PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL EMPRESARIAL

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1 UNIP INTERATIVA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL Contato: [email protected] Esta monografia SOMENTE pode ser usada para PESQUISA, CITANDO A FONTE E AUTORA. PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL EMPRESARIAL: PRESSUPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES PARA A CAPACITAÇÃO DE COLABORADORES COM DIFICULDADES DE APRENDIZADO FERNANDA CAFFAGNI GUEDES PIRES Orientadora: Profa. Me Edna Barberato Genghini SANTOS / SP 2017

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UNIP INTERATIVA

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL Contato: [email protected]

Esta monografia SOMENTE pode ser usada para PESQUISA, CITANDO A FONTE E AUTORA.

PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL EMPRESARIAL:

PRESSUPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES PARA A CAPACITAÇÃO DE

COLABORADORES COM DIFICULDADES DE APRENDIZADO

FERNANDA CAFFAGNI GUEDES PIRES

Orientadora: Profa. Me Edna Barberato

Genghini

SANTOS / SP

2017

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FERNANDA CAFFAGNI GUEDES PIRES Contato: [email protected]

Esta monografia SOMENTE pode ser usada para PESQUISA, CITANDO A FONTE E AUTORA.

PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL EMPRESARIAL:

PRESSUPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES PARA A CAPACITAÇÃO DE

COLABORADORES COM DIFICULDADES DE APRENDIZADO

Monografia apresentada à UNIP Interativa, como parte dos requisitos necessários para conclusão do curso de Pós Graduação “Lato Sensu” em Psicopedagogia Institucional.

Orientadora Profa. Me Edna Barberato

Genghini.

SANTOS / SP

2017

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FICHA CATALOGRÁFICA

Pires, Fernanda Caffagni Guedes Psicopedagogia Institucional Empresarial: pressupostos e contribuições para a capacitação de colaboradores com dificuldades de aprendizado / Biblioteca da UNIP Interativa / Santos/SP - 2017 / 78 p. Monografia de Conclusão de Curso de Pós Graduação “Lato Sensu” em Psicopedagogia Institucional. UNIP Interativa, 2017. Orientadora: Profa. Me Edna Barberato Genghini

1. PSICOPEDAGOGIA EMPRESARIAL. 2. CAPACITAÇÃO. 3. COLABORADORES.

Biblioteca UNIP Interativa.

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FERNANDA CAFFAGNI GUEDES PIRES

PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL EMPRESARIAL:

PRESSUPOSTOS E CONTRIBUIÇÕES PARA A CAPACITAÇÃO DE

COLABORADORES COM DIFICULDADES DE APRENDIZADO

Monografia apresentada à UNIP Interativa, como parte dos requisitos necessários para conclusão do curso de Pós Graduação “Lato Sensu” em Psicopedagogia Institucional.

Aprovado em:

BANCA EXAMINADORA

_________________________________/___/______ Prof. Nome do Professor

UNIP Interativa

_________________________________/___/______ Prof. Nome do Professor

UNIP Interativa

_________________________________/___/______ Prof. Nome do Professor

UNIP Interativa

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DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia - e toda a humilde contribuição que ela vier a fazer ao

desenvolvimento e aperfeiçoamento dos campos de estudo compostos pela

Psicopedagogia Institucional Empresarial, Educação e Ensino Superior - ao bem da

humanidade de forma que, em sua experiência diária de aprendizagem, assegure-se

de que:

[...] os esforços desafiem as impossibilidades, lembrando que as grandes coisas do homem foram conquistadas a partir do que parecia impossível.

(Charles Chaplin)

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AGRADECIMENTOS

Agradeço...

...a Deus - Nosso Senhor Jesus Cristo, pelo dom da vida, pela esperança e

pela força – pelo acreditar!

...à Mãe Maria - porto sempre seguro, pelo aconchego e proteção que,

serenamente, avança à frente, abre caminhos, orienta jornadas e acompanha, até o

chegar e, depois, ao sempre continuar!

...aos meus avós, pais, irmãos, minha família e, sobretudo, meu marido e filho

– meus companheiros, amigos de todas as horas, razão do meu existir, do meu lutar,

do meu amar, por me ensinarem, a cada dia, os verdadeiros valores e princípios,

dos quais não se deve abrir mão!

...como o jardim da vida também precisa de folhes, além da terra e da água –

fontes de vida, aos meus amigos de caminhada nesta terra árida chamada

existência, pelo amparo certeiro e por tornarem minha vida mais agradável e bela!

...aos meus alunos queridos, por me ensinarem, diariamente, a ser um ser

humano melhor, mais sensível e altruísta!

...aos participantes da pesquisa de campo - sem os quais este trabalho não

teria sido enriquecido, pela sincera e respeitosa cooperação!

...aos autores das várias obras literárias consultadas na revisão bibliográfica,

por compartilharem suas produções, seus saberes, creres e sonhos!

...finalmente, em função de quem e para quem todo o esforço sempre foi e

será eternamente feito, agradeço à humanidade - da qual com enorme gratidão faço

parte, por ser a motivação que faz perseverar na busca de conheceres que permitam

a solidária e humilde ousadia em propor novos cuidados para com os irmãos!

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“A conquista é um acaso que talvez dependa mais das falhas dos vencidos do que do gênio do vencedor”.

(Madame de Staël)

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RESUMO

Embora a Psicopedagogia esteja ganhando cada vez mais espaço no Brasil e no mundo – onde é mais avançada, a ciência ainda tem um longo caminho a seguir para se solidificar e entregar os benefícios que ela promete e pode gerar no seu grande potencial. Por ser uma ciência relativamente nova quando comparada a outras – como psicologia e pedagogia das quais derivou - há um enorme campo de estudo e desenvolvimento de pesquisas, bem como importantes questões a serem respondidas. O frequente questionamento e a necessidade de encontrar explicações já proporcionaram evoluções expressivas. Primeiramente, os conceitos originais que inicialmente consideravam todos os problemas de aprendizagem como sendo devidos e tendo suas causas unicamente no aprendiz, se transformaram e agora já se entende claramente que os motivos das dificuldades de aprendizado podem ser inúmeros e terem suas raízes não somente no aprendiz, mas também no seu entorno, envolvendo a sociedade, família, escolas e outras instituições. Segundo, outro avanço foi observado na ampliação da natureza da aplicabilidade da ciência da Psicopedagogia, que começou como sendo essencialmente terapêutica (focada no tratamento de doenças de aprendizagem), passando também ao sentido e uso preventivo. Terceiro, nota-se mais um progresso valoroso, relativo à expansão do campo de atuação da Psicopedagogia, que em sua originalidade olhava unicamente para o processo de aprendizagem do indivíduo. Aos poucos, essa consideração foi dilatada. Nesse sentido, contemporaneamente, o campo de atuação da ciência parte do olhar voltado aos complexos processos de ensino e de aprendizagem que envolvem o aprendiz - os quais, por sua vez, podem envolver tanto o ambiente, as instituições, famílias e escolas (o campo da Psicopedagogia Institucional), como também se viu mais recentemente, o processo de ensino-aprendizagem nas empresas (Psicopedagogia Empresarial). Este trabalho monográfico investiga os pressupostos e as contribuições que a Psicopedagogia, no seu sentido já evoluído e mais amplo, pode proporcionar a todos os elementos que participam dos complexos processos de ensino e de aprendizagem em seus vários campos de atuação – principalmente para as empresas e seus colaboradores. Estes, por serem adultos, necessitam de técnicas especializadas tanto no processo de ensino-aprendizagem como no tratamento das dificuldades relativas ao mesmo processamento. Por esse motivo, este estudo incluiu também uma breve revisão sobre Andragogia – um recurso complementar à Psicopedagogia Empresarial.

Palavras-chave: Psicopedagogia Empresarial. Capacitação. Colaboradores.

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ABSTRACT

Although Psychopedagogy is gaining more and more space in Brazil and in the world - where it is more advanced, the science still has a long way to go to solidify and deliver the benefits it promises and can deliver on its great potential. Because it is a relatively new science when compared to others - like Psychology and Pedagogy from which it derived, there is a huge field for study and research development to be made as well as important questions to be answered. The frequent questioning and the need to find explanations have already provided significant evolutions. First, the original concepts that initially considered all learning problems to be due to and having its causes solely substantiated in the apprentice, have been transformed and now it is clearly understood that the reasons for the learning difficulties can be numerous and have their roots not only in the apprentice, but also in its surroundings, involving society, family, schools and other institutions. Second, another advance has been observed in the expansion of the nature of the applicability of the Psychopedagogy science, which began been essentially therapeutic (focused on the treatment of learning disorders), evolving to a preventive sense and applicability. Third, it is noted one more valuable progress, related to the expansion of the scope of Psychopedagogy, which in its originality looked solely at the learning process of the individual. Gradually, this consideration has been lengthened. In this sense, contemporaneously, the field of action of the Psychopedagogy is based on a look at the complex processes of teaching and learning that involve the learner – which, in turn, can involve both: a) institutions, families, schools, clinics and others (the field of Institutional Psychopedagogy), and b) as it has also been seen more recently, the teaching-learning process in companies (the field of Corporate Psychopedagogy). This monographic work investigates the assumptions and contributions that Psychopedagogy, in its already evolved and broader sense, can provide to all the elements involved in the complex teaching and learning, processes in their various fields of activity - especially for companies and their employees. These, because they are adults, need specialized techniques both in the teaching-learning process as in the treatment of difficulties related to the same process. For this reason, this study also included a brief review on Andragogy – a complementary science to Corporate Psychopedagogy. Key-words: Corporate Psychopedagogy. Training. Employees.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 15

DESENVOLVIMENTO 16

1 PROJETO DE PESQUISA 16

1.1 Tema do Trabalho Monográfico 16

1.2 Problematização 16

1.3 Principais Questões 17

1.4 Proposta 17

1.5 Objetivos 18

1.5.1 Objetivo Central 18

1.5.2 Objetivos Específicos 18

1.6 Fundamentação 18

1.7 Metodologia 19

1.7.1 Revisão Bibliográfica 19

1.7.2 Pesquisa de Campo 19

1.7.2.1 Ferramenta de Pesquisa 19

1.7.2.2 Questionário Eletrônico 20

1.7.2.3 Pré-Teste 20

1.7.2.4 Link de Acesso e Coleta 20

1.7.2.5 Tabulação 20

1.7.2.6 E-mail Convite 21

2 REFERENCIAL TEÓRICO 22

2.1 Surgimento e Evolução da Psicopedagogia 22

2.1.1 Necessidade de Surgimento da Psicopedagogia 22

2.1.2 Origem da Psicopedagogia 22

2.1.3 Psicopedagogia Institucional 25

2.1.4 Correntes Teóricas que Embasam a Psicopedagogia 26

2.2 Definições e Conceitos Fundamentais 28

2.3 Psicopedagogia Institucional nas Empresas 29

2.3.1 Possibilidades de Atuação da Psicopedagogia Institucional nas

Empresas 34

2.3.1.1 Breve Conceituação de Andragogia 36

2.3.1.2 Psicopedagogia e Andragogia Atuando Juntas 39

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2.4 Contribuições da Psicopedagogia Empresarial para a Capacitação

de Colaboradores com Dificuldade de Aprendizado 40

2.4.1 Atuações e Resultados da Psicopedagogia Empresarial 41

2.5 Desafios para a Psicopedagogia no Campo das Organizações 43

2.6 Relações entre o Referencial Teórico e os Achados Através da

Pesquisa de Campo 45

3 DETALHAMENTO DA PESQUISA DE CAMPO 46

3.1 Finalidade e Expectativas do Estudo de Campo 46

3.2 Universo e Censo 47

3.3 Ferramenta Online de Pesquisa 48

3.4 Documento Eletrônico de Inquérito 49

3.5 Tipo de Pesquisa 52

3.6 Achados a Partir da Investigação 53

3.6.1 Respostas Obtidas 53

3.6.2 Dados, Informações e Análise 56

3.6.2.1Descrição da Análise e Resultados 57

3.6.3 Tabulação, Gráficos, Tabelas e Respostas Abertas 58

CONCLUSÃO 73

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 74

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LISTA DE QUADROS

QUADRO 01 – PRESSUPOSTOS COMPLEMENTARES DA ANDRAGOGIA

E DA PSICOPEDAGOGIA 40

QUADRO 02 – DETALHAMENTO DA COMPOSIÇÃO DO UNIVERSO DA

PESQUISA 48

QUADRO 03 – DIFICULDADES, SUGESTÕES E CONTRIBUIÇÕES 57

QUADRO 04 – DETALHAMENTO: QUESTÃO 01 DA PESQUISA DE CAMPO 59

QUADRO 05 – DETALHAMENTO: QUESTÃO 02 DA PESQUISA DE CAMPO 60

QUARDO 06 – DETALHAMENTO: QUESTÃO 03 DA PESQUISA DE CAMPO 62

QUADRO 07 – DETALHAMENTO: QUESTÃO 04 DA PESQUISA DE CAMPO 63

QUADRO 08 – DETALHAMENTO: QUESTÃO 05 DA PESQUISA DE CAMPO 65

QUADRO 09 – DETALHAMENTO: QUESTÃO 08 DA PESQUISA DE CAMPO 68

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LISTA DE GRÁFICOS

GRÁGICO 01 – COMPOSIÇÃO DO UNIVERSO (MIX: CURSO/CICLO) 48

GRÁGICO 02 – RESPOSTAS: QUESTÃO 01 DA PESQUISA DE CAMPO 59

GRÁGICO 03 – RESPOSTAS: QUESTÃO 02 DA PESQUISA DE CAMPO 60

GRÁGICO 04 – RESPOSTAS: QUESTÃO 03 DA PESQUISA DE CAMPO 61

GRÁGICO 05 – RESPOSTAS: QUESTÃO 04 DA PESQUISA DE CAMPO 63

GRÁGICO 06 – RESPOSTAS: QUESTÃO 05 DA PESQUISA DE CAMPO 64

GRÁGICO 07 – RESPOSTAS: QUESTÃO 08 DA PESQUISA DE CAMPO 68

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

ILUSTRAÇÃO 01 – FUNDAMENTAÇÕES TEÓRICAS DA PSICOPEDAGOGIA 27

ILUSTRAÇÃO 02 – SÍNTESE CONCEITUAL DE PSICOPEDAGOGIA 34

ILUSTRAÇÃO 03 – QUESTIONÁRIO DA PESQUISA DE CAMPO 50

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INTRODUÇÃO

A presente monografia tem como tema central a Psicopedagogia e subtema

específico a Psicopedagogia Institucional Empresarial. A proposta motivadora deste

estudo recai sobre a revisão bibliográfica a respeito: dos pressupostos da

Psicopedagogia; das contribuições observadas para o campo da Psicopedagogia

Empresarial; da pesquisa de campo feita com estudantes adultos e/ou profissionais

colaboradores de organizações, a fim de responder, ainda que de forma tímida e

principiante, a indagação - “as propostas psicopedagogias conhecidas na revisão

bibliográfica podem auxiliar na solução dos problemas e das dificuldades de

aprendizagem informadas pelos respondentes da pesquisa de campo?”

Este trabalho foi realizado em duas etapas investigativas: uma pesquisa

bibliográfica e outra complementar de campo. A primeira abordou a origem,

evolução, os fundamentos, pressupostos e as possíveis contribuições que a ciência

em questão e suas variáveis têm potencial para realizar. A segunda, um inquérito de

campo, foi aplicado junto ao seguinte público - alunos adultos e/ou profissionais

colaboradores de empresas que compõem o universo de alunos do ensino superior

e já formados, aos quais a pesquisadora ministra ou já ministrou aulas. Esses alunos

são específicos da região da Baixada Santista, relacionados com duas instituições

de ensino superior. Nesta etapa, o intuito foi conhecer as dificuldades de

desenvolvimento e aprendizagem reportadas, as sugestões dos entrevistados para a

solução dos problemas e as possíveis contribuições da Psicopedagogia - e suas

derivativas Institucional e Empresarial – advogadas pelos autores da revisão

bibliográfica, que vão ao encontro das sugestões e podem resolver perturbações

relatadas.

Ao longo do trabalho – detalhadamente – e na conclusão – resumidamente –

são apresentados os principais aspectos da análise conduzida e os achados obtidos

com as duas formas de pesquisas, além da a conclusão da autora deste estudo. No

geral, os desfechos sugerem a procedência do que se aprendeu com a revisão

bibliográfica.

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DESENVOLVIMENTO

1 PROJETO DE PESQUISA

1.1 Tema do Trabalho Monográfico

O tema desta monografia, entregue à Universidade Paulista – UNIP Interativa

para obtenção do título de pós-graduação em Psicopedagogia Institucional é

“PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL EMPRESARIAL: PRESSUPOSTOS e

CONTRIBUIÇÕES PARA A CAPACITAÇÃO DE COLABORADORES COM

DIFICULDADES DE APRENDIZADO.”

Foi escolhido de acordo com os eixos temáticos determinados pela

Universidade, a saber: “LINHA 8 – Educação Especial e Inclusão: Contribuições da

Psicopedagogia nas Instituições de Ensino e/ou na Empresa.”

1.2 Problematização

Embora a Psicopedagogia esteja crescendo e se fortalecendo no Brasil e no

mundo, essa área ainda necessita de muito estudo e desenvolvimento para alcançar

e explorar todo o seu potencial. Num país como o Brasil, onde a maior parte da

população carece de educação qualificada, as pessoas chegam à vida profissional

com significativas deficiências - sendo uma das mais expressivas as relativas ao

processo de aprendizado.

Justamente por causa das dificuldades mencionadas, as empresas têm tido

que direcionar recursos e esforços para treinar e capacitar seus colaboradores. A

Psicopedagogia Institucional Empresarial se preocupa e lida com os problemas e

dificuldades de aprendizado dos colaboradores das organizações. Assim, essa

ciência pode contribuir bastante com as empresas, auxiliando-as no trato dos

funcionários com dificuldade de aprendizado.

Devido à importância que essa área de conhecimento assume no contexto

descrito, o tema citado no item anterior foi escolhido com o intuito de aprofundar o

saber sobre o assunto. Para tanto, justificou-se a opção de realizar uma investigação

ampla, composta tanto da revisão bibliográfica, como da pesquisa de campo. Os

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achados dos dois tipos de estudo foram confrontados a fim de se constatar se o que

é ensinado pelos autores das obras revisadas procede, quando esse conteúdo é

comparado à realidade expressa pelos resultados da pesquisa de campo. Justificou-

se, também, a breve revisão sobre Andragogia – área complementar à da

Psicopedagogia.

1.3 Principais Questões

A questão central este trabalho se propôs a responder é: “as propostas

psicopedagogias conhecidas na revisão bibliográfica podem auxiliar na solução dos

problemas e das dificuldades de aprendizagem informadas pelos respondentes da

pesquisa de campo?”

Questões suplementares relativas ao trabalho de campo incluem:

a) Percebe-se algum tipo de relação entre as inabilidades pessoais e/ou

profissionais para realização de atividades em geral, e o mau desenvolvimento e as

dificuldades de aprendizagem reportadas?

b) Quais são os principais aspectos informados de despreparo e inabilidades para

atividades em geral que mais afetam negativamente o desenvolvimento e a

aprendizagem?

c) Que tipo de apoio, atividade e recursos são necessitados e sugeridos pelos

alunos profissionais, para ajuda-los a superarem suas dificuldades de

aprendizagem?

d) Existem relações entre as contribuições realizadas pela psicopedagogia

Institucional e as situações informadas levantadas nas respostas para as questões

anteriores?

1.4 Proposta

Realizar duas etapas investigativas: uma pesquisa bibliográfica e outra

complementar de campo. A primeira estudando a origem, evolução, os fundamentos,

pressupostos e as possíveis contribuições que a ciência em questão e suas

variáveis têm potencial para realizar. A segunda, inquérito de campo, aplicada junto

aos alunos adultos e/ou profissionais colaboradores de empresas que compõem o

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universo de alunos do ensino superior e já formados, a fim de conhecer as

dificuldades de desenvolvimento e aprendizagem reportadas, as sugestões dos

entrevistados para a solução dos problemas e as possíveis contribuições da

Psicopedagogia - e suas derivativas Institucional e Empresarial, advogadas pelos

autores da revisão bibliográfica, que vão ao encontro das sugestões e podem

resolver algumas das perturbações relatadas.

1.5 Objetivos

1.5.1 Objetivo Central

Contribuir para expandir o conhecimento existente a respeito da atuação da

Psicopedagogia Institucional Empresarial para tratar dificuldades derivadas dos

processos de ensino-aprendizagem, vivenciados pelos colaboradores das

organizações nos treinamentos e programas de capacitação.

1.5.2 Objetivos Específicos

Conhecer as opções de contribuições que a Psicopedagogia Institucional

Empresarial pode oferecer às empresas, bem como os desafios que essa ciência,

ainda relativamente recente, tem pela frente e deverá superar na ampliação do seu

desenvolvimento e consolidação de sua atuação.

1.6 Fundamentação

Esse estudo contribuirá para:

Incentivas as empresas a utilizarem a Psicopedagogia Institucional

Empresarial nas organizações, enriquecendo o trato para com seus colaboradores;

Divulgar e despertar interesse sobre os conceitos e pressupostos da

Psicopedagogia e suas modalidades Institucional e Empresarial;

Possibilitar a aplicação mais imediata do saber técnico adquirido no exercício

da docência superior e nos programa de treinamentos nas empresas.

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1.7 Metodologia

A metodologia utilizada é composta de dois tipos de pesquisas: a revisão

bibliográfica e a pesquisa de campo.

1.7.1 Revisão Bibliográfica

Feita através dos estudos de obras literárias e artigos produzidos pelos

autores especializados e pesquisadores do assunto, respeitando e citando as fontes

utilizadas.

1.7.2 Pesquisa de Campo

O inquérito de campo foi feito e implementado eletronicamente junto aos

alunos universitários e/ou profissionais localizados e atuantes na região da Baixada

Santista.

O processo de pesquisa foi essencialmente eletrônico, utilizando uma

ferramenta de pesquisa através da internet. Assim, os processos de aplicação,

preenchimento do questionário, captura dos dados e tabulação foram realizados

automática e eletronicamente, sem ação humana.

Propositalmente, a pesquisa foi anônima para que os participantes se

sentissem à vontade para compartilharem suas opiniões, preferências e críticas, sem

reservas.

1.7.2.1 Ferramenta de Pesquisa

A ferramenta de pesquisa foi usada mediante digitação de login e senha e é

preservada de alterações e acessos indevidos.

O software é conhecido e de uso consagrado no mercado por organizações

tais como: Terminais portuários, Toyota, Roche, Samsung, iBest, Facebook, além de

das empresas Fortune 100.

Vários recursos são disponibilizados pelo software, incluindo criação das

perguntas e questionários, e-mail, exemplos de questionários tanto com questões

abertas como fechadas. É de uso bastante amigável. O link para acesso e

Page 20: PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL EMPRESARIAL

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preenchimento do formulário eletrônico pelos participantes é fornecido pela própria

ferramenta. É muito prático e simples de usar.

Tendo em vista o fato de constituir um processo totalmente eletrônico,

impossibilita os erros que podem ocorre nos processos manuais de pesquisa.

Finalmente, com a ferramenta em questão, é garantida:

a) a integridade dos dados;

b) a praticidade e liberdade aos respondentes.

1.7.2.2 Questionário Eletrônico

O questionário contém 10 questões e é do modelo misto – contendo

perguntas abertas e/ou fechadas. O documento eletrônico foi aplicado igualmente

para a totalidade da população.

1.7.2.3 Pré-Teste

Uma vez desenhado e pronto , o formulário eletrônico foi testado antes de sua

utilização na pesquisa. Essa etapa eliminou toda e qualquer possibilidade de

problemas e erros durante o processo de pesquisa.

1.7.2.4 Link de Acesso e Coleta

O software gera e fornece o link ativo do questionário. Esse link é enviado por

e-mail aos participantes que, ao clicarem no link recebido acessam automaticamente

e online o questionário e o respondem. Uma vez terminado o preenchimento, basta

clicar no botão “ confirma” e a própria ferramenta recolherá o docuemtno eletrônico

preenchido e as respostas digitadas.

1.7.2.5 Tabulação

Por se tratar de um processo eletrônico, que ocorre online e em tempo real,

os dados obtidos são colhidos e imediatamente tratados, tabulados e

disponibilizados para análise. Esta, finalmente, é feita a partir das informações,

exatamente como fornecidas pelo software.

Page 21: PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL EMPRESARIAL

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1.7.2.6 E-mail Convite

Caro(a) Aluno(a),

Convido você a participar da BREVE PESQUISA DE CAMPO que estou realizando

para a minha MONOGRAFIA de conclusão do curso de PÓS-GRADUAÇÃO EM

PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL. A pesquisa é propositalmente ANÔNIMA

para que se sinta à vontade ao responder.

PARA PARTICIPAR:

Basta clicar no link abaixo, responder online e clicar em concluído.

Só isso! Leva 2 a 5 minutos para responder e você me ajudará bastante!

https://pt.surveymonkey.com/r/WQ8BBJG

Muito obrigada pela sua participação e colaboração!!!

Page 22: PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL EMPRESARIAL

22

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Surgimento e Evolução da Psicopedagogia

2.1.1 Necessidade de Surgimento da Psicopedagogia

Importa conhecer os principais aspectos relacionados ao surgimento e à

evolução da Psicopedagogia para melhor compreensão de seus fundamentos, uma

vez que o breve relato é permeado de explicações sobre as necessidades e as

razões para a existência da referida ciência.

Cada ser humano tem sua própria existência, experiência e características.

Por esse motivo, a forma das pessoas aprenderem e o contexto em que a

aprendizagem ocorre são desiguais e variam significativamente de pessoa para

pessoa. Da mesma forma, o resultado da aprendizagem é próprio de cada indivíduo.

Coerentemente, as eventuais dificuldades de aprendizagem também têm causas

distintas. Apesar dessa noção, nos diversos ambientes e contextos onde a

aprendizagem ocorre, esta é conduzida de forma padronizada, olhando os seres

humanos como se todos tivessem as mesmas características, uma mesma

identidade e, por conseguinte, usando metodologias, atividades e propostas

padronizadas para o coletivo. Inevitavelmente, como expõe Barbosa (2015):

[...] as diferentes maneiras de aprender, que individualiza cada aprendente, se manifesta e muitas vezes não são compreendidas pelos mestres. Os alunos [aprendestes] que não conseguem aprender, da mesma maneira e tempo que seus pares, são [as vezes até] deixados para traz. Ou seja, acabam repetindo o mesmo ano/série até que consigam aprender determinado conteúdo. (BARBOSA, 2015). Assim sendo, o indivíduo ganha um rótulo [...] muitas vezes os problemas não são de aprendizagem e, sim, de ensinagem. Além disso, há as questões familiares, sociais e culturais que podem interferir no processo interacional dos estudantes. (BARBOSA, 2015).

2.1.2 Origem da Psicopedagogia

A gradativa consciência a respeito do acima exposto tornou necessário o

surgimento de uma ciência capaz de “através da observação, do olhar treinado para

os problemas de ensino-aprendizagem, identificar e encontrar soluções para as

Page 23: PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL EMPRESARIAL

23

questões que surgirem nos ambientes escolares e não escolares” (BARBOSA,

2015). A Psicopedagogia se propõe a responder e sanar essas necessidades

expressas.

A origem da Psicopedagogia está associada a pressupostos teóricos

elaborados em países de língua francesa. Sá (2008) explica que o surgimento e

avanço da Psicopedagogia tem se dado a partir de uma ligação entre a Pedagogia -

arte e ciência que se ocupa da educação infantil e fundamental - e a Psicologia -

ciência que trata dos estados e processos mentais, bem como estuda a motivação

do comportamento das pessoas e suas interações com o ambiente. Nesse sentido, o

termo “Psicopedagogia” pode ser expresso como “Psicologia da Educação”,

segundo o mesmo autor, no sentido de que a Psicologia está conectada com a

Educação como uma ciência auxiliar no entendimento do procedimento pedagógico.

De acordo com Bossa (1994), outra linha de pensamento é expressa por

Kiguel (1987), que:

[...] aventa outra possibilidade quanto ao surgimento da Psicopedagogia ao mencionar as tentativas de explicação para o fracasso escolar por outras vias que não a pedagógica e a psicológica. Afirma que “os fatores etiológicos [investigação da causa e origem de algo] utilizados para explicar índices alarmantes do fracasso escolar envolviam quase que exclusivamente fatures individuais como desnutrição, problemas neurológicos, psicológicos, etc.”, acrescentando que “no Brasil, particularmente durante a década de 70, foi amplamente difundido o rótulo de Disfunção Cerebral Mínima para crianças que apresentavam, como sintoma proeminente, distúrbios de escolaridade” (BOSSA, 1994).

Oliveira (2015) comenta em sua apostila do curso de Pós Graduação em

Psicopedagogia - disciplina Avaliação Psicopedagógica – que:

A Psicopedagogia liga-se às características da aprendizagem humana, como se aprende, como essa aprendizagem varia evolutivamente e está condicionada por outros fatores; como e porque se produzem as alterações da aprendizagem, como reconhecê-las e tratá-las, que fazer para preveni-las, e para promover processos de aprendizagem que tenham sentido para os participantes (OLIVEIRA, 2015).

Anjos e Dias (2015) contam que a ciência em referência nesta monografia

despontou pelo desejo de auxiliar os seres humanos que apresentavam dificuldade

de aprendizado. De forma geral, os problemas de aprendizagem resultam de

alterações que ocorrem nos seres humanos nos âmbitos estruturais, mentais,

Page 24: PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL EMPRESARIAL

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emocionais e/ou neurológicas, que refletem nos processos de obtenção, construção

e desenvolvimento das funções cognitivas – ou seja, em aplicações de aprendizado.

As primeiras iniciativas desse campo de atuação partiram de instituições e

clínicas, com atendimento individual (BOSSA, 2011). Os mesmos autores

prosseguem dizendo que, em sua trajetória de desenvolvimento, através do uso de

técnicas que podem tanto ser aplicadas em grupo ou individualmente, a

Psicopedagogia passou a uma ação mais ampla, voltada a identificar e solucionar

conflitos no processo de ensino-aprendizagem. O objetivo principal é analisar os

diversos fatores influenciadores dos procedimentos envolvidos nos contextos de

ensinar e aprender. Nesse sentido, não se parte do pressuposto de que,

necessariamente, problemas de aprendizagem sempre têm suas causas no

aprendente, as quais podem também estar ligadas às deficiências ocorridas no

processo de ensino.

É aceito por parte dos estudiosos que a Psicopedagogia mantem seu foco

predominantemente educacional e voltado às manifestações de problemas de

ensino-aprendizagem em vários âmbitos como familiar, escolar, comunitário e, mais

recentemente – mais recentemente estendendo-se ao empresarial - que podem ser

corrigidos e prevenidos. Nesse amplo contexto, explica Oliveira (1998),

[...] a aprendizagem deve ser olhada como a atividade de indivíduos ou grupos humanos, que mediante a incorporação de informações e o desenvolvimento de experiências, promovem modificações estáveis na personalidade e na dinâmica grupal as quais revertem no manejo instrumental da realidade. O objeto central de estudo da psicopedagogia está se estruturando em torno do processo de aprendizagem humana: seus padrões evolutivos normais e patológicos e a influência do meio (família, escola, sociedade) em seu desenvolvimento (OLIVEIRA, 1998). A Psicopedagogia é um campo de conhecimento e atuação em Saúde e Educação, enquanto prática clínica tem-se transformado em campo de estudos para investigadores interessados no processo de construção do conhecimento e nas dificuldades que se apresentam nessa construção. Como prática preventiva, busca construir uma relação saudável com o conhecimento, de modo a facilitar a sua construção (OLIVEIRA, 1998).

Contudo, apesar do progresso observado, é pensamento partilhado entre os

profissionais da área que até o momento não há um corpo teórico totalmente

específico da Psicopedagogia. A teoria ainda ausente deverá ser desenvolvida em

paralelo à evolução de outras ciências correlatas, como Psicanálise, Pedagogia,

Page 25: PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL EMPRESARIAL

25

Epistemologia, Neuropsicologia e Psicolinguística – portanto, a Psicopedagogia tem

caráter essencialmente interdisciplinar.

2.1.3 Psicopedagogia Institucional

O conceito de Psicopedagogia Institucional é conexo com um amplo âmbito

de atuação, que se estende aos contextos familiar, hospitalar, empresarial,

organizacional assistencial e instituições de educação.

Na atualidade, para Anjos e Dias (2015), a Psicopedagogia:

[...] vem atuando, com muito sucesso, nas mais diversas instituições, inclusive em hospitais e empresas. Seu papel é analisar e assinalar os fatores que favorecem, intervêm ou prejudicam a boa aprendizagem nas instituições. Propõe e ajuda o desenvolvimento dos projetos favoráveis às mudanças educacionais, [...] visando evitar processos que conduzam às dificuldades de aquisição d conhecimento. [...] a aprendizagem deve ser olhada como a atividade de indivíduos ou grupos humanos que, mediante a incorporação de informações e o desenvolvimento de experiências, promovem modificações estáveis na personalidade e na dinâmica grupal com as quais revertem o manejo instrumental da realidade (ANJOS e DIAS, 2015).

Fagali (1998) afirma que a ênfase do trabalho psicopedagógico na atuação

institucional:

[...] reside na construção de conhecimentos desenvolvidos em nível preventivo. Este trabalho pode ser realizado em diversas frentes institucionais visando evitar o desenvolvimento de possíveis problemas de aprendizagem ou de outras situações que possam comprometer a educação para a vida social. Dentre as possibilidades de atuação institucional do psicopedagogo temos trabalhos na área hospitalar, empresarial, familiar, escolar, e outras (FAGALI, 1998).

O Psicopedagogia Institucional tem atuação de cunho tanto preventivo como

terapêutico. Especificamente, atuando em instituições envolvendo grandes grupos

de pessoas, sua ação e mais voltada à prevenção. Conforme Barbosa (2015), nessa

conjuntura:

A Psicopedagogia Institucional parte do sintoma do grupo em seu contexto histórico-social. Dessa forma, realiza a investigação e o diagnostico psicopedagógico institucional, identifica sintomas bloqueadores do processo ensino-aprendizagem e os redimensiona por meio de estratégias que possibilitem a aquisição do conhecimento.

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26

Também administra ansiedade e conflitos que possam se refletir na dinâmica intergrupal. (STADINIK, 2009, p. 46)

Partindo desse posicionamento, percebe-se quão extensa é a esfera de

atuação da Psicopedagogia Institucional. Nesse aspecto, várias são as atividades e

preocupações da ciência. Sem ter a pretensão de esgotar as possibilidades de

atividades, são exemplos:

- Administrar ansiedades; - Criar clima harmonioso nos grupos de trabalho; - Colaborar com a construção do conhecimento; - Identificar obstáculos no processo de aprendizagem e

desenvolvimento; - Implantar recursos preventivos, conscientizando os conflitos de

fragmentação do conteúdo e da não formação de grupos; - Dirigir-se ao aluno como aprendente e ao professor como

educador; - Clarear papéis e tarefas no grupo. (MOLDERO,2012)

2.1.4 Correntes Teóricas que Embasam a Psicopedagogia

Segundo Anjos e Dias (2015), voltando às décadas de 60 e 70, o

Behaviorismo – que considera essencialmente os aspectos estímulo e resposta -

e o Humanismo – que valoriza o fazer da vontade do aprendente - eram as correntes

teóricas utilizadas no pensamento e na prática da Psicopedagogia. Naquele contexto

“ser humano como ser histórico e social não era valorizado (MARTINI, 1994, p.3).”

Uma considerável mudança pode ser notada atualmente, quando se observa

a Psicopedagogia embasada em três fundamentações teóricas (ANJOS e DIAS,

2015):

[...] na psicanálise, no associacionismo e no construtivismo. Na psicanálise uma base fundamental é o vinculo, portanto, de acordo com a psicanálise, é necessária a criação do vinculo para que ocorra a aprendizagem. No associacionismo a valorização esta centrada no tecnicismo, neste caso, prevalece o elemento externo sobre o cognitivo. No construtivismo as relações sociais mostram-se essenciais para o desenvolvimento, pois elas orientam o sujeito na construção do conhecimento (MARTINI, 1994).

A ilustração fornecida na sequencia esquematiza a afirmação de Martini

(1994):

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27

ILUSTRAÇÃO 01 – FUNDAMENTAÇÕES TEÓRICAS DA PSICOPEDAGOGIA

Outro olhar traz ainda mais correntes teóricas à discussão: Visca (1987)

afirma que a “aprendizagem é o resultado de uma construção (princípio

construtivista) dada em virtude de uma interação(princípio interacionista) que coloca

em jogo a pessoa total (princípio estruturalista). A Teoria do Construtivismo

considera que o ser humano passa por fases para obter e construir o conhecimento.

O Princípio Interacionista, por sua vez, acredita que as variáveis biológicas e sociais

não se separam, impões influência mútua e, na relação permanente e equilibrada

com as outras pessoas, a criança adquire as suas habilidades. Finalmente, o

princípio Estruturalista que tem por base o conceito de estrutura – o todo é formado

por partes inter-relacionadas e, portanto, prega que o todo é maior do que a soma

das partes.

Moldero (2012) conclui da seguinte forma:

Considerando esses três aspectos propostos por Visca, importa que [...] a noção que se constrói sobre um processo de aprendizagem esteja respaldada no conhecimento das possíveis condutas aprendíveis do sujeito, dentro de um determinado contexto

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28

sociocultural, em função das competências por ele adquiridas nos distintos níveis de aprendizagem (MOLDERO, 2012). Conceitos contemporâneos sobre a aprendizagem vêm confirmar esse pensamento quando afirmam que “A aprendizagem é um processo integral que ocorre desde o princípio da vida. Exige de quem aprende o corpo, o psiquismo e os processos cognitivos que ocorrem dentro de um sistema social organizado, sistematizado em ideias, pensamento e linguagem” (RISUENO; LAMOTTA apud GOMEZ; TERÁN, 2009) (MOLDERO, 2012).

2.2 Definições e Conceitos Fundamentais

A revisão teórica mostra que há várias propostas de definições para o termo

Psicopedagogia, sendo interessante notar certo grau de paralelismo e

complementariedade entre elas. Para Scoz (1992), Psicopedagogia é “a área que

estuda e lida com o processo de aprendizagem e suas dificuldades e que, numa

ação profissional, deve englobar vários campos do conhecimento, integrando-os e

sistematizando-os.” Segundo a opinião de Moldero (2012), a ciência em questão

procura inicialmente discernir os elementos capazes de obstruir a aprendizagem em

sua plenitude, para então alterar tais elementos de forma a solucionar os problemas

de aprendizagem existentes.

Considerando o pensamento de Weiss (1991):

[...] a Psicopedagogia busca a melhoria das relações com a aprendizagem, assim como a melhor qualidade na construção da própria aprendizagem de alunos e educadores. (SÁ, 2008)

Em sua obra intitulada Introdução à Psicopedagogia, Sá (2008) cita o

pensamento de outro pensador, Rubinstein (1987):

[...] num primeiro momento a Psicopedagogia esteve voltada para a busca e o desenvolvimento de metodologias que melhor atendessem aos portadores de dificuldades, tendo como objetivo fazer a reeducação ou a remediação e desta forma promover o desaparecimento do sintoma. [...] [...] a partir do momento em que o foco de atenção passa a ser a compreensão do processo de aprendizagem e a relação que o aprendiz estabelece com a mesma, o objetivo da psicopedagogia passa a ser mais abrangente: a metodologia é apenas um aspecto no processo terapêutico, e o principal objetivo é a investigação de

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etiologia da dificuldade de aprendizagem, bem como a compreensão do processamento da aprendizagem, considerando todas as variáveis que intervêm neste processo.

Ainda, na mesma obra, Sá (2008) também expõe a opinião de Visca (1987),

segundo o qual:

[...] a Psicopedagogia, que inicialmente foi uma ação subsidiária da Medicina e da Psicologia, perfilou-se como um conhecimento independente e complementar possuída de um objeto de estudo – o processo de aprendizagem – e de recursos diagnósticos, corretores e preventivos próprios (SÁ, 2008).

A leitura reflexiva dos diferentes olhares e definições dos autores leva à

compreensão de que a Psicopedagogia, escreveu Sá (2008):

[...] “como campo que estuda o individuo que aprende no seu aspecto normal e patológico, é a área que dá uma consideração especial ao aspecto psicológico do indivíduo, mas sendo uma área aplicada, deverá ir além da práxis, desenvolvendo pesquisas de base e criando um campo de conhecimento próprio.”

Definir esse campo próprio não constitui uma tarefa simples entre outros

motivos, porque envolve e entrelaça com os campos de várias outras ciências.

Barbosa (2015) explica que a “Psicopedagogia é essencialmente uma área

interdisciplinar e transdisciplinar. Ela estuda as causas dos problemas de

aprendizagem - ou seja, seu campo de atuação é o não aprender, motivos e

causas.” O autor prossegue dizendo que:

[...] a Psicopedagogia transita por várias áreas do conhecimento como: psicologia, pedagogia, psicanálise, linguística, medicina, fonoaudiologia, sociologia e antropologia, quando da definição do seu objeto de estudo e construção de seu referencial teórico. De forma interdisciplinar: concilia os conceitos das diversas áreas do conhecimento e promove avanços na produção de novos conhecimentos. De maneira transdisciplinar: ultrapassa a fronteira das demais disciplinas e, ou teorias, transitando por ela, articulado saberes e desdobrando-se para efetivar a prática psicopedagógica.

2.3 Psicopedagogia Institucional Nas Empresas

Muito se tem refletido sobre a possibilidade e relevância do uso da

Psicopedagogia nas empresas, pelo fato de o ambiente empresarial não visar, como

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30

atividade fim, a educação ou a prática clínica. A crescente reflexão tem encontrado

respostas que confirmam tal importância, uma vez que as empresas lidam com

seres humanos e estes, por sua vez, são pessoas em constante desenvolvimento

em todos os aspectos - particularmente na aquisição de novos saberes e

competências, e no aprimoramento de suas capacidades e habilidades. Por esse

motivo, empresas são eternas incentivadoras, viabilizadoras e mesmo fornecedoras

de treinamentos – assim, de educação.

Como afirmam Miranda e Garcia (2015),

O aprendizado é uma situação perene, logo, problemas de aprendizagem que não são resolvidos durante a fase escolar seguem a pessoa quando esta adentra o mercado de trabalho, afetando o colaborador na sua autoestima e no seu desenvolvimento, bem como a competitividade da empresa em seu posicionamento comercial. É perceptível, dessa forma, a necessidade da atuação do psicopedagogo nas organizações empresariais (MIRANDA e GARCIA, 2015).

Nesse sentido, a ação da Psicopedagogia no mundo empresarial se

apresenta como um vasto campo que se abriu além do ambiente escolar e que

oferece possibilidades a serem identificadas e exploradas. Estudos sugerem que as

atividades nesse domínio são necessárias e importantes, mas ainda estão num

estágio muito aquém do seu potencial, embora sejam significativos os avanços já

observados. Para Miranda e Garcia (2015):

A análise científica nessa área denota ser conveniente e merecedora de atenção e envolvimento cada vez mais profundos, devido à dinâmica que envolve o mundo atual, a sociedade e as empresas [...] (MIRANDA e GARCIA, 2015).

Atualmente, o ambiente mercadológico onde as empresas atuam é

extremamente hostil, exigente e dinâmico, competitivamente falando. A crescente

demanda pela busca da excelência no exercício da missão obriga as empresas a

investirem cada vez mais esforços e recursos não somente na criação de novos

produtos, serviços e soluções, mas principalmente do desenvolvimento de novas

competências e habilidades empresariais - as quais, por sua vez, devem

necessariamente estar alinhadas ao planejamento estratégico corporativo para

maximizar a geração e manutenção de novas vantagens competitivas.

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Pois bem, esse desafio não pode ser enfrentado e vencido se não pela

constante capacitação dos colaboradores. Isso obriga a permanente geração e

ampliação do conhecimento através de incansável treinamento, aprendizado e

crescimento do potencial humano representado pelos colaboradores – ativo mais

relevante e eminentemente estratégico das corporações contemporâneas.

Chiavenato (1999) aborda esse assunto e ressalta sua magnitude:

As pessoas constituem o principal ativo da organização. [...] as organizações bem sucedidas estão percebendo que somente podem crescer, prosperar e manter sua continuidade se forem capazes de otimizar o retorno sobre os investimentos de todos os parceiros principalmente, o dos empregados (CHIAVENATO, 1999).

É exatamente nesse sentido que um mundo de oportunidades se abre para a

Psicopedagogia Institucional, pois déficits e dificuldades de aprendizado estão

presentes em todos os estágios da vida do ser humano aprendiz, bem como na

diversidade de ambientes onde processos de ensino-aprendizagem diariamente

ocorrem. Como a Psicopedagogia se ocupa em identificar e solucionar problemas de

aprendizagem, a sua versão institucional tem muito a colaborar no âmbito das

empresas, com relação aos seus grandes grupos de colaboradores enquanto

aprendizes. Miranda e Garcia (2015) corroboram esse pensar:

Com mudanças em ritmo acelerado, buscar novas formas de se diferenciar como vantagem competitiva no mercado parece ser a única saída para as organizações. O aprender é algo inerente ao homem, embora aconteça de forma imperceptível às vezes, e não é só a escola o local de educação (MIRANDA e GARCIA, 2015).

Portanto, nas empresas também estão presentes os processos de ensino-

aprendizagem. Para que estes ocorram em sua plenitude, é necessário que no

ambiente empresarial existam e sejam disponibilizados aos colaboradores os

mesmos recursos oferecidos pelas escolas, de apoio aos educandos, para que os

funcionários aprendizes ampliem seu sucesso nas dinâmicas de aprendizagem.

Diga-se de passagem, é um direito do cidadão, assegurado pela Constituição

Federal de 1988, o acesso ao trabalho e ao estudo. Esse ponto de vista é

sublinhado por alguns autores, como Miranda e Garcia (2015) e Crespo et al (2012):

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Assim como a instituição escolar, a empresa é passível de receber pessoas com deficiência. Estas, através de políticas públicas e das garantias expressas na Constituição Federal de 1988, têm o direito a uma vida digna que inclui, dentre outros, o direito ao trabalho como possibilidade de exercer sua cidadania (MIRANDA e GARCIA, 2015).

No Brasil, em particular, “Devido aos conhecidos problemas da educação pública, o jovem brasileiro chega ao mercado de trabalho com notória defasagem intelectual e de conhecimento técnico-científico, reproduzindo, na maioria das vezes, seu histórico de fracasso escolar diante do processo de aprendizagem corporativa, traduzido pela incapacidade de progredir na carreira e de alcançar seus próprios objetivos acadêmicos (CRESPO et al, 2012).

Essa verdade observada atentamente pelas empresas torna a geração e

gestão do conhecimento no ambiente corporativo um desafio particularmente

expressivo. Em decorrência, as corporações têm tido que construir e oferecer

estruturas de suporte e desenvolvimento e capacitação que auxiliem os

colaboradores a aprenderem com forme suas próprias condições, a fim de

possibilitar que ampliem seus talentos e competências necessárias ao exercício de

suas atribuições, visando o aumento da produtividade e a contribuição para o

atingimento dos objetivos traçados para as corporações, pela alta administração.

Da mesma forma que ocorre nas instituições de ensino em todos os níveis, a

Psicopedagogia Institucional atua para prevenir, solucionar e superar as dificuldades

de aprendizado apresentadas pelos colaboradores em seus processos de

aprendizagem. Além disso, a ciência em questão deve demandar outras

competências relacionadas às questões de dinâmicas de grupo, cultura

organizacional, códigos de conduta, práticas e modelos de gestão das organizações.

Segundo Crespo et al (2012):

O psicopedagogo no âmbito corporativo irá apresentar questões, formular um diagnóstico da situação e elaborar propostas para solução de problemas, conflitos e crises envolvendo processos de aprendizagem, procurando perceber o contexto de forma abrangente. Poderá, também, auxiliar na superação das dificuldades de relacionamento entre os diversos grupos, calcadas na falta de informação e no preconceito, levando à melhoria do ambiente organizacional (CRESPO et al, 2012). Propõe-se que a psicopedagogia institucional poderá oferecer auxílio às pessoas envolvidas em Educação corporativa e fornecer subsídios para maior compreensão de uma sociedade plural e inclusiva, tornando-se um apoio estratégico para as lideranças organizacionais que se encontram diante de uma problemática alheia a sua

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experiência e funções. Essa atuação, porém, necessita de delimitação dos contornos possíveis, aprimoramento das experiências já existentes e maior divulgação por parte dos profissionais psicopedagogos junto aos setores empresariais que, muitas vezes, desconhecem essa possibilidade (CRESPO et al, 2012).

Samora e Silva (2014) afirmam que a ciência da Psicopedagogia é tida como

apta para atuar no campo empresarial, mais especificamente na relação empregado-

empregador:

A psicopedagogia empresarial é considerada habilitada para suceder na desordem da relação de empregado e de empregador. Como afirma Carvalho, a Psicopedagogia “posiciona-se como a disciplina melhor preparada para intervir nos conflitos socioculturais de caráter danoso possíveis nas relações horizontais e verticais entre empregados e empregadores” (SAMORA e SILVA, 2014). Assim sendo, salienta-se que: “Psicopedagogia empresarial, ampliando formas de treinamento, resgatando a visão do todo, as múltiplas inteligências, trabalhando a criatividade e os diferentes caminhos para buscar saídas, desenvolvendo o imaginário, a função humanística e dos fundamentos na empresa, ao construir projetos e dialogar sobre eles” (BOSSA, 2000).

Nesse contexto: [...] o psicopedagogo deve ter visão diagnóstica da empresa no que se refere à queixa e à deficiência estabelecida no grupo, bem como averiguar uma prévia do histórico, dos objetivos, da missão e dos valores da empresa. Deve, também, informar aos funcionários sobre a importância e realização do trabalho, assim como a demonstração de ações, de conduta e de postura, com vistas à qualidade de vida (SAMORA e SILVA, 2014). Também, encontrou-se um artigo de pesquisa bibliográfica13 referindo-se a psicopedagogia empresarial no desenvolvimento de prevenção de doenças ocupacionais. Segundo a autora, nesse contexto, o psicopedagogo deverá atuar em habilidades específicas, tais como planejamento estratégico, seleção de pessoas, plano de carreira, avaliação do desempenho, comunicação, formação, cultura organizativa e prevenção de acidente (SAMORA e SILVA, 2014).

Finalmente, uma síntese conceitual pode ser descrita e apresentada através

de uma ilustração, da seguinte forma:

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ILUSTRAÇÃO 02 – SÍNTESE CONCEITUAL DE PSICOPEDAGOGIA

2.3.1 Possibilidades de Atuação da Psicopedagogia Institucional nas Empresas

Carlos (2016) esclarece que no meio empresarial a Psicopedagogia:

[...] cuida de todos os processos que organizam a empresa e tem como objetivo avaliar controles, elaborar sistemas de aprendizado, recrutar e treinar pessoas, criar dinâmicas de grupo e avaliar o desempenho dos funcionários. Além de gerar novos recursos que vão trazer benefícios entre gestores e colaboradores para sua empresa, como eventos, confraternizações, entre outros (CARLOS, 2016). Um dos principais objetivos do psicopedagogo empresarial é identificar os pontos que possam estar travando o aprendizado dos colaboradores. Trazendo uma atuação preventiva para evitar esse tipo de situação e com isso proporcionar estratégias e ferramentas que possibilitam a facilidade a esse aprendizado. Propondo para os profissionais uma reciclagem em suas habilidades e funções, afim de descobrir novas competências profissionais e aperfeiçoamento da sua atuação junto a empresa (CARLOS, 2016).

Para que o uso da Psicopedagogia nas organizações seja bem sucedido,

tanto os especialistas psicopedagogos como as empresas têm responsabilidades

diretas, que devem ser assumidas mutuamente. Nesse aspecto, Carlos (2016)

enfatiza que da parte:

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35

a) Dos psicopedagogos:

Além de atuar em conjunto com a área de RH da empresa, o especialista tem que se atualizar sempre e aprender novas técnicas para utilizar. Com essas constantes atualizações, a chance de um rendimento maior por parte dos colaboradores tende a aumentar (CARLOS, 2016).

b) Das empresas:

Por sua vez as empresas, em conjunto com a pedagogia empresarial, devem trabalhar de forma que seus objetivos, metas e ideais possam provocar uma mudança significativa e clara em seus colaboradores, e que essa mudança atinja também o comportamento e resultados desses funcionários (CARLOS, 2016).

Para Miranda e Garcia (2015), a Psicopedagogia Institucional qualifica o

profissional psicopedagogo para atuar em duas grandes frentes, quando se trata do

campo empresarial, sendo na:

a) Gestão de recursos humanos;

b) Educação corporativa, ou treinamento e desenvolvimento.

Especificamente com relação à gestão de recursos humanos, Crespo et al

(2012) explicam que “Tradicionalmente, o setor de Recursos Humanos, ou aqueles

voltados para gestão e desenvolvimento de pessoas, têm a responsabilidade de

atrair, treinar, reter e desenvolver talentos, visando à sustentabilidade do negócio.”

Tendo em vista os novos parâmetros de educação inclusiva que tem resultado em

menor nível de capacitação, as empresas têm ganhado particular importância na

ação educadora, pois têm tido que direcionar esforços para treinar, qualificar e

capacitar melhor seus funcionários. Esta, inclusive, tem sido a preferência, pois está

se tornando cada vez mais desafiador encontrar mão de obra especializada e de

excelência no mercado de trabalho – uma queixa frequente das organizações

contemporâneas. Diretamente proporcional ao aumento do esforço educativo, tem

sido o crescimento dos casos de colaboradores com dificuldades de aprendizado –

não somente pela simples elevação da quantidade de pessoas a serem capacitadas,

mas principalmente peço contínuo declínio da qualidade da educação em todos os

níveis – ensino básico, médio e superior, que por si só coloca os aprendizes na

condição de mal preparados para enfrentarem o mercado de trabalho.

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36

É clara e justificada, então, a necessidade de haver psicopedagogos atuando

no ramo empresarial, preferencialmente, inclusive, com amplo conhecimento em

Andragogia – ciência especializada no ensino de adultos – uma vez que a classe

trabalhadora é composta de pessoas jovens e adultas.

2.3.1.1 Breve Conceituação de Andragogia

Batista (2016) fornece uma definição clara e concisa de Andragogia:

A andragogia é uma ciência preocupada em estudar a educação de adultos, partindo do princípio que os adultos, diferentemente das crianças e dos jovens, são indivíduos independentes e responsáveis pelo seu próprio desenvolvimento e aprendizado. Dessa forma, a aprendizagem assume outra lógica para a busca do conhecimento, a qual não mais existe uma transferência do conhecimento de forma passiva indo do professor para o aluno, mas sim uma aprendizagem ativa por parte do aluno que coloca o professor como um facilitador desse processo (BATISTA, 2016).

No trabalho de monografia realizado para conclusão do curso de pós-

graduação em formação de professores para o ensino superior, Pires (2014) explica

que “Na busca da qualificação e especialização do ensino superior, surge a

andragogia - ciência voltada à educação do ser adulto.” A autora prossegue:

Detalhadamente, andragogia refere-se à arte e à ciência de educar adultos. Nesse caso o foco é direcionado à aprendizagem facilitada pelo professor, o qual segundo Kaufman (2000), deve mediar e orientar os alunos já na fase adulta, sendo possível também incluir a pré-adulta. Trata-se, assim, de facilitar o aprendizado dos discentes, ao invés de meramente transferir conteúdos, como tem sido tradicionalmente entendido e feito (PIRES, 2014). A proposta andragógica afirma ser necessário desenvolver e utilizar métodos e técnicas mais apropriadas para o sucesso do processo de ensino-aprendizagem do adulto. Nesse propósito estão incluídos os professores, os alunos e as instituições de ensino superior. Tal adequação certamente envolve não somente conhecer e compreender as proposições feitas pela ciência em questão, mas principalmente estudar, rever e ajustar o papel e a atuação do docente ao contexto discutido sob a ótica da Andragogia. Igualmente relevante é distinguir as características e exigências do discente adulto, adaptar e utilizar recursos didáticos adequados (PIRES, 2014). [...] para a andragogia, é fundamental considerar e utilizar a experiência e o conhecimento que o aluno adulto adquire ao longo de

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sua vida, a fim de melhorar o resultado do seu aprendizado. No processo de aprendizagem do aluno maduro e experiente, o discente torna-se o próprio sujeito da sua educação e não simplesmente o objeto. Na posição de sujeito, o educando sente necessidade de enfrentar desafios ao administrar seu aprendizado e sua evolução, enquanto pessoa e profissional. Por esse motivo o professor compartilha, não define e nem dirige, a aprendizagem do aluno adulto. [...] a função do docente se transforma. Ele deixa de ser aquele que decide e transfere conteúdo para se tornar um facilitador participante do aprendizado gerido pelo próprio aluno, que aprende fazendo (PIRES, 2014). [...] segundo os conceitos da Andragogia, o estudante precisa ser compreendido como sujeito da sua própria aprendizagem. O adulto está em busca da autonomia, não gosta de se sentir tutelado o tempo todo, pois é responsável por seus atos e decisões (SUHR, 2012, p. 1). Nesse sentido, [,,,] Uma visão muito interessante é fornecida por Linderman (1926), quando propõe que o ser humano aprende aquilo que faz e “a experiência é o livro-texto vivenciado pelo aluno adulto” (PIRES, 2014).

São fundamentos da andragogia, segundo Gil (2011) e Chotguis (2005):

a) o aluno é o auto gestor de sua aprendizagem, sendo ele mesmo quem delibera e estipula a sua caminhada educacional; b) os adultos têm consciência de que adquirir conhecimento é importante e, em consequência, sentem-se responsáveis por sua aprendizagem; c) o ensino e a aprendizagem não ocorrem na sua plenitude sem que haja motivação. Logo, devem existir as motivações extrínsecas (externas) - como melhor trabalho e maior salário - e principalmente as intrínsecas (internas ao aluno) - como vontade própria, determinação, autoestima, mérito, qualidade de vida e satisfação; d) o aluno maduro se propõe e se compromete com estudos que obrigatoriamente completem as experiências que ele obteve durante sua vida, pois são parte do seu ser. Dessa forma, tais vivências precisam ser consideradas como recursos valiosos que embasam seu processo de aprendizagem, enquanto o saber do professor, sua didática e materiais constituem subsídios que os alunos utilizam, de livre escolha; e) no caso do educando maduro e experiente, a prontidão para o aprendizado ocorre quando ele sente necessidade de qualificar alguma habilidade e/ou competência que lhe é própria. Por essa razão, ele decide aprender conteúdos que julga serem realistas, de aplicação prática e imediata, dentro do seu contexto de vida pessoal e profissional; f) um sexto princípio é acrescentado por Damião (1996), ao afirmar que o clima de aprendizagem deve caracterizar-se pela confiança, colaboração e pelo respeito, sendo o diálogo a pedra angular do processo de aprendizagem do aluno adulto (GIL, 2011; CHOTGUIS, 2005).

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38

Assim como a Psicopedagogia, a Andragogia também tem seu braço

empresarial. No artigo “O que é andragogia empresarial?”, Batista (2016) explica

que:

Dentro do ambiente empresarial, os princípios da andragogia vêm sendo amplamente difundidos entre as áreas de desenvolvimento de pessoas como uma nova maneira de enxergar e praticar a gestão do conhecimento e educação corporativa. A andragogia empresarial assume-se como uma alternativa mais proativa para estimular competências comportamentais em colaboradores, trocar conhecimento entre talentos e promover crescimento educacional de todos dentro das organizações (BATISTA, 2016).

Ao considerar os fundamentos da andragogia empresarial as organizações conseguem atingir melhores resultados em seus programas de educação empresarial, aumentando o engajamento dos colaboradores e prolongando a motivação ao longo do tempo, pois o colaborador sente-se mais valorizado e respeitado ao ser considerado um ser capaz de guiar a sua educação de forma autogerida (BATISTA, 2016).

Ainda segundo Batista (2016), importa conhecer e compreender os

fundamentos da Andragogia aplicada no campo empresarial para que se possa

adequadamente utilizá-los de forma bem sucedida nas corporações – dentre eles, os

principais incluem:

a) Percepção e compreensão da necessidade de aprendizado;

b) Estímulo ao autoconhecimento, no que tange à aquisição de conhecimento,

independência e pró-atividade;

c) Valorização da experiência prévia, como base para a aquisição de novos

saberes;

d) Prontidão na aplicação do conhecimento adquirido na vida profissional e pessoal

do aprendiz, para solução de problemas e atingimento de metas;

e) Orientação ampliada, com alcance na vida real e integral do funcionário;

f) Clareza e compreensão por parte do educando sobre a motivação que o leva a

aprender (BATISTA, 2016).

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39

De mãos dadas com a Psicopedagogia, os fundamentos da Andragogia

encontram amplas oportunidades para enriquecer e tornar mais efetivo o trabalho

educativo realizado pelas empresas, junto aos seus colaboradores.

2.3.1.2 Psicopedagogia e Andragogia Atuando Juntas

Entre o campo da Andragogia, voltado ao ensino de jovens e adultos, e o da

Psicopedagogia Institucional Empresarial, focada nas dificuldades de aprendizagem

dos colaboradores das empresas, portanto também jovens e adultos, há uma

intersecção que representa uma zona de interesse comum – que consiste na

atuação com adultos. Por esse motivo, a ação conjunta dessas duas ciências tem

representa valor e tem muito a auxiliar no trabalho junto às dificuldades de

aprendizagem apresentadas pelos funcionários das organizações. Segundo Noffs e

Rodrigues (2011):

O psicopedagogo em suas ações reconhece, nos seis princípios fundamentais da aprendizagem com adultos, um roteiro possível de ser seguido desde que o profissional o faça refletidamente e não mecanicamente. [...] A atuação do psicopedagogo a partir da perspectiva da andragogia se apresenta como mais uma possibilidade de inovação às referências convencionais de intervenção na dimensão institucional do psicopedagogo (NOFFS e RODRIGES, 2011).

Partindo do que afirmam Noffs e Rodrigues (2011), de forma inovadora, a

aplicação complementar da Psicopedagogia juntamente com a Andragogia

representa um enriquecimento para a prática da educação dos colaboradores. Um

olhar mais aproximado expõe o grande potencial de avanço que esse trabalho

integrativo das duas ciências tem para qualificar o processo de ensino-aprendizagem

realizado pelas empresas, na medida em que, ao usarem os princípios de

andragogia e da psicopedagogia, estarão melhores preparados e especializados

para, respectivamente, educarem e solucionarem problemas de aprendizagem dos

educandos jovens e adultos colaboradores das empresas e organizações. As

especializações dessas duas ciências suplementam uma à outra, qualificando

melhor os profissionais dedicados ao árduo desafio de educar e treinar adultos –

prática complexa que tem se mostrado cada vez mais difícil.

Page 40: PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL EMPRESARIAL

40

O quadro que segue resume os principais pressupostos das duas ciências,

sugerindo que são essencialmente complementares. Dado que os elementos

centrais de ambas são comuns (processo de ensino/aprendizagem e

adultos/colaboradores – este segundo elemento como foco específico deste estudo),

o uso suplementar dos conceitos e das técnicas dessas disciplinas gera expressivos

benefícios aos colaboradores aprendizes e suas empresas.

QUADRO 01

PRESSUPOSTOS COMPLEMENTARES DA ANDRAGOGIA E PSICOPEDAGOGIA

2.4 Contribuições da Psicopedagogia Empresarial para a Capacitação de

Colaboradores com Dificuldades de Aprendizado

Apesar de ser relativamente novo o uso da Psicopedagogia no ambiente

corporativo, importantes contribuições da ciência em questão são observadas,

principalmente na gestão de recursos humanos, nas suas várias formas de atuação,

destacando-se as práticas relacionadas à cognitividade e promoção do bom

relacionamento entre as empresas e seus funcionários e da qualidade de vida do

profissional no ambiente de trabalho.

Para Chiavenato (1999), é ampla a contribuição da Psicopedagogia para as

empresas. Ele defende que o trabalho do psicopedagogo:

Page 41: PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL EMPRESARIAL

41

[...] na empresa tem abrangência em todos os processos da gestão de pessoas listados por Chiavenato (1999, p. 12) – processo de agregar pessoas, processos de aplicar pessoas, processo de recompensar pessoas, processo de desenvolver pessoas, processo de manter pessoas e processo de monitorar pessoas – e utiliza métodos próprios e pertinentes ao seu arcabouço de estudos, a partir do olhar e da escuta psicopedagógicos (CHIAVENATO, 1999).

De acordo com Bossa (2011),

[...] o psicopedagogo pode “realizar processos de orientação educacional, vocacional e ocupacional, tanto na forma individual quanto em grupo”. Sua atuação reside na análise dos fatores em que ocorre o aprendizado, bem como dos que podem dificultá-lo, para poder construir seu modelo de intervenção, seja ele individual ou grupal (BOSSA, 2011).

Costa (2009) reforça o que se afirma acima dizendo que, dentro do

departamento de RH, a atuação do profissional psicopedagogo estende-se

principalmente nas áreas de Treinamento e Desenvolvimento de Pessoal, Avaliação

de Desempenho, [...] Recrutamento e Seleção de pessoal [...]. Para o autor:

O papel do psicopedagogo na empresa desenha-se ainda como uma ponte, pois ele buscará estreitar os relacionamentos. Para isso, o profissional pode “organizar palestras, workshops, vídeos, debates, dinâmica, simulações de trabalho e momentos propícios à reflexão [...]” (COSTA, 2009).

Outra contribuição é fornecida por Miranda e Garcia (2015), segundo os

quais:

O psicopedagogo na empresa poderá intervir também em problemas de concentração (organizar tarefas do dia a dia, arquivos, eventos) e tarefas que requeiram atenção concentrada, nos erros que advêm da incorreta compreensão de uma orientação (intervir tanto com o colaborador que orienta como com o orientado), apresentações em grupo pertinentes à rotina do (grupo de) trabalho, dentre outras, conforme a dinâmica de ações que fazem parte da cultura organizacional da empresa (MIRANDA e GARCIA, 2015).

2.4.1 Atuações e Resultados da Psicopedagogia Empresarial

De forma geral, de acordo com Samora e Silva (2014), há duas maneiras de

contribuição da Psicopedagogia, a saber:

Page 42: PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL EMPRESARIAL

42

A atuação psicopedagógica se dá de maneira preventiva e terapêutica, tanto no âmbito escolar, quanto na saúde, social, clínica ou no meio empresarial. Alguns autores13 salientam que o psicopedagogo pode contribuir de maneira eficiente na administração da aprendizagem individual e organizacional, diagnosticando e propondo soluções para problemas relacionados à aprendizagem na empresa (SAMORA e SILVA, 2014).

Para os mesmos autores, também de forma generalizada:

No meio empresarial [...] a função do psicopedagogo é analisar, avaliar, incentivar e intervir nos acontecimentos que prejudiquem o desenvolvimento individual e grupal, estimulando a harmonia e a aprendizagem. Pode atuar com os profissionais da área de Recursos Humanos e auxiliá-los em treinamentos, seleção e organização pessoal. Como também colher elementos do diagnóstico organizacional, determinando e inspecionando a aprendizagem de forma didática (SAMORA e SILVA, 2014). O papel do psicopedagogo em uma empresa é o de promover a qualidade social e humana. Esse profissional trabalha diretamente com a educação, no sentido de adaptar o indivíduo em seu lado pessoal e profissional. A autora destaca o trabalho em três fases diferentes e integradas: formação profissional, desenvolvimento profissional e treinamento para um cargo específico. O psicopedagogo empresarial deve interpretar, tomar conhecimento do problema de aprendizagem e intervir entre o sujeito e a sua história que causaram a dificuldade de aprender (SAMORA e SILVA, 2014).

A revisão bibliográfica e as opiniões dos diversos autores pesquisadas e

registradas neste estudo monográfico demonstram o grande espectro possibilidades

de atuação do psicopedagogo nas corporações. Tais ações são importantes,

especialmente, tanto para solucionar problemas de aprendizagem, como para

preveni-los. O trabalho de Pereira (2013) a cerca da aplicabilidade da

Psicopedagogia, embora priorizando o âmbito hospitalar, mas que podem ser

extrapolados para o ambiente empresarial e outros, descreve algumas das principais

tarefas da competência do psicopedagogo:

a) Colaborar com outros profissionais interagindo em equipe interdisciplinar na orientação psicopedagógica aos aprendizes;

b) Elaborar diagnósticos das condições e dificuldades de aprendizagem;

c) Utilizar recursos psicopedagógicos para elaborar programas de ensino-aprendizagem eficazes e capazes de solucionar os problemas identificados;

Page 43: PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL EMPRESARIAL

43

d) Criar e desenvolver métodos e programas psicopedagógicos para maximizar a aprendizagem;

e) Orientar o aprendiz para que se sinta um agente ativo do seu próprio aprendizado, orientando-o a não se afastar do mundo acadêmico (PEREIRA, 2013).

Rumbelsperger (2016) relaciona as várias possibilidades de atuação para o

profissional psicopedagogo dentro do ambiente empresarial. Para a autora, os

serviços que podem ser prestados pelo profissional em questão incluem

pincipalmente, mas não esgotando as várias oportunidades:

a) Treinamento, desenvolvimento e formação de agentes multiplicadores;

b) Superação de bloqueios e dificuldades de aprendizagem;

c) Redução de medo e ansiedade relativos ao ato de estudar;

d) Orientação profissional e vocacional;

e) Avaliação de colaboradores;

f) Recrutamento e seleção;

g) Dinâmicas de grupo;

h) Gestão de conflitos e solução de problemas em grupo;

i) Programa de melhoria do desempenho;

j) Realização de palestras, oficinas e workshops didáticos e terapêuticos;

k) Propor e implementar atividades para melhoria da auto estima e auto confiança;

l) Desenvolvimento da memória e criatividade;

m) Capacitação para a busca do atingimento de metas e estados de excelência;

etc...

Assim, como conclui Carlos (2016) em seu artigo:

[...] para as empresas o uso da psicopedagogia empresarial é importante para uma melhoria no desempenho dos funcionários, na comunicação entre empresa, funcionário e recursos humanos e principalmente na identificação de problemas individuais, seja por conta do trabalho ou por problemas pessoais (CARLOS, 2016).

2.5 Desafios para a Psicopedagogia no Campo das Organizações

A despeito das várias contribuições da Psicopedagogia para as empresas já

identificadas e confirmadas, há muitos desafios para a ciência foco deste estudo

Page 44: PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL EMPRESARIAL

44

enfrentar e transpor. Essa realidade continuará exigindo aos profissionais da área

grande esforço tanto no que tange ao contínuo e necessário desenvolvimento,

quanto à luta pelo seu pleno reconhecimento na sociedade como um todo. A revisão

bibliográfica mostra alguns mais comumente expressos pelos autores:

a) Popularização da psicopedagogia, deixando de ser restrita às clinicas e

instituições de ensino particulares, abrangendo o âmbito público e permeando os

vários segmentos sociais;

b) Definição do espaço ocupado pelo psicopedagogo no exercício de suas funções;

c) Atenção às necessidades de novas abordagens éticas, conceituais e teóricas;

d) Clareza quanto às dimensões do exercício da profissão e delimitação do seu

campo de atuação;

e) Construção de sólida identidade do profissional psicopedagogo;

f) Adequação da regulamentação e reconhecimento das práticas psicopedagógica;

g) Alinhamento e qualificação da formação obtida em cursos de graduação e a

especialização em cursos de pós-graduação;

h) Prosseguimento com os registros históricos sobre a prática da profissão;

i) Disposição para trocas e intercâmbio na caminhada profissional, estabelecendo e

ampliando redes de conhecimento;

j) Revisão e crítica dos caminhos já percorridos pela ciência em questão;

k) Proposta de alternativas didático-metodológicas capazes de contribuir para a

redução dos altos índices de fracasso escolar e exclusão social;

l) Busca de um trabalho interdisciplinar comprometido com a educação, projetando

uma atuação transformadora em benefício dos educandos;

m) Propor melhores e mais adequados procedimentos de avaliação e intervenção;

n) Considerar e integrar melhor as contribuições das diversas áreas de

conhecimentos, eliminando confrontos e ampliando o diálogo; etc.

Num artigo científico sobre as limitações e as possibilidades para a

Psicopedagogia, os autores Peres e Oliveira (2007) resumem os campos onde estão

os maiores desafios para a profissão:

Os resultados indicam [...] a existência de vários elementos limitantes, ou dificultadores do trabalho psicopedagógico institucional. Estas

Page 45: PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL EMPRESARIAL

45

questões perpassam, em muitos casos, pela própria dificuldade de conceber em que se constitui um trabalho institucional preventivo. Juntamente ao desafio de se elaborar e realizar diagnósticos e intervenções na instituição. Estas dificuldades, [...] dentre outras, se relacionam diretamente a ausência deste tipo de experiência que deveria ter sido propiciada, especialmente pelos cursos de especialização em psicopedagogia e também pelas próprias instituições onde estes profissionais atuam (PERES e OLIVEIRA, 2007).

2.6 Relações Entre o Referencial Teórico e os Achados Através da Pesquisa

de Campo

Uma pesquisa de campo foi realizada com o intuito de verificar possíveis

relações entre o saber adquirido na revisão bibliográfica e os achados do trabalho de

campo. Os principais interesses voltam-se, em primeira instância, para a eventual

confirmação ou o questionamento dos conceitos teóricos, quando levadas em

consideração as respostas dos alunos.

O universo de respondentes é composto de estudantes e profissionais

adultos, de interesse particular, por constituírem público de interesse tanto para a

Psicopedagogia – por serem estudantes do ensino superior muitas vezes

apresentam dificuldades de aprendizagem – como para a Psicopedagogia

Institucional Empresarial – voltada aos aspectos relativos à capacitação dos

colaboradores.

Na sequência, o detalhamento completo da pesquisa de campo e dos seus

resultados é fornecido.

Page 46: PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL EMPRESARIAL

46

3 DETALHAMENTO DA PESQUISA DE CAMPO

3.1 Finalidade e Expectativas do Estudo de Campo

Uma pesquisa de campo foi realizada sobre o despreparo, as inabilidades e

dificuldades que afetam o desenvolvimento e a aprendizagem, bem como os tipos

de apoio, atividades e recursos que podem ajudar a lidar com os problemas

reportados e melhorar os processos de desenvolvimento e aprendizagem de alunos

e profissionais adultos entrevistados.

A investigação teve como objetivo verificar se podem ser identificadas e

traçadas relações entre a teoria estudada e as respostas obtidas, que possam em

algum nível, confirmar conceitos, afirmações e percepções conhecidas a partir da

revisão bibliográfica.

As principais perguntas elaboradas e respondidas incluem, com relação aos

achados registrados durante a revisão bibliográfica:

a) Percebe-se algum tipo de relação entre as inabilidades pessoais e/ou

profissionais para realização de atividades em geral, e o mau desenvolvimento e

as dificuldades de aprendizagem reportadas?

b) Quais são os principais aspectos informados de despreparo e inabilidades para

atividades em geral que mais afetam negativamente o desenvolvimento e a

aprendizagem?

c) Que tipo de apoio, atividade e recursos são necessitados e sugeridos pelos

alunos profissionais, para ajuda-los a superarem suas dificuldades de

aprendizagem?

d) Existem relações entre as contribuições realizadas pela psicopedagogia

Institucional e as situações informadas levantadas nas respostas para as

questões anteriores?

Importa esclarecer que as primeiras perguntas da pesquisa (de 1 a 5) foram

feitas para efeito de conhecimentos gerais e, principalmente, com o intuito de

descontrair os participantes antes de inquiri-los sobre assuntos mais delicados,

relacionados a despreparos, inabilidades e dificuldades pessoais e profissionais.

Essa é uma das técnicas recomendadas quando se pretende pesquisar assuntos

que podem ser percebidos como delicados e constrangedores para os participantes.

Page 47: PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL EMPRESARIAL

47

Os achados são descritos e comentados mais adiante, no item 3.6 e na

conclusão desta monografia.

3.2 Universo e Censo

A população de alunos profissionais pesquisados foi constituída de 220

estudantes matriculados em duas instituições de ensino superior com atuação na

região da Baixada Santista. Participaram estudantes de todos os semestres dos

cursos tecnológicos de: Processos Gerenciais, Administração, Contabilidade,

Marketing, Gestão de RH, Gestão Portuária, Regimes de DPs, Comércio Exterior e

Negócios Internacionais, e Logística.

Tendo em vista que o questionário foi encaminhado à totalidade da

população, o estudo consiste num censo – quando ocorre aplicação da pesquisa

para 100% da população alvo. O percentual de retorno obtido foi de 10,5% (23

questionários preenchidos, do total de 220 distribuídos). A consulta foi realizada de

forma anônima a fim de estimular a participação honesta, sem possibilidade de

identificação por parte da pesquisadora que aplicou a pesquisa, que também é

professora dos alunos que compuseram o universo de pesquisa.

O gráfico 1 e o quadro 1 demonstram, respectivamente, a composição do

universo e o detalhamento da composição do universo pesquisado. São fornecidos a

seguir:

Page 48: PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL EMPRESARIAL

48

GRÁFICO 01 - COMPOSIÇÃO DO UNIVERSO DA PESQUISA

QUADRO 02 DETALHAMENTO DA COMPOSIÇÃO DO UNIVERSO DA PESQUISA

CURSO QT %

Processos Gerenciais (C4) 18 0,1 8,2 Administração (C5) 26 0,1 11,8 Contabilidade (C4) 31 0,1 14,1 Administração (C7) 33 0,2 15,0 Marketing (C3) 10 0,0 4,5 Gestão de RH (C3) 31 0,1 14,1 Gestão Portuária (Forms) 18 0,1 8,2 DPs (C3) 7 0,0 3,2 Comex e Negs Interns (Pós) 28 0,1 12,7

Logística (Pós) 18 0,1 8,2 TOTAL 220 ---- 100

3.3 Ferramenta Online de Pesquisa

O software empregado neste estudo de campo, detalhadamente explicado no

inicio deste documento é exclusivo para investigações feitas utilizando a internet. O

8%

12%

14%

15%5%

14%

8%

3%

13%

8%

Composição do Universo (Mix: Curso/Ciclo)

Processos Gerenciais (C4)

Administração (C5)

Contabilidade (C4)

Administração (C7)

Marketing (C3)

Gestão de RH (C3)

Gestão Portuária (Forms)

DPs (C3)

Comex e Negs Interns (Pós)

Logística (Pós)

Page 49: PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL EMPRESARIAL

49

link ativo com o endereço do questionário foi enviado por e-mail a todo o universo de

alunos profissionais.

O próprio software recolheu, organizou, tabulou e finalizou os dados, proveu os

gráficos, as tabelas e as relações de respostas. Desta forma, não houve

interferência humana fato importante para garantir que não houve distorções no trato

dos dados e, consequentemente, a autenticidade e confiabilidade dos saberes

adquiridos.

3.4 Documento Eletrônico de Inquérito

O documento com as questões aplicadas foi preparado dentro do próprio

software de investigação na web. Esse questionário foi composto de perguntas

abertas e fechadas.

O layout do documento de inquérito é fornecido a seguir:

Page 50: PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL EMPRESARIAL

50

ILUSTRAÇÃO 03 – QUESTIONÁRIO DA PESQUISA DE CAMPO

Page 51: PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL EMPRESARIAL

51

ILUSTRAÇÃO 03 – QUESTIONÁRIO DA PESQUISA DE CAMPO (CONTINUAÇÃO)

Page 52: PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL EMPRESARIAL

52

ILUSTRAÇÃO 03 – QUESTIONÁRIO DA PESQUISA DE CAMPO (CONTINUAÇÃO)

3.5 Tipo de Pesquisa

O estudo de campo realizado não é considerado estatisticamente

representativo, na medida em que a população e amostra – censo - utilizadas não

são de caráter probabilístico. Isso por várias razões, dentre elas as principais:

a) Não foram utilizados métodos estatísticos formais na amostragem;

b) A amostra utilizada, embora sendo um censo, foi colhida por conveniência pela

autora da pesquisa, em função do imediato acesso aos alunos adultos do ensino

superior, já atuantes como profissionais;

c) As instituições de ensino não atuam de forma abrangente do todo que represente

a nação brasileira, nem em âmbito nacional, nem em todos os níveis sociais, nem

oferecem todos os tipos de cursos.

Independentemente desses fatos, a investigação contribui para a ampliação da

reflexão sobre as necessidades comentadas na revisão bibliográfica derivadas das

dificuldades de aprendizagem estudadas e as possíveis contribuições da

Psicopedagogia, em todas as suas formas, para solucionar e ajudar os aprendizes a

transporem seus problemas identificados e reportados nas obras pesquisadas, de

diversos autores. Nesse aspecto, os achados têm sua significância para o que se

propõe nesta investigação e no estudo monográfico.

Como orienta Pires (2014) em sua monografia sobre Andragogia, em uma

segunda fase, sugerem-se estudos adicionais:

Page 53: PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL EMPRESARIAL

53

Estudos futuros de aprofundamento desta investigação, que tenham o objetivo de analisar a problemática no âmbito nacional, deverão refazer a pesquisa de campo usando uma amostra que inclua elementos com a mesma chance de serem escolhidos, de todas as universidades e faculdades presentes no país. Nessa condição amostral, os dados poderão ser extrapolados ao universo e representar estatisticamente toda a população de estudantes do ensino superior do Brasil (PIRES, 2014).

Além das condições citadas por Pires (2014), pelo fato do assunto desta

monografia ser voltado para a Psicopedagogia institucional empresarial, importa que

eventuais estudos de aprofundamento utilizem métodos estatísticos no trabalho de

amostragem, bem como incluam colaboradores de empresas de várias regiões do

país, de diversos portes e atuantes em todos os setores econômicos, para que se

possa considerar a pesquisa resultante estatisticamente representativa do mercado

brasileiro.

3.6 Achados a Partir da Investigação

3.6.1 Respostas Obtidas

Detalhadamente, as respostas os achados nas respostas de cada pergunta feita

são:

Pergunta 01 – Assinale uma das duas alternativas a seguir. Atualmente você:

trabalha e estuda; só estuda; somente trabalha?

Respostas: A grande maioria dos participantes da pesquisa (83% dos respondentes)

é composta por alunos adultos do ensino superior que trabalham e, portanto, são

profissionais atuantes em empresas de diversos setores econômicos – objeto de

estudo e atuação da Psicopedagogia Institucional Empresarial. Do restante, 9%

somente trabalham e 4% somente estudam. 4% não especificaram.

Pergunta 02 – Antes de ingressar no ensino superior, na maior parte do tempo, você

estudou em escolas: privadas; públicas; ambas equilibradamente?

Respostas: Dominantemente, 83% dos respondentes estudaram em escolas

públicas para realização do ensino básico e médico, antes de cursarem o ensino

superior. Outros 13% disseram terem estudado em escolas públicas, enquanto

Page 54: PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL EMPRESARIAL

54

somente 4% estudaram tanto em escolas públicas como particulares,

equilibradamente.

Pergunta 03 – Qual é sua principal área de estudo, formação e atuação?

Respostas: Dentre as áreas de estudo abrangidas na investigação, as mais

presentes foram: Contabilidade e Finanças (22%); Operacional e Processos

Gerenciais (22%); Administração e Gestão em geral (17%); Gestão de RH (17%);

Comércio Exterior, Logística e Gestão Portuária (9%); Outras (9%); Marketing,

Comunicação, Publicidade e Jornalismo (4%).

Pergunta 04 – Na vida “pessoal”, que tipo de atividade você mais gosta e costuma

fazer?

Respostas: Das respostas obtidas, 26% costumam participar de shows, teatros e

cinema; 26% preferem passear ao ar livre, caminhar e viajar; 22% gostam de assistir

TV; 13% têm gosto por ouvir músicas e dançar; 9% praticam esportes e atividades

físicas; 4% assinalaram outros e somente um respondente desse grupo relatou

preferência por ir à igreja.

Pergunta 05 – Na vida “profissional”, que tipo de atividade você mais gosta e

costuma fazer?

Respostas: Referente às respostas obtidas, 35% dos respondentes gostam de

atividades relacionadas com organização, planejamento e administração; 30%

preferem atividade que lhes possibilitem interagir com pessoas; 13% têm afinidade

com atividades relacionadas com pesquisa, estudo e análise; 9% gostam das

atividades de monitoramento e controle; outros 9% gostam de cálculos e contas em

geral; 4% gostam de atividades relacionadas a treinamento e educação.

Interessantemente, as opções “escrever e redigir textos”, “criar, desenvolver e

inovar” e “prestar serviços” não foram assinaladas.

Pergunta 06 – Que “preparo”, “habilidades” e “facilidades” para realizar atividades

em geral você acredita ter, tanto no campo pessoal como profissional?

Respostas: As respostas citaram aspectos como rápida aprendizagem, facilidade de

comunicação, confiabilidade, agilidade no raciocínio, determinação, desejo de

aprender, valor ético, alegria, fé, empenho, facilidade de lidar com pessoas,

Page 55: PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL EMPRESARIAL

55

experiência, conhecimento, facilidade de concentração, iniciativa, pró-atividade,

tomada de decisão, facilidade de gestão de processos, relacionamento interpessoal,

paciência, habilidade no trato com pessoas.

Pergunta 07 – Que “despreparo”, “inabilidades” e “dificuldades” para realizar

atividades em geral você acredita ter, tanto no campo pessoal como profissional?

Respostas: Foram citados, gestão de tempo, comunicação, sensibilidade emocional,

nervosismo, ansiedade, organização, argumentação, demora ao aprender, falta de

estudo, falta de resiliência, dificuldade de relacionamento, intolerância, dificuldade

para fazer cálculos, impaciência, de liderança, interpretação, falta de firmeza, gerir

pessoas, enfrentar algo novo, lidar com críticas, falta de parceria/colaboração,

dificuldade para pedir ajuda, planejamento, ineficiência.

Pergunta 08 – Você acha que o despreparo, as inabilidades e dificuldades relatadas

acima, de alguma forma, afetam negativamente seu processo de desenvolvimento e

aprendizagem?

Respostas: 78% dos respondentes afirmaram que o despreparo, as inabilidades e

dificuldades relatadas afetam negativamente seu processo de desenvolvimento e

aprendizagem, enquanto 22% disseram o oposto. Os comentários incluem relatos

como: impedimento de interação com mais pessoas, prejuízo ao pensamento e

estado psicológico, rápido descontrole emocional, perda de oportunidades,

insegurança diante de situações, interferência na concentração.

Pergunta 09 – Se sim, dentre os aspectos de despreparo, inabilidades e dificuldades

citadas, quais “mais” afetam negativamente seu desempenho e aprendizado?

Explique e comente.

Respostas: despreparo, muita sensibilidade, desespero ao sofrer fortes críticas e

frente às injustiças, acúmulo de responsabilidades assumidas, problemas de

relacionamento, impaciência e intolerância, dificuldade de lidar com mudanças, falar

publicamente, dificuldade para pedir ajuda, dificuldade para gerir tempo.

Pergunta 10 – Que tipo de “apoio”, “atividades” e “recursos” podem ajudar a

melhorar seu processo de desenvolvimento e aprendizagem?

Page 56: PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL EMPRESARIAL

56

Respostas: acompanhamento de pessoal especializado em coaching, treinamento,

apoio de psicólogo, programas de desenvolvimento profissional, trabalhos e

dinâmicas em grupo, terapia, leituras e palestras, relaxamento, cursos.

3.6.2 Dados, Informações e Análise

Os achados são interessantes. Embora, pelas características já descritas e

pouca abrangência da pesquisa, não seja possível traçar solidas relações diretas,

nem tão pouco extrapolar os resultados da investigação para toda a população, o

que se soube com as respostas é significativo para o proposto nesta pesquisa.

Também é valioso como conhecimento de algumas peculiaridades sobre o público

alvo que participou do inquérito.

Fatos que chamam atenção, embora alguns, como o item “a” sejam

esperados pela natureza do público pesquisado:

a) A prevalência recai sobre estudo e trabalho realizados juntos.

b) A maior parte do censo, sempre ou na maior parte do tempo, estudou em

instituições públicas.

c) As atividades preferidas pelos participantes são relacionadas a esportes,

passeios e atividades culturais.

d) Organização, planejamento e interação com pessoas também são as

preferências da maioria, no foro profissional.

e) As facilidades e habilidades mais citadas incluem: comunicação, raciocínio

lógico, organização e planejamento – de certa forma são afins com os itens “c” e

“d” acima.

f) Os aspectos de despreparo, inabilidades e deficiências incluem aspectos

emocionais, inter-relação, falta de conhecimento e treinamento, inseguranças

frente a mudanças.

g) A maioria dos entrevistados tem ciência ade que suas limitações interferem

negativamente e prejudicam os processos de desenvolvimento e aprendizagem –

em algum grau podem estar associados às respostas do item “f” acima.

h) Sugestões dadas pelos alunos de apoios para a superação das inabilidades e

dificuldades listadas, os itens mais citados incluem: terapia, trabalhos com

psicólogos, treinamentos/cursos/palestras, apoio emocional, atividades e

dinâmicas em grupo, apoio para organização, apoio de empresa,

Page 57: PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL EMPRESARIAL

57

i) No que se refere às possibilidades de atuação e contribuições da

Psicopedagogia nas instituições e empresas a partir dos dados colhidos na

pesquisa de campo, a seguir é apresentado um relado detalhado, descrita a

análise procedida e seus achados.

3.6.2.1 Descrição da Análise e Resultados

Uma análise foi realizada cruzando, principalmente, três tipos de dados – que

constituem o foco do inquérito:

a) Dificuldades de aprendizagem e desenvolvimento relatadas pelos respondentes;

b) Sugestões do que poderia ajudar os respondentes a superarem suas

dificuldades;

c) Contribuições da Psicopedagogia Institucional relatadas na revisão bibliográfica.

A análise teve o propósito de comparar os conteúdos levantados e referentes aos

três itens listados acima (“a”, “b” e “c”); identificar a existência, ou não, de afinidade

entre tais informações; e considerar o nível de coerência entre o que a

Psicopedagogia Institucional Empresarial propõe fazer e as necessidades

reportadas demandam que seja feito – ou seja, as propostas Psicopedagógica

podem auxiliar na solução dos problemas informados pelos respondentes? Para

responder essa questão central, foi formado um quadro com os três grupos de

informações (apresentada abaixo), facilitando o cruzamento e a análise:

Page 58: PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL EMPRESARIAL

58

QUADRO 03 – DIFICULDADES, SUGESTÕES E CONTRIBUIÇÕES

O resultado da análise é considerado significativo e, em boa parte, coerente

com os achados a partir da revisão bibliográfica realizada, no que tange ao que os

autores de forma geral afirmam e descrevem a respeito dos conceitos, objetivos e

possibilidades de atuação e contribuições da Psicopedagogia Institucional

Empresarial visando à identificação e a solução de problemas de aprendizagem. Há

conformidade entre os pressupostos Psicopedagógicos, a realidade e ansiedades

expressas pelos participantes da pesquisa.

Assim, de forma geral, a análise dos dados tabulados e das informações por

eles fornecidas reforçam os principais conceitos, características e técnicas

estudadas no material bibliográfico, a respeito das propostas Psicopedagógicas.

3.6.3 Tabulação, Gráficos, Tabelas e Respostas Abertas.

Nas próximas páginas é apresentado, na íntegra, o relatório de tabulação dos

dados colhidos na pesquisa de campo.

O relatório foi desenvolvido respeitando a mesma ordem que as perguntas

foram organizadas no questionário eletrônico, cujo layout foi apresentado

anteriormente.

Page 59: PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL EMPRESARIAL

59

No caso das perguntas “fechadas” – de múltipla escolha sem possibilidade de

alterá-las, gráficos e tabelas de frequência são fornecidas. Já com relação às

perguntas “abertas” – que possibilitam ao respondente expressar-se livremente a

partir da redação de textos próprios, o relatório de tabulação provê os textos

completos, na íntegra, da forma que cada respondente os redigiu ao concedeu suas

respostas.

Importa ressaltar que a tabulação foi realizada de forma automática, com o

próprio software aplicando os questionários, recolhendo os dados, tabulando-os e

provendo o relatório final para análise do pesquisador. Essa prática é relevante na

medida em que elimina interferência a humana no processo e, por esse motivo,

garante a credibilidade dos achados.

Segue o relatório detalhado da tabulação, no formato produzido pelo software

de pesquisa.

Page 60: PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL EMPRESARIAL

60

QUESTÃO 01

GRÁGICO 02 – RESPOSTAS: QUESTÃO 01 DA PESQUISA DE CAMPO

QUADRO 04 – DETALHAMENTO: QUESTÃO 01 DA PESQUISA DE CAMPO

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QUESTÃO 02

GRÁGICO 03 – RESPOSTAS: QUESTÃO 02 DA PESQUISA DE CAMPO

QUADRO 05 – DETALHAMENTO: QUESTÃO 02 DA PESQUISA DE CAMPO

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QUESTÃO 03

GRÁGICO 04 – RESPOSTAS: QUESTÃO 03 DA PESQUISA DE CAMPO

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QUARDO 06 – DETALHAMENTO: QUESTÃO 03 DA PESQUISA DE CAMPO

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QUESTÃO 04

GRÁGICO 05 – RESPOSTAS: QUESTÃO 04 DA PESQUISA DE CAMPO

QUADRO 07 – DETALHAMENTO: QUESTÃO 04 DA PESQUISA DE CAMPO

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QUESTÃO 05

GRÁGICO 06 – RESPOSTAS: QUESTÃO 05 DA PESQUISA DE CAMPO

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QUADRO 08 – DETALHAMENTO: QUESTÃO 05 DA PESQUISA DE CAMPO

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QUESTÃO 06

Mostrando 23 selecionadas

Aprendizagem rápida, comunicação assertiva e ganhar a confiança das pessoas 19/09/2016 09:00 Ver as respostas do respondente Formação, agilidade e raciocinio rapido. 14/09/2016 17:23 Ver as respostas do respondente Força de vontade, alegria, determinação, vontade de aprender, ética, carinho, fé, entre outras. 14/09/2016 13:59 Ver as respostas do respondente Capricho, empenho, foco 13/09/2016 23:11 Ver as respostas do respondente experiência profissional,comunicação, lidar com pessoas 12/09/2016 22:18 Ver as respostas do respondente preparo que a vida proporcionou com os anos vividos e vindo a somar e melhorar muito com a formação acadêmica, com a experiencia e os conhecimentos adquiridos em aula com os professores e as trocas com os companheiros de turma, tudo isso veio para somar e abrir novos horizontes criando um melhor desenvolvimento pessoal e profissional proporcionando facilidades e um resultado satisfatório. 12/09/2016 18:09 Ver as respostas do respondente concentração, agilidade 12/09/2016 16:13 Ver as respostas do respondente ÂNIMO, PRÓ ATIVIDADE e COMUNICATIVA 12/09/2016 13:19 Ver as respostas do respondente Toamada de decisão 12/09/2016 13:02 Ver as respostas do respondente Raciocínio lógico rápido reinterpretações 12/09/2016 12:46 Ver as respostas do respondente BOA COMUNICAÇÃO, DETERMINAÇÃO NAS METAS. 12/09/2016 12:11 Ver as respostas do respondente Organização, comprometimento e simpatia 12/09/2016 10:56 Ver as respostas do respondente Gestão de processos 12/09/2016 10:47 Ver as respostas do respondente Respeito pelas pessoas, ágil, entrosamento. 12/09/2016 10:31 Ver as respostas do respondente Paciência e conhecimento no que faço 12/09/2016 09:44 Ver as respostas do respondente Organização do tempo, responsabilidade e dedicação. 12/09/2016 09:21 Ver as respostas do respondente Organização, paciência e agilidade 12/09/2016 01:03 Ver as respostas do respondente Prestativo 11/09/2016 22:06 Ver as respostas do respondente organização, planejamento e gestão 11/09/2016 22:05 Ver as respostas do respondente Relação interpessoal e empatia 11/09/2016 21:41 Ver as respostas do respondente Interaçao 11/09/2016 21:32 Ver as respostas do respondente Foco, resiliência, trabalhar em equipe e capacidade de lidar com pessoas. 11/09/2016 20:17 Ver as respostas do respondente Calcular e interagir com as pessoas 11/09/2016 19:35 Ver as respostas do respondente

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QUESTÃO 07

Mostrando 23 selecionadas

Ligações telefônicas e dificuldade de planejamento de tempo em logística 19/09/2016 09:00 Ver as respostas do respondente Falta de tempo 14/09/2016 17:23 Ver as respostas do respondente Me expressar, Me comunicar, passar para as pessoas o que está no meu pensamento, muita sensibilidade, nervosismo, ansiedade, entre outras. 14/09/2016 13:59 Ver as respostas do respondente Organização, argumentação, não possuir aprendizado rápido 13/09/2016 23:11 Ver as respostas do respondente Mais estudo, resiliência e ansiedade 12/09/2016 22:18 Ver as respostas do respondente não vejo como um despreparo, talvez algumas situações inusitadas que me fazem parar e buscar uma solução rápida para a realização da atividade. 12/09/2016 18:09 Ver as respostas do respondente relacionamento com outros individuos 12/09/2016 16:13 Ver as respostas do respondente INTOLERÂNCIA, CÁLCULOS E IMPACIÊNCIA 12/09/2016 13:19 Ver as respostas do respondente Liderar 12/09/2016 13:02 Ver as respostas do respondente Interpretação 12/09/2016 12:46 Ver as respostas do respondente PRECISO MELHORAR MEU LADO EMOCIONAL, TER FIRMEZA NÃO SE ABATER COM AS FALHAS. 12/09/2016 12:11 Ver as respostas do respondente Impaciência, não gosto de atender clientes.. apenas fornecedores 12/09/2016 10:56 Ver as respostas do respondente Dificuldades em gestão de pessoas 12/09/2016 10:47 Ver as respostas do respondente Dificuldade em assumir algo novo, com críticas. 12/09/2016 10:31 Ver as respostas do respondente Falta de parceria 12/09/2016 09:44 Ver as respostas do respondente Dificuldade em lidar com o "novo" e timidez. 12/09/2016 09:21 Ver as respostas do respondente Controle emocional 12/09/2016 01:03 Ver as respostas do respondente Dificuldade pedir ajuda 11/09/2016 22:06 Ver as respostas do respondente pouca paciência e pouco foco em áreas não interessantes 11/09/2016 22:05 Ver as respostas do respondente Atingir metas incoerentes a pratica e ser politicamente correto. 11/09/2016 21:41 Ver as respostas do respondente Humanas 11/09/2016 21:32 Ver as respostas do respondente Insegurança, dificuldade e manter se atualizado com as legislações que mudam constantemente e liderança. 11/09/2016 20:17 Ver as respostas do respondente Organização e planejamento 11/09/2016 19:35 Ver as respostas do respondente

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QUESTÃO 08

GRÁGICO 07 – RESPOSTAS: QUESTÃO 08 DA PESQUISA DE CAMPO

QUADRO 09 – DETALHAMENTO: QUESTÃO 08 DA PESQUISA DE CAMPO

COMENTÁRIOS (15)

Mostrando 15 selecionadas Impedem que interaja com mais pessoas em tempo real e adie ligações importantes, além de diminuir a quantidade de encontros/reuniões, visitas a clientes que poderia atender 19/09/2016 09:00 Ver as respostas do respondente Pois atrapalha meus pensamentos, meu psicológico. 14/09/2016 13:59 Ver as respostas do respondente Teria mais condições de acompanhar o raciocínio das pessoas e ficar menos ansiosa na questão de acertos 12/09/2016 22:18 Ver as respostas do respondente entendo que as dificuldades aparecem com um teste e me desafiam a buscar ficar cada vez melhor.

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12/09/2016 18:09 Ver as respostas do respondente No item 7, é muito mais para a vida pessoal do que profissional, pois querendo ou não, a gente tem que aprender a se controlar no meio profissional, mas sei destes meus "defeitos". 12/09/2016 13:19 Ver as respostas do respondente Tudo tem leitura se não habilita para entender. Fica difícil se sair bem.... 12/09/2016 12:46 Ver as respostas do respondente NÃO, PORQUE PODE AFETAR POSITIVAMENTE EM QUERER MELHORAR ESTE ASPECTO E OUTROS 12/09/2016 12:11 Ver as respostas do respondente perco a cebeça logo 12/09/2016 10:56 Ver as respostas do respondente Não, apesar da dificuldade consigo administrar bem as relações entre as pessoas 12/09/2016 10:47 Ver as respostas do respondente As vezes perco oportunidade por medo de não conseguir ser eficiente. 12/09/2016 10:31 Ver as respostas do respondente Sim, pois me sinto insegura diante algumas situações. 12/09/2016 09:21 Ver as respostas do respondente Porque tira meu foco 12/09/2016 01:03 Ver as respostas do respondente tenho dificuldades de manter o foco quando não vejo interesse nos assunto abordado. 11/09/2016 22:05 Ver as respostas do respondente Em certas situações o politicamente correto é mais importante do que o proceder correto, ainda que desagrade terceiros. 11/09/2016 21:41 Ver as respostas do respondente Atrapalha, pois poderia me ajudar bastante em diversos aspectos! 11/09/2016 20:17 Ver as respostas do respondente

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QUESTÃO 09

Mostrando 23 selecionadas Aumento da procrastinação 19/09/2016 09:00 Ver as respostas do respondente Despreparo 14/09/2016 17:23 Ver as respostas do respondente Muita sensibilidade, porque quando falam mais bravo comigo ou fazem alguma injustiça, tudo que me coloque pra baixo, tento controlar na frente dos outros e depois corro para chorar em algum lugar. É desespero total. 14/09/2016 13:59 Ver as respostas do respondente Falta de aprendizado rápido e argumentação, possuir melhor preparo. Preciso ser desenvolvida melhor/ treinada para tornar-me mais competente 13/09/2016 23:11 Ver as respostas do respondente Ansiedade, tenho ânsia em aprender e me sobrecarrego 12/09/2016 22:18 Ver as respostas do respondente o cansaço de conciliar emprego, estudos e família, carga horaria muito grande e as vezes o cansaço afeta no aprendizado e desenvolvimento. 12/09/2016 18:09 Ver as respostas do respondente relacionamento com outros individuos 12/09/2016 16:13 Ver as respostas do respondente Acredito que a Impaciência e falta de tolerância me prejudicam muito, tanto na vida pessoal quanto profissional. 12/09/2016 13:19 Ver as respostas do respondente Falta de apoio da gestão da empresa 12/09/2016 13:02 Ver as respostas do respondente Excesso de leitura para interpretar 12/09/2016 12:46 Ver as respostas do respondente NÃO TENHO OUTRAS INABILIDADES 12/09/2016 12:11 Ver as respostas do respondente Impaciência, isso faz com que eu perca o foco 12/09/2016 10:56 Ver as respostas do respondente Não 12/09/2016 10:47 Ver as respostas do respondente Dificuldade em assumir algo novo. 12/09/2016 10:31 Ver as respostas do respondente A falta de profissionalismo 12/09/2016 09:44 Ver as respostas do respondente A dificuldade de lidar com as mudanças, pois te tira da zona de conforto e leva tempo até se acostumar novamente. 12/09/2016 09:21 Ver as respostas do respondente se expor publicamente 12/09/2016 01:03 Ver as respostas do respondente Dificuldade de pedir ajuda pra entender algo no trabalho ou vida pessoal 11/09/2016 22:06 Ver as respostas do respondente falta de foco em determinadas situações 11/09/2016 22:05 Ver as respostas do respondente Ser politicamente correto. 11/09/2016 21:41 Ver as respostas do respondente Ambiente 11/09/2016 21:32 Ver as respostas do respondente Insegurança, pelo fato de que em diversas vezes acabo ficando inseguro em algumas decisões que as deixo de tomar. 11/09/2016 20:17 Ver as respostas do respondente Falta de tempo para me preparar 11/09/2016 19:35 Ver as respostas do respondente

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QUESTÃO 10

Mostrando 23 selecionadas Inicialmente um acompanhamento com profissional especializado em coaching pessoal e de carreira 19/09/2016 09:00 Ver as respostas do respondente Treinamento 14/09/2016 17:23 Ver as respostas do respondente No Meio profissional ter um treinamento mais sério, com pessoas especializadas, contar com psicólogo, Não superlotar o outro de informação, procurar um dia de um mês todo para atividades tranquilas, na faculdade/escola o professor se colocar no lugar do aluno, escutar a sala, tentar de tudo para não deixar a aula cansativa, fazer maneiras para prender o aluno, tornar o ambiente mais . E pessoal ter campanhas para a boa educação, estimular as pessoas a serem educadas. Ex: hoje vi uma imagem do facebook de uma cafeteria. Se você chegasse e pedisse" um café" custava 3 reais, se pedisse "um café por favor" era 2 reais, mas já se falava-se "bom dia, um café por favor" era 1real. Ou seja, estimulando os bons modos as pessoas. Eu gosto de ser bem tratada e de pessoas educadas no meu convívio, que não descontem seus problemas nas pessoas. 14/09/2016 13:59 Ver as respostas do respondente Treinamentos, apoio da liderança para que eu me desenvolva profissionalmente 13/09/2016 23:11 Ver as respostas do respondente Mais cursos com valor mais baratos, treinamentos e melhor poder aquisitivo para poder investir nisso tudo. 12/09/2016 22:18 Ver as respostas do respondente atividades em grupo em sala de aula é muito bom, além de aprender desenvolvendo a atividade, consigo adquirir novos conhecimentos e maneiras de agir e pensar através das pessoas que formam o grupo. 12/09/2016 18:09 Ver as respostas do respondente atividades em grupo ajudam a melhorar a desenvoltura do individuo 12/09/2016 16:13 Ver as respostas do respondente Cantar mantras, técnicas de respiração, com terapias e em relação aos cálculos, é somente estudo mesmo. 12/09/2016 13:19 Ver as respostas do respondente Apoio da gestão da empresa 12/09/2016 13:02 Ver as respostas do respondente Vídeo. Imagem 12/09/2016 12:46 Ver as respostas do respondente LIVROS E PALESTRAS. 12/09/2016 12:11 Ver as respostas do respondente Tinha que ter mais tempo livre, para poder esvaziar a mente! 12/09/2016 10:56 Ver as respostas do respondente Estágio na área de estudos 12/09/2016 10:47 Ver as respostas do respondente Treinamentos. 12/09/2016 10:31 Ver as respostas do respondente Facilidade de adquirir conhecimento 12/09/2016 09:44 Ver as respostas do respondente Acredito que isso seja algo pessoal, que depende de mim, em criar coragem para lidar com as situações novas. 12/09/2016 09:21 Ver as respostas do respondente Terapia 12/09/2016 01:03 Ver as respostas do respondente Cursos palestras 11/09/2016 22:06 Ver as respostas do respondente métodos de aprendizados que me desafiem e principalmente me mantenham interessado nos assuntos 11/09/2016 22:05 Ver as respostas do respondente Não desejo "evoluir" neste sentido e preciso expor minhas ideias da maneira mais calma e inteligível possível. 11/09/2016 21:41 Ver as respostas do respondente Cursos especificos 11/09/2016 21:32 Ver as respostas do respondente Talvez acompanhamento com um psicólogo. 11/09/2016 20:17 Ver as respostas do respondente Cursos na área 11/09/2016 19:35 Ver as respostas do respondente

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CONCLUSÃO

Os objetivos central e secundários que motivaram a condução desse estudo

monográfico foram satisfatoriamente atingidos. Primeiramente, o desejado

aprofundamento do conhecimento adquirido ao longo do curso de pós-graduação

em Psicopedagogia ocorreu, na medida em que houve vasta e qualificada revisão de

obras produzidas por alguns dos expressivos pensadores e estudiosos sobre a

ciência em questão.

Em segundo lugar, os achados obtidos nos dois tipos de pesquisa e a análise

executada, de forma geral, sugerem significativa coerência entre os saberes obtidos

na revisão bibliográfica e o que se levantou através da pesquisa de campo. Os

pressupostos e as contribuições que se defendem e afirmam a respeito da

Psicopedagogia e de suas formas institucional e empresarial procedem. A resposta

para a principal questão introdutória é encorajadora, já que as propostas

psicopedagogias parecem responder apropriadamente às demandas de soluções

para as situações e dificuldades de ensino-aprendizado e desenvolvimento

comentadas nas obras literárias e relatadas no inquérito.

A Psicopedagiogia, originária de países onde se falava o idioma francês,

evoluiu seus conceitos iniciais a partir da constante observação e do olhar treinado

para os problemas de ensino-aprendizagem. Tal esforço e dedicação possibilitou a

criação de propostas e técnicas especializadas em dificultadas associadas ao

processo de ensino-aprendizagem. O olhar preliminar de natureza unicamente

terapêutica expandiu para uma atuação maior que agora inclui a prevenção também.

A crença original de que as causas das dificuldades de aprendizado derivam

somente do educando se transformou em uma consciência mais adequada, que

atualmente tem noção da variedade de possíveis causas, cujas fontes podem

envolver também o ambiente, as instituições, escolas e famílias. O campo de ação

da Psicopedagogia evoluiu e abrange as áreas institucional e empresarial.

Porque colaboradores são pessoas adultas, a breve pesquisa bibliográfica

sobre Andragogia (ciência especializada em auxiliar adultos a auto-gerigem seus

próprios processos de aprendizagem) mostrou a existência de vários aspectos

comuns entre ela e a Psicopedagogia Empresarial (focada nas dificuldades de

aprendizagem dos funcionários), podendo e devendo, portanto, serem usados de

forma complementar. Novas etapas podem e devem aprofundar este estudo.

Page 74: PSICOPEDAGOGIA INSTITUCIONAL EMPRESARIAL

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