Refino de Petróleo

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Parte 1: Caracterização do Parte 1: Caracterização do PetróleoPetróleo

- O Petróleo é, na verdade, uma cesta de hidrocarbonetos, com - O Petróleo é, na verdade, uma cesta de hidrocarbonetos, com características comuns, origens parecidas.características comuns, origens parecidas.

- Pode ser avaliado, conforme um padrão, uma referência, mas, em - Pode ser avaliado, conforme um padrão, uma referência, mas, em seu refino, tem “nome”, “sobrenome”, “patronímicos”, todo um seu refino, tem “nome”, “sobrenome”, “patronímicos”, todo um conjunto de classificações que merece ser relacionado.conjunto de classificações que merece ser relacionado.

- Existem petróleos leves, outros pesados, outros até ultrapesados; - Existem petróleos leves, outros pesados, outros até ultrapesados; existem petróleos com alto teor de enxofre, com alto teor de existem petróleos com alto teor de enxofre, com alto teor de nitrogenados; petróleos doces, petróleos azedos; petróleos ácidos; nitrogenados; petróleos doces, petróleos azedos; petróleos ácidos; petróleos cujo coque tende a ter menor teor enxofre; petróleos em petróleos cujo coque tende a ter menor teor enxofre; petróleos em que predominam cadeias parafínicas, outros mais aromáticos, que predominam cadeias parafínicas, outros mais aromáticos, outros mais naftênicos; petróleos “bons” para gasolina, ou para outros mais naftênicos; petróleos “bons” para gasolina, ou para diesel, ou para lubrificantes, ou para QAV, ou para petroquímicos.diesel, ou para lubrificantes, ou para QAV, ou para petroquímicos.

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Parte 1: Caracterização do Parte 1: Caracterização do PetróleoPetróleo

1.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL1.1 CARACTERIZAÇÃO GERAL

PETRÓLEO = MISTURA DE HC (HC = IMPUREZAS)PETRÓLEO = MISTURA DE HC (HC = IMPUREZAS)

- De forma simplificada podemos definir o petróleo como uma - De forma simplificada podemos definir o petróleo como uma substância oleosa, inflamável, menos densa que a água, com cor substância oleosa, inflamável, menos densa que a água, com cor variando entre negro e castanho-claro.variando entre negro e castanho-claro.

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Parte 1: Caracterização do Parte 1: Caracterização do PetróleoPetróleo

Análise Elementar do cru típico (% em peso)Análise Elementar do cru típico (% em peso)

TABELA 1.1 pág 2TABELA 1.1 pág 2

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Parte 1: Caracterização do Parte 1: Caracterização do PetróleoPetróleo

Os principais constituintes do óleo são hidrocarbonetos, que são Os principais constituintes do óleo são hidrocarbonetos, que são compostos orgânicos formados por carbono e hidrogênio.compostos orgânicos formados por carbono e hidrogênio.

PARAFÍNICOS ( CPARAFÍNICOS ( CNN H H2N+22N+2 ) )

HIDROCARBONETOS NAFTÊNICOS ( CHIDROCARBONETOS NAFTÊNICOS ( CNN H H2N2N ) )

AROMÁTICOS AROMÁTICOS

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Parte 1: Caracterização do Parte 1: Caracterização do PetróleoPetróleo

- No petróleo cru, não há hidrocarbonetos insaturados. Os - No petróleo cru, não há hidrocarbonetos insaturados. Os hidrocarbonetos insaturados, por exemplo, os alcenos ( Chidrocarbonetos insaturados, por exemplo, os alcenos ( CNN H H2N2N ), ),

que possuem ligações duplas entre os átomos de C, são que possuem ligações duplas entre os átomos de C, são extremamente reativos.extremamente reativos.

- Todos os petróleos contêm substancialmente os mesmos - Todos os petróleos contêm substancialmente os mesmos hidrocarbonetos, em diferentes quantidades.hidrocarbonetos, em diferentes quantidades.

- A quantidade relativa de cada grupo de hidrocarboneto varia muito - A quantidade relativa de cada grupo de hidrocarboneto varia muito de petróleo a petróleo, afetando as suas propriedades físico-de petróleo a petróleo, afetando as suas propriedades físico-químicas.químicas.

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Parte 1: Caracterização do Parte 1: Caracterização do PetróleoPetróleo

- Os principais grupos componentes dos óleos são hidrocarbonetos - Os principais grupos componentes dos óleos são hidrocarbonetos insaturados (parafinas, isoparafinas, naftenos), aromáticos, as insaturados (parafinas, isoparafinas, naftenos), aromáticos, as resinas e os asfaltenos.resinas e os asfaltenos.

- As parafinas normais representam, tipicamente, 15 a 20% do - As parafinas normais representam, tipicamente, 15 a 20% do petróleo. Parafina do latim petróleo. Parafina do latim parafineparafine, significa pequena atividade, ou , significa pequena atividade, ou seja, as parafinas são menos reativas do que os outros seja, as parafinas são menos reativas do que os outros hidrocarbonetos, normalmente.hidrocarbonetos, normalmente.

- Os outros constituintes ocorrem, normalmente, na forma de - Os outros constituintes ocorrem, normalmente, na forma de compostos orgânicos que contêm outros elementos (N, O, S). Há compostos orgânicos que contêm outros elementos (N, O, S). Há ainda metais e sais de ácidos orgânicos.ainda metais e sais de ácidos orgânicos.

- Dependendo da proporção de compostos hidrocarbonetos na sua - Dependendo da proporção de compostos hidrocarbonetos na sua composição, o petróleo se mostra mais adequado para a produção composição, o petróleo se mostra mais adequado para a produção de um ou outro derivado (ou produto final de uma refinaria). Assim, de um ou outro derivado (ou produto final de uma refinaria). Assim, este é um ponto crucial para a formação de carga de entrada de este é um ponto crucial para a formação de carga de entrada de uma refinaria, conforme seu mercado focal.uma refinaria, conforme seu mercado focal.

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Parte 1: Caracterização do Parte 1: Caracterização do PetróleoPetróleo

Características dos hidrocarbonetosCaracterísticas dos hidrocarbonetos

TABELA 1.2 pág 3TABELA 1.2 pág 3

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Parte 1: Caracterização do Parte 1: Caracterização do PetróleoPetróleo

GRUPOS DE HIDROCARBONETOS PRESENTES NO PETRÓLEOGRUPOS DE HIDROCARBONETOS PRESENTES NO PETRÓLEO

- Hidrocarbonetos parafínicos normais (alcanos) Hidrocarbonetos parafínicos normais (alcanos)

Fórmula Geral ( CFórmula Geral ( CNN H H2N+22N+2 ) )

Exemplos CHExemplos CH44 (metano) (metano),, C C22HH66 (etano) (etano),, C C44HH1010 (butano) (butano)

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Parte 1: Caracterização do Parte 1: Caracterização do PetróleoPetróleo

GRUPOS DE HIDROCARBONETOS PRESENTES NO PETRÓLEOGRUPOS DE HIDROCARBONETOS PRESENTES NO PETRÓLEO

- Hidrocarbonetos parafínicos ramificados (isoalcanos) – Apresentam Hidrocarbonetos parafínicos ramificados (isoalcanos) – Apresentam ramificações em um ou mais átomos de C e são também denominados ramificações em um ou mais átomos de C e são também denominados de isoparafinas. Têm a mesma fórmula geral dos alcanos normais. Ex.: de isoparafinas. Têm a mesma fórmula geral dos alcanos normais. Ex.: isobutanos, isopentanos;isobutanos, isopentanos;

- Hidrocarbonetos parafínicos cíclicos – Os átomos de C dispõem-se na Hidrocarbonetos parafínicos cíclicos – Os átomos de C dispõem-se na forma de anéis, podendo apresentar radicais parafínicos normais ou forma de anéis, podendo apresentar radicais parafínicos normais ou ramificados ligados ao anel ou, mesmo, outro hidrocarboneto cíclico. Os ramificados ligados ao anel ou, mesmo, outro hidrocarboneto cíclico. Os hidrocarbonetos naftênicos têm menos ligações C-H do que os hidrocarbonetos naftênicos têm menos ligações C-H do que os parafínicos.parafínicos.

- Hidrocarbonetos aromáticos – São constituídos por ligações duplas e Hidrocarbonetos aromáticos – São constituídos por ligações duplas e simples que se alternam em anéis com 6 átomos de C. O composto mais simples que se alternam em anéis com 6 átomos de C. O composto mais simples é o Benzeno, que é mais estável do que os outros simples é o Benzeno, que é mais estável do que os outros hidrocarbonetos insaturados. hidrocarbonetos insaturados.

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TABELA 1.3 PÁG 4TABELA 1.3 PÁG 4

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1.2 – IMPUREZAS DO PETRÓLEO1.2 – IMPUREZAS DO PETRÓLEO

- Impurezas oleofílicas – São as impurezas dissolvidas no óleo, ou Impurezas oleofílicas – São as impurezas dissolvidas no óleo, ou parte integrante do mesmo.parte integrante do mesmo.

São divididas em:São divididas em:

1 – Compostos Sulfurados 1 – Compostos Sulfurados

2 – Compostos Nitrogenados2 – Compostos Nitrogenados

3 – Compostos Oxigenados3 – Compostos Oxigenados

4 – Resinas4 – Resinas

5 – Compostos 5 – Compostos

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Parte 1: Caracterização do Parte 1: Caracterização do PetróleoPetróleo

1 – Compostos Sulfurados 1 – Compostos Sulfurados

O enxofre é o 3° elemento mais abundante no óleo cru (concentração O enxofre é o 3° elemento mais abundante no óleo cru (concentração média 0,65% em peso). Ocorre na forma de sulfetos, polissulfetos, média 0,65% em peso). Ocorre na forma de sulfetos, polissulfetos, benzotiofenos, moléculas policíclicas com N e O, ácido sulfídrico, benzotiofenos, moléculas policíclicas com N e O, ácido sulfídrico, dissulfeto de carbono, sulfeto de carbonila e enxofre elementar.dissulfeto de carbono, sulfeto de carbonila e enxofre elementar.

Normalmente, quanto maior a densidade do óleo, maior o seu teor de Normalmente, quanto maior a densidade do óleo, maior o seu teor de S, mas existem óleos não convencionais pesados, cujo teor de S é S, mas existem óleos não convencionais pesados, cujo teor de S é baixo (óleo brasileiro Marlim, alguns óleos do Mar do Norte – baixo (óleo brasileiro Marlim, alguns óleos do Mar do Norte – Captain).Captain).

Os compostos de S são indesejáveis, pois aumentam a estabilidade Os compostos de S são indesejáveis, pois aumentam a estabilidade de emulsões, provocam corrosão, contaminam catalizadores de de emulsões, provocam corrosão, contaminam catalizadores de processos do refino e determinam cor e cheiro de produtos finais. processos do refino e determinam cor e cheiro de produtos finais. Produze SOProduze SOxx e quando presentes nos produtos finais, afetam a e quando presentes nos produtos finais, afetam a qualidade ambiental.qualidade ambiental.

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Parte 1: Caracterização do Parte 1: Caracterização do PetróleoPetróleo

Os petróleos são classificados em termos de seu teor de S, havendo, Os petróleos são classificados em termos de seu teor de S, havendo, contudo, divergências em relação a classificação. Até 1992, o contudo, divergências em relação a classificação. Até 1992, o American Petroleum Institute (API) classificava óleos de alto teor de American Petroleum Institute (API) classificava óleos de alto teor de S como aqueles com teor acima de 1,0%, e óleos com baixo teor de S como aqueles com teor acima de 1,0%, e óleos com baixo teor de S como aqueles com teor abaixo de 1,0%. Atualmente, costuma-se S como aqueles com teor abaixo de 1,0%. Atualmente, costuma-se chamar petróleos azedos (sour) àqueles com teor de 2,5%; e chamar petróleos azedos (sour) àqueles com teor de 2,5%; e petróleos doces (sweet) àqueles com teor inferior a 0,5%. A faixa petróleos doces (sweet) àqueles com teor inferior a 0,5%. A faixa intermediária compreende óleos “semidoces” ou “semi-ácidos”.intermediária compreende óleos “semidoces” ou “semi-ácidos”.

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2 – Compostos Nitrogenados2 – Compostos Nitrogenados

Óleos têm o teor de 0,17% em peso de N. Cerca de 90% dos crus Óleos têm o teor de 0,17% em peso de N. Cerca de 90% dos crus contêm menos do que 0,2% em peso de N. Consideram-se como contêm menos do que 0,2% em peso de N. Consideram-se como altos teores acima de 0,25% em peso. Os compostos nitrogenados altos teores acima de 0,25% em peso. Os compostos nitrogenados se apresentam quase que em sua totalidade na forma orgânica se apresentam quase que em sua totalidade na forma orgânica (piridinas, quinolinas, pirróis, compostos policíclicos com O, enxofre, (piridinas, quinolinas, pirróis, compostos policíclicos com O, enxofre, metais, etc.), podendo ainda transformar-se, em pequena escala, metais, etc.), podendo ainda transformar-se, em pequena escala, em amoníaco. A maior parte do petróleo produzido na Bacia de em amoníaco. A maior parte do petróleo produzido na Bacia de Campos apresenta teor de nitrogenados acima da média mundial.Campos apresenta teor de nitrogenados acima da média mundial.

São termicamente estáveis. Aumentam a capacidade de óleo reter São termicamente estáveis. Aumentam a capacidade de óleo reter água em emulsão e tornam instáveis os produtos do refino, água em emulsão e tornam instáveis os produtos do refino, formando gomas e alterando a sua coloração, além de formando gomas e alterando a sua coloração, além de envenenarem catalisadores. Tendem, assim como os compostos de envenenarem catalisadores. Tendem, assim como os compostos de enxofre, a se concentrar nas frações mais pesadas do petróleo.enxofre, a se concentrar nas frações mais pesadas do petróleo.

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Parte 1: Caracterização do Parte 1: Caracterização do PetróleoPetróleo

2 – Compostos Oxigenados2 – Compostos Oxigenados

Compostos oxigenados aparecem na forma complexa, como ácidos Compostos oxigenados aparecem na forma complexa, como ácidos carboxílicos , ácidos naftênicos, fenóis, cresóis, amidas, cetonas, carboxílicos , ácidos naftênicos, fenóis, cresóis, amidas, cetonas, benzofuranos. Tendem a se concentrar nas frações pesadas do benzofuranos. Tendem a se concentrar nas frações pesadas do petróleo, afetando a acidez, o odor e a corrosividade destas petróleo, afetando a acidez, o odor e a corrosividade destas frações. Estes compostos estão diretamente relacionados ao teor frações. Estes compostos estão diretamente relacionados ao teor de acidez do óleo, que é medido através do índice TAN (de acidez do óleo, que é medido através do índice TAN (TOTAL TOTAL ACID NUMBERACID NUMBER), em mg KOH/g. Óleos ácidos têm TAN acima de ), em mg KOH/g. Óleos ácidos têm TAN acima de 1,0, e óleos não-ácidos têm TAN abaixo de 1,0.1,0, e óleos não-ácidos têm TAN abaixo de 1,0.

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Parte 1: Caracterização do Parte 1: Caracterização do PetróleoPetróleo

Dentre os óleos não-convencionais, os óleos ácidos vêm ganhando Dentre os óleos não-convencionais, os óleos ácidos vêm ganhando força no mercado internacional. força no mercado internacional.

Se caracterizam pelo seu teor de ácidos naftênicos e orgânicos leves Se caracterizam pelo seu teor de ácidos naftênicos e orgânicos leves (ou seu grau de acidez), medido pelo TAN. Os ácidos naftênicos (ou seu grau de acidez), medido pelo TAN. Os ácidos naftênicos são particularmente importantes devido aos seus efeitos corrosivos são particularmente importantes devido aos seus efeitos corrosivos nas refinarias, o que implica investimentos em metalurgia nas refinarias, o que implica investimentos em metalurgia (desenvolvimento e introdução de ligas avançadas resistentes à (desenvolvimento e introdução de ligas avançadas resistentes à corrosão).corrosão).

Por outro lado, nos óleos ácidos, a relação usualmente linear entre a Por outro lado, nos óleos ácidos, a relação usualmente linear entre a densidade API e o teor de enxofre dos diferentes tipos de petróleo densidade API e o teor de enxofre dos diferentes tipos de petróleo não necessariamente é válida. Isto apenas caracteriza uma não necessariamente é válida. Isto apenas caracteriza uma peculiaridade destes petróleos, que são, em geral, pesados, mas peculiaridade destes petróleos, que são, em geral, pesados, mas com baixos teores de enxofre, como indica um potencial de com baixos teores de enxofre, como indica um potencial de valorização dos mesmos no mercado internacional.valorização dos mesmos no mercado internacional.

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Parte 1: Caracterização do Parte 1: Caracterização do PetróleoPetróleo

3 – Resinas 3 – Resinas

São impurezas que incluem moléculas grandes, com alta relação C/H, São impurezas que incluem moléculas grandes, com alta relação C/H, com a presença de S, O e N (6,9 a 7,3%). A estrutura básica das com a presença de S, O e N (6,9 a 7,3%). A estrutura básica das resinas e asfaltenos são semelhantes, mas enquanto as primeiras resinas e asfaltenos são semelhantes, mas enquanto as primeiras estão dissolvidas no cru (são facilmente solúveis), os segundos estão dissolvidas no cru (são facilmente solúveis), os segundos encontram-se dispersos em colóides. Os asfaltenos são as encontram-se dispersos em colóides. Os asfaltenos são as estruturas moleculares mais complexas do petróleo, com altos estruturas moleculares mais complexas do petróleo, com altos pesos moleculares, de caráter polar e altamente aromáticas.pesos moleculares, de caráter polar e altamente aromáticas.

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Parte 1: Caracterização do Parte 1: Caracterização do PetróleoPetróleo

4 – Compostos organometálicos4 – Compostos organometálicos

Os compostos organometálicos apresentam-se na forma de sais Os compostos organometálicos apresentam-se na forma de sais orgânicos dissolvidos na água emulsionada ao petróleo, facilmente orgânicos dissolvidos na água emulsionada ao petróleo, facilmente removidos através de processo de dessalgação, e como composto removidos através de processo de dessalgação, e como composto complexo que tendem a se concentrar nas frações mais pesadas complexo que tendem a se concentrar nas frações mais pesadas de petróleo.de petróleo.

Os metais que contaminam o óleo são : Fe, Zn, Cu, Pb, Mb, Co, Ar, Os metais que contaminam o óleo são : Fe, Zn, Cu, Pb, Mb, Co, Ar, Mn, Cr, Na, Ni, Va (maior incidência dos dois último, com teor Mn, Cr, Na, Ni, Va (maior incidência dos dois último, com teor variando entre 1 e 1200 ppm). São responsáveis pela variando entre 1 e 1200 ppm). São responsáveis pela contaminação de catalisadores. O Va, além de atacar os tubos de contaminação de catalisadores. O Va, além de atacar os tubos de exaustão de queimadores, catalisa a formação de Hexaustão de queimadores, catalisa a formação de H22SOSO44 em meio em meio

aquoso.aquoso.

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Parte 1: Caracterização do Parte 1: Caracterização do PetróleoPetróleo

IMPUREZAS OLEOFÓBICASIMPUREZAS OLEOFÓBICAS

Incluem-se: água, sais (brometos, iodetos, sulfetos, cloretos, etc.), Incluem-se: água, sais (brometos, iodetos, sulfetos, cloretos, etc.), argilas, areias e sedimentos (Ex.: provenientes de corrosão de argilas, areias e sedimentos (Ex.: provenientes de corrosão de equipamentos).equipamentos).

A principal fonte destas impurezas são as gotículas de fluidos aquoso, A principal fonte destas impurezas são as gotículas de fluidos aquoso, salinos, conhecidos como “água de formação”, que acompanham o salinos, conhecidos como “água de formação”, que acompanham o cru nas suas jazidas .cru nas suas jazidas .

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Parte 1: Caracterização do Parte 1: Caracterização do PetróleoPetróleo

1.3 - PARÂMETROS DE CARACTERIZAÇÃO1.3 - PARÂMETROS DE CARACTERIZAÇÃO

A)A) – – Curvas de DestilaçãoCurvas de Destilação

Cada petróleo tem uma curva típica de destilação. Geralmente, Cada petróleo tem uma curva típica de destilação. Geralmente, quanto maior for o seu teor de carbono, maior será a sua quanto maior for o seu teor de carbono, maior será a sua temperatura de ebulição. temperatura de ebulição.

Quanto maior for seu PM, maior será sua temperatura de ebulição Quanto maior for seu PM, maior será sua temperatura de ebulição ou são menos voláteis, e que, petróleos mais pesados são ou são menos voláteis, e que, petróleos mais pesados são constituídos por hidrocarbonetos mais pesados.constituídos por hidrocarbonetos mais pesados.

A diferença de volatilidade entre os compostos que constituem o A diferença de volatilidade entre os compostos que constituem o petróleo é a base fundamental para a sua separação dentro desta petróleo é a base fundamental para a sua separação dentro desta “cesta” de hidrocarbonetos.“cesta” de hidrocarbonetos.

Uma curva de destilação de um petróleo, indica as faixas das Uma curva de destilação de um petróleo, indica as faixas das temperaturas de corte para cada derivado ou fração do petróleo.temperaturas de corte para cada derivado ou fração do petróleo.

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Parte 1: Caracterização do Parte 1: Caracterização do PetróleoPetróleo

Figura 1.2 – pag. 8Figura 1.2 – pag. 8

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Parte 1: Caracterização do Parte 1: Caracterização do PetróleoPetróleo

Ex.: A gasolina é composta por uma série de compostos químicos, que Ex.: A gasolina é composta por uma série de compostos químicos, que entram em ebulição a diferentes temperaturas. Esta característica entram em ebulição a diferentes temperaturas. Esta característica é medida em termos de fração percentual do material que entra em é medida em termos de fração percentual do material que entra em ebulição (ou se destila) a uma dada temperatura .ebulição (ou se destila) a uma dada temperatura .

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Parte 1: Caracterização do Parte 1: Caracterização do PetróleoPetróleo

B) – FRAÇÕES (OU CORTES)B) – FRAÇÕES (OU CORTES)

Representam, na curva de destilação, grupos de hidrocarbonetos cujo Representam, na curva de destilação, grupos de hidrocarbonetos cujo ponto de ebulição se encontra dentro de determinada faixa de ponto de ebulição se encontra dentro de determinada faixa de temperatura (pontos de corte ou em inglês “cut points”).temperatura (pontos de corte ou em inglês “cut points”).

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Parte 1: Caracterização do Parte 1: Caracterização do PetróleoPetróleo

Tab 1.4 – pag. 9Tab 1.4 – pag. 9

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Parte 1: Caracterização do Parte 1: Caracterização do PetróleoPetróleo

Quando comparamos dois petróleos diferentes, para uma mesma Quando comparamos dois petróleos diferentes, para uma mesma especificação de produto final, ou mesmo perfil de destilação, o que especificação de produto final, ou mesmo perfil de destilação, o que muda não é a temperatura de corte, mas sim quanto de cada muda não é a temperatura de corte, mas sim quanto de cada produto se obtém nas faixas de corte.produto se obtém nas faixas de corte.

Corrente de Petróleo: refere-se a origem do óleo cru.Corrente de Petróleo: refere-se a origem do óleo cru.

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Parte 1: Caracterização do Parte 1: Caracterização do PetróleoPetróleo

C – Grau APIC – Grau API

O grau API é apenas uma forma de expressar a densidade do O grau API é apenas uma forma de expressar a densidade do petróleo, através de um índice adimencional. Quanto maior for a petróleo, através de um índice adimencional. Quanto maior for a densidade do petróleo, menor será o seu grau API, ou mais pesado densidade do petróleo, menor será o seu grau API, ou mais pesado será o petróleo.será o petróleo.

API = API = 141,5141,5 – 131,3 – 131,3

dr(60/60) dr(60/60)

Onde:Onde:

dr(60/60) é a densidade da amostra a 60°F, em relação a densidade dr(60/60) é a densidade da amostra a 60°F, em relação a densidade da água a 60°F (densidade relativa).da água a 60°F (densidade relativa).

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Parte 1: Caracterização do Parte 1: Caracterização do PetróleoPetróleo

Definições Utilizadas:Definições Utilizadas:

UNITAR Centre – define como pesados os óleos com grau API inferior UNITAR Centre – define como pesados os óleos com grau API inferior a 30;a 30;

DOE (Departamento de Energia do Governo dos EUA) – define como DOE (Departamento de Energia do Governo dos EUA) – define como pesados os óleos que possuem pesados os óleos que possuem

Grau API inferior a 22.Grau API inferior a 22.

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Parte 1: Caracterização do Parte 1: Caracterização do PetróleoPetróleo

API (American Petroleum Institute) classificação mais adotada API (American Petroleum Institute) classificação mais adotada atualmente. Classifica os óleos de acordo com sua densidade atualmente. Classifica os óleos de acordo com sua densidade volumétrica ou com seu grau API, da seguinte forma:volumétrica ou com seu grau API, da seguinte forma:

- Petróleos Leves: densidade inferior a 870 Kg/mPetróleos Leves: densidade inferior a 870 Kg/m33 ou API superior a ou API superior a 31,1;31,1;

- Petróleos Médios: densidade entre 920 Kg/mPetróleos Médios: densidade entre 920 Kg/m3 3 - 870 Kg/m - 870 Kg/m33 ou API ou API entre 22,3 – 31,1;entre 22,3 – 31,1;

- Petróleos Pesados: densidade entre 1.000 Kg/mPetróleos Pesados: densidade entre 1.000 Kg/m33 – 920 Kg/m – 920 Kg/m33 ou ou API entre 10,0 – 22,3;API entre 10,0 – 22,3;

- Petróleos Extra-pesados: densidade superior a 1.000 Kg/mPetróleos Extra-pesados: densidade superior a 1.000 Kg/m33 ou ou inferior a 10,0.inferior a 10,0.

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Parte 1: Caracterização do Parte 1: Caracterização do PetróleoPetróleo

D – Curvas PEV (ponto de Ebulição verdadeiro)D – Curvas PEV (ponto de Ebulição verdadeiro)

É uma destilação em que as temperaturas medidas correspondem ao É uma destilação em que as temperaturas medidas correspondem ao equilíbrio líquido-vapor, no momento da condensação. Isto é equilíbrio líquido-vapor, no momento da condensação. Isto é conseguido por meio de “cabeças de destilação” com geometria conseguido por meio de “cabeças de destilação” com geometria apropriada e bom isolamento térmico.apropriada e bom isolamento térmico.

A curva PEV identifica rendimentos de crus, para as condições A curva PEV identifica rendimentos de crus, para as condições equivalentes de destilação (uma unidade de bancada similar a uma equivalentes de destilação (uma unidade de bancada similar a uma refinaria de topping).refinaria de topping).

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Parte 1: Caracterização do Parte 1: Caracterização do PetróleoPetróleo

Figura 1.4 pag.12Figura 1.4 pag.12

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Parte 1: Caracterização do Parte 1: Caracterização do PetróleoPetróleo

- Outras CaracterizaçõesOutras Caracterizações

a)a) – – Teor de sais e sedimentos: este teor afeta basicamente o refino Teor de sais e sedimentos: este teor afeta basicamente o refino devido à formação de depósitos e de corrosão;devido à formação de depósitos e de corrosão;

b)b) - Viscosidade: mede as forças internas de atrito do fluido em - Viscosidade: mede as forças internas de atrito do fluido em movimento, ou a perda de carga em tubulações;movimento, ou a perda de carga em tubulações;

c)c) - Cor e odor;- Cor e odor;

d)d) - Fator de Caracterização (KUOP): fator universal proposto pela - Fator de Caracterização (KUOP): fator universal proposto pela Universal Oil Products (UOP) definido pela expressão :Universal Oil Products (UOP) definido pela expressão :

KUOP = ³√TKUOP = ³√TBB/d/d

Onde TOnde TBB é o ponto de ebulição médio molar de graus rankine (F+460) é o ponto de ebulição médio molar de graus rankine (F+460)

e d a densidade 60/60°Fe d a densidade 60/60°F

Esta correlação indica a natureza do óleo. Valores iguais ou superiores Esta correlação indica a natureza do óleo. Valores iguais ou superiores a 12,0 indicam material predominantemente parafínico, e iguais ou a 12,0 indicam material predominantemente parafínico, e iguais ou inferiores a 10,0, produtos predominantemante aromáticos. inferiores a 10,0, produtos predominantemante aromáticos. Petróleos naftênicos têm KUOP inferior a 11,8Petróleos naftênicos têm KUOP inferior a 11,8

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Parte 1: Caracterização do Parte 1: Caracterização do PetróleoPetróleo

- Outras CaracterizaçõesOutras Caracterizações

e) – Índice de correlação: e) – Índice de correlação:

IC = (4.860 + 473,6 dIC = (4.860 + 473,6 d6060 – 456,8)/K – 456,8)/K

Onde K corresponde a temperatura absoluta do ponto de ebulição Onde K corresponde a temperatura absoluta do ponto de ebulição médio da fração e dmédio da fração e d60 60 a densidade relativa da fração para 60°F a densidade relativa da fração para 60°F

f) – Total Acid Number (TAN): índice que mede a acidez do petróleo. f) – Total Acid Number (TAN): índice que mede a acidez do petróleo.