REFORMA DA PREVIDÊNCIA Eleição muda o jogo · Sindicato dos Bancários da Bahia informa o...

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www.bancariosbahia.org.br bancariosbahia bancariosbahia Filiado à O BANCÁRIO O único jornal diário dos movimentos sociais no país REUNIÃO COM FUNCIONÁRIOS DO BNB, AMANHÃ, ÀS 18H, NO SINDICATO Edição Diária 7374| Salvador, quinta-feira, 18.01.2018 Presidente Augusto Vasconcelos REFORMA DA PREVIDÊNCIA Muitas queixas contra o banco Santander Página 3 A eleição de outubro próximo é uma importante arma para barrar a reforma da Previdência. Muitos aliados do governo temem as consequências eleitorais e as forças progressistas podem impor a primeira grande derrota nos planos político e econômico da agenda neoliberal desde o golpe de 2016, sepultando a PEC na atual legislatura. Página 4 Eleição muda o jogo Aliados do governo recuam e, com medo das consequências nas eleições de outubro, resistem em aprovar a reforma da Previdência. Cresce a resistência popular. Temer está desesperado com a possibilidade da derrota MANOEL PORTO MANOEL PORTO

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Filiado à

O BANCÁRIOO único jornal diário dos movimentos sociais no país

REUNIÃO COM FUNCIONÁRIOS DO BNB, AMANHÃ, ÀS 18H, NO SINDICATO

Edição Diária 7374| Salvador, quinta-feira, 18.01.2018 Presidente Augusto Vasconcelos

REFORMA DA PREVIDÊNCIA

Muitas queixas contra o banco SantanderPágina 3

A eleição de outubro próximo é uma importante arma para barrar a reforma da Previdência. Muitos aliados do governo temem as consequências eleitorais e as forças progressistas podem impor a primeira grande derrota nos planos político e econômico da agenda neoliberal desde o golpe de 2016, sepultando a PEC na atual legislatura. Página 4

Eleição muda o jogo

Aliados do governo recuam e, com medo das consequências nas eleições de outubro, resistem em aprovar a reforma da Previdência. Cresce a resistência popular. Temer está desesperado com a possibilidade da derrota

manoel porto

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o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, quinta-feira, 18.01.20182 BRASIL

TRF5 mantém a liminar que impede a venda da estatalREdAçã[email protected]

Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 Fundado em 4 de fevereiro de 1933

O BANCÁRIO

Eletrobras. Luz no fim do túnel

Informativo do Sindicato dos Bancários da Bahia. Editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Augusto Vasconcelos. diretor de Imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade.Endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, Mercês, Centro, Salvador-Bahia. CEP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - [email protected] responsável: Rogaciano Medeiros - Reg. MTE 879 dRT-BA. Chefe de Reportagem: Rose Lima - Reg. MTE 4645 dRT-BA. Repórteres: Ana Beatriz Leal - Reg. MTE 4590 dRT-BA e Renata Andrade- Reg. MTE 4409 SRTE-BA . Estagiária em jornalismo: Ilana Pepe e Felipe Iruatã . Projeto gráfico: Márcio Lima. Diagramação: André Pitombo. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores.

ANOTE Aí

NEM tudo está perdido. O TRF5 (Tribunal Regional Fe-deral) manteve liminar que impede a privatização da Ele-trobras. A decisão dá fôlego aos trabalhadores das estatais, inclusive dos bancos públicos, que lutam contra o desmonte.

É mais uma derrota do go-verno que tenta ganhar o apoio da opinião pública a todo cus-

to. Para isso, alega que a venda da empresa é fundamental para reduzir o endividamento da União. Também argumenta que a conta de luz do brasileiro vai

baratear. Mentira.As usinas da Eletrobras ven-

dem a energia mais barata do país, em torno de um quarto do praticado pelo mercado. Por-

tanto, a tendência é o consumi-dor ter de desembolsar ainda mais dinheiro. Sem falar que a venda coloca em risco a segu-rança energética.

Brasil retrocede 100 anosA POLíTICA neoliberal imposta pelo governo Temer faz o Bra-sil retroceder 100 anos. Direitos são cortados, o reajuste salarial é rebaixado, as estatais são ven-didas. Consequentemente, o de-semprego não cai e os empregos gerados são precarizados.

A jornada de trabalho, por exemplo, pode ser de até 12 ho-ras agora. Mas a remuneração não aumenta. As horas extras também são comprometidas,

assim como o direito às férias. Tudo que antes era garantido pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

Para completar, o governo amplia a pressão para o Con-gresso Nacional aprovar a re-forma da Previdência, que au-menta a idade mínima para se aposentar e o tempo de contri-buição. É o que muitos especia-listas chamam de escravidão moderna.

Milhões com o nome sujoCOM a crise na economia, o au-mento no preço dos produtos e o desemprego, os brasileiros têm dificuldades de honrar as dívidas. Tanto que 2017 ter-minou com 60,4 milhões de inadimplentes, elevação ante 2016, quando 59,6 milhões esta-vam endividados.

Os dados são do Serasa Expe-rian. Na comparação entre de-zembro e novembro de 2017, a pesquisa mostra queda. No pe-núltimo mês do ano, 61,1 mi-lhões de pessoas estavam com o nome sujo. A renda extra decor-rente do recebimento do 13º sa-lário é o principal motivo para a redução.

NOTA DE FALECIMENTO

É com imenso pesar que o Sindicato dos Bancários da Bahia informa o falecimento de João Batista de Souza Santos, 61 anos, escriturário do Banco do Brasil de Aporá. O sepulta-mento aconteceu na terça-feira. O SBBA se solidariza com fami-liares e amigos.

DesmonteAmanhã, às 10h, tem

manifestação no BB Itapuã, contra o desmonte do ban-co público. A demanda na agência aumentou. O núme-ro de funcionários caiu. Re-sultado: só confusão.

BNBOs funcionários do BNB

têm encontro marcado ama-nhã, às 18h, no Sindicato da Bahia, Mercês, para debater a ação sobre equiparação sala-rial ao pessoal do BB. É a hora de tirar todas as dúvidas. Par-ticipe. Vale a pena.

A privatização da Eletrobras, além por em risco a segurança nacional, vai elevar, e muito, as contas de energia elétrica no Brasil

Política neoliberal de Temer faz milhões voltarem à extrema pobreza no país

Cartão de crédito lidera as dívidas

o bancáriowww.bancariosbahia.org.br • Salvador, quinta-feira, 18.01.2018 3BANCOS

Caixa aparece em segundo na lista do Banco CentralFELIPE IRuATã [email protected]

joão ubaldo

Santander é o campeão em reclamações

COMO se não bastasse apoiar o golpe e tentar retirar direi-tos dos funcionários por meio da reforma trabalhista, o San-tander liderou o ranking de reclamações contra bancos no quarto trimestre de 2017. A or-ganização financeira recebeu 1.700 queixas e chegou ao índi-ce de 42,87 pontos no período.

A Caixa ficou em segundo com 33,24 pontos. O Bradesco, banco que mesmo com lucro lí-

quido de R$ 14,1 bilhões fechou mais de 500 postos de trabalho, ocupa a terceira posição.

Os motivos principais fo-ram as irregularidades rela-tivas à integridade, confiabi-lidade, segurança, sigilo ou legitimidade das operações e serviços, com 1.894 ocorrên-cias. Na sequência, com 1.580 casos, aparece oferta ou pres-tação de informação a respeito de produtos e serviços de ma-neira inadequada.

Na lista, estão os bancos e financeiras com mais de 4 mi-lhões de clientes. Os dados são do Banco Central, que calcula o ranking a partir das demandas do público captadas nos canais de atendimento.

Citi, olho vivo para o Itaú

O uso político da Caixa por Temer

FINALMENTE, Michel Temer afastou os quatro vice-presidentes da Caixa, investigados em esquema de desvio de dinheiro do banco. O presidente se recusava em afastá-los com medo de perder apoio político.

O caso comprava que são os indi-cados políticos que causam sérios pre-juízos às estatais brasileiras e não os trabalhadores, como a grande mídia, a serviço do grande capital, tenta fazer a população acreditar.

Importante destacar ainda que Te-mer já foi citado em esquema de cor-rupção na Caixa. Inclusive foi ele quem indicou o ex-ministro Geddel Vieira Lima ao cargo de presidente de Pessoa Jurídica do banco, em 2011. O braço direito do presidente está preso desde a descoberta de R$ 51 milhões em dinheiro vivo, em um apartamen-to em Salvador.

Sentença fortalece os trabalhadores

O SINDICATO dos Bancários e a Federação da Bahia e Sergipe estão de olho nas ações do Itaú com relação à compra do Citi-bank. A intenção é proteger os direitos dos funcionários do banco inglês, para que não se-jam prejudicados no processo da aquisição.

O assunto, inclusive, foi de-batido em reunião com os ban-cários da agência Ondina, on-tem. Na ocasião, os diretores sindicais tiraram dúvidas e tranquilizaram os trabalhado-res com relação ao plano de saú-de, pagamentos e gratificações.

O diretor do Sindicato e membro da COE, Elias Lopes,

esclareceu ainda que a Comis-são de Organização dos Em-pregados já solicitou negocia-ção com a diretoria de Relações Sindicais do Itaú para garantir a manutenção do emprego e da estrutura física existente.

Sobre a estrutura física, o banco informou a possibilida-de de ser transformada em Itaú Personalité. O Citibank conta com 124 funcionários em Sal-vador, duas agências, além do CitiPhone, call center de aten-dimento aos clientes. "Não va-mos permitir prejuízos aos fun-cionários”, afirma o presidente da Federação da Bahia e Sergi-pe, Hermelino Neto.

A DECISÃO do juiz da 30ª Vara do Traba-lho de São Paulo, Eduardo Rockenbach Pi-res, de negar os benefícios do Acordo Cole-tivo a um trabalhador que não queria pagar o imposto sindical, fortalece, e muito, a luta do movimento sindical, hoje sob ataque im-placável do projeto neoliberal.

O trabalhador, do setor químico, havia entrado na Justiça, anos atrás, para não pa-gar o imposto sindical, inclusive extinto pela reforma trabalhista que começou a vi-gorar em novembro passado.

Na sentença, o juiz afirma explicitamen-te que “todo trabalhador deve participar, inclusive financeiramente, dos sindicatos, para que as entidades se mantenham fortes para defender os interesses comuns”.

Em todo o Brasil, a decisão do juiz Edu-ardo Rockenbach Pires tem sido comemo-rada como uma grande vitória, por repre-sentar um passo importante na correlação de forças entre o capital e o trabalho, além de criar jurisprudência para outras ações de interesse dos trabalhadores.

diretores do Sindicato e da Federação em reunião com funcionários do Citi

o bancário• www.bancariosbahia.org.br Salvador, quinta-feira, 18.01.20184

SAQUE

REFORMA DA PREVIDÊNCIA

PEC pode não ser votada em fevereiro. É a força das ruasRoSE [email protected]

Fôlego para pressionar

manoel porto

E AGORA? A defesa de Lula já encaminhou ao TRF4 cópia da sentença da juíza Luciana Correa Tôrres de Oliveira, da 2ª Vara de Execução e Títulos do Distrito Federal, publicada no Diário Oficial, a qual determina a penhora do tríplex do Guaru-já (SP) como propriedade da OAS. Mesmo sem apresentar nem uma prova sequer, o juiz Sérgio Moro condenou o ex-presidente, afirmando ser ele o dono do imóvel, dado como propina pela construtora. Foi desmascarado pela própria Justiça federal.

É INSUSPEITA Bom, ninguém pode acusar de petista ou simpatizante, a juíza federal Luciana Oliveira, que reconheceu o tríplex do Guarujá (SP) como propriedade da OAS e não de Lula, desmascarando de vez a condenação política de Moro. Na eleição presidencial de 2014, ela se manifestou publicamente em defesa da candidatura do tucano Aécio Neves, derrotado nas ur-nas por Dilma Rousseff.

NOVA REALIDADE Sem dúvida, a condenação de Lula já está definida, justamente por ser um julgamento político. Mas, diante do fato novo de a própria Justiça federal reconhecer que o tríplex do Guarujá (SP) é propriedade da OAS e não do ex-pre-sidente, será um escândalo sem precedente o TRF4 condená-lo por unanimidade, o que o impediria de recorrer ao pleno do Tri-bunal. O mundo está de olho, mas não se pode perder de vista a bestialidade própria das elites nativas.

NA RESISTÊNCIA À medida que o julgamento no TRF4 se aproxima, os ataques se intensificam, a fim de criar o clima para a condenação arbitrária. Mas, o ex-presidente Lula também tem desmascarado o golpismo. Com firmeza. Ele lembra que os três desembargadores encarregados de julgá-lo fizeram apenas uma “leitura dinâmica” da sentença condenatória de Moro. E acusa a Globo de querer “transformar o Brasil no Caldeirão do Huck”.

EM CANUDOS Excelente o comentário do ex-presidente Lula sobre o desespero do presidente do TRF4, Carlos Eduardo Thompson Flores, para condená-lo. "Esse cidadão é bisneto do general Thompson Flores, que invadiu Canudos e matou Antô-nio Conselheiro. É da mesma linhagem. Quem sabe esteja me vendo como cidadão de Canudos".

MAIS UM O professor Luís Felipe Miguel, da UnB (Univer-sidade de Brasília), também não tem a menor dúvida de que Lula define o resultado da eleição de outubro próximo, indepen-dentemente de estar absolvido ou condenado, vivo ou morto. E alerta o presidenciável Ciro Gomes (PDT), para não imaginar ganhos eleitorais com a condenação do ex-presidente.

PELA primeira vez desde o golpe de 2016, a agenda do po-

der econômico enfrenta sérias dificuldades. De olho nas elei-ções de outubro, os deputados da base aliada do governo es-tão com medo de aprovar a re-forma da Previdência no pró-ximo mês.

Até o braço direito de Temer na Câmara Federal confessa. O presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM), disse que falta oti-mismo para aprovar a PEC em fevereiro. O parlamentar afir-mou ainda que “se não votar agora, não vota mais”. A notícia dá mais força aos trabalhadores, que travam uma batalha contra a agenda neoliberal.

E olhe que o governo joga pesado. Tem a ajuda da gran-de mídia e recursos financei-ros. Só em campanha publi-citária para tentar convencer a população já foram mais de R$ 20 milhões. Mas, as pes-quisas mostram que o brasi-leiro está de olho nos parla-mentares que tentarem retirar o direito ao tão sonhado des-canso depois de anos de dedi-cação ao trabalho.

Se aprovada, a reforma da Previdência aumenta a ida-de mínima para o trabalhador se aposentar - 65 anos homens e 62 anos mulheres. Também eleva o tempo de contribuição. Para receber o benefício inte-gral, o brasileiro teria de con-tribuir por longos 40 anos, in-viabilizando a aposentadoria de milhões de pessoas.

Cai o resgate de trabalho escravo no paísOS PREjUízOS do governo Te-mer são sentidos por todos os brasileiros, sobretudo os que mais precisam do Estado. Na erradicação do trabalho escra-vo, o índice de operações de fiscalização caiu 23,5% em 2017, se comparado ao ano anterior. Foram realizadas apenas 88 operações em 175 estabeleci-

Brasileiro dá o recado. Reforma, não

mentos, contra 115 em 2016, se-gundo dados do Ministério do Trabalho. Ou seja, situação, que já não era boa, piorou muito.

O número de trabalhadores resgatados também desceu a la-deira em 2017. No total, 341 pes-soas foram retiradas da situação análoga à escravidão, o menor nível desde 1998, quando foram

feitos 159 resgates. Em relação a 2016, a queda foi de 61,5%.

Temer facilita o trabalho escravo