Ponto Final 06

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www.issuu.com/jornalnoturno Ano 1 - Edição 6 Eleições Você já sabe em quem vai votar? Acessibilidade Os caminhos na UEL Cultura Literatura e cinema na era digital O melhor ou pior de cada candidato

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Mais uma edição da consagrada revista Ponto Final.

Transcript of Ponto Final 06

www.issuu.com/jornalnoturno Ano 1 - Edição 6

EleiçõesVocê já sabe em quem vai votar?

Acessibilidade Os caminhos na UEL

CulturaLiteratura e

cinema na era digital

O melhor ou pior de cada candidato

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Editorial 03Ética

literatura 04Marina Colassant e a

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Educação 07Tutorialismo

Cultura 10E-movies

acessibilidade 12Caminhos da UEL

Política 15Eleições estão na mesa

Moda e comportamento 203D em cada

meio ambiente 22Green Jobs

Política 23Disputa de um só

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Nos dias que sucederam a úl-tima edição da Ponto Final, pre-senciamos uma enxurrada de acontecimentos lamentáveis. Notícias de assaltos, assassi-natos, protestos e até jogador com “síndrome de estrelismo”. Contudo, em ano de eleição se-ria demasiadamente óbvio se as campeãs de sujeira não ficas-sem por conta dos escândalos políticos desenterrados pelos adversários e pelas aparições circences e caricatas de políti-cos em busca de votos a qual-quer preço. Definitivamente, há muito lixo no ar.

O eleitor, ao invés de imergir no cenário político para decidir seus representantes e cumprir seu dever cívico, consegue ser bombardeado por interminá-veis informações policialescas. E os “porcalhões” continuam a rir de todos e, ainda, fazer pia-da com o futuro da nação. Nes-se cenário de show, fica difícil acreditar na velha máxima de que as eleições são a maior for-ma de expressão da cidadania e de que é nelas que o país pode consolidar-se democraticamen-te. São nessas ocasiões que

nos lembramos da vivência em um país, onde a liberdade fica por conta das teorias e estudos utópicos.

E é sobre esse prisma de aversão à política transformada em picadeiro, que a Ponto Final dedica-se, nesta edição, a mos-trar a política desfeita das amar-ras. Na matéria de capa temos as “Eleições à mesa”, um des-contraído bate-papo com três jornalistas falando sobre a políti-ca brasileira a partir das contin-gências eleitorais. Noticiamos também, com a matéria “Um (en)contra nenhum”, o proces-so de mudança de direção dos Centros de Estudo da UEL, que será escolhida, igualmente, por meio de voto”. De forma ampla, almejamos, com mais esta edi-ção, despertar o interesse pelo debate sobre os rumos da polí-tica e fomentar a reflexão sobre os parâmetros éticos que regem a nossa sociedade – tarefa que deve ser exercida desde o nosso quintal (como no caso das elei-ções para diretoria dos Centros) até às raias mais amplas do es-paço público.

Vanessa Silva

EditoresGabriel Bandeira

Iuri FurukitaRoberto AlvesVanessa Silva

RepórteresAllan FernandoEdson VitorettiFabrício Alves

Gabriel OberlleGabriela Pereira

Guilherme Santana Mariana Guarilha

Naiá Aiello

DiagramadoresGuilherme Costa

Julio BarbosaMaria Amélia Gil

Rodrigo Fernando

JornalistaResponsável

Rosane Borges

Esta revista é produzida pela turma do 3º ano de Co-municação Social - Jornal-ismo Noturno da Universi-dade Estadual de Londrina para a Professora Doutora Rosane Borges, na dicip-lina 5NIC030 - Técnicas de reportagem, entrevista e pesquisa jornalística III

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Os caminhos da literatura moderna por

Marina ColasantiCom de mais de 40 livros publicados,

a escritora falou sobre a leitura contemporânea e as novas dimensões da

leitura com as mídias digitais

Por Naiá AielloFoi em uma quarta-feira. Mais pre-

cisamente, dia quinze de setembro de 2010. O evento, que marcava o tercei-ro dia da Semana Literária, promovida pelo SESC, começou com a declama-ção do conto “Eu sei, mas não devia”, de autoria de Marina Colasanti. Um conto que de tão próximo com a rea-lidade poderia ser confundido com um conselho. Um recado dado por quem enxerga e retrata o modo como as pes-soas conduzem e se adaptam às mais diversas situações, mesmo sem per-ceber. E até mesmo sem querer. Das estratégias pessoais para evitar o so-frimento e, também, das defesas quase inconscientes encontradas ao observar as situações do dia-a-dia.

Platéia lotada, olhares atentos e concentração de sobra para todas as frases muito bem colocadas da auto-ra. Com o tema “A literatura na mo-dernidade”, moderado pela jornalista Gisele Krodel Rech, a escritora Mari-na Colasanti falou sobre os caminhos pelos quais a literatura envereda-se e sobre a inserção, cada vez mais in-tensa, das mídias digitais em todos os campos, principalmente na literatura. Falou a respeito do caminho a ser per-corrido pela literatura, se ainda sofrerá transformações e que, talvez, poderá transfigurar-se em um modelo total-mente diferente daquele ainda visto. A indagação tão constante – e ao mesmo

tempo tão interessante – sobre o des-tino dos jovens como leitores, como possíveis difusores da literatura como formadora do ser humano.

Muito embora não negue a tendên-cia participativa e muito presente da leitura com os meios digitais, Marina Colasanti ainda mantém-se firme a res-peito do impacto e da importância do livro impresso. Ainda que haja a im-pressão de que os jovens pouco lêem, a escritora discorda que não existam leitores como existiam antigamente, e sim adaptações ao novo panorama que está se construindo. “A própria socie-dade está conduzindo as pessoas hoje para a multiplicidade de tarefas, para a dupla utilização do tempo. A rela-ção das pessoas com a leitura está se adaptando a uma nova realidade, esti-mulada pelos trabalhos que vejo feitos pelo governo, pelas ONGs e aplicados incisivamente nas escolas por todo o Brasil”.

A partir da internet, consolidada como instrumento de democratização da produção textual, Marina critica a caracterização do meio virtual ape-nas como vitrine, como uma forma de mercadoria. “Que se produza muito é bom, que se considere tudo válido, sem senso crítico, não é bom”. Para a escritora, como lado positivo há, para o autor, a exposição e o diálogo possi-bilitados pela web. Negativamente, há a investida da internet e na produção

Marina Colasanti é jornalista, escritora e pintora. É autora de

40 livros, entre contos, crônicas, poesias,

ensaios e literatura infanto-juvenil. Recebeu

o Prêmio Jabuti com “Ana Z. Aonde vai

você?”, “Entre a espada e a rosa”, “Eu sei mas não devia” e por “Rota

de colisão”

textual em seu território apenas como alternativa comercial. “Para que isso seja mais proveitoso, será necessária uma decantação e um trabalho crítico. Corre-se o risco de se aceitarem tra-balhos de blog só porque tem muitos acessos”. Entretanto, Marina Colasanti não acredita que a promessa de um bom percurso comercial, possibilitado pela influência de alguns blogs implique, necessariamente, em boa literatura.

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Gisele Rech – Gostaria que você fizesse um pequeno resumo de como a paixão pela literatura surgiu na sua vida? Acho que é uma curiosidade de todo mundo como nasce um escritor, quando um escritor surge?

Marina Colasanti – Bom, no meu caso estamos fugindo um pouco ao tema porque o tema é leitura na modernidade. Sou um pouco anterior, comecei no século passado. Acho que se fosse uma leitora de hoje, uma jovem começando a ler, faria outro percurso e possivelmente utilizaria outros suportes, o que não implica for-çosamente nem em maior agilidade, nem em maior aproveitamento, nem em maior aprofundamento, implica em meios dife-rentes. Li muito por uma questão geográ-fica - se tivesse passado minha infância no Brasil provavelmente não teria lido tanto. Falo sobre o fator geográfico-cultural porque a cultura está ligada à geografia, sou de uma família européia, sou italia-na e na minha família teria sido impen-sável não ler. Nunca vi alguém que não lesse. Nunca ouvi, até casar com Afonso - Afonso Romano Santana, meu adorá-vel marido há quarenta anos, - até meu casamento nunca tive conjecturas sobre a “não-leitura”, isso não existia no meu universo. E eu li especialmente muito porque, meus primeiros anos se passaram

durante a guerra. Meu livro mais recente, que vai para as livrarias em dois dias e que se chama “Minha guerra alheia”, é exatamente um livro de memórias sobre os meus dez primeiros anos de vida até vir para o Brasil. Foram os anos da segunda grande guerra. Minha família mudava-se muito de cidade, continente, de tudo. E, nessas mudanças, você não leva nada, leva somente a roupa do corpo, o brilhan-te da mãe costurado na bainha da saia. E a solução era, para as crianças sem es-cola regular, sem amigos na nova cidade, os pais comprarem um monte de livros e as crianças estão acompanhadíssimas, radiantes, felizes, viajantes, fabulando loucamente e devorando como cupins a literatura universal. Foi uma epifania leitora, e quem começa com uma epifa-nia assim, vai parar depois? Nem pensar! Então, até hoje, sou um cupim dos livros– para o bem ou para o mal – sou resul-tado dessa mastigação, dessa ruminação. Sempre li e, o livro, sempre foi também um elemento de costura de relações inten-sas: eu e meu irmão, eu e minha mãe, eu e meu pai, eu e meu namorado, eu e meu outro namorado. Bom, chega da lista de namorados. Eu e meu marido, eu e minha filha. É isso.

Gisele Rech- Você tem essa relação muito forte com o livro impresso. Como você trabalha essa questão com os no-vos leitores, justamente essa juventude que tem muito acesso às plataformas de informática, digitais? Como trabalhar esse público para que também sejam leitores, para que eles também entrem nessa questão da tradição do livro im-presso?

Marina Colasanti– A questão dos novos meios é fascinante. Considero que estamos vivendo um momento muito ins-tigante, debruçados sobre essas questões e levados a fazer uma releitura da leitu-ra. É muito curioso porque é até muito cedo para fazer uma releitura, uma vez que todos os meios estão andando juntos. Na verdade, nós todos lemos de maneiras muito diferentes, cada leitor faz uma lei-tura. O que os novos meios estão fazendo é fragmentar e romper com os limites, jo-gando a leitura nos braços da pós-moder-nidade.

Gisele Rech – Como as editoras en-tão pensam sobre a questão dos títulos nacionais e sua relação com os novos meios?

Marina Colasanti – As editoras es-tão todas interessadas em todos os meios. Quando você assina um contrato editorial hoje, ele já vem pensando na publicação em todos eles. Outro dia recebi um que

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“Os autores Marina Colasanti e Miguel Sanches Neto. O debate foi mediado pela jornalista Gisele Krodel Rech”

medo dos autores em perder o poder so-bre o livro. Eu não tenho medo nenhum de perder o poder sobre o livro porque tenho muito pouco. Eu não sei quanto tenho po-der sobre ele e quanto ele tem sobre mim, é uma divisão de poderes. A sensação que eu tenho é que a escrita se faz como decorrência de um diálogo interno dila-cerante, profundo, corajoso, porque você tem que ir a lugares em que você não iria normalmente. Ora, se eu abrir a entra-da para blogueiros, twiteiros, visitantes, vendedores de enciclopédias, por meio dos novos meios, o que vai acontecer é a ruptura desse diálogo e a quebra de um silêncio extremamente loquaz, trocado por uma polifonia que eu não sei a que vem, que pode não ter nada a ver comi-go e nem com o meu discurso e ao qual terei que me adaptar, então, que produto literário teremos? E para isso não temos resposta ainda porque não temos produto, pode ser que consigamos alguma coisa estarrecedoramente literária. Sei lá.

Gisele – Tem um pouco a ver com a vaidade das pessoas de ter a vontade, aquela coisa intrínseca de querer ser um escritor e, enxergar nessa abertura dos novos meios uma possibilidade?

Marina – Tem a ver com muitas coi-

sas. Tem a ver com a vaidade, que é ine-rente ao ser humano, tem a ver com toda uma mensagem da modernidade que diz ‘você tem direito’. Para tudo se tem di-reito. Você tem direito a ter cabelo liso, a ser loira ou morena, a ir para a Disney. O mercado de consumo imbui as pesso-as deste sentido de direito a tudo de nas-cença. A cultura ocidental anteriormente transmitia a mensagem de ‘você tem que conquistar os seus direitos através do seu valor, tem que provar que merece as coi-sas’, um ensinamento que era passado para as crianças desde cedo. Agora, a mensagem que a sociedade emite é ‘você tem direito a tudo do bom e do melhor’. Tendo isso, por que não teriam as pes-soas o direito ao discurso? Todo mundo quer falar. E fala-se muita burrice. Por-que nem todo mundo tem o que ensinar aos outros. Então, hoje não é só a vaidade que move as pessoas, a própria sociedade lhe deu este direito de achar que tudo que disser é ótimo e vale o registro. Esses no-vos suportes não são unicamente produto da tecnologia e da ciência, são também decorrência de embocaduras sociais, a sociedade dita suas novas necessidades e a ciência e a tecnologia vão atrás. Os papéis são esses.

dizia assim “todos os meios existentes e ainda por inventar”. Eu disse não, aí é demais. O que mostra bem a fissura e o nervosismo que percorre as editoras. A ‘BBC Áudio Books’ convidou o Neil Gaiman, que é um excelente escritor, para escrever 140 toques, ou seja, um twitte, como um começo de um conto a ser completado por blogueiros e twi-teiros cadastrados. A ‘Penguin Books’, editora que veio para o Brasil publi-cada pela Companhia das Letras, in-vejosa da investida moderna da BBC, criou logo o programa ‘Um milhão de pinguins’, no qual os twiteiros cadas-trados escreviam loucamente e depois podiam imprimir, baixar e divulgar, enfim, fazer o que quiser com o mate-rial. Para você ver como as editoras estão de olhos abertos para ver, feito um radar, o que podem captar. Estão procurando entre os blogueiros, que conforme seus números de acessos, já tornam-se uma potencialidade por compreenderem uma forma de atrativo para o público que acessa. Mas agora, não podemos esquecer que livro é uma coisa, literatura é outra. Como fare-mos literatura com os novos meios di-gitais? Existem as questões acerca do

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Fauldade, os estudantes precisam tomar cuidado para

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Resultado do Vestibular 2009

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Fabrício Alves A escolha do curso que mais

se identifica com o perfil de cada um é tarefa difícil, prin-cipalmente para quem ainda está no final do ensino médio. A inexperiência dos jovens, a esperança de ganhar muito dinheiro ou mesmo a pressão dos pais em favor de alguma área específica, pode resultar na escolha errada e levar a uma perda de quatro anos em média na vida de uma pessoa.Depois que a gente passa no vestibular, um mundo novo se abre para quem ingressa no ensino superior. É a Uni-versidade. Novas experiên-cias, novos amigos e também novas responsabilidades. Os estudantes acostumados com o ritmo de estudo próprio do terceirão, ou do cursinho, precisam se adaptar à rotina acadêmica. Os de outra cidade precisam, além disso, enfren-tar o desafio de morar soz-inhos, ou em república, sem as regalias dos pais.

A atração dos jovens pelas festas universitárias e pelas atividades com os amigos fora da universidade são alguns dos fatores que podem levá-los a se dispersar do curso, chegando até à reprovação. O desinteresse pelos estudos pode ser solucionado com projetos que promovam o en-gajamento dos estudantes.

Com o objetivo de orientar os seus estudantes ingres-santes, o curso de Agronomia da UEL implantou um novo projeto pedagógico, que pre-vê a instituição da disciplina de Tutoria. Coordenada pela professora Lúcia Sadayo Taka-hashi, em conjunto com o Co-legiado de Agronomia, essa disciplina contribui para a in-tegração entre professores e alunos desde o primeiro ano do curso.

Os professores por sua vez têm a possibilidade de orien-tar as dúvidas acadêmicas, ou em relação ao interesse pela área, aprofundar os conteú-dos ministrados, auxiliar seus tutorandos na escolha de es-tágios e, assim, acompanhar de perto o desempenho de cada um dentro da faculdade e eventualmente fora dela. Entre as várias atividades desenvolvidas pela Tutoria, Takahashi fala a respeito do acompanhamento àqueles es-tudantes que se inscreveram no curso apenas por vontade dos pais. Esse monitoramento tem como objetivo levar os ingressantes a refletirem se realmente vale a pena estudar para uma profissão apenas para agradar a família.

A professora frisou que cada professor/tutor tem a responsabilidade de acompan-har três alunos, trabalhando

Para não errar na escolha

A Ponto Final prep-arou algumas dicas, junto com a psicólo-ga Sandra Seraphim, para quem pretende entrar na faculdade e acertar no curso.

• O diálogo comos pais é importante para eles conhecerem as ideias e as per-spectivas do curso es-colhido pelos filhos.

• Buscar omáximode informações sobre a profissão escolhida.

• Conversar comalguns profissionais daárea.Visitaroslo-cais de trabalho para ter contato com as ro-tinas produtivas.

• Quando já esti-ver cursando a facul-dade, não desistir na primeira dificuldade que aparecer.

• Questionarosdo-centes sobre todas as possibilidades de ensino, pesquisa e extensãoqueocursooferece.

• Avaliarseoeven-tual descontentamen-to com o curso não é reflexo de algumproblema pessoal.

Sandra Seraphimpsicóloga do projeto de orientação profis-sional da UEL: “Po-fissão Certa”.

Com a Tutoria, estudantes e professo-res mantêm uma amizade que contri-bui no desempenho no curso

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o conteúdo a sua maneira e de acordo com as dúvidas e ansiedades dos tutorandos. “Cada um tem sua dinâmica para o atendimento. Tem gru-po que quer conhecer todas as possibilidades na agronomia e o professor traz professores e profissionais de outras áreas para conversar com eles. Tem alguns que sabem exatamente o que querem, então há uma discussão maior sobre esse conhecimento, trocando até experiências”.

O estudante Paulo Vitor Ro-drigues do Nascimento, por exemplo, já tinha conhecimen-to apreciável na área por ser Técnico em Agropecuária, mas teve dificuldade em se adap-tar ao ritmo de estudos por conta das inúmeras festas que o espaço universitário propor-ciona. “Foi o professor Gilber-to, daquele jeitão dele, que me mostrou que da forma como eu levava a faculdade, eu não

passaria do primeiro”, confes-sa o estudante que cursa hoje o penúltimo ano da faculdade [Paulo Vitor está se preparan-do para a produção do famo-so Trabalho de Conclusão de Curso – TCC] e ainda integra a Empresa Júnior de Agronomia.A primeira turma a participar da Tutoria está agora no quar-to ano, perto de apresentar o TCC. Lúcia Sadayo explica que alguns indecisos sobre o tema voltaram a conversar com seus tutores sobre os possíveis caminhos para a pesquisa, in-dependente do compromisso de se tornarem orientandos. Um sinal de que para aquele aluno o professor passa a ser um conselheiro.

Rafael Augusto Perroni e seus colegas de turma ¬– Pau-lo Vitor Rodrigues do Nasci-mento, Luan Gonçalves Cruz e Thiago Marino – comparam seus tutores a um irmão mais velho e, quando o tutor de Ma-

rino, o professor Otávio Abi Saab, chega à roda, os cumpri-mentos, comuns só entre ami-gos, confirmam o sentimento do tutorando.

A implantação da Tutoria em 2007 aconteceu junto com a reformulação do currículo do curso, inserindo, em vez de uma, três disciplinas específi-cas de Agronomia, o que, se-gundo o professor Otávio Abi Saab, contribuiu para que os alunos tivessem contato com a Agronomia logo no início da faculdade. “Antes eles iriam acordar para o curso no final do segundo para o terceiro ano. Agora, depois dessa refor-mulação, já no primeiro eles estão engajados nos projetos do departamento”, reconhece o professor, que também con-sidera a retomada do Centro Acadêmico de Agronomia – as-sim como a criação da Atlética e da Empresa Júnior –como re-sultados da Tutoria.

Uma questão de professor

Tutoriar não é difícil, mas de-pende de uma dedicação a mais dos professores. Uma dedi-cação que – segundo as estu-dantes Samuara Pereira, Mari-ane Oliveira e Francielly Faiçal – falta no curso de Direito. “O grande problema é a falta de professores e o desinteresse de alguns por estarem deslo-cadosdesuasáreasdeforma-ção”, critica Samuara Pereira.

Além das três estudantes de Direito, foram entrevista-dos mais 50 estudantes, de doze diferentes cursos, da UEL e da UEM, sobre o envolvim-ento e o conhecimento que têm em relação à sua própria faculdade:38 afirmam que no primeiro ano se sentiam perdidos em re-lação às possibilidades de ensi-no, pesquisa e extensão ofereci-das pelo departamento do curso;

47 consideram importante a iniciativa de tutoria como uma

forma de focar no curso e ter mais estudantes engajados no departamento o quanto antes;

44 pretendem trabalhar após o términodo curso emáreas relacio-nadas à faculdade, mas somente 34 consideram o que realmente queriam cursar e 30 já têmdefini-das, ou traçou algumas previsões dequaisáreasmaisse identificam.

Cinema e Internet se aproximam em uma abordagem única

A cada dia se torna mais fácil não ser apenas um consumidor daquilo que é produzido na internet. E se a expan-são da rede vem revolucionando a co-municação, isso se deve e muito a pes-soas comuns que não se contentam em consumir aquilo que lhes é oferecido pronto pelas mídias, mas que se orgul-ham de produzir e lançar na rede seus trabalhos.

São muitas as ferramentas comuni-cacionais disponíveis, desde os blogs que oferecem diários pessoais, con-teúdos jornalísticos, poesia, música, e não mais parecem novidade para quem vive a internet em seu dia a dia, até vlogs e podcasts que nascem aos mon-tes, demonstrando que os usuários da rede andam se interessando por forma-tos novos e mais trabalhosos que en-volvem edição de áudio e vídeo.

Em meio a tantos estímulos para que não se fique na passividade na in-ternet, um dos mais conhecidos grupos de fãs de todos os tempos, que se orga-nizam muito antes das facilidades da rede: os aficcionados por Star Wars, são desafiados a participar de um dos projetos mais audaciosos envolvendo fan mades: O Star Wars Uncut.

Lembra de Star Wars: uma nova es-perança? Isso mesmo, o primeiro filme da franquia Star Wars. O filme terá um remake totalmente fora dos modos tradicionais de produção, pois o pro-

jeto Star Wars Uncut consiste em separar o filme em cenas de quinze segundos, e distribuí-las aos fãs para que elas sejam recriadas. Apesar do nível internacional do projeto, temos aqui perto de nós, al-guns participantes que com criatividade, sensibilidade e muita improvisação conseguiram fazer parte dessa história. Keila, que personificou a Princesa Leia por 15 segundos, é estudante de história na Universidade Estadual de Londrina, e nos fala um pouco sobre essa experiên-cia:

Como surgiu a idéia de participar do Star Wars Uncut?- A idéia veio quando o meu irmão, Eliel, que é um grande fã da série Star Wars, viu no site – Omelete - que um projeto para a participação os fãs havia sido criado. E como nós somos grandes fãs, decidimos participar.

Como foi a escolha da cena?- Bem, o filme (Satr Wars Ep. IV: Uma Nova Esperança) foi dividido em peque-nos trechos de 15 segundos. Para par-

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Keyla Fernandes

Cinema e Internet se aproximam em uma abordagem única

ticipar deveríamos escolher uma cena, porém já haviam muitas cenas escolhidas. Então, a que nós fizemos foi escolhida na sorte mesmo.

Qual era a sua relação com Star Wars: uma nova esperança?- Bem, eu sou fã da série por causa do meu irmão. De tanto ver os filmes, documentários e especiais que ele tem, eu acabei gostando de toda a trilogia, embora meu favorito seja o episódio VI: O Retorno de Jedi.

Fale um pouco sobre a personagem que você encarna nos quinze minutos em cena.- Eu interpreto a Princesa Leia Or-gana. Ela é irmã do Luke Skywalker, mas não sabe porque eles foram sep-arados quando nasceram. Ela é um pouco arrogante no começo, mas é muito forte e determinada. Sou muito fã dela.

Onde foram realizadas as gravações?- Foram realizadas numa casinha vazia que fica nos fundos da minha casa.

Como foi a adaptação do local?- Na verdade, nós não adaptamos muitas coisas. Só colocamos uma mesa de bar e banquinhos no meio de toda a bagunça. Usamos baldes, fita adesiva e lençóis na cena.

Qual o maior problema a ser contor-nado durante as gravações? E quan-to tempo duraram as mesmas?- Acho que o maior problema foi o que fez nossa cena ser a escolhida para entrar no projeto, ou seja, a falta de grana. O Eliel, que dirigiu a cena e interpreta o Han Solo, aproveitou o cenário para fazer uma alusão ao filme distrito 9. Aí, quando os caras que escolheram a cena viram as nos-sas condições precárias, devem ter pensado: “Coitados, vamos colocá-los no projeto, elessão pobres. (risos) Terminamos de gravar em pouco tempo. Levou pou-co mais de uma hora.

Qual foi o maior gasto envolvido nas filmagens?- Não tivemos gastos porque usamos coisas que tínhamos em casa, e a câmera é do Marcos, que interpretou o C-3PO. Mas foi difícil fazer o pen-teado da Leia! E olha que nem ficou tão bom assim.

Ficou satisfeita com o produto final?- No geral sim! Eu gostei muito do resultado e fiquei muito orgulhosa por nossa cena ter sido escolhida. O meu irmão ficou muito feliz com isso, pois ele é fã da série a muito tempo e fazer parte de um projeto do Star Wars foi algo realmente incrível. Só acho que eu deveria ter me vestido melhor né!?

Stop Motion com personagens do Lego Star Wars em cena de Star Wars Uncut

Váriasanimaçõesestãoentreascenasescolhidas para o Projeto Star Wars Uncut

Cena em Live action recria com bom hu-mor a cena do filme original de 1977.

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Num papo descontraído, jornalistas discutem vários temas em mesa-redonda sobre eleições

Edson: O objetivo é fazer um bate-papo com toda a liberdade possível. Então sigam o conselho do Antônio Abujamra, e enforquem-se na corda da liberdade.

Cláudio: Que coisa mais meiga! [risos]

Edson: Gente, como é que vocês es-tão vendo as eleições? Começando pela disputa aqui no Paraná.

Lucas: A campanha no Paraná é uma coisa, porque os dois foram pagos pra serem aliados e são adversários.

Nelson: Mas o que me chamou a at-enção foi ver que o Beto hoje em dia tá fazendo um esforço pra dizer que ele é que é o defensor dos produtores rurais.

Cláudio: A ideia do Beto é colar no Osmar a imagem do MST.

Nelson: Eu ouvi o Beto dizer com muita ênfase: “Eu sou o defensor dos produtores rurais”.

Edson: Mas isso não cola na ima-gem do Beto.

Cláudio: Mas também não cola no Osmar essa coisa de dizer que levou um ano pra aprender a falar companheiro.

Edson: Pelo que as pesquisas tão mostrando, o Osmar finalmente tá con-seguindo capitalizar o apoio do Lula e o Beto tá caindo. E aí? Quem ganha?

Lucas: Acho que aqui no Paraná tá

indefinido ainda.Nelson: O que aconteceu foi que o

Lula veio na televisão mais acintosa-mente.

Lucas: Eu acho que essa presença do Lula contrariou muita gente, muita análise, muita expectativa.

Cláudio: E tem outra coisa que é o seguinte: as pesquisas são muito vagabundas. A pesquisa tem um efeito interessante. Ela serve muito pra broxar a equipe do adversário, e pra tentar cap-tar alguns votos daquele cara que não quer perder o voto, que quer votar em quem vai ganhar. A Marina vai perder muito voto pra aquele cara que acredita nela, mas não vai votar nela porque ela vai perder a eleição. E tem muita pes-quisa que é manipulada.

Edson: Tem alguma pesquisa que você confia?

Cláudio: Eu não confio em nenhuma pesquisa. Eu já fiz várias campanhas. E toda campanha você tem o monitora-mento interno. E esse monitoramento nem sempre bate com as pesquisas. Há um descompasso entre a realidade e o que as pesquisas conseguem captar. Se você pega uma pesquisa com uma mar-gem de erro de três pontos, pra baixo e pra cima dá seis pontos. Seis pontos é ponto que não acaba mais. Dentro dessa margem de erro, você pode fazer essa manobra. Se você coloca no Google as palavrinhas “Ibope erra”, aparece

uma montoeira de erro. Existe muita miguelagem, porque o movimento de grana é muito grande. As pesquisas servem pra captar dinheiro. Se você tá 10 pontos na frente, você vai ter um fi-nanciamento melhor.

Edson: Entrando no buxixo dessas eleições, que foi a quebra de sigilo da família Serra, como é que vocês estão vendo isso? É uma coisa forçada, é grave ou não é...

Cláudio: Grave é. Mas, se eu tô endividado, qual o problema? O mundo vai saber que eu tô endividado, e daí?

Lucas: De repente alguém sabe que eu tô endividado e pode querer me aju-dar! [risos]

Nelson: É que o povo não assimila isso: “Quebra de sigilo? O que é sigi-lo?”. Eu não teria muita preocupação, porque eu não tenho nada. O que seria quebra de sigilo na minha vida? Nada, véio!

Cláudio: Mas é grave institucional-mente, porque... Pô! Não pode quebrar o sigilo dos outros.

Lucas: Aquele contador deu uma entrevista pra CBN que foi muito en-graçada. Ele falou que tava tentando lembrar da procuração: “Se eu me lembrar, eu vou vender a informação, porque eu preciso me dar bem nessa história”. Pô! Vai ser cara-de-pau assim lá na casa do chapéu!

Cláudio: O negócio é grave. Mas se vai influir na eleição? De jeito ne-nhum. O povo não tá nem aí.

Eleições à mesa

Por Edson Virtoreti

A Ponto Final foi colher opiniões

de três jornalistas da cidade sobre o as-

sunto do momento: eleições. A mesa

foi composta por Nelson Bortolin, da

Folha Norte, Lucas Pullin, da Rádio

CBN Londrina e pelo blogueiro do

Paçoca com Cebola, Cláudio Osti, que

nos recebeu em sua casa. Acompanhe.

Edson: Mas por que a imprensa não tratou com a mesma gravidade o episódio da filha do Serra, que, durante o governo FHC, tinha uma empresa em Miami e que quebrou o sigilo de 60 milhões de brasileiros?

Cláudio: Isso é outra mentira que os petistas vendem. O governo Fernan-do Henrique foi tão moído pela mídia quanto o governo Lula.

Nelson: Eu acho que essa man-chete da Dilma na Folha de São Paulo, do negócio do Luz pra Todos... Res-gatar lá atrás e dá uma manchete ag-ora...Eu achei forçado. Ali tinha tintas eleitoreiras.

Edson: Independentemente de ser grave ou não, o fato é que o PSDB não conseguiu vincular isso à campanha da Dilma, e ela não caiu nas pesquisas. O eleitor hoje em dia tá mais criterioso com esse negócio de dossiê, de es-cândalo em campanha?

Cláudio: Não é critério. Ele não tem. O pessoal não só não entende, como não tá nem aí. As pessoas têm uma elasticidade nos conceitos éticos. Em época de eleição dizem: “Nós te-mos que acabar com o ‘rouba mas faz’”, mas é a minoria que quer isso.

Edson: Então, considerando que o pessoal não tá dando muita bola pra essa quebra de sigilo, e ligando isso ao evento eleições... Eu tô vendo um negócio meio sem graça. Há bem pou-co tempo, as eleições eram vistas como definidoras dos destinos do país. Hoje em dia é um acontecimento qualquer.

Nelson: Mas também tem outra coisa: a oposição é muito frágil.

Lucas: Mas você pega a campanha aqui do Paraná. Como é que você quer que a campanha tenha um clima mais agitado, se há 60 dias atrás o Osmar

tava com uma cartinha pra direção na-cional do PDT dizendo assim: “Posso me juntar com o cara aqui? Ah, não pode? Olha, então sou seu inimigo hein!”.

Edson: Essa visão que o eleitor tá tendo das eleições hoje em dia, seria uma coisa auspiciosa...

Cláudio: Auspiciosa! Repete o “aus-piciosa”. [risos] Legal essa hein! [risos] Veio de dentro de você isso?!

Nelson: O que seria isso? Coisas da Índia? [risos]

Cláudio: Você nunca mais vai usar essa palavra.

Edson: Não, essa vou cortar do meu vocabulário. Então, “auspiciosa” no seguinte sentido: o eleitor hoje estaria vendo no funcionamento das institu-ições brasileiras uma coisa que não de-pendesse tanto de pessoas. “Seja lá quem eu colocar lá, ele não vai conseguir mu-dar muita coisa mesmo.” As instituições estão mais fortes, mais consolidadas, então o eleitor não tá nem aí. Não é por aí também a causa desse marasmo da campanha eleitoral?

Cláudio: De uma forma geral, o brasileiro tem uma coisa com os parti-

dos e com eleição que é o seguinte: a única coisa organizada de oposição foi o PT. Porque o PT é assim: se você for jogar sinuca e for disputar quem vai dar a saída, eles vão se reunir e montar uma chapa pra participar da disputa. Eles participam de tudo. Politicamente eles conseguem estar infiltrados em todo tipo de ação. Então eles conseguem fazer oposição e com resultado, porque o cara da base fica sabendo que ele participa. Isso faz uma diferença enorme. Todos os outros partidos apenas se reúnem pra fazer campanha eleitoral.

Nelson: Olha, hoje, depois de muita ignorância, eu sei a importância do gov-erno FHC pro sucesso do Lula. O FHC fez o impopular, arrumou a casa, e cadê isso?

Cláudio: Não capitalizaram isso.Nelson: A culpa é do próprio Serra,

porque ele é muito centralizador. Se tivessem discutido melhor a questão, teriam capitalizado isso.

Edson: Gente, tudo indica que a Dil-ma vai ganhar. Por que ela vai ganhar? Ela conseguiu...

Cláudio: Pelos belos olhos azuis

“Política na varanda: petiscos de opinião e descontração no cardápio da mesa”

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dela. Lucas: Olha, uma vez eu entrevistei

a Dilma debaixo de uma árvore, e ela tava de mau hálito, de peruca e com um belo tatuzão no nariz. [risos] Eu olhei pra aquilo e disse: não voto nessa mul-her de jeito nenhum! [risos]

Edson: Bom, mas de qualquer for-ma, ela conseguiu passar essa imagem de continuidade do governo, e isso tá fa-zendo com que ela...

Lucas: Ela conseguiu, não. O Lula que fez.

Cláudio: A Dilma não conseguiu nada. Ela conseguiu fazer umas plásti-cas e só.

Lucas: Lá na rádio eu sou obrigado a ouvir a b... do jingle da Dilma o dia inteiro, e acabei decorando. O nome do Lula aparece quatro vezes e o dela duas.

Cláudio: Teve um amigo meu que foi pro Nordeste e resolveu falar mal do Lula num táxi. Ele quase foi posto pra fora pelo taxista. Então o eleitor vê o Lula na Dilma, uma continuidade do governo mesmo.

Edson: E o desempenho da Dilma tanto no horário eleitoral quanto nos

debates? Eu confesso que me surpreen-deu. Aquele jeitão dela muito preso, sem aquela lábia do político... Acho que ela acabou se saindo bem. Ela não se perdeu em momentos tensos e tal. Vocês se sur-preenderam também?

Cláudio: Vamos começar pelo começo. Ela não é boba. Ela já foi secre-tária, já foi ministra. Outra coisa: ela se conscientizou que ela teria que ter uma imagem mais amena. A Dilma é uma pessoa truculenta. E você não pode ser isso numa campanha eleitoral. Então ela ficou mais doce, mais tranqüila. Ainda assim, quando alguém faz uma provoca-ção, ela vai pra porrada.

Edson: A gente tá prestes a ter um novo governo do PT. Como seria esse governo do PT sem o Lula? A esquer-da do PT tende a tomar força dentro do partido? Como vocês veem o PT sem o Lula no comando, unificando a linha de ação do partido?

Cláudio: Eu acho que vai ser com-plicado.

Nelson: Eu li que o Zé Dirceu tá co-locando as garrinhas de fora, né?

Edson: Você acha que o Zé Dirceu volta?

Nelson: Eu acho que esse governo da Dilma vai ser um governo mais do PT. Aí você imagina as rixas que vão sair.

Cláudio: É que o Lula é mais aberto à negociação do que seria a Dilma. Ela é mais dada ao radicalismo. O Lula nunca foi um cara da esquerda, esquerda mes-mo. E pra governar, se não tiver um per-fil de conciliação... Você não consegue ir pro pau com todo mundo.

Edson: Foi o erro do Collor.Cláudio: Exatamente. O Lula teve

a paciência de agüentar o PP, o PMDB com aquela boca grande. Se você vai pro enfrentamento com esses caras, eles di-zem: “Ô! ô! ô! Não votamos mais nada”.

Nelson: O Lula pôs o PT no bolso. A Dilma vai ser mais refém das decisões partidárias.

Edson: E vocês acham que isso se-ria um fator de desestabilização do gov-erno?

Cláudio: Acho que pro país é ruim.Lucas: Mas deixa eu falar uma coi-

sa...Cláudio: Que você vai votar no Ser-

ra. [risos]Lucas: Não. Eu tô pensando em vo-

tar no veinho do PSOL. Eu não vou vo-tar na Dilma. A Dilma é o seguinte: Seis meses atrás ela tava com um linfoma. Aí

na véspera da eleição sumiu. Não, não quero votar na Dilma e nem no Serra.

Cláudio. Não vota então, pô!Lucas: Não vou votar na Dilma por

causa do PMDB. E não vou votar no Serra porque eu assisti Brasil e Hol-anda do lado do Serra, e o Brasil foi desclassificado. Um puta pé-frio do c...! [risos]

Edson: Trazendo o assunto pro nosso quintal: a cobertura da mídia. Independente das amarras da lei eleito-ral, vocês acham que poderia ser feita uma cobertura mais rica, mais crítica? Vocês acham que a mídia se acomoda com a lei eleitoral?

Cláudio: Acho que nacionalmente a mídia é mais contundente. Local-mente há um acovardamento brutal. Se você pegar os jornais locais, você não vê quase nada de eleição.

Edson: Quanto menor o poder econômico, menor a liberdade?

Cláudio: Sim. Não há uma dis-cussão mais crítica da campanha. Os assessores de imprensa dos políticos sentem muita dificuldade de fazer dis-

cussão. A mídia faz um papel de mise-en-scène. Localmente, ela não participa, não mostra, não atua.

Lucas: Mas tem um problema, cara: Eles não podem falar.Nelson: É que política é uma coisa muito específica. Pra

cobrir política você tem que ter setoristas de política. E a mídia local não tem. Falta estrutura.

Cláudio: Tem uma coisa que é o seguinte: Quando eu tava na Folha fazendo esporte, o Zé [José Eduardo Vieira, superin-tendente da Folha de Londrina] me chamou pra fazer política. Aí eu perguntei o que ele queria. Ele me disse que a gente pode-ria fazer o que quisesse, desde que não rendesse processo pra ele. E a gente fez o que a gente quis. Não tem gente hoje em Londrina – não é que não tenha na cidade – que esteja na mídia com bagagem crítica e histórica da cidade pra fazer esse tipo de trabalho.

Nelson: Tem a Janaína Garcia e o Fábio Silveira. O resto tem que fazer mil coisas ao mesmo tempo.

Edson: A questão dos debates. Eu tô achando debate hoje em dia lamentável. Você assiste a um debate, e não sabe quem ganhou, quem perdeu. Por que isso? Os candidatos tão mais preparados? Eles mesmos fazem as regras, pra eles próprios se beneficiarem...

Cláudio: Quando um cara vai pro debate, ele se prepara pra responder todo tipo de artilharia que vem pra cima, e se prepara também pra fazer algumas maldades pra desestabilizar o ad-versário. E você tem outras dificuldades pra quem tá assistindo. Horário. Tem debate que começa às onze da noite! Quem vai assistir a um debate às onze da noite pra noutro dia trabalhar? Mas o debate é importante pras pessoas conhecerem como os candidatos reagem, como eles se explicam. O povão mesmo não assiste. Quando eu participava de campanha, a gente pre-parava o material pesado pro primeiro e segundo blocos, que é quando realmente as pessoas assistem. O resto era pra cozinhar galo.

Edson: E a Lei da Ficha Limpa? É um avanço? Precisa de ajustes? Tem muita gente que tá candidato à base de liminar.

Cláudio: Houve um avanço. Mas, cá entre nós, é uma lei an-ticonstitucional. Mas, pensando ditatorialmente, foi um avanço sim.

Edson: Voltando pras eleições estaduais. O Lula tá conse-guindo emplacar dois candidatos ao Senado. E o Requião entre tapas e socos tá conseguindo se manter ali na primeira coloca-ção.

Cláudio: A dificuldade do Requião é que ele briga mais do que governa. Se ele brigasse menos e governasse mais, seria excelente.

Edson: Foi nas eleições do Senado que eu vi a coisa mais esdrúxula até agora nas eleições. A plataforma de um dos candi-datos é acabar com o Senado. O cara quer se eleger pro Senado e tirar ele próprio de lá!

Lucas: E tem uma candidata a deputada federal que aparece pedindo pra ser eleita pra Assembleia Legislativa!

Edson: As eleições parlamentares são uma confusão, né? Ninguém tem tempo pra falar, é muita gente e tal. Como fazer pra melhorar isso? Vocês acham que o voto distrital poderia aju-dar pelo menos nessa questão do tempo?

Cláudio: Eu gosto do voto distrital. Lucas: Eu só não gosto daquele negócio de voto em lista.Nelson: O partido tomaria conta, né?Cláudio: Mas aí é o seguinte: o partido define quem é o

primeiro da lista. E aí ele pode colocar o que ele têm de melhor.

“A Dilma não conseguiu nada. Ela conseguiu fazer umas plásticasesó”CláudioOsti

“O processo táchato,aeleiçãotáchata, os candidatos tão muito chatos eoeleitortáchato” Lucas Pullin

“Eu acho que esse governo da Dilma vai ser um governo mais do PT. Aí você imagina as rixasquevãosair”Nelson Bortolin

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Lucas: Mas eu não acho isso democrático.

Cláudio: Mas aí você fortalece os partidos.

Nelson: Eu acho que devia ter finan-ciamento público de campanha. Cam-panhas franciscanas. Acho que o Estado deveria fazer uma lei que restringisse o abuso do poder econômico nas eleições.

Cláudio: Mas a campanha francis-cana requer voluntariado. Eu acho que você teria que diminuir o número de candidatos, pra ter um tempo maior.

Edson: Essa questão do tempo... As eleições casadas não são um problema? Se a gente dividisse as eleições pra pres-idente e governadores num ano, e dois anos depois fizesse as eleições parla-mentares, não iria ter mais tempo pros deputados mostrarem suas propostas?

Cláudio: O problema de uma cam-panha de dois em dois anos é que afeta muito a economia do país. Você passa três meses discutindo eleição, e aí o Congresso para. Você impede que o país tome decisões importantes porque taria sempre discutindo eleição.

Edson: Falando em eleições parla-mentares, parece que a Dilma vem aí com uma bancada de apoio no Congres-so recorde. Isso é bom ou ruim pro país?

Nelson: Muito ruim.Edson: Por quê?Nelson: Porque você sempre tem

que ter uma oposição forte.Edson: Que o governo Lula não

teve, né?Nelson: Como não teve?! No Senado

teve uma oposição grande. Agora o que se desenha pra Dilma é nada! É quase uma unanimidade. Acho isso muito

ruim.Edson: Gente, penúltima pergunta

então.Cláudio: O cara quer perguntar ai-

nda! A gente tá se divertindo aqui, e ele quer perguntar...

Edson: Alguém tem que trabalhar aqui, né? Então, é uma coisa que nin-guém fala e que o Requião antigamente batia nessa tecla, e não falou nessas eleições. Urna eletrônica. É confiável ou não? Por que a ABIN não abre pra ninguém?

Lucas: Falar que não é confiável é teoria da conspiração.

Cláudio: Dá pra burlar? Dá. Mas é confiável.

Edson: O Requião tinha a proposta de fazer o voto impresso.

Cláudio: Mas aí iria servir pra

mostrar pro coronel se votou ou não nele.

Edson: Não. Pela proposta do Requião, a pessoa conferia o voto, ele caía num recipiente fechado, e o eleitor não tinha mais acesso a ele.

Cláudio: Ah, mas sempre dá mar-gem... Na época que era papel dava mui-ta confusão.

Edson: É. E se a urna não fosse con-fiável, não taria sendo exportada pra vários países, né? Então, vamos pras considerações finais. Começando por Nelson Bortolin.

Nelson: Eu acho que tem muita gente avacalhando com a política. Os políticos fazem isso e às vezes a gente fica muito sem tesão por causa dessa avacalhação geral.

Edson: Lucas.Lucas: Eu acho que não é muito ava-

“Olha, uma vez eu entrevistei a Dilma

debaixo de uma árvore, e ela tava de mau hálito, de peruca e com um belo tatuzão no nariz. [risos] Eu olhei pra aquilo e disse: não voto nessa mulher de jeito nenhum!”

Lucas Pullin

“É que o povo não assimila isso: ‘Quebra de sigilo? O que é sigilo?’.

Eu não teria muita preocupação,

porque eu não tenho nada. O que seria

quebra de sigilo na minha vida? Nada,

véio! Nelson Bortolin

calhação. Ficou tudo tão igual. Tá um processo eleitoral tão chato! Se você pegar a eleição pro gover-no do Estado, é seis por meia dú-zia. Aí você vai escolher quem? E pro governo federal também. As propostas são as mesmas. “Ah, eu vou criar a Mãe Paranaense!” “Ah, eu vou criar a Maternidade Paranaense!” São as mesmas coi-sas, você não tem coerência de partido, você não tem coerência de ideologia, o eleitor não tá nem aí. O processo tá chato, a eleição tá chata, os candidatos tão muito chatos e o eleitor tá chato. Eu queria era cobrir esporte.

Edson: Osti.Cláudio: Toda eleição é muito

chata, porque as pessoas não se interessam. A gente se liga porque vive disso, escreve sobre isso, mas o cidadão comum não pensa muito. Ele vai votar porque o cara é bonito, porque é feio, porque é engraçado. E isso é muito ruim. Só que isso é uma coisa que acontece em todos os lugares do mundo. Quem se preocupa com eleição é um grupo muito peque-no de pessoas. As pessoas querem saber se tem arroz em casa, que-rem jogar futebol no final de se-mana. E elas tão certas. Vai ficar se preocupando com tanta coisa pra quê? Só pra se estressar? E com relação a mudanças, não vai haver muita mudança, não. Pode haver um pouquinho de al-teração de rumo, mas nada radi-cal. Porque o país está estável. O rumo tá acertado. Então não vejo muita alteração independente de quem vença.

“As pessoas têm uma elasticidade

nos conceitos éticos. Em época de eleição dizem: “Nós temos que

acabar com o ‘rouba mas faz’”, mas é a minoria que quer isso.”

Cláudio Osti

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Allan Fernando

São oito horas da noite. Marcos Ber-nardes convida alguns de seus amigos para uma sessão de filmes em sua casa. Seria uma situação típica, não fosse o fato de Bernardes ser o primeiro proprietário de uma sala de cinema 3D residencial em Londrina e um dos primeiros do país.

Bastante satisfeito com o resultado, Bernardes foi o primeiro cliente de Car-los Santana, consultor de tecnologia da empresa Home Cinema 3D, responsável pelo planejamento e montagem da sala. Mesmo antes da febre dos filmes em três dimensões chegar aos cinemas, a empresa londrinense estudava a desenvoltura desse “relançamento” da tecnologia e sua viabi-lidade para o consumidor final. Passados dezenas de títulos e, é claro, os quase 3 bilhões de dólares arrecadados por Avatar, filme que ajudou a popularizar novamente a tecnologia 3D nos cinemas, a empresa não apenas conseguiu antecipar a viabili-dade tecnológica, como se tornou uma das primeiras do Brasil a oferecer uma solu-ção 3D residencial completa.

Diferente dos televisores que começam a desembarcar no país, esta solução permi-te que o consumidor desfrute de uma ex-periência tridimensional sem limitações: “nossos kits são constituídos de media center com leitor Blue-Ray, projetor ho-mologado e pares de óculos. Tudo pronto para o entretenimento em 3D. E o cliente pode optar entre comprar somente o kit e instalar por conta própria em sua casa, ou a sala 3D já totalmente estruturada, como fez o Marcos Bernardes” Ainda segundo Santana, a grande vantagem dessa solução é que, devido ao media center, o consu-midor não sofre com a tão alardeada falta de conteúdo, tendo acesso a filmes, jogos, shows e até mesmo às transmissões expe-rimentais da televisão digital brasileira, como foi o caso do programa “Pânico na TV” da Rede TV, transmitido em formato

Modelo de sala 3D montada na casa do cliente Marcos Bernardes

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Carlos Santana durante a montagem do stand na Informatech 2010: “o mais visitado da feira.”

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10SD-Wide, o mesmo formato dos filmes em DVD, porém em 3D.

Outra novidade apresentada pela empresa foi um software de-senvolvido para smartphones e iPad. Com ele, o usuário passa a ter todo o controle de seu cinema particular através de qualquer ce-lular ou tablet compatível: “não apenas o volume, ou o canal ao qual está se assistindo; com nosso software é possível também con-trolar toda a parte de automação, como as luzes do ambiente e os aparelhos condicionadores de ar”, ressalta o consultor.

O show room montado na sede

da empresa segue o mesmo pa-drão adotado na sala do primeiro cliente, Marcos Bernardes, con-tando com poltronas reclináveis sobre dois níveis, controle de automação e uso dos aparelhos totalmente integrados pelo sof-tware, que na loja é manuseado via iPhone. O modelo da sala e os kits 3D também foram demons-trados mês passado na Informa-tech 2010, a feira de tecnologia de Londrina e, segundo Santana, não escondendo a falta de modés-tia, “foi o stand mais visitado da feira.”

Durante a demonstração,

foram exibidas as animações “Monstros vs. Alienígenas” e “Tá chovendo hambúrguer”, todas com total imersão proporciona-da pelas três dimensões. Embora importados, os títulos contavam com dublagem em português bra-sileiro, possibilitada pela alta ca-pacidade de armazenamento dos discos Blu-Ray.

Ao final da demonstração, bas-tante entusiasmado com a revita-lização da tecnologia tridimensio-nal, pergunto à Santana se dessa vez o 3D veio para ficar. A respos-ta é um sonoro e enfático: “com certeza”.

Clique aqui http://bit.ly/1H498X para montar seus óculos e ver as fotos abaixo em 3D.

Modelo de sala 3D montado na sede da empresa

Trabalho VerdeVocê conhece os green jobs?

Cursos de Meio Ambiente, onde encontrar?

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2010

Gabriela S. Pereira Pensar verde! Esse é um dos impor-

tantes lemas dos anos 2000. Sustentabi-lidade, reciclagem e meio ambiente são assuntos francamente em voga. E você que não é ambientalista já pensou em ser um profissional de green jobs? De-finindo sinteticamente, Green jobs é a nova modalidade de trabalho que busca um contato mais efetivo das empresas com políticas e princípios que abordam questões e atitudes politicamente corre-tas. Ou seja, é a adoção de uma postura ambiental ligada à reciclagem e susten-tabilidade.

Em português o termo green jobs significa ‘trabalhos verdes’ e engana-se quem pensa que as vagas são limitadas. Segundos dados de 2009 da Organiza-ção Internacional do Trabalho são ofer-tadas mais 20 milhões e 600 mil vagas de green jobs no mundo (no Brasil são mais de 2 milhões de vagas), entretanto há escassez de profissionais capacitados para atuar nessa área. E o que é neces-sário para atuar em uma dessas vagas? Quem explica é a professora do Depar-tamento de Economia da Universidade Estadual de Londrina, Irene Domenes Zapparoli: “Para um profissional de

green jobs é necessário o conhecimento da análise de vida do produto, que aju-da na função do profissional, que é em suma a melhor utilização do recursos. E o principal requisito é que o aspirante a vaga tenha estudado o mercado verde.”

Existe a divisão entre dois merca-dos: branco e verde. O primeiro estuda o compromisso social, a não utilização de trabalho escravo e trabalho infantil. Já o mercado verde é direcionado para questões ambientais. A importância do estudo ambiental é mudar a visão de progresso da nova e antiga geração. É como diz a professora Irene Zapparoli, “na década de 60 e 70 nós mediamos o desenvolvimento de uma nação pela quantidade do lixo que se jogava, o que na época ainda chamava-se lixo. Então, quanto mais rico era o seu lixo, mas de-senvolvido era o seu país. E hoje esse é um processo que nós precisamos rever-ter, porque agora quanto mais reciclado é seu lixo mais correto você está. E é o profissional de green jobs que tem de saber disso e mudar a postura da empre-sa e etc.”

Quem pode ser um profissional de green jobs? A resposta é fácil: qualquer pessoa, basta querer.

Estudar o Meio ambiente é impor-tante para a qualificação em gre-en jobs, por isso vai a dica para quem quer se aventurar em algu-ma das vagas.Estão abertas as inscrições para o Curso de Especialização em Economia do Meio Ambiente do Departamento de Economia da Universidade Estadual de Londri-na (UEL). O curso busca prepa-rar profissionais para utilizar os princípios da Economia e o domí-nio dos conceitos e ferramentas da qualidade ambiental. O curso já está no seu terceiro ano e éaberto para graduados de qual-querárea.As inscrições podem ser realiza-das no Portal da UEL, até o fim de novembro. O curso de especia-lização em Economia do Meio Am-biente oferece 60 vagas.Mais informações pelo telefone 3371-4315.

Fonte: http://www.posttypography.com

Saiba mais!Você pode encontrar vagas e mais informações sobre os green jobs no site: www.greenjobs.com.br

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O CECA foi um dos departamentos onde houve candidatura única para direção do centro

Um (en)contra nenhum

Quem é, de onde veio e o que quer a chapa única para eleição de Centro do CECA

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10Guilherme Santana

Desde seu início, em 1970, a Universi-dade Estadual de Londrina (UEL) procura instituir, da melhor maneira possível, sua estrutura administrativa. A influência de um regime militar em sua época de cria-ção influenciou diretamente a organização espacial da instituição de ensino. Seus prédios forma construídos distantes uns dos outros, transformando a Universidade em um espaço heterogêneo. Para que hou-vesse uma unificação, foram criados os Centros de Estudos. A Universidade tem hoje, nove centros.

Entretanto, como se sabe, para que uma Universidade seja gerida de forma eficaz, precisa do envolvimento de muitas pessoas, algumas com cargos de liderança e coordenadoria. Nos Centros de Estudos, isso não é diferente. Para que haja uma integração entre os próprios cursos e os diversos setores da instituição, é necessá-rio a direção dos Centros. Assim, a UEL, como muitas universidades, conta um pro-cesso eleitoral para escolha dos diretores e vice-diretores dos Centros de Estudos. A resolução nº 0072/2010 do Conselho Universitário “estabelece o Regimento Eleitoral para eleição dos diretores e vice--diretores dos Centros de Estudos, para o mandato de 10 de outubro de 2010 a 09 de outubro de 2014”.

Colégio Eleitoral e Comissões Elei-torais

Para que a eleição aconteça é necessá-rio ter um corpo de eleitores, que é o co-légio eleitoral. A responsabilidade da or-ganização em cada centro fica a cargo de uma comissão eleitoral, que possui função determinante nesse processe de escolha.

O colégio eleitoral é integrado pelos corpos docente e discente, e do pessoal técnico administrativo de cada Centro. Todas as eleições na UEL, que abrangem eleitores de seus três seguimentos, ainda são realizadas por voto paritário-propor-cional, todos os estudantes juntos pos-suem o mesmo poder de voto que todos os professores, e assim sucessivamente.

As comissões eleitorais são compostas por três professores, sendo um deles pre-sidente da própria; por um representante dos servidores; e por um aluno. Cabe a esse grupo realizar toda a tramitação ne-cessária para que a eleição aconteça, como aprovar as chapas inscritas (por exemplo, a exigência de diploma de mestre dos can-didatos); definir onde será o local de vota-ção; quem irá compor as mesas eleitorais. Fica também a cargo da comissão eleitoral apurar o resultado da votação.

CECAO Centro de Educação Comunicação

e Artes (CECA) foi um dos poucos que

Centro de Educação Comunicação e Artes (CECA)

Gilmar Aparecido Altran Zilda Aparecida Freitas De Andrade

Centro de Tecnologia e Urbanismo (CTU)

Aron Lopes Petrucci José Fernando Mangili Junior

Silvia Galvão de Souza Cervantes Sidnei Junior Guadanhim

Centro de Estudos Sociais Aplicados (CESA)

Sergio Carlos de Carvalho Adauto A. Tomaszewki

Vilma Aparecida do Amaral Carlos Roberto Ferreira

CentrodeCiênciasBiológicas(CCB*)

Rosa Elisa Carvalho Linhares MeyreEirasdeBarrosPinto

Centro de Ciências da Saúde (CCS**)

Aparecida de Lourdes Perim Luiz Carlos Lucio Carvalho

Simpsons: uma das famílias mais politicamente incorretas da TV completa 20 anos no ar

Candidatos de cada centro:

CentrodeCiênciasAgrárias(CCA)

José Moura Filho Pedro Luis de Camargo

JoãoCarlosAthanázioAnaMariaBridi

Centro de Letras e Ciências Humanas (CCH)

CristianoGustavoBiazzoSimon Loredana Limoli

Mirian Donat Ariovaldo de Oliveira Santos

CentrodeCiênciasExatas(CCE)

Sonia Maria Nobre Gimenez Nelson Fernando Inforzato

José Paulo Peccinini Pinese Suely Mayumi Obara Doi

Centro de Educação Física e Esporte (CEFE)

RosangelaMarquesBustoLeandro Ricardo Altimari

José Augusto Victoria Palma Ernani Xavier Filho

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10Gilmar Aparecido Atran - Mestre em Educação pela Universidade Estadual Pau-lista de Marília. Docente do Departamento de Educação. Ingressou na UEL em 1996. Foi vice-diretor do Campus Avançado da UEL em Colora-do – PR (2002), coordenador do Colegiado do Curso de Pe-dagogia (2002-2004) e chefe do Departamento de Educa-ção (2004-2006; 2006-2008) sendo eleito novamente para 2010-2012. Além da experi-ência com ensino, pesquisa e extensão,ministradisciplinasnaáreadeFilosofiaeEduca-ção. (fonte: divulgação)

- Zelar pelas instalações do centro;- Ajudar na coordenação de cursos de graduação e pós-graduação;- Gerenciar tramitações legais, tanto internamente, quanto à Universidade como um todo-Aproximaroscentrosdareitoria.

Gilmar Altran e Zilda Andrade, candidatos a direção de centro do CECA

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tiveram apenas uma chapa inscrita (os ou-tros dois são o CCB* e o CCS**). Esta-tisticamente, um terço dos centros tiveram apenas uma chapa inscrita, o que demons-tra certa desmotivação política dentro da UEL. “A Universidade, e principalmente o CECA, tem perdido muito na dimensão político-participativa. Onde estão os Cen-tros Acadêmicos? E as cadeiras dos alu-nos nos conselhos universitários?”, inda-ga o candidato a direção do CECA Gilmar Aparecido Altran, que compõe a chapa “Consolidar e Crescer” ao lado de Zilda Aparecida Freitas de Andrade.

Entre as propostas dos candidatos es-tão a melhoria da comunicação interna do CECA, e, principalmente, “o funciona-mento de um canal direto com os alunos na internet, com informações que afetam diretamente os alunos”, propõe Zilda de Andrade; além da manutenção da acade-mia. “Queremos prover o básico, profes-sor e sala de aula, os alunos de Design, Música e Teatro, por exemplo, merecem mais atenção nesses quesitos”, aponta Gil-mar Altran.

“Assumir a direção de centro será um grande desafio, a Universidade está pas-sando por uma crise financeira nos últi-mos tempos, nós não podemos prometer muitas coisas, mas garantimos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance”, pondera Zilda Andrade. Os candidatos, mesmo sem concorrentes, fizeram campanha elei-toral e estudaram as necessidades do seu colégio eleitoral enquanto apontavam os caminhos que pretendem trilhar. A eleição aconteceu neste 23 de setembro e, claro, teve como vencedores a chapa apresenta-da. A posse será dia 09 de outubro (esta revista foi publicada na noite da eleição, por isso não apresentamos a porcentagem de aceitação do CECA).

Ponto Final na eleição de CentroA Ponto Final está divulgando as elei-

ções e tornando ao conhecimento de todos um pouco sobre a história da chapa que está concorrendo a eleição de centro. Não cedemos espaço para outros concorren-tes no CECA, simplesmente por eles não existirem. O devido espaço não foi dado para outros Centros por sermos um pro-jeto laboratório do curso de Jornalismo residente no CECA, e por nosso público--alvo ser estudantes dentro desse centro. Nós também não somos uma mídia de domínio público da Universidade, como o jornal Notícia, a TV UEL e a rádio UEL FM; que possuem obrigatoriedade de ce-der o mesmo espaço para todos os concor-rentes. A decisão de veicular o conteúdo não veio por parte da chapa concorrente, foi uma decisão tomada durante a discus-são de pauta para a realização deste jornal laboratório.

Algumas funções de um diretor de centro

Conheça os candidatosZilda Aparecidade Freitas de Andrade - Doutora em Co-municação pela Escola de Comunicação e Artes da Uni-versidade de São Paulo. Do-cente do Departamento de Comunicação. Foi chefe do Departamento de Comnica-ção (2000-2002; 2002-2004), coordenadora do Colegiado de Comunicação (2004) e do Colegiado de Relações Públi-cas (2004-2006; 2006-2008) sendo eleita novamente para a gestão (2010-2012. Além da experiência com projetosde extensão e pesquisa, mi-nistradisciplinasdaáreadeRelações Públicas. (fonte: di-vulgação)

Pão de mel do C.A.Você mais gordinho, você mais inteligente.

Toda a renda dos pães de mel do C.A. será revertida para a

II Semana de Comunicação da UEL.

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