Grupo URUCUM de Diversidade Sexual

LAVRAS SEM HOMOFOBIA: Promovendo a conscientização e discussão de temáticas LGBTT dentro e fora da universidade

JULHO – 2011

1. INTRODUÇÃO

Os homossexuais brasileiros têm enfrentado a histórica situação de

discriminação e marginalização. E, para além da luta pelo reconhecimento de

seus legítimos direitos civis, sociais e políticos, homossexuais organizados tem

se desdobrado em um notável engajamento no enfrentamento de graves

problemas de interesse público, envolvendo casos de saúde pública e violência

urbana. Em ambos os contextos, tem-se visto surgir uma eficiente parceria

entre grupos LGBTT e órgãos de saúde e segurança pública municipais,

estaduais e federais (CARRARA, 2007).

Para a compreensão e análise desta realidade o sujeito, em específico o

homossexual, deve fazer um estudo profundo de entendimento da sociedade

em que vive. A partir disso a comunidade LGBTT (Lésbicas, Gays, Bissexuais,

Transgêneros e Transexuais) ganha subsídios para contrapor a opressão

gerada por grupos homofóbicos. Dentro deste contexto, um conceito importante

a ser tratado é o de gênero, que traz a visão de que o sistema social de

relacionamento em que os indivíduos estão inseridos permite uma concepção

dinâmica de masculinidade e feminilidade de acordo com a situação social em

questão. Também permite ver a pluralidade de homens e mulheres dentro de

seu contexto social, levando em consideração os vários fatores que influenciam

na formação da personalidade dos sujeitos (COSTA,1994).

O Movimento LGBTT tanto brasileiro como internacional, busca o

reconhecimento para suas especificidades e para suas lutas. Contudo, de um

modo peculiar, relacionam reconhecimento com identidade. Quando utilizamos

o termo “identidades”, devemos considerar que estamos tratando de um

conceito construído social e historicamente, que é conjuntural e incompleto,

envolvendo inúmeros elementos. Contudo, trata-se de um conceito de suma

importância para a compreensão da dinâmica que envolve os movimentos

(FACCHINI, 2005, p.29). Entretanto, a corrente motora dos grupos LGBTTs é

necessidade de reconhecimento, ou seja, a conquista de direitos.

Dentro desta corrente de pensamento o “Grupo URUCUM de

Diversidade Sexual de Lavras” surge para dar voz a todos os jovens que

sofrem com o fato de não poderem expressar livremente sua sexualidade,

fazendo com que estes produzam, juntamente com toda a comunidade,

conhecimentos e ações que dêem visibilidade às diferentes identidades de

gênero e orientações sexuais. Lutamos pela construção de uma sociedade não

sexista, fazendo o enfrentamento a toda forma de violência, discriminação e

preconceito contra Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros e Transexuais,

violência essa que pode ser física, verbal, moral ou simbólica, além do fato de

os direitos humanos da população LGBTT serem muitas vezes ignorados. Por

fim, acreditamos em uma sociedade que rompa com esses velhos paradigmas

e que nela toda a manifestação de amor seja válida.

2. JUSTIFICATIVA

Apesar da população do município de Lavras-MG possuir um bom nível

educacional, e o índice de analfabetismo ser significativamente inferior ao

encontrado na média de Minas Gerais, os direitos da comunidade LGBTT e

discussões que envolvem a temática são serseados.

Fazendo análise desta realidade o Grupo URUCUM pretende com este

projeto desenvolver um conjunto de atividades que visem a conscientização, na

área de educação sexual, direitos, deveres e cultura LGBTT para a

comunidade de Lavras em geral, sendo o foco de atuação principal a

juventude.

3. OBJETIVOS

Promoção e de espaços de discussão sobre assuntos atuais que

envolvam a temática LGBTT;

Fortalecimento e consolidação do Grupo URUCUM e formação política

dos integrantes;

Reconhecimento do Grupo URUCUM frente a instituições público-

privadas e estabelecimento de parcerias;

Incentivar o envolvimento da juventude LGBTT de Lavras em atividades

políticas, educacionais e culturais envolvendo o universo LGBTT;

Promoção de ações que visem à conscientização e informação da

população de Lavras sobre homofobia, DST’s e questões sobre diversidade

sexual.

4. ATIVIDADES PROPOSTAS

4.1. Círculo de Estudos sobre homofobia e universo LGBTT

A discussão de temas acerca do universo LGBTT possibilita aos

militantes uma formação contínua e crítica, bem como a construção de

conhecimentos que sejam base para seu reconhecimento como sujeitos

atuantes nas questões pertinentes aos LGBTT, para que assim possam

transformar a sociedade em que vivem.

E é ao se comprometer e se envolver com o estudo e discussão de um

tema que se inicia esse reconhecimento. Participar periodicamente de espaços

de formação, tanto teórica quanto prática, provê a base para a atuação da

militância LGBTT. Assim, o enriquecimento desses espaços com participação

de militantes de outras entidades, estudiosos e representantes dos diversos

segmentos LGBTT é fundamental para a consolidação do grupo URUCUM.

4.2. 1º Mês da Diversidade Sexual de Lavras: Arte, Cultura e Política

Acreditando que a manifestação artística é uma forma eficiente de levar

os indivíduos a um pensamento reflexivo, desconstruindo os preconceitos

existentes o grupo Urucum através deste evento pretende iniciar um espaço

que discuta essa temática na universidade e que não atinja somente o público

LGBTT, mas sim toda a comunidade universitária e da cidade de Lavras.

Pretende-se nesse espaço oferecer apresentações teatrais, danças,

exibição de filmes, palestras, oficinas, sarau de poesias, exposição de

fotografias. De modo que mostremos quem é o grupo e quem são os gays

lavrenses, os dilemas que envolvem cada meio do universo LGBTT, além

disso, discussões sobre homofobia, políticas públicas e educação.

4.3. Campanha de Prevenção de DSTs e AIDS

Através desta campanha pretende-se não apenas conscientizar o

público GLBTT, mas ao mesmo tempo alertá-los os cuidados que se deve ter

nas festas e em caso de agressão por homofobia que procedimentos tomar.

As festas que são realizadas periodicamente reúnem pessoas de toda a

região sul mineira e ao realizarmos a mobilização no evento possibilitamos que

conheçam o grupo e possam se informar melhor sobre prevenção e tratamento

de DSTs.

4.4. Participação no ENUDS

A participação do grupo, ainda que seja alguns integrantes apenas,

possibilitará ao grupo experiências que ajudaram na formação e solidificação

do grupo.

5. RESULTADOS ESPERADOS

Com as ações previstas no projeto, esperamos dar início aos diálogos e

discussões entre a população lavrense, comunidade universitária e órgãos

municipais sobre questões envolvendo os LGBTTs, principalmente sobre

homofobia no município. As atividades com a proposta de mostrar um pouco da

cultura LGBTT, deverão informar as pessoas que participarem dos espaços e

permitir que conheçam melhor o grupo URUCUM, possibilitando o

reconhecimento do grupo no meio universitário para que possamos ter mais

incentivo da universidade na realização de outras atividades.

Esperamos também que estas atividades contribuam na formação dos

integrantes do grupo, assim como na consolidação deste, para que possamos

seguir realizando a curto e em longo prazo ações que visem combater cada

vez mais manifestações de homofobia e intolerância em Lavras.

6. CRONOGRAMA

Agosto

1. PRÉ-ENUDS - Participação de alguns membros no evento em Viçosa-

MG nos dias 05, 06 e 07;

2. Elaboração e produção de material para conscientização sobre

prevenção da homofobia e DST’s em festas e eventos LGBTT;

3. Planejamento da programação do “Mês da Diversidade Sexual de

Lavras” e confecção de material de divulgação do evento;

4. Organização do blog do Grupo Urucum;

5. Início dos círculos de estudos semanais;

6. Início da campanha de conscientização e prevenção de DST’s.

Setembro

1. Realização da Mostra de Cinema "Quando a homofobia ganha

contornos avermelhados", com exibição semanal de filmes seguidos

por rodas de discussão;

2. Preparação para o “Mês da Diversidade Sexual de Lavras”,

envolvendo espaços de formação, concepção e ensaios das atividades

culturais, confecção de materiais e organização logística do evento;

3. Continuidade dos círculos de estudos semanais;

4. Continuidade da campanha de conscientização e prevenção de DST’s.

Outubro

1. Realização do “Mês da Diversidade Sexual” com exposições,

apresentações artístico-culturais, palestras e oficinas;

2. Continuidade dos círculos de estudos semanais;

3. Continuidade da campanha de conscientização e prevenção de DST’s.

Novembro

1. Participação dos integrantes do Grupo URUCUM no Encontro Nacional

Universitário Sobre Diversidade Sexual (ENUDS) em Salvador-BA;

2. Continuidade dos círculos de estudos semanais;

3. Continuidade da campanha de conscientização e prevenção de DST’s.

7. INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTOS EXISTENTES

Computadores;

Projetor áudio visual (data-show);

Espaços nas dependências da Universidade Federal de Lavras – UFLA.

8. ORÇAMENTO

Diárias (prelecionistas) Quantidade

Valor R$ Valor Total R$

Hospedagem + custos de

viagem + alimentação 7 pessoas 250,00 1750,00

Transporte p/ ENUDS Quantidade

Valor R$ Valor Total R$

Passagens de ônibus 4 pessoas 250,00 1000,00

MATERIAL DE CONSUMO

Itens Quantidade Valor Unitário R$ Valor Total R$

Xerox / Impressão 1500 0,10 150,00

Panfletos 1000 0,75 750,00

Impressão de Fotografias 100 2,00 200,00

Cartazes 150 2,00 300,00

Materiais diversos (figurino,

ornamentação, maquiagem) --- --- 850,00

Camisetas do grupo 20 20,00 400,00

Locação de equipamento de

som 1 600,00 600,00

TOTAL R$6000,00

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Ministério da Saúde/Conselho Nacional de Combate à Discriminação. Brasil sem Homofobia: Programa de combate à violência e à discriminação contra GLTB e de promoção da cidadania homossexual. Brasília, DF, 2004. CARRARA, Sérgio; RAMOS, Silvia; LACERDA, Paula; MEDRADO, Benedito; VIEIRA, Nara. Política, direitos, violência e homossexualidade. Pesquisa 5ª Parada da Diversidade – Pernambuco 2006. Rio de Janeiro: CEPESC, 2007. COSTA, Claudia de Lima. O leito de procusto: Gênero, linguagem e as teorias femininas. In CADERNOS PAGU, vol. 2, 1994. p.141-174.

FACCHINI, Regina. Sopa de letrinhas? Movimento homossexual e produção de identidades coletivas nos anos 90. Rio de Janeiro: Garamond, 2005.