Projecto de Atelier III

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Dossier de Projecto Atelier de Artes Plásticas lll Inês Snyckers 9508 APM2 2011/2012

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Dossier de Projecto

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Dossier de Projecto

Atelier de Artes Plásticas lll

Inês Snyckers 9508

APM2

2011/2012

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Assim começou a aventura.Fomos enviados à mata. Éramos alunos com uma missão: Encontrar um objecto para representar na U.C. de Atelier de Artes Plásticas lll

Rapidamente fui confrontada com uma terrível decisão.

...o roubo

....ou o sacríficio.

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Escolhi o roubo e, pedindo desculpa aos meus animais de estimação, levei-lhes o tronco do seu terrário. Esta seria a minha peça, e gostava

bastante dela... gostava. Via nela potencial. Via nela trabalho, mas muito, muito potencial.

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Mãos à obra!Começa a fase da escultura em barro.

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Mãos à obra!Começa a fase da escultura em barro.

De material em punho e após um processo de admiração intenso, que quase parecia o de uma assolapada paixão, foi ganha a coragem e foi tocado o barro. Terminou-se a paixão. O material frio e visco-so causava-me uma impressão inimaginável, e quando começava a secar-me nas mãos só me apetecia gritar. No entanto, a persistência foi a chave eu eu não ia desistir desta batalha!

Moldei a forma geral da peça (que parecia outra coisa que não a forma geral da peça) e começei a tirar de uns lados, a pôr de outros.

Sendo este o meu primeiro contacto com o material, as primeiras 2 tentativas falharam re-dondamente. Finalmente, à terceira tentativa e depois de vários arames pelo meio, a minha peça finalmente se parecia com algo decente.

Semanas passaram e, ao longo destas, mais pormenores foram adicionados...

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Chegou por fim a luz ao fundo do túnel:

O gesso amarelo

Esta é a primeira fase da criação do molde. Consiste em misturar o gesso de estuque em àgua de forma a deixá-lo numa consistência relativamente líquida que lhe permita alcançar todas as reentrâncias da peça em barro. A este gesso é acrescentado um pigmento amarelo que servirá para que, quando o molde for que-brado, se consiga diferenciar o molde da peça.

Também ajuda a calcular a força que deverá ser depositada quando se está a quebrar, mas disso falaremos mais à frente.

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Acabado o gesso amarela, passamos ao

gesso branco. Esta fase é semelhante à do gesso amarelo, mas com algumas diferenças - primeiro de tudo o gesso usado é mais espesso e esta camada é mais grossa.

Mais uma vez cobre-se a peça toda com o gesso. Esta começa a emitir calor à medida que o gesso assenta!

Agora é esperar que seque...

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O gesso está seco. Só pode querer dizer uma coisa: acabou-se a espera!

Chegou a altura de retirar o barro de dentro do molde!

É uma fase minuciosa e que exige várias horas de tra-balho seguido, mas é muitissimo divertida! Usando uma várias ferramentas, todo o barro é retirado do molde. Depois de ter a certeza de que tudo está limpo, uma camada de sabão é aplicada sobre toda a superficie para evitar que o gesso do preenchimento se peque ao molde. Depois da primeira camada vem uma segunda, e a essa segue-se uma terceira.

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O molde está limpo? Está seco? Está bem ensaboado?Quando a resposta a estas três questões foi ‘sim’, chegou a altura de...

encher o molde!E encher com o quê? Mais gesso, está claro!

O gesso que preencherá o molde terá de ser líquido, cremoso. A melhor comparação que encontrei foi ‘gelado derretido’, e foi esta a textura que procurei alcançar.

Depois de a peça estar direita (para não entornar) e o gesso pronto, toca a despejar! Rápido o suficiente para não começar a solidificar, devagar o suficiente para não fazer asneira.

Depois de o molde estar LITERALMENTE a trasnbordar, basta mais uma vez esperar.

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...mas quem espera nem sempre alcança. Depois de se raspar o excesso do topo do molde (us-ando uma pequena serra) para que este fique liso, pequenas grandes fendas lá permaneceram.

O gesso tinha rachado... E agora?

No stress!

Tudo se resolve!

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Pensava eu que estava nas artes, mas mais parecia me-dicina dentária!

Num processo moroso e detalhado, todas as pequenas fendas foram preenchidas com uma mistura extrema-mente aguada de gesso.

É chato, sim, mas eu pessoalmente gosto de trabalho de pormenor, e gostei bastante desta fase.

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Como novo!

E depois de superado este desafio, chegou a parte divertida! A destruição! O descarregar de raiva!

Partir o molde! Começa-se por colocar a peça sobre vários panos (para amortecer o choque). Agora de maço e formão em punho, começa o processo. O formão deverá ter o declive virado para fora, de modo a evitar danificar a peça, e o maço deve ser usado com determinação em todas as pancadas. Nesta fase descobre-se mais uma vez a utilidade do gesso amarelo como ‘aviso’ da proximidade da peça, permitindo-nos avaliar melhor a froça necessária e também a forma geral do objceto.

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A peça ‘saiu da casca’ sem problemas, aparentemente.... Mentira. A peça saiu do molde inteira mais rápidamente se começou a despedaçar. Mas nada está per-dido e tudo se resolve! De volta ao minucioso trabalho de enchimento de fendas.

Os pedaços separados foram ligados uns aos outros por pequenos pedaços de arame.

Depois de tudo acertado, gaze é introduzida no espaço entre elas cuidadosamente. Pequenos pedacin-hos embebidos em gesso são colocados com uma fina ponta metálica até ficarem bem apertados dentro da peça.

É feita uma mistura extremamente líquida de gesso e, com uma pequena colher de café vaise introduz-indo a mistura nas fendas. a àgua ajudará o gesso a expandirse e a ligar às novas particulos, colando a peça. Depois de cerca de 3 canecas desta mistura despejadas pelas fendas, a minha peça estava como nova! (ou quase...)

Agora era confrontada com problemas mais graves: bocados em falta,

Ao quebrar o molde, duas das extremidades mais sensiveis da minha peça perderam-se. Estas tinham de voltar. Recorri a um pequeno palito com gaze embebida em gesso enrolada a ele, e mais uma vez toca a despejar gesso liquido em cima da peça. Assim fui combatendo a gravidade até que esta pequena extremidade vertical tinha voltado à vida!

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A peça está agora QUASE terminada...

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...e depois de ser toda lixada, pude finalmente ver o produto de tanto trabalho.

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Por outro lado, também desenvolvi um estudo do objecto em

fotogravura. O processo de fotogravura, embora tenha vários passos a seguir, é relativamente simples. Antes de tudo é preciso uma imagem negativa do obejcto. Captei a minha usando o scanner, o Photoshop e alguma paciência. Esta é a minha imagem:

Esta imagem é impressa em acetato, e desse acetato faz-se uma fotografia. A imagem é exposta numa folha de pelicula fotográfica por 3-5 minutos e depois revelada e fixada nos quimicos correspondentes (rev-elador e fixador), e posteriormente passada sob àgua corrente. A primeira fase está completa.

De seguida lixa-se uma placa de zinco até que fique lisa e sensibiliza-se com Positiv20 da Kontakt, um sensibilizador de circuitos impressos. É exposta usando a fotografia feita anteriormente e revelada. Depois de revelada são tapadas as partes expostas não desejadas e vai corroer ao àcido. Seca-se e cobre-se com pós de resina. Derrete-se o pós de resina na peça, dando textura, e de volta ao àcido!

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A placa está gravada, e tal como eu a queria!

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Na primeira impressão decidi fazer algumas experiências e quebrar algumas regars, algo que não agradou ao mestre, mas a verdade é que o resultado final foi o esperado: Uma imagem texturada e rústica.

Sem limpor a placa fiz uma segunda impressão. O objectivo era ter uma impressão bastante es-batida, para que o meu personagem podesse ser desenhado por cima.

O meu personagem dá pelo nome de Simão, o girino extraterrestre. Acontece que o Simão foi o primeiro Ser Vivo à face desta terra, e dele descendemos todos nós! O Simão é grande (para um girino), inteligente (para um girino), e extremamente bem parecido (para um girino).

Ele nada, ele anda, ele voa. Ele faz barbecues aos fins de semana com os amigos.

É fã de indie rock, e especialmente dos The Eels.

É um gajo porreiro (para um girino).

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E agora chegou a altura de trazer o Simão à 3a dimensão! Escultura! (enfim, mais barro... e eu a pensar que já me tinha livrado dele...) E depois, acabou!

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Por fim este trabalho está terminado, e não podia estar mais feliz! (não com o trabalho, mas com o facto de o ter terminado... OK, também estou mais ou menos feliz com o trabalho... mais ou menos.)

Não gostei do barro, não, de todo. Considero-o o meu novo arqui-inimigo. Gosto do que pode ser feito com ele, mas dispenso - fico-me pela plasticina.

O gesso, por outro lado, adorei! Mexer na pasta, corrigir os erros... Se tivesse sido só isso teria adorado este projecto do início ao fim!

Quanto à parte da gravura, pois bem, nada de novo. Já tinha feito gravuras antes e gosto bastante do processo, parte da razão pela qual escolhi agora também fazer uma. Elaborei outras experiências mas não

estão completas e não estou satisfeita com nenhuma.

Por fim, falando do Simão, o personagem, estou MUITO orgulhosa dele. Gosto do personagem, da história do personagem e das formas como o representei.

Tenho alguma pena em não estar cá no próximo semestre para lhe dar continuidade. (e tenho também a certeza de que essa pena me vai passar)

No geral, foi uma nova experiência, muitas coisas que nunca tinha feito, algumas coisas que não quero vol-tar a fazer, mas um processo no qual aprendi bastante.

Posso dizer que gostei de elaborar este projecto.

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FIM