Relat rio Final Mexico Revisado.doc)...Germana Barros Magalhães Valéria Barros Consultora Técnica...

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MÉXICO MERGULHO RELATÓRIO DE VIAGEM TÉCNICA Julho/2005

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MÉXICO MERGULHO

RELATÓRIO DE VIAGEM TÉCNICA

Julho/2005

Ministério do Turismo Walfrido dos Mares Guia, Ministro de Estado.

Instituto Brasileiro de Turismo – Embratur Eduardo Sanovicz, Presidente.

Diretoria de Turismo de Lazer e Incentivo

Airton Nogueira Pereira Jr., Diretor.

Gerência de Segmentação e Produtos

Vitor Iglezias Cid, Gerente.

Equipe Técnica

Célia Borges Holanda

Fátima de Paula Pinto

Marcelo Henrique Amorim Abreu

Consultora Técnica

Jaqueline Gil

SEBRAE NACIONAL Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas

Paulo Tarciso Okamotto, Presidente.

Diretoria de Administração e Finanças

Cezar Acosta Rech, Diretor.

Diretoria Técnica

Luiz Carlos Barboza, Diretor.

Gerência da Unidade de Atendimento Coletivo, Comércio e Serviços

Vinícius Lages, Gerente.

Equipe UACCS Daniela Bitencourt, Coordenação do Projeto.

Dival Schmidt

Ilma Ordine Lopes

Germana Barros Magalhães

Valéria Barros

Consultora Técnica

Elisângela Barros Silva

Braztoa Associação Brasileira das Operadoras de Turismo Parceiro Executor José Zuquim, Presidente. Monica Samia, Diretora Executiva. Karem Basulto, Coordenadora Projeto. Elaboração do Projeto Conceitual Instituto EcoBrasil Roberto M.F. Mourão Consultor Nacional

Patrick Muller

Consultor Internacional

Jorge Marin

APRESENTAÇÃO

Benchmarking, termo originalmente usado em cartografia, é entendido como “nível

de referência” ou “referencial” (como a marca do maior nível das águas, p.ex.) e, segundo o

dicionário Aurélio, “Benchmarking é o processo por meio do qual uma empresa adota e/ou

aperfeiçoa os melhores desempenhos de outras empresas em determinada atividade”.

A organização The American Productivity & Quality Center estabelece ainda que:

“Benchmarking é o processo de identificar, aprendendo, e adaptando práticas excelentes e processos de

qualquer organização, em qualquer lugar no mundo, para ajudar uma organização ou empresa a

melhorar seu desempenho”.

O processo de estabelecer níveis ou indicadores de excelência resume-se em medir

sistematicamente o desempenho de seu empreendimento, processo industrial ou operação,

tomando como referência o desempenho de outros com reconhecida eficiência e eficácia,

que se traduz em experiências exitosas.

A adoção de critérios de “boas ou melhores práticas” é uma forma de melhoria

contínua de desempenho, modificando e aprimorando processos organizacionais usuais e

motivando equipes por meio de exemplos bem sucedidos para fomentar a busca de

qualidade e competitividade.

Em essência, benchmarking é um processo de identificação, assimilação e de

adaptação de “boas ou melhores práticas” que estão sendo usadas por organizações em

situações similares e que podem vir a melhorar o desempenho de processos.

Para se implantar um processo de benchmarking, deve-se:

� identificar experiências e casos que sirvam de comparativo, para determinar o

referencial de nível;

� determinar que informações são necessárias e relevantes, planejando e executando

inventários.

A partir deste entendimento, o SEBRAE e o Ministério do Turismo, através da

EMBRATUR, desenvolveram o projeto “Excelência em Turismo - aprendendo com as

melhores experiências internacionais”.

O projeto, que visa o aprimoramento da qualidade do produto turístico nacional,

baseia-se no entendimento de que uma forma de atualizar e otimizar "Melhores Práticas"

consiste em visitas técnicas a empreendimentos ou projetos de outras organizações.

O ponto alto dos estudos de caso são as lições aprendidas e a troca de informações -

um rico manancial de aprendizado e aprimoramento. Desta forma, o projeto finaliza com a

implantação das melhores práticas nos territórios, a melhoria de desempenho empresarial

da cadeia de valor do turismo e, consequentemente, o aperfeiçoamento da qualidade do

destino turístico.

No ano de 2005, previu-se a realização de viagens técnicas a países que são

reconhecidos por práticas bem-sucedidas em determinado segmento do turismo, como

ecoturismo (incluindo gestão de parques nacionais), aventura, cultural (incluindo visitação a

cidades patrimônio da humanidade), pesca esportiva e mergulho.

Os participantes são operadores de turismo receptivo, representantes de meios de

hospedagem e outras empresas de turismo especializadas no segmento focado na viagem.

Eles conhecem, nos destinos, as boas práticas para, posteriormente, adaptá-las e aplicá-las

em seus negócios e regiões. Eles têm a responsabilidade de, na volta, disseminar o

conhecimento adquirido por meio de oficinas de multiplicação, palestras, publicação de

artigos etc.

Durante cada viagem, o grupo, composto por 12 profissionais de turismo e

representantes da Embratur, Sebrae e da Braztoa, faz visitas técnicas, coleta informações e

imagens, elabora relatórios de campo, participa de reuniões e palestras, interage com

membros do governo, empresários e comunidades locais, entre outras atividades.

Um consultor brasileiro, outro do país visitado e um cinegrafista também integram a

equipe. Após a viagem, os participantes e coordenadores elaboram e consolidam relatórios

técnicos, preparam o material de divulgação e, o mais importante, passam a monitorar os

destinos turísticos em que atuam, de acordo com a implementação das novas técnicas.

ÍNDICE

Apresentação

1. Introdução 08

2. Projeto Benchmarking 09

3. Característica do Destino México 24

3.1 México 24

3.1.1 Introdução 24

3.1.2 Localização Geográfica 24

3.1.3 O Turismo no México 26

3.1.4 Regiões Turísticas do México 27

3.1.5 Mergulho no México 34

3.1.6 Qualidade do Acesso e Sinalização 34

3.1.7 Atividades e Produtos Associados ao Turismo 35

3.1.8 Comentários Gerais 39

3.1.9 MRTL no México 40

3.1.9.1 Comercialização do MRTL no México 40

3.1.10 Operação e Infra-estrutura de Mergulho no México 44

3.1.11 Normatização do Mergulho no México 48

4. Diário de Bordo 51

5. Brasil 60

5.1 Turismo no Brasil 60

5.2 Qualidade do Acesso e Sinalização 64

5.3 Atividades e Produtos Associados ao Turismo 65

5.4 Comentários Gerais 66

5.5 Mergulho no Brasil 66

5.6 Mergulho Recreativo, Turístico e de Lazer 66

5.7 Turismo de Mergulho no Brasil 67

5.8 MTRL no Brasil 69

5.8.1 Comercialização do MRTL no Brasil 69

5.9 Operação e Infra-estruturação de Mergulho no Brasil 73

5.10 Normatização do Mergulho no Brasil 76

5.11 Marinha do Brasil 76

5.12 Ministério do Trabalho 77

5.13 Ministério do Turismo 78

5.14 Ministério do Meio Ambiente 79

5.15 Avaliação da Situação da Operação de Mergulho MRTL no Brasil

79

5.16 Sugestões para Melhorar a Atividade no Brasil 81

6. Análises Comparativas 84

6.1 Análise Comparativa entre a Atividade de MRTL no México e no Brasil

84

6.2 Análise Comparativa da Comercialização 84

6.3 Comparativo entre a Operação e Infra-estrutura de MRTL e no México e no Brasil

86

6.4 Análise Comparativa da Normatização no México e no Brasil

88

7. Conclusão 90

Anexo I – Perfil dos Praticantes de MRTL + a Segurança na Atividade

93

Anexo II – Perfil dos Visitantes em Fernando de Noronha 99

Anexo III – Carta da Ilha Anchieta(Diretrizes para Pratica do MRTL em Unidades de Conservação)

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1. INTRODUÇÃO

Dentro da estratégia de execução do projeto benchmarking “Excelência em Turismo”,

o passo fundamental é a escolha do destino internacional de referência. No caso do produto

mergulho, foi escolhido o México. Pode-se considerar que a escolha deu-se em função da

historia de “sucesso” do México, que está acima da comprovação da “excelência” do(s)

outro(s) destino(s). Além disso, as analogias existentes entre o México e o Brasil, tanto do

ponto de vista histórico e climático, quanto do cultural, facilitaram a identificação e

avaliação das diferenças entre esses dois destinos.

Três destinos mexicanos são lembrados internacionalmente quando o assunto é

mergulho: a ilha de Cozumel, um dos lugares mais procurados mundialmente para a

prática do mergulho recreativo turístico e de lazer (MRTL); a cidade de Cancun, que abriga

uma das maiores e mais bem estruturadas operadoras de mergulho do planeta, e os cenotes

do Yucatán, referência para o mergulho em cavernas. A proximidade geográfica e a

facilidade de acesso permitiram conhecer a Costa noroeste da Península de Yucatán: Riviera

Maya, Playa del Carmem, Cancun e Cozumel.

Não se pode negar que existem na região atrativos naturais ímpares. Sua descoberta e

divulgação provocaram a vinda dos primeiros mergulhadores turistas. Assim, é importante

entender como aconteceu o desenvolvimento e a consolidação dos destinos. Para tal

finalidade, os trabalhos de avaliação foram divididos em quatro áreas: destinos (acesso,

estrutura, atividades), operação de mergulho, infra-estrutura das operadoras de mergulho e

legislação pertinente ao mergulho.

Para um melhor entendimento desde relatório, faz-se necessária uma explicação

sucinta sobre o conceito de mergulhador turista e turista mergulhador. O mergulhador

turista é um mergulhador já credenciado, que tem como objetivo principal de sua viagem a

busca por um destino de mergulho e a realização do mesmo, independente das condições

oferecidas para tal. O turista mergulhador é aquele que procura um destino turístico de seu

agrado, e pode vir a mergulhar se o produto for oferecido. Muitas vezes não possui

experiência na atividade e geralmente não é credenciado. Depende da influência de

terceiros para praticar a atividade.

9

2. PROJETO BENCHMARKING

10

Histórico

O projeto “Excelência em Turismo” teve sua concepção e desenvolvimento iniciado

em agosto de 2004, por iniciativa do Ministério do Turismo, por meio da Embratur, em

parceria com o SEBRAE Nacional.

Uma vez finalizado o modelo, a Associação Brasileira das Operadoras de Turismo -

Braztoa passou a compor a equipe para execução do projeto, que teve seu lançamento em

Março de 2005.

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Objetivo Geral do Projeto

O projeto contempla a organização de 06 viagens técnicas para a observação das

melhores práticas turísticas, reconhecidas internacionalmente, nas áreas ambientais e sócio-

culturais, sob o ponto de vista estratégico e operacional, visando o aprimoramento dos

serviços, a qualidade e a competitividade dos produtos turísticos brasileiros, em especial

nos segmentos ecoturismo, aventura, mergulho, pesca esportiva e cultural.

Objetivos Específicos

1. Conhecer as experiências de 6 (seis) destinos turísticos de excelência, com reconhecimento

internacional, sendo:

- 2 destinos de ecoturismo - Costa Rica e Peru;

- 1 destino de turismo de aventura - Nova Zelândia;

- 1 destino de turismo de pesca esportiva – Argentina;

- 1 destino de turismo de mergulho - México;

- 1 destino de turismo cultural – Espanha.

2. Sistematizar as informações e o aprendizado por meio da elaboração de relatórios

técnicos.

3. Multiplicar os resultados e conhecimentos adquiridos na viagem, bem como a análise

estratégica do aprendizado, por meio eletrônico, seminários e materiais impressos

específicos.

Viagens Técnicas – Operação

Estabeleceu-se o critério para seleção das empresas participantes e, na seqüência, seu

compromisso, como participantes das viagens, de contribuir com os consultores, no seu

retorno, na elaboração dos relatórios e na multiplicação do conhecimento adquirido. Esse

trabalho será feito em todas as regiões brasileiras, por meio de material técnico produzido a

partir das experiências e práticas observadas nas viagens.

As seis Viagens Técnicas, estão distribuídas da seguinte forma:

12

� 12 profissionais/empresários, especialistas no tema da viagem;

� 03 gestores públicos (Embratur / Ministério do Turismo e SEBRAE Nacional);

� 01 representante Braztoa;

� 01 consultor técnico nacional;

� 01 consultor internacional, especialista do país-destino;

� 01 cinegrafista.

Viagens Técnicas – Atividades

Estão previstas atividades antes, durante e após as viagens:

� Antes

- Pesquisa de destinos-referência para a escolha das viagens técnicas, de acordo com a

determinação técnica da Embratur, Sebrae e Braztoa;

- Pesquisa e identificação de consultores especializados, brasileiros e internacionais,

para acompanhar e liderar os grupos de viagem;

- Definição dos produtos e destinos a serem visitados. Elaboração de logística das

viagens;

� Durante

- Visitas técnicas e atendimento a reuniões e palestras específicas;

- Coleta de informações técnicas e elaboração de relatórios de campo;

- Captura de imagens para registro;

- Interação com governo, empresários e comunidade dos destinos visitados;

� Depois

- Consolidação dos relatórios técnicos das visitas;

- Preparação de material de divulgação (mídias diversas);

- Realização de reuniões, encontros, oficinas e/ou palestras para multiplicação dos

resultados.

- Acompanhamento para averiguação de melhorias nos destinos turísticos brasileiros

participantes das visitas.

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“Benchmarking é o processo por meio do qual uma

empresa adota e/ou aperfeiçoa os melhores

desempenhos de outras empresas em determinada

atividade”.

Dicionário Aurélio

“Benchmarking é o processo de identificar, aprendendo,

e adaptando práticas excelentes e processos de

qualquer organização, em qualquer lugar no mundo,

para ajudar uma organização ou empresa a melhorar

seu desempenho”.

The American Productivity & Quality Center

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Benchmarking na Prática

Benchmarking, termo originalmente usado em cartografia, é entendido como “nível

de referência” ou “referencial” (como a marca do alto nível das águas em uma represa,

p.ex.).

Benchmarking mede o desempenho, em termos de números, velocidade, distância,

etc. Trata-se de um processo dinâmico de desenvolvimento de práticas específicas para um

desempenho de alta qualidade, aplicação e subseqüente avaliação.

O processo de estabelecer níveis ou indicadores de excelência resume-se em medir

sistematicamente o desempenho de seu empreendimento, processo industrial ou operação,

tomando como referência o desempenho de outros com reconhecida eficiência e eficácia,

que se traduz em experiências exitosas.

A adoção de critérios de “boas ou melhores práticas” é uma forma de melhoria

contínua de desempenho, modificando e aprimorando processos organizacionais usuais e

motivando equipes por meio de exemplos bem sucedidos para fomentar a busca de

qualidade e competitividade.

Em essência, benchmarking é um processo de identificação, assimilação e de

adaptação de “boas ou melhores práticas” que estão sendo usadas em situações similares

por organizações e que podem vir a melhorar o desempenho de processos.

Implementação de projetos de Benchmarking

Para se implantar um processo de benchmarking, deve-se:

- Identificar experiências e casos que sirvam de comparativo, para determinar o

referencial de nível;

- Determinar que informações são necessárias e relevantes, planejando e executando

inventários.

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Sugestões para implementação de um projeto de Benchmarking

- Benchmarking deve ser implementado com a certeza do apoio dos gestores da

organização, conscientes e comprometidos com o desafio do benchmarking.

- Benchmarking deve ser simultaneamente trabalhado em termos de tempo e recursos

disponíveis: ambientais, culturais, financeiros e humanos.

- Num processo de melhoria é importante contar com participantes que tenham

experiência em benchmarking.

- Coordenadores e grupos de trabalho devem discutir como suas experiências prévias ou

as de terceiros, que servirão de referência, e podem ser adaptadas ao processo em

implementação. Nas visitas técnicas devem ser incluídas, além do grupo de trabalho, as

pessoas que serão responsáveis pela implementação de mudanças.

- É importante detalhar o plano de ação, os métodos para identificar e contabilizar as

melhorias, avaliações, os ajustes e o monitoramento contínuo do processo.

Fontes de Informações para Benchmarking

Informações sobre boas ou melhores práticas para subsidiar processos de

benchmarking podem vir de várias fontes. As mais importantes vêm de clientes e

fornecedores de serviços e produtos que geralmente enxergam os problemas ou

oportunidades melhor do que alguém de dentro da organização. Entrevistas e relatórios de

clientes e fornecedores podem gerar idéias surpreendentes para resolver problemas

específicos.

Uma forma de atualizar e otimizar "Melhores Práticas" consiste em visitas técnicas a

empreendimentos ou projetos de outras organizações. Muito se aprende com os sucessos e,

sobretudo, com os fracassos.

O ponto alto dos estudos de caso são as lições aprendidas e a troca de informações -

um rico manancial de aprendizado e aprimoramento. Associações profissionais e

cooperativas de serviços e produção são também uma rica fonte de informações e

estratégias. As relações entre empresas são excelentes formas de se manter atualizado.

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Boas ou Melhores Práticas

Em essência, “Boas e Melhores Práticas” são formas ideais para executar um processo

ou operação. São os meios pelos quais organizações e empresas líderes alcançam alto

desempenho, e também servem como metas para organizações que almejam atingir níveis

de excelência.

Não existe um único processo de “melhores práticas”, e

não há nenhum conjunto de "melhores práticas" que

funcione para todos os lugares o tempo todo.

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Como “Boas Práticas” entende-se os requisitos mínimos para se atingir a qualidade

de desenvolvimento ou fabricação de um produto ou de processo, como, por exemplo, o

atendimento às normas para certificação em turismo sustentável.

Já “Melhores Práticas”, referência para processos de benchmarking, são as práticas

que levam ao alcance de patamares de excelência, acima dos requisitos mínimos das “Boas

Práticas”, muitas vezes justificando destaque ou prêmios para empresas ou organizações

que as atingem.

No caso do Turismo, cada processo de desenvolvimento turístico é diferente de outro

sob o ponto de vista:

- ambiental;

- cultural;

- geográfico;

- legal;

- político;

- social;

- tecnológico.

Deve-se considerar que empresas ou organizações têm suas próprias metas,

oportunidades e restrições. Além disso, "Melhores Práticas" dependem da fase de

desenvolvimento em que cada organização se encontra, e essas práticas mudam à medida

que a organização avança na busca da qualidade e excelência.

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Critérios de Seleção dos Participantes

Participantes Internacionais

� O projeto prevê a participação de 01 (um) consultor especializado local (tour conductor),

que se responsabilizará pela coordenação das atividades e condução dos participantes

no destino, além da participação, conforme a programação da visita, de empresários,

operadores, prestadores de serviço e representantes de organizações governamentais e

não-governamentais.

Processo Seletivo

� Serão analisadas todas as candidaturas devidamente recebidas até o prazo estipulado

para cada viagem.

� O comitê formado para o processo seletivo será coordenado pela Braztoa. Também

comporão o comitê os representantes do Sebrae, Embratur e eventuais convidados.

� Os candidatos selecionados serão aqueles que atenderem, em maior número e de forma

satisfatória, aos critérios preestabelecidos.

Pré-requisitos / Responsabilidades dos Participantes

A empresa interessada em participar das visitas técnicas, por meio de seu

representante, será avaliada e selecionada a partir dos seguintes pré-requisitos:

� Estar cadastrada no Ministério do Turismo;

� Ter sede e atuar nos destinos e segmentos turísticos identificados pelo projeto, de

acordo com cada viagem;

� Será considerado o critério de proporcionalidade de empresas por destino, de acordo

com a relação projetos x regiões x tipologias turísticas relacionadas a cada uma das

visitas técnicas;

� Ter pelo menos 03 anos de existência e comprovação de atuação profissional;

� Comprovar capacitação para recepção de turistas estrangeiros;

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� Apresentar carta de referência e/ou de comprovação de trabalhos realizados,

emitidas por entidades representativas do turismo, associações de classe, Sebrae

Estadual ou Governo Municipal, Estadual ou Federal;

� Comprovar, no mínimo, 50% do faturamento da empresa referente à prática de

turismo receptivo. Se for operadora de Viagens e Turismo deve ser preferencialmente

especializada no segmento ou nicho de mercado tema da visita, comprovados por, no

mínimo, 50% de seus produtos e serviços oferecidos;

� Análise de portfólio e tarifário da empresa, bem como do Curriculum Vitae do seu

representante;

� Os critérios de seleção terão pesos diferenciados.

Recomendações aos participantes

� O participante da viagem técnica deverá ter, preferencialmente, bons conhecimentos

e fluência no idioma do país visitado;

� O participante deverá ter grande interesse e assumir comprometimento em

multiplicar o conhecimento, quando do seu retorno ao Brasil, por meio das oficinas

que serão realizadas.

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Terceira Viagem Técnica

Destino: México

Tema Principal: Turismo de Mergulho

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Participantes da Viagem Técnica ao México

MÉXICO

Nº DESTINO DE OPERAÇÃO EMPRESA CONTATO

1 Salvador / BA Bahia Scuba Gilson Galvão

2 Cabo Frio / RJ Cabo Frio Sub Luiz Antonio Fernandes

3 Ilhabela / SP Colonial Diver Rodrigo Gherardi

4 Bonito / MS Dive bonito João Nascimento

5 São Paulo / SP Dive Tech Carlos Trujillo

6 Ilha Grande / RJ Elite Dive Center Fernando Gouvêa

7 Búzios / RJ Mar Azul Santiago Asselborn

8 São Paulo / SP Narwhal Roberto Parola

9 Ubatuba / SP Omnimare Pedro Paulo Orabona

10 Paraty / RJ Scuba Point Daniel Fernandes

11 Olinda / PE Seagate Fernando Kaltenbach

12 Paraty / RJ Una Dive Renato Guimarães

EQUIPE TÉCNICA

13 Brasília / DF Embratur Fabio Grossi

14 Brasília / DF Sebrae Nacional Daniela Bitencourt

15 São Paulo / SP Braztoa Monica Eliza Samia

16 Fernando de Noronha / PE Consultor Nacional Patrick Muller

17 Cancun / México Consultor Internacional Jorge Marin

18 São Paulo / SP Cinegrafista Pedro Caldas

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Destino dos Operadores Participantes

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Roteiro Executado:

DATAS LOCAIS / DESTINOS

Dia 01 – 24/06/05 – sex São Paulo � Cancun

Dia 02 – 25/06/05 - sáb Cancun � Playa del Carmem / mergulho: Aquaworld Cancun

Dia 03 – 26/06/05 - dom Playa del Carmem – Akumal – Tulum / mergulho : Tulum

Aquatech

Dia 04 – 27/06/05 - seg Riviera Maya / Visitas : Xel Ha e Xcaret

Dia 05 – 28/06/05 - ter Cozumel / mergulho: Del Mar Aquatic

Dia 06 – 29/06/05 - qua Cozumel / mergulho: Palancar Jardines Reef e Tour a

Chankanaab

Dia 07 – 30/06/05 - qui Cozumel / mergulho: Columbia Wall e naufrágio Felipe

Xicotencatl

Dia 08 – 01/07/05 - sex Cozumel – Visita a operação do submarino Atlantis

Dia 09 – 02/07/05 - sáb Cozumel - Cancun - São Paulo

Dia 10 – 03/07/05 - dom São Paulo à Cidade de origem

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3. CARACTERÍSTICA DO DESTINO MÉXICO

3.1 México

3.1.1 Introdução

Com a chegada dos espanhóis ao México, em 1521, o idioma utilizado na maioria

do país é o castelhano, ainda que alguns idiomas se conservem (náhuatl, tarahumara,

mazahua, tzotzil, etc.), sobre tudo nas comunidades indígenas ao longo do país.

O México é um grande país que conta com belas e diversas praias, onde o turismo é

bem desenvolvido, contando com bons serviços e a hospitalidade da população.

3.1.2 Localização Geográfica:

Encontra-se na metade do Continente Americano, às margens do Mar do Caribe e

do Golfo do México, entre Belize e os Estados Unidos, e entre Guatemala e os Estados

Unidos, bordeando o Oceano Pacífico Norte.

Fatos

IDH 2002: México

Capital: Cidade do México

Governo: república representativa, democrática e federal

Extensão: 1.972.547 Km aproximadamente ¼ do território brasileiro

Paises limítrofes: Estados Unidos, Guatemala e Belize

Litoral: 10.000 Km de costas ( Oceano Pacifico, Caribe e Golfo do México).

População: 104.959.594 habitantes.

Idioma: Espanhol e também 50 dialetos indígenas ( inglês nos lugares turísticos)

Moeda: Peso

Referência geográfica América do Norte.

Clima: Varia do tropical ao desértico

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Recursos naturais petróleo, prata, cobre, ouro, zinco, gás natural e madeira

Religião Católica Romana 89%, Protestante 6%, outra 5%.

Dicas para a visita técnica no México (Cancun, Cozumel)

Dinheiro: • levar dólares americanos. • o câmbio é uma operação bem simples devido ao grande

fluxo turístico • faça o cambio do dinheiro nos bancos ou nas casas de

cambio, que costumam ter uma melhor cotação. • Visa internacional é o cartão de crédito mais aceito.

• Câmbio aprox.: 1U$ = 10,83 pesos mexicanos

Compras e refeições: • existem muitas opções de souvenires. • beba água mineral, refrigerantes, sucos industrializados e

cerveja.

• as regiões visitadas têm grande fluxo turístico com muitas opções da culinária mexicana e internacional

Mergulho • temperatura da água 28-29ºC.

• roupa de neoprene sugerida: 3mm.

• levar material básico (máscara, nadadeiras, snorkel).

• levar colete e regulador.

• levar credencial de mergulho.

Clima, vestuário • em geral seco, com dias de sol e temperaturas acima dos 30ºC.

• levar:

o capa de chuva leve o bermudas o 1 par de tênis (amaciado) o jeans o camisetas o calça “casual” o camisas de manga curta o chapéu ou boné o roupa de banho o sandálias

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Acessórios • câmera + filmes + baterias • óculos de sol • protetor solar • produtos de higiene pessoal

Bagagem • limitação aérea: 20Kg • esta não é uma viagem turística, é uma viagem técnica • viaje leve. Limite-se ao necessário, pois em determinados

deslocamentos poderemos ter limitação de peso e volumes • o material de mergulho é pesado; leve somente o necessário

Saúde • informar à coordenação caso tenha alergia a alimentos, picada de insetos, medicamentos, etc.

• informar à coordenação caso necessite de eventuais cuidados médicos especiais (diabetes, epilepsia, etc).

• levar seus próprios medicamentos caso faça uso regular

3.1.3 O Turismo no México

O turismo é um dos setores econômicos mais importantes e dinâmicos do mundo

atual, seja por seu nível de investimentos, geração de empregos e de divisas, seja por sua

contribuição ao desenvolvimento regional. Contribui com aproximadamente 11% da

produção mundial e geral de empregos - um de cada onze. Estima-se que, nos próximos 20

anos, viajarão pelo mundo 1,6 milhões de turistas que gastarão dois milhões de dólares.

A importância do turismo para a economia mexicana é indiscutível. Seus benefícios

não se revelam somente por ser um industria que gera empregos e por incentivar o

desenvolvimento regional, mas por ser também um fator de difusão de atrativos culturais

e naturais.

O México oferece uma extensa variedade de atrativos turísticos: a herança de

civilizações pré-hispânicas e o desenvolvimento de sítios arqueológicos como símbolos de

identidade nacional; a incomparável beleza de suas praias; o encontro dos vestígios de

culturas milenares convivendo com grandes cidades urbanas; extensas áreas naturais com

elementos históricos que o tornam único mundo, assim como uma infra-estrutura turística

de vanguarda internacional.

O setor turístico representa mais de 8% do produto Interno Bruto Nacional e

contribui com mais de 9% dos empregos diretos e indiretos. Durante o ano 2000,

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registraram-se 20,6 milhões de visitante internacionais, excluindo os excursionistas, que

deixaram a quantia de 8,3 milhões de dólares, tornando-se o turismo a terceira atividade

geradora de divisas, depois do petróleo e das indústrias. Em nível mundial, o México

ocupa o 7° lugar em captação de turistas internacionais e o 11° em captação de divisas.

Ao gerar uma maior demanda para os destinos e atrativos do país, a promoção

turística representa um papel importante na manutenção e consolidação do México como

una potência mundial.

Fonte: http://www.promotur.com.mx/

3.1.4 Regiões Turísticas do México

Norte do México - As vibrantes paisagens do deserto;

Centro do México - Um mosaico do esplendor colonial;

Golfo e Sul do México - Vegetação exuberante e selvas encantadoras;

Península do Yucatán - Regiões arqueológicas majestosas;

Costa do Pacífico - Lindas praias e;

Península da Baixa Califórnia - A beleza natural da flora e da fauna.

Você poderá descobrir a diversidade do México em cada um dos trinta e dois

Estados e seus múltiplos Destinos turísticos.

Norte do México

Extensas planícies de clima árido, entrecortadas por duas cordilheiras – a Serra

Madre Ocidental e a Serra Madre Oriental – entre as quais está o grande Deserto

Chihuahuense, são os sinais característicos da geografia deste território. Habitado desde

tempos imemoriais por caçador-coletores – os tarahumaras em Chihuahua; os yaquis em

Sonora; e os huicholes em Zacatecas, o norte do México vem atraindo a atenção de

missionários e viajantes, do século XVI até hoje.

A arquitetura e a cerâmica da cultura paquimé surpreendem por sua originalidade

e qualidade. Para comprovar isso, basta uma visita ao sítio arqueológico de Paquimé e ao

museu ali existente. Outros lugares que distinguem a região norte são: a Reserva da

Biosfera de El Pinacate; as Barrancas de Cobre, famosas por suas grandes cachoeiras e

microclimas; a serra de Durango; a Reserva Natural de Cuatro Ciénegas, em Coahuila; os

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povoados mineiros e agrícolas no sul de Chihuahua; a cidade de Álamos, em Sonora; o

fértil Valle del Fuerte, em Sinaloa; e a cidade de Zacatecas. Outro lugar que merece

destaque é Monterrey, em Nuevo León, que é hoje uma cidade forte e moderna, e que

define, até certo ponto, o que é cultura do norte.

Centro do México

Ao aproximar-se da parte central do México é possível comprovar a riqueza de um

território que se estende desde a Sierra Madre del Sur até o limite norte do altiplano, nas

huastecas, onde existe uma grande diversidade de climas e paisagens, em função da

altitude, posição geográfica e precipitação pluvial.

É o principal cenário do mundo pré-hispânico, visto que no coração desta região

existiu o principal império mexicano. Foi precisamente aqui onde se travaram as batalhas

mais importantes entre as tropas dos conquistadores e dos povos indígenas.

Além disso, durante o século XVI ocorreu o mais importante esforço de

evangelização, que não só transformaria a fé, mas também construiria, sobre os vestígios

do passado, as cidades e povoados que integram a nova geografia. O desenvolvimento da

agricultura e da mineração proporcionou o crescimento urbano, transformando esta região

em uma das mais ricas na arte e arquitetura coloniais do México.

Golfo e Sul do México

Uma característica especial desta orla costeira do golfo, formada por Tabasco,

Veracruz e o território chiapaneco, é a fertilidade de suas terras, que ainda têm amostras

do que antes foram selvas obscuras e paragens sempre verdes. Ali existiram grandes

civilizações, como a olmeca na região costeira, e a maia na geografia irregular de Chiapas,

além de culturas muito importantes como as dos huastecos e totonacas, em Veracruz.

Cenário importante da história do México e porta de entrada do conquistador

Hernán Cortés, a costa do golfo sobrevive a muitos conflitos, e hoje experimenta um

grande desenvolvimento, graças à existência de um destacado centro industrial e,

naturalmente, como produtor número um de petróleo no México.

A paisagem e o colorido, os grupos étnicos, as festas, as tradições e a culinária, entre

outros elementos, formam um mosaico difícil de descrever. Quem o visitar se

surpreenderá ao ver, no mesmo território, montanhas verdes, o Pico de Orizaba – a 5.747

29

m de altura, o pico mais alto do México – e as planícies de Veracruz, Tabasco e Chiapas,

onde a temperatura torna obrigatório o uso de roupas leves.

Península do Yucatán

Já no século XIX, o Yucatán tinha fama mundial por seus tesouros arqueológicos e

guerras de castas, das quais se livrou na segunda metade deste século. As descobertas

arqueológicas foram acontecimentos de enorme importância, e a maioria dos turistas que

vêm ao México não perde a oportunidade de visitar Chichén Itzá e Uxmal, referências do

desenvolvimento que os maias conquistaram nessa região. Mas nas Terras Baixas do

Yucatán, formadas por uma placa de pedra calcária, há muitos outros atrativos, entre eles

os cenotes e as praias de água morna e areia branca e fina. Cancun e a Riviera Maya são

uma prova contundente disso; uma experiência imperdível.

Quem gosta de seguir os traços da época colonial encontrará belos exemplos em

Campeche e Mérida. Clima quente, povo hospitaleiro, gastronomia refinada e a alegria

natural de seus habitantes identificam essa região como um espaço onde todos desejam

chegar.

Costa so Pacífico

Não há duvida de que na costa do Pacífico, desde Sinalo até Oaxaca, a natureza tem

sido generosa. Sinalo oferece a oportunidade de pernoitar em Mazatlán, que conta com

serviços turísticos de grande escala, ou de visitar os estuários onde se cultiva o camarão e

se pode acampar nas praias desertas. Nayarit é ideal para quem sabe apreciar a paisagem,

a vegetação e as condições naturais. Colima possui um lugar excepcional, Manzanillo,

dotado de belas praias. Jalisco é famoso por sua Costa Alegre, onde se podem encontrar

lugares reservados para o turismo em larga escala e, naturalmente, a cidade de

Guadalajara, que reúne modernidade, nobreza e beleza. Oaxaca, de litoral esplendoroso,

tradicional em montanhas e vales magníficos, com seus conventos e nobreza na capital,

firma-se como uma região admirável, que é uma das mais visitadas no México, seja por

seus monumentos arqueológicos e coloniais, seja por seu folclore, por sua comida e a

certeza de que se trata de um povoado de longa tradição histórica.

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Península da Baixa Califórnia

Foi necessário que muito tempo se passasse para que a península da Baixa

Califórnia, que faz fronteira com os Estados Unidos ao norte, com o Oceano Pacífico a

oeste e com o Mar de Cortés a leste, acabasse aparecendo no mapa turístico do México e

do mundo.

Uma atração de norte a sul, através de seus 1.300 quilômetros de longitude, levará o

visitante de uma surpresa a outra, no meio de uma paisagem árida e clima seco. No lado

da fronteira está Tijuana, centro turístico por excelência que ano após ano recebe centenas

de milhares de visitantes. O hipódromo, com suas corridas de touros, além de outros

espetáculos, é um grande atrativo; a este, se soma a praia de Rosarito e seu penhasco, ideal

para mergulho e pesca, e o porto da Ensenada, que foi se transformando na capital

cultural do estado da Baixa Califórnia.

Ao sul, encontrar-se-á tem uma longa história: as pinturas rupestres da Serra de San

Francisco, feitas por caçador-coletores, e as missões jesuítas - como a de San Javier e

Loreto. Há também o desenvolvimento turístico de Los Cabos e a cidade de La Paz, ponto

ideal para iniciar uma viagem de pesca, para visitar baleias e organizar passeios de iate,

lancha e caiaque até a ilha mais próxima, que possui as praias mais belas do México.

Cancún

Toda a beleza, os azuis e verdes que o mar tem estão em Cancún, um dos

empreendimentos turísticos mais importantes do México e do mundo. Sua excelente

localização geográfica – cujo formato se assemelha a uma ilha –, o clima agradável

durante todo o ano e suas praias paradisíacas de areia branca e morna, banhadas pelo

mar do Caribe, são ideais para a prática de diversos esportes aquáticos.

As águas da baía, protegidas pela Isla Mujeres, são tranqüilas e perfeitas para

surfar, velejar, praticar mergulho e para passeios de lancha. As águas que desembocam

no mar aberto têm correntezas mais fortes, e nelas também se pode pescar e mergulhar. A

grande quantidade de marinas facilita essas atividades, tanto na baía como na lagoa

Nichupté, onde se recomendam passeios de caiaque.

31

Cancún oferece infra-estrutura e serviços turísticos de primeira qualidade. As redes

hoteleiras de maior prestígio no mundo conseguem unir o luxo e o conforto à

cordialidade, com acesso a quadras de tênis e excelentes spas.

A vida noturna na região hoteleira de Cancún é ampla e muito diversificada; ali

encontram-se algumas das maiores danceterias do mundo, restaurantes com a culinária

mais importante do planeta, além de também estabelecimentos de comida rápida (fast

food);.ambientes mais tranqüilos em bares com jazz ou piano, sem faltar aqueles

embalados pelos tradicionais mariachis.

Cancún conta com interessantes vestígios maias, assim como um museu que exibe

peças dessa cultura. Seus excelentes meios de comunicação levam o turista, de maneira

fácil e ágil, a alguns dos lugares mais impressionantes do Mundo Maia, seja em Cancún

seja no estado vizinho, Yucatán.

Dispõe também de centros comerciais onde se adquiri desde o artesanato de todas

as partes do país, até os mais variados artigos importados.

Tulum

Tulum está a uma hora na direção ao sul de Playa del Carmen, e somente 25

minutos ao sul de Akumal. Tulum é um local particularmente impressionante por sua

localização, pois está no topo de um rochedo calcáreo íngreme, que mergulha nas águas

turquesas do mar do Caribe logo abaixo.

Tulum é uma cidade importante para os arqueologistas. É uma cidade clássica, do

Pós Modernismo, com estilo e arquitetura próximos da complexidade do período clássico.

Naquele período da história, as construções e esculturas foram demasiadamente

degradadas. Por serem muito rústicas, eram consideradas imperfeitas e cobertas. Hoje,

entretanto, é um dos destinos arqueológicos mais visitados do México, recebendo turistas

de Cancun, e navios que atracam em Cozumel ou Playa. Um dos mais interessantes locais

para exploração de ruínas, Tulum possui, além da beleza das ruínas, a beleza da Natureza.

Os muros que cercam os 3 lados da cidade tinham como objetivo a sua proteção, e a

entrada é feita por um dos 5 túneis originais. Guias estão disponíveis do lado externo do

Centro de Visitantes, com lanchonete e loja.

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Parque Xcaret

Xcaret é um território maravilhoso situado a cinqüenta e cinco quilômetros ao sul

da cidade de Cancun, e a não mais de cinco quilômetros de Playa del Carmen, seguindo

pela estrada federal 180. Seu nome, em língua maia, significa "baia". Xcaret foi um lugar

importante economicamente na cultura maia, um centro de intercâmbio comercial. É um

dos lugares de destaque na Riviera Maya, tanto pelos seus monumentos arqueológicos

quanto pelo Parque Ecológico e Arqueológico dedicado à união da cultura maia e

mexicana em geral, assim como à preservação ambiental, pois dentro do perímetro do

parque conservam-se numerosas espécies animais e vegetais, inclusive algumas espécies

endêmicas. Dentro da área encontra-se uma igreja católica, o monumento de origem

espanhola mais antigo de todo o México, testemunha de que a área foi habitada por

colonizadores. Sua presença demonstra o choque de civilizações, que mudaria

radicalmente a história do continente americano.

As diferentes zonas arqueológicas estão agrupadas em conjuntos identificados com

letras, delimitando os lugares de interesse para os visitantes. A muralha que circunda a

zona está ilhada pelo mar, separando as zonas pantanosas próximas das costas das terras

do interior.

Parque Xel-Há

A lenda conta que os deuses Mayas combinaram sua sabedoria para criar um lugar

onde pudessem reunir o melhor da natureza do Caribe. Os antigos Mayas chamaram este

lugar de Xel-Há: “onde nasce a água”.

Este parque de espetacular beleza tem uma lagoa azul turquesa, um rio de

tranqüilas correntes e uma exuberante selva. A união de tudo isto forma uma paisagem

única frente ao mar.

O lugar foi utilizado como porto para os antigos mayas, já que, por sua localização,

era um dos pontos importantes para o tráfico marítimo de mercadorias e bens. As

primeiras referências sobre o porto são de 1527, ano em que os espanhóis subiram à área, a

qual denominaram Salamanca de Xalá, em alusão a um pequeno assentamento indígena

que se encontrava pelas redondezas.

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O principal atrativo do parque de Xel-Há é precisamente sua baia. Pela mistura das

águas do mar com as frescas correntezas subterrâneas de água doce, o lugar é um aquário

natural onde habitam centenas de espécies marinhas e peixes tropicais. Por isso, todos

devem aventurar-se a passar algumas horas com sua máscara e pés de pato, ou também

colocar uma roupa de mergulho e alcançar, junto com as espécies marinhas, maiores

profundidades.

Possui também reservas para tartarugas e golfinhos onde se estuda a vida marinha,

contribuindo para o conhecimento e manutenção ecológica da área.

Xel-Há é, certamente, um dos lugares mais deslumbrantes, tanto em riqueza

arqueológica, como natural; é um dos pontos fundamentais da Riviera Maya, um conjunto

onde a natureza parece se desenvolver em todo seu esplendor, ligado à história milenar da

cultura maya.

Riviera Maya

A Riviera Maya é uma franja de cento e quarenta quilômetros de largura, localizada

na costa oriental de Quintana Roo, México. Nela existem desde praias solitárias, até

modernos conjuntos arquitetônicos, que inclui hotéis, marinas, centros esportivos e

restaurantes. Playa del Carmen, por exemplo, que foi um povoado de pescadores

tranqüilo, agora abarca hotéis de prestígio internacional. E não muito distante encontra-se

a principal reserva ecológica da região, Sian Ka´an, habitat de uma riquíssima fauna e

flora. A principal característica da Riviera Maya é a sua diversidade. Neste lugar pode-se

optar por esportes de aventura, pela prática de golfe ou tênis, por passeios pela selva a pé

ou a cavalo e por diferentes esportes aquáticos ou náuticos, além da indescritível riqueza

cultural e arqueológica do mundo maya. O mergulho é a atividade preferida dos muitos

visitantes que chegam, já que em frente das costas da Riviera localiza-se o Grande Recife

Maya. O espetáculo da vida marinha tropical é inesquecível.

Por tudo isso, esta região, onde a antiguíssima civilização maya surgiu e alcançou

seu esplendor, é hoje um destino turístico de primeiro nível, preferido pelo turismo

nacional e internacional.

Fonte: http: //www.rivieramaya.com/br2/atractivos.htm

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Cozumel

Cozumel deve seu nome aos índios maya que povoaram a ilha há

aproximadamente 2.000 anos. Segundo a lenda maya, Cozumel era o lar de Ixchel, deusa

do Amor e da Fertilidade.

A Ilha de Cozumel é considerada um dos mais importantes destinos de mergulho

do mundo. Na alta temporada, mil e quinhentos mergulhadores visitam diariamente suas

águas, cuja visibilidade pode alcançar sessenta metros. Sua maior atração é uma grande

barreira de corais, a segunda maior do mundo. Seus quilômetros de arrecifes servem tanto

para o mergulho autônomo como para o mergulho livre ou “snorkeling”. Foram

catalogados vinte e seis tipos diferentes de corais. Em 1996, foi criado o Parque Nacional

Marinho, de 11.987 hectares, que inclui grande parte dos arrecifes. Uma taxa é cobrada dos

visitantes, e é revertida para proteção do meio ambiente. Os mergulhos são realizados na

correnteza e adaptados a todos os níveis de experiência. Os melhores pontos estão

localizados no recife de Palancar. Para mergulhadores técnicos, existem varias opções de

mergulhos fundos.

3.1.5 Mergulho no México

O México possui grandes atrativos para os praticantes do mergulho recreativo.

Estes atrativos estão localizados principalmente no Caribe Mexicano e na costa do Oceano

Pacifico. Os pontos mais importantes para o mergulho autônomo são Isla Mujeres, Playa

del Carmen, Cozumel, Punta Allen, Banco Chinchorro, Akumal, Puerto Morelos y Paamul.

Para os praticantes do mergulho livre, as melhores opções são Xel-Ha, Cozumel e X-Caret.

No Oceano Pacifico, as melhores condições para o mergulho autônomo estão reunidas em

Puerto Vallarta, Zihuatanejo, Acapulco e Huatulco, sem esquecer Mulegé e Cabo San

Lucas na Península da Baja Califórnia.

3.1.6 Qualidade do Acesso e Sinalização:

Cancun possui um aeroporto internacional moderno e eficiente. Um ponto simples

chamou a atenção: a oferta constante de serviços. É possível, por exemplo, alugar um

veículo enquanto espera a entrega das bagagens.

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Em contrapartida, o aeroporto da Cidade do México mostrou uma infra-estrutura

insuficiente de sinalização e uma alfândega demorada.

A rodovia Nº 307 que liga a cidade de Cancun a Playa del Carmem e a Tulum é de

excelente qualidade, com ótima sinalização, facilitando o acesso rodoviário.

O acesso à Ilha de Cozumel, a partir de Playa del Carmem, é realizado em

catamarãs modernos e confortáveis. com climatização e oferta de serviços a bordo, pesar

de se tratar de barcos rápidos. O staff, eficiente e atencioso, carrega as bagagens, deixando

o passageiro livre desta obrigação durante a travessia. Como ponto negativo ressalta-se a

grande distância entre o embarque e o acesso aos veículos, o que praticamente obriga a

contratação de serviço de carregadores caso o turista carregue bagagem volumosa.

3.1.7 Atividades e Produtos Associados ao Turismo

Hospedagem

A estrutura hoteleira dos destinos é excelente, com arquitetura fundamentalmente

horizontal e integrada à paisagem. Os equipamentos hoteleiros contam com restaurantes,

centros noturnos, spas, academias e, em alguns casos, até campos de golfe.

Há um contraste entre os charmosos pequenos meios de hospedagem e as cadeias

internacionais, com hotéis extremamente sofisticados, tanto na arquitetura, quanto nos

serviços. Destaca-se que é possível hospedar-se em hotéis mais rústicos, construídos com

materiais da própria região.

Os meios de hospedagem de pequeno porte são uma forma de relacionamento mais

próximo do turista com o mundo mexicano, pois, na maioria das vezes, o atendimento é

feito pelos proprietários do hotel, personalizando o contato e tornando a experiência

única.

Os hotéis utilizados pelo grupo em Cancun e Playa del Carmem foram de padrão

internacional, onde foi possível observar estratégias bem definidas de qualidade no

atendimento e acesso ao mercado. Os apartamentos nos hotéis Hilton (em Cancun) e Porto

Real (em Playa del Carmem) eram de luxo, excelente café da manhã recheado de

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componentes da culinária local, além de estrutura eficiente de venda de atividades de

lazer e entretenimento em roteiros já organizados.

Todo o atendimento foi realizado por funcionários mexicanos, atenciosos e bem

capacitados. Cabe destacar que os profissionais de hierarquia mais baixa na estrutura

hoteleira, como camareiras e garçons, são extremamente orgulhosos de seus postos de

trabalho, demonstrando elevada auto-estima que se externaliza em serviços de excelência.

Isto, embora não se tenha comprovação formal, deve-se à implantação de programas de

valorização de quadro funcional e incentivo pelas administradoras hoteleiras.

Em Cozumel, o hotel utilizado – Casa del Mar - era de categoria inferior, e

aparentemente precisava de reforma e adequação aos novos padrões, mas contava com a

facilidade do acesso à operação de mergulho. Apesar da falta de informação, o hotel

contava com armários no térreo para guarda dos equipamentos de mergulho. Vale

ressaltar, entretanto, que existem alternativas de hospedagem com nível de qualidade bem

superior.

Alimentação

Em geral, a culinária mexicana é bastante valorizada e muitas vezes adaptada ao

gosto dos visitantes. Entretanto, embora seja possível conhecer a singularidade da

culinária Maya, por tratar-se de um destino turístico as oportunidades gastronômicas

avançam até culinária internacional, atendendo a demanda do público visitante.

A ampla divulgação internacional das especialidades do país, e das suas bebidas

típicas, agrega valor e reforça a procura de experiências gastronômicas locais.

Os hotéis utilizados em Playa del Carmen e Cozumel adotaram o sistema “all-

inclusive” para alimentação. Apesar de pequenos problemas, tais como qualidade inferior

das bebidas e demora no atendimento, esse sistema se mostrou eficiente no hotel de Playa

del Carmem. Já o sistema do hotel em Cozumel demonstrou deficiências que

comprometeram o serviço. O mesmo utiliza-se de um sistema híbrido com serviço “à la

carte”, com serviço muito demorado e ausência de opções leves de refeições.

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O sistema “all inclusive” restringe a experiência do turista, sugerindo a

impossibilidade de conhecerem restaurantes locais, cuja singularidade, qualidade e

agregação de valor deixam de ser explorados.

Comércio de Artesanato e de Souvenir:

O México é conhecido internacionalmente pela qualidade, quantidade e

originalidade do seu artesanato. Infelizmente não se viu agregação de valor a estes

produtos.

Observou-se uma diferença muito grande entre os produtos comercializados no

continente, principalmente em Playa del Carmem, e os vendidos no centro de Cozumel.

Em geral, os produtos oferecidos no continente atendem às expectativas dos compradores,

enquanto os vendidos em Cozumel apresentam qualidade inferior. Essa diferença pode ter

como causa o foco nas vendas, direcionado aos passageiros dos navios de cruzeiro.

Atividades de Entretenimento:

Diversas atividades são amplamente divulgadas aos clientes potenciais,

acompanhando seu trajeto desde sua chegada ao país e/ou região.

Vida Noturna

A vida noturna é bem desenvolvida, com muitas opções de entretenimento nos

destinos visitados. O público alvo é principalmente norte-americano, devido à

proximidade geográfica. Alguns empreendimentos fazem uso constante do clichê “bar

mexicano”. Outros pontos de entretenimento fazem parte de redes internacionais.

Os parques temáticos (X-Caret, Xel-Há e Chankanaab)

São exemplos da eficiência do trabalho de marketing: páginas com muitas

informações na internet, painéis e folhetos nos aeroportos, nos hotéis e nos receptivos e

presença nos vídeos dos receptivos e dos catamarãs para Cozumel.

O parque de X-Caret possui uma frota própria de ônibus personalizados para

buscar os clientes na rede hoteleira. Essa divulgação e a qualidade das atrações oferecidas

tornam sua visitação quase obrigatória para os turistas da região.

Todos os parques contam com um trabalho profissional de marketing, geridos de

forma a buscar novos clientes, além de fidelizar os já existentes. Como a dependência do

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mercado americano ainda é muito forte, as atuais ações de promoção buscam atingir

novos mercados, como a Europa e América do Sul.

Várias atividades são oferecidas, principalmente aquáticas, algumas com

pagamento extra. A atração mais rentável e de maior sucesso em todos os parques é a

apresentação de golfinhos mantidos em cativeiro, e a interação deles com humanos. Os

valores cobrados são altos e variam em função do grau de interação com os animais.

No parque de X-Caret, a gerente de marketing apresentou algumas das estratégias

de mercado. Através dela soube-se que são aplicadas diariamente pesquisas de satisfação

em relação aos atrativos do parque; estas são apresentadas trimestralmente aos executivos

da companhia para que estes monitorem a qualidade e atratividade do parque. A cada ano

é criado um novo atrativo, e a principal fonte de informação para o desenvolvimento deste

são os dados que vêm destas pesquisas, comentários e sugestões dos clientes.

Um exemplo de excelência é o show noturno no teatro Gran Tlachco (X-Caret). Os

mexicanos se referem a esse show com orgulho e representam mais de cinqüenta por cento

do público que o assiste. Esse espetáculo mistura efeitos cênicos impressionantes com a

participação de um elenco numeroso e profissional. Representa a cultura indígena

(principalmente Maya), as tradições regionais, o rico folclore e a história do país. A

identidade cultural do povo mexicano é fortemente valorizada e eficazmente disseminada

através desta apresentação.

Submarinos turísticos

Trata-se de outro exemplo de profissionalismo na divulgação e na operação. O mais

famoso deles, Atlantis, conseguiu impressionar o grupo de profissionais acostumados a

mergulhos mais profundos e radicais.

A operação do Atlantis é bastante eficiente, desde a chegada na base de operações,

onde guias especializados realizam um briefing enriquecendo a participação, até o

momento final da expedição subaquática quando são entregues os certificados de

participação.

Após o briefing, realizado em vários idiomas, o grupo é dirigido para uma

embarcação de apoio que leva até o submarino. Durante o deslocamento, os tripulantes

39

comentam detalhes da operação como profundidade (que chega em torno de 100 pés),

equipamento utilizado, fauna e ambiente marinho.

Durante o percurso de retorno, após a experiência no submarino, os participantes

recebem o formulário “customer comment card”, que além de ser um cadastro dos

participantes, utilizado para futuras ações de CRM, é uma forma de monitoria da

qualidade e aprimoramento dos serviços. Por meio deles, obtém-se informações quanto à

venda do ticket (agência de turismo, no hotel, etc.), o atendimento na embarcação, o

cenário subaquático, entre outras preciosas informações que contribuem para uma melhor

gestão da empresa. Em nossa embarcação os formulários estavam disponíveis nos idiomas

espanhol, inglês e alemão.

Na base existe uma loja vendendo produtos com a marca da empresa que, somados

aos certificados, compõem o mix de recordações que os participantes podem levar da

experiência.

Turismo náutico

As oportunidades de interação com a água são inúmeras, viabilizando lazer e

entretenimento para todas as faixas etárias e grupos de consumo.

A ampla oferta da empresa Aquaworld, em Cancun, é um bom exemplo: pesca

esportiva, snorkeling, passeios de lancha, “Jungle Tour”, cruzeiros temáticos, aluguel de jet-

ski, mergulho autônomo, parasails, entre outros. Essa empresa oferece todas as atividades

em um centro completo, bem localizado, com lojas de souvenir, material de mergulho,

serviços e produtos fotográficos, além de um catamarã próprio para traslado de ida e volta

a Cozumel.

A estratégia de captação de clientes é agressiva e a distribuição do produto turístico

da AQUAWORLD se dá através da presença de agentes de comercialização em dezenas de

hotéis da região, facilitando a chegada de informações e oferta até o turista.

3.1.8 Comentários Gerais

A proximidade dos Estados Unidos facilita a vinda de um volume considerável de

turistas para o destino. Por conseqüência, foi criada uma forte dependência do mercado

norte-americano. Essa tendência foi constatada quando houve uma queda drástica no

40

fluxo turístico depois dos atentados contra o World Trade Center, nos Estados Unidos.

Existe um esforço atual de promoção visando outros mercados, principalmente o europeu.

A ampla aceitação da moeda norte-americana no comércio facilita bastante a vida

do turista. Não foi possível verificar se essa situação é respaldada pelas leis vigentes no

país.

Os contatos são facilitados pelo conhecimento quase generalizado do idioma inglês

e, no caso especifico do turista brasileiro, o entendimento é viabilizado através de um

mistura entre as línguas, caricaturada como “portunhol”. Nas empresas ligadas ao

turismo, que se beneficiam de programas de incentivos fiscais para desenvolver a

capacitação de suas equipes, observa-se o resultado destes programas no receptivo ao

turista estrangeiro. Existem diversos programas de aprendizado do idioma inglês, sendo

muitos deles subsidiados pela hotelaria local, face à necessidade de facilitar a comunicação

com o principal mercado consumidor. É possível constatar a consciência por parte dos

nativos da necessidade de se conhecer pelo menos o idioma inglês. No caso do mergulho,

observa-se que alguns “dive masters” são analfabetos, mas bilíngües.

A empatia e a hospitalidade do povo mexicano transparecem em todos os contatos,

tanto comerciais como fortuitos. Trata-se de um grande trunfo para cativar e fidelizar os

visitantes. Um outro traço forte do mexicano é a consciência e a valorização da sua própria

identidade. Além disso, mesmo levando em consideração a grande importância sócio-

econômica do turismo na região, o comprometimento dos moradores com o sucesso do

destino parece ir além de uma simples questão financeira.

3.1.9 MRTL no México

3.1.9.1 Comercialização do MRTL no México

Nos três destinos visitados, destacando-se especificidades dos atrativos naturais

entre Cancun, Akumal – Playa Del Carmem e Cozumel, as operadoras de mergulho

locais conseguiram desenvolver a atividade por meio de uma infra-estrutura adequada, de

uma operação de qualidade e de estratégias especificas para a captação dos clientes.

41

Em Cancun, os principais atrativos submarinos naturais possuem excelentes

condições de visibilidade (aproximadamente 50m) e de temperatura da água (entre 26 e

29°C). Entretanto, as características do fundo do mar não justificariam, por si só, o número

de mergulhos realizados na área. O grande fluxo turístico, aliado a excelente infra-

estrutura hoteleira local, permite a captação de clientes potenciais e há constante

preocupação com a inovação: dois antigos navios caça-mina da Marinha Mexicana, o C58

“Anaya” e o C55 “Juan de la Barrera” foram preparados e afundados propositalmente na

área do Parque Nacional, criando mais atrativos para os mergulhadores credenciados.

A promoção das empresas de MRTL pode ser vista já na chegada do turista no

aeroporto através de painéis e da entrega de folhetos. Além disso, existem quiosques de

venda de produtos instalados nos shoppings da cidade.

Uma das maiores operadoras de mergulho das Américas, a Aquaworld, está

localizada em lugar estratégico, na rota de praticamente todos os turistas que visitam

Cancun, com lojas, alimentação e comercialização de várias atividades náuticas, incluindo

mergulho autônomo.

Instrutores da empresa realizam demonstrações gratuitas nas piscinas de mais de 40

hotéis, com foco principal nos turistas que nunca mergulharam. Várias modalidades são

oferecidas: o Discover Scuba Diving (Batismo ou primeira experiência subaquática), o One

Tank Resort Diver, o Bubble Maker (para crianças), o Scuba Diver Course (curso de dois dias) e

o curso de Open Water Diver (Curso Básico de Mergulho).

Com foco nos mergulhadores credenciados, as operadoras de MRTL promovem e

vendem excursões para mergulhar em outras localidades, como Cozumel ou as cavernas

da região de Tulum.

Cancun

A Associação Náutica de Cancun reconhece que o maior problema do mercado são

as altas taxas de comissionamento cobradas pelas empresas de receptivo local, podendo

chegar a 50% da tarifa balcão. Até hoje, a associação não conseguiu resolver esse

problema.

A rentabilidade econômica das operações é garantida pelo fluxo de clientes, pela

possibilidade de trabalhar aproximadamente 300 dias/ano e pelo custo mais baixo dos

42

equipamentos utilizados. Outro fator fundamental é a diversificação, com atividades

complementares como snorkeling e loja de produtos associados à prática do mergulho.

A divulgação da atividade é feita em parceria com a associação náutica local (ANC),

com o Convention & Visitors Bureau de Cancun e com o Governo. A estratégia inclui

folhetaria, anúncios na TV e em revistas (principalmente nos Estados Unidos),

participação em feiras especializadas (DEMA Show), eventos e road-show´s.

A participação nas feiras internacionais é subsidiada pelo Governo em até 70% do

custo do estande. O restante é comercializado para os participantes da iniciativa privada.

Mergulho em caverna:

As cavernas do Yucatan se beneficiam de uma beleza natural excepcional e de uma

água cristalina durante todo o ano. Elas atraem aficcionados do mundo inteiro, que

querem explorar e conhecer os “cenotes”, como são chamados os sistemas formados por

rios subterrâneos, grutas e cavernas. A prática do mergulho nas cavernas da região

começou nos anos 80 e, desde então, mais de 300 quilômetros de túneis foram explorados.

A maioria é de fácil acesso com profundidade média de 13 metros, não ultrapassando 30

metros.

O mergulho em caverna atrai um público-alvo de clientes comprometidos com a

atividade, dispostos a gastar em equipamentos caros, em cursos avançados e em

deslocamentos mais complexos. A prática da atividade exige um treinamento especifico

para obter uma credencial, definindo o grau de penetração e de dificuldade permitidos.

A divulgação se dá, principalmente, através da indicação de praticantes da

atividade, de sites na Internet, de estandes em feiras de mergulho e de anúncios ou artigos

em revistas especializadas.

As operadoras oferecem vários produtos, desde mergulhos em área de cave ou de

cavern, para credenciados nessas atividades, até cursos completos para os não

credenciados. Para esses últimos, existe também a possibilidade de acessar algumas áreas

sob a supervisão de um profissional.

Cozumel

Em Cozumel, as excelentes condições de visibilidade e de temperatura da água, e os

atrativos naturais ímpares atraem os mergulhadores turistas, principalmente norte-

43

americanos. Grande parte dos 270.000 turistas que visitam anualmente o destino vêm para

mergulhar. A divulgação começou em 1961, quando o Cdte Jacques Yves Cousteau

realizou um documentário e mostrou a riqueza da fauna e a beleza dos corais da ilha.

A operação no Parque Nacional é permitida para 280 embarcações pertencentes a

150 operadoras de MRTL. Uma média de 2.000 mergulhadores entra diariamente na área

realizando aproximadamente 4.000 imersões. Através do pagamento antecipado de

pulseiras descartáveis, uma taxa de U$ 2,00 por dia/ por Pax é recolhida pelas operadoras

e repassada a SEMARNAT (Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Naturais).

A divulgação dos serviços começa nos quiosques localizados na saída do ferry-boat

que liga Playa del Carmem no continente à ilha de Cozumel.

Algumas empresas trabalham exclusivamente com reservas antecipadas de

mergulhadores credenciados, em virtude do retorno de clientes antigos, da indicação

desses clientes ou de um bom site na Internet.

Algumas operadoras de MRTL procuram se diferenciar da forte concorrência. Uma

forma é através do tipo de embarcação utilizada, levando-se em consideração as

preferências dos clientes: barcos menores para poucos mergulhadores, maiores para

grupos, lentos para operações de dia inteiro, ou velozes para saídas mais rápidas. Outra

estratégia é atender mergulhadores com interesses específicos como fotografia sub, vídeo

sub, biologia marinha, entre outros.

Mesmo com a grande procura por parte dos mergulhadores credenciados, existem

estratégias para captação de turistas que nunca mergulharam. Nos resorts, essa estratégia

é parecida com a de Cancun, utilizando instrutores independentes e comissionados para

divulgar o serviço, principalmente na rede hoteleira. Nas praias dos hotéis e dos parques,

existem estruturas de venda e de operação de mergulho. Elas pertencem a empresas

concessionárias do serviço naquela área. Várias opções de batismo são oferecidas tanto na

praia como embarcado.

A Associação Nacional de Operadores de Turismo Náutico (ANOAAT), sediada em

Cozumel, mantém um site de qualidade na Internet, com informações gerais e divulgação

dos associados. Os associados participam de feiras especializadas (Estados Unidos e

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Europa), e de feiras de turismo em parceria com a Secretaria de Turismo e o trade turístico

local.

A proximidade com os Estados Unidos facilita a vinda de um volume considerável

de mergulhadores para o destino. Por conseqüência, há uma grande dependência desse

mercado. Nos últimos anos, a idade media dos mergulhadores credenciados passou de 35

para mais de 40 anos. Aparentemente, essa mudança se dá devido à concorrência dos

esportes mais radicais, que levam os turistas mais jovens a realizar menos imersões e até a

abandonar a atividade de MRTL.

A viabilidade econômica dos empreendimentos de MRTL é garantida de forma

análoga à Cancun, baseada principalmente no número elevado de clientes.

3.1.10 Operação e Infra-Estrutura de Mergulho no México

Equipamentos de mergulho

Os equipamentos de mergulho utilizados em todas as operações de mergulho

visitadas estavam em boas condições e em conformidade com os requisitos das

certificadoras internacionais. De modo geral, as operadoras possuem uma boa e eficiente

infra-estrutura de manutenção. Os bocais dos reguladores estão sempre com aspecto de

novo.

A operadora Aquatec, especializada em mergulho em caverna, possui uma ampla

área para locação de equipamentos técnicos, com uma grande disponibilidade de cilindros

de alumínio (simples e duplos), reguladores DIN de alta qualidade (Scubapro e Apeks),

coletes de tipo asa, back-plates e lanternas, todos de excelente qualidade e em bom estado

de manutenção.

Cilindros e Estações de Recarga:

Foi constatada como padrão, nas operações de mergulho no mar, a utilização de

cilindros de alumínio com 80 pés cúbicos. A qualidade do ar é excelente e os cilindros

sempre com pressão igual ou superior a pressão nominal de 3.000 PSI.

45

A operadora Aquaworld, devido ao grande volume de enchimento, utiliza soluções

originais: freqüência do teste hidrostático reduzida para dois anos; sistema de cascata de

grande capacidade com 52 cilindros na pressão de 4.500 PSI; terminal de recarga chegando

até o barco, eliminando a necessidade do transporte dos cilindros; caminhão baú, com

sistema de recarga móvel e 20 cilindros de cascata, para os cilindros utilizados nos hotéis

conveniados.

Na operadora Aquatec, centro técnico especializado em mergulho em cavernas, a

estética da estação de recarga surpreende o visitante, com dois compressores instalados

dentro da sucata de um furgão desativado. Em compensação, a qualidade de ar é

excelente.

A operadora Dive Palancar, em Cozumel, possui 389 cilindros. O teste hidrostático

é realizado a cada dois anos, e a inspeção visual a cada dois meses. Os cilindros são

substituídos a cada seis anos, sendo que o valor aproximado de um cilindro novo, no

México, é de U$ 130,00.

Em Cozumel existe uma central de recarga independente, a Meridiano 87. Ela

atende 30 operadoras e lojas de mergulho. São realizadas de 800 a 1.000 recargas por dia

podendo chegar a 2.000 na alta estação. Aproximadamente 10% das recargas são de

Nitrox, sendo feitas pelo método de pressão parcial. Essa central fornece o próprio serviço

de teste hidrostático e de limpeza interna dos cilindros. A movimentação dos cilindros é

feita manualmente, não existindo sistema mecanizado.

Nas estações de recarga visitadas, os cilindros não são submergidos em água para

esfriamento durante o processo de enchimento.

Embarcações

As embarcações são muito variadas, desde pequenas baleeiras com motores de

popa, velozes para poucos mergulhadores (6 a 8 mergulhadores), até grandes lanchas com

motorização de centro a diesel para grupos maiores (20 a 25 mergulhadores).

As embarcações seguem rigorosamente as normas da Marinha local. Todos os

barcos dispõem de radio e de kits de oxigênio de emergência e de primeiros socorros, além

dos equipamentos obrigatórios exigidos pela Marinha.

46

Os barcos primam pela eficiência e não pelo conforto: falta abrigo do sol, falta

banheiro mesmo em embarcações maiores. O deslocamento é feito em alta velocidade,

chegando a provocar desconforto e a molhar os passageiros.

Algumas embarcações possuem uma preparação melhor para facilitar a entrada e

saída da água (como várias entradas, plataformas, escadas e convés sem obstáculos) e o

transporte adequado dos equipamentos (como suporte de plástico para cilindros). Nem

todas têm mesas ou tanques adequados para o equipamento fotográfico e de vídeo.

O serviço de bordo praticamente não existe, sendo disponibilizado apenas água ou,

às vezes, refrigerantes.

No caso da Aquaworld, a manutenção das embarcações é feita em oficina própria

com ótima infra-estrutura. As operadoras ainda utilizam cintos de lastro de chumbo sem

proteção plástica.

Atendimento E Embarque

A grande maioria do staff fala uma língua estrangeira, visto que mais de 95% do

público não tem o espanhol como sua língua nativa. De uma forma geral, são muito

simpáticos e atenciosos. As equipes de apoio mostram muita atenção e disposição.

A cultura da gorjeta, importada dos Estados Unidos, cria alguns conflitos com

mergulhadores de outros países.

A operação é eficiente: os horários são respeitados, os equipamentos solicitados

estão à disposição, a embarcação está em ordem, a tripulação faz uma preleção completa e

o acompanhamento durante o mergulho é de acordo com os padrões necessários.

O embarque é feito em lugares apropriados com facilidade de acesso aos barcos. As

operadoras visitadas possuem um bom píer próprio. No caso da Del Mar Aquatics,

localizada em frente ao Hotel Del Mar, uma passarela liga o mesmo diretamente à

operadora.

Normalmente estão disponíveis armários (lockers) próximos ao embarque, tanques

para lavagem de equipamentos dos mergulhadores, mesas e cadeiras para descanso e

preenchimento de log-books, lojas de equipamentos e conveniências e serviços adicionais

como foto e vídeo sub.

47

Em alguns casos, como na Aquaworld de Cancun, é oferecido aos clientes um café

da manhã como cortesia antes do embarque. Outro detalhe na Aquaworld é que os balcões

de atendimento antes do embarque ficam junto aos barcos e têm um show-room com

equipamentos, displays com fotos de mergulho e muitos folhetos sobre os serviços.

No caso da operadora Aquatec, o transporte dos equipamentos até as cavernas não

se mostrou de boa qualidade, com os equipamentos amontoados em uma caminhonete

bastante enferrujada e com a porta traseira que não fechava.

Segurança E Qualificação dos Profissionais

Além dos riscos inerentes à atividade, existem outros associados ao grande número

de embarcações e mergulhadores, como possibilidade de atropelamento ou “perda” do

barco após a volta à superfície. Outro fator complicador é a forte correnteza característica

da região.

Foram criados corredores de navegação para diminuir o movimento das

embarcações nas áreas de mergulho.

Os profissionais que fazem parte da operação são bem treinados. Além da formação

como dive-masters e instrutores, conforme os padrões internacionais das certificadoras,

recebem treinamento adicional para poder trabalhar dentro do Parque Nacional Marinho.

A responsabilidade legal é um aspecto tratado com muito cuidado, pois o público é

principalmente norte-americano.

Existem planos de emergência e uma boa estrutura de assistência médica

disponível, como hospitais e câmaras hiperbáricas.

Em Cozumel, existem três câmaras hiperbáricas. O equipamento visitado atende

aproximadamente 100 pacientes por ano, sendo que 90% dos casos atendidos são de

doenças descompressivas e 10% de expansão pulmonar (ETA). Foi registrado apenas um

acidente fatal após tratamento.

O mergulho é guiado, com número limitado de mergulhadores por guia.

Dependendo do local, pode variar de 4 a 8 mergulhadores por guia. É realizada uma

contagem das pessoas no barco. Não se utiliza a chamada por nome.

Existe orientação, na preleção, sobre procedimentos em caso de emergências, como

a memorização do nome da embarcação, uso do sinalizador de superfície, entre outros.

48

3.1.11 Normatização do Mergulho no México

No México, o MRTL é regulamentado pela Secretaria de Turismo, que através das

normas oficiais, disciplina a atividade. As principais normas são a NOM–09-TUR-2002 e a

NOM-05-TUR-2003, conforme documentos anexos (doc. 04 e 05).

O processo de formação da legislação no México contou com ampla participação

dos órgãos públicos e da iniciativa privada, com objetivo comum de estabelecer critérios

para a segurança do turista, respeito aos recursos naturais e ao patrimônio cultural e o

desenvolvimento da atividade.

A Norma Oficial NOM –09-TUR-2002 estabelece elementos a que devem se sujeitar

os guias especializados em atividades específicas, incluindo turismo subaquático,

garantindo assim a qualificação dos guias de mergulho e os procedimentos a serem

adotados para oferecer um serviço seguro ao turista.

A NOM-05-TUR-2003 regula os requisitos mínimos de segurança a que devem se

sujeitar às operadoras de mergulho, para garantir a prestação de serviço. Regula desde a

apresentação das locações da empresa, até a padronização da qualidade mínima exigida

durante a prestação de serviços. Foram criados diversos Livros de Registro sobre

manutenção de reguladores, cilindros, barcos, etc. Pela legislação, também há

obrigatoriedade mensal de verificar a análise do ar respirável, tendo em vista o grande

número de cilindros recarregados por mês.

A NOM-09-TUR-2002 estabelece que os guias especializados (Divemasters) devem

ser certificados em primeiros socorros e possuir cursos de administração de oxigênio. Os

guias especializados devem ser filiados à Secretaria de Turismo.

Existe uma legislação específica para os equipamentos de mergulho, denominada

NORMEX – norma criada pela Secretaria de Turismo, que trata de regularização e check de

todos os equipamentos.

A atividade de MRTL no México está envolvida com o desenvolvimento

sustentável, pois insere a população local na economia, inclusive capacitando e

envolvendo-os na proteção ambiental. É exigida a participação quase que total da mão de

obra local para compor o quadro profissional das operadoras de mergulho, na proporção

de 10 mexicanos para um estrangeiro.

49

Observou-se, durante a visitação às operadoras, que a maioria das regras

estabelecidas é respeitada e baseia-se em conceitos amplamente utilizados mundialmente.

As empresas recebem certificados que as reconhecem como empresas legais e permitem

atuar cada uma na sua região.

A Associação Nacional de Operadores de Atividades Aquáticas e Turísticas

(ANOAAT) é reconhecida pelo governo mexicano e atua efetivamente nas questões

ligadas ao seguimento. Dentre as ações realizadas, conseguiu com o governo a redução de

impostos. A referida associação conta apenas com 10% das 140 empresas de Cozumel, mas

agregam 70% do mercado em capacidade de atendimento ao público. A Associação

também enfrenta problemas como o trabalho informal, a concorrência desleal das

empresas não registradas e os altos custos referentes aos encargos sociais.

No México, foram criados Parques Nacionais regidos por normas especiais que não

dificultam as atividades das empresas usuárias devidamente cadastradas, apesar de não

existirem instrumentos legais fortes de punição aos infratores. As regras nos parques são

as mesmas utilizadas na maioria dos parques de outros países, como por exemplo:

proibição da caça submarina e da alimentação dos peixes; não despejar substâncias

poluentes; não tocar nos corais. Os guias locais são capacitados e autorizados a defender a

aplicação das leis.

As empresas usuárias dos parques participam, efetivamente, junto com o Governo e

a diretoria dos mesmos, das decisões e implementação do plano de manejo.

A atividade de MRTL iniciou sem prévio estudo de capacidade de suporte e,

quando da criação do limite autorizado, foi considerado o número de embarcações e de

assentos existentes naquele momento, sem prejudicar o direito adquirido dos usuários do

parque. Novas concessões obedecem a critérios de permuta, levando em consideração o

número de assentos do permissionário, permitindo, por exemplo, a fusão dos assentos de

duas ou mais embarcações para adquirir uma embarcação de maior capacidade. Um dos

objetivos é a diminuição do número total de embarcações.

É cobrada uma taxa para o ingresso dos turistas. O valor do ingresso no Parque

Nacional em Cancun e Cozumel é de U$ 2,00, pago diariamente por cada turista. O

sistema de cobrança da taxa é realizado por meio da aquisição de pulseiras descartáveis.

50

Apesar dos grandes atrativos naturais submarinos de Cozumel, o governo

viabilizou, junto com a iniciativa privada, a criação de um atrativo artificial, realizando o

afundamento de um navio de guerra de 56 metros de comprimento, o “Felipe Xicoténantl”

com propósito de melhor diluir a concentração de mergulhadores nos pontos existentes.

A Marinha, através da Capitania dos Portos, não interfere nas operações de

mergulho, como ocorre no Brasil. Entretanto, é competente para legislar sobre

embarcações e fiscalizar os aspectos náuticos, como segurança das embarcações e

documentação da tripulação. A Capitania dos Portos realiza a verificação dos salva vidas,

autorização governamental e vistoria regularmente os barcos que estão em operação. O

controle de segurança naval permite que um profissional de MRTL seja habilitado como

um marinheiro certificado e tripulante das embarcações.

Entretanto, apesar da regulamentação operacional que em parte se aplica ao Brasil,

o México, tal qual nosso País, ainda não possui uma legislação trabalhista para o

profissional de MRTL. A atividade é informal e não dispõe de parâmetros para o teto

salarial, jornada de trabalho e outros direitos.

51

4. DIÁRIO DE BORDO

Fizeram parte da equipe de viagem: Daniela Bitencourt (SEBRAE), Fabio Grossi

(EMBRATUR), Monica Samia (BRAZTOA), Pedro Caldas (cinegrafista), Patrick Muller

(consultor nacional), Jorge Marin (consultor internacional, que se juntou ao grupo no

México), e os operadores Carlos Trujillo, Daniel Fernandes, Gilson Galvão, Luiz Antonio,

Rodrigo Gherardi, João Nascimento, Fernando Gouvêa, Santiago Asselborn, Roberto

Parola, Pedro Orabona, Fernando Kaltenbach e Renato Guimarães.

Equipe de viagem

52

Relatório do Diário

Dia 24 de junho

Chegada em Cancun às 23:50h. Transfer para o Hotel Hilton Cancun

Dia 25 de junho

O café da manhã foi servido às 6:30h, com check-out e transfer as 7:00h. O grupo saiu para

a Marina Aquaworld, onde foram realizados dois mergulhos e teve início a observação da

excelência do produto mergulho da região.

Ao chegar na Marina Aquaworld, foi possível observar uma estrutura totalmente voltada

para o turismo. Na recepção, um enorme balcão para aluguel e venda de equipamentos,

além dos procedimentos burocráticos do mergulho, como conferência da certificação dos

mergulhadores e assinatura dos termos de responsabilidade.

Uma estrutura de lanche gratuito também estava disponibilizada para os mergulhadores,

com sucos, frutas e pães.

O barco era otimizado para a prática do mergulho e oferecia todo o conforto necessário

para a prática do esporte e para os acompanhantes.

Após os dois mergulhos, o supervisor de mergulhos da entidade, Sr. Juan Cardona,

apresentou o complexo Aquaworld e fez uma pequena explanação sobre a operação

turística da empresa, como fazem sua promoção turística e comentou sobre os números

que dispunha do turismo na região.

Terminada a explicação, o grupo seguiu para o hotel Royal Porto Real, localizado em

Playa del Carmen, onde encontrou com o consultor internacional Jorge Marin.

Após check-in, o grupo se dirigiu para uma sala de reuniões onde a responsável pelo

Programa de Lealdade da Riviera Maya, Sra. Jeanette Rigter, fez uma explanação sobre as

características turísticas da região.

O jantar foi servido no próprio hotel.

53

Preparação Barco para primeira saída Marina Aquaworld

Dia 26 de junho

Às 08:00h, após café da manhã, o grupo saiu para a Tulum Aquatec, onde foi realizado um

mergulho específico em cavernas (tour em cavernas). Um rápido lanche foi oferecido e, em

seguida, partiram todos à Zona Arqueológica de Tulum, onde foi possível aprender um

pouco da cultura Maya.

À noite, de volta ao hotel, foi realizada a primeira reunião para avaliação dos trabalhos até

então realizados.

Jantar no próprio hotel.

Mergulho de caverna Zona Arqueológica de Tulum

54

Dia 27 de junho

Durante o dia, foram feitas visitas a dois parques temáticos da região: Xel Ha e Xcaret. Em

ambos os parques, o grupo apreciou a qualidade turística dos produtos em questão e pode

observar alguns produtos que podem ser implementados no Brasil, como o Sea Track.

Ao final da visita ao Xcaret, a representante comercial do parque fez uma explanação de

como se dá a venda, promoção e marketing do mesmo.

Após retorno ao hotel e jantar, foi realizada outra reunião para avaliação do trabalho.

Palestra em Xcaret Reunião de avaliação

Dia 28 de junho

Na parte da manhã, foi realizado o transfer para Cozumel. Após check-in e rápido almoço,

o grupo saiu para realizar dois mergulhos, contando com o serviço da Del Mar Aquatic.

Foi analisado o serviço oferecido pela empresa.

Ao final da tarde, foi realizada nova reunião para avaliação.

Jantar no hotel

55

Primeiro mergulho em Cozumel

Dia 29 de junho

As 08:40h, o grupo saiu para fazer um mergulho e retornou ao hotel por volta do meio dia.

Logo após o almoço, saída para o parque Chankanaab . Retorno ao hotel por volta das

16:00h.

Ao final da tarde, por organização do consultor internacional, foram realizadas três

palestras com representantes do trade local, entre eles o Diretor do Parque Nacional de

Cozumel e o Sr. Sandoval Vizcaino, presidente da associação náutica de Cozumel.

Chegada ao Parque Chankanaab Palestra com diretor do

Parque Nacional de Cozumel

56

Dia 30 de junho

Saída às 08:00h para realizar um tour de mergulho. Após primeiro mergulho em

Colômbia, foi realizada uma rápida visita ao hotel Occidental Alegro e sua respectiva

tenda de mergulho, de propriedade do Sr. José Antônio. O mesmo mostrou as instalações

de sua estrutura e explicou todo o processo de promoção, divulgação e operação do

mergulho na região.

Após as explicações, foi realizado um mergulho no naufrágio Felipe Xicotencatl.

Terminado o mergulho, o grupo se dirigiu para a Praia Nachicocom onde foi servido o

almoço.

No período da tarde, foi realizada uma visita ao Cozumel Internacional Clinic, que

disponibiliza uma câmera hiperbárica, utilizada principalmente para ocorrências

relacionadas ao mergulho. O coordenador da clínica, Sr. J. Antonio Pazaran, explicou

como funciona a estrutura do local e explicitou alguns números a respeito de

atendimentos emergenciais realizados pelo centro.

Após essa visita, foi realizada uma inspeção num centro especializado em recargas de

cilindros.

À noite, foi realizada nova reunião de avaliação pelo grupo.

Mergulho no naufrágio Felipe Explicações sobre a Câmera Hiperbárica

Xicotencatl

57

Dia 01 de julho

Às 9:00h o grupo participou de um passeio de submarino oferecido pela empresa Atlantis.

Ao termino do passeio, o grupo almoçou no próprio hotel.

À tarde, alguns operadores foram praticar um mergulho em mar aberto e outros foram

praticar o mergulho em caverna.

No final do dia, foi realizada uma palestra pelo Sr. Miguel Garay, diretor executivo da

ANC – Asociados Nauticos de Cancun.

Jantar no próprio hotel.

Passeio de submarino Palestra Sr. Miguel Garay

Dia 02 de julho

Pela manhã, foi realizada a reunião final de avaliação, em que foram definidos os

encaminhamentos da viagem e prazos para entrega de relatórios. Também foram

colocadas as últimas percepções sobre o projeto e sobre a etapa Mexicana.

No final da tarde, transfer para o aeroporto de Cancun e retorno ao Brasil

58

Reunião final de avaliação Cozumel

Considerações Finais do Diário

O projeto Benchmarking é uma parceria entre o Ministério do Turismo - por meio

da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) - e SEBRAE Nacional (Serviço Brasileiro de

Apoio às Micro e Pequenas Empresas), tendo a Braztoa (Associação Brasileira das

Operadoras de Turismo) como executora.

O objetivo principal dessa etapa é que os profissionais brasileiros que visitaram o

México possam implementar novas ações no Brasil a partir do que lá vivenciaram. A

regulamentação do mergulho como atividade turística é o principal diferencial em relação

ao Brasil, e um dos fatores que contribuem para o sucesso deste segmento no México.

Além disso, a existência de operadores com estrutura para atendimento em larga escala,

pier de atracação privativo para as embarcações, equipamentos modernos, a proximidade

do mercado norte-americano, a oferta de outros serviços náuticos e a divulgação agressiva

compõe o diferencial do produto mexicano. A prioridade dada a trabalhadores locais (na

proporção de dez para um estrangeiro) é algo a ser considerado nas avaliações. Quanto à

mão de obra especializada e operação específica, todos concordam que o Brasil apresenta

nível semelhante ao dos mexicanos.

Os operadores de mergulho brasileiros também perceberam a importância da

cooperação para o setor e para o desenvolvimento de suas empresas, em particular as

ações compartilhadas de promoção e a utilização de sistema de monitoramento de

produtividade e clientes.

59

O profissionalismo e o grau de comprometimento demonstrado por todos os

participantes caracterizam a unicidade do grupo frente a um objetivo comum: o

desenvolvimento do Brasil como um destino turístico de excelência, principalmente no

segmento mergulho.

A continuação do projeto consiste em disseminar as informações obtidas através de

visitas técnicas para todo o país. A multiplicação do conhecimento adquirido é feita por

meio do material de divulgação sobre as experiências (audiovisual, apostilas e

apresentação eletrônica); artigos, matérias e relatos feitos pelos participantes para

publicação na mídia em geral; reuniões, oficinas e/ou palestras para multiplicação das

informações adquiridas.

60

5. BRASIL

5.1 Turismo no Brasil

As primeiras estimativas indicam que, em 2004, o Brasil recebeu mais de 4,5

milhões de turistas internacionais. O turismo internacional para o Brasil tem crescido

acima da média mundial, passando, porém, por altos e baixos, como podemos ver no

gráfico 1.

Como em outros países, em termos de quantidades de turistas, o mercado

doméstico é muito maior que o mercado internacional e o turismo regional da América

Latina representa uma fatia importante no turismo internacional.

Gráfico 2 - Evolução de Chegadas Internacionais no Brasil 1987 – 2003, por região emissivo

0

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

Milhares

1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

Am Norte EU Am Lat Outros

Cada um desses mercados mostra tendências distintas, e em função disso podemos

distinguir cinco fases do turismo internacional para o Brasil durante os últimos 20 anos.

Nesse período, também houve mudanças importantes no perfil do turismo no Brasil, que

espelham as tendências mundiais e fatores locais e regionais.

Fase 1 - Anos Dourados

O turismo para o Brasil cresce bem acima da média mundial, chegando a quase 2

milhões de turistas estrangeiros em 1987. A Embratur mantém escritórios no exterior, o

61

câmbio é favorável e o Brasil é um destino “barato”. O grande portão de entrada é Rio de

Janeiro, que figura com destaque num anúncio da Bacardi.

Fase 2 - Collor e Candelária

Na virada dos anos noventa, com a crise econômica e o destaque da imprensa

internacional para o aumento da violência no Rio de Janeiro, epitomisado pela chacina de

meninos de rua em frente à Igreja da Candelária, o turismo internacional entra em crise.

Em 1991 o Brasil recebeu a metade do número de turistas registrado em 1987. O turismo

regional da América Latina ganha mais importância. Neste período o Rio perde sua

posição de portão de entrada para São Paulo, em parte por causa da maior cobrança de

ICMS sobre combustíveis para aeronaves.

Fase 3 - Plano Real e Turismo de Negócios

O Plano Real ajuda a mudar a imagem do Brasil e atrai o turismo de negócios do

exterior. O câmbio desfavorável inibe um pouco o turismo de lazer. São Paulo, a capital

dos negócios, fortalece sua posição. O turismo de América Latina continuou forte.

Fase 4 - Desvalorização

A desvalorização do real, no início de 1999, combinado com uma imagem

recuperada do Brasil atrai cada vez mais turista a lazer e ajuda a manter o crescimento

forte do turismo internacional.

Fase 5 - Crise Argentina - Brasil na Moda

A crise da Argentina mostra a importância do turismo regional no fluxo de turistas

internacionais (o numero total cai), porém o número de turistas da Europa e América do

Norte continua crescendo. A eleição de Lula ajuda a fortalecer ainda mais a imagem do

Brasil e os vôos charters facilitam o preço de viagem para turistas de Sol & Mar. Brasil está

na moda.

62

Tabela 6 – Fases de Turismo Internacional no Brasil 1982 - 2004

Período 1982 - 1987 1988 - 1993 1994 - 1997 1998 - 2001 2002 - 2004

Mundo 4.9% à 7.4% à 4.2% à 3.3% à 3.8% à

Brasil 11% à -1.2 à 14.8% à 13.8% à -1.4% à

Imagem Boa Ruim Melhorand

o

Boa Boa

Cambio Favorável Favorável Desfavoráv

el

Favorável Favorável

Origem América

Latina

53% 57% 56% 56% < 50%

Motivo Negócios 22% 25% 30% 29% 31%

Portão Entrada RJ RJ/SP SP SP SP

Visita ao Rio > 50% 47% 38% 31% 38%

Fonte : Embratur, OMT, Banco Central

Se compararmos o perfil turístico do Brasil dos anos oitenta com a situação de hoje,

vê-se que houve grandes mudanças. O desenvolvimento do turismo de natureza e

aventura (principalmente com base no fluxo nacional) e a maior acessibilidade dos

destinos nordestinos através de vôos charter significaram a oferta de um número maior de

destinos, competindo para atrair um mercado maior de turistas.

Uma comparação de número de turistas internacionais por porta de entrada entre

1986, 1996 e 2003, mostra que São Paulo assumiu o papel de porta de entrada que antes era

do Rio de Janeiro, enquanto o Sul perdeu espaço para o Nordeste (gráfico 3). Uma

tendência similar pode ser observada através das principais cidades visitadas do Estudo

de Demanda Internacional (Embratur). Em 1996, além de Rio e São Paulo as cidades mais

63

visitadas eram cidades da região Sul (Florianópolis, Foz do Iguaçu e Porto Alegre),

enquanto que em 2003 o destaque era o Nordeste (Salvador, Fortaleza e Recife).

Gráfico 3 - Porcentual de Turistas Internacionais - por Portão de Entrada

0%

50%

100%

1986 1996 2003

Outros

Sul

MS

NE

AM

SP

Rio

A previsão é que o Brasil continue crescendo, embora a meta divulgada pelo

Ministério de Turismo, de atrair 9 milhões de turistas até 2007, pareça ambiciosa. A

previsão da OMT é que o Brasil atrairá 14 milhões de turistas estrangeiros em 2020,

crescendo a um ritmo médio de 5,2% ao ano desde 2000. Com base na linha de tendência

de crescimento histórico 1987 – 2003 (gráfico 1), a projeção para 2020 seria somente de 9

milhões de turistas, crescendo a um ritmo médio de 4,8% desde 2003 (gráfico 4).

Gráfico 4 - Projeção (Regressão Linear) das Chegadas Internacionais em 2020

0

200

400

600

800

1000

1200

1987

1989

1991

1993

1995

1997

1999

2001

2003

-

1.000

2.000

3.000

4.000

5.000

6.000

7.000

8.000

9.000

10.000

Mundo Brasil Linear (Mundo) Linear (Brasil)

Milhões

Milhares

64

Embora o crescimento do turismo seja desejável, um crescimento desordenado pode

ter impactos negativos que acabam por ruir o capital natural e sócio-cultural, que são os

fundamentos da atratividade de um destino. No Brasil, muitos destinos estão com

problemas básicos de ordenamento - um exemplo típico é Porto Seguro.

5.2 Qualidade do Acesso e Sinalização

No Brasil, a malha aérea para acesso aos principais destinos de mergulho é precária,

insuficiente e até inexistente.

Em Fernando de Noronha, o fluxo de turistas, embora definido pela capacidade de

suporte do Arquipélago, é regulado através do número de assentos nas aeronaves. Esse

sistema diminui a necessidade de concorrência entre as empresas aéreas e prejudica o

acesso dos mergulhadores-turistas ao Arquipélago

No caso de Abrolhos, o ponto de acesso tradicional é Caravelas-BA, e mão existem

vôos regulares para essa cidade.

Em Bonito, no Mato Grosso do Sul, também há uma freqüência insuficiente de vôos,

pois existe apenas um vôo fretado disponível. O aeroporto mais próximo que recebe vôos

regulares é o de Campo Grande, que obriga o turista a contratar um transfer terrestre de

aproximadamente quatro horas de viagem.

Da mesma forma, existe a necessidade de se ampliar e melhorar o acesso aéreo para

a Chapada Diamantina-Ba.

No caso do nordeste, já dispomos de rotas ligando a região à Europa, mas faltam

vôos regulares vindo diretamente dos Estados Unidos para Recife, Natal, Fortaleza e

Maceió. Os turistas são obrigados a entrar por São Paulo, Rio de Janeiro ou Salvador, o

que chega a inviabilizar determinadas viagens.

No Brasil, não é respeitada a norma internacional de franquia maior de bagagens

para turistas viajando com equipamentos para prática de esportes (golfe, mergulho,

ciclismo, entre outros).

65

A maioria das estradas do Nordeste está em péssimas condições de uso,

principalmente a ligação entre as capitais: Salvador, Aracaju, Maceió, Recife, João Pessoa,

Natal e Fortaleza.

No Brasil, o transporte ferroviário é quase inexistente e o sistema de balsas, na

maior parte das regiões. é antigo, sem conforto e não oferece serviços com qualidade.

5.3 Atividades e Produtos Associados ao Turismo

Nos últimos anos, a rede hoteleira tem demonstrado desenvolvimento na

capacidade e qualidade de atendimento.

No Brasil existe um grande potencial para oferecer ao turista uma experiência

gastronômica original. Algumas especialidades brasileiras começam a ser conhecidas no

exterior, como é o caso da feijoada e da caipirinha. Porém, estamos longe da visibilidade

da culinária Mexicana.

O mercado de artesanato e souvenir ainda precisa ser incentivado e desenvolvido

profissionalmente para adequar a oferta ao gosto e ao grau de exigência do turista

estrangeiro. O SEBRAE já realiza trabalhos dessa natureza para auxiliar as micro e

pequenas empresas.

Apesar de o Brasil ter sua imagem ligada a festividades e alegria de viver, falta

profissionalizar a oferta e realçar as características culturais, folclóricas, étnicas e regionais,

principalmente na formatação de produtos de mergulho.

Outros aspectos são a falta de inovação dos shows direcionados ao público

estrangeiro e uma tendência em exagerar no apelo sensual.

No Brasil, outros fatores que prejudicam a imagem do destino e satisfação dos

turistas são: a sujeira, os mendigos/pobreza, prostituição explícita, falta de segurança, falta

de planejamento urbano e estrutura de saneamento básico.

A oferta na área náutica é incipiente, centralizada em regiões específicas e muitas

vezes limitada a passeios de barco direcionados ao gosto brasileiro (numero elevado de

participantes, som alto, ausência de educação ambiental, entre outros).

66

5.4 Comentários Gerais

A importância da necessidade do conhecimento de idioma estrangeiro não faz

parte, ainda, da consciência do brasileiro.

O brasileiro é um dos povos com maior vocação para receber e lidar com visitantes.

Entretanto, ainda não entendeu a necessidade de profissionalizar essa vocação, ou seja,

muitas vezes deixa a desejar no atendimento comercial.

O Brasileiro tem identidade própria e orgulho do próprio País, Essa valorização não

inclui, porém, aspectos culturais e históricos mais profundos.

5.5 Mergulho no Brasil

O Mergulho é uma atividade utilizada principalmente para:

- Operações militares.

- Pesca.

- Prospecção de petróleo.

- Construção civil.

- Pesquisa cientifica.

- Garimpo.

- Recreação, turismo e lazer.

5.6 Mergulho Recreativo, Turístico e de Lazer

A atividade do Mergulho Recreativo Turístico e de Lazer (MRTL) é a que envolve o

maior numero de participantes, profissionais e empresas. Suas características principais

são:

- Normatização internacional por certificadoras.

- Uso de equipamento autônomo (SCUBA / não dependente).

- Atividade de lazer motivando os praticantes para o turismo.

No mundo, existem mais de 5 milhões de praticantes que realizam pelo menos 11

mergulhos por ano. A cada ano, 800 mil pessoas aprendem a mergulhar. Só nos Estados

67

Unidos, existem aproximadamente 2,4 milhões de mergulhadores ativos, e a cada ano são

formados 300 mil novos mergulhadores.

Este público movimenta:

- Em venda de equipamentos: 540 milhões de dólares por ano no mundo – U$ 342 milhões

só nos Estados Unidos.

- Em viagens e turismo: mais de 1 bilhão de dólares por ano no mundo – mais de U$ 600

milhões de dólares só nos EUA.

No Brasil, existem 65 mil mergulhadores realizando pelo menos 12 mergulhos por

ano. A cada ano são formados 15 mil novos mergulhadores.

A atividade movimenta anualmente:

- Em venda de equipamentos: R$ 10.800.000.

- Em viagens & turismo: mais de R$ 26.000.000.

5.7 Turismo de Mergulho no Brasil

1) PRINCIPAIS DESTINOS contando com infra-estrutura para prática de mergulho

autônomo:

No mar:

- Fortaleza (CE)

- Maracajau / Natal (RN)

- João Pessoa (PB)

- Fernando de Noronha (PE)

- Recife / Porto de Galinhas / Serrambi (PE)

- Salvador / Caravelas (BA)

- Vitória / Guarapari (ES)

- Búzios / Cabo Frio / Arraial do Cabo / Rio / Angra dos Reis / Paraty (RJ)

- Ubatuba / Ilha Bela / Santos (SP)

- Bombinhas / Florianópolis (SC)

68

Em água doce:

- Bonito (MS)

- Rio Quente (GO)

2) DADOS REFERENTES A DESTINOS REPRESENTATIVOS

Devido à ausência de dados, tanto a nível nacional como regional, foram escolhidos

5 pontos entre os mais representativos:

Fernando de Noronha:

- Parque Nacional Marinho desde 1988;

- pequeno índice de cancelamento das saídas devido a condições climáticas;

- 3 operadoras / 7 embarcações;

- 15% de clientes estrangeiros principalmente portugueses, italianos, espanhóis.;

- 50% de credenciados / 50% de batismos;

- gasto médio de visitantes não mergulhadores: R$ 1.297,32;

- gasto médio de visitantes mergulhadores: R$ 2.102,35;

- media de permanência na ilha dos visitantes não mergulhadores: 5,31 dias;

- media de permanência na ilha dos visitantes mergulhadores: 6,19 dias;

- existência de um banco estatístico consistente.

Recife:

- mais de 20 naufrágios;

- 6 naufrágios planejados e provocados para a pratica da atividade;

- 4 operadoras / 6 embarcações;

- 70% de mergulhadores regionais;

- 10% de clientes estrangeiros principalmente portugueses, alemães, argentinos, franceses;

- melhor época: de outubro a abril;

- media de saída / operadora / ano: aprox. 200 dias;

- crescimento: aprox. 10%/ano.

Salvador:

- 5 operadoras / 6 barcos;

- mais de 20 pontos de mergulho;

69

- 40% de mergulhadores regionais;

- 35% de clientes estrangeiros principalmente italianos, alemães, portugueses;

- melhor época: de outubro a abril;

- crescimento: aprox. 15% / ano;

- media de saída / operadora / ano: aprox. 120 dias.

Paraty:

- 8 operadoras / 12 barcos;

- mais de 10 pontos de mergulho;

- 5% de mergulhadores regionais;

- 5% de clientes estrangeiros ;

- crescimento: aprox. 15% / ano;

- media de saída / operadora / ano: aprox. 100 dias;

- Não ha cancelamento das saídas devido a condições climáticas.

Bombinhas:

- 5 operadoras / 8 barcos;

- aprox. 12 pontos de mergulho (atuais);

- 15-20% de clientes estrangeiros principalmente argentinos, uruguaios, chilenos,

paraguaios;

- retração do mercado nos últimos anos;

- media de saída / operadora / ano: aprox. 230 dias.;

- 25% cancelamento das saídas devido a condições climáticas;

- problema principal: fechamento da Reserva do Arvoredo.

5.8 MRTL no Brasil

5.8.1 Comercialização Do Mrtl No Brasil

É difícil avaliar a situação do mercado de mergulho no Brasil devido às diferenças

profundas entre os destinos. Corre-se o risco de generalizar ou de esquecer dados

importantes. Além disso, a ausência de dados estatísticos não permite um embasamento

70

técnico. A análise que se segue é baseada em experiências próprias e em contatos mantidos

com alguns operadores nacionais.

No Brasil, existem vários destinos de MRTL. Eles possuem atrativos naturais,

vocações e mercados-alvo bem diferentes. A maioria das operadoras de mergulho

existentes conseguiu desenvolver a atividade através de uma infra-estrutura básica, de um

atendimento de qualidade, de poucas estratégias para a captação dos clientes e

desvinculada dos pacotes turísticos.

As características do mar, importantes para a prática do MRTL, variam muito ao

longo da costa brasileira. As variações sazonais, o tipo de fundo, a temperatura da água, a

fauna, a flora e os atrativos existentes definem e, muitas vezes, limitam o trabalho das

operadoras de mergulho.

No Brasil, as operadoras de MRTL trabalham principalmente com o mercado

nacional sendo que a proporção média de estrangeiros fica abaixo de 15% na grande

maioria dos destinos. Mesmo assim, esse valor está sujeito a variações sazonais

consideráveis.

Para o estrangeiro, o mergulho autônomo não faz parte da imagem do Brasil.

Pouquíssimos mergulhadores turistas vêm para o Brasil com o objetivo de mergulhar. As

matérias esporádicas publicadas em revistas de mergulho da Europa e dos Estados

Unidos, ou os programas de televisão mostrando a riqueza das águas brasileiras, não

conseguiram fortalecer essa imagem. O Comandante Cousteau divulgou a Amazônia e

não o mergulho no Brasil.

As poucas experiências brasileiras de preparação e de afundamento proposital de

navios visando à criação de atrativos para os mergulhadores foram realizadas em

Pernambuco e no Espírito Santo. Todas elas foram bem sucedidas e deram excelentes

resultados.

No Brasil, já existem pólos turísticos consolidados com fluxo turístico considerável

e uma boa infra-estrutura hoteleira permitindo a captação de clientes potenciais. O

número de turistas estrangeiros no Brasil está crescendo rapidamente.

As vendas de Discover Scuba Diving (batismo, primeira experiência subaquática), de

Scuba Diver Course (curso de dois dias) e de curso de Open Water Diver (Curso Básico de

71

Mergulho) são bastante difundidas para o público interessado, principalmente para o

mercado nacional, sendo necessária a ampliação dos canais de divulgação para os turistas

leigos no assunto.

O trabalho de divulgação do MRTL em resorts ainda esta no início. Nas piscinas

dos hotéis, existem poucos exemplos de demonstrações gratuitas com a finalidade de

conquistar novos clientes. Nos aeroportos ou centros comerciais, é quase inexistente essa

divulgação.

Algumas sedes de empresas de mergulho são bem localizadas, favorecendo a

captação dos clientes. Há poucos exemplos de diversificação com atividades rentáveis e

complementares, como passeios náuticos, snorkeling, lanchonete ou lojas especializadas.

No Brasil, viagens de clientes estrangeiros num roteiro incluindo vários destinos de

MRTL são raríssimas.

Em poucos destinos existem associações locais fortes que conseguem manter uma

política de preço saudável. Na maioria dos outros destinos, a concorrência leva a uma

“guerra comercial” muito prejudicial às empresas. Além disso, existe um mercado

informal que prejudica as operadoras legais.

Em quase todos os destinos nacionais, o baixo fluxo de clientes, a sazonalidade da

atividade e o alto custo dos equipamentos dificultam a transformação do mergulho em

uma atividade rentável. Como não existem linhas de crédito especificas, não é possível

investir em curto prazo na infra-estrutura básica da empresa para adquirir embarcações,

compressores, material de mergulho, veículos, entre outros.

Não existem parcerias entre o próprio trade para a divulgação da atividade de

MRTL no exterior. É possível constatar a iniciativa isolada de determinadas empresas em

participar de feiras especializadas.

Com o objetivo de apoiar a comercialização dos produtos turísticos brasileiros no

mercado internacional, o Ministério do Turismo, por meio da Embratur, está

desenvolvendo projetos específicos junto ao trade. A Caravana Brasil, o Press-trip Brasil, os

Bureaux de Comercialização e o próprio projeto de Benchmarking são exemplos de ações

voltadas para esse foco.

72

No Brasil, o mergulho de turistas estrangeiros em Unidades de Conservação

Marinhas se limita quase exclusivamente a um parque nacional (Fernando de Noronha) e

a duas U.C.´s estaduais (a Laje de Santos/SP e a Pedra da Risca do Meio/CE). A ausência

de linha aérea para Caravelas inviabiliza a chegada de estrangeiros em Abrolhos (BA). A

Reserva do Arvoredo (SC) está fechada para a atividade.

Quase todas as operadoras de MRTL brasileiras utilizam estratégias parecidas para

captar o mesmo tipo de cliente, principalmente brasileiros. A Associação Brasileira de

Empresas de Mergulho (ABEM) não realiza atividades de promoção da atividade em

âmbito nacional ou internacional. Não existe site institucional da mesma.

Os países vizinhos geram um fluxo de mergulhadores turistas para alguns destinos

brasileiros, principalmente Bombinhas, Florianópolis e Búzios, o que gerou certa

dependência desses mercados. Os problemas na economia argentina tiveram um impacto

forte para as operadoras locais.

As novas freqüências de vôos regulares e a chegada de vôos charters da Europa no

Nordeste do Brasil criam novas oportunidades de negócios, principalmente no Ceará, Rio

Grande do Norte, Pernambuco e Bahia. Atualmente, existe uma maior procura na região

por parte de turistas mergulhadores.

As cavernas brasileiras possuem atrativos capazes de atrair mergulhadores turistas

graças à beleza e a localização privilegiada. As mais famosas são encontradas na região de

Bonito (MS) e na Chapada Diamantina (BA). Até janeiro de 2006, a atividade de mergulho

encontrava-se proibida pelo IBAMA.

Devido ao fechamento das cavernas brasileiras, todos os cursos relacionados à

atividade estão sendo realizados na Flórida e no México, provocando a viagem de turistas

brasileiros para o exterior.

73

5.9 Operação e Infra-Estrutura de Mergulho no Brasil

Equipamentos de mergulho

Em geral, os equipamentos de mergulho utilizados no Brasil estão em boas

condições e em conformidade com os requisitos das certificadoras internacionais. As

operadoras possuem uma infra-estrutura de manutenção própria ou utilizam os serviços

das pequenas empresas especializadas.

No Brasil, existe uma pequena oferta de aluguel de equipamentos para mergulho

técnico, incluindo cilindros de alumínio ou de aço, reguladores DIN ou YOKE, coletes de

tipo asa, back-plates e lanternas.

Cilindros e estações de recarga

Para operações de mergulho no mar, os cilindros de alumínio com 80 pés cúbicos

com pressão de 3.000 PSI são os mais utilizados.

Existe hoje uma consciência efetiva das operadoras nacionais em relação à

importância da qualidade do ar. Houve iniciativas nesse sentido por parte das

credenciadoras sugerindo, inclusive, soluções para análise rotineira da mesma.

No Brasil, as operadoras seguem as normas internacionais, que definem a

freqüência do teste hidrostático a cada cinco anos, e a inspeção visual a cada ano.

Os sistemas de cascata são de capacidade média ou pequena, com cilindros

nacionais na pressão de 3.000 PSI. Várias operadoras de pequeno porte não utilizam tal

sistema.

Os cilindros utilizados nos mergulhos são transportados em distâncias variáveis

entre os terminais de recarga e os barcos, aumentando os custos operacionais e

dificultando a logística. Não existe sistema de recarga móvel de porte médio ou grande.

No Brasil, é pouco difundida a preocupação em relação à estética da estação de

recarga, concentrando-se as atenções para a funcionalidade e limpeza.

No Brasil, são raras as substituições rotineiras de cilindros de alumínio. O valor

aproximado de um cilindro novo é equivalente à U$ 220,00. Não existem centrais de

recarga independentes. Em compensação, algumas operadoras enchem os cilindros de

74

concorrentes menores. O número máximo de recargas diárias por uma única empresa

pode chegar a 300 na alta estação.

As recargas de Nitrox são realizadas quase exclusivamente pelo método de pressão

parcial. Não existe ainda um sistema de produção de Nitrox por membrana no País. Os

mergulhos realizados com misturas gasosas e/ou ar enriquecido em oxigênio (Nitrox) não

representam ainda um percentual expressivo em relação aos mergulhos realizados com ar

comprimido.

O acesso aos serviços de teste hidrostático e de limpeza interna dos cilindros não

apresenta maiores dificuldades.

Na grande maioria das estações de recarga, os cilindros são colocados em tanques

com água para esfriamento durante o processo de enchimento.

Embarcações

No Brasil, existem vários tipos de embarcações, na maioria das vezes adaptadas de

outras atividades, como pesca (cascos de madeira) ou lazer (lanchas de fibra de vidro). A

oferta de embarcações especificas especialmente planejados para mergulho, como

catamarãs ou monocascos, aumentou nos últimos anos. A maioria das operadoras

privilegia a utilização de motores a diesel.

Os barcos das operadoras dispõem de rádio e de kits de oxigênio de emergência e

de primeiros socorros, além dos equipamentos obrigatórios exigidos pela marinha.

Mesmo possuindo embarcações mais simples, os operadores brasileiros de MRTL

mostram uma preocupação real com o conforto do cliente: a maioria das embarcações de

operação possui cobertura contra as intempéries e banheiro. Além disso, foram adaptadas

para facilitar a entrada e saída da água. No Brasil, não são comercializados os suportes de

plástico para cilindros, sendo substituídos por elásticos.

Existe uma preocupação em relação à necessidade de mesas e tanques adequados

para o equipamento fotográfico e de vídeo.

Na maioria das operações, existe um serviço de bordo básico podendo ser

considerado, em alguns casos, como excelente.

A maioria das operadoras utiliza cintos de lastro de chumbo com proteção plástica.

75

Atendimento e embarque

No Brasil, o número de instrutores e dive-masters falando inglês e/ou espanhol está

aumentando. Os marinheiros normalmente não dominam outro idioma. O staff brasileiro

tem vocação para cuidar dos turistas de forma simpática e atenciosa. É necessário

transformar esse potencial em profissionalismo e qualidade no atendimento. Não existe

nas operações de mergulho, por parte da tripulação, a expectativa de receber gorjeta.

A operação é normalmente eficiente: os horários são respeitados, os equipamentos

solicitados estão à disposição, a embarcação está em ordem, a tripulação faz um briefing

adequado e o acompanhamento durante o mergulho é apropriado.

O embarque, na maioria das vezes, é realizado em lugares inadequados, o que gera

transtornos, estresse e até riscos. Poucas operadoras e/ou hotéis possuem píer próprio. Na

maioria dos casos, são utilizados piers públicos divididos com outras atividades, como

turismo, embarque e desembarque de carga e até pesca profissional. Normalmente, as

lojas das operadoras se encontram a certa distância do lugar de embarque, o que diminui o

resultado comercial das mesmas.

Poucas operadoras disponibilizam armários (lockers) próximos ao embarque bem

como tanques para lavagem de equipamentos dos clientes.

Os veículos utilizados para transporte dos clientes e/ou do material são de

qualidade aceitável à boa.

Segurança e qualificação dos profissionais

As características da maioria dos pontos de mergulho do Brasil, como

profundidade, distância da costa, correnteza, fazem com que a segurança seja

especialmente trabalhada. No mercado brasileiro, existem profissionais com excelente

treinamento. Treinamento adicional em função do destino é fundamental para os dive-

masters e instrutores. O acesso a seguros de responsabilidade civil para as operadoras de

mergulho é quase inexistente.

Existe uma rede de câmaras hiperbáricas no País. A maioria é especializada em

oxigenoterapia hiperbárica e não em acidentes de mergulho. A DAN (Divers Alert Network)

está reforçando sua presença no Brasil, oferecendo uma cobertura para os mergulhadores

em caso de acidente.

76

Na maioria das operadoras, o mergulho é guiado com número variável de

mergulhadores por guia. Em Fernando de Noronha, a relação é de um profissional para

quatro clientes.

O uso de briefing detalhado, com formação de duplas, aspectos de segurança e de

proteção ao meio ambiente marinho é a regra. A maioria das operadoras de mergulho

realiza a contagem das pessoas no barco utilizando o sistema de chamada por nome.

5.10 Normatização do Mergulho no Brasil

A atividade de mergulho no Brasil teve forte desenvolvido nos anos 90. A atividade

não tem legislação específica, mas é auto-regulamentada pelos padrões das certificadoras

internacionais que tem representação no território brasileiro e ampla ação na formação e

credenciamento de profissionais e centros de treinamento.

No Brasil, além das certificadoras internacionais, há também atuação definida das

associações nacionais, como a ABEM (Associação Brasileira das Empresas de Mergulho) e

ABAM (Associação Brasileira das Empresas de Apoio ao M.R.T.L) e, ainda, as associações

locais.

5.11 Marinha do Brasil

A Marinha do Brasil, através da Diretoria de Portos e Costas (DPC), reconhece que

a NORMAM 15 não se aplica ao MRTL, apenas ao mergulho chamado

profissional/comercial, conforme documento n. 2120153/2000, datado de 25/01/2000,

expedido pela DPC, em anexo. (doc. 06). Reconhece ainda que não há nenhuma

NORMAM específica para a atividade do MRTL e que esta é auto-regulamentada.

A NORMAM 15 estabelece normas básicas para controle e certificação de

equipamentos e sistemas de mergulho, cadastramentos de empresas de serviços

subaquáticos e credenciamento de entidades para ministrar cursos de mergulho

profissional/comercial, e não se aplica ao MRTL, conforme documento, em anexo (doc.07).

77

5.12 Ministério do Trabalho

O Ministério do Trabalho, através da Norma Reguladora NR 15, anexo 06,

determina parâmetros para trabalhos submersos e sob ar comprimido, define o mergulho

profissional/comercial e estabelece normas de segurança e de condições de trabalho,

conforme documento em anexo (doc. 08).

O Ministério do Trabalho, através das Delegacias Regionais do Trabalho, vem

interpretando e entendendo que a NR 15, anexo 06, abrange o MRTL, alegando que a

definição do mergulho, constante da norma, não distingue as modalidades e, portanto,

refere-se ao trabalho submerso como um todo.

Da mesma forma, a ausência de Norma Reguladora específica para o MRTL deixa

margem aos fiscais do trabalho para tentar aplicar a norma existente àquela atividade

semelhante, fundamentando, equivocadamente, a atuação da fiscalização nas empresas de

mergulho. Inúmeros problemas foram vivenciados por operadoras regionais, que tiveram

que se submeter às exigências da referida norma, que trata exclusivamente do mergulho

profissional/comercial, habilitado para executar atividades ligadas à prospecção de

petróleo, inspeções em represas, navios, entre outros.

O Mergulho Comercial é realizado por profissionais formados por entidades como

a Marinha do Brasil, Petrobrás, SENAI e outras, diferente do Mergulho Recreativo,

Turístico e de Lazer, também chamado Amador, que é formado por profissionais

habilitados por certificadoras internacionais, como por exemplo: PADI, PDIC e NAUI.

A criação da NR 15, pela Portaria 3.214, de 08/06/1978, do Ministério do Trabalho,

foi concebida em uma época que procurava atender, basicamente, aos problemas

decorrentes da atividade de mergulho relacionada às engenharias de petróleo, civil e

náutica, comuns à época. Não havia, naquele período, a mínima possibilidade do Brasil vir

a se envolver com esportes de aventura e turismo ecológico, como vemos hoje, crescendo a

cada ano.

Desta forma, a NR 15, anexo 06, definiu mergulho profissional através de um

conceito amplo, deixando de contemplar atributos específicos da atividade que se

diferenciaria de outras modalidades, o que possibilitou aos operadores das normas

78

reguladoras atribuírem as mesmas exigências dessa NR ao mergulho recreativo, turístico e

de lazer (MRTL).

A ausência de legislação reflete negativamente nos direitos do trabalhador e nas

suas garantias constitucionalmente estabelecidas. O Ministério Público do Trabalho,

preocupado com o não reconhecimento da atividade, assim como a inexistência de

sindicato próprio, teve iniciativa recente de discutir com os segmentos envolvidos e

propor a elaboração de um Termo de Ajuste de Conduta – TAC, para definir,

provisoriamente, até a publicação de legislação específica, os parâmetros da relação de

emprego, condições de trabalho, saúde e segurança, além de possibilitar uma fiscalização

justa e efetiva para assegurar a proteção dos trabalhadores e empregadores-empresários

do MRTL.

5.13 Ministério do Turismo

O Ministério do Turismo objetiva regulamentar as atividades ligadas ao turismo de

aventura, e deseja incluir o MRTL. Com esse objetivo, realiza um “Programa de Incentivo

de Segurança, Qualificação e Desenvolvimento do Turismo de Aventura” para adotar

critérios de reconhecimento e compromisso das empresas e dos profissionais para com a

qualidade e segurança. Esse programa adotará critérios de referência e padrões mínimos

para a realização dessas atividades. No caso da atividade de mergulho, os critérios seriam

os estabelecidos pelas certificadoras internacionais.

A iniciativa do Ministério do Turismo em reconhecer a atividade de mergulho como

atividade de exploração do turismo de aventura é um avanço para o mercado desse setor,

pois viabilizará o acesso a programas de divulgação da Embratur, qualificação,

financiamento, seguros, incentivos fiscais, entre outros.

O reconhecimento da atividade pelo Ministério do Turismo é um grande passo para

estipular e desenvolver políticas públicas específicas, identificando as necessidades básicas

do setor e contribuindo para o crescimento do turismo de aventura.

79

5.14 Ministério do Meio Ambiente

O Ministério do Meio Ambiente não dispõe de legislação pertinente ao MRTL em

Unidades de Conservação, o que dificulta o exercício da atividade e gera conflitos entre as

autoridades da instituição ambiental e os operadores do mergulho.

Diversos conflitos foram observados nos mergulhos em áreas de cavernas,

principalmente na região de Bonito (MS) e em Unidades de Conservação, como a Reserva

do Arvoredo (SC), tendo por conseqüência o fechamento desses lugares para o exercício

da atividade. Acredita-se que a falta de conhecimento específico é um dos fatores que

levaram a restringir os locais de uso e limitar a prestação de serviço.

É importante frisar que a maioria dos melhores pontos de mergulho do Brasil

encontra-se localizada em Unidades de Conservação, o que é salutar para proteger e

preservar a integridade do patrimônio natural.

Diversas entidades ambientalistas reconhecem o MRTL como uma atividade

contemplativa e de preservação do meio ambiente, contribuindo para o equilíbrio do

ecossistema, fundamental para a manutenção da atividade no mercado turístico.

Uma iniciativa importante foi a realização, em novembro/2001, de um workshop

específico para traçar diretrizes sobre a pratica de MRTL em UC´s, o que resultou na

“Carta da Ilha Anchieta”, conforme anexo (doc. 09). Esse workshop teve o apoio do

Governo do Estado de São Paulo e ampla participação de órgãos governamentais e não-

governamentais. Foram avaliados diversos aspectos da atividade.

5.15 Avaliação da Situação da Operação de Mergulho MRTL no Brasil

A lista a seguir mostra os fatores que limitam atualmente a atividade no Brasil. A

existência desses fatores, e/ou a maneira como estão sendo resolvidos, deverão ser

avaliadas durante a visita técnica no México.

- Sazonalidade devido a condições climáticas;

- Sazonalidade devido ao fluxo turístico (alta & baixa estação);

- Aspecto legal da atividade:

80

* Marinha: inexistência de Norman especifica para atividade (Norman15 para

Mergulho Comercial);

* Ministério do Trabalho: inexistência de NR especifica para atividade (NR 15 para

Mergulho Comercial);

* Ministério do Turismo: inexistência de Normatização da atividade;

* Ministério do Meio Ambiente: conflitos de uso devido à inexistência de legislação

especifica para MRTL em UC´s.;

- Ausência de utilização por parte das operadoras de alternativas como mergulho livre,

apnéia, mergulho à reboque, etc;

- Captação muito pequena de turistas estrangeiros;

- Ausência de uma política de preço de serviços baseada numa avaliação real de custos;

- Informalidade do mercado gerando “concorrência predatória”;

- Ausência de linha de credito bancário especifica para a atividade;

- Altas taxas de importação para os equipamentos de suporte a atividade;

- Dependência total de produtos importados em função da ausência quase total de

similares nacionais;

- Ausência de política (federal, estadual, municipal bem como de entidades de classe) de

divulgação a nível nacional e internacional;

- Ausência a nível nacional de um programa de implementação de recifes artificiais

direcionados para atividade;

- Deficiências e alto custo do transporte aéreo para a maioria dos destinos;

- Ausência de embarcações apropriadas para apoio a atividade;

- Organização de entidade de classe deficiente tanto a nível regional como nacional;

- Ausência de interação com o setor de turismo em geral;

- Variação cambial, gerando instabilidade no mercado;

- Ausência de uma base de dados estatísticos consolidada da atividade..

81

Anexo 1: Perfil dos praticantes de MRTL + a segurança na atividade (Fonte: PDIC Brasil).

Anexo 2: Perfil dos visitantes em Fernando de Noronha (Fonte: Distrito Estadual de FN).

Anexo 3: Carta da Ilha Anchieta (Diretrizes para Pratica do MRTL em Unidades de

Conservação).

5.16 Sugestões para Melhorar a Atividade mo Brasil

- O Mergulho Recreativo Turístico e de Lazer – MRTL deverá ser incluído como atividade

de TURISMO DE AVENTURA, devendo ser definido através de instrumento legal,

primeiro passo para o reconhecimento da atividade;

- Definir norma clara e específica para atividade de MRTL, junto ao Ministério do

Turismo;

- Criar, perante o Ministério do Trabalho, uma Norma Reguladora (NR) específica para o

MRTL;

- No Ministério do Meio Ambiente, contemplar o MRTL no rol de atividades permitidas a

serem usuárias das Unidades de Conservação, incluindo as cavernas;

- Definir legislação especifica de proteção dos naufrágios existentes na costa brasileira;

- Implantar uma política de incentivo a criação de atrativos submarinos,

desburocratizando os procedimentos para o afundamento de embarcações e para a criação

de arrecifes artificiais;

- Após a regulamentação da atividade, viabilizar financeiramente e realizar estudos de

manejo e capacidade de carga, mesmo ciente da dificuldade técnica para realização dos

mesmos. Entretanto, deverão ser levados em consideração o meio ambiente, o foco

turístico e o direito adquirido das operadoras que já exploram a atividade no local;

- Após a regulamentação da atividade, desenvolver mecanismos que garantam a

viabilidade financeira e realizar estudos de impacto ambiental, quando houver

necessidade de autorizar o ingresso de novas operadoras de mergulho e/ou de novas

atividades em locais de preservação;

82

- Após a regulamentação da atividade, o governo deverá emitir, anualmente, certificados

ou selos de qualidade para a operadora de mergulho que cumpre as normas de segurança

e qualificação;

- Criar incentivos para a capacitação de mão de obra especializada, tanto do ponto de vista

técnico como do aprendizado de idiomas estrangeiros;

- Criar fóruns de debate sobre os problemas da atividade, com a participação ampla do

governo e da iniciativa privada;

-Consolidar, no exterior, a imagem do Brasil como destino de ecoturismo, de turismo de

aventura e de mergulho autônomo;

- Criar parcerias com a rede hoteleira e o trade local e implantar estratégias de captação de

turistas;

- Melhorar a infra-estrutura de comercialização das empresas e criar mais visibilidade para

o produto;

- Implantar uma política de incentivo e desburocratizar os procedimentos para a criação

de pequenas marinas, agregando as atividades náuticas e de MRTL;

- Implantar e comercializar novas opções de passeios como snorkeling, passeio de barco,

pesca esportiva, sea-treck, snuba, entre outros;

- Implantar ou melhorar as lojas para comercialização de mercadorias como material de

mergulho, souvenirs, dive-wear, entre ouros;

- Criar parcerias com operadoras de mergulho de outros destinos para viabilizar o

intercâmbio comercial;

- Criar novos roteiros integrando destinos de MRTL;

- Criar parcerias com operadoras de ecoturismo ou turismo de aventura para viabilizar o

intercambio comercial;

-Criar novos roteiros, combinando mergulho e ecoturismo ou turismo de aventura;

- Criar clusters regionais para a atividade de MRTL;

- Criar ou reforçar as associações regionais;

- Viabilizar a implantação de linhas de crédito especificas para a atividade;

- Implantar uma política de incentivos fiscais para viabilizar a atividade, como diminuição

das taxas de importação de equipamentos e diminuição da carga tributaria;

83

- Criar parcerias entre a iniciativa privada, as associações locais e nacionais e o governo

para divulgar nossos produtos e destinos no exterior;

- Divulgar nosso destino em vários mercados para diversificar o fluxo turístico;

- Capacitar os empresários da atividade nas áreas de gestão empresarial e marketing;

- Implantar um banco de dados estatísticos referente à atividade;

- Incentivar as operadoras a fornecer ar comprimido de boa qualidade. Esse ar deve ser

monitorado regularmente. As credenciadoras têm um papel fundamental de

conscientização dos profissionais e de ajuda para viabilizar o custo das análises periódicas;

- Garantir a segurança dos funcionários da estação de recarga, principalmente através da

implantação de tanques de enchimento adequados;

-Incentivar o fornecimento do ar enriquecido em oxigênio (Nitrox) para aumentar a

segurança nas operações;

- Criar novas alternativas comerciais com cursos de especialidades e gerar procura para

cursos técnicos e venda de equipamentos;

- Criar uma nova visão empresarial dos operadores de mergulho para a implantação de

estruturas em comum e/ou terceirizadas, como por exemplo: central de recarga e

manutenção de equipamentos.

84

6. ANÁLISES COMPARATIVAS – BRASIL X MÉXICO

6.1 Analise Comparativa entre aA Atividade ee MRTL no México e no

Brasil

Quando citado o destino México, deve-se considerar a Península de Yucatan, local

visitado e que serviu de parâmetro para a análise abaixo.

6.2 Analise Comparativa da Comercialização

- No México, existe uma imagem consolidada de destino de MRTL; o Brasil não tem essa

imagem.

- No México, as condições climáticas favorecem o mergulho durante aproximadamente

300 dias por ano; no Brasil, somente no Nordeste e em Fernando de Noronha essa marca

pode ser alcançada ou ultrapassada.

- Em Cozumel, as condições de visibilidade, de temperatura da água e os inúmeros

atrativos naturais seriam suficientes para atrair os mergulhadores turistas. Mesmo assim um

naufrágio foi planejado e provocado para diluir o número de mergulhadores; no Brasil,

uma situação parecida pode ser encontrada nas U.C.´s marinhas, mas nunca houve

planejamento de naufrágio nessas áreas.

- Em Cancun, foram provocados dois naufrágios para aumentar a quantidade de atrativos

na área. No Brasil, esse tipo de ação só foi realizada com êxito em Pernambuco e no

Espírito Santo.

- No México, os mergulhadores estrangeiros representam mais de 90%; no Brasil, a

proporção é de aproximadamente 10%.

- No México, a captação local de estrangeiros é bem estruturada e “agressiva”

acompanhando o trajeto do turista no destino; esta forma de captação não existe no Brasil.

- No México, o MRTL está presente nas áreas de lazer dos grandes hotéis; no Brasil

somente em poucos casos.

- No México, as empresas de mergulho estão localizadas em locais estratégicos, com píer

privativo e estrutura completa para oferecer vários serviços ao cliente; no Brasil, a grande

85

maioria das empresas dispõe de uma infra-estrutura bem mais simples ou mal

aproveitada. Poucas operadoras têm acesso direto a um píer.

- No México, as grandes operadoras fazem a diversificação de seus produtos oferecendo

outros serviços, como o snuba, snorkeling, entre outros. Também contam com lojas

rentáveis de venda e locação de equipamentos de mergulho e souvenires; no Brasil,

existem poucos casos nesse sentido. Muitas operadoras têm capacidade ociosa,

principalmente nas embarcações.

- No México, existem vendas “casadas” de mergulho em destinos distintos; no Brasil quase

não existe.

- No México, a concorrência leva a uma “guerra de preços” entre as operadoras, e as

associações não conseguem resolver esse problema, isso também pode ser constatado

também em vários destinos brasileiros.

- No México, as grandes operadoras de MRTL conseguem, em curto ou médio prazo,

investir e melhorar a própria infra-estrutura, graças ao volume do faturamento e ao custo

mais baixo do material; no Brasil, isso ainda não é possível.

- No México, existem parcerias entre a iniciativa privada, as associações e o governo para

divulgar a atividade e os destinos no exterior; no Brasil, o trade ainda não se encontra

articulado para participar de feiras internacionais promovidas pelo Ministério do Turismo,

por meio da Embratur, bem como de outros projetos em andamento.

- No México, as U.C.´s são amplamente utilizadas para a atividade de MRTL; no Brasil,

algumas estão fechadas e outras não têm o foco do turismo sustentável.

- No México, as associações têm um papel de divulgação da atividade e dos associados; no

Brasil, isso só acontece localmente e em poucos casos.

- No México, a atividade de mergulho depende fortemente de um único mercado: o norte-

americano. No Brasil, isso acontece somente no sul do país com os turistas argentinos. No

resto do país, principalmente no nordeste, o fluxo é bastante dividido entre várias

nacionalidades.

- No México, as cavernas são utilizadas para captar um dos melhores públicos-alvo da

atividade de mergulho e criar uma imagem profissional do destino; no Brasil, a grande

maioria das cavernas alagadas está fechada para os mergulhadores.

86

6.3 Comparativo entre a Operação e Infra-Estrutura de MRTL no México e

no Brasil

Equipamentos de mergulho

A quantidade de equipamentos e a infra-estrutura das operadoras de mergulho nos

dois países dependem principalmente do número de clientes atendidos e do custo do

material de operação. No Brasil, o movimento turístico é bem mais baixo e o preço dos

equipamentos mais alto. Portanto, como não é possível dispor das mesmas condições para

renovar o material de operação, o tempo de uso dos mesmos acaba sendo maior. Pelo

mesmo motivo, a quantidade de equipamentos disponível nas operadoras brasileiras é a

necessária, sem muita margem.

Cilindros e estações de recarga

A qualidade do ar comprimido disponibilizado pelas operadoras mexicanas parece

ser melhor que no Brasil. Como foram utilizados somente os serviços de operadoras

maiores, não é possível generalizar tal afirmação.

Nas operadoras visitadas, a freqüência do teste hidrostática e da inspeção visual

dos cilindros de operação é superior à praticada no Brasil. Portanto, vale salientar que no

México, o uso dos cilindros é muito mais intensivo, justificando a medida adotada.

O abastecimento e a facilidade de acesso às embarcações é mais simples e eficiente

no México, devido à existência de piers próprios.

Nos dois países, as operadoras se preocupam mais com a funcionalidade e a

limpeza das estações de recarga do que com a estética das mesmas. Mesmo assim, no

Brasil, não se chegaria ao extremo de abrigar os compressores numa “sucata de van”,

como observado no México.

Nos dois paises, as recargas de Nitrox são realizadas quase exclusivamente pelo

método de pressão parcial. Não existe ainda sistema de produção de Nitrox por

membrana. Os mergulhos realizados com misturas gasosas e/ou ar enriquecido em

oxigênio (Nitrox) representam um percentual pequeno em relação aos mergulhos

realizados com ar comprimido.

87

O sistema de enchimento utilizado no Brasil, colocando os cilindros em tanques

com água para esfriamento, traz vantagens nas áreas de segurança e de eficiência para

alcançar a pressão nominal do cilindro.

Embarcações

Da mesma forma que no caso dos equipamentos e da infra-estrutura, a diferença

entre a frota utilizada nos dois países depende principalmente de aspectos financeiros.

Mesmo possuindo embarcações mais simples, os operadores brasileiros de MRTL têm

uma preocupação maior com o conforto do cliente. Em outros detalhes, como o lastro

revestido de plástico colorido, a qualidade tende a ser superior no Brasil.

Atendimento e embarque

No México, quase todos os instrutores, dive-masters e marinheiros falam inglês. No

Brasil, este ponto precisa ser melhor trabalhado.

O staff mexicano atende de forma simpática e profissional. No Brasil, o potencial é

similar ao encontrado no México.

No México, o embarque, o desembarque e os serviços anexos como locker e

lavagem de equipamento de cliente são excelentes. No Brasil, muitas vezes eles deixam a

desejar pela falta de espaço e pela estrutura de píer.

Segurança e qualificação dos profissionais

Nos dois países, existem profissionais com excelente treinamento, totalmente

preparados para desenvolver a atividade. Além disso, os métodos de ensino são os

mesmos, divulgados pelas certificadoras internacionais.

No México, existe uma relação entre o número de clientes mergulhadores e o

número de guias. No Brasil, os procedimentos são similares.

No México, o briefing antes do mergulho costuma ser detalhado, com formação de

duplas, aspectos de segurança e de proteção ao meio ambiente marinho. No Brasil, os

procedimentos são os mesmos. Depois do mergulho, no Brasil, o sistema de chamada por

nome é utilizado, aumentando a segurança.

No México, existem câmaras hiperbáricas especializadas em emergências de MRTL.

No Brasil, elas são viabilizadas pelos tratamentos de oxigenoterapia hiperbárica e pelo

88

mergulho profissional. Mesmo assim, graças a iniciativas de entidades como a DAN, está

ficando mais fácil o acesso a tratamento, em caso de emergências.

6.4 Análise Comparativa sa Normatização

No México e no Brasil

O mergulho autônomo surgiu como atividade de recreação e lazer, tendo evoluído

posteriormente para uma atividade comercial ligada ao turismo. Durante esse período, o

segmento, em interação com os órgãos públicos, demonstrou a eficiência de sua auto-

regulamentação.

Na maioria dos países onde o MRTL é praticado não existe legislação específica. As

certificadoras internacionais atuam como normatizadoras há mais de 50 anos,

regulamentando os critérios técnicos de formação e credenciamento dos profissionais.

Existem diversas certificadoras internacionais (IDEA, PADI, PDIC, SSI, YSCUBA,

NAUI, entre outras) que auto-regulamentam o mergulho recreativo turístico e de lazer

(MRTL). Entre a maioria das certificadoras, há normas mínimas estabelecidas pelo WRSTC

(World Recreational Scuba Training Council), que são obedecidas no mundo, conforme

anexo (doc. 01). Essas normas são encontradas também na ISO (International Organization

for Standardization) e na EN (European Standard) em anexo (doc. 02 e 03), para garantir a

segurança da atividade.

No México, a atividade do MRTL é reconhecida, normatizada e incentivada pela

Secretaria de Turismo do Governo Federal. Diferente do Brasil, que ainda não é

reconhecida e conseqüentemente, não dispõe de norma.

No México existe a presença do Estado na regulamentação da atividade, com ampla

participação da iniciativa privada; o que vem se desenvolvendo no Brasil através dos

esforços do Ministério do Turismo.

No México, a marinha não interfere nas operações de mergulho, como ocorre no

Brasil, limitando-se apenas a verificar os aspectos náuticos;

89

Em relação ao meio ambiente, deu-se a impressão que no México, as associações das

empresas de mergulho têm participação efetiva na elaboração dos Planos de Manejo,

assim como no Brasil, que já prevê legalmente essa participação. A cobrança de taxa para

ingresso nos parques também é comum nos dois países.

No México, as autorizações das operadoras de mergulho para exploração da área

do parque não foram precedidas de estudos de capacidade de carga. Da mesma forma,

aconteceu no Brasil;

No México, as empresas recebem um certificado que as reconhecem como empresas

legais e que permite a cada uma, atuar em sua região. No Brasil, se deveria trabalhar neste

sentido para evitar a atuação de empresas informais e não cadastradas

No México existem poucos instrumentos legais para a proteção do meio ambiente, o

que deixa os parques vulneráveis às fortes pressões do crescimento do mercado, diferente

do Brasil, onde ocorre o inverso, apresentando, muitas vezes, exageros que prejudicam o

desenvolvimento da atividade de MRTL.

No México, a atividade de MRTL esta totalmente integrada ao desenvolvimento

sustentável, tendo em vista que prioriza a mão de obra nacional e promove programas de

capacitação e educação ambiental. No Brasil, faltam incentivos para implementação da

capacitação da mão de obra.

No México, há participação efetiva das associações nas decisões do governo,

entretanto não conseguiram eliminar as operações ilegais e conquistar a maioria das

empresas do segmento. No Brasil, essa participação ainda é muito tímida e limitada junto

ao Governo. Não se conseguiu implantar o espírito associativo e existe um grande

mercado informal de MRTL.

90

7 CONCLUSÃO

A operação de Benchmarking no México confirmou que a escolha do destino foi acertada. Em todos os locais visitados, o segmento de Mergulho Recreacional é tratado como um produto turístico, contextualizado dentro de uma cadeia produtiva. O grande número de associações representativas atuantes e cooperativas indica um elevado grau de amadurecimento do mercado e de suas relações. Outro fator que caracteriza o México como um destino de excelência é a busca pela alta qualidade dos produtos ofertados. As redes de hotéis da região oferecem, constantemente, cursos de capacitação para os atores envolvidos diretamente com o receptivo local, incluindo-se nesse grupo os “dive-masters” do mergulho recreacional. Mesmo sendo analfabetos, os funcionários de receptivo falam fluentemente o inglês, língua nativa de seu principal mercado emissor. Com isso, os integrantes do grupo de trabalho vivenciaram um processo de análise e de identificação dos elementos característicos de um destino internacional de referência. A presença dos gestores, todos sem experiência de mergulho, mas com vasto conhecimento em turismo, foi fundamental para nortear o estudo e ampliar o debate, fazendo com que o foco das observações tivesse um caráter mais abrangente, voltado para toda a cadeia produtiva do turismo. Os participantes começaram os trabalhos analisando as características naturais, a operação de MRTL local e os aspectos legais. Entretanto, logo no início, concordaram em ampliar o foco do estudo, aprofundando-se em outras áreas, como estrutura turística local e comercialização do MRTL. Esta ampliação no objeto de estudo deu-se pela necessidade de se entender o mergulho recreacional como um produto turístico que movimenta toda uma cadeia produtiva na região. O grande número de associações e cooperativas e as reuniões com alguns de seus representantes mostraram, de forma geral, como o trade se organiza e a força que essas entidades possuem para influenciar o segmento. Incentivos fiscais, negociações para uso de Unidades de Conservação e promoção de vendas no mercado exterior são alguns exemplos bem sucedidos dessas negociações. O processo de estudo deu-se pela análise dos aspectos característicos do México e do Brasil, com um posterior comparativo entre os dois países, resultando na elaboração de sugestões para o desenvolvimento do MRTL no Brasil. Os participantes dividiram-se em quatro grupos de trabalho para abordar aspectos da normalização, periféricos, operação e comercialização do MRTL.

91

A análise dos elementos periféricos (infra-estrutura turística em geral) mostrou uma diferença grande entre os encontrados no México e os existentes no Brasil, em se tratando de mergulho recreacional e sua respectiva área de atuação no país. Verificou-se a necessidade de implantar ações estruturadoras amplas, para acelerar e reforçar o processo de desenvolvimento do turismo no Brasil. No tocante a operação de MRTL, concluiu-se que o atendimento e o profissionalismo dos operadores de MRTL no Brasil são tão bons quanto os encontrados no México, e que a diferença existente advém da maior captação de recursos que permite gerar melhor infra-estrutura. Vale ressaltar um ponto que chama atenção: o orgulho que cada funcionário do México tem de ser mexicano. Sem importar o cargo ocupado, cada um tem consciência de que faz parte de um todo, contribuindo assim para o desenvolvimento de seu país. No Brasil, ao contrário do que acontece no México, a atividade do MRTL não tem existência legal, é apenas auto-regulamentada, com base em normas internacionais. A atividade depende de decisão política para iniciar um processo de legalização. A ausência de normalização do MRTL no Brasil prejudica o desenvolvimento da atividade e dificulta a relação de trabalho. No México, o órgão responsável pela regulamentação do Mergulho Recreacional é a Secretaria de Turismo, equivalente ao Ministério do Turismo Brasileiro. A Marinha mexicana tem papel focado nas embarcações. Existem leis de incentivo fiscal específicas para o trade turístico. Um ponto de destaque é a existência de regras para atividades náuticas nas Unidades de Conservação, incluindo cavernas. A responsabilidade social também é tratada de forma a valorizar o trabalhador local. Como exemplo, um empresário só pode contratar um estrangeiro depois de contratar 10 funcionários locais. Existem também políticas para criação de recifes artificiais/naufrágios planejados, com o objetivo de diminuir a carga de visitas e o conseqüente impacto ambiental nos pontos de mergulho já estabelecidos. A comercialização do MRTL no Brasil, ainda é muito precária, ao contrário do México, que conta com parcerias da iniciativa privada com o poder público e estrutura de captação mais eficiente. No Brasil, seria fundamental ampliar e reforçar as estruturas associativas e fomentar participação das operadoras de MRTL no Bureau Brasileiro de Ecoturismo e Mergulho, além de integrar mais a atividade no mundo do turismo. Em Cancun, como exemplo de promoção, a Associação Náutica da região, em conjunto com o Convention Visitor Bureau e órgãos governamentais, divulga a atividade por meio de folheteria, anúncios em TV e revistas (principalmente nos EUA) e participação em feiras, onde chegam a subsidiar até 70% dos custos do estande.

92

Na grande maioria dos hotéis, ainda em Cancun, existem postos de vendas de mergulho, além da estratégia de se ofertar aos hóspedes uma experiência gratuita com o equipamento completo de mergulho na piscina do próprio hotel. Em Cozumel, a Associação Nacional de Operadores de Turismo Náutico (ANOAAT) também se junta à Secretaria de Turismo local e outros parceiros do trade para promover o segmento no mercado internacional. Desde o traslado de Cancun para Cozumel, o turista é bombardeado com constantes informações sobre o mergulho. Na chegada ao píer, dezenas de pequenos estandes oferecem aos turistas os produtos náuticos disponíveis. A diversificação dos produtos ofertados também se constitui em uma estratégia de marketing eficiente utilizada pelos mexicanos. A Aquaworld, maior operadora da América Latina, oferece, além do mergulho recreacional, pesca submarina, snorkeling, passeios de lancha, jet ski, parasails, entre outros. Além disso, o turista dispõe de uma excelente loja de souvenirs e de equipamentos específicos para as atividades. Para suprir determinadas necessidades, são formadas cooperativas, como a de recarga de cilindros. Essas cooperativas, além de empregarem mão de obra local, fazem com que o custo para as operadoras diminua consideravelmente. A metodologia utilizada no projeto de benchmarking permitiu aos profissionais, participantes da visita técnica, extrair aprendizado valioso, que serviu para mudanças imediatas na forma de trabalho. O próximo passo consiste na multiplicação dos conhecimentos adquiridos e, em paralelo, criar ações para desenvolver a atividade de MRTL no Brasil.

93

MÉXICO Mergulho

ANEXO I - Anexo 1: Perfil dos praticantes de MRTL + a

segurança na atividade (Fonte: PDIC Brasil)

Julho/ 2005

94

Anexo 1: Mergulho Recreativo Turístico e de Lazer

95

96

97

98

99

MÉXICO MERGULHO

ANEXO II - Perfil dos visitantes em Fernando de

Noronha (Fonte: Distrito Estadual de FN)

JULHO/ 2005

100

Anexo 2: Administração do Distrito Estadual de Fernando de Noronha

Análise Dos Principais Resultados

Perfil Do Visitante

1. Turista

1.1. Nacionalidade

O maior número de turistas que visitaram Fernando de Noronha em 2004 eram

brasileiros, 85,3%. Ressalta-se que São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul são os

estados que mais emitem turistas, responsáveis por 64,5% do total de brasileiros. Em

relação aos turistas estrangeiros, destaca-se o aumento dos turistas europeus originários

de Portugal e Itália. Observa-se, contudo, o crescimento expressivo da participação de

estrangeiros no arquipélago nos últimos 4 anos.

Nacionalidade (%) 2001 2002 2003 2004

Brasileiros 93,1 91,1 85,0 85,3

Estrangeiros 6,9 8,9 15,0 14,7

93,1%

6,9%

91,1%

8,9%

85,0%

15,0%

85,3%

14,7%

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

2001 2002 2003 2004

Nacionalidade

Brasileiros Estrangeiros

101

Local de Residência Permanente

Brasileiros (%) Estrangeiros (%)

Estado 2001 2002 2003 2004

SP 37,6 37,8 33,2 33,0

RJ 18,1 17,7 20,8 23,7

RS 8,2 10,4 9,4 8,5

MG 6,0 5,7 6,3 6,1

PE 5,8 4,4 4,8 5,0

PR 7,0 6,0 5,8 4,8

SC 2,0 3,8 3,5 4,6

DF 4,1 3,0 4,5 4,0

Outros 11,2 11,2 11,7 10,3

Países 200

1

2002 2003 2004

Portugal 17,9 16,9 22,1 24,9

Itália 10,5 13,7 11,5 19,1

USA 13,7 10,5 6,0 6,0

França 6,3 6,4 6,5 6,6

Uruguai 11,6 8,4 7,8 6,8

Argentina 22,1 10,2 8,3 7,7

Alemanha - 8,1 7,8 2,2

Suíça - 6,7 6,3 4,1

Espanha 5,3 7,6 11,0 11,5

Outros 12,6 11,5 12,8 11,1

102

1.2. Sexo

Em 2004, a ilha foi visitada praticamente pela mesma quantidade de homens e

mulheres, 49,2% e 50,8% respectivamente, não apresentando grandes alterações nos

últimos quatro anos.

1.3. Faixa etária

A faixa de 31 a 40 anos responde por 30% desse contingente e manteve taxa de

crescimento positiva desde 2001.

Sexo (%) 2001 2002 2003 2004

Feminino 57,1 54,1 53,5 50,8

Masculino 42,9 45,9 46,5 49,2

57,1%

42,9%

54,1%

45,9%

53,5%

46,5%50,8%

49,2%

0

10

20

30

40

50

60

2001 2002 2003 2004

Sexo

Feminino Masculino

103

Faixa etária (%) 2001 2002 2003 2004

Abaixo de 20 anos 5,1 4,8 3,8 3,7

21 a 30 anos 30,7 27,9 24,4 25,9

31 a 40 anos 25,2 26,9 28,0 30,1

41 a 50 anos 21,4 21,9 21,7 21,4

51 a 60 anos 12,1 13,0 15,1 14,3

Acima de 60 anos 5,5 5,5 6,9 4,6

1.4. Grau de Instrução

É notável que a procura pelo destino cresce, à medida que o grau de instrução

aumenta, ficando o item superior completo com 82% das respostas de 2004.

Grau de Instrução (%) 2001 2002 2003 2004

Fundamental 3,0 2,4 2,2 2,2

Médio 9,3 7,7 11,2 5,6

Superior incompleto 12,5 10,7 8,8 10,1

Superior completo 75,2 79,2 77,7 82,1

1.5. Ramo de Atividade

Entre os ramos de atividades destaca-se, em 2004, os turistas que trabalham

respectivamente no setor de serviços, em órgãos públicos e os autônomos.

Ramo de Atividade (%) 2001 2002 2003 2004

Serviços 18,1 20,4 18,9 20,9

Órgão Público 20,9 19,8 21,0 18,8

Autônomo 16,5 17,1 17,4 17,5

Outros 16,3 15,4 14,7 16,3

Indústria 11,8 12,4 12,1 11,9

Comércio 10,2 8,6 8,9 9,4

Aposentado 6,2 6,3 7,0 5,2

1.6 Faixa de Renda

Em 2004, a faixa de renda apresentou uma variação significativa para os

turistas que tem uma renda mensal acima de 40 salários mínimos. Este resultado vem

confirmar que Fernando de Noronha é um destino caro, por isso é mais visitado por

105

turistas com renda superior a 10 salários mínimos, ou seja, o público alvo do

arquipélago é uma pequena parcela da população nacional.

Faixa de Renda (%) 2001 2002 2003 2004

01 a 05 salários mínimos 11,2 8,7 8,0 8,1

06 a 10 salários mínimos 16,5 18,6 18,1 19,2

11 a 20 salários mínimos 26,0 28,2 26,6 26,1

21 a 30 salários mínimos 17,7 15,2 16,8 15,3

31 a 40 salários mínimos 10,6 11,7 12,9 10,7

Acima de 40 salários mínimos 18,0 17,6 17,6 20,6

106

2. Características da Viagem

2.1. Motivo / Objetivo da viagem

A motivação “Ecoturismo” manteve-se como principal razão da viagem em

2001. No entanto, o que chama a atenção é o crescimento de 111% do segmento de

mergulho em relação ao ano de 2001. Afirma-se, assim, a importância dos recursos

naturais e das atividades a eles associadas como fator de atração da Ilha, existindo a

necessidade de haver um uso sustentável destes recursos.

Motivo / Objetivo da viagem (%) 2001 2002 2003 2004

Ecoturismo 88,0 83,3 71,3 72,7

Mergulho 9,2 12,0 19,5 19,4

Surf 0,4 1,0 1,0 1,2

Reportagem 0,3 0,2 3,5 1,0

Negócio 0,2 0,5 1,6 0,4

Pesquisa - 0,1 1,7 0,3

Outros 1,9 2,9 1,4 5,0

2.2. Fator Estimulador da viagem

Ao responderem o questionário, 52% apontaram “Amigos” e “Televisão”

como principal fator estimulador da viagem em 2004. Deve-se observar, contudo,

que a soma dos veículos de comunicação de massa alavancaram mais de 46% das

citações, com destaque para televisão (22%) e Internet (9,9%). Isto mostra a força

deste veículo e a sua importância como instrumento de divulgação do destino, em

especial pelo fato de que, por serem matérias editoriais, o investimento é baixo e o

retorno é alto em termos de resultado, de formação e manutenção da imagem.

107

Fator Estimulador (%) 2001 2002 2003 2004

Amigos 40,4 36,7 27,3 30,9

Televisão 11,0 11,3 27,2 22,0

Internet 10,6 2,1 6,4 9,9

Jornal 2,9 1,2 13,2 9,3

Parentes 2,5 8,2 9,7 6,3

Revista 18,5 23,5 11,4 4,9

Folders 1,1 0,8 4,2 0,5

Outros - 16,3 - 16,1

108

2.3. Meio de Transporte utilizado

O meio de transporte “aéreo” é o mais utilizado pelos turistas que visitam o

arquipélago.

Transporte (%) 2001 2002 2003 2004

Aéreo 99,6 99,6 99,5 99,3

Aéreo / Marítimo 0,1 0,3 0,3 0,2

Marítimo 0,2 0,1 0,2 0,5

2.4. Gasto Médio e Permanência Média por viagem

A permanência média, apurada entre os visitantes motivados por ecoturismo,

foi de 4,6 dias de 2001 a 2004. Os turistas que visitam a ilha visando mergulho, foram

os que apresentaram maior gasto (R$ 1.658,03) e permanência (5,7 dias) nos últimos

quatro anos.

Gasto (R$)

Motivo da Viagem

2001 2002 2003 2004

Ecoturismo em Geral 794,66 1.097,42 1.370,00 1.297,32

Ecoturismo visando

mergulho

1.190,16 1.680,61 1.659,00 2.102,35

Média Total 846,29 1.176,19 1.442,00 1.699,84

109

Permanência

Motivo da Viagem

2001 2002 2003 2004

Ecoturismo em Geral 4,15 4,46 4,84 5,31

Ecoturismo visando

mergulho 5,29 5,66 5,67 6,19

Média Total 4,32 4,64 5,02 5,75

2.5. Intenção de voltar ao arquipélago

Em 2004, 84,7% dos visitantes manifestaram intenção de voltar ao

arquipélago.

Intenção de voltar ao arquipélago (%) 2001 2002 2003 2004

Sim 86,5 85,8 85,6 84,7

Não 13,5 14,2 14,4 15,3

110

2.6. Já esteve na Ilha?

Cerca de 90% dos entrevistados nunca haviam visitado o arquipélago

anteriormente. Esta é uma variável que mantém certa estabilidade através dos anos.

Entretanto, o percentual de retorno à ilha ainda é relativamente baixo, e quando

associado à intenção de voltar ao arquipélago abre espaço para trabalhos de

fidelização ao destino.

Já esteve na Ilha? (%) 2001 2002 2003 2004

Não 86,5 85,8 87,8 90,1

Sim 13,5 14,2 12,2 9,9

111

3. Avaliações da Infra-estrutura

No ano de 2004, a metodologia para coleta dos dados quanto aos itens de

avaliação foi alterada, tendo como opções de resposta Bom, Regular e Ruim. Nos

anos anteriores, o levantamento era realizado como Ótimo, Bom, Regular e Péssimo.

Para efeito de análise comparativa, no período de 2001 a 2003 foram somados os

resultados das opções Regular e Péssimo.

3.1 Urbana

A avaliação dos turistas em relação aos principais serviços de infra-estrutura

urbana de Fernando de Noronha foi positiva.

O que os turistas criticaram (%)

Itens avaliados 2001 2002 2003 2004

Vias de acesso 34,9 25,5 24,6 30,5

Telefonia 23,1 21,4 20,2 26,2

Transporte interno 39,1 35,0 22,2 26,6

Limpeza Urbana 16,3 22,5 16,8 22,4

Abastecimento D’água 21,7 26,1 16,7 16,1

Abastecimento de Energia 13,7 15,7 9,4 14,1

3.2 Ecoturística:

Durante o ano de 2004, em relação à infra-estrutura ecoturística, os itens que

não obtiveram uma boa avaliação de uma forma geral foram “Restaurantes” e

“Informações e Orientações”.

112

O que os turistas mais criticaram (%)

Itens avaliados 2001 2002 2003 2004

Restaurante 29,0 36,7 22,8 26,4

Informações e Orientações 18,4 27,5 21,9 23,9

Agência receptiva 15,6 28,4 13,5 17,5

Hospedagem 17,3 28,8 17,6 16,9

Bugreiro 10,8 18,2 14,5 16,7

Condutor de Ecoturismo 11,2 18,8 12,2 12,1

Barco de Passeio 15,1 18,2 11,6 11,1

Empresa de Mergulho 8,5 12,2 7,4 7,9

Empresa de Mergulho a reboque - - 7,9 3,1

Condutor eqüestre - - 7,7 2,3

4. Avaliação da Infra-estrutura Ecoturística

4.1. Praias

Em relação às praias, as melhores avaliações foram verificadas para o nível de

satisfação, número de visitantes e limpeza, ficando a infra-estrutura e sinalização

com a maior crítica.

113

- O que os turistas mais criticaram

Praias (%) 2001 2002 2003 2004

Infra-estrutura 29,8 36,1 28,6 30,3

Sinalização 17,4 22,2 17,7 25,5

Limpeza 10,6 8,7 5,1 6,3

Número de visitantes 6,7 8,8 4,8 5,7

Nível de Satisfação - 1,5 1,3 0,7

4.2. Trilhas

Os índices apurados para a avaliação das trilhas demonstram uma

necessidade de realização de trabalhos junto às mesmas. Constata-se uma grande

crítica para os itens “Infra-estrutura” e “Sinalização”.

O que os turistas mais criticaram

Trilhas (%) 2001 2002 2003 2004

Infra-estrutura 38,3 37,8 30,3 32,4

Sinalização 30,4 30,3 23,6 30,4

Nível de Satisfação 12,0 15,8 13,2 13,3

Limpeza 17,4 14,0 9,4 12,0

Nº de visitantes 12,5 8,7 5,4 6,9

4.3. Mergulho e Apnéia

Sem dúvida alguma, nos casos do mergulho e apnéia praticamente os turistas

não tem do que reclamar, ficando a “Sinalização” como merecedora de maior

atenção.

114

O que os turistas mais criticaram

Mergulho (%) 2001 2002 2003 2004

Sinalização 3,4 14,8 10,9 13,5

Nº de visitantes 3,2 10,7 6,1 7,7

Infra-estrutura 12,1 10,7 6,7 7,0

Nível de Satisfação 8,6 7,2 4,4 4,8

Limpeza 3,1 4,8 3,0 3,6

Apnéia (%) 2001 2002 2003 2004

Sinalização 29,0 24,3 19,7 22,2

Infra-estrutura 2,9 13,9 8,9 9,1

Nº de visitantes 6,1 10,4 5,1 7,2

Limpeza - 5,6 2,4 3,7

Nível de Satisfação 2,7 5,6 3,0 3,2

4.4. Forte do Boldró

Os itens “Infra-estrutura” e “Sinalização” são os que tiveram a maior crítica

dos turistas em 2004.

115

O que os turistas mais criticaram

Forte do Boldró (%) 2001 2002 2003 2004

Infra-estrutura 17,2 34,0 24,8 27,9

Sinalização 13,3 23,0 19,1 23,8

Nível de Satisfação 11,4 18,0 13,3 19,1

Limpeza 10,0 20,9 13,2 15,9

Nº de visitantes 14,8 13,1 8,7 13,5

4.5. Forte dos Remédios

No aspecto infra-estrutura, o Forte dos Remédios, recebeu as maiores críticas,

em 2004, 39%.

O que os turistas mais criticaram

Forte dos Remédios (%) 2001 2002 2003 2004

Infra-estrutura 27,0 35,2 32,3 39,0

Sinalização 18,4 23,9 23,2 28,7

Limpeza 15,8 18,4 15,2 20,5

Nível de Satisfação 9,5 15,0 14,0 19,4

Nº de visitantes 14,3 9,5 6,7 9,3

4.6. Air France

De acordo com os dados apurados no ano de 2004, sobre o Air France, os

aspectos mais criticados foram sinalização e infra-estrutura.

116

O que os turistas mais criticaram

Air France (%) 2001 2002 2003 2004

Sinalização 19,0 25,6 20,7 29,3

Infra-estrutura 4,8 28,5 24,2 30,3

Limpeza 13,6 15,1 10,6 16,5

Nível de Satisfação 12,5 17,4 13,6 19,5

Nº de visitantes 9,5 10,4 8,4 10,9

4.7. Quixaba

De acordo com os dados, pode-se perceber a necessidade de melhorias na

sinalização e infra-estrutura, também na Vila da Quixaba.

O que os turistas mais criticaram

Quixaba (%) 2001 2002 2003 2004

Infra-estrutura - 31,1 29,4 34,0

Sinalização 12,5 21,9 21,5 27,0

Limpeza 14,3 19,0 14,2 20,0

Nível de Satisfação 14,3 19,7 16,9 24,0

Nº de visitantes - 11,5 7,9 12,3

117

4.8. Memorial

No ano de 2004, os aspectos de infra-estrutura e sinalização foram os que

apresentaram maiores críticas.

O que os turistas maiscriticaram

Memorial (%) 2001 2002 2003 2004

Infra-estrutura 5,0 29,3 25,0 34,2

Sinalização 15,0 22,7 20,0 28,7

Nível de Satisfação 9,5 20,8 17,3 26,0

Limpeza 10,0 14,0 10,1 18,6

Nº de visitantes 5,6 11,3 9,9 14,0

5 – Avaliação dos Aspectos Positivos e Negativos segundo os Visitantes

5.1 Aspectos Positivos

Os entrevistados qualificaram de forma espontânea e com suas próprias

palavras os aspectos positivos e negativos gerais da ilha. Esta avaliação é de suma

importância porque se consegue detectar as razões que levariam os mesmos a

recomendar ou não o destino de Fernando de Noronha.

Nos aspectos positivos, os itens “beleza”, “preservação” e “turismo” são, sem

dúvida, os mais citados, como é observado em 2004.

118

Aspectos Positivos 2001 2002 2003 2004

Beleza 28,7 35,3 28,2 24,9

Preservação 22,7 23,9 21,5 20,0

Turismo 9,8 0,9 12,4 19,8

População 9,3 14,9 15,1 14,7

Palestras IBAMA 8,7 7,1 8,0 7,8

Limpeza 16,7 12,6 7,3 6,7

Segurança 4,0 5,3 4,9 5,9

Outros 0,1 0,1 2,5 0,2

5.2 Aspectos Negativos

Os itens “infra-estrutura” e “preços elevados” são os aspectos mais criticados

pelos visitantes.

Em se tratando da Infra-estrutura, os itens mais reclamados referem-se a:

� -Sinalização Turística,

� -Inexistência dos serviços de guarda-vidas nas praias,

� -Falta de conservação dos Sítios Históricos.

No que se refere a preços, a abordagem constante é sobre a relação Custo X

Benefício.

119

Aspectos Negativos 2001 2002 2003 2004

Infra-estrutura 21,2 21,0 35,7 43,0

Preços elevados 21,5 19,3 23,5 23,8

Outros 39,2 42,4 15,1 12,9

Restaurantes 6,2 5,2 9,7 8,4

Lixo 3,3 5,1 6,0 5,6

Pousadas 6,5 5,5 7,6 5,2

Guias 2,0 0,6 2,4 1,1

FONTE: AEROPORTO/ADEFN

120

MÉXICO

MERGULHO

ANEXO III - Carta da Ilha Anchieta (Diretrizes para

Pratica do MRTL em Unidades de Conservação)

JULHO/ 2005

121

Anexo 3:

Workshop : Diretrizes para Prática do Mergulho Recreativo, Turístico e de Lazer

(RTL) em unidades de Conservação

23 a 25 de Novembro de 2001

Parque Estadual da Ilha Anchieta – Ubatuba, SP - Brasil

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

SECRETARIA ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE

COORDENADORIA DE INFORMAÇÕES TÉCNICAS, DOCUMENTAÇÃO E PESQUISA

AMBIENTAL

INSTITUTO FLORESTAL

PROILHAS - Programa de Pesquisa e Apoio às Unidades de Conservação Insulares e

Litorâneas

Parque Estadual Marinho da Laje de Santos

Parque Estadual da Ilha Anchieta

FUNDAÇÃO FLORESTAL

Programa de Ecoturismo

Marina Píer do Saco da Ribeira

FBEM - FEDERAÇÃO DAS EMPRESAS, EMPRESÁRIOS E EMPREENDEDORES DE MERGULHO

RECREATIVO, TURÍSTICO E DE LAZER (RTL)

ABEM – Associação Brasileira das Empresas de Mergulho RTL

ABAM - Associação Brasileira das Empresas de Apoio ao Mergulho RTL

ABCM - Associação Brasileira das Certificadoras de Mergulho RTL

122

UICN – A UNIÃO MUNDIAL PELA NATUREZA

CMAP/Br – Comissão Mundial de Áreas Protegidas/Brasil

Grupo Marinho

Grupo Turismo Sustentável

ASSOCIAÇÃO CUNHAMBEBE DA ILHA ANCHIETA

Apoio:

PADI – PROFESSIONAL ASSOCIATION OF DIVING INSTRUCTORS

PROJECT AWARE FOUNDATION

ANGLO – Campinas

REVISTA SCUBA

SCAFO MERGULHOS

ESTALAGEM RECANTO DAS AMOREIRAS

Patrocínio:

SEASUB, SCUBAPRO, OMER, AQUALUNG, DACOR, MARES,

Fun Dive, Sea Protection, Pino

Carta da Ilha Anchieta

Mergulho Recreativo, Turístico e de Lazer

em Unidades de Conservação

123

Os participantes do Workshop “Diretrizes para Prática do Mergulho Recreativo,

Turístico e de Lazer (RTL) em Unidades de Conservação”, realizado no Parque

Estadual da Ilha Anchieta, entre os dias 23 a 25 de Novembro de 2001, apresentam a

“Carta da Ilha Anchieta”.

Cientes do grande potencial em biodiversidade presente nas águas interiores e

nas áreas marinhas e costeiras, foi declarada de extrema importância a participação

de todos os setores envolvidos nas atividades de mergulho recreativo, turístico e de

lazer (RTL) em Unidades de Conservação (UCs) para a conservação de tais ambientes

e para a promoção de seu uso sustentável.

Na intenção de colaborar com o processo de valorização das áreas marinhas e

das águas interiores, esta “Carta da Ilha Anchieta” consolida-se como base das

“Diretrizes para o Mergulho Recreativo, Turístico e de Lazer (RTL) em Unidades de

Conservação”, elaborada pelos participantes deste evento, representantes de vários

setores desta modalidade de mergulho e de setores governamentais e organizações

não-governamentais.

O Workshop representou momento único ao congregar segmentos

complementares da prática do mergulho recreativo, turístico e de lazer (MRTL) em

Unidades de Conservação, de maneira tão produtiva. Dessa forma, fica estabelecida a

criação de um fórum permanente que dará a continuidade necessária ao trabalho ora

iniciado.

Os participantes do Workshop definiram as diretrizes abaixo considerando a

prioridade para as Unidades de Conservação. Entenderam ser necessária também a

aplicação de algumas diretrizes para o ambiente marinho de maneira geral,

considerando as influências que podem ser exercidas sobre aquelas Unidades. Desta

forma, na ausência de menção explicita às UCs, o texto daquela diretriz deve ser

considerado como de aplicação geral para o meio marinho.

124

Para elaboração de diretrizes para prática do mergulho RTL é necessário

considerar os seguintes tipos de ambientes:

* Águas interiores:

- Cavernas,

- Rios, lagos e represas.

* Ambientes marinhos:

- Recifes,

- Costões rochosos

- Fundos não consolidados (arenosos, cascalhos, lodosos). Os campos de

fanerógamas devem ser tratados com mesmo grau de fragilidade de

recifes.

- Artificiais.

Também é necessário considerar os seguintes tipos de modalidades, assim

apresentados:

* Mergulho Livre:

- Snorkeling,

- Apnéia,

- Pesca ou caça submarina (presente em RESEX e possível nas APAs),

- Motorizado (mergulho a reboque).

* Autônomo:

- Foto / Vídeo,

- Contemplativo: guiado (que pode ser batismo e credenciado)/não-guiado

(que pode ser auto-guiado, conferindo menor potencial de impactos que o

simplesmente não-guiado, caso seja planejado e estruturado de modo

eficiente, em trilhas submarinas),

- Eventos “sub” (clean-ups, concursos fotográficos...),

125

- Motorizado (utilização de DPV - veículos de propulsão subaquática), para

áreas de uso sustentável, a depender de planos de manejo. Nas demais

áreas, considera-se não apropriado, (salvo exceções),

- Treinamentos (cursos, incluindo batismo e avançados),

- Não recreativo turístico ou de lazer (RTL). Existem outras atividades de

mergulho nas UCs que não deverão ser consideradas neste documento.

Dessa forma, não se considera, para efeito deste trabalho, modalidades

como: mergulho científico (como exemplo reef-check), profissional

(regulamentado pela NORMAM 15), entre outros não-RTL.

Foi recomendado de maneira enfática que o poder público dê condições,

disponibilizando inclusive os recursos financeiros necessários, para a elaboração dos

planos de manejo e a definição das áreas de amortecimento das Unidades de

Conservação marinhas.

Os participantes do Workshop chamam a atenção das autoridades e da

sociedade civil para o fato de que nenhuma das diretrizes acordadas, nem as normas

legais delas resultantes, terão utilidade sem a existência efetiva de programas de

vigilância e fiscalização in situ e, nesse sentido, apelam enfaticamente às instâncias

responsáveis para que os meios materiais e humanos indispensáveis à fiscalização

das Unidades de Conservação sejam urgentemente disponibilizados.

Educação e informação para todo visitante, integrando ações com a mídia:

• Fomentar o mergulho recreativo, turístico e de lazer (RTL) em Unidades de

Conservação.

• As autoridades responsáveis pelas Unidades de Conservação avaliarão o

interesse em tomar como base o Código de Ética proposto pela FBEM, assim

como a presente Carta, como referência à sociedade para o entendimento do

mergulho recreativo, turístico e de lazer (RTL) nas UCs. O referido documento,

elaborado pela FBEM e que trata, entre outros assuntos, dos profissionais

envolvidos com mergulho recreativo, turístico e de lazer (RTL) será atualizado

126

anualmente, com base em processo participativo, consultando os responsáveis

pela administração das Unidades de Conservação, pesquisadores e representantes

de outros setores considerados pertinentes, tendo a conservação ambiental como

prioridade.

• Estabelecimento de princípios globais para as trilhas, evitando os impactos

negativos do mergulho, fazendo uso de programas de informação e de

monitoramento, permanente avaliação participativa da eficiência de gestão e

investimento em infra-estrutura em recursos humanos.

• Propiciar a pesquisa técnico-científica em Unidades de Conservação, sobre recifes

artificiais.

• O monitoramento do mergulho recreativo, turístico e de lazer (RTL) deve

considerar:

1. Integração entre Unidades de Conservação, comunidade de mergulho

recreativo, turístico e de lazer (RTL), população local, antigos usuários e

conhecedores da unidade e comunidade científica.

2. No caso de naufrágios e recifes artificiais implantados em UCs, deve-se zelar

pela integridade estrutural, tendo em vista a segurança do mergulhador. A

implantação de estruturas artificiais dessa natureza em UCs deve ser precedida

de Estudo de Impacto Ambiental, ressaltando-se que tais estruturas não são

recomendadas para Unidades de Conservação de proteção integral.

3. No caso de aspectos ambientais: deve-se considerar a Tabela 1 – Impactos

Ambientais Potenciais do Mergulho Recreativo, turístico e de Lazer (RTL) em Unidades

de Conservação. Para seu monitoramento e o estabelecimento de medidas

mitigadoras e preventivas, deve-se considerar o minimamente apresentado na

Tabela 2, com respectivo texto de apresentação – Indicadores Ambientais e

Medidas Mitigadoras e Preventivas de Impactos do Mergulho Recreativo,

turístico e de lazer (RTL) em Unidades de Conservação.

127

Tabela 1 – Impactos ambientais potenciais do mergulho recreativo, turístico e de

lazer (mRTL) em Unidades de Conservação

(0 = atividade não ocorre; 1 = pouco impacto; 2 = médio impacto; 3 = muito impacto;

4 = máximo impacto)

A fragilidade dos ambientes está evidenciada na seguinte matriz de impactos,

de acordo com as modalidades em questão, considerando que existe uma interação

entre esses fatores. A dimensão dos impactos depende da conduta, do

credenciamento, do treinamento e da conscientização dos visitantes e dos

profissionais envolvidos1.

Tipos ou

modalida-

des

Cavernas -

águas

interiores

(impactos:

ressuspen-

são,

contato

com

espeleote-

mas,

ilumina-

ção

artificial,

coleta,

ruído,

perturba-

ção de

fauna)

Rios, lagos e

represas

(impactos:

coleta,

ressuspensão,

contato com

substrato e

vegetação,

ruído,

alimentação e

perturbação

de fauna)

Recifes

(impactos:

coleta,

ressuspen-

são, contato

e quebra de

corais,

iluminação

artificial,

ruído,

alimenta-

ção e

perturba-

ção de

fauna)

Costões

rochosos

(impactos:

contato

com

substrato,

coleta,

ruído,

alimenta-

ção e

perturba-

ção de

fauna)

Fundos não

consolida-

dos

(arenosos,

cascalhos,

fanerógamas

e lodosos)

(impactos:

coleta,

ressuspen-

são, contato

com

substrato,

ruído,

alimentação

e

perturbação

de fauna)

128

Livre

recreativo

motoriza-

do

(mergulho

a reboque)

0, 3 0, 1/2

(depende da

fragilidade do

ambiente)

2 1 1

Livre

recreativo

não

motorizad

o guiado

1 1 1 1 1

Livre

recreativo

não

motorizad

o não

guiado

2/3

(a

depender

da

estrutura e

gestão do

local)

2 2/3

(a depender

da

estrutura e

gestão do

local)

1/2

(a depender

da

estrutura e

gestão do

local)

1/2

(a depender

da

estrutura e

gestão do

local)

Livre pesca

ou caça

0 4 4 2/4

(a depender

dos

estudos,

procedimen

tos e Plano

de Manejo

da área)

2/4

(a depender

dos

estudos,

procedimen

tos e Plano

de Manejo

da área)

Autônomo

Foto/vídeo

2

2 2 1/2 1/2

129

Autônomo

contemplat

ivo guiado

2 1 1 1 1

Autônomo

contemplat

ivo não

guiado

2/3

(a

depender

do

ambiente e

da gestão)

1/2

(a depender

do ambiente e

da gestão)

2/3

(a depender

do

ambiente e

da gestão)

2 1/2

(a depender

do

ambiente e

da gestão)

Eventos

subaquátic

os

1/3 1/3 1/3 1/3 1/3

Motorizad

o (DPV)

3 2/3

(a depender

do ambiente)

2/3

(a depender

da

distância

do

substrato)

2 2

Treinamen

tos

2/3

(necessá-

rio para

ambientes

específicos

, com

cuidados)

1/2

(a depender

do ambiente)

3 1/2

(a depender

do

ambiente)

1

1 Observações: A avaliação de impactos resultantes da obtenção de imagens

subaquáticas (fotografia, vídeo e similares) considerou a importância dessa atividade

para fins de Educação Ambiental e para levar, ao público em geral, o conhecimento

sobre a biota marinha. Na modalidade Eventos Subaquáticos, considerou-se que os

130

impactos resultam, entre outros fatores, da grande concentração de indivíduos para a

qual a Unidade de Conservação geralmente não possui suporte. O mergulho

autônomo não-recreativo não foi considerado nesta tabela.

131

Tabela 2 - Indicadores Ambientais e Medidas Mitigadoras e Preventivas de

Impactos do Mergulho Recreativo, Turístico e de Lazer (RTL) em Unidades de

Conservação

Considerando os seguintes tipos de indicadores abaixo (que devem ser

interpretados através de parâmetros analisados caso a caso), são listadas as medidas

para se minimizar os impactos apresentados na tabela anterior. Estas medidas fazem

parte de ações alternativas de gestão, quando verificados impactos relacionados aos

indicadores selecionados, em níveis mais altos que os parâmetros identificados.

Tipos de Indicadores:

a. Bio-indicadores - Riqueza de espécies; diversidade de espécies; abundância e

tamanho de indivíduos; quebra de organismos vivos (freqüência).

b. Físicos - Quebra de estruturas físicas; rugosidade; ressuspensão.

c. Sociais - Satisfação de visitantes com: aglomerações/encontros de grupos,

conservação do ambiente, ruído e segurança; conflitos de uso; números de

infrações por esforço de fiscalização.

Medidas para Reduzir Impactos:

Medidas

Alterações de uso Rodízio de áreas; zoneamento; colocação de

estruturas artificiais; monitoramento

associado à capacidade de suporte, etc

Distribuição de informações

educativas

Folders, pranchetas de campo, etc.

Intervenções físicas Poitas, cabos guia, etc.

Fiscalização -

Supervisão e acompanhamento Mergulho guiado, etc.

Normatização da atividade Inclusão nos Planos de Manejo, etc.

132

Identificação e caracterização

de UCs marinhas

Diagnóstico nacional de UCs, etc.

Práticas interpretativas Trilhas subaquáticas, etc.

• O fundeio das embarcações deverá ser realizado em poitas estabelecidas pelas

Unidades de Conservação, que deverão fiscalizar e controlar a ordem da

utilização dos pontos de fixação, sendo que as embarcações credenciadas terão a

preferência perante as demais embarcações.

• Cada Unidade de Conservação deverá delimitar as respectivas áreas de mergulho

com regras específicas (como o mergulho noturno, a restrição no uso de motores

2T em seu interior e que nas zonas de uso intensivo, definidas de acordo com o

Plano de Manejo, as trilhas subaquáticas sejam guiadas), considerando as

diferenças de cada categoria e a população local, quando este tema for aplicado.

• A fiscalização das diretrizes previstas nesta “Carta” e das normas incidentes

sobre a Unidade de Conservação, deverá ser executada da mesma, com

funcionários e embarcação própria, observando as normas gerais do Código de

Ética de Mergulho, bem como as respectivas normas internas da unidade,

visando a segurança dos mergulhadores.

• A Unidade de Conservação deve considerar o “Código de Ética” da FBEM

quando da urgente regulamentação do mergulho recreativo, turístico e de lazer

(RTL) sob sua jurisdição, em detalhes técnicos que não interfiram negativamente

na conservação da natureza e em critérios para o credenciamento de seus

operadores, condutores e monitores.

• O processo de regulamentação geral do mergulho recreativo, turístico e de lazer

(RTL) em Unidades de Conservação do Estado de São Paulo, deve ser concluído

urgentemente pelas instituições que administram as mesmas, considerando

aportes da comunidade de mergulho recreativo, turístico e de lazer (RTL) e da

comunidade científica. A regulamentação nacional da atividade corresponde a

um esforço conjunto dos demais participantes do evento, que também buscarão

133

maior intercâmbio com outros países. Cada Unidade de Conservação deverá

regulamentar suas particularidades.

Estabelecimento de ações articuladas com operadores e outros empreendedores,

capacitando e sensibilizando empreendedores, funcionários, voluntários e a

sociedade local.

• As diretrizes presentes nesta Carta seguem na direção da auto-regulamentação,

compromisso e prioridade da FBEM, e a preocupação com a população local,

quando este tema for aplicado.

• Recomenda-se que as embarcações usadas como naufrágios induzidos e recifes

artificiais tenham apelo estético, histórico e cultural, quando seu uso se der para

mergulho recreativo, turístico e de lazer (RTL). Nestes casos, a profundidade deve

respeitar as limitações do próprio mergulho recreativo, turístico e de lazer (RTL),

além de considerar o tamanho da estrutura, a visibilidade, as restrições de cada

categoria de manejo da unidade e a correnteza local, dentro de específico estudo

de impacto ambiental.

• Os proprietários devem providenciar cadastramento de embarcações e de

empresas, junto às Unidades de Conservação, em períodos previamente

estabelecidos pelas mesmas, conforme previsto nos respectivos planos de manejo

e em acordo com suas próprias normas (estabelecidas considerando aportes da

comunidade de mergulho recreativo, turístico e de lazer (RTL) e da comunidade

científica), limites e possibilidades.

• Toda embarcação cadastrada na Unidade deverá possuir uma caixa estanque ou

um reservatório de dejetos orgânicos, que deverá ser descarregada fora da

Unidade de Conservação.

• Deve ser proibido o acionamento da bomba de porão dentro das Unidades de

Conservação, bem como equipamentos sonoros de alerta, salvo em casos de

emergência e de acordo com normas da Marinha do Brasil.

134

• A velocidade de deslocamento nas áreas de mergulho das Unidades de

Conservação não deverá exceder o limite máximo de 05 (cinco) nós, inclusive as

embarcações de apoio.

• O comandante da embarcação deverá avisar, previamente, via rádio ou qualquer

outro meio viável e eficaz de comunicação, as Unidades de Conservação sobre o

horário da saída, o tempo de permanência, o horário de retorno previsto, o

número de tripulantes e passageiros a bordo e o local de mergulho a ser utilizado,

para que as unidades possam controlar e fiscalizar a atividade.

• O distanciamento de uma embarcação da outra deverá ser de no mínimo de 150

(cento e cinqüenta) metros, quando apoitadas, salvo as necessidades específicas

de cada Unidade de Conservação, previstas em normas internas das mesmas.

• Para um efetivo monitoramento, fica vedado o mergulho nas Unidades de

Conservação na ausência de um profissional reconhecido pelas mesmas, com

certificados apropriados, salvo exceções previstas nesta “Carta” no caso de trilhas

auto-guiadas. Para esta atividade, deverão ser observadas as normas previstas no

Código de Ética do Mergulho e as normas vigentes de cada Unidade.

• Os profissionais em Mergulho Recreativo, Turístico e de Lazer (RTL) tornam-se

também responsáveis por seus mergulhadores visitantes de Unidades de

Conservação, no sentido de se garantir o seu comprometimento com a

conservação e conscientização ambiental.

• As ações de educação inicial e continuada do visitante, dos monitores ambientais,

de funcionários das unidades e do profissional de Mergulho Recreativo, Turístico

e de Lazer (RTL), prioridades na gestão das unidades, são responsabilidade

conjunta da comunidade desta modalidade de mergulho, da comunidade

científica e das Unidades de Conservação. Os participantes deste Workshop

consideram o diagnóstico da carência de alterações na atitude das operações de

mergulho dentro das Unidades de Conservação, salvo exceções exemplares, e

priorizam os objetivos das Unidades, principalmente a preservação dos

135

ecossistemas e a conscientização ambiental. Elegem a interpretação ambiental in

situ como método central, desde que praticada com a transmissão de

conhecimentos básicos relativos às características do ambiente visitado e de sua

contextualização, baseada na sensibilização durante a contemplação. Alguns dos

instrumentos desta interpretação são as situações do briefing e debriefing,

dinâmicas e trilhas subaquáticas interpretativas. Estas práticas devem ser

obrigatórias e realizadas pelas empresas que operam nas Unidades de

Conservação, cabendo a elas arcar com as despesas embutidas neste processo.

• Monitores ambientais que exercerem a função de condutores de mergulho livre

devem ser previamente certificados como instrutores dessa atividade.

• As práticas educativas, que correspondem à base do credenciamento de

profissionais junto às Unidades de Conservação, devem envolver as mesmas

(responsáveis pela avaliação participativa em processo contínuo e pelo corpo

docente, com apoio das comunidades de mergulho RTL e científica no

levantamento dos indicadores, fazendo uso de vários instrumentos e

metodologias), as escolas de mergulho e as operadoras de mergulho RTL. Os

cursos ministrados para fins de credenciamento devem contemplar:

(a) Técnicas de interpretação ambiental, biologia e ecologia marinha,

incluindo aspectos oceanográficos. Com ênfase aos ambientes da unidade.

(b) Legislação incidente.

(c) Informações históricas, sociais e culturais relacionados à respectiva

Unidade de Conservação.

(d) Indicação das condutas obrigatórias para o mergulho recreativo, turístico

e de lazer (RTL) na respectiva Unidade de Conservação.

Integração com programas participativos de conservação, de desenvolvimento

local e de gerenciamento integrado de zonas costeiras e oceânicas

• A colocação de estruturas subaquáticas artificiais em qualquer ambiente marinho

(navios, recifes artificiais, etc) deve ser precedida de Estudo de Impacto

136

Ambiental (e respectivo Relatório de Impacto Ambiental), considerando também

aspectos relativos às normas estabelecidas pela Marinha do Brasil. Também deve

ser acompanhada da criação, pelos órgãos públicos competentes, de mecanismos

de proteção legal dos ecossistemas atingidos diretamente e indiretamente.

• O mergulho recreativo, turístico e de lazer (RTL) deve estar em acordo com as

normas estabelecidas por órgãos ambientais oficiais e considerar as regras de

prática definidas no Código de Ética proposto pela FBEM.

• Em áreas de mergulho em naufrágios e recifes artificiais, não é permitida a pesca

e a caça submarinas.

• Deve ser proibido ao mergulhador alimentar, perseguir e/ou tocar a fauna, bem

como danificar a flora local.

• Devem ser estabelecidos nas Unidades de Conservação, e com seu apoio, projetos

inovadores com voluntários da sociedade civil, da comunidade de mergulho

recreativo, turístico e de lazer (RTL) e da comunidade científica, desde que sejam

compatíveis com os objetivos da conservação ambiental.

Criação de programa de geração de recursos para as Unidades de Conservação

marinhas

• Que haja maior empenho para cobrança de ingressos pelas Unidades de

Conservação, diretamente ou através de convênios.

• Que haja maior autonomia na gestão de recursos recolhidos pela cobrança de

ingressos, na própria Unidade de Conservação.

Parque Estadual da Ilha Anchieta, Ubatuba, SP – Brasil

Em 25 de Novembro de 2001.

137

Alexandre

Antonakis

Empresário de Turismo Mykonos Turismo

Alexandre de A.

Espinosa

Empresário de MRTL Blue Shark

Andréa Curi

Zarattini

Geógrafa–Coord. Gestão e

Manejo

IBAMA

Bruno Giffoni Biólogo Projeto TAMAR/IBAMA –

Ubatuba

Carlos Roberto

Crocco

Cinegrafista sub

Cesário Costa Empresário de MRTL Noronha Divers

Claudio C. Maretti Vice Presidente Com.Mundial das Áreas

Protegidas/ UICN - Brasil

Cristina Damiano Bióloga Marinha WWF

Djalma de Souza

Jr.

Comerciante Confraria do Mergulho

Edson Dias

Patrício

Guarda Parque IBAMA - P.Nac. Marinho

de Abrolhos

Enisson Godoy Diretor Revista Off Shore

Fabian A. Perez Presidente Movimento em Defesa de

Ubatuba

Fabiana Carvalhal Educadora e Pesquisadora Projeto Ecossistemas

Costeiros Inst.Biocências -

USP

Fabio Negrão Empresário de MRTL Aratur Abrolhos

Fernanda Scarano

Camargo

Bióloga Inst.Biocências – USP

138

Fernando L.

Martins

Empresário de MRTL Scafo Mergulho

George Teodoro

dos Santos

Bombeiro Corpo de Bombeiros -

Polícia Militar do Est. de

S.Paulo

Gerson Cosme de

Souza

Instrutor de Mergulho –

Bombeiros

Corpo de Bombeiros -

Polícia Militar do Est. de

S.Paulo

Gisela V. Menezes Oceanógrafa-Bióloga Instituto Florestal/SMA-SP

Guilherme Fraga

Dutra

Coordenador Projeto

Abrolhos

Conservation International

do Brasil

Hélio Carneiro

Duarte Feliciano

Membro do conselho tecnico-

científico

AREMAC – Arraial do

Cabo

Henrique Horn

Ilha

Gerente de Unid.de

Conservação

IBAMA – Parque Nac.

Marinho de Abrolhos

João Paulo Scola Instrutor de Mergulho RTL Deep Sea

José Luiz de

Carvalho

Coordenador Regional Instituto Florestal/SMA-SP

José Truda Palazzo

Jr.

Presidente Coalizão Internacional da

Vida Silvestre –

IWC/Brasil

Juliana Caseca

Gonçalves

Fotógrafa/ estagiária Parque Estadual da Ilha

Anchieta/Inst.Florestal/SM

A-SP

Juliana M.

Bussolotti

Educadora Associação Cunhambebe

Leonardo F. Vieira Consultor Aprender Entidade

Ecológica

139

Leonardo Liberali

Wedekin

Pesquisador Instituto Baleia Jubarte

Lisandro B.

Almeida

Consultor TAMAR – WWF –

Fernando de Noronha

Mabel

Augustowski

Oceanógrafa/Diretora de

Unid. Conservação/ Coord.

Programa

Parque Est.Marinho da

Laje de Santos e

PROILHAS / Instituto

Florestal/SMA-SP

Maisa Marianize

Lima Gomes

Assessora jurídica Assoc.Noronhense das

Empresas de Mergulho-

ANEMA

Manoel de

Azevedo Fontes

Diretor de Unid.

Conservação

Parque Estadual da Ilha

Anchieta/Inst.Florestal/SM

A-SP

Marcia M. J. Cesar

Scola

Empresária MRTL Deep Sea

Marco Antonio

Ferrari Carneiro

Professor – oceanografia Universidade Monte

Serrat – Santos/SP

Marco Antonio

Pupio Marcondes

Diretor – Div.Reservas e

Parques Estaduais

Instituto Florestal/SMA-SP

Marcos Aurelio da

Silva

Chefe de Unid. De

Conservação

IBAMA-PNM Fernando

de Noronha (subst.) APA

de Fernando de Noronha

Marcus Henrique

Carneiro

Pesquisador Instituto de Pesca/SAA-SP

Maria de Jesus

Robim

Pesquisadora Científica Parque Estadual da Ilha

Anchieta/Inst.Florestal/SM

A-SP

140

Marina Muner

Kroll

Turismóloga / estagiária Parque Estadual da Ilha

Anchieta/Inst.Florestal/SM

A-SP

Mônica Calvopiña Bióloga Marinha Estácion Científica Charles

Darwin – Galápagos,

Equador

Murillo Caldas Empresário de MRTL Scafo Mergulho

Nicolas Evangelo Empresário de turismo Ubatur

Osmar José Luiz Jr. Biólogo

Patricia Cerpe Analista Instituto Florestal/SMA-SP

Patrick Muller Empresário de MRTL Atlantis-Fernando de

Noronha

Paul Dale Coordenador do Programa

de Ecoturismo

Fundação Florestal/ SMA-

SP

Paulo Ramos de

Oliveira

Prefeito Prefeitura Municipal de

Ubatuba

Paulo Roberto

Pires

Diretor de Marina Marina Pier do Saco da

Ribeira/Fundação

Florestal/ SMA-SP

Pedro Paulo

Orabona

Empresário de MRTL OMNIMARE Esportes

Nauticos

Roberto Francine

Jr.

Ambientalista Associação Cunhambebe

Rodrigo Leão de

Moura

Pesquisador – Zoologia Museu de Zoologia da

USP

Rogério Kahn Secretário Geral FBEM

Ronaldo Bastos

Francini Filho

Biólogo Museu de Zoologia da

USP

141

Sergio Salazar

Salvatti

Biólogo - Coord. Conserv. e

Turismo

WWF/Brasil

Thales Studler Reporter fotográfico Jornal Vale Paraibano

Viviane Coelho

Buchianeri

Analista Ambiental Instituto Florestal/SMA-SP

Willian Wallace de

Souza

Comandante do Pel Aquático Polícia Ambiental-PR

Witor Silva Dutra Consultor REBIO Mar Arvoredo

142

Coordenação Geral:

Mabel Augustowski

Roberto Francine Jr.

Murillo Caldas

Organização do Workshop:

Roberto Francine Jr.

Maria de Jesus Robim

Manoel de Azevedo Fontes

Mabel Augustowski

José Luiz de Carvalho

Fernando Loeiro Martins

Gisela Menezes

Paul Dale

Organização dos Grupos de Trabalho

Paul Dale

Sidnei Raimundo

Maria de Jesus Robim

Redação da Carta da Ilha Anchieta

Paul Dale

Mabel Augustowski

143

Grupos de Trabalho

Grupo de

Trabalho

Coordenador, relatores e membros

I – Meio

Ambiente

Coordenação:

Rodrigo Leão de Moura (Museu de Zoologia-USP)

Relatores:

Guilherme Fraga Dutra (Conservation International/Brasil),

Claudia Vieitas (Editora Terra Virgem), Paul Dale (Fundação

Florestal/SMA e UICN/CMAP-Brasil) e Cristiana Damiano

(WWF/Proj.TAMAR)

Membros:

Monica Calvopiña - Estación Científica Charles Darwin,

Galápagos, Equador

Andréa Zarattini –Coordenadora de Gestão e Manejo - IBAMA

Sérgio Salazar Salvati- Diretor do Programa de Ecoturismo -

WWF/Brasil

Cláudia Vieitas - Editora Terra Virgem, S.Paulo

Ronaldo Francini Filho - Biólogo, Doutorando USP

Maisa Marianize Lima Gomes – ANEMA - Assoc.das Empresas

de Mergulho de Fernando de Noronha

Lisandro Almeida - WWF/TAMAR - Programa de

Monitoramento Fernando de Noronha

Bruno Giffoni - Projeto TAMAR/IBAMA - Ubatuba

Marina Muner Kroll – Inst.Florestal/PE Ilha Anchieta

II –

Mergulhador e

Embarcação

Coordenação:

Alexandre de A. Espinoza (Operadora Blue Shark)

Relatoria:

George Teodoro dos Santos (PM/SP-Corpo de Bombeiros)

144

Membros:

Cmte.Gerson Cosme de Souza (PM/SP-Corpo de Bombeiros)

João Paulo Scola (Operadora Deep Sea/Laje de Santos)

Henrique Horn Ilha (IBAMA/ParNaMar Abrolhos)

Marco Antonio Ferrari Carneiro (Univ.Monte Serrat/Santos/SP)

III – Monitoria e

Educação/Ensin

o

Coordenação:

Juliana Marcondes Bussolotti (Univ. Taubaté/SP)

Relatoria:

Fernanda Scarano Camargo (Inst.Biociências-USP) e Fabiana

Carvalhal (Inst.Biociências-USP)

Membros:

Fernando Loeiro Martins (FBEM-PADI-Scafo)

Edson Dias Patricio (IBAMA/ParNaMar Abrolhos)

Gisela Menezes (Inst.Florestal/SMA)

José Truda Palazzo Jr. (Coalizão Intern.p/a Vida Silvestre -

IWC/Brasil-Proj.Baleia Franca)

Fábio Negrão (Operadora Aratur Abrolhos)

Leonardo Wedekin (Inst. Baleia Jubarte)

Paulo Roberto Pires (Fundação Florestal/SMA)

Juliana Caseca Gonçalves (Inst.Florestal/PE Ilha Anchieta)

IV – Naufrágios

/ Recifes

Artificiais

Coordenação:

Pedro Paulo Orabona (Operadora Omnimare/Ubatuba)

Relatoria:

Marcus Henrique Carneiro (Inst. de Pesca/Santos)

Membros:

Marcos Aurélio da Silva (IBAMA/ParNaMar-Fernando de

Noronha)

Bruno Giffoni (Projeto TAMAR/IBAMA - Ubatuba)

Patrick Muller (Operadora Atlantis/Fernando de Noronha e

145

ANEMA)

Djalma de Souza Jr.

V – Código de

Ética do

Mergulho

Coordenação:

Murillo Caldas (ABEM-Scafo)

Relatoria:

Cláudio C. Maretti (UICN/CMAP/Brasil)

Membros:

Rogério Kahn (FBEM)

Hélio Carneiro Duarte Feliciano (IBAMA/ReSex Arraial do

Cabo)

Anexo 2 - Roteiro Básico para os Grupos de Trabalho

Grupo de Trabalho Perguntas de Orientação aos Grupos

I – Meio Ambiente Quais são tipos de ambientes visitados?

Quais são as atividades de mergulho?

Quais são as fragilidades dos ambientes?

Quais são os impactos?

Quais são as medidas para minimizar impactos?

Quais são os indicadores?

Quais são os padrões?

Quais são as estratégias de gestão?

Quais são as Áreas Protegidas? As instituições são

eficientes?

II – Mergulhador e Embarcação Quais são os equipamentos?

Quais são os comportamentos impactantes?

Quais são os comportamentos atenuantes?

Quais são os comportamentos para

monitoramento? (avaliar para cada situação:

em uso ou não)

O setor “mergulho” cresce? Quais novas

146

embarcações?

III – Monitoria e Educação/Ensino Quais são as ações de capacitação?

Quais são os procedimentos gerais (formas

adequadas: currículo mínimo, educação

ambiental, interpretação...)?

Quem deve capacitar?

Quem deve ser capacitado (perfil, etc)?

Quais relações com outros itens?

Vantagens e desvantagens?

IV – Naufrágios / Recifes Artificiais Quais são tipos de naufrágios/recifes

visitados?

Quais são as atividades de mergulho?

Quais são fragilidades dos recifes/naufrágios?

Quais são os impactos?

Quais são as medidas para minimizar

impactos?

Quais são os indicadores?

Quais são os padrões?

Quais são as estratégias de gestão?

V – Código de Ética do Mergulho Quais são as interfaces entre as normas e as

áreas protegidas? Federais? Estaduais?

Outras?

O setor “mergulho” cresce? Quais relações

com Áreas Protegidas?

As associações representam o quê?

Que população local, em mergulho?

Como fazer feed-back?