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  • PORTUGAL NA MONARQUIA HISPNICA DINMICAS DE INTEGRAO E DE CONFLITO

  • LISBOA2 0 1 3

    PORTUGALNA MONARQUIA HISPNICADINMICAS DE INTEGRAO E DE CONFLITO

    Organizao de

    Pedro Cardim, Leonor Freire Costae maFaLda soares da Cunha

  • FICHA TCNICA

    Ttulo PORTUGAL NA MONARQUIA HISPNICA DINMICAS DE INTEGRAO E DE CONFLITO

    Organizadores Pedro Cardim, Leonor Freire Costa e maFaLda soares da Cunha

    Edio Centro de histria de aLm-mar FaCuLdade de CinCias soCiais e humanas / universidade nova de Lisboa universidade dos aores

    Centro interdisCiPLinar de histria, CuLturas e soCiedades da universidade de vora

    Gabinete de histria eConmiCa e soCiaL, instituto suPerior de Gesto, universidade tCniCa de Lisboa

    red CoLumnaria red temtiCa de investiGaCin sobre Las Fronteras de Las monarquas ibriCas

    Capa Santa Comunicao, Lda. Rua Actriz Adelina Fernandes, 7B 2795-005 Linda-a-Velha

    Coleco ESTUDOS & DOCUMENTOS 18

    Depsito legal 353626/13

    ISBN 978-989-8492-15-9

    Data de sada Janeiro de 2013

    Tiragem 500 exemplares

    Execuo grfica PUBLITO Estdio de Artes Grficas, Lda. Parque Industrial de Pitancinhos BRAGA - Portugal

    Apoios:

    O Centro de Histria de Alm-Mar da Faculdade de Cincias Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e da Universidade dos Aores financiado pela Fundao para a Cincia e a Tecnologia.

    Ministerio de Economa y Competitividad: Ayudas para la realizacin de Acciones Complementaria: Columnaria, n de referencia HAR2011-13894-E.

  • NDICE

    Introduo, por Pedro Cardim, Leonor Freire Costa e maFaLda soares da Cunha 9

    A MONARQUIA COMO ESPAO DE OPORTUNIDADES

    Jos Javier ruiz ibez & viCente montoJo, Los portugueses y la poltica imperial: de Flandes, Londres y Francia al sureste peninsular, entre oportunidades y frustraciones .......................................................................................................... 17

    dominGo Centenero de arCe, Soldados Portugueses en la Monarqua Catlica, soldados castellanos en la India Lusa ................................................................. 47

    Jean-FrdriC sChaub, Archipilago martimo y archipilago poltico: las Azores

    bajo los Austrias (1581-1640)................................................................................ 73

    maria manueL Ferraz torro, Os Portugueses e o trato de escravos de Cabo Verde com a Amrica Espanhola no final do sculo xvi. Os contratadores do trato de Cabo Verde e a Coroa. Uma relao de convenincia numa poca de oportunidades (1583-1600) .............................................................................. 93

    nunziateLLa aLessandrini, Vida, histria e negcios dos mercadores italianos no Portugal dos Filipes ............................................................................................... 107

    FederiCa rusPio, La nazione portoghese a Venezia e i suoi rapporti coi domini spagnoli .................................................................................................................. 135

    ENTRE A IRRELEVNCIA E A INTEGRAO?

    Fernanda oLivaL, As Ordens Militares Portuguesas sob os ustrias: as mudanas e as continuidades ................................................................................................. 167

    ana isabeL LPez-saLazar Codes, Con grande perturbacin del Santo Oficio. A reforma da Inquisio portuguesa no tempo dos Filipes ................................ 187

  • bruno FeitLer, Continuidades e rupturas da Igreja na Amrica Portuguesa no tempo

    dos ustrias. A importncia da questo indgena e do exemplo espanhol ......... 203

    Guida marques, De um governo ultramarino. A institucionalizao da Amrica Portuguesa no tempo da unio das coroas (1580-1640) ..................................... 231

    maneL oLL, Portugueses y castellanos en Asia Oriental ............................................. 253

    manueL Lobato, As Filipinas e o Estado da ndia no tempo dos ustrias. Tenso, convergncia e acomodao entre os imprios ibricos na sia do Sueste ..... 277

    osCar Jos truJiLLo, Integracin y conflicto en una elite fronteriza: los portu- gueses en Buenos Aires a mediados del siglo xvii ............................................... 309

    TENSES E CONFLITOS GERADOS PELA UNIO

    steFano andretta, La diplomazia italiana dalla crisi successoria alla castiglianiz- zazione filippina del regno di Portogallo ............................................................. 333

    Gaetano sabatini, Entre o Papa e o Rei de Espanha: a comunidade lusitana em Roma nos sculos xvi e xvii .................................................................................. 349

    mara Jordn arroyo, La invasin a Portugal en 1589 y el sueo del ocaso de la Espaa de los Austrias .......................................................................................... 391

    FLix Labrador arroyo, A Jornada Real de 1602-1603. Um projecto poltico frus- trado ....................................................................................................................... 413

    santiaGo martnez hernndez, En los maiores puestos de la Monarchia: Don Manuel de Moura Corte Real, marqus de Castelo Rodrigo y la aristo- cracia portuguesa durante el reinado de Felipe IV. Entre la fidelidad y la obedincia (1621-1651) ......................................................................................... 435

    stuart b. sChwartz, As classes populares portuguesas durante a Unio Ibrica e a Restaurao ........................................................................................................... 493

    AUTORES (notas bio-bibliogrficas) ........................................................................ 507

  • INTRODUO

    O perodo durante o qual Portugal fez parte da Monarquia Hispnica (1581-1640) foi alvo de um grande interesse por parte da historiografia das duas ltimas dcadas, acabando por se tornar numa das pocas melhor conhecidas da trajectria histrica portuguesa. O presente volume visa, precisamente, fazer um balano das mais recentes investigaes sobre o Portugal dos ustrias, reunindo parte das comunicaes apresentadas nas V Jornadas Internacionales de Historia de las Monarquas Ibricas da Red Columnaria, jornadas essas que se realizaram em Lisboa no final de 2009 e foram organizadas por um conjunto de instituies universitrias.

    Entre o momento da vinculao de Portugal aos domnios de Filipe II,em 1581, e o 1 de Dezembro de 1640, data em que teve incio a desvinculaoe o regresso de Portugal a uma condio independente, transcorreram seis dcadas, durante as quais os portugueses foram sujeitos a uma experincia que, para eles, era indita: partilhar, com muitos outros povos, o mesmo sobe-rano. Fazer parte de um conglomerado dinstico era algo de relativamente banal na Europa daquele tempo. Para os vassalos da coroa de Portugal, no entanto, a primeira vez que se viram nessa situao foi, precisamente, em 1581, e tal implicou adaptao, desde logo porque tiveram de se habi-tuar circunstncia de contarem com um rei que residia a maior parte do tempo fora do territrio portugus, facto que, como se sabe, tinha bastantes implicaes polticas. Alm disso, os portugueses no demoraram muito a perceber que, doravante, teriam de se mover num universo poltico muito mais complexo do que aquele a que estavam habituados. Convertidos em vassalos de um monarca, de um soberano que governava vrios reinos, os portugueses passaram a viver lado-a-lado com castelhanos, aragoneses, cata-les, valencianos, granadinos, navarros, napolitanos, sicilianos, milaneses, flamengos ou criollos das Indias de Castilla, povos muito diversos mas que tinham em comum o facto de terem, todos eles, o mesmo senhor.

    As investigaes reunidas neste volume procuram dar conta da expe-rincia portuguesa no seio da Monarquia dos ustrias, tendo sido agrupadas em trs seces temticas: em primeiro lugar, A Monarquia como espao

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    de oportunidades; depois, Entre a irrelevncia e a integrao?; por ltimo,Tenses e conflitos gerados pela unio. Estas trs seces levam em conta os factores que propiciaram a integrao de Portugal no universo dos ustrias, mas tambm as tenses e os conflitos entre as instituies e os grupos sociais portugueses, por um lado, e, por outro, as autoridades da Monarquia, tanto no mbito europeu quanto nos territrios ultramarinos de Portugal e de Castela. No seu conjunto, o volume transmite uma imagem aprofundada dos sessenta anos em que Portugal fez parte da Monarquia Hispnica, para alm de retratar o papel que os portugueses desempenharam no mbito poltico, econmico e cultural dos ustrias.

    Alguns dos estudos reunidos neste livro apresentam a Monarquia como um espao onde era possvel actuar como um continuum, com movimentos que transcendiam, claramente, as fronteiras poltico-jurisdicionais. Comuni-cao e circulao so fenmenos muito presentes, por exemplo, no captulo dedicado preparao da visita de Filipe III a Portugal, mas tambm nas investigaes acerca das redes nobilirquicas, das redes mercantis e finan-ceiras ou, at, do mecenato. Tais estudos demonstram que a transversalidade constitui a melhor forma de captar os fenmenos de articulao e de integra-o que transcendiam as fronteiras formais da Monarquia, ou que as recor-tavam de uma maneira e com sentidos que eram muitas vezes conjunturais.

    Deste modo, o conjunto de trabalhos apresentado por este volume confirma que a Monarquia, como unidade de anlise, se reveste de alguns problemas. certo que as dinmicas do conglomerado dos ustrias expli-cam, em parte, a geografia da circulao de indivduos e grupos. No entanto, e como demonstra, por exemplo, a anlise dos cristos-novos sediados em Veneza efectuada por Federica Ruspio, os tempos e os espaos da circulao extravasavam frequentemente as fronteiras fsicas da Monarquia. E a par do caso de Veneza poderamos igualmente referir outros semelhantes, como Gnova, Livorno, Bordus, Amesterdo, Hamburgo, etc. No fundo, em vrios dos estudos reunidos neste livro bem patente que o mundo das pessoas no estava forosamente confinado ao universo da Monarquia. Alis, ao longo das pginas deste volume assinala-se, por exemplo, que existiu um forte interesse por figuras das artes e das letras portuguesas em Madrid antes de 1581 e depois de 1640. Alm disso, so vrios os estudos que mostram que as cumplicidades e/ou as rivalidades luso-espanholas em torno de questes comerciais ocorreram num tempo que era, em grande medida, independente da unio ibrica.

    No que respeita s dinmicas de integrao de Portugal na Monarquia, uma boa parte dos trabalhos que compem o presente volume sugere que essa integrao se verificou, acima de tudo, naquilo que poderamos designar de espao dos indivduos. So vrios os estudos que demonstram que os indivduos e as redes sociais (mono ou multiculturais) eram bastante pls-ticos nas suas actividades, nas suas trajectrias e nas suas vinculaes (inde-

  • INTRODUO 11

    pendentemente da sua natureza), fenmeno que se manifesta no carcter pluricultural, plurinacional e, at, pluritnico de tais redes. esse o caso dos indivduos e dos grupos analisados por Federica Ruspio ou por Nunziatella Alessandrini e, ainda, dos comerciantes de escravos no mbito atlntico, estudados por Maria Manuel Torro. Vrios dos trabalhos reunidos no presente volume explicam, tambm, como os indivduos se apropriavam das instituies, manipulando, em proveito prprio, os recursos que elas detinham.

    A Monarquia Catlica pode assim ser olhada como um formidvel espao de integrao. E tal sucedeu porque, como defendem Jos Javier Ruiz Ibez e Vicente Montojo, o conglomerado dos ustrias, para alm de ter sido capaz de proporcionar mltiplas oportunidades para os indivduos, forneceu um quadro de referncias unificador (religio catlica e vinculao ao rei) e, alm disso, constituiu o palco adequado para articulaes transver-sais em funo de interesses corporativos, econmicos, culturais e artsticos.

    Assim, numa parte significativa dos estudos reunidos neste volume sobressai, efectivamente, a imagem de uma Monarquia que se assumiu, pelo menos em determinados momentos, como um enorme espao de opor-tunidades. semelhana dos vassalos dos demais territrios do monarca catlico, os portugueses aprenderam a tirar partido da Monarquia, embora tambm seja certo que os seus recursos foram captados pelos vassalos dos domnios dos Habsburgo. Tal sucedeu quer no que respeita s vantagens que as sociedades de acolhimento retiraram da integrao de no-naturais, quer no que toca aos cruzamentos multiculturais (portugueses com italianos, com castelhanos, com flamengos, etc.) e s diversas formas que eles assumiram. Refira-se, a ttulo de exemplo, o percurso excepcionalmente bem-sucedido dos Moura Corte Real, estudado por Santiago Martnez, o caso dos matri-mnios mistos dos mercadores italianos estabelecidos em Lisboa, descrito por N. Alessandrini, a integrao de portugueses nos efectivos militares da Monarquia, tratada por Domingo Centenero, ou, ainda, o impacto das tropas espanholas estacionadas no presdio de Angra, nos Aores, analisado por Jean-Frdric Schaub. A julgar pelos estudos reunidos no presente volume, as abordagens mais aptas para captar as dinmicas de integrao so as que dizem respeito dimenso scio-econmica e cultural, um mbito que tambm se assume como o principal espao de aco individual, precisa-mente porque nele os recursos eram passveis de serem utilizados de uma forma mais oportunista, mais plstica, mais flexvel.

    Um outro dado que comum a quase todos os trabalhos que integram este volume a constatao da ausncia de um plano global da monarquia para o seu conjunto de territrios. Os diversos estudos referem-se sobretudo a iniciativas pontuais, conjunturais e mais ou menos improvisadas, e no propriamente a uma dimenso projectual claramente formulada em termos globais. Alm disso, nesses estudos sobressai, acima de tudo, a capacidade

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    dos indivduos para desarticular as iniciativas da Monarquia, sem que esta fizesse muito (ou pudesse ou quisesse fazer muito) para contrariar tais inicia- tivas de desarticulao. tambm patente, por outro lado, que os territrios situados nas reas confinantes dos imprios portugus e espanhol possuam, muitas vezes, dinmicas bastante autnomas (e eventualmente contradi-trias) face aos respectivos centros polticos. Trata-se de processos ante-riores entrada de Portugal nos domnios dos ustrias e que prosseguiram depois de 1640, o que demonstra que a vinculao portuguesa Monarquia ter sido relativamente irrelevante para algumas dessas dinmicas de inte-raco. Tal evidenciado pelos estudos de Manuel Oll, de Manuel Lobato e de Oscar Jos Trujillo,

    Muito embora tenha dado origem a modalidades multiformes de inte-grao, esta dinmica de cruzamentos mltiplos tambm gerou, inegavel-mente, dissenso e resistncia integrao. As situaes de conflito, a julgar pelos trabalhos aqui reunidos, so sobretudo protagonizadas pelas institui-es, as quais parecem constituir o espao mais adequado organizao de resistncia e de oposio poltica.

    Os conflitos so estudados por uma parte substancial daqueles que contriburam para este volume e a dimenso complexa da dissenso plena-mente tida em conta. Stefano Andretta, por exemplo, ao analisar como a integrao de Portugal foi olhada em Itlia, mostra que o processo deixou sempre uma margem considervel para questionar a pertena e a eventual separao, enquanto Gaetano Sabatini, na sua anlise da confraria de Santo Antnio dos Portugueses, demonstra como esta instituio reagiu s tenta-tivas de interferncia na sua gesto por parte dos representantes de Filipe IV na Santa S. Quanto a Mara Jordn, assinala que os sonhos, esses olhares onricos sobre a poltica, podiam ser sintoma de tenso e de conflito, mas tambm canal para expressar crticas situao poltica e, ainda, para trans-mitir advertncias acerca de uma eventual ruptura da unidade em que assen-tava o conglomerado dos ustrias. J o estudo da visita falhada de Filipe III a Portugal em 1602-1603, realizado por Flix Labrador, apresenta dados que ilustram a crescente desateno poltica do monarca em relao Casa Real de Portugal.

    Dos trabalhos que dedicam mais ateno s instituies, porque cons-tituam a ossatura da individualidade de cada territrio reincola, colhe-se a impresso de que estas protagonizaram dinmicas polticas relativamente autnomas do centro poltico. No seu conjunto, dir-se-ia que as instituies acabaram por ser mais renitentes integrao do que os indivduos, em parte porque eram as entidades que realmente encarnavam a forma tradicio-nal ou particularista de fazer a poltica. Ana Isabel Lpez-Salazar, por exem-plo, no seu estudo sobre a Inquisio mostra claramente que tal instituio tendeu a ser mais imobilista do que os indivduos que em seu torno gravi-tavam, e tal sucedia mais por razes corporativas do que por causa de sen-

  • INTRODUO 13

    timentos patriticos. Tal no exclui, no entanto a possibilidade de algumas instituies serem instrumentalizadas pela Monarqua. Como demonstra claramente Fernanda Olival, entidades como as Ordens Militares foram decisivas para o soberano promover ou aprofundar a integrao de Portu-gal. Bruno Feitler sugere um processo similar relativamente s instituies eclesisticas, ao apresentar as continuidades e as rupturas da poltica rgia em relao estrutura da Igreja no Brasil. Refira-se tambm, e a prop-sito, o contributo de Guida Marques, no qual se confirma que foi o prprio Filipe III quem confiou aos portugueses em concreto os naturais de Pernambuco a misso de conquistar o Maranho e o Gro-Par. Convm lembrar que essa rea da Amrica estava claramente situada para alm da linha de Tordesilhas e, portanto, em plena rea jurisdicional castelhana. Nesse caso, foi a prpria cabea da Monarquia a ordenar aos seus vassalos que no respeitassem a separao entre as duas Amricas Ibricas. De qual-quer modo, este episdio tambm demonstra que, muito embora as institui-es fossem em princpio mais renitentes integrao, sem elas era difcil dar corpo a estratgias de conjunto e com sentido unificador.

    Seja como for, e em face das investigaes reunidas no presente volume, parece evidente que, para formular concluses mais definitivas sobre as dinmicas de integrao e de conflito no Portugal dos ustrias, h que estudar, em profundidade, algumas instituies absolutamente vertebradoras e sobre as quais ainda se sabe muito pouco. Dispomos j de alguns estudos acerca da Casa Real, mas instituies to ou mais decisivas como o Conselho de Portugal, o Conselho da Fazenda, o Conselho da ndia ou o Conselho de Estado, por exemplo, aguardam uma anlise comparada e transversal, anlise que dever ter em conta no s o mbito portugus mas, tambm, o conjunto da Monarquia (na linha do estudo de Domingo Centenero acerca da naturalidade dos contingentes militares ao servio dos ustrias). Por outro lado, trabalhos como o de Bruno Feitler lembram que a unidade da Monar-quia no tinha apenas a ver com estruturas seculares e que a compreenso cabal da ligao de Portugal ao conglomerado dos ustrias implica olhar para vrias outras dimenses, como por exemplo as estruturas eclesisticas, tambm elas ainda pouco conhecidas.

    Stuart Schwartz, no estudo que encerra este volume, recorda que importante devolver aos grupos populares o protagonismo e a densidade que a historiografia das ltimas dcadas lhes retirou. Cumpre levar a cabo essa dmarche com plena conscincia do quo problemtico trabalhar com indicadores de pertena nacional e encar-los como expresso de sentimentos partilhados por uma parte representativa da populao, sobretudo por se tratar de uma poca em que a coexistncia de mltiplos vnculos e de qua-dros de identidade estava longe de ser um dado problemtico, e em que a nao no era o elemento de pertena mais valorizado, convivendo com outras formas de insero, como a fidelidade dinstica, o fervor religioso e a incluso em comunidades onde a naturalidade no era critrio de pertena.

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    Concretizar a pertinente proposta de S. Schwartz implica efectuar um estudo das modalidades de mobilizao da populao no contexto do Antigo Regime e implica, tambm, estudar os processos de politizao dos senti-mentos nacionais e a sua instrumentalizao, por exemplo por sectores da Igreja, na linha dos trabalhos de Joo Francisco Marques sobre os prega-dores e o seu papel de mobilizao colectiva.

    A estas perspectivas de investigao poder-se-ia juntar outras, como por exemplo o estudo mais aprofundado das formas de dissidncia, sua natureza, suas motivaes e objectivos; a comparao entre manifestaes de protesto na Europa e nos territrios extra-europeus; a anlise de temas como a xenofobia e o protesto popular, a fim de compreender qual o peso do sentimento nacional na gnese e no desenvolvimento destes movimentos; e, ainda, conferir um papel de sujeito efectivamente actuante, no quadro da Monarquia, aos grupos subalternos da Europa e aos indgenas dos territ-rios americanos, africanos e asiticos que estavam sob a alada dos ustrias.

    Por fim, cumpre reconhecer que a organizao das V Jornadas Inter-nacionales de Historia de las Monarquas Ibricas, assim como a publicao deste volume no teriam sido possveis sem a parceria de vrias institui-es universitrias e de investigao. Agradece-se, por isso, o apoio da Red Columnaria (Red temtica de investigacin sobre las fronteras de las monar-quias ibricas), mas tambm do CHAM (Centro de Histria de Alm-Mar da Universidade Nova de Lisboa e da Universidade dos Aores), do CIDEHUS (Centro Interdisciplinar de Histria, Culturas e Sociedades da Universidade de vora), do GHES (Gabinete de Histria Econmica e Social da Univer-sidade Tcnica de Lisboa), do Dipartimento di Studi storici, geografici e antropologici dellUniversit degli Studi di Roma Tre, da rea de Historia del Pensamiento Poltico da Universidad de Murcia e da cole des Hautes tudes en Sciences Sociales Paris.

    Pedro Cardim, Leonor Freire Costa

    e maFaLda soares da Cunha

  • A MONARQUIA COMO ESPAO DE OPORTUNIDADES

  • LOS PORTUGUESES Y LA POLTICA IMPERIAL:DE FLANDES, LONDRES Y FRANCIA

    AL SURESTE PENINSULAR,ENTRE OPORTUNIDADES Y FRUSTRACIONES

    viCente montoJo montoJo y Jos Javier ruiz ibez *Universidad de Murcia

    resumo

    Entre los diversos mecanismos que se articularon en la Unin de las Coronas de Felipe II se ha de contar la insercin personal de los nuevos sbditos naturales lusos dentro de la gestin global de Imperio y su residencia en los territorios propios de la Corona de Castilla. Este artculo analiza la presencia y la adaptacin de portugueses en diversos mbitos de la Monarqua: las embajadas de Londres y Pars, el mundo financiero-comercial flamenco, el ejrcito de Flandes y el mundo mercantil del sureste peninsular. A travs del estudio de estas experiencias se comprende como sus posibili-dades de integracin personal y corporativa estuvieron ntimamente ligadas a los espa-cios generados por la gran poltica imperial y sus consecuencias fiscales. La expansin y apertura en el gasto y la proyeccin de la Monarqua en las dos ltimas dcadas del siglo xvi cre la ilusin de una rpida y beneficiosa integracin, que se vio desmentida precisamente por el abandono de esta poltica.

    * Este trabajo se inscribe dentro de los proyectos de investigacin: Hispanofilia, la proyec-cin poltica de la Monarqua Hispnica (I): aliados externos y refugiados polticos (1580-1610), Ministerio de Ciencia e Innovacin, HAR2008-01107/HIST; e Hispanofilia, la proyeccin pol-tica de la Monarqua Hispnica (II): polticas de prestigio, migraciones y representacin de la hegemona (1560-1650), HAR2011-29859-C02-01. Las abreviaturas utilizadas en el texto son: Archives dpartementales du Pas de Calais (ADPaC, Arras); (Archives Gnrales du Royaume/ Algemeen Rijksarchief (AGR/AR, Bruselas), Audience Papiers dtat et de lAudience-/Audintie Raad van State en Audintie (A) y Secrtairerie dtat et de la Guerre/Secretarie van State en Oorlog (SEG); Archivo General de Simancas (AGS), Estado (E), CMC (Contadura mayor de Cuentas), CG (Contadurias Generales) y CS (Contaduria del Sueldo); Torre do Tombo/Insti-tuto dos Arquivos Nacionais (ANTT Lisboa), FPA (Feitoria Portuguesa de Antverpia); Archivo Histrico Nacional (AHN, Madrid); Archivo Histrico Provincial de Murcia (AHPM); Archivo Municipal de Murcia (AMM); Archivo del Reino de Valencia (ARV).

  • 18 VICENTE MONTOJO MONTOJO Y JOS JAVIER RUIZ IBEZ

    Introduccin

    En 1611 Felipe III de Espaa (va el duque de Lerma) reiter al Consejo de Estado la orden que no se vieran en l memoriales de portugueses a no ser que los remitiese el propio soberano y su valido. La recomendacin no era menor: dado el carcter autnomo de la corona de Portugal y su propio entramado administrativo pareca ocioso que los sbditos naturales del rey concurrieran a una institucin extraa, como era el Consejo de Estado de la Monarqua Hispnica, y no el de Portugal. Sin embargo, uno de sus miembros, el cardenal de Toledo puso en consideraion el inconve-niente y dureza que podria pareer sealar a una naion cual es la portu-guesa para que no pidiese ni acudiese a este Consejo que es donde acuden con sus meritos y serviios toda manera de naiones y quedar excluydos de esta graia los portugueses solos [lo que] podria causar o gran indignaion en todos ellos o demasiada vanidad o presunion con todas las naiones de que ellos son los previligiados para que de sus negoios se trata solamente en el Reyno de Portugal y que tambien se debe considerar que cada dia se veen portugueses de todas edades y calidades que han servido muchos aos valero-samente y con mucha satisfaccin en los cuales vendria a concurrir el incon-veniente de disfavor que arriva se die. A esta opinin se conform Ambrosio Spinola y se opusieron el duque del Infantado, el duque de Alburquerque y Agustn Messia1. En un momento de notable tensin de los elementossimblicos que definan las Unin de Corona (sobre todo estaba presente el conflicto sobre abatir banderas entre la armada del Mar Oceano y la de India), cerrar las puertas de un rgano que atenda tanto a naturales como, y especialmente, a extranjeros a los reinos de la Monarqua Hispnica, plan-teaba un problema doble: la reduccin de la gracia regia y la difcil ubicacin de los sbditos lusos que servan en las tierras de la Monarqua Hispnica a su seor natural.

    La integracin de los sbditos portugueses de los Habsburgo en la Monarqua2 se construy, como para otras comunidades, sobre las oportuni-dades de promocin personal que la coyuntura poltica y la combinacin de

    1 AGS E 2641, f 83, consulta de 8 de octubre de 1611, sobre un billete (f 82) de 30 de julio de ese ao.

    2 Como marco genrico se reenva a Pedro Cardim, La jurisdiccin real y su afirma-cin en la corona portuguesa y sus territorios ultramarinos (siglos xvi-xviii), en Francisco JosAranda Prez y Jos Damio Rodrigues (eds.), De Re Publica Hispaniae. Una vindicacin de la cultura poltica en los reinos ibricos en la primera modernidad, Madrid, Slex, 2008, pp. 349-388; Joaquim Verssimo Sero, O tempo dos Filipes em Portugal e no Brasil (1580-1668), Lisboa, Colibri, 1994; Fernando bouza Lvarez, Portugal no tempo dos Filipes. Poltica, Cultura, Repre-sentaes (1580-1668), Lisboa, Cosmos, 2000; Jean-Frdric sChaub, Portugal na Monarquia Hispnica (1580-1640), Lisboa, Livros Horizonte, 2001; Jean-Frdric sChaub, Le Portugal au temps du comte-duc dOlivares (1621-1640). Le conflict de Juridictions comme exercice de la poli-tique, Madrid, Casa de Velzquez, 2001.

  • LOS PORTUGUESES Y LA POLTICA IMPERIAL: DE FLANDES, LONDRES Y FRANCIA 19

    sus mltiples identidades y estatutos sociojurdicos podan proporcionarles3. El enorme conglomerado territorial que result de la Unin de las Coronas y la expansin de la administracin regia sobre dichos espacios abra en las dcadas finales del siglo xvi nuevas expectativas en las que pareca que iban a permitir a la nueva dinasta construir una amplia clientela con la participa-cin y el beneficio de sus nuevos sbditos en la gestin y el mantenimiento del Imperio.

    Proponer dos territorios tan en principio distantes (Flandes y el sureste peninsular) nace del deseo de captar las mltiples posibilidades que se abrieron a los portugueses en espacios, geogrficos y vitales, diferentes tanto de forma puntual, como integrando un mbito de circulacin4 que se con-verta en s mismo en un medio global de promocin y relacin con la admi-nistracin del rey catlico. La vida de Rui Mendes Arias, portugus natural de Olivena, ilustra bien dicha experiencia: comenz su carrera militar parti-cipando a su costa en la batalla de Alcazarquivir, donde result herido y pas tres aos prisionero en Tetun. Tras pagar su rescate vendiendo su patri- monio (que fue trado por don Leonis Pereira, capitn general de Ceuta), estuvo luchando a su costa entre las tropas que rechazaron la invasin inglesa de Portugal en 1589 y de ah pas a Amrica, donde sirvi en diversas ocasiones: la revuelta de las alcabalas en Quito, los intentos de fortificar el estrecho de Magallanes, y las defensas de Panam y Portobello o el fallido socorro a Puerto Rico. De retorno en Europa pas a Flandes con el tercio portugus de don Gaspar de Sossa (reemplazado despus por Joo de

    3 Xavier GiL PuJoL, Un rey, una fe, muchas naciones. Patria y nacin en la Espaa de los siglos xvi-xvii, en Antonio lvarez-Ossorio y Bernardo Garca Garca (eds.), La Monarqua de las Naciones. Patria, nacin y naturaleza en la Monarqua de Espaa, Madrid, Fundacin Carlos de Amberes, 2004, pp. 39-76.

    4 La circulacin, estudiada desde diversos ngulos, como principio estructurante de los mundos modernos est atrayendo cada vez ms atencin de la historiografa, desde mediados de la dcada pasada: probablemente sirviendo como punto de arranque (ms all de la historia econmica y la sociologa, ambas con amplia genealoga en sus estudios globales) el libro de Serge Gruzinski, Les quatre parties du monde. Histoire dune mondialisation, Pars, La Martinire, 2004. J.-M. minovez y P. PouJade (eds.), Circulacin de las mercancas y redes comerciales en los Pirineos, siglos xiii-xix (Coloquio, Andorra la Vella, 1-4.10.2003), Toulouse, CNRS-Universidad de Toulouse le Mirail, 2005; Oscar mazn Gmez, Gestores de la Real justicia. Procuradores y agentesde las catedrales hispanas nuevas en la corte de Madrid, Mxico, El Colegio de Mxico, 2007;J. Ph. Priotti y G. sauPin (eds.), Le commerce atlantique franco-espagnol. Acteurs, ngoces et ports(xve-xviiie sicles), Rennes, P.U.R., 2008; Bartolom yun CasaLiLLa (ed.), Las Redes del Imperio. lites sociales en la articulacin de la Monarqua Hispnica, Madrid, Marcial Pons, 2008; Elena Mara GarCa Guerra y Giuseppe de LuCa (eds.), Il mercato del credito in Et Moderna. Reti e operatori finanziari nello spazio europeo, Miln, FrancoAngeli, 2009; Ana CresPo soLana (ed.), Mercaderes atlnticos. Redes del comercio flamenco y holands sobre Europa y el Caribe, Crdoba, Universidad, 2009; Ana CresPo soLana (ed.), Comunidades transnacionales. Colonias de merca-deres extranjeros en el Mundo Atlntico (1500-1830), Aranjuez, Doce Calles, 2010; Joo FraGoso y Maria de Ftima Gouva (ed.), Na trama das redes. Poltica e negcios no Imprio Portugus, sculos xvi-xviii, Ro de Janeiro, Civilizao Brasileira, 2010.

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    Meneses5) como alfrez del capitn Manuel Teixeira, al que termin sustitu-yendo. Embarcado en las galeras de Federico Spnola fue hecho prisionero en un combate naval entre Dover y Calais cuando la armada neerlandesa tom la galera San Felipe, perdiendo sus papeles y ms de 600 ducados en joyas y vestidos. Pasados diez y nueve meses de cautiverio se reincorpor al ejrcito, con el que combati durante el sitio de Ostende. Cansado y con doce honrosas heridas este portugus del rey de Espaa, solicit un entre-tenimiento para retirarse a La Corua6, lo que fue visto con buenos ojos por el Consejo de Estado7.

    La vida de Mendes Arias no es tan extraordinaria, si se le considera uno ms de los agentes que construan su proyecto social convirtindose en espe-cialistas del servicio al rey. Su origen portugus le permita negociar su iden-tidad para presentarse (y hacerlo de manera no contradictoria) como sbdito del rey, portugus de nacin y/o miembro de la nacin espaola dependiendo del contexto en que actuaba. Esa versatilidad, y las posibilidades que se estaban abriendo a finales del siglo XVI para unos agentes cuya posicin social se consolidara a partir de la administracin regia en sus diversos territorios, defini la carrera de toda una generacin de hombres del rey8.El xito y el fracaso de la Unin de las Coronas se apoy en gran parte en que estos agentes, y aquellos que entraban en relacin con la Monarqua desde otros ngulos, encontraran espacio suficiente en esta situacin poltica para situar en ella sus expectativas sociales y personales.

    5 Los gastos de levantar el tercio de Sossa fueron de 36.000 ducados. AGS, E 2636, f 144, consulta de 5 de junio de 1603, sobre carta del marqus de Castel Rodrigo respecto a la impo-sibilidad de levantar en Portugal el tercio de Meneses para enviar a Flandes a menos que se enviara la misma cantidad, ya que alli se acostumbra socorrer a los soldados desde que se asientan a servir.

    6 En ese mismo momento el sistema de ubicacin de veteranos, a travs de entreteni-mientos y plazas muertas, desarrollado de forma ms o menos sistemtica en Flandes, se estaba generalizando en los otros presidios de la Monarqua, lo que activ una importante movilidad de los veteranos y de los asistidos del rey hacia dichos mbitos, y fue sin duda consecuencia de la presin que sobre las cada vez ms mermadas arcas reales en los Pases Bajos ejerca la abundancia de solicitantes; sobre la explosin de entretenidos en Galicia, un destino ideal para los portugueses, despus de 1599 v. el trabajo de Mara del Carmen saavedra vzquez, Los militares de los presidios gallegos en la primera mitad del siglo xvii, Studia historica. Historia moderna, 25, 2003, pp. 27-57, cfr. 32, nota 105.

    7 AGS, E 1851, sn, 19 de julio de 1605, Valladolid, de parte del Consejo de Estado.8 Pedro Cardim, Los portugueses frente a la Monarqua Hispnica, en Antonio lvarez-

    Ossorio y Bernardo Garca Garca (eds.), La Monarqua de las Naciones. Patria, nacin y natu-raleza en la Monarqua de Espaa, Fundacin Madrid, Fundacin Carlos de Amberes, 2004, pp. 355-384. Sobre la insercin de las colonias mercantiles portuguesas en el mbito atlntico: Daviken studniCki-Gizbert, A Nation Upon the Ocean Sea. Portugal Atlantic diaspora and the Crisis of the Spanish Empire, 1492-1640, Oxford, Oxford University Press, 2007.

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    Entre el comercio y las finanzas reales (Amberes, Calais y, de nuevo, Amberes)

    Para ver hasta qu punto se produjo la participacin de los lusos en las posibilidades que ofreca la Monarqua en su momento de expansin, es interesante centrar la atencin en el territorio donde ms presente se haca la administracin regia. Es sabido que los Pases Bajos en las ltimas dcadas del siglo xvi fueron el principal escenario de concentracin de recursos (mili-tares, financieros y simblicos) de la Monarqua Hispnica; dada la enver-gadura de los medios implicados all se creaban clientelas y se sumaban los intereses privados al sostenimiento de la maquinaria imperial, ms que en ningn otro mbito. La razn era sencilla: era hacia Flandes que la Monarqua estaba moviendo cantidades ingentes de dinero9 para sostener una poltica agresiva que pareca empantanarse desde finales de la dcada de 1580. Tales medios hacan que las oportunidades de beneficio y de servicios resultaran enormemente atractivas: lo que se tradujo en la presencia de mili-tares que buscaban hacer sus armas al servicio del rey y de financieros que centraban su negocio en la gestin de los asientos internacionales.

    Ha existido un nfasis tradicional en identificar las comunidades exte-riores de la Monarqua como disidentes. Si se trata de un principio fcil-mente verificable en muchos casos, resulta muy problemtica considerarlo generalizable. Desde hace unas dcadas se confirma que una parte de las comunidades mercantiles ibricas situadas en el Atlntico contaban con una importante afinidad cultural, e incluso identificacin con los medios y fines de la Monarqua10. Algo parecido se puede considerar para los portugueses que pululaban en el noroeste de Europa a fines del siglo xvi. Es cierto que a quien ms atencin se ha venido prestando es a las comunidades de marra-nos y de partidarios de don Antonio (hacia los que, por cierto, se desarroll una amplia poltica de captacin desde muy temprano11), pero estos grupos

    9 Geoffrey Parker, El Ejrcito de Flandes y el Camino Espaol, 1567-1659, Madrid, 1986 [1972], pp. 290-296; Carlos Javier de CarLos moraLes, Felipe II: el Imperio en Bancarrota.La Hacienda Real de Castilla y los negocios financieros del Rey Prudente, Madrid, Dilema, 2008, pp. 253-302.

    10 Hilario Casado aLonso, Las redes comerciales castellanas en Europa (siglos xv y xvi), en Hilario Casado Alonso y Antonio Garca Baquero (ed.), Comercio y hombres de negocios enCastilla y Europa en tiempos de Isabel la Catlica, Madrid, Sociedad Estatal de Conmemoraciones Culturales, 2007, pp. 279-307.

    11 Lo que se constata para la accin de la embajada espaola en Londres en esos aos: AGS, CMC III, 2906, Don Bernardino de Mendoza embaxor que fue en Inglaterra reeta de los libros de Raon y de los cargos que contra el resultan, data de gastos hasta el mes de septiembre de 1585 pagos a Pedro de Amendux, espaol que reside en Nantes, de 358 escudos pistoletes y 38 placas y 596 escudos pistoletes y 52 sueldos para diversos portugueses de los que en aquel Reyno estavan con don Antonio de Portugal que se reduzieron a la obediencia de su Md; hasta noviembre de 1588 se dieron a un portugus [cuyo nombre en clave era Micea] y que haba sido enviado desde Espaa en forma de ayuda de costa, pero pagadas como entrete-nimiento, dos libranzas de 50 y 200 escudos del sol. AGS CMC III 2906, El dho Don Bernardino

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    no agotan la proyeccin lusa. Incluso entre los comerciantes se detecta una fuerte adhesin a un catolicismo contrarreformista12.

    Para principios de la dcada de 1590 volva a ser de nuevo plenamente perceptible, e identificable, una comunidad lusa en Amberes13. Desde luego, haban pasado los tiempos gloriosos del comercio entre Lisboa y la ciudad14 e iban a ser nuevos los intereses que atrajeron a los portugueses a una ciudad que hacia relativamente poco se haba reincorporado a la Monar-qua. Adems, la situacin jurdica de estos comerciantes y financieros haba cambiado radicalmente; ya que la indiferencia con que haban asistido al conflicto religioso y poltico a mediados de siglo15, ya no era una opcin, considerando que ahora representaban no slo una colonia extranjera en la ciudad, sino tambin, un grupo de sbditos del rey catlico.

    Despus de 1580 la importancia de la marina portuguesa hizo que fuera vista desde los Pases Bajos como una opcin por restablecer una presen-cia naval efectiva, o, tras el fiasco de la Armada, al menos para sostener un comercio ibrico en Flandes, aunque fuera por puertos interpuestos. Los xitos militares hispnicos en la dcada de 1580 en el Septentrin y la con-firmacin de la incorporacin de los territorios portugueses a la Monarqua hicieron que tanto lo que quedaba de la antao floreciente comunidad por-tuguesa, como otros nuevos venidos buscaran recuperar posiciones en el entorno territorial y financiero flamenco. Los residentes en Amberes soli-citaron al duque de Parma que reconociera sus antiguos privilegios y que mantuviera la exencin de alojamientos militares, lo que muestra un deseo para restablecer la comunidad en toda su normatividad y privilegios16. Sera

    de Mendoza datta de mrs pagados en la dicha embaxada de Ingla por cosas extraodias de la dicha embaxada tocantes al servo de su Md, libranza de 10 de noviembre de 1583 de 1420 reales que se dan a don Hieronimo de Sossa caballero portugus basallo de su Md q fue de los que servan a don Antonio de Portugal que su Md por carta de 29 de octubre de dicho ao le mando le diese para vestirse y haer su viage a Espaa [en la Relacin jurada se identifica este pago en 15 de noviembre 1583 con un montante de 160 escudos] y otra libranza de 31 de diciembre de 1583 de 200 reales que se dieron a Antonio Henrique Viron capitn portugus que servia a don Antonio para yr a Flandes a aguardar la respuesta q su Md dara cerca de su persona.

    12 Guido marneF, The Dinamics of Reformed Religious Militancy: The Netherlands, 1566-1585, en Philip Benedict, Guido Marnerf, Henk van Nierop y Marc Vernard (eds.), Reformation, Revolt and Civil War in France and the Netherlands, 1555-1585, msterdam, 1999, pp. 51-79; Valentn vzquez de Prada, Lettres marchandes dAnvers, Pars, S.E.V.P.E.N, 1960, 4 Vols., I, p. 160.

    13 Sobre la evolucin de esta colonia a lo largo de la primera mitad del siglo xvi, pero coninformaciones que incluyen datos hasta principios del xvii, v. el clsico trabajo de J. A. Goris, tude sur les colonies marchandes mridionales (Portugais, Espagnols, Italiens) Anvers de 1488 1567, Lovaina, 1925, esp. pp. 215-236.

    14 V. vzquez de Prada, Lettres cit., 1960, I, pp. 157-162. La ciudad de Amberes en el xvi: mile Coornaert, Les Franais et le commerce international Anvers. Fin du xve-xvie sicle, Pars, 1961, 2 vols.

    15 Goris, tude cit., 1925, p. 591.16 ANTT, FPA, cx. 4, m 5, n 20, 07-10-1588, requerimento (copia do) feito a Sua Alteza

    pelos Portugueses residentes em Antverpia pedindo para continuarem a ser insentos de alioleta-

  • LOS PORTUGUESES Y LA POLTICA IMPERIAL: DE FLANDES, LONDRES Y FRANCIA 23

    importante, no obstante, definir cual deba ser la funcin econmica y pol-tica de la nueva colonia, sobre todo considerando el cierre del Escalda por la marina holandesa.

    En 1589 se haba presentado por varios mercaderes portugueses una solicitud a Alejandro Farnesio para poder llevar mercaderas (sobre todo azcar y especias) al puerto francs de Calais17, de donde seran expedidas, va Saint-Omer o Gravelinas, a los Pases Bajos18. Estos comerciantes eran claramente conscientes del papel de intermediacin que estaba jugando el puerto francs desde al menos las operaciones del Gran Partido de la Sal que haba unido comercialmente dicha rada con Lisboa en 158719. No eran los primeros miembros de la nacin en establecerse en el puerto, ya que el mercader Estevo Nunes, tras haber hecho bancarrota en 1585, se retir a la ciudad para poder mantener sus operaciones comerciales20. Aunque la documentacin notarial de esta localidad ha sufrido terriblemente por las operaciones militares del siglo xx, un protocolo superviviente de 1587 de un notario del puerto permite constatar su notable actividad, que, por lo dems, no resulta particularmente sorprendente en el medio mercantil atlntico de la poca. Estevo, que tena almacenes en el puerto, se dedicaba tanto al trfico de largo recorrido (Norte de Espaa, Cdiz-Sanlcar de Barrameda, Lisboa o Lbeck), como al comercio regional de distribucin y a la funcin de intermediario entre los puertos peninsulares con las villas de los Pases Bajos y con Londres21. Casi en vsperas de la Armada Invencible este trfico

    mentos en sus casas conforme os privilegios Resoluao de Sua Alteza deferindo a pretensao dos suplicantes (texto en espaol e francs).

    17 Calais en las ltimas dcadas del siglo xvi se haba convertido en una especie de puerto franco gracias a que su gobernador (el meridional Giraud de Maulon, seor de Gourdan, quien ocup el cargo de 1559 a 1593) supo mantenerse ms o menos neutral en los conflictos inter- nos de Francia y establecer buenas relaciones con los diversos poderes en liza en la regin (espaoles, rebeldes, ingleses). La neutralidad efectiva de la villa permiti la conversin del puerto en escala necesaria para el comercio legal con la Pennsula Ibrica de las plazas ya recuperadas por los hombres de Farnesio, adems de ser un importante centro de espionaje; Patrick viLLiers, Les corsaires du littoral. Dunkerque, Calais, Boulogne de Philippe II Louis XIV (1568-1713). De la guerre de 80 ans la guerre de succession dEspagne, Villeneuve dAscq, 2000; Anne-Marie LutiC, La place de Calais dans les relations franco-espagnoles sous Henri IV: un observatoire nord-europen?, Bulletin historique et artistique du Calaisis, 181, 2005, pp. 3-24; Pierre-Jean-Marie CoLLet, Histoire de Calais et de ses environs, Bouhet, 2003 [1833], pp. 49-59.

    18 ANTT, FPA, cx. 4, m 2, n 3, 20 de febrero de 1589.19 Henri LaPyre, Una familia de mercaderes: los Ruiz, Valladolid, Junta de Castilla y

    Len, 2008 [1955], pp. 501-502.20 V. vzquez de Prada, Lettres cit., 1960, I, pp. 201-202.21 ADPaC, 4E, 55/21, minutas de Robert Huc y Flour Desaulx, 1587. Hay que indicar que

    el portugus aparece realmente sobrerrepesentado en este protocolo, lo que permite demostrar una clara implicacin del mismo en la vida comercial, pero tambin, su escaso inters por la sociedad local, pese a estar en muy buenas relaciones con el mayeur de la villa (n 426, 2 de octubre). En estas actas escritas en francs, el portugus firma curiosamente como Estevan Nuez. En la documentacin notarial se le califica como noble homme estante en Calais, y no como bourgeois de Calais, lo que es particularmente significativo; en la documentacin se encuentran referencias al comercio directo con Portugal (n 137, 14 de marzo; n 332, 11? de

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    no estaba exento de riesgos, y la embarcacin el Lyon de Calais, un navo de250 toneladas que haba fletado en febrero de 1587 para aller a Lisbonne en Portugal (donde estaba su correspondiente Francisco Rodrigues), fue tomado por algunos navos de guerre de Zelande ou Hollande junto el puerto de Boulogne-sur-Mer. Peor an: la captura fue declarada como buena presa y el barco se vendi22. Esta prdida no debe ser entendida exclusiva-mente como una prueba de su militancia hacia el rey catlico; ya que este emprendedor comerciante tambin estaba en relaciones con mercaderes que se vean perseguidos por las pequeas embarcaciones que salan a corso desde Gravelinas23, posicin controlada por los hombres de Felipe II de Espaa.

    Para mediados de la dcada siguiente Amberes, con su comercio defini-tivamente bloqueado y con su economa en pleno proceso de adaptacin24, atraa ahora tanto a especialistas en la negociacin financiera como a los mercaderes25. A su llegada a Flandes, el antiguo virrey de Portugal26 y ahora

    agosto), Espaa y/o Portugal (n 141, 24 de mayo, procuracin; n 223, 2 de julio; n 386, 26 de agosto; n 389, 29 de agosto; n 393, 3 de septiembre, n 403, n 409, 24 de septiembre; n 426, 2 de octubre; n 442 y 444 noviembre), al comercio a travs de travs de mercaderes de Morles en Bretaa (n 170, 28 de abril)), al trfico de intermediacin entre Londres y Espaa (n 367, 31 de julio; n 425, 2 de octubre; n 432 y 439, 6 de octubre; n 520), al comercio con Ham-burgo (n 44, 3 de febrero), Lubeck (n 216,junio), Run y Dunquerque (n 123v, 17 de marzo, n 128v, 17 de marzo; n 415, 23 de septiembre), Gante (n 186, 27 de mayo), Bthune (n 215, 3 de junio), Amberes (v 286b, 17 de junio); al comercio de trigo (n 45, 4 de febrero, n 145, 26 de marzo, n 255, 19 de junio, n 294, 29 de junio; n 296, 20 de junio), arenques (n 485, 16 de noviembre), a la concesin de poderes en Saint Omer (n 432, octubre) o Lisboa (n 522, 4 de diciembre) y a los gastos navales ordinarios (n 172, 12 de abril de 1587 atestigua las comptes des despens et averies payes par le navire de Jean Trilot au dit Calais. Sin embargo, en el siguiente volumen que se ha podido consultar (con documentacin de 1591-1594) el portugus est ausente (ADPaC, 4E 52/6, minutas de Claude Genest), lo que, no obstante, puede ser resul-tado del puro azar documental.

    22 ADPaC, 4E 52/21, 2 de abril de 1587, testimonio de captura; no fue su nica embarca-4E 52/21, 2 de abril de 1587, testimonio de captura; no fue su nica embarca-cin con problemas: otras fueron capturadas o forzadas a refugiarse en Calais y perdieron su mercanca (n 150, 4 de abril, n 177 3 de abril n 375, 18 de agosto).

    23 ADPaC, 4E 52/21, n 381, 21 de agosto, sobre la embarcacin la Botte Dor forzada a entrar en Calais.

    24 Bruno bLond, The Reconquista and the Structural transformations in the economy of the Southern Netherlands, en El Area atlntica, Portugal y Flandes, Actas del Congreso Inter-nacional Sociedades Ibricas y el Mar a finales del siglo XVI, tomo V, Madrid, 1998, pp. 187-210.

    25 La posicin de los banqueros portugueses en la Monarqua es uno de los temas estrella de la integracin de los sbditos lusos de los reyes Habsburgo; no se puede aqu reproducir toda la bibliografa; ha atrado la atencin de los historiadores sobre todo a partir de la dcada de 1620; v. Alicia esteban estrinGana, Gestin de tesorera y control de contabilidad militar: un balance para el ejrcito de Flandes durante la primera mitad del siglo xvii, Investigaciones histricas: poca moderna y contempornea, 26, 2006, pp. 29-60, p. 39 (nota 39 y 40). EddystoLs, Experiencias y ganancias flamencas en la Monarqua de Felipe II, en El rea atlntica, Portugal y Flandes, Actas del Congreso Internacional Sociedades Ibricas y el Mar a finales del siglo xvi, tomo V, Madrid, 1998, pp. 147-170.

    26 El archiduque mantuvo su inters y sus relaciones con el reino incluso tan tarde como durante su estancia en Flandes, como muestran las cartas intercambiadas con obispos y clri-gos portugueses en 1597-1599; AGR/AR, SEG 517/2.

  • LOS PORTUGUESES Y LA POLTICA IMPERIAL: DE FLANDES, LONDRES Y FRANCIA 25

    gobernador de los Pases Bajos, el archiduque-cardenal Alberto constat (posiblemente en las negociaciones de emprstitos) que Amberes contaba con una reducida pero significativa comunidad portuguesa, sobre lo que no dej de mostrar su sorpresa por la inclusin de marranos en ella27. Parece que el ao anterior se estaba terminando de reorganizar dicha comunidad despus de los vaivenes polticos que haban azotado a la ciudad desde la dispora de comerciantes de la dcada de 1560, el saco de 1576 y el final del sitio por Farnesio28. Las autoridades de la ciudad, en plena rebelin, haban reconocido los derechos de la comunidad lusa en la ciudad29, que mantuvo su capilla y su poltica asistencial30. Ahora, poco a poco, fueron regresando sus antiguos miembros31, al tiempo que se iban reconociendo los viejosprivilegios con que contaba la nacin32, lo que la segua haciendo muyatractiva para seguir recibiendo nuevos integrantes, aunque la justificacin para incorporarse a ella fuera en ocasiones un tanto forzada33.

    27 Aunque al constatar su limitado nmero (y su utilidad financiera) decidi que se podan tolerar; AGS, E 613, n 138, 9 de abril de 1597, Bruselas, el archiduque Alberto a Felipe II. Sin embargo, la visita de Alberto a la villa no se produjo hasta fines de agosto; Juan roCo de CamPoFro, Espaa en Flandes. Trece aos de gobierno del archiduque Alberto (1595-1608), Madrid, Ayuntamiento de Alcntara, 1973, pp. 132-134.

    28 Hay un notable debate sobre qu significaron los desrdenes polticos flamencos para la comunidad portuguesa, se constata la presencia constante de poco menos de cien portugue-ses en las dcadas de 1570 y 1590, lo que parece indicar una continuidad numrica que induce a Vzquez de Prada (V. vzquez de Prada, Lettres cit., 1960, I, 148, nota 56) a preguntarse si se trataba de las mismas familias o si haba habido un aporte portugus nuevo ante el aban-dono de las familias que trajo la reconquista regia. Por su parte Goris (tude cit., 1925, p. 55)identifica en 1570 80 familias y 17 solteros (una quinta parte del total se refugi en Colonia en 1576), 57 familias, 20 mercaderes solteros en 1591 y 82 miembros en 1611. Si se cruzan las listas que da este autor (tude cit., 1925, pp. 614-616) con los firmantes de los documentos de la dcada de 1590, se encuentran varias presencias significativas (Felipe Jorge, el doutor Alvaro Nuez, Benito Rodrguez de Serpa Manuel Frances), pero tambin un importante nmero de recin llegados.

    29 ANTT, FPA, cx. 3. n 3, n 8, 9 de diciembre de 1581, Carta dos burgomestres e mais autoridades da cidade de Antverpia confirmando todos os privilegios e garantias de que tm gozado os negociantes portugueses resindentes naquela ciudade.

    30 ANTT, FPA, cx. 4, m 5, n 41, 3 de julio de 1584, Declaraao de Joao Moutinho, secre-tario de la feotira afirmando ter recebido de Uvarte Ximenez por ordem dos consules varios ornamentos e alfaias perteeentes a capela dos portugueses en Antverpia y cx. 4, m 2, n 12 Certificado de Henricus Sedulius guardiao do convento de S. Francisco en Antverpia atestando ter recebido de D. Fernando Diez Cnsul da naao portuguesa varios paramentos e alfaias ecle-sisticas para uso do mesmo convento (texto en latin).

    31 Era el caso de Diogo Rodrigues de Andrade (cuado de los Rodrigues de Evora que regresaron a la ciudad en 1587), que se haba retirado a Colonia en 1585 y volvi a la ciudad en septiembre de 1589; o de los Ximenes, importantes comerciantes especializados en el trfico de azcar y especias con centro en Lisboa, que abandonaron la plaza ante el triunfo de los Estados y los desrdenes, y convierten a Amberes en una sede secundaria, hasta su Reconquista por Farnesio y su retorno en 1589; V. Vzquez de Prada, Lettres cit., 1960, I, pp. 204-207 y 215.

    32 ANTT, FPA, cx. 4, m 5, n 31, 3 de junio de 1594, Documento relativo ao alojamiento e residenzia dos portugueses espanhois e italianos em Antverpia

    33 ANTT, FPA, cx. 4, m 5, n 42, 21 de agosto de 1589, Deliberaao dos consules portu-gueses de Antverpia dando carta de franquia de cidadao portugues a Gaspar Borreia per ter

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    El 15 de enero de 1597 se haba realizado una convencin por una parte de la comunidad portuguesa poniendo orden en la feitoria y reforzando la autoridad de su cnsul. Resulta interesante constatar que, entre los ms de cuarenta firmantes, no se incluyen los personajes ms significativos del mundo de las finanzas de esa dcada34. Apenas tres aos despus cuando se hizo otra convencin para prohibir que se asentara a nadie sin el registro del secretario bajo pena de cien florines, ya aparecan entre los veintitrs firmantes asentistas bien conocidos como Felipe Jorge35, Simo y Nicolo Rodrigues de Evora36 y Diego Lpez Sueiro37, entre otros38. Puede que se trate de una tendencia de apropiacin del control de la comunidad por parte de los financieros, o de una simple casualidad. En todo caso no se puede dejar que constatar que Nicolo Rodrigues de Evora aparece como cnsul en 1600 presentando una solicitud, recibida positivamente por la adminis-tracin archiducal, para cobrar sin interferencias de la justicia municipal, a Gaspar Snchez, Fernando Martnez y Gaspar Ruiz una multa de dos libras por haber violado la ordenanza de 159539.

    Los financieros (o los mercaderes-financieros) tenan muy buen con-tacto con la corte, para la que negociaban las letras de cambio que llegaban desde Espaa y hacan adelantos (emprstitos) sobre las provisiones. En la complicada segunda mitad de la dcada de 1590, los portugueses ocupaban una posicin relativamente confortable en el entramado financiero de la ciudad del Escalda. De todos los emprstitos negociados por la pagadura general del ejrcito directamente en Amberes entre 1595 y 1598 un 3,8% corresponde a negociaciones con los asentistas ya referidos40, adems de

    mostrado haver casado com uma mulher de Monao em Portugal (texto en portugus con traduccin en flamenco).

    34 ANTT, FPA, cx. 4, m 2, n 7, 11 de enero de 1597, Convenao feita por termo na casada feitoria portuguesa em Antverpia entre os supostos membros della para evitar algumas desor-dens que se tinham dado entre eles e para a recepao regular das fintas por parte dos consules os quais eleitos deputados devem acudir diligentemente as necesidades dos ditos supostos.

    35 Quien ya haba entrado en asientos con la administracin de Farnesio desde 1585 en solitario o junto a S. Rodrguez de vora, y quien ya en 1587 sita sus pagos en Amberes y no en Lyon. Adems desde ese ao realiza asientos colectivos con los principales asentistas italianos de Amberes; Vzquez de Prada, 1960, I, pp. 211-213 y 336-352.

    36 El primer asiento en solitario de Simo (futuro marqus de Rodes en 1601 y eptome del exilio social de los portugueses en Flandes) no se produjo sino hasta 1594, aunque fue de una gran envergadura: 100.000 ducados. En este asiento participaron N. Rodrguez de Evora, D. Ximenes y C., L. Rodriguez de Evora de Lisboa y M. da Veiga, tambin de Lisboa. A partir de ese momento Simo aparece como intermediario de una parte importante de la comunidad portuguesa en sus negocios con la corte, situando sus pagos en Amberes y Frankfort, V. vzquez de Prada, Lettres cit., 1960, I, pp. 207-209 y 352-353.

    37 V. vzquez de Prada, Lettres cit., 1960, I, pp. 212-213.38 ANTT, FPA, cx. 4, m 5, n 8, 16 de octubre de 1598. 39 ANTT, FPA, cx. 4, m 2, n 14, 1 de julio de 1600.40 AGS, CMC II 870, Cuentas de Gernimo Walter Zapata, cargo, volumen 4, Emprs-

    titos (negociados la mayor parte en Amberes), el total representaba 43.472.468,97 florines de 20 placas, de los que correspondan 1.655.678,163 florines de 20 placas a los portugueses.

  • LOS PORTUGUESES Y LA POLTICA IMPERIAL: DE FLANDES, LONDRES Y FRANCIA 27

    otros como Alvaro Nuez y Diego Duarte. La participacin en la financia-cin de la poltica imperial hispana implicaba honor, beneficio y prospe-idad41; pero no estaba exenta de riesgos, ya que las quiebras de la Hacienda regia arrastraron en ms de una ocasin a los financieros portugueses, como tambin lo hicieron con los de las otras naciones42

    La integracin en la Unin entre la proteccin del soberano y el servi-cio al rey Habsburgo (Londres, Francia y Flandes)

    El reforzamiento del poder regio en los Pases Bajos se tradujo en la movilizacin de los entornos mercantiles y financieros lusos, que, pese a volver a unas posiciones donde ya haban estado presentes, deban adap-tarse a la nueva situacin poltica y financiera de la Monarqua que ahora integraban: beneficindose de la circulacin financiera, pero sufriendo las limitaciones mercantiles. Mucho ms novedoso fue la irrupcin poltica de sbditos portugueses del rey catlico que actuaban directamente a sus rdenes o bajo su proteccin como espas, militares o diplomticos. Este reforzamiento de la proyeccin portuguesa hacia Europa se debe entender en el contexto de una cada vez mayor implicacin de los recursos ibricos en la poltica imperial filipina; una poltica que pas en primer lugar por incorporar a ella a los antiguos sbditos del cardenal don Enrique y, poste-riormente, implicarlos en sus acciones exteriores.

    Hay que recordar que el primer conjunto de sbditos del rey de Portugal cuyo desplazamiento fue traduccin directa de la Unin de Coronas fueron los exiliados felipistas de las Azores, que, de forma un tanto rocambolesca, llegaron a Londres y fueron acogidos por el embajador don Bernardino de Mendoza43. Para ese momento, el embajador ya colaboraba activamente con

    41 En todo caso la nacin era lo suficientemente importante como para hacer el arco de triunfo que (junto con el de los ms numerosos y prsperos genoveses) gan el premio, entre los treinta levantados, a la entrada de Alberto e Isabel en la ciudad; Carlos CoLoma, Las guerras de los Estados-Bajos, desde el ao de 1588 hasta el de 1599, Madrid, BAE, XXVIII, 1948, p. 203b.

    42 V. vzquez de Prada, Lettres cit., 1960, I, pp. 175-177: constata en 1595 la quiebra de Pedro da Veiga y de Diego Lpez Sueiro en Amberes, de Gerardo Lopes de Londres, de Luis Sueiro de Pars y de Simo Suerio de Lima de Sevilla; en 1596 la quiebra en Roma de Joo y Simo Anriques, sobrino de Simo Anriques de Amberes; y de Rodrigo de Andrade de Amberes.

    43 AGS, CMC III, 2906, El dho Don Bernardino de Mendoza datta de mrs pagados en la dicha embaxada de Ingla por cosas extraodias de la dicha embaxada tocantes al servo de su Md, sobre 21.382 reales q gasto con iento y tantos portugueses basallos de su Md entre los quales havia religiosos de la Compa de Jesus y clrigos que don Anto de Portugal prior de Ocrato rebelde de su Md enviado presos de la isla Tercera a Frania por tener la voz de su Md en la dicha isla y ellos se acordaron con el patrn ingles de la nao a quien offreieron diez mil ducados si los pona en Inglaterra y llegando al puerto de Ancona le dieron avisso al dicho don Bno de su venida por venir entre ellos gente principal y fidalgos para q los pusiese en livertad Cossa q negoio con la Reya dndoles libres de la promessa q havan hecho al patron del navio enterteniendolos en Londres hasta embiallos en dos naos veneianas al Reyo de Portugal y Lisboa como paree por

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    su homlogo portugus44 para asistir a otros portugueses procedentes de Brasil o que haban sufrido la piratera inglesa45. La bsqueda de credibi-lidad, entendida como capacidad de proteccin y/o patronazgo, por parte de la administracin real era fundamental para que el rey Habsburgo pudiera ser identificado como un soberano que cumpla con sus obligaciones como tal. No se trataba de algo puramente desinteresado, ya que el apoyo dado a estos nuevos sbditos reales permita aprovechar desde un primer momento sus cualidades y servicios, entre los que el espionaje no iba a ser el menor46.

    menor en dos relaiones escprtas en seys pliegos; hay que considerar adems los 80 reales que el 23 de diciembre de 1583 dio el embajador a P de ubiaur [Pedro de Zubiaur] residente en Inglaterra por las vituallas de Vizcocho carne salada y otras cossas que dio a los portugueses de la Tercera que yban de la dicha Ingl a Portugal por havelles faltado municiones y bastimen-tos haviendo estado largo tiempo en la mar. En el mismo legajo, en la Relaion jurada, se informa que los gastos provienen de los fletes y que el embajador para excusar que no fuera tan grande el gasto que hacan comiendo cada dia en su posada los fidalgos en su possada los hio el dho don Bernardino que viniesen a comer la suya donde se gastaba menos y lo estimavan los portugueses mas.Los contactos con las Azores ya estaban establecidos previamente como se puede ver por la presencia de Juan Diaz de Caravaxal portugus basallo de su Md q havia venido a Inglaterra de la isla de la Tercera a dar relon a su Md del estado de las cosas della por no poder yrse desde la dicha isla a Portugal, por lo que Mendoza lo envi desde Londres a Lisboa junto a su secretario y hombre de confianza, Hans Oberholtzer, y le dio el 9 de abril de 1582 200 escudos del sol a Juan Dias para el barco y flete y otros 220 escudos a Oberholtzer para que volviera, v. AGS, CMC III, 2906, El dho don Berno de Mendoa dattade mrs que pago a correos que le vinieron y despacho y de portes de cartas. Igualmente se hace referencia a que el 10 de julio de 1583 se hizo una libranza de 100 reales a Juan Pinto, Portugues basallo de su Md casado en el Rio de la Plata y fue tomado por unas naos inglesas que yvan a los Malucos y com-batieron con las de su Md para irse a Lisboa con cartas para el Archiduque Cardenal.

    44 AGS, CMC III, 2906, El dho don Berno de Mendoa datta de mrs que pago a correos que le vinieron y despacho y de portes de cartas 24 de febrero de 1582, tras ser recibidos en audiencia por Isabel I don Berno de Mendoa y Antonio de Castillo embaxor de su Md por la Corona de Portugal gastaron en dar a los criados de la Rey y casa donde le mando ospedar 44 reales.

    45 AGS, CMC III, 2906, El dho Don Bernardino de Mendoza datta de mrs pagados en la dicha embaxada de Ingla por cosas extraodias de la dicha embaxada tocantes al servo de su Md, libranza de 1000 escudos de oro pistoletes del cuo de Espaa de 18 de febrero de 1579 a Antonio de Guaras portugus que estaba presso en la corte de Ynglaterra a negocios del servo de su Md; adems de 755 reales que en fin de abril de 1582 gast con ocho portugueses y dos mujeres bassallos de su Md q vinieron de la costa del Brasil con un navio y mercadurias y un navio yngles les robo sobre la isla Tercera y truxo presos a Londres donde se entretuvieron treynta das hasta embarcallos en el navio en que passo el embaxador Antonio del Castillo [la informacin tambin aparece en AGS, CMC III, 2906, El dho don Berno de Mendoa datta de mrs que pago a correos que le vinieron y despacho y de portes de cartas se dieron 1.200 escudos de oro pistoletes que su majestad le mando que pagase a Antonio Fogaa portugus basallo de su Md q havia estado preso en la dicha Inglaterra de los quales le hazia merced para pagar sus deudas. Un caso parecido es el de la libranza de 10 de enero de 1584 de 60 reales a un Portugues basallo de su Md para yrse a Portugal por haver sido robado de Ingleses.

    46 AGS, CMC III, 2906 Relaion jurada, libranza de 1 de octubre de 1583 de 260 reales a unos Portugueses por iertos avisos que dieron importantes al servicio de su Md.

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    La experiencia vital de financieros de origen judo como Lpez Sueiro, espa y proyectista de la Monarqua de los Felipes47, parece indicar que poda haber una coincidencia poltica e ideolgica, ms all de premios metlicos y honores, entre los portugueses y el poder Habsburgo, y que la incorpora-cin al servicio a este ltimo no tuvo que ser traumtica en todos los casos. Esto plantea el principio global de la hispanofilia a finales del siglo xvi48. No hay que olvidar que una parte del espionaje espaol en Francia y en Ingla-terra (dirigido no slo a la comunidad de exiliados portugueses antoistas sino tambin hacia la poltica interior de dichos reinos) corresponda a otros lusos que se identificaban con un poder ibrico como defensor y promotor del catolicismo.

    Algunos personajes emergen por derecho propio de la documentacin: Antonio de Escobar49, que con su nombre en clave Sanson50 era ese ombre

    47 Miguel ngel eChevarra baCiGaLuPe, La diplomacia secreta de Flandes, 1598-1643, Bilbao, 1984; Carlos CarniCer GraCia y Javier marCos rivas, Espas de Felipe II. Los servicios secretos del Imperio espaol, Madrid, 2005.

    48 Jos Javier Ruiz Ibez, Entre Dios y los hombres: los refugios polticos en la Alta Edad Moderna Europea, en Manuel Gonzlez Jimnez y otros, Acogidos y rechazados en la Historia, Valladolid, Universidad de Valladolid, 2005, pp. 35-84.

    49 Un hombre del entorno de don Bernardino de Mendoza que luego pas a servir a la Liga Catlica: AGS, CMC II, 23, contabilidad de Gabriel de Alegra, Relacin jurada data, pago de 15 de enero de 1590 a Antonio de Escobar 101 escudos de 59 placas y 41 placas por 100 escudos del sol, por un servicio de su majestad, certificacin del veedor Tassis de 4 de marzo de 1591; AGS, Ek 1578, n 14, febrero de 1591, Mons, don Bernardino de Mendoza a don Juan de Idiquez, respondida el 8 de marzo. don Diego de Ibarra afirmaba que Antonio de Escovar aquel gentilhombre Portugues que fue con Juan Bapta de Tassis a Madrid que es persona util en Frania [pide]a lo menos se le pague su entretenimiento y los de otros q pagava don Berno de Mendoza que agora mueren de hambre; AGS, E 599, n 222, Landres, a don Juan de Idiquez. Escobar tena gran capacidad de adaptacin y un notable cosmopolitismo, adems de estar bien integrado en los medios polticos franceses, por lo que fue enviado al obispo de Amiens, M. de la Martonie, con para evitar la liberacin de la duquesa de Longueville presa en dicha villa o actu de correo con los jefes de la Liga: AGS Ek 1581, n 19, 5 de febrero de 1592, Aumale, don Diego de Ibarra a Felipe II; AGS, Ek 1585, n 135, Pars, 13 de octubre de 1593, Pars el duque de Feria a Felipe II. Se encuentran algunos pagos recibidos por servicios secretos en AGS, Ek 1588, n 84, marzo de 1593, Juan Alonso Cereo, Relaion de Juan Alonso erezo official del thesorero general Joan de Lastur del dinero q ha pagado por orden de Juan battista de tasis y en virtud de la q le ymbio don Diego de Ibarra para que se hiziese durante su auss. Posteriormente se reintegr en el espionaje espaol sirviendo como intermediario entre los Pases Bajos y la corte, v. AGS, E 610, n 192, 2 de enero de 1597, Bruselas, el archiduque Alberto a Felipe II; Carnicer Garca y Marcos Rivas, Espias cit., 2005, pp. 272 y 308.

    50 AGS, CMC III, 2906, Don Bernardino de Mendoza embaxor que fue en Inglaterra reeta de los libros de Raon y de los cargos que contra el resultan, vase la libranza de 400 escudos pistoletes de ayuda de costa especial, por su entretenimiento de 25 escudos pistoletes al mes, que aparece en los pagos de final de 1586 y donde se le identifica como confidente a quien don Juan de Idiaquez conoce. Otras libranzas aparecen en enero de 1587 para cubrir su entretenimiento hasta fin de octubre de dicho ao, en noviembre se le dieron 500 escudos por ayuda de costa por orden de don Juan de Idiquez, adems de los 200 que se le dieron en octubre de 1587 y 500 escudos pistoletes por carta real en marzo de 1589; posteriormente se le subi el entretenimiento a 40 escudos cuando se le dieron 550 escudos pistoletes por quince meses hasta fin de septiembre de 1589, los cuatro primeros a 25 y otros once a 40 escudos por

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    de bien abil y solicito que originalmente sin sueldo especfico51 serva en el entorno de la embajada parisina de don Bernardino de Mendoza y que actu tambin como correo con la corte, precisamente por considerarlo muy fiable52. El caso de Escobar es interesante, en tanto que su conversin en dependiente directo del rey permite reflexionar hasta qu punto ser por-tugus significaba integrar la comunidad y cuales eran las solidaridades establecidas en torno a la feitoria. A fin de cuentas, cuando debi de pedir dinero prestado para seguir sus mal retribuidas actividades no se dirigieron a Amberes, sino a Bruselas, lo que parece indicar que su relacin con los financieros de su nacin en la ciudad del Escalda deba de ser limitada53. Junto a l, otros portugueses iban a participar en los servicios secretos espa-oles: Antonio de Viegas, Diego Borrello54, el hermano Castro en Guyena, posiblemente Manuel de Andrada55 y sobre todo, Manuel Bez de Vargas, entretenido y muy platico en las cosas de Flandes, que formaba parte del espionaje espaol perifrico en el Norte de Francia56, de donde pas a cola-borar con el comendador de Grilln57 en sus empresas a favor de la Liga58 y sus negociaciones con los espaoles59.

    no habrsele compensado con ayuda de costa por un viaje que hizo al reino de Francia; el 4 de febrero de 1590 se le dieron 155 escudos del sol (150 escudos pistoletes y 10 placas) para ir a Espaa y otros 100 escudos del sol por carta del rey de 27 de abril de 1590; finalmente, se localiza que su pensin pas a 50 escudos pistoletes al mes en el pago de 950 escudos por su pensin entre febrero de 1590 y junio de 1591. Lo que se le deba de su dicho entretenimiento de los meses que se cumplieron en junio de 1593 se situ sobre los Maluendas, ms una ayuda de costa que haba recibido por lo que sirve en las cosas de Francia. En 1591 segua espe-rando que se le pagara en Flandes los 1.000 escudos que don Cristbal de Moura y don Juan de Idiquez le haban prometido en su estancia en Espaa; AGS Ek 1578, n 43 y 51, 30 de abril y 15 de mayo de 1591, Mons, Antonio de Escobar a don Martn de Idiquez; De Lamar Jensen, Diplomacy and Dogmatism. Bernardino de Mendoza and the French Catholic League, Cambridge, Cambridge University Press, 1964, p. 106 y 128-129.

    51 AGS, Ek 1589, n 14, Pars, 4 de junio de 1593, don Diego de Ibarra a don Juan deIdiquez; y n 19, 12 de junio de 1593, Pars, Don diego de Ibarra a don Martn de Idiquez; n 29, 26 de junio de 1593, Pars, don Diego de Ibarra a don Martn de Idiquez.

    52 AGS, Ek 1581, n 38, 11 de marzo de 1592, Pont-Amery, don Juan Bautista de Tassis a don Martn de Idiquez; AGS, Ek 1585, n 91, 6 de agosto de 1593, Pars, don Juan Bautista de Tassis a Felipe II.

    53 AGS, Ek 1578, n 23, 19 de febrero de 1591, Mons, Antonio de Escobar a don Juan de Idiquez.

    54 Jensen, Diplomacy cit., 1964, 106.55 Sobre su presencia en Run v. AGS, Ek 1578, n 62, 9 de agosto de 1591, Run, don

    Martn de Grpide a don Martn de Idiquez; AGS, Ek 1581, n 68, 25 de mayo de 1592, Run, Martn de Grpide a don Martn de Idiquez.

    56 AGS, Ek 1579, n 58, 22 de agosto de 1591, convento de San Francisco de Run, Matheo de Aguirre a don Martn de Idiquez.

    57 Robert desCimon y Jos Javier ruiz ibez, Les ligueurs de lexil: Le refuge catholique franais aprs 1594, Seyssel, Champ Vallon, 2005, pp. 64 y 131.

    58 AGS, Ek 1585, n 115 (duplicada en el n 116), Pars, 9 de octubre de 1593, Pars el duque de Feria a Felipe II; AGS E 611, 16, Bruselas, 22-3-1596, el archiduque Alberto a Felipe II.

    59 AGR/AR 16, f 21v, 22 de marzo de 1596, Bruselas, licencia.

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    Junto a estos espas que en cierto sentido venan a prolongar una pre-sencia tradicional de comunidades mercantiles en el noroeste de Europa, la implicacin militar de la Monarqua signific para los lusos, como lo haba sido para el resto de los peninsulares desde haca unas dcadas, una nueva posibilidad de servicio y de carrera que les permitiera como clientes del rey acumular honra, oficios y premios con los que poder sustentar una promo-cin social en sus tierras de origen, o buscar circular en los territorios de las Monarquas Ibricas. Al formar parte de los sbditos naturales de su seor dicho servicio no se fundaba slo en la remuneracin econmica, sino que consolidaba los lazos de afecto entre prncipe y sujeto. No es difcil constatar la progresiva presencia de ms y ms combatientes portugueses en Flandes y no slo entre los profesionales ordinarios de la guerra, sino tambin compo-niendo las tripulaciones de los barcos corsarios de Dunquerque60.

    Algunas carreras habran de tener especial relieve: Simo Antnez lle-gara a ser maestre de campo de uno de los cuatro tercios espaoles que constituan la mdula del ejrcito del rey catlico en Flandes61. No era el

    60 Henri maLo, Les corsaires Dunkerquois et Jean Bart, Pars, Mercure de France, 1912-1913, 2 vols, I, p. 265.

    61 Al igual que Rui Mendez Arias, Antnez deba servir en el ejrcito hispano incluso antes de la Unin de las Coronas, ya que se le califica en 1592 de soldado de los muy viejos de Flandes (AGS Ek 1582, n 58, 17 de octubre de 1592, Run, Martn de Grpide a Felipe II). En todo caso, el capitn Antnez comenz a tener protagonismo cuando fue designado coman-dante del pequeo cuerpo enviado en apoyo de la Liga y del almirante Villars Brancas en Run. Junto a sus hombres fue colocado en Pont-Audemer [sobre el Risle y sirviendo de puente con la Baja Normanda], y dirigi las operaciones de pequea guerra al tiempo que prestaba algo de dinero al Almirante, lo que permiti mantener una poltica activa de intervencin. Tras la defeccin de Villars del campo de la Liga y su adhesin a Enrique IV, recibi orden de retirarse a Flandes con sus tropas. En 1594 fue nombrado gobernador de la guarnicin espaola de la villa de La Capelle, en Thirache, y, tras el motn de la guarnicin, ejerci como exitoso gober-nador de la plaza hasta su devolucin a Francia en 1598. Posteriormente goz de un entrete-nimiento de 100 escudos (de 50 placas) al mes, fue capturado por los holandeses en la batalla de las Dunas (1600) y, despus de su rescate, fue promocionado a maestre de campo de uno de los cuatro tercios espaoles, concretamente del tercio del maestre de campo don Jernimo de Monroy, muerto en 1601 en el sitio de Ostende. Al mando de esta unidad realiz las siguientes campaas e intent ser reembolsado del dinero que haba avanzado en Pont-Audemer y La Capelle. Antnez tena una notable capacidad para movilizar crdito, que iba mucho ms all des sus propios ingresos ordinarios: el capitn gozaba de 20 escudos suplementarios desde que parti el 30 de septiembre de 1593 con orden de comandar las fuerzas espaolas en Normanda, adems de los 40 de sueldo ordinario que tena como oficial del tercio de don Alonso de Idiquez. De l escribi Alonso Carnero (Historia de las Guerras Civiles que ha avido en los Estados de Flandes desde el ao 1559 hasta el de 1609 y de la rebelion de dichos Estados, Bruselas,1625, p. 482): Al qual por su valor y meritos su Magestad le a honrado con un habito y comienda del Christo, muy estimada en su nacin y premindole con rentas, aunque todo pequeo galar-dn a sus muchos, largos y buenos servicios. Ms informacin en AGR/AR, SEG 16, f 167, 18 de julio de 1596, Sint Niklaas, patente de gobernador de La Capelle; AGR/AR, SEG 18, f 172v, 14 de agosto de 1598, Bruselas, orden de pago, y f 219v-220v, 11 de septiembre de 1598, Bruselas; AGR/AR 19, f 22v, 28 de febrero de 1599, Bruselas, reconocimiento de deuda; AGS, CMC II, 877, Lo pagado al genero de extraordinario, pl 34b, 2 de noviembre de 1598 y 15 deabril de 1599; AGS, E 617, n 55, 26 de junio de 1600, aclaracin de los entretenimientos;

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    nico portugus que serva en el ejrcito. En la campaa de 1592, el soco-rro de Run, en Caudebec se destacaron el alfrez Antonio Pinto de Fon-seca, valentsimo portugus, natural de la ciudad de Oporto y capitn del Rey nuestro seor y caballero de hbito del Cristo(y) Diego de Campos Moreno, muy esforzado portugus natural de Tnger, que despus fue alf-rez del maestre de campo don Carlos Coloma y hoy capitn y sargento mayor en las Indias de Portugal62. El ltimo ejemplo es significativo, ya que muestra como, al igual que para otros oficiales criollos como el novohispano don Diego de Villalobos y Benavides63, los integrantes del Imperio luso esta-ban irrumpiendo en los Pases Bajos en los circuitos de servicio que se cons-truan en el centro de proyeccin militar de la Monarqua, como una etapa necesaria en la conformacin de una carrera exitosa al rey catlico64. A estos casos se han de aadir otros mucho ms significativos que muestran cmo el origen portugus, era fcilmente identificable de forma singular, pero inte-grado en la nacin espaola65 del ejrcito de Flandes66; un origen que era presentado como un rasgo especfico de estos servidores del rey.

    La experiencia de Campos Moreno (de frica a Asia pasando por los ter-cios de Flandes y Brasil en 1615 luchando, de nuevo, contra los franceses67) recuerda la ya indicada de Rui Mendes Arias o la de tantos otros soldados particulares como Enrique Darguier, que volva a la Pennsula en 1596 o de Juan Rodrigues Caldera, quien sirve a su majestad en diferentes partes

    AGS, E 618, n 110, relaion general 24 de marzo de 1601; AHN E lb 259 f 177 y 260 f 14v, 80, 227 y 291v; AGS, E 1754, sin nmero, 26 noviembre 1611, Madrid, consulta de parte mtre de campo Simon Antunez; Valentn Vzquez de Prada, Felipe II y Francia (1559-1598). Poltica, Religin y Razn de Estado, Pamplona, 2004, pp. 419 y 421; Charles Alexandre de Cro, Mmoires guerrires de ce que cest pass aux Pays Bas depuis le commencement de lAn 1600 iusques la fin de lAnne 1606, Amberes, 1642, pp. 114, 116 y 221; Jos Javier ruiz ibez, Rves impriaux et cauchemars locales: la Thirache et la politique espagnole la fin du xvie sicle Mmoires de la Fdration des Socits dHistoire et dArchologie de lAisne, LVI, 2011, pp. 7-25.

    62 Alonso de vzquez, Los sucesos de Flandes y Francia del tiempo de Alejandro Farnesio, Madrid, 1880, 3 vol III, pp. 272-4, 374 y 403.

    63 Gabriela vaLLeJo Cervantes y Jos Javier ruiz ibez, Vivir sin dexar parte donde las Cruzes espaolas no hayan sido conocidas. Don Diego de Villallobos y Benavidas en la admi-nistracin imperial de la Monarqua hispnica, Historia mexicana, 243, 2012, pp. 1109-1170.

    64 Se remite al texto de Domingo Centenero de Arce en este mismo volumen.65 Carlos CoLoma (Las guerras cit., 1948 p. 58b) se refiere a Antonio Pinto de Fonseca,

    a quien identifica de forma ordinaria en su texto como integrante de la nacin espaola; quiz por ser l mismo de un territorio no castellano: don Carlos era valenciano, y quiz quera recor-dar de esta forma el origen ibrico global de la nacin espaola: Quedaron aqu hechos peda-zos, cosa de doscientos espaoles entre otros, los alfreces Pinto de Fonseca, y de las [otras] naciones pocos; aunque al hablar de Antnez s se refiere a l como portugus de nacin (p. 63v). Agradecemos esta informacin a Dennis Gr Ponce.

    66 Luis A. ribot GarCa, Las naciones en el ejrcito de los Austrias, en Antonio lvarez-Ossorio y Bernardo Garca Garca (eds.), La Monarqua de las Naciones. Patria, nacin y natu-raleza en la Monarqua de Espaa, Madrid, Fundacin Carlos de Amberes, 2004, pp. 653-678.

    67 Pedro LPez Gmez y Mara GarCa miraz, Fuentes archivsticas para la historia de Brasil en Espaa, Revista de Indias, LX, 218, 2000, pp. 135-179, p. 148.

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    y que reciba un suculento entretenimiento ese mismo ao de veinte escudos al mes, sirviendo en la infantera espaola con sus armas en Flandes68.

    Lo que para la dcada de 1590 era un crecimiento paulatino de la pre-sencia de combatientes portugueses en los Pases Bajos, que debi tener un pico de origen muy significativo con los nufragos de la Armada Invenci-ble69, alcanz un nuevo nivel institucional con el envo del tercio del que formaba parte Mendes Arias, unidad que debi de fundirse rpidamente en las dursimas campaas que lucharon en torno al sitio de Ostende. En cierto sentido la irrupcin de estos nuevos sbditos del rey catlico marcaba el punto culminante de la capacidad de atraccin que ejerca la Monarqua, y su inmediato debilitamiento. Despus de la dcada de 1590, y pese a las cam-paas de Ostende y del Rin70, la Monarqua no slo no subira su nivel de gasto, sino que se vio forzado a limitarlo, lo que frustrara al menos durante una generacin las aspiraciones de integracin directa en un servicio regio que podramos llamar de forma genrica imperial, sobre todo para los sbditos de territorios no castellanos.

    Para estos portugueses adherirse, desde su peculiaridad, a la identidad espaola en Flandes significaba buscar apropiarse de su capital poltico y administrativo en un momento en el que los ibricos estaban pugnando por recuperar una posicin de privilegio en la administracin real sobre el terreno, primero contra los italianos y, una vez establecido el rgimen archiducal, contra los flamencos71; pero que tambin iba a ver una mayor jerarquizacin en la integracin directa de los servidores procedentes de diversos territorios peninsulares. En todo caso, las posibilidades de servicio, y promocin, no se cerraron para los portugueses, e incluso an deberan de llegar tiempos incluso mejores. No hay que olvidar que resulta un tanto injusto recordar a Francisco de Melo nicamente por Rocroi, cuando la suya fue la expresin de la carrera ms exitosa en la administracin perifrica de la Monarqua: desde luego no es poca cosa pasar de diplomtico a gober-nador de Armas de Lombarda y, por fin, gobernador interino de los Pases

    68 AGR/AR, SEG 17, f 16v, 21 de septiembre de 1596, Bruselas, entretenimiento.69 AGS, CMC III, 2906, Don Bernardino de Mendoza embaxor que fue en Inglaterra

    reeta de los libros de Raon y de los cargos que contra el resultan, data, entre 1 de octubre de 1589 y 11 de febrero de 1591 (cuando don Bernardino de Mendoza sali expulsado del reino) dio 129 escudos pistoletes y 24 sueldos a diversos espaoles y portuguesses q estaban en pars aviendo sido robados en la mar por piratas y a soldados de su Mgd de todas naciones q asi mismo vinieron de la rota que el duque de Umena [Mayenne] tuvo junto a Drehux para que fuesen a buscar sus vanderas.

    70 Eduardo de mesa GaLLeGo, La Pacificacin de Flandes. Spnola y las campaas de Frisia (1604-1609), Madrid, Ministerio de Defensa, 2009.

    71 Alicia esteban estrinGana, Cabos de guerra: satisfaccin de la oficialidad y eficacia blica en el ejrcito de Flandes, entre los ss. xvi y xvii, en Juan Francisco Pardo Molero y Manuel Llamas Corts (coords.), Oficiales reales. Los ministros de la Monarqua Catlica (siglos xvi-xvii), Valencia, Universidad de Valencia, 2012, pp. 265-294.

  • 34 VICENTE MONTOJO MONTOJO Y JOS JAVIER RUIZ IBEZ

    Bajos72. Otra cosa, para la que aqu no tenemos espacio, es cuestionar hasta qu punto este tipo de promociones fundadas en la conversin del intere-sado en una criatura del privado serva para integrar a las lites de un reino en la Monarqua, o ms bien a hacer que surgieran competidores para stas acelerando su desafeccin al servicio regio73.

    Bez de Vargas es tambin muy interesante dado que encarna el tipo de agente, tan propio al cambio de reinado entre el rey Prudente y su hijo, que no slo circul fsicamente, sino tambin entre diversos tipos de servicio al rey. En este caso, pas (como tantos capitanes castellanos hicieron al mismo tiempo), de gestionar la poltica exterior de la Monarqua a asentarse en los nuevos espacios militares de defensa territorial. Segn su propio testimonio una vez salido de Pars con el duque de Feria, se refugi en Flandes donde recibi un entretenimiento de 40 escudos cerca de la persona. En 1596 fue enviado desde Calais a Bretaa, de donde se le comision a informar a Felipe II de la situacin militar y diplomtica. El rey le nombr sargento mayor del reino de Algarbe para prevenir un ataque de la armada inglesa, subsecuente a la toma de Cdiz. Lleg a Lisboa el primero de febrero de 1597, pero fue detenido por los gobernadores del reino. Liberado, el rey orden que levantara una compaa para defender la villa de Cascais y que recibiera el mando de todas las que ah se haban de reunir para prevenir un ataque ingls: hasta un total de 32 compaas portuguesas, las cuales ejercit antes y despus de provedo por maestre de campo don Cristobo de Melo. El rey le envi entonces (1598) cdula como sargento mayor y cavo de las 23 compaas de la milicia del distrito de Lisboa. En la peste de 1598, ante la salida de los gobernadores de la ciudad, qued encargado de permanecer en la misma. En 1599 se concentr con sus 23 compaas y otras 24 de nuevo en la villa de Cascais para prevenir un nuevo desembarco ingls, actuando como comandante bajo el mando del maestre de campo don Alfonso de Noroa. En 1606 fue a la corte e hizo un apuntamiento a instancia de los ministros del rey para la politica de la gente del batallon de la dicha ciudad y reino que aprobado por el Consejo de Portugal fue enviado al virrey quien lo traspapel durante seis aos por ser su enemigo declarado, y logr en 1612 quitarle el oficio y que no se le pagasen los 300 ducados de sueldo que tena, por lo que se refugi en Madrid74.

    72 No hay que olvidar tampoco que el sustituto de Melo en Flandes fue precisamente, aunque de un origen social diferente, otro servidor real de origen luso: el marqus de Castel Rodrigo; Ren vermeir, En estado de guerra. Felipe IV y Flandes, 1626-1648, Crdoba, Univer-sidad, 2006, partes cuarta y quinta.

    73 Jos Javier ruiz ibez y bernard vinCent, Historia de Espaa. Los siglos xvi-xvii. Pol-tica y sociedad, Madrid, Sntesis, 2007, pp. 83-87.

    74 AGS, E 1649, sin nmero, consulta de parte, 7 de marzo de 1617.

  • LOS PORTUGUESES Y LA POLTICA IMPERIAL: DE FLANDES, LONDRES Y FRANCIA 35

    La comunidad portuguesa en el sureste peninsular

    De igual forma que en la principal frontera de la Monarqua, en otros mbitos donde la presencia de la administracin regia era menor, la Unin de Coronas permiti la instalacin o el reforzamiento de las colonias comer-ciales portuguesas en espacios ms ordinarios75. Estudiar la presencia de los lusos en algunas ciudades menores del sureste peninsular76 permite ver como las expectativas que se levantaron a escala global en el reinado de don Felipe II no fueron slo cosa de la gran poltica, sino que formaban parte de la construccin de una realidad nueva que si se form por la coyuntura de la Monarqua, tambin en gran parte por ella se frustr. Se trataba de extran-jeros a la corona de Castilla77 como pudieran serlo los aragoneses, pero tam-bin podan ser vistos como naturales de estos reinos en sentido laxo78.

    En los acuerdos de gobierno de las corporaciones municipales locales del sureste peninsular se hace referencia a reacciones enfrentadas que no son especficas de este mbito. As, coexisten acciones de rechazo hacia competidores potenciales79 con intentos de proteger a portugueses transen-tes80. Esto sucedi en Cartagena, puerto martimo, que como otras ciudades del Levante espaol tuvo participacin en un trfico mercantil importante y cont con varias comunidades de extranjeros residentes plenamente inte-

    75 La cronologa dada por A. StudniCki-Gizbert (A Nation cit., 2007, captulo 2) sobre laprogresiva integracin de los portugueses en las Indias podra pensarse, con todas las reservas necesarias, que puede servir de pauta para la consol