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Material auxiliar para o projeto de dutos terrestres Prof. Anderson Barata Custódio Universidade Católica de Petrópolis (UCP) Petrópolis, 2011

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Material auxiliar para o projeto de dutos

terrestres

Prof. Anderson Barata Custódio

Universidade Católica de Petrópolis (UCP)

Petrópolis, 2011

Sumário

1 Introdução 4

2 Revisão de métodos numéricos 5

2.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

2.2 Diferenciação numérica em uma dimensão . . . . . . . . . . . 5

2.3 Integração numérica em uma variável . . . . . . . . . . . . . 8

3 Fundamentos de topografia 10

3.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

3.2 Nomenclaturas de acidentes . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

3.3 Cartas topográficas e suas curvas de nível . . . . . . . . . . . 13

3.4 Cálculo aproximado da declividade . . . . . . . . . . . . . . . 13

3.5 Cálculo de volume de terra deslocada . . . . . . . . . . . . . 16

3.6 Momento de transporte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20

3.7 Diretrizes para traçado de rotas . . . . . . . . . . . . . . . . 21

3.8 Curvamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22

3.9 Enterramento e concretagem . . . . . . . . . . . . . . . . . 24

4 Básico de dimensionamento de dutos 26

4.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

4.2 Conhecimentos básicos em resistência dos materiais . . . . . 26

1

5 Travessia de rios e áreas alagadas 30

6 Operações 31

6.1 Considerações Iniciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31

6.1.1 Canteiros de apoio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

6.2 Principais Atividades de uma obra de dutos . . . . . . . . . . 34

6.2.1 Avaliação da construção . . . . . . . . . . . . . . . . 34

6.2.2 Mobilização . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35

6.2.3 Locação e Marcação da Faixa de Domínio e da Pista . . 37

6.2.4 Abertura da Pista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37

6.2.5 Desmonte de Rochas . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38

6.2.6 Limpeza . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39

6.2.7 Nivelamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39

6.2.8 Transporte e Estocagem de Tubos e Materiais . . . . . 40

6.2.9 Abertura e Preparação da Vala . . . . . . . . . . . . . 41

6.2.10 Distribuição de Tubos na Faixa de Domínio . . . . . . . 42

6.2.11 Curvamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42

6.2.12 Soldagem . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42

6.2.13 Inspeção após Soldagem . . . . . . . . . . . . . . . . 43

6.2.14 Ensaio não-destrutivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43

6.2.15 Revestimento Externo Anticorrosivo . . . . . . . . . . 43

6.2.16 Revestimento Externo com Concreto . . . . . . . . . . 44

6.2.17 Abaixamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44

6.2.18 Cobertura ou Preenchimento . . . . . . . . . . . . . . 45

6.2.19 Tie-in . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45

6.2.20 Fabricação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45

6.2.21 Proteção Catódica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45

2

6.2.22 Limpeza da Faixa de Domínio . . . . . . . . . . . . . 46

6.2.23 Recuperação e Revegetação . . . . . . . . . . . . . . 47

6.2.24 Sinalização e Proteção dos Dutos e Válvulas de Bloqueio 47

6.2.25 Teste Hidrostático . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48

6.2.26 Limpeza Interna e Inspeção . . . . . . . . . . . . . . 48

6.2.27 Condicionamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48

6.3 Métodos Construtivos Especiais (Obras Especiais) . . . . . . . 49

6.3.1 Cruzamentos e Travessias . . . . . . . . . . . . . . . 49

6.3.2 Construção em Áreas Alagadas/Agrícolas e Cursos d’Água 50

6.3.3 Recursos Humanos e Equipamentos . . . . . . . . . . 51

3

Capítulo 1

Introdução

4

Capítulo 2

Revisão de métodos

numéricos

2.1 Introdução

Nessa seção revisar-se-á um conjunto de métodos numéricos com os quais

um engenheiro de dutos precisa contar para desenvolver as atividades profis-

sionais de projeto.

2.2 Diferenciação numérica em uma dimensão

Seja uma função y(s) que representa uma curva C no domínio R2, onde s é

seu parâmetro de comprimento de curva. A derivada y′(s) é definida por:

y′(s) =dy

ds(s) = lim

∆s→0

y(s + ∆s) − y(s)

∆s(2.1)

Caso a função y(s) seja analiticamente conhecida, a determinação de y′(s) é

geralmente fácil, por meio da aplicação de regras de derivação. Por exemplo:

y(s) = sin(4s) + s2− 5s + 4 → y′(s) = 4 cos(4s) + 2s − 5

5

Entretanto, em várias aplicações práticas não é conhecida a expressão análi-

tica da função. Ao invés disso, sabe-se o resultado numérico de sua aplicação

em um conjunto de n valores discretos de s, formando uma tabela de valores

de y1···n, que descreve uma curva. Por exemplo:

si 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

yi 0 3,3 6,4 8,8 10,5 11,3 11 9,8 7,9 5,3 2,5

... descrevendo a curva da figura 2.1.

Figura 2.1: Representação gráfica da função y(s) de exemplo.

É possível, a partir de dados tabelados de uma função, determinar-lhe a de-

rivada em cada ponto presente na tabela por meio de técnicas de diferenças

finitas. Tais técnicas consistem simplesmente do cálculo das taxas de varia-

ção da função na vizinhança de cada ponto. Esse cálculo é feito através de um

polinômio cujas variáveis são os valores de yi e os coeficientes ai são dados

por uma série de Newton.

De acordo com a posição do ponto da tabela, pode-se calcular a derivada por

diferenças centradas, por diferenças para frente ou para trás. Sempre que

possível, deve-se preferir o cálculo por diferenças centradas, por causa de sua

maior precisão. A denominação “diferenças centradas” se motiva pelo fato

6

de que a derivada no ponto sj ser calculada com base em valores de y(s),

melhor referidos como yi, simetricamente dispostos em torno do ponto j. A

expressão mais simples para 1a derivada, calculada por diferenças centradas

com base em 3 pontos, é:

y′(sj) =1

ds

(

1

2yj+1 + 0yj −

1

2yj−1

)

+ O(ds2) (2.2)

... onde: ds= espaçamento de s entre os pontos. O sufixo O(ds2) indica que

o erro do cálculo é da ordem de ds2, ou seja: quanto maior for ds2, maior ele

será.

Caso uma maior precisão seja necessária, pode-se usar essa 1a derivada por

diferenças centradas com base em 5 pontos:

y′(sj) =1

ds

(

1

12yj+2 +

2

3yj+1 + 0yj −

2

3yj−1 +

1

12yj−2

)

+ O(ds4)

(2.3)

... ou ainda em 7 pontos:

y′(sj) =1

ds

(

1

60yj+3 −

3

20yj+2 +

3

4yj+1 + 0yj−

3

4yj−1 +

3

20yj−2 −

1

60yj−3

)

+ O(ds6)

(2.4)

Obviamente, o cálculo de diferenças finitas centradas não é possível junto às

extremidades (pontos y1 e yn), porque seu polinômio faria referência a pontos

que estão fora do domínio da tabela (pontos y0 e yn+1). Dessa maneira, é

preciso determinar as derivadas mediante diferenças finitas para frente e para

trás.

Os polinômios com diversos graus de resíduos (erros) para o cálculo de dife-

renças finitas para frente são dados por:

y′(sj) =1

ds(−yj + yj+1) + O(ds) (2.5)

7

y′(sj) =1

ds

(

3

2yj + 2yj+1 −

1

2yj+2

)

+ O(ds2) (2.6)

y′(sj) =1

ds

(

11

6yj + 3yj+1 −

3

2yj+2 +

1

3yj+3

)

+ O(ds3) (2.7)

Para o cálculo numérico das derivadas com diferenças finitas para trás, os

polinômios correspondentes são os seguintes:

y′(sj) =1

ds(−yj−1 + yj) + O(ds) (2.8)

y′(sj) =1

ds

(

1

2yj−2 − 2yj−1 +

3

2yj

)

+ O(ds2) (2.9)

y′(sj) =1

ds

(

1

3yj−3 +

3

2yj−2 − 3yj−1 +

11

6yj

)

+ O(ds3) (2.10)

Os coeficientes dos polinômios para derivadas de ordem mais alta e com maior

precisão podem ser obtidos em

http://en.wikipedia.org/wiki/Finite_difference_coefficients

2.3 Integração numérica em uma variável

A integração numérica em uma malha regularmente espaçada pode ser feita

pelo método de Simpson de 3 ou 4 pontos, combinando convenientemente

trechos como será mostrado a seguir. O método de Simpson implicitamente

aproxima os pontos da tabela de dados por uma polinômio e geralmente obtem

uma precisão bem maior que o cálculo por quadratura.

Seja uma função y(s) dada por uma tabela de pontos yi, com i = 1 · · ·n,

correspondente a pontos si regularmente espaçados. Desejamos calcular a

integral∫ sn

s1

y(s)ds.

Se o trecho onde a integral é calculada tivesse apenas 3 pontos, a integral

8

seria calculada por:

∫ s3

s1

y(s)ds =ds

3(y1 + 4y2 + y3) (2.11)

... enquanto se o trecho tivesse 4 pontos, a integral seria calculada por:

∫ s3

s1

y(s)ds =3

8ds (y1 + 3y2 + 3y3 + y4) (2.12)

Com um número de trechos maior que 3 ou 4, o cálculo é feito pela combina-

ção conveniente de trechos:

∫ sn

s1

y(s)ds =ds

3(y1 + 4y2 + 2y3 + 4y4 + · · ·+

+2yn−2 + 4yn−1 + yn)

(2.13)

... se o número de trechos é ímpar. Se o número de trechos é par, o último

trecho pode ser calculado pela integral numérica para 4 pontos.

9

Capítulo 3

Fundamentos de topografia

3.1 Introdução

Para que o traçado de um pipeline terrestre possa ser definido, é necessá-

rio um levantamento preciso das dificuldades e trabalho que cada alternativa

de roteamento dispende. O processo de coleta de dados topográficos é uma

das fases de projeto e implementação do empreendimento. Em geral, as ro-

tas previstas para o duto são inicialmente levantadas por aerofotogrametria,

o que permite a construção de “curvas de nível” em cartas topográficas, for-

necendo a descrição topológica de todo o relevo. Embora cartas topográficas

precisas sejam comercializadas pelo IBGE e outras empresas, é possível vi-

sualizar as curvas de nível em muitos locais de interesse mediante sites como

maps.google.com e wikimapia.org, que todavia não permitem a impressão ou

exportação das curvas mostradas na tela.

3.2 Nomenclaturas de acidentes

Nota : a maior parte da informação e texto dessa seção foi obtida de http://www.topo-

grafiageral.com/Curso, organizado por Edivaldo Lins Macedo.

• Montanha: elevação considerável da crosta terrestre.

10

• Cordilheira ou Cadeia de Montanhas: uma sucessão de montanhas li-

gadas todas entre si. Quando se estuda um traçado ao longo de uma

montanha é necessário sempre saber se ela é isolada ou ligada a outra,

formando uma cordilheira.

• Cumeada ou Linha de Cumeada: linha formada pelos pontos mais altos

da montanha ou cordilheira, no sentido longitudinal.

• Contraforte: ramificação mais ou menos elevada de uma montanha ou

cordilheira, em direção transversal á mesma. É um acidente importante

num traçado de duto, pois muitas vezes é por ele que o traçado galga a

montanha.

• Espigão: contraforte secundário que se liga ao contraforte principal, do

mesmo modo como este se liga á cordilheira. Este acidente é, muitas ve-

zes, um obstáculo em um traçado de dutos, obrigando a grandes cortes

que sobem pelo contraforte.

• Esporão: pequeno espigão, aproximadamente normal ao contraforte.

• Cume ou Ponto Culminante: ponto mais alto de uma montanha ou cadeia

de montanhas. É um acidente que é sempre evitado num traçado.

• Serra: denominação genérica de todo terreno acidentado, quer se trate

de montanha ou seus contrafortes acidentados.

• Garganta ou Colo: depressão acentuada da linha de cumeada de uma

montanha ou cordilheira.

• Assentada: área quase plana em zona montanhosa. Muitas vezes as

assentadas existentes em um contraforte ou no fundo de um vale são

utilizadas para se fazer a mudança de sentido nos traçados dos dutos,

formando as reversões.

• Encostas, flancos ou vertentes de uma montanha: rampas que vão da

linha de cumeada até a base da montanha. A uma encosta escarpada

dá-se o nome de despenhadeiro, ribanceira ou perambeira.

• Fralda de uma elevação: parte da encosta mais aproximada da baixada

ou do fundo do vale.

• Morros: elevações limitadas, íngremes, mas terrosas.

11

• Colina ou outeiro: morro achatado.

• Cochilha: elevação extensa, formada por várias colinas, todas ligadas

por nesgas de terra estreitas. É uma denominação peculiar ao Sul do

Brasil, principalmente no Rio Grande do Sul, onde é comum este tipo de

elevação.

• Planalto ou chapadão: região mais ou menos plana e horizontal no con-

junto, situada a grande altura. Quando existem vários planaltos separa-

dos por vales profundos, dá-se o nome de tabuleiro a cada um destes

chapadões. Planície é uma região aproximadamente plana de baixa alti-

tude.

• Rio: grande curso d’água. Aos cursos d’água de menor importância, dá-

se os nomes: ribeirão, córrego ou riacho, conforme a sua largura. Nas

regiões onde só existem pequenos cursos d’água é comum chamar-se

de rio a qualquer ribeirão.

• Cachoeira: grande desnível existente no leito de um curso d’água, onde

suas águas precipitam-se. Quando o leito do curso d’água é constituído

de uma série de pequenos degraus, dá-se o nome de cascata. Se o

desnível é forte, sem degraus, denomina-se corredeira. Uma pequena

queda dágua denomina-se salto.

• Boqueirão: estrangulamento de um curso d’água. Este termo veio subs-

tituir a “garganta dos cursos d’água”, que não se quis adotar no Brasil.

• “Canyon” : garganta sinuosa e profunda, cavada por um curso dágua.

• Vale: superfície côncava, formada por duas vertentes. O vale pode ser

“aberto” se existe uma superfície plana entre as vertentes, ou “fechado”

em caso contrário. Grota é um vale apertado, profundo e pouco extenso.

• Quebrada: trecho de vale cujas encostas são escarpadas e inacessíveis.

• Talvegue: linha formada pelos pontos mais profundos de um curso d’água.

Num vale seco o talvegue é a linha do fundo do vale.

• Cabeceira: área do início do vale onde tem nascimento um curso d’água.

• Bacia hidrográfica: área formada pelo conjunto de todos os terrenos cu-

jas águas afluem para um certo curso d’água.

12

• Divisor de águas: parte mais saliente do terreno, que separa as águas

pluviais que correm para uma certa bacia. Denomina-se também linha

das vertentes. O divisor de águas pode ter formas variadas, podendo ser

uma crista quando o divisor for estreito, e dorso se for arredondado.

• Desfiladeiro: passagem estreita entre duas montanhas, entre uma mon-

tanha e um curso d’água ou entre uma montanha e o mar.

3.3 Cartas topográficas e suas curvas de nível

Tecnicamente, as curvas de nível são uma das formas para representação

plana de superfícies tridimensionais, por meio dos contornos que essas super-

fícies deixam quando cruzam planos de corte paralelos entre si e normalmente

equidistantes. Quando usadas para descrição topográfica de um terreno ou

território, cada curva indica o cruzamento do relevo com um plano de deter-

minada altitude, como mostra a figura 3.1. Mais que apenas a indicação das

altitudes dos terrenos, a leitura correta de cartas topográficas oferece princi-

palmente a percepção da declividade da superfície mediante a distância entre

curvas sucessivas com altitudes diferentes – quando a declividade do terreno

é muito alta em determinada direção, a taxa de variação da altura nesse di-

reção obviamente o é e galgam-se várias cotas em uma distância pequena,

adensando as curvas na carta topográfica. De forma inversa, curvas de níveis

afastadas entre si denotam uma declividade reduzida. Na figura 3.2, pode-se

perceber as declividades presentes.

3.4 Cálculo aproximado da declividade

Pode-se determinar de maneira aproximada a declividade de um caminho em

determinada direção a partir das curvas de nível por onde esse caminho tra-

fega. Suponha um caminho indo de um ponto A até um ponto B, como mos-

trado na figura 3.3. O ponto A se acha entre a curva de nível L1 e L2 e é

importante ser capaz de estimar o quanto mais perto de uma ou de outra para

inferir a altitude aproximada zA. Entre A e B, duas curvas são ultrapassadas

e o ponto B se encontra entre a curva de nível L3 e L4 – de novo, é impor-

tante estimar a altitude aproximada zB do ponto B. A distância entre os pontos

13

Figura 3.1: Significado físico das curvas de nível.

14

Figura 3.2: Exemplo de carta topográfica.

15

dAB ≡ AB na projeção do plano é determinada com base na escala da carta

topográfica. O ângulo de inclinação médio φ no caminho AB será calculado

por:

φ = arctan∆zAB

dAB

+ O(∆zAB δdAB + δz dAB

dAB2 + ∆zAB

2) (3.1)

... onde: ∆zAB ≡ zB − zA e O() exprime o erro esperado no cálculo. Esse

erro será tão maior quanto forem as incertezas δz e δdAB das medidas da

altitude e da posição.

Se o comprimento dAB for de aproximadamente 6 km e as curvas de nível

forem afastadas de 100 m, de forma que zA ≈ 150 m e zB ≈ 330 m de altitude,

então a declividade média mostrada na figura 3.3 será de aproximadamente

φAB = arctan(330 − 150)

6000= 1, 72◦

... sendo cabível perceber que, se a incerteza na altitude for de 20 m e da

posição for de 500 m, o erro estimado no cálculo dessa declinação é menor

que 0,01◦.

O ângulo máximo de um talude depende do tipo de solo. A figura ?? ajuda

a selecioná-lo, com base na sua estabilidade. Outras correções podem ser

necessárias, no entanto, para tratar situações onde há chuvas frequentes, etc.

3.5 Cálculo de volume de terra deslocada

Suponha a necessidade de intervenção por aterro ou corte de um morro para

a passagem de um duto. Em ambos os casos, deve-se determinar um volume

de terra que será movimentada, o que é feito pelo levantamento das cotas,

seguida do cálculo de áreas e sua integração em um volume, aplicando os

métodos matemáticos de integração que foram descritos na seção 2.3 (vide

página 8). Algumas vezes a aproximação do volume assim determina é refe-

renciada na literatura como um “prismóide”.

Seja, por exemplo, o prismóide mostrado na figura 3.5 (pág. 19). O relevo

original é mostrado por linhas fortes, no topo. Deseja-se retirar um volume de

terra até chegar ao corte mostrado por linhas intermediárias, na parte inferior

da figura. Para calcular o volume é preciso calcular as áreas S1, S2 e S3 e

16

A

B

L1L2

L3L4

L5

L6

L7

1 km

Figura 3.3: Exemplo de trecho de carta topográfica para cálculo de declividade.

17

Areia

Areia bemcompactada

TerrenosmédiosargilososSolo

pedregosocompactado

Figura 3.4: Indicação para referência de ângulo máximo de talude.

18

RELEVO ORIGINAL

CORTE FINAL

AREA 1

AREA 2

AREA 3

dz

dz

dx

dx

h1

h2

h3

Figura 3.5: Exemplo de figura geométrica para o cálculo de volume de terradeslocada.

19

usar uma fórmula de integral de Simpson em 3 pontos (vide eq.(2.11) na pág.

9) como:

V =dz

3(S1 + 4S2 + S3) (3.2)

... onde: dz= afastamento entre as áreas.

Por sua vez, cada uma das áreas S1, S2 e S3 pode ser determinada com uma

integral sobre as profundidades de corte hi. Por exemplo:

S1 =dx

3(h1 + 4h2 + h3) (3.3)

... onde: dx= afastamento entre as áreas.

Um fenômeno peculiar à movimentação de terras é que o solo, em geral, se

encontra um pouco compactado na locação de onde ele é retirado, mas ele

não consegue ser tão bem compactado durante seu transporte. O resultado

líquido disso é que seu volume será substancialmente maior depois de movi-

mentado. À relação entre o volume original e o volume expandido de material

se denomina “fator de homogeneização”. Quando não definido, pode-se ado-

tar cerca de 1,4 a relação entre o volume transportado e o volume original. A

tabela 3.1 apresenta alguns valores para a estimativa do volume de terra após

as operações.

3.6 Momento de transporte

Naturalmente tão maiores serão os custos da movimentação quanto maiores

forem o volume transportado e a distância. Define-se “momento de transporte”

o somatório dos produtos entre os volumes de terra transportados e suas res-

pectivas distâncias médias:

Mt =n

i=1

V · d̄ (3.4)

... onde: d̄= distância média.

Naturalmente, o momento de transporte Mt é um termo que deve ser mini-

mizado no roteamento do duto. A regra básica para sua minimização é que

20

eventuais cortes em morros devem, sempre que possível, estornar terra para

aterros próximos. O ideal é que um talude constituído por meio de aterro

aproveite todo volume de terra retirado do corte de determinado acidente geo-

gráfico, como mostra a figura ?? .

3.7 Diretrizes para traçado de rotas

Nota : a maior parte da informação e texto dessa seção foi obtida de http://www.topo-

grafiageral.com/Curso, organizado por Edivaldo Lins Macedo.

Vários fatores precisam ser considerados para definir a rota de um duto:

• a topografia da região;

• as condições geológicas e geotécnicas do terreno;

• a hidrologia e a hidrografia da região;

• a presença de benfeitorias ao longo da faixa de domínio.

Regiões topograficamente desfavoráveis geralmente acarretam grandes mo-

vimentos de terra, elevando substancialmente os custos de construção. As

condições geológicas e geotécnicas podem inviabilizar determinada rota para

um duto. Na maioria dos casos são grandes os custos necessários para es-

tabilização de cortes e aterros a serem executados em terrenos desfavoráveis

(cortes em rocha, aterros sobre solos moles, etc.).

A hidrologia da região pode também interferir na escolha do traçado, pois os

custos das passagens e de drenagem geralmente são elevados.

Caso não houvesse entre as extremidades do duto nenhum obstáculo ou ponto

de interesse, a melhor solução para a ligação de dois pontos por meio de

uma reta. Entretanto, em um território real, há acidentes de relevo e algumas

recomendações serão válidas para a escolha do traçado nessa realidade:

• Quando a declividade de uma região for íngreme, de modo que não seja

possível lançar o eixo do duto com declividade inferior a valores admis-

síveis, deve-se desenvolver seu traçado e procurar minimizar as curva-

turas.

21

• Quando a rota acompanha as curvas de nível, reduz-se o volume de

material escavado. Esta redução ocorre porque, ao se acompanhar as

curvas de nível, a pista as cruzará menos.

• Quando a rota tiver que cruzar um espigão, deve fazê-lo nos seus pontos

mais baixos, ou seja, nas gargantas. Deste modo, as rampas poderão

ter declividades menores, diminuindo os movimentos de terra.

• Em regra, a garganta é transposta em corte, a fim de diminuir a declivi-

dade média.

• Quando for necessária uma intervenção em um morro, espigão, etc,

sempre que possível deve-se tentar fazer um desmonte (corte) e um

aterro com aproximadamente o mesmo volume, de maneira que o mate-

rial retirado do corte seja aproveitado no aterro do próprio local e fique

reduzido qualquer empréstimo ou bota-fora da terra.

3.8 Curvamentos

Suponha que um duto tenha um traçado reto até determinado ponto e ele pre-

cisa mudar sua direção para continuar sua rota de um ângulo θ, como mostra

a figura 3.6 (pág.23). O curvamento do duto implica em operações como de-

marcação, estaqueamento, etc que precisam prever, com razoável precisão,

a posição de cada coordenada da curva. Aspectos geométricos precisam ser

adequadamente considerados nesse momento. Em geral, as posições são

determinadas com base nas linhas de tangência no início e no fim do trecho

curvado, de forma que torna-se necessário determinar as chamadas “defle-

xões sobre a tangente” d.

Para engenheiros ocupados com o traçado, as três principais preocupações

com o curvamento são a curvatura do duto, os afastamentos com que a ope-

ração exige lidar e as referências corretas de “deflexões sobre a tangente” para

que o traçado do duto saia como planejado. Sempre que possível, a curvatura

deve ser a menor e a mais regular quanto possível, todavia essa diretiva fica

submetida às restrições do próprio relevo do terreno.

Se um trecho do duto possui curvatura constante κ, então o comprimento do

22

Tabela 3.1: Fator de homogeneização de solosTipo de solo na retirada após escavado após compactado

Arenoso 1,0 1,11 0,95Terra orgânica 1,0 1,25 0,90Argila 1,0 1,43 0,90

A

B

O

D

F

Figura 3.6: Elementos do curvamento de dutos terrestres.

23

arco ℓs associado a uma mudança de direção de θ radianos é:

ℓs =θ

κ(3.5)

Como a curvatura é uma medida algumas vezes de significado físico pouco

intuitivo, é comum usar seu inverso, o raio de curvatura, de onde se obtém

uma segunda forma para a fórmula acima:

Rc =1

κ∴ ℓs = θ Rc (3.6)

É preciso distinguir os curvamentos na superfície dos curvamentos

no espaço decorrente da ascensão de morros, etc. Quando a es-

tes últimos, a regra convencionar é fazer uma composição vetorial

entre o ângulo de curvamento no plano e o ângulo de curvamento

na direção vertical.

3.9 Enterramento e concretagem

A tabela 3.2 descreve os parâmetros mínimos para enterramento dos dutos

como função do seu diâmetro nominal.

24

Tabela 3.2: Parâmetros para enterramento de dutosDiâmetro nominal Largura mínima Enterramento

do duto da vala mínimo(pol) (pol) (pol)

4 22 306 26 308 26 3010 26 3012 30 3014 32 3016 36 3018 38 3020 40 3024 44 3030 50 3036 52 3642 58 36

25

Capítulo 4

Básico de dimensionamento

de dutos

4.1 Introdução

Os conhecimentos para dimensionamento de dutos são tratados em disciplina

específica (Terminais e Dutos), mas neste capítulo é possível realizar uma

revisão sem aprofundamento. de formulações básicas para dutos rígidos.

4.2 Conhecimentos básicos em resistência dos

materiais

O estado de tensões em um elemento cúbico infinitesimal é convencional-

mente descrito pelo tensor de tensões, cujos elementos representam o estado

de tensões normais e cisalhantes em cada uma das facetas ortogonais do

elemento:

σ̂ =

σ11 σ12 σ13

σ21 σ22 σ23

σ31 σ32 σ33

= σij (4.1)

Uma peculiaridade que intriga os estudantes de Resistência dos Materiais é

que o estado de tensões como um todo não depende das direções para as

26

quais as facetas do elemento infinitesimal estão alinhadas, ele depende ape-

nas do carregamento externo a que o sólido está submetido, entretanto as

componentes σij individualmente dependem. Desse modo, a alteração das

direções de referência muda as componentes σij , mas uma “essência” dentro

do tensor de tensões é preservada, expressando que o carregamento não foi

alterado. O que fica preservado dentro do tensor de tensões é chamado de

invariante de tensões. Eles são três:

I1 = σ11 + σ22 + σ33

I2 = −σ11σ22 − σ22σ33 − σ33σ11 + σ2

12+ σ2

23+ σ2

31

I3 = det̂ σ

(4.2)

Existe um conjunto de direções ortogonais onde todas as tensões são nor-

mais, logo o estado de tensões pode ser descrito por apenas três valores.

Essas tensões são chamadas de principais e são dadas pelas três raízes da

equação de 3o grau

σ3

P− I1σ

2

P− I2σP − I3 = 0 (4.3)

Na resistência de materiais aplicada a dutos, é convencional adota um sistema

de coordenadas cilíndricas onde a direção d1 é radial, a direção d2 se encon-

tra alinhada à circunferência do duto e a direção d3 é longitudinal (alinhada ao

eixo do duto).

Adotando o sistema de coordenadas supracitado, as tensões σ11 se referem

às tensões radiais, que na face externa do duto se igualam à pressão externa e

na face interna se igualam à pressão interna e ao longo da espessura do duto

variam de forma que não é exatamente linear. As tensões circunferenciais

σ22 são rigorosamente dadas pelas fórmulas de Lamé, todavia, para dutos de

parede relativamente fina, considera-se seu valor aproximadamente constante

27

e dado por algumas fórmulas presentes em códigos de projeto como:

σ22 = (pint − pext)

(

Dext − t

2t

)

(tensão de membrana)

= (pint − pext)

(

Dext

2t

)

(ASME B 31.4 e B 31.8)

= (pint − pext)

(

Dext

2t− 0, 4

)

(ASME B 31.3)

(4.4)

Além das pressões interna e externa, outras forças diametrais podem causar

tensões circunferenciais: contato com pedras, apoios, etc.

As tensões longitudinais têm geralmente pelo menos duas componentes: uma

associada a esforços axiais decorrentes de tração, efeitos de restrição ao des-

locamento axial, efeitos térmicos, etc; e outra componente advinda da flexão.

A primeira componente se distribui de forma praticamente homogênea na se-

ção transversal do duto. Se todas as forças axiais forem consolidadas em uma

tração generalizada equivalente Teq, então essa componente será dada por:

σ33(T ) =Teq

Sw

(4.5)

... onde: Sw= área da parede do duto.

A segunda parcela das tensões na direção d3 advém do momento fletor ex-

terno aplicado no duto. Seu valor depende da posisição do ponto até a li-

nha neutra. Em um duto fletido, a “fibra” mais externa está mais tracionada;

enquanto a fibra mais interna está mais comprimida. Em uma posição (nor-

malmente o centróide da seção) chamada linha neutra, o momento fletor não

causa variação da tensão longitudinal. Se a origem de um eixo de coordena-

das y for colocada na linha neutra e orientada no sentido do ponto em com-

pressão (negativo) para o ponto em tração, então a contribuição de tensão

longitudinal da flexão será dada por:

σ33(M) = My

Ixx

(4.6)

... onde: M= momento fletor externo; Ixx= 2o momento de área da seção

28

transversal. Para dutos rígidos:

Ixx =π

64(D4

ext− D4

int) (4.7)

As tensões cisalhantes são associadas a esforços cortantes V e cargas de

momento torçõr Q. A contribuição dos esforços cortantes para a tensão σ12

pode ser estimada por:

σ12(V ) =V

Ss

(4.8)

... onde: Ss= área equivalente de cisalhamento, que, para dutos, é aproxima-

damente igual à área de parede Sw.

A contribuição de tensão cisalhante vinda do momento torçor é dada por:

σ12(Q) =Q r

J0

(4.9)

... onde: r= distância até o centro da seção; J0= momento polar de área =

2Ixx.

29

Capítulo 5

Travessia de rios e áreas

alagadas

30

Capítulo 6

Operações

Essa seção foi extraída de um trabalho de conclusão de curso na

PUC-RIO, de autor não-identificado.

6.1 Considerações Iniciais

Duto é a designação da ligação de tubos destinados ao transporte de pe-

tróleo, seus derivados ou gás natural. Eles são classificados em oleodutos,

quando transportam líquidos, ou seja, petróleo e seus derivados e em gaso-

dutos quando transportam gases. Os oleodutos que transportam derivados de

petróleo e álcool também são chamados de polidutos. (ANP, 2008).

Os dutos são usados para transporte de líquidos desde a Antiguidade, os chi-

neses usavam bambu; os egípcios e os astecas, material cerâmico; e os roma-

nos, chumbo. O primeiro duto para transporte de hidrocarbonetos, com duas

polegadas de diâmetro, foi construído em ferro fundido e ligava um campo de

produção a uma estação de carregamento de vagões a uma distância de 8km

na Pensilvânia, em 1865. No Brasil, o primeiro duto para transporte de petró-

leo foi construído na Bahia em 1942, tinha diâmetro de duas polegadas e um

quilômetro de extensão, ligava a Refinaria Experimental de Aratu ao Porto de

Santa Luzia, que recebia petróleo de saveiros-tanque vindos dos campos de

Itaparica e Joanes. (Sant’ana, 2006)

31

O escoamento de petróleo e derivados entre as fontes de produção, refina-

rias e centros de consumo pode ser realizado através de navios, caminhões-

tanque e dutos. Entretanto, os oleodutos, gasodutos e polidutos são geral-

mente o meio mais econômico para transportar grandes volumes de petróleo,

derivados e gás natural por grandes distâncias. (Martinez, 2003).

O processo de construção e montagem de dutos consiste na ligação de vários

tubos de comprimento e diâmetro variável. Após a confecção do duto, este é

enterrado a cerca de 1 metro de profundidade.

Para a construção de dutos, as indústrias contratam empresas especializa-

das, porém ficam responsáveis pela supervisão dos serviços para que seja

garantida a qualidade, o prazo e o custo.

Devido ao deslocamento permanente de máquinas, equipamentos, veículos

pesados, pessoas, alojamentos, alimentos e energia, por locais sem infra-

estrutura de acesso, à medida que a matéria-prima vai se transformando no

produto final, uma obra de dutos é similar a uma obra de estrada de rodagem.

A obra de dutos passa por várias fases. Além das atividades de construção,

são necessários alguns serviços preliminares a essas atividades, como des-

critos a seguir.

As fases da construção e montagem de dutos consistem em atividades de

aerolevantamento, pré-comunicação, cadastramento físico e jurídico, projeto

básico, estudo de impacto ambiental, obtenção das licenças prévia, de insta-

lação e operação e nas atividades de construção e montagem propriamente

ditas.

Nas atividades de aerolevantamento são feitas fotografias aéreas para reco-

nhecimento e determinação do traçado do duto. A pré-comunicação consiste

na comunicação com as comunidades vizinhas com objetivo de informar sobre

as atividades de construção e montagem que irão acontecer no local onde o

duto vai passar. As atividades de cadastramento físico e jurídico consistem no

cadastramento das propriedades por onde o duto irá passar, para que poste-

riormente seja feita a atividade de liberação da faixa do duto. O projeto básico

define as diretrizes para construção do duto. Estudos de impacto ambiental

são necessários para o conhecimento de possíveis impactos que poderão ser

causados pelas atividades da construção e são obrigatórios para a obtenção

das licenças nos órgãos municipais e estaduais pertinentes. É necessário que

haja uma licença prévia para o início das atividades de construção. A licença

32

de instalação é necessária para a instalação dos canteiros de apoio. A licença

de operação é necessária para que se possa iniciar a operação do duto. (PE-

TROBRAS, 2008).

6.1.1 Canteiros de apoio

Previamente ao início da obra, é necessária a instalação dos canteiros de

apoio, que servem como ponto base para as diversas frentes de trabalho e

onde ocorre a divisão dos trabalhos que ocorrerão em determinado dia.

Em obras de dutos são utilizados canteiros centrais de apoio além de peque-

nos canteiros de apoio (áreas de montagem) que são instalados para a im-

plantação das travessias (ex: travessias de cursos d’água), cruzamentos (ex:

cruzamentos de rodovias e ferrovias) e demais obras especiais. Nos cantei-

ros centrais, ficam localizadas instalações, tais como refeitório, almoxarifado,

oficina, depósitos de máquinas, equipamentos e materiais, ambulatório, escri-

tório de projetos e administração, dentre outros. Os canteiros de obras das

travessias especiais devem contar, no mínimo, com veículos de transporte de

carga e pessoas, pequeno estoque de ferramentas, combustível, peças de

reposição, refeitório e banheiros. As áreas indicadas para os canteiros de-

verão, ainda, conter o parecer das Prefeituras Municipais, concordando com

as instalações, e estarem situadas em locais onde ocorra o mínimo de im-

pactos ambientais e de interferências com as comunidades locais. A escolha

dos locais dos canteiros de obras em empreendimentos lineares, como ro-

dovias, ferrovias, linhas de transmissão e dutos, depende de uma série de

fatores que diretamente envolvem a logística, como procedência da mão-de-

obra especializada e tipo de habitação a ser utilizada (alojamentos e/ou ho-

téis/pensões/repúblicas).

O canteiro de apoio servirá de base para as frentes de serviço, nele é onde

serão armazenados os materiais, suprimentos, ferramentas e equipamentos

de pequeno porte, assim é a partir dele que são distribuídos os suprimentos

para as frentes de obra. Sua localização é estratégica, pois deverá estar situ-

ado de tal forma que atenda mais de uma frente de obra, sendo que as frentes

de obra vão se deslocando de acordo com o avanço da produção. Como é

o ponto de ligação entre as frentes de obra, o canteiro de apoio apresenta

uma intensa movimentação de pessoas e materiais. Se houver necessidade

33

de reposição de materiais ou ferramentas, os mesmos deverão ser enviados

do canteiro para frente de obra, evitando que haja atrasos e prejuízo para as

atividades.

6.2 Principais Atividades de uma obra de dutos

A construção e montagem de dutos propriamente dita tem entre suas princi-

pais atividades, as quais serão descritas a seguir.

6.2.1 Avaliação da construção

Uma análise de construção deve ser feita para colher informações detalhadas

que possibilitem o design de todas as seções do duto, incluindo acesso a

estradas associadas e travessias de cursos d’água.

As necessidades do espaço de trabalho da construção de um duto são defi-

nidas nesta etapa. Este espaço é definido em função do diâmetro, tamanho

do equipamento, condições de inclinação, tipo de rocha, localização da cons-

trução (ex.: cruzamento de rodovias ou rios), cruzamento de outros dutos, o

método de construção, e as condições existentes de solo durante a constru-

ção. São necessários equipamentos maiores para lidar com dutos mais pe-

sados, consequentemente aumentando o tamanho do espaço de construção

necessário. (Hosmanek,1984; Mohitpour, 2000).

Na ocasião de solicitar as licenças ambientais, é necessário se estabelecer

o tamanho mínimo da área e necessidades para promover um trabalho mais

seguro. (PETROBRAS, 2008).

Uma expansão temporária do espaço de trabalho, em adição ao traçado de

construção, será necessária em locações especiais para construir o duto onde

existir inclinação lateral excessiva, cruzamento de estradas e rodovias, se-

gregação adicional de camada superficial de solo em áreas de agricultura,

área de preparação de equipamento e duto e áreas de preparação associadas

com áreas alagadas e travessia de curso d’água. (Hosmanek,1984; Mohitpour,

2000).

34

6.2.2 Mobilização

Inicialmente, há a mobilização para a execução dos trabalhos preliminares

que darão suporte ao desenvolvimento dos serviços principais. Essas tarefas

consistem na preparação da logística e dos acessos a serem utilizados, na

contratação da mão-de-obra e em demais providências necessárias.

Acessos à área de construção são geralmente restritos a estradas. Exemplos

de tipos de acesso usados são estradas abandonadas, linhas de trem, trilhas

e estradas rurais. A permissão para acessar estas estradas pode envolver um

pagamento e, invariavelmente, envolve um compromisso de reparar qualquer

dano causado. Devido ao tipo de equipamento a ser usado nas estradas de

acesso, aperfeiçoamentos podem ser necessárias, como nivelamento, colo-

cação de pedras para estabilidade e melhorias no cruzamento de rios antes

que possam ser usados. Práticas de controle de erosão e restauração que se

aplicam na faixa do duto também devem ser aplicadas às estradas de acesso.

(Hosmanek,1984; Mohitpour, 2000).

Construções de Dutos, normalmente, acontecem em áreas isoladas; logo o

transporte deve ser fornecido aos trabalhadores, geralmente por ônibus. Ao

longo do traçado do duto, as viagens são feitas usando-se veículos com tração

nas quatro rodas (4X4), caminhões ou veículos de terra.

Nessa etapa é feito o recrutamento da mão de obra que será necessária du-

rante a obra. Devem ser adquiridos os equipamentos e veículos necessários.

Ou seja, os recursos necessários para o bom andamento da construção de-

vem ser definidos nessa etapa.

Abastecimento e Lubrificação de Máquinas e Equipamentos

Para a construção e montagem do duto, serão mobilizados diversos equipa-

mentos pesados de construção para as frentes de serviços, nas atividades

que serão descritas mais adiante. Em face da dificuldade de transporte dos

equipamentos e máquinas para o canteiro, em função de seus pesos e da

dificuldade de deslocamentos por longas distâncias, eles devem ser abaste-

cidos e lubrificados na pista de trabalho, por meio de 2̆01ccomboios hidráu-

licos2̆01d (caminhões projetados especialmente para esse tipo de trabalho).

Esses comboios hidráulicos devem ter dispositivos automáticos específicos

35

para o abastecimento e lubrificação de todos os equipamentos e máquinas a

serem utilizados nas obras. (Hosmanek,1984; Mohitpour, 2000).

Descrição dos equipamentos

A fase de mobilização caracteriza-se também pela obtenção dos equipamen-

tos. Em obras de dutos são utilizados equipamentos de grande porte, cujo

transporte é de grande complexidade, como é o caso do side boom e dos

tubos. Equipamentos também utilizados na obra são as válvulas e os pigs.

(PETROBRAS, 2008), como descrito adiante:

a) Side boom

Esse equipamento é um tipo de trator utilizado para o manejo de tubos. É

um dos maiores equipamentos da obra, conforme mostra a ilustração 1. Na

obra são utilizados em grande quantidade e há uma intensa movimentação

dos mesmos.

b) Tubos e Revestimento

O tubo é a principal matéria-prima da obra; geralmente possui revestimento

externo anti-corrosivo em toda a sua extensão, como pode ser visto na ilus-

tração 2. Nas regiões alagadas, travessias e cruzamentos, possuirá jaqueta

de concreto, que consiste em envoltório de concreto com a finalidade de au-

mentar seu peso para estabilizá-lo quando for submerso. Esse material é ca-

racterizado como sendo de difícil transporte. Há uma intensa movimentação

de caminhões para o transporte dos mesmos na região onde acontece a obra,

muitas vezes essas regiões não estão preparadas para essa situação. Há o

risco de acidentes como queda de tubos nas estradas. Atualmente, há um

grande desperdício dos tubos utilizados na obra, principalmente nas ativida-

des em que é necessário fazer curvamento.

c) Válvulas de Bloqueio Automático da Linha Tronco

Ao longo do duto, é necessária a instalação de válvulas de bloqueio para au-

xílio ao controle após o início da operação.

d) Lançadores e Recebedores de Pig

A inspeção interna de dutos é feita com um equipamento especial denominado

pig. Um pig utiliza sensores e outros instrumentos para coletar dados relati-

vos às condições das paredes do duto enquanto se move pelo seu interior,

36

para que possam ser localizadas possíveis falhas causadas por corrosão ou

fissuras. (USP, 2008).

É necessária a instalação de lançador/recebedor de pigs nas extremidades

inicial e final do duto.

e) Tubos-Camisa e Boring Machine (Perfuração Horizontal)

A Boring Machine é um equipamento de perfuração, utilizado abaixo de fer-

rovias, rodovias de porte, e outros cruzamentos específicos (rodovias com

alta densidade de tráfego), além de áreas alagadas. Esse equipamento será

usado em áreas críticas, onde as vias não podem ser atravessadas a partir

de métodos de corte aberto convencionais. Após a perfuração, será introdu-

zido um tubo-camisa, por onde passará a tubulação, sob o cruzamento, sem a

necessidade de se abrir a vala (PETROBRAS, 2008)

6.2.3 Locação e Marcação da Faixa de Domínio e da Pista

Inicialmente, é necessário que seja definida a faixa onde o duto estará locali-

zado que é a chamada Faixa de domínio, faixa de largura determinada, na qual

estão os dutos enterrados ou aéreos, bem como seus sistemas complemen-

tares, definida em Decreto de Declaração de Utilidade Pública (ANP, 2008).

Essa etapa é feita pela equipe de topógrafos. As demarcações são feitas a

partir da diretriz estabelecida nos documentos de projeto e sua qualidade e

exatidão irão influenciar os custos da obra. É preciso executar serviços de

abertura, caracterizando essa etapa pela abertura de clareiras. Em lugares de

mata fechada há a necessidade da utilização de equipamentos pesados para

abertura de clareiras. (Hosmanek,1984; Mohitpour, 2000).

Nesta etapa há um intenso fluxo de pessoas e equipamentos na região onde

o duto será construído.

6.2.4 Abertura da Pista

A etapa posterior é a abertura da pista, que é definida como a área onde o

duto será implantado. Nessa fase, há a possibilidade de desmonte de rochas,

de grande movimentação de terra e, ainda, de se atravessar cursos d’água,

comunidades e reservas florestais. É necessário verificar interferências com

37

vias, tubulações de água, esgoto e gás, cabos elétricos, telefônicos e de fi-

bra ótica, drenos, valas de irrigação, canais e outras instalações superficiais

e subterrâneas. Nesta etapa também são feitos acessos para pista. (Hosma-

nek,1984; Mohitpour, 2000).

Para a execução desses serviços, deve-se previamente fazer uma comunica-

ção formal ao proprietário e concessionárias ou comunidades atingidas. Não

se pode remover instalações de terceiros sem a prévia autorização, o que

muitas vezes atrasa ou compromete o andamento da obra, pois existem nego-

ciações difíceis e demoradas.

Tem-se um intenso deslocamento de mão de obra, equipamentos pesados,

como máquinas de terraplanagem, uso de explosivos no caso de desmonte

de rochas, e também, como ocorre na maioria das etapas, o deslocamento de

ferramentas e suprimentos.

6.2.5 Desmonte de Rochas

Para essa atividade, utilizam-se explosivos que, em obras de engenharia, pode

ser considerada, atualmente, uma técnica sem grandes complexidades, tanto

em áreas rurais quanto em zonas urbanas. A legislação nacional e a inter-

nacional em vigor são bastante completas e, portanto, suficientes para que

sejam executados, com segurança e preservação do meio ambiente, traba-

lhos diversos, havendo normas específicas quanto ao uso dos explosivos e

suas consequências, como o excesso de ruídos e vibrações, dentre outros im-

pactos que poderiam afetar os seres humanos ou mesmo a fauna e a flora em

geral. Antes de qualquer trabalho em que serão utilizados explosivos, deverá

ser apresentado ao órgão ambiental competente um plano onde sejam esta-

belecidos todos os cuidados e procedimentos ambientais a serem adotados.

(Hosmanek,1984; Mohitpour, 2000).

Apesar de ser uma atividade sem complexidades, há uma grande preocupação

com a estocagem dos materiais utilizados nessa atividade, pois são materiais

que necessitam cuidado especial.

38

6.2.6 Limpeza

Considera-se que, para a instalação do duto, será preciso executar serviços de

limpeza, como a capina da vegetação rasteira e a supressão de vegetação de

pequenos segmentos de mata ciliar. Toda área do traçado do duto, o espaço

de trabalho temporário e as rotas de acessos usados para construção devem

ser completamente limpos, o que inclui a retirada de árvores. Nesta etapa são

usadas escavadeiras para cortar ou derrubar qualquer material remanescente.

Estruturas abaixo da superfície quando expostas, são protegidas com rampas

ou outros meios para prevenir danos por equipamento ou veículos. Uma área

suficiente deve ser limpa para garantir que corte e escombros não sejam mis-

turados com material removido de escavação e que esse material não seja

colocado em terra a ser limpa. Necessidades adicionais de equipamento e

mão-de-obra dependerão do andamento das atividades, tipo de terreno e ve-

getação.

6.2.7 Nivelamento

É preciso executar serviços de nivelamento da faixa para a passagem dos

equipamentos e máquinas e para o transporte dos dutos.

Camada superficial do solo e material orgânico da superfície devem ser reti-

rados e estocados fora da área do traçado, da área de estoque de material

removido de escavação e de todas as áreas a serem niveladas. Este material

deve ser estocado de forma que não seja misturado e poderá ser recolocado

durante a reconstituição do solo. A faixa de domínio deve ser nivelada para

fornecer um nível de superfície de trabalho com profundidade suficiente para a

equipe de abaixamento do duto que virá posteriormente. Perfuração e uso de

explosivos serão necessários onde a rocha é muito dura para ser quebrada.

(Hosmanek,1984; Mohitpour, 2000).

O tamanho da equipe depende do progresso médio diário necessário e as

condições do terreno. Equipes podem ser divididas ou uma equipe adicional

mobilizada para trabalhar em áreas mais difíceis.

Nessa atividade a camada superficial do solo deve ser colocada de maneira

que não aconteça mistura com material retirado da vala. Para os casos em

que for necessário o uso de explosivos, deve haver uma notificação prévia aos

39

proprietários de terra e a população antes da explosão, além de garantir que

todo material de explosão seja estocado em local apropriado.

6.2.8 Transporte e Estocagem de Tubos e Materiais

As operações de transporte de materiais, especialmente dos tubos, serão re-

alizadas de acordo com as disposições das autoridades responsáveis pelo

trânsito na região atravessada, como mostra a ilustração 8. As ruas, rodovias

federais, estaduais e municipais ou estradas particulares não serão obstruídas

durante o transporte, que deve ser feito de forma a não constituir perigo para

o trânsito normal de veículos.

Os tubos são transportados da fábrica para as áreas de armazenamento e das

áreas de armazenamento para as frentes de obra. Nessa fase são usados os

guindastes para elevação da carga, os maiores equipamentos da obra.

O tubo é recebido fora da faixa de domínio. Como cada carregamento é reti-

rado do estoque, um formulário de contagem é preenchido, o que documenta

o comprimento, a largura e grau de cada junta como também verifica qual-

quer dano. Um guindaste é usado para colocar os tubos nos caminhões. Os

caminhões, então, levam o tubo para a faixa de domínio, como mostra a ilus-

tração, onde são descarregados com um side-boom e colocados nos skids

(tábua para deslizamento), de um ponto a outro na faixa de domínio. Para

movimentação dos tubos, serão utilizados dispositivos de suspensão (patolas)

que acomodem bem suas extremidades, de modo a assegurar a integridade

das arestas e evitar a sua ovalização. (Hosmanek,1984; Mohitpour, 2000).

Os tubos serão mantidos na área de armazenagem, como mostra ilustração

10 ou canteiros e, no momento de distribuição, serão dispostos ao longo da

faixa, de maneira a não interferir no uso normal dos terrenos atravessados. A

distribuição deverá se restringir aos limites da faixa de domínio. Serão man-

tidos, nos locais de armazenamento e distribuição, pessoal e equipamentos

adequados ao manuseio dos tubos, manutenção e limpeza da área. (Hosma-

nek,1984; Mohitpour, 2000).

O número de caminhões irá variar de acordo com a distância de reboque e

necessidades diárias de produção. Tubos podem ter que ser carregados em

carregamentos especiais para transporte em áreas alagadas.

40

Os tubos de diferentes larguras e grau devem ser identificados e corretamente

posicionados. Tem que haver o cuidado para que as estradas públicas não

sejam danificadas pelo reboque de tubos, além do cuidado com o próprio tubo

para que não seja arrastado pelo chão. Se houver a necessidade de estoques

temporários, os mesmo deverão ser seguros e contar com o devido apoio.

Deverão ser feitas passagens obrigatórias para acesso através da faixa de

domínio para proprietários de terra e para a fauna local.

6.2.9 Abertura e Preparação da Vala

O duto, na maioria de sua extensão, é enterrado, para isso é feita a abertura

da vala, como mostra a ilustração 11. A execução desse serviço deve ser feita

de forma rápida, atentando para haver uma sincronia com o tempo em que a

tubulação estiver pronta para ser lançada, minimizando o tempo de abertura

da vala. Nessa fase, também pode haver necessidade do uso de explosivos

para desmonte de rochas. (Hosmanek,1984; Mohitpour, 2000).

O fundo da vala deverá ser nivelado com a profundidade requerida no pro-

jeto, e o procedimento de cobertura deverá prevenir a ocorrência de danos

ambientais, devendo ser restauradas as condições naturais de drenagem e

estabilidade do terreno.

Aqui, faz-se o uso das escavadeiras para a retirada de terra e abertura da

vala e de side booms para o lançamento dos tubos. Esses equipamentos são

deslocados ao longo da faixa.

Dimensões mínimas da vala são determinadas de forma que os requerimen-

tos mínimos de cobertura sejam considerados e o material de reposição se

acomode em torno do duto e preencha a vala. Onde o duto foi curvado antes

da abertura de vala, deve-se ter cuidado extra. O uso de estacas pode ser

necessário para garantir que o duto se ajuste na vala.

Atenção é necessária em cruzamentos e em outras locações de solda, para

que seja feita escavação de largura extra de modo que se possa posterior-

mente realizar soldagem na vala.

Se na ocasião dessas atividades houver a ocorrência de chuvas, haverá atraso

na obra, pois a mesma deverá ser paralisada.

41

6.2.10 Distribuição de Tubos na Faixa de Domínio

Depois da abertura da vala, é chegada a ocasião de se perfilar os tubos ao lado

da vala, para serem soldados em sequência. (Hosmanek,1984; Mohitpour,

2000). A distribuição de tubos consiste no alinhamento dos mesmos de forma

que sejam posicionados para serem unidos em sequência, como mostra a

ilustração 12. Nessa atividade há um grande fluxo de caminhões de transporte

de tubos das áreas de armazenamento para a frente de obra e também, há um

intenso deslocamento de máquinas para manuseio dos tubos.

6.2.11 Curvamento

De acordo com o traçado especificado no projeto, muitas vezes se torna ne-

cessário curvar o tubo, como pode ser visto nas ilustraçãos 13 e 14. O duto

irá requerer curvamento para acomodar mudanças de direção e elevação da

vala. O curvamento pode ser feito antes ou depois de a abertura da vala estar

completa.

Tubos de diâmetro largo devem ser curvados com precisão para evitar custos

e atrasos devido à necessidade de recurvamento ou reescavação da vala du-

rante o abaixamento. Há um grande desperdício de tubos quando os mesmos

são curvados de maneira errada. (PETROBRAS, 2008).

6.2.12 Soldagem

Após ser feita a abertura da vala, os tubos são distribuídos ao longo da faixa

e, em seguida, soldados, como pode ser visto na ilustração 15. O sistema de

soldagem poderá ser manual ou semi-automático.

Inspetores irão monitorar a atividade para garantir que o duto esteja sendo

manuseado de forma a evitar danos, que todos os parâmetros especificados

pelo procedimento de solda estejam sendo seguidos, que os soldadores sejam

qualificados. Devem verificar, ainda, se as condições meteorológicas estão

adequadas para a soldagem. (Hosmanek,1984; Mohitpour, 2000).

Nenhum resto de material ou detritos deve ser deixado na faixa de domínio

ou colocado na vala. Todas as soldas que não forem aceitas pelo ensaio

42

não- destrutivo, que é o método para verificação da solda, são retiradas e

recolocadas ou reparadas usando-se um procedimento qualificado.

6.2.13 Inspeção após Soldagem

As tubulações devem ser inspecionadas, efetuando-se posteriormente a lim-

peza interna dos tubos para a remoção de detritos e/ou impurezas existentes.

Após a soldagem, as extremidades das colunas deverão ser mantidas fecha-

das com o uso de tampões, para evitar a entrada de animais ou a deposição

de quaisquer detritos e/ou impurezas no interior dos tubos. Todas as sobras

de materiais deverão ser recolhidas e levadas para o canteiro de obras.

Subsequentemente, será submetida a exames de ultra-som ou gamagrafia.

6.2.14 Ensaio não-destrutivo

Ensaios não-destrutivos são utilizados para inspecionar soldas através do uso

de radiografias. Um procedimento radiográfico é usado para produzir radiogra-

fias aceitáveis em cada diâmetro das soldas e em paredes grossas do tubo,

(Hosmanek,1984; Mohitpour, 2000) como mostra a ilustração 16.

Os suprimentos necessários que devem ser atendidos pela logística nessa

atividade são os seguintes:

Barricadas e sinais de alerta apropriados indicando a presença de perigo de

radiação;

Recursos de radiografia; Facilidades de movimentação de pessoas e materiais

para processamento e visão da faixa de domínio;

Equipamentos, facilidades e recursos radiográficos suficientes para radiografar

soldas na mesma taxa em que o duto esta sendo soldado.

6.2.15 Revestimento Externo Anticorrosivo

As juntas soldadas devem receber um revestimento externo anticorrosivo.

43

Todas as áreas de solda requerem limpeza e revestimento após o ensaio não-

destrutivo ter se completado. Dutos pré-revestidos e cinturões de solda reves-

tidos são eletricamente checados. Reparos serão feitos quando necessário.

(Hosmanek,1984; Mohitpour, 2000).

O processo de inspeção verifica se o número da solda e duto estão gravados

antes de revestir a solda.

6.2.16 Revestimento Externo com Concreto

Para os casos em que o traçado do duto atravessa cursos d’água ou existe

água na vala, por exemplo, é necessário que os tubos sejam revestidos com

concreto para evitar corrosão. O revestimento externo com concreto é reali-

zado no canteiro de obras. (PETROBRAS, 2008).

6.2.17 Abaixamento

Esta é a etapa em que o tubo é colocado dentro da vala. O abaixamento da

tubulação será feito gradual e uniformemente, para evitar eventuais danifica-

ções na tubulação. Após o abaixamento, a vala deverá ser recoberta imediata-

mente, com o mesmo solo da escavação. O material deverá ser compactado,

visando prevenir futuros problemas de erosão. (Hosmanek,1984; Mohitpour,

2000).

A colocação do tubo na vala é feita utilizando-se sides booms, como mostra a

ilustração 17, que são posicionados em fila ao lado dos tubos. Em seguida,

os tubos são erguidos e é, então, feito o seu abaixamento dentro da vala. A

cobertura da vala deve ser realizada na mesma jornada de trabalho em que

for realizado o abaixamento.

O revestimento do duto será inspecionado de novo usando-se um detector

Holiday, equipamento utilizado na detecção de poros, furos ou trincas em re-

vestimentos anti-corrosivos, e reparos serão feitos quando necessário. Alças

ou cintos largos não abrasivos são usados para abaixar o duto, dependendo

da largura da seção e do terreno.

Quando há rochas, o fundo da vala será necessário acolchoamento. Areia ou

terra fina devem ser colocadas na vala antes do duto, o duto que também pode

44

ser apoiado em sacos de areia. Em qualquer caso, o fundo da vala necessita

de limpeza, visando a retirada de rochas, raízes ou qualquer outro detrito que

possa causar dano ao revestimento do duto. (Hosmanek,1984; Mohitpour,

2000). Um número adequado de side booms deve ser posicionado para pre-

venir pressão sobre o duto e permitir que ele seja colocado na vala sem entrar

em contato com o solo ou com as paredes, como mostra a ilustração 17.

6.2.18 Cobertura ou Preenchimento

Consiste em recolocar o material retirado anteriormente, na vala. Onde as con-

dições do solo permitirem, o preenchimento é feito diretamente após o abaixa-

mento. Se houver rochas, o duto deve ser protegido antes do preenchimento.

O material de preenchimento será compactado usando-se equipamento pe-

sado, como mostra a ilustração 18.

6.2.19 Tie-in

Soldas tie-in são aquelas feitas na vala para completar o duto. Elas são neces-

sárias em lugares como cruzamentos, curvas e buracos deixados por passa-

gem de proprietários de terra e animais. (Hosmanek,1984; Mohitpour, 2000).

6.2.20 Fabricação

Fabricação é o termo usado para descrever conjuntos que consistem em duto,

válvulas, acessórios e instrumentos necessários para condicionar e operar o

duto. O conjunto será terminado e instalado pela equipe de tie-in. Fundações

são necessárias para apoiar o peso desses conjuntos e absorver a força da

subsequente passagem de gás. (Hosmanek,1984; Mohitpour, 2000).

6.2.21 Proteção Catódica

Proteção catódica é um meio de prevenção e controle de corrosão. É o mé-

todo no qual todas as partes do duto ficam catódicas. O sistema consiste na

instalação de leitos de anodos, de retificadores e pontos de testes eletrolíticos

45

em locais predefinidos, ao longo do duto. Isto é feito coletando-se todos os

anodos de todas as células corrosivas existentes e transferindo-as para um

lugar do duto escolhido do operador. Consegue-se isto através da criação e

controle da ação de células corrosivas. (Mohitpour, 2000).

À medida que a tubulação for sendo abaixada na vala, o sistema de prote-

ção catódica deverá ser instalado, objetivando complementar a eficiência do

revestimento externo anticorrosivo, protegendo a tubulação contra a corrosão

causada pelo solo, bem como controlar as interferências das correntes de fuga

provenientes de sistemas de linhas de transmissão de energia. Deverá ser

instalado um sistema de sinalização, com placas indicativas dos acessos aos

retificadores. O sistema deverá ser implantado e posto em operação à propor-

ção que a tubulação for sendo abaixada na vala, com o monitoramento sendo

rotineiro, durante a operação. (PETROBRAS, 2008).

6.2.22 Limpeza da Faixa de Domínio

Limpeza consiste na restauração da faixa de domínio, do espaço de trabalho

temporário e das rotas de acesso temporárias, além da restauração definitiva

das instalações danificadas, da execução de drenagem superficial e prote-

ção vegetal das áreas envolvidas, incluindo acessos e áreas de bota-fora, que

devem ser iniciadas o mais cedo possível, seguindo-se imediatamente à ope-

ração de cobertura, de maneira que, no menor tempo possível, estejam con-

cluídos os trabalhos de restauração das áreas atingidas. (Hosmanek,1984;

Mohitpour, 2000).

Os serviços de limpeza da faixa de domínio deverão ser executados imedi-

atamente após a conclusão da cobertura da vala do duto. Todo o material

resultante da limpeza deverá ter um destino final apropriado.

Todas as cercas que forem cortadas, como porteiras, acessos temporários,

pontes, pontilhões, etc., serão removidas, restauradas ou reinstaladas como

eram no seu estado original, tudo em conformidade com o registrado no cadas-

tramento de benfeitorias e no relatório fotográfico a ser executado nas proprie-

dades pelos empreiteiros, antes da instalação de qualquer dispositivo, exceto

quando estabelecido de outra forma. (Hosmanek,1984; Mohitpour, 2000).

Atividades específicas incluem remoção e disposição de rochas, detritos e ex-

cesso de lixo, recolocamento de solo na extensão necessária, medidas para

46

controle da erosão e recolocamento da camada superficial do solo. (Mohitpour,

2000).

Sinais de marcação do duto e sinalização aérea são instalados e grades são

pintadas para sinalizar que há um duto existente nessa área.

Deve ser realizada a limpeza completa da faixa e dos terrenos utilizados du-

rante os serviços de construção, retirando-se equipamentos, ferramentas e

sobras de materiais. A destinação dos materiais inservíveis deve seguir pro-

cedimentos específicos, em função da legislação ambiental vigente.

6.2.23 Recuperação e Revegetação

O duto finalizado deve ser protegido da erosão durante sua operação para

prevenir danos e possível falha. Os principais métodos de controle de ero-

são são reconstituição vegetal e instalação de bancos de areia em inclinações

para controlar deslizamento de terra e água na superfície. Drenos devem ser

instalados para prevenir que tenha água ao longo da vala. Grama adequada e

espécies de legumes podem ser plantadas na faixa de domínio ou replantada

a vegetação natural. (Hosmanek,1984).

Os serviços de recuperação e revegetação englobarão, também, os acessos

existentes e provisórios à faixa de domínio, as áreas de canteiros de obras e

áreas de válvulas de bloqueio, bem como os demais terrenos e estruturas de

apoio utilizadas nos serviços de construção e montagem do duto. A operação

de recuperação compreenderá a execução de todos os serviços necessários

para devolver à pista e aos terrenos atravessados e/ou vizinhos o máximo de

seu aspecto e condições originais de drenagem e estabilidade.

6.2.24 Sinalização e Proteção dos Dutos e Válvulas de Blo-queio

A faixa de domínio deve ser sinalizada, com o objetivo de proteger as novas

instalações, impedindo a escavação ou o tráfego de veículos. As placas e

marcos utilizados na sinalização devem ser padronizados. (Hosmanek,1984)

Na sinalização subterrânea, devem ser aplicadas fitas coloridas de aviso, re-

sistentes ao solo e à água, sobre placas protetoras de concreto, enterradas

47

junto com o duto, de forma a serem alcançadas antes dos dispositivos mecâ-

nicos de proteção, quando da execução de escavações na faixa atravessada

pela linha, de maneira inadvertida, por terceiros. Deverão ser ainda introduzi-

das sinalizações educativas de proteção à fauna e à flora e proibição da caça

e da pesca predatórias, nas proximidades das áreas de interesse ecológico.

(PETROBRAS, 2008).

6.2.25 Teste Hidrostático

O teste hidrostático é feito para se verificar a estanqueidade do duto. Ele é

executado após a construção e montagem do duto, para provar a integridade

dos materiais e permitir o alívio das tensões mecânicas, resguardando a segu-

rança da tubulação. O teste será feito em toda a extensão do duto, vedando-o

e preenchendo-o com água. A água será pressurizada e retirada depois de 24

horas. Qualquer perda significante de pressão indicará que algum vazamento

está ocorrendo. (Mohitpour, 2000).

6.2.26 Limpeza Interna e Inspeção

O duto será internamente inspecionado para garantir que está livre de rema-

nescentes da obra, sujeiras e ovalidades, amassos ou relevos. A inspeção

interna é feita com a utilização de pigs, que são propulsionados através de

ar comprimido. Lançadores e receptores adequados são necessários para

conter o pig e colher os remanescentes da obra e as sujeiras encontradas.

(PETROBRAS, 2008).

6.2.27 Condicionamento

São todas as atividades necessárias para, após o término do teste hidrostático,

colocar o duto em condições de ser pré-operado com o produto previsto. Para

isso, seu interior deve estar limpo e seco , em toda a sua extensão.

O condicionamento do duto é finalizado quando o duto entra em operação

e todos os meios de medição já foram calibrados e colocados em operação,

apropriada e precisamente. (Mohitpour, 2000).

48

6.3 Métodos Construtivos Especiais (Obras Es-

peciais)

O método construtivo convencional deverá ser utilizado, basicamente, em quase

todo o percurso do duto, exceto nos cruzamentos com rodovias e travessias

de rios e de áreas alagadas.

6.3.1 Cruzamentos e Travessias

Durante a construção e montagem de dutos terrestres, estão previstas tra-

vessias de cursos d’água, canais, áreas alagadas e reservatórios, bem como

cruzamentos sob rodovias, ruas e ferrovias. (PETROBRAS, 2008).

Previamente aos cruzamentos e travessias, devem ser realizados todos os

estudos geológicos, hidrológicos e de perfil de erosão.

Existe a possibilidade de cruzamentos com linhas de transmissão de energia

elétrica. Deve ser realizado o aterramento de tubos, equipamentos ou veí-

culos, sempre que houver proximidade que possa provocar interferência ou

indução de tensão no duto, em equipamentos, veículos ou outras estruturas,

colocando em risco a integridade física das pessoas envolvidas nos serviços.

Para os cruzamentos e travessias com metodologias especiais de execução,

devem ser elaborados projetos individuais, devendo atender rigorosamente às

normas, padrões e recomendações do órgão responsável.

Para a execução dos cruzamentos, são adotados os seguintes métodos:

a) não-destrutivo: perfuração horizontal para instalação de tubo-camisa ou

túnel;

b) destrutivo: abertura de vala a céu aberto, através da rodovia ou rua; neste

caso, deverão ser adotadas as medidas necessárias e seguras para não inter-

romper o tráfego.

A escolha do método construtivo para cruzamento e travessias deverá levar em

conta as normas e recomendações do órgão responsável pela rodovia, além

de aspectos como profundidade em relação ao leito da rodovia; extensão do

cruzamento; natureza do solo; disponibilidade de equipamento; densidade do

49

tráfego; possibilidade de desvio do trânsito; disponibilidade de área para insta-

lação dos equipamentos; nível do lençol freático, entre outros.(PETROBRAS,

2008).

O processo mais frequentemente usado para cruzamentos sem vala é o pro-

cesso de furo direcional, que tem sido aceito pela maioria das companhias

de dutos com tecnologia comprovada. Este método consiste na perfuração

de um furo-guia, num caminho previamente projetado. A seguir, o furo-guia

é ampliado, para que seja inserido o segmento de duto a ser instalado. (PE-

TROBRAS, 2008).

6.3.2 Construção em Áreas Alagadas/Agrícolas e Cursos d’Ág ua

Para a execução das travessias, deverá ser adotado o método subterrâneo

(lançamento sem vala), na maioria dos locais. (PETROBRAS, 2008).

Para as travessias mais importantes, a serem definidas pelo projeto executivo

de engenharia, devem ser realizados estudos geológicos, hidrológicos, sedi-

mentológicos, de perfil de erosão das margens e quaisquer outros necessá-

rios, permitindo a escolha do método técnica e economicamente mais viável.

A área de montagem da tubulação deverá ser a menor possível, reservando-

se um espaço para a pré-fabricação dos segmentos que serão implantados na

travessia. Deverão também ser previstos, antecipadamente, espaços adicio-

nais de trabalho e depósitos de refugos.

As estruturas de apoio às obras deverão ser instaladas durante a fase de lim-

peza e regularização da faixa. Serão incluídas medidas de proteção, como

estivas de madeira, a serem instaladas nas margens do corpo d’água quando

o 44 solo for saturado ou não der o suporte necessário aos equipamentos.

(PETROBRAS, 2008).

Serão utilizadas retro-escavadeiras para a escavação da vala no corpo d’água.

O leito do curso d’água deverá ser restaurado imediatamente após o término

dos trabalhos. Deverão ser removidos todos os materiais utilizados durante a

construção, deixando o local, o máximo possível, nas suas condições originais.

(PETROBRAS, 2008).

50

6.3.3 Recursos Humanos e Equipamentos

Em obras de dutos, é necessária grande quantidade de mão-de-obra e equi-

pamentos para todas as atividades. Para obras dessa natureza, existe um

mercado muito especializado.

Os profissionais necessários na obra são, em sua maioria, de difícil especi-

alização, como engenheiros e técnicos operadores de equipamentos pesa-

dos, e exigem um longo período de treinamento. Devido ao aquecimento do

mercado atual da construção de grande porte constata-se a indisponibilidade

dessa mão-de-obra especializada.

Exemplos de mão-de-obra especializada que deverão ser atendidas pela lo-

gística são: (PETROBRAS, 2008).

• Engenheiros de dutos

• Soldador qualificado

• Operador de side boom

• Operador de boring machine

• Operador de retro escavadeira

• Operador de trator

• Topógrafos

• Operador de compressor

• Inspetor de solda

• Supervisor de gamagrafia

• Inspetor de gamagrafia

• Operador de laboratório de gamagrafia

• Supervisor de ultra-som 45

• Inspetor de ultra-som

• Auxiliar técnico de proteção catódica

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Além dessa mão-de-obra, há aquela que não exige muita especialização ou

um período longo de treinamento, porém é necessária em grande quantidade.

Exemplos dessa mão-de-obra a ser atendida pela logística são: (PETRO-

BRAS, 2008).

• Encarregado

• Inspetor

• Apontador

• Lixador de ponteada

• Revestidor

• Vigia

• Ajudante

• Motorista de veículos leves

• Motorista de veículos pesados

• Nivelador

• Curvador

• Acoplador

• Maçariqueiro

• Motorista de ônibus

A logística deve ainda se preocupar com os equipamentos e suprimentos que

serão usados na obra. A maioria dos equipamentos é de difícil manutenção

e exige peças de reposição de complicado deslocamento, tornando complexa

também sua distribuição. O ambiente de movimentação permanente da obra

favorece a perda dos materiais e ferramentas. Em sua maioria, os equipamen-

tos são de grande porte e estão presentes na obra em grande quantidade.

Devido ao aquecimento atual do mercado, tem sido constatada a falta de equi-

pamentos, pois os mesmos têm que ser mobilizados rapidamente e em grande

quantidade, devido a necessidade das obras atuais terem que ser feitas com

rapidez para atender ao abastecimento de gás no país.

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Alguns exemplos de equipamentos a serem atendidos pela logística, no que

diz respeito à manutenção, reposição de peças, abastecimento e transporte

são: (PETROBRAS, 2008).

• Retro-escavadeira

• Ferramentas em geral

• Side boom

• Boring machine

• Holiday detector

• Máquina de biselar tubos

• Moto soldadora

• Bomba d’agua

• Veículos leves

• Compactador manual

• Tratores

• Caminhão

• Balsa

• Draga de sucção

• Balança de peso morto

• Motoniveladora

• Material para solda

• Ônibus

• Veículos com tração nas quatro rodas (4X4)

• Guindaste sobre rodas

• Curvadeira hidráulica

• Veículos leves

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• Mandril pneumático

• Acopladeira

• Lixadeira elétrica

• Aparelho de ultra-som

• Betoneira

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Tabela 6.1: Sequenciamento das atividades# Etapa ou atividade Duração Restrições de data Recursos

ou precedência1 Aerofotogrametria2 Topografia3 Roteamento4 Projeto5 Elaboração de RIMA e aprovação6 "Paperwork” e decreto de utilidade pública7 Mobilização8 Locação e marcação da faixa de domínio9 Locação e marcação da pista10 Desmonte de rochas11 Limpeza do solo12 Nivelamento da faixa13 Transporte de dutos e materiais14 Abertura e preparação da vala15 Distribuição de tubos na faixa de domínio16 Curvamento17 Soldagem18 ENDs19 Revestimento externo anticorrosivo20 Revestimento externo com concreto21 Abaixamento do duto na vala22 Cobertura ou preenchimento23 Tie-in24 Fabricação25 Proteção Catódica26 Limpeza da faixa de domínio27 Recuperação e revegetação28 Sinalização e proteção29 Teste hidrostático30 Limpeza interna31 Inspeção32 Condicionamento33 Desmobilização de equipamento e pessoal

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