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1. A prova terá duração de 5h 30min. 2. Só será permitida a saída de alunos a partir de 2 horas de prova. 3. O aluno não poderá sair para beber água ou ir ao banheiro antes de 3 horas de prova. 4. O aluno não poderá levar a prova para casa. Favor colocar o nome na capa da prova. 5. No CARTÃO-RESPOSTA, marque, para cada questão, a letra correspondente à opção escolhida para a resposta, preenchendo com caneta esferográfica de tinta azul. NÃO É PERMITIDO O USO DE CANETAS COM PONTAS POROSAS. 6. Não dobre, não amasse, nem rasure o CARTÃO-RESPOSTA. Ele não poderá ser substituído. 7. O cartão-resposta deverá ser preenchido desta forma (preenchimento completo). Caso haja qualquer outra informação / rasura fora dos campos destinados às respostas, o cartão-resposta será anulado / não lido eletronicamente. 8. O preenchimento incorreto do cartão-resposta implicará na anulação da questão ou de todo o gabarito. 9. Durante a prova, o aluno não poderá manter nada em cima da carteira ou no colo, a não ser lápis, caneta e borracha. Bolsas, mochilas e outros pertences deverão ficar no tablado, junto ao quadro. Não será permitido empréstimo de material entre alunos. 10. O aluno que portar celular deverá mantê-lo na bolsa e desligado, sob pena de ter a prova recolhida caso venha a ser usado ou tocar. Na ausência da bolsa, o celular deve ficar na base do quadro durante a prova. 11. O fiscal deve conferir o preenchimento do cartão-resposta antes de liberar a saída dos alunos. 12. O gabarito da prova estará disponível no site a partir das 17h da terça-feira, dia 08/10. 13. O prazo máximo para conferir qualquer dúvida sobre o gabarito da prova se encerra dia 18/10, sexta-feira. Isso deve ser feito diretamente com o professor ou com o Pedagogo da Unidade.

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1. A prova terá duração de 5h 30min.

2. Só será permitida a saída de alunos a partir de 2 horas de prova.

3. O aluno não poderá sair para beber água ou ir ao banheiro antes de 3 horas de prova.

4. O aluno não poderá levar a prova para casa. Favor colocar o nome na capa da prova.

5. No CARTÃO-RESPOSTA, marque, para cada questão, a letra correspondente à opção escolhida para a resposta, preenchendo com caneta esferográfica de tinta azul. NÃO É PERMITIDO O USO DE CANETAS COM PONTAS POROSAS.

6. Não dobre, não amasse, nem rasure o CARTÃO-RESPOSTA. Ele não poderá ser substituído.

7. O cartão-resposta deverá ser preenchido desta forma (preenchimento completo). Caso haja qualquer outra informação / rasura fora dos campos destinados às respostas, o cartão-resposta será anulado / não lido eletronicamente.

8. O preenchimento incorreto do cartão-resposta implicará na anulação da questão ou de todo o gabarito.

9. Durante a prova, o aluno não poderá manter nada em cima da carteira ou no colo, a não ser lápis, caneta e borracha. Bolsas, mochilas e outros pertences deverão ficar no tablado, junto ao quadro. Não será permitido empréstimo de material entre alunos.

10. O aluno que portar celular deverá mantê-lo na bolsa e desligado, sob pena de ter a prova recolhida caso venha a ser usado ou tocar. Na ausência da bolsa, o celular deve ficar na base do quadro durante a prova.

11. O fiscal deve conferir o preenchimento do cartão-resposta antes de liberar a saída dos alunos.

12. O gabarito da prova estará disponível no site a partir das 17h da terça-feira, dia 08/10.

13. O prazo máximo para conferir qualquer dúvida sobre o gabarito da prova se encerra dia 18/10, sexta-feira. Isso deve ser feito diretamente com o professor ou com o Pedagogo da Unidade.

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2019 – SIMULADO ENEM – 2ª SÉRIE – 3º TRIMESTRE

QUESTÃO 1 Texto para as próximas duas questões:

Eufemismo, a arte de enganar Frei Betto

Em seu livro Pernas pro ar, Eduardo Galeano recorda que, na era vitoriana, era proibido mencionar calças

na presença de uma jovem. Hoje em dia, diz ele, não cai bem utilizar certas expressões perante a opinião pública: “O capitalismo exibe o nome artístico de economia de mercado; imperialismo se chama globalização; suas vítimas se chamam países em via de desenvolvimento; oportunismo se chama pragmatismo; despedir sem indenização nem explicação se chama flexibilização laboral” etc.

A lista é longa. Acrescento os inúmeros preconceitos que carregamos: negro é chamado de afrodescendente (embora ninguém nunca tenha dito que sou iberodescendente ou eurodescendente); ladrão é sonegador; lobista é consultor; fracasso é crise; especulação é derivativo; latifúndio é agronegócio; desmatamento é investimento rural; lavanderia de dinheiro escuso é paraíso fiscal; acumulação privada de riqueza é democracia; socialização de bens é ditadura; governar a favor da maioria é populismo; tortura é constrangimento ilegal; invasão é intervenção; peste é pandemia; magricela é anoréxica.

Eufemismo é a arte de dizer uma coisa e acreditar que o público escuta ou lê outra. É um jeitinho de escamotear significados. De tentar encobrir verdades e realidades.

Posso admitir, por exemplo, que pertenço à terceira idade, embora esteja na cara: sou velho. Ora, poderia dizer que sou seminovo! Como carros em revendedoras de veículos. Todos velhos! Mas o adjetivo seminovo os torna mais vendáveis.

Coitadas das palavras! São distorcidas para que a realidade, escamoteada, permaneça como está. Não conseguem, contudo, escapar da luta de classes: pobre é ladrão, rico é corrupto. Pobre é viciado, rico é dependente químico.

Em suma, eufemismo é um truque semântico para tentar amenizar os fatos. https://www.hojeemdia.com.br/opini%C3%A3o/colunas/frei-betto-1.334186/eufenismo-a-arte-de-enganar-1.363019. Adaptado.

No segundo parágrafo, o emprego de certa estrutura encaminha a reflexão do leitor para os disfarces que a linguagem permite. Essa estrutura é caracterizada principalmente por a) modalização b) pressuposição c) exemplificação d) particularização e) generalização GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O aluno perceberá que o parágrafo é constituído por diversos exemplos de eufemismo.

QUESTÃO 2

Em sua origem grega, o termo “eufemismo” significa “palavra de bom agouro” ou “palavra que deseja o bem”. Como figura de linguagem, indica um recurso que suaviza alguma ideia ou expressão mais chocante. Na crônica, o autor enfatiza o aspecto negativo dos eufemismos, que serviriam para distorcer a realidade. De acordo com ele, o eufemismo camufla a desigualdade social no seguinte exemplo: a) fracasso é crise. b) peste é pandemia. c) magricela é anoréxica. d) o rico é corrupto. e) especulação é derivativo. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Frei Betto mostra as diferenças de tratamento decorrentes das diferenças socioeconômicas: enquanto o indivíduo pobre é chamado de ladrão, o rico é identificado como corrupto.

LINGUAGENS

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2018 - SIMULADO ENEM – 2ª SÉRIE – 3º TRIMESTRE

QUESTÃO 3

Educação inclusiva Beatriz Albino Servilha

Durante o século XIX, a vinda da Família Real ao Brasil trouxe consigo a modernização do país, com a

construção de escolas e universidades. Também, na época, foi inaugurada a primeira escola voltada para a inclusão social de surdos. Não se vê, entretanto, na sociedade atual, tal valorização educacional relacionada à comunidade surda, posto que os embates que impedem sua evolução tornam-se cada vez mais evidentes. Desse modo, os entraves para a educação de deficientes auditivos denotam um país desestruturado e uma sociedade desinformada sobre sua composição bilíngue.

A princípio, a falta de profissionais qualificados dificulta o contato do portador de surdez com a base educacional necessária para a evolução social. O Estado e a sociedade hodierna têm negligenciado os direitos da comunidade surda, pois a falta de intérpretes capacitados para a tradução educativa e a inexistência de vagas em escolas inclusivas perpetuam a disparidade entre surdos e ouvintes, condenando os detentores da surdez aos menores cargos da hierarquia social. Vê-se, pois, o paradoxo que, em um Estado Democrático, ainda haja o ferimento de um direito previsto constitucionalmente: o direito à educação de qualidade.

Além disso, a ignorância social frente à conjuntura bilíngue do país é uma barreira para a capacitação pedagógica do surdo. Helen Keller – primeira mulher surdo-cega a se formar e tornar-se escritora – definia a tolerância como o maior presente de uma boa educação. O pensamento de Helen não tem se aplicado à sociedade brasileira, haja vista que não se tem utilizado a educação para que se torne comum ao cidadão a proximidade com portadores de deficiência auditiva, como aulas de LIBRAS, segunda língua oficial do Brasil. Dessa forma, torna-se evidente o distanciamento causado pela inexperiência dos indivíduos em lidar com a mescla que forma o corpo social a que possuem.

Infere-se, portanto, que é imprescindível a mitigação dos desafios para a capacitação educacional dos surdos. Para que isso ocorra, o Ministério da Educação e Cultura deve viabilizar a inserção de deficientes auditivos nas escolas, por meio da contratação de intérpretes e disponibilização de vagas em instituições inclusivas, com o objetivo de efetivar a inclusão social dos indivíduos surdos, haja vista que a escola é a máquina socializadora do Estado. Ademais, a escola deve preparar surdos e ouvintes para uma convivência harmoniosa, com a introdução de aulas de LIBRAS na grade curricular, a fim de uniformizar o corpo social e, também, cumprir com a máxima de Nelson Mandela que constitui a educação como o segredo para transformar o mundo. Poder-se-á, assim, visar a uma educação, de fato, inclusiva no Brasil.

http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/guia_participante/2018/manual_de_redacao_do_enem_2018.pdf Tanto a coerência quanto a coesão são mecanismos de construção textual que garantem aos enunciados organização sintática e clareza semântica. Sobre esses mecanismos que foram utilizados na introdução da redação que recebeu nota mil no Enem de 2017, da autora Beatriz Albino Servilha, é correto afirmar que a) a locução conjuntiva posto que introduz a consequência da afirmação feita na oração anterior. b) o conectivo tal, que se comporta como pronome demonstrativo, retoma toda a informação anterior de que, no

século XIX, foi inaugurada a primeira escola para surdos, o que pressupõe que havia preocupação em incluir pessoas com deficiência.

c) o conectivo entretanto estabelece uma relação de oposição à oração introduzida por ele com a oração seguinte.

d) a expressão na época é empregada para substituir o termo vinda. e) o pronome relativo que, em “(...) os embates que impedem sua evolução (...)” recupera o termo evolução e foi

empregado para evitar repetição. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: É necessário reconhecer os elementos coesivos presentes na introdução do texto e entender a funcionalidade de cada um.

QUESTÃO 4

Sobre recursos coesivos, é possível afirmar que a) assim, dessa forma, portanto, desse modo, enfim, ora, em resumo, em síntese servem para complementar e

iniciar ideias. b) porque, devido a, em virtude de, tendo em vista isso, face a isto servem para introduzir conclusões. c) sobretudo, principalmente, essencialmente são usados para dar ênfase ou destaque a algum fato ou ideia. d) antes que, enquanto, depois que, quando, no momento em que estabelecem relação de atemporalidade. e) e, além de, além disso, ademais, ainda, mas também, bem como, também servem para acrescentar apenas

oposição de ideias, argumentos. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Essas três conjunções, enquanto elementos coesivos, servem para enfatizar uma ideia.

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2019 – SIMULADO ENEM – 2ª SÉRIE – 3º TRIMESTRE

QUESTÃO 5

Essas moças tinham o vezo de afirmar o contrário do que desejavam. Notei a singularidade quando principiaram a elogiar o meu paletó cor de macaco. Examinavam-no sérias, achavam o pano e os aviamentos de qualidade superior, o feitio admirável. Envaideci-me: nunca havia reparado em tais vantagens. Mas os gabas se prolongaram, trouxeram-me desconfiança. Percebi afinal que elas zombavam e não me suscetibilizei. Longe disso: achei curiosa aquela maneira de falar pelo avesso, diferente das grosserias a que me habituara. Em geral me diziam com franqueza que a roupa não me assentava no corpo, sobrava nos sovacos.

RAMOS, G. Infância. Rio de Janeiro: Record, 1994. Por meio de recursos linguísticos, os textos mobilizam estratégias para introduzir e retomar ideias, promovendo a progressão do tema. No fragmento transcrito, um novo aspecto do tema é introduzido pela expressão a) “a singularidade” b) “tais vantagens” c) “os gabos” d) “longe disso” e) “em geral” GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: “Em geral, me diziam com franqueza…” A expressão em destaque não retoma nenhuma parte do texto; no entanto, esclarece um dado sobre o comportamento da família.

QUESTÃO 6

Analisando as informações contidas no gráfico, é correto afirmar que a) a taxa de analfabetismo entre as pessoas de 15 anos ou mais manteve-se a mesma em todas as regiões do

país desde 2000. b) o número de analfabetos entre as pessoas de 15 anos ou mais diminuiu entre a população brasileira em geral

nas últimas décadas. c) a região Centro-oeste é a que vem apresentando, nos últimos vinte anos, o menor número de analfabetos

entre as pessoas de 15 anos ou mais. d) em comparação com o ano de 1991, pode–se dizer que, no Nordeste, em 2010, o número de analfabetos

entre as pessoas de 15 anos ou mais aumentou. e) a taxa de analfabetismo aumentou na região Sudeste entre 1991 e 2010. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Está explícito no gráfico que, em todas as regiões do Brasil, o índice de analfabetismo apenas diminuiu.

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2018 - SIMULADO ENEM – 2ª SÉRIE – 3º TRIMESTRE

QUESTÃO 7 “Em junho de 1913, embarquei para a Europa a fim de me tratar num sanatório suíço. Escolhi o de Clavadel, perto de Davos-Platz, porque a respeito dele me falara João Luso, que ali passara um inverno com a senhora. Mais tarde vim a saber que antes de existir no lugar um sanatório, lá estivera por algum tempo Antônio Nobre. “Ao cair das folhas”, um de seus mais belos sonetos, talvez o meu predileto, está datado de “Clavadel, outubro, 1895”. Fiquei na Suíça até outubro de 1914.”

(BANDEIRA, M. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1985). No relato de memórias do autor, entre os recursos usados para organizar a sequência dos eventos narrados, destaca-se a a) construção de frases curtas a fim de conferir dinamicidade ao texto. b) presença de advérbios de lugar para indicar a progressão dos fatos. c) alternância de tempos do pretérito para ordenar os acontecimentos. d) inclusão de enunciados com comentários e avaliações pessoais. e) alusão a pessoas marcantes na trajetória de vida do escritor. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O uso de verbos no pretérito ordena os fatos narrados.

QUESTÃO 8 TEXTO 1

No meio do caminho No meio do caminho tinha uma pedra Tinha uma pedra no meio do caminho Tinha uma pedra No meio do caminho tinha uma pedra ANDRADE, C. D. Antologia poética. Rio de Janeiro/ São Paulo: Record, 2000. (fragmento).

TEXTO 2

A comparação entre os recursos expressivos que constituem os dois textos revela que a) os textos são de gêneros diferentes porque, apesar da intertextualidade, foram elaborados com

finalidades distintas. b) o texto 1 perde suas características de gênero poético ao ser vulgarizado por histórias em quadrinhos. c) o texto 2 pertence ao gênero literário, porque as escolhas linguísticas o tornam uma réplica do texto 1. d) a escolha do tema, desenvolvido por frases semelhantes, caracteriza-os como pertencentes ao

mesmo gênero. e) as linguagens que constroem significados nos dois textos permitem classificá-los como pertencentes ao

mesmo gênero.

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2019 – SIMULADO ENEM – 2ª SÉRIE – 3º TRIMESTRE

GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Enquanto o texto 1 faz uma reflexão de caráter existencial e filosófica, o texto 2 tem um objetivo mais modesto, que é provocar humor.

QUESTÃO 9

O que é Web Semântica?

Web Semântica é um projeto para aplicar conceitos inteligentes na internet atual. Nela, cada informação vem com um significado bem definido e não se encontra mais solta no mar de conteúdo, permitindo uma melhor interação com o usuário. Novos motores de busca, interfaces inovadoras, criação de dicionários de sinônimos e a organização inteligente de conteúdos são alguns exemplos de aprimoramento. Dessa forma, você não vai mais precisar minerar a internet em busca daquilo que você procura, ela vai passar a se comportar como um todo, e não mais como um monte de informação empilhada. A implementação desse paradigma começou recentemente, e ainda vai levar mais alguns anos até que entre completamente em vigor e dê um jeito em toda a enorme bagunça que a internet se tornou.

Disponível em: www.tecmundo.com.br. Acesso em: 6 ago. 2013 (adaptado). Ao analisar o texto sobre a Web Semântica, deduz-se que esse novo paradigma auxiliará os usuários a a) armazenar grandes volumes de dados de modo mais disperso. b) navegar apenas sobre dados já organizados. c) captar os dados na internet com mais velocidade. d) publicar dados com significados não definidos. e) localizar informações na internet com mais precisão. GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O novo paradigma instaurado pela Web Semântica tem por objetivo facilitar a localização de dados na internet com mais exatidão, uma vez que cada informação portará um significado preciso.

QUESTÃO 10

O bonde abre a viagem, No banco ninguém, Estou só, estou sem. Depois sobe um homem, No banco sentou, Companheiro vou. O bonde está cheio, De novo, porém Não sou mais ninguém. ANDRADE, M. Poesias completas. Belo Horizonte: Vila Rica, 1993.

O desenvolvimento das grandes cidades e a consequente concentração populacional nos centros urbanos geraram mudanças importantes no comportamento dos indivíduos em sociedade. No poema de Mário de Andrade, publicado na década de 1940, a vida na metrópole aparece representada pela contraposição entre a) a solidão e a multidão. b) a carência e a satisfação. c) a mobilidade e a lentidão. d) a amizade e a indiferença. e) a mudança e a estagnação GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: No início do poema, o eu lírico estava sozinho e, logo depois, sobe mais um passageiro, sendo assim, ele alude à vida urbana, ao dizer que o bonde já está cheio de passageiros.

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QUESTÃO 11

A tirinha a seguir estabelece uma interessante relação dialógica com o poema de Fernando Pessoa, abaixo.

Eu sou do tamanho do que vejo Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver no Universo... Por isso minha aldeia é grande como outra qualquer Porque sou do tamanho do que vejo E não do tamanho da minha altura...

(Alberto Caeiro) A tira de Hagar e o poema de Alberto Caeiro (um dos heterônimos de Fernando Pessoa) expressam, com linguagens diferentes, uma mesma ideia: a de que a compreensão que temos do mundo é condicionada, essencialmente, pelo(a) a) alcance de cada cultura. b) capacidade visual do observador. c) senso de humor de cada um. d) idade do observador. e) altura do ponto de observação. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Diversas culturas resultam em várias visões sobre o mesmo assunto, não um certo e errado, apenas pontos diferentes, como, por exemplo, na tirinha e no texto, para os personagens, o que é certo depende do local em que eles estão; no poema, é na aldeia, e na tirinha, é o local que ele vive (possivelmente outra aldeia).

QUESTÃO 12

Autopsicografia O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. E os que leem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, Mas só a que eles não têm. E assim nas calhas de roda Gira, a entreter a razão, Esse comboio de corda Que se chama coração.

Fernando Pessoa A palavra título indica que o a) texto apresentará a visão do eu lírico sobre os outros com quem convive. b) poema tecerá considerações sobre a subjetividade do próprio eu lírico. c) texto discutirá a formação do leitor. d) poema dialogará com os leitores em potencial. e) poema tecerá considerações sobre o amor. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Autopsicografia significa dizer: auto, do grego autós, -ê, -ó, eu mesmo, ele mesmo. Exprime a noção de próprio, de si próprio, por si próprio. Psicografia. s. f.1. História ou descrição da alma. Podemos dizer que autopsicografia diz respeito a uma pessoa, no caso, o poeta Fernando Pessoa, que faz a descrição da sua própria alma, do fazer literário do poeta.

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QUESTÃO 13

"Multiplique-me, para me sentir, Para senti-me, precisei sentir tudo, Transbordei-me, não fiz senão extravasar-me"

(Fernando Pessoa) Nos versos acima, podemos concluir que o poeta refere-se aos seus a) heterônimos b) poemas c) livros d) sentimentos e) pseudônimos GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Os heterônimos de Fernando Pessoa são personalidades criadas por ele próprio e que assinam cada qual as suas obras.

QUESTÃO 14

O autor de Triste Fim de Policarpo Quaresma é um pré-modernista e aborda em seus romances a vida simples dos pobres e dos mestiços. Reveste seu texto com a linguagem descontraída dos menos privilegiados socialmente. O autor descrito acima é: a) Euclides da Cunha b) Graça Aranha c) Manuel Bandeira d) Lima Barreto e) Graciliano Ramos GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: No romance, Lima Barreto discute principalmente a questão do nacionalismo, mas também fala do abismo existente entre as pessoas idealistas e aquelas que se preocupam apenas com seus interesses e com sua vida comum. Com uma narrativa leve que em alguns pontos chega a ser cômica, mas sempre salpicada de pequenas críticas a vários aspectos da sociedade.

QUESTÃO 15

O trovador

Sentimentos em mim do asperamente dos homens das primeiras eras... As primaveras do sarcasmo intermitentemente no meu coração arlequinal... Intermitentemente... Outras vezes é um doente, um frio na minha alma doente como um longo som redondo... Cantabona! Cantabona! Dlorom... Sou um tupi tangendo um alaúde!

ANDRADE, M. In: MANFIO, D. Z. (Org.) Poesias completas de Mário de Andrade. Belo Horizonte: Itatiaia, 2005.

Cara ao Modernismo, a questão da identidade nacional é recorrente na prosa e na poesia de Mário de Andrade. Em O trovador, esse aspecto é a) abordado subliminarmente, por meio de expressões como “coração arlequinal” que, evocando o carnaval,

remete à brasilidade. b) verificado já no título, que remete aos repentistas nordestinos, estudados por Mário de Andrade em suas

viagens e pesquisas folclóricas. c) lamentado pelo eu lírico, tanto no uso de expressões como “Sentimentos em mim do asperamente” (v. 1), “frio”

(v. 6), “alma doente” (v. 7), como pelo som triste do alaúde “Dlorom” (v. 9). d) problematizado na oposição tupi (selvagem) x alaúde (civilizado), apontando a síntese nacional que seria

proposta no Manifesto Antropófago, de Oswald de Andrade. e) exaltado pelo eu lírico, que evoca os “sentimentos dos homens das primeiras eras” para mostrar o orgulho

brasileiro por suas raízes indígenas.

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GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Um dos temas mais importantes para o modernismo, sobretudo para a primeira fase modernista, foi a identidade nacional, especialmente na obra de Mário de Andrade. Podemos notar uma visão problematizadora da questão, já que o escritor escapa da idealização do tema e propõe uma visão mais crítica, evidenciada no choque entre barbárie e civilização.

QUESTÃO 16

Os principais nomes da primeira fase do Modernismo na Literatura foram a) Lima Barreto, Augusto dos Anjos e Oswald de Andrade. b) Mário de Andrade, Manuel Bandeira e Oswald de Andrade. c) Mário Quintana, Mário de Andrade e Patrícia Galvão. d) Manuel Bandeira, Tarsila do Amaral e Lima Barreto. e) Machado de Assis, Monteiro Lobato e Tarsila do Amaral. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Principais representantes do Modernismo no Brasil.

QUESTÃO 17

MUSEU DA LÍNGUA PORTUGUESA. Oswald de Andrade: o culpado de tudo.

27 set. 2011 a 29 jan. 2012. São Paulo: Prol Gráfica, 2012. O poema de Oswald de Andrade remonta à ideia de que a brasilidade está relacionada ao futebol. Quanto à questão da identidade nacional, as anotações em torno dos versos constituem a) direcionamentos possíveis para uma leitura crítica de dados histórico-culturais. b) forma clássica da construção poética brasileira. c) rejeição à ideia do Brasil como o país do futebol. d) intervenções de um leitor estrangeiro no exercício de leitura poética. e) lembretes de palavras tipicamente brasileiras substitutivas das originais. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A instalação “Brasilidade em construção” explora elementos socioculturais defendidos pelos primeiros modernistas, fazendo referência ao futebol como instrumento de supremacia sobre os portugueses, nossos colonizadores. As anotações feitas em torno dos versos denunciam possíveis direcionamentos para uma leitura crítica de dados histórico-culturais. Conhecer algumas das características da 1ª fase do Modernismo é fundamental para a resolução da questão.

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2019 – SIMULADO ENEM – 2ª SÉRIE – 3º TRIMESTRE

QUESTÃO 18 Chamado de rapsódia por Mário de Andrade, o livro é construído a partir de uma série de lendas a que se misturam superstições, provérbios e anedotas. O tempo e o espaço não obedecem a regras de verossimilhança, e o fantástico se confunde com o real durante toda a narrativa. A afirmação faz referência à obra a) “O rei da vela” b) “Calunga” c) “Macunaíma” d) “Memórias sentimentais de João Miramar” e) “Martim Cererê” GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Tal como numa rapsódia, trata de vários temas ao mesmo tempo, entrelaçando-os numa rede múltipla de cores e sons os mais diversos.

QUESTÃO 19

Após estudar na Europa, Anita Malfatti retornou ao Brasil com uma mostra que abalou a cultura nacional do início do século XX. Elogiada por seus mestres na Europa, Anita se considerava pronta para mostrar seu trabalho no Brasil, mas enfrentou as duras críticas de Monteiro Lobato. Com a intenção de criar uma arte que valorizasse a cultura brasileira, Anita Malfatti e outros modernistas a) buscaram libertar a arte brasileira das normas acadêmicas europeias, valorizando as cores, a originalidade e

os temas nacionais. b) defenderam a liberdade limitada de uso da cor, até então utilizada de forma irrestrita, afetando a criação

artística nacional. c) representavam a ideia de que a arte deveria copiar fielmente a natureza, tendo como finalidade a

prática educativa. d) mantiveram de forma fiel a realidade nas figuras retratadas, defendendo uma liberdade artística ligada à

tradição acadêmica. e) buscaram a liberdade na composição de suas figuras, respeitando limites de temas abordados. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: De fato, a arte modernista, principalmente na primeira geração, buscou criar uma nova cultura de valorização do que era brasileiro, do que era nativo, deixando de lado as regras acadêmicas herdadas da Europa. Aqui, destacavam as cores e os temas nacionais, como o cotidiano. Anita Malfatti, muito reconhecida na Europa – mas pouco no Brasil -, foi uma grande representante de todo esse trabalho, atraindo críticas de todos os tipos.

QUESTÃO 20

(Tarsila do Amaral. “O mamoeiro”, 1925. Óleo s/ tela; 65 x 70 cm. IEB-USP.)

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2018 - SIMULADO ENEM – 2ª SÉRIE – 3º TRIMESTRE

O modernismo brasileiro teve forte influência das vanguardas europeias. A partir da Semana de Arte Moderna, esses conceitos passaram a fazer parte da arte brasileira definitivamente. Tomando como referência o quadro “O mamoeiro”, identifica-se que, nas artes plásticas, a a) imagem passa a valer mais que as formas vanguardistas. b) forma estética ganha linhas retas e valoriza o cotidiano. c) natureza passa a ser admirada como um espaço utópico. d) imagem privilegia uma ação moderna e industrializada. e) forma apresenta contornos e detalhes humanos. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A obra de Tarsila do Amaral deixa clara a resposta da questão: as obras modernistas buscavam temas mais cotidianos - e nativos -, além das cores e formas bem definidas, bem geométricas. Conseguimos deixar de lado, então, todas as outras opções e escolher a letra B.

QUESTÃO 21

Na tirinha, o autor utiliza estratégias para atingir sua finalidade comunicativa. Considerando os elementos verbais e não verbais que constituem o texto, seu objetivo é a) incentivar o uso da tecnologia na comunicação contemporânea. b) mostrar o empenho do homem na resolução de problemas sociais. c) atrair a atenção do leitor para a generosidade das pessoas. d) chamar a atenção para o constante abandono de animais. e) fazer uma crítica à situação social contemporânea. GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O texto em questão promove uma crítica social ao comparar, de modo implícito, a mobilização das pessoas para assuntos de relevância. A preocupação das pessoas com o animal abandonado ao lado de um morador de rua, fruto do descaso, baliza o argumento da charge.

QUESTÃO 22

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2019 – SIMULADO ENEM – 2ª SÉRIE – 3º TRIMESTRE

O texto apresentado emprega uma estratégia de argumentação baseada em recursos verbais e não verbais, com a intenção de a) desaconselhar a ingestão de biscoitos, taxados de “vilões”, inimigos de uma alimentação saudável. b) associar a imagem da guloseima a um traço negativo, que se concretiza na utilização do termo “desafio”. c) alertar para um problema mundial, como se prevê em “globesidade”, relacionando o açúcar, representado

pelo doce, a um vilão. d) ironizar a importância do problema, por meio do tom dramático da linguagem empregada, como se vê no uso

de “culpado” e “vilão”. e) atestar a redução do consumo de alimentos calóricos, como o biscoito, desencadeada pelas recentes

divulgações de pesquisas comprobatórias do malefício que eles fazem à saúde. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O texto, uma campanha publicitária, tem como objetivo alertar para um problema de ordem mundial: a obesidade, sobretudo, infantil. Para isso, a campanha utiliza-se de recursos verbais e não-verbais, tais como a imagem e sua associação a certas palavras.

QUESTÃO 23

I. Os menino tudo saiu. II. Vc sabe cd o mlq? III. O tijolo caiu na cabeça do mamãe. IV. Vossa Excelência acusa-me injustamente. As diferentes formas de expressão presentes nas frases se devem a) somente aos diferentes graus de alfabetização. b) apenas aos regionalismos linguísticos de Mato Grosso. c) aos processos morfossintáticos da língua portuguesa. d) às variações linguísticas, decorrentes de aspectos sociais, econômicos e regionais. e) às modalidades geográficas de uma região específica. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: As frases mostradas ilustram variedades linguísticas, motivadas por fatores socioculturais, grau de escolaridade e regionais.

QUESTÃO 24

(...) era o Leonardo Pataca. Chamavam assim a uma rotunda e gordíssima personagem de cabelos brancos e carão avermelhado, que era o decano da corporação, o mais antigo dos meirinhos(¹) que viviam nesse tempo. (...) Fora Leonardo algibebe(²) em Lisboa, sua pátria; aborreceu-se porém do negócio, e viera ao Brasil. Aqui chegando, não se sabe por proteção de quem, alcançou o emprego de que o vemos empossado, e que exercia, como dissemos, desde tempos remotos.

(Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antonio de Almeida) ¹meirinho = funcionário da justiça. ²algibebe = vendedor de roupas baratas; mascate.

Na frase “Fora Leonardo algibebe(²) em Lisboa, sua pátria;...”, a forma verbal em negrito pode ser substituída, sem prejuízo de sentido, por a) tinha ido b) tinha sido c) seria d) foi e) iria GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A forma destacada refere-se ao pretérito-mais-que-perfeito, que consiste em uma ação iniciada e concluída antes de outra.

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QUESTÃO 25

Nosso conhecimento científico “está começando a nos capacitar a interferir diretamente nas bases biológicas ou psicológicas da motivação humana, por meio de drogas ou por seleção ou engenharia genética, ou usando dispositivos externos que interferem no cérebro ou nos processos de aprendizagem”, escreveram recentemente os filósofos Julian Savulescu e Ingmar Persson. […] James Hughes, especialista em bioética […], defendeu o aprimoramento moral, afirmando que ele deve ser voluntário e não coercitivo. “Com a ajuda da ciência, poderemos descobrir nossos caminhos para a felicidade e virtude proporcionadas pela tecnologia”.

(Hillary Rosner. “Seria bom viver para sempre?” www.sciam.com.br, outubro de 2016.) As possibilidades tecnológicas descritas no texto permitem afirmar que a) o aprimoramento visado pelos pesquisadores desvaloriza o progresso técnico no campo neurocientífico. b) tais interferências técnicas somente seriam possibilitadas sob um regime político totalitário. c) ideais espiritualistas de meditação permitem concentração intensa da mente. d) o caráter voluntário dos experimentos elimina a existência de controvérsias de natureza ética. e) os recursos científicos estão direcionados ao aperfeiçoamento técnico da espécie humana. GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A passagem do texto que completa perfeitamente a afirmação feita pelo enunciado é “Nosso conhecimento científico ‘está começando a nos capacitar a interferir diretamente nas bases biológicas ou psicológicas da motivação humana, por meio de drogas ou por seleção ou engenharia genética, ou usando dispositivos externos que interferem no cérebro ou nos processos de aprendizagem’ (...)”.

QUESTÃO 26

O quadrinho de Laerte representa uma crítica à realidade atual, visto que nele a personagem a) perde sua função social, pois o desenvolvimento de novas ferramentas acarreta sua obsolescência. b) perde sua identidade devido às pressões de um cotidiano estressante diante de uma rotina

maçante e repetitiva. c) é substituído pelas tecnologias que, de tão evoluídas, passam a assimilar hábitos corriqueiros da sociedade. d) perde sua identidade devido ao abandono da vida no campo, pois já não é capaz de realizar ações

corriqueiras sem auxílio. e) apresenta pior qualidade de vida, pois, ao abrir mão de sua identidade, conecta-se à tecnologia para alcançar

maior eficiência em suas atividades coletivas. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O quadrinho de Laerte, por meio da linguagem não-verbal, estabelece uma crítica ao cotidiano maçante que acomete a vida do indivíduo contemporâneo. Para fortalecer o argumento, o autor caracteriza os seres humanos por meio de objetos comuns à sua vida.

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QUESTÃO 27

O diálogo abaixo é um trecho do romance “Lavoura arcaica”, de Raduan Nassar.

– Meu coração está apertado de ver tantas marcas no teu rosto, meu filho; essa é a colheita de quem abandona a casa por uma vida pródiga.

– A prodigalidade também existia em nossa casa. – Como, meu filho? – A prodigalidade sempre existiu em nossa mesa. – Nossa mesa é comedida, é austera, não existe desperdício nela, salvo nos dias de festa. – Mas comemos sempre com apetite. – O apetite é permitido, não agrava nossa dignidade, desde que seja moderado. – Mas comemos até que ele desapareça; é assim que cada um em casa sempre se levantou da mesa. – É para satisfazer nosso apetite que a natureza é generosa, pondo seus frutos ao nosso alcance, desde que

trabalhemos por merecê-los. Não fosse o apetite, não teríamos forças para buscar o alimento que torna possível a sobrevivência. O apetite é sagrado, meu filho.

– Eu não disse o contrário, acontece que muitos trabalham, gemem o tempo todo, esgotam suas forças, fazem tudo que é possível, mas não conseguem apaziguar a fome.

– Você diz coisas estranhas, meu filho. (Lavoura arcaica, 2001.)

“– É para satisfazer nosso apetite que a natureza é generosa, pondo seus frutos ao nosso alcance, desde que trabalhemos por merecê-los.” (9° parágrafo). Considerando no contexto, a expressão sublinhada acima expressa ideia de a) causa. b) consequência. c) condição. d) concessão. e) conclusão. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A locução conjuntiva “desde que” estabelece ideia de condição, isto é, um pré-requisito para que uma ação ocorra.

QUESTÃO 28

E a caixinha que vem com canudinho de plástico?

Mesmo com preocupação ambiental e um núcleo dedicado ao tema operando há 20 anos, a Tetra Pak ainda mantém no seu portfólio embalagens que vêm junto com canudos de plástico. A empresa recomenda que os consumidores coloquem os canudinhos dentro da embalagem e enviem tudo junto para a coleta seletiva. Em 2017, 23,5% das embalagens multicamadas produzidas pela Tetra Pak para o Brasil foram recicladas, ou 61.400 toneladas. A meta é chegar a 24,1% em 2018.

Folha de S.Paulo, 11 mar. 2018 A coesão textual é responsável por estabelecer relações entre partes do texto. Analisando o trecho destacado no início do texto, verifica-se que ele estabelece com a oração seguinte uma relação de a) causa, já que a preocupação ambiental justifica o fato de a empresa manter os canudos de plástico. b) consequência, pois o núcleo dedicado a questões ambientais foi criado em razão das embalagens com

canudos de plástico. c) condição, visto que o núcleo da empresa para questões ambientais produz embalagens com canudos

há 20 anos. d) alternância, porque a empresa ora demonstra preocupação ambiental, ora produz embalagens com canudos

de plástico. e) concessão, uma vez que há contradição entre preocupação ambiental e produção de embalagens com

canudos de plástico. GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A oração destacada estabelece relação de concessão com a oração seguinte, já que a preocupação ambiental e um núcleo dedicado ao assunto deveriam impedir a produção de embalagens com canudos de plástico.

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QUESTÃO 29

O machismo não é um atributo pessoal inato; em vez disso, como toda relação de poder, cria papéis e personagens que parecem naturais. Assim como o sistema social e econômico da escravidão cria senhores e escravos, o sistema do machismo cria homens e mulheres machistas, que aprendem os papéis necessários para que o sistema funcione e se perpetue. O pai autoritário, o patrão paternalista, o marido mulherengo, o irmão prepotente, a esposa abnegada, a mãe abnegada..., todos esses são papéis aprendidos desde a mais tenra infância. Nesse sentido, igualmente, o machismo não representa um problema apenas individual, mas social.

Marina Catañeda. O machismo invisível. Por meio de recursos linguísticos, os textos mobilizam estratégias para introduzir e retomar ideias, promovendo a progressão do tema. Entre as expressões destacadas no fragmento transcrito, um novo aspecto do tema é introduzido por a) vem vez disso. b) assim como. c) que. d) todos esses. e) nesse sentido. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A expressão “em vez disso” introduz uma nova perspectiva em relação ao que se afirma na primeira oração, de se tratar o machismo como atributo pessoal inato. No decorrer do parágrafo, a autora utiliza, respectivamente, mecanismos de comparação, coesão por meio do pronome relativo, coesão por aposto resumidor e expressão que introduz conclusão.

QUESTÃO 30

Educação no século 21: Qual o papel da tecnologia na escola?

A tecnologia veio para ficar, mas não façamos dela uma panaceia. O surgimento e a expansão das tecnologias de informação e comunicação (as chamadas TICs) entre o final da década de 1980 e meados da de 1990 recebem o nome de revolução tecnocientífica. Mudam, com ela, as relações pessoais, as relações de trabalho, o tempo do desenvolvimento científico, a arte, as relações financeiras e comerciais e até mesmo a forma de editar um texto. Muda a sociedade como um todo. Mas muda a escola? Nem sempre. Equipar uma escola com as mais modernas tecnologias não levará a nada se não houver a devida preocupação com a didática, entendida como a inter-relação entre professor, aluno e conteúdo.

Ricardo Faletta Disponível em: http://blogs.oglobo.globo.com/todos-pelaeducacao/post/educacao-no-seculo-21-qual-o-papel-datecnologia-na-escola.htm

A presença da tecnologia no ambiente escolar tem provocado inúmeras discussões. O texto de R. Faletta insere-se nesse conjunto de questionamentos, pois defende a necessidade de a) apoiar a tecnologia na educação como ferramenta que torna a escola melhor. b) questionar o papel da tecnologia nas escolas como essencial à interação escolar. c) compreender a didática como condição essencial para o uso de tecnologia na escola. d) discordar do modelo tradicional de ensino, focado na relação entre professor e aluno. e) incorporar as inovações tecnológicas ocorridas entre as décadas de 1980 e 1990. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: No final do texto, o autor deixa claro que “Equipar uma escola com as mais modernas tecnologias não levará a nada se não houver a devida preocupação com a didática”, ou seja, equipamentos tecnológicos são importantes, mas não dispensam a didática.

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QUESTÃO 31

Se você está lendo isso, você provavelmente mora em uma rua que tem nome, e na qual a sua residência tem um número. Mas de acordo com uma estimativa do Banco Mundial, metade da população mundial ainda vive em ruas sem nome – e para essas pessoas, dizer onde mora pode ser um desafio. Foi para encarar esse desafio que o Google anunciou hoje o Plus Codes.

De acordo com a empresa, os Plus Codes são um sistema open-source de códigos no formato “6-caracteres + cidade”. Para gerar esses códigos, o sistema divide toda a superfície terrestre em pequenos “ladrilhos” e atribui um código a cada um deles. Você pode não ter nem ideia de como interpretar esse código, mas se você colocá-lo no Google, ele lhe mostrará um local específico, facilitando a localização.

Disponível em: Gustavo Sumares, Olhar Digital, 14 mar. 2018 O desenvolvimento técnico e científico tem provocado no decorrer da História profundas modificações na relação do homem com o seu meio. Nesse sentido, de acordo com o artigo de G. Sumares, o advento do Plus Codes pode cumprir a função social de a) possibilitar ao usuário o acesso a códigos tecnológicos. b) assegurar ao cidadão o direito à determinação de localidade. c) dar ao internauta vantagem perante os analfabetos digitais. d) facultar ao habitante rural os modismos das redes sociais. e) difundir ao setor antiquado do planeta acesso à computação. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O Plus Codes é um sistema que, a partir do esquadrinhamento do planeta, gera códigos capazes de determinar a localização até mesmo de espaços que não possuem uma nomeação oficial, caso de metade da população mundial. Assim, assegura o direito à determinação de localidade inclusive para esse grupo de desprestigiados.

QUESTÃO 32

Na tirinha, As falas de Jon e Garfield correspondem a) à linguagem coloquial informal e à linguagem de padrão culto, respectivamente. b) à gíria e à língua literária, respectivamente. c) a duas formas da linguagem de padrão culto. d) a duas formas da gíria brasileira. e) à língua portuguesa do Brasil e à de Portugal, respectivamente. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O erro da fala de Jon é frequente na linguagem coloquial brasileira; a construção conforme o padrão culto da língua se encontra na frase de Garfield. Nesse caso, o verbo “arrepender”, transitivo indireto, exige a preposição “de”, a qual aparece somente na fala de Garfield: “das quais você se arrepende”.

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QUESTÃO 33

A imagem acima, do italiano Marco de Angelis, recebeu em 2015 a Menção Honrosa do 42º Salão de Humor de Piracicaba (SP). Por se tratar de uma charge, cumpre a função de denunciar questão social contemporânea ao evidenciar a) o descaso dos usuários de redes sociais em relação a situações perigosas. b) a necessidade de registros simultâneos de fatos inusitados nas mídias sociais. c) o uso de uma ferramenta tecnológica no enfrentamento da opressão. d) a busca de notoriedade por meio de exposição em conflito de forças igualitárias. e) o número excessivo de aparelhos celulares em manifestações urbanas. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A charge de Marco de Angelis apresenta dois grupos em posições opostas: o da direita, com integrantes que carregam instrumentos de opressão policial, e o da esquerda, com membros que portam dispositivos móveis eletrônicos. A situação em que se encontram é de confronto, pois um está de frente para o outro. Destacam-se, assim, não só a opressão, representada no armamento dos que estão à direita, mas também a tecnologia, empregada pelos que estão à esquerda, como forma de enfrentamento da sujeição imposta pela autoridade.

QUESTÃO 34

A humanidade parece ter um problema recorrente com o uso do sal [...]. O historiador britânico Felipe Fernandez-Arnesto, da Universidade de Notre-Dame, nos Estados Unidos, diz que, desde que os primeiros humanos deixaram de ser nômades, houve um crescimento explosivo do uso do sal. A ingestão diária aumentou cinco ou seis vezes desde o período paleolítico – com enorme aceleração nas ultimas décadas. A American Heart Association, que reúne os cardiologistas americanos, estima que mudanças no estilo de vida provocaram aumento de 50% no consumo de sal desde os anos 1970. Em boa medida, graças1ao consumo de comida industrializada.

A culpa pelo abuso do sal não deve, porém, ser atribuída somente 2à indústria. A maior responsabilidade cabe ao nosso paladar. Os especialistas acreditam que a natureza gravou em nosso cérebro circuitos que condicionam a gostar de sal e procurar por ele – em razão do sódio essencial que contém. A indústria, assim como a arte gastronômica, responde 3ao desejo humano. “É provável que o sal seja tão apreciado porque tem a capacidade de ativar o sistema de recompensa do nosso cérebro”, diz o neurofisiologista brasileiro Ivan de Araújo, afiliado a Universidade Yale, nos Estados Unidos. Isso significa que sal nos deixa felizes [...].

Com base nas repercussões negativas na saúde pública, muitos médicos têm falado em “epidemia salgada” e promovido um movimento similar 4àquele que antecedeu as restrições impostas ao tabaco e ao álcool. Desde 2002, a Organização Mundial da Saúde (OMS) faz campanhas para chamar a atenção sobre o excesso de sal. O movimento que defende as restrições ao sal já chegou 5ao Brasil. Na segunda quinzena de junho, reuniram-se em Brasília representantes do meio acadêmico, da indústria de alimentos, técnicos do Ministério da Saúde, da Agricultura e da ANVISA, agência federal que regulamenta a venda de comida industrializada e remédios. Como meta, discutiu-se passar, em dez anos, de 12 gramas per capita de sal por dia para os 5 gramas recomendados pela OMS. “Essa mudança ajudaria a baixar em 10% a pressão arterial dos brasileiros. Seria 1,5 milhão de pessoas livres de medicação para hipertensão”, diz a nefrologista Frida Plavnik, representante da Sociedade Brasileira de Hipertensão na reunião. 6Segundo ela, haveria queda de 15% nas mortes causadas por derrames e de 10% naquelas ocasionadas por infarto.

Fonte: Época. Seção Saúde & Bem-estar. 26 jul. 2010. p. 89-94. (adaptado) / Viva melhor com menos sal

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A substituição proposta mantém o sentido do texto e está de acordo com a norma padrão em: a) “ao consumo” (ref. 1) por a utilização b) “a indústria” (ref. 2) por à processos industriais c) “ao desejo humano” (ref. 3) por à vontade das pessoas d) “aquele” (ref. 4) por aquela campanha e) “ao Brasil” (ref. 5) por no país GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: [a] incorreta. Em “graças ao consumo de comida industrializada”, seria possível a substituição com ocorrência de acento indicativo de crase: graças à utilização de comida industrializada, uma vez que o substantivo “graças” requer emprego da preposição “a”. [b] incorreta. Em “a culpa pelo abuso do sal não deve, porém, ser atribuída somente à indústria”, seria possível a substituição, porém sem a ocorrência de acento indicativo de crase, por se tratar de expressão no masculino: a culpa pelo abuso do sal não deve, porém, ser atribuída somente a processos industriais. [c] correta. Em “a indústria, assim como a arte gastronômica, responde ao desejo humano”, é possível a substituição sem comprometer o sentido do texto ou sua correção gramatical. [d] incorreta. Em “promovido um movimento similar àquele que antecedeu as restrições impostas ao tabaco e ao álcool” seria possível a substituição com ocorrência de acento indicativo de crase, uma vez que o verbo promovido requer emprego da preposição a: promovido um movimento similar àquela campanha que antecedeu as restrições impostas ao tabaco e ao álcool. [e] incorreta. Em “o movimento que defende as restrições ao sal já chegou ao Brasil”, não é possível a troca sugerida, pois o verbo chegar requer emprego da preposição “a”.

QUESTÃO 35

Partiram pois as três para a casa do major, que morava então na rua da Misericórdia, uma das mais antigas da cidade. O major recebeu-as de rodaque de chita e tamancos, não tendo a princípio suposto o quilate da visita; apenas porém reconheceu as três, correu apressado à camarinha vizinha, e envergou o mais depressa que pôde a farda; como o tempo urgia, e era uma incivilidade deixar sós as senhoras, não completou o uniforme, e voltou de novo à sala de farda, calças de enfiar, tamancos, e um lenço de Alcobaça sobre o ombro, segundo seu uso.

(Manuel Antonio de Almeida, Memórias de um Sargento de Milícias) Em “como o tempo urgia, e era uma incivilidade deixar sós as senhoras, não completou o uniforme”, a relação do trecho em destaque com as orações anteriores é de a) adição. b) consequência. c) oposição. d) condição. e) causa. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: As orações anteriores apontam as causas, os motivos de Major Vidigal não ter completado seu uniforme: havia pressa (primeira causa) e era deselegante deixar as visitas sozinhas (segunda causa); em consequência, o Major “não completou o uniforme”.

QUESTÃO 36

Fanatismo Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida Meus olhos andam cegos de te ver! Não és sequer a razão de meu viver, Pois que tu és já toda minha vida! Não vejo nada assim enlouquecida... Passo no mundo, meu amor, a ler No misterioso livro do teu ser A mesma história tantas vezes lida! (...)

Florbela Espanca, Livro de Sóror Saudade, 1923.

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2018 - SIMULADO ENEM – 2ª SÉRIE – 3º TRIMESTRE

A palavra mesmo pode assumir diferentes significados, de acordo com a sua função na frase. O sentido de mesmo equivale ao que se verifica em “A mesma história”, no 8º verso da 2ª estrofe do poema de Florbela Espanca:

a) Pai, para onde fores, irei também trilhando as mesmas ruas... (Augusto dos Anjos)

b) De tudo ao meu amor serei atento Antes e com tal zelo, e sempre, e tanto Que mesmo em face do maior encanto Dele se encante mais meu pensamento. (Vinícius de Moraes)

c) Havia o mal, profundo e persistente, para o qual o remédio não surtiu efeito, mesmo em doses variáveis. (Raimundo Faoro)

d) Mas, olhe cá, Mana Glória, há mesmo necessidade de fazê-lo padre? (Machado de Assis)

e) Vamos de qualquer maneira, mas vamos mesmo. (Aurélio)

GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: No verso de Florbela Espanca – “A mesma história tantas vezes lida” –, mesmo foi empregado com função de adjetivo, com significado de “idêntica”, “igual”. Em b, mesmo foi empregado em função adverbial, com o sentido de “até”, “ainda”; em c, é conjunção concessiva, podendo ser substituído por “embora”, “ainda que”; em d e ‘e’, mesmo equivale a um advérbio e significa “realmente”, “de verdade”.

QUESTÃO 37 O texto verbal abaixo contém uma passagem em desacordo com a norma padrão da língua portuguesa.

Corrige-se essa inadequação com a substituição de a) “tem” por têm. b) “vitais” por vital. c) “aprenda” por aprendes. d) “a” por há. e) “cuidá-lo” por cuidar dele. GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O verbo “cuidar” exige complemento antecedido pela preposição “de”.

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2019 – SIMULADO ENEM – 2ª SÉRIE – 3º TRIMESTRE

QUESTÃO 38

Do one thing for diversity and inclusion

The United Nations Alliance of Civilizations (UNAOC) is launching a campaign aimed at engaging people around the world to Do One Thing to support Cultural Diversity and Inclusion. Every one of us can do ONE thing for diversity and inclusion; even one very little thing can become a global action if we take part in it.

Simple things YOU can do to celebrate the World Day for Cultural Diversity for Dialogue and Development on May 21: 1. Visit an art exhibit or a museum dedicated to other cultures. 2. Read about the great thinkers of other cultures. 3. Visit a place of worship different than yours and participate in the celebration. 4. Spread your own culture around the world and learn about other cultures. 5. Explore music of a different culture. There are thousands of things that you can do, are you taking part in it?

UNITED NATIONS ALLIANCE OF CIVILIZATIONS. Disponível em: www.unaoc.org. Acesso em: 16 fev. 2013 (adaptado).

Internautas costumam manifestar suas opiniões sobre artigos on-line por meio da postagem de comentários. O comentário que exemplifica o engajamento proposto na quarta dica da campanha apresentada no texto é: a) “Lá na minha escola, aprendi a jogar capoeira para uma apresentação no Dia da Consciência Negra.” b) “Outro dia assisti na TV uma reportagem sobre respeito à diversidade. Gente de todos os tipos, várias tribos.

Curti bastante.” c) “Eu me inscrevi no Programa Jovens Embaixadores para mostrar o que tem de bom em meu país e conhecer

outras formar de ser.” d) “Curto muito bater papo na internet. Meus amigos estrangeiros me ajudam a aperfeiçoar minha proficiência

em língua estrangeira.” e) “Pesquisei em sites de culinária e preparei uma festa árabe para uns amigos da escola. Eles adoraram,

principalmente, os doces!” GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A quarta dica da campanha apresentada no texto afirma: “Spread your own culture around the world and learn about other cultures”, cuja tradução é “Espalhe a sua própria cultura ao redor do mundo e aprenda sobre outras culturas”.

QUESTÃO 39

If you can’t master English, try Globish

PARIS – It happens all the time: during an airport delay the man to the left, a Korean perhaps, starts talking to the man opposite, who might be Colombian, and soon they are chatting away in what seems to be English. But the native English speaker sitting between them cannot understand a word. They don’t know it, but the Korean and the Colombian are speaking Globish, the latest addition to the 6,800 languages that are said to be spoken across the world. Not that its inventor, Jean-Paul Nerrière, considers it a proper language.

“It is not a language, it is a tool,” he says. “A language is the vehicle of a culture. Globish doesn’t want to be that at alI. It is a means of communication.” Nerrière doesn’t see Globish in the same light as utopian efforts such as Kosmos, Volapuk, Novial or staunch Esperanto. Nor should it be confused with barbaric Algol (for Algorithmic language). It is a sort of English like: a means of simplifying the language and giving it rules so it can be understood by all.

(BLUME, M. Disponível em: <www.nytimes.com>. Acesso em: 28 out, 2013. Fragmento). Considerando as ideias apresentadas no texto, o Globish (Global English) é uma variedade da língua inglesa que a) altera a estrutura do idioma para possibilitar a comunicação internacional. b) tem status de língua por refletir uma cultura global. c) facilita o entendimento entre o falante nativo e o não nativo. d) tem as mesmas características de projetos utópicos como o esperanto. e) apresenta padrões de fala idênticos aos da variedade usada pelos falantes nativos. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: No texto é mencionado: “a means of simplifying the language and giving it rules so it can be understood by all”, ou seja, um meio de simplificar o idioma e dá-lo regras para que ele seja entendido por todos.

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QUESTÃO 40

Quotes of the Day Friday, Sep. 02, 2011

“There probably was a shortage of not just respect and boundaries but also love. But you do need, when they cross the line and break the law, to be very tough.” British Prime Minister DAVID CAMERON, arguing that those involved in the recent riots in England need “tough love” as he vows to “get to grips” with the country’s problem families.

Disponível em: www.time.com. Acesso em: 5 nov. 2011 (adaptado). A respeito dos tumultos causados na Inglaterra em agosto de 2011, as palavras de alerta de David Cameron têm como foco principal a) enfatizar a discriminação contra os jovens britânicos e suas famílias. b) reforçar a ideia de que os jovens precisam de amor, mas também de firmeza. c) criticar as ações agressivas demonstradas nos tumultos pelos jovens. d) estabelecer relação entre a falta de limites dos jovens e o excesso de amor. e) descrever o tipo de amor que gera problemas às famílias de jovens britânicos. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A expressão “tough love”, no trecho: “British Prime Minister David Cameron, arguing that those involved in the recent riots in England need “tough love”, significa amor com firmeza, com limites.

QUESTÃO 41 TEXTO I

ALMEIDA, H. Dentro de mim, 2000. Fotografia p/b. 132 cm x 88 cm.

Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. TEXTO II

A body art põe o corpo tão em evidência e o submete a experimentações tão variadas, que sua influência estende-se aos dias de hoje. Se na arte atual as possibilidades de investigação do corpo parecem ilimitadas – pode-se escolher entre representar, apresentar, ou ainda apenas evocar o corpo – isso ocorre graças ao legado dos artistas pioneiros.

SILVA, P R. Corpo na arte, body art, body modification: fronteiras. II Encontro de História da Arte: IFCH-Unicamp, 2006 (adaptado). Nos textos, a concepção de body art está relacionada à intenção de a) estabelecer limites entre o corpo e a composição. b) fazer do corpo um suporte privilegiado de expressão. c) discutir políticas e ideologias sobre o corpo como arte. d) compreender a autonomia do corpo no contexto da obra. e) destacar o corpo do artista em contato com o expectador. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O conceito de body art estabelece a utilização do corpo como suporte para a expressão artística.

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QUESTÃO 42 TEXTO I

BRACCO, A; LOSCHI, M. Quando rotas se tornam arte. Retratos: a revista do IBGE. Rio de Janeiro, n. 3, set. 2017 (adaptado).

TEXTO II Stephen Lund, artista canadense, morador em Victoria, capital da Colúmbia Britânica (Canadá), transformou-se em fenômeno mundial produzindo obras de arte virtuais pedalando sua bike. Seguindo rotas traçadas com o auxílio de um dispositivo de GPS, ele calcula ter percorrido mais de 10 mil quilômetros.

Disponível em: www.booooooom.com. Acesso em: 9 dez. 2017 (adaptado) Os textos destacam a inovação artística proposta por Stephen Lund a partir do(a) a) deslocamento das tecnologias de suas funções habituais. b) perspectiva de funcionamento do dispositivo de GPS. c) ato de guiar sua bicicleta pelas ruas da cidade. d) análise dos problemas de mobilidade urbana. e) foco na promoção cultural da sua cidade. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O artista faz uso da tecnologia fora de sua função habitual para criar a obra de arte.

QUESTÃO 43

A instalação Dengo transformou a sala do MAM-SP em um ambiente singular, explorando como principal característica artística a a) participação do público na interação lúdica com a obra. b) distribuição de obstáculos no espaço da exposição. c) representação simbólica de objetos oníricos. d) interpretação subjetiva da lei da gravidade e) valorização de técnicas de artesanato.

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GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A instalação é uma manifestação artística contemporânea composta por elementos organizados em um ambiente. O espectador participa ativamente da obra e, portanto, não se comporta somente como apreciador.

QUESTÃO 44

Sempre que uma equipe tem posse de bola no basquete, a equipe avança para o ataque. Existem 5 tipos principais de posição: a) Armador principal, lançador, ponta, meia, lateral. b) Armador principal, lançador, meia, lateral, pivô. c) Armador principal, lançador, meia, lateral, fixo. d) Armador principal, lançador, lateral, ala pivô, pivô. e) Armador principal, lançador, ponta, ala pivô, pivô. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Os 5 tipos principais de posição são: Armador principal, lançador, lateral, ala pivô, pivô.

QUESTÃO 45

Quando se erra um arremesso no basquete, há a oportunidade de reaver a bola para sua equipe. Essa ação é chamada de: a) Bandeja. b) Box one. c) Enterrada. d) Match up. e) Rebote. GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Quando se erra um arremesso, há a oportunidade de reaver a bola para sua equipe: isso é chamado de rebote. Pode ser ofensivo (na tentativa de uma cesta para o seu time) ou defensivo (quando se evita que o outro time retome a posse da bola após um arremesso errado).

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QUESTÃO 46 "O continente africano em seu conjunto apresenta 44% de suas fronteiras apoiadas em meridianos e paralelos; 30% por linhas retas e arqueadas, e apenas 26% se referem a limites naturais que geralmente coincidem com os de locais de habitação dos grupos étnicos".

(MARTIN, A. R. Fronteiras e Nações. Contexto, São Paulo, 1998) Diferente do continente americano, onde quase que a totalidade das fronteiras obedecem a limites naturais, a África apresenta as características citadas em virtude, principalmente, a) da sua recente demarcação, que contou com térmicas cartográficas antes desconhecidas. b) dos interesses de países europeus preocupados com a partilha dos seus recursos naturais. c) das extensas áreas desérticas que dificultam a demarcação dos "limites naturais". d) da natureza nômade das populações africanas, especialmente aquelas oriundas da África Subsaariana. e) da grande extensão longitudinal, o que demandaria enormes gastos para demarcação. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A expansão imperialista europeia está vinculada ao processo de “partilha” do território africano, baseado no estabelecimento de fronteiras artificiais a partir das determinações da Conferência de Berlim. Nessa partilha, cada potência imperialista buscava alcançar suas riquezas naturais.

QUESTÃO 47 “A fita branca”, que venceu o Festival de Cinema de Cannes em 2009, conta a história de uma comunidade rural na Alemanha, entre 1913 e 1914, onde estranhos e violentos incidentes começam a ocorrer. O diretor do filme comentou: “Não ficaria feliz se o filme fosse visto apenas como um filme sobre um problema alemão. Ele significa mais que isso. É um filme sobre as raízes do mal. É sobre um grupo de crianças que são doutrinadas com alguns ideais e se tornam juízes dos outros − justamente daqueles que empurraram aquela ideologia goela abaixo delas.”

Maurício Stycer Adaptado de colunistas.ig.com.br, 24/10/2009.

A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) provocou transformações nas vidas de crianças e jovens europeus. Uma dessas transformações é apresentada no filme “A fita branca”, e está associada ao que o diretor denominou de “raízes do mal”. Nas décadas de 1920 e 1930, os efeitos dessas raízes do mal se manifestaram em um processo histórico que culminou na(o) a) expansão do comunismo. b) difusão do etnocentrismo. c) ascensão do totalitarismo. d) renascimento do liberalismo. e) fim das ditaduras europeias.

CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS

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GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O fim da Primeira Guerra Mundial (1914-1918) provocou um novo cenário político e cultural para a Europa. Países que eram verdadeiras potências, como Alemanha, por exemplo, saíram perdedoras da Primeira Guerra e enfrentaram uma crise generalizada que provocou uma descrença e uma crítica intensa ao liberalismo. Essa descrença possibilitou o surgimento de concepções extremadas que defendiam o totalitarismo do Estado e intolerância étnica, racial e política. Esse quadro deu origem ao regime nazista na Alemanha, que provocou a morte de milhares de pessoas durante a Segunda Guerra Mundial. Dessa maneira, o filme “A fita branca” pretende retratar as “raízes do mal”, ou seja, a conjuntura do período pós-Primeira Guerra que deu origem ao nazismo.

QUESTÃO 48

O New Deal visa restabelecer o equilíbrio entre o custo de produção e o preço, entre a cidade e o campo, entre os preços agrícolas e os preços industriais, reativar o mercado interno – o único que é importante – pelo controle de preços e da produção, pela revalorização dos salários e do poder aquisitivo das massas, isto é, dos lavradores e operários, e pela regulamentação das condições de emprego.

CROUZET, M. Os Estados perante a crise, In: História geral das civilizações. São Paulo: Difel, 1977 (adaptado). Tendo como referência os condicionantes históricos do entreguerras, as medidas governamentais descritas objetivavam a) flexibilizar as regras do mercado financeiro. b) fortalecer o sistema de tributação regressiva. c) introduzir os dispositivos de contenção creditícia. d) racionalizar os custos da automação industrial mediante negociação sindical. e) recompor os mecanismos de acumulação econômica por meio da intervenção estatal. GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O New Deal foi um plano de reestruturação implementado por Roosevelt nos EUA após a Crise de 1929. Dentre as determinações do plano, estavam a intervenção estatal na economia, a criação de empregos através de obras públicas e o controle sobre as produções agrárias e industriais.

QUESTÃO 49

“[...] De um certo modo, os companheiros de Lenin, a um passo da morte, continuavam a pensar que o partido era o proletariado, e que seu chefe, Stálin, não se apartara da causa proletária. O pensamento ideológico se processa por meio de identificações em cadeia: é sempre um raciocínio, embora muitas vezes irrazoável. E nada mais fácil do que aceitar raciocínios em si verossímeis, mas absurdos com referência à realidade” (Aron, Raymond. Paz e Guerra entre as nações. Brasília: Editora da Universidade de Brasília, Instituto de Pesquisas e Relações Internacionais;

São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2002. pp. 244-245) Para o autor, o raciocínio dos companheiros de Lenin não se ajustava à realidade porque a) Stalin abriu as portas da URSS ao capitalismo e ao livre mercado. b) Stalin não tinha pretensão de prosseguir com o comunismo na URSS. c) não havia, nas ideias de Lenin, nenhuma perspectiva política que aprovasse o uso da violência. d) o proletariado não tinha uma ideologia, mas sim um programa de ação revolucionária ininterrupto rumo à

perfeita sociedade comunista. e) a ideologia que Lenin desenvolveu, a partir das ideias de Marx, fez com que seus companheiros, mesmo

estando a caminho da morte ordenada por Stalin, ainda acreditassem que aquilo acontecia em nome do proletariado.

GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O “sonho revolucionário”, que era alimentado pela ideologia comunista da Revolução Russa, desde 1917, que pressupunha o domínio dos meios de produção pelo operariado e, por fim, a instalação de um regime completamente igualitário e livre, desmoronou com ascensão de Stalin ao poder, que passou a empreender um regime brutal e centralizador. Mas, ainda assim, como relata o sociólogo Raymond Aron, os velhos companheiros de Lenine ainda se mantinham cativos dessa ideologia, mesmo diante de sua morte, ordenada por Stalin.

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QUESTÃO 50

Após a Primeira Guerra Mundial, Benito Mussolini instituiu um Estado corporativo na Itália, no qual o poder emanava quase que totalmente da figura do ditador, como é apresentado na imagem a seguir.

*si – significa “sim” em italiano.

Bella Ciao (Querida, adeus!)

Esta manhã, eu acordei. Querida, adeus! Querida, adeus! Querida, adeus, adeus, adeus! Esta manhã, eu acordei E encontrei um invasor. Oh membro da Resistência, leve-me embora. Querida, adeus! Querida, adeus! Querida, adeus, adeus, adeus! Oh, membro da Resistência, leve-me embora. Porque sinto que vou morrer. E se eu morrer como um membro da Resistência. Querida, adeus! Querida, adeus! Querida, adeus, adeus, adeus! E se eu morrer como um membro da Resistência. Você deve me enterrar. E me enterre no alto da montanha. Querida, adeus! Querida, adeus! Querida, adeus, adeus, adeus! E me enterre no alto da montanha. Sob a sombra de uma bela flor. (...).

A fotografia anterior registra a fachada do Partido Nacional Fascista de Benito Mussolini em 1934. A música Bella Ciao foi um hino cantado contra o fascismo de Mussolini e as tropas nazistas durante a Segunda Guerra Mundial. Em 25 de abril de 2018, quando a Itália celebrou 73 anos de sua libertação do nazifascismo, a canção foi entoada em várias partes do país.

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2018 - SIMULADO ENEM – 2ª SÉRIE – 3º TRIMESTRE

Os usos da imagem e da música nos permitem compreender que a) através de vários mecanismos de propaganda ideológica e coerção física, os italianos foram forçados a entoar

a música Bella Ciao, a fim de demonstrar publicamente sua adesão ao fascismo. Esse caráter umbilical da relação da massa com o líder aparece retratado na fotografia.

b) a música se trata de um produto da indústria cultural com forte apelo comercial, compreende-se pela sua circulação e consumo em plano global e em várias mídias (shows musicais, novelas e séries). Nesse sentido, a imagem é um cartaz caracterizado pela neutralidade política.

c) se trata de uma música de alcance internacional entoada em várias partes do mundo, em diferentes contextos de resistência política contra o fascismo, regime caracterizado pela adesão da massa em relação ao seu líder, como explicita a fotografia.

d) o gesto que recupera em 2018 esta canção sugere uma semelhança entre o tempo de antes (do fascismo) e o de hoje, aproximando Silvio Berlusconi de Mussolini, dirigente retratado na fotografia. Antes, como agora, Bella Ciao exalta a resistência, identificando-se como uma canção nacionalista.

e) se trata de uma música de alcance nacional, com o objetivo de enaltecer apolítica fascista, regime caracterizado pela adesão da massa em relação ao seu líder, como explicita a fotografia.

GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Conforme o texto, a canção mencionada está associada à memória da luta contra o fascismo (“Resistência”) e tem sido entoada em diversas situações desde a Segunda Guerra Mundial. Já a imagem remete à importância do líder nacional em detrimento das instituições típicas dos regimes representativos do governo.

QUESTÃO 51

A primeira metade do século XX foi marcada por conflitos e processos que a inscreveram como um dos mais violentos períodos da história humana. Entre os principais fatores que estiveram na origem dos conflitos ocorridos durante a primeira metade do século XX, estão a) a crise do colonialismo, a ascensão do nacionalismo e do totalitarismo. b) o enfraquecimento do império britânico, a Grande Depressão e a corrida nuclear. c) o declínio britânico, o fracasso da Liga das Nações e a Revolução Cubana. d) a corrida armamentista, o terceiro-mundismo e o expansionismo soviético. e) a Revolução Bolchevique, o imperialismo e a unificação da Alemanha. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Todos os pontos citados na alternativa A contemplam fatores que contribuíram nos conflitos que ocorreram na primeira metade do século XX, leia-se 1ª e 2ª guerras mundiais. A crise do colonialismo, a disputa por colônias na África e na Ásia e a ascensão do discurso nacionalista foram um dos principais fatores conjunturais que provocaram a 1ª guerra mundial. Anos depois, o mesmo discurso nacionalista foi utilizado pelos regimes totalitários europeus, que intensificaram disputas que culminaram na 2ª guerra.

QUESTÃO 52

“Para o Paraguai, portanto, essa foi uma guerra pela sobrevivência. De todo modo, uma guerra contra dois gigantes estava fadada a ser um teste debilitante e severo para uma economia de base tão estreita. Lopez precisava de uma vitória rápida e, se não conseguisse vencer rapidamente, provavelmente não venceria nunca”.

(LYNCH, J. “As Repúblicas do Prata: da Independência à Guerra do Paraguai”. BETHELL, Leslie (Org.). História da América Latina: da independência até 1870, v. III. São Paulo: EDUSP, 2004.)

A Guerra do Paraguai teve consequências políticas importantes para o Brasil, pois a) representou a afirmação do Exército Brasileiro como um ato político de primeira ordem. b) confirmou a conquista da hegemonia brasileira sobre a Bacia Platina. c) concretizou a emancipação dos escravos negros. d) incentivou a adoção de um regime constitucional monárquico. e) solucionou a crise financeira, em razão das indenizações recebidas. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A letra A se faz correta, pois vincula corretamente a vitória brasileira na Guerra do Paraguai ao fortalecimento do Exército enquanto instituição com pretensões política voltadas para o republicanismo.

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QUESTÃO 53

"Tendo subido os degraus da democracia, Hitler jogou a escada fora." Blainey, G. Uma Breve História do Século XX.

De 1919 a 1933, a Alemanha viveu sob o signo da "República de Weimar", primeira experiência democrática da história alemã. Junto com a República de Weimar, nasceu o Partido Nazista, que pregava, entre outras coisas: a existência da raça ariana; o nacionalismo exacerbado; o totalitarismo; e o anticomunismo. Em 1932, o Partido Nazista conquistou, democraticamente, 230 cadeiras no Parlamento, e Hitler foi nomeado Chanceler. A partir daí, houve uma espiral totalitarista que resultou na 2ª Guerra Mundial. Essa ascensão democrática dos Nazistas ao poder está associada à(ao) a) Revolução Russa de 1917, que já havia instaurado o comunismo em países como a Polônia, a Hungria e a

Tchecoslováquia e continuava avançando em direção a Europa Ocidental, causando medo na população alemã, que resolveu eleger um partido claramente anticomunista.

b) grave crise econômica iniciada com a queda da Bolsa de Nova York, em 1929, e aumentou ainda mais o sentimento de humilhação imposto pelo Tratado de Versalhes, gerando em grande parte da população o desejo por um líder carismático capaz de resgatar a honra nacional. Isso justificava a escolha de um partido ultranacionalista que promulgava a existência de uma raça superior.

c) morte do Presidente alemão Paul von Hindenburg, que levou à necessidade de escolher outro líder carismático, com capacidade de resgatar a honra nacional. Hitler, do Partido Nazista, personificava esse líder.

d) Fascismo na Itália, um regime claramente ditatorial, que estava se expandindo por outros países da Europa, como Portugal, Hungria e Polônia. Isso amedrontou a população alemã, que optou por eleger, democraticamente, o Partido Nazista.

e) sucesso da Guerra Civil Espanhola, que derrotou o socialismo naquele país, com apoio do Partido Nazista, e trouxe esperanças ao povo alemão, que resolveu eleger seus integrantes.

GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Após o fim da Primeira Guerra, com a assinatura do Tratado de Versalhes, a Alemanha entrou numa espiral de crise que abrangeu vários setores do país (política, economia, sociedade etc.). A República de Weimar tentou contornar tal crise, mas a Crise de 1929 impôs mais dificuldades aos alemães, o que fez com a população, desamparada e carente de liderança, enxergasse em Hitler e no Partido Nazista o sopro de esperança para o reerguimento da Nação. Esse conjunto de fatores explica a ascensão democrática do Nazismo ao poder.

QUESTÃO 54

Estes são alguns artigos do Tratado de Versalhes imposto à Alemanha:

Art. 45 - Alemanha cede à França a propriedade absoluta [...], com direito total de exploração, das minas de carvão situadas na bacia do rio Sarre.

Art. 119 - A Alemanha renúncia, em favor das potências aliadas, a todos os direitos sobre as colônias ultramarinas.

Art. 171 - Estão proibidas na Alemanha a fabricação e a importação de carros blindados, tanques, ou qualquer outro instrumento que sirva a objetivos de guerra.

Art. 232 - A Alemanha se compromete a reparar todos os danos causados à população civil das potências aliadas e a seus bens".

MARQUES, Adhemar Martins et all. "História Contemporânea - Textos e documentos". São Paulo: Contexto, 1999. O texto reproduz fragmentos do Tratado de Versalhes, que a) encerrou a 2ª Guerra Mundial, fazendo com que a Alemanha perdesse as colônias ultramarinas para os

países dos Aliados. b) extinguiu a Liga das Nações, propondo a criação da Organização das Nações Unidas (ONU), em 1945, com o

objetivo de preservar a paz mundial. c) estimulou a competição econômica e colonial entre os países europeus, culminando na 1ª Guerra Mundial. d) permitiu que as potências aliadas dividissem a Alemanha, no fim da 2ª Guerra Mundial, em quatro zonas de

ocupação: francesa, britânica, americana e soviética. e) impôs duras sanções à Alemanha, no fim da 1ª Guerra Mundial, fazendo ressurgir o nacionalismo e

reorganizando as forças políticas do país. GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O Tratado de Versalhes (1919) foi um acordo de paz firmado pelas potências europeias, que encerrou oficialmente a Primeira Guerra Mundial. Após seis meses de negociações, em Paris, o documento foi assinado como uma continuação do armistício de novembro de 1918, em Compiègne, que tinha posto um fim aos confrontos. O principal ponto do tratado determinava que a Alemanha aceitasse todas as responsabilidades por causar a guerra e acatasse suas punições.

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QUESTÃO 55 “O povo estava farto da guerra e havia perdido toda a confiança no czar. (…) O próprio czar fora para o Quartel General para proteger-se; e quando tentou voltar para Petrogrado os trabalhadores ferroviários detiveram seu trem. Todo o mecanismo da monarquia havia parado; o czar (…) havia tentado dissolver a Quarta Duma, tal como as anteriores, mas desta vez os parlamentares se recusaram a se dispersar, e formaram um Comitê Provisório, que nomeou o Governo Provisório”.

(Edmund Wilson, Rumo à Estação Finlândia. SP, Cia. Das Letras, 1987). Sobre as circunstâncias em que se desenvolveram os fatos descritos acima, conclui-se que a) a derrubada da monarquia, em março de 1917, na Rússia, foi conduzida pelos bolcheviques – parlamentares

que controlavam o poder da Duma, durante todo o Governo Provisório. b) a precipitação do processo revolucionário foi produzida pela manutenção desse país na Primeira Guerra

Mundial, a que resultou em 4 milhões de baixas, aproximadamente. c) os sovietes – comitês locais de trabalhadores – funcionaram, desde sua criação em 1906, sob liderança dos

bolcheviques, que buscavam espaço no governo czarista. d) as movimentações sociais que resultaram na queda da monarquia russa, em 1905, tornaram-se conhecidas

como “Ensaio Geral”, já que funcionaram como antecâmara da revolução socialista. e) o deputado Kerensky representou, no governo provisório, em 1917, as posições mencheviques, que, com a

palavra de ordem “Todo poder aos sovietes”, reivindicavam maior participação popular. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O texto que abre essa questão apresenta, já no início, a resposta verdadeira: “O povo estava farto da guerra e havia perdido toda a confiança no czar.” Todas as outras respostas contêm equívocos. A derrubada da monarquia não foi conduzida pelos bolcheviques, nem eles lideraram sempre os sovietes. As manifestações de 1905 nem se aproximaram do que aconteceu em 1917. As palavras de ordem mencionadas não são de Kerensky, mas de Lênin.

QUESTÃO 56

Para consolidar-se como governo, a República precisava eliminar as arestas, conciliar-se com o passado monarquista, incorporar distintas vertentes do republicanismo. Tiradentes não deveria ser visto como herói republicano radical, mas sim como herói cívico-religioso, como mártir, integrador, portador da imagem do povo inteiro.

CARVALHO, J. M. C. A formação das almas: O imaginário da República no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1990

Ei-lo, o gigante da praça, / O Cristo da multidão! É Tiradentes quem passa / Deixem passar o Titão.

ALVES, C. Gonzaga ou a revolução de Minas. In: CARVALHO, J. M. C. A formação das almas. O imaginário da República no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

A 1ª República brasileira, nos seus primórdios, precisava constituir uma figura heroica capaz de congregar diferenças e sustentar simbolicamente o novo regime. Optando pela figura de Tiradentes, deixou de lado figuras como Frei Caneca ou Bento Gonçalves. A transformação do inconfidente em herói nacional evidencia que o esforço de construção de um simbolismo por parte da República estava relacionado a) ao caráter nacionalista e republicano da Inconfidência, evidenciado nas ideias e na atuação de Tiradentes. b) à identificação da Conjuração Mineira como o movimento precursor do positivismo brasileiro. c) ao fato de a proclamação da República ter sido um movimento de poucas raízes populares, que precisava

de legitimação. d) à semelhança física entre Tiradentes e Jesus, que proporcionaria, a um povo católico como o brasileiro, uma

fácil identificação. e) ao fato de Frei Caneca e Bento Gonçalves terem liderado movimentos separatistas no Nordeste e no

Sul do país. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Assim como na História da Independência, o processo de proclamação da república no Brasil foi praticamente monopolizado pelas elites, ou seja, não contou com participação popular. Nesse sentido, visando construir uma memória nacional de apelo popular, a figura de Tiradentes passou de rebelde inconfidente para “herói cívico religioso”.

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QUESTÃO 57

“(…) quando a Inglaterra fez empréstimos à Argentina para a construção de ferrovias, a maioria dos trilhos, material rolante etc., foi comprada à Inglaterra com lucros para os fabricantes ingleses. A exportação de capital excedente trouxe, nesse caso, também, lucro para os industriais ingleses.”

(Leo Huberman, “A História da Riqueza do Homem”, Rio de Janeiro: Zahar, 1974, p.263.). A prática indicada pelo historiador americano é típica do processo de monopolização e expansão capitalistas (imperialismo) a partir da segunda metade do século XIX. Neste processo, ocorre também o(a) a) aumento pela disputa de áreas coloniais afro-asiáticas que levarão à guerra potências tradicionais, como a

Inglaterra, e novas, como a Alemanha. b) perda de poder de burguesias tradicionais europeias, como a italiana e a alemã, e a ascensão do moderno

capitalismo inglês. c) recolonização de vastas áreas da América Latina, já agora dividida por Inglaterra e Estados Unidos

da América. d) superação do capitalismo bancário, predominante na Europa desde a Era das Revoluções, pelo industrial,

marcado pelo aparecimento de milhares de empresas. e) descolonização de amplos territórios, até então dominados pelas potências europeias na América Latina. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O texto apenas serve para nos remeter ao tema do Imperialismo. Com a resposta correta na letra A, podemos perceber o que mais o Imperialismo causou no mundo, como a Grande Guerra, disputas territoriais na África e Ásia e predominância do capitalismo.

QUESTÃO 58 A questão religiosa iniciada em 1872, considerada um dos fatores da proclamação da República, opôs os bispos de Olinda e do Pará à monarquia de Pedro II. Confrontando à determinação do Estado brasileiro, o bispo Dom Vital manteve-se intransigente, afirmando que o governo imperial, em lugar de "conformar-se com o juízo do Vigário de Jesus Cristo, como cumpria ao governo de um país católico, pretende que, rejeitando este juízo irrefragável, eu reconheça o dele, nesta questão religiosa, e o considere acima do juízo infalível do Romano Pontífice..."

(Citado por Brasil Gerson, "O regalismo brasileiro". RJ: Cátedra, 1978, p. 196.) Essa posição do bispo de Olinda, D. Vital Maria de Oliveira, exprime a(o) a) concepção de que o poder temporal emana de Deus e de que deve ser absoluto. b) dogma da infalibilidade do papa e o esforço de romanização do clero brasileiro. c) proibição papal de participação dos católicos nas questões políticas e sociais. d) noção de que o poder da Igreja é político e de que o papa deve ser obedecido. e) dogma segundo o qual a salvação depende dos decretos infalíveis do papa. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: No início do século XIX, com os desdobramentos revolucionários da Revolução Francesa, o catolicismo no Brasil passou a ser alvo de críticas liberais. Essa situação era vivenciada em outras partes do mundo, de modo que os papas buscavam, naquele momento, chamar a atenção de seus fiéis. Nesse contexto, membros da Igreja católica no Brasil passaram a cobrar do clero e dos fiéis católicos a obediência ao papa, e isso repercutiu em conflitos, desgastando a ligação do governo com a Igreja Católica, e, por consequência, enfraquecendo a imagem do Império.

QUESTÃO 59 Então, todos os alemães dessa época são culpados? – Esta pergunta surgiu depois da guerra e permanece até hoje. Nenhum povo é coletivamente culpado. Os alemães contrários ao nazismo foram perseguidos, presos em campos de concentração, forçados ao exílio. A Alemanha estava, como muitos outros países da Europa, impregnada de antissemitismo, ainda que os antissemitas ativos, assassinos, fossem apenas uma minoria. Estima-se hoje que cerca de 100000 alemães participaram de forma ativa do genocídio. Mas o que dizer dos outros, os que viram seus vizinhos judeus serem presos ou os que os levaram para os trens de deportação?

(Annette Wieviorka. Auschwitz explicado à minha filha, 2000. Adaptado.)

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Ao tratar da atitude dos alemães frente à perseguição nazista aos judeus, o texto defende a ideia de que a) os alemães comportaram-se de forma diversa perante o genocídio, mas muitos mostraram-se tolerantes

diante do que acontecia no país. b) esse tema continua presente no debate político alemão, pois inexistem fontes documentais que comprovem a

ocorrência do genocídio. c) esse tema foi bastante discutido no período do pós-guerra, mas é inadequado abordá-lo hoje, pois acentua as

divergências políticas no país. d) os alemães foram coletivamente responsáveis pelo genocídio judaico, pois a maioria da população teve

participação direta na ação. e) os alemães defendem hoje a participação de seus ancestrais no genocídio, pois consideram que tal atitude foi

uma estratégia de sobrevivência. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O conhecimento do genocídio praticado contra os judeus foi pouco acessível aos alemães durante a guerra; mas os sinais perceptíveis da perseguição antissemita feita pelos nazistas contaram com a tolerância de grande parte da população.

QUESTÃO 60 Três décadas — de 1884 a 1914 — separam o século XIX — que terminou com a corrida dos países europeus para a África e com o surgimento dos movimentos de unificação nacional na Europa — do século XX, que começou com a Primeira Guerra Mundial. É o período do Imperialismo, da quietude estagnante na Europa e dos acontecimentos empolgantes na Ásia e na África.

ARENDT, H. As origens do totalitarismo. São Paulo: Cia. das Letras, 2012. O processo histórico citado contribuiu para a eclosão da Primeira Grande Guerra, na medida em que a) difundiu as teorias socialistas. b) acirrou as disputas territoriais. c) superou as crises econômicas. d) multiplicou os conflitos religiosos. e) conteve os sentimentos xenófobos. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O texto menciona o "imperialismo", que é justamente a disputa entre as potências europeias para conquistar mais territórios na África e na Ásia. Essas disputas contribuíram significativamente para acirrar as rivalidades entre as principais potências europeias, que acabaram por formar alianças militares. O autor do livro “Era dos extremos: o breve século XX”, Eric Hobsbawm, define o continente europeu como um barril de pólvora, faltava uma só fagulha para explodir.

QUESTÃO 61

A tabela a seguir apresenta dados coletados pelo Ministério da Saúde a respeito da redução da taxa de mortalidade infantil em cada região brasileira e no Brasil.

2002 2004 Variação % 2002-2004

N 27,0 25,6 ↓ 5,2

NE 37,2 33,9 ↓ 8,9

SE 15,7 14,9 ↓ 5,2

S 16,0 15,0 ↓ 6,7

CO 19,3 18,7 ↓ 3,0

BRASIL 24,3 22,5 ↓ 7,4 FONTE: MS, SVS E SIM.

Disponível em: http://portal.saude.gov.br.Acesso em: 1 out. 2008.

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Considerando os índices de mortalidade infantil apresentados e os respectivos percentuais de variação de 2002 a 2004, é correto afirmar que a) uma das medidas a serem tomadas, visando à melhoria desse indicador, consiste na redução da taxa

de natalidade. b) o Brasil atingiu sua meta de reduzir ao máximo a mortalidade infantil no país, equiparando-se aos países mais

desenvolvidos. c) o Nordeste ainda é a região onde se registra a maior taxa de mortalidade infantil, dadas as condições de vida

de sua população. d) a região Sul foi a que registrou menor crescimento econômico no país, já que apresentou uma redução

significativa da mortalidade infantil. e) a região Norte apresentou a variação da redução da mortalidade infantil mais baixa, tendo em vista que a

vastidão de sua extensão e o difícil acesso a comunidades isoladas impedem a formulação de políticas de saúde eficazes.

GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O Brasil avançou muito em termos sociais quando analisamos as taxas de mortalidade infantil, mas ainda fica atrás de nações mais desenvolvidas, pela existência, por exemplo, de bolsões de miséria, principalmente na região Nordeste.

QUESTÃO 62

Os dados dos gráficos a seguir foram extraídos da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (PNAD), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a respeito da população nas cinco grandes regiões brasileiras. O gráfico da esquerda mostra a distribuição da população brasileira, em milhões de habitantes e, o da direita, mostra o percentual da população que reside em domicílios urbanos sem saneamento básico adequado.

Considerando as informações dos gráficos, a região que concentra o menor número absoluto de pessoas residentes em áreas urbanas sem saneamento básico adequado é a região a) Norte. b) Nordeste. c) Sudeste. d) Sul. e) Centro-Oeste. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O Brasil apresenta um déficit significativo de instalações de saneamento básico e a região Sul tem o menor valor absoluto, mais um indicador de sua condição mais favorável de qualidade de vida.

QUESTÃO 63

“Quase sempre visto como um desafio ao desenvolvimento econômico, o envelhecimento da população passou a ser encarado pela França, Holanda e pelo Japão, entre outros países, como uma oportunidade de crescimento e inovação. Essa mudança na forma de pensar o papel do idoso na sociedade e as iniciativas pautadas pelo novo conceito foram o tema central do seminário Economia da Longevidade: oportunidade de Crescimento, Inovação e Bem-estar (...)”

(Economia da Longevidade. In: Revista Brasileiros, Set/2015, p. 63)

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Tendo em vista a composição e a dinâmica demográfica brasileira, e a condição do idoso nessa composição e no conjunto social, é correto dizer que a) o fenômeno da longevidade é, sem dúvida, cada vez mais atual, mas não se apresenta ainda em nossa realidade

como um dado relevante, visto que possuímos taxas baixas e estagnadas de expectativa de vida no país. b) uma economia dinâmica e cada vez mais abrangente voltada ao idoso (em especial nas grandes cidades) já é

visível, com melhorias nos espaços públicos e na acessibilidade, para que o idoso possa manter sua autonomia e seus hábitos de consumo.

c) os chamados países desenvolvidos já convivem com a longevidade de suas populações e isso tem gerado crises insolúveis nos sistemas de aposentadorias, o que inviabiliza uma economia nova, daí ser difícil acreditar nessa janela de oportunidade aqui no Brasil.

d) é visível na pirâmide etária do Brasil o que se denomina transição demográfica, com um notório aumento da população das faixas etárias mais elevadas, logo, a discussão do papel do idoso na dinâmica social já é pertinente para nós.

e) é possível afirmar que o país vem se preparando para os desafios decorrentes do envelhecimento populacional através de reservas em dólares e estímulos à natalidade nas regiões Sul e Sudeste.

GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A alternativa [D] está correta porque, em razão da dinâmica demográfica brasileira, está ocorrendo o aumento percentual do número de idosos. Estão incorretas as alternativas: [A], porque está ocorrendo aumento da expectativa de vida do país; [B], porque o espaço econômico, social, político ou de infraestrutura adaptado ao idoso ainda não é realidade; [C], porque países desenvolvidos têm administrado seus sistemas previdenciários com relativa eficiência.

QUESTÃO 64

A presença de uma corrente migratória por si só não explica a condição de vida dos imigrantes. Esta será somente a aparência de um fenômeno mais profundo, estruturado em relações socioeconômicas muitas vezes perversas. É o que podemos dizer dos indivíduos que são deslocados do campo para as cidades e obrigados a viver em condições de vida culturalmente diferentes das que vivenciaram em seu lugar de origem.

SCARLATO, F. C. População e urbanização brasileira. In: ROSS, J. L. S. Geografia do Brasil. São Paulo: Edusp, 2009.

O texto faz referência a um movimento migratório que reflete o(a) a) processo de deslocamento de trabalhadores motivados pelo aumento da oferta de empregos no campo. b) dinâmica experimentada por grande quantidade de pessoas, que resultou no inchaço das grandes cidades. c) permuta de locais específicos, obedecendo a fatores cíclicos naturais. d) circulação de pessoas diariamente em função do emprego. e) cultura de localização itinerante no espaço. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O êxodo rural (migração campo-cidade) no Brasil foi intenso principalmente a partir do século XX e causado por fenômenos como industrialização, urbanização, mecanização do campo, pobreza rural e concentração fundiária.

QUESTÃO 65

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Relacionando as informações do mapa com o processo de ocupação brasileiro, as áreas de maior precariedade estão associadas a) ao fenômeno da marcha para o oeste. b) à divergência de poderes políticos locais. c) ao processo de ocupação imigratória tardia. d) à presença de espaços de baixo potencial produtivo. e) a baixos investimentos públicos em equipamentos urbanos. GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Os domicílios precários apresentam maior percentual em alguns estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil. Isso decorre do investimento insuficiente em moradia digna para a população em situação de pobreza e extrema pobreza. Também relaciona-se à maior precariedade do saneamento básico (acesso à água potável, rede coletora de esgoto e coleta de lixo).

QUESTÃO 66

A recente crise generalizada que se instalou na primeira república negra do mundo não pode ser entendida de forma pontual e simplória. É necessário compreender sua história, marcada por intervenções, regimes ditatoriais, corrupção e desastres ambientais, originando a atual realidade socioeconômica e política do Haiti. MORAES, I. A.; ANDRADE, C. A. A.; MATTOS, B. R. B. A imigração haitiana para o Brasil: causas e desafios. Conjuntura Austral, n. 20, 2013.

No contexto atual, os problemas enfrentados pelo Haiti resultaram em um expressivo fluxo migratório em direção ao Brasil devido ao seguinte fato: a) Melhores condições de vida. b) Tratamento legal diferenciado. c) Garantia de empregos formais. d) Equivalência de costumes culturais. e) Auxílio para qualificação profissional. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Em 2010, o Haiti sofreu um terremoto de alta magnitude que provocou milhares de mortos e destruiu grande parte da infraestrutura e moradias. O Brasil era líder das tropas de paz da ONU no país desde 2004. Com o desastre ambiental e humanitário, aumentou do fluxo de haitianos para outros países em busca de melhores condições de vida e trabalho. Nos anos seguintes, o Brasil recebeu numerosos haitianos, uma vez que apresentava crescimento econômico e geração de empregos formais e informais. Com a crise econômica no Brasil nos últimos anos, muitos haitianos deixaram o país rumo ao Chile e Estados Unidos.

QUESTÃO 67

O crescimento rápido das cidades nem sempre é acompanhado, no mesmo ritmo, pelo atendimento de infraestrutura para a melhoria da qualidade de vida. A deficiência de redes de água tratada, de coleta e tratamento de esgoto, de pavimentação de ruas, de galerias de águas pluviais, de áreas de lazer, de áreas verdes, de núcleos de formação educacional e profissional, de núcleos de atendimento médico-sanitário é comum nessas cidades.

ROSS, J. L .S. (Org.) Geografia do Brasil. São Paulo: EDUSP, 2009 (adaptado) Sabendo que o acelerado crescimento populacional urbano está articulado com a escassez de recursos financeiros e a dificuldade de implementação de leis de proteção ao meio ambiente, pode-se estabelecer o estímulo a uma relação sustentável entre conservação e produção a partir do(a) a) aumento do consumo, pela população mais pobre, de produtos industrializados para o equilíbrio da

capacidade de consumo entre as classes. b) seleção e recuperação do lixo urbano, que já é uma prática rotineira nos grandes centros urbanos dos países

em desenvolvimento. c) diminuição acelerada do uso de recursos naturais, ainda que isso represente perda da qualidade de vida de

milhões de pessoas. d) fabricação de produtos reutilizáveis e biodegradáveis, evitando-se substituições e descartes, como medidas

para a redução da degradação ambiental. e) transferência dos aterros sanitários para as partes mais periféricas das grandes cidades, visando-se à

preservação dos ambientes naturais. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: As cidades são grandes concentrações capazes de consumir e produzir enormes quantidades de produtos e resíduos causando variados graus de poluição no ar, nas águas e no solo. O uso de produtos recicláveis ou biodegradáveis pode ser uma forma de redução da degradação ambiental.

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QUESTÃO 68 O fenômeno da mobilidade populacional vem, desde as últimas décadas do século XX, apresentando transformações significativas no seu comportamento, não só no Brasil como também em outras partes do mundo. Esses novos processos se materializam, entre outros aspectos, na dimensão interna, pelo redirecionamento dos fluxos migratórios para as cidades médias, em detrimento dos grandes centros urbanos; pelos deslocamentos de curta duração e a distâncias menores; pelos movimentos pendulares, que passam a assumir maior relevância nas estratégias de sobrevivência, não mais restritos aos grandes aglomerados urbanos.

OLIVEIRA, L. A. P.; OLIVEIRA, A. T. R. Reflexões sobre os deslocamentos populacionais no Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, 2011 (adaptada). A redefinição dos fluxos migratórios internos no Brasil, no período apontado no texto, tem como causa a intensificação do processo de a) descapitalização do setor primário. b) ampliação da economia informal. c) tributação da área residencial citadina. d) desconcentração da atividade industrial. e) saturação da empregabilidade no setor terciário. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A alternativa [D] está correta porque a mobilidade mencionada caracteriza o processo de desmetropolização, resultado, dentre outros fatores, da desconcentração industrial a partir da década de 1990.

QUESTÃO 69

Procuramos demonstrar que o desenvolvimento pode ser visto como um processo de expansão das liberdades reais que as pessoas desfrutam. O enfoque nas liberdades humanas contrasta com visões mais restritas de desenvolvimento, como as que identificam desenvolvimento com crescimento do Produto Nacional Bruto, ou industrialização. O crescimento do PNB pode ser muito importante como um meio de expandir as liberdades. Mas as liberdades dependem também de outros determinantes, como os serviços de educação e saúde e os direitos civis.

SEN, A. Desenvolvimento como liberdade. São Paulo: Cia. das Letras, 2010. A concepção de desenvolvimento proposta no texto fundamenta-se no vínculo entre a) incremento da indústria e atuação no mercado financeiro. b) criação de programas assistencialistas e controle de preços. c) elevação da renda média e arrecadação de impostos. d) garantia da cidadania e ascensão econômica. e) ajuste de políticas econômicas e incentivos fiscais. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A alternativa [D] está correta porque a concepção de desenvolvimento proposta no texto ressalta a importância das políticas voltadas à formação da sociedade – educação, saúde e direitos civis – garantindo a liberdade enquanto cidadania para que ocorra a alavancagem econômica.

QUESTÃO 70

O número de filhos por casal diminui rapidamente. Para a maioria dos economistas, isso representa um alerta para o futuro.

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Uma consequência socioeconômica para os países que vivenciam o fenômeno demográfico ilustrado é a diminuição da a) oferta de mão de obra nacional. b) média de expectativa de vida. c) disponibilidade de serviços de saúde. d) despesa de natureza previdenciária. e) imigração de trabalhadores qualificados. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O declínio da taxa de fecundidade (número de filhos por mulher na idade fértil) em vários países como o Brasil foi decorrente de fenômenos como o avanço da mulher no mercado de trabalho, urbanização e conquistas nos setores de educação e saúde. Entre as consequências, a redução no porcentual de jovens e a perspectiva futura de diminuição da oferta de mão de obra.

QUESTÃO 71

O conceito de função social da cidade incorpora a organização do espaço físico como fruto da regulação social, isto é, a cidade deve contemplar todos os seus moradores e não somente aqueles que estão no mercado formal da produção capitalista da cidade. A tradição dos códigos de edificação, uso e ocupação do solo no Brasil sempre partiram do pressuposto de que a cidade não tem divisões entre os incluídos e os excluídos socialmente.

QUINTO JR., L. P. Nova legislação urbana e os velhos fantasmas. Estudos Avançados (USP), n. 47, 2003 (adaptado). Uma política governamental que contribui para viabilizar a função social da cidade, nos moldes indicados no texto, é a a) qualificação de serviços públicos em bairros periféricos. b) implantação de centros comerciais em eixos rodoviários. c) proibição de construções residenciais em regiões íngremes. d) disseminação de equipamentos culturais em locais turísticos. e) desregulamentação do setor imobiliário em áreas favelizadas. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A qualificação social dos serviços públicos em bairros periféricos significa oferecer, ampliar e melhorar a qualidade das escolas, creches, postos de saúde e centros de lazer, cultura e esportes. Trata-se de uma medida importante para promover a inclusão social e reduzir a segregação socioespacial nas cidades brasileiras caracterizadas por desigualdade social profunda.

QUESTÃO 72

A interpretação e a correlação das figuras sobre a dinâmica demográfica brasileira demonstram um(a) a) menor proporção de fecundidade na área urbana. b) menor proporção de homens na área rural. c) aumento da proporção de fecundidade na área rural. d) queda da longevidade na área rural. e) queda do número de idosos na área urbana. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Entre 1991 e 2010, a população urbana e rural do Brasil atravessou um processo de queda da taxa de natalidade e de fecundidade acompanhada de uma elevação na expectativa de vida. Observa-se, também, que as mulheres apresentam maior longevidade que os homens. A base mais estreita da pirâmide urbana, quando comparada à pirâmide rural, indica que a taxa de fecundidade é menor nas cidades.

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QUESTÃO 73

O Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia ensina indígenas, quilombolas e outros grupos tradicionais a empregar o GPS e técnicas modernas de georreferenciamento para produzir mapas artesanais, mas bastante precisos, de suas próprias terras.

LOPES, R. J. O novo mapa da floresta. Folha de S. Paulo, 7 maio 2011 (adaptado). A existência de um projeto como o apresentado no texto indica a importância da cartografia como elemento promotor da a) expansão da fronteira agrícola. b) remoção de populações nativas. c) superação da condição de pobreza. d) valorização de identidades coletivas. e) implantação de modernos projetos agroindustriais. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia permite consolidar e ampliar o conhecimento das comunidades tradicionais (indígenas, extrativistas e ribeirinhos) sobre os seus territórios com o acesso a tecnologias modernas como os sistemas geográficos de informação (informática integrando GPS, sensoriamento remoto e cartografia). Assim, valoriza as identidades culturais locais e amplia a capacidade de resistência a fatores externos que ameaçam as comunidades como o avanço da fronteira agrícola.

QUESTÃO 74

Os mapas representam distintos padrões de distribuição de processos socioespaciais. Nesse sentido, a menor incidência de disputas territoriais envolvendo povos indígenas se explica pela a) fertilização natural dos solos. b) expansão da fronteira agrícola. c) intensificação da migração de retorno. d) homologação de reservas extrativistas. e) concentração histórica da urbanização. GABARITO: E COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A ocupação no período colonial do país concentrou-se na costa onde, portanto, formaram-se as áreas de maior desenvolvimento do setor produtivo e adensamento populacional. Em razão disso, como mencionado corretamente na alternativa [E], a faixa litorânea apresenta o menor número de disputas territoriais, já que abriga menor número de tribos indígenas.

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QUESTÃO 75

O processo registrado no gráfico gerou a seguinte consequência demográfica: a) Decréscimo da população absoluta. b) Redução do crescimento vegetativo. c) Diminuição da proporção de adultos. d) Expansão de políticas de controle da natalidade. e) Aumento da renovação da população economicamente ativa. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Como mencionado corretamente na alternativa [B], o decréscimo da taxa de fecundidade no Brasil gerou a redução do crescimento vegetativo, haja vista, ser esse um cálculo estabelecido a partir da diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade.

QUESTÃO 76

Sendo os homens, por natureza, todos livres, iguais e independentes, ninguém pode ser expulso de sua propriedade e submetido ao poder político de outrem sem dar consentimento. A maneira única em virtude da qual uma pessoa qualquer renuncia à liberdade natural e se reveste dos laços da sociedade civil consiste em concordar com outras pessoas em juntar-se e unir-se em comunidade para viverem com segurança, conforto e paz umas com as outras, gozando garantidamente das propriedades que tiverem e desfrutando de maior proteção contra quem quer que não faça parte dela.

LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil. Os pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1978. Segundo a Teoria da Formação do Estado, de John Locke, para viver em sociedade, cada cidadão deve a) manter a liberdade do estado de natureza, direito inalienável. b) abrir mão de seus direitos individuais em prol do bem comum. c) abdicar de sua propriedade e submeter-se ao poder do mais forte. d) concordar com as normas estabelecidas para a vida em sociedade. e) renunciar à posse jurídica de seus bens, mas não à sua independência. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Na perspectiva liberal de Locke, a comunidade política se inicia quando os homens renunciam à sua liberdade absoluta, que têm por natureza, e assumem uma liberdade mais restrita, limitada pelas normas sociais. Tal restrição autoimposta, porém, tem como objetivo não diminuir o homem, mas melhor garantir os seus direitos naturais, que são mal protegidos no estado de natureza. Entre os direitos naturais, está a propriedade privada.

QUESTÃO 77

Panayiotis Zavos “quebrou” o último tabu da clonagem humana — transferiu embriões para o útero de mulheres, que os gerariam. Esse procedimento é crime em inúmeros países. Aparentemente, o médico possuía um laboratório secreto, no qual fazia seus experimentos. “Não tenho nenhuma dúvida de que uma criança clonada irá aparecer em breve. Posso não ser eu o médico que irá criá-la, mas vai acontecer”, declarou Zavos. “Se nos esforçarmos, podemos ter um bebê clonado daqui a um ano, ou dois, mas não sei se é o caso. Não sofremos pressão para entregar um bebê clonado ao mundo. Sofremos pressão para entregar um bebê clonado saudável ao mundo.”

CONNOR, S. Disponível em: www.independent.co.uk. Acesso em: 14 ago. 2012 (adaptado).

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A clonagem humana é um importante assunto de reflexão no campo da bioética que, entre outras questões, dedica-se a a) refletir sobre as relações entre o conhecimento da vida e os valores éticos do homem. b) legitimar o predomínio da espécie humana sobre as demais espécies animais no planeta. c) relativizar, no caso da clonagem humana, o uso dos valores de certo e errado, de bem e mal. d) legalizar, pelo uso das técnicas de clonagem, os processos de reprodução humana e animal. e) fundamentar técnica e economicamente as pesquisas sobre células-tronco para uso em seres humanos. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Bioética (grego: bios, vida + ethos, relativo à ética) é o estudo transdisciplinar entre Ciências Biológicas, Ciências da Saúde, Filosofia (Ética) e Direito (Biodireito) que investiga as condições necessárias para uma administração responsável da Vida Humana, animal e ambiental. Considera, portanto, questões onde não existe consenso moral, como a fertilização in vitro, o aborto, a clonagem, a eutanásia, os transgênicos e as pesquisas com células tronco, bem como a responsabilidade moral de cientistas em suas pesquisas e aplicações. Nesse contexto, a bioética reflete sobre as diversas relações entre o conhecimento da vida e os valores éticos do homem sem legitimar, decidir certo ou errado nem legalizar nada. A legalização fica no campo do direito. As técnicas de pesquisas permanecem no âmbito técnico-científico.

QUESTÃO 78

A importância do argumento de Hobbes está em parte no fato de que ele se ampara em suposições bastante plausíveis sobre as condições normais da vida humana. Para exemplificar: o argumento não supõe que todos sejam de fato movidos por orgulho e vaidade para buscar o domínio sobre os outros; essa seria uma suposição discutível que possibilitaria a conclusão pretendida por Hobbes, mas de modo fácil demais. O que torna o argumento assustador e lhe atribui importância e força dramática é que ele acredita que pessoas normais, até mesmo as mais agradáveis, podem ser inadvertidamente lançadas nesse tipo de situação, que resvalará, então, em um estado de guerra.

RAWLS, J. Conferências sobre a história da filosofia política. São Paulo: WMF, 2012 (adaptado). O texto apresenta uma concepção de filosofia política conhecida como a) alienação ideológica. b) microfísica do poder. c) estado de natureza. d) contrato social. e) vontade geral. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Thomas Hobbes é um dos filósofos contratualistas, exatamente por considerar que toda comunidade política é fundada em um pacto social. A ausência desse pacto faz com que os indivíduos estejam em um estado de natureza, na qual haveria a guerra de todos contra todos.

QUESTÃO 79 TEXTO I Até aqui expus a natureza do homem (cujo orgulho e outras paixões o obrigaram a submeter-se ao governo), juntamente com o grande poder do seu governante, o qual comparei com o Leviatã, tirando essa comparação dos dois últimos versículos do capítulo 41 de Jó, onde Deus, após ter estabelecido o grande poder do Leviatã, lhe chamou Rei dos Soberbos. Não há nada na Terra, disse ele, que se lhe possa comparar.

HOBBES, T. O Leviatã. São Paulo: Martins Fontes, 2003. TEXTO II Eu asseguro, tranquilamente, que o governo civil é a solução adequada para as inconveniências do estado de natureza, que devem certamente ser grandes quando os homens podem ser juízes em causa própria, pois é fácil imaginar que um homem tão injusto a ponto de lesar o irmão dificilmente será justo para condenar a si mesmo pela mesma ofensa.

LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil. Petrópolis: Vozes, 1994.

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2019 – SIMULADO ENEM – 2ª SÉRIE – 3º TRIMESTRE

Thomas Hobbes e John Locke, importantes teóricos contratualistas, discutiram aspectos ligados à natureza humana e ao Estado. Thomas Hobbes, diferentemente de John Locke, entende o estado de natureza como um(a) a) condição de guerra de todos contra todos, miséria universal, insegurança e medo da morte violenta. b) organização pré-social e pré-política em que o homem nasce com os direitos naturais: vida, liberdade,

igualdade e propriedade. c) capricho típico da menoridade, que deve ser eliminado pela exigência moral, para que o homem possa

constituir o Estado civil. d) situação em que os homens nascem como detentores de livre-arbítrio, mas são feridos em sua livre decisão

pelo pecado original. e) estado de felicidade, saúde e liberdade que é destruído pela civilização, que perturba as relações Sociais e

violenta a humanidade. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Diferente de Locke, para o filósofo contractualista Thomas Hobbes, no estado de natureza existiam conflitos constantes, “o homem era lobo do próprio homem”.

QUESTÃO 80

A natureza fez os homens tão iguais, quanto às faculdades do corpo e do espírito, que, embora por vezes se encontre um homem manifestamente mais forte de corpo, ou de espírito mais vivo do que outro, mesmo assim, quando se considera tudo isto em conjunto, a diferença entre um e outro homem não é suficientemente considerável para que um deles possa com base nela reclamar algum benefício a que outro não possa igualmente aspirar.

HOBBES, T. O Leviatã. São Paulo Martins Fontes, 2003. Para Hobbes, antes da constituição da sociedade civil, quando dois homens desejavam o mesmo objeto, eles a) entravam em conflito. b) recorriam aos clérigos. c) consultavam os anciãos. d) apelavam aos governantes. e) exerciam a solidariedade. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Thomas Hobbes mostrava uma concepção pessimista do ser humano. Ele acreditava que, livre na natureza, o homem teria uma índole egoísta, inclinado ao conflito e violência, querendo a satisfação de seus desejos pessoais. Assim, antes da existência de uma sociedade civil (na qual os homens têm limites às suas vontades), o homem vivia em estado de guerra com seus pares, um “todos contra todos”.

QUESTÃO 81

Hegel, em sua obra “Fenomenologia do Espírito”, ao abordar um dos pilares de seu pensamento, a dialética, utiliza escravos e senhores para explicar sua tese. Na dialética do senhor e do escravo, o senhor aparece como a vida e o escravo como um ser para o outro, sendo comparado a uma coisa. O senhor é visto como para-si, enquanto o escravo é a ponte entre o senhor e o objeto de seu querer, sendo o escravo uma coisa de seu senhor. “[…] o que o escravo faz é justamente o agir do senhor, para o qual somente é o ser-para-si, a essência: ele é a pura potência negativa para a qual a coisa é nada, e é também o puro agir essencial nessa relação”

(HEGEL, 1992, p.131).

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2018 - SIMULADO ENEM – 2ª SÉRIE – 3º TRIMESTRE

Sobre a relação entre a imagem e o texto acima, podemos afirmar que a) Hegel introduziu um novo conceito, a dialética materialista, que dizia que os movimentos históricos ocorrem de

acordo com as condições materiais da vida, dialética é o pensamento e a realidade ao mesmo tempo. b) para Hegel, a dialética é responsável pelo movimento em que uma ideia sai de si própria (tese) para ser uma

outra coisa (antítese) e depois regressa à sua identidade, se tornando mais concreta. c) para Hegel, dialética era um processo racional, a probabilidade lógica das coisas, algo que é aceitável por

todos, ou pelo menos pela maioria. Kant continuou com a teoria de Hegel, dizendo que dialética é, na verdade, uma lógica de aparências.

d) para Hegel a Dialética é o poder de argumentação, mas também pode ser utilizado em um sentido pejorativo, como um uso exagerado de sutilezas. É também uma maneira de filosofar, como foi debatido ao longo de décadas por diversos filósofos

e) Hegel, assim como Schopenhauer, define a Dialética erística. A técnica argumentativa utilizada para vencer um debate a qualquer custo. Para que o fim seja alcançado, a ética fica de lado e a desonestidade intelectual avança sem pudor.

GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: A dialética de Hegel consiste em abordar a questão a ser discutida na forma de tese e antítese, com objetivo de chegar-se à transcendência de ambas, na síntese, que seria uma terceira tese. Segundo esses autores, o objetivo da dialética não seria interpretar a realidade, mas refleti-la.

QUESTÃO 82

A respeito da tirinha acima e da teoria política Hobbesiana, podemos afirmar que a) teóricos modernos, como Hobbes, associam o medo à constituição do Estado. b) Hobbes acredita num Estado democrático formado por uma soberania do povo. c) a preocupação está na manutenção da propriedade privada, Estado Liberal. d) o Estado necessita de um legislador para a contenção e erradicação da corrupção. e) o Estado se formará na construção de leis criadas pelo consentimento dos eleitores. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Hobbes é defensor da ideia do Contrato Social. No pensamento Hobbeseano, o medo é o motor chave para necessidade desse contrato. Ao viverem em Estado de Natureza, os homens estão propensos à sua imaginação, donde, pela honra, eles ficam fadados a imaginar que a guerra entre eles não tem fim. Assim é o ideal do Homem, lobo do homem. Assim, Hobbes propõe que “sem a espada que lhes imponha o respeito, os acordos não servem para atingir os objetivos a que lhe propõe” (HOBBES, 1988). Com esse pensamento, o filósofo inglês justifica o porquê do Contrato Social. É necessário um soberano onde o mesmo, ali estando por comunhão do contrato assinado entre os homens sirva como a espada, que mostre o respeito base donde se justifica manter o acordo proposto.

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2019 – SIMULADO ENEM – 2ª SÉRIE – 3º TRIMESTRE

QUESTÃO 83

O homem natural é tudo para si mesmo; é a unidade numérica, o inteiro absoluto, que só se relaciona consigo mesmo ou com seu semelhante. O homem civil é apenas uma unidade fracionária que se liga ao denominador, e cujo valor está em sua relação com o todo, que é o corpo social. As boas instituições sociais são as que melhor sabem desnaturar o homem, retirar-lhe sua existência absoluta para dar-lhe uma relativa, e transferir o eu para a unidade comum, de sorte que cada particular não se julgue mais como tal, e sim como uma parte da unidade, e só seja percebido no todo.

ROUSSEAU, J. J. Emílio ou da Educação. São Paulo: Martins Fontes, 1999. A visão de Rousseau em relação à natureza humana, conforme expressa o texto, diz que a) o homem civil é formado a partir do desvio de sua própria natureza. b) as instituições sociais formam o homem de acordo com a sua essência natural. c) o homem civil é um todo no corpo social, pois as instituições sociais dependem dele d) o homem é forçado a sair da natureza para se tornar absoluto. e) as instituições sociais expressam a natureza humana, pois o homem é um ser político. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Segundo Rousseau, “o homem é naturalmente bom, a sociedade é que o corrompe”. Em outras palavras, todos nós somos, em estado de natureza, mais perfeitos e plenos do que somos em sociedade civil e esta deve sua origem à perversão do homem, ocorrida com a propriedade privada. Um detalhe que dificulta um pouco a questão, para quem não conhece Rousseau, é o fato do autor usar de ironia, quando diz: “As boas instituições sociais são as que melhor sabem desnaturar o homem, retirar-lhe sua existência absoluta para dar-lhe uma relativa”.

QUESTÃO 84

“[...] Além disso, gostaria de acrescentar que não sou contra a televisão em si, tal como repetidamente querem fazer crer. Caso contrário, certamente eu próprio não teria participado de programas televisivos. Entretanto, suspeito muito do uso que se faz em grande escala da televisão, na medida em que creio que em grande parte das formas em que se apresenta, ela seguramente contribui para divulgar ideologias e dirigir de maneira equivocada a consciência dos espectadores. Eu seria a última pessoa a duvidar do enorme potencial da televisão justamente no referente à educação, no sentido da divulgação de informações de esclarecimento. A meu ver, o ponto de partida para uma discussão como esta estaria em situar-se de modo equidistante, tanto, por um lado, do pensamento daqueles que consideram apropriado não deixar entrar em suas casas algo assim, quanto, por outro, daqueles que dizem: "sou uma pessoa moderna, e por isto mesmo, superficial", e que nesta medida cultivam a televisão por considerá-la moderna. Pois, para começar, o que é moderno na televisão certamente é a técnica de transmissão, mas se o conteúdo da transmissão é ou não é moderno, se corresponde ou não a uma consciência evoluída, esta é justamente a questão que demanda uma elaboração crítica.”

(ADORNO, Theodor. W. Educação e emancipação. 3 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2003. P. 77) O texto apresentado acima evoca uma discussão a respeito dos efeitos negativos da televisão, entendida como meio de comunicação de massa. Nesse sentido, a crítica do autor presente no texto a) evidencia a preocupação acerca dos objetivos alcançados na recepção televisiva, com base nas análises da

audiência e dos efeitos que caracterizaram os estudos de viés administrativo-funcional, determinantes nos meios de comunicação de massa capaz de estimular a capacidade crítica dos indivíduos.

b) reconhece a banalização, sem profundidade de conteúdos, no qual os meios de comunicação de massa visam a dependência e alienação intelectual dos indivíduos frente à modernidade, pois tudo é ligado ao capital.

c) ressalta que a quantidade, a diversidade e a facilidade de acesso aos produtos da indústria cultural contribuem para a formação de indivíduos críticos, capazes de julgar com autonomia, ao transformar cultura de massa em cultura erudita.

d) defende a ideia de “aldeia global”, através das intenções dominadoras do meio televisão, no qual as sociedades mundiais estariam interconectadas através da informação e da tecnologia gerando maior aproximação sociocultural entre todos os indivíduos do planeta.

e) critica os alarmistas por sua visão simplista do efeito de manipulação que os meios de comunicação de massa representam, e questiona os otimistas por esquecerem que os meios de comunicação são controlados por grupos econômicos com fins lucrativos e ideológicos.

GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O aluno deve compreender que a indústria cultural, termo cunhado pelos teóricos frankfurtianos Adorno e Horkheimer, se refere à produção industrial dos bens culturais e, assim, transformados em mercadorias a serviço da alienação e dominação operadas pelas mídias de massa.

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QUESTÃO 85

Com o intenso desenvolvimento da tecnologia no mundo contemporâneo, diversos produtos tomam-se rapidamente ultrapassados. Todavia, comparando as imagens, existem elementos que demonstram a continuidade entre os primeiros computadores pessoais e os atuais. Essa continuidade associa-se a) à base tecnológica utilizada na fabricação do produto. b) ao uso do produto na atividade empresarial. c) ao direcionamento do produto a um mercado elitizado. d) à dinamização no processamento e transmissão de informações. e) à necessidade de orientação de especialistas para seu uso. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Nos dois modelos apresentados, o intuito final do produto é dinamizar o processamento e transmitir informações para o maior número de pessoas possíveis.

QUESTÃO 86

O usuário iniciante sente-se não raramente desorientado no oceano de informações e possibilidades disponíveis na rede mundial de computadores. Nesse sentido, Pierre Lévy destaca como um dos principais aspectos da internet o(a) a) espaço aberto para a aprendizagem. b) grande número de ferramentas de pesquisa. c) ausência de mapas ou guias explicativos. d) infinito número de páginas virtuais. e) dificuldade de acesso aos sites de pesquisa. GABARITO: A COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Apesar de o autor do texto afirmar que a internet pode deixar usuários perdidos devido à sua infinidade de informações, ele destaca que é possível encontrar soluções na própria web, pois ela oferece muitos recursos para explorar. A frase “o melhor guia para a web é a própria web” reforça o caráter autoexplicativo dos ambientes virtuais, o que o torna, seguramente, um local aberto para a aprendizagem.

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2019 – SIMULADO ENEM – 2ª SÉRIE – 3º TRIMESTRE

QUESTÃO 87

Um volume imenso de pesquisas tem sido produzido para tentar avaliar os efeitos dos programas de televisão. A maioria desses estudos diz respeito às crianças — o que é bastante compreensível pela quantidade de tempo que elas passam em frente ao aparelho e pelas possíveis implicações desse comportamento para a socialização. Dois dos tópicos mais pesquisados são o impacto da televisão no âmbito do crime e da violência e a natureza das notícias exibidas na televisão.

GIDDENS, A. Sociologia. Porto Alegre: Artmed, 2005. O texto indica que existe uma significativa produção científica sobre os impactos socioculturais da televisão na vida do ser humano. E as crianças, em particular, são as mais vulneráveis a essas influências, porque a) codificam informações transmitidas nos programas infantis por meio da observação. b) adquirem conhecimentos variados que incentivam o processo de interação social. c) interiorizam padrões de comportamento e papéis sociais com menor visão crítica. d) observam formas de convivência social baseadas na tolerância e no respeito. e) apreendem modelos de sociedade pautados na observância das leis. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: As transformações dos meios de comunicação, desde o surgimento da escrita, ou senão antes, sempre foram objetos de temor. Parece que o novo assusta aos costumes pré-estabelecidos. Além de destaque de que tradição é um fator de fixação de um determinado tipo de cultura, temos também que corretamente observar, como cabe ao filósofo da cultura, que efeitos pode realmente causar tais inovações, sobretudo nas crianças. Ora, as crianças são ainda os adultos não formados e, assim, são a esperança de imortalidade de cada grupo social. Vemos isso também na “República” de Platão, na qual o filósofo coloca como um dos pontos centrais da discussão o tipo de educação a ser recebida pelas crianças e, assim por diante, a toda população. O texto acima ajuda a corroborar essa hipótese e ainda assinala um elemento novo na análise dessa nova conjuntura: a mudança de comportamento social das crianças, sobretudo daquelas que passam longo tempo assistindo televisão. Ora, se as crianças ficam mais em casa sentadas ou deitadas assistindo calmamente por horas programas televisivos, isso significa que ela deixar de estar horas de contato com outras crianças e adultos, contato que constitui elemento fundamental de socialização do ser humano. Sendo assim, podemos dizer que a alternativa (c) está correta porque o contato social faz ter ligações com diversas opiniões, enquanto que ao assistir televisão, pode-se correr o risco de se ter uma única opinião devido à carência de contato social.

QUESTÃO 88

A crescente intelectualização e racionalização não indicam um conhecimento maior e geral das condições sob as quais vivemos. Significa a crença em que, se quiséssemos, poderíamos ter esse conhecimento a qualquer momento. Não há forças misteriosas incalculáveis; podemos dominar todas as coisas pelo cálculo.

WEBER, M. A ciência como vocação. In: GERTH, H.; MILLS, W. (Org.). Max Weber: ensaios de sociologia. Rio de Janeiro: Zahar, 1979 (adaptado).

Tal como apresentada no texto, a proposição de Max Weber a respeito do processo de desencantamento do mundo evidencia o(a) a) progresso civilizatório como decorrência da expansão do industrialismo. b) extinção do pensamento mítico como um desdobramento do capitalismo. c) emancipação como consequência do processo de racionalização da vida. d) afastamento de crenças tradicionais como uma característica da modernidade. e) fim do monoteísmo como condição para a consolidação da ciência. GABARITO: D COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: Grande parte de seu trabalho como pensador e estudioso foi reservado para o estudo do capitalismo e do chamado processo de racionalização e desencantamento do mundo. Mas seus estudos também deram contribuição importante para a economia. Veja a frase: ˜Não há forças misteriosas incalculáveis; podemos dominar todas as coisas pelo cálculo.”.

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2018 - SIMULADO ENEM – 2ª SÉRIE – 3º TRIMESTRE

QUESTÃO 89

Sou uma pobre e velha mulher, Muito ignorante, que nem sabe ler. Mostraram-me na igreja da minha terra Um Paraíso com harpas pintado E o Inferno onde fervem almas danadas, Um enche-me de júbilo, o outro me aterra. VILLON, F. In: GOMBRICH, E. História da arte. Lisboa: LTC, 1999.

Os versos do poeta francês François Villon fazem referência às imagens presentes nos templos católicos medievais. Nesse contexto, as imagens eram usadas com o objetivo de a) refinar o gosto dos cristãos. b) incorporar ideais heréticos. c) educar os fiéis através do olhar. d) divulgar a genialidade dos artistas católicos. e) valorizar esteticamente os templos religiosos. GABARITO: C COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O índice de analfabetismo no decorrer da Idade Média era muito alto. O acesso à educação só começou a ser ampliado no Império Carolíngio, porém, ainda de maneira muito restrita. Ainda assim, a Igreja Católica, que começou a ampliar seu poder no início da Idade Média, precisava conquistar mais fiéis. Uma maneira encontrada para poder continuar catequizando foi a elaboração das “iluminuras”: pinturas que ilustravam acontecimentos.

QUESTÃO 90

Quando ninguém duvida da existência de um outro mundo, a morte é uma passagem que deve ser celebrada entre parentes e vizinhos. O homem da Idade Média tem a convicção de não desaparecer completamente, esperando a ressurreição. Pois nada se detém e tudo continua na eternidade. A perda contemporânea do sentimento religioso fez da morte uma provação aterrorizante, um trampolim para as trevas e o desconhecido.

DUBY, G. Ano 1000 ano 2000 na pista dos nossos medos. São Paulo: Unesp, 1998 (adaptado). Ao comparar as maneiras com que as sociedades têm lidado com a morte, o autor considera que houve um processo de a) mercantilização das crenças religiosas. b) transformação das representações sociais. c) disseminação do ateísmo nos países de maioria cristã. d) diminuição da distância entre saber científico e eclesiástico. e) amadurecimento da consciência ligada à civilização moderna. GABARITO: B COMENTÁRIO/RESOLUÇÃO: O texto de Georges Duby mostra o quanto as representações sociais mudaram ao longo do tempo. Na Idade Média, a sociedade era muito influenciada pelo cristianismo, e a representação social feita da morte estava muito relacionada a uma passagem para a "vida eterna" em outro mundo. Na sociedade contemporânea, há uma diminuição da religiosidade, o que acarreta a diminuição das crenças sobre a morte, transformando-a em um total desconhecido, e sendo assim, em algo que provoca medo e temor nas pessoas.

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