788 281.524 11,6% 2006 7.365.000 252.764 3,4%2007 427.652 319.701 12,4% 2007 7.240.000 255.312 3,5%2008 473.741 336.393 13,2% 2008 7.838.000 261.077 3,3%∆ 07/08 10,8% 5,2% ∆ 07/08 8,3% 2,3%

Não inclui os DP's de Emigrantes na SFE

REMESSAS DE EMIGRAÇÃO DEPÓSITOS DE EMIGRAÇÃO

Valores em milhares de €, excepto % Valores em milhares de €, excepto %

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 89

2.1.6. Novos Produtos e Campanhas

Campanhas de Marketing

No âmbito do Plano de Marketing do Grupo foram realizadas 15 Acções de Marketing das

quais 3 em formato de Macrocampanhas, ou seja, utilizando meios de grande audiência.

Foram realizadas 8 campanhas de Marketing para captação de Recursos, 6 campanhas para

concessão de Crédito e uma campanha específica de Seguros.

Em termos agregados as campanhas representaram uma concretização de 525 milhões de

euros, mais 8% que em 2007, apesar da redução em 3 campanhas; deste montante 310

milhões referem-se a recursos, sendo cerca de 84 milhões de euros relativos a recursos

desintermediados.

A campanha de “Crédito à Habitação” teve como

objectivo posicionar o Crédito Agrícola como uma

Instituição Financeira que oferece uma das

melhores prestações do mercado. Porque o

segmento jovem era uma das grandes prioridades

de 2008, esta campanha mult imedia foi a que

envolveu maior investimento. O Crédito Agrícola

contratou a jovem apresentadora Sílvia Alberto

para fazer o anúncio da campanha que conduziu à

contratação de

cerca de 178

milhões de

euros, e contou com a participação de 97 Caixas

Associadas.

A campanha de “Crédito Pessoal” foi igualmente uma

campanha multimedia, mas com um investimento

substancialmente inferior. Mais uma vez, o Grupo

investiu em meios de grande audiência para se

posicionar como a instituição que apresenta uma das

melhores taxas do mercado, procurando ir ao encontro

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 90

das necessidades do segmento jovem, nomeadamente, das famílias jovens. A oferta, ainda

que dirigida a todas as finalidades de crédito, deu especial enfoque ao produto “Crédito

Pessoal Dinâmico”, produto muito flexível onde o Cliente pode escolher diferentes tipos de

carência de capital ou taxas de juro e tem a possibilidade de duplicar a prestação num mês

à escolha. Nesta campanha foram contratados cerca de 32 milhões de euros, tendo-se

registado a participação de 88 Caixas Associadas.

A Campanha do “CA & Companhia” teve igualmente

destaque em termos de multimedia. A campanha

apresentava um Pack completo para comerciantes e

pequenas empresas, com a oferta de um equipamento

TPA em condições favoráveis de aquisição, um cartão de

crédito para Comerciantes e a possibilidade de o

Comerciante colocar cartões Co-Branded nos seus

Clientes, beneficiando de descontos nas taxas dos TPA.

Esta campanha tinha como objectivo posicionar o Crédito

Agrícola como a inst ituição de ra iz local que apoia o

comércio e a act ividade loca is, promovendo o

desenvolvimento regional.

Todas as restantes campanhas, à excepção da campanha de “Leasing” e da campanha

específica de “Seguros”, foram campanhas de Recursos cujo objectivo foi posicionar o

Crédito Agrícola como uma das Instituições que apresenta maior liquidez e solidez

financeira, proporcionando uma rentabilidade atractiva aos seus Clientes.

Simultaneamente, procurou-se promover a imagem do Crédito Agrícola como a Instituição

que está “ao seu lado” ou seja, disponível para apoiar as comunidades locais.

Estas campanhas foram divulgadas nos Balcões das Caixas Associadas e Caixa Central

através de merchandis ing, principalmente folhetos e cartazes, em spots para divulgação em

rádio local ou regional e Marketing Directo, com o envio de mailing para os Clientes alvo de

cada campanha.

Ao nível do negócio de Cartões de Crédito foram efectuadas diversas campanhas de

incentivo à utilização dos Cartões, nomeadamente, na compra de viagens ou de produtos

não financeiros, em condições muito favoráveis para os Clientes, através do recurso a

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 91

prestações, ou em programas de fide lização dos Cartões.

Novos Produtos

No que se refere à criação de novos produtos de recursos destaca-se a criação do “DP12”,

um Depósito a Prazo com taxas crescentes. Trata-se de produto de cariz defensivo e

consequentemente de oferta não generalizada.

Foi ainda criado o primeiro Produto Estruturado – o “Energia 24” – na nova plataforma do

Profile desenvolvida para o efeito. Este produto consiste num DP a 2 anos e 7 dias, com

reembolso de capital no vencimento e uma remuneração compreendida entre 4% e 24%,

inclusive.

Foram criados, embora ainda não disponibilizados em 2008, outros produtos de recursos,

nomeadamente o “DP 18/24” (semelhante ao DP 12, mas com um prazo mais alargado), o

“DP Estabilização” (que constitui mais um produto defensivo, com taxas de juro definidas

pelas Caixas Associadas) e o “DPnet” (DP exclusivo para os Clientes dos Canais

Complementares, com uma taxa de juro mais atractiva que a taxa praticada nos Balcões e

dirigido, preferencialmente à captação de depósitos de novos Clientes, nomeadamente, do

segmento jovem e novos depósitos de Clientes actuais provenientes de outros bancos).

Importa ainda relevar a criação de novos produtos de desintermediação de recursos de que

são exemplo:

A “Solução Poupança Activa” que é um produto misto composto por um DP e um Seguro

de Capitalização que se apresenta com várias opções de investimento entre DP e Seguro

de Capitalização (30/70, 40/60 ou 50/50 para DP a 60 dias, 90 dias e 180 dias). O Seguro

de Capitalização apresenta, em cada início de ano, uma taxa de juro garantida, acrescida

de uma participação até 80% da conta de resultados anual;

O produto “CA Agro Valorização” que é um produto misto constituído por um DP a 90 dias

e um Fundo de Investimento fechado a 3 anos, com uma valorização de 80% de um

cabaz de bens agrícolas;

O produto “Euribor +” que é um Fundo de Investimento Fechado a 3 anos com uma

rentabilidade de 80% da Euribor a 6 meses acrescida de um spread anunciado na data de

subscrição e que vigora por 3 anos;

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 92

O produto “CA PPR +6” que é um produto de poupança a médio/longo prazo para

salvaguarda de rendimentos complementares da reforma. A remuneração deste produto

deriva de uma taxa de juro anual garantida de 6% até final de 2009, 5% durante 2010 e

taxa mínima garantida de 2,5% nos anos seguintes. Acresce ainda, uma participação de

resultados com base em, pelo menos, 80% da conta de resultados anual.

Refira-se ainda, no que se refere ao crédito, a criação da oferta de “EcoSoluções”. Esta

oferta é composta pelos seguintes produtos:

Crédito Pessoal EcoSoluções, com opção de taxa fixa ou variável;

Leasing para viaturas ligeiras, com emissão CO2 até 130g/km;

Seguro de equipamentos – CA Energias Renováveis;

Seguro Automóvel;

Seguro de Vida – Protecção Crédito Pessoal ou Protecção Super

Crédito;

Seguro de Protecção ao Crédito – CA Protecção Financeira.

Ao nível dos seguros de protecção de pessoas e bens destaca-se a criação do produto “CA

Energias Renováveis” que é um seguro para equipamentos de produção de energia

eléctrica ou térmica a partir de energias renováveis.

Merece igualmente relevância a criação do produto de “Protecção Financeira” que é um

seguro que garante o pagamento das responsabilidades de crédito do cliente quando

ocorram situações de:

Incapacidade temporária para o trabalho (acidente ou doença) com baixa médica por um

período superior a 30 dias consecutivos;

Desemprego involuntário;

Internamento hospitalar;

Morte ou invalidez permanente.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 93

2.2. Actividade Financeira e Mercado de Capitais

2.2.1. Estratégia de Actuação na Área de Tesouraria

Como se refere no ponto 1.3, o ano de 2008 foi marcado pelo aprofundamento da crise

financeira que se começou a desenhar a partir do final do 1.º semestre do ano anterior. A

incerteza quanto à dimensão dos designados activos tóxicos residentes nos balanços das

Instituições de Crédito e ao seu impacto nos resultados e solidez financeira destas últimas

acabaria por contaminar, indiscriminadamente, todos os mercados, experimentando uma

volatilidade sem precedentes.

Assistiu-se, assim, a uma crise de confiança dos investidores que deslocaram massivamente

as suas aplicações para as classes de activos percepcionadas como de menor r isco,

designadamente as obrigações de dívida pública das maiores economias avançadas. Tal

contribuiu para rarefazer drasticamente a liquidez dos restantes mercados. Este quadro

acabaria por afectar profundamente o funcionamento dos mercados interbancários em

particular, não obstante as injecções continuadas de fundos pelos Bancos Centrais e

Governos da generalidade dos Países. Esta situação, que atingiria o clímax nos meses de

Setembro e Outubro no seguimento da falência do Banco Lehman Brothers (questionando,

de per si, a presunção de suporte pelas Autoridades Públicas de Instituições com relevância

sistémica), ocasionou uma aceleração pronunciada dos níveis de ansiedade do mercado,

pese embora o imediato emendar de mão mediante o apoio pelas Autoridades Norte-

Americanas à Seguradora AIG, em dificuldades, logo nos dias seguintes.

Sobre este pano de fundo, a estratégia da Tesouraria, de harmonia com a sua Missão de

optimizar a rentabilidade sustentada dos excedentes em recursos do SICAM e de manter

adequados níveis de liquidez, centrou-se:

1) Em acompanhar o perfil temporal das aplicações dos excedentes pelas Caixas

Associadas, o qual, com a trajectória de descida pronunciada das taxas directoras do

BCE, a partir de Outubro, tendeu gradualmente a alongar-se, situando-se no final de

2008 em aproximadamente 6 meses, no caso dos depósitos constituídos junto da

Caixa Central por prazo inferior a 1 ano;

2) Depois da subida da taxa Refi verificada em contra-ciclo, em Julho de 2008, de 4%

para 4,25 %, e com a acentuação da crise (que acabaria por induzir a inversão do

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 94

sentido daquela alteração e a acelerada descida da mesma taxa no último tr imestre

do ano), no alongamento autónomo dos prazos de aplicação com o intuito de captar

o aumento esperado da margem financeira destas aplicações no cenário de

aterragem das taxas de juro de curto prazo que começara a desenhar-se a partir

dessa altura, tudo isto dentro de limites de risco de Contraparte, fortemente

condicionados no contexto, de risco de taxa de juro e de liquidez definidos;

3) De forma a retirar o melhor partido das actuações descritas nos números anteriores,

procurou-se ainda:

a. Intensificar a realização de operações alternativas ao mercado monetário,

substituindo cedências directas a Instituições de Crédito por tomadas de

participação em programas de papel comercial com garantia bancária ou de

empresas de referência no mercado nacional. Nas circunstâncias de escassa

liquidez que afectaram a Banca concorrente, verificou-se um aumento dos

spread nestas operações do qual o Crédito Agrícola acabaria por retirar

partido. O valor das operações desta natureza realizadas durante 2008

ascendeu a mais de 2.400 milhões de euros e representavam em 31 de

Dezembro de 2008 515 milhões de euros, cerca de 30% da posição de

tesouraria de curto prazo;

b. Intensificar a realização de operações de reporte mediante a cedência de

títulos em carteira. Com o aumento dos spread nas operações

interbancárias, reflectido no diferencial entre a Euribor e a taxa Refi, e a

preferência por activos percepcionados como de baixo risco, como os títulos

cedidos, pôde, assim, realizar-se uma margem interessante, incrementada

ainda por via do alongamento do prazo das aplicações dentro dos limites

estabelecidos, em operações cujo valor transaccionado ascenderia, em 2008,

a mais de 3 mil milhões de euros;

c. Complementar as actuações descritas nas a líneas anteriores, com a

aquisição de obrigações de Instituições de Crédito de referência e elevado

rating, ou com garantia dos respectivos Estados, com binómio spread/prazo

interessante e possibilidade de reporte junto do BCE, mantendo, ou mesmo

incrementando, a liquidez das aplicações;

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 95

4) Em gerir a cobertura de activos sensíveis ao comportamento das taxas de juro,

nomeadamente as carteiras de obrigações a taxa de juro fixa resultantes da

aplicação de recursos do SICAM a prazos superiores a 1 ano, com recurso a

instrumentos financeiros derivados, em especial os contratos de futuros sobre dívida

pública alemã. O valor de futuros transaccionado em 2008 ascendeu a mais de

5.000 milhões de euros (valor nocional) que correspondeu a perto de 50 mil

contratos negociados;

5) Em continuar a desenvolver a actividade no mercado cambial, muito direccionada

para a cobertura de operações de Clientes do SICAM, cujo volume negociado

ascendeu em 2008 a 1.500 milhões de euros, representando um crescimento de

mais de 90%, incluindo operações realizadas com grandes empresas nacionais que

operam em moeda estrangeira;

6) Em continuar a alargar a rede de contactos da Tesouraria e as alternativas de

aplicação dos excedentes em recursos, com benefício para os resultados da sua

aplicação, não obstante os constrangimentos sentidos no funcionamento dos

mercados interbancários e de capitais.

Num ano extraordinariamente difícil para os mercados financeiros e com os

condicionamentos operacionais ditados por um tal contexto, o Crédito Agrícola pôde, ainda

assim, consolidar e mesmo intensificar a sua presença e aumentar a sua visibilidade nos

mercados monetário, cambial e de capitais.

Valores em milhares de euros, excepto percentagens

31.12.07 31.12.08 Absoluta Relativa 2007 2008

M. Monetário, P. Comercial e Depósitos BdP 1.938.087 2.125.435 187.348 9,7% 76,1% 76,5%

Obrigações 610.043 653.913 43.870 7,2% 23,9% 23,5%

Total 2.548.130 2.779.348 231.218 9,1% 100,0% 100,0%

Evolução dos Activos sob Gestão do Departamento Financeiro

Montante Variação % do Total

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 96

2.2.2. Caixas Associadas e Corporate Desk

Ao longo de 2008, o CEACD continuou a desenvolver o projecto de cooperação com as

Caixas Associadas e com as Áreas Comerciais da Caixa Central para a promoção, venda e

distribuição de produtos de tesouraria e de mercados financeiros. Prosseguiu assim o

programa de visitas às Caixas Associadas visando a apresentação do “Serviço Caixas

Associadas e Corporate Desk” e a inventariação e desenvolvimento de oportunidades de

cooperação conjunta neste domínio.

Complementarmente, em Março de 2008, iniciou-se o Programa de Vis itas à Sala de

Mercados pelas Caixas Associadas. Durante esse ano, visitaram a Sala de Mercados 26

Representantes de Caixas Associadas. No decurso das visitas dá-se a conhecer a

organização e funcionamento do Departamento Financeiro, as actividades nele

desenvolvidas, com a perspectiva de uma maior identificação com os respectivos aspectos

técnicos e campo de aplicação comercial, riscos operacionais e financeiros a ter em conta

na respectiva negociação e processamento, além de se procurar desenvolver o

conhecimento mútuo e facilitar uma maior informalidade de contacto, necessários à

promoção e desenvolvimento da actividade comercial conjunta no dia a dia.

Dependendo das características do mercado local em que cada Caixa opera, estas

iniciativas, naturalmente que com campo de aplicação diferenciado, foram sendo muito

bem acolhidas, sendo cada vez mais visíveis os resultados proporcionados por uma mais

próxima cooperação com as Caixas Associadas e as Áreas Comerciais da Caixa Central.

Para além do seu vasto campo de aplicação comercial directa, com especial incidência no

domínio dos produtos e soluções de gestão e cobertura dos riscos financeiros da actividade

das empresas, o “Serviço Caixas Associadas e Corporate Desk” disponibiliza produtos de

negociação frequente, como cotações de divisas, ou a fixação de taxas de juro ou opções

sobre estas últimas, os quais tendem a favorecer, aproveitando a frequência desse

contacto, a criação de condições para a apresentação e venda de outros produtos e

serviços de interesse para as Caixas Associadas e as Áreas Comerciais da Caixa Central.

Podem, assim, constituir uma conveniente testa de ponte com importantes sinergias

comerciais, já que, independentemente da densidade de relações de trabalho que com elas

mantenham, as empresas procuram optimizar os seus resultados financeiros e inscrever na

sua agenda de consultas as Instituições de Crédito que recorrentemente lhes possam

apresentar prontamente cotações competitivas, como o Crédito Agrícola neste domínio.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 97

Instrumental do desenvolvimento da actividade do Serviço Caixas Associadas e Corporate

Desk tem sido o desenvolvimento do Projecto de implementação de uma nova plataforma

informática para suporte da actividade da Tesouraria. Em 2008 passou a ser possível

registar e processar derivados de taxa de juro, designadamente swaps e opções sobre

taxas de juro, em redobradas condições de eficiência e controle, que não só habilitam o

contínuo aperfeiçoamento da gestão e controle das posições de Tesouraria, como criam o

enquadramento adequado para a venda pelas Caixas Associadas de produtos a taxa de juro

fixa, quer no segmento de empresas, quer no de particulares (empréstimos, incluindo

crédito à habitação). Com efeito, com a continuada descida das taxas de juro, estão a criar-

se condições para um renovado interesse por estas operações que asseguram a

estabilização do serviço de dívida de Empresas e Famílias, as resguardam da tremenda

volatilidade dos mercados e assim contribuam também para a melhoria dos respectivos

perfis de crédito, consideração que se tenderá a revelar vital face à contenção e maior

selectividade deste último, ditadas pelo protelamento e consequências da crise financeira

iniciada em 2007. As Caixas Associadas podem desenvolver a colocação comercial destes

produtos, com a garantia de que o respectivo risco de taxa de juro poderá ser coberto junto

da Caixa Central. O desenvolvimento deste Projecto terá continuação em 2009, com o

lançamento de novos produtos desta natureza, nomeadamente relacionados com o

mercado cambial.

Com a conclusão da plataforma informática desenvolvida pela CA Serviços, foi lançada em

Julho de 2008 uma primeira Campanha de Distribuição de Depósitos Estruturados (depósito

“Energia 24”) integrada no Plano de Marketing. Esta Campanha permitiu alargar a gama de

produtos de passivo à disposição dos Clientes do Crédito Agrícola. O sucesso da campanha,

medido pela larga ultrapassagem do objectivo inicia lmente fixado, mas sobretudo porque

nela participaram 88 Caixas Associadas, cerca de 90% do total, veio demonstrar, se outras

provas faltassem que a distribuição e colocação de depósitos desta natureza tem um campo

de aplicação vasto junto dos C lientes do Crédito Agrícola, em larga medida independente da

especificidade dos seus mercados loca is.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 98

2.2.3. Função Financeira no Grupo Crédito Agrícola

Com o desenvolvimento de ferramenta especializada na gestão dos riscos de liquidez e de

taxa de juro, puderam aprofundar-se em 2008 as actividades do Comité de Gestão de

Activos e Passivos (ALCO).

A solução técnica instalada possibilita aprofundar a gestão dos riscos de balanço associados

a cada Entidade do SICAM e ao Grupo CA como um todo, de forma integrada e consistente,

e assim concorrer para a análise articulada e a tomada de decisão, no âmbito deste Comité,

das diferentes vertentes funcionais relevantes para a actividade, nomeadamente a

financeira, a de risco e a comercia l.

Em 2008, deu-se seguimento ao desenvolvimento da Função ALM – Gestão de Activos e

Passivos, sendo de destacar a adaptação do plano de contingência de liquidez do SICAM

existente às melhores práticas de mercado, na sequência das recomendações emitidas

pelas diversas entidades de supervisão e incorporando os mais recentes desenvolvimentos

de mercado.

Foram ainda criadas as bases necessárias à implementação de uma metodologia de

apuramento da rentabilidade das diversas unidades de negócio com base em preços

internos de transferência e dados passos relevantes com vista a uma plena integração da

participação das Caixas Associadas no Comité de Gestão de Activos e Passivos.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 99

2.2.4. Controlo de Risco na Área de Tesouraria

O controlo das actividades da Tesouraria e dos riscos específicos associados,

nomeadamente de mercado, de crédito e de contrapartida e operacionais, é assegurado,

numa segunda linha pelo Gabinete Técnico do Departamento Financeiro (sendo a primeira

as unidades de coordenação da Sala de Mercados e do CEACD), que verifica

permanentemente a observância dos limites de risco definidos e produz, diariamente,

relatórios sobre as actividades realizadas.

Neste domínio, a desejável intensificação e diversificação das actividades da Tesouraria em

mercados e instrumentos e a dinamização da promoção e venda de produtos e serviços de

tesouraria e mercados através do CEACD vieram colocar renovadas exigências.

Neste sentido, durante o ano de 2008 entraram em produção os primeiros módulos de uma

nova solução de suporte integrado às actividades do front, back e middle office do

Departamento Financeiro. A par da revisão dos processos internos de funcionamento, esta

solução permite adequar a gestão dos riscos operacional, de mercado e de contraparte às

mais elevadas exigências da respectiva gestão e controlo.

O desenvolvimento da referida solução informática facilita, ainda, a disponibilização de

produtos adicionais, importantes para o reforço da eficiência da gestão da tesouraria e com

vasto campo de aplicação comercial no âmbito da actuação do CEACD.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 100

2.2.5. Intermediação no Mercado de Capitais

Em 2008, o Departamento de Títulos da Caixa Central consolidou o processo de domiciliação das

carteiras e contas de títulos de clientes de custódia, na sequência da transferência da actividade

de corretagem e custódia da Crédito Agrícola Dealer - Sociedade Financeira de Corretagem, S.A.

para a Caixa Central.

O número de contas de t ítulos existentes no final do ano ascendeu a 7.830 e o número de

contas para negociação de futuros a 59.

Com a colaboração da CA Serviços, aperfeiçoou-se a integração no RURIS das aplicações

informáticas para prestação dos serviços de intermediação financeira nos mercados de capitais,

com relevo para as funcionalidades de transacção em Bolsa no Internet Banking do Crédito

Agrícola - CA On-Line.

Nesta plataforma de negociação o número de clientes passou de 906, em Janeiro, para 2.301 no

final do ano.

Foi ainda organizada a emissão de Títulos Especia is de Investimento - “Caixa Central/2008 – 1ª

emissão” no montante de 30 milhões de euros, com característica de dívida subordinada, com

prazo indeterminado, colocada exclusivamente junto das Caixas Associadas em Junho de 2008.

Apesar da complexidade do processo de transferência das carteiras de Clientes e de o ano de

2008 ter ficado marcado pelo eclodir da crise nos mercados financeiros, a actividade manteve-se

a níveis apreciáveis, conforme os quadros seguintes expressam:

valores em milhares de euros

Actividade ValorComissões

BrutasMercado à Vista 2.643.043 256Custódia/Depositário * 1.072.370 770Papel Comercial * 32.750 196

(*) Saldo a 31/12/2008

ActividadeNº de contratos transaccionados

Comissões Brutas

Mercado Futuros 68.434 266

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 101

2.3. Marketing

2.3.1. Nova Imagem

Para promover a notoriedade dos novos Balcões do Grupo e divulgar a oferta de produtos e

serviços do mesmo, na inauguração dos 5 Balcões

da Caixa Central, no Porto e em Lisboa foram

desenvolvidas um conjunto de acções promocionais

junto da população.

As acções de rua foram as que criaram um maior

impacto junto da população, pois os promotores

do CA interagiram com o público, dando-lhes a

conhecer o Grupo, distribuindo folhetos e flores,

colocando postais nas viaturas estacionadas na

área circundante aos novos Balcões e fazendo

circular viaturas com a decoração CA.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 102

2.3.2. Outras Acções de Marketing

O tema do Planeamento continuou a merecer um papel de relevo nas diversas acções de

Marketing ao longo de 2008.

A quase generalidade das acções realizadas em 2008 foi implementada nas datas previstas

no planeamento. Este rigor do lado da implementação facilita o planeamento das

campanhas do lado das Caixas Associadas, nomeadamente ao nível da preparação das

acções que estas têm de desenvolver junto dos seus Balcões e áreas comercia is.

O processo de planeamento do plano de campanhas de Marketing para 2009 resultou, mais

uma vez, de um longo processo de interacção e articulação do Marketing das necessidades

das Caixas Associadas e das Unidades de Negócio.

Foi concluído o projecto de Infraestrutura de suporte ao Marketing. Este projecto permite

uma capacitação do Marketing para uma mais eficaz operacionalização do processo de

gestão de campanhas, permit indo disponibilizar um número muito superior de campanhas,

com um grau de assertividade dos clientes-alvo substancialmente melhorado.

No que concerne às Caixas Associadas vai ser disponibilizada uma ferramenta de gestão

comercial que permit irá agendar e gerir contactos e oportunidades comerciais de Clientes.

Com a disponibilização de novas ferramentas, foram melhorados os processos de

segmentação e selecção de clientes alvo para campanha e extracção de informação para

reporting.

5 12 19 26 2 9 16 23 2 9 1 6 23 3 0 6 1 3 20 27 4 1 1 18 25 1 8 1 5 22 29 6 13 20 2 7 3 1 0 17 24 31 7 1 4 21 28 5 12 1 9 26 2 9 16 23 30 7 1 4 2 1 2 8

M3 - Solução de Poupança (as condiç ões do mercado vão d itar a

esco lha da o fer ta)

C1- So lução de C rédito Pes soal

M1 - Solução C rédito Habitação M2 - So luç ão de Poupanç a (as

c ondições do mercado vão d itar a es colha da of er ta)

Setembro Outubro Novembro DezembroMaio JunhoMarço Agost oJaneiro Fev ereiro Abril Ju lho

Mac

roca

mpa

nhas

d

e M

arke

ting

("

Pul

l")

Campanhas de Marketing (cont act os react ivos )

Macroc ampanhas de Marketing (contactos reac tivos)

Cam

pan

has

de

Mar

ketin

g ("

Pul

l")

C2 - So luç ão de Capita lizaç ão - SD I

C5- So luç ão de Poupanç a/Emigrante e Investimento

(Não-Residentes e Residentes )

C 4 - Solução de Inv est iment o

C3 - Solução de Leasing C7 - So luç ão de Inves timento

C8 - Solução de Ref orma e Fundo de Pensões

C6 - Solução Créd ito Pes soal (Regresso às Au las)

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 103

No que se refere à disponibilização de ferramentas, destaque ainda para a aplicação de

Análise de Desempenho Comercial que vai permitir classificar as Caixas Associadas e os

Balcões através de um sistema de pontuação definido pelas Caixas Associadas para as

diferentes variáveis, que premeia a concretização de objectivos, sendo esta pontuação a

base para a distribuição de incentivos.

A par desta ferramenta foram actualizadas as aplicações do SIGA Objectivos que irá

alimentar a Análise de Desempenho Comercial com todos os objectivos do negócio do

Grupo que cada Caixa Associada definiu e que serão carregados naquela ferramenta pelo

Marketing e o SIGA Comercial. Este, mensalmente, vai carregar aquela ferramenta com os

valores realizados em cada variável de negócio para se determinar a concretização face aos

objectivos definidos.

Foram realizadas 3 reuniões da Comissão de Marketing e Política Comercial, em 2008, onde

foram submetidos à discussão um conjunto de temas dos quais destacamos:

Necessidade de criação de produtos para defesa dos recursos das Caixas Associadas;

Regulamento de implementação de campanhas pelas Unidades de Negócio;

Regulamento de implementação de campanhas pelas Caixas Associadas;

Acompanhamento da evolução geral do SICAM face ao mercado e da concretização dos

objectivos das campanhas previstas no Plano.

Relativamente ao projecto pricing e margem complementar merece relevância a entrada

em produção da Ferramenta de Gestão do Preçário (FGP) com as seguintes 6 Comissões:

Pagamento de cheques a Descoberto;

Manutenção de Descoberto não autorizado;

Renovação de conta corrente caucionada;

Gestão de prestação em atraso;

Colocação em Lista Negra;

Avisos de incumprimento.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 104

Esta iniciativa melhorou substancialmente a eficácia de cobrança na quase generalidade das

Caixas Associadas, como se pode comprovar pela análise das Comissões recebidas e pelo

impacto destes valores no comportamento muito positivo da margem complementar em

2008 a nível do SICAM.

No que concerne ao apoio prestado às Caixas Associadas, destacam-se as seguintes

iniciativas realizadas para as Caixas participantes no projecto de Apoio à Dinamização do

Negócio (ADN):

Definição de objectivos comerciais por Caixa e Balcão com o suporte de uma metodologia

desenvolvida pelo departamento;

Desenvolvimento de Planos de Acção Comercial que permitem a cada Caixa programar,

de forma ajustada à sua realidade e considerando o potencial do seu mercado de

actuação e da sua carteira de Clientes, a realização de Campanhas do Plano de Marketing,

de Campanhas Comerciais e, se relevante, de Acções de aproveitamento de

oportunidades do Mercado local;

Acompanhamento da execução dos objectivos comerciais e campanhas planeadas, assim

como na dinamização de um Sistema de Incentivos e no apoio à adopção de Aplicações

informáticas desenvolvidas para ajudar as Caixas no desenvolvimento da sua actividade

comercial;

Suporte aos Responsáveis Comerciais das Caixas no desenvolvimento da sua função e na

melhoria do processo de planeamento, gestão e dinamização da actividade comercia l das

suas Caixas.

No que se refere à Comunicação

Externa, Institucional e de Produto

verificou-se uma maior presença

nos meios de maior audiência,

tendo sido contratado um Plano de

Meios Anual que nos permitiu

marcar uma presença assídua nos

meios, principa lmente imprensa e

rádio, dando maior consistência à

marca CA e contribuindo

consequentemente para o aumento

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 105

da notoriedade do Grupo.

Em 2008, demos continuidade à comunicação com os Clientes junto do extracto através da

“CA Notícias” e criámos uma nova Newsletter designada por “Loja CA” para comunicar

produtos não financeiros aos t itulares dos cartões de crédito.

Ainda para promover os produtos

não financeiros foi criada no final

do ano, a “Loja CA”, na Internet,

que permite aos Clientes

detentores do cartão do Crédito

Agrícola fazerem compras on-

Line.

A “CA Revista” e a “CA Entre

Nós”, continuam a ser os veículos

de comunicação por excelência,

tendo havido, em relação à CA Revista, um aumento de solicitações, iniciando-se a sua

distribuição aos Clientes de Cartão Premier.

Para estes dois meios de comunicação muito têm contribuído as Caixas Associadas e as

Empresas do Grupo que regularmente enviam contributos. Temos igualmente de destacar

os colaboradores do Grupo que tem dado a conhecer os seus talentos na rubrica “Artes e

Talentos” da CA Revista.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 106

No ano de 2008 os patrocínios do Grupo CA para

reforço da imagem institucional foram destinados de

continuidade, ao ciclismo, motociclismo, todo o

terreno e rali. No entanto, a grande novidade surgiu

ao realizarmos “O I Grande Prémio de Ciclismo do

Crédito Agrícola” onde, durante 4 dias, as principais

equipas nacionais competiram naquela que foi a

última prova do calendário velocipédico nacional.

Esta prova foi amplamente divulgada pelos media, com centenas de notícias publicadas e

reportagens na televisão.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 107

3. Áreas de Suporte, Enquadramento e Auditoria

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 108

3. Áreas de Suporte, Enquadramento e Auditoria

3.1. Recursos Humanos e Formação

A actividade de Recursos Humanos foi, ao longo de todo o ano de 2008, projectada e

acompanhada pela acção da Comissão Interfuncional de Recursos Humanos e Formação.

A. Actividades Jurídico Laborais e Fundo de Pensões

Acompanhamento ao SICAM e Empresas do Grupo

Desenvolvimento e divulgação de um modelo de Regulamento de Trabalho Suplementar

com critérios uniformes para o Grupo;

Desenvolvimento e divulgação de um manual de "Actuação perante uma Acção Inspectiva

da Autoridade para as Condições do Trabalho", uniforme para o Grupo;

Desenvolvimento de um projecto de "Norma de Utilização Aceitável do uso da Internet-

Colaboradores".

Fundo de Pensões

Colaboração na constituição da Comissão de Acompanhamento do Fundo de Pensões do

Crédito Agrícola;

Elaboração de Projecto de Regulamento de Funcionamento da referida Comissão de

Acompanhamento;

Alteração dos Contratos Constitutivo e de Gestão, com vista à previsão de encargos com

cuidados médicos Pós-Emprego.

Crédito à Habitação

Foram desenvolvidos e formalizados os processos de Crédito à habitação de empregados

da Caixa Central, FENACAM e Empresas Associadas, num total de 7,5 milhões de euros,

dos quais 6,2 milhões à taxa do ACT.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 109

B. Actividades de Recrutamento, Selecção e Mobilidade de Pessoal

Foram desenvolvidos 111 processos de selecção para o Grupo CA, tendo sido aplicados

testes a 1.366 candidatos e realizadas 405 entrevistas sócio-profissionais;

Foi concluído o processo de revisão e aprovado o novo Regulamento de Admissões e

Mobilidade Interna do SICAM, estando já em desenvolvimento o suporte informático

adaptado às novas necessidades;

À semelhança dos anos anteriores, desenvolveu-se o programa de estágios na Caixa

Central, nas vertentes de selecção, acompanhamento e avaliação dos estagiários;

Efectuada gestão dos pedidos de mobilidade interna e dos contratos de trabalho

temporário na Caixa Central;

Manutenção da base de dados de candidaturas espontâneas.

C. Tecnologias e Informação para Gestão de Recursos no Grupo CA

Em 2008 destaca-se:

Desenvolvimento da Plataforma de e-Learning do Grupo CA;

Actualização da base de dados de suporte à Plataforma CAMRH;

Realização do V Encontro de Utilizadores do CAMRH;

Produção de Estatísticas e Informação para Gestão, solicitadas por entidades oficiais, APB,

Banco de Portugal, Fundo de Garantia e estruturas internas.

D. Actividades Formativas/Centro de Formação

Em 2008 destaca-se a conclusão da fase de testes da plataforma de e-Learning do Crédito

Agrícola, denominada Sal@ctiva, com a realização do primeiro curso piloto.

O Centro de Formação organizou 32 cursos em regime aberto, incluindo Sessões de

Divulgação e Esclarecimento, correspondendo a 357 acções, registando 6.561 participantes,

totalizando 93.201 horas formativas, representando um investimento de 520,3 mil euros

dos quais 73,4% foram suportados pelo Fundo de Formação.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 110

Cursos em regime aberto Nº Part. Sessões Horas Montante F.F.(*)Auditoria Interna Baseada no Risco e Rela tórios de Auditoria Interna 72 4 1.512 29.955,22 19.470,89

CONHECIMENTO DA NOTA EURO 614 4 2.456 ** **Encontro de Auditores do Crédito Agr ícola 54 1 540 21.940,97 14.261,63

Encontro de Part ilha de Experiências – Act ividade Comercial 56 3 336 7.936,29 5.158,59FORBASIC 70 4 9.800 21.704,03 16.278,03

FORCOORD 121 10 5.082 112.435,92 84.326,94S.E. – “Gest ão de Reclamações” 146 7 438 41,98 41,98

Infra-Est rutura de Supor te ao Marketing - ISMC 284 27 852 ** **

MS EXCEL 2003 (E-LEARNING) 108 1 4.320 ** **MS WORD 2003 (E-LEARNING) 97 1 3.880 ** **

SABERES + 233 18 32.620 194.242,65 145.861,99S.D. – “Projecto Mi Sucursal" 181 4 362 51,56 51,56

Regist os e Notariado 90 5 1.260 58.207,16 37.834,65Seguros "ÁREA AGRÍCOLA" 107 9 428 81,83 81,83

Seguros "ÁREA DE PATRIMONIAIS" 112 7 1.568 36,84 36,84Seguros “ACIDENTES E DOENÇA” 140 7 980 49,67 49,67

Seguros “ÁREA AUTOMÓVEL” 140 7 980 72,00 72,00S.E. - "Apl icações Moa i e Central Balanços" 161 4 322 144,86 144,86

S.A. - "DMIF" 405 75 1.620 7.105,18 7.105,18

S.A. - "Projecto Pricing e Margem Complementar" 158 10 474 1.303,58 1.303,58S.A. - "Solução Comércio Local" 336 21 1.008 189,38 189,38

S.A. - “Campanha "Solução Emigrantes" 133 11 399 37,54 37,54S.A. - "Solução de Propost as e Credit Scor ing - Crédito Habitação" 550 13 1.650 3.116,47 3.116,47

S.D. - "Solução de Investimento CA Euribor +" 291 24 873 846,99 846,99S.D. - "Cartão Pharma + " 85 12 255 31,74 31,74

S.D. - "Depósito Estruturado" 237 16 711 468,35 468,35S.E. - " Recirculação da Nota Euro" 294 8 882 133,66 133,66

S.E. - “Campanha Girassol +” 74 4 222 49,54 49,54

V Encontro de Uti lizadores do CAMRH 144 5 864 457,20 457,20Visitas ao Departamento F inanceiro 31 8 434 ** **

Western Union 359 20 2.513 ** **Mediadores de Seguros Ligados 678 7 13.560 59.667,56 44.750,67

TOTAIS 6.561 357 93.201 520.308 382.162S.A. - Sessões de Apresentação; S.E. - Sessões de Esclarecimentos; S.D. - Sessões de Divulgação

(*) Comparticipação do Fundo de Formação(**) Cursos ainda a decorrer, a cobrar em 2009

Val ores em euro s

Em regime fechado foram organizados 14 cursos, correspondendo a 44 acções, nas quais

participaram 572 formandos, totalizando 7.060 horas de formação, representando um

investimento de 67,4 mil euros.

Cursos em regime fechado Nº Part. Sessões Horas Valor Total (€)ATENDIMENTO TELEFÓNICO DE EXCELÊNCIA 32 1 448 7.731,19

AUDITORIA BANCÁRIA 5 3 175 0,00BRANQUEAMENTO - MEDIDAS DE PREVENÇÃO 26 2 182 2.103,20CASA PRONTA 16 1 64 0,00

CRÉDITO HABITAÇÃO 6 1 72 2.160,00CRÉDITO – WEBBANCA 10 1 250 0,00INGLÊS ELC 81 6 2.916 21.914,58OUTDOOR - CCAM ALTO MINHO 70 1 840 27.376,04

RURIS 19 7 665 6.145,81SEGUROS RAMOS REAIS 93 8 651 0,00FORMAÇÃO INICIAL GESTORES DE SEGUROS RAMOS REAIS 17 6 102 0,00

SENSIBILIZAÇÃO EM PRIMEIROS SOCORROS 18 1 54 0,00SESSÕES DE APRESENTAÇÃO "DMIF” 26 2 182 0,00SESSÕES DE APRESENTAÇÃO SAGE 153 4 459 0,00

TOTAIS 572 44 7.060 67.431

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 111

Para além destas acções, foram também da responsabilidade do Centro de Formação as

inscrições e respectivo acompanhamento em 78 cursos em regime aberto, promovidos por

outras entidades, nos quais participaram 120 colaboradores, totalizando 1.313 horas

formativas, representando um investimento de cerca de 70 mil euros, dos quais 18 mil

foram suportados pelo Fundo de Formação.

A exemplo dos anos transactos, para além da presença em cursos nesta tipologia de curta

duração, os empregados do Crédito Agrícola também frequentaram cursos de ensino à

distância, nomeadamente “Fundamentos de Banca” (101 formandos) e “Complementar de

Banca” (15 formandos), totalizando 116 participantes, representando um investimento de

105 mil euros, dos quais aproximadamente 79 mil euros foram suportados através do

Fundo de Formação.

No que concerne à formação superior, para além dos 12 formandos que frequentaram o

Curso de Gestão Bancária, foram apoiados mais 17 colaboradores (3 licenciaturas e 14

Mestrados), ascendendo o investimento a aproximadamente 51 mil euros, tendo 32 mil sido

suportados pelo Fundo de Formação.

Resumindo, participaram nas diversas iniciativas levadas a cabo 7.398 formandos,

representando um total de 101.574 horas formativas, não estando aqui incluídos,

obviamente, os cursos à distância, com um investimento global de 814 mil euros, o qual foi

comparticipado pelo Fundo de Formação em 512 mil euros.

Em 2008 deu-se continuidade a cursos em regime de e-Learning, concretamente Microsoft

Word e Excel, Conhecimento da Nota Euro e Mediadores de Seguros Ligados, tendo esta

metodologia de formação abrangido já uma percentagem significativa de colaboradores.

E. Actividades de Gestão de Competências e Desenvolvimento

Profissional

Caracterização do efectivo, no âmbito do estudo de reestruturação do Departamento de

Contabilidade e Consolidação de Contas da Caixa Central;

Apoio à implementação do SAGE nas Caixas Associadas que efectuaram a adesão em

2008 e acompanhamento ao processo de avaliação de desempenho a 20 Caixas

Associadas;

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 112

Apoio técnico à Comissão Interfuncional de Recursos Humanos e Formação;

Análise e pareceres no âmbito da remuneração, reenquadramentos funcionais e propostas

de carreira, solicitados pelas Caixas Associadas;

Conclusão de estudos sobre competências e meios humanos nas Caixas Associadas de

Albufeira, Alentejo Central, Alto Minho (1ª fase), Costa Verde, S. João Pesqueira e Serra

da Estrela;

Desenvolvimento de novas abordagens de análise da produtividade dos Recursos

Humanos: funcionamento e caracterização do perfil de competências das equipas de

trabalho (Team Analisys), tendo-se efectuado a primeira aplicação da metodologia na

Caixa Associada do Norte Alentejano;

Caracterização de funções para identificação de perfis, no âmbito do projecto “Funções e

Responsabilidades”;

Apoio ao projecto “Plataforma Organizacional”.

F. Efectivo da Caixa Central

O incremento entre 2007 e 2008

reporta-se ao quadro de pessoal

com funções técnicas.

365 375 390 403 410

438

Evolução do nº de colaboradores

2002 2004 2005 2006 2007 2008

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 113

3.2. Organização e Processos

Como já referido, o ano de 2008 foi um ano em que o negócio bancário, Nacional e

Internacional, sofreu grandes alterações, tendo-se constatado um retorno a uma actividade

de intermediação financeira mais clássica e com menor exposição ao risco, dando grande

enfoque à liquidez.

Não sendo este o capítulo para fazer considerações sobre as causas desta situação, é no

entanto relevante avaliar algumas das suas consequências, já verificadas ou previsíveis,

que, naturalmente, condicionaram a nossa actividade durante o ano.

Durante este ano, assistimos a uma crescente necessidade de reporte Regulatório e a

maiores exigências de Compliance que, associadas a um Mercado cada vez mais

competit ivo em relação à captação de recursos, reforçaram a necessidade de desenvolver a

componente organizacional, promovendo a adopção de plataformas e ferramentas nesta

área que permitam criar as condições para fazer face a essas exigências.

Neste contexto, em 2008, a Caixa Central criou o Departamento de Consultoria e

Organização (DCO), com o objectivo principa l de criar e promover a adopção das

ferramentas organizacionais atrás referidas.

Este departamento “nasceu” do anterior Departamento de Organização e Sistemas de

Informação (DOSI), tendo resultado da necessidade de especialização e concentração na

componente organizacional, permitindo, simultaneamente a fusão da componente de

Sistemas de Informação na CA Serviços, facilitando a resposta às crescentes exigências

sobre as Tecnologias de Informação do Grupo.

Considerando o exposto, nesta área a actividade centrou-se em três vectores estratégicos

de actuação:

1. Desenvolvimento organizacional do SICAM;

2. Desenvolvimento de ferramentas organizacionais de suporte às necessidades

regulatórias;

3. Optimização organizacional da Caixa Central.

Estes vectores de actuação foram seguidos considerando alguns objectivos base, sendo

relevante referir alguns dos principais:

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 114

Promover a redução de custos operacionais associados ao desenvolvimento da nossa

actividade;

Criar condições para o incremento da eficácia e eficiência organizacional, promovendo o

aumento dos rácios de produtividade;

Desenvolver a plataforma de processos, criando os respectivos manuais de processos e

procedimentos, servindo assim de suporte a projectos de controlo interno, compliance,

redução e controlo de r isco operacional, etc;

Desenvolver e promover a adopção de melhores práticas pelo Grupo;

Promover o desenvolvimento de ferramentas de suporte ao desenvolvimento da

actividade.

Face aos objectivos propostos, foram realizados durante o ano alguns projectos que

importa referir neste capítulo, não querendo, no entanto, ser exaustivos na sua

identificação.

Desenvolvimento da plataforma de referência organizacional para o SICAM

A existência de uma plataforma de referência organizacional, actualizada, fazendo face às

novas exigências, considerando as melhores práticas actuais e adoptando a utilização das

ferramentas tecnológicas entretanto desenvolvidas, é de extraordinária importância para a

evolução do grupo, promovendo a utilização das melhores práticas, tanto nas actividades

de negócio como nas de suporte.

As práticas e ferramentas associadas com a evolução da Plataforma de Referência foram

estruturadas segundo 9 módulos base da actividade das Caixas de Crédito Agrícola Mútuo

(Estrutura organizacional, Processos, Sistemas de Informação, Gestão, Comercial, Risco de

Crédito, Recuperação de Crédito Vencido, Controlo dos Riscos e Suporte) complementados

por uma metodologia de apoio à sua implementação.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 115

Plataforma de referência para o SICAM

Em cada um dos módulos, são organizadas e divulgadas de forma sistemática as melhores

práticas aplicáveis às respectivas áreas de intervenção funcional, encontrando-se já

desenvolvidos e em fase de implementação por algumas Caixas Associadas, de acordo com

um calendário faseado, os módulos iniciais.

Definição de arquitectura e manuais de processos e procedimentos

A definição e manutenção de uma arquitectura de processos que enquadre a actividade da

Caixa Central estão entre as principais prioridades neste domínio, como resposta a algumas

das novas exigências do sector:

Desenvolvimento do ambiente de controlo interno de acordo com novas regras;

Gestão de Risco Operacional, de acordo com Basileia II;

Implementação de regras de Compliance;

EFICIÊNCIA

ADEQUAÇÃO DA ESTRATÉGIA DO GRUPO à SITUAÇÃO LOCAL

PRO

CESSO

S

SIS

TEM

AS D

E IN

FOR

MAÇ

ÃOSUPORTE

ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

IMPLEMENTAÇÃO

CONTROLO DOS RISCOS

RISCO DE CRÉDITO RECUPERAÇÃO DE CRÉDITO VENCIDORISCO DE CRÉDITO RECUPERAÇÃO DE CRÉDITO VENCIDO

COMERCIAL

GESTÃO

EFICIÊ

NCIA

EFICIÊNCIA

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 116

Para além da resposta a estas exigências, maioritariamente decorrentes do contexto

regulatório, a arquitectura de processos constitui uma importante ferramenta para a

optimização, designadamente para:

Reengenharia de processos, ao possibilitar a realização de análises e sugestão de

melhorias conducentes ao incremento da produtividade;

Definição de normativos claros e inequívocos, bem como de documentação de suporte à

execução e controlo da actividade dos departamentos;

Clarificação e atribuição clara de responsabilidades na execução dos processos,

assegurando a articulação e segregação de funções entre os vários departamentos.

A estruturação da actividade segundo uma arquitectura de processos constitui ainda a base

funcional de suporte para a implementação de mecanismos de automatização de processos

e gestão documental no Grupo Crédito Agrícola.

Com este propósito, durante o ano de 2008, foram documentadas as principais áreas de

Negócio da Caixa Central, tendo também iniciado a definição da arquitectura de processos

associada à Plataforma de Referência para o SICAM.

Projectos de apoio à Certificação de Qualidade (ISO9001)

O ano de 2008 foi marcante na orientação para a Qualidade de muitas Caixas Associadas,

tendo assistido a vários processos de início de certificação, alguns dos quais já concluídos

durante este ano.

Os projectos foram suportados por um Modelo de Sistema de Gestão da Qualidade como

ferramenta de suporte à melhoria contínua dos processos, orientada à satisfação dos

clientes.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 117

A implementação de uma Certificação de Qualidade tem óbvias vantagens, tendo em conta

os mecanismos que nela constam, que, se correctamente utilizados, contribuem

significativamente para a melhoria operacional.

No entanto, estas certificações incrementam muito a carga “burocrática” na gestão diária,

sendo necessário avaliar cuidadosamente, ao longo do processo de certificação e caso a

caso para cada contexto concreto, os prós e contras das soluções existentes.

É neste âmbito que a Caixa Central, através do DCO, tem procurado disponibilizar apoios,

contando já com uma equipa com experiência prática, em resultado do trabalho realizado

em conjunto com entidades certificadoras nas Caixas de Crédito Agrícola Mútuo Certificadas

ou em Certificação.

É, por isso, da maior importância, referir o papel que hoje a Caixa Central já tem no apoio à

certificação das Caixas, garantindo, antes da certificação, que estão implementadas as

melhores práticas operacionais e organizacionais.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 118

Projectos de Reorganização e Optimização operacional

Os projectos de Reorganização e Optimização operacional, ganharam durante o ano de

2008 uma grande relevância, sendo visível a intenção das Caixas Associadas de

optimizarem a sua actividade através da realização de projectos de reorganização e

reengenharia de processos, de acordo com as melhores práticas e com as novas exigências

regulamentares.

A Caixa Central tem hoje, através do DCO, em articulação com outros departamentos da

Caixa Central, como o DRH, uma equipa dedicada a estes projectos, realizando durante

2008 um grande número de estudos em colaboração com as Caixas Associadas,

promovendo a melhoria organizacional do Grupo e apoiando os processos de fusão que se

têm realizado.

Nos projectos realizados, é proposta às Caixas Associadas uma metodologia baseada em 3

vectores de actuação:

Crescimento do negócio;

Diminuição do r isco;

Aumento da eficiência.

Definir, segregar e especializar as Funções;

Definir responsabilidades e competências de cada Área / Função;

Melhorar a organização e a estrutura interna;

Controlar e optimizar os Processos de Trabalho

Aumentoda

Eficiência

AumentoAumentodada

EficiênciaEficiência

Diminuiçãodo

Risco

DiminuiDiminuiççãoãododo

RiscoRisco

Crescimentodo

Negócio

CrescimentoCrescimentododo

NegNegóóciocio

Segregar as Funções relativas à Área Comercial, ao Crédito e ao Suporte;

Potenciar uma correcta Análise e Acompanhamento do Risco, antecipando cenários de incumprimento;

Controlar e Recuperar o Crédito Vencido

Reestruturar a Área Comercial;

Criar Área de Apoio Técnico Comercial para prestar suporte às Áreas Comerciais;

Planear e acompanhar a actividade Comercial.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 119

Considerando estes vectores, são considerados, nos projectos realizados com cada Caixas

Associada, objectivos concretos alinhados com o seu contexto específico, designadamente:

Focalização no negócio;

Centralização das actividades de suporte;

Segregação de funções;

Redução do número de estruturas;

Reforço da vertente prudencial e de controlo;

Competências especializadas.

Os projectos realizados tiveram âmbitos e resultados variados, dos quais se destaca:

Definição ou optimização da estrutura organizacional, garantindo a segregação de

funções;

Clarificação de responsabilidades e funções;

Optimização de Normas, de acordo com a nova estrutura organizacional, como, por

exemplo, a delegação de competências;

Definição ou optimização de manuais de processos e procedimentos;

Optimização do número de recursos assignados às tarefas e respectivas áreas, de acordo

com as cargas medidas e com a evolução prevista;

Implementação da Plataforma Organizacional de Referência, considerando os pontos

referidos anteriormente.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 120

3.3. Meios Materiais e Logíst ica

Na actividade em 2008, há que referir, em primeira linha, o alargamento da rede de

Balcões da Caixa Central, que passou de 4 para 9 Balcões, dos quais dois novos na cidade

do Porto, um na cidade de Lisboa, um na Amadora (Damaia) e um em Oeiras (Linda-a-

Velha). Procedeu-se também à transferência do Balcão da Rua Júlio Dinis para a Rotunda

da Boavista, no Porto. Os novos Balcões foram executados de acordo com o novo modelo

de imagem e organização proposto pela Caixa Central.

Concluiu-se a remodelação da organização espacial do Edifício Castilho e do Edifício

República, ficando alocados aos departamentos e gabinetes da Caixa Central e às empresas

do Grupo CA, o espaço e os meios de infra-estrutura necessários ao crescimento dos

serviços, ao desenvolvimento de novas funções e às exigências do respectivo negócio.

Concluíram-se também diversos projectos cuja execução decorrerá em 2009,

nomeadamente o do novo grupo gerador do Edifício Castilho e o de alterações ao Balcão

Castilho.

Desenvolveram-se estudos com vista a dotar o CA de um modelo de loja automática, cujo

projecto deverá ficar concluído no primeiro trimestre, que permit irá oferecer serviços

bancários interactivos, cujo modelo tem sido articulado com a Caixa Associada de São

Teotónio. Desenvolveram-se, também, estudos e projectos para a criação de centros de

empresa, nomeadamente em Faro, e cujo modelo tem sido articulado com a Caixa

Associada do Algarve.

Conforme acordado, procedeu-se à transferência do estacionário (impressos

personalizados) da Caixa Central para a FENACAM, no sentido de que a gestão de stocks de

todos os impressos do CA se processe no Serviço de Produção Documental e

Aprovisionamento (SPDA), a fim de se obterem preços de mercado mais favoráveis.

Encetaram-se negociações com os principais fornecedores de serviços, a fim de se obter em

descontos de grande cliente, compatíveis com a dimensão do negócio do Grupo CA, com

objectivos e metas anuais preestabelecidos.

A organização da segurança no sector bancário foi um factor de permanente preocupação.

Assim, através da divulgação de circulares pelas Caixas Associadas, foram fomentadas

algumas medidas de sensibilização, sendo estas acções encaradas como instrumentos da

máxima importância. As crescentes ocorrências de furto ou tentativa de furto a caixas

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 121

automáticas da rede Multibanco levaram-nos, em conjunto com a CA Informática, a

divulgar e a incentivar a implementação do sistema de protecção por t intagem de notas.

Em cumprimento à Lei n.º 67/ 98 de 26 de Outubro, segundo a qual a utilização de

sistemas de gravação de imagens carece de autorização da Comissão Nacional de

Protecção de Dados (CNPD), a Caixa Central deu início ao processo de regularização desta

situação tendo enviado para a CNPD as respectivas notificações aos sistemas de gravação

de imagem instalados nos seus edifícios e Balcões. Após estes terem sido deferidos, foi

colocado ao dispor das Caixas Associadas o apoio necessário à regularização dos seus

sistemas de gravação de imagens junto da CNPD.

No final de 2008, a Caixa Central procedeu à substituição do seu equipamento de

televigilância, em todos os seus edifícios, por um sistema de gravação digital, com muitas

vantagens, nomeadamente na alta qualidade das imagens e na facilidade de consulta.

Relativamente à gestão dos imóveis provenientes de incumprimentos de créditos, que eram

de 36 em 31 de Dezembro de 2007, em 2008 foram recebidos 8 imóveis, tendo sido

vendidos 4 da bolsa de imóveis existentes. Em processo de venda encontra-se, ainda, um

imóvel, tendo sido já celebrado o contrato promessa de compra e venda e recebido o

respectivo sinal. Existem, também, 4 imóveis recuperados do leasing.

Ampliou-se a capacidade instalada do Arquivo Central, em Castanheira do Ribatejo, com

mais um novo conjunto de estantes e procedeu-se também à melhoria das condições de

conservação no 3.º. Depósito, o que proporcionou um aumento da capacidade instalada do

Arquivo em cerca de 37%.

No âmbito da actividade do arquivo foram efectuados 4.174 pedidos (3.276 em 2007), num

total de 5.421 solicitações3 (4.479 em 2007), tendo sido, ainda, digitalizadas 71.350

páginas (75.856 em 2007), com a evolução trimestral indicada nos gráficos.

Quanto ao recurso às imagens digitais para consulta de documentos, os pedidos

respondidos em formato digital foram de 87% do total. O número de páginas digitalizadas

sofreu uma ligeira redução, mantendo-se acima das 70.000. Com o aumento de cerca de

27,4% na média de pedidos mensais face a 2007, a percentagem de respostas fora de

prazo estabilizou nos 7% (média de 2007 ascendeu a 10,25%).

3 C ada pedido pode ter várias solicitações.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 122

As solicitações ao Arquivo provenientes das empresas do Grupo e Caixas Associadas, que

no último trimestre de 2007 representavam cerca de 2,7%, foram, no último trimestre de

2008, cerca de 14% da totalidade de solicitações, representando um significativo aumento.

Iniciou-se a digitalização integral dos documentos relativos a contratos de leasing mobiliário

enviados para o cofre da Tesouraria. Assim, foram criados 1.285 novos documentos

relativos a contratos de 2008, num total de 20.268 páginas e foram criados 1.511

documentos relativos a contratos em vigor, mas anteriores a 2008, num total de 21.722

páginas.

Relativamente ao alargamento da actividade, foram realizadas as seguintes tarefas:

Implementação do modelo de arquivo da Caixa Central no Departamento de Títulos;

Recolha e tratamento do arquivo da Caixa Associada de S. Teotónio;

Recolha e tratamento do arquivo da Caixa Associada do Algarve – 1.ª fase: Portimão,

Monchique e Faro;

Implementação de novo modelo de arquivo na Caixa Associada do Algarve (a terminar no

1.º trimestre de 2009).

Visando auscultar os Departamentos e Gabinetes da Caixa Central quanto aos níveis de

satisfação face à actividade do Arquivo Central, foi preparado e realizado um inquérito, em

Dezembro, a 140 utilizadores, que demonstrou um elevado grau de satisfação.

Dando sequência ao modelo centralizado de arquivo, na Caixa Central, desenvolveu-se uma

parceria com vista a melhor compreender o nosso ambiente de escritório e os processos de

trabalho a ele associados. Para dar resposta às questões solicitadas fez-se um

levantamento da situação existente, o que permitiu identificar os elevados volumes de

impressão desnecessária e uma gestão logística complexa, com poucas sinergias.

P edidos

0200400600800

1000120014001600

1.º trim estre 2.º tr imes tre 3.º trim estre 4.º tri mestre

Pedido s Solic itações

Pá ginas digi tal izada s

17 .7 4116.726

22.19 9

1 4.6 84

1.º trim estre 2.º trimes tre 3.º trim es tre 4.º trim estre

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 123

Neste quadro, criou-se um novo modelo que assenta principa lmente na impressão

centralizada, no controlo das impressões, com uma consequente redução de custos. Neste

âmbito, procedeu-se à substituição, no edifício Castilho, de todos os equipamentos de

impressão (fotocopiadoras, impressoras, fax, scanner) por um único equipamento, com

todas estas funcionalidades, o que representa uma redução de 246 equipamentos para

apenas 57.

Comissão de Organização, Meios e Sisitemas de Informação (COMSI)

Em 2008 realizaram-se duas sessões da COMSI, tendo sido concluído, no decurso da

análise do seu funcionamento, que a COMSI deveria, de resto em conformidade com a sua

verdadeira vocação, passar a abarcar no seu âmbito iniciativas orientadas para aspectos

organizacionais – como é o caso da plataforma organizacional de referência para as

Caixas –, de gestão de meios e de segurança, para além das questões que relevam dos

sistemas de informação.

Espera-se, assim, que a actividade da Comissão em 2009 seja informada por essas linhas

de orientação.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 124

3.4. Auditoria Interna

No decorrer de 2008, a actividade da Auditoria e Controlo foi programada com o objectivo

de abranger todas as áreas funcionais, considerando as correspondentes

representatividades e risco inerente.

A actividade foi exercida sob duas perspectivas, Auditorias Programadas e Monitorização à

Distância. Neste contexto, têm vindo a adaptar-se as metodologias de trabalho utilizadas às

exigências definidas no Aviso n.º 5/2008 do Banco de Portugal, tendo as áreas funcionais

reportadas no Relatório Anual de Controlo Interno, sido auditadas na sua quase totalidade.

A melhoria de procedimentos, o despiste de potencia is r iscos e a avaliação do Sistema de

Controlo Interno, constituem premissas de orientação no contexto dos objectivos e

posicionamento da act ividade de Auditoria, de forma a aportar valor à organização.

O ano de 2008 foi também marcante no que respeita ao exercício estrito da função

Auditoria, atendendo a que no 4º trimestre a Caixa Central passou a assegurar a actividade

de Auditoria Interna na empresa do grupo, CA GEST, tendo já sido iniciados os trabalhos

efectivos, com a entrega de um primeiro relatório.

Por outro lado, a Caixa Central continua a promover o processo de implementação da

função Auditoria nas Caixas Associadas. Ainda em 2008, passou a assegurar a actividade de

Auditoria Interna em mais uma Caixa Associada, com a qual celebrou um protocolo de

colaboração na prestação deste serviço. Para Caixas Associadas de pequena dimensão, esta

tem sido uma das soluções encontradas, estando em curso a adesão a este protocolo por

outras Caixas Associadas.

A Caixa Central continuou a assegurar outras actividades, designadamente relacionadas

com a prevenção do Branqueamento de Capitais, despiste e investigação de ocorrências de

fraudes bancárias e contribuição para o reforço do Sistema de Controlo Interno.

No âmbito da dinamização e apoio aos Auditores do Crédito Agrícola, destacamos a

contínua assessoria à Comissão de Auditoria e Controlo Interno e a realização de eventos

globais para fomentar e desenvolver competências e fortalecer o espírito de grupo entre a

comunidade de Auditores:

Acção de formação sobre Auditoria baseada no Risco e Relatórios de Auditoria;

I Encontro de Auditores Internos do Crédito Agrícola.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 125

3.5. Compliance

Decorrente da recomendação do Comité de Basileia, contida no documento intitulado

Compliance and Compliance Function in Banks, e no seguimento da aprovação e publicação

pelo Banco de Portugal, em 01-07-2008, do Aviso n.º 5/2008, que estabeleceu a obrigação

de as instituições de crédito disporem de um sistema de controlo interno que, além do

mais, garanta o respeito pelas disposições legais e regulamentares, a Caixa Central

procedeu à reestruturação do Gabinete de Informação e Controlo de Gestão,

transformando esta unidade de estrutura no Departamento de Compliance e Informação de

Gestão (DCIG).

Com esta reestruturação foram atribuídas ao DCIG as funções de “Compliance Office” da

Caixa Central, em acumulação com as funções que a anterior estrutura mantinha no que

respeita ao Reporte e Informação de Gestão.

A visão e a missão da Função Compliance centram-se na gestão do risco de Compliance,

muitas vezes indutor de outros riscos a que a instituição está sujeita, e consubstanciaram-

se na definição dos objectivos estratégicos da Função Compliance já vertidos na norma de

estrutura e Orgânica da Caixa Central.

Promover uma cultura orientada para o cumprimento das

obrigações legais e regulamentares com vista a minimizar o

risco de incorrer em sanções legais ou regulamentares, financeiras

ou reputacionais.

Visão

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 126

Missão

• Identificar as necessidades de compliance e garantir a ligação

com as entidades de supervisão;

• Organizar e supervisionar as activ idades no âmbito da Função

Compliance;

• Promover a existência dos meios humanos, técnicos e

informacionais necessários à Função Compliance;

• Articular as suas funções com as diversas entidades

organizacionais e unidades de negócio do Grupo CA.

Visão Missão

Objectivos Estratégicos

• Alinhar a Função Compliance com a estratégia da instituição;

• Gerir a relação com as entidades reguladores e com outros parceiros da instituição no

âmbito do compliance caminhando para uma relação de parceria;

• Endereçar as necessidades de compliance e incorporá-las nas activ idades correntes de

negócio, para que não seja uma perturbação na Organização;

• Tornar acessível e manter actualizada a informação relativa ao cumprimento das

obrigações legais e regulamentares a todos os colaboradores do Grupo CA;

• Garantir um elevado nível de conformidade através da análise e controlo dos riscos;

• Melhorar continuamente a eficiência do compliance através da monitorização das

activ idades e emissão de recomendações.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 127

De forma a garantir o cumprimento da visão, missão e objectivos para o qual foi criada, foi

ainda definido o modelo operativo e de funcionamento da Função Compliance.

Este modelo visa garantir o respeito pelas disposições legais e regulamentares aplicáveis,

bem como pelas normas e usos profiss ionais e deontológicos, pelas regras internas e

estatutárias, pelas regras de conduta e de relacionamento com clientes, pelas orientações

dos órgãos sociais e pelas recomendações do Comité de Supervisão Bancária de Basileia e

do Comité das Autoridades Europeias de Supervisão Bancária (CEBS) de modo a evitar que

a Caixa Central seja alvo de sanções.

Assim, e após um processo de se lecção interna de colaboradores e com a equipa de

técnicos ainda em constituição, a Área de Compliance do DCIG iniciou a sua acção, no final

do mês de Novembro de 2008, com a definição e elaboração de plataformas e

metodologias de apoio à sua actividade corrente, visando preparar o início em pleno da sua

actividade até ao final do primeiro trimestre de 2009.

Neste sentido, foi traçado o perfil dos Compliance Monitors que const ituirão os

interlocutores do DCIG junto das várias unidades e estruturas orgânicas da Caixa Central, e

iniciou-se a e laboração do Manual de Compliance.

Principais Responsabilidades

Estratégia e Planeamento

Relação com Entidades Externas

Assessoria Interna

Competências e Formação

Monitorização do Compliance

Reporte e Comunicação

Acompanhamento das Necessidades

de Compliance

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 128

Simultaneamente, e no âmbito da sua acção específica, e com a perspectiva de vir a

acrescentar valor à Instituição, o DCIG participou no processo de elaboração dos Relatórios

Anuais de Controlo Interno relativos a 2008, tem vindo a promover a análise e discussão do

teor das consultas públicas que foram lançadas pelos reguladores envolvendo as áreas de

estrutura relacionadas, e controlando a divulgação da informação re lativa a novas

obrigações legais e regulamentares, tudo com vista à implementação dos mecanismos

adequados ao respectivo cumprimento.

Ainda no âmbito do compliance regulamentar, impulsionou e acompanhou o

desenvolvimento de uma ferramenta para gestão de reportes que contribuirá para o

cumprimento atempado dos prazos regulamentares bem como para a garantia de coerência

de informação remetida e que será disponibilizada ao SICAM durante o primeiro tr imestre

de 2009.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 129

3.6. Controlo Interno

No âmbito desta área, a Caixa Central desenvolveu, em 2008, um conjunto de iniciativas

que, enquadradas no programa de Transformação da Função Risco, tiveram como

principa is objectivos por um lado a melhoria do sistema de controlo interno da Caixa

Central e do SICAM e, por outro lado, o desenvolvimento de processos

e metodologias que assegurassem a sua resposta atempada aos requis itos legais e de

regulamentação do sector financeiro.

Para o desenvolvimento das iniciativas referidas, foi particularmente determinante a

publicação em Junho de 2008, após consulta pública, de nova regulamentação relativa ao

sistema de controlo interno das instituições financeiras, designadamente o Aviso n.º

5/2008 do Banco de Portugal e o Regulamento n.º 3/2008 da CMVM, o que suscitou, neste

âmbito, novos desafios à generalidade das instituições financeiras. Para assegurar a

resposta necessária aos desafios colocados à Caixa Central e ao SICAM, foi constituído na

Caixa Central um Grupo de Trabalho integrando, para além das três áreas identificadas no

Aviso, designadamente as áreas de Gestão de Risco, de Compliance e de Auditoria

Interna, também o Departamento de Consultoria e Organização.

No que respeita aos objectivos relacionados com a melhoria do sistema de controlo interno,

e dando continuidade a iniciativas de documentação dos seus processos realizadas em anos

anteriores, a Caixa Central procedeu, sob a coordenação do Grupo de Trabalho designado,

à sistematização de todas as actividades de controlo realizadas dentro dos processos

considerados críticos (de acordo com critérios objectivos, como o da relevância material),

considerando para cada processo os riscos relevantes. Desta forma, foram abrangidos no

âmbito desta iniciativa em 2008, processos correspondentes às áreas funcionais de Crédito,

Depósitos e Gestão de Activos e Passivos.

Relativamente à capacitação do Grupo CA para a resposta atempada e em conformidade

com os requis itos do Aviso n.º 5/2008 do Banco de Portugal, o Grupo de Trabalho

designado promoveu, junto do SICAM, um plano de trabalhos que visou, para além da

preparar o relatório de controlo interno da Caixa Central, apoiar as Caixas Associadas do

SICAM e restantes entidades do Grupo na preparação dos seus relatórios individuais e

assegurar a realização do relatório consolidado. Para este efeito, foram dinamizadas pelo

grupo de trabalho, acções de comunicação e sensibilização com a participação de

interlocutores de todas as Caixas Associadas e disponibilizada documentação de suporte,

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 130

incluindo templates e modelos de suporte à elaboração do relatório. A metodologia

definida pelo Grupo de Trabalho, e que incluiu a construção e o acordo prévio por parte das

entidades de supervisão dos modelos e estruturas de análise a adoptar nos relatórios, bem

como o plano de trabalhos seguido por todos os intervenientes, permitiram assegurar a

preparação atempada do Relatório de Controlo Interno de 97 instituições integradas no

Grupo Crédito Agrícola (incluindo a Caixa Central, a CA Gest e todas as Caixas Associadas),

garantindo ainda a homogeneidade dos conceitos e critérios adoptados por todas elas e

constituindo uma base de trabalho para futuros processos.

É ainda de realçar que, para além de assegurar o compliance do Grupo com a

regulamentação do sector, a metodologia desenvolvida constitui, pela reflexão suscitada

e pela sistematização introduzida relativamente aos aspectos chave do Sistema de Controlo

Interno, uma importante ferramenta para a melhoria do sistema de controlo interno de

cada uma das caixas associadas bem como do Grupo Crédito Agrícola.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 131

3.7. Provedor do Cliente

No ano de 2008, o Crédito Agrícola autonomizou o processo de gestão de reclamações com

a perspectiva de obter ganhos de eficiência e optimização de procedimentos e circuitos com

base nas informações colhidas nas comunicações, sugestões e reclamações efectuadas

pelos seus clientes.

Também fez parte da estratégia conducente à institucionalização de um Gabinete do

Provedor do Cliente (GPC) – com a designação de um quadro da Caixa Central para este

cargo – promover uma dinâmica de enquadramento comercial no sentido de garantir a

fidelização dos clientes, observar parcelas de oportunidade de negócio, clarificar processos

comunicacionais de venda e difundir a imagem do CA por esta via.

Por outro lado, independentemente da regular gestão destes processos pela anterior

estrutura responsável (Departamento de Auditoria), desenvolveu-se uma articulação

específica com o Banco de Portugal, nomeadamente com os Departamentos normalmente

envolvidos nas matérias em apreço e em particular com o Departamento de Supervisão

Bancária que, através da Área de Supervisão Comportamental, tem dinamizado diversos

procedimentos que afectam as Instituições de Crédito e para os quais o Crédito Agrícola

deve estar preparado para corresponder.

Apresentam-se de seguida alguns dados relativos à actividade de 2008, sendo que o GPC

apenas iniciou a sua acção em Junho.

Nº total de processos registados e tratados 2008Atendimento 29Produtos/Crédito 99Produtos/Recursos 21Serviços/ATM 6Serviços/Cartões de Débito 15Serviços/Cartões de Crédito 8Serviço/Cheque 57Outras* 179Total 414* (nomeadamente utilização CA On-Line, Resgate de Títulos de Capital, dificuldades de acesso ao Site, Cobrança de Comissões, Central de Responsabilidades de Crédito).

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 132

A segregação das tipologias de reclamações é fruto das limitações determinadas pela

transição de processos e será profundamente alterada em 2009, até para corresponder à

classificação definida pelo Banco de Portugal no BPNet.

Do total de processos registados e tratados em 2008, 18% tiveram resposta com sentido

favorável ao cliente.

Foi cumprido o prazo legal de resposta a Reclamações em Livro (10 dias úteis) e o prazo

médio de resposta a “Outras Reclamações” foi de 15 dias úteis, inferior aos 20 dias úteis

definidos pelo Banco de Portugal para este tipo de reclamações.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 133

4. Supervisão, Acompanhamento e Fiscalização das

Caixas Associadas

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 134

4. Supervisão, Acompanhamento e Fiscalização das Caixas

Associadas

4.1. Enquadramento Geral

As funções exercidas pelo DFOA têm vindo a tornar-se mais complexas, na medida em que

a actividade das Caixas Associadas é cada vez mais heterogénea e alargada.

As actuais exigências que se colocam à actividade deste Departamento levam a que as

metodologias utilizadas para garantir uma correcta e atempada fiscalização, orientação e

acompanhamento das Caixas Associadas tenha que estar suportada em processos que

garantam uma operacionalidade adequada à evolução organizativa das Caixas Associadas e

do seu negócio. Assiste, também, a este projecto uma crescente preocupação na promoção

de condições económico-financeiras e organizativas que possibilitem às Caixas Associadas o

cumprimento das exigências que se vão colocando ao sector financeiro no que respeita a

matéria prudencial e a competitividade, em que o DFOA aparece como um agente promotor

da mudança.

Neste sentido procura-se dotar o DFOA de procedimentos internos que assegurem o

objecto da iniciativa:

Promoção de condições económico-financeiras e organizativas que possibilitem às Caixas

Associadas o cumprimento das exigências que se vão colocando ao sector financeiro no

que respeita a matéria prudencial e competitividade;

Disponibilizar indicadores de natureza comercial, e alertas à actividade das Caixas

Associadas que facilitem a gestão das situações de risco;

Inclusão nos objectivos do DFOA dos objectivos estratégicos do Grupo;

Assegurar a evolução e actualidade dos processos, por via de uma Área vocacionada para

o Desenvolvimento de suportes, estudos e procedimentos;

Dotar as Caixas Associadas de informação e a lertas que capacitem o seu desempenho e

melhorem o seu controlo interno;

Disponibilização e divulgação de ferramentas no âmbito do Sistema de Informação de

Gestão e Alertas, procurando mitigar o risco no Grupo e sensibilizar as estruturas para os

temas do controlo de gestão e auditoria interna.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 135

4.2. Polít icas de Consolidação Económico-Financeira

Em 2008 continuou a promover-se a fusão de Caixas Associadas, como veículo de

consolidação económico-financeiro e reorganização estrutural do SICAM.

O processo de fusões entre Caixas Associadas permitiu que, em 2008, o número destas se

reduzisse a 92.

As fusões ocorridas em 2008 foram as seguintes:

Caixa Associada da Costa Verde e Caixa Associada de Ovar Caixa Associada da Costa

Verde;

Caixa Associada de Alto Douro e Caixa Associada de Favaios Caixa Alto Douro;

Caixa Associada de Seia, Caixa Associada da Guarda e Celorico da Beira, Caixa Associada

de Fornos de Algodres e Caixa Associada de Vila Nova de Tazém Caixa Associada da

Serra da Estrela;

Caixa Associada de Armamar e Moimenta da Beira e Caixa Associada de Vale do Távora

Caixa Associada de Vale do Távora e Douro;

Caixa Associada do Alto Douro e Caixa Associada da Região de Bragança Caixa

Associada de Trás-os-Montes e Alto Douro;

Caixa Associada de Barcelos e Caixa Associada do Alto Minho Caixa Associada do

Noroeste.

Estas fusões têm sido acompanhadas de estudos de reorganização e de avaliação do

potencial humano, realizados com o apoio de consultores externos ou pela Área de

Desenvolvimento Organizacional da Caixa Central. Esses estudos, elaborados numa

perspectiva de racionalização dos recursos, contribuem para identificar as funções que

devem ser centralizadas, na sequência da fusão, bem como para definir os perfis

profissionais dos postos de trabalho correspondentes a essas funções, para além relevarem

as áreas funcionais com carência ou excesso de recursos.

Foi ainda celebrado um Contrato de Assistência Financeira com a Caixa Associada da Costa

Verde dada a fusão desta Caixa com a Caixa Associada de Ovar.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 136

Valores em euros2006 2007 2008

Empréstimos às CCAM 124.866.309 114.379.309 107.389.585N.º de CCAM Assistidas 17 14 13Empréstimos à Caixa Central 33.495.800 33.495.800 25.799.000Total Empresa. CCAM + Caixa Central 158.362.109 147.875.109 133.188.585

Desde 2006, que se verifica uma redução significativa do apoio prestado pelo FGCAM, sobre

a forma de Empréstimo Subordinado, às Caixas Associadas, bem como do número de

Caixas Associadas assistidas.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 137

4.3. Supervisão e Fiscalização das Caixas Associadas

Reveste-se de especial importância para o Crédito Agrícola a capacidade

técnico/operacional do DFOA – Departamento que, como se sabe, centraliza as funções de

acompanhamento e controle das Caixas Associadas.

Em 2008, o DFOA continuou a implementação dum conjunto de iniciativas, estruturais e

funcionais, com vista a dotar-se dos meios necessários ao desempenho das suas funções

de forma cada vez mais eficaz e utilizando metodologias de trabalho que tiram partido dos

sistemas de informação existentes.

Neste contexto, foram desenvolvidos em 2008, alguns projectos que t iveram em vista um

novo enquadramento da actividade deste Departamento.

No âmbito do Projecto Quadro Normativo Operacional do DFOA procura-se dotar esta área

de procedimentos internos que assegurem os seguintes fins:

Cálculo dos rácios da admissão de empregados para as Caixas Associadas;

Cálculo da pontuação das Caixas Associadas para efeitos da cláusula 26ª do ACTV;

Análise dos Grandes Riscos das Caixas Associadas;

Circularização de saldos de clientes;

Disponibilização de acessos nas Caixas Associadas aos Técnicos do DFOA no DFOA On-

Line;

Disponibilização de re latórios sobre os rácios normativos;

Alteração/substituição dos templates de suporte à correspondência – secretariado;

Controlo de ocorrências;

Validação dos Mapas de Grandes Riscos;

Processo de diligências;

Autorizações casuísticas (listagem Banco de Portugal);

Disponibilização do Normativo no DFOA On-Line;

Novos relatórios de rácios normativo, controlo do rácio de transformação e respectivas

evoluções determinadas pelas alterações do Normativo;

Novo módulo das intervenções para gerir e relacionar todos os processos relativos às

intervenções;

Novas validações do Mapa de Grandes Riscos;

Cálculo do rácio de Solvabilidade (a lterações segundo Basileia II);

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 138

Mapa dos Depósitos OPICS;

Módulo que permite fazer a gestão administrativa do alargamento de actividade das

Caixas;

Rácio de Solvabilidade Tier I;

Disponibilização aos Técnicos assistentes dos resultados da validação dos Mapas de

Grandes Riscos.

No final de 2008, o número de Caixas Associadas intervencionadas pela Caixa Central era

de quatro, ao abrigo do artigo n.º 77º-A do RJCAM. É de destacar a redução do número de

Caixas Associadas acompanhadas intervencionadas. O qual se prevê fique reduzido a duas

Caixas Associadas em 2009.

As intervenções ao abrigo do artigo n.º 77º-A do RJCAM são entendidas como a assunção

pela Caixa Central da plena gestão das Caixas intervencionadas, pelo que implica a

permanência, a tempo inteiro, de uma Direcção Provisória (Técnicos do DFOA na maioria

das intervenções).

Também, em dois processos de assistência financeira às fusões realizadas, ficou consignado

nos respectivos Contratos de Assistência Financeira a permanência, a tempo inteiro, de

técnicos do DFOA, com funções de Controller ou membro de Conselho de Gestão da Caixa

Associada.

Esta mudança no modo de actuar da Caixa Central assenta, por um lado, na concepção que

uma intervenção na gestão de uma Caixa Associada ocorre apenas em casos de

desequilíbr ios patrimoniais e financeiros graves, que obriga, consequentemente, à tomada

de medidas cé leres e adequadas à recuperação de tais desequilíbrios e, principalmente,

aconselha uma atenção redobrada na gestão, só possível quando esta se exerce a tempo

inteiro.

2006 2007 2008

3º Quadrim. 3º Quadrim. 3º Quadrim.

art. 77.º-A, RJCAM 7 7 4art. 77.º, RJCAM 1 2 0

Local 35 28 27Controlo à Distância 62 63 63

Total 105 100 94

Tipo de Acompanhamento

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 139

Para além das intervenções referidas, verificam-se acções pontuais para corrigir aspectos

específicos do funcionamento ou prevenir certas situações, que têm carácter de curta

duração.

Saliente-se que os indicadores do Normativo aplicável às Caixas Associadas evoluíram

favoravelmente, em termos gerias, de forma consistente, nomeadamente, nos indicadores

relacionados com eficiência e cobertura do r isco.

No momento actual, e considerando o conjunto das Caixas Associadas, verifica-se uma

situação de cumprimento pleno de todos os indicadores definidos, embora a lgumas Caixas

Associadas ainda não satisfaçam algum(ns) indicador(es).

A acção iniciada no final de 2006 re lativa a Abates de Crédito ao Activo, integralmente

vencido e provisionado no âmbito do Aviso n.º 3/95 do Banco de Portugal, que possibilitou

realinhar a prática seguida nas Caixas Associadas com os procedimentos do sector,

resultando num rácio de crédito vencido das Caixas Associadas de 4,4 % a 31/12/2008,

versus 5,5% a 31/12/2007 e 7,7% a 31/12/2005, inverteu a tendência, cifrando-se o rácio

de crédito vencido em 4,67% no final de 2008.

A acção do DFOA tem tido em vista a consolidação financeira, com base em rácios de

capital e de resultados suficientemente robustos que permitam encarar o futuro com

confiança, consolidando a posição do Grupo Crédito Agrícola nos lugares de referência do

sector financeiro nacional.

Rácios Normativos 2005 2006 2007 2008*Rácio de Solvabilidade > 8% 14,12% 14,89% 15,68% 17,22%

Crédito Vencido Líquido < = 3% 2,13% 2,18% 1,90% 2,15%

Crédito Vencido Bruto há mais de 90 dias < = 5% 7% 4,74% 3,93% 4,19%

Rácio de Eficiência < 55% 56,62% 56,44% 53,08% 52,98%

Activo líquido por empregado > 2.500.000 € 2.855.716 2.907.408 3.057.284 3.044.289

Produto Bancário por empregado > 90.000 € 105.648 111.058 122.377 124.777

Comissões/Produto Bancário > 12% 15,37% 16,99% 14,81% 16,02%

Rácio de Transformação < = 70% 68,31% 65,89% 65,58% 69,90%

Crédito Coberto com garantias reais > = 50% 60,77% 65,21% 68,26% 69,15%

* Valor provisório

Nível médio dos Rácios Normativos(Conjunto das CCAM)

Va lores e m €, excepto %

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 140

4.4. Sistemas de Informação e Suporte

Com a consolidação do Sistema de Controlo à Distância, designadamente pelo

desenvolvimento do DFOA on-Line, foi possível o reforço das competências técnicas,

informáticas e operacionais e capacitar o Departamento para o acompanhamento à

distância das Caixas Associadas, fornecendo informação atempada e adequada para o apoio

e ajuda à ultrapassagem de eventuais desequilíbrios patrimoniais e financeiros das Caixas

Associadas.

O DFOA on-Line é um processo tecnologicamente evoluído, desenhado e preparado para o

acompanhamento à distância das Caixas Associadas, e que incorpora um vasto conjunto de

indicadores prudencia is, de negócio e financeiros. Continua a revelar-se um essencial e

poderoso instrumento de acompanhamento e fiscalização das Caixas Associadas.

Por outro lado, produz informação indispensável à acção dos Técnicos do DFOA junto das

Caixas que lhes estão atribuídas, libertando-os dos trabalhos de recolha de informação,

alertando-os para situações não conformes à boa gestão financeira que, eventualmente,

ocorram, para além de lhes permitir que passem a ocupar-se com a organização interna e

com o incremento da actividade comercial e de cross-selling.

Presentemente este Sistema permite ainda fornecer às Caixas Associadas a análise

económico-financeira com base nos respectivos registos contabilísticos. Pretende-se que os

desenvolvimentos futuros forneçam outra informação julgada de relevo que apoie

desenvolvimento das suas actividades com os associados e clientes.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 141

5. Programa de Modernização

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 142

5. Programa de Modernização

O Programa de Modernização do Grupo Crédito Agrícola foi estruturado em 2008 com o

intuito de t irar partido do esforço de reorganização e modernização desenvolvido nos 4

anos anteriores de execução, de modo a capacitar o Grupo de meios para expandir o

negócio, defender a sua posição nos mercados em que opera e ainda garantir o

cumprimento dos requis itos legais e regulamentares a que está obrigado.

À semelhança dos anos anteriores, a Caixa Central teve um papel relevante na organização

e estruturação deste programa, em estreita articulação com o CA Serviços, em resultado da

natureza tecnológica de algumas das iniciativas, assim como o apoio das CCAM que

participaram nos diversos grupos de trabalho criados no contexto dos projectos.

Ao longo deste ano, procurou-se acompanhar de forma dinâmica e contínua a evolução do

Programa de Modernização, dando-se especial atenção à necessidade de contenção

orçamental. Por outro lado exigiu também o desenvolvimento das competências necessárias

para dar resposta às pressões colocadas por um programa muito abrangente e complexo,

em especial, nas matérias de natureza regulamentar, que foram condicionando o

planeamento das diferentes iniciativas, dada a criticidade de que se revestiam.

Neste sentido, o Programa de Modernização estruturou-se em 2 vertentes de actuação,

ambas de natureza organizacional e tecnológica:

• Programa de Apoio ao Negócio e Eficiência; e

• Programa de Suporte ao Quadro Regulamentar.

Apresenta-se de seguida uma súmula das iniciativas concluídas em 2008 e das iniciativas

ainda em curso, que consubstanciaram o Programa de Modernização de 2008.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 143

Vertente Negócio

2009Jun Set

2008Mar Jun Set Mar

Iniciat ivas em Cu rso t Iniciat ivas co m env olvimento t ecno lógico

Jan

S olu çã o Sa la Me rcados I

Solu çã o Sa la Me rcados I It

SIBAL

Solu çã o T ra de Fina nce

Reformulação do Crédi to Ag enciad o -Comission amento

FTP – Preços Transferência

Internet Banking E mp resas – Fase I It

Mode lo de Objectivos e I ncentivos -Requ isitos

t

t

I nfra-Estrutura d e Su porte ao Marketing e Come rcialt

t

t

P ricing e Margem Complementart

I mple mentação da Infra-Estrutura de su porte a SFE’ s

Iniciat iva Con cluídas

Gestão d e Redes TPA

Iniciat iv as Rep lane ada s

C@is

R evis ão do modelo organizacional de referênc ia para as C CAMs

5.1. Programa de Apoio ao Negócio e Eficiência

Trata-se de um programa composto por projectos estruturais, essencialmente de natureza

tecnológica, que endereçam principalmente funcionalidades de natureza comercial e de

marketing.

Os principa is vectores de actuação deste programa são:

Melhoria da eficiência e produt ividade;

Desenvolvimento do negócio; e

Dinamização da acção comercial.

No esquema abaixo, apresenta-se o plano do Programa de Apoio ao Negócio, com as

principa is iniciativas realizadas em 2008.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 144

Em 2008 concluíram-se 6 iniciativas da vertente de Apoio de Negócio, que seguidamente se

enunciam:

Infra-Estrutura de Suporte ao Marketing e Comercial;

Solução Sala Mercados I;

Gestão de Redes TPA;

Reformulação do Crédito Agenciado – Comissionamento;

C@is;

Revisão do Modelo Organizacional de Referência para as CCAM.

Em re lação a cada uma destas iniciativas, pode-se sintetizar o âmbito nos seguintes

termos:

• Infra-Estrutura de Suporte ao Marketing e Comercial

A realização desta iniciativa visou capacitar a Função Marketing de meios que permita a

operacionalização dos processos de gestão de campanhas e gestão comercial de forma

a cumprir os seguintes object ivos:

Reforço da assertividade da oferta de Marketing;

Aumento da eficiência na execução do processo de gestão de campanhas e

comercial; e

Aumento da eficácia de análise, acompanhamento e avaliação de campanhas de

marketing.

Neste contexto, o Departamento de Marketing e as estruturas comerciais das CCAM

dotaram-se de uma infra-estrutura de suporte ao marketing e comercia l, composta

pelas seguintes componentes:

Repositório de informação de marketing, que permite a realização de análises

para identificação de alvos para campanhas direccionadas;

Ferramenta de automatização de campanhas e geração de re latórios; e

Aplicação de gestão comercia l disponibilizada aos Ba lcões.

Com o desenvolvimento desta infra-estrutura, o Grupo Crédito Agrícola, sistematizou as

actividades da Função de Marketing e Comercial, nomeadamente na geração e

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 145

acompanhamento de campanhas criando condições de base para que possam ser

desenvolvidas novas condições de trabalho e enriquecer progressivo o conhecimento

sobre a base de clientes.

• Solução Sala Mercados I

A iniciativa Solução Sala Mercados visou dotar o Departamento Financeiro de meios

para suportar a actividade de gestão de tesouraria e dar cumprimentos aos seguintes

objectivos:

Operacionalização dos produtos financeiros e implementação das

funcionalidades de Front Office e Middle Office;

Controlo do risco;

Implementação de novas classes de activos financeiros;

Operações de cobertura.

A prossecução dos objectivos acima explanados materializou-se na implementação e

configuração do Sistema Calypso dotando o Grupo de uma solução tecnológica de

suporte à actividade de gestão de tesouraria permitindo:

A validação e lançamento expedito das operações nos livros da Caixa Central;

O controlo da execução das operações em tempo real;

A valorização de instrumentos financeiros derivados e estruturados;

A avaliação, em tempo real, de medidas de risco e rentabilidade das diversas

posições;

A avaliação de resultados em tempo real; e

A avaliação do cumprimento de limites diversos.

Nesta fase, implementação e configuração do Sistema Calypso, abrangeu os seguintes

produtos:

Interest Rate Swaps

Simple Money Market

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 146

Mercado Monetário Interbancário

Caps/ Floors

Forward Rate Agreement

• Gestão de Redes TPA

A iniciativa Gestão de Redes TPA iniciou-se em Janeiro de 2008 e terminou em Julho do

mesmo ano. Relaciona-se com a melhoria das estruturas de suporte e organizacionais,

nomeadamente com o desenvolvimento de um aplicativo informático que garante uma

gestão assertiva do parque de TPA’s do Grupo Crédito Agrícola.

Os principa is objectivos que levaram o Grupo a realizar esta iniciativa foram:

Informatizar e automatizar toda a informação relativamente aos comerciantes e

TPA’s;

Apoiar a área comercia l no serviço de TPA, criando condições para uma melhor

negociação com o potencial cliente;

Desenvolver suportes de comunicação sobre os Packs de produtos e serviços

associados aos TPA’s;

Implementar uma solução de compra centralizada, para fornecimento de TPA’s

às CCAM’s e respectivos clientes;

Acompanhar a evolução necessária para a entrada em vigor do processo SEPA;

e

Criar condições para iniciar a actividade como Acquirer de TPA.

A realização desta iniciativa permitiu ganhar uma maior fidelização e poder negocial

com os clientes ENIs e Pequenos Negócios, aumentou a quota de mercado de TPAs e

aumentou os níveis de qualidade, controlo, eficiência e segurança.

• Reformulação do Crédito Agenciado – Comissionamento

Esta iniciativa, cuja primeira fase teve início em Julho de 2008 e conclusão em

Novembro de 2008, teve por principais objectivos a reformulação do tradicional

Contrato de Agência através da re-definição do seu esquema de comissionamento de

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 147

agência, de modo a tornar este instrumento mais atractivo para as CCAM e assim

dinamizar a concessão de crédito pe lo SICAM.

Este projecto enquadra-se num conjunto de outros projectos previstos para 2009 e que

têm por objectivo a criação de novos mecanismos de financiamento complementares

aos já existentes e que serão dinamizados pela Caixa Central, permitindo que as CCAM

ofereçam aos seus Clientes soluções de crédito sem colocar em risco os rácios de

crescimento da carteira de crédito a que estão obrigadas.

• C@is

O Projecto C@is consubstanciou-se na disponibilização de uma solução de suporte a

uma nova Intranet para o Grupo Crédito Agrícola.

A implementação do C@is visou a prossecução dos seguintes objectivos:

Acesso mais organizado, rápido e fácil à informação residente na Intranet;

Optimizar a partilha de informação e comunicação interna de forma homogénea,

contribuindo para a construção de uma cultura de grupo;

Eliminar a redundância de informação;

Garantir maior consistência na informação interna e na informação comunicada

ao cliente;

Enquadrar as necessidades dos utilizadores com a estrutura de conteúdos e

funcionalidades da Intranet;

Criar espaços próprios para cada área do Crédito Agrícola e descentralizar a

gestão da colocação da informação na Intranet.

• Revisão da Plataforma Organizacional de Referência para as CCAM

Como referido no capitulo 3.2 Organização e Processos foi concluída durante o ano de

2008 a revisão da componente de Estrutura Organizacional da Plataforma

Organizacional de Referência para o SICAM, por intermédio de um projecto

interdepartamental iniciado no ano anterior, que constitui a base da evolução

organizacional do grupo para o mesmo ano.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 148

Destaca-se aqui, em complemento ao referido atrás e para além das melhorias de

eficiência e produtividade resultantes da adopção de melhores praticas descritas na

Plataforma de Referência, a evolução proporcionada por esta revisão no que respeita ao

cumprimento das exigências regulamentares decorrentes de Basile ia II e da

implementação do MAR – Modelo de Avaliação de Riscos – do Banco de Portugal,

sistematizados por quatro grandes objectivos:

Focalização nas actividades de negócio;

Reforço de funções específicas na vertente prudencial e de controlo;

Intensificação do princípio da segregação de funções e da especialização em

competências críticas como sejam as de análise de risco; e

Maior flexibilidade na gestão dos recursos e das estruturas operacionais.

A divulgação e implementação desta componente da Plataforma Organizacional de

Referência iniciaram-se durante o ano de 2008.

Quanto aos projectos já iniciados e cuja conclusão se prevê para 2009, estão previstos os

seguintes:

SIBAL;

Solução Trade F inance;

Solução Sala de Mercados;

FTP – Preços Transferência;

Internet Banking Empresas – Fase II; e

Pricing e Margem Complementar.

Seguidamente apresenta-se uma breve descrição de cada uma das iniciativas:

• SIBAL

O projecto SIBAL disponibilizará uma nova plataforma para o trabalho dos Balcões na

interacção com o cliente (front-office). Permitirá, com as características aprovadas no

âmbito da respectiva definição de requisitos, que o Crédito Agrícola passe a dispor de

uma ferramenta adequada às exigências do actual ambiente concorrencial.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 149

Simultaneamente, a concretização do projecto SIBAL, na medida em que se trata de

uma solução integradora que beneficia de um conjunto de outras iniciativas

desenvolvidas no âmbito do Programa de Negócio, constitui um ponto culminante deste

Programa, que provavelmente, será bastante valorizado pelas áreas de negócio do

Grupo, nomeadamente pelas próprias Caixas.

• Solução Trade Finance

O projecto Trade Finance tem por objectivo implementar o upgrade tecnológico do

Sistema de Informação de suporte à operativa de estrangeiro (Sistema Eximbills),

permitindo obter ganhos de integração, produtividade e financeiros, decorrentes da

diminuição dos custos de manutenção.

O Grupo ficará assim com a possibilidade de desenvolver com maior agilidade a oferta

de produtos e serviços na área internacional em virtude das capacidades

disponibilizadas por esta nova versão do sistema de suporte que, devidamente

adaptada, colocará ao serviço do negócio, as suas potencialidades, em especial as de

integração com outros sistemas.

Os principa is objectivos deste projecto são:

Implementar o Sistema Eximbills na Caixa Central, migrando todas as

funcionalidades actuais para o novo sistema;

Promover uma integração mais eficiente com os Sistemas Profile e Opics, tirando

partido da plataforma integradora implementada pelo Grupo (Projecto Elo); e

Disponibilizar à Caixa Central uma ferramenta que permita, caso seja necessário

e pelos próprios meios, o desenvolvimento de novos modelos lógicos

transaccionais sem recorrer ao fornecedor de software.

• Solução Sala de Mercados II

Representando a fase II da Solução Sala Mercados, esta iniciativa visa dar continuidade

à necessidade de dinamizar a Função Financeira do Grupo Crédito Agrícola.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 150

Neste contexto, esta fase visa implementar os seguintes produtos:

1. Money Market e Mercado Monetário Interbancário;

2. FRAs (Forward Rate Agreement);

3. Foreign Exchange (Spot / Forward).

• FTP – Preços Transferência

O projecto FTP – Preços Transferência, cujo arranque se deu em Dezembro de 2008,

visa implementar uma ferramenta de suporte à gestão financeira da Caixa Central e do

SICAM que permita alocar a cada unidade de negócio os custos e proveitos financeiros

associados.

Ao assegurar uma correcta alocação de custos e proveitos financeiros a cada área de

negócio da Caixa Central, o projecto FTP permitirá avaliar a performance individual de

cada unidade e facilitará o ajustamento da estratégia comercial no sentido do

desenvolvimento das áreas de maior potencia l e da introdução de ajustamentos nas

áreas com menor rentabilidade associada

O Crédito Agrícola e em especial a Caixa Central, com este projecto, adquire um

conhecimento mas fundamentado da performance financeira de cada uma das suas

unidades de negócio e das actividades por s i desenvolvidas.

• Internet Banking Empresas – Fase II

Nesta fase do projecto IB Empresas foram disponibilizadas as restantes funcionalidades

que constituem o Modelo Funcional e que não foram implementadas na primeira fase,

nomeadamente:

Consulta integrada de Conta;

Processamento de fiche iros (Pagamento e Cobranças);

Consulta de empréstimos; e

Confirmação de operações por SMS.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 151

Adicionalmente, irão ser disponibilizadas novas funcionalidades na aplicação de Gestão

do Back-office de Canais Complementares.

A conclusão desta iniciativa releva de grande importância para o Grupo na medida em

que as funcionalidades disponibilizadas assumem um carácter indispensável para os

Clientes Empresa. Por outro lado, esta iniciativa fomenta uma maior competitividade

face à concorrência, na oferta do serviço On-Line Empresa, maior flexibilidade e

capacidade para venda do Serviço de Débitos Directos, através da disponibilização de

um novo canal de recepção de ficheiros e uma melhoria significativa do Serviço ao

Cliente, através das melhorias a implementar no Back-Office da Linha Directa.

• Pricing e Margem Complementar

O Crédito Agrícola tem como desígnio estratégico o aumento do Produto Bancário, em

particular ao nível do comissionamento gerado. Em 2006 e 2007 atingiu resultados

interessantes, como o aumento da eficácia de cobrança, campanhas específicas de

recuperação de valor por evento, interesse e adopção de novas práticas por parte das

CCAM, entre outros.

Contudo, a consolidação das práticas de gestão e o processo de alteração dos Sistemas

de Informação não foram concluídos. Paralelamente, assistiu-se nos últimos meses ao

lançamento de um conjunto de campanhas por parte de bancos concorrentes

promovendo a redução ou eliminação de comissões. Estes movimentos de mercado

colocam uma pressão adicional sobre o processo de gestão do preçário e da eficácia de

cobrança. Nomeadamente:

Reforçam a necessidade de criar múltiplos modelos de oferta e pricing,

ajustados às necessidades dos clientes e à política comercial do Crédito Agrícola;

Aumentam os requisitos de flexibilidade dos Sistemas de Informação para

assegurar um time-to-market ajustado; e

Confirmam o imperativo de aumentar a eficácia de cobrança dentro da política

comercial definida.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 152

Neste contexto, os objectivos definidos para esta iniciativa foram os seguintes:

Continuar a aumentar a eficácia de cobrança ao nível das comissões, o

comissionamento gerado e o peso do comissionamento no produto bancário;

Prosseguir com a automatização da cobrança de comissões nos Sistemas de

Informação;

Consolidar a prática do modelo de gestão de preçário definido tanto a nível

central como nas CCAM;

Criar flexibilidade nos Sistemas de Informação com vista ao suporte de uma

gestão de preçário mais dinâmica e segmentada;

Testar modelos diferenciados de oferta que permitam aumentar o produto

bancário respondendo ao mesmo tempo às necessidades dos clientes e ao

posicionamento assumido pelos principa is concorrentes;

Automatizar a produção de informação de gestão e promover a adopção de

novas práticas.

Com a realização desta iniciativa, o GCA beneficia na medida em que automatiza o

processo de cobrança de comissões, aumentando o comissionamento gerado; garante

maior flexibilidade na gestão do preçário comum, permitindo diferenciar ofertas e

responder de forma eficaz às alterações do mercado e dissemina e consolida boas

práticas de gestão.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 153

5.2. Programa de Suporte ao Quadro Regulamentar

O cumprimento dos requisitos regulamentares por parte do Grupo Crédito Agrícola continua

a ser um objectivo estratégico decis ivo, não só numa perspectiva de compliance,

correspondente às exigências das entidades de supervisão, como também numa

perspectiva de geração de valor para a organização, através do esforço de adequação que

as instituições financeiras têm de efectuar para a compatibilização com esses requisitos.

Assim, este Programa reúne todas as iniciativas estratégicas, organizacionais e

tecnológicas, relevantes para esses objectivos incluindo as iniciativas do Programa de

Transformação da Função de Risco do GCA, iniciado em 2006.

Os principa is vectores de actuação deste Programa são:

Redução do risco inerente à actividade; e

Cumprimento dos requisitos regulamentares.

O esquema abaixo apresenta o plano do Programa de Suporte ao Quadro Regulamentar,

com as principais iniciativas realizadas em 2008.

Vertente Regulamentar2009

Jun Set2008

Ma r Jun Set Mar

Impl . ComplianceSICAM

Framework ICAAP –C oncepção

Ges tão d e g rupos económicos - R eq uisitos

t

Jan

C ri ação da Função C ompliance

Dis c losure Requi rements

Backtesting dos modelos

int ernos

tC entral de Bal anços - Implementação

Desenho Detalhado da ISR

Co ntrolo In terno – P reparação d o Relatório

Controlo Interno –Ris cos e Controlos

Gestão de Garantias - Requisitos Gestão de Garantias –Recolha de Informação

Gestão d e Garantias – Implementação

Risco II - CartõesRisco II – Propo stas e C red it Sco ring de Credi to à habitação

Modelo Integrado Stress TestStandard Approach

DMIF

PCN Fase II [2] – Sala Mercados e Infra-Estruturas

Iniciat ivas em Curso Iniciat ivas com envolv ime nto t ecno lógicoIniciat iva Con cluída s In iciativ as Rep lane ada s

SEPA - Tran sfe rência s

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 154

Na vertente regulamentar, concluíram-se, este ano, 6 iniciativas, a saber:

Standard Approach;

Risco II – Propostas e Credit Scoring de Crédito à Habitação;

Plano de Continuidade de Negócio - Fase II – Sala de Mercados e Infra-Estruturas –

Requisitos;

Controlo Interno – Preparação do Relatório;

Controlo Interno - Documentação de Riscos e Controlos;

SEPA – Transferências.

Em re lação a cada uma destas iniciativas, pode-se sintetizar o âmbito nos seguintes

termos:

• Standard Approach

Esta iniciativa, integrada no Programa de Transformação da Função Risco, surge da

necessidade de preparar o Grupo Crédito Agrícola para o cálculo dos requisitos de

capital a nível consolidado e individual de acordo com os requisitos da metodologia

standard de Basile ia na vertente de Risco de Crédito e Risco de Mercado.

Iniciada em Outubro de 2007, a iniciativa teve por âmbito as operações da Caixa

Central e das CCAM sujeitas a requisitos de capital por via do risco de crédito ou risco

de mercado.

Após identificação dos requisitos de cálculo da solvabilidade e identificação das fontes

de informação a utilizar, procedeu-se ao cálculo do consumo de capital ao nível

consolidado e individual, ao estudo dos impactos face ao regime actual e à preparação

do relatório ao Banco de Portugal (face aos novos requis itos estabelecidos).

Os produtos finais que derivaram da realização desta iniciativa foram:

Resultados de solvabilidade a nível consolidado e individual;

Estudo de impacto do novo regime no consumo de capital consolidado e

individual; e

Reporte para o Banco de Portugal.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 155

• Risco II – Propostas e Credit Scoring de Crédito à Habitação

Também no âmbito do Programa de Transformação da Função de Risco, este projecto

operacionalizou, no decorrer de 2007, as funcionalidades de registo e gestão de

propostas de Crédito à Habitação com impressão automatizada de contrato e integração

com o sistema de empréstimos, ao nível das CCAM Piloto, tendo-se estendido às

restantes CCAM no 1º trimestre de 2008.

• Plano de Continuidade de Negócio - Fase II – Sala de Mercados e Infra-

Estruturas - Requisitos

O projecto PCN - Fase II consistiu na implementação do plano de continuidade de

negócio para o Grupo Crédito Agrícola de acordo com os requisitos do Banco de

Portugal.

Os principa is objectivos, para a realização desta iniciativa, foram:

Definir os requis itos para a implementar no Centro de Processamento de Dados

Alternativo, dos sistemas e aplicações necessários à recuperação da nova

Solução de Balcão, Plataforma Mult icanal e Sistema Calypso; e

Definir os processos associados à actividade de recuperação, assim como dos

meios necessários para o alojamento das equipas de negócio consideradas

essenciais para operarem os s istemas em cenários de contingência.

• Controlo Interno – Preparação do Relatório

Esta iniciativa visou a preparação do relatório individual de controlo interno da Caixa

Central segundo o previsto no Aviso 5/2008 do Banco de Portugal.

Engloba a definição dos templates do relatório, a validação, junto do Banco de Portugal,

do modelo a utilizar pelas CCAM’s, a definição do modelo de avaliação do Sistema de

Controlo Interno, a recolha da informação de base e a preparação do relatório.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 156

Esta iniciativa enquadrava-se no Programa de Transformação da Função de Risco.

Figura x – Relatórios de Controlo Interno produzidos pela CCCAM

• Controlo Interno - Documentação de Riscos e Controlos

O âmbito deste projecto insere-se na resposta do GCA aos desafios colocados pelo

Aviso 5/2008 do Banco de Portugal em matéria de controlo interno. Com a realização

desta iniciativa garantiu-se a identificação e documentação dos riscos e controlos

associados aos processos de negócio e suporte da CCCAM. Nesta fase o âmbito cingiu-

se aos processos que foram classificados como sendo os mais relevantes.

• SEPA - Transferências

O processo de criação da SEPA4, no âmbito da UE, introduziu importantes alterações às

regras de actuação das Instituições Financeiras com a criação dos programas Credit

Transfers, Pan-European Direct Debit e SEPA Card Framework (SCF).

4 Single Euro Payments Area ou SEPA é o espaço onde os cidadãos, empresas e outros agentes económicos podem fazer e

receber pagamentos em Euros, dentro ou fora do seu país, com as mesmas condições, direitos e obrigações,

independentemente da sua localização.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 157

Neste sentido, a realização desta iniciativa de natureza regulamentar, concluída em

Julho de 2008, teve como principais objectivos:

Realizar as adaptações necessárias para que os pagamentos do Crédito Agrícola

sejam SEPA compliance na sua ligação ao Sistema de Pagamentos Nacional e

Europeu;

Realizar as intervenções que permitam ao Crédito Agrícola minimizar os efeitos

negativos da SEPA, melhorando a eficácia na vertente Custos de Pagamentos, e

criando novas fontes de rentabilidade;

Comunicar as Políticas a realizar junto da Rede Comercia l, no sentido de diminuir

a utilização de dinheiro e cheques, e aumentar a utilização de Meios Electrónicos

de Pagamento; e

Identificar as Necessidades de Desenvolvimento de Tecnologias e suportes

operacionais do Crédito Agrícola, em conformidade com os objectivos SEPA e

tendo em vista a integração do Sistema de Pagamentos do Crédito Agrícola.

A realização desta iniciativa permitiu aos clientes do Crédito Agrícola realizar e receber

Transferências a Crédito, com um tempo de execução máximo de 3 dias entre qualquer

ponto dentro do Espaço SEPA. Para além disso também se disponibilizou um serviço

global de Débitos Directos, o que possibilita que o Débito ocorra num país diferente do

Crédito dentro do Espaço SEPA.

Quanto aos projectos já iniciados e cuja conclusão se prevê para 2009, estão previstos os

seguintes:

Definição da Função Compliance;

Gestão de Garantias – Requis itos;

Modelo Integrado Stress Test;

Risco II – Cartões de Crédito;

DMIF;

Central de Balanços – Implementação;

Desenho Detalhado da Infra-Estrutura de Suporte ao Risco; e

Framework ICAAP – Concepção.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 158

Seguidamente apresenta-se uma breve descrição sobre cada uma das iniciativas em curso

da vertente de Apoio ao Quadro Regulamentar do Programa de Modernização 2008.

• Definição da Função Compliance

Esta iniciativa “Definição da Função Compliance” consiste na formalização da função

Compliance no GCA, que tem como missão garantir que os Órgãos de Gestão, as

estruturas funcionais e os colaboradores em geral, cumprem as regras impostas por

entidades externas ao grupo como, por exemplo, o Banco de Portugal. Neste contexto,

pretende-se criar um Gabinete de Compliance na CCCAM.

Assim, o CGA beneficia com a formalização da Função Compliance, transpondo para o

Controlo Interno as obrigatoriedades impostas por entidades de

supervisão/regulamentação e reduzindo prejuízos financeiros decorrentes do

incumprimento de regras impostas por entidades externas.

• Gestão de Garantias – Requisitos

Esta iniciativa pretende definir um novo processo de registo de todas as garantias

subjacentes às operações de crédito do Grupo, assegurando a sua adequada

caracterização e avaliação. A melhoria da caracterização das operações é fundamental

para garantir a qualidade dos dados que serão utilizados nos modelos internos de

requisitos de capital e cá lculo de provisões.

Neste sentido, os principais benefícios que a realização deste projecto oferece ao GCA

são:

Correcta caracterização das garantias associadas às operações;

Minimização do risco da carteira;

Melhoria dos modelos internos de requis itos de capital e cálculo de provisões; e

Melhoria do rácio de solvabilidade do banco.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 159

• Modelo Integrado Stress Test

Este projecto consiste na definição de um modelo de testes que reaproveita

ferramentas e metodologias de gestão de risco já existentes. Concretamente, consiste

na identificação da informação e sistemas de suporte existentes no GCA, na recolha da

informação necessária, na construção e teste dos algoritmos de cá lculo e do suporte

técnico para apoiar os testes, adaptando os mesmos à informação disponível, no cálculo

dos cenários de teste e na preparação do relatório de conclusões a entregar ao Banco

de Portugal.

Os principa is benefícios que a rea lização deste projecto confere ao GCA são:

Avaliação da exposição do GCA a cenários extremos de evolução de variáveis

chave do seu negócio; e

Compliance com regulamentação em vigor.

• Risco II – Cartões de Crédito

Esta iniciativa apresenta como principal objectivo e em complemento às funcionalidades

já implementadas no âmbito dos Particulares (Consumo e Habitação) e ENI’s, a

disponibilização de uma solução de propostas e Credit Scoring para Cartões de Crédito.

Concretamente, pretende-se a implementação de funcionalidades de introdução de

propostas e avaliação do risco inerente a essa operação e completar a automatização

das propostas e avaliação do risco das operações, para as operações tituladas por

Particulares.

Neste sentido, o GCA com a realização desta iniciativa, beneficia nos seguintes

aspectos:

Informatização das propostas de crédito;

Melhoria do rácio de crédito vencido por via da utilização de um modelo de

Credit Scoring e sistematização da análise de risco;

Impressão automática de documentação (contratos, propostas, cartas de

decisão);

Ferramenta informática de Credit Scoring;

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 160

Repositório de informação sobre propostas (base de dados); e

Abertura automática da Conta Empréstimo, com base na proposta.

• DMIF

A iniciativa DMIF tem por objectivo adequar os sistemas de informação do Grupo aos

requisitos regulamentares da DMIF (Directiva dos Mercados de Instrumentos

Financeiros), de modo a dar cumprimento aos deveres gerais de conduta harmonizada.

• Central de Balanços – Implementação

A iniciativa Central de Ba lanços – Implementação visa a implementação de uma aplicação

designada por Central de Balanços que constitui o repositório de dados único de informação

financeira dos clientes do SICAM.

O principal object ivo para a realização deste projecto prende-se com a

sistematização, numa base de dados, da informação sobre clientes empresaria is

(PME’s e grandes empresas) que englobará a recolha de informação histórica

relativamente a estes clientes para posterior alimentação de uma ferramenta de

análise de dados e consequentes modelos de Scoring.

Os principa is benefícios para o GCA são:

Centralização de toda a informação económico-financeira dispersa no SICAM

num único repositório de base de dados (em papel e formato digital);

Alimentar sistemas de Rating e Scoring de empresas e pequenos negócios; e

Permitir a definição de relatórios standard de análise financeira que irão

suportar a concessão de crédito a empresas.

• Desenho Detalhado da Infra-Estrutura de Suporte ao Risco

Este projecto tem por objectivo a preparação do processo global de implementação da

Infra-Estrutura de Suporte ao Risco do Grupo. A implementação desta infra-estrutura

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 161

permitirá alcançar os seguintes objectivos:

Maior capacidade de promover uma gestão eficiente dos requisitos de capital a

aprovisionar tendo em conta os pilares essenciais do acordo Basileia II,

nomeadamente quanto à qualidade do risco subjacente à carteira de crédito do

Grupo;

Promoção da qualidade e cultura de risco no Grupo potenciada pela

diferenciação dos parâmetros de avaliação em função da qualidade da carteira

de crédito do SICAM e de cada CCAM.

• Framework ICAAP - Concepção

A iniciativa pretende dar resposta aos requisitos de avaliação interna do risco definidos

pelo Banco de Portugal no âmbito do processo de supervisão (Pilar II de Basile ia II). A

concretização deste projecto irá permitir ao Grupo conhecer e medir todos os riscos a

que está exposto para além de definir o modelo de governação para o Modelo de

Avaliação de Riscos no SICAM

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 162

6. Demonstrações Financeiras

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 163

CAIXA CENTRAL DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO, C.R.L.

BALANÇOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2008 E 2007

2007Provisões,

Activo imparidade e Activo ActivoACTIVO Notas Bruto amortizações líquido líquido PASSIVO E CAPITAL Notas 2008 2007

Caixa e disponibil idades em bancos centrais 6 261.681.481 - 261.681.481 661.980.666 Recursos de bancos centrais 20 87.198.652 -Disponibilidades em outras ins tituições de crédito 7 20.754.294 - 20.754.294 15.653.484 Pass ivos financeiros detidos para negociação 12 707.667 -Activos financeiros detidos para negoc iação 8 2.555.628 - 2.555.628 729.431 Recursos de outras instituições de c rédito 21 3.824.187.499 3.618.739.375 Outros ac tivos financeiros ao jus to valor através de resultados 9 1.897.350 - 1.897.350 323.809.164 Recursos de cl ientes e outros empréstimos 22 268.079.165 228.048.351 Activos financeiros disponíveis para venda 10 286.974.492 (37.142) 286.937.350 101.314.158 Prov isões 23 16.941.437 16.453.539 Aplicações em insti tuições de crédito 11 1.443.299.202 - 1.443.299.202 1.103.980.906 Pass ivos por impostos correntes 18 - 2.782.584 Crédito a c lientes 13 1.843.558.857 (96.410.031) 1.747.148.826 1.535.808.830 Pass ivos por impostos diferidos 18 224.678 71.200 Investimentos detidos até à maturidade 14 540.178.198 - 540.178.198 250.136.710 Instrumentos representativos de capital 24 30.000.000 -Outros ac tivos tangíveis 15 28.209.677 (13.665.773) 14.543.904 13.838.267 Outros passivos subordinados 25 58.269.579 93.366.022 Activos intangíveis 16 6.015.198 (5.738.152) 277.046 484.366 Outros passivos 26 56.390.044 105.042.199 Investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos 17 81.499.604 (161.352) 81.338.252 100.375.044 Total do Passivo 4.341.998.721 4.064.503.270 Activos por impostos correntes 18 5.417.383 - 5.417.383 -Activos por impostos diferidos 18 21.080.146 - 21.080.146 21.662.289 Capital 28 219.995.610 219.308.030 Outros ac tivos 19 67.858.656 (6.269.268) 61.589.388 77.910.303 Reservas de reavaliação 29 (3.092.213) (1.098.624)

Outras reservas e resultados transitados 29 (75.260.005) (85.793.087) Lucro do exercício 29 5.056.335 10.764.029

Total do Capital 146.699.727 143.180.348Total do Activo 4.610.980.166 (122.281.718) 4.488.698.448 4.207.683.618 Total do Passivo e do Capital 4.488.698.448 4.207.683.618

O anexo faz parte integrante destes balanços.

-

(Montantes expressos em Euros)

2008

O RESPONSÁVEL PELA CONTABILIDADE O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO EXECUTIVO

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 164

RUBRICA Notas 2008 2007

Juros e rendimentos similares 30 219.667.321 192.669.013Juros e encargos similares 31 (170.465.672) (146.726.826)Margem financeira 49.201.649 45.942.187

Rendimentos de instrumentos de capital 32 1.256.002 340.882Rendimentos de serviços e comissões 33 22.099.438 19.785.617Encargos com serviços e comissões 34 (7.427.347) (6.283.760)Resultados de act ivos e passivos avaliados ao justo valor através de resultados 35 1.282.799 (489.103)Resultados de act ivos financeiros disponíveis para venda 36 (3.435.064) (692.867)Resultados de reavaliação cambial 37 (257.588) 864.818Resultados de alienação de outros activos 38 4.970 (970.355)Outros resultados de exploração 39 5.011.058 9.131.683Produto bancário 67.735.917 67.629.102

Custos com pessoal 40 (22.385.037) (20.162.043)Gastos gerais administrativos 41 (21.078.325) (19.916.011)Amortizações do exercício 15 e 16 (1.312.214) (1.137.608)Provisões líquidas de reposições e anulações 23 (468.049) 1.786Correcções de valor associadas ao crédito a clientes e valores a receber

de outros devedores (líquidas de reposições e anulações) 23 (14.117.295) (12.761.284)Imparidade de outros activos f inanceiros líquida de reversões e recuperações 23 (508.297) 739.019

Resultado antes de impostos 7.866.700 14.392.961

Impostoscorrentes 18 (2.074.744) (8.978.463)diferidos 18 (735.621) 5.349.531

Resultado líquido do exercício 5.056.335 10.764.029

O RESPONSÁVEL PELA CONTABILIDADE O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO EXECUTIVO

O Anexo faz parte integrante destas demonstrações.

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DEMONSTRAÇÕES DOS RESULTADOS

PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2008 E 2007

(Montantes expressos em Euros)

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 165

2008 2007

Fluxos de caixa das actividades operacionais

Recebimento de juros e comissões 241.766.759 212.454.630Pagamento de juros e comissões (177.893.019) (148.233.001)Pagamentos ao pessoal e fornecedores (43.054.171) (39.993.096)Contribuições para o fundo de pensões (409.191) (84.958)(Pagamento) / recebimento de imposto sobre o rendimento (2.810.365) (3.628.932)Outros recebimentos / (pagamentos) relativos à actividade operacional 4.753.470 9.996.501Resultados operacionais antes das alterações nos activos operacionais 22.353.483 30.511.144

(Aumentos) / diminuições de activos operacionais:Activos financeiros detidos para negociação e outros activos ao justo valor (321.368.416) 324.894.194Activos disponíveis para venda 189.167.999 (739.381.627)Aplicações em instituições de crédito 339.318.296 116.895.166Crédito a clientes 225.340.132 185.525.413Investimentos detidos até à maturidade 290.041.488 (210.801.147)Outros activos (10.975.319) 65.253.752

711.524.180 (257.614.249)

Aumentos / (diminuições) de passivos operacionais:Passivos financeiros detidos para negociação e derivados de cobertura 707.667 -Recursos de outras instituições de crédito 205.448.124 80.650.963Recursos de clientes e outros empréstimos 40.030.814 10.365.012Outros passivos 35.929.824 65.368.379

282.116.429 156.384.354

(407.054.268) 444.509.747

Fluxos de caixa de actividades de investimento

Variação de activos tangíveis e intangíveis 1.803.502 (887.418)Recebimento de dividendos (1.256.002) (340.882)Variação de partes de capital em empresas filiais e associadas (19.036.792) 12.299.880

(18.489.292) 11.071.580

Fluxos de caixa das actividades de financiamento

Aumento de capital 687.580 600.545Variação de passivos subordinados (5.096.443) 23.419.630Reservas (2.224.536) 7.964.054

(6.633.399) 31.984.229

Aumento / (diminuição) de caixa e seus equivalentes (395.198.375) 465.422.396Caixa e seus equivalentes no início do exercício 677.634.150 212.211.754Caixa e seus equivalentes no fim do exercício 282.435.775 677.634.150

O RESPONSÁVEL PELA CONTABILIDADE O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO EXECUTIVO

O Anexo faz parte integrante destas demonstrações.

Caixa líquida das actividades de financiamento

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DEMONSTRAÇÕES DOS FLUXOS DE CAIXA PARA OS EXERCÍCIOS

Caixa líquida das actividades operacionais

Caixa líquida das actividades de investimento

(Montantes expressos em Euros)

FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2008 E 2007

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 166

CAIXA CENTRAL DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO, C.R.L.

DEMONSTRAÇÕES DE ALTERAÇÕES NO CAPITAL PRÓPRIO

PARA OS EXERCÍCIOS FINDOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2008 E 2007

(Montantes expressos em Euros)

Reservas de Outras Resultados Resultado doCapital reavaliação reservas transitados Total exercício Total

Saldos em 31 de Dezembro de 2006 218.707.485 1.548.754 1.210.564 (98.252.774) (97.042.210) 11.274.129 134.488.158Amortização anual do impacto de transição das pensões - - - (126.937) (126.937) - (126.937)Outros - - - 101.931 101.931 - 101.931Aplicação do resultado do exercício de 2006:

Transferência para resultados transitados - - - 11.274.129 11.274.129 (11.274.129) -Aumento de capital 600.545 - - - - - 600.545Variação da reserva de justo valor - (3.601.875) - - - - (3.601.875)Imposto associado à variação da reserva de justo valor - 954.497 - - - - 954.497Resultado líquido do exercício de 2007 - - - - - 10.764.029 10.764.029

Saldos em 31 de Dezembro de 2007 219.308.030 (1.098.624) 1.210.564 (87.003.651) (85.793.087) 10.764.029 143.180.348Amortização anual do impacto de transição das pensões (Nota 43) - - - (314.213) (314.213) - (314.213)Imposto associado à amortização anual do impacto de transição das pensões (Nota - - - 83.266 83.266 - 83.266Aplicação do resultado do exercício de 2007:

Transferência para resultados transitados - - - 10.764.029 10.764.029 (10.764.029) -Aumento de capital 687.580 - - - - - 687.580Variação da reserva de justo valor - (2.712.366) - - - - (2.712.366)Imposto associado à variação da reserva de justo valor (Nota 18) - 718.777 - - - - 718.777Resultado líquido do exercício de 2008 - - - - - 5.056.335 5.056.335

Saldos em 31 de Dezembro de 2008 219.995.610 (3.092.213) 1.210.564 (76.470.569) (75.260.005) 5.056.335 146.699.727

O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO EXECUTIVO

Outras Reservas e resultados transitados

O RESPONSÁVEL PELA CONTABILIDADE

O Anexo faz parte integrante destas demonstrações.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 167

7. Proposta de Aplicação de Resultados

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 168

Proposta de Aplicação de Resultados

Nos termos do Artigo 43º do Regime Jurídico do Crédito Agrícola Mútuo, e do Artigo 40º

dos Estatutos da Caixa Central, propõe-se ao Conselho Geral e de Supervisão que o

Resultado Líquido do Exercício de 2008, um lucro de 5.056.334,75 Euros, seja inteiramente

afecto à cobertura dos prejuízos registados na conta de resultados transitados.

Lisboa, 26 de Fevereiro de 2009

O Conselho de Administração Executivo

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 169

III. ANEXOS

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 170

1.Anexo ao Balanço e Demonstração de Resultados

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 171

CAIXA CENTRAL DE CRÉDITO AGRÍCOLA MÚTUO, C.R.L.

ANEXO ÀS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2008 E 2007

(Valores expressos em Euros)

1. NOTA INTRODUTÓRIA

A Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo, C.R.L. (adiante designada por Caixa Central ou CCCAM) é uma instituição de crédito constituída em 20 de Junho de 1984 sob a forma de Cooperativa de responsabilidade limitada. Constitui objecto da Caixa a concessão de crédito e a prática dos demais actos inerentes à actividade bancária, nos termos previstos na legislação aplicável.

A Caixa Central forma parte do Sistema Integrado do Crédito Agrícola Mútuo (SICAM) o qual é formado pela Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo, C.R.L. (Caixa Central) e pelas Caixas de Crédito Agrícola Mútuo suas associadas (Caixas Associadas). Compete à Caixa Central assegurar a orientação, fiscalização e representação das entidades que fazem parte do Sistema Integrado do Crédito Agrícola Mútuo.

Em 31 de Dezembro de 2008, a Caixa Central opera através da sua sede, situada na Rua Castilho n.º 233, em Lisboa e através de uma rede de quatro balcões situados no concelho de Lisboa.

Em 31 de Dezembro de 2008, a Caixa Central opera através da sua sede, situada na Rua Castilho n.º 233, em Lisboa e através de uma rede de nove balcões situados no concelho de Lisboa, Porto e Amadora. A Caixa Central possui também uma Sucursal Exterior Financeira em Cabo Verde, denominada “Instituição Financeira Internacional (IFI) – Cabo Verde”.

Dos factos ocorridos durante o ano de 2008, aquele que teve maior relevância foi a abertura de cinco novos balcões nos concelhos de Lisboa, Porto e Amadora. Adicionalmente, a Caixa Central alienou no exercício de 2008, a restante participação financeira detida na Crédito Agrícola Seguros, S.A., correspondente a 47,72% do seu capital, à Crédito Agrícola, SGPS, S.A. por 20.167.618 Euros. Com esta venda, a Caixa Central registou uma mais valia no montante de 2.196.117 Euros (Nota 39).

Dos factos mais relevantes ocorridos no exercício de 2007, salienta-se a alienação das participações financeiras detidas na Crédito Agrícola Vida, S.A., correspondente a 53,83% do seu capital e na Crédito Agrícola Seguros, S.A., correspondente a 49,00% do seu capital, à Crédito Agrícola, SGPS, S.A. por 17.928.937 Euros e 20.709.360 Euros, respectivamente. Com estas vendas, a Caixa Central registou mais valias no montante de 6.791.862 Euros (Nota 39).

2. BASES DE APRESENTAÇÃO, COMPARABILIDADE DA INFORMAÇÃO E PRINCIPAIS POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS

2.1. Bases de apresentação das contas

As demonstrações financeiras da Caixa Central foram preparadas no pressuposto da continuidade das operações, com base nos livros e registos contabilísticos mantidos de acordo com os princípios consagrados nas Normas de Contabilidade Ajustadas (NCA), nos termos do Aviso nº 1/2005, de 21 de Fevereiro e das Instruções nº 23/2004 e nº 9/2005, do Banco de Portugal.

As NCA correspondem genericamente às Normas Internacionais de Relato Financeiro (IAS/IFRS), conforme adoptadas pela União Europeia, de acordo com o Regulamento (CE) nº 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 19 de Julho, transposto para o ordenamento nacional pelo Decreto-Lei nº 35/2005, de 17 de Fevereiro e pelo Aviso nº 1/2005, de 21 de Fevereiro, do Banco de Portugal, excepto no que se refere a:

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 172

i) Valorimetria do crédito a clientes e valores a receber de outros devedores (Crédito e contas a receber) – os créditos são registados pelo valor nominal, não podendo ser reclassificados para outras categorias e, como tal, registados pelo justo valor. Os proveitos são reconhecidos segundo a regra pro rata temporis, quando se tratem de operações que produzam fluxos redituais ao longo de um período superior a um mês, nomeadamente juros e comissões;

ii) Sempre que aplicável, as comissões e custos externos imputáveis à contratação das operações subjacentes aos activos classificados como crédito e contas a receber deverão ser, igualmente, periodificados ao longo do período de vigência dos créditos, de acordo com o método referido na alínea anterior;

iii) Mantém-se o anterior regime de provisionamento do crédito e contas a receber, sendo definidos níveis mínimos de provisionamento de acordo com o disposto no Aviso do Banco de Portugal nº 3/95, com as alterações introduzidas pelo Aviso do Banco de Portugal nº 8/03, de 30 de Junho e pelo Aviso do Banco de Portugal nº 3/2005, de 21 de Fevereiro. Este regime abrange ainda as responsabilidades representadas por aceites, garantias e outros instrumentos de natureza análoga;

iv) Os activos tangíveis são obrigatoriamente mantidos ao custo de aquisição, não sendo deste modo possível o seu registo pelo justo valor, conforme permitido pelo IAS 16 – Activos fixos tangíveis. Como excepção, é permitido o registo de reavaliações extraordinárias, legalmente autorizadas, caso em que as mais - valias resultantes são registadas em “Reservas de reavaliação”.

v) É permitido um período de diferimento do impacto contabilístico decorrente da transição para os critérios do IAS 19 dos custos e responsabilidades assumidos relativamente a pensões, custos com saúde e outros benefícios a que os colaboradores da Caixa Central têm direito após o período activo de trabalho.

De acordo com os Avisos do Banco de Portugal nº 4/2005 de 21 de Fevereiro e nº 12/2005 de 30 de Dezembro, o reconhecimento em resultados transitados do impacto apurado com referência a 1 de Janeiro de 2006, decorrente da transição para os IAS/IFRS pode ser atingido através da aplicação de um plano de amortização de prestações uniformes até 31 de Dezembro de 2011, com excepção da parte referente ao impacto da alteração da tábua de mortalidade e às responsabilidades relativas a cuidados médicos pós-emprego (SAMS), para a qual esse plano de amortização pode ir até 31 de Dezembro de 2013.

Durante o ano de 2008, o Banco de Portugal emitiu o Aviso nº 7/2008, de 14 de Outubro de 2008, no qual permite diferir os impactos da transição acima identificados, por um período adicional de três anos face ao período estipulado inicialmente. Foi decisão da Caixa Central prolongar o diferimento dos impactos de transição tal como permitido no Aviso acima referido.

No exercício de 2007, a Caixa Central adoptou a Norma IFRS 7 – Instrumentos financeiros: Divulgações, a qual se tornou efectiva para os períodos de relato com início em 1 de Janeiro de 2007 ou após, com as necessárias alterações à Norma IAS 1 – Apresentação das demonstrações financeiras. O impacto da adopção da Norma IFRS 7 consistiu nas divulgações fornecidas ao nível dos instrumentos financeiros utilizados e da gestão do capital (Nota 44).

Em 2008, foram introduzidas alterações nas Normas IAS 39 – Instrumentos financeiros: Reconhecimento e Mensuração e IFRS 7 – Instrumentos financeiros: Divulgações, que foram endossadas pela União Europeia, nomeadamente nos critérios de reclassificação de instrumentos financeiros. No exercício findo em 31 de Dezembro de 2008, a Caixa Central efectuou a reclassificação de dois instrumentos financeiros no montante de 5.813.741 Euros da rubrica “Outros activos financeiros ao justo valor através de resultados” para a rubrica de “Activos financeiros disponíveis para venda”, ao abrigo do referido normativo (Nota 44).

Em 31 de Dezembro de 2008, encontravam-se disponíveis para adopção antecipada as seguintes normas (novas e revistas) e interpretações emitidas pelo “International Accounting Standards Board” (IASB) e pelo “Internacional Financial Reporting Interpretation Committee” (IFRIC), respectivamente, endossadas pela União Europeia:

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 173

- IFRS 8 – “Segmentos operacionais” – Esta Norma define os requisitos de divulgação de informação sobre segmentos, substituindo a Norma IAS 14 – “Relato por Segmentos”. É de aplicação obrigatória em exercícios económicos iniciados em ou após 1 de Janeiro de 2009;

Adicionalmente, até à data de aprovação das demonstrações financeiras anexas, foram ainda emitidas as seguintes normas e interpretações, ainda não endossadas pela União Europeia:

- IFRS 3 (Alteração) – “Concentrações de actividades empresariais” e IAS 27 – “Demonstrações financeiras consolidadas e individuais” – A revisão efectuada ao texto destas normas introduz alterações na mensuração e registo do “Goodwill” apurado no âmbito de concentrações de actividades empresariais, quer no momento inicial, quer na consideração do impacto de eventos posteriores a essa data com efeito no justo valor da entidade adquirida e no tratamento contabilístico de aquisições efectuadas em diversas fases. Vem ainda definir o tratamento contabilístico a adoptar no registo de transacções com acções de filiais, com e sem manutenção de controlo.

A adopção das normas revistas é de aplicação obrigatória em exercícios económicos iniciados em ou após 1 de Julho de 2009.

- IFRS 1 (Revista) – “Adopção pela primeira vez das normas internacionais de relato financeiro” – As alterações efectuadas ao texto desta norma correspondem essencialmente a alterações de estrutura, sendo mantida a substância do texto anterior. A adopção da norma revista é de aplicação obrigatória para exercícios económicos iniciados em ou após 1 de Julho de 2009.

- IAS 39 (Alteração) – “Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração” – A revisão efectuada ao texto desta Norma pretende clarificar dois aspectos relacionados com contabilidade de cobertura, nomeadamente a identificação de inflação como risco coberto e a cobertura através de opções. Com esta alteração, apenas se pode designar como risco coberto a componente de inflação relacionada com fluxos de caixa de instrumentos financeiros se essa componente estiver especificada contratualmente. As opções podem ser designadas como de cobertura de justo valor ou de fluxos de caixa, mas esta alteração esclarece que apenas o valor intrínseco da opção e não o valor temporal, reflecte o risco e como tal, se for designada a opção na sua totalidade para cobertura de um risco, deverá existir ineficácia de cobertura. É de aplicação obrigatória em exercícios iniciados em ou após 1 de Julho de 2009. Adicionalmente, foi efectuada uma alteração à IAS 39 sobre a reclassificação de activos financeiros, sobre data efectiva e transição, ainda não endossada pela União Europeia.

- IFRIC 16 – “Cobertura de um investimento líquido numa operação estrangeira” – Esta interpretação clarifica os tipos de riscos cambiais que se qualificam para contabilidade de cobertura, assim como que montantes designar, onde no grupo devem ser detidos os instrumentos de cobertura e que montantes devem ser reclassificados para resultados quando a operação coberta termina. É de aplicação obrigatória em exercícios económicos iniciados em ou após 1 de Outubro de 2008.

Apesar de não se encontrar ainda disponível uma avaliação do impacto da adopção das normas e interpretações supra referidas, na preparação das demonstrações financeiras anexas da Caixa Central, o Conselho de Administração entende que a sua aplicação não apresentará um impacto materialmente relevante para as mesmas.

Em 2007 a Caixa Central apresentou pela primeira vez as suas demonstrações financeiras de acordo com as NCA, sendo o impacto da introdução destas normas apresentado na Nota 4.

As demonstrações financeiras da Caixa Central em 31 de Dezembro de 2008, estão pendentes de aprovação pelos correspondentes órgãos sociais. No entanto, é convicção do Conselho de Administração Executivo da Caixa Central que estas demonstrações financeiras virão a ser aprovadas sem alterações significativas.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 174

2.2. Resumo das principais políticas contabilísticas

As políticas contabilísticas mais significativas, utilizadas na preparação das demonstrações financeiras foram as seguintes:

a) Especialização dos exercícios

A Caixa Central adopta o princípio contabilístico da especialização de exercícios em relação à generalidade das rubricas das demonstrações financeiras. Assim, os custos e proveitos são registados à medida que são gerados, independentemente do momento do seu pagamento ou recebimento.

b) Operações em moeda estrangeira

Os activos e passivos expressos em moeda estrangeira são convertidos para Euros ao câmbio de "fixing" da data do balanço, com excepção dos saldos relativos a notas e moedas estrangeiras, os quais são convertidos ao câmbio médio do mês indicado pelo Banco de Portugal.

Os proveitos e custos relativos às transacções em moeda estrangeira registam-se no período em que ocorrem, às taxas de câmbio em vigor na data em que foram realizadas.

Adicionalmente, são adoptados os seguintes procedimentos contabilísticos:

- a posição cambial à vista por moeda, que corresponde ao saldo líquido dos activos e passivos numa determinada moeda, é reavaliada diariamente de acordo com os câmbios de “fixing” indicados pelo Banco de Portugal, por contrapartida de resultados;

- a posição cambial a prazo numa moeda, que corresponde ao saldo líquido das operações a prazo a aguardar liquidação, é reavaliada à taxa de câmbio a prazo de mercado ou, na ausência desta, a uma taxa calculada com base nas taxas de juro de mercado para essa moeda e para o prazo residual da operação. A diferença entre os saldos convertidos para Euros às taxas de reavaliação utilizadas e os saldos convertidos às taxas contratadas, corresponde à reavaliação da posição cambial a prazo, sendo registada em resultados.

c) Investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos

As empresas filiais são entidades nas quais a Caixa Central exerce controlo sobre a gestão das mesmas. As empresas associadas são entidades nas quais a Caixa Central exerce influência significativa, mas não detém o controlo. Como influência significativa entende-se uma participação financeira (directa ou indirecta) superior a 20% ou o poder de participar nas decisões sobre as políticas financeiras e operacionais da entidade mas sem existir controlo nem controlo conjunto sobre a mesma.

As empresas filiais e associadas são valorizadas ao custo de aquisição, sendo objecto de análises de perdas por imparidade.

d) Crédito e outros valores a receber

Conforme descrito na Nota 2.1 estes activos encontram-se registados ao valor nominal, de acordo com o Aviso nº 1/2005 do Banco de Portugal.

A componente de juros, incluindo a referente a eventuais prémios/descontos, é objecto de relevação contabilística autónoma nas respectivas contas de resultados. Os proveitos são reconhecidos quando obtidos e distribuídos por períodos mensais, segundo o método da taxa efectiva, quando se trate de operações que produzam fluxos redituais ao longo de um período superior a um mês. Sempre que aplicável, as comissões e custos externos imputáveis à contratação das operações subjacentes aos activos incluídos nesta categoria devem ser, igualmente, periodificados ao longo do período de vigência dos

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 175

créditos, segundo o método da taxa efectiva.

Posteriormente, o crédito e outros valores a receber são submetidos à constituição de provisões, nos termos descritos abaixo.

Garantias prestadas e compromissos irrevogáveis

As responsabilidades por garantias prestadas e compromissos irrevogáveis são registadas em rubricas extrapatrimoniais pelo valor em risco, sendo os fluxos de juros, comissões ou outros proveitos registados em resultados ao longo da vida das operações.

Provisões para crédito e juros vencidos, créditos de cobrança duvidosa, risco país e riscos gerais de crédito

De acordo com o Aviso do Banco de Portugal nº 3/95, de 30 de Junho (com as alterações introduzidas subsequentemente, nomeadamente pelo Aviso nº 3/2005, de 21 de Fevereiro), e outras disposições emitidas pelo Banco de Portugal, são constituídas as seguintes provisões para riscos de crédito:

i) Provisão para crédito e juros vencidos

Destina-se a fazer face aos riscos de realização de créditos concedidos que apresentem prestações vencidas e não pagas de capital ou juros. As percentagens provisionadas do crédito e juros vencidos dependem do tipo de garantias existentes e são função crescente do período decorrido desde a data de incumprimento.

ii) Provisão para créditos de cobrança duvidosa

Destina-se à cobertura dos riscos de realização do capital vincendo relativo a créditos concedidos que apresentem prestações vencidas e não pagas de capital ou juros, ou que estejam afectos a clientes que tenham outras responsabilidades vencidas. Nos termos do Aviso nº 3/95, são considerados créditos de cobrança duvidosa, os seguintes:

- As prestações vincendas de uma mesma operação de crédito em que se verifique, relativamente às respectivas prestações em mora de capital e juros, pelo menos uma das seguintes condições:

. Excederem 25% do capital em dívida, acrescido de juros;

. Estarem em incumprimento há mais de: . seis meses, nas operações com prazo inferior a cinco anos; . doze meses, nas operações com prazo igual ou superior a cinco anos

mas inferior a dez anos; . vinte e quatro meses, nas operações com prazo igual ou superior a dez

anos.

Os créditos nestas condições são considerados vencidos apenas para efeitos da constituição de provisões, sendo provisionados com base nas taxas aplicáveis ao crédito vencido dessas operações.

- Os créditos vincendos sobre um mesmo cliente se, de acordo com a classificação acima definida, o crédito e juros vencidos de todas as operações relativas a esse cliente excederem 25% do crédito total, acrescido de juros. Os créditos nestas condições são provisionados com base em metade das taxas aplicáveis aos créditos vencidos.

A Caixa Central classifica em crédito vencido as prestações vencidas de capital ou juros decorridos que sejam 30 dias após o seu vencimento. Os créditos com prestações vencidas são denunciados nos termos definidos no manual de crédito aprovado, sendo nesse momento considerada vencida toda a dívida.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 176

Periodicamente, a Caixa Central abate ao activo os créditos considerados incobráveis por utilização das provisões constituídas. Em caso de eventual recuperação dos referidos créditos, esta é reconhecida em resultados, na rubrica “Outros resultados de exploração”.

Em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, esta rubrica inclui provisões registadas acima dos mínimos exigidos pelo normativo do Banco de Portugal no montante de 54.994.837 Euros e 52.505.759 Euros, respectivamente, para fazer face a potenciais problemas na recuperabilidade de créditos para os quais existem indícios de imparidade.

iii) Provisão para riscos gerais de crédito

Encontra-se registada no passivo, na rubrica "Provisões", e destina-se a fazer face a riscos de cobrança do crédito concedido e garantias e avales prestados.

Esta provisão é calculada por aplicação das seguintes percentagens genéricas à totalidade do crédito não vencido, incluindo as garantias e avales:

- 1,5% no que se refere ao crédito ao consumo e às operações de crédito a particulares, cuja finalidade não possa ser determinada;

- 0,5% relativamente ao crédito garantido por hipoteca sobre imóvel, ou operações de locação financeira imobiliária, em ambos os casos quando o imóvel se destine a habitação do mutuário;

- 1% no que se refere ao restante crédito concedido.

Nos exercícios de 2001 e 2002 foram aceites como custo fiscal 50% dos reforços da provisão para riscos gerais de crédito. A partir de 1 de Janeiro de 2003 os reforços desta provisão deixaram de ser aceites fiscalmente como custo.

e) Outros activos e passivos financeiros

Os outros activos e passivos financeiros são reconhecidos e valorizados de acordo com os IAS 32 e IAS 39, sendo registados na data de contratação pelo justo valor.

i) Activos financeiros detidos para negociação e ao justo valor através de resultados

Os activos financeiros detidos para negociação incluem títulos de rendimento variável transaccionados em mercados activos, adquiridos com o objectivo de venda ou recompra no curto prazo, bem como derivados. Os derivados de negociação com valor líquido a receber (justo valor positivo) são incluídos na rubrica de activos financeiros detidos para negociação. Os derivados de negociação com valor líquido a pagar (justo valor negativo), são incluídos na rubrica de passivos financeiros detidos para negociação.

Os activos financeiros ao justo valor através de resultados incluem os títulos de rendimento fixo transaccionados em mercados activos que a Caixa Central optou por registar e avaliar ao justo valor através de resultados.

Os activos e passivos financeiros detidos para negociação e os activos financeiros ao justo valor através de resultados são reconhecidos inicialmente ao justo valor. Os ganhos e perdas decorrentes da valorização subsequente ao justo valor são reconhecidos em resultados.

Os juros inerentes aos activos financeiros e as diferenças entre o custo de aquisição e o valor nominal (prémio ou desconto) são calculados de acordo com o método da taxa efectiva e reconhecidos em resultados na rubrica de “Juros e rendimentos similares”.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 177

Os dividendos são reconhecidos quando atribuídos ou recebidos. De acordo com este critério, os dividendos antecipados são registados como proveitos no exercício em que é deliberada a sua distribuição.

O justo valor dos activos financeiros detidos para negociação e transaccionados em mercados activos é o seu “bid-price” ou a cotação de fecho à data do balanço. Se um preço de mercado não estiver disponível, o justo valor do instrumento é estimado com base em técnicas de valorização, que incluem modelos de avaliação de preços ou técnicas de “discounted cash-flows”.

Quando são utilizadas técnicas de “discounted cash-flows”, os fluxos financeiros futuros são estimados de acordo com as expectativas da gestão e a taxa de desconto utilizada corresponde à taxa de mercado para instrumentos financeiros com características semelhantes. Nos modelos de avaliação de preços, os dados utilizados correspondem a informações sobre preços de mercado.

O justo valor dos derivados que não são transaccionados em bolsa é estimado com base no montante que seria recebido ou pago para liquidar o contrato na data em análise, considerando as condições de mercado vigentes bem como a qualidade creditícia das contrapartes.

ii) Activos financeiros disponíveis para venda

Os activos financeiros disponíveis para venda incluem instrumentos de capital e dívida, que não sejam classificados como activos financeiros detidos para negociação, ao justo valor através de resultados, investimentos a deter até à maturidade, crédito ou empréstimos e contas a receber.

Os activos financeiros disponíveis para venda são registados ao justo valor, com excepção de instrumentos de capital não cotados num mercado activo e cujo justo valor não possa ser mensurado com fiabilidade, os quais permanecem registados ao custo. Os ganhos e perdas relativos à variação subsequente do justo valor são reflectidos em rubrica específica do capital próprio “reserva de justo valor” até à sua venda (ou até ao reconhecimento de perdas por imparidade), momento em que são transferidos para resultados. Os ganhos ou perdas cambiais de activos monetários são reconhecidas directamente em resultados do período.

Os juros inerentes aos activos financeiros e o reconhecimento das diferenças entre o custo de aquisição e o valor nominal (prémio ou desconto) são calculados de acordo com o método da taxa efectiva e registados em resultados na rubrica de “Juros e rendimentos similares”.

Os rendimentos de títulos de rendimento variável são reconhecidos em resultados na data em que são atribuídos ou recebidos. De acordo com este critério, os dividendos antecipados são registados como proveitos no exercício em que é deliberada a sua distribuição.

iii) Investimentos a deter até à maturidade

Os investimentos a deter até à maturidade são investimentos que têm um rendimento fixo, com taxa de juro conhecida no momento da emissão e data de reembolso determinada, sendo do interesse da Caixa Central mantê-los até ao seu reembolso.

Os investimentos financeiros a deter até à maturidade são registados ao custo de aquisição. Os juros inerentes aos activos financeiros e o reconhecimento das diferenças entre o custo de aquisição e o valor nominal (prémio ou desconto) são calculados de acordo com o método da taxa efectiva e registados em resultados na rubrica de “Juros e rendimentos similares”.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 178

iv) Empréstimos e contas a receber

De acordo com a restrição estabelecida pelo Aviso nº 1/2005, nesta rubrica são registados apenas os valores a receber de outras instituições de crédito.

São activos financeiros com pagamentos fixos ou determináveis, não cotados num mercado activo e não incluídos em qualquer uma das restantes categorias de activos financeiros.

No reconhecimento inicial estes activos são valorizados pelo justo valor, deduzido de eventuais comissões incluídas na taxa efectiva, e acrescido de todos os custos incrementais directamente atribuíveis à transacção. Subsequentemente, estes activos são reconhecidos em balanço ao custo amortizado, deduzido de perdas por imparidade e provisões para risco país.

Os juros são reconhecidos com base no método da taxa efectiva, que permite calcular o custo amortizado e repartir os juros ao longo do período das operações. A taxa efectiva é aquela que é utilizada para descontar os fluxos futuros estimados associados ao instrumento financeiro na data do reconhecimento inicial.

v) Operações de venda com acordo de recompra

Os títulos vendidos com acordo de recompra são mantidos na carteira onde estavam originalmente registados. Os fundos recebidos são registados, na data de liquidação, em conta própria do passivo, sendo periodificados os respectivos juros.

vi) Outros passivos financeiros

Os outros passivos financeiros, essencialmente recursos de instituições de crédito, depósitos de clientes e dívida emitida, são inicialmente valorizados ao justo valor, que corresponde à contraprestação recebida líquida dos custos de transacção e são posteriormente valorizados ao custo amortizado.

Conforme previsto no Decreto-Lei n.º 182/87, de 21 de Abril, foi criado o Fundo de Garantia do Crédito Agrícola Mútuo, cujo funcionamento foi regulamentado pelo Decreto-Lei 345/98, de 9 de Novembro. Este último visou reconverter o Fundo de Garantia de Crédito Agrícola Mútuo, por forma a que o mesmo tivesse por objecto (i) garantir o reembolso de depósitos constituídos na Caixa Central e nas Caixas de Crédito Agrícola Mútuo suas associadas e (ii) promover e realizar acções que visem assegurar a solvabilidade e liquidez das referidas instituições, com vista à defesa do Sistema Integrado do Crédito Agrícola Mútuo (SICAM).

Em 2008 e 2007, a Caixa Central possuía empréstimos subordinados concedidos pelo Fundo de Garantia de Crédito Agrícola Mútuo no montante de 25.799.394 Euros e 33.496.194 Euros, respectivamente, descritos na Nota 25.

vii) Imparidade em activos financeiros

A Caixa Central efectua análises periódicas de imparidade aos activos financeiros com excepção de crédito a clientes e outros valores a receber, cujas provisões são calculadas conforme referido na alínea d).

Quando existe evidência de imparidade num activo ou grupo de activos financeiros, as perdas por imparidade registam-se por contrapartida de resultados.

Para títulos cotados, considera-se que existe evidência de imparidade numa situação de desvalorização continuada ou de valor significativo na cotação dos títulos. Para títulos não cotados, é considerado evidência de imparidade a existência de impacto no valor estimado dos fluxos de caixa futuros do activo financeiro, desde que possa ser estimado com razoabilidade.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 179

Caso num período subsequente se registe uma diminuição no montante das perdas por imparidade atribuída a um evento, o valor previamente reconhecido é revertido através de ajustamento à conta de perdas por imparidade. O montante da reversão é reconhecido directamente na demonstração de resultados.

No caso de activos disponíveis para venda, em caso de evidência objectiva de imparidade, resultante de diminuição significativa e prolongada do justo valor do título ou de dificuldades financeiras do emitente, a perda acumulada na reserva de reavaliação de justo valor é removida do capital próprio e reconhecida nos resultados. As perdas por imparidade registadas em títulos de rendimento fixo podem ser revertidas através de resultados, caso se verifique uma alteração positiva no justo valor do título resultante de um evento ocorrido após a determinação da imparidade. As perdas por imparidade relativas a títulos de rendimento variável não podem ser revertidas, pelo que eventuais mais valias potenciais originadas após o reconhecimento de perdas por imparidade são reflectidas na reserva de justo valor. Quanto a títulos de rendimento variável para os quais tenha sido registada imparidade, posteriores variações negativas no justo valor são sempre reconhecidas em resultados.

No caso de activos financeiros disponíveis para venda com evidência de imparidade, a perda potencial acumulada em reservas é transferida para resultados.

f) Instrumentos representativos de capital

Os instrumentos representativos de capital são inicialmente valorizados ao justo valor, que corresponde à contraprestação recebida líquida dos custos de transacção e são posteriormente valorizados ao custo amortizado.

g) Derivados

Os instrumentos financeiros derivados são registados pelo seu justo valor na data da sua contratação. Adicionalmente, são reflectidos em rubricas extrapatrimoniais pelo respectivo valor nominal. Subsequentemente, os instrumentos financeiros derivados são mensurados pelo respectivo justo valor. O justo valor é apurado:

• Com base em cotações obtidas em mercados activos (por exemplo, no que respeita a futuros transaccionados em mercados organizados);

• Com base em modelos que incorporam técnicas de valorização aceites no mercado, incluindo cash-flows descontados e modelos de valorização de opções.

Os derivados são registados ao justo valor, sendo os resultados apurados mensalmente reconhecidos em proveitos e custos do exercício, nas rubricas de “Resultados de activos e passivos avaliados ao justo valor através de resultados”. As reavaliações positivas e negativas são registadas nas rubricas “Activos financeiros detidos para negociação” e “Passivos financeiros ao justo valor através de resultados”, respectivamente.

h) Outros activos tangíveis

Os activos tangíveis uti lizados pela Caixa Central para o desenvolvimento da sua actividade são contabilisticamente relevados pelo custo de aquisição (incluindo custos directamente atribuíveis) deduzido das amortizações acumuladas. A depreciação dos activos tangíveis é registada numa base sistemática ao longo do período de vida útil estimado do bem:

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 180

Anos de vida útil Imóveis de serviço próprio 50 Despesas em edifícios arrendados 10 Equipamento informático e de escritório 4 a 10 Mobiliário e instalações interiores 6 a 10 Viaturas 4

As despesas de investimento em obras não passíveis de recuperação, realizadas em edifícios que não sejam propriedade da Caixa Central, são amortizadas em prazo compatível com o da sua util idade esperada ou do contrato de arrendamento.

Conforme previsto no IFRS 1, os activos tangíveis adquiridos até 1 de Janeiro de 2006 foram registados pelo valor contabilístico na data de transição para os IAS/IFRS, que corresponde ao custo ajustado por reavaliações efectuadas nos termos da lei, decorrentes da evolução de índices gerais de preços. Uma parcela correspondente a 40% do aumento das amortizações que resultam dessas reavaliações não é aceite como custo para efeitos fiscais, sendo registados os correspondentes impostos diferidos passivos.

Periodicamente são efectuadas avaliações aos imóveis de modo a apurar perdas por imparidade.

Activos intangíveis

A Caixa Central regista nesta rubrica as despesas da fase de desenvolvimento de projectos relativos a sistemas de informação implementados e em fase de implementação, bem como o custo de software adquirido, em qualquer dos casos quando o impacto esperado se reflecte para além do exercício em que são realizados. Anualmente é efectuada uma análise para apuramento de perdas por imparidade.

Os activos intangíveis são registados ao custo de aquisição, deduzido de amortizações e perdas por imparidade acumuladas.

As amortizações são registadas como custos do exercício numa base sistemática ao longo da vida útil estimada dos activos, a qual corresponde a um período de 3 anos.

i) Activos tangíveis disponíveis para venda

A Caixa Central regista em “Outros activos” os imóveis, equipamentos e outros bens recebidos em dação para pagamento de operações de crédito vencido, sendo registados pelo valor acordado no contrato de dação, o qual corresponde ao menor dos valores da dívida existente ou da avaliação do bem, na data da dação. Os imóveis são objecto de avaliações periódicas que dão lugar ao registo de perdas por imparidade sempre que o valor decorrente dessas avaliações (líquido de custos de venda) seja inferior ao valor por que se encontram contabilizados. Os activos tangíveis são registados nesta rubrica a partir do momento da celebração do contrato promessa de dação ou da arrematação.

A Caixa Central não reconhece mais-valias potenciais nestes activos.

j) Provisões

Esta rubrica do passivo inclui as provisões constituídas para fazer face a riscos gerais de crédito (de acordo com o Aviso 3/95 do Banco de Portugal), riscos fiscais, processos judiciais e outros a riscos específicos decorrentes da actividade da Caixa Central, de acordo com o IAS 37 (Nota 23).

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 181

k) Benefícios de empregados

A Caixa Central subscreveu o Acordo Colectivo de Trabalho Vertical (ACTV) para o Crédito Agrícola (denominado por Acordo Colectivo de Trabalho das Instituições de Crédito Agrícola Mútuo) pelo que os seus empregados ou as suas famílias têm direito a pensões de reforma, invalidez e sobrevivência. No entanto, uma vez que os empregados estão inscritos na Segurança Social, as responsabilidades da Caixa Central com pensões relativamente aos seus colaboradores consistem no pagamento de complementos face aos níveis previstos no ACTV.

Para cobertura das suas responsabilidades a Caixa Central integra o Fundo de Pensões do Grupo Crédito Agrícola, o qual se destina a financiar os complementos de pensões de reforma por velhice ou invalidez e pensões de viuvez e orfandade efectuadas pela Segurança Social. Estes complementos são calculados, por referência ao ACTV, de acordo com (i) a pensão garantida à idade presumível de reforma, (ii) com o coeficiente entre o número de anos de serviço prestados até à data do cálculo e o número total de anos de serviço à data de reforma.

Este Fundo, cujos benefícios a atribuir pelo Plano de Pensões são os definidos no Acordo Colectivo de Trabalho Vertical do Crédito Agrícola Mútuo, assume, assim, a natureza de um Fundo solidário, estando a sua gestão a cargo da Companhia de Seguros Crédito Agrícola Vida S.A..

A repartição dos activos do Fundo de Pensões do Grupo Crédito Agrícola pela Caixa Central e pelas Caixas Associadas foi efectuada com base no total das responsabilidades individuais de cada uma das entidades a 31 de Dezembro de 2008.

De acordo com os estatutos da Caixa Central, os membros dos seus órgãos sociais não são abrangidos pelos benefícios descritos.

Para o cálculo das pensões do ACTV, o tempo de serviço assumido foi calculado a partir das seguintes datas:

• Para as diuturnidades futuras e respectiva evolução automática na carreira, considerou-se a data de antiguidade para efeito de nível e diuturnidades;

• Para o cálculo das percentagens do anexo V na atribuição das pensões, assumiu-se a data de admissão reconhecida para o Fundo de Pensões.

Para a repartição das responsabilidades por serviços passados a cargo do Fundo de Pensões do Crédito Agrícola, admitiu-se o seguinte:

• Quando a data de antiguidade para efeito de nível e diuturnidades é posterior à data de admissão reconhecida para o Fundo de Pensões, é esta última a considerada no cálculo dos tempos de serviço passado e total;

• Quando a data de antiguidade para efeito de nível e diuturnidades é anterior à data de admissão reconhecida para o Fundo de Pensões, é esta última a considerada no cálculo do tempo de serviço passado e da data de antiguidade para efeitos de nível e diuturnidades para o tempo de serviço total, uma vez que esta corresponde à da admissão na Banca.

Os métodos de cálculo utilizados foram o do “Projected Unit Credit” para a reforma por velhice e sobrevivência diferida e o dos Prémios Únicos Sucessivos para a reforma por invalidez e sobrevivência imediata.

O cálculo da pensão de sobrevivência aplicou-se somente aos participantes efectivamente casados, admitindo-se como idade do cônjuge a do participante diminuída ou acrescida de três anos, consoante este seja do sexo masculino ou feminino. O cálculo deste benefício encontra-se em função do nível de remuneração do participante, de acordo com o Anexo VI do ACTV.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 182

A Caixa Central regista anualmente como custo a contribuição para o Fundo de Pensões que é estimada pela Companhia de Seguros Crédito Agrícola Vida S.A. para cada entidade contribuinte em função do número de trabalhadores inscrito.

O Aviso do Banco de Portugal nº 4/2005 determina a obrigatoriedade de financiamento integral pelos fundos de pensões das responsabilidades por pensões em pagamento e de um nível mínimo de financiamento de 95% das responsabilidades com serviços passados de pessoal no activo. No entanto, estabelece um período transitório entre 5 e 7 anos relativamente à cobertura do aumento de responsabilidades decorrente da adopção do IAS 19. Durante o ano de 2008, o Banco de Portugal emitiu o Aviso nº 7/2008, de 14 de Outubro de 2008, no qual permite diferir os impactos da transição acima identificados, por um período adicional de três anos face ao período estipulado inicialmente. Foi decisão da Caixa Central prolongar o diferimento dos impactos de transição tal como permitido no Aviso acima referido.

Os benefícios pós-emprego dos colaboradores incluem ainda os cuidados médicos (SAMS), os quais foram calculados com base nos mesmos pressupostos que as responsabilidades com complementos de pensões.

Os ganhos e perdas actuariais resultantes (i) das diferenças entre os pressupostos actuariais e financeiros utilizados e os valores efectivamente verificados e (ii) das alterações de pressupostos actuariais, são reconhecidos como um activo ou um passivo numa rubrica de desvios actuariais e o seu valor acumulado é imputado a resultados com base no método do corredor.

De acordo com o método do corredor os ganhos e perdas actuariais diferidos acumulados no início do ano que excedam 10% do valor actual das responsabilidades totais ou do valor do fundo, dos dois o maior, reportados igualmente ao início do ano, são imputados a resultados durante o período estimado de serviço remanescente dos trabalhadores abrangidos pelo plano. Os ganhos e perdas actuariais acumulados que se situem dentro do referido limite, não são reconhecidos em resultados.

l) Prémios de antiguidade

Nos termos do ACTV, a Caixa Central assumiu o compromisso de atribuir aos colaboradores no activo que completem quinze, vinte e cinco e trinta anos de bom e efectivo serviço, um prémio de antiguidade de valor igual a um, dois ou três meses da sua retribuição mensal efectiva (no ano da atribuição), respectivamente.

A Caixa Central determina o valor actual dos benefícios com prémios de antiguidade através de cálculos actuariais pelo método “Projected Unit Credit”. Os pressupostos actuariais (financeiros e demográficos) têm por base expectativas para o crescimento dos salários e baseiam-se em tábuas de mortalidade utilizadas para o apuramento das responsabilidades com pensões. A taxa de desconto é determinada com base em taxas de mercado de obrigações de empresas de rating elevado e prazo semelhante ao da liquidação das responsabilidades.

m) Impostos sobre os lucros

A Caixa Central é tributada individualmente e está sujeita ao regime fiscal consignado no Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas (Código do IRC).

As contas das sucursais são integradas nas contas da Caixa Central para efeitos fiscais. As Sucursais Financeiras Exteriores na Região Autónoma da Madeira e na Região Autónoma dos Açores beneficiam, ao abrigo do artigo 34º do Estatuto dos Benefícios Fiscais, de isenção de IRC até 31 de Dezembro de 2011. Para efeitos da aplicação desta isenção, de acordo com o disposto na Portaria nº 555/2002, de 4 de Junho, considera-se que pelo menos 80% do lucro tributável da actividade global da Caixa Central é resultante de actividades exercidas fora do âmbito institucional da zona franca da Madeira e dos Açores.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 183

O total dos impostos sobre lucros registados em resultados engloba os impostos correntes e os impostos diferidos.

O imposto corrente é calculado com base no resultado fiscal do exercício, o qual difere do resultado contabilístico devido a ajustamentos ao lucro tributável resultantes de custos ou proveitos não relevantes para efeitos fiscais, ou que apenas serão considerados noutros períodos.

Os impostos diferidos activos e passivos correspondem ao valor do imposto a recuperar e a pagar em períodos futuros resultante de diferenças temporárias entre o valor de um activo ou passivo no balanço e a sua base de tributação. Os créditos fiscais também são registados como impostos diferidos activos.

Os passivos por impostos diferidos são normalmente registados para todas as diferenças temporárias tributáveis, enquanto que os impostos diferidos activos só são registados até ao montante em que seja provável a existência de lucros tributáveis futuros que permitam a utilização das correspondentes diferenças tributárias dedutíveis ou prejuízos fiscais. No entanto, não são registados impostos diferidos nas seguintes situações:

• Diferenças temporárias originadas no reconhecimento inicial de activos e passivos em transacções que não afectem o resultado contabilístico ou o lucro tributável;

• Diferenças tributárias dedutíveis resultantes de lucros não distribuídos por empresas filiais e associadas, na medida em que a Caixa Central tenha a possibilidade de controlar a sua reversão e seja provável que a mesma não venha a ocorrer num futuro previsível.

Os impostos diferidos são calculados com base nas taxas de imposto que se antecipa estarem em vigor à data da reversão das diferenças temporárias, que correspondem às taxas aprovadas ou substancialmente aprovadas na data de balanço.

Os impostos sobre o rendimento (correntes ou diferidos) são reflectidos nos resultados do exercício, excepto nos casos em que as transacções que os originaram tenham sido reflectidas noutras rubricas de capital próprio (por exemplo, no caso da reavaliação de activos financeiros disponíveis para venda). Nestes casos, o correspondente imposto é igualmente reflectido por contrapartida de capital próprio, não afectando o resultado do exercício.

n) Locação financeira

Os activos em regime de locação financeira são registados no balanço como crédito concedido, sendo este reembolsado através das amortizações de capital constantes do plano financeiro dos contratos. Os juros incluídos nas rendas são registados como proveitos financeiros.

3. PRINCIPAIS ESTIMATIVAS E INCERTEZAS ASSOCIADAS À APLICAÇÃO DAS POLÍTICAS CONTABILÍSTICAS

A preparação das demonstrações financeiras requer a elaboração de estimativas e a adopção de pressupostos pela gestão, que podem afectar o valor dos activos e passivos, réditos e custos, assim como de passivos contingentes divulgados.

Capital Social

Nas demonstrações financeiras de 31 de Dezembro de 2008 e 2007, o montante considerado na rubrica de Capital Social pressupõe a aprovação e concretização da proposta de alteração ao Regime Jurídico do Crédito Agrícola (RJCA) na qual se prevê condicionar o reembolso dos títulos de capital à aprovação pela Assembleia Geral.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 184

Benefícios a empregados

As responsabilidades com complemento de pensões de reforma e sobrevivência são estimadas utilizando pressupostos actuariais e financeiros, nomeadamente no que se refere à mortalidade, crescimento dos salários e das pensões e taxas de juro de longo prazo. Neste sentido, os valores reais podem diferir das estimativas efectuadas.

Impostos diferidos

O reconhecimento de impostos diferidos activos pressupõe a existência de resultados e de matéria colectável futura. Adicionalmente, os impostos diferidos activos e passivos foram determinados com base na legislação fiscal actual. Deste modo, alterações na legislação fiscal podem ter impacto no valor dos impostos diferidos.

Avaliação dos colaterais nas operações de crédito

As avaliações dos colaterais de operações de crédito, nomeadamente hipotecas de imóveis, foram efectuadas com o pressuposto da manutenção de todas as condições de mercado imobiliário, durante o período de vida das operações, tendo correspondido à melhor estimativa do justo valor dos referidos colaterais na data da concessão do crédito.

4. INTRODUÇÃO DAS NORMAS DE CONTABILIDADE AJUSTADAS

A aplicação das Normas de Contabilidade Ajustadas nas demonstrações financeiras teve um impacto global positivo nos capitais próprios da Caixa Central em 1 de Janeiro de 2006 no montante de 9.502.909 Euros, em relação ao valor apresentado nas últimas demonstrações financeiras preparadas de acordo com o PCSB resultante dos seguintes efeitos:

Cap itais Próprios

Valores de acordo com o PCSB em 31 de Dezembro de 2005 112.841.098

Alterações resultantes da introdução das NCA:

IAS 38 Activos in tangíve is (2.498.959)IAS 16 e 36 Activos tangíveis e imparidade de activos (1.365.596)IAS 18 e 39 Diferimento de comissões (1.036.296)IAS 19 Prémio de antiguidade (1.987.096)IAS 37 Provisões, passivos contingentes e activos contingentes (971.427)IAS 39 Carteira de títu los 3.625.705IAS 12 Impostos diferidos 13.736.578

Valores de acordo com as NCA em 1 de Janeiro de 2006 122.344.007

Ajustamento de transição

Activos intangíveis (IAS 38)

A Caixa Central regularizou por contrapartida de resultados transitados o valor por amortizar dos activos intangíveis que não cumpriam com os requisitos do IAS 38. Estes activos correspondiam essencialmente a campanhas de publicidade, que de acordo com o PCSB eram amortizados em 3 anos.

Activos tangíveis (IAS 16)

A Caixa Central regularizou por contrapartida de resultados transitados o valor por amortizar dos activos tangíveis que não cumpriam com os requisitos do IAS 16. Estes activos correspondiam essencialmente a obras em imóveis, mobiliário e instalações interiores.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 185

Diferimento de comissões (IAS 18)

De acordo com as NCA, os proveitos e custos associados a activos e passivos financeiros registados ao custo amortizado são reconhecidos ao longo da vida das operações pelo método da taxa efectiva. As comissões contabil izadas em proveitos até 31 de Dezembro de 2005, mas que de acordo com as NCA deveriam ser reconhecidas ao longo da vida das operações, foram abatidas a resultados transitados.

Prémio de antiguidade (IAS 19)

O valor actual dos prémios de antiguidade a pagar no futuro por serviços passados em 31 de Dezembro de 2005 foi reconhecido por contrapartida de resultados transitados. De acordo com o anterior normativo do Banco de Portugal, os prémios de antiguidade eram reconhecidos como custo no momento do respectivo pagamento.

Provisões (IAS 37)

Foram registadas em 1 de Janeiro de 2006, provisões para fazer face a duas acções movidas contra a Caixa Central. Ambas as situações reportam-se a contingências anteriores a 1 de Janeiro de 2006, pelo que foram ajustadas por contrapartida de resultados transitados.

Carteira de títulos (IAS 39)

De acordo com o IAS 39, os títulos classificados à data da transição como activos disponíveis para venda e outros activos financeiros valorizados ao justo valor através de resultados foram reavaliados ao justo valor e as respectivas mais valias potenciais (líquidas de impostos) foram reconhecidas numa rubrica do capital próprio designada reserva de reavaliação de justo valor.

Adicionalmente a amortização do prémio/desconto dos títulos classificados à data da transição na carteira de investimentos detidos até á maturidade foi reconhecida na rubrica de resultados transitados.

Impostos diferidos (IAS 12)

O apuramento dos impostos diferidos à data de transição detalha-se da seguinte forma:

Provisões tributadas 11.730.402 Activos intangíveis (IAS 38) 662.224 Responsabilidades com Pensões (IAS 19) 526.580 Activos tangíveis (IAS 16) 361.883 Rédito (IAS 18) 274.619 Provisões, activos e passivos contingentes (IAS 37) 257.428 Prejuízos fiscais reportáveis 157.050 Posição cambial a prazo 2.345 --------------- Impacto registado por contrapartida de resultados transitados 13.972.531 --------------- Instrumentos financeiros (IAS 39) ( 235.953 ) ----------- Impacto registado por contrapartida de reservas ( 235.953 ) ---------------- 13.736.578 =========

5. RELATO POR SEGMENTOS

Nos exercícios findos em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, a segmentação dos resultados da Caixa Central por linhas de negócio corresponde na sua totalidade à banca de retalho e desenvolvida em Portugal.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 186

6. CAIXA CENTRAL E DISPONIBILIDADES EM BANCOS CENTRAIS

Esta rubrica tem a seguinte composição: 2008 2007 Caixa: Moeda nacional 6.060.871 2.698.904 Moedas estrangeiras 1.287.105 2.444.798 ------------- -------------- 7.347.976 5.143.702 ----------------- ----------------- Depósitos à ordem no Banco de Portugal 254.333.505 656.836.964 ----------------- ----------------- 261.681.481 661.980.666 ========== ==========

De acordo com o Regulamento nº 2.818/98, de 1 de Dezembro, emitido pelo Banco Central Europeu, a partir de 1 de Janeiro de 1999 as instituições de crédito estabelecidas nos Estados-Membros participantes estão sujeitas à constituição de reservas mínimas em contas junto dos Bancos Centrais Nacionais participantes. A base de incidência compreende todos os depósitos em bancos centrais e em instituições financeiras e monetárias que se situem fora da zona Euro e todos os depósitos de clientes inferiores a dois anos. A esta base é aplicado um coeficiente de 2% e abatido um montante de 100.000 Euros. As reservas mínimas exigidas são remuneradas à média das taxas das operações principais de refinanciamento do Sistema Europeu de Bancos Centrais.

7. DISPONIBILIDADES EM OUTRAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO

Esta rubrica tem a seguinte composição:

2008 2007 Disponibilidades em Instituições de Crédito no País: Cheques a cobrar 13.924.800 9.408.825 Depósitos à ordem 15.135 51.525 -------------- -------------- 13.939.935 9.460.350 -------------- -------------- Disponibilidades em Instituições Crédito no Estrangeiro: Organismos financeiros internacionais Depósitos à ordem 6.814.124 6.138.451 Cheques a cobrar 235 54.683 ------------- -------------- 6.814.359 6.193.134 --------------- -------------- 20.754.294 15.653.484 ========= ========

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 187

8. ACTIVOS FINANCEIROS DETIDOS PARA NEGOCIAÇÃO Esta rubrica tem a seguinte composição: 2008 2007 Títulos Emitidos por residentes Instrumentos de capital 1.278.452 720.126 Instrumentos financeiros derivados com justo valor positivo (Nota 12): . Forwards cambiais 576.510 – . Opções compradas 700.666 – . Futuros – 9.305 ------------- ----------- 2.555.628 729.431 ======== ======

O detalhe dos títulos incluídos nesta rubrica é apresentado no Anexo I.

9. OUTROS ACTIVOS FINANCEIROS AO JUSTO VALOR ATRAVÉS DE RESULTADOS Esta rubrica tem a seguinte composição: 2008 2007 Títulos Emitidos por não residentes Instrumentos de dívida 1.897.350 105.563.860 Emitidos por residentes Instrumentos de dívida – 218.245.304 ------------- ----------------- 1.897.350 323.809.164 ======= ==========

O detalhe dos títulos incluídos nesta rubrica é apresentado no Anexo I.

10. ACTIVOS FINANCEIROS DISPONÍVEIS PARA VENDA

Esta rubrica tem a seguinte composição: 2008 2007 Títulos Emitidos por residentes Instrumentos de dívida 48.790.265 9.578.771 Instrumentos de capital 168.837.404 59.881.049 Emitidos por não residentes Instrumentos de dívida 69.032.016 31.844.543 Instrumentos de capital 314.807 46.937 ---------------- ---------------- 286.974.492 101.351.300 ---------------- ----------------

Imparidade (Nota 23) (37.142) (37.142) ---------------- ----------------- 286.937.350 101.314.158 ========= =========

O detalhe dos títulos incluídos nesta rubrica é apresentado no Anexo I.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 188

11. APLICAÇÕES EM INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO

Esta rubrica apresenta a seguinte composição: 2008 2007 Aplicações em Instituições de Crédito no País: Em outras instituições de crédito: Depósitos 885.174.114 357.000.000 Empréstimos 23.386.508 7.060.724 Aplicações subordinadas 10.000.000 10.000.000 Papel comercial a desconto 4.000.000 13.409.600 Mercado monetário interbancário - 33.000.000 Outras aplicações 10.326.283 489.215 ----------------- ----------------- 932.886.905 420.959.539 ----------------- ----------------- Em outras instituições de crédito no estrangeiro: Depósitos 485.652.036 673.078.943 Empréstimos - 236 ----------------- ------------------

485.652.036 673.079.179 ----------------- ------------------ Juros a receber 24.760.261 9.942.188 ------------------- ------------------- 1.443.299.202 1.103.980.906 =========== ===========

Em 31 de Dezembro de 2007 e 2006, os prazos residuais das aplicações em instituições de crédito apresentavam a seguinte estrutura:

2008 2007 Até três meses 644.380.510 1.063.993.495 Entre três meses e um ano 761.496.005 19.135.486 Entre um ano e três anos 412.940 285.157 Entre três e cinco anos 5.531.496 277.037 Mais de cinco anos 6.717.990 10.347.543 ------------------- ------------------- 1.418.538.941 1.094.038.718 ------------------- ------------------- Juros a receber 24.760.261 9.942.188 ------------------- ------------------- 1.443.299.202 1.103.980.906 =========== ===========

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 189

12. DERIVADOS Em 31 de Dezembro de 2008, esta rubrica tem a seguinte composição:

Montante nocional Valor contabilíst icoDerivados Activos Passivos

de detidos para detidos para negociação negociação negociação Total

(Nota 8)Operações Cambiais a Prazo

Forwards CambiaisCompras 7.170.475 576.510 (7.001) 569.509Vendas 7.711.041

OpçõesCompras 15.960.500 700.666 (700.666) -Vendas 15.960.500

46.802.516 1.277.176 (707.667) 569.509 A rubrica “Opções” refere-se a opções compradas com o objectivo de cobrir o risco das opções

vendidas simétricas às Caixas de Crédito Agrícola Associadas, as quais estão a ser usadas para cobertura da remuneração a pagar no produto “Depósito Energia 24”, com vencimento em 18 de Agosto de 2010.

13. CRÉDITO A CLIENTES Esta rubrica tem a seguinte composição: 2008 2007 Crédito interno Médio e longo prazos Empréstimos à habitação bonificado 115.503.518 133.762.785 Empréstimos à habitação regime geral 182.838.731 181.107.400 Empréstimos com garantia real 482.639.051 576.271.557 Empréstimos sem garantia real 117.115.084 127.350.281 Empréstimos a empresas do grupo 54.020.343 49.804.638 Contratos de locação financeira Clientes 142.670.570 125.950.382 Empresas do grupo 393.689 384.522 Empréstimos subordinados (CA Seguros) 4.000.000 4.000.000 Papel comercial 510.999.971 220.301.006 Curto prazo Outros créditos Cartão crédito 22.867.845 20.314.675 Outros créditos 16.327.528 19.221.987 Créditos em conta corrente Clientes 89.829.007 77.902.027 Empresas do grupo 22.811.399 22.980.482 Descobertos em depósitos à ordem 15.113.663 1.919.549 ------------------- -------------------- 1.777.130.399 1.561.271.291 ------------------- --------------------

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 190

2008 2007 Crédito ao exterior Médio e longo prazo Empréstimos 8.318.133 2.917.436 Papel comercial a desconto - 14.750.000 Curto prazo Outros créditos Descobertos dep.ordem - não residentes 228.391 149.755 Outros créditos a clientes 368.220 362.152 -------------- --------------- 8.914.744 18.179.343 -------------- ---------------

2008 2007 Juros a receber 11.413.842 9.831.587 --------------- -------------- Comissões associadas ao custo amortizado: Despesas com encargo diferido 70.196 65.826 Receitas com rendimento diferido ( 7.161.238 ) ( 3.024.253 ) --------------- --------------- ( 7.091.042 ) ( 2.958.427 ) ------------------- -------------------- Total crédito não vencido 1.790.367.943 1.586.323.794 ------------------- -------------------- Crédito e juros vencidos Crédito vencido 50.546.673 30.686.411 Juros vencidos 2.644.241 2.250.435 ---------------- ---------------- 53.190.914 32.936.846 ------------------- ------------------- 1.843.558.857 1.619.260.640 ------------------- ------------------- Provisões (Nota 23) Para crédito e juros vencidos ( 35.885.680 ) ( 27.216.345 ) Para crédito de cobrança duvidosa ( 60.524.351 ) ( 56.235.465 ) ----------------- ----------------- ( 96.410.031 ) ( 83.451.810 ) ------------------- ------------------- 1.747.148.826 1.535.808.830 =========== ========== 14. INVESTIMENTOS DETIDOS ATÉ À MATURIDADE Esta rubrica apresenta a seguinte composição: 2008 2007 Títulos detidos até à maturidade: Títulos cotados: Títulos emitidos por residentes Instrumentos de dívida De dívida pública portuguesa 326.745.077 216.355.226 De outros emissores residentes 4.880.353 - Títulos emitidos por não residentes Instrumentos de dívida De emissores públicos estrangeiros 187.920.149 28.611.052 De outros emissores estrangeiros 10.644.290 - ----------------- ----------------- 530.189.869 244.966.278 ----------------- ----------------- Juros a receber 9.988.329 5.170.432 ----------------- ----------------- 540.178.198 250.136.710 ========== =========

O detalhe dos títulos incluídos nesta rubrica é apresentado no Anexo I.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 191

15. OUTROS ACTIVOS TANGÍVEIS

O movimento ocorrido nas rubricas de “Outros activos tangíveis” durante os exercícios de 2008 e 2007 foi o seguinte:

2008

Valor Amort izações Amort i- Valor Amort iz. Valor Amorti- Valor A mortiz. ValorDescrição brut o acumuladas zações bruto acumul. brut o zação brut o acumul. lí quido

I móveis : De serviço próprio: 11.050.148 (1. 386.380) - (172. 440) - 69.677 - - 11. 050.148 (1.489.143) 9.561.005 Obras em imóveis arrendados 347.298 (50.925) 1. 079. 996 (54. 882) - (69. 677) - - 1. 427.294 (175.484) 1.251.810

11.397.446 (1. 437.305) 1. 079. 996 (227. 322) - - - - 12. 477.442 (1.664.626) 10.812.816Equipamento: Mobiliár io e material 1.838.730 (1. 506.409) 145. 794 (69. 714) - - (1.468) 1. 465 1. 983.056 (1.574.658) 408.398 Máquinas e ferramentas 1.196.496 (1. 109.388) 32.336 (33. 827) - - (21.367) 20. 913 1. 207.465 (1.122.302) 85.163 Equipamento informático 6.742.282 (6. 676.708) 9. 567 (63. 775) - - (13.120) 12. 534 6. 738.729 (6.727.949) 10.780 I ns talações interiores 2.849.951 (1. 120.016) 7. 234 (232. 532) - - (138.000) 106. 950 2. 719.185 (1.245.598) 1.473.587 Material de transporte 2.375.276 (924.171) 548. 614 (455. 931) 27. 982 (25. 184) (412.169) 297. 639 2. 539.703 (1.107.647) 1.432.056 Equipamento de segurança 201.869 (187.060) 61.880 (8. 901) - - - - 263. 749 (195.961) 67.788 Outro equipamento 33.963 (24.578) 14.943 (2. 454) - - - - 48.906 (27.032) 21.874

15.238.567 (11. 548.330) 820. 368 (867. 134) 27. 982 (25. 184) (586.124) 439. 501 15. 500.793 (12.001.147) 3.499.646

Patr imónio art istico 110.385 - 956 - - - - - 111. 341 - 111.341

Equipamento em locação financeira:Equi pamento 68.894 (49.086) - - (27.982) 25.184 (40.912) 23. 902 - - -

68.894 (49.086) - - (27.982) 25.184 (40.912) 23. 902 - - -Ac tivos tangíveis em curso 57.696 - - - 62. 405 - - - 120. 101 - 120.101

26.872.988 (13. 034.721) 1. 901. 320 (1.094. 456) 62. 405 - (627.036) 463. 403 28. 209.677 (13.665.773) 14.543.904

31-12-2007 Regularizações Abates Saldo em 31. 12.2008

A quisições

2007

Valor Amort izações Amort i- Valor Amort iz. Valor Amorti- Valor A mortiz. ValorDescrição brut o acumuladas zações bruto acumul. brut o zação brut o acumul. lí quido

I móveis : De serviço próprio: 11.108.571 (1. 182.334) - (172. 440) - (14. 895) (58.423) (16.711) 11. 050.148 (1.386.380) 9.663.768 Obras em imóveis arrendados 644.545 (78.117) 55.218 (33. 349) - - (352.465) 60. 541 347. 298 (50.925) 296.373

11.753.116 (1. 260.451) 55.218 (205. 789) - (14. 895) (410.888) 43. 830 11. 397.446 (1.437.305) 9.960.141Equipamento: Mobiliár io e material 1.819.222 (1. 478.760) 128. 789 (55. 991) (88.185) 8.846 (21.096) 19. 496 1. 838.730 (1.506.409) 332.321 Máquinas e ferramentas 1.269.057 (1. 205.052) 13.429 (36. 617) 2. 724 45.366 (88.714) 86. 915 1. 196.496 (1.109.388) 87.108 Equipamento informático 6.781.555 (6. 512.531) 3. 408 (206. 051) 11. 663 (451) (54.344) 42. 325 6. 742.282 (6.676.708) 65.574 I ns talações interiores 1.542.222 (959.242) 957. 487 (151. 556) 350. 507 (9. 218) (265) - 2. 849.951 (1.120.016) 1.729.935 Material de transporte 1.946.794 (877.081) 866. 990 (329. 053) (57.551) - (380.957) 281. 963 2. 375.276 (924.171) 1.451.105 Equipamento de segurança 194.309 (179.106) 7. 560 (6. 842) 1 (1. 113) (1) 1 201. 869 (187.060) 14.809 Outro equipamento (82. 078) 35.446 2. 070 (1. 280) 113. 971 (58. 744) - - 33.963 (24.578) 9.385

13.471.081 (11. 176.326) 1. 979. 733 (787. 390) 333. 130 (15. 314) (545.377) 430. 700 15. 238.567 (11.548.330) 3.690.237

Patr imónio art istico 109.123 - 2. 400 - (1.138) - - - 110. 385 - 110.385

Equipamento em locação financeira:Equi pamento 257.151 (248.717) - (6. 395) (130.969) 157.388 (57.288) 48. 638 68.894 (49.086) 19.808

257.151 (248.717) - (6. 395) (130.969) 157.388 (57.288) 48. 638 68.894 (49.086) 19.808Ac tivos tangíveis em curso 61.880 - - - (4.184) - - - 57.696 - 57.696

25.652.351 (12. 685.494) 2. 037. 351 (999. 574) 196. 839 127.179 (1. 013.553) 523. 168 26. 872.988 (13.034.721) 13.838.267

Regularizações Abates Saldo em 31. 12.2007 31-12-2006

A quisições

Durante os exercícios de 2008 e 2007, as mais e menos valias apuradas na alienação de activos tangíveis encontram-se registadas na rubrica “Resultados de alienação de outros activos – Outros activos tangíveis” (Nota 38). Durante o exercício de 2007, a Caixa Central regularizou por contrapartida de gastos gerais administrativos, os bens que não cumpriam e as amortizações acumuladas associadas ao valor residual do material de transporte.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 192

16. ACTIVOS INTANGÍVEIS

O movimento ocorrido nas rubricas de “Activos intangíveis” durante os exercícios de 2008 e 2007 foi o seguinte:

Abates

Va lor Amortiz ações Amort i- Va lor Amor tiz. Valor Valor Amor tiz. ValorDesc rição bru to ac umuladas zaç ões bru to acumul. bruto bruto acumul. líquido

Sist ema de tra tament o automátic o de dados (so ftw are) 5. 411.765 (4.927.399) 10. 438 (217.758) - - - 5.422.203 (5. 145.157) 277.046Outros act ivos int angíve is 592.995 (592.995) - - - - - 592.995 (592.995) -

6 .004. 760 (5.520.394) 10. 438 (217.758) - - - 6.015.198 (5. 738.152) 277.046

2008 31-12-2007 Regularizações 31-12-2008

Aqu isições

Abat esValor Amortizações Amorti- Valor Amortiz . Valor Valor Amortiz . Valor

Descr ição bruto acumuladas z ações brut o acumul. bruto bruto acumul. líquido

Sis tema de trat amento automático de dados (s oft ware) 4.940. 746 (4.733.067) 448.009 (138. 034) 25.459 (56.298) (2.449) 5.411.765 (4.927. 399) 484.366Outros ac tivos in tangí veis 592. 996 (626.355) - - (1) 33. 360 - 592.995 (592. 995) -

5.533.742 (5.359.422) 448.009 (138. 034) 25.458 (22.938) (2.449) 6.004.760 (5.520. 394) 484.366

31-12-20072007

31-12-2006

Aquisições

Regulariz ações

Durante o exercício de 2007 a Caixa Central desenvolveu internamente uma aplicação informática de apoio à gestão de recursos humanos, tendo registado o montante de 243.977 Euros. Este montante corresponde aos custos incorridos entre 2003 e 2006 com os colaboradores afectos a este projecto.

17. INVESTIMENTOS EM FILIAIS, ASSOCIADAS E EMPREENDIMENTOS CONJUNTOS

Em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, a rubrica “investimentos em filiais” tem a seguinte composição:

Participação Valor de Valo r deefecti va (%) balanço bala nço

Emp resa Secto r de activida de Sede 31-12-2008 31 -12 -200 8 31-12-2007

Crédi to agrícol a SGPS S.A. Sociedade Gesto ra de Pa rticipações So ciais Lisboa 1 00,00% 62.500.000 62.500.000Crédi to Agrícola In formáti ca S. A. (3) Serviços de Informática Lisboa 79,20% 5.335 .403 5.335.403FCR InovCapital Globa l 2 (6) Fundo de Capital de Ri sco para Investi dores Qua lif icados Lisboa 26,05% 5.259 .673 5.259.673FIQ Agrocapital 1 Fundo de Capital de Ri sco para Investi dores Qua lif icados Lisboa 27,78% 4.167 .000 4.167.000FIQ Cen tral Frie Fundo de Capital de Ri sco para Investi dores Qua lif icados Lisboa 30,00% 2.252 .129 2.252.129CCCAM - SGPS, Unipessoal L da Sociedade Gesto ra de Pa rticipações So ciais Lisboa 1 00,00% 1.323 .547 1.323.547Agrocapital SCR, S. A. Sociedade de Capi tal de Risco Lisboa 66,67% 500.000 500.000Rural Rent S.A Comércio e Aluguer de Veículos Automóvei s Lisboa 1 00,00% 154.868 154.868CCAM do Algarve Caixa d e Crédito Agrícola Mútuo Lisboa 0,14% 6.484 6.484Fenacam FCRL (1) Federação de Cooperati vas de Respo nsa bilidad e Limitada Lisboa 0,09% 500 500Crédi to Agrícola Serviços ACE (2) (4) Agru pamen to Complementar de Empresas Lisboa 12,42% - -Portugal Blue Ch ip Fund Fundo de Investimento 0,00% - 1.065.291Crédi to Agrícola Seguros S.A. Companhia de Seguros Ramos Reais Lisboa 0,00% - 17.971.501

Investime ntos em filiai s, associ adas e empre endimento s conjuntos 81.499.604 100.536.396

Imparidade (No ta 23) (16 1.352) (161.352)

81.338.252 100.375.044(1) A Fenacam detém 92,23% d o seu próprio capi tal , sendo o total do GFCAM = 99,94%(2) Agru pamen to complementar de e mpresas sem capita l social(3) Alterou a su a denomin ação no ano de 20 07. Anteriormente designada p or Rural Informáti ca SA(4) Alterou a su a denomin ação no ano de 20 07. Anteriormente designada p or Sicamse rv ACE(5) Mud ou de denominação a partir de 1 de Outubro d e 2007. Anteriormente designa do FIQ PME Investimentos Globa l

No exercício de 2008, a Caixa Central alienou a restante participação financeira detida na Crédito Agrícola Seguros, S.A., correspondente a 47,72% do seu capital, à Crédito Agrícola, SGPS, S.A. por 20.167.618 Euros. Com esta venda, a Caixa Central registou uma mais valia no montante de 2.196.117 Euros (Nota Introdutória). Adicionalmente em 2008, o fundo Portugal Blue Chip Fund concluiu o seu processo de liquidação iniciado em 2006.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 193

Durante o exercício de 2007, a Crédito Agrícola, SGPS, S.A. procedeu à liquidação dos suprimentos prestados pela Caixa Central que em 31 de Dezembro de 2006 ascendiam a 13.850.000 Euros. Posteriormente esta participada efectuou um aumento de capital no montante de 59.000.000 Euros totalmente subscrito pela Caixa Central, tendo ficado pendente de realização em 31 de Dezembro de 2007, o montante de 20.000.000 Euros (Nota 26). Este aumento de capital foi realizado com o objectivo desta participada adquirir as participações detidas pela Caixa Central na Crédito Agrícola Vida, S.A. e na Crédito Agrícola Seguros, S.A. (Nota introdutória).

Em 31 de Dezembro de 2008, os dados financeiros mais significativos retirados das demonstrações financeiras não auditadas destas empresas podem ser resumidos da seguinte forma:

Activo Situação Resultado

Empresa líquido líquida líquido

Crédito agrícola SGPS S.A. 70.201.723 63.872.628 450.529Crédito Agrícola Informática S. A. 42.353.444 5.061.076 216.061FCR InovCapital Global 2 17.504.255 16.708.414 (674.667) (1)FIQ Agrocapital 1 15.243.785 15.118.232 434.069FIQ Central Frie 8.094.303 8.091.136 245.590CCCAM - SGPS, Unipessoal Lda 1.254.677 1.252.853 33.601Agrocapital SCR, S. A. 1.005.052 865.731 76.354Rural Rent S.A 10.061 (357.488) (33.350)CCAM do Algarve 445.484.213 32.379.546 5.350.843Fenacam FCRL 6.972.149 3.406.540 102.279Crédito Agrícola Serviços ACE 48.944.832 (737.923) -Crédito Agrícola Seguros S.A. 140.557.048 22.618.190 1.656.033(1) Informação relativa a 30 de Junho de 2008.

18. IMPOSTO SOBRE O RENDIMENTO

Os saldos de activos e passivos por impostos sobre o rendimento em 31 de Dezembro de 2008 e 2007 eram os seguintes:

2008 2007 Activos por impostos diferidos Por diferenças temporárias 21.080.146 21.505.239 Por prejuízos fiscais reportáveis - 157.050 -------------- --------------- 21.080.146 21.662.289 Passivos por impostos diferidos Por diferenças temporárias ( 224.678 ) ( 71.200 ) -------------- --------------- 20.855.468 21.591.089 ======== ======== Activos por impostos correntes Imposto sobre o rendimento a recuperar 5.417.383 - ======== ======== Passivos por impostos correntes Imposto sobre o rendimento a pagar - 2.782.584 ======== =======

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 194

O detalhe e o movimento ocorrido nos impostos diferidos durante os exercícios de 2008 e 2007 foi o seguinte:

2008

Saldo Variação Variação Saldo em em em em

31-12-2007 Regularizações resultados reservas 31-12-2008

. Activos tangíveis e imparidade 355.001 - (75.182) - 279.819

. Activos intangíveis 328.809 - (82.202) - 246.607

. Prémio de antiguidade 409.700 - 138.077 - 547.777

. Encargos com saúde 111.181 - (111.181) - -

. Provisões não aceites fiscalmente:Provisões para cobrança duvidosa 13.914.026 - (529.632) - 13.384.394Provisões para crédito vencido 4.489.783 - (3.300.544) - 1.189.239Provisões para créditos com garantia hipotecária - 3.778.195 - 3.778.195Provisões para riscos gerais de crédito 563.174 - 109.595 - 672.769Provisão para aplicações financeiras 2.687 - (230) - 2.457Provisões para outras aplicações 156.856 - (156.856) - -Provisões para outros riscos e encargos 567.663 - 277.125 - 844.788

. Reavaliação de imobilizado não aceite fiscalmente (56.155) - 10.311 - (45.844)

. Reavaliação da posição cambial a prazo (15.045) - 15.045 - -

. Prejuízos fiscais reportáveis 22.294 - (22.294) - -

. Comissões 178.802 - (44.701) - 134.101

. Valorização dos activos disponíveis para venda 562.313 - (681.375) - (119.062)

. Valorização dos titulos registados em OAFJVAR - - (59.149) - (59.149)

. Valorização dos activos financeiros de negociação - - (623) - (623)

21.591.089 - (735.621) - 20.855.468

2007Saldo Variação Var iação Saldo

em em em em31-12-2006 Regularizações resultados reservas 31-12-2007

. Activos tangíveis e imparidade 436.540 - (81.539) - 355.001

. Activos intangíveis 437.687 - (108.878) - 328.809

. Prémio de antiguidade 526.580 - (116.880) - 409.700

. Encargos com saúde 95.604 - 15.577 - 111.181

. Prov isões não aceites fiscalmente:Prov isões para cobrança duvidosa 12.933.875 - 980.151 - 13.914.026Prov isões para c rédito vencido 246.164 - 4.243.619 - 4.489.783Prov isões para riscos gerais de c rédito 563.174 - - - 563.174Prov isão para aplicações financeiras 2.734 - (47) - 2.687Prov isões para outras aplicações - - 156.856 - 156.856Prov isões para outros riscos e encargos 253.254 - 314.409 - 567.663Prov isões para outros riscos e encargos - IAS 37 257.428 (257.428) - - -

. Reavaliação de imobil izado não aceite fiscalmente (56.155) - - - (56.155)

. Reavaliação da posição cambial a prazo (6.008) - (9.037) - (15.045)

. Prejuízos fiscais reportáveis 157.050 (134.756) - - 22.294

. Comissões 223.502 - (44.700) - 178.802

. Valor ização dos activos disponíveis para venda (392.184) - - 954.497 562.313

15.679.245 (392.184) 5.349.531 954.497 21.591.089

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 195

Os gastos com impostos sobre lucros registados em resultados, bem como a carga fiscal, medida pela relação entre a dotação para impostos sobre lucros e o lucro do exercício antes de impostos, podem ser apresentados como se segue:

2008 2007

Impostos correntes 2.074.744 8.978.463

Impostos diferidos Registo e reversão de diferenças temporárias 735.621 ( 5.349.531 ) -------------- --------------

Total de impostos reconhecidos em resultados 2.810.365 3.628.932

Lucro antes de impostos 7.866.700 14.392.961

Carga fiscal 35,72% 25,21%

De acordo com a legislação em vigor, as declarações fiscais estão sujeitas a revisão e correcção por parte das autoridades fiscais durante um período de quatro anos. Deste modo, as declarações fiscais da Caixa Central relativas aos anos de 2005 a 2008 poderão vir ainda a ser sujeitas a revisão e a matéria colectável a eventuais correcções.

Contudo, na opinião do Conselho de Administração Executivo, não é previsível que ocorram correcções com impacto significativo nas demonstrações financeiras em 31 de Dezembro de 2008.

Em 31 de Dezembro de 2008, o detalhe dos impostos correntes registados na demonstração de resultados é o seguinte:

Estimativa de imposto sobre lucros 2.428.056 Correcções de imposto de exercícios anteriores ( 353.312 ) -------------- Imposto corrente registado na demonstração de resultados 2.074.744 =======

Em 31 de Dezembro de 2008, o detalhe dos activos por impostos correntes é o seguinte: Pagamentos por conta efectuados em 2008 7.001.706 Retenções na fonte 41.690 Imposto associado à variação da reserva de justo valor 718.777 Imposto associado à amortização anual do impacto de transição das pensões 83.266 Estimativa de imposto sobre lucros ( 2.428.056 ) -------------- Imposto sobre o rendimento a recuperar 5.417.383 =======

A reconciliação entre a taxa nominal e a taxa efectiva de imposto nos exercícios de 2008 e 2007 pode ser demonstrada como segue:

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 196

Taxa de Taxa deimposto Montante imposto Montante

Resultado antes de impostos 7.866.700 14.392.961

Imposto apurado com base na taxa de imposto nominal 26,50% 2.084.676 26 ,50% 3.814.135

Custos relativos a exercícios anteriores não aceites fiscalmente 2,2% 173.358 1,85% 266.603Correcções de impostos relativos a exercícios anteriores 4,7% 372.779 0,00% -Provisões não aceites fiscalmente, líquidas de reposições 5,3% 419.729 1,91% 275.315Outros custos não aceites fiscalmente 6,5% 508.252 0,50% 72.400Mais valias na venda de imobilizado financeiro (7,40%) (581.971) (5,10%) (734.206)Dividendos recebidos não tributados (2,54%) (199.566) (0,57%) (82.613)Benefícios f iscais (0,61%) (48.316) (0,49%) (70.716)Imposto resultan te da venda de imóveis (Art. 58º-A) 0,0% - 0,37% 53.147Tributação autónoma 1,04% 81.424 0,24% 34.867

Imposto registado na demonstração de resu ltados 35,72% 2.810.365 25 ,21% 3.628.932

2008 2007

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 197

19. OUTROS ACTIVOS Esta rubrica apresenta a seguinte composição: 2008 2007 Outros activos Outras disponibilidades 45 84.706 Ouro e outros metais preciosos 72.447 61.637 Devedores por operações sobre futuros 30.105 28.426 Sector Público Administrativo IVA a recuperar 2.451.782 664.100 IMT - reembolsos pedidos 820.199 938.132 Despesas de crédito em contencioso 810.412 710.509 Suprimentos 5.002.386 - Bonificações a receber 2.128.550 1.959.003 Devedores diversos – Caixas Associadas 1.222.318 1.928.318 Devedores diversos - Empresas do Grupo 1.621.182 1.168.702 Outros devedores diversos Propaço 1.160.787 1.160.787 Mandata 1.128.981 1.128.981 Outros 2.799.195 2.426.126 --------------- --------------- 19.248.389 12.259.427 --------------- --------------- Responsabilidades com pensões e outros benefícios (Nota 43) Responsabilidades totais - ( 2.424.745 ) Valor patrimonial do fundo de pensões - 2.400.108 Desvios actuariais Incluídos no corredor - 240.011 Fora do corredor - 480.783 ---- ----------- - 696.157 ---- ----------- Rendimentos a receber Por compromissos irrevogáveis assumidos 18.783 17.846 Por serviços bancários prestados 320.326 163.311 ----------- ----------- 339.109 181.157 ----------- ----------- Despesas com encargo diferido Fundo de Pensões (Nota 43) 458.533 532.234 Seguros 184.190 273.612 Outras despesas a diferir - S.A.M.S. (Nota 43) 1.924.095 2.164.607 Comissões por prestação de serviços 3.779.519 3.962.095 Rendas e alugueres 200.899 195.999 Juros de operações de venda com acordo de recompra 1.962.867 - Outras 166.530 149.897 -------------- -------------- 8.676.633 7.278.444 -------------- --------------

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 198

2008 2007

Valores a regularizar Posição cambial - 7.801 Operações cambiais a liquidar 7.711.041 35.366.720 Economato 41.016 - Operações sobre valores mobiliários a regularizar 3.227.655 904.939 ATM a regularizar 773.361 787.705 Compensação de valores 132.098 73.680 Facturação SIBS 142.209 293.773 Acordos protocolares 57.690 2.396.663 Sistemas informáticos 3.339.886 4.813.068 Outras operações a regularizar 1.531.946 681.636 --------------- --------------- 16.956.902 45.325.985 --------------- ---------------

Activos tangíveis disponíveis para venda Imóveis 22.567.324 17.968.677 Equipamento 70.298 2.981 --------------- --------------- 22.637.622 17.971.658 --------------- --------------- 67.858.656 83.712.828 --------------- ---------------

Imparidade: (Nota 23) Imóveis ( 6.254.270 ) ( 5.802.525 ) Equipamento ( 14.998 ) - ---------------- --------------- ( 6.269.268 ) ( 5.802.525 ) --------------- --------------- 61.589.388 77.910.303 ========= ======== O movimento dos activos tangíveis disponíveis para venda durante os exercícios de 2008 e 2007

pode ser apresentado da seguinte forma:

Valor Va lor Valor bru to Impar idade Aquisições Alienações Utiliz ações D otações R eposições brut o Imparidade líquido

Act ivos não cor rentes det idos para vendaImóv eis 17. 968.677 (5.802.525) 4.960. 238 (361.591) 41.554 (495.055) 1.756 22. 567.324 (6.254.270) 16.313.054Equipament o 2.981 - 431. 452 (364.135) - (14. 998) - 70.298 (14.998) 55.300

17. 971.658 (5.802.525) 5.391. 690 (725.726) 41.554 (510.053) 1.756 22. 637.622 (6.269.268) 16.368.354

31-12-2007 Imparidade 31-12-2008

Valor Valor Valor bruto Imparidade Aquis ições Alienações Util izações Dotações Reposi ções bruto Imparidade lí quido

A ctivos não correntes det idos para vendaImóveis 25.875.098 (5.503.153) 1.107.561 (9.013.982) 264.355 (683.838) 120.111 17.968.677 (5.802.525) 12.166.152E quipamento 79.377 (23.089) 433.198 (509.594) 23.961 (9.102) 8.230 2.981 - 2.981

25.954.475 (5.526.242) 1.540.759 (9.523.576) 288.316 (692.940) 128.341 17.971.658 (5.802.525) 12.169.133

31-12-2006 Imparidade 31-12-2007

Em 31 de Dezembro de 2008, a rubrica “Outros activos – Suprimentos” diz respeito a suprimentos concedidos à Crédito Agrícola, SGPS, S.A. e à Propaço nos montantes de 5.000.000 Euros e 2.386 Euros, respectivamente.

Em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, a rubrica “Comissões por prestação de serviços” diz respeito ao montante pago à Cotacambios pela aquisição do negócio de agenciamento da Western Union. O montante pago ascendeu a 4.100.000 Euros e encontra-se a ser diferido ao longo do período de duração do contrato, que ascende a 5 anos, pelo método da taxa efectiva.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 199

Em 31 de Dezembro de 2008 e 2007 encontra-se registado na rubrica de “Devedores Diversos”, um montante de 1.160.661 Euros, referente a um crédito concedido à Propaço, o qual não apresenta plano de reembolso definido.

Em 31 de Dezembro de 2008 e 2007 o valor de 1.128.981 Euros referente à sociedade Mandata, inclui o montante de 953.981 Euros referente a garantias bancárias, a favor do IAPMEI, que foram honradas e o montante de 175.000 Euros relativo a créditos adquiridos pela Caixa Central a esta sociedade. Em 31 de Dezembro de 2008 e 2007 este valor encontra-se totalmente provisionado na rubrica “Provisão para cobrança duvidosa” (Nota 23).

Em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, a rubrica “Valores a regularizar – Sistemas informáticos” refere-se a montantes pendentes de regularização que se encontram a aguardar data-valor, nomeadamente remessas de cheques sobre os estrangeiro, para serem registadas nas contas nostro. Estes montantes foram regularizados na sua maioria no início de Janeiro de 2009 e 2008, respectivamente.

Em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, a rubrica “Valores a regularizar - Acordos protocolares” refere-se a valores a receber relativos a cobranças efectuadas a clientes de entidades com acordo junto da Caixa Central.

20. RECURSOS DE BANCOS CENTRAIS

Em 31 de Dezembro de 2008, esta rubrica tem a seguinte composição: Recursos do Banco de Portugal Depósitos a prazo 87.185.457 Juros a pagar 13.195 ---------------

87.198.652 ========

A rubrica “Recursos do Banco de Portugal - Depósitos a prazo” inclui dois depósitos nos montantes de 80.000.000 Euros e 10.000.000 Dólares Norte-Americanos, respectivamente, com vencimento em Janeiro de 2009.

21. RECURSOS DE OUTRAS INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO

Esta rubrica tem a seguinte composição: 2008 2007

Recursos de instituições de crédito no país Depósitos . Caixas Associadas (Nota 42) 3.381.010.779 3.578.616.742 . Outros 19.435.091 4.328.000 ------------------- -------------------

3.400.445.870 3.582.944.742 ------------------- -------------------

Recursos de instituições de crédito no estrangeiro Outras instituições de crédito Operações de venda com acordo de recompra 377.671.406 - Depósitos 10.858.922 6.731.624 Outros recursos 1.229.671 26.709 -------------- -------------- 389.759.999 6.758.333 --------------- -------------- Juros a pagar . Caixas Associadas (Nota 42) 33.959.270 29.004.476 . Outros 22.360 31.824 ------------------- -------------------- 3.824.187.499 3.618.739.375 =========== ===========

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 200

Em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, o prazo residual dos recursos de outras instituições de crédito apresenta a seguinte estrutura:

2008 2007

Até três meses 2.101.097.845 2.103.547.075 Entre três meses e um ano 1.382.374.024 1.065.806.000 Entre um ano e três anos 251.625.000 313.032.000 Entre três e cinco anos 54.934.000 72.449.000 Mais de cinco anos 175.000 34.869.000

------------------- ------------------- 3.790.205.869 3.589.703.075 --------------- ---------------- Juros a pagar 33.981.630 29.036.300 ------------------- -------------------

3.824.187.499 3.618.739.375 =========== ==========

22. RECURSOS DE CLIENTES E OUTROS EMPRÉSTIMOS

Esta rubrica tem a seguinte composição: 2008 2007

Depósitos À ordem 71.041.755 53.900.226 A prazo 191.445.414 170.382.027 De poupança 2.027.461 2.321.500 Outros recursos de clientes 33.945 42.014 Cheques e ordens a pagar 97 1.589 Outros 2.026.031 468.076 ----------------- ------------------

266.574.703 227.115.432 ------------- -----------

Juros a pagar 1.504.462 932.919 ----------------- ----------------- 268.079.165 228.048.351 ========== ==========

Em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, os prazos residuais dos recursos de clientes e outros

empréstimos, apresentavam a seguinte estrutura: 2008 2007

Até três meses 192.946.236 169.697.724 Entre três meses e um ano 58.004.832 47.621.248 Entre um ano e três anos 3.041.135 9.793.960 Entre três e cinco anos 2.500 2.500 Duração indeterminada 12.580.000 - ----------------- -----------------

266.574.703 227.115.432 ------------- -----------------

Juros a pagar 1.504.462 932.919 ----------------- ----------------- 268.079.165 228.048.351 ========== ==========

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 201

23. PROVISÕES E IMPARIDADE O movimento ocorrido nas provisões e na imparidade da Caixa Central durante os exercícios de

2008 e 2007 foi o seguinte:

Saldos em Reposições e Transfe- Ajustam. por Saldos em31-12-2007 Reforços anulações Util izações rênci as dif. cambiai s 31-12-2008

Provisões para crédi tos sobre clientes e aplicações em instituições de crédi to (Nota 13):- Créditos de cobrança duvidosa 56.235.465 12.770.542 (8.461.414) (20.167) (75) - 60.524.351- Crédito e juros vencidos 27.216.345 22.109.661 (12.301.494) (1.138.832) - - 35.885.680

83.451.810 34.880.203 (20.762.908) (1.158.999) (75) - 96.410.031Provisões: - Riscos gerais de crédito 13.339.990 4.340.242 (3.934.091) - 75 7.340 13.753.556 - Outros ri scos e encargos 3.113.549 1.350.921 (1.289.023) - - 12.434 3.187.881

16.453.539 5.691.163 (5.223.114) - 75 19.774 16.941.437

Imparidade- Imparidade de outros acti vos f inanceiros

Act ivos financeiros disponíveis para venda (Nota 10) 37.142 - - - - - 37.142Investimentos em f iliais, associadas e emp. conj untos (Nota 17) 161.352 - - - - - 161.352

- Imparidade de outros acti vos:Outros acti vos (Nota 19) 5.802.525 510.053 (1.756) (41.554) - - 6.269.268

6.001.019 510.053 (1.756) (41.554) - - 6.467.762

105.906.368 41.081.419 (25.987.778) (1.200.553) - 19.774 119.819.230

2008

Saldos em Reposições e Ajustam. por Saldos em31-12-2006 Reforços anu lações Utili zações dif. cambiais 31-12-2007

Provisões para crédi tos sobre cl ientes e apl icações em insti tuições de crédito (Nota 13):- Créd itos de cobrança duvidosa 48.451.263 15.586.812 (6.593.908) (1 .208.702) - 56.235.465- Créd ito e juros vencidos 33.609.866 16.282.856 (12.514.476) (10 .169.428) 7.527 27.216.345

82.061.129 31.869.668 (19.108.384) (11 .378.130) 7.527 83.451.810Provisões: - Riscos ge ra is de crédito 13.652.725 4.211.756 (4.518.416) - (6.075) 13.339.990 - Ou tros riscos e encargos 2.834.020 1.574.124 (1.269.250) - (25.345) 3.113.549

16.486.745 5.785.880 (5.787.666) - (31.420) 16.453.539

Imparidade- Imparidade de ou tros activos finance iros

Activos financeiros disponíveis para venda (No ta 10 ) 37.142 - - - - 37.142Investimentos em fili ais, associadas e emp. conjuntos (Nota 17) 1.464.970 - (1.303.618) - - 161.352

- Imparidade de ou tros activos:Outros activos (Nota 19) 5.526.242 692.940 (128.341) (288.316) - 5.802.525

7.028.354 692.940 (1.431.959) (288.316) - 6.001.019

105.576.228 38.348.488 (26.328.009) (11 .666.446) (23.893) 105.906.368

2007

Em 31 de Dezembro de 2008 e 2007 a rubrica “Provisões para créditos de cobrança duvidosa” inclui ainda provisões no montante de 3.500.000 e 2.000.000 Euros, respectivamente, para fazer face a riscos de crédito e operacionais de outras rubricas do balanço.

Em 31 de Dezembro de 2007, para fazer face a eventuais problemas na realização de títulos emitidos por não residentes, foram constituídas provisões no montante de 3.345.650 Euros na rubrica “Provisões para crédito vencido”. Durante o primeiro semestre de 2008, a Caixa Central procedeu à venda destes títulos, tendo reposto a totalidade das provisões constituídas e registado a menos valia apurada (Nota 36).

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 202

24. INSTRUMENTOS REPRESENTATIVOS DE CAPITAL

Em 31 de Dezembro de 2008, esta rubrica tem a seguinte composição:

Taxa deValor Data do prox. juro em

Número de nominal Montante vencimento vigor em Data deDescrição obrigações Moeda unitário emissão dos juros 31.12.2008 vencimento

Tit.Investimento/2008-1ªE 60.000 Euro 500,00 30.000.000 20-06-2009 3,6875% 19-12-2014

Esta emissão de títulos especiais de investimento corresponde a uma emissão de dívida subordinada, tendo sido aprovada na Assembleia Geral da Caixa Central de 29 de Março de 2008.

O reembolso destes títulos é da iniciativa da Caixa Central, podendo ter lugar, no todo ou em parte, em qualquer altura a partir de 19 de Dezembro de 2014, dependendo dos requisitos de fundos próprios estabelecidos pelo Banco de Portugal.

25. OUTROS PASSIVOS SUBORDINADOS Esta rubrica tem a seguinte composição: 2008 2007 Empréstimos subordinados concedidos pelo FGCAM: Não titulados 25.799.394 33.496.194 Títulos de investimento: Emitidos 32.000.000 59.000.000 --------------- ---------------- 57.799.394 92.496.194 --------------- ---------------- Juros a pagar 470.185 869.828 --------------- --------------- 58.269.579 93.366.022 ========= ========

Tendo em consideração os prazos de vencimento dos passivos subordinados, a duração residual do saldo em 31 de Dezembro de 2008 e 2007 analisa-se como segue:

2008 2007

Entre três meses e um ano 6.340.260 7.696.800 Entre um ano e três anos 25.459.134 42.799.394 Entre três e cinco anos 21.000.000 32.000.000 Mais de cinco anos 5.000.000 10.000.000 --------------- --------------- 57.799.394 92.496.194 ========= ========

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 203

O saldo dos Passivos Subordinados emitidos pela Caixa Central analisa-se como segue:

Valor Data de Taxa de juroNúmero d e nominal vencimento vigor em Data de Saldo em Saldo em

Descrição obri gações Moed a unitário dos juros 31.12.20 08 vencimento 31.12.2007 Emissões 31 .12.2008

Empréstimo do FGCAM - Euro - - - 28-04-200 8 7.6 96.800 7 .696.800 - -Empréstimo do FGCAM - Euro - 28-Abr 0,7500% 28-04-200 9 6.3 40.260 - - 6.3 40.26 0Empréstimo do FGCAM - Euro - 28-Abr 1,0000% 28-04-201 0 7.4 59.134 - - 7.4 59.13 4Empréstimo do FGCAM - Euro - 23-Dez 4,7500% 23-12-201 1 12.0 00.00 0 - - 12.0 00.00 0

33.4 96.19 4 7 .696.800 - 25.7 99.39 4

Tit.Inve stimento/2004 46.000 Euro 500,00 - - 19-03-200 9 23.0 00.00 0 23.000.000 - -T it.Inve stimento/2005 20.000 Euro 300,00 06-Jun 4,5625% 06-06-201 0 6.0 00.000 - - 6.0 00.00 0Tit.Inve stimento/2006 20.000 Euro 500,00 15-Dez 3,5000% 28-12-201 3 5.0 00.000 - - 5.0 00.00 0Tit.Inve stimento/2007 -1 ªE 10.000 Euro 500,00 27-Mar 5,5000% 27-03-201 4 5.0 00.000 - - 5.0 00.00 0Tit.Inve stimento/2007 -2 ªE 40.000 Euro 500,00 10-Abr 5,6875% 10-10-201 2 20.0 00.00 0 4 .000.000 - 16.0 00.00 0

59.0 00.00 0 27.000.000 - 32.0 00.00 092.4 96.19 4 34.696.800 - 57.7 99.39 4

2008

Reemb olsos

Va lor Data d e Taxa de j uroNúmero de n ominal ven cimento vi gor em Data de Saldo em Saldo em

Descrição o brigações Moeda uni tário d os juros 31 .12.2007 ve ncimen to 31.12.2 006 Emissões 31.12.2007

Empréstimo do FGCAM - Euro - 2 8-Abr 0,7500% 28-04-2008 7 .696.800 - - 7.6 96.80 0Empréstimo do FGCAM - Euro - 2 8-Abr 0,7500% 28-04-2009 6 .340.260 - - 6.3 40.26 0Empréstimo do FGCAM - Euro - 2 8-Abr 1,0000% 28-04-2010 7 .459.134 - - 7.4 59.13 4Empréstimo do FGCAM - Euro - 23-Dez 5,0000% 23-12-2011 12 .000.000 - - 12.0 00.000

33 .496.194 - - 33.4 96.194

Tit.Inve stimento/20 04 4 6.000 Euro 5 00,00 19-Mar 4,3750% 19-03-2009 23 .000.000 - - 23.0 00.000Tit.Inve stimento/20 05 2 0.000 Euro 3 00,00 06-Jun 4,2500% 06-06-2010 8 .000.000 2.000.000 - 6.0 00.00 0Tit.Inve stimento/20 06 2 0.000 Euro 5 00,00 28-Jun 4,5000% 28-12-2013 5 .000.000 - - 5.0 00.00 0Tit.Inve stimento/20 07-1ªE 1 0.000 Euro 5 00,00 27-Mar 4,7000% 27-03-2014 - - 5.000.0 00 5.0 00.00 0Tit.Inve stimento/20 07-2ªE 4 0.000 Euro 5 00,00 10 -Out 5,4000% 10-10-2012 - - 20.000.0 00 20.0 00.000

36 .000.000 2.000.000 25.000.0 00 59.0 00.00069 .496.194 2.000.000 25.000.0 00 92.4 96.194

2 007

Re embol sos

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 204

26. OUTROS PASSIVOS Esta rubrica tem a seguinte composição: 2008 2007

Credores e outros recursos

Credores por operações sobre futuros - 7.953 Outros recursos 487.558 953.722 Sector Público Administrativo Retenção de impostos na fonte 1.017.390 958.460 Contribuições para a Segurança Social 324.545 294.525 Cobranças por conta de terceiros 22.646 20.035 Contribuições para outros sistemas de saúde 78.049 69.616 Credores diversos Credores por fornecimento de bens (locação financeira) 2.312.697 1.309.869 Credores por fornecimento de bens (empresas grupo) 1.601.403 1.104.350 Credores por fornecimento de bens (outros) 2.817.011 2.423.690 Credores diversos - capital subscrito - 20.000.000 Outros credores – Caixas Associadas 4.277.658 4.493.628 Outros credores 2.259.079 2.214.891

-------------- ---------------- 15.198.036 33.850.739 -------------- ----------------

Responsabilidades com pensões e outros benefícios (Nota 43)

Responsabilidades totais 4.866.837 - Valor patrimonial do fundo de pensões ( 2.755.453 ) - Desvios actuariais

Incluídos no corredor ( 464.085 ) - Fora do corredor ( 65.707 ) - -------------- ----

1.581.592 - -------------- ----

Encargos a pagar

Por gastos com pessoal Provisão para férias e subsídio de férias 2.657.084 2.242.096 Prémio de antiguidade 2.067.082 1.921.750 Cuidados de saúde (S.A.M.S.) (Nota 43) - 2.084.632 Outros 275.917 539.851

Receitas com rendimento diferido

Comissões sobre garantias prestadas 91.406 136.533 Outras 69.932 3.269

Valores a regularizar

Posição cambial 540.567 19.790 Operações cambiais a liquidar 7.170.475 35.374.521 Operações sobre valores mobiliários a regularizar 3.226.704 902.533 Outras operações a regularizar - transf. electrónicas 8.741.588 6.631.547 Outras operações a regularizar - SDD 6.946.057 8.749.507 Outras operações a regularizar - acordos protocolares 3.704.574 8.915.990 Outras operações a regularizar 4.119.030 3.669.441

-------------- ---------------- 39.610.416 71.191.460 --------------- ----------------- 56.390.044 105.042.199 ========= =========

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 205

Em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, o saldo da rubrica “Outras operações a regularizar – transf. electrónicas” é relativo a transferências bancárias a expedir na respectiva data-valor, através do Banco de Portugal.

Em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, o saldo da rubrica “Outras operações a regularizar – SDD” inclui montantes ao abrigo do sistema de débitos directos. Os valores registados nesta rubrica foram cobrados ao cliente da entidade ordenante, tendo sido compensados através do Banco de Portugal nos primeiros dias de Janeiro de 2009 e 2008, respectivamente.

Em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, o saldo da rubrica “Outras operações a regularizar – acordos protocolares”, inclui montantes cobrados a clientes da Caixa Central, ao abrigo dos acordos protocolares celebrados entre esta e outras entidades, tendo sido regularizados nos primeiros dias de Janeiro de 2009 e 2008, respectivamente.

Em 31 de Dezembro de 2007, a rubrica “Credores diversos – capital subscrito” diz respeito ao aumento de capital subscrito mas ainda não realizado da Crédito Agrícola SGPS, S.A. (Nota 17).

27. PASSIVOS CONTINGENTES E COMPROMISSOS

Os passivos contingentes e compromissos associados à actividade bancária encontram-se registados em rubricas extrapatrimoniais e apresentam o seguinte detalhe:

2008 2007 Garantias prestadas e outros passivos eventuais Garantias e avales prestados 62.016.107 75.656.502 Créditos documentários abertos 8.176.938 7.485.920 Activos dados em garantia - títulos 16.758.398 15.558.753 Outros passivos eventuais 111.967 111.967 Compromissos perante terceiros Por linhas de crédito Compromissos irrevogáveis 197.943.253 141.790.423 Compromissos revogáveis 205.378.848 249.015.367 Responsabilidade potencial para com o sistema de indemnização aos investidores 226.206 232.432 Responsabilidades por prestação de serviços Depósito e guarda de valores 1.358.179.163 1.340.662.753 Valores recebidos para cobrança 108.532.916 114.460.638 ------------------- ----------------- 1.957.323.796 1.944.974.755 =========== ==========

Em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, a rubrica “Activos dados em garantia - títulos” refere-se aos títulos

dados em garantia ao Banco de Portugal para cobertura da linha de crédito intradiária disponibilizada no montante de 15.000.000 Euros.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 206

28. CAPITAL E PRÉMIOS DE EMISSÃO

O capital estatutário da Caixa Central, dividido e representado por títulos de capital nominativos, é de 219.995.610 Euros e é detido a 100 % pelas Caixas Agrícolas que compõem o SICAM (Sistema Integrado de Caixas Agrícolas Mútuo).

No exercício de 2008, o capital registou um aumento de 687.580 Euros referente à CCAM do Algarve (473.815 Euros), à CCAM de Terras de Miranda do Douro (35.925 Euros), à CCAM da Área Metropolitana do Porto (105.530 Euros) e à CCAM da Beira Centro (72.310 Euros) para dar cumprimento ao Artigo 6.º dos Estatutos da Caixa Central. No decurso do exercício de 2007, o capital registou um aumento de 600.545 Euros referente à CCAM de Nelas e Carregal do Sal (52.415 Euros), CCAM de Beira Centro (138.930 Euros) e à CCAM do Algarve (409.200 Euros), para dar cumprimento ao artigo 6.º dos Estatutos da Caixa Central.

De acordo com a actual redacção do Artigo 7º dos estatutos da Caixa Central, as Caixas de Crédito Agrícola Mútuo associadas podem exonerar-se a seu pedido desde que satisfeitas todas as suas obrigações, não estando este facto dependente de uma decisão da Caixa Central, situação que de acordo com o definido na Norma Internacional de Contabilidade (IAS) 32 poderá implicar a classificação de parte do capital como um passivo. O Crédito Agrícola Mútuo já propôs a alteração do seu regime jurídico, com as necessárias implicações nos estatutos da Caixa Central, de forma a sujeitar a uma decisão da Assembleia Geral a exoneração dos associados, motivo pelo qual manteve a classificação como capital dos títulos nominativos subscritos pelas caixas agrícolas que integram o Sistema Integrado de Crédito Agrícola Mútuo. As condições de exoneração são as seguintes:

• A exoneração só pode ocorrer decorridos três anos contados da data da admissão, tornando-se

eficaz no último dia do ano seguinte àquele durante o qual tiver a associada comunicado ao Conselho Geral e de Supervisão da Caixa Central a sua vontade de se exonerar;

• A Caixa Central pode condicionar a eficácia da exoneração à prévia satisfação de todas as

obrigações da associada perante a CCCAM, o que deve ser comunicado por esta no prazo de 90 dias, contados a partir da recepção da renúncia. Nesta data, vencem-se igualmente todas as obrigações da Caixa Central para com a associada;

• A associada exonerada terá direito ao reembolso dos seus títulos de capital pelo seu valor

nominal, se outro mais baixo não resultar do balanço;

• O reembolso dos títulos poderá ser realizado em uma ou mais prestações, conforme decisão do Conselho Geral e de Supervisão, mas deverá estar concluído no prazo de um ano, contado da data em que a exoneração se tiver tornado eficaz;

• A associada que se exonerar não poderá ser readmitida sem que passem três anos sobre a data

em que a exoneração se tornou eficaz, salvo deliberação em contrário da Assembleia Geral da Caixa Central.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 207

Em 31 de Dezembro de 2008, a estrutura accionista da Caixa Central é a seguinte:

N.º de t ítulos de

capital Montante %

C.C.A.M. Costa Azul 2.414.305 12.071.525 5,49%C.C.A.M. Pombal 2.400.566 12.002.830 5,46%C.C.A.M. Batalha 1.710.854 8.554.270 3,89%C.C.A.M. Açores 1.461.832 7.309.160 3,32%C.C.A.M. Trás-os-Montes e Alto Douro 1.200.538 6.002.690 2,73%C.C.A.M. Baixo Mondego 1.185.974 5.929.870 2,70%C.C.A.M. Alcobaça 1.083.153 5.415.765 2,46%C.C.A.M. Noroeste 1.004.716 5.023.580 2,28%C.C.A.M. Serra da Estrela 982.056 4.910.280 2,23%C.C.A.M. Alcácer do Sal e Montemor-o-Novo 894.550 4.472.750 2,03%C.C.A.M. S. João da Pesqueira 865.503 4.327.515 1,97%C.C.A.M. Loures,Sintra e Litoral 835.628 4.178.140 1,90%C.C.A.M. C. da Rainha, Óbidos e Peniche 795.599 3.977.995 1,81%C.C.A.M. S. Teotónio 757.306 3.786.530 1,72%C.C.A.M. P.Varzim, V.Conde e Esposende 744.805 3.724.025 1,69%C.C.A.M. Terras do Sousa,Ave ,Basto e Tâmega 719.888 3.599.440 1,64%C.C.A.M. Costa Verde 704.233 3.521.165 1,60%C.C.A.M. Baixo Vouga 688.102 3.440.510 1,56%C.C.A.M. Coruche 688.095 3.440.475 1,56%C.C.A.M. Zona do Pinhal,Sertã 682.683 3.413.415 1,55%C.C.A.M. Sotavento Algarvio 678.637 3.393.185 1,54%C.C.A.M. Vale do Sousa e Baixo Tâmega 662.235 3.311.175 1,51%C.C.A.M. Minho 604.972 3.024.860 1,37%C.C.A.M. Cantanhede e Mira 595.377 2.976.885 1,35%C.C.A.M. Vagos 584.072 2.920.360 1,33%C.C.A.M. Guadiana Interior 581.061 2.905.305 1,32%C.C.A.M. Porto de Mós 575.240 2.876.200 1,31%C.C.A.M. Moravis 568.520 2.842.600 1,29%C.C.A.M. Amares 562.974 2.814.870 1,28%C.C.A.M. Beja e Mértola 562.294 2.811.470 1,28%C.C.A.M. Algarve 555.591 2.777.955 1,26%C.C.A.M. Coimbra 538.391 2.691.955 1,22%C.C.A.M. Alenquer 485.018 2.425.090 1,10%C.C.A.M. Ribatejo Norte 451.657 2.258.285 1,03%C.C.A.M. Lamego e Castro Daire 434.444 2.172.220 0,99%C.C.A.M. Ferreira do Alentejo 419.304 2.096.520 0,95%C.C.A.M. Lourinhã 414.785 2.073.925 0,94%C.C.A.M. Alto Corgo, Tâmega e Barroso 414.069 2.070.345 0,94%C.C.A.M. Oliveira de Azeméis 413.958 2.069.790 0,94%C.C.A.M. Silves 408.335 2.041.675 0,93%C.C.A.M. Vale do Távora e Douro 381.091 1.905.455 0,87%C.C.A.M. Alto Guadiana 375.402 1.877.010 0,85%C.C.A.M. Região do Fundão e Sabugal 372.870 1.864.350 0,85%C.C.A.M. Terra Quente 368.728 1.843.640 0,84%C.C.A.M. Do Vale do Douro 363.468 1.817.340 0,83%C.C.A.M. Salvaterra de Magos 361.132 1.805.660 0,82%C.C.A.M. Vila Franca de Xira 348.948 1.744.740 0,79%C.C.A.M. S.Bart .Messin. e S.Marcos Serra 348.546 1.742.730 0,79%C.C.A.M. Nordeste Alentejano 343.718 1.718.590 0,78%C.C.A.M. Bairrada e Aguieira 336.098 1.680.490 0,76%C.C.A.M. Cadaval 331.685 1.658.425 0,75%C.C.A.M. Arouca 331.595 1.657.975 0,75%C.C.A.M. Terras de Viriato 322.015 1.610.075 0,73%C.C.A.M. Elvas 321.159 1.605.795 0,73%C.C.A.M. Évora 309.576 1.547.880 0,70%C.C.A.M. Arruda dos Vinhos 307.527 1.537.635 0,70%C.C.A.M. Sousel 301.807 1.509.035 0,69%

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 208

N.º de t ítulos de capital Montante %

C.C.A.M. Albufeira 299.299 1.496.495 0,68%C.C.A.M. Vila Nova de Famalicão 257.678 1.288.390 0,59%C.C.A.M. Sobral de Monte Agraço 257.602 1.288.010 0,59%C.C.A.M. Estremoz 249.938 1.249.690 0,57%C.C.A.M. Borba 242.522 1.212.610 0,55%C.C.A.M. Aljustrel e Almodovar 232.845 1.164.225 0,53%C.C.A.M. Azambuja 227.357 1.136.785 0,52%C.C.A.M. Lafões 224.390 1.121.950 0,51%C.C.A.M. Beira Baixa ( Sul ) 218.802 1.094.010 0,50%C.C.A.M. Paredes 211.268 1.056.340 0,48%C.C.A.M. Pernes 194.013 970.065 0,44%C.C.A.M. Cartaxo 190.277 951.385 0,43%C.C.A.M. Estarreja 187.234 936.170 0,43%C.C.A.M. Santo Tirso 177.563 887.815 0,40%C.C.A.M. Vale de Cambra 174.962 874.810 0,40%C.C.A.M. Vale do Dão 174.511 872.555 0,40%C.C.A.M. Ribatejo Sul 165.072 825.360 0,38%C.C.A.M. Tramagal 160.251 801.255 0,36%C.C.A.M. Albergaria e Sever 158.430 792.150 0,36%C.C.A.M. Anadia 153.639 768.195 0,35%C.C.A.M. Oliveira do Bairro 149.985 749.925 0,34%C.C.A.M. Alcanhões 146.814 734.070 0,33%C.C.A.M. Vila Verde e Terras do Bouro 135.180 675.900 0,31%C.C.A.M. Oliveira do Hospital 130.392 651.960 0,30%C.C.A.M. Satão e Vila Nova de Paiva 127.213 636.065 0,29%C.C.A.M. Campo Maior 118.359 591.795 0,27%C.C.A.M. Serras de Ansião 117.141 585.705 0,27%C.C.A.M. Tarouca 112.396 561.980 0,26%C.C.A.M. Guimarães 110.367 551.835 0,25%C.C.A.M. Mogadouro e Vimioso 107.246 536.230 0,24%C.C.A.M. Entre Tejo e Sado 98.372 491.860 0,22%C.C.A.M. Área Metropolitana do Porto 89.140 445.700 0,20%C.C.A.M. Norte Alentejano 87.005 435.025 0,20%C.C.A.M. Terras de Miranda do Douro 83.117 415.585 0,19%C.C.A.M. Beira Centro 72.057 360.285 0,16%

43.999.122 219.995.610 100%

Nos termos da Portaria nº 408/99, de 4 de Junho, publicada no Diário da República – I Série B,

nº 129, os prémios de emissão não podem ser util izados para a atribuição de dividendos nem para a aquisição de acções próprias.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 209

29. RESERVAS, RESULTADOS TRANSITADOS, OUTROS INSTRUMENTOS DE CAPITAL E LUCRO DO EXERCÍCIO

Em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, as rubricas de reservas e resultados transitados têm a seguinte composição:

2008 2007

Reservas de reavaliação:

Reservas resultantes da valorização ao justo valor: De activos financeiros disponíveis para venda: Valias potenciais ( 4.834.301 ) ( 2.121.935 ) Impostos diferidos 1.281.090 562.313 ------------- ------------- ( 3.553.211 ) ( 1.559.622 ) ------------- ------------- Reservas de reavaliação do imobilizado 460.998 460.998 ------------- ------------- ( 3.092.213 ) ( 1.098.624 ) ------------- ------------- Outras reservas 1.210.564 1.210.564 Resultados transitados ( 76.470.569 ) ( 87.003.651 ) --------------- --------------- ( 75.260.005 ) ( 85.793.087 ) --------------- --------------- Lucro do exercício 5.056.335 10.764.029 --------------- --------------- ( 73.295.883 ) ( 76.127.682 ) ========= =========

Em conformidade com o disposto no Decreto-Lei nº 298/92, de 31 de Dezembro, alterado pelo

Decreto-Lei nº 201/2002, de 26 de Setembro, a Caixa Central e as CCAMs constituem um fundo de reserva até à concorrência do capital ou do somatório das reservas livres constituídas e dos resultados transitados, se superior. Para tal, é anualmente transferida para esta reserva uma fracção não inferior a 10% do resultado líquido do exercício, até perfazer o referido montante.

Existindo prejuízos acumulados de anos anteriores, o valor do lucro do exercício é na sua totalidade

utilizado para cobertura dos prejuízos registados em resultados transitados, até que estejam totalmente cobertos. Assim o descrito no parágrafo anterior não é ainda aplicável à realidade da Caixa Central.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 210

30. JUROS E RENDIMENTOS SIMILARES Esta rubrica tem a seguinte composição: 2008 2007

Juros de disponibilidades em bancos centrais Depósitos à ordem no Banco de Portugal 7.626.015 5.859.770 Juros de disponibilidades em outras instituições de crédito Disponibilidades sobre instituições de crédito no país 3.296 6.806 Disponibilidades sobre instituições de crédito no estrangeiro 75.897 99.919 Juros de aplicações em instituições de crédito Aplicações em instituições de crédito no país 30.509.825 14.215.328 Aplicações em instituições de crédito no estrangeiro 47.792.229 41.277.697 Juros de crédito a clientes Crédito não representado por valores mobiliários Crédito interno Empresas e administrações públicas Desconto e outros créditos titulados por efeitos 773.745 1.210.292 Empréstimos 44.170.695 42.018.282 Créditos em conta corrente 5.831.503 5.409.334 Descobertos em depósitos à ordem 686.216 953.721 Operações de locação financeira Mobiliária 3.796.505 3.442.274 Imobiliária 2.546.490 2.265.175 Cartão de crédito 11.113 2.761 Papel comercial 17.660.715 16.691.348 Particulares Habitação 17.102.828 18.230.867 Consumo 5.517.874 4.523.562 Outras finalidades Desconto e outros créditos titulados por efeitos 10.652 83.376 Empréstimos 2.492.981 2.980.082 Créditos em conta corrente 187.770 237.659 Descobertos em depósitos à ordem 78.962 49.185 Operações de locação financeira 1.057.851 766.311 Crédito externo Empresas e administrações públicas Empréstimos 263.092 131.330 Descobertos em depósitos à ordem 6.585 1.064 Papel comercial 481.063 185.700 Particulares Habitação Outros créditos 18.738 18.235 Consumo Cartão de crédito 5.208 3.565 Outros créditos 1.796 1.510 Outras finalidades Empréstimos 4.937 1.137 Juros de crédito vencido 1.261.746 1.236.745 Juros de activos financeiros detidos para negociação 4.086.110 37.569 Juros de outros activos financeiros avaliados ao justo valor através de resultados 1.328.107 9.904.991 Juros de activos financeiros detidos para venda 2.911.565 4.156.927 Juros de investimentos detidos até à maturidade Títulos de dívida emitidos por residentes 15.175.568 15.508.031 Títulos de dívida emitidos por não residentes 6.188.362 1.124.669 Fundo de pensões (Nota 43) - 33.791 Outros juros e rendimentos similares 1.282 - ----------------- ----------------- 219.667.321 192.669.013 ========== =========

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 211

31. JUROS E ENCARGOS SIMILARES Esta rubrica tem a seguinte composição: 2008 2007

Juros de recursos de bancos centrais 1.084.749 - Juros de recursos de outras instituições de crédito no país 140.564.781 124.564.140 no estrangeiro 12.300.662 8.124.980 Juros de recursos de clientes e outros empréstimos 6.946.003 6.261.485 Juros de instrumentos financeiros derivados 3.913.470 - Juros de passivos subordinados 3.891.761 2.927.929 Desconto das operações sobre obrigações no mercado de capitais 1.751.777 4.777.585 Fundo de pensões (Nota 43) - 69.086 Outros juros e encargos similares 12.469 1.621 ---------------- ----------------- 170.465.672 146.726.826 ========= =========

Os juros de instrumentos financeiros derivados correspondem a juros pagos de swaps de taxa de juro.

32. RENDIMENTOS DE INSTRUMENTOS DE CAPITAL Esta rubrica tem a seguinte composição: 2008 2007

Activos financeiros disponíveis para venda

Emitidos por residentes 56.397 58.269 Emitidos por não residentes 948.798 - ------------- ----------- 1.005.195 58.269 ------------- ----------- Investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos No país Investimentos em filiais: Crédito Agrícola Seguros, S.A. 250.807 - Crédito Agrícola Vida, S.A. - 282.613 ----------- ----------- 250.807 282.613 ------------ ----------- 1.256.002 340.882 ======= ======

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 212

33. RENDIMENTOS DE SERVIÇOS E COMISSÕES

Esta rubrica tem a seguinte composição: 2008 2007

Por garantias prestadas Garantias e avales 1.119.128 1.386.672 Créditos documentários abertos 255.849 291.171 Outras garantias prestadas 2 - ------------- ------------- 1.374.979 1.677.843 ------------- ------------- Por compromissos assumidos perante terceiros Compromissos irrevogáveis Linhas de crédito irrevogáveis 200.187 177.321 Outros compromissos irrevogáveis 192.263 197.892 ----------- ----------- 392.450 375.213 ----------- ----------- Por serviços prestados Depósito e guarda de valores 2.382.314 1.745.782 Cobrança de valores 1.159.922 1.191.921 Administração de valores 17 12 Organismos de investimento colectivo em valores mobiliários Comissão de gestão 150.049 149.639 Transferência de valores 3.806.029 3.331.105 Gestão de cartões 19.874 13.568 Anuidades 584.544 668.205 Operações de crédito Outras operações de crédito 922.222 1.011.698 Outros serviços prestados Outras comissões interbancárias 2.224.109 1.927.142 Colocação e comercialização 921.351 952.246 Comissões de intermediação 262.443 367.369 Outras 7.280.155 5.686.930 --------------- --------------- 19.713.029 17.045.617 --------------- --------------- Por operações realizadas por conta de terceiros Sobre títulos Em operações de Bolsa 225.420 19.592 Em operações fora de Bolsa 26 - Outras operações realizadas por conta de terceiros - 153.799 ----------- ----------- 225.446 173.391 -------------- ------------- Outras comissões recebidas 393.534 513.553 --------------- --------------- 22.099.438 19.785.617 ========= ========

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 213

34. ENCARGOS COM SERVIÇOS E COMISSÕES

Esta rubrica tem a seguinte composição: 2008 2007

Por serviços bancários prestados por terceiros Depósito e guarda de valores 175.622 436.847 Operações de crédito 2.830.385 2.605.528 Cobrança de valores 101.545 115.420 Por operações realizadas por terceiros 379.929 231.509 Outras comissões pagas Cartões 863.938 857.858 Comissões de intermediação 975.144 1.273.785 Outras 2.100.784 762.813 ------------- -------------- 7.427.347 6.283.760 ======== ========

35. RESULTADOS DE ACTIVOS E PASSIVOS AVALIADOS AO JUSTO VALOR ATRAVÉS DE

RESULTADOS

Esta rubrica tem a seguinte composição:

Ganhos Perdas Líqu ido Ganhos Perdas Líqu ido

ActivosActivos financei ros detidos para negociação:

Títu los 7.005 (38 .270) (31.265) 34.350 (73 .600) (39.250)Derivados de negociação 8.048.490 (6.713.514) 1 .334.976 6.644.361 (6.035.143) 609.218

Outros activos financ. ao justo va lor através de resul tados 1.301.178 (1.322.090) (20.912) 779.983 (1.839.054) (1 .059.071)9 .356.673 (8.073.874) 1 .282.799 7.458.694 (7.947.797) (489.103)

2008 2007

36. RESULTADOS DE ACTIVOS FINANCEIROS DISPONÍVEIS PARA VENDA Esta rubrica tem a seguinte composição: 2008 2007

Títulos Emitidos por residentes Instrumentos de dívida 18.873 ( 882.564 ) Instrumentos de capital - 302.874 Emitidos por não residentes Instrumentos de dívida ( 3.453.937 ) ( 113.177 ) ------------- ----------- ( 3.435.064 ) ( 692.867 ) ======== ======

No exercício de 2008, a rubrica “Títulos emitidos por não residentes – Instrumentos de dívida” inclui o montante de 3.345.650 Euros relativo à menos valia obtida na venda de títulos que se encontravam registados na carteira de “Activos financeiros disponíveis para venda” (Nota 23).

37. RESULTADOS DE REAVALIAÇÃO CAMBIAL Nos exercícios de 2008 e 2007, esta rubrica refere-se a resultados de operações cambiais à vista.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 214

38. RESULTADOS DE ALIENAÇÃO DE OUTROS ACTIVOS Esta rubrica tem a seguinte composição: 2008 2007

Resultados em activos não financeiros Activos não correntes detidos para venda ( 2.059 ) ( 976.884 ) Outros activos tangíveis (Nota 15) 7.029 6.455 Outros activos não financeiros - 74 ------- ----------- 4.970 ( 970.355 ) ==== ======

39. OUTROS RESULTADOS DE EXPLORAÇÃO Estas rubricas têm a seguinte composição: 2008 2007

Ganhos em investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos No país Investimentos em filiais 2.196.117 6.882.788 -------------- -------------- Outros rendimentos de exploração Rendas de locação operacional 203.351 282.374 Reembolso de despesas 760.468 1.126.176 Recuperação de créditos, juros e despesas Recuperação de créditos incobráveis 1.831.245 37.528 Recuperação de juros e despesas de crédito vencido 1.760.945 474.586 Rendimentos da prestação de serviços diversos 543.771 510.095 Ganhos relativos a anos anteriores 426.933 436.047 Outros 1.099.464 1.606.998 -------------- -------------- 6.626.177 4.473.804 -------------- -------------- Outros encargos de exploração Quotizações e donativos ( 179.194 ) ( 133.637 ) Contribuições para o Fundo de Garantia do Crédito Agrícola Mútuo ( 184.204 ) ( 181.353 ) Outros encargos e gastos operacionais ( 3.447.838 ) ( 1.909.919 ) -------------- -------------- ( 3.811.236 ) ( 2.224.909 ) -------------- -------------- 5.011.058 9.131.683 ======== =======

Em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, a rubrica “Ganhos em investimentos em filiais, associadas e empreendimentos conjuntos” inclui os montantes de 2.196.117 Euros e 6.791.862 Euros, respectivamente, relativos à alienação da totalidade das participações financeiras detidas na Crédito Agrícola Vida, S.A. e na Crédito Agrícola Seguros, S.A. (Nota introdutória).

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 215

40. CUSTOS COM PESSOAL Esta rubrica tem a seguinte composição: 2008 2007

Salários e vencimentos Órgãos de Gestão e Fiscalização 1.847.274 1.810.157 Empregados 16.000.109 14.169.257 Encargos sociais obrigatórios Fundos de Pensões (Nota 43) . Custo com o serviço corrente 241.754 64.054 . Custo com juros 243.761 - . Rendimento esperado do fundo ( 96.357 ) - . Amortização dos desvios actuariais fora do corredor 20.033 - Encargos relativos a remunerações: Segurança Social 2.818.651 2.575.892 SAMS 763.678 700.528 Outros - 20.905 Seguros de acidentes de trabalho 153.516 230.463 Outros custos com pessoal: Indemnizações contratuais - 50.000 Outros 392.618 540.787 --------------- --------------- 22.385.037 20.162.043 ========= =========

De acordo com a Carta Circular do Banco de Portugal nº 106/08/DSBDR de 18 de Dezembro, a partir do exercício de 2008, o custo com o serviço corrente, o custo com juros e o rendimento esperado do fundo de pensões, passaram a ser registados na rubrica "Custos com pessoal". O número médio de colaboradores da Caixa Central em 2008 e 2007 apresenta a seguinte composição:

2008 2007

Direcção 43 35 Chefias e gerência 37 41 Quadros técnicos 194 172 Administrativos 146 146 Outros 18 16 ----- ---- 438 410 === ===

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 216

41. GASTOS GERAIS ADMINISTRATIVOS Esta rubrica tem a seguinte composição:

2008 2007

Com fornecimentos: Água energia e combustíveis 479.624 462.094 Material de consumo corrente 283.200 236.700 Publicações 53.185 60.899 Material de higiene e limpeza 51.174 51.706 Material para assistência e reparação 13.774 30.174 Outros fornecimentos de terceiros 189.755 548.923 --------------- ------------- 1.070.712 1.390.496 --------------- ------------- Com serviços: Rendas e alugueres 3.467.145 2.938.883 Comunicações 913.910 1.005.820 Deslocações, estadas e representação 599.120 598.364 Publicidade e edição de publicações 1.867.588 1.448.169 Conservação e reparação 1.168.456 1.205.096 Transportes 15.361 32.246 Formação de pessoal 589.207 483.390 Seguros 583.448 565.154 Serviços especializados: Avenças e honorários 1.019.471 1.054.549 Judiciais contencioso e notariado 478.149 67.981 Informática 3.774.797 3.479.515 Segurança, vigilância e limpeza 666.400 645.218 Informações 608.670 429.144 Bancos de dados - 52.012 Mão de obra eventual 114.639 128.182 Outros serviços especializados: Avaliadores externos 50.114 44.095 Serviços multibanco 613.588 450.642 Outros serviços de terceiros – empresas do grupo 506.839 125.801 Outros serviços de terceiros 2.970.709 3.771.254 --------------- --------------- 20.007.613 18.525.515 --------------- --------------- 21.078.325 19.916.011

========= =========

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 217

42. ENTIDADES RELACIONADAS Para além das empresas coligadas e associadas (Nota 17), a Caixa Central consolida com as

Caixas de Crédito Agrícola Mútuo Associadas, como outras empresas do Grupo.

Em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, as demonstrações financeiras da Caixa Central incluem os seguintes saldos e transacções com entidades relacionadas:

Associadas ColigadasCaixas

Associadas Total Associadas ColigadasCaixas

Associadas TotalActivos:

Apl icações em i nstituições de crédito - - 13.815.056 13.815.056 - - 17.667.733 17.667.733

Crédito a c lientes - 83.713.057 70.196 83.783.253 - 78.937.859 65.826 79.003.685

Outros acti vos - 1.986.918 1.821.587 3.808.505 - 2.103.413 2.176.932 4.280.345

Passivos:

Passivos financeiros detidos para negociação - - 691.789 691.789 - - - -

Recursos de out ras inst ituições de crédito (Nota 21) - - 3.414.970.049 3.414.970.049 - - 3.607.621.218 3.607.621.218

Recursos de cli entes e outros em prést imos 2.361.314 84.626.163 - 86.987.477 3.339.355 39.508.564 - 42.847.919

Passivos subordinados - - 28.419.851 28.419.851 - - 44.658.089 44.658.089

Outros passivos - 1.601.402 4.800.341 6.401.743 - 1.395.288 4.623.085 6.018.373

Custos:

Juros e encargos similares 4.446 545.527 140.975.884 141.525.857 - 741.178 124.734.219 125.475.397

Encargos com serviços e comissões - - 4.019.840 4.019.840 - 455.906 4.373.407 4.829.313

Gastos gerais admi nistrativos - 5.768.543 - 5.768.543 - 4.019.044 - 4.019.044

Provei tos:

Juros e rendimentos similares - 4.464.968 1.045.280 5.510.248 - 3.779.089 792.128 4.571.217

Rendim entos de instrum entos de capital - 250.807 - 250.807 - 282.613 - 282.613

Rendim entos de serviços e com issões - 836.422 6.407.618 7.244.040 - 1.125.348 5.944.449 7.069.797

Outros resul tados de exploração - 2.097.030 502.316 2.599.346 - 7.505.623 585.537 8.091.160

Extrapatrimoniais:

Garant ias prestadas e out ros passivos eventuais - 3.504.770 1.108.299 4.613.069 - 649.770 678.680 1.328.450

Garant ias recebidas - - 31.401.957 31.401.957 - - 46.310.273 46.310.273

Compromissos perante terceiros - 3.268.785 722.528 3.991.313 - 1.903.518 689.440 2.592.958

2008 2007

As transacções com entidades relacionadas são efectuadas, por regra, com base nos valores de mercado nas respectivas datas.

Em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, o montante de créditos concedidos a membros dos órgãos sociais da Caixa Central, apresenta-se de seguida:

2008 2007

Conselho Consultivo 260.325 678.062 Conselho Geral e de Supervisão 59.962 320.257 Conselho de Administração Executivo 4.292 1.737 Mesa da Assembleia Geral - 1.181 ------------ -------------- 324.579 1.001.237 ======= =======

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 218

43. PENSÕES DE REFORMA

Para determinação das responsabilidades por serviços passados da Caixa relativas a empregados no activo e aos já reformados foram efectuados estudos actuariais pela Companhia de Seguros Crédito Agrícola Vida, S.A..

Os pressupostos utilizados a 31 de Dezembro de 2008 e 2007 e em 1 de Janeiro de 2007 foram os seguintes:

NCA’s PCSB NCA’s

(31/12/2008) (31/12/2007) (1/1/2007)Pressupostos financeiros:Taxa de desconto 5,50% 5,25% 4,50%Taxa de rendimento 4,50% 4,50% 4,50%Taxa de crescimento dos salários e outros benefícios

3% 3% 3%

Taxa de crescimento das pensões 2% 2% 2%

Pressupostos demográficosTábua de mortalidade TV – 88/90 TV – 88/90 TV – 88/90Tábua de invalidez EVK 80 EVK 80 EVK 80Idade de reforma 65 65 65Método de avaliação “Projected Unit

Credit”“Projected Uni t

Credit”“Projected Unit

Credi t”

As responsabilidades com pensões de reforma, cuidados de saúde e prémio de antiguidade em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, assim como a respectiva cobertura, apresentam o seguinte detalhe:

2008 2007

Estimativa das responsabilidades por serviços passados:

. Trabalhadores no activo e ex-trabalhadores 4.020.455 1.873.386 . Licenças sem vencimento 48.742 4.488 . Pré-reformados 152.314 11.856 . Pensões em pagamento 419.336 434.723 ----------- ----------- 4.640.847 2.324.453 ----------- ----------- Contribuições dos empregados 225.990 100.292 ----------- ----------- Total de responsabilidades (Notas 19 e 26) 4.866.837 2.424.745 ======= ======

Cobertura das responsabilidades: . Valor patrimonial do Fundo (Notas 19 e 26) 2.755.453 2.400.108 -------------- -------------- Valor financiado em excesso 199.238 75.655 ====== =====

No exercício de 2008, a rubrica “Trabalhadores no activo e ex-trabalhadores” inclui o montante de 2.084.632 Euros relativo a responsabilidades com cuidados de saúde (S.A.M.S.) (Nota 26).

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 219

O Aviso do Banco de Portugal nº 4/2005 determina a obrigatoriedade de financiamento integral pelos fundos de pensões das responsabilidades por pensões em pagamento e de um nível mínimo de financiamento de 95% das responsabilidades com serviços passados de pessoal no activo. No entanto, estabelece um período transitório entre 5 e 7 anos relativamente à cobertura do aumento de responsabilidades decorrente da adopção do IAS 19. Durante o ano de 2008, o Banco de Portugal emitiu o Aviso nº 7/2008, de 14 de Outubro de 2008, no qual permite diferir os impactos da transição acima identificados, por um período adicional de três anos face ao período estipulado inicialmente. Foi decisão da Caixa Central prolongar o diferimento dos impactos de transição tal como permitido no Aviso acima referido, tal como detalhado de seguida:

Anos a

31-12-2007 di ferir 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

A créscim o de responsabil idades com pensões (Nota 19) . Alteração da tábua de mortali dade 73.461 9 8.162 8.162 8.162 8.162 8.162 8.162 8.162 8.162 8.162 . Alteração de pressupostos financeiros 557.674 7 79.668 79.668 79.668 79.668 79.668 79.668 79.668 - - . Excesso de cobertura em P CS B (98.900) 7 (14.129) (14.129) (14.129) (14.129) (14.129) (14.129) (14.129) - -

532.234 73.701 73.701 73.701 73.701 73.701 73.701 73.701 8.162 8.162

B enefíc ios de assis tênc ia médica (SA MS) (Nota 19) 2.164.607 9 240.512 240.512 240.512 240.512 240.512 240.512 240.512 240.512 240.5124.683.938 314.213 314.213 314.213 314.213 314.213 314.213 314.213 248.674 248.674

De acordo com o Aviso nº 4/2005 do Banco de Portugal, o custo do exercício relativo a pensões

inclui o encargo com os serviços correntes e o custo dos juros, deduzido do rendimento esperado. Nos exercícios de 2008 e 2007, os custos com pensões têm a seguinte composição:

2008 2007

Custo do serviço corrente (Nota 40) 241.754 64.054 Custo dos juros (Notas 31 e 40) 243.761 69.086 Rendimento esperado dos activos do Fundo (Notas 30 e 40) ( 96.357 ) ( 33.791 ) Ganhos e perdas actuariais ( 170.969 ) 741.698 ----------- ----------- Acréscimo anual de responsabilidades 218.190 841.047 ====== ======

De acordo com a Carta Circular do Banco de Portugal nº 106/08/DSBDR de 18 de Dezembro, a

partir do exercício de 2008, o custo com o serviço corrente, o custo com juros e o rendimento esperado do fundo de pensões, passaram a ser registados na rubrica "Custos com pessoal".

Os ganhos e perdas decorrentes de diferenças entre os pressupostos actuariais e financeiros

utilizados e os valores efectivamente verificados no que se refere às responsabilidades e ao rendimento esperado dos fundos de pensões, bem como os resultantes de alterações de pressupostos actuariais, são diferidos numa rubrica de activo ou passivo (“corredor”), até ao limite de 10% do valor actual das responsabilidades por serviços passados ou do valor dos fundos de pensões, dos dois o maior, reportados ao final do ano corrente. Caso os ganhos e perdas actuariais excedam o valor do corredor, deverá ser reconhecido em resultados, no mínimo, um montante correspondente ao referido excesso dividido pelo diferencial entre a idade média dos colaboradores no activo e a idade normal de reforma considerada no estudo actuarial.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 220

Em 31 de Dezembro de 2008 a decomposição do corredor é a seguinte: Corredor 464.085 ----------- Desvios actuariais por amortizar em 31 de Dezembro de 2007 (Nota 19) . (Ganhos) e perdas actuariais dentro do corredor 240.011 . (Ganhos) e perdas actuariais fora do corredor 480.783 ----------- 720.794 ----------- Amortização de desvios actuariais efectuada em 2008 (Nota 40) ( 20.033 ) ----------- Desvios actuariais gerados em 2008 . Desvio financeiro 62.163 . Desvio actuarial ( 233.132 ) ----------- Desvios actuariais por amortizar em 31 de Dezembro de 2008 529.792 ====== Dos quais: . Desvios dentro do corredor (Nota 26) 464.085 ----------- . Desvios fora do corredor (Nota 26) 65.707 ----------- Tempo de serviço médio futuro dos activos do fundo (anos) 24 Amortização dos desvios actuariais a efectuar em 2009 2.738 =====

O movimento ocorrido no valor das responsabilidades durante os exercícios de 2007 e 2008 foi o seguinte:

Responsabilidades em 31 de Dezembro de 2006 1.479.597 --------------- Custo do serviço corrente 64.054 Custo dos juros 69.086 Ganhos e perdas actuariais 726.950 Pensões pagas ( 15.234 ) --------------- Responsabilidades em 31 de Dezembro de 2007 2.324.453 --------------- Incorporação das responsabilidades com S.A.M.S. 2.084.632 Custo do serviço corrente 241.754 Custo dos juros 243.761 Ganhos e perdas actuariais (233 132 ) Pensões pagas ( 20.622 ) ------------- Responsabilidades em 31 de Dezembro de 2008 4.640.846 ======= Os desvios actuariais em 2007 foram originados pela alteração à lei da Segurança Social em que a comparticipação da Caixa Central aumentou.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 221

O movimento no Fundo de Pensões durante os exercícios de 2007 e 2008 foi o seguinte:

Valor patrimonial em 31 de Dezembro de 2006 820.427 -------------- Contribuições da Caixa Central 1.475.580 Contribuições dos empregados 100.292 Rendimento líquido do Fundo 19.043 Pensões pagas ( 15.234 ) -------------- Valor patrimonial em 31 de Dezembro de 2007 2.400.108 -------------- Contribuições da Caixa Central 216.074 Contribuições dos empregados 125.698 Rendimento líquido do Fundo 34.194 Pensões pagas ( 20.622 ) -------------- Valor patrimonial em 31 de Dezembro de 2008 2.755.453 ========

44. DIVULGAÇÕES RELATIVAS A INSTRUMENTOS FINANCEIROS

Risco de Mercado O risco de mercado reflecte perdas eventuais resultantes de uma alteração adversa do valor de

mercado de um instrumento financeiro como consequência da variação, nomeadamente, de taxas de juro, taxas de câmbio, preços de acções, preços de mercadorias, spreads de crédito ou outras variáveis equivalentes.

As regras de gestão do risco de mercado estabelecidas pelo Departamento Financeiro da Caixa

Central para cada carteira, incluem limites de risco de mercado e ainda limites quanto à exposição a risco de crédito e de liquidez, rentabilidade exigida, tipos de instrumentos autorizados e níveis de perdas máximas admissíveis.

De modo a mitigar os riscos associados a uma avaliação dos riscos incorridos, encontra-se

implementada uma política de segregação de funções entre a execução das operações de mercado e o controlo do risco incorrido a cada momento decorrente das mesmas.

Eventuais operações de cobertura podem ser propostas tanto pelos gestores das carteiras como

pelos responsáveis pelo controlo do risco, tendo em conta os limites de risco e os instrumentos autorizados.

Risco Cambial O risco cambial surge como consequência de variações nas taxas de câmbio das moedas, sempre

que existem “posições abertas” nessas mesmas moedas. O controlo e a avaliação do risco cambial são efectuados diariamente a nível individual, para cada

uma das Sucursais e a nível consolidado. São calculados valores e cumprimento de limites em termos posição aberta total.

Na Caixa Central, a gestão do risco cambial encontra-se centralizada, sendo responsabilidade do

Departamento Financeiro sob enquadramento de limites aprovados pelo Conselho de Administração Executivo.

A Caixa Central apresenta uma reduzida exposição a este tipo de risco. Efectivamente, o perfil

definido para o risco cambial é bastante conservador e é consubstanciado na política de cobertura seguida.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 222

Risco de Taxa de Juro A Caixa Central incorre em risco de taxa de juro sempre que, no desenvolvimento da sua actividade,

contrata operações com fluxos financeiros futuros cujo valor presente é sensível a variações das taxas de juro.

O risco de taxa de juro agregado suportado deriva de diversos factores, nomeadamente:

• diferentes prazos de vencimento ou revisão das taxas dos activos, passivos e elementos extrapatrimoniais (risco de repricing);

• alterações da inclinação da curva de taxas de juro (risco de curva);

• variações assimétricas das diversas curvas de mercado que afectam as distintas massas

patrimoniais e extrapatrimoniais (risco de base); e

• existência de opções explícitas ou implícitas em muitos produtos bancários (risco de opção). A política de gestão do risco de taxa de juro é definida e monitorizada pelo Comité de Activos e

Passivos (ALCO). A Caixa Central avalia mensalmente a sua exposição a este tipo de risco com recurso a uma

metodologia baseada no agrupamento dos diversos activos e passivos sensíveis em intervalos temporais de acordo com as respectivas datas de revisão de taxa. Para cada intervalo são calculados os cash flows activos e passivos apurando-se o correspondente gap sensível ao risco de taxa de juro. Procede-se então à avaliação do impacto dos gaps mencionados sobre a evolução da margem financeira e sobre o valor económico da entidade em diversos cenários de evolução das taxas de juro.

A relação risco/ rentabilidade encontra-se enquadrada por limites definidos e monitorizados

mensalmente pelo ALCO ao nível da exposição da margem financeira e do valor económico a variações adversas das taxas de juro.

Em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, a exposição ao risco de taxa de juro pode ser resumida como

se segue (valores em milhares de Euros):

Taxa F ixa Taxa VariavelSujei to a risco de taxa de j uro

Não sujei to a risco de taxa de

juroIndeterminado Total

Activo

Cai xa e d isponibili dades em Bancos Centrai s - 261.681 261.681 - - 261.681Di spo nibilid ades em outras institui ções de crédito - 6.829 6.829 13.925 - 20.754Outros activos f inanceiros ao justo valor atravé s de resultados - 1.897 1.897 - - 1.897Activo s fi nance iros disponiveis para venda 7.249 109.452 116.702 170.235 - 286.937Apli ca ções em In stituições de Crédi to 1.385.213 31.337 1.416.550 26.749 - 1.443.299Crédi to a Cli entes(bruto) 636.570 1.199.202 1.835.771 7.788 - 1.843.559Investimentos a deter até a maturi dade 514.665 15.525 530.190 9.988 - 540.178

2.543.697 1.625.923 4.169.620 228.685 - 4.398.305

Passivo

Recursos de outras instituições de Crédito 3.638.097 146.117 3.784.214 39.973 - 3.824.187Recursos de clientes e outros emprésti mos 189.749 75.110 264.858 3.221 - 268.079Outros passivos subordinados - 57.798 57.798 472 - 58.270

3.827.846 279.025 4.106.870 43.666 - 4.150.536

Instrumentos fi nanceiros derivados - - - - - -

Exposição Li quida (1.284.149) 1.346.898 62.750 185.019 - 247.769

2008

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 223

Taxa Fixa Taxa VariavelSujeito a risco de taxa de j uro

Não sujeito a risco de taxa de

juroIndeterminado Total

Acti voCai xa e di sponi bilidades em Bancos Centrais - 661.981 661.981 - - 661.9 81Di sponi bilidades em outras instituições de crédi to - 6.190 6.190 9.463 - 15.653O utros activos f inanceiros ao j usto val or através de resul tados 309.257 - 309.257 14.552 - 323.8 09Acti vos finan cei ros disponiveis para venda 15.390 16.476 31.866 69.448 - 101.3 14Apli cações e m Institui ções de Crédito 1.079.613 14.419 1.094.032 9.949 - 1.103.9 81Crédito a Clientes(bruto) 355.843 1.223.253 1.579.096 7.228 32.937 1.619.2 61Investimento s a deter até a maturidade 238.822 - 238.822 11.315 - 250.1 37

1.998.925 1.922.319 3.921.244 121.955 32.937 4.076.1 36

Passivo

Recursos de outras i nst ituições de Crédi to 3.549.313 55.726 3.605.039 13.700 - 3.618.7 39Recursos de cl ientes e outros empréstimos 226.925 - 226.925 1.058 65 228.0 48O utros passivos subordinados - 92.496 92.496 870 - 93.366

3.776.238 148.222 3.924.460 15.628 65 3.940.1 53

Instrumentos fina ncei ros deri vados 210.667 - 210.667 - - 210.6 67

Exposição Liqui da (1.987.980) 1.774.097 (213.883) 106.327 32.872 (74.684)

2007

Em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, o desenvolvimento dos instrumentos financeiros com exposição a risco de taxa de juro em função da sua maturidade ou data de refixação é apresentado no quadro seguinte (valores em milhares de Euros):

2 008

À vista Até 3 mese s De 3 m eses a 1 a no

De 1 a 3 anos de 3 a 5 anos Mais de 5 ano s Su btotalNão sujeito a r isco de taxa

de jur oIndet erm in ado Tota l

Activo

Caixa e disponib ilid ades e m Bancos Centra is 261. 681 - - - - - 2 61.68 1 - - 261.6 81Dispon ib ilid ades e m ou tras in stituições d e cré dito 6. 829 - - - - - 6.82 9 1 3.925 - 20.7 54Out ros ac tivos finan ceiros a o justo valor a través de r esultado s - 1 .897 - - - - 1.89 7 - - 1.8 97Activos fina nceiro s dispon ive is para venda 2. 019 107 .434 - 7.249 - - 1 16.70 2 17 0.235 - 286.9 37Aplicaçõe s em in stituições de cré dito - 671 .960 7 41.84 0 617 6 27 1.5 09 1.4 16.55 3 2 6.746 - 1. 443.2 99Créd ito a clien tes ( saldos b ruto s) 17. 797 1.043 .182 6 65.92 1 4 9.659 16.4 60 49.1 50 1.8 42.16 9 1.390 - 1. 843.5 59Inve stimen tos a d eter até à matu ridad e 10. 644 19 .880 1 62.27 1 28 0.525 52.7 20 1.1 71 5 27.21 1 1 2.967 - 540.1 78

298. 970 1.844 .353 1.5 70.03 2 33 8.050 69.8 07 51.8 30 4.1 73.04 2 22 5.263 - 4. 398.3 05

PassivoRecur sos de outr as institu içõ es de crédito 24. 113 2.052 .366 1.3 92.31 3 26 0.335 54.9 34 1 75 3.7 84.23 6 3 9.951 - 3. 824.1 87Recur sos de clientes e outr os em pré stimos 159 150 .843 83.51 2 3 0.345 - - 2 64.85 9 3.220 - 268.0 79Out ros pa ssivos subo rdina dos - 5 .000 52.79 9 - - - 57.79 9 471 - 58.2 70

24. 272 2.208 .209 1.5 28.62 4 29 0.680 54.9 34 1 75 4.1 06.89 4 4 3.642 - 4. 150.5 36

Inst rum entos financeir os der ivados - - - - - - - - - -

Exposição Liquida 274. 698 ( 363.8 56) 41.40 8 4 7.370 14.8 73 51.6 55 66.14 8 18 1.621 - 247.7 69

Data s de Ref ixa ção/Data s de M atur id ade

2 007

À vista Até 3 mese sDe 3 m eses a

1 a no De 1 a 3 anos de 3 a 5 anos Mais de 5 ano s Su btotalNão sujeito a r isco de taxa

de jur oIndet erm in ado Tota l

Activo

Caixa e disponib ilid ades e m Bancos Centra is 497. 607 164 .374 - - - - 6 61.98 1 - - 661.9 81Dispon ib ilid ades e m ou tras in stituições d e cré dito 6. 190 - - - - - 6.19 0 9.463 - 15.6 53Out ros ac tivos finan ceiros a o justo valor a través de r esultado s - - 55.76 1 18 6.508 50.6 25 16.3 63 3 09.25 7 1 4.552 - 323.8 09Activos fina nceiro s dispon ive is para venda - 12 .355 12.06 1 7.449 - - 31.86 5 6 9.449 - 101.3 14Aplicaçõe s em in stituições de cré dito 3. 935 1.060 .477 29.00 3 47 2 56 3 14 1.0 94.03 2 9.949 - 1. 103.9 81Créd ito a clien tes ( saldos b ruto s) 21. 739 935 .400 5 40.36 0 2 5.287 6. 661 49.6 51 1.5 79.09 8 7.226 32.9 37 1. 619.2 61Inve stimen tos a d eter até à matu ridad e - - 56.55 3 10 9.050 73.2 19 - 2 38.82 2 1 1.315 - 250.1 37

529. 471 2.172 .606 6 93.73 8 32 8.341 130. 761 66.3 28 3.9 21.24 5 12 1.954 32.9 37 4. 076.1 36

PassivoRecur sos de outr as institu içõ es de crédito 190. 331 2.000 .815 1.0 23.37 8 29 4.178 63.9 63 32.3 75 3.6 05.04 0 1 3.699 - 3. 618.7 39Recur sos de clientes e outr os em pré stimos 67. 419 104 .563 45.10 8 9.835 - - 2 26.92 5 1.058 65 228.0 48Out ros pa ssivos subo rdina dos - 23 .000 43.69 7 2 5.799 - - 92.49 6 870 - 93.3 66

257. 750 2.128 .378 1.1 12.18 3 32 9.812 63.9 63 32.3 75 3.9 24.46 1 1 5.627 65 3. 940.1 53

Inst rum entos financeir os der ivados - - - 17 4.179 31.5 39 4.9 49 2 10.66 7 - - 210.6 67

Exposição Liquida 271. 721 44 .228 (418 .445) ( 175. 650) 35.2 59 29.0 04 (213 .883) 10 6.327 32.8 72 (7 4.684)

Data s de Ref ixa ção/Data s de M atur id ade

Considerando os valores apurados, os quadros anteriores apresentam uma exposição ao risco de

taxa de juro, tanto da margem financeira como do valor económico do capital, pouco significativa. Este risco mede o impacto de uma variação das taxas de juro, positiva ou negativa, sobre os referidos indicadores em função da exposição líquida nos diversos intervalos temporais.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 224

Apresenta-se de seguida a análise de sensibilidade para o risco de taxa de juro a que a Caixa Central se encontra exposta em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, efectuada a partir da simulação, nos activos e passivos sensíveis, da variação até 200 pontos base na taxa de referência, incluindo o impacto na margem financeira (valores em milhares de Euros):

2008

-200 bp -100 bp -50 bp +50 bp +100 bp +200 bpValor Valor Valor Valor Valor Valor

ActivoCaixa e disponibilidades em bancos centrais 14 7 3 (3) (7) (14)Disponibilidades em outras instituições de crédito - - - - - -Outros activos financeiros valor izados ao justo valor através de resultados

8 4 2 (2) (4) (8)

Activos Financeiros disponíveis para venda 706 349 174 (172) (341) (676)Aplicações em instituições de crédito 8.991 4.452 2.215 (2.195) (4.370) (8.661)Crédito a clientes 15.285 7.288 3.564 (3.417) (6.699) (12.902)Investimentos etidos até a maturidade 16.889 8.303 4.117 (4.049) (8.033) (15.807)

41.893 20.403 10.075 (9.838) (19.454) (38.068)

PassivosRecursos de outras instituições de crédito 33.638 16.618 8.260 (8.163) (16.232) (32.093)Recursos de clientes e outros empréstimos 2.198 1.087 540 (534) (1.063) (2.102)Outros passivos subordinados 651 323 161 (159) (317) (628)

36.487 18.028 8.961 (8.856) (17.612) (34.823)

Instrumentos financeiros der ivados - - - - - -

Impacto na margem financeira 5.406 2.375 1.114 (982) (1.842) (3.245)

2007

-200 bp -100 bp -50 bp +50 bp +100 bp +200 bpValor Valor Valor Valor Valor Valor

ActivoCaixa e disponibilidades em bancos centrais 779 399 202 (205) (414) (839)Disponibilidades em outras instituições de crédito 125 62 31 (30) (60) (119)Outros activos financeiros valorizados ao justo valor através de resultados 12.269 6.021 2.983 (2.929) (5.806) (11.408)Activos Financeiros disponíveis para venda 319 158 79 (78) (155) (307)Aplicações em instituições de crédito 2.633 1.307 651 (647) (1.289) (2.560)Crédito a clientes 11.833 5.663 2.773 (2.665) (5.230) (10.088)Investimentos etidos até a maturidade 9.821 4.816 2.385 (2.340) (4.637) (9.104)Outros Activos 204 100 49 (48) (95) (187)

37.982 18.526 9.153 (8.943) (17.686) (34.612)

PassivosRecursos de outras instituições de crédito 36.563 18.013 8.941 (8.813) (17.501) (34.514)Recursos de clientes e outros empréstimos 1.734 856 425 (420) (835) (1.650)Outros passivos subordinados 1.281 633 315 (311) (620) (1.227)

39.577 19.502 9.681 (9.544) (18.956) (37.391)

Instrumentos financeiros derivados (19.615) (9.607) (4.755) 4.660 9.227 18.096

Impacto na margem financeira (21.210) (10.583) (5.283) 5.261 10.497 20.875

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 225

Risco de Liquidez O risco de liquidez está associado à potencial incapacidade da Caixa Central financiar o seu activo

satisfazendo nas datas contratadas todas as responsabilidades exigíveis. A política de gestão da liquidez é definida e monitorizada pelo Comité de Activos e Passivos

(ALCO), estando a sua gestão diária cometida ao Departamento Financeiro. Para avaliar a exposição global a este tipo de risco, no curto, médio e longo prazos, são elaborados

relatórios que permitem não só identificar os mismatch negativos, como avaliar a cobertura dinâmica dos mesmos. É também realizado um acompanhamento por parte do Grupo e da Caixa Central dos rácios de liquidez de um ponto de vista prudencial, calculados segundo as regras exigidas pelo Banco de Portugal.

Refira-se que em matéria de liquidez, o Grupo Crédito Agrícola prossegue uma política

conservadora que se traduz num rácio de transformação em cada uma das suas unidades claramente abaixo da média do rácio de transformação do sistema financeiro nacional.

Os recursos excedentários do Grupo Crédito Agrícola são canalizados para a Caixa Central, onde

são centralmente aplicados em activos de elevada qualidade creditícia e liquidez, nomeadamente obrigações de dívida pública de países da Zona Euro e aplicações de prazo curto sobre Instituições de Crédito de referência, nacionais ou internacionais.

O Grupo Crédito Agrícola dispõe de uma sólida implantação no mercado de retalho, distribuída de

forma equilibrada ao longo do país, que se traduz numa rede de 642 balcões e numa base de funding dispersa, estável e com elevada permanência.

Numa óptica de prevenção e de gestão de contingência de risco de liquidez são especialmente tidos

em conta e acompanhados os seguintes aspectos:

• Controle e contenção de eventuais concentrações de recursos comerciais que, tendendo a desenvolver-se, pudessem vir a concorrer para uma maior permeabilidade da carteira diminuindo a sua estabilidade e permanência. São efectuadas regularmente simulações de impactos ao abrigo de hipóteses conservadoras sobre a estabilidade dos recursos de retalho e sem consideração do concurso de fontes de financiamento adicionais.

• Embora sem dependência de tais fontes de financiamento complementares atendendo à posição

estrutural de tesouraria do Grupo Crédito Agrícola, manutenção de linhas de financiamento junto de Instituições de Crédito nacionais e internacionais, regularmente testadas;

• Lançamento regular de produtos de passivo que concorram para a manutenção dos padrões de

permanência dos recursos projectados.

Em 31 de Dezembro de 2008 e 2007 os prazos residuais contratuais dos instrumentos financeiros apresentam a seguinte composição (valores em milhares de Euros):

20 08

Pr azos resid uais cont rat uais

À vista At é 3 me ses De 3 me ses a 1 an o

De 1 a 3 ano s d e 3 a 5 ano s Mais d e 5 ano s Não suje ito a risco de t axa d e ju ro

Ind eter min ado To tal

Activo

Caixa e d ispo nibilida des em Banco s Cen tra is 2 61. 681 - - - - - - - 261 .68 1Disp onibilid ade s em ou tra s inst it uiçõe s de cré dito 6. 829 - - - - - 13.9 25 - 20 .75 4Ou tro s act ivos fin anc eiro s ao justo valor at ravé s de re sultad os - - - - 1. 897 - - - 1 .89 7Activo s fina nce ir os dispo niveis par a ven da - - 7.4 44 93. 887 9. 849 5 .52 3 1 70. 234 - 286 .93 7Aplica ções em instit uiçõe s de cré dito - 641 .681 76 1.9 61 763 5. 639 6 .50 9 26.7 46 - 1 .443 .29 9Cr édito a c lie nte s ( s aldo s br utos ) 16. 711 423 .640 58 6.2 19 2 93. 346 128 .120 394 .133 1.3 90 - 1 .843 .55 9In vestimen tos a de ter até à matu rida de - 15 .000 16 2.2 71 2 96. 049 52. 720 1 .17 1 12.9 67 - 540 .17 8

2 85. 221 1. 080 .321 1.51 7.8 95 6 84. 045 198 .225 407 .336 2 25. 262 - 4 .398 .30 5

Pass ivo

Rec urso s de ou tra s instit uiçõe s de cré dito 24. 113 2. 022 .519 1.39 1.0 13 2 91. 482 54. 934 175 39.9 51 - 3 .824 .18 7Rec urso s de clien tes e ou tro s empr éstimos 159 150 .798 8 3.5 57 30. 345 - - 3.2 20 - 268 .07 9Ou tro s pa ssivos subo rdin ado s - - 6.3 40 25. 459 21. 000 5 .00 0 471 - 58 .27 0

24. 272 2. 173 .317 1.48 0.9 10 3 47. 286 75. 934 5 .17 5 43.6 42 - 4 .150 .53 6

Dife ren cial 2 60. 949 ( 1.0 92.9 96) 3 6.9 85 3 36. 759 122 .291 402 .161 1 81. 620 - 247 .76 9

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 226

2007Praz os residuais c ontratuais

À vist a Até 3 meses De 3 meses a 1 ano De 1 a 3 anos de 3 a 5 anos Mais de 5 anos Indeterminado Tot al

Ac tivo

C aixa e dis ponibilidades em Banc os Cent rais 661.981 - - - - - - 661.981D isponibilidades em outras inst ituiç ões de crédito 15.653 - - - - - - 15.653Out ros activ os financeiros ao just o valor atrav és de res ultados - - 55.761 186.508 52.484 23.688 5.368 323.809Ac tivos f inanc eiros dis poniveis para venda - 2.500 12.061 7.449 6.489 12.377 60.438 101.314Aplicações em inst ituiç ões de crédito 3.935 1.060.055 19.144 306 278 10.314 9.949 1.103.981C rédito a client es ( saldos brutos) 19.963 317.032 380.078 270.115 150.167 471.442 10.464 1.619.261I nvesti ment os a deter até à mat ur idade - - 56.553 109.050 73.219 - 11.315 250.137

701.532 1.379.587 523.597 573.428 282.637 517.821 97.534 4.076.136

Pass ivo

R ecurs os de out ras instit uiç ões de crédit o 190.331 1.970.448 1.031.978 328.225 63.963 32.375 1.419 3.618.739R ecurs os de c lientes e outros empréstimos 67.419 104.563 45.108 9.835 - - 1.123 228.048Out ros pas sivos s ubordinados - - 7.697 42.799 32.000 10.000 870 93.366

257.750 2.075.011 1.084.783 380.859 95.963 42.375 3.412 3.940.153

D iferencial 443.782 (695.424) (561.186) 192.569 186.674 475.446 94.122 135.983

Os “gaps” negativos até 1 ano reflectem o elevado montante de depósitos efectuados por CCAM junto da Caixa Central com prazo de vencimento até 1 ano, classificados de acordo com o seu prazo residual contratual, tal como exigido pelas IAS, mas que na prática apresentam características de passivos estruturais, sendo renovados no seu vencimento.

Considerando os aspectos acima referidos, poder-se-á concluir pela existência de um risco de

liquidez praticamente inexistente.

Risco de Crédito A eficiência e a rendibilidade de uma instituição financeira dependem objectivamente de um rigoroso controlo dos riscos, no que assenta também a sua solidez financeira. Neste sentido, o Grupo Crédito Agrícola continuou a dar elevada prioridade ao projecto de “Transformação da Função Risco”, desenvolvido à luz das melhores práticas organizacionais neste domínio e enquadrado no cumprimento dos requisitos regulamentares de Basileia II. A coordenação deste projecto encontra-se cometida ao Gabinete de Riscos da Caixa Central que centraliza, na sua unidade de estrutura, as competências e as funções de coordenação em matéria de análise e controlo integrado de riscos, articulando a actividade desenvolvida com a dos demais departamentos especializados.

O risco de crédito está associado à possibilidade de incumprimento efectivo e/ou à degradação da qualidade da contraparte em operações de crédito, constituindo o risco mais relevante da actividade de qualquer instituição financeira. O programa de “Transformação da Função Risco” é constituído, em matéria de avaliação da exposição a este risco, por diversas iniciativas de diferente disciplinaridade e amplitude, mas formando um todo coerente entre si.

Construído numa óptica plurianual, o programa iniciado em 2006 visa ainda assegurar o compliance do Grupo com os novos desafios da regulamentação para o sector financeiro. Os diversos projectos continuaram a desenvolver-se ao longo do exercício de 2008, exigindo uma forte articulação com a vertente tecnológica e o desenvolvimento de competências internas específicas, sendo de destacar o seguinte:

• Solução de propostas e credit scoring: A SPCS pretende criar um fluxo de trabalho

padronizado para os processos de concessão de crédito a particulares e pequenos negócios, associado a um modelo de credit scoring por segmento, onde se salienta o crédito ao consumo, o crédito a ENI’s (na vertente de tesouraria e na vertente de investimento) e o crédito à habitação, cujo modelo entrou em produção logo no início de 2008. Pretendendo-se aprofundar (e melhorar) o modelo de credit scoring existente relativo a cartões de crédito, concluiu-se a respectiva análise funcional, para posterior especificação de requisitos técnicos e sua implementação.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 227

• Backtesting dos modelos analíticos internos (scoring): No sentido de aferir periodicamente a qualidade preditiva dos modelos de scoring, com o objectivo de ajustar e melhorar a sua qualidade tendo em vista a correcta avaliação do risco de crédito, estruturaram-se as bases e parametrizaram-se as condições para o backtesting necessário à calibração e manutenção dos diferentes modelos

• Central de balanços: Com este projecto, visou-se a implementação de uma aplicação que materializasse num único repositório de dados a informação financeira dos clientes do SICAM. Desta forma, será possível assegurar a consistência da informação e a sua integração com outras aplicações, designadamente workflow de propostas de crédito, sistemas de alertas de risco, imparidade, modelo de rating, entre outros. Em meados do ano, procedeu-se à aquisição massiva de informação com que se efectuou o primeiro carregamento da aplicação, tendo-se desenvolvido posteriormente os necessários testes, prevendo-se agora a sua entrada em produção no decurso do primeiro trimestre de 2009.

• Ferramenta de gestão de garantias (recebidas): A FGG pretende definir um novo processo de registo de todas as garantias recebidas subjacentes às operações de crédito do Grupo e que assegure a sua adequada caracterização e avaliação. A informação a disponibil izar por esta ferramenta é necessária, entre outros aspectos, para o correcto cálculo do rácio de solvabilidade segundo as regras de Basileia II. No ano em apreço ficou concluída a especificação de requisitos, tendo-se iniciado um processo de análise interna com o objectivo de identificar o melhor custo/benefício para o subsequente processo de desenvolvimento. Espera-se que esta ferramenta alcance a sua operacionalidade logo no início de 2010.

• Rating empírico: Como ferramenta de apoio à decisão nos processos de concessão de crédito a clientes empresa, desenvolveu-se um modelo de rating interno com base em critérios quantitativos e qualitativos, através dos quais se pretende avaliar o perfil de risco de cada cliente deste segmento de negócio, não só com base na sua evolução económico-financeira e no histórico do seu relacionamento com o CA, mas sobretudo reflectindo em torno do sector de actividade em que se insere e das características do negócio e, ainda, das competências de gestão de que dispõe. Concluída a fase de testes, admite-se a sua implementação na CCCAM no decurso de 2009, com posterior recurso a algumas Caixas piloto, preparando o desenvolvimento do futuro rating de base estatística, em linha com o preconizado no Aviso 5/2007 do Banco de Portugal (BdP).

• Repositório de informação de risco: A criação de um repositório de dados (datamart) adequado às necessidades da Função Risco do Grupo, designadamente ao especificado por Basileia II, constitui outro dos objectivos do Programa. Dada a grande dimensão deste projecto, optou-se pelo seu faseamento; assim, em 2008, identificados os gaps de informação, preparou-se o processo de escolha e selecção da entidade que poderá vir a implementar as ferramentas escolhidas, as quais, na 1ªfase, se referem ao módulo para apuramento do valor das perdas por imparidade da carteira de activos do GCA, segundo a IAS 39, e ao módulo de cálculo dos requisitos de capital, segundo a abordagem standard, e reporting prudencial exigido pela Instrução 23/2007 do BdP.

• Desenvolvimento do Standard Approach: Para preparar o Grupo Crédito Agrícola para o cálculo dos requisitos de capital a nível consolidado e individual, de acordo com os requisitos da metodologia standard de Basileia II na vertente do risco de crédito (e de mercado), concluiu-se o estudo e a definição dos suportes, dos meios e da informação necessários ao processo de cálculo. Para apoio ao cálculo dos requisitos de capital desenvolveu-se uma ferramenta temporária até à entrada em produção do repositório de risco.

• Departamento de compliance: Procedeu-se à implementação do Departamento responsável pela gestão do risco de compliance na Caixa Central, dando resposta às orientações contidas no Aviso 3/2006 do BdP e às recomendações do Comité de Basileia e do CEBS. Projecta-se para 2009 o desenvolvimento desta função a áreas piloto para posterior extensão a todas as Caixas do SICAM.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 228

• Sistema de controlo interno: Visando dar resposta a requisitos regulamentares, nomeadamente aos desafios e exigências inerentes ao Aviso 5/2008, iniciou-se o processo de desenvolvimento, sistematização e formalização do sistema de controlo interno na Caixa Central, nomeadamente no que se refere à gestão dos riscos inerentes à sua actividade. No decurso do ano de 2008 identificaram-se os requisitos aplicáveis ao Grupo e preparou-se o primeiro relatório de controlo interno segundo as novas regras do BdP. Para 2009, prevê-se lançar um conjunto de iniciativas conducentes à mitigação das lacunas detectadas no sistema de controlo interno das diversas unidades do Grupo.

• Testes de esforço: Com o objectivo de dar resposta ao previsto na Instrução 18/2007 do BdP,

sistematizou-se o processo de stress testing em base consolidada. A obrigatoriedade de reporte exigiu a elaboração de análises de sensibilidade e de cenários, actividade que se tornará recorrente e que, por este motivo, no decurso de 2009 se admite integrar no modelo de avaliação de riscos e de determinação do capital económico do Grupo (ICAAP).

• Base de dados de grupos económicos: A iniciativa visa dotar o Grupo Crédito Agrícola dos

requisitos para a construção de uma ferramenta/base de dados que permita criar e manter actualizada as ligações jurídicas e/ou de risco existentes entre os diversos clientes. O término do exercício de 2008 assinalou o seu arranque devendo a especificação de requisitos de negócio estar concluída no primeiro trimestre de 2009.

• Concepção da framework do ICAPP: Pretendendo-se dar resposta ao previsto na Instrução

15/2007 do BdP, cujo primeiro reporte deverá ocorrer até 30 de Junho de 2009, concebeu-se o processo de auto-avaliação da adequação do capital interno, designado por ICAAP. Nesta fase projectou-se o modelo de governação, analisaram-se os gaps de informação e definiram-se os métodos de cálculo aplicáveis ao Grupo Crédito Agrícola. No decurso do primeiro semestre de 2009 prevê-se a implementação das componentes deste framework, assegurando-se a interligação com o stress testing e com o sistema de controlo interno.

• Modelo de Imparidade: Resultante da necessidade de desenvolver uma metodologia e um

processo recorrente de apuramento das perdas por imparidade subordinado à Norma Internacional de Contabilidade 39, constituindo parte integrante das demonstrações financeiras consolidadas, implementou-se, no segundo semestre, o novo Módulo de Análise Individual de Imparidade (MOAI) que permitiu agilizar o processo de avaliação económica da carteira e acompanhamento de crédito na componente de análise individual, maximizando a disponibilização de informação relevante, minimizando o esforço dos analistas e sistematizando o conhecimento específico dos clientes numa plataforma informática exclusiva para o efeito.

• Normas e regulamentos: Prosseguiu a actualização do edifício normativo da Caixa Central no

que se refere à gestão do risco de crédito em resultado das políticas, processos e procedimentos implementados e que decorrem do Manual de Risco de Crédito que constitui o referencial neste domínio. Pretende-se, deste modo, alcançar uma padronização e homogeneidade de comportamentos e práticas.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 229

Exposição máxima ao risco de crédito

Em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, a exposição máxima ao risco de crédito por tipo de instrumento financeiro, excluindo os títulos em carteira, pode ser resumida como segue:

2008 2007

Patrimoniais: Crédito a clientes 1.843.558.857 1.612.387.480 Disponibilidades em outras instituições de crédito 20.754.294 15.653.484 Aplicações em instituições de crédito 1.443.299.202 1.094.038.718 ------------------- ------------------ 3.307.612.353 2.722.079.682 ------------------- -------------------

Extrapatrimoniais: Garantias prestadas 62.016.107 75.656.502 Compromissos irrevogáveis 197.943.253 141.790.423 ----------------- ------------------ 259.959.360 217.446.925 ------------------- -------------------- 3.567.571.713 2.939.526.607 =========== ===========

Qualidade do crédito dos activos financeiros sem incumprimentos ou imparidade

Em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, a qualidade de crédito dos activos financeiros da Caixa Central de acordo com o rating de referência interno, pode ser resumida como se segue:

2008

Act ivo Aaa Aa1 Aa2 Aa3 Entre A1 e A3Entre Baa1 e

Baa2 Caa Indeterminado Tot al

Apli cações em instituições de crédito 139.224.048 102.892.333 66.433.138 696.654.982 282.015.025 34.361.524 - 121.718.152 1.443. 299. 202Act ivos financeiros det idos para negociação - - - - - - - 2.555.628 2. 555. 628Outros act ivos financeiros ao justo valor através de resultados 1.897.350 - - - - - - - 1. 897. 350Act ivos financeiros disponíveis para venda 10.189.252 46.770.687 7.835.523 36.702.024 5.815.288 7.699.392 786.975 171.138.209 286. 937. 350Act ivos financeiros det idos até à maturidade 10.741.425 - 470.966.655 4.914.259 5.038.818 - - 48.517.041 540. 178. 198

162.052. 075 149.663. 020 545.235.316 738.271.265 292. 869. 131 42. 060. 916 786.975 343.929. 030 2.274. 867. 728

2007Acti vo AAA AA A BBB BB Indeterminado Total

Aplicações em instituiç ões de crédito - 79.7 36.79 2 817.342.3 87 30.000.000 94.0 00.00 0 72.959.5 39 1.094.038.718Activos financeiros detidos para negociação - - - - - 729.4 31 729.431Outros activos financeiros ao justo valor através de resultados 1.860 .350 225.570.42 2 96.378.39 2 - - - 323.809.1 64Activos financeiros disponíveis para venda 2.521 .800 13.3 99.04 2 12.079.08 7 11.399.219 - 61.915.0 10 101.314.1 58Activos financeiros detidos até à maturidade - 216.355.22 6 28.611.05 2 - - - 244.966.2 78

4.382 .150 535.061.48 3 954.410.9 18 41.399.219 94.0 00.00 0 135.603.9 80 1.764.857.749

Em 2007, a Caixa Central definiu o seu rating de referência de médio e longo prazo como sendo o mais baixo dos ratings divulgados pelas agências internacionais Fitch, Moody’s e Standard & Poors. No exercício de 2008, a Caixa Central passou a utilizar como rating de referência, o rating divulgado pela agência internacional Moody’s, ou caso este não exista, o maior dos ratings divulgados pelas agências Fitch e Standard & Poors.

Relativamente ao crédito a clientes, e tal como referido acima, Caixa Central não dispõe actualmente ratings internos ou externos de modo a aferir da qualidade da sua carteira. A CCCAM implementou recentemente um sistema de scoring para particulares para auxílio à decisão da concessão de crédito e planeia implementar brevemente um sistema de rating para empresas.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 230

Reestruturações

Em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, o valor de balanço de crédito a clientes cujos termos tenham sido renegociados ou considerados em incumprimento ou com imparidade é o seguinte:

2008 2007

Crédito vivo 246.475.225 288.619.737 Garantias 6.066.956 6.614.741 Crédito vencido 16.178.300 6.919.647 ----------------- ------------------ 268.720.481 302.154.125 ========== =========

O montante de crédito vencido diz respeito aos contratos cujos termos tenham sido renegociados ou considerados em incumprimento ou com imparidade.

Antiguidade do incumprimento das operações de crédito vencidas

Em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, a antiguidade do incumprimento das operações de crédito vencidas pode ser resumida como segue (Nota 13):

2008 2007

Até 3 meses 4.561.109 2.831.140 De 3 a 6 meses 6.859.192 2.168.684 De 6 a 12 meses 10.582.686 2.938.946 De 1 a 3 anos 14.335.782 10.589.101 De 3 a 5 anos 4.685.213 3.753.412 Mais de 5 anos 9.522.691 8.405.128 Juros a receber 2.644.241 2.250.435 --------------- ---------------- 53.190.914 32.936.846 ========= ========

Reclassificação de activos financeiros

No decorrer do exercício de 2008, a Caixa Central procedeu à reclassificação ao abrigo do Amendement do IAS 39 dos seguintes títulos da rubrica “Outros activos financeiros ao justo valor através de resultados” para a rubrica de “Activos financeiros disponíveis para venda” com referência a 1 de Julho de 2008:

Valor de Balanço ABN 03/15 4.360.241 Riviera 16 1.453.500 -------------- 5.813.741 =======

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 231

Justo valor de activ os e passivos financeiros

A comparação entre o justo valor e o valor de balanço dos principais activos e passivos registados pelo custo amortizado em 31 de Dezembro de 2007 é apresentado no quadro seguinte (montantes em milhares de Euros):

S aldos não anal isados

Valor de balanç o Justo valor Diferença Valor de balanço

Activo

Caixa e disponibi lidades em Bancos Centrais 261.681 261.681 - - 261.681Disponibi lidades em outras instituições de crédito 20.754 20.754 - - 20.754Aplicações em Instituições de Crédito 1.443.299 1.451.341 8.042 - 1.443.299Crédito a Cl ientes (Liq. de provisões ) 1.747.149 1.728.266 (18.883) - 1.747.149

3.472.883 3.462.042 (10.841) - 3.472.883

Passivo

Recursos de B ancos Centra is e outras institu ições de Crédito 3.911.386 3.928.538 17.152 - 3.911.386Recursos de c lientes e outros empréstimos 268.079 266.500 (1.579) - 268.079Outros pass ivos subordinados 58.270 58.589 319 - 58.270

4.237.735 4.253.627 15.892 - 4.237.735

Saldos Analisados

2008

Valor de balanço Total

Saldos não analisados

Valor de balanço Justo valor Diferença Valor de balanço

Activo

Caixa e disponibi lidades em Bancos Centrais 661.981 661.981 - - 661.981Disponibi lidades em outras insti tu ições de crédito 15.653 15.653 - - 15.653Aplicações em Institu ições de Crédi to 1.103.981 1.113.847 9.866 - 1.103.981Crédito a Cl ientes (Liq. de provisões) 1.502.872 1.508.860 5.988 32.937 1.535.809

3.284.487 3.300.341 15.854 32.937 3.317.424

Passivo

Recursos de Bancos Centrais e outras insti tu ições de Crédi to 3.618.739 3.618.331 (408) - 3.618.739Recursos de clientes e outros empréstimos 228.048 228.050 2 - 228.048Outros pass ivos subordinados 93.366 93.379 13 - 93.366

3.940.153 3.939.760 (393) - 3.940.153

2007

Saldos Analisados Valor de balanço Total

As principais considerações sobre o justo valor dos activos e passivos financeiros são as seguintes:

• Relativamente aos saldos à vista, considerou-se que o valor de balanço corresponde ao justo

valor;

• O justo valor dos restantes instrumentos foi determinado pela Caixa Central com base em modelos de fluxos de caixa descontados, tendo em consideração as condições contratuais das operações e utilizando taxas de juro apropriadas face ao tipo de instrumento, incluindo:

a) Taxas de juro de mercado para “Aplicações em Instituições de Crédito” e “Outros Passivos

Subordinados”;

b) Taxa de juro praticadas nas operações concedidas pela Caixa Central para tipos de créditos comparáveis;

c) Taxas de juro de referência para emissão de produtos para colocação no retalho.

d) Taxas de juro praticadas nas operações intra-grupo realizadas ao abrigo do Regime

Jurídico do Crédito Agrícola, designadamente tomada de recursos das Caixas Associadas para aplicação centralizada na Caixa Central.

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 232

Fundos próprios

Em 31 de Dezembro de 2008 e 2007, o detalhe dos fundos próprios da Caixa Central apresenta-se de seguida:

2008 2007

Fundos próprios de base 142.501.591 123.236.958 Fundos próprios complementares 77.685.669 72.583.953 Deduções ( 233.229 ) ( 17.443 ) ----------------- ---------------- Fundos próprios totais 219.954.031 195.803.468 ========== ========= Riscos ponderados totais 1.986.562.529 1.793.204.431 Rácio TIER I 6,7% 6,9% Rácio TIER II 3,7% 4,0% Rácio de solvabilidade 10,4% 10,9%

O Responsáv el pela Contabilidade O Conselho de Administração Executiv o

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 233

2. Certificação Legal de Contas

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 234

Relatório e Contas 2008 – Caixa Central Página 235