PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

52
Bem-Vindos a Portugal Visite o site www.revistaport.com e fique mais perto de Portugal + PORT .COM 2014 . Nº 2 . AGOSTO / SETEMBRO . REVISTA BIMESTRAL . PREÇO: 2,50€ REVISTA DE PORTUGAL E DAS COMUNIDADES JOSÉ CESÁRIO BEBIDAS PORTUGUESAS FESTAS E ROMARIAS Entrevista com o Secretário de Estado das Comunidades O que é nacional é fresco Calendário dos principais arraiais populares TONY CARREIRA Entrevista com o cantor das comunidades

description

 

Transcript of PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

Page 1: PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

Bem-Vindosa

Portugal

Vis i te o s i te www. rev i s tapo r t .co m e f i que m a i s pe r to de Por t ug a l+

PORT.COM2014 . Nº 2 . AGOSTO / SETEMBRO . REVISTA BIMESTRAL . PREÇO: 2,50€

R E V I S T A D E P O R T U G A L E D A S C O M U N I D A D E S

JOSÉ CESÁRIO

BEBIDAS PORTUGUESAS

FESTAS E ROMARIAS

Entrevista com o Secretário de Estado das Comunidades

O que é nacional é frescoCalendário dos principais arraiais populares

TONY CARREIRAE n t r e v i s t a c o m o c a n t o r d a s c o m u n i d a d e s

Page 2: PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

Always by your side

International | National | Talk | Text | Data

Over 8 millionworlds connectedevery day.Get your FREE SIM at lebara.com

LG5571P_1a_Portugese ad_A4_180714.indd 1 18/07/2014 16:44

Page 3: PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

3www.revistaport.com

SUMÁRIO4 EDITORIAL . O verão de todos os regressos

6 DESTAQUE . Bem-vindos a Portugal

. Verão seguro e saudável

. Uma mesa à sua espera

. Verão (que é verão) pede festa

22 CULTURA . Coimbra tem mais encanto agora que é do mundo

. Um país recheado de património

28 NEGÓCIOS . O que é nacional é bom... e fresco!

. Portugal anda há 60 anos a beber Sumol

34 ROTAS . Praias de mar, praias de rio e termas

40 POLÍTICA . Entrevista com José Cesário, Secretário de

Estado das Comunidades Portuguesas

. Perfil de Manny de Freitas (deputado

na África do Sul) e Carlos Leitão (Ministro

das Finanças do Quebeque)

44 DESPORTO . O regresso da grande

festa do futebol

. Calendário da

Primeira Liga 14/15

50 OPINIÃO . José Manuel Simões

" O novo Portugal turístico:

um breve olhar"

32

22

18 COMUNIDADES . Entrevista com Tony Carreira, o cantor das comunidades

PraiasRios

Termas

12

Page 4: PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

4 PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES

EDITORIAL

O VERÃO DE TODOS OS REGRESSOS

E nquanto houver no mundo saudade, quero que seja sempre celebrada”. Os versos são famosos e o seu autor um símbolo maior da portugalidade. Foi Luís Vaz de Camões que, com o seu engenho e arte, tra-duziu em palavras no famoso soneto “Aquela triste

e leda madrugada” a dor da saudade, o vazio e a angústia da partida. O brilhante poeta, conhecedor da vida e do mundo, deixa a porta aberta para o outro lado da história: até a mais triste madrugada pode ter um lado alegre. “Enquanto houver no mundo saudade, quero que seja sempre celebrada”. É desse outro lado que esta edição da Port.Com fala: da celebração da saudade. Porque sem ela não há regressos de abraços apertados e lágrimas felizes. Que este verão seja, então, a comemoração daquilo que nos permite regressar a casa como se a tivésse-mos deixado para trás no dia anterior. Celebremos a saudade, pondo os pés na areia e o coração junto dos que cá deixámos; reencontremo-nos com o mar, tão português, em mergulhos frescos e sardinhas assadas com amor e família. Saudemos os eternos regressos que preenchem o vazio das partidas. Que este verão sir va para celebrarmos a saudade, esse conceito tão lusitano. Que seja o verão de todos os regressos e o início de uma leda madrugada. Seja bem-vindo ao reencontro com o seu país. Portugal está sempre à sua espera.

MARTHA MENDES

Direção Editorial

Rua João de Ruão, nº 12 – 1º3000-299 Coimbra (Portugal)

[email protected]

Nº de registo na ERC: 126526

EDIÇÃO E PROPRIEDADE

[email protected]

NIF: 510 475 353

DIREÇÃO EDITORIALMartha Mendes

[email protected]

COLABORAÇÕES (ED AGOSTO/SETEMBRO)

PORTUGAL: Bruno Vale, Márcia Oliveira, Maria Silva, Manuel Lemos

ALEMANHA: Portugal Post; BÉLGICA: LusoJor-nal (Ed Be); BRASIL: Mundo Lusíada; CANADÁ: Lusopresse; EUA: Portuguese Times; FRANÇA: LusoJornal (Ed FR); MACAU: Jornal Tribuna de

Macau; REINO UNIDO: As Notícias; SUÍÇA: Gazeta Lusófona; VENEZUELA: Correio da Venezuela

DESIGN E PAGINAÇÃOBDMP, LDA

TLM.: 914 106 764www.bdmp.pt

ASSINATURASFilipa Marques

[email protected]

PLATAFORMA [email protected]

PUBLICIDADEAJBB Network

Rua João de Ruão, 12 – 1º3000-229 Coimbra (Portugal)

(+351) 912 573 [email protected]

PRODUÇÃOImpressão: Lisgráfica

Distribuição: Própria e CTTTiragem edição Agosto/Setembro:

75.000 ExemplaresNº de Depósito Legal: 376930/14

A AJBBNETWORK não é responsável pelo con-teúdo dos anúncios nem pela exatidão das carac-terísticas e propriedades dos produtos e/ou bens anunciados. A respetiva veracidade e conformi-dade com a realidade são da integral e exclusiva responsabilidade dos anunciantes e agências ou empresas publicitárias. Interdita a reprodução, mesmo parcial, de textos, fotografias ou ilustra-ções, - sob quaisquer meios e para quaisquer fins, inclusive comerciais.

FICHA TÉCNICA

Page 5: PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

HÁ UM BANCO QUE O APROXIMA DE PORTUGAL. A CAIXA. COM CERTEZA.A CGD é autorizada pelo Banco de Portugal.

Depósitos Mais RE

HÁ MAR E MAR,HÁ POUPAR E VOLTAR.Estas férias, diversifique as suas poupanças com os Depósitos Mais RE.

Nas férias há mais tempo para a família, para os amigos e para aproveitar a praia. E há mais tempo para poupar. Disponíveis em euros, dólares americanos ou canadianos, e com prazos diversificados, os Depósitos Mais RE vão ajudá-lo a que, para o ano, continue próximo de Portugal. Entre 2 de junho e 12 de setembro subscreva os Depósitos Mais RE a partir de 1000 EUR, USD ou CAD.

Saiba mais em http://residentesnoestrangeiro.cgd.pt, numa agência ou representação da Caixa, ou ligue (+351) 707 24 24 24, disponível 24 horas por dia, todos os dias do ano.

AN_VRAO_RE_ A4.indd 1 11/06/14 12:22

Page 6: PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

6 PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES

DESTAQUE

BEM-VINDOSA PORTUGAL

POR MÁRCIA OLIVEIRA

No verão, Portugal recebe de braços abertos milhares de emigrantes portugueses e luso-descendentes que vêm passar férias ao país. Há uma coisa que nunca muda: Portugal

está sempre à espera destes regressos. Mas nem tudo permanece igual. Nos últimos tempos o país mudou. Há novas regras, novas leis, novos procedimentos.

Quer saber as últimas? A Port.Com conta-lhe.

As antigas SCUT – autoestra-das sem custos para o utiliza-dor – estão agora portajadas por meios eletrónicos e sina-lizadas com placas retangula-res de fundo azul (que avisam o utente que ele se encontra numa área sujeita a cobrança eletrónica de portagens). Te-nha em atenção que junto de cada ponto de cobrança há um painel com as taxas aplicáveis. A forma mais simples de pagar as SCUT é utilizar um disposi-tivo eletrónico e aderir a uma

moda lidade de pag a mento. Em alternativa, pode fazer o pós-pagamento (pagamento após a passagem, acrescido de um custo administrativo). Se optar pelo pós-pagamento tem cinco dias úteis para pa-gar, devendo dirigir-se a uma estação de correios ou à rede Payshop, indicando a matrí-cula do veículo. O não paga-mento no prazo legal resulta em infração sujeita a coima, sendo o utente notificado na sua morada.

O condutor, sem ter de sair da viatura, intro-duz o cartão bancário no terminal de paga-mento e o sistema associa automaticamente a matrícula do veículo ao cartão bancário. As portagens devidas serão diretamente debita-das na conta associada ao cartão.

No momento da adesão, válida por 30 dias, é emitido um talão comprovativo, que deve-rá ser conservado.

O condutor tem sempre a possibilidade de alterar matrículas ou cancelar a ade-são, através do Call Center 707 500 501 (Nacional) ou 00 351 212879555 (a partir do estrangeiro).

INSTRUÇÕESAdira nos Welcome Point's localizados nos postos de fronteira nos seguintes locais:EN13 – Vila Nova de CerveiraA24 - a 3,5 km da fronteira Chaves/VerinA25 – área de Serviço de Alto de Leomil (Vilar Formoso)A22 – Vila Real de Santo António

Só os veículos de matrícula portuguesa podem ter Via Verde

!

SCUT – As novas portagens

Sistema EASYToll para viaturas estrangeiras

O sistema EASYToll é uma nova so-lução de pagamento automático de portagens eletrónicas, destinado a tu-ristas e emigrantes, com a associação de um cartão bancário (Mastercard ou Visa) à matrícula da viatura.

Page 7: PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

www.revistaport.com

Fecho de estações dos CTTForam 124 as estações dos CTT que encerraram no ano passado e é provável que a me-dida tenha afetado algumas das estações da sua zona de residência. Onde é que funcionam agora os CTT que fecharam? Em centros comerciais, papelarias ou juntas de freguesia.

Faturas que dão carrosÉ a lotaria das faturas. Desde janeiro deste ano que, todas as semanas, são sorteados automó-veis para incentivar os consumidores a pedirem faturas. Para ficar habilitado tem que pedir para incluir o número de identificação fiscal no recibo. Todo o ti-po de compras (em qualquer setor de ati-vidade) é válido e habilita para o sorteio.

Televisão só com TDTPara ver os seus programas preferidos na comodidade da sua casa ou faz um contrato para ter televisão por cabo (contratos de 24 meses) ou tem de comprar um aparelho TDT – Te-levisão Digital Terrestre. Antes, quem via gratuitamente os quatros canais de televisão (cinco nos arquipélagos), re-cebia as emissões através de uma antena que captava um sinal analógico. Agora o analógico foi substituído por um sinal di-gital: a Televisão Digital Terrestre (TDT).

Alterações na costa portuguesaDevido aos temporais que afetaram o país neste últi-mo inverno, a costa portu-guesa foi seriamente danifi-cada. Apesar dos fortes estragos, foram levados a cabo trabalhos de re-cuperação nas praias mais afetadas, de forma a garantir a abertura da época balnear. No entanto, nunca é demais ter cautela e verificar se a zona onde está é segura e vigiada. Tenha em aten-ção as alterações de correntes e, em especial, aos "agueiros". PU

B

Page 8: PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

8 PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES

DESTAQUE

Se tirou a carta antes do dia 1 de janeiro deste ano, o mais certo é já não estar atualizado. Várias regras de trânsito mudaram nessa data. As mais relevan-tes têm a ver com a forma de circulação nas rotundas. De acordo com as novas regras, o condutor deve adotar o se-guinte comportamento:

- Entrar na rotunda após ceder a passagem aos veículos que nela circulam, qualquer que seja a via por onde o façam;- Se pretender sair da rotunda na primeira via de saída, deve ocupar a via da direita;- Se pretender sair da rotunda por qualquer das outras vias de saída,

só deve ocupar a via de trânsito mais à direita após passar a via de saída imediatamente anterior àquela por onde pretende sair, aproximando-se progressivamente desta e mudando de via depois de tomar as devidas precauções;- Sem prejuízo do referido ante-riormente, os condutores devem utilizar a via de trânsito mais conve-niente ao seu destino.

Os condutores de veículos de tração animal, de velocípedes e de automó-veis pesados, podem ocupar a via de trânsito mais à direita, sem prejuízo do dever de permitir a saída aos restantes condutores.

Serviços de urgência

Número Nacional de Socorro - 112Intoxicações - 217 950 143Centro de Busca e Salvamento Marítimo214 401 919

Linha de Saúde Saúde 24 – 808 24 24 24

Cruz VermelhaAmbulâncias - 219 421 111Hospitais - 217 714 700

BombeirosLinha de Incêndios: 117Chamadas de Socorro213 422 222Comandos - 213 924 700

Forças de segurança

GNR - Comando213 217 000GNR - Brigada de Trânsito213 922 300GNR - Brigada Fiscal 218 112 100Polícia Marítima (Piquete)213 908 101Polícia de Segurança Pública213 466 141Polícia Judiciária (Piquete)213 575 566Polícia Municipal 217 268 022

Aeroporto Partidas e chegadas de aviões 218 413 700

Caminhos-de-ferro Informações - 218 884 025

Turismo Linha de Apoio ao Turista800 296 296

Provedor de justiça Relações Públicas808 200 084

União europeia Centro de Informação Jacques Delors 800 222 001

Loja do cidadão808 204 420

Gabinete de apoio ao emigrante:223 395 450 / 69

Governo propõe medidas de incentivo à natalidade

NOVAS REGRAS DE TRÂNSITO

Rotundas

Contactos úteis

OGoverno apresentou propostas de incentivo à natalidade. Mais do que “premiar os nascimentos” - o que pro-duziria um efeito “espectacular mas de curto prazo” -, o estudo considera que o país precisa de remover os obs-táculos que actualmente se colocam a quem quer ter filhos. As propostas

serão , agora, discutidas no Parlamento. Das mui-

tas ideias em cima da mesa salientamos cinco:

Ciclistas

PROIBIDOCircular na faixa exterior da rotunda, exceto no troço imediatamente anterior à saída pretendida Com a entrada em

vigor do novo Código da Estrada, a 1 de ja-neiro de 2014, foram introduzidas novas regras de circulação

para os ciclistas.

Ciclistas na estradaOs ciclistas podem

circular junto ao resto do tráfego.

Distância mínima para ultrapassar

Carros devem manter distância lateral de 1,5m ao ultrapassar ciclistas. Multa para o automobi-

lista: 60€

Similar a passadeirasDeve ser cedida passa-gem aos velocípedes

que atravessem a faixa de rodagem nas passa-gens assinaladas para a

travessia destes.

Aos paresOs velocípedes podem circular a par numa via,

exceto em vias com reduzida visibilidade ou sempre que exista

intensidade de trânsito ou de peões. Multa para

os ciclistas: 30€

Crianças nos passeiosA condução de bici-

cletas por crianças até 10 anos é equiparada ao trânsito de peões, podendo circular nos passeios, desde que

não ponham em perigo ou perturbem os peões.

Bicicletas à direita têm prioridade

No caso de não haver sinalização, na cedência

de passagem, tem prioridade quem se

apresenta pela direita, mesmo tratando-se de uma bicicleta. Não há

distinções. Multa para o automobilista: 120€

• Considerar dedutíveis em IRS as despesas suportadas pelos avós, como despesas de educação e de saúde;

• Cada município pode definir o IMI, podendo diminuir a taxa de imposto em função do número de filhos;

• Alargamento da licença de maternida-de para mais um ano;

• Part-time para mães e pais até que os filhos façam seis anos: redução de duas a quatro horas diárias do horário de trabalho;

• Alargar apoio médico em situações de infertilidade: o Estado deve com-participar a 100% os medicamentos específicos.

F U N D A Ç Ã O B I S S A Y A B A R R E T O

VISITE-NOSw w w . p o r t u g a l d o s p e q u e n i t o s . p t

VALE 1 ENTRADA DE UMA CRIANÇA DOS 3 AOS 13 ANOS,

NA COMPRA DE 1 BILHETE DE ADULTO

VÁLIDO ATÉ: 31 . 12 . 2014

Page 9: PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

F U N D A Ç Ã O B I S S A Y A B A R R E T O

VISITE-NOSw w w . p o r t u g a l d o s p e q u e n i t o s . p t

VALE 1 ENTRADA DE UMA CRIANÇA DOS 3 AOS 13 ANOS,

NA COMPRA DE 1 BILHETE DE ADULTO

VÁLIDO ATÉ: 31 . 12 . 2014

Page 10: PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

10 PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES

Sol q.b.

Evite a exposição solar entre as 11h e 17h.

Aplique protetor solar 50+, meia-hora antes de chegar à praia ou à piscina, ou se for passear em zonas expostas ao sol, e repita a aplicação de duas em duas horas e/ou após o banho, mesmo que o protetor seja à prova de água.

Use chapéu.

Não se esqueça dos óculos de sol, com lentes certifica-das.

Em dias nublados deve man-ter os cuidados em relação à exposição solar. As nuvens enganam e deixam passar mais de 80 % da radiação.

Há mar e mar, há ir e voltar

A comp a n he a s c r i a nç a s sempre que elas esteja m per to da ág ua e coloque--lhes coletes salva-vidas ou braçadeiras. Não deve usar bóias. Lembre -se que os afogamentos constituem a segunda causa de morte acidental em crianças, com maior incidência nos primei-ros cinco anos de vida.

Escolha praias e piscinas vi-giadas.

Respeite as bandeiras das praias e as indicações dos nadadores salvadores.

Em caso de emergência ligue para o 112.

Alimentos leves e muita água

Evite o risco de desidratação: beba muitos líquidos.

Não espere ter sede para in-gerir líquidos pois a sede é já um primeiro sinal de desidra-tação.

Águas, chás frios, sumos na-turais e de frutas são as bebi-das mais indicadas para man-ter o corpo hidratado e repor a água e os sais minerais que perde com a transpiração.

Opte por alimentos leves, de fácil digestão e ricos em água: saladas, frutas, legumes sal-teados, peixes ou carnes ma-gras.

Coma muitas frutas: pos-suem alto teor de água e aju-dam a hidratar o corpo.

Cuidado com o excesso de sal que, juntamente com o calor, potencia a retenção de líquidos.

O excesso de bebidas alcoó-licas também pode causar desidratação.

Vigilância redobrada com crianças e idosos

Durante o verão deve ter cuidados redobrados com as crianças e os idosos: ofereça--lhes líquidos várias vezes ao dia.

Faça as viagens de carro em horas de menor calor. Em caso de viagens longas, faça várias paragens.

Ensine as crianças a nadarem e a terem comportamentos seguros dentro de água.

Os mais novos devem usar uma camisola de algodão, chapéu de abas largas e fato de banho, enquanto brincam na areia, principalmente nos primeiros dias de praia.

Evite deixar as crianças com-pletamente nuas na praia, pois a areia nem sempre está limpa e pode causar irrita-ções ou infeções cutâneas.

Não exponha diretamente ao sol bebés com menos de um ano.

DESTAQUE

VERÃO SEGURO E SAUDÁVEL

Aproveite as suas férias mas não descure os cuidados básicos a ter nesta altura do ano. Com a exposição ao sol, as altas temperaturas e a proximidade de zonas de praia há que ter cuidados

redobrados para garantir a sua saúde e bem-estar. Especialmente entre os idosos e os mais novos há precauções que não podem (mesmo) ser esquecidas.

COM CRIANÇAS NUNCA ESQUECER:

• LÍQUIDOS VÁRIAS VEZES AO DIA

• CHAPÉU, PROTETOR SOLAR E BRAÇADEIRAS

• MUITA ATENÇÃO PERTO DA ÁGUA

"

112 Em caso de emergência ligue 112. E lembre-se:

• Seja objetivo.• Mantenha a calma.• Peça ajuda.

POR MARIA SILVA

Page 11: PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

RevistaPortCom_ResEstrangeiroPorco.pdf 1 7/18/14 12:02 PM

Page 12: PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

12 PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES

DESTAQUE

Uma mesa à sua espera

Numa casa portu-guesa fica bem pão e vinho sobre a mesa. O ano todo, com ou sem convi-

dados, e seja qual for o prato prin-cipal. Mas o verão é especial até à mesa. E há sabores, tipicamente estivais, pelos quais aguardamos o ano inteiro. Verão não é verão sem sardinhas assadas, saladas de pimentos e vinho branco muito fresco. O verão pede gelado à sobremesa. Quer mais? Veja a mesa que a Port.Com preparou para o receber, de braços abertos. E lembre-se: se à porta humilde-mente bater mais alguém, senta-se à mesa co’a gente!

Page 14: PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

14 PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES

RAÍZES

VERÃO (QUE É VERÃO!)

PEDE FESTA

POR MÁRCIA OLIVEIRA

As festas começam com os Santos Populares mas continuam pelo verão fora. Até ao lavar dos cestos é vindima, por isso, até

ao final de setembro há romarias e bailaricos que chegam e sobram para animar o país.

Nos meses de agosto e setembro, Portugal enche-se de arraiais e romarias. Alegria, cor, animação e petiscos são alguns dos in-gredientes destas festas que atraem milha-res de pessoas. No verão é assim em Portu-gal inteiro: há sempre festa, seja no interior ou na costa. O sol traz consigo a alegria e a vontade de dançar e festejar contagia tanto habitantes locais como os emigrantes que regressam à terra, de férias, para rever os

familiares e reviver bons momentos. Quer umas férias mais tradicionais? Porque não visitar uma localidade em festa? Os feste-jos e romarias locais incluem uma grande variedade de gastronomia tradicional, animação, música e folclore. Para o ajudar a encontrar a paragem ideal, compilámos algumas das festas, arraiais e romarias de Portugal. Escolha uma ou duas... E prepa-re-se para a farra.

Festas de Nossa Senhora da Agonia

Viana do CasteloEntre 20 e 24 de agostoPONTOS ALTOS: Romaria de Nossa Se-nhora da Agonia (dia 20) e desfile da mordomia (dia 22) com a participação de centenas de festeiras com os seus trajes vermelhos e negros ornamentados com peças de ourivesaria, em filigrana, típicas da região.

Expofacic Cantanhede

Até 3 de agostoPONTOS ALTOS: Kaiser Chiefs, Anselmo Ralph e Ana Moura, feira comercial e agrí-cola e tasquinhas

Feira de S. Mateus Viseu

Entre 8 de agosto e 14 de setembroPONTOS ALTOS: Tony Carreira (16 de agosto), 280 expositores para visitar.

Festas do Mar S. Vicente (Ilha da Madeira)

De 21 a 26 de agostoPONTO ALTO: Festa e Procissão na Igreja Matriz de São Vicente (Ilha da Madeira)

FATACIL Lagoa

De 15 a 24 de agostoPONTOS ALTOS: Ana Moura (22 de agos-to) e 7º Concurso Vinhos do Algarve – FATACIL 2014

Festas do Mar Cascais

De 15 a 24 de agostoPONTOS ALTOS: Procissão, os concertos e o fogo-de-artifício

Festas de Corroios Corroios

De 22 a 31 de agostoPONTO ALTOUHF (dia 27)

O tradicional desfile das Fes-tas da Senhora da Agonia

Ana Moura Anselmo Ralph

Numa festa portuguesa

não pode faltar:

QuermesseFoguetes

Jogos solteiros vs. casados

FarturasBailes

GaiteirosVinho, cerveja,

bifanas e sardinhasCarrosséis

Algodão DoceMissas

e procissõesLargadas de touros

Page 15: PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

15www.revistaport.com

Festa das Vindimas de Palmela Palmela

De 29 de agosto a 3 de setembroPONTOS ALTOS: provas e concursos de vinhos, as tradicionais celebrações do cortejo alegórico, as largadas de toiros e o espetáculo pirotécnico sobre a vila.

Romaria de S. Bartolomeu Ponte da Barca

De 19 a 24 de agostoPONTOS ALTOS: desfile e atuação das Rusgas pelas ruas da vila.

Romaria de S. João d'Arga Serra D'Arga

De 28 e 29 de agostoPONTOS ALTOS: cantigas ao desafio, dançar ao som das concertinas, bem como provar as especialidades locais, a aguardente com mel, a broa, o chouriço, o cabrito e o vinho verde, petiscos que são uma tradição da festa.

Festas da Moita Moita

De 12 a 21 de setembroPONTOS ALTOS: Largada de touros, con-certo Emanuel

Festas da Cidade e Gualterianas Guimarães

Primeiro fim-de-semana de agostoPONTOS ALTOS: Cortejo do Linho, Bata-lha das Flores e a Marcha Gualteriana

Festa da Nossa Senhora dos Remédios

LamegoDe finais de agosto a princípios de setembroPONTOS ALTOS: Procissão do Triunfo em honra de Nossa Senhora dos Remédios, Batalha das Flores e a Marcha Luminosa

Nossa Senhora da Nazaré Nazaré

8 de setembroPONTOS ALTOS: Procissão, bailes e tou-radas

Feiras novas Ponte de Lima

De 10 a 15 de setembroPONTOS ALTOS: concursos pecuários, corridas de garranos, cortejos etnográfico e histórico, gigantones e cabeçudos, gru-pos de bombos e a procissão que encerra o ciclo das romarias do Alto Minho. PU

B

Áurea Miguel Ângelo

Page 16: PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

1º fim de semana - Festa em honra de Nossa Senhora da Boa Fortuna e Santo António, em Guisande, Santa Maria da Feira

1º fim de semana - Festa em honra de S.Cipriano e Senhor dos Desampa-rados (Festa dos Arcos ) - Paços de Brandão, Santa Maria da Feira

1º fim de semana - Festa em honra de Nossa Senhora do Rosário, Nariz1º fim de semana - Festas de São Sebastião, Baraçal1º fim de semana - Festas da Nossa Senhora da Boa Viagem, Matos da Ranha, Pombal

1º fim de semana - Santa Cristina, Meadela1º fim de semana - Festa da Cultura, Melgaço1º fim de semana - Festa da Senhora, Vila Nova de Cerveira1º domingo - Festa de Nossa Senhora da Rocha, Alporchinhos, Lagoa

1º domingo - Festas do Senhor Jesus do Outeiro, Favaios, Alijó

5/08 - Festas de Nossa Senhora das Neves, Lageosa da Raia5/08 - Festa em Honra de Nossa Senho-ra da Guia, Ferrel, Peniche

7 a 10/08 – Festas do Concelho de Pare-des de Coura em Paredes de Coura, Viana do Castelo

7 a 9/08 – Romaria de Nossa Senhora da Saúde em Saudel, S. Lourenço, Sabrosa, Vila Real

7 a 9/08 – Romaria de Santa Marta de Portuzelo em Santa Marta de Portu-zelo, Viana do Castelo

7 a 9/08 - Festa em honra de Santa Margarida, Cambas, Oleiros

7, 8 e 9/08 - Romaria de Nossa Senhora da Saúde, S. Lourenço de Ribapinhão, Sabrosa

8/08 - Festa em honra de Nossa Senhora da Confiança, Isna, Oleiros

Segundo domingo - Festa de Nossa Senhora dos Navegantes, Armação de PêraSegundo domingo - Festa de Nossa Senhora da Boa Hora, Parragil, Loulé

Segundo domingo - Festa de Nossa Senhora do Pé da Cruz, SalirSegundo domingo - Festas do Nosso Senhor da Boa Sorte, Ribeira dos CarinhosSegundo domingo - Romaria de Nossa Senhora da Piedade, Santuário de Nossa Senhora da Piedade em Sanfins do Douro2º Fim de semana – Festas em honra de Sª Rita de Cássia nas Festas do Concelho de Caminha

2º Fim de semana – Festa da Senhora das Neves, Vila de Punhe, Mujães e Barroselas2º Fim de semana - Festas de Nossa Senhora dos Milagres, Aldeia do Bispo2º Fim de semana - Festa de Santa Catarina, Azóia, Leiria

2º Fim de semana – Festas de Santa Marta, Santa Marta2º Fim de semana – Festas de Nª Sª da Lapa e Feiras Francas, Arcos de Valdevez2º Fim de semana – Festas do Conce-lho, Monção2º Fim de semana – Festa concelhia, Valença2º Fim de semana – Santa Rita, Caminha

8 a 12/08 – Festas em honra de Nª Sª do Resgate em Touguinhó, Vila do Conde

10/08 – Romaria de S. Lourenço da Armada em Armada, Ponte de Lima

10, 11 e 12/08 – Festas em honra de Nossa Senhora da Conceição em Cabrela, Montemor-o-Novo.

10 a 15/08 – Festa de Santo António em Aldeia da Ponte, Sabugal, Guarda

13/08 – Romaria de S. Bento da Porta Aberta em Rio Caldo, Gerês

13 a 15/08 - Nossa Senhora Aparecida, Torno, Lousada

13 a 16/08 - Festa em honra de Nossa Senhora da Paz, Milrico, Oleiros

14 e 15/08 - Festa em honra de Nossa Senhora da Saúde, em Tropeço Arouca

14 e 15/08 - Festa em honra de Nossa Senhora da Saúde em Avelãs de Cami-nho, Anadia

14 a 16/08 - Festa em honra de Nossa Senhora da Conceição, Sarnadas de S. Simão, Oleiros

Meados - Festa de Nossa Senhora da Piedade, Canedo - Santa Maria da Feira

13 a 15/08 – Festas em honra de S. Tomé em Mangoeiro, Gondarém, Vila Nova de Cerveira

14/08 – Festas em honra de S. Mamede em Lugar Casal Pedro, Junqueira, Vila do Conde

14/08 – Romaria da Senhora da Apare-cida em Torno, Lousada, Porto

14/08 - Festa de Nossa Senhora da Orada, Albufeira15/08 - Festa de Nossa Senhora da Conceição, Ferragudo15/08 - Festa de Nossa Senhora da Assunção, Alte14 e 15/08 – Festa de Nosso Senhor dos Aflitos em Lordelo, Vila Real

13 a 16/08 - Romarias da Nossa Senhora dos Remédios - Lousa - Torre de Moncorvo

14 e 15/08 – Arraial de Nossa Senhora do Monte na Madeira

15/08 – Romaria de Nª Sª de La Salette em Vila Cova, Vila Real

15/08 – Festa em honra de Nossa Senhora do Azevedo em Cabração, Ponte de Lima, Viana do Castelo

15/08 – Festa de Santa Ana em Rama-lheira, Freixianda, Ourém

15/08 - Nª Sº da Natividade ou Nª Sª do Rio de Couros em Rio de Couros, Ourém

15/08 – Festas de Nª Sª da Assunção na Póvoa de Varzim

15/08 - Festa de Nossa Senhora da Saúde, Cabeçais - Fermedo – Arouca

15/08 - Festa da Nossa Senhora dos Milagres, Paçô de Cedrim - Cedrim - Sever do Vouga

15/08 - Romarias de Nossa Senhora da Assunção - Vila Flor - Torre de Moncorvo

15/08 - Festas de Santa Maria Maior, Alijó

15/08 – Festa da Nossa Senhora de Fátima, Casconho, Soure

15/08 - Festa em Honra de Nossa Senho-ra da Nazaré, Coentral

16/08 – Festa da Senhora da Boa Viagem em Ericeira, Mafra

18 a 23/08 – Festa em Honra de Nossa Senhora da Saúde em Famalicão, Cortes, Leiria

19, 20, 21 e 22/08 - Festas em honra de Nossa Senhora da Saúde e Santo António, em S.Paio de Oleiros, Santa Maria da Feira

Terceiro Domingo – Festa/Romaria da Freixianda em Freixianda, Ourém

Terceiro Domingo – Festa do Senhor dos Perdidos em Calheiros, Ponte de Lima

Terceiro domingo Senhora das Dores e de Jesus Cristo, Pêra

Terceiro Fim de semana - Festas de Nossa Senhora da Boa Viagem, Ericeira

Terceiro Fim de semana - Romaria da Senhora da Agonia, Viana

Penúltimo domingo - Festa de Nossa Senhora da Boa Viagem, Alvor

19 e 24/08 – Romaria de S. Bartolomeu nas Festas do Concelho de Ponte da Barca

23 e 24/08 – Festas de S. Bartolomeu em Penafiel

24/08 – Romaria de S. Bartolomeu do Mar em S. Bartolomeu do Mar, Esposende

25/08 – Romaria “Milagre de Urgueira” em Urgueira, Macieira de Alcôba, Águeda, Aveiro

28 e 29/08 – Romaria de S. João d’Ar-ga em Arga de S. João, Caminha

Último fim de semana - S. Gens e Nossa Senhora do Rosário, Boelhe, - Penafiel

Último fim de semana – São Bartolo-meu, Ponte da Barca

Último domingo - Festa de Nossa Senhora da Encarnação, Carvoeiro

Último domingo - Festa de Nossa Senhora da Guia, Faro

Último domingo - Festa de Nossa Senhora dos Mártires, Silves

Último Domingo – Romaria de Nª Sª dos Aflitos em Pegarinhos, Alijó

Último Domingo – Romaria de Sª Ana em Campeã, Vila Real

Último Domingo – Romaria do Senho-ra da Serra em Belas, Sintra

Datas Móveis em Agosto:

- Festejos em honra de Nª Sª da Saúde em Famalicão, Cortes, Leiria

- Festa de Nossa Srª das Neves em Aver-o-Mar, Póvoa de Varzim

16 PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES

RAÍZES

Meu queridomês

de agostoAgosto é um mês de férias, festas e feiras, encontros

e reencontros. Para que nada lhe escape, fizemos uma lista com algumas das festas que, em agosto, animam Portugal

de norte a sul.

Page 17: PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

PUB

Stereossaurotransforma clássicos

portugueses em hip-hop

Já imaginou ouvir músicas de Carlos Paredes na discoteca? O Stereossauro imaginou… E concretizou. O DJ por-tuguês começou, como tantos outros,

a “samplar discos de funk norte-americanos da década de 70”, mas rapidamente alargou o seu trabalho para músicas de todo o mundo, incluindo o fado. Foi com “Verdes Anos”, de Carlos Paredes, que o DJ se tornou conheci-do. A música serviu de suporte ao vídeo de apresentação da Port.Com.No início, refere o músico, “foi apenas pe-la sonoridade da nossa música, para tentar captar a emoção e personalidade da guitarra portuguesa, ainda sem saber muito bem se iria resultar. Mas quando apresentei o tra-balho ao público as reações foram ótimas e apercebi-me que as pessoas se identificavam e relacionavam com o que eu estava a fazer e que esse era um caminho a seguir”.Os elogios não tardaram e muitos vieram mesmo do estrangeiro. Através das redes sociais, Stereossauro recebeu “várias ve-zes palavras de incentivo de portugueses que vivem e trabalham um pouco por todo o mundo, principalmente das camadas mais jovens”.

Apostar nas competições de DJ'S em parce-ria com o DJ Ride, com quem forma os Bea-tbombers, e produzir novas músicas a solo são os próximos planos de Stereossauro. “O nosso cancioneiro é vasto, e consigo en-contrar sempre músicas que me inspiram para fazer algo, sejam elas dos anos 70 ou da semana passada. Futuramente, gostaria, por exemplo, de ter acesso às gravações dos Ornatos Violeta”, conclui o DJ.

POR MÁRCIA OLIVEIRA

Siga o QR Code com o seu smar-tphone e veja o vídeo de apresentação da revista PORT.COM, com música de Stereossauro

"Verdes Anos" um clássico de Carlos Paredes,

agora em versão "samplada"

Page 18: PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

18

COMUNIDADES

“É PRECISO MUITA CORAGEM PARA EMIGRAR”

POR MARTHA MENDES

ENTREVISTA

Tony Carreira: o Cantor das Comunidades

Chama-se António Manuel Mateus Antunes mas para , todos nós, é o Tony Carreira . O cantor das comunidades. O cantor românti-co. Nasceu na Beira Baixa mas emigrou, ainda jovem, para França, onde começou a dar os primeiros passos no mundo da música, para os portugueses da sua comunidade. Há quase 25 anos assinou, por três anos, um primeiro contrato discográfico que acabaria por não ser renovado. Hoje, Tony Carreira tem no seu currículo lotações esgotadas em salas como o Olympia de Paris, o Emperors Palace na África do Sul, o Queen Elizabeth nos Estados Unidos ou a Brixton Academy em Londres. Mas não se esquece de onde veio: em novembro vai cantar pela 13.ª vez no Meo Arena, onde detém o re-cord de presenças; e no início deste ano gravou

o álbum “Nos Fiançailles France Portugal”, especialmente dedicado aos mercados fran-cófonos. Num dos seus maiores sucessos de sempre, o tema “Sonhos de Menino”, o galã que arrasta atrás de si uma legião de fãs, de todas as idades, deixava uma confidência: quando era menino “sonhava ser cantor, de cantigas de amor”. Tem quase 30 anos de carreira, 15 álbuns originais editados, 52 discos de platina e mais de 4 milhões de discos vendidos. Em maio deste ano Tony Carreira foi galardoado com o prestigiado " World Best Selling Portuguese Artist", tornando-se, assim, no primeiro por-tuguês a receber um World Music Award, numa cerimónia por onde passaram Miley Cyrus, Leona Lewis, Laura Pausini ou Mariah Carey. O menino conseguiu. E a Port.com foi ouvi-lo.

Page 19: PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

www.revistaport.com 19

Page 20: PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

20 PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES

COMUNIDADES

Nasceu no seio de uma família humilde, numa pequena terra da Beira Baixa, Ar-madouro. Quais são as suas principais memórias de infância?T.C.: As paisagens do Armadouro, o cheiro da terra, o meu avô.

Imaginava que a sua vida viria a dar uma volta tão grande?T.C.: Sonhava, como todas as crianças, mas nada me fazia prever tudo o que aconte-ceu. Por isso sou tão grato à vida e ao meu público.

Já adulto, emigrou para França. Custou--lhe deixar Portugal? Como é que foi a sua experiência de emigração?T.C.: Emigrei depois de ter completado o ensino primário, com 11 anos. Fui ter com os meus pais... Assustava-me o desconhe-cido mas sentia-me feliz, pois tinha a noção que ia encontrar uma vida melhor.

Quais foram as melhores e as piores ex-periências como emigrante?T.C.: Lembro-me de o meu pai me deixar à porta da escola sem eu saber falar nada de francês... Isso foi o meu primeiro e maior choque. Depois, com o passar do tempo, França acolheu-me e foi lá que comecei a cantar e a correr atrás do meu sonho. Só mais tarde fui reconhecido na minha terra natal.

Numa altura em que tantos jovens se veem obrigados a abandonar o país em busca de uma vida melhor, que conselho dá a quem deixa Portugal para emigrar?T.C.: Desejo muita sorte, pois sei que deixar o país e a família para trás é muito difícil. É preciso muita coragem para emigrar. E é triste que assim tenha de ser e que em pleno século XXI o nosso país não consiga dar condições aos jovens para evoluírem pro-fissionalmente e se sentirem realizados dentro de portas.

Começa a cantar para a comunidade portuguesa de Paris, com a banda “Ir-mãos 5”. Foi um público importante?T.C: Muito importante. Foi aí que come-cei a sonhar e a trabalhar para chegar mais longe. Foi este primeiro público que me deu força para acreditar no sonho de uma carreira no mundo da música.

No entanto, é em Portugal – e depois da participação no Festival da Canção da Figueira da Foz - que consegue gravar o seu primeiro single (1988). Como é que Portugal olha para si, hoje em dia?T.C: Para ser sincero, já há muito tempo que me sinto respeitado no meu país. E isso deixa-me muito feliz.

Ainda se sente um emigrante?T.C.: Não, sinto -me um por tug uês no mundo.

Na emblemática música “Sonhos de Me-nino” diz que “em cada canção, trago esse lugar [Portugal, a sua terra] no meu coração”. Portugal é o seu cantinho?T.C: Sem dúvida. Devido à minha profissão viajo muito mas, cada vez mais, sinto que Portugal é, mesmo, o meu lugar.

"PORTUGAL É MESMO O MEU LUGAR".

Tony Carreira foi o primei-

ro português galardoado

com um "World Music

Award"

Page 21: PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

21www.revistaport.com

PERFIL

Data de nascimento: 30 de dezembro de 1963.

Estado Civil: Casado, três filhos.

Comida preferida: Uma boa feijoada à transmontana.

Cantor preferido: Tenho vários. Amália, Bryan Adams, Luís Miguel, vários outros cantores latinos, e o meu ídolo de infância: Mike Brant.

Música preferida: Ouço um pouco de tudo, desde que seja boa música.

A música é... A minha vida.

Um luxo que não dispensa: Champanhe ou um bom vinho.

Um vício que não pode evitar: Fumar... Mas não diga a ninguém.

Um hobby: Passear com a minha filha.

Um livro: Qualquer um sobre a História de Portugal.

Um objeto que anda sem-pre consigo: Telemóvel.

Uma paixão: Cozinhar.

Praia ou campo? Piscina.

Verão ou inverno? Verão.

A sua maior qualidade: Talvez a gratidão. Nunca me esqueço de quem me faz bem.

O pior defeito: Ser impaciente?

O seu maior orgulho: Os meus filhos.

O maior medo: Perder quem amo.

8 ou 80? Os dois. Gosto de extre-mos.

Arrepende-se de... Nada.

O que lhe falta fazer: Tanta coisa...

Quer que se lembrem de si como... Um tipo porreiro.

É o artista português que mais público na-cional atrai aos espetáculos, em Portugal, ou no resto do mundo. Como é que explica esta identificação dos nossos emigrantes com a sua música e com o seu trabalho?T.C.: Só o público pode responder. Eu apenas faço aquilo que adoro, o melhor que sei.

É na década de 1990 que o seu trabalho começa a ter um grande sucesso. Como é que acontece a viragem na sua carreira?T.C.: Conheci o meu amigo, e irmão de alma, o Ricardo Landum. Tivemos uma sintonia imediata e daí surgiram os primeiros suces-sos, como o tema “A Minha Guitarra” que foi o meu primeiro disco de ouro.

Esgotou alguns dos mais reputados es-paços de espetáculos do mundo. São os portugueses espalhados pelo mundo que o vão ver e ouvir? Ou os seus espetáculos são para todas as nacionalidades?T.C.: Sim, maioritariamente são portugueses mas devido ao meu álbum “Nos Fiançailles France Portugal”, lançado em fevereiro, vejo que há cada vez mais franceses a quererem conhecer o artista e o seu concerto ao vivo.

Depois de todas estas conquistas, alcança-das lá fora, como é regressar a Portugal e atuar no Pavilhão Atlântico, cheio de fãs?T.C: O Meo Arena sendo a maior sala de espetáculos do país é, obviamente, um local

de concerto sempre especial. No próximo dia 1 de novembro será já a 13ª vez que lá atuo. E sinto muito orgulho por deter o re-cord de presenças na maior sala de espetá-culos do meu país.

Os seus dois filhos, o David e o Mickael, seguiram-lhe as pisadas e estão a traba-lhar no mundo da música. Como é que vê o percursos que eles estão a fazer?T.C.: Vejo o percurso deles com muito or-gulho, como pai e colega de profissão, pois sei o trabalho que eles desenvolvem todos os dias para fazerem sempre mais e melhor.

Trocam ideias sobre o trabalho, em ca-sa? Dá-lhes conselhos? Ensina-os?T.C.: Para ser franco acho que já são eles que me ensinam (risos)...

Atuou recentemente em Portugal no Mega Pic-nic de Lisboa, no qual parti-cipa há já seis anos. O que começou por ser uma brincadeira está a tornar-se num fenómeno com grande sucesso e muita adesão dos lisboetas e não só. O que é que faz deste evento um sucesso tão grande?T.C.: Uma boa ideia resulta sempre num grande sucesso, e é esse o “segredo” do Me-ga Pic-nic: trazer o campo para a cidade, valorizar a produção nacional, juntar as famílias num evento que é absolutamen-

te transversal e encerrar com um grande show, ao vivo e em português.

Anda na música há vários anos e a sua carreira sempre primou pela estabilida-de, o que é raro no meio artístico. Qual é o segredo?T.C.: Trabalho, trabalho, trabalho, gratidão e nunca dormir à sombra da bananeira.

Tem mais de 26 anos de carreira, 15 ál-buns originais, 52 discos de platina e mais de 4 milhões de discos vendidos. Afirma frequentemente que já realizou todos os seus sonhos. Mesmo? Não lhe falta realizar nenhum?T.C.: Não... (sorriso) A verdade é que ainda tenho muito por realizar.

Quem é o Tony Carreira?T.C.: Um homem como outro qualquer, gra-to com o que a vida lhe tem dado.

O primeiro álbum de estúdio em francês do cantor

Page 22: PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

22 PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES

CULTURA

Para além do valor arquitetónico o reconhecimento valo-rizou a importância da cultura e da língua portuguesas. “Até ao início do século XX a UC foi a única universidade do espaço de Língua Portuguesa. Formou a elite de mui-tas gerações, com um papel inigualável na lusofonia. O

seu acervo histórico e tradições são únicas. E sendo uma universi-dade das mais antigas do mundo, tem sabido manter-se na fronteira do conhecimento”, frisa o Reitor da UC, João Gabriel Silva. Manuel Machado, presidente da Câmara Municipal de Coimbra (CMC), re-corda que “não foi apenas o edificado que foi classificado mas tam-bém o imaterial. Uma classificação dupla é rara a nível mundial e, aqui, distingue o papel da UC na consolidação da Língua Portuguesa e na sua difusão”. Clara Almeida Santos, vice-reitora da UC para a

Comunicação, Cultura e Património, defende que a UC é “sempre contemporânea” e que “há uma certa maneira de ser, tensa, entre o “potencial” e o alcançado” que define a cidade. Pedro Machado, Presidente da Turismo do Centro não tem dúvidas: “Coimbra será sempre uma universidade de referência em Portugal e no mundo”.João Gabriel Silva – que defende que “Coimbra é a única cidade universitária portuguesa; a universidade e a cidade estão tão en-trelaçadas que uma não vive sem a outra” – recorda que “o Paço das Escolas era onde o primeiro rei vivia quando Portugal se tornou independente, em 1143, e onde nasceram quase todos os reis da primeira dinastia. Possui uma das mais belas bibliotecas do mundo, a Joanina, e coleções museológicas únicas”, altamente apelativas para o turismo. A vice-reitora destaca também a “oferta cultural

COIMBRA TEM MAIS ENCANTOAGORA QUE É DO MUNDO

POR MARTHA MENDES

Foi no final de junho do ano passado que a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura reconheceu a Universidade de Coimbra (UC), Alta e Sofia como Património Mundial da Humani-dade. Coimbra juntava-se, assim, aos centros históricos de Angra do Heroísmo, Évora, Porto e Guimarães.

Page 23: PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

23www.revistaport.com

intensíssima” e o facto de haver “lugares onde se come muito bem e onde se está ainda melhor”. “A universidade, as tradições acadé-micas, a canção de Coimbra, o património material e imaterial” são para o Presidente da Turismo do Centro os “elementos distintivos da cidade, aqueles aos quais ninguém fica indiferente”. Manuel Machado salienta, no entanto, que “Coimbra não vive apenas da tradição, encara os desafios do futuro. Dispõe de um setor de saúde de alto nível - dos cuidados de saúde à produção de medicamentos - e empresas de base tecnológica a bom ritmo. Possuímos recursos exemplares para turismo cultural e patrimonial, religioso, de saúde e bem-estar, científico e de congressos”. Porque é que Coimbra é uma cidade a visitar? “Há quase mil anos Coimbra foi governada por D. Sesnando, que já então se distinguiu por conseguir colocar em sã convivência povos habitualmente desavindos. Diria, portanto, que temos uma tradição milenar de bem receber. Por outro lado, os vá-rios pontos de interesse concentram-se num espaço relativamente pequeno, o que facilita a visita. Já para não falar das excecionais paisagens urbanas em que tradição e modernidade se mesclam de forma magnífica”, responde o Presidente da Câmara.

O que mudou?Para o Reitor da UC “os habitantes de Coimbra adquiriram cons-ciência do valor da cidade e da universidade. Passaram a dar mais atenção ao património e a ter mais cuidado com ele”. Clara Al-meida Santos frisa que foi “um marco importante, mas não é um começo nem um fim de quase nada” pois há “projetos para várias décadas que não são concretizáveis num ano”. Contudo, destaca, “a iniciativa privada está a aproveitar muito bem a oportunidade e a reabilitação continua a acontecer. Talvez tenha aumentado a autoestima da cidade”.Pedro Machado reconhece que “é difícil medir o impacto da dis-tinção no território. A economia turística tem muitas variáveis e as motivações de visita são múltiplas”, mas “é percetível que o número de visitantes aumentou”. O reitor da UC também considera que é hoje maior o prestígio da instituição. “Como só há três universida-

des no mundo consideradas património da humanidade por razões materiais e imateriais, isso coloca a UC no topo. Sendo difícil de quantificar penso, no entanto, que ajuda a atrair estudantes”. Clara Almeida Santos considera que o título de “Universidade Património Mundial é especialmente apelativo para estudantes internacionais, um segmento em que a UC está a apostar fortemente”. João Gabriel Silva corrobora: “A UC tem liderado na aplicação nacional do novo Estatuto de Estudante Internacional. Sendo um símbolo central da língua e cultura portuguesas, espera ser um polo de atração para aqueles que querem uma formação avançada em Língua Portugue-sa, uma língua falada por quase 300 milhões de pessoas”.

Uma responsabilidade acrescida“O reconhecimento UNESCO é também uma oportunidade para melhorar a componente urbana. As cidades devem conseguir rece-ber os turistas ao nível da mobilidade, do planeamento, dos equi-pamentos e serviços”, defende Pedro Machado, exemplificando: “a “baixinha” é uma área carismática, com grande potencial mas precisa de ser requalificada. É um trabalho que deve envolver as

organizações públicas de gestão do território, os empresários e a comunidade civil”, afirma. O reitor da UC sublinha a necessidade de reforçar a relação entre a cidade e a instituição: “estamos a fazer um esforço para apresentar mais motivos de interesse e para coordenar a oferta turística da universidade com outros locais de interesse da cidade. Isto sem esquecer que a missão central da Universidade é criar conhecimento e transmiti-lo”.Pedro Machado recorda que “o reconhecimento de Coimbra en-quanto património da humanidade veio reforçar a notoriedade da cidade e da universidade, e atribuiu escala à marca UNESCO no território regional: o Centro dispõe agora de seis locais com esta chancela”. Para o responsável, “a Região Centro é um destino extraordinário para férias, ou visitas mais curtas. A diversidade da sua oferta possibilita experiências diferentes e permite criar pacotes turísticos para diversos perfis de consumidores”, conclui.

Page 24: PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

24 PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES

CULTURA

Alta

Universidade de Coimbra

Detentora de um conjunto de notável património ar-quitetónico e cultural, de importância internacional, a UC é uma das mais antigas universidades da Europa. Fundada em 1290 em Lis-boa por iniciativa do rei D. Dinis, faz parte do escasso lote de quinze universida-des ativas na Europa, no final do século XIII. Após um período de alternância entre as cidades de Lisboa e Coimbra, a transferência definitiva dá-se em 1537, pela mão de D. João III.

Museu Machado de Castro

Foi centro administrativo, político e religioso, na épo-ca romana; templo cristão, pelo menos desde o séc. XI; paço episcopal, a par-tir da segunda metade do séc. XII; e é museu desde 1911. É, por isso, um dos lugares mais atrativos da cidade e um bom exem-plo da carga simbólica de um lugar. Destaque para o grande pátio, dominado pela loggia quinhentista.

Sé Velha de Coimbra

Um dos edifícios em estilo românico mais importan-tes do país. Construção de 1139, quando Afonso Hen-riques se declarou rei de Portugal e escolheu Coim-bra como capital do reino. Na Sé Velha está sepulta-do D. Sesnando, conde de Coimbra.

Sé Nova de Coimbra

Localizada no Largo da Feira, inaugurada em 1698, começou por ser a Igreja do Colégio dos Je-suítas que se instalaram em Coimbra em 1541.

Monumentos

Mosteiro de Santa Clara-a-Velha

Fundado em 1283. A Rainha Santa Isabel interessou-se pelo convento, entretanto extinto, e mandou construir novos edifícios em estilo gó-tico, de que se destacam o claustro e a igreja, sagrada em 1330. O percurso inclui visita às ruínas, exposição de espólio arqueológico conventual, exibição de fil-mes e modelação virtual. As cheias do Mondego ditaram o seu abandono.

Mosteiro de Santa Clara-a-Nova

Edifício barroco que come-çou a ser construído em 1649 para substituir o mos-teiro das monjas clarissas, arruinado pelo leito do rio Mondego. Na sua igreja, guarda-se, no retábulo da capela-mor, a urna de prata e cristal, do séc. XVII, onde é venerado o corpo da Rainha Santa Isabel.

Igreja de Santa Cruz

Igreja românica que come-çou a ser construída em 1131, sob o patrocínio de D. Afonso Henriques. É aqui que estão sepultados, na capela-mor da igreja, hoje Panteão Nacional, D. Afonso Henriques e D. Sancho I, pri-meiros reis de Portugal. Nas traseiras situa-se o Claustro da Manga, uma construção renascentista que também vale a pena visitar.

Arco de Almedina

Era a principal porta da muralha medieval. Atribui--se a parte mais antiga da porta ao século IX e o seu aspeto atual a uma refor-ma do início do século XVI, ordenada por D. Manuel I.

Pátio da Inquisição

Deve o seu nome ao con-junto de edifícios onde funcionou, desde 1566 até à sua extinção, em 1821, o Tribunal do Santo Ofí-cio. Para além do edifício que foi sede da Inquisição coimbrã, o pátio congre-gou o primitivo Colégio das Artes. Após obras de escavação e adaptação, aqui funciona atualmente, o Centro de Artes Visuais.

Museus

Casa-Museu Miguel Torga

Casa onde viveu Miguel Torga, em Coimbra, na qual se encontram algumas das primeiras edições de obras da sua autoria e diversos objetos pessoais.

Casa-Museu Bissaya Barreto

Inaugurada em 1986, a Ca-sa-Museu – residência, du-rante cerca de 30 anos, do cirurgião e professor Bis-saya Barreto -, está instala-da num edifício revivalista, neobarroco. Inclui as prin-cipais peças reunidas por Bissaya Barreto, ao longo de 50 anos, e uma coleção de azulejos portugueses, porcelanas da Companhia das Índias e pintura con-temporânea portuguesa.

Museu da Água

Situado no Parque Dr. Ma-nuel de Braga, o Museu da Água de Coimbra veio ocu-par uma antiga Estação de Captação de Água, datada de 1922. Espaço museoló-gico de memórias antigas, inspirado no diálogo per-manente entre Coimbra e o Rio Mondego.

Museu da Ciência da Universidadede Coimbra

Inclui coleções de instru-mentos científicos da Uni-versidade de Coimbra e disponibiliza um conjunto de experiências e ativida-des para os visitantes.

O que visitarCOIMBRA

O Mosteiro de Santa Clara-a-Velha

Estátua da "Tricana"Junto ao Arco de Almedina

Page 25: PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

25www.revistaport.com

Localiza-se no largo do Rossio de Santa Clara e é um parque temático concebido e construí-do como um espaço lúdico, pedagógico e turístico, para mostrar a cultura e o património português, em Portugal e no mundo. Iniciativa de Bissaya Barreto e projetado por Cassia-no Branco, foi inaugu-rado em junho de 1940, razão pela qual a sua conceção e arquitetu-ra estão tão imbuídas do espírito idealista e nacionalista do Estado Novo Português. Re-produções de solares de Trás-os-Montes e Mi-nho, casas típicas de ca-da região do país com pomares, hortas e jar-dins, capelas, azenhas

e pelourinhos; alguns dos mais representa-tivos monumentos, de norte a sul do país; a representação monu-mental e etnográfica das então províncias ultramarinas em África, do Brasil, Macau, Esta-do Português da Índia e Timor Português, en-volvidos por vegetação própria destas regiões; e representações dos

arquipélagos dos Aço-res e da Madeira com-pletam o conjunto de atrações deste espaço. Com quase 75 anos de existência, continua a ser um dos parques te-máticos voltados para o público infanto-juvenil mais visitados no país, com um afluxo de cer-ca de 400 mil visitantes por ano.

Portugal dos Pequenitos

Jardins e espaços verdes

Parque de Santa Cruz (Jardim da Sereia)

Popularmente conhecido como "Jardim da Sereia", data do séc. XVIII. A entra-da do jardim faz-se através de um arco triunfal, coroa-do por três estátuas, que representam a Fé, a Espe-rança e a Caridade.

Jardins da Quinta das Lágrimas

A Quinta das Lágrimas deve o seu nome às des-venturas do romance en-tre Inês de Castro e o prín-cipe D. Pedro. A romântica tragédia coloca neste local a morte de D. Inês. A Fon-

te dos Amores integra-se hoje num parque de ár-vores centenárias, ruínas medievais e neo-góticas, tanques e regatos.

Penedo da Saudade

Promontório rochoso, hoje ajardinado, cujo nome ad-vém da tradição, segundo a qual D. Pedro ia frequen-temente ao local, então conhecido por Pedra dos Ventos, chorar a perda de Inês. No séc. XX, por oca-sião de reuniões de cursos e outros eventos acadé-micos, foi sendo hábito colocar ao longo do jardim lápides com versos, parti-cularmente no recanto do jardim denominado “sala dos cursos”. Bustos de poetas emblemáticos da cultura portuguesa, como

António Nobre ou Eça de Queirós, imortalizam nes-te jardim a sua ligação a Coimbra.

Jardim Botânico

Concluído no séc. XIX, a sua exuberante vegetação reflete estudos e inter-câmbios botânicos com todos os quadrantes do globo. Foi criado durante a Reforma Pombalina da UC, no ano de 1773.

Mata Nacional do Choupal

Imortalizada nos poemas e no fado de Coimbra, tem espécies vegetais diversas como o choupo, o plátano, a nogueira-preta e o cedro dos pântanos.

Túmulo de D. Afonso Henriques (Igreja de St.ª Cruz)

"Deposição de Cristo" de João de Ruão(Museu Nacional Machado Castro)

Biblioteca Joanina da Universidade de Coimbra

Jardim da Sereia

Fonte dos Amores

(Quinta das Lágrimas)

Via Latina dos pequenitos

Page 26: PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

CU

LTU

RA

1. R

egiã

o V

inha

teir

a do

Alt

o D

ouro

“O v

inho

tem

sido

pro

duzi

do

pelo

s don

os d

a te

rras

no

Dou

ro

há m

ais d

e 20

00

anos

. Des

de

o sé

culo

XV

III,

o se

u pr

inci

pal

prod

uto,

o V

inho

do

Port

o, é

m

undi

alm

ente

fam

oso

devi

do à

su

a qu

alid

ade.

Est

a lo

nga

trad

i-çã

o de

vin

icul

tura

pro

duzi

u um

a pa

isag

em c

ultu

ral d

e be

leza

es

tont

eant

e, q

ue re

flet

e a

sua

evol

ução

eco

nóm

ica,

tecn

ológ

i-ca

e so

cial

”.

2. Z

ona

Cen

tral

d

a ci

dad

e de

Ang

ra d

o H

eroí

smo

nos

Aço

res

“Sit

uada

num

a da

s ilh

as d

o ar

quip

élag

o do

s Aço

res,

foi u

m

port

o ob

riga

tóri

o en

tre

o sé

culo

X

V e

o su

rgim

ento

do

barc

o a

vapo

r, no

sécu

lo X

IX. A

s for

tifi

-ca

ções

São

Seb

asti

ão e

São

João

B

apti

sta,

com

40

0 an

os, s

ão

exem

plos

úni

cos d

e ar

quit

etur

a m

ilita

r”.

3. C

onve

nto

de C

rist

o em

Tom

ar“D

esen

hado

ori

gina

lmen

te

para

sim

boliz

ar a

reco

nqui

sta,

o

Con

vent

o do

s Cav

alei

ros

Tem

plár

ios d

e T

omar

(tra

nsfe

-ri

do e

m 13

44 p

ara

os C

aval

eiro

s da

Ord

em d

e C

rist

o) si

mbo

liza

o op

osto

do

perí

odo

Man

uelin

o –

a ab

ertu

ra d

e Po

rtug

al a

out

ras

civi

lizaç

ões”

.

4. P

aisa

gem

cu

ltur

al d

e Si

ntra

“No

sécu

lo X

IX S

intr

a to

rnou

-se

o pr

imei

ro c

entr

o da

arq

uite

tura

ro

mân

tica

Eur

opei

a. F

erna

ndo

II tr

ansf

orm

ou u

m m

oste

iro

em

ruín

as n

um c

aste

lo o

nde

esta

no

va se

nsib

ilida

de se

dei

xa v

er

pelo

uso

de

elem

ento

s do

esti

lo

Gót

ico,

Egí

pcio

, Mou

risc

o e

do

Ren

asci

men

to, e

pel

a cr

iaçã

o de

um

par

que

que

mis

tura

esp

écie

s ex

ótic

as co

m lo

cais

. Out

ras h

abi-

taçõ

es lu

xuos

as fo

ram

cons

truí

-da

s pel

a m

esm

a lin

ha a

o lo

ngo

da

serr

a, c

rian

do u

ma

com

bina

ção

únic

a de

jard

ins e

par

ques

que

ac

abar

am p

or in

flue

ncia

r a

arqu

itetu

ra p

aisa

gíst

ica

por t

oda

a E

urop

a”.

5. C

idad

e-qu

arte

l fr

onte

iriç

a de

Elv

as

e su

as fo

rtifi

caçõ

es“E

xten

siva

men

te fo

rtif

icad

a en

tre

o sé

culo

XV

II e

o sé

culo

X

IX, r

epre

sent

a o

mai

or si

stem

a de

fort

ific

açõe

s aba

luar

tada

s do

mun

do. N

o in

teri

or d

as m

ural

has

a ci

dade

incl

ui g

rand

es c

aser

nas

e ou

tras

cons

truç

ões m

ilita

res,

be

m co

mo

igre

jas e

mos

tei-

ros.

Enq

uant

o E

lvas

cons

erva

ve

stíg

ios d

o sé

culo

X, a

s sua

s fo

rtif

icaç

ões d

atam

da

époc

a da

re

stau

raçã

o da

inde

pend

ênci

a de

Po

rtug

al (1

640)

. Vár

ias d

as fo

rti-

fica

ções

, des

enha

das p

elo

padr

e je

suít

a C

osm

ande

r, re

pres

enta

m

o m

ais b

em co

nser

vado

exe

m-

plo

de fo

rtif

icaç

ões d

o m

undo

co

m o

rige

m n

a es

cola

mili

tar

hola

ndes

a”.

6. C

entr

o H

istó

rico

de

Évo

ra“E

sta

cida

de-m

useu

, cuj

as

raíz

es v

ão a

té a

os te

mpo

s do

Impé

rio

Rom

ano,

alc

anço

u a

sua

époc

a do

urad

a du

rant

e o

sécu

lo

XV,

qua

ndo

se to

rnou

a re

sidê

n-ci

a do

s Rei

s de

Port

ugal

. A su

a qu

alid

ade

únic

a de

riva

des

de a

s ca

sas c

aiad

as d

e br

anco

, dec

o-ra

das c

om a

zule

jos,

às v

aran

das

em fe

rro

forj

ado,

dat

adas

ent

re o

culo

XV

I e o

sécu

lo X

VII

I. O

s se

us m

onum

ento

s tiv

eram

pro

-fu

nda

infl

uênc

ia n

a ar

quit

etur

a po

rtug

uesa

no

Bra

sil”

.

Via

na

do C

aste

lo

Bra

gaV

ila

Rea

l

Vis

euA

veiro

Coi

mbr

a

Cas

telo

Bra

nco

Leiri

a

Sant

arém

Bra

ganç

a

Gua

rda

Port

aleg

re

Reg

ião

Vin

hate

ira

do

Alt

o D

ouro

1

Mos

teir

o d

e A

lcob

aça

10

Gui

mar

ães

(cen

tro

hist

óric

o)7

Con

vent

o d

e C

rist

o3

4Pa

isag

em

cult

ural

d

e Si

ntra

5El

vas

e su

asfo

rtifi

caçõ

es

Bat

alha

Tom

ar

Port

o

Gui

mar

ães

Alc

obaç

a

Mos

teir

o d

a B

atal

ha11

Port

o(c

entr

o hi

stór

ico)

8

Sítio

de

arte

ru

pest

re

Pré-

His

tóric

a do

Val

e do

Côa

Vila

Nov

a de

Fo

z C

ôa

Page 27: PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

27w

ww

.revi

stap

ort

.co

m

7. C

entr

o H

istó

rico

de

Gui

mar

ães

“A c

idad

e hi

stór

ica

de G

uim

a-rã

es e

stá a

ssoc

iada

à em

erge

nte

iden

tida

de n

acio

nal d

e Po

rtug

al

no sé

culo

XII

. Exc

epci

onal

-m

ente

bem

pre

serv

ada

e um

be

lo e

xem

plo

da e

volu

ção

de

uma

coló

nia

med

ieva

l par

a um

a ci

dade

mod

erna

, a su

a ri

ca

tipo

logi

a ed

ific

ada

exem

plif

ica

o de

senv

olvi

men

to e

spec

ífic

o da

arq

uite

tura

por

tugu

esa

do

sécu

lo X

V a

o sé

culo

XIX

, atr

avés

do

uso

cons

iste

nte

de m

ater

iais

de

cons

truç

ão e

técn

icas

trad

i-ci

onai

s”.

8. C

entr

o H

istó

rico

do P

orto

“O P

orto

, con

stru

ído

sobr

e as

co-

linas

com

vis

ta p

ara

o ri

o D

ouro

, é

uma

ilust

re p

aisa

gem

urb

ana

com

mai

s de

200

0 an

os d

e hi

stó-

ria.

O se

u co

ntín

uo c

resc

imen

to,

ligad

o ao

mar

, pod

e se

r vis

to n

os

mui

tos e

var

iado

s mon

umen

tos,

de

sde

a ca

tedr

al co

m o

seu

coro

R

oman

esco

, ao

Neo

-Clá

ssic

o Pa

láci

o da

Bol

sa, a

té a

o es

tilo

ma-

nuel

ino

tipi

cam

ente

por

tugu

ês

da Ig

reja

de

Sant

a C

lara

”.

9. P

aisa

gem

da

Cul

tura

da

Vin

ha d

a Ilh

a do

Pic

o“C

ompr

eend

e um

a re

de e

s-pe

tacu

lar d

e la

rgos

mur

os d

e pe

dra,

am

plam

ente

esp

açad

os

e pa

rale

los c

om a

orl

a oc

eâni

ca,

que

vão

desd

e a

cost

a ao

inte

rior

da

ilha

. Evi

dênc

ias d

esta

vin

i-cu

ltur

a, c

ujas

ori

gens

rem

onta

m

ao sé

culo

XV,

man

ifest

am-s

e no

co

njun

to e

xtra

ordi

nári

o de

cam

-po

s, c

asas

e m

ansõ

es d

o in

ício

do

sécu

lo X

IX, a

dega

s, ig

reja

s e

port

os. T

raba

lhad

a pe

lo h

omem

,

esta

pai

sage

m d

e ex

trao

rdin

ária

be

leza

é o

mel

hor v

estí

gio

sub-

sist

ente

de

uma

prát

ica

agrí

cola

m

uito

com

um n

outr

os te

mpo

s”.

10. M

oste

iro d

e A

lcob

aça

“O M

oste

iro

de S

anta

Mar

ia d

e A

lcob

aça,

a n

orte

de

Lisb

oa, f

oi

cons

truí

do n

o sé

culo

XII

pel

o R

ei A

fons

o I.

O se

u ta

man

ho, a

pu

reza

do

esti

lo a

rqui

tetó

nico

, a

bele

za d

os m

ater

iais

e o

cui

dado

co

m q

ue fo

i con

stru

ído

torn

am-

-no

num

a ob

ra-p

rim

a da

art

e gó

tica

cis

terc

iens

e”.

11. M

oste

iro d

a B

atal

ha“O

Mos

teir

o do

s Dom

inic

anos

da

Bat

alha

foi c

onst

ruíd

o pa

ra

com

emor

ar a

vitó

ria

port

ugue

-sa

sobr

e C

aste

la n

a ba

talh

a de

A

ljuba

rrot

a (1

385)

. Era

par

a se

r o

prin

cipa

l pro

jeto

de

cons

truç

ão

da m

onar

quia

por

tugu

esa

para

os

doi

s séc

ulos

segu

inte

s. A

qui,

um e

stilo

Gót

ico

naci

onal

e

mui

to o

rigi

nal e

volu

iu p

rofu

n-da

men

te in

flue

ncia

do p

ela

arte

M

anue

lina,

com

o de

mon

stra

do

na su

a ob

ra-p

rim

a, o

Cla

ustr

o R

eal”

.

12. M

oste

iro d

os

Jeró

nim

os e

Tor

re d

e B

elém

(Li

sboa

)“J

unto

à en

trad

a do

por

to d

e Li

s-bo

a, o

Mos

teir

o do

s Jer

ónim

os

– qu

e co

meç

ou a

ser c

onst

ruíd

o em

1502

– e

xem

plif

ica

a ar

te p

or-

tugu

esa

no se

u m

elho

r. A

viz

inha

To

rre

de B

elém

, con

stru

ída

para

co

mem

orar

a e

xped

ição

de

Vasc

o da

Gam

a à Í

ndia

, é u

ma

lem

-br

ança

das

gra

ndes

des

cobe

rtas

m

arít

imas

que

lanç

aram

as b

ases

do

mun

do m

oder

no”.

UM

PA

ÍS

RE

CH

EA

DO

DE

PATR

IMÓ

NIO

PO

R M

AR

IA S

ILV

A

A U

nive

rsid

ade d

e Coi

mbr

a, a

Alta

e a

Sofia

fora

m os

mai

s rec

entes

lo

cais

de P

ortu

gal a

entr

ar p

ara

a lis

ta d

o Pat

rim

ónio

Mun

dial

da

UN

ESC

O m

as n

ão sã

o os ú

nico

s. D

esde

1983

que o

nos

so p

aís t

em re

-pr

esen

tant

es cu

ltura

is e n

atur

ais n

esta

hon

rosa

lista

de p

restí

gio.

A P

ort.

Com

enum

era

algu

ns d

esse

s (ou

tros

) par

aíso

s e os

mot

ivos

pelo

s qua

is nã

o pod

e deix

ar d

e os v

isita

r, pe

las p

alav

ras d

a pr

ópri

a U

NES

CO

.

Bej

a

Lisb

oa

Setú

bal

Faro

Elva

s e

suas

fort

ifica

ções

Aço

res

Mad

eira

Ang

ra

do

Her

oísm

o

2

Pais

agem

d

a C

ultu

ra

da

Vin

ha d

a Ilh

a d

o Pi

co

9

Mos

teir

o d

os

Jeró

nim

os

e To

rre

de

Bel

ém12

Sint

ra

Évor

a

Terc

eira

Pico

Elva

s

6Év

ora

(cen

tro

hist

óric

o)

Flor

esta

La

uris

silv

aIlh

a da

Mad

eira

Page 28: PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

28

NEGÓCIOS

O QUE É NACIONAL É BOM...

E FRESCO!

POR MARTHA MENDES

Com o Verão chegam as altas temperaturas, os petiscos apurados, o sal, o sol... E a sede! É nesta altura do ano que se consomem mais refrigerantes, cervejas, sumos e vinhos frescos.

É uma das marcas da Sumol-Compal. Foi a primeira água com gás com sabor portu-guesa. Nas palavras da marca: “inaugurou o território do prazer para as águas com gás”. Estávamos em julho de 1994 quando nasceu a empresa Águas de Bem Saúde - fir-ma transmontana, com unidade industrial em Vila Flôr - que começou a vender a água mineral natural Frize. Só oito anos depois, em agosto de 2002, é lançada a Frize de Limão que abre portas à nova gama Frize Sabores. A marca criou um novo concei-to de utilização para a água com gás: o de bebida refrescante, alternativa a qualquer soft-drink. Desde 2002 a Frize tem vindo a apostar em águas com aromas, tendo cada vez mais adeptos entre os consumidores. Limão, tangerina, maracujá ou groselha são alguns dos sabores Frize. Em 2010 a marca aceitou o seu mais recente desafio

com o lançamento das novas Frize Bar Collection - Á g ua Tónica e Ginger A le que vêm alargar as opções de consumo em ambientes de convívio, à noite ou em esplanadas, como aperitivo ou misturado com bebidas alcoólicas. “Bem disposta, inovadora, irreverente, diferente, dinâmi-ca, jovem, inteligente e exigente”: é assim que a marca faz o seu auto-retrato.

S ão várias as opções disponíveis no merca-do e há bebidas para todos os gostos: dos verdes aos rosés, dos

néctares aos sumos naturais, das ág uas minerais às ág uas gaseif i-cadas; com ou sem álcool, com e sem gás. O impor tante é matar a sede, de acordo com as preferên-cias do seu paladar. A Por t.Com fez uma v iagem pela história das principais empresas e marcas de bebidas nacionais - aquelas que andam a refrescar os por tug ueses há anos - e descobriu que muitas delas já fazem par te das nossas tradições de verão. Independen-temente dos gostos, com calor as bebidas querem-se frescas. Sai mais uma...! E que venha gelada. A saber a verão.

Frize

Page 29: PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

29www.revistaport.com

A Compal, nome dado à Companhia de Con-servas Alimentares, SA, foi criada em 1952, no Entroncamento. Primeiramente centra-da no fabrico de conservas de tomate acaba-ria por ampliar os seus negócios, passando a produzir também sumos de fruta, néctares e refrigerantes, para além de vegetais em conserva e, mais recentemente, em 2005, águas gaseificadas. A internacionalização da marca começou em 2003, com a entrada no mercado espanhol de sumos, e nunca mais parou: atualmente os néctares da Compal, conhecidos de todos os portugueses, são consumidos em cerca de 40 países, estan-do na Europa, África e Estados Unidos. Em 2002, no seu 50º aniversário, a Compal lan-çou uma nova embalagem de 1 litro, a Tetra Prisma Aseptic Square, tornando-se na pri-meira marca de sumos a comercializar este invólucro na Península Ibérica, a segunda na Europa e a terceira no mundo. Em 2007, a marca recebe o prémio Zenith International, na categoria “inovação de melhor novo su-mo”, e nas categorias respeitantes ao melhor conceito, com o produto Compal Essencial. Em 2009 é criada a Sumol+Compal, resulta-do da fusão das duas marcas.

Com uma relação de quase um século com os portugueses, o Licor Beirão, que come-çou por ser um remédio peitoral, acabou por se tornar numa das marcas nacionais mais conhecidas, com fortes campanhas de comunicação que marcam a história da publicidade nacional. Hoje marca líder no mercado dos licores em Portugal, o Beirão transmite a autenticidade da família Redon-do, que o mantém original. Atualmente o “licor de Portugal” é consumido em todo o mundo, com fortes ligações à diáspora. Para atingir novos mercados – do consumo jovem, noturno e de verão – o Licor Beirão lança o caipirão (2002) e o morangão (2010), duas formas diferentes e frescas, sugeridas pela marca, para o consumo do licor em dias quentes. "Nos últimos anos o Licor Beirão decidiu apostar em novas formas de consu-mo para chegar a um público que ainda não estava familiarizado com o licor. Esta aposta foi acertada e eficaz e o lançamento destes produtos ajudou muito a renovar a marca", explica Daniel Redondo, diretor-geral da empresa. "Há uma ligação perfeita entre o conceito dos dois cocktails e o clima leve típico do Verão", frisa o responsável.

A Sociedade Central de Cervejas (SCC), detentora da Sagres, foi constituída em 1934 para vender as cervejas das antigas Companhia Produtora de Malte e Cerveja Portugália, Companhia de Cervejas Es-trela, Companhia de Cervejas Coimbra e Companhia da Fábrica de Cerveja Jansen. A Sagres nasce em 1940, como cerveja de prestígio, para representar a SCC na Expo-sição do Mundo Português, inaugurada em Maio desse ano. Depois de várias alterações no capital acionista, em 2003, a Scottish & Newcastle passa a deter o controlo da empresa e da Sociedade da Água de Luso, passando a designar-se, a partir de 2004, SCC – Sociedade Central de Cervejas e Be-bidas, S.A. A empresa foi adquirida, na sua totalidade, em 2008, pelo Grupo Heineken, um dos maiores do Mundo. A Sagres - que iniciou a exportação de cervejas nacionais, começando pelos territórios Ultramarinos, na década de 1960 - não contém aditivos nem conservantes. Da marca fazem parte a Sagres Branca, a Preta, a Radler, a Bohe-mia e as sem-álcool Branca e Preta, todas produzidas e engarrafadas na Fábrica de Vialonga.

Compal Licor Beirão Sagres

Page 30: PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

30 PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES

NEGÓCIOS

A Super Bock, lançada em 1927, é uma marca de cerveja portuguesa detida pe-la empresa Unicer, atualmente a maior empresa portuguesa de bebidas refres-cantes. A Unicer resultou da junção de três cervejeiras, em 1977, mas foi no dis-tante ano de 1890 que se formou, com o capital inicial de 125 contos de réis, a CUFP - Companhia União Fabril Por-tuense, mãe da atual empresa de bebidas. A Unicer está presente nos segmentos dos refrigerantes e vinhos, na produção e comercialização de malte e no negócio do turismo, detendo dois ativos de referên-cia na região de Trás-os-Montes: os Par-ques Lúdico-Termais de Vidago e Pedras Salgadas. Em Angola, a Cristal é a cerveja mais vendida do grupo, seguida da Super Bock. Do portfolio da marca fazem parte a Super Bock, Super Bock Stout (preta), Green (com Limão), Abadia (com extra fermentação, de tom ruivo), Twin (sem álcool), Tango (com Groselha) e Classic (Cerveja do tipo Lager). Em 1995 a marca dinamizou o panorama dos Festivais de Verão em Portugal com o lançamento do "Super Bock, Super Rock ", um festival que tem atraído a Portugal várias bandas e intérpretes de prestígio.

A marca Casal Garcia nasceu em 1939. Num passeio de comboio pelas rotas do vinho do Douro, o enólogo Eugène Hélisse, in-terrompeu a viagem com destino ao Porto, depois de passar pela Quinta da Aveleda. Dirigiu-se à adega para falar com o proprie-tário, Roberto Guedes, impressionado pelo que tinha visto a partir da janela do com-boio: as videiras cuidadas e a terra dividida em função da variedade das uvas. Roberto Guedes acabaria por contratá-lo e cedo se notaram as diferenças, na cor e no sabor fresco e leve do vinho. O nome surgiu na-turalmente, pois o vinho foi produzido a partir de uma das vinhas de Casal Garcia. Em 1970 a marca dá inicio à exportação e, em 1990, com o boom turístico de ingleses em Portugal, dá-se um forte crescimento das vendas no Reino Unido, que descobria, aos poucos e através dos turistas de verão, o vinho verde. É também nesta década que aparece o slogan que, até hoje, está asso-ciado à marca: “Haja Felicidade, Haja Casal Garcia!”. Em 2007 é lançada a edição co-memorativa Casal Garcia World Wine, para celebrar a chegada a 60 países – estava, por fim, cumprida a etapa da internacionaliza-ção. Atualmente o vinho é degustado em mais de 70 países.

O vinho Mateus Rosé é uma marca da So-grape Vinhos, empresa constituída por um grupo de amigos que, no difícil ambiente económico e político de 1942, decidiram apostar no talento de Fernando Van Zeller Guedes, para criar e desenvolver uma em-presa capaz de impor os vinhos portugue-ses internacionalmente. Da capacidade de ver primeiro evidenciada pelo fundador nasceu a primeira marca portuguesa e glo-bal de vinhos, o Mateus Rosé, cujo sucesso em mais de 120 países foi decisivo para a empresa, que tem sabido preservar a visão do início e adaptá-la aos tempos. O vinho foi especialmente desenhado para a adesão dos mercados norte-americano e norte-eu-ropeu e a aposta foi bem-sucedida: a produ-ção cresceu rapidamente nos anos 1950/60 e no final dos anos 1980, complementado por uma versão branca, que representava, na altura, mais de 40% das exportações de vinhos de mesa de Portugal. Liderada hoje pela terceira geração da família fundadora, a Sogrape continua a cumprir o objetivo assumido desde o primeiro dia: dar a co-nhecer ao mundo os vinhos portugueses, com uma aposta forte em marcas de volume capazes de satisfazer as necessidades dos vários segmentos do mercado.

Super Bock Casal garcia Mateus Rosé

Page 31: PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

31www.revistaport.com

PUB

Com mais de 160 anos, a Sociedade da Água de Luso, S.A. (SAL) tem uma história mar-cada pela qualidade. Já em 1903 o reputado químico francês Charles Lepierre analisou a composição da água do Luso, dando-lhe pela primeira vez um cunho científico, e classificou-a como “puríssima e de sabor leve e muito agradável”. Com sede na vila do Luso, Mealhada, a SAL tem como atividade principal a exploração e engarrafamento da LUSO Água Mineral Natural, Cruzeiro Água de Nascente e de Consumo Humano e, ainda, a exploração da atividade Termal. A água do Luso nasce a 28ºC, tendo origem na água da chuva infiltrada na Serra do Bu-çaco, em rochas formadas quase exclusi-vamente por quartzo, uma topografia que permite beneficiar de elevada pluviosidade orográfica. Nestas rochas, muito compac-tas aquando da sua formação – há mais de 400 milhões de anos – desenvolveu-se uma densa rede de fraturas, intercomunicadas, que permitem o armazenamento e circula-ção da água. A água do Luso é hipossalina, ou seja, muito pouco mineralizada e vul-garmente designada como levíssima e doce. Atua como um “desintoxicante” natural do organismo e pode ser consumida sem quaisquer restrições.

Água do Luso

Page 32: PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

32

NEGÓCIOS

Estávamos em 1945 quando um grupo de amigos reuniu pou-co mais de 100 mil escudos (cerca de 500 euros) e fundou a Refrigor, Lda., em Algés, pa-ra produzir gelo, laranjadas

e gasosas. Cinco anos depois entrava um novo sócio, António João Eusébio, que vi-ria a transformá-la com o seu espírito em-preendedor. Hoje, a Sumol é bebida em mais de 60 países, facto para o qual muito con-tribui a diáspora: “a Sumol tem muitos fãs portugueses a residir no estrangeiro e eles acabam por ser excelentes embaixadores que divulgam a bebida junto dos amigos lo-cais”, explicou Ana Rita Martins, gestora de marca, à Port.Com. Produzida pela empresa Sumol+Compal, a Sumol é uma bebida de sumo de fruta pasteurizada e levemente ga-seificada, com polpa de fruta e disponível em vários sabores. É uma bebida de verão? Ana Rita responde: “a época de verão é, na-turalmente, a altura do ano em que a dispo-nibilidade dos consumidores e o clima mais potenciam a venda. Uma vida mais ativa ao ar livre e temperaturas altas reforçam a ne-cessidade de hidratação e a vontade de beber produtos refrescantes. Mas Sumol, sendo uma marca de referência, está presente na vida e na mesa dos Portugueses ao longo de todo o ano”. Desde quando? Continuemos a viagem. Quase dez anos depois da constitui-ção da Refrigor é oficialmente apresentada ao público, na esplanada do café Caravela

D'Ouro, em Algés, a primeira bebida de sumo de fruta pasteurizada portuguesa: quem apa-receu para a provar não imaginava que aquele era o início de uma longa história de sucesso, a história da marca cujo nome, registado a 20 de dezembro de 1954, resultava da fusão de duas palavras: “sumo” e “sol”, nada mais veranil. Quatro anos depois aparece o Sumol de ananás e as garrafas distinguem-se pela carica: cor de laranja para o Sumol laranja, verde para o ananás.

Marketing inovadorO marketing e a comunicação foram funda-mentais para o sucesso da Sumol, a primeira bebida não alcoólica nacional a adotar uma estratégia de marketing moderna. Numa época em que a publicidade se limitava aos jornais, letreiros ou toldos dos locais de ven-da, a Sumol espalhou cartazes com slogans por todo o país. Mas não ficou por aqui. Em 1965 a bebida lançou um anúncio de televisão cuja criatividade marcou o panorama publi-citário da altura. "Um gato é um gato, um cão é um cão. Sumol é aquilo que os outros não são". Em 1978 a marca volta à televisão com um anúncio com o humorista Herman José. “A Sumol tem sido, desde a sua origem, uma bebida original. Não há igual. Mais do que uma bebida, a Sumol desperta emoções e desafia os consumidores, acima de tudo, a serem originais”, frisa a responsável.Na década de 1970 a marca atinge uma tal popularidade que começam a aparecer várias

PORTUGAL ANDA HÁ 60 ANOS

A BEBER SUMOLHá muitos avós em Portugal que passaram a juventude a beber Sumol:

nos almoços de família, nos casamentos e batizados. A garrafa verde pirogravada nasceu há 60 anos e faz parte de muitas das memórias de verão dos portugueses.

A Port.Com entrou na máquina do tempo e viajou seis década atrás, até 1945, ano em que um grupo de amigos abriu uma pequena fábrica de gelo,

laranjadas e gasosas. Nascia assim a Sumol.

POR MARTHA MENDES

A icónica garrafa pirogravada que se manteve até 1991

Page 33: PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

33www.revistaport.com

“imitações”: Supol, Sumolara, Frutex, etc. Algumas destas marcas chegam mesmo a reutilizar garrafas de Sumol colando um ró-tulo sobre o espaço pirogravado. Na década seguinte a Sumol aproxima-se do público jo-vem. Quem não se lembra do slogan de 1984? "Stôra, como é que se diz Sumol em inglês?".

A mudança de imagemA década de 1990 foi de viragem. Em 91 a marca passa a ter rótulos às riscas e as tradi-cionais garrafas de vidro pirogravadas são abandonadas. As cores verde e vermelho assumem-se como uma das principais ima-gens da marca. Em 94, mais de 35 anos depois do lançamento dos primeiros sabores, é lan-çado o Sumol Maracujá.Mantendo o interesse no público jovem, a Sumol acorda um patrocínio com a banda rock Xutos & Pontapés para uma digressão pelo país com 40 atuações ao vivo. Mais tarde, na década de 2000, a marca volta a apostar na música como forma de chegar aos jovens, lançando a campanha Sumol SKA, com um jingle da banda ska Despe e Siga.A década de 90 foi também marcada pela campanha publicitária “Alex”, o cão cúmpli-ce do dono no prazer de beber Sumol. Ainda hoje, os portugueses que eram adolescen-tes nos anos 90 utilizam a expressão “Alex, busca!”, slogan desta campanha. Em 2003, a Sumol volta a fazer história com a campanha "Sumólicos Anónimos", que viria a introdu-zir no dicionário dos portugueses o conceito de “sumólico”: um fã de Sumol que defende aguerridamente a bebida.No início da década de 2010 a Sumol lança o manifesto "Mantém-te Original", apelando aos portugueses para não se acomodarem. Este manifesto culminou na bem sucedida campanha "Um dia...", centrada na juventude de espírito. Em 2011 a Sumol apresenta uma nova imagem inspirada na iconografia de 1954, em homenagem à história (já longa) da marca. Para a empresa não restam dúvidas: “a Sumol vai continuar a marcar as próximas gerações com todo o seu sabor, frescura e originalidade. É uma marca que está há 60 anos na vida dos portugueses, é acarinhada e percepcionada como uma marca 'nossa', que esteve sempre presente nos momentos mais marcantes de várias gerações”.

60 anos de SumolNo ano em que a Sumol assinala seis décadas o objetivo da marca é “celebrar de forma au-têntica, original e sem o peso da idade”. Daí, a campanha “60 anos, 1 verão”. “A ideia é jun-tar todos os verões de há 60 anos num verão

único, contínuo e original, que recentre a co-municação na originalidade e reforce o esta-tuto de marca icónica. Esta é uma campanha sobre pessoas, sobre as promessas que cada um fez em determinado momento. “Tu dis-seste”, “tu prometeste”, “tu juraste” são as palavras de ordem”, explica a gestora. Para além da campanha multimeios, que arran-cou em maio, a Sumol reforçou a presença nas suas plataformas, onde tem estado em contacto com os fãs. Para celebrar estes sessenta anos a marca envolveu também alguns dos seus colaboradores que, através de fotografias e promessas suas, deram a

cara em suportes de comunicação interna. “A Sumol é uma marca com uma identidade e história conhecidas pelos portugueses e além fronteiras. É por isso que a Sumol é icónica. Os 60 anos são um bom pretexto para reforçar as raízes culturais da bebida e a simbologia que tornam a marca única”, conclui a responsável.

19651984

1993

O sucesso da Sumol foi sendo alicerçado em fortíssimas campanhas de marketing e comu-nicação que acabaram por fazer história na publicidade portuguesa. Muitos dos slogans da

marca continuam, ainda hoje, presentes no imaginário dos portugueses.

"Um gato é um gato, um cão é um cão. Sumol é aquilo que os outros não são".

"Alex, busca!"

"Stôra, como é que se diz Sumol em inglês?"

MAIS+

2003Sumólicos anónimos

Junta tribos

"Pratica"

"Um dia..."

"Lembra-te"

Cliente: Sumolis; Produto: Sumol - Campanha Tema (Surfistas/Heavys); Meio: Mupi; 23,4x34,8 cm; 27.05.2008; 14:48

Junta surfistas

e heavys

Unidos pelo sabor 20082010

2011

2014

Recorde os filmes publicitários da Sumol desde 1965 emwww.revistaport.com

Saiba mais

Page 34: PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

34 PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES

ROTAS

ORA PONHA AQUI O SEU PEZINHO...

... NA AREIAA Port.Com percorreu o mapa de Norte a Sul do país e selecionou dez praias

- duas por região - que não pode deixar de visitar para ter um verão em pleno. Traga a toalha, o chapéu e o protetor solar e venha conosco nesta viagem de sal e areia.

PraiasRios

Termas

POR MARTHA MENDES

Page 35: PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

35www.revistaport.com

NorteRodanho (Viana do Castelo)

Para se chegar à praia do Rodanho é preci-so atravessar a ribeira de Anha e percorrer um longo passadiço de madeira. Pelo caminho possivelmente irá ver cavalos a pastar no meio da vegetação. É uma típica praia do norte: com vento e água fria, mas a paisagem, o sossego e a tranquilidade do local convidam a uma visita demorada.

Praia da Madalena (Porto)Tem nome de mulher e é sedutora como tal. Com uma larga extensão de areal a praia da Madalena é conhecida pelas zonas rochosas que serpenteiam por entre as ondas. Os passadiços de madeira sobre as dunas e um pequeno ribeiro, que por ali corre, convidam a longos passeios ao final da tarde.

CentroTorreira (Aveiro)

Localizada na faixa costeira que separa a Ria de Aveiro do mar, a Praia da Torreira é de tirar o fôlego, com o seu areal quilomé-trico coroado por um mar severo e ríspi-do. Vai encontrar surfistas, barzinhos de praia, daqueles com areia na esplanada, e vendedoras de peixe que apregoam à mo-da antiga. A ria brinda quem a visita com a cor dos moliceiros e a balada compassada dos barcos à vela que por ali navegam.

Quiaios (Figueira da Foz)Ideal para longas caminhadas à beira--mar, a praia que está protegida pela serra da Boa Viagem é conhecida pelo seu areal extenso e pela proximidade de pinhais. É ótima para os dias em que o vento toma conta dos areais da Figueira da Foz. Perto da praia, junto das dunas, há uma piscina municipal e na Murtinheira, ali ao lado,

há recifes de valor ecológico para conhecer.

A Praia da Comporta insere-se nos limites

da reserva natural do Estuário do Sado

Page 36: PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

LisboaAdraga (Sintra)

Chegar até à praia da Adraga obriga a passar pela serra de Sintra e só isso já vale a experiência. Mas o sonho não acaba aqui: ondas altas, encostas verdes por onde espreita o mar e o famoso restaurante da Adraga, com esplanada a cheirar a mar, compõem o menu.

Praia do Creiro (Setúbal/Arrábida)

Fica entre o Portinho da Arrábida e a praia dos Coelhos. Há muita areia e mar calmo, ideal para ensinar as crianças a nadar. Se sobrar tempo, depois dos mergulhos podemos levá-las a visitar o Parque Natural ou o convento francis-cano da Arrábida. Próxima do Portinho da Arrábida a praia do Creiro tem na pedra da Anicha o seu principal postal ilustrado.

AlentejoTróia (Comporta)

Há duas formas de chegar à praia de Tróia: a partir de Setúbal, apanhando o barco no cais de embarque, ou pela estrada, vindo de Alcácer do Sal para a Comporta. Seja qual for o caminho escolhido será uma viagem de prazer: ou a brincar com os golfinhos do Sado, ou a contemplar os arrozais da planície alentejana banhada pelo estuário do rio.

Praia da Zambujeira do Mar (Odemira)

Recortada numa alta falésia é um dos destinos turísticos mais procurados da costa vicentina e tem condições privile-giadas para a prática de surf e bodyboard. Para além da praia principal, a Zambu-jeira tem pequenas praias, ideais para quem quer aproveitar o sol e fugir da confusão das grandes praias.

SulPraia da Rocha (Portimão)

É possivelmente uma das praias mais conhecidas do país, cá dentro e lá fora. A areia dourada e as falésias, como pano de fundo, fazem da Rocha um dos destinos balneares portugueses preferidos de turistas nacionais e estrangeiros. A pro-ximidade ao aeroporto de Faro é outra vantagem.

Praia da Falésia (Vilamoura)

Fica a Oeste de Vilamoura e é conhecida, principalmente, por aquilo que lhe dá nome: a falésia. Penhascos altos e im-ponentes, que pincelam a praia de tons avermelhados e ajudam a proteger do vento que vai a banhos para estes lados.

36 PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES

A Praia da Rocha

é uma das praias mais famosas do

Algarve

Zambujeira do Mar

Praia do Creiro

Praia da Madalena

Page 37: PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

www.revistaport.com

Por este(s) rio(s) acima

Quando o calor aperta não há nada como um bom mergulho para

refrescar o corpo e as ideias. Mas nem só de mar vive o verão.

E quem prefere águas mais calmas não foi esquecido neste roteiro balnear da Port.Com. Venha

conosco... Por estes rios acima!

Malhadal (Serra de Alvéolos)Situada no pé da Serra de Alvéolos, no interior do país, onde serpenteia a Ribeira da Isna, afluente do Rio Zêzere, a praia fluvial do Malhadal garante tranquili-dade, águas frescas e contato com a na-tureza. Com cerca de um quilómetro de água, a praia está cercada por abundante vegetação e relevo acidentado. Na ribeira há ainda uma piscina fluvial.

Ribeira Grande (Sertã)Fica situada em pleno coração da vila da Sertã e está rodeada por árvores frondo-sas. Por cima da ribeira passa uma ponte que liga a parte nova à zona antiga da vila. A sua localização possibilita várias opções de lazer e desporto para toda a família, para além de uma visita aos mo-numentos históricos da Sertã.

Ribeira da Fróia (Proença-a-Nova)

Nas margens da ribeira da Fróia, a cerca de três quilómetros da vila de Sobreira Formosa, no concelho de Proença-a--Nova, distrito de Castelo Branco, des-ponta a praia fluvial da Ribeira da Fróia, classificada com “Qualidade de Ouro” pela Quercus. Situada num pequeno vale, ocupa um espaço que se estende por cerca de 200 metros da ribeira. Nas proximidades há uma pequena casa de xisto típica da região, que serviu como moinho comunitário das vizinhas aldeias de Oliveiras e Fróia.

Fragas de S. Simão (Figueiró dos Vinhos)

Praia de construção recente, as Fragas de São Simão, possibilitam a realização de desportos radicais, como rappel, slide ou escalada. A praia fica situada no concelho de Figueiró dos Vinhos que, pelo seu património natural e paisagís-tico, densa mancha florestal, ribeiras e espelhos de água, é uma referência do Turismo Ambiental e de Natureza.

Praia das Rocas (Castanheira de Pêra)

Mais do que uma praia, trata-se de um complexo de lazer, animação e turismo situado num lago com quase 1 quilómetro de extensão, ideal para um passeio de barco a remos ou de gaivota. Uma ilha no centro da praia, uma piscina de ondas com 2100 m2 (a maior do país), uma albufeira e uma ponte secular são os principais atrativos deste destino balnear, situado no cora-ção de Castanheira de Pêra, com a serra da Lousã a guardá-lo.

Praia do Creiro

Fragas de S. Simão (Figueiró dos

Vinhos)

Ribeira da Fróia (Proença-a-Nova)

Malhadal (Serra de Alvéolos)

Praia das Rocas (Castanheira

de Pêra)

Page 38: PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

38 PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES

ROTAS

Caldas da Saúde (Porto)Aberto desde 1891 este balneário termal foi remodelado em 1994 para poder estar aberto todo o ano com serviços de termalismo e manutenção física. Desde então, as Caldas da Saúde têm vindo a desenvolver serviços em diferentes áreas, sendo o bem-estar e relaxamento dos visitantes uma aposta crescente com a disponibilização de um Health Club com ginásio e circuito termal (banho turco, sauna, jacuzzi e piscina termal com hidromassagem); parques e passeios locais. As suas águas são espe-cialmente indicadas para o tratamento de doenças do aparelho respiratório, reumáticas e musculoesqueléticas.

Termas da Curia (Bairrada)Abertas durante o ano inteiro as Termas da Curia oferecem, para além dos tradi-cionais tratamentos medicinais - indica-dos para doenças como a gota, pedra nos rins, infecções urinárias, hipertensão arterial, reumatismo, problemas de coluna ou artrite - vários programas de SPA. Inseridas num complexo turístico que engloba o Parque da Curia, o Hotel das Termas - Curia, Termas, Spa & Golf e o campo de golf, as possibilidades de di-vertimento, repouso e relaxamento são variadas. As Termas da Curia estão si-tuadas na Bairrada, o que possibilita aos visitantes desfrutarem do famoso leitão da região ou dos vinhos da Bairrada.

Termas do Vimeiro (Torres Vedras)

A meio caminho entre a povoação da Maceira e a Praia do Porto Novo, no Concelho de Torres Vedras, as Termas do Vimeiro têm uma história que remon-ta ao século XIX. Textos de 1845 já refe-rem a existência de dois banhos junto às emergências de água, numa e noutra margem do Rio Alcabrichel. As Termas do Vimeiro caracterizam-se por terem duas fontes: a Fonte de Santa Isabel e a Fonte dos Frades e as suas águas são es-pecialmente indicadas para tratamentos de pele, do aparelho digestivo, circulató-rio e respiratório.

Termas da Sulfúrea (Portalegre)A utilização das águas sulfurosas de Cabeço de Vide remontará aos romanos, 118 anos antes de Cristo. As especiais ca-racterísticas destas águas são reconhe-cidas internacionalmente tendo sido já premiadas nas Exposições Universais de

Paris e do Rio de Janeiro. As Termas da Sulfúrea são circundadas por generosas zonas verdes e de lazer, com várias áreas de repouso. As suas águas são indicadas no tratamento de doenças osteo-articu-lares e reumatismais crónicas, doenças crónicas e alérgicas das vias respirató-rias e doenças crónicas da pele.

Caldas de Monchique (Faro)Localizadas a 6 quilómetros da vila de Monchique, no Algarve, as propriedades medicinais destas águas são célebres desde o Império Romano, que as desig-nou de “águas sagradas”. Oriundas de 8 nascentes diferentes e ricas em bicarbo-nato, flúor, sílica e sódio, estas águas são indicadas para o tratamento de proble-mas no aparelho respiratório e digestivo, problemas musculares e reumáticos. Com temperaturas que oscilam entre os 27°C e os 31,5°C as águas das Caldas de Monchique são conhecidas também pelas suas propriedades relaxantes.

Vá de férias... Pela sua saúde!

De reconhecidas características medicinais, as termas são cada vez

mais uma opção de férias. Para banhos, vapores ou ingestão de

águas, são muitos os que rumam às estâncias termais quando chega o calor. Pela sua saúde, as termas não podiam faltar neste roteiro

balnear.

T H E R M AO nome “terma” vem do latim “ther-

ma”, designação atribuída pelos Roma-nos aos estabelecimentos de banhos

públicos, tradição milenar que remonta ao período de ocupação Romana.

Banho Vichy

Massagem no exterior - Caldas de Monchique

Massagem de pedras quentes

Page 40: PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

40 PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES

POLÍTICA

P.C.: No início do seu mandato disse que “poucas vezes como hoje foi tão decisi-va a ligação às nossas comunidades”. Porquê?J.C.: Aquilo que disse no início do mandato reafirmo hoje, até com mais veemência. O desenvolvimento já não se faz à escala micro, é cada vez mais global. Um país como Por-tugal - pequeno em espaço geográfico, mas com presença em muitos pontos do mundo através dos seus nacionais e da sua história - não pode menosprezar as mais-valias que vêm da presença dos seus cidadãos lá fora. A globalização da economia obriga, cada vez mais, a uma conjugação de esforços com aqueles que se sentem em Portugal da mes-ma forma que nós [os residentes]. A abertura ao mundo é cada vez mais importante.

P.C.: A emigração portuguesa tem vindo a mudar, com muitos jovens qualifica-dos a abandonar o país. Como é que o Governo vê esta situação?J.C.: Cada vez que sai um quadro, se for por necessidade, lastimamos essa situação. Mas este fenómeno tem de ser visto de forma global. Com a globalização há cada vez mais

mobilidade: as multinacionais têm quadros que, independentemente de serem portu-gueses, americanos ou chineses, hoje estão num país e amanhã noutro. Essas empresas, muito fortes, começaram a recrutar quadros em Portugal. Isso é muito positivo. Há 15 anos isto quase não acontecia. Contavam-se pelos dedos das mãos aqueles que conhe-cíamos pelo mundo todo. Hoje são alguns milhares, e isso é muito positivo. E, claro, há outro lado: aqueles que saem porque não conseguem exercer a sua atividade. Hoje também há muitos mais licenciados. Mas é verdade que começámos a ter pessoas muito qualificadas que vão exercer a sua atividade para fora. E muitos nem sequer vão traba-lhar na área para a qual foram formados, o que constitui um problema complicado.

P.C.: Quais são hoje as maiores dificul-dades com que um emigrante português se depara?J.C.: O mundo da emigração é cheio de dra-mas. As pessoas que saem por necessidade têm muitos problemas. E muitas vezes en-contram ainda mais dificuldades nos locais de destino. Muita gente vai à procura do “El

Dorado” que nunca encontra. Há portugue-ses em contextos muito complicados lá fora. Temos milhares de pessoas em situações de pobreza absoluta, sobretudo na Améri-ca Latina e na África. As pessoas que saem confrontam-se com realidades completa-mente desconhecidas. Têm de fazer uma aculturação porque muitos dos países para onde vão funcionam de formas muito dife-rentes do nosso. Depois, há com frequência situações de exploração; promessas de con-tratos de trabalho que não se confirmam; o problema da legalização. E há dificuldades que resultam das alterações dos movimen-tos migratórios. Há 40 anos quase só emi-gravam homens. Hoje emigram homens, mulheres e famílias que levam os filhos. As crianças têm problemas de adaptação. Umas vezes é fácil; outras vezes é muito difícil. A exploração de mulheres é outro problema gravíssimo. Há um conjunto de problemas para os quais temos de estar muito atentos.

P.C.: Quais as ações do Governo para di-minuir esses problemas?J.C.: Mantemos uma rede muito grande de estruturas de apoio às nossas comunidades.

“SER PORTUGUÊSÉ SER UM CIDADÃO

DO MUNDO”É professor mas tem dedicado grande parte da vida à política para a emigração.

Natural de Viseu, aos 56 anos, o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas viaja pelo mundo inteiro para acompanhar de perto a vida das nossas comunidades. No dia em que deu

esta entrevista tinha dormido apenas 4 horas, depois de apanhar três aviões para chegar ao pé da família. Já há muitos anos que a sua casa é o mundo, entre uma viagem e outra, mas não teme o

fim da carreira política. Espera apenas poder deixar melhor do que encontrou. "O importante é trabalhar. E acreditar que vale a pena".

POR MARTHA MENDES

JOSÉ CESÁRIO, SECRETÁRIO DE ESTADO DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS

Page 41: PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

41www.revistaport.com

São quase 120 representações consulares em todo o mundo, a que se juntaram as novas permanências consulares e políticas públi-cas, em parceria com entidades privadas, que desenvolvemos, por exemplo, por causa da língua e da cultura portuguesa. Mas o universo das comunidades portuguesas é hoje absolutamente global, o que dificulta o trabalho no terreno. É impossível estar em todo o lado.

P.C.: Como é que tem corrido a experiên-cia com as permanências consulares?J.C.: São consideradas uma mais-valia, de forma unânime, por todas as comunidades, exceto quando há algum problema de fun-cionamento local, por vezes até dos equi-pamentos. As permanências consulares são a grande reforma da rede consular nos últimos 30/40 anos, e permitem hoje ir ser-

vir comunidades que nunca tiveram apoio administrativo. E atrás do apoio administra-tivo há o diplomático, porque a permanência consular implica não apenas a deslocação do funcionário que vai tratar dos cartões do cidadão, dos passaportes ou dos vistos, mas também, muitas vezes, do cônsul, que vai fazer contactos locais. Contactos importan-tes com autoridades e entidades de natureza económica e empresas. Tem sido extraordi-nário ver o interesse destes mecanismos de aproximação às pessoas das comunidades.

P.C: Como é que vê o resultado do refe-rendo que decidiu a limitação da entrada de cidadãos estrangeiros na Suíça, um destino de emigração de tantos portu-gueses?J.C.: A globalização tem várias consequên-cias. E, por vezes, há uma reação dos cida-

dãos locais quando aparece um quadro es-trangeiro para ocupar um lugar que eles jul-gam ser seu por direito. Há também reações das populações locais quando estes cidadãos que vêm do exterior têm culturas diferentes. Por vezes, isto cria situações de rejeição. Não chega a xenofobia, mas são fenómenos de rejeição. Foi o avolumar destes fenómenos de rejeição que determinaram os resultados do referendo na Suíça. Temos de ser firmes na defesa dos nossos mas perceber as razões que estão por detrás disto. Este tipo de rea-ção não se contraria com radicalismos mas com muito diálogo. E eu diria que em quase 100% dos casos não são os portugueses que motivam este tipo de regras.

P.C.: Os portugueses são, de resto, muito bem vistos na Suíça…J.C.: Muitíssimo. E provavelmente muitos deles votaram a favor destas restrições, por-que também rejeitam determinadas formas de emigração que põem em causa regras lo-cais. Muitos destes imigrantes, por exemplo, trabalham, muitas vezes ilegalmente, por salários muito mais baixos. Há uma con-corrência desleal e isto passa-se em vários países. Embora o povo português seja muito tolerante, em Portugal também já tivemos problemas destes, pontuais. Há fenómenos de rejeição social em relação aos ciganos, por exemplo. Quem conhece estes fenómenos por dentro, sabe que é preciso muito diálogo, com todas as partes, para que se perceba que todos temos a ganhar com a mobilidade.

P.C.: Por outro lado, tivemos recentemen-te uma boa notícia, vinda da Alemanha, que passou a atribuir a dupla cidadania para a vida aos filhos de imigrantes.J.C.: Já tínhamos alguns cidadãos com na-cionalidade portuguesa na Alemanha que eram detentores da nacionalidade alemã ou estavam em processos de naturalização. A partir de agora haverá mais oportunidades de seguir esse caminho. Uma grande parte da comunidade na Alemanha não está inte-

NÃO HÁ UM PERFIL [DO EMIGRANTE PORTUGUÊS], HÁ VÁRIOS PERFIS. MAS O DENOMINADOR COMUM É O AMOR A PORTUGAL".

"

Page 42: PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

42 PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES

POLÍTICA

grada por razões que têm, logo à partida, a ver com a dificuldade de utilização da lín-gua. E para se integrarem e participarem o mais ativamente possível na sociedade a nacionalidade é muito importante. É uma notícia positiva, mas não nos podemos es-quecer que a Alemanha também é um dos países onde há, atualmente, ações para res-tringir a entrada de cidadãos estrangeiros.

P.C.: O Governo tem apoiado iniciativas para o ensino e manutenção da Língua Portuguesa. Começa a haver uma cons-ciencialização do potencial da nossa lín-gua?J.C.: Já há muita gente que percebe que o domínio de uma língua como a nossa se traduz em oportunidades. A Língua Por-tuguesa é, efetivamente, a mais falada no hemisfério sul, uma das mais utilizadas no diálogo virtual. Há pessoas que são recru-tadas por falarem português. E Portugal não é um país antipático para os descenden-tes portugueses nem para os outros povos. É um país simpático do qual quase toda a gente gosta. É verdade que há alguns anos havia fenómenos de rejeição por parte dos luso-descendentes - gerações inteiras que se afastavam de Portugal - mas esses fenó-menos têm vindo a diminuir. Hoje voltamos a assistir ao regresso dos filhos, dos netos.

P.C.: Porque é que acha que isso aconte-cia?J.C.: Alguma vergonha, talvez. Portugal era considerado um país pequeno, pobre.

P.C.: Essa aproximação das novas gera-ções é, então, o reflexo da boa imagem do país lá fora…J.C.: Claro que sim. As pessoas começaram a conhecer Portugal - a parte boa que já tinha e outras, que passou a ter. Reconhecem que Portugal já não é o país do tempo em que o pai, de 50/60 anos, andava na escola. E os jovens são os primeiros a divulgar Portugal. Depois chegam-lhes variadíssimos exem-plos de desenvolvimento do país, na cultura, na inovação, na ciência. As empresas por-tuguesas aparecem em todo o lado e com-petem internacionalmente. Há gente bem preparada. Tudo isso contribuiu para que a imagem que os jovens tinham do país dos pais fosse mudando. Portugal gerou atrativi-dade e a língua também. Há um mercado da Língua Portuguesa que gera dinheiro.

P.C.: O Instituto Camões tem sido uma peça fundamental?J.C.: Tem tido uma presença internacio-nal muito forte. É uma instituição muito importante porque conjuga as políticas de língua com toda a política de promoção externa, na ótica da nossa ação nos países lusófonos. Começa a haver interações entre aquilo que se faz para promover o país junto de públicos locais e aquilo que se faz para promover o país junto da nossa gente. Por exemplo, recentemente, nas comemora-ções dos 50 anos da emigração portuguesa

para a Alemanha, em Hamburgo, houve uma participação do Instituto Camões con-juntamente com outras entidades públicas, numa ação desenvolvida através da embai-xada, com os consulados e com entidades da sociedade local. Lá esteve o Instituto Camões em ações da comunidade portu-guesa – e não só, porque muitos dos que participaram, se calhar a maioria, eram alemães.

P.C.: E os órgãos de comunicação social das comunidades (OCS) também têm um papel importante...J.C.: Têm um papel muito importante e um desafio muito grande: chegar aos novos

falantes de português. Não é nada fácil por-que há um estilo de comunicação feito para as gerações nascidas em Portugal que não é o mesmo daquele que tem de ser feito para os que nasceram lá fora.

P.C.: Acha que estes OCS são acarinhados por Portugal? Eles queixam-se, por exem-plo, de serem esquecidos pelos grandes anunciantes portugueses.J.C.: Nem sempre são acarinhados, diria mes-mo que poucas vezes o são. Esses OCS têm muito interesse no trabalho em rede com a comunicação social de cá. Há boas hipóteses de desenvolver ações comuns. Há públicos, lá fora, a quem os OCS de cá não conseguem chegar; e a comunicação social de cá é uma fonte muito importante para os OCS lá de fo-ra. Há uma complementaridade importante, que é benéfica e vantajosa para ambas as par-tes, apesar de nem sempre haver percepção dessa importância. Essa é uma das áreas que nos próximos anos vai obrigar a mais traba-lho e onde vão aparecer novas oportunidades de emprego. Cá e lá fora.

P.C.: Os emigrantes são ótimos embaixa-dores dos produtos nacionais. Acha que há aqui um potencial de mercado devi-damente explorado pelas marcas portu-guesas?J.C: Hoje já está mais explorado. As crises tem consequências positivas e negativas. Uma das consequências positivas foi o apareci-mento de uma nova cultura empresarial. O empresário nacional percebeu que não pode viver apenas do mercado nacional ou, mesmo lá fora, exclusivamente ligado a um ou outro país. As empresas ganham se envolverem a nossa gente. Hoje há iniciativas de grande sucesso que demonstram o que estou a dizer. O salão imobiliário de Paris, por exemplo, com a dimensão que tem só existe porque há uma organização empresarial das comu-nidades portuguesas, neste caso, a Câma-ra de Comércio e Indústria Francófona; e porque os empresários do setor imobiliário perceberam que tinham de sair de Portugal. A iniciativa tem sido um sucesso absoluto e ainda só vai na 3ª edição.

P.C.: Recentemente foram criados con-selhos locais de empresários da Diáspora – um em Viseu, outro em Braga. Em que é que estas associações contribuem para a construção de pontes entre Portugal e os

O MUNDO DA EMIGRAÇÃOÉ CHEIO DE DRAMAS".

"

Page 43: PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

43www.revistaport.com

seus empresários espalhados pelo mun-do? Acha que este trabalho deve passar, também, pelos municípios?J.C.: Não tenho a mínima dúvida. Já há 10 anos pensava isso quando criámos os gabi-netes de apoio ao emigrantes, em 2003. No seu clausulado está mesmo referido que esta deve ser uma forma de o município, articu-ladamente com o Ministério dos Negócios Estrangeiros, desenvolver políticas de pro-moção económica. A internacionalização das economias locais é importantíssima, e é mais facilmente feita se for realizada em contacto com os empresários, que têm aque-la origem mas estão em todo o mundo e têm facilidade em ajudar uma empresa local a internacionalizar-se. Os nossos municípios darão esses passos. Alguns já começaram a dar.

P.C.: Como é que traça o perfil dos portu-gueses espalhados pelo mundo?J.C.: Tem características muito diversas mas todos têm uma relação muito próxima com Portugal. Há diferenças de natureza etária, cultural. Há pessoas que nasceram lá fora e são portugueses, outros que nasceram cá, uns que saíram há mais anos, outros há me-nos… Não há um perfil, há vários perfis. Mas o denominador comum é o amor a Portugal.

P.C.: Sente que os emigrantes portugue-ses continuam ligados às origens?J.C.: Continuam. De um modo geral, toda a gente continua ligada a Portugal, a vir ao país e a ter aqui as suas coisas. E continuam a mandar dinheiro para Portugal.

P.C.: Como é que o mundo olha para nós? Já acabou a ideia do país pequeno e po-bre?J.C.: Não acabou totalmente. Ultrapassou--se em grande parte, mas há pessoas que ain-da têm uma imagem deturpada de Portugal. Mas já há uma imagem de país moderno, que tem sabido conciliar a modernidade com a tradição. Aqui não é tudo moderno, há coi-sas antigas que são olhadas de forma positi-va. Temos um património, material e ima-terial, muito importante que é divulgado com gosto e com rigor por muitas entidades públicas e privadas. O património é um ins-trumento de desenvolvimento. Vale ou não a pena apostar no folclore? Na etnografia? São coisas do passado ou fatores de desen-volvimento que podem ser perspetivados

numa lógica de futuro? Eu acho que podem ser perspetivados numa lógica de futuro. O turismo, uma das nossas principais fontes de riqueza, obriga-nos a desenvolver os as-petos tradicionais da nossa cultura. É muito importante essa valorização.

P.C.: Como é que os emigrantes portu-gueses são vistos lá fora?J.C.: De modo geral, não são problemáticos, nunca foram. Continuam a ser vistos como bons trabalhadores, independentemente de já não serem só trabalhadores da construção civil, das limpezas ou da restauração. Muitos já são qualificados, o que tem a ver com o facto de as comunidades se terem integrado e os seus filhos e netos desempenharem hoje

funções iguais às dos locais. O português está onde estão os outros, ao mesmo nível. Mas assume a sua origem e isso é muito im-portante: é sinal que ele gosta do país, mas também que ser português não o diminui. Pelo contrário: até o valoriza.

P.C.: O que é ser português?J.C.: Ser português é ser um cidadão do mundo. Sempre foi e continua a ser. Os por-tugueses têm grande adaptabilidade, rela-cionam-se bem com os outros e adaptam-se de forma muito positiva às mudanças. É o tal cidadão do mundo, que anda por todo o lado.

P.C.: O que é que gostava de ter consegui-do alcançar quando acabar o seu man-dato?J.C.: O fim do mandato não é o fim de nada, é sempre a continuação de algo mais. Impor-ta-me, sim, ir dando passos. Fico satisfeito quando dou alguns passos e triste quando não os consigo dar. Ninguém tem o domínio da verdade absoluta, portanto, às vezes, ima-gino uma coisa e depois tenho de a ajustar. Tenho procurado dar uma série de passos que espero que, no final, sejam positivos. Evoluiu-se muito, mas é sempre desejável fazer mais. O mais importante é trabalhar. E acreditar que vale a pena.

A LÍNGUA PORTUGUESA É A MAIS FALADA DO HEMISFÉRIO SUL, UMA DAS MAIS UTILIZADAS NO DIÁLOGO VIRTUAL. HÁ PESSOAS QUE SÃO RECRUTADAS POR FALAREM PORTUGUÊS".

"

Page 44: PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

44 PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES

POLÍTICA

O PRIMEIRO DEPUTADO LUSO-DESCENDENTEDA ÁFRICA DO SUL

PERFIL

Foi empossado em Maio de 2009 e assinalou um marco na história da comunidade portuguesa da África do Sul: foi o primeiro luso-descendente eleito como deputado do Parlamento do país.

Chama-se Manuel e é filho de madeirenses. Quando foi eleito como deputado da Aliança Democrática [“Democratic Alliance”,

AD], em 2009, pelo círculo eleitoral de Joanesburgo, onde reside a maior concentração de portugueses e luso--descendentes da África do Sul passou a ser o primeiro luso-descendente eleito para representar o povo sul-africano.

Manuel de Freitas, conhecido como “Manny”, entrou na vida política sem pensar muito. Em 1993 começa a militar no Partido Democrático, que daria ori-gem à AD. Um ano depois é convidado pela direção do partido para colaborar na campanha eleitoral para as presiden-ciais. Em 1995 concorre às primeiras eleições autárquicas democráticas do país. A vitória foi inesperada até para ele, que se tornaria assim no vereador mais jovem de Joanesburgo. E em 1999 Manny é eleito para o parlamento provincial de Gauteng, que engloba as cidades de Pretória e Joanesburgo, numa altura em que a AD tinha ainda muito poucos eleitores.

Apesar de ter funções nacionais que o obrigam a estar durante a semana na Cidade do Cabo, onde está o Parlamen-to, Manny regressa ao fim da semana aos “seus” eleitores, a sul de Joanesbur-go, a duas horas de viagem do Cabo. O político faz questão de estar com eles semanalmente. “Para ouvir a minha gente e trabalhar lado a lado nas ques-tões que a atinge e devem ser levadas ao Parlamento”, explica, acrescentando que são problemas como a falta de em-prego, a criminalidade e insegurança, a

habitação e as dificuldades financeiras que mais afetam o eleitorado.

Em fevereiro de 2012 o deputado foi indicado pelos seus pares para o cargo de ministro sombra de Administração Interna, depois de, em 2009, ter sido apontado para vice-ministro sombra dos Transportes.

Manny acredita ter aberto a porta para uma participação mais ativa da comunidade portuguesa na política da África do Sul e os factos parecem dar razão ao luso-descendente: em 2011, nas eleições autárquicas da sua área, houve, pela primeira vez, três candida-tos de origem portuguesa pela AD, um cenário inédito. Apesar de reconhecer que os portugueses não têm o hábito de se envolverem nas questões políticas locais, Manuel acredita que com as no-vas gerações de luso-descendentes esta realidade possa mudar. “Porque apesar de manterem as raízes portuguesas, os luso-descendentes são sul-africanos, e querem participar na vida política do país”.

O político reconhece que é difícil fazer oposição na África do Sul mas sente--se protegido pela Constituição, que defende todos os partidos e foi uma herança de Mandela: “agora podemos fazer o nosso trabalho e melhorar a nossa democracia”, afirma. “Somos uma democracia muito jovem e temos que construir um país novo. Há muito por fazer e mudar em relação ao que o anterior regime de apartheid fez”. Mas o luso-descendente não tem pressa. Nem medo.

Filho de madeirenses inspira-do por Mandela Manny nasceu há quase 50 anos na Namíbia, na pequena aldeia piscatória de Lüderitz, no então sudoeste afri-cano, hoje Namíbia independente, quando a região ainda fazia parte da África do Sul. Filho de madei-renses, decidiu seguir carreira po-lítica no início dos seus vinte anos. “Quando Mandela saiu da prisão e o país começou a mudar, senti que devia participar”, recorda. Em 1995, quando ganha as primeiras eleições autárquicas democráti-cas do país, torna-se o vereador mais jovem de Joanesburgo. Em Maio de 2009 acabaria por voltar a fazer história ao ser o primeiro deputado luso-descendente eleito na África do Sul.

Manny de Freitas, deputado do parlamento sul-africano

POR MARIA SILVA

Page 45: PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

PUB_PC_verao2014_AJBBPORTCOM_A4.indd 1 7/8/14 5:09 PM

Page 46: PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

46 PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES

POLÍTICA

DE SEGUNDO MELHORECONOMISTA DO MUNDO A MINISTRO

DAS FINANÇAS DO QUEBEQUE

PERFIL

Nasceu em Peniche e é ministro das Finanças do Governo do Quebeque, a segunda maior província do Canadá, com 8,5 milhões de habitantes. Membro do Partido Liberal, o seu principal objetivo é equilibrar

as finanças da região canadiana que tem um PIB per capita de 30 mil dólares (22 mil euros).

Carlos Leitão nasceu em Peniche em 1959 mas em 1975, com 19 anos, mudou-se com a família – pai, mãe e quatro

irmãs – para Montereal. Nessa altura estava ainda longe de imaginar que haveria de se tornar um elemento de destaque da política canadiana e um orgulho para a comunidade portu-guesa local.

Filho de um contabilista, estudou no Liceu de Leiria e em Lourenço Mar-ques, onde viveu dois anos, frequen-tou a faculdade de Economia local. No regresso a Portugal, em pleno “verão quente”, encontra um país em auto-gestão. Ainda se matricula no ISCEF (atual ISEG), mas acaba por frequentar poucas aulas: “havia greves quase todos os dias”, justifica. Já no Canadá inscreve-se na Univer-sidade McGill, em Montreal, onde durante seis anos estuda e trabalha em part-time para pagar as propinas e aliviar os encargos financeiros dos pais. Depois de terminar o curso, em 1980, segue para o MBA e começa a trabalhar no Banque Royale, por baixo, nos balcões das agências de Montreal.

Em 1984 tem a oportunidade de entrar para o departamento de economia do banco e em 2003 chega a economista sénior, tendo também o cargo de relações públicas e porta-voz da instituição para contatos com a imprensa. Neste ano muda de banco e começa a trabalhar como economis-

ta-chefe no Banque Laurentienne. É já como quadro desta instituição, em 2008, que a Bloomberg News o considera “o segundo melhor econo-mista do mundo ligado à previsão de indicadores económicos”.

O ano passado abandonou a carreira de economista para se dedicar à vida política, militando no Partido Liberal do Québec, um partido federalista independente que Leitão classifica de “centro-direita”. Come-ça por colaborar, pontualmente, em iniciativas de estratégia da plata-forma económica do partido e em setembro participa ativamente na redação do programa eleitoral. Já em 2014 entra na campanha eleitoral. Ganha as eleições a 7 de abril - com 87,27% (36763) dos votos - e no dia 24 é nomeado ministro das Finanças do Governo do Quebeque.

Carlos Leitão tem-se mostrado preo-cupado com o nível da dívida pública e dos défices orçamentais que, afirma, “sem serem muito grandes [1% do PIB], são quase de natureza estrutural” mas acredita nos “bons recursos humanos, financeiros e naturais para ajudar a equilibrar a situação”.

Neste momento, o responsável está a preparar o próximo orçamento que vai apresentar no Parlamento, sujeitando-se à viva oposição do Partido Québecois, à esquerda; e da CAQ – Coalition Avenir Québec, à direita.

Um economista contra o Euro Nasceu em Peniche mas mudou--se para o Canadá com 19 anos. Em 1974 teve uma curta experiência de emigração em Moçambique que terminou com o 25 de Abril. Faz parte do grupo que criticou o euro. “As diferenças entre Portugal e a média europeia eram demasiado grandes para resultar”, frisa. No entanto, agora discorda da saída do euro: “seria como fazer uma omele-te e querer voltar a pôr os ovos na casca; desfazer a união monetária seria ainda pior”. Continua a visitar Portugal - Peniche e o Algarve, onde vive a mãe - mas, agora, cada vez menos. Vive há 40 anos no Canadá e tem dupla-nacionalidade mas mantém um português tão fluente como o inglês e o francês, as outras duas línguas que fala.

Carlos Leitão, Ministro das Finançasdo Quebeque

POR MARIA SILVA

THE PORTUGUESE OFFER é uma mostra exclusiva de produtos marcadamente portugueses que pretende levar ao conhecimento do comércio local do Reino Unido a qualidade dos sabores e do que de bom se produz em Portugal.

Page 47: PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

THE PORTUGUESE OFFER é uma mostra exclusiva de produtos marcadamente portugueses que pretende levar ao conhecimento do comércio local do Reino Unido a qualidade dos sabores e do que de bom se produz em Portugal.

Page 48: PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

48 PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES

DESPORTO

A edição 2014/15 da I Liga vai arrancar a 17 de agosto, enquanto a temporada inicia-- s e o f i c i a l m e n t e uma semana antes, dia 10, com a Super-

taça entre Benf ica e Rio Ave, anunciou a Federação Portuguesa de Futebol. De acordo com o calendário revelado pela Federação Portuguesa de Futebol (FPF), a primeira jornada do campeonato está agendada para 17 de agosto, um domingo, embora esta data possa ser antecipada um ou dois dias, devido às transmissões televisivas.No dia 10 de agosto, Benf ica e Rio Ave, vencedor do campeonato e finalista ven-cido da Taça de Portugal, respetivamen-te, dão o arranque da temporada com a Supertaça, que será disputada no Estádio Municipal de Aveiro. A primeira elimina-tória da Taça de Portugal está marcada para 6 de setembro, enquanto a final será a 31 de maio de 2015.

Q ua nto à s compet ições eu ropeia s, o "play-off" da Liga dos Campeões, que irá contar com a participação do F.C. Porto, está agendado para 19 e 20 de agosto, a primeira mão, e 26 e 27, o segundo jogo. A fase de g r upos da "Cha mpions", em que já estão Benfica e Sporting, começa a 16 de setembro. A final será a 6 de junho do próximo ano, em Berlim. A terceira pré-eliminatória da Liga Europa, altura em que entra em ação o Rio Ave, será a 31 julho e 7 de agosto. O "playoff", que já conta com o Nacional da Madeira, está marcado para 21 e 28 de agosto e a fase de grupos, com o Estoril-Praia, começa a 18 de setembro. A final da Liga Europa vai decorrer em Varsóvia, a 27 de maio.

O REGRESSO DA GRANDE FESTA DO FUTEBOL

A época do futebol profissional arranca a 17 de agosto. A Primeira Liga 2014/15 já mexe com o mercado de transferências a deslocar trunfos. O Benfica parte na defesa do título.

A correr pela Europa estão o Estoril, Nacional da Madeira e Rio Ave.

POR MANUEL LEMOS

18 clubes

Petit novo treinador

do Boavista

Jesus até 2015

Sobe e desce

O novo presidente da Liga de Clubes, Mário Figueiredo, fez regressar à prin-cipal Liga de futebol a competição entre 18 clubes.

Boavista A Assembleia Geral da Liga aprovou o regresso do Boa-vista à Primeira Liga, à boleia do alargamento de 16 para 18 equipas.

Moreirense Um ano após ter sido despromovido, o Moreirense asse-gurou o regresso à Liga principal.

Olhanense Depois da despromo-ção, a equipa de Olhão vai ter de enfrentar a II Liga.

O Campeão Nacional abre o campeona-to a 17 de agosto em jogo contra o Pa-ços de Ferreira. O treinador Jorge Jesus tem contrato até 2015, grande parte do plantel está com 30 anos. Alguns trun-fos estão de saída. O desfazer de duas ou três duplas (Garay-Luisão; Fejsa/Rú-ben Amorim-Enzo Pérez; Rodrigo-Lima) poderá ser o maior foco de instabilidade de uma formação que voltará a partir na linha da frente para tentar vencer o bicampeonato.

Luisão fica no Benfica por mais três temporadas,até 2016.

O antigo interna-cional português Petit vai orientar

os axadrezados no regresso ao primeiro

escalão do futebol português.

Jorge Jesus irá con-tinuar no comando

técnico do Benfica. O treinador é um dos técnicos

mais assediados do momento, mas irá continuar na Luz.

Águias com época pouco tranquila

Page 49: PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

49www.revistaport.com

11ª jornada - 30/11/201428ª jornada - 12/04/2015

Académica X Benfica Gil Vicente X Nacional

V. Guimarães X Moreirense FC Porto X Rio Ave

Belenenses X Arouca Marítimo X Boavista Penafiel X Sp. Braga P. Ferreira X Estoril

Sporting X V. Setúbal

12ª jornada - 07/12/201429ª jornada - 19/04/2015

Académica X FC PortoArouca X Penafiel

Boavista X Sporting Sp Braga X V. Guimarães

Estoril X V. Setúbal Benfica X Belenenses

Moreirense X P. Ferreira Rio Ave X Gil Vicente Nacional X Marítimo

13ª jornada - 14/12/201430ª jornada - 26/04/2015

Belenenses X Sp. Braga V. Guimarães X Rio Ave

Penafiel X Nacional Gil Vicente X Académica

P. Ferreira X Arouca FC Porto X Benfica

V. Setúbal X Boavista Marítimo X Estoril

Sporting X Moreirense

14ª jornada - 21/12/201431ª jornada - 03/05/2015

Académica X Penafiel Arouca X Marítimo

Benfica X Gil Vicente Sp. Braga X P. Ferreira Estoril X V. Guimarães Nacional X Sporting

FC Porto X V. Setúbal Rio Ave X Belenenses Moreirense X Boavista

15ª jornada - 04/01/201532ª jornada - 10/05/2015

P. Ferreira X Rio Ave Gil Vicente X FC Porto

V. Guimarães X Nacional Belenenses X Académica

Boavista X Arouca Penafiel X Benfica

Marítimo X Sp Braga Sporting X Estoril

V. Setúbal X Moreirense

16ª jornada - 11/01/201533ª jornada - 17/05/2015

Académica X P. Ferreira Arouca X V. Setúbal

Benfica X V. Guimarães Sp. Braga X Sporting Estoril X Moreirense

Gil Vicente X Penafiel FC Porto X Belenenses

Nacional X Boavista Rio Ave X Marítimo

17ª jornada - 18/01/201434ª jornada - 24/05/2015

Belenenses X Gil Vicente Boavista X Estoril

P. Ferreira X Nacional Penafiel X FC Porto

V. Guimarães X Académica Moreirense X Arouca Marítimo X Benfica

V. Setúbal X Sp, Braga Sporting X Rio Ave

1ª jornada - 17/08/201418ª jornada - 25/01/2015

Benfica X P. Ferreira Académica X Sporting FC Porto X Marítimo

Arouca X Estoril Gil Vicente X V.Guimarães

Rio Ave X V. Setúbal Penafiel X Belenenses Sp. Braga X Boavista

Nacional X Moreirense

2ª jornada - 24/08/201419ª jornada - 01/02/2015

Marítimo X Académica Belenenses X Nacional

Estoril X Rio Ave P. Ferreira X FC Porto

V. Guimarães X Penafiel Sporting X Arouca Boavista X Benfica

Moreirense X Sp. Braga V. Setúbal X Gil Vicente

3ª jornada - 31/08/201420ª jornada - 08/02/2015

FC Porto X Moreirense Sp. Braga X Estoril

Belenenses X V. Guimarães Académica X V. Setúbal

Benfica X Sporting Gil Vicente X Marítimo

Nacional X Arouca Rio Ave X Boavista

Penafiel X P. Ferreira

4ª jornada - 14/09/201421ª jornada - 15/02/2015

Estoril X Nacional Arouca X Sp. Braga

P. Ferreira X Gil Vicente V. Guimarães X FC Porto

Marítimo X Penafiel Moreirense X Rio Ave Boavista X Académica Sporting X Belenenses

V. Setúbal X Benfica

5ª jornada - 21/09/201422ª jornada - 22/02/2015

Académica X Estoril Belenenses X Marítimo Benfica X Moreirense Gil Vicente X Sporting Penafiel X V. Setúbal

Rio Ave X Arouca FC Porto X Boavista Nacional X Sp. Braga

V. Guimarães X P. Ferreira

6ª jornada - 28/09/201423ª jornada - 01/03/2015

Boavista X Gil Vicente Sp. Braga X Rio Ave Arouca X Académica

P. Ferreira X Belenenses Estoril X Benfica

Marítimo X V. Guimarães Moreirense X Penafiel V. Setúbal X Nacional Sporting X FC Porto

7ª jornada - 05/10/201424ª jornada - 08/03/2015

FC Porto X Sp. Braga Nacional X Rio Ave

P. Ferreira X Marítimo Académica X Moreirense Belenenses X V. Setúbal

Penafiel X Sporting Benfica X Arouca

V. Guimarães X Boavista Gil Vicente X Estoril

8ª jornada - 26/10/201425ª jornada - 15/03/2015

Arouca X FC Porto Boavista X P. Ferreira

Nacional X Académica Estoril X Belenenses SC Braga X Benfica

Moreirense X Gil Vicente V. Setúbal X V. Guimarães

Sporting X Marítimo Rio Ave X Penafiel

9ª jornada - 02/11/201426ª jornada - 22/03/2015

Académica X Sp. Braga Belenenses X Boavista

Benfica X Rio Ave P. Ferreira X V. Setúbal

V. Guimarães X Sporting Marítimo X Moreirense Gil Vicente X Arouca

Penafiel X Estoril Praia FC Porto X Nacional

10ª jornada - 09/11/201427ª jornada - 04/04/2015

Arouca X V. Guimarães Boavista X Penafiel

Sp Braga X Gil Vicente Estoril X FC Porto

Rio Ave X Académica Moreirense X Belenenses

Nacional X Benfica Sporting X P. Ferreira V. Setúbal X Marítimo

Reforços Reforços

Adrián Lopez(ex-Atléti-co Madrid)

Simeon Slavchev(ex-PFC Litex(

Casa X VisitadoVisitado X Casa Cristian

Tello(ex-Barcelona)

Oriol Rosell (ex-Kansas City)

CALENDÁRIO PRIMEIRA LIGA2014/2015

Page 50: PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

50 PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES

OPINIÃO

O NOVO PORTUGAL TURÍSTICO:

UM BREVE OLHAR

PERFIL

José Manuel SimõesInvestigador e Professor Catedrático da Universidade de Lisboa

Professor Coordenador do Doutoramento em Turismo da ESHTE/UL

Portugal é hoje o se-gundo país da OCDE em que o t u r ismo tem maior peso no PIB (mais de 9%), e o

terceiro da Zona Euro em que tem maior peso nas exportações (cerca de 46% das exportações de serviços e mais de 14 % das exportações totais). Se durante muito tempo a força da imagem turística do país se projectou e alavancou no exte-rior em função da atractividade das suas condições climatéricas e das suas zonas balneares (cer-ca de meio milhar de praias com uso balnear), hoje em dia, Por-tugal consegue posicionar-se internacionalmente igualmente de forma particularmente com-petitiva face a outros atributos:i) A crescente afirmação inter-nacional do património portu-guês (15 sítios classificados pela UNESCO como Património da Humanidade, a que acresce a classificação do Fado).ii) A atractividade das cidades de Lisboa, Por to e Funchal no quadro dos destinos City Breaks, qualquer uma delas já galardoada internacionalmen-te como “Best Destination”. A que acresce a relevância dos cruzeiros (sobretudo em Lis-boa, que também já foi premia-da como melhor destino euro-peu de cruzeiros).iii) A oferta de golfe, em asso-ciação com a de resorts turís-ticos, cuja qualidade já foi, por diversas vezes, merecedora de distinções internacionais e de inclusão nos melhores rankings.iv) A expansão e visibilidade dos eventos culturais e despor-

tivos e dos congressos (neste concreto, note-se que em 2013, no ranking da ICCA, Portugal ocupou o 13º lugar e Lisboa o 9º. v) A qualidade e diversidade da paisagem rural e natural do país, a qual apresenta matizes cénicas de grande singularida-de e força atractiva. Em asso-ciação, destaque-se a qualidade crescente da nossa gastrono-mia e vinhos.vi) A força no mundo católico de Fátima (cerca de 5 milhões de visitantes anuais, dos quais 10% são estrangeiros).

Relembre-se ainda o contributo para o posicionamento interna-cional de Portugal dos seguintes aspectos: i) a relação custo/qua-lidade da oferta; ii) a tradicional segurança e hospitalidade do país; iii) o incremento das rotas e voos para mercados de grande potencial, e a recente expansão das companhias low cost em Portugal; e iv) o acelerado cres-cimento e diversificação da ofer-ta hoteleira (sendo de destacar a qualidade e modernidade da oferta quer dos hotéis de 3, 4 e 5 estrelas, quer dos hostels (vá-rios destes integrando os Tops mundiais) Em síntese, embora conscientes de que a actividade turística é sempre muito sensível às insta-bilidades conjunturais (sobre-tudo económicas, políticas e acontecimentos catastróficos) e pautada por modismos societais e interesses das corporações e operadores, o Turismo em Por-tugal reúne todas as condições para continuar a ser um dos pila-res mais sustentáveis e sustenta-dores da economia e sociedade portuguesas.

JOSÉ MANUEL SIMÕES é Professor Catedrático do Instituto de Geografia e Ordenamento do Ter-ritório da Universidade de Lisboa e Investigador do Centro de Estudos Geográficos da Universida-de de Lisboa, sendo coordenador do Núcleo de Estudos em «Turismo, Cultura e Território» (TER-RITUR). É, ainda, coordenador científico do Dou-toramento em Turismo do IGOT-UL e consultor de Planeamento Territorial e Turístico e integrou a equipa que elaborou a proposta de Programa Na-cional de Política de Ordenamento do Território (PNPOT). Responsável científico da componente portuguesa do projecto internacional SECOA: Solutions for Environmental Contrastes in Coastal Áreas (financiado pelo Seventh Framework Pro-gramme, UE). Fez parte da Comissão Nacional Executiva do Centenário do Turismo em Portugal. Foi orador convidado em vários colóquios, semi-nários e congressos, em universidades portugue-sas e estrangeiras. Tem cerca de nove dezenas de títulos publicados, em nome individual e em co-autoria ou colaboração.

Page 52: PORT.COM - Edição nº 2 - Agosto/Setembro de 2014

Facebook “f ” Logo CMYK/ .ai Facebook “f ” Logo CMYK/ .ai

main red

PMS 1795CC0 M96 Y90 K2

YOUTUBE LOGO SPECS

PRINTgradient bottom

PMS 1815CC13 M96 Y81 K54

on dark backgroundson light backgrounds

standard

no gradients

watermark

stacked logo (for sharing only)

standard

no gradients

watermark

stacked logo (for sharing only)

white

WHITEC0 M0 Y0 K0

black

BLACKC100 M100 Y100 K100