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POLIANA DE JESUS PENHA DA SILVA PREENCHIMENTO DE CANAIS RADICULARES OVAIS COM DUAS TÉCNICAS DE OBTURAÇÃO USANDO O SISTEMA ENDOSEQUENCE: ANÁLISE POR MICROTOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA 2017 Programa de Pós-Graduação em Odontologia Av. Alfredo Baltazar da Silveira, 580, cobertura 22790-710 Rio de Janeiro, RJ Tel. (0XX21) 2497-8988

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POLIANA DE JESUS PENHA DA SILVA

PREENCHIMENTO DE CANAIS RADICULARES OVAIS COM DUAS TÉCNICAS DE OBTURAÇÃO USANDO O

SISTEMA ENDOSEQUENCE: ANÁLISE POR MICROTOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

2017

2017

Programa de Pós-Graduação em Odontologia Av. Alfredo Baltazar da Silveira, 580, cobertura

22790-710 – Rio de Janeiro, RJ Tel. (0XX21) 2497-8988

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POLIANA DE JESUS PENHA DA SILVA

PREENCHIMENTO DE CANAIS RADICULARES OVAIS COM DUAS TÉCNICAS DE OBTURAÇÃO USANDO O SISTEMA ENDOSEQUENCE: ANÁLISE POR

MICROTOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA

Projeto de dissertação apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Odontologia, da Universidade Estácio de Sá, como parte dos requisitos para a obtenção do grau de Mestre em Odontologia (Endodontia).

Orientadores:

Prof. Dr. Flávio Rodrigues Ferreira Alves

Profa. Dra. Marília Fagury Videira Marceliano Alves

UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

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RIO DE JANEIRO 2017

DEDICATÓRIA

À Deus por estar sempre abençoando minha vida e por permitir que eu

chegasse até aqui. Aos meus pais queridos, Eduardo Luiz e Sueli de

Jesus por sempre me proporcionarem amor e acreditarem nos meus

sonhos. Por me incentivarem e lutarem comigo para a conquista dos

meus objetivos. Ao meu noivo Augusto César, pelo amor, carinho,

companheirismo e apoio em todos os momentos. Amo vocês.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus pela vida, por ter saúde para seguir em busca dos

meus objetivos e sei que sempre está ao meu lado me dando forças em todos

os momentos inclusive nos mais difíceis e para toda sua honra e glória

conseguir chegar até aqui.

Agradeço aos meus pais amados e queridos Eduardo Luiz e Sueli de

Jesus que sempre lutaram para me ajudar a conseguir conquistar meus

sonhos. Obrigada por todo amor, carinho e apoio e serem meu alicerce na vida.

Tudo que conquistei até hoje devo ao amor e dedicação de vocês comigo. O

amor de vocês é fundamental em tudo na minha vida. Amo muito vocês e

obrigada por tudo.

Agradeço ao meu noivo querido Augusto César por estar sendo tão

especial e companheiro nesta fase tão importante na minha vida. Obrigada

pela sua ajuda, seu amor, carinho e pela força nos momentos que mais

precisei. Te amo muito.

Agradeço ao meu orientador Prof. Dr. Flávio Rodrigues Ferreira Alves,

um grande exemplo de profissional de excelência e de pessoa íntegra.

Obrigada por todos os conhecimentos que adquiri com seu profissionalismo,

pela orientação e empenho no nosso trabalho. Agradeço por confiar em mim

esta pesquisa que realizamos com muita dedicação.

Agradeço a minha orientadora Profa. Dra. Marília Fagury Videira

Marceliano Alves, exemplo de profissional dedicada e competente que realiza

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tudo com muita organização e empenho. Obrigada pela orientação e dedicação

ao nosso trabalho e por todo conhecimento que pude adquirir. Obrigada por

toda ajuda na análise microtomográfica da nossa pesquisa.

Agradecimento especial ao Prof. Dr José Claudio Provenzano por toda

ajuda, profissionalismo e dedicação na parte da análise microtomográfica do

meu trabalho. Muito obrigada.

Ao grande mestre Prof. Dr. José Freitas Siqueira Júnior, por toda sua

obra e dedicação por anos a fim de engrandecer cada vez mais a Endodontia.

Obrigada por todo ensinamento que o senhor nos proporciona.

A todos os professores do Programa de Pós Graduação em

Odontologia da Estácio, Fábio Ramôa, Isabela Rôças, Lúcio Gonçalves, Hélio

Lopes, Mônica Neves, Dennis Carvalho e Fábio Vidal por todos os

conhecimentos que adquiri durante este curso e por serem uma equipe de

excelência.

À querida Prof. Dra. Luciana Armada Dias por todo conhecimento

adquirido, um grande exemplo de profissional e de pessoa. Obrigada por toda

motivação durante o curso.

Agradeço minhas amigas queridas, que Deus colocou no meu caminho

nesse curso por todo apoio e amizade em todos os momentos que passamos

juntas: Marília Lemos, Cristiane, Rosana, Katia Azevedo e Taís.

Aos amigos Carolina, Gaya, Alejandro, Márcia, Simone Loyola, Fernanda

Neder, Carolina Saldanha, Pâmela Lotti, Natália Freire, Gabriel Leite e Maria

Joana que fizeram este curso se tornar ainda mais especial.

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À amiga Rosana que estamos caminhando juntas desde da faculdade

agradeço por toda amizade, ajuda e apoio em todos os momentos do curso e

da vida. Você é muito especial para mim.

À amiga Cristiane obrigada por todo carinho, apoio e ajuda durante todo o

curso. Agradeço por sua amizade que é muito importante para mim.

Obrigada a amiga Rafaela por toda ajuda na parte laboratorial deste

trabalho.

À querida Angélica sempre tão dedicada e amada por todos os alunos

obrigada por todo seu carinho e ajuda sempre.

À querida Prof. Dra. Helena Rabang por todo incentivo, amizade, apoio e

ser fundamental ao meu amor e realização na Endodontia. Um grande exemplo

de profissional e de pessoa, minha eterna admiração.

À minha querida Comandante Ivonete por acreditar em mim e lutar

comigo para que eu conseguisse a autorização de realizar esse sonho de

realizar o mestrado. Obrigada por tudo. Às queridas Comandantes Roberta

Deris, Laura e Graziela obrigada por todo apoio em ajudar este sonho se tornar

realidade. Minha eterna gratidão às senhoras.

À minha amiga irmã Roberta por todo amizade, apoio e estar sempre ao

meu lado em todos os momentos. Agradeço a Deus por ter colocado você na

minha vida. À amiga querida Fernanda Monteiro pela amizade e apoio.

Obrigada por toda ajuda. Às amigas Karina e Viviam obrigada pela amizade e

carinho sempre comigo. Vocês são muito especiais para mim.

À todos que direta ou indiretamente colaboraram para a realização deste

trabalho e conclusão deste curso, com o qual eu tanto sonhei.

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EPÍGRAFE

“Não nos atrevemos a neles crer porque já estamos

antes convencidos de que não podem ser outra coisa que

um sonho. E, entretanto, existem. E, entretanto, há

estrelas. Bastaria erguer a cabeça para vê-las”.

J.L. Martín Descalzo

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ÍNDICE

RESUMO............................................................................................. ix

ABSTRACT.......................................................................................... x

LISTA DE FIGURAS ...........................................................................

LISTA DE TABELAS............................................................................

LISTA DE ABREVIATURAS ...............................................................

1. INTRODUÇÃO ................................................................................

2. REVISÃO DE LITERATURA ...........................................................

3. JUSTIFICATIVA ..............................................................................

4. HIPÓTESE ......................................................................................

5. OBJETIVOS ....................................................................................

6. MATERIAIS E MÉTODOS ..............................................................

7. RESULTADOS ................................................................................

8. DISCUSSÃO ...................................................................................

9. CONCLUSÃO..................................................................................

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................

11. ANEXOS........................................................................................

xi

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xiv

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RESUMO

Objetivo. Comparar a qualidade do preenchimento de canais radiculares ovais

com a técnica de obturação utilizando o cimento biocerâmico Endosequence

BC Sealer em comparação com a técnica clássica da Compactação Lateral a

Frio. Materiais e Métodos. De uma amostra inicial de 210 pré-molares foram

selecionados 30 espécimes com canais ovais através de exame de

Microtomografia computadorizada. Os canais foram instrumentados por técnica

manual e depois na fase de obturação as raízes foram divididas em dois

grupos de 15 espécimes em cada grupo. Sendo um grupo obturado pela

técnica do fabricante do Endosequence e o outro grupo obturado pela técnica

da Compactação Lateral a Frio. Logo após os grupos foram analisados

novamente por micro-TC e os espaços vazios do preenchimento foram

quantificados em 5mm e 10mm do canal. Em seguida foi realizada a análise

estatística da amostra teve como significância o valor de p<0,05. Resultados.

De acordo com os dados obtidos não houve diferença estatisticamente

significante entre a técnica do Fabricante e da Compactação Lateral à Frio.

Conclusão. Considerando a metodologia empregada e as limitações deste

estudo in vitro, não houve diferença significante entre ambas as técnicas de

obturação usando o cimento Endosequence BC (a proposta pelo fabricante e a

Técnica da Compactação Lateral à frio), em ambos os níveis avaliados (10 mm

e 5 mm do ápice radicular).

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Palavras-chave: Canais ovais; cimentos biocerâmicos; Endosequence BC;

Microtomografia por Rx

ABSTRACT

Aims. To compare the quality of oval root canal filling with the obturation

technique using the Endosequence BC Sealer bioceramic cement, compared to

the classical Cold lateral condensation technique. Materials and Methods.

From an initial sample of 210 premolars, 30 specimens with oval channels were

selected by computerized microtomography. The canals were instrumented by

manual technique and then in the obturation phase the roots were divided into

two groups of 15 specimens in each group. Being one group obturated by the

technique of the manufacturer of Endosequence and the other group obturated

by the technique of Cold Compression. Soon after, the groups were analyzed

again by micro-CT and the voids of the filling were quantified in 5mm and 10mm

of the canal. Afterwards, the statistical analysis of the sample was performed

with a significance of p <0.05. Results. According to the data obtained there

was no statistically significant difference between the Manufacturer technique

and Cold Side Compaction. Conclusion. Considering the methodology

employed and the limitations of this in vitro study, there was no significant

difference between the two filling techniques using the Endosequence BC

cement (the one proposed by the manufacturer and the Cold Side Compaction

Technique) at both levels evaluated (10 mm and 5 mm from the root apex).

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Keywords: Oval canals; Bioceramic sealers; Endosequence BC; Rx

Microtomography

LISTA DE FIGURAS

Figura 1. Radiografia inicial dos espécimes nas angulações ortoradial e

mésio-distal .....................................................................................

28

Figura 2. Microtomógrafo (SkyScan 1174 V 2; Bruker Micro CT) do

laboratório de Microtomografia Computadorizada da Universidade

Estácio de Sá - Rio de Janeiro – RJ ...............................................

30

Figura 3. Imagem ilustrativa. A - Anel em aço inoxidável; B - Apoio para os

dentes em resina Duralay, o qual fica fixado na mesa giratória do

aparelho SkyScan 1174 v 2 .............................................................

30

Figura 4. Kit de cimento biocerâmico Endosequence (Fonte:

www.brasselerusa.com) ...............................................................

36

Figura 5. Imagem ilustrativa de cone de guta-percha Endosequence

(Fonte: www.brasselerusa.com).....................................................

36

Figura 6. Kit de cimento biocerâmico Endosequence e cone 50.02

Endosequence ...............................................................................

37

Figura 7.

Imagem representativa de um teste piloto demontrando a

sequência de segmentação dos espaços vazios,após obturação

com as técnicas em

teste.....................................................................................

39

Figura 8. Imagem representativa de uma raiz tratada com Endosequence

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BC sealer - técnica do fabricante. A. Vista vestibular pós

obturação. B. A mesma vista vestibular demonstrando os

espaços do canal não preenchidos pela obturação........................

43

Figura 9.

Imagem representativa de uma raiz tratada com Endosequence

BC sealer - técnica da Compactação Lateral a Frio. A. Vista

vestibular pós obturação. B. A mesma vista vestibular

demonstrando os espaços do canal não preenchidos pela

obturação.......................................................................................

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Divisão da amostra em grupos experimentais adotados no

trabalho.............................................................................................

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Tabela 2. Percentual de espaços não preenchidos pela obturação

considerando o volume do canal preparado (volume da massa

obturadora somado ao volume dos espaços

vazios.................................................................................…..........

42

Tabela 3. Comprimento das obturações realizadas pelas duas técnicas....... 58

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LISTA DE ABREVIATURAS, SÍMBOLOS E SIGLAS

BC

BR

CT

CWC

EDTA

Micro TC

MTA

NaOCl

NiTi

PG

PQM

Biocerâmico

BioRace

Comprimento de Trabalho

Continuous wave Condensation

Ácido etilenodiamino Tetraacético

Microtomografia computadorizada

Mineral Trióxido Agregado

Hipoclorito de sódio

Níquel Titânio

Pro Gliden

Preparo químico-mecânico

Tabela 4. BC Sealer cone único 10 mm………………………………………… 58

Tabela 5. BC Sealer cone único 5 mm………………………………………..… 59

Tabela 6. BC Sealer compactação lateral 10 mm... ........................................ 59

Tabela 7. BC Sealer compactação lateral 5 mm........................................... 60

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PTN

PTr

PUI

Rc

SAF

SCR

SR

Pro Taper Next

Pro Taper rotatória

Passive ultrasonic irrigation

Reciproc

Self Adjusting File

Sistema de canais radiculares

ScoutRace

1. INTRODUÇÃO

Embora o sucesso do tratamento endodôntico esteja relacionado com

todas as etapas que o compõem, desde o diagnóstico até a proservação,

pode-se afirmar que a obturação tridimensional dos canais radiculares é

desejável para obter um tratamento eficaz. O objetivo desta etapa é perpetuar

as condições de desinfecção conseguidas após a instrumentação e irrigação,

e impedir a percolação do exsudato perirradicular para o interior do sistema de

canais radiculares, proporcionando um ambiente biologicamente favorável

para o reparo dos tecidos perirradiculares (ANDERSON et al., 2009).

Cabe ressaltar que uma das causas responsáveis pela elevada taxa

de insucesso da terapia endodôntica é a dificuldade de muitos profissionais

em conhecer a anatomia interna dos canais radiculares. Neste sentido, canais

ovais com anatomia achatada são um grande desafio, pois sua ocorrência é

frequente e a existência de áreas de reentrâncias favorece a permanência de

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remanescentes teciduais e bacterianos, após o preparo químico e mecânico

(RIBEIRO et al., 2013; SIQUEIRA et al., 2013).

WALTON & VERTUCCI (1997) ressaltam que em termos de sucesso

de tratamento endodôntico, a importância do conhecimento da anatomia

interna dos canais radiculares não pode ser negligenciada e a falta de atenção

a este princípio pode levar ao insucesso. Os autores enfatizam que não é

somente fundamental conhecer as configurações normais ou mais comuns da

anatomia interna dentária, mas também ter o conhecimento das variações

anatômicas. Nesse contexto é importante que o profissional tenha um

conhecimento tridimensional da anatomia interna dentária para que se

obtenha um diagnóstico e um plano de tratamento preciso.

INGLE et al. (1962) relacionou o insucesso do tratamento

endodôntico à inadequada ou incompleta obturação dos canais radiculares.

Nos últimos tempos, grande ênfase tem sido dada ao desenvolvimento de

materiais e técnicas que promovam uma obturação tridimensional, essencial

para o sucesso em longo prazo.

Estudos demonstram que os canais radiculares devem ser selados

apical, coronal e lateralmente, na tentativa de reduzir possíveis infiltrações

(SIQUEIRA et al., 2000; SIQUEIRA et al., 2015c). Cabe ressaltar que a

obturação endodôntica deve ser realizada a contento de maneira que se

evitem espaços vazios, que podem servir de nichos para a proliferação de

micro-organismos resistentes ao preparo químico-mecânico, ou que possam

ter acesso ao sistema de canais radiculares (SCR). Além disso, uma

obturação adequada depende da combinação de técnicas e materiais

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obturadores, que apesar de terem evoluído, ainda são propensos à falhas

(BRANSTETTER & VON FRAUNHOFER, 1982; SIQUEIRA et al., 2015c).

Dentre as propriedades de um material obturador ideal estão a adesão

às paredes do canal e o preenchimento. E esta adesão adequada do material

obturador endodôntico às paredes do canal radicular representa ainda hoje

um grande desafio para Endodontia, devido à interface que se forma entre o

material obturador e a superfície dentinária. Cabe destacar que os materiais

obturadores mais comuns utilizados na Endodontia são a guta-percha e o

cimento endodôntico. A guta-percha é um material impermeável que não se

adere às paredes dentinárias, portanto é necessário a associação da guta-

percha a um cimento endodôntico para o melhor preenchimento do sistema de

canais radiculares (SIQUEIRA et al., 2015a).

Vários materiais obturadores foram lançados nos últimos tempos,

incorporando conceitos de adesão proveniente da dentística restauradora.

Com esses materiais surgiu então o conceito de “monobloco”, uma alusão à

ausência de interface entre o material obturador e a parede dentinária,

idealizada para os cimentos endodônticos (TORABINEJAD et al., 1995;

JOHNSON et al., 2000; FRANSEN et al., 2008). Sendo assim, uma das

características de material de preenchimento considerada ideal no momento

consiste na criação de um monobloco dentro do espaço do canal. É

importante mencionar que o conceito monobloco significa a criação de uma

adesão entre um material sólido, o cimento e a parede de dentina evitando

assim os espaços vazios na obturação endodôntica (LEONARDO, 2009). O

primeiro sistema de obturação em monobloco surgiu com o material

denominado Resilon/Epiphany (Pentron Clinical techonologies, Wallingford,

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EUA). O resilon é um polímero de policaprolactona que contém partículas de

vidro bioativo e radiopacas e o Epiphany é um cimento resinoso dual que se

liga tanto a parede dentinária quanto ao cone de Resilon (SHIPPER et al.,

2004).

Posteriormente surgiram na Endodontia os materiais biocerâmicos

que são produzidos com biocerâmica nanosférica e que permite que as suas

partículas entrem no interior dos túbulos dentinários, e interajam com a

umidade presente na dentina radicular. Este tipo de propriedade elimina o

potencial de contração do cimento, aumentando a estabilidade dimensional do

material. Cabe ressaltar também que os biocerâmicos são produzidos como

um produto pré-misturado para fornecer ao profissional um material de

preenchimento mais homogêneo e consistente (DAMAS et al., 2011).

Neste contexto, o desenvolvimento das tecnologias das

biocerâmicas na Endodontia a fim de melhorar a qualidade de obturação dos

canais radiculares têm sido discutido na Literatura. Contudo, ainda existem

poucos trabalhos avaliando suas propriedades físico-químicas e mecânicas

com resultados em longo prazo. Desta forma, o objetivo deste trabalho é

avaliar a qualidade da obturação promovida pelo cimento biocerâmico

Endosequence BC Sealer (Brasseler, Savannah, USA) comparando a

Técnica de obturação sugerida pelo fabricante com a Técnica da

Compactação Lateral a Frio, valendo-se da microtomografia

computadorizada (micro-TC) como método de avaliação.

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2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1. Importância da obturação tridimensional do sistema de canais radiculares (SCR)

No momento em que existe um SCR e não somente um canal

principal, cabe ao endodontista cada vez mais buscar o conhecimento

completo das variações anatômicas radiculares e intrarradiculares. Isto

porque juntamente ao canal principal podem existir inúmeras ramificações,

deltas apicais e istmos entre outras variações. Diante desse contexto, o

profissional de Endodontia deve se preocupar sempre em realizar um

tratamento endodôntico de excelência que permita um preparo químico-

mecânico adequado e planejado para cada situação clínica e com isso

possa alcançar uma obturação tridimensional endodôntica.

De acordo com SCHILDER (1967) o sucesso da terapia

endodôntica está diretamente relacionado à limpeza, modelagem e

obturação tridimensional do sistema de canais radiculares. Para atingir

estes objetivos, o tratamento endodôntico é composto por uma série de

procedimentos que se interrelacionam e possuem igual importância.

SCHILDER (1974) discutiu a limpeza e modelagem dos canais

radiculares salientando a importância em fornecer uma configuração cônica

afunilada, com menor diâmetro apical sem transporte do forame,

favorecendo a posterior obturação do SCR.

De acordo com LEAL (1998) obturar um canal radicular significa

preenchê-lo em toda sua extensão com um material inerte ou antisséptico

que sele permanentemente da maneira mais hermética possível, não

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interferindo e de preferência estimulando o processo de reparo apical e

perirradicular que deve ocorrer após o tratamento endodôntico. Com isso,

inúmeros estudos foram feitos para demonstrar que as obturações

inadequadas dos canais radiculares estão intimamente relacionadas aos

fracassos de tratamento endodôntico. Outro trabalho de pesquisa relata que

um dos objetivos do tratamento endodôntico é conseguir uma vedação

hermética tridimensional do complexo sistema de canais radiculares com a

finalidade de evitar a entrada de micro-organismos e/ou de seus

subprodutos através das vias coronárias e apicais. A guta-percha é o

material mais utilizado na obturação do canal radicular, porém apesar das

suas importantes propriedades, como a biocompatibilidade e a

termoplasticidade, esse material tem um importante limite: a falta de adesão

às paredes do canal radicular. Desta forma, ao longo dos anos várias

tentativas têm sido feitas para solucionar este problema, como por exemplo,

a utilização dos cimentos endodônticos capazes de se ligarem à dentina do

canal (SOUZA FILHO et al., 2012).

2.2. O conhecimento da anatomia do canal oval

O conhecimento da anatomia do canal radicular e suas variações

anatômicas juntamente com o diagnóstico correto e plano de tratamento

adequado para cada caso clínico são fundamentais para o sucesso da

terapia endodôntica (VERTUCCI, 2005). A anatomia do SCR é bastante

complexa e a presença de um canal reto com forame único é exceção

(VERTUCCI, 2005).

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WU et al (2000) realizaram um trabalho onde foi analisado 180

dentes humanos extraídos, 20 para cada grupo de dentes. Cada raiz foi

seccionada horizontalmente a 1, 2, 3, 4 e 5 mm do ápice. Os diâmetros dos

canais foram medidos com um microscópio de medição e foi observado que

o canal oval longo é muito comum nos 5 mm apicais da raiz em dentes

humanos. Muitos canais ovais longos e estreitos seriam impossíveis de

instrumentar completamente sem perfurar ou enfraquecer significativamente

as raízes. Portanto, deve-se ter muito cuidado na limpeza, moldagem e

obturação destes canais ovais.

Um estudo de MILANEZZI et al. (2013) teve como objetivo descrever

a anatomia dos incisivos mandibulares por meio da tomografia micro-

computadorizada. Os incisivos mandibulares (n = 340) foram escaneados

com resolução de tamanho de voxel de 19 μm e o número de canais foi

classificado de acordo com a classificação de Vertucci (VERTUCCI et

al.,1974).Também foram mensurados os diâmetros maior e menor dos

canais radiculares , presença de canais ovais e análise tridimensional do

terço apical. Foram encontrados canais ovais no nível apical de 1 mm, com

prevalência de Vertucci tipo I 16,7% e de Vertucci tipo III 37,5%. Observou-

se que a presença de canais ovais aumentou no nível apical de 3 mm para

32,4% e 76,2% para as classificações de Vertucci tipo I e III,

respectivamente. Este trabalho conclui que as configurações tipo I e III

representam 92% dos incisivos mandibulares estudados. Dentro dessas

configurações anatômicas, os canais ovais no terço apical não eram

incomuns e mais prevalentes na anatomia do tipo III.

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2.3. Causas do fracasso da terapia endodôntica

O insucesso do tratamento endodôntico pode ser ocasionado por

diversos fatores como, por exemplo, falhas técnicas do profissional que

impossibilitem o controle e a prevenção da infecção endodôntica. Contudo,

existem situações que mesmo um tratamento adequado pode resultar em

fracasso. Nesses casos, estudos comprovam que o fracasso está

associado a fatores microbianos, caracterizando uma infecção

intrarradicular persistente, ou de mesmo uma infecção extrarradicular (NAIR

et al., 1990; SIQUEIRA, 2001). NAIR et al. (1990) e RICUCCI et al. (2009)

também afirmaram que a maioria dos casos tidos como fracasso, é

determinada pela presença de microrganismos persistentes na região

apical mesmo quando o tratamento endodôntico foi feito de maneira

considerada dentro dos padrões. Cabe ressaltar também que outro fator

considerável para o insucesso da terapia endodôntica é a recontaminação

do SCR decorrente da infiltração microbiana via coronária devido à

restauração provisória deficiente (WONG, 2004).

É importante mencionar que a microbiota associada ao fracasso do

tratamento endodôntico pode ser caracterizada como mista com menor

diversidade de espécies que as infecções primárias, sendo as bactérias

mais comuns nos casos de insucesso as Gram-positivas, sem um

predomínio significativo de anaeróbios estritos ou facultativos (RÔÇAS &

SIQUEIRA, 2012).

Por outro lado, existem também fatores não microbianos que

podem ser responsáveis pelo fracasso da terapia endodôntica como, por

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exemplo, reação de corpo-estranho nos tecidos perirradiculares que pode

ser consequente de extravasamento de material obturador ou também a

fatores intrínsecos como acúmulo de produtos de degeneração tecidual

(SIQUEIRA et al, 2015c).

2.3.1 Fracasso do tratamento endodôntico relacionado à forma ovalada

dos canais radiculares

As inúmeras variações morfológicas dos canais radiculares dos

diferentes grupos de dentes e entre os diferentes indivíduos, levaram ao

emprego da expressão SCR e, em razão deste sistema estar em

comunicação direta com os tecidos perirradiculares por meio de

ramificações, a falta de conhecimento dessa diversidade anatômica também

pode ser considerada uma das principais causas de insucesso do tratamento

(KEREKES & TRONSTAD, 1977).

A anatomia complexa do SCR muitas vezes apresenta um desafio

para o sucesso do tratamento endodôntico. Neste contexto um dos desafios

para Endodontia a respeito da anatomia interna são os canais ovais e ovais

longos. WU et al. (2000) relatam que podem ser considerados ovais longos

os canais cujos os maiores diâmetros são > a 2 vezes em relação aos

menores diâmetros. JOU et al. (2004) classificam os canais ovais da seguinte

forma: circulares quando o maior diâmetro é igual ao menor diâmetro; ovais

quando o maior diâmetro em cada terço for maior até 2 vezes mais que o

menor diâmetro; canais ovais longo quando o maior diâmetro for maior de 2 a

4 vezes do que o menor diâmetro e canais achatados quando essa

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proporção for maior do que 4 vezes. Diante deste fato,estes canais são

bastante desafiantes em termos de limpeza, modelagem e obturação e isso

se deve principalmente pela maior dimensão bucolingual e espaços

consequentemente não-instrumentados e obturados devido à dificuldade dos

intrumentos e materiais obturadores encostarem em todas as paredes dos

canais. (WU & WESSELINK, 2001,TOPCU et al., 2014).

Ao se tratar de preparo químico mecânico quando o canal é reto,

circular e estreito, os sistemas de limas rotatórias associadas à irrigação

constante e abundante podem produzir um resultado satisfatório. No entanto,

quando os canais são ovais a limpeza e modelagem utilizando a forma de

instrumentação descrita anteriormente ainda pode ser deficiente devido à

dificuldade do profissional conseguir instrumentar todas as paredes dos

canais e portanto, podem ocorrer muitos defeitos da obturação do canal

radicular são frequentemente encontrados (METZGER, 2014).

Quando se comparou a obturação de canais ovais pareados (pares

com morfologia similar) que foram instrumentados com limas rotatórias Pro

Taper (Dentsply Mailefer, Ballaigues, Suíça) e irrigação com seringa agulha

com os canais instrumentados pelo Sistema Self Adjusting File (SAF)

(ReDent-Nova, Ra’anana, Israel) com irrigação contínua, verificou-se uma

diferença estatisiticamente significante, sendo a limpeza mais efetiva com o

último método. A obturação foi realizada nos dois grupos pela técnica de

obturação termoplastificada Thermafill (Dentsply Tulsa Dental Products,

Tulsa, EUA) e os dentes foram seccionados a 6, 5, 4 e 3 mm do ápice. A

superfície de corte foi sujeita a medição morfométrica para estabelecer a

percentagem de área cheia de guta-percha (PGFA) para cada secção. Nos

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canais tratados com o Sistema SAF, não foram encontrados muitos detritos

e a guta percha foi bem adaptada a toda a circunferência do canal (DE

DEUS et al., 2012).

2.4. Materiais obturadores

Todas as fases da terapia endodôntica são fundamentais para o

sucesso do tratamento. Neste contexto, a fase da obturação tem como

objetivo principal a eliminação dos espaços vazios que outrora eram

ocupados pela polpa dentária e que podem servir de nichos para a

proliferação de micro-organismos que resistiram ao preparo do sistema de

canais radiculares (infecção persistente), ou que, posteriormente, adentraram

o canal e possam ocupar esses espaços vazios (infecção secundária)

(SIQUEIRA, 2008).

Os materiais obturadores mais comuns são a guta-percha e o cimento

endodôntico. A guta-percha foi introduzida na endodontia em 1867 por

Bowman. Desde então vários estudos estão vem sendo realizados a fim de

encontrar novos materiais para obturação do SCR, porém até agora, nenhum

substitui a guta-percha, que é universalmente considerada como padrão-ouro

quando se trata de obturação endodôntica (SIQUEIRA et al., 2015a).

Cabe ressaltar que a guta-percha pode ser considerada um material

impermeável, porém não adere às paredes dentinárias do canal radicular e,

portanto, há a necessidade de ser utilizada juntamente com um cimento

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endodôntico para uma melhor obturação do sistema de canais radiculares

(SIQUEIRA et al., 2015a).

Ao longo do tempo na Endodontia, diversos materiais foram utilizados

no selamento do SCR e na cirurgia perirradicular como materiais retro-

obturadores. Dentre esses materiais utilizados destacam-se o amálgama,

cimento contendo óxido de zinco e eugenol, cimento à base de resina e

cimento de ionômero de vidro, porém todos esses apresentavam

desvantagens por permitirem uma posterior infiltração bacteriana, por

apresentarem toxicidade e sensibilidade na presença de umidade

(TORABINEJAD & PARIROKH, 2010).

Neste contexto existem, portanto, no mercado diversos cimentos que

vêm sendo utilizados na Endodontia, como os a base de óxido de zinco e

eugenol (cimento de Grossman e N-Rickert), cimentos resinosos (AH 26 e

AH plus), cimentos contendo Hidróxido de Cálcio (Sealer 26 e Sealapex).

Contudo todos esses cimentos convencionais apresentam problemas que

podem prejudicar a qualidade da obturação. Dessa forma, na tentativa de

superar essas deficiências surgiram recentemente os cimentos biocerâmicos

à base de MTA (agregado trióxido mineral), como por exemplo o MTA

Fillapex e outros biocerâmicos como Endosequence e Biodentine (Septodont,

Saint Maur des Fossés, France). Todavia, é importante mencionar que

existem ainda uma literatura muito escassa em relação à quantidade de

pesquisas científicas desse material.

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27

2.4.1. Cimentos Biocerâmicos

As biocerâmicas são cerâmicas específicas para utilização em

medicina e na odontologia e são utilizadas na substituição de tecidos ou no

recobrimento de metais, com a finalidade de aumentar a biocompatibilidade

dos mesmos. Na área da saúde, as biocerâmicas mais utilizadas são:

alumina, zircônia, hidroxiapatita, fosfato de cálcio, silicato de cálcio e

cerâmicas de vidro. Neste contexto, quando um material contém na sua

composição biocerâmicas passa então a ser chamado de bioagregado como,

por exemplo, o agregado de trióxido mineral (MTA) que é basicamente

composto por biocerâmicas (silicatos, aluminatos e sulfato de cálcio) (KOCH

et al., 2010a).

Os bioagregados são produzidos em laboratório e possuem

particularidades importantes para a Endodontia: são de fácil manipulação e

estáveis dimensionalmente, têm boa capacidade de escoamento (fluidez) e

selamento, possuem alto pH e consequente poder antimicrobiano, são

biocompatíveis e bioativos (KOCH et al., 2010b).

Cabe ressaltar que os materiais biocerâmicos utilizados na

Endodontia apresentam-se principalmente de duas formas: como cimento

reparador (DAMAS et al., 2011) e como cimento endodôntico (LOUSHINE et

al., 2011).

Os materiais biocerâmicos apresentam as seguintes características:

pH alcalino, o que lhes conferem excelente efeito antimicrobiano, atividade

antibacteriana, radiopacidade e biocompatibilidade adequados, boa

capacidade de escoamento e selamento, fácil manipulação, possuem

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capacidade de osteogênicidade. Além disso, não sofrem contração

volumétrica e são quimicamente estáveis em ambiente biológico. Outra

vantagem deste material é a bioatividade, ou seja, a capacidade durante o seu

processo de endurecimento ou presa de formar hidroxiapatita, que influencia

na ligação entre a dentina e o material obturador formando um monobloco.

Somando se a isto, os biocerâmicos podem ser ainda classificados como

material bioinerte, por não interagir com o sistema biológico, sendo

quimicamente estável. Dessa forma, esses materiais são bastante indicados

para a aplicação odontológica devido as suas propriedades físicas, químicas e

biológicas (ZHANG et al., 2009; CANDEIRO et al., 2012; WANG, 2015).

O mineral trióxido agregado (MTA) foi o primeiro material biocerâmico

utilizado na Endodontia (KOCH et al., 2012), introduzido no mercado em 1998.

Este material foi desenvolvido na Universidade de Loma Linda (Loma Linda,

Califónia, EUA) (HAAPASALO et al., 2015) por TORABINEJAD et al. (1993),

com o objetivo inicial de selar as comunicações entre o SCR e o periodonto.

Desde então vários estudos comprovaram sua eficácia em diversas situações

clínicas, como por exemplo, nos casos de pulpotomia (HOLLAND et al., 2001;

MENEZES et al., 2004), como material utilizado na retro-obturação

(TORABINEJAD et al., 1994; TORABINEJAD & CHIVIAN, 1999), nos

preenchimentos e selamentos de áreas de reabsorção externa e interna

dentária (SCHWARTZ et al., 1999), na obturação do SCR (TORABINEJAD &

CHIVIAN, 1999) e podendo ser também utilizado como tampão apical em

dentes permanentes com rizogênese incompleta (FELIPPE et al., 2006).

Cabe ressaltar que devido às suas propriedades físicas, químicas e

biológicas, o MTA é considerado um material padrão ouro para diversas

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29

situações clínicas na Endodontia, pois está mais próximo do material

reparador endodôntico ideal (TORABINEJAD & PITT FORD, 1996). O forte

interesse das pesquisas no desenvolvimento de materiais endodônticos à

base de MTA é resultante principalmente da excelente biocompatibilidade,

bioatividade e osteocondutividade encontradas nesse material (GANDOLFI et

al., 2012).

Apesar dos cimentos biocerâmicos apresentarem muitas

características em comum, esses materiais também apresentam diferenças

que podem afetar suas propriedades mecânicas, como o tempo de

endurecimento do material e a capacidade de resistência à compressão

(HAAPASALO et al., 2015).

Todavia, todos os cimentos biocerâmicos apresentam em comum a

característica de serem biocompatíveis com o tecido periapical. Os

biocerâmicos são utilizados nas obturações retrogradas nas cirurgias

paraendodônticas e hoje em dia também são preconizados para obturações

dos canais radiculares, no capeamento pulpar, reparo das perfurações

radiculares, tratamento de dentes com rizogênese incompleta e como material

de reparo nas reabsorções radiculares (HAAPASALO et al., 2015).

2.4.2. Endosequence

O cimento endodôntico Endosequence® BC Sealer®, é um cimento

biocerâmico pré-manipulado, de coloração branca, composto por óxido de

zircônia, silicato de cálcio, fosfato de cálcio monobásico, hidróxido de cálcio e

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agentes espessantes (HESS et al., 2011). O EndoSequence® BC foi

introduzido recentemente na Endodontia e possui como indicações: o reparo

de raízes, a obturação retrógrada, assim como a obturação de canais

radiculares. De acordo com o fabricante, as aplicações clínicas desse material

incluem além de cimento selador, obturação retrógrada, tratamento para

perfuração radicular, reparo nos casos de reabsorção radicular, apicificação e

capeamento pulpar (TROPE et al., 2015).

O EndoSequence® BC se apresenta no mercado em diferentes

formas e consistências: em pasta contida numa seringa e na consistência

putty, semelhante à massa de vidraceiro e apresentam composição química

similares. Tanto o cimento Endosequence root repair material putty como

Endosequence root repair material pasta em seringa são materiais

biocerâmicos prontos para serem utilizados. E a aplicação clínica deles é no

reparo de perfurações, cirurgia parendôntica, selamento apical e capeamento

pulpar (MADFA et al., 2014). O Endosequence BC sealer apresenta a mesma

composição química que os outros produtos de biocerâmica pré-manipulados

(óxido de zircônia, silicato de cálcio, fosfato de cálcio monobásico, hidróxido

de cálcio e agentes espessantes (HESS et al., 2011), porém com uma menor

viscosidade, apresentando portanto, consistência adequada para a obturação

dos canais radiculares (TROPE et al., 2015).

Estes materiais estão disponíveis na América do Norte como

EndoSequence BC Sealer (BC Sealer™), EndoSequence Root Repair

Material Paste (BC RRM-paste™) e EndoSequence Root Repair Material

Putty (BC RRM-Putty™). Recentemente, estes produtos também foram

disponibilizados para fora da America do Norte como TotalFill BC Sealer™,

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TotalFill BC RRM-Paste™ e TotalFill BC RRM-Putty™ (Brasseler, Savannah,

GA, EUA). Tanto o RRM Putty quanto o RRM Paste são indicados para reparo

de perfuração, cirurgia perirradicular, para fazer tampão apical e nos casos de

tratamento de polpa vital para fazer pulpotomia (TROPE et al., 2015).

Todas as formas encontradas no mercado do cimento biocerâmico

Endosequence possuem excelentes propriedades mecânicas e biológicas e

boas propriedades de manipulação. Esses cimentos caracterizam-se por

serem hidrofílicos, insolúveis, radiopacos, livres de alumínio, com pH alcalino,

e necessitando de hidratação para tomar presa. O tempo de trabalho é

superior a trinta minutos e o de presa, quatro horas em condições normais,

dependendo da quantidade de umidade disponível no interior do canal

radicular (TROPE et al., 2015).

Recentemente, foi lançado no mercado outro material da

endosequence, o EndoSequence® BC RRM-Fast Set Putty™. O fabricante

afirma que o tempo de presa inicial do material é de 20 min. Contudo, ainda

existe poucas pesquisas principalmente in vivo sobre o efeito do material no

prognóstico de tratamento e cura de lesões perirradiculares. O cimento

EndoSequence® BC RRM-Fast Set Putty™ contém as mesmas

características que o BC RRM-Paste™ e BC RRM-Putty™, porém apresenta-

se em dose unitária e com melhor consistência para aplicação, sem resíduos

e sem a contaminação cruzada (TROPE et al., 2015).

De acordo com o fabricante (Brasseler , Savannah, GA, USA), o

cimento Endosequence BC Sealer apresenta um tempo de presa de

aproximadamente quatro horas, porém LOUSHINE et al. (2011) observaram

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que o tempo de presa médio do EndoSequence BC variou de 160 à 240

horas.

Neste contexto, uma propriedade a ser destacada do cimento

Endosequence BC é que esse cimento foi desenvolvido para tomar presa

apenas quando exposto a um ambiente com umidade, sendo os túbulos

dentinários, o local ideal (ZHANG et al. 2009). A água presente nos túbulos

dentinários promove a hidratação do cimento, diminuindo, portanto, o tempo

de solidificação. Como a dentina é composta por 20% de água, esta é a

responsável por iniciar o processo de reação de presa do cimento, o que

resulta na formação de hidroxiapatita (KOCH & BRAVE, 2012). Portanto, se

após a desinfecção e secagem com cones de papel, o canal ainda apresentar

alguma umidade, esta não afetará a capacidade de selamento desse cimento.

A presença de água existente no interior dos canais permite que

ocorra com mais facilidade as reações de hidratação do silicato de cálcio,

produzindo um silicato hidratado e hidróxido de cálcio, o qual reage

parcialmente com os íons de fosfato para formar moléculas de hidroxiapatita e

água (YANG et al., 2002; ZHANG et al., 2009). A formação da camada de

hidroxiapatita promove uma adesão química entre o material obturador e as

paredes do canal (SARKAR et al., 2005; SHOKOUHINEJAD et al., 2013)

Cabe ressaltar que alguns estudos relatam que o cimento

EndoSequence BC apresenta um pH alcalino, promovendo a eliminação de

bactérias como Enterococcus faecalis, que podem sobreviver após o PQM e

induzir ou manter uma lesão perirradicular já existente (ZHANG et al., 2009;

KOCH & BRAVE, 2012). Esses micro-organismos apresentam muita

dificuldade para sobreviver em ambiente com pH elevado (STUART et al.,

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2006). Além da ação antimicrobiana, substâncias com elevado pH estimulam

o processo de reparação tecidual pela deposição de tecido mineralizado que

resulta principalmente da liberação de íons de cálcio no meio (HOLLAND et

al., 2001)

É importante mencionar também que o silicato de cálcio é um dos

principais componentes dos materiais biocerâmicos. Uma vez em contato com

a umidade, este componente promove a formação de hidróxido de cálcio,

aumentando consequentemente o pH do meio, e isto explica a ação

antimicrobiana desses cimentos (ROBERTS et al., 2008; PARIROKH &

TORABINEJAD, 2010). O pH alcalino tem a capacidade de destruir as

estruturas das proteínas de algumas espécies de micro-organismos,

promovendo a inativação de enzimas e comprometendo a integridade da

membrana citoplasmática (HOLLAND et al., 1999). Além disso, o pH elevado

estimula a expressão da enzima fosfatase alcalina, que favorece a formação e

deposição de tecido mineralizado (HOLLAND et al., 1999; DING et al., 2010).

Um estudo comparou a quantidade de íons cálcio liberada pelos

cimentos EndoSequence BC e AH Plus. O resultado foi a maior liberação de

cálcio pelo Endosequence BC sealer. Segundo os autores, o resultado pode

ser explicado pela reação de presa deste material, que inclui a reação de

hidratação (A e B) dos silicatos de cálcio como descrito a seguir: (A)

2[3CaO.SiO2] + 6H2O 3CaO.2SiO2.3H2O + 3Ca(OH)2; (B) 2[2CaO.SiO2] +

4H2O ---->3CaO.2SiO2.3H2O + Ca(OH)2, e pela reação de precipitação (C) do

fosfato de cálcio em hidroxiapatita (YANG et al., 2002): (C) 7Ca(OH) +

3Ca(H2PO4)2 Ca10(PO4)6(OH)2 + 12H2O (BORGES et al., 2012).

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Neste contexto, um estudo de SHOKOUHINEJAD et al. (2013) que

comparou a resistência de união do cimento EndoSequence BC e do cimento

AH Plus, na presença ou ausência de smear layer, demonstrando que a

presença ou ausência de smear layer não afetou significativamente a

resistência de união desses materiais. Além disso, a resistência de união do

cimento biocerâmico foi igual ao do AH Plus com ou sem a camada de smear

layer.

O fabricante do EndoSequence BC sealer, também produz o

Endosequence BC point que são cones de guta-percha recobertos com nano

partículas de material biocerâmico. De acordo com os estudos de GANDOLFI

et al. (2010) esta característica desses cones aumenta a ligação química entre

o material obturador e as paredes do canal radicular.

Cabe ressaltar que o procedimento de inserção do cimento

EndoSequence BC no canal radicular é simples. O operador deve colocar a

ponta dispensadora (Intracanal Tip) na entrada da seringa e então inserir esta

ponta na embocadura do canal. Uma vantagem da Intracanal Tip é a

capacidade dela se adaptar em diferentes curvaturas dos canais radiculares e

desta forma, uma pequena quantidade do cimento deve ser lentamente

aplicada (KOCH & BRAVE, 2012).

2.5. Métodos para avaliação da obturação dos canais radiculares

Existem vários métodos para avaliação da qualidade da obturação dos

canais radiculares. Na Endodontia, o exame de raios-X é um grande auxiliar

no tratamento pois, através do raio X é possível evidenciar a regressão das

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lesões periapicais, o preenchimento dos canais radiculares e os possíveis

erros cometidos (AMERICAN ASSOCIATION OF ENDODONTISTS et al.,

2011; CHENG et al., 2011; DEEPAK et al., 2012). Todavia, a radiografia

oferece apenas uma imagem bidimensional de uma estrutura tridimensional

(PATEL et al., 2007; CHENG et al., 2011).

Outra técnica que foi bastante utilizada para avaliar a qualidade de

obturação é a técnica da diafanização. Esta técnica proporciona uma visão

tridimensional dos dentes, os quais ficam transparentes sem ocorrer quaisquer

modificações das formas anatômicas (SILVEIRA et al., 2005). Contudo, um

ponto negativo que esta técnica apresenta é a dificuldade de conseguir um

ponto considerado ideal de descalcificação da estrutura dentária. Quanto

maior é a peça dentária, maior será o tempo de descalcificação. Isto ocorre

em decorrência da maior presença de mineral (MALVAR et al., 2002).

Outro recurso mais recente para avaliação da anatomia interna e o

preenchimento do canal radicular é a micro-TC. Neste contexto, pode se dizer

que o uso do micro-TC é um dos grandes avanços da Endodontia. Esse

método de avaliação baseia-se na captura de imagens em “fatias” ou seja em

múltiplas camadas e permite fazer reconstruções tridimensionais sem exigir o

seccionamento das amostras, sem destruí-las (MARCIANO et al., 2011).

A micro-TC é um tipo de tomografia computadorizada de feixe cônico

muito utilizada nas pesquisas na área de Endodontia para avaliar as

formas tridimensionais e o volume dos canais radiculares (IKRAM et al., 2009;

MOORE et al., 2009). Uma grande vantagem da micro-TC é que este permite

a mostrar a anatomia interna e igualmente a anatomia externa do dente

(GRANDE et al., 2012).

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A micro-TC permite a obtenção de imagens com um tempo mais

reduzido e com boa resolução geométrica, mediante procedimentos

operacionais simples e protocolos de varredura considerados rápidos

(SCHAMBACH et al., 2010).

Um estudo de CELIKTEN et al. (2016) avaliou e comparou a presença

de espaços vazios em canais radiculares ovais de pré molares, obturados com

diferentes cimentos endodônticos (EndoSequence BC Sealer, Smartpaste bio,

ActiV GP) e os comparou com os espécimes obturados com o cimento

endodôntico AH Plus. A análise foi feita através da micro-TC. No total, foram

utilizados 40 pré-molares superiores, de raiz única, extraídos recentemente na

época da pesquisa. Os espécimes então foram instrumentados com o

instrumento rotatório da EndoSequence e foram distribuídos aleatoriamente

em quatro grupos. Em cada grupo, os canais radiculares foram preenchidos

com cone único de guta-percha e um dos cimentos testados. Cada espécime

foi então escaneado utilizando micro-TC com uma resolução de voxel de

13,47 mm. As proporções das seções dos espaços vazios em imagens

transversais e volumes vazios para cada cimento foram calculados nos terços

apical, médio e coronal. A avaliação mostrou que ocorreu diminuição da

formação de espaços no terço apical, com diferença significativa entre os

terços apical e coronário entre os cimentos biocerâmicos, ActiV GP e AH Plus

(p <0,05), mas não houve diferença significativa entre os terços apical e médio

ou entre os terços médio e coronário para os cimentos endodônticos testados

(p> 0,05). As obturações com todos os cimentos de canais radiculares

testados resultaram em espaços vazios.

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37

Um estudo de IGLECIAS et al. (2017) avaliou a presença de espaços

vazios em canais mesiais de 24 molares inferiores, com curvatura variando

entre 25 e 35 graus.Os espécimes foram instrumentados com auxílio de limas

reciproc R25. Em seguida, a amostra foi dividia em dois grupos sendo um

grupo obturado pela técnica de cone único e o outro grupo pela técnica de

condensação por onda contínua. E os resultados foram analisados por micro-

CT. Os espécimes foram escaneados antes e depois da obturação e o

tamanho do voxel utilizado foi de 17,42 mm. Não houve diferença

estatitiscamente significante entre os dois grupos em termos de porcentagem

de presença de espaços vazios, no terço cervical o grupo da técnica de

condensação contínua apresentou menor percentagem de volume de vazios

comparados com o grupo obturado pela técnica de cone único.

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38

3. JUSTIFICATIVA

O adequado preenchimento do canal radicular pela obturação é

fundamental para o sucesso da terapia endodôntica. Novos materiais

obturadores biocerâmicos foram recentemente lançados no mercado, com

a proposta de uma obturação mais adesiva e uniforme, aliada a uma

técnica simplificada. Este é o caso do EndoSequence BC Sealer e seus

respectivos cones de guta-percha, segundo o fabricante, podem ser

utilizados com uma técnica de obturação diferenciada, permitindo a

utilização de apenas um cone principal. Contudo, existe uma carência de

estudos disponíveis na literatura acerca da qualidade da obturação

proporcionada pela técnica de obturação com este cimento, em especial

nos casos de canais ovais.

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39

4. HIPÓTESE

Por apresentar, segundo o fabricante, adesão às paredes

dentinárias e aos próprios cones de guta-percha do sistema, espera-se que

a técnica de obturação com o cimento EndoSequence BC Sealer promova

um melhor preenchimento de canais radiculares ovais em comparação com

a técnica de obturação da Compactação Lateral a Frio.

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5. OBJETIVO

Avaliar a qualidade do preenchimento de canais radiculares ovais

através da utilização do cimento biocerâmico Endosequence BC Sealer,

comparando a técnica clássica da Compactação Lateral a Frio com a

técnica preconizada pelo fabricante.

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6. MATERIAL E MÉTODOS

6.1. Seleção da amostra

Para elaboração deste estudo foram utilizadas inicialmente 210

raízes de dentes pré-molares inferiores e superiores, humanos,

unirradiculares, com canais radiculares retos, com rizogênese completa e

sem tratamento endodôntico prévio. Os dentes foram obtidos no Banco de

Dentes da Universidade Estácio de Sá e o projeto aprovado pelo Comitê

de Ética em Pesquisa da Universidade Estácio de Sá (CAAE

48597815.0.0000.5284).

Após a limpeza das superfícies externas com ultrassom Enac

(Osada,Japão) os espécimes foram radiografados nos sentidos vestíbulo-

lingual e mésio-distal, utilizando-se películas radiográficas oclusais (E

Speed Carestream Dental, NY, EUA), a fim de selecionar os dentes com

apenas um canal e eliminar aqueles com dois ou mais canais. Dentes com

indícios radiográficos de atresia, calcificação ou reabsorções também foram

excluídos. Além disso, através da análise radiográfica foi realizada a

primeira seleção dos dentes com canais ovais (Figura 1) e nesta primeira

análise foram separadas 88 raízes. Após a análise radiográfica, os dentes

foram mantidos à 37ºC em 100% de umidade até que o exame de micro-TC

fosse realizado.

.

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xlii

Figura 1. Radiografia inicial dos espécimes nas angulações: ortoradial e mésio-distal

Para inclusão dos dentes na amostra foram considerados somente

aqueles que se apresentarem como ovais. Para a confirmação deste tipo de

anatomia após as radiografias citadas anteriormente, os espécimes foram

microtomografados e foi realizada a mensuração do maior e menor

diâmetro dos canais, em cada terço radicular (cervical, médio e apical)

utilizando o programa CTAn (Bruker micro CT, Kontich, Bélgica). Se oval

em dois dos terços, o canal radicular daquela raiz foi classificado como

oval. Após o exame microtomográfico então foram selecionadas para este

estudo 30 raízes com canais ovais.

6.2. Preparo de amostras

Os dentes foram acessados com pontas diamantadas esféricas de

alta rotação 1014HL (KG-Sorensen, São Paulo, SP). A remoção completa

do teto da câmara pulpar e a forma de conveniência foram realizadas com

broca Endo Z (Dentsply, Mailleifer Suíça). Em seguida, os dentes foram

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xliii

seccionados na altura da junção amelocementária, com auxílio de um disco

de corte flexível, diamantado, dupla-face, 7012 (KG-Sorensen, são Paulo,

SP), acoplado em baixa rotação. Após este procedimento, as raízes foram

polidas com pasta de pedra pomes em pó misturado em água corrente. Na

sequência, as raízes foram microtomografadas para verificação da

anatomia interna.

6.3. Exame microtomográfico inicial

Nesse exame foi utilizado o microtomógrafo SkyScan 1174 v.2

(Bruker Micro-CT, Kontich, Bélgica) (Figura 2), do Laboratório de

Microtomografia Computadorizada da Universidade Estácio de Sá –

Rio de Janeiro. Para possibilitar o escaneamento das raízes foi

utilizado um anel de aço-inoxidável AISI 316, com 26 mm de diâmetro

interno (Figura 3A) que apresenta a mesma circunferência da mesa

giratória do aparelho, que serviu de molde para confeccionar um apoio

em resina Duralay® (Polidental - São Paulo, S P ) (Figura 3B) para

um adequado posicionamento das amostras, de modo que a incidência

dos feixes de raios- X seja perpendicular a cada espécime posicionado.

O SkyScan-1174 v.2 é composto por um tubo de raios-X de

microfoco, com fonte de alta tensão (50Kv, 800 µA), um suporte com

manipulador de precisão e um detector baseado em uma câmera Charge

Couple Device (CCD) de 1.3 Mp (1304 x 1024 pixel). O aparelho está

conectado a um computador Dell Precision T5500 Workstation (Dell Inc.,

São Paulo, Brasil), equipado com sistema operacional Windows 7 de 64

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xliv

bits. Para este escaneamento, foi utilizado um filtro de alumínio de 0,5 mm

de espessura em frente à câmera CCD. Após acionada a fonte de raios-X,

foi então realizada a correção do campo de aquisição por meio da

ferramenta flat-field corretion no programa de controle SkyScan 1174 v.2.

Para todo o escaneamento foi utilizado tamanho de voxel isotrópico de 17

µm (6-30 µm).

Figura 2. Microtomógrafo (SkyScan 1174 V.2; Bruker Micro-CT) do Laboratório de Microtomografia Computadorizada da Universidade Estácio de Sá - Rio de Janeiro-RJ

Figura 3. Imagem Ilustrativa. A - Anel em aço inoxidável. B - Apoio para os dentes em resina Duralay o qual fica fixado na mesa giratória do aparelho SkyScan 1174 v 2

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xlv

Para a aquisição das imagens foram adotados os seguintes

procedimentos: posicionamento da raiz com cera utilidade (Artigos

Odontológicos Clássico – São Paulo – SP), fechamento da câmara do

aparelho, acionamento d a fonte de raios-X, verificação da posição do

espécime através da utilização da ferramenta Video Image do programa de

controle do SkyScan 1174 v.2. Dessa forma, após a confirmação do

posicionamento, as projeções do espécime foram iniciadas em diversas

angulações ao longo de uma rotação de 180°, com passos de rotação de

1°, o que permite calcular a média dos sinais e assim melhorar a definição

final de cada imagem, o que resultou em um tempo de escaneamento de

aproximadamente 28 minutos por espécime. As imagens bidimensionais

foram salvas simultaneamente.

A reconstrução das imagens foi realizada no programa NRecon

v1.6.10.2 (SkyScan N.V, Kontich, Bélgica). Nesta etapa, foi realizada a

redução de artefatos em forma de anel (ring artifact, escala de 0-20)

adotando o valor de cinco, endurecimento de feixe de 50% (beam hardening,

escala de 0-100%), suavização de 5 (smoothing, escala de 0-10), e com

histograma de contraste no modo logarítmico variando de 0,02 (mínimo) a

0,050 (máximo). Este processo resultará em uma média de 794 fatias por

raiz (amplitude de 636 a 918 fatias), do ápice ao nível da junção

amelocementária, o que permitiu a completa reapresentação da microestrutura

interna de cada raiz.

Após a reconstrução das seções, no programa CTAn v1.5.4.0

(SkyScan N.V, Kontich, Bélgica), foram selecionados o top (referente ao

extremo apical da região avaliada (apical) e o bottom (referente a porção

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xlvi

mais coronária da região avaliada). O processamento das imagens pelo

programa CTAn consiste na utilização de operações matemáticas para alterar

valores de pixels do objeto tomografado em um processo denominado

binarização ou segmentação. Inicialmente, as imagens foram segmentadas

por meio da técnica de linearização ou threshold interativo a qual permite

obter a segmentação dos valores de cinza de maneira interativa, separando os

segmentos correspondentes à dentina e ao canal radicular. Este processo

permite a divisão das imagens em regiões, reconhecendo-as como objetos

independentes uns dos outros e do fundo. Assim, foi obtida uma imagem

binária na qual os pixels pretos representaram o fundo e as regiões de pixels

brancos identifica o objeto de análise.

Dando sequência, foi realizada a execução do plug-in morphological

operations com o objetivo de eliminar os nódulos de calcificação que podem

afetar a análise dos parâmetros estudados. A operação bitwise também foi

utilizada para um número de operações boleanas ou lógicas possa ser

aplicado entre o conjunto de dados selecionado (objeto binarizado) e a região

de interesse (ROI) definida. Estas operações foram realizadas com o objetivo

de definir o contorno da ROI como sendo igual ao contorno o objeto

binarizado. Ao final, por meio da eliminação da imagem da dentina binarizada

obteve-se a imagem real do canal radicular.

A partir da opção Binary Selection Preview e seleção de 255 na

coordenada X, na Y no histograma, foi determinado o valor binário que

apresentou a melhor imagem do canal. Esse valor da coordenada Y (60)

foi utilizado como padrão para todos os espécimes, nos dois momentos

avaliados, para cálculo do volume de material obturador antes e após a

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obturação, em ambas as técnicas. E através da utilização do programa CTAn

por meio do plug-in 3D analysis foi realizada a análise quantitativa

tridimensional de volume (mm3) de toda a extensão do canal radicular.

6.4 . Preparo químico - mecânico dos canais (PQM)

As 30 raízes selecionadas para o estudo foram divididas em dois

grupos, de forma pareada com relação à morfologia semelhante dos canais

radiculares observada na microtomografia, o volume, a área de superfície, o

resultado do Structure Model Index (SMI) e o comprimento das raízes. O

grupo BC-fabricante (n=15) foi obturado com o cimento EndoSequence BC

sealer, através da técnica de obturação sugerida fabricante, e o grupo BC-

compactação (n=15) foi obturado pela técnica convencional de Compactação

Lateral à Frio (Tabela 1).

Tabela 1. Divisão da amostra em grupos experimentais adotados no trabalho.

Grupos Cimento obturador Técnicas de obturação N

BC-fabricante Endosequence BC sealer Fabricante 15

BC-compactação Endosequence BC sealer Compactação Lateral à Frio 15

Todos os canais foram previamente explorados com lima tipo Kerr #15

(Dentsply Maillefer, Baillagues, Suíça), até que a ponta do instrumento fosse

visualizada no forame apical e então, essa medida foi registrada e

considerada como comprimento de patência. Para realizar esse procedimento

foi utilizado o auxílio de um estereomicroscópio LEICA LED3000 NVI (Leica

Microsystems, Heerbrugg, Suíça) e um paquímetro digital (Digimess, São

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xlviii

Paulo,Brasil). O comprimento de trabalho (CT) foi estabelecido 1 mm aquém

dessa medida.

Para o PQM propriamente dito foi utilizada a técnica de step-back com

preparo inicial do terço apical e posterior instrumentação apical seguida de

recuo escalonado com limas manuais (SIQUEIRA et al., 2015e)., sendo

realizado inicialmente o preparo do terço cervical com brocas de Gates-Gliden

(Dentsply Maillefer, Baillagues, Suíça): nº 4 até 5 mm aquém do CT, nº 3 até

7mm aquém do CT, e nº 2 até 9mm aquém do CT. Posteriormente, foi

realizada a instrumentação do terço apical com limas manuais Kerr (Dentsply

Maillefer, Baillagues, Suíça) no CT, iniciando pela lima tipo Kerr nº 15 e

terminando com a lima tipo kerr nº 50 (Dentsply Maillefer, Baillagues, Suíça),

sendo esta última considerada a lima de memória. Por último, foi realizado o

recuo escalonado de 1 mm em 1 mm, até a lima tipo Kerr nº 80. Por se tratar

de canais ovais, o preparo foi então complementado com uma etapa de

limagem circunferencial com lima Hesdstron nº 50 (Dentsply Maillefer,

Baillagues, Suíça), com duas penetrações e trações em cada parede.

A cada troca de instrumento, o canal foi irrigado com 1 ml de

hipoclorito de sódio (NaOCl) à 2,5% e a patência foi verificada com uma lima

tipo Kerr nº 10 (Dentsply Maillefer, Baillagues, Suíça). Para a aspiração da

solução irrigadora foi utilizado cânula endodôntica aspiradora (Indusbello

Indústria e Comércio de Produtos Médicos e Odontológicos Ltda, Londrina,

PR) e a irrigação foi realizada por meio de seringas descartáveis de 5 ml com

agulha NaviTip de 17mm (30 G) (Ultradent Products Inc., South Jordan, EUA).

Após a instrumentação, os canais foram irrigados com 2 ml de NaOCl

2,5% durante 1 minuto, seguido de 2 ml de EDTA 17%, também por 1 minuto.

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xlix

Por último, a irrigação final foi realizada com 2 ml de NaOCl 2,5% e os canais

foram secos com cone de papel absorvente de calibre FM (Denstply,

Baillagues, Suíça). Cabe ressaltar que o PQM foi realizado por um único

operador endodontista, previamente calibrado e treinado para tais

procedimentos técnicos.

6.6. Obturação dos Canais Radiculares

6.6.1. Grupo EndoSequence BC - técnica do fabricante

Nesse grupo foi utilizado o cimento biocerâmico Endosequence BC

(figura 4) e foi empregada a técnica de obturação de cone único

(Endosequence BC points-Brasseler, Savannah, EUA) conforme

recomendado pelo fabricante (instruções em anexo). Os cones de guta-percha

EndoSequence estão disponíveis em vários tamanhos individuais conforme

ilustração da (figura 5), porém neste trabalho foi utilizado o de diâmetro 50.02

(figura 6). Para tal, foi realizada a adaptação do EndoSequence BC Point no

CT de cada espécime e logo em seguida foi realizada a radiografia de prova

do cone.

Após a prova do cone a obturação foi iniciada introduzindo aplicador

do próprio cimento até o terço cervical do canal e dispensado o material nessa

medida. Logo após foi inserida no canal uma lima tipo kerr nº 15, até o CT. Em

seguida, foi introduzido um cone Endosequence 50.02 envolto com uma fina

camada de cimento, até o CT. Após o preenchimento do canal pelo material

obturador, o excesso deste foi removido por meio de uma ponta metálica

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aquecida (Odous Touch, Odous De Deus Ind. Com. Importação e Exportação

LTDA, Belo Horizonte, MG). Na sequência, foi realizada a compactação

vertical a frio por 3 minutos (SIQUEIRA et al, 2015b), com o auxílio de

compactadores manuais ODOUS (ODOUS DE DEUS®, Belo Horizonte, MG),

selecionados de acordo com as embocaduras dos canais.

Figura 4: Kit de cimento biocerâmico Endosequence (Fonte: www.brasselerusa.com)

Figura 5: Imagem ilustrativa de cone de guta-percha Endosequence (Fonte: www.brasselerusa.com)

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Figura 6: Kit de cimento biocerâmico Endosequence e cone 50.02 Endosequence

6.6.2 Grupo Endosequence BC pela Técnica da Compactação Lateral à

Frio

Neste grupo foram realizados os mesmos procedimentos de

obturação descritos anteriormente, sendo que neste grupo foi utilizado a

Técnica da Compactação Lateral à Frio. Sendo assim, após a colocação do

cone principal da Endosequence 50.02 ajustado no CT, foi utilizado espaçador

digital de tamanho 30 (Dentsply Maillefer, Baillagues, Suíça) e, em seguida, a

introdução sequencial de cones acessórios de tamanho FF (Denstply,

Baillagues, Suíça), quantos fossem possíveis. Após o preenchimento do canal

pelo material obturador, o excesso deste foi removido por meio de uma ponta

metálica aquecida (Odous Touch, Odous De Deus Ind. Com. Importação e

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Exportação LTDA, Belo Horizonte, MG). Na sequência, foi realizada a

compactação vertical a frio por 3 minutos (SIQUEIRA et al, 2015b), com o

auxílio de compactadores manuais ODOUS (ODOUS DE DEUS®, Belo

Horizonte, MG), selecionados de acordo com as embocaduras dos canais.

6.5. Exame Microtomógrafico Pós-Operatório

Após a obturação dos canais radiculares os espécimes foram

novamente digitalizados nos mesmos padrões previamente descritos com a

finalidade de avaliação do volume interno de material obturador em (mm³).

Após a reconstrução das seções dos pré-molares inferiores, as imagens foram

convertidas para o formato NRRD no software Image J (Fiji Is Just Image J)

(National Institutes of Health, Bethesda, Maryland, EUA) e depois foi realizado

o registro dos espécimes no programa 3D Slicer v1.5.1.2 (www.slicer.org,

Artificial Intelligence Laboratory of Massachusetts Institute of Technology and

Surgical Planning Laboratory at Brigham and Women’s Hospital and Harvard

Medical School, Massachusetts, EUA). A avaliação dos espaços vazios contou

com o uso do programa ImageJ 1.50d (National Institutes of Health, Bethesda,

Maryland, EUA) no qual foi quantificado em volume (mm3) os espaços vazios

pós obturação a partir da subtração dos modelos de antes e após a obturação

(Figura 7).

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Figura 7. Imagem representativa de um teste piloto demonstrando a sequência de segmentação dos espaços vazios, após obturação com as técnicas em teste.

Em seguida, os modelos tridimensionais foram criados no programa

CTAn v.1.14.4 software (Bruker-MicroCT; Kontich, Bélgica) e visualizados no

programa CTVol v.2.3.1 (Bruker-Micro CT) o que permitiu a definição de um

padrão de cor para os modelos dos canais radiculares obturados (rosa) e os

espaços (cinza), o que permitiu a visualização dos modelos (Figura 8).

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6.7 Análise Estatística

O teste de normalidade de Shapiro-Wilk revelou que a amostra

apresentou uma distribuição não-normal. O teste de Mann-Whitney foi então

aplicado para comparar o percentual de espaços não preenchidos por ambas

as técnicas de obturação, em ambos os limites de avaliação (5 mm e 10 mm),

levando em consideração o volume do canal preparado (volume da massa

obturadora somado ao volume dos espaços vazios). O mesmo teste também

foi aplicado para a comparação do comprimento das obturações realizadas

pelas duas técnicas. Para todos os testes, foi utilizado o programa SPSS,

versão 17 (IBM, Armonk, NY, EUA).

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7. RESULTADOS

_______________________________________________________________

O comprimento das obturações não diferiu entre os grupos (p > 0,05),

demonstrando que esta variável foi controlada no estudo.

Foi realizado uma análise percentual dos espaços não preenchidos pela

obturação endodôntica, considerando o volume do canal preparado (volume da

massa obturadora somado ao volume dos espaços vazios), presentes em 10

mm e 5 mm dos canais a partir do extremo apical, nos dois grupos:

Endosequence BC sealer-técnica do fabricante e Endosequence BC sealer-

Técnica da Compactação Lateral à Frio.

Os resultados encontrados revelaram que não houve diferença

estatisticamente significante na comparação das duas técnicas, nos dois limites

avaliados (p>0,05). Ambas as técnicas apresentaram um preenchimento

satisfatório, com médias de espaços não preenchidos inferiores a 17% (Tabela

2, Gráfico 1). Alguns canais não apresentaram espaços não preenchidos,

sendo 2 com BC Sealer-compactação lateral no nível de 10 mm e 6 com BC

Sealer-compactação lateral no nível de 5 mm.

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Tabela 2. Percentual de espaços não preenchidos pela obturação considerando o volume do canal preparado (volume da massa obturadora somado ao volume dos espaços vazios)

Técnicas e nível avaliado n Média (±SD) Mediana Mínimo Máximo

BC_cone_único_10mm 15 16,65±8,81 19,60 0,53 31,37

BC_cone_único_5mm 15 15,16±12,32 14,13 0,43 36,88

BC_comp_lat_10mm 15 12,06±9,56 9,60 0 29,15

BC_comp_lat_5mm 15 8,18±10,76 2,91 0 31,11

Gráfico 1. Percentual de espaços não preenchidos pela obturação

considerando o volume do canal preparado (volume da massa obturadora somado ao volume dos espaços vazios)

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Figura 8. Imagem representativa de uma raiz tratada com Endosequence BC sealer - técnica do fabricante. A. Vista vestibular pós obturação. B. A mesma vista vestibular demonstrando os espaços do canal não preenchidos pela obturação.

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Figura 9. Imagem representativa de uma raiz tratada com Endosequence BC sealer - técnica da Compactação Lateral à Frio. A. Vista vestibular pós obturação. B. A mesma vista vestibular demonstrando os espaços do canal não preenchidos pela obturação.

8. DISCUSSÃO

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lix

_______________________________________________________________

Um dos principais objetivos do tratamento endodôntico é o debridamento

químico e mecânico dos canais radiculares e sua obturação com um material

adequado (MOHAMMADI et al., 2015), que possa preencher o complexo

sistema de canais radiculares de forma que proporcione uma selamento

tridimensional, evitando com isso a entrada de micro-organismos e/ou de seus

subprodutos, através das vias coronárias e apicais (SOUZA FILHO et al., 2012)

A anatomia intrínseca do sistema radicular é bastante complexa, com

destaque para a ocorrência de istmus, comunicações inter-canal, curvaturas e

canais de forma oval, que dificultam a instrumentação, desinfecção e obturação

do sistema de canais. Dentre estes desafios anatômicos, o presente estudo

utilizou dentes com canais radiculares ovais, comprovados na microtomografia

computadorizada, para comparar a qualidade do preenchimento proporcionada

por duas técnicas de obturação utilizando o cimento biocerâmico

Endosequence BC.

Com relação a instrumentação dos canais radiculares ovais, neste

trabalho foi realizada a instrumentação com limas manuais tipo kerr através de

uma técnica coroa-ápice, combinada com uma limagem circunferencial como

complementação. Esta complementação é reconhecida na literatura como uma

técnica convencional, eficaz, para o preparo de canais ovalados (WU &

WESSELINK, 2001; WU et al., 2003; MOHAMMADI et al., 2015; SIQUEIRA et

al., 2015d). Além desta, a literatura apresenta como opções complementares, a

utilização de instrumentos sônicos e ultra-sônicos (LUMLEY et al.,1993), e o

uso instrumentos rotatórios ou reciprocantes (BARBIZAM et al., 2002;

GRANDE et al., 2007).

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lx

É importante mencionar que um dos fatores que interfere na qualidade

da obturação e quantidade de espaços não preenchidos é a propriedade

físico-química do material obturador. Por isso, neste trabalho foi escolhido a

utilização de um cimento bicerâmico, pois estudos recentes demonstraram

que estes materiais promovem um melhor preenchimento do sistema de

canais raiculares, devido as suas propriedades físicas, químias e biológicas

(ZHANG et al., 2009; CANDEIRO et al., 2012; WANG, 2015).

A opção pelo uso do Endosequence BC foi que, segundo o fabricante,

este material apresenta maior capacidade de adesão às paredes dentinárias e

com isso diminui a quantidade de espaços não preenchidos pela obturação. A

literatura também reforça tal afirmação, justificando o bom desempenho deste

material com base na sua capacidade de formar hidroxiapatita, que promove

uma maior adesão química entre o material obturador e a parede do canal

(SARKAR et al., 2005; SHOKOUHINEJAD et al., 2013).

Além disso, como descrito nesse trabalho, o fabricante do cimento

EndoSequence BC também produz o Endosequence BC Point, que são cones

de guta-percha recobertos com nanopartículas de material biocerâmico. De

acordo com o estudo de GANDOLFI et al. (2010), esta característica dos

cones da Endosequence, permite a ligação química entre o cimento e o cone

e entre a obturação e as paredes do canal radicular. Devido a este fator, o

fabricante sugere a técnica de obturação endodôntica de cone único, uma vez

que essa maior capacidade de ligação deste cimento com os cones e as

paredes dentinárias diminuem a capacidade de espaços não preenchidos. Isto

foi comprovado com os resultados deste estudo onde, de acordo com a

análise microtomográfica, a qualidade da obturação foi similar ao grupo

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obturado pela técnica convencional, utilizando quantos cones de gutta-percha

forem passíveis de inserção no canal radicular.

Um estudo prévio CELIKEN et al. (2016) analisou 40 pré-molares

superiores unirradiculares através de microtomografia computadorizada, a

qualidade da obturação de canais ovais proporcionada pela técnica do cone

único, utilizando diferentes cimentos, dois biocerâmicos (Endosequence BC e

Smartpaste bio), um a base de ionômero de vidro (ActiV GP) e um à base de

resina epóxica (AH Plus). Como resultado para o Endosequence BC, os

autores encontraram menos de 3% de espaços não preenchidos,

considerando todo o canal e um percentual extremamente baixo na avaliação

da região apical somente, apenas 0,2%. O preenchimento dos canais pelos

materiais testados foi similar considerando todo o canal radicular, assim como

na avaliação por terços. Comparando estes resultados com os encontrados no

presente estudo, verificamos uma diferença considerável nos percentuais de

espaços não preenchidos. No presente estudo foram encontrados valores

percentuais significativamente maiores. A diferença intrínseca entre os

operadores parece ser a hipótese mais plausível para explicar estes diferentes

resultados.

Neste estudo, foi escolhido avaliar a qualidade da obturação

endodôntica através da análise por micro-TC. Isto porque este exame permite

a avaliação tridimensional da qualidade da obturação, permitindo identificar

áreas de espaços vazios. Além disso, o exame de micro-TC permite a

quantificação do volume do material obturador com a grande vantagem de

proservar o espécime (CELIKTEN et al., 2015). Diversos estudos utilizaram

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avaliação da qualidade da obturação por micro-TC (KELES et al., 2014;

CELIKTEN et al., 2016; IGLECIAS et al., 2016).

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9. CONCLUSÃO _______________________________________________________________

Considerando a metodologia empregada e as limitações deste estudo

in vitro, não houve diferença significante entre ambas as técnicas de obturação

usando o cimento Endosequence BC (a proposta pelo fabricante e a Técnica

da Compactação Lateral à frio), em ambos os níveis avaliados (10 mm e 5 mm

do ápice radicular).

10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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11. ANEXOS

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ANEXO 1-Bula Endosequence Bc sealer

9. ANEXOS

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ANEXO 2- Tabelas dos resultados

Tabela 3. Comprimento das obturações realizadas pelas duas técnicas.

Grupo N Média (±SD) Mediana Mínimo Máximo

BC_cone_único 15 15,77 ± 0,51 15,96 15,02 16,57

BC_comp_lat 15 16,05 ± 1,36 15,91 14,05 19,95

Tabela 4. BC Sealer cone único 10 mm

Amostra Volume obturação VOIDS Volume do canal Δ% mm3 mm3

1 6,02 1,72 7,74 22,22 3 6,56 1,30 7,86 16,55 8 6,14 0,66 6,79 9,68

16 5,26 0,24 5,50 4,34 19 7,21 2,29 9,51 24,10 20 5,24 0,03 5,26 0,53 22 6,26 2,86 9,12 31,37 23 6,67 1,63 8,30 19,60 30 6,25 1,75 8,00 21,91

32 6,90 1,84 8,74 21,05 37 5,65 1,06 6,71 15,82 38 8,65 1,08 9,72 11,09 43 6,29 1,96 8,25 23,75 49 10,37 3,11 13,48 23,07 52 6,02 0,29 6,31 4,61

Média 6,63 1,45 8,09 16,65

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Tabela 5. BC Sealer cone único 5 mm

Amostra Volume obturação VOIDS Volume do canal Δ% mm3 mm3

1 2,31 0,01 2,32 0,43 3 6,56 0,03 6,59 0,47 8 2,08 0,08 2,16 3,70

16 2,64 0,14 2,78 5,04 19 2,52 1,19 3,71 32,10 20 2,35 0,03 2,38 1,18 22 2,31 0,75 3,06 24,51 23 2,37 0,39 2,76 14,13 30 2,93 1,71 4,64 36,88 32 3,18 1,01 4,19 24,13

37 2,22 0,29 2,51 11,55 38 2,77 0,80 3,57 22,42 43 2,35 0,98 3,33 29,40 49 2,84 0,21 3,05 6,97 52 1,71 0,29 2,00 14,54

Média 2,74 0,53 3,27 15,16

Tabela 6. BC Sealer compactação lateral 10 mm

Amostra Volume obturação VOIDS Volume do canal Δ% mm3 mm3

5 5,48 1,03 6,51 15,83 10 8,55 1,62 10,17 15,93 18 4,52 1,86 6,38 29,15 26 6,17 0,56 6,73 8,32 31 4,99 1,11 6,10 18,20 33 5,49 0,84 6,33 13,27 35 6,39 0,00 6,39 0,00 39 3,74 0,24 3,98 6,03 47 4,41 0,00 4,41 0,00 50 7,57 2,54 10,11 25,11 53 6,03 0,64 6,67 9,60 71 4,79 0,00 4,79 0,00

74 5,41 1,91 7,32 26,09 84 6,40 0,52 6,92 7,51 93 4,49 0,28 4,77 5,87

Média 5,63 0,88 6,51 12,06

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lxxiv

Tabela 7. BC Sealer compactação lateral 5 mm

Amostra Volume obturação VOIDS Volume do canal Δ% mm3 mm3 5 1,92 0,64 2,56 25,00

10 3,36 0,60 3,96 15,15 18 1,55 0,70 2,25 31,11 26 2,09 0,01 2,10 0,48 31 1,81 0,07 1,88 3,72 3 1,68 0,16 1,84 8,70

35 1,78 0,00 1,78 0,00 39 1,67 0,05 1,72 2,91 47 1,69 0,00 1,69 0,00 50 2,13 0,66 2,79 23,66

53 2,06 0,28 2,34 11,97 71 1,5 0,00 1,50 0,00 74 1,53 0,00 1,53 0,00 84 2,47 0,00 2,47 0,00 93 1,71 0,00 1,71 0,00

Média 1,93 0,21 2,14 8,18