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9 Ling. Acadêmica, Batatais, v. 7, n. 8, p. 9-40, jul./dez. 2017 Projeto de estruturação do Claretiano – Rede de Educação: breve relato de experiência Altino Teixeira da ROCHA NETO 1 Luiza Helena Orsolini LOPES 2 Wagner Segato DOS SANTOS 3 Nathália Maria Mazaron DE ASSIS 4 Letícia Maitê BAVIERA 5 Resumo: O Claretiano – Rede de Educação é uma instituição educacional, com atividades na Educação Básica e Educação Superior, mantidas pelos Missionários Claretianos do Brasil – Congregação Católica, atualmente com 8 colégios, 3 faculdades e um Centro Universitário e mais de 103 polos de Educação a Distância em todos os estados do Brasil. Até o ano de 2012, as instituições eram completamente independentes, contando com direção e estrutura de gestão e de ensino autônomas. Existiam apenas algumas ações em conjunto, como reuniões de diretores, denominadas Ceclab, para troca de experiências, surgindo, então, ações de alinhamento da Missão e o Projeto Educativo Claretiano. Posteriormente, vislumbraram-se diversas oportunidades de ganhos acadêmicos e administrativos com a constituição de uma rede de educação, nascendo o Claretiano – Rede de Educação. Para suportar a constituição da Ação Educacional Claretiana como “rede”, integrando todas as suas unidades educativas, surgiu, em 2012, o Projeto Estruturação do Claretiano – Rede de Educação. Para elucidar o relato do caminho, o presente trabalho é apresentado de acordo com os objetivos e atividades de cada fase e, por fim, demonstra os resultados obtidos com o projeto da criação da Rede. Palavra-chave: Claretiano – Rede de Educação. Projeto. Reestruturação. Processo. 1 Altino Teixeira da Rocha Neto. Especialista em Controladoria e Finanças pela Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia (Fundace) e em Gerente de Cidade pelo Fundação Armando Alvares Penteado (Faap). Bacharel em Ciência Econômica pelo Centro Universitário de Franca (Unifran) e Bacharel em Ciências Contábeis pelo Claretiano – Centro Universitário. E-mail: <[email protected]>. 2 Luiza Helena Orsolini Lopes. Especialista em Educação Infantil e Alfabetização pelo Claetiano – Centro Universitário. Bacharel em Análise de Sistemas pela Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp). Atualmente trabalha como Analista de Negócios no Claretiano – Rede de Educação. E-mail: <[email protected]>. 3 Wagner Segato dos Santos. Especialista em Desenvolvimento de Projetos em Java com Banco de Dados pelo Claretiano – Centro Universitário Claretiano. Bacharel em Sistemas de Informação pelo Claretiano – Centro Universitário. E-mail: <[email protected]>. 4 Nathália Maria Mazaron de Assis. Graduada em Administração de Empresas pela Faculdade de Campinas (FACAMP). Atualmente trabalha como Analista de Negócios no Claretiano – Rede de Educação. E-mail: <[email protected]>. 5 Letícia Maitê Baviera. Especialista em Educação Infantil e Alfabetização pelo Claretiano – Centro Universitário. Licenciada em Matemática e Licenciatura em Pedagogia pelo Claretiano – Centro Universitário. Atualmente trabalha como Analista de Negócios no Claretiano – Rede de Educação. E-mail: <[email protected]>.

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Projeto de estruturação do Claretiano – Rede de Educação: breve relato de experiência

Altino Teixeira da ROCHA NETO1

Luiza Helena Orsolini LOPES2

Wagner Segato DOS SANTOS3

Nathália Maria Mazaron DE ASSIS4

Letícia Maitê BAVIERA5

Resumo: O Claretiano – Rede de Educação é uma instituição educacional, com atividades na Educação Básica e Educação Superior, mantidas pelos Missionários Claretianos do Brasil – Congregação Católica, atualmente com 8 colégios, 3 faculdades e um Centro Universitário e mais de 103 polos de Educação a Distância em todos os estados do Brasil. Até o ano de 2012, as instituições eram completamente independentes, contando com direção e estrutura de gestão e de ensino autônomas. Existiam apenas algumas ações em conjunto, como reuniões de diretores, denominadas Ceclab, para troca de experiências, surgindo, então, ações de alinhamento da Missão e o Projeto Educativo Claretiano. Posteriormente, vislumbraram-se diversas oportunidades de ganhos acadêmicos e administrativos com a constituição de uma rede de educação, nascendo o Claretiano – Rede de Educação. Para suportar a constituição da Ação Educacional Claretiana como “rede”, integrando todas as suas unidades educativas, surgiu, em 2012, o Projeto Estruturação do Claretiano – Rede de Educação. Para elucidar o relato do caminho, o presente trabalho é apresentado de acordo com os objetivos e atividades de cada fase e, por fim, demonstra os resultados obtidos com o projeto da criação da Rede.

Palavra-chave: Claretiano – Rede de Educação. Projeto. Reestruturação. Processo.

1 Altino Teixeira da Rocha Neto. Especialista em Controladoria e Finanças pela Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia (Fundace) e em Gerente de Cidade pelo Fundação Armando Alvares Penteado (Faap). Bacharel em Ciência Econômica pelo Centro Universitário de Franca (Unifran) e Bacharel em Ciências Contábeis pelo Claretiano – Centro Universitário. E-mail: <[email protected]>.2 Luiza Helena Orsolini Lopes. Especialista em Educação Infantil e Alfabetização pelo Claetiano – Centro Universitário. Bacharel em Análise de Sistemas pela Universidade de Ribeirão Preto (Unaerp). Atualmente trabalha como Analista de Negócios no Claretiano – Rede de Educação. E-mail: <[email protected]>. 3 Wagner Segato dos Santos. Especialista em Desenvolvimento de Projetos em Java com Banco de Dados pelo Claretiano – Centro Universitário Claretiano. Bacharel em Sistemas de Informação pelo Claretiano – Centro Universitário. E-mail: <[email protected]>.4 Nathália Maria Mazaron de Assis. Graduada em Administração de Empresas pela Faculdade de Campinas (FACAMP). Atualmente trabalha como Analista de Negócios no Claretiano – Rede de Educação. E-mail: <[email protected]>.5 Letícia Maitê Baviera. Especialista em Educação Infantil e Alfabetização pelo Claretiano – Centro Universitário. Licenciada em Matemática e Licenciatura em Pedagogia pelo Claretiano – Centro Universitário. Atualmente trabalha como Analista de Negócios no Claretiano – Rede de Educação. E-mail: <[email protected]>.

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Restructuring project of Claretiano – Education Network: brief experience report

Altino Teixeira da ROCHA NETOLuiza Helena Orsolini LOPESWagner Segato DOS SANTOS

Nathália Maria Mazaron DE ASSISLetícia Maitê BAVIERA

Abstract: Claretiano – Education Network is an educational institution with Basic and Higher Education activities, maintained by the Claretian Missionaries from Brazil – Catholic Congregation, currently with 8 schools, 3 faculties and a university center, as well as more than 103 Distance Education centers on all Brazilian states. Until 2012, institutions were completely independent, counting on autonomous managament structure. There were only some actions, such as management meetings, called Ceclab, for experience exchange, what enabled alignment actions of the Mission and the Educational Project from Claretiano. Afterwards, many academic and management gains opportunities were envisioned with the constitution of an educational network, which created Claretiano – Education Network. In order to support the constitution of the Claretian Educational Action as “network”, integrating all of its educational unities, it was created, in 2012, the Restructuring Project of Claretiano – Education Network. To clarify the report of the process, this study is presented according to the objectives and activities of each phase and, finally, shows the results obtained with the project of creating the Network.

Keywords: Claretiano – Education Network. Project. Restructuring. Process.

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1. INTRODUÇÃO

O constante crescimento das instituições claretianas no cená-rio brasileiro, devido à qualidade de ensino e ao êxito e à vanguarda de suas atividades de educação, promoveu uma mudança de para-digma na gestão das instituições claretianas, ou seja, suscitaram a necessidade de mudança e o aumento de sinergia, de forma que as práticas de ensino e gestão mais bem-sucedidas fossem implanta-das para todos. Desse contexto originou-se o Projeto de Estrutura-ção do Claretiano – Rede de Educação.

Considerando o fato de que cada instituição claretiana possuía uma direção e estrutura de gestão e ensino totalmente autônomas, bem como identidade visual, sistemas de informação e estratégias de gestão distintas, o Projeto Estruturação do Claretiano – Rede de Educação suportou a consolidação da rede, propondo um modelo de gestão para a Ação Educacional Claretiana, com base na gestão “de” e “por” seus processos acadêmicos e administrativos.

Este foi um grande desafio em uma organização constituída, na época, por seis unidades, espalhadas por todo Brasil e que ofere-ciam Educação Básica, Educação Superior Presencial e EaD, Pós--graduação EaD, além de cursos de Extensão Universitária e outras atividades que atendiam a todas as comunidades em que estavam inseridas.

O Projeto, que teve início em setembro de 2012, logo após a unificação da imagem e das marcas do Claretiano – Rede de Educa-ção, teve como uma de suas premissas o envolvimento e a partici-pação das pessoas da Instituição em todas as atividades propostas. Foi, de fato, um trabalho colaborativo, no qual todos os envolvidos – sejam os que estavam diretamente implicados, fazendo parte da equipe do Projeto, sejam as pessoas em suas diversas áreas de atu-ação – demonstraram plena vontade de que o Projeto se concreti-zasse, entendendo a importância de atuar em rede e de construir um novo cenário de gestão educacional.

Para elucidar o contexto sobre o qual foi articulado o Processo de Estruturação do Claretiano – Rede de Educação, cabe apresentar

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um breve histórico sobre a trajetória dos Missionários Claretianos e a sua relação com a Educação, no Brasil.

Breve histórico contextual: os Missionários Claretianos e a Educação no Brasil

A Congregação dos Missionários Claretianos tem como fun-dador Santo Antônio Maria Claret, que nasceu no dia 23 de dezem-bro de 1807, em Sallent, Catalunha, Espanha. Filho de uma família católica, formado nos ensinamentos cristãos, desde criança deseja-va ser missionário para levar o anúncio do Evangelho e a salvação a toda a humanidade. Foi ordenado sacerdote no ano de 1835 e sempre levou um estilo de vida missionário: passava de cidade em cidade anunciando o Reino de Deus (PORTAL CLARET, 2017).

Essa capacidade para o trabalho e a visão holística, pela qual interpretava contextualmente as necessidades humanas, rendeu--lhe, além da perseguição política, a capacidade de trabalhar em várias frentes, sempre sensível ao mais urgente, oportuno e eficaz.

No seu ideal evangelizador e em sua peregrinação pela Es-panha, Ilhas Canárias e outras regiões, Santo Antônio Maria Claret percebeu que poderia tornar seu apostolado mais produtivo se con-seguisse articular homens desejosos de proclamar a mensagem de Jesus Cristo, unidos em torno de uma congregação. Assim, em 16 de julho de 1849, na cidade espanhola de Vic, na Catalunha, fun-dou, com mais cinco amigos sacerdotes, a Congregação dos Mis-sionários Filhos do Imaculado Coração de Maria, cujos membros são conhecidos como Missionários Claretianos (PORTAL CLA-RET, 2017).

A congregação nasceu com o objetivo de anunciar, por todos os meios possíveis, no Serviço Missionário da Palavra, o evangelho de Jesus Cristo a todo o mundo. Inicialmente ela se dedicou exclu-sivamente ao serviço missionário e, posteriormente, foi assumindo outras atividades apostólicas: paróquias, educação (colégios, facul-dades, escolas eclesiásticas, formação de leigos, agentes de pastoral e voluntários), missões, meios de comunicação social, obras sociais e promocionais.

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No Brasil, os Missionários Claretianos iniciaram seu traba-lho em 1895, na cidade de São Paulo (PORTAL CLARET, 2017). Desde o início, a missão incorporou atividades em Santas Casas, Colégios e Paróquias. Com o passar do tempo, dadas as circunstân-cias e as necessidades locais, suas atividades foram se ampliando, sempre atendendo ao Carisma Claretiano, da “evangelização por todos os meios possíveis”. Os Seminários para formação de missio-nários claretianos brasileiros começaram a despontar no período de 1922 a 1934, com experiências iniciais em São Paulo, Guarulhos, Rio Claro e Curitiba. Porém, em 1925, ocorre a integração de uma escola salesiana às atividades missionárias dos Claretianos, com a aquisição do Colégio São José de Batatais, na Diocese de Ribeirão Preto (CLARETIANO, 2017).

O Colégio, com seu internato, preencheu notavelmente uma lacuna no interior de São Paulo e no sul do Estado de Minas Gerais, no aspecto da educação da juventude em geral e da formação de cristãos para a Igreja. Jovens de todo o Brasil vinham, por quase 40 anos, à procura de formação de qualidade (CLARETIANO, 2017).

Com o avanço da ditadura militar e o fechamento obrigatório dos colégios internos, os missionários Claretiano decidiram iniciar atividades com foco no Ensino Superior. Assim, a reunião da Dire-toria do Colégio São José, no dia 15 de junho de 1969, decidiu-se pela criação da primeira Faculdade, a de Educação Física, e, no dia 11 de março de 1970, o Conselho Federal de Educação deu auto-rização para funcionar a Escola de Educação Física, sendo mante-nedora a Instituição Colégio São José. No dia 22 de dezembro de 1972, a Faculdade foi reconhecida pelo MEC. E, em 1973, deu-se a fundação da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras “José Olim-pio”, com os cursos de Educação Física, Matemática, Pedagogia e Letras. Dez anos depois, em 1984, foi criada a Faculdade de Reabi-litação: Fisioterapia e Terapia Ocupacional. E em 1988, o curso de Filosofia e, daí em diante, houve a consolidação do Ensino Supe-rior, com a criação de diversos cursos de formação de professores (CLARETIANO, 2015b).

Assim, depois de várias décadas de funcionamento como in-ternato (de 1925 a 1969), os Missionários Claretianos decidiram

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dar nova orientação ao Colégio São José de Batatais, transforman-do-o em um Centro de Ensino Superior (CLARETIANO, 2017).

Inspirada por sua Missão, a atividade educativa dos Missio-nários Claretianos manteve-se atenta ao processo histórico da edu-cação no país, pautando-se pelo princípio de que a educação é pro-motora da dignidade da pessoa humana e de seu desenvolvimento integral e, por isso, deve chegar a todas as pessoas. Coerentes com essas diretrizes, intensificaram-se as reflexões sobre as questões básicas da educação em todos os segmentos da Instituição, com o intuito de promover o crescimento harmônico de toda a comunida-de educativa.

Dessa forma, a dedicação dos Missionários Claretianos à Edu-cação Superior no Brasil começou no ano de 1970, com a fundação da Faculdade de Educação Física de Batatais, que abriu as portas para o surgimento da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras “José Olympio”. Posteriormente, as Faculdades Claretianas, que contam com campi nas cidades de Batatais, Rio Claro e São Paulo, transformaram-se, em 1996, em Faculdades Integradas – União das Faculdades Claretianas (Uniclar) (CLARETIANO, 2017).

Em março de 2001, a unidade de Batatais obteve o credencia-mento do MEC como Centro Universitário Claretiano (em 2013, a partir da criação do Claretiano – Rede de Educação, a Instituição passou a chamar-se Claretiano – Centro Universitário). Assim esta-belecido, o próximo passo foi levar a educação Claretiana a alunos cada vez mais distantes e, a partir de 2005, novos cursos passaram a ser oferecidos também na modalidade a distância: iniciando-se pelo estado de São Paulo, em seguida Minas Gerais, depois Rondônia, Distrito Federal, Alagoas e Paraná. A educação Claretiana chegava então a todas as regiões do país, atendendo alunos desde a pré--escola até a Pós-Graduação (CLARETIANO, 2015b).

É importante ressaltar que a Faculdade Claretiana de Teolo-gia iniciou suas atividades no ano de 1934, como centro interno de estudos de Filosofia e Teologia da Congregação Claretiana. E, em 1962, antes mesmo do início do Concílio Ecumênico Vaticano II, os diferentes cursos de Teologia católicos de Curitiba decidi-ram unir-se numa única instituição, agregando, assim, professores

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e alunos, e formando desde então o Studium Theologicum, sob a coordenação e manutenção da Congregação Claretiana e afiliado à Pontifícia Universidade Lateranense de Roma. Mas foi apenas em 2005 que houve o reconhecimento do curso como Educação Supe-rior pelo MEC (CLARETIANO – REDE DE EDUCAÇÃO, 2017).

Já no ano de 2009, foi homologada a transferência de man-tenedora do Centro Educacional Stella Maris, de Taguatinga/DF, passando para os missionários Claretianos e, em 2013, o mesmo se deu com a Escola Santa Rita de Cássia em Boa Vista/RR. No ano de 2016, um novo colégio em São Miguel do Guaporé/RO foi constituído e, por fim, em 2017, adquiriu-se outro colégio em Ma-rabá/AP.

Hoje, o serviço missionário da Província Claretiana do Brasil está presente em 28 paróquias, do Brasil e da África, contemplan-do 23 comunidades. Faz-se presente na área de educação com oito colégios, quatro faculdades, um centro universitário e mais de 100 polos de apoio a Educação a Distância. Atua, ainda, no segmento de comunicação social, com duas rádios, uma emissora de TV e uma editora. Na área da assistência social, possui dez creches, bem como um centro de serviços de assistência à saúde de idoso. Além disso, promove obras sociais como Claretiano Solidário, Claretia-nos na África e Projeto Claretiano Terra Nova.

Claretiano – Rede de Educação: Projeto Educativo e Missão

A Missão do Claretiano – Rede de Educação é:[...] capacitar a pessoa humana para o exercício profissional e para o compromisso com a vida, mediante uma formação integral. Essa missão se caracteriza pela investigação da verdade, pelo ensino e pela difusão da cultura, inspirada nos valores éticos e cristãos e no carisma claretiano que dão pleno significado à vida humana (CLARETIANO, 2012b, p. 17).

Para que a Missão se concretize em todas as dimensões (pe-dagógica, administrativa e acadêmica), o Claretiano – Rede de Edu-cação assume uma postura aberta, dinâmica e sensível, buscando

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responder às necessidades e às expectativas dos contextos externo (socioeconômico e cultural) e interno da Instituição.

A “educação a serviço da verdade” é a principal referência da Educação Claretiana, que está presente em todas as suas Unidades Educativas, pautando os projetos pedagógicos, as atividades educacionais e, principalmente, os valores oferecidos da Educação Infantil à Pós-Graduação.

A Comissão de Educadores Claretianos do Brasil – Ceclab tem por objetivo pensar, articular e avaliar a proposta educativa Claretiana, sendo fiel ao Carisma Claretiano, conforme o Projeto Educativo Claretiano. A Ceclab tem atuação vinculada ao Governo da Província dos Missionários Claretianos e à Ação Educacional Claretiana – Educlar, entidade mantenedora das Unidades Educati-vas do Claretiano − Rede de Educação.

A Comissão de Educadores Claretianos do Brasil – Ceclab possui um Conselho Executivo, com um total de cinco pessoas, sendo elas diretores e coordenadores da Educação Básica e Supe-rior (presencial e a distância), bem como professores e funcioná-rios convocados pelo Reitor/Diretor de cada Unidade de Educação (CLARETIANO, 2015a).

2. RELATO DE EXPERIÊNCIA: A CRIAÇÃO DO CLA-RETIANO – REDE DE EDUCAÇÃO DO BRASIL

Das reflexões da Ceclab e com o espírito de que, para novos tempos, é preciso ter a ousadia de transformar a realidade para res-ponder aos anseios da sociedade contemporânea, foi constituído, no ano de 2012, o Claretiano – Rede de Educação, integrando todas as instituições mantidas pela Ação Educacional Claretiana sob a mesma marca.

Anteriormente, cada uma das unidades contava com direção e estrutura de gestão e de ensino autônomas, além de uma identida-de visual própria, com sistemas de informação desintegrados e es-tratégias de gestão distintas. Ao avaliar a dimensão de toda essa es-trutura, bem como os resultados que cada unidade vinha atingindo,

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identificou-se a necessidade de que essas instituições educacionais passassem a atuar em rede, compartilhando experiências, recursos e colaborando para a consolidação de uma educação de qualidade.

A rede nasceu preservando todos os valores e a vocação da Educação Claretiana, mas buscando um novo foco na melhoria das estratégias de gestão e na criação de um novo modelo de governan-ça alinhado à Missão Institucional e ao Projeto Educativo Claretia-no.

Para suportar a constituição da Ação Educacional Claretiana como rede, integrando todas as suas unidades educativas, surgiu, em 2012, o Projeto Estruturação do Claretiano – Rede de Edu-cação, valorizando a lógica da colaboração ampliada, a interação entre as equipes e recursos, em seus diversos contextos.

Conduzido inicialmente pela consultoria Wollen e alguns co-laboradores do Claretiano – Centro Universitário, o projeto objeti-vava:

Criar um modelo de gestão, alinhado com o Projeto Edu-cativo Claretiano, seus Valores e sua Missão, baseado na gestão por processos, de modo a estruturar e dar sustenta-bilidade ao Claretiano – Rede de Educação, acompanhan-do e gerindo as mudanças decorrentes destas ações (CLA-RETIANO, 2012c, [n.p.]).

Desenvolvido entre setembro de 2012 e dezembro de 2016, foi desdobrado em quatros subprojetos: Projeto Modelo de Gestão Claretiano; Projeto de Gestão Estratégica de Processos Acadêmi-cos; Projeto de Gestão Estratégica de Processos Administrativos; e Projeto de Gestão da Mudança. Quatro subprojetos distintos, po-rém com propositura de andamento e objetivos alinhados, mais que isso, organizados de formas distintas, no entanto com finalidades únicas de atender à criação do Claretiano – Rede de Educação, fa-zendo a Instituição viver momentos de transformação e de apren-dizado.

A força motriz dessas transformações foram as pessoas que viviam e conheciam a Instituição, pois elas estavam elencadas em todas as premissas, verdades para efeito do planejamento, condu-ção operacional e gerencial do Projeto de Estruturação do Clare-

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tiano – Rede de Educação, dentre as quais podemos citar: apoio e envolvimento da alta gestão do Claretiano – Rede de Educação; comprometimento e atuação das áreas envolvidas diretamente; en-volvimento e participação do Núcleo de Gestão de Pessoas; forma-ção de equipe claretiana para atuação direta nos Projetos; compro-metimento das áreas envolvidas no fornecimento de informações, na execução das atividades sob sua responsabilidade, nas valida-ções de conteúdo e na aprovação das entregas de cada fase.

Entende-se, dessa forma, que, muito além de ferramentas ou métodos, o que faz de fato um projeto acontecer são as pessoas que fazem parte dele, direta ou indiretamente.

Figura 1. Modelo de estruturação do Projeto – guarda-chuva.

Fonte: elaborado pelos autores.

Os quatro projetos foram amarrados a uma mesma estrutura analítica para execução de suas atividades, e essa relação foi ideali-zada, considerando a importância de respeitar os tempos de geração de informações entre os Projetos.

O Projeto de Estruturação do Claretiano – Rede de Edu-cação foi subsidiado por uma metodologia inspirada na ação da Igreja: método VER, JULGAR e AGIR. O método está ligado à maneira de ser Igreja fazendo VER “como comunidade”, JULGAR “como comunidade” e AGIR “como comunidade”. Reconhece que o método faz VER com os olhos do Pai, JULGAR coerentemente

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segundo os ensinamentos e exemplos do Filho e da comunidade, e AGIR sob a influência do Espírito Santo.

O momento “pós da metodologia” denominou-se REVER e CELEBRAR. REVER para avaliar ou tomar consciência hoje, do que fizemos ontem, para melhorar o agir de amanhã, sendo esta a etapa mais importante do método. E, como para os cristãos a Fé e a Vida são integradas, não se separam por isso o CELEBRAR, ce-lebramos nossas vitórias, conquistas, fracassos, alegrias, tristezas e nossa organização. Pois é celebrando a vida concreta que reconhe-cemos a presença do Deus libertador em nossa caminhada.

Todas as fases são precedidas por uma etapa de Planejamento, momento em que o Projeto está dedicado a estruturar-se, construin-do seus planos de projeto, de gestão da mudança e de comunicação, além do próprio cronograma. Para melhor explicitar a metodologia, apresentamos, a seguir, as fases e finalidades do escopo do projeto: Diagnóstico, Análise e Projeção, Melhoria e Redesenho e Imple-mentação, Avaliação e Acompanhamento (CLARETIANO, 2012c).

Figura 2. Fases do Projeto de Estruturação do Claretiano – Rede de Educação.

Fonte: elaborado pelos autores.

O envolvimento e participação de toda Instituição foram im-prescindíveis para o êxito do Projeto; por conseguinte, pode-se en-tender toda a Instituição como equipe desse Projeto.

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Entretanto, a Instituição não parou, suas rotinas seguiram acontecendo, a necessidade de atender às demandas dos alunos e de toda comunidade continuaram. Entendendo, também, que havia um conjunto de atividades voltadas para o desenvolvimento do Pro-jeto, foi necessário constituir uma equipe ligada diretamente a sua execução, que se envolvesse em momentos decisórios e nas ativi-dades de operação propriamente ditas, e a qual estivesse preparada para dar sequência às novas demandas pós-projeto: o Escritório de Projetos.

Legitimando os papéis e responsabilidades ligados ao Proje-to, foi estruturado um organograma próprio, ficando representado como segue:

Figura 3. Organograma do Projeto.

Fonte: elaborado pelos autores.

O Comitê Diretivo era responsável pela aprovação e pelo acompanhamento do andamento do Projeto, tendo como principal responsabilidade decidir e determinar as mudanças no escopo do projeto ou do negócio desenvolvido pela Instituição, visando ao bom andamento e ao cumprimento de prazos e objetivos. Por meio de reuniões mensais, os Gerentes do Projeto prestam contas sobre o

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andamento dos trabalhos e levantavam questões para a análise e o posicionamento do Comitê.

Já o Comitê Validador era responsável pela avaliação dos processos definidos pela Equipe do Escritório de Projetos quanto à sua adequação às necessidades do Claretiano – Rede de Educação. Sua avaliação era de cunho técnico e funcional, considerando a boa aplicação dos processos à realidade institucional. Foram realizadas reuniões semanais para acompanhar e zelar pelo Cronograma, ava-liando e intervindo na participação e envolvimento das pessoas nas atividades propostas.

Por fim, havia o Escritório de Projetos, composto pela con-sultoria Wollen, encarregada pela Gerência do Projeto, cujo dever era direcionar esforços para atingir os objetivos estabelecidos no Plano, bem como reportar o andamento das atividades tanto ao Co-mitê Validador quanto ao Comitê Diretivo, planejar e atribuir ativi-dades à Equipe, e obter a aprovação formal nos produtos finais e no cronograma para cada fase. Estava composto, também, pela Equipe do Projeto, com colaboradores claretianos, diretamente evolvidos e incumbidos das atividades, com poderes consultivo, deliberativo, analítico e, principalmente, executivo. Trata-se de figura de impor-tância ímpar, pois, além de conduzir as principais discussões, deve-ria absorver o conhecimento da metodologia e suas ferramentas, e também do desenvolvimento institucional.

Fase 1 – VER: Diagnóstico

A Fase 1 ocorreu entre setembro de 2012 e junho de 2013 e teve como foco estudar, identificar e sistematizar a realidade atual das Instituições, avaliando estatutos e regimentos internos, estrutu-ra organizacional, atividades desempenhadas e registro de o que era realizado e o como. Nessa fase, não coube juízo de valor. O arranjo e agrupamento das informações, utilizando-se de técnicas e méto-dos de Gestão de Processos, procurou tão somente retratar como estava estruturada e funcionando a Ação Educacional Claretiana.

Foram realizadas, inicialmente, reuniões com os diretores das unidades para verificar a coerência da situação com o regimen-

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to e o organograma da unidade, identificando, ainda, os setores e stakeholders, além das atividades desempenhadas em cada unida-de. Ao todo, reconheceu-se 230 setores nas seis unidades, a saber: Batatais, Belo Horizonte, Curitiba, Rio Claro, São Paulo e Tagua-tinga6.

Na sequência, agendou-se visitas em cada local, pretendendo conversar com os colaboradores e captar a maneira com que cada um operava suas atividades. Foram entrevistadas 248 (duzentos e quarenta e oito) pessoas e levantados 1.705 (um mil setecentos e cinco) processos acadêmicos e administrativos.

Quadro 1. Quadro de Colaboradores e Processos das Unidades Claretianas.

UNIDADE COLABORADORES ENTREVISTADOS

PROCESSOS LEVANTADOS

Batatais/SP– Educação Básica– Graduação Presencial– Graduação EaD– Pós-Graduação– Extensão– Atividades Extras

110 778

Belo Horizonte/MG– Educação Básica– Polo de apoio ao EaD

18 105

Curitiba/PR– Graduação Presencial– Polo de apoio ao EaD

21 108

Rio Claro/SP– Educação Básica– Graduação Presencial– Polo de apoio ao EaD– Atividades Extras

42 380

6 Nessa época, os Colégios de Boa Vista/RR e São Miguel do Guaporé/RO ainda não pertenciam ao Claretiano – Rede de Educação, portanto não fez parte das atividades iniciais do Diagnóstico.

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São Paulo/SP– Educação Básica– Graduação Presencial– Polo de apoio ao EaD– Atividades Extras

29 250

Taguatinga/DF– Educação Básica– Polo de apoio ao EaD– Atividades Extras

28 143

TOTAL 248 1.764

Fonte: elaborado pelos autores.Já com os processos levantados e documentados, a Equipe do

Escritório de Projetos realizou uma segunda rodada de entrevistas com as áreas para a construção de uma ferramenta, na qual seriam detalhadas as atividades do processo de forma cronológica, bem como seriam reconhecidos os donos dos processos, setores envolvidos, recursos necessários, requisitos de entrada e saída, políticas e normas. A partir dessas informações, os processos foram representados graficamente por meio de fluxogramas da situação atual (ASIS) e, em seguida, encaminhados para a validação dos líderes das áreas entrevistadas.

O próximo passo foi a realização da preparação dos Mapas de Relacionamento de Processos das Unidades, agrupando os proces-sos em Macroprocessos e mostrando como estes estavam relacio-nados a outros processos ou áreas. Esses mapas foram apresentados a todas as unidades, e cada área pôde validar as informações e esses relacionamentos. Nesse momento de exposição, discutiram-se pro-blemas e/ou situações críticas, com a finalidade de levantar suas causas e seus efeitos.

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Figura 4. Etapas da Fase 1.

Fonte: elaborado pelos autores.

Fase 2 – JULGAR: Análise e Projeção

A análise foi realizada considerando as informações levanta-das na fase de Diagnóstico (Fase 1). Tratou-se, fundamentalmente, da avaliação dos processos, da identificação daquilo que agregava ou não valor à Instituição, ao aluno e à comunidade de modo geral.

Iniciou-se, em sala de projeto, o estudo sobre cada processo, de cada unidade, com a finalidade de agrupar os processos iguais ou próximos, que agiam em prol de um mesmo resultado. Esse exercício transformou os cerca de 1.700 processos em aproxima-damente 400.

Portanto, a partir desse conjunto agrupado de processos, ins-taurou-se, na Fase 2, o reconhecimento dos gargalos dos processos, a fim de propor melhorias, otimização de recursos e redução de retrabalho. Esse foi o momento de avaliar o quanto a instituição estava alinhando processos/atividades à sua estratégia.

Nessa fase, os líderes dos diversos setores foram convidados a discutir encaminhamentos institucionais fundamentais e reafir-mar a necessidade de políticas para a rede.

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Os grupos de discussão foram formados por áreas baseadas nos macroprocessos:

• Marketing.• Gerir Biblioteca.• Gerir e Apoiar Tecnologia.• Processo Seletivo.• Financeiro e Contabilidade.• Recebíveis e Cobrança.• Fies.• Bolsas, Descontos Comerciais e Convênios.• Gerir Polos.• Organizar Encontro Presencial.• Elaborar e Acompanhar Campanhas e Projetos.• Gerir Assistência Social.• Relação com a Comunidade.• Gestão de Pessoas.• Matricular Aluno.• Preparar SAV.• Preparar Período Letivo.• Apoiar processo de Iniciação Científica e Extensão.• Apoiar processo de Estágio.• Gerir Educação Superior.• Preparar Curso.• Preparar Período Letivo.• Apoiar Sala e Encontros Presenciais.• Colégio.• Pastoral e Ação comunitária.

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• Realizar Apoio e Assessoria Jurídica.Foram realizadas cerca de 30 reuniões colaborativas com o

total de 20 grupos no período de junho a setembro de 2013, dando origem a 35 Relatórios de Diagnóstico e Análise (RDA), os quais continham: avaliação das interfaces de cada processo; a que área, modalidade ou nível de ensino se aplica o processo em discussão; os controles paralelos e uso do sistema (com a especificação dessas informações); os gargalos do processo; os pontos fortes e peculiari-dades em cada processo; os possíveis encaminhamentos sugeridos pelo grupo.

É importante ressaltar que todos os documentos gerados na fase de diagnóstico e na fase de análise e projeção serviram como guias e orientações para as discussões da próxima etapa, que trata-ria, com afinco, a criação do Modelo de Gestão.

Modelo de GestãoApós a conclusão das fases 1 e 2, chegou o momento de defi-

nir rumos para a criação do Modelo de Gestão do Claretiano – Rede de Educação.

A partir das carências identificadas nas entrevistas com as unidades, do alinhamento com a direção e do estudo dos documen-tos Institucionais – a saber: Estatuto, Regimento, Projeto Educativo Claretiano, Plano de Desenvolvimento Institucional, dentre outros –, foi possível compreender como a Instituição estava estruturada hierarquicamente, seu modelo de gestão aplicado até então, sua fi-losofia, missão e valores.

Com o objetivo de alinhar conceitos acerca dos elementos que constituem um Modelo de Gestão e, à luz dessas informações, iniciar a construção de um Modelo de Gestão que atendesse a toda a Rede, foi realizado o I Encontro Nacional de Gestores do Clare-tiano – Rede de Educação, com o tema: Construindo o Modelo de Gestão à luz do Projeto Educativo Claretiano, e tendo como lema a passagem de Lucas, em que Jesus se reúne à ceia antes da Pás-coa com seus discípulos e lhes diz: “Estou entre vós como aquele

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que serve” (Lc 22:27). Entre os dias 7 e 8 de agosto de 2013, a alta gestão do Claretiano – Rede de Educação, representada pelas principais lideranças de todas as Instituições Claretianas de Edu-cação, além dos membros do Governo Geral da Província, tiveram a oportunidade de vivenciar momentos ricos em aprendizado co-laborativo, troca de experiências e discussões visando estruturar a Instituição de uma forma que melhor servisse aos seus propósitos perante os alunos e toda comunidade educativa.

Nesse encontro, foram apresentadas as estruturas atuais de cada unidade, proporcionando avaliação sobre marcos basilares de operação: aparatos normativos internos e externos e tecnologia da informação – que, de certa forma, limitavam e regulavam seu fun-cionamento.

O encontro também contou com a presença do Professor Dou-tor Luciano Rodrigues Marcelino, que conduziu o alinhamento de conhecimentos sobre os temas abordados, temas estes que estavam em sintonia com os novos rumos que o Governo Provincial havia proposto às instituições educacionais. Refletir sobre o Modelo de Gestão com base na experiência de vida, bem como no conheci-mento teórico, prático e aplicado, foi um passo fundamental para o fortalecimento do grupo.

Foi um momento valioso na história institucional, no qual foi possível discutir como seria o futuro da Rede, bem como refletir sobre o modo de pensar a gestão da educação, mais especificamen-te no âmbito da Mantenedora, com base no carisma missionário Claretiano.

Como resultado do encontro, a Comissão de Educadores Cla-retianos do Brasil (Ceclab) de setembro de 2013 aprovou a realiza-ção de grupos de trabalho para a criação e definição de um conjunto de atividades que formariam, então, o Modelo de Gestão.

Esses grupos de trabalho foram chamados de Áreas Temáti-cas e ficaram responsáveis por encaminhar os estudos e propostas para os desdobramentos da Rede, facilitando, assim, a discussão de pessoas que deveriam pensar os rumos da Instituição, dar respos-tas e identificar políticas que respondessem aos principais desafios identificados nos Relatórios de Diagnóstico e Análise (RDA).

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As Áreas Temáticas estabelecidas foram: Administrativo e Financeiro; Comunicação e Marketing; Educação e Ação Pastoral; Gestão Estratégica de Pessoas; Material Didático; Registro e Con-trole Acadêmico; Responsabilidade Social e Filantropia; e Tecno-logia da Informação.

Figura 5. Áreas Temáticas.

Fonte: elaborado pelos autores.Essas áreas debateram sobre temas relevantes e urgentes para

a Instituição, seja porque eram diretamente relacionados aos seus propósitos (Cadeia de Valor), seja porque apresentaram necessida-des de revisão, estruturação e melhorias.

As Áreas Temáticas tinham como objetivo a proposição e en-trega das definições de:

a) Princípios.b) Políticas.c) Sugestão de Estrutura.

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d) Base Regulamentar (apontamentos) – apoio da área jurí-dica.

e) Delineamento e descrição de Funções, Papéis e Respon-sabilidades.

A composição de cada Área Temática foi algo fundamental, pensando-se no desafio que estava sendo lançado. Assim, estrutu-ralmente, cada Área seria formada por:

• Colaborador indicado pela Mantenedora no I Encontro Nacional de Gestores do Claretiano.

• Diretor ou representante da direção de pelo menos uma Unidade.

• Membro do Conselho Executivo da Ceclab, que tinha como papel garantir o alinhamento e a uniformidade das discussões entre as Áreas.

No entanto, de acordo com o desdobramento dos temas e da necessidade identificada pelo grupo responsável, outras pessoas da Instituição poderiam ser incluídas. Cerca de 50 (cinquenta) pessoas participaram das Áreas Temáticas diretamente. Entretanto, muitas outras pessoas foram envolvidas ao longo da realização dos traba-lhos.

Carta de PrincípiosAs Áreas Temáticas foram incumbidas, inicialmente, de ana-

lisar e estudar a Missão e o Projeto Educativo, revendo os prin-cípios, as bases que deveriam conduzir a organização de todas as instituições em forma de rede. Primordialmente, cada área deveria sugerir princípios tendo como centro os valores humanos, concebi-dos pelo Projeto Educativo Claretiano, para orientar os propósitos educacionais e gerenciais da organização.

Foram realizadas cerca de 40 reuniões, no período de outubro a novembro de 2013, as quais resultaram na proposição de cerca de 50 princípios ao todo.

Em virtude do alto número de princípios propostos, foi soli-citado à Área Temática de Educação e Ação Pastoral que realizasse

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um estudo sobre eles e que apresentasse o conjunto de princípios que melhor representasse aquilo que havia sido entregue pelas Áre-as e os anseios da Instituição.

Concluindo esse estudo, foram convocados a discutir, junto à Área Temática de Educação e Ação Pastoral, os líderes e secretários das demais Áreas e, com a anuência de todos, chegou-se, enfim, ao número de sete princípios.

Os princípios definidos foram os seguintes:• Singularidade.• Abertura.• Integralidade.• Transcendência.• Autonomia.• Criatividade.• Sustentabilidade.Os sete princípios surgiram, então, como guias orientadores

para todas as ações relativas à educação, à administração, ao conta-to com a comunidade, à forma de relação entre as pessoas e à gestão da instituição. Eles respondem aos anseios mais amplos e urgentes das pessoas e de uma organização educacional de tradição católica. Dessa forma, orientam todo o trabalho institucional e, por isso, são, em certo aspecto, transcendentais e devem superar modismos da gestão contemporânea. Os problemas pontuais da rede devem ser respondidos à luz desses princípios, do sentido e do valor inerente a cada um deles.

Cada princípio contém uma epígrafe (síntese em uma frase), uma explicação (conceito/definição), palavras-chaves, uma inspi-ração bíblica e uma inspiração claretiana.

É importante salientar que todos os princípios têm significado particular no contexto da Educação Claretiana e só fazem sentido no conjunto, pois eles têm sua força na unidade de sua inter-relação e não se sustentam isoladamente.

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Políticas InstitucionaisNo âmbito do projeto de estruturação da rede, após defini-

ção dos princípios, houve a necessidade de criação de políticas que atendessem às demandas da operação de cada Área Temática e aos desafios intrínsecos a cada princípio, traduzindo-se em regras ge-rais aplicáveis aos acontecimentos cotidianos na Instituição, orien-tadoras da ação administrativa para o cumprimento dos objetivos e metas estabelecidos para a organização.

As definições de políticas tinham como papel: trazer unifor-midade ao comportamento na organização; garantir continuidade às decisões (homogeneidade na abordagem da organização); ali-nhar e sistematizar a comunicação interna; facilitar a tomada de de-cisão pelas bases; proteger contra as decisões e ações imediatistas; e responder aos problemas apontados nos Relatório de Diagnóstico e Análise (RDA), no intuito de suportar o redesenho dos processos.

Sendo assim, as Áreas Temáticas discutiram e elaboraram as Políticas Institucionais, levando em consideração os temas relevan-tes abordados nos Relatórios de Diagnóstico e Análise (RDA) e, sempre que determinado tema estivesse relacionado a outra Área, foi feito intercâmbio de participantes entre elas.

Ainda trabalhando na construção do documento, cada Área Temática foi convidada a apresentar sua proposição de políticas no XXI Encontro da Ceclab. Na oportunidade, todos os participantes puderam contribuir com suas considerações sobre as políticas das demais Áreas, engrandecendo o material com uma visão externa e indiretamente relacionada às Áreas.

Foram realizadas cerca de 25 reuniões, no período de janeiro a abril de 2014, e totalizaram-se 39 políticas propostas, as quais passaram por validação de conteúdo, revisão ortográfica e unifor-mização textual.

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Quadro 2. Políticas Institucionais Propostas.

ÁREA TEMÁTICA QUANTIDADE DE POLÍTICAS

Administrativo e Financeiro 7Comunicação e Marketing 4Educação e Ação pastoral 9Gestão Estratégica de Pessoas 5Material Didático 5Registro e Controle Acadêmico 2Responsabilidade Social e Filantropia 1Tecnologia da Informação 6TOTAL 39

Fonte: elaborado pelos autores.

Sugestão de Estrutura OrganizacionalO Modelo de Gestão contemplava, em seu escopo, definir a

estrutura de poder da Instituição, permeando a cultura organiza-cional e se consolidando como instrumento que nortearia todo o gerenciamento, alinhado ao conjunto de princípios e políticas. Esse conjunto de premissas deveriam e devem orientar os gestores na escolha das melhores alternativas para levar a Instituição a cumprir sua missão com eficácia.

O estudo do Modelo de Gestão envolve, ainda, o conceito de Governança, que é o sistema pelo qual as organizações são dirigi-das, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre mantenedores, proprietários, instâncias de administração, di-reção e conselho fiscal.

Uma das atividades das Áreas Temáticas seria propor uma estrutura organizacional para o Claretiano – Rede de Educação, e foram realizadas 3 reuniões com a mantenedora. A proposta con-sistia em definir uma Diretoria e gerência a nível de rede, com seu organograma macro e detalhado, porém o modelo ainda está em discussão com a mantenedora.

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Delineamento e descrição de Funções, Papéis e ResponsabilidadesPretendendo dar continuidade e sentido às mudanças propos-

tas, qualificar e aprimorar a gestão e fortalecer o capital humano, entre novembro de 2014 e julho de 2015, foi contratada uma con-sultoria especializada em Gestão de Pessoas, a qual realizou as se-guintes entregas:

• Definição de política de RH, com orientações, registros e manual de procedimento para gestão de pessoas, com fluxograma dos processos de RH e suas responsabilidades e metas.

• Desenvolvimento do processo para plano de carreira, por meio de tabela salarial e definição de cargos, objetivan-do incentivar os funcionários que almejavam se capacitar constantemente, para subir a níveis mais altos dentro da organização e exercer suas atividades com melhor desem-penho e qualidade. A proposta do plano de carreira abran-geu todas as unidades nas seguintes categorias funcionais: colaboradores técnico-administrativo da Educação Básica e Superior, colaboradores docentes da Educação Básica e Superior.

• Análise e descrição dos cargos existentes, elencando os requisitos básicos que o ocupante do cargo deve ter para o desenvolvimento adequado de suas atividades, incluindo responsabilidades, formação, conhecimentos específicos, habilidades e competências.

• Adequação dos cargos e folha de pagamento com renome-ação dos cargos e adequação das faixas salariais de acordo com a tabela definida.

• Avaliação dos planos de benefícios e sugestões de melho-res práticas, visando estimular e motivar os funcionários a continuarem trabalhando na empresa.

Foram avaliados os documentos já existentes, como contratos de trabalho, fichas de admissão, demissão, avaliações de desem-penho, política salarial, entre outros, e foi analisada sua coerência com a legislação vigente, sindicatos, normativas, dando legitimi-

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dade aos processos internos da gestão de pessoas, sempre zelando por uma administração estratégica dos recursos humanos à luz do Carisma, ansiando não apenas ofertar serviços de qualidade interna e externamente, mas também contribuir na construção de cidadãos comprometidos com seu papel e com habilidades e atitudes apri-moradas, preparando o colaborador adequadamente para exercício de um cargo e impulsionando-o para seu desenvolvimento pessoal.

Fase 3 – AGIR: Melhoria e Redesenho

Diante dos desafios do Projeto, em abril de 2014, surgiu uma nova demanda: a implantação do ERP (Enterprise Resource Planning) TOTVS-RM para a rede. O Protheus, principal sistema de apoio tecnológico aos processos administrativos e acadêmicos da época, foi descontinuado em 2008 pela fornecedora TOTVS e, portanto, a instituição seria obrigada a trocar de sistema até janeiro de 2016. O Claretiano, em conjunto com a TOTVS, decidiu realizar um upgrade do ERP TOTVS-Protheus para o TOTVS-RM. Dessa forma, a melhoria e redesenho da FASE 3 se iniciou priorizando os processos envolvendo o sistema.

Figura 6. Módulos do TOTVS-RM implantado.

Fonte: elaborado pelos autores.Seguindo o novo Modelo de Gestão, o projeto foi conduzido

de forma a padronizar os processos acadêmicos e administrativos

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do Claretiano – Rede de Educação, embasados nos estudos do novo sistema e em sua aderência.

Partindo do pressuposto de que todos os departamentos e áre-as passariam a inserir e atualizar informações sobre a rotina dentro do software, qualquer funcionário teria um melhor conhecimento geral sobre o que é realizado internamente. Portanto, um colabora-dor do RH poderia ter uma melhor noção sobre a situação no setor contábil, ao mesmo tempo em que um funcionário da secretaria teria mais facilidade em saber como estava o financeiro do aluno. Com todas as informações integradas e compartilhadas, as pessoas trabalham com mais segurança e maior facilidade para atingir os objetivos estratégicos da organização, com processos padronizados e setores trabalhando em prol do outro.

Sendo assim, há uma implantação de um Modelo de Gestão por Processos que não só monitora, mas apresenta as informações essenciais para uma tomada de decisão mais rápida e assertiva, ala-vancando os resultados finais. Isso significa um maior controle da qualidade, mais tempo para os funcionários desenvolverem outras atividades e uma maior agilidade para que a Instituição possa cres-cer e se tornar resistente em um mercado tão competitivo.

O projeto foi dividido em frentes de trabalho, sendo:• Frente 1 – Módulo Educação Básica: de abril/2014 a

maio/2015.• Frente 2 – Módulo Educação Superior: de fevereiro/2015

a junho/2016.• Frente 3 – Módulo Gestão de Pessoas: de fevereiro/2015

a dezembro/2016.• Frente 4 – Módulo BackOffice: de fevereiro/2015 a de-

zembro/2016.Uma vez estabelecidas as melhores práticas, a implantação

delas começou a acontecer em 2015, no segmento de Educação Bá-sica e, logo em seguida, em 2016, na Educação Superior. Foram realizadas capacitações com os colaboradores e criadas centrais de serviços compartilhados, tais como Núcleo de Avaliações, Núcleo

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de Formação Continuada de Docentes, Departamento Fiscal, Fatu-ramento, entre outros.

Fase 4 – CELEBRAR E REVER: Implementação, Avaliação e Acompanhamento

Finalmente, na Fase 4 foi executada a implantação dos novos processos, sendo avaliados e acompanhados no período de janeiro a dezembro de 2016, garantindo, assim, o correto funcionamento e ajuste, quando se fizesse necessário.

O Claretiano – Rede de Educação entendeu que seria impor-tante manter o Escritório de Projetos, mesmo após o termino do projeto, por acreditar que as mudanças deveriam ocorrer de forma permanente e contínua.

Figura 7. Modelo utilizado: Implantação X Gestão de Mudança.

Fonte: elaborado pelos autores.

O Escritório de Projetos tornou-se responsável pelo desenvol-vimento e pela implantação de uma metodologia de gerenciamento de projetos única para toda a Instituição, buscando constantemente novas formas de reduzir custos, prazos, aprimorar processos e mé-tricas, aumentar a produtividade e garantir a qualidade dos serviços.

Figura 8. Modelo de avaliação contínua de processo.

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Fonte: elaborado pelos autores.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os trabalhos realizados proporcionaram organização, padro-nização, unificação e a dinamização dos serviços oferecidos pelas Unidades Educativas do Claretiano − Rede de Educação, preparan-do para novos desafios.

Um dos pontos mais significantes foi a definição de uma es-trutura governamental e de um organograma da Rede, definindo diretores e gestores para o Claretiano – Rede de Educação, garan-tindo, assim, a continuidade e adequações das políticas e dos pro-cessos. Outro ponto fundamenta a ser destacado foi a descrição de cargos e funções para o Claretiano – Rede de Educação, dando le-galidade às alterações realizadas e deixando claro aos funcionários suas atividades.

É importante citar o trabalho realizado de alinhamento peda-gógico na Educação Básica e na Educação Superior, padronizando as matrizes dos cursos e a utilização dos mesmos materiais didáti-cos para todas as unidades, garantindo a efetividade da execução do Projeto Pedagógico Claretiano.

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O Projeto de Reestruturação do Claretiano – Rede de Edu-cação permitiu assumir, de forma ampla e articulada, sua origem confessional, com a implantação da Pastoral Escolar e Universitá-ria da rede, que sustenta a proposta do Projeto Educativo Claretiano e a Carta de Princípios, garantindo o cultivo da espiritualidade em todos os projetos, a atividades das unidades e a evangelização como prática de todos.

Com a unificação da marca, proporcionou uma padroniza-ção do posicionamento estratégico da Instituição, garantindo assim a integração da campanha publicitária para a rede, fortalecendo a marca e otimizando os investimentos em mídia. Esta unificação também permitiu o desenvolvimento de um único site contendo todos os cursos das diversas instituições para inscrição dos interes-sados e sites padronizados por nível de ensino para cada unidade do Claretiano – Rede de Educação, além da padronização dos uni-formes para a Educação Básica, proporcionando uma identidade única dos alunos.

Outro ganho foi a aquisição e implementação de um ERP (Enterprise Resource Planning) da TOTVS-RM para a rede, faci-litando o trabalho de gestão e integrando os diversos setores, ati-vidades e rotinas, possibilitando a automação e o armazenamento de todas as informações, a unificação de serviços educacionais de registro acadêmico, com um único registro acadêmico para o alu-no, permitindo, assim, um acompanhamento escolar desde os anos iniciais até o Ensino Superior.

O ERP proporcionou a criação de serviços compartilhados, como a centralização e padronização dos processos de administra-ção do Departamento de Gestão de Pessoas, garantindo modelos de contratos trabalhistas e controle de registro de prontuário dos fun-cionários de todas as unidades; gestão da filantropia centralizada, que proporciona transparência, controle e uniformidade nas ações filantrópicas, desenvolvidas por meio da concessão de bolsas de estudo, projetos sociais e projetos de pesquisa; centralização dos contratos com fornecedores, favorecendo a negociação de contratos para a rede, que proporcionou a redução de valores a serem pagos, por exemplo, com contratos de telefonia, Biblioteca Digital e out-

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sourcing de impressoras, etc.; centralização do desenvolvimento e do acompanhamento dos contratos de serviços educacionais dis-poníveis aos alunos de cada Unidade de Educação, dos diferentes níveis de ensino.

No tocante a outras centrais de serviços compartilhados, tais como Núcleo de Avaliações, Núcleo de Formação Continuada de Docentes, Departamento Fiscal, Faturamento, Central de Compras, entre outros, tais serviços compartilhados garantem a padronização das informações prestadas às autoridades públicas responsáveis pela administração de sistemas de ensino e pelas Políticas Nacionais de Educação (por exemplo, padronização de regimentos e avaliações escolares, projetos político-pedagógicos e matrizes curriculares), e assegura, a qualquer tempo, a regularidade e autenticidade da vida escolar do aluno e do funcionamento da rede, de acordo com a le-gislação vigente e com as necessidades carismáticas, educacionais e administrativas das Unidades Educativas.

Portanto, é visível que a criação do Claretiano – Rede de Edu-cação proporcionou uma estrutura sólida de apoio ao crescimento sustentável em todos as áreas, acadêmicas e administrativas, da Ins-tituição, refletindo no serviço prestado ao aluno e a comunidade.

REFERÊNCIAS

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______. Comissão de Educadores Claretianos do Brasil (Ceclab): regulamento. Batatais: Claretiano, 2015a.

______. Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) – 2015-2019. Batatais: Claretiano, 2015b.

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CLARETIANO – REDE DE EDUCAÇÃO. Homepage. Disponível em: <www.redeclaretiano.edu.br>. Acesso em: 12 ago. 2017.

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