Programa · biografia biografia. Created Date: 6/11/2018 10:22:17 AM ...

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programa Clássica na Fábrica LOCAL: Auditório CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA: M/6 16 junho [18h00] Música na Contra-Reforma INTÉRPRETES Marcos Lázaro (violino barroco) Daniel Oliveira (cravo) entrada gratuita limitada à lotação da sala, mediante o levantamento de bilhete na receção nos 30 min. que antecedem o espetáculo. Programa DOMENICO ZIPOLI (1688-1726) Largo, da sonata em Lá Maior J.S.BACH (1685-1750) Sarabande da Suite Francesa Nº 5 ANTÓNIO VIVALDI (1678-1741) Sonata RV 52 Siciliana Alemande Alegro CARLOS SEIXAS (1704-1742) Sonata em Dó Maior (cravo) Alegro Adagio Minuete TOMASO ALBINONI (1671-1751) Sonata da chiesa. Op. 4, em Sol menor Adagio Allegro Adagio Allegro Largo Mário Magalhães Infante, n.º 14 2600-187 Vila Franca de Xira Tel.: 263 271 200 Email: [email protected] website: www.cm-vfxira.pt GPS: 38º 57’ 7.44” N, 8º 59’ 17.78”W

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programaClássica na FábricaLOCAL: AuditórioCLASSIFICAÇÃO ETÁRIA: M/6

16 junho[18h00]

Música na Contra-ReformaINTÉRPRETES

Marcos Lázaro (violino barroco)Daniel Oliveira (cravo)

entrada gratuitalimitada à lotação da sala, mediante o levantamento de bilhete na receção nos 30 min. que antecedem o espetáculo.

Programa

DOMENICO ZIPOLI (1688-1726)

Largo, da sonata em Lá Maior

J.S.BACH (1685-1750)

Sarabande da Suite Francesa Nº 5

ANTÓNIO VIVALDI (1678-1741)Sonata RV 52

SicilianaAlemande

Alegro

CARLOS SEIXAS (1704-1742)

Sonata em Dó Maior (cravo)AlegroAdagio

Minuete

TOMASO ALBINONI (1671-1751)

Sonata da chiesa. Op. 4, em Sol menor AdagioAllegroAdagioAllegro

Largo Mário Magalhães Infante, n.º 142600-187 Vila Franca de XiraTel.: 263 271 200Email: [email protected]: www.cm-vfxira.ptGPS: 38º 57’ 7.44” N, 8º 59’ 17.78”W

danças instrumentais estilizadas – alternando andamento lentos e rápidos - das quais os mais notáveis exemplos são seguramente as suites para instrumento de tecla de Johann Sebastian Bach (1685-1750), personalidade epítome do estilo barroco e um dos maiores vultos de toda a História da Música, cuja estética sintetiza, de uma forma extraordinária, os estilos musicais do barroco italiano, francês e germânico. No programa de hoje, escutare-mos a Sarabande da suite francesa nº. 5, que normalmente é o penúltimo andamento de uma suite. Trata-se de uma dança lenta, de origem espanhola (Zarabanda).Também em Portugal a estética barroca teve uma profunda influência, especialmente pela mão de António Carlos Seixas, o mais relevante compositor português do século XVIII. Sei-xas foi aluno do renomado mestre napolitano Domenico Scarllatti, que reconheceu de ime-diato no seu homólogo português um músico de elevada estatura. Com apenas dezasseis anos, Seixas assumiu o posto de organista na Capela Real de D. João V, que manteve até ao final da sua breve existência. Em 1738, o monarca português distinguiu-o com o título de Cavaleiro.Lamentavelmente, o terramoto de 1755 destruiu a grande parte da sua produção musical, não apenas a música vocal, mas sobretudo muitas das setecentas sonatas para tecla que compôs, das quais sobreviveram apenas oitenta e oito composições. A sonata em Dó Maior é paradigmática da estética ambígua de Seixas, que representa o estilo transicional entre o barroco e o clássico, herdeiro em igual medida do Empfindsamstil (ou estilo da sensibili-dade), da espontaneidade do estilo galante ou ainda do idioma mais expressivo e dramático da escola de Mannheim.

NOTAS: LuíS RAimuNdO

Recital de cravo e violino Verificou-se no passado, sobretudo a partir de meados do século XVII, a uma vasta proli-feração da música instrumental, sendo notório nesta época o desenvolvimento dos idiomas instrumentais, de uma forma autónoma e idiossincrática. Contudo, e especialmente no vio-lino – o instrumento solista por excelência durante todo o período barroco – denota-se a integração e até mesmo a sublimação dos idiomas vocais no seu vocabulário.Foi especialmente na península Apenina, que atualmente corresponde ao território Italiano, que emergiu a estética barroca. Assim, surgiram no século XVII um extenso grupo de notá-veis compositores-violinistas, entre os quais poderemos referir Biagio Marini (1594-1663), Archangello Corelli (1653-1713), Giuseppe Torelli (1658-1709), Tomaso Albinoni (1671- -1751) ou Antonio Vivaldi (1678-1741). Contudo, para além dos nomes referidos, compositores como o organista italiano Dome-nico Zipoli (1688-1726) destacaram-se num outro domínio central no período barroco, o da música vocal religiosa. Zipoli foi autor de diversas oratórias, missas e motetos, maioritaria-mente escritos no Paraguai, quando este exerceu funções nas missões jesuítas nesse país, trabalhando com os índios Guarani. Zipoli deixou-nos igualmente algumas composições para instrumento de tecla, e diversas sonatas solistas, entre as quais a sonata em Lá maior, a qual revela o enorme talento daquele que foi um dos mais notáveis músicos ao serviço da Companhia de Jesus. Prolífico autor, com um acervo de aproximadamente cinco centenas de concertos para ins-trumentos solistas e orquestra e um avultado número de sonatas solistas - maioritaria-mente dedicados ao violino, instrumento no qual era um exímio intérprete – assim como um substancial número de composições vocais, o veneziano Antonio Vivaldi foi indubitavel-mente o mais influente compositor do barroco tardio. A excecional energia que emana das suas composições, a par de uma melancolia muito característica da sua estética artística, está bem patente na sonata em Fá Maior (RV 52), para violino e instrumento de tecla, um dos mais emblemáticos exemplos da sonata solista do barroco italiano tardio.Contrariamente ao seu conterrâneo Vivaldi, que conciliou com dificuldade a carreira de músico e a de prelado da igreja, Tomaso Albinoni optou desde cedo por uma carreira musi-cal diletante, apesar de ter escrito várias composições vocais religiosas nos primórdios da sua atividade artística. Albinoni destacou-se mais como compositor dramático, com um acervo de cerca de oitenta óperas como Zenobia, regina de Palmireni (1703), Rodrigo in Algeri (1702), Griselda (1703) Aminta (1703) e Artamene (1741), entre muitas outras e aproximadamente cinquenta cantatas. Contudo, também no campo da música instrumental é muito numerosa a sua produção. Neste domínio legou-nos mais de cinquenta concertos, cerca de uma centena de sonatas em trio – especialmente sonatas da chiesa (sonatas de igreja) – e oito sinfonias. O seu invulgar talento artístico expressa-se num estilo de enorme elegância, com melodias de profundo conteúdo emocional, sendo particularmente cativan-tes os andamentos lentos (Adagio) das suas sonatas. Se o violino foi o instrumento solista por excelência no Settecento, os instrumentos de tecla – órgão, cravo, clavicórdio, etc. – assumiram também um papel fundamental na música do período em questão, não apenas como instrumento de suporte harmónico-rítmico em todos os agrupamentos instrumentais, mas também enquanto instrumento solista. Abun-dam assim, naquela época, as sonatas e suites para instrumento de tecla. A suite, género musical autóctone do barroco, consiste essencialmente numa coletânea de

Trabalhou com personalidades como Ketil Haugsand, Gerhard Doderer, Javier Artigas, J. Uriol, Graham Barber, Sibertin Blanc, Kristian Olesen e Luigi Ferdinando Tagliavini.Atualmente é professor de Órgão, Música de Câmara, Formação Musical e Baixo Contínuo em diversas escolas de música.Participou enquanto organista e cravista, em dois CDs dedicados à música antiga portuguesa de Francisco António de Almeida. É organista titular do Órgão Histórico da Igreja Matriz de Oeiras, e do órgão histórico Bento Fontanes da Igreja da Misericórdia de Torres Vedras. É ainda Director Artístico do Coro Magnificat, de Odivelas, desde 2012.

Marcos Lázaro (violino)

Natural de Cascais, Marcos Lázaro, iniciou os estudos de música aos sete anos na classe de violino de Marie Louise Fischer e de Dov Bartov na Grundmusikschule Arlesheim, na Suiça. Em Basileia, fre-quentou a Jugendsinfonie Orchester der Régio, realizando inúmeros concertos em toda a Suiça, Alemanha, Alsácia, Lichtenstein, Itália e Áustria.

Em 1997, regressou a Portugal, tendo concluído o ensino secundário na Escola Profissional de Música de Almada, na classe de violino de Inês Barata e na classe de música de câmara de Jan Schabowski. Licenciou-se na Escola Superior de Música de Lisboa (ESML) onde estu-dou com Katchatour Amirkhanian e posteriormente com Aníbal Lima. Frequentou ainda as classes de música de câmara de Olga Prats e Irene Lima. Frequentou diversas Master-Clas-ses com Zakhar Bron, Orest Shourgot, Galina Turtchninanova, Stefan Kamilarov, Sergei Krav-chenko, Boris Kuniev e Jiri Tomasek, entre outros.Participa nos estágios de interpretação Nova Musica orientados pelo maestro Wolfgang Nies-sner na Universidade de Aveiro. Frequentou cursos de música de câmara com Vaclav Berna-sek (Kocian Quartet) e Avidis Kouyoumdjian (Musikhochschule Wien).Colabora regularmente como músico convidado em diversas orquestras, entre as quais a da Fundação Calouste Gulbenkian. Assumiu o papel de concertino na Orquestra de Câmara Portuguesa (OCP) sob a direcção do Maestro Pedro Carneiro, e na Orquestra do Ginásio Ópera, sob direcção de Kodo Yamagishi, Nuno Dario e Jean Sebastien Béreau. Colaborou com a Camerata Vianna da Motta, com direcção artística de Irene Lima, com a Orquestra Sinfónica da EPAM sob a batuta do Maestro Pedro Neves - onde interpretou a solo o célebre concerto em Ré-Maior de Tchaikovsky - e com algumas orquestras semi-profissionais na Suiça, tendo-se apresentado a solo sob a direcção de vários Maestros, entre os quais o Maestro Mark Kolliger, Alfred Brenner e Albert Keiser.Com o Quarteto Lacerda participou no Projecto Haydn, tendo interpretado metade dos quar-tetos de Joseph Haydn para a RDP. Para além da substancial carreira enquanto músico, é professor de violino no Instituto Gregoriano de Lisboa.

Daniel Oliveira (cravo)

Natural de Alenquer, Daniel Oliveira é licenciado em Ciências Musi-cais pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, e em Órgão e Cravo pela Escola Superior de Música de Lisboa. Possui ainda o mestrado em órgão.Tem desenvolvido uma intensa atividade quer como pedagogo, quer como concertista em diversos pontos do país e estrangeiro, com

um particular interesse pelo estudo e divulgação da música antiga e da música sacra em Portugal, assim como pela música para tecla de compositores portugueses dos séculos XVII e XVIII. Enquanto cravista e organista já se apresentou em prestigiados festivais, tais como o V Festival Internacional de Órgão de Faro, I e II ciclo de órgão de Santarém, Festival Internacional de Órgão de Cantábria (Espanha) e Temporada de São Roque em Lisboa, Festival Internacional de Música Pórtico do Paraíso (Galiza-Espanha). Tem-se apresentado em concerto com diversos agrupamentos musicais – Concertuos Antiquos, Coro do instituto Gregoriano de Lisboa, Orquestra Sinfónica Juvenil, Orquestra de Camara de Cascais e Oeiras – e em duo com as cantoras Raquel Alão e Susana Duarte.

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