Pro Dia Nascer Feliz - Resenha

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CAMPUS DO SERTÃO UNIDADE DELMIRO GOUVEIA COORDENADORIA DO CURSO DE PEDAGOGIA DISCIPLINA: Leitura e Produção Textual em Língua Portuguesa Professora.: Sara Miranda Marcos RESENHA Autores: 1. Dirley Rocha Alves (13212217) 2. Marcel Silva Garrido (14112500) PRO DIA ENCERRAR FELIZ "Pro Dia Nascer Feliz", é um documentário dirigido por João Jardim, produzido pela Timbelini Filmes, com financiamento da Petrobrás e patrocinio de empresas como Eletrobrás, Comgás, Oi e BNDES, com apoio da ANCINE (Agência Nacional de Cinema), e, distribuído pela Copa Cabana Filmes com apoio da Globo filmes. Tem duração de 88' 20” (oitenta e oito minutos e vinte segundos), foi lançado em 05 de maio de 2007 e selecionado pelo programa Petrobrás Cultural, realizado entre 2004 e 2005. O documentário retrata a realidade da vida dos adolescentes, nas escolas brasileiras em diferentes regiões do país. Jardim descreve o cotidiano dos jovens das escolas brasileiras públicas, localizadas nos estados de Pernambuco, São Paulo e Rio de Janeiro, em contraste com a realidade de uma escola particular, em São Paulo, em um bairro de elite econômica.

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Resenha do filme, pro dia nascer feliz

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOASCAMPUS DO SERTÃO

UNIDADE DELMIRO GOUVEIACOORDENADORIA DO CURSO DE PEDAGOGIA

DISCIPLINA: Leitura e Produção Textual em Língua PortuguesaProfessora.: Sara Miranda Marcos

RESENHA

Autores:1. Dirley Rocha Alves (13212217)2. Marcel Silva Garrido (14112500)

PRO DIA ENCERRAR FELIZ

"Pro Dia Nascer Feliz", é um documentário dirigido por João Jardim,

produzido pela Timbelini Filmes, com financiamento da Petrobrás e patrocinio de

empresas como Eletrobrás, Comgás, Oi e BNDES, com apoio da ANCINE (Agência

Nacional de Cinema), e, distribuído pela Copa Cabana Filmes com apoio da Globo

filmes. Tem duração de 88' 20” (oitenta e oito minutos e vinte segundos), foi lançado

em 05 de maio de 2007 e selecionado pelo programa Petrobrás Cultural, realizado

entre 2004 e 2005. O documentário retrata a realidade da vida dos adolescentes,

nas escolas brasileiras em diferentes regiões do país. Jardim descreve o cotidiano

dos jovens das escolas brasileiras públicas, localizadas nos estados de

Pernambuco, São Paulo e Rio de Janeiro, em contraste com a realidade de uma

escola particular, em São Paulo, em um bairro de elite econômica.

O filme inicia com a narração de dados da educação da década de 1960 e um

informativo de meados do século XX, feito para o cinema, e que passava antes das

sessões. Em seguida mostra dados de 2000 com objetivo de comparar a realidade

da educação brasileira entre a década de 1960 e os dias atuais.

Jardim entrevista estudantes e professores, das escolas do sertão

pernambucano até a escola particular da elite econômica de São Paulo, registrando

o sofrimento dos alunos e professores.

O formato do documentário causa impacto direto no espectador quando

observada as vidas dos estudantes e as dificuldades dos professores, o conselho de

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classe e outros aspectos de relevância como a falta da participação familiar e o

desinteresse dos alunos, que usam o ambiente escolar como lugar para seus

interesses, tais como: namoricos, conhecer novas pessoas e marginalização,

passando maior parte do tempo fora da sala de aula. Em contrário aos alunos

desinteressados, Jardim mostrou a menina Valéria, que apesar de não acreditarem

em sua capacidade, mostrou-se capaz de produzir poemas. O documentário

monstra realidades que fingimos não existir, mostra um Brasil, que precisa criar

vínculo com a educação repensando as relações entre políticas públicas,

professores, pais, e alunos para obter uma educação de qualidade. Aumentar os

investimentos, repensar os erros da legislação, ouvir os professores, os alunos e a

sociedade, são exemplos do que deve ser realizado para reencaixar a educação nos

trilhos e evitar um desmanche da escola e a descaracterização da sua função social.

Por que caminhos estamos levando nossos jovens? Se exigimos rigor da

formação, criamos a escola ditadora, se damos mais liberdade, criamos a escola

ineficiente. É preciso balancear os fatores entre a relações da escola com a

sociedade. Fazer compreender os deveres e direitos de cada ator no cenário da

educação.

Podemos verificar uma educação heterogênea, através desse documentário,

com faces que diferenciam entre regiões, culturas e aspectos econômicos. Não

precisamos somente fazer esforços para o dia nascer feliz, mas para que essa

realidade mude e, o hoje, possa encerrar feliz.

Essa felicidade será encontrada quando nossa educação for capaz de ser

emancipadora, quando professores forem vistos como construtores de sociedades,

engenheiros de uma obra maior que a de hoje. Quando a distribuição da renda for

justa e as escolas dos municípios mais carentes atenderem as necessidades

educacionais dos alunos ao mesmo nível dos grandes municípios. Quando os pais

deixarem de se eximir das responsabilidades na participação da vida escolar dos

filhos, não delegando a tarefa de educar somente aos professores. Quando os

meninos e meninas poderem sonhar com uma vida melhor e ter certeza de que os

caminhos da escola levarão a realização desses sonhos.

“Pro dia nascer feliz” é a retratação da realidade de uma educação que pena

para dar significado a sua existência, que condena profissionais, como a professora

Celsa, a manter sua sanidade através de terapias, que levam alunas, como a Keila,

a pensar na morte como solução para seus problemas e, alunas como a Ciça, a

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estudarem para servirem de exemplos da educação mercadológica, tratados como

produtos, porém com suas identidades roubadas. Alunos como o Douglas, que

convivem com as boas e as más companhias, que sofrem com a violência da

sociedade e precisam da escola e das atividades culturais como uma forma de apoio

para não enveredar nos caminhos da marginalidade.

É refletindo sobre todos os atores, entrevistadas no documentário, pessoas

que possuem realidades capazes de serem reconhecidas por qualquer espectador,

que João Jardim nos leva a compreender que para o dia nascer feliz é necessário

uma transformação significativa na educação nacional. Que é preciso repensar a

escola e fazer com que os alunos voltem a acreditar nela e nos seus conteúdos.

Só poderemos ver o dia nascer feliz, quando tivermos a felicidade de encerrá-

lo com o fim de todos esses aspectos negativos da educação brasileira que assolam

nossos jovens e professores.