Raquel Tardin

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ordenação sistemática da paisagem

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  • Simpsio Temtico: Arquitetura, Urbanidade e Meio Ambiente

    Ordenao Sistmica da Paisagem

    Raquel Tardin Arquiteta e Urbanista

    Doutora pela Universidad Politcnica de Catalua Barcelona

    Professora e pesquisadora do Programa de Ps-Graduao em Urbanismo - PROURB

    Faculdade de Arquitetura e Urbanismo

    Universidade Federal do Rio de Janeiro

    Resumo

    Este artigo pretende apresentar a ordenao fsica da paisagem a partir da

    concepo desta em sistema, onde se apresentam as relaes entre os sistemas da

    paisagem e a participao social como diretrizes para a estruturao de

    intervenes urbanas.

    Os sistemas da paisagem, seja o urbano, o biofsico, o sociocultural ou o

    econmico, so entendidos como base para a compreenso e a anlise desta que,

    junto participao social, como designao coletiva dos cidados sobre o destino

    de sua paisagem, possibilitam realizar uma profcua interface com rebatimentos na

    determinao de diretrizes para as normativas estabelecidas pelos planos e projetos

    urbanos.

    Acredita-se que a interface entre a participao social e os argumentos

    tcnicos provenientes da anlise dos sistemas da paisagem, onde natureza e cultura

    podem ser entendidas a partir de uma relao sinrgica no processo de contnua

    construo da paisagem, pode gerar subsdios para estabelecer um dilogo entre os

    distintos atores sociais e supor rebatimentos nas definies das intervenes

    urbansticas.

    Pode-se observar que o crescimento urbano dos municpios brasileiros, na

    grande maioria dos casos, nas ltimas dcadas, vem se defrontando com srios

    problemas de ordenao, com assentamentos que se desenvolvem

    desordenadamente, sem um plano coeso de desenvolvimento. Isto permite pensar

    que a ordenao da paisagem pode ter um papel fundamental, dentro da inteno

  • de preservao de seus importantes atributos, atravs de atuaes urbansticas

    baseadas em valores que respeitem a paisagem, e tambm valorizem e forneam

    alternativas de interveno que contribuam para a realizao de suas dinmicas e a

    preservao de seus recursos de modo inovador e sustentvel, a partir das

    demandas coletivas.

    Abstract

    This article aims to present the landscape ordering based on the landscape

    as a system, pointing out the relations between the systems of the landscape and

    social participation as guidelines for the structuring of urban interventions.

    The systems of the landscape: urban, biophysical, sociocultural or economic,

    are understood as the basis for the understanding and analysis of the lndscape,

    together with social participation, as a collective designation from the citizens over

    the destination of their landscape, what make possible a fruitful interface with

    repercussions on the determination of guidelines for the regulations established by

    plans and urban projects.

    It is believed that the interface between social participation and the

    arguments from the technical analysis of the systems landscape, where nature and

    culture can be understood from a synergistic relationship in the process of

    continuous construction of the landscape, can generate information to establish a

    dialogue between different social actors and propose repercussions on the

    definitions of urban interventions.

    It can be observed that the urban growth of municipalities in Brazil, in most

    cases in recent decades, has been facing serious problems of ordering, with

    settlements without a cohesive plan of development. This would suggest that the

    ordering of the landscape may have a key role within the intention of preserving their

    important attributes, through urban interventions based on values that respect the

    landscape, and also enhance and provide alternatives actions that contribute to the

    performance of the landscape dynamics and the preservation of its resources in

    innovative and sustainable way, from the collective demands.

    Palavras-chave

    Ordenao da Paisagem, Sistemas da Paisagem, Participao Social.

  • Introduo

    Este artigo reclama a considerao da paisagem em sistema como diretriz

    para sua ordenao fsica e como vertente estratgica para as intervenes

    urbansticas, seja em plano ou em projeto, apresentando-se como oportunidade de

    (re)estruturar o crescimento e a qualidade do ambiente urbano.

    Considera-se a paisagem como artefato construdo pelo homem sobre uma

    natureza primeira, em sentido concreto, de construo em si mesma, assim como

    em sentido figurado, de leitura com significao prpria para cada lugar e para cada

    comunidade, de acordo com as prticas passadas desta comunidade e seus anseios

    futuros (Cosgrove, 1984).

    Deste modo, podemos entender a paisagem como a transformao da

    natureza pelo homem de acordo com uma inteno. Essa noo encerra a

    compreenso da natureza como desprovida de inteno, que derivaria da

    interpretao humana sobre seu meio, das relaes entre sociedade e natureza.

    Entretanto, ao mesmo tempo em que condiciona a transformao do meio, a

    inteno por esse influenciada. Ou seja, a prpria inteno est entranhada no

    processo de transformao.

    Neste sentido, reconhecer a paisagem, em ltima instncia, reconhecer

    aquilo que determina e determinante de quem somos como coletividade. a

    considerao da paisagem como bem coletivo, como recurso coletivo, como a

    manifestao coletiva sobre o territrio fsico/funcional, que lhe d carter e a esse

    se soma, conformando a paisagem que deriva da cultura humana sobre a natureza,

    a paisagem cultural. As paisagens so nicas, resultantes de um conjunto de

    variveis relacionadas que participam em sua formao, de modo que cada

    paisagem o resultado da manifestao dinmica da interao homem_natureza ao

    longo do tempo.

    A paisagem urbana pode ser representada por elementos fsicos, processos

    de distintas naturezas, entre eles os biofsicos, urbanos, sociais, culturais e

    econmicos, relaes que se estabelecem entre esses elementos e interpretaes

    variadas sobre estes, consistindo um sistema complexo em contnua construo,

    entre passado, presente e futuro, sempre relativo a um olhar e a um tempo de

    leitura. Deste modo, a leitura da paisagem faz-se simultaneamente em diferentes

    nveis ou escalas, tambm pelos percursos e seqncias, pela vivncia individual e

  • coletiva, e pelo tempo.

    Um sistema visto como um conjunto de elementos passveis de

    estabelecer inter-relaes, fsicas, funcionais, e relativas vivncia da paisagem,

    abertas e intricadas entre si, com seu entorno, e com as pessoas que o vivenciam.

    Para a configurao de um sistema importante reconhecer os elementos

    componentes, os processos aos quais esto submetidos e as relaes que

    estabelecem entre eles e com seu entorno, sob influncias mtuas e em relativa

    autonomia (Santos, 2002; Folch, 2003; Tardin, 2008).

    A compreenso da paisagem se faz atravs da percepo dos seus

    elementos morfolgicos organizados entre si. atravs da percepo e estruturao

    de formas de distintas dimenses e naturezas que compreendemos uma

    paisagem, assim como suas relaes espaciais, funcionais e de vivncia.

    Percebemos, assim, que existe uma grande interdependncia entre as diversas

    dimenses da paisagem e, por conseguinte, entre seus elementos.

    Neste contexto, a identificao dos elementos e processos estruturantes da

    paisagem urbana pressupe conhecer quais as partes que a formam e o modo

    como podem se estruturar nas diferentes escalas entre territrio e cidade. Sabendo-

    se que as organizaes entre os elementos e os processos da paisagem podem ser

    infinitas, iguais ao nmero de paisagens possveis. Fisicamente, poderamos

    entender a paisagem urbana a partir de suas partes ocupadas pelos assentamentos

    e infra-estruturas e as livres de ocupao.

    A observao da paisagem urbana em sistema, entre espaos livres e

    ocupados, permite entender o modo como esta vem sendo construda, os

    elementos, os processos e as relaes que se estabeleceram no tempo, a vivncia

    atual e as intenes futuras, essenciais para a determinao de sua ordenao.

    Considerando que o crescimento das cidades brasileiras se d,

    freqentemente, de modo extensivo, sem estabelecer estreitas relaes com a

    paisagem, esta tende a no ter seu valor reconhecido como lugar de manuteno e

    desenvolvimento de processos de distintas ndoles, que influenciam na qualidade

    final da cidade que se gera, e que podem direcionar a construo urbana e a

    otimizao dos recursos do territrio, validando os anseios coletivos e favorecendo a

    qualidade de vida local, dentro de um processo de crescimento urbano, em muitos

    casos, ainda passvel de redirecionamento.

    Falar da paisagem urbana e de seus elementos estruturantes, em ltima

    instncia, implica falar de uma paisagem integrada, com ateno paisagem local e

  • territorial, ao mesmo tempo, e aos elementos, processos e relaes que as

    compem, onde, fisicamente, espaos livres de ocupao urbana e espaos

    ocupados compem um todo sistmico.

    Observar antes para intervir depois, reconhecer e analisar a paisagem

    urbana em sistema e atravs do olhar de seus cidados, e tom-la, em sua

    complexidade, como estruturadora de intervenes urbansticas, rumo construo

    de cidades mais equilibradas e coesas. No intuito de explicitar tal abordagem, este

    artigo est composto por trs partes, a saber: 1 Paisagem Urbana e Sistemas; 2

    Sistemas da Paisagem e Interveno Urbanstica: Argumentos Tcnicos; 3

    Participao Social e Argumentos Tcnicos: Possibilidades de Propostas de

    Interveno.

    Paisagem Urbana e Sistemas

    Conhecer os elementos e processos que compem a paisagem urbana e as

    relaes que estabelecem entre eles de suma importncia, pois significam a

    possibilidade de conhecer cada escala da paisagem e suas peculiaridades, e como

    sua anlise e avaliao podem ser importantes como diretriz para sua ordenao e

    a definio das intervenes urbanas. Descobrir os significados dos elementos e

    processos da paisagem nos faz pensar em possibilidades de interveno que visem,

    sobretudo, o equilbrio entre as necessidades coletivas e os recursos dessa, o que

    significaria a possibilidade de habitar, viver e projetar de acordo com as

    necessidades de cada pedao do territrio e de suas comunidades.

    Entre os sistemas da paisagem urbana podemos identificar:

    O Sistema urbano, que consiste, basicamente, nos elementos e

    processos relacionados com a urbanizao (infra-estruturas,

    assentamentos e espaos livres), nos usos estabelecidos sobre estes

    e na legislao urbana. So as partes da cidade que conformam sua

    estrutura espacial e funcional, essenciais para a vida urbana (Font et

    al, 1999; Salvador Palomo, 2003, Tardin, 2008; entre outros).

    O Sistema biofsico, que est relacionado com os processos naturais:

    a vegetao, a fauna, a gua, a topografia, os solos, o clima, etc.

    Consiste nos elementos necessrios para o desenvolvimento dos

    processos naturais, como por exemplo: as comunidades vegetais, a

    topografia, a edafologia, os sistemas hdricos (McHarg, 1969;

  • Gambino, 1992; Forman, 1995; entre outros).

    Os sistemas sociocultural e econmico, relacionados com o modo

    de vida de uma comunidade e seus valores, com a percepo que os

    cidados de determinado lugar tm sobre este. Estes valores estaro

    presentes nas artes (arquitetura, msica, pintura, escultura, etc,), nas

    tcnicas e cadeias de produo, na distribuio e consumo de bens,

    nas religies, filosofias de vida, etc. So valores e significados

    atribudos estrutura fsica da paisagem, seguidas de suas

    respectivas repercusses nas relaes humanas, funcionais e

    espaciais (Dematteis, 1995; Cosgrove, 1984; Folch, 2003; entre

    outros).

    Por outro lado, considerar o tempo na anlise dos distintos sistemas

    significa compreender que a paisagem o resultado de processos temporais,

    espaciais, funcionais e da interpretao do homem sobre o seu meio, segundo suas

    necessidades e seus modos de vida. Ou seja, os valores de cada sociedade vo

    mudando com o tempo, na tentativa de ordenao de seu meio fsico, que tambm

    mutante. Neste sentido, o conhecimento da histria da transformao dos sistemas

    ao longo do tempo implica a possibilidade de compreenso das origens dos

    problemas e potencialidades que apresentam no presente.

    A anlise dos sistemas da paisagem permite a extrapolao das fronteiras

    fsicas que delimitam os espaos e conduz percepo de que os conjuntos

    formados esto intimamente integrados e definitivamente associados, tanto urbanos

    como biofsicos ou socioculturais. A esta possvel leitura dos sistemas da paisagem,

    interessa a apreenso da vivncia integral da paisagem, que no seccionada por

    fronteiras rgidas, ao contrrio, apresenta uma grande fluidez entre elementos,

    processos e escalas.

    Deste modo, a experincia da paisagem pressupem o conhecimento dos

    seus diversos sistemas, a sua articulao e desagregao sucessivas em seu

    processo de formao e transformao, com total independncia de limites abstratos

    assentados sobre estes, como so, por exemplo, os limites administrativos. Isto

    significa compreender e atuar sobre a paisagem de modo a reconhec-la em seu

    cerne, seus meandros, suas marcas, sua estrutura, seu corpo e, sobretudo, seus

    processos sistmicos.

  • Nas paisagens urbanas, os sistemas compem, deste modo, um s

    sistema, que deve ser levado em conta tanto para a compreenso e avaliao da

    paisagem quanto para a interveno em sua estrutura interna, de modo a

    proporcionar-lhe um movimento contnuo que lhe permita o desenvolvimento das

    dinmicas das partes em constante interao, ao longo do tempo. Nesta direo, a

    conquista deste movimento contnuo e sustentvel, considerando a sustentabilidade

    como o consumo respeitoso dos recursos do territrio, mantendo suas funes e

    sua distribuio eqitativa no espao e no tempo (Rogers, 2000; Folch, 2003; entre

    outros), envolveria a aplicao de conceitos como:

    Diversidade O grau de coexistncia e inter-relao entre distintos

    elementos e processos, naturais e humanos, de modo a manter sua

    integridade fsica e funcional no espao e no tempo.

    Equidade O grau de distribuio dos recursos da paisagem de modo a

    manter sua diversidade, considerando-se os custos e benefcios deste

    processo.

    Eficincia O grau de otimizao da utilizao dos recursos da paisagem

    de modo a manter sua diversidade e equidade, considerando-se os custos

    e benefcios deste processo.

    A aplicao destes conceitos pode denotar determinada qualidade da

    paisagem, como o grau de congruncia entre as dimenses desta em cada sistema

    em interao com os demais, com relao a: ESPAO / FUNO / VIVNCIA /

    TEMPO. Com base nestes valores busca-se a determinao da qualidade da

    paisagem como meta a ser conquistada, como premissa para argumentos tcnicos

    que nortearo a ordenao fsica da paisagem e seus rebatimentos em intervenes

    urbansticas sobre os espaos livres e ocupados. Estes se referem, entre outros, a:

    Valorizao das condies de preservao, necessrias para a manuteno

    dos elementos e processos naturais.

    Valorizao da incluso social no acesso aos recursos que a cidade

    oferece, sobretudo os servios e equipamentos pblicos aliados a

    condies satisfatrias de moradia e acessibilidade viria.

    Valorizao das populaes tradicionais locais e suas condies de vida, e

    preservao das manifestaes culturais do lugar.

  • Valorizao de uma economia sustentvel e solidria, pensada a partir de

    cadeias produtivas social, cultural, biofsica e economicamente inclusivas.

    Valorizao de uma ocupao urbana voltada para a construo otimizada

    de infra-estruturas, e para propostas de usos do solo, de edificaes e de

    espaos livres que possam ser resultado da interface entre os sistemas da

    paisagem e a potencializao de seus atributos.

    Sistemas da Paisagem e Interveno Urbanstica: Argumentos Tcnicos

    A ordenao fsica da paisagem de modo sistmico significa intervir na

    paisagem, moldar a paisagem, estabelecer a arquitetura da paisagem em sentido

    amplo, com a considerao de que a paisagem algo mutante, em movimento, viva,

    multiescalar, multidisciplinar e multitemporal. Onde importante considerar que a

    paisagem est composta por sistemas integrados e, ao mesmo tempo, interligados e

    inter-relacionados, cuja articulao uma condio fundamental para que as partes

    possam desenvolver-se plenamente. Assim, as relaes, sejam espaciais,

    funcionais ou de vivncia da paisagem, podem significar indcios para a anlise e

    para a ordenao fsica da paisagem, com o rebatimento sobre as deliberaes das

    intervenes urbansticas nas definies dos elementos, dos espaos de transio

    entre os elementos e na composio dos conjuntos.

    A conformao de grande parte dos municpios brasileiros vem se dando

    atravs da aplicao de lgicas introvertidas e a produo de espaos que tendem a

    no se relacionar entre si, onde sistemas biofsicos e urbanos so vistos como

    antagnicos e so reflexos de uma leitura segmentada de ambas as partes, o que

    inclui segmentaes espaciais, funcionais e sociais.

    Esta realidade pode ser vista como produto de uma srie de fatores, como,

    por exemplo: a construo de infra-estruturas virias e de servios que pouco se

    relacionam com o entorno; a existncia de tipos de conjuntos edificados que, muitas

    vezes, no esto articulados entre si; a presena insuficiente de espaos livres

    pblicos urbanos que, muitas vezes, tendem ao esvaziamento; a existncia de

    unidades de conservao concebidas como santurios da natureza e, portanto,

    voltadas para dentro de si mesmas; a no considerao dos anseios cidados, em

    muitos casos, etc.

    Muitos dos efeitos desta realidade se devem s posturas assumidas pelo

    planejamento urbano e ambiental, que, tradicionalmente, tendem, por um lado, a

  • incentivar a ocupao extensiva, e, por outro, proteo da natureza de modo

    estrito.

    Ao analisarmos o planejamento de nossas cidades, de modo geral,

    historicamente, este foi concebido tendo em vista a ocupao extensiva, sem a

    devida considerao dos distintos sistemas da paisagem como um todo que

    possibilita a vida humana. Alm disso, os planos, ao centrar-se na ocupao urbana,

    tendem a considerar a legislao ambiental e suas restries como limites

    ocupao urbana, que se constri, deste modo, como um negativo daquela. Nesta

    dinmica, as lgicas da ocupao urbana se justapem s lgicas da legislao

    ambiental e, nem uma nem outra tende a incorporar um raciocnio sistmico sobre

    suas deliberaes, a partir da inter-relao entre partes ocupadas e no ocupadas e

    seus respectivos atributos, quais sejam: urbanos, biofsicos, socioculturais ou

    econmicos.

    Nesta perspectiva, fisicamente, h o predomnio de parcelas protegidas da

    natureza e das reas j ocupadas, junto a previses de novas ocupaes urbanas.

    Este processo, por um lado, no considera o potencial dos espaos livres no

    protegidos como elementos importantes para a realizao das dinmicas dos

    sistemas da paisagem, sejam biofsico, urbano, sociocultural ou econmico, e

    deveriam ser preservados em meio a uma possvel ocupao urbana. E, por outro

    lado, passa despercebida a necessidade de se determinar, controlar e gerir a

    construo de uma ocupao urbana que seja mais acorde com os valores humanos

    e com os sistemas da paisagem.

    O sistema de espaos livres assume grande importncia na ordenao da

    paisagem ao possibilitar a relao direta e a integrao entre o edifcio e a via, a

    relao entre edifcios, a articulao de assentamentos, a presena da vegetao e

    da gua urbana em conexo direta com estes elementos na escala do territrio, as

    manifestaes sociais, a percepo das partes da cidade e sua inter-relao, a

    explorao dos recursos, seja pelo turismo, a pesca, a agricultura, entre outras

    possibilidades.

    Neste marco, a compreenso da natureza complexa da paisagem urbana

    fundamental para sua construo, de modo que ocupao urbana e espaos livres

    componham um todo, e a ordenao destes em sistema possam intervir

    substancialmente na definio da ocupao urbana e vice-versa. Ordenar a

    paisagem de modo sistmico, atravs da relao entre os seus processos e no por

    partes. Entender o no ocupado junto ao ocupado, salva-guardando a primazia dos

  • valores coletivos, como pontos fixos das decises de ordenao da paisagem, com

    nfase na constituio de um sistema de espaos livres diretamente relacionado

    com o sistema de infra-estruturas e de assentamentos.

    Ou seja, prever os espaos livres com a inteno de proteger, definir e

    relacion-los com as vias e os assentamentos, sejam existentes ou por vir; prever as

    infra-estruturas virias, com a definio da rede viria e suas variaes, como lugar

    de fluxos entre as partes da ocupao urbana e os espaos livres e de acordo com

    os sistemas da paisagem; prever assentamentos que seguiriam uma ordenao de

    acordo com os sistemas da paisagem, como opo de reestruturao ou de

    ocupao consciente, diretamente relacionados com o sistema de espaos livres e

    as infra-estruturas virias.

    Ordenar os espaos livres de ocupao, como providncia primeira,

    significa determinar aqueles espaos onde no aconselhvel a ocupao,

    resguardando recursos coletivos de suma importncia relativos aos processos

    naturais, urbanos, sociais, culturais ou econmicos, de acordo com os valores

    considerados anteriormente. As restries em relao ocupao urbana dos

    espaos livres podem ser determinadas de acordo com implicaes como (Tardin,

    2008):

    A necessidade de desdobramento dos processos naturais, como os

    espaos e as conexes necessrias s dinmicas hdricas, de fauna e flora,

    dos solos, assim como a observao dos riscos que engendram tais

    dinmicas, como a possibilidade de inundao, desmoronamento ou

    deslizamento.

    As demandas relativas aos processos urbanos, como a limitao do

    permetro de ocupao, a necessidade da existncia de mais espaos livres

    em reas muito adensadas, a necessidade de espaos livres como

    elemento de articulao entre tecidos urbanos fragmentados entre si, que

    pouco se relacionam, a criao de algumas reservas de solo livre pblico

    para negociaes posteriores quanto ao desenvolvimento da ocupao

    urbana, por exemplo.

    As demandas relativas aos valores sociais, culturais e econmicos,

    ressaltados atravs de dados estatsticos e do processo de participao

    social, que permitem identificar a relao entre a comunidade e os espaos

    livres, a partir dos valores que a estes so designados, quais sejam:

    visuais, histricos, sociais, religiosos ou produtivos, por exemplo. Tais

  • valores possuem relevncia quanto ao uso e a distribuio destes espaos

    como uma maneira de equilibrar sua presena e as oportunidades de

    desenvolvimento de atividades que so a base da vida cotidiana de uma

    comunidade.

    Como resultado desta anlise podemos traar um diagnstico para os

    espaos livres, com a determinao de suas fortalezas e fragilidades. As fortalezas

    significam aquilo que deve ser preservado e desenvolvido, e suas fragilidades,

    aquilo que deve ser modificado, ou que no apresenta grande relevncia para a

    organizao do sistema. Isto permite identificar reas idneas para a preservao e

    outras mais propcias ocupao urbana, onde esta pode ser adequada presena

    dos espaos livres e seus atributos e vice-versa.

    Neste sentido, importante pensarmos a possibilidade de otimizao do

    sistema urbano existente relativo aos assentamentos e a importncia que possui no

    desenvolvimento das dinmicas dos sistemas da paisagem, atravs de aes que

    visem, entre outros fatores, a criao de novos ncleos que considerem tais

    dinmicas em seu processo de conformao e construo, e a reestruturao dos

    ncleos urbanos existentes. A criao de novos ncleos poderia incorporar a

    construo de assentamentos populares, o controle e o limite da expanso urbana,

    a definio dos padres de assentamentos com, por exemplo, a introduo dos

    elementos e processos naturais como estruturadores da ocupao, seja atravs da

    gua que definiria as principais conexes hdricas e virias, a vegetao que

    penetraria na ocupao e determinaria espaos em torno dos quais se estruturariam

    as edificaes. Por outro lado, a reestruturao dos ncleos urbanos existentes

    poderia contemplar a compactao desses, o aproveitamento dos equipamentos j

    existentes, a requalificao dos assentamentos degradados e a preservao do

    patrimnio construdo, entre outras possibilidades.

    Em ambos os casos, podem-se favorecer a autonomia funcional dos

    assentamentos, uma maior diversidade de atividades e de pessoas, alm de uma

    melhor distribuio dos usos no territrio. Para tanto, soma a favor a criao de

    novos equipamentos onde seja necessrio em pro de uma maior equidade entre as

    comunidades, o estabelecimento de novos usos que relacionem o interior das

    urbanizaes com os espaos livres, a mistura de tipos, a introduo de ritmos e

    seqncias espaciais, o incentivo criao de mltiplos centros. Por outro lado,

    propor usos urbanos e rurais em meio aos naturais pode favorecer a relao entre

  • os assentamentos e os espaos livres, com, por exemplo, a oferta de equipamentos,

    atividades com a gua, extrao de madeira, agricultura com tcnicas de cultivo e

    tipos de cultivo adequados s funes biofsicas e perceptivas.

    Nesta direo, a ordenao dos espaos ocupados e ocupveis vem de

    encontro aos assentamentos urbanos existentes e possveis, necessidade de

    habitar a cidade e s condies que permitiram o habitar sustentvel da paisagem

    de acordo com as demandas coletivas. Seja atravs de questes relacionadas

    edificao, s infra-estruturas ou aos espaos livres, de cara conquista de uma

    eficincia da ocupao urbana, em seus custos e benefcios, sejam econmicos,

    socioculturais, biofsicos ou urbanos propriamente ditos, referidos funo urbana

    que exerce cada elemento e sua capacidade de atender s demandas coletivas.

    Estas relaes tero impacto nas definies dos usos do solo, nos distintas formas

    de parcelamento e de ocupao pela edificao, no adensamento, na expanso da

    ocupao urbana e na definio de seus limites, assim como na definio das infra-

    estruturas urbanas e em como estas deliberaes vo impactar a vivncia da

    paisagem. A definio de determinados usos do solo, por exemplo, podem inibir ou

    potencializar determinadas atividades e/ou empreendimentos, podem impactar

    positiva ou negativamente determinada vizinhana, podem promover uma

    segregao social ao estabelecer condies fsicas e de uso que restringem o

    acesso ao solo e prpria cidade.

    Relativo infra-estrutura viria e de servios, esta, alm de possibilitar a

    ocupao do territrio e a circulao, tambm deve estabelecer importantes

    relaes entre seus componentes, entre espaos livres e conjuntos edificados e as

    respectivas dinmicas da paisagem. Para tanto, pode influenciar positivamente, a

    criao de infra-estruturas que permitam o acesso aos recursos da paisagem aos

    menos favorecidos e, ao mesmo tempo, o aproveitamento das infra-estruturas

    urbanas existentes, o que significa atuar a favor da compactao dos ncleos

    urbanos e, sobretudo, poder propor um projeto de infra-estruturas mais de acordo

    com os sistemas da paisagem.

    Isto significa, por exemplo: propor a ordenao das infra-estruturas

    urbanas, principalmente a viria, com ateno hierarquia dos espaos: as ruas de

    acessos principais, as ruas de distribuio interna, as ruas de acesso s edificaes,

    convivncia entre veculos e pessoas; promover as relaes funcionais e espaciais

    entre os assentamentos e ao uso do transporte alternativo e pblico; propor a

    criao de percursos que penetrem o espao natural e que conectem a rede de

  • caminhos rurais e florestais rede de vias urbanas; propor a revalorizao da rede

    de caminhos histricos com um carter ldico e cvico, a revalorizao do traado

    dos rios como possibilidade de ser passagem para pedestres, bicicletas; entre

    outros. Pensar a rede viria com ateno aos recursos da paisagem vai de encontro,

    por um lado, a seguir as formas do terreno e seus processos naturais para evitar a

    eroso, aproveitar a vegetao e a gua local no seu desenho, evitar os efeitos

    barreira, tanto para gua como para animais e plantas, promovendo passagens

    atravs de sua seo e, por outro lado, a respeitar e valorizar as visuais, os

    processos biofsicos e sociais para o traado da via, com a criao de mirantes, de

    passeios para os pedestres e lugares para o transporte alternativo, e a adequar e

    implementar projetos de abastecimento de gua e saneamento, oferta de energia

    eltrica e de fontes alternativas, coleta seletiva e eficiente do lixo, aos servios de

    comunicao, etc. (Tardin, 2008).

    Neste processo de reconhecimento dos sistemas da paisagem e sua

    ordenao, a cartografia representa uma ferramenta de construo da

    observao/compreenso da paisagem, onde podemos registrar os atributos desta,

    onde ocorrem os problemas, as potencialidades, de modo a potencializar os

    recursos, seus elementos, processos, e os impactos de outros elementos e

    processos sobre este, as afetaes mtuas. Criar as diversas camadas e relacion-

    las entre si de acordo com a inteno de ordenar a paisagem urbana de modo

    sistmico. Vale ressaltar os problemas que engendra a cartografia como

    cristalizao dos processos em um dado tempo, o que solicita sua atualizao

    constante, o que no subtrai sua importncia para a ordenao da paisagem e para

    a proposio de intervenes urbansticas. Ao contrrio, as possibilita e serve como

    instrumento para a comunicao, a concepo e a demonstrao das propostas,

    como representao fsica e palpvel das possibilidades de interveno, como

    interface entre a construo resultante das anlises tcnicas e o discurso coletivo.

    Participao Social e Argumentos Tcnicos:

    Possibilidades de Propostas de Interveno

    As relaes entre os sistemas da paisagem no so lineares, no tempo, no

    espao, na realizao das funes e na vivncia. So vrias as camadas temticas

    a serem consideradas, as diferentes escalas e espaos onde se realizam as

    funes, os tempos distintos para a realizao destas, e as vivncias diferenciadas,

  • assim como so diferenciados os olhares de cada indivduo e das coletividades.

    Este olhar interpretativo, coletivo, representativo dos valores e significados

    impregnados em uma paisagem, consiste na inteno, na ligao imaterial entre os

    sistemas da paisagem, que lhe d ordem e sentido (Santos, 1994).

    O processo de participao social envolve ouvir, interpretar, retornar aos

    cidados, executar nova interpretao e retorno, onde a escuta, a interpretao e a

    conferncia desta interpretao permitem a identificao de algumas intenes

    coletivas (Pfeiffer & Pfeiffer, 2005; Faga, 2006). Por um lado, a participao social

    permite a identificao de valores e significados atribudos determinada paisagem,

    como so, por exemplo: os valores relativos percepo visual, aos marcos

    histricos, aos usos sociais, s crenas e s cadeias produtivas, os quais variaro

    ao longo do tempo, e configuram o porqu da existncia de determinada paisagem

    (Observatori del Paisatge de Catalunya, 2010). Por outro lado, permite a

    identificao de prticas que vm se dando na configurao da paisagem e o

    interesse de permanncia ou transformao de tais prticas. Deste modo, a

    identificao dos valores e significados atribudos a uma paisagem, das prticas a

    esses associadas, que a configuram de fato, e do interesse de permanncia ou

    transformao destas, apresenta-se como a radiografia das intenes sobre uma

    paisagem coletiva, onde possvel vislumbrar pactos de colaborao e

    compromisso, como uma carta coletiva de intenes para a construo de sua

    prpria paisagem.

    Neste marco, realizada concomitantemente s anlises tcnicas, a

    participao social permite elaborar um processo de construo de intervenes

    urbansticas como inteno cidad, como desgnio de uma coletividade sobre sua

    prpria paisagem, os valores, significados e prticas presentes e os cenrios de

    futuro, de acordo com seus objetivos, interesses e conflitos. Neste processo, os

    argumentos tcnicos podem ressaltar aspectos que no haviam sido observados

    anteriormente pelos cidados, e ponderar, a partir da anlise dos sistemas da

    paisagem existentes e suas dinmicas, os possveis impactos, positivos ou

    negativos, das intenes cidads sobre estes, funcionando como um facilitador na

    estruturao de cenrios presentes e futuros, entre o discurso e a realidade fsica.

    Cenrios esses acordados de modo a viabilizar a deciso coletiva, onde

    parmetros tcnicos podem auxiliar o esclarecimento de desavenas e pautar

    discusses polticas, indicando possveis conseqncias. Neste sentido, o discurso

    coletivo pode ser tomado como a motivao, o porqu do estabelecimento de certas

  • relaes entre os sistemas da paisagem que, com o apoio de argumentos tcnicos,

    podem indicar possveis intervenes urbansticas.

    A interface entre o processo de participao social e os argumentos

    tcnicos pode resultar em diretrizes para intervenes urbansticas mais acordes

    com a proposta de construo de uma paisagem sistmica e coletiva, onde o

    coletivo permitiria costurar os argumentos tcnicos de acordo com seus anseios

    sobre sua paisagem, definindo as diretrizes e aes das intervenes urbansticas,

    suas prioridades e intensidades de aplicao.

    Obtm-se, desta maneira, a possibilidade de contribuir para a organizao

    social em torno de um projeto comum de paisagem, rebatido nas propostas de

    intervenes urbanas, onde planos e projetos funcionariam como aglutinadores de

    intenes cidads e guias para as demandas coletivas de construo/projeto fsico

    da paisagem com base em argumentos tcnicos bem delineados. As intervenes

    urbansticas, portanto, internalizariam um de seus papis fundamentais: a defesa

    dos valores coletivos, como base para a gesto pblica dos recursos coletivos, onde

    caberia perguntar em cada interveno na construo da paisagem: Paisagem para

    quem? Onde? Quem faz? Como faz? Por que faz? Para que faz? Os ganhos e as

    perdas entronizados e as responsabilidades.

    Neste contexto, refora-se a idia de que a interface entre a participao

    social e os argumentos tcnicos provenientes da anlise dos sistemas da paisagem

    direcionados para a conquista de determinada qualidade da paisagem, pode gerar

    subsdios para estabelecer um dilogo entre os distintos atores sociais,

    considerados responsveis pelas intervenes urbansticas.

    Entretanto, a apreenso destas intenes, passadas e futuras, relativas

    participao social, engendra o desafio da construo de uma inteno coletiva em

    um dado momento e a impossibilidade de abarcar o todo ou mesmo conquistar um

    consenso diante da diversidade de atores e conflitos, sejam relativos s vises

    institucionais, seja pblica, privada ou terceiro setor, ou cidads, de modo geral.

    Outras limitaes referem-se, por exemplo, a quem e quantos participam das

    reunies, como as reunies so estruturadas e desenvolvidas, etc. De todos modos,

    acredita-se que, no processo de participao social, pese menos a apreenso de

    uma totalidade que a oportunidade de construo de um discurso coletivo, a partir

    de quem queira participar, e a possibilidade de criar discusses que possam ter o

    apoio de contribuies tcnicas derivadas das anlises dos sistemas de paisagem,

    em um movimento de via dupla, onde o conhecimento tcnico pode ser

  • disponibilizado, auxiliando a reflexo e a construo conjunta de propostas

    concretas de interveno em torno das demandas coletivas de ordenao.

    Por outro lado, embora a participao social venha ganhando cada vez

    mais espao, como diretriz para as deliberaes de intervenes urbansticas, ainda

    encontra restries quanto maneira como realizada, quando o , e a legitimidade

    com que utilizada, sobretudo nos planos. Muitas vezes, a participao se resume

    apresentao das concluses de um plano construdo s escuras em relao ao

    debate pblico. Em outros casos, as consideraes coletivas podem sofrer indues

    arbitrrias, a partir de uma interpretao parcial, interessada em beneficiar um ou

    outro setor, por exemplo, o que se constituiria mais como manipulao que

    participao efetiva.

    Concluso

    A ordenao sistmica da paisagem implica, em ltima instncia, em traar

    um projeto coletivo da paisagem, onde as intervenes urbansticas, em plano e em

    projeto, podem ser pensadas como resposta a que paisagem se deseja, a partir da

    interao entre o reconhecimento dos sistemas da paisagem e a participao social,

    que determinar uma agenda para a cidade. Esta corresponde a uma viso mais

    estratgica das intervenes urbanas do que simplesmente normativa ou relativa a

    aes pontuais sem vistas a impactos mais gerais e legitimados pela coletividade , o

    que tenderia a conduzir corrupo e descrena e ineficcia de muitos planos ou

    projetos.

    As possveis relaes entre os elementos e processos dos sistemas da

    paisagem, a participao social, seu rebatimento na ordenao desta e,

    consequentemente, nas intervenes urbansticas, trazem consigo, as interfaces

    nas deliberaes do planejamento urbanstico e inmeras possibilidades de

    desenvolvimento de projetos sistmicos, a partir de distintas escalas, e

    referenciados pelas relaes espaciais, funcionais e de vivncia detectadas na

    observao e reconhecimento da paisagem com a compreenso de algumas lgicas

    de transformao e conformao desta. No de uma paisagem abstrata, mas de

    uma paisagem vivida, paisagem humana, cuja ordenao pode estar pautada em

    propostas concretas de interveno, mais que em manchas ou linhas abstratas,

    caractersticas dos planos urbansticos.

    Neste marco, ressalta-se a importncia de se considerar a paisagem em

  • sistema como agente ativo das intervenes urbanas, no somente visando

    delimitao de reas ocupveis e no ocupveis, como manchas abstratas,

    freqentes nas proposies dos planos diretores urbanos, mas fornecendo desde

    argumentos tcnicos mensurveis at propostas concretas de interveno, que

    podem constituir argumentos de negociao e debate pblico. Isto significa passar

    da definio da mancha dos espaos compreenso dos valores que estes

    espaos portam, e que podem significar, segundo seus atributos, intenes de

    intervenes urbanas, do plano ao projeto.

    Por outro lado, a implementao da ordenao sistmica da paisagem

    depende de uma gesto adequada e integrada dos recursos, com uma fiscalizao

    efetiva sobre a paisagem. Tambm implica na ordenao e no desenvolvimento

    fsico junto determinao de polticas pblicas permanentes que viabilizem as

    propostas.

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