Projeto social e mortalidade infantil: o caso...

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ARTIGO ORIGINAL einstein. 2009;7(2 Pt 1):163-9 Projeto social e mortalidade infantil: o caso Paraisópolis Social project and infant mortality: the Paraisópolis case Alberto Hideki Kanamura* RESUMO Objetivo: Avaliar o impacto do Programa Einstein na Comunidade Paraisópolis por meio da evolução do coeficiente de mortalidade infantil como indicador sintetizador da qualidade de vida de uma comunidade. Métodos: O estudo foi realizado na Comunidade de Paraisópolis, localizada no distrito de Vila Andrade, da subprefeitura de Campo Limpo do Município de São Paulo. Para comparação dos dados do coeficiente de mortalidade infantil da Comunidade de Paraisópolis com os de outros distritos selecionados do Município de São Paulo, foi utilizado como fonte os dados de mortalidade infantil do Município no período de 2000 a 2007. Os dados da Comunidade de Paraisópolis foram ainda cruzados com os de outros distritos selecionados por meio de indicadores sociais, obtidos pelo Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE). Resultados: No período de 2000 a 2007, o coeficiente de mortalidade infantil de Vila Andrade passou de 18,1 mortes por 1.000 nascidos vivos para 8,2/1.000 nativivos, enquanto que para o município passou de 15,8/1.000 para 12,2/1.000 nativivos. No ranking do coeficiente de mortalidade infantil, Vila Andrade evoluiu do 77º para o 22º lugar. Verificou-se ainda, no período do estudo, uma expansão de oferta de serviços de saúde no Campo Limpo, da ordem de 74% para procedimentos ambulatoriais e 71% para concentração de consultas de primeira vez. Conclusões: A evolução do coeficiente de mortalidade infantil da Vila Andrade é positivamente uma exceção e os fatores não comuns ao conjunto do município podem ter influenciado para o acontecimento. A hipótese de que a maior efetividade dos serviços médicos, e que uma variação positiva na renda naquela comunidade tenha impulsionado tal resultado, é factível, permitindo creditar ao projeto social do Hospital Israelita Albert Einstein uma parcela dessa conquista. Descritores: Responsabilidade social; Coeficiente de mortalidade infantil; Qualidade de vida ABSTRACT Objective: To evaluate the impact of the Einstein Program in the Paraisópolis Community, using the infant mortality rate as an indicator that synthesizes and expresses the quality of life in the community. Methods: The study was carried out at Paraisópolis neighborhood, in Vila Andrade District, Campo Limpo Borough in the city of São Paulo. To compare infant mortality rate in Paraisópolis Community with other selected districts of the city of São Paulo, data from the Municipal Health Secretariat of São Paulo, from 2000 to 2007, were used; other social data were compared with those of selected districts of São Paulo according to social indicators gathered by the Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE). Results: From 2000 to 2007, the infant mortality rate of Vila Andrade district, decreased from 18.1 deaths per 1,000 live births to 8.2/1,000 live births while in the city of São Paulo, it decreased from 15.8/1,000 to 12,2/1,000 live births. The district ranking in infant mortality rate dropped from 77 to 22. During the study period, healthcare services provided were improved in Campo Limpo by 74%, for outpatients procedures, and 71% for first outpatient visits. Conclusions: The observed reduction in the infant mortality rate in the Andrade District was definitely an exception and other variables, different from those common to the city, might have influenced the results. The hypothesis that more effective medical services and an increase in that population income could have boosted such result is tangible, and part of this achievement can be attributed to Hospital Israelita Albert Einstein social project. Keywords: Social responsibility; Infant mortality rate; Quality of life INTRODUÇÃO Um indicador largamente utilizado para avaliar a saú- de de uma população é o coeficiente de mortalidade infantil (CMI), considerado por muitos uma medida sintetizadora da qualidade de vida de uma população e, portanto, do seu grau de desenvolvimento. Essa afir- mação se baseia na inconteste influência que os prin- cipais determinantes da qualidade de vida – alimenta- ção, moradia, renda, saneamento, acesso a serviços de saúde – exercem sobre a probabilidade de um nasci- turo sobreviver ao primeiro ano de vida (1) . A evolução Trabalho realizado no Instituto Israelita de Responsabilidade Social da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein – SBIBAE, São Paulo (SP), Brasil. * Mestre; Médico especialista em Administração Hospitalar; Diretor Superintendente do Instituto Israelita de Responsabilidade Social da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein – SBIBAE, São Paulo (SP), Brasil. Autor correspondente: Alberto Hideki Kanamura – Avenida Albert Einstein, 627/701 – Morumbi – CEP 05651-901 – São Paulo (SP), Brasil – e-mail: [email protected] Data de submissão: 12/3/2009 – Data de aceite: 16/4/2009

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einstein. 2009;7(2 Pt 1):163-9

Projeto social e mortalidade infantil: o caso Paraisópolis

Social project and infant mortality: the Paraisópolis caseAlberto Hideki Kanamura*

rESUMoobjetivo: Avaliar o impacto do Programa Einstein na Comunidade Paraisópolis por meio da evolução do coeficiente de mortalidade infantil como indicador sintetizador da qualidade de vida de uma comunidade. Métodos: O estudo foi realizado na Comunidade de Paraisópolis, localizada no distrito de Vila Andrade, da subprefeitura de Campo Limpo do Município de São Paulo. Para comparação dos dados do coeficiente de mortalidade infantil da Comunidade de Paraisópolis com os de outros distritos selecionados do Município de São Paulo, foi utilizado como fonte os dados de mortalidade infantil do Município no período de 2000 a 2007. Os dados da Comunidade de Paraisópolis foram ainda cruzados com os de outros distritos selecionados por meio de indicadores sociais, obtidos pelo Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE). resultados: No período de 2000 a 2007, o coeficiente de mortalidade infantil de Vila Andrade passou de 18,1 mortes por 1.000 nascidos vivos para 8,2/1.000 nativivos, enquanto que para o município passou de 15,8/1.000 para 12,2/1.000 nativivos. No ranking do coeficiente de mortalidade infantil, Vila Andrade evoluiu do 77º para o 22º lugar. Verificou-se ainda, no período do estudo, uma expansão de oferta de serviços de saúde no Campo Limpo, da ordem de 74% para procedimentos ambulatoriais e 71% para concentração de consultas de primeira vez. Conclusões: A evolução do coeficiente de mortalidade infantil da Vila Andrade é positivamente uma exceção e os fatores não comuns ao conjunto do município podem ter influenciado para o acontecimento. A hipótese de que a maior efetividade dos serviços médicos, e que uma variação positiva na renda naquela comunidade tenha impulsionado tal resultado, é factível, permitindo creditar ao projeto social do Hospital Israelita Albert Einstein uma parcela dessa conquista.

Descritores: Responsabilidade social; Coeficiente de mortalidade infantil; Qualidade de vida

ABStrACtobjective: To evaluate the impact of the Einstein Program in the Paraisópolis Community, using the infant mortality rate as an indicator

that synthesizes and expresses the quality of life in the community. Methods: The study was carried out at Paraisópolis neighborhood, in Vila Andrade District, Campo Limpo Borough in the city of São Paulo. To compare infant mortality rate in Paraisópolis Community with other selected districts of the city of São Paulo, data from the Municipal Health Secretariat of São Paulo, from 2000 to 2007, were used; other social data were compared with those of selected districts of São Paulo according to social indicators gathered by the Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE). results: From 2000 to 2007, the infant mortality rate of Vila Andrade district, decreased from 18.1 deaths per 1,000 live births to 8.2/1,000 live births while in the city of São Paulo, it decreased from 15.8/1,000 to 12,2/1,000 live births. The district ranking in infant mortality rate dropped from 77 to 22. During the study period, healthcare services provided were improved in Campo Limpo by 74%, for outpatients procedures, and 71% for first outpatient visits. Conclusions: The observed reduction in the infant mortality rate in the Andrade District was definitely an exception and other variables, different from those common to the city, might have influenced the results. The hypothesis that more effective medical services and an increase in that population income could have boosted such result is tangible, and part of this achievement can be attributed to Hospital Israelita Albert Einstein social project.

Keywords: Social responsibility; Infant mortality rate; Quality of life

introDUÇÃoUm indicador largamente utilizado para avaliar a saú-de de uma população é o coeficiente de mortalidade infantil (CMI), considerado por muitos uma medida sintetizadora da qualidade de vida de uma população e, portanto, do seu grau de desenvolvimento. Essa afir-mação se baseia na inconteste influência que os prin-cipais determinantes da qualidade de vida – alimenta-ção, moradia, renda, saneamento, acesso a serviços de saúde – exercem sobre a probabilidade de um nasci-turo sobreviver ao primeiro ano de vida(1). A evolução

Trabalho realizado no Instituto Israelita de Responsabilidade Social da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein – SBIBAE, São Paulo (SP), Brasil.

* Mestre; Médico especialista em Administração Hospitalar; Diretor Superintendente do Instituto Israelita de Responsabilidade Social da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein – SBIBAE, São Paulo (SP), Brasil.

Autor correspondente: Alberto Hideki Kanamura – Avenida Albert Einstein, 627/701 – Morumbi – CEP 05651-901 – São Paulo (SP), Brasil – e-mail: [email protected]

Data de submissão: 12/3/2009 – Data de aceite: 16/4/2009

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desse indicador decorreu na Europa como resposta à melhoria das condições de alimentação, higiene e mo-radia do século 19 como consequência aos avanços das técnicas agrícolas e da revolução industrial. Já no sé-culo 20, a importante redução observada do indicador se atribui aos benefícios da Medicina científica e da saúde pública(2). Esse fenômeno deve ter se repetido em nosso meio com forte correlação com a renda das pessoas. É importante a contribuição do professor Le-ser, que chamou a atenção para a relação inversa entre o comportamento da mortalidade infantil e a evolução do salário mínimo real entre 1950 e 1970 no município de São Paulo(3). As tendências de queda do CMI nos diferentes períodos vêm sendo mais valorizadas que as cifras pontuais(4).

No entanto, segundo Gomes, o pressuposto de que reduções substanciais do CMI estariam condicionadas a melhorias na qualidade de vida vem sendo questionadas a partir de experiências no Brasil e no exterior, nos quais a redução expressiva do número de mortes infantis vem sendo obtida por meio de intervenções específicas do setor saúde, independentemente de significativas mu-danças nas estruturas sociais e econômicas(5). Ainda de acordo com o mesmo autor, nos países de desenvolvi-mento semelhante ao Brasil, a redução da mortalidade infantil foi menor por fatores sociais e melhoria da qua-lidade de vida e mais pelo controle público da mortali-dade pela ação dos serviços médico-sanitários, os quais são fortalecidos pela participação da comunidade.

Quando um grupo de pessoas se organiza para de-senvolver um projeto social para uma comunidade ca-rente, a primeira ideia que ocorre com frequência é a de que a melhor forma de ajudar seria levando assis-tência médica àquela população. Há mais de 30 anos, antes mesmo da inauguração do Hospital Israelita Al-bert Einstein (HIAE), um grupo de senhoras e alguns médicos iniciaram um trabalho de assistência social e médica, tendo por objeto as crianças da favela de Pa-raisópolis. A partir de 1997, esse trabalho se consolidou na forma de Programa Einstein na Comunidade de Pa-raisópolis (PECP). Esse programa de assistência médi-ca cobre 10.000 crianças, de zero a dez anos de forma integral, correspondendo a 40% do total estimado de crianças lá residentes nessa faixa etária. Já as ações so-cioeducativas atendem a um público rotativo, que anu-almente abrange cerca de 6.000 pessoas em diversas ati-vidades, com duração variável, e com foco em educação para a saúde, prevenção de doenças, apoio à gravidez, melhoria da renda familiar, música, estímulo à leitura, esportes e lazer(6). (Figura 1)

A pergunta que todo investidor social faz depois de algum tempo é, qual o resultado desse trabalho na quali-dade de vida da população-alvo. Certamente, para aque-las crianças que foram tratadas de episódios infecciosos

agudos, o resultado é palpável, mas qual foi o resultado para o coletivo? Com frequência, relatórios de entidades beneficentes apresentam como resultado a quantidade de procedimentos produzidos, quando o que se quer é mensurar o impacto que esses procedimentos resultaram na vida das pessoas. Mais difícil se torna essa medida quando se sabe que qualidade de vida depende de múl-tiplos fatores, da mesma forma que a doença tem causas múltiplas, ainda que o agente etiológico seja bem conhe-cido. Em 11 anos de existência, teria o PECP ajudado a mudar a realidade dessa comunidade? É possível afirmar que o programa efetivamente contribuiu para melhorar a qualidade de vida daquela população? Qual indicador pode avaliar essa contribuição?

Considerando que o CMI é um indicador que sin-tetiza a qualidade de vida de uma população, então ela evoluirá para melhor na medida em que os determi-nantes sociais se modifiquem para melhor. Se os deter-minantes sociais se modificaram de forma equiparável em todo o território do município de São Paulo, então naqueles distritos onde a evolução tenha se revelado ex-

Figura 1. Atendimento no projeto social

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cepcional é possível que alguns fatores não comuns pos-sam ter influído para essa evolução. Frente ao exposto, justifica-se o presente trabalho.

oBJEtiVoAnalisar a evolução do CMI do distrito de Vila Andra-de, onde se localiza a comunidade de Paraisópolis, dis-cutir os determinantes para essa evolução e se o achado pode ser atribuído a algum fator específico e próprio daquela população.

MÉtoDoSO local do estudo foi a Comunidade de Paraisópolis, onde o HIAE desenvolve o seu programa social. Esta fica no distrito de Vila Andrade, que é um dos três dis-tritos que compõem a subprefeitura de Campo Limpo, localizado na região Sul do município de São Paulo. A população residente de Vila Andrade em 2000 era de 73.293 e a projetada para 2007 é de 93.191, conforme dados do Sistema Estadual de Análise de Dados (SE-ADE). Teve um crescimento populacional de 27,1% no período, crescimento maior que os 10,7% observado na subprefeitura como um todo. Estima-se que a Co-munidade de Paraisópolis tenha entre 60.000 a 70.000 moradores, representando cerca de 70% da população do distrito. Os 30% restantes são majoritariamente for-mados por uma população de alto poder aquisitivo, si-milar àquela que habita o vizinho distrito do Morumbi. Assim, a comunidade de Paraisópolis é predominante na formação do coeficiente do distrito.

A partir de dados da Secretaria de Saúde da Prefei-tura do Município de São Paulo (SMS-PMSP) pode-se acompanhar a evolução do CMI, disponível em meio eletrônico por distrito de 2000 a 2007(7).

Foi analisada a evolução do CMI no distrito de Vila Andrade nesse período e comparada: com os dados do CMI dos outros dois distritos que compõem a subpre-feitura de Campo Limpo (Capão Redondo e Campo Limpo); com os dados de dois distritos com populações menores e estáveis, o que os diferencia de Vila Andra-de; e com distritos selecionados, que em 2000 tinham entre 50 a 150.000 habitantes, que apresentaram cresci-mento importante nos últimos oito anos e CMI superior a 15,0/1.000 nascidos vivos, a saber, Jaraguá, Lageado, Parelheiros, Perus, São Rafael e Vila Jacuí.

Para se ter uma ideia do status de outros indicado-res, buscou-se no SEADE(8) indicadores de saneamento e acesso a serviços de saúde. Comparam-se esses indica-dores com os da Vila Leopoldina, distrito localizado na subprefeitura da Lapa e Lageado, localizado na subpre-feitura de Guaianases com os dados da Vila Andrade, pela evolução parecida do CMI.

Figura 2. Coeficiente de Mortalidade Infantil (CMI) evolutivo dos distritos de Vila Andrade, Capão Redondo e Campo Limpo

Evolução do CMI em distritos da Subprefeitura de Campo Limpo

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2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Ano

CM

I

Campo Limpo

Capão Redondo

Vila Andrade

rESUltADoSA evolução do CMI no distrito de Vila Andrade, entre 2000 a 2007, foi declinante com os seguintes números por 1.000 nativivos: 18,1; 17,4; 15,7; 15,7; 16,5; 9,6; 12,8 e 8,2. No ranking dos 96 distritos da cidade de São Paulo evoluiu com a seguinte classificação: 77º; 74º; 65º; 71º, 80º; 24º; 55º e 22º lugares, passando do último quartil para o primeiro.

A Figura 2 mostra os dados evolutivos do CMI, re-ferentes aos distritos de Vila Andrade, Capão Redondo e Campo Limpo.

Outros dois distritos que evoluíram do quarto quartil, em 2000, para o primeiro, em 2007, foram Vila Leopoldina e Barra Funda, ambos da subprefeitura da Lapa. A evolu-ção do CMI na Vila Leopoldina no período de 2000 a 2007 foi a seguinte, por 1.000 nativivos: 27,9; 23,3; 16,0; 12,8; 16,0; 2,2; 3,8 e 3,8. A evolução na Barra Funda foi: 23,7; 15,1; 12,5; 13,6; 12,1; 10,3; 25,9 e 4,4. Vila Leopoldina ti-nha 26.874 habitantes em 2000 e, em 2007 registrou 26.877. Barra Funda tinha 12.992 habitantes, em 2000, e, em 2007, registrou 11.581. Como o número de nascidos vivos é da or-dem de 400, na Vila Leopoldina, e de 200 na Barra Funda, uma única morte para mais ou para menos tem um impac-to importante no coeficiente, uma variação de três a cinco unidades para um coeficiente médio de 12,6. A Figura 3 mostra a evolução do CMI de Vila Andrade e os distritos selecionados de Vila Leopoldina e Barra Funda.

Outros dois distritos com grande crescimento popu-lacional e que experimentaram uma evolução importante no CMI foram também selecionados. Alguns seguintes distritos que em 2000 tinham entre 50 a 150.000 habi-tantes apresentaram crescimento importante nos últimos oito anos e CMI superior a 15,0 e foram os seguintes: Jaraguá, Lageado, Parelheiros, Perus, São Rafael e Vila Jacuí. O distrito de Jaraguá com 145.327 habitantes, em 2000, e crescimento populacional de 21,2% teve uma evolução do CMI de 19,9; 16,3; 16,6; 16,4; 19,7; 13,9; 19,2 e 11,2. O distrito de Lageado tinha 157.316 habitantes,

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cresceu 14,9%, e o seu CMI evoluiu de 19,2; 18,1; 15,4; 15,1; 14,5; 15,9; 16,5 e 11,5. O distrito de Parelheiros tinha 102.274, cresceu 31,7%, e a evolução do CMI foi de 19,4; 18,6; 19,4; 15,6; 15,6; 11,3; 17,3 e 15,3. O distrito de Perus tinha 70.428 habitantes, cresceu 19,8%, e a evolução do CMI foi de 15,9; 18,9; 17,2; 14,9; 15,6; 14,7; 12,4 e 13,9. O distrito de São Rafael tinha 124.731 habitantes, cres-ceu 14,7% e a evolução do CMI foi de 24,1; 18,0; 20,4; 15,3; 12,7; 10,8; 14,6 e 14,3. O distrito de Vila Jacuí tinha 141.544 habitantes e cresceu 15,1%, e a evolução do CMI foi de 21,5; 16,1; 14,0; 14,2; 14,3; 11,6; 11,7 e 12,4. Dentre esses distritos selecionados, nenhum alcançou CMI abai-xo das dez em 2007.

A Figura 4 mostra a evolução do CMI dos distritos selecionados de grande crescimento populacional.

Para que o CMI de Vila Andrade posa ser toma-do como representativo de Paraisópolis, seria necessá-rio um ajuste do índice. Na medida em que o distrito é uma extensão do Morumbi, a população rica do distrito poderia estar distorcendo o coeficiente para melhor. Como a população de Paraisópolis representa 70% da população do distrito, e assumindo-se a hipótese de que os 30% dos moradores fora de Paraisópolis tenham um

Evolução do CMI em distritos de grande crescimento populacional

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25

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2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Ano

CM

I

Jaraguá

Lageado

Parelheiros

Perus

São Rafael

Vila Jacuí

Figura 4. Coeficiente de Mortalidade Infantil (CMI) evolutivo dos distritos de Jaraguá, Lageado, Parelheiros, Perus, São Rafael e Vila Jacuí

Distritos selecionados

Cobertura de águaAno 2000 (%)

Cobertura de esgotoAno 2000 (%)

Cobertura de coleta de lixo

Ano 2000 (%)

renda per capita <1SM

Ano 2000 (%)

gestantes com > 7 pré-natais

Ano 2002 (%)

Analfabetos> 15 anos

(subprefeitura)Ano 2000 (%)

Vila Andrade 99,67 74,57 87,97 26,87 63,8 5,1Lageado 99,08 80,31 97,66 44,38 53,5 5,2Vila Leopoldina 98,85 98,26 99,60 10,43 69,1 1,8

tabela 1. Indicadores sociais em distritos selecionados

Subprefeituras selecionadas

Procedimentos ambulatoriais

Ano 2002

Consultas de urgênciaAno 2002

Consultas de primeira vez

Ano 2002

Procedimentos ambulatoriais

Ano 2007

Consultas de urgênciaAno 2007

Consultas de primeira vez

Ano 2007Campo Limpo 2.294.340 4.255 169.971 4.293.341 74.979 307.753Guaianases 937.066 124.818 81.276 2.534.871 396.964 131.261Lapa 1.273.306 141.734 78.698 4.720.135 385.281 238.064

tabela 2. Produção de procedimentos ambulatoriais, consultas de urgência e de primeira vez em subprefeituras selecionadas

Evolução do CMI em distritos selecionados

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25

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2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Ano

CMI Vila Leopoldina

Barra Funda

Vila Andrade

Figura 3. Coeficiente de Mortalidade Infantil (CMI) evolutivo dos distritos de Vila Andrade, Vila Leopoldina e Barra Funda

CMI semelhante ao distrito do Morumbi, de 6,4 mortes por mil, o CMI corrigido será dado pela equação:

(6,4 . 0,3) + (x . 0,7) = 8,2 . 1, onde x = 8,9

Outros indicadores de saneamento e acesso a ser-viços foram também avaliados. A Tabela 1 apresenta alguns desses indicadores sociais, segundo o SEADE(7), em distritos selecionados.

Para avaliar a expansão de oferta de serviços de saúde tomaram-se dados de produção ambulatorial disponibi-lizados no Tabnet(7) por subprefeitura, referentes ao ano de 2002 (ano de 2000 não disponível) e os do ano de 2007. Como no período avaliado houve alteração no tamanho da população, os números absolutos foram reduzidos a um denominador comum. Considerando a população da subprefeitura no ano de 2002 e 2007, calculou-se a con-centração de procedimentos por habitante no ano.

Na Tabela 2 encontram-se a produção de procedi-mentos ambulatoriais, consultas de urgência e de pri-meira vez nas subprefeituras selecionadas, nas quais se localizam distritos de Vila Andrade (Campo Limpo), Lageado (Guaianases) e Vila Leopoldina (Lapa).

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A Tabela 3 mostra a concentração de procedimen-tos ambulatoriais, consultas de urgência e de primeira vez por habitante no ano.

Como as bases de dados são diferentes, não foi feita análise estatística para comparação dos resultados.

DiSCUSSÃoO distrito de Vila Andrade em 2000 estava no último quartil, entre os que apresentavam os piores coeficien-tes de mortalidade infantil e, em 2008, passou a integrar o grupo de distritos do primeiro quartil, dos melhores coeficientes. Optou-se, então, por analisar a evolução do CMI desses dois grupos e, cruzando com outros indicadores socioeconômicos disponibilizados pela SEADE(8), buscar compreender a evolução do CMI da Vila Andrade, comparativamente à evolução de outros distritos, formulando hipóteses para a evolução encon-trada. Se essa evolução diferenciar-se para melhor dos demais distritos, depois de descontada a parcela da evo-lução comum a todo o município, infere-se que alguma causa diferente possa ter contribuído para essa evolu-ção diferenciada.

O CMI na cidade de São Paulo é declinante de for-ma contínua desde 1973, cuja redução se deu pela re-dução da mortalidade por causas específicas: doenças diarreicas, septicemia, meningites, sarampo, doenças vacináveis e outras doenças infecciosas, doenças do aparelho respiratório e nutricionais tiveram reduções importantes. As mortes por doenças perinatais e ano-malias congênitas tiveram redução moderada(8).

A queda no CMI decorre de melhorias gerais da qualidade de vida, não se reduzindo na mesma propor-ção as mortes decorrentes de malformações congênitas ou prematuridade. Dois outros fatores devem ser men-cionados pelo efeito indireto no CMI: o declínio acele-rado da fecundidade e a mudança no fluxo migratório. O lugar de São Paulo como principal polo de atração de migrantes vai sendo cedido para os municípios vi-zinhos da área metropolitana, provocando nos últimos anos um declínio na taxa de crescimento populacional. Os distritos mais centrais observaram um crescimento negativo, enquanto o crescimento positivo acontece em alguns distritos periféricos, onde a mortalidade infantil persiste elevada justamente em regiões onde a migra-ção contribuiu para o crescimento da população.

Segundo os dados dos últimos oito anos, o muni-cípio da capital que em 2000 apresentava um CMI de 15,8 mortes por 1.000 nascidos vivos, evoluiu ano a ano com redução, apresentando em 2007 um coeficiente de 12,6 mortes (redução de 20,2%). Em 2000, eram oito distritos que apresentavam CMI acima de 20, e em 2007 foram três. Enquanto em 2000 os distritos que apresen-tavam CMI menores que dez somavam 20, cresceram em 2007 para 31 distritos. As condições de vida no mu-nicípio, portanto, vem apresentando melhora de forma consistente, no seu conjunto, indicando melhora nos determinantes como saneamento, renda e acesso a ser-viços de saúde.

Esse declínio do CMI também ocorreu na subpre-feitura de Campo Limpo, sendo comum a todos os seus distritos, contudo, quando se compara a evolução do indicador pela curva de tendência, Vila Andrade, em relação aos distritos de Capão Redondo e Campo Lim-po, é claramente melhor, se considerado o ângulo que forma com o eixo x.

O CMI de Vila Andrade poderia ser tomado como representativo de Paraisópolis? Como a população de Paraisópolis representa 70% da população do distrito, assumindo-se a hipótese de que os 30% dos moradores fora de Paraisópolis tenham um CMI semelhante ao distrito do Morumbi, o ajuste feito resulta em um coefi-ciente de 8,9 mortes por mil, o CMI corrigido ainda foi muito bom, permanecendo abaixo de dez.

Essa evolução notória no CMI de Vila Andrade não teria ocorrido também em outros distritos da cida-de? Outros dois distritos também evoluíram do quarto quartil em 2000 para o primeiro em 2007, estes foram Vila Leopoldina e Barra Funda, ambos da subprefei-tura da Lapa. Esse dois distritos estão mais próximos do centro da capital e já contavam há muito com uma infraestrutura de saneamento e serviços melhor que a região Sul da capital, além serem poucas as aglomera-ções classificadas como “favelas”, algumas das quais foram eliminadas em razão de empreendimentos imo-biliários. A evolução do CMI desses distritos se deve a fatores possivelmente comuns aos dois pela contigui-dade geográfica, mas diferentes de Vila Andrade, cujas características na oferta de serviços e urbanização são completamente distintas.

Ampliando a análise, foram estudados distritos com grande crescimento populacional e que experimenta-

Subprefeituras selecionadas

Procedimentos ambulatoriais

Ano 2002

Consultas de urgênciaAno 2002

Consultas de primeira vez

Ano 2002

Procedimentos ambulatoriais

Ano 2007

Consultas de urgênciaAno 2007

Consultas de primeira vez

Ano 2007Campo Limpo 4,39 0,0008 0,32 7,67 0,13 0,55Guaianases 3,53 0,47 0,30 8,84 1,38 0,45Lapa 4,76 0,53 0,29 18,27 1,49 0,92

tabela 3. Concentração de procedimentos ambulatoriais, consultas de urgência e de primeira vez por habitante no ano

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ram uma evolução importante no CMI, no entanto ne-nhum alcançou CMI abaixo de dez em 2007. As curvas de tendência mostram uma redução consistente, apon-tando para uma estabilidade do indicador. O distrito de Lageado talvez apresente uma curva mais semelhante ao que aconteceu com Vila Andrade, pois todos os ou-tros tendem a uma reversão da queda do CMI.

Para se ter uma ideia do status de outros indicadores sociais se buscou no SEADE(8) alguns indicadores de sa-neamento e acesso a serviços de saúde. Compararam-se esses indicadores nos distritos de Vila Leopoldina, loca-lizado na subprefeitura da Lapa; Lageado localizado na subprefeitura de Guaianases, com os de Vila Andrade, pela evolução parecida do CMI. Lageado, em 2000 apre-sentava alguns indicadores sociais até melhores que Vila Andrade, tais como cobertura de esgoto e de coleta de lixo, entretanto a renda e a cobertura de pré-natal foram piores do que em Vila Andrade. Isso pode estar indican-do que renda é fator importante do CMI. Interessante seria comparar esses mesmos indicadores em 2007, mas infelizmente os dados não estão disponíveis.

Vila Andrade viveu nos últimos anos uma expansão da oferta de serviços de saúde, pela expansão da Es-tratégia da Saúde da Família na subprefeitura do Cam-po Limpo, da qual o HIAE é parceiro. Essa expansão também ocorreu no distrito de Lageado que pertence à subprefeitura de Guaianases.

Houve uma expansão expressiva de oferta de proce-dimentos ambulatoriais entre o ano de 2002 e 2007 nas três subprefeituras estudadas, sendo a maior expansão na Lapa (283%), mas não desprezível em Campo Lim-po (74%) e em Guaianases (150%). A oferta de con-sultas de urgência e de primeira vez também cresceu substancialmente, sendo que a concentração de con-sultas de primeira vez cresceu mais na Lapa (217%), enquanto Campo Limpo cresceu 71% e Guaianases, 50%. Esse crescimento maior na Lapa pode ser expli-cado pelo fato de ser uma região central com maior ca-pacidade de produção e que atrai usuários do sistema de outras regiões da cidade. A baixa concentração de consultas de urgência em Campo Limpo é explicada pelo fato de o único hospital público na região (Hospi-tal de Campo Limpo), que atende grande parte da ur-gência da região, não está localizado na subprefeitura de Campo Limpo, mas na subprefeitura de M’Boi Mi-rim, embora o usuário seja morador da subprefeitura de Campo Limpo.

A excepcional evolução do CMI na Vila Andrade nos últimos oito anos decorreu de um conjunto de me-lhorias ocorridas na região. Se a cobertura de serviços essenciais de saneamento foi mantida, em relação ao crescimento da população, a renda e o acesso à assis-tência médica são dois fatores que podem ter influído de forma decisiva na melhora do CMI. Como se obser-

va, o distrito de Lageado também recebeu maior oferta de serviços de saúde. Já Vila Leopoldina teve também uma extraordinária expansão na oferta de serviços de saúde, o que pode ter sido o fator essencial na melhora do coeficiente, já que os outros indicadores sociais são bastante bons. A contínua queda da mortalidade infan-til, observada em São Paulo entre os anos 1970 e 1990, indica que o declínio relativo foi maior na área perifé-rica, mais pobre, do que na área central, menos pobre. Essa diferença é atribuída ao maior peso nas áreas pe-riféricas de causas de morte mais suscetíveis de preven-ção e controle, indicativas do avanço na qualidade da assistência à saúde(9). O impacto da expansão da rede da Estratégia da Saúde da Família, na diminuição do CMI está demonstrado em estudos comparativos como o re-alizado por Cruz(10), em especial a mortalidade tardia, nos municípios de maior cobertura.

Vila Andrade e Lageado tinham, em 2000, indica-dores sociais próximos, chamando a atenção à diferen-ça na renda. Lageado tem uma proporção maior de pessoas com renda inferior a um salário mínimo. Essa pode ser uma razão importante para a diferença na evolução do CMI e que poderá ser confirmada com o censo de 2010.

Pelo lado do acesso a serviços de saúde, a expansão da oferta destes serviços ocorreu nas duas subprefeitu-ras onde estão localizados os dois distritos citados. Essa maior oferta pode ter sido decisiva para a evolução do CMI, caso seja confirmada a hipótese de que a cobertu-ra do saneamento tenha sido mantida, na proporção do crescimento da população.

Se o distrito de Lageado efetivamente representar, na Zona Leste, o espelho da população de Vila Andra-de, a evolução do CMI deveria ter sido mais parecida de um com o outro. Como não foi o que se constatou, a diferença de evolução poderia ser atribuída a algo que aconteceu na Vila Andrade e que não aconteceu em Lageado. A renda não ter evoluído da mesma for-ma é uma hipótese, e a outra é que a maior efetivida-de da assistência à saúde em uma região tenha influído no resultado, mais que em outra. Tanto a renda como a maior efetividade das ações de saúde em Vila Andra-de podem ser resultado da ação social do HIAE e de outras entidades que atuam em Paraisópolis, incluindo o Programa Saúde da Família (PSF) cuja gestão é de responsabilidade do HIAE.

A percepção subjetiva que se tem é que a qualida-de de vida em Paraisópolis de fato melhorou, deixando de ser uma favela para estar se transformando em um bairro. Recentemente se instalou uma grande loja de eletrodomésticos de uma grande rede e fala-se que um banco procura um local para instalar uma agência. O distrito de Lageado, que em 2000 estava na posição 85º, no ranking do CMI passou a ser o 42º em 2007,

einstein. 2009;7(2 Pt 1):163-9

Projeto social e mortalidade infantil: o caso Paraisópolis 169

mas Vila Andrade evoluiu de 77º para o 22º lugar, in-duzindo a um raciocínio de que algo diferente tenha acontecido.

A forma positiva como evoluiu o CMI no distrito de Vila Andrade, que inclui a comunidade de Paraisópolis, é única entre os 96 distritos da capital. Pelos dados ana-lisados, a curva de tendência do CMI indica que neste distrito os fatores determinantes do coeficiente conflu-íram para um melhor desempenho, do que em outros distritos. A renda pode ter tido uma evolução melhor e a efetividade das ações de saúde maior.

Se a evolução desse indicador na Vila Andrade, como observado, não tivesse sido o resultado do im-pacto de uma ação social, o Programa Einstein na Co-munidade não poderia ser comemorado como algo que tenha feito diferença. Entretanto, na medida em que o indicador mostra uma evolução excepcional em compa-ração aos outros distritos, fica o alento de que o progra-ma influiu positivamente para o fato.

limitações do estudoO presente estudo apresenta limitações. Não foram fei-tas análises estatísticas de comparações entre os resulta-dos dos diferentes distritos de saúde estudados, apenas foram demonstrados os dados crus obtidos, chamando a atenção, contudo, para a existência de várias seme-lhanças entre as populações avaliadas. Outras comuni-dades possivelmente existem que também poderiam ter sido escolhidas, entretanto em nenhuma delas ocorre-ram índices tão baixos de mortalidade infantil como na Vila Andrade.

ConClUSÃoPela análise feita, o CMI confirmou ser um indicador que reflete de forma consistente a evolução da qualida-

de de vida de uma população, mas medir o quanto des-sa evolução pode ser atribuída a uma dada ação social continua a ser um desafio. A evolução do CMI em Vila Andrade é coerente com a expansão do acesso a servi-ços de saúde e, eventualmente da renda, o que poderá ser confirmado com o próximo censo.

rEFErÊnCiAS1. Monteiro CA. Contribuição para o estudo do significado da evolução do

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2. Preston SH. Mortality tends. Ann Rev Soc. 1977;3:163-78.

3. Leser W. Relacionamento de certas características populacionais como a mortalidade infantil no município de São Paulo de 1950 a 1970. Prob Bras. 1972;10(109):17-30.

4. Laurenti R, Mello-Jorge MHP, Lebrão ML, Gotlieb SLD. Estatísticas de saúde. 2. ed. São Paulo: EPU; 1987.

5. Bezerra-Filho JG, Kerr-Pontes LRS, Barreto ML. Mortalidade infantil e contexto socioeconômico no Ceará, Brasil, no período 1991 e 2001. Rev Bras Saude Matern Infant. 2007;7(2):135-42.

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8. Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados. Tema: Saúde. Informações dos Municípios Paulistas. [Internet]. [citado 2008 Dez 11]. Disponível em www.seade.gov.br. Acessado em 20 jan 2009.

9. Monteiro CA, Nazário CL. Declínio da mortalidade infantil e equidade social: o caso da cidade de São Paulo entre 1973 e 1993. In: Monteiro CA. Velhos e novos males da saúde no Brasil: a evolução do país e suas doenças. 2. ed. São Paulo: Hucitec, Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da USP; 2000. p. 173-85.

10. Cruz MGB. Estudo comparativo de alguns indicadores em municípios do Estado de São Paulo segundo a implantação do Saúde da Família. Rev Esc Enferm. 2005;39(1):28-35.