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Publicação da ANFARMAG – Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais. ANO 4 – Nº 18 – OUTUBRO/NOVEMBRO/DEZEMBRO 2012 ISSN 2178-8405 GESTãO DE EQUIPAMENTOS E INSTRUMENTOS DE MEDIçãO VIDRARIAS VOLUMéTRICAS NOTA TéCNICA QUANDO E COMO APLICAR FATOR DE CORREçãO DE UMIDADE E FATOR DE EQUIVALêNCIA

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Publicação da ANFARMAG – Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais.

ANO 4 – Nº 18 – OutubRO/NOveMbRO/dezeMbRO 2012

ISSN 2178-8405

Gestão de equipamentos

e instrumentos de medição

Vidrarias Volumétricas

nota técnica quando e como aplicar Fator

de correção de umidade e Fator de equiValência

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aplicando conhecimentos técnico e cientíFico

edit

or

ial

Caro leitor,

Como sempre produzimos a Revista Técnica do Farmacêutico pensando em temas que

colaborem, ainda mais, com a sua gestão do conhecimento e aplicação técnica para melhor

atuar no estabelecimento de saúde. No caso, na farmácia magistral.

Na nossa área, o aperfeiçoamento técnico e científico é uma constante. Portanto, é de

suma relevância estarmos atentos às novas e boas práticas magistrais.

Todos os textos dessa edição são importantes e merecem a sua atenção. Porém, destaco

o artigo “Gestão de equipamentos e instrumentos de medição – Vidrarias Volumétricas”, de

autoria da farmacêutica bioquímica e industrial Rejane Heyse Ribas.

De forma muito completa e interessante, a especialista em manipulação alopática e em

atenção farmacêutica orienta sobre a gestão de vidrarias volumétricas, utilizadas nas far-

mácias magistrais, com definições e parâmetros que devem ser aplicados na avaliação do

volume a ser medido e da precisão desejada. Além disso, ela trata do termo calibração, de

forma a atender os requisitos da legislação vigente. Esse assunto é de fato in-

trínseco e atual ao setor.

A Anfarmag tem atuado fortemente em assuntos que envolvem a questão

de metrologia geral, relacionada aos instrumentos de medição utilizados nas

farmácias. Mais especificamente, nesse momento, em temas correspondentes

às balanças, junto aos órgãos específicos.

É de suma importância chegar a resultados de harmonização de conceitos,

procedimentos e até revisão de legislação pertinente a esse aspecto, bem

como contribuir para a sustentabilidade técnica e aperfeiçoamento do ramo

magistral.

A leitura e compreensão desse artigo intui colaborar com informações, dis-

cutir a escolha de equipamentos adequados e refletir sobre a relevância da

metrologia na rotina de preparação de produtos magistrais.

Na sequência, essa publicação traz um artigo que tem como intuito auxiliar

a comunicação com o médico prescritor, além, é claro, de orientar o farma-

cêutico na elaboração de melhor formulação. Isso, porque o texto trata de um estudo, re-

alizado por acadêmicos da Universidade Estadual Paulista (Unesp), sobre a capacidade de

hidratação e proteção da pele sob dois tipos de silicones, que se opõem às características de

agressividade de produtos comumente usados em atividades rotineiras.

Nessa edição também ressaltamos informar que as autoridades sanitárias detêm com-

petência legal para a realização de fiscalizações nos estabelecimentos de saúde, acompa-

nhadas de policiais. Em caso de eventual processo de fiscalização, recomenda-se exigir as

credenciais dos agentes fiscalizadores e acompanhá-los atenciosamente durante a ação.

Por fim, faço um lembrete. Pela Medida Provisória nº 2.190-34 de 2001, os fornecedores

de insumos devem ter a Autorização de Funcionamento (AFE) e a Autorização Especial (AE)

renovadas anualmente. Da mesma forma, a Licença de Funcionamento emitida pela Visa

deve ser renovada também todos os anos.

Ivan da Gama Teixeira

2° Vice-presidente

e Diretor da área

Técnica da Anfarmag

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sumário06 | Gestão de equipamentos e instrumentos de mediçãoVIdrarIas VoluméTrIcas

14 | cosmetoloGiaaValIação da capacIdade de hIdraTação do esTraTo córneo, aTraVés de sIlIcones Incorporados em creme base

21 e 23 | nota técnica1. bIodIsponIbIlIdade da ocITocIna sublInGual2. Quando e como aplIcar FaTor de correção de umIdade e FaTor de eQuIValêncIa

28 | Vinheta leGalalerTas e orIenTações

32 | normassubmIssão de arTIGo para publIcação

relação de anunciantes

02 - FaGron05 - alTernaTe17 - pharmaceuTIcal19 - all chemIsTry20 - bsTec25 - QuallITá31 - elyplasT35 - orToFarma36 - consulFarma

Rua Vergueiro, 1855 - 12o andar - CEP 04101-000 - São Paulo - SP E-mail: [email protected] - Site: www.anfarmag.org.br

Tel.: (11) 2199.3499 - Fax: (11) 5572.0132

Revista da Farmácia Magistral - Órgão Oficial da Anfarmag Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais

dIreTorIa nacIonal GesTão 2011-2013

presIdenTe - Ademir Valério da Silva - SP1° VIce-presIdenTe - Hugo Guedes de Souza - ES

2° VIce-presIdenTe e dIreTor da área TécnIca -Ivan da Gama Teixeira - SP3° VIce-presIdenTe - Carlos Alberto P. Oliveira - DFsecreTárIa Geral - Simone de Souza Aguiar - RS

2° secreTárIo - álvaro Favaro Júnior - SPTesoureIro - Adolfo Cabral Filho - SC

2° TesoureIro - Marcos Antônio C. Oliveira - MG

dIreTorIa de comunIcaçãoAna Lúcia M. Povreslo e Gerson Appel

conselho FIscalAntônio Geraldo Ribeiro dos Santos Júnior - SP

Rejane Alves Gue Hoffmann - PRLuiz Carlos Gomes - SP

GerenTe TécnIco e de assunTos reGulaTórIosVagner Miguel - [email protected]

eQuIpe FarmacêuTIca da área TécnIcaMaria Aparecida Ferreira Soares, Lúcia Helena S. G. Pinto, Hélio Martins Lopes Júnior,

Carolina Leiva Fiore, Felipe Augusto Sbruzzi, Jaqueline Tiemi Watanabe e Ligia de Souza Pinto.

relacIonamenTo & markeTInGSimone Tavares - [email protected]

conTeúdo edITorIalAna Lúcia M. Povreslo e Gerson Appel

Rosi Gonçalves (Facto Comunicação Integrada – [email protected])

arTe e dIaGramaçãoClauton Danelli de Souza - (11) 98346-8006 - [email protected]

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ImpressãoVox editora - www.voxeditora.com.br

Revista destinada aos farmacêuticos magistrais, dirigentes e funcionários de farmácias de manipulação e de laboratórios; prestadores de serviços e fornecedores do segmento; médicos e outros profissionais de saúde; entidades de classe de todo o território nacional; parlamentares e autoridades da área de saúde dos governos federal, estadual e municipal.

Artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da Anfarmag. A revista não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados.

É ExPRESSAMENTE PROIbIDA A REPRODUçãO TOTAL OU PARCIAL DOS TExTOS DA REVISTA DO FARMACêUTICO MAGISTRAL

periocidade: Trimestralcirculação: NacionalTiragem: 5.000 exemplaresdistribuição dirigida

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Vidrarias volumétricas

a correTa mensuração de Volumes líQuIdos

considerações GeraisUma vidraria de qualidade é um fator contributivo para a

produção de produtos magistrais com os teores esperados e resultados analíticos confiáveis.

Os cuidados necessários começam na aquisição de vidrarias de boa qualidade e estendem-se à calibração e correta utili-zação das mesmas. A manutenção é outro ponto que mere-ce atenção, uma vez o custo de reposição costuma ser alto, somando-se a este, o custo de uma nova calibração.

Vidraria de laboratório é definida como “Material fabrica-do em vidro, plástico ou metal, com forma e volume definidos, que é utilizado em laboratórios químicos” -INMETRO-DOQ-CGCRE-027. (2)

Conforme definição acima, vemos que embora a semântica não pareça adequada, o termo vidraria consagrou-se para ins-trumentos de medição de volume de forma geral. Muitos des-tes utensílios têm sido confeccionados em material plástico, como polipropileno, polietileno e policarbonato, entre outros, principalmente devido ao custo e durabilidade.

Não há um material universal que atenda a todas as exigên-cias de um laboratório. Deve-se escolher entre vidro e plástico, de acordo com a aplicação e o tipo de produto, levando em conta as propriedades específicas destes materiais e o aspecto econômico.

Os utensílios de vidro têm sido mais utilizados em laborató-rio pela maior disponibilização em nosso mercado de vidrarias normalizadas neste tipo de material, a despeito da maior fragi-lidade. Têm a vantagem de ser resistentes ao calor e a produtos químicos, além da transparência. Os mais comuns são de bo-rossilicato (Pyrex), superiores ao vidro alcalino (vidro comum). A adição do boro ao vidro diminui o coeficiente de dilatação, torna o material mais leve (densidade inferior), proporciona

resistência superior ao choque térmico, mantendo certa pre-cisão mesmo com variações de temperaturas. O Vidro alcalino comum é adequado a produtos que só costumam ser expostos a esforços químicos por curtos períodos de tempo e não preci-sam suportar altas cargas térmicas (p. ex., pipetas, tubos para cultura).(7)

Importante frisar que em laboratório é proibitivo “improvi-sar” com utensílios construídos para outras finalidades, sem as especificações técnicas adequadas.

maTerIal VoluméTrIco uTIlIzado na FarmácIa

A mensuração de volumes de líquidos na prática magistral pode ser executada por tipos variados de equipamentos e utensílios, dependendo das características e da quantidade do líquido a ser medido, além do grau de exatidão requerido no processo em que será utilizado.

A USP define recipientes volumétricos como aqueles utili-zados para a medida de volumes de líquidos e lista: pipetas, buretas, cálices, provetas e conta gotas. Traz especificações de fabricação e uso para cada tipo de recipiente graduado.(3) A Farmacopeia brasileira V define aparelhos volumétricos: “Os aparelhos volumétricos são empregados nas medidas de volu-me nos testes, nos ensaios e nos doseamentos farmacopeicos, e devem estar aferidos à temperatura de 25 ºC.”(13) Traz tam-bém recomendações de leitura para líquidos corados ou não, para evitar erros de paralaxe.

No brasil, a AbNT ISO 384 estabelece os princípios de proje-to e construção de vidraria volumétrica e estabelece princípios para elaboração de especificações para artefatos volumétricos de vidro. (19) Já a AbNT NbR ISO 4794 estabelece métodos para avaliação da resistência química do esmalte no código de cores e marcação e especifica métodos de ensaio. (20)

Instrumentos não normatizados, que não cumpram uma sé-

Este trabalho elucida a questão da gestão de vidrarias volumétricas utilizadas nas farmácias de manipulação, fornecendo definições e parâmetros que devem ser aplicados na avaliação do volume a ser medido e da precisão desejada e na calibração das mesmas, atendendo aos requisitos da legislação vigente.

Farmacêutica bioquímica e industrial formada pela universidade Federal do paraná, com especialização em manipulação alopática e pós-graduação em atenção Farmacêutica pela pontifícia universidade católica do paraná. possui 23 anos de experiência no segmento magistral e atualmente é membro da comissão de diretrizes Técnicas e processos da diretoria Técnica da anfarmag e proprietária e diretora técnica da Farmácia artepharma ltda.

dra. rejane heyse ribas

6| reVIsTa TécnIca do FarmacêuTIco

Gestão de equipamentos e instrumentos de medição

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rie de regras e critérios de construção, definidos nas normas, possivelmente não conduzirão a obtenção de resultados com uma boa exatidão e repetibilidade (11)

OS PRINCIPAIS EqUíVOCOS NA UTILIzAçãO DOS MATERIAIS VOLUMÉTRICOS SE DEVEM A NãO

ObEDIêNCIA DE PRINCíPIOS báSICOS qUE COMEçAM COM A SELEçãO DO UTENSíLIO A UTILIzAR.

No dia a dia da farmácia, pipetas graduadas, provetas e cáli-ces são comumente utilizados para medições nos procedimen-tos farmacotécnicos, enquanto pipetas volumétricas, buretas e balões volumétricos, são comumente requeridos no preparo e medição de volumes de soluções e de reagentes bem como nas análises e doseamentos do controle de qualidade das ma-térias primas e produto acabado. Já os copos de becker e Er-lemeyers não são considerados instrumentos de medição de volume, embora possuam escala grosseira de graduação vo-lumétrica.

O instrumento de mensuração só pode ser usado mediante o conhecimento de um conjunto de regras de aplicação, de lei-tura e interpretação do ato de medir.(6) Por isso, na escolha do instrumento volumétrico, é importante considerar que exis-tem materiais de precisão, que fornecem medidas com alto grau de confiança e com erros ínfimos (como as pipetas vo-lumétricas, buretas e balões volumétricos), materiais menos precisos, como os copos graduados (provetas e cálices), e ma-teriais de caráter meramente orientativo, que jamais devem ser utilizados na medição de líquidos pois têm outra finalidade (Erlemeyers e copos de becker).

qualquer destes instrumentos traz inscrito em seu corpo algumas informações importantes como: volume máximo (ca-pacidade), graduação de sua escala (normalmente em milili-tros), tolerância (limite máximo de erro); traço de referência (no caso de pipetas e balões volumétricos, temperatura de calibração (temperatura a que deve ser feita a medição, nor-malmente 20°C.(7)

CAbE AO FARMACêUTICO AO ESCOLHER O UTENSíLIO A UTILIzAR, AVALIAR SE ESTá ADEqUADO AO VOLUME

A SER MEDIDO E à PRECISãO DESEJADA. ALÉM DE FORNECER MEDIDA CONFIáVEL COMPATíVEL COM A TOLERâNCIA DO PROCESSO, DEVE SER APLICáVEL à

ROTINA A ExECUTAR.

proGrama de manuTenção do eQuIpamenTo VoluméTrIco

exigência normativa

RDC 67 – Anexo I – Boas Práticas de Manipulação

5. MATERIAIS, EQUIPAMENTOS E UTENSÍLIOS (...)c) vidraria verificada contra um padrão calibrado ou adquiri-da de fornecedores credenciados pelos laboratórios da rede brasileira de calibração, quando for o caso; (...)5.2. Calibração e Verificação dos Equipamentos5.2.1. As calibrações dos equipamentos e instrumentos de medição devem ser executadas por empresa certificada, utili-zando padrões rastreáveis à Rede Brasileira de Calibração, no mínimo uma vez ao ano ou, em função da frequência de uso do equipamento. Deve ser mantido registro das calibrações realizadas dos equipamentos, instrumentos e padrões.5.2.2. A verificação dos equipamentos deve ser feita por pes-soal treinado do próprio estabelecimento, antes do início das atividades diárias, empregando procedimentos escritos e pa-drões de referência, com orientação específica, mantidos os registros.5.3. Manutenção dos Equipamentos.Todos os equipamentos devem ser submetidos à manutenção preventiva, de acordo com um programa formal e, quando necessário, corretiva, obedecendo a procedimentos operacio-nais escritos, com base nas especificações dos manuais dos fabricantes.

O estabelecido na norma em relação a materiais, equipa-mentos e utensílios merece análise especialmente quanto à interpretação das exigências legais, e sua aplicação prática na rotina magistral. O item 5 dita uma série de requisitos, sendo um deles diretamente dirigido às vidrarias (item 5.c), e os de-mais, aplicáveis às mesmas. Deixa clara a necessidade de es-tabelecer um programa de manutenção (preventiva e correti-va) para todos os equipamentos (item 5.3), portanto aplicável também ao equipamento volumétrico da farmácia, a fim de garantir a confiança metrológica destes instrumentos, como parte do sistema de monitoramento da qualidade*.

* Poderá ser consultada Revista Técnica do Farmacêutico n°15, 2012 - artigo técnico abordando diretrizes para elaboração de Programa de Manutenção de Equipamentos.

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As ações propostas devem ser incorporadas ao Programa de Manutenção. quanto à aplicabilidade de certas exigências da norma às vidrarias, o farmacêutico (a) deve avaliar as pecu-liaridades técnicas destes instrumentos ao elaborar o progra-ma da farmácia.

O item 5.c da RDC 67 define que a farmácia deve possuir “vidraria verificada contra um padrão calibrado ou adquirida de fornecedores credenciados pelos laboratórios da rede bra-sileira de calibração, quando for o caso”. Segundo a ISO 9001, “Equipamento de Medição a ser controlado deve ser aquele que afeta ou afere a qualidade do produto.”

Cabe ao farmacêutico avaliar quais utensílios volumétri-cos deverão ser controlados e calibrados. basicamente, serão aqueles que têm impacto na qualidade do produto final, cujos desvios podem acarretar erros na dose posológica dos medi-camentos, e obviamente, os envolvidos nas análises e dosea-mentos do Controle de qualidade.

O programa de manutenção deve contemplar minima-mente o estabelecido na norma, sendo necessária a ela-boração de procedimentos operacionais para utilização e acompanhamento do desempenho dos utensílios volumé-tricos, obedecendo aos requisitos relativos aos ensaios e periodicidade.

Identificação e localizaçãoÉ desejável fazer um inventário dos utensílios volumétricos

existentes em cada laboratório da farmácia, codificando-os para fins de identificação. A identificação das vidrarias pode ser feita através do seu n° de série, ou caso não exista, por sistema definido pela própria farmácia, através de etiquetas ou outro método compatível com a utilização e higienização, e que permaneça no material se possível (cuidar com os méto-dos abrasivos para não danificar instrumentos sensíveis). Deve ser única, inequívoca e permitir a rastreabilidade do material também em relação ao seu local de uso, evitando intercâmbio de materiais de um laboratório para outro.

O inventário deverá ser atualizado periodicamente permi-tindo ao gestor uma clara visão dos danos e perdas dos ma-teriais volumétricos da farmácia, o que tende a melhorar o cuidado no uso dos utensílios e diminuir as perdas.

procedimentos operacionais e TreinamentosA medição de volumes é tarefa rotineira e relativamente

simples. Porém, a escolha e o uso adequados da vidraria volu-métrica são determinantes para garantir resultados com boa exatidão e repetibilidade.

O erro experimental considerado de maior importância no uso da vidraria volumétrica é o erro de leitura do menisco pelo operador, denominado erro de paralaxe. (12) A norma ISO 4787 refere alguns erros experimentais na determinação do volume em função do erro de determinação da posição real do menis-co: um pequeno desvio de 1 mm no ajuste do menisco pode

significar um erro muito apreciável no volume medido. A lim-peza inadequada da vidraria também conduz a erros de leitura e merece ser destacada nos procedimentos operacionais. (5)

Duas causas principais, portanto conduzem aos erros de leitura: a má prática dos operadores e falhas dos instrumen-tos de medição. Os erros de operação só podem ser reduzidos com procedimentos padronizados e treinamentos. Já as falhas dos equipamentos podem ser minimizadas através da adequa-da manutenção e quando aceitável compensados de acordo com os resultados das calibrações periódicas.(6)

Portanto, é necessário definir através de procedimentos padronizados, as condições de uso para cada utensílio volu-métrico nos diferentes procedimentos executados pela far-mácia - dos farmacotécnicos aos analíticos, de forma a aten-der as normas pertinentes a correta operação.

Verificações A RDC 67 – Anexo I – boas Práticas de Manipulação estabe-lece:5.2.2. A verificação dos equipamentos deve ser feita por pes-soal treinado do próprio estabelecimento, antes do início das atividades diárias, empregando procedimentos escritos e pa-drões de referência, com orientação específica, mantidos os registros.Diante da exigência normativa, o programa da farmácia deve prever:Verificação periódica e registros: inspeção visual quanto às condições gerais das vidrarias como integridade, indicativos de desgaste e limpeza. O farmacêutico pode estabelecer um período que julgue adequado para esta inspeção, quando po-derá atualizar o inventário e registrar as perdas e outras não conformidades encontradas como desgastes, quebras, avarias e sujidades. Verificação diária antes da utilização: antes de cada utiliza-ção o operador deve ser treinado a inspecionar visualmente a vidraria e proceder à imediata segregação para limpeza ou reposição em caso de sujidade ou avaria, respectivamente.

observações: 1) A verificação diária da calibração de cada vidraria contra padrão calibrado não é aplicável, tampouco necessária . Ao estabelecer os requisitos de forma generalizada para todos os instrumentos de medição, a norma não contempla as particu-laridades técnicas das vidrarias.2)No entanto, vidrarias submetidas a condições extremas, tais como: temperaturas acima de 150 ºC, contato com ácido flu-orídrico, ácido fosfórico aquecido ou bases fortes aquecidas, segundo a norma ASTM E 542, deverão ser calibradas nova-mente antes da sua utilização. Vidrarias não submetida a estas condições nem a choques mecânicos tendem a manter-se cali-bradas por longos períodos.

8| reVIsTa TécnIca do FarmacêuTIco

Gestão de equipamentos e instrumentos de medição Vidrarias Volumétricas

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calibrações

rdc 67/07 - anexo 15.2.1. As calibrações dos equipamentos e instrumentos de medição devem ser executadas por empresa certificada, utili-zando padrões rastreáveis à Rede Brasileira de Calibração, no mínimo uma vez ao ano ou, em função da freqüência de uso do equipamento. Deve ser mantido registro das calibrações realizadas dos equipamentos, instrumentos e padrões. (1)

calIbração [VIm 2.39 (6.11)]Operação que estabelece, numa primeira etapa e sob condi-ções especificadas, uma relação entre os valores e as incer-tezas de medição fornecida por padrões e as indicações cor-respondentes com as incertezas associadas; numa segunda etapa, utiliza esta informação para estabelecer uma relação visando a obtenção de um resultado de medição a partir de uma indicação. (8)

Através da calibração pode-se conhecer o valor verdadeiro que um equipamento/utensílio está realmente medindo, iden-tificar o seu desvio (erro) em relação aos valores dos padrões, e, comparando o desvio aos limites máximos estabelecidos, decidir se é adequado ao processo a utilizar.

As vidrarias são calibradas para conter ou transferir volumes. As normalizadas costumam trazer impressas as indicações:

TD ou Ex (“To deliver”) – calibrado de maneira que a marca indica o volume dispensado ou transferido.

TC ou IN (“To Contain”) – calibrado de maneira que a marca indica o volume contido

Pipetas, buretas, seringas, e conta gotas calibrados são vi-drarias T.D.; balões volumétricos e copos graduados, cálices e provetas, são T.C. , ainda que na prática os copos graduados sejam usados como utensílios TD.(9)

As calibrações podem ser executadas:

- Mediante contratação de Serviços Externos

A contratação dos serviços de calibração deve ser estabe-lecida no Plano de Manutenção, sendo imprescindível que as empresas prestadoras do serviço pertençam à Rede brasileira de Calibrações (RbC), e sejam preferencialmente, acreditadas na área de volumes.*

Os laboratórios de calibração acreditados e postulantes à acreditação no grupo de serviço volume e massa específica, obedecem a critérios técnicos rigorosos (controle das condi-ções ambientais, padrões e incertezas associadas) de acordo com a AbNT NbR ISO/IEC 17025 que estabelece Requisitos Gerais Para a Competência de Laboratórios de Ensaio e Cali-bração.

* Obs.: A lista de laboratórios pertencentes RbC (Rede brasileira de Calibrações) está disponível no endereço ele-

trônico do INMETRO (www.inmetro.gov.br), neste endere-ço você pode encontrar além dos laboratórios acreditados, os tipos de ensaios/calibrações por esses realizados bem como as faixas de medição/ensaio seguido de suas melho-res capacidades de medição (melhores incertezas) de cada ensaio/calibração. Desta forma a escolha do laboratório que realizará a calibração deve ser feita mediante consul-ta no sitio do INMETRO para garantir que este laboratório pertença a RbC.

a FarmácIa pode eXecuTar a calIbração de suas VIdrarIas InTernamenTe?

É aconselhável adquirir os equipamentos volumétricos en-volvidos em processos que exijam grande rigor metrológico (principalmente buretas, balões volumétricos, pipetas, picnô-metros), já calibrados, ou enviá-los após a compra e periodi-camente para os laboratórios especializados mencionados acima. Porém, a farmácia, possuindo a estrutura básica ne-cessária e padrões rastreáveis à RbC, pode e deve executar a calibração de suas vidrarias em diversas situações: para verifi-cação da manutenção dos parâmetros metrológicos obtidos na última calibração (especialmente se as vidrarias apresentarem desgaste ou forem submetidas a altas temperaturas, ácidos e bases fortes),das vidrarias de menor rigor metrológico e, na aquisição de novas vidrarias para verificar a qualidade metro-lógica das mesmas.

metodologiaA metodologia gravimétrica mostra-se a mais adequada,

bastante conhecida pelo farmacêutico (a), está baseada na de-terminação do volume de água, a partir da massa contida ou transferida pela vidraria, a certa temperatura. (14,15) É de exe-cução relativamente fácil, sendo, portanto necessário estabe-lecer o procedimento padronizado e pessoal treinado para a prática da mesma.

Obs.: O método gravimétrico é prescrito pela NBR 11 588 (set/1989) da Associação Brasileira de Normas Técnicas e no documento do INMETRO de caráter orientativo- DOQ-CG-CRE-027 - atualização junho/2010 - que descreve os procedi-mentos utilizados na calibração de material volumétrico, de uso corrente nos laboratórios químicos e de análises clínica. , aplicando-se à vidraria volumétrica de pequena capacidade. Os documentos mencionados abrangem instrumentos/equipa-mentos entre os limites de 0,1 mL a 2000 mL (NBR 11 588) e 0,001 a 3000mL (DOQ-CGCRE-027 ) ,portanto compatíveis com a capacidade da aparelhagem volumétrica comumente utiliza-da pela farmácia magistral. (18,2)

Quando calibrarA manutenção da confiança metrológica de uma vidraria vai

depender das condições de uso e dos cuidados de manutenção

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com as mesmas. A RDC67 estabelece indistintamente, para to-dos os instrumentos de medição a periodicidade mínima de 1 ano para as calibrações.

Obs.: Embora via de regra, o prazo mínimo seja de um ano, intervalos maiores de calibração tem sido aceitos pelas VISAs de alguns estados para as vidrarias, dado às características in-trínsecas destes instrumentos e respaldo técnico em normas específicas.

deFInIção de crITérIos de aceITação

Os critérios de aceitação estabelecem os limites ou tole-râncias para a tomada de decisão sobre a aprovação de um instrumento de medição a partir da avaliação dos dados do seu certificado de calibração. Estes critérios são baseados em normas reconhecidas nacional e internacionalmente e, na au-sência destas, nas especificações dos fabricantes. (17)

As vidrarias que são construídas de acordo com normas es-pecíficas de fabricação são ditas Vidrarias normatizadas, e de-vem atender a vários critérios incluindo os limites de tolerância definidos para as mesmas.

As normas mais utilizadas para definição dos limites de tole-rância ou erros máximos para as vidrarias são as definidas pela ASTM (American Society for Testing and Materials). De acordo com a norma, a aparelhagem volumétrica pode ser classificada em:

Classe A - limites de tolerância para instrumentos destina-dos a medir volumes com grande rigor metrológico (análises quantitativas).

Classe b - limites de tolerância para instrumentos destina-dos a uso rotineiro, onde seja aceitável menor rigor.

erros máXImos aceITáVeIs para as VIdrarIas (ema)

cilindros e provetas

capacIdade (ml)TOLERâNCIA (mL)±

Classe A Classe b

5 0,05 0,10

10 0,10 0,20

25 0,17 0,34

50 0,25 0,50

100 0,50 1,00

250 1,00 2,00

500 2,00 4,00

1000 3,00 6,00

2000 6,00 12,00

4000 14,50 29,00

tabela 1: seGundo norma astm e 1272

pipetas volumétricas

capacIdade (ml)TOLERâNCIA (mL)±

Classe A Classe b

0,5 0,006 0,012

1 0,006 0,012

2 0,006 0,012

3 0,01 0,02

4 0,01 0,02

5 0,01 0,02

6 0,01 0,03

7 0,01 0,03

8 0,02 0,04

9 0,02 0,04

10 0,02 0,04

15 0,03 0,06

20 0,03 0,06

25 0,03 0,06

30 0,03 0,06

40 0,03 0,06

50 0,05 0,10

100 0,08 0,16

capacIdade (ml)TOLERâNCIA (mL)±

Classe A Classe b

5 0,02 0,04

10 0,02 0,04

25 0,03 0,06

50 0,05 0,10

100 0,08 0,16

250 0,10 0,20

500 0,12 0,24

1000 0,20 0,40

2000 0,30 0,60

4000 0,50 1,00

capacIdade (ml)TOLERâNCIA (mL)±

Classe A Classe b

10 0,02 0,04

25 0,03 0,06

50 0,05 0,10

100 0,10 0,20

tabela 2: seGundo norma astm e 969

tabela 3: seGundo norma astm e 288

tabela 4: seGundo norma astm e 287

balões

buretas

10| reVIsTa TécnIca do FarmacêuTIco

Gestão de equipamentos e instrumentos de medição Vidrarias Volumétricas

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VIdrarIas não normaTIzadas

Algumas vidrarias não obedecem a normas específicas de construção, neste caso as tolerâncias devem ser especificadas pelo (a) farmacêutico (a) com base nas especificações do fabri-cante ou normas farmacopeicas.

Cálices: Para estes utensílios não existem normas que estabeleçam

limites de tolerância, porém há normas farmacopeicas de fa-bricação e utilização a ser observadas (USP) (4)

Limites de Tolerância: na calibração destes utensílios e na escolha de sua utilização em procedimentos magistrais, deve ser levada em conta a margem de confiança informada pelo fabricante que é de ± 5%. Esta informação geralmente está gra-vada no próprio utensílio

Devido ao aumento contínuo do diâmetro da base ao topo, é fácil ocorrer um desvio de leitura, que ocasionará erro (erro de paralaxe). Este erro será maior que um erro de leitura em uma proveta, que possui um diâmetro constante em toda a sua extensão.

Como regra geral os cálices deveriam ser usados quando sua capacidade fosse igual ao volume a medir, uma vez que são geral-mente calibrados em seu maior volume (Por ex. 50mL de líquido seria medido em copo graduado de 50mL e não de 100 mL.) (4)

Portanto para medidas intermediárias ou finais em processos mais rigorosos é mais adequado utilizar pipetas e provetas ou optar pelo método gravimétrico dependendo do rigor exigido.

Erlemeyers e beckeres:Ainda que possuam inscrições e marcas de volume, não são

vidrarias volumétricas, são simplesmente frascos para conter e misturar líquidos. O volume declarado (impresso) designa aproximadamente a capacidade aproximada do utensílio, por-tanto não necessitam ser calibrados.

aValIação dos resulTados da calIbração

A calibração não assegura que o equipamento ou utensílio volumétrico está apto a ser usado, é necessário verificar se o mesmo está dentro das especificações metrológicas e se os er-ros evidenciados no certificado de calibração são inferiores ao erro máximo aceitável para aquele equipamento.

Portanto, ao receber o certificado de calibração, o farma-cêutico deverá aprovar ou não o utensílio calibrado, tomando como referência a avaliação do Erro de Medição (EM).

A avaliação do Certificado de Calibração de um instrumen-to deve ser criteriosa. Se o farmacêutico constatar a falta de dados ou informações que possam comprometer a confiabi-lidade dos resultados apresentados, é necessário solicitar a correção do mesmo ou solicitar um certificado complementar. O certificado de calibração não deve conter informações sobre a validade do mesmo, e caso exista, deve ser desconsiderado, pois a determinação do intervalo de calibração é da competên-

cia do usuário e nunca do prestador do serviço. (16)

A avaliação da calibração do material volumétrico, atestan-do que o mesmo cumpre as exigências normativas, deve ser re-gistrada em documento próprio, com a análise conclusiva dos resultados e a aprovação do (a) farmacêutico(a).

Os principais parâmetros técnicos a avaliar para a aprova-ção ou não das vidrarias volumétricas são os seguintes:

- Erro de Medição (EM)

2.16 (3.10) erro de medição (VIm 2008):“Diferença entre o valor medido de uma grandeza e um valor de referência.”

em = Vm – Vr em=erro de medição Vm = Valor medido Vr = Valor de referência ou valor nominal declarado para o instrumento

Para avaliar se o EM é aceitável, consultar os limites de tolerân-cia definidos nas normas.

exemplo: (17)

balão volumétrico classe a: Volume nominal = 500 mlResultados da calibração: Volume medido = 500,135 mL; Incerteza = + 0,008 mLInterpretação dos dadoserro da medição (em) = volume medido - volume nominal = 0,135 mlClasse A Erro Máximo = 0,12 mL. (tabela 3)

Conclusão:Como o erro na calibração (=0,135 mL) é maior que o erro má-ximo permitido, o balão não é mais considerado classe A.Para a classe b o erro máximo = 0,24 mL. Como o erro na cali-bração é menor, o balão passa para a classe b e poderá ser utili-zado em processos onde seja aceitável esta classe de vidrarias. Volume do balão = (500,135 + 0,008) mL

- Incerteza de Medição (IM)

Alguns autores propõem avaliar a aceitação da IM toman-do-se como base – de forma geral, o critério de que a mesma deve ser igual ao Erro Máximo Admissível definido para o equi-pamento (nas normas ou especificação do fabricante) dividido por 3, pelo menos. O ideal é que a Incerteza de Medição seja de 3 a 10 vezes melhor que o Erro Máximo Admissível (EMA) para o equipamento de medição. (21)

IM ≤ EMA N (= 3 a 10)

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12| reVIsTa TécnIca do FarmacêuTIco

Certificado de Calibração nº 5250.04 “Laboratório de calibração acreditado pela Cgcre de acordo com a ABNT NBR

ISO/IEC 17025, sob o nº 1111.”

Emissão: 29/08/2012 Instrumento: Pipeta Volumétrica Solicitante: Farmácia de Manipulação Endereço: Rua da Farmácia, 555 Interessada: O mesmo Endereço: O mesmo Fabricante: Brand Código: 5250.04 Nº do Processo 5250 Valor Nominal: 20 mL Data de Entrada 20/08/12 Menor divisão: não consta Data de calibração 22/08/12 Procedimento:

A calibração foi realizada conforme procedimento PET-021, em cinco ciclos de medição pelo método gravimétrico.

Rastreabilidade: Padrão nº do Certificado

Balança eletrônica analítica 4699.02 Termômetro digital 10006702

Picnômetro Gay Lussac 2790.01 Condições ambientais na calibração: Temperatura (20,10)ºC Umid. Relat. (60,5) % Pressão Atm. (910,5) mbar Resultados:

Valor nominal (mL)

Valor de referência à

20°C (mL)

EM (mL)

Incerteza de medição

K Grau de

Liberdade

20,0 19,94 0,06 0,02 2,28 11

“A incerteza expandida de medição relatada é declarada como a incerteza padrão da medição multiplicada pelo fator de abrangência, que para uma distribuição normal corresponde a uma probabilidade de abrangência de aproximadamente 95%. A incerteza padrão de medição foi determinada de acordo com a publicação EA 4/02.” “Este Certificado atende aos requisitos de acreditação pela Cgcre que analisou a competência do laboratório e comprovou a rastreabilidade ao sistema Internacional de Unidade SI.” Definições: EM - Erro médio do objeto em cada ponto Observações: descarrego realizada com sopro

__________________________

Técnico Executor

Este certificado é válido exclusivamente para objeto calibrado descrito nas condições especificadas, não sendo extensivos a quaisquer lotes, mesmo que similares. Não é permitida a reprodução parcial deste certificado.

Pág. 171

Gestão de equipamentos e instrumentos de medição Vidrarias Volumétricas

Laboratório Acreditado

à RbC

Resultado da medição com

incerteza associada

Responsável com competência comprovada

Descrição do item e do cliente

Procedimento

Rastreabilidade

Condições ambientais controladas

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reGIsTros e Guarda da documenTação

Os registros da qualidade são a comprovação da execução dos procedimentos definidos no Plano de Manutenção Cor-retiva e Preventiva. Fazem parte dos registros da qualidade os certificados de Calibração, avaliação e validade das cali-brações, os registros das verificações e calibrações internas, bem como a forma e a peridiocidade com que são executa-dos. O tempo de retenção dos registros, bem como a forma de armazená-los e disponibilizá-los para consulta deverá ser determinado pelo farmacêutico.

conclusão

Estabelecer um programa de Manutenção de Equipamentos e Instrumentos de Medição, além de atender a uma necessidade técnica e legal, pode proporcionar ao gestor uma ferramenta útil e eficaz, resultando em economia e otimização dos processos.

Manter as vidrarias calibradas e em bom estado exige co-locar em prática o monitoramento, que deve ser planejado, implementado e acompanhado pela gestão da qualidade, ga-rantindo que seja de fato incorporado à rotina da farmácia com sucesso e bons resultados.

reFerêncIas:

(1) bRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC nº 67 de 08 de outubro de 2007. diário oficial da união. Dispõe sobre boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e Oficinais para Uso Humano em farmácias.

(2) INMETRO-DOq-CGCRE-027- Revisão 01 Fev/2011- Orientação para a Acreditação de laboratórios na área de volume.(3) USP. United States Pharmacopeia 32 – NF27General chapters –Apparatus for tests and Assays <31> volumetric apparatus. (4) THOMPSON, J E. a prática Farmacêutica na manipulação de medicamentos. Artmed, Porto Alegre, 2006.(5) FARIA, I. qualidade em saúde: Causas de erro de medição volumétrica nos laboratórios. Disponível em

<http://www.iqs.pt/pdf/02-2004r/iqs9_p41.pdf.>Acesso em 10/09/2011.(6) SOUzA, J et al . Mensuração. Departamento de Estatística, Universidade de brasília. Universidade de brasília .Disponível em

<http://www.ufrgs.br/PPGE/pcientifica/2005_02.pdf > Acesso em 31/03/2012.(7) INFORMAçÕES TÉCNICAS bRAND. Disponível em: <http://www.brand.de/fileadmin/user/pdf/GK800/portuguese/GK800_08_

Info_tecnicas_prtg.pdf>Acesso em 28/03/2012(8) bRASIL.INMETRO. Vocabulário Internacional de metrologia: conceitos fundamentais e gerais e termos associados (VIm

2008). 1ª Edição brasileira. Rio de Janeiro, 2009.(9) Acuracy in Measurements University of North Carolina at Chapel Hill Eshelman School of Pharamcy .Disponível em

<http://pharmlabs.unc.edu/index.htm> Acesso em 02/07/2011.(10) Controle de qualidade – Noções básicas. Disponívem em : <http://clventurini.blogspot.com.br/> Acesso em 0/04/2012. (11) LIMA, L.S. nota técnica: a importância da utilização de pipetas normalizadas. INMETRO. Disponível em:

<http://www.inmetro.gov.br/metcientifica/mecanica/pdf/ImportanciaPipeta.pdf> Acesso em 05/11/2011 (12) bATISTA ,E. et al. Influência da leitura do menisco na calibração de equipamento volumétrico. Instituto português da

Qualidade. Disponível em <http://www.spmet.pt/comunicacoes_2_encontro/Elsa_batista.pdf> Acesso em 10/09/2011.(13) Farmacopeia brasileira. 5ª ed. Agência Nacional de Vigilância Sanitária, brasília, 2010. (14) MENHAM, J, et al. Vogel análise Química quantitativa. Rio de Janeiro: LTC, 2008.(15) LIDE, D.R. handbook of chemistry and physics. 84th Ed. CRC PRESS, 2003-2004.(16) SILVA, b.C. auditando um sistema de medição. Disponível em <www.grupocalibração.com.br>. Acesso em 10/11/2011. (17) Rosário, P.P. Apostila Treinamento F6: Metrologia. Anfarmag - SINAMM 2009. (18) AbNT, ASSOCIAçãO bRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NbR 11588. Vidraria volumétrica de laboratório. Métodos de

aferição da capacidade e de utilização.(19) AbNT, ASSOCIAçãO bRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ISO 384:2008. Vidraria de laboratório - Princípios de projeto e

construção de vidraria volumétrica(20) AbNT, ASSOCIAçãO bRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NbR ISO 4794:2008. Vidraria de laboratório - Método para avaliação

da resistência química de esmalte no código de cores e marcação.(21) bRAz, D. C. et al. calibração de vidrarias volumétricas com suas respectivas incertezas expandidas calculadas. Disponível

em: <http://www.redenet.edu.br/publicacoes/arquivos/20080221_095045_qUIM-008.pdf>. Acesso em 20/11/2011.

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14| reVIsTa TécnIca do FarmacêuTIco

avaliação da capacidade de hidratação do estrato córneo, através de silicones incorporados em creme base

Este estudo estuda a capacidade de hidratação e proteção da pele de dois tipos de silicones contra a agressividade de produtos comumente usados em atividades rotineiras como, por exemplo, de trabalho doméstico. Equivale a um artigo importante que pode ser utilizado para a comunicação com o médico prescritor.

1Faculdade de ciências Farmacêuticas, unesp – univ estadual paulista, departamento de Fármacos e medicamentos, laboratório de cosmetologia – lacos2Faculdade de ciências Farmacêuticas, unesp – univ estadual paulista, departamento de Fármacos e medicamentos, laboratório de controle biológico da Qualidade. *correspondêncIa: [email protected] / [email protected] - rodovia araraquara-Jaú, km 1, cep: 14800-850, araraquara, sp, brasil.

Vera lucia borges Isaac1*, cristiane yumi Tanaka1, ana carolina padilha GIoTTo1, danielle rosa buzo1, bruna Galdorfini chIarI1, maria Gabriela José de almeIda1, danila aparecida scatolin GuGlIelmI1, hérida regina nunes salGado3, marcos antonio corrêa1

cosmetoloGia

Resumo: A manutenção da integridade da pele é uma preocupação que leva ao consumo, cada vez maior, de produtos cosméticos hidratante e antienvelhecimento. A proteção da pele contra a agressividade de produtos

comumente usados em atividades rotineiras como, por exemplo, de trabalho doméstico, pode ser feita, sobretudo, usando os sili-cones. Com desempenho multiuso, o silicone tem sido bastante utilizado pelas indústrias de produtos de beleza, saúde, higiene e limpeza, pois apresenta baixíssima toxicidade, é quase inodoro e resiste a grandes variações de temperatura, sem apresentar alte-rações em suas características. Os ativos estudados neste traba-lho, dimeticone 200 e dimeticone copoliol, foram incorporados em creme base, para determinação da diferença entre as ativida-des dos dois produtos em relação à hidratação da pele através da medida da capacitância pelo equipamento Corneometer®. A me-todologia não é invasiva e o equipamento permite, com rapidez, sem qualquer risco ou desconforto para o voluntário, a análise qualitativa das variáveis desejadas. O creme com dimeticone 200 apresentou maior hidratação neste estudo e pode ser conside-rado o de maior proteção para dermatites de contato nas mãos.palavras-chave: Hidratação, emulsão, dimeticone, dimeticone copoliol, proteção cutânea, análise sensorial.

AbSTRACT: The maintenance of the skin integrity is a con-cern that leads to the increasing consumption of moisture and anti-aging cosmetic products. The protection of the skin against the aggressiveness of work products, for example products of domestic activity, becomes over all using silicones. With multi-purpose performance, the silicones is very used by the industry of beauty, health, hygiene and cleanness products, therefore it shows little toxicity, is almost odourless and it resists the great variations of temperature without presenting alterations in its characteristics. The actives substances studied in this work, di-methicone and dimethicone copoliol, had been incorporated in base cream, to dertermine the difference between the activities of the two products in relation to the moisture content of the skin through the measure of the capacitance using the equip-ment CORNEOMETER®. The methodology is not invasive and the equipment allows, with rapidity, without any risk or discomfort for the volunteer, the qualitative analysis of the desired variable. The cream with dimeticone 200 presented greater moisture in this study, and it can be considered the one that offers bigger protection for contact dermatitis in the hands.

keywords: moisture, emulsion, dimethicone, dimethicone copoliol, cutaneous protection, sensorial analysis

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InTroduçãoOs produtos hidratantes constituem, dentre todos os cos-

méticos, uma das classes mais importantes, uma vez que além da prevenção da xerodermia e envelhecimento da pele, podem ser usados como coadjuvantes da terapêutica dermatológica (RODRIGUES et al., 1997). As emulsões são a forma cosmética mais usada e também a forma cosmética mais antiga (CORRêA & ISAAC, 2012)

Devido à hidratação deficiente, a pele pode se apresentar áspera, pouco flexível, sem brilho e maciez, pois, na ausência de água, os filamentos que unem as células mais superficiais não são dissolvidos, promovendo uma esfoliação na forma de blocos de células, deixando o aspecto de escamas de peixe. Este aspecto não é agradável quanto à estética, gera descon-forto e o aparecimento de rachaduras, propiciando a entrada de microorganismos, até mesmo patogênicos (COSTA et al., 2004).

A pele desidratada é frágil a variações climáticas e a sabões e detergentes, que removem a camada lipídica da superfície da pele, favorecendo a perda transepidérmica de água. Para manutenção da saúde da pele, é necessário que haja um equi-líbrio entre a sua hidratação, a capacidade do organismo de renovação celular e dos componentes da epiderme. quanto a hidratação da pele, é fundamental a capacidade de retenção de água do estrato córneo para que, dessa forma, a taxa de evaporação permaneça sempre em níveis normais (PEYREFIT-TE, 1998; LIbARDI, 1999; COSTA et al., 2004).

A proteção da pele contra a agressividade de produtos uti-lizados na rotina doméstica, como é o caso dos produtos de limpeza, é feita, sobretudo, usando silicones, compostos oclu-sivos com propriedades hidratantes (bARATA, 1995; FONSECA & PRISTA, 1984) que apresentam baixíssima toxicidade, são quase inodoros e resistes a grandes variações de temperatura, sem apresentar alterações em suas características (AbIqUIM, 2003). Além disso, os silicones são conhecidos como substân-cias inócuas. São citadas pelo FDA como bicompatíveis, não são irritantes, não possuem potencial alergênico e não são co-medogênicos (GOMES, 2001).

As mãos representam a principal superfície sem proteção do corpo, com exceção do rosto. De certo modo, as mãos são, ainda, mais vulneráveis aos efeitos do meio ambiente que o rosto, e é importante que sua pele permaneça suave. Talvez o meio mais prejudicial de todos seja a solução de detergente, que tem o efeito de solubilizar os lipídios e danificar as paredes celulares. Assim, a pele fica desprovida de seu fator de hidra-tação natural e de suas secreções protetoras naturais (WILKIN-SON & MOORE, 1990).

Por analogia às cetonas, o nome silicone (do inglês Silicon + Ketone) foi atribuído em 1901 pelo professor inglês F. Stanley Kipping, para descrever novos compostos de fórmula genérica R2SiO. Geralmente, os silicones, que são polímeros sintéticos, aumentam de viscosidade com o aumento do comprimento da

cadeia. Eles apresentam propriedades que os distinguem de outras matérias-primas: física e quimicamente inertes, estabi-lidade térmica e oxidante, baixa tensão superficial, boa perfor-mance a baixas temperaturas e repelência à água (Sá DIAS et al., 2004) .

O dimeticone é a mistura de polímeros lineares de siloxa-nos, completamente metilados e fechados com unidades de trimetilsiloxanos nos extremos (CORRêA, 2012). Este fluido apresenta baixa tensão superficial é formador de um filme im-permeável a alérgenos hidrossolúveis, evitando o contato dire-to com sujeira e poluição, sendo, no entanto, permeável ao ar e ao vapor de água. Este fato é de extrema importância, pois permite a respiração cutânea, embora seja hidro-repelente. Confere melhor espalhamento de ativos, toque suave, sedoso e macio, brilho e repelência à água, além de emoliência (bA-RATA,1995).

A segurança dos compostos de silicone está bem estabele-cida e a CTFA (Cosmetic, Toiletry and Fragrance Association) indica que os compostos de silicone não atravessam a barrei-ra de membrana e não são absorvidos pela pele. Eles não são metabolizados pelo corpo ou através de microrganismos e são relativamente inócuos quando administrados oral ou paren-talmente. Seu uso cosmético é difundido, aparecendo atual-mente em aproximadamente 40% de todos os produtos de cui-dados pessoais em venda no E.U.A. e suas funções principais são como co-solventes, dispersantes auxiliares, formadores de filme e como substituintes para etanol e miristato de isopropila em diferentes aplicações. Eles têm sido responsáveis por mui-tos principais avanços nas preparações cosméticas, melhoran-do tanto sua eficácia quanto suas propriedades estéticas e tem preferências a muitas aplicações modernas (CONNOCK, 1998).

O dimeticone copoliol é um copolímero de polidimetil-siloxano e polióxido de etileno (etoxilado), solúvel em água (CORRêA, 2012), cuja nomenclatura CTFA é referente aos co-polímeros silicone glicol que atuam como agentes umectantes, emulsificantes, e formadores de espuma. Eles são reconhe-cidos como aditivos que reduzem a irritação ocular causada pelos tensoativos aniônicos. A literatura indica que o silicone glicol é eficaz quando aplicado à pele principalmente como um filme de barreira, ou adicionado em quantidades suficien-tes em formulação com lauril sulfato de sódio. Além de sua já conhecida capacidade de atuar como tensoativos e reduzir a irritação ocular dos tensoativos aniônicos, esses ingredientes formam espuma, atraem umidade, atuam como solventes e emulsificantes para inúmeros ingredientes cosméticos, agem como plastificantes de resinas, auxiliam na retenção e fixação de ondas, atuam como super-umectantes e como antiirritantes nas formulações para a pele (DISAPIO & FRIDD, 1989).

A análise sensorial é considerada a mais fidedigna de todas as determinações, uma vez que mede a percepção do consu-midor, traduzindo a sua aceitação relativamente ao produto (SILVA et al., 1999).

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tabela 1: composição centesimal da Formulação base estudada

16| reVIsTa TécnIca do FarmacêuTIco

cosmetoloGia aValiação da capacidade de hidratação do estrato córneo, atraVés de silicones incorporados em creme base

A análise de aceitação, um dos métodos sensoriais afetivos mais usados em ava-liação de cosméticos, permite transformar dados subjetivos em objetivos e obter informações importantes sobre o grau com que as pessoas gostam ou não de um determinado produto.

Os métodos não invasivos têm sido empregados para avaliação dos sinais do en-velhecimento cutâneo usando, por exemplo, a avaliação do estado de hidratação do estrato córneo (TAGAMI et al., 1980, bLICHMANN & SERUP, 1988, ObATA & TAGAMI, 1989, ObATA & TAGAMI, 1990, WATANAbE et al., 1991, SERUP, 1992, KUMASAKA et al., 1993, LÉVEqUE, 1997, PINTO et al., 1997, RODRIGUES et al., 1997).

A metodologia não invasiva para medida da hidratação, isto é, para medir o conte-údo aquoso do estrato córneo, está baseada no princípio da medida da capacitância elétrica (COURAGE-KHAzAKA, 1997), ou seja, na variação da constante dielétrica da água, de acordo com a quantidade de água na pele: qualquer variação na constante dielétrica em função da variação do conteúdo hídrico do estrato córneo provoca al-teração na capacitância.

O objetivo deste trabalho foi avaliar a capacidade de hidratação do estrato córneo, após o uso de cremes contendo dois diferentes tipos de silicones.

maTerIal e méTodosO creme base ao qual foram incorporados os silicones é uma emulsão O/A não

iônica, cuja composição percentual peso/peso está descrita na Tabela 1.

componentes % p/p

Monoestearato de glicerila 8,00

álcool cetoestearílico etoxilado + monoleato de polioxietileno sorbitano 4,00

Adipato de dibutila 2,00

álcool cetílico 0,60

Óleo mineral 3,00

Miristato de isopropila 3,50

Alantoína 0,10

p-Hidroxibenzoato de metila 0,22

p-Hidroxibenzoato de propila 0,08

Parametoxicinamato de 2-etilhexila 3,00

benzofenona-4 4,00

ácido 2 - fenilbenzimidazol sulfônico 4,00

butilhidroxitolueno 0,20

Imidazolidiniluréia 0,20

Phenova 0,40

Trietanolamina q.s. pH~7

água destilada q.s.p. 100,00

As formulações foram manipuladas e os ativos incorporados na preparação na concentração de 3,00% de dimeticone (Silicone 200) e 2,00% de dimeticone copoliol, obtendo-se, respectivamente, CD e CDC.

O equipamento utilizado para realizar esta pesquisa foi o COURAGE-KHAzAKA, de três unidades conjugadas, SEbUMETER SM 810®, CORNEOMETER CM 825® E SKIN-pH-METER pH 900®, que emprega metodologia não invasiva.

O equipamento consiste de um eletrodo que foi encostado na pele do voluntá-

rio, nas mãos, por um período de 15 se-gundos, medindo a hidratação. O voluntário retornou para nova medida 15 dias após a primeira, tendo utilizado o produto em casa, no mínimo duas ve-zes ao dia. Este procedimento se repetiu no 160, no 310, no 460 e no 610 dia de ex-perimento, tendo o voluntário utilizado o creme como recomendado.

Os voluntários, num total de 30, fo-ram divididos em três grupos. O pri-meiro recebeu para teste o creme base (Cb). O segundo grupo recebeu creme acrescido de dimeticone (CD) e o tercei-ro grupo recebeu o creme incorporado com dimeticone copoliol (CDC). O cre-me base, por si só, contém substâncias que trazem benefício para a pele, como emolientes (adipato de dibutila, óleo mi-neral e miristato de isopropila), além de dois filtros solar (parametoxicinamato de 2-etilhexila e benzofenona-4).

Antes de serem recrutados os volun-tários, esse projeto foi submetido ao Comitê de Ética, tendo recebido parecer favorável à execução.

resulTados e dIscussãoO Dimeticone 200 é uma substância

emoliente, lubrificante e repelente à água sendo utilizado em para produtos de cuidado do cabelo e da pele. É tam-bém denominado fluido de silicone e apresenta viscosidade variando de 0,65 a 60.000 CP. O dimeticone copoliol é um agente sobreengordurante, lubrifican-te e proporciona maciez e umectação à pele contribuindo para uma sensação agradável (GALLAGHER et al, 1994).

Pelo fato do fluído de silicone ser li-pofílico e quimicamente inerte, atua formando uma película não gordurosa sobre a superfície da pele apresentando um reduzido toque pegajoso (bARATA, 1995). Uma vez que a adição de silico-nes e seus derivados pode tornar for-mulações resistentes à água (duração de até 6 lavagens) (DRAELOS, 1990), os silicones foram incorporados a uma for-mulação de creme para as mãos já que cremes são encontrados com maior fre-quência que loções no mercado em pre-

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tabela 1: opinião dos usuários aValiadana análise sensorial

18| reVIsTa TécnIca do FarmacêuTIco

cosmetoloGia aValiação da capacidade de hidratação do estrato córneo, atraVés de silicones incorporados em creme base

atitude quanto à compra Cb CD CDC

Eu provavelmente compraria esse produto 6 5 6

Tenho dúvidas se compraria ou não esse produto

1 3 6

Eu provavelmente não compraria esse produto

2 1 0

parações para esta finalidade.Tanto o dimeticone 200 quanto o dimeticone copoliol for-

mam um filme promovendo proteção e, além disso, o dime-ticone copoliol reduz a irritação da pele e dos olhos pelo sur-factante e tem o efeito umectante. O dimeticone 200 promove uma maior sensação de maciez e suavidade em relação ao di-meticone copoliol (DOW CORNING, 2008 a,b,c).

Foi realizado o teste de Estabilidade Acelerada, como pre-conizado pela ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (brasil, 2004), sendo as formulações avaliadas 24 horas após a manipulação e nos dias 7, 15, 30, 60 e 90, após serem sub-metidos a diferentes condições de armazenagem (ISAAC et al., 2008).

A análise sensorial permitiu avaliar a espalhabilidade e a textura das formulações estudadas. Os voluntários avaliaram pela escala hedônica de 9 pontos (ISAAC et al., 2012) os dois atributos e assinalaram um item quanto à atitude de compra do produto testado (Tabela 2).

Os usuários avaliaram a espalhabilidade e a textura do cre-me base e, 80% deles classificaram a espalhabilidade entre 6 e 9 e a textura entre 7 e 9, de acordo com a escala hedônica de 9 pontos. Em alguns casos, o voluntário avaliou o produto por 2 vezes por sua própria vontade, uma vez que alguns atributos receberam avaliações diferentes, tais como a textura em que o usuário atribuiu uma nota menor à nota anterior, na qual sua opinião final foi: “nem gostei e nem desgostei”.

A avaliação do creme com dimeticone 200 resultou em 80% dos voluntários considerando a espalhabilidade entre 6 e 9 e 70% dos voluntários considerando a textura entre 6 e 8, se-guindo a escala hedônica utilizada.

O creme com dimeticone copoliol atingiu 100% dos usuários considerando que o produto apresentou espalhabilidade entre 6 e 9, sendo que 20% avaliaram a espalhabilidade em 9, 40% em 8 e 30% em 7. Noventa por cento dos usuários considera-ram a textura entre 6 e 9. Com esses resultados, pode ser per-cebido que os cremes testados embora não tenham alcançado a preferência de todos os usuários, em relação aos atributos espalhabilidade e textura conferem competitividade mercado-lógica, podendo ser indicados para indivíduos com dermatites de contato. Não houve nenhum relato, durante o projeto, de reação alérgica nos usuários, demonstrando a inocuidade e se-gurança do silicone, nos produtos testados.

A hidratação foi avaliada nos 30 voluntários no primeiro dia (antes da utilização dos produtos) e no 16o, 31o, 46o e 61o dia de uso. As figuras 1, 2 e 3 apresentam a relação entre a hidratação do primeiro dia e dos dias seguintes de análise para as três for-mulações avaliadas (Cb, CDC e CD, respectivamente).

FiGura 1: razão entre as medidas realizadasnos Voluntários que usaram cb

cb

usuáriosr

azõ

es

16º/1ºdia 46º/1ºdia31º/1ºdia 61º/1ºdia

0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

FiGura 2: razão entre as medidas realizadasnos Voluntários que usaram cdc

cdc

usuários

ra

zões

16º/1ºdia 46º/1ºdia31º/1ºdia 61º/1ºdia

0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

0.0

0.5

1.0

1.5

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1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

FiGura 3: razão entre as medidas realizadasnos Voluntários que usaram cd

cd

usuários

ra

zões

16º/1ºdia 46º/1ºdia31º/1ºdia 61º/1ºdia

0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

0.0

0.5

1.0

1.5

2.0

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

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Analisando as figuras é possível concluir que o creme base proporcionou menor teor de hidratação enquanto o creme com dimeticone 200 foi o que apresentou maior teor hidratante. Além disso, creme contendo qualquer fluído de silicone pro-porciona agradável toque sedoso ao usuário.

agradecimentos: Prof. Dalton Geraldo Guaglianoni – FCLAr - UNESP Apoio financeiro: PADC – FCF - UNESP

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quadro: h.-J. lee et al. / proGress in neurobioloGy 88 (2009) 127–151

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Resumo: este artigo coloca em evidência as vantagens do uso da ocitocina, porém questiona a biodisponi-bilidade e eficácia da forma farmacêutica sublingual atualmente preconizada.

AbSTRACT: This article resumes the advantages of uses of oxito-cin, although discuss the sublingual administration of it. palavras-chave: ocitocina, biodisponibilidade, eficácia, uso su-blingual.

Muito se tem falado a respeito da ocitocina ultimamente. Inicialmente a ocitocina, um nonapeptideo hormonal (seme-lhante à vasopressina) secretado pelo hipotálamo, foi conhe-cido desde 1906 por sua ação na contratura muscular uterina. Passaram-se 50 anos para que a pesquisa nos trouxesse a des-coberta da implicação da ocitocina com a reprodução. Final-mente há poucas décadas apenas, se desvendou sua ação no cérebro como um neurotransmissor e neuromodulador ligado diretamente ao bem-querer e à satisfação sexual feminina e mais recentemente ao desempenho sexual masculino. Daí seu apelido atual como sendo o “hormônio do amor”.

Além disto, sabe-se que a ocitocina tem indicações na facili-tação do aprendizado, na diminuição da ansiedade, na amamen-tação, auxiliar na memória (em particular com a memória facial das pessoas queridas), na agressividade e na percepção da dor. Também existem trabalhos indicando seu uso na esquizofrenia e no autismo. Vários trabalhos mostram estes aspectos. Outra ação importante é em relação ao sentimento afetivo e social.

Porém, seu uso mais difundido é atribuído à sua ação em relação aos distúrbios sexuais. Sua expressão é mais significa-tiva nas mulheres, em função da existência de maior número de receptores e é muito dependente dos hormônios sexuais (estrógenos, progesterona e testosterona). É conhecido o es-tímulo produzido pelos estrógenos na expressão da ocitocina nos seus receptores uterinos. A ocitocina também está envol-vida com o sentimento do amor maternal e com a sensação de amar pura e simples. Na amamentação a prolactina é mais bem secretada na presença da ocitocina. Está provado que, nas mulheres, a ocitocina aumenta a libido, facilita o atingir

o clímax durante a relação sexual e aumenta a memória dos momentos prazerosos.

Nos homens a ocitocina em baixas doses acelera o tempo de ejaculação e aumenta o número de orgasmos. Em altas doses pode provocar saciedade sexual e com isto inibir o de-sempenho. Isto tudo obviamente com combinação com níveis ideais de testosterona.

Segue abaixo um quadro resumindo as ações da ocitocina nos diversos ciclos da vida:

biodisponibilidade:Mas o que de fato queremos colocar aqui em discussão é

a biodisponibilidade farmacológica da ocitocina. Nos diversos artigos estudados, em boa parte da literatura a respeito con-sultada, em nenhum momento encontrou-se referência sobre a aplicação da ocitocina na forma sublingual. Todos se referem ao uso da mesma na forma de spray intranasal ou injetável. Também não se encontrou nenhum produto mundialmente comercializado na forma sublingual. A totalidade dos produ-tos à base de ocitocina disponíveis no mercado mundial é na forma de spray nasal ou injetável! Portanto atribuímos à forma sublingual líquida ou à forma de pastilhas sublinguais o caráter

nota técnica 1

biodisponibilidade da ocitocina sublingualdr. natan levyFarmacêutico bioquímico formado pela universidade de são paulo, especialista em manipulação alopática pelo conselho Federal de Farmácia, farmacêutico líder e sócio fundador da farmácia de manipulação medIcaTIVa aVIamenTo de receITas médIcas lTda, por mais de uma década foi diretor da anfarmag, palestrante convidado da Fapes – Fundação de apoio à pesquisa e estudo na área da saúde, nas áreas de suplementação nutricional (vitaminas, aminoácidos e minerais), fitoterápicos, medicina ortomolecular e reposição hormonal bioidêntica, articulista e autor de diversos artigos em revistas médicas e farmacêuticas, co-autor do livro “Terapia de modulação hormonal bioidêntica”

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de formas farmacêuticas empíricas que carecem de estudos mais profundos sobre sua biodisponibilidade e consequente-mente sobre sua eficácia.

Corroborando com esta questão destaca-se um trabalho (bioavailability and pharmacokinetics of sublingual oxytocin in male volunteers - De Groot AN, Vree TB, Hekster YA, Pesman GJ, Sweep FC, Van Dongen PJ, Van Roosmalen J. Source Department of Gynaecology, Academic Hospital Nijmegan, Sint Radboud, The Netherlands.) onde o principal objetivo foi avaliar a biodisponi-bilidade e farmacocinética da ocitocina. Comparou-se a admi-nistração de ocitocina sublingual com a ocitocina intravenosa em homens voluntários. O resultado mostrou que a ocitocina

sublingual teve uma pobre biodisponibilidade e muito pequena meia vida quando comparada com a injetável.

Ao que tudo indica é que a enzima alfa-amilase, presente na saliva, seja a causa da degradação da ocitocina na boca. Daí seu emprego quase exclusivo em produtos de uso intranasal.

O uso sublingual da ocitocina merece uma melhor e maior avaliação científica para que seu emprego seja eficaz e dura-douro no sentido de não prejudicar, comprometer e maldizer uma terapia (de relacionamento e psiquiátrica) que promete muito para o futuro próximo.

A literatura encontra-se disponível mediante solicitação através do e-mail: [email protected]

Gostou deste artigo? opiniões, dúvidas, sugestões ou críticas,escreva para [email protected].

reFerêncIas bIblIoGráFIcas

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nota técnica 1 biodisponibilidade da ocitocina sublinGual?

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quando e como aplicar fator de correção de umidade e fator de equivalênciahélio martins, gerente de controle de qualidade da anfarmag Felipe sbruzzi, assessor técnico da anfarmag

nota técnica 2

Ao tratar dos procedimentos de pre-paro de medicamentos, uma das gran-des referências na área afirma que:

As matérias-primas utilizadas no pre-paro de muitos medicamentos, obtidas natural ou sinteticamente, raramente podem ser utilizadas como se apresen-tam, sendo necessário submetê-las, qua-se sempre, a um certo número de proce-dimentos farmacotécnicos, destinados a transformá-las em “forma farmacêutica terapeuticamente ativa”, ou “fármaco ativo”. Estas formas farmacêuticas, que apresentam produto final sob o qual as substâncias ativas são aplicadas aos do-entes, têm por objetivo não só facilitar a administração, como assegurar sua efi-ciência terapêutica e boa conservação. (PRISTA, 1981).

A necessidade ou não de correção ora se faz necessário e ora não se faz, não existindo regra fixa que estabeleça um critério de aplicação.(1)

A aplicação do cálculo de fator de equivalência no preparo de medicamen-tos, a partir de forma química diferente daquela com o qual ele é expresso, é uma questão fundamental no dia-a-dia do farmacêutico magistral. Igualmen-te é comum ao cotidiano da atividade magistral a necessidade de aplicação do fator de correção para compensar, por exemplo, presença de água ou de teor do principio ativo, de forma atender as especificações do produto de referência.

Estes conceitos devem ser continuamen-te revisados para evitar erros no que diz respeito ao teor do ingrediente ativo no produto acabado e também no cálculo inerentes a formulação em questão.(3)

O principal objetivo desta nota técni-ca é destacar itens que corriqueiramente causam dúvidas e dificultam a aplicação destes fatores, além de fornecer subsí-dios para a aplicação correta da correção em insumos terapeuticamente ativos.

Situações em que normalmente se emprega o fator de correção ou fator de equivalência: substância comercializada na forma diluída, substância na forma química de sal ou éster cujo produto far-macêutico de referência que a contém é dosificado em relação a sua molécula base, substância comercializada na for-ma de sal ou base hidratada cujo produ-to de referência é dosificado em relação à base ou sal anidro, substâncias que por razões farmacotécnicas e de segurança são diluídas na farmácia, sais minerais ou minerais aminoácidos quelatos em prescrições para as quais se deseja o teor elementar, agentes nutracêuticos relacionados em prescrições e disponí-veis em forma diluída (ex.: licopeno, lu-teína, isoflavonas etc), correção do teor, quando o doseamento indicar valores menores do que o mínimo especificado na monografia farmacopeica.(2)

1. Fator de correçãoO fator de correção é utilizado para

corrigir a diluição de uma substância, o

teor do princípio ativo, o teor elementar de um mineral ou a umidade. Esses acer-tos são feitos com base nos certificados das matérias-primas ou nas diluições fei-tas na própria farmácia. Nesta nota, será dado destaque para a aplicação do fator de correção de umidade.

1.1 Fator de correção de umidadeAo analisar os certificados de análise

dos insumos farmoquímicos, constata-se que a maioria possui água, que pode ser de duas maneiras: livre ou cristalina. Já que a água livre não faz parte da molécu-la - é uma característica física do insumo trazer água após a sua síntese - esta mui-tas vezes vem impregnada na molécula e, naturalmente, necessita ser corrigida, pois uma parte da massa do insumo não é de moléculas do ativo, mas sim água. Um caso típico é o ácido fólico que pode possuir até 8,5 % da sua massa de água. Logicamente um lote de ácido fólico que apresente um teor de água de 7,85 % em 100 mg de ácido fólico ter-se-á 7,85 mg de água e 92,15 mg de ácido fólico, ou seja, para ter 100 mg de ácido fólico é necessário pesar mais do que 100 mg. Como saber o quanto pesar de insumo com água livre? Da seguinte maneira:

Determina-se o fator de correção de umidade correlacionando em 100 mg de ativo o quanto realmente existe de ati-vo em 100 mg. Por exemplo, no caso do ácido fólico citado acima, em 100 mg de insumo tem-se 92,15 mg de ácido fólico, aplicando a regra de três tem-se:

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24| reVIsTa TécnIca do FarmacêuTIco

nota técnica 2 quando e como aplicar Fator de correção de umidade e Fator de equiValência

100 mg de insumo ------------------92,15 mg de ácido fólico x mg de insumo ------------------ 100 mg de ácido fólico x = (100 x 100)/92,15 = 108,52 mg

Se transformar a regra de três de uma maneira geral ter-se-á:

100 mg de insumo ------------------(100 % – teor de água %) mg de ácido fólico x mg de insumo ------------------ 100 % ácido fólico x = 100 mg. 100 % / (100 % - teor de água %)

Note que a parte em destaque é a determinação do fator de

correção de umidade, conforme descrito no Manual de Equiva-lência da Anfarmag, como segue abaixo:

FCr = 100 % / (100 % - teor de água)

1.1.1 acima de qual teor de água livre é obrigatório corrigir?Não há nenhum livro que declare oficialmente que acima

de um teor de água livre é obrigatório realizar a correção, po-rém observa-se pelo gráfico e tabela abaixo que quanto maior o teor de água livre maior o fator de correção de umidade e logicamente menor a quantidade de ativo:

1.000

1.025

1.050

1.075

1.100

1.125

1.150

1.175

Fator de correção - umidade

teor de umidade

Fato

r d

e co

rr

eção

Fator de correção - umidade

% de umidade Fcr % de umidade Fcr

0,5 1,005 8 1,087

1 1,01 9 1,099

2 1,02 10 1,111

3 1,031 11 1,124

4 1,042 12 1,136

5 1,053 13 1,149

6 1,064 14 1,163

7 1,075 15 1,176

O teor de água livre superior a 2,0 % já implica em fatores de correção significativos tornando-se recomendável à corre-ção da água.

1.1.2 Quais insumos devem-se corrigir a água?Aqueles que apresentarem teor de umidade significativo

devem ter correção. Segue uma sugestão para consulta rápida:

Insumo Teor máximo de água

especificação

Acetato de betametasona 4,00% USP 34th ed.

Acetato de cálcio 7,00% USP 34th ed.

Acetato de fludrocortisona 3,00% USP 34th ed.

Acetonida fluocinolona 8,50% USP 34th ed.

Aciclovir 6,0 %; USP 34th ed.

ácido fólico 8,50% USP 34th ed.

ácido tânico 12,00% USP 34th ed.

Ampicilina anidra 2,00% USP 34th ed.

bacitracina zinco complexo

5,00% USP 34th ed.

butilbrometo de escopolamina

2,50% Farm. bras. 5° ed.

Cefazolina sódica 6,00% USP 34th ed.

Cefuroxima sódica 3,50% USP 34th ed.

Cianocobalamina 12,00% USP 34th ed.

Cloridrato de clindamicina 3,0 à 6,0 % USP 34th ed.

Cloridrato de hidroxizine 5,00% USP 34th ed.

Cloridrato de minociclina 4,3 % à 8,0 % USP 34th ed.

Cloridrato de tiamina 5,00% Farm. bras. 5° ed.

Cloridrato palmitato de clindamicina

3,00% USP 34th ed.

Cloroquina 2,00% USP 34th ed.

Docusato de potássio 3,00% USP 34th ed.

Eritromicina 10,00% USP 34th ed.

Estearato de eritromicina 4,00% USP 34th ed.

Estolato de eritromicina 4,00% Farm. bras. 5° ed.

Estradiol 3,50% Farm. bras. 5° ed.

Etilsuccinato de eritromicina

3,00% USP 34th ed.

Fenitoína sódica 2,50% USP 34th ed.

Fenobarbital sódico 7,00% USP 34th ed.

Folinato de cálcio 17,00% Farm. bras. 5° ed.

Fosfato de clindamicina 6,00% Farm. bras. 5° ed.

Fosfato de histamina 3,00% USP 34th ed.

Fosfato dissódico de dexametasona

16,00% Farm. bras. 5° ed.

Fosfato sódico de hidrocortisona

5,00% USP 34th ed.

0.5 6.03.0 9.01.0 7.04.0 10.0 11.0 12.0 13.0 14.0 15.03.0 8.05.0

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Lembramos que estes são valores de referência, que serão confrontados com o valor relatado no certificado de análise do insumo, pois podem existir diferenças nos diversificados lotes fabricados. O valor descrito no certificado de análise é aquele que deve ser considerado na aplicação da correção.

No caso de insumo farmoquímico não farmacopeico é necessário avaliar se o do-seamento foi calculado sobre a base seca ou não. Caso não seja calculado em relação a base seca não se corrige, se calculado sobre a base seca deve-se corrigir. Se houver dúvidas de como foi calculado o doseamento é aconselhável entrar em contato com o fabricante/fornecedor para esclarecimento.

Insumo Teor máximo de água especificação

Fosfato sódico de prednisolona

6,50% USP 34th ed.

Fosfato sódico de riboflavina

8,00% Farm. bras. 5° ed.

Fosfato sódio de betametasona

10,00% USP 34th ed.

Gliconato de magnésio 12,00% Farm. bras. 5° ed.

Glucagon 10,00% USP 34th ed.

Gluconato de potássio 3,00% USP 34th ed.

Gluconato de zinco 11,60% USP 34th ed.

Hidroxicobalamina 14,0 % à 18,0 % USP 34th ed.

Isosorbida 24,0 % à 26,0 % USP 34th ed.

Lactato de cálcio 3,00% Farm. bras. 5° ed.

Levocarnitina 4,00% USP 34th ed.

Levotiroxina sódica 11,00% USP 34th ed.

Liotironina sódica 4,00% USP 34th ed.

Metotrexato 12,00% USP 34th ed.

Monoacetato de resorcinol

2,50% USP 34th ed.

Nistatina 5,00% USP 34th ed.

Ondasetrona 3,00% USP 34th ed.

Óxido de magnésio 10,00% USP 34th ed.

Paclitaxel 4,00% USP 34th ed.

Pamoato de hidroxizine 5,00% USP 34th ed.

Pantotenato de cálcio 5,00% USP 34th ed.

Papaína 7,00% USP 34th ed.

Pravastatina sódica 4,00% USP 34th ed.

Simeticone 18,00% USP 34th ed.

Sulfato de gentamicina 18,00% USP 34th ed.

Sulfato de kanamicina 4,00% USP 34th ed.

Sulfato de neomicina 8,00% Farm. bras. 5° ed.

Tetraciclina 13,00% USP 34th ed.

Tirotricina 5,00% USP 34th ed.

Tobramicina 8,00% USP 34th ed.

Varfarina sódica (amorfa) 4,50% USP 34th ed.

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26| reVIsTa TécnIca do FarmacêuTIco

nota técnica 2 quando e como aplicar Fator de correção de umidade e Fator de equiValência

Insumos farmoquímicos Fórmula molecular Fator de equivalência

Amoxicilina triidratada C6H19N3O5S.3H2O 1,15

Cloridrato de amilorida diidratado C6H8ClN7O.HCl.2H2O 1,13

Cafeína monoidratada C8H10N4O2.H2O 1,09

Cloridrato de ciproeptadina sesquiidratado C21H21N.HCl.11/2H2O 1,08

Lisinopril diidratado C21H31N3O5.2H20 1,09

Insumos farmoquímicos Fórmula molecular Fator de equivalência

ácido cítrico monoidratado C6H8O7.H2O 1,00

Sulfato de atropina monoidratado (C17H23NO3)2.H2SO4.H20 1,00

Cloreto de cetilpiridínio monoidratado C21H38ClN.H20 1,00

Cloridrato de L-Cisteína monoidratado C3H7NO2S.HCl.H2O 1,00

bromidrato de Dextrometorfano monoidratado C18H25NO.Hbr.H20 1,00

1.1.3 é necessário corrigir a água dos extratos secos padronizados?

É recomendável avaliação caso a caso: se mencionar no ensaio de dose-amento que o marcador ou grupo foi calculado sobre a base seca é necessá-rio calcular o fator de correção de umi-dade. Se no ensaio de doseamento não é mencionado que foi calculado sobre a base seca, não se determina o fator de umidade.

Seguem dois exemplos, de extratos secos farmacopeicos, apresentando a diferença:

a-) Certificado de análise Ginkgo bi-loba 24 %, especificação Farmacopeia Americana, a qual diz: “Não contém me-nos do que 22,0 % e não mais do que 27,0 % de flavonoides”. Não foi men-cionado que o doseamento foi feito na base seca, logo não se calcula o fator de correção de umidade.

b-) Certificado de análise Echinacea angustifólia, especificação Farmacopeia Americana, a qual diz: “Não contém menos do que 4,0 % e não mais do que 5,0 % de fenóis, calculado na base seca”. Neste caso calcula-se o fator de correção de umidade.

No caso de extrato seco não far-macopeico é necessário avaliar se o doseamento foi calculado sobre a base seca ou não, e seguir como exemplifi-cado anteriormente. Em caso de dúvida aconselha-se entrar em contato com o fabricante/fornecedor para obter infor-mações.

A Farmacopeia britânica expressa os extratos secos na base seca, logo os extratos secos adquiridos com es-pecificação da Farmacopeia britânica devem ter o teor de água corrigido. Já os extratos secos com especifica-ção da Farmacopeia Americana terão o teor de água corrigido conforme os exemplos a e b mencionados ante-riormente. A Farmacopeia brasileira segue a mesma regra da Farmacopeia Americana.

2. Fator de equivalênciaO Fator de Equivalência é utilizado

para fazer o cálculo da conversão da massa do sal ou éster para a do fármaco ativo, ou da substância hidratada para a anidra. As informações a respeito da aplicação do FEq devem estar embasadas em literatura oficial, pois uma substância ativa nem sempre pode ser utilizada em sua forma livre: muitas vezes, a formação de sais ou ésteres tornam a substância mais efetiva e segura, com condições farmacotécnicas adequadas às necessidades dos pacientes.

Substâncias que possuem água cristalina, para um esclarecimento simplista, apresentam água como parte da molécula e é corrigida através do fator de equi-valência, como pode ser observado no Manual de Equivalência da Anfarmag, por exemplo:

Mas o farmacêutico precisa estar atento porque nem sempre que existe água cristalina será obrigado a calcular o fator de equivalência, por exemplo:

Logo se conclui que a aplicação do fator de equivalência deve ser avaliado caso a caso, devendo-se avaliar as referências (literaturas e medicamento de referência) quanto à necessidade do emprego ou não.

Sabendo como se calcula o fator de correção de umidade, a lista com as substân-cias farmacopeicas mais críticas, basta saber como se calcula o fator de equivalência.

quando a substância apresentar água na molécula, a farmácia deverá tomar cui-dado para não realizar a correção da água em duplicidade. Isto porque, o fator de equivalência já considera a água. O método volumétrico de determinação de água de Karl Fischer determina a água total, incluindo a de hidratação presente nos hidratos e a adsorvida na superfície dos sólidos. Neste último caso, a correção em função do teor determinado por KF implicaria correção em termos de base anidra. Para evitar o equivoco, deve-se avaliar o insumo e calcular o quanto a água de cristalização repre-senta do resultado da análise de água expresso no laudo. Será utilizado a amoxicilina tri-hidratada para demonstrar os cálculos.

Farmacopeia brasileira 5ª edição:AMOxICILINA TRI-HIDRATADAApresenta potência de, no mínimo, 900 microgramas e, no máximo, 1050 micro-

gramas de amoxicilina (C16H19N3O5S) por miligrama, em relação à substância anidra.

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amoxicilina (base) amoxicilina tri-hidratada (sal)

Peso molecular 365,41 g/mol 419,46

Fórmula molecular C16H19N3O5S C16H19N3O5S.3H2O

amoxicilina (base) amoxicilina tri-hidratada (sal)

Peso molecular 18,02 g/mol 419,46 g/mol

Fórmula molecular H2O C16H19N3O5S.3H2O

água (5.2.20.1). 11,5% a 14,5%. Determinar em 0,3 g de amostra.Cálculo do fator de equivalência da amoxicilina tri-hidratada em relação à amoxi-

cilina base:

Fator de equivalência (Feq) = massa do sal / massa da baseFeq = 419,46 / 365,41Feq = 1,14791 = 1,15

Observe que neste cálculo já está calculado o índice correspondente às três mo-léculas de água.

Cálculo da porcentagem da hidratação da molécula de amoxicilina em relação ao seu peso molecular.

obs: considerar inicialmente a substância com o teor para 100%, ou neste caso potência de 1000 microgramas de amoxicilina/mg, em relação à substância anidra. será tratado em informe específico sobre potência de antibióticos.

3. leitura complementar.quanto existe de água livre na amoxicilina triidratada?O cálculo é realizado através dos valores mínimo e máximo da especificação do

ensaio de água. No exemplo citado a especificação é entre 11,5 % e 14,5 %. Será inicialmente determinada a porcentagem que as três moléculas de água participam na molécula de amoxicilina:

Gostou deste artigo? opiniões, dúvidas, sugestões ou críticas,escreva para [email protected].

Regra de três:419,46 (PM amoxicilina tri-hidratada) ---------- 100%(3 x 18,02) (água) --------------------------------------- x

x = 5406/ 419,46x = 12,8879... = 12,9%.

Frente a isto, em uma amoxicilina tri-hidratada com “teor” de 100%, a quantidade de água de cristalização corresponderá a 12,9%, ou seja, qualquer resultado acima deste valor será água livre. Entretanto, na maioria das vezes o teor da matéria-prima não é 100% e, portanto o valor calculado não se aplicaria e precisa ser ajustado com uma regra de três:

Exemplo 1: Valor 985 microgramas/mg de potência:1000microgramas/mg-------12,9%

985 microgramas/mg ------- x x = 12,71%

O valor de 12,71 % é o teórico, se o certificado do fornecedor apresentar um valor de 13,15 % de água, significa que de água livre é 13,15 % - 12,71 % = 0,44 %. Nos casos das substâncias com água cristalina não é necessário corrigir a água livre, pois estas se apresentam em pequenas porcentagens.

Porém, para valores...Existem casos também de alguns prin-

cípios ativos requererem, além do fator de equivalência (mesmo sendo 1,00), o fator de correção, de acordo com o teor de pureza e /ou umidade fornecidos pelo certificado de análise. Nesses ca-sos, deve-se multiplicar a quantidade a ser pesada pelo fator de equivalência e pelo fator de correção.

reFerêncIas- USP 32th; Farmacopeia brasileira 5ª

ed.; Manual de equivalência Anfarmag, 3ª edição.

- Guia prático da farmácia Magistral, vol.1, 4ª ed; Revista Anfarmag nº 73, En-carte técnico nº 25, 2008

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28| reVIsTa TécnIca do FarmacêuTIco

leGal

1. Fiscalização nas Farmácias As autoridades sanitárias (Vigilâncias Sanitárias

Estaduais e/ou Municipais) que estejam investidas com o poder de polícia detêm competência legal para a realização de fiscalizações nos estabelecimen-tos de saúde, a exemplo das farmácias magistrais.

Portanto, em caso de eventual processo de fiscali-zação realizado pelas autoridades sanitárias compe-tentes nas farmácias, recomenda-se que o responsá-vel legal ou técnico exija as credenciais dos agentes fiscalizadores, de modo a identificá-los visando evitar qualquer tipo de fraude, dando maior credibilidade à fiscalização, ressaltando sempre que os fiscais não poderão ser impedidos de fiscalizar o estabelecimen-

alertas e orientações

to, sob pena de responsabilização criminal daquele que impediu a fiscalização.

Frise-se também que o referido responsável legal ou técnico deverá acompanhar atenciosamente a equipe de agentes fiscalizadores, observando os ter-mos anotados e respondendo educadamente todos os questionamentos formulados por estes, sempre com a devida urbanidade.

Não obstante, é bom esclarecer que a fiscalização para execução de ações e serviços de Vigilância Sa-nitária jamais poderá extrapolar os limites impostos pela Lei aos agentes fiscalizadores públicos, pois se isso acontecer, a Administração Pública estará agindo com abuso de poder, contrariando a Constituição Fe-

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deral do brasil. Muitas Vigilâncias Esta-duais e Municipais possuem seu próprio Programa de Inspeção em Farmácia, a exemplo do Estado de Minas Gerais, do Rio Grande do Sul e de São Paulo que, inclusive, estabelecendo a possibilidade de coleta de amostras de insumos e pro-dutos para análise.

Desse modo, recomendamos que seja certificado pela Farmácia o cum-primento integral das boas Práticas de Manipulação em Farmácias (bPM-F), por exemplo:

a) rever seus Procedimentos Operacio-nais Padrão – POP;b) certificar que suas renovações de Au-torizações (AFE e AE) estejam peticiona-das dentro do prazo legal; c) certificar que seus registros nos livros de receituários e nos específicos estejam em dia com relação a escrituração das preparações magistrais e oficinais; d) certificar se estão sendo encaminha-dos corretamente os arquivos XML ao Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados – SNGPC; e) certificar de que forma serão entregues à VISA seus BSPO, Relação Mensal de No-tificação de Receita B2, entre outros.

Saliente-se ainda que, caso o agente

fiscalizador encontre alguma irregulari-dade na Farmácia em contrariedade à legislação em vigor, será configurada a infração sanitária, logo, procederá com a lavratura de Auto de Infração (AI) ou até mesmo Termo de Interdição (TI) parcial ou total da Farmácia ou de seus produ-tos, sempre havendo possibilidade de apresentação de defesa pela Farmácia, no prazo e forma da Lei.

Dessa maneira, é forçoso concluir que as fiscalizações das farmácias podem ser realizadas conjuntamente entre a Agên-cia Nacional de Vigilância Sanitária – AN-VISA, Vigilâncias Sanitárias Municipais e Estaduais, Conselhos de Farmácias, e em alguns casos, com a participação de agentes policiais, sem nenhum óbice desde que não haja abuso de autorida-de advinda dos agentes fiscalizadores

e nenhum desrespeito aos direitos dos cidadãos enquanto agente de direitos garantidos pela Constituição Federal.

referência: Lei 5.991, de 1973; Lei 6.437, de 1976; Portaria SVS/MS nº 344, de 1998* e 6, de 1999; Resolução RDC nº 67, de 2007; Resolução RDC nº 1, de 2010; Resolução RDC nº 1, de 2012; Resolução RDC nº 96, de 2008; Resolução RDC nº 44, de 2009; Resolução RDC nº 52, de 2011; Resolu-ção RDC nº 20, de 2011 e os Códigos Sa-nitários dos Estados e ou dos Municípios

2. orientações para farmácias quan-to à aquisição de matéria-prima de for-necedores e distribuidores de insumos

De acordo com a Lei nº 6.360/1976 somente poderão extrair, produzir, fa-bricar, transformar, sintetizar, purificar, fracionar, embalar, reembalar, importar, exportar, armazenar ou expedir os pro-dutos as empresas para tal fim autoriza-das pelo Ministério da Saúde (ANVISA) e cujos estabelecimentos tenham sido licenciados pelo órgão sanitário das Uni-dades Federativas em que se localizam (VISA local).

Pela Medida Provisória nº 2.190-34 de 2001, os fornecedores de insumos de-vem ter a Autorização de Funcionamento (AFE) e a Autorização Especial (AE) reno-vadas anualmente. Da mesma forma a Licença de Funcionamento emitida pela VISA deve renovada anualmente.

A Resolução RDC nº. 204, de 14 de Novembro de 2006, institui o Regula-mento Técnico de boas Práticas de Dis-tribuição e Fracionamento de Insumos Farmacêuticos.

Está previsto na Resolução RDC nº 67, de 8 de outubro de 2007, que ins-titui o Regulamento Técnico sobre boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e Oficinais para Uso Humano em farmácias e seus Anexos obrigatorie-dade da Farmácia estabelecer um Pro-cedimento Operacional na qual deverá detalhar o Processo de qualificação do Distribuidor/Fornecedor. O item 7.1.7 do anexo I da resolução supracitada exi-

ge que as farmácias assegurarem que o fornecedor de insumo esteja regular pe-rante as autoridades sanitárias compe-tentes entre outros itens, como avalia-ção do cumprimento das boas Práticas de Fabricação ou de Fracionamento e Distribuição de Insumos.

Diante disso, a Farmácia deve solicitar do Distribuidor/Fornecedor cópias das publicações em Diário Oficial da União (AFE/AE) e do Estado/Município (Licen-ça) (podendo ser cópia do documento emitido pela autoridade sanitária). Den-tre os documentos comprobatórios que demonstrem a validade e regularidade perante as autoridades sanitárias com-petentes, temos:

a) autorização de Funcionamento (aFe), contendo as atividades;b) autorização especial (ae), a depen-der da atividade desempenhada (subs-tâncias sujeitas ao controle especial);c) licença de Funcionamentod) licença da polícia Federal/exércitoe) outros.

A farmácia poderá consultar na web-site da ANVISA:

a) Andamento dos processos do forne-cedor: http://www7.anvisa.gov.br/data-visa/Consulta_Processos/Consulta_Pro-cesso.aspb) Consultar Autorização de Funciona-mento e Cadastro: http://www7.anvisa.gov.br/datavisa/Consulta_Autorizacao/consulta_autorizacao_internet.aspc) Empresas autorizadas a trabalhar com Insumos Farmacêuticos no brasil, basta consultar o link: http://www7.anvisa.gov.br/datavisa/insumos/P_Consulta-EmpresaAutorizadas.asp

Importante frisar que caso a farmácia

adquira insumos de fornecedores e dis-tribuidores sem a devida comprovação de regularidade de funcionamento (AFE publicada em DOU), estará incidindo em infração sanitária, passível de autuação. Da mesma forma, se adquirir insumos de fornecedores e distribuidores sem a de-

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30| reVIsTa TécnIca do FarmacêuTIco

leGalalertas e orientações

vida comprovação de regularidade para comercialização de substâncias sujeitas a controle especial (AE publicada em DOU), estará incidindo em infração sani-tária sem prejuízo, inclusive, das sanções de natureza civil ou penal cabíveis.

A ANFARMAG recomenda atenção as informações aqui contidas para que somente sejam adquiridos insumos de fornecedores devidamente autorizados e licenciados conforme prevê a legisla-ção vigente e assim obter matéria-prima com qualidade e segurança.

Caso não observe estas informações poderá a farmácia sofrer alguma ação por parte da autoridade fiscalizadora, conforme prevê a RDC nº 67, de 2007, em seu Art. 3º:

Art. 3º O descumprimento das dispo-

sições deste Regulamento Técnico e seus anexos sujeita os responsáveis às pena-lidades previstas na legislação sanitária vigente, sem prejuízo da responsabilida-de civil e criminal cabíveis.

Art. 4º Em caso de danos causados aos consumidores, comprovadamente decorrentes de desvios da qualidade na manipulação de preparações magistrais e oficinais, as farmácias estão sujeitas às penalidades previstas na legislação sanitária vigente, sem prejuízo das res-ponsabilidades civil e criminal cabíveis dos responsáveis.

3. Indeferimentos de aFe e ae de Farmácias - alerta e orientações

quando existir a ocorrência de “in-deferimento de concessão, alteração e renovação de Autorização de Funciona-mento (AFE) e Autorização Especial (AE) nossa orientação é que seja efetuado o peticionamento eletrônico “manual” utilizando os códigos de assuntos para reconsideração de Indeferimento: aFe (70152) e ae (7056 ).

O grande volume de indeferimentos ocorrem pelo fato das farmácias magistrais não ter encaminhado os documentos:

1º lugar - licenças de Funcionamen-to ou alvará sanitário desatualizado. a) Montar o processo onde poderá enca-minhar um dos documentos: cópia da Li-cença atualizada (validade até 2013) ou a licença de 2011 e protocolo de solici-tação de renovação da licença ou ainda, se tiver, cópia do Relatório de Inspeção com a conclusão “satisfatória”. Impor-tante é que todos observem se em sua licença ou alvará conste suas atividades, inclusive com a capacidade de manipu-lação de substâncias sujeitas ao controle especial.b) No caso da VISA local ainda não ter realizada a inspeção ou não ter emitido a Licença ou Relatório de Inspeção en-tão nossa recomendação é que se deva apresentar como Justificativa do Pleito: prazo de 60 (sessenta) dias para apre-sentar o documento apontado na publi-cação de indeferimento.

2º lugar – certidão de regularidade

Técnica. Este documento é emitido pelo

Conselho Regional de Farmácia e con-tem o horário de permanência do(s) farmacêutico(s) durante o expediente da farmácia. Caso não tenha a informa-ção deverá recorrer ao CRF e solicitar a devida alteração.

3º lugar – não ter cumprido eXIGên-

cIa.A ANVISA não envia mais este docu-

mento pelo correio ou por e-mail. As farmácias devem sempre conferir sua Caixa Postal (no site em Cadastramento) ou pela pesquisa em http://www.anvi-sa.gov.br/Consulta_Exigencias/acesso.asp. Após abrir o documento a farmácia tem 30 (trinta) dias para o cumprimento. É por este motivo que o processo está sendo indeferido. Neste caso recomen-damos efetuar duas etapas: a) Efetuar o peticionamento para “cum-primento de exigência” utilizando o có-digo de assunto – 7086 tanto para AFE

como para AE. b) Efetuar o peticionamento de Reconsi-deração de Indeferimento, utilizando os códigos de assuntos: AFE (70152) e AE (7056). c) Montar dois processos e enviar a AN-VISA em envelopes separados indicando um Cumprimento de Exigência e outro Reconsideração de Indeferimento, seja para AFE ou AE.

observação: 1) não se deve encaminhar somente o protocolo de renovação de licença, pois este sozinho não é considerado docu-mento válido; 2) é de responsabilidade da farmácia a verificação da existência de exigências. 3) quando o sistema da ANVISA voltar a normalidade a farmácia poderá utilizar o peticionamento eletrônico ON LINE

Frise-se também que o responsável técnico deverá acompanhar atenciosa-mente o andamento de seus processos junto aos órgãos de fiscalização (VISA, CRF e ANVISA).

Não obstante, é bom relembrar, que as Vigilâncias Estaduais e Muni-cipais em Inspeção em Farmácia veri-ficar que a farmácia não procedeu a renovação de AFE e de AE dentro do prazo estabelecido pelas Resoluções RDC nº 1/2010 e RDC nº 1/2012, res-pectivamente, poderá considerar uma infração sanitária e aplicar a legislação vigente no país.

reFerêncIas: Lei 5.991, de 1973; Lei 6.437, de

1976;Portaria SVS/MS nº 344, de 1998* e 6, de 1999; Resolução RDC nº 67, de 2007; Resolução RDC nº 1, de 2010; Re-solução RDC nº 1, de 2012; Resolução RDC nº 96, de 2008; Medida Provisória nº 2.190-34/2001; Resolução RDC nº 204/2005; Resolução RDC nº 222/2005; RDC nº 25/2011 e os Códigos Sanitários dos Estados e ou dos Municípios.

Gostou deste artigo? opiniões, dúvidas, sugestões ou críticas,escreva para [email protected].

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LANÇAMENTOS

FRASCO AMPOLA

Cores: Branco e Natural

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Tipo: Delineador

4 mlCapacidade:

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/elyplast @elyplast

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submissão de artiGo para publicaçãoescopo e políTIca

A revista Técnica do Farmacêutico é uma publicação bimestral

da ANFARMAG – Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais

que objetiva a comunicação e ensino de farmacêuticos e outros

profissionais da cadeia da saúde em assuntos/temas relevantes,

atuais e de grande interesse para suas práticas profissionais. Tal

objetivo atende à ordem estatutária da entidade em apoio ao seg-

mento, como mais uma de suas ferramentas de apoio à contínua

qualificação e melhoria da qualidade da saúde no país.

Possui circulação em todo o território nacional e no exterior e

seu público alvo envolve farmácias magistrais, universidades, ins-

tituições regulatórias/sanitárias, entidades, empresas da cadeia

farmacêutica e profissionais.

Dentro desta política, tem por premissa publicar artigos de re-

visão, artigos técnicos e notas técnicas redigidos em português,

que podem ser elaborados por quaisquer profissionais com o es-

copo voltado para a área magistral.

A Revista Técnica do Farmacêutico possui corpo editorial pró-

prio, formado por acadêmicos de universidades que também par-

ticipam de câmaras temáticas da ANFARMAG, bem como profis-

sionais farmacêuticos convidados, com relevantes conhecimentos

e serviços prestados à causa magistral.

Toda esta estrutura permite o fortalecimento de ações e a vei-

culação de saberes técnico-científicos na área da saúde através

deste periódico, prestando importantes serviços ao segmento.

preparação dos arTIGos

apresentação: Os manuscritos devem ser apresentados em

arquivo eletrônico, em formato Word e encaminhados exclusiva-

mente para o e-mail: [email protected]. Os textos deve-

rão ser apresentados em lauda padrão A4, espaço de 1,5 entre

linhas e parágrafos, com margem superior e esquerda de 3 cm e

inferior e direita de 2 cm, parágrafo justificado e não hifenizado,

digitados em fonte Times New Roman – tamanho 12. Os artigos

de revisão devem ter entre 9 e 15 páginas, os artigos técnicos

entre 4 e 8 páginas e as notas técnicas no máximo 3 páginas.

esTruTura

cabeçalho: constituído por: Título do trabalho, que deve ser

breve e indicativo da exata finalidade do trabalho; Autor(es) por

extenso e apenas o sobrenome em letra maiúscula, indicando a(s)

instituição(ões) a(s) qual(is) pertence(m) mediante números. O

autor responsável pela publicação deve ser expressamente indi-

cado entre os colaboradores. O autor para correspondência deve

ser identificado com asterisco, fornecendo o endereço completo,

incluindo o eletrônico.

resumo (em português): deve apresentar a condensação do

conteúdo, expondo objetivos, metodologia, resultados e conclu-

sões, não excedendo 250 palavras. Deve vir acompanhado do Abs-

tract e Keywords.

unitermos: devem representar o conteúdo do artigo, evitando-

se os de natureza genérica. Observar o limite máximo de 6 (seis)

unitermos.

Introdução: deve estabelecer com clareza o objetivo do traba-

lho e sua relação com outros trabalhos no mesmo campo. Exten-

sas revisões de literatura devem ser substituídas por referências

aos trabalhos bibliográficos mais recentes, nos quais tais revisões

tenham sido apresentadas.

materiais e métodos: a descrição dos materiais e métodos

usados deve ser breve, porém suficientemente clara para possi-

bilitar a perfeita compreensão e repetição do trabalho. Processos

e Técnicas já publicados, a menos que tenham sido extensamente

modificados, devem ser apenas referidos por citação. Estudos em

humanos e em animais devem fazer referência à aprovação do Co-

mitê de Ética correspondente.

resultados e discussão: devem ser apresentados de forma

concisa e em ordem lógica. Tabelas ou figuras, quando possível,

devem substituir o texto, na apresentação dos dados. Sempre

que pertinente, fornecer as faixas, desvios padrão e indique

as significâncias das diferenças entre os valores numéricos

obtidos. A discussão deve se restringir ao significado dos da-

dos obtidos e resultados alcançados, procurando, sempre que

possível, relacionar sua significância com trabalhos anteriores

da área. Especulações que não encontram justificativa para os

dados obtidos devem ser evitadas. É facultativa a apresentação

desses itens em separado.

conclusões: quando pertinentes, devem ser fundamentadas

no texto.

agradecimentos: devem constar de parágrafo à parte, ante-

cedendo as referências bibliográficas, e ser compatíveis com as

exigências de cortesia e divulgação. Se houve suporte financeiro,

deve ser incluído nesse item.

referências bibliográficas: devem ser citadas apenas as es-

senciais ao conteúdo do artigo e organizadas em ordem alfabéti-

ca pelo sobrenome do primeiro autor, de acordo com as normas

normas

32| reVIsTa TécnIca do FarmacêuTIco

Page 33: Publicação da ANFARMAG – Associação Nacional de ... cnica Farmacêutico... · PDF filePublicação da ANFARMAG – Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais. ANO 4

da Associação brasileira de Normas Técnicas - AbNT NbR-6023. A

exatidão das referências bibliográficas é de responsabilidade dos

autores. à seguir, são transcritos alguns exemplos:

1. lIVros

com aTé 3 auTores:

ADES, L.; KERbAUY, R. R. obesidade: realidade e indignações. Psi-

cologia USP, São Paulo, v. 13, n. 1, p. 197-216, 2002.

com maIs de 3 auTores:

Na citação referenciar como et al. e nas referências colocar to-

dos os nomes.

auTores corporaTIVos:

bRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC nº. 44, de

17 de agosto de 2009. Dispõe sobre boas Práticas Farmacêuti-

cas para o controle sanitário do funcionamento, da dispensação

e da comercialização de produtos e da prestação de serviços

farmacêuticos em farmácias e drogarias e dá outras providências.

diário oficial da união, brasília, DF, 18 de agosto de 2009, Seção

1, páginas 78 a 81. Disponível em: <http://e-legis.bvs.br/leisref/

public/show Act.php?id=16614>. Acesso em: 11 nov. 2007.

2. capíTulo de lIVros

FIESE, E.F.; HAGEN, T.A. Pre-formulacao. In: LACHMAN, L.; LIEbER-

MAN, H.A.; KANIG, J.K. Teoria e prática na indústria farmacêutica.

Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2001. p.295-340.

3. Teses e dIsserTações

3.1 Trabalho de conclusão de curso

bARREIRO, Antônio Carlos Sotto; CARESATTO, Claudia Tere-

za; PEREIRA, Selma Gomes. As Representações Sociais de

usuários sobre o atendimento em um Serviço de acompa-

nhamento farmacoterapêutico estruturado em universida-

de da baixada Santista [monografia]. São Paulo: Curso de

Pós-graduação em Atenção Farmacêutica, Instituto Racine,

2010.

3.2 dissertação de mestrado e Tese de doutorado

CLAUMAN, R. C. N. o farmacêutico e a atenção farmacêu-

tica no novo contexto de saúde. 2003. 98 p. Dissertação

(Mestrado) – Curso de Pós-graduação em Engenharia da

Produção como requisito parcial para a obtenção do Título

de Mestre em Engenharia da Produção-Universidade Fede-

ral de Santa Catarina-UFSC, Florianópolis, 2003.

bRAGA, G. K. Identificação dos riscos sanitários na ma-

nipulação de medicamentos alopáticos não estéreis em

farmácia comunitária e o papel das boas práticas de ma-

nipulação no controle desses riscos. 2009. 126f. Tese (Dou-

torado em Medicamentos e Cosméticos) - Faculdade de

Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, Universidade de

São Paulo, São Paulo, 2009.

4. arTIGos de perIódIcos

STORPIRTIS, S. biofarmácia e farmacocinética: ensino e pesquisa.

Infarma, brasília, v. 2, n. 4, p. 19-20, 1993.

5. eVenTos cIenTíFIcos

CONGRESSO bRASILEIRO DE MANIPULAçÕES FARMACêUTICAS, 2.,

1998, Goiânia. manual do participante e resumo dos trabalhos.

Goiânia: Conselho Federal de Farmácia, 1998. 54 p.

6. normas

ASSOCIAçãO bRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. nbr 9000: nor-

mas de gestão da qualidade e garantia da qualidade: diretrizes

para seleção e uso. Rio de Janeiro, 1990.

citação bibliográfica: As citações bibliográficas devem ser

apresentadas no texto pelo(s) sobrenome(s) do(s) autor(es),

em letras maiúsculas, seguidas do ano de publicação. No caso

de haver mais de três autores, citar o primeiro e acrescentar a

expressão et al., todavia nas referências deverão ser incluídos

todos os autores.

abreviaturas e siglas: podem ser utilizadas, desde que descri-

tas integralmente na primeira vez em que aparecem no texto. Por

exemplo: Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

Ilustrações: as ilustrações (gráficos, tabelas, estruturas quími-

cas, equações, mapas, figuras, fotografias, dentre outros) devem

ser apresentadas em preto e branco, indicando o local de inserção

no texto. Mapas e fotografias devem ser digitalizados em extensão

jpg. As tabelas devem ser numeradas consecutivamente em alga-

rismos romanos e as figuras em algarismos arábicos, seguidos do

título. As palavras TAbELA e FIGURA devem aparecer em maiúscu-

las apenas no título ou na legenda, respectivamente. Legendas e

títulos devem acompanhá-las nos arquivos separados, assim como

no texto.

nomenclatura: pesos, medidas, nomes de plantas, animais e

substâncias químicas devem estar de acordo com as regras inter-

nacionais de nomenclatura. A grafia dos nomes de fármacos deve

seguir as Denominações Comuns brasileiras (DCb) em vigor, po-

dendo ser mencionados uma vez (entre parênteses, com inicial

maiúscula) os registrados.

nova ortografia: Apesar de a nova regra ortográfica estar em

vigor desde janeiro de 2009, as duas normas anterior e atual, po-

derão vigorar até dezembro de 2012.

publIcação

A publicação de artigos na Revista Técnica do Farmacêutico

está condicionada à aprovação do Conselho Editorial.

Para o recebimento da edição da revista em que constar a pu-

blicação do artigo, os autores responsáveis deverão fornecer seus

endereços.

Comissão de Publicações

Técnicas Anfarmag.

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34| reVIsTa TécnIca do FarmacêuTIco

reGIonaIsreGIonal bahIa/serGIpepresidente: edza martins brasilendereço: av. tancredo neves, 1632, ed. salvador Tade center, loja 25, caminho das árvores,cep 41820-020, salvador/baTelefone: (71) 3113-4011e-mail: [email protected] reGIonal dIsTrITo Federalpresidente: cleide regina da silvasIG - Quadra 04 - lote 25 - sala 1101º andar - empresarial barão de mauá cep: 70.610-440Telefone/Fax: (61) 3326-1251e-mail: [email protected]

reGIonal espírITo sanTopresidente: denise a. martins oliveiraav. nossa senhora da penha, nº 1495 - sala 608 Torre bT - edifício corporate center Vitória - es – cep: 29056-245Telefone: (27) 3235-7401e-mail: [email protected] reGIonal GoIás/TocanTInsppesidente: Gilmar silva diasrua 7 a, 189 - sala 201 -edifício marilena - setor aeroporto - Goiânia - Gocep: 74075 - 230 - Telefone: (62) 3225-5582e-mail: [email protected]

reGIonal maTo Grossopresidente: Ivete souza peagudaavenida Ipiranga,70cuiabá - mT - cep: 78020-550Telefone: (67) 3027-6321e-mail: [email protected] reGIonal maTo Grosso do sulpresidente: maria beatriz Ferenzrua rodolfo José pinho, 66 - Jardim são bento.campo Grande - ms - cep: 79004 - 690Telefone: (67) 3026-4655e-mail: [email protected]

reGIonal mInas GeraIspresidente: astrid chucre dias Guimarãesav. do contorno, 2646 - sala 1104 -Floresta - belo horizonte - mGcep: 30110 - 080Telefone: (31) 2555-6875 / 2555-2955e-mail: [email protected]

reGIonal paranápresidente: dagmar Terezinha kesslerrua silveira peixoto, 1040 - 9° andar - sl 901curitiba - pr - cep: 80240 -120Telefone: (41) 3343-0893/Fax (41) 3343-7659e-mail: [email protected]

reGIonal rIo de JaneIropresidente: maria cristina Ferreira silvarua conde do bonfim, 255 - sala 912 - Tijuca.rio de Janeiro - rJ - cep: 20520 - 051Telefone: (21) 2569-3897/Fax (21) 3592-1765e-mail: [email protected]

reGIonal rIo Grande do sulpresidente: eduardo aranovich de abreuav: mauá, 2011 - sala 607 - centroporto alegre - rs - cep: 90030 - 080 -Telefone: (51) 3225 9709e-mail: [email protected]

reGIonal sanTa caTarInapresidente: rodrigo michels rocharua lédio João martins, 435 - sala 409kobrasol - são José - sc cep: 88102 - 000Telefone: (48) 3247-3631e-mail: [email protected]

sucursaIssucursal acre/rondÔnIadiretora: êrika Fernandes rosas c. silvaTelefone: (68) 3901- 6314e-mail: [email protected]

sucursal alaGoasdiretora: Tânia bernadete p. GomesTelefone: (82) 3305-2806e-mail: [email protected]

sucursal cearádiretor: Francisco carlos l. andradeTelefone: (85) 9981- 3789e-mail: [email protected]

sucursal JuIz de Foradiretor: rômulo augusto modestoTelefone: (31) 2555-6875 e (31)2555-2955e-mail: [email protected]

sucursal marílIa/presIdenTe prudenTediretora: odete aparecida de andradeTelefone: (18) 8118-9874e-mail: [email protected]

sucursal parádiretor: marcelo brasil do coutoTelefone: (91) 3244-2625e-mail: [email protected]

sucursal paraíbadiretora: célia buzzoTelefone: (83) 3218-2600e-mail: [email protected]

sucursal pernambucodiretor: leandro medeirosTelefone: (81) 3427-4084e-mail: [email protected]

sucursal rIbeIrão preTodiretora: rita de paula IgnácioTelefone: (16) 3625-8019e-mail: [email protected]

sucursal rIo preTodiretora: creusa manzalli ToledoTelefone: (17) 3216-9500e-mail: [email protected]

sucursal sorocabadiretor: José Vanilton de almeidaTelefone: (15) 3321-5553e-mail: [email protected]

sucursal uberlândIadiretor: hélio batista JúniorTelefone: (31) 2555-6875 e (31)2555-2955e-mail: [email protected]

sucursal Vale do paraíbadiretora: ana helena cunhaTelefone: (12) 3942-9736e-mail: [email protected]

sucursal VarGInhadiretor: leonardo José da silvaTelefone: (31) 2555-6875 e (31)2555-2955e-mail: [email protected]

endereços das reGIonaIs e sucursaIs da anFarmaG

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Tel.: (32) 3273 3560 Fax: (32) 3273 3522

[email protected]

....................

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