PROFESSOR: Gabriel Mattos e Marcello...

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Página 1 de 15 - 26/03/2014 - 5:31 PROFESSOR: Gabriel Mattos e Marcello Rangel BANCO DE QUESTÕES - HISTÓRIA - 3ª SÉRIE - ENSINO MÉDIO - PARTE 2 ============================================================================================== 01- (UFRS 2006) Há duzentos anos, em 29 de julho de 1805, nascia em Paris Alexis de Tocqueville, um dos principais pensadores políticos da modernidade. Em meio às contribuições fundamentais de sua obra, destaca-se: (A) a defesa do Estado de Direito e das liberdades individuais como motores indispensáveis do progresso econômico e social, desenvolvida na obra "A Democracia na América". (B) a crítica espiritual da sociedade francesa sobre a regência do Duque de Orleans, incluída na obra "Cartas Persas". (C) a apologia do sistema inglês, através da qual o autor demonstra as fraquezas da monarquia francesa, tema da obra "Cartas Filosóficas". (D) o raciocínio segundo o qual o "argumento da autoridade" deve ceder lugar à dúvida e ao método, trabalhado na obra "O Discurso do Método". (E) a virulenta denúncia contra os privilégios das elites, proferida na obra "Discurso sobre as Ciências e as Artes". 02- (Fatec 2006) Adam Smith, teórico do liberalismo econômico, cuja obra, "Riqueza das Nações", constitui o baluarte, a cartilha do capitalismo liberal, considerava: (A) a política protecionista e manufatureira como elemento básico para desenvolver a riqueza da nação. (B) necessária a abolição das aduanas internas, das regulamentações e das corporações então existentes nos países. (C) a propriedade privada como a raiz das infelicidades humanas, daí toda a economia ter de ser controlada pelo Estado. (D) a terra como fonte de toda a riqueza, enquanto a indústria e o comércio apenas transformavam ou faziam circular a riqueza natural. (E) o trabalho como fonte de toda a riqueza, dizendo que, com a concorrência, a divisão do trabalho e o livre comércio, a harmonia e a justiça social seriam alcançadas. 03- (UEL 2007) Leia o texto a seguir: Ora se há coisa que se deve temer, depois de ofender a Deus, não quero dizer que não seja a morte. Não quero entrar em disputa com Sócrates e os acadêmicos; a morte não é má em si, a morte não deve ser temida. Digo que essa espécie de morte por naufrágio, ou então nada mais, é de ser temida. Pois, como diz a sentença de Homero, coisa triste, aborrecida e desnaturada é morrer no mar. Fonte: Adaptado de RABELAIS, F. "Gargântua e Pantagruel". 2. vols. Tradução de David Jardim Jr. BH/RJ, Vila Rica, 1991. Livro IV. Cap. XXI. Com base no texto é correto afirmar que: (A) A morte natural ou em terra era a coisa mais triste e aborrecida que a morte no mar. (B) A morte por naufrágio não era vista como uma morte desnaturada. (C) Os navegadores seguiam a sentença de Homero, ou seja, feliz daquele que encontra a sepultura nas águas marítimas. (D) O encontro com a morte no mar suscitava muito pavor. (E) A "boa morte" era aquela que ocorria no mar. 04- (UEL 2008) "[...] Diderot aprendera que não bastava o conhecimento da ciência para mudar o mundo, mas que era necessário aprofundar o estudo da sociedade e, principalmente, da história. Tinha consciência, por outro lado, que estava trabalhando para o futuro e que as ideias que lançava acabariam frutificando." (FONTANA, J. "Introdução ao estudo da História Geral". Bauru, SP: EDUSC, 2000. p. 331.) Com base no texto, é correto afirmar: (A) As contribuições das ciências naturais são suficientes para melhorar o convívio humano e social. (B) Ideias não passam de projetos que, enquanto não são concretizadas, em nada contribuem para o progresso humano. (C) Diderot considerava importante o conhecimento das ciências humanas para o aprimoramento da sociedade. (D) Para o autor, os historiadores recorrem ao passado, enquanto os filósofos questionam a própria existência da sociedade. (E) A ciência e o progresso material são suficientes para conduzir à felicidade humana.

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PROFESSOR: Gabriel Mattos e Marcello Rangel

BANCO DE QUESTÕES - HISTÓRIA - 3ª SÉRIE - ENSINO MÉDIO - PARTE 2

============================================================================================== 01- (UFRS 2006) Há duzentos anos, em 29 de julho de 1805, nascia em Paris Alexis de Tocqueville, um dos principais

pensadores políticos da modernidade. Em meio às contribuições fundamentais de sua obra, destaca-se:

(A) a defesa do Estado de Direito e das liberdades individuais como motores indispensáveis do progresso econômico e social, desenvolvida na obra "A Democracia na América".

(B) a crítica espiritual da sociedade francesa sobre a regência do Duque de Orleans, incluída na obra "Cartas Persas". (C) a apologia do sistema inglês, através da qual o autor demonstra as fraquezas da monarquia francesa, tema da obra

"Cartas Filosóficas". (D) o raciocínio segundo o qual o "argumento da autoridade" deve ceder lugar à dúvida e ao método, trabalhado na

obra "O Discurso do Método". (E) a virulenta denúncia contra os privilégios das elites, proferida na obra "Discurso sobre as Ciências e as Artes".

02- (Fatec 2006) Adam Smith, teórico do liberalismo econômico, cuja obra, "Riqueza das Nações", constitui o baluarte, a

cartilha do capitalismo liberal, considerava:

(A) a política protecionista e manufatureira como elemento básico para desenvolver a riqueza da nação. (B) necessária a abolição das aduanas internas, das regulamentações e das corporações então existentes nos países. (C) a propriedade privada como a raiz das infelicidades humanas, daí toda a economia ter de ser controlada pelo

Estado. (D) a terra como fonte de toda a riqueza, enquanto a indústria e o comércio apenas transformavam ou faziam circular a

riqueza natural. (E) o trabalho como fonte de toda a riqueza, dizendo que, com a concorrência, a divisão do trabalho e o livre comércio,

a harmonia e a justiça social seriam alcançadas. 03- (UEL 2007) Leia o texto a seguir:

Ora se há coisa que se deve temer, depois de ofender a Deus, não quero dizer que não seja a morte. Não quero entrar em disputa com Sócrates e os acadêmicos; a morte não é má em si, a morte não deve ser temida. Digo que essa espécie de morte por naufrágio, ou então nada mais, é de ser temida. Pois, como diz a sentença de Homero, coisa triste, aborrecida e desnaturada é morrer no mar.

Fonte: Adaptado de RABELAIS, F. "Gargântua e Pantagruel". 2. vols. Tradução de David Jardim Jr. BH/RJ, Vila Rica, 1991. Livro IV. Cap. XXI.

Com base no texto é correto afirmar que:

(A) A morte natural ou em terra era a coisa mais triste e aborrecida que a morte no mar. (B) A morte por naufrágio não era vista como uma morte desnaturada. (C) Os navegadores seguiam a sentença de Homero, ou seja, feliz daquele que encontra a sepultura nas águas

marítimas. (D) O encontro com a morte no mar suscitava muito pavor. (E) A "boa morte" era aquela que ocorria no mar.

04- (UEL 2008)

"[...] Diderot aprendera que não bastava o conhecimento da ciência para mudar o mundo, mas que era necessário aprofundar o estudo da sociedade e, principalmente, da história. Tinha consciência, por outro lado, que estava trabalhando para o futuro e que as ideias que lançava acabariam frutificando."

(FONTANA, J. "Introdução ao estudo da História Geral". Bauru, SP: EDUSC, 2000. p. 331.)

Com base no texto, é correto afirmar:

(A) As contribuições das ciências naturais são suficientes para melhorar o convívio humano e social. (B) Ideias não passam de projetos que, enquanto não são concretizadas, em nada contribuem para o progresso

humano. (C) Diderot considerava importante o conhecimento das ciências humanas para o aprimoramento da sociedade. (D) Para o autor, os historiadores recorrem ao passado, enquanto os filósofos questionam a própria existência da

sociedade. (E) A ciência e o progresso material são suficientes para conduzir à felicidade humana.

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05- (Ufla 2008) O processo de reformas religiosas teve início no século XVI e suas causas podem ser, EXCETO:

(A) A venda de indulgências incentivada pelos protestantes, que aliavam a sua ética religiosa ao espírito do capitalismo que nascia.

(B) A mudança na visão de mundo como consequência do pensamento renascentista. (C) A presença de padres mal preparados intelectualmente que provocavam insatisfação nos fiéis. (D) A insatisfação da burguesia diante da condenação do catolicismo para o lucro e os juros.

06- (Fatec 2008)

"O calvinista Jean de Léry compara a violência dos tupinambás e a dos católicos franceses que naquele dia fatídico (24.8.1572) trucidaram e, em alguns casos, devoraram seus compatriotas protestantes: E que vimos na França (durante o São Bartolomeu)? Sou francês e pesa-me dizê-lo. (...) O fígado e o coração e outras partes do corpo de alguns indivíduos não foram comidos por furiosos assassinos de que se horrorizam os infernos? Não abominemos pois em demasia a crueldade dos selvagens (brasileiros) antropófagos. Existem entre nós (franceses) criaturas tão abomináveis, se não mais, e mais detestáveis do que aquelas que só investem contra nações inimigas de que têm vingança a tomar. Não é preciso ir à América, nem mesmo sair de nosso país, para ver coisas tão monstruosas."

(ALENCASTRO, Luís Felipe de. "Folha de S. Paulo". 12 out. 1991, caderno especial, p. 7.)

Através da comparação feita por Jean de Léry, que visitou o Brasil na segunda metade da década de 1550, pode-se afirmar que este:

(A) chama a atenção para a aberração do canibalismo existente na França, coisa nunca antes vista na história da humanidade, e para a guerra santa travada no continente americano.

(B) elabora, ao comparar os selvagens brasileiros aos católicos franceses, uma reflexão original onde o canibalismo sai do âmbito da animalidade e passa a integrar a história da humanidade, mais ainda a história europeia de seu tempo.

(C) defende os católicos franceses quanto aos acontecimentos que testemunhou e dos quais foi quase vítima na França de 1572 (a Noite de São Bartolomeu), e acusa os tupinambás de seres irremediavelmente selvagens.

(D) concorda com a ideia de que os católicos, apesar da brutalidade praticada contra os protestantes, agiram forçados pela rainha Catarina de Médici, diferentemente dos tupinambás, que agem pela sua natureza não-humana.

(E) considera que a Noite de São Bartolomeu se transformou num símbolo das guerras religiosas de seu tempo e a prática do canibalismo se transformou no símbolo da selvageria do Novo Mundo.

07- (Unesp 2007) Observe e compare os monumentos.

O elemento comum às construções apresentadas constitui:

(A) um esforço de ostentação perdulária, de demonstração de hegemonia e de poder de grandes impérios unificados. (B) uma expressão simbólica das concepções religiosas da Antiguidade, que se estenderam até os dias atuais. (C) um aspecto da arquitetura monumental que se opõe à concepção do homem como medida de todas as coisas. (D) um princípio arquitetônico estrutural modificado ao longo da história por concepções religiosas, políticas e

artísticas. (E) uma comprovação do predomínio dos valores estéticos sobre os religiosos, políticos e sociais.

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08- (Uerj 2006) OESTE BAIANO: A TERRA DO AGRONEGÓCIO

Uma população de 25 mil habitantes que vivia há séculos nas mesmas condições de miséria e carência, sem energia elétrica, estradas, transporte e escolas. Em alguns povoamentos, o índice de analfabetismo era de 100%. Os pioneiros chegaram do Sul, principalmente do Rio Grande do Sul, na década de 1980. Traziam seus tratores e implementos usados em caminhões, armavam barracas de lona preta onde abrigavam a mulher e os filhos. Os sulistas investem pesado na produção, ou seja, em máquinas, irrigação, adubos e silos.

(Adaptado de "O Globo", 03/05/2003)

Os trechos da reportagem sobre o oeste baiano descrevem realidades socioeconômicas distintas: a exclusão histórica vivida pela maior parte da população local e a organização produtiva dos migrantes sulistas.

As condições de vida da população local e a ascensão econômica dos migrantes, respectivamente, estão associadas principalmente a fatores relacionados com:

(A) mão de obra disponível e insumos produtivos. (B) estrutura fundiária regional e condições ambientais. (C) rede de transporte ampla e financiamentos bancários. (D) política agrícola nacional e investimentos na produtividade.

09- (Ufpe 2007) A produção da cultura no Brasil Colônia merece atenção da historiografia. Em Minas Gerais, por exemplo,

houve produção no campo da música, a qual é estudada pelo significado das suas composições. Os músicos dessa época:

(A) tinham, muitos deles, destaque na sociedade, chegando a possuir propriedades e escravos. (B) eram subordinados aos interesses exclusivos dos proprietários das minas de ouro, não tendo condições sociais de

destaque. (C) conseguiam viver da profissão, embora todos fossem funcionários do governo português no Brasil. (D) desconheciam a música erudita europeia mais famosa, limitando-se a sofrer influências das composições ibéricas. (E) destacaram-se por suas composições originais, fugindo às ligações com a produção das irmandades religiosas de

Minas Gerais. 10- (Unesp 2006) Analise o quadro.

A partir dos dados, pode-se concluir que, no período considerado,

(A) houve concentração de renda no país. (B) a distribuição de renda manteve-se inalterada. (C) os índices apontam para a extinção da pobreza no Brasil. (D) existiu ampla mobilidade no sentido da ascensão social. (E) aumentou o salário das camadas sociais mais pobres.

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11- (Ufg 2008) Observe e compare as duas imagens:

Os quadros tratam do mesmo tema, embora pertençam a dois momentos distintos da história da arte. O confronto entre as imagens revela um traço fundamental da pintura moderna, que se caracteriza pela:

(A) tentativa de compor o espaço pictórico com base nas figuras naturais. (B) ruptura com o princípio de imitação característico das artes visuais no Ocidente. (C) continuidade da preocupação com a nitidez das figuras representadas. (D) secularização dos temas e dos objetos figurados com base na assimilação de técnicas do Oriente. (E) busca em fundar a representação na evidência dos objetos.

12- (Uel 2007) Observe o mapa a seguir:

Sobre a figura anterior e o processo histórico de ocupação do território brasileiro, é correto afirmar que:

(A) Mostram a expansão das fronteiras, conforme previamente acertado e firmado entre Portugal e Espanha. (B) Demonstram a tendência expansionista desencadeada pelas migrações que adentravam pelo interior. (C) Denotam políticas da boa vizinhança com a anexação de territórios devidamente cedidos pelos países limítrofes. (D) Demonstram a expansão das colônias espanholas sobre as colônias portuguesas. (E) Deflagram inúmeras guerras com todos os países vizinhos, levando o governo brasileiro a ignorar seus vizinhos

latino-americanos. 13- (Uece 2007) Sobre as transformações políticas, sociais e econômicas da China socialista, é correto afirmar:

(A) o pluralismo partidário assegurava o funcionamento do Congresso Nacional do Povo. (B) a manutenção dos costumes milenares impedia o acesso das mulheres a cargos públicos. (C) as indústrias foram nacionalizadas, ficando sob o controle do Estado ou das cooperativas. (D) o plano econômico de Mao Tse-tung proporcionou o reatamento das relações comerciais entre a China e os

Estados Unidos.

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14- (Uerj 2011)

Os monumentos históricos possuem relação com a memória, de modo a destacar imagens e valores para a identidade coletiva de povos e sociedades. As fotos acima retratam monumentos históricos brasileiros produzidos em épocas distintas. A comparação entre ambos evidencia uma mudança referente à identidade nacional brasileira.

Essa mudança está mais claramente vinculada à valorização da:

(A) tradição democrática. (B) integração territorial. (C) miscigenação racial. (D) diversidade étnica.

15- (Ufla 2007) Coloque V (verdadeiro) ou F (falso) para cada afirmativa e, a seguir, assinale a alternativa que apresenta a

sequência CORRETA.

I. "A natureza age segundo seus próprios princípios, segundo suas próprias leis. Nada exterior a ela obriga-a a agir.

Ela age apenas pelo seu poder interno, por isso é livre".

II. "A vida humana se desenvolve pela satisfação de necessidades; primeiramente, as físicas (alimentação, por

exemplo) e, depois, as não físicas (afeto, por exemplo), assim o ser humano é livre".

III. "O indivíduo (humano), diante de situações em que se julga coagido (forçado) a fazer ou a não fazer algo, diz: faço

se eu quiser, eu sou livre".

IV. "É inconcebível que o ser humano livre possa ter necessidade de se destruir e de destruir o ambiente em que vive e

no qual tem a satisfação de suas necessidades".

( ) Segundo a fala transcrita na proposição III, ser livre é fazer o que se quer e, segundo a proposição I, haverá realmente liberdade se o querer for de acordo com a natureza.

( ) Segundo a proposição III, o indivíduo se considera livre por agir de acordo com o seu querer e, de acordo com a proposição IV, para que ele seja livre, esse querer não pode representar destruição do ambiente.

( ) Segundo a proposição II, a vida humana se faz mediante a realização de necessidades e, segundo da proposição IV, se há destruição do ambiente pelo ser humano, ele não está exercendo sua liberdade.

( ) Segundo a proposição IV, o ser humano tem necessidade de destruir e, segundo a proposição I, a natureza age por coação (obrigação) externa.

(A) V, F, F, V (B) F, V, F, V (C) V, V, F, F (D) V, V, V, F

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16- (Uff 2010) O MUNDO COMO FÁBULA, COMO PERVERSIDADE E COMO POSSIBILIDADE

Vivemos num mundo confuso e confusamente percebido. Haveria nisto um paradoxo pedindo uma explicação? De um lado, é abusivamente mencionado o extraordinário progresso das ciências e das técnicas, das quais um dos frutos são os novos materiais artificiais que autorizam a precisão e a intencionalidade. De outro lado, há, também, referência obrigatória à aceleração contemporânea e todas as vertigens que criam, a começar pela própria velocidade. Todos esses, porém, são dados de um mundo físico fabricado pelo homem, cuja utilização, aliás, permite que o mundo se torne esse mundo confuso e confusamente percebido.

De fato, se desejamos escapar à crença de que esse mundo assim apresentado é verdadeiro, e não queremos admitir a permanência de sua percepção enganosa, devemos considerar a existência de pelo menos três mundos num só. O primeiro seria o mundo tal como nos fazem vê-lo: a globalização como fábula; o segundo seria o mundo tal como ele é: a globalização como perversidade; e o terceiro, o mundo como ele pode ser: uma outra globalização.

SANTOS, Milton. Por uma outra globalização. Do pensamento único à consciência universal. Rio de Janeiro: Record, 2000, p. 17-18.

Em 2010 a África do Sul sediou a Copa de Mundo de Futebol, a primeira ocorrida em continente africano, numa decorrência direta do processo de globalização. Tal evento marcou decisivamente o destino daquele país, reconhecido como um território de rica diversidade linguística e cultural, mas com uma história de exploração e domínio, que repercute nos seus índices de contaminação por AIDS, por exemplo.

Sobre as consequências que a Copa do Mundo acarretará para a história da África do Sul, pode-se afirmar:

(A) aumentará as exportações de diamantes, dilapidados em pequenas unidades familiares na região de Kimberley, produzindo recursos que serão direcionados para a melhoria das condições de saúde da população, confirmando o ditado popular “o diamante é vida”.

(B) representará um grande incentivo à indústria do turismo desse país, cujo crescimento é, em parte, consequência do fim do sistema de apartheid e ainda apresenta dificuldades com relação aos processos de acumulação de riqueza e às desigualdades sociais.

(C) marcará a consolidação do processo de emancipação do país, iniciado, entre os anos de 1994 e 1999, por Nelson Mandela, que por sua origem inglesa foi o responsável pela divulgação dos ideais europeus de harmonia entre as raças.

(D) legitimará a chamada Lei da Terra (Natives Land Acts) de 1913, pela qual os negros adquiriram a condição de acesso sobre 7,5% das terras da África do Sul, incluindo os territórios tribais e os direitos dos negros de terem assento no Parlamento.

(E) eliminará as chamadas fronteiras étnicas − um dos mais graves problemas do continente africano – que tiveram como resultado um dos mais trágicos conflitos étnicos ocorridos nos anos 1990 na região de Biafra, África do Sul.

TRIBALIZAÇÃO

O continente africano, que tantas vezes e por tanto tempo já foi o espelho sombrio e espoliado dos progressos da civilização ocidental, infelizmente continua sujeito a um processo que, no limite, resume-se a uma implosão civilizatória.

Se os tempos são de globalização, o espelho de horrores africano coloca-nos diante da antítese mais extrema, a da tribalização. Chegam-se ao fim do século 20 com o mais velho continente mergulhado em conflitos étnicos, miséria, endemias e estagnação econômica.

A situação tornou-se agora extremamente grave, e entre Zaire e Ruanda parece inevitável uma guerra aberta. Tudo sob o olhar distante e pouco interessado das grandes potências ocidentais. A própria ONU admite não ter acesso a 600 mil refugiados hutus no leste do Zaire e pediu fotos de satélite para identificar onde eles estariam. Segundo a comissária da União Europeia, 1 milhão de pessoas podem morrer. Seria patético, se não fosse absolutamente trágico.

A responsabilidade do Ocidente é inegável. Basta lembrar o antigo nome do Zaire, Congo Belga, para tomar consciência do passado colonialista que em muitos casos criou divisões geopolíticas e unidades de governo pouco ou nada coerentes com tradições tribais, étnicas ou mesmo territoriais.

Infelizmente, uma parte relativamente grande da mídia e dos governantes dos países "civilizados" retrata os conflitos como puramente tribais, como se o genocídio africano não tivesse começado faz alguns séculos, sob o comando de potências colonialistas.

Mais, parece evidente que a "tribalização", ou seja, a predominância de fatores locais, étnicos e de disputa territorial, nada mais é que o resultado de uma situação de estagnação e fome epidêmica em que boa parte do continente continua mergulhada em decorrência de seus sistemas econômicos, totalmente marginalizados da globalização.

Lamentavelmente, a dívida em vidas, riqueza e cultura do Ocidente com a África tende apenas a crescer.

(Adaptado da Folha de São Paulo, 31/10/96, 1-2.)

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17- (Puccamp 1997) O continente africano, que tantas vezes e por tanto tempo já foi o espelho sombrio e ESPOLIADO

dos progressos da civilização ocidental, infelizmente continua SUJEITO A um processo que, no limite, resume-se a uma IMPLOSÃO CIVILIZATÓRIA.

Os termos em destaque podem ser substituídos, sem prejuízo do sentido do texto, respectivamente, por:

(A) despojado - vassalo - destruição do progresso. (B) herdeiro - obediente a - extinção da civilização. (C) cheio de restos - tema de - matança de toda uma civilização. (D) roubado - o agente de - devastação de todas as civilizações. (E) privado - submetido a - destruição do próprio cerne da civilização.

18- (Unesp 1993) Ao final do século passado, a dominação e a espoliação assumiam características novas nas áreas

partilhadas e neocolonizadas. A crença no progresso, o darwinismo social e a pretensa superioridade do homem branco marcavam o auge da hegemonia europeia.

Assinale a alternativa que encerra, no plano ideológico, certo esforço para justificar interesses imperialistas.

(A) A humilhação sofrida pela China, durante um século e meio, é algo inimaginável para os ocidentais. (B) A civilização deve ser imposta aos países e raças onde ela não pode nascer espontaneamente. (C) A invasão de tecidos de algodão do Lancashire desferiu sério golpe no artesanato indiano. (D) A diplomacia do canhão e do fuzil, a ação dos missionários e dos viajantes naturalistas contribuíram para quebrar

a resistência cultural das populações africanas, asiáticas e latino-americanas. (E) O mapa das comunicações nos ensina: as estradas de ferro colocavam os portos das áreas colonizadas em

contato com o mundo exterior. 19- (Fuvest 1993)

A sociedade colonial brasileira "herdou concepções clássicas e medievais de organização e hierarquia, mas acrescentou-lhe sistemas de graduação que se originaram da diferenciação das ocupações, raça, cor e condição social. (...) As distinções essenciais entre fidalgos e plebeus tenderam a nivelar-se, pois o mar de indígenas que cercava os colonizadores portugueses tornava todo europeu, de fato, um gentil-homem em potencial. A disponibilidade de índios como escravos ou trabalhadores possibilitava aos imigrantes concretizar seus sonhos de nobreza. (...) Com índios, podia desfrutar de uma vida verdadeiramente nobre. O gentio transformou-se em um substituto do campesinato, um novo estado, que permitiu uma reorganização de categorias tradicionais. Contudo, o fato de serem aborígenes e, mais tarde, os africanos, diferentes étnica, religiosa e fenotipicamente dos europeus, criou oportunidades para novas distinções e hierarquias baseadas na cultura e na cor."

(Stuart B. Schwartz, SEGREDOS INTERNOS)

A partir do texto pode-se concluir que:

(A) a diferenciação clássica e medieval entre clero, nobreza e campesinato, existente na Europa, foi transferida para o Brasil por intermédio de Portugal e se constituiu no elemento fundamental da sociedade brasileira colonial.

(B) a presença de índios e negros na sociedade brasileira levou ao surgimento de instituições como a escravidão, completamente desconhecida da sociedade europeia nos séculos XV e XVI.

(C) os índios do Brasil, por serem em pequena quantidade e terem sido facilmente dominados, não tiveram nenhum tipo de influência sobre a constituição da sociedade colonial.

(D) a diferenciação de raças, culturas e condição social entre brancos e índios, brancos e negros, tendeu a diluir a distinção clássica e medieval entre fidalgos e plebeus europeus na sociedade colonial.

(E) a existência de uma realidade diferente no Brasil, como a escravidão em larga escala de negros, não alterou em nenhum aspecto as concepções medievais dos portugueses durante os séculos XVI e XVII.

20- (Unesp 1989) Assinale a alternativa INCORRETA sobre o Mundo Contemporâneo:

(A) A Unificação Alemã, realizada por Bismarck, deu origem a uma questão, solucionada pelo Tratado de Latrão (1929), que criou o Estado do Vaticano.

(B) A queda de Napoleão (1815) acarretou a reação absolutista na Europa corporificada no Congresso de Viena. (C) A Santa Aliança foi um pacto conservador de oposição aos movimentos liberais. (D) Através da Encíclica "Rerum Novarum" a Igreja procurou conciliar capital e trabalho. (E) A imposição de José Bonaparte como rei da Espanha provocou uma insurreição que repercutiu na América.

21- (Cesgranrio 1993) Ao compararmos os vários movimentos fascistas surgidos no período entre as grandes guerras,

podemos perceber uma certa unidade de pensamento. Assinale a opção que NÃO corresponde a uma característica comum a esses movimentos.

(A) racismo antissemita. (B) estado ditatorial. (C) caráter beligerante. (D) fanatismo político. (E) antibolchevismo.

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22- (Cesgranrio 1993) A Conferência de Bandung, ocorrida em 1954, foi um momento importante na reafirmação dos

países africanos, latino-americanos e asiáticos nas relações internacionais. Dentre as várias teses apresentadas, inclui-se a do:

(A) terceiro-mundismo. (B) confronto com o mundo desenvolvido. (C) apoio às nações neocolonialistas. (D) liberalismo econômico. (E) liberalismo político.

23- (Puccamp 1994)

" ... se antes a servidão corrompia o homem livre, agora é a liberdade que corrompe o escravo..."

A partir do texto pode-se afirmar que, no Brasil,

(A) a utilização do trabalhador livre, enquanto mão de obra especializada, foi provocada pela expansão do setor secundário.

(B) a presença do trabalhador livre, quando deixou de ser exceção, tornou-se forte elemento de dissolução do sistema escravista.

(C) o regime de parceria, quando gradativamente implantado, acelerou o processo de libertação de um grande contingente de escravos.

(D) em períodos de crise econômica o problema da mão de obra foi solucionado, parcialmente, com a transferência interna de escravos.

(E) o modelo escravista fortaleceu-se em decorrência de medidas de contenção de despesas provocadas, basicamente, pela imigração.

24- (Fuvest 1992) A questão seguinte é composta(s) por três proposições I, II e III que podem ser falsas ou verdadeiras.

Examine-as identificando as verdadeiras e as falsas e em seguida marque a alternativa correta dentre as que se seguem:

I. O Manifesto Comunista de 1848 denunciou os males do comunismo e deu início à política da "Perestroika".

II. O armamentismo que precedeu a Primeira Guerra foi acelerado, entre outros motivos, pela hostilidade entre a

França e a Alemanha, a rivalidade entre a Áustria e a Rússia nos Balcãs e a competição econômica entre a Alemanha e a Inglaterra.

III. A suspensão do fornecimento de petróleo pela OPEP aos Estados Unidos e seus aliados, como represália ao

apoio dado a Israel em 1973, tem sido poderosa arma econômica no âmbito das relações internacionais.

(A) se todas as proposições forem verdadeiras. (B) se apenas forem verdadeiras as proposições I e II. (C) se apenas forem verdadeiras as proposições I e III. (D) se apenas forem verdadeiras as proposições II e III. (E) se todas as proposições foram falsas.

25- (Fuvest 1992) A questão seguinte é composta por três proposições I, II e III que podem ser falsas ou verdadeiras.

Examine-as identificando as verdadeiras e as falsas e em seguida marque a alternativa correta dentre as que se seguem:

I. Com a vitória da Revolução Popular de 1959 em Cuba e a deposição do ditador Fidel Castro, assumiu o poder

Fulgêncio Batista, aliado dos Estados Unidos. II. A chamada política do "New Deal" foi uma tentativa de introdução do socialismo nos Estados Unidos pelo

Presidente Franklin Delano Roosevelt. III. O império Inca, governado por Atahualpa, foi conquistado em 1518 por Fernão Cortez, que destruiu a civilização

tolteca em poucos anos e se apoderou de suas riquezas.

(A) se todas as proposições forem verdadeiras. (B) se apenas forem verdadeiras as proposições I e II. (C) se apenas forem verdadeiras as proposições I e III. (D) se apenas forem verdadeiras as proposições II e III. (E) se todas as proposições foram falsas.

26- (Fuvest 1985) Qual dos fatores a seguir mais contribuiu para a grande expansão das lavouras de café no Brasil, no

período 1830-1890?

(A) Impulso demográfico interno de 1800 a 1830. (B) Maciça transferência de capitais estrangeiros para o setor agrícola. (C) Destruição das lavouras nas Antilhas Francesas. (D) Adoção das tarifas Alves Branco e Murtinho. (E) Elevação dos preços pela crescente demanda mundial.

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27- (Fuvest 1993)

"(...) é fenômeno das regiões atingidas pela intensificação do processo de urbanização. Estabelece suas raízes mais fortes em São Paulo, região de mais intenso desenvolvimento industrial no país (...) é, no essencial, a exaltação do poder público; é o próprio Estado colocando-se através do líder, em contato direto com os indivíduos reunidos na massa. (...) A massa se volta para o Estado e espera dele o sol ou a chuva ou seja, entrega-se de mãos atadas aos interesses dominantes."

Este texto de F. Weffort:

(A) faz considerações sobre o coronelismo no Brasil. (B) caracteriza a política brasileira pós-64. (C) descreve uma forma de dominação política que emergiu com a revolução constitucionalista de 1932. (D) caracteriza a forma de poder oligárquico na República Velha. (E) trata do populismo no Brasil.

28- (Ufmg 1994) Leia o texto.

"O IPES (Instituto de Pesquisa e Estudos Sociais) foi fundado no final de 1961, por empresários e militares do eixo Rio-São Paulo que, unidos em torno do projeto de readequação e reformulação do Estado nos moldes ambicionados pelo setor multinacional-associado, procuraram estimular em todo o país uma 'reação empresarial ao que foi percebido como a tendência esquerdista da vida política-brasileira'."

(STARLING, Heloísa Maria Murguel. OS SENHORES DAS GERAIS. Petrópolis: Vozes, 1986. p.46)

Todas as alternativas contêm afirmações corretas sobre o papel do IPES, EXCETO:

(A) A derrubada do governo do presidente João Goulart foi um dos principais alvos estratégicos do IPES nos anos 60 por temor da formação de uma república sindicalista.

(B) A desarticulação das forças sociais do bloco nacional-populista foi fruto de uma sofisticada campanha político-ideológica desenvolvida pelo IPES entre 1961 e 1964.

(C) A setorização do IPES, expandindo agências e similares para outros estados, como o de Minas Gerais, visava a uma ação política em âmbito nacional.

(D) O comando político efetivo do aparelho de Estado não estava incluído nos planos do IPES, que visava somente ao desmantelamento dos grupos de esquerda no país.

(E) O IPES empreendeu uma articulação para fundir as forças e os grupos de oposição, do que resultou uma mobilização conservadora da sociedade civil.

29- (Fuvest 1989) Na Antiguidade, a Europa mediterrânea e o Oriente Próximo viram o surgimento e o esfacelamento de

diversos impérios. Sobre eles pode-se afirmar que:

(A) a unidade política acabou depois de algum tempo por se fazer acompanhar de uma unidade religiosa. (B) a diversidade racial e cultural enfraquecia-os, apesar da existência de mecanismos que pretendiam estabelecer

uma real unidade. (C) os centros políticos coincidiam sempre com os centros econômicos. (D) com exceção do Império Romano, todos nasceram de confederações de cidades-Estado em constante luta

interna. (E) seus centros dinâmicos localizavam-se nas zonas litorâneas, por terem economias essencialmente mercantis.

30- (Puccamp 1993)

I. "...esse Estado continua sendo a expressão da hegemonia da nobreza que, através da reorganização estatal,

reforça sua dominação sobre a massa camponesa..."

II. "...foi um sistema de exploração regulamentado pelo Estado e executado através do comércio (...), sendo

essencialmente a política econômica de uma era de acumulação primitiva..."

III. "...a produção das Colônias só é válida na medida em que possibilite lucros elevados aos comerciantes

metropolitanos, detentores do monopólio sobre o comércio de importação e de exportação das Colônias..."

Na evolução histórica europeia, os itens anteriores identificam elementos que foram fundamentais para:

(A) o desenvolvimento do modo de produção asiático. (B) o fracasso das Revoluções Liberais do século XVII. (C) a política de realinhamento imperialista do século XIX. (D) o processo de transição do feudalismo para o capitalismo. (E) a rearticulação do poder feudal com as Corporações de Ofício.

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31- (Puccamp 1993)

I. Incorporou pela primeira vez a legislação referente ao trabalho, proibindo as diferenças salariais com base em

discriminação de sexo, idade, nacionalidade e estado civil.

II. Caracteriza-se pelo predomínio do Poder Executivo que é considerado "O órgão Supremo do Estado".

III. Estabeleceu ampla liberdade política e social e eleições diretas em todos os níveis.

IV. As eleições presidenciais passaram a ser indiretas e o Poder Executivo foi fortalecido, podendo baixar decretos-

leis.

V. Criou o Habeas-Data, que garante o acesso do cidadão às informações que forem coletadas sobre sua pessoa.

Assinale a alternativa que reúne corretamente os itens que contém, respectivamente, características das Constituições Brasileiras de 1934, 1946 e 1967.

(A) I, II e III (B) I, II e V (C) I, III e IV (D) II, IV e V (E) III, IV e V

32- (Puccamp 1994) Guilherme de Orange foi proclamado rei depois de ter assinado a Declaração de Direitos, imposta

pelo Parlamento, à qual determinava limitações ao poder real. Dentre as limitações, destacavam-se a:

(A) obrigação de indicar nobres para as forças armadas e elementos do clero para dirigir as universidades. (B) negação do Anglicanismo como religião oficial da Inglaterra e a tolerância a todos os cultos. (C) exigência do Parlamento ser composto por dois terços de puritanos e a concordância em apoiar militarmente o

combate às heresias. (D) obrigação de convocar o Parlamento periodicamente e a proibição de criar novos impostos. (E) pacificação interna da Inglaterra e o respeito à supremacia papal.

33- (Cesgranrio 1993) Com o final da 2ª Guerra Mundial, os países vitoriosos procuraram criar vários mecanismos

internacionais que buscassem o desenvolvimento do planeta de forma mais harmônica. É dessa época a criação do seguinte organismo:

(A) ONU - para a constituição de um exército internacional para pôr fim às guerras. (B) OTAN - para a desmilitarização dos países ocidentais e a diminuição das zonas de conflito. (C) GATT - para a implantação de uma tarifa única sobre os produtos e serviços internacionais. (D) UNESCO - para a melhoria da qualidade alimentar das populações miseráveis do Terceiro Mundo. (E) FMI - para ajudar financeiramente aos países membros, quando em dificuldades.

34- (Cesgranrio 1990) As guerras mundiais do século XX, enquanto expressões das contradições e da crise do sistema

capitalista, definem-se como guerras:

I. de "redivisão de mercados e de colônias"; II. internas do sistema imperialista; III. ligadas à corrida armamentista e a conflitos de interesses localizados; IV. entre os países capitalistas desenvolvidos e as nações subdesenvolvidas do 3º Mundo.

Assinale se estão corretas apenas:

(A) I e II (B) II e III (C) I, II e III (D) I, II e IV (E) II, III e IV

35- (Fuvest 1993) A sociedade colonial brasileira "herdou concepções clássicas e medievais de organização e hierarquia,

mas acrescentou-lhe sistemas de graduação que se originaram da diferenciação das ocupações, raça, cor e condição social. (...) As distinções essenciais entre fidalgos e plebeus tenderam a nivelar-se, pois o mar de indígenas que cercava os colonizadores portugueses tornava todo europeu, de fato, um gentil-homem em potencial. A disponibilidade de índios como escravos ou trabalhadores possibilitava aos imigrantes concretizar seus sonhos de nobreza. (...) Com índios, podia desfrutar de uma vida verdadeiramente nobre. O gentio transformou-se em um substituto do campesinato, um novo estado, que permitiu uma reorganização de categorias tradicionais. Contudo, o fato de serem aborígenes e, mais tarde, os africanos, diferentes étnica, religiosa e fenotipicamente dos europeus, criou oportunidades para novas distinções e hierarquias baseadas na cultura e na cor."

(Stuart B. Schwartz, SEGREDOS INTERNOS)

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A partir do texto pode-se concluir que:

(A) a diferenciação clássica e medieval entre clero, nobreza e campesinato, existente na Europa, foi transferida para o Brasil por intermédio de Portugal e se constituiu no elemento fundamental da sociedade brasileira colonial.

(B) a presença de índios e negros na sociedade brasileira levou ao surgimento de instituições como a escravidão, completamente desconhecida da sociedade europeia nos séculos XV e XVI.

(C) os índios do Brasil, por serem em pequena quantidade e terem sido facilmente dominados, não tiveram nenhum tipo de influência sobre a constituição da sociedade colonial.

(D) a diferenciação de raças, culturas e condição social entre brancos e índios, brancos e negros, tendeu a diluir a distinção clássica e medieval entre fidalgos e plebeus europeus na sociedade colonial.

(E) a existência de uma realidade diferente no Brasil, como a escravidão em larga escala de negros, não alterou em nenhum aspecto as concepções medievais dos portugueses durante os séculos XVI e XVII

36- (Puccamp 1993)

"Neste país, que se pressupõe constitucional, e onde só deverão ter ação poderes delegados, responsáveis, acontece, por defeito do sistema, que só há um poder ativo, onímodo, onipotente, perpétuo, superior à lei e a opinião, e esse é justamente o poder sagrado, inviolável e irresponsável."

"O privilégio, em todas as relações com a sociedade - tal é, em síntese, a fórmula social e política de nosso país - (...), isto é, todas as distinções arbitrárias e odiosas que criam no seio da sociedade civil e política a monstruosa superioridade de um sobre todos ou de alguns sobre muitos..."

Às ideias do texto pode-se associar, na evolução política brasileira,

(A) a crítica dos republicanos ao centralismo monárquico. (B) o desabafo da elite contra os defensores da democracia. (C) o temor dos abolicionistas com os ideais republicanos. (D) as aspirações partidárias das camadas populares urbanas. (E) os ideais de liberdade da nobreza ligada ao imperador.

37- (Unesp 1994)

"Os fenômenos econômicos (...) processam-se livre e independentemente de qualquer coação exterior, segundo

uma ordem imposta pela natureza e regida por leis naturais. Cumpre, pois, conhecer essas leis naturais e deixá-las atuar."

(Paul Hugon - HISTÓRIA DAS DOUTRINAS ECONÔMICAS).

O trecho acima sintetiza o pensamento econômico dos:

(A) fisiocratas. (B) mercantilistas. (C) marxistas. (D) keynesianos. (E) marginalistas.

38- (Fuvest-gv 1992) Qual das opções a seguir ordena corretamente a sequência cronológica do processo histórico?

(A) Crise do sistema feudal - Liberalismo Burguês - Revolução Francesa - Formação dos Estados Absolutos. (B) Iluminismo - absolutismo monárquico - capitalismo industrial - descoberta da América. (C) Renascimento - capitalismo monopolista - expansão islâmica - mercantilismo. (D) Feudalismo - expansão ultramarina - Reforma - despotismo esclarecido. (E) Capitalismo comercial - Revolução Industrial - colonialismo português - as Cruzadas.

39- (Puccamp 1993)

I. "...esse Estado continua sendo a expressão da hegemonia da nobreza que, através da reorganização estatal, reforça

sua dominação sobre a massa camponesa..."

II. "...foi um sistema de exploração regulamentado pelo Estado e executado através do comércio (...), sendo

essencialmente a política econômica de uma era de acumulação primitiva..."

III. "...a produção das Colônias só é válida na medida em que possibilite lucros elevados aos comerciantes

metropolitanos, detentores do monopólio sobre o comércio de importação e de exportação das Colônias..."

Na evolução histórica europeia, os itens anteriores identificam elementos que foram fundamentais para:

(A) o desenvolvimento do modo de produção asiático. (B) o fracasso das Revoluções Liberais do século XVII. (C) a política de realinhamento imperialista do século XIX. (D) o processo de transição do feudalismo para o capitalismo. (E) a rearticulação do poder feudal com as Corporações de Ofício.

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40- (Ufmg 1994) O Islamismo se revela cada vez mais como uma religião com grande capacidade mobilizadora, sendo

invocado como justificativa para vários movimentos reivindicatórios.

Todas as alternativas indicam acontecimentos em que a influência do Islamismo se fez presente, EXCETO:

(A) A disputa pelas Ilhas Curilas na ex-URSS. (B) A guerra civil na Somália. (C) A "Limpeza Étnica" na ex-Iugoslávia. (D) O separatismo curdo na Turquia. (E) Os conflitos religiosos na Índia.

41- (Puccamp 1994) O elemento fundamental na cultura ou civilização islâmica é:

(A) o ideograma. (B) a religião. (C) o exército (D) o código de lei. (E) a técnica da escultura.

42- (PUCSP 2011)

“O Brasil é uma criação recente. Antes da chegada dos europeus (...) essas terras imensas que formam nosso país tiveram sua própria história, construída ao longo de muitos séculos, de muitos milhares de anos. Uma história que a Arqueologia começou a desvendar apenas nos últimos anos.”

O texto acima afirma que:

(A) o Brasil existe há milênios, embora só tenham surgido civilizações evoluídas em seu território após a chegada dos europeus.

(B) a história do que hoje chamamos Brasil começou muito antes da chegada dos europeus e conta com a contribuição de muitos povos que aqui viveram.

(C) as terras que pertencem atualmente ao Brasil são excessivamente grandes, o que torna impossível estudar sua história ao longo dos tempos.

(D) a Arqueologia se dedicou, nos últimos anos, a pesquisar o passado colonial brasileiro e seu vínculo com a Europa. (E) os povos indígenas que ocupavam o Brasil antes da chegada dos europeus, foram dizimados pelos conquistadores

portugueses.

43- (ESPCEX 2011) Sobre a Proclamação da República, a tradição historiográfica relaciona três questões responsáveis

pela queda da monarquia: a questão servil (escravidão), a religiosa e a militar. Leia atentamente os itens abaixo.

I. Segundo o regime de padroado, cabia ao imperador a escolha dos clérigos para os cargos importantes da igreja.

II. A igreja afastou-se do governo imperial, após D. Pedro II ter ordenado aos padres afastarem-se da maçonaria.

III. A Lei Saraiva-Cotegipe estabelecia liberdade aos escravos com mais de 60 anos de idade, tendo um alcance

extremamente positivo na luta contra a escravidão no Brasil, pois na prática colocava em liberdade imediata um grande contingente de escravos que já tinham atingido a idade.

IV. Em 13 de maio de 1888, a princesa Isabel promulgou a Lei do Ventre Livre, declarando extinta a escravidão no

Brasil.

V. O Exército Brasileiro tomou consciência de sua importância após a guerra do Paraguai.

Assinale a única alternativa em que todos os itens listam características corretas.

(A) I, II e V. (B) II e IV. (C) III, IV e V. (D) II, III e IV. (E) I e V.

44- (ESPCEX 2011) Leia as afirmações abaixo, referentes a fatos ocorridos e ideias desenvolvidas na Europa, e responda

ao que se pede.

I. “Representou, na verdade, o momento culminante de um processo que começou no Renascimento, de afirmação da

razão como base do conhecimento” (ARRUDA & PILETTI, 2007)

II. De acordo com Rosseau o “povo (...) é o verdadeiro soberano (...) Sua forma de expressão (...) deveria se manifestar

por meio da maioria de votos da população em assembleias nas quais ele exerceria diretamente (...) o poder de decidir sobre os rumos a dar à sociedade”. (AZEVEDO & SERIACOPI, 2007)

III. Provocaram transformações, dentre outras: proletarização definitiva dos produtores diretos; decadência da indústria

doméstica rural; crescente divisão internacional do trabalho; aceleração do êxodo rural, antagonismo entre o proletariado nascente e a burguesia proprietária dos meios de produção.

IV. Irromperam movimentos sociais e políticos como o ludismo e o movimento cartista.

V. São algumas de suas ideias: críticas ao Estado absolutista, propondo a limitação do poder real; defesa da não

intervenção do Estado no campo econômico; e defesa de um sistema constitucional.

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Os números:

(A) I, II e V referem-se ao pensamento socialista; e os números III e IV são consequências e ideias positivistas. (B) I e III referem-se ao Macartismo, e os números II, IV e V referem-se ao Comunismo. (C) I, III e IV são ideias e consequências do Iluminismo; os números II e V são ideias e consequências das ideias

bulionistas. (D) III e V são ideias e consequências dos ideais anarquistas; os números I, II e IV são ideias positivistas e algumas

de suas consequências. (E) I, II e V referem-se a ideias e ao pensamento iluminista; os números III e IV ocorreram como consequência da

Revolução Industrial.

45- (UFU 2011)

[...] devia ser um ponto capital para o historiador reflexivo mostrar como no desenvolvimento sucessivo do Brasil se acham estabelecidas as condições para o aperfeiçoamento de três raças humanas [...].

MARTIUS, Carl F. Ph. von. Como se deve escrever a História do Brasil. In: _____. O estado de direito entre os autóctones do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: EDUSP, 1982. p. 89.

Considerando o texto, escrito por von Martius e publicado em 1845 pela Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, assinale a alternativa correta.

(A) O autor demonstra que o branco português não obteve participação tão significativa na formação histórica do Brasil quanto o africano ou o indígena.

(B) O autor procura, em uma perspectiva evolutiva da humanidade, demonstrar que a história do Brasil é o resultado do cruzamento gradativo entre brancos, indígenas e africanos.

(C) O aperfeiçoamento das três raças no Brasil é resultado de um conjunto de políticas de branqueamento populacional, ao mesmo tempo em que se extinguem as populações africanas e indígenas.

(D) O branco teria que aprender a cultura e a língua do indígena para sobreviver no Brasil, assim como deveria aprender a cultura do trabalho com o africano para desenvolver-se economicamente.

46- (UFSM 2010) O desenvolvimento da humanidade está associado ao desenvolvimento da tecnologia, pois a aplicação

das descobertas humanas na vida das sociedades tornou o trabalho mais fácil e aumentou a produção de bens sociais materiais. Utilizando a periodização tradicional da História, estabeleça a relação entre as características da tecnologia e da produção e o período histórico correspondente, numerando a segunda coluna de acordo com a primeira.

1. Pré-história 2. Idade Antiga 3. Idade Média 4. Idade Moderna 5. Idade Contemporânea

( ) expressivo desenvolvimento de tecnologias para o aumento da produção de alimentos e instrumentos, tais como: uso de ferradura para animais; rotação de culturas; aproveitamento da energia eólica e hidráulica; avanços na arquitetura e engenharia para a construção das igrejas românicas e góticas; fundação.

( ) desenvolvimento e expansão de universidades. desenvolvimento da produção industrial e agrícola, com a mecanização das fábricas; invenção de geradores e motores elétricos; utilização de combustíveis derivados do petróleo nas máquinas de combustão interna; transportes em trens, navios a vapor, automóveis e aviões; corrida armamentista e sofisticada tecnologia da morte.

( ) aperfeiçoamento da tecnologia náutica para os transportes marítimos de longa distância; origens da globalização pela integração de continentes, mercados e populações; invenção da impressão com tipos móveis; desenvolvimento da metalurgia do cobre e da prata para fins econômicos; evolução do conhecimento na direção da ciência experimental.

( ) utilização de ferramentas e do fogo para melhor sobrevivência e comunicação dos grupos humanos; diversificação da alimentação e maior mobilidade, segurança e coesão social; prática da agricultura e do pastoreio; sedentarização e aumento populacional; criação de núcleos urbanos e utilização de metais.

( ) obras públicas de engenharia para controle das águas e irrigação de terras destinadas ao aumento da produção de alimentos; urbanização e sociedade mais complexa geradoras de necessidades de construção de templos, grandes edifícios, oficinas artesanais, celeiros e muralhas.

A sequência correta é

(A) 3 - 5 - 4 - 1 - 2. (B) 2 - 4 - 5 - 3 - 1. (C) 1 - 3 - 2 - 4 - 5. (D) 4 - 1 - 3 - 2 - 5. (E) 5 - 2 - 1 - 4 - 3.

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47- (Fuvest 2011) Foi precisamente a divisão da economia mundial em múltiplas jurisdições políticas, competindo entre si

pelo capital circulante, que deu aos agentes capitalistas as maiores oportunidades de continuar a expandir o valor de seu capital, nos períodos de estagnação material generalizada da economia mundial.

Giovanni Arrighi, O longo século XX. Dinheiro, poder e as origens do nosso tempo. Rio de Janeiro/São Paulo: Contraponto/Edunesp, p.237, 1996.

Conforme o texto, uma das características mais marcantes da história da formação e desenvolvimento do sistema capitalista é a:

(A) incapacidade de o capitalismo se desenvolver em períodos em que os Estados intervêm fortemente na economia de seus países.

(B) responsabilidade exclusiva dos agentes capitalistas privados na recuperação do capitalismo, após períodos de crise mundial.

(C) dependência que o capitalismo tem da ação dos Estados para a superação de crises econômicas mundiais. (D) dissolução frequente das divisões políticas tradicionais em decorrência da necessidade de desenvolvimento do

capitalismo. (E) ocorrência de oportunidades de desenvolvimento financeiro do capital a partir de crises políticas generalizadas.

48- (Uerj 2012)

O Antropoceno, período geológico que começou quando o homem tomou o controle do planeta, acelerou as emissões de CO2 e “desregulou a máquina do mundo”, afirma o glaciólogo francês Claude Lorius, um pioneiro dos estudos sobre o clima, em seu novo livro, Viagem ao Antropoceno. “O homem é um agente determinante da vida sobre a Terra”, explica o especialista de 78 anos.

Adaptado de http://exame.abril.com.br, 05/01/2011

Ainda que não haja uma data específica proposta para o início do Antropoceno, ele está associado à intensificação da ação humana sobre o ambiente.

Considerando essa associação, o início desse novo período geológico deve coincidir, necessariamente, com o início da Idade que recebeu a seguinte denominação na História Ocidental:

(A) Antiga (B) Moderna (C) Medieval (D) Contemporânea

49- (Uerj 2010) A vitória de Barack Obama nas eleições presidenciais de 2008 foi revestida de grande significado. O mapa

dos resultados finais do último pleito nacional norte-americano revela que a história do país continua afetando a sua geografia eleitoral.

É possível associar cerca de metade dos estados onde Barack Obama foi derrotado em 2008 ao seguinte aspecto da história dos Estados Unidos:

(A) utilização da mão de obra escrava. (B) proibição da entrada de imigrantes. (C) implantação das primeiras unidades industriais. (D) consolidação das principais organizações sindicais.

50- (Uerj 2010) Cada um, de cada lugar do mundo, tem de assinalar em seu endereço eletrônico o país onde mora e de

onde fala (.br, .ar, .mx etc.); aquele que fala a partir dos EUA não precisa por .us ao seu endereço e, assim, é como se falasse de lugar nenhum, tornando familiar que cada qual se veja, sempre, de um lugar determinado, enquanto haveria aqueles que falam como se fossem do mundo e não de nenhuma parte específica.

Adaptado de Carlos Walter Porto-Gonçalves In: LANDER, Edgardo (org.). A colonialidade do saber. Buenos Aires: CLACSO, 2005.

O texto acima contém uma reflexão acerca de um aspecto importante das redes mundiais de produção e circulação de conhecimento.

Segundo o autor, essas redes são marcadas pelo conceito de:

(A) pluralismo (B) autoritarismo (C) nacionalismo (D) etnocentrismo

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GABARITO

01- A

02- E

03- D

04- C

05- A

06- B

07- D

08- D

09- A

10- A

11- B

12- B

13- C

14- D

15- D

16- B

17- E

18- B

19- D

20- A

21- A

22- A

23- B

24- D

25- E

26- E

27- E

28- D

29- B

30- D

31- C

32- D

33- E

34- C

35- D

36- A

37- A

38- D

39- D

40- A

41- B

42- B

43- E

44- E

45- B

46- A

47- C

48- D

49- A

50- D

MCS/1402/BANCODEQUESTOES/HISTORIA/HISTORIA- 3a SERIE – ENSINO MEDIO – 1a ETAPA – 2014 – GABRIEL MATTOS e MARCELLO RANGEL - PARTE 2.DOC