Principios Fotogrametria e Fotointerpretacao

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  • 7/24/2019 Principios Fotogrametria e Fotointerpretacao

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

    CENTRO DE EDUCAO SUPERIOR NORTE - RS

    Curso de AgronomiaDisciplina de Introduo Geomtica

    Renato Beppler Spohr

    FOTOGRAMETRIA

    e

    FOTOINTERPRETAO

    Frederico Westphalen, 2009

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    ndice1 INTRODUO................................................................................................................ 3

    1.1 Conceitos e aplicaes............................................................................................ 31.2 Noes bsicas sobre fotogrametria........................................................................ 31.3

    Classificao das aerofotos..................................................................................... 3

    1.4 Cmara area.......................................................................................................... 4

    1.5

    Vo fotogramtrico .................................................................................................. 4

    1.6

    Cobertura fotogrfica............................................................................................... 5

    1.7 Irregularidades convencionais ................................................................................. 52 HISTRICO DA FOTOGRAFIA AREA ......................................................................... 6

    2.1 Origem da fotografia comum ................................................................................... 62.2 Fotografias no mapeamento.................................................................................... 62.3 Fotos areas com auxlio de bales ........................................................................ 62.4 Fotografias areas................................................................................................... 6

    3 GENERALIDADES SOBRE FOTOGRAFIA AREA........................................................ 73.1 Introduo ............................................................................................................... 73.2 Cmara area.......................................................................................................... 73.3 Cobertura aerofotogramtrica.................................................................................. 7

    3.4

    Estereoscopia.......................................................................................................... 73.5 Recobrimentos Longitudinal e Lateral...................................................................... 8

    4 PROPRIEDADES DO FILME AREO............................................................................. 84.1 Processos de aperfeioamento ............................................................................... 84.2 Estrutura do filme areo .......................................................................................... 94.3 Propriedades......................................................................................................... 10

    5 TIPOS DE FILMES AREOS........................................................................................ 105.1 Atributos necessrios ............................................................................................ 105.2 Preto & branco....................................................................................................... 105.3 Colorido................................................................................................................. 115.4 Infra-vermelho ....................................................................................................... 11

    6 GEOMETRIA DA FOTOGRAFIA AREA...................................................................... 12

    6.1

    Escala ................................................................................................................... 12

    6.2 rea coberta por uma fotografia area .................................................................. 136.3 Nmero de fotografias necessrias para a cobertura de uma rea de interesse.... 13

    7 ESTEREOSCOPIA........................................................................................................ 147.1 Princpios fundamentais ........................................................................................ 147.2 O olho humano...................................................................................................... 147.3

    Noo de profundidade ......................................................................................... 15

    7.4 Viso estereoscpica direta e indireta ................................................................... 157.5 Processos para viso estereoscpica indireta ....................................................... 157.6 Fatores que afetam a estereoscopia...................................................................... 16

    8 PARALAXE DE IMAGENS............................................................................................ 169 FOTOGRAMETRIA INTERPRETATIVA - FOTOINTERPRETAO............................. 18

    9.1

    A chave da fotointerpretao................................................................................. 18

    9.2 Mtodos de fotointerpretao ................................................................................ 199.3 Fatores bsicos de interpretao elementos de reconhecimento........................ 199.4 Fotointerpretao bsica ....................................................................................... 20

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    1 INTRODUO1

    1.1 Conceitos e aplicaes

    A fotogrametria a cincia ou a arte da obteno de medies fidedignas por meio dafotografia.

    Esta definio pode ser perfeitamente ampliada com a incluso de interpretao de

    fotografias, como uma funo de importncia quase igual, vez que a capacidade de reconhecer eidentificar uma imagem fotogrfica , com freqncia, to importante quanto a capacidade dededuzir a sua posio a partir de fotografias. que a fotogrametria passa a atender no apenasao cartgrafo, mas a uma extensa srie de tcnicos ou especialistas, no amplo campo dafotointerpretao, dentro do qual est o engenheiro, o urbanista, o gelogo, o gegrafo, ooceangrafo, o meteorologista, o agrnomo, o militar, o economista, etc.

    1.2 Noes bsicas sobre fotogrametria

    A fotografia area o resultado de um grande nmero de especificaes, normas ecuidados relativos:

    a) ao avio ou ao vo em si;

    b) cmara area e lente;

    c) ao filme;

    d) s condies atmosfricas.

    Em suma, o avio procurar manter-se, durante o vo fotogrfico, na mesma altura relativa,seguir direo reta e uma velocidade uniforme. A cmara ter que estar orientada no sentido deque o eixo tico permanea vertical (no caso geral, da fotografia vertical) e que os disparos sejamuniformes; o filme deve possuir estabilidade dimensional; o tempo deve apresentar as melhorescondies de vo fotogrfico, sobretudo no que toca a nuvens.

    1.3 Classificao das aerofotos

    A fotografia area recebe uma classificao decorrente de alguns critrios como: aorientao do eixo da cmara (vertical e oblqua), o sistema tico (simples ou mltiplo), alm deoutras particularidades (em preto e branco, colorida, infravermelha, a radar, etc.)

    A fotografia vertical, isto , a que foi tirada com o eixo tico na posio em que se deveaproximar o mais possvel da verticalidade, a fotografia normal. As outras so as oblquas, quevariam entre si conforme o grau de inclinao usado.

    Quanto tica, ela pode ser simples, e o sistema mais largamente utilizado na fotografiaarea. H tambm o sistema mltiplo, que consiste de duas ou mais cmaras isoladas, montadasno sentido de serem obtidas imagens simultneas em decorrncia de ngulos entre os respectivoseixos ticos.

    A fotografia colorida tem atualmente um desenvolvimento incomum, no apenas devido preciso, aliada a uma qualidade mais fiel possvel das cores da natureza, mas ao processodesenvolvido da "cor-falsa", em que as cores apresentadas na fotografia so convencionadas, afim de se conseguir uma separao ntida de elementos, como a vegetao, a gua, o solo etc.So de notvel aplicao na fotointerpretao.

    A imagem a radar resulta de uma combinao do processo fotogrfico e de tcnicas deradar. Impulsos eltricos so enviados a direes predeterminadas, e os raios refletidos oudevolvidos so utilizados para a apresentao de imagens em tubos de raios catdicos. Emseguida a fotografia obtida da informao exposta nos tubos.

    1Fonte: Aerofoto e Fotointerpretao, UNIFAP (2000)

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    Detalhe de foto area em preto e branco Detalhe de foto area colorida

    A fotografia, oriunda da cmara moderna traz, ao ser revelada, vrias informaesposteriormente indispensveis, as quais so registradas, automaticamente, pela prpria cmara,no instante da exposio: data e hora da exposio, o cdigo do projeto fotogramtrico, o nmerodo rolo, o nmero da imagem, a escala aproximada e o rgo responsvel pelo projeto. Alm

    disso, verificam-se as quatro marcas (fiduciais) que se determina, atravs de duas linhas que sepodem traar, entre cruzadas, o ponto principal da fotografia.

    As dimenses de uma fotografia area variam, as mais usadas medem 23 cm X 23 cm.

    Obs.: fotografias verdadeiramente verticais devem ser consideradas "acidentes felizes",motivados por inmeros fatores que agem de modo que a verticalidade absoluta seja praticamenteimpossvel, ainda que muitos progressos tenham sido conseguidos no desenvolvimento demontagens de estabilidade verticais.

    1.4 Cmara area

    A cmara area RMK 21/18, cuja lente de 210 mm quase no tem

    distoro, e de extraordinria resoluo das imagens.As primeiras fotografias areas foram tiradas de bales, os quais

    traziam a cmara amarrada nacela, ou dela suspensa. Na atualidade, aconcepo da cmara area se torna muito complexa, visandoaperfeioamento no sentido de se conseguir o mximo, tecnicamente eeconomizando custos. Da cmara area exigem-se inmerasespecificaes visando s normas de preciso.

    Cmara mtrica: designao tanto da cmara aerofotogrfica, quantoda cmara de restituio. No primeiro caso ela tem que apresentar asmarcas fiduciais. O mesmo que cmara area.

    1.5 Vo fotogramtricoUm avio fotogrfico s decola para a execuo da misso de cobertura fotogrfica depois

    de um planejamento da operao, a qual, por sua vez, resulta de um estudo detalhado com todasas especificaes sobre o tipo de cobertura a ser executado.

    O tempo fator importante. Conforme o pas, ou a regio,existem reas em que as caractersticas atmosfricas sopropcias ao vo na maior parte dos meses do ano. Outras,entretanto, raramente favorecem a execuo de um vo, como o caso da regio da floresta amaznica ou da regio cacaueira daBahia, quase sempre cobertas por nuvens.

    A altura a ser voada varia com a escala da fotografia, com ointervalo de curvas a ser usado e com a distncia focal da cmara. A posio do Sol levada emconsiderao, uma vez que o excesso de sombra ir prejudicar detalhes importantes que vo ser

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    restitudos. inconveniente o vo com Sol a pino, porque no haver suficiente contraste entremuitos objetos do terreno.

    O avio para cobertura fotogrfica um fator de muita relevncia. Tem que possuir avelocidade prevista para o projeto, o teto de vo suficiente, uma boa estabilidade durante o vo,assim como o raio de ao necessrio, a fim de ser evitada uma interrupo de uma misso, oque resultaria em perda de tempo e de dinheiro. Uma vez preenchidas todas as exigncias, ter

    que ser adequadamente equipado, inclusive quanto ao conforto da tripulao e do operadorfotogramtrico.

    Devido condio de que cada linha de vo fotogrfico tem que seguir a mesma direo,isto , todas as faixas de fotografias resultantes tm que ser paralelas entre si, a determinao dadireo de um vo resultante:

    a) do tipo de relevo da rea a ser fotografada;

    b) da configurao dessa rea;

    c) da capacidade de produo por parte da tripulao;

    d) da orientao dos estereomodelos em relao topografia e posio do Sol.

    1.6 Cobertura fotogrficaTrata-se da representao do terreno por meio de

    fotografia areas, as quais so expostassucessivamente, ao longo de uma direo de vo,formando uma faixa de vo. Para se obterestereoscopia, as fotos so expostas em intervalos detempo tais que, entre duas fotos sucessivas de umafaixa, haja uma superposio de cerca de 60%. Nasfaixas expostas, paralelamente, para compor a coberturade uma rea mantida uma distncia entre os eixos de vo que garanta uma superposio decerca de 30% entre duas faixas adjacentes. Deste modo, as faixas podem ser amarradas pelos

    pontos de ligao determinados na rea comum e devem formar um bloco. A direo das faixasde vo e a superposio variam com a forma do terreno.

    O resultado da misso fotogrfica constitudo de imagens em negativo, a partir dos quaisso geradas cpias em positivos. Isto constitui um processo importante, uma vez que estespositivos, para serem utilizados em fotogrametria, precisam estar de acordo com: a orientao dosistema tico da cmara, bem como as propriedades especiais do original, isto , em preto ebranco, em cores, em infravermelho, etc.

    Uma etapa indispensvel no processo que resulta da cobertura fotogrfica a preparaodos fotondices, os quais constituem a reunio de fotografias areas individuais, nas suasposies relativas, fotografadas, em seguida, numa escala reduzida.

    1.7 Irregularidades convencionaisSuponhamos que uma fotografia area tenha sido exposta com o eixo tico

    verdadeiramente vertical. Nestas condies, somente o ponto central est livre de qualquerdeslocamento. Fora da, porm, e quanto mais longe deste ponto, maiores sero osdeslocamentos. Como a fotografia area uma projeo cnica, os detalhes do terrenorepresentados numa fotografia, salvo o ponto central, esto fora das suas posies relativas.

    Outro tipo de anormalidade que pode ocorrer, sobretudo em conexo com as condiesmeteorolgicas, resulta de uma faixa que passa a no apresentar uma direo reta regular,formando, em conseqncia, uma curva, a qual poder causar, entre uma faixa e outra, umadescontinuidade na superposio, o que conhecido como buraco, tipo de anormalidade que,muitas vezes, obriga a um novo vo, a fim de sanar aquele defeito.

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    2 HISTRICO DA FOTOGRAFIA AREA

    2.1 Origem da fotografia comum

    A fotografia comum tem a sua origem em poca muito remota. Em 350 A.C., Aristtelesdescreveu a produo de imagens atravs da passagem da luz por um pequeno orifcio. Entreoutros franceses como Joseph Niepce, o francs Louis Daguerre , desenvolveu em 1839 um

    processo de fixao da imagem produzida pela luz (descoberta da fotografia) que foi reconhecidopela Academia Francesa de Cincias.

    2.2 Fotografias no mapeamento

    O primeiro registro de uso de imagens fotogrficas para auxiliar o mapeamento foi em 1842quando Francis Arago, diretor do Observatrio de Paris, demonstrou a possibilidade de utilizaode fotografias para auxiliar levantamentos topogrficos.

    2.3 Fotos areas com auxlio de bales

    Em 1849, o Coronel Aim Laussedat, um oficial do exrcito francs, utilizou um sistemafotogrfico desenvolvido por Daguerre embarcado em um balo para obter fotos cuja finalidade

    era o mapeamento topogrfico.A partir da, desenvolvimentos sucessivos aconteceram na rea da fotografia area

    motivado principalmente pelo prprio desenvolvimento da fotografia convencional. Destacam-senesta evoluo, o uso de uma base de nitrocelulose para as imagens substituindo a base frgil epesada de vidro desenvolvida em 1889 por George Eastman.

    Acompanhando o desenvolvimento de equipamentos, tcnicas e materiais no mbito dafotografia area, vrios equipamentos curiosos surgiram.

    Entre eles, destaca-se uma cmara desenvolvida e patenteada por Julius Neubronner em1903 cuja particularidade era de ser acoplada a um pombo, pois pesava apenas 70 g.

    Em contrapartida, nesta mesma poca, o americano G.R. Lawrence desenvolvia uma

    cmara que pesava mais 450 kg com um negativo de 1,35 x 2,40 m que de to pesada nuncapode ser aerotransportada.

    2.4 Fotografias areas

    Os prximos registros de uso intenso de fotografias areas foram no perodo da I e IIGuerras Mundiais explicado pela grande arma que a fotografia area para reconhecimento,deteco de posies inimigas e estratgia militar como um todo.

    O primeiro registro de fotografia area obtida por um avio com uso em mapeamento foi doCapito Tardivo, oficial britnico, que em 1913 apresentou um trabalho descrevendo o processoem uma reunio da Sociedade Internacional de Fotogrametria em Viena, ustria.

    Durante a dcada de 30, vrias empresas americanas e canadense de aerolevantamentosurgiram e alavancaram um desenvolvimento muito grande deste mercado nestes pases.

    Empresas como a Eastman-Kodak passaram a desenvolver produtos especficos para aobteno de fotografias areas como filmes com resposta espectral para comprimento de ondainfra-vermelho (1930) e filmes coloridos com mltiplas bases (Kodachrome, 1935).

    A partir da dcada de 50, todos os progressos obtidos foram oriundos de evoluo detcnicas e equipamentos da aerofotografia. Destaca-se o uso de plataformas orbitais como ainserida na espaonave russa Sputnik I (1957) e na americana Mercury MA-4 que obtevecentenas de fotos orbitais de 70 mm de lado (1961).

    Atualmente, com o avano das imagens digitais, discute-se muito o futuro uso de filmesareos. Apesar dos progressos desta rea, alguns problemas relativos aquisio de imagens

    digitais permanecem em estudo. Entre eles, esto os sensores digitais de tamanho limitado (CCDlineares ou em matriz), a velocidade de obteno de imagem imposta pela tecnologia, os sistemasde armazenamento necessrios para o processo e finalmente, a resoluo final das imagens. Hoje

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    em dia, 95% dos sistemas de obteno de imagens areas ainda usam o sistema de filmesconvencionais.

    3 GENERALIDADES SOBRE FOTOGRAFIA AREA

    3.1 Introduo

    A concretizao da fotografia area como elemento essencial para o mapeamentoaconteceu com a criao da cincia chamada Aerofotogrametria e a sua maior evoluoaconteceu nos perodos das Guerras Mundiais com o seu uso constante para fins militares.

    Com o final dos perodos de conflitos e com a descoberta de novos processos,equipamentos e materiais, a fotografia area tornou-se um produto de valor inestimvel para oplanejador, pesquisador e empreendedor, alm de ser a matria prima para o trabalho docartgrafo.

    3.2 Cmara area

    Em termos tcnicos, considera-se uma fotografia area comoaquela obtida por meio de cmara area rigorosamente calibrada (com

    distncia focal, parmetros de distoro de lentes e tamanho de quadrode negativo conhecidos), montada com o eixo tico da cmara prximoda vertical em uma aeronave devidamente preparada e homologada parareceber este sistema.

    3.3 Cobertura aerofotogramtrica

    Chama-se Cobertura Aerofotogramtrica ao conjunto de operaes necessrias paraobteno destas fotos ou ao conjunto de fotos que superpe e representam a rea voada.

    Em Aerofotogrametria ou para fins de Cobertura Aerofotogramtrica, as fotografias areasgeralmente so obtidas de forma seqencial e com superposio longitudinal e lateral de imagempermitindo que toda a regio de interesse seja imageada.

    Superposio longitudinal

    3.4 EstereoscopiaImagem estereoscpica o resultado da superposio longitudinal entre duas aerofotos

    consecutivas. A superposio conhecida como Recobrimento Longitudinal o percentual que umadeterminada fotografia superpe em relao a uma fotografia consecutiva em uma faixa de vo.

    Para visualizar a imagem em 3D, aproxime-se do monitor. Faa com que os raios ticos deseus olhos focalizem cada uma das imagens separadamente (Imagem esquerda para o olhoesquerdo e Imagem direita para o olho direito). Afaste-se lentamente sem perder o paralelismodos eixos ticos e aguarde a acomodao da imagem. Aps algumas tentativas, a visotridimensional obtida.

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    Par estereoscpico

    3.5 Recobrimentos Longitudinal e Lateral

    O Recobrimento Longitudinal de uma fotografia area geralmente planejado para proveraproximadamente 60% de superposio entre fotografias. Isto permite a obteno daestereoscopia (3D) quando as duas fotografias so usadas em um estereoscpio. A superposioentre faixas de vo varia de 20% a 40% e chamado de Recobrimento Lateral.

    Para coberturas no-estereoscpicas, geralmente usadas em vos de reconhecimento, oRecobrimento Longitudinal pode ser de apenas 20% garantindo apenas a cobertura fotogrfica darea de interesse.

    Recobrimento longitudinal

    Recobrimento lateral

    Esquema de tomadas de aerofotos consecutivas

    4 PROPRIEDADES DO FILME AREO

    4.1 Processos de aperfeioamento

    Alguns grandes fabricantes de filmes areos como a KODAK e AGFA fornecem umagrande variedade de informaes sobre as propriedades de cada filme bem como recomendaese procedimentos em relao ao seu manuseio, transporte, armazenagem e principalmente,

    100.C

    BCR

    t

    tlong

    =

    100.C

    WCR

    t

    tlat

    =

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    revelao. Estes processos esto se aperfeioando constantemente em vrios sentidos, tais comorapidez, definio e permanncia da imagem, tempo e facilidade de revelao.

    4.2 Estrutura do filme areo

    Os filmes areos usados para mapeamento esto normalmente disponveis em rolos de 75a 150 m de comprimento com largura 25 cm.

    A estrutura do filme areo composta de uma base de estvel de polister intercalada entreuma (ou mais) camada(s) finas de uma emulso foto-sensvel e outra camada de apoio paraproteo do polister. Esta base possui espessura varivel (0,06 a 0,18 mm) de acordo com asnecessidades de estabilidade e comprimento do filme.

    A base de polister satisfaz as exigncias de filme areas para transparncia ptica,estabilidade qumica, insensibilidade fotogrfica e resistncia umidade e substncias qumicas.O polister tem resistncia ao rasgo e possui excelente flexibilidade e estabilidade dimensional.

    A emulso fotogrfica uma gelatina que serve de suporte para gros de brometo de prata.O brometo de prata um elemento que reage incidncia de luz transformando-se em brometo eprata. Dependendo do tempo e intensidade da luz, esta transformao ir acontecer em maior oumenor intensidade criando as tonalidades em uma fotografia.

    Estrutura de um filme preto e branco

    Estrutura de um filme colorido

    A estrutura dos filmes coloridos mais complexa que a do filme P&B. Nos filmes coloridos

    existem trs camadas de material sensvel a determinados espectros eletromagnticos. Cada umadelas possui seu prprio corante, formado ou acrescentado durante o processamento, alm dediversas camadas transparentes de proteo, todas aplicadas sobre uma camada base.

    Para a fotografia area, a estabilidade dimensional diz respeito manuteno original dasdimenses do filme aps variaes em umidade e temperatura, e tambm aps a prpriarevelao ou envelhecimento do filme. A estabilidade dimensional de filmes areos de interesseparticular para a preciso dos mapas oriundos destas imagens.

    Para evitar deformaes decorrentes do processo de revelao, manipulao ouarmazenamento, a base de polister isenta de solventes na sua fabricao. Alm disso, ascondies de transporte e armazenamento requerem temperatura e umidade controlada paraevitar qualquer processo degenerativo na emulso e nas propriedades fsicas do filme.

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    4.3 Propriedades

    A velocidade do filme areo (ISO A ou EAFS) no deveria ser confundido com velocidadesde filme convencionais que so projetadas para aplicao em fotografia comum (Ex: 100 ASA ...400 ASA). As caractersticas de tomada de imagens areas diferem notadamente da fotografiaconvencional por causa do alcance menor da luminosidade, condies atmosfricas (bruma,nvoa) e outros fatores.

    Assim, so usados parmetros de velocidade de filme diferentes para relacionarcaractersticas de cena com recomendaes prticas de exposio.

    A sensibilidade de espectro fornece uma curva de resposta de sensibilidade s diversasfreqncias do espectro de luz. A emulso de um filme areo sensvel aos diversoscomprimentos de onda. Para obter sensibilidade estendida em uma emulso so utilizadoscorantes na mesma. Por isso, um filme pancromtico um filme com sensibilidade aoscomprimentos de onda referente s cores vermelha, verde e azul, ou seja, ao espectro visvel. Verexemplo de grfico de resposta espectral na figura acima.

    A resoluo de um filme areo geralmente expressa por sua granulao e pelo seu poderresolutivo. Granulao o caracterstico apresentado pelos gros de prata de um filme depois derevelado e ampliado. Ela determinada por meio de medidas microdensitomtricas.

    O poder resolutivo a medida de capacidade de um filme registrar detalhes finos. Ospadres de teste de poder resolutivo para filmes P&B e colorido so determinados pelaInternational Organization for Standardization (ISO). Estes padres so seqncias de linhasmuito prximas que so fotografadas. No filme revelado (com alto e baixo contraste), adiferenciao de pares de linhas por mm a unidade de medida do poder resolutivo. Os filmesareos P&B possuem valores de poder resolutivo variando de 50 a 100 pares de linhas/mm.

    5 TIPOS DE FILMES AREOS

    5.1 Atributos necessrios

    Os atributos necessrios para escolha de um filme so basicamente impostos pelaqualidade de imagem desejada e pela finalidade da Cobertura Aerofotogramtrica. Estes atributosincluem a velocidade do filme, contraste, sensibilidade de espectro e resoluo (gros de pratamaiores ou menores).

    Os filmes areos disponveis no mercado possuem sensibilidade espectral variando desdeultra-violeta at infra-vermelho. Dentro desta variao de espectro se encontram os filmes Preto &Branco, Colorido e Infra-vermelho.

    5.2 Preto & branco

    O filme areo Preto & Branco (P&B) mais usado nas fotografias areas pelo seu custorelativamente baixo e pela sua resposta espectral ser bem prxima do espectro visvel pelo olho

    humano.Desta maneira, o usurio da fotografia area distingue pequenas variaes de tons de cinza.

    Isto permite a interpretao fcil de elementos naturais ou feitos pelo homem. Sua principaldesvantagem que mesmo com o uso de filtros apropriados (filtro amarelo ou menos azul),continua sensvel bruma atmosfrica o que reduz o contraste da imagem.

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    Foto p&b Foto p&b (detalhe)

    5.3 Colorido

    Os filmes coloridos ou de cores naturais so filmes que apresentam uma riqueza muitogrande detalhes devido apresentao de elementos em sua cor real. Isto facilita a interpretaode objetos e cenas uma vez que muitos elementos do mundo real so mais facilmenteidentificados quando agrupam o atributo cor.

    Um exemplo disto so as massas de gua (lagos, lagoas) que apesar de serem bemcaracterizados pela sua forma, possuem uma resposta espectral variando do branco at o pretonos filmes pancromticos (P&B) enquanto que nos filmes coloridos a sua identificao muitofacilitada pela sua resposta espectral na imagem. De maneira muito semelhante, podemos

    exemplificar o caso de piscinas em ambientes urbanos.

    foto colorida foto colorida (detalhe)

    Em contra-partida, os filmes coloridos possuem muito mais sensibilidade aos fenmenosatmosfricos como bruma, nvoa, poluio do que o filme P&B. At mesmo a variao detemperatura do instante da tomada da foto e o ngulo de inclinao do sol tm efeito sobre aresposta obtida na imagem.

    5.4 Infra-vermelhoOs filmes infra-vermelho coloridos possuem trs camadas de emulso com sensibilidade

    aos seguintes comprimentos de onda : verde (500 nm at 575 nm), vermelho (575 nm at 675 nm)

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    e prximo do infra-vermelho (675 nm at 900 nm). Como estas camadas tem sensibilidade para aluz azul, o filme infra-vermelho requer o uso de filtro amarelo. Depois de revelado, a camadasensvel ao verde representada como azul, a sensvel ao vermelho como verde e a prximo doinfra-vermelho como vermelho.

    As principais vantagem do filme infravermelho so melhor penetrao na nvoa atmosfricado que no filme colorido normal, melhor realce das imagens de alguns objetos na fotografia,

    principalmente com a delineao entre corpos de gua e vegetao, diferenciao entre folhosase conferas, distino entre vegetao sadia e estressada.

    foto infra-vermelha foto infra-vermelha (detalhe)

    No caso da vegetao, a reflectncia do comprimento de onda infra-vermelha de vegetaosaudvel muito maior que a reflectncia do verde e vermelho da mesma vegetao. Assim, umfilme infra-vermelho colorido oferece uma variedade muito grande de tons de vermelho. Com isso,variaes no estado fitossanitrio da vegetao (doenas, pragas) podem ser detectados com usodeste filme.

    Como desvantagens pode-se dizer que muito sensvel s variaes de temperatura eumidade do objeto imageado bem como de seu prprio material, portanto requerendoarmazenamento em baixa temperatura e revelao imediata aps a exposio para evitar adegradao qumica de suas diversas camadas. Ele no permite grandes variaes no tempo deexposio com o risco de produzir resultados no satisfatrios.

    Outros fatores preponderantes para um bom resultado no uso de filme infra-vermelho sohorrio de vo (janelas pequenas de vo entre 11 h e 13 h), inclinao e posio do sol, altitudede vo e ngulo de abertura da cmara (funo da distncia focal).

    6 GEOMETRIA DA FOTOGRAFIA AREA

    6.1 Escala

    A escala a caracterstica mais importante einformativa de uma fotografia area. Conhecendo aescala de uma fotografia area possvel conheceroutras informaes de relevncia como a rea cobertapor uma imagem.

    Calcular a escala de uma fotografia area (E) muito simples desde que sejam conhecidos a altura devo (H) no instante da tomada da foto e a distnciafocal da cmara (f) utilizada para obter a foto.

    Assim, a relao matemtica f/H nos dar a

    escala da fotografia area.Por exemplo, para uma fotografia area obtida

    com uma cmara com f=153 mm e uma altura de vo H=1.224 m, a escala da foto ser:

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    Outra maneira de obter a escala de uma fotografia area a comparao de distncia entrepontos escolhidos na foto e identificados em um mapa de escala conhecida.

    Na realidade, a altura de vo (H) no uma constante. Ela varia em todos os pontos da

    rea imageada devido prpria ondulao do terreno. Assim, normalmente adota-se uma alturade vo mdia que corresponde mdia aritmtica da menor e maior alturas de vo possveis narea a ser fotografada. Com isso, temos uma variao de escalas para os pontos mais baixos emais altos do terreno. Esta variao de escala admissvel da ordem de 5 a 10%.

    6.2 rea coberta por uma fotografia area

    Conhecendo a escala e as dimenses de uma fotografia area possvel avaliar a reacoberta por esta imagem. A fotografia area tem uma dimenso til de 23 cm (L).

    1) rea de cobertura nica

    2) rea de recobrimento longitudinal (RLo)

    3) rea de recobrimento lateral (RLa)L = lado da foto

    Usando a escala calculada no exemplo anterior (1/8.000), o lado da foto noterreno (L) ter a seguinte dimenso:

    Assim, a rea coberta pela imagem da fotografia area seria:

    6.3 Nmero de fotografias necessrias para a cobertura de uma rea de interesse

    Para atender aos requisitos de estereoscopia e outros, uma cobertura area deve prever aSuperposio Longitudinal entre fotos consecutivas que geralmente da ordem de 60%. Demaneira semelhante, entre faixas de fotos existe uma Superposio Lateral que da ordem de30%.

    Assim, a rea de cobertura nica (sem superposio) de uma fotografia areacorresponderia ao produto da dimenso representativa de 40% do lado da foto no sentidolongitudinal e 70% do lado da foto em no sentido lateral.

    Para o nosso exemplo, cujo lado da foto no terreno 1,84 km e a rea total de uma foto de 3,4 km2, a rea de cobertura nica seria:

    Portanto, para avaliarmos a quantidade aproximada de fotos necessrias para cobrir umarea de 100 km2, por exemplo, basta dividir o valor da rea de interesse pelo valor da rea decobertura nica da foto:

    Veja a tabela abaixo para algumas escalas e para distncia focal 153 mm.

    Tabela de recobrimentos e reas de aerofotos 23 cm X 23 cm

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    Recobrimento Longitudinal 60% rea p/ Cobertura 100 km2

    Recobrimento Lateral 30% Fotos de Segurana 15%

    Distncia focal 153 mm Perc til do Modelo 28%

    escalafoto

    1 /

    alturavo

    (m)

    ladofoto

    (m)

    rec.longitudinal

    (m)

    rec.lateral

    (m)

    reafoto

    (km)

    rea

    cobertura

    nica

    (km)

    nmero

    fotos

    4.000 612 920 552 276 0,85 0,24 485

    8.000 1224 1840 1104 552 3,39 0,95 121

    10.000 1530 2300 1380 690 5,29 1,48 78

    15.000 2295 3450 2070 1035 11,90 3,33 35

    20.000 3060 4600 2760 1380 21,16 5,92 19

    25.000 3825 5750 3450 1725 33,06 9,26 12

    30.000 4590 6900 4140 2070 47,61 13,33 9

    33.000 5049 7590 4554 2277 57,61 16,13 7

    7 ESTEREOSCOPIA

    7.1 Princpios fundamentaisEstereoscopia o nome dado ao seguinte fenmeno natural: Uma pessoa observa

    simultaneamente duas fotos de um objeto, tomadas de dois pontos de vista diferentes (distintos).Vendo cada foto com um olho, ver o objeto em trs dimenses. Para que isto se viabilize, devemser cumpridos os seguintes requisitos:

    1) no instante da observao os eixos ticos devem estar aproximadamente no mesmoplano.

    2) a razo B/H deve ser tal que 0,02 < B/H' < 2, onde B a aerobase e, H', a altura daaeronave, que obteve as fotos.

    oportuno distinguir estereoscopia de viso estereoscpica.

    Viso estereoscpica significa viso tridimensional e estereoscopia um dos processos deobteno desta viso tridimensional.

    7.2 O olho humano

    O olho humano a principal condio ou a principal ferramenta para a estereoscopia, poissem ele no possvel termos noo da terceira dimenso.

    Para obteno da viso estereoscpica, atravs de fotos, necessrio que tenhamos doisolhos e com a mesma capacidade de viso.

    A viso monocular permite examinar a posio e direo dos objetos, dentro do campo daviso humana, num nico plano. Permite reconhecer nos objetos, a forma, as cores e o tamanho.

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    O olho humano o rgo mais importante, na comunicao com o ambiente em nossavolta. Atravs dele, conseguimos registrar e levar ao crebro as imagens dos objetos, com todasas suas caractersticas.

    7.3 Noo de profundidade

    A sensao de profundidade baseia-se em dois fenmenos: a experincia e a

    estereoscopia.Experincia: aqui aparecem os exemplos de desenho perspectivo como:

    1) uma fila de postes. Notamos que a sua altura diminui com o afastamento dos postes.

    2) olhando uma estrada, as suas margens parecem convergir para um ponto.

    3) as montanhas distantes apresentam uma cor azulada, enquanto que as prximasapresentam cor verde.

    7.4 Viso estereoscpica direta e indireta

    Existe viso estereoscpica direta, quando o olho recebe os raios luminosos refletidosdiretamente pelo objeto, ao invs de observar fotografias (diapositivos), processo este chamado

    de viso estereoscpica indireta.A estereoscopia depende muito da acomodao do olho, que nada mais do que adaptar a

    distncia focal do olho distncia em que est o objeto, que estamos observando. Assim,podemos ver a diferena do olho com a cmara fotogrfica, pois esta tem distncia focal fixa,exceto pequenos ajustes de calibrao.

    7.5 Processos para viso estereoscpica indireta

    Anagl i fo

    Este processo estabelece a separao das duas imagens distintas a serem percebidas,usando projees ou impresso nas cores complementares vermelho e azul e usando culos com

    filtros nestas cores. Se a foto da esquerda projetadas ou impressa em vermelho e a direita emazul, o filtro do olho esquerdo azul e o do direto vermelho, de tal forma que o olho esquerdo sperceba a foto da esquerda e o direto, a foto da direta. Apesar da projeo colorida, a imagemtridimensional percebida em preto e branco.

    Cint i lamento

    Sabemos que as imagens formadas na retina do olho humano persistem por cerca de 0,1segundo, aps a ocultao do objeto. Este processo explora este fato, para estabelecer aseparao dos campos visuais dos dois olhos do seguinte modo:

    a) projeta, alternadamente, as imagens da foto da esquerda e da direita, durante cerca de1/60 de segundo.

    b) sicronizadamente, veda o campo visual do olho direito, enquanto a imagem da foto daesquerda projetada.

    c) veda o campo visual do olho esquerdo, enquanto a imagem da foto da direita projetada.Como a freqncia de projees sucessivas alta, os olhos vem, continuamente, as imagenscorrespondentes e, assim, se obtm a viso tridimensional.

    Po la r izao

    Usando filtros polarizadores, faz-se, com que as imagens de um par estereoscpicoprojetadas sejam polarizadas em planos ortogonais. O observador utiliza filtros polaridesortogonais correspondentes aos planos de projeo. Assim, ver com um olho apenas a imagemprojetada por um dos projetores. Da fuso, no crebro, das duas imagens, resultar a viso

    tridimensional.Mtodo do est ereos cpi o

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    Podemos obter a viso tridimensional por estereoscopia, utilizando o instrumentodenominado estereoscpio. O estereoscpio elimina a dificuldade criada pelo nossocondicionamento. Essencialmente, ele constitudo de um par de lentes convexas montadassobre um suporte. A distncia focal destas lentes um pouco maior que as pernas do suporte, demodo que, quando colocamos o par fotogrfico sob o instrumento, os raios luminosos emanadosda foto, situadas quase no plano focal das lentes, saem, aproximadamente, paralelos. O cristalinoacomodado, para observar a imagem, formada no infinito, obtm a viso tridimensional.

    Existem estereoscpios de espelhos e estereoscpios de bolso.

    O estereoscpio de espelhos nos d condies de analisar uma regio maior da fotografia.Isto importante, na implantao de grandes projetos. Exemplo: na implantao de uma rodoviaou ferrovia, precisamos ter vrias opes para depois escolher a melhor. Para tanto, necessriover, de uma vez, todas as opes ou, pelo menos, algumas delas. Com o estereoscpio deespelhos possvel usar alguns acessrios como: a barra de paralaxe e o amplificador dedetalhes, o qual concentra o campo visual a uma micro-regio da foto.

    O estereoscpio de bolso amplia mais o relevo do que o de espelho. Alm disso, ele tem avantagem de transporte, pois pequeno e no exige lugar mais sofisticado para o seu uso. possvel, lev-lo em trabalhos de campo e obtermos medidas estereoscpicas no campo.

    7.6 Fatores que afetam a estereoscopia

    - orientao do estereomodelo;

    - capacidade de viso do fotointrprete ou fotogrametrista;

    - iluminao do ambiente;

    - diferena notvel de escala no estereomodelo;

    - tonalidade fotogrfica uniforme;

    - mudanas de posies de objetos no intervalo de tempo decorrido, entre duas tomadas defotografias.

    8 PARALAXE DE IMAGENS

    A visualizao em 3D de um par de fotografias consecutivas, s possvel, atravs do efeitoque a paralaxe de pontos (que aparecem em ambas as fotos) provoca.

    A paralaxe pode ser observada com um simples experimento: alinhe o polegar da moesquerda com uma bandeirinha e seu nariz, e foque sua viso para o dedo. Voc ver abandeirinha como sendo duas, uma para cada olho (feche um olho e abra o outro e em seguidainverta), conforme Figura 1a. Agora convergindo a viso para a bandeirinha, a viso que voc tercom os dois olhos abertos mostrada na Figura 1b o polegar agora visto como sendo dois.

    A paralaxe absoluta de um ponto, portanto, o deslocamento aparente que este pontosofre, ao ser fotografado consecutivamente, de posies distintas no espao.

    A paralaxe absolutade pontos na fotografia dada por:

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    )'i(x)i(x)i(px =

    Onde: x(i) o deslocamento sobre o eixo x, medido na foto esquerda.

    x(i') o deslocamento sobre o eixo x, medido na foto direita.

    Da figura abaixo as paralaxes absolutas dos pontos A e B sero:

    px(A) = 30 mm ( -40 mm) = 70 mm paralaxe absoluta do ponto Apx(B) = 42 mm (-32 mm) = 74 mm paralaxe absoluta do ponto B

    Figura 2. Exemplo de paralaxe de dois pontos A e B.

    A paralaxe em xexistir sempre que houver variaes de altitude na superfcie fotografada.A paralaxe em y, pelo contrrio, no deve existir, pois, prejudica sensivelmente a visoestereoscpica. Para evitar a paralaxe em y, necessrio que as retas que unem os pontoshomlogos de um par estereoscpico, sejam paralelas linha de vo. Desta forma, as ordenadasde pontos medidas na foto esquerda, devem ser iguais s ordenadas de seus homlogos, na fotodireita.

    A diferena de paralaxeentre dois pontos quaisquer (A e B) ser dada por:

    )B(px)A(pxpx =

    Do exemplo da figura 2 teremos uma diferena de paralaxe entre os ponto A e B de:

    px = |70 74| = | -4 | = 4 mm

    A diferena de nvel (h) entre estes mesmos dois pontos, para terrenos relat ivamente

    p lanos, obtida em funo da diferena de paralaxe, atravs da relao:

    b

    px.Hh

    = para terrenos planosonde h 3% de H

    Onde: b = distncia da fotobase em mm (veja na figura 2)

    H = altura de vo, em metros

    px = diferena de paralaxe entre os pontos, em mm

    Considerando que a altura de vo do exemplo da figura 2 foi de 1225 m, teremos umadiferena de altura entre o ponto A e o B de:

    m64,5785

    41225h =

    =

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    A equao acima deve ser utilizada quando a altura do objeto (h) for menor que 3% daaltura de vo (H). Por exemplo, se tivermos uma altura de vo de 3000 m, utilizaremos essaequao somente quando os objetos a serem medidos tiverem altura menos que 90 m (equivale a3% de 3000 m)

    A diferena de nvel (h) entre os dois pontos j referidos anteriormente, levando emconsiderao que o ter reno aci den tado, tambm obtida em funo da diferena de paralaxe,

    atravs da relao:

    )pxb(

    px.Hh

    +

    = para terrenos acidentados

    Estas leituras de paralaxe podem ser obtidas atravs de uso do escalmetro ou de uminstrumento denominado barra de paralaxe. A preciso das leituras deve ser de 1/100 mm.

    A fotobase (b) (figura abaixo), pode, ao invs de ser medida com escalmetro, serdeterminada pela seguinte relao:

    )R1.(lb long=

    Onde: l o lado da fotografia, em mm.

    Rlong o recobrimento longitudinal da fotografia, em decimais (noexpresso em %).

    Considerando que a distncia horizontal (DH) entre A e B no terreno de 530 m, o desnvel(D%) entre A e B ser:

    %87,10100530

    64,57100

    DH

    h%D ==

    =

    9 FOTOGRAMETRIA INTERPRETATIVA - FOTOINTERPRETAO2A fotogrametria interpretativa objetiva principalmente o reconhecimento e identificao de

    objetos e o julgamento do seu significado, a partir de uma anlise sistemtica e cuidadosa defotografias. A interpretao de fotos o ato de examinar as imagens fotogrficas com o propsitode identificar os objetos e determinar sua significncia. A esta definio deve-se adicionar oconceito de identificar o ambiente, porque muitos fatores crticos exigem que o processo seja maisdo que simplesmente identificar objetos individualmente.

    De um modo geral, h vrios estgios consecutivos durante a interpretao de fotos. Asimagens ou condies especficas, segundo CARVER (1982) devem ser detectadaspreliminarmente, identificadas e finalmente julgadas para ento, ser avaliada sua significncia.

    9.1 A chave da fotointerpretao

    A chave da fotointepretao o uso de um guia, o qual ajuda os fotointrpretes a identificarrapidamente as caractersticas fotogrficas. Essas chaves so baseadas em descries eilustraes tpicas de objetos de uma determinada categoria; por exemplo: indstrias. Soorganizadas para um estudo comparativo; o intrprete seleciona os diferentes exemplos que maiscoincidem com a caracterstica que precisa ser identificada. O procedimento lento e deve serfeito cuidadosamente, seguindo passo a passo a seqncia correta de trabalho, partindo do geralpara o especfico.

    A determinao do tipo de chave e o mtodo de apreciao a ser usado dependem:

    a) do nmero de objetos, as condies para o reconhecimento;

    2Fonte:Temba, Plnio. Fundamentos da Fotogrametria. Dep. de Cartografia UFMG (Material didtico),2000. 26 p.

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    b) da variabilidade normalmente encontrada dentro de cada classificao.

    De uma maneira geral as chaves so mais facilmente construdas quando as caractersticasda superfcie terrestre foram idealizadas pelo homem (exemplo: casas residenciais, edifcios,estradas, pontes, etc.). So de difcil confeco quando se deve estudar as caractersticas paravegetao natural e as formas da Terra. Para a interpretao das caractersticas naturais, essencial treinamento e trabalho de campo, para a obteno da experincia necessria, podendo

    assim o profissional produzir trabalhos consistentes.9.2 Mtodos de fotointerpretao

    Podem ser usadas vrias tcnicas de exames de fotos para se conseguir a informaodesejada. Estas tcnicas podem variar de simples s mais complexas, tais como a: foto-leitura,foto-anlise e foto-deduo.

    Todos estes mtodos so conhecidos como fotointerpretao muito embora sejam tcnicasindependentes, aplicadas em graus crescentes de complexidade.

    Fotoleitura, esta tcnica antes de tudo, o reconhecimento direto de objetos feitos pelohomem e de caractersticas comuns do terreno. Ela refere-se viso vertical de, por exemplo:construes, trabalhos de engenharia, campos cultivados, riachos, florestas e formaes doterreno. Normalmente este processo no precisa do estereoscpio e a tcnica de interpretaomais simples.

    Fotoanlise a tcnica de examinar o objeto atravs da separao e distino de suaspartes componentes. A aplicao deste processo para vrias caractersticas da fotografiarepresenta a fotoanlise. Em termos de classificao da terra, o objetivo principal o de identificarestereoscopicamente as vrias unidades do terreno e delinear todas as reas homogneas queindicam diferenas nas condies do solo. Cada rea homognea metodicamente analisada ecomparada s outras. reas similares recebem smbolos iguais.

    Fotodeduo a mais adiantada e complexa das tcnicas interpretativas. Ela inclui todas ascaractersticas da fotoleitura e ainda uma avaliao da estrutura geomorfolgica da rea, osprocessos responsveis por sua formao e o estgio de seu desenvolvimento. Ela inclui tambm,um exame detalhado de todos os outros elementos da foto area e uma cuidadosa avaliao dosmesmos. O estudo da imagem ou modelo estereoscpico pode levar as dedues relativas aelementos ocultos. Porm, o nico mtodo eficiente em relao ao uso do material fotogrficoareo para fins de classificao do solo e uso da terra, seria uma combinao de anlises de fotosareas e um sistema planejado de verificao no campo.

    O maior nmero de aspectos da expresso exterior usados em interpretao identificado base de elementos de reconhecimento caractersticas das fotografias que se originam da escalaselecionada, cor da rocha, vegetao e solos do terreno fotografado; a qualidade do filme e filtrosusados; o processo de revelao do filme, e fatores relacionados. Os mais significativoselementos de reconhecimento so: a tonalidade fotogrfica relativa, cor, textura, padro e aassociao de aspectos. A aparncia importante para identificar muitas formas fisiogrficas

    construcionais.

    9.3 Fatores bsicos de interpretao elementos de reconhecimento

    A fo rmaaliada ao reconhecimento de configuraes e margens em geral, o fator maisimportante na identificao visual de objetos numa fotografia area vertical.

    O tamanho, objetos com forma idntica e viso plana podem ser distinguidos pelo tamanhorelativo. Assim, possvel distinguir uma vossoroca de um sulco de eroso.

    O pad rorefere-se combinao de detalhes ou forma que so caractersticas de muitosgrupos de objetos, tanto natural como construdo pelo homem. Quer dizer, o arranjo espacialordenado de aspectos geolgicos, topogrficos ou de vegetao, quando os elementos de

    reconhecimento do padro se tornam muito pequenos, passam a constituir uma texturafotogrfica. So elementos que auxiliam o intrprete no reconhecimento de feies existentes nasfotografias. A rede de drenagem um dos elementos mais importantes do padro, e vem a ser o

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    modelamento da superfcie do terreno sob a ao das guas. Outros fatores, afirma MARCHETTI& GARCIA (1989), que influenciam a drenagem so: relevo, manto vegetal, textura do solo, formae estrutura das rochas.

    A textura a freqncia de mudana da tonalidade dentro de uma imagem. Esta tonalidade produzida por um agregado de componentes muito pequenos que no podem ser distintosindividualmente na fotografia.

    A tonal idade uma medida da quantidade relativa de luz refletida por um objeto erealmente registrada numa fotografia em preto e branco. Os tons em fotografias correntes sousualmente gradaes do cinzento, dependem no s do relevo e teor de umidade do materialsuperficial, como tambm de fatores fotogrficos, como combinao do filme e filtro, exposio eprocessamento fotogrfico, dependendo ainda de fatores meteorolgicos como nvoa, ngulo deincidncia do sol e sombras.

    MARCHETTI & GARCIA (1989) afirmam ser imprescindveis para as atividades defotointerpretao de qualquer regio o estudo da localizao e condies de estradas, rios,represas, pontes, pntanos e outros aspectos importantes. Outra, as informaes devem conteresclarecimentos sobre a configurao do solo e seu conjunto, orientao geral das serras, forma,altitude e declive das elevaes, natureza do solo, vegetao e hidrografia sem esquecer a

    anlise combinada destes fatores.Em sntese, a arte de interpretao de fotos areas internacionalmente reconhecida como

    uma cincia. Pode ser usada para determinar a significncia do meio-ambiente para uso da terra,para fins agrcolas e para outros incontveis levantamentos e projetos.

    9.4 Fotointerpretao bsica

    A habilidade em fotointerpretar desenvolvida pelo estudo e deduo, para aumentarhbitos de observao de objetos familiares, da terra ou de pontos elevados. Os que j tiveram aoportunidade de observar a Terra atravs do vo de um avio, provavelmente procuramreconhecer os objetos da superfcie terrestre.

    Vejamos as diferenas entre a leitura numa simples fotografia area e a fotointerpretaoestereoscpica da mesma. A leitura fotogrfica um assunto para determinaes gerais, taiscomo escala, orientao geogrfica, estao do ano, identificao das linhas correspondentes aopermetro, estradas de rodagem, estradas de ferro, importantes cursos d'gua e classificao dasprincipais formas topogrficas. A fotointepretao um assunto que diz respeito fotoanlise decurso d'gua, de reas cultivadas, da cobertura vegetal, de florestas para obteno de madeira delei, de formaes geolgicas, dos solos, de construes e trabalhos gerais feitos pelo homem. Nainterpretao geolgica e na de solos, precisamos rebuscar e gravar todas as informaes arespeito do tipo de solo, dos lenis de gua, da eroso, das falhas geolgicas, etc..

    Para se obterem melhores resultados na leitura das fotografias areas, elas devem seranotadas de tal maneira que as sombras fiquem voltadas para a direo do observador; como setivesse uma luz iluminando a fotografia do lado esquerdo, acima do observador. Assim todos os

    objetos que tiverem projetado suas sombras na fotografia so elevaes e os que no tiveremsombras so depresses. No caso de uma montanha de forma arredondada, a tonalidade nafotografia sofrer uma mudana gradual, mas um prdio ter uma sombra com tonalidade igual,representando perfeitamente a forma do mesmo. As fotografias que representam uma superfcieondulada ou montanhosa so caracterizadas pela grande quantidade de sombras.

    A fotointerpretao facilitada em reas cultivadas devido s formas das caractersticas quenelas prevalecem. Culturas, pomares, pastos, etc., so geralmente limitados por reas ou rios, oque facilita a interpretao. Essas reas so tambm caracterizadas pelas estradas, trilhas degado, represas para irrigao e drenagem e pelo conjunto de construes tpicas de reas rurais.Nas reas cultivadas as sombras aparecem com diversas tonalidades de cinza, predominando astonalidades claras. Assim toda vegetao baixa, como a grama, bem como o milho no incio de

    seu desenvolvimento aparece com tonalidade cinza claro e textura fina. O milho quandototalmente desenvolvido aparece na fotografia com tonalidade escura e textura grosseira.

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    reas com pastagem, reas gramadas e campos aparecem com tonalidade clara e texturasuave. Florestas densas aparecem com tonalidade escura enquanto que uma floresta em incio dedesenvolvimento aparece com tonalidade clara. O aparecimento de diferentes formas indica apresena de uma floresta mista.

    Rios, ribeires e riachos so identificados pela sinuosidade, uniformidade de tom e pelascaractersticas topogrficas.

    Lagos, reservatrios, tanques e pntanos so identificados pela sua uniformidade etonalidade escura das guas, exceto nos pontos onde h reflexo do sol.

    Os pntanos tm como principal caracterstica um excesso de umidade, e a tonalidade daterra bem escura.

    As estradas de ferro aparecem como linhas finas, retas, mudando de direo atravs decurvas suaves. As estradas de rodagem so facilmente distinguidas nas fotografias areas. O que difcil de se identificar o tipo de pavimentao. Essa identificao s possvel em fotografiasde escala grande. Estradas sinuosas indicam que a regio montanhosa.

    Linha de transmisso so identificadas pelas caractersticas de que, ao atravessar certasregies, observada uma rea limpa, sem rvores, mostrando a passagem da linha de

    transmisso.Cemitrios so identificados pela aparncia esquemtica das rvores, arbustos e caminhos.

    A identificao de escolas depende principalmente da forma geomtrica da mesma e dascaractersticas que se encontram nas vizinhanas. As igrejas so identificadas principalmentedevido a sua estrutura de construo, seu tamanho, formato e pela torre com cruz no topo.