REFLEXÕES SOBRE A FORMAÇÃO INICIAL: MAL/BEM-ESTAR...
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REFLEXÕES SOBRE A FORMAÇÃO INICIAL: MAL/BEM-ESTAR E
MOTIVAÇÃO PARA DOCÊNCIA
O presente painel aborda as temáticas tratadas na Linha de Pesquisa Pessoa e Educação,
do Programa de Pós-Graduação em Educação da PUCRS, preponderantemente
desenvolvidas por autores, que pertencem ao Grupo de Pesquisa Mal-estar e Bem-estar
na Docência, e da Linha de Pesquisa Formação de Professores, do Grupo de Extensão e
Pesquisa em Educação Física Escolar, da UNIOESTE, naqueles aspectos de formação
inicial docente. No primeiro trabalho, os autores destacam resultados sobre o processo
de formação docente em licenciandos de Educação Física, inerentes aos desafios sobre a
motivação e apoio pedagógico em sua formação, resultando na construção do bem-estar
a partir de vivências universitárias positivas na formação acadêmica e pela inserção no
ambiente escolar. No segundo trabalho, também são ressaltados achados relacionados
com a motivação na formação inicial em licenciandos relacionando aspectos de
motivação e mal/bem-estar para docência. No terceiro trabalho, se expõem as
preocupações pedagógicas de estudantes estagiários no primeiro ano de prática de
estágio curricular obrigatória e como isto pode se relacionar com a experiência dos
estudantes, principalmente a pessoal, representada através da faixa etária. Assim, se
evidencia que os estudantes que estão na faixa etária intermediária, possuem maiores
níveis de preocupação, principalmente, no que disse respeito ao impacto da tarefa de
ensinar. Os resultados interessantes dos estudos revelam a relevância de estruturas de
apoio aos licenciandos, visando a superação de desafios impostos pelo período de
formação e na futura profissão. Reiteramos a otimização dos processos de formação
inicial dando ênfase ao apoio pedagógico e institucional, estímulo à autonomia e prática
reflexiva aos licenciandos e docentes iniciantes em sentido continuado de formação.
Palavras-Chave: Motivação, Formação Inicial, Licenciandos
XVIII ENDIPEDidática e Prática de Ensino no contexto político contemporâneo: cenas da Educação Brasileira
3984ISSN 2177-336X
ELEMENTOS DE (DES)MOTIVAÇÃO E MAL/BEM-ESTAR NA FORMAÇÃO
INICIAL DOCENTE
Adelar Aparecido Sampaio - UNIOESTE
Marcio Alessandro Cossio Baez - UNIPAMPA
Resumo: O trabalho aborda o contexto de formação inicial acadêmica de potenciais
futuros professores e destaca a motivação inicial à docência e apoio pedagógico
recebido nessa etapa de formação. Contou com a participação de sessenta e oito
licenciandos de uma instituição privada do Estado do Paraná - Brasil. Foram utilizados
questionários tratados com Estatística Descritiva e Inferencial e entrevistas com análise
de conteúdo. Os resultados que emergiram do questionário motivação e apoio
pedagógico, apresentam elementos positivos na fase final da licenciatura. No entanto, o
estudo revela carências sobre o processo de formação, principalmente nos apoios
pedagógicos entre as instituições envolvidas. Sugerimos ações de apoio ao
desenvolvimento profissional docente em sentido continuado, visando otimizar o
processo formativo tanto nos cursos de licenciatura e instituições envolvidas nessa fase
de formação.
Palavras-chave: Motivação Inicial; Mal/Bem-estar Docente; Formação Inicial.
Introdução
A motivação para docência na formação inicial, constitui-se elemento de elevada
importância para a construção de referenciais para a futura prática docente, sendo
determinante para o desenvolvimento profissional. Nessa perspectiva de formação,
temos investido estudos sobre o maior reconhecimento de indicativos para adequação
dos enfoques formativos, no sentido de contribuir para a motivação do licenciando e
docente iniciante, visando otimizar de estratégias de desenvolvimento profissional e
pessoal, frente aos desafios emergentes do contexto laboral docente.
Há evidências muito fortes que podem ser aprendidas formas de prevenção e
competências para o enfrentamento de situações contextuais adversas que envolvem a
docência (JESUS, 1998; 2002; 2007). Nesse sentido, parece-nos um importante passo,
no processo de promoção da formação profissional para a docência, o direcionamento e
desenvolvimento de planos de intervenção voltados a diminuir o mal-estar e aumentar
os níveis de motivação e bem-estar docente. Ademais, a importância de estudos nessa
área é de elevada medida, pois verificamos a carência de trabalhos sobre essa temática,
principalmente as que destacam a motivação e mal/bem-estar nas licenciaturas.
Ao ressaltarmos nosso reconhecimento sobre contextos de motivação, mal-estar
e de bem-estar na docência, entendemos que os elevados índices de estresse e mal-estar
que verificamos nesta profissão (JESUS, 1998; 2002; 2007; SAMPAIO, 2008; 2014;
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MOSQUERA e STOBÄUS, 1996; 2000) requerem que sejam implementadas algumas
medidas no sentido de otimizar enfoques formativos dos professores e de potenciais
futuros professores em âmbito de formação inicial e continuada.
De acordo com Jesus et al. (2012) programas de intervenção voltados aos
docentes, consoantes com medidas ao nível das organizações em que trabalham,
considerando também elementos de influência da cultura, suportam a hipótese de que
existem benefícios a ponto de diminuir o mal-estar e de aumentar a motivação e o bem-
estar dos professores. Cremos que tais benefícios, podem servir da mesma forma, na
formação inicial acadêmica.
Em relação aos estudos sobre motivação, os mesmos nos remetem a
compreendê-la como um processo complexo de interinfluências, às quais se revelam em
distintas situações. No processo de formação docente, temos verificado como
determinante para o desenvolvimento profissional. No entanto, a realidade evidenciada,
revela a imprescindibilidade de se proceder ao estudo sistemático da motivação dos
professores e dos potenciais professores, de forma a fundamentar estratégias de
promoção da motivação para a profissão docente (SAMPAIO, 2014).
No Brasil, há carências de apoios pedagógico e psicológico na fase inicial de
formação aos futuros docentes e no início da docência, por isso, destaca-se a
necessidade de fomentar programas de intervenção, tanto no início da docência, como
na formação acadêmica (SAMPAIO, 2008; 2014), no sentido de promover
competências tanto teóricas como práticas na formação de professores contribuindo para
diminuir o mal-estar e promover o bem-estar docente (JESUS, 1998).
Os estudos longitudinais em formação continuada de professores, de
investigação-ação, realizados em Portugal (JESUS, 1996; 1998; JESUS e ESTEVE,
2000) e mais recentemente no Brasil (SAMPAIO, 2008; SAMPAIO et al., 2008)
revelam que intervenções temáticas abordando o contexto atual, podem contribuir para
diminuir o mal-estar e promover o bem-estar docente, inclusive na manutenção de seus
efeitos por períodos mais longos revelados por Sampaio e Stobäus (2009, 2010). Os
estudos comparativos entre professores de Portugal e do Brasil (JESUS et al., 2011;
2012) traduzem bem esses benefícios de aumento significativo da motivação intrínseca
em docentes.
De acordo com Jesus (1996; 2012), Jesus et al. (2011; 2012), Esteve (1994) esta
linha de investigação sobre a motivação em contextos de formação docente, revela-se
importante, pois esta profissão perdeu seu poder atrativo nos últimos anos e cada vez
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mais, é uma escolha secundária ou por ausência de melhores alternativas profissionais.
O autor destaca que uma das manifestações do mal-estar docente é a falta de motivação
dos professores, quer em termos cognitivos, através de seu projeto de abandono da
profissão docente, quer em termos comportamentais, através do absentismo e de um
menor empenhamento nas suas atividades profissionais.
Temos evidenciado que o período de formação acadêmica tem se configurado
como um dos mais importantes estágios do processo de formação de professores.
Conforme Jesus (2002), é a fase em que os professores sentem maior necessidade de
aprendizagem, estando mais suscetíveis às correções e sugestões, sendo talvez, o único
período do percurso profissional em que está institucionalmente previsto que haja
acompanhamento e orientação. Gold (citado por JESUS, 2002) explica que,
provavelmente, os professores que abandonam a profissão docente no início da carreira
teriam potencial para serem eficazes se tivessem sido mais encorajados, apoiados e
preparados durante os primeiros anos de ensino, na transição da formação inicial para a
prática profissional.
Nesse sentido, o apoio fornecido nos estágios de formação influencia muito na
percepção dos potenciais futuros professores e docentes iniciantes, podendo bem
contribuir para a prevenção dessa situação. Quanto ao apoio acadêmico oferecido pelo
docente formador/mediador responsável pela orientação do aluno, é necessário ir além
das competências técnicas pertinentes à profissão, no sentido de uma prática orientada a
uma motivação docente, preparando-o para uma atuação mais personalizada aos reais
desafios e adversidades presentes no cotidiano escolar.
Assim, relacionar a formação do licenciando com sua futura atuação de forma
mais ajustada às necessidades do contexto educativo, requer, em nosso entender,
maiores níveis de motivação, que devem estar baseados em metas, expectativas de
eficácia e de possibilidades concretas de realização de suas ações com sucesso, mais
reais e alcançáveis. São elementos que desafiam a formação inicial docente.
A partir do exposto, o presente estudo aborda a motivação como elemento de
bem-estar docente, pretendendo trazer à tona reflexões sobre a motivação para a
profissão docente e o contexto de formação de licenciandos, potenciais futuros
professores, assim como destacar as razões pela escolha e desenvolvimento da
(des)motivação pela profissão docente.
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Metodologia
A partir do estudo quanti-qualitativo em nível exploratório-descritivo, objetivou-
se buscar informações sobre os períodos de formação inicial para docência, no final da
formação acadêmica e início da vida docente.
Os dados foram coletados no final da formação acadêmica em 2012, com
licenciandos do último período dos cursos de Pedagogia, Letras e Educação Física de
uma instituição privada do Estado do Paraná. Como instrumento de coleta de dados,
utilizamos questionários com questões abertas e o instrumento de Avaliação da
Motivação Inicial e Apoio Pedagógico, de Jesus (1996).
Os sujeitos participantes dessa primeira etapa constituíram a amostra de 68
alunos, sendo 53 são do sexo feminino e 15 do sexo masculino, com idades
compreendidas entre 19 e 46 anos de idade, todos cursando o último ano dos seus
respectivos cursos e ainda não haviam exercido docência como professor titular. A
identificação dos sujeitos foi realizada por números que vão de “1” a “68” antecedido da
letra S (de sujeito).
Os questionários com questões abertas foram tratados com análise de conteúdo
na proposta de Bardin (2010) e para o questionário quantitativo (JESUS, 1996),
utilizamos o Programa SSPS, versão 18, com estatística descritiva e inferencial, através
de teste t, de Student.
O estudo, foi aprovado Comissão Científica, em 2012, sob número 079/2012 e
do Comitê de Ética da PUCRS – CEP – sob número 09470612.7.0000.5336, contando
com o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TCLE e respeitando os aspectos
éticos de pesquisas com pessoas.
Resultados e discussão
Inicialmente, apresentaremos os resultados do Instrumento de Avaliação da
Motivação Inicial à Docência (JESUS, 1996), realizado na primeira etapa do estudo e
apresentado no Quadro 1, a seguir:
Quadro 1: Resultados sobre a motivação inicial na formação acadêmica.
Medidas Média do
instrumento
Média
obtida
Desvio
padrão
Motivação Inicial 26.75 *28,22 4,42
Modelo de Formação Educacional 43.086 *62,10 9,90
Resultados Profissionais 26.943 *32,03 3,40
Apoio no Estágio 54.171 *60,53 8,33
*p.<0,05
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Fonte: Os autores (2016)
Os resultados do questionário revelam todas as variáveis avaliadas
estatisticamente significativas. Nos resultados da motivação inicial para o exercício da
docência, as questões relacionam-se à influência positiva na escolha da profissão
docente: querer ser professor; querer preparar-se para ser professor; sentir-se
vocacionado para a profissão; gostar de ensinar; gostar de relacionar-se com jovens e
contribuir para seu desenvolvimento.
O modelo de formação educacional, na formação acadêmica indica: a
valorização de estratégias pedagógicas que o professor pode usar, assim como sobre a
autonomia e iniciativa do formando nas suas atividades de estágio; o fornecimento de
exemplos concretos, reais ou de ficção; a defesa de que há vários estilos potencialmente
eficazes de professor. Ainda, aponta que houve sucesso nas ações que propiciaram aos
formandos poder refletir sobre as possíveis atitudes a adotar perante situações de
desinteresse, indisciplina e insucesso escolar com os alunos.
Sobre os resultados profissionais prévios, em situações relacionadas aos
períodos de regência em sala de aula, destacam sucessos no desenvolvimento de
competências profissionais para saber lidar com as situações que ocorrem na sala de
aula, assim como, de qualidades pessoais para ser professor. Da mesma forma, a partir
dos resultados nos estágios, as respostas do instrumento indicam que foram
proporcionadas e refletidas situações para descobrir o seu „estilo‟ pessoal de ser
professor, a superar experiências de menor sucesso profissional na sala de aula. a
possibilitar condições para desenvolver expectativas de sucesso profissional, a superar a
ansiedade de antes de dar as aulas, a ter autonomia para fazer uso da criatividade e
opções pessoais nos processos de ensino e de aprendizagem.
Quanto à avaliação sobre os aspectos de apoio no estágio, está relacionada a
realização de objetivos quanto ao bom relacionamento com os alunos, a levar os alunos
a aprender, ajudar a ser recordados de forma agradável, a contribuir para a formação
plena dos alunos e levá-los a gostar da matéria, assim como de controlar o
comportamento dos mesmos na sala de aula.
O estudo da motivação inicial (JESUS, 1996; 2012) revelou sua influência direta
e significativa sobre o projeto profissional e uma influência significativa da motivação
inicial sobre o apoio fornecido no estágio pedagógico, sendo percepcionado um apoio
tanto maior pelo estagiário quanto mais este se encontrava motivado para a profissão
docente antes de seu início.
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Quanto aos resultados do questionário que abordou sobre a formação na
licenciatura, na categoria que resultou dos aspectos mais relacionados com a motivação
inicial à docência (SAMPAIO, 2014), os destaques a seguir são apresentados em
síntese, primeiramente das respostas, seguido das análises e discussão dos achados.
Inicialmente os relatos sobre a motivação ao ingresso nos cursos de licenciatura,
recebemos respostas indicativas sobre a influência de pessoas ligadas à família, das
quais citamos: “Primeiramente por influência de um familiar que começou a fazer o
curso e me motivou” S61; “Por já existir uma pessoa da família atuando na profissão”
S23; “Tenho uma irmã com Pedagogia” S28. Ainda, os relatos relacionados à
influência da convivência com pessoas ligadas à Educação, como por exemplo:
“Trabalhava na secretaria de uma escola, então fui motivada pelos meus colegas de
trabalho” S64; “Eu já lecionava inglês e senti a necessidade de me qualificar com a
licenciatura, isso me motivou a escolher o curso de Letras” S30; “Contato com crinças
a partir de trabalho administrativo na escola”.
O sentimento de vocação, gosto, vivências e admiração pela área, foi
elemento muito presente nos relatos, como por exemplo: “Por que admiro a profissão
docente”S51; “Por gostar de uma língua estrangeira” S60; “Me identifico muito com a
prática do esporte” S7; “O fato de gostar da matéria na escola e de ser atleta” S8; “Me
senti vocacionada para essa profissão” S43. “Apesar das dificuldades encontradas, me
sinto vocacionada para desempenhar a profissão” S12; “Me sinto apta, na verdade
descobri minha vocação [...]” S33; “Através dos estágios pude vivenciar diversas
áreas que abrangem a profissão” S24. Esses apontamentos retratam as experiências
iniciais docentes nas atividades de estágio como importantes, pois, colocaram os
potenciais futuros professores em confronto com as situações reais da profissão docente,
o que permitiram elaborar uma autoavaliação da vocação/competência para ser
professor, por meio de vivências de sucesso na sua socialização profissional. A escolha
profissional para Soares (1991) constitui um processo contínuo que vai desde a infância
até a idade adulta, sendo que fatores políticos, econômicos, sociais, familiares e
psicológicos influenciam na escolha profissional.
Consideramos, pautados nas narrativas dos licenciandos, que seus apontamentos
estão de acordo para uma vocação construída no dia a dia, a partir de suas vivências de
formação. Nesse sentido, nos arriscamos dizer, que a vocação, está aqui, estreitamente
aliada ao gosto, à descoberta do prazer pelo exercício da docência. É importante
destacar que um prazer que, de acordo com as histórias narradas, não desconhece as
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dificuldades da profissão, mas que ajuda a superá-las. Neste sentido, os indicativos de
adesão e sentimento de vocação à profissão podem despertar um sentido marcado pela
busca de um desenvolvimento que favoreça a construção de sua identidade profissional.
Outros apontamentos estão relacionados com a maior acessibilidade de
trabalho e relação dos custos com o curso: “Escolhi esse curso pela maior facilidade
do campo de trabalho e valor acessível do curso” S40; “Por ser um curso barato” S34;
“Minha opção era outro curso, mas devido à falta de condições financeiras [...]” S49.
Três respostas complementares a essa questão nos chamaram a atenção, por iniciarem o
curso com pouca motivação inicial, mas no decurso da formação foram desenvolvendo
gosto pela profissão, das quais citamos: “Eu não tinha outra opção, mas no decorrer do
curso me identifiquei e a cada dia me sinto mais motivada” S40; “No começo tinha
dúvidas se me enquadraria no curso, mas fui gostando e estou muito feliz” S49.
Segundo Valle (2006) a opção profissional não é feita com base em
características de personalidade, como poderia aceitar o senso comum. Ao contrário,
enfatiza que tal opção depende principalmente do fato de ter nascido num determinado
momento histórico e num certo ambiente sociocultural, definido por elementos
estruturais de ordem econômica, política, educacional, orientando a escolha pessoal e
exercendo forte influência sobre o itinerário profissional.
O estudo de Gatti e Barreto (2009), de 2005, baseado no questionário
socioeconômico do ENADE - Exame Nacional de Cursos, que avalia os cursos
superiores no Brasil, abrangendo 137.001 sujeitos, sobre o principal motivo da escolha
pela Licenciatura, nos apresenta, que 65,1% dos alunos de Pedagogia atribuem a
escolha ao fato de querer ser professor, ao passo que esse percentual cai para
aproximadamente a metade entre os demais licenciandos. Para as autoras, a escolha da
docência seria uma espécie de “seguro desemprego”, ou seja, como uma alternativa no
caso de não haver possibilidade de exercício de outra atividade.
O estudo ainda revelou a percepção pelos licenciandos sobre a discrepância
entre teoria e a prática, o que gerou uma conscientização acerca da importância das
disciplinas de formação educacional/estágio pedagógico quanto à sua utilidade a
preparação profissional. “Na prática é muito diferente” S12; “Não tem nem como
comentar a diferença é muito grande” S19; “A licenciatura te ensina o básico, mas na
realidade você aprende que há muitas diferenças” S23. Houve também indicativos de
aprimoramento da experiência prática e vários apontamentos sugerem o aumento da
carga horária de atividades práticas voltadas ao ensino e diminuição das teóricas, como
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citam: “Deveria ter mais prática e menos teoria” S12; “Senti que faltou mais carga
horária para regência de sala de aula” S38; “Deveria ter mais aulas que trabalhassem
mais a didática” S21. Garcia (1999), nos oferece pistas sobre a formação docente a qual
é geralmente planificada e desenvolvida fora do contexto escolar sem se atender à
necessária formação dos professores.
Sobre este distanciamento da realidade escolar e a universidade e analisando a
recorrente atribuição de maior valor à prática, André e Hobolt (2013) assinalam essa
realidade refletindo sobre a desvalorização dos conteúdos teóricos, encontrando como
respostas em seu estudo: a falta de contextualização dos fundamentos teóricos; a pouca
conexão dos conhecimentos básicos com a realidade das escolas; e a resistência por
parte dos formadores para tratar dos conteúdos pedagógicos e didáticos. Desse modo, as
autoras evidenciam a importância de os cursos de formação de professores em criar
mecanismos para que os formadores possam dialogar entre si, com os professores e
escolas da educação básica, planejar formas diferenciadas de formação dos estudantes
que adentram os cursos de licenciatura.
Ressaltamos a grande importância nessa etapa de formação da relação de apoios
entre as instituições universidade e escola e sujeitos envolvidos, o que foi revelado
como fator negativo à formação, como citam: “Nos estágios, a convivência com
professores que já atuam a tempo na escola é conflituosa” S62; “Alguns professores
não te apoiam, às vezes até dificultam nosso estágio, não estão nem aí [...]” S62; “Na
escola foi difícil, pois muitos professores não valorizam o estagiário” S28; “Existem
algumas pessoas nas escolas que não estão nem aí para tua formação” S22; “Poderia
ter mais apoio dos professores nas escolas”S39; “As escolas poderiam ser mais
receptivas aos estagiários”S41. Da relação entre essas duas instiuições decorrem ações
formativas que devem caminhar em sentido de “mão dupla” e de forma recíproca,
possuem papel importante na formação docente, onde a escola deveria trazer para o
campo de discussões as demandas que se apresentam no contexto escolar, assim como,
a universidade contribuir para a formação docente.
As divergências entre os sujeitor desse processo formativo podem ser resultantes
de choque de geração, interesses, motivação, ou ainda, falta de eticidade, os quais são
verificados nas falas dos sujeitos pesquisados, quando evidenciam dificuldades na
relação com professores das escolas. A esse respeito, Huberman (1989) destaca sobre os
ciclos de vida docente, os quais retratam, conforme tempo de serviço e motivação à
prática educativa, diferentes níveis motivacionais,que distinguem entre professores mais
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e menos motivados em cada fase da carreira docente, tendo em conta as diferenças
individuais no percurso profissional dos professores.
Por outro lado, é importante que se leve em consideração, não retirando sua
função de colaborador à formação do estagiário, potencial futuro docente, a existente
demanda de contribuição aos formandos que acresce aos professores nas escolas.
Lembramos, que muitas vezes, não conseguem atender às necessidades de apoio a seus
próprios alunos. De qualquer modo, as ações dos professores colaboradores das escolas
e própria escola é parte integrante da formação dos futuros docentes, cabendo a esses
agentes a interação e participação da melhor forma frente às necessidades de práticas de
estágios.
Lüdke e Rodrigues (2010), referem-se à necessidade de preparação do professor
da escola básica para receber, acompanhar e orientar os estagiários, além da própria
necessidade de revisão das condições de trabalho nas escolas. Ainda, acrescentaríamos a
necessidade de otimizar a relação entre escola e universidade, evidenciada por Mira e
Romanowski (2012), como relação de fragilidade, principalmente a ausência da
institucionalização dos estágios, dificultando o estabelecimento de parcerias mais
efetivas e as possibilidades de acompanhamento em função das condições institucionais
estabelecidas.
O estudo revela a existência de certa desmotivação por parte dos licenciandos,
haja vista as evidências no sentido de pensamento em desistir da futura profissão em 25
sujeitos, dos 59 respondentes da questão: “Já pensaste em optar por outra
profissão?”. Dos relatos, destacamos: “O quanto antes quero mudar de área” S37;
“Iniciei com grande vontade de seguir carreira, porém hoje, penso que esta área não é
tão promissora considerando o cenário atitudinal” S21; “Quero fazer outro curso
superior e trabalhar em outra área” S22; “Após os estágios perdi um pouco a vontade
de trabalhar na licenciatura” S39. Na análise de Castro (2003), a opção por uma
profissão não pode ser compreendida sem que se considere o contexto social. Para o
autor, as pessoas escolhem uma profissão dentre as possibilidades do momento e do
espaço em que se encontram, influenciados pelas pressões circunstanciais, o que
significa dizer que as circunstâncias sociais limitam a possibilidade de escolha. Pelas
evidências levantadas no estudo de Sampaio (2014), existe um contexto social
desfavorável ao exercício da docência e o mesmo tem sido influente na motivação de
escolha e continuidade na profissão.
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Considerações prévias
Os dados apresentados indicaram um quadro preocupante quando observamos os
motivos que os licenciandos, sujeitos da pesquisa, respondem, para o ingresso nos
cursos de licenciatura, orientados pela facilidade de acesso ao mercado de trabalho e
custos menores com a formação, mesmo sendo a categoria profissional, desvalorizada
socialmente. Embora, ao longo do curso, o processo de identificação possa exercer forte
influência pelo gosto à docência, a entrada na docência, é marcada pelo choque com a
realidade, quando esta revela um contexto muito adverso (ESTEVE, 1994), o que
repercute em diminuição da motivação inicial (SAMPAIO, 2014).
Percebemos que essas vivências do contexto formativo acadêmico, de certa
forma, antecipam um sentimento de desmotivação sobre a profissão docente, incidindo
também sobre a possibilidade de sua desistência. Isso fica muito mais evidente, além
dos destaques negativos sobre a profissão docente, presenciados e vivenciados pelos
licenciandos, quando verificamos um significativo número de formandos que já
pensaram em optar por outra profissão.
Por outro lado, o estudo apresento fragilidades, principalmente nos apoios
institucionais dos estágios, dificultando o processo de formação docente na fase
acadêmica.
Esta circunstância, nos desafia a melhor repensar a formação dos potenciais
futuros professores, no estabelecimento de parcerias mais efetivas entre escola e
universidade, adequando enfoques de forma convergente às necessidades formativas, na
perspectiva de desenvolvimento profissional.
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ANÁLISE DO PROCESSO DE FORMAÇÃO DE LICENCIANDOS EM
EDUCAÇÃO FÍSICA: MOTIVAÇÃO INICIAL E APOIO PEDAGOGICO
Marcio Alessandro Cossio Baez – UNIPAMPA
Adelar Aparecido Sampaio - UNIOESTE
Resumo: O ingresso no ensino superior é uma transição que traz consigo um leque de
novidades e mudanças na vida do jovem acadêmico. Muitas vezes o estudante se
surpreende quando se depara com uma realidade diferente da que vivia anteriormente,
ocorrendo em alguns casos uma ruptura imposta pela vida universitária. Para isso foi
proposto o seguinte problema de pesquisa: Como se dá o processo de formação de
acadêmicos de Educação Física Motivação Inicial e Apoio Pedagógico na construção do
bem e mal-estar discente. Este estudo caracteriza-se como quantitativo tipo
levantamento, de natureza transversal, buscou estudar o processo de formação discente
e docente, no qual acadêmicos em Educação Física da Universidade Federal do Pampa,
em Uruguaiana-RS-BR, responderam sobre os desafios inerentes de sua formação
inicial. Participaram deste estudo 100 acadêmicos de diferentes semestres, regularmente
matriculados e que aceitaram participar do mesmo. Nos dados quantitativos obteve-se
os seguintes resultados: Avaliação da Motivação Inicial e Apoio Pedagógico, média
geral de 26,16 pontos (DP=5,36); no Modelo de Formação Educacional evidenciou-se
uma valorização deste processo, com média de 58,85 pontos (DP=7,73); Resultados
Profissionais apontaram para uma perspectiva positiva quanto ao futuro profissional,
com média de 29,28 pontos (DP=3,65); no Apoio no Estágio dos acadêmicos de
Educação Física os resultados foram de 49,69 pontos (DP=8,75). Através deste estudo
podemos constatar que para a construção do bem-estar é necessário a construção de
vivências universitárias positivas sendo que para os acadêmicos em processo de
formação isto pode dar-se através da valorização das vivências práticas e teóricas, sendo
elas, através da inserção no ambiente escolar, na participação em grupos de estudo e
principalmente pela valorização profissional da área de atuação escolhida.
Palavras-Chave: Formação inicial; Licenciandos; Bem-Estar docente.
Introdução
Tendo como ponto de partida a (trans)formação discente em docente podemos
observar que a formação geral é desvalorizada, considerando-se que o importante é, por
um lado, a formação específica em termos da aprendizagem dos conteúdos que o
professor deve ensinar aos seus alunos e, por outro lado, a experiência profissional para
a aprendizagem de estratégias que permitam ao professor conduzir de forma mais eficaz
o processo de ensino dos conteúdos.
Durante toda a graduação, é requisitada aos estudantes uma maior autonomia
para participação nas atividades curriculares e extracurriculares, como palestras, cursos,
congressos e outros. À medida que as pessoas se percebem com recursos satisfatórios
para lidar com fatores estressantes, aliados às sensações de prazer e alegria, ocorre os
chamados “fatores de proteção”, que são, basicamente, competências e habilidades
pessoais de saúde. Dentre os componentes do bem-estar estão à satisfação com a vida e
XVIII ENDIPEDidática e Prática de Ensino no contexto político contemporâneo: cenas da Educação Brasileira
3997ISSN 2177-336X
o equilíbrio dos afetos positivos e negativos, incluindo a noção de evolução cognitiva,
qualidade de vida e relações afetivas.
Sabe-se que os estudantes universitários são vulneráveis a um leque alargado de
ameaças ao seu bem-estar. Acreditamos que na formação inicial do professor de
Educação Física, é importante possibilitar conflitos cognitivos para que o acadêmico
seja levado a refletir sobre a realidade em que estará inserido e, a partir dela, capacitá-lo
a resolver os problemas que irá enfrentar desde sua formação até sua prática no mercado
de trabalho.
Essas aproximações teóricas têm firmado nosso propósito de investigar o
contexto em que está inserido o docente em formação pedagógica nos cursos de
licenciatura em Educação Física, refletindo sobre seu lado pessoal e profissional
visando constituir referenciais que possibilitem novas ações promotoras de bem-estar na
docência.
O debate sobre mal-estar e o bem-estar vem transpassando o tempo e os modelos
educativos instituídos em nossas escolas de formação. Sob este prisma podemos dizer
que diversos estudos sobre este tema, que estão em desenvolvimento, enfatizam a busca
de estruturas que contribuam para a melhora na qualidade de vida dos profissionais da
área educativa. Com isso fica evidenciada a necessidade de estudos que revelem o
processo enfrentado pelos docentes, acadêmicos, desde sua formação até a sua efetiva
atuação nos meios educacionais, tradicionais ou não.
Em suma, o trabalho apresenta níveis de motivação inicial e apoio pedagógico
durante a formação do curso de Educação Física Licenciatura, da Universidade Federal
do Pampa, campus de Uruguaiana.
Caracterização do Estudo
O empreendimento de pesquisa que desenvolvemos caracteriza-se como
pesquisa tipo levantamento quantitativa, transversal, em nível exploratório-descritivo,
oferecendo suporte para a investigação no decorrer do curso de graduação (licenciatura)
em Educação Física mais um semestre do início da carreira profissional dos envolvidos,
levantando dados quantitativos por meio de ficha informativa e questionários
padronizados. Para análise dos dados foi utilizado o programa estatístico SPSS, versão
17.0.
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3998ISSN 2177-336X
Como campo de estudo, foi escolhida, intencionalmente, Universidade Federal
do Pampa, da cidade de Uruguaiana-RS, pela facilidade de acesso e maior
disponibilidade na organização de horários junto aos acadêmicos e estar na cidade de
residência do pesquisador.
Foram convidados a participar do estudo, todos os acadêmicos matriculados no
curso de licenciatura em Educação Física da Universidade Federal do Pampa, campus
Uruguaiana, Rio Grande do Sul, Brasil, que totalizavam 147 acadêmicos, sendo que a
amostra ficou delimitada em 100 acadêmicos de diferentes semestres que aceitaram
participar.
Como instrumento de coleta de dados foi utilizado o Questionário Avaliação da
Motivação Inicial e Apoio Pedagógico, de Jesus (1996), o qual se caracteriza por avaliar
a motivação inicial para a profissão docente. Em termos da orientação motivacional
para esta profissão, o autor formulou duas questões: a primeira relativa aos fatores de
ingresso no curso superior frequentado e a segunda aos fatores de escolha da profissão
docente.
Para a primeira questão são apresentadas seis alternativas, duas que revelam uma
maior motivação inicial para esta profissão e quatro que expressam uma menor
motivação inicial. Para o autor, a motivação inicial para a profissão docente é tanto
maior quanto o curso superior frequentado era, à partida, encarado como um meio para
concretizar o projeto de ingressar nesta profissão. Para a segunda questão, são
apresentadas sete alternativas, quatro que traduzem uma maior motivação inicial para a
profissão docente e três que revelam uma menor motivação. Segundo o autor, a
motivação inicial é tanto maior quanto são fatores intrínsecos que estão na base da
escolha desta atividade profissional. Os itens são apresentados segundo um formato do
tipo likert de 5-pontos (de 1=nenhuma a 5=muita) e somados no sentido da maior
motivação inicial para a profissão docente.
Este estudo foi submetido com êxito à apreciação da Comissão Científica da
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul - PUCRS (protocolo no
192/2014), que considerou ser necessário enviar para o Comitê de Ética. Mediante a
aprovação, o projeto também está cadastrado na plataforma Brasil, conforme a
resolução 466/12 (BRASIL, 2012), o qual recebeu aprovação pelo parecer nº 808.522.
Discussão e resultados
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3999ISSN 2177-336X
Ao tratarmos de assuntos, como a motivação do profissional de Educação Física
e sua atualização acadêmica não são tão simples, pelo fato de ser um assunto muito
complexo e difícil de ser estudado, em virtude de suas diferentes abordagens e teorias
que tratam do tema em questão.
A motivação para uma atividade depende do significado que cada pessoa atribui
a ela. É importante que se leve em consideração a existência das diferenças individuais
e culturais entre as pessoas, quando se fala sobre o assunto (VERNON, 1973;
MURRAY, 1978; DAVIDOFF, 1983).
Dessa maneira, vamos tratá-la de forma mais abrangente, não apenas voltando o
olhar sobre um aspecto e sim buscando a perspectiva de um ser com um potencial de
realização. Dessa forma, motivar as pessoas a desenvolverem atividades é um dos
problemas básicos em qualquer processo de ensino e aprendizagem motora, nos
contextos da Educação Física (WEINBERG e GOULD, 2001).
Em nosso estudo com alunos de Educação Física obteve-se uma média geral de
26,16 pontos com desvio padrão de 5,36 pontos. Resultado aquém se comparado com os
estudos de Jesus (1996) e Sampaio (2014).
Tabela 1 - Média da motivação inicial de licenciandos em Educação Física da Unipampa, segundo o sexo
e o semestre.
Média Erro Padrão Valor – p
Sexo Feminino 26,421ª 0,774
0,25 Masculino 25,080ª 0,746
Semestre
Segundo 27,152ª 0,875
0,017 Quarto 27,292ª 1,043
Sexto 22,637B 1,227
Oitavo 25,919AB 1,222
Fonte: Os autores (2016).
Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente entre si, ao nível
de significância de 5%, segundo o teste LSD (Adjustment for multiple comparisons:
Least Significant Difference equivalent to no adjustments).
Em relação a motivação inicial para a prática docente, Jesus (1996), refere um
estudo realizado por Huberman (1989) com 160 professores suíços, em que 9% das
respostas traduziam motivações passivas (falta de melhores alternativas profissionais),
28% traduziam motivações materiais (ida para a profissão como meio de subsistência) e
63% traduziam motivações ativas (ingresso na profissão docente como escolha
pretendida, sendo o contato com jovens o fator principal).
A motivação para a profissão docente apresenta-se, então, como um dos
principais fatores da orientação do projeto profissional do docente, constituindo o
XVIII ENDIPEDidática e Prática de Ensino no contexto político contemporâneo: cenas da Educação Brasileira
4000ISSN 2177-336X
processo de formação inicial, uma das etapas fundamentais para o desenvolvimento
desse projeto.
O estudo desenvolvido por Jesus (1996) revelou que a motivação inicial tem
influência direta e significativa sobre o projeto profissional. O que pode-se observar
com estes resultados é que a motivação inicial dos licenciandos em Educação Física da
Unipampa, está aquém dos estudos até aqui desenvolvidos com esta população em
especial, situada em uma fase de constantes dúvidas e de opções profissionais diversas.
As questões de regulamentação da Educação Física enquanto profissão e áreas,
ora da saúde ora da educação, vêm gerando algumas discussões. Atualmente, a
atividade física vem sendo paulatinamente valorizada junto à sociedade, como fator de
saúde e bem-estar, por meio da prática de esportes, dança, ginástica, recreação e
também de atividades com enfoque mais brando como as práticas corporais alternativas.
Fato que amplia o leque de atuação profissional, não restrito apenas a escolas de ensino
fundamental e médio, criando assim, uma nova dinâmica no mercado de trabalho.
Portanto, podemos afirmar que nos acadêmicos de Educação Física da
Unipampa, a motivação inicial para a profissão docente sofre uma diminuição na
comparação entre os semestres iniciais do curso. Isso pode ser decorrência das vivências
e experiências por parte dos acadêmicos durante o curso, pois quanto mais adiantado o
semestre em que estes acadêmicos se encontram, maiores são suas perspectivas de
inserção no mercado de trabalho.
Silva e Carneiro (2006) sugerem a necessidade de um maior número de
iniciativas que orientem alunos no ensino médio para uma escolha mais esclarecida da
carreira profissional no curso de nível superior.
Análise dos resultados do instrumento que avalia o Modelo de Formação
Educacional, para a avaliação do modelo de formação educacional, tal como ele foi
percepcionado pelos formandos, Jesus (1996) formulou uma medida, constituída por
onze itens que pretendem traduzir um modelo relacional de formação, tendo em conta
os pressupostos que diversos autores têm apresentado para caracterizar este modelo,
diferenciando-o do modelo normativo de formação.
Os itens são antecedidos da frase “os professores das disciplinas de formação
educacional, considerados no seu conjunto [...]” e avaliados segundo um formato de 7-
pontos (de 1=discordo totalmente a 7=concordo totalmente).
Neste ponto consideramos relevantes as ações de formação, em especial no
decorrer do curso, segundo a percepção dos licenciandos, indicando valorização de
estratégias pedagógicas que o professor pode usar. Conforme Moraes (1996, p. 66),
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inovar, atuar pedagogicamente em novas bases envolve uma profunda mudança de
mentalidade, o que é difícil, especialmente para aqueles que atuam na área educacional.
Sendo assim é importante destacar que os modelos educacionais disponíveis são de
fundamental importância para o desenvolvimento acadêmico de forma gradual e
completa.
Em nosso estudo ficou evidenciado uma valorização deste processo, pois obteve-
se uma média de 58,85 pontos (DP=7,73), sendo bem superior ao estudo de Jesus
(1996), apesar de ser menor que a média observada no estudo de Sampaio (2014) é
importante destacar o licenciando para assimilar os novos conhecimentos, requer tempo
para poder comparar, estabelecer as conexões, compreender as diferenças e integrar o
conhecimento.
Sendo assim, podemos afirmar que, assim como no estudo de SAMPAIO (2014,
p. 90)
Houve sucesso nas ações que propiciaram aos formandos poder refletir sobre
as possíveis atitudes a adotar perante situações de desinteresse, indisciplina e
insucesso escolar como alunos; na presunção de que professor tem o seu
estilo pessoal; na descrição de alternativas potencialmente eficazes de
atuação perante situações problemáticas na sala de aula que o professor pode
utilizar.
Considerando que se aprende durante toda a vida, a aprendizagem torna-se a
própria vida. E as decisões pessoais influenciam não apenas o indivíduo, mas também a
vida de toda a humanidade. Por isso a educação é estratégica. A pergunta é: qual é o
objetivo da educação?
O objetivo, segundo Lück (2000), é contribuir para a realização plena do ser
humano, na qual ele consiga integrar as dimensões do “eu” e do “mundo”, vendo em
seus problemas cotidianos ligações com a complexidade dos problemas globais que se
lhe apresentam, resolvendo-os ao resolver-se localmente. Sendo também seu objetivo
ajudar na renovação da sociedade produzindo novos conhecimentos, buscando respostas
para a resolução dos problemas enfrentados pelos diversos grupos humanos.
Tabela 2 - Média do modelo de formação educacional de licenciandos em Educação Física da Unipampa,
segundo o sexo e o semestre.
Média Erro Padrão Valor – p
Sexo Feminino 58,347A 1,125
0,949 Masculino 58,246A 1,084
Semestre
Segundo 61,944A 1,272
0,029
Quarto 57,490B 1,516
Sexto 57,038B 1,784
Oitavo 56,714B 1,631
Fonte: Os autores (2016).
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4002ISSN 2177-336X
Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente entre si, ao nível
de significância de 5%, segundo o teste LSD (Adjustment for multiple comparisons:
Least Significant Difference equivalent to no adjustments).
Conforme os dados referentes ao modelo de formação profissional, novamente
observamos que as melhores médias encontram-se nos semestres iniciais, mas vale
destacar que os resultados gerais desta variável estão acima da média de outros estudos
já citados. O que vale salientar a importância dos professores formadores nesta fase da
vida dos acadêmicos, pois através das ações implementadas por estes profissionais
facilitarão (ou não) a maneira como os acadêmicos enfrentarão os obstáculos da
profissão docente.
Análises dos resultados do instrumento que avalia os Resultados Profissionais,
para a avaliação dos resultados profissionais prévios, em situações vivenciadas no seu
estágio no início da carreira, conforme o questionário do autor realizamos uma
adaptação, substituindo os termos início da carreira por estágio acadêmico, sem a
necessidade de adaptação nas demais questões.
Foi formulada por Jesus (1996) uma escala constituída por oito metas
profissionais situadas no âmbito do relacionamento com os alunos no processo de
ensino-aprendizagem, devendo o licenciando indicar o grau de sucesso percepcionado
em cada uma delas, através de um balanço das experiências profissionais prévias
ocorridas no seu estágio acadêmico, numa escala de 5-pontos (de 1= mal sucedido a 5=
bem sucedido).
A formação do licenciando em Educação Física, conforme as Diretrizes
Curriculares Nacionais, deve ser concebida, planejada, operacionalizada e avaliada
visando à aquisição e o desenvolvimento de competências e habilidades específicas que
contemplem a perspectiva da promoção da saúde nas diferentes esferas de atuação
destes profissionais.
Conforme o Conselho Nacional de Educação (2004) as diretrizes de Educação
Física propõem a formação de um perfil profissional voltado ao entendimento do
contexto social dos indivíduos e comunidades para nele intervir profissionalmente com
a sua especialidade acadêmica e com a ampliação do conhecimento, adotar hábitos
saudáveis.
Toda proposta curricular objetiva contemplar uma formação completa e
adequada às demandas postas à profissão. Entretanto, por mais dedicação e empenho
XVIII ENDIPEDidática e Prática de Ensino no contexto político contemporâneo: cenas da Educação Brasileira
4003ISSN 2177-336X
daqueles que se atribuem a tarefa de construir os currículos de cursos superiores, há
sempre elementos que escapam à percepção.
Com base nestas afirmações deseja-se que o profissional em Educação Física
possua um enorme leque de competências e habilidades para desenvolver suas
atividades.
Os resultados globais dos acadêmicos de Educação Física da Unipampa apontam
para uma perspectiva positiva quanto ao futuro profissional, pois apesar dos resultados
gerais 29,28 pontos (DP=3,65), ainda serem abaixo da média do estudo de Sampaio
(2014), 32,03 é melhor que a dos estudos de Jesus (1996), de 26,93, o que aponta para
uma formação que possibilite vislumbrar um futuro profissional promissor aos futuros
profissionais.
Tabela 3 - Média dos resultados profissionais de licenciandos em Educação Física da Unipampa, segundo
o sexo e o semestre.
Média Erro Padrão Valor – p
Sexo Feminino 29,284ª 0,556
0813 Masculino 29,101ª 0,536
Semestre
Segundo 29,505ª 0,629
0,526
Quarto 28,760ª 0,749
Sexto 28,487ª 0,882
Oitavo 30,017ª 0,806
Fonte: Os autores (2016).
Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente entre si, ao nível
de significância de 5%, segundo o teste LSD (Adjustment for multiple comparisons:
Least Significant Difference equivalent to no adjustments). Aqui, evidenciamos uma
preocupação com o futuro profissional e a capacidade de refletir sobre a própria carreira
pois esta reflexão pode facilitar a entrada e/ou permanência do profissional no mercado
de trabalho. Esses resultados estão mostrando aos formadores que apenas informações
inovadoras e conhecimento sobre a área e seu público alvo não estão mais sendo vistas
como os fatores fundamentais da formação de profissionais. Por isso é necessária uma
permanente discussão com a realidade em busca de novas alternativas para superação da
prática docente.
Análises dos resultados do instrumento que visa avaliação do Apoio no Estágio,
para avaliar o apoio fornecido pelo(s) orientador(es) de estágio, segundo a percepção do
estagiário, Jesus (1996) elaborou uma escala constituída por doze itens, traduzindo cada
um deles uma implicação pedagógica decorrente das teorias cognitivistas da motivação
que pode ser concretizada pelo orientador do estágio pedagógico no apoio cognitivo-
motivacional que fornece ao estagiário.
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4004ISSN 2177-336X
Os itens são antecedidos da frase - A orientação que me foi fornecida durante o
meu estágio pedagógico levou-me a.. E avaliados segundo um formato de escala tipo
Likert,de 7 pontos (de 1=discordo totalmente a 7=concordo totalmente).
Na divisão global por semestres os resultados apresentam valores melhores no
segundo e quarto semestres com 52 pontos (DP=8,20) e 50,32 pontos (DP=7,28)
respectivamente, porém em semestres mais avançados como o sexto e oitavo semestres
o escores são ainda menores com 45,72 pontos (DP=9,56) no sexto semestre e 48,55
(DP=9,67) no oitavo semestre. Semestres estes que já contam efetivamente com a
disciplina de estágio supervisionado. Tabela 4 - Média do apoio no estágio de licenciandos em Educação Física da Unipampa, segundo o sexo
e o semestre.
Média Erro Padrão Valor – p
Sexo Feminino 47,977A 1,286
0,253 Masculino 50,031A 1,239
Semestre
Segundo 52,041A 1,454
0,075
Quarto 50,003A 1,732
Sexto 45,613A 2,040
Oitavo 48,359A 1,865
Fonte: Os autores (2016).
Médias seguidas da mesma letra não diferem estatisticamente entre si, ao nível
de significância de 5%, segundo o teste LSD (Adjustment for multiple comparisons:
Least Significant Difference equivalent to no adjustments).
De acordo com Tardif (2002), o estágio supervisionado constitui uma das etapas
mais importantes na vida acadêmica dos alunos de licenciatura e, cumprindo as
exigências da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, a partir do ano de 2006
se constitui numa proposta de estágio supervisionado com o objetivo de oportunizar ao
aluno a observação, a pesquisa, o planejamento, a execução e a avaliação de diferentes
atividades pedagógicas; uma aproximação da teoria acadêmica com a prática em sala de
aula.
Com isso ao analisarmos os resultados dos acadêmicos de Educação Física os
resultados gerais são de 49,69 pontos (DP=8,75), o que representa um escore bem
abaixo dos estudos de Jesus (1996) e Sampaio (2014).
Para Pimenta (2002), o estágio é o eixo central na formação de professores, pois
é através dele que o profissional conhece os aspectos indispensáveis para a formação da
construção da identidade e dos saberes do dia-a-dia.
Conforme Pimenta (2002), o estágio supervisionado torna-se imprescindível no
processo de formação docente, pois oferece condições aos futuros educadores, em
XVIII ENDIPEDidática e Prática de Ensino no contexto político contemporâneo: cenas da Educação Brasileira
4005ISSN 2177-336X
específico aos estudantes da graduação, uma relação próxima com o ambiente que
envolve o cotidiano de um professor e, a partir desta experiência os acadêmicos
começarão a se compreenderem como futuros professores, pela primeira vez encarando
o desafio de conviver, falar e ouvir, com linguagens e saberes distintos do seu meio,
mais acessível à criança.
Neste ponto torna-se necessário uma explicação, pois como o curso de Educação
da Unipampa caracteriza-se como um curso novo, possui um currículo que frente a
muitos cursos de licenciatura em Educação Física, pode ser considerado inovador, pois
possibilita a inserção do acadêmico na escola desde o primeiro semestre através das
Práticas Pedagógicas Curriculares que busca através das diversas disciplinas
desenvolvidas no semestre letivo proporcionarem a real prática, ou seja, a realização das
atividades desenvolvidas no ambiente acadêmico no ambiente escolar onde
efetivamente o futuro profissional irá realizar sua prática docente.
Assim, o estágio supervisionado proporciona ao licenciado o domínio de
instrumentos teóricos e práticos imprescindíveis à execução de suas funções. Busca-se,
por meio desse exercício beneficiar a experiência e promover o desenvolvimento, no
campo profissional, dos conhecimentos teóricos e práticos adquiridos durante o curso
nas instituições superiores de ensino, bem como, favorecer por meio de diversos
espaços educacionais, a ampliação do universo cultural dos acadêmicos, futuros
professores.
Considerações Finais
No que se refere aos indicadores de motivação inicial, identificamos que para os
licenciandos de Educação Física da Universidade Federal do Pampa, campus
Uruguaiana, Rio Grande do Sul, Brasil, a estruturação do bem-estar parece que
constitui-se a partir do início de sua formação, sendo que neste processo o licenciando,
vai estruturando formas de superar os desafios impostos pelo período de formação
inicial.
Destacamos que para a construção do bem-estar é necessário a construção de
vivências universitárias positivas sendo que, para os licenciandos em processo de
formação, isto pode dar-se através da valorização das vivências práticas e teóricas,
sendo elas, através da inserção no ambiente escolar, na participação em grupos de
estudo e principalmente pela valorização profissional da área de atuação escolhida.
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INFLUENCIAS DE LA EDAD EN LAS PREOCUPACIONES PEDAGÓGICAS
DE ESTUDIANTES-PRACTICANTES DE EDUCACIÓN FÍSICA URUGUAYOS
Verónica Gabriela Silva Piovani - UNIOESTE
Jorge Both - UEL
Resumen: El objetivo del estudio fue verificar si existe relación entre las dimensiones
de preocupaciones pedagógicas indicadas por estudiantes-practicantes de Educación
Física uruguayos y su edad. Participaron 111 estudiantes-practicantes (66 hombres y 45
mujeres) con edad media de 23,15 años (+ 2,50). Como instrumentos fueron utilizados:
“Escala de Preocupaciones Pedagógicas del Profesor” (Teachers Concerns
Questionnaire) (GEORGE, 1978) y un cuestionario socio-demográfico. Para el análisis
de datos se empleó el test Kolmogorov-Smirnov para evaluar la distribución normal de
datos. Al no haber distribución normal, se usó el test Kruskal-Wallis para analizar la
asociación entre los indicadores y dimensiones del constructo de las preocupaciones con
el grupo de edad de los practicantes. Al constatar asociación significativa, fue empleada
la comparación múltiple de las medias de las órdenes para evaluar las diferencias entre
los grupos. Para analizar las características sociodemográficas según el grupo de edad
fue empleado el test chi-cuadrado (todos los tests tuvieron nivel de confianza de
95,0%). Los estudiantes entre 22 y 23 años posseían mayores índices de preocupación
con la dimensión Impacto de la tarea, cuando comparados con los que presentaban 24
años o más; aquellos con 22 y 24 años posseían índices más elevados sobre el
sentimiento de ser profesor cuando comparados con los que tenían hasta 21 años y 24
años o más. Los estudiantes entre 22 y 23 años tenían mayor índice de preocupación en
atender las necesidades de los diferentes estudiantes que los grupos de hasta 21 años y
24 años o más. En el indicador "desafiar a los estudiantes desmotivados", los
estudiantes que posseían 22 y 23 años tenían escore mayor que el grupo con 24 años o
más. Se concluye que el ambiente de formación y la experiencia de cada participante del
estudio puede incidir en el modo como éstos evalúan sus prácticas.
Palabras-Clave: Preocupaciones pedagógicas; Educação Física; Práctica docente
curricular.
Introducción
Entre las diversas funciones vinculadas al hecho de enseñar, no solamente se
encuentra ministrar clases, sino que los docentes deben desarrollar su comunicación con
estudiantes, padres e demás actores educativos que forman parte de las instituciones de
enseñanza. Así, todas estas funciones interfieren en el trabajo docente, generando
inquietudes vinculadas a las decisiones que precisan ser tomadas tanto durante el
proceso de formación inicial, como en el transcurso de su carrera profesional (SILVA
PIOVANI & BOTH, 2014).
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4008ISSN 2177-336X
De esta forma muchos estudios (WENDT, BAIN & JACKSON, 1981;
BOGGESS; McBRIDE & GRIFFEY, 1985; McBRIDE; 1986; WENDT & BAIN, 1989;
BEHETS, 1990; ZOUNHIA, HATZIHARISTOS & EMMANOUEL, 2004; FARIAS et
al., 2008) han sido efectuados utilizando como base la teoría de las "preocupaciones
pedagógicas" planteada por Francis Fuller (1969); las dimensiones de preocupaciones
(consigo mismo, tarea e impacto de la tarea) que evolucionan con el pasar de la
experiencia en la docencia ((FULLER & BROWN, 1975) y el cuestionario sobre las
preocupaciones de los profesores (Teacher Concerns Questionnaire - TCQ) propuesto
por George (1978) (basado en esta teoría) .
Para Fuller (1969) existen tres fases en el proceso de formación docente: la fase
anterior a ser profesor (Pre-Teaching), la fase de entrada o inicio en la función docente
(Early Teaching) y la fase posterior al inicio en la función docente (Late Teaching).
En la fase anterior a ser profesor se encuentra la primera experiencia con la
enseñanza (antes de la práctica docente curricular), en la cual los estudiantes no sienten
preocupaciones con relación a su futura función como profesor. Esto, porque todavía el
compromiso de los mismos con la tarea de enseñar es poco y existe un mayor interés
con la adquisición de conocimientos sobre el trabajo docente.
La fase de entrada o inicio en la función docente está vinculada con el comienzo
de la práctica docente curricular. La misma está caracterizada por la presencia de las
preocupaciones vinculadas al papel del practicante en la institución receptora de la
práctica docente (responsabilidades, su posición en la institución escolar, el currículo
oculto, entre otras), con el aula y con el rol del practicante como profesor (control del
aula, los contenidos, tener la libertad de errar y la capacidad de anticipar problemas).
También, en esta fase existe mayor preocupación con la evaluación de los pares y
demás miembros de la comunidad escolar; y los logros personales son foco de
preocupación (FULLER, 1969).
La fase final está asociada al momento posterior al inicio del trabajo docente, en la
cual el estudiante-practicante/profesor tiene más experiencia. Las principales
características de esta fase son la preocupación con los alumnos, si éstos aprenden,
cuáles son sus dificultades y la autoevaluación (FULLER, 1969).
Posteriormente, Fuller y Brown (1975) propusieron tres etapas evolutivas de
preocupaciones. La primera etapa comienza con las preocupaciones relacionadas
consigo mismo (sobrevivencia), para después ir hacia las preocupaciones relacionadas a
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4009ISSN 2177-336X
la tarea de enseñar y, finalmente, concentrarse en las preocupaciones con el impacto de
la acción docente.
Entre los distintos estudios que han utilizado la teoría descrita y el TCQ
(GEORGE, 1978), existen cuestionamientos al uso de éste para verificar las
preocupaciones de estudiantes-practicantes de Licenciatura en Educación Física, así
como el modelo de evolución de las preocupaciones propuesto por Fuller y Brown
(1975) (McBRIDE, BOGGESS & GRIFFEY, 1986; WENDT & BAIN, 1989;
BEHETS, 1990). Esto, porque la propuesta de que las preocupaciones “Consigo
Mismo” y con la "Tarea” deberían aparecer como predominantes entre los estudiantes-
practicantes en Educación Física, no ha sido verificada de forma clara. Las
preocupaciones con el “Impacto” de la actividad de enseñar y “Consigo Mismo” son las
que se han demostrado como predominantes entre esta población (WENDT, BAIN &
JACKSON, 1981; BOGGESS, McBRIDE & GRIFFEY, 1985; BEHETS, 1990;
FARIAS et al., 2008; SILVA PIOVANI & BOTH, 2011).
Por otro lado, estudios realizados con profesores ya formados (McBRIDE, 1986;
McBRIDE, BOGGESS & GRIFFEY, 1986) han ofrecido resultados más coherentes con
el modelo de preocupaciones propuesto por Fuller (1969) y Fuller & Brown (1975).
Se puede caracterizar al momento de práctica docente curricular en los cursos de
Licenciatura como un período de altas demandas para los estudiantes, que puede
generar mucha ansiedad entre los mismos (COATES & THORESEN, 1974).
Y se debe considerar que existen evidencias que demuestran que las experiencias
profesionales en la fase inicial de aprendizaje en la formación docente, tienen una
influencia crucial en el aprendizaje profesional y formación de intenciones en la carrera
de profesores (OECD, 2005). Las prácticas docentes curriculares son fundamentales
para la formación docente, pues, es en el proceso de la práctica que las personas
aprenden, porque el proceso de aprender, es una característica de la experiencia. Por
este motivo, el aprendizaje está presente en distintos tipos de actividades y no solamente
en la educación o aprendizaje formal (HANKS, 1991).
De esta manera, el objetivo del presente estudio fue verificar si existía relación
entre las dimensiones de preocupaciones pedagógicas indicadas por estudiantes-
practicantes de Licenciatura en Educación Física de Uruguay y la edad de los mismos.
Procedimientos metodológicos
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4010ISSN 2177-336X
El siguiente estudio fue de tipo descriptivo, de corte transversal y con un abordaje
cuantitativo de los datos. La población del estudio estuvo formada por estudiantes de
Educación Física uruguayos que realizaban práctica docente curricular.
Para colectar los datos se pidieron las autorizaciones de los directores generales de
los cuatro cursos de Educación Física existentes hasta el momento en Uruguay. Los
estudiantes-practicantes de los tres cursos vinculados a la Universidad de la República –
UDELAR (centro de Montevideo, Paysandú y Maldonado) y los del curso de la
Asociación Cristiana de Jóvenes (ACJ) de Montevideo, fueron invitados a participar de
la investigación. Debido al bajo número de participantes en los cursos de los centros de
Maldonado de la UDELAR y de la ACJ de Montevideo, sólo fueron considerados para
el análisis de los datos, las respuestas de los estudiantes practicantes de los cursos de
Educación Física de UDELAR - centro de Montevideo y centro de Paysandú.
Participaron de la investigación 111 estudiantes-practicantes (66 hombres y 45
mujeres) con una media de edad de 23,15 años (desvío padrón de 2,50 años) que
cursaban la disciplina “Práctica Docente I” y que realizaban práctica docente en la
educación primaria, la cual es posterior a la Educación Infantil y que corresponde a los
seis primeros años de alfabetización en Uruguay.
Fueron utilizados como instrumentos para la recolección de datos la “Escala de
Preocupaciones Pedagógicas del Profesor” (Teachers Concerns Questionnaire)
(GEORGE, 1978; MATOS et al. 1991) y un cuestionario socio-demográfico que
evaluaba distintas variables, de las cuales fueron utilizadas en el presente estudio las
siguientes: sexo, grupo de edad, domicilio social, año en curso de la Licenciatura en
Educación Física, Tipo de Escuela en la que realiza práctica docente y si trabaja y
estudia.
Se destaca la “Escala de Preocupaciones Pedagógicas del Profesor” fue traducida
por Matos et al. (1991) al portugués. La versión final del instrumento, traducida para el
español de Uruguay, surgió luego de la traducción y re traducción del mismo por
expertos de las lenguas portuguesa y española que actúan en un Instituto de Lengua
Portuguesa de la ciudad de Montevideo – Uruguay. Al obtener la versión final, fue
evaluado el nivel de consistencia interna del instrumento traducido para el español de
Uruguay por medio del test estadístico alfa de Cronbach. En este test, el instrumento
presentó un índice de 0,79, el cual es considerado razonable según la clasificación de
Hill y Hill (2000) (SILVA PIOVANI, BOTH & NASCIMENTO, 2012).
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4011ISSN 2177-336X
El instrumento está compuesto por 15 preguntas, siendo que cinco de éstas
evalúan la dimensión Consigo, cinco evalúan la dimensión Tarea y las cinco restantes
evalúan la dimensión Impacto de la Tarea. Para responder al cuestionario, el estudiante-
practicante atribuye una nota dentro de una escala likert, la cual está dispuesta de la
siguiente manera: 1 – No Preocupado; 2 – Un Poco Preocupado; 3 – Moderadamente
Preocupado; 4 – Muy Preocupado; y 5 – Extremamente Preocupado.
Para analizar las dimensiones del constructo de las preocupaciones, se realizó la
media de los escores de los itens correspondientes a cada dimensión (Consigo Mismo:
Itens 3, 7, 9, 13 y 15; Tarea: Itens 1, 2, 5, 10 y 14; Impacto de la Tarea: Itens 4, 6, 8, 11
y 12) para obtener un índice representativo para cada dimensión. Para el análisis de los
itens se utilizó el valor atribuído en el instrumento, que era: 1 – No preocupado; 2 – Un
poco preocupado; 3 – Moderadamente Preocupado; 4 – Muy preocupado; 5 –
Extremamente preocupado.
En en análisis estadístico, se empleó el test Kolmogorov-Smirnov para evaluar la
distribución normal de los datos. Al constatar que la distribución de los datos no era
normal, se usó el test de Kruskal-Wallis para analizar la asociación entre los indicadores
y dimensiones del constructo de las preocupaciones con el Grupo de Edad de los
estudiantes-practicantes. Al identificar asociación significativa, fue empleada la
comparación múltiple de las medias de las órdenes para evaluar las diferencias entre los
grupos. Las características sociodemográficas de los estudiantes según el grupo de edad
fueron analizadas através del test chi-cuadrado. Se resalta que el nivel de confianza
adoptado en el estudio fue de 95,0% (p<0,05).
Presentación y discusión de los resultados
Al analizar las variables sociodemográficas de los estudiantes (Tabla 1), se
observó que apenas el Sexo apresentó diferencia significativa en la distribución de los
datos (p<0,01), siendo que la mayoria de los hombres posseían edad igual o superior a
24 años. Por otro lado, gran parte de las mujeres relató tener hasta 21 años de edad
(46,7%).
Se destaca que los grupos de edad selecionados responden a las caracterísiticas de
tiempo de escolaridad en Uruguay, siendo que quien normalmente realiza sus estudios
secundarios, entra a los cursos de nivel terciario/universitário, con una edad entre 17-18
años. Y así, quien termina el curso de graduación en Educación Física sin haber pasado
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4012ISSN 2177-336X
por otras experiencias de enseñanza o trabajo antes de ingresar al mismo, que tiene una
duración de 4 años, tiene entre 21 y 22 años aproximadamente.
De esta manera, entre los participantes del estudio, aquellos que tienen hasta 21
años de edad están cursando, dentro de los parametros de secuencia de la formación, la
primera experiencia con la práctica docente, la cual está localizada en el 3º ano del
curso. Aquellos que tienen 23 años y 24 años o más, son individuos que han pasado por
outras experiencias previas de graduación, enseñanza o trabajo, antes de entrar en el
curso de Licenciatura en Educación Física.
Tabla 1. Análisis de las variables sociodemográficas de los estudiantes-practicantes según el grupo de
edad.
Variables
Grupo de edad
p* Hasta 21
Años
n (%)
22 y 23 Años
n (%)
24 Años o +
n (%)
Sexo <0,01
Masculino 13 (20,0) 19 (29,2) 33 (50,8)
Femenino 21 (46,7) 15 (33,3) 9 (20,0)
Campus 0,55
Montevideo 16 (27,1) 18 (30,5) 25 (42,4)
Paysandu 18 (35,3) 16 (31,4) 17 (33,3)
Ano de Curso 0,23
3° Año 31 (34,1) 28 (30,8) 32 (35,2)
4° Año 3 (15,8) 6 (31,6) 10 (52,6)
Tipo de Escuela 0,41
Común 7 (25,9) 7 (25,9) 13 (48,1)
Práctica 27 (33,8) 26 (32,5) 27 (33,8)
Trabaja 0,10
No 14 (40,0) 13 (37,1) 8 (22,9)
Si 20 (27,8) 20 (27,8) 32 (44,4%)
*Probabilidad estimada por el test chi-cuadrado
Fonte: Autores (2016)
Al evaluar las preocupaciones de los estudiantes según el grupo de edad (Tabla 2),
se observó que apenas la dimensión Impacto de la Tarea presentó diferencia
significativa (p<0,01), siendo que los estudiantes con edad entre 22 y 23 años poseían
mayores índices de preocupación cuando comparados con los estudiantes que
presentaban edad de 24 años o más (p<0,01).
Tabla 2.Análisis de las dimensiones que componen el constructo de las preocupaciones de los
estudiantes-practicantes según el grupo de edad.
Dimensiones
Grupo de Edad
p* Total
Hasta 21
Años
Md (Q1-Q3)
22 e 23 Años
Md (Q1-Q3)
24 Años ou +
Md (Q1-Q3)
Consigo 3,20 3,40 3,20 3,00 0,29
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4013ISSN 2177-336X
Mismo (2,40-3,80) (2,35-3,80) (2,75-3,85) (2,40-3,60)
Tarea 2,60
(2,20-3,00)
2,60
(2,35-3,20)
2,60
(2,35-2,85)
2,60
(2,00-3,00) 0,53
Impacto de
la Tarea
3,60
(3,00-4,00)
3,40
(3,15-3,80)
4,00
(3,40-4,40)
3,30
(2,60-3,85) <0,01
*Probabilidad estimada por el test de Kruskal-Wallis
Fonte: Autores (2016)
En el caso de los estudiantes que tenían hasta 21 años, se puede observar que la
teoría propuesta por Fuller (1969) tiene como ser verificada, ya que este grupo de
estudiantes se encuentra en los primeros años de su formación, lo que implica que hayan
tenido pocas experiencias con la práctica docente curricular. Así, este grupo se
caracteriza por estar en la fase anterior a ser profesor, en la cual los estudiantes están
distantes de la función de enseñar y se preocupan más con adquirir conocimientos sobre
la docencia (FULLER, 1969).
Con relación a la mayor preocupación en dimensión impacto, un estudio
realizado con estudiantes-practicantes de Reino Unido y Bélgica, demostró que la
dimensión impacto fue más significativa que las dimensiones consigo mismo y tarea.
Sin embargo, individualmente, las dimensiones consigo mismo e impacto de la tarea se
evidenciaron como problemáticas, porque dependiendo del país hubieron algunos
indicadores de cada dimensión que tuvieron índices de significancia. Así, se entiende
que los resultados del TCQ además de sufrir incidencia del contexto cultural y de las
lagunas del instrumento para evaluar la dimensión tarea, también es influenciado por el
año de graduación en el cual se encuentran los estudiantes-practicantes y de su
experiencia personal (MEEK & BEHETS, 1999).
En ese sentido, un estudio de casos realizado con profesores de Educación física
Griegos, demostró que en el transcurso de su formación, fueron perdiendo el entusiasmo
durante la fase de práctica docente. Y esto se daba por no encontrar soporte pedagógico
a la hora de resolver cuestiones que los inquietaban, entre las cuales se encontraban:
¿cómo enseñar o dar apoyo a los alumnos para no solamente se desarrollar motrizmente
sino de forma individual y social?; y ¿cómo atender a los alumnos desmotivados?
(ARMOUR; MAKOPOULOU& CHAMBERS, 2012).
Al verificar la relación entre los indicadores que componen el instrumento de
evaluación de las preocupaciones pedagógicas según el grupo de edad de los estudiantes
(Tabla 3), se constató que solamente el indicador que trata sobre el sentimiento de ser
profesor presentó diferencia significativa en la dimensión Consigo Mismo, siendo que
los estudiantes con edad de 22 y 24 años poseían índices más elevados cuando
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comparados con los grupos de estudiantes que presentaban edad hasta 21 años (p<0,01)
y 24 años o más (p=0,02).
Al contrario de lo observado en este estudio, la investigación realizada por Capel
(1997) identificó que las preocupaciones de los estudiantes-practicantes en lugar de
evolucionar de forma secuencial (consigo mismo, tarea, impacto), se mantenían de la
misma forma durante los cuatro años del curso de formación de profesores. Así, la
autora sugiere que los nuevos ambientes enfrentados en cada escuela, llevaban a los
estudiantes-practicantes a tener que re-enfocar sus preocupaciones consigo mismo, las
cuales predominaban en su estudio.
También, Capel et al. (2011), al realizar un estudio de casos con seis estudiantes-
practicantes, obtuvieron que las preocupaciones que presentaron mayores influencias
durante todo el curso de la práctica docente fueron las que tenían relación consigo
mismo (cómo pararse frente al grupo y al dar la clase) y como preparar los materiales
para las clases (dimensión tarea).
Por otro lado, en la dimensión Impacto de la Tarea se evidenció que los
indicadores que tratan sobre los estudiantes desmotivados (p<0,01) y atender las
necesidades de diferentes tipos de estudiantes (p=0,03) presentaron asociaciones
significativas. Se destaca que los estudiantes que presentaban edad entre 22 y 23 años
tenían mayor índice de preocupación en atender las necesidades de los diferentes
estudiantes cuando comparados con los grupos de hasta 21 años (p=0,02) y 24 años o
más (p=0,02). Mientras tanto, en el indicador que remete a desafiar a los estudiantes
desmotivados, se observó que los estudiantes que posseían edad de 22 y 23 años tenían
escore mayor que el grupo que posseía edad de 24 años o más (p<0,01).
Tabla 3. Análisis de los indicadores de las dimensiones que componen el constructo de las
preocupaciones de los estudiantes-practicantes según el grupo de edad.
Dimensiones
Grupo de Edad
p* Total
Hasta 21
Años
Md (Q1-Q3)
22 y 23 Años
Md (Q1-Q3)
24 Años o +
Md (Q1-Q3)
Consigo Mismo
Obtener una evaluación
favorable de mi enseñanza
4,00
(3,00-4,00)
4,00
(2,75-5,00)
4,00
(3,00-4,25)
3,50
(3,00-4,00) 0,60
Mantener u grado apropiado
de control del grupo
4,00
(3,00-4,00)
4,00
(3,00-4,00)
4,00
(3,00-5,00)
3,00
(2,00-4,00) 0,16
Sentirse mejor en el papel de
profesor
4,00
(2,00-4,00)
2,00
(1,00-4,00)
4,00
(4,00-5,00)
3,00
(2,00-4,00) <0,01
Hacer bien cuando estoy
siendo observado
3,00
(2,00-4,00)
3,00
(1,75-4,00)
3,00
(2,00-4,00)
3,00
(2,00-4,00) 0,96
Ser aceptado y respetado por 3,00 3,00 2,50 2,00 0,74
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otros colegas (1,00-4,00) (1,00-4,00) (1,00-4,00) (1,75-3,00)
Tarea
Trabajar con muchos alumnos
todos los días
3,00
(2,00-4,00)
3,00
(3,00-4,00)
3,00
(2,00-4,00)
3,00
(2,00-3,00) 0,24
Rutina e inflexibilidad del día
a día de la enseñanza
3,00
(2,00-4,00)
3,00
(2,00-4,00)
3,00
(3,00-4,00)
3,00
(2,00-4,00) 0,33
Falta de materiales en la
enseñanza
3,00
(2,00-3,00)
3,00
(2,00-4,00)
2,00
(1,75-3,00)
3,00
(2,00-4,00) 0,39
Demasiadas tareas de
instrucción
2,00
(2,00-3,00)
2,00
(2,00-3,00)
3,00
(2,00-3,00)
2,00
(2,00-3,00) 0,37
Sentir presión grande parte del
tiempo
2,00
(1,00-3,00)
3,00
(1,50-3,50)
2,00
(1,00-3,50)
2,00
(1,00-3,50) 0,80
Impacto
Orientar a los alumnos para un
desarrollo intelectual y
emocional
4,00
(3,00-4,75)
4,00
(3,00-5,00)
4,00
(3,00-5,00)
3,00
(3,00-4,00) 0,13
Ir al encuentro de las
necesidades de los diferentes
tipos de alumnos
4,00
(3,00-4,00)
3,00
(2,00-4,00)
4,00
(3,00-5,00)
3,00
(3,00-4,00) 0,03
Desafiar a los alumnos
desmotivados
4,00
(3,00-4,00)
4,00
(3,00-4,00)
4,00
(3,00-5,00)
3,00
(3,00-4,00) <0,01
Atender las necesidades de los
alumnos
4,00
(3,00-4,00)
4,00
(3,00-4,00)
4,00
(4,00-5,00)
3,50
(3,00-4,00) 0,09
Diagnosticar los problemas de
aprendizaje de los alumnos
3,00
(2,00-4,00)
3,00
(2,00-4,00)
4,00
(2,00-4,00)
3,00
(2,00-4,00) 0,36
*Probabilidad estimada por el test de Kruskal-Wallis
Fonte: Autores (2016)
Al observar que los estudiantes que estaban en el grupo de edad entre 22 y 23
años tuvieron mayores niveles de preocupación en la dimensión impacto, observamos
que según el estudio realizado por Capel et al. (2011) la experiencia dentro y fuera de la
escuela con la Educación Física y los deportes, puede influenciar a los estudiantes-
practicantes a la hora de desarrollar su aprendizaje sobre los contenidos a enseñar. Pero
al mismo tiempo, estudiantes y profesores formadores perciben que los profesores
orientadores tienen mayor influencia en esto, porque proporcionan guía y al mismo
tiempo permiten que los estudiantes se desarrollen.
En este sentido, Armour; Makopoulou y Chambers (2012) afirman que el
aprendizaje en la formación inicial de un profesor, no solamente involucra el desarrollo
de la práctica, sino el desarrollo de la persona. Estos autores citan que John Dewey
(1958) discutía esta perspectiva, según él la naturaleza y la calidad de las experiencias
de aprendizaje del presente, influencian el modo como las personas van a entender y
aprender experiencias subsecuentes.
Sin embargo, Dewey (1958 apud ARMOUR; MAKOPOULOU &
CHAMBERS, 2012) alertaba que no todas las experiencias son genuinamente
educativas, siendo que algunas experiencias pueden restringir las experiencias futuras
en detrimento del proceso de crecimiento/aprendizaje. Este autor estaba preocupado con
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la pasividad de los estudiantes en los procesos de aprendizaje, ya que según éste, cuando
los estudiantes son dirigidos hacia un punto determinado, las posibilidades de ir
adelante en su crecimiento e innovación son limitadas. Esto significa que durante
distintas experiencias de aprendizaje, las personas pueden convertirse en más o menos
críticas, más o menos dispuestas a aprender de futuras experiencias, más o menos
capaces de sujetar su propia práctica a un examen profundo o de ser creativa e
independiente.
Consideraciones Finales
A partir del estudio es posible afirmar que el proceso de formación inicial de
profesores está sujeto a la incidencia de diversos factores, los cuales generan diversas
dudas é inquietudes en los estudiantes. Así, no es posible encontrar que exista en los
participantes del presente estudio una relación de evolución de preocupaciones a medida
que aumenta el tiempo de experiencia en la docencia, como indica la teoría de Francis
Fuller (1969). Esto, porque las respuestas que cada individuo ofrece a los elementos que
inciden y motivan su formación, no solamente dependen del contexto individual, sino
ambiental y a la historia de vida de cada uno.
Al mismo tiempo, los procesos de enseñanza dentro de las instituciones de
formación de profesores deben atender al hecho de cómo la experiencia anterior a ser
profesor, puede incidir en los futuros aprendizajes sobre la tarea de enseñar.
Simultáneamente, se debe procurar incentivar procesos más autónomos de aprendizaje y
de reflexión por parte de los estudiantes durante la práctica, para que no pierdan durante
su formación la capacidad de crear, inquietarse e innovar.
Para finalizar, se sugiere la necesidad de realizar otros estudios que aborden el
problema de las preocupaciones pedagógicas de los estudiantes-practicantes de cursos
de licenciatura en Educación Física combinando abordajes de pesquisa cuantitativa y
cualitativa.
Referencias
ARMOUR, K.; MAKOPOULOU, K.; CHAMBERS, F. Progression in physical
education teachers‟ career-long professional learning: Conceptual and practical
concerns. European Physical Education Review, v.18, n.1, p. 62–77, 2012.
BEHETS, D. Concerns of Preservice Physical Education Teachers. Journal of
Teaching in Physical Education, v.10, p. 66-75, 1990.
XVIII ENDIPEDidática e Prática de Ensino no contexto político contemporâneo: cenas da Educação Brasileira
4017ISSN 2177-336X
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