PREVALÊNCIA DE DIABETES GESTACIONAL EM MOSSORÓ/RN€¦ · O Diabetes mellitus gestacional (DMG)...

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE E SOCIEDADE - PPGSS MESTRADO ACADÊMICO EM SAÚDE E SOCIEDADE – MASS GILKA FIRMINO TORRES BARISIC PREVALÊNCIA DE DIABETES GESTACIONAL EM MOSSORÓ/RN MOSSORÓ / RN 2017

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE - UERN

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE E SOCIEDADE - PPGSS

MESTRADO ACADÊMICO EM SAÚDE E SOCIEDADE – MASS

GILKA FIRMINO TORRES BARISIC

PREVALÊNCIA DE DIABETES GESTACIONAL EM MOSSORÓ/RN

MOSSORÓ / RN

2017

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GILKA FIRMINO TORRES BARISIC

PREVALÊNCIA DE DIABETES GESTACIONAL EM MOSSORÓ/RN

MOSSORÓ / RN

2017

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Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Saúde e Sociedade da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte como requisi to parcial para a obtenção do grau de Mestre em Saúde e Sociedade.

Orientador: Dr. Eudes Euler de Souza Lucena

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GILKA FIRMINO TORRES BARISIC

PREVALÊNCIA DE DIABETES GESTACIONAL EM MOSSORÓ/RN

Data da defesa: 24 / 08 / 2017

COMISSÃO EXAMINADORA

___________________________________________Prof. Dr. Eudes Euler de Souza Lucena

Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

___________________________________________Profa. Dra. Elvira Maria Mafaldo Soares

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

__________________________________________Prof. Dr. José Rodolfo Lopes de Paiva CavalcantiUniversidade do Estado do Rio Grande do Norte

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Saúde e Sociedade da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte como requisito parcial para a obtenção do grau de Mestre em Saúde e Sociedade.

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À minha amada família, presente maior que Deus me deu.

A todas as gestantes, e seus respectivos filhos, que não tiveram o

privilégio de ter acesso aos serviços médicos e serem beneficiados

pelos avanços da Ciência.

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AGRADECIMENTOS

Ao Professor Dr. Eudes Eudes de Souza Lucena pela orientação ao longo

deste mestrado.

Ao Laboratório Cacim pela realização dos testes laboratoriais.

À Direção da FACS / UERN e à Prefeitura Municipal de Mossoró/RN por

permitir o recrutamento das pacientes em suas unidades de atendimento.

Aos Programas de Residência Médica de Saúde da Família e Ginecologia e

Obstetrícia da UERN pela participação na coleta de dados.

Aos alunos do curso de Medicina / UERN Caionara Angélica da Silva,

Julianne Santos, Lídia Maria Oliveira Barisic e Lucas Costa Feitosa pela participação

na coleta e tabulação dos dados.

Ao PIBIC pelo financiamento das bolsas de pesquisa dos estudantes.

Aos professores Dra. Allyssandra Maria Lima Rodrigues e Dr. José Rodolfo

Paiva de Lopes Cavalcanti pelas sugestões para o aperfeiçoamento deste trabalho.

À toda a equipe do Programa de Pós-graduação em Saúde e Sociedade da

UERN.

Às pacientes pela participação desta pesquisa.

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“Os que se encantam com a prática sem a Ciência são como os timoneiros que entram no navio sem timão nem

bússola, nunca tendo certeza do seu destino.”

Leonardo da Vinci

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RESUMO

Alterações na glicemia são as anormalidades metabólicas mais comuns na

gestação, ocorrendo entre 1 e 28% na maioria dos relatos, podendo atingir até

41,9% das gestações, dependendo dos critérios diagnósticos utilizados e da

população estudada. Objetivos: estimar a prevalência de Diabetes mellitus

gestacional (DMG) no município de Mossoró/RN, assim como avaliar a correlação

de fatores de risco associados nessa população. Pacientes e métodos: estudo

transversal, com avaliação de gestantes atendidas em unidades do Sistema Único

de Saúde, entre janeiro/2016 e janeiro/2017 com aplicação de questionário

específico com dados de antecedentes e condições socioeconômicas, bem como de

glicemia de jejum (GJ) do primeiro trimestre, seguida de coleta de TOTG 75g entre

24a e 28a semanas de gestação. Foram utilizados os critérios diagnósticos

recomendados pela IADPSG (International Association of the Diabetes and

Pregnancy Study Groups). Resultados: foram recrutadas 166 gestantes, com idade

média de 24,7 anos, predomínio de raças parda e branca, a maioria com baixo grau

de escolaridade e baixa renda, 38,5% apresentando excesso ponderal pré-

gestacional. Das 116 pacientes que tinham glicemia de jejum colhida no primeiro

trimestre, 16 (13,8%) apresentavam DMG, com glicemia média de 101,2 mg/dL.

Apenas 76 pacientes concluíram todas as etapas do projeto; destas, 04 (5,3%)

apresentaram DMG ao TOTG 75g. Portanto, das 76 gestantes que concluíram a

avaliação, um total de 20 gestantes apresentaram DMG, seja no primeiro ou

segundo trimestre, resultando numa prevalência de 26,3%. Foi observada correlação

direta entre a idade e surgimento do DMG, apenas nas gestantes com diagnóstico

no primeiro trimestre. Não foi observada correlação de DMG com os demais fatores

avaliados: cor, baixa estatura, renda, escolaridade, antecedente de SOP e DHEG,

história familiar de DM2, obesidade pré-gestacional e sedentarismo. Conclusão: foi

identificada uma elevada prevalência de DMG com grande percentual identificado já

no primeiro trimestre de gestação. Estudos adicionais são necessários para definir

melhor os fatores de risco nessa população, bem como o impacto desse diagnóstico

precoce nos desfechos neonatais.

PALAVRAS CHAVE: Diabetes gestacional, prevalência, fatores de risco.

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ABSTRACT

Alterations in glycemia are the most common metabolic abnormalities in pregnancy,

occurring between 1 and 28% in most reports, and can reach up to 41.9% of

pregnancies, depending on the diagnostic criteria used and the population studied.

Objectives: to estimate the prevalence of gestational diabetes mellitus (GDM) in

Mossoró / RN and to evaluate the associated risk factors in this population. Subjects

and methods: cross-sectional study, with evaluation of pregnant women attended at

Brazilian National Health Service between January / 2016 and January / 2017 using

the specific questionnaire with demographics and baseline caractheristics and first

trimester fasting plasma glucose (FPG), followed by 75gOGTT scheduled between

24th and 28th weeks of gestation. Diagnostic criteria recommended by IADPSG

(International Association of Diabetes and Pregnancy Study Groups) was used.

Results: 166 pregnant women were recruited, with a mean age of 24.7 years,

predominance of brown and white races, most with low degree of schooling and low

income, 38.5% presenting pre-gestational weight excess. Of the 116 patients who

had FPG in the first trimester, 16 (13.8%) had GDM, with a mean FPG 101.2 mg/dL.

Only 76 patients completed all stages of the project; of these, 04 (5.3%) presented

GDM with 75gOGTT. Therefore, of the 76 pregnant women who completed te

avaluation, 20 presented GDM, either in the first or second trimester, resulting in a

prevalence of 26.3%. Direct correlation between age and GDM was observed only in

pregnant women diagnosed in the first trimester. No correlation was observed with

the other factors evaluated: color, height, income, schooling, history of PCOS and

specific hypertension disease in pregnancy, family history of DM2, pre-gestational

obesity and sedentary lifestyle. Conclusion: a high prevalence of GDM was

identified, with a large percentage already identified in the first trimester. Additional

studies are needed to better define risk factors in this population, as well as the

impact of this early diagnosis on neonatal outcomes.

KEY WORDS: gestational diabetes, prevalence, risk factors

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Prevalência média (%) de DMG segundo regiões da Organização Mundial de Saúde - 2005-2015..........................................................................18

Figura 2 - Prevalência específica de DMG por país de acordo com diferentes critérios diagnósticos.............................................................................20

Figura 3 - Fatores patogênicos subjacentes ao DMG.............................................23

Figura 4 - Exposição intra-uterina à hiperglicemia materna: complicações fetais e neonatais a curto prazo.........................................................................25

Figura 5 - Rastreamento de DMG segundo IADPSG .............................................27

Figura 6 - Algumas das Unidades Básicas de Saúde incluídas no estudo.............32

Figura 7 - Situação ponderal pré-gestacional de 164 gestantes acompanhadas no SUS. Mossoró/RN, 2016.......................................................................39

Figura 8 - Fluxograma ilustrando a distribuição de pacientes incluídas segundo glicemias e diagnóstico de DMG .........................................................40

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Características sociodemográficas da população estudada - Mossoró/RN,

2017..........................................................................................................35

Tabela 2 - Fatores de risco para DMG referidos em 166 gestantes no município de

Mossoró/RN, 2017................................................................................... 38

Tabela 3 - Diagnóstico de diabetes gestacional, valor do teste do qui-quadrado,

razão de prevalência, significância estatística e intervalo de confiança (IC

95%) conforme variáveis biológicas, comportamental e socioeconômicas.

Mossoró / RN, 2017................................................................................. 42

Tabela 4 - Diagnóstico de diabetes gestacional no primeiro trimestre de gestação,

valor do teste do qui-quadrado, razão de prevalência, significância

estatística e intervalo de confiança (IC 95%) conforme variáveis

biológicas, comportamental e socioeconômicas. Mossoró / RN, 2017.....43

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LISTA DE ABREVIATURAS

ADA - American Diabetes Association

CEP - Comitê de Ética em Pesquisa

DHEG - Doença Hipertensiva Específica da Gravidez

DMG - Diabetes mellitus gestacional

DM1 - Diabetes mellitus tipo 1

DM2 - Diabetes mellitus tipo 2

EBDG - Estudo Brasileiro de Diabetes Gestacional

FACS - Faculdade de Ciências da Saúde

GJ - Glicemia de jejum

HAPO - Hyperglycemia and Adverse Pregnancy Outcomes

HAS - Hipertensão Arterial Sistêmica

IADPSG - International Association of the Diabetes and Pregnancy Study Groups

IMC - Índice de Massa Corpórea

OMS - Organização Mundial de Saúde

SOP - Síndrome de Ovários Policísticos

TOTG - Teste Oral de Tolerância à Glicose

UBS - Unidade Básica de Saúde

UERN - Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 15

1.1. Definição............................................................................................................ 16

1.2 Aspectos históricos ..............................................................................................17

1.3 Prevalência ..........................................................................................................17

1.4 Metabolismo fisiológico dos carboidratos nas gestação .....................................19

1.5 Fisiopatogenia do diabetes gestacional.............................................................. 21

1.6 Fatores de risco....................................................................................................23

1.7 Complicações materno-fetais ..............................................................................24

1.8 Rastreamento e diagnóstico ................................................................................26

1.9 Tratamento ..........................................................................................................27

1.10 Seguimento pós-parto........................................................................................28

2 OBJETIVOS ...........................................................................................................30

2.1 Geral ....................................................................................................................30

2.2 Especificos...........................................................................................................30

3 MATERIAIS E MÉTODOS .....................................................................................31

4 RESULTADOS.......................................................................................................35

4.1 Características das pacientes..............................................................................33

4.2 Glicemia no primeiro trimestre.............................................................................35

4.3 TOTG 75g - 24a a 28a semana............................................................................40

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4.4 Fatores associados ao DMG................................................................................41

5 DISCUSSÃO / CONCLUSÕES...............................................................................44

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..........................................................................47

APÊNDICE A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido...................................55

APÊNDICE B - Protocolo de pesquisa......................................................................56

ANEXO 1 - Parecer do CEP/UERN ..........................................................................58

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1. INTRODUÇÃO

Alterações na glicemia são as anormalidades metabólicas mais comuns na

gestação, ocorrendo entre 1 e 28% na maioria dos relatos (1-3), podendo atingir até

41,9% das gestações (4), dependendo dos critérios diagnósticos utilizados e da

população estudada. O Diabetes mellitus gestacional (DMG) é definido como

hiperglicemia, reconhecida pela primeira vez durante a gestação e que não

preenche critérios para Diabetes mellitus tipo 1 ou 2 (5).

Estudos mostram um aumento significativo da prevalência do DMG

globalmente (6-8). O aumento mundial da obesidade, do Diabetes mellitus tipo 2

(DM2) (9), juntamente com o avanço da idade materna, tem contribuído para este

fato, além da implementação de critérios diagnósticos com limiares de glicemia mais

baixos.

A importância do diagnóstico de DMG consiste no fato de que acarreta

implicações maternas e fetais, tanto no período gestacional, quanto pós-gestacional

precoce e tardiamente, além do fato de sua prevalência estar aumentando

mundialmente (10-12). As principais complicações maternas incluem: hipertensão

arterial, pré-eclampsia, polidrâmnio e risco aumentado de parto cesariano (13-15),

além de risco aumentado de desenvolver síndrome metabólica (16), DM2 (17, 18) e

doença cardiovascular após o parto (19). As complicações fetais incluem:

macrossomia, hipoglicemia neonatal, icterícia, policitemia, síndrome do desconforto

respiratório, distócia de ombro e hipocalcemia (20), além de potenciais complicações

a longo prazo, tais como obesidade (21), síndrome metabólica (22) e DM2

tardiamente (23).

Ainda permanecem várias controvérsias relacionadas ao DMG, entre elas, o

modo de rastreamento, bem como os critérios diagnósticos para classificar a

hiperglicemia que ocorre antes da 24ª semana de gestação e não preenche critérios

para Diabetes mellitus tipo 2 (DM2) ou mesmo tipo 1 (DM1), denominada como

diabetes gestacional precoce (24). Essa falta de consenso torna extremamente difícil

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determinar a real prevalência mundial do DMG, bem como compará-la entre as

diversas populações.

Em nossa região, não há estudos de prevalência de DMG e fatores de risco

associados. A determinação dessa prevalência, bem como sua associação a

determinados fatores de risco na população estudada, pode permitir um melhor

planejamento de ações de saúde visando a prevenção e o tratamento adequado

dessas gestantes, reduzindo a ocorrência de complicações obstétricas com

possíveis repercussões para mãe e feto.

1.1 Definição

Diabetes mellitus gestacional foi definido por muito tempo como intolerância

aos carboidratos resultando em hiperglicemia de grau variável com início ou

diagnosticada pela primeira vez durante a gestação e que podia ou não persistir

após o parto (25). No entanto, considerando a epidemia crescente de obesidade e

de Diabetes mellitus tipo 2 em todas as faixas etárias, inclusive em mulheres em

idade fértil, é fundamental considerar que há portadoras de DM2 subdiagnosticado e

que podem vir a ter diagnóstico durante a gestação, o que tornava essa definição

imprecisa (26). Portanto, mulheres de alto risco e que no primeiro trimestre de

gestação, já preenchem os critérios diagnósticos para diabetes fora da gestação,

devem ser classificadas como DM2 e não DMG (27).

As controvérsias já começam na própria definição: a American Diabetes

Association (ADA) define DMG como “Diabetes diagnosticado no segundo ou

terceiro trimestre de gestação e que não é claramente DM1 ou DM2 pré-

existente”(26)(26), enquanto a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera

que o DMG pode ser diagnosticado em qualquer fase da gravidez, definindo DMG

como “Hiperglicemia, reconhecida pela primeira vez durante a gestação e que não

preenche critérios para Diabetes mellitus tipo 1 ou 2” (5).

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1.2 Aspectos históricos

Embora o Diabetes mellitus tenha sido descrito pelos egípcios cerca de

1.500 a.C., a primeira descrição de diabetes na gravidez foi feita em 1824, por

Bennewitz na Alemanha, relatando o caso de uma gestante que apresentava sede

intensa e glicosúria recorrente em 03 gravidezes consecutivas (28).

Há mais de um século, sabe-se da correlação entre diabetes e desfechos

fetais e neonatais (29). Em 1882, Duncan, em Londres, relatou os desfechos

gestacionais em 16 mulheres com 22 gravidezes, com elevadas taxas de

mortalidade materna e perinatal: mais de 60% para as mães e 47% para os recém-

nascidos (30).

Na década de 50, o termo “diabetes gestacional” foi aplicado para descrever

uma condição transitória com desfechos fetais adversos e na década de 60 foi

identificada a associação entre intolerância à glicose na gestação e risco de

desenvolver DM2 após o parto(29).

Vários estudos que mostraram a importância da hiperglicemia materna nos

resultados da gravidez em mulheres com diabetes mudaram o foco da importância

de diagnosticar e tratar essas mulheres tão cedo quanto possível, não apenas

visando prever o risco de DM2 no futuro, mas também para prevenir resultados

adversos com a mãe e o feto na gravidez atual (31).

Ao longo de décadas, diversos workshops internacionais foram realizados na

tentativa de definir rastreamento, critérios diagnósticos e tratamento no DMG, mas

mesmo depois de tanta discussão e várias pesquisas, ainda não existe uma

abordagem global unificada para o diagnóstico de GDM (31).

1.3 Prevalência

A prevalência do DMG é extremamente variável nos diversos estudos, pelas

diferenças étnicas (32, 33) e sociodemográficas (33, 34), bem como pela falta de

consenso nos critérios diagnósticos, dificultando a determinação real da sua

prevalência. 17

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Devido à transição epidemiológica da população e a um estilo de vida mais

sedentário relacionado à urbanização durante as últimas décadas, a prevalência de

DM2 vem aumentando rapidamente e a idade de início se torna mais precoce

globalmente (35). Paralelamente, a prevalência de DMG, aumentou mais de 30% em

uma ou duas décadas em vários países, incluindo países em desenvolvimento,

formando uma epidemia mundial emergente (36). A adoção de diferentes critérios

diagnósticos, leva a valores distintos de prevalência numa mesma população e

introdução de critérios mais rigorosos pelo IADPSG (International Association of the

Diabetes and Pregnancy Study Groups)(37) também está implicada no aumento da

prevalência global de DMG.

Uma revisão sistemática publicada em 2016 (36) observou que o Oriente

Médio e o norte da África apresentaram a maior prevalência de DMG com uma

média de 12,9% (8,4-24,5%), seguida pelo Sudoeste Asiático, Pacífico Ocidental,

América do Sul e Central, África e América do Norte e Caribe (11,7%, 11,7%, 11,2%,

8,9% e 7,0%, respectivamente), enquanto a Europa apresentou a menor prevalência

- 5,8% (1,8-22,3%) (Figura 01).

Figura 1 - Prevalência média (%) de DMG segundo regiões da Organização Mundial de Saúde - 2005-2015. Fonte: modificado de Zhu, Y at al (36).

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Na região do Pacífico Ocidental, as estimativas de prevalência apresentaram

uma ampla variação de 4,5% no Japão para 25,1% em Cingapura. Os países da

Europa também apresentaram grandes variações nas estimativas da prevalência de

DMG, com a Noruega liderando (22,3%) e Irlanda tendo a menor prevalência (1,8%).

Em contrapartida, países da região da América do Norte e do Caribe apresentaram

relativamente menor variabilidade nas estimativas de prevalência de DMG, variando

de 6,5% no Canadá a 11,9% em Barbados. Na região do Oriente Médio e da África

do Norte as estimativas de prevalência variaram de 8,4% no Irã a 24,5% nos

Emirados Árabes Unidos. No Sudoeste Asiático, a Malásia apresentou a maior

prevalência de 18,3%, seguida pela Índia (13,6%), Bangladesh (9,7%) e pelo Sri

Lanka (8,1%). Na América do Sul e Central, os dados sobre a prevalência de DMG

estavam disponíveis apenas em dois países (16,6 e 5,7% em Cuba e Brasil,

respectivamente). Do mesmo modo, apenas dois países da África tinham dados

qualificados e disponíveis sobre a prevalência de DMG (ou seja, 8,2% na Nigéria e

9,5% na Tanzânia) (Figura 2).

No Brasil, o grupo de Estudo Brasileiro de Diabetes Gestacional (EBDG), ao

avaliar 4.977 gestantes em 2001, encontrou uma prevalência média de 7,2%

segundo os critérios da OMS e 2,4% segundo os critérios da ADA (38). Essa mesma

coorte foi reavaliada posteriormente com aplicação dos critérios do IADPSG, tendo

sido encontrada uma prevalência de DMG de 18% (39), possivelmente subestimada

considerando as prováveis alterações no perfil populacional, com maior prevalência

de obesidade e DM2 (39).

1.4 Metabolismo fisiológico dos carboidratos na gestação

A gravidez apresenta um desafio fisiológico único que exige mudanças

coordenadas por hormônios placentários e não placentários para preparar a mãe

para o estresse metabólico apresentado pelo desenvolvimento fetal e garantir a

alocação adequada de nutrientes entre mãe e feto. De particular importância é a

manutenção do metabolismo normal da glicose durante a gravidez (40).

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As mudanças na fase inicial da gravidez são, principalmente, anabólicas,

com aumento progressivo do tecido adiposo materno, enquanto na fase mais tardia,

prevalecem alterações catabólicas, com aumento da lipólise, da glicemia, da

insulinemia e dos níveis de ácidos graxos pós-prandiais (40).

Ao longo da gestação, ocorrem adaptações visando garantir um aporte

adequado da glicose para promover o desenvolvimento fetal. No início da gestação,

os níveis de glicemia em jejum caem devido aos efeitos de diluição (aumento do

volume sanguíneo materno) e por aumento da sensibilidade à insulina; permanecem

constantes no segundo trimestre e diminuem durante o terceiro trimestre. O aumento

da utilização de glicose pela unidade fetal-placentária durante a gravidez com

remoção de glicose da circulação materna, também contribui para esse declínio.

Durante este período de aumento da utilização da glicose pela unidade fetal-

placentária, a sensibilidade à insulina materna diminui. Para compensar essas

mudanças, tanto a gliconeogênese hepática materna como os níveis de ácidos

graxos aumentam(40).

As alterações na fisiologia materna durante a gestação são mediadas por

hormônios placentários, como somatomamotrofina coriônica humana (lactogênio

placentário), cortisol livre, prolactina, progesterona e estrogênio (40).

A plasticidade da função das células beta pancreática em face à resistência

progressiva à insulina é a marca registrada da regulação normal da glicose durante

a gravidez (29). DMG pode ocorrer se as mesmas não forem capazes de

acompanhar a demanda aumentada de insulina durante a gravidez (40).

1.5 Fisiopatogenia do diabetes gestacional

Com a progressão da gravidez, ocorre aumento da demanda de produção

de insulina pelo pâncreas materno. Quando a secreção de insulina não aumenta

adequadamente para contrabalancear a estado de resistência insulínica na segunda

metade da gravidez, surge a intolerância à glicose materna (41). A maioria das

gestantes consegue aumentar a produção de insulina e manter o controle glicêmico,

porém outras não, evoluindo para DMG (42). 21

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São múltiplos os fatores envolvidos na fisiopatogenia do DMG, desde fatores

ambientais, susceptibilidade genética, alterações epigenéticas a fatores inflamatórios

(Figura 3). À medida que a mulher ganha peso e reduz a atividade física durante a

gravidez, desenvolve-se resistência periférica à insulina e a intolerância à glicose

pode ocorrer. Isso por sua vez prejudica a função das células β pancreáticas e pode

contribuir para o aumento do risco de GDM (41).

Diversos mecanismos biológicos e moleculares de regulação dos níveis de

glicose estão envolvidos no DMG, entre eles, regulação negativa da adiponectina e

citocinas antiinflamatórias (por exemplo, IL-4, IL-10) e regulação ascendente de

adipocinas como leptina e citocinas pró-inflamatórias, implicadas na resistência à

insulina, IL-6, TNF-a, proteína de ligação a ácido de adipócitos (43). O TNF alfa

(fator de necrose tumoral alfa) circulante e a interleucina-6 tem sido inversamente

correlacionada com sensibilidade insulínica no DMG, sugerindo um papel dos

fatores inflamatórios na sua patogênese (40, 44). Há evidências de outros diversos

agentes possivelmente implicados na fisiopatologia do DMG, tais como:

adiponectina, adipocina, leptina, resistina, vitamina D, vifastina, entre outros (43).

Outro mecanismo possivelmente implicado na fisiopatologia do DMG está

relacionado à reabsorção renal de glicose. A glicose é reabsorvida através de co-

transportadores de glicose acoplados a sódio nos túbulos proximais. Durante a

gravidez, a capacidade de reabsorção de glicose renal diminui, possivelmente,

devido à redução da expressão do transportador de glicose. A diminuição

inadequada do limiar renal de glicose durante a gravidez torna as mulheres mais

propensas a desenvolver DMG(45).

Similarmente ao DM2, o DMG associa-se tanto à resistência insulínica

quanto à diminuição da função das células beta(41)(40). A resistência insulínica que

se desenvolve durante a gravidez é semelhante à observada na diabetes tipo 2, com

comprometimento da ação da insulina principalmente devido a alterações pós-

receptor, envolvendo transporte de glicose e metabolismo intracelular em tecidos

sensíveis à insulina(42). Há evidências de alterações nas vias de sinalização da

insulina, redução da expressão do PPAR gama e localização anormal dos

transportadores GLUT-4 em portadoras de DMG(46)(47, 48).22

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Figura 03 - Fatores patogênicos subjacentes ao Diabetes mellitus gestacional. Fonte: modificado de Chiefari, E at al (41).

1.6 Fatores de risco

Diversos fatores tem sido associado a risco de desenvolver DMG, tais como:

idade materna acima de 25 anos, etnia, multiparidade, sobrepeso, obesidade ou

ganho ponderal excessivo na gestação, sedentarismo, deficiência de vitamina D,

deposição central excessiva de gordura, história familiar de diabetes em parentes de

primeiro grau, crescimento fetal excessivo, polidrâmnio, hipertensão ou pré-

eclâmpsia na gravidez atual; antecedentes obstétricos de abortamento de repetição,

morte fetal ou neonatal, macrossomia ou DMG prévio; síndrome de ovários

policísticos e baixa estatura (< 1,5 m) correspondem a fatores de risco para o

desenvolvimento de DMG (8)(49-52).

A prevalência de DMG aumenta com a idade acima de 25 anos e está

associada à etnia, sendo mais elevado entre asiáticos, habitantes das ilhas do

23

GESTAÇÃO

Resistência insulínica

Disfunção de célula

DMG

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Pacífico, norte africanas e mulheres hispânicas que em mulheres brancas não-

hispânicas (20).

Excesso ponderal pré-gestacional corresponde a um importante fator de

risco para DMG, bem como ganho ponderal excessivo durante o primeiro e segundo

trimestres (49), além do ganho ponderal entre gestações para DMG em gravidez

subsequente(20).

Níveis baixos de vitamina D (25-hidroxivitamina D) no trimestre são um fator

de risco independente para desenvolvimento de DMG, estando associado com

resistência insulínica no segundo trimestre(53).

1.7 Complicações materno-fetais

O DMG pode cursar com implicações maternas e fetais, tanto no período

gestacional, quanto pós-gestacional precoce e tardiamente.

As principais complicações maternas incluem: hipertensão arterial, pré-

eclâmpsia, polidrâmnio e risco aumentado de parto cesariano (13-15), além de risco

aumentado de desenvolver síndrome metabólica(16, 54), Diabetes mellitus tipo 2

(DM2) (17, 18) e doença cardiovascular(19) após o parto.

Mulheres que apresentam DMG têm risco 7 vezes maior de desenvolver

DM2 tardiamente quando comparadas a mulheres que evoluíram com

normoglicemia na gestação (17).

As complicações fetais incluem: macrossomia, hipoglicemia neonatal,

icterícia, policitemia, síndrome do desconforto respiratório, distócia de ombro e

hipocalcemia (12)(20), além de potenciais complicações a longo prazo, tais como

obesidade(21), síndrome metabólica(22, 54) e DM2 tardiamente(23).

As sequelas fetais e neonatais do DMG são multifatoriais, destacando-se a

hiperglicemia materna como principal etiologia que resultaria em hiperglicemia fetal,

24

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com consequente aumento de substratos para o feto, promovendo hiperinsulinemia

fetal (Figura 4).

Figura 4 - Exposição intrauterina à hiperglicemia materna: complicações fetais e neonatais a curto prazo. Fonte: modificado de Mitanchez, D et al (55).

A principal condição que expõe o feto a uma nutrição excessiva é o DMG,

resultantdo em macrossomia (55). A prevalência de macrossomia em países

desenvolvidos é de 5 a 20%, porém tem sido relatado um aumento entre 15 e 25%

nas últimas décadas, associado a aumento de obesidade e diabetes materno. A

macrossomia está associada à asfixia, morte perinatal, distócia de ombro e

hipoglicemia, entre outras complicações (56).

O Estudo HAPO - Hyperglycemia and Adverse Pregnancy Outcomes foi um

estudo multinacional, observacional que avaliou cerca de 25.000 gestantes, com o

objetivo de esclarecer a correlação de hiperglicemia materna e eventos perinatais

adversos. Nele observou-se forte correlação contínua entre a glicemia materna e

desfechos fetais, como peso ao nascer e nível sérico de peptídeo C no sangue do

cordão umbilical, bem como com parto cesariano e hipoglicemia neonatal (57).

Tardiamente, a exposição fetal intrauterina ao DMG está ligada ao

desenvolvimento de hipertensão arterial, obesidade e DM2 em crianças (54)(23).25

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1.8 Rastreamento e diagnóstico

Quem, quando e como rastrear e diagnosticar diabetes na gravidez tem sido

debatido na literatura há décadas (31). O fato de haver múltiplas propostas para

rastreamento, bem como critérios diferentes para definição do DMG dificulta não

apenas o diagnóstico, como também a determinação da prevalência mundial real. As

divergências ocorrem nos pontos de corte de glicemia, nos tempos de coleta para

dosagem da glicose, bem como na quantidade de glicose anidra a ser administrada

no teste oral de tolerância à glicose (TOTG).

Na tentativa de uniformizar os critérios diagnósticos do DMG, a IADPSG

(International Association of the Diabetes and Pregnancy Study Groups)

recomendou, em 2010, que esses critérios deveriam ser baseados no estudo HAPO,

ou seja, jejum ≥ 92 mg/dL; 1h após ≥ 180 mg/dL e 2h após ≥ 153 mg/dL ao TOTG,

colhido entre a 24a e 28a semanas de gestação, sendo a presença de qualquer dos

três valores anormal suficiente para o diagnóstico de DMG (58).

A Endocrine Society, bem como a Organização Mundial de Saúde, adotaram

esses critérios, porém a ADA (American Diabetes Association) considera duas

opções para rastreamento: 1) TOTG 75g com coleta em 0, 60 e 120 minutos ou 2)

teste de sobrecarga com 50 g de glicose, seguida de TOTG 100g com coletas em 0,

60, 120 e 180 minutos (Carpenter and Coustan) (26), recomendado pelo American

College of Obstericians and Gynecologists.

Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes o rastreamento deve ser

universal, ou seja, a investigação de DMG deve ser feita em todas as gestantes,

com realização de TOTG 75g entre a 24a e a 28a semana, utilizando os critérios

internacionais (Figura 5), por serem os únicos determinados por estudo que

demonstrou associação entre os valores da glicemia materna e os desfechos

perinatais(27).

26

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Figura 5 - Fluxograma para rastreamento e diagnóstico de DMG segundo critérios do IADPSG. GJ - glicemia de jejum / DMG - Diabetes mellitus gestacional / TOTG 75g - teste oral de tolerância à glicose

1.9 Tratamento

Gestantes com DMG não tratadas tem maior risco de desenvolver diversos

desfechos adversos maternos, fetais e neonatais (59). O objetivo do tratamento do

DMG é normalizar a glicemia a fim de reduzir o risco de complicações, como parto

cesariano, polidrâmnio, parto prematuro, necessidade de cuidados intensivos no

período neonatal e macrossomia(60).

Grande parte das portadores de DMG pode ser adequadamente manejada

apenas com dietoterapia e atividade física e seguimento com auto monitorização da

glicemia capilar (41).

Agentes orais como metformina e glibenclamida têem sido avaliados na

gestação, porém não são conhecidos efeitos a longo prazo sobre o concepto. Os

demais antidiabéticos orais são contraindicados na gravidez (27).

27

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Estudos têm demonstrado que a glibenclamida, embora eficaz no controle

glicêmico na maioria das pacientes, está associada a aumento do risco de

hipoglicemia neonatal, maior ganho de peso materno e macrossomia, sugerindo que

não seja utilizada na gestação ou que seja com muita cautela (61)(62).

Quando comparada à glibenclamida, a metformina apresenta menor ganho

ponderal materno, peso ao nascer mais baixo e menos macrossomia (62).

Aparentemente a metformina (isoladamente ou associada a insulina) não está

associada a aumento de incidência de complicações neonatais quando comparada à

insulina(63) e com boa taxa de resposta no controle glicêmico (62).

A despeito dos estudos favoráveis ao uso da metformina na gravidez, a

insulina permanece como tratamento de escolha no DMG. A dose inicial de insulina

deve ser em torno de 0,5 U/kg, com ajustes individualizados para cada caso.

Habitualmente, associam-se insulinas humanas de ações intermediária e rápida,

embora os análogos de insulina asparte e lispro promovam melhor controle dos

níveis de glicemia pós-prandiais com menor ocorrência de hipoglicemias(27).

A avaliação do tratamento é feita a partir dos valores da glicemia capilar e

não da hemoglobina glicada A1c como no DM2 e DM1. São utilizada como metas

glicêmicas: pré-prandial até 95 mg/dL e pós-prandial 1h até 140 mg/dL e 2h até 120

mg/dL(64).

1.10 Seguimento pós-parto

Um novo TOTG 75g é recomendada 6 a 12 semanas após o parto a fim de

definir se a paciente permanece diabética ou não, utilizando critérios habituais para

Diabetes mellitus (26).

Considerando que pacientes que apresentaram DMG constituem um grupo

de risco para desenvolvimento de síndrome metabólica (16), DM2 (17, 18) e eventos

cardiovasculares (19), bem como de novo DMG, essas pacientes devem receber

orientações a fim de prevenir tais complicações, através de modificações do estilo

28

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de vida, com alimentação balanceada, controle do peso e atividade física regular

(27).

29

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2 OBJETIVOS

2.1 Geral

- Estimar a prevalência do Diabetes mellitus Gestacional na população do

município de Mossoró/RN.

2.2 Específicos

- Avaliar a correlação do DMG com idade, cor, obesidade, sedentarismo,

história familiar de diabetes mellitus tipo 2, história prévia de síndrome de

ovários policísticos, doença hipertensiva específica da gravidez, DMG ou

feto macrossômico;

- Avaliar correlação do DMG com fatores socioeconômicos.

30

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3. MATERIAIS E MÉTODOS

Trata-se de um estudo transversal que avaliou gestantes atendidas no pré-

natal do Sistema Único de Saúde no município de Mossoró/RN, em diversas

Unidades Básicas de Saúde (UBS) e Ambulatório da FACS (Faculdade de Ciências

da Saúde - UERN), após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da

Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - CEP-UERN (Parecer No

1.242.213 - ANEXO 1), seguindo as recomendações da resolução CNS 466/12.

Para cálculo do tamanho da amostra utilizou-se a fórmula de Lwanga &

Lemeshow - 1991(65), considerando uma prevalência media de 17,8 % de DMG,

intervalo de confiança de 95% e com uma margem de erro de 20%. Por se tratar de

uma população finita, adotou-se para correção do cálculo da amostra, a seguinte

fórmula: n ajust = N x n / N + n. Considerando N = 285 (gestantes residentes em

Mossoró acompanhados pelo SUS num período de 4 meses nas unidades da

pesquisa no ano anterior (2015) (SISPRENATAL/DATASUS), a margem de erro de

20% e uma taxa de não resposta de 20%, chegou-se a uma amostra de 208

gestações.

O recrutamento das mesmas foi realizado no horário de atendimento da

consulta pré-natal seguindo agendamento da própria unidade, incluindo gestantes

com idade gestacional até a 28a semana, concomitantemente nas diversas

unidades, selecionadas por conveniência do horário de atendimento pré-natal,

incluindo o ambulatório da FACS/UERN e as seguintes UBS (Figura 6):

- UBS Antonio Camilo (Ilha de Santa Luzia)

- UBS Dr Epitacio Da Costa Carvalho (Pintos)

- UBS Dr Jose Holanda Cavalcante (Dom Jaime Câmara) - UBS Lucas Benjamim (Abolição 3)

- UBS Dr Moises Costa Lopes (Redenção 1)- UBS Dr Sueldo Camara (Quixabeirinha)

- UBS Enfermeira Conchita Escossia Ciarline (Abolição 2)

- UBS Francisco Pereira de Azevedo (Liberdade 1) - UBS Maria Neide da Silva Souza (Nova Vida)

- UBS Enf. Raimundo René Carlos Castro (Boa Vista) - UBS Vereador Durval Costa (Walfredo Gurgel)

- UBS Vereador Lahyre Rosado (Sumaré).

31

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32

Figu

ra 6

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A

B

C

D

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A coleta de dados foi realizada através de preenchimento de questionário

específico, após assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido pela

paciente ou responsável legal (Apêndice A). O questionário incluiu dados referentes

à identificação, idade, cor, escolaridade, peso pré-gestacional, altura, atividade

física, uso recente de medicamentos, história prévia de síndrome de ovários

policísticos, doença hipertensiva específica da gravidez, diabetes gestacional e

macrossomia, antecedentes familiares de diabetes mellitus tipo 2, além de fatores

socioeconômicos (Apêndice B).

Eram critérios de exclusão diagnóstico prévio de DM2, comorbidades,

exceto SOP, e uso de qualquer medicação que pudesse interferir na glicemia, tais

como corticóides e diuréticos tiazídicos.

Foi realizado resgate no prontuario ou no cartão pré-natal da glicemia de

jejum (GJ) do primeiro trimestre. As pacientes que já apresentavam GJ compatível

com diagnóstico de DMG na consulta inicial foram encaminhadas a ambulatório

especializado. As demais pacientes foram agendadas para realizada coleta de

sangue venoso para teste oral de tolerância à glicose 75g (TOTG 75g) com coleta

em jejum, 60 e 120 minutos após ingestão de 75g de glicose anidra entre a 24a e

28a semana de gestação. A dosagem de glicose foi realizada em equipamento da

marca Siemens, modelo ADVIA 1200, com utilização de kit Siemens Bayer Advia

1200. Foram utilizados os critérios recomendados pela IADPSG (37, 66) para o

diagnóstico de diabetes gestacional: GJ no primeiro trimestre de 92 a 125 mg/dL e

ao TOTG 75g: GJ ≥ 92 mg/dL; 1h após ≥ 180 mg/dL e 2h após ≥ 153 mg/dL, sendo a

presença de qualquer dos três valores anormal suficiente para confirmar diagnóstico

de DMG.

Os resultados dos exames laboratoriais foram entregues diretamente a cada

paciente e cópia ao pesquisador.

Todos os dados coletados foram armazenados em um banco de dados com

acesso restrito aos responsáveis pela realização da pesquisa, a partir do qual foram

realizadas as análises estatísticas dos resultados obtidos.

O banco de dados foi construído na plataforma do software SPSS®

(Statistical Package for Social Sciences) versão 22.0, com posterior verificação de

consistência da digitação. Após a estruturação final do banco de dados, foi realizada 33

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uma análise descritiva de todos os dados relativos às variáveis independentes e

analisada a associação entre DMG e as variáveis independentes através do teste

estatístico qui-quadrado. Para verificar a magnitude dessas associações, foram

utilizadas as razões de prevalência e seus respectivos intervalos de confiança

(95%). Foi adotado nível de significância de 5%.

Não houve relato de qualquer dano associado aos procedimentos realizados

nesse estudo.

Os questionários, assim como os TCLE, encontram-se sob a guarda da

coordenadora do projeto, e foram arquivados, com acesso exclusivo pela mesma,

sob sua responsabilidade, onde permanecerão por cinco anos após o término da

pesquisa.

34

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4. RESULTADOS

4.1 Características das pacientes

Foram recrutadas no total 166 gestantes acompanhadas no atendimento

pré-natal do ambulatório da FACS e das UBS anteriomente listadas no período entre

janeiro / 2016 e janeiro/ 2017.

As gestantes recrutadas tinham idade média de 24,7 anos (± 7,1 DP),

estatura média de 1,57m (± 0,09 DP), com predomínio das raças parda (48,2 %) e

branca (36,7%). A maioria delas em união estável (68,1%) e com baixo nível de

escolaridade (62,7%) e baixa renda (57,2% recebendo até 1 salário mínimo). A

maioria residindo em casa própria de alvenaria, com energia elétrica, água

encanada e fossa séptica (Tabela 1).

Tabela 1 - Características sociodemográficas da população

estudada - Mossoró / RN, 2017

Fator avaliado n %

Raça / Cor

Amarela

Branca

Indígena

Parda

Preta

3

61

4

80

18

1,8

36,7

2,4

48,2

10,8

Estatura <1,50 m

≥ 1,50mContinua

15 150

9,190,9

35

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Fator avaliado n %

Situação conjugal

Solteira

União estável

Viúva

51

113

2

30,7

68,1

1,2

Renda

Sem renda

Inferior a 1 salário mínimo

01 salário mínimo

+1 a 3 salários mínimos

4 a 6 salários mínimos

Não sabe / não respondeu

4

20

71

62

5

4

2,4

12,0

42,8

37,3

3,4

2,4

Escolaridade

≤ 11 anos de estudo

12 ou + anos de estudo

104

62

62,7

37,3

Casa

Alugada

Cedida

Própria

Não sabe / não respondeu

53

8

104

1

31,9

4,8

62,7

0,6

Tipo de construção

Alvenaria

Taipa

Outros

Não sabe / não respondeu

Continua

159

3

1

3

95,8

1,8

0,6

1,8

36

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Fator avaliado n %

Número de residentes na casa

1-3 pessoas

4-6 pessoas

7-10 pessoas

Mais de 10 pessoas

Não sabe /não respondeu

65

70

23

06

01

39,2

42,2

13,9

3,6

0,6

Número de cômodos na casa

Até 03 cômodos

4 a 5 cômodos

6 e + cômodos

16

79

71

9,6

47,6

42,8

Água encanada em casa

Sim

Não

158

08

95,2

4,8

Fossa séptica em casa

Sim

Não

Não sabe / não respondeu

161

4

1

97,6

2,4

0,6

Tem eletricidade em casa 166 100

Banheiro em casa

Sim

Não

165

01

99,4

0,6

Saneamento básico

Sim

Não

Não sabe / não respondeu

83

69

14

50,0

41,6

8,4

37

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Em relação aos antecedentes pessoais patológicos pesquisados, houve

relato de diagnóstico prévio de SOP em 26% das pacientes. Houve um único relato

de historia previa de DMG, bem como de antecedente de feto macrossômico. Foi

relatada história de DHEG prévia em de 9,6 % dos casos. Pouco mais da metade da

população estudada (53%) tinha história familiar de Diabetes mellitus tipo 2 (Tabela

2). A grande maioria das gestantes avaliadas (90,4%) era sedentária.

Tabela 2 - Fatores de risco para DMG referidos em 166 gestantes no município de

Mossoró/RN, 2017.

Antecedente n %

Diagnóstico prévio de SOP Sim Não Não sabe / não respondeu

2613405

15,881,23,0

História de DMG em gestação anterior Sim Não Não sabe / não respondeu

0114503

0,697,61,8

História de feto macrossômico Sim Não Não sabe / não respondeu

0116103

0,697,61,8

História de DHEG prévia Sim Não Não sabe / não respondeu

1614803

9,689,21,8

Atividade física Nenhuma atividade física 01 a 2 vezes / semana 03 ou + vezes / semana

1500610

90,43,66,0

Historia familiar de Diabetes mellitus tipo 2 Sim Não Não sabe / não respondeu

738805

445303

38

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O IMC (índice de massa corpórea) pré-gestacional médio da amostra foi 24,6

kg/m2 (± 6,2), tendo sido observado que 7,9 % das pacientes apresentavam baixo

peso antes da gestação, 22 %, sobrepeso e 16,5 %, obesidade (Figura 7).

7,9%

53,6%

22,0%

11,5%3,7%1,2%

Baixo peso (IMC < 18,5)Eutrófico (IMC 18,5 a 24,9)Sobrepeso (IMC 25 a 29,9)Obesidade leve (IMC 30 a 34,9)Obesidade (IMC 35 a 39,9)Obesidade (IMC ≥ 40)

Figura 7 - Situação ponderal pré-gestacional de 164 gestantes acompanhadas no

SUS. Mossoró/RN, 2017.

4.2 Glicemia no primeiro trimestre

A glicemia de jejum na avaliação inicial do pré-natal foi obtida de 116

pacientes, com média de 80,5 mg/dL (± 12,2 DP). Dessas 116 gestantes, 16 (13,8

%) já apresentaram critério para diagnóstico de DMG, ou seja, GJ ≥ 92 e ≤ 125 mg/

dL no primeiro trimestre da gestação. A glicemia de jejum média do grupo de

pacientes com diagnóstico de DMG nessa fase foi 101,2 mg/dL (± 11,02 DP) e

mediana 96 md/dL. Entre as gestantes diagnosticadas nessa fase, dez (62,5%)

apresentavam GJ entre 92 e 99 mg/dL e 06 (37,5%), GJ entre 100 e 124 mg/dL.

Essas pacientes foram encaminhadas a ambulatório especializado para tratamento

39

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do DMG, não tendo sido submetidas a TOTG 75g. Não foi diagnosticada nenhuma

paciente com diabetes pré-gestacional.

4.3 TOTG 75g - 24a a 28a semana

Todas as pacientes que não foram diagnosticadas como portadoras de DMG

no primeiro trimestre foram agendadas para coleta de TOTG 75g entre a 24a e 28a

semanas de gestação, tendo porém comparecido apenas 60 gestantes. A glicemia

média de jejum nesse teste foi de 72,5 mg/dL (± 7,2 DP); 60 minutos após

sobrecarga de glicose, foi 120,9 mg/dL (± 23,4) e 120 minutos, 106,4 mg/dL (± 23,1).

Das 60 pacientes submetidas ao teste, 04 gestantes foram diagnosticadas com

DMG. A glicemia média de jejum no primeiro trimestre dessas pacientes foi de 76,7

mg/dL (± 10,9 DP).

Figura 8 - Fluxograma ilustrando a distribuição de pacientes incluídas segundo glicemias e diagnóstico de DMG (*colhida no primeiro trimestre).

40

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Das 76 gestantes que concluíram a avaliação, 20 apresentaram critérios

para DMG: 16 pacientes no primeiro trimestre e outras 04 entre a 24a e 28a semanas

(Figura 8), resultando numa prevalência de 26,3% de DMG .

4.4 Fatores associados ao DMG

A análise bivariada, realizada através de testes qui-quadrado, mostrou

correlação direta da idade com DMG apenas nas gestantes com diagnóstico no

primeiro trimestre (Tabela 03). Não foi observada correlação de DMG com os demais

fatores avaliados, ou seja, cor, baixa estatura, renda, escolaridade, antecedente de

SOP e DHEG, história familiar de DM2, obesidade pré-gestacional e sedentarismo

(Tabelas 3 e 4).

41

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DMG - Diabetes mellitus gestacional / SM - Salário mínimo / SOP - síndrome de ovários policísticos / DHEG - doença hipertensiva específica da gravidez / DM2 - Diabetes mellitus tipo 2 / IMC - índice de massa corpórea / X2 valor do teste do qui-quadrado / RP - razão de prevalência / p - significancia estatística / IC - intervalo de confiança. Significância estatísitca: p < 0,05

Tabela 3 - Diagnóstico de diabetes gestacional no primeiro trimestre de gestação, valor do teste do qui-quadrado, razão de prevalência, significância estatística e intervalo de confiança (IC 95%) conforme variáveis biológicas, comportamental e socioeconômicas. Mossoró / RN, 2017

Variável Sem DMG 1o trimestreSem DMG

1o trimestreCom DMG 1o

trimestreCom DMG 1o

trimestreIdade n % n % ᵡ2 RP p valor IC ≤ 23 anos 56 93,3 4 6,7

4,221 0,303 0,04 0,103-893 > 23 anos 39 78,0 11 22

4,221 0,303 0,04 0,103-893

Cor n % n % ᵡ2 RP p valor IC Branca 37 84,1 7 15,9

0,008 0,971 0,931 0,828-1,139 Não branca 58 86,6 9 13,4

0,008 0,971 0,931 0,828-1,139

Estatura n % n % ᵡ2 RP p valor IC < 1,5m 8 80,0 2 20,0 0,011 1,500 0,917 0,396-5,683 ≥ 1,5 m 91 86,7 14 13,3

0,011 1,500 0,917 0,396-5,683

Renda n % n % ᵡ2 RP p valor IC ≤ 1 SM 37 86,0 6 14,0

0,0001

1,0090,912 0,863-1,179 > 1 SM 58 85,3 10 14,7 0,000

1

1,0090,912 0,863-1,179

Escolaridade n % n % ᵡ2 RP p valor IC

≤ 11 anos 57 89,1 7 10,90,890 1,102 0,345 0,935-1,297

>12 anos 38 80,9 9 19,10,890 1,102 0,345 0,935-1,297

SOP n % n % ᵡ2 RP p valor IC Sim 12 85,7 2 14,3

0,000 1,009 0,976 0,801-1,27 Não 79 84,9 14 15,1

0,000 1,009 0,976 0,801-1,27

DHEG n % n % ᵡ2 RP p valor IC Sim 8 80,0 2 20,0

0,001 0,932 0,976 0,677-1,283 Não 85 85,9 14 14,1

0,001 0,932 0,976 0,677-1,283

A n t e c e d e n t e familiar de DM 2 n % n % ᵡ2 RP p valor IC

Sim 35 79,5 9 20,52,554 2,577 0,110 0,926-7,170

Não 58 92,1 5 7,92,554 2,577 0,110 0,926-7,170

IMC (Kg/m2) N % n % ᵡ2 RP p valor IC

< 25 61 87,1 09 12,9 10,000

0,700

11,071

0,514

-1,000

0,403

-0,315 -3,645

0,181-1,462 25 – 29,9 22 88,0 3 12,0

10,000

0,700

11,071

0,514

-1,000

0,403

-0,315 -3,645

0,181-1,462 ≥ 30 12 75,0 04 25,0

10,000

0,700

11,071

0,514

-1,000

0,403

-0,315 -3,645

0,181-1,462

Sedentarismo n % n % ᵡ2 RP p valor IC Sim 88 87,1 13 12,9

0,998 1,245 0,318 0,824-1,880 Não 7 70,0 3 30,0

0,998 1,245 0,318 0,824-1,880

42

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Tabela 4 - Diagnóstico de diabetes gestacional, valor do teste do qui-quadrado, razão

de prevalência, significância estatística e intervalo de confiança (IC 95%) conforme

variáveis biológicas, comportamental e socioeconômicas. Mossoró / RN, 2017

Variável Com DMG Com DMG Sem DMG Sem DMGIdade n % n % ᵡ2 RP p valor IC <= 23 anos 5 14,7 29 85,3

2,757 0,431 0,97 0,173-1,075 24 anos e mais 14 34,1 27 65,9

2,757 0,431 0,97 0,173-1,075

Cor n % n % ᵡ2 RP p valor IC Branca 10 31,2 22 68,8

0,324 1,375 0,569 0,650-2,908 Não branca 10 22,7 34 77,3

0,324 1,375 0,569 0,650-2,908

Estatura n % n % ᵡ2 RP p valor IC < 1,5m 1 11,1 8 88,9

0,523 0,386 0,470 0,590-2,546 ≥ 1,5 m 19 28,7 47 71,3

0,523 0,386 0,470 0,590-2,546

Renda n % n % ᵡ2 RP p valor IC ≤ 1 salário mínimo 8 30,8 18 69,2

0,130 1,282 0,718 0,600 - 2,738> 1 salário mínimo 12 24 38 76

0,130 1,282 0,718 0,600 - 2,738

Escolaridade n % n % ᵡ2 RP p valor IC <= 11 anos 8 17,8 37 82,2

3,138 0,459 0,076 0,213-0,991 12 anos e mais 12 38,7 19 61,3 3,138 0,459 0,076 0,213-0,991

SOP n % n % ᵡ2 RP p valor IC Sim 3 23,1 10 76,9

0,000 0,828 0,993 0,284-2,418 Não 17 27,9 44 72,1

0,000 0,828 0,993 0,284-2,418

DHEG n % n % ᵡ2 RP p valor IC Sim 2 33,3 4 66,7

0,000 1,278 1,000 0,385-4,239 Não 18 26,1 51 73,9

0,000 1,278 1,000 0,385-4,239

A n t e c e d e n t e familiar de DM 2 n % n % ᵡ2 RP p valor IC

Sim 11 33,3 22 66,7 1,178 1,708 0,278 0,778-3,753 Não 8 19,5 33 80,5

1,178 1,708 0,278 0,778-3,753

IMC n % n % ᵡ2 RP p valor IC

<=24,9 10 20,8 38 79,2 1

0,073

2,308

1

0,750

0,417

-

0,787

0,129

-

0,297-1,895

0,182-0,955

25 – 29,9 5 27,8 13 72,2

1

0,073

2,308

1

0,750

0,417

-

0,787

0,129

-

0,297-1,895

0,182-0,955 >= 30,0 5 50,0 5 50,0

1

0,073

2,308

1

0,750

0,417

-

0,787

0,129

-

0,297-1,895

0,182-0,955Sedentarismo n % n % ᵡ2 RP p valor IC Sim 17 25 51 75

0,112 0,667 0,738 0,249-1,785 Não 3 37,5 5 62,5

0,112 0,667 0,738 0,249-1,785

43

DMG - Diabetes mellitus gestacional / SM - Salário mínimo / SOP - síndrome de ovários policísticos / DHEG - doença hipertensiva específica da gravidez / DM2 - Diabetes mellitus tipo 2 / IMC - índice de massa corpórea / X2 valor do teste do qui-quadrado / RP - razão de prevalência / p - significancia estatística / IC - intervalo de confiança. Significância estatísitca: p < 0,05

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6 DISCUSSÃO

A prevalência do DMG é extremamente variável nos diversos estudos, pelas

diferenças étnicas e sociodemográficas, bem como pela falta de consenso nos

critérios diagnósticos, dificultando a real determinação da sua prevalência.

A avaliação da frequência de DMG, segundo critérios do IADPSG, nos 15

centros participantes do estudo HAPO (Hyperglycemia and Adverse Pregnancy

Outcome), envolvendo cerca de 24.000 gestantes, identificou uma prevalencia de

17,8% de DMG(2) avaliando TOTG 75g entre 24a e 28a semanas de gestação. Na

Índia, em 2015, utilizando esses mesmos critérios, avaliando 332 gestantes de baixo

a médio nível socioeconômico foi encontrada uma prevalência de 41,9% (4),

enquanto a prevalência estimada nos Estados Unidos é de 9,2% (67). Na China, ao

avaliar 18.589 mulheres, foi identificada uma prevalência de 9,3% também

considerando os critérios do IADPSG (11). Já no Yemen, usando critérios da ADA,

foi encontrada uma prevalência de 5,1%(68). Uma revisão sistemática que avaliou

11% do território africano mostrou variação da prevalência de DMG de 0 a 13,9%,

dependendo da área estudada (3).

Há poucos dados mais recentes da prevalência de DMG no território

brasileiro, sobretudo segundo critérios do IADPSG. A reavaliação da coorte avaliada

no EBDG em 2001 identificou uma prevalência de 18% ao aplicar os critérios

diagnósticos da IADPSG, possivelmente subestimada considerando as provavéis

alterações no perfil populacional, com maior prevalência de obesidade e DM2

atualmente (39).

Estudo realizado em Pelotas - RS, em 2004, avaliou 4.243 mulheres, tendo

observado auto-relato de DMG em 2,95% (69). Em centro de saúde em Brasília foi

identificada uma prevalência de 6,6% de DMG em 2006 (70). Um estudo

retrospectivo com análise de prontuário realizado em Vitória-ES, conduzido em 2011,

avaliou 396 gestantes, detectando uma prevalência de 5,8%(70).

No Nordeste brasileiro, na Bahia, a avaliação do perfil metabólico de

gestantes atendidas entre 2007 e 2008 em maternidade pública, revelou prevalência 44

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de 3,4% de DMG segundo critérios da ADA (71). Em Campina Grande-PB foi

observada prevalência de 1,47% de DMG em estudo retrospectivo que avaliou

prontuários de 6.051 gestantes atendidas em 2014 e 2015(72).

Na população estudada, foi identificada uma prevalência de DMG de 26,3%,

mais elevada do que no Estudo HAPO que teve uma variação de 9,3 a 25,5% entre

os diferentes centros incluídos (2), avaliando gestantes entre 24a e 28a semanas

com TOTG. No entanto, na maioria dos casos da nossa amostra, a hiperglicemia foi

detectada já a partir do primeiro trimestre. Um estudo realizado em San Diego (USA)

detectou prevalência de DMG com screening precoce em 9,4% das gestantes;

dessas, 66,7%, tinham alteração apenas da glicemia de jejum, com hemoglobina

glicada A1c normal. Um outro estudo avaliando índias gestantes de Oklahoma (USA)

identificou uma prevalência total de 38% de disglicemia, sendo 24% de DMG

detectado já no primeiro trimestre, segundo critérios do IADPSG (73).

A elevada prevalência de DMG no primeiro trimestre pode traduzir uma taxa

elevada de pré-diabetes que não foi identificado previamente à gestação, sobretudo,

numa população com alto índice de sedentarismo (90,4%).

Não existe consenso quanto aos critérios diagnósticos do DMG precoce, ou

seja, que ocorre antes da 24a semana de gestação. A American Diabetes

Association, considera DMG exclusivamente a hiperglicemia que ocorre a partir da

24a semana enquanto OMS e Endocrine Society consideram glicemia de jejum entre

92 e 125 mg/dL suficiente como critério diagnóstico no primeiro trimestre. Na China,

um estudo identificou que apenas 39,8% das gestantes com GJ de 92 a 125 mg/dL

na primeira visita pré-natal desenvolveriam DMG posterior mente na gravidez,

quando testadas com TOTG 75 g entre 24 e 28a semanas, propondo que o valor de

glicemia de jejum entre 110 e 125 mg/dL deveria ser adotado como critério

diagnóstico de DMG precoce (74).

São conhecidos vários fatores de risco para DMG, tais como: idade acima

de 25 anos, história prévia de DMG e de feto macrosssômico, antecedentes

familiares de DM2, síndrome de ovários policísticos, sobrepeso/obesidade pré-

gestacional, etnia (42, 76, 77). A coorte de Pelotas (70) mostrou que o risco

estimado de ter DMG estava associado a cor não branca, história familiar de DM2 e

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foi observado efeito direto sobre o risco estimado de DMG em associação com a

idade, escolaridade e IMC pré-gestacional.

Na nossa amostra, observamos correlação de DMG apenas com idade no

subgrupo de pacientes diagnosticadas no primeiro trimestre. No entanto, não foi

observada com os demais fatores de risco avaliados. Esse fato pode ser atribuído ao

tamanho reduzido da amostra, possivelmente influenciado pela recomendação de

não engravidar dada pelas autoridades em Saúde naquele período, em função do

surto de microcefalia decorrente da infecção pelo Zika vírus. Além do reduzido

número no recrutamento, ainda houve perda de seguimento bastante expressiva,

provável reflexo da irregularidade deste grupo no acompanhamento pré-natal, bem

como pelo fato de a coleta de sangue para o TOTG 75g não ter sido realizada na

própria unidade básica.

Durante a realização desta pesquisa foi criado um ambulatório especializado

em Diabetes gestacional na FACS/UERN, a fim de atender as gestantes

diagnosticadas a partir deste estudo, bem como as demais pacientes assistidas

neste serviço. Os dados provenientes dos registros desses atendimentos está sendo

avaliado num trabalho de conclusão de curso intitulado: “Caracterização de

portadoras de diabetes gestacional atendidas em ambulatório especializado no

Nordeste brasileiro”.

Concluindo, esse estudo mostrou uma prevalência elevada de DMG,

segundo os critérios do IADPSG na população de Mossoró/RN, sobretudo no

primeiro trimestre. Estudos adicionais são necessários para definir melhor os fatores

de risco nessa população, bem como o impacto do diagnóstico de DMG precoce nos

desfechos neonatais e as repercussões tardias para as mães, principalmente quanto

ao risco de evolução para DM2.

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APÊNDICE A - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Esclarecimentos

Este é um convite para participar da pesquisa Prevalência de Diabetes gestacional no município de Mossoró /RN segundo critérios da IADPSG que é coordenada pela Dra. Gilka Firmino Torres Barisic e que segue as recomendações da resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde.

A participação é voluntária, o que significa que você poderá desistir a qualquer momento, retirando seu consentimento, sem que isso traga nenhum prejuízo ou penalidade.

Essa pesquisa procura determinar a prevalência do Diabetes gestacional e avaliará a situação atual de fatores de risco para a ocorrência do mesmo, podendo contribuir para organizar futuras ações de prevenção e de tratamento.

Caso decida aceitar o convite, você será submetida aos seguintes procedimentos: 1) uma avaliação individual respondendo uma série de perguntas e medida do peso e da altura (realizada por acadêmicos de medicina, sob supervisão de um médico); 2) coleta de sangue para realização de exames laboratoriais no laboratório da FACS, incluindo glicemia de jejum e curva glicêmica.

Os riscos previstos da participação neste estudo estão relacionados à possibilidade de acidente de punção durante coleta de sangue, tais como hematoma e infecção, e possível constrangimento relacionado à pesagem e ao diagnóstico, que será minimizado com avaliação individualizada.

Você receberá os seguintes benefícios ao participar da pesquisa: 1) receber avaliação médica; 2) receber orientações sobre hábitos de vida saudáveis e 3) ser encaminhado para ambulatório especializado em caso de diagnóstico.

Todas as informações obtidas serão sigilosas e seu nome não será identificado em nenhum momento. Os dados serão guardados em local seguro e a divulgação dos resultados será feita de forma a não identificar os voluntários.

Se você tiver algum gasto que seja devido à sua participação na pesquisa, incluindo deslocamento, você será ressarcido, caso solicite.

Em qualquer momento, se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, você terá direito a indenização.

Você ficará com uma cópia deste termo e toda a dúvida que você tiver a respeito desta pesquisa, poderá perguntar ao pesquisador responsável na Faculdade de Ciências da Saúde, na Rua Miguel Antônio da Silva Neto, s/n, Aeroporto ou pelo telefone 3315 2248.

Dúvidas a respeito de aspectos éticos dessa pesquisa poderão ser dirigidos ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP-UERN) - Campus Universitário Central - Centro de Convivência. BR 110, KM 48 Rua: Prof. Antonio Campos, S/N, Costa e Silva.Tel: (84) 3312-7032. e-mail: [email protected] / CEP 59.610-090.

Consentimento Livre e Esclarecido

Declaro que compreendi os objetivos da pesquisa supracitada, como ela será realizada, os riscos e benefícios envolvidos e concordo em participar voluntariamente.

Nome do participante: ______________________________________________________Nome do responsável: _______________________________________________________Assinatura do participante / responsável legal: ____________________________________

Assinatura do pesquisador: _________________________________________________

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APÊNDICE B - Protocolo de pesquisa

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ANEXO 1 - Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa - UERN

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