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RADIOTERAPIA

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SUMARIO

1. PLANEJAMENTO RADIOTERÁPICO

1.1 PLANEJAMENTO 1D

1.2 PLANEJAMENTO 2D

1.3 PLANEJAMENTO 3D

2. DELINEAMENTO DE ESTRUTURAS PARA UM PLANEJAMENTO 3D

3. RADIOCIRURGIA

3.1HISTORICO

3.2COMO FUNCIONA

4. IMRT (RADIOTERAPIA COM INTENSIDADE MODULADA)

5. BRAQUITERAPIA

5.1 PRINCIPAIS FONTES

5.2 LDR E HDR

5.3 ESTRATEGIAS DE BRAQUITERAPIA

6. BIBLIOGRAFIA

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1. PLANEJAMENTO RADIOTERÁPICO

1.1 PLANEJAMENTO 1D

É o planejamento não gráfico, empregado fundamentalmente em campos

simples e em campos paralelos opostos. Neste caso é calculada a unidade monitor

(tempo) para aplicar a dose prescrita a um ponto no eixo central, empregando

geralmente os PDD no eixo central, os TPR ou os TMR, assim como as tabelas de

taxa de dose do feixe. O tamanho e forma do campo, que define o volume de

tratamento se de termina a partir de filmes radiográficos realizados durante a

simulação.

1.2 PLANEJAMENTO 2D

É o planejamento com representação gráfica é empregado em grande número

de pacientes. Neste método o volume de tratamento é definido a partir dos cortes da

Tomografia Computadorizada (CT) ou a partir de placas ortogonais de simulação. O

contorno do paciente é obtido mediante o uso de implementos mecânicos (por

exemplo, cintas de chumbo, instrumentos de medida de contorno, simulador de

tratamento) ou com o emprego da CT. O arranjo de campos e o cálculo das

distribuições de dose é realizado utilizando um sistema de planejamento

computadorizado; o tamanho dos campos é decidido como no processo 1D.

Posteriormente o radioterapeuta prescreve a dose em um ponto ou em um volume.

1.3 PLANEJAMENTO 3D

A chamada radioterapia conformacional ou em três dimensões (3D) tem como

premissa básica o planejamento do tratamento e prescrição da dose em um volume

e não mais em um ponto, como na radioterapia convencional. Para isso, o uso de

imagens em três dimensões da anatomia do paciente é fundamental. Essas imagens

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podem ser obtidas por equipamentos de tomografia computadorizada (CT),

ressonância magnética nuclear (RMN), ultra-som (US), tomografia por emissão de

pósitrons (PET) ou tomografia por emissão de fóton único A definição do volume

alvo e das estruturas críticas é um pré-requisito para o planejamento do tratamento

em 3D e para a precisão na administração da dose prescrita A partir destas

definições, um sistema tridimensional de planejamento do tratamento, pode gerar

um histograma dose-volume (DVH, do inglês dose volume histogram), que

representa a distribuição de frequência dos valores de dose dentro de um volume

definido, que pode ser o PTV ou um OAR, na forma de um percentual do volume,

sendo uma poderosa ferramenta para uma avaliação quantitativa do plano de

tratamento.

O DVH é de vital importância na radioterapia 3D para o médico radioterapeuta

verificar a dose recebida pelo volume alvo e pelos órgãos de risco, que possuem

diferentes níveis de tolerância à radiação.

2. DELINEAMENTO DE ESTRUTURAS PARA UM PLANEJAMENTO 3D (GTV,

CTV, PTV).

Para descrever um tratamento com radiações ionizantes, são necessários, no

mínimo, 3 parâmetros: volume tratado, dose de radiação e técnica utilizada. Esses

parâmetros devem ser aplicados de maneira uniforme nas diferentes Instituições,

para que os tratamentos possam ser analisados e comparados.

O processo de determinação do volume de tratamento consiste de várias

etapas.

Dois volumes devem ser definidos antes de se começar o planejamento.

Esses volumes são:

GTV (“gross tumor volume” / volume tumoral).

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CTV (“clinical target volume” / volume alvo)

Durante o processo de planejamento, mais dois volumes são definidos:

PTV (“planning target volume” / volume de panejamento).

Órgãos de Risco

Com os resultados do planejamento, passam a existir mais dois volumes:

Volume tratado.

Volume irradiado

Esquemas dos Volumes de Tratamento

Esses volumes serão detalhados abaixo.

GTV – Gross Tumor Volume (Volume Tumoral Visível ou Palpável)

O GTV é o volume palpável ou visível do tumor. Esse volume

corresponde à parte da doença onde existe a maior concentração de células

malignas. Se o tumor foi removido cirurgicamente, o GTV não pode ser

definido. A delimitação do GTV é baseada na anatomia topográfica e em

considerações biológicas, sem levar em conta os fatores técnicos do

tratamento.

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Exemplo de um GTV delimitado (figura vermelha) para um tumor de lioblastoma, os órgãos de risco também foram

delimitadas (medula, olhos).

CTV - Clinical Tumor Volume – (Volume Tumoral Clínico)

O CTV corresponde ao volume de tecido que contém um GTV visível

e/ou doença maligna microscópica subclínica. O desenho do CTV é baseado

em considerações anatômicas e topográficas, desconsiderando-se o

movimento do paciente e dos órgãos, ou fatores técnicos (localização).

A doença subclínica pode ser considerada como a disseminação

presumida da doença, como por exemplo, os linfonodos regionais. Na prática

o delineamento do CTV, consiste em vários fatores, nos quais podemos

destacar: a história natural da doença; a capacidade de invasão do tumor, e

seu potencial de disseminação para as regiões linfonodais.

É importante salientar que todo o CTV deve receber a dose prescrita,

no fracionamento especificado. Se diferentes doses são prescritas, isso

implica na definição de diferentes CTVs para diferentes níveis de doses. Um

exemplo é um tumor de pulmão que necessita receber 60Gy e nos linfonodos

mediastinais apenas 45Gy

PTV - Planning Target Volume

Para assegurar que todos os tecidos inclusos no CTV recebem a dose

prescrita, é necessário, em princípio, planejar irradiar um volume

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geometricamente maior que o CTV. O PTV é o CTV mais as margens de

erros, no qual podem estar inclusos, portanto:

O movimento do tecido que contem o CTV (ex.: respiração) e também

o movimento do paciente;

A variação no formato do tecido que contém o CTV (ex.: diferentes

níveis de repleção, enchimento, da bexiga);

As variações das características geométricas do feixe (tamanho do

feixe, angulações, etc.).

O PTV tem o formato geométrico parecido com o do CTV, só que maior em

escala para assegurar que todos os tecidos inclusos no CTV estão recebendo a

dose prescrita. O PTV está relacionado com os campos de radiação através do seu

sistema de coordenadas, isto é, tatuagens, plano dos lasers, distância foco pele, etc.

Abaixo um exemplo dos GTV, CTVI, CTVII e PTV para um câncer de pulmão,

onde foram delimitados em uma radiografia Ant./ Post.

3. RADIOCIRURGIA

A radiocirurgia é um procedimento que permite uma cirurgia cerebral não

invasiva, ou seja, sem a abertura do crânio, por meio de feixes de radiação. É uma

nova técnica que é usada pra destruir, por meio de dosagem precisa de radiação,

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tumores intracranianos que poderiam ser inacessíveis ou inadequados para cirurgia

aberta. Existem muitas doenças do cérebro nas quais o tratamento cirúrgico

convencional é difícil ou tem muitas consequências deletérias para o paciente,

devido às artérias, nervos, e outras vias estruturais danificadas.

Radiocirugiões fazem uso de instrumentos complexos altamente sofisticados

e precisos, tais como dispositivos estereotáxicos, aceleradores

lineares, computadores e feixes a laser. Nos últimos dez anos, a radiocirurgia tem

sido usada como primeira abordagem, por exclusão ou falhas de outras técnicas, ou

como suplementos delas, tais como outros tipos de cirurgia cerebral, quimioterapia e

radioterapia. Os alvos de radiação altamente precisos dentro do cérebro são

planejados pelo cirurgião com base em imagens, tais como tomografia

computadorizada, ressonância magnética, e angiografia do cérebro. A radiação é

aplicada vindo de uma origem externa, sob orientação mecânica precisa por um

equipamento especializado. Muitos feixes são colimados (dirigidos) e centralizados

na lesão intracraniana a ser tratada. Desta forma, os tecidos saudáveis ao redor da

área-alvo são preservados.

Pacientes podem ser tratados em um dia de estadia no hospital, ou não

precisam nem mesmo estar internados. Por comparação, a estadia média no

hospital para uma craniotomia (neurocirurgia convencional requerendo a abertura do

crânio) é aproximadamente 16 dias. O custo da radiocirurgia é aproximadamente o

mesmo que o da cirurgia convencional, mas ele evita mortalidade, dor e

complicações pós-cirúrgicas, tais como hemorragia e infecção. O período de

recuperação é mínimo, e no dia seguinte ao tratamento, o paciente pode retornar ao

seu estilo de vida normal, sem qualquer desconforto. Então, a comunidade ganha

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muitos benefícios socioeconômicos. A maior desvantagem da radiocirurgia em

relação à craniotomia (cirurgia aberta) é a duração do tempo requerido para alcançar

os efeitos desejados, enquanto o seu caráter não invasivo é talvez a maior

vantagem.

A radiocirurgia emergiu como resultado de muitos desenvolvimentos que

ocorreram nos campos da neuroimagem e radiocirurgia, e continua a expandir suas

áreas de aplicação na neurocirurgia, oncologia (câncer), cirurgia de cabeça e

pescoço, e outras especialidades.

3.1HISTÓRICO

A radiocirurgia começou com o Dr. Lars Leksell do Instituto de Karolinska, em

Estocolmo, Suécia, no começo dos anos 50, em desenvolvimento conjunto com

Borje Larsson, da Universidade Upsalla. Leksell usou partículas pesadas, prótons,

para irradiar lesões tumorais.

Nos anos 60, o "gamma knife", um novo

dispositivo exclusivo para radiocirurgia, o qual

consiste de fonte radioativa de Cobalto-60 colocado

em um tipo de capacete com canais centrais para

irradiação. Na última versão deste dispositivo, 201

fontes de cobalto radiativo geram radiação gama em direção ao centro de um

capacete, onde a cabeça do paciente é inserida.

A fim de encontrar alta precisão no posicionamento

da cabeça do paciente, ele é primeiro colocado em um

quadro rígido de referência chamado

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dispositivo estereotáxico. Este equipamento usa um sistema de coordenadas

geométricas para cada estrutura do cérebro, tal que o cirurgião sabe precisamente,

com a ajuda de um atlas, onde é o ponto onde os raios gama devem convergir. O

quadro estereotáxico se ajusta então dentro do capacete.

O "Gama-knife" é usado em quatro continentes para realizar aquilo que é

chamado neurocirurgia estereotáxica funcional, e para irradiação superseletiva de

tumores e malformações arteriovenosas.

Outro tipo de radiocirurgia que tem causado grande

disseminação na neurocirugia foi introduzida por Betty e

Colombo, na metade dos anos 80, utilizando aceleradores

lineares médicos comerciais, disponíveis para terapia por

radiação em oncologia (o chamado Linac).

Este sistema difere do gama-knife sobre os feixes

de radiação liberados na cabeça do paciente. De uma maneira similar, o

estereotáxico é usado para fornecer coordenadas geométricas de referência, mas os

feixes de radiação são emitidos por uma única fonte que roda lentamente

circundando a cabeça do paciente.

Finalmente, em avançados centros médicos, tais como em Boston e na

Califórnia, os aceleradores de partículas construídos para realizar pesquisa em física

de alta energia, são usados desde a década de 60 para o tratamento de tumores

cerebrais e mal formações artério-venosas. Um tipo de radiocirurgia experimental

que ainda utiliza um reator nuclear para a fissão atômica do urânio é a 'Terapia de

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Captura por Neutrons' (TCN) que começou nos EUA no Instituto de Tecnologia de

Massachussetts nos anos 60, com resultados não promissores.

Nos dias de hoje, esta terapia é realizada como uma pesquisa clínica

avançada, devido ao progresso e aos resultados obtidos no Japão pelo Dr. Hiroshi

Hatanaka. Ele usou TCN em mais de 100 casos no tratamento de tumores malignos

e mal formações arteriovenosas gigantes. Em poucos meses, alguns centros

europeus, americanos e australianos devem começar atividades clínicas com TCN.

3.2COMO FUNCIONA

O principal fundamento da radiocirurgia é aquele da ionização seletiva sobre o

tecido a ser operado, por meio de feixes de radiação de alta energia. A ionização é a

produção de íons orgânicos que geralmente são deletérios às células, por formar

radicais livres que são danosos à membrana celular e nuclear, e mesmo à cadeia de

RNA e DNA das células, produzindo um dano irreparável a estas estruturas e então

à morte da célula. Então, a inativação biológica é realizada em um volume de tecido

a ser tratado, com um efeito destrutivo preciso. A dose de radiação absorvida pela

massa de tecido tratado é que define o grau de inativação biológica. Ele geralmente

é medido em unidades de Gray, a quantidade de energia definida por um joule por

kilo de massa.

A fim de executar uma terapia satisfatória, o neurocirurgião, assistido por

físicos especializados em medicina nuclear, escolhe o melhor tipo de radiação a ser

usada, e como ela será liberada. Geralmente, a dose total de radiação requerida

para matar um tumor, por exemplo, não é liberada em uma única sessão massiva

porque isto causaria efeitos colaterais indesejáveis sobre o paciente. Ao contrário,

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ele é dividido em várias sessões de duração menor e dose de energia, em um

procedimento chamado dose fracionada. Mesmo quando administrada em intervalos

de vários dias entre elas, o efeito ionizante se acumula no tecido, alcançando então,

os mesmos resultados com consequências menos indesejáveis para o paciente. A

fim de planejar a incidência de radiação e dosagem, os físicos desenham esboçando

linhas de intensidade igual de radiação sobre a cabeça do paciente (isto é chamado

de mapa de isodose). Informação sobre a localização de tumores é obtida de uma

série de tomografias computadorizados, os quais são então alimentados

por software computadorizados de planejamento.

Existem dois tipos de radiações usadas em radiocirurgia: nêutrons e raios

gama. O primeiro tipo de radiação é compreendido por raios gama, os quais são

feixes de fótons de alta energia que interagem com a coroa de elétrons dos átomos

que compõem o tecido irradiado, ionizando-os. Radiação gama é usada no

dispositivo gamma-knife, onde eles são produzidos por feixes fixos de cobalto

radiativo.

Eles também são usados em radiocirugia executada

em um acelerador linear, a fonte sendo agora um

dispositivo comercial médico de uso universal na

radioterapia. O linac consiste de um tubo emissor de

raios gama, com uma energia de 4, 6 ou 18 milhões

de elétron-volts (MeV).

A cabeça de emissão (chamada "gantry") é

mecanicamente rodada ao redor do paciente, em um círculo

completo. A cama onde o paciente se deita, pode também

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ser movida em estágios lineares ou angulares. A combinação dos movimentos do

gantry e a cama tornam possíveis o planejamento computadorizado do volume do

tecido cerebral o qual irá ser irradiado. Dispositivos com uma energia de 6 MeV são

mais adequados para o tratamento do cérebro, devido ao menor volume a ser

irradiado. Além disso, o diâmetro do feixe de energia deixando a cabeça de emissão

pode ser ajustado ao tamanho da lesão por meio de colimadores (um orifício com

diferentes diâmetros, variando de 5 a 40 mm, em passos de 5 mm).

O segundo tipo de radiação é usada na terapia por captura de nêutrons

(TCN). O processo de absorção de radiação que acontece aqui é descrito em física

como efeito "Bragg-peak". Uma pilha nuclear é usada para irradiar a cabeça do

paciente com nêutrons pesados. Os nêutrons deixam a pilha através de um conduto

chamado "porta médica". Ao chegar à região-alvo do cérebro, os nêutrons colidem

com os núcleos dos átomos-alvo na área a ser tratada. A fim de alcançar energia

máxima, são usados átomos de boro. Eles são absorvidos por células cancerosas

no cérebro, quando realizados por uma subst6ancia especial que é injetada na

circulação sanguínea do paciente. A fissão nuclear dos átomos de boro liberam,

então, os prótons (chamados partículas alfa), conduzindo à ionização e à morte das

células "más". Tudo isto acontece dentro de um círculo com um raio de 0.01 mm

circulando o átomo fissionado, alcançando um alto grau de ionização nesta região.

A seleção do tipo apropriado de radiação e dispositivo dependem de muitos

fatores. Radiocirurgia por Gamma-knife é aplicada em

isocentros com mais de 30 mm de diâmetro, que

funcionam melhor para pequenas lesões.

Aceleradores lineares alcançam isocentros com mais de 40 mm de diâmetro. Com

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ciclo de prótons, as lesões tratáveis podem ter mais que 100 mm de diâmetro,

enquanto que, na terapia por captura de nêutrons, o campo pode ser toda a cabeça.

4. IMRT (RADIOTERAPIA COM INTENSIDADE MODULADA)

A Radioterapia de Intensidade Modulada – IMRT é uma avançada modalidade

de tratamento altamente preciso que permite administrar altas doses de radiação

aos volumes-alvos, quer seja tumores grosseiros principais, visíveis em exames de

imagem (GTV), que seja em regiões de alta probabilidade de dispersão celular

(CTV), minimizando as doses nos tecidos normais adjacentes de forma muito eficaz.

Tomografias Computadorizadas de Planejamento (TC) são enviadas a

modernos sistemas de planejamento 3D para definição dos volumes-alvos e órgãos

de risco. Para auxiliar nesse processo, outras modalidades de imagens podem ser

requeridas, como Ressonância Nuclear Magnética (RNM) ou Tomografia por

Emissão de Pósitrons (PET) e PET 4D, que são fundidas com a Tomografia de

Planejamento.

O planejamento é feito de uma maneira inversa, na qual são prescritas aos

volumes-alvo doses mínimas e máximas necessárias ao controle tumoral, além de

serem prescritas também doses máximas aos órgãos de risco, com base em

restrições bem estabelecidas de probabilidade de complicações. Com isso, a

distribuição de dose ajusta-se mais precisamente em torno do tumor ou em volumes-

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alvo em três dimensões, por meio da modulação ou do controle da intensidade da

radiação em pequenos múltiplos volumes de cada campo.

Em geral, é utilizado cerca de cinco a nove campos de radiação, orientados

em torno do paciente e administrados em aceleradores lineares com Sistemas de

Colimação de Múltiplas Folhas – MLC. O paciente permanece imóvel sobre uma

mesa de tratamento e são feitas imagens para servir de guia na localização precisa

do paciente em relação às imagens de referência (IGRT) e para a visualização das

estruturas internas, que em alguns casos podem ser volumes móveis, como a

próstata.

Como é possível reduzir a razão de dose e o volume irradiado em tecidos

normais, muitas vezes é permitido administrar doses maiores e mais efetivas aos

tumores com poucos efeitos colaterais, se comparados com técnicas de radioterapia

convencional.

Atualmente, a IMRT é indicada principalmente para o tratamento de tumores

de próstata e de cabeça e pescoço, tumores ginecológicos, gastrointestinais e

tumores do sistema nervoso central. Esse tipo de terapia também pode ser um

poderoso aliado no tratamento de tumores pediátricos, devido à alta capacidade de

redução de dosagem em tecidos sadios.

Trata-se de uma técnica altamente complexa, na qual um grande número de

profissionais são envolvidos, como: radioterapeuta, físicos-médicos, dosimetristas,

técnicos de radioterapia e enfermeiros.

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A complexidade do processo implica na verificação precisa da dose que será

administrada ao paciente, por meio de controles de qualidade executados pelo

físico-médico, para cada plano.

5. BRAQUITERAPIA

A braquiterapia é um tipo de radioterapia cuja fonte de radiação ionizante é

aplicada próxima ou bem próxima à superfície corporal a ser tratada, ou ainda

inserida no interior do processo tumoral maligno.

Pode-se classificar a braquiterapia, didaticamente, em função do local de

posicionamento das fontes radioativas:

Intracavitária: A fonte é inserida no interior de uma cavidade. Exemplo:

tratamentos ginecológicos – câncer de colo de útero.

Ilustração de um tratamento intracavitário ginecológico

Intersticial: A fonte é inserida no interstício tumoral, por meio de cateteres

ou agulhas próprias. Exemplo: tratamento realizado em tumores de mama.

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Endoluminal: A fonte de tratamento se encontra na luz de determinado

órgão ou estrutura tubular. Exemplo: tratamento de câncer de brônquios

do esôfago, de ductos biliares, etc.

Esquema representativo de um tratamento endoluminal em brônquios / pulmão

Superficial: A fonte de tratamento se encontra justaposta, em contato com

a pele a ser tratada. Utilizam-se moldes ou placas, onde os cateteres de

tratamento são inseridos.

5.1PRINCIPAIS FONTES

A Braquiterapia utiliza isótopos radioativos em contato direto com o tumor.

Também é conhecida como Curieterapia e é empregada em cerca de 15% dos

pacientes que se submetem a radioterapia. O domínio das dificuldades de proteção

à radiação aliado às facilidades operacionais resultantes da incorporação dos

avanços da informática tem renovado o interesse nesta forma de radioterapia

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possibilitando a sua utilização em maior número de pacientes com melhora dos

resultados terapêuticos.

Usada para tratamentos de câncer na cavidade uterina, devido principalmente

a rigidez dos aplicadores utilização dela teve sua origem na descoberta do rádio

(Ra226) por Marie e Pierre Curie em 1898. O Ra226 é um isótopo radioativo natural

da série do Urânio e seu principal nuclídeo filho é o radônio (Rn222), isótopo

radioativo encontrado na natureza em estado gasoso.

Nos anos 60, novas fontes foram manufaturadas, a partir de reatores

nucleares, e destinadas a aplicações médicas. Assim, estas fontes radioativas

artificiais que oferecem maior segurança, do ponto de vista da radioproteção para o

paciente e para os trabalhadores expostos, substituíram rapidamente o Ra226 em

tratamentos de braquiterapia.

O césio (Cs137) e mais recentemente o irídio 192 (Ir192) tornaram-se

populares em tratamentos da cavidade uterina e vagina, enquanto que o iodo 125

(I125), ouro 198 (Au198), Ir192, paládio 103 (Pa103) entre outros, estão disponíveis

para implantes em tecidos, tais como: próstata, mama, cérebro e outros.

Adicionalmente, programas de computador foram desenvolvidos para estimar de

forma precisa a distribuição da dose de radiação para fontes cuja localização

geométrica no paciente pode ser determinada através de imagens radiográficas ou

CT. 

5.2LDR E HDR

Baixa taxa de dose (low dose rate - LDR): permite tratamentos com taxas

de dose abaixo de 200 cGy/h. Em geral, são realizados em uma única aplicação

com liberação da dose ao longo de horas ou dias. Requer internação e isolamento

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do paciente em quarto próprio, mantendo contato apenas com os profissionais do

serviço de radioterapia, demandando maiores cuidados em relação à proteção

radiológica.

Alta taxa de dose (high dose rate - HDR): A taxa de dose empregada é

superior a 1200 cGy/h. Com isso, as aplicações são rápidas e o tempo total de

tratamento é muito menor (minutos) do que o da braquiterapia convencional de baixa

taxa de dose. O mesmo pode ser realizado de forma ambulatorial, minimizando

muito a internação e o isolamento prolongado do paciente, bem como problemas de

proteção radiológica.

Nos dias atuais, a braquiterapia de alta taxa de dose com fonte de Ir192,

conhecido como “high dose rate” (HDR) está se consolidando como principal

alternativa ao tratamento complementar de radioterapia, denominado tecnicamente

como “boost”, para vários tipos de tumores entre os quais podemos citar: tumores de

próstata, mama, canal anal, colo uterino, cabeça e pescoço entre outros. 

A vantagem da braquiterapia de HDR com controle remoto

computadorizado reside na deliberação precisa da dose de radiação no tumor ou

volume alvo e controle da radiação que chega a outros órgãos ou tecidos próximos,

fato este que permite uma melhor qualidade do tratamento com redução dos efeitos

colaterais.

5.3ESTRATEGIAS DE BRAQUITERAPIA

Pré-carga manual: o material radioativo é colocado manualmente no

aplicador que é posteriormente inserido no tecido alvo. São exemplos deste

tratamento os antigos aplicadores ginecológicos com fonte ativa nos próprios

ovoides e na sonda intrauterina.

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Carregamento postergado (afterloading) manual: os cateteres ou

aplicadores são colocados no paciente e, então, o material radioativo é inserido

manualmente nesses aplicadores. Exemplo braquiterapia intracavitária com 226 Ra

e com 137 Cs e braquiterapia intersticial em próstata com 125 I, ambas de baixa

taxa de dose.

Carregamento postergado remotamente controlado (remote afterloading):

os cateteres ou aplicadores são colocados no paciente e, então, o material

radioativo é inserido mecanicamente nesses aplicadores, por meio de controle

remoto. Todos os equipamentos de HDR são deste tipo.

Aparelhos de braquiterapia de alta taxa de dose, Microselectron®.

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REFERENCIAS

http://www.inca.gov.br/pqrt/download/tec_int/pqrt_man_tec_rdtrp.pdf

http://www1.inca.gov.br/pqrt/download/trab/

desenvolvimento_sistema_controle_qualidade_radioterapia_intensidade_mod

ulada_roberto_salomon_souza.pdf

http://www.cerebromente.org.br/n02/tecnologia/radiocirurg.htm

http://www.inca.gov.br/pqrt/download/trab/

dissertacao_mestrado_victor_gabriel_leandro_alves.pdf

Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO - Cursos Online: Mais de 900 cursos online com

certificado

http://www.portaleducacao.com.br/fisioterapia/artigos/6875/

braquiterapia#ixzz2EAuSeRRG

http://www.einstein.br/Hospital/oncologia/nossosservicos/radioterapia/

tecnicas-e-equipamentos-disponiveis/Paginas/radioterapia-com-intensidade-

modulada-imrt.aspx