Problemas de Máximos e Mínimos final -...

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UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE de CIÊNCIAS DEPARTAMENTO de MATEMÁTICA Problemas de Máximos e Mínimos Belmiro da Silva Ferreira Mestrado Matemática para Professores Lisboa 2012

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UNIVERSIDADE DE LISBOA 

FACULDADE de CIÊNCIAS 

DEPARTAMENTO de MATEMÁTICA 

 

 

 

 

Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 

 

 

 

Belmiro da Silva Ferreira 

 

 

 

Mestrado Matemática para Professores 

 

 

 

 

Lisboa 

2012 

 

 

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UNIVERSIDADE DE LISBOA 

FACULDADE de CIÊNCIAS 

DEPARTAMENTO de MATEMÁTICA 

 

 

 

 

Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 

 

Belmiro da Silva Ferreira 

 

 

 

Dissertação orientada pela Professora Doutora: 

Ana Cristina Barroso 

 

Mestrado Matemática para Professores 

 

 

 

 

 

Lisboa 

2012 

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Resumo

 

Os problemas de máximos e de mínimos suscitam grande interesse aos matemáticos, principalmente 

por  resultarem muitas  vezes  de  situações  do  dia  a  dia.  São  apresentados  problemas  clássicos  e 

outros visando percorrer diversas áreas da matemática, sem nos distanciarmos da sua aplicação ao 

ensino  da  matemática  no  secundário.  As  resoluções  apresentadas,  baseadas  numa  pequena 

fundamentação  teórica,  têm  a  preocupação  de  abarcar  diferentes  abordagens  e  proporcionar  o 

relacionamento de conceitos.  

 

Palavras‐chave: máximo, mínimo, derivada, otimização. 

   

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Abstract

 

Problems of maxima and minima are very  interesting to mathematicians,  in part because they arise 

in  everyday  situations. We present  some  classical problems  and others  spanning  various  areas of 

mathematics, keeping in mind their application in the teaching of secondary school mathematics. 

The  solutions  presented  here,  for  which  we  provide  a  short  theoretical  basis,  intend  to  cover 

different approaches and allow the possibility of relating concepts. 

 

Keywords: maximum, minimum, derivative, optimization. 

   

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 

 

Índice

Introdução ............................................................................................................................................... 1 

1.  Preliminares .................................................................................................................................... 3 

1.1.  Funções de uma variável ......................................................................................................... 3 

1.2.  Funções de duas variáveis ..................................................................................................... 15 

1.2.1.  Extremos livres .............................................................................................................. 17 

1.2.2.  Extremos condicionados ............................................................................................... 18 

2.  Reflexão e Refração ....................................................................................................................... 19 

2.1.  Problema de Héron ............................................................................................................... 19 

2.1.1.  Resolução Geométrica .................................................................................................. 20 

2.2.  Fenómeno da refração .......................................................................................................... 21 

3.  Problema de Dido .......................................................................................................................... 23 

3.1.  Área de um polígono regular em função do número de lados ............................................. 27 

4.  Área de uma região triangular ...................................................................................................... 30 

4.1.  Triângulo de área máxima e perímetro fixo .......................................................................... 31 

4.1.1.  Estudo usando uma função de uma só variável ............................................................ 31 

4.1.2.  Estudo usando uma função de duas variáveis .............................................................. 34 

5.  As abelhas e a matemática ............................................................................................................ 37 

5.1.  Porque é que os alvéolos das abelhas são hexagonais? ....................................................... 38 

5.2.  Porque razão o fundo dos alvéolos não é plano? ................................................................. 39 

5.2.1.  Cálculo do ângulo diedro dos losangos, quando a área é mínima. ............................... 42 

5.2.2.  Ângulo de inclinação dos losangos do topo .................................................................. 43 

6.  Produto máximo ............................................................................................................................ 44 

6.1.  Soma fixa ............................................................................................................................... 44 

6.1.1.  Estudo usando uma função de uma só variável. ........................................................... 44 

6.1.2.  Estudo usando uma função de duas variáveis .............................................................. 44 

6.2.  Soma dos quadrados fixa ...................................................................................................... 45 

6.2.1.  Estudo usando uma função de uma só variável ............................................................ 45 

6.2.2.  Estudo usando uma função de duas variáveis .............................................................. 46 

7.  Outros problemas ......................................................................................................................... 49 

8.  Médias ........................................................................................................................................... 70 

8.1.  Médias para mais de dois números ...................................................................................... 71 

8.2.  Aplicações das desigualdades das médias ............................................................................ 73 

Bibliografia ............................................................................................................................................ 78 

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Agradecimentos

 Apresento os meus agradecimentos à Professora Doutora Ana Cristina Barroso por sempre se ter 

mostrado bastante interessada e disponível, pelo que, a sua orientação foi importantíssima na 

elaboração deste meu trabalho. 

   

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 2 

 

Introdução

 

Os  problemas  de  máximos  e  de  mínimos  desde  de  muito  cedo  despertaram  a  atenção  dos 

matemáticos. Por exemplo, os gregos no século  III a.C.  já sabiam que de todas as curvas com  igual 

perímetro,  a  que  envolvia  maior  área  era  o  círculo.  Contudo  estes  problemas  eram  resolvidos 

utilizando processos engenhosos, não havendo uma forma sistemática de os solucionar. Só no século 

XVII, Fermat desenvolveu o primeiro método geral para a determinação de máximos e mínimos. No 

entanto  este método  era  um  procedimento  algorítmico  desprovido  de  qualquer  fundamentação 

demonstrativa. A generalização da  resolução deste  tipo de problemas aparece  com o  trabalho de 

Newton e Leibniz no desenvolvimento do Teorema Fundamental do Cálculo.  

O interesse deste tipo de problemas reside sobretudo na forma como são adaptados ao quotidiano e 

a situações da vida real, permitindo modular e  interpretar fenómenos à nossa volta. Com  inúmeras 

aplicações em diversas áreas, como a Física ou Engenharia, têm também uma grande importância a 

nível pedagógico. Aplicáveis a vários conteúdos da matemática, para além de desenvolver o estudo 

do  cálculo  diferencial,  proporcionam  trabalhar  conceitos  relativos  a  funções,  trigonometria, 

geometria entre outros.  

Após uma pequena  revisão de  conceitos  teóricos que permitem  e  fundamentam  a  resolução dos 

problemas  de máximos  e mínimos,  foram  selecionados  diversos  problemas,  visando  cobrir  uma 

grande área de conteúdos matemáticos e diferentes formas de abordagem. De referir que a grande 

maioria  dos  problemas  apresentados  são  de  aplicação  direta  ou  de  fácil  adaptação  ao  ensino 

secundário,  nomeadamente  12º  ano. Algumas  das  resoluções  são  enriquecidas  com mais  do  que 

uma abordagem e por vezes aparece uma resolução usando funções de duas variáveis.  

Por fim, fugindo um pouco ao método clássico, são aplicadas propriedades das médias ao cálculo de 

soluções ótimas de alguns problemas, que utilizando outros métodos seriam de difícil resolução.  

   

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 3 

1. Preliminares

 

1.1. Funçõesdeumavariável

 

Consideremos  uma  função  real  ( )f x   definida  num 

intervalo  I .  A  taxa  de  variação média  da  função 

entre  dois  pontos  ,A a f a   e  ,M x f x   com 

,a x I  e  x a , é dada por  f x f a

x a

  

A  taxa  de  variação  da  função  no  ponto  A   é  o  limite 

quando  x a  da razão incremental  f x f a

x a

  

 

A taxa de variação média da função entre dois pontos  A  e M  é o declive da reta  AM , secante ao 

gráfico da  função nos pontos  A  e  M . A  reta  t  cujo declive é  igual ao 

limx a

f x f a

x a

, diz‐se 

tangente ao gráfico da função no ponto  A . 

 

Definição 1.1 Diz‐se que uma função  f , real de variável real, definida numa vizinhança de um ponto 

a , é diferenciável em  a ,  se existe e é  finito o  limite: 

limx a

f x f a

x a

. A este  limite  chama‐se 

derivada de  f  no ponto  a  e representa‐se por 

0

lim limx a h

f x f a f a h f af a

x a h

 

Diz‐se que  f  é derivável ou diferenciável à esquerda em  a  se existe e é finito o limite:  

0

lim lim ex a h

f x f a f a h f af a

x a h

 

Diz‐se que  f  é derivável ou diferenciável à direita em  a  se existe e é finito o limite:  

0

lim lim dx a h

f x f a f a h f af a

x a h

Se  e df a f a  então  f  é derivável ou diferenciável em  a  e tem‐se  e df a f a f a . 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 4 

Definição  1.2  Diz‐se  que  a  função  :f D   é  uma  função  derivável  ou  diferenciável  no 

aberto  D   se  for derivável em  todo o ponto de D. À nova  função  :f D ,  ( )x f x , 

chama‐se derivada de  f . 

 

Nota 1.3 Se  f  é diferenciável num ponto  a , o declive da reta tangente ao gráfico  de  f  no ponto 

,A a f a   é  igual  a  f a .  A  reta  tangente  ao  gráfico  nesse  ponto  tem  por  equação 

y f a f a x a . 

 

Proposição  1.4  Se  :f D   é  uma  função  derivável  em  inta D ,  então  f   é  contínua 

nesse ponto. 

 

Demonstração. 

Para  x D ,  com  x a   temos  ( )

f x f af x f a x a

x a

,  pelo  que 

lim ( ) ( ) lim ( ) ( ) 0 0x a x a

f x f af x f a x a f a

x a

Ou seja  lim ( ) ( )x a

f x f a

, que prova que a função  f  é contínua em  a .□ 

 

Proposição  1.5  Uma  função  f x   definida  num  intervalo  aberto  I   é  diferenciável  num  ponto 

a I  se e só se existe um número  l  tal que se tem numa vizinhança de  a  

  f x f a l x a r x   (1.1) 

em que  r x  é uma função contínua e nula no ponto  a  (infinitésimo no ponto  a ) tal que  

 

lim 0x a

r x

x a

  (1.2) 

O número  l  é único e igual a  f a . 

   

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 5 

Demonstração. 

 

Nas condições do enunciado de  (1.1) deduz‐se que para  x a   se  tem,  f x f a r x

lx a x a

donde em consequência de (1.2), vem 

limx a

f x f al

x a

, o que prova que  f  é diferenciável em 

a  e que  f a l . 

Reciprocamente,  se  f x   é  diferenciável  no  ponto  a ,  escrevendo 

r x f x f a f a x a ,  obtemos  (1.1)  com  l f a .  A  função  r x   verifica  as 

condições da proposição, pois é diferença de duas funções contínuas, logo é uma função contínua, é 

nula no ponto  a  e verifica (1.2),  uma vez que  lim lim 0

x a x a

r x f x f af a

x a x a

.□ 

 

Lemos  a  relação  (1.2)  dizendo  que  r x   é  desprezável  ou muito  pequena  em  comparação  com 

x a  numa vizinhança de  a  e escreve‐se, usando a notação de Landau: 

  r x o x a .  (1.3) 

As relações (1.1) e (1.2) da proposição 1.5 podem sintetizar‐se numa única igualdade: 

  f x f a f a x a o x a .  (1.4) 

 

Teorema 1.6 Sejam  , :f g D  funções deriváveis em  inta D ; então 

1. f g  é derivável em  a  e  ( ) ( ) ( )f g a f a g a ; 

2. f g  é derivável em  a  e  ( ) ( ) ( ) ( ) ( )f g a f a g a g a f a ; 

3. nf  é derivável em  a  e  1( ) ( ) ( ) , n nf a nf a f a n ; 

4. Se  ( ) 0g a , f

gé derivável em  a  e 

2

( ) ( ) ( ) ( )( )

( )

f f a g a g a f aa

g g a

   

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 6 

Demonstração. 

1.   

( ) lim lim

lim lim ( ) ( )

x a x a

x a x a

f g x f g a f x g x f a g af g a

x a x af x f a g x g a

f a g ax a x a

 

 

2. Queremos mostrar que: 

( ) ( ) ( ) ( ) ( )f g a f a g a g a f a  

( ) lim lim

x a x a

f g x f g a f x g x f a g af g a

x a x a

 

Adicionando e subtraindo  f a g x  ao numerador, vem 

( ) lim

lim

lim

x a

x a

x a

f x g x f a g x f a g x f a g af g a

x a

f x f a g x g x g a f a

x a

f x f a g x g ag x f a f a g a g a f a

x a x a

 

uma vez que  limx ag x g a

, porque  g  é derivável em  a  e por consequência é contínua 

em  a .□ 

 

3. Vamos provar por indução que  1( ) ( ) ( ) , n nf a nf a f a n  

Para  1n  

0( ) 1f a f a f a f a

  

Proposição Verdadeira 

 

Hipótese de indução 

Suponhamos para um certo  p , que: 

1( ) ( ) ( )p pf a p f a f a  

Queremos mostrar que 

1 ( ) 1 ( ) ( )p pf a p f a f a  

 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 7 

Usando a propriedade 2 tem‐se 

1

. .

1

( ) ( )

( ) ( )

( ) ( ) 1 ( ) ( ).

p p p p

H I

p p

p p p

f a f f a f a f a f a f a

f a f a f a p f a f a

f a f a p f a f a p f a f a

 

 

4. Como  0g a  e  g  é contínua em  a  existe um aberto  I  contendo  a  tal que  0g x , 

x I D .  

( ) lim lim

lim

x a x a

x a

f x g a f a g xf fx a

g x g af g ga

g x a x a

f x g a f a g x

g x g a x a

 

adicionando e subtraindo  f x g x ao numerador, vem:  

2

( ) lim

lim

lim

x a

x a

x a

f x g a f x g x f x g x f a g xfa

g g x g a x a

f x g a g x f x f a g x

g x g a x a

f x f a g x g x g a f x f a g a g a f a

g x g a x a g x g a x a g a

 

uma vez que  limx a

f x f a

 e  limx ag x g a

, porque  f  e  g  são deriváveis em  a  e 

por consequência contínuas em  a .□ 

 

Proposição 1.7 (Derivação da função composta). Sejam  f  e  g  funções reais definidas em intervalos 

abertos  J   e  I   de  ,  respetivamente,  tais  g I J .  Então,  se  g   é  diferenciável  num  ponto 

0t I  e  f  é diferenciável no ponto  correspondente  0 0x g t ,  f g  é diferenciável em  0t  e 

0 0 0f g t f x g t . 

 

Demonstração. 

Como  f x  é diferenciável em  0x , pode‐se escrever 

0 0 0 0f x f x x x f x o x x  ou seja  

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 8 

0 0 0 0f x f x f x x x x x x , em que  0

lim 0x x

x

Substituindo  x  por  g t , vem  

0 0 0 0

0 0 0

f g t f g t f x g t g t g t g t g t

f g t f g t f x g t g t g t

 

 

dividindo ambos os membros por  0t t  obtemos 

0 00

0 0

f g t f g t g t g tf x g t

t t t t

 

 

passando ao limite quando  0t t , vem 

0 0

0 00

0 0

lim limt t t t

f g t f g t g t g tf x g t

t t t t

 

ou seja 

0 0 0f g t f x g t , uma vez que  0

lim 0t t

g t

 por continuidade de  g  em  0t . □ 

 

Proposição 1.8 (Derivação da função  inversa). Seja  f  uma função diferenciável e  injetiva definida 

num  intervalo  I .  Seja  0x I   tal  que  0( ) 0f x ;  então  1 :f f I I   é  diferenciável  em 

0 0( )y f x  e  1

00

1f y

f x

 

Demonstração. 

Seja  f  uma função diferenciável e injetiva definida num intervalo  I .  

Seja  y f x , como 1f  é injetiva se  1 1

0 0 0y y f y f y x .  

Então podemos escrever 

1 10

100 0

1 110

0

1 1f y f yy yy y f f y f x

f y f y f y x

Como  f  é diferenciável, logo contínua e está definida num intervalo, a sua inversa  1f  é contínua e 

portanto  10 0y y f y x . 

 

 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 9 

Passando ao limite temos: 

0 0

1 10

10 00

10

1 1lim limy y y y

f y f y

y y f xf f y f x

f y x

 

□ 

 

Definição  1.9  Seja  :f D   e  a D .  Diz‐se  que  f   tem  em  a   um máximo  local  (ou 

relativo) se existe  0  tal que  f x f a ,  x V a D . Do mesmo modo, diz‐se que  f  

tem em  a  um mínimo local (ou relativo) se existe  0  tal que  f x f a ,  x V a D .  

Diz‐se que  f  tem em  a  um máximo absoluto se  f x f a ,  x D . Do mesmo modo, diz‐se 

que  f  tem em  a  um mínimo absoluto se  f x f a , x D .  

Se  a  função  possui  um máximo  ou mínimo  (relativo  ou  absoluto)  dizemos  que  a  função  tem  um 

extremo (relativo ou absoluto). 

 

Proposição 1.10 Seja  f  uma função diferenciável em  0x .  

1) Se  0 0f x  então  0 0 0f x h f x f x h ,  0h  suficientemente pequeno. 

2) Se  0 0f x  então  0 0 0f x h f x f x h ,  0h  suficientemente pequeno. 

 

Demonstração. 

1) 

Por definição tem‐se que  0 00

0limk

f x k f xf x

k

Como  0 0f x  usando a definição de limite sabemos que existe  0  tal que se  

0 k  então  0 0

0 0

f x k f xf x f x

k

  

donde   0 0 0 00 0 0 00 2

f x k f x f x k f xf x f x f x f x

k k

Em particular,   0 0 0f x k f x

k

,  0 k . 

Tomando 0 h  tem‐se 0 h  e 0 h  logo 

 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 10 

0 00 00

f x h f xf x h f x

h

 e 

0 00 00

f x h f xf x h f x

h

 

A demonstração de 2) faz‐se de forma análoga. □ 

 

Teorema 1.11  (Fermat) Seja  :f D  uma  função com derivada em  inta D . Se  f   tem 

em  a  um extremo local, então  0f a . 

 

Demonstração. 

Suponhamos que  f  tem em  a  um máximo local (o outro caso é análogo). 

Como  inta D , existe  0  tal que se  x a , então  x D  e  f x f a . Portanto, para 

a x a  temos 

0f x f a

x a

. Logo,  

  lim 0dx a

f x f af a

x a

.  (1.5) 

 

Por outro lado, para a x a  temos 

0f x f a

x a

. Portanto,  

  lim 0ex a

f x f af a

x a

.  (1.6) 

Mas como, por hipótese, existe  f a , temos  d ef a f a f a .  

De (1.5) e (1.6) vem  0f a .□ 

 

Note‐se  que  o  recíproco  deste  resultado  é  falso.  Por  exemplo,  a  função  3f x x   verifica 

0 0f  mas sendo uma função estritamente crescente não tem extremo em  0x . 

 

Teorema 1.12 (Weierstrass) Uma função contínua num intervalo fechado  ,a b , tem máximo e 

mínimo absolutos nesse intervalo. 

 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 11 

Teorema  1.13  (Rolle)  Seja  : ,f a b ,  com  a b ,  uma  função  contínua  no  intervalo 

limitado  e  fechado  ,a b   e  com  derivada  finita  em  todos  os  pontos  do  seu  interior  ,a b .  Se 

f a f b  então existe pelo menos um ponto  ,a b  tal que  0f . 

 

Demonstração. 

Sendo  f  contínua no intervalo fechado e limitado  ,a b ,  f  tem máximo e mínimo nesse intervalo 

pelo Teorema de Weierstrass. Se o máximo e o mínimo são atingidos nos extemos do intervalo, como 

f a f b , tem‐se  f  constante e portanto para qualquer  ,c a b ,  0f c . 

No caso do máximo ou do mínimo ser atingido num ponto  interior  ,a b  tem‐se pelo teorema 

de Fermat que  0f . □ 

 

Teorema  1.14  (Valor  Médio  de  Lagrange)  .  Seja  : ,f a b ,  com  a b ,  uma  função 

contínua no intervalo limitado e fechado  ,a b  e com derivada finita no interior  ,a b . Então, existe 

pelo menos um ponto  ,c a b  tal que  f b f a b a f c .  

 

 

Geometricamente o teorema do valor médio estabelece que se uma 

função  f  for contínua em  ,a b  e derivável em  ,a b , então existe 

pelo menos um ponto  c  entre  a  e b  onde a tangente ao gráfico de 

f  é paralela ao segmento de reta que une os pontos  ,A a f a  e 

,B b f b . 

 

Demonstração. 

Seja  f b f ag x f x x

b a

.  

Devido às hipóteses sobre  f  resulta que a função  g  é contínua em  ,a b  e diferenciável em  ,a b . 

Tem‐se ainda que 

f b f a f b f ag b f b b f b b a a

b a b a

f b f a f b f a f b f af b b a a f a a g a

b a b a b a

 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 12 

portanto o Teorema de Rolle garante que  ,c a b  tal que  0

f b f ag c f c

b a

Logo  f b f a f c b a □. 

 

Corolário 1.15 Seja  : ,f a b  uma função contínua em  ,a b  e diferenciável em  ,a b . 

Se  0f x   , 

,x a b  então  f x  é constante no intervalo  ,a b .  

 

Demonstração. 

Para  ,x a b , a  função  f   satisfaz as condições do  teorema de Lagrange em  ,a x . Então pelo 

referido  teorema,  existe  pelo menos  um  ponto  ,c a x   tal  que  f x f a x a f c . 

Mas por hipótese  0f x ,  ,x a b , logo  0f c  e como tal  f x f a ,  ,x a b . 

Por continuidade de  f  em b  conclui‐se que  f  é constante em  ,a b .□ 

 

Corolário 1.16 Seja  : ,f a b  uma função contínua em  ,a b  e diferenciável em  ,a b .  

1) Então  0f x ,  ,x a b f  é crescente em  ,a b . 

0f x ,  ,x a b f  é decrescente em  ,a b . 

2) Tem‐se ainda  0f x ,  ,x a b f  é estritamente crescente em  ,a b . 

0f x ,  ,x a b f  é estritamente decrescente em  ,a b . 

 

Demonstração. 

 

Seja  f uma  função  nas  condições  do  enunciado  e  tomemos  , ,x y a b ,  com  x y .  Pelo 

Teorema de Lagrange  ,c x y  tal que  f y f x y x f c . 

Então  0 0f c f y f x  (respetivamente  0 0f c f y f x ) ou seja,  f  

é crescente (respetivamente estritamente crescente) em  ,a b . 

A demonstração para o caso decrescente é análoga.  

 

 

 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 13 

 

Seja  : ,f a b   uma  função  monótona  crescente,  isto  é, 

, , , x y a b x y f x f y .  Como  f   é  derivável  em  ,c a b   e 

0f x f c

x c

para  x c , conclui‐se que  lim 0x c

f x f cf c

x c

Do mesmo modo, se  f  é monótona decrescente e derivável em  ,c a b ,  0f c . □ 

 

Observações 

1. O recíproco de 2) do último corolário é falso. Tome‐se mais uma vez como exemplo a função 

3( )f x x , que é estritamente crescente. No entanto  0 0f . 

 

2. A hipótese da continuidade de  f  no  intervalo  fechado  ,a b  é muito 

importante, pois se não se verificar o resultado é falso, como podemos 

ver no seguinte exemplo:   

 

1 , se 0 1

1 , se 1

x xf x

x

 

1 0f x  para todo  0,1x  e no entanto,  f  não é crescente em 0,1 . 

O corolário não pode ser aplicado porque  f x  não é contínua no ponto 1. 

 

Resulta imediatamente do corolário anterior que: 

Teorema 1.17 Seja  f  uma função diferenciável numa vizinhança do ponto  c  tal que  0f c . Se 

existe  0  tal que: 

i) 0f x ,  ,x c c   e  0f x ,  ,x c c   então  f c   é  um máximo 

local. 

ii) 0f x ,  ,x c c   e  0f x ,  ,x c c   então  f c   é  um mínimo 

local. 

iii) f x  tem o mesmo sinal em  , ,c c c c  então  f c  não é extremo local. 

 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 14 

Teorema 1.18 (Valor Médio de Cauchy) Sejam  , : ,f g a b , com  a b , funções contínuas no 

intervalo  limitado  e  fechado  ,a b e  com  derivada  finita  em  ,a b .  Então,  se  0g x , 

,x a b , existe pelo menos um ponto  ,c a b  tal que 

f b f a f c

g b g a g c

 

Demonstração. 

Note‐se que  0g b g a , porque caso contrário pelo teorema de Rolle existiria  ,c a b  tal 

que  0g c .  

Seja  f b f a

h x f x g xg b g a

.  

Tem‐se 

f b f a f b f ah b f b g b f b g b g a g a

g b g a g b g a

f b f a f b f af b f b f a g a f a g a h a

g b g a g b g a

 

h   é  contínua  em  ,a b   e  diferenciável  em  ,a b ,  porque  f   e  g   são  contínuas  em  ,a b   e 

diferenciáveis em  ,a b . 

Então pelo teorema de Rolle, existe  ,c a b  tal que  0f b f a

h c f c g cg b g a

Logo

0f b f a f b f a f b f a f c

f c g c g c f cg b g a g b g a g b g a g c

 □. 

 

Definição 1.19 Seja  :f D  uma função diferenciável em  D  e seja  inta D . Se  f  é 

diferenciável em  a  então diz‐se que  f  é duas vezes diferenciável em  a . A segunda derivada de  f  

em  a  representa‐se por  f a  e é dada por: 

limx a

f x f af a

x a

 

Se existem  1, , ..., nf f f  em  D  e  1nf  é derivável em  a , então diz‐se que  f  tem derivada de 

ordem  n  em  a :  1 1

limn n

n

x a

f x f af a

x a

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 15 

A função  f  diz‐se de classe  nC  em  D  e escreve‐se  nf C D , se todas as derivadas de  f  até à 

ordem  n  forem contínuas em D . 

 

Proposição 1.20 Seja  : ,f a b  uma função duas vezes diferenciável num ponto  ,c a b  

tal que  0f c . Então, 

1) 0 se f c c  é ponto de mínimo local. 

2) 0 se f c c  é ponto de máximo local. 

 

Demonstração. 

1) 

Suponhamos que  0f c . 

Pelo corolário 1.16 aplicado a  f ,  0  tal que, se 

1 2c x c x c  então  1 2f x f c f x . 

Como  0f c  tem‐se  

0f x ,  ,x c c  e  0f x ,  ,x c c ,  logo  f c  é mínimo  local,  conforme o 

teorema 1.17. 

 

Analogamente se provaria 2). □ 

 

 

1.2. Funçõesdeduasvariáveis

 

Definição 1.21 Seja  2:f D  uma função definida numa parte  D  de  2 . Seja  ,a b  um 

ponto  interior a  D . Diz‐se que  f   tem derivada parcial em ordem a  x  no ponto  ,a b quando 

existe  0

, ,, lim

h

f a h b f a bfa b

x h

, e ao número real  ,

fa b

x

 chama‐se derivada parcial 

de  f  em ordem a  x  no ponto  ,a b . 

Pode‐se ainda definir derivada parcial de  f  em ordem a  y  no ponto  ,a b , como: 

0

, ,, lim

k

f a b k f a bfa b

y k

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 16 

As  derivadas  parciais  de  2ª  ordem  de  uma  função  ,f x y   de  duas  variáveis,  são  representadas 

pelos símbolos: 

2

2

f f

x x x

2 f f

x y x y

2 f f

y x y x

2

2

f f

y y y

 

Definição 1.22 Uma  função  2:f A , diz –se de  classe 0C  no  aberto  A  quando  f   for 

contínua em  A ; diz‐se que  f  é de classe  kC  em  A   1, 2,3,...k , e escreve‐se  kf C A , 

quando existirem todas as derivadas parciais de ordem  k  de  f  em  A  e forem todas contínuas em 

A ;  f  diz‐se de classe C em  A , quando  kf C A  para qualquer  0,1, 2,3,...k . 

 

Teorema 1.23 (Schwarz)  Se  2:f A  é de classe 2C  no aberto  A , então  

2 2f f

x y y x

 em todos os pontos de  A . 

 

Definição 1.24 Seja  2:f D  uma função definida numa parte  D  de  2  e seja  ,a b  um 

ponto interior a D . Suponhamos ainda que  f  tem derivadas parciais de primeira ordem em  ,a b . 

Então chama‐se gradiente de  f  no ponto  ,a b  ao vetor cujas componentes  são as 2 derivadas 

parciais de primeira ordem de  f  calculadas no ponto  ,a b . Representa‐se por  ,grad f a b  ou 

,f a b . Assim, 

, , , ,f f

f a b a b a bx y

 

Os pontos onde o gradiente de  f  se anula designam‐se pontos de estacionaridade de  f .  

 

Definição 1.25 Seja  2:f D  uma função definida numa parte  D  de  2  e seja  ,a b  um 

ponto interior a D . Diz‐se que  f  é diferenciável em  ,a b  se e só se existe 2  tal que: 

1 2 1 2 1 2, , , ,f a h b h f a b h h o h h ,  

em que a função  1 2,o h h , satisfaz a condição 

1 2

1 2

, 0,01 2

,lim 0

,h h

o h h

h h .  

Pode‐se mostrar que existe um único vetor 2  nestas condições e que  ,f a b . 

 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 17 

1.2.1. Extremoslivres

 

As noções de extremo apresentadas na definição 1.9 generalizam‐se de forma natural às funções de 

duas variáveis. 

O resultado seguinte é consequência do teorema 1.11. 

 

Teorema 1.27 (Fermat) Seja  2:f D , uma função diferenciável no ponto  ,a b , interior a 

D . Então, se  f  tem um extremo em  ,a b  tem‐se  , 0f a b . 

 

Definição 1.28. Seja  2:f D  e  , inta b D , um ponto de estacionariade de  f . Se  f  

não tem um extremo em  ,a b , então  ,a b  diz‐se um ponto de sela. 

 

Apresentamos em seguida exemplos de gráficos de funções que possuem um mínimo, um máximo e 

um ponto de sela em (0,0). 

   

A função  2 21 ,f x y x y

 possui um mínimo em (0,0) 

A função  2 22 ,f x y x y

 possui um máximo em (0,0) 

A função  2 23 ,f x y x y

 possui um ponto sela  em (0,0) 

 

Definição 1.29 Se  f  for uma função de classe 2C  no ponto  ,a b , chama‐se matriz hessiana de  f  

em  ,a b  e representa‐se por  ,H a b  à matriz dada por 

2 2

2

2 2

2

, ,

,

, ,

f fa b a b

x x yH a b

f fa b a b

y x y

 . 

Trata‐se de uma matriz quadrada do tipo  2 2 , simétrica, conforme o Teorema de Schwarz. 

 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 18 

Teorema 1.30 Seja  2:f A  de classe 2C  definida num aberto  A  e seja  ,a b  um ponto 

de estacionaridade de  f . 

a) Se  2

2, 0

fa b

x

 e  , 0H a b  então  f  tem um mínimo local em  ,a b . 

b) Se  2

2, 0

fa b

x

 e  , 0H a b  então  f  tem um máximo local em  ,a b . 

c) Se  , 0H a b  então  f  tem um ponto sela em  ,a b . 

d) Se  , 0H a b   não  podemos  afirmar  nada  acerca  da  natureza  do  ponto  de 

estacionaridade  ,a b . 

 

Para mostrar  que  no  caso  de  d)  nada  se  pode  concluir,  consideremos  os  exemplos  abaixo,  cujas 

funções verificam a condição  (0,0) 0H , mas: 

4 4,f x y x y , tem mínimo em  0,0 , 

4 4,g x y x y , tem máximo em  0,0 , 

4 4,h x y x y , tem um ponto de sela em  0,0 . 

 

1.2.2. Extremoscondicionados

 

Sejam  2, :f g A  definidas num aberto  A  de  2  e suponhamos que queríamos estudar 

os extremos de  ,f x y  com a variável  ,x y  condicionada à  relação  , 0g x y . Dizemos que 

temos um problema de extremos condicionados, sendo  , 0g x y  a condição a que estão sujeitas 

as variáveis  x  e  y . O problema resume‐se a calcular os extremos da função  f  restrita ao conjunto 

não vazio  , : , 0C x y A g x y , representada por Cf . 

Supondo  que  ,f g   são  funções  de  classe  1C A   e  que  , 0,0g x y   para  qualquer 

,x y A  tal que  , 0g x y , temos o seguinte: 

 

Teorema 1.31  (Lagrange) Se Cf   tem um extremo em  ,a b C , então para um certo  , a 

função  , , ,F x y f x y g x y ,  definida  em  A ,  tem  um  ponto  de  estacionaridade  em 

,a b .   

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 19 

2. ReflexãoeRefração

 

2.1. ProblemadeHéron

Dada uma reta,  r , e dois pontos  A  e  B  do mesmo lado da reta, encontrar um ponto M  de  r , de 

modo a que a soma das distâncias  AM  e MB  seja mínima. 

 

Resolução. 

Sejam  0A  e  0B  as projeções ortogonais de  A  e B , respetivamente, na reta r. 

Sejam  , , 0a b c ,  em  que  0AA a ,  0BB b , 

0 0A B c . 

Sejam    e    os  ângulos  formados  pela  retas  r   e 

MA  e  pelas  retas  r   e  MB ,  respetivamente.  Logo 

, 0,2

Designemos  0A M x . 

Para  0,x c , designemos por  1MA d ,  2MB d  e o caminho AMB por d , em que  1 2d d d . 

2 2 2 2 21 1d a x d a x  

2 22 2 22 2d b c x d b c x  

22 2 2d x a x b c x , trata‐se de uma função contínua no intervalo  0,c . 

2 2 22

x c xd x

a x b c x

 

2 2 22

0x c x

d xa x b c x

,  

elevando ambos os membros ao quadrado, obtemos: 

222 2 2 22 2 2 2 2 2 2 2 2

22 2 2

2 22 2 22 2 2 2 2 2 2 2

2 2

c xxx b c x c x a x x b x c x c x a x

a x b c x

b ax b c x a x x c x x b a c x

xc x

ou seja,  

 

a b

x c x

  (2.1) 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 20 

Portanto  tg tg . 

De (2.1) vem que o ponto de estacionaridade é  

aca c x bx ac ax bx bx ax ac x b a ac x

b a

 

1122 2 2 22

1 31 32 2 22 2 2 2 2 22 22 2

22

1 3 1 32 2 2 2 2 22 22 2 2 2

2 222 2 2 2

3 3 32 2 2 2 222 2 2

1 12 2

2 2

1 1

d x x a x c x b c x

a x x x a x b c x c x b c x

c xx

a x a x b c x b c x

b c x c xa x x a

a x a xb c x

2

322 2

0b

b c x

 

 

Como tal  0ac

db a

 e portanto 

acxb a

 é minimizante de  d x . 

Uma  vez que  2 20d a b c ,  2 2d c a c b  e  2 2acd a b cb a

  concluímos 

que ac

db a

 é o mínimo absoluto de d  em  0,c . 

 

2.1.1. ResoluçãoGeométrica

 

Este problema pode ser resolvido geometricamente.  

Para  tal  vamos  considerar  um  referencial  cartesiano 

com  origem  na  projeção  do  ponto  A   na  reta  r .  As 

coordenadas de  A  e B  são  (0, )A a ,  ( , )B c b . 

Seja  ' ,B c b  o  simétrico de  B  em  relação ao eixo 

das abcissas. 

Como  sabemos,  a distância mínima  entre dois pontos 

do plano é o comprimento do segmento de reta que os 

une.  Assim  o  caminho  mais  curto  de  A   a  'B   é  o 

segmento de reta  'AB . Mas  'MB MB  pelo que  

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 21 

o ponto M  procurado é a interseção da reta  'AB  com o eixo Ox , pois para outro ponto  'M  de  r  

temos: 

' ' ' ' ' 'AM BM AM M B AB AM MB   usando  as  propriedades  da  simetria  e  a 

desigualdade triangular. 

Para determinar as coordenadas de M , vamos escrever a equação reduzida de  'AB  e calcular a sua 

interseção com o eixo dos  x .  

O declive da reta  'AB  é  'AB

a bm

c

 e a sua equação reduzida é :  

a by x a

c

. De modo que 

para  0y , vem a b ac

x a xc a b

. Portanto, como determinado anteriormente,  M  é dado 

por  ,0ac

Ma b

 

2.2. Fenómenodarefração

 

Sejam  P   e  Q   dois  pontos  situados  respetivamente  nos 

semiplanos  0y  e  0y  de  Oxy . Suponhamos que um ponto 

material  se desloca de  P  para  Q   segundo uma  linha quebrada 

PMQ ,  em  que  M   é  um  ponto  do  eixo  dos  x .  Se  1v   é  a 

velocidade no semiplano  0y  e  2v  a velocidade no semiplano  0y , vamos mostrar que o ponto 

M  para o qual é mínimo o tempo de deslocamento ao longo de PMQ  é tal que    1

2

sin

sin

v

v

 

sendo  (respetivamente  )  o  ângulo  de  vértice  M ,  formado  pelo  segmento  PM  

(respetivamente  MQ ) com a vertical ao eixo dos  x  em M . 

 

Sejam  0P   e  0Q ,  respetivamente,  as  projeções 

ortogonais de P  e Q  sobre o eixo dos  x . 

Seja  1Q  a projeção ortogonal de Q  sobre a vertical 

e seja  'Q  a projeção ortogonal de Q  na reta  0PP . 

Seja  1PM d ,  2MQ d ,  0PP a ,  0 'PQ b , 

'QQ c  e  1'Q Q x . 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 22 

Das leis da física sabemos que, num movimento uniforme de um ponto material,  d vt , onde  d  é a 

distância percorrida,  v  a velocidade e  t  o tempo decorrido. 

Assim temos  11 1 1 1

1

dd v t t

v ,  em que  1t  é o tempo necessário para percorrer  PM , 

e   22 2 2 2

2

dd v t t

v ,  em que  2t  é o tempo necessário para percorrer  MQ . 

Aplicando o teorema de Pitágoras, temos  2 21d a x  e  22

2d b c x . 

Designando por T  o tempo necessário para o ponto material percorrer a linha quebrada PMQ ,  

222 2

1 2

b c xa xT x

v v

 

Derivando, 

2 2 22

1 2

x c xT x

v a x v b c x

 

O valor de  x  para o qual T  é mínimo verifica a condição  0T x . 

2 2 2 2 2 22 2

1 12 2

0 0x c x x c x

T xv a x v a xv b c x v b c x

 

Mas 2 2

sinx

a x

 e 

22sin

c x

b c x

,  

Donde temos que:  1

1 2 2

sin sin sin

sin

v

v v v

 

   

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 23 

3. ProblemadeDido

 

O  problema  de  Dido  é  conhecido  como  o mais  antigo  associado  à  determinação  de máximos  e 

mínimos, ou seja o primeiro problema do cálculo variacional. 

Segundo a mitologia romana, Dido era uma princesa, filha do rei Mutto da cidade fenícia de Tiro e 

casada com Siqueu, o homem mais rico de todo o reino. Quando o rei faleceu, Pigmalião, o irmão de 

Dido,  ocupou  o  trono.  Com  o  objetivo  de  se  apoderar  das  riquezas  do  seu  cunhado,  Pigmalião 

assassinou‐o. Dido,  juntamente com nobres tírios, parte numa  longa viagem, vindo a refugiar‐se na 

costa do Mediterrâneo, no norte de Africa. Aí chegados foram muito bem recebidos pelos indígenas 

e Dido para se estabelecer pediu‐lhes uma porção de terra, tanta quanto ela conseguisse cercar com 

a  pele  de  um  boi.  Os  indígenas  acederam  a  tal  pedido,  pois  a  pele  de  boi  cobria  uma  parcela 

insignificante de terra. Dido cortou o couro em tiras finas, ligou‐as pelas extremidades formando um 

semicírculo ao longo do mar, conseguindo desta forma obter uma vasta área que se veio a tornar no 

estado de Cartago, a atual Tunísia, em 850 a. C.. 

O problema de Dido resume‐se a encontrar a maior área que se pode delimitar com uma curva de 

comprimento dado, por isso também chamado problema isoperimétrico.  

 

Inicialmente vamos pensar que Dido  conseguiu obter um determinado polígono. Mas que  tipo de 

polígono? 

Zenodorus, matemático grego que se pensa ter vivido entre o século III a.C e o século I d.C, mostrou 

que de todos os polígonos de n  lados com um perímetro dado, se existir um com maior área, então 

este tem os lados iguais e os ângulos iguais.  

Para mostrar este resultado, Zenodorus baseou‐se em dois lemas. 

 

Lema  3.1  Um  polígono  de  n  lados  com  área máxima  tem  lados 

iguais. 

 

Antes  de  nos  debruçarmos  sobre  a  demonstração  convém  ter 

presente o facto de um polígono não convexo não poder ser o que 

tem maior área e perímetro fixo.  

Com efeito, consideremos o polígono  1 2 3... nPP P P . Supondo que a amplitude do ângulo  1 2 3PP P  é 

maior  que  180º,  considerando  2 'P a  reflecção  de  2P   através  da  reta  1 3PP ,  obtemos  o  polígono 

1 2 3' ... nPP P P  com maior área que o polígono  1 2 3... nPP P P  e igual perímetro.  

 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 24 

Demonstração do Lema 3.1 

Seja  1 2 3... nPP P P  um polígono com área máxima, como 

vimos  este  polígono  é  convexo.  Com  vista  a  uma 

contradição  vamos  supor  que  os  lados  não  são  todos 

iguais. 

Sejam  1 2PP   e  2 3P P   dois  lados  adjacentes  de 

comprimento diferente. Seja  r  a reta que passa em  2P  e é paralela a  1 3PP . Aplicando o problema de 

Héron à  reta  r  e aos pontos  1P  e  3P , vamos encontrar um 

ponto  M   de  r   que  minimize  a  soma  das  distâncias 

1 3PM PM . Como sabemos, os ângulos   e   em M  são 

iguais, donde se conclui que o ângulo  1 3MPP  é igual a  3 1MPP , 

por  serem ângulos alternos  internos a   e  .  Isto  significa que o  triângulo  1 3PMP  é  isósceles e 

portanto  M   é  diferente  de  2P . Além  disso,  a  área  do  triângulo  1 3PMP   é  igual  à  do  triângulo 

1 2 3PP P , pois possuem igual base e altura. 

A  soma do  comprimento dos  lados  1PM   e  3MP   é menor que  a  soma dos  lados do polígono 

1 2PP  e  2 3P P , visto que M  é a solução do problema de Héron e  2M P . 

Vamos agora construir o triângulo isósceles  1 2 3'PP P  de modo a que  1 2 2 1 2 23 3' 'PP P P PP P P . A 

sua área é, claro, maior que a área do triângulo  1 2 3PP P , uma vez que altura  2 'P C  é maior que 

altura  MC . Mas  isso  significa que a área do polígono  1 2 3' ... nPP P P  é maior que a do polígono 

1 2 3... nPP P P  e têm igual perímetro, o que contradiz a hipótese. □ 

 

Lema 3.2 Um polígono de n lados com área máxima tem os ângulos iguais. 

 

Demonstração. 

Seja  1 2 3... nPP P P  um polígono com área máxima. Sabemos que é convexo e pelo Lema 3.1 que os 

seus lados são iguais. 

Com vista a chegar a um absurdo, vamos supor que os seus ângulos não são todos  iguais. Como tal 

existem   e   dois ângulos adjacentes diferentes. Vamos provar que isto implica que existem dois 

ângulos não adjacentes diferentes. 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 25 

Consideremos  , , , , ,....   ângulos  consecutivos  do  polígono.  Se    ou  ,  então  a 

prova está completa, uma vez que   e   (ou   e  ) 

são não adjacentes. Se  ,   e  , então 

a  sequência  de  ângulos  é  , , , , ,.... ,  e  a  prova 

está  completa, pois o primeiro  e o quarto  ângulo  são 

não adjacentes.   

Daqui conclui‐se que existem dois triângulos  DEF  e 

PQR  com interiores disjuntos, cada um formado por 

vértices adjacentes do polígono com  n  lados e em que 

o  ângulo  E   é  menor  que  o  ângulo  Q .  Visto  que 

DE EF PQ QR , a desigualdade entre os ângulos E  e Q  implica que DF PR .  A partir de 

E  e Q  traçamos EG  e QT  perpendiculares respetivamente a DF  e a PR .  

Construímos  o  triângulo  ' 'ET P   congruente  com  o  triângulo  QTP .  Agora  consideramos  o 

problema de Héron para a reta  'T G  e os pontos  'P  e  F . Seja  S  a solução do problema de Héron, 

em que  S  é o ponto em  'T G  tal que a soma das distâncias  'P S  e SF  seja mínima. Uma vez que a 

amplitude de  ' 'P ET  (metade do ângulo Q ) é maior que a do ângulo  FEG  (metade do ângulo  E ), 

o ponto  S  não coincide com  E  e  S  encontra‐se no segmento  EG . Agora vamos tomar na reta 

QT   o  segmento  TU   de  comprimento  igual  ao  segmento  'T S   e  considerar  os  triângulos 

DSF  e  PUR . A soma dos comprimentos dos  lados desses triângulos é menor que a soma dos 

comprimentos dos lados dos triângulos originais  DEF  e  PQR , uma vez que 

2 ' 2 'DS SF PU UR SF SP FE EP DE EF PQ QR . 

Usámos o  facto dos  triângulos  serem  isósceles e de  S   ser  a  solução do problema de Héron. Por 

outro  lado, a área do  'P ES  é maior que a área do  ESF , uma vez que as suas alturas são 

1' '

2P T PR  e 

1

2FG DF  e tínhamos mostrado que  DF PR . Em consequência, a soma das 

áreas  dos  triângulos  DSF   e  PUR   é maior  que  a  soma  das  áreas  dos  triângulos  DEF   e 

PQR .  

De facto, temos 

'2 2DSF PUR DEF ESF PQR P ES DEF PQRA A A A A A A A  

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 26 

Isto  significa que o polígono  ... ...DSF PUR   tem menor perímetro e maior  área que o polígono 

original  ... ...DEF PQR . Agora podemos tratar cada triângulo ( DSF  ou  PUR ) como tratamos 

o  triângulo  1 3PMP   na  demonstração  do  Lema  3.1,  assim  podemos  aumentá‐lo  para  obter  um 

polígono  isoperimétrico  com o polígono  ... ...DEF PQR . Como a área do novo polígono é maior 

que  a  área  do  polígono  ... ...DSF PUR ,  é  certamente  maior  do  que  a  área  do  polígono 

... ...DEF PQR . Isto contradiz a hipótese do polígono  ... ...DEF PQR  ter maior área e completa a 

demonstração do Lema 3.2 , assim como a do teorema de Zenodorus. 

 

Pode‐se mostrar que: 

Lema 3.3 De todos os polígonos com  n  lados existe um com área máxima. 

   

Em consequência dos lemas 3.1, 3.2 e 3.3, temos: 

Teorema 3.4 Um polígono de  n  lados e área máxima é regular. 

 

Podemos agora completar a resolução do problema isoperimétrico. 

Seja  p  o perímetro de um polígono regular com  n   lados e  A  a sua área. Sabemos da geometria 

que  2p nRsenn

, onde R  é o raio da circunferência circunscrita e 2

pA r , onde  r  é o raio da 

circunferência inscrita. Temos  cosr Rn

. Juntando estes resultados , temos  

2 4 0p Antgn

O teorema 3.4 implica que se  p  é o perímetro de um polígono de  n  lados arbitrário e  A  a sua área, 

então  

 2 4 0p Antg

n

.  (3.1) 

 

A inequação  tg  (válida para 02

) e (3.1) implica a desigualdade 

  2 4 0p A ,  (3.2) 

para um polígono de  n  lados, qualquer que seja  n . 

 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 27 

Note‐se que para qualquer círculo temos a igualdade  

  2 4 0p A   (3.3) 

em que  p  é o perímetro do círculo e  A  a sua área. 

 

É válido o seguinte resultado. 

Lema 3.5 Para cada curva  fechada do plano de comprimento  *p  envolvendo uma área  *A  e para 

cada  0 , existe um polígono de  n  lados com perímetro  p  e área  A , tal que  

*p p ,  *A A . 

 

Consideremos então uma curva fechada do plano de comprimento  *p , envolvendo um área  *A .  

O  lema  3.5  e  a  relação  (3.2)  implicam  que  para  cada    existe  um  polígono  de  n   lados  com 

perímetro  p  e área  A  tal que  

2* 2 * *2 *4 4 4 4 4 2 4A A p p p p . 

Como   é arbitrário, chegamos finalmente à desigualdade 

* *24 A p . 

Tal como visto em (3.3) temos uma  igualdade no caso do círculo, o que mostra que área é máxima 

quando a curva é uma circunferência de perímetro  *p . 

 

As considerações acima conduzem finalmente ao seguinte resultado. 

 

Teorema 3.6 A área envolvida por uma curva fechada arbitrária de comprimento dado não excede a 

área de um círculo de igual perímetro. 

 

Este resultado completa a resolução do problema isoperimétrico. 

 

3.1. Áreadeumpolígonoregularemfunçãodonúmerodelados

 

Um polígono regular de  n  lados, com vértices  1P ,  2P , ….,  nP  e perímetro  p , 

pode  ser  decomposto  em  n   triângulos  isósceles  iguais.  A  base  de  cada 

triângulo mede p

n e o ângulo oposto à base 

2rad

n

.  

 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 28 

Designando por  h  a altura de cada um destes  n  triângulos, temos: 

22 2 2

22

pp pntg tg h

h nhntg

  ou seja 

2

ph

ntgn

 

2

2

2

24

i

p pn

ntgpn

An tg

n

, em que  iA  é a área do triângulo 1i iOPP , com  1,..., 1i n . 

Assim a área de um polígono regular de  n  lados é dada em função de  n , por  

  2 2

24 4

p pA n n

n tg ntgn n

  (3.4) 

 

Teorema 3.3 Considerando todos os polígonos regulares de  igual perímetro, tem maior área o que 

tiver maior número de lados. 

 

Demonstração. 

Para demonstrar este resultado vamos considerar a  função de variável real  2

4

pA x

xtgx

, com 

3x ,  

2

2 22

2 22

2 2 2

2

44

cos 4 cos 4

4 cos 164

4 cos 4

xx

tgx

x tgx x xp

A x p pxtg x x tgxtgx x xx

x senx x

p

2 2

3 2 3 2 3 2

2 22 4 2

16 16 8

xsen xsenx x

p px sen x sen x sen

x x x

 

Interessa estudar o sinal do numerador, uma vez que  3 28 0, 3,x sen xx

 e  2 0p   

2 2 22 xsen x sen

x x x

 ,   3,x    

Seja a função de variável real  f y y seny , com  0y . 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 29 

Como  1 cosf y y , vem  0f y .   

f y   é  crescente  tendo  como mínimo  absoluto  0 0f .  Conclui‐se  que  0f y ,  ou  seja 

0y seny . 

Fazendo 2

yx

, vem 

2 20sen

x x

Portanto  2

3 2

22

08

xsenx

px sen

x

 

Como  ( )A x  é contínua e  ( ) 0A x , podemos concluir que  ( )A x  é crescente para  3x , pelo que a 

sucessão dada em (3.4) também é crescente para  3n . 

O resultado anterior permite‐nos afirmar que para os polígonos regulares, quanto maior é o número 

de lados, maior a sua área. □ 

 

Estudando agora o limite de  A n , temos: 

2

lim lim4

n n

pA n

ntgn

, fazendo a mudança de variável 1

yn

, vem: 

 

22 2

0 0

coslim lim

4 4sin 4y y

p y yp y p

tg y y

  (3.5) 

 

Em qualquer círculo temos : 

2P r , donde 2

Pr

, logo 

2 2

2 4

P PA

 

Por  (3.5) concluímos que aumentando o número de  lados do polígono regular, a sua área também 

aumenta tendendo para a área de um círculo de igual perímetro. 

   

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 30 

4. Áreadeumaregiãotriangular

 

Fórmula 4.1  (Héron)   Se os  lados de um triângulo medirem  , ,a b c , a área do triângulo é dada por 

2 2 2 2

p p p pA a b c

, em que  p  é o perímetro do triângulo. 

 

Demonstração. 

Consideremos um triângulo de base  a  e lados b  e  c . 

Os  lados  b  e  c   têm projeções ortogonais,  indicadas 

por m  e  n , sobre o lado  a . 

Tomando  h   como  a medida  da  altura  do  triângulo, 

relativa  ao  lado  a ,  segue‐se  que  a  área  da  região 

triangular será dada por 2

a hA

. Temos a formação 

de mais  dois  pequenos  triângulos  retângulos  e  com 

eles podemos extrair as três relações: 

 

 2 2 2b m h   (4.1) 

 2 2 2c n h   (4.2) 

  a m n   (4.3) 

 

Subtraindo  (4.2) a  (4.1) vem:  2 2 2 2b c m n m n m n . Usando  (4.3) podemos escrever 

2 2b c a m n , ou de forma equivalente:  

 

2 2b cm n

a

  (4.4) 

De (4.3) e (4.4) obtemos:  

2 2 2 2 2

22

b c a b cm a m

a a

 e 

2 2 2 2 2

22

c b a c bn a n

a a

  

Como a b c p , obtemos: 

2 2a b c a b c c p c  

2 2a c b a b c b p b  

2 2b c a a b c a p a  

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 31 

Tendo presente que 

2 22

4

a hA

, vamos em primeiro lugar estabelecer o valor da expressão 

2 2a h  

De (4.1) vem  

2 2 2 2 2 2a h a b m a b m b m  

Substituindo m  e  n , obtemos: 

2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 22 2

2 22 2 2 2 2 2 2 2

1 1 2 2

4 4 2 2 4 2 2

1 12 2

16 161 1

2 2 216 16

2

2

a h a b c a b c ab a b c ab a b ca b b a

a a a a

ab a b c ab a b c a b c c a b

a b c a b c c a b c a b p p c p b p a

p p c

2 2

2 2 2 2 2 2 2

p b p a p p p pc b a

 

Donde se conclui que  

2

2 2 2 2

p p p pA a b c

 e consequentemente 

2 2 2 2

p p p pA a b c

□ 

 

 

4.1. Triângulodeáreamáximaeperímetrofixo

 

De todos os triângulos com um dado perímetro  0p , quais são aqueles de maior área? 

 

4.1.1. Estudousandoumafunçãodeumasóvariável

 

Em primeiro lugar vamos considerar o problema de determinar os triângulos com maior área, tendo 

perímetro  p  e um dos lados de comprimento dado. 

 

Admitindo que um dos lados mede  a  e é dado, e os outros suponhamos que medem b  e  c . 

Como o perímetro é  p , temos  p a b c , mas como o perímetro também é dado, ficamos com

b c k , em que  k  é uma constante. 

Mas  k p a a p k . 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 32 

Pretendemos maximizar a área do  triângulo, ou  seja a  função 2 2 2 2

p p p pA a b c

pela fórmula de Héron.  A  é uma função contínua em  0,2

p

 logo atinge um máximo absoluto neste 

intervalo. 

Como  0A ,  maximizar  A   será  igual  a  maximizar  2A ,  ou  seja  maximizar 

2

2 2 2 2

p p p pA a b c

Substituindo os valores de  a  e  c , temos: 

2 2

2 2 22 2 2

2 2 2 2 2 2 2 2

2 2 2 2 2 2 2 2

p p p p p p p pA b p k b k b A b k b k b

p p p p p p p pA b k b k b A b k k bk b

 

Derivando obtemos:  2

2 22 2

p pA b k k b

 

2 2

2 0 2 0 2 0 02 2 2 4 2 2 2

0 0 22 2 2 2

p p pk p k p pA b k k b b k b k

k p p kb k b p p k

 

0p  é uma condição impossível, uma vez que  p  é o perímetro do triângulo. 

2 2 2

p p pk p a a , o que também é impossível pela desigualdade triangular. 

 

Portanto  

2 02

kA b b

 

2 2

2 22 2 2 2

p p p pA b k pk p k

 

 

Pela desigualdade triangular tem‐se  22

pa b c p k k p k k  de onde se conclui 

que  2 02

kA

 e portanto a função  2A b  tem um máximo para 

2

kb . 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 33 

Trata‐se de um máximo absoluto de  2A  em  0,2

p

 uma vez que  2 20 02

pA A

Nesse caso, como b c k , temos  2b c b , ou seja b c . 

Concluímos que o triângulo é isósceles. 

 

Consideremos agora um triângulo de perímetro  p  e área máxima. Pelo que foi visto anteriormente 

este triângulo é isósceles, digamos que tem base  a  e lados b . 

Como  2perímetro p a b , temos  22 2

a pa p b b . 

Aplicando a Fórmula de Héron vem  2 2 2 3

2 2 2 2 4 2 2 16 8

p p a a a p p a p a pA a a a

que é uma função contínua na variável  a ,  0,2

pa

Derivando  2A a , obtemos  2

2 2 38 8

a aA a p p . 

Calculando os pontos de estacionaridade de  2A a  temos 

2

2 20 3 0 3 0 0 38 8 8 8 3

a a a a pA a p p p p a p a p a  

O único ponto de estacionaridade é 3

pa  e 

2

2

8 4

p aA a p      temos  

2 2 22 0

3 8 4 8

p p p pA

 

ou seja, 3

pa  é maximizante de  2A a . 

42

3 432

p pA

,  2 20 0

2

pA A

 logo  2

3

pA

 é o máximo absoluto de  2A  em  0,2

p

 

Para 3

pa  temos  2 2 3perímetro p a b a b a a b  

 

pelo que se concluí que o triângulo é equilátero. 

 

 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 34 

4.1.2. Estudousandoumafunçãodeduasvariáveis

 

Dado um triângulo de perímetro fixo, digamos  p , e lados  a ,b , c ,que relação deve existir entre os 

lados para que a área triângulo seja máxima? 

 

Pela  fórmula  de  Héron  sabemos  que  área  é  dada  por 2 2 2 2

p p p pA a b c

,  mas 

maximizar  A  é equivalente a maximizar 2

2 2 2 2

p p p pA a b c

Como o perímetro é  p , temos  a b c p c p a b . Assim o que pretendemos maximizar 

é a função de duas variáveis  a  e b , dada por 

,2 2 2 2 2 2 2 2

p p p p p p p pf a b a b p a b a b a b

  definida  em 

0, 0,2 2

p pD

.  

Note‐se que  f  é contínua logo atinge um máximo absoluto neste domínio. Na fronteira de  D  tem‐  

‐se  0f .  

 

Calculemos as derivadas parciais 

 

22 2 2 2 2 2 2 2

f p p p p p p p pb a b a b b p a b

a

 

22 2 2 2 2 2 2 2

f p p p p p p p pa a b a b a p b a

b

 

22 2

( , )

22 2

p pb p a b

f a bp p

a p b a

  

2 02 2

( , ) 0

2 02 2

p pb p a b

f a bp p

a p b a

 

 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 35 

Da 1ª equação vem  0 2 2p p b b p a  

0p  é impossível, porque nesse caso o triângulo teria perímetro 0. 

2p b a c b , o que é impossível pela desigualdade triangular. 

Substituindo  2b p a  na outra equação, obtemos: 

2 2 0 2 4 0 0 22 2 2 2 3

p p p p pa p p a a a p p a a p p a a

 

Mas como vimos  0p  é impossível. 

Se  2p a , vem  0b , tendo‐se  ,0 0f a . 

Resta‐nos  o  caso  em  que 3

pa ,  donde  se  conclui  que 

3

pb .  Portanto  o  único  candidato  a 

extremo de  f  no interior de D  é o par  , ,3 3

p pa b

Calculemos então as derivadas de 2ª ordem: 

2

2 2

f pp b

a

 

2

2 2

f pp a

b

 

2

2 3 2 22 2 2 2 2

f p p p p pp b a a a b

a b

 

 

2 2

2 2

3 2 22 3 2 2 3 3 6 12,

3 33 2 2

2 2 3 3 2 3 12 6

p p p p p p p ppp p

Hp p p p p p p p

p

  

 

2 2

4 4

2 2

6 12, 03 3 36 144

12 6

p pp p p p

Hp p

 

 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 36 

Como 2 2

2, 0

3 3 6

f p p p

a

 e  , 0

3 3

p pH

, concluímos que  ,f a b  tem um máximo  local 

para  , ,3 3

p pa b

.  

Como 

2 32

, 03 3 2 2 3 3 2 2 6

p p p p p p p p pf

  trata‐se do máximo absoluto de  f  em 

D . 

Uma vez que 3

pc p a b , concluímos que o  triângulo de perímetro  p  com maior área é o 

triângulo equilátero de lado 3

p. 

 

   

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 37 

5. Asabelhaseamatemática

 

As  abelhas  são  uns  seres  muito  curiosos  a  nível  organizacional,  na  complexidade  de  meios  de 

comunicação usam, que lhes permite por exemplo a sinalização perfeita dos locais ótimos de colheita 

de pólen. No que toca à produção de mel e cera, a construção dos favos também parece obedecer a 

um plano elaborado com base em cálculos matemáticos. 

O estudo dos alvéolos das abelhas suscitou o  interesse de vários sábios, como por exemplo Pappus 

de Alexandria e Johannes Kepler. Pappus de Alexandria (320 d.C.) foi o primeiro a interessar‐se pelo 

problema  e  estudou  alvéolos  em  forma  de  prismas  de  secção  triangular,  quadrada  e  hexagonal, 

concluindo que o hexagonal poderia armazenar mais mel dos que os outros dois. 

Easmus  Bartholin,  pelo  que  se  conhece,  foi  o  primeiro  a  admitir  a  hipótese  que  o  trabalho  das 

abelhas nada tinha a ver com uma questão de economia, mas que resultava da  impossibilidade de 

construírem paredes que não fossem planas, devido à pressão exercida por outras abelhas. 

Johannes Kepler deduziu, a partir dum estudo de ocupação do espaço, que todos os ângulos diedros 

deveriam ser de 120º. 

Cerca de 1700, René Antoine Ferchault (1683‐1757), famoso físico francês, defendeu que se tratava 

de um problema de máximo e de mínimo, que as abelhas resolveriam com o  intuito de minimizar a 

utilização de cera. Para além de usar a forma hexagonal, o fundo de cada alvéolo é constituído por 

três  losangos  iguais,  formando uma base poliédrica convexa. Este  tipo de  fundo, em vez de  fundo 

plano, permite economizar um alvéolo em cada cinquenta, que em milhões e milhões de alvéolos 

representa uma economia incalculável.  

René  constatou  que  o  ângulo  agudo  dos  losangos  do  fundo  do  alvéolo  era  constante.  Esse  facto 

levou‐o a investigar alvéolos da Alemanha, Suiça, Inglaterra e Canadá e todos apresentavam losangos 

com o mesmo ângulo. Dominique Maraldi (1709‐1788) mediu com maior precisão o tal ângulo agudo 

e achou 70º 32’ em todos os alvéolos. Então, intrigado, René decidiu consultar o seu amigo e notável 

matemático Samuel Köing (1712‐1757), propondo‐lhe o seguinte problema: 

É dado um prisma hexagonal  regular. Esse prisma é  fechado numa das suas extremidades por  três 

losangos iguais. Pergunta‐se: Qual deve ser o ângulo desse losango de modo que se obtenha para o 

prisma um volume máximo com a maior economia de material? 

Köing  desconhecia  as  pesquisas  feitas  pelo  seu  amigo  René  e  o  trabalho  de Maraldi,  resolveu  o 

problema, afirmando que o ângulo dos losangos era 70º 34’. A comunidade científica francesa ficava 

impressionada, as abelhas erravam, mas o seu erro mínimo. Aliás o erro do ângulo, em dois minutos, 

só poderia ser apreciado com instrumentos de precisão. 

Mas o facto mais impressionante resultou de um estudo de um matemático inglês, Colin Mac‐Laurin 

(1698‐1746), que retomou o problema e o resolveu com recurso a cálculo diferencial concluindo que 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 38 

o ângulo do losango que tornava o alvéolo mais económico deveria medir 70º 32’, ou seja as abelhas 

estavam certas. Mac‐ Laurin defendeu Köing, afirmando que este tinha errado devido ao uso de uma 

tábua de  logaritmos que continha um erro e  indicou onde estava o erro. Provava‐se então que as 

abelhas resolviam um problema de alta matemática. 

 

 

5.1. Porqueéqueosalvéolosdasabelhassãohexagonais?

 

Os favos são construídos com a cera que as abelhas produzem, pelo que visam construir um número 

máximo de alvéolos, gastando o mínimo possível de cera.  

No  século XVIII Réamur  afirmava que  as  abelhas  resolviam um  grande problema  cuja  solução era 

difícil para os matemáticos da época: “No menor espaço, construir células regulares e  iguais, com a 

maior capacidade e solidez, empregando a menor quantidade de matéria possível.” 

Se  pensássemos  num  favo  isolado,  o  problema  não  é mais  do  que  um  problema 

isoperimétrico,  cuja  solução  é,  como  sabemos,  o  círculo.  O  que  levará  então  as 

abelhas  a  optarem  pelos  hexágonos  regulares  em  detrimento  dos  círculos?  A 

primeira  razão  que  salta  à  vista  prende‐se  com  a  necessidade  de  justapor  os  favos  e  se  estes 

tivessem a forma de círculo, haveria entre eles espaço desperdiçado. Abandonado o círculo, a opção 

iria  recair num polígono  regular que permitisse  a pavimentação do plano, que permitisse  cobri‐lo 

sem deixar espaços vazios nem havendo sobreposição. Tal condição  implicava que o ângulo  interno 

deveria  ser  um  divisor  de  360º,  pelo  que  as  hipóteses  possíveis  seriam  o  triângulo  equilátero,  o 

quadrado  e o hexágono  regular. Como  visto  anteriormente, de  todos os polígonos 

regulares com igual perímetro, tem maior área o que possuir maior número de lados. 

Por conseguinte a escolha das abelhas só poderia ser o hexágono regular. De  facto, 

como  com qualquer polígono que permita pavimentar,  ao usarem hexágonos  cada 

parede é partilhada por dois  favos. No esquema ao  lado podemos perceber que ao 

construir  todos  os  favos  em  redor,  as  abelhas  ganham  o  favo  do  meio  sem  usarem  nenhuma 

quantidade adicional de cera. 

 

 

 

 

 

 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 39 

5.2. Porquerazãoofundodosalvéolosnãoéplano?

 

O fundo dos alvéolos não é plano, mas sim formado por três losangos de 

ângulo constante. 

 

Para determinar o volume e área vamos seccionar o alvéolo segundo os 

planos  'AA O   e  'CC O   obtendo  o  sólido  1 1' 'ABCOA BC O que 

corresponde a um terço do inicial. 

 

 

Admitindo que o lado do hexágono da base mede  l  e o lado do losango do 

topo mede  x , temos: 

2 2 21'O O x l  e 

2 2 21'B B x l  pelo que como  1' 0O O  e  1' 0B B

, podemos concluir que  1 1' 'O O B B . 

Assim podemos afirmar que o volume do  sólido  1' ' ' 'A B C O O  é  igual 

ao volume do sólido  1' ' ' 'A O C B B , donde se conclui que o volume do 

prisma  truncado  1 1' 'ABCOA BC O   é  igual  ao  volume  do  prisma 

' ' ' 'ABCOA B C O . 

Isto significa que o volume do prisma truncado não depende do ângulo do losango do topo. 

 

Determinar a área do losango  1 1' 'A OC B  

 

Considerando o triângulo  ' ' 'A B C , temos  

 

' '260º ' ' 3

A C

sen A C ll

 

1 1

1 12 ' ' 3

2 2 2' '2

O B

tg O B A C tg l tgA C

 

com 0  e 0  

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 40 

1 1

21 1' '

' ' 3

2 2 2A OC B

A C O BA l tg

 

 

Área do trapézio  1'BCC B  

Vamos  designar  por  I ,  o  ponto  de  interseção  das  diagonais  do  losango 

1 1' 'A OC B . O ponto  I  é o ponto médio de  ' 'A C , como tal, o ponto  I  

é também a interseção das diagonais do losango  ' ' ' 'A O C B .  

 

Considerando o triângulo retângulo em  'B ,  1 'B B I  , temos pelo teorema 

de Pitágoras: 

2 22 2 2

2 2 22 21 11 1 1

' ' 3' ' ' 3 1

2 2 4 2 4 4 2

O B B O l l lB B B B tg B B tg

 

e como  1' 0B B , vem 

21' 3 1

2 2

lB B tg

Da  igualdade 2

2 21' 3 1

4 2

lB B tg

  resulta que 

23 1 02

tg

 ou  seja que 2 1

2 3tg

Mas  como  0 ,  vem  02 2

  e  temos 

3

2 3 2 6 3tg

,  portanto 

3

Então a área do trapézio  1'BCC B é  

1

2

1 1'

2 3 12 2' '

2 2 2BCC B

lh tg

BB CC h B B hA BC l l

 

22 3 12 2 2

l lh tg

 onde estamos a usar  'h CC . 

 

Área total do alvéolo  

1 1 1

2 2' ' '

96 3 3 2 3 1

2 2 2 2BCC B A O C B

lA A A l h tg l tg

 , 3

 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 41 

Cálculo do mínimo 

derivando em ordem a   

2 3

2 2 2 2

2 22 2

2 2 2

2 23 2

32

3 1 cos23 9 3 92

2 44cos 4cos2 3 1 3 12 22 2

9 9 924 4cos 4coscos 3 1 2 22 2

sen

tgl l l l

A

tg tg

senl l l

tg

2

21 ,

33 1

2

tg

tg

 

 

igualando a zero  

2

2 2 2

9 2 20 1 0 1

4cos 3 1 3 12 2 2

tg tgl

A

tg tg

 

23 12 2

tg tg

como 6 2 2

  os  dois  membros  da  equação  anterior  são  positivos  e  elevando  ambos  ao 

quadrado temos 

2 2 2 2 13 1 2 1

2 2 2 2 2tg tg tg tg

 

2 2 2arctg 2arctg 1, 23 70º 32 '

2 2 2 2 2tg rad

 

 

 

 3

 

22arctg

2

   

A       0     

A       mínimo     

 

 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 42 

Como  2 293 2 3 1

2 2 2 2

lA l h tg l tg

  obtemos  o  valor  mínimo  da  área 

2 22 1 9 2 3 22arctg 3 2 3 1 6

2 2 2 2 2 2

lA l h l hl l

Caso a base  fosse plana área  total  seria 23 3

62

A hl l  e  como  tal  comprova‐se que usando a 

base com losangos a área é menor. 

 

5.2.1. Cálculodoângulodiedrodoslosangos,quandoaáreaémínima.

 

Seja   o ângulo diedro dos losangos. 

Tomando o triângulo retângulo  1 1OGB , temos: 

1

1 12

GBsen

O B

 

Conforme visto anteriormente,  

1 1 32

O B l tg

 

Quando a área é mínima, 2

2 2tg

, logo vem  1 1

6

2

lO B . 

Também já sabemos que: 

1 1

' ' 322 2 2

2 6 22 4

A Cl

tgO B

l

 

donde sai 2

2 2cotg

Aplicando uma variante da fórmula fundamental da trigonometria temos: 

2 2

2 2

1 1 1 21 cotg 1

2 2 2 32 2

sensen sen

Como 0 , temos 2 6

2 33sen

 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 43 

Então  

11 1

6 6 6

3 2 362

GB lGB GB l

l . 

Tomando  agora  o  triângulo  isósceles  1 1BGD ,  concluímos,  uma  vez  que  os  pontos  1B   e  1D  

pertencem  a  um  plano  paralelo  à  base,  que  1 1 ' ' 3B D BD A C l ,  donde

1 1

1

332 2

2 2

B Dl

senlBG

 

e como 0 , temos  60º 120º2

.  

 

O ângulo efetuado pelos  losangos que permite otimizar a área é,  tal  como Kepler  tinha afirmado, 

120º. 

 

5.2.2. Ângulodeinclinaçãodoslosangosdotopo

 

Nas condições que garantem a área mínima do alvéolo, podemos calcular a 

amplitude do ângulo que os losangos do topo fazem com a altura do alvéolo.  

Designando por   o ângulo pretendido e aplicando a trigonometria, temos 

1 2

1 1 1 1

BO BOsen

BO BO , conforme figura ao lado. 

 

De cálculos feitos anteriormente, quando a área é mínima sabemos que 

1 1

6

2OB l  , 

donde  

2 6

36 62

lsen sen sen

l

,  

pelo que  54,736º . 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 44 

6. Produtomáximo

 

6.1. Somafixa

Problema  6.1  ‐ Dados  dois  números  reais  não  negativos  x   e  y   com  soma  fixa,  qual  será  o  seu 

produto máximo? 

 

6.1.1. Estudousandoumafunçãodeumasóvariável.

 

Digamos que  x y c , em que  c  é uma constante positiva de  . 

Pretendemos  maximizar  p xy ,  mas  como  y c x ,  a  função  a  maximizar  vem 

2p x x c x cx x ,  0,x c . 

Como  a  função  p x   é  contínua  pelo  teorema  de Weierstrass  sabemos  que  a  função  tem  um 

máximo e mínimo absolutos em  0,c .  

Derivando obtemos  2p x c x  , 0 x c . 

0 2 02

cp x c x x

 

Como  0 0p p c  e 

2 2

2 2 2 4

c c c cp c

concluímos que a função tem mínimo absoluto igual a 0 , em  0x  e  x c  e máximo absoluto igual 

2

4

c em 

2

cx .  

Como 2 2

c cy c , concluímos que, nas condições do enunciado, o produto é máximo quando os 

números forem iguais. 

 

 

6.1.2. Estudousandoumafunçãodeduasvariáveis

 

Vamos agora resolver o mesmo problema trabalhando com funções de duas variáveis e aplicando o 

método dos multiplicadores de Lagrange. 

Seja  ,g x y x y c . Vamos determinar os extremos de  ,p x y x y , com as variáveis  x  e 

y  sujeitas à condição  , 0g x y . 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 45 

Consideramos a função  ,P x y xy x y c , e o sistema 

00

0 0

, 0

P

x yP

xy

x y cg x y

 

 

Da  1ª  equação  sai  que  y ,  substituindo  na  2ª  obtemos  x y .  Substituindo  agora  na  3ª 

equação obtemos 2

cx . E portanto o par  , ,

2 2

c cx y

 é o único ponto de estacionaridade de 

,P x y  que satisfaz  , 0g x y . 

Como  as  variáveis  x   e  y   estão  sujeitas  à  condição  , 0g x y ,  a 

função  ,p x y  fica restrita a um segmento de reta no 1º quadrante 

cujos  extremos  têm  coordenadas  0,c   e  , 0c .  Pelo  teorema  de 

Weierstrass,  como  a  função  p   é  contínua num  conjunto  limitado  e 

fechado ela possui máximo nesse conjunto.  

Como  0, ,0 0p c p c  e 2

,2 2 4

c c cp

, concluímos que a função tem um máximo igual 

2

4

para  , ,2 2

c cx y

  

6.2. Somadosquadradosfixa

 

Problema 6.2 ‐ Dados dois números reais  x  e  y  com soma dos seus quadrados fixa, qual será o seu 

produto máximo? 

 

6.2.1. Estudousandoumafunçãodeumasóvariável

 

Digamos que  2 2 2x y c , em que  c  é uma constante positiva de  . 

Pretendemos maximizar  p xy  

Fazendo  

cosx c t  e  y c sent , com  0, 2t , a função a maximizar será 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 46 

2

2 cos sen sen 22

cp t c t t t ,  0, 2t

 

Como  p  é contínua e  0, 2t , pelo teorema de Weierstrass a função  p  tem mínimo e máximo 

absolutos em  0, 2 . 

2 cos 2p t c t ,  0, 2t  

20 0,2 cos 2 0 0,2 2 , 0,22

3 5 7, 0,2

4 2 4 4 4 4

p t t c t t t k k t

kt k t t t t t

 

Calculando os valores da função nos pontos fronteiros do intervalo temos, 

2

0 sen 0 02

cp

 

2

2 sen 2 02

cp  

Por outro lado 25

4 4 2

cp p

 e 23 7

4 4 2

cp p

, donde se concluí que a função 

tem máximo absoluto igual a 

2

2

c em 

4t

 ou 

5

4t

 e mínimo absoluto igual a 

2

2

c  em 

3

4t

 

ou 7

4t

Para 4

t

, temos 2

2x c  e 

2

2y c   

e para 5

4t

 obtemos os seus valores simétricos, 

2

2x c  e 

2

2y c .  

 

6.2.2. Estudousandoumafunçãodeduasvariáveis

 

De  forma  análoga  seja  agora  2 2 2,g x y x y c   e  vamos  determinar  os  extremos  de 

,p x y x y , com as variáveis  x  e  y  sujeitas à condição  , 0g x y . 

O facto das variáveis estarem sobre uma circunferência e de  p  ser uma função contínua garante‐nos 

pelo  teorema de Weierstrass que  a  função  tem um máximo e um mínimo  absolutos no  conjunto 

2, : , 0x y g x y . 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 47 

Consideramos a função  2 2 2,P x y xy x y c , e o sistema 

2 2 2

02 0

0 2 0

, 0

P

x y xP

x yy

x y cg x y

 

Se  0x ,  da  1ª  equação  saía  que  0y .  Então  pela  3ª  equação  concluímos  que  0c ,  o  que 

contradiz a hipótese.  

Como  0x , da 1ª equação sai que 2

y

x , substituindo na 2ª equação 

22 2

2 2 22 2 2 2 2 2

22 2

2 0 02

yy yxx x

y yx y x x y

x xx y c

x y c x y c

 

obtemos  2 2x y . Substituindo agora na 3ª equação obtemos 

22

2

cx ,  ou seja 

2

cx . 

Se 2

cx , 

2

cy  e se 

2

cx , obtemos igualmente 

2

cy . 

Então  os  pares  ordenados  ,2 2

c c

,  ,2 2

c c

,  ,2 2

c c

  e  ,2 2

c c

,  são  os 

pontos de estacionaridade de  ,P x y  que satisfazem  , 0g x y . 

 

Calculando  as  imagens  da  função  nos  pontos  de  estacionaridade,  temos 

2

, ,22 2 2 2

c c c c cp p  

e 2

, ,22 2 2 2

c c c c cp p

donde  se  conclui  que  a  função  atinge  máximos  nos  pontos  de  coordenadas  ,2 2

c c

  e 

,2 2

c c

 e mínimos nos pontos de coordenadas  ,2 2

c c

 e  ,2 2

c c

 

 

 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 48 

Do ponto de vista geométrico, considerando  x  e  y  positivos, este 

problema será equivalente a saber qual o retângulo de maior área 

que  se pode  inscrever numa  circunferência. A  resposta  será um 

quadrado cuja diagonal é igual ao diâmetro. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 49 

7. Outrosproblemas

 

Problema 7.1  ‐ Determine as dimensões do  retângulo de maior perímetro que pode ser  inscrito na 

elipse 

2 2

2 21

x y

a b ,  , 0a b . 

 

Considerando  ,x y  um ponto da elipse tal que  , 0x y , 

pela  simetria  da  elipse,  o  perímetro  do  retângulo  nela 

inscrito,  conforme  a  figura  ao  lado,  vem  dado  por 

4 4p x y . 

De 

2 2

2 21

x y

a b , vem  

2 2 22 22 2 2 2 2 2 2

2 2 21

b a xx yb x a y a b y

a b a

 e como  0y , temos  2 2b

y a xa

Então  2 24 4b

p x x a xa

 , 0 x a . 

Como  p x  é contínua em  0,a , pelo  teorema de Weierstrass,  p x  possui máximo e mínimo 

absolutos em  0,a . 

Derivando , 

2 2

4 4b x

p xa a x

 , 0 x a . 

Para 0 x a ,  

2 2 2 2 2 2

0 4 4 0 1b x b x x a

p xa a ba x a x a x

 

Elevando ambos os membros ao quadrado 

22 2 4

2 2 4 2 2 2 2 4 22 2 2 2 2

x a ab x a a x x a b a x

a x b a b

 

e como  0x , temos 2

2 2

ax

a b

 donde 

22 4 2 2 2

2 22 2 2 22 2 2 2 2 2

b a b a b a b b ab by a aa a a b a a b aa b a b a b

 

 

 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 50 

Tem‐se, 

0 4p b 

4p a a 

22 2 2 2 4

2 22 22 2 2 2 2 2 2 2

2 4 2 2 4 2 2 22 2

2 22 2 2 2 2 2 2 2

4 44 4

4 4 4 44 4 4

a a b a a b ap a a

a a a ba b a b a b a b

a b a a b a a b ab a ba b

a a b aa b a b a b a b

 

Como  2 2 24 4 4a b a a  e  2 2 24 4 4a b b b  conclui‐se que  2 24 a b  é o máximo 

da função continua  p x restrita ao intervalo  0,a . 

O  retângulo  de  maior  perímetro  que  pode  ser  inscrito  na  elipse 2 2

2 21

x y

a b   tem  lados  de 

comprimentos 2

2 2

2a

a b e 

2

2 2

2b

a b. 

 

 

Resolvendo  o  problema  usando  uma  função  de  duas  variáveis  e  aplicando  o  método  dos 

multiplicadores  de  Lagrange,  pretendemos  maximizar  , 4 4p x y x y   restrita  ao  conjunto 

2, : , 0 0 0C x y g x y x y , com  2 2 2 2 2 2,g x y b x a y a b . 

Seja  2 2 2 2 2 2, 4 4P x y x y b x a y a b ,  para  0x   e  0y .  Vamos  determinar  as 

soluções do sistema 

2

2

2 2 2 2 2 2

04 2 0

0 4 2 0

, 0

P

x b xP

a yy

b x a y a bg x y

 

Como  0x   da  1ª  equação  sai 2

2

b x   e  substituindo  na  2ª  equação  obtemos 

2 2 22 2

2 2 2

4 44 0 4

a y a y ba y b x y x

b x b x a . 

Substituindo agora na 3ª equação temos  

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 51 

4 4 22 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 4

4 2 2

42 2 2 4 2

2 2

b b bb x a x a b b x x a b x x a a x b x a

a a a

ax a b a x

a b

 

Como  0x , vem 2

2 2

ax

a b

 

donde 2 2 2

2 2 2 2 2

b a by ya a b a b

 

Comparando os valores de  

, 0 4p a a ,  0, 4p b b e 

2 2 2 22 2

2 2 2 2 2 2, 4 4

a b a bp a b

a b a b a b

,  concluímos 

que o máximo da função  p  restrita ao conjunto C  é  2 24 a b . 

 

Problema 7.2 – Qual é o retângulo de perímetro máximo inscrito numa circunferência de raio  r ? 

 

Este problema é um caso particular do problema anterior em que a b r . 

Vimos na  resolução do problema  anterior que  2 2by a x

a   e o que o perímetro máximo  era 

2 24p a b ,  atingido  quando 2

2 2

ax

a b

.  Como  neste  caso  a b r ,  efetuando  as 

substituições concluímos que o perímetro máximo será  2 24 4 2p r r r  e que tal acontece 

quando 2 2

2 2

2

22

r rx r

rr r

 e 

2 22 2

2 2 2

r ry r r . 

Assim, e  tendo em  consideração o problema 6.2, podemos afirmar que o  retângulo de perímetro 

máximo e área máxima que se pode  inscrever numa circunferência é um quadrado cuja diagonal é 

igual ao diâmetro.  

 

 

Problema 7.3  ‐ Determine as dimensões do retângulo de maior área que pode ser  inscrito na elipse 

2 2

2 21

x y

a b ,  , 0a b . 

 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 52 

A  área  é  dada  por  4A xy ,  onde  2 2by a x

a  

como foi visto no problema anterior. 

2 24b

A x x a xa

, 0 x a  

2

2 2

2 24 4b b x

A x a xa a a x

, 0 x a  

2

2 2

2 20

xA x a x

a x

 

Elevando ao quadrado 

4 22 2 4 2 2 4 4 2

2 22

2

x aa x a a x x x x

a x

 

Como  0x , vem 2

2x a  

22 2 2

2 2 2

b a by a a b

a a  

 

Uma vez que  

0 0A  

0A a  

22

2A a ab

 

concluímos pelo teorema de Weierstrass que  2ab  é o máximo da função contínua  A , no  intervalo 

0,a . 

O retângulo de maior área que pode ser inscrito na elipse 2 2

2 21

x y

a b  tem lados de comprimentos 

2a  e  2b . 

 

 

 

Resolvendo o problema com uma função de duas variáveis e aplicando o método dos multiplicadores 

de  Lagrange,  pretendemos  maximizar  , 4A x y xy   restrita  ao  conjunto 

2, : , 0 0 0C x y g x y x y , com  2 2 2 2 2 2,g x y b x a y a b . 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 53 

Seja  2 2 2 2 2 2, 4F x y xy b x a y a b  para  0x  e  0y . Vamos determinar as  soluções 

do sistema 

2

2

2 2 2 2 2 2

04 2 0

0 4 2 0

, 0

F

x y b xF

x a yy

b x a y a bg x y

 

Como  0x  da 1ª equação sai 2

2y

b x  e substituindo na 2ª equação obtemos 

2 2 2 22 2 2 2 2

2 2

44 0 4 4

a y b xx a y b x y

b x a , mas como  0y  temos 

bxy

a . 

Substituindo agora na 3ª equação temos  

2 2 2 22 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2

2 22

2 2

b a b ab x a x a b b x b x a b b x a b x x

a b . 

Como  0x  vem 2

2x a  e 

2 2

2 2

by a y ba

 

Calculando  

, 0 0A a  

0, 0A b  

2 2, 2

2 2A a b ab

 

e comparando os valores acima concluímos que a função contínua  A  restrita ao conjunto C , atinge 

um máximo no ponto de coordenadas2 2

,2 2a b

 

Problema  7.4  ‐  Faz‐se  girar  um  triângulo  retângulo  de  hipotenusa  h   em  torno  de  um  dos  seus 

catetos, gerando um cone circular reto. Qual o volume máximo do cone? 

 

Sejam  x  e  y  os catetos do triângulo, em que  x  será o raio da base do cone , y  a 

altura e considerando a rotação em torno de  y . 

O volume do cone será  21

3v x y . 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 54 

Pelo teorema de Pitágoras temos:  2 2 2 2 2h x y y h x   

mas como no nosso caso  0y , vem  2 2y h x . 

Substituindo no volume obtemos a função contínua  2 2 21

3v x x h x , 0 x h . 

Derivando vem 

2 2 3 2 232 2

2 2 2 2 2 2

2 2 32

3 3 3 3

x h x x x h xxv x x h x

h x h x h x

 , 0 x h  

Resolvendo a equação  

2 2

2 2 2 2

2 2 0

2 3 20 0 3 2

33 x h

x h xv x x h x h

h x

 

 

mas uma vez que  0x , só nos interessa a solução positiva. 

Portanto o único ponto, do domínio considerado, onde a derivada do volume se anula é 6

3x h . 

Estudemos então a monotonia da função que traduz o volume. 

x   0    6

3h     h  

v x       0     

v x   0    máximo    0 

 

O volume do cone é máximo em 6

3x h  e por consequência 

2

2 6 3

3 3y h h h

.  

O valor máximo do volume é 

2

2 31 6 3 1 2 3 2 3

3 3 3 3 3 3 27v h h h h h

 

 

 

Podemos também resolver este problema recorrendo à trigonometria.  

 

Seja   o ângulo que a hipotenusa faz com o cateto que será a altura do cone. 

 

 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 55 

Assim temos  x hsen  e  cosy h ,  0,2

, pelo que o volume será 

3 21cos

3v h sen . 

 

Tomemos agora a função contínua  3 21cos

3f h sen  ,  0,

2

Derivando obtemos 

3 2 3 3 3 2 2

3 2

2 1 1cos 2cos

3 3 31

3cos 1 .3

f h sen h sen h sen sen

h sen

 

 

Igualando a zero vem  

3 2 210 3cos 1 0 0 3cos 1

3

30 cos .

3

f h sen sen

sen

 

Para  0,2

 a única solução possível é 

3 3cos arccos

3 3

 

Da fórmula fundamental da trigonometria temos 

2 2 2 21 2cos 1 1

3 3sen sen sen  

e  como  0,2

, vem 

6

3sen , donde  3 33 1 2 3 2 3

arccos3 3 3 3 27

f h h

. Por 

outro  lado  0 0f   e  02

f

,  pelo  que  a  função  f   atinge  o  valor  máximo  em 

3arccos

3

 

Como  v   é  a  função  f   restringida  a  0,2

,  concluímos que  para 3

arccos3

 obtemos o 

máximo do volume igual a  3 33 1 2 3 2 3arccos

3 3 3 3 27v h h

 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 56 

Resolvendo  usando  uma  função  de  duas  variáveis,  aplicando  o  método  dos  multiplicadores  de 

Lagrange,  pretendemos  maximizar  21,

3v x y x y   restrita  ao  conjunto 

2, : , 0 0 0C x y g x y x y , com  2 2 2,g x y x y h . 

Sendo 

2 2 2 21,

3V x y x y x y h  tem‐se para  , 0x y : 

22

3

Vxy x

x

 

212

3

Vx y

y

 

2 2 2x y h  

Procuramos as soluções do sistema 

2

2 2 2

20 2 0

31

0 2 03

, 0

Vxy x

xV

x yy

x y hg x y

 

Como  0x ,  da  1ª  equação  vem 1

3y   e  substituindo  na  2ª  equação  obtemos 

2 2 2 21 20 2

3 3x y x y . Ou seja no nosso caso  2x y . 

Substituindo agora na 3ª equação temos 

22 2 2 2 2 22 3

3

hy y h y h y  

donde sai 3

3y h  e 

6

3x h . 

O  ponto  de  estacionaridade  de  V   que  satisfaz  , 0g x y   é  o  ponto  de  coordenadas 

6 3,

3 3h h

 e temos  , 0 0v h ,  0, 0v h  e  36 3 2 3,

3 3 27v h h h

 

donde se concluí que 32 3

27h é volume máximo. 

 

 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 57 

Problema 7.5 ‐ Determine o volume do maior cilindro circular reto que pode ser inscrito numa esfera 

de raio r. 

 

Uma das formas de abordar este problema é recorrer ao problema anterior.  

Imaginemos um  cone obtido pela  rotação de um  triângulo  retângulo,  cuja hipotenusa é o  raio da 

esfera,  em  torno  de  um  dos  seus  catetos,  indicado  por  y   na  figura. O  raio  da  base  do  cone  de 

volume máximo será igual ao raio da base do cilindro de volume 

máximo.  

Do problema anterior vem que o cone com vértice no centro da 

esfera de volume máximo  tem  raio da base 6

3x r  e altura 

3

3y r .  

Portanto o cilindro de volume máximo tem raio da base 

6

3x r  e altura 

2 32

3y r  donde se conclui que o volume máximo do cilindro é 

2

36 2 3 4 3

3 3 9V r r r

, ou seja 

3

3 do volume da esfera. 

 

Problema 7.6 – Qual o cone de volume máximo que se pode inscrever numa esfera de raio R? 

 

Seja  h  a altura do cone,  r  o raio da base do cone e  R  o raio da esfera. 

O volume do cone é 

2

3

hrv

 

mas pelo teorema de Pitágoras 

22 2 2 22r R h R r hR h  

e  2 2 32 2

3 3

h hR h h R hv h

, 0 2h R . 

 

Derivando para  0 2h R  

24 3

3

hR hv h

 

 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 58 

Igualando a zero temos 

24 3 4

0 0 4 3 0 0 4 3 0 03 3

hR hv h h R h h R h h h R

 

Como 0 2h R , a única solução possível é 4

3h R . 

Calculando 

0 0v  

3 38 8

2 03

R Rv R

 

3 3

3

32 644 329 273 3 81

R Rv R R

  

concluímos  aplicando  o  teorema  de Weierstrass  que  a  função  contínua  v ,  restrita  ao  intervalo 

0, 2R  tem valor máximo  332

81R

, quando 

4

3h R . 

A  título de  curiosidade o  volume máximo do  cone  inscrito na  esfera  é  igual  a 8

27 do  volume da 

esfera. 

 

Problema 7.7 – Considerando um  tanque cónico,  sem  tampa, de volume V, quais as dimensões do 

tanque que minimiza a quantidade de material usado na sua fabricação? 

 

Seja  l  o lado do cone,  h  a altura e  r  o raio da base do cone.  

A área do cone, sem tampa, é  2 2a rl r h r . 

O volume do cone é dado por 

2

3

hrV

,  

então a área vem  2

22 4

9Va r r r

r

 ,  0r   

Para simplificar vamos estudar a função  2a r . 

2 2

2 2 2 2 2 42 4 2

9 9V Va r r r r

r r

 

2

2 2 33

184

Va r r

r  

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 59 

2 2

2 2 3 2 6 2 63 2

18 90 4 4 18

2

V Va r r r V r

r

 

uma vez que  0r  vem 2

62

9

2

Vr

 

r   0   2

62

9

2

V

   

2a r       0     

2a r      mínimo     

 

Logo a área de material utilizado é mínima quando 2

62

9

2

Vr

3 3 3

3 32 2 2 22 332 3

36 222

3 3 27 27 54 6

9 9 9992 222

V V V V V Vh

V V VVV

 e uma vez que  

2

0limra r

 e  2lim

ra r

 concluímos que não existe um valor máximo para a área. 

 

Problema 7.8  ‐ Determinar o ponto  P  situado sobre a hipérbole  1xy , que está mais próximo da 

origem. 

 

Seja  ,P x y  um ponto situado sobre a hipérbole  1xy . 

Pela  equação  da  hipérbole  concluímos  que  0x ,  0y   e 

que, por exemplo, 1

yx

.  

A  distância  de  P   à  origem  é  dada  por  2 2d x y   e 

substituindo  y   vem  uma  função  na  variável  x   dada  por 

22

1d x x

x . 

Como se trata de uma distância, e portanto uma função positiva, minimizar  d x  será equivalente a 

minimizar  2 22

1d x x

x . 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 60 

Derivando, vem 

23

22d x x

x  

4

23 3

2 2 20 2 0 0

xd x x

x x

, donde como  0x , temos 

4 42 2 0 1 1x x x . 

Como  24

62d xx

,  concluímos  que  2 0d x ,  \ 0x ,  donde  a  função  tem 

mínimos  locais nos pontos  1x , que pelas características geométricas do problema  se percebe 

serem mínimos absolutos. 

Se  1x , vem  1y .  

Se  1x , vem  1y . 

Os pontos cuja distância à origem é mínima têm coordenadas  1,1  ou  1, 1 . 

 

 

Abordando  o  problema  usando  uma  função  de  duas  variáveis  e  aplicando  o  método  dos 

multiplicadores  de  Lagrange,  pretendemos  minimizar  2 2,f x y x y   sujeita  à  condição 

, 0g x y , com  , 1g x y xy . 

Seja  2 2, 1F x y x y xy . Queremos determinar as soluções do sistema 

02 0

0 2 0

1, 0

F

x x yF

y xy

xyg x y

 

Como  0y  da 1ª equação sai 2x

y  e substituindo na 2ª equação obtemos 

22 22

2 0x

y x y x y x yy

Se  x y , obtemos na 3ª equação 2 1x , o que é impossível.  

Se  x y , obtemos na 3ª equação 2 1 1 1x x x .  

Portanto  os pontos  de  estacionaridade  são os  pontos  de  coordenadas  1, 1   e  1,1 ,  que  são 

pontos onde a função atinge o mínimo. 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 61 

Problema  7.9  ‐ Um  fio  de  comprimento  l   é  cortado  em  dois  pedaços. Com  um  deles  se  fará  um 

círculo e com o outro um quadrado. 

Como devemos cortar o  fio a  fim de que a  soma das duas áreas compreendidas pelas  figuras  seja 

mínima? 

 

Suponhamos que cortamos o fio obtendo um pedaço de comprimento  x  e outro de comprimento 

l x . 

Suponhamos ainda que o pedaço de comprimento  x  servirá para formar um círculo de raio r . 

Então  2x r  e como  l x  é igual ao perímetro do quadrado, o lado do quadrado é 4

l x. 

A área das  figuras obtidas é 

22

4

l xA r

. Mas como 

2

xr

, vem  22

4 16

l xxA x

0 x l . Trata‐se de uma função contínua, pelo que, de acordo com o teorema de Weierstrass, a 

função  A  atinge um mínimo e um máximo absolutos em  0, l . 

2 8

x l xA x

 

0 0 4 0 42 8 4

x l x lA x x l x x l x

Para este valor de  x  temos:  

2 2 2 2

2 2 2

2 2

4164 4 4 4

4 4 16 4 16 4 4 16 4

l l l ll

l l lA

 

22 2 2 2 2

2 2

44 16

4 4 16 416 4 4 4

ll l l l

Nos  pontos  fronteiros  do  domínio,  a  função  A x   toma  os  valores  2

016

lA   e 

2

4

lA l

Qualquer um deles é maior que 4

lA

 pelo que se pode afirmar que 2

4 16 4

l lA

é o 

mínimo da função. 

 

 

Como devemos cortar o fio a fim de que a soma das áreas compreendidas seja máxima? 

 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 62 

Do  estudo  anterior  ficamos  a  saber  que  para  0,x l   o  único  ponto  de  estacionaridade  de  A  

corresponde a um mínimo. Pelo teorema de Weierstrass, sabemos que a função  A  também possui 

um máximo, este necessariamente será atingido em  0x  ou  x l . 

Como  2 2

016 4

l lA A l

,  concluímos que máximo da  área  é obtido quando  x l , ou  seja 

quando só for construído o círculo, o que está de acordo com o estudo do problema isoperimétrico 

que foi apresentado no capítulo 3. 

 

Problema 7.10 – Dispondo‐se de uma  cartolina quadrada de  lado  a , pretende‐se  fazer uma caixa 

sem  tampa,  recortando  quadrados  iguais  nos  cantos  e  dobrando  os  seus  lados. Qual  deve  ser  o 

comprimento do lado do quadrado que se recorta para que o volume da caixa seja máximo? Qual é o 

volume máximo da caixa?  

 

Designando por  x  o  comprimento do  lado do quadrado que  se  corta 

nos cantos, temos 02

ax . 

 

 

Dobrando a parte de cartolina restante, obtém‐se a caixa aberta. 

O volume da caixa é  2 3 2 22 4 4V x a x x x ax a x , 02

ax . 

Pelo teorema Weierstrass a função contínua V  tem um máximo e um mínimo absolutos em  0,2

a

Derivando obtemos, 

2 212 8V x x ax a  , 0

2

ax . 

Igualando a zero 

2 2

2 2 8 64 48 8 40 12 8 0

24 24 2 6

a a a a a a aV x x ax a x x x x

mas como 02

ax , teremos 

6

ax . 

 

 

 

 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 63 

Calculando  

20 0 0 0V a

 

22

02 2 2

a a aV a  

2 2 32 4 2

6 6 6 9 6 27

a a a a a aV a

 

 

Concluímos que a função tem um mínimo em  0x  e 2

ax  e um máximo em 

6

ax . 

Assim o volume máximo é atingido cortando em cada canto um quadrado de  lado 6

a, obtendo‐se 

uma caixa cujo volume máximo é 

32

27

a. 

 

Problema 7.11 ‐ Uma  janela tem forma de um retângulo encimado por um semicírculo. De entre as 

janelas de perímetro  p  qual tem maior área? 

 

Seja  x   a  altura  do  retângulo  e  r   o  raio  do  semicírculo,  conforme  a 

figura ao lado. 

2 2 2 2p x r r x r  

A área é dada por  

2

22

ra rx

, mas como 

2

2

p rx

, vem 

2

222

ra r pr r

, 02

pr

 

Pelo  teorema Weierstrass  a  função  contínua  a r   tem  um máximo  e  um mínimo  absolutos  em 

0,2

p

 

Derivando em ordem a  r  obtemos  

4a r p r r , 02

pr

 

 

 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 64 

Calculando os zeros da derivada 

0 44

pa r r p r

 

Tem‐se 

2

2 2 2 2 2

2 2

2 2 2 2 22 2 2 2 2 2

2 2 2

242

4 2 4 4 42 4 4

2 4 4 2 48 2 4 2

8 22 4 2 4 2 4

pp p p p p p p

a p

p p p p pp p p p p p

 

0 0a  

2

2 2 2 2 2

2 2

22

2 2 2 2 2 22 2 2 2

pp p p p p p p

a p

 

Como 

2 2

28 2 2 2

p p

, concluímos que máximo da  função no  intervalo  0,

2

p

 é atingido 

quando 4

pr

 

Problema 7.12 ‐ Uma  lata cilíndrica sem tampa superior tem volume V. Determine as dimensões da 

lata, de modo a que a quantidade de material necessário para a sua fabricação seja mínima. 

 

Designando por  h  a altura e por  r  o raio da base da lata, a respetiva área da superfície é dada por 

2 2a r rh . 

Como o volume é V podemos escrever h  em função de  r  na seguinte forma: 2

Vh

r . 

Substituindo na expressão da área obtemos 

2 2V

a r rr

,  0r  

22 2

Va r r

r  

3 32

0 2 2 0V V

a r r r V rr

 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 65 

3

42

Va r

r  

34

2 6 0V V

aV

 

logo  a r  atinge um mínimo quando  3V

r

 e 

2

33

2 2

33

V V Vh

V V

Como  obtemos  um  único  ponto  de  estacionaridade  de  a   e  como 

2lim lim 2r r

Va r r

r

  e  2

0 0lim lim 2r r

Va r r

r

  concluímos  que  não 

existe um máximo para a área da superfície da lata e que o mínimo local é mínimo absoluto. 

Logo a área mínima é 

21 2 1 2

33 23 3 3 33

1

3

2 2 3V V V

a V V VV

 

Problema  7.13  – Um  cano  de metal  deve  ser  transportado  por  um  corredor  em  forma  de  L  com 

largura  a  e  b . Qual o  comprimento máximo do  cano que passa pelo  corredor  sem o  levantar do 

chão? 

 

Para  resolvermos  este  problema  vamos 

estudar os comprimentos dos segmentos 

PQ ,  os  quais  intersectam  a  esquina 

interna  do  corredor  no  ponto  S   e  se 

apoiam nas paredes nos pontos P  e Q . 

Seja  0,2

  o  ângulo  que  o 

segmento  PQ   faz  com  a  parede  na 

horizontal, conforme a figura.  

Designemos por  c  o comprimento do segmento  PQ  e por  1c  e  2c  os comprimentos das partes do 

segmento compreendidas entre as paredes e a quina interna. 

 

 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 66 

Aplicando as razões trigonométricas temos  

22

a asen c

c sen

, pois  0sen ,  0,

2

11

coscos

b bc

c

, pois cos 0 ,  0,

2

Como  1 2c c c , vem  

cos

b ac

sen

 , 0

2

 .  

 

O  comprimento  máximo  que  o  cano  pode  ter  para  passar  pelo  corredor  nestas  condições 

corresponde ao mínimo de  c . 

 

Derivando  c  tem‐se 

2 2

cos

cos

bsen ac

sen

Igualando a zero vem 

3 3

2 2 2 2

3 3 3 3 3

3 3

cos cos0 0 0

cos cos

cos 0 cos

bsen a bsen ac

sen sena

bsen a bsen a tgb

a atg arctg

b b

 

 

  0    3a

arctgb

 2

 

c       0     

c    mínimo   

 

 

3a

c arctgb

 é o mínimo da função. 

 

Para  determinar  o  seu  valor  vamos  recorrer  a  uma  variante  da  fórmula  fundamental  da 

trigonometria, sabendo que  3a

tgb

 e que  0,2

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 67 

De  22

11

costg

, vem 

23 3 32 2 23

22 2 3 3 32 2 2

1 11 cos

cos cos

a a b b

b b a b

 e como  0,

2

, temos 

 

3 62 2 3

3 32 2 3 3 3 32 2 2 2cos

b b b

a b a b a b

Como cos

sentg

, temos 3 3

3

3 3 3 32 2 2 2

a b asen

b a b a b

 donde 

3 3 3 32 2 2 2

33 3 3 3

3 3 3 32 2 2 2

a b a b a b a a bc arctg

b b a b a

a b a b

 

3 3 3 3 3 3 3 3 3 32 2 2 2 2 2 2 2 2 2b a b a a b a b a b .

 

 

Em particular, no caso em que o corredor tem igual largura em toda a sua extensão, ou seja quando 

a b , temos 

cos

a ac

sen

 , 0

2

   

2 2

cos

cos

asen ac

sen

Neste caso o valor mínimo do comprimento é atingido quando  1arctg , isto é, quando, 4

O comprimento do cano nestas condições é 4

2 24 2 2 2

2 2

a a ac a

 

Problema 7.14 – Supondo que o produto de dois números positivos é  c   (constante  real positiva), 

qual é valor mínimo e máximo para a sua soma? 

 

Sejam  x  e  y  dois números positivos tais que  xy c . 

Pretendemos estudar o comportamento da soma dos números  s x y . 

De c

xy c yx

, uma vez que  0x , pelo que  cs x x

x  ,  0x . 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 68 

Derivando vem 

21

cs x

x  

Igualando a zero vem 

22

0 1 0c

s x x cx

 

Como por hipótese temos  0x , vem  x c . 

 

x   0    c    

s x       0     

s x    mínimo   

 

 

 

O valor mínimo da soma é  2c

s c c cc

Em relação ao valor máximo para a soma convém notar o seguinte: 

0

lim limxx

s x s x

 

pelo que podemos afirmar que a soma não tem um valor máximo. 

 

Problema 7.15 

Ao  ser  lançado,  um  foguetão  é  impulsionado  pela  expulsão  dos  gases  resultantes  da  queima  de 

combustível numa câmara. 

Desde  o  arranque  até  se  esgotar  o  combustível,  a  velocidade  do  foguetão,  em  quilómetros  por 

segundo, é dada por: 

3ln 1 0,005 0,01v t t t     ( ln  significa logaritmo de base  e )  

A variável  t  designa o tempo, em segundos, após o arranque. 

a) A massa  inicial do  foguetão é de 150  toneladas, dos quais 80% correspondem à massa do 

combustível.  

Sabendo que o combustível é consumido à  taxa de 0,75  toneladas por  segundo,  justifique 

que  0,160t . 

 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 69 

b) Verifique que a derivada da  função  v , no  intervalo  0,160 , é positiva e conclua qual é a 

velocidade  máxima  que  o  foguetão  atinge  neste  intervalo.  Apresente  o  resultado  em 

quilómetros por segundo, arredondado às décimas. 

 

Exame Nacional de 12º ano, 1ª fase, 2ª chamada 1999, código 135 

Resolução 

a) A massa de combustível é igual a 150 80% 120  toneladas. 

O tempo que demora a gastar o combustível é 120 0,75 160  segundos, logo  0,160t . 

 

b)  Como  0,160t   e  a  função  3ln 1 0,005 0,01v t t t  é  contínua  em  0,160 ,  v t  

possui máximo e mínimo no intervalo  0,160 . 

Derivando  v t  

0,015 0,005 0,000050,01 0 , 0,160

1 0,005 1 0,005

tv t t

t t

 

Concluímos que a  função  v t  é estritamente crescente em  0,160  e como  tal atinge o mínimo 

quando  0t  e o máximo quando  160t , sendo o valor máximo da velocidade  

160 3ln 1 0,005 160 0,01 160 3ln 0, 2 1,6 3, 2v  km/s.  

   

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 70 

8. Médias

 

As médias mais conhecidas são a média aritmética, a média geométrica e a média harmónica.  

 

Definição 8.1 Para dois números  a   e  b , definimos média  aritmética, média  geométrica  e média 

harmónica respetivamente por: 

2

a bA

    G ab    

2abH

a b

 

Geralmente para calcular a média geométrica  impõe‐se a condição  , 0a b  e no cálculo da média 

harmónica que  a  e b  não sejam nulos. 

 

Vamos considerar no que se segue  , 0a b . 

Podemos  escrever  a média  geométrica  como 2G ab  ou 

a G

G b . A média harmónica pode  ser 

considerada como o inverso da média aritmética dos inversos, isto é 

1 11

2a b

H

Das definições sai que 2AH G , ou seja a média geométrica de dois números é também a média 

geométrica entre a média aritmética e a média harmónica destes números. 

 

Proposição 8.2 Dados os números positivos  a  e  b , com  a b , tem‐se  a H G A b , sendo 

as desigualdades estritas se a b . 

 

Demonstração. 

Sejam  , 0a b . 

Se a b , então 2

a aA a

; G a a a  e 

2a aH a

a a

, isto é,  a H G A b . 

Se a b , temos: 

2a b b b b , logo  2a a b ab  e como consequência 2ab

aa b

, ou seja  a H . 

 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 71 

Por  20a b   temos  que 

2 22 0a ab b ,  donde  somando  4ab   a  cada  membro  temos 

2 22 4a ab b ab . Podemos então escrever que 2 2

2 4a ba b

ab  ou seja 

2 2

2

4a bab

a b

, donde 

se conclui que 2ab

aba b

, ou seja H G . 

 

De  2

0a b , vem  2 0a b a b  ou seja 2

a bab

, isto é G A . 

Finalmente  

a b b b  ou seja  2a b b  isto é 2

a bb

, ou seja  A b .□ 

 

8.1. Médiasparamaisdedoisnúmeros

 

As médias vistas anteriormente para dois números podem ser generalizadas para mais números. 

Definição 8.3 Dados  n  números positivos  1 2, ,..., nx x x , define‐se: 

1 2 ... nx x xA

n

,  1 2 ....n

nG x x x  e 

1 2

1 1 1...

n

nH

x x x

 

Como, consequência da definição 8.3, temos: 

Proposição 8.4 Dados  n  números positivos  1 2, ,..., nx x x , temos H G A . 

No caso em que em que  1 2 ... nx x x , então  A G H . 

 

Antes de demonstrar a proposição 8.4, vamos demonstrar o seguinte lema. 

 

Lema 8.5 Dados  n  números positivos  1 2, ,..., nx x x , se  1 2 ... 1nx x x  então  1 2 ... nx x x n , 

tendo‐se a igualdade se e só se  1 2 ... nx x x . 

 

Demonstração. 

Vamos efetuar a prova por indução, no caso  1n  o resultado é trivial. 

 

Hipótese de indução: se  1 2 ... 1px x x  então  1 2 ... px x x p  

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 72 

Tese: se  1 2 1... 1p px x x x  então  1 2 1... 1p px x x x p  

Como  1 2 1... 1p px x x x  existe pelo menos um termo maior ou igual a 1 e pelo menos um termo 

menor ou igual a 1. 

Vamos  supor,  sem  perda  de  generalidade  que  1 1x   e  que  2 1x .  Assim  temos  1 1 0x   e 

21 0x  logo  1 2 1 1 2 2 1 2 1 21 1 0 1 0 1x x x x x x x x x x . 

Podemos então escrever 

1 2 1 1 2 3 1... 1 ... 1p p px x x x x x x x  e pela hipótese de indução se o produto de  p  

fatores é igual a 1, então  1 2 3 1... px x x x p , donde se conclui que 

1 2 3 1 1 2 3 1... 1 ... 1p px x x x x x x x p . 

Se  pelo  menos  um  dos  ix   for  diferente  dos  restantes  o  raciocínio  anterior  é  válido  com 

desigualdades  estritas  o  que  mostra  que  neste  caso  1 2 ... nx x x n .  Por  outro  lado,  se 

1 2 ... nx x x  e  1 2 ... 1nx x x  então  1ix ,  1,...,i n  donde  1 2 ... nx x x n .  

□ 

Passemos agora à demonstração da proposição 8.4. 

Demonstração. 

 

1 2 1 2

1 2 1 2 1 2 1 2

fatores

1 2

1 2 1 2 1 2

.... ....1

.... .... .... .... ....

........ .... ....

n nn n

n n n nn n n nn

n

nnn n n

n n n

x x x x x x

x x x x x x x x x x x x

xx x

x x x x x x x x x

 

e portanto  1 2

1 2 1 2 1 2

.... 1.... .... ....

n

n n nn n n

xx x

x x x x x x x x x

 

 

pelo lema 8.5, 

1 21 2

1 2 1 2 1 2 1 2

1 21 2

1.... ....

.... .... .... ....

....

nn

n n n nn n n n

n

xx xn x x x n

x x x x x x x x x x x x

x x xx x

n

....n

nx

 

Fica mostrado que G A , falta mostrar que H G . 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 73 

Para  isso  convém  lembrar que o  inverso da média harmónica de  n  números positivos é a média 

aritmética dos inversos desses números, ou seja dados  n  números positivos  1 2, ,..., nx x x , tem‐se 

1 2

1 2 1 2

1 1 1...

1 1 1 1 1...

....n

nn

n n

x x x

H n x x x x x x

 

ou seja 1 1

H G , donde sai H G . 

É  fácil  verificar que  se  1 2 ... nx x x k ,  então nk

A kn

,  n nG k k   e n

H knk

, ou 

seja H A G . 

□ 

 

Resulta da demonstração anterior e do lema 8.5 que se os números  1,..., nx x  não forem todos iguais 

se tem G A . Este facto será usado no que se segue. 

 

8.2. Aplicaçõesdasdesigualdadesdasmédias

 

1) Mostre que se  0x , então 1

2xx

Aplicando a desigualdade das médias  A G  aos números  x  e 1

x, vem  

11

2

xx x

x

 , isto é, 

1

12

xx

, ou seja 

12x

x  e 

12x

x  se e só se  1x . 

 

2) Considerando  as  variáveis  reais  positivas  , , ,x y z w ,  qual  o  menor  valor  da  expressão 

x y z w

y z w x ?  

Aplicando a desigualdade das médias  A G  aos números x

y, y

z, z

w e w

x vem, 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 74 

4

4

x y z wx y z wy z w xy z w x

 ou  seja,  1

4

x y z wy z w x

  e  como  tal  4x y z w

y z w x , 

donde  se  conclui  que  o  valor mínimo  da  expressão x y z w

y z w x   é  4  e  é  atingido  quando 

x y w z . 

3) Para  0x , qual é o valor mínimo de  2 1y x

x ?  

Podemos escrever  2 1 1

2 2y x

x x . 

Aplicando a desigualdade das médias a 2x , 

1

2x e 

1

2x vem, 

2

23

1 11 12 2

3 2 2

xx x x

x x

 ou seja 

2

3

11

3 4

xx

, donde 

2

3

1 3

4x

x . 

O valor mínimo de  y  é 3

3

4, o que se verifica quando  2 1

2x

x  ou seja quando 

3

1

2x . 

4) Se  , ,x y z  são números positivos, qual o valor mínimo de  1 1 1x y z

x y z

Tem‐se  1 1 11 1 1x x y y z z

x y zx y z y z x z x y

.

 

Aplicando a desigualdade das médias temos 

9

1 1 11 1 1

9

x x y y z zx x y y z zy z x z x yy z x z x y

, ou seja 

1 1 11

9

x x y y z zy z x z x y

, donde se conclui que 

1 1 1 9x x y y z z

y z x z x y  e que a expressão  1 1 1

x y zx y z

 tem como 

valor mínimo 9, sendo este valor atingido quando  x y z . 

 

 

 

 

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 75 

5) Resolução do problema 7.6 

Seja  h  a altura do cone,  r  o raio da base do cone e  R  o raio da esfera. 

O volume do cone é 

2

3

hrv

 e como visto 

22 3 22

3 3

h R hh R hv

Podemos então escrever, aplicando a desigualdade das médias que: 

3

323 22 224 2 2 3 3

h hR hv h h R

R h

,  atingindo  o  volume máximo  quando 

se tem a igualdade, ou seja quando 4

2 4 22 3

h RR h h R h h . 

 

6) Resolução do problema 7.10 

Nas condições do enunciado o volume da caixa é  22V a x x . 

Aplicando as desigualdades das médias podemos escrever 

 

3

32 2

2 2 4 416 4 4 3 6

a x a xxa x a xV a

x

 

atingindo o valor máximo quando se tem a igualdade, ou seja quando 2

4 6

a x ax x

 

 

A  desigualdade  entre  as  médias  aritmética  e  geométrica  tem  como  consequência  as  seguintes 

afirmações: 

 

Proposição 8.5.  

I. Se a soma de  n  números positivos for constante, então o produto é máximo quando todos os 

números forem iguais. 

II. Se o produto de  n  números positivos for constante, então a soma é mínima quando todos os 

números forem iguais. 

   

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 76 

Demonstração: 

 

Afirmação I 

Sejam  1 2, ,..., 0nx x x  números positivos tais que  1 2 ... nx x x k  em que  k  é uma constante 

real. 

Consideremos a função  1 2 1 2, ,..., ...n nf x x x x x x . 

Da desigualdade das médias podemos escrever  1 21 2

......n n

n

x x xx x x

n

, ou seja 

1 2 1 2 1 2... ... , ,..., , ,...,n

nn n n

k k k k kx x x x x x f x x x f

n n n n n

1 2, ,..., 0nx x x  

donde se conclui que o máximo de  f  é atingindo quando  1 2 ... n

kx x x

n . 

 

Afirmação II 

 

Sejam  1 2, ,..., 0nx x x  números positivos  tais que  1 2 ... nnx x x c   em que  c   é uma  constante 

real. 

Consideremos a função  1 2 1 2, ,..., ...n ng x x x x x x . 

Da desigualdade das médias podemos escrever  1 21 2

......n n

n

x x xx x x

n

, ou seja 

1 21 2 1 2

...... , ,..., , ,...,n

n n

x x xc x x x nc g x x x g c c c

n

,  1 2, ,..., 0nx x x

donde se conclui que o valor mínimo da função  g  é atingido quando  1 2 ... nx x x c .□ 

 

Como  consequência  da  afirmação  I  podemos  resolver  a  seguinte  questão  que  foi  abordada  por 

outros métodos no capítulo 3. 

7) Provar que, de todos os triângulos com o mesmo perímetro, o equilátero possui maior área. 

Consideremos o triângulo de lados  , ,a b c  com a b c p .  

Pela  fórmula de Héron a área do  triângulo é dada por 2 2 2 2

p p p pA a b c

   ou 

seja 2 2 2 2

p p p pA a b c

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Problemas de Máximos e Mínimos 

 

 77 

Como 2

p é constante, a área será máxima quando 

2 2 2

p p pa b c

 for máximo. 

Mas  3 3

2 2 2 2 2 2

p p p p p pa b c a b c p , que é constante. 

Então pela afirmação I o produto será máximo quando 

2 2 2

p p pa b c , ou seja quando 

3

pa b c , como queríamos demonstrar. 

 

8) Podemos aplicar a afirmação II à resolução do problema 7.14 e sai logo que a soma é mínima 

quando  x y , mas c

yx

, donde se conclui que 2x c  e como  0x , vem  x c . 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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