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PLANO DE CONTINGÊNCIA PARA PREVENÇÃO E CONTROLE DE EPIDEMIA DE DENGUE EXERCÍCIO 2013 Crateús, dezembro 2012 PREFEITURA MUNICIPAL DE CRATEÚS

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PLANO DE CONTINGÊNCIA PARA

PREVENÇÃO E CONTROLE DE

EPIDEMIA DE DENGUE EXERCÍCIO 2013

Crateús, dezembro 2012

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Carlos Felipe Saraiva Beserra

Prefeito Municipal

Humberto César Frota Gomes

Secretário de Saúde

Rosângela Sousa Cavalcante

Secretária de Saúde Adjunta

Ana PatríciaTimbó Batista

Coordenadora Atenção Básica

Juracir Bezerra Pinho

Coordenador de Vigilância à Saúde

Adriana Rodrigues de Sousa

Gerente Núcleo de Vigilância Epidemiológica

Antonio Valdenes Soares Melo

Gerente Núcleo de Controle de Endemias

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SUMÁRIO:

1. Introdução 09

2. Perfil Epidemiológico 09

3. Perfil Entomológico 12

3. Objetivo 15

3.1. Objetivos Gerais 15

3.2 Objetivos Específicos 15

5. Componentes 15

5.1 Assistência aos Pacientes 16

5.2 Vigilância Epidemológica e Entomológica 46

5.3 Combate ao Vetor 48

5.4 Integração com Atenção Básica 49

5.5 Educação em Saúde, Mobilização Social e Comunicação 50

5.6 Capacitação de Recursos Humanos 51

5.7 Acompanhamento e Avaliação 52

6. Contatos Institucionais 53

7. Anexos 54

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LISTA DE FLUXOGRAMAS

Fluxograma 01: Classificação de risco da dengue 27

Fluxograma 02: Atendimento a pacientes com suspeita de dengue, Grupos A e B.

35

Fluxograma 03: Atendimento a pacientes com suspeita de dengue, Grupos C e D

41

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 01: Número de casos confirmados de dengue no município de Crateús, no período de 2001 a 2012.

10

Gráfico 02: Crateús, curva epidemiológica de dengue no ano de 2012 (incidência/100000 hab).

11

Gráfico 03: Número de casos confirmados de dengue por mês de notificação no município de Crateús, 2012

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LISTA DE QUADROS

Quadro 01: Sinais de alarme da dengue 22

Quadro 02: Sinais de choque da dengue 22

Quadro 03: Frequência cardíaca por faixa etária 24

Quadro 04: Classificação de risco conforme avaliação inicial 24

Quadro 05: Tamanho da bolsa de Látex do manguito segundo a faixa etária

24

Quadro 06: Classificação de risco 26

Quadro 07: Comparações entre SCD e choque séptico 45

Quadro 08: Notificação casos suspeitos de Dengue 47

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LISTA DE TABELAS

Tabela 01: Quantitativo de imóveis trabalhados, por localidade no município de Crateús

12

Tabela 02: Atividades desenvolvidas e quantitativo de servidores lotados nas ações de combate à dengue no município de Crateús – 2012.

13

Tabela 03: Ciclos trabalhados e infestação predial no período de 2008 a 2012 no município de Crateús.

14

Tabela 04: Infestação Depósitos predominantes, por ciclo de LIRa no município de Crateús no ano de 2012.

14

Tabela 05: .Distribuição das Equipes de Saúde da Família na Sede do Município de Crateús - 2012 .

17

Tabela 06: Distribuição das Equipes de Saúde da Família na Zona Rural do Município de Crateús - 2012

17

Tabela 07: Equipe profissional de nível superior no Hospital de Referência São Lucas .

19

Tabela 08: Número de leitos disponíveis no Hospital de Referência São Lucas

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LISTA DE ANEXOS

Anexo 01: Quantidade de leitos e Insumos necessários para atendimento a pacientes com suspeita de Dengue

55

Anexo 02: Cartão de acompanhamento de pacientes suspeitos de dengue

56

Anexo 03: Classificação de risco de pacientes suspeitos de dengue

57

Anexo 04: Planilha simplificada de notificação 58

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1. INTRODUÇÃO:

A dengue é uma doença febril aguda, de etiologia viral e que se manifesta de maneira variável desde uma forma assintomática, até quadros graves e hemorrágicos, podendo levar ao óbito. É a mais importante arbovirose que afeta o homem e vem se apresentando como um sério problema de saúde pública.

No Brasil, e também em outros países tropicais, as condições do meio ambiente favorecem o desenvolvimento e a proliferação do Aedes aegypti, mosquito vetor desta doença.

O vírus causador da dengue é do gênero Flavivirus da família Flaviviridae, do qual existem quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4, todos com potencial para ocasionar as formas mais graves da doença.

O município de Crateús está localizado na região centro-oeste do estado do Ceará, delimitado pelos municípios: Tamboril e Ipaporanga (Norte); Novo Oriente e Independência (Sul); Independência e Tamboril (Leste); Poranga e Estado do Piauí (Oeste).

Possui uma população de 73.102 habitantes, distribuídos por uma área territorial de 2.985,41 Km², equivalendo a uma densidade populacional de 24,49 habitantes/Km².

2. PERFIL EPIDEMIOLÓGICO:

No período de 2008 a 2012, o município de Crateús apresentou 3.842 casos confirmados de dengue, destes 1.720 apenas no ano de 2010 e, em 2011, foram confirmados 1211 casos, totalizando, apenas nestes dois anos, 2931 casos confirmados, com a ocorrência de 1 óbito no ano de 2010.

Historicamente o município de Crateús, desde 2001 sofreu 5 grandes epidemias de dengue, especificamente em 2001 (1893 casos), 2003 (1669 casos), 2010 (1720 casos) e 2011 (1211 casos), conforme observado no Gráfico 01.

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Gráfico 01: Número de casos confirmados de dengue no município de Crateús, no período de 2001 a 2012.

Fontes*:

- Tabnet/Datasus

- SINANNET;

* Dados sujeitos a revisão.

Apesar do registro frequente de epidemias, em especial da ocorrida no período 2010/2011 o município de Crateús registrou ao longo de todo o ano de 2012 uma tendência na redução do número de casos, tendo sido este ano considerado não epidêmico, conforme previsão realizada na curva de normalidade calculada para o município de Crateús (Gráfico 02).

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Gráfico 02: Crateús, curva epidemiológica de dengue no ano de 2012 (incidência/100000 hab).

Fontes*:

- Tabnet/Datasus

- SINANNET;

* Dados sujeitos a revisão.

Mesmo não tendo se caracterizado um quadro epidêmico, vale ressaltar que dos 42 casos de dengue confirmados no Município de Crateús (Gráfico 03) no ano de 2012, houve o registro de 1 óbito por Dengue Clássica com Complicações.

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Gráfico 03: Número de casos confirmados de dengue por mês de notificação no município de Crateús, 2012.

. - SINANNET;

* Dados sujeitos a revisão

Do total de 42 casos confirmados de dengue no município de Crateús no ano de 2012, 40 foram encerrados como dengue clássica, 2 classificados como Dengue Clássica com Complicações. Neste período foi registrado 01 caso de óbito em função da dengue,com letalidade geral de 2,5% e 50% nos casos graves (clássico com complicações e febre hemorrágica do dengue).

Com estes valores, registra-se então uma redução 96,53% no número de casos confirmados em 2012 em relação ao ano anterior.

3. PERFIL ENTOMOLÓGICO:

No desenvolvimento das ações de combate ao vetor, o município de Crateús atua em 24 bairros na zona urbana (com 21.345 imóveis) e em 54 localidades da zona rural (6779 imóveis).

Tabela 01: quantitativo de imóveis trabalhados, por localidade no município de Crateús

Zona Número de bairros /localidades

N de imóveis %

Urbana 24 21345 75,90

Rural 54 6779 24,10

Total 78 27801 100,00

Fonte: SISFAD

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Na rotina, as ações de combate à dengue são realizados com o quantitativo de servidores apresentados na tabela 2:

Tabela 02: Atividades desenvolvidas e quantitativo de servidores lotados nas ações de combate à dengue no município de Crateús – 2012.

Ação/função Número de servidores

Gerência 01

Supervisão Geral 02

Supervisão de campo 06

Levantamento de índice e tratamento (T) 34

Difícil acesso (DA) 03

Tratamento Biológico 02

Pendências (P) 01

Bloqueio (UBV) 03

Entomologia 03

Estatística 02

Mobilização Social 04

Total* 61

*Agentes de endemias lotados direta e indiretamente nas ações de combate à dengue.

FONTE: NUVET/SMS/Crateús

Conforme pode ser observado, apenas nas ações diretas de tratamento focal e levantamento de índice, o município disponibiliza 37 servidores ( LI+T, DA e P).

Em face do total de imóveis, 27.801, o município de Crateús já cumpre com o mínimo de servidores para as ações de campo, cuja meta mínima é de 1 servidor/1000 imóveis.

Como estratégia de monitoramento de infestação espacial pelo mosquito Aedes aegypti, o município de Crateús aderiu no ano de 2012 à estratégia de Levantamento Rápido de Infestação (LIRa), realizadas nos meses de janeiro, março e outubro.

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Tabela 03: Ciclos trabalhados e infestação predial no período de 2008 a 2012 no município de Crateús.

Ciclo

2008 2009 2010 2011 2012

Inf. Predial Inf. Predial Inf. Predial Inf. Predial LIRa

(%) (%) (%) (%) (%)

1ª T 4,79 3,21 5,68 0,6

2ª T 3,72 3,06 T 0,9

3ª 4,21 T 2,53 3,65 1,1

4ª 5,14 1,86 T 1,74

5ª T 1,69 T T

6ª 1,29 -- -- T

7º T -- -- --

8ª 2,30 -- -- --

FONTES:

SISFAD

LIRa/NUEND

Tabela 04: Infestação Depósitos predominantes, por ciclo de LIRa no município de Crateús no ano de 2012.

Tipo de Depósito

A1 A2 B C D1 D2 E

Lira N % N % N % N % N % N % N %

1º 3 60,0 1 20,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 20,0 0 0,0

2º 5 62,5 2 25,0 1 12,5 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0

3º 5 55,5 4 44,4 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0

A1 - Caixa de água ligada à rede (depósitos elevados).

A2 - Depósitos ao nível do solo (barril, tina, depósitos de barro, tambor, tanque, poço).

B - Dep. Móveis: vasos/frascos, pratos, pingadeiras, bebedouros, etc.

C - Depósitos fixos: tanques em obras e borracharias, calhas, lajes, etc.

D1 - Pneus.

D2 - Lixo (recip. Plast., garrafas, latas), sucatas em ferro velho)

E - Depósitos naturais

FONTE: LIRa/NUEND

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O município de Crateús, conforme observado nas tabelas acima se encontra em uma situação delicada no tocante à dengue, no ano de 2012. A infestação detectada na 3ºª LIRA, 1,1% coloca o município no estrato de médio risco de epidemia.

4. OBJETIVOS:

4.1. OBJETIVOS GERAIS:

- Evitar a ocorrência de óbitos por dengue;

- Reduzir a morbimortalidade relacionadas a possíveis epidemias de dengue.

4.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

- Aprimorar as vigilâncias epidemiológicas, garantindo notificação, investigação dos casos e monitoramento dos sorotipos virais, sempre de forma oportuna.

- Organizar as ações de prevenção e controle da Dengue.

- Adotar a classificação de risco do paciente com suspeita de Dengue nos serviços de saúde.

- Promover assistência adequada ao paciente, garantindo acesso, diagnóstico e manejo clínico adequado por profissionais de saúde habilitados.

- Padronizar os insumos estratégicos necessários.

- Definir estratégias para redução da força de transmissão da doença, por meio do controle do vetor e de seus criadouros.

- Apoiar a capacitação dos profissionais de saúde e dos gestores.

- Sistematizar as atividades de mobilização e comunicação.

- Aprimorar a análise de situação epidemiológica e de organização da rede de atenção para orientar a tomada de decisão.

- Fortalecer a articulação das diferentes áreas e serviços, visando à integralidade das ações para enfrentamento da Dengue.

- Reforçar ações de articulação intersetorial em todas as esferas de gestão.

5. COMPONENTES:

- Assistência aos pacientes

- Vigilância

Epidemiológica

Entomológica

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- Combate ao vetor

- Integração com Atenção Básica

- Educação em Saúde, Mobilização Social e Comunicação

- Capacitação de Recursos Humanos

- Acompanhamento e avaliação

5.1. Componente 01: Assistência aos Pacientes

A identificação precoce dos casos de dengue, estruturada em ações de acolhimento, assistência e vigilância à saúde para os casos suspeitos são de vital importância para o controle da doença. Quando há o aumento do número de casos de qualquer doença, existe concomitantemente, um aumento da demanda à assistência à saúde. A organização dos serviços de saúde é prioritária no sentido de propiciar a redução da letalidade das formas graves e conhecer o comportamento da dengue.

5.1.1. Atenção Primária

A existência de rede básica bem estruturada e Programa de Saúde da Família abrangente são fundamentais para o enfrentamento de uma epidemia, uma vez que são os profissionais de saúde deste nível de atenção que primeiro observam o aumento da incidência das doenças na população e dão o alarme que desencadeia todas as ações de saúdes subseqüentes.

Para qualificação a atenção à saúde a partir do princípio da integralidade é fundamental que os processos de trabalho sejam organizados com vista ao enfrentamento dos principais problemas de saúde-doença das comunidades e com ações de promoção e vigilância em saúde efetivamente incorporadas no cotidiano das Equipes de Atenção Básica/Estratégia Saúde da Família.

Assim, o envolvimento da atenção básica nas ações de prevenção à dengue e atendimento ao paciente se torna fundamental.

A Estratégia Saúde da Família no município de Crateús está organizada da seguinte forma:

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Tabela 05: Distribuição das Equipes de Saúde da Família na Sede do Município de Crateús - 2012

ESF MÉDICOS

ENFERMEIROS

AUX/TEC

ENFERMAGEM

Centro 01 02 02

Caic I 01 01 02

Caic II 00 01 01

São josé 01 01 02

Fátima I 01 01 02

Fátima II 01 01 02

Venâncios I 01 01 01

Venâncios II 00 01 01

Maratoan 00 01 01

Fonte: Atestos Municipal de Funcionamento das Equipes da ESF/Dez 2012

Tabela 06: Distribuição das Equipes de Saúde da Família na Zona Rural do Município de Crateús - 2012

Esf MÉDICOS ENFERMEIROS AUX/TEC

ENFERMAGEM

Curral do Meio 01 01 01

Queimadas 01 01 02

Ibiapaba 01 02 01

Poty 00 01 02

Santo Antonio 01 01 01

Realejo 01 01 01

Monte Nebo 00 01 02

Lagoa das Pedras 01 01 01

Irapuá 01 02 02

Curral velho 01 02 01

Fonte: Atestos Municipal de Funcionamento das Equipes da ESF/Dez 2012

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Além do quadro acima descrito, o município conta ainda com o contingente de 172 Agentes Comunitários de Saúde, destes 101 (58,72%) lotados na Zona Rural do Município e 71 (41,28%) na zona urbana.

Em caso de epidemias de dengue poderão as unidades básicas, disponibilizar de leitos observação e reidratação venosa rápida.

Tanto nos períodos não epidêmicos quanto nos não epidêmicos serão mantidas as referências e contra-referências, tanto para a assistência quanto para o apoio diagnóstico. Os casos de suspeita de Dengue devem ser notificados ao Núcleo de Vigilância Epidemiológica do Município que orientará as medidas necessárias para confirmação e controle do caso.

As Unidades de Atenção Primária devem ser a porta de entrada preferencial na rede de assistência para os casos de suspeita de Dengue.

Em caso de epidemia poderá o Centro de Especialidades Gentil Barreiras,localizado na Rua Gomes Coutinho, 630 (fone: (88) 3692 3356/3356) atuar como retaguarda para as Unidades de Atenção primária.

5.1.2. Atenção Secundária

No âmbito da assistência especializada aos pacientes com suspeita de dengue, a unidade local é o Hospital de Referência São Lucas (Rua Ubaldino Souto Maior, 1052)

O quantitativo de pessoal de nível superior desta unidade de saúde está demonstrado na tabela 07

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Tabela 07: Equipe profissional de nível superior no Hospital de Referência São Lucas

Funcionários de nível superior

Assistente Social 01

Cirurgião bucomaxilar 01

Enfermeiros diaristas 14

Engenheiro clinico 01

Farmacêuticos 02

Médicos (anestesistas) 02

Médicos (cirurgiões) 04

Médicos (clínicos/urgência) 10

Médicos (pediatras) 04

Médicos (traumatologistas) 04

Médicos(obstetras) 06

Médicos(prescritores da clínica) 05

Médicos(neonatologista) 03

Nutricionista 01

Total 58

Fonte: Hospital de Referência São Lucas.

Do total de profissionais médicos e enfermeiros atuantes no Hospital de referência São Lucas, 10 médicos (24,19%) e 8 enfermeiros (66,67%) são capacitados na conduta clínica e manejo de pacientes com dengue.

Os leitos hospitalares estão assim distribuídos:

Tabela 08: Número de leitos disponíveis no Hospital de Referência São Lucas - 2012

CLÍNICAS LEITOS

- Cirurgia Geral 31

- Clínica Médica 43

- Obstetrícia 33

- Pediatria 26

- UTI adulto 02

Total: 135

Fonte: Hospital de Referência São Lucas

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A equipe profissional do Hospital de Referência São Lucas está mostrada na tabela 05.

5.1.3 . Atenção Terciária

Na ocorrência de casos de maior gravidade que necessitem de procedimentos não disponíveis no município, os pacientes serão transferidos para unidades hospitalares de referência, através da Central de Marcação, para os municípios de Sobral ou Fortaleza, referenciados para os estabelecimentos abaixo relacionados:

- Santa Casa de Misericórdia de Sobral (Praça Monsenhor Eufrásio, 419. Fone: (88) 3677.1930 / Centro – Sobral).

- Hospital Geral de Fortaleza

O hospital disponibiliza escala de transferência que conta com profissionais de enfermagem garantindo assistência de qualidade ao paciente durante o trajeto.

Dependendo da gravidade do caso, será acompanhado, também, por um médico.

5.1.4. Rede Laboratorial:

A rede de laboratórios da Secretaria de Saúde conta com um Laboratório Municipal localizado no Centro de Especialidades Gentil Barreiras. O serviço de coleta é centralizada, porém, em caso de epidemia de dengue, esta será descentralizada para as unidades básicas de saúde.

Todo material coletado, para exame inespecífico, é recolhido, diariamente, e encaminhado para o laboratório municipal.

No caso dos pacientes internados no Hospital de Referência São Lucas os exames são terceirizados.

Exames sorológicos são encaminhados para a unidade do LACEN localizado no Município de Tauá (Rua Abigail Cidrão, nº 30. Colibris. Tauá-CE), e o Isolamento Viral, será feito mediante acordo com a Secretaria de Saúde do Estado do Ceará.

5.1.5. Classificação de risco e manejo clínico

5.1.5.1. Casos Suspeito

Considerar-se-á suspeito de dengue todo paciente que apresentar doença febril aguda, com duração de até sete dias, acompanhada de pelo menos dois dos seguintes sintomas, associados ou não à presença de hemorragias:

- Cefaléia;

- Dor retroorbitária;

- Mialgia;

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- Artralgia;

- Prostração;

- Exantema.

Todo caso suspeito deve ser notificado diariamente ao Núcleo de Vigilância Epidemiológica. A presença de sinais de alerta indicam a possibilidade de agravamento do quadro clínico e de evolução para dengue hemorrágica e/ou síndrome do choque da dengue.

Todo paciente com suspeita de dengue deverá ser reavaliado clinicamente, com ênfase na busca por sinais de alarme e exame físico. E, em casos de suspeita de dengue hemorrágica, o paciente deverá receber avaliação médica pelo menos 2 vezes ao dia e/ou quando se fizer necessário.

5.1.5.2. Anamnese:

A historia clinica deve ser a mais detalhada possível e os itens a seguir devem constar em prontuário.

I - História da doença atual

a) data do inicio dos sintomas;

b) cronologia do aparecimento dos sinais e sintomas;

c) caracterização da curva febril;

d) pesquisa de sangramentos, relato de epistaxe, hemorragias de pele, gengivorragia, hemorragia conjuntival, hematêmese, melena, metrorragia etc: essas manifestações podem ser caracterizadas no exame físico; atentar para sintomas hemorrágicos sutis presentes na historia clinica, como vômitos com raios de sangue tipo água de carne, cor muito escura tipo borra de café, e evacuações com fezes de cor escura;

e) Sinais de alarme: sinais clínicos e laboratoriais que anunciam a possibilidade de o paciente com dengue evoluir para a forma grave da doença.

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Quadro 01: Sinais de alarme da dengue

Quadro 02: Sinais de choque na dengue

II - Epidemiologia:

a) presença de casos semelhantes na família, no peridomicilio, bairro, creche ou escola;

b) história de deslocamento, nos últimos 15 dias, para área com transmissão de dengue;

c) historia de infecção pregressa por dengue, confirmada ou não por sorologia.

III - História patológica pregressa:

• Historia de dengue anterior.

• Doenças crônicas:

a) asma, atopias e alergia a drogas;

b) diabetes mellitus;

c) doenças hematológicas crônicas (principalmente anemia falciforme);

d) doença renal crônica;

e) doença ácido péptica;

a) dor abdominal intensa e contínua; b) vômitos persistentes; c) hipotensão postural e/ou lipotímia; d) hepatomegalia dolorosa; e) sangramento de mucosa ou hemorragias importantes (hematêmese e/ou melena); f) sonolência e/ou irritabilidade; g) diminuição da diurese; h) diminuição repentina da temperatura corpórea ou hipotermia; i) aumento repentino do hematócrito; j) queda abrupta de plaquetas; l) desconforto respiratório.

a) Hipotensão arterial b) Pressão arterial convergente (PA diferencial < 20mm/hg) c) Extremidades frias/cianose; d) Pulso rápido e fino e) Enchimento capilar lento (< 2 seg)

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f) hipertensão arterial sistêmica ou outras doenças cardiovasculares graves;

g) hepatopatias;

h) doenças autoimunes.

• Uso de medicamentos:

a) antiagregantes plaquetários: AAS (salicilatos), ticlopidina e clopidogrel;

b) anticoagulante: heparina, warfarina e dicumarol;

c) antiinflamatórios não hormonais: diclofenaco, nimesulide, ibuprofeno etc.;

d) imunossupressores;

c) corticosteroides.

• Historia vacinal

E preciso fazer diagnostico diferencial com doenças febris exantemáticas e outras síndromes febris agudas de importância em cada situação epidemiológica.

IV - Exame físico

a)Exame físico geral

Estado de consciência (irritabilidade, sonolência, torpor etc).

Avaliar pele: pálida ou corada / seca ou úmida / sudoréica.

Pulso periférico: ausente ou presente; rápido ou normal; cheio ou fino.

Sangramento de mucosas ou manifestações hemorrágicas de pele: pesquisar petéquias, sufusões hemorrágicas em locais de punção venosa e equimoses;

Examinar conjuntivas e cavidade oral (palato, gengiva e orofaringe).

Exantema (tipo, distribuição e data do aparecimento).

Edema subcutâneo: de face, de parede torácica e abdominal, de membros superiores e inferiores e de saco escrotal.

Grau de hidratação, temperatura e peso.

Enchimento capilar: e considerado prolongado quando o tempo de enchimento capilar e > que 2 seg. depois do empalidecimento da pele, após leve compressão do leito ungueal; interpretar dentro do contexto de outros sinais de choque.

Pulso: normal, débil ou ausente.

Frequência cardíaca (para criança – ver quadro 03)

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Quadro 03: Frequência cardíaca por faixa etária

Idade FC Acordado Média FC dormindo

0-2 m 85-205 140 80-160

3-23 m 100-190 130 75-160

2-10 60-140 80 60-90

>10 a 60-100 75 50-90

• Pressão arterial: utilizar manguitos apropriados para cada idade da criança:

A largura da bolsa do látex do manguito deve cobrir dois terços do comprimento do braço, ou conforme a relação do Quadro 4; pode-se também medir a pressão arterial em coxa, utilizando um manguito mais largo ou de adulto.

Quadro 04: Tamanho da bolsa de Látex do manguito segundo a faixa etária.

Idade FC Acordado

0-2 m 85-205

3-23 m 100-190

2-11 60-140

>10 a 60-100

Quadro 05: Pressão arterial sistólica, conforme a idade.

Idade Pressão Sistólica (mmHg)

Pressão Diastólica

Recém-nascido 60-70 20-60

Lactente 87-105 53-66

Pré-escolar 95-105 53-66

Escolar 97-112 57-71

◗ ATENÇÃO!

Diferentemente do que ocorre em outras doenças que levam ao choque, na dengue, antes de haver uma queda substancial na pressão arterial sistólica (menor que 90 mmHg, em adultos), poderá haver um fenômeno de pinçamento (estreitamento) da pressão arterial, ou seja, a diferença entre a pressão arterial sistólica e a diastólica será menor ou igual a 20 mmHg, caracterizando a pressão arterial convergente, que se caracteriza por ser um sinal de choque da dengue.

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b) Prova do laço (PL)

A prova do laço deve ser realizada OBRIGATORIAMENTE em TODOS os casos suspeitos de dengue, durante o exame físico:

- Desenhar um quadrado de 2,5 cm de lado (ou uma área ao redor da falange distal do polegar) no antebraço da pessoa e verificar a PA (deitada ou sentada);

- Calcular o valor médio (PAS + PAD)/2;

- Insuflar novamente o manguito até o valor médio e manter por cinco minutos (em crianças 3 minutos, ou até o aparecimento de petéquias ou equimoses);

- Contar o número de petéquias no quadrado. Considera-se positiva se houver 20 ou mais petéquias em adultos, ou em crianças 10 ou mais petéquias.

PL positiva é uma manifestação frequente nos casos de dengue, principalmente nas formas graves, e apesar de não ser especifica, serve como alerta, devendo ser utilizado rotineiramente na pratica clinica como um dos elementos de triagem na dengue, e na presença da mesma, alertar ao medico que o paciente necessita de um monitoramento clinico e laboratorial mais estreito. A prova do laço positiva também reforça o diagnostico de dengue

c) Aparelho Cardiopulmonar:

Pesquisar sinais clínicos de desconforto respiratório: taquipnéia, dispneia, tiragens subcostais, intercostais, supraclaviculares, de fúrcula esternal, batimentos de asa de nariz, gemidos, estridor e sibilos, alem de:

• pesquisar a presença de dispneia; sinais de derrame cavitários (pleural e pericárdico), estertores crepitantes;

• sinais de ICC: taquicardia, dispneia, ortopneia, turgência jugular, estertoração e hepatomegalia e edema de membros inferiores;

• derrame pericárdico; sinais de tamponamento cardíaco (abafamento de bulhas, turgência jugular e síndrome de baixo debito cardíaco).

◗ ATENÇÃO!

Valorizar a frequência respiratória, considerando os seguintes valores normais:

■ <2 meses = até 60 rpm

■ 2 meses – 1 ano = até 50 rpm

■ 1 – 5 anos = até 40 rpm

■ 5 – 8 anos = até 30 rpm

■ Adultos = 12 a 20 rpm

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d) Segmento abdominal:

Pesquisar presença de dor abdominal, hepatomegalia dolorosa e sinais de ascite.

e) Sistema Nervoso

Verificar sinais de irritação meníngea, nível de consciência, sensibilidade, forca muscular e reflexos osteotendíneos, bem como o exame da fontanela anterior em lactentes.

V – Diagnóstico diferencial

Considerando-se que a dengue tem um amplo espectro clínico, as principais doenças que fazem diagnóstico diferencial são: influenza, enteroviroses, enteroviroses, doenças exantemáticas (sarampo, rubéola, parvovirose, eritema infeccioso, mononucleose infecciosa, exantema súbito, itomegalovirose e outras), hepatites virais, abscessos hepáticos, abdome agudo, hantavirose, arboviroses (febre amarela, Mayaro, Oropouche e outras), escarlatina, pneumonia, sepse, infecção urinária, meningogoccemia, leptospirose, malária, salmonelose, riquetsioses, Doença de Henoch-Schonoleim, Doença de Kawazaki; púrpura autoimune, farmacodermias e alergias cutâneas. Outros agravos podem ser considerados conforme a situação epidemiológica da região.

VI – Classificação de Risco da Dengue para prioridade de atendimento

Em vigência de uma epidemia, a classificação de risco do paciente com suspeita de Dengue na chegada ao ponto de atenção, deverá ser feita por enfermeiro qualificado para estratificar o atendimento por ordem de gravidade. A classificação de risco será realizada em conformidade com a ficha de classificação de risco da Dengue, que deverão estar disponíveis nas unidades de atendimento por procura espontânea.

A classificação de risco visa promover a redução no tempo de atendimento, devendo, para a sua classificação ser utilizado os dados da anamnese e do exame físico.

Quadro 06: Classificação de Risco

Azul – Grupo A Atendimento de acordo com o horário de chegada

Verde – Grupo B Prioridade não urgente

Amarelo – Grupo C Urgência, atendimento mais rápido possível

Vermelho – Grupo D Emergência, atendimento imediato

ATENÇÃO:Toda pessoa com suspeita de Dengue deve receber soro de hidratação oral, de imediato, em sua chegada na unidade de saúde, mesmo enquanto espera por atendimento. Quando houver suspeita de Dengue identificada em visita domiciliar, as pessoas já devem ser orientadas quanto à hidratação oral pelo Agente Comunitário de Saúde ou pela equipe de saúde da família e encaminhadas à unidade de saúde mais próxima.

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Fluxograma 01: Classificação de risco da dengue

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VII – Estadiamento Clínico e Conduta

Os dados de anamnese e exame físico serão utilizados para estadiar os casos e para orientar as medidas terapêuticas cabíveis. E importante lembrar que a dengue e uma doença dinâmica e o paciente pode evoluir de um estagio a outro rapidamente, devendo-se sempre ter em mente que os sinais de alarme e o agravamento do quadro clínico costumam ocorrer na fase de remissão da febre (entre o 3º e 6º dia da doença).

Apesar de ser uma doença que pode evoluir gravemente, seu tratamento, quando oportuno, é relativamente simples e barato, sendo necessário acompanhamento atento das manifestações clínicas, sinais vitais e sinais de gravidade da doença.

a) Grupo A

Caracterização:

- Febre por ate sete dias, acompanhada de pelo menos dois sinais e sintomas inespecíficos (cefaleia, prostração, dor retro-orbitaria, exantema, mialgias e artralgias), e historia epidemiológica compatível; lembrar que, nos lactentes, alguma irritabilidade e choro persistente podem ser a expressão de sintomas como cefaleia e algias.

- Ausência de sinais de alarme.

- Prova do laço negativo e ausência de manifestações hemorrágicas espontâneas, sem comorbidades, grupo de risco ou condições clinicas especiais.

Conduta diagnóstica:

Exames específicos:

Isolamento viral/sorologia – a solicitação do isolamento viral/sorologia será orientada de acordo com a situação epidemiológica:

• em períodos não epidêmicos, solicitar o exame de todos os casos suspeitos;

• em períodos epidêmicos, solicitar o exame em todo paciente grave e grupos especiais e/ou risco social ou com duvidas no diagnostico, alem de seguir as orientações do Núcleo de Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde de Crateús.

Exames inespecíficos:

Hemograma completo - a critério medico.

• A coleta deve ser feita no momento do atendimento, com liberação do resultado em tempo hábil (mesmo dia) para avaliação e manejo clinico adequado e precoce.

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• Na dengue, o leucograma e variável (a leucopenia pode indicar outra infecção viral e a leucocitose não afasta a doença).

• Nos pacientes do Grupo A não ha hemoconcentracao nem queda abrupta de plaquetas.

• A plaquetopenia não constitui necessariamente fator de risco para sangramento em pacientes com suspeita de dengue, mas a queda progressiva de plaquetas indica necessidade de um acompanhamento mais atento, pois indica que o doente pode se complicar, sendo considerado um sinal de alarme.

• A elevação das plaquetas, quando associadas a melhora clinica do paciente, apontam para a recuperação favorável.

◗ ATENÇÃO!

O hemograma tem como finalidade principal avaliar o hematócrito, para identificação de hemoconcentração que pode ser indicativo de alteração de permeabilidade capilar (extravasamento plasmático), associado à gravidade, além de definir a necessidade de hidratação e resposta a terapia de reposição instituída. Queda de hematócrito pode sugerir hemorragias.

Conduta terapêutica:

• Acompanhamento ambulatorial. • Hidratação oral.

Adultos

• Calcular o volume de líquidos de 80 ml/kg/dia, sendo 1/3 com solução salina e no início com volume maior. Para os 2/3 restantes, orientar a ingestão de líquidos caseiros (água, suco de frutas, soro caseiro, chás, água de coco etc.), utilizando-se os meios mais adequados à idade e aos hábitos do paciente. Especificar o volume a ser ingerido por dia. Por exemplo, para um adulto de 70 kg, orientar:

• 80 ml/kg/dia 6,0L:

» período da manhã: 1L de SRO e 2L de líquidos caseiros.

» período da tarde: 0,5L de SRO e 1,5L de líquidos caseiros.

» período da noite: 0,5L de SRO e 0,5L de líquidos caseiros.

» a alimentação não deve ser interrompida durante a hidratação, mas administrada de acordo com a aceitação do paciente.

Crianças

Orientar hidratação no domicílio, de forma precoce e abundante, com soro de reidratação oral (um terço das necessidades basais), oferecido com frequência sistemática, independentemente da vontade da criança; completar a hidratação oral

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• Sintomáticos:

Os usos destas drogas sintomáticas são recomendados para pacientes com febre elevada ou com dor. Deve ser evitada a via intramuscular.

Analgésicos

• Dipirona sódica ≫ Adultos: 20 gotas ou 1 comprimido (500mg) ate de 6/6 horas. ≫ Crianças: 10 mg/kg/dose ate de 6/6 horas (respeitar dose maxima para peso e idade, ver quadro do item 3.3.1); ■ Gotas: 500 mg/ml (1 ml = 20 gotas); ■ Solução oral: 50 mg/ml; ■ Supositório pediátrico: 300 mg por unidade; ■ Solução injetável: 500 mg/ml; ■ Comprimidos: 500 mg por unidade.

• Paracetamol ≫ Adultos: 40-55 gotas ou 1 comprimido (500 a 750mg) ate de 6/6 horas. ≫ Criancas: 10 mg/kg/dose ate de seis em seis horas (respeitar dose maxima para peso e idade): ■ Gotas: 200 mg/ml (1 ml = 20 gotas); ■ Comprimidos: 500 e 750 mg por unidade; *Dose máxima: não utilizar doses maiores que a recomendada acima. • Em situações excepcionais, para pacientes com dor intensa, pode-se utilizar, nos adultos, a associação de paracetamol (500mg) e fosfato de codeína (7,5 mg) até de 6/6 horas.

Antieméticos • Metoclopramida ≫ Adultos: 1 comprimido de 10mg ate de 8/8 horas. ≫ Criancas: < 6 anos: 0,1 mg/kg/dose ate tres doses diarias; > 6 anos: 0,5 mg/kg/dose ate tres doses diarias (nao ultrapassar 15 mg/dia); ■ Gotas: 4 mg/ml; ■ Solucao oral: 5 mg/5 ml; ■ Supositorio: 5 mg e 10 mg por unidade; ■ Comprimido: 10 mg por unidade; ■ Injetavel: 10 mg/2 ml. • Bromoprida ≫ Adultos: 1 comprimido de 10mg ate de 8/8 horas. ≫ Criancas: Gotas: 0,5 a 1 mg/kg/dia em tres doses diarias; ■ Gotas pediatricas: 03 gotas = 0,5mg; ■ Solucao oral adulto: 10ml (10mg);

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■ Comprimido: 10 mg; ■ Injetavel: 10mg/2ml. Antipruriginosos:

O prurido na dengue pode ser extremamente incomodo, mas e autolimitado, durando em torno de 36 a 72 horas. A resposta a terapêutica antipruriginosa usual nem sempre e satisfatória e o uso de medicamentos pode mascarar os sinais neurológicos, portanto recomenda-se banhos frios, pasta d’água etc.

• Dexclorfeniramina

- Adultos: 2 mg até de 6/6 horas;

- Crianças: 0,15mg/kg/dia até de 6/6 horas.

• Cetirizina

- Adultos: 10mg uma vez ao dia;

- Crianças de 6 a 12 anos: 5ml(5mg) de 12/12 horas, via oral.

• Loratadina

- Adultos: 10mg uma vez ao dia;

- Crianças: 5mg uma vez ao dia para paciente com peso = 30kg;

• Hidroxizine

- Adultos (> 12 anos): 25 a 100 mg, via oral, 3 a 4 vezes ao dia.

- Crianças (acima de 2 anos): 2mg/kg/dia de 8/8 horas.

Repouso:

Notificar o caso:

Todo caso de dengue deve ser IMEDIATAMENTE notificado à Vigilância Epidemiológica municipal!

Retorno:

Retorno de imediato na presença de sinais de alarme ou a critério medico. O desaparecimento da febre (entre o terceiro e sexto dia de doença) marca o inicio da fase critica. Portanto, reavaliar o paciente sempre que possível nesse período.

Orientações aos pacientes e familiares:

Para seguimento do paciente, recomenda-se a adoção do Cartão de acompanhamento de paciente com suspeita de dengue, no qual constam: dado de identificação, unidade de atendimento, data de inicio dos sintomas, medição de PA, prova do laço, hematócrito, plaquetas, identificação de situações clinicas especiais, presença de febre e orientações sobre sinais de alarme.

O cartão de acompanhamento de paciente com suspeita de dengue deve ser entregue ao paciente ou responsável, depois de lidas e esclarecidas todas as

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informações. Nesse cartão deve ser registrado o atendimento clinico e os resultados dos exames. O paciente deve estar de posse do cartão em todos os retornos as unidades de atendimento.

Deve-se informar claramente ao paciente ou responsável sobre os sinais de alarme e a importância de retornar imediatamente a uma unidade de saúde, na ocorrência destes, orientar sobre sangramentos de mucosas e manifestações hemorrágicas como petéquias, epistaxe e hemorragia conjuntival. Atenção especial deve ser dada à presença de sangue nos vômitos e nas fezes ou na urina, bem como orientar retorno para reavaliação clinica entre o terceiro e sexto dia da doença (fase critica).

b) Grupo B

Caracterização:

- Febre por até sete dias, acompanhada de pelo menos dois sinais e sintomas inespecíficos (cefaleia, prostração, dor retro-orbitária, exantema, mialgias, artralgias) e história epidemiológica compatível.

- Ausência de sinais de alarme.

- Com sangramento de pele espontâneo (petéquias) ou induzido (prova do laço +).

- Condições clínicas especiais e/ou de risco social ou comorbidades: lactentes (menores de 2 anos), gestantes, adultos com idade acima de 65 anos, com hipertensão arterial ou outras doenças cardiovasculares graves, diabetes mellitus, DPOC, doenças hematológicas crônicas (principalmente anemia falciforme e púrpuras), doença renal crônica, doença ácido péptica, hepatopatias e doenças autoimunes.

Conduta diagnóstica:

- Exames específicos (sorologia/isolamento viral): obrigatório.

- Exames inespecíficos: Hemograma completo, obrigatório para todos os pacientes, devendo a coleta ser feita no momento do atendimento, e a liberação do resultado em até duas horas (máximo 4 horas); avaliar a hemoconcentração;

Conduta terapêutica:

- Acompanhamento: observação até resultado de exames.

- Hidratação oral conforme recomendado para o grupo A, até o resultado do

exame.

- Sintomáticos (conforme recomendado para o grupo A):

• analgésicos e antitérmicos;

• antieméticos;

• antipruriginosos.

Seguir conduta conforme resultado do hemograma:

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- Reavaliação após resultado de exames:

• Paciente com hematócrito normal:

» tratamento em regime ambulatorial com reavaliação clínica diária.

• Paciente com hematócrito aumentado em mais de 10% acima do valor ba-

sal ou, na ausência deste, com as seguintes faixas de valores:

■ crianças: > 42%

■ mulheres: > 44%

■ homens: > 50%

» tratamento em observação.

• Hidratação oral supervisionada

» adultos: 80 ml/kg/dia, sendo 1/3 do volume administrado em quatro a seis horas e na forma de solução salina isotônica;

» crianças: oferecer soro de reidratação oral (50-100 ml/kg em 4 horas).

• Se necessário, hidratação venosa: soro fisiológico ou Ringer Lactato - 40 ml/kg em 4 horas.

• Em caso de vômitos e recusa da ingestão do soro oral, recomenda-se a administração da hidratação venosa.

• Sintomáticos.

- Reavaliação clínica e de hematócrito em 4 horas (após a etapa de hidratação). Avaliação clínica sistemática para detecção precoce dos sinais de alarme e de hematócrito para pesquisa de hemoconcentração e resposta a terapia de reidratação.

• Hematócrito normal:

» tratamento em regime ambulatorial, com reavaliação clínica diária.

• Aumento de hematócrito (hemoconcentração) ou surgimento de sinais de alarme:

» seguir conduta do Grupo C.

Repouso.

Notificar o caso.

Preencher cartão de acompanhamento de dengue.

Retorno: retorno para reclassificação do paciente, com reavaliação clínica e laboratorial, deve ser diário, até 48 horas após a queda da febre ou imediata, na presença de sinais de alarme.

◗ ATENÇÃO!

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AVALIAÇÃO DA DIURESE E DA DENSIDADE URINÁRIA

• Diurese normal: 1,5 ml a 4 ml/kg/h.

• Oligúria: diurese <1,5 ml/kg/h –

◗ ATENÇÃO!

• Poliúria: diurese >4 ml/kg/h.

• Densidade urinária normal: 1.004 a 1.008.

◗ ATENÇÃO!

Ao surgirem sinais de alarme ou aumento do hematócrito na vigência de hidratação adequada, é indicada a internação hospitalar.

Pacientes com plaquetopenia <20.000/mm³, mesmo sem repercussão clínica devem ser internados e reavaliados clínica e laboratorialmente a cada 12 horas.

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Fluxograma 02: Atendimento a pacientes com suspeita de dengue, Grupos A e B.

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c) Grupo C

Caracterização

- Febre por até sete dias, acompanhada de pelo menos dois sinais e sintomas inespecíficos (cefaléia, prostração, dor retro-orbitária, exantema, mialgias, artralgias) e história epidemiológica compatível.

- Presença de algum sinal de alarme (ver quadro 01 (pg 22).

- Manifestações hemorrágicas presentes ou ausentes.

◗ ATENÇÃO!

Esses pacientes devem ser atendidos, inicialmente, em qualquer nível de complexidade, sendo obrigatória a hidratação venosa rápida, inclusive durante eventual transferência para uma unidade de referência.

Conduta diagnóstica:

- Exames inespecíficos: obrigatórios. • Hemograma completo. • Dosagem de albumina sérica e transaminases. • Exames de imagem recomendados: radiografia de tórax (PA, perfil e incidência de Laurell) e ultrassonografia de abdome. O exame ultrassonográfico é mais sensível para diagnosticar derrames cavitários, quando comparados à radiografia. • Outros exames conforme necessidade: glicose, ureia, creatinina, eletrólitos,

gasometria, TPAE, ecocardiograma.

- Exames específicos (sorologia/isolamento viral): obrigatório

◗ ATENÇÃO!

Na primeira coleta de sangue para exames inespecíficos, solicitar realização dos exames específicos, atentando para a necessidade de condicionamento adequado: -20ºC para realização da sorologia e -70ºC para realização do isolamento viral.

Conduta terapêutica

- Acompanhamento: leito de internação por um período mínimo de 48h.

- Reposição volêmica:

Adultos

• Fase de expansão: hidratação IV imediata: 20ml/kg/h em duas horas, com soro fisiológico ou Ringer Lactato.

• Reavaliação clínica e de hematócrito em 2 horas (após a etapa de hidratação).

• Repetir fase de expansão até três vezes, se não houver melhora do hematócrito ou dos sinais hemodinâmicos

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• se resposta inadequada após as três fases de expansão = conduzir como Grupo d.

• Se houver melhora clínica e laboratorial após fases de expansão, iniciar fase de manutenção:

Primeira fase: 25ml/kg em 6 horas

Se melhora:

segunda fase: 25 ml/kg em 8horas,

Sendo 1/3 com soro fisiológico e 2/3 com soro glicosado

Crianças

• Fase de expansão: soro fisiológico ou Ringer Lactato: 20ml/kg/h em duas horas, podendo ser repetida até três vezes.

• Reavaliação clínica e de hematócrito em 2 horas (após a etapa de hidratação).

• Repetir fase de expansão até três vezes, se não houver melhora do hematócrito ou dos sinais hemodinâmicos.

• se resposta inadequada após as três fases de expansão = conduzir como Grupo d.

• Se houver melhora clínica e laboratorial após fases de expansão, iniciar fase de manutenção: necessidade hídrica basal, segundo a regra de Holliday-Segar.

- Até 10 kg: 100 ml/kg/dia;

- 10 a 20 kg: 1.000 ml+50 ml/kg/dia para cada kg acima de 10 kg;

- Acima de 20 kg: 1.500 ml+20 ml/kg/dia para cada kg acima de 20 kg;

- Sódio: 3 mEq em 100 ml de solução ou 2 a 3 mEq/kg/dia;

- Potássio: 2 mEq em 100ml de solução ou 2 a 5 mEq/kg/dia.

• Fase de reposição de perdas estimadas (causadas pela fuga capilar):

- SF 0,9% ou Ringer lactato 50% das necessidades hídricas basais, em Y com dupla via ou em dois diferentes acessos.

Sintomáticos: (conforme orientação apresentada anteriormente).

Notificar imediatamente o caso.

Retorno após a alta.

Após preencher critérios de alta, o retorno para reavaliação clínica e laboratorial segue orientação conforme Grupo B. Preencher cartão de acompanhamento.

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d) Grupo D

Caracterização

- Febre por até sete dias, acompanhada de pelo menos dois sinais e sintomas inespecíficos (cefaléia, prostração, dor retro-orbitária, exantema, mialgias, artralgias) e história epidemiológica compatível.

- Presença de sinais de choque (ver quadro 02 (pg 22).

- Manifestações hemorrágicas presentes ou ausentes.

◗ ATENÇÃO!

Esses pacientes devem ser atendidos, inicialmente, em qualquer nível de complexidade, sendo obrigatória a hidratação venosa rápida, inclusive durante eventual transferência para uma unidade de referência.

Conduta diagnóstica

- Exames inespecíficos: obrigatórios.

• Hemograma completo.

• Dosagem de albumina sérica e transaminases.

• Exames de imagem: radiografia de tórax (PA, perfil e incidência de Laurell) e ultrassonografia de abdome. O exame ultrassonográfico é mais sensível para diagnosticar derrames cavitários, quando comparados à radiografia.

• Outros exames conforme necessidade: glicose, uréia, creatinina, eletrólitos, gasometria, TPAE, ecocardiograma.

b) Exames específicos (sorologia/isolamento viral): obrigatório.

Conduta terapêutica

- Acompanhamento: leito de terapia intensiva.

- Reposição volêmica (Adultos e crianças):

• iniciar imediatamente fase de expansão rápida parenteral, com solução salina isotônica: 20ml/Kg em até 20 minutos. Se necessário, repetir por até três vezes, de acordo com avaliação clínica.

- Reavaliação clínica a cada 15-30 minutos e de hematócrito em 2 horas. Repetir fase de expansão até três vezes.

- Se houver melhora clínica e laboratorial após fases de expansão, retornar para a fase de expansão do Grupo C e seguir a conduta recomendada para o grupo.

- Se a resposta for inadequada, avaliar a hemoconcentração:

• hematócrito em ascensão e choque, após reposição volêmica adequada - utilizar expansores plasmáticos: (albumina 0,5-1 g/kg); preparar solução de albumina a 5%: para cada 100 ml desta solução, usar 25 ml de albumina a 20% e 75

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ml de SF a 0,9%); na falta desta, usar colóides sintéticos - 10 ml/kg/hora;

• hematócrito em queda e choque - investigar hemorragias e coagulopatia de consumo:

■ se hemorragia, transfundir o concentrado de hemácias (10 a 15 ml/kg/dia);

■ se coagulopatia, avaliar;

■ investigar coagulopatias de consumo e avaliar necessidade de uso de plasma (10 ml/Kg), vitamina K e Crioprecipitado (1 U para cada 5-10 kg);

- Hematócrito em queda sem sangramentos:

• Se instável, investigar hiper-volume, insuficiência cardíaca congestiva e

tratar com diminuição da infusão de líquido, diuréticos e inotrópicos, quando necessário;

• Se estável, melhora clínica;

• Reavaliação clínica e laboratorial contínua.

Notificar imediatamente o caso.

◗ ATENÇÃO!

Fazer controle radiológico e/ou ultrassonográfico nos derrames cavitários para identificar o início da melhora (reabsorção) do derrame (pleural, pericárdico e/ou peritonial) e, assim, diminuir o volume oferecido pela hidratação venosa, evitando-se uma das causas de hiperhidratação.

Considerações importantes para os Grupos C e D

• Oferecer O2 em todas as situações de choque (cateter, máscara, Cpap

nasal,ventilação não invasiva, ventilação mecânica), definindo a escolha em função da tolerância e da gravidade;

• Pacientes dos Grupos C e D podem apresentar edema subcutâneo generalizado e derrames cavitários, pela perda capilar, que não significa, a princípio, hiper-hidratação, e que pode aumentar após hidratação satisfatória; o acompanhamento da reposição volêmica é feita pelo hematócrito, diurese e sinais vitais;

• Evitar procedimentos invasivos desnecessários, toracocentese, paracentese, pericardiocentese; no tratamento do choque compensado, é aceitável cateter periférico de grande calibre, nas formas iniciais de reanimação, o acesso venoso deve ser obtido o mais rapidamente possível;

• A via intraóssea em crianças pode ser escolha para administração de líquidos e medicamentos durante a RCP ou tratamento do choque descompensado, se o acesso vascular não for rapidamente conseguido; no contexto de parada cardíaca ou respiratória, quando não se estabelece a via aérea por intubação oro traqueal, por excessivo sangramento de vias aéreas, o uso de máscara laríngea pode ser uma alternativa efetiva;

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• Monitoração hemodinâmica minimamente invasiva, como oximetria de pulso, é desejável, mas em pacientes graves, descompensados, de difícil manuseio, os benefícios de monitoração invasiva como PAM, PVC, Svc02 podem suplantar os riscos;

• O choque com disfunção miocárdica pode necessitar de inotrópicos;

•Tanto na fase de extravasamento como na fase de reabsorção plasmática, lembrar que, na primeira fase, necessita reposição hídrica e, na segunda fase, há restrição hídrica.

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Fluxograma 03: Atendimento a pacientes com suspeita de dengue, Grupos C e D.

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IV - Outros distúrbios eletrolíticos e metabólicos que podem exigir correção específica

Os distúrbios em crianças mais frequentes a serem corrigidos são:

• Hiponatremia: corrigir após tratar a desidratação ou choque, quando sódio (Na) menor que 120 mEq/l ou na presença de sintomas neurológicos. Usar a fórmula de correção de hiponatremia grave:

» (130 – Na atual) x peso x 0,6 = mEq de NaCl a 3% a repor em ml (1ml de NaCl a 3 % possui 0,51mEq de Na)

» Solução prática: 100ml de NaCl a 3% se faz com 85ml de água destilada + 15ml de NaCl a 20%

» A velocidade de correção varia de 0,5 a 2mEq/Kg/dia ou 1 a 2ml/ Kg/h. Após correção, dosar sódio sérico.

• Hipocalemia: corrigir via endovenosa em casos graves e com potássio sérico menor que 2,5 mEq/l. Usar a fórmula de correção: 0,2 a 0,4 mEq/Kg/h na concentração máxima de 4 mEq/100ml de solução

• Acidose metabólica: deve-se corrigir primeiramente o estado de desidratação ou choque. Só administrar bicarbonato em valores abaixo a 10 e ou ph < 7,20. Usar a fórmula: Bic. Desejado (15 a 22)

– Bic. Encontrado x 0,4 x P.

Em pacientes adultos com choque que não respondem a duas etapas de expansão e atendidos em unidades que não dispõem de gasometria, a acidose

metabólica poderá ser minimizada com a infusão de 40ml de bicarbonato de

sódio 8,4%, durante a terceira tentativa de expansão.

V - Distúrbios de coagulação (coagulopatias de consumo e plaquetopenia), hemorragias e uso de hemoderivados

As manifestações hemorrágicas na dengue são causadas pela fragilidade vascular, plaquetopenia e coagulopatia de consumo, devendo ser investigadas clínica e laboratorialmente (prova do laço, TAP, TTPA, plaquetometria, coagulograma).

Associa-se com frequência aos sangramentos importantes o estado prolongado de hipo-hidratação. A hidratação precoce e adequada é um fator determinante na prevenção de fenômenos hemorrágicos.

O uso de concentrado de plaquetas fica a critério do médico assistente, mas poderá ser indicado nos casos de plaquetopenia menor de 50.000/mm³ com suspeita de sangramento do sistema nervoso central e em caso de plaquetopenia menor de 20.000/mm3, na presença de sangramentos importantes.

Recomenda-se a dose de unidade de concentrado de plaquetas para cada10Kg de 8/8h ou 12/12h, até controle do quadro hemorrágico. Ressalta-se que

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a transfusão de plaquetas é indicada para favorecer tamponamento no local do sangramento e não aumenta a contagem sangüínea de plaquetas, pois estas sofrem destruição em curto prazo. Portanto, não se recomenda contagem de plaquetas após a transfusão.

A transfusão de plaquetas em pacientes chocados pode piorar ou induzir a CIVD (coagulação intravascular disseminada). Nos sangramentos com alterações de TAP (atividade < 40% e INR > 1,25), deve-se utilizar plasma fresco (10ml/Kg de 8/8h ou 12/12h), e vitamina K, até estabilização do quadro hemorrágico.

O uso de concentrado de hemácias está indicado em caso de hemorragias importantes, com descompensação hemodinâmica, na dose de 10ml/Kg, podendo ser repetido a critério médico.

VI - Características do Choque da Dengue

A Febre Hemorrágica da Dengue (FHD) e a Síndrome do Choque da Dengue (SCD) constituem as formas de sepse por vírus e assim devem ser abordadas.

A FHD/SCD é caracterizada pelo extravasamento de fluidos e proteínas do leito vascular para os espaços intersticiais e cavidades serosas, devido ao au- mento de permeabilidade vascular generalizada, ocasionada por uma resposta inflamatória sistêmica generalizada ou seletiva, que, quando desregulada, leva a formas de choque e Síndrome de Disfunção de Múltiplos Órgãos (SDMO).

O choque é de início súbito e acontece na fase de defervescência, em geral de- pois de dois a cinco dias do início da febre.

A SCD caracteriza-se por sinais de insuficiência circulatória demonstrada por:

• pulso rápido e fraco;

• diminuição da pressão de pulso (menor ou igual a 20 mmHg) ou hipotensão para a idade;

• perfusão capilar prolongada (>2 seg.), pele fria e úmida, mosqueada;

• ausência de febre;

• taquicardia/bradicardia;

• taquipneia;

• oliguria;

• agitação ou torpor.

Não é incomum os pacientes, na fase inicial de choque, apresentarem nível sensorial preservado. Na fase do choque, as manifestações hemorrágicas, quando presentes, geralmente se intensificam, como também se acentua a trombocitopenia, à medida que a síndrome de extravasamento se mantém. O choque da dengue é de curta duração, ainda pode ser recorrente e, na maioria dos casos, não excede a 24-48 horas.

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Este fenômeno resulta na diminuição do volume plasmático, gerando hipovolemia, aumento do hematócrito, diminuição da albumina, baixo débito cardíaco, diminuição do débito urinário, hipoperfusão tecidual, hipotensão arterial e choque, e, se não tratada adequadamente, com reposição volêmica adequada, pode levar o paciente ao risco de disfunção orgânica pós-choque e ao óbito.

• Formas refratárias à reposição volêmica (cristaloide ou coloide):

» deverá ser investigado sangramento, CIVD e tratados com hemocomponentes específicos;

» outra possibilidade seria a disfunção miocárdica, que cursa com o desempenho ventricular diminuído (FE <50%), que pode ser documentado por ecocardiograma, e necessita, para otimização do débito cardíaco, do uso de inotrópicos e drogas vasoativas (Dopamina, Dobutamina, Milrinona, Levosimendan).

O choque da dengue apresenta como principal componente hemodinâmico o aumento da permeabilidade vascular, que pode cursar com o aumento do tônus vascular (aumento da Resistência Vascular Sistêmica - RVS), que se comporta clinicamente como choque frio, com deficiência do volume intravascular (componente hipovolêmico) e pode estar associado a uma disfunção miocárdica (componente cardiogênico), que podem ocorrer simultaneamente e tornar mais complexa a fisiopatologia e a sequência do tratamento.

Depois de restabelecido do choque, com o fim do estímulo imunológico, o paciente inicia a fase de recuperação, com reabsorção espontânea do plasma extravasado, que ocorre em torno de 48 horas após o término do choque, quando advém hipervolemia, diminuição do hematócrito, aumento da diurese, normalização da função cardiovascular e regressão progressiva dos derrames serosos. Nessa fase, de grande mobilização de líquido de retorno ao comparti- mento intravascular, é importante a diminuição ou descontinuação de infusão de líquidos, pelo risco de provocar sobrecarga volêmica, edema pulmonar e insuficiência cardíaca.

Embora a disfunção miocárdica seja frequentemente transitória e limitada à fase de choque, em alguns casos pode se prolongar para a fase de recuperação do choque, na qual o paciente não tolera a sobrecarga volêmica imposta (fisiológica e ou iatrogênica); e evoluir para edema pulmonar e insuficiência cardíaca, necessitando de inotrópicos e diuréticos. Quando o choque se prolonga ou se torna recorrente, pode haver evolução para SDRA, caracterizada por edema pulmonar não cardiogênico, no qual as imagens radiológicas mostram edema intersticial, que representa a complicação da doença, tornando o prognóstico sombrio.

Durante a fase de recuperação da dengue, geralmente entre o sexto e oitavo dias da doença, podem ocorrer sinais de complicação infecciosa bacteriana, como pneumopatia ou sepse, cujo quadro, às vezes, se superpõe ao quadro da dengue. Alguns pacientes desenvolvem bradicardia sem repercussão hemodinâmica, desaparecendo no final da convalescência.

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O conhecimento da sequência das manifestações clínicas e laboratoriais ajuda a detectar pacientes que estejam evoluindo para formas graves. Pela complexidade e não conhecimento claro da fisiopatologia da dengue, pela presença de co-morbidade e co-infecções associadas, pode-se ter apresentações clínicas diferentes das formas clássicas. Quando não existem complicações, a recuperação é rápida e sem sequelas.

Drogas inotrópicas

• Dopamina: 5-10 microgramas/kg/min.

• Dobutamina: 5-20 microgramas/kg/min.

• Milrinona: 0,5 a -0,8 microgramas/kg/min. - Atenção - Dose corrigida.

Drogas vasoativas

• Quando necessário, usar protocolo para choque séptico pediátrico.

Quadro 07: Comparações entre SCD e choque séptico

SCD Choque Séptico

Temporalidade clássica – choque hipovolêmico após defervescência

Comprometimento hemodinâmico variável

Normo ou hipotermia Hipertermia

Nível de consciência melhor Nível de consciência comprometido

Síndrome de extravasamento vascular mais insidiosa

Síndrome de extravasamento plasmático mais rápida

Predomínio de RVS (choque frio)/extravasamento vascular DC .|. .|. (bradicardia) = débito cardíaco

• RVS / extravasamento vascular • RVS / sem extravasamento vascular • DC (taquicardia)

• Hipotensão - PA diferencial convergente <20 mmHg • Pressão de pulso estreita

• Hipotensão • Pressão de pulso ampla

Lactato | Lactato ||

CIVD (+precoce?) CIVD

• Sangramento mais vultoso (VAS) • HT |

• Plaquetas

• Leucócitos

• Sangramento • HT .|.

• Plaquetas

• Leucócitos

Evolução e recuperação mais rápidas • Não tem diferença de mortalidade • Menor necessidade de ventilação mecânica (VM) e drogas vasoativas • Menor SIRS

Evolução e recuperação mais lentas • Não tem diferença de ortalidade • Maior necessidade de VM e drogas vasoativas

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• Maior SIRS

VII- Indicações para internação hospitalar:

a) Presença de sinais de alarme.

b) Recusa na ingestão de alimentos e líquidos.

c) Comprometimento respiratório: dor torácica, dificuldade respiratória, diminuição

do murmúrio vesicular ou outros sinais de gravidade.

d) Plaquetas <20.000/mm3, independentemente de manifestações hemorrágicas.

e) Impossibilidade de seguimento ou retorno à unidade de saúde.

f) Co-morbidades descompensadas como diabetes mellitus, hipertensão arterial,

insuficiência cardíaca, uso de dicumarínicos, crise asmática, etc.

g) Outras situações a critério médico.

VIII - Critérios de alta hospitalar

Os pacientes precisam preencher todos os seis critérios a seguir:

• Ausência de febre durante 24 horas, sem uso de terapia antitérmica;

• Melhora visível do quadro clínico;

• Hematócrito normal e estável por 24 horas;

• Plaquetas em elevação e acima de 50.000/mm3;

• Estabilização hemodinâmica durante 24 horas;

• Derrames cavitários, quando presentes, em regressão e sem repercussão clínica.

5.2. Componente 02: Vigilância Epidemiológica e Entomológica

Tem, como objetivo, acompanhar o número dos casos, a infestação e dispersão espacial do vetor e prevenir a ocorrência de epidemias, sendo de fundamental importância que a implementação das atividades de controle ocorra em momento oportuno. A vigilância da Dengue já conta com recursos necessários, como sistemas de informação (SINAN - Sistema de Informação de Agravos de Notificação e SISFAD – Sistema de Informação de Febre Amarela e Dengue) e profissionais.

5.2.1. Vigilância Epidemiológica:

O objetivo da vigilância da dengue é a disponibilização de dados que orientem a tomada de decisões, em especial a implementação das atividades de controle em momento oportuno. Nesse caso, a oportunidade é entendida como

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detecção precoce dos casos e adoção de medidas de bloqueio adequadas para interromper a transmissão.

5.2.1.1. Fluxo de notificação

Quadro 08: Notificação casos suspeitos de Dengue.

A Dengue é uma doença de NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA, sendo que devem ser adotados os seguintes procedimentos para a notificação:

No atendimento do paciente:

- Preencher Ficha de Notificação (SINAN), se em período não epidêmico. Se houver epidemia instalada, preencher notificação simplificada.

- Solicite coleta de soro (no mínimo 05 ml de sangue sem o uso de anticoagulante). Esta coleta deverá ser feita a partir do primeiro dia até o 5° dia do inicio dos sintomas para ELISA NS1, e a partir do 7° dia do início dos sintomas para ELISA IgM.

- A partir da Notificação, a Equipe de Controle Epidemiológico fará a investigação epidemiológica do caso e informará ao Núcleo de Controle de Endemias (NUEND) para a realização da vigilância ambiental.

- A confirmação Laboratorial do caso é realizada via LACEN/CE ou em laboratórios da rede privada.

A confirmação laboratorial do caso, através do teste Elisa NS1, é possível a partir do 1° dia do início dos sintomas, por isso a notificação do caso deve ser IMEDIATA (no momento da hipótese diagnóstica).

É esta notificação que possibilita a oportuna intervenção ambiental (busca e eliminação do vetor; busca ativa de outros casos de suspeitos da doença).

Ações Estratégicas:

Capacitar os profissionais da UBS a preencher corretamente a ficha de notificação do SINAN;

Firmar parceria com a rede privada de atendimento (clínicas, consultórios, laboratórios etc.) Para notificação de casos suspeitos, com recolhimento diário de notificações.

Manter o SINAN como único sistema de informações de notificação de casos. Nos períodos de epidemia, poderá ser adotado sistema de notificação simplificado por tabela (modelo em anexo) para o envio das informações, porém logo após os dados devem ser colocados no SINAN;

Produzir indicadores prioritários de acompanhamento da situação epidemiológica do município seguindo PNCD;

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Promover nas reuniões mensais das UBS a retroalimentação aos profissionais sobre a situação da dengue e do controle entomológico no bairro de ação;

Manter a coleta de sangue nas UBS para detecção e confirmação laboratorial precoce dos casos de dengue notificados;

Realizar investigação de todos os casos notificados de dengue como preconizado pelo Ministério da Saúde;

Firmar parceria com a Secretaria de Saúde do Estado para realização de isolamento viral;

Disponibilizar mecanismos alternativos de notificação (telefone e notificação on-line).

5.2.2. Vigilância Entomológica:

A vigilância entomológica representa o caráter mais preventivo das ações que podem ser desenvolvidas em relação ao controle do Dengue. Os reduzidos investimentos nas atividades de vigilância entomológica repercutem na indefinição de estratégias que poderiam ser mais eficientes no controle do Dengue. A boa condução das ações de vigilância entomológica propiciam o melhor investimento em prevenção de ocorrência de grandes epidemias.

Ações Estratégicas:

Realizar 4 ciclos de Levantamentos Rápidos de Infestação por Aedes aegypti, nos meses de janeiro, março, julho e outubro;

Elaborar mapas de situação para acompanhamento da infestação no município.

5.3. Componente 03: Combate ao Vetor

Ações Estratégicas:

Intensificar as ações de combate ao vetor, com a e realização de 06 (seis) ciclos de visita domiciliar e tratamento de depósitos na zona urbana e 3 na zona rural rural ao longo do ano;

Promover a territorialização das áreas de atuação dos Agentes de Controle de endemias;

Realizar contratação/concurso com vagas direcionadas para áreas específicas (distritos) da zona rural;

Realizar 12 (doze) ciclos de visita e tratamento em pontos estratégicos;

Realizar vistoria e notificação dos imóveis de difícil acesso e recusas;

Realizar o bloqueio, em temo oportuno, com batida de foco (bomba costal e tratamento focal) nos imóveis com casos suspeitos e vizinhos, no raio mínimo de 50 metros;

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Manter equipe de redução de pendência em horário especial e finais de semana;

Promover a melhoria das ações de controle vetorial, com intensificação da supervisão e vinculação doa gratificação de produtividade, já existente no município, a metas de produção e qualidade do serviço.

5.4. Componente 04: Integração com a Atenção Básica

Este componente tem como objetivo principal implementar na rotina dos serviços das Unidades Básicas de Aracaju as ações de prevenção e controle da dengue, priorizando as ações educativas e de promoção à saúde.Além dessas ações, os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) contribuirão para aumentar a sensibilidade do sistema de vigilância por meio da notificação imediata da ocorrência de casos, bem como as equipes de saúde da família atuarão para realizar o diagnóstico oportuno e o tratamento adequado das formas graves e hemorrágicas, resultando na redução da letalidade.

Outro importante papel é o de promover mudanças de hábito da comunidade, por meio da incorporação de práticas e atitudes que ajudem a prevenir e controlar a dengue com orientação das Equipes de Saúde da Família e os Agentes de Saúde.

As atribuições dos ACS, de acordo com a Portaria MS nº44, de 03/01/2002, são as seguintes:

Atuar junto aos domicílios informando os seus moradores sobre a doença – seus sintomas e riscos - e o agente transmissor;

Informar o morador sobre a importância da verificação da existência de larvas ou mosquitos transmissores da dengue na casa ou redondezas;

Vistoriar os cômodos da casa, acompanhado do morador, para identificar locais de existência de larvas ou mosquito transmissor da dengue;

Orientar a população sobre a forma de evitar e eliminar locais que possam oferecer risco para a formação de criadouros do Aedes aegypti;

Promover reuniões com a comunidade para mobilizá-la para as ações de prevenção e controle da dengue;

Comunicar ao instrutor/supervisor do PSF a existência de criadouros de larvas e ou mosquitos transmissores da dengue, que dependam de tratamento químico, da intervenção da vigilância sanitária ou de outras intervenções do poder público;

Encaminhar casos suspeitos de dengue à Unidade Básica, de acordo com as orientações da Secretaria Municipal de Saúde;

Ações Estratégicas:

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Capacitar os agentes comunitários de saúde nas ações de prevenção e controle da dengue;

Capacitar as equipes de saúde da família nas ações assistenciais adequadas para diagnóstico e tratamento das formas graves e hemorrágicas de dengue;

Promover orientações dirigidas a imóvel especiais (escolas, creches, igrejas, comércio, condomínio, etc)

Mobilizar a comunidade para desenvolver ações de prevenção e combate a dengue;

Instituir parcerias com a comunidade para realizar ações intersetoriais no combate da dengue;

Promover Educação Continuada na UBS com todos os profissionais/funcionários com relação à prevenção, combate e cuidados ao paciente com dengue;

Implantar ficha de investigação e retro-alimentação dos casos suspeitos de dengue;

Regulamentar, por meio legal,o fluxo de notificação e investigação.

5.5. Componente 05: Educação em Saúde, Mobilização Social e Comunicação

O principal objetivo desse componente é fomentar o desenvolvimento de ações educativas para a mudança de comportamento e a adoção de práticas para a manutenção do ambiente domiciliar preservado da infestação do Aedes aegypti, observadas a sazonalidade da doença e as realidades locais quanto os principais criadouros, bem como estimular a cidadania e inclusão da comunidade nas decisões das ações em saúde no combate a dengue.

Ações Estratégicas:

Elaborar um Programa de Educação em saúde e Mobilização social para a comunidade,

Promover a remoção de recipientes nos domicílios que possam se transformar em criadouros de mosquito;

Divulgar a necessidade de vedação dos reservatórios e caixas de água;

Implementar medidas preventivas para evitar proliferação do Aedes aegypti em imóveis desocupados;

Promover orientações dirigidas a imóvel especiais (escolas, igrejas, creches, comércio, condomínios, unidade de saúde, clínicas, etc)

Organizar o Dia Nacional de Mobilização contra a dengue, em novembro;

Implantar ações educativas contra a dengue na rede de ensino básico e fundamental;

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Divulgar informações dirigidas ao prefeito para apresentar as ações que estão sendo desenvolvidas e as estratégias a serem adotadas;

Incentivar a participação da população na fiscalização das ações de prevenção e controle da dengue executada pelo poder público;

Utilizar material educativo de verificação de foco de dengue no trabalho dos ACS;

Trabalhar o assunto dengue em todos os grupos específicos: igrejas, escolas, idosos, associação do bairro, etc;

Firmar parcerias com instituições municipais no combate a dengue nos bairros;

Inserir conteúdos de educação em saúde, prevenção e controle da dengue nos programas de grande audiência, formadores de opinião pública;

Promover utilização de carro de som nos bairro para a divulgação sistemática durante o ano sobre a prevenção e combate a dengue;

Distribuir folhetos informativos sobre os cuidados na prevenção da dengue;

Inserir o assunto dengue nas escolas dos bairros;

Promover reuniões na comunidade para a divulgação dos trabalhos realizados e resultados obtidos.

Manter a mídia permanentemente informada, por meio de comunicados ou notas técnicas, quanto à situação do Programa Municipal de Controle da Dengue.

5.6. Componente 06: Capacitação de recursos humanos

O objetivo principal deste componente é capacitar os profissionais para maior efetividade das ações nas áreas de vigilância epidemiológica, entomológica, assistência ao doente e operações de campo.

Ações Estratégicas:

Realizar capacitação continuada para:

- Supervisores de campo para aperfeiçoamento das operações de combate ao vetor;

- Supervisores do PSF para a implementação das ações de prevenção e controle da dengue na atenção básica;

- Técnicos/multiplicadores para o aperfeiçoamento das atividades de vigilância epidemiológica;

- Médicos/multiplicadores para a melhoria da assistência aos pacientes com formas graves de dengue;

- Agentes comunitários de saúde nas ações de prevenção e controle da dengue;

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- Agentes de endemias para aperfeiçoamento das operações de combate ao vetor;

5.8. Componente 08: Acompanhamento e avaliação

O objetivo desse componente é promover o permanente acompanhamento da implantação e implementação do Plano de contingência, da execução das ações, da avaliação dos resultados obtidos e eventual redirecionamento ou adequação das estratégias adotadas.

Ações Estratégicas:

Avaliar através dos registros oficiais do Programa da Dengue (PCFAD) e LIRa o índice de infestação predial dos ciclos de trabalho para atuação;

Monitorar os índices de infestação para ações imediatas em condições de risco;

Avaliar o modelo de trabalho do Agente de Saúde através dos resultados obtidos na comunidade;

Criar planilhas de acompanhamento dos casos de dengue notificados e acompanhados pelas Unidades de Saúde;

Monitorar com indicadores qualitativos e quantitativos os resultados das ações desenvolvidas no controle da dengue nos bairros;

Encaminhar regularmente para o Conselho Municipal de Saúde os resultados alcançados nas ações de combate à dengue (dados epidemiológicos e entomológicos);

Enviar regularmente os dados da dengue à instância estadual, dentro dos prazos estabelecidos pelo gestor estadual;

Fazer reavaliações com as ESF sobre a forma de trabalho no combate a dengue;

Trabalhar com todas as Secretarias Municipais para a avaliação das ações desenvolvidas nos bairros;

Orientar a comunidade para a avaliação das responsabilidades das ações desenvolvidas por ela em relação ao plano de trabalho na prevenção da dengue.

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6. Contatos Institucionais

PREFEITO MUNICIPAL

NOME Carlos Felipe Saraiva Beserra

ENDEREÇO Rua: Manoel Augustinho, 544 - Bairro: São Vicente

TELEFONE (88) 3692 3315

FAX (88) 3692 3315

EMAIL [email protected]

SECRETÁRIO MUNICIPAL DE SAÚDE

NOME Humberto César Frota Gomes

ENDEREÇO Rua Gomes Coutinho, 630 - Bairro: São Vicente

TELEFONE (88) 3692 3355 / 3692 33 56

FAX (88) 3692 33 56

EMAIL [email protected]

Crateús-CE, dezembro 2012

Carlos Felipe Saraiva Beserra

Prefeito Municipal

Humberto César Frota Gomes

Secretário Adjunto de Saúde

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ANEXOS

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Anexo 01: Quantidade de leitos e Insumos necessários para atendimento a pacientes com suspeita de Dengue (Conforme Portaria nº 2.557, de 28 de

outubro de 2011)

População IBGE: 73.102

Nº de casos estimados (2% da população): 1.464

LEITOS:

ITEM DESCRIÇÃO PARÂMETRO Nº

01 Leitos de Enfermaria 7% do Nº de casos estimados 103

02 Leitos UTI 10 % dos leitos de enfermaria 10

EXAMES:

ITEM DESCRIÇÃO PARÂMETRO Nº

01 Hemograma Nº de casos estimados X 2 2.928

INSUMOS:

ITEM DESCRIÇÃO PARÂMETRO Nº

01 Sais de reidratação oral

Número de casos de dengue estimados no período x 2 x 3

8.784

02 Soro fisiológico 0,9% (frascos de 500 ml)

15% de casos de dengue estimados no período x 8

1.757

03 Cadeira de Reidratação

15 % dos casos estimados de dengue por dia

8

04 Cartões de acompanhamento

Número de casos de dengue estimados no período x 2

2.928

MEDICAMENTOS:

ITEM DESCRIÇÃO PARÂMETRO Nº

01 Dipirona / Paracetamol número de casos previstos no período x 3g (dose diária) x 3 dias (período febril)

26.352

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Anexo 02: Cartão de acompanhamento de pacientes suspeitos de dengue:

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Anexo 03: Classificação de risco de pacientes suspeitos de dengue:

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Anexo 04: Planilha Simplificada de Notificação:

NÚCLEO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

BOLETIM DE NOTIFICAÇÃO DE CASOS DE DENGUE

Unidade de Notificação: ________________________ Semana Epidemiológica: __________________ Mês: _______________ Ano: _________

Data

da N

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Page 59: Plano de contingência da Secretaria Municipal da Saúde de Crateús para Prevenção e Controle de Epidemia de Dengue (2013)

PREFEITURA MUNICIPAL DE CRATEÚS

SECRETÁRIA DE SAÚDE

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