PROJETO AGRISUS No: 858/11 RELATÓRIO FINAL · integração lavoura-pecuária-floresta, na...

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP Av. Alexandre Ferronato, 1200 Setor Industrial 78557-267 Sinop/MT Tel/Fax: (66) 3531-1663 3531-9796 ATRIBUTOS QUÍMICOS E FÍSICOS DO SOLO NA INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA-FLORESTA EM NOVA CANAÃ DO NORTE MT. PROJETO AGRISUS No: 858/11 RELATÓRIO FINAL Coordenador do projeto: Prof. Dr. Anderson Lange JANEIRO/2015

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP

Av. Alexandre Ferronato, 1200 – Setor Industrial – 78557-267 – Sinop/MT

Tel/Fax: (66) 3531-1663 – 3531-9796

ATRIBUTOS QUÍMICOS E FÍSICOS DO SOLO NA INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA-FLORESTA EM

NOVA CANAÃ DO NORTE – MT.

PROJETO AGRISUS No: 858/11

RELATÓRIO FINAL

Coordenador do projeto:

Prof. Dr. Anderson Lange

JANEIRO/2015

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ATRIBUTOS QUÍMICOS E FÍSICOS DO SOLO NA INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA-

FLORESTA EM NOVA CANAÃ DO NORTE – MT.

Projeto Agrisus No: 858/11

Coordenador do projeto: Prof. Dr. Anderson Lange.

Instituição: Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT,Campus de Sinop.

Avenida Alexandre Ferronato, 1200, Setor Industrial - SINOP – MT. CEP 78550-000.

Email: [email protected]

Local da pesquisa: Fazenda Gamada, município de Nova Canaã do Norte, MT

.

Valor financiado pela Fundação Agrisus: R$ 30.000,00

Vigência do Projeto: 01/11/11 a 30/11/2014

PUBLICAÇÕES GERADAS NESTE ESTUDO E APOIADAS NO PROJETO PA 858-

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CONGRESSOS

FERTBIO 2012:

CRESCIMENTO DE ESPÉCIES FLORESTAIS E SERAPILHEIRA SOBRE O

SOLO NO TERCEIRO ANO DE IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA DE

INTEGRAÇÃO-LAVOURA-PECUÁRIA-FLORESTA NO BIOMA AMAZÔNICO.

Fábio Henrique Della Justina do Carmo(1); Anderson Lange(2); Maristela

Volpato(1); Leandro Erthal(1); Amauri Balbino Ferreira Junior(1); Antônio

Carlos Buchelt(3); Flávio Jesus Wruck(4);

METODOLOGIA DE AMOSTRAGEM DE SOLO E DISTRIBUIÇÃO

HORIZONTAL DE FÓSFORO NO SISTEMA DE INTEGRAÇÃO-LAVOURA-

PECUÁRIA-FLORESTA EM NOVA CANAÃ-MT. Anderson Lange(1); Leandro

Erthal(2); Amauri Balbino Ferreira Junior (2); Fabio Henrique Della Justina Do

Carmo (2); Antônio Carlos Buchelt (3); Onã da Silva Freddi(4); Daniela

Campos(4);Flávio Jesus Wruck

XXXIV Congresso Brasileiro de Ciência do Solo 2013 :

MATÉRIA ORGÂNICA NO SOLO E TEORES DE POTÁSSIO EM ARRANJOS

DIFERENCIADOS NO SISTEMA INTEGRAÇÃO-LAVOURA-PECUÁRIA-

FLORESTA DE NOVA CANAÃ DO NORTE – MT (1). Anderson Lange(2);

Antonio Carlos Buchelt(3); Amauri Balbino Ferreira Junior(4); Fabio Henrique

Della Justina Do Carmo(4); Edilson Cavalli(4).

IX Congresso Brasileiro de Sistemas Agroflorestais:

SERRAPILHEIRA E CRESCIMENTO DE ESPÉCIES FLORESTAIS NO

SISTEMA INTEGRAÇÃO-LAVOURA-PECUÁRIA-FLORESTA DE NOVA

CANAÃ DO NORTE – MT. Kamile Zompero(1); Cassiano Cavalli(2); Edilson

Cavalli(2); Jeane Rodrigues(2); Anderson Lange(2); Flávio Wruck(2).

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TEORES DE FÓSFORO, POTÁSSIO E VARIAÇÃO DE PH DO SOLO EM

ARRANJOS FLORESTAIS NO SISTEMA INTEGRAÇÃO-LAVOURA-

PECUÁRIA-FLORESTA DE NOVA CANAÃ DO NORTE – MT. Anderson

Lange(1); Antonio Carlos Buchelt(2); Edilson Cavalli(2); Kamile Zompero(2); Jeane

Rodrigues(2); Cassiano Cavalli(2); Flávio Jesus Wruck(2);

NITROGÊNIO, FÓSFORO E ENXOFRE NA FOLHA NO SISTEMA

INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA-FLORESTA EM NOVA CANAÃ DO

NORTE – MT.Angélica da Silva(1); Kamile Zompero(2); Cassiano Cavalli(2);

Edilson Cavalli(2); Antonio Carlos Buchelt(2); Anderson Lange(2);

TRABALHOS DE CONCLUSÃO DE CURSO E DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

CARMO, F.H.D.J. Atributos químicos do solo, desempenho e nutrientes na

serapilheira em ILPF em Nova Canaã do Norte-MT. TCC (graduação em

Engenharia Florestal). Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de

Ciencias Agrarias e Ambientais, Sinop, 2013. 52f.

OLIVEIRA, B.S. Atributos físicos e biológicos do solo em sistemas de

integração lavoura-pecuária-floresta, na Amazônia Meridional.

Dissertação (Mestrado em Ambiente e Sistema de Produção Agrícola).

Universidade do Estado de Mato Grosso. Tangará da Serra – MT. 2013, 78

f.

SANTOS, J.R.L. Crescimento e nutrição de Eucalipto, Tecá, Paricá e Bau-

de-Balsa cultivada a sistema de ILPF em Nova Canaã do Norte-MT. TCC

(graduação em Engenharia Florestal). Universidade Federal de Mato

Grosso, Instituto de Ciências Agrarias e Ambientais, Sinop, 2013. 37f.

ALMEIDA, A.P.S.; Biomassa de Eucalyptus Urograndis cultivado em

sistema agrossilvipastoril. TCC (graduação em Engenharia Florestal).

Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Ciências Agrarias e

Ambientais, Sinop, 2014, 37f.

ZUCCHI, A. A. Propriedades Físicas de um Latossolo sob Sistemas

Integrados de Produção. TCC (Graduação em Agronomia) - Instituto de

Ciências Agrárias e Ambientais, Universidade Federal de Mato Grosso,

Campus de Sinop, 2015, 47 f.

MAGALHÃES, W. M. Sistemas Integrados no Norte de Mato Grosso e

Indicadores Físicos do Solo.. Dissertação (Mestrado em Agronomia) –

Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais, Universidade Federal de Mato

Grosso, Campus de Sinop, 2015, 95 f.. Defesa em fevereiro/2015

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PARTE 1- FÍSICA

DO SOLO

AMOSTRAGEM 2012

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ATRIBUTOS FÍSICOS DO SOLO E ESTOQUE DE CARBONO NA INTEGRAÇÃO

LAVOURA-PECUÁRIA-FLORESTA EM NOVA CANAÃ DO NORTE – MT.

INTRODUÇÃO

Os sistemas agrícolas de produção estão constantemente passando por mudanças,

haja visto a necessidade da adoção de manejos que proporcionem melhores produtividades

das culturas e ao mesmo tempo contribua para menor impacto ambiental. Assim, a ideia da

construção de sistemas sustentáveis vem crescendo nos últimos anos. No Brasil mais da

metade da área cultivada adota o sistema de semeadura direta sem o emprego do

revolvimento do solo (FEBRAPDP, 2014).

Os sistemas integrados de produção tem-se implantado em várias propriedades

brasileiras dada as grandes vantagens obtidas com a adoção destes sistemas. Além da

integração lavoura-pecuária, produtores rurais passaram a empregar árvores em meio a

cultura de grãos e pastagem. Os sistemas integrados de produção lavoura-pecuária-floresta

possibilitam a recuperação de áreas degradadas por meio da intensificação do uso da terra

(Veloso et al., 2010) integrando a produção de grãos, carne e madeira na mesma área. Esse

manejo pode ser de forma rotacionada, em consorciação ou em modo de sucessão de culturas

dentro da propriedade rural (Alvarenga & Noce, 2005).

Segundo Balbino et al. (2011), os sistemas integrados são complexos e necessitam

de maiores estudos sobre os arranjos espaciais e seus efeitos na produtividade florestal de

diferentes espécies arbóreas em consórcio com diferentes culturas anuais, sobretudo na

qualidade do solo. Atributos físicos como densidade, compactação, resistência à penetração,

estabilidade de agregados e porosidade são aspectos fundamentais no monitoramento da

qualidade física do solo.

Ao avaliar o efeito de sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) nas

propriedades físicas do solo, Souza-Neto et al. (2014) observaram que o maior adensamento

de árvores de eucalipto (14 x 2) proporcionou menor proteção física ao solo e por

consequência maior compactação. No entanto, os sistemas integrados promoveram aumento

no estoque de carbono, principalmente aqueles com arranjo florestal de eucalipto. De acordo

com Paciullo et al. (2010), não há influência da projeção da copa das árvores sobre a

densidade do solo, visto que em ILPF em consórcio com pastagem, os animais de corte

passam a maior parte do tempo preferencialmente sob ás arvores. Este comportamento

também foi verificado por Souza-Neto et al. (2014).

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Vilela et al. (2012), ressalta a importância do estudo dos sistemas ILPF, haja visto que

a adoção destes sistemas resulte em melhorias significativas na sustentabilidade

socioeconômica e ambiental nas propriedades e da região de influência de suas fazendas.

Neste sentido, considerando a importância dos estudos de sistemas integrados de produção

sobre as propriedades físicas do solo, este trabalho torna-se necessário no intuito de auxiliar

no desenvolvimento regional a fim de orientar no melhor arranjo florestal e sua influência nas

propriedades físicas do solo.

Portanto, o objetivo deste trabalho foi de avaliar a distribuição espacial dos indicadores

físicos do solo e o estoque de carbono em um sistema de integração Lavoura-Pecuária-

Floresta (iLPF) instalado em Nova Canaã do Norte, MT.

METODOLOGIA

Este experimento foi executado em uma Unidade de Referencia Tecnológica (URT) da

Embrapa, pertencente a Fazenda Gamada (10°24’10” S, 55°43’ 22” W e altitude de 280 m),

localizada na cidade de Nova Canaã do Norte (MT). Segundo a classificação de Köppen, a

região apresenta clima tipo Awi (tropical chuvoso) com nítida estação de seca. A temperatura

média anual varia entre 20°C e 38°C, com média de 26°C.

O histórico resumido da área segue: em 1998 a área experimental teve a floresta

derrubada para a implantação de pastagem com braquiarão (Brachiaria brizantha cv

Marandu), a qual permaneceu por dois anos. Em seguida a área foi utilizada para cultivo de

culturas anuais por seis anos consecutivos (sendo dois anos cultivos de arroz e quatro anos

com cultivo de soja com segunda safra o cultivo do milho). Depois desse período a lavoura foi

substituída pela pastagem novamente com braquiarão, a qual permaneceu na área por dois

anos, até a implantação do experimento.

A implantação do experimento se deu em janeiro de 2009 após a dessecação da

pastagem. Os tratamentos foram constituídos de 5 hectares cada com o plantio de mudas de

espécies florestais arranjadas da seguinte maneira:

(i) Tratamento 1 (T1) – Eucalipto (Eucalyptus urograndis) em linha simples (2 m

entre árvores e 20 m ente linhas);

(ii) Tratamento 2 (T2) – Paricá (Schizolobium amazonicum Huber ex Ducke) em

linha simples (2 m entre árvores e 20 m ente linhas);

(iii) Tratamento 3 (T3) – Eucalipto em linha dupla (3 m x 2 m entre árvores e 20 m

entre linhas);

(iv) Tratamento 4 (T4) – Paricá em linha dupla (3 m x 2 m entre árvores e 20 m

entre linhas);

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(v) Tratamento 5 (T5) – Eucalipto em linha tripla (3 m x 2 m entre árvores e 20

metros entre linhas);

(vi) Tratamento 6 (T6) – Paricá em linha tripla (3 m x 2 m entre árvores e 20 metros

entre linhas);

(vii) Tratamento 7 (T7) – Teca (Tectona grandis L. f.) em linha tripla (3 m x 2 m entre

árvores e 20 metros entre linhas);

(viii) Tratamento 8 (T8) – Pau-balsa (Ochroma pyramidale (Cav. Ex. Lam.) Urb.) em

linha tripla (3 m x 2 m entre árvores e 20 metros entre linhas);

(ix) Tratamento 9 (T9) – Floresta de Eucalipto (8 m x 6 m entre plantas), mais capim

no sub-bosque ou entre linhas.

A faixa de 20 metros foi ocupada sempre por lavoura: arroz em janeiro do ano de 2009;

soja safra e arroz safrinha nos anos agrícolas de 2009/2010 e; soja safra e milho safrinha nos

anos agrícolas de 2010/2011. Em março de 2011 a pastagem foi introduzida em meio a

lavoura de milho (mistura de sementes de capim ao fertilizante), a qual foi pastejada a partir

de junho de 2011. A Floresta de Eucalipto (T9) foi conduzida no sistema convencional e

utilizada como parâmetro de comparação, tratando-se de área adjacente à área experimental,

que apresenta as mesmas condições de relevo, histórico de área e plantio das árvores.

O solo da área experimental foi classificado como Latossolo Vermelho-Amarelo

distroférrico, cuja composição granulométrica na camada de 0-0,20 m por sistema encontra-

se na Tabela 1.

Tabela 1. Características granulométricas para a camada de 0-0,20 m do Latossolo Vermelho-

Amarelo nos sistemas integrados de produção.

Sistemas Argila Silte Areia Classificação textural*

---------------- g kg-1 ----------------

Eucalipto I 416±3,148 181±0,951 403±2,487 Argila

Eucalipto II 449±1,378 199±0,997 352±0,844 Argila

Eucalipto III 503±0,648 151±1,625 346±1,690 Argila

Teca 424±2,083 124±2,115 453±0,451 Argila

Pau-balsa 387±2,371 88±3,364 525±2,055 Argila

Paricá I 344±3,534 97±1,226 559±4,189 Franco Argilo Arenosa

Paricá II 282±4,708 136±1,450 583±5,280 Franco Argilo Arenosa

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Paricá III 380±1,108 118±1,170 502±1,606 Argila Arenosa

F. Eucalipto 186±1,239 760±0,736 54±0,503 Franco Arenosa

* Classificação textural baseado no sistema Norte Americano de classificação e tamanho das partículas, adotado pela Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS).

As coletas de solo para avaliação da qualidade física do solo foram realizadas no

sentido transversal às linhas das espécies florestais, coletando-se 5 pontos, sendo um a 10

m das árvores (P1), outro a 5 metros (P2), outro sob as árvores (P3) e novamente a 5 (P4) e

10 m (P5) (Figura 1), sendo cada ponto analisado isoladamente, nas camadas de 0-0,10 e

0,10-0,20 m, com 3 repetições por tratamento.

Figura 1. Pontos de amostragem do solo em relação às linhas de árvores.

Para cada ponto de amostragem, foram coletadas amostras deformadas e não

deformadas, onde foram escavadas trincheiras de 0,30 m de profundidade. Com auxílio de

um enxadão foram coletadas amostras com estrutura preservada que foram acondicionadas

em sacos plásticos e levadas ao laboratório de solos para análise de textura, agregação do

solo e teor de carbono.

Amostras não deformadas foram coletadas com auxílio de cilindros (0,05 m de altura

e 0,048 m de diâmetro), no centro das camadas, totalizando 246 amostras no experimento,

para determinações dos seguintes atributos: densidade do solo, grau de compactação,

porosidade total, microporosidade e macroporosidade. No laboratório, as amostras não

deformadas foram saturadas por meio da elevação gradual de uma lâmina de água em uma

bandeja, até atingir 2/3 da altura das amostras, conforme Embrapa (1997).

Após devidamente preparadas, as 246 amostras com estrutura não deformada foram

saturadas por meio de elevação gradual de uma lâmina de água em uma bandeja e então

submetidas à tensão de 100 hPa em mesa de tensão. Após o equilíbrio das amostras na

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determinada tensão, foi calculado seus conteúdos de água (Gardner, 1986) e então secas em

estufas a 105º C por um período de 24 horas, para a determinação da massa de sólidos (kg),

o que possibilitou o cálculo de densidade do solo segundo metodologia proposto pela

Embrapa (1997). Por meio dos conteúdos de água estabelecidos na saturação do solo, na

tensão de 100 hPa e solo seco em estufa foi determinada a macroporosidade,

microporosidade e porosidade total segundo Danielson & Sutherland (1986).

Para determinação da agregação do solo, as amostras com estrutural natural “não

deformadas”, após coletadas a campo com auxílio de enxadão, foram levadas ao Laboratório

de solos e então espalhadas e destorroadas suavemente sobre uma manta de papel e secas

a sombra. Em seguida, foram peneiradas separando os agregados com tamanho entre 8 e 4

mm. Para o processo de tamisagem, em cada repetição, foi utilizado 3 amostras de 30 g

(material úmido), duas para determinação de agregação e uma para determinação da

umidade das amostras.

As amostras foram umedecidas por capilaridade sobre um papel filtro por cerca de

10 minutos e então transferidas cuidadosamente com auxílio de uma piseta com água para

a peneira superior do conjunto de peneiras de malhas correspondentes a 4,0; 2,0; 1,0; 0,5;

0,25 e 0,125 mm, para separação das classes de tamanhos dos agregados, conforme descrito

por Yoder (1936). Em seguida, o conjunto de peneiras foi colocado no tanque de Yoder com

água até o nível das peneiras e submetido à agitação vertical por 15 minutos, com 30

oscilações por minuto.

O solo retido em cada peneira, após o teste, foi transferido para cápsulas de alumínio

com auxílio de jatos de água fracos dirigidos ao fundo da peneira e em seguida colocados na

estufa para secagem (105∘C durante 24 h). Após a secagem, o solo retido em cada uma

das peneiras foi pesado e de posse da massa de solo seco de cada classe de agregados, foi

calculado a média entre as duas repetições de cada amostra.

Foi adotado como índice de estabilidade a porcentagem de agregados > 2,00 mm

estáveis em água, o diâmetro médio ponderado (Equação 1) e o diâmetro médio geométrico

(Equação 2), cujos cálculos foram realizados, seguindo-se a proposta de Kemper & Rosenau

(1986).

𝐷𝑀𝑃 = ∑ (𝑥𝑖. 𝑤𝑖)𝑛𝑖=1 (1)

𝐷𝑀𝐺 = exp[∑ (ln 𝑥𝑖 ∗ 𝑤𝑖)𝑛𝑖=1 ] (2)

em que: Wi é a proporção de cada classe em relação ao total; xi é o diâmetro médio das

classes (mm) e n é número de classes.

A densidade de referência do solo foi determinada em amostras deformadas coletadas

na camada de 0-0,20 m e passadas em peneira de 0,004 m. Para tal, foi utilizado o teste de

Proctor normal com reutilização do material (Nogueira, 1998).

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O grau de compactação do solo (GC) foi obtido pela divisão da densidade do solo pela

densidade de referência multiplicado por cem, sendo o resultado em porcentagem.

O teor de carbono orgânico (CO) foi determinado pelo método da oxidação por

dicromato de sódio (Na2Cr2O7), seguido pela leitura em espectrofotômetro com filtro de

transmissão máxima de 650 nm. O estoque de carbono do solo (EQC) correspondeu ao

produto do teor de C no solo (g kg-1) pela densidade do solo (Mg m-3) e pela profundidade da

camada, empregando-se a fórmula:

EQC = (C x Ds x prof.)/10

em que: EQS = estoque de carbono do solo (t ha-1); C = teor de carbono do solo (g kg-1); Ds

= densidade do solo (Mg m-3); e prof. = profundidade da camada do solo (cm).

Para possibilitar a comparação entre os sistemas de produção, as áreas foram

agrupadas de acordo com as características granulométricas do solo sendo formado um grupo

para os sistemas Eucalipto I, II e III, Pau-balsa e Teca e um grupo sob as áreas com Paricá I,

II e III, por terem apresentado homogeneidade granulométrica.

Os dados coletados foram submetidos aos testes de normalidade “Shapiro-Wilk” e

homogeneidade de variância “Cochran”. Com o intuito de avaliar os efeitos dos sistemas

integrados e posição de amostragem sobre os atributos analisados, realizou-se análise de

variância, de forma isolada para cada camada, considerado um delineamento inteiramente

casualizado, com parcelas subdivididas, em que o fator principal foram os sistemas ILPF, e o

fator secundário (subdivisões das parcelas) às distâncias de amostragem em relação as

árvores. Quando o teste F foi significativo, as variáveis foram separadas pelo teste “t” à 5%

de probabilidade.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Agregação do Solo

A análise de variância não mostrou diferença significativa para o diâmetro médio

geométrico (DMG) e o diâmetro médio ponderado (DMP) em relação aos diferentes sistemas

(S) (Eucalipto I, II e III, Teca e Pau-balsa) nas camadas de 0-0,10 e 0,10-0,20 m (Tabela 2).

Também não apresentou diferença estatística de DMG e DMP em relação à posição das

coletas de solo (P) para ambas as profundidades (p<0,05). Não houve interação significativa

entre S x P para as variáveis estudadas nas camadas de 0-0,10 e 0,10-0,20 m (p<0,05; Tabela

2).

Na camada de 0-0,10 m foram obtidos as maiores médias de agregados na P1, em

relação à camada 0,10–0,20 m nos sistemas com Eucalipto I, II, III, Teca e Pau-balsa (Tabela

2). As médias de DMG e DMP obtidas nos sistemas com Eucalipto I, II e III, Teca e Pau-balsa

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estão abaixo daquelas encontradas por Souza Neto (2014) avaliando altura de pastejo e

densidade de árvores em diferentes sistemas integrados de produção. Entretanto, os valores

de DMP estão acima daqueles encontrados por Santos et al. (2012). Analisando os resultados

de DMP, que significa a força do agregado em não se fragmentar quando exposto a energia

desagregante, verifica-se maior valor na camada de 0–0,10 m em relação à camada 0,10-

0,20 m (4,65 e 3,79 mm respectivamente; Tabela 2). Maiores valores de DPM na camada

superficial pode estar relacionada ao maior teor de matéria orgânica que favorece a

agregação do solo. Portela (2009) avaliando a estabilidade de agregados de um Argissolo

Vermelho, observou que para aquelas condições, DMP com valores próximos a 1,0 mm,

caracterizava um estágio próximo a degradação, o que não ocorreu para os agregados deste

trabalho.

Tabela 2. Valores de F calculados pela análise de variância para as propriedades físicas do solo, envolvendo sistemas integrados (S) (Eucalipto I, II e III, Teca e Pau-balsa), posição de amostragem (P) e interações (S x P).

Causa de variação

Porcentagem de agregados(1) DMG DMP

P1 P2 P3 P4 P5 P6 ----- mm -----

0-0,10 m

Sistemas 0,813 0,343 0,796 0,925 1,283 1,951 1,036 0,914

Posição 0,636 1,749 0,812 0,183 0,310 0,315 0,547 0,503

S x P 0,613 0,613 0,752 0,919 0,674 0,423 0,645 0,642

CV 1 (%) 25,89 54,03 60,24 76,53 80,57 63,39 32,95 19,01

CV 2 (%) 16,09 40,87 45,76 45,84 42,62 44,31 21,13 11,56

Média Geral 70,67 8,17 5,34 7,45 5,91 2,46 3,61 4,65

0,10–0,20 m

Sistemas 0,171 1,865 2,814 0,533 0,264 0,431 0,070 0,145

Posição 2,773 5,537 1,179 1,259 2,884 2,512 2,257 2,457

S x P 1,592 1,810 1,118 1,461 1,301 1,583 1,384 1,537

CV 1 (%) 27,66 24,67 23,68 41,96 60,21 68,90 35,52 20,50

CV 2 (%) 25,48 26,83 35,63 34,04 32,00 32,30 25,65 16,56

Média Geral 51,84 13,28 9,32 13,10 9,06 3,39 2,63 3,79

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(1) P1: agregados entre 8 a 4 mm, P2: agregados entre 4 a 2 mm, P3: agregados entre 2 a 1 mm, P4: agregados entre 1 a 0,5 mm, P5: agregados entre 0,5 a 0,25 mm, P6: agregados entre 0,25 a 0,125 mm. CV1 (%): coeficiente de variação referente ao fator tratamento; CV 2 (%): coeficiente de variação referente ao fator Posição.

Em relação aos sistemas Paricá I, II e III, a avaliação da estabilidade de agregados do

solo mostrou que as classes de agregados P1, P2, P3, P4, P5 e P6, assim como o DMP e

DMG, não variaram em função dos sistemas de produção (p<0,05) (Tabela 3). Houve uma

diminuição dos valores de agregados da P1 e, DMG e DPM da camada de 0–0,10 m para a

camada de 0,10-0,20 m. Entretanto para as classes de agregados da P2, P3, P4, P5 e P6, é

observado um aumento na camada subsuperficial, sendo esse mesmo comportamento

observado no trabalho de Santos (2012). Ao estudar a agregação do solo em sistemas ILPF,

Souza Neto et al. (2013), observou baixos valores de DMG atribuindo este comportamento

pela menor distância entre renques (14 m), o que culminou para menor incidência solar na

área comprometendo o desenvolvimento da parte aérea e do sistema radicular das

forrageiras.

Tabela 3. Valores de F calculados pela análise de variância para as propriedades físicas do solo, envolvendo sistemas integrados (S) (Paricá I, II e III), posição de amostragem (P) e interações (S x P).

Causa de variação

Porcentagem de agregados do solo(1) DMG DMP

P1 P2 P3 P4 P5 P6 ---- mm ----

0–0,10 m

Sistemas 0,322 1,434 0,425 0,534 0,627 1,018 0,343 0,394

Posição 1,795 2,569 1,088 1,700 2,881 1,709 2,404 2,375

S x P 1,119 1,718 0,953 1,654 1,365 0,870 1,611 1,551

CV 1 (%) 29,41 38,81 55,79 77,71 70,05 67,07 37,38 20,48

CV 2 (%) 14,63 29,08 36,77 35,38 36,14 40,08 18,63 10,13

Média Geral 67,24 7,78 5,15 9,59 7,58 2,66 3,31 4,46

0,10–0,20 m

Sistemas 1,095 14,515 0,658 1,779 2,688 2,196 1,931 1,591

Posição 2,619 0,591 2,753 1,918 2,163 1,885 2,342 2,737

S x P 0,459 0,762 0,407 0,548 0,758 1,441 0,470 0,500

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29

CV 1 (%) 46,09 20,03 21,55 45,34 37,79 31,21 39,85 30,89

CV 2 (%) 33,37 26,81 25,12 26,30 26,92 26,35 28,93 20,97

Média Geral 35,69 11,78 11,96 21,85 14,13 4,59 1,79 2,90

(1) P1: agregados entre 8 a 4 mm, P2: agregados entre 4 a 2 mm, P3: agregados entre 2 a 1 mm, P4: agregados entre 1 a 0,5 mm, P5: agregados entre 0,5 a 0,25 mm, P6: agregados entre 0,25 a 0,125 mm. CV1 (%): coeficiente de variação referente ao fator tratamento; CV 2 (%): coeficiente de variação referente ao fator Posição.

Para as condições do presente trabalho, notou-se que as variáveis estudadas (% de

agregados em peneira, DMG e DMP) não foram afetadas pelos sistemas de produção, assim

como para a posição de amostragem. Os sistemas integrados de produção não apresentaram

até o momento comportamento distinto na agregação do solo.

Em relação ao sistema com Floresta de Eucalipto, o DMG foi menor na camada de 0–

0,10 m e maior em profundidade, ocorrendo ao contrario para DMP, onde a média foi

levemente superior na camada de 0–0,10 m em relação à camada 0,10–0,20 m (Tabela 4).

Tabela 4. Valores médios e erro padrão da distribuição das classes de agregados do solo sob sistema Floresta de Eucalipto.

Porcentagem de agregados do solo(1) DMG DMP

P1 P2 P3 P4 P5 P6 ---- mm ----

0-0,10 m

58,9±5,31 6,3±0,73 5,1±0,30 13,9±2,21 12,6±1,97 3,2±0,49 2,6±0,32 4,0±0,28

Coeficiente de variação (%)

6,39 4,97 9,70 3,64 3,70 3,82 4,72 8,22

0,10-0,20 m

18,6±2,47 7,9±1,22 11,2±0,84 31,0±0,94 26,2±3,24 5,0±0,12 1,1±0,09 1,9±0,15

Coeficiente de variação (%)

4,35 3,75 7,69 18,97 4,68 23,06 7,42 7,24

(1) P1: agregados entre 8 a 4 mm, P2: agregados entre 4 a 2 mm, P3: agregados entre 2 a 1 mm, P4: agregados entre 1 a 0,5 mm, P5: agregados entre 0,5 a 0,25 mm, P6: agregados entre 0,25 a 0,125 mm. CV1 (%): coeficiente de variação referente ao fator tratamento; CV 2 (%): coeficiente de variação referente ao fator Posição.

Porosidade, Densidade do solo e Grau de Compactação

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Houve similaridade dos dados para os atributos microporosidade (Mic), densidade do

solo (Ds) e grau de compactação (GC) entre os sistemas eucalipto I, II, e III, Teca e Pausa na

camada de 0-0,10 m (Tabela 5). Houve interação significativa entre sistemas (S) e posição de

amostragem (P) para a variável macroporosidade (Mac) nesta mesma camada.

A análise de variância mostrou diferença significativa para os atributos porosidade total

(Pt), Mac e Ds entre sistemas de produção (Eucalipto I, II e III, Teca e Pau-balsa) na camada

de 0-0,10 m. Para posição de amostragem houve diferença significativa entre os atributos Pt,

Mac, Mic, Ds e GC (p<0,05).

Tabela 5. Valores de F calculados pela análise de variância para as propriedades físicas do solo, envolvendo sistemas integrados (S) (Eucalipto I, II e III, Teca e Pau-balsa), posição de amostragem (P) e interações (S x P).

Causa de

Variação

Porosidade Total

Ds GC

Total Macro Micro

------------------ m3 m-3 ------------------ Mg m-3 %

0-0,10 m

Sistemas 5,468* 4,503* 2,541 4,981* 1,363

Posição 2,602* 8,222** 10,978** 2,959* 2,975*

S x P 1,646 2,219* 1,605 0,999 0,993

CV 1 (%) 6,51 24,97 8,87 5,56 5,52

CV 2 (%) 4,11 25,56 4,20 3,93 3,90

Média Geral 0,47 0,09 0,39 1,34 89,10

0,10-0,20 m

Sistemas 18,485** 6,533** 25,623** 9,798** 3,520

Posição 2,348 2,662* 1,040 2,682* 2,722*

S x P 0,859 1,587 1,698 1,230 1,153

CV 1 (%) 4,31 16,60 3,18 4,82 4,78

CV 2 (%) 4,85 19,92 3,57 4,05 4,04

Média Geral 0,47 0,12 0,35 1,33 88,21

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(1) CV1 (%): coeficiente de variação referente ao fator tratamento; CV 2 (%): coeficiente de variação referente ao fator Posição. **, * F significativo à 1 e 5 % respectivamente.

Na camada de 0,10-0,20 m houve similaridade dos dados apenas para posição de

amostragem para os atributos porosidade total (Pt) e Mic. Não houve interação significativa

entre S x P para as variáveis analisadas na camada 0,10-0,20 m.

A Pt foi maior nos sistemas com Eucalipto diferenciando-se dos tratamentos com Teca

e Pau-balsa (p<0,05) na camada de 0-0,10 m (Tabela 6). Em profundidade (0,10-0,20 m), a

maior média de Pt foi obtida no tratamento com Eucalipto III, sendo diferente dos demais

tratamentos (p<0,01). A macroporosidade foi menor apenas no tratamento Teca na camada

0-0,10 m e, maior apenas no sistema Eucalipto III em profundidade. Os sistemas Teca e Pau-

balsa apresentaram as maiores médias em relação a densidade do solo em ambas as

camadas (Tabela 6). Desta forma, é possível observar que em função destes atributos, os

sistemas Teca e Pau-balsa apresentam qualidade física do solo inferior aos sistemas com

Eucalipto no seu arranjo florestal. Independente dos sistemas avaliados, todos os tratamentos

apresentaram na camada superficial (0-0,10 m) volume de macroporos abaixo do limite de

0,10 m3 m-3, considerado crítico para o desenvolvimento radicular (Secco et al., 2004). A

macroporosidade tende a diminuir com a compactação do solo (Freddi et al., 2009)

ocasionado neste caso pela ação do pisoteio do gado ao longo de dois anos de pastejo.

Tabela 6. Propriedades físicas do Latossolo Vermelho-Amarelo submetido a sistemas integrados de produção.

Atributos físicos(1)

Sistema

Eucalipto I Eucalipto II Eucalipto III Teca Pau-balsa

0-0,10 m

Pt (m3 m-3) 0,480 a 0,489 a 0,488 a 0,450 b 0,454 b

Mac (m3 m-3) 0,095 a 0,085 a 0,095 a 0,066 b 0,089 a

Ds (Mg dm-3) 1,35 ab 1,29 b 1,30 b 1,38 a 1,38 a

0,10-0,20 m

Pt (m3 m-3) 0,476 b 0,477 b 0,495 a 0,451 c 0,439 c

Mac (m3 m-3) 0,121 b 0,113 b 0,139 a 0,107 b 0,110 b

Mic (m3 m-3) 0,357 ab 0,365 a 0,355 b 0,343 c 0,328 d

Ds (Mg m-3) 1,32 bc 1,30 cd 1,26 d 1,36 ab 1,39 a

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(1)Pt: porosidade total; Mac: macroporosidade; Mic: microporosidade; Ds: densidade do solo. Médias seguidas da mesma letra na linha não diferem estatisticamente pelo teste “t” a 5 %.

A posição de amostragem do solo mostrou comportamento variável em função dos

atributos analisados. O maior volume de macroporos foi obtido na posição P3 (0,109 m3 m-3),

onde também se obteve o menor volume de microporos (0,367 m3 m-3) na camada de 0-0,10

m. Este local é preferencialmente ocupado pelos animais de corte, em vista do sombreamento

proporcionado pela copa das árvores na maior parte do dia. Este mesmo comportamento foi

verificado por Souza-Neto et al. (2014), entretanto não foram observadas diferenças na

densidade do solo entre a projeção da copa das árvores e entre as linhas das espécies

florestais (pleno sol).

As maiores medias de densidade do solo assim como para o grau de compactação,

foram obtidas nas posições P3, P4 e P5. Isto provavelmente pode estar relacionado a uma

maior ocupação pelos animais nestes locais, ocasionando maior adensamento do solo.

Embora este mesmo comportamento não seja observado em profundidade (0,10-0,20 m), a

camada 0-0,10 m está mais sujeita a alterações devido a sua maior exposição ao pisoteio dos

animais. A menor densidade do solo na camada de 0,10-0,20 m foi observada na posição P4,

assim como o menor grau de compactação.

O grau de compactação corresponde na divisão da densidade do solo atual pela

densidade máxima do solo obtida pelo ensaio de Proctor. Independente dos sistemas

avaliados e da posição de amostragem, as médias foram 89,10 m e 88,21 m para as camadas

0-0,10 e 0,10-0,20 m respectivamente (Tabela 5). Estes valores são considerados críticos ao

desenvolvimento das plantas, haja visto que diversos trabalhos demostram que valores acima

de 81 % tem prejudicado o desenvolvimento das plantas (Beutler et al. 2004, 2005; Silva et

al., 2004).

Tabela 7. Propriedades físicas do Latossolo Vermelho-Amarelo submetido a sistemas integrados de produção com Eucalipto I, II e III, Teca e Pau-balsa.

Variável

Posição de amostragem

P 1 P 2 P 3 P 4 P 5

0-0,10 m

Pt (m3 m-3) 0,481 a 0,473 abc 0,477 ab 0,463 c 0,465 ab

Mac (m3 m-3) 0,095 ab 0,067 d 0,109 a 0,084 bc 0,076 cd

Mic (m3 m-3) 0,388 b 0,406 a 0,367 c 0,379 bc 0,389 b

Ds (Mg m-3) 1,31 c 1,33 bc 1,34 abc 1,35 ab 1,37 a

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GC (%) 87,33 c 88,17 bc 88,72 abc 90,05 ab 91,23 a

0,10-0,20 m

Mac (m3 m-3) 0,105 b 0,131 a 0,122 ab 0,119 ab 0,112 b

Ds (Mg m-3) 1,35 a 1,32 ab 1,33 ab 1,29 b 1,34 a

GC (%) 89,76 a 87,48 ab 88,52 ab 85,98 b 89,76 a

Médias seguidas da mesma letra na linha não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey a 5 %. Pt: porosidade total; Mac: macroporosidade; Mic: microporosidade; Ds: densidade do solo; G.C.: grau de compactação.

Houve interação significativa entre S x P para macroporosidade do solo na camada de

0-0,10 m (Tabela 8). O sistema Teca apresentou os menores volumes de macroporos nas

posições P3, P4 e P5, sendo igual estatisticamente ao sistema Pau-balsa na posição P1

(p<0,05). Os cinco sistemas foram iguais estatisticamente para a posição P2.

Tabela 8. Valores de Macroporosidade (m3 m-3) referente ao desdobramento da interação entre sistemas integrados e posição de amostragem na camada de 0-0,10 m.

Sistemas

Posição de amostragem

P1 P2 P3 P4 P5

Macroporosidade (m3 m-3)

Eucalipto I 0,113 Aab 0,077 Ac 0,130 Aa 0,063 BCc 0,093 Abc

Eucalipto II 0,103 ABa 0,047 Ab 0,113 ABa 0,080 BCbc 0,083 Aa

Eucalipto III 0,100 ABab 0,070 Ab 0,113 ABa 0,097 ABbc 0,097 Abc

Teca 0,083 ABa 0,077 Aa 0,083 Ba 0,057 Cbc 0,033 Bb

Pau-balsa 0,073 Bbc 0,067 Ac 0,107 ABab 0,127 Aa 0,073 Abc

Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste “t” a 1 %. Letras maiúsculas comparam sistemas, e letras minúsculas comparam posição de amostragem.

No quadro 9 é apresentado o resumo da análise de variância da propriedades físicas

do solo entre os sistemas Paricá I, II e III. O volume de macroporos apresentou

comportamento diferenciado entre sistemas integrados e entre posição de amostragem.

Verifica-se que houve interação significativa entre os sistemas integrados (S) e posição de

amostragem (P) para o volume de macroporos na camada de 0,10-0,20 m. Desta forma, não

puderam ser analisados separadamente. Isso indica que as modificações causadas pelos

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sistemas no manejo do solo resultou em mudanças no volume de macroporos nesta

profundidade.

Tabela 9. Valores de F calculados pela análise de variância para as propriedades físicas do solo, envolvendo sistemas integrados (S) (Paricá I, II e III), posição de amostragem (P) e interações (S x P).

Causa de

Variação

Pt Mac Mic Ds GC

-------------- m3 m-3 -------------- Mg m-3 %

0-0,10 m

Sistemas 0,399 8,242* 0,380 0,868 0,068

Posição 0,530 5,597** 2,269 1,162 1,161

S x P 0,461 0,843 0,636 0,265 0,274

CV 1 (%) 12,61 21,91 19,45 7,98 7,93

CV 2 (%) 8,17 28,34 9,70 6,11 6,05

Média Geral 0,44 0,09 0,35 1,42 89,52

0,10-0,20 m

Sistemas 0,344 1,145 3,912 0,581 0,870

Posição 1,097 1,911 0,400 0,847 0,781

S x P 1,873 3,383** 0,471 1,554 1,546

CV 1 (%) 10,93 21,16 7,39 6,94 6,66

CV 2 (%) 6,66 22,03 8,89 5,13 5,09

Média Geral 0,43 0,12 0,31 1,40 88,70

(1) CV1 (%): coeficiente de variação referente ao fator tratamento; CV 2 (%): coeficiente de variação referente ao fator Posição. **, * F significativo à 1 e 5 % respectivamente. Pt: porosidade total; Mac: macroporosidade; Mic: microporosidade; Ds: densidade do solo; G.C.: grau de compactação.

O sistema Paricá II apresentou o maior volume de macroporos na camada de 0-0,10

m se diferenciando estatisticamente dos sistemas Paricá I e Paricá III (p<0,05; Tabela 10).

Baixos valores de macroporosidade podem levar a deficiência de O2 às raízes e reduzir a

continuidade de poros e a permeabilidade do solo (Lanzanova et al., 2007).

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Tabela 10. Valores de macroporosidade do Latossolo Vermelho-Amarelo submetido a sistemas integrados de produção com Paricá I, Paricá II e Paricá III na camada de 0-0,10 m.

Variável

Sistema

Paricá I Paricá II Paricá III

Macroporosidade (m3 m-3) 0,08 b 0,11 a 0,09 b

Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste “t” a 1 %. Letras minúsculas comparam na linha.

Segundo Reinert et al. (2008), valores de GC de 80 a 90 % não são indicativos de

solos compactados, todavia vale ressaltar que os valores encontrados neste trabalho estão

entre 88,70 % para a camada 0,10-0,20 m e 89,52 % para a camada 0-0,10 m nos sistemas

com Paricá (Tabela 9).

Quando comparado as posições de amostragem na camada de 0-0,10 m, o volume de

macroporos sob a copa das árvores (P3) é maior sendo diferentes estatisticamente das

posições P1, P2 e P5.

Tabela 11. Valores de macroporosidade do Latossolo Vermelho-Amarelo nos sistemas Paricá I, Paricá II e Paricá III em função da posição de amostragem na camada de 0-0,10 m.

Variável

Posição de amostragem

P1 P2 P3 P4 P5

Macroporosidade (m3 m-3) 0,07 c 0,08 bc 0,13 a 0,10 ab 0,09 bc

Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste “t” a 1 %. Letras minúsculas comparam na linha.

O maior volume de macroporos foi observado no sistema Paricá I sob a copa das

árvores (P3) se diferenciando estatisticamente dos outros sistemas e também para posição

de amostragem (p<0,01). O volume de macroporos nas posições P1, P2, P4 e P5 no sistema

Paricá I foi inferior estatisticamente em relação aos sistemas Paricá II e Paricá III.

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Tabela 12. Valores de Macroporosidade referente ao desdobramento da interação entre sistemas integrados (Paricá I, Paricá II e Paricá III) e posição de amostragem na camada de 0,10-0,20 m.

Sistemas

Posição de amostragem

P1 P2 P3 P4 P5

Macroporosidade (m3 m-3)

Paricá I 0,100 Ab 0,103 Ab 0,203 Aa 0,120 Ab 0,117 Ab

Paricá II 0,117 Aa 0,117 Aa 0,113 Ba 0,130 Aa 0,123 Aa

Paricá III 0,110 Aa 0,117 Aa 0,100 Ba 0,123 Aa 0,113 Aa

Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste “t” a 1 %. Letras maiúsculas comparam sistemas, e letras minúsculas comparam posição de amostragem.

Estoque de Carbono

Na Tabela 13 é apresentado o resumo da análise de variância dos estoques de

carbono para os sistemas integrados de produção. Não houve diferença estatística entre os

sistemas Eucalipto I, II e III, Teca e Pau-balsa e também para posição de amostragem nesses

tratamentos (p<0,05). Para as condições deste estudo, os sistemas com Eucalipto, Teca e

Pau-balsa promoveram aproximadamente 32, 45 Mg ha-1 em estoque de carbono. Sistemas

conservacionistas que não realizam revolvimento do solo promovem aumento do carbono

orgânico na camada superficial do solo (Costa et al., 2008), haja visto que maior parte da

perca de carbono orgânico ocorre pela oxidação da matéria orgânica nos primeiros 0,20 m de

profundidade (Castro Filho et al., 1998).

Houve interação significativa entre os fatores sistemas de produção Paricá I, II e III e,

posição de amostragem (P) (p<0,01; Tabela 13). Observa-se que entre os sistemas de

produção o sistema Paricá III apresentou menor estoque de carbono nas posições de

amostragem P1, P2 e P4. Em ambos os sistemas, entre os renques das espécies florestais é

cultivado braquiária por um período de dois anos. O menor estoque de carbono observado no

sistema Paricá III pode ser atribuído a um menor desenvolvimento da gramínea. Com maior

adensamento das árvores, ocorre menor incidência da radiação solar e consequentemente

menor fotossíntese e desenvolvimento da braquiária. Souza-Neto et al. (2014) não

observaram diferenças no estoque de carbono em diferentes sistemas de integração lavoura-

pecuária-floresta. Entretanto, os menores valores de produção de grãos de soja foi atribuída

a menor incidência solar ocasionada pelas áreas sombreadas nestes sistemas integrados.

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Tabela 13. Valores de F calculados pela análise de variância para estoque de carbono (C) nos diferentes sistemas integrados de produção e posição de amostragem do Latossolo Vermelho-Amarelo.

Causa de Variação – EQC

Sistema (S) Posição (P) S x P CV 1 (%) CV 2 (%) Média Geral (Mg ha-1)

Eucalipto I, Eucalipto II, Eucalipto III, Teca e Pau-balsa

0,990 2,088 1,008 17,01 16,95 32,45

Paricá I, Paricá II e Paricá III

680,710** 0,690 4,153** 1,71 11,50 27,77

(1) CV1 (%): coeficiente de variação referente ao fator tratamento; CV 2 (%): coeficiente de variação referente ao fator Posição. ** F significativo à 1%.

Tabela 14. Valores de estoque de carbono referente ao desdobramento da interação entre sistemas integrados (Paricá I, Paricá II e Paricá III) e posição de amostragem na camada de 0,10-0,20 m.

Sistemas

Posição de amostragem

P1 P2 P3 P4 P5

Estoque de Carbono (Mg ha-1)

Paricá I 29,99 Aa 32,78 Aa 24,12 Bb 28,11 Aab 30,60 Aa

Paricá II 34,02 Aa 28,11 Abc 30,26

Aabc 31,91 Aab 26,13 Ac

Paricá III 21,74 Bb 21,24 Bb 25,20 Bab 23,18 Bb 29,19 Aa

Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente pelo teste “t” a 1 %. Letras maiúsculas comparam sistemas, e letras minúsculas comparam posição de amostragem.

CONCLUSÕES

Não houve influência dos sistemas integrados de produção na agregação do solo.

A macroporosidade do solo é menor na camada 0-0,10 m em relação à camada 0,10-

0,20 m, sendo o menor volume de macroporos provavelmente atribuído ao pisoteio animal.

Os sistemas integrados com Eucalipto, Teca e Pau-balsa não diferiram quanto ao

estoque de carbono, entretanto na média geral foram superiores aos sistemas com Paricá

(32,45 e 27,77 Mg ha1 respectivamente).

O sistema Paricá III promoveu menor estoque de carbono no solo em relação aos

sistemas integrados Paricá I e Paricá II.

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PARTE 2-

QUIMICA DE

SOLO,

CRESCIMENTO

DAS ÁRVORES E

SERAPILHEIRA

AMOSTRAGEM 2012

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INTRODUÇÃO

O setor de base florestal foi o responsável pelo surgimento de grande parte das

cidades de Mato Grosso, propulsor do crescimento econômico e desenvolvimento social,

fazendo com que o Estado alcançasse o patamar atual de crescimento. Porém, grande parte

da área que antes era ocupada pela floresta foi aberta, dando lugar à agricultura e à pecuária.

O desmatamento indiscriminado e a ocupação de áreas para introdução das

pastagens desencadearam desequilíbrios ambientais, entre eles os processos erosivos,

expondo a superfície do solo, incidindo queda da fertilidade natural, que já é baixa, e, em

consequência, redução da taxa de lotação animal, promovendo prejuízos aos pecuaristas e

ao ambiente como um todo.

Sabe-se que o uso intensivo da terra, sem a preocupação com a conservação da

mesma, pode trazer grandes prejuízos, tanto para o ambiente como para o setor agrícola,

acarretando perdas significativas de produtividade.

Uma opção que vem ganhando espaço no Estado, porém sem grande destaque, é a

adoção dos sistemas integrados e conservacionistas, como exemplo pode-se citar o cultivo

de árvores em meio à lavoura, seguido pelo pasto, denominado integração lavoura-pecuária-

floresta (iLPF), que tem sido visualizado como uma importante estratégia de uso sustentado

da terra, principalmente nas áreas sujeitas à degradação.

Dentre os benefícios desse tipo de sistema, estão a produção de forragem na

entressafra e palha para a semeadura direta, quebra do ciclo de pragas, doenças e plantas

invasoras, melhoria na fertilidade física, química e biológica do solo (SPERA et al., 2009).

Segundo Carvalho (2010), o que contribui ainda, indiretamente, com a qualidade da água e

aumenta o sequestro de carbono pelo solo. Há uma melhoria na aeração e descompactação

do solo e, consequentemente, melhoria também na fixação de nitrogênio na soja, no

aproveitamento pela floresta dos nutrientes deixados pela lavoura. Além disso há ainda uma

diversificação da renda no sistema dentro da propriedade (grãos, madeira, carne, leite, fibra

e biocombustível), ciclagem de nutrientes a maiores profundidades (RADOMSKI & RIBASKI,

2009), conforto animal em função da sombra e da redução da temperatura (LEME et al., 2005)

e aumento da fertilidade do solo.

A fertilidade do solo fornecerá informações sobre a capacidade que o mesmo tem de

suprir os nutrientes exigidos pelas plantas. Essa capacidade é influenciada pelo ciclo de

nutrientes, que consiste, principalmente, na decomposição e liberação dos minerais

constituintes da serapilheira, para uma posterior reabsorção pelas raízes das plantas. A

quantidade de nutrientes depositada ao solo por meio de serapilheira depende da espécie, do

local, da idade do povoamento, do tipo de solo, da densidade de plantio, dentre outros fatores.

As folhas normalmente representam a maior parte da biomassa que retorna ao solo, seguida

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dos galhos, cascas e frutos. E esse processo é que garante a sustentação de muitas espécies

no sistema, influindo na produção das plantas. O objetivo do trabalho foi acompanhar a

variação espacial dos indicadores químicos do solo, deposição e liberação de nutrientes da

serapilheira e o incremento do povoamento florestal em um sistema de integração lavoura-

pecuária-floresta (iLPF), instalado em Nova Canaã do Norte, MT.

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Integração lavoura-pecuária-floresta/Sistema agrossilvipastoril

Segundo Porfirio-da-Silva (2007, apud DERETI et al., 2009, p. 1), “A Integração

lavoura-pecuária-floresta (iLPF) tem sido proposta como alternativa sustentável aos sistemas

tradicionais de uso da terra”.

Já Moreno (2011, p. 14), ao conceituar iLPF, diz:

A iLPF contempla sistemas produtivos diversificados de grãos, fibra,

carne, leite, lã e produtos florestais dentre outros, realizados na

mesma área, em plantio consorciado, em sucessão ou rotação. Tem

por objetivo maximizar a utilização dos ciclos biológicos das plantas,

animais, e seus respectivos resíduos, assim como efeitos residuais de

corretivos e nutrientes. Visa ainda minimizar e otimizar a utilização de

agroquímicos, aumentar a eficiência no uso de máquinas,

equipamentos e mão de obra, gerar emprego, renda, melhorar as

condições sociais no meio rural, além de reduzir os impactos ao meio

ambiente.

Existem atualmente quatro tipos de integração (EMBRAPA, 2009), sendo esses:

Integração lavoura-pecuária (Agropastoril): Sistema que integra os

componentes lavoura e pecuária, em rotação, consórcio ou sucessão, na mesma área, em

um mesmo ano agrícola ou por múltiplos anos;

Integração pecuária-floresta (Silvipastoril): Sistema que integra os

componentes pecuária e floresta em consórcio;

Integração lavoura-floresta (Silviagrícola): Sistema que integra os

componentes floresta e lavoura, pela consorciação de espécies arbóreas com cultivos

agrícolas (anuais ou perenes);

Integração lavoura-pecuária-floresta (Agrossilvipastoril): Sistema que integra

os componentes lavoura, pecuária e floresta, em rotação, consórcio ou sucessão, na mesma

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área. O componente lavoura restringe-se (ou não) à fase inicial de implantação do

componente florestal.

Para Martins (2001), a mata ou as árvores cultivadas em meio a pastagens ou

lavouras, propiciam efeito de filtro, retendo defensivos agrícolas, poluentes e sedimentos,

aumentando a infiltração e assim afetando diretamente a quantidade e a qualidade da água,

a fauna aquática e a população humana, além de outros.

Fertilidade do solo

A International Fertilizer Associationn (IFA, sem data apud MALAVOLTA, 2006, p. 512)

define fertilidade como sendo:

Capacidade abrangente de um solo para garantir crescimento

vigoroso da cultura fornecendo nutrientes adequados, condições

favoráveis para a absorção de água e para o crescimento e

desenvolvimento das raízes. A fertilidade é uma síntese de

componentes físicos, químicos e biológicos sendo influenciada por

fatores de clima e de manejo.

Segundo Correia et al. (2004, p. 30), “As rochas podem ser consideradas como o

material de origem mais importante dos solos. É a partir da ação de agentes do intemperismo,

tais como clima e organismos que a rocha se decompõe...”.

A fertilidade do solo, entretanto, não depende apenas da natureza da

rocha que lhe deu origem. Em condições de intemperismo intenso, os

minerais que contribuem para o enriquecimento da fertilidade do solo

são eliminados do sistema. Por essa razão, quanto ao seu grau de

intemperismo os solos podem ser divididos em “jovens” (menos

intemperizados) e “velhos” (mais intemperizados). As diferenças

marcantes entre eles são a profundidade e a fertilidade (CORREIA et

al., 2004, p. 30).

Solos jovens normalmente são menos profundos, pois ainda não houve tempo para

que os agentes do intemperismo atuassem na decomposição dos minerais primários; quando

originados de rochas ricas em minerais, tendem a ser mais ricos em nutrientes. Já nos mais

velhos, a intensa atividade bioclimática durante longo período de tempo permitiu que se

desenvolvesse um manto de intemperismo profundo; assim os elementos facilmente

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removidos como cálcio e magnésio, responsáveis pela maior fertilidade, são lixiviados do

sistema, resultando em solos de baixa fertilidade. Exceção ocorre com solos arenosos que,

embora sejam solos jovens, são profundos e muito pobres em elementos, em consequência

da composição do material de origem (CORREIA et al., 2004).

Atributos químicos do solo

De acordo com Correia et al. (2004), a fertilidade do solo é inferida, principalmente,

por meio da soma de bases (S), da saturação por bases (V%), da capacidade total de troca

de cátions (T ou CTC), saturação por alumínio (m%) e do grau de acidez (pH). Em virtude

desses valores têm-se:

Solos eutróficos: apresentam saturação por bases (V%) ≥ 50% no horizonte B.

São solos normalmente de alta fertilidade e alumínio nulo ou reduzido.

Solos distróficos: apresentam saturação por bases (V%) ≤ 50% no horizonte B.

São solos normalmente de baixa fertilidade e alumínio nulo ou baixo.

Solos álicos: apresentam saturação por alumínio (m%) ≥ 50%. São solos

normalmente de baixa fertilidade e alumínio alto.

Solos ácricos: predominam cargas elétricas positivas (ΔpH1 nulo ou positivo).

De acordo com os mesmos autores (2004), esse termo refere-se a solos que contêm

quantidades iguais ou menores que 1,5 cmolc kg-1 de soma de bases e que preencham pelo

menos as seguintes condições: pH KCl 1N igual ou superior a 5,0; ou ΔpH positivo ou nulo.

São solos que apresentam adsorção de ânions (fosfatos, nitratos, sulfatos e cloretos).

Ainda segundo os mesmos autores (2004), os valores de soma de bases, saturação

por bases, capacidade de troca catiônica e saturação por alumínio, é dado a partir de cálculos

envolvendo a quantidade de Cálcio (Ca2+), Magnésio (Mg2+), Sódio (Na+), Hidrogênio (H+),

Potássio (K+), e Alumínio (Al3+), sendo os dois últimos de maior importância quando se avalia

fertilidade. Conforme Silveira & Gava (2003), outro elemento muito importante, embora não

seja utilizado para cálculo desses parâmetros, é o Fósforo (P), que é responsável pelo

fornecimento de energia na planta.

Acidez do solo

Conforme Sousa & Lobato (2004), o problema de acidez, causado pelo excesso de Al,

baixos teores de Ca e Mg, na região do Cerrado, não é só superficial (camada de 0 a 20 cm),

podendo ocorrer também na subsuperfície (camadas mais profundas).

1 ΔpH: pH em KCl – pH em H2O

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O excesso de Al afeta o crescimento das raízes das plantas, juntamente com a

deficiência de Ca. Um sistema radicular pouco desenvolvido limita a absorção de água,

nutrientes e, consequentemente, a produtividade das culturas, segundo os mesmos autores

(2004).

De acordo com Martinazzo (2006), o Al, em especial, além de paralisar o crescimento

das raízes, causa engrossamento das mesmas, devido ao enrijecimento da parede e à

inibição da divisão celular, o que, por sua vez, altera a absorção e utilização de nutrientes,

especialmente o P. Diante disso, em solos cuja fertilidade natural é baixa e a acidez é elevada,

o suprimento de elementos essenciais pode não ser adequado à obtenção de boas colheitas

e os riscos de deficiência hídrica são muito elevados, visto que o desenvolvimento das raízes

concentra-se na camada superficial, mais rica em nutrientes e matéria orgânica.

A correção da acidez superficial e subsuperficial se faz necessária para que se

obtenha melhor produtividade das culturas e maior otimização no uso da água e nutrientes.

Para essa correção, o insumo mais utilizado para a camada superficial é o calcário e para a

subsuperficial, o gesso agrícola. (SOUSA & LOBATO, 2004).

Fósforo

Segundo Sousa et al. (2004 p. 147), “O fósforo é um dos nutrientes que merecem mais

atenção para a produção agrícola nos solos da região do Cerrado onde a disponibilidade

desse elemento, em condições naturais, é muito baixa.” A adubação fosfatada, dessa forma,

se torna necessária. Porém, esse é um investimento de altos custos para a prática da

agricultura comercial nesses solos.

A difusão é a forma mais importante de absorção de P pelas plantas,

sendo facilitado quando estas apresentam um sistema radicular bem

desenvolvido e uma boa distribuição do nutriente no perfil do solo. A

aplicação localizada de P tem vantagem de limitar temporariamente a

fixação do elemento, porém, ocorre a redução do contato das raízes

com o nutriente, resultando em menor absorção e restrição no

crescimento da planta. Por outro lado, quanto melhor a distribuição do

P aplicado ao solo, maior será seu contato e, por consequência, maior

será a sua adsorção, resultando em menor disponibilidade para as

plantas (NOVAIS & SMITH, 1999 apud MAEDA & BOGNOLA, 2011,

p. 2).

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O P é móvel nos tecidos, com isso, os sintomas de deficiência surgem nas folhas mais

velhas. Em estudo realizado por Barroso et al. (2005) em mudas de teca submetidas à

deficiência de P, foi observado o enrugamento/encarquilhamento nas extremidades das folhas

mais velhas e clorose leve.

Para o eucalipto no estágio inicial da carência, as folhas mais velhas ficam com

coloração verde escura mostrando-se arroxeadas próximo às nervuras e com pontuações

escuras ao longo do limbo foliar. No estágio final, as pontuações progridem em tamanho e

tornam-se necróticas (KAUL et al., 1966, 1968, 1970 e 1970; BALLONI, 1978; DELL et al.

1995; DELL, 1996; SILVEIRA et al., 1996, 2000 e 2001 apud SILVEIRA & GAVA, 2003).

Em estudo realizado, os mesmos autores (2003) observaram, em solos da região de

São Paulo e Bahia, uma média de 9,43 kg ha-1 de P disponível no solo, pelo método de resina,

nos primeiros 20 cm de solo, o que representa cerca de 4,71 mg dm-3, valor este insuficiente

para atender uma demanda total média de P pelo Eucalyptus com idade aproximada de 7

anos, cujo valor está em torno de 44 kg ha-1 de P, ou 22 mg dm-3.

Potássio

Segundo Martinazzo (2006) a disponibilidade de K para as plantas é função das

características químicas e mineralógicas do solo, por haver diferentes respostas nos

diferentes grupos de solos. Assim solos argilosos, por exemplo, que têm maior CTC, podem

receber adubações maiores de K que os solos arenosos, que têm baixa CTC.

O K não faz parte de nenhum composto orgânico, não desempenhando função

estrutural na planta. Atua no controle osmótico das células. Plantas deficientes em K

apresentam menor turgor, pequena expansão celular, maior potencial osmótico e abertura e

fechamento dos estômatos de forma irregular (MENGEL & KIRKBY, 1978; MALAVOLTA et

al., 1997, apud SILVEIRA & MALAVOLTA, 2000).

A recomendação de adubação potássica depende da interpretação (Tabela 01) dos

resultados da análise de solo.

Tabela 01.Interpretação do teor de K no solo, conforme as classes de CTC do solo a pH 7,0.

Interpretação

CTC pH 7,0 (cmol dm-3)

=> 15 5,1 a 15,0 <= 5

mg dm-3

Muito baixo <= 30 <= 20 <= 15

Baixo 31 - 60 21 - 40 16 - 30

Médio 61 -90 41 - 60 31 - 45

Alto 91 - 180 61 - 120 46 - 90

Muito alto => 180 => 120 => 90

Fonte: Sociedade (2004 apud SCIVITTARO & PILLON, 2007).

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Barroso et al. (2005) em estudo sobre deficiência de macronutrientes em teca,

observaram reduções do crescimento, clorose internerval, encarquilhamento e pontos

necrosados nas folhas mais velhas, em mudas submetidas à ausência de K, sendo os

sintomas já observados no 2º par de folhas, a partir do ápice, e redução da emissão de raízes

novas.

Matéria orgânica do solo

A função física da matéria orgânica (MO) do solo se refere à melhoria da estrutura do

solo, otimizando a aeração, drenagem e retenção de umidade. Biologicamente, sua função é

fornecer carbono como fonte de energia para os microrganismos, promovendo a ciclagem de

nutrientes. Sua função química é manifestada por sua capacidade de interagir com metais,

óxidos e hidróxidos metálicos, atuando como trocador de íons (CTC) (MARTINAZZO, 2006).

Segundo Bot & Benites, (2005, apud CHIODINI et al., 2013, p. 183),

“... a MO tem a capacidade de reter nutrientes, como o K, Ca e Mg,

podendo atuar como reservatório de Nitrogênio (N), P, enxofre (S) e

boro (B), sendo capaz de suprir parte das necessidades da cultura

durante seu ciclo.”

Dentre os nutrientes disponibilizados pela MO, o N é o mais requerido pela maioria

das culturas. Segundo Cantarella et al. (2008, apud CHIODINI et al., 2013), mais de 90% do

N no solo encontra-se no compartimento orgânico, o que torna inevitável a associação de sua

disponibilidade com o teor de MO do solo.

Ciclagem de nutrientes

Delitti (1995) define a ciclagem de nutrientes como sendo a trajetória cíclica dos

elementos essenciais à vida dentro dos ecossistemas. Resultante de uma série de processos

interconectados em que os mesmos recursos nutricionais são utilizados em sucessivos

períodos de fixação de energia.

“A ciclagem de nutrientes em florestas nativas é um processo de suma importância

para o equilíbrio ecológico de florestas naturais e das plantações florestais de espécies

nativas.” (POGGIANI & SCHUMACHER, 2005, p. 288).

Para plantios florestais, durante o período de rotação, as árvores utilizam os nutrientes

disponíveis do solo, portanto, é recomendada a permanência dos resíduos sobre o solo na

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colheita florestal, pois propicia a permanência de parte significativa dos nutrientes extraídos

durante o crescimento das mesmas (SCHUMACHER et al., 2008).

Segundo Figueiredo (2005), os sistemas florestais apresentam a vantagem de retirar

nutrientes dos horizontes mais profundos dos solos e promover a ciclagem de nutrientes para

horizontes superficiais por meio da serapilheira depositada na superfície do solo. E o maior

percentual de nutrientes dos sistemas florestais fica armazenado nas copas das árvores

(folhas e ramos), que permanecem na área após a colheita.

Esses nutrientes também podem vir de fora do sistema (via restos orgânicos, estercos,

cinzas ou adubos químicos), da água da chuva e da poeira em suspensão, da atmosfera

(quando o N é fixado, por exemplo) e das folhas das plantas, quando são lavadas pela chuva

(a precipitação interna numa floresta é como um chá, rico em nutrientes, principalmente N e

K) (PENEIREIRO et al., sem data).

Serapilheira

Por meio da deposição de serapilheira, as árvores promovem aumentos no teor de

matéria orgânica e de outros nutrientes no solo, sendo um meio importante de reciclagem de

nutrientes (XAVIER et al., 2011). A quantidade de serapilheira e nutrientes que retornam ao

solo influenciam na capacidade produtiva da espécie, assim, a avaliação da produção e da

decomposição da serapilheira é essencial, devido a sua associação com a quantificação dos

nutrientes que retornam ao solo, em sistemas onde haja a presença de árvores

(CIANCIARUSO et al., 2006).

Vários fatores afetam a quantidade de resíduos que irão formar a

serapilheira, entre eles destacam-se: o clima, o solo, as características

genéticas das plantas, a idade e a densidade de plantas. Em escala

mais ampla, a produtividade vegetal é determinada pela distribuição

de chuvas, que exerce forte influência sobre a disponibilidade de água

no solo e, por conseguinte, sobre a disponibilidade de nutrientes

(CORREIA & ANDRADE, 1999 apud CAMPOS et al., 2006, p. 11).

Conforme Haag, (1985 apud CAMPOS et al., 2006), a tendência de concentração de

nutrientes na serapilheira de sistemas florestais naturais é bastante similar ao de florestas

implantadas, ou seja, o N é o nutriente em maior concentração, seguido pelo Ca, K, Mg e P.

Vieira et al. (2009) estudando a produção de serapilheira e o retorno de nutrientes ao

solo pela espécie Eucalyptus urograndis, obtiveram um total de 5,77 t ha-1 de serapilheira

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depositada, no período de maio a abril. Já em relação a nutrientes, observaram o N como o

elemento mais representativo, seguido pelo Ca, K e Mg.

Já Zaia et al. (2004 apud NETO et al., sem data), avaliando a ciclagem de nutrientes

em populações de eucalipto, verificaram maiores aportes de Ca e menores de P, com aportes

intermediários de Mg, assim como Rosa (2010), que em seu estudo sobre concentração de

nutrientes em um povoamento de teca, observou a mesma tendência de aporte de nutrientes.

Espécies florestais

Eucalyptus urograndis

O gênero Eucalyptus pertence à família Myrtaceae, proveniente da Austrália,

possuindo cerca de 600 espécies e variedades endêmicas no país. Possui um alto

crescimento fora do seu local de origem (DRUMOND & OLIVEIRA, 2006). Possui massa

específica básica de aproximadamente 0,49 g cm-3 (ALZATE, 2004).

Segundo Wilcken et al. (2008), no Brasil, o eucalipto foi introduzido com finalidade

comercial em 1904. Inicialmente o propósito dos plantios era a produção de dormentes, postes

e lenha para as locomotivas das estradas de ferro paulistas; porém, várias pesquisas desde

então têm demonstrado a versatilidade de uso da madeira de eucalipto.

A madeira pode ser utilizada para produção de energia (lenha e carvão vegetal),

postes e mourões, na construção civil (pontaletes e madeiramento para telhados e pisos),

para chapas de fibras, celulose e papel e até móveis finos. Como produto não-madeireiro, é

possível a extração de óleo essenciais das folhas do eucalipto, plantio para quebra-ventos,

produção de mel, entre outras utilidades, segundo os mesmos autores (2008).

A grande disponibilidade de espécies e a adaptação dessas às condições de

praticamente todo o território brasileiro, permite a comercialização de diversos produtos, de

forma a aproveitar ao máximo todas as partes das plantas. Atualmente, segundo Queiroz &

Silva (2005), as ponteiras e galhos das árvores estão sendo utilizadas como matéria prima na

obtenção de carvão vegetal. Geralmente essas partes são desprezadas dependendo do

destino da madeira.

O Eucalyptus urograndis é um hibrido desenvolvido no Brasil, através

do cruzamento do E. grandis x E. urophylla. Atualmente mais de

600.000 ha são cultivados com este hibrido, constituindo na base da

silvicultura clonal brasileira. O objetivo do cruzamento destas duas

espécies é obter plantas com um bom crescimento, características do

E. grandis e um leve aumento na densidade da madeira e melhorias

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no rendimento e propriedades físicas da celulose, características do

E. uroplylla. A rusticidade, propriedades da madeira e resistência ao

déficit hídrico do E. uroplylla, também fazem parte deste interesse no

cruzamento de E. grandis e E. uroplylla (AGROTECA TANABI, 2008

apud BRAGA, 2008, p. 4).

Com relação a biomassa e à distribuição de nutrientes, Poggiani (1980), realizou

estudos envolvendo a espécie Eucalyptus grandis, com idade de quatro anos, em plantio com

1300 árvores por ha (Tabela 02), indicando a quantidade de nutrientes exportados durante a

colheita da mesma.

Tabela 02. Fitomassa seca a 80ºC (t ha-1) e nutrientes (g m-2) exportados por ocasião do corte.

Componente Fitomassa

(t ha-1)

g m-2

Ca N P K Mg

Copa (folhas + galhos) 14,63 3,976 22,526 1,940 7,448 2,580

Fuste (lenho + casca) 42,28 4,420 8,024 1,122 3,372 1,194

Total 5.690,92 8,396 30,550 3,062 10,820 3,774

Fonte: Adaptado de Poggiani (1980).

Schizolobium parahyba var. amazonicum (Huber ex. Ducke)

Conforme Carvalho (2007), o paricá pertence à família Fabaceae Caesalpinioidea.

Segundo Matsubara, (2003, apud, AMATA, 2009, p. 59), “A madeira é muito leve,

apresentando massa específica aparente anidra (0% de umidade) média de 0,39 g cm-3; a

massa específica aparente a 12% de umidade é de 0,42 g cm-3 e a massa específica básica

média é de 0,36 g cm-3 aproximadamente”.

Economicamente o paricá despontou no cenário nacional como a terceira espécie

florestal mais plantada, conquistando o mercado nacional e externo devido a excelente

madeira, apresentando uma taxa de retorno financeiro satisfatório, ao ponto de estimular a

ampliação da área plantada (AMATA, 2009).

Por volta do sexto ou sétimo ano de idade já é possível a realização da colheita do

paricá, através do corte raso ou desbaste, sendo que o incremento médio anual para a espécie

é superior a 30 metros cúbicos ha-1 ano-1. O ciclo de corte de sete anos é praticado para

lâminas para compensados (AMATA, 2009).

Atualmente o paricá tem grande aceitação no mercado externo e também no mercado

nacional. Na região sul do país, é também utilizado para capa de compensados com

enchimento de outras espécies. Ainda de acordo com Amata (2009), o valor do compensado

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de paricá varia entre 340 a 500 dólares por metro cúbico, dependendo das dimensões e

acabamentos. Já as lâminas para capa de primeira qualidade ficam em torno de 700 reais por

metro cúbico posto na região sul.

Com relação a biomassa e à distribuição de nutrientes Marques (1990), realizou

estudos envolvendo a espécie Schizolobium parayba var. amazonicum (Huber ex. Ducke),

com três anos de idade (Tabela 03), indicando a quantidade de nutrientes em diferentes

compartimentos da biomassa.

Tabela 03. Fitomassa seca a 70ºC (t ha-1) e nutrientes (g m-1) em diferentes compartimentos.

Componente Fitomassa

t ha-1

g m-²

Ca N P K Mg

Copa (folhas + galhos) 4,50 1,58 - 0,24 2,31 0,42

Fuste (lenho + casca) 9,70 2,32 - 0,19 2,07 0,45

Total 14,20 3,90 - 0,43 4,38 0,87

Fonte: Adaptado de Marques (1990).

2.6.3 Tectona grandis

Conforme Angeli (2003), a Tectona grandis L.f. pertence à família botânica

Verbenaceae. A massa específica média da teca é 0,65 g cm-3 e, apesar de ser leve,

apresenta boa resistência a peso, tração e flexão, semelhante ao mogno brasileiro (Swietenia

macrophylla). A madeira é estável; praticamente não empena e se contrai muito pouco

durante a secagem. A estabilidade permite que a teca (madeira) resista à variação de umidade

no ambiente. A durabilidade é uma característica marcante dessa espécie. Até o momento

são poucos os registros, nos países onde a teca é cultivada, de ataques de pragas que

possam comprometer os plantios.

No Brasil, a teca tem sido manejada em ciclos de corte de 25 anos, enquanto nos

demais países de cultivo, esse ciclo varia de 60 a 80 anos, sendo que a produtividade média

aqui, no ciclo recomendado para produção de madeira comercial, situa-se entre 10 a 15 m³

ha-1 ano-1, totalizando de 250 a 350 m³ ha-1 ao longo de 25 anos e num regime com 4

desbastes de acordo com o mesmo autor (2003).

Segundo Coelho et al. (2010, p. 2), “Possui alta procura no mercado mundial,

principalmente pela excelente qualidade, podendo alcançar preços até três vezes superiores

aos do mogno.” Ele cita que a produção de móveis, esquadrias de alto padrão, embarcações

e decoração são seus principais usos.

Com relação a biomassa e à distribuição de nutrientes, Behling (2009), realizou

estudos envolvendo a espécie Tectona grandis, com idade média de sete anos e meio (Tabela

04), indicando a quantidade de nutrientes em diferentes compartimentos da biomassa.

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Tabela 04. Fitomassa seca a 70ºC (t ha-1) e nutrientes (g m-1) em diferentes compartimentos.

Componente Fitomassa

(t ha-1)

g m-²

Ca N P K Mg

Copa (folhas + galhos) 23,18 37,603 17,454 2,073 18,700 3,923 Fuste (lenho + casca) 77,10 26,602 13,632 6,027 39,300 5,550

Total 100,28 64,205 31,086 8,100 58,000 9,473

Fonte: Adaptado de Behling (2009).

Ochroma pyramidale (Cav.) Urb.

“A espécie Ochroma pyramidale (Cav.) Urb., pertencente à família Bombacaceae, é

vulgarmente chamada de pau-de-balsa, pau-de-jangada ou simplesmente balsa...” (RIZZINI,

1977 apud NETTO, 1994, p. 1). Segundo Faria (2011), possui massa específica de 0,13 a

0,20 g cm-3, é de fácil manuseio e permite diversos usos.

Depois de plantada a muda, em alguns meses atinge 2,4 m de altura, em dois anos

mais de 6 m, aos três anos as árvores iniciais chegam a 45 cm de DAP em cinco anos já estão

com cerca de 20 m de altura e mais de 50 cm de diâmetro, e quando atingem a maturidade

podem medir 30 m de altura e mais de 70 cm de diâmetro com sete anos de idade. A produção

já no terceiro ano pode chegar a 100 m³ ha-1 e em alguns lugares podendo chegar até 150 m³

ha-1, e no quinto ano estima-se que pode passar dos 220 m³ ha-1. Em reflorestamentos

homogêneos, possui um alto índice de sobrevivência, com fustes retos e sem galhos, podendo

chegar até 96% (ORTIZ, 2009).

Segundo Leão et al. (2008, p. 1) “o uso principal é a madeira, muito empregada na

construção de barcos e jangadas, na confecção de boias salva-vidas, brinquedos, isolantes

térmicos, forros de teto, caixas leves e também na fabricação de celulose”. A espécie é

recomendada para recuperação de áreas degradadas e melhoramento de solos, por

apresentar altas taxas de crescimento e resistência à luz. Para sistemas pastoris, caso haja

a intenção de se explorar a madeira, seu uso não é muito recomendado, pois, embora propicie

sombra para o gado, este pode provocar danos ao fuste da espécie.

METODOLOGIA

O estudo foi desenvolvido na fazenda Gamada (10º24’10’’ S, 55º43’22’’ W e altitude

de 280 m), localizada no município de Nova Canaã do Norte – extremo norte do Estado de

Mato Grosso, em uma área experimental de integração lavoura-pecuária-floresta (iLPF), nela

instalada desde 2009, constituída por nove piquetes de cinco hectares (ha) (250x200).

Em 1998, a área experimental teve sua vegetação de Floresta Ombrófila derrubada

para a implantação de pastagem com braquiarão (Brachiaria brizantha cv Marandu), a qual

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permaneceu por dois anos. Em seguida, a área foi utilizada para o cultivo de culturas anuais

por seis anos. Depois desse período, a lavoura foi substituída novamente pela pastagem de

braquiarão, a qual permaneceu na área por mais três anos (2006 - 2008). Para implantação

do experimento, a pastagem foi dessecada, sendo semeado o arroz sob semeadura direta em

dezembro de 2008 e em janeiro de 2009, no sulco central, foi realizado o plantio de mudas

das espécies florestais nos seguintes arranjos: eucalipto (Eucalyptus urograndis) linha simples

(S), dupla (D) e tripla (T) (S x 2 x 20 m; D x 3 x 2 x 20 m; T x 3 x 2 x 20 m); paricá (Schizolobium

parahyba var. amazonicum (Huber ex. Ducke)) nos mesmos arranjos; teca (Tectona grandis

L. f.) e pau-de-balsa (Ochroma pyramidale (Cav.) Urb.) apenas no arranjo T x 3 x 2 x 20 m, e

eucalipto no espaçamento inicial de 4 x 3 m, como mostrado na figura 01. A faixa de 20 metros

foi ocupada sempre por lavoura nos anos agrícolas de 2009, 2010 e 2011, sendo após esse

período conduzido à pastagem.

Segundo a classificação de Köppen, a região apresenta clima tipo Awi (tropical

chuvoso) nítida com estação seca. A temperatura média anual varia entre 20ºC e 38ºC, com

média de 26ºC (FERREIRA, 2001 apud OLIVEIRA, 2013). A média anual de precipitação

pluviométrica da área nos últimos seis anos foi de 2.175 mm. O solo da área experimental é

classificado como Latossolo Vermelho Amarelo distroférrico de textura média.

Dois meses antes da instalação do experimento, o solo foi amostrado na profundidade

de 0 – 20 cm (Tabela 05).

Tabela 05. Análise de solo na pré-instalação do experimento.

Profundidade (cm)

pHágua P K Ca Mg Al MO

mg dm-3 cmol dm-3

g Kg-1

0 - 20 5,70 2,50 0,29 1,56 0,44 0,00 17,00

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Figura 01. Arranjos entre lavoura/pastagem e floresta implantadas em janeiro de 2009.

Amostragens

Químicas

Foi amostrado solo, em todos os nove tratamentos, com três repetições cada (três

faixas/pontos dentro do talhão de cinco ha), sendo determinados pH, P, K, Ca, Mg, Al, H+Al

e MO. A amostragem foi realizada no sentido transversal às linhas das espécies florestais,

partindo do meio da área ocupada pela pastagem (a 10 m das árvores), até o meio da próxima

faixa de pastagem (10 m após as árvores), ficando as linhas florestais no centro da área de

amostragem. O mapa da área, contendo a localização dos pontos de coleta de amostra, pode

ser visto na figura 02. As amostras para análise química foram retiradas da camada de 0-20

cm de profundidade nos pontos a 10 m, 6 m e 3 m das florestais para ambos os lados, mais

um ponto no sub-bosque entremeio às florestais, totalizando sete amostras em cada

repetição, com um total de vinte e uma amostras por piquete (resultado das três repetições),

189 amostras nos nove piquetes. Cada ponto foi analisado isoladamente, tendo a amostragem

ocorrido em junho de 2012. Também foram coletadas amostras na área de mata nativa,

pastagem e lavoura tradicional da fazenda.

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Figura 02. Mapa da fazenda Gamada, com os pontos de coleta de material (Imagem SPOT 2007/2008).

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Serapilheira e análises foliares

Foram coletadas amostras de serapilheira em todos os nove tratamentos, com duas

repetições para cada, nos centros das linhas de espécies florestais. Para isto, foi utilizado um

gabarito nas dimensões 0,5 x 0,5 m o qual foi lançado aleatoriamente abaixo da copa, próxima ao

tronco, sendo todo o material não vegetativo coletado e armazenado em sacos de papel. Em

seguida, o material foi levado à estufa de circulação forçada de ar numa temperatura de 65ºC,

durante 48 horas, para depois ser pesado, transformando-se as massas de serapilheira em g m-2.

Feito a pesagem, homogeneizou-se as repetições de cada ponto de coleta para assim serem

moídas em moinho de faca.

Todas as análises químicas procederam-se no laboratório de solos da Universidade Federal

de Mato Grosso, Campus de Sinop – MT. Sendo determinados os teores de N e P do material,

segundo metodologia proposta por Malavolta et al. (1997).

Crescimento espécies florestais

Dentro de cada arranjo florestal, foram feitas três repetições por tratamento, seguindo um

caminhamento em diagonal, sendo que, para cada repetição, eram selecionadas três árvores por

linha, totalizando três árvores amostradas na linha simples, seis para a linha dupla e nove para a

linha tripla. O eucalipto puro seguiu o esquema de amostragem da linha simples.

Para medição da altura total, foi utilizado um clinômetro que, através da comparação de

ângulos, nos informava a altura das árvores. Já o diâmetro à altura do peito (DAP – 1,30 m) foi

mensurado por meio da utilização de uma fita diamétrica.

Delineamento experimental

Todas as análises estatísticas foram feitas utilizando o delineamento inteiramente

casualizado em esquema de faixas (Split Block) para as análises químicas e delineamento

inteiramente casualizado para as demais análises. As médias foram comparadas pelo teste de

Tukey ao nível de 5% de probabilidade, com auxílio do programa Sisvar.

RESULTADOS

Atributos químicos do solo

pH

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Analisando os valores de pHágua (Tabela 06), destaca-se o tratamento de mata que

apresentou numericamente o menor resultado, igual à 5,1. Fato que pode ser explicado pela

calagem que foi feita na área contendo os tratamentos florestais e lavoura tradicional de forma

homogênea, tanto na instalação do estudo como em agosto de 2010, quando o V% da área era de

27% e foram aplicadas 2,0 t ha-1 de calcário. Nesta situação, o espalhador aplicou calcário também

no sub-bosque das florestais, o que uniformizou a aplicação da área, explicando a tabela 07, em

que o valor de pHágua no solo não diferiu entre as distâncias. Em média, o pHágua da área foi de 5,80

(Tabela 12 em anexo), valor considerado adequado, segundo a classificação agronômica proposta

por V. Alvarez et al. (1999). Já em relação a classificação química, o mesmo se enquadra como

sendo de acidez média.

Tabela 06. Valores de pHágua e teores de P e K no solo em arranjos florestais, num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta.

Tratamento pHágua

(E.p) P (E.p) K (E.p)

mg dm-3 cmol dm-3

Eucalipto simples 5,5 ab (± 0,15) 6,6 bc (± 1,09) 0,15 ab (± 0,04)

Eucalipto duplo 5,9 a (± 0,15) 6,1 bcd (± 1,09) 0,22 ab (± 0,04)

Eucalipto triplo 5,7 ab (± 0,15) 3,6 bcd (± 1,09) 0,21 ab (± 0,04)

Paricá simples 5,6 ab (± 0,15) 7,0 bc (± 1,09) 0,20 ab (± 0,04)

Paricá duplo 5,9 a (± 0,15) 7,5 bc (± 1,09) 0,19 ab (± 0,04)

Paricá triplo 6,0 a (± 0,15) 4,9 bcd (± 1,09) 0,21 ab (± 0,04)

Teca 5,9 a (± 0,15) 3,4 bcd (± 1,09) 0,16 ab (± 0,04)

Pau-de-balsa 5,8 a (± 0,15) 3,1 bcd (± 1,09) 0,18 ab (± 0,04)

Eucalipto puro 5,4 ab (± 0,15) 8,0 b (± 1,09) 0,10 ab (± 0,04)

Lavoura 6,0 a (± 0,15) 42,2 a (± 1,09) 0,28 a (± 0,04)

Mata 5,1 b (± 0,15) 2,5 cd (± 1,09) 0,15 ab (± 0,04)

Pastagem 5,5 ab (± 0,15) 1,2 d (± 1,09) 0,06 b (± 0,04)

Média 5,7 8,0 0,18

DMS 0,69 5,12 0,19

Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. (Ep: Erro Padrão)

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Tabela 07. Valores de pHágua e teores de P e K no solo em diferentes distâncias nos arranjos florestais, num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta.

Distância pHágua (E.p) P (E.p) K (E.p)

mg dm-3 cmol dm-3

10MD 5,78 a (± 0,10) 5,08 ab (± 0,43) 0,20 a (± 0,02)

6MD 5,94 a (± 0,10) 5,63 ab (± 0,43) 0,22 a (± 0,02)

3MD 5,92 a (± 0,10) 5,08 ab (± 0,43) 0,17 a (± 0,02)

0 5,66 a (± 0,10) 3,57 b (± 0,43) 0,23 a (± 0,02)

3ME 5,79 a (± 0,10) 5,90 a (± 0,43) 0,14 a (± 0,02)

6ME 5,89 a (± 0,10) 6,30 a (± 0,43) 0,20 a (± 0,02)

10ME 5,61 a (± 0,10) 5,29 ab (± 0,43) 0,16 a (± 0,02)

Média 5,80 5,26 0,19

DMS 0,52 2,15 0,13

Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. (Ep: Erro Padrão)

Fósforo

Na tabela 06, observa-se o maior resultado alcançado pelo tratamento lavoura tradicional

(42,22 mg dm-3), que diferiu estatisticamente dos demais, resultado atribuído a adubação realizada

nas culturas agrícolas.

Analisando a relação de nutrientes com a distância (Tabela 07), verifica-se que houve

diferença significativa entre o centro das espécies e as distâncias de 3ME e 6ME. Destaca-se o

centro das espécies florestais por apresentar numericamente o menor resultado 3,57 mg dm-3, fato

que pode explicado pela baixa ciclagem deste elemento pelas plantas (SANTANA, 2002), mesmo

resultado encontrado por Rosa, (2010) em que o elemento apresentou a segunda pior concentração

acumulada nas plantas. Outros autores também encontraram o mesmo resultados para florestas

naturais (HAAG, 1985 apud CAMPOS et al., 2006) e para plantações de Populus t. e Pinus t.

(POGGIANI, 1980). Também atribui-se a isso, à adubação das culturas de grãos durante duas

safras, que tendeu a acumular P na área de lavoura e, como a adubação das espécies florestais

com P foi apenas no fundo dos berços, no plantio, o teor é menor, reafirmando o resultado.

O valor médio de P encontrado nos quatro tratamentos de eucalipto, 5,54 mg dm-3, é

considerado como teor médio, segundo Sousa et al. (2004), indicando que provavelmente na

instalação do experimento o solo já não apresentava a quantidade recomendada e que necessita

de adubação de correção, afim de elevar o teor desse nutriente até o nível de suficiência.

Potássio

Houve diferença estatística na quantidade de K no solo entre os tratamentos lavoura

tradicional (0,28 cmol dm-3) e pastagem (0,06 cmol dm-3), como observado na tabela 06, ficando

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esse, com a maior quantidade. Tal resultado pode ser explicado pelas adubações com cloreto de

potássio e NPK, realizadas nas duas safras agrícolas na lavoura, que tendeu a acumular K, o

mesmo não acontecendo com a pastagem, conferindo-lhe uma concentração de K muito baixa.

Avaliando as médias dos tratamentos de eucalipto simples, duplo e triplo (0,19 cmol dm-3),

segundo Scivittaro & Pillon (2007), já apresentado anteriormente (Tabela 01, item 2.3.3.), o teor de

K no solo é considerado alto, recomendando-se assim a realização da adubação de manutenção.

Em relação as distâncias entre os tratamentos das espécies florestais (Tabela 07), não

houve diferença significativa entre elas.

Cálcio

Não houve diferença significativa nos teores de Ca no solo entre os arranjos florestais

(Tabela 08), no qual os tratamentos eucalipto puro, mata e pastagem apresentaram numericamente

os menores valores.

A média de Ca concentrada no solo do tratamento eucalipto puro (1,1 cmol dm-3), ficou

abaixo do teor considerado adequado para a espécie de 1,5 cmol dm-3, segundo Bellote & Neves

(2001 apud MAEDA & BOGNOLA, 2011). Já para os arranjos florestais da mesma espécie no

sistema de integração, a média de Ca (2,0 cmol dm-3) ficou acima do teor adequado.

Tabela 08. Teores de Ca, Mg, Al e MO no solo em arranjos florestais, num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta.

Tratamento Ca (E.p) Mg (E.p) Al (E.p) MO (E.p)

cmol dm-3 cmol dm-3 cmol dm-3 g kg-3

Eucalipto simples 1,6 ab (± 0,28) 1,15 bc (± 0,17) 0,20 b (± 0,05) 35,7 ab (± 1,72)

Eucalipto duplo 2,4 a (± 0,28) 1,27 bcd (± 0,17) 0,14 b (± 0,05) 34,5 ab (± 1,72)

Eucalipto triplo 1,9 ab (± 0,28) 1,41 abc (± 0,17) 0,17 b (± 0,05) 34,2 ab (± 1,72)

Paricá simples 1,4 ab (± 0,28) 1,03 bcd (± 0,17) 0,18 b (± 0,05) 27,9 b (± 1,72)

Paricá duplo 2,0 ab (± 0,28) 1,13 bcd (± 0,17) 0,12 b (± 0,05) 32,0 ab (± 1,72)

Paricá triplo 2,2 ab (± 0,28) 1,35 abc (± 0,17) 0,11 b (± 0,05) 31,0 ab (± 1,72)

Teca 2,1 ab (± 0,28) 1,50 ab (± 0,17) 0,10 b (± 0,05) 30,1 ab (± 1,72)

Pau-de-balsa 2,5 a (± 0,28) 1,33 abc (± 0,17) 0,11 b (± 0,05) 34,3 ab (± 1,72)

Eucalipto puro 1,1 b (± 0,28) 0,33 d (± 0,17) 0,28 b (± 0,05) 27,9 b (± 1,72)

Lavoura 1,7 ab (± 0,28) 2,03 a (± 0,17) 0,05 b (± 0,05) 28,8 b (± 1,72)

Mata 1,0 b (± 0,28) 0,73 bcd (± 0,17) 0,65 a (± 0,05) 37,8 a (± 1,72)

Pastagem 1,1 b (± 0,28) 0,63 cd (± 0,17) 0,14 b (± 0,05) 28,7 b (± 1,72)

Média 1,8 1,2 0,19 31,9

DMS 1,32 0,81 0,24 8,08

Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. (Ep: Erro Padrão).

Além de ser o nutriente com maior concentração nas folhas, o Ca é também o nutriente que

apresenta a maior concentração no lenho e na casca, segundo Santana et al. (1999), o que, aliado

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a grande absorção do mesmo pelas plantas, explica a baixa concentração deste nutriente no centro

das linhas de florestais de 1,55 cmol dm-3 (Tabela 09), que apresentou numericamente o menor

valor comparado com as demais, pois as cascas começam a se soltar tarde (a partir dos 3 a 4 anos)

de acordo com levantamento feito por Foelkel (2006), em eucaliptos, o que retarda a ciclagem do

mesmo. Devido à grande exportação de Ca durante a colheita florestal é recomendável que esta

atividade restrinja-se apenas ao lenho, dando assim uma maior sustentabilidade ao sistema.

Tabela 09. Teores de Ca, Mg, Al e MO no solo em diferentes distâncias nos arranjos florestais, num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta.

Distância Ca (E.p) Mg (E.p) Al (E.p) MO (E.p)

cmol dm-3 cmol dm-3 cmol dm-3 g kg-1

10MD 1,97 a (± 0,16) 1,17 a (± 0,14) 0,17 a (± 0,10) 32,57 a (± 0,76)

6MD 2,17 a (± 0,16) 1,40 a (± 0,14) 0,09 a (± 0,10) 32,22 a (± 0,76)

3MD 2,24 a (± 0,16) 1,44 a (± 0,14) 0,08 a (± 0,10) 32,79 a (± 0,76)

0 1,55 a (± 0,16) 1,07 a (± 0,14) 0,20 a (± 0,10) 32,92 a (± 0,76)

3ME 2,00 a (± 0,16) 1,39 a (± 0,14) 0,16 a (± 0,10) 32,21 a (± 0,76)

6ME 2,20 a (± 0,16) 1,33 a (± 0,14) 0,15 a (± 0,10) 32,75 a (± 0,76)

10ME 1,97 a (± 0,16) 1,11 a (± 0,14) 0,18 a (± 0,10) 31,82 a (± 0,76)

Média 2,01 1,27 0,15 32,47

DMS 0,77 0,64 0,10 3,74

Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey. (Ep: Erro Padrão).

Magnésio

O teor de Mg no solo do tratamento lavoura tradicional foi o que apresentou estatisticamente

o maior resultado 2,03 cmol dm-3 (Tabela 08). Destaca-se também o menor valor alcançado pelo

tratamento eucalipto puro (0,33 cmol dm-3), explicado, pois este não foi beneficiado, assim como as

espécies florestais do sistema de integração, pela calagem nas entrelinhas. Esse valor é

considerado abaixo do recomendável para a mesma espécie de 0,5 cmol dm-3, segundo Bellote &

Neves, (2001 apud MAEDA & BOGNOLA, 2011).

Já, para os teores médios de Mg nos arranjos de eucalipto, a média de 1,28 cmol dm-3 se

mostrou acima dos teores considerados adequados para mesma espécie, de acordo com os

mesmos autores (2011).

Em relação as distâncias (Tabela 09), destaca-se o centro das linhas florestais por

apresentarem numericamente o menor resultado 1,07 cmol dm-3, situação semelhante a encontrada

para o P, apresentando grande absorção do mesmo pelas plantas e baixa concentração deste na

serapilheira (resultado será apresentado posteriormente). Este nutriente apresenta a segunda

menor concentração na serapilheira, ficando acima somente do P, quando se compara N, P, K, Ca

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e Mg, (HAAG, 1985 apud CAMPOS et al., 2006), (POGGIANI, 1980), (SANTANA, 2002), (ROSA,

2010), também, aliado a isso, temos a calagem que foi realizada nas entrelinhas.

Alumínio

Nas médias dos tratamentos analisados (Tabela 08), a mata foi o que apresentou

estatisticamente a maior concentração de Al no solo 0,65 cmol dm-3, resultado esperado, visto que

esta área não sofreu nenhum tipo de correção e adubação de solo; resultado semelhante foi

alcançado por Carneiro et al. (2009) que, analisando um Latossolo Vermelho na região do Cerrado,

encontraram valores de 0,81 cmol dm-3 deste elemento, apresentando a maior média em relação a

outros tipos de uso de solo para mesma região.

Com relação as distâncias (Tabela 09), o centro das linhas florestais foi o que apresentou

numericamente a maior concentração de Al no solo, 0,20 cmol dm-3. Isso pode estar associado ao

fato desta distância ter apresentado, numericamente, um dos menores valores de pHágua, já que,

quanto mais ácido o solo maior o teor de Al

Matéria orgânica

A quantidade de MO para o tratamento mata, foi o que apresentou o maior resultado (37,8

g kg-1) (Tabela 08). Esse era o resultado esperado, pois este sistema já se encontra em equilíbrio

há muito tempo, apresentando uma camada espessa de serapilheira, dossel bem formado que,

auxiliando o microclima interno deste ecossistema, contribui para uma decomposição mais lenta

dos restos culturais, elevando assim o teor de MO do solo.

Em relação às distâncias (Tabela 09), não houve diferença estatística entre os tratamentos.

Espera-se no entanto, que, com o passar do tempo ocorra uma maior concentração de MO no

centro das linhas das espécies florestais, devido à deposição de material vegetal das mesmas e

das fezes dos animais que irão procurar por sombra próximo as árvores. Nogueira et al. (sem data),

realizando estudo sobre o acúmulo de MO no solo, em sistema silvipastoril na região do Cerrado

sul mato-grossense, encontraram maior concentração deste próximo as linhas florestais, resultado

esperado, devido à maior quantidade de serapilheira.

Parâmetros do solo

Analisando os valores de saturação por bases da CTC pH 7 (V%) (Tabela 10), a média de

todos os tratamentos de 40,24%, classifica o mesmo com sendo um solo distrófico, segundo

classificação de Correia et al. (2004), indicando baixa fertilidade.

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Os tratamentos em linhas simples se destacaram, por apresentarem os menores valores de

soma de base (SB) e a maior porcentagem de saturação por alumínio (m%), caso que pode estar

associado à baixa deposição de material vegetal sobre o solo.

Tabela 10. Cálculo da soma de base (SB), Saturação por bases da CTC pH 7 (V%), CTC efetiva (t), Saturação por alumínio (m%) e CTC a pH 7 (T), em diferentes arranjos florestais, num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta.

Tratamento SB

(cmolc/dm-3) (V%)

(t) (cmolc/dm-3)

(m%) (T) (cmol

dm-3)

Eucalipto Simples 2,94 ab 34,32 b 3,15 ab 7,92 a 8,38 bc

Eucalipto Duplo 3,92 a 41,21 ab 4,06 a 4,29 ab 9,37 ab

Eucalipto Triplo 3,56 ab 34,63 b 3,73 ab 5,39 ab 10,02 a

Paricá Simples 2,62 b 40,15 ab 2,80 b 6,98 ab 6,44 d

Paricá Duplo 3,29 ab 39,86 ab 3,40 ab 4,02 ab 8,13 c

Paricá Triplo 3,71 a 43,79 a 3,82 ab 3,17 b 8,38 bc

Pau-de-balsa 3,97 a 43,23 a 4,09 a 3,68 ab 9,05 abc

Teca 3,79 a 44,72 a 3,89 a 2,57 b 8,47 bc

Média 3,47 40,24 3,62 4,75 8,53

Erro-padrão 0,242 1,941 0,239 1,058 0,278

DMS 1,055 8,485 1,044 4,624 1,215

Serapilheira

A maior deposição de serapilheira foi encontrada no arranjo florestal pau-de-balsa, que

diferiu significativamente dos tratamentos de eucalipto puro e duplo, paricá simples e duplo, e teca

(Figura 03). Com exceção à teca, vale destacar a deposição dos arranjos florestais em linha tripla

e mata, que estatisticamente apresentaram as maiores médias. Isso se deve à maior quantidade

de árvores e consequentemente a um dossel mais denso, contribuindo com maiores quantias de

serapilheira.

A massa da serapilheira para o tratamento teca (392 g m-2), está abaixo do valor encontrado

por Corrêa et al. (2006) que, estudando a mesma espécie em um sistema agroflorestal no

espaçamento (5 x 2,5 m) em linha dupla, distanciados 4 metros de uma faixa, onde foram plantadas

frutíferas, com seis anos de idade, chegaram a 740 g m-2. Resultado esperado, uma vez que se

espera uma maior quantidade de serapilheira à medida que as árvores crescem.

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Figura 03. Deposição de serapilheira (g m-2) em arranjos florestais, num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.

Em relação aos teores de nutrientes presentes na serapilheira (Figura 04), a quantidade de

N foi muito superior a quantidade de P, mesmo resultado alcançado por Rosa (2010) e Santana

(2002), como já discutido no tópico 4.1.2 sobre nutrientes no solo. A concentração de P não diferiu

entre os tratamentos, tendo o eucalipto puro alcançado, numericamente, o maior resultado (1,67 g

kg-1).

As maiores concentrações de N foram encontradas na serapilheira do arranjo paricá simples

e duplo, pau-de-balsa, teca e mata. De acordo com Vezzani (1997, apud KLEINPAUL, 2008), a

serapilheira formada a partir de leguminosas arbóreas será mais rica em nitrogênio, afirmação esta,

confirmada, com exceção ao tratamento paricá triplo, o qual estatisticamente não apresentou os

mesmos resultados dos demais arranjos da espécie.

A concentração de N na serapilheira do tratamento teca (12,37 g kg-1), foi próxima à média

encontrada por Rosa (2010), para a mesma espécie, com idades de cinco, seis e sete anos, a qual

apresentou respectivamente 12,16; 11,49; e 12,25 g kg-1 de N.

Já a concentração de P, no mesmo tratamento (0,69 g kg-1), está abaixo do alcançado pela

autora (2010) acima referida, que foi de 1,67; 1,57; e 1,63 g kg-1, nas idades de cinco, seis e sete

anos respectivamente.

717,3 B789,3 AB

228,0 B

446,7 B

569,3 B

749,3 AB

1437,3 A

392,0 B

785,3 AB

0,0

200,0

400,0

600,0

800,0

1000,0

1200,0

1400,0

1600,0

Peso s

era

pilh

eira g

m-2

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Figura 04. Concentração de N e P na serapilheira (g kg-1), em arranjos florestais num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.

O acúmulo de nutrientes na serapilheira acompanha a quantidade de serapilheira produzida,

sendo que, para a quantidade de N acumulada na serapilheira, o tratamento pau-de-balsa e mata

foram os que diferiram estatisticamente das demais e apresentaram os maiores resultados (Figura

05). Cunha et al. (2009), estudando fragmentos de Mata Atlântica no Estado do Rio de Janeiro,

encontraram valores de 14,0 a 15,6 g m-2 de N acumulada na serapilheira; enquanto que Caldeira

et al. (2007), em estudo numa floresta Ombrófila Mista Montana, em General Carneiro no Paraná,

obtiveram valores de 9,6 g m-2 de N na serapilheira.

Já para a quantidade de P acumulada na serapilheira, os tratamentos eucalipto puro e teca

foram os que apresentaram as menores concentrações, diferindo estatisticamente dos demais. O

arranjo florestal com pau-de-balsa destacou-se por apresentar numericamente as maiores

concentrações tanto de P, quanto de N, por hectare de serapilheira, fato associado a sua grande

produção de serapilheira por hectare. Uma das características morfológicas desta espécies que

favorecem a ocorrência deste resultado, é o tamanho de suas folhas.

8,9

6C

D

9,1

5B

CD

8,0

3D

13

,21

AB

12

,51

AB

C

10

,69

BC

D

11

,90

AB

CD

12

,37

AB

C

15

,59

A

1,6

2A

0,9

1A

1,6

7A

1,4

0A

1,2

1A

1,3

3A

1,6

2A

0,6

9A

1,1

9A

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

16,0

18,0

N e

P n

a s

era

pilh

eira (

g k

g-1

)

N P

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Figura 05. Concentração de N e P na serapilheira (g m-2) em diferentes arranjos florestais, num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.

Crescimento das espécies florestais

Os médias de DAP, encontrados para as espécies florestais, foram de 14,82; 16,96; 20,23;

e 13,77 cm para o eucalipto, paricá, pau-de-balsa e teca, respectivamente. Os tratamentos que

apresentaram o maior crescimento para esta variável foram o pau-de-balsa e o paricá simples,

diferindo estatisticamente das demais, segundo o teste de Tukey a 5% (Tabela 11).

Observando os valores de DAP, é nítido o maior desempenho alcançado pelos tratamentos

em linha simples, em relação aos demais tratamentos, com exceção ao pau-de-balsa, por ser uma

característica da espécie apresentar um rápido desenvolvimento em diâmetro. As maiores médias

alcançadas nos tratamentos em linha simples, em relação ao tratamento em linha dupla e tripla,

pode ser explicada pela competição entre os indivíduos, uma vez que esses não tendo concorrentes

ao seu lado, encontram maiores condições para seu desenvolvimento e, como consequência,

apresentam crescimento em diâmetro maior.

Bernardo (1995, apud OLIVEIRA et al., 2009), cita que, de modo geral, o crescimento em

diâmetro é uma característica altamente responsiva aos espaçamentos. Berger et al. (2002),

observaram que os tratamentos, com menor densidade de plantio, apresentaram os maiores valores

de DAP.

Já para a variável altura total (Tabela 11), o tratamento que apresentou a melhor média foi

o eucalipto puro, juntamente com o eucalipto duplo e paricá duplo, que diferiram dos demais,

resultado esperado, pois o eucalipto é uma espécie que passou pelo processo de melhoramento

genético, apresentando assim a maior média para esta variável. Vale destacar o desempenho do

6,4

9B

C

7,2

6B

C

1,7

7C

5,9

1B

C

7,1

5B

C

7,5

7B

C

17

,05

A

4,8

7B

C

12

,25

AB

1,2

1A

B

0,7

3A

B

0,3

6B

0,6

4A

B

0,7

0A

B

1,0

3A

B

2,4

8A

0,2

8B

0,8

6A

B

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

16,0

18,0N

e P

na s

era

pilh

eira (

g m

-2)

N P

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paricá, que, por ser uma espécie pioneira, apresentou um crescimento em altura bastante

interessante, mesmo ainda não tendo passado por nenhum processo de melhoramento genético.

Analisando a variável volume (Tabela 11), observa-se os maiores valores nos tratamentos

paricá duplo, paricá simples e pau-de-balsa, que não diferiram estatisticamente entre si. Importante

destacar o baixo desempenho da teca, que é uma espécie clímax, com ciclo longo de corte.

O fato pelo qual os tratamentos contendo paricá, no geral, terem apresentado as maiores

médias em volume, é explicado pelo maior desenvolvimento deste em diâmetro se comparado com

o eucalipto, mesmo este tendo apresentado um maior crescimento em altura. Azevedo et al. (2009),

realizando estudo em sistemas silvipastoris no Estado do Pará com três espécies florestais

(Schizolobium p. Var. a.; Eucalyptus tereticornis Smith; e Bagassa guianensis (Tatajuba)), também

observaram o melhor desempenho em volume do paricá em relação ao eucalipto.

Tanto o paricá quanto o eucalipto, ambos no arranjo em linha dupla, apresentaram o maior

incremento; Vale et al. (1982) e Leite et al. (1997 apud AMATA, 2012), em levantamento sobre a

espécie paricá, observaram que a adoção de espaçamentos muito reduzidos acarretam duas

situações: a produção de toras de pequeno diâmetro, fato encontrado tanto para a referida espécie,

quanto para o eucalipto, ambos no arranjo linha tripla, em que foram observados as menores médias

de DAP; e que a adoção de maior densidade também contribui para a ocorrência de espécies

dominadas, diminuindo assim a média de altura das árvores, fato também observado em ambos os

tratamentos em linha tripla, em que em vários pontos ocorreram este tipo de situação.

Tabela 11. Médias de diâmetro à altura do peito (DAP), altura total e volume, em diferentes arranjos florestais, num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta.

Tratamento DAP (cm) Altura (m) Volume (m³)

Teca 13,77 d 10,09 d 0,09 d

Eucalipto triplo 13,98 d 16,44 bc 0,13 d

Eucalipto simples 15,63 bcd 15,49 c 0,16 d

Eucalipto duplo 14,92 cd 18,36 ab 0,16 cd

Eucalipto puro 14,73 d 18,62 a 0,16 cd

Paricá triplo 15,47 bcd 15,02 c 0,24 bc

Pau-de-balsa 20,23 a 12,07 d 0,28 ab

Paricá simples 17,87 ab 15,44 c 0,31 ab

Paricá duplo 17,55 bc 18,29 ab 0,36 a

Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.

Os arranjos em linha simples, tanto para paricá quanto eucalipto, se destacaram por

apresentarem os piores resultados em altura entre suas espécies, fato que contribuiu para que estes

não alcançassem o maior resultado em volume, o que era esperado. Acontecimento que não condiz

com a literatura, pois o espaçamento não é determinante no crescimento em altura, mas sim em

diâmetro. O crescimento, em altura, é influenciado pela qualidade de sítio, tanto que a classificação

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deste parâmetro é feita com base no crescimento em altura das espécies dominantes da floresta.

Alguns trabalhos indicam diferença no crescimento em altura quando considerado o espaçamento

em relação à média de todas as árvores do povoamento, uma vez que a quantidade de árvores

dominadas irá diminuir a média do povoamento (BALLONI et al., 1980, apud OLIVEIRA, 2008).

Crescimento acumulado

Comparando-se as médias de crescimento aos 39 meses, com os dados de 25, 19, 14, 10

e 6 meses, avaliados por Nogueira (2011) na mesma área de estudo, observa-se para o parâmetro

altura, que a linha de crescimento para os tratamentos contendo eucalipto, a partir dos 14 meses

(Figura 06), apresentou a mesma tendência de curva, com exceção do tratamento em linha tripla

que, devido a presença de árvores dominadas e quebradas no centro das linhas, como já descrito

anteriormente, diferiu da curva dos demais, ficando o tratamento em linha dupla, estatisticamente,

com a maior média.

Figura 06. Crescimento acumulado em altura em diferentes arranjos especiais para espécies de eucalipto, num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.

Para o tratamento paricá, analisando o parâmetro altura, também a partir dos 14 meses

(Figura 07), destaca-se o baixo desempenho do tratamento triplo. Aos 25 meses, ele mostrou uma

recuperação em relação aos demais, porém, assim, como ocorreu no eucalipto, foi evidenciado a

presença de árvores dominadas, prejudicando a média do tratamento. Já o tratamento simples teve

um bom crescimento no início, mas foi ultrapassado pelo tratamento linha dupla, por volta do mês

30, podendo ser explicado pelas melhores condições encontradas no solo deste tratamento, com

maior CTC efetiva, da soma de bases, menor saturação por alumínio, melhorando as condições de

5,69

6,89

8,2

15,49 B

6,17,17 9,3

18,36 A

5,697,08

9,8

16,44 B

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

14 meses 19 meses 25 meses 39 meses

Altura

(m

)

Eucalipto simples Eucalipto duplo Eucalipto triplo

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desenvolvimento para a mesma (Tabela 10), além da maior concentração de MO no solo do mesmo,

como já visto no item 4.1.7. Isto pode ser atribuído à maior deposição de serapilheira pelo mesmo

ao solo, como já visto anteriormente. O tratamento em linha dupla foi o que estatisticamente

apresentou a maior média.

Figura 07. Crescimento acumulado em altura em diferentes arranjos especiais para espécies de paricá, num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.

Na figura 08, analisando todos os tratamentos em linha tripla, pode-se destacar o tratamento

pau-de-balsa que até os 25 meses apresentou os maiores resultados em altura, no entanto, a partir

deste período seu ritmo de crescimento diminuiu drasticamente, sendo ultrapassado pelo eucalipto

e paricá, mostrando sua característica de espécie pioneira, de rápido crescimento inicial, assim

como as demais, porém com ciclo de corte menor. Já em relação as outras espécies, se observa a

mesma tendência de crescimento, com o eucalipto e o paricá apresentando estatisticamente as

maiores médias.

7,06 7,27

9,67

15,44 B

6,36 6,68

9,58

18,29 A

5,37 5,74

9,26

15,02 B

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

14 meses 19 meses 25 meses 39 meses

Altura

(m

)

Paricá simples Paricá duplo Paricá triplo

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Figura 08. Crescimento acumulado em altura para espécies de eucalipto, paricá, teca e pau-de-balsa, no arranjo triplo, num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.

Com relação ao crescimento acumulado em DAP, foram analisados os dados das idades de

39, 25 e 19 meses e os tratamentos com eucalipto (Figura 09), não tiveram nenhuma variação

durante o seu período de crescimento, não diferindo estatisticamente entre si, ficando o tratamento

em linha simples numericamente com o maior resultado, seguido do tratamento em linha dupla e

tripla, fato atribuído a densidade de plantio, como já explicado anteriormente.

Figura 09. Crescimento acumulado em diâmetro à altura do peito (DAP) em diferentes arranjos especiais para espécies de eucalipto, num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.

1,47

9,8

16,44 A

1,06

9,26

15,02 A

0,72

6,99

10,09 C

1,04

10,5712,07 B

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

6 meses 10 meses 14 meses 19 meses 25 meses 39 meses

Alt

ura

(m

)

Eucalipto triplo Paricá triplo

Teca Pau-de-balsa

8,55

10,43

15,63 A

7,93

9,7

14,92 A

7,21

9,04

13,98 A

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

19 meses 25 meses 39 meses

DA

P (

cm

)

Eucalipto simples Eucalipto duplo Eucalipto triplo

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Para o tratamento paricá (Figura 10), destaca-se até os 25 meses a mesma tendência de

crescimento entre os tratamentos, ficando o tratamento em linhas simples com o melhor resultado,

seguido do tratamento linha dupla e tripla, justificado pela densidade de plantio, porém, aos 39

meses, o tratamento em linha dupla já mostra tendência de superar o tratamento simples, pois

assim, como para a variável altura, esse possui uma qualidade de solo melhor, resultado da maior

deposição de material vegetal em seu sub-bosque, contribuindo para seu melhor desenvolvimento.

Figura 10. Crescimento acumulado em diâmetro à altura do peito (DAP) em diferentes arranjos especiais para espécies de paricá, num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.

Avaliando a variável DAP nos tratamentos em linha tripla (Figura 11), tem-se uma tendência

de crescimento igual para o pau-de-balsa, paricá e teca, ficando o pau-de-balsa estatisticamente

com o maior resultado. Porém, o tratamento de eucalipto apresentou uma queda em seu

crescimento, ficando aos 39 meses com diâmetro próximo ao da teca, o que não era esperado, pelo

fato de a teca ser uma espécie de crescimento mais lento.

9,21

12,18

17,87 A

8,32

11,05

17,55 AB

7,09

9,9

15,47 B

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

19 meses 25 meses 39 meses

DA

P (

cm

)

Paricá simples Paricá duplo Paricá triplo

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Figura 11. Crescimento acumulado em altura para espécies de eucalipto, paricá, teca e pau-de-balsa, no arranjo triplo, num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. Médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Tukey.

CONSIDERAÇÕES E CONCLUSÕES (ANO 2012)

Com os resultados obtidos neste estudo, verificou-se que a implantação do sistema de

integração lavoura-pecuária-floresta, trouxe benefícios para a fertilidade do solo, aumentando a

concentração da maior parte dos atributos analisados, fato esse que pode ser atribuído à adubação

realizada antes da instalação do experimento e pela contribuição das árvores. Porém, espera-se

que, com o passar do tempo, à medida que for ocorrendo o maior estabelecimento das espécies, a

contribuição destas para o sistema se torne mais intensa, aliado aos benefícios que o componente

gado também traz.

Com relação aos componentes florestais do sistema, o pau-de-balsa se destacou por

apresentar a maior contribuição na ciclagem de nutrientes, devido à grande quantidade de

serapilheira produzida, auxiliando na melhora da fertilidade do solo. Aliado a isso, tem-se o bom

crescimento apresentado pela mesma, indicando um potencial da espécie para o mercado florestal.

Já a espécie paricá, surpreendeu quanto ao seu crescimento em volume, alcançando médias

superiores ao eucalipto e a do próprio pau-de-balsa, mostrando-se potencial para o mercado

florestal, porém, para o sistema, a espécie ficou abaixo do pau-de-balsa e do eucalipto quanto à

produção total de serapilheira, mas sua concentração de nutrientes, principalmente de N, faz

compensar esse menor resultado, pelo fato de ser uma espécie fixadora deste elemento.

7,21

9,04

13,98 B

7,09

9,9

15,47 B

5,38

8,17

13,77 B12,45

15

20,23 A

0

5

10

15

20

25

19 meses 25 meses 39 meses

DA

P (

cm)

Eucalipto triplo Paricá triplo Teca Pau-de-balsa

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Os tratamentos com eucalipto tiveram um resultado abaixo do esperado, o que não era

esperado, uma vez que esta, é a espécie com o melhor melhoramento genético de todas,

destacando-se somente na variável altura total, mesmo assim apresentou um dos piores resultados

para a variável volume, superando somente a teca. Já, em relação a produção de serapilheira, o

mesmo apresentou melhor desempenho em relação ao paricá, porém ficou muito abaixo do

produzido pelo pau-de-balsa.

O tratamento contendo teca, foi o que menos se destacou, o que era esperado, uma vez que

o desenvolvimento desta se caracteriza por ser de ciclo maior que todas as outras espécies

avaliadas, ainda que pertencendo ao mesmo grupo das demais espécies, o grupo das clímax.

Com relação aos arranjos, o melhor resultado foi encontrado no alinhamento duplo,

apresentando bons resultados quanto à produção de serapilheira e mostrando o maior incremento,

indicando que este é um arranjo promissor para este tipo de sistema.

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ANEXOS Tabela 12. Análise de solo na pré-instalação do experimento (1º) e média para todos os tratamentos 39 meses após a instalação do experimento.

Profundidade (cm)

Medição pHágua P K Ca Mg Al MO

mg dm-3 cmol dm-3

g Kg-1

0 – 20 1º 5,70 2,50 0,29 1,56 0,44 0,00 17,00

0 – 20 2º 5,80 5,26 0,19 2,01 1,27 0,14 32,47

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PARTE 3-

ATRIBUTOS

ARBOREOS

AMOSTRAGEM 2013

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CRESCIMENTO E NUTRIÇÃO DE EUCALIPTO, TECA, PARICÁ E PAU-DE-BALSA

CULTIVADA A SISTEMA DE ILPF EM NOVA CANAÃ DO NORTE-MT.

INTRODUÇÃO

Devido sua grande extensão em terras e seu clima tropical favorável às pastagens, o Brasil

é hoje mundialmente um dos países mais fortes na pecuária. Sendo um importante setor para

economia brasileira. Porém isso gerou no país segundo o Ministério da Agricultura (2011) cerca de

30 milhões de hectares com algum grau de degradação, ocasionando na diminuição da capacidade

produtiva das forragens e perda de solo e água (erosão), causando um forte prejuízo aos

pecuaristas e ambiente como um todo. Entretanto os uso correto de tecnologias e de boas práticas

agropecuárias conservacionistas podem reverter essa situação.

Conforme Embrapa (2009) estas áreas podem ser recuperadas com a adoção da Integração

Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), que promove a recuperação de áreas de pastagens degradadas

agregando, na mesma propriedade, diferentes sistemas produtivos, como atividades de lavoura

(grãos e/ou fibras), pecuária (carne e/ou leite) e florestal (madeira, energia e/ou celulose) os de

grãos. Fazendo a união da adequação ambiental com a valorização do homem, aumento da

produção e viabilidade econômica da atividade agropecuária. Sendo uma das mais importantes

estratégias de produção agropecuária sustentável. A tecnologia traz ainda ganhos sociais,

ambientais e econômicos, aumentando a renda do produtor rural, reduzindo a pressão por

desmatamento de novas áreas e a diminuição das emissões de gases de efeito estufa sem

desacelerar a produção no campo, como melhorias físicas, químicas e biológicas do solo devido ao

aumento da matéria orgânica. Além de minimizar a ocorrência de doenças e plantas daninhas e

proporcionando melhorias na utilização dos recursos naturais (FREIRE, 2012).

Além disso, o setor madeireiro está crescendo cada vez mais a madeira proveniente de

plantios de reflorestamentos está ganhando destaque devido à necessidade de redução de extração

nas matas nativas. De forma geral a prática é vantajosa, por que o produto de comercialização

“madeira” não tem prazo determinado para ser colhida como as culturas anuais, podendo assim ser

colhida e comercializada no momento que melhor favoreça o produtor, com facilidade de venda e

preço satisfatório. Assim, em maio de 2013 foi realizada uma avaliação no sistema de ILPF já

implantado em 2009, na fazenda Gamada, em Nova Canaã do Norte, com a finalidade de avaliar

os teores de nutrientes no solo, as concentrações foliares de nutrientes e a deposição e composição

da serapilheira nos arranjos florestais dentro do experimento.

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REFERENCIAL TEÓRICO

Avaliação nutricional

A avaliação do estado nutricional consiste na comparação entre amostra, planta ou conjunto

de plantas na qual se deseja avaliar o estado nutricional e o padrão, planta ou conjuntos de plantas

normais do ponto de vista nutricional. É considerada uma planta normal quando, essa apresenta

quantidades e proporções adequadas de nutrientes no tecido foliar, com uma alta produtividade (

MALAVOLTA,1997). No ambiente encontram-se os nutrientes essenciais que dividem-se em

macronutrientes e micronutrientes, os macro quando é encontrado em grande abundância nas

plantas e o micro em pequena quantidade. Porém não significa que um nutriente seja mais

importante que o outro, apenas que são necessários em quantidades e concentrações diferentes

(PINTO,2003). Segundo o mesmo autor a ausência ou o excesso de qualquer um dos

macronutrientes ou micronutrientes provoca, dependendo da sua função, anomalias no crescimento

e desenvolvimento da planta, ocorrendo muitas vezes no limbo das folhas a presença de cloroses

e necroses.

Nitrogênio (N)

O nitrogênio é um dos principais elementos que as plantas necessitam em maior quantidade

e que limita seu crescimento. Sua absorção ocorre principalmente na forma de nitrato (NO3-) ou de

amônio (NH4+), sendo a primeira forma mais frequente (LOBATO & SOUSA, 2004). O nitrogênio

(N) faz parte da composição da clorofila, participa diretamente da fotossíntese além de aumentar o

teor de proteína nas plantas. Sua deficiência resulta em clorose gradual das folhas mais velhas e

redução do crescimento das plantas, inicialmente, em detrimento das reservas da parte aérea, a

planta promove alongamento do sistema radicular, como uma tentativa de suprir o nutriente. A

matéria orgânica do solo e a fixação biológica de nitrogênio (FBN) são as principais fontes naturais

de nitrogênio(N) nutriente que costuma ser exigido em quantidades superiores aos demais

nutrientes minerais. Esse processo consiste na conversão do N2 atmosférico em NH3 (HUNGRIA

Fósforo (P)

Depois do N, o fósforo(P) é o nutriente mais limitante nos solos brasileiros e sem a correta

correção fosfatada a planta não consegue se desenvolver e produzir adequadamente. A falta de P

é o que mais restringe a produção agrícola no Brasil. Conforme (LOPES, 1989) nas plantas o P é

essencial e jamais pode ser substituído por outro, de forma que a planta o necessita para atuar nos

processos de fotossíntese, respiração, divisão, crescimento celular e transferência de energia nas

células. O fósforo quando é fornecido á superfície foliar ou quando a folha envelhece, até 60% do

nutriente pode ser conduzido via floema a outras partes, principalmente para os órgãos novos e aos

frutos em desenvolvimento, o que faz baixar o teor do elemento na folha (MALAVOLTA, 1997).

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Potássio (K)

Depois de N e P os solos são mais comumente deficientes em potássio (-K). Devido a isso

são comuns as formulações de fertilizantes com N-P-K. O K é importante no controle de água

dentro da planta, pois ele controla a abertura e fechamento dos estômatos das plantas. O potássio

(K) é um elemento altamente móvel no floema e prontamente redistribuído para os órgãos novos

em crescimento, funciona em processos osmóticos, na síntese de proteínas e na manutenção de

sua estabilidade, na abertura e fechamento dos estômatos, na permeabilidade da membrana e no

controle do pH (MALAVOLTA, 1997).

Enxofre (S)

A maior parte dos S das plantas encontra-se nos aminoácidos metionina e cisteína. As

principais fontes são os sulfatos, que são minerais naturais, processados fisicamente nas empresas.

As principais fontes naturais são os restos orgânicos de vegetais. Sua função é promover a nutrição

protéica da planta para seu crescimento (MALAVOLTA,1997). A deficiência de enxofre (S) resulta

Diagnose foliar

A diagnose foliar é um método em que se analisam os teores dos nutrientes em

determinadas folhas, em períodos definidos da vida da planta, e os compara com padrões

nutricionais da literatura. Na folha ocorrem os principais processos fisiológicos, portanto, é o órgão

que melhor representa o estado nutricional da planta e que demonstram se há alguma variação de

determinado nutriente no solo (GONÇALVES&BENEDETTI, 2005).

Serapilheira

A serapilheira é constituída por materiais vegetais depositados na superfície do solo, tais

como folhas, cascas, ramos, troncos, gravetos, flores, inflorescências, frutos, sementes e

fragmentos vegetais não identificáveis. Sua deposição introduz heterogeneidade temporal e

espacial ao ambiente, podendo afetar a estrutura e a dinâmica da comunidade vegetal (FACELLI &

PICKETT 1991).

A produção de serapilheira e a devolução de nutrientes em ecossistemas florestais

constituem a via mais importante do ciclo biogeoquímico (fluxo de nutrientes no sistema solo-planta-

solo). Este ciclo, juntamente com o bioquímico (circulação de nutrientes no interior da planta),

possibilita que as árvores da floresta possam sintetizar a matéria orgânica através da fotossíntese,

reciclando principalmente os nutrientes em solos altamente intemperizados, onde a biomassa

vegetal é o seu principal reservatório (SCHUMACHER, 2004).

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A manutenção dos ecossistemas florestais segundo Souto (2006) depende da ciclagem de

nutrientes via produção e decomposição da serapilheira, sendo este o mais importante processo de

transferência de nutrientes proveniente do material vegetal e/ou animal presente na superfície do

solo. Portanto, a velocidade com que esses nutrientes presentes no solo vão ser reciclados vai

influenciar diretamente na produtividade primária da floresta.

A sazonalidade de deposição varia de espécie para espécie nas regiões tropicais e

subtropicais. Nas florestas de regiões temperadas e frias a chegada do outono é o fenômeno que

desencadeia o processo de derrubada total das folhas (Schumacher, 2004).

As diferentes situações topográficas podem ocasionar dinâmicas diferentes na ciclagem de

nutrientes, devido ao maior escoamento superficial e subsuperficial da água da chuva (Moreira

&Silva,2004).

Segundo Poggiani(1985) a manutenção da produtividade das florestas naturais e plantadas

quando bem manejadas, estão intimamente ligadas com a eficiência nos processos de ciclagem de

nutrientes.

À medida que os materiais vegetais vão se incorporando a serapilheira e se decompondo,

ocorre a liberação desses nutrientes ao solo e, consequentemente, disponibilização para as plantas.

Dessa forma, a quantificação dos nutrientes da biomassa, bem como o padrão de sua ciclagem,

permitem avaliar a magnitude dos reflexos causados pela intervenção antrópica ou por fenômenos

naturais ocorridos no ecossistema, tornando possível, por meio de estudos de ciclagem de

nutrientes, a quantificação das saídas ou perdas de nutrientes (OKI, 2002).

Dentre os nutrientes, o nitrogênio apresenta um ciclo dinâmico, ou seja ,tem uma grande

mobilidade em solo, enquanto o fósforo, que forma compostos menos solúveis em água, se

movimenta de modo mais lento de um compartimento para outro.(CAMPOS et a. sem data).

As deficiências de N e P, frequentemente, são as mais limitantes para a produção em

ecossistemas florestais (CAMPOS, 2006).

METODOLOGIA

Semelhante a 2012, com a diferença que foram realizadas amostragens foliares na espécies

florestais. As análises procederam-se no laboratório de solos da Universidade Federal de Mato

Grosso, Campus de Sinop – MT, seguindo metodologia da proposta por Silva (2009). Realizou-se

as analises químicas dos teores de (N.P,K,S) de acordo com a metodologia proposta por Malavolta

et al. (1997).

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RESULTADOS

Solo

De acordo com os dados obtidos (Tabela1), houve uma diferença estatisticamente no

tratamento da mata em relação ao pH aonde apresentou um menor valor que os demais. Isso se

deve ao fato que a mesma não recebeu calagem, assim o solo permaneceu ácido com um pH de

5,13. Enquanto que nos demais tratamentos não diferiram estatisticamente entre si, isso pode ser

atribuído a calagem que foi realizada de forma homogênea, tanto para a instalação do estudo, como

em agosto de 2010 quando o V% da área era de 27% e foram aplicadas 2,0 ton ha-1 de calcário.

Nesta situação a aplicação com espalhador aplicou calcário também no sub-bosque das florestais,

o que uniformizou a aplicação na área. Em média o pH da área foi de 5,7.

Andrade et al (2012) obteve dados semelhantes em seu estudo, segundo ele isso se deve

ao fato que os maiores teores de matéria orgânica do solo são encontrados neste sistema, dado o

caráter ácido da matéria orgânica (em sua fração mais recalcitrante, é formada por ácidos fúlvicos

e húmicos), mantidos por causa do aporte contínuo de folhas e restos de vegetação caídos na

superfície do solo, formando a serapilheira no remanescente de mata nativa.

Não verificou diferença nos tratamentos entre os teores de potássio no solo. Com uma média

46,6 mg dm-3.

Nos teores de fósforo os tratamentos de Eucalipto puro e Lavoura diferiram estatisticamente

dos demais.

A lavoura apresentou o maior valor com 14,54 mg dm-3 .Este resultado pode ser atribuído ao

fato que a área continuou a receber fertilizantes durante as safras de 2011-12 e 2012-13, receberam

adubação até a 2010-11, enquanto as demais áreas de cultivo, com exceção da mata e pastagem,

que não recebem corretivos ou fertilizantes, as demais áreas receberam adubação até a 2010-11,

e após isto apenas a pastagem ficou na área, sem adubação causando redução da fertilidade do

solo, principalmente de P, nutriente já limitante na região.

De modo geral, os valores médios estão baixos, necessitando de reposição do nutriente.

Outro fator que levou ao maior valor de P para lavoura e eucalipto puro é a textura do solo, que

apesar de não abordada ainda, indica ser esta área do experimento mais arenosa, o que configura

um maior teor de P disponível nas analises. Andrade et al(2002) destaca-se a importância da

matéria orgânica do solo em relação à sua contribuição na geração de cargas do solo, expressas

na capacidade de troca catiônica (CTC), o que encontra ainda mais relevância nas camadas

superficiais de um solo de textura arenosa, que possui naturalmente uma menor CTC em relação a

solos com maiores teores de argila.

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Tabela 01 - Valores de pH em água, e teores de potássio e fosforo no solo em diferentes arranjos

florestais num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. Médias seguidas pela mesma letra

não diferem estatisticamente entre si ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Scott-Knott.

Tratamento pH agua K P

mg dm-3

Eucalipto Simples 5,63 a 53,45 a 5,18 b

Eucalipto Duplo 5,76 a 65,11 a 3,43 b

Eucalipto Triplo 5,50 a 51,76 a 2,50 b

Paricá Simples 5,69 a 40,35 a 4,58 b

Paricá Duplo 5,75 a 39,61 a 5,68 b

Teca 5,97 a 40,91 a 3,05 b

Pau-de-balsa 5,68 a 30,89 a 3,17 b

Eucalipto Puro 5,57 a 39,43 a 11,74 a

Lavoura 5,76 a 72,35 a 14,58 a

Mata 5,13 b 57,38 a 3,30 b

Pastagem 5,87 a 33,51 a 1,11 b

Média 5,70 46,66 4,11

CV 7,25 87,0 90,0

Solo: Distâncias de Renques

De acordo com a (Tabela 2) apresentada a baixo, na distancia 0,isto é no sub-bosque houve

diferença estaticamente das outras distancias, porém de pouca relevância. Ao qual pode ser

atribuído a calagem que deve não ter ocorrido de forma homogênea, ocasionando assim na queda

do pH, pois o uso de espalhador mecanizado pode ter a distribuição de corretivos ou fertilizantes

prejudicada em virtude de obstáculos no campo.

Os teores de potássio(K) não diferiram estatisticamente nas diferentes distancias dos

arranjos florestais (Tabela 2). Observando o maior valor no sub-bosque e com média de 46,38 mg

dm-3 .

Ocorreu diferença nos teores de P nas diferentes distâncias (Tabela 2). Verificando o menor

valor na distância 0 com 2,02 mg dm-3 .Isto se infere a adubação das culturas de grãos durante 3

safras que tendeu a acumular P na área de lavoura e, como a adubação das espécies florestais

com P foi apenas no fundo dos berços, no plantio, o teor é menor. Contudo é importante salientar

que o teor de P inicial do solo era de 2,5 mg dm-3, mostrando o enriquecimento da área de cultivo

de grãos e redução no sub-bosque.

Tabela 02 -Valores de pH em água, e teores de potássio e fosforo no solo em diferentes arranjos

florestais, nas diferentes distâncias das árvores num sistema de integração lavoura-pecuária-

floresta. Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si ao nível de 5% de

probabilidade pelo teste de Scott-Knott.

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Distancias pH K P

mg dm-3

10 D Média 5,78 a 45,80 a 3,24 b

6 D Média 5,81 a 40,40 a 4,08 a

3 D Média 5,71 a 39,99 a 4,79 a

0 D Média 5,46 b 62,55 a 2,02 b

3 E Média 5,72 a 48,42 a 5,11 a

6 E Média 5,83 a 46,35 a 4,36 a

10 E Média 5,68 a 41,13 a 3,40 b

Média Geral 5,71 46,38 3,86

CV 90,2 91,2

Serapilheira

Houve diferença no tratamento de pau de balsa triplo em comparação com os outros, no que

se refere ao acúmulo de serapilheira em kg m-2 (Tabela 3). Podendo ser associado ao seu grande

dossel e as suas folhas serem maiores das demais espécies, contribuindo para um aumento na

quantidade de material vegetal depositado sob o solo, além do fato de a mesma estar em um arranjo

em linha tripla, aumentando ainda mais sua quantidade.

No que concerne aos nutrientes presentes na serapilheira em g kg-1, o potássio(k) foi o

elemento mais demonstrativo entre os arranjos florestais, notando maiores concentrações nos

plantios de eucalipto e na mata, ficando as menores concentrações nos tratamentos de pinho e pau

balsa (Tabela 3).

No que diz respeito aos valores de Nitrogênio, verificou-se diferença estatisticamente

apenas na mata, obtendo maior concentração de N (Tabela3), pois a mata é um ambiente mais

estável, onde a decomposição é menos acelerada, devido a menor entrada de luz e maior umidade

do ambiente.

Não havendo diferença estatisticamente nas concentrações de P e S entre nos tratamentos.

Quanto aos nutrientes em kg m-2, observou que o Pau de balsa se destacou em comparação

com os demais, com maiores teores de K, N, P, S. Esse resultado pode ser atribuído a sua grande

produção de serapilheira por m², levando em consideração as características morfológicas da

espécie como o tamanho das folhas e seu grande dossel, já citado acima. Demonstrando ser uma

espécie de grande potencial.

A mata e o eucalipto puro apresentaram maior estoque de K, além da mata se destacar no

acumulo de N.

Tabela 03 – Acúmulo de serapilheira em kg m-2, concentrações de nitrogênio (N), fósforo (P) e

potássio (K) e enxofre (S) em g kg-1 e acumulo de nutrientes (kg m-2) nos diferentes arranjos

florestais no sub-bosque. Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si

ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Scott-Knott.

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Tratamentos Serapilheira K N P S K N P S

kg m-2 g kg-1 kg m-2

Eucalipto puro 0,800 b 14,43 a 8,75 b 0,35 a 2,29 a 11,32 a 7,05 b 0,28 b 1,88 b

Eucalipto simples 0,484 b 15,03 a 11,20 b 0,38 a 2,63 a 7,30 b 5,38 b 0,18 b 1,26 b

Eucalipto duplo 0,675 b 12,75 a 9,45 b 0,35 a 1,92 a 8,64 b 6,34 b 0,24 b 1,29 b

Eucalipto triplo 0,447 b 14,75 a 10,01 b 0,33 a 2,05 a 6,47 b 4,48 b 0,14 b 0,95 b

Pinho duplo 0,824 b 9,30 b 11,59 b 0,36 a 2,27 a 7,74 b 9,56 b 0,30 b 1,84 b

Pinho triplo 0,756 b 10,78 b 11,20 b 0,34 a 2,32 a 7,72 b 8,34 b 0,26 b 1,75 b

Pau balsa triplo 1,439 a 9,90 b 11,97 b 0,35 a 2,38 a 13,58 a 17,36 a 0,51 a 3,41 a

Mata 0,840 b 13,25 a 18,10 a 0,31 a 2,19 a 11,15 a 15,75 a 0,26 b 1,83 b

Média geral 0,783 12,52 11,53 0,35 2,25 9,24 9,28 0,27 1,78

CV 36,7 17,8 16,5 6,0 20,9 31,1 49,5 36,8 44,0

Teores de nutrientes nas espécies florestais e Incremento em crescimento.

A média da altura de todos os plantios foi de 19,75 metros, obtendo as maiores alturas nos

tratamentos de pau balsa e eucalipto, esse na configuração duplo para o lado direito apresentou a

maior altura com 23,92m e o Pau balsa na mesma configuração obteve 23,74m (Tabela 4).

É sabido que a orientação dos renques em sistemas agroflorestais deve ser no sentido leste-

oeste, facilitando a entrada de radiação em meio ás florestas e assim fornecer energia luminosa

para a espécie ali semeada (grão ou forragem).No entanto não foi possível a instalação da URT

nesse sentido, havendo uma inclinação, com disposição dos plantios florestais aproximadamente

leste-sudeste(ESSE).

Por isso o maior crescimento para o lado direito do renque pode estar associado a maior

insolação pela manhã. Assim alguns renques recebiam maior insolação de manha e outros a tarde.

Neste caso, o sol da manhã pode ter afetado o crescimento. O renque que recebia sol de manha

ficava no período da tarde em posição de sombra, assim como o solo do seu sub-bosque, o que

possivelmente conservou a agua no sistema.

Em relação a variável DAP (Diâmetro a altura do peito), ocorreu uma diferença na espécie

Pau balsa na configuração tripla para o lado direito, com incremento de 81,87 cm, sendo que as

demais não diferiram entre si (Tabela 4).

Tabela 04 – Atura (ALT) e diâmetro a altura do peito (DAP) das espécies florestais em sistema ILPF

e concentrações foliares de nitrogênio (N), fósforo (P) e enxofre (S) em g kg-1 nos diferentes arranjos

florestais no sub-bosque. Médias seguidas pela mesma letra não diferem estatisticamente entre si

ao nível de 5% de probabilidade pelo teste de Scott-Knott.

TRATAMENTOS ALT DAP N foliar P foliar S foliar

-- m -- -- cm -- ------------------ g kg-1------------------

Eucalipto duplo esquerda 21,30b 51,66c 12,66b 0,66b 1,95b

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Eucalipto duplo direita 23,92a 53,71c 12,06b 0,62b 2,10b

Eucalipto puro 22,60a 52,63c 11,67b 0,66b 1,84b

Eucalipto simples 21,13b 58,58c 11,96b 0,66b 1,97b

Eucalipto triplo centro 20,68b 47,00c 12,43b 0,62b 2,00b

Eucalipto triplo direita 20,11b 45,08c 12,76b 0,58c 1,97b

Eucalipto triplo esquerda 20,38b 52,67c 12,33b 0,64b 1,96b

Teca triplo centro 11,80c 50,67c 9,83c 0,51c 1,86b

Teca triplo direita 13,40c 54,62c 9,61c 0,63b 1,81b

Teca triplo esquerda 12,31c 53,21c 9,83c 0,57c 1,94b

Pau balsa triplo centro 22,83a 58,13c 18,76a 0,80a 2,63a

Pau balsa triplo direita 23,74a 81,87a 19,31a 0,85a 2,50a

Pau balsa triplo esquerda 22,54a 69,79b 20,13a 0,80a 2,74a

Média Geral 19,75 56,12 13,33 0,66 2,10

CV 9,1 8,7 8,3 7,1 12,1

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

O plantio de Pau balsa foi o tratamento em que mais se destacou, produzindo uma maior

quantidade de serapilheira. Apresentando maiores concentrações de N, P, K, S da mesma e

obtendo maiores concentrações foliares de N, P, S. Observou-se que a espécie se encontrava com

um maior DAP, diferindo das demais, sendo a segundo espécie em altura. Demostrando ser uma

espécie de grande potencial.

Não houve diferença nos valores de Potássio (K) nas avaliações do solo, diferindo

estaticamente apenas na serapilheira.

No que concerne ás distâncias dos renques, os menores valores para pH e P ocorreu na

distância de 10 metros e no sub-bosque, devido a menores aplicações de nutrientes.

A espécie de Eucalipto do lado direito foi a que obteve um maior crescimento em altura.

Sendo uma das principais características da cultura, o crescimento rápido. Em relação a

configuração do lado direito se deve pela insolação pela manhã, com sombra à tarde e a uma

possível maior retenção de agua pelo solo no sombreamento. Dando ênfase para o P no solo,

podendo esse estar associado à deposição de fezes nas proximidades das arvores, enriquecendo

o solo com o mesmo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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PARTE 3-

ATRIBUTOS

ARBOREOS

AMOSTRAGEM 2014

Dados ainda não concluídos

(faltam análises de tecidos e outros

parâmetros).

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BIOMASSA DE EUCALYPTUS UROGRANDIS CULTIVADO EM SISTEMA

AGROSSILVIPASTORIL

INTRODUÇÃO

Os sistemas agroflorestais são sistemas de consórcio, constituídos obrigatoriamente por

espécies arbóreas, culturas agrícolas e/ou animais, sendo capazes de produzir de maneira

economicamente viável, aumentando a renda da propriedadede com baixos impactos ambientais

(NAIR, 1993).

Esse tipo de sistema ganha espaço na realidade das propriedades rurais, uma vez que são

uma alternativa viável de uso da terra pelo melhor aproveitamento da área de cultivo, manejo do

solo menos agressivo, produzindo múltiplos produtos. Além disso, há uma melhor distribuição de

serviços na propriedade rural e promove a redução do uso de fertilizantes e insumos (BALBINO et

al., 2011).

A porção Norte do estado do mato Grosso, é um área potencialmente pecuarista, o uso dos

sistemas agroflorestais porporciona um melhor beneficiamento das áreas da região, além disso as

propriedades que aderiram ao sistema podem contar com diversos produtos, como madeira,

utilizada tanto para serrarias, quanto para a fabricação de mourões e lenha, comercialização de

carne animal, e produtos oriundos de culturas agrícolas.

Dos tipos de sistemas agroflorestais, os sistemas agrossilviopastoris ganharam destaque,

apresentando-se como uma alternativa, indiretamente incentivada por lei, para fornecimento de

matéria-prima diversificada. Além disso o crescimento do setor florestal brasileiro em consumo de

madeiras oriundas de plantios homogêneos, foi motivado pela alta demanda de mercado e pelas

mudanças recentes na política nacional, que afetou diretamente a indústria madeireira pela restríção

do uso de madeiras de lei e gerou impacto indireto no setor agrícola, pela exigência de proteção

das áreas florestais.

Como os sistemas agrossílvipastoris são recentes, pouco se sabe acerca dos efeitos das

diferentes formas de espacialização e distribuição do componente arbóreo, em referência a

produção de biomassa e deposição de resíduos após a colheita florestal. A produção de biomassa

é uma resposta importante sobre a qualidade do plantio, uma vez que ela é a resposta do

crescimento da árvore, expresso pelo incremento, em vista da absorção de nutrientes do solo e

assimilação de luz. Desta forma a biomassa pode indicar se o plantio, em determinado sítio, está

se desenvolvendo de forma positiva em relação a outro, comparando espécies, espaçamentos,

arranjo espacial e face de exposição do plantio.

Já o resíduo é definido como o compartimento total biomassa que permanece na área

posterior a colheita florestal. Ele é constituído pela sobra de galhos grossos, finos, ponteira e folhas.

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Esse resíduo que permanece sobre o solo florestal passa pelo processo de ciclagem, uma vez que

após a decomposição, os nutrientes constituintes de suas estruturas celulares, retornam ao solo.

Em alguns casos o resíduo da colheita florestal, especialmente os galhos de maior espessura, é

utilizado para a geração energia, na forma de lenha, em virtude do maior tempo de combustão

(SALMERON, 1980).

A quantificação desse resíduo garante uma avaliação do potencial de aproveitamento da

área, uma vez que diversos estudos apontam os benefícios desses sistemas, poucos são os

resultados ao que se refere a produção de resíduos nesses sistemas de cultivo consorciado. Além

disso, a utilização de híbridos de Eucalyptus grandis x urophylla tem apresentado bons resultados

devido as propriedades genéticas desse cruzamento. Contudo, em termos de produção de

biomassa restritos são os estudos concretos sobre esse o uso da espécie nesse tipo de sistema de

produção consorciada. Objetivou-se avaliar o estoque de biomassa de Eucalyptus urograndis

cultivado em diferentes arranjos espaciais sob sistema agrossilvipastoril.

A biomassa residual e de fuste das árvores está associada ao material genético, a qualidade

do solo e ao modelo de plantio, como plantios em faixas simples, dupla ou tripla. Mesmo com a

expansão da área cultivada com sistemas agroflorestais ainda são escassos os resultados que

retratam essas comparações de produção biomassa com clones de eucalipto. Esses resultados são

indicadores de avaliação do modelo de plantio no que tange a eficiência de crescimento das árvores,

comparado ao monocultivo florestal.

REVISÃO DE LITERATURA

Sistemas Agroflorestais

Os sistemas agroflorestais (SAf´s) são caracterizados como um conjunto de medidas

alternativas para utilização dos recursos naturais, onde indivíduos florestais estão consorciados

com cultivos agrícolas e/ou animais, de forma ecologicamente correta e socialmente aceitável, de

modo que essa relação seja economicamente viável (MACEDO et al., 1999). É o manejo

sustentável da terra, que gera um aumento da produção total, combinando simultaneamente ou

sequencialmente indivíduos perenes frutíferos, culturas agrícolas, espécies florestais e/ou animais

(BENE et al., 1977). Nesse sistema, a integração de seus componentes pode ocorrer de forma

simultânea, onde os componentes são implantados ao mesmo tempo na área, ou sequencial, na

qual o tempo de implantação dos componentes não é o mesmo, em uma infinidade de combinações

possíveis.

Uma das características mais importante desses sistemas é o princípio ecológico da

estabilidade e equilíbrio do mesmo, representado pelo uso contínuo de uma mesma área, com

diferentes espécies (DANTAS, 1994). Os aspectos sociais e econômicos também devem ser

levados em consideração, uma vez que ocorre uma melhoria na qualidade de vida dos

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trabalhadores, uma maior demanda por mão de obra local, um aumento na renda familiar o ano

todo, devido a diversidade de produtos obtidos nesses consórcios (MACEDO e VENTURIN, 2008).

Os sistemas agroflorestais apresentam inúmeras vantagens (DANIEL et al.,1999). Segundo

Lunz e Melo (1998), as principais vantagens são a maior ciclagem de nutrientes garantidos pelo

acúmulo de biomassa do componente arbóreo, a melhor utilização dos recursos naturais

disponíveis, a menor incidência de pragas e doenças, a maior diversificação da produção, a

diminuição dos riscos econômicos, a melhor distribuição temporal do uso da mão de obra familiar e

a maior estabilidade produtiva. Quanto às desvantagens, destaca-se o limitado conhecimento dos

agricultores, técnicos e pesquisadores sobre a utilização do sistema, o manejo complexo em relação

às monoculturas, o maior custo de implantação, o retorno financeiro mais demorado, entre outros.

Eles podem ser classificados de acordo com a estrutura, a função, a importância, os

objetivos e as características. A classificação feita pela Rede Brasileira Agroflorestal (REBRAF,

2013), é uma das mais aceitas, pois fundamenta essa classificação no tipo de componente e na

associação entre eles. Os sistemas classificados por sua estrutura e natureza dos componentes

podem ser categorizados como sistema agrossilvicultural, envolvendo árvores e cultivos agrícolas,

incluindo arbustos e trepadeiras, o sistema silvipastoril, envolvendo a associação de árvores,

pastagens e animais e por fim, o sistema agrossilvipastoril, englobando a associação de árvores,

cultivos agrícolas e pastagem (DANIEL et al., 1999). Contudo, o sistema agrossilvipastoril, em

alguns referenciais, é também chamado de sistema de Integração Lavoura Pecuária Floresta (iLPF).

O iLPF pode ser definido como um sistema de produção que alterna, na mesma área, o

cultivo de espécies para produção vegetal, pastagens e florestas, de forma simultânea ou

sequencial, garantindo a sinergia entre as atividades (NAIR et al., 2010). O componente arbóreo no

sistema iLPF pode proporcionar benefícios ambientais, principalmente em termos de conservação

do solo e da água e no sequestro de carbono, além de benefícios econômicos, especialmente pela

venda de madeira. Nesse sistema, o arranjo e o número de árvores por hectare pode ser ajustado

de acordo com a prioridade de produtos previamente estabelecidos. Para Porfírio-da-Silva (2008),

o arranjo mais eficaz em iLPF é o de cultivo em linhas, onde as árvores são plantadas em faixas

compostas por linhas simples ou múltiplas, em espaçamento amplo entre faixa, onde é cultivado a

cultura agrícola e/ou a pastagem.

Eucalyptus

O gênero Eucalyptus são espécies folhosas que pertencem à família Myrtaceae, composta

por aproximadamente 70 gêneros e 33 espécies (OLIVEIRA, 1999). O gênero eucalipto é originário

da Austrália, Timor Leste, Indonésia, Papua Nova Guiné, Molucas, Irian Jaya e sul das Filipinas

(ELDRIDGE et al., 1994).

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A introdução das primeiras mudas no Brasil foi em 1868, no Rio Grande do Sul e no Rio de

Janeiro (OLIVEIRA, 1999). O pioneiro no desenvolvimento experimental com a espécie foi Navarro

de Andrade, em São Paulo, a partir de sementes oriundas de Portugal em 1904. Contudo os plantios

em escala comercial foram realizados somente a partir de 1909, pela Cia Paulista de Estradas de

Ferro (MORA e GARCIA, 2000).

O propósito inicial desses plantios era a produção de dormentes, postes e lenha para as

locomotivas das estradas de ferro paulista. No entanto, a madeira de eucalipto mostrou-se versátil

em relação ao seu uso, sendo amplamente empregada na produção de energia (lenha e carvão

vegetal), postes e mourões, na construção civil, na fabricação de chapas de fibras, na produção de

celulose e papel e até na confecção de móveis finos. Além do fornecimento dos produtos

madeireiros, apresentou múltipla funcionalidade, como a produção de produtos não madeireiros

(óleos essenciais), seu uso em quebra-ventos, produção de mel, entre outras utilidades (WILCKEN

et al., 2008). O plantio de eucalipto desponta como uma alternativa para minimizar a pressão sobre

as florestas nativas, as quais tem seu livre consumo cada vez mais restrito. Outro fator que

impulsiona o uso do gênero, especialmente pelo setor madeireiro, é sua alta produção, estimada

em mais de 800 m³.ha-1 de madeira aos 21 anos, comparado a 40 m³.ha-1 de madeira nativa

aproveitável (MORA e GARCIA, 2000).

Conforme o Anuário ABRAF, 2008, ano base 2007, as áreas que contém plantios de

eucalipto no Brasil, no ano de 2007 no ano de 2007, totalizaram 3.751.867 hectares e a maior

concentração estava nos estados de Minas Gerais com 1.105.961 hectares (28%); São Paulo,

813.372 hectares (22%); e Bahia, 50.127 hectares (15%).

As áreas com florestas de eucalipto no Brasil representam cerca de 62% do total das áreas

destinadas ao plantio florestal, de forma que o eucalipto é a espécie mais plantada hoje no Brasil

no setor de florestas. Ainda assim, as florestas de eucalipto e pinus ocupam apenas 0,65% do total

do território nacional, bem menos do que nos EUA, Japão e China, entre outros

Já o sucesso obtido com o melhoramento genético do eucalipto no Brasil foi importante, uma

vez que ele não só permitiu o aumento da produtividade de madeira, como também o aumento da

resistência a alguns patógenos e, sobretudo, a maior uniformidade dos plantios comerciais (BISON,

2004).

No Brasil, as principais espécies de eucalipto cultivadas são o E. grandis, E. camaldulensis,

E. saligna, e E. urophylla, bem como espécies híbridas, como E. grandis x E. urophylla (LERAYER

et al., 2008). As espécies híbridas têm idade de corte antecipada, produção e qualidade de madeira

superior (FERREIRA, 1992), com grande capacidade de adaptação a diferentes condições

ambientais e maior resistência ao ataque de organismos patógenos (CRISTINA, 2004; SANTOS,

2005; SOUZA, 2008).

Em se tratando de sistemas agroflorestais inúmeras espécies arbóreas vêm sendo

utilizadas, contudo devido à maior adaptação a solos com problemas de fertilidade, boa

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produtividade, capacidade de rebrota, resistência a podas e pastejo, resistência a doenças, o

eucalipto ganhou destaque e apresentam grande potencial para utilização nesses sistemas

consorciados (HUXLEY, 1983).

Biomassa e resíduo florestal

A biomassa engloba a matéria vegetal gerada por meio da fotossíntese e os seus derivados,

como os resíduos florestais e agrícolas, animais e a matéria orgânica contida nos resíduos

industriais, domésticos, entre outros. Coelho et al. (1982) definem biomassa florestal como o

conjunto de materiais orgânicos gerados por organismos autótrofos do reino vegetal (fitomassa) ou

acumulados nos seres heterótrofos do reino animal (zoomassa). Já para Maia Araújo et al. (1999),

é a quantidade do material lenhoso, folhas, galhos, casca e sementes.

Os ecossistemas florestais contêm 90% da biomassa terrestre, sendo essa biomassa

dividida em diferentes compartimentos (GARDNER e MANKIN, 1981), que são a biomassa acima

e abaixo do solo. A primeira inclui os troncos, galhos finos e grossos, folhas, casca, flores e frutos

e o segundo se enquadra as raízes e a biomassa morta, que consiste em toda matéria morta não

contida na serapilheira (IPCC, 2001).

A biomassa total de uma árvore de eucalipto com sete anos, em monocultivo, está distribuída

nos percentuais de 12 a 18% nas raízes, 8 a 12% na casca, 6 a 10% na copa e de 60 a 74% na

madeira. (VITAL 2007). Já em sistemas agroflorestais, estudos apontam que a quantidade de

biomassa florestal é maior quando comparado aos sistemas convencionais, devido a maior

produtividade global por unidade de área, ou seja, maior produtividade considerando-se os fatores

determinantes e os elementos que intervém na mesma (NAIR, 1993; YOUNG, 1997; HUXLEY,

1999; MACEDO, 2000). Contudo, para Oliveira Neto et al. (2003), o aumento na produção da

biomassa é maior em plantios com espaçamentos menores, devido o maior número de indivíduos

por hectare.

Em contrapartida, os resíduos florestais são definidos como os restos de materiais, que não

o produto prioritário, que fica na área após operações de colheita, ou seja, é o material que

permanece da biomassa florestal que não é utilizada para comercialização. Os resíduos de colheita

florestal são todo o material orgânico que resta na floresta após a colheita, como por exemplo,

casca, galhos, folhas, toco, raízes e a serapilheira. Esse material pode ser incorporação no solo,

pela trituração, facilitando a decomposição e acelerando a ciclagem de nutrientes, bem como ser

reaproveitado na geração de energia por meio da sua queima (PULITO e ARTHUR Jr., 2008).

Em plantações de eucalipto o processo de ciclagem de nutrientes pode contribuir para

garantir a sustentabilidade de rebrota e/ou rotações subsequentes, em razão da serapilheira

acumulada no piso florestal suprir parte da demanda de energia e de nutrientes do ecossistema

florestal (GUO e SIMS, 1999). Deste modo, a ciclagem de nutrientes constitui uma importante etapa

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do ciclo biogeoquímico, principalmente em solos pouco férteis (GAMA-RODRIGUES e BARROS,

2002). Contudo, o eucalipto apresenta baixa taxa de decomposição devido a baixa qualidade

nutricional da serapilheira, decorrente da eficiente retranslocação de nutrientes na planta (GAMA-

RODRIGUES e BARROS, 2002).

Outra vertente para o uso dos resíduos oriundos da floresta é a geração energética, que é

uma tendência e desperta interesse tanto de países em desenvolvimento, como de países

desenvolvidos e industrializados. Pelo seu potencial renovável e pela possibilidade de redução do

consumo e dependência de combustíveis fósseis (SANTIAGO, 2013). A utilização energética dos

resíduos promove o aumento do aproveitamento de florestas comerciais, portanto um aumento no

econômico nas atividades das áreas, o que pode viabilizar atividades de manejo florestais e tratos

silviculturais (DO CANTO, 2009).

A exportação de resíduos florestais influencia principalmente na ciclagem de nutrientes

(PULITO e ARTHUR Jr., 2008), uma vez que a quantidade de nutrientes de um ecossistema florestal

é representada pelo total de nutrientes presentes em cada compartimento da biomassa acima do

solo (folhas, casca, galhos, etc.), somado a vegetação de sub-bosque, serapilheira e solo

(POGGIANI e SCHUMACHER, 2000). A ciclagem de nutrientes é que garante a sobrevivência das

árvores em solos tecnicamente e economicamente inviáveis para a produção, reafirmando assim a

importância da permanência de parte ou da totalidade dos resíduos florestais na área (KOLM, 2001).

Por outro lado, Gonçalves et al. (2002) alertam sobre o efeito negativo da manutenção dos

resíduos no solo, uma vez que eles aumentam o risco de incêndios florestais e dificultam o controle

de formigas.

MATERIAL E MÉTODOS

Descrição da área

O estudo foi realizado em uma área experimental com sistema agrossilvipastoril, de

Eucalyptus urograndis e Brachiaria brizantha cv Marandu e plantio puro de Eucalyptus urograndis,

na Fazenda Gamada, nas coordenadas de 10º 24’ 10’’ S e 55º 43’ 22’’ W, no município de Nova

Canaã do Norte, no Mato Grosso, Brasil. Conforme a classificação de Köppen, o clima local é do

tipo Awi (tropical chuvoso), com estação seca bem definida, e temperatura anual média de 26 ºC e

precipitação de 2.175 mm. O solo local é classificado como Latossolo Vermelho Amarelo

distroférrico, de textura média (EMBRAPA, 1999).

Área do estudo- renques de eucalipto

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Figura 12. Espacialização dos cultivos de E. urograndis em consórcio com pastagem, no sistema agrossilvipastoril de faixa simples, dupla tripla, no município de Nova Canãa do Norte, Mato Grosso, Brasil.

Amostragem e análise da biomassa residual e de fuste

Seleções das árvores

Para a quantificação da biomassa residual e de fuste foram selecionadas oito árvores no

arranjo de linha simples e de linha dupla e doze árvores no arranjo de linha tripla, observando a

localização do ponto de coleta de solo. Conforme estudos anteriores a primeira árvore selecionada

foi a que se encontrava mais próxima do ponto amostral de coleta de solo, sendo que, a segunda

foi a que se localizou na direção oposta à primeira. No caso do arranjo de linha tripla foram

escolhidas as três árvores que circundavam o ponto de coleta de solo, a fim de que a árvore da

linha central também fosse analisada.

Após a seleção realizou-se o abate com utilização de motosserra, sendo posteriormente

realizada a cubagem pelo método de Smalian, com e sem casca das árvores selecionadas,

considerando a altura total até um diâmetro mínimo de 0,08 m. O fuste com diâmetro menor que

0,08 m foram caracterizadas como ponteira.

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Coleta, preparo e análise da biomassa residual e de fuste

Sequencialmente ao abate, as árvores tiveram seus compartimentos separados em

biomassa de fuste, composta por madeira e casca (diâmetro mínimo de 0,8 cm) e biomassa residual

que representou a fração de biomassa que permanece na área, sem finalidades comerciais. Foi

determinado o peso úmido total da biomassa residual (Figura 2), obtendo-se amostras que foram

pesadas, acondicionadas em sacos de papel devidamente identificados e conduzidos ao laboratório

para análise.

Figura 2: Pesagem da biomassa residual em campo.

O material da biomassa residual foi mantido em estufa, a 102º aproximadamente, por 72

horas. Decorrido esse período, todo o material foi pesado, a fim de obter o peso seco da amostra e

assim posteriormente determinar o peso seco total desse compartimento:

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PST= (PUT X PSA) ÷ PUA

onde PST: peso seco total do compartimento; PUT: peso úmido total do compartimento em campo; PSA: peso seco da amostra do compartimento; PUA: peso úmido da amostra do compartimento.

Para a determinação do peso seco da madeira e da casca foram obtidas amostras de discos

de aproximadamente 3,0 cm nas posições base, 50 e 100% da altura total. Os discos (madeira e

casca) foram devidamente identificados, acondicionados em sacos de tecido Voil® (Figura 3), bem

ajustados e amarrados com barbante.

Figura 3: Discos de madeira na posição base, 50% e 100% da altura total da árvore, envolto por tecido Voil®.

O material coletado foi conduzido ao laboratório de Solos, da Universidade Federal de Mato

Grosso (UFMT), Campus Universitário de Sinop (CUS). No laboratório, os discos foram colocados

em caixa de água de mil litros (Figura 4), para a completa saturação. Os mesmos permaneceram

60 dias em água, sendo a água substituída frequentemente. Decorrido esse período as amostras

foram preparadas para a análise da densidade básica da madeira e da casca, que foi encontrada

apenas para a determinação do peso total do compartimento, não sendo a densidade o foco do

presente estudo.

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Figura 4: Discos retirados ao longo dos fustes, imersos em água para saturação.

A densidade básica da madeira e da casca foi determinada conforme Vital (1984).

De cada disco foram confeccionadas duas cunhas em direções opostas do disco. A casca

de cada cunha foi retirada e depositada em saquinhos de TNT, de massa desprezível, para sua

pesagem. O material foi todo pesado em balança hidrostática, e posteriormente acondicionado em

sacos de papel, devidamente identificados, para sua secagem.

As cunhas sem casca foram presas, suspensas, em uma haste de metal e imersas em um

béquer com água, evitando que a cunha não tocasse o fundo do béquer (Figura5). Após a pesagem,

as cunhas foram acondicionadas em sacos de papel devidamente identificado e conduzido para

secagem.

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Figura 5. Pesagem das cunhas de madeira, a fim de determinar a densidade básica.

A secagem da casca e da madeira (cunha) foi realizada em estufa, a 105 ± 2°C de

temperatura, por 72 horas, ou até atingir o peso constante.

Com a obtenção do peso seco e saturado das amostras de casca e madeira (cunha),

determinou-se a densidade básica (g.cm³) de cada compartimento:

DB = 𝟏

𝑷𝒔𝒂𝒕

𝑷 𝒔𝒆𝒄𝒐−𝟎,𝟑𝟒𝟔

onde DB: densidade básica da casca ou madeira, expressos em g.cm³; Psat: peso da amostra saturada, expresso em gramas; Pseco: peso da seco da amostra.

Posteriormente foi realizada a média simples dos valores de densidade das cunhas retiradas

dos discos obtidos ao longo do fuste.

O peso total da biomassa de madeira e casca de cada árvore foi determinado pela

multiplicação do volume de cada compartimento por sua respectiva densidade básica.

A biomassa total por hectare, de cada tratamento foi obtida pela média da biomassa de cada

compartimento multiplicado densidade de cada árvore por hectare.

Modelos de Regressão

A partir da base de dados, foram ajustados quatro modelos de equações de

regressão encontradas na literatura utilizando como variável dependente o peso de biomassa em

kg, e como variáveis independentes o diâmetro à altura do peito (1,3 m), a altura total da árvore

(Ht).

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O ajuste destas equações foi feito com o objetivo analisar se os modelos matemáticos de

regressão encontrado na literatura, para estimativa da biomassa, representam o experimento do

presente estudo. Os modelos estão apresentados na Tabela1.

Tabela 1.Modelos matemáticos para ajuste de equações de regressão.

Modelo Equação

1 P = a + b.dap + c.(dap².h)

2 P = a + b.dap² + c.(dap².h)

3 P = a + b.dap + c.dap²

4 P = a + b.dap + c.h

Análise Estatística

Realizou-se a análise de distribuição normal dos resultados da biomassa residual e da

biomassa de fuste das árvores cultivadas nos diferentes arranjos e no monocultivo. A mesma

análise foi realizada para os valores de biomassa extrapolados para T/há¹.

Caso os resultados apresentassem distribuição normal, realizou-se a análise de variância e

a comparação de médias pelo teste Tukey, ao nível de 5% de probabilidade de erro. Caso os

resultados não apresentassem distribuição normal foi utilizada a análise de variância pelo método

Kruskal Wallis Mann Whitney. Todas as análises foram realizadas no programa Minitab 1.6.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A densidade de árvores por hectare foi de 250 árvores no arranjo de linha simples, de 435

árvores no arranjo de linha dupla, de 537 árvores no arranjo de linha tripla e de 833 árvores no

monocultivo. O número de hectare foi calculado com base no aplicativo desenvolvido pela Embrapa

para tal finalidade. Além disso o programa indicou que no tratamento em linha simples houve 10%

de aproveitamento da área enquanto que o tratamento em linha dupla apresentou 21,7% e o

tratamento de linha tripla houve 30,8% de aproveitamento da área.

Em relação a densidade básica de madeira e casca, estas foram de 0,61g/cm³ e 0,69g/cm³,

respectivamente. Os resultados obtidos para biomassa residual, biomassa de casca e biomassa de

madeira, apresentaram distribuição normal não indicando a necessidade da transformação dos

dados ou o emprego de outro tipo de análise especial.

Biomassa das árvores amostradas

Os maiores valores de biomassa residual foram registrados no arranjo de linha simples, o

qual diferiu significativamente dos demais arranjos e do monocultivo, os quais não diferiram entre

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si. Para a biomassa de madeira, quanto para a biomassa de casca não se teve diferença

significativa, avaliando os diferentes arranjos entre si. (Tabela 2)

Tabela 2. Biomassa média por árvore (Kg) de E. urograndis cultivado em linha simples, dupla, tripla e no monocultivo.

MÉDIA DO COMPARTIMENTO (kg/árvore)

Biomassa Residual Biomassa de Casca Biomassa de Madeira Total

Linha Simples 52,6 A 37,1 A 198,6 A 288

Linha Dupla 32,1 B 36,1 A 183,9 A 252

Linha Tripla 24,7 B 31,5 A 189,6 A 245

Monocultivo 23,9 B 25,9 A 154,8 A 204

Letras iguais indicam que não houve diferença significativa entre tratamentos, ao nível de 5% de

probabilidade.

A biomassa residual apresentou uma amplitude de 40,33 kg, já a biomassa de madeira

apresentou uma amplitude de 183,91 kg e a biomassa de casca apresentou uma amplitude de 44,25

Kg.

Ao se analisar os resultados obtidos nos quatro tratamentos em porcentagem, é possível

notar que em todos os tratamentos a porcentagem de madeira foi maior que as dos demais

compartimentos. (Figura 5).

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

Resíduo Casca Madeira

Bio

mas

sa %

PORCENTAGEM DE BIOMASSA NOS COMPARTIMENTOS

Linha Simples Linha Dupla Linha Tripla Monocultivo

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Figura 5. Porcentagem de biomassa residual média (kg) das árvores de E. urograndis, cultivado em linha simples, dupla, tripla e em monocultivo.

Os resultados obtidos condizem com os de Souza e Fiorentin (2013), em seu estudo de

quantificação de biomassa para um plantio de eucalipto em Santa Maria-RS, onde o compartimento

madeira apresentou maiores valores de peso seco.

A figura 5 ainda indica que apesar das diferentes formas de arranjo do experimento, ao se

analisar as árvores amostradas se comportaram de formas muito parecidas, a não ser pelos

resíduos no tratamento em linha simples, que se sobressaem em relação aos resíduos dos demais

tratamentos, o que ocorre nesse tratamento, possivelmente está ligado a luminosidade recebida por

essas árvores amostradas. O maior espaçamento permite com que o indivíduo invista o recurso

recebido na produção de galhos e folhas, o que para este estudo foi considerado resíduo, o

espaçamento mais amplo permite maior liberação para o crescimento da copa e das árvores e,

consequentemente, maior alocação de biomassa para os galhos (SANQUETTA et al., 2003).

Análise de regressão árvores amostradas

As quatro equações selecionadas para estimar a biomassa apresentaram resultados ruins e

muito parecidos, pois o R2aj para resíduos ficou entre 0,296 e 0,368, para madeira 0,671 e 0,771 e

para casa entre 0,264 e 0,378, o que para, Santana et al. (2008), não é nada significativo, pois o

autor sugere um que o R2aj superior a 0,9 encontrado na maioria das equações altamente

significativas. Os valores estão expressos na tabela 3.

Tabela 3. Ajustes da regressão da biomassa das diferentes equações.

Fórmula Compartimento Syx abs Syx% R2 aj

1

Resíduo 11,615 35,883 0,344

Madeira 4,265 2,336 0,729

Casca 8,327 25,606 0,356

2

Resíduo 11,430 35,312 0,364

Madeira 24,905 13,640 0,743

Casca 8,282 25,470 0,363

3

Resíduo 12,031 37,169 0,296

Madeira 28,196 15,442 0,671

Casca 8,905 27,384 0,264

4

Resíduo 11,395 35,203 0,368

Madeira 24,029 13,160 0,761

Casca 8,184 25,167 0,378

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A baixa significância das equações testadas indica que os modelos de equações

encontrados na literatura não podem representar o experimento em do presente estudo, sendo

necessário desenvolvimento de mais equações que representem esse plantio. Além dos valores

expressos na tabela gráficos de dispersão foram montados para indicar a não significância dos

resultados.

CONCLUSÃO

A escolha de implantação dos arranjos, juntamente com a densidade de indivíduos, tem

influência na produção de biomassa por hectare.

A competição intra-específica por recursos, causa decréscimo na produção de biomassa dos

plantios consorciados por recurso.

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PARTE 4-

FORRAGEIRAS NO

SISTEMA

AMOSTRAGEM 2014

Dados em andamento, coletas

continuam. Análise de nutrientes

parou devido a reforma no

laboratório

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MATÉRIA SECA, TEOR E ACUMULO DE NITROGÊNIO EM BRAQUIÁRIA CULTIVADA EM

SISTEMA DE ILPF NO MUNICÍPIO DE NOVA CANAÃ DO NORTE – MT- MÉTODO DAS

GAIOLAS

INTRODUÇÃO

Sistema de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF), sistemas agroflorestais (SAF) ou

sistemas agrosilvipastoril podem ser definidos como a combinação de cultivos simultâneos de

essências florestais com culturas anuais e/ou perenes. Esses sistemas contribuem para o aumento

da cobertura florestal e constituem em opção para o aumento da produção de madeira, de lenha e

de alimentos, além de permitirem a utilização mais eficiente dos recursos naturais, a diversificação

da produção, a formação de culturas alimentares, a redução dos riscos de produção e a

diversificação da renda dos produtores (RODIGHERI & GRAÇA, 1996). Esse tipo de sistema

proporciona a melhoria da fertilidade do solo por diversos fatores, sendo eles, a deposição de palha

proveniente da lavoura, a deposição de esterco através do gado e por meio da serapilheira liberada

pelo componente florestal.

É sabido que a maioria das pastagens no Brasil se encontra degradada ou em processo de

degradação, em virtude no mau uso e manejo do pasto e do solo sendo que, no MT a situação não

é diferente. Dantas (2008) observou redução nos teores de nutrientes ao longo dos anos de uso do

solo numa cronossequência de mata nativa e pastagem com 10 e 20 anos de utilização, na mesma

unidade de solo. Como exemplo, os teores de cálcio reduziram de 5,03 para 2,56 e para 1,13 cmol

dm-3 (22% do inicial) para a cronossequência acima citada, na camada de 0 - 0,2m, mostrando o

esgotamento do solo, o que provoca a busca de novas áreas pelos produtores para suprir a

necessidade de pasto aos animais. Para os demais nutrientes a condição foi semelhante.

A disponibilidade de energia radiante sob as copas assume papel importante para a produção

das forrageiras, por causa do sombreamento exercido pelas árvores (Bosi et al., 2014). A tolerância

da pastagem ao sombreamento depende de sua habilidade em se adaptar, morfológica, fisicamente

e nutricionalmente, a um nível específico de luminosidade (Dias-Filho, 2000). O objetivo foi avaliar

a matéria seca, teor e acúmulo de nitrogênio em braquiária cultivada em sistema de iLPF, no

município de Nova Canaã do Norte – MT.

MATERIAL E MÉTODOS

O estudo está sendo desenvolvido na Fazenda Gamada, localizada no município de Nova

Canaã do Norte – MT, em uma área experimental de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) já

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instalada desde 2009, constituída por 9 piquetes de 5 ha (250x200). O histórico resumido da área

segue: em 1998 a área experimental teve a floresta derrrubada para a implantação de pastagem

com braquiarão (BrachiariabrizanthacvMarandu), a qual permaneceu por dois anos. Em seguida a

área foi utilizada para o cultivo de culturas anuais por seis anos. Depois desse período a lavoura foi

substituída pela pastagem de braquiarão, a qual permaneceu na área por três anos (2006- 2008).

Dois meses antes da instalação do estudo, o solo foi amostrado na profundidade de 0-20 cm, o qual

apresentava as seguintes características químicas: pHag= 5,70; P(Mehlich) = 2,50 mg dm -3,

K(Mehlich) = 111 mg dm-3; Ca = 1,56 cmolc dm-3; Mg = 0,44 cmolc dm-3; Al = 0,00 cmolc dm-3; MO =

17 g dm-³, H= 1,75 cmolc dm-3 e V%=56. Para implantação do experimento a pastagem foi

dessecada, sendo semeado o arroz sob semeadura direta em dezembro de 2008 e o plantio das

árvores em janeiro de 2009. Os arranjos florestais foram: eucalipto (Eucalyptusurograndis) linha

simples (S), dupla (D) e tripla (T) (S x 2 m x 20 m; D x 3 x 2 x 20 m; T x 3 x 2 x 20 m]; paricá

(Schizolobiumamazonicum Huber exDucke) no mesmo arranjo; teca (Tectonagrandis L. f.) e pau-

balsa (Ochromapyramidale (Cav. exLam.) Urb.) apenas no arranjo T x 3 x 2 x 20 m e eucalipto no

espaçamento inicial de 4 x 3 m, tendo um desbaste programado para 2011, a 8 x 6 m, com 50% do

piquete ocupado por floresta mais capim no sub-bosque e 50% ocupado com lavoura no verão e

pastagem no inverno. A faixa de 20 metros foi ocupada sempre por lavoura nos anos agrícolas de

2009, 2010 e 2011.

Em março de 2011 a pastagem foi introduzida em meio a lavoura de grãos (mistura de sementes

ao fertilizante), a qual já está sendo pastejada até o presente momento.

Foi realizada a instalação de gaiolas de pastejo no tratamento Eucalipto Triplo em maio de 2014.

Os tratamentos foram os seguintes: 6 níveis de sombreamento e 2 níveis de adubação. Os níveis

de sombreamento foram 3 metros a esquerda, 6 metros a esquerda, 10 metros a esquerda, 3 metros

a direita, 6 metros a direita e 10 metros a direita e os 2 níveis de adubação foram 600 kg ha-1 do

formulado 10-10-10 em cobertura, aplicados em maio de 2014 ou ausência de fertilização, com 4

repetições (blocos). Cada repetição era composta por 12 gaiolas (10,6,3,3,6,10 m das arvores) tanto

do lado direito como esquerdo. Cada gaiola continha 1 metro quadrado, impedindo o acesso dos

animais ao pasto.

Realizaram-se quatro cortes na pastagem o primeiro dia 22 de setembro de 2014, o segundo

dia 02 de novembro de 2014, o terceiro dia 06 de dezembro de 2014 e o quarto dia 19 de janeiro

de 2015. Em todos os cortes utilizou-se um gabarito de 0,5 m por 0,5 m sendo que foram amostrados

dois pontos por gaiola totalizando 0,5 m2. O corte foi a 20 cm do solo e todo o material acima dessa

altura foi coletado. O restante de braquiária da gaiola foi rebaixado a 20 cm. Todo o material coletado

foi seco em estufa de circulação forçada a 65 °C por 2 dias para retirada de toda a umidade e após

isso pesado e calculado em massa de matéria seca por hectare. Após o material ser moído foi

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realizada análise de Nitrogênio apenas para o primeiro e segundo corte. Para os demais as análises

ainda serão realizadas. Calcularam-se as médias dos valores obtidos em relação às distancias e

ao lado da linha florestal, e com ou sem adubação.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A braquiária teve uma melhor resposta em massa seca à adubação na primeira coleta

quando relacionada à segunda coleta sendo que cinco dos seis tratamentos com fertilizante foram

superiores aos seus respectivos tratamentos sem fertilizante, porém na segunda coleta apenas três

tratamentos com fertilizantes foram superiores (Figura 1 e 2). Na quarta coleta (Figura 4) pode-se

notar que o acúmulo de matéria seca foi maior em todos os tratamento com adubação quando

relacionados aos sem adubação e as parcelas próximas aos renques florestais tiveram um menor

crescimento. Na primeira coleta o tratamento que melhor destacou-se com relação a matéria seca

foi 6 metros a esquerda com fertilizante e na segunda coleta 10 metros a esquerda sem fertilizante.

A média das somas de todas as coletas demonstrou um maior acúmulo de matéria seca nos

tratamentos com adubação.

Em geral os tratamentos da segunda coleta apresentaram maiores concentrações de

nitrogênio que os mesmos tratamentos da primeira coleta (Figura 3 e 4). O tratamento que

apresentou o maior concentração de nitrogênio na primeira coleta foi o três metros a direita sem

fertilizante e na segunda coleta dez metros a direita sem fertilizante. As maiores concentrações de

N nos tratamentos sem fertilizantes se devem ao efeito de diluição, pois os tratamentos com

fertilizantes apresentaram maior acúmulo de massa, o que dilui o N no tecido. Como o nitrogênio

faz parte da estrutura da proteína, um aumento nas concentrações desse nutriente na planta

repercute em um aumento na proteína. Paciullo et al., (2011) constataram que acúmulo diário de

proteína bruta nos tecidos das plantas, estimado apenas na época chuvosa, variou com a distância

do renque de árvores e alcançou valor máximo de 2,20 kg há-1 por dia, a 6,6 m de distância do

renque de árvores.

As médias para acúmulo de nitrogênio foram: com fertilizante primeira coleta 28,40 kg há-1,

sem fertilizante primeira coleta 26,40 kg há-1, com fertilizante segunda coleta 17,08 kg há-1 e sem

fertilizante segunda coleta 17,40 kg há-1. O maior acumulo de nitrogênio foi encontrado no

tratamento seis metros a esquerda com fertilizante da primeira coleta (Figura 5). O acúmulo de N

está diretamente relacionado a uma melhor alimentação animal e maior ciclagem do nutriente.

CONCLUSÕES

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A utilização de 600 kg há-1 do formulado 10-10-10 na Braquiaria resultou em um maior

acumulo inicial de matéria seca sendo que na segunda coleta esse acumulo não foi observado,

voltando a ser observado na quarta coleta.

LITERATURA CITADA

BOSI, C; PEZZOPANE, J.R.M; SENTELHAS, P.C; SANTOS, P.M; NICODEMO, M.L.F.

Produtividade e características biométricas do capim-braquiária em sistema silvipastoril. Pesquisa

Agropecuária Brasileira, Brasília, v.49, n.6, p.449-456, jun. 2014.

DANTAS, J. S. Evolução da degradação de pastagens mediante avaliação de características

químicas de um Latossolo Vermelho-Amarelo em uma cronossequência na Amazônia

Meridional. 2008. 32f. Monografia (Agronomia) - Universidade do Estado de Mato Grosso/Campus

de Alta Floresta, 2008.

DIAS-FILHO, M.B. Growth and biomass allocation of the C4 grasses Brachiaria brizantha and B.

humidicola under shade. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.35, p.2335-2341, 2000.

PACIULLO, D. S. C.; GOMIDE, C. A. M.; DE CASTRO, C. R. T. et al., Características produtivas e

nutricionais do pasto em sistema agrossilvipastoril, conforme a distância das árvores. Pesq.

agropec. bras., Brasília, v.46, n.10, p.1176-1183, out. 2011

RODIGHERI, H. R.; GRAÇA, L. R. Análise econômica comparativa de dois sistemas de cultivo

de erva-mate com o de rotação de soja-trigo no sul do Brasil. In: CONGRESSO BRASILEIRO

DE ECONOMIA E SOCIOLOGIA RURAL, 34., 1996, Aracaju. Anais... Brasília: SOBER, 1996. p.

1494 – 1504.

Anexos

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Figura 13: Média das massas de matéria seca de Braquiaria da 1ª coleta, em diferentes distâncias a partir do centro das árvores e com e sem adubação num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. 10 metros a esquerda (10 E), 6 metros a esquerda (6 E), 3 metros a esquerda (3 E), 10 metros a direita (10 D), 6 metros a direita (6 D), 3 metros a direita (3 D).

Figura 14: Média das massas de matéria seca de Braquiaria da 2ª coleta, em diferentes distâncias a partir do centro das árvores e com e sem adubação num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. 10 metros a esquerda (10 E), 6 metros a esquerda (6 E), 3 metros a esquerda (3 E), 10 metros a direita (10 D), 6 metros a direita (6 D), 3 metros a direita (3 D).

Com Fertilizante

Sem Fertilizante

0

1000

2000

3000

4000

5000

10 E 6 E 3 E 3 D 6 D 10 D

2947

4125

2601 27372724

3217

2554 25532888

2684

22232386

Mat

éri

a Se

ca (

kg h

a-1)

Tratamentos

Com Fertilizante

Sem Fertilizante

0

500

1000

1500

2000

10 E 6 E 3 E 3 D 6 D 10 D

1452 16261445

13311361 1283

1843

12741514

1160

1571

1131

Mat

éri

a Se

ca (

kg h

a-1

)

Tratamentos

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Figura 15: Média das massas de matéria seca de Braquiaria da 3ª coleta, em diferentes distâncias a partir do centro das árvores e com e sem adubação num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. 10 metros a esquerda (10 E), 6 metros a esquerda (6 E), 3 metros a esquerda (3 E), 10 metros a direita (10 D), 6 metros a direita (6 D), 3 metros a direita (3 D).

Com Fertilizante

Sem Fertilizante

0

500

1000

1500

2000

2500

10 E 6 E 3 E 3 D 6 D 10 D

1948

2475

1753 18161849

1820

1663

1988

1747 1689

19742119

Mat

éri

a Se

ca (

kg h

a-1

)

Tratamentos

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Figura 16: Média das massas de matéria seca de Braquiaria da 4ª coleta, em diferentes distâncias a partir do centro das árvores e com e sem adubação num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. 10 metros a esquerda (10 E), 6 metros a esquerda (6 E), 3 metros a esquerda (3 E), 10 metros a direita (10 D), 6 metros a direita (6 D), 3 metros a direita (3 D).

Figura 17: Soma das massas de matéria seca de Braquiaria das 4 coletas, em diferentes distâncias a partir do centro das árvores e com e sem adubação (600 kg ha-1 de 10-10-10) num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. 10 metros a esquerda (10 E), 6 metros a esquerda (6 E), 3 metros a esquerda (3 E), 10 metros a direita (10 D), 6 metros a direita (6 D), 3 metros a direita (3 D).

Com Fertilizante

Sem Fertilizante

0

200

400

600

800

1000

1200

10 E 6 E 3 E 3 D 6 D 10 D

1097

727 689

10741054

1059

699

417

279

509

680746

Mat

éri

a Se

ca (

kg h

a-1

)

Tratamentos

ComFertilizante

SemFertilizante

0

2000

4000

6000

8000

10000

10 E 6 E 3 E 3 D 6 D 10 D

74438952

6487 69576987

7379

6759 6232 6428 6042 6448 6382

Mat

éri

a Se

ca (

kg h

a-1

)

Tratamentos

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Figura 18: Média dos teores de nitrogênio de Braquiaria da 1ª coleta, em diferentes distâncias a partir do centro das árvores e com e sem adubação num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. 10 metros a esquerda (10 E), 6 metros a esquerda (6 E), 3 metros a esquerda (3 E), 10 metros a direita (10 D), 6 metros a direita (6 D), 3 metros a direita (3 D).

Figura 19: Média dos teores de nitrogênio de Braquiaria da 2ª coleta, em diferentes distâncias a partir do centro das árvores e com e sem adubação num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. 10 metros a esquerda (10 E), 6 metros a esquerda (6 E), 3 metros a esquerda (3 E), 10 metros a direita (10 D), 6 metros a direita (6 D), 3 metros a direita (3 D).

Com Fertilizante

Sem Fertilizante

0

2

4

6

8

10

12

10 E 6 E 3 E 3 D 6 D 10 D

10,01

8,959,52

9,44 10,108,03

9,1510,13 10,66

11,6010,48 10,02

Teo

r d

e N

itro

gên

io (

g kg

-1)

Tratamentos

Com Fertilizante

Sem Fertilizante

0

5

10

15

10 E 6 E 3 E 3 D 6 D 10 D

11,51 12,5512,93

11,69 12,28 11,25

11,0812,40 12,57 12,78

11,94

13,78

Teo

r d

e N

itro

gên

io (

g kg

-1)

Tratamentos

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Figura 20: Média dos acúmulos de nitrogênio de Braquiaria da 1ª coleta, em diferentes distâncias a partir do centro das árvores e com e sem adubação num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. 10 metros a esquerda (10 E), 6 metros a esquerda (6 E), 3 metros a esquerda (3 E), 10 metros a direita (10 D), 6 metros a direita (6 D), 3 metros a direita (3 D).

Figura 21: Média dos acúmulos de nitrogênio de Braquiaria da 2ª coleta, em diferentes distâncias a partir do centro das árvores e com e sem adubação num sistema de integração lavoura-pecuária-floresta. 10 metros a esquerda (10 E), 6 metros a esquerda (6 E), 3 metros a esquerda (3 E), 10 metros a direita (10 D), 6 metros a direita (6 D), 3 metros a direita (3 D).

Com Fertilizante

Sem Fertilizante

0

10

20

30

40

50

10 E 6 E 3 E 3 D 6 D 10 D

34,6341,50

29,64 30,67 32,68 29,96

28,0631,06

36,26 37,09

28,65 29,03

Acu

mu

lo d

e N

itro

gên

io(k

g h

a-1

)

Tratamentos

ComFertilizante

SemFertilizante

0

5

10

15

20

25

30

10 E 6 E 3 E 3 D 6 D 10 D

22,6126,84 25,30

21,55 22,99 20,19

26,08

22,1425,46

21,3724,88

22,65

Acu

mu

lo d

e N

itro

gên

io(k

g h

a-1

)

Tratamentos

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IMAGENS E COMENTÁRIOS SOBRE O ESTUDO

2009 A 2014

Início do projeto, com a dessecação da pastagem e instalação dos tratamentos em janeiro de 2009.

Início do projeto, junho de 2009. Área após colheita do primeiro cultivo com arroz.

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Área em novembro/dezembro de 2009. Soja em meio ao eucalipto linha dupla

Área em janeiro de 2011. Soja em meio ao pau balsa linha tripla. Inicio de sombreamento severo provocado pela espécie florestal.

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Área em janeiro de 2011 ao fundo. Soja em meio ao pau balsa linha tripla. Efeito de sombreamento severo sobre a produtividade. Área comercial 55 sc/ha e área com pau balsa

33 sc/ha.

Área em dezembro de 2011. Linhas duplas de eucalipto e pastagem ao meio, a qual foi introduzida em abril/maio de 2011.

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Área de pau balsa. Sombreamento já danificando pastagem e alta produção de serapilheira matando pastagem.

Outubro de 2012. Alta incidência de uma praga na espécie florestal Pinho cuiabano. Broca que danifica o lenho, depreciando a madeira.

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Outubro de 2012. Animais em pastejo na área de eucalipto linha tripla.

Outubro de 2012. Animais em pastejo na área onde faz-se lavoura no verão e pastagem na seca.

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Área de pau balsa. Sombreamento matando pastagem.

Dezembro de 2013. Inicio do desbaste das arvores de eucalipto. Corte das arvores tortas e danificadas para produção de mourões para a fazenda e de lenha (restos) para o secador

de soja. Rendimento de aproximadamente 5 mourões por arvore abatida.

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Instalação das gaiolas de pastejo para coleta de forrageira. Instalação apenas em meio ao sistema eucalipto linha tripla.

Uso do eucalipto na fazenda. Produção de mourões com madeira do ILPF. Inverno de 2014.

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Coleta das arvores em setembro de 2014. Derrubada de arvores e mensurações florestais. Trabalhos ainda em andamento dentro do laboratório.