Portfolio @ Iniciativas #05

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“QUEREMOS SABER MAIS DO QUE TUDO SOBRE O MEDICAMENTO E A SUA ACÇÃO, EM PROL DO DOENTE”, REFERE AGOSTINHO FRANKLIM MARQUES, PRESIDENTE DA SECÇÃO REGIONAL DO PORTO. INICIATIVAS QUINTA-FEIRA, 28 DE JULHO DE 2011 | EDIÇÃO N.º5 | AS - AGÊNCIA DE PUBLICIDADE, LDA. ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DO JORNAL ‘PÚBLICO’ DO DIA 28 DE JULHO DE 2011 E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE

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“QUEREMOS SABER MAIS DO QUE TUDO SOBRE O MEDICAMENTO E A SUA ACÇÃO, EM PROL DO DOENTE”,REFERE AGOSTINHO FRANKLIM MARQUES, PRESIDENTE DA SECÇÃO REGIONAL DO PORTO.

INICIATIVASQUINTA-FEIRA, 28 DE JULHO DE 2011 | EDIÇÃO N.º5 | AS - AGÊNCIA DE PUBLICIDADE, LDA.

ESTE SUPLEMENTO FAZ PARTE INTEGRANTE DO JORNAL ‘PÚBLICO’ DO DIA 28 DE JULHO DE 2011 E NÃO PODE SER VENDIDO SEPARADAMENTE

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2 iniciativas

Os farmacêuticos desem-penham actividades muito díspares, naturalmente di-

ferenciadas”, começa por afi rmar Agosti-nho Franklim Marques, que centra a tónica numa refl exão profunda sobre o papel da profi ssão na sociedade. “Se olharmos para a acção da Troika (União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Inter-nacional), nas recentes negociações para o resgate fi nanceiro a Portugal, à primeira vista parece que vai ao nosso encontro, às nossas ideias, isto porque, do ponto de vista do exercício farmacêutico, refere a introdução de genéricos e a prescrição por Denominação Comum Internacional (DCI) das substâncias activas, que nós sempre defendemos. Estas orientações parecem reconhecer o papel importante do farma-cêutico. Porém, quem prescreve e toma a decisão farmacoterapêutica é o clínico, o médico. O farmacêutico tem, contudo, conhecimentos para actuar no seguimen-

O AFIRMAR DE COMPETÊNCIAS INTEGRADAS EM PROL DE UMA SAÚDE MELHOR

Ordem dos Farmacêuticos | Secção Regional do Porto

Um ano depois das comemorações do 175.º aniversário da Ordem dos Farmacêuticos, fomos ao encontro de Agostinho Franklim Marques, Presidente da Secção Regional do Porto, para retratarmos, segundo a sua visão, o que é ser hoje farmacêutico em Portugal, à luz dos desafi os formativos, técnicos e organizacionais que se colocam no exercício da profi ssão.

to dessa decisão farmacoterapêutica. A nossa actuação não seria contrariar a de-cisão tomada, por um médico”, afi rma o Presidente da Secção Regional do Porto da Ordem dos Farmacêuticos. Sobre os cuidados farmacêuticos, pre-conizados no Documento de Tóquio de 1993 da Organização Mundial de Saúde, Agostinho Franklim Marques considera que os farmacêuticos são profi ssionais de saúde que estão perfeitamente aptos para desempenhar essa tarefa, que passa por acompanhar o doente, promovendo a adesão à terapêutica, em articulação com os médicos. “Defendo a cooperação entre os profi ssionais de saúde. O nosso papel de acompanhamento nos hospitais, na ida às enfermarias, que em Portugal não se faz ou se faz em situações muito particulares, é uma prática corrente em muitos países do mundo. Há pessoas responsáveis que estão muito interessadas em avançar para essa prática. A verdade é que essa é uma

linha de actuação que poderá facilitar o papel do farmacêuti-co ao nível da saúde pública. Os recursos humanos são mui-to importantes e se cada um tiver o seu papel bem defi ni-do, o farmacêutico tem lugar em todo o lado”, concretiza.

UMA OLHAR SOBRE AS FARMÁCIAS

“Gerir uma farmácia é hoje um problema muito complicado”, afi rma Agostinho Franklim Marques, explicando que “a diminuição de preços que está a acontecer ao nível dos medi-camentos genéricos parece uma situa-ção muito positiva, para o utente e para o Estado, mas terá de ser visto com al-guma preocupação

sob o ponto de vista de implicações para a farmácia. De facto, o reverso da medalha coloca-se quando o pagamento do acto farmacêutico é feito exclusivamente em termos percentuais sobre os medicamen-tos vendidos. Ao diminuírem os preços dos medicamentos e mantendo o mesmo percentual de pagamento logicamente que o rendimento da farmácia diminui. Se a tudo isto se adicionar o aumento da exigência relativa aos serviços prestados e ao número de recursos humanos qualifi -cados nas farmácias, facilmente se enten-de esta preocupação. Esta situação não é nova e outros países europeus encontra-ram formas alternativas de minorar essas perdas de rendimento, nomeadamente através da remuneração, mesmo parcial,

por acto farmacêutico”.Ainda sobre a questão dos genéricos, o Presidente da Secção Regional do Porto da Ordem dos Farmacêuticos aponta um as-pecto negativo no circuito comercial deste tipo de medicamentos: “Portugal tem a particularidade de comercializar medica-mentos genéricos de marca, uma realida-de que chega até a subverter o conceito universal de genérico, e que não existe em qualquer outro país. Mas, em contraparti-da, hoje em dia com um preço menor, é possível utilizando medicamentos genéri-cos ter igual efi ciência e igual efi cácia no tratamento farmacológico. Defendemos que ao dinheiro que não se gasta, ou me-lhor que se poupa, poderá ser reinvestido em investigação em novos fármacos ou

AGOSTINHO FRANKLIM MARQUES, PRESIDENTE DA SECÇÃO REGIONAL DO PORTO

SAÚDE

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3iniciativas

na melhoria dos serviços prestados aos doentes”.Agostinho Franklim Marques refere que enquanto o médico é remunerado pelo facto de fazer o diagnóstico, prescrever o receituário, isto é pelo exercício efecti-vo do acto médico, os farmacêuticos não o são directamente pelo exercício da sua função, do seu acto farmacêutico. “Na re-alidade, o acto farmacêutico compreende o que designamos como dispensa activa de medicamentos, isto é, o envolvimen-to directo do farmacêutico com o utente/doente nesse momento da dispensa e no seu acompanhamento. O que constata-mos é que nos ”obrigam a vender” me-dicamentos. A nossa actividade é remu-nerada exclusivamente pela “venda” e não pela dispensa activa, que devia ser sempre um princípio inerente ao exercício farma-cêutico”, lamenta o Presidente da Secção Regional do Porto da Ordem dos Farma-cêuticos. Agostinho Franklim Marques mostra-se confi ante na mudança de pa-radigma e refere que há pequenos exem-plos que fazem com que a classe farma-cêutica possa progredir bem, assim queira o poder político. “Existem cerca de 2850 farmácias em todo o país, 300 centros de saúde e 100 hospitais. Registamos uma média de 150 utentes por dia nas farmá-cias. Veja-se o potencial que o farmacêu-tico tem na área da saúde primária e no seguimento ‘a posteriori’ dos doentes. Nós somos o Alfa e o Ómega da cadeia de saúde em Portugal. Muitas vezes, antes de o doente ir ao médico, passa por nós e este papel que toda a gente sabe que o temos é muitas vezes menosprezado. No momento actual, se a nossa acção for bem aproveitada, podemos avançar com ainda mais exemplos de boas práticas”, afi rma.

FORMAÇÃO E VISÕES DE FUTURO

A preparação dos farmacêuticos do ponto de vista académico, técnico e organiza-cional tem sido uma aposta contínua da Ordem dos Farmacêuticos ao longo da sua História. “Na área das Ciências Far-macêuticas temos, genericamente, uma excelente formação superior em Portugal. Penso que todos os alunos desta área da saúde saem bem preparados”, considera o Presidente da Secção Regional do Porto da Ordem dos Farmacêuticos, sugerindo que “em Portugal, o que poderá ser mais estimulado, que pode ser feito na facul-dade ou ‘a posteriori’, é o exercício e a realização dos cuidados farmacêuticos, que pressupõe que o farmacêutico se res-ponsabilize individualmente pelo doente, através de um seguimento ou acompa-nhamento farmacoterapêutico integrado, como um «farmacêutico de família», fa-zendo a analogia com o médico de famí-lia”. Agostinho Franklim Marques destaca ainda um aspecto muito positivo capita-lizado pelos farmacêuticos que é o facto de fi delizarem muito as pessoas que vão à

farmácia, muitas vezes a mesma de sem-pre, ao longo de gerações. O Presidente da Secção Regional do Porto da Ordem dos Farmacêuticos evoca que já houve propostas apresentadas pela Ordem dos Farmacêuticos à tutela que têm um grande potencial de efi ciência e efi cácia em termos de saúde pública e geral e com menos custos, reiterando que “neste momento de crise em que vivemos o que interessa é o saber, o conhecimen-to, na óptica de uma escolha criteriosa, e o farmacêutico tem conhecimento e competências para, sob o ponto de vis-ta económico, fazer baixar os defi cits”. Deste leque de propostas enunciado são exemplo os protocolos terapêuticos, rea-lizados em muitos lugares do mundo, que pressupõem que para cada função, para cada patologia, para cada dano, para cada órgão, haja uma determinado esquema terapêutico, ao nível de medicamentos e de meios complementares de diagnóstico. “É um sistema brilhante. Se houver coope-ração entre estes estudos, temos um ca-minho vasto e com um grande potencial a cumprir. O objectivo do farmacêutico é o doente e não o medicamento ‘per se’, sendo este último apenas mais um elo de ligação. Queremos saber mais do que tudo sobre o medicamento e a sua acção, em prol do doente. De nada adianta fa-zer um bom medicamento se o mesmo não tiver efeito. O nosso objectivo come-ça e acaba no doente”, reitera Agostinho Franklim Marques. No campo dos medicamentos não su-jeitos a receita médica, vendidos fora do circuito da farmácia, o nosso entrevistado considera que “apesar de serem poten-cialmente inócuos, é preciso ter em conta as particularidades associadas à sua do-sagem e especifi cidade, de forma a não trazer problemas a quem são administra-dos. Não existem medicamentos isentos de efeitos negativos. Deviam ser elabo-radas embalagens de menor dimensão, para quando a sua toma é estritamente necessária. Adicionalmente, afi rmo a ideia de que a sua dispensa fora do circuito farmacêutico e atendendo à natureza da não sujeição a receita médica, devia ser realizada sob a orientação de um farma-cêutico. Defendemos a existência de uma terceira lista de medicamentos não sujei-tos a prescrição médica de distribuição exclusiva na farmácia. A dispensa deste tipo de medicamentos devia ser realiza-da unicamente e sob a responsabilidade técnica de um farmacêutico. A designação a adoptar seria «medicamentos de indi-cação farmacêutica», que não é novidade em outros países, porque não queremos nem é nosso objectivo, de forma alguma, prescrever, já que essa é uma competên-cia dos médicos”. A responsabilidade da gestão destes processos tem de emanar da formação que cada profi ssional tem, segundo Agostinho Franklim Marques: “Não nos podemos sobrepor a ninguém

dentro da cadeia de valor da saúde, o que é importante é que exista um esquema piramidal, com uma hierarquia funcional e de competências muito bem defi nida”. As questões organizacionais, em debate contínuo no seio da Ordem dos Farma-cêuticos, levam-nos a questionar o Pre-sidente da Secção Regional do Porto da Ordem dos Farmacêuticos sobre os gran-des desafi os em análise. Neste sentido, Agostinho Franklim Marques aponta que as farmácias nos hospitais, não as farmá-cias hospitalares, mas sim as sociedades comerciais contíguas, redundaram em fracasso e que seria altura de ter cora-gem para acabar com estas unidades, tal como se apresentam. Uma outra questão importante é a propriedade da farmácia que deve ser exclusiva do farmacêutico, onde a estrutura interna deve ser valori-zada pela perspectiva da dispensa activa e não da venda pura, obedecendo a cri-térios exclusivamente economicistas. O nosso entrevistado afi rma ainda que a imposição de condições “cegas” a todas as farmácias, sem atender ao contexto sócio-económico onde estão inseridas, faz com que haja um número crescente de farmácias em falência técnica, um ci-

clo contrário aos resultados brilhantes, em termos fi nanceiros e de reconhecimento público conquistados por estas ao longo de décadas. Num horizonte de futuro, Agostinho Franklim Marques preconiza que “a ino-vação é imprescindível” e que “temos de analisar os custos da saúde como um todo e não os podemos considerar numa pers-pectiva imediata. Quanto mais saudável é uma sociedade, mais rica é. Analisar um medicamento inovador só pela perspecti-va do preço é um erro, porque o investi-mento numa potencial cura, recorrendo a novas moléculas, é compensador a longo prazo. É importante valorizar a humaniza-ção da saúde nas suas múltiplas vertentes, porque se está a olhar para a saúde numa óptica muito economicista”. Na vertente política, o da Secção Regional do Porto da Ordem dos Farmacêuticos está convicto de que “um governo que queira fazer re-formas no sector da saúde tem de auscul-tar e apostar nos farmacêuticos, porque se não houver vontade para aproveitar o contributo da nossa profi ssão, nos dife-rentes tipos de cuidados de saúde, esse erro crasso revela-se um desperdício para a sociedade”. IA

SAÚDE

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7iniciativasVALONGO

Há muitas pessoas que questionam a razão de Alfena ter sido elevada a

cidade e o que é que este estatuto admi-nistrativo traz de novo. Eu faria a questão ao contrário”, começa por afi rmar Arnaldo Pinto Soares, na certeza de que “não traz aumento de impostos, como as pessoas temem, mas contempla dois aspectos fundamentais – o orgulho colectivo que dá força e motivação para se continuar com o trabalho que até aqui se tem de-senvolvido, em termos de equipamentos dos sectores da educação, da saúde e da acção social, dimensionados para uma população de cerca de 20 mil habitantes”. O vereador da Câmara Municipal não tem dúvidas de que Alfena é a freguesia do concelho de Valongo mais bem posicio-nada, ou com maior potencial nos pró-ximos anos. “O aspecto económico vai ser fundamental, porque tivemos muitos anos em que se inverteu o ciclo normal de crescimento, numa lógica de desen-volvimento não sustentado”, atesta Ar-naldo Pinto Soares. Alfena é atravessada por uma vasta rede viária, composta na sua maior parte por auto-estradas (A3, A4, A41 e A42), registando a vantagem de estar perto do Aeroporto Internacional do Porto e do Porto de Leixões. “Na zona da Senhora do Amparo temos um nó da auto-estrada A41 que deriva nas imedia-ções de uma imensa mancha fl orestal que abrange as freguesias de Alfena, Sobrado e Valongo. Temos ali a possibilidade de construir uma área industrial muito gran-de ao longo na estrada nacional 606, ou «Estrada dos Alemães», como é conheci-

AS PESSOAS NO CENTRO DA CONSTRUÇÃO DE UMA ALFENA MODERNA

Cidade de Alfena

É na invocação do orgulho colectivo, que Arnaldo Pinto Soares, vereador dos pelouros da Finanças, Obras Municipais e Transportes da Câmara Municipal de Va-longo, dimensiona a elevação de Alfena a cidade, sublinhando o potencial de crescimento económico que se espera capitalizar, em torno do ideal perspectivado de desenvolvimento sustentável para a freguesia, ao longo dos próximos anos.

da”, refere o vereador, congratulando-se pelo facto de já existirem muitos em-presários dispostos a investir, sobretu-do nos sectores da logística e da grande distribuição. “Seria fundamental que esse projecto avançasse, à luz de uma econo-mia de escala, porque estaríamos a criar milhares de postos de trabalho, receitas para o município, incremento à habitação e crescimento dos sectores do comércio e serviços”, acrescenta. A cidade de Alfena apresenta interessan-tes perspectivas de desenvolvimento sus-tentado e de incremento da qualidade de vida. “Temos de aproveitar as margens do Rio Leça, que atravessa a localidade de lés a lés, ao longo de cinco quilómetros, para construir espaços de lazer, pontos de en-contro e bem-estar para a população, à semelhança do que foi pensado para São Lázaro, para a zona envolvente da Igreja Matriz e para o Reguengo”, enuncia o ve-reador da Câmara Municipal de Valongo, consciente que “de uma forma equilibrada podemos pensar numa cidade de futuro, que consiga ter crescimento e riqueza, para poder proporcionar o ambicionado desenvolvimento. É preciso dinamizar o comércio e os serviços para captar novos residentes”. A inauguração de um novo hospital privado em Novembro é apenas um exemplo desta máxima de moderni-zação. “Há um grande envolvimento polí-tico e cívico na construção de uma Alfena melhor e acredito que o crescimento eco-nómico e o desenvolvimento são elemen-tos estruturantes, na base de sonhos que não podem deixar de existir”, afi rma Ar-naldo Pinto Soares, na base de um amplo consenso interpartidário que se tem vindo

a cimentar. O domínio da acção social, se-gundo o vereador, “é muito importante”, dado que existe “um vasto conjunto de respostas integradas e fl exíveis, levadas a cabo por diversas entidades, que têm tra-balhado muito no apoio às pessoas mais

carenciadas”, estruturando a argumen-tação no princípio de que “um projecto de futuro para uma terra só tem sentido se for a área social o ponto de partida, porque as pessoas é que são o centro de tudo”. IA

ARNALDO PINTO SOARES, VEREADOR DA CÂMARA MUNICIPAL DE VALONGO

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8 iniciativas DIREITO

Cada vez mais a formação é um factor distintivo para a afi rmação de um servi-

ço integrado e de excelência por parte dos solicitadores. “O maior investimento da Câmara dos Solicitadores continua a ser a formação, porque é fundamental. Não queremos ser acusados de que os profi ssionais solicitadores e agentes de execução não sejam melhores por falta dela. Lutamos por ser melhores, dando mais e melhor formação”, afi rma José Antas, considerando que este elemento tem de ser considerado desde que um aluno decide entrar num curso superior de Solicitadoria, num dos 18 estabeleci-mentos de ensino que o ministram em Portugal. “Somos um país muito pequeno para termos tantas escolas. O que é que está a acontecer? À semelhança do que acontece com outros cursos superiores, verifi ca-se um excesso de licenciados. Estamos a ter uma oferta demasiado grande para a capacidade de absorção desses profi ssionais no mercado”, re-vela o Presidente do Conselho Regional do Norte da Câmara dos Solicitadores. Esta realidade é evidente nos números que nos apresenta. Segundo José Antas, no período entre 2006 e 2007 existiam 150 a 160 candidatos a estagiários, uma

CRESCER NUMA PROFISSÃO COM HISTÓRIACâmara dos Solicitadores | Conselho Regional do Norte

Elos essenciais do sistema judicial português, os solicitadores enfrentam hoje desafi os de alargamento de competências que os levaram a entrar em 2003, por exemplo, no campo dos agentes de execução. A formação é um elemento estruturante e a classe tem de ser repensada a partir da base sob critérios de equilíbrio, qualidade e exigência, como considera José Antas, Presidente do Conselho Regional do Norte da Câmara dos Solicitadores, nosso entrevistado.

cifra que se elevou, no estágio que está prestes a terminar, para os 400 ele-mentos. Já no estágio que começou em Janeiro deste ano estão envolvidos, só a nível no Norte do país, cerca de 600 candidatos. “Temos um outro problema”, reitera, aclarando que “o estagiário tem de ter um patrono, um orientador. Com um tão grande número de estagiários, é difícil arranjar um número tão grande de patronos. Não é solução para o problema criar ‘numerus clausus’ no acesso ao en-sino superior. Essa é uma forma artifi cial de resolver o problema. Esta questão tem

de ser tratada ao nível da tutela ministerial do ensi-no superior e dos estabe-lecimentos de ensino que ministrem a formação em Solicitadoria, bem como da Câmara dos Solicitadores e, eventualmente, da Or-dem dos Advogados”. Re-conhecendo que a forma-ção gira à volta do lucro, José Antas defende que é importante criar mecanis-mos de equilíbrio, de qua-lidade e de exigência, uma vez que a sociedade exige muito dos profi ssionais,

por via do reconhecimento que confere ao papel do solicitador. “Continuamos a apostar na formação iminentemente gra-tuita e se houver um real aproveitamento das competências que são ministradas, estamos perante o retorno esperado”, assegura. Face à entrada dos solicitadores no cam-po dos agentes de execução e ao incre-mento de celeridade processual que esta medida aporta para o sector da Justiça, o Presidente do Conselho Regional do Nor-te da Câmara dos Solicitadores, explica que já não são apenas estes os profi s-

sionais que podem ace-der à área de agência de execu-ção, mas também os advogados. “A possibili-dade que foi aberta em 2003 de os solicitado-res e agora os advoga-dos serem agentes de execução, c o n t r i b u i para a cele-ridade que se pretende, através da disponibi-lização de uma maior oferta de actores para fazer um determina-do trabalho,

mas não são os únicos intervenientes que têm infl uência no desenvolvimento do processo. No fundo há uma cadeia de intervenientes onde cada um poderá ter um papel na resolução ou no atra-so de um problema, porque é um erro apontarmos um único culpado na len-tidão da justiça. A culpa é de todos”, considera José Antas, acrescentando um dado importante: “Quando em 2003, o sistema como o conhecemos foi aberto aos solicitadores, legalmente previa-se muitos aspectos que ainda hoje não es-tão implementados. À época ainda não havia sistemas electrónicos tão avança-dos como os que hoje existem. Temos de olhar para os nossos desafi os com mente aberta, acreditando nas nossas capacidades”. No que respeita à gestão processual, a montante e a jusante da instrução, o Pre-sidente do Conselho Regional do Norte da Câmara dos Solicitadores é peremp-tório: “Não nos podemos alhear dos processos que temos em mãos, à luz de uma cadeia de responsabilidade que envolve quer os diversos agentes com competências judiciais, quer os prazos em questão. Não podemos atalhar ca-minho, porque há direitos fundamentais das pessoas envolvidas”. A Lista Pública de Execuções, publicada pelo último Ministro da Justiça, veio acla-rar os casos de dívidas, uma realidade de que não é despicienda a questão da ili-teracia fi nanceira e desconhecimento das cláusulas contratuais por parte de muitos consumidores, a juntar à conjuntura de crise. Há um elemento positivo na géne-se desse directório, segundo José Antas. “O executado ao ser notifi cado que não pagando vai para a lista, paga a dívida voluntariamente. Há pessoas que não pagam porque não podem e há os de-vedores que não pagam porque não querem, socorrendo-se de todos os me-canismos para sustentar a sua decisão”, concretiza. A fi nalizar, o Presidente do Conselho Re-gional do Norte da Câmara dos Solicita-dores, José Antas deixa uma mensagem de ânimo: “Na globalidade do processo, todos os operadores ligados à justiça têm um papel e uma palavra a dizer. É um esforço nacional, em que todos têm de dar o seu contributo. Se partimos para uma corrida sem optimismo, vamos perdê-la. Temos de acreditar nas nossas capacidades e passar este optimismo aos nossos associados, encarando de forma positiva as novas exigências e compe-tências”. IA

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11iniciativasMAIA

Rogério Santos, com quem começamos a falar, sempre trabalhou na área admi-

nistrativa. Quando se juntou com o irmão, Álvaro Moreira, para criar a Impermaia, con-tratou profissionais qualificados para dar resposta às crescentes solicitações de obra. “Essencialmente, fazemos impermeabili-zações de terraços, coberturas e fachadas, tanto com tela asfáltica, como com mem-branas de PVC, que são os produtos que nos oferecem mais garantias”, refere, acres-centando que “são produtos diferentes, mas que apresentam o mesmo resultado final”. A oferta complementar da empresa assenta na concepção de revestimentos e isolamen-tos térmicos exteriores, áreas igualmente importantes que concorrem para um servi-ço integrado ao cliente. Álvaro Moreira defi-ne a Impermaia como uma empresa “mais vocacionada para a intervenção em edifícios novos, embora a recuperação seja um mer-cado que também é explorado”, na medida da procura registada.Rogério Santos refere que os materiais têm evoluído muito na última década: “Abrem-se novas possibilidades em relação ao que havia, não tanto ao nível das impermeabili-zações, mas sobretudo ao nível dos reves-timentos e dos isolamentos térmicos, com soluções cada vez mais versáteis, que apre-sentam propriedades muito eficazes contra as infiltrações e fissurações e que exigem pouca manutenção”. No campo dos reves-timentos, a Impermaia disponibiliza uma oferta assente em propostas decorativas e utilitárias, produzida à base de granulados de rocha e muito utilizada nos espaços co-muns de complexos habitacionais, sobretu-do a nível interior, mas também exterior.

SOLUÇÕES DE EXCELÊNCIA AO SERVIÇO DA CONSTRUÇÃO CIVIL

IMPERMAIA

Tudo começou em 1997, quando os irmãos Rogério Santos e Álvaro Moreira se decidiram estabelecer por conta própria, no campo das impermeabilizações, revestimentos e isolamentos térmicos, chamando depois o Pai que se encon-trava a trabalhar noutra área. Assim nasceu a Impermaia, uma empresa que abre as suas portas de Milheirós, na Maia, para todo o território nacional.

Consciente do trabalho de referência reali-zado ao longo dos últimos anos, de vocação nacional, mas assente, sobretudo, no Norte, Rogério Santos aponta que as perspectivas de crescimento da Impermaia passam pela associação a grandes parceiros do sector da construção civil e obras públicas, em regi-me de subempreitada e empreitada geral. “Somos uma empresa credível, apostamos muito na qualidade e damos garantia dos nossos trabalhos”, reitera, a finalizar, Ro-gério Santos, uma afirmação partilhada por Álvaro Moreira. IA

:: Tribunal da Comarca de Gondomar;:: El Corte Inglès (Vila Nova de Gaia);:: Hospital CUF (Porto);:: Hospital de Santo An-tónio (Porto) – Consultas Externas;:: Hospital de São João (Porto) – Ampliação;:: Hotel Meliá Ria (Aveiro);:: Intervenções ao abrigo; do programa “Parque Escolar”.AL

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ROGÉRIO SANTOS E ÁLVARO MOREIRA

Dá pelo nome de Armindo Correia e é um dos grandes especialistas em máquinas

agrícolas. Há cerca de dez anos começou a fazer também manutenções noutras áre-as, principalmente no sector automóvel, mas com a crise actual que se vive tanto no sector automóvel, como da construção, resolveu regressar às máquinas agrícolas. Foi, contudo, há dois anos, que apostou em novas instalações, tendo dado um sal-to importante quer ao nível de aumento de produção, quer ao nível de qualidade do espaço físico.Com o apoio imprescindível da fi lha, Ar-mindo Correia afi rma que “tanto a nível de Portugal como Espanha, a Agroarco está a tentar alargar a sua actividade, mas de for-ma gradual e prudente. Temos muito tra-balho, o nosso problema não é falta de tra-balho, antes pelo contrário. Numa altura de crise, este é um sector que continua a evo-luir e felizmente o trabalho aparece-nos. O nosso problema é a falta de mão-de-obra para trabalhar neste ramo de actividade. As pessoas não querem trabalhos pesados nem sujos e não se aguentam muito tempo nos sítios”.Esta questão da mão-de-obra, segundo o nosso interlocutor, “acaba por constituir um problema, uma vez que não me consigo li-bertar do trabalho mais técnico para investir mais na parte de inovação. Se tivesse uma equipa mais sólida, arriscava mais. Outra das questões é o facto de ter muitos pedi-dos e, sem mão-de-obra qualifi cada, não consigo dar vazão a tanto trabalho”.

HÁ 25 ANOS A CONSTRUIR O FUTURO

Agroarco

Já lá vão 25 anos desde que começou a lidar com as máquinas agrícolas. Tinha 14 anos e o sonho de criar coisas novas. Aos 21 abriu a primeira empresa e hoje orgulha-se de, com suor e empenho, ter conseguido criar um pequeno império. Pelo menos o seu império. Aquele de que vamos falar nesta entrevista dada ao Iniciativas.

O que torna a Agroarco diferente?Num mercado cada vez mais competitivo é premente referir que também o cliente mudou, tendo evoluído e tendo-se tornado cada vez mais conhecedor. À luz da expe-riência do empresário, “posso referir que o cliente agora está mais preocupado com a qualidade, mesmo que isso implique um custo maior. Já tentei produzir com preços mais acessíveis, mas o que é certo é que não é possível. As pessoas procuram quali-dade e a qualidade não é barata. Temos de explicar às pessoas o que fazemos e como fazemos, qual a diferença entre uma má-quina mais barata e uma mais cara e feliz-mente nós temos boas soluções, estamos sempre a inovar e tentamos ir ao encontro das necessidades dos clientes. Temos má-quinas novas, estufa, pintura de máquinas, entre outras coisas. E é aqui que fazemos a diferença”, garante o proprietário da Agro-arco, numa altura em que é tempo de in-vestir, de criar e de inovar. Mas devagar e de forma consistente, como sempre tem feito Armindo Correira. IA

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13iniciativasMAIA

A FORÇA DO PLANEAMENTO AO SERVIÇO DA COMUNIDADEJunta de Freguesia de Vermoim

Detentora de uma vasta História, em pleno centro urbano da Maia, a freguesia de Vermoim cresceu muito nos últimos 25 anos, fruto de uma visão estratégica que honra a autonomia do poder local, como nos conta Aloísio Nogueira, Presidente da Junta de Freguesia e nosso entrevistado.

Integrando o principal núcleo urbano da Maia, a freguesia de Vermoim tem uma longa His-tória. Em forma de contextualização, gostaria de evocar algumas referências distintivas do passado?O actual topónimo Vermoim tem a sua origem etimológica no nome próprio, de origem ger-mânica, Vermudus (Vermudo ou Bermudo) bastante comum na Idade Média peninsular. Por corruptela do seu diminutivo – Vermu-dinus – transformou-se no actual vocábulo Vermoim. Como era comum ao tempo, a ter-ra terá tomado o nome do seu senhor, cha-mado Vermudo. Durante o Séc. XIX e durante a primeira metade do séc. XX, desenvolveu-se enormemente em Vermoim uma indústria artesanal de feitura de tamancos, em oficinas familiares que, a par da agricultura, ocupava a maioria da mão-de-obra masculina da fre-guesia – os tamanqueiros de Vermoim. Actu-almente, o único vestígio dessa indústria é a escultura que homenageia aquela profissão, no Largo do Outeiro. Em meados do séc. XX foi instalada na freguesia uma subestação transformadora de energia eléctrica, para onde são encaminhadas e se concentram as linhas de alta tensão originárias das barragens hidroeléctricas do Norte do país. Nessa subes-tação está hoje instalada toda a logística que controla por telemática a totalidade da rede eléctrica nacional. Em 3 de Julho de 1986, a Assembleia da República elevou a Maia a ci-dade, com o seu perímetro urbano compos-to pelas freguesias de Vermoim, Gueifães e Maia. Actualmente, a actividade económica de Vermoim é predominantemente terciária e industrial, concentrando-se na freguesia as mais importantes infra-estruturas desporti-vas do município da Maia A localização de Vermoim e as acessibilidades de que dispõe tornam a freguesia um lugar apetecível para viver e trabalhar, destacando-se o facto de ser, de entre as três freguesias urbanas da Maia, a mais populosa. Que desa-fios é que traz esta realidade a quem pensa e define os rumos da freguesia?Em pouco mais de duas décadas a população residente na freguesia de Vermoim quase que duplicou (somos actualmente 15700 vermo-enses). Essa taxa de crescimento, que não teve par em mais nenhuma das freguesias do Norte do país, colocou naturalmente uma enorme pressão nas infra-estruturas colecti-vas, desde as redes públicas de abastecimen-to de água e de saneamento básico, às esco-las e educação, passando pela rede viária, pela rede de cuidados primários de saúde primá-ria, pelo emprego e pela habitação social. Há pouco menos de uma geração (a minha ge-ração), Vermoim era uma bucólica aldeia nos arrabaldes do Porto. Hoje é parte de uma das mais dinâmicas cidades de Portugal – a Maia. A passagem, em tão pouco tempo, de aldeia a

cidade teve que ser feita quase que queiman-do etapas, num homérico esforço de plane-amento e concretização de equipamentos colectivos que fornecessem à nova população os serviços de saúde, educação, saneamento básico e habitação que, felizmente, são con-siderados direitos básicos de qualquer comu-nidade. Felizmente que no tal planeamento e concretização de infra-estruturas que houve que fazer por força dessa transformação, o poder local teve imenso êxito: redes de abas-tecimento público e de saneamento básico que chegam a todos, escolas básicas moder-nas e exemplares, rede de estabelecimentos de medicina familiar que chegam para todos os habitantes, infra-estruturas desportivas modulares e acessíveis a todos e um grande parque de habitação social e uma rede viária sem estrangulamentos perniciosos, salvo os que nos foram impostos pela Administra-ção Central, com as SCUT. Obviamente que nem tudo está feito e há sempre espaço para melhorar. Apesar de termos um grande nú-mero de fogos de habitação social, a maioria deles, encontra-se envelhecido, a necessitar com alguma urgência de ser recuperado e reabilitado ou até substituído por um novo paradigma. E isso significa a necessidade de muitos milhões de euros. E depois Vermoim, e a cidade da Maia, precisam de encontrar forma de ter grandes espaços de fruição co-lectiva e de horizontes despejados bem no centro, por forma a incrementar ainda mais a qualidade da sua vida comunitária. Esses são os dois grandes desafios específicos que se colocam a Vermoim e à cidade da Maia. A par de outros que são comuns a qualquer cidade portuguesa: encontrar formas de, perante a erosão das redes informais de solidariedade de vizinhança e do conceito de família alarga-da que nos trouxe a vida moderna, reinventar a solidariedade social para podermos todos resistir ao tsunami da crise.

Gostaria de destacar algumas iniciativas e eventos que decorram ao longo do ano na freguesia de Vermoim?São muitos os eventos que acontecem ao longo do ano na cidade da Maia e em Ver-moim. É em Vermoim que estão instalados os principais equipamentos desportivos do concelho. São, por isso, diversos os even-tos desportivos de interesse que acontecem nesses equipamentos. Alguns têm mesmo relevância internacional pela sua importância e qualidade. Já no mês de Julho acontecerá mais uma edição do festival internacional de andebol, o Maia Andebol Cup; em Abril de cada ano, no Complexo Municipal de Ténis, há quase 20 anos, decorrer a Taça Interna-cional de Ténis Maia Jovem, competição que reúne os melhores jovens tenistas do mundo, em número superior a 300. Todos os anos, igualmente, o complexo municipal de ginás-

tica acolhe diversos festivais internacionais de ginástica artística e acrobática, sendo o mais destacado o Maia International Acro Cup. A nível mais local, existem igualmente outros acontecimentos que merecem referência, como sejam os concertos da Orquestra Filar-monia de Vermoim, a Festival Gastronómico

“Há Porco no Parque” e, merecendo uma es-pecial referência nesta altura de Santos Popu-lares a secular “Cascata Sanjoanina do Quim do Pedro” uma enorme cascata com centenas de figuras animadas, que é a maior do país e que vem deliciando sucessivas gerações de maiatos. IA