Pop projeto oficina de pintura

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P O P M A G rojecto ficina de intura, anualidades, rtes e rafismos para as Oficinas de S. José 2010 - 2011

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Um Projeto Educativo fundado no Amor, Crença no Talento, Jogo Educativo e Disciplina do trabalho oficinal

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rojecto ficina de intura,anualidades, rtes e rafismos para as

Oficinas de S. José

2010 - 2011

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IndiceIntrodução

Conceito e Identidade Visual

Conteúdos Pedagógicos e Programáticos

Cursos disponíveis e Plano Anual de Actividades

Classes e Perfil dos Alunos

Parceiros

Parcerias a estabelecer

Estratégias de Comunicação e Divulgação

Produtos esperados

Responsabilidade Social

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O tem como missão, estruturante e fundamental, o desenvolvimento emocional e intelectual através da criatividade, com aquisição e desenvolvimento de competências / saberes nos domínios do desenho e da pintura, nas suas diversas abordagens técnicas, tecnológicas e estilísticas.Aborda curricularmente as tradições da aguarela, do óleo, do acrílico, do carvão, do pastel e da grafite, em suportes como o papel, tecido ou tela.Neste percurso de ensino técnico e tecnológico são ainda leccionados conceitos como a cor, modelagem claro-escuro, modelagem cromática,

Projecto Oficina de Pintura linha, trama, mancha, articulados nas grandes categorias temáticas das Artes Visuais - Abstracção, Retrato, Composição Histórica, Natureza Morta – com uma incursão na ilustração e novas tecnologias de tratamento de imagem.Destina-se a Alunos do 1º, 2º e 3º Ciclos do Ensino Básico, com uma resposta educativa fortemente direccionada para a expressão plástica, emoção e fruição artística, a Alunos com Necessidades Educativas Especiais, numa abordagem de Ensino Especial orientada para a terapia e desenvolvimento, e a Alunos externos em contexto universitário ou outro numa abordagem de Academia.

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“ O que transforma o mundo é o conhecimento (…) só o conhecimento é capaz de mudar o mundo, deixando-o ao mesmo tempo como ele é. Quando olhamos para o mundo com conhecimento, concluímos que as coisas são imutáveis e, contudo, em perpétua transformação. (…) do casamento entre o belo e o conhecimento nasce algo (…) a que as pessoas chamam Arte”

Yukio Mishima em “O Templo Dourado”

O - têm justamente este fim.O de reunir a procura de conhecimento com a capacidade de o sentir, fruir e de o utilizar como

POP – Projecto Oficina de Pintura

instrumento de criação – competências necessárias num mundo em transformação em que a criatividade, empreendedorismo e inovação são instrumentos indispensáveis para o sucesso e sustentabilidade das actividades profissionais, empreendedoras, institucionais e empresariais.O Plano Anual para esta actividade artística extra-curricular fundamentar-se-á segundo a categorização postulada por Elliot W. Eisner (explicada na sua obra “Educating Artistic Vision”) em primeiro lugar nesta abordagem “essencialista” da Arte, como contributo à experiência, conhecimento humano e até capacidade para a fruir e

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compreender, nas suas características únicas e especiais.Por outro lado, e seguindo esta mesma categorização, neste Plano é também valorizada uma visão “contextualista”, mais orientada para os efeitos instrumentais da Arte, sobretudo com uso das técnicas da Pintura, como a resolução de necessidades concretas, a saber, a ilustração de trabalhos, ideias, pensamentos, aplicação a formatos e projectos de design, produtos, actividades do Colégio, participações junto à Comunidade ao nível da postura cívica, responsabilidade social e eco-sustentabilidade.

A utilização do nome “Oficina”, que no fundo repete e enfatiza as origens das Oficinas de S. José, enuncia esta abordagem holística em que é dado um particular enfoque ao tema deste ano lectivo – Ser Dom – e em que são tidos em conta o calendário global das actividades das OSJ, as actividades da Solidariedade Salesiana – Sol Sal – e as necessidades da Comunidade Local em que o Colégio está inserido.

Balizadas por este conceito global serão assim exercitadas, de forma dinâmica e concertada, competências e saberes nas seguintes técnicas:1. Aguarela2. Carvão3. Pastéis Secos e Pastéis de Óleo4. Grafite5. Óleo6. Acrílicos7. TêmperasA aprendizagem destas técnicas e tecnologias será feita de acordo com as seguintes abordagens vocacionais:a) Banda Desenhadab) Ilustraçãoc) Desenho sobre papeld) Pintura sobre tela e outros materiaise) Design gráfico… e nas seguintes categorias temáticas:f) Retratísticag) Abstracçãoh) Composição Históricai) Natureza Mortaj) Figuraçãok) Paisagem

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O Sinal Marca escolhido para o POP – Projecto Oficina de Pintura, das Oficinas de S. José, Salesianos de Lisboa, evoca precisamente o som, a fonética obtida quando é pronunciada a sigla.POP reenvia-nos para a Arte, para o apogeu do Modernismo, tão importante para a consolidação do papel da Arte na vida e identidade das Sociedades.POP é também o som obtido quando se abre um frasco hermeticamente fechado.Até as Pipocas (“Popcorn”) fazem, POP, quando a água e o amido se transformam numa massa superaquecida que vai empurrando a camada exterior do grão de milho, chamada de pericarpo, ao limite da sua

resistência, até que a pressão no interior atinge um valor 9 vezes superior à pressão atmosférica, aflorando de forma quase explosiva… dando a impressão de que o milho se transmuta espectacularmente naquela forma linda e deliciosa.Uma Arte que nos faz florir, de forma sublime e plena de enegia para o, para o Mundo exterior .As nossas actividades extracurriculares são um pouco a súmula destas duas abordagens: por um lado a de um espírito modernista e informado, e por outro uma arte jovem, deliciosa, capaz de ensinar, estruturar e dar prazer.

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Ficha de Inscrição

Pintura

Desenho

Banda Desenhada

Ilustração

X Ano Segunda Terça Quarta Quinta Sexta

1º ciclo

2º ciclo

3º ciclo

Secundário

Academia

1º ciclo

2º ciclo

3º ciclo

Secundário

Academia

1º ciclo

2º ciclo

3º ciclo

Secundário

1º ciclo

2º ciclo

3º ciclo

Academia

Secundário

Nº Nome Ano Turma

Inscrições a partir de 15 de Setembro / Início das Actividades a 04 de Outubro

Estoril, / / 20 O Encarregado de Educação

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A aguarela é fabricada a partir de pigmentos moídos em pó, misturados com goma arábica. Em tempos também se misturaram com outros aditivos, como glicerina, mel e outras substâncias com fim a aumentar a transparência e retardar a secagem. A aguarela caracteriza-se pela transparência das suas cores. As tintas existem à venda em estado sólido (pastilhas), pastoso (tubos) e líquido (frascos). Em qualquer dos casos é utilizada a água como solvente, sendo a dissolução o método para se obter o tom pretendido. Numa lógica metodológica, inicia-se o trabalho de aguarela com a aplicação primeiro das cores claras e depois das escuras. Usam-se basicamente duas técnicas que se definem pelas seguintes prerrogativas: -sobreposição de camadas de tinta sobre papel seco, deixando secar cada camada que se aplica antes de pôr a seguinte, obtendo sucessivamente tons mais escuros. - aplicação da aguarela sobre papel previamente humedecido (com uma esponja, por exemplo), permitindo a livre expansão desta na superfície do papel e mistura das cores no momento em que

se deposita a tinta (lavis). É ainda possível trabalhar com materiais que isolem previamente zonas do papel, como por exemplo pastéis de óleo ou borracha líquida seguindo-se esta utilização da aplicação da aguarela.Os papéis de aguarela são encorpados, texturados e/ou granulados e existem à venda numa grande variedade de características e gramagens. De extrema importância é a escolha correcta dos pincéis a utilizar, que também existem em grande variedade, quer em qualidade quer em formato e características do pelo. Os bons pincéis, bem como as boas cores são geralmente mais onerosos... Os melhores são os de pelo de cauda de marta vermelha ou um seu substituto sintético, Embora a aguarela seja fundamentalmente uma técnica de pintura é também usada para desenhar e ilustrar ou trabalhar em conjunto com materiais variados nas artes plásticas e gráficas. A aguarela é uma técnica de que exige uma aprendizagem demorada, reiterada, por forma a conseguir resultados de qualidade.

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A grafite foi descoberta na Baviera por volta de 1400, não lhe tendo sido dado na época o valor que já guardava em potencial. A história do lápis remonta a 1564, quando se descobriu em Inglaterra um filão de grafite pura. A coroa inglesa mandou então abrir minas com o fim de obter grafite como material de desenho. Estas minas forneceram grafite a toda a Europa, até se esgotarem as suas reservas no séc. XIX. O mineral era misturado com gomas, resinas e colas. Esta mistura era então colocada numa ranhura de um pedaço de madeira geralmente de cedro e atado com um cordel. À medida que se ia gastando a grafite, o cordel era desenrolado e repunha-se a mina no extremo. Em 1761, na Alemanha, Faber criou uma pequena oficina de fabrico de lápis. Misturava duas partes de grafite com uma de enxofre. Napoleão, no séc. XVIII, encomendou a Conté a exploração de processos de fabricar lápis para substituir os importados. Apareceu então uma nova espécie de lápis que consistia na mistura de terra (argilas), grafite e água, que eram solidificados por cozedura e colocados em ranhuras de madeira. Este foi o antecessor do lápis que conhecemos. No passado usaram-se certos materiais na confecção das minas como ceras, goma-laca, resinas, negro de fumo, etc. Actualmente algumas das melhores minas fazem-se misturando grafites de grande qualidade com polímeros especiais. Encontramos no mercado uma enorme variedade de qualidades de grafite. Envolvida em madeira (lápis), em minas simples de várias espessuras para porta minas, desde as mais vulgares 0,5mm, 0,7 mm, 1,2 mm, até às mais grossas apenas

envolvidas em plástico para desenhos que exigem um grande depósito de grafite. Existem também em muitas durezas, desde extra-duras a extra-macias. As mais duras permitem traços finos cinzento pálido, as mais macias produzem traços mais grossos e mais negros, pois depositam mais grafite no papel. Existem assim um número definido de maciezad e durezas neste material, obedecendo a sua classificação à seguinte escala de grafites: 8H, 7H, 6H, 5H, 4H, 3H, 2H, H, HB, F, B, 2B, 3B, 4B, 5B, 6B, 7B, 8B, 9BPor "H" entende-se "Hard" - uma mina dura. Por "B" entende-se "Brand" ou "Black" - uma mina macia ou preta. Por "HB" entende-se "Hard/Brand"- uma mina de dureza média Associados ao uso da grafite estão sempre os afiadores ou canivetes para afiar, as borrachas mais ou menos macias e os porta-minas. A grafite pode ser usada praticamente em todas as superfícies, excepto nas plastificadas, onde adere mal. Quase todos os tipos de papel - lisos, texturados, rugosos - são também um suporte adequado. Papéis como o "Ingres" ou "Canson" são óptimos suportes para trabalhos em valores de cinzento e "degradés". O tipo de papel que se usa é importantíssimo pois determina a forma como a grafite se vai comportar. Papéis coloridos são também frequentemente usados para trabalhos de desenho a grafite, geralmente com aplicação de destaques com riscadores ou aplicações de tinta branca noutros tons mais claros que a cor do suporte

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O carvão é um material clássico no desenho, talvez o mais antigo. Usa-se para esboços ou para desenhos definitivos, de acordo com o suporte e a intenção. Já os homens primitivos usavam galhos queimados para desenhar. No Renascimento foi usado profusamente para fazer estudos preliminares em paredes para "frescos". Actualmente é correntemente usado em aulas de artes visuais e em escolas e academias de arte, pois proporciona gradações muito expressivas. Nas aulas de desenho e figura humana é um dos materiais mais usados pelas suas óptimas características de riscador, que se deposita suavemente no papel ao sabor dos gestos e que é possível apagar com miolo de pão, borrachas apropriadas (por ex: PVC) ou mesmo com um pano macio, sem esquecer naturalmente a modelação táctil tão apetecível neste material. O carvão pode ser obtido a partir de ramos de salgueiro ou videira carbonizados (dentro de um recipiente fechado). Obtêm-se diversas durezas de carvão conforme o tempo de carbonização. O carvão pode ainda encontrar-se à venda no mercado, em variadas durezas quer sob a forma de pequenos galhos carbonizados com o aspecto original, quer com formas regulares de paralelepípedo, cilindro e ainda envolvido por madeira. A escolha do papel é fundamental para o aspecto final do trabalho uma vez que o carvão comporta-se segundo a textura do papel, tendo o suporte um efeito consirerável sobre a expressão obtida. É importante também que o papel seja suficientemente resistente para suportar a abordagem expressiva e o uso associado da borracha “miolo de pão” utilizada para modelar o claro, dentro do escuro que cdefine o carvão.Carvão em pau - apresenta-se com a forma original dos galhos. Os mais suaves são galhos de vinha. Carvão em barra regular - pode ser cilíndrico ou paralelipipédico. Existe em várias grossuras e durezas. Têm mais ou menos 18 cm de comprimento, tendo os mais grossos cerca de 1 cm de diâmetro. Carvão comprimido - são blocos de carvão obtidos pela redução a pó de madeira carbonizada misturada com ligante e comprimidos em forma de barra. Têm dimensões ente 9 e 12 cm e

grossuras de cerca de 0,6 cm. Partem-se menos durante o trabalho, pois são mais resistentes. Em contrapartida também são mais difíceis de remover com a borracha. Lápis de carvão - com carvão moído e aglutinado com um ligante fazem-se minas que se envolvem em madeira ou papel enrolado. São mais limpos mas têm a característica por vezes negativa de só se poder usar a ponta, não se conseguindo facilmente obter traços ou manchas mais grossas como nas outras modalidades. Existem numa escala que vai de 6B, passando por HB, até aos duros (8H). O carvão usa-se no desenho de linhas ou no trabalho de valores de claro escuro. Trabalha-se com muita facilidade sobre grandes superfícies, pois é macio e marca com facilidade. Usa-se também no esboço da pintura a óleo, acrílico ou na pintura de cenários, murais, etc., pois desprende-se com facilidade, se o desejarmos deixando apenas suaves traços ou manchas que servem de guias no trabalho. A dureza do carvão deve ser escolhida em função do tipo de trabalho. Para trabalhos mais lineares, mais pequenos ou com mais detalhe os mais duros. Para trabalhos com traços mais grossos, ou para obter manchas negras e maiores mais facilmente devem usar-se os mais macios e em barras. A borracha ou miolo de pão pode também servir para aclarar zonas que se querem mais luminosas ou mais vazias. Alguns desenhadores diluem por aguada zonas de trabalho a carvão, obtendo o espalhamento suave deste. Por vezes deixam secar e tornam a desenhar por cima, avivando certos traços ou manchas. O esfuminho é outro material associado ao carvão. Um papel tipo "mata-borrão" é enrolado sobre si próprio, formando um "lápis de papel" que serve para esfregar o desenho a carvão, atenuando traços e manchas, fazendo o espalhamento do pó ou obtendo zonas de cinzas mais homogéneas. O trabalho de carvão é muito frágil. No final dos trabalhos o desenho exige fixação, com a utilização de um spray próprio, ou com uma solução vaporizada de álcool e goma laca.

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Elaborada nos Estados Unidos nos anos 20, a tinta acrílica era um produto criado para uso industrial e, até finais dos anos 50 e princípios dos 60, apenas se utilizou nesse terreno. Foi introduzida na Europa na década de 60.É muito possível que os primeiros pintores que utilizaram tintas acrílicas estivessem filiados no movimento denominado "POP ART" e foi possivelmente aí que adquiriu a sua reputação de meio pictórico de colorido brilhante. Ao mesmo tempo, os pintores abstractos americanos também faziam experiências com tintas acrílicas, possivelmente pela rapidez com que secavam, até porque a sua arte era definida por este toque de espontaneidade e de instantâneo.

A tinta acrílica veio simplificar radicalmente muitos dos problemas técnicos e inconvenientes associados a outros métodos utilizados para pintar e, no caso do pintor mais capacitado, o acrílico coloca em perspectiva novos horizontes e desafios em aspectos como a arte final e tempo dispendido na execução de cada obra.Existem ainda alguns benefícios globais associados a este material que o tornam vantajoso em relação a outros congéneres: - Os fabricantes de tintas acrílicas utilizam os mesmos pigmentos (cores) que outros fabricantes de tintas. Em geral, são minerais derivados da terra ou produtos químicos.- As tintas, só se diferenciam nos seus fixadores, isto é, na substância ou aglutinante que faz com que se mantenham unidos os pigmentos utilizados. No caso da tinta acrílica o fixador é um plástico criado pelo homem. O pigmento dispersa-

se num líquido plástico esbranquiçado que, uma vez seco, se torna perfeitamente claro. Por isso, a tinta acrílica tende a escurecer ao secar.- O solvente do acrílico é a água. Enquanto a tinta está ainda, é possível dissolver-se ou tirar-se com água mas, quando seca, é possivelmente o tipo de tinta mais difícil de eliminar. - Podemos decidir usar tinta acrílica por vários motivos:

. pode ser utilizada com a maioria das técnicas de qualquer tipo de tinta

. possui pouco cheiro, ao contrário do forte odor do óleo e da terebintina por exemplo

. quando seca, processo que ocorre rapidamente, permite continuar com o processo de execução com maior agilidade

. é mais fácil a correcção de erros, através da sua cobertura com uma camada de tinta branca ou de estuque acrílico, e subsequente retoque.

. é um “média” excelente para aulas de pintura, já que o seu transporte e armazenamento é muito mais fácil. Por exemplo, enquanto o Aluno limpa os pincéis e guarda os tubos de tinta, o quadro está seco e pronto a ser transportado ou armazenado com segurança

. a tinta acrílica conserva indefinidamente o seu colorido, sem amarelecer ou desvanecer com o tempo

. pode ser utilizado sobre qualquer superfície não gordurosa

. os materiais utilizados podem ser facilmente limpos com água

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O óleo é essencialmente uma massa espessa, untuosa e ao mesmo tempo resistente, bastante elástica segundo as necessidades com a possibilidade de conservação da sua maleabilidade, ou ao contrario, aceleração do seu amadurecimento pela adição de uma substancia secativa. A sua invenção é atribuída aos irmão Van Eyck, pintores flamengos, no ano de 1410.A pintura a óleo enquanto técnica é sobretudo conhecida pela sua versatilidade. É através deste material que se consuma plenamente a utilização de quase todos e materiais e recursos associados à pintura: pincéis, espátulas, telas, tecidos, superfícies de madeira e muitos outros materiais. A paleta cromática de pigmentos disponíveis neste material abrange um total apreciável de 114 cores disponíveis. O espectro de possibilidades técnicas que este material permite, tais como consistência, textura, lustro/brilho, tempo de secura/fixação, é um dos grandes factores que transforma o óleo na tinta de eleição para a maior parte dos Autores do elenco da História das Artes. Na sua constituição, as tintas de óleo são uma mistura de pigmentos pulverizados e óleo de linhaça. No aspecto apresentam-se como uma massa espessa, da consistência da manteiga, e que actualmente já vem pronta para a usar, embalada em tubos ou em pequenas latas. É solúvel em óleo de linhaça ou terebintina que permitem um trabalho mais diluído e fácil de espalhar, retardando a secagem no primeiro caso, e acelerando-a no segundo.

A linhaça acrescenta brilho à tinta enquanto que a terbentina tende a torná-la opaca. A mistura com este óleo atribui ao autor a vantagem de um maior tempo de intervenção sobre a modelagem cromática, permitindo assim uma evolução mais controlada e ponderada de aspectos como o claro escuro ou a gradação cromática.Geralmente a pintura a óleo é feita sobre uma tela sustentada sobre um cavalete.A ergonomia e flexibilidade permitida pelo uso do cavalete, associado à utilização da tela ou outro suporte rígido, facilita o processo criativo (aproveitamento da luz e da cor), melhora a postura no trabalho, e possibilita uma melhor compreensão global dos aspectos relacionados com escala, composição e harmonia cromática das obras.Os óleos podem ainda ser aplicados na consistência original de fabrico, para o efeito de uma intensa superfície de pinceladas (empasto), podem ser diluídos até se obter uma consistência semelhante à das aguarelas, podendo também ser aplicados com uso de um pequeno pedaço de pano de para o efeito de mancha suave. É ainda vulgar, neste material, a utilização da técnica da velatura que consiste na aplicação após uma primeira secagem, de um véu de verniz colorido com transparência sobre o qual se vai aperfeiçoando a forma da camada anterior, criando desta maneira, uma superfície rica em cor e textura.

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Giz de desenho e pastéis secos Alguns grandes artistas do passado usaram no desenho certos tipos de giz, principalmente branco, a par da sanguínea, sépia e pedra negra. Era um material duro, constituído por pigmento em pó misturado com óleo ou cera. Fragonard (1732-1806) e Watteau (1684-1721) usaram este riscadores sobre papel colorido. Hoje em dia, é pouco usual e é feito a partir de talco mineral. Existem actualmente materiais com características semelhantes, como o pastel seco. Este é constituído por pigmentos em pó, aglutinados numa mistura de resina ou cola e moldados em forma de barra. Quanto mais cola tiver a mistura, mais duros e menos brilhantes se tornam os pastéis. No decurso do desenho a pastel é admissível a utilização do esfuminho ou da borracha miolo de pão. No final os trabalhos devem ser fixados com um spray apropriado como condição essencial para a sua preservação. Os pastéis têm uma paleta de tons suaves, muito atraente, que permite alcançar resultados belíssimos. As tonalidades pálidas de algumas cores, especialmente as cores de carne, devem-se à argila ou "branco de Espanha" que se mistura para os tornar mais opacos. Normalmente são caros devido à sua qualidade e à delicadeza da matéria prima. Têm grande estabilidade cromática, misturam-se muito facilmente e produzem com espontaneidade trabalhos de uma suavidade muito particular. Não têm os inconvenientes dos materiais que necessitam de secar ou que exigem grandes preparações. Em França a partir de finais do séc. XVIII, este material entrou na moda, tendo sido empregue por centenas de artistas. Anteriormente Rosalba Carriera (1674-1757) usou-os com grande sabedoria e arte. Quentin de la Tour (1704-1788), também usou profusamente os pastéis registando todo o fausto e esplendor do período Rococó. Degas e Monet exploraram toda a suavidade e riqueza dos pastéis secos em obras notáveis. Os pastéis secos têm apenas um inconveniente. Uma vez

depositados no papel existe alguma dificuldade em apagar sem se deixar vestígios. Para desenhar com pastéis secos existem papéis apropriados embora se possa fazê-lo em qualquer um que se preste convenientemente à técnica. São muito usados papéis coloridos como por exemplo papel "Ingres" e "Canson". Cartões, telas, etc., podem ser preparados com receitas variadas à base de glicerina pura, caseína ou gelatina não animal de forma a oferecer um bom suporte para o pastel seco. Pastéis de óleo Semelhantes aos pastéis secos no seu aspecto, a sua constituição é no entanto diferente pois são fabricados com uma mistura de pigmento e óleo. Existem desde os anos 60. Tal como os pastéis secos, têm a forma de pequenos “sticks” cilíndricos e vendem-se em caixas ou avulso numa grande variedade de cores e durezas. Aderem com facilidade ao papel e permitem misturas de cores que se depositam numa camada mais grossa e pastosa ou mais fina, conforme se pretender. São possíveis correcções no trabalho, raspando com um X-acto, retirando o pastel de determinada zona e cobrindo de novo com a cor pretendida. Prestam-se a ser aplicados "deitados" obtendo a deposição de uma maior quantidade de uma vez só e permitem misturas de tons pelas suas qualidades pastosas. É possível ainda, no decurso do trabalho diluí-los e mistura-los com um pincel embebido em terebentina. Sem o uso deste solvente, os pastes de óleo nunca secam efectivamente, processando-se apenas um efeito de oxidação na sua superfície.Quase todos os papéis são bons suportes, no entanto devem ter algum corpo (gramagem espessa), especialmente quando se usa a terebentina para os diluir.

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A Pintura, antes de ser entendida como Arte, espaço da criação independente da filiação numa finalidade ou uso, foi durante muito tempo um ofício que deu os primeiros passos no contexto da representação simbólica e mimética de alguns géneros temáticos apreciados sobretudo na nossa tradição Ocidental. Da exploração sistemática de alguns géneros mais admirados surgiram algumas tradições de representação na pintura a que chamamos Categorias Temáticas.No POP – Projecto Oficina de Pintura – criámos conteúdos curriculares com o propósito de revisitar algumas destas categorias temáticas, de abordagem fundamental para a compreensão de conceitos tão importantes como identidade, cultura, história, civilização, mas também de um interesse incontornável na exploração da nossa inteligência emocional.É nesta expressão da nossa inteligência, intuitiva, que conseguimos entrar em contacto com capacidades únicas ao nível dos sentidos, sensações, reacções, emoções , compreensão (“Insight”), competências estas fundamentais para uma relação profícua com o mundo e com o outro.

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RetratísticaAbstracção

Pintura Histórica

PaisagemNatureza Morta

Figuração

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Por definição, o retrato trata da representação de uma figura individual ou de um grupo, elaborada a partir de modelo vivo, documentos, fotografia, ou com o auxílio da memóriaO retrato (do latim retrahere, copiar) no seu sentido original está associado à ideia de mimese, ou seja, imitação da realidade. Por essa razão, foi muito utilizado nas academias e escolas de arte para o ensino do ofício e domínio das técnicas de representação e expressão visual. Na pintura, o retrato afirmou-se como género autónomo no século XIV, após ter sido utilizado no Egipto, no mundo grego e na sociedade romana, com finalidades diversas: comemorativas, religiosas, funerárias etc. Giovanni, o Bom (1360), pertencente ao Museu do Louvre, é considerado um dos primeiros retratos pintados de que se tem notícia. A partir daí, o retrato passa a ocupar lugar destacado na arte europeia, atravessando diferentes escolas e estilos artísticos. A produção de auto-retratos segue o desenvolvimento do género, desde o início, constituindo um filão amplamente explorado por artistas de todas as épocas.A difusão da retratística acompanha os anseios da corte e da burguesia urbana de deixar marca das suas imagens, na vida pública e privada. Artistas flamengos, como Jan van Eyck (ca.1390 - 1441) contribuem para a afirmação do género. O célebre quadro Giovanni Arnolfini e sua Esposa (1434), por exemplo, representa um casal, em primeiro plano, dentro de uma sala. Tanto as figuras como o ambiente doméstico são representadas com extrema atenção aos detalhes, cores e texturas, o que coloca a obra entre o retrato e a pintura de género. Na Itália do Sec. XV, destacam-se nesta categoria temática, os pintores Piero della Francesca (ca.1415 - 1492) e Domenico Ghirlandaio, (1449 - 1494). Na Renascença italiana, a produção de retratos expande-se de acordo com uma doutrina-filosófica que tem o homem como centro das atenções. Os retratos de Rafael (1483 - 1520), são comparados aos de Leonardo Da Vinci (1452 - 1519), pelo estilo subtil das caracterizações e os de Ticiano (ca.1488 - 1576) ganham enfoque graças ás cores empregadas, originalidade da composição, pelo movimento (Homem com uma Luva, ca.1520). Da Vinci, por sua vez, realiza retratos na sua fase milanesa, até 1499 - Dama com um Arminho, por exemplo -, no período florentino, entre 1500 e 1506 (a Mona Lisa) e também na última fase da sua carreira (as duas imagens de São João Batista, uma delas convertida em Baco, ca.1515). O sorriso enigmático, as sombras, o dedo indicador elevado e as fartas cabeleiras são traços salientes dos retratos de Leonardo, repetidos pelos seguidores.O século XVII assiste-se à emergência do realismo original de Caravaggio (1571 - 1610) - evidenciado em David (1605), por exemplo - e o de Diego Velázquez (1599 - 1660), que projecta figuras recorrendo às cores quentes e ao chiaroscuro caravaggiano. Velázquez realiza retratos ao longo de toda a sua obra, sobretudo a partir de 1623, quando se torna pintor da corte de Filipe IV. Aí, as influências de Ticiano revelam-se nas poses naturais e no despojamento de acessórios. Na Itália, realiza Juan de Pareja (1650), retrato de seu escravo mulato e Papa Inocêncio (1650), considerada uma das obras-mestras do retrato mundial. A sua obra mais famosa - Las Meninas (ca.1656) - mostra o pintor no estúdio retratando a família real. A arte barroca europeia encontra leitura particular nas telas de Peter Paul Rubens (1577 - 1640). O célebre Auto-retrato com a Mulher (1609), é revelador do estilo autoral do pintor, expressa na liberdade da pose, na tonalidade dourada que ilumina a tela e

na paisagem que se deixa entrever por trás dos corpos em primeiro plano. Frans Hals (ca.1581 - 1666) e Rembrandt (1606 - 1669) são dois outros grandes nomes do retrato no século XVII. Hals, por exemplo, dedica-se quase que exclusivamente ao género. O seu retrato colectivo em tamanho natural,O Banquete dos Oficiais da Milícia de São Jorge (1616), inaugura novo esquema de composição ancorado na linha diagonal que organiza as figuras na tela. O pintor atinge o auge da popularidade entre 1630 e 1640, quando realiza o retrato dos Regentes e das Regentes do Asilo dos Idosos (ca.1664). Rembrandt, por sua vez, inaugura uma forte tradição retratística ao romper o esquema convencional de composição de grupos (Lição de Anatomia do Dr. Tulp, 1632) e, nos retratos individuais, ao conferir densidade psicológica aos tipos retratados, com auxílio de contrastes luminosos (Saskia Sorridente, 1642).Os séculos XVIII e XIX surgem novas características associadas aos retratos, com o recurso a figuras de segmentos sociais mais amplos (e não apenas dos círculos aristocráticos) e através de uma maior liberdade expressiva. Por exemplo, nos retratos de Jean-Auguste-Dominique Ingres (1780 - 1867), a figura representada na tela dirige o seu olhar a um observador não-retratado, mas implícito - recurso que será explorado pelos retratos de Pablo Picasso (1881 - 1973). No Retrato de Mademoiselle Rivière (1805-1806) notam-se inclusive os contornos expressivos, a sensualidade da figura e a redução do aparato cénico, característicos do pintor (cf. A Banhista de Valpiçon, 1808). Os impressionistas, Olympia(1865), de Éduard Manet (1832 - 1883), as banhistas e dançarinas de Edgar Degas (1834 - 1917); os pós-impressionistas, Retrato do Carteiro Roulin e Auto-retrato com Orelha Enfaixada (ambas de 1888), de Vincent Van Gogh (1853 - 1890); e os neo-impressionistas- Mãe e Menino (1899), de Édouard Vuillard (1868 - 1940) rompem definitivamente com o acento naturalista que marca a tradição retratística. O advento da fotografia é o factor fundamental que catalisa a mudança do paradigma da reprodução fiel da figura e do mundo, levando os pintores a enfatizar o carácter interpretativo da obra. Cabe lembrar que a fotografia, ela mesma, desenvolve uma retratística própria, o que leva a pensar o retrato como género extremamente popular no interior do campo fotográfico, alimentado pelo baixo custo das impressões produzidas a partir de 1860.A reflexão sobre as possibilidades e limites da representação atravessam a arte do século XX, e encontram tradução particular nos retratos. Um exemplo específico, como o dilema de Alberto Giacometti (1901 - 1966) com um de seus modelos, o escritor James Lord, tem a vantagem de evidenciar, pelo acompanhamento da execução de um quadro, os dilemas do artista moderno na tentativa de reproduzir o que vê, fora da pauta naturalista. Alguns artistas do século XX ligam-se particularmente ao género, como Amedeo Modigliani (1884 - 1920), que produziu grande quantidade de retratos, em geral, formas simplificadas e alongadas. Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a arte pop retoma a figura e o retrato utilizando uma nova fórmula, com recurso a imagens publicitárias, da banda desenhada e do cinema. Também no interior do chamado hiper-realismo, foi produzida uma grande quantidade de retratos, fechando-se aqui um ciclo histórico, cumulado pelo pós-modernismo, em que esta categoria assume em definitivo um papel e um lugar preponderante entre as categorias da História da Arte

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Em sentido amplo, a Abstracção, também conhecida como Arte Abstracta ou Abstraccionismo, refere-se às formas de arte não regidas pela figuração e pela imitação do mundo. Em acepção específica, o termo liga-se às vanguardas europeias das décadas de 1910 e 1920, que recusam a representação ilusionista da natureza. A decomposição da figura, a simplificação da forma, os novos usos da cor, o descarte da perspectiva e das técnicas de modelagem e a rejeição dos jogos convencionais de sombra e luz, aparecem como traços recorrentes das diferentes orientações abrigadas sob esse rótulo. Inúmeros movimentos e artistas aderem à abstracção, que se torna, a partir da década de 1930, um dos eixos centrais da produção artística no século XX.É possível notar duas vertentes a organizar a ampla gama de direcções assumidas pela arte abstracta. A primeira, inclinada ao percurso da emoção, ao ritmo da cor e à expressão de impulsos individuais, encontra as suas matrizes no expressionismo e no fauvismo. A segunda, mais afinada com os fundamentos racionalistas das composições cubistas, o rigor matemático e a depuração da forma, aparece descrita como abstracção geométrica. As vanguardas russas exemplificam as duas vertentes: Wassili Kandinsky (1866 - 1944), representante da primeira, é considerado pioneiro na realização de pinturas não-figurativas com Primeira Aquarela Abstrata (1910) e a série Improvisações (1909/1914). Este movimento de Kandinsky em direcção à abstracção inspira-se na música e na defesa de uma orientação espiritual da arte, apoiada na teosofia. Em torno de Kandinsky e Franz Mac (1880 - 1916) organiza-se, na Alemanha, o Der Blaue Reiter [O Cavaleiro Azul], 1911, grupo no qual participam August Macke (1887 - 1914) e Paul Klee (1879 - 1940), e em que se aproximam as pesquisas abstractas de Robert Delaunay (1885 - 1941) e o simbolismo místico do checo radicado em Paris Frantisek Kupka (1871 - 1957).Kasimir Malevich (1878 - 1935) é um dos maiores expoentes da arte abstracta geométrica. No auge do suprematismo, 1915, defende uma arte comprometida com a pesquisa metódica da estrutura da imagem. A

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geometria suprematista apresenta-se nos célebres Quadrado Preto Suprematista (1914/1915) e Quadrado Branco sobre Fundo Branco (1918). A obra de Malevitch tem impacto sobre o construtivismo de Alexander Rodchenko (1891 - 1956) - Negro sobre Negro (1918) - e o realismo dos irmãos A. Pevsner (1886 - 1962) e N. Gabo (1890 - 1977). O neoplasticismo de Piet Mondrian e Theo van Doesburg indica outra tendência da abstração geométrica. O movimento organiza-se em torno da revista De Stijl [O Estilo], 1917, e tem o propósito de encontrar nova forma de expressão plástica, liberta de sugestões representativas. As composições articulam-se com base em elementos mínimos: a linha recta, o rectângulo e as cores primárias - azul, vermelha e amarela -, além da preta, branca e cinza. As ideias estéticas defendidas em De Stijlreverberam nos grupos Cercle et Carré (1930) e Abstraction-Création (1931), na França, e no Circle (1937), na Inglaterra.Depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a Europa e os Estados Unidos assistem a desdobramentos da pesquisa abstracta. O tachismo europeu, também associado à abstracção lírica, apresenta-se como tentativa de superação da forma pela ultrapassagem dos conteúdos realistas e dos formalismos geométricos. Os trabalhos de Hans Hartung (1904) e Pierre Soulages (1919) apoiam-se sobretudo no gesto, enquanto nas obras de Jean Fautrier (1898 - 1964) e Jean Dubuffet (1901 - 1985) - e nos trabalhos de Alberto Burri (1915) e Antoni Tàpies (1923) - a pesquisa incide preferencialmente sobre a matéria. Nos Estados Unidos, a abstracção ganha força com o expressionismo abstracto de Jackson Pollock (1912 - 1956) e Willem de Kooning (1904 - 1997) - que descarta tanto a noção de composição, cara à abstracção geométrica, quanto a abstracção lírica -, as grandes extensões de cor não modulada de Barnett Newman (1905 - 1970) e Mark Rotkho (1903 - 1970) e a pintura com cores planas e contornos marcados de Ellsworth Kelly (1923) e Kenneth Noland (1924). O minimalismo de Donald Judd (1928), Ronald Bladen (1918 - 1988) e Tony Smith (1912 - 1980) - tributário de uma vertente da arte abstracta norte-americana que remonta a Ad Reinhardt (1913 - 1967), Jasper Johns (1930) e Frank Stella (1936) - retoma as pesquisas geométricas na contramão da exuberância romântica do expressionismo abstracto.Toda a riqueza desta história, potencial deste conhecimento técnico da construção da forma e da cor, para além de toda a exploração emocional e espiritual que esta abordagem temática catalisa, faz desta tradição um conteúdo cuja pertinência é tida em especial conta no POP- Projecto Oficina de Pintura.

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O termo aplica-se à pintura que representa fatos históricos, cenas mitológicas, literárias e da história religiosa. Na acepção mais estrita, refere-se ao registo pictórico de eventos da história política. Batalhas, cenas de guerra, personagens célebres, fatos e feitos de homens notáveis são descritos em telas de grandes dimensões. Realizadas, em geral, sob encomenda, as pinturas históricas evidenciam um tipo de produção plástica comprometida com a tematização da nação e da política. Se os acontecimentos domésticos, o quotidiano e os personagens anónimos são registados pela pintura de género, os grandes aptos e seus heróis são narrados em tom elevado e estilo grandioso pela pintura histórica. O desafio pictórico colocado por essas telas reside na experimentação simultânea de diferentes géneros artísticos: das paisagens e naturezas-mortas (nos panos de fundo e elementos do cenário); dos retratos e cenas de género (ensaiados na caracterização dos personagens e ambiências). A realização de telas com grande número de elementos, por sua vez, incita os pintores a procurarem soluções inéditas em termos de composição.A pintura histórica adquire prestígio nas academias de arte, alçada ao primeiro plano na hierarquia académica a partir do século XVII, com a criação da Real Academia de Pintura e Escultura em Paris, 1648. Verifica-se aí um estreitamento das relações entre arte e poder político, e uma associação mais nítida entre a instituição e uma doutrina particular. A paixão pela Antiguidade - revelada nos temas mitológicos e nos motivos históricos - associada à clareza expressiva e à obediência às regras definem o estilo que se converterá no eixo da doutrina académica. A pintura neoclássica, que tem como centro a França do século XVIII, explora fartamente os temas históricos. Diante da Revolução Francesa, o modelo clássico adquire sentido ético e moral. A busca de um ideal estético da Antiguidade vem acompanhada de ideais de justiça e civismo, como mostram as telas do pintor Jacques-Louis David (1748 - 1825). Os retratos dos mártires da revolução realizados por ele atestam a face engajada de sua pintura (A Morte de Lepetier, A Morte de Marat e A Morte de Bara, 1793). David é também o pintor oficial de Napoleão, como mostra a série sobre o imperador realizada entre 1802 e 1807, na qual se destaca a gigantescaCoroação de Napoleão (1805-1807). Antoine-Jean Gros (1771 - 1835), seguidor da forma austera de David, inclina-se às cores e vibrações dramáticas nas batalhas napoleónicas que executa - por exemplo, A Batalha de Eylau (1808) -, o que faz dele um elemento central no desenvolvimento do romantismo francês.Na Espanha, pinturas históricas são realizadas a partir do século XVI por diversos artistas. Cenas de batalhas são executadas pelos pintores da

corte de Felipe IV, comprometidos com a representação da invencibilidade do exército espanhol em suas campanhas militares. Nesse contexto, Francisco de Zurbarán (1598 - 1664) realiza A Defesa de Cádiz e Diego Velázquez (1599 - 1660), A Rendição de Breda (1634-1635), ambas glorificando os triunfos do reinado de Felipe. Posteriormente, cenas históricas têm lugar no interior da variada produção de Francisco José de Goya y Lucientes (1746 - 1828), por meio das dramáticas telas sobre a ocupação francesa da Espanha (1808-1814), em que o pintor coloca a sua ênfase na revolta dos cidadãos de Madri contra os ocupantes (Fuzilamento, 1808). Com esses trabalhos de Goya, a dimensão heróica e celebrativa da pintura histórica encontra sua primeira contestação. Mas é na série de 65 água-fortes, Os Desastres da Guerra (1810-1814), que o pintor revela sua visão realista dos acontecimentos: as cenas de pesadelos e as figuras macabras falam das atrocidades da guerra, pelas quais são responsáveis franceses e espanhóis. A própria opção por uma "técnica menor", a gravura - procedimento que Goya dignifica -, revela o quanto a pintura histórica poderia estar comprometida com a apologia do poder.A preocupação com o passado e com as origens, assim como a interferência no tempo presente, marcam a visão de mundo romântica. O impacto da Revolução Francesa e o mito napoleónico se reflectem nos temas históricos e nas cenas de batalhas, explorados pelos pintores. Théodore Géricault (1791 - 1824) retoma a história em telas como A Jangada da Medusa (1819). O quadro trata de um acontecimento contemporâneo (um naufrágio ocorrido em 1817), narrando, em tom épico, o embate entre vida e morte, assim como as relações hostis entre o homem e a natureza. Eugène Delacroix (1798 - 1863) se detém sobre a história política desde o início de sua carreira (O Massacre de Quios, 1824, A Grécia Sobre as Ruínas de Missolongi, 1827). Mas é o célebre A Liberdade Guia o Povo(1850) que evidencia o compromisso do pintor com a história de seu tempo; a tela registar a insurreição de 1830 contra o poder monárquico. A liberdade, representada pela figura feminina que ergue a bandeira da França sobre as barricadas, converte-se em alegoria da independência nacional.Esta tradição, tão investida pela sua importância máxima na carreira de cada autor, no contexto do POP transforma-se num pretexto e interface muito eficazes para veicular conhecimentos sobre os recursos técnicos mais elaborados, tanto na escala, composição, como em aspectos relacionados com cor, luz, iluminação e significação.

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Cursos disponiveisŸ

ŸPinturaŸLaboratório de ArtesŸIlustraçãoŸBanda DesenhadaŸAcademia de DesenhoŸEco CriatividadeŸFotografia e tratamento digital de ImagemŸArts&Crafts

Arte e Desenvolvimento

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Nos dias que correm está mais que estabelecida (em documentos oficiais e mesmo no senso comum), a importância da colaboração de psicólogos nas mais diversas áreas de intervenção. Seja ao nível de grandes empresas, organizações de saúde e bem-estar, escolas e organismos de apoio escolar, no poder municipal e organismos associados, museus e mesmo em projectos de ajuda humanitária, os psicólogos actuam de modo a apoiar e a potenciar as intervenções já prestadas.

Ao nível do contexto escolar propriamente dito, um psicólogo da educação é um forte aliado dos professores, directores, alunos e auxiliares da educação, sendo uma parte integrante da cultura de uma escola, sendo um elemento chave no apoio e promoção de processos de mudança, na busca de soluções perante diversos problemas (dentro ou fora da sala de aula) e também na promoção da inovação e sustentabilidade da missão da própria escola. (Ainscow, Booth & Dyson, 2004).

Ora, sendo o Projecto Oficina de Pintura (POP) um projecto que visa a união entre a expressão artística e o desenvolvimento emocional dos participantes em ambiente não formal, torna-se revelante a participação de um psicólogo da educação como membro activo da equipa do próprio projecto. Ou seja, como membro capaz de cooperar e colaborar no a) desenvolvimento, na b) implementação e na c) avaliação do projecto nos seguintes aspectos:a)- Adequação das actividades propostas e com os objectivos pedagógicos específicos;- Adequação das actividades ao nível de desenvolvimento dos participantes;b)- Levantamento de necessidades de intervenção psicológica de modo a analisar a adequação das actividades propostas;- Revisão constante das actividades e objectivos propostos e a sua adequação junto dos participantes.- Desenvolvimento de actividades que promovam os objectivos pedagógicos a atingir;

- Ponte entre os conteúdos programáticos propriamente ditos e as actividades de expressão emocional e artística através de actividades de grupo como método estimulador da própria criatividade e da expressão sócio-emocional;- Validação psicológica dos métodos utilizados, respondendo constantemente à questão “os métodos utilizados cumprem os objectivos propostos e as competências que se pretendem alcançar?”- Cooperação e colaboração com o professor na aplicação, adequação e revisão das actividades propostas;- No processo de orientação vocacional para os alunos do Ensino Secundário.c)- Desenvolvimento de métodos objectivos capazes de avaliar a eficácia do projecto – o POP atingiu os objectivos a que se propôs? Qual o impacto no desenvolvimento artístico e emocional dos participantes?- Levantamento dos aspectos positivos e dos aspectos a melhorar no projecto;- Publicação científica e divulgação dos resultados atingidos, caso sejam autorizadas.

Assim, tendo em conta as potencialidades do POP e do grupo de trabalho Professor-Psicólogo, torna-se então relevante a importância de uma equipa de trabalho multidisciplinar e dinâmica, focada nos mesmos objectivos de trabalho e possuindo pontos de análise que convergem para uma visão holística das intervenções e do próprio projecto. A sinergia final poderá ser um projecto fundamentado teoricamente, não só nos aspectos relativos ao Ensino e à Arte plástica, mas também no âmbito da Emoção e do Processo criativo (aspectos fortemente psicológicos) e na importância da Expressão artística em ambiente não-formal na Aprendizagem.

Inês Hassamo

Arte e Desenvolvimento

Profª. Inês Hassamo

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Esta actividade tem como objectivo desenvolver a prática do Desenho através de um conjunto bastante diversificado de exercícios. Serão trabalhadas as capacidades de observação, de concentração, de criatividade e de expressividade através de acções específicas em trabalhos funcionais recorrendo a diferentes modos de desenhar e ao uso de várias técnicas para ampliar as experiências e os aspectos mais dinâmicos do Desenho. Será realizado um portfolio individual, exposições e uma apresentação final.

Desenho

Prof. Pedro Manso

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A banda desenhada enquanto abordagem à comunicação através meios de visualização começa ancestralmente em 3000 a.C. por intermédio dos Egípcios, através do uso de uma escrita pictográfica amplamente conhecida - os hieróglifos - e até hoje mantem a sua pertinência, que vai desde a dimensão lúdica, que faz deste registo uma agradável referência na infância ou até na idade adulta, até às utilizações associadas a actividades profissionais, como o design, a comunicação social, institucional e empresarial, a educação, o cinema, a moda, entre outros.O seu sucesso reside essencialmente no facto de se ancorar firmemente no princípio da síntese visual e associação das imagens num formato de sequência, com a finalidade de fazer passar eficazmente uma ideia, acção, emoção ou enredo. Quanto mais simples é o desenho, mais clara

é a mensagem, residindo aqui a sua magia e interesse no âmbito das actividades extra curriculares. A sua utilidade pedagógica no âmbito do POP cobre diametralmente desde o reforço dos conteúdos curriculares ensinados durante o ano lectivo (História, Filosofia, Geometria, Ciências) até ao universo espiritual, moral e cívico das Oficinas de S. José, passando simultaneamente por aspectos técnicos/ artísticos como são a tecnologia dos materiais, preparação do local de trabalho, desenho, observação, métodos e suportes digitais, assim como toda a cultura associada ao género. A pintura e a ilustração, por serem duas disciplinas técnicas e tecnológicas basilares e estruturantes, são assim utilizadas neste âmbito para maximizar a aprendizagem dos conteúdos, saberes e tradições das Artes Visuais no contexto da Comunicação.

Banda Desenhada

Prof. Nuno Quaresma

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Este é um projeto totalmente concebido para uma intervenção positiva, cultural e social. Desenhado para a educação de cada um dos talentos, individuais e coletivos, visa a construção da identidade e o desenvolvimento de um espírito empreendedor e atitude solidária. Todos os objetos desenhados no nosso contexto de oficina artística extra curricular, são projectados para a sustentabilidade, a felicidade, a educação para a realidade e responsabilidade: civil, ecológica, social e espiritual.

O Sinal Marca escolhido para o POP (Mag) – Projecto Oficina de Pintura, Manualidades, Artes e Ofícios, das Oficinas de S. José, Salesianos de Lisboa, (agora subsituido em definitivo pelo Sinal Marca ancestral do Articentro) evoca precisamente o som, a fonética obtida quando é pronunciada a sigla.POP reenvia-nos para a Arte, para o apogeu

do Modernismo, tão importante para a consolidação do papel da Arte na vida e identidade das Sociedades.POP é também o som obtido quando se abre um frasco hermeticamente fechado.Até as Pipocas (“Popcorn”) fazem, POP, quando a água e o amido se transformam numa massa superaquecida que vai empurrando a camada exterior do grão de milho, ao limite da sua resistência, até que a pressão no interior atinge um valor incomportável, aflorando de forma quase explosiva… dando a impressão de que o milho se transmuta espectacularmente naquela forma linda e deliciosa.Uma Arte que nos faz florir, aflorar, despontar de forma sublime e plena de energia, para o Mundo exterior.As nossas actividades extracurriculares são um pouco a súmula destas duas abordagens: por um lado a de um espírito modernista e informado, e por outro uma arte jovem, deliciosa, capaz de ensinar, estruturar e dar prazer.

Eco Criatividade e Responsabilidade Social