PORT.COM - Edição nº 8 - Junho de 2015

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O Dia de Portugal e os Santos Populares nas comunidades portuguesas www.revistaport.com 2015 . Nº 8 . JUNHO . REVISTA MENSAL . PREÇO: 2,50€ FESTIVAL DO FADO Caixa Ribeira estreia no Porto SELEÇÃO SUB-20 PORTUGAL DOS PEQUENITOS Há 75 anos a encantar miúdos e graúdos Visite o site www.revistaport.com e fique mais perto de Portugal + À conquista do Campeonato do Mundo de Futebol

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O Dia de Portugal e

os Santos Populares

nas comunidades

portuguesas

www. rev i s tapo r t .co m 2015 . Nº 8 . JUNHO . REVISTA MENSAL . PREÇO: 2,50€

FESTIVAL DO FADOCaixa Ribeira

estreia no Porto

SELEÇÃO SUB-20

PORTUGAL DOS PEQUENITOS

Há 75 anos a encantar

miúdos e graúdos

Vis i te o s i te www. rev i s tapo r t .co m e f i que m a i s pe r to de Por t ug a l+

À conquista do Campeonato do Mundo

de Futebol

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SUMÁRIO

CRISE NAS SARDINHAS PORTUGUESAS

26

Vinho português

Campeonato do Mundode Futebol

Sub 20

32

464 EDITORIAL

6 DESTAQUE 10 DE JUNHO 6. O dia em que milhões de portugueses celebram Portugal

8. Dia de Portugal comemorado a Ocidente e Oriente

14 TURISMO14. Guimarães veste o traje medieval

para mais uma Feira Afonsina 16. Portugal dos Pequenitos vai crescer

18 ON LINESugestões de prendas made in Portugal para o Verão

20 COMUNIDADES20. Santos Populares: Junho é festa à portuguesa em todo o mundo!

26 GASTRONOMIA26. Sardinha chega aos Santos Populares

(ainda) mais cara27. Receita de Sardinhas Assadas

28. A bolota apresenta-se à alimentação dos portugueses

30 NEGÓCIOS30. Têxteis lar setor tradicional a crescer acima da média

32. Exportações de vinhos portugueses continuam em crescimento33. 5 conselhos para perceber de vinho

34 CULTURAFestival Caixa Ribeira - Porto recebe talentos

icónicos e emergentes do fado

38 PERFILA “fuga de cérebros” que vingam no estrangeiro

44 DESPORTO44. Benfica bicampeão e o regresso dos clubes do interior

46. Seleção sub-20 à conquista do mundo48. Mais uma vitória para o ultramaratonista João Oliveira

50 DISCURSO DIRETOParis deu-me oportunidade de crescer

6Dia de Portugal, de Camões e das

Comunidades

Festival Caixa Ribeira

34

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Aedição de junho da Revista PORT.COM mostra aos portugueses no hemisfério norte ou no sul, no ocidente ou no oriente, como é que os nossos compatriotas se

juntam por todo o mundo para comemorar o Dia de Portugal, de Camões e das Comuni-dades Portuguesas. A celebração da portu-galidade não se esgota a 10 de junho, com os Santos Populares a merecerem semelhante atenção por parte dos portugueses emigra-dos. A Revista PORT.COM conta-lhe em que comunidades o caldo verde e a sardinha fazem parte da ementa.

Portugal e os portugueses continuam a dar que falar internacio-nalmente. Os investigadores científicos procuram fora de portas as oportunidades que escasseiam no país, e fazem-no bem. Ganham pré-mios e percorrem o mundo a apresentar as suas descobertas. A Revista PORT.COM acompanha a viagem ao Texas de uma jovem investigadora portuguesa radicada e premiada em Inglaterra.

Depois de, na edição de maio, termos levado os leitores a Fátima, em junho focamo-nos nos outros dois éfes: fado e futebol. O Porto recebe a primeira edição do Caixa Ribeira, um festival exclusivamente dedicado ao mais português dos géneros musicais, com nomes como Camané, Carminho e Gisela João. A seleção portuguesa sub-20 viaja para a Nova Zelândia à conquista do terceiro título mundial da categoria, com jo-vens talentos como Gonçalo Guedes e Rony Lopes. Apresentamos-lhes estas e outras figuras que engrandecem o nome de Portugal.

Aproveitamos ainda para saudar as mais de dez mil pessoas que seguem a nossa página Facebook, valor que ultrapassámos no mês passado. Se ainda não faz parte desta comunidade, que conta com re-presentantes um pouco por todo o mundo, convidamo-lo a fazê-lo em www.facebook.com/revistaportcom

Tenham um bom Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, aproveitem os Santos Populares para se aproximarem dos amigos compatriotas e das tradições tão portuguesas que levamos até si todos os meses.

EDITORIAL

LUÍS CARLOS SOARESCoordenador Editorial

A AJBBNETWORK não é responsável pelo conteúdo dos anúncios nem pela exatidão

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dos anunciantes e agências ou empresas publicitárias. Interdita a reprodução, mesmo parcial, de textos, fotografias ou ilustrações, - sob quaisquer meios e para quaisquer fins,

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FICHA TÉCNICA

REVISTA DE PORTUGAL E DAS COMUNIDADES

Edição Mensal - Junho 2015www.revistaport.com

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Rua João de Ruão, nº 12 – 8º3000-299 Coimbra (Portugal)

Tel: (+351) 239 820 688

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EDITOR E PROPRIETÁRIO

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DIREÇÃO Abílio Bebiano

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COORDENAÇÃO EDITORIALLuís Carlos Soares (CP-9959)[email protected]

REDAÇÃO Luís Carlos Soares, Márcia de Oliveira,

Filipa Marques Colaboradores: Ana Portugal, Bruno Martins

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EDIÇÃO PAPEL: Junho 2015

Tiragem: 20.000 Exemplares Impressão: StudioPrint

Depósito Legal: 376930/14Distrib. nacional e internacional: CTT

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DESTAQUE

10 DE JUNHOO DIA EM QUE MILHÕES

DE PORTUGUESES CELEBRAM PORTUGAL

Desde 1924 que o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas é celebrado no dia 10 de junho, um pouco por todo o mundo, por todos os portugueses.

O Dia de Portugal come-mora-se desde 1924, mas não foi sempre da mesma maneira. Até ao 25 de abril de 1974, o 10

de junho era conhecido como o Dia de Camões, de Portugal e da Raça – a raça portuguesa ou dos portugueses, e foi com o Estado Novo que a data ganhou especial dimensão. Nos anos 60, o 10 de junho começou a ser utilizado, também, como uma forma de homenagear as For-ças Armadas Portuguesas, numa exal-tação da guerra e do poder colonial. Só depois de 1978 passa a designar-se Dia de Portugal, de Camões e das Comuni-dades Portuguesas e a ser comemorado nos moldes em que se mantém até hoje.

Nesta comemoração alia-se a portu-galidade com o génio do poeta Luís Vaz de Camões e com o espírito aventureiro

dos portugueses, que, tal como nos tem-pos da expansão marítima, da grandiosi-dade portuguesa, em que Portugal “deu novos mundos ao mundo”, continuam espalhados pelos vários continentes, levando consigo o saber, a língua, a cultura e as raízes nacionais.

POR MÁRCIA OLIVEIRA

SÓ DEPOIS DE 1978 É QUE O 10 DE JUNHO PASSOU A DESIGNAR-SE DIA DE PORTUGAL, DE CAMÕES E DAS COMUNIDADES PORTUGUESAS E A SER COMEMORADO NOS MOLDES EM QUE SE MANTÉM ATÉ HOJE

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Lamego é o palco oficial das comemorações em Portugal

As comemorações deste dia, dedi-cado a todos os portugueses, a todos os heróis e importantes personalidades nacionais, decorrem um pouco por todo o país, mas todos os anos o Presidente da República elege uma cidade para ser sede das comemorações oficiais, que englo-bam várias cerimónias militares, exposi-ções, concertos, cortejos e desfiles, e uma cerimónia de condecorações feitas pelo Chefe de Estado.

Este ano o Presidente da República designou a cidade de Lamego para sede das comemorações oficiais do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. É a quarta vez que Cavaco Silva designa uma cidade do interior para sede do Dia de Portugal, depois de no ano passado ter escolhido a Guarda.

O presidente da Câmara Municipal de Lamego, Francisco Lopes, mos-trou-se contente com esta escolha, esperando que chame a “atenção para a região e as suas potencialidades económicas”. O autarca sublinhou ainda que o concelho é uma “terra de emigração” e um elemento de união entre residentes e portugueses na diáspora.

Luís de Camões, o poeta da portugalidade

Luís Vaz de Camões representava o génio da pátria, representava Portugal na sua dimensão mais esplendorosa e mais genial. Morreu há 434 anos mas continua a ser um dos maiores símbo-los da Língua Portuguesa. É unanime-mente considerado uma das maiores figuras da nação e um dos maiores poetas do Ocidente.

Mas afinal o que é que faz de Luís Vaz de Camões uma figura tão marcante da história de Portugal? A história da vida de Camões continua, apesar dos vários estudos, envolta em algum mistério, mas pensa-se que o poeta terá nascido em Lisboa, no seio de uma família da pequena nobreza que lhe possibilitou uma educação clássica.

Alguns especulam que terá passado pela Universidade de Coimbra mas a vida académica do poeta não está documentada. Sabe-se que Luís Vaz de Camões terá tido uma vida boémia e apaixonada, características que também contribuem para uma certa identificação com a figura do poeta.

Foi preso várias vezes, combateu ao lado das forças portuguesas e escreveu a sua obra mais conhecida, a epopeia nacionalista “Os Lusíadas”. De volta à pátria, depois de publicar a obra, recebeu uma pequena pensão do rei D. Sebastião pelos serviços pres-tados à Coroa. Porém, nos últimos anos da sua vida parece ter enfrentado dificuldades para se manter.

Hoje a sua fama está solidamente estabelecida e é considerado um dos grandes vultos literários da tradi-ção ocidental, sendo traduzido para várias línguas e tornando-se objeto de uma vasta quantidade de estudos críticos.

Sendo um dos mais importantes sím-bolos da portugalidade e da identidade nacional, uma referência maior para toda a comunidade lusófona internacio-nal, a celebração de Camões no Dia de Portugal nunca levantou oposição por parte dos portugueses.

Depois de Guarda, a sede do Dia de Portugal volta a ser no interior do país

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DESTAQUE

LuxemburgoFolclore predomina

nas dezenas de festas

Com Portugal a ser a segunda maior fonte de imigrantes no Luxemburgo, não é de admirar que a cultura portu-guesa já se tenha imiscuído nos costu-mes locais. Exemplo disso é a existência de uma praça no centro da cidade do Luxemburgo chamada Camões, onde a cada 10 de junho entidades oficiais colocam uma coroa de flores no busto do poeta. Nas celebrações do Dia de Por-tugal abundam os festivais de folclore, com espaço também para exposições ou conferências ligadas a temas da história portuguesa. O presidente da Confede-ração da Comunidade Portuguesa no Luxemburgo, José Coimbra de Matos, gostava que “as cerca de 60 associações portuguesas por todo o país se jun-tassem numa festa comum, em vez do cada uma fazer à sua maneira”. Mesmo assim, o panorama luxemburguês é bem mais organizado do que o dos vizinhos franceses.

FrançaMuita dispersão

e pouca representatividade

Apesar de França continuar a ser o país estrangeiro onde vivem e traba-lham mais portugueses, as celebrações do Dia de Portugal parecem perder força de ano para ano. A Revista PORT.COM contactou representantes de associações portuguesas em três das mais populosas cidades francesas, Paris, Bordéus e Montpellier, e as respostas foram semelhantes.

A Associação Portuguesa Cultural e Social de Pontault-Combault, criada há mais de quatro décadas nos arredores de Paris, não celebra o 10 de junho. O principal evento anual que organizam até costuma estar marcado para umas semanas antes, este ano teve lugar no fim de semana de 23 e 24 de maio, com concertos dos Xutos & Pontapés e Tony Carreira: “É a única festa organizada por uma associação com artistas deste calibre e entrada gratuita, mas a pro-

ximidade ao Dia de Portugal é apenas uma coincidência”, confirmou à Revista PORT.COM o representante Cipriano Rodrigues.

O mesmo acontece em Bordéus. Ape-sar de a Associação Alegria Portuguesa de Gironde conseguir organizar uma mostra de artesanato e gastronomia portuguesa visitada anualmente por mais de 35 mil pessoas, há quatro anos que não cria nenhum evento relacionado com o Dia de Portugal: “Em Bordéus até existe uma associação chamada Camões, da qual também sou presi-dente, mas como no 10 de junho cada associação puxava para seu lado, todas as festas foram perdendo força, até não ficar nenhuma”, explica José da Rocha Rodrigues.

De uma cidade a poucos quilóme-tros do Atlântico para uma banhada pelo Mar Mediterrâneo, Montpellier, a indiferença mantém-se: “O 10 de junho não é comemorado, de todo. Para a ge-neralidade dos portugueses em França

DIA DE PORTUGAL COMEMORADO A

OCIDENTE E ORIENTEDe Nova Iorque a Macau, da Alemanha ao Brasil, a programação inclui eventos de cariz

oficial e popular, das provas de vinhos aos festivais de folclore. Nuns pontos do globoas celebrações ganham força de ano para ano, noutros vão-se dispersando.

A Revista PORT.COM leva-o a distintas formas de exaltação de portugalidade.

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a festa verdadeira é o 25 de abril, e nem tem nada a ver com ideologias políticas. No sul de França, em junho, já toda a gente começou a ir para a praia, não dá para reunir os portugueses. O mesmo acontece com os santos populares, que têm muito menos expressão do que, por exemplo, os magustos”, conclui o pro-fessor de língua portuguesa Tito Mota, representante da associação luso-fran-cesa Casa Amadis.

AlemanhaFesta benfiquista aberta

a portistas e sportinguistasNo ano passado, Hamburgo recebeu

as comemorações oficiais do Dia de Por-tugal no estrangeiro, com organização

a cargo do governo português. Durante três dias, o populoso bairro lusitano de Hamburgo, cidade onde vivem cerca de 11 mil portugueses, recebeu concertos como o do músico Berg (vencedor do programa televisivo Fator X) e a visita de figuras como o Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário.

Este ano, a festa é organizada pelo Sport Hamburgo e Benfica, a 13 de junho, no sábado a seguir ao Dia de Por-tugal. A festa ao ar livre vai contar com cinco bandas de portugueses a viver em Hamburgo, para além da atuação de um grupo de concertinas, e dos grupos de rancho folclórico e Zé Pereiras (tocado-res de bombo) do clube.

“As associações portuguesas em

Hamburgo combinam entre si a dis-tribuição da organização de todos os eventos anuais, para que as pessoas não acabem divididas”, indica Bruno Mar-tins, presidente da comissão de eventos do Sport Hamburgo e Benfica.

Há caldo verde, broa e outros manja-res portugueses para todos, mesmo para os portistas e os sportinguistas, que já estão habituados a conviver com a falan-ge benfiquista. Só não se garante que, no final, o fogo-de-artifício não seja mais vermelho do que azul ou verde.

Folclore típico das diversas regiões portuguesas é apresentado nas celebrações no Luxemburgo

Bairro de Hamburgo onde vivem cerca de 11 mil portugueses e lusodescendentes

Em 2014 até o edifício da autarquia da cidade

alemã exibiu a bandeira de Portugal

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DESTAQUE

Estados Unidosda América

Desfile retrata regiões portuguesas

No estado de Nova Iorque resi-dem mais de 50 mil portugueses. A organização das comemorações do Dia de Portugal é a principal tarefa que compete ao New York Portuguese American Leadership Conference, a confederação que engloba as cerca de 50 associações portuguesas espalha-das pelo território estadual. O principal momento destas comemorações passa pela realização de um desfile ao jeito que os filmes americanos costumam mos-trar ao mundo, normalmente associados ao Dia de Ação de Graças ou ao Saint Patrick’s Day.

A principal diferença para estes desfiles passa pela temática, com cada uma das associações a criar um carro alegórico alusivo a uma das regiões portuguesas. O desfile deste ano teve lugar no último domingo de maio, dia 31, em Mineola, Long Island, uma das regiões metropolitanas da cidade de Nova Iorque. Na antecipação desta festa, Gabriel Marques, do New York Portu-guese American Leadership Conferen-ce, perspetivou à Revista PORT.COM a presença de 10 mil pessoas a assistir ao desfile.

No próprio dia 10 de junho, o Consu-lado-Geral de Portugal em Nova Iorque, sedeado em plena Quinta Avenida, em Manhattan, vai organizar uma receção aos líderes das organizações das co-munidades portuguesas locais. O tema deste ano é “Portugal em Azul”, com o intuito de celebrar a presença marítima portuguesa, com destaque para gastro-nomia baseada nas pescas nacionais.

Reino UnidoNova localização, igualmente perto

de Little Portugal

Após um ano de ausência, as celebra-ções do Dia de Portugal em Londres estão de volta, marcadas para o domingo a seguir ao feriado português, ou seja, 14 de junho. O regresso implica a mudança de local do evento, para o parque de Clapham Common em vez do habitual Kennington Park. Tal como a anterior, a nova localização é perto de Stockwell, também apelidado de Little Portugal, por ali residirem muitos portugueses e estarem concentrados muitos negócios lusos. Além de tendas com comida e be-bida, as celebrações incluem atuações de músicos portugueses locais e que viajam de Portugal.

DinamarcaProva de vinhos no regresso das

comemorações oficiais

Depois de vários anos sem assinalar a data, a Dinamarca retoma as come-morações oficiais do Dia de Portugal. Todos os portugueses residentes no país puderam inscrever-se no evento organizado pela Embaixada de Portugal na Dinamarca, cujo programa inclui apresentação e prova de vários produtos portugueses, particularmente vinhos, em colaboração com vários importado-res para o mercado do país escandinavo. A banda portuguesa Lavoisier vai atuar no evento, no qual está prevista a pre-sença de cerca de 200 portugueses. No próximo ano as comemorações oficiais devem ter lugar em Aarhus.

A portugali-dade das rendas

de bilros, do galo de Barcelos e dos bar-retes de campino,

nos EUA

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MacauSérgio Godinho e Moita Flores

no cartaz comemorativoDepois do programa das comemora-

ções ter começado no dia 28 de maio, com a inauguração de uma exposição de marionetas no Consulado-Geral de Portugal em Macau, o ponto alto é o concerto de Sérgio Godinho, a 9 de junho. Francisco Moita Flores vai ter duas intervenções no território: uma como escritor, no Instituto Português no Oriente, no dia 8 de junho, e outra como criminologista, no dia 11. Do dia 10 fazem parte as comemorações mais tradicionais, como o hastear da bandeira portuguesa no consulado e o colocar de uma coroa de flores na gruta de Camões, localizada no jardim com o nome do escritor. O dia termina com uma receção na residência consular, aberta à comuni-dade portuguesa.

CanadáXutos & Pontapés no quarto maior

desfile de TorontoA noroeste de Nova Iorque há um

outro desfile alusivo ao Dia de Portu-gal. Em Toronto, uma das cidades mais populosas do Canadá, a organização das comemorações também cabe a uma confederação que reúne cerca de meia centena de associações de portugueses, a ACAPO (Aliança dos Clubes e Asso-ciações Portuguesas de Ontário), que também organiza um desfile que atrai milhares e milhares de pessoas.

Segundo Melissa Simas, diretora de cultura da Casa dos Açores do Ontário, “o desfile de portugueses é o quarto maior desfile organizado em Toronto”,

cidade com mais de dois milhões e meio de habitantes. A edição deste ano está marcada para o sábado após o Dia de Portugal, a 13 de junho. Para além dos carros alegóricos com representação de folclore e outros costumes portugueses, este ano os cerca de 200 mil portugue-ses que vivem no estado de Ontário poderão testemunhar um concerto dos Xutos & Pontapés.

BrasilCelebrações de norte a sul,

interior e litoralNo extenso e populoso país-irmão

há celebrações do Dia de Portugal de norte a sul, das localidades mais populosas às menos conhecidas. Exemplo disso acontece em Ijuí, pequena cidade no interior do estado mais a sul do país, Rio Grande do Sul,

onde o Centro Cultural Português local organiza jantares que incluem várias representações da cultura por-tuguesa, com destaque para o canto e para a dança.

IrlandaMostra de produtos

e promoção turística de PortugalVários operadores turísticos e jor-

nalistas especializados em turismo vão visitar a Embaixada de Portugal na Irlanda, em Dublin, a 10 de junho, para ficarem a conhecer um pouco mais do nosso país. Para além dos portugueses a residir em solo irlan-dês, também foram endereçados con-vites a empresas portuguesas, como é o caso da Delícias da Estrela, que vai apresentar produtos gastronómicos originários da Serra da Estrela.

Milhares de portugueses em Toronto vão ouvir e cantar os temas de uma das maiores bandas rock nacionais

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Elvira Fortunato preside comemorações do 10 de junho

CTT e Vista Alegre criam edições especiais

Santuário dos Remédios inspira logótipo oficial

Bilhetes para EURO 2016 a partir de 10 de junho

O Presidente da República, Cavaco Silva, nomeou a investigadora Elvira Fortunato para presidente da comis-são organizadora das comemorações do Dia de Portugal. A professora catedrática da Universidade Nova de Lisboa  ficou conhecida por ter criado o primeiro transístor (chip) de pa-pel. Sucede ao político Silva Peneda, que esteve à frente da comissão em 2013 e 2014.

O município de Lamego e os CTT - Correios de Portugal criaram um selo comemorativo da edição deste ano das celebrações oficiais do Dia de Portu-gal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. A Vista Alegre criou uma bandeja alusiva à data, cujo primeiro destinatário será o Presidente da Re-pública, Cavaco Silva.

A Câmara Municipal de Lamego inspirou-se no Santuário de Nossa Senhora dos Remédios, monumen-to que é um dos principais ícones da cidade, para criar o logótipo das comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas. O logotipo está a ser utilizado em todas as iniciativas de comunicação relacionadas com o evento.

O primeiro milhão de bilhetes para a fase final do campeonato da Europa de seleções de futebol é posto à ven-da a 10 de junho, na internet. Tratar-se do Dia de Portugal é apenas uma coincidência, mas há milhares de por-tugueses à espera deste momento, tal a expetativa gerada pela provável presença da seleção nacional na competição que terá lugar em várias cidades francesas.

Breves

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TURISMO

A Feira Afonsina, evento no qual Guimarães recorda e celebra períodos da história em que D. Afonso Henriques foi protago-

nista, caminha para a 5ª edição, que este ano se realiza em junho. Assim, em vez de setembro, a feira que faz a “Cidade Berço” recuar até ao período histórico da génese da nacionalidade portuguesa, recriando os usos, costumes e tradições vimaranenses da época medieval, vai acontecer nos dias 26, 27 e 28 deste mês.

A alteração deve-se ao desejo da autarquia local, organizadora do evento, em fazer coincidir a realização da feira com um dos eventos mais marcantes da história de Portugal. “Como dia 24 de junho é o dia da Batalha de São Mamede, o dia 1 de Portugal, o dia da independên-cia, para além de realizarmos a habitual sessão solene que evoca a efeméride, podemos celebrar a Feira Afonsina logo a partir do dia 26, que é uma sexta-feira”, conta Isabel Pinho, responsável pela Divisão de Cultura e Turismo da CM Guimarães, à Revista PORT.COM.

“A Feira Afonsina procura retratar o máximo possível a época de D. Afonso Henriques, sem recorrer a fundamenta-

lismos. Não deixamos a cidade às escu-ras, mas muitas das luzes são desligadas e criamos cenários com velas, para que seja o mais aproximado possível”, expli-ca a representante.

Este retrato da época afonsina passa pela construção de espaços temáticos, com personagens que despertam o

GUIMARÃES VESTE O TRAJE MEDIEVAL

PARA MAIS UMA FEIRA AFONSINA Os primeiros capítulos da história de Portugal, com D. Afonso Henriques como protagonista,

são todos os anos recriados no centro histórico da cidade minhota. Os visitantes até podem vestir trajes alusivos à época.

De 26 a 28 de junho, as ruas vimaranenses recuarão até 27 de abril de 1128

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imaginário coletivo dos visitantes, num palco privilegiado como é Guimarães. Recorde-se que os muitos monumen-tos que compõem o centro histórico (com destaque para o castelo) valem a essa zona da cidade, o título de Pa-trimónio Mundial da UNESCO.

Mais de 200 mil pessoas por edição

Desde que Guimarães foi capital europeia da Cultura, em 2012, os nú-meros turísticos na cidade “têm sido superiores aos verificados antes desse ano”, aponta Isabel Pinho. A Feira Afonsina tem motivado multidões de visitantes, sobretudo portugueses e espanhóis, a visitar a cidade durante esse fim de semana.

Estima-se que a cada edição passem mais de 200 mil pessoas pela feira, en-tre habitantes e turistas. Todos estão convidados a encarnarem o espírito do evento, sendo até possível o aluguer de trajes alusivos à época recriada.

O episódio da “Carta de confir-mação do Foral de Guimarães”, outorgada pelo Infante D. Afonso Henriques a 27 de abril de 1128, será recriado este ano, com a carta a ser anunciada por arautos no decurso de toda a feira. A existência de uma temática principal é prática comum. No ano passado foi recriado o Cerco a Guimarães de 1127.

Uma das principais cidades do Minho, de onde são originários muitos emigrantes portugueses, recorda assim os primórdios de Portugal. Se tiver curiosidade em recuar ao século XII, já sabe que a melhor máquina do tempo se encontra em Guimarães.

Portugal classificado 15º destino turístico mais competitivo

Guia desafia turistas a percorrer o país de bicicleta

Segundo o ranking “Global Travel & Tourism Competitiveness Index”, pro-duzido pelo Fórum Económico Mun-dial, Portugal é o 15º destino turístico mais competitivo do mundo, à frente de países como a Suécia, a Nova Ze-lândia, a Islândia, a Finlândia, a Bélgica e a Irlanda. “A melhoria da competiti-vidade do turismo português deve-se à liberalização do setor, à redução das taxas e custos e à alteração da estraté-gia de promoção do destino”, lê-se no documento.

A Ecovias de Portugal lançou o primeiro guia turístico das rotas cicláveis por Portugal, disponível em formato digital e exclusivamente em inglês, com o objetivo de atrair os es-trangeiros a visitarem o país através da circulação em bicicleta. No total, o documento propõe 870 quilóme-tros de percursos, de norte (Chaves) a sul (Lagos), do interior (Elvas) ao litoral, onde estão a maior parte dos troços georreferenciados. Por 17,50€ pode ser descarregado em: www.sellfy.com/p/3bcS .

Breves

A Cidade Invic-ta subiu três posições no ranking mundial da indústria de reuniões e eventos internacionais (Inter-national Congress and Convention Association), passando a ocupar o 43º lugar desta tabela anual, que engloba mais de 400 cidades. Enquanto des-tino para realização de congressos, conferências, reuniões e eventos inter-nacionais, o Porto está atualmente à frente de cidades de referência como Dubai, Nova Iorque, Montreal, Oslo ou Florença.

O comboio que une a Régua à estação do Tua, puxado por uma locomotiva a vapor e com vista para rio Douro e para as vinhas em socalco, em pleno Património Mundial da UNESCO, tem 30 circulações agendadas para 2015, um número superior ao do ano passa-do, devido ao aumento de passageiros que tem sido registado nos últimos anos.

Porto supera Nova Iorque no turismo de negócios

Comboio histórico do Douro aumenta número de viagens

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TURISMO

O Portugal dos Peque-nitos, em Coimbra, festeja o 75º aniversá-rio no dia 8 de junho. O momento vai ficar

marcado por uma sessão comemora-tiva com várias entidades convidadas, e um momento especial dirigido a todas as crianças com um bolo de aniversário e uma largada de balões, a par de muita animação, como música, palhaços e personagens históricas que vão interpelar os visitantes.

O parque não sofre intervenções há 50 anos, mas a Fundação Bissaya Barreto, que gere o espaço, prome-te avançar entre 2015 e 2016 com a construção de novos monumentos representativos do Portugal Contem-porâneo, porque não quer “deixar o parque parado no tempo”, conta a pre-sidente da fundação, Patrícia Viegas Nascimento.

Quem não se lembra de brincar, pelo menos uma vez, nas casas regionais por-tuguesas, nas províncias ultramarinas ou nos monumentos dos países de língua portuguesa em miniatura? Portugueses de todo o mundo já tiveram esta oportuni-dade. É por isso que, segundo a respon-sável, o Portugal dos Pequenitos “ocupa um lugar especial no coração de todos os portugueses, quer em Portugal quer nas comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo, na medida em que nutrem um verdadeiro sentimento de pertença e orgulho pelo parque, que a maior parte visitou em criança”.

O Portugal dos Pequenitos é a expres-são da “portugalidade ao realçar e dar a conhecer os aspetos mais emblemáticos de cada região, como as casinhas tradi-cionais e as réplicas de monumentos, proporcionando um verdadeiro encontro de gerações”, afirmou Patrícia Viegas Nascimento à Revista PORT.COM.

Novos tempos, novos monumentos

A escolha dos monumentos ainda é incerta, mas o objetivo está definido: replicar edifícios portugueses pós-década de 1960, altura da última inter-venção no Portugal dos Pequenitos, estando também prevista a introdução de mais casas regionais, esclarece a responsável pela comunicação da Fundação Bissaya Barreto.

A Fundação está a trabalhar neste projeto com uma equipa multidisci-plinar, garantindo que decidirá sobre aquelas representações arquitetónicas que, “sendo inegavelmente emble-máticas do Portugal contemporâneo, possam também simbolicamente, ajudar a veicular valores, símbolos e conteúdos pedagogicamente enrique-cedores da cultura portuguesa contem-porânea”.

PORTUGAL DOS PEQUENITOS

VAI CRESCERO parque de Coimbra festeja o 75º aniversário e irá receber novos monumentos,

que irão representar mais de um terço do que atualmente está edificado. A meta é continuar a mostrar a história de Portugal aos mais novos

e ajudar os adultos a reviver os tempos de criança.

POR MÁRCIA OLIVEIRA

Page 17: PORT.COM - Edição nº 8 - Junho de 2015

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Os novos monumentos, que apesar de respeitarem a filosofia do parque vão ter introdução de alguma tecnologia e audio-guias, irão representar mais de um terço do que já está edificado.

Para além da criação de novos monumen-tos, todo o parque vai sofrer uma remodela-ção, sobretudo ao nível de novas abordagens e conteúdos identitários da cultura de cada uma das regiões e países nela representados, mas também nas infraestruturas de apoio do parque. Prevê-se assim a criação de um espaço de restauração, esplanadas, zonas de sombra, bem como intervenções na loja e no recinto destinado ao serviço pedagógico.

Número de visitantes aumenta de ano para ano

O Portugal dos Pequenitos tem vindo, nos últimos dois anos, a aumentar o número

de visitantes, tendo verificado 228.500 entradas em 2014. A expetativa para este ano é que o número continue a crescer, e, para isso, o parque tem apostado num vasto programa de animação lúdico-pedagógica, com particular enfoque nos conteúdos ligados à História de Portugal e às tradições e costumes portugueses.

No âmbito das comemorações dos 75 anos, o Portugal dos Pequenitos estabe-leceu ainda parcerias com os municípios, permitindo que estes desenvolvam anima-ção e conteúdos pedagógicos no parque, “contribuindo com uma maior oferta para os visitantes”.

As casas e monumentos vão continuar a desafiar a visita dos mais novos, enquanto os mais velhos esperam à porta. O Portugal dos Pequenitos vai crescer, mas sempre em formato miniatura.

OS NOVOS EDIFÍCIOS PORTUGUESES A REPLICAR SÃO PÓS-DÉCADA DE 1960, ALTURA DA ÚLTIMA INTERVENÇÃO NO PARQUE

A criança na imagem não é gigante, a Universidade de Coimbra é que encolheu… no Portugal dos Pequenitos

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20 PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES

COMUNIDADES

EM PORTUGAL…

Santo AntónioDepois dos casamentos,

marchar pelo título de Alfama

Aljustrel, Amares, Cascais, Es-tarreja, Ferreira do Zêzere, Lisboa, Proença-a-Nova, Reguengos de Monsaraz, Vale de Cambra, Vila Nova da Barquinha, Vila Nova de Famalicão, Vila Real e Vila Verde. Estes 13 concelhos assinalam o seu feriado municipal no dia do seu santo padroeiro, o Santo António, ou seja, a 13 de junho.

As celebrações são várias, a maior parte com início na noite da véspera. Para além das sardinhas e dos man-jericos comuns a todos as festas dos santos populares, há muitos outros elementos que as caraterizam, com destaque para os vários aconteci-mentos que se tornaram crónicos em Lisboa.

Os pontos altos das Festas de Lisboa englobam os casamentos de Santo António, na Sé de Lisboa, o desfile das marchas populares, na Avenida da Li-berdade, e os arraiais de rua nos bair-ros típicos da capital, com destaque para Alfama, mas também para Graça, Bica, Mouraria ou Madragoa. Este ano não é exceção.

A iniciativa dos casamentos de Santo António teve início em 1958, pela mão do jornal Diário Popular, que na altura a in-titulou Noivas de Santo António. Depois de ter sido interrompida em 1974, ano da revolução 25 de abril, foi retomada pela Câmara Municipal de Lisboa em 1997, na altura presidida por João Soares.

No dia 12 de junho realiza-se assim a 19ª edição dos Casamentos de Santo António, que terá também a presença de “casais de oiro”, ou seja, o casais que se uniram em 1965 nas Noivas de Santo António, e celebram agora 50 anos de ma-trimónio. Para aplaudir os noivos, todos os anos concentram-se junto à Sé de Lis-boa centenas de populares, para além dos familiares e amigos dos protagonistas.

Sardinhas assadas, manjericos, fogo de artifício, caldo verde, música, martelinhos, fogueiras, balões, tudo isto faz parte do simbolismo das

celebrações dos Santos Populares. Desde o Santo António ao São Pedro, sem esquecer o São João, de Lisboa ao Porto, passando por Nova Iorque, em junho

não falta festa bem popular, bem portuguesa.

POR LUÍS CARLOS SOARES

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www.revistaport.com 21

Os noivos de Santo António desfi-lam à noite na Avenida da Liberdade, depois do desfile das marchas popu-lares. Todos os anos há 20 marchas a concurso, representativas do trabalho ensaiado durante várias semanas em alguns dos principais bairros e fregue-sias lisboetas.

As Marchas Populares de Lisboa realizam-se pela 83ª vez, com Alfama à procura do terceiro título consecutivo, depois de ter ganho em 2013 e 2014. No ano passado foi acompanhada no pódio pelas marchas de Alcântara e do Bairro Alto, respetivamente segunda e terceira classificadas.

A avaliação do júri engloba as cate-gorias coreografia e figurino, melhor letra, melhor musicalidade e melhor composição original. O desfile deste ano terá como temática a celebração dos 500 anos da Torre de Belém.

Terminadas as marchas, os milha-res de lisboetas e de visitantes afluem aos bairros tradicionais, quase todos antigos bairros mouros, para festejarem e participarem nos arraiais, com muita música popular e onde não falta a tradi-cional sardinha assada.

Entre as novidades da programação deste ano, que se estende até 4 de julho, consta o desafio aos lisboetas para recriarem os tronos de Santo António, uma tradição antiga que se foi perdendo ao longo dos anos. Desta forma, a pró-pria autarquia disponibiliza pequenas estruturas que podem ser recriadas enquanto tronos.

Um conjunto de concertos com entrada gratuita, junto à Torre de Belém, encerra as Festas de Lisboa 2015. Um vasto reportório de música portuguesa dos últimos 30 anos vai ser interpretado, a 3 e 4 de julho, por músicos como Sérgio

Godinho, Vitorino, Tim, António Zam-bujo, Luís Represas, Gisela João, Jorge Palma, David Fonseca, Luísa Sobral, Mafalda Veiga, Olavo Bilac, João Pedro Pais, Miguel Araújo e Sara Tavares.

Não faltarão festejos a celebrar Portu-gal, Lisboa e o “Santantoninho”.

São JoãoBalões, martelinhos e epicentro nas Fontainhas

Das três grandes festas populares portuguesas em junho, o São João é aquela que origina o maior número de feriados municipais. São mais de 30 os concelhos que lhe prestam devoção de forma oficial a 24 de junho, seja no norte (Porto, Vila Nova de Gaia, Braga,

Os grelhadores repletos de sardinhas, fêveras e chou-

riço saem à rua nos bairros históricos de Lisboa, na

noite de 12 de junho

Page 22: PORT.COM - Edição nº 8 - Junho de 2015

PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES22

COMUNIDADES

Guimarães, Vila do Conde, Gondomar, Vizela, Castelo de Paiva ou Terras de Bouro), na região centro (Figueira da Foz, Tabuaço, Nelas, Aguiar da Beira, Lousã, Moimenta da Beira, Sertã ou Figueiró dos Vinhos), no sul (Alcácer do Sal, Mértola, Moura, Castro Marim ou Tavira), nos Açores (Angra do Heroís-mo, Horta, Lajes das Flores ou Santa Cruz da Graciosa), na Madeira (Calheta e Porto Santo) e até na Grande Lisboa (Almada e Alcochete).

No norte é onde se assinala a data com mais intensidade, principalmente no Porto e em Braga. Na Cidade Invicta até lhe chamam “a noite mais longa do ano”, com ponto de comparação possível apenas com o réveillon. Em Braga aca-bam de anunciar uma candidatura das festas locais ao inventário nacional do Património Cultural Imaterial.

Quando a noite de 23 de junho dá lugar à madrugada de 24, à meia-noite, ocorre o ponto alto das festas no Porto, com o fogo de artifício lançado em iniciativa conjunta com os vizinhos de Gaia, e leva dezenas de milhares de pessoas a olha-rem para o céu junto ao Douro, já que o fogo é lançado a partir da Ponte D. Luís I e de plataformas instaladas no rio. Este espetáculo de cor costuma durar cerca de um quarto de hora.

Mas nem só de fogo de artifício se enchem os céus da capital do norte. As-sim que cai a noite, os primeiros balões de papel começam a ser lançados por pequenos e graúdos, uma tradição que não perdeu força com o passar dos tem-pos. Numa das novidades deste ano, na Avenida dos Aliados será feita a largada de 120 balões, alguns com 10 metros de altura. O maior de todos tem cerca de 11 metros de diâmetro.

Da tradição também faz parte o chiar dos milhares de martelinhos coloridos, com que se bate na cabeça dos outros transeuntes, sejam ou não rostos conhecidos. Há quem prefira utilizar o alho-porro, igualmente divertido, mas mais desagradável para os visados, tal o cheiro que deixa na pele e na roupa.

Este ataque de martelinhos e alhos--porros estende-se da Ribeira até à Foz, onde se multiplicam as fogueiras, as cascatas de São João e a sardinha assa-da, sem esquecer os Aliados ou mesmo a Boavista. Não há noite de 23 para 24 junho que não contemple as Fontai-nhas, bairro histórico junto ao Douro onde há várias décadas começaram as celebrações.

Na apresentação das Festas de São João do Porto 2015, o autarca Rui Moreira quis deixar bem claro que é nas Fontainhas que começa a acaba

o programa das festividades, onde incluiu eventos como os festivais de música NOS Primavera Sound e Caixa Ribeira Fado, assim como a tradicional Corrida de São João, prova de atletismo com uma extensão de 15 quilómetros ao longo da cidade.

Excluindo os festivais, a Avenida dos Aliados continuará a ser o palco maior dos grandes concertos do São João 2015. Os D.A.M.A. tocam a 19 de junho, Rui Veloso no dia 20, comemo-rando 35 anos de carreira, os Deolinda no dia 21, António Zambujo a 22. José Cid é rei na dita noite de São João, ta-refa que já se habituou a desempenhar noutros anos.

Depois da “noite mais longa do ano”, no dia 24 os mais resistentes podem assistir à 31ª Regata dos Barcos Rabelos das grandes marcas de Vinho do Porto, regata que termina na Ponte D. Luís I.

Da Ribeira até à Foz, as margens do Douro enchem-se de milhares de portuenses e visitantes

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Tal como as Festas de Lisboa, as Fes-tas de São João do Porto 2015 culminam a 4 de julho. O ponto final é colocado pelas Rusgas de São João, concurso em que dezenas de representantes de várias freguesias portuenses competem entre si, através de cânticos e danças, para demonstrarem toda a alegria e orgulho por se pertencerem à zona da cidade que representam. Este ano as rusgas exi-bem-se também nas Fontainhas, onde

tudo começou.

São PedroNão há bairro poveiro que dispense uma boa rusga

O dia 29 de junho, dia de São Pedro, é celebrado um pouco por todo o territó-rio nacional, de concelhos a norte como Macedo de Cavaleiros, Alfândega da Fé,

Celorico de Basto e Felgueiras, a outros a sul, como Sintra, Montijo, Évora e Cas-tro Verde. Por ser conhecido como santo dos pescadores, celebra-se também em municípios piscatórios, como o norte-nho Póvoa de Varzim, o algarvio Lagos, o madeirense Ribeira Brava e o açoriano Lajes do Pisco. São estes últimos que lhe mostram mais devoção através de festividades.

A Noitada de S. Pedro leva todos os anos milhares de pessoas à Póvoa de Varzim, localidade onde muitos emi-grantes originários do norte de Portugal têm uma casa para passar férias. Para além das sardinhas, dos manjericos, da música popular e do fogo de artifício, que chega a prolongar-se por períodos próximos dos 20 minutos, destaca-se o fervor com que as rusgas são encaradas.

O estádio do Varzim Sport Club, onde por norma se disputam jogos de futebol,

serve de palco para as rusgas de bairros como Mariadeira, Regufe, Belém, Norte, Sul e Matriz, desde as apresentações dos infantis aos participantes seniores. Os habitantes destes bairros poveiros torcem fervorosamente pelos seus, que nem as claques de futebol que visitavam este estádio aquando dos tempos áureos do clube local.

Na manhã seguinte, aqueles que con-seguirem tirar o pé fora da cama podem deslocar-se à tradicional Missa de São Pedro, na Igreja da Lapa. A tarde é ocu-pada por vários concertos de entrada gratuita, até que a Majestosa Procissão de S. Pedro saia da Igreja Matriz.

O fim da programação associada ao São Pedro está marcado para alguns dias após o feriado municipal, com o Grande Prémio de Atletismo de São Pedro, que este ano vai para a 27ª edição.

NAS COMUNIDADES…

LuxemburgoTodas as associações organizam

uma festaAs festas dos Santos Populares no

Luxemburgo são do mais semelhan-te que se pode encontrar à realidade portuguesa. Festas ao ar livre, dezenas de portugueses e lusodescendentes a dançarem música popular, outros tantos agarrados a um bocado de pão coberto por uma sardinha ou uma fêvera. “Os Santos Populares no Luxemburgo são muito animados, quase todas as cerca de 60 associações de portugueses organi-zam uma ou mais festas, seja no Santo António, no São João ou no São Pedro”, comprova José Coimbra de Matos,

Os martelinhos de São João atrevem-se a chiar na cabeça de todos os transeuntes

Page 24: PORT.COM - Edição nº 8 - Junho de 2015

PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES

COMUNIDADES

presidente da Confederação da Comu-nidade Portuguesa no Luxemburgo, que indica ainda uma particularidade: “Dada a existência de vários importadores portu-gueses no Luxemburgo, temos facilidade em encontrar os produtos alimentares adequados às festas populares, pratica-mente tudo ainda mais barato do que em Portugal”, garante o representante associativo.

FrançaEm Bórdeus não falta nada,

nem mesmo folcloreTal como no Luxemburgo, em muitos

pontos da geografia francesa os Santos Populares são celebrados com o máxi-mo possível de similaridade à realidade portuguesa. Exemplo disso acontece em Bordéus, onde uma associação chamada Alegria Portuguesa de Gironde organiza uma grande festa perto da data do São Pedro, com o objetivo de celebrar

também o Santo António e o São João. Pa-ra além da comida típica da data, esta festa inclui atuações de grupos de folclore e de bandas que interpretam música popular portuguesa. Esta associação de Bordéus inclui mesmo uma banda deste género, chamada Lua Cheia.

AlemanhaSão João à minhota… em Hamburgo

Em Hamburgo, as várias associações portuguesas combinam entre si as festas que lhe cabem organizar a cada ano, para que umas não tirem pessoas às outras. A organização dos Santos Populares cabe a uma associação chamada Juventude do Minho, que todos os anos se esmera na realização das festas de São João, não fosse este o padroeiro de cidades como Braga e Guimarães. Este ano não vai fugir à regra, com o arraial a saber e a soar tal e qual como as celebrações por terras minhotas.

Estados Unidos

Dezenas de festas em Newark e Mineola

Em Nova Iorque há mais de uma dezena de festas relacionadas com os Santos Populares, organiza-

das pelas diversas associações, num estado onde residem 50 mil portugueses. Newark e Mineola são as zonas mais ativas neste aspeto, com festas marcadas em honra de Santo António, de São João e de São Pedro.

CanadáO Espírito Santo também é

celebrado, por influência açorianaAs sardinhas, a broa e os ingredientes

para o caldo verde chegam com facilidade a diversas zonas canadianas, com desta-que para o estado de Ontário. Para além de Santo António, São João e São Pedro, também há quem faça festa à portuguesa em honras do Espírito Santo, no final de maio. De origem portuguesa, foram implementadas por açorianos em várias regiões do Brasil e da costa leste dos Estados Unidos e do Canadá. A Casa dos Açores de Ontário, sediada em Toronto, é uma das várias associações que se encar-regam da organização de festas do Divino Espírito Santo.

BrasilSanto António de Lisboa,

padroeiro de Bento GonçalvesTodos os municípios no Rio Grande do

Sul, o estado brasileiro mais a sul, têm um santo como referência, como padroei-ro do município. Na cidade de Bento Gonçalves, o padroeiro é o Santo António de Lisboa, pelo que o feriado municipal é a de 13 de junho. O dia é assinalado por diversas comemorações, como missas, uma procissão e almoços festivos com bailaricos à portuguesa. Nestas festas não faltam sardinhas e caldo verde.

BENTO GONÇALVES, BORDÉUS E HAMBURGO VESTEM-SE DE LISBOA, PORTO OU BRAGA

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Page 26: PORT.COM - Edição nº 8 - Junho de 2015

PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES26

GASTRONOMIA

A quota de sardinha atribuída a Portugal, em 2015, equivale a menos de um quarto da pescada há quatro anos. No ano passado, o quilo de sardinha rondou os dois euros, bem mais do que os 76 cêntimos de 2011. Isto faz com que chegue ao consumidor a custar dez euros, em média, podendo até ultrapassar os 15 euros.

SARDINHA CHEGA AOS SANTOS POPULARES (AINDA) MAIS CARA

Dicas para o momento da compra

A sardinha é rainha na mesa dos portugueses, sobretu-do quando chegam junho e os Santos Populares, mas é de prever que este

ano esteja mais cara, apesar de em 2014 o quilo de sardinha ter chegado a valores inimagináveis. Há 20 anos estimava-se que o stock do Atlântico albergasse cerca de 800 mil toneladas de sardinha, mas este valor foi reduzido para 500 mil em 2007, e não vai além das 150 mil tonela-das atualmente. Isto contribui para que a quota do stock ibérico para 2015 seja muito pequena, apenas 19 mil toneladas até ao final do ano.

Os portugueses têm direito a 68% da quota ibérica, ou seja, 13 500 toneladas. Este valor equivale a um quarto da que tinha sido atribuída em 2011 (58 mil to-neladas); a menos de metade das captu-ras de 2012 (31 mil toneladas); e a menos 10% do que a sardinha pescada em 2014 (15 mil toneladas até setembro).

Para além disso, as embarcações portuguesas e espanholas não puderam pescar sardinha do stock ibérico entre 20 de setembro de 2014 e final de fevereiro

deste ano, como medida de proteção da espécie.

A escassez faz os preços disparar. Em 2011, o quilo de sardinha na lota custava, em média, 76 cêntimos. Em 2014, com um quarto dos desembarques, o quilo passou a custar dois euros, mas com casos a chegar aos cinco euros. Isto faz com que num supermercado o quilo atualmente custe, em média, dez euros, podendo até ultrapassar os 15 euros.

A rainha do Santo António, do São João e do São Pedro chega assim aos con-sumidores a valores pouco populares.

Amiga do coração

Escolher sardinhas numa lota ou num supermercado não tem um grau de imprevisibilidade tão grande como o de, por exem-plo, escolher melões. Há alguns fatores que o comprador deve ter em conta, como: pele brilhante; textura firme, em que o corpo não dobra; não estar “engravatada”, ou seja, não ter sangue por fora da cabeça; e ter olhos brilhantes, claros, com aspeto vivo.

Rica em ómega-3, a sardinha ajuda a prevenir doenças cardiovascu-lares. Os ácidos gordos polinsaturados que nela abundam potenciam a aprendizagem e a me-mória, e previnem situa-ções inflamatórias como a artrite reumatoide.

A sardinha fresca não tem sangue na guelra

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A nossa sardinha goza de boa reputação dentro e fora de portas. O reconhecimento é antigo, como comprova o recenseamento de peixes do litoral do desembargador Duarte Nunes de Leão, no século XVI: “No mesmo mar de Setúbal e no de Sesimbra, sua vizinha, há a sardinha mais saborosa que se pode dar”. Consta que, em 1855, as sardinhas de Setúbal alcançaram menção honrosa na Exposição Internacional de Paris.

Associada à alimentação popular, mas cada vez mais utilizada por grandes chefs, é iguaria indispen-sável nas festas populares de ju-nho: Assada na brasa, sobre o pão e com pimentos assados, como manda a tradição.

RECEITA

SARDINHA ASSADA

Ingredientes Sardinhas (seis a dez por pessoa)

• Sal• Batata cozida• Azeite• Pão• (Para a salada)• Pimentos verdes e vermelhos• Tomate• Pepino• Cebola• Azeite• Vinagre• Sal• Pimenta

Preparação:

Temperar cada camada de sardinhas com sal grosso e colocar sobre uma rede ou caixote, inclinando para es-

correr a água do sal, que pode estra-gar as sardinhas do fundo. Acende-se o fogareiro a carvão e deixa-se arder até ficar sem lavareda e sem fumo. Coloca-se a grelha sobre as brasas e deixa-se aquecer bem. Assam-se as sardinhas de um lado e do outro. Com a gordura que delas escorre, o lume tem tendência a incendiar-se pelo que se deve ter perto um pouco de areia. Entretanto cozem-se as batatas com a pele em água temperada com sal. Prepara-se a salada. Tira-se a pele e as pevides aos pimentos já assados, lavam-se e cortam-se às tiras. Lava-se o tomate e corta-se às rodelas finas, bem como a cebola. A sala de tomate serve-se com a cebola e tempera-se com azeite, vinagre, sal e pimenta. À parte servem-se os pimentos tempe-rados.

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PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES28

GASTRONOMIA

Depois de muitas décadas a ser vista apenas como comida para porcos, a bolota está a ser introdu-zida na alimentação dos

portugueses. Uma equipa de investiga-dores da Universidade Católica do Porto (UCP) divulgou, em março, os resulta-dos de um estudo sobre as característi-cas nutricionais da bolota, que indicam que esta pode ser uma alternativa para celíacos (intolerantes ao glúten) e prote-ge contra a oxidação do ADN.

Os benefícios são comprovados à Re-vista PORT.COM por Manuela Pintado, a investigadora que conduziu o estudo: “Além da riqueza em fibra e proteína, a bolota apresenta um perfil de lípidos semelhante ao do azeite e ausência de glúten, exibindo uma riqueza destacável em compostos antioxidantes. Apresenta também a capacidade de promover o crescimento das bactérias benéficas presentes na nossa microbiota intesti-nal”, destaca.

Trocando por linguagem de fora do laboratório, quando utilizada na alimen-tação humana a bolota pode contribuir para a criação de energia, para prevenir o envelhecimento das células e reforçar o sistema digestivo.

Nos estudos realizados pela Escola Superior de Biotecnologia da Universi-dade Católica foram utilizadas bolotas de azinheira do montado alentejano, em diferentes formatos, como farinha, bebida de bolota fresca e até café de bo-

A BOLOTA APRESENTA-SE À ALIMENTAÇÃO

DOS PORTUGUESESTodos os anos mais de metade da bolota existente em Portugal é desperdiçada,

o que pode estar para mudar. Uma equipa de investigadores nacionais apresentou um conjunto de características nutricionais que valorizam o fruto

abundante no Alentejo e no norte do país.

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29 www.revistaport.com

lota (a denominação de café é apenas para facilitar, porque deriva também de um processo de torra).

Utilizável na confeção de pão, bolos e até iogurtes

A farinha de bolota, que atualmen-te já existe no mercado, pode ser utilizada na confeção de pão, bolos, biscoitos e até pastéis de nata de bolota: “A bolota é um produto que tem cerca de 80% de hidratos de car-bono, com cerca de 55% de amido e o restante fibra, e não contém glúten, pelo que pode ser interessante como fonte de hidratos de carbono em pessoas que por alergia ou opção não consomem glúten”, explica Manuela Pintado.

Na generalidade dos países tem ha-vido uma crescente procura de pro-dutos sem glúten, pelo que o poten-cial económico da bolota, que existe em grande quantidade no Alentejo e no norte de Portugal, pode tornar-se bastante atrativo para algumas em-presas de produtos alimentares.

A UCP convidou uma empresa por-tuguesa ligada à produção de iogurtes a englobar as caraterísticas benéficas da bolota nos seus produtos. A Frulact apresentou recentemente três formatos de iogurtes diferenciados, “todos eles de elevada originalidade e sabor, que tiveram elevada aceitabilidade quando foram apresentados”, conta Manuela Pintado, que está expectante para saber se produtos deste género serão lançados no mercado.

Até lá, não faltam possíveis utili-zações para este alimento, “como as recomendadas num livro do chef Pedro Mendes, chamado “O renascer da Bolo-ta”, onde há mais de vinte receitas que exploram o seu valor gastronómico”, propõe a investigadora.

Da produção anual média de 400 mil toneladas de bolota em Portugal, mais de metade tem sido desperdiçada. Transformar este desperdício em rendi-mento pode resultar não só em inte-ressantes proveitos económicos, como numa mais-valia para a já de si tão rica e completa gastronomia portuguesa.

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PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES30

NEGÓCIOS

O ano 2014 foi o melhor dos últimos 11 para as exportações da indús-tria têxtil. As vendas de colchas, mantas,

lençóis, toalhas e outros produtos do subsetor dos têxteis lar tiveram um importante contributo para este registo positivo. O governo portu-guês está ciente deste aspeto, com o vice-primeiro-ministro Paulo Portas a caraterizar, no mês passado, os têxteis lar como “um setor tradicional que hoje em dia está a contribuir acima da média para o crescimento de exporta-ções”.

O crescimento deste subsetor não só foi “acima dos 4% de crescimento médio das exportações nacionais”, como superou “o melhor ano de sempre de 5,8%”, reforçou Portas, na visita a uma empresa têxtil em Guimarães. O concelho minhoto é um dos em que a indústria deste setor mais contribui para as vendas para o estrangeiro, particularmente para Espanha, França e Alemanha.

Os Estados Unidos e o Japão são os mercados mais relevantes fora do espaço comunitário, mas também já há quem venda para a Rússia, para a Chi-na, para a Coreia do Sul, para a Austrá-lia ou até para a Nova Zelândia.

As palavras do vice-primeiro-minis-tro fizeram eco noutras do ministro

da Economia, António Pires de Lima, que no início do ano havia apontado “o crescimento de 3% das vendas para ex-terior” dos têxteis lar e outros artigos têxteis confecionados. Ao exportarem 656 milhões de euros passaram a res-ponder por 14% do total das expor-tações da indústria têxtil e vestuário nacional.

Portugal é o maior produtor europeu e o quinto maior exportador mundial da família de produtos que engloba as toalhas, as mantas, os lençóis, entre outros. O

reconhecimento da qualidade e inovação destes gera recordes de vendas, que vão da vizinha Espanha à tão distante Nova Zelândia.

TÊXTEIS LARSETOR TRADICIONAL

A CRESCER ACIMA DA MÉDIA

Mais de 60 empresas portuguesas marcaram presença na edição da Heimtextil, em Frankfurt, a maior feira do mundo ligada aos têxteis lar

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www.revistaport.com 31

Contribuir para superar os cinco mil milhões de euros Têxteis lar é um subsetor em que a in-dústria portuguesa é a maior produtora europeia e a quinta maior exportadora mundial. Grande parte da produção das empresas portuguesas é vendida às principais marcas mundiais, para quem trabalham em regime de private label, ou seja, produzem e depois as marcas colocam os seus símbolos.

Na altura, Pires de Lima previu que o setor têxtil podia fechar 2014 com um crescimento próximo dos 9% face a 2013, nos 4,6 mil milhões de euros, com os têxteis lar a faturar 650 milhões. O ministro demonstrou também acreditar que poderá passar a barreira dos cinco mil milhões de euros até 2016.

O objetivo definido no plano estraté-gico para chegar a 2020 com vendas de cinco mil milhões de euros, recuperan-do o valor recorde registado em 2001, ficará assim desatualizado com bastante antecedência: “É por boas razões”, comentava o ministro a esse respeito. Afinal, poucos são os setores portu-gueses que conseguem antecipar-se a previsões governamentais. Pelo menos às positivas.

Produzir toalhas 3D e tecidos luminosos

Tal só é possível graças à inovação, design e à qualidade que as empresas nacionais colocam nos seus produtos. Exemplo desta inovação é visível, por exemplo, na “Bom Dia”, de Vizela, que criou toalhas 3D, para as quais até são precisos óculos especiais, como se se estivesse a ver um filme a três dimen-sões.

Outro exemplo de inovação reside na vizinha “Mundo Têxtil”, a maior produ-tora de felpos da Europa, que também é de Vizela. Entre os seus produtos mais recentes consta a Candy, uma toalha

que pesa apenas 280 gramas, pratica-mente metade das toalhas normais.

E que dizer da “Têxteis Penedos”, de Guimarães, empresa que exporta 98% da produção, números que também englo-bam a comercialização de tecidos de deco-ração luminosos. Parece que a imaginação não tem limites na região do Alto Ave.

Conjuntos de cama e edredons fazem parte da oferta nacional

Toalhas em algodão egípcio produzidas em Vizela

ESPANHA, FRANÇAE ALEMANHA SÃO OS PAÍSES QUE IMPORTAM MAIS TÊXTEIS LAR PORTUGUESES, MAS RÚSSIA, CHINA E ATÉ NOVA ZELÂNDIA TAMBÉM JÁ SÃO CLIENTES

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PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES32

NEGÓCIOS

As exportações de vinhos portugueses cresceram 1,1% em 2014, face ao ano anterior, rondando os 730 milhões de euros.

Um trabalho sobre o setor do vinho em Portugal, realizado pela consultora Informa D&B, realça “o crescimento contínuo das vendas de vinho português nos mercados externos”, lembrando que as exportações se situaram perto dos 582 milhões de euros em 2009.

O comportamento anual das expor-tações entre 2009 e 2014 tem originado um “aumento significativo do saldo positivo da balança comercial do setor”, salienta o estudo.

Cerca de 65% das exportações corres-pondem a vinhos com Denominação de Origem Protegida (DOP), com desta-que para o vinho do Porto, com uma participação sobre o valor total próxima dos 45%.

Mais de metade das vendas (55%) para

mercados externos corresponderam ao mercado europeu, com destaque para a França, onde reside a maior comuni-dade portuguesa no estrangeiro, e para o Reino Unido, o principal destino de emigração nos últimos anos.

Mais empresas, menos produção

O trabalho especifica ainda que o volume de produção provisório de vinho na colheita de 2014-2015 se situou em 5,9 milhões de hectolitros, menos cerca de 5% em relação à colheita de 2013-2014. A superfície vitivinícola em Portugal tem também seguido nos últimos anos uma tendência de redução. Em 2013 situou-se em 224 mil hectares, o que representa um retrocesso de 6% face a 2005.

O número de empresas com atividade no setor, por seu lado, cresceu no perío-do de 2010 a 2013, situando-se nas 823 no último ano, enquanto o volume de emprego gerado se manteve na casa dos milhares de trabalhadores.

Cerca de 75% das empresas produ-toras de vinho em Portugal emprega menos de 10 pessoas e apenas cerca de 25 têm mais de 50 trabalhadores.

Cerca de metade das vendas para o estrangeiro correspondem a vinho do Porto. O mercado europeu continua a ser o mais importante, com destaque para

França e o Reino Unido.

EXPORTAÇÕES DE VINHOS PORTUGUESES

CONTINUAM EM CRESCIMENTO

O SETOR DOS VINHOS EMPREGA MILHARES DE TRABALHADORES EM PORTUGAL

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www.revistaport.com 33

Não escolher apenas pelo preço

Não é o preço que define a qualidade, tal apenas tem a

ver com as regras do mercado. Logicamente todos os vinhos topo de gama têm um preço

acima da média, mas há vinhos excelentes a preços imbatíveis e vinhos que não justificam o

preço.

Servir à temperatura certaVinhos brancos, rosés e

espumantes devem ser bebidos frescos (entre seis e 13 graus),

porque o frio aumenta a perceção dos aromas perfumados e

da acidez. Tintos entre os 15 e 19 graus, para acentuar a intensidade dos aromas e o

impacto do doce e do álcool.

Utilizar copos adequados

Os copos para beber vinho devem ser leves, de pé alto, vidro fino e com uma boca

estreita, para afunilar os aromas. Experimente beber o mesmo vinho em copos grossos e rasos, e sentirá a

diferença.

Encher o copo a metade ou a dois terços

Só assim poderá apreciar devidamente os aromas de cada vinho, que assim têm

espaço para subir, libertar-se e conservar-se dentro do corpo do copo o maior

tempo possível.

Decantar os Porto muito velhosMuitos vinhos do

Porto não necessitam decantação e podem ser servidos diretamente da garrafa para o copo. No entanto, os tawny muito

velhos ou os vintage têm tendência para criar

depósito.

A Revista PORT.COMpartilha uma mão cheia

de truques para apreciadoresde uma bebida que faz parte

do património histórico, cultural e económico de Portugal.

conselhos para perceber

de vinho

5

Page 34: PORT.COM - Edição nº 8 - Junho de 2015

PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES34

CULTURA

PORTO RECEBE TALENTOS ICÓNICOS E EMERGENTES DO FADOO Caixa Ribeira é um festival exclusivamente dedicado ao mais português dos géneros musicais, uma das principais marcas identitárias do país. A primeira edição está marcada para os dias 12 e 13 de junho, na baixa ribeirinha da “Cidade Invicta”, durante os quais reúne ícones como Maria da Fé e Camané, e talentos emergentes como Carminho e Gisela João.

Maria da Fé

Regresso às origens de uma figura incontornável

Nasceu no Porto há 72 anos, onde gravou o seu primeiro disco, em 1959, numa cave de uma loja de eletrodomésticos. Depois de cumpridas as 18 primave-ras, mudou-se para Lisboa, onde se tornou numa figura incontornável do universo do fado. Atualmente soma de-zenas de discos e centenas de temas editados, percurso que já a levou a ser distinguida oficialmente tanto pelos mu-nicípios do Porto e de Lisboa, como pelo antigo Ministério da Cultura. No regresso às origens, marcado para a noite de 13 de junho, certamente não deixará de interpretar canções que imortalizou, como “Cantarei até que a Voz me Doa” e “Vento do Norte”.

Page 35: PORT.COM - Edição nº 8 - Junho de 2015

www.revistaport.com 35

Gisela JoãoA revelação mais recente

O primeiro disco a solo desta barcelense de 31 anos foi lançado em 2008, com o nome “O Meu Fado”, mas foi o álbum homónimo de 2013 que lhe garantiu a pro-fissionalização. Começou por escalar lugares na tabe-la de álbuns mais vendidos em Portugal até chegar ao topo e ao primeiro disco de platina, corresponden-te a mais 15 mil unidades vendidas. Também já teve honras de atuar a solo nos coliseus de Lisboa e do Por-to, os quais lotou no início deste ano. A mais recente revelação do fado chega ao Caixa Ribeira a 13 de junho, dois dias após protagonizar o primeiro concerto da edição deste ano do festival Chantiers d’Europe, em Paris.

Camané

Novo disco de originais, meia década depois

Não lançava um álbum de canções inéditas desde 2010, quando “Do Amor e dos Dias” entrou direta-mente para o número do top de vendas nacional. O feito foi agora repetido por “Infinito Presente”, o que comprova a popularidade de um dos nomes maiores do fado. Para além do novo lançamento, este ano assi-nala o 20º aniversário do primeiro disco, “Uma Noite de Fados”. As principais canções destes três álbuns, assim como dos outros qua-tro que deram fama a este lisboeta de 48 anos, estarão certamente em destaque na segunda noite do festival portuense.

Ricardo Ribeiro

Referência do fado em Portugal, da

world music fora de portas

O fadista foi um dos qua-tro finalistas para “Melhor artista” nos prémios anuais atribuídos pela Songlines, uma revista inglesa espe-cializada em world music, ou seja, géneros musicais caraterísticos de determi-nadas regiões do planeta, no qual o fado é muitas vezes incluído. Ricardo Ri-beiro foi nomeado pelos lei-tores da publicação devido a “Largo da Memória”, um disco de 2013. Os jornalis-tas da revista acabaram por atribuir o prémio ao vete-rano nigeriano Tony Allen, o que em nada desprimora o fado de voz grave deste lisboeta que atua no Caixa Ribeira a 12 de junho.

Carminho

Consagrada a solo e em colaborações

Apesar de ter apenas 30 anos, tem uma voz, um no-me e um rosto sobejamente conhecidos em Portugal, no Brasil e em Espanha. O reconhecimento resulta não só dos discos de fado que interpreta a solo, como também das colaborações com artistas estrangei-ros (em outros géneros musicais ligeiros), como o espanhol Pablo Alborán e os brasileiros Caetano Velo-so, Chico Buarque e Milton Nascimento. Depois de ter lançado o álbum “Canto” no final do ano passado, disco que em abril levou a palcos no Rio de Janeiro e em São Paulo, prepara-se para o exibir na cidade In-victa, na noite que inaugura o festival.

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PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES

CULTURA

Livro de Sophia de Mello Breyner Andresen premiado no Brasil

Bob Sinclar encabeça cartaz do Dancefloor Leiria

Músico português Noiserv regressa a Paris

Azulejo português candidato a

património da Humanidade

O livro “A menina do mar”, da escritora portuguesa que faleceu há pouco mais de uma década, foi considerado uma das melhores obras literárias publica-das no mercado brasileiro em 2014, di-rigidas a jovens e crianças. A distinção foi feita por uma instituição brasileira chamada Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil.

Luis Coixão, um português a viver em França, apresentou o livro “Mon Père, ce Héros - Petite Histoire de l’Immi-gration Portugaise”, no Consulado de Portugal em Paris. O autor nasceu em Freixo de Numão, no concelho de Vila Nova de Foz Côa, de onde partiu para França com cinco anos de idade. Na

obra, escrita em francês, conta a história da emigração clandestina do seu pai para o país gaulês.

David Santos, jovem músico lisboeta que atua a solo sob o alter-ego Noi-serv, vai atuar no Thêatre de la Cité Internationale, em Paris, num con-certo inserido no festival Chantiers d’Europe. A atuação está marcada para 14 de junho, naquela que será a terceira presença em palcos pari-sienses em pouco mais de um mês, depois de a 9 de maio ter atuado no festival Fête de l’Europe e numa sala chamada Le Truskel.

Português radicado em França publica livro sobre emigração

O DJ francês Bob Sinclar e o mú-sico português David Carreira vão atuar, no próximo dia 7 de agosto, no Estádio Municipal Dr. Magalhães Pessoa, em Leiria, evento com que a organização espera transformar o estádio numa discoteca gigante. O perfil dos dois artistas em destaque no Dancefloor Leiria permite anteci-par uma grande afluência por parte de milhares de portugueses, tanto os que residem em Portugal como os que regressam ao país para desfrutarem das suas férias.

O secretário de Estado da Cultura, Jorge Barreto Xavier,

confirmou recentemente a candidatura do azulejo portu-guês a património mundial da Humanidade, que será apre-sentada no início de 2018. A iniciativa foi justificada pelo crescente destaque que este

produto tem vindo a granjear a nível internacional.

Azulejos na Estação de São Bento no Porto

Jorge Barreto Xavier

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www.revistaport.com 37

O CEPESE (Centro de Estudos da Popu-lação, Economia e Sociedade) orga-niza o X Seminário Internacional “Entre

a Europa do Sul e a América do Sul – Os Fluxos Migratórios na Época Contem-porânea”, entre os dias 8 e 10 de junho, no auditório da Douro Azul, no Porto. Mais de duas dezenas de investigadores de Portugal, Espanha, Itália e Brasil vão abordar problemáticas relacionadas com o fenómeno migratório.

Questões sociais, identitárias e laborais, associativismo, trajetórias familiares e legislação estarão sobre as mesas entre o início da manhã de 8 de junho e o final da manhã do dia 10. O principal objetivo passa por “apro-fundar, problematizar e divulgar a investigação científica numa área que se revela fundamental para a com-preensão da herança cultural comum às duas regiões, matriz incontornável da sociedade, economia, cultura e men-talidade dos países da Europa do sul e América do Sul”, revela a organização, em comunicado.

Entre os intervenientes, destaque pa-

ra o português Fernando de Sousa (presidente do CEPESE e profes-sor catedrático da Universidade do Porto, coordenador de diver-sos projetos de investigação e autor de diversos artigos sobre a temática migratória), para o espanhol Juan Andrés Blanco (diretor da Universidad Nacio-nal de Educación a Distancia (UNED) e professor catedrático da Universidade de Salamanca) e para o italiano Mattia Vitiello (investigador do Istituto di Ricerche sulla Popolazio-ne e le Politiche Sociali).

O maior contingente de participan-tes provém do Brasil, como são os casos de: Maria Arminda Arruda (pró-reitora da Universidade de São Paulo; Ismênia Martins, professora emérita da Uni-versidade Federal Fluminense), Lená Medeiros de Menezes (sub-reitora da Universidade do Estado do Rio de Ja-neiro), José Jobson Arruda (professor titular da Universidade de São Paulo) e Maria Izilda Matos (professora titular da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo).

Todos estes investigadores contam nos seus currículos com numerosos li-

vros sobre a temática das migrações transatlânticas na época contemporânea e largas dezenas de trabalhos científicos sobre estas e outras questões.

A entrada é gratuita. Mais informa-ções disponíveis através do telefone: 226 073 770.

Porto recebe seminário internacional sobre fluxos migratórios entre o sul da Europa e a América do Sul

DIA

NAV

ILAP

OU

CA. M

AIO

201

5

CEPESE

APOIO

ORGANIZAÇÃO

LOCALAUDITÓRIO DOURO AZULDATA8_10 JUNHO 2015

ENTRE A EUROPA DO SUL E A AMÉRICA DO SUL OS FLUXOS MIGRATÓRIOS NA ÉPOCA CONTEMPORÂNEA

PARA ALÉM DE ESPANHÓIS E ITALIANOS, O MAIOR CONTINGENTE DE INVESTIGADORES ESTRANGEIROS PROVÉM DO BRASIL. A ENTRADA É GRATUITA

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PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES38

Joana Branco dos Santos foi ao Texas apresentar o projeto científico com que venceu um concurso britânico. A emigração de investigadores não tem fim à vista, para benefício de países como Inglaterra, onde os portugueses

gozam de excelente reputação. Aproveitá-los fora do laboratório pode contribuir para a fixação em Portugal.

PERFIL

Inglaterra é o país para onde têm emigrado mais portugueses nos últimos anos. Muitos destes são investigadores científicos, como é o caso de Joana Branco dos Santos,

que integra a equipa que recentemente venceu um concurso britânico de ideias biotecnológicas e biomédicas comercia-lizáveis, chamado BiotechnologyYES. Esta jovem, nascida há 27 anos nas Caldas da Rainha e a viver em Leicester desde setembro de 2013, personifica a “fuga de cérebros”.

A expressão é utilizada pela própria Joana, no regresso de uma viagem aos Estados Unidos, onde apresentou o projeto premiado no Reino Unido, que passa pela idealização da produção

natural de grãos de café sem cafeína, de forma a substituir o processo de descafeinação: “Normalmente as equi-pas concorrentes desenvolvem ideias relacionadas com a produção de novos medicamentos ou novos equipamentos médicos. Nós pensámos num produto que nos permitisse desenvolver um plano fácil de explicar e atrativo para os investidores. Afinal de contas, quem é que não bebe café ou descafeinado?”, questiona Joana.

As vantagens do produto desenvol-vido notam-se no sabor e na eficácia da descafeinação: “As pessoas intoleran-tes à cafeína podem sentir os seus efei-tos colaterais com apenas 10 mg, que é a quantidade mínima de cafeína que se

pode encontrar numa chávena pequena de descafeinado. O nosso produto pas-sa por grãos de café naturalmente sem cafeína, sem qualquer alteração gené-tica envolvida, obtidos através de uma série de cruzamentos específicos entre plantas”. Este processo “garante todo o sabor e aroma natural do café, com 0% de cafeína”, conclui a investigadora.

As reações suscitadas na cidade texana de Houston foram semelhantes às de Nottingham e Londres, onde foram superadas a eliminatória e a final do concurso britânico: “Várias pessoas pensaram que o nosso produto era de facto real e até perguntaram em que fase de produção estaria, tal o realismo proposto pela nossa apresentação, ao

A “FUGA DE CÉREBROS” QUE VINGAM NO ESTRANGEIRO

POR LUÍS CARLOS SOARES

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www.revistaport.com 39

incluir até um estudo de mercado e financeiro”.

O projeto recebeu mesmo algumas ofertas de financiamento, que não pu-deram ser aceites, por o produto ainda não ser real. Nos próximos tempos não vai conhecer desenvolvimentos, uma vez que os seus autores têm que se focar em terminar os doutoramentos.

Ingleses preferem portugueses aos compatriotas

Para além de Joana, a equipa é com-posta por duas jovens investigadoras britânicas, um britânico e uma nepale-sa. Mas esta não costuma ser a propor-ção mais frequente nos laboratórios

ingleses. “Basta olhar para se perceber que a maioria dos investigadores são estrangeiros e vêm do sul da Europa”, repara Joana: “Os estudantes portu-gueses, espanhóis e italianos têm uma excelente reputação em Inglaterra, tanto que o meu chefe já me chegou a dizer que geralmente prefere aceitar alunos vindos de Portugal do que do Reino Unido”.

Então o que leva ao êxodo dos inves-tigadores portugueses? “O problema em Portugal é o pós-doutoramento. Somos excelentes a formar pessoas, mas depois não oferecemos opor-tunidades em número suficiente ou suficientemente atrativas para fixar as pessoas. Somos uma fábrica de peque-

nos génios, mas são os outros países que tiram o proveito”.

Particularizando as diferenças entre os dois velhos aliados, “em Portugal ainda há aquela ideia que os

“O PROBLEMA EM PORTUGAL É O PÓS-DOUTORAMENTO. SOMOS EXCELENTES A FORMAR PESSOAS, MAS DEPOIS NÃO OFERECEMOS OPORTUNIDADES ATRATIVAS”

Page 40: PORT.COM - Edição nº 8 - Junho de 2015

PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES40

PERFIL

investigadores só têm competências para trabalhar em laboratório, com pouca abertura das empresas para a contratação de cientistas doutorados, enquanto os britânicos veem-nos como alguém que pode aplicar a sua ciência noutras realidades”.

O doutoramento de Joana vai ser concluído em Portugal, já que é fruto de uma parceria entre a Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e a Universidade de Leicester. Mas apesar de admitir que “gostaria de fazer carreira em Portugal”, prevê que possivelmente terá que sair novamen-te do país, até porque confessa que “gostaria de fazer carreira no setor da indústria farmacêutica, um mercado de trabalho ainda pouco desenvolvido, competitivo e atrativo em Portugal”.

Enquanto não houver uma evolução no panorama científico, “os portugue-ses devem encarar com naturalidade todo o sucesso de investigadores nacionais no estrangeiro, uma vez que Portugal é uma fábrica de mentes brilhantes, altamente motivadas e tra-balhadoras”. Com a fuga de cérebros a desenrolar-se permanentemente, os cientistas portugueses continuarão a dignificar o nome do país, tal como tem feito Joana Branco dos Santos.

“Não faço ideia de quantos somos, mas sei que somos muitos e cada vez mais”. Joana Branco dos Santos faz parte da crescente comunidade de investigadores por terras britânicas, seja em Leicester ou em tantas outras cidades. Este fenómeno já levou à criação da Associação Portuguesa de Investigadores e Estudantes no Reino Unido (PARSUK), com o objetivo de aproximar este nicho de portugueses.

“Todos os anos são organizados encontros e congressos onde temos oportunidade de conviver e discutir o estado da ciência em Portugal, e ou-tros temas da atualidade relevantes para a nossa comunidade de cientis-tas a trabalhar além-fronteiras”. Não fosse a palavra saudade a mesma para investigadores ou profissionais de qualquer outra área.

Apesar de se ter ambientado rapida-mente ao laboratório e ao grupo de trabalho, Joana estranhou as diferen-ças notadas pela generalidade dos portugueses em Inglaterra, como a alimentação e o clima: “Também tive que aprender rápido o que é ou não politicamente correto para os britâ-nicos, o que não é tão óbvio como se pensa”, recorda.

Atualmente já está “totalmente am-bientada” à vida de emigrante e até acha que até vai ter algumas saudades quando regressar a Portugal. A recente viagem ao Texas aguçou-lhe “ainda mais a curiosidade sobre outros países e cul-turas”, pelo que admite de bom-grado a possibilidade de “viver por uns tempos na Austrália ou Estados Unidos”.

JOANA INTEGRA ASSOCIAÇÃO DE INVESTIGADORES NO REINO UNIDO

“OS PORTUGUESES DEVEM ENCARAR COM NATURALIDADE O SUCESSO DE INVESTIGADORES NACIONAIS NO ESTRANGEIRO, UMA VEZ QUE PORTUGAL É UMA FÁBRICA DE MENTES BRILHANTES”

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BREVES

Se se isolar o período desde 2008, ano em que teve

início a crise económica internacional, até 2013, o Brasil regista a variação

positiva mais acentuada das entradas (+34%), à frente

da Noruega (+25%), da Ale-manha (+22%) e do Reino

Unido (+18%).

A Revista PORT.COM isola os principais dados referentes à emigração de portugueses para o país irmão nos últimos anos, com base no

estudo “Portuguese Emigration Factbook 2014”, recentemente publicado pelo Observatório da Emigração.

NÚMEROS DA EMIGRAÇÃOPARA O BRASIL

Carla Flores partiu da Póvoa de Varzim para o Rio de Janeiro em setembro de 2011. Atualmente é asses-sora de imprensa na Confederação Brasi-leira de Taekwondo

Cerca de um quarto (23%) dos imigrantes que residiam no Brasil em 2010 eram portu-gueses. Percentagem maior só no Luxembur-go, em que os por-tugueses eram 30% da população imigrante em 2011;

Entre 2003 e 2013, a variação

dos fluxos de entrada foi positiva em todos os prin-

cipais países de destino da emigração portuguesa. A

segunda maior variação re-gistou-se no Brasil (+22%), apenas superada pela No-ruega (+31%) e à frente da Bélgica (+10%) e do Reino

Unido (+9%);

Os portugueses foram a quinta nacionalidade mais representada en-tre os novos imigrantes que entraram no Brasil, em 2013;

Festival literário junta escritores de Bragança de Trás-os-Montes e Bragança do Pará

A cidade transmontana de Bragança junta, entre 4 e 6 de junho, auto-res portugueses e brasileiros num festival literário, evento que substitui o formato tradicional da feira do livro local. O principal objetivo é procurar novas formas de envolvimento dos munícipes, particularmente dos cerca de 4 400 alunos que estudam no concelho portu-guês desde o primeiro ciclo ao secundário.

Assim, durante os três dias, para além da feira do livro, terá lugar uma exposição de ilustra-ção e a apresentação de livros, com escritores portugueses e brasileiros a fazer leituras dos seus textos nas escolas e nas bibliotecas do concelho.

Entre os escritores portugueses destacam-se os nomes de Júlio Magalhães, Fernando Dacosta e de Francisco José Viegas (na foto). Curiosamente, a maior parte dos autores do país irmão são provenientes de Bragança, não a cidade transmontana, mas sim a brasileira situada no estado do Pará.

Francisco José Viegas

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PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES44

DESPORTO

O Benfica acrescentou o 34º título de cam-peão nacional ao seu historial, reforçando o epíteto de clube com

maior sucesso no futebol português, à frente do FC Porto e do Sporting, com 27 e 18 campeonatos, respetivamente. Há 31 anos que a equipa encarnada não se sagrava bicampeã, pelo que a con-quista foi celebrada efusivamente por benfiquistas em todo o mundo, em cidades como Lisboa, Paris, Hambur-go, Newark, Luanda ou Maputo.

O FC Porto fez melhor do que na temporada 2013/2014, e terminou em 2º classificado, o que não deixa de ser um amargo de boca para os adeptos portistas. Apesar de nas últimas dé-cadas se terem habituado a acumular

conquistas, não celebram a con-quista de um troféu desde agosto de 2013.

O Sporting garantiu o último posto que pode dar acesso à pró-xima edição da Liga dos Cam-peões, ao acabar em 3º, à frente do Sporting de Braga (4º). Os minhotos ficam assim com a pri-meira das três vagas portuguesas para a Liga Europa, com as outras duas a pertencerem ao Vitória de Guimarães (5º) e ao Belenenses (6º).

O Moreirense (11º) e o Boavista (13ª) foram as principais surpresas da prova. Na época em que regressaram à Primeira Liga, terminaram bem longe dos lugares de despromoção à Segun-da Liga, ocupados pelo Gil Vicente

(17º) e Penafiel (18º). Em sentido in-verso, o Tondela e o União da Madeira subiram do segundo ao primeiro es-calão do futebol português. Trata-se de uma estreia por parte do conjunto tondelense, que garante assim o regresso dos clubes do interior do país ao “convívio dos grandes”, o que não acontecia desde 2001.

BENFICA BICAMPEÃO

E O REGRESSO DOS CLUBES DO INTERIOR

A temporada futebolística 2014/2015 fica marcada pelo bis encarnado, o que não acontecia há 31 anos.

Para além dos “Três Grandes”, os outros lugares europeus terminam ocupados por Sporting de

Braga, Vitória de Guimarães e Belenenses.O Gil Vicente e o Penafiel trocam de escalão

com Tondela e União da Madeira.

Os encarnados festejaram em Guimarães o 34.º título de campeão nacional, quando ainda havia uma jornada por cumprir

O Tondela celebrou o primeiro lugar na Segunda Liga após um empate em Freamunde

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DEPOIMENTO

CELEBRAR O TÍTULO DO

BENFICAEM HAMBURGO

BRUNO MARTINS Presidente da comissão de eventos

do Sport Hamburg e Benfica Ironia do destino ou talvez coincidência, no ano em que completei o meu 33º aniversário, em 2014, o meu Ben-fica também se sagrou pela 33ª vez campeão nacional. Este ano já se adiantaram de novo e lá vão 34, que eu da-qui a poucas semanas, se Deus quiser, igualarei. Espero

que andemos assim lado a lado por muitos e longos anos.

Fazendo um balanço desportivo e sereno ao que foi a época do Benfica, digo que não tendo começado da melhor forma, reagiu extremamente bem. Assumiu a liderança à 5ª jornada do campeonato, liderança essa que nunca mais largou até se sagrar campeão nacional no dia 17 de maio. Tudo graças a um trabalho árduo e capaz desta excelente equipa técnica, jogadores e direção, que no meu ponto de vista caminharam sempre unidos e lado a lado por um objetivo e uma causa que todos nós ansiávamos há mais de 30 anos: o bicampeonato.

Em Portugal sofre-se pelos clubes de que gostamos, mas por cá, e refiro-me a Hamburgo em especial e aos benfi-quistas que por cá residem, o sofrimento ainda é maior: É o sentir que mesmo sendo sócios não podemos pegar no carro e ir ao estádio ver qualquer jogo, ou quando nos sagramos campeões ir para o Marquês festejar como tanto gostávamos... Mas temos o nosso bairro por tug uês em Hamburgo (Landungsbrücken) e as nossas associações e clubes, como o nosso Sport Hamburg e Benfica, para ver pela televisão e festejar também em grupos menos nume-rosos mas de grande qualidade. Viva o associativismo e viva o Benfica.

Saudações desportivas de Hamburgo e bem hajam.

“EM PORTUGAL SOFRE-SE PELOS CLUBES DE QUE GOSTAMOS, MAS POR CÁ O SOFRIMENTO AINDA É MAIOR”

Bruno Martins visitou Portugal no início de abril a convite da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, e aproveitou para assistir ao Benfica - Penafiel e tirar fotografias com Júlio César

Page 46: PORT.COM - Edição nº 8 - Junho de 2015

PORT.COM PORTUGAL E AS COMUNIDADES46

DESPORTO

Os melhores futebolistas portugueses com 20 ou menos anos de idade viajaram para o país mais distante geo-

graficamente, a Nova Zelândia, para defender as cores nacionais no cam-peonato do mundo. As expetativas são altas, dado que esta geração é a mesma que, em julho do ano passado, chegou à final do campeonato da Europa de sub-19.

A confiança numa participação po-sitiva é inerente a quem tem prestado atenção a esta seleção portuguesa, co-mo é o caso do secretário de Estado do Desporto e Juventude, Emídio Guer-reiro: “Acredito que podemos fazer um belíssimo Mundial, sem querer impor expetativas demasiado altas. Creio que a passagem de grupo vai acontecer naturalmente e depois é ir jogando jogo a jogo”, perspetivou em declarações em exclusivo à Revista PORT.COM.

Na frase de grupos, Portugal defronta as seleções do Senegal (na madrugada de 30 para 31 de maio, às 05h00), do Qatar (a 3 de junho,

também às 05h00) e da Colômbia (a 6 de junho, às 02h00). Têm acesso aos oitavos de final os dois primeiros classificados de cada um dos seis

Portugal chega com fortes ambições ao Mundial sub-20, competição que já venceu por duas vezes. Se na altura se exibiam nomes como Luís Figo e João Vieira Pinto, agora são talentos como Rony Lopes

e Gonçalo Guedes. Os portugueses estão de olhos postos na Nova Zelândia.

SELEÇÃO SUB-20 À CONQUISTA

DO MUNDO

Os defesas Domingos Duarte e João Nunes, o guarda-redes André Moreira e o médio Tomás Podstawski fazem parte da equipa que viajou para a Nova Zelândia

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POR LUÍS CARLOS SOARES

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grupos, e os quatro melhores terceiros classificados.

Na última edição do Mundial sub-20, em 2013, a seleção portuguesa che-gou até aos oitavos de final, onde caiu aos pés do Gana. A presença anterior, em 2011, foi bem mais duradoura, com a chegada à final, em que perderia com o Brasil, por 2-3, após prolongamen-to. Recorde-se ainda que Portugal venceu as edições de 1989 e 1991, no despontar da “geração de ouro”, com talentos como Luís Figo, João Vieira Pinto ou Vítor Baía.

Emídio Guerreiro acredita que as comunidades portuguesas na Nova Zelândia e até da Austrália vão apoiar os jovens sub-20, “como acontece em qualquer local em que as seleções por-tuguesas vão jogar”. Milhões de portu-gueses por todo o mundo esperam bons resultados por parte da equipa em que despontam valores como Rony Lopes, Gonçalo Guedes, Raphael Gu-zzo, André Silva e Rafa Soares. Depois do segundo lugar no Europeu sub-19,

rumo ao título no Mundial sub-20.

Rafa Este jogador do FC Porto, onde evolui na equipa B, ocupa uma posição na qual

as seleções portuguesas costumam apresentar algumas carências, a de la-teral-esquerdo. Difícil de ultrapassar no um para um, por ser um futebolista veloz e fisicamente compacto, tem um pé esquerdo invejável, que lhe vale preciosas assistências para os elemen-

tos mais avançados.

Raphael Guzzo Depois de ter sido um dos motores

de formações que chegaram a duas finais europeias (da

seleção portuguesa no Europeu sub-19 e do Benfica na UEFA Youth League), esta temporada o médio luso-brasilei-ro aceitou um desafio que lhe propor-cionou sentir responsabilidade numa equipa principal, ao ser emprestado pelo Benfica ao Desportivo de Chaves. O desafio permitiu-lhe aliar experiên-cia e maturidade às evoluídas carate-rísticas técnicas que evidencia desde tenra idade.

Rony Lopes Este médio--ofensivo, também luso--brasileiro, chega à Nova

Zelândia etiquetado como a principal figura desta sele-

ção. Era ainda um adolescente quando o seu futebol motivou os milionários do Manchester City a ir buscá-lo às formações jovens do Benfica. Esta época, os ingleses emprestaram-no à equipa principal dos franceses do Lille, onde pôde demonstrar toda a criatividade que o carateriza, em competições como a liga francesa e a Liga Europa.

Gonçalo Guedes Tem apenas 18 anos, mas é o jogador com a maior cláu-sula de rescisão em todo o

plantel do Benfica, a par do

consagrado Salvio, colocada nuns es-tonteantes 60 milhões de euros. Esta temporada dividiu exibições entre a equipa B e a formação principal, com Jorge Jesus a dar-lhe perto de duas mãos cheias de oportunidades para mostrar todo o seu virtuosismo, que lhe permite atuar em qualquer posição do ataque da seleção sub-20.

André Silva Este ponta de lança vinculado ao FC Porto despertou a aten-ção dos olheiros interna-

cionais no Europeu sub-19, competição da qual foi o segundo melhor marcador, com cinco golos. A veia goleadora não se extinguiu desde então, como comprovou no recente jogo de preparação frente à seleção do Uruguai, em que assinou os três golos da vitória portuguesa.

“ACREDITO QUE PODEMOS FAZER UM BELÍSSIMO MUNDIAL, SEM QUERER IMPOR EXPETATIVAS DEMASIADO ALTAS”

EMÍDIO GUERREIRO, SECRETÁRIO DE ESTADO DO DESPORTO E JUVENTUDE

O LATERAL RAFA É FREQUENTEMENTE CHAMADO A TREINAR COM A EQUIPA PRINCIPAL DO FC PORTO, O EXTREMO GONÇALO GUEDES É O JOGADOR COM A MAIOR CLÁUSULA DE RESCISÃO EM TODO O PLANTEL DO BENFICA

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DESPORTO

João Oliveira iniciou o mês passado a vencer mais uma ultramaratona. O portu-guês, natural de Chaves, foi o primeiro a cortar a meta

na Ultramaratona Milão - Sanremo, ao percorrer 285 quilómetros em 30 horas, 15 minutos e 22 segundos, o que constitui um novo recorde da prova.

Esta ultramaratona une as duas ci-dades italianas que dão nome à prova, passando ainda por Génova e Imperia. Trata-se do mesmo trajeto percorrido por uma das mais emblemáticas pro-vas do ciclismo internacional, a “clás-sica” Milão - Sanremo. “É a prova de estrada mais longa da Europa, o que possibilita uma grande concentração dos melhores ultramaratonistas de cada nação”, explica João Oliveira, em declarações à Revista PORT.COM.

A Milão - Sanremo foi a 35ª ultramaratona de um atleta que já venceu provas em três continentes. A primeira foi em Marília, no Brasil, em março de 2013. Essa prova tinha 75 quilómetros, bem menos do que os 246 da Spartathlon, na Grécia, ga-nha em setembro de 2013. No início de 2014 venceu a TransOmania, em

Omã, prova com 300 quilómetros, a maior parte dos quais no deserto.

Feitos como estes fazem com que portugueses emigrados no Luxem-burgo e em França se encham de orgulho com o compatriota, o que demonstram “através de mensagens que me enviam para o Facebook”, conta João Oli-veira.

O flaviense, que já levou a bandeira de Portugal ao lugar mais alto do pódio em três continentes, foi o mais rápido a correr 285 quilómetros entre Milão e Sanremo, no norte de Itália.

MAIS UMA VITÓRIA PARA O ULTRAMARATONISTA

JOÃO OLIVEIRA

“A ULTRAMARATONA MILÃO - SANREMO É A PROVA DE ESTRADA MAIS LONGA DA EUROPA, O QUE POSSIBILITA UMA GRANDE CONCENTRAÇÃO DOS MELHORES ULTRAMARATONISTAS DE CADA NAÇÃO”

João Oliveira exibiu as bandeiras de Portugal e do município de Chaves no lugar mais alto do pódio

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Esforço físico e… financeiro

De todas as vitórias, a conquistada em solo italiano foi a primeira em que con-tou com um carro de apoio, que assim o livrou de fazer a prova com uma mochila carregada com material como água, comida, roupa e medicamentos. “Tive o privilégio de contar com a bondade de colegas de trabalho, que se disponibi-lizaram, apesar de não terem qualquer experiência”, indica o ultramaratonista.

A equipa de apoio foi assim composta por funcionários do Estabelecimento Prisional de Chaves, onde João Oliveira trabalha. Nos tempos livres, o treino inclui corridas diárias de aproximada-mente 40 quilómetros, perto de uma maratona por dia. A “dose” semanal é de 300 a 350 quilómetros.

Para além do desgaste físico, a devoção à corrida também é “bastante dispen-diosa”, apesar da boa vontade de alguns patrocinadores, desde uma marca de roupa a um ginásio em Chaves. Entre via-gens e alojamento, Oliveira gastou cerca de 600 euros para participar na Milão - Sanremo. Este valor exclui a inscrição na prova, de 300 euros, ainda assim um valor bem abaixo dos 1790 euros para se inscrever na TransOmania.

Neste momento já esta a pagar, em prestações, a participação na prova Transpirenaica, que se vai desenrolar em junho 2016, que num percurso total de 895 km, pelo Pirinéus.

O esforço financeiro e sobretudo o esforço físico titânico têm recompen-sa quando João Oliveira cruza a meta exibindo as bandeiras de Portugal e da cidade de Chaves, como aconteceu em Sanremo.

Paulo Sousa campeão na Suíça, Villas-Boasna Rússia

Português com síndrome de down termina meia maratona

O Basileia, treinado por Paulo Sousa (na foto), sagrou-se hexacampeão suíço de futebol, o segundo título do técnico português em dois clubes diferentes em duas épocas consecutivas, depois ter conseguido o mesmo feito em Israel, ao serviço do Maccabi Telavive. André Villas-Boas conduziu o Zenit de São Petersburgo à conquista do campeonato russo, com o contributo dos futebolistas portu-gueses Danny e Luís Neto.

Um jovem conhecido como Paulinho tornou-se no primei-ro atleta com síndrome de down a terminar uma meia maratona. Ao concluir os 21,1 quilómetros da Meia Maratona do Alto Douro Vinhateiro, tornou-se no recordista mundial da distância.

Breves

O craque por-tuguês sagrou-se novamente “Pichichi” da liga espanhola, ou se-ja, acabou a com-petição como o jogador com maior número de golos marcados -

48 em 35 jogos, o que perfaz uma incrível média de 1,37 tentos por partida disputa-da. CR7 marcou assim mais cinco golos do que Messi.

O futebolista português de 29 anos, que atua no Wolfsburgo, foi eleito o melhor defesa direito do campeonato alemão, logo na primeira temporada em que ocupou esta posição no ter-reno de jogo. A votação foi realizada por adeptos e decorreu no site oficial da competição.

Cristiano Ronaldo melhor marcador em Espanha

Vieirinha distinguidona Alemanha

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DISCURSO DIRETO

Sempre quis emigrar, tal-vez por querer conhecer um pouco o mundo, mas também por ter uma gran-de vontade de me tornar

independente financeiramente. Ar-ranjar um trabalho como recém-licen-ciada foi complicado. Quando acaba-mos o curso temos sempre o coração cheio de sonhos e expetativas, que não condizem nada com a realidade.

Em Portugal ainda tive oportunida-de de aprender mais na clínica de um amigo, mas precisava de meter a “mão na massa”. Falei com uma amiga den-tista que trabalhava em Paris, e com a ajuda dela decidi vir e tentar.

Depois de ter feito um curso de francês, vim cheia de sonhos, mas no início foi bastante complicado, sobretudo por não dominar a língua, o que me criou alguns obstáculos para passar no exame da Ordem dos Mé-dicos Dentistas em França. Mas não desisti. Fiquei em Paris três meses, melhorei o meu francês e tive a sorte de ser chamada na primeira clínica onde entreguei currículo, onde fiquei dois meses em observação, até passar no exame oral da Ordem dos Médicos Dentistas.

Comecei a trabalhar em janeiro de 2015 e tem sido uma experiência muito enriquecedora, tanto a nível pessoal como profissional. Trabalho quatro dias por semana e monetaria-mente é verdadeiramente compen-sador para quem entra no mundo do trabalho sem nunca ter ganho um salário.

Tenho a sorte de ter mais três amigas portuguesas a trabalharem comigo. Nunca me sinto desapoiada. Os laços que criei são, sem dúvida, o melhor de tudo. Felizmente tenho um grupo de cerca de 20 amigos, que considero como minha família, sendo a maior parte portugueses que, como eu, emigraram em busca de uma vida melhor. Estamos juntos todos os fins de semana. Sinto mes-mo que as ligações que se criam aqui são diferentes.

Mas por muitos amigos que tenha-mos, nunca é como ter a mãe, o pai ou o irmão por perto. Entrar em casa aqui não é a mesma coisa que entrar em casa em Lamego: os cheiros são diferentes, o conforto é diferente, os hábitos aqui são diferentes. O Facebook e o Sky pe ajudam a matar saudades, mas não é a mesma coisa.

Preconceitos face aos portugueses

Paris é uma cidade maravilhosa. Nunca fico entediada, descubro sempre um canti-nho novo e lindo para visitar. No entanto, os franceses são pessoas mais frias, mais distantes e um pouco xenófobas, com bastantes preconceitos em relação aos portugueses. Muito se admiram quando digo que sou dentista.

Nunca fui maltratada, mas sinto algum desdém quando digo que sou portugue-sa e algum rancor quando digo que sou formada. Talvez porque existam muitos emigrantes. Mesmo os meus colegas dentistas franceses se queixam que agora é mais complicado arranjar emprego.

Mesmo assim, não me arrependo nem um pouco de ter vindo. Sou feliz. Quando a saudade aperta, vou visitar os que mais amo e penso em tudo o que conquistei em tão pouco tempo: trabalho, independência financeira e amigos novos.

Não sei se me vejo a viver em Paris para sempre, porque é uma cidade com dema-siado movimento. Mas também não me vejo a voltar para Portugal tão cedo, pois não sinto que me deem as oportunidades de crescer que aqui tenho.

Ana Portugal é dentista na capital francesa há quatro meses, depois de se ter licenciado há dois anos na Faculdade de Medicina Dentária do Porto. Nasceu há 28 anos em Lamego, a

cidade que este mês recebe as comemorações oficiais do Dia de Portugal.

PARIS DEU-ME OPORTUNIDADE DE CRESCER

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