Projeto de Pesquisa PAC - Carlinda

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ANDRÉIA AUGUSTO LACERDA CARDOSO EDUARDO ABEL ROHLING ROSIMAR CRISTINA SEZE LEVANTAMENTO HISTÓRICO DA 5º FASE DO ASSENTAMENTO DO PROJETO DE COLONIZAÇÃO PAC CARLINDA, NO RAMAL CUMARU EM CARLINDA MT.

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ANDRÉIA AUGUSTO LACERDA CARDOSOEDUARDO ABEL ROHLINGROSIMAR CRISTINA SEZE

LEVANTAMENTO HISTÓRICO DA 5º FASE DO ASSENTAMENTO DO PROJETO DE COLONIZAÇÃO PAC CARLINDA, NO RAMAL CUMARU EM CARLINDA MT.

Carlinda MTNovembro/2007

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ANDRÉIA AUGUSTO LACERDA CARDOSOEDUARDO ABEL ROHLINGROSIMAR CRISTINA SEZE

LEVANTAMENTO HISTÓRICO DA 5º FASE DO ASSENTAMENTO DO PROJETO DE COLONIZAÇÃO PAC CARLINDA, NO RAMAL CUMARU EM CARLINDA MT.

Trabalho de pesquisa apresentado como requisito para a conclusão da disciplina Metodologia do ensino de Pesquisa em História sob orientação da professora Maria de Lourdes Castrilon do curso de Licenciatura Plena em História da Universidade de Cuiabá.

Carlinda MT

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Novembro/2007

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..........................................................................................04

OBJETO......................................................................................................05

OBJETIVO..................................................................................................06

JUSTIFICATIVA.......................................................................................07

METODOLOGIA.......................................................................................08

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..............................................................09

CRONOGRAMA........................................................................................13

ANEXO......................................................................................................14

REFERENCIA BIBLIOGRÁFICA............................................................15

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INTRODUÇÃO

Este projeto faz uma abordagem da 5º fase do Projeto de Assentamento Conjunto

Carlinda (PAC Carlinda), mais especificamente sobre o Ramal Cumaru.

Visando compreender o que levou o órgão INCRA a desenvolver esse projeto de

assentamento, o que exigiam do colono que pretendia receber a terra, quais eram os objetivos

do mesmo, procuramos compreender também por que 70% das famílias que ganharam as

terras não permaneceram no assentamento, e também saber se o governo fornecia benefícios,

para que esse trabalhador continuasse nas terras produzindo.

Neste momento houve uma grande migração para o norte do estado de MT, pois

buscavam realizar o sonho de possuir um pedacinho de terra, Mato Grosso era a grande

alternativa, pois se ouvia muito “aqui tudo que planta colhe.”.

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OBJETO

Levantamento histórico da 5º fase do Assentamento do Projeto de Colonização PAC

Carlinda no Ramal Cumaru em Carlinda MT.

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OBJETIVO

Temos como objetivo saber o porquê a maioria das famílias desanimaram de cultivar a

terra e venderam seus lotes, e que programa o governo federal oferecia aos agricultores para

que eles tivessem condições mínimas de infra-estrutura física, socioeconômico, necessárias

para exploração agrícola e para garantir a subsistência das famílias e o que levou essas

famílias a deixarem seus lugares de origem e migrarem para o norte do Mato Grosso.

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JUSTIFICATIVA

No ano de 1986 foram assentadas 11 famílias no Ramal Cumaru, dando inicio a 5º

fase do Assentamento.

Para buscar uma resposta iremos desenvolver esse projeto de pesquisa, com a

finalidade de fazer um levantamento histórico com os moradores que ainda residem no Ramal

Cumaru, pois o que nos chamou a atenção foi que neste ramal houve um grande índice de

vendas antes da titulação no período de 1986 a 1991.

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METODOLOGIA

Para desenvolvermos este projeto, utilizamos os mais diversos meios de pesquisa,

fontes orais, por meio de entrevistas com colonos do Ramal Cumaru e arquivos do órgão

federal INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária).

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FUDAMENTAÇÃO TEÓRICA

De acordo com o projeto PAC na década de 1960, os problemas sociais econômicos

nacionais, o aumento da população do campo nas regiões do centro sul e nordeste, a

modernização da agricultura a nível nacional e a necessidade de ocupação de espaço vazio

segundo o governo federal da época, vieram acelerar o processo de ocupação do estado de

Mato Grosso.

A partir da década de 1970, o Programa de Integração Nacional (PIN), trazia a

conotação social de atendimento às famílias de agricultores procedentes do nordeste e do sul,

graças a introdução de assentamentos em pequenas e medias propriedades agrícolas,

nitidamente familiares, como uma estratégia de colonização.

A colonizadora Indeco em concordância com a presidência do Incra (Instituto

Nacional de Colonização e Reforma Agrária) convidou a CACCC (Cooperativa Agrícola da

Cotia – Cooperativa Central) para a participação no projeto, a qual firmou com a instituição

um contrato de uso e concessão de terras publicas, apresentado o anteprojeto de colonização.

O Incra tinha como objetivo proporcionar ao colono o acesso à propriedade rural,

integrando um projeto de colonização que assegurasse as condições mínimas de infra-

estrutura física, social e econômica, necessária para a exploração agrícola e para a garantia da

subsistência das famílias, bem como sua promoção socioeconômica.

O projeto de Assentamento Conjunto Carlinda (PAC Carlinda) foi aprovado em 24 de

fevereiro de 1981, pela resolução nº21, do conselho de diretores do Incra.

O projeto PAC de Carlinda foi definido através da execução de um ante projeto em 5

fases sucessivas, sendo uma cada ano.

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Questionamos aos colonos qual era a exigência feita para que eles recebessem o lote, o

que predominou em suas falas foi o numero de pessoas na família. Após terem recebido a

terra, eram levados até os lotes e lá deixados a mercê de suas forças. No caso da terra, se o

lote apresentasse característica imprópria para o cultivo como terras alagadas, pedregulhos,

tinham direito a troca.

As famílias maior eram as primeiras contempladas.(colono “A”).

Exigia quantidade de pessoas na família , não ser proprietário de imóvel rural. (colono “B”).

Exigia abrir parte do lote e produzir, senão era tomado o lote do agricultor. (colono “C”).

Percebemos que o que levou esses colonos a migrarem foram as dificuldade de

permanecia e acesso a terra nas regiões onde viviam, pois a pressão demográfica no campo se

intensificava no centro sul e nordeste, a modernização da agricultura, concentração da terra, a

expectativa de riqueza na Amazônia e a extensão de seu solo passaram a ser vistas como

alternativas de soluções dos problemas sociais econômicos nacionais.

Viemos para cá porque dizia que era muito boa as terras e lá a gente trabalhava para os outros. (colono “A”).

A necessidade, fez com que nós saísse de Minas em busca de terras produtivas, pois lá não produzia, as terras já estavam fracas. (colono “B”).

As dificuldades fizeram que eu viesse para cá em busca de terra para trabalhar por que lá em Minas o agricultor não era valorizado. (colono “C”).

A disponibilidade de terras na Amazônia, a preocupação como o futuro dos filhos, a

resistência contra o assalariamento, a “vontade” de migrar em busca de maior quantidade de

terra, conduzem e determinam o movimento migratório.

De acordo com as falas dos colonos entrevistados, não tinha assistência medica, as

moradias eram improvisadas em barracos feitos de madeira retirada do mato e cobertas de

lonas de plástico, até conseguir através da primeira produção, construir uma casa. Para

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comprar medicamentos e mantimentos tinham que andar quilômetros para pegar ônibus ou

quando muito uma carona para se deslocarem para a cidade mais próxima (Alta Floresta a 35

km).

Quando precisava sair para a cidade nós andava a pé até chegar na estrada BR para pegar ônibus ou carona. (colono “A”).

Quando precisava sair para fazer compras, ou a gente ficava doente tinha que andar léguas até chegar na estradona para pegar o ônibus. (colono “B”)

Na época meus filhos ficaram doentes com hepatite, tivemos que levar eles nos braços até a estrada BR para pegar carona ou ônibus para chegar até Alta Floresta, no hospital Geral era tudo pago. (colono “C”).

No que se refere a assistência técnica, desde o inicio do projeto os colonos não foram

assistidos efetivamente por um técnico qualificado, embora afirmem que tiveram a visita dos

mesmos. As dificuldades financeiras muitas vezes impediam de realizar as transformações

solicitadas ou indicadas pelos técnicos.

O técnico veio só uma vez visitar minha lavoura e disse que precisava ser adubada para corrigir a terra, mas não adiantou nada, na época eu não tinha condições para comprar e também não tive nenhuma ajuda financeira para adquirir. (colono “A”).

Na época tinha um agrônomo, no inicio me ajudou um pouco no plantio do café. (colono “B”).

Não tivemos acompanhamento técnico especializado, nos mesmos era o técnico. (colono “C”).

O colono sobreviveu graças aos recursos trazidos do lugar de origem. Essa

sobrevivência, porem ocorreu no meio de muitas dificuldades uma vez que não receberam

qualquer tipo de ajuda financeira para abrir ou iniciar as plantações. Necessitados, muitas

vezes recorriam aos bancos em busca de recursos, deixando a terra como garantia.

Não tive nenhuma ajuda financeira, a única que ofereceram foi o financiamento de um motor serra mas na época fiquei com medo de fazer dividas e depois não ter como pagar o banco. (colono “A”).

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Não tive nenhuma ajuda, consegui abrir o lote com os recursos que eu já tinha, um motor serra e dinheiro para se manter até a primeira colheita. (colono “B”).

Pra conseguir trabalhar aqui vendemos nossos animais como; porco, galinha, e alguns mantimentos que a gente tinha colhido onde nóis morava. (colono “C”).

Os problemas enfrentados na exploração do lote, o fracasso das safras agrícolas e,

sobretudo, a mudança na política de incentivos à agricultura, levaram muitos colonos a vender

suas propriedades. Como podemos perceber nas falas dos colonos que ainda permaneceram

nos seus lotes.

A maioria dos nossos visinhos venderam seus lotes, muitos por não ter incentivos, desanimaram, uns foram para a cidade trabalhar de empregado, outros venderam e compraram menos terras em outra região. (colono “A”)

Os colonos venderam as terras por que passavam muitas dificuldades, tinham que trabalhar fora para sustentar sua família, o colono não conseguia formar seu lote. (colono “B”).

Os meus visinhos venderam as terras por não terem assistência por parte do governo, a dificuldade era tanta que perderam a cabeça e venderam a terra, bem baratinhas, e foram embora, hoje estão na cidade trabalhando de pedreiro para sobreviver. (colono “C”).

Ficaram evidenciadas nas falas desses colonos, que ainda permanecem no projeto, que

as dificuldades encontradas por eles e por aquele que deixou o projeto, vendendo seus lotes,

foram a falta de meios disponíveis para o desenvolvimento da agricultura, como por exemplo,

a assistência técnica, credito rural para o custeio da produção com taxas de juros favoráveis,

política de preços mínimo e garantia de comercialização dos produtos agrícolas. Isso veio a

comprometer a qualidade de vida dos colonos levando-os a um desanimo total a ponto de

culminar com a venda de seus lotes para ir em busca de melhores condições de vida o que

nem sempre acontece.

Para realizarmos este projeto tivemos como fonte de pesquisa, diversos relatórios do

Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA – CARLINDA, que estavam

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completamente desorganizados, segundo funcionários os recursos para melhoras dos arquivos

já estão disponibilizados e também se necessita de um funcionário capacitado para organizar

os documentos.

CRONOGRAMA

01-11-2007 Coleta de documentos INCRA

02-11-2007 Analise dos documentos *************

03-11-2007 Entrevista aos colonos Ramal Cumaru

05-11-2007 Montagem do Anti-projeto *************

07-11-2007 Apresentação do Anti-projeto UNIC

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ANEXO

Questionário para entrevista aos colonos

O que era exigido do colono para que recebesse o lote?

O que levou o senhor vir para esta região?

Recebeu alguma ajuda para abrir o lote e começar a produzir? De quem? Como

era essa ajuda?

Se não teve ajuda como conseguiu se manter no lote?

Teve acompanhamento técnico?

Ao chegar aqui tinha alguma assistência médica, auxilio moradia ou

transporte?

Em sua opinião o que levou os outros colonos a venderem seus lotes?

Foram em busca de novas terras, foram para a cidade ou voltaram para a região

de onde vieram?

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REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

CASTRO, Sueli. Pereira et al. A Colonização oficial em Mato Grosso: “A nata e a

borra da sociedade”. Cuiabá Ed. UFMT, 2002.

MINISTERIO DA AGRICULTURA – MA

Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária – INCRA

Projeto de Assentamento Conjunto Carlinda – PAC – CARLINDA – Alta Floresta 07-

06-1982

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