Redução e equivalência de opióides // Dr. Durval Kraychete

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Objetivo do médico: Melhorar a qualidade de analgesia Reduzir: 1. Neurotoxicidade 2. Efeitos adversos

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Uso racional dos opióides

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Objetivo do médico:

Melhorar a qualidade de analgesia

Reduzir:

1. Neurotoxicidade

2. Efeitos adversos

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Quando mudar ?

1. Dor maior ou igual a 4 (END), a despeito do aumento da dose de morfina, mais que 300% em duas semanas

2. Presença de mioclonia, alucinação ou delírio

3. Náuseas e vômitos

4. Sedação

5. Toxicidade local

6. Necessidade de vias alternativas

7. Custo

8. Aceitação do paciente

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Justificativa da tolerância incompletaAção diferenciada:• da morfina em receptores μ1• da metadona em receptores NMDA• do fentanil em receptores μ2• Receptores específicos para M3 e

M6G• Cinética de internalização de

receptores• Expressão de receptores na

membrana

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Incidência da necessidade de rotação de opióides - 10 a 40 %

• Analgesia inadequada - 43%• Toxicidade - 20%• Ambos - 15%• Escolha do paciente -18%

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Para rotação, considerar:

• Conveniência

• Disponibilidade do agente

• Experiência

Outros fatores:

• Características clínicas dos pacientes

• Tratamento anterior

• Tipo de dor

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Quanto aos opióides, interfere nos efeitos adversos:

• Via de administração• Meia vida do fármaco• Biodisponibilidade• Interações medicamentosas• Metabolização hepática e renal• Acúmulo de metabólitos ativos• Acesso e afinidade aos receptores

opióides

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Questões relacionadas a rotação

1. Lembrar da (s):Diferenças farmacocinéticas entre agentes

Grande variação da resposta analgésica

A segurança da dose equianalgésica

2. Pensar se:

A síndrome dolorosa é responsiva ao fármaco

O tratamento com o opióide é agudo ou crônico

A tolerância cruzada é incompleta

Quando avaliar a eficácia antes da rotação

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Alternativas:

1. Associação a outro agente

2. Mudança na via de administração

3. Redução da dose

4. Tratar efeitos adversos

Rotação do opióide

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Erros comuns:• Dose incorreta de conversão para nova via de

administração• 30 mg de morfina oral = 20 mg de oxicodona• 60 mg de morfina oral = 25 mcg de fentanil

transdérmico• Dificuldade para titulação da dose• Emprego inadequado do adjuvante

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Caso 1

45 anos, neoplasia de língua, cursando com dor intensa, contínua e diária que não alivia com 260 mg de morfina de liberação lenta por via enteral. Fez uso de 40 mg de morfina de liberação imediata em 24 horas. Refere mioclonia.

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Caso 1

Mudança para via venosa implica em internação

Cálculo da dose total de morfina em 24 horas

Utilize 75 % a 50% da dose calculada

Optar pelo agente:

Fentanil transdérmico

Oxicodona

Metadona

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Dose total de 300 mg de morfina

30 mg de morfina equivale a 20 mg de oxicodona por via oral

Cálculo da unidade de dose equianalgésica (EDU)

300 mg/30 mg = 10 EDU x 20 mg = 200 mg

Iniciar com 100 mg de oxicodona

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Se o mesmo paciente estivesse utilizando 200 mg de oxicodona de liberação lenta e escapes com 60 mg de morfina

200 mg/ 40 mg = 5 EDU de oxicodona60 mg de morfina /60 = 1 EDU de morfinaTotal de EDU = 66 X 25 = 150 mcg de fentanil transdérmicoIniciar com 75 mcg/hora, exceto, em pacientes

que nunca receberam opióideComeçar com 25 mcg/hora e aumentar até a

dose calculada com 3 dias

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40 anos, com diagnóstico de sarcoma, com invasão de plexo braquial e dor não responsiva ao emprego de morfina oral ( 120 mg) por intolerância devido distensão abdominal, vômitos e alucinação. Evolui com insuficiência renal.

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Alternativas:

1. Associação a outro agente

2. Mudança na via de administração

3. Redução da dose

4. Tratar efeitos adversos

Rotação do opióide

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Trocar o opióide para fentanil ou sufentanil em bomba de PCA

Lembrar:30 mg de morfina oral corresponde a 10 mg IV100 mcg de fentanil 10 mcg de sufentanilNo caso, 120 mg via oral = 40 mg venoso de

morfina400 mcg de fentanil em 24 horasBolus de 10 mcg

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Rotação de morfina para fentanil

Morita T et al., 2005

10 mg de morfina parenteral = 150 mcg de fentanil

Substituição imediata ou progressiva em 3 dias

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A metadona

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Porque da metadona

1. Eficácia analgésica e tolerabilidade satisfatória

2. Boa disponibilidade por via oral

3. Ausência de produtos metabólicos neuroativos

Essa substituição, contudo, não é simples

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Desvantagens da metadona:1. Grande variedade farmacocinética

interindividual2. Potencial para provocar toxicidade tardia3. Relação equianalgésica variando de

16:1 a 2,5 :1 e dependendo da:• Extensão da exposição prévia ao opióide• Dose total do opióide• Interação com outros fármacos4. Cardiotoxicidade

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Suspensão da morfina

Dose usual de metadona – 5:1

Utilizar 10:1:

• Para doses de morfina maiores que 300 mg

• Pacientes ansiosos, deprimidos, com delírio ou que necessitaram aumento rápido da dose

• Creatinina igual ou maior de 1.5 mg/dl

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A metadona deve ser titulada para cima ou para baixo a cada 48 ou 72 horas em torno de 30 a 50 %

Avaliar:• critério clínico• grau de satisfação do paciente • Dose de escape -10 % da dose total a cada 2

horas

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Concluir:• Estudos heterogênos com amostra

pequena, o que torna a rotação de opióide quase empírica

• Diferenciar dor aguda da crônica• Observar as variações das doses

analgésicas• A dose do opióide prévia vai influenciar na

dose equianalgésica• Cuidado com a metadona

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• Direção da rotação – poucos trabalhos para rotar de metadona para outro agente

• Inconsistência relacionada a oxicodona e ao fentanil

• Titular a dose é fundamental• Reconhecer tolerância incompleta• Metadona é um fármaco potente• Oxicodona é mais potente que morfina

(1.5)• A relação fentanil morfina – 100 x 1