Previsão geográfica de alteração do padrão de consumo eléctrico...
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Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
Previsão geográfica de alteração do padrão de consumo eléctrico devido à evolução da
penetração de consumos de veículos eléctricos
Pedro Teófilo Tiza Barros Alves Vaz
Mestrado Integrado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores
Orientador: Prof. Dr.
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
geográfica de alteração do padrão de consumo eléctrico devido à evolução da
penetração de consumos de veículos eléctricos
Pedro Teófilo Tiza Barros Alves Vaz
VERSÃO PROVISÓRIA
Dissertação realizada no âmbito do Mestrado Integrado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores
Major Energia
Orientador: Prof. Dr. Cláudio Domingos Martins Monteiro
Fevereiro de 2009
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
geográfica de alteração do padrão de consumo eléctrico devido à evolução da
penetração de consumos de veículos eléctricos
Mestrado Integrado em Engenharia Electrotécnica e de Computadores
Cláudio Domingos Martins Monteiro
iii
Resumo
Existe, actualmente, em Portugal, um plano de promoção e integração de tecnologias para
veículos eléctricos. O desenvolvimento de uma plataforma para veículos eléctricos implicará
alterações importantes nas formas de energia primárias, induzirá novos consumos, formas de
armazenamento e mesmo de produção relacionados com os sistemas eléctricos de energia. Ou
seja, uma nova forma de energia eléctrica, com características de mobilidade e
armazenamento acederá ao sistema, determinando a necessidade de um planeamento de
âmbito geográfico para uma integração sistémica bem sucedida.
Neste trabalho tentou perceber-se como entrarão os veículos eléctricos no mercado
automóvel e a forma como se vão distribuir pelo território nacional. Para isso, realizaram-se
estudos de previsão, até 2020, através de métodos de Technology Forecasting, criando-se
vários cenários, a que se seguiu a distribuição dos veículos previstos, pelo país, usando o
sistema de informação geográfico.
Para a quantificação e localização geográfica dos consumos dos veículos eléctricos estudaram-
se formas de modelização do crescimento do número de veículos, respectivos consumos
típicos e comportamentos de mobilidade dos potenciais utilizadores. Inicialmente, percebeu-
se como está a evoluir o consumo de energia eléctrica em Portugal e como se distribui
nacionalmente, chegando-se a uma tendência de previsão até 2020. Posteriormente,
conhecendo algumas características dos veículos eléctricos, como a capacidade das baterias,
o consumo e a média de quilómetros percorridos anualmente, criaram-se alguns cenários no
sentido de perceber quanto irá aumentar o consumo eléctrico devido à penetração destes
veículos, nos próximos anos, no território português.
Com dados de potência máxima de baterias, conceberam-se diagramas de carga destes
veículos, para se conhecer como o carregamento destes veículos pode afectar o diagrama de
cargas, principalmente nas suas horas de ponta.
Através da distribuição dos veículos eléctricos pelo território nacional, observaram-se
aumentos dos consumos eléctricos por distrito, tendo-se percebido quais as zonas do país que
verão os seus consumos aumentarem e em que quantidade.
Palavras-chave:
Veículos Eléctricos; Technology Forecasting; Sistema de Informação Geográfico; Consumos
Eléctricos;
v
Abstract
Nowadays, there is in Portugal a plan of promotion and integration of technologies for
electrical vehicles. The development of a platform for electrical vehicles will lead to
important changes in ways of primary energy, it will induce new consumptions, ways of
storage and even of production related to electrical systems of energy. That is, a new way of
electrical energy, with characteristics of mobility and storage, will access to the system, and
it will determine the necessity of a geographical planning to a successful systemic
integration.
In this work we tried to understand how the electrical vehicles will enter the automobile
market and the way they are going to be distributed through the national territory. To this
purpose, studies of prediction were done until 2020, through the Technology Forecasting
methods, several sceneries were created and then the distribution of the provided vehicles
through the country, using the geographical information system.
For the geographical location and quantification of the electrical vehicles consumption,
modelling ways of increasing the vehicle numbers were studied, their typical consumption
and behaviour of mobility of potential users. Firstly it was realised as the electrical energy
consumption is involving in Portugal and as it is nationally distributed, reaching a prediction
until 2020. After that, knowing some vehicles characteristics, as the capacity of batteries, the
consumption and the average of kilometres travelled yearly, there were some sceneries to
understand how the electrical consumption will increase owing to the expansion of these
vehicles in the next years all over the country.
With data of maximum power batteries, load diagrams of these vehicles were designed, to
know how the loading of these vehicles may affect the load diagram, mainly during rush
hours.
With the distribution of electrical vehicles through the national territory, increases were
observed in electrical consumption per district, and were understood/ verified which areas of
the country will increase their consumption as well the quantity.
Key Words:
Electrical Vehicles; Technology Forecast; Geographic Information System; Electrical Consumption;
vii
Agradecimentos
Gostaria de agradecer a todos que de algum modo estiveram ligados ao meu trabalho.
Agradeço ao meu orientador Prof. Dr. Cláudio Monteiro por toda a ajuda e conselhos dispensados.
Não posso dispensar o agradecimento aos meus colegas e amigos, com quem convivi durante a realização do trabalho na sala J204, que, comigo estiveram em bons e menos bons momentos.
Quero agradecer, de uma forma especial, aos meus pais por todo o apoio que me deram durante a realização do trabalho.
Agradeço também à Engenheira Joana Sá e ao Engenheiro Ricardo Rodrigues pelo apoio dado.
Por último, agradecer aos meus amigos que comigo compartilham, tristezas, frustrações e alegrias.
A todos o meu sincero obrigado.
ix
ÍNDICE
Resumo ......................................................................................................... iii
Palavras-chave: ............................................................................................... iii
Agradecimentos ............................................................................................. vii
Índice ........................................................................................................... ix
Lista de Figuras ............................................................................................... xi
Lista de Tabelas ............................................................................................ xiii
Capítulo 1 ..................................................................................................... 15
Introdução ..................................................................................................... 15
1.1. Enquadramento .................................................................................. 15
1.2. Objectivos......................................................................................... 17
1.3. Estrutura da Tese ................................................................................ 17
Capítulo 2 ..................................................................................................... 19
Estado da Arte ................................................................................................ 19
2.1. Veículos Eléctricos .............................................................................. 19
2.2. Previsão ........................................................................................... 21
2.3. Sistema de Informação Geográfico ........................................................... 23
Capítulo 3 ..................................................................................................... 25
Previsão dos veículos eléctricos e a sua distribuição pelo território português .................. 25
3.1. Metodologia Prática ............................................................................. 25
3.2. Previsão da venda de veículos ligeiros até 2020 ........................................... 26
3.2.1. Cenário base ................................................................................ 28
3.2.2. Cenário optimista .......................................................................... 29
3.2.3. Cenário pessimista ........................................................................ 30
3.2.4. Resumo dos cenários ...................................................................... 32
3.3. Previsão da venda de veículos eléctricos até 2020 ........................................ 32
3.3.1. Inquérito .................................................................................... 33
3.3.2. Previsão dos V.E. com aplicação de cenários......................................... 38
3.3.2.1. Cenário base ............................................................................. 39
3.3.2.2. Cenário optimista ...................................................................... 41
3.3.2.3. Cenário pessimista ..................................................................... 42
3.3.2.3.1. Cenário pessimista 1 ................................................................ 42
3.3.2.3.2. Cenário pessimista 2 ................................................................ 43
x
3.3.2.4. Resumo dos cenários ................................................................... 44
3.4. Distribuição ....................................................................................... 45
Capítulo 4 ..................................................................................................... 63
Consumo Eléctrico ........................................................................................... 63
4.1. Consumo de energia eléctrica em Portugal ................................................. 63
4.1.1. Distribuição dos consumos de energia eléctrica por Portugal Continental...... 64
4.1.2. Previsão do consumo eléctrico até 2020 .............................................. 66
4.1.3. Previsão do consumo eléctrico até 2020 atendendo à eficiência energética ... 67
4.2. Consumo eléctrico com o aparecimento de V.E. .......................................... 68
Cenário 1: ............................................................................................... 69
Cenário 2: ............................................................................................... 70
Cenário 3: ............................................................................................... 71
Cenário 4: ............................................................................................... 73
Cenário 5: ............................................................................................... 74
Cenário 6: ............................................................................................... 75
4.2.1. Diagrama de carga típico dos veículos eléctricos .................................... 76
4.3. Diagrama de energia acumulada .............................................................. 78
4.4. Consumos por distrito devido a V.E. ......................................................... 80
Capítulo 5 ..................................................................................................... 85
Conclusões e trabalhos futuros ............................................................................ 85
Referências ................................................................................................... 89
Anexos ...................................................................................................... 92
xi
Lista de Figuras
Figura 2.1 – Exemplo de curva em S, para caracterizar o desenvolvimento de uma dada tecnologia ...... 22
Figura 2.2 - Exemplo de mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2) .................. 24
Figura 3.1 - Veículos ligeiros vendidos em Portugal entre 2000 e 2008, Fonte ACAP ................................ 26
Figura 3.2 - Previsão de venda de veículos em Portugal de 2009 a 2020 .................................................. 29
Figura 3.3 - Previsão de venda de veículos em Portugal de 2009 a 2020 (cenário optimista) ................... 30
Figura 3.4 - Previsão de venda de veículos em Portugal de 2009 a 2020 (cenário pessimista) ................. 31
Figura 3.5 - Previsão de venda de veículos em Portugal de 2009 a 2020 (os três cenários) ...................... 32
Figura 3.6 - Exemplo de curva em S, para caracterizar o desenvolvimento de uma dada tecnologia ....... 33
Figura 3.7 - Idade ....................................................................................................................................... 34
Figura 3.8 - Profissão ................................................................................................................................. 35
Figura 3.9 – km diários percorridos ........................................................................................................... 35
Figura 3.10 – Percentagem de pessoas que sabe quando vão ser comercializados V.E. ........................... 36
Figura 3.11 – Vantagens e dúvidas ............................................................................................................ 36
Figura 3.12 – Incentivos para a compra de V.E. ......................................................................................... 37
Figura 3.13 – Espaço temporal de compra de V.E. .................................................................................... 37
Figura 3.14 - Evolução do número de veículos eléctricos em Portugal ...................................................... 40
Figura 3.15 - Evolução do número de veículos eléctricos em Portugal (cenário optimista)....................... 41
Figura 3.16 - Evolução do número de veículos eléctricos em Portugal (cenário pessimista 1) .................. 43
Figura 3.17 - Evolução do número de veículos eléctricos em Portugal (cenário pessimista 2) .................. 43
Figura 3.18 - Evolução do número de veículos eléctricos em Portugal (resumo dos cenários) .................. 44
Figura 3.19 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2) ................................... 45
Figura 3.20 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2) e das principais vias
rodoviárias ................................................................................................................................................. 47
Figura 3.21 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2) e da média de vendas de
veículos ligeiros entre 2000/2006 .............................................................................................................. 48
Figura 3.22 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2) e dos veículos eléctricos
vendidos em 2011 ...................................................................................................................................... 51
Figura 3.23 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2) e dos veículos eléctricos
vendidos em 2012 ...................................................................................................................................... 52
Figura 3.24 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2) e dos veículos eléctricos
vendidos em 2013 ...................................................................................................................................... 53
Figura 3.25 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2) e dos veículos eléctricos
vendidos em 2014 ...................................................................................................................................... 54
Figura 3.26 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2) e dos veículos eléctricos
vendidos em 2015 ...................................................................................................................................... 55
Figura 3.27 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2) e dos veículos eléctricos
vendidos em 2016 ...................................................................................................................................... 56
Figura 3.28 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2) e dos veículos eléctricos
vendidos em 2017 ...................................................................................................................................... 57
xii
Figura 3.29 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2) e dos veículos eléctricos
vendidos em 2018 ...................................................................................................................................... 58
Figura 3.30 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2) e dos veículos eléctricos
vendidos em 2019 e 2020 .......................................................................................................................... 59
Figura 3.31 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2) e do total de veículos
eléctricos existentes em 2020 .................................................................................................................... 60
Figura 3.32 - Número de VE em 2020 nos principais distritos do país ....................................................... 61
Figura 4.1 - Consumo de energia eléctrica por ano (GWh) ........................................................................ 64
Figura 4.2 – Mapa do consumo médio total em Portugal dividido por zonas (%) ..................................... 65
Figura 4.3 - Consumo de energia eléctrica por ano até 2020 (GWh) ......................................................... 66
Figura 4.4 - Consumo de energia eléctrica por ano até 2020 atendendo às normativas europeias (GWh)
................................................................................................................................................................... 67
Figura 4.5 - Consumo de energia eléctrica por ano com e sem os consumos dos VE (GWh) ..................... 70
Figura 4.6 - Consumo de energia eléctrica por ano com e sem os consumos dos VE (GWh) ..................... 71
Figura 4.7 - Consumo de energia eléctrica por ano com e sem os consumos dos VE (GWh) ..................... 72
Figura 4.8 - Consumo de energia eléctrica por ano com e sem os consumos dos VE (GWh) ..................... 76
Figura 4.9 – Diagramas típicos de carga dos V.E. em 2012, 2015, 2018 e 2020 ........................................ 78
Figura 4.10 - Diagrama típico de descarga ................................................................................................ 79
Figura 4.11 – Distrito do Porto ................................................................................................................... 80
Figura 4.12 - Distrito de Lisboa .................................................................................................................. 80
Figura 4.13 - Distrito de Setúbal ................................................................................................................. 81
Figura 4.14 - Distrito de Braga ................................................................................................................... 81
Figura 4.15 - Distrito de Faro ..................................................................................................................... 81
Figura 4.16 - Distrito de Coimbra ............................................................................................................... 82
Figura 4.17 - Distrito de Leiria .................................................................................................................... 82
Figura 4.18 - Distrito de Aveiro……………………………………………………………………………………………………………….82
Figura 4.19 - Distrito de Viana do Castelo……………………………………………………………………………………………..104
Figura 4.20 - Distrito de Bragança…………………………………………………………………………………………………………104
Figura 4.21 - Distrito de Vila Real………………………………………………………………………………………………………….104
Figura 4.22 - Distrito de Viseu……………………………………………………………………………………………………………….105
Figura 4.23 - Distrito de Castelo Branco………………………………………………………………………………………………..105
Figura 4.24 - Distrito da Guarda……………………………………………………………………………………………………………105
Figura 4.25 - Distrito de Santarém………………………………………………………………………………………………………..106
Figura 4.26 - Distrito de Évora………………………………………………………………………………………………………………106
Figura 4.27 - Distrito de Beja………………………………………………………………………………………………………………..106
xiii
Lista de Tabelas
Tabela 1 - Quadro da média de veículos ligeiros vendidos em Portugal 2000/2006 ................................. 49
Tabela 2- Quadro dos veículos eléctricos vendidos em Portugal 2012 ...................................................... 50
Tabela 3 – Consumos totais previstos ........................................................................................................ 66
Tabela 4 – Consumo de energia por parte dos V.E. ................................................................................... 69
Tabela 5 – Consumos totais previstos ........................................................................................................ 69
Tabela 6 – Consumos totais previstos com V.E. ......................................................................................... 71
Tabela 7 – Consumos totais previstos com V.E. ......................................................................................... 72
Tabela 8 - Consumos totais previstos com V.E. .......................................................................................... 74
Tabela 9 - Consumos totais previstos com V.E. .......................................................................................... 75
Tabela 10 - Consumos totais previstos com V.E. ........................................................................................ 75
Tabela 11 - Consumos totais previstos com V.E. ........................................................................................ 77
Tabela 12 - Quadro dos veículos eléctricos vendidos em Portugal 2013 ................................................... 93
Tabela 13 - Quadro dos veículos eléctricos vendidos em Portugal 2014 ................................................... 93
Tabela 14 - Quadro dos veículos eléctricos vendidos em Portugal 2015 ................................................... 94
Tabela 15 - Quadro dos veículos eléctricos vendidos em Portugal 2016 ................................................... 95
Tabela 16 - Quadro dos veículos eléctricos vendidos em Portugal 2017 ................................................... 96
Tabela 17 - Quadro dos veículos eléctricos vendidos em Portugal 2018 ................................................... 98
Tabela 18 - Quadro dos veículos eléctricos vendidos em Portugal 2019 ................................................. 100
Tabela 19 - Quadro dos veículos eléctricos vendidos em Portugal 2020 ................................................. 102
xiv
Abreviaturas
Lista de abreviaturas
ACAP Associação Automóvel de Portugal
INE Instituto Nacional de Estatística
IP Itinerário principal
OCDE Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico
SIG Sistema de Informação Geográfico
V.E. Veículos eléctricos
Símbolos
h/km2 Habitantes por quilómetro quadrado
Capítulo 1
INTRODUÇÃO
1.1. Enquadramento
Numa sociedade industrializada praticamente todos os aspectos da existência estão
dependentes dos combustíveis fósseis, estes são o suporte da base do desenvolvimento
económico na era moderna. Este facto é uma realidade mais evidente no que toca aos meios
de transporte, que representam 60% do consumo total de petróleo mundial. Dentro do sector
dos transportes, nos países industrializados, uma grande parte de passageiros é transportada
por veículos rodoviários, com o automóvel privado a representar quase 80 % do transporte de
passageiros nos países da OCDE. [1]
Esta dependência dos combustíveis fósseis coloca questões sobre a sustentabilidade a longo
prazo e, principalmente, no que respeita à segurança dos sistemas de transporte, suscitando
especiais preocupações sobre o tempo que irão durar as reservas de petróleo e os riscos da
interrupção do fornecimento de petróleo decorrentes de instabilidade política ou mesmo de
actividades terroristas. [1]
O transporte rodoviário está também relacionado com questões ambientais. A poluição do ar
e da água, assim como a sonora são temas na ordem do dia, principalmente a poluição urbana
especificamente resultante de congestionamento de tráfego. [2]
Verificam-se assim relações de grande interdependência entre o sector de transportes, a
segurança energética e os impactos ambientais, suscitando sérias preocupações sobre o futuro
económico e a sustentabilidade ambiental com os actuais sistemas de transporte. [1]
16
Num mundo em que a independência energética e a protecção ambiental são preocupações
crescentes, o desenvolvimento da tecnologia de veículos eléctricos tende a tornar-se uma
prioridade na procura de alternativas. Nunca como hoje interesses políticos, económicos e
ambientais, todos simultaneamente, motivaram o “renascimento” do veículo eléctrico.
Os veículos eléctricos são, de facto, uma invenção com mais de 100 anos. Dispõem de um
motor alimentado a electricidade, que provém de uma bateria. Estes veículos necessitam de
ligação à rede eléctrica para serem abastecidos energeticamente. Têm a capacidade de
regenerar energia, recuperando energia nas descidas e nas travagens, aumentando assim a
eficiência energética global. Estes veículos não tiveram, até agora, um peso importante na
mobilidade e no transporte, devido à concorrência fortíssima dos veículos com motor a
combustão. No entanto, a nível tecnológico estiveram sempre na linha da frente, embora
sofrendo do senão da autonomia, dos tempos de carregamento e do alto valor a pagar pelas
baterias em relação com a sua durabilidade. Os dois grandes conflitos bélicos que marcaram a
segunda e a quarta décadas do século XX suscitaram a necessidade vital de veículos com larga
autonomia, independentemente da eficiência na utilização da energia. Isto originou uma
redução considerável dos custos dos veículos de combustão que, aliada ao baixo custo do
petróleo na altura, criou uma competição demasiado forte para os eléctricos. Nos meados da
segunda metade do século XX começaram a surgir as primeiras crises petrolíferas. Esta
situação, conjugada com o desenvolvimento da tecnologia das baterias, fez com que o veículo
eléctrico começasse a “renascer”, até que, na actualidade, já se adequa à maioria das
utilizações de transporte e principalmente de mobilidade nos centros urbanos e nas zonas
metropolitanas. [3]
A evolução das baterias e o preço cada vez mais competitivo em relação ao veículo de
combustão são os principais factores que estão o tornar o veículo eléctrico uma forma eficaz
e segura de transporte. A evolução das baterias tem sido cada vez mais promissora, com
evolução marcante na cada vez maior capacidade de armazenagem de energia por peso de
bateria. O tempo de carga também tem vindo a diminuir. Com a massificação desta
tecnologia, os preços de custo reduzir-se-ão consideravelmente. Os veículos eléctricos têm
uma eficiência superior aos veículos por combustão. Os custos de operação por km percorrido
estão bastante abaixo dos valores obtidos pelos de combustão, próximos das 3 a 4 vezes
menos. [3]
O veículo eléctrico é uma forma diferente de transporte. Comparado com um veículo normal,
destaca-se logo pela ausência de ruído e, principalmente, pelo facto de se saber que não
emite qualquer poluição directa. De qualquer modo, apesar de a tecnologia dos veículos
eléctricos existir desde os primórdios do século XX, ainda é considerada como alta tecnologia,
sendo assim considerada porque nunca passou pela fase da massificação, por razões
relacionadas com o não desenvolvimento de um dos seus principais componentes, a bateria.
[3]
O veículo eléctrico em certas alturas poderá ajudar no funcionamento do sistema eléctrico.
Na rede eléctrica é necessário que exista um equilíbrio entre o consumo e a produção de
energia. Devido à produção volátil da energia com origem renovável, em que podemos ter
diferenças de produção acentuadas, o equilíbrio é garantido através das barragens e de
centrais que são mantidas em “stand-by” à espera de necessidade imediata de energia. Com
Objectivos
17
o aparecimento de milhares de veículos eléctricos, a longo prazo, poderão ser usadas as suas
baterias como fonte de armazenamento de energia, podendo assim desligar-se as centrais nas
pontas, pois existirá energia que a rede pode convocar para manter o equilíbrio do sistema,
já que cada veículo pode disponibilizar um pouco de energia que, no somatório, será
bastante. [3] Desta forma os V.E. poderão funcionar com reserva terciária contribuindo para o
serviço do sistema.
A maioria destes veículos carregará à noite, nos momentos em que a fracção de energia
eólica é maior, permitindo o seu melhor aproveitamento. Em alguns casos não existe essa
possibilidade, obrigando ao desperdício da produção eólica por atingir um nível de penetração
máximo que compromete a segurança do sistema. [3]
1.2. Objectivos
Este trabalho tem como dois principais objectivos: sentir como vão entrar no mercado
automóvel, veículos eléctricos e perceber como estes vão afectar o consumo de electricidade
em Portugal.
Podem definir-se, de uma maneira geral, respondendo às seguintes questões:
• Quantos veículos eléctricos vão aparecer em Portugal até 2020?
• Como se vão distribuir pelo país?
• Quanto vai aumentar o consumo eléctrico em Portugal, devido à entrada dos veículos
eléctricos?
• Em que zonas do país se sentirá mais esse aumento?
Estas serão questões do âmbito geral que serão respondidas durante o trabalho, sendo que
haverá outros assuntos, relacionados, que serão tratados.
1.3. Estrutura da Tese
Esta dissertação encontra-se estruturada em cinco capítulos, sendo a presente introdução o
primeiro desses capítulos.
No segundo capítulo são referidos, em traços gerais, alguns modelos de veículos eléctricos
existentes no mercado e outros que irão aparecer num futuro próximo. São também
explicadas também as ferramentas usadas para se fazerem as diversas previsões e o que é um
Sistema de Informação Geográfico.
O terceiro capítulo representa todas as previsões feitas relativas aos veículos eléctricos, onde
se incluem previsões de veículos ligeiros e previsões de veículos eléctricos até 2020, com a
apresentação de vários cenários. Esta secção apresenta também os dados relativos ao
Introdução
18
inquérito realizado. Neste capítulo fez-se ainda a previsão geográfica do crescimento do
mercado dos veículos eléctricos previstos, para o território português.
No quarto capítulo caracteriza-se o consumo eléctrico nacional e prevêem-se tendências
futuras, verifica-se qual o aumento do consumo eléctrico em Portugal devido à penetração
dos veículos eléctricos e em que regiões mais se consumirá em razão deles. São criados
também vários cenários, com várias características cada, para perceber a quantidade de
energia que um veículo eléctrico consumirá. Representa-se também o impacto que estas
novas cargas poderão ter ao nível do diagrama de cargas, principalmente nos seus picos.
Finalmente, no capítulo quinto, são apresentadas conclusões finais e perspectivas possíveis
para trabalhos futuros.
Capítulo 2
ESTADO DA ARTE
2.1. Veículos Eléctricos
Existe no mercado automóvel alguma oferta de veículos eléctricos, quer de duas, quer de
quatro rodas, para vários tipos de velocidades, autonomias e performances. Nesta secção vai
ser apresentada uma descrição de alguns veículos eléctricos do tipo ligeiro, com possibilidade
de serem comercializados em Portugal.
Nissan Denki Cube
Em Portugal, a maior aposta em V.E. está a ser feita pela Alliance Renault-Nissan. Esta
empresa está a trabalhar directamente com o governo português no sentido de comercializar
em massa o seu veículo no nosso país.
O veículo apresentado foi o Nissan Denki Cube, um protótipo ainda em consolidação, mas que
será vendido pela Alliance Renault-Nissan em Portugal a partir de 2011. Este veículo terá uma
autonomia prevista de 160 km, sendo que os tempos de carregamento são os normais,
possibilitando o carregamento lento, durante a noite (8 horas), e o rápido, em cerca de ½
hora, ficando a bateria carregada a 80%. Valores sobre capacidade e tipo de bateria ainda não
foram divulgados. Os construtores afirmam que, em 2012, as suas baterias terão autonomias
perto dos 240 km. [4]
Think
Outro modelo, também homologado na união europeia, é o norueguês Think. Existem dois
modelos desta marca: um citadino, o Think city, com autonomia de 170 km e uma velocidade
máxima de 100 km/h e o Think Ox, veículo de 5 portas, com autonomia de 200 km, quando
combinada uma condução de estrada e citadina e de 250 km numa condução unicamente
Estado da Arte
20
citadina e uma velocidade máxima de 135 km/h. Tem baterias com capacidade máxima de 25
kWh. [5]
Reva
O Reva é um veículo eléctrico feito para cobrir necessidades unicamente de mobilidade
urbana, em condições de congestionamento e para baixas velocidades. Tem uma autonomia
máxima com carga completa de 80 km, sempre atendendo ao seu uso e uma velocidade
máxima de 80 km/h. É um veículo ao qual estão associadas baterias com baixa durabilidade,
entre 2 a 3 anos. [6] [7]
Fiat Phylla
Mais um veículo com claras características urbanas, ainda em protótipo, é o Fiat Phylla.
Veículo com dimensões reduzidas, uma potência máxima de 73 cv e uma velocidade que não
ultrapassa os 135 km/h. Este carro terá dois tipos de baterias possíveis para venda: baterias
de iões de lítio e de polímeros de lítio. Com as primeiras prometem-se autonomias de 145 km,
com as segundas poderão atingir-se os 220 km. [8]
Smart EV
Um carro também para curtas distâncias e tráfego urbano é o Smart EV. Tem uma velocidade
máxima de 120 km/h, com uma autonomia de 110 km. Ainda em protótipo e com lançamento
previsto para finais de 2009. [9]
Outra gama de VE que já existe no mercado, de que está muito próximo o lançamento, é a
dos desportivos. São carros considerados de luxo, normalmente com mais altas autonomias e
melhores performances, mas também muito mais caros.
Tesla
Um dos mais conhecidos é o americano Tesla. É um carro totalmente eléctrico, com cerca de
248 cv de potência. Na gama de veículos desportivos de luxo a autonomia destes aumenta
consideravelmente. Neste caso, o Tesla tem autonomia entre 270 km e 430 km, dependendo
sempre do estilo de condução, sendo que a autonomia aumenta em condução citadina. Numa
condução combinada, entre cidade e estrada, a autonomia rondará os 350 km. Um veículo de
luxo com valor perto dos 100.000€. [10]
Dodge
Outro desportivo, totalmente eléctrico. Tem 268 cv de potência. A autonomia deste veículo,
que ainda está em protótipo, é de entre 240 km e 320 km, com uma velocidade máxima de
190 km/h. [11]
Lightning GT
Este veículo britânico, pelas características que tem e pelo que o construtor indica, será um
dos que terá melhor performance ao nível dos eléctricos. Tem uma autonomia, com plena
carga, de 300 km e uma velocidade máxima de 200 km/h. A diferença maior entre este e
todos os outros veículos aqui apresentados está na forma de carregamento. O Lightning GT
Previsão
21
tem possibilidade de ser carregado rapidamente, em apenas 10 minutos, através de corrente
trifásica. [12]
2.2. Previsão
Este trabalho tem como uma das suas principais componentes estudos de previsão baseados
em métodos de Technology Forecasting.
Previsões baseadas em Technology Forecasting são adequadas quando se está a tratar do
desenvolvimento de uma nova tecnologia e se tem pouca informação histórica sobre o
fenómeno. O método proporciona estimativas de evolução, evidenciando fortes indicadores
de como será o percurso evolutivo de uma determinada tecnologia. Este tipo de previsão é,
na maioria dos casos, condicionada por critérios de subjectividade. Considerando o processo
de inovação tecnológica, muitos outros factores podem também influenciar o progresso e a
direcção do percurso da nova tecnologia. Por exemplo, a ciência, a política organizacional, as
oportunidades, e a necessidade. Decisões governamentais de apoio a algumas tecnologias em
detrimento de outras, terão um impacto significativo sobre a evolução da tecnologia. [13]
Existem duas grandes vertentes no que toca a estes métodos de técnicas de previsão. Métodos
baseados em dados numéricos e métodos de julgamento. No essencial, os métodos baseados
em dados numéricos geram estatísticas que se ajustam aos dados históricos. Métodos de
julgamento também podem ser baseados em projecções do passado, mas as fontes de
informação em tais modelos baseiam-se no julgamento subjectivo de especialistas, cuja
opinião é a principal contribuição dada à previsão, pois podem não existir dados passados.
[13] [14]
As previsões realizadas neste trabalho são de longo prazo. Foram usados alguns métodos de
previsão. Aplicou-se o método de análise de tendências, métodos a partir de julgamentos e
opiniões de especialistas associados ao método de análise de crescimento em forma curva S.
Aplicaram-se ainda cenários.
A análise de tendências é um dos mais usuais métodos de previsão de longo prazo. Este é um
método que funciona muito bem quando tendências lineares ou não lineares do passado
persistem para o futuro. [14]
O modelo da curva em S é assim designado devido à sua forma, com um pequeno crescimento
inicial, seguido de crescimento rápido, chegando a um ponto de saturação. [14]
A curva de crescimento definiu-se através da fórmula seguinte:
���� =�
���� � , (2.1)
Estado da Arte
22
A Curva em forma de S traz a evolução temporal de uma dada tecnologia. Esta curva
caracteriza-se por três fases distintas: uma primeira fase de iniciação, de crescimento lento,
será o estado embrionário. A tecnologia começa a ser conhecida, existe alguma renitência do
mercado nos primeiros anos e a evolução é lenta;
Uma segunda fase, esta de crescimento rápido, em que a tecnologia já está totalmente
implantada. Tem-se um geral conhecimento e aceitação da tecnologia que vai originar um
rápido e acentuado crescimento da curva;
A última fase é de maturação e saturação da tecnologia, onde os valores vão estagnar. [14]
Figura 2.1 – Exemplo de curva em S, para caracterizar o desenvolvimento de uma dada tecnologia
Para se aplicar este tipo de curva aos pontos de referência e de desenvolvimento obtidos é
realizado um estudo baseado na minimização do somatório dos quadrados dos desvios, entre a
curva inicial e os pontos de referência e de evolução resultantes da pesquisa efectuada e do
inquérito elaborado, para se obter os valores das constantes do modelo da curva (M, b, δ)
necessários para a obtenção da curva em forma de S.
A alguns destes métodos, nalguns casos deste trabalho, foram aplicados cenários. O propósito
da criação de cenários é o de antecipar eventos futuros, de modo a planear com mais
eficientemente. [14] Os cenários são criados separadamente, mas estando ligados e
relacionados entre si. A aplicação de cenários em técnicas de previsão proporciona uma visão
mais ampla de todo o contexto, pois representa as diversas tendências numa perspectiva mais
geral. Os cenários organizam, sistematizam e delimitam ao máximo as incertezas, explorando
diversos pontos de mudança ou de manutenção de rumo de uma dada evolução.
Normalmente os cenários dividem-se em três tipos. Um primeiro cenário base, que serve de
suporte aos outros cenários. Um cenário optimista e outro pessimista, baseados em certas
considerações sobre o ambiente envolvente deste tipo de evolução. Estes cenários darão uma
melhor visão do que se passará no futuro. [13]
Sistema de Informação Geográfico
23
2.3. Sistema de Informação Geográfico
Um Sistema de Informação Geográfico (SIG) é um software integrado que utiliza dados para
visualizar informações de espaços geográficos, analisar relações espaciais e processos de
modelos espaciais. Um tipo de sistema como o SIG apresenta um enquadramento para recolha
e organização de dados e informações relacionadas, de modo a que estes possam ser
analisados e mostrados. [15]
O SIG fornece as ferramentas para analisar dados e observar os resultados sob a forma de
poderosos mapas interactivos, que evidenciam como os dados se conjugam, permitindo que as
decisões sejam tomadas com a maior informação possível. [15]
Este tipo de software pode ter variadas utilidades e servir para diversos tratamentos da
realidade. Seguem-se alguns exemplos da utilidade deste tipo de ferramenta:
• O Governo Central e a Administração Local e Regional são entidades cada vez mais
solicitadas a exercer uma administração empresarial modernizada e,
simultaneamente, a integrar complexas normas administrativas e reguladoras,
resultantes de decisões políticas. De forma a alcançar estes objectivos, têm que
tratar uma grande quantidade de informação para cumprir os seus deveres de uma
forma justa e transparente. Quase toda a informação está de algum modo ligada a
coordenadas geográficas, tais como morada, quarteirão, código postal, secções
administrativas ou um outro tipo de variável. [16] [17]
• Os Sistemas de Informação Geográfica são a ferramenta de excelência para alcançar o
conhecimento do território e o poder disponibilizar a quem dele necessite. As
autarquias são o utilizador mais natural de um SIG, uma vez que toda a realidade com
que lidam diariamente tem uma representação geográfica: vias, redes de águas e
saneamento, edifícios, obras, equipamentos urbanos, árvores, jardins, espaços
verdes, resíduos, actividades económicas, desporto, tráfego, cadastro imobiliário,
parques de estacionamento, etc. [16] [17]
• Os SIG têm vindo a ter uma cada vez mais intensiva utilização na área da defesa. O
planeamento de missões, o desenvolvimento dos mais avançados sistemas de comando
e controlo, segurança e gestão de instalações e, principalmente, os passos para dotar
as forças militares de maior agilidade, eficácia e eficiência possíveis. [16] [17]
• Na Indústria dos transportes a análise geográfica é a chave para obter as melhores
decisões, seja a monitorizar sistemas de caminhos-de-ferro e condições das estradas,
descobrir a melhor rota para entregar mercadorias e serviços, gestão e monitorização
de frotas, ou para fazer a manutenção de redes de transporte. Os profissionais do
sector dos transportes e logística utilizam os Sistemas de Informação Geográfica para
integrarem análises de mapas como suporte à decisão de planeamento e análise de
Estado da Arte
24
redes de transportes, monitorização de veículos e optimização de rotas, inventário de
monitorização, planeamento de rotas e análise, entre outros. [16] [17]
Aqui ficaram alguns exemplos do que esta ferramenta pode fornecer.
Neste trabalho, como existem várias características geográficas, o software de informação
geográfica foi utilizado como ferramenta essencialmente de análise e demonstração de
resultados, através de mapas ilustrativos, como o seguinte:
Figura 2.2 - Exemplo de mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2)
.
Capítulo 3
PREVISÃO DOS VEÍCULOS ELÉCTRICOS E A SUA DISTRIBUIÇÃO
PELO TERRITÓRIO PORTUGUÊS
3.1. Metodologia Prática
Nesta secção dar-se-á uma explicação da estruturação prática do trabalho, incidindo
principalmente na produção de cálculos de suporte, nas razões de determinados valores e na
explicação da metodologia utilizada para atingir os valores finais, sempre voltados para o
cálculo final que se pretende nesta secção, que é a previsão do número de veículos eléctricos
até 2020 em Portugal Continental.
No intuito de se chegar a valores finais de evolução do mercado dos veículos eléctricos
ligeiros em Portugal até 2020 e a sua distribuição pela geografia do país, deram-se os
seguintes passos:
• Obtiveram-se valores de densidade populacional por município, em Portugal
Continental. [18] [19]
• Através de valores de venda de veículos ligeiros no passado [20], fez-se uma previsão
até 2020, para prever o número de carros ligeiros que será vendido por ano, até 2020.
• Com dados obtidos do número de veículos vendidos por ano até 2020 e tendo em
conta artigos de opinião, opiniões de especialistas e o inquérito realizado, obtiveram-
se pontos de referência que permitiram ajustar a curva S à tecnologia em causa e
fazer uma previsão dos veículos eléctricos que existirão em Portugal em 2020.
Previsão dos veículos eléctricos e a sua distribuição pelo território português
26
• Com os dados de vendas de veículos ligeiros divididos por município, obtidos nos
anuários estatísticos regionais, zonas Norte, Centro, Lisboa, Alentejo e Algarve do INE
de 2000 a 2007, procedeu-se a uma análise de tendência, através de percentagem, do
peso que cada município tem em relação às vendas de todo o país. [21] [22] [23] [24]
[25]
• Distribuíram-se os veículos eléctricos pelo país por ano, de 2011, data de inicio
previsto da comercialização em Portugal deste tipo de automóvel, até 2020.
3.2. Previsão da venda de veículos ligeiros até 2020
Para chegar a valores finais de previsão sobre a evolução do mercado de V.E., foi necessário
integrar a prospectiva na evolução da venda de veículos ligeiros em Portugal. Fez-se uma
previsão de quantos veículos daquele tipo se venderão, por ano, até 2020.
Através dos dados obtidos da ACAP verifica-se uma tendência de decréscimo de vendas de
2000 a 2003, com uma tendência de estabilização a partir dessa altura, com subidas e ligeiras
descidas até 2006 e, a partir daí, com uma tendência de subida até 2008. Concretamente
sabe-se que o aumento de 2008 acontece no segundo semestre do ano, visto no primeiro
existir também um decréscimo de vendas. Esse aumento, principalmente nos últimos meses
do ano, com o mês de Dezembro a destacar-se com um aumento em relação ao mesmo
período de 2007 de 37.9% nas vendas de veículos ligeiros de passageiros, deve-se a uma já
esperada animação do mercado, devido ao aumento da carga fiscal que vai acontecer em
2009. [20]
Figura 3.1 - Veículos ligeiros vendidos em Portugal entre 2000 e 2008, Fonte ACAP
0
50.000
100.000
150.000
200.000
250.000
300.000
350.000
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
Ve
ícu
los
lige
iro
s
Ano
Previsão da venda de veículos ligeiros até 2020
27
Os valores de venda de veículos de 2000 a 2008 foram obtidos através de dados da ACAP.
Existiam também dados do INE, mas um pouco diferentes dos dados oficiais da ACAP na sua
forma. Não se apresentavam tão detalhados por ano e tipo de veículo como os da ACAP e,
relativamente a alguns anos existiam diferenças de valores. Promoveu-se o contacto via e-
mail com o INE, visto ser este, em Portugal, a referência a nível estatístico, donde foi
garantido que os dados fornecidos pela instituição nos diversos relatórios regionais e
nacionais, sobre vendas de veículos automóveis, eram dados obtidos através da ACAP.
Também a ACAP, no seu sítio na internet, fornece a seguinte informação: “A ACAP colabora
desde 1973 com o Instituto Nacional de Estatística, fornecendo a esta entidade dados sobre o
comércio automóvel, os quais integraram alguns dos seus relatórios estatísticos. A Associação
é uma das poucas entidades privadas reconhecidas pelo INE como fonte oficial de dados
estatísticos.” [20].
Decidiu-se então utilizar os dados da ACAP que, ao nível nacional, permitem um tratamento
mais eficaz.
Para realizar esta previsão foi de importância fulcral a opinião obtida através dos vários
especialistas, principalmente o especialista de estatística da ACAP, António Cavaco, que
amavelmente elucidou várias questões.
Com os dados disponíveis de 2000 a 2008, pode verificar-se que, ao nível de vendas de
ligeiros, nos 8 anos, houve um decréscimo de perto de 80.000 veículos ligeiros vendidos, uma
diminuição de 30%, sendo que, desde 2006 tem vindo a denotar retoma de crescimento.
Partindo destes valores, fez-se a previsão de venda de veículos até 2020, realizando-se três
cenários possíveis:
Um cenário base, em que a tendência de decrescimento dos últimos anos, 2000 a 2008, não se
verificará nos próximos 10 anos, ou seja, estabilizará e aumentará por volta de 2015, sendo
que em 2020 andará por valores mais altos que em 2008. Há a necessidade de substituição da
frota desgastada por veículos novos e haverá uma tendência de aumento de vendas, com uma
progressão gradual que se pode perspectivar no país.
Outro, optimista, no qual acredita firmemente fonte da ACAP, António Cavaco, que
representa chegar a 2020 com vendas a rondar as 300.000 unidades. Configurando um
aumento suportado no rácio população/vendas de automóveis em países como a Bélgica e a
Holanda e considerando que, em 2020, Portugal estará ao nível económico e social em que
esses países se encontram actualmente, considerando que havendo desenvolvimento do país
as vendas aumentarão naturalmente.
Um terceiro, pessimista, com uma tendência que continuará, nos próximos 10 anos, igual à
encontrada entre 2000 e 2003, devido à grande crise financeira em que o mundo vive e às
prováveis recessões nos países da zona Euro, não se perspectivando alterações significativas
para um futuro próximo.
Segundo o presidente da ACAP, no ano de 2009, a tendência será de uma quebra nas vendas
de veículos de 10.6% em relação ao ano de 2008, sendo que, o decréscimo se verificará na
venda de veículos ligeiros de passageiros. A crise económica e financeira que se vive neste
Previsão dos veículos eléctricos e a sua distribuição pelo território português
28
momento no mundo inteiro e o aumento das cargas fiscais são apontados, por este
especialista, como os factores mais importantes para tal decréscimo só vivido, por
comparação, na recessão ocorrida no ano de 2003. [26]
Este valor de previsão para 2009 será sempre aplicado em todos os cenários, visto ser uma
previsão fiável.
3.2.1. Cenário base
Como se verificou anteriormente, de 2003 até 2008, existe quase uma estagnação na venda
de veículos, com subidas e descidas ligeiras.
Este cenário de previsão de vendas de veículos ligeiros teve como grande suporte o nível de
desenvolvimento económico que se prevê, num futuro próximo, em Portugal.
O nível de desenvolvimento económico e a progressão de um país, para o especialista
estatístico da ACAP, estão directamente relacionados com o aumento ou diminuição da venda
de automóveis. Este especialista indica também que os valores verificados nestes últimos
anos são anormais em Portugal para o nível de desenvolvimento do país, existindo agora uma
tendência de subida das vendas.
No entanto, para 2009, segundo as previsões do Banco de Portugal, espera-se que Portugal
entre em recessão. Para além disto, o presidente da ACAP prevê, em 2009, uma diminuição
de 10.6% na venda de veículos ligeiros [26]. José Silva Lopes, economista e ex-ministro das
finanças, considera que a economia europeia pode começar a crescer no fim de 2009 e que
Portugal acompanhará certamente esse crescimento já a meio do ano de 2010 [27].
Ouvindo vários especialistas em economia e lendo vários artigos relacionados com a crise
económica europeia e mundial, conclui-se que, apesar da recessão que se prevê para 2009 e
de estagnação para 2010, a maioria das famílias portuguesas, isto é, aquelas que têm um
trabalho fixo e não vão, nos próximos anos, ter qualquer problema em manter os seus
empregos, verão aumentado o seu poder de compra. Isto porque a inflação vai baixar, os
preços dos combustíveis, apesar de altíssimos no início de 2008, estão a diminuir e é
previsível, orçamento de estado 2009, uma estabilização nos próximos anos. Há ainda que ter
em conta a baixa das taxas de juro.
Dispondo de valores reais de vendas desde 2000 até 2008, sabendo que, a partir de 2003, se
têm verificado subidas mais significativas que descidas nas vendas, atendendo às opiniões do
optimista especialista em estatísticas da ACAP, António Cavaco e do presidente da ACAP [26],
informações que se complementam com previsões do Banco de Portugal, de que a maioria das
famílias, nos próximos anos, terá um maior poder de compra e conjugadas com as condições
da frota de veículos que tem, em valores médios, 8 a 9 anos, pelo que terá de ser renovada,
fez-se a seguinte previsão sobre a venda de veículos ligeiros em Portugal.
Previsão da venda de veículos ligeiros até 2020
29
Figura 3.2 - Previsão de venda de veículos em Portugal de 2009 a 2020
Esta previsão, como foi dito atrás, é baseada na opinião de vários especialistas,
principalmente sobre índices económicos que Portugal terá num futuro próximo, visto serem
estes, um factor directamente ligado à venda de automóveis.
Como se verifica através da figura 3.2, a partir de 2010/2011 existirá um ligeiro aumento nas
vendas de veículos ligeiros em Portugal, que será gradual, consoante o desenvolvimento
económico do país, chegando-se a valores na ordem das 240.000 unidades vendidas em 2020.
Portugal é o país que, na zona euro, menos cresce economicamente desde 2000 e a isso se
deve o decréscimo das vendas, principalmente de 2000 a 2003. O especialista da ACAP,
António Cavaco prevê, como se indicará no cenário optimista, um aumento maior até 2020,
reflectindo-se num valor muito próximo dos 300.000 veículos vendidos. A ponderação que
aqui se fez, tendo em conta todos os dados atrás referidos, foi um pouco mais contida. Apesar
de um crescimento, este será lento e estará ligado ao crescimento económico e
desenvolvimento que o país alcançará nos próximos 12 anos.
Os valores indicados são os que suportam a previsão dos veículos eléctricos em Portugal,
como se indicará no subcapítulo seguinte.
3.2.2. Cenário optimista
Já se referiu anteriormente que o crescimento económico é factor determinante das vendas
de automóveis em Portugal e na Europa.
Este cenário optimista foi concebido tendo em atenção, principalmente, a opinião do
especialista de economia e estatística da ACAP António Cavaco. Este diz esperar para Portugal
um aumento das vendas até 2020 na ordem de mais 50% relativamente a 2008. A afirmação é
justificada atendendo ao rácio actual população/vendas de automóveis em países como a
Holanda e Bélgica e considerando que, nos próximos 12 anos, Portugal poderá estar no nível
económico e social em que esses países se situam actualmente.
0
50.000
100.000
150.000
200.000
250.000
300.000
350.000
2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020
Valores reais
Cenário base
Previsão dos veículos eléctricos e a sua distribuição pelo território português
30
Figura 3.3 - Previsão de venda de veículos em Portugal de 2009 a 2020 (cenário optimista)
Com o eventual crescimento do país a tendência será para que as vendas aumentem. Posto
isto, pode verificar-se que este cenário, observando a conjuntura actual, revendo os dados de
vendas passadas, se mostra bastante optimista, apontando uma tendência de alto
crescimento entre 2012 e 2020, chegando à venda de 320.000 unidades em 2020. É o que
espera o especialista da ACAP.
3.2.3. Cenário pessimista
Num cenário pessimista, de total estagnação da economia, ou em que, em ciclos curtos, se
entrará em recessão, se os preços do petróleo aumentarem para mais de 150 dólares por
barril e se agravarem as cargas fiscais para os vários tipos de automóveis, haverá uma
continuação da diminuição da venda de veículos ligeiros.
Tal diminuição, neste cenário, andará muito próxima da ocorrida nos últimos 8 anos, em que
houve uma quebra de vendas de veículos ligeiros de 30%.
0
50.000
100.000
150.000
200.000
250.000
300.000
350.000
2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020
Valores reais
Cenário optimista
Previsão da venda de veículos ligeiros até 2020
31
Figura 3.4 - Previsão de venda de veículos em Portugal de 2009 a 2020 (cenário pessimista)
Com este cenário, observa-se uma quase estagnação dos valores de venda até perto de 2014,
a rondar as 190.000 unidades vendidas, sendo que em 2014 e até 2018 desceria para valores
perto de 145.000 unidades, estabilizando novamente. De 2008 a 2020 há uma variação
decrescente de 30%, seguindo a mesma tendência ocorrida entre 2000 e 2008.
Este é um cenário que ninguém ligado ao ramo automóvel entende como plausível. Por este
motivo, neste trabalho aparece como um cenário pessimista, em que a economia continuaria
em declínio e não haveria crescimento no país nos próximos 12 anos, o que conduziria a
diminuições de vendas em todos os ramos da produção e, naturalmente, também no ramo
automóvel. Confirmando-se este cenário, a indústria automóvel perderia em 20 anos perto de
60% das vendas. Um cenário pessimista, mas que poderá ser real.
0
50.000
100.000
150.000
200.000
250.000
300.000
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2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020
Valores reais
Cenário pessimista
Previsão dos veículos eléctricos e a sua distribuição pelo território português
32
3.2.4. Resumo dos cenários
Figura 3.5 - Previsão de venda de veículos em Portugal de 2009 a 2020 (os três cenários)
O cenário base, atendendo a todas as justificações dadas anteriormente, é aquele que parece
mais adequado ao que se vai passar nos próximos anos. É com este cenário e com esses
valores que se irá fazer o estudo de previsão do número de veículos eléctricos em Portugal
até 2020.
3.3. Previsão da venda de veículos eléctricos até 2020
A previsão aqui realizada enfrentou elevada dificuldade, visto não existir qualquer tipo de
informação passada sobre a implantação no mercado desta tecnologia em países como
Portugal e de desenvolvimento igual ou mesmo superior ao português.
Os veículos eléctricos já são conhecidos há muitos anos, mas nunca tiveram impacto real na
sociedade. Neste momento, em vários países da Europa e particularmente em Portugal está a
insistir-se nesta tecnologia e numa implantação em massa destes veículos na circulação
rodoviária, constituindo uma das grandes bandeiras do governo actual.
Os dois principais motivos para o relançamento desta tecnologia são o factor ambiental, visto
estes veículos serem amigos do ambiente não emitindo CO2 para a atmosfera, e a
dependência de combustíveis fósseis dos veículos por combustão. Caso os veículos eléctricos
possam ser carregados com energia limpa, proveniente de fontes renováveis, só ao nível da
sua produção poderão induzir poluição.
0
50.000
100.000
150.000
200.000
250.000
300.000
350.000
2000 2002 2004 2006 2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020
Valores reais
Cenário optimista
Cenário base
Cenário pessimista
Previsão da venda de veículos eléctricos até 2020
33
Nesta secção vai prognosticar-se o número de veículos eléctricos ligeiros que existirá em
Portugal de 2011 a 2020.
Como foi referido inicialmente, este estudo de previsão é um estudo de longo prazo, baseado
em “Technology Forecasting”, que vai conduzir à previsão do número de veículos eléctricos
em Portugal.
A previsão realizada é uma previsão evolutiva, que pretende indicar a forma como vai evoluir
uma dada tecnologia. Por isso, optou-se por um modelo de crescimento em forma de S que,
como referido no início, tem 3 fases distintas:
Figura 3.6 - Exemplo de curva em S, para caracterizar o desenvolvimento de uma dada tecnologia
Para se chegar a uma curva deste tipo foram aplicados pontos de referência e de
desenvolvimento evolutivo, obtidos através da pesquisa efectuada em artigos sobre veículos
eléctricos, da opinião de especialistas e do inquérito realizado, baseando esses valores na
minimização do somatório dos quadrados dos desvios entre a curva inicial e os pontos obtidos.
3.3.1. Inquérito
O inquérito realizado teve uma importância crucial na previsão feita, visto não existir muita
informação que se pudesse recolher para prever uma evolução, o que é uma situação típica
de problemas de previsão de novas tecnologias.
Este inquérito teve como finalidade conseguir alguns pontos de referência, num espaço
temporal de 10 anos, no sentido de compreender a sensibilidade dos inquiridos sobre o
potencial mercado dos veículos eléctricos em Portugal.
Foi um inquérito colocado na internet para resposta, sendo que cada pessoa só poderia
responder uma única vez. Esteve perto de 3 semanas online, seguindo-se a desactivação para
Previsão dos veículos eléctricos e a sua distribuição pelo território português
observação e tratamento de dados.
responderam 86 pessoas.
O inquérito foi dividido em duas partes fundamentais,
outra, essencial, das questões sobre veículos eléctricos.
A caracterização da amostra é uma contextualização social,
obterem dados sobre o inquirido, isto é, para ver
dados e para se garantirem dados representativos da população
Este inquérito integrou 12 perguntas
importantes, aquelas que foram utilizadas
para a evolução do veículo eléctrico no mercado nacional.
Caracterização da amostra:
Todos os inquiridos tinham mais de 18 anos,
a possibilidade, por lei, de conduzir veículos ligeiros nas estradas nacionais.
Dos inquiridos cerca de 70% já está no mercado de trabalho, os restantes ainda são
estudantes:
Idade
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Previsão dos veículos eléctricos e a sua distribuição pelo território português
34
observação e tratamento de dados. No espaço de tempo que o inquérito esteve online
O inquérito foi dividido em duas partes fundamentais, uma da caracterização da a
das questões sobre veículos eléctricos.
é uma contextualização social, importante no sentido de se
o inquirido, isto é, para verificar a homogeneidade na distribuição dos
dados representativos da população.
12 perguntas. No texto são indicados os dados das respostas mais
foram utilizadas para conseguir estabelecer pontos de referência
culo eléctrico no mercado nacional.
Todos os inquiridos tinham mais de 18 anos, assim se estabeleceu, visto serem estes que têm
por lei, de conduzir veículos ligeiros nas estradas nacionais.
Figura 3.7 - Idade
Dos inquiridos cerca de 70% já está no mercado de trabalho, os restantes ainda são
18 a 25 mais de 26
45,35% 54,65%
No espaço de tempo que o inquérito esteve online
ção da amostra e a
importante no sentido de se
a homogeneidade na distribuição dos
os dados das respostas mais
pontos de referência
m estes que têm
Dos inquiridos cerca de 70% já está no mercado de trabalho, os restantes ainda são
Por esta caracterização pode verificar
de idade superior a 18 anos e que quase 70% já se encontram no mercado de trabalho,
vivendo dos seus próprios rendimentos e tendo a possibilidade real de comprar um automóvel,
ou seja podem optar.
Os próximos gráficos vão reflectir
referência para a evolução no mercado automóvel de veículos eléctricos:
A primeira questão visou perceber quantos quilómetros
Um factor importante e fundamental para a evolução dos veículos eléctricos é a autonomia
que garantem e as distâncias que podem percorrer. Ora, através do gráfico
verifica-se que mais de 55% dos inquiridos perc
mais de 25% percorrem até 50 km e
Profissão
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
Menos de 25km
Série1 56,63%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
Previsão da venda de veículos eléctricos até 2020
35
Figura 3.8 - Profissão
Por esta caracterização pode verificar-se que o inquérito efectuado foi obtido com inquiridos
de idade superior a 18 anos e que quase 70% já se encontram no mercado de trabalho,
vivendo dos seus próprios rendimentos e tendo a possibilidade real de comprar um automóvel,
Os próximos gráficos vão reflectir os dados gerais do inquérito, tentando perceber pontos de
referência para a evolução no mercado automóvel de veículos eléctricos:
perceber quantos quilómetros faz por dia cada inquirido
Figura 3.9 – km diários percorridos
Um factor importante e fundamental para a evolução dos veículos eléctricos é a autonomia
e as distâncias que podem percorrer. Ora, através do gráfico
se que mais de 55% dos inquiridos percorre menos de 25 km diariamente,
mais de 25% percorrem até 50 km e 10% até 75 km.
EstudanteEstá no mercado de
trabalho
31,40% 68,60%
Menos de 25km
Entre 25 e 50km
Entre 50 e 75km
Entre 75 e 100km
Entre 100 e 125 km
Entre 125 e 150 km
26,51% 9,64% 1,20% 3,61% 0,00%
da de veículos eléctricos até 2020
i obtido com inquiridos
de idade superior a 18 anos e que quase 70% já se encontram no mercado de trabalho,
vivendo dos seus próprios rendimentos e tendo a possibilidade real de comprar um automóvel,
os dados gerais do inquérito, tentando perceber pontos de
cada inquirido:
Um factor importante e fundamental para a evolução dos veículos eléctricos é a autonomia
e as distâncias que podem percorrer. Ora, através do gráfico da figura anterior,
rre menos de 25 km diariamente, sendo que
Está no mercado de
Entre 125 e 150 km
Mais de 150 km
0,00% 2,41%
Previsão dos veículos eléctricos e a sua distribuição pelo território português
Larga maioria dos inquiridos respondeu saber que em 2010 vão começar a ser comercializados
veículos eléctricos:
Figura 3.10 – Percentagem de pessoas que sabe
Sobre isto, foram também questionados
funcionamento dos carros eléctricos:
Figura
Quase 75% tem dúvidas acerca do comportamento e
proporcionar.
Foi questionada a importância
central com o intuito de ajudar na compra de veículos eléctricos:
Série1
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
Série1
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
Previsão dos veículos eléctricos e a sua distribuição pelo território português
36
maioria dos inquiridos respondeu saber que em 2010 vão começar a ser comercializados
entagem de pessoas que sabe quando vão ser comercializados V.E.
questionados relativamente a dúvidas sobre vantagens e
funcionamento dos carros eléctricos:
Figura 3.11 – Vantagens e dúvidas
5% tem dúvidas acerca do comportamento e das vantagens que estes veículos
dos incentivos que se prevêem por parte da
o intuito de ajudar na compra de veículos eléctricos:
Sim Não
59,30% 40,70%
Sim Não
74,42% 25,58%
maioria dos inquiridos respondeu saber que em 2010 vão começar a ser comercializados
comercializados V.E.
dúvidas sobre vantagens e
vantagens que estes veículos poderão
da administração
A resposta foi esmagadora e quase 90% considera essencial, para a massificação do
eléctricos, que haja, por parte das entidades governamentais, incentivos para
tipo de veículos.
Este é um dos aspectos
respeita à decisão de compra.
Finalmente, uma das questões mais importante, foi perceber
comprar veículo eléctrico em
Figura
Pode constatar-se que a opinião dos inquiridos
espaços temporais. 38% preten
mais de 40% consideram que só depois de 2020
circularem em grande escala nas estradas nacionais.
Série1
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
100%
2010
Série1 1,16%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
45%
Previsão da venda de veículos eléctricos até 2020
37
Figura 3.12 – Incentivos para a compra de V.E.
A resposta foi esmagadora e quase 90% considera essencial, para a massificação do
por parte das entidades governamentais, incentivos para
considerados mais importante, por parte dos inquiridos,
à decisão de compra.
Finalmente, uma das questões mais importante, foi perceber quantos dos inquiridos pretende
comprar veículo eléctrico em detrimento do veículo de combustão e em que espaço temporal:
Figura 3.13 – Espaço temporal de compra de V.E.
se que a opinião dos inquiridos se divide fundamentalmen
38% pretendem adquirir veículo eléctrico entre 2015
que só depois de 2020 existirão condições para o
em grande escala nas estradas nacionais.
Sim Não
88,37% 11,63%
2010-2012 2012-2015 2015-2020Depois de
2020
1,16% 10,47% 38,37% 40,70%
Previsão da venda de veículos eléctricos até 2020
A resposta foi esmagadora e quase 90% considera essencial, para a massificação dos veículos
por parte das entidades governamentais, incentivos para a compra deste
, por parte dos inquiridos, no que
dos inquiridos pretende
combustão e em que espaço temporal:
fundamentalmente entre dois
entre 2015 - 2020, sendo que
os veículos eléctricos
Nunca comprará
9,30%
Previsão dos veículos eléctricos e a sua distribuição pelo território português
38
Verifica-se também que existem cépticos entre os inquiridos. Mais de 9% diz nunca tencionar
adquirir carro eléctrico.
Das sete análises aqui produzidas, foram determinantes as últimas cinco, constituindo o fulcro
deste inquérito. Relacionando estes dados com os obtidos através da opinião de especialistas,
de artigos compulsados e da previsão feita na secção 3.2.1, chegou-se a pontos de evolução a
aplicar na curva S, para se atingir uma evolução dos veículos eléctricos a entrar no mercado
em Portugal.
Resumo dos dados obtidos no inquérito:
Partindo da figura 3.9 verifica-se que mais de 90% das pessoas inquiridas não faz mais de 75
km diários, sendo que, desses, 80% só faz, no máximo, 50 km diários.
Ainda existem muitas dúvidas relativamente ao funcionamento dos veículos eléctricos, figura
3.11. Este é dos aspectos em que os empresários do sector deverão de focalizar para tentar
mudar sensibilidades, principalmente no que respeita às vantagens relativamente aos veículos
de combustão.
Onde não reside qualquer dúvida é na necessidade de apoio, ao nível de incentivos fiscais,
que estes veículos devem ter em relação aos de combustão, por parte governamental figura
3.12, por serem amigos do ambiente. É notória a tendência da maioria dos inquiridos.
Prognostica-se que tal apoio será uma realidade, visto o governo incluir nas suas principais
metas a implantação em Portugal de veículos movidos a electricidade e já indicou que haverá
incentivos fiscais, como deduções no IRS e reduções no imposto automóvel.
Dos pretendentes a ter veículo eléctrico, a grande maioria considera que isso só poderá ser
uma realidade depois de 2015. É explicável esta ideia, visto estarmos em finais de 2008,
inícios de 2009: a informação começa a alastrar-se, embora ainda seja escassa mas ainda se
verifica uma propensão de acomodação, pelo que, para que este género de veículo se instale
terão de verificar-se, em paralelo, mudanças de mentalidade e de atitude por parte de quem
compra veículos automóveis. Existem realmente vantagens e, em Portugal, com a produção
de electricidade a partir de fontes renováveis, o veículo eléctrico pode ser quase totalmente
amigo do ambiente. Para isso é necessário mudar modos de vida relativamente à mobilidade.
3.3.2. Previsão dos V.E. com aplicação de cenários
Para se encontrar uma curva evolutiva, em forma de S, sobre as características do mercado
dos veículos eléctricos em Portugal, fez-se o ajustamento com os pontos de referência
obtidos através de opinião de especialistas, artigos de opinião, as informações obtidas através
de conversas telefónicas com a representante do Ministério da Economia relacionada com
este projecto dos V.E. em Portugal e com os dados obtidos através do inquérito realizado.
Na secção 3.2 foi previsto o número de veículos ligeiros que será vendido em Portugal até
2020. Os dados do cenário ponderado sobre a venda de veículos ligeiros 3.2.1 vão ser basilares
nesta previsão. Através deles vão atingir-se pontos resultantes da relação com as opiniões
Previsão da venda de veículos eléctricos até 2020
39
expressas dos especialistas referenciados. Com esses dados ter-se-ão pontos de referência
com os quais se fará o estudo baseado na minimização do somatório dos quadrados dos
desvios, entre a curva inicial S e esses pontos obtidos.
Como para a previsão do número de veículos ligeiros em Portugal, também se criaram, nesta secção, cenários no sentido de tentar perceber melhor como poderá evoluir esta tecnologia.
3.3.2.1. Cenário base
Vão ser agora apresentados os resultados da pesquisa e a respectiva interpretação, no sentido
de se perceberem os processos de evolução aqui em causa. Repita-se que a obtenção de
dados foi de extrema dificuldade, visto não existir muita informação sobre o mercado de
veículos eléctricos e sobre cenários possíveis e prováveis.
• O primeiro ano de comercialização dos veículos eléctricos será 2011, havendo algumas
indicações de que poderá ter início em finais de 2010. A representante do Ministério
da Economia ligada a este projecto, a especialista Francisca Duarte Pacheco, tem
como previsão que mais de 5% das vendas de veículos ligeiros nesse ano seja de V.E..
• Ligando este dado com os obtidos no inquérito, verifica-se que os inquiridos não são
tão optimistas, sendo que só perto de 1% pensa adquirir um carro eléctrico nos
primeiros anos de comercialização.
• Conclui-se que, para uma previsão ponderada e sabendo à partida que o crescimento
inicial será lento, cerca de 2% dos veículos ligeiros vendidos em 2011 serão V.E..
• Em 2014 a autonomia dos veículos eléctricos será maior, para quase 50% mais de
capacidade do que terão as primeiras baterias para estes veículos, andando perto dos
240 km de autonomia, indica Carlos Tavares, vice-presidente da Nissan.
• A representante do Ministério da Economia, ligada ao projecto dos veículos eléctricos
em Portugal, confia que, entre 2014 e 2016, os veículos eléctricos já rondarão os 20%
dos veículos vendidos, sendo que espera a massificação da venda nessa altura.
• Atendendo a estas duas opiniões de pessoas ligadas ao projecto e estabelecendo a
relação analítica com o inquérito, atribui-se para 2015 um ponderação de 12.5% de
veículos eléctricos vendidos no contexto de todas as vendas de veículos.
• A partir de 2015, com os dados obtidos através do inquérito e com as altas
expectativas de quem está ligado ao projecto, pode acreditar-se numa massificação
da procura destes veículos, havendo um crescimento quase exponencial.
• Para datas perto de 2020 já se espera que quase metade dos veículos vendidos sejam
movidos por motor eléctrico.
Previsão dos veículos eléctricos e a sua distribuição pelo território português
40
• Observando estas opiniões e, mais uma vez, recorrendo ao inquérito, para essa altura,
entre 2019 e 2020, os veículos eléctricos rondarão os 40% do total de vendidos por
ano.
Fez-se então o ajustamento da curva de evolução em S com os dados obtidos, chegando-se à
seguinte conclusão de uma previsão ponderada onde se prevê a evolução do veículo eléctrico
no mercado automóvel nacional:
Figura 3.14 - Evolução do número de veículos eléctricos em Portugal
Observando o gráfico da figura 3.14, a primeira análise que se pode fazer é de que esta curva
não tem forma de S. A curva é efectivamente em S, mas a inflexão final, ou seja a terceira
fase desta curva, não se situará em 2019 ou 2020. Espera-se sim uma saturação por volta de
2025/2030. Em 2020 a curva ainda estará numa fase de crescimento.
Como esperado, a fase inicial da evolução é uma fase lenta em que a tecnologia começa a
aparecer e o mercado começa a absorver a informação relativa aos novos veículos e a novas
formas de mobilidade.
A segunda fase da curva começa sensivelmente em 2015, onde, todas as informações indicam,
será o início da massificação da venda de veículos eléctricos.
Verifica-se que em 2015 já poderão existir nas estradas nacionais um pouco mais de meia
centena de milhar de veículos eléctricos.
O grande crescimento será a partir de 2015, quando a curva indica uma rápida evolução.
Ainda em fase de crescimento, como se explicou anteriormente, em 2020 espera-se que
existam no parque automóvel nacional cerca de 390.000 unidades de veículos movidos a
electricidade.
0
50.000
100.000
150.000
200.000
250.000
300.000
350.000
400.000
450.000
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Previsão da venda de veículos eléctricos até 2020
41
3.3.2.2. Cenário optimista
Este é o cenário mais optimista relacionado com a evolução, em Portugal, do mercado dos
carros eléctricos ligeiros.
Para este cenário foram modificados alguns pontos de referência.
Este cenário indica, caso tudo corra melhor do que o esperado tanto ao nível das expectativas
governamentais como dos representantes da Alliance Renault-Nissan (são estes que
inicialmente vão colocar em massa carros para venda a partir de 2011), uma situação em que
rapidamente a tecnologia dos veículos eléctricos entre no mercado automóvel, com vendas
elevadas, conduzindo a que, em 2020, já existam quase 10% de veículos eléctricos em toda a
frota de veículos ligeiros em Portugal, que nesse ano rondará os 6 milhões de veículos
ligeiros.
• Logo no primeiro ano de comercialização de V.E., se se confirmar o esperado pela
representante do Ministério de Economia, de todos os carros ligeiros que serão
vendidos em Portugal 5% serão daquele tipo.
• Na continuação desta análise, a mesma fonte admitiu 20% em 2015.
• A partir de 2015 haverá um crescimento acentuado para, em 2019, de todos os
veículos vendidos, 50% poderem ser eléctricos e em 2020 já ultrapassar essa marca,
chegando muito perto dos 10% do parque automóvel nacional esperado para esse ano.
Figura 3.15 - Evolução do número de veículos eléctricos em Portugal (cenário optimista)
Perto de 2015, segundo este cenário, já estariam nas estradas portuguesas perto de 110.000
unidades de veículos eléctricos.
0
100.000
200.000
300.000
400.000
500.000
600.000
700.000
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Previsão dos veículos eléctricos e a sua distribuição pelo território português
42
Este é o cenário em que tudo correria bem, isto é, verificar-se-ia, na mesma, uma evolução
inicial lenta, mas já com um número razoável de vendas e, em 2020, ter-se-ia 10% de toda a
frota de veículos ligeiros como veículos eléctricos, com muito perto de 600.000 unidades.
Da mesma forma e relativamente ao cenário anterior, aqui a terceira fase da curva de
evolução ainda não se admite, sendo esperada, neste cenário, uma saturação por volta do ano
de 2030.
Para que a evolução se dê desta forma, tratando-se de um cenário bastante optimista, é
necessário, principalmente, que a tecnologia das baterias evolua ainda mais rapidamente e
existam, em vários pontos do país, postos de abastecimento de elevada eficácia.
3.3.2.3. Cenário pessimista
Aqui vai representar-se o cenário mais pessimista relativo ao número de veículos eléctricos
que haverá em Portugal até 2020.
Relativamente a este cenário foi decidido subdividi-lo. Propõem-se então dois cenários
pessimistas, um em que se foca principalmente a lentidão da evolução e outro que será um
cenário onde os veículos eléctricos não passarão de uma evolução mínima, passando logo para
uma rápida saturação, em que o mercado destes veículos não se consolidará.
3.3.2.3.1. Cenário pessimista 1
Neste cenário a evolução vai verificar-se, será mais lenta e com menor volume de veículos
por ano, mas existirá. É concebido este cenário no sentido de se perceber que esta tecnologia
pode demorar a ter o seu espaço.
Ainda há uma necessidade evidente de evolução de componentes essenciais destes veículos,
como é o caso das baterias. Caso esse desenvolvimento seja muito lento, será mesmo de
considerar que, apesar das capacidades actuais de autonomia, este género de veículos não
entre no mercado automóvel, ao contrário do que pensa grande parte das entidades que
acompanham este projecto.
Outro dos aspectos poderá ser a baixa de preços dos combustíveis fósseis para abastecimento
de veículos a combustão. Se isso acontecer, que não é claramente o mais provável,
facilmente se depreende que a maioria das pessoas tendo um carro a que está totalmente
habituada e lhe dá plenas garantias, não o troque por um com uma nova tecnologia que ainda
não conhece.
Tendo atenção a estes sinais, procurou-se fazer uma previsão pessimista obtendo-se o gráfico
da figura 3.16:
Previsão da venda de veículos eléctricos até 2020
43
Figura 3.16 - Evolução do número de veículos eléctricos em Portugal (cenário pessimista 1)
O género de curva é idêntico aos anteriores, mudando só no número de veículos vendidos,
colocando-se bem abaixo do previsto para os dois últimos cenários.
A saturação continua a não aparecer neste cenário, esperando-se que isso só aconteça para lá
de 2030, visto a implantação no mercado automóvel se dar mais lentamente.
O grande crescimento da curva espera-se por volta de 2016, perspectivando com isto que, por
volta de 2020, se conseguiria ter nas estradas nacionais 150.000 unidades de veículos
eléctricos.
3.3.2.3.2. Cenário pessimista 2
Nesta subdivisão do cenário pessimista, os veículos eléctricos vão ter pouquíssima expressão
em Portugal. Apesar dos vários incentivos por parte das várias instituições, com este cenário,
os veículos eléctricos seriam uma realidade mas para muito poucas pessoas.
Aqui a saturação acontece no espaço temporal que se está a estudar, isto é, até 2020, mas
acontece em valores baixos comparativamente aos outros cenários previstos:
Figura 3.17 - Evolução do número de veículos eléctricos em Portugal (cenário pessimista 2)
0
20.000
40.000
60.000
80.000
100.000
120.000
140.000
160.000
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Ano
0
10.000
20.000
30.000
40.000
50.000
60.000
70.000
80.000
90.000
2010 2012 2014 2016 2018 2020 2022
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Ano
Previsão dos veículos eléctricos e a sua distribuição pelo território português
44
Verifica-se que os veículos eléctricos existirão neste cenário, mas não ultrapassarão em muito
as 80.000 unidades em 2020, sendo que próximo desse valor já se vai começar a verificar a
saturação da curva e a sua estabilização.
Este seria o pior dos cenários. Com o empenhamento que tanto instituições governamentais
como privados estão a demonstrar relativamente a este assunto, este cenário seria
catastrófico tendo em atenção os grandes investimentos públicos e privados que se vão
realizar no país para criar infra-estruturas e benefícios fiscais na compra destes veículos. É
um cenário muito pouco provável, justificado só pela não-aceitação deste tipo de tecnologia
no mercado automóvel.
3.3.2.4. Resumo dos cenários
Na seguinte figura representar-se-ão os quatro cenários, para uma melhor percepção do que
se exemplificou atrás.
Figura 3.18 - Evolução do número de veículos eléctricos em Portugal (resumo dos cenários)
Na figura 3.18 consegue-se relacionar melhor os cenários. Observam-se as diferenças entre
cada um de uma maneira mais expressiva.
O cenário base, aqui representado, será utilizado no seguinte subcapítulo e no capítulo 4 para
várias análises.
0
100.000
200.000
300.000
400.000
500.000
600.000
700.000
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Ano
Optimista
base
pessimista 1
pessimista 2
Distribuição
45
3.4. Distribuição
Neste trabalho o conceito de V.E. e da sua distribuição no território, parte de um veículo
utilitário, segundo carro familiar, com o objectivo de fazer viagens curtas, principalmente
casa-trabalho-casa. Por isso o estudo centrou-se mais numa relação entre distâncias
percorridas e densidade populacional do país.
Fez-se a distribuição dos veículos previstos pelo país. Foram estabelecidos critérios para essa
distribuição, sendo que esta foi realizada por ano.
Para isso, procedeu-se a uma prévia recolha de dados, principalmente ao nível da densidade
populacional [18] [19]. Foram inseridos no software de modelização geográfica os valores
obtidos por município para a densidade populacional, que se apresentam na figura 3.19:
Figura 3.19 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2)
Previsão dos veículos eléctricos e a sua distribuição pelo território português
46
Pode verificar-se, como seria de esperar, que as zonas do país com maior densidade
populacional são as metropolitanas de Lisboa e Porto, municípios de Coimbra, Leiria, Aveiro,
Braga, Guimarães, Faro, Albufeira.
Constata-se que o interior do país tem uma intensa desertificação humana e, naturalmente
um menor número de habitantes por km2. A tendência, suportada nos dados do INE, é para
este fosso aumentar ainda mais, havendo cada vez mais habitantes nas zonas com maior
densidade.
Neste estudo a densidade populacional é um dos factores mais importante para a distribuição,
por ano, da previsão de veículos eléctricos em Portugal, considerando-se que em zonas com
maior densidade populacional os veículos eléctricos vão surgir mais facilmente e em maior
número.
O crescimento do número de veículos eléctricos não é só devido à densidade populacional,
mas também ao facto de os postos de abastecimento e de troca de baterias começarem a
aparecer nos grandes centros urbanos nacionais. Apesar de, com facilidade, estes veículos
poderem ser carregados em casa, muitas habitações, principalmente em blocos de multi-
habitação, poderão não dispor da possibilidade de ter tomadas eléctricas nas suas garagens,
pelo que terão de recarregar as suas baterias nesses postos de abastecimento. Tais postos
começarão a aparecer, como já se referiu, nos grandes centros urbanos, esperando-se uma
distribuição, inicialmente pelas zonas metropolitanas do Porto e Lisboa, seguindo-se, ano
após ano, uma distribuição pelas estradas mais movimentadas do país, ou seja, zonas como o
litoral norte e centro e o Algarve, como referiu Francisca Duarte Pacheco.
O interior do país terá mais dificuldade em dispor deste tipo de veículo automóvel. Em
conversa com a responsável do Ministério da Economia, esta referiu: ” No interior será muito
mais difícil a implementação destes veículos, pois, para já, não estão previstos postos de
abastecimento nessas zonas, sendo que terão de ser as próprias autarquias a lutar para que
esse processo se possa estabelecer. Assim têm de aparecer primeiro os veículos eléctricos
para depois se construir a infra-estrutura”.
Na continuação da conversa com a representante do Ministério da Economia, falou-se dos
postos de abastecimento. Estes serão inicialmente 320, passando para 1300 já em 2011. A
representante disse então que seriam distribuídos pelo país começando nas grandes cidades e
depois através das estradas mais movimentadas: “Pretendemos montar um sistema com
abrangência total de marcas, começando pelas grandes cidades e através das auto-estradas
mais movimentadas”.
Com estes dados fez-se a distribuição dos veículos eléctricos pelo país, começando pelos
grandes centros urbanos e, depois, seguindo um regra de distribuição, relacionando as
estradas mais movimentadas com a densidade populacional de cada zona.
No sentido de se perceber quais as estradas mais movimentadas de Portugal, fez-se uma
pesquisa no sítio das Estradas de Portugal [28], obtiveram-se os dados de veículos por troço e
chegou-se à conclusão que as estradas principais, aquelas que ligam os principais pontos do
país, como capitais de distrito e principais centros urbanos e as que têm mais movimento são:
Distribuição
47
Figura 3.20 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2) e das principais vias rodoviárias
A traço preto carregado podem verificar-se as estradas mais importantes, aquelas que têm
mais trânsito e que ligam os principais pontos do país, designadas por estradas principais. A
traço preto, menos carregado, estão as estradas nacionais e itinerários principais (IP),
designadas estradas secundárias, com muito menor relevância no que respeita ao trânsito que
por ali circula.
Com traço preto carregado estão representadas, na sua esmagadora maioria, auto-estradas,
sendo que só de Amarante a Quintanilha (Bragança) aparece um IP. Como esse IP é uma via
estruturante, ou seja, a estrada mais rápida de ligação ao centro da Europa e única ligação do
nordeste transmontano ao litoral, neste trabalho foi considerada como via principal, visto
também estar programado, para 2012, a sua transformação em auto-estrada.
Como já foi referido, a distribuição dos veículos eléctricos previstos foi realizada por ano.
Apresentam-se assim resultados, de 2011 até 2020, da evolução da presença destes veículos e
em que regiões começará a ser notória.
Previsão dos veículos eléctricos e a sua distribuição pelo território português
48
Para conseguir distribuir os veículos eléctricos foi necessário perceber como é feita a venda
de veículos automóveis ligeiros em Portugal, por município. Através de dados do INE
obtiveram-se valores de vendas por município de 2000 até 2006. [21] [22] [23] [24] [25]
Observaram-se esses valores e concluiu-se que as vendas têm, normalmente, um
comportamento padrão. Por isso, fez-se uma média dos seis anos em causa para se ter uma
noção de como são distribuídas as vendas por região e município:
Figura 3.21 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2) e da média de vendas de veículos
ligeiros entre 2000/2006
Como seria de esperar, as zonas onde existe maior densidade populacional, são aquelas onde
se vendem mais veículos automóveis.
Distribuição
49
Para determinar a quantidade espectável de veículos eléctricos foram usados os dados do
número médio de vendas gerais de veículos ligeiros, visto que aquele será proporcional a este
último.
O exemplo de cálculo que se apresenta a seguir parte dos valores médios de vendas de
veículos ligeiros e refere-se aos municípios que, em 2012, verão chegar ao seu mercado
veículos eléctricos.
Para distribuir o número de veículos eléctricos que chegam ao mercado pelos diversos
municípios estabelece-se a relação com as expectativas de vendas gerais. Apresenta-se de
seguida um exemplo de cálculo.
Exemplo de cálculo
Em 2012 vão ser vendidos veículos eléctricos nas zonas metropolitanas de Lisboa e Porto, nos seguintes municípios:
Tabela 1 - Quadro da média de veículos ligeiros vendidos em Portugal 2000/2006
Tendo os valores das vendas nesses municípios, calcula-se o peso que cada um tem
relativamente à soma dos 6 municípios que aqui está em causa. Assim, atribuiu-se uma
percentagem a cada município e por cada ano em que se está a fazer a distribuição.
Atendendo a que, neste caso, ou seja 2012, só nestes 6 municípios se venderão V.E., usaram-
se estes pesos para, com o valor de V.E. previstos para 2012, se calcular os V.E. que haverá
por município:
Distrito MunicípioMédia de veículos ligeiros vendidos
2000/2006 Peso %
Lisboa 45.112 57,86%
Loures 7.324 9,39%
Oeiras 10.525 13,50%
Porto 9.301 11,93%
Matosinhos 2.184 2,80%
V.N.Gaia 3.526 4,52%
77.972
Lisboa
Porto
Previsão dos veículos eléctricos e a sua distribuição pelo território português
50
Tabela 2- Quadro dos veículos eléctricos vendidos em Portugal 2012
Atrás foi reproduzido um dos exemplos de como foi feito o cálculo por município para as
vendas de V.E..
Nos restantes anos usou-se exactamente o mesmo critério, distribuindo-se por municípios e
depois calculando-se quantos V.E. se venderiam em cada município.
Para se definir a distribuição, teve-se em conta a densidade populacional, as estradas mais
movimentadas e também os locais onde as vendas de automóveis são mais representativas a
nível nacional.
De seguida são apresentados mapas ilustrativos deste método, no sentido de se perceber
como será feita a distribuição dos V.E. vendidos em Portugal por ano.
Distrito MunicípioVeículos eléctricos
vendidos em 2012 Peso %
Veículos eléctricos
vendidos por
município
Lisboa 57,86% 5.351
Loures 9,39% 869
Oeiras 13,50% 1.248
Porto 11,93% 1.103
Matosinhos 2,80% 259
V.N.Gaia 4,52% 418
Lisboa
Porto
9.249
Distribuição
51
Figura 3.22 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2) e dos veículos eléctricos vendidos
em 2011
Pode verificar-se que no mapa, em cima, a distribuição começa a ser feita nas duas grandes
cidades portuguesas. Como se indicou na previsão dos V.E., o crescimento inicial será lento e,
como afirmou a representante do ministério da economia, no início, os postos de
abastecimento vão começar pelas duas grandes cidades e só depois se vão expandir pelas
outras zonas mais populosas de Portugal. Com isto, em 2011, a distribuição será só por essas
duas grandes áreas metropolitanas.
Previsão dos veículos eléctricos e a sua distribuição pelo território português
52
Figura 3.23 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2) e dos veículos eléctricos vendidos
em 2012
Em 2012 já se nota um aumento para as zonas metropolitanas, tanto de Lisboa como do
Porto. Esta é evolução esperada por quem está ligado a este projecto em Portugal, um
crescimento a partir das duas grandes cidades de Portugal.
Neste mapa cada ponto verde representa 50 veículos. Na tabela 2 pode verificar-se em que
municípios haverá V.E. e quantos serão.
Distribuição
53
Figura 3.24 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2) e dos veículos eléctricos vendidos
em 2013
Para 2013 ainda não se chega à dezena de milhar vendida a nível nacional, mas as vendas já
se começam a alargar para quase toda a zona metropolitana de Lisboa e do Porto, havendo já
V.E. em vários municípios dessas zonas.
Na tabela 12, em anexo, pode observar-se mais concretamente a que municípios se refere.
Previsão dos veículos eléctricos e a sua distribuição pelo território português
54
Figura 3.25 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2) e dos veículos eléctricos vendidos
em 2014
Em 2014 começa a alargar-se a existência de V.E. para mais pontos do país, fora das zonas
metropolitanas do Porto e de Lisboa. No distrito de Braga começam a aparecer esses veículos
assim como no de Aveiro. Seguindo a indicação da especialista Francisca Duarte Pacheco,
espera-se assim que a distribuição comece a fazer-se pelos grandes centros urbanos seguindo-
se as cidades de alguma dimensão.
Os municípios encontram-se na tabela 13 em anexo
Distribuição
55
Figura 3.26 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2) e dos veículos eléctricos vendidos
em 2015
Em 2015 e acompanhando o crescimento que se sentirá a nível nacional, também a
distribuição de V.E. se vai começando a expandir. Espera-se que, para 2015, já quase todos os
grandes centros populacionais tenham V.E.. Constata-se através do mapa que, no litoral norte
e centro, onde as densidades populacionais são maiores, já existirão V.E. em quase todos
esses municípios, começando também a aparecer no litoral algarvio.
Os municípios encontram-se na tabela 14 em anexo.
Previsão dos veículos eléctricos e a sua distribuição pelo território português
56
Figura 3.27 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2) e dos veículos eléctricos vendidos
em 2016
A partir de 2016 vão começar a aparecer V.E. no interior do país. Como se observou em
3.2.2.1, no cenário base, no gráfico da figura 3.14, o crescimento da venda destes veículos
acentua-se. Nesta altura já se espera que esta tecnologia esteja numa fase de maturação,
com elevado grau de eficiência, fiabilidade, acessibilidade e assim já se possa expandir para
mais zonas do país, onde já haverá condições, ao nível de infra-estruturas, para que essas
populações disponham desse tipo de veículos para a sua mobilidade diária.
Os municípios encontram-se na tabela 15 em anexo.
Distribuição
57
Figura 3.28 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2) e dos veículos eléctricos vendidos em 2017
Para 2017, espera-se que as zonas com maior densidade populacional e as que imediatamente
se lhes seguem, já integrem V.E.. Começa a observar-se claramente que esta tecnologia vai
abrindo horizontes geográficos, partindo inicialmente dos grandes centros urbanos e
expandindo-se, primeiro de forma lenta e, a partir do momento que as vendas a nível
nacional crescem, também se expande mais rapidamente do litoral para o interior do país.
Os municípios encontram-se na tabela 16 em anexo.
Previsão dos veículos eléctricos e a sua distribuição pelo território português
58
Figura 3.29 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2) e dos veículos eléctricos vendidos em 2018
Nesta fase as vendas nacionais já rondarão as 70.000 unidades, sendo que serão repartidas
pelas grandes áreas urbanas e também pela maioria das capitais de distrito nacionais. Para
2017 já se prevê que a maioria das capitais de distrito nacionais esteja a comercializar V.E..
Os municípios encontram-se na tabela 17 em anexo.
Distribuição
59
Figura 3.30 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2) e dos veículos eléctricos vendidos em 2019 e 2020
Os anos de 2019 e de 2020 serão, ao nível das vendas e da distribuição, muito parecidos. Em
2019 vão vender-se perto de 83.000 unidades, sendo que em 2020 as vendas atingirão 86.000
unidades, valores que indicam estar-se próximo da estabilização nas vendas, embora ainda
em crescimento.
Como o gráfico das vendas de 2020 é em tudo semelhante ao de 2019, decidiu-se não o
colocar, sendo que as tabelas (19 e 20) exemplificativas dos valores e dos municípios estão
em anexo junto às outras tabelas referentes a cada ano de 2011 a 2020.
Previsão dos veículos eléctricos e a sua distribuição pelo território português
60
• Total do número de veículos eléctricos em 2020
Figura 3.31 - Mapa da densidade populacional em Portugal Continental (h/km2) e do total de veículos eléctricos
existentes em 2020
A figura 3.31 representa a totalidade dos V.E. que existirão em 2020 em Portugal. As zonas
com maior densidade populacional são aquelas que irão dispor de maior quantidade desses
veículos. Verificam-se pontos e também manchas verdes, que expressam a totalidade de V.E..
Como será de esperar as áreas com mais habitantes por km2 e aquelas por onde as principais
estradas passam, serão onde vão aparecer mais V.E. e com maior facilidade. Desde o início da
sua comercialização, em 2011, os V.E. começarão a aumentar nas áreas metropolitanas de
Lisboa e Porto expandindo-se, à medida que os anos vão passando e a tecnologia se vai
integrando, pelas principais zonas do país e só depois pelo interior de Portugal.
Distribuição
61
Em 2020 já se espera que em mais de 95% das capitais de distrito de Portugal Continental,
haja a circular V.E..
Figura 3.32 - Número de VE em 2020 nos principais distritos do país
O gráfico da figura 3.32 representa o número de V.E. existentes em Portugal em 2020,
divididos por zonas, distritos do litoral e o interior do país.
As vendas de veículos ligeiros na área do Porto são normalmente quatro vezes inferiores aos
valores das vendas em Lisboa. [21] [23] Isso reflecte-se na venda de eléctricos, na mesma
proporção.
Comprova-se que Lisboa será o distrito onde existirão mais V.E.. Seguindo a tendência das
vendas de automóveis ligeiros em Portugal, Lisboa, desde que existem dados conhecidos, é
sempre o município onde se vendem mais veículos [23] e, por conseguinte, nesta previsão e
relativamente aos V.E., será na capital que existirão mais carros movidos com motor
eléctrico.
O valor do interior do país representa, neste gráfico, o somatório dos V.E. existentes em:
Bragança, Vila Real, Viseu, Guarda, Castelo Branco, Évora e Beja. Fazendo o somatório dos
municípios onde existirão V.E. e comparando com os outros distritos comprova-se que o
interior do país terá muito mais dificuldades na implantação dos V.E. do que o litoral. Só os
distritos de Santarém e de Viana do Castelo não terão, só por si, mais V.E. que a totalidade
do interior de Portugal Continental.
0 50.000 100.000 150.000 200.000
Interior do país
Viana do Castelo
Braga
Porto
Aveiro
Coimbra
Leiria
Santarém
Lisboa
Setúbal
Faro
Nº de VE
Capítulo 4
CONSUMO ELÉCTRICO
4.1. Consumo de energia eléctrica em Portugal
A electricidade é uma das principais formas de energia dos tempos actuais. O consumo de
energia eléctrica tem aumentado todos os anos. No mundo moderno esta energia é vital.
Paralelamente ao desenvolvimento de qualquer zona, região ou país está o aumento do
consumo eléctrico. Com uma grande taxa de desenvolvimento e um enquadramento político,
económico e social favorável, o consumo de electricidade tende a aumentar.
Os V.E. terão de ser carregados através da rede eléctrica, originando um aumento dos
consumos de electricidade.
Em Portugal os consumos de electricidade, desde que há dados oficiais conhecidos, têm
aumentado todos os anos. Isto deve-se ao contínuo desenvolvimento que se vai logrando no
país.
Consumo Eléctrico
64
Figura 4.1 - Consumo de energia eléctrica por ano (GWh)
O crescimento de 1994 até 2007 tem sido a uma taxa média de 4.5%. Até 2000 o consumo
crescia por ano perto dos 6%. A partir de 2001 houve uma redução no crescimento, sendo que,
de 2006 a 2007, já se aproximou dos 2.5% de crescimento [29].
4.1.1. Distribuição dos consumos de energia eléctrica por Portugal
Continental
O consumo de energia eléctrica em Portugal, distribuída pelos vários distritos, tem,
normalmente, um comportamento padrão. Apesar de o consumo aumentar nacionalmente, de
1994 a 2007 as percentagens por distrito mantêm-se. Ou seja, normalmente cada distrito de
Portugal consome a mesma percentagem de energia eléctrica relativamente ao total nacional
de cada ano [29].
0
10.000
20.000
30.000
40.000
50.000
60.000
1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Co
nsu
mo
de
en
erg
ia e
léct
rica
(G
Wh
)
Ano
Consumo de energia eléctrica em Portugal
65
Figura 4.2 – Mapa do consumo médio total em Portugal dividido por zonas (%)
O mapa da figura 4.2 representa os distritos de Portugal Continental com os consumos em
percentagem relativamente ao total nacional.
Como era de esperar, o distrito de Lisboa é aquele que se destaca no consumo de energia
eléctrica em Portugal. Chega, por ano, muito perto de 21% do total de energia eléctrica
consumida. O distrito do Porto vem a seguir, com consumos na ordem dos 18% do total
nacional. As zonas de maior densidade populacional são aquelas onde mais energia eléctrica
se consome. Tal como em outros sectores em Portugal, o litoral Norte e Centro e o Algarve,
são as zonas de maior consumo.
Consumo Eléctrico
66
4.1.2. Previsão do consumo eléctrico até 2020
Analisando a tendência do gráfico da figura 4.1, pode concluir-se que os consumos nos
próximos anos vão continuar a aumentar.
A taxa de desenvolvimento económico/social nacional vai continuar a subir e, com isso,
originar o aumento dos consumos de electricidade.
Examinando a curva de crescimento real de 1994 a 2007 [29] e prevendo a continuação do
aumento dos consumos, com taxas de crescimento próximas das vividas até agora, pode
concluir-se que a curva de crescimento do consumo eléctrico vai continuar a subir a uma taxa
anual de 2% de crescimento:
Figura 4.3 - Consumo de energia eléctrica por ano até 2020 (GWh)
Verifica-se então que os consumos de electricidade em Portugal vão ultrapassar os 62.000
GWh em 2020.
Tabela 3 – Consumos totais previstos
20.000
30.000
40.000
50.000
60.000
70.000
1994 1998 2002 2006 2010 2014 2018
Co
nsu
mo
de
en
erg
ia e
léct
rica
(G
Wh
)
Ano
Real
Previsto
Ano Consumos totais
(GWh)
2011 52.051,57
2012 53.092,60
2013 54.154,45
2014 55.237,54
2015 56.342,29
2016 57.469,14
2017 58.618,52
2018 59.790,89
2019 60.986,71
2020 62.206,44
Consumo de energia eléctrica em Portugal
67
4.1.3. Previsão do consumo eléctrico até 2020 atendendo à
eficiência energética
Da energia consumida em Portugal, mais de 80% é importada e dessa é desperdiçada mais de
50% [30]. Ainda assim Portugal é dos países da Europa que, na produção de energia eléctrica,
mais integra componente renovável.
A União Europeia quer diversificar as fontes de energia que alimentam os países europeus,
aumentar a eficiência energética e lutar para influenciar o sector internacional na área da
energia. Isto persegue a dois objectivos: a redução dos gases com efeito de estufa e a fuga à
dependência energética dos combustíveis fósseis.
Para isso o Parlamento Europeu aprovou, no fim de 2008, o pacote clima-energia: “três
vintes” a desenvolver até 2020. [31]
O objectivo desta legislação é que nos países da União Europeia se reduzam em 20% as
emissões de gases com efeito de estufa, se eleve para 20% a quota-parte das energias
renováveis no consumo de energia e se aumente em 20% a eficiência energética até 2020.
Seguindo a tendência actual e sem qualquer alteração ao nível de eficiência energética,
Portugal chegaria a 2020 com consumos acima dos 60.000 GWh, como se vê na figura 4.3.
Partindo do pressuposto que Portugal consiga, ao nível da eficiência energética, o objectivo
de em 2020 consumir menos 20% de energia eléctrica, então Portugal consumirá menos 20%
de energia eléctrica relativamente ao consumo eléctrico que se prevê até 2020 com a
tendência actual de consumo.
Figura 4.4 - Consumo de energia eléctrica por ano até 2020 atendendo às normativas europeias (GWh)
Com este gráfico verifica-se que Portugal, procurando usar a energia que consome de forma
eficiente, como espera a União Europeia, irá diminuir o consumo gradualmente e, em 2020,
20.000
30.000
40.000
50.000
60.000
1994 1998 2002 2006 2010 2014 2018
Co
nsu
mo
de
en
erg
ia e
léct
rica
(G
Wh
)
Ano
Real
Previsto
Consumo Eléctrico
68
os valores andarão muito perto dos vividos actualmente, com consumos quase a chegar aos
50.000 GWh.
Para que esta redução aconteça, o consumo terá de ter crescimentos com valores muito
reduzidos, chegando ainda a crescimentos com taxas negativas, em vários anos. Só assim se
conseguirá chegar a essa redução de 20% no consumo energético.
Esta redução não significa a perda de qualidade de vida e de bem-estar do consumidor.
Simplesmente perspectiva que cada um faça uso da energia eléctrica de uma forma mais
eficiente. Como foi referido atrás, Portugal é um dos países da União Europeia que desperdiça
mais energia. Usando a energia que se consome de uma maneira eficiente conseguir-se-á
chegar aos valores pretendidos.
4.2. Consumo eléctrico com o aparecimento de V.E.
Os V.E. são veículos que precisam, para a sua mobilidade, de energia eléctrica armazenada
nas suas baterias. As baterias são carregadas através da rede eléctrica, podendo ser
carregadas em casa ou em pontos de carga próprios para esse serviço.
Através dos dados obtidos, aquando do cálculo de previsão de veículos eléctricos ligeiros em
3.3.2.1, no cenário base, e com os cálculos feitos em 4.1.2. chega-se ao cálculo dos consumos
previstos por ano incorporando V.E.. Como o crescimento dos V.E. é em forma de S, a curva
dos consumos penderá a acompanhar essa tendência. A implantação dos V.E. dar-se-á de uma
forma lenta até 2015, com isto o aumento dos consumos não se notará de uma forma muito
significativa, sendo que, em qualquer um dos casos que se apresentam a seguir, até 2015,
nunca provocará um aumento de um ponto percentual relativamente aos consumos de energia
eléctrica sem V.E..
Com os carregamentos que se farão das baterias dos V.E., os consumos energéticos nacionais
vão aumentar. Aqui vão referir-se algumas expectativas de como poderá surgir a curva de
consumo eléctrico com os consumos dos V.E..
Para se calcularem os consumos que os V.E. imporão à rede, têm de se conhecer as
capacidades dos automóveis ou seja das suas baterias. Como a tecnologia dos V.E. ainda não
é muito conhecida, para esses cálculos utilizaram-se valores de referência atendendo aos V.E.
conhecidos e a alguns protótipos em fase de construção.
Consumo eléctrico com o aparecimento de V.E.
69
Cenário 1:
Para o primeiro caso foram considerados os seguintes pontos:
• A capacidade das baterias dos V.E. será em média de 20 kWh.
• Os V.E. serão carregados todos os dias do ano na sua totalidade.
• Pelos dados conhecidos, as baterias terão eficiências muito perto dos 80%.
Tabela 4 – Consumo de energia por parte dos V.E.
Multiplicando a capacidade média pelo número de V.E. existentes num dado ano, tem-se a
energia que por eles será consumida. Somando estes valores, aos previstos em 4.1.2. chega-se
a:
Tabela 5 – Consumos totais previstos
Capacidade média de um VE (kWh)
Eficiência de carga %
Capacidade média de um VE (kWh) ano
Ano
Energia consumida pelo número de carros vendidos
(kWh)20 80 8760 2011 34.557.108
2012 115.574.262
2013 199.625.070
2014 329.814.634
2015 538.601.020
2016 860.180.899
2017 1.325.925.245
2018 1.943.671.614
2019 2.673.976.729
2020 3.428.571.223
AnoConsumos totais
(GWh)
2011 52.086
2012 53.208
2013 54.354
2014 55.567
2015 56.881
2016 58.329
2017 59.944
2018 61.735
2019 63.661
2020 65.635
Consumo Eléctrico
70
Figura 4.5 - Consumo de energia eléctrica por ano com e sem os consumos dos VE (GWh)
Comprova-se que, com a entrada dos V.E., os consumos vão aumentar. Aumentando pouco
até 2015, pois pela previsão feita em 3.3.2.1, a tecnologia em causa até esse ano ainda
estará em maturação e, consequentemente, ainda não vai verificar-se uma massificação na
procura. A partir de 2015, com o aumento de V.E. a circular nas estradas nacionais, os
consumos eléctricos também vão aumentar, sendo que, neste caso, está a considerar-se que
estes veículos serão carregados todos os dias do ano e carregando 100% da capacidade
diariamente.
Atendendo aos consumos previstos com os V.E. em 2020, o consumo crescerá muito perto dos
5.2% relativamente à curva de consumo previsto sem V.E..
Cenário 2:
Não se pode descurar a evolução das baterias. Esta evolução, apesar de se prever lenta, vai
realizar-se, aumentando com isso a capacidade das baterias.
• As baterias terão capacidades médias de 20 kWh até 2015 e 30 kWh a partir de 2016,
com eficiências de 80% e 90% respectivamente.
• Os V.E. serão carregados todos os dias do ano na sua totalidade.
45.000
50.000
55.000
60.000
65.000
70.000
2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020
Co
nsu
mo
de
en
erg
eia
elé
ctri
ca (
GW
h)
Ano
Sem VE
Com VE
Consumo eléctrico com o aparecimento de V.E.
71
Tabela 6 – Consumos totais previstos com V.E.
Figura 4.6 - Consumo de energia eléctrica por ano com e sem os consumos dos VE (GWh)
Neste caso e prevendo-se que as baterias tenham mais capacidade a partir de 2015, assim
como uma maior eficiência de carga e atendendo a que se carregarão todos os dias, os
consumos relativamente à curva sem V.E. aumentam mais de 7% em 2020.
Cenário 3:
Pegando no caso 2 admite-se que, a partir de 2015, existirão baterias com maior capacidade,
rendimento e eficácia. Nessas condições estas só carregarão, em média, metade do ano, não
havendo a necessidade de serem carregadas todos os dias, mas carregarão sempre na
totalidade da sua capacidade.
Capacidade média de um VE (kWh)
Eficiência de carga %
Capacidade média de um VE (kWh) ano
Ano
Energia consumida pelo número de carros vendidos
(kWh)
Consumos totais (GWh)
20 80 8760 2011 34.557.108 52.086
2012 115.574.262 53.208
2013 199.625.070 54.354
2014 329.814.634 55.567
2015 538.601.020 56.881
30 90 12045 2016 1.182.748.737 58.652
2017 1.823.147.212 60.442
2018 2.672.548.469 62.463
2019 3.676.718.003 64.663
2020 4.714.285.431 66.921
45.000
50.000
55.000
60.000
65.000
70.000
2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020Co
nsu
mo
de
en
erg
ia e
léct
rica
(G
Wh
)
Ano
Sem VE
Com VE
Consumo Eléctrico
72
Tabela 7 – Consumos totais previstos com V.E.
Figura 4.7 - Consumo de energia eléctrica por ano com e sem os consumos dos VE (GWh)
Com o desenvolvimento da tecnologia das baterias, estes aparelhos terão cada vez mais
capacidade e melhor rendimento, necessitando ser carregados menos vezes por ano. Neste
caso, havendo uma redução nos actos de carregamento a partir de 2015, ou seja, em média
metade do ano, os consumos eléctricos, devidos ao carregamento dos V.E., vão descer
relativamente aos casos anteriores, sendo que, para 2020 se aproximará dos 3.5%
relativamente à curva de previsão de consumo eléctrico sem VE.
Os três casos apresentados representam uma perspectiva dos consumos eléctricos, partindo
do carregamento das baterias dos V.E.. Para verificar o aumento dos consumos eléctricos
devidos aos V.E. este pode ser um dos processos, já que se conhece a capacidade das baterias
e se assume que estas são carregadas todos os dias ou metade dos dias do ano, mas
carregadas sempre na sua totalidade.
São cenários que podem acontecer, mas o esperável é que haja carregamentos de baterias
quando estas ainda dispõem de alguma ou de bastante carga.
Capacidade média de
um VE (kWh)
Eficiência de carga
%
Capacidade média de
um VE (kWh) anoAno
Energia consumida pelo
número de carros
vendidos (kWh)
Consumos totais
(GWh)
20 80 8760 2011 34.557.108 52.086
2012 115.574.262 53.208
2013 199.625.070 54.354
2014 329.814.634 55.567
2015 538.601.020 56.881
30 90 6022,5 2016 591.374.368 58.061
2017 911.573.606 59.530
2018 1.336.274.235 61.127
2019 1.838.359.001 62.825
2020 2.357.142.716 64.564
45.000
50.000
55.000
60.000
65.000
70.000
2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020
Co
nsu
mo
de
en
erg
ia e
léct
rica
(G
Wh
)
Ano
Sem VE
Com VE
Consumo eléctrico com o aparecimento de V.E.
73
No sentido de se perceber melhor esta situação conceberam-se outros tipos de cenários. Estes
terão como base de cálculo o número de V.E. existentes, os quilómetros percorridos por ano
por cada V.E. e os consumos por quilómetro.
Para se saber o número de quilómetros que os V.E. farão por ano, utilizaram-se novamente os
dados do inquérito realizado 3.3.1. Com os valores de quilómetros de percursos que, em
média, os inquiridos fazem diariamente, chegou-se a um valor médio padrão de quilómetros
percorridos por ano e por veículo de 12650 km. Este valor será um valor fixo para os primeiros
cenários, juntamente com os valores de V.E. existentes por ano.
• N = número de V.E.
• K = km percorridos por ano e por veículo
• C = consumo por km
O total de energia eléctrica (T) por ano consumida pelos V.E. será dada por:
� = � × � × � (4.1)
O valor do consumo por km é calculado segundo informações do construtor. Como atrás se
referiu, os dados sobre capacidades de baterias são quase desconhecidos, no que toca a
veículos movidos unicamente a energia eléctrica. Este valor é, então, obtido atendendo aos
valores conhecidos das capacidades das baterias e à autonomia que estas apresentam.
A maioria dos V.E. que andará nas estradas, será de veículos para mobilidade urbana, com
baixos consumos. De seguida apresentam-se alguns cenários possíveis:
Cenário 4:
Neste cenário calcular-se-á o total de energia consumida por ano pelos V.E.:
• Veículos com baterias de capacidade de 20 kWh, eficiência de carga de 80% e
autonomia de 160 km, que dará um consumo de 0.15 kWh/km.
Com estes dados chega-se:
Consumo Eléctrico
74
Tabela 8 - Consumos totais previstos com V.E.
Este cenário indica que, com consumos dos V.E. nesta ordem, a diferença do total dos
consumos nacionais de energia eléctrica com V.E. relativamente aos consumos previstos até
2020 sem V.E. 4.1.2, será muito reduzida, sendo que só aumentará um ponto percentual
muito perto de 2019, ultrapassando 1% de aumento em 2020.
Cenário 5:
Neste cenário vão modificar-se os consumos por km. Previstos para entrar no mercado, como
se referiu no capítulo 2, estão vários modelos de veículos eléctricos. Estes serão cada vez
mais eficientes. Vão existir no futuro carros eléctricos para todos os gostos, mas no início da
sua comercialização a maioria será constituída por veículos de circulação urbana.
Existem modelos de circulação urbana com consumos de 0.096 kWh/km.
Neste cenário o total de energia consumida pelos V.E.:
• 60 % dos V.E. terão consumos por km de 0.096 kWh/km os restantes 40% andarão na ordem dos 0.15 kWh/km
Ano K (km) C (kWh/km) N T (kWh) Consumos totais
(GWh)
2011 12.650 0,15 3.945 7.485.400,95 52.059,05
2012 13.193 25.034.493,30 53.117,63
2013 22.788 43.240.704,27 54.197,69
2014 37.650 71.441.012,23 55.308,98
2015 61.484 116.666.145,56 56.458,96
2016 98.194 186.323.431,14 57.655,46
2017 151.361 287.208.122,47 58.905,73
2018 221.880 421.017.909,52 60.211,91
2019 305.248 579.209.000,41 61.565,92
2020 391.389 742.661.403,53 62.949,10
Consumo eléctrico com o aparecimento de V.E.
75
Tabela 9 - Consumos totais previstos com V.E.
Com consumos dos V.E. nesta ordem de grandeza, o aumento, atendendo à previsão dos
consumos eléctricos sem V.E. 4.1.2, nunca chegará a 1%, ficando-se muito perto disso em
2020.
Atendendo aos dados destes dois cenários, o aumento do consumo eléctrico nacional não irá
aumentar muito, esperando-se um ligeiro aumento para perto de 1% já em 2020.
Cenário 6:
No próximo cenário e com o consumo fixo de 0.15 kWh/km as alterações serão feitas nos
quilómetros que em média se percorrem por ano.
• Aqui indicar-se-á um valor diferente do obtido pelos inquéritos, sendo que se projecta
para este cenário um valor médio de km percorridos por ano de 20.000 km.
Tabela 10 - Consumos totais previstos com V.E.
Ano K (km) C (kWh/km) C (kWh/km) N T (kWh) Consumos
totais (GWh)
2011 12650 0,15 0,096 3.945 5.868.554,34 52.057,44
2012 13.193 19.627.042,75 53.112,23
2013 22.788 33.900.712,15 54.188,35
2014 37.650 56.009.753,59 55.293,55
2015 61.484 91.466.258,12 56.433,76
2016 98.194 146.077.570,01 57.615,22
2017 151.361 225.171.168,02 58.843,69
2018 221.880 330.078.041,06 60.120,97
2019 305.248 454.099.856,32 61.440,81
2020 391.389 582.246.540,37 62.788,69
Ano K (km) C (kWh/km) N T (kWh) Consumos totais
(GWh)
2011 20.000 0,15 3.945 11.834.626,01 52.063,40
2012 13.193 39.580.226,56 53.132,18
2013 22.788 68.364.749,83 54.222,82
2014 37.650 112.950.216,96 55.350,49
2015 61.484 184.452.404,05 56.526,74
2016 98.194 294.582.499,82 57.763,72
2017 151.361 454.083.988,10 59.072,60
2018 221.880 665.640.963,67 60.456,53
2019 305.248 915.745.455,20 61.902,45
2020 391.389 1.174.168.226,92 63.380,61
Consumo Eléctrico
76
Figura 4.8 - Consumo de energia eléctrica por ano com e sem os consumos dos VE (GWh)
No gráfico da figura em cima já se pode verificar uma pequena diferença entre as duas
curvas, sendo que o aumento já é para cima de 1% a partir de 2018 e muito perto dos 2% em
2020. Como neste cenário os V.E. farão mais km por ano terão de consumir mais energia
eléctrica. Para já não é muito espectável que os V.E. sejam viaturas para fazer tantos km por
ano.
4.2.1. Diagrama de carga típico dos veículos eléctricos
Tendo verificado o impacto que a entrada dos veículos eléctricos terá no consumo de energia
eléctrica nacional, agora vai verificar-se o impacto que estes podem ter nos picos de carga.
Supõe-se que um veículo eléctrico terá de pico de potência de bateria 7kW. Esta é a potência
média dos poucos veículos totalmente eléctricos que se conhecem e, por isso, aqui será
assumida como potência de pico média. Atendendo ao valor de potência instalada no sistema
eléctrico nacional de 2005, 13.1GW [32] e supondo uma coincidência de carga com um factor
de simultaneidade de 0.6 obteve-se:
45.000
50.000
55.000
60.000
65.000
2008 2010 2012 2014 2016 2018 2020
Co
nsu
mo
de
en
erg
eia
elé
ctri
ca
(GW
h)
Ano
Sem VE
Com VE
Consumo eléctrico com o aparecimento de V.E.
77
Tabela 11 - Consumos totais previstos com V.E.
O valor % representa a percentagem do total de capacidade instalada relativamente ao total
de procura. Com os dados conhecidos de potência instalada de 2005 e admitindo que será
esta potência instalada até 2020, este impacto começar-se-á a sentir para lá de 2016/2017.
Com estes valores aqui apresentados e se, em 2020, em horas de ponta de carga, mais de
metade dos veículos eléctricos existentes precisar de carregar, certamente isso irá trazer
consequências para a rede. É de prever que a potência instalada em Portugal aumente. Dessa
forma, em 2020 este cenário será mais atenuado.
Para que o carregamento dos V.E. não exerça muita pressão na rede deve incentivar-se o
carregamento nocturno, em horas de vazio, o que vai servir para estabilizar a gestão da rede
eléctrica, deixando com isso que esta varie tanto ao longo do dia, o que melhora o seu
funcionamento. Pode assim garantir-se também o uso das renováveis, principalmente da
eólica que, em muitos casos, há a necessidade de parar por, em horas de vazio, não existir
consumo para a energia produzida.
Podem construir-se então diagramas de carga típicos diários esperáveis de veículos eléctricos.
Vai considerar-se uma potência de pico de bateria de 7KW e variações nos factores de
simultaneidade. Nas horas de vazio foi aplicado um fs=0.6. Supondo também carregamentos
ao início da tarde e princípio da noite com fs=0.2. Durante as horas de vazio consideraram-se
carregamentos lentos entre 6 e 8 horas. Obtiveram-se os seguintes gráficos, representando
um dia dos anos 2012, 2015, 2018 e 2020.
2011 7 0,6 3.945 0,02 0,1%
2012 13.193 0,06 0,4%
2013 22.788 0,10 0,7%
2014 37.650 0,16 1,2%
2015 61.484 0,26 2,0%
2016 98.194 0,41 3,1%
2017 151.361 0,64 4,9%
2018 221.880 0,93 7,1%
2019 305.248 1,28 9,8%
2020 391.389 1,64 12,5%
Ano Potência de pico (kW)Veículos eléctricos
Total de procura de potência (GW)
%F.S.
Consumo Eléctrico
78
Figura 4.9 – Diagramas típicos de carga dos V.E. em 2012, 2015, 2018 e 2020
Incentivando o carregamento dos V.E. em horas de vazio de carga, vai com certeza
uniformizar-se o diagrama de cargas da rede nacional de transporte, optimizando o seu
funcionamento.
4.3. Diagrama de energia acumulada
Nesta secção vai calcular-se um diagrama típico de descarga de bateria que indicará quanto a
bateria consumiu e com que energia estará ao fim do dia. Como já foi referido, este tipo de
veículo será, nos primeiros tempos, para mobilidade urbana, fazendo poucos quilómetros
diários. Será também um veículo que, aqui se assume, se carregará à noite com a
possibilidade de fornecimento à rede durante o dia. Será um diagrama típico provável
atendendo a comportamentos relativamente conhecidos, como as horas de ponta de trânsito
e deslocações esperadas.
Para se definir um diagrama médio diário, utilizou-se como base o cenário 4, tendo um
veículo a consumir 0.15 kWh/km e a fazer por ano 12650 km.
Atendendo a estes dados pode concluir-se que, em média, cada veículo fará 35 km por dia.
Estes podem ser distribuídos pelas horas do dia. Estando a falar de um
consumidor/trabalhador normal, este precisará de se deslocar para o trabalho e do trabalho
para casa. Posto isto, as horas de ponta de trânsito normalmente verificam-se entre as 8 e as
9 horas da manhã e as 17 e 18 horas. Vai assumir-se que nestes horários, o veículo fará 90%
0
10
20
30
40
50
60
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
MW
Horas
2012
0
50
100
150
200
250
300
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
MW
Horas
2015
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
MW
Horas
2018
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
MW
Horas
2020
Diagrama de energia acumulada
79
dos quilómetros diários, sendo os restantes 10% para pequenas deslocações como, por
exemplo, à hora de almoço.
Para um veículo que faça diariamente muito perto de 35 km, repartidos em 90% com
deslocações casa-trabalho-casa e os restantes 10% para outro tipo de deslocações, fará
aqueles 90% nas horas de ponta de trânsito:
Figura 4.10 - Diagrama típico de descarga
O gráfico da figura 4.10 representa a quantidade de energia que a bateria terá ao longo do
dia. Estes veículos serão carregados durante a noite e estarão em circulação durante o dia,
principalmente ao início e no fim do dia, em deslocações casa-trabalho-casa. Os veículos
automóveis estão parados entre 93% a 96% do seu tempo de vida [1]. Dos 35 km que em média
se fazem por dia, 45% serão no espaço da manhã entre as 8 e 9 horas, 10% durante a tarde e
os restantes 45% ao fim do dia entre as 17 e 18 horas, altura em que se regressa a casa depois
do trabalho.
Observando o gráfico pode verificar-se que no início do dia, quando se começa a circular com
o veículo, a bateria terá a sua carga máxima (100%), visto ter sido carregada durante a noite.
Fazendo o seu percurso inicial, cerca de 45% dos 35 km entre as 8 e 9 da manhã, com os
consumos conhecidos de 0.15 kWh/km, a capacidade da bateria descerá para perto dos 88%,
descendo um pouco mais durante o início da tarde e chegando muito perto dos 74% ao fim do
dia quando se regressa a casa.
Conclui-se então que, existindo um comportamento padrão desde género, com veículos a
fazerem em média diária 35 km e com estes consumos, durante grande parte do tempo terão
muita energia acumulada. Entre 70% e 75% da capacidade da bateria estará disponível ao fim
do dia. Verifica-se também que, mediante estes consumos e neste caso, serão precisos quase
4 dias para voltar a ser carregada na sua totalidade, perdendo por dia perto de 25% da sua
energia.
0,0%
20,0%
40,0%
60,0%
80,0%
100,0%
8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18
% d
a e
ne
rgia
acu
mu
lad
a n
a b
ate
ria
Horas do dia
Consumo Eléctrico
80
4.4. Consumos por distrito devido a V.E.
Com estudo realizado na secção 3.3 do capítulo 3 obteve-se a distribuição dos V.E. pelo
território nacional. Utilizando como base o cenário 4 deste capítulo, associado com a
distribuição feita em 3.4 vai verificar-se o consumo que cada região terá mediante o número
de V.E. que existirão.
Então, agregando os dados dos V.E. por ano e, agora neste caso, também por distrito, com o
cenário 4, onde se têm veículos com consumos de 0.15 kWh/km e a fazerem 12650 km
anualmente obtêm-se os seguintes gráficos:
Figura 4.11 – Distrito do Porto
Figura 4.12 - Distrito de Lisboa
0
20.000
40.000
60.000
80.000
100.000
120.000
140.000
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Co
nsu
mo
an
ual
(M
Wh
)
Ano
Porto
050.000
100.000150.000200.000250.000300.000350.000400.000450.000
2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Co
nsu
mo
an
ual
(M
Wh
)
Ano
Lisboa
Consumos por distrito devido a V.E.
81
Figura 4.13 - Distrito de Setúbal
Figura 4.14 - Distrito de Braga
Figura 4.15 - Distrito de Faro
0
10.000
20.000
30.000
40.000
50.000
60.000
70.000
2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Co
nsu
mo
an
ual
(M
Wh
)
Ano
Setúbal
0
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
30.000
2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Co
nsu
mo
an
ual
(M
Wh
)
Ano
Braga
0
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
30.000
35.000
40.000
2015 2016 2017 2018 2019 2020
Co
nsu
mo
an
ual
(M
Wh
)
Ano
Faro
Consumo Eléctrico
82
Figura 4.16 - Distrito de Coimbra
Figura 4.17 - Distrito de Leiria
Figura 4.18 - Distrito de Aveiro
0
2.000
4.000
6.000
8.000
10.000
12.000
14.000
16.000
18.000
2015 2016 2017 2018 2019 2020
Co
nsu
mo
an
ual
(M
Wh
)
Ano
Coimbra
0
5.000
10.000
15.000
20.000
2015 2016 2017 2018 2019 2020
Co
nsu
mo
an
ual
(M
Wh
)
Ano
Leiria
0
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
30.000
2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
Co
nsu
mo
an
ual
(M
Wh
)
Ano
Aveiro
Consumos por distrito devido a V.E.
83
Os gráficos em cima representam os consumos que cada um destes distritos terá
relativamente ao número de V.E. que existirão em cada ano. Os restantes gráficos
encontram-se em anexo, da figura 4.19 à figura 4.27.
Estes são os oito distritos onde mais V.E. vão aparecer e, por isso, mais se destacam ao nível
dos consumos de electricidade que crescerão devido a estes.
Como o distrito de Lisboa é aquele onde vão aparecer mais V.E., será também onde se vai
consumir mais energia eléctrica devido à sua utilização. Com o número de V.E. que se espera
para Lisboa, em 2016, já se consumirão mais quase 120.000 MWh de energia eléctrica e em
2020 rondarão os 400.000 MWh a mais. Só devido aos veículos eléctricos, o distrito de Lisboa,
em 2020, consumirá quase tanto como consumiu, para consumos domésticos normais, o
município de Vila Nova de Gaia em 2007 [29].
A nível nacional o aumento não será muito significativo, atendendo a todo o tipo de
consumos. Mas, analisando vários municípios e vários tipos de consumo, principalmente no
consumo doméstico normal, dados da Direcção-Geral de Energia e Geologia, os consumos
devidos a veículos eléctricos nas duas grandes zonas metropolitanas, Porto e Lisboa, serão
maiores já em 2015, que os consumos domésticos normais de muitos municípios do interior do
país.
As regiões do Porto, Lisboa e Vale do Tejo e Faro, ultrapassarão, em 2020, 1% de aumento de
consumo relativamente às tendências actuais previstas para 2020 dessas regiões sem V.E.,
com a região de Lisboa e Vale do Tejo a aumentar mais de 3% no seu consumo anual em 2020.
Capítulo 5
CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS
Para se garantir uma independência relativamente aos combustíveis fósseis, em conjugação
com preocupações ambientais, o veículo eléctrico pode ser uma solução com elevadas
expectativas de sucesso no sector dos transportes.
Da análise realizada neste trabalho pode concluir-se que os veículos eléctricos serão uma
realidade nas estradas nacionais. Existe, nesta altura, uma sinergia fortíssima entre
exigências ambientais e factores económicos e políticos no sentido de implementar esta
tecnologia em Portugal.
Analisando os cálculos realizados comprova-se que o incremento dos veículos eléctricos se
concretizará gradualmente, esperando-se uma massificação das vendas para lá de 2015. No
trabalho foram concebidos três cenários possíveis, sendo que, o cenário base é aquele que
mais potencialidades denota de correspondência com a realidade. No entanto, não se podem
desprezar os outros cenários: O optimista, com uma entrada inicial mais forte dos veículos
eléctricos no mercado automóvel, e os cenários pessimistas nos quais, um perspectiva uma
inserção no mercado mais lenta e demorada e outro o puro e simples fracasso desta
tecnologia. Este último parece muito improvável para não dizer impossível, tendo em
consideração os esforços que se estão a fazer no sentido de implantar os veículos eléctricos
em Portugal.
Para qualquer nova tecnologia, a passagem do desenvolvimento para a sua produção e
distribuição em massa exige uma série de condições. No âmbito deste trabalho destacam-se
três que parecem fundamentais: deve tratar-se de uma tecnologia eficiente, fiável e
acessível; é necessário que se criem as infra-estruturas adequadas para a sua utilização;
requerem-se ainda condições económicas para a sua implantação.
Conclusões e trabalhos futuros
86
Como indica o inquérito realizado, as vantajosas condições económicas devidas a incentivos
fiscais e reduções de impostos serão fundamentais para uma massificação da compra de
veículos eléctricos, em detrimento dos veículos por combustão. Um dos grandes aliciantes
que estes veículos podem despertar para se constituírem como uma alternativa aos veículos
por combustão é que satisfazem a maioria das necessidades de tráfego urbano. Numa
primeira fase admite-se que estes veículos não se constituam como uma clara alternativa dos
veículos por combustão. Mas com o maior desenvolvimento dos seus componentes
nomeadamente as baterias, aumentando a autonomia dos veículos, perspectiva-se o veículo
eléctrico como uma “moda”, relativamente comparável à dos telemóveis. Inicialmente será
para uma franja estreita de pessoas, alargando-se cada vez mais para todas as classes sociais.
Isto acontecerá, certamente, aquando da massificação desta tecnologia. Então, os veículos a
combustão passarão para segundo plano e a médio longo prazo, esses veículos serão os
dinossauros dos automóveis. Os veículos eléctricos mudarão a face da indústria automóvel
originando uma mobilidade mais sustentável e amiga do ambiente.
No que respeita ao aumento dos consumos eléctricos, atendendo aos consumos previstos com
V.E. de 0.15 kWh/km, a percorrer 12650 km anualmente, o total do consumo eléctrico
nacional não conhecerá um aumento significativo. Verificando-se as tendências actuais de
crescimento do consumo eléctrico à taxa de 2% anualmente, com a entrada dos veículos
eléctricos no mercado automóvel essa taxa de crescimento nem chegará aos 2.5%. O consumo
eléctrico total nacional não terá, por isso, um aumento com significado devido à entrada dos
veículos eléctricos.
A nível regional e neste caso distrital, Porto e Lisboa serão os distritos onde mais se vai sentir
a presença de veículos eléctricos e, com isso, o aumento nos consumos de electricidade. Nas
principais regiões nacionais, os sistemas de distribuição e transporte, poderão requerer um
reforço. Regra geral, nos primeiros anos de implantação dos veículos eléctricos, a capacidade
dos sistemas de distribuição e transporte não serão uma limitação ao carregamento dos carros
eléctricos em horas de vazio.
Relativamente a picos de potência, em 2020, atendendo ao número de veículos eléctricos
previstos, de cerca, 6% do total do parque automóvel esperado para esse ano, e a potências
de pico de baterias de 7kW, poderá haver picos de procura de potência de mais de 1600MW.
Para que os veículos sejam, mesmo, carregados durante a noite, terão de existir altas
variações tarifárias, induzindo os carregamentos em horas de vazio. Tem de promover-se uma
conveniente sensibilização dos consumidores, acompanhada por vantagens tarifárias, para
compra à rede, mais barata em horas de vazio e mais cara durante o dia. No futuro espera-se
uma rede eléctrica quase a funcionar como a internet, em que se pode fazer o download de
conteúdos, neste caso de energia, e também se podem fornecer conteúdos para a rede, ou
seja, ser-se consumidor e ao mesmo tempo fornecedor. Com a energia que as baterias
poderão acumular diariamente, terão durante o dia a capacidade de fornecer à rede essa
energia a preços mais altos do que a comprada à rede durante as horas de vazio, com as
consequentes vantagens na perspectiva do negócio.
Apesar de o aumento no consumo de energia eléctrica se apresentar na sua globalidade baixo,
para se conseguirem cumprir as metas europeias relativamente à eficiência energética terá
Conclusões e trabalhos futuros
87
de se fazer um esforço ainda maior. Relativamente a estas metas, a Comissão Europeia, não
teve em conta os veículos eléctricos. Sendo certo que Portugal é um país muito ineficiente no
que toca ao consumo de energia, é um sector onde é necessário intervir mas, com a entrada
dos veículos eléctricos será mais difícil uma diminuição gradual no consumo.
Os veículos eléctricos funcionarão como um sistema de armazenamento da rede. Esta
capacidade de reserva permitirá uma melhor integração dos recursos renováveis.
Eventuais trabalhos futuros propõem-se virados para duas vertentes. Um, ligado ao impacto
que se verificará na economia nacional com a massificação do veículo eléctrico em
detrimento do veículo a combustão, relativamente ao uso dos combustíveis fósseis, ou seja o
decréscimo da importação destes, os níveis de poupança que quem optar por veículo eléctrico
terá comparativamente aos de combustão e que benefícios poderá trazer para o meio
ambiente; Um outro sobre os impactos/perturbações causados no sistema de distribuição pelo
carregamento das baterias, como harmónicos.
89
REFERÊNCIAS
[1] Moura, F. and Turton, H., “Driving energy system transformation with “vehicle-to-grid”
power”, 2006.
[2] Chan, C.C., "An overview of electric vehicle technology," Proceedings of the IEEE , vol.81,
no.9, pp.1202-1213, Sep 1993.
[3] Energias de Portugal (EDP): Disponível em:
http://www.edp.pt/EDPI/Internet/PT/Group/Sustainability/Environment/SemanaMobilidade
/VeiculosElectricos/default.htm, último acesso Dezembro de 2008.
[4] Maria Lopes, Público, “Acordo para carro eléctrico da Renault-Nissan”: Disponível em:
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1347777, último acesso Outubro de 2008.
[5] Think: Disponível em: http://www.think.no/think, último acesso Outubro de 2008.
[6] The REVA Electric Car Company: Disponível em: http://www.revaindia.com/, último
acesso Outubro 2008.
[7] Associação Portuguesa do Veículo Eléctrico: Disponível em: http://www.apve.pt/, último
acesso Outubro de 2008.
[8] Fiat Phylla: Disponível em: http://www.autobloggreen.com/2008/05/26/video-fiat-
phylla-powered-by-sunshine/, último acesso Outubro 2008.
[9] Smart EV: Disponível em: http://www.zytekgroup.co.uk/Default.aspx?tid=153, último
acesso Outubro 2008.
[10] TESLA MOTORS: Disponível em: http://www.teslamotors.com/, último acesso Outubro
2008.
[11] Dodge Circuit EV: Disponível em:
https://www.chryslerllc.com/en/innovation/envi/specs/dodge_vehicles.php, último acesso
Outubro 2008.
[12] Lightning GT: Disponível em: http://www.lightningcarcompany.co.uk/, último acesso
Novembro 2008.
[13] Jack R. Meredith and Samuel J. Mantel, “Technological Forecasting”, University of
Cincinnati, 1995.
90
[14] Steve DeLurgio, Sr., “Forecasting Principles and Applications”, Irwin/McGraw-Hill, New
York, 1998.
[15] Esri, “The Complete Geographic Information System”, 2008.
[16] Esri Gis and Mapping Software: Disponível em: http://www.esri.com/, ultimo acesso
Dezembro 2008.
[17] Esri Portugal Sistema e informação geográfica: Disponível em:
http://www.esriportugal.pt/, último acesso Dezembro 2008.
[18] Instituto Nacional de Estatística, “Anuário Estatístico de Portugal”, 2006.
[19] Presidência da República Portuguesa: Disponível em:
http://www.presidencia.pt/?idc=24&idi=612, último acesso Outubro 2008.
[20] Venda de Veículos Automóveis em Portugal, Estatísticas da ACAP: Disponível em:
http://www.acap.pt/data-center/estatisticas-acap.htm, último acesso Dezembro 2008.
[21] Instituto Nacional de Estatística, “Anuário Estatístico da Região Norte”, 2000, 2001,
2002, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007.
[22] Instituto Nacional de Estatística, “Anuário Estatístico da Região Centro”, 2000, 2001,
2002, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007.
[23] Instituto Nacional de Estatística, “Anuário Estatístico da Região Lisboa”, 2000, 2001,
2002, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007.
[24] Instituto Nacional de Estatística, “Anuário Estatístico da Região Alentejo”, 2000, 2001,
2002, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007.
[25] Instituto Nacional de Estatística, “Anuário Estatístico da Região Algarve”, 2000, 2001,
2002, 2003, 2004, 2005, 2006, 2007.
[26] Portugal Diário, ”Vendas de carros vão cair”: Disponível em:
http://diario.iol.pt/economia/portugal-carros-carro-vendas-automovel-acap/1028738-
1730.html, último acesso Janeiro 2009.
[27] Programa Negócios da Semana: Disponível em SIC NOTÍCIAS (7/1/2009).
[28] Estradas de Portugal, S.A., Departamento de Telemática e de Serviço aos Utentes:
Disponível em: http://telematica.estradasdeportugal.pt/pls/htmldb/f?p=105:1:0::NO, último
acesso Novembro de 2008.
[29] Direcção Geral de Energia e Geologia: Disponível em: http://www.dgge.pt/, último
acesso em Janeiro de 2009.
[30] Diálogo Siemens, “As energias renováveis serão fundamentais para a nossa economia”,
Setembro 2007.
91
[31] Parlamento Europeu: Disponível em:
http://www.europarl.europa.eu/news/expert/background_page/064-44005-343-12-50-911-
20081208BKG44004-08-12-2008-2008-false/default_pt.htm, último acesso Janeiro 2009.
[32] ERSE - Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos: Disponível em:
http://www.erse.pt/vPt/Entrada/, último acesso Janeiro de 2009.
93
Tabela 12 - Quadro dos veículos eléctricos vendidos em Portugal 2013
Tabela 13 - Quadro dos veículos eléctricos vendidos em Portugal 2014
Distrito MunicípioVeículos eléctricos
vendidos em 2013 Peso %
Veículos eléctricos
vendidos por
município
Lisboa 45,72% 4.386
Loures 7,42% 712
Oeiras 10,67% 1.024
Amadora 3,44% 330
Cascais 5,20% 499
Porto 9,43% 905
Matosinhos 2,21% 212
V.N.Gaia 3,57% 343
Maia 1,81% 174
Valongo 0,94% 90
Gondomar 1,58% 152
Almada 3,40% 326
Barreiro 1,57% 151
Seixal 3,03% 291
Porto
Setúbal
9.594
Lisboa
Distrito MunicípioVeículos eléctricos
vendidos em 2014 Peso %
Veículos eléctricos
vendidos por
município
Lisboa 38,62% 5.740
Loures 6,27% 932
Oeiras 9,01% 1.339
Amadora 2,91% 432
Cascais 4,40% 654
Odivelas 1,55% 230
Sintra 5,65% 840
V.F. de Xira 1,67% 248
Porto 7,96% 1.183
Matosinhos 1,87% 278
V.N.Gaia 3,02% 449
Maia 1,53% 227
Valongo 0,79% 117
Gondomar 1,33% 198
Póvoa do Varzim 0,55% 82
Vila do Conde 0,71% 106
Santo Tirso 0,51% 76
Almada 2,87% 427
Barreiro 1,33% 198
Seixal 2,56% 380
Setúbal 2,45% 364
Aveiro Aveiro 1,30% 193
Braga V.N.Famalicão 1,12% 166
Setúbal
14.862
Lisboa
Porto
94
Tabela 14 - Quadro dos veículos eléctricos vendidos em Portugal 2015
Distrito MunicípioVeículos eléctricos
vendidos em 2015 Peso %
Veículos eléctricos
vendidos por
município
Lisboa 32,00% 7.628
Loures 5,20% 1.238
Oeiras 7,47% 1.779
Amadora 2,41% 574
Cascais 3,64% 868
Odivelas 1,29% 307
Sintra 4,68% 1.116
V.F. de Xira 1,38% 330
Torres Vedras 0,59% 140
Porto 6,60% 1.573
Matosinhos 1,55% 369
V.N.Gaia 2,50% 596
Maia 1,27% 302
Valongo 0,66% 157
Gondomar 1,11% 264
Póvoa do Varzim 0,46% 109
Vila do Conde 0,59% 141
Santo Tirso 0,42% 100
Penafiel 0,36% 86
Paredes 0,38% 91
Paços de Ferreira 0,28% 67
Almada 2,38% 567
Barreiro 1,10% 262
Seixal 2,12% 505
Setúbal 2,03% 484
Moita 0,80% 190
Montijo 0,57% 135
Palmela 0,92% 219
Alcochete 0,28% 66
Aveiro 1,08% 257
Santa Maria da Feira 1,10% 262
Espinho 0,33% 79
V.N.Famalicão 0,92% 219
Guimarães 1,22% 291
Braga 1,60% 381
Viana do Castelo Viana do Castelo 0,89% 212
Coimbra 2,06% 491
Figueira da Foz 0,67% 160
Leiria Leiria 1,31% 312
Santarém Santarém 0,71% 168
Faro 1,23% 294
Albufeira 1,87% 445
Lisboa
23.834
Porto
Setúbal
Aveiro
Braga
Coimbra
Faro
95
Tabela 15 - Quadro dos veículos eléctricos vendidos em Portugal 2016
Distrito MunicípioVeículos eléctricos
vendidos em 2016 Peso %
Veículos eléctricos
vendidos por
município
Lisboa 29,96% 10.998
Loures 4,86% 1.786
Oeiras 6,99% 2.566
Amadora 2,26% 828
Cascais 3,41% 1.252
Odivelas 1,20% 442
Sintra 4,38% 1.609
V.F. de Xira 1,30% 476
Torres Vedras 0,55% 202
Porto 6,18% 2.267
Matosinhos 1,45% 532
V.N.Gaia 2,34% 860
Maia 1,19% 436
Valongo 0,62% 226
Gondomar 1,04% 380
Póvoa do Varzim 0,43% 157
Vila do Conde 0,55% 203
Santo Tirso 0,40% 146
Penafiel 0,33% 122
Paredes 0,35% 129
Paços de Ferreira 0,26% 97
Amarante 0,28% 103
Trofa 0,22% 81
Almada 2,23% 817
Barreiro 1,03% 378
Seixal 1,98% 728
Setúbal 1,90% 698
Moita 0,75% 274
Montijo 0,53% 195
Palmela 0,86% 316
Alcochete 0,26% 95
Aveiro 1,01% 372
Santa Maria da Feira 1,03% 378
Espinho 0,31% 113
Oliveira de Azeméis 0,47% 174
Águeda 0,39% 143
Ilhavo 0,42% 155
V.N.Famalicão 0,87% 318
Guimarães 1,14% 420
Braga 1,50% 549
Fafe 0,28% 102
Barcelos 0,65% 240
Esposende 0,26% 94
Viana do Castelo Viana do Castelo 0,83% 305
Coimbra 1,93% 707
Figueira da Foz 0,63% 230
Leiria 1,23% 451
Peniche 0,26% 94
Santarém Santarém 0,66% 242
Faro 1,15% 423
Albufeira 1,75% 641
Olhão 0,39% 144
Portimão 0,67% 248
Loulé 1,10% 403
Viseu Viseu 0,99% 364
Leiria
Faro
36.710
Coimbra
Porto
Setúbal
Aveiro
Braga
Lisboa
96
Tabela 16 - Quadro dos veículos eléctricos vendidos em Portugal 2017
Distrito MunicípioVeículos eléctricos
vendidos em 2017 Peso %
Veículos eléctricos
vendidos por
município
Lisboa 28,67% 15.244
Loures 4,66% 2.475
Oeiras 6,69% 3.556
Amadora 2,16% 1.148
Cascais 3,26% 1.735
Odivelas 1,15% 613
Sintra 4,19% 2.230
V.F. de Xira 1,24% 659
Torres Vedras 0,53% 281
Alenquer 0,31% 163
Porto 5,91% 3.143
Matosinhos 1,39% 738
V.N.Gaia 2,24% 1.192
Maia 1,14% 604
Valongo 0,59% 313
Gondomar 0,99% 527
Póvoa do Varzim 0,41% 218
Vila do Conde 0,53% 281
Santo Tirso 0,38% 202
Penafiel 0,32% 169
Paredes 0,34% 179
Paços de Ferreira 0,25% 135
Amarante 0,27% 143
Trofa 0,21% 112
Marco de Canaveses 0,27% 142
Almada 2,13% 1.133
Barreiro 0,99% 525
Seixal 1,90% 1.009
Setúbal 1,82% 968
Moita 0,71% 379
Montijo 0,51% 270
Palmela 0,82% 439
Alcochete 0,25% 132
Aveiro 0,97% 515
Santa Maria da Feira 0,99% 524
Espinho 0,29% 156
Oliveira de Azeméis 0,45% 241
Águeda 0,37% 198
Ilhavo 0,40% 215
Anadia 0,25% 132
Oliveira do Bairro 0,18% 96
Ovar 0,44% 234
V.N.Famalicão 0,83% 440
Guimarães 1,09% 582
Braga 1,43% 762
Fafe 0,27% 142
Barcelos 0,63% 333
Esposende 0,25% 131
Viana do Castelo Viana do Castelo 0,80% 423
Coimbra 1,84% 980
Figueira da Foz 0,60% 319
Leiria 1,18% 625
Peniche 0,24% 130
Caldas da Rainha 0,45% 240
Alcobaça 0,42% 222
Marinha Grande 0,36% 190
Pombal 0,34% 182
Porto
Setúbal 53.167
Aveiro
Braga
Leiria
Lisboa
Coimbra
97
Continuação Tabela 16
Santarém 0,63% 336
Tomar 0,27% 144
Ourém 0,27% 141
Entrocamento 0,22% 116
Faro 1,10% 587
Albufeira 1,67% 889
Olhão 0,38% 200
Portimão 0,65% 343
Loulé 1,05% 558
Viseu Viseu 0,95% 505
Vila Real Vila Real 0,52% 278
53.167Faro
Santarém
98
Tabela 17 - Quadro dos veículos eléctricos vendidos em Portugal 2018
Distrito MunicípioVeículos eléctricos
vendidos em 2018 Peso %
Veículos eléctricos
vendidos por
município
Lisboa 27,40% 19.324
Loures 4,45% 3.137
Oeiras 6,39% 4.508
Amadora 2,06% 1.455
Cascais 3,12% 2.200
Odivelas 1,10% 777
Sintra 4,01% 2.827
V.F. de Xira 1,18% 836
Torres Vedras 0,50% 356
Alenquer 0,29% 207
Mafra 0,56% 398
Porto 5,65% 3.984
Matosinhos 1,33% 936
V.N.Gaia 2,14% 1.511
Maia 1,09% 766
Valongo 0,56% 397
Gondomar 0,95% 668
Póvoa do Varzim 0,39% 276
Vila do Conde 0,51% 357
Santo Tirso 0,36% 256
Penafiel 0,30% 214
Paredes 0,32% 226
Paços de Ferreira 0,24% 171
Amarante 0,26% 181
Trofa 0,20% 143
Marco de Canaveses 0,26% 180
Lousada 0,18% 125
Felgueiras 0,23% 161
Almada 2,04% 1.436
Barreiro 0,94% 665
Seixal 1,81% 1.279
Setúbal 1,74% 1.227
Moita 0,68% 481
Montijo 0,49% 342
Palmela 0,79% 556
Alcochete 0,24% 168
Sesimbra 0,50% 351
Aveiro 0,93% 653
Santa Maria da Feira 0,94% 664
Espinho 0,28% 198
Oliveira de Azeméis 0,43% 306
Águeda 0,36% 250
Ilhavo 0,39% 272
Anadia 0,24% 167
Oliveira do Bairro 0,17% 122
Ovar 0,42% 296
V.N.Famalicão 0,79% 558
Guimarães 1,05% 738
Braga 1,37% 966
Fafe 0,25% 179
Barcelos 0,60% 422
Esposende 0,24% 166
70.519
Lisboa
Porto
Setúbal
Aveiro
Braga
99
Continuação Tabela 17
Viana do Castelo 0,76% 537
Ponte de Lima 0,18% 125
Valença 0,08% 56
Caminha 0,13% 91
Coimbra 1,76% 1.242
Figueira da Foz 0,57% 404
Leiria 1,12% 793
Peniche 0,23% 164
Caldas da Rainha 0,43% 305
Alcobaça 0,40% 282
Marinha Grande 0,34% 241
Pombal 0,33% 231
Santarém 0,60% 426
Tomar 0,26% 183
Ourém 0,25% 179
Entrocamento 0,21% 147
Faro 1,05% 744
Albufeira 1,60% 1.127
Olhão 0,36% 254
Portimão 0,62% 435
Loulé 1,00% 708
Silves 0,32% 225
Tavira 0,23% 164
Viseu Viseu 0,91% 640
Vila Real 0,50% 353Chaves 0,21% 151
Castelo Branco 0,53% 373
Covilhã 0,44% 313
Guarda Guarda 0,47% 331
Bragança Bragança 0,37% 261
70.519
Viana do Castelo
Faro
Vila Real
Castelo Branco
Coimbra
Leiria
Santarém
100
Tabela 18 - Quadro dos veículos eléctricos vendidos em Portugal 2019
Distrito MunicípioVeículos eléctricos
vendidos em 2019 Peso %
Veículos eléctricos
vendidos por
município
Lisboa 26,97% 22.481
Loures 4,38% 3.650
Oeiras 6,29% 5.245
Amadora 2,03% 1.693
Cascais 3,07% 2.559
Odivelas 1,08% 904
Sintra 3,94% 3.288
V.F. de Xira 1,17% 972
Torres Vedras 0,50% 414
Alenquer 0,29% 241
Mafra 0,55% 463
Porto 5,56% 4.635
Matosinhos 1,31% 1.088
V.N.Gaia 2,11% 1.757
Maia 1,07% 891
Valongo 0,55% 462
Gondomar 0,93% 777
Póvoa do Varzim 0,39% 322
Vila do Conde 0,50% 415
Santo Tirso 0,36% 298
Penafiel 0,30% 249
Paredes 0,32% 263
Paços de Ferreira 0,24% 199
Amarante 0,25% 211
Trofa 0,20% 166
Marco de Canaveses 0,25% 209
Lousada 0,17% 145
Felgueiras 0,22% 187
Almada 2,00% 1.671
Barreiro 0,93% 774
Seixal 1,78% 1.488
Setúbal 1,71% 1.427
Moita 0,67% 560
Montijo 0,48% 398
Palmela 0,78% 647
Alcochete 0,23% 195
Sesimbra 0,49% 408
Aveiro 0,91% 759
Santa Maria da Feira 0,93% 772
Espinho 0,28% 230
Oliveira de Azeméis 0,43% 356
Águeda 0,35% 291
Ilhavo 0,38% 317
Anadia 0,23% 194
Oliveira do Bairro 0,17% 142
Ovar 0,41% 345
V.N.Famalicão 0,78% 650
Guimarães 1,03% 858
Braga 1,35% 1.123
Fafe 0,25% 209
Barcelos 0,59% 491
Esposende 0,23% 193
83.368
Lisboa
Porto
Setúbal
Aveiro
Braga
101
Continuação Tabela 18
Viana do Castelo 0,75% 624
Ponte de Lima 0,17% 146
Valença 0,08% 65
Caminha 0,13% 106
Coimbra 1,73% 1.445
Figueira da Foz 0,56% 470
Leiria 1,11% 922
Peniche 0,23% 191
Caldas da Rainha 0,43% 355
Alcobaça 0,39% 328
Marinha Grande 0,34% 280
Pombal 0,32% 269
Santarém 0,59% 495
Tomar 0,25% 212
Ourém 0,25% 208
Entrocamento 0,21% 171
Abrantes 0,31% 261
Faro 1,04% 865
Albufeira 1,57% 1.311
Olhão 0,35% 295
Portimão 0,61% 506
Loulé 0,99% 823
Silves 0,31% 261
Tavira 0,23% 191
V.R.Santo António 0,20% 167
Viseu Viseu 0,89% 745
Vila Real 0,49% 411
Chaves 0,21% 175
Castelo Branco 0,52% 434
Covilhã 0,44% 364
Guarda Guarda 0,46% 385
Bragança Bragança 0,36% 303
Évora Évora 0,66% 553
Beja Beja 0,42% 350
Santarém
Faro
Vila Real
Castelo Branco
Viana do Castelo
Coimbra
Leiria
83.368
102
Tabela 19 - Quadro dos veículos eléctricos vendidos em Portugal 2020
Distrito MunicípioVeículos eléctricos
vendidos em 2020 Peso %
Veículos eléctricos
vendidos por
município
Lisboa 26,97% 23.228
Loures 4,38% 3.771
Oeiras 6,29% 5.419
Amadora 2,03% 1.749
Cascais 3,07% 2.644
Odivelas 1,08% 934
Sintra 3,94% 3.398
V.F. de Xira 1,17% 1.004
Torres Vedras 0,50% 427
Alenquer 0,29% 249
Mafra 0,55% 478
Porto 5,56% 4.789
Matosinhos 1,31% 1.125
V.N.Gaia 2,11% 1.816
Maia 1,07% 920
Valongo 0,55% 477
Gondomar 0,93% 803
Póvoa do Varzim 0,39% 332
Vila do Conde 0,50% 429
Santo Tirso 0,36% 308
Penafiel 0,30% 258
Paredes 0,32% 272
Paços de Ferreira 0,24% 205
Amarante 0,25% 218
Trofa 0,20% 171
Marco de Canaveses 0,25% 216
Lousada 0,17% 150
Felgueiras 0,22% 193
Almada 2,00% 1.726
Barreiro 0,93% 799
Seixal 1,78% 1.537
Setúbal 1,71% 1.474
Moita 0,67% 578
Montijo 0,48% 411
Palmela 0,78% 668
Alcochete 0,23% 202
Sesimbra 0,49% 421
Aveiro 0,91% 785
Santa Maria da Feira 0,93% 798
Espinho 0,28% 238
Oliveira de Azeméis 0,43% 367
Águeda 0,35% 301
Ilhavo 0,38% 327
Anadia 0,23% 201
Oliveira do Bairro 0,17% 147
Ovar 0,41% 356
V.N.Famalicão 0,78% 671
Guimarães 1,03% 887
Braga 1,35% 1.161
Fafe 0,25% 216
Barcelos 0,59% 507
Esposende 0,23% 200
Lisboa
Porto
Setúbal
Aveiro
Braga
86.141
103
Continuação Tabela 19
Viana do Castelo 0,75% 645
Ponte de Lima 0,17% 151
Valença 0,08% 67
Caminha 0,13% 110
Coimbra 1,73% 1.493
Figueira da Foz 0,56% 486
Leiria 1,11% 953
Peniche 0,23% 198
Caldas da Rainha 0,43% 366
Alcobaça 0,39% 338
Marinha Grande 0,34% 289
Pombal 0,32% 278
Santarém 0,59% 512
Tomar 0,25% 219
Ourém 0,25% 215
Entrocamento 0,21% 177
Abrantes 0,31% 270
Faro 1,04% 894
Albufeira 1,57% 1.354
Olhão 0,35% 305
Portimão 0,61% 523
Loulé 0,99% 851
Silves 0,31% 270
Tavira 0,23% 198
V.R.Santo António 0,20% 173
Viseu Viseu 0,89% 769
Vila Real 0,49% 424
Chaves 0,21% 181
Castelo Branco 0,52% 448
Covilhã 0,44% 376
Guarda Guarda 0,46% 398
Bragança Bragança 0,36% 313
Évora Évora 0,66% 571
Beja Beja 0,42% 362
86.141
Viana do Castelo
Coimbra
Leiria
Santarém
Faro
Vila Real
Castelo Branco
104
Figura 4.19 - Distrito de Viana do Castelo
Figura 4.20 - Distrito de Bragança
Figura 4.21 - Distrito de Vila Real
0
1.000
2.000
3.000
4.000
5.000
6.000
7.000
8.000
2015 2016 2017 2018 2019 2020
Co
nsu
mo
an
ual
(M
Wh
)
Ano
Viana do Castelo
0200400600800
1.0001.2001.4001.6001.800
2018 2019 2020
Co
nsu
mo
an
ual
(M
Wh
)
Ano
Bragança
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
3.000
3.500
4.000
2017 2018 2019 2020
Co
nsu
mo
an
ual
(M
Wh
)
Ano
Vila Real
105
Figura 4.22 - Distrito de Viseu
Figura 4.23 - Distrito de Castelo Branco
Figura 4.24 - Distrito da Guarda
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
2016 2017 2018 2019 2020
Co
nsu
mo
an
ual
(M
Wh
)
Ano
Viseu
0
1.000
2.000
3.000
4.000
5.000
2018 2019 2020
Co
nsu
mo
an
ual
(M
Wh
)
Ano
Castelo Branco
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
2018 2019 2020
Co
nsu
mo
an
ual
(M
Wh
)
Ano
Guarda
106
Figura 4.25 - Distrito de Santarém
Figura 4.26 - Distrito de Évora
Figura 4.27 - Distrito de Beja
0
2.000
4.000
6.000
8.000
10.000
2015 2016 2017 2018 2019 2020
Co
nsu
mo
an
ual
(M
Wh
)
Ano
Santarém
0
500
1.000
1.500
2.000
2.500
2019 2020
Co
nsu
mo
an
ual
(M
Wh
)
Ano
Évora
0
200
400
600
800
1.000
1.200
1.400
1.600
2019 2020
Co
nsu
mo
an
ual
(M
Wh
)
Ano
Beja