Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

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Ministério das Relações Exteriores Ministério do Meio Ambiente Agência Brasileira de Cooperação Diretoria de Educação Ambiental Relatório de missão Fortalecimento da Educação Ambiental em Angola Luanda – Angola Outubro de 2006 1

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Page 1: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

Ministério das Relações ExterioresMinistério do Meio Ambiente

Agência Brasileira de CooperaçãoDiretoria de Educação Ambiental

Relatório de missão

Fortalecimento da Educação Ambiental em Angola

Luanda – AngolaOutubro de 2006

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Índice

1. Introdução .................................................................................................................... pg. 03

2. Memória das atividades realizadas .............................................................................. pg. 06

3. Um convite aos educadores e educadoras ambientais do Brasil e de Angola ............. pg. 23

4. Conclusões ................................................................................................................... pg. 29

5. Bibliografia .................................................................................................................. pg. 29

Anexos

6. Programa Nacional de Educação Ambiental de Angola (ProNEA – Angola)

(versão inicial) ............................................................................................................. pg. 32

7. Lista de contatos .......................................................................................................... pg. 63

8. Acordo de cooperação Brasil Angola .......................................................................... pg. 66

9. Programa Nacional de Educação Ambiental (MINUA) .............................................. pg.

10. Programa de Educação e Conscientização Ambiental (PECA) ................................. pg.

10.1. Apêndice ................................................................................................................. pg.

11. Proposta do Ante-Projeto para Educação Ambiental nas comunidades (MINUA).... pg

12. Lei de Bases do Ambiente e Convenções .................................................................. pg.

13. Proposta de “Seminário de Formação de Formadores em Educação Ambiental -

Curso de Formação de Formadores em Educação Ambiental” (MINUA) ................ pg.

14. Projecto de Fortalecimento da Educação Ambiental em Angola (INIDE) ................ pg.

15. Projecto de Fortalecimento da Educação Ambiental em Angola (M. SAÚDE) ........ pg.

16. Missão Brasil – Angola busca parcerias em Portugal ................................................ pg.

17. Fotos .......................................................................................................................... pg.

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1. Introdução

Este relatório é resultado da missão realizada pela equipe do Ministério do Meio

Ambiente (MMA) – Brasil, em Luanda – Angola, no período de 10 a 19 de outubro de 2006

no âmbito do Acordo Básico do Cooperação Econômica, Científica e Técnica, entre o

Governo da República Federativa do Brasil e o Governo da República Popular de Angola,

assinado em 11 de junho de 1980 e promulgado em 05 de outubro de 1990, através do Ajuste

Complementar firmado em 26 de maio de 2006, para implantação do Projeto "Fortalecimento

da Educação Ambiental em Angola" que objetiva a formação de técnicos angolanos e apoio

para a construção do Programa Nacional de Educação Ambiental de Angola (ProNEA

Angola), através do Ministério do Meio Ambiente pelo Brasil e do Ministério do Urbanismo e

Ambiente por Angola.

A delegação brasileira esteve sob a coordenação do diretor da Diretoria de Educação

Ambiental (DEA) do Ministério do Meio Ambiente, professor Marcos Sorrentino, contanto

também com a participação dos técnicos Irineu Tamaio e Heitor Medeiros, e da jornalista

Marisol Kadiegi, colaboradora a partir da parceria da DEA/MMA com a União Planetária,

ONG que atua no Brasil e em Angola.

Trata-se portando de apresentar as atividades desenvolvidas no âmbito da missão,

estando as mesmas conectadas com os resultados previstas no Acordo de Cooperação no

resultado 2, que trata da realização de um workshop/oficina de formação de técnicos

angolanos e da elaboração da versão preliminar do Programa Nacional de Educação

Ambiental de Angola (ProNEA-Angola) para debate junto a sociedade.

Em Angola a Educação Ambiental tem sua institucionalização no escopo da Lei de

Bases do Ambiente, Lei n. 5/98 de 19 junho de 1998, que traz em seu artigo 20 o tratamento

específico sobre educação ambiental, proposto como "medida de proteção ambiental que

dever acelerar e facilitar a implantação do Programa Nacional de Gestão Ambiental, através

do aumento progressivo de conhecimento da população sobre os fundamentos ecológicos,

sociais e econômicos que regem a sociedade humana.", tendo em 2001 o Ministério das

Pescas e Ambiente, através da Comissão Multisctorial para o Ambiente, elaborado o

Programa de Educação e Conscientização Ambiental (PECA) com definições para princípios,

finalidades, objetivos e a implementação do rograma na educação ambiental formal e não

formal.

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Segundo o diagnóstico da situação da Educação Ambiental em Angola, expresso no

acordo de cooperação:

“A Educação Ambiental em Angola começou com a concepção de um programa de

longo prazo que prevê ações direcionadas para a educação formal e para a educação não-

formal. Esse programa produziu um primeiro projeto, dirigido a coordenadores de disciplinas

dos Institutos Médios de Educação, cujos objetivos gerais são os de sensibilizar os professores

face aos problemas ambientais; fazê-los adquirir conceitos básicos da Ciência Ecológica; fazê-

los adquirir competências indispensáveis para a utilização de métodos e recursos específicos

que permitam o desenvolvimento da Educação Ambiental nas Escolas; e favorecer o

desenvolvimento de uma consciência ecológica nos alunos.

Posteriormente, sob a égide do então Ministério das Pescas e Ambiente, foram

aprovadas as bases que visam à elaboração de um Programa de Educação e Conscientização

Ambiental, para um período de cinco anos. O referido Programa tem como objetivos

promover ações de educação e conscientização das populações e promover a revisão dos

currículos dos diferentes subsistemas de ensino.

Nas províncias, tem-se trabalhado com os institutos de formação de professores no

treinamento de futuros docentes em matéria de ambiente, bem como incentivado o surgimento

de associações locais de defesa do ambiente. Em algumas províncias, foram criados centros de

estudos ambientais, conhecidos como “escolinhas do ambiente”, uma iniciativa que tem por

fim a elevação do nível de consciência ambiental das populações.

As ONGs e agências privadas têm desempenhado um papel importante na Educação

Ambiental. A contribuição por elas prestadas tem ocorrido por meio da realização de

encontros, seminários, workshops, palestras e atividade com mobilização passiva. Essas ações

resultam na tomada de consciência como promessa de mudança de mentalidades e de atitudes

com relação ao ambiente.

O quadro atual mostra uma forte tendência das associações, das escolas privadas e de

grupos profissionais em incluírem nas suas agendas a Educação Ambiental, embora ainda de

forma não coordenada, o que muitas vezes resulta em duplicidade de esforços. Como a

Educação Ambiental contribui para o desenvolvimento de uma compreensão integrada do

ambiente em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos,

psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos,

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encontrando-se perante um clima propício para a concepção de uma estratégia nacional de

educação ambiental baseada na participação ativa de todos os setores.

As estratégias de enfrentamento da problemática ambiental mundial, para surtirem o

efeito desejável na construção de sociedades sustentáveis, requerem uma articulação

coordenada entre todos os países. Cabe a cada sociedade, sobretudo às dos países do

hemisfério Sul, dada a similitude de suas conjunturas ecológica, social e econômica, fortalecer

o intercâmbio regional que vise elaborar medidas e ações de educação ambiental, que possam

ser articuladas em redes de relações Sul-Sul, voltadas à proteção, recuperação e melhoria

socioambiental.”

Este processo vai dar sustentação para o exercício de experiências em Educação

Ambiental no país através de diversas atividades em parceria entre o poder público e a

sociedade, com ações desenvolvidas principalmente por ONGs ambientalistas como o

Juventuda Ecológica Angolana (JEA), e a Rede Mayombe, formada por significativo numero

de ONGs ambientalistas atuante na maioria das províncias de Angola.

O acordo de cooperação entre os dois países é fruto do reconhecimento pelo Governo

de Angola da experiência brasileira na estruturação e implementação de seu Sistema Nacional

de Educação Ambiental e de seu Programa de Nacional de Educação Ambiental, tendo o

Brasil se proposto a aceitar o desafio e caminhar junto com o poder público, liderado pelo

Ministério do Urbanismo e Ambiente (MINUA) e com a sociedade civil na construção de uma

educação ambiental voltada a construção de uma sociedade angolana ecologicamente

sustentável e socialmente justa.

O relatório é estruturado com a síntese das atividades desenvolvidas bem como por

dois documentos elaborados ao final das atividades em Angola e enviados para diversos

coletivos de educadoras e educadores ambientais, no Brasil, em Angola e Portugal e demais

países de língua portuguesa, através da Rede Brasileira de Educação Ambiental (REBEA) e da

Rede Lusófona de Educação Ambiental.

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2. Memória das atividades realizadas

10/10/2006 (terça-feira)

Chegada a Luanda e recepção pela Embaixada do Brasil, através do funcionário Clóvis

Bacelar.

Durante todo o período da missão, em Luanda e também em Lisboa – Portugal, foram feitas

entrevistas em VT pela jornalista Marisol Kadiegida da ONG União Planetária, sendo

gravadas as reuniões com autoridades e com as equipes de técnicos de governo e de ONGs,

além de entrevistas com autoridades e participantes de atividades de Educação Ambiental no

país.

Reunião com o Sr. Embaixador do Brasil em Angola

Local: Embaixada Brasileira

Reunião com o Embaixador Marcelo Vasconcelos para apresentação dos objetivos da Missão

e diálogo sobre procedimentos e experiências em Angola. Recomendou:

O MINUA deve direcionar as ações (são os protagonistas);

Estar atento à realidade do país;

Apoio da Embaixada à proposta e disponibilidade de agendar as reuniões com as empresas

brasileiras que atuam em Angola;

Reconheceu a importância da proposta da Rede de Salas Verdes que encaminhamos a CPLP e

iremos encaminhar a Biblioteca Nacional de Angola.

Reunião com a Dra. Joaquina Bras Caetano

Local: Hotel Tivoli

Análise e revisão da Agenda;

Algumas recomendações e procedimentos de trabalho;

Debate sobre o processo de mobilização para a execução do trabalho da missão;

Discussão da agenda dos dias seguintes;

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Apresentação do documento elaborado pelo MINUA (anexo) para o ProNEA-Angola,

(elaborado por Abias Hongo;

11/10/2006 (quarta-feria)

Reunião inicial para apresentação e uma breve discussão dos objetivos com a equipe do

Ministério do Urbanismo e Ambiente (MINUA) / Departamento Nacional do Ambiente

(DNA) - Local: MINUA- as 10 h.

Presentes: 10 pessoas (sendo 6 da Qualidade Ambiental e 1 do Protocolo de Montreal);

Surgiram aproximadamente 50 Organizações não Governamentais na década de 90, mas no

momento há entre 6 e 10 ONG´s que atuam com EA em Angola;

Com caráter nacional existe uma que é denominada de Juventude Ecológica Angolana (JEA);

O maior número de ONGs atuam em Luanda;

Existe um processo inicial de sensibilização em EA com o PECA – Programa Educação e

Conscientização Ambiental;

Preocupação com a Formação de Educadores Ambientais;

Existe parceria com o ensino formal – educação formal;

Citaram a Lei de Bases Ambientais – EIA/RIMA;

Houve um relato sobre as ações de Licenciamento e do Protocolo de Montreal;

Existe uma atividade de sensibilização pública sobre a proteção da camada de ozônio;

Foi anunciado o uso de material brasileiro como referência para atividades de sensibilização

de proteção da camada de ozônio;

Ficou sugerido o envio de publicações com a temática ambiental para Angola (por intermédio

dos vôos da FAB com apoio da embaixada).

15 h – Reunião no INIDE – Instituto Nacional Investigação e Desenvolvimento

Educacional

Fomos recebidos pelo Sr. Cabral – Chefe da Divisão de Ensino Geral do INEME;

Exposição pelas três gestoras sobre a elaboração de conteúdos metodológicos dos temas de

Estudo do Meio/Biologia e Ciências da Natureza;

Promovem workshop sobre a formação de professores com as províncias;

Atuam na formação de formadores providenciais;

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Apresentação de documento com as propostas de Educação para o ProNEA – Angola (anexo);

Debateu-se o processo de aceleração do desflorestamento e do deserto ao sul;

Desenvolvem programas de formação de formadores nas 18 províncias;

Rápida presença do representante do Ministério da Saúde, que apresentou comento (anexo)

com propostas para o ProNEA – Angola e justificou a sua saída da reunião em função de uma

Campanha Nacional de Saúde, que o levaria para as províncias.

12/10/2006 (Quinta-feira)

Reunião com a equipe técnica focal (Ministério da Educação e da Saúde)

Local: MINUA – as 9:00 h.

O ponto focal do Ministério da saúde não participou, estava pelo interior em campanha de

combate a cólera;

Estavam presentes os três representantes do INIDE – Ministério da Educação.

1. Leitura do Acordo de Cooperação Técnica

Foi realizada uma releitura dos objetivos e resultados esperados no acordo de cooperação

técnica;

Debateu-se o período de ida da missão angolana ao Brasil, e definiu-se que o período será a

segunda quinzena de Janeiro/07, com dezesseis dias de atividade;

A missão angolana irá ao Brasil no período de 21/01 a 05/02/07.

Visita do Diretor João Vintém, Diretor Nacional do Ambiente, que fez um relato sobre a

importância do acordo e os desafios como mobilizar através da construção de uma nova

“conduta social” dos cidadãos em programas radiofônicos de língua nacional;

Marcos expôs a proposta de recuperação das encostas da zona verde do Miramar, com a

parceria da embaixada e das empresas brasileira que atuam em Angola;

Relatou a existência de um viveiro de mudas no centro da cidade.

João Vintém informou que Cuneme, Huila e Namibe são as três províncias situadas ao sul do

país, enfrentam uma situação de desertificação - problemas do uso da água, existe um

processo simples de armazenamento da água;

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A proposta aprovada para a realização do Workshop: será a partir de 07/maio/2007 com a

participação de 30 gestores e representantes do movimento das 18 províncias –duração de 19

dias, sendo 15 dias corridos de curso;

Foi sugerido alteração de datas do cronograma físico na atividade A4.3 a A4.5, da seguinte

forma: A4.3 a A4.4 estavam previstas para o mês de abr/2007, para maio de 2007; A4.4

iniciaria em junho/2007.

2. Leitura/análise do documento-draft apresentado sobre o Programa Nacional de Educação

Ambiental - Não foi realizado

15:00 h. – Reunião com as ONG´s – Local: MINUA

Estavam presentes representantes de 4 ONG´s: Agência de Desenvolvimento Rural e

Ambiental (ADRA), Juventude Ecológica Angolana (JEA), Bloco Verde e a Futuro Verde);

● Existe uma Rede Ambiental Mayombe que se constitui em um Fórum com 23 ON´s

● O representante da Futuro Verde é o secretário geral da Rede Mayombe;

● O Sr. Dinho Major é Assistente de Direção da ADRA - Atua no apoio ao camponeses

na comercialização e desenvolvimento Sustentável;

Não atua de forma direta com meio ambiente;

Relatou que a atividade no campo não avançou, por causa de outras necessidades básicas,

como a alimentação;

Agora na nova situação histórica, é possível debater o tema de meio ambiente,

O apoio para o desenvolvimento da agricultura, saúde e saneamento básico e reflorestamento

é a meta central da instituição;

Manifestou interesse em desenvolver projetos de gestão ambiental;

A JEA – Juventude Ecológica Angolana foi parceira em algumas ações;

Técnicas de produção agrícola, gênero e saúde são temas que foram desenvolvidas e acredita

que estes temas são necessários a educação ambiental;

A execução das atividades ocorrem com parceria das administrações municipais,

Relatou as dificuldades nas parcerias com as prefeituras;

A ADRA possui aproximadamente 250 funcionários com 40 projetos em execução em 6

províncias;

Os temas são segurança alimentar, credito, desenvolvimento do campo, educação para a

cidadania

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Page 10: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

● ONG Futuro Verde – Secretario Geral

Atua em ações com crianças e adolescentes não formal;

Mobilização e capacitação institucional;

Projeto de mobilização com a proteção das Palancas Negras;

● ONG Bloco Verde (Beto Dido)

Carnaval / poluição;

Visitas as empresas – pertencem ao CONEMA – parceria com a educação;

● JEA - Juventude Ecológica Angolana (José Silva) - presente em 7 provincias e com 15

anos de experiência,

A base da atividade é EA, Educação e Conscientização ambiental;

Visita a museus, zonas de conservação, palestras, gincana com alunos de vários institutos;

Atividade de campo com interação com a natureza – parceria com o governo, ADRA e

MINUA;

O projeto tem uma parceria com Portugal (Benguela e Huila) – Olimpíada do Ambiente –

concurso;

Esse projeto é com as escolas;

Há um outro projeto com a rádio, denominado telefone verde – uma rádio angolana, interação

e dinâmica de intercâmbio;

Também tem o canal verde que é na rádio nacional de Angola, com o mesmo objetivo de

entrevistas;

Produção de material;

Formar ativistas nas escolas – projetos de formação de gestores públicos e professores;

Formação do Programa de EA da África Austral;

Presidem a rede ambiental Mayombe;

Ciclo de cinema ambiental;

Preocupação em aprofundar a pesquisa cientifica,

Associada a EEASA – Environmental Education Associaton Southern Africa;

As dificuldades se constituem em falta de apoio, de voluntários;

13/10/2006 (sexta-feira)

10 h. - Reunião com a Vice-Ministra de Urbanismo (ministra em exercício) – Ministério do

Urbanismo e Ambiente (MINUA), Dra. Carla Souza.

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A ministra desejou de forma protocolar boas vindas, falou sobre a importância do programa

para a sustentabilidade para as novas gerações de Angola;

Diálogo e interlocução no processo,;

João Vintém citou a proposta da criação de uma disciplina de Gestão Ambiental na Escola

Nacional dos Autarcas;

14h – Reunião com a Dra. Joaquina Bras Caetano – Local: MINUA

Objetivo: Discussão sobre o processo de elaboração, atribuições e cronograma do

ProNEA.

Sugestão de pauta (Marcos) para os dias 16 e 17/10/2006

1. Processo de produção (estratégia de ação);

2. Estrutura do ProNEA – Angola;

3. Conteúdos do ProNEA – Angola;

4. Programas, Projetos e Políticas Publicas de Educação Ambiental;

1. Processo de produção participativa da elaboração do ProNEA

• Temos de out. a jan/07 para realizar a primeira versão do ProNEA

• No workshop no Brasil jan/fev – encerrar e terminar a primeira versão

• Coleta de expectativas da sociedade angolana sobre o programa, que pode

começar com o documento do termo de referencia aos 30 gestores,

• Contato para que as delegações provinciais apresentem propostas,

• Finalizar o vídeo do processo e a cartilha

• Fev. a maio – processo de consulta nacional

• O Workshop terá o papel de sistematizar as experiências vindas das províncias

• Educomunicaçao, Educação Formal e

Cronograma:

Fevereiro a maio/2007 é a fase que antecede o Workshop com os 30 gestores

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Workshop de maio/2007 – os representantes internalizam a proposta e promovem a discussão

Junho a Setembro/2007 – nova consulta publica

Out. a Dez. processo de monitoramento e avaliação – lançamento do programa

2. Estrutura do Programa

Apresentação, (Grupo A)

Justificativa, (Grupo A)

Antecedentes, (Grupo A)

Princípios, (grupo B)

Diretrizes, (grupo B)

Missão, (grupo B)

Objetivos, (grupo B)

Públicos, (grupo C)

Linha de ação, (grupo C)

Linha de reação, (grupo C)

Estrutura organizacional, (grupo C)

Anexos como o PECA, Lei de Meio Ambiente, Tratado de Educação Ambiental para

Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, Programa EESA, Bibliografia, (grupo D)

Endereços úteis. (grupo D)

3. Conteúdo do Programa

Debates a partir do ProNEA Brasil e dos documentos (anexos) produzidos pelos Ministérios

de Angola.

4. A Oficina do dia 16 e 17/10/2006

Discutir a hierarquia entre os 3 Ps e outros temas;

Começaria por uma apresentação do Programa nacional brasileiro e como ele funciona,

Em seguida, discutir o documento base e a sistemática da consulta;

Depois o Workshop dos 30 gestores;

O workshop de trabalho será dia 16 e 17, no dia 18 reuniões com a Embaixada e o Sr.

Ministro do MINUA;

Discutir a hierarquia entre os 3 Ps;

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Page 13: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

Dias 14 e 15/10/2006 (sábado e domingo)

Visita ao Parque Nacional de Kissama;

Visita a Ilha de Mussulo;

Preparação da Oficina/workshop de formação;

AGENDA PARA OS DIAS 16 e 17/10/2006

16/10 17/10

MANHÃ

(8:30-12:00)

1. Acordos e

apresentação da

agenda dos dois dias

(Irineu)

2. Apresentação do

Acordo de

Cooperação - Heitor

3. A distinção entre

Política, Programa e

Projeto (Irineu)

4. Apresentação do

programa, da política

e do conteúdo do

ProNEA-Brasil

(Marcos)

5. Estrutura e

Funcionamento do

SISNEA (Marcos)

1. Preparação e critérios

de participação do

Curso de Capacitação

de educadores e

gestores de 7/maio a

22/maio (sendo 10 dias

úteis de curso e 4 dias

antes e 3 dias depois

para o relatório)

-Heitor,

2. Estratégias

metodológicas de

formação e

implementação do

ProNEA-Angola -

Marcos

TARDE

(14.00-17:00)

1. Proposta de processo

da estratégia de ações

e cronograma

(Marcos)

2. Proposta de estrutura

para a elaboração do

ProNEA-Angola

(Irineu)

3. Ações concretas (áreas

verdes, livros,

programas radiofônicos

entre outros)- Marcos;

4. Plano de ações,

avaliação e

encaminhamento –

Irineu e Marcos;

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Page 14: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

3. Constituição das

comissões (Irineu)

4. Conteúdos e novas

inserções (Heitor)

5. CPLP - Marcos

16/10/2206 (segunda-feira)

Apresentação e debate:

• Acordos e apresentação da agenda dos dois dias (Irineu)

• Apresentação do Acordo de Cooperação - Heitor

• A distinção entre Política, Programa e Projeto (Irineu)

• Apresentação do programa, da política e do conteúdo do ProNEA-Brasil (Marcos)

Comissões:

Comissão I - Introdução: Apresentação, antecedentes, justificativa/documentos úteis,

endereços de referencia, bibliografia (Coordenadora: Dra. Joaquina)

Comissão II – Missão, Princípios, Objetivos (Coordenadora: Maria Antônia)

Comissão III – População alvo, linhas de ação e listagem das ações, estrutura organizacional

(Coordenadora: Rede Mayombe)

Comissão IV – Marketing e Comunicação Social (Coordenação: Antonio Menezes)

PROPOSTA DE PROCESSO /ESTRATEGIA PARTICIPATIVA NA ELABORAÇAO

DO PRONEA-ANGOLA

1. Outubro/2006 a Janeiro/2007

Mapeamento de demandas, reivindicações e propostas para as comissões elaborarem a

primeira versão do programa. Projetos para captação de recursos e parcerias. Deslocamento

para províncias. Encontros

2. Workshop no Brasil – final de janeiro/2007

Término da primeira versão do ProNEA-Angola

Visitas técnicas,

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Page 15: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

Workshop de trabalho

3. Fevereiro a maio/2007

Consulta pública nas províncias e setores,

Sistematização pelas comissões,

4. Curso de maio em Angola

Workshop paralelo sobre os sub-programas e projetos específicos (rádio, TV, agricultura,

cisterna, áreas verdes, formação de professores, juventude, legislação, saneamento ambiental,

resíduos sólidos…)

5. Junho a Setembro/2007

Consulta pública sobre a 2 versão

Sistematização das contribuições

6. Encontro Nacional – Outubro/2007

Lançamento do programa

7. Outubro a Dezembro/2007

Monitoramento

Avaliação

Planejamento 2008

17/10/2006 (terça-feira)

PREPARAÇÃO E CRITÉRIOS DE PARTICIPAÇÃO NO CURSO COM OS 30

GESTORES E EDUCADORES

(Sugestão da Dra. Joaquina) 2 Seminários – 35 a 40 participantes

2 etapas:

Primeira fase - 30 participantes

Segunda fase - 30 participantes.

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Page 16: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

2 representantes de cada província (sendo um de cada área, não só governamental) 2x18=36

participantes oriundos das províncias, incluindo dois de Luanda. E as demais pessoas de

Luanda? Como incluir os demais de Luanda que são dos ministérios, gestores e ONGs;

O orçamento está previsto para 40 participantes, esta em debate a presença de mais 20

participantes... É preciso elaborar projeto para captação de recursos complementares para a

participação dos demais;

As 20 pessoas de Luanda não dormiriam lá, retornariam diariamente... buscar recursos para a

alimentação dos 20 mais, bem como de deslocamento;

Total de participantes: 60 Participantes (sendo que existem recursos para 40 pessoas, já para

os outros 20 teremos que buscar recursos)

Critérios definidos para participação dos técnicos na Oficina/workshop em

março/2007 em Angola:

Como garantir que esses 36 que virão das províncias tenham compromisso com o Programa

Nacional de Educação Ambiental?

O Sr. Ministro envia uma carta oficial ao Sr. Governador solicitando a indicação de dois

nomes, sendo dois educadores, um da educação e o outro de uma ONG ambiental local, e os

gestores do MINUA acompanham e monitoram a seleção destes dois representantes.

O Técnico indicado pelo Governo da Província, fará parte do grupo de técnicos que será a

contraparte Angolana no referido processo;

O Técnico a ser integrado no grupo de trabalho deverá ter os seguintes requisitos e

performances:

● Prática de educador, pedagogia no sentido de ser professor, fácil comunicador,

articulado, competências no saber fazer, capacidade de liderança, profissionalismo;

● Ser fluente e bom comunicador com o público alvo (ONGs, Parceiros Sociais do

Governo, Forças Armadas e Polícia, Estudantes nos mais variados Níveis de Ensino);

● Exige-se deste técnico um amplo profissionalismo nas tarefas ingentes a este processo,

bem assim como capacidade e competências no saber-fazer;

● Este técnico deverá estar sempre disponível para as tarefas ligadas ao projeto dentro e

fora do País;

● Capacidade de liderança é uma das exigências preferenciais do técnico;

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Page 17: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

Serão responsabilidades do técnico, entre outras as seguintes:

● Assinar Termo de compromisso que assuma a responsabilidade pela formação,

implementação e mobilização na província;

● Elaboração do perfil da Província em matéria de Educação Ambiental (com ênfase

para as componentes Formal e Não Formal, número de Formadores, Associações de

defesa do ambiental existente, programa de reforma curricular, etc...);

● Promover, Participar e Coordenar os Cursos de Formação de novos Educadores e

Gestores Ambientais no âmbito deste projecto e processo;

● Promover, participar e Coordenar as actividades de monitoramento do Projeto;

O importante é que os 60 participantes entendam que esse processo deve ser internalizado e

dar continuidade e permanência

Data para envio da primeira versão do ProNEA - Angola = 10 de Janeiro 2006

Finalização e envio do projeto para captação de recursos = Final de outubro?

Passagens e diárias para + 5 pessoas angolanas em viagem ao Brasil no final de Janeiro 2007

Passagens e diárias para + 5 pessoas brasileira em viagem a Angola para o curso em Maio

2007

Durante o curso:

Alimentação para + 20 pessoas

Passagens para + 8 pessoas das províncias

Alojamento para + 8 pessoas das províncias

6 mini-cursos paralelos concomitantes durante o curso (Rádio, Cisternas, Áreas Verde,

Viveiro, Agenda 21 Local e Com Vidas nas Escolas, Salas Verde e Ponto de Cultura) – Cada

uma será executada por um técnico brasileiro e um técnico angolano – (Comunidade

interpretativa, de aprendizagem, cardápios...)

Custos = $ 10.000

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Page 18: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

Mostra do Festival Internacional de Cinema Ambiental (FICA) em parceria com o JEA

Custos com o JEA

ENCAMINHAMENTOS:

• Garantir a possibilidade de viabilizar viagens dos técnicos do MINUA para as 18

províncias angolanas com o objetivo de promover o programa e mobilizar os

educadores regionais,

• Promove um encontro de Educação Ambiental de Angola, em novembro de 2007,

• Estruturar a implementação de 18 Salas Verde e Ponto de Cultura (1 em cada

província) – em uma parceria com os Ministérios da Cultura do Brasil e de Angola

18/10/2006

PLANO DE AÇÃO

Atividades Responsável Prazo1. Envio da primeira versão do ProNEA

Angola

Joaquina 20/12/2006

2. Finalização e envio do projeto para

captação de recursos

Antonio Menezes 15/11/2006

3. Elaborar a primeira versão do Curso e

mini-cursos

Delegação brasileira 20/01/2007

4. Seleção dos participantes (60) DNA 28/11/20065. Mapeamento socioambiental de Angola DNA 28/02/20076. Finalizar 1ª versão Cartilha DNA/EA - Luisa, Ana

Maria, Pedro

João/INID/Comunicação

Social/JEA

15/01/2007

7. Programas Radiofônicos JEA/Comunicação

Social/DNA/Futuro Verde

15/01/2007

8. Elaboração e Finalização do Vídeo Comunicação Social/União 15/01/2007

18

Page 19: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

Planetária -Brasil

/DEA/Rede Mayombe9. Preparar a visita delegação Angolana ao

Brasil

DEA/MMA 30/11/2006

10. Infra-estrutura e logística p/ o Curso c/

os 60 participantes

DNA 31/03/2007

11. Envio de materiais pedagógicos à

Angola

DEA/MMA 10/04/2007

12. Elaboração de material gráfico

(informativo sobre o ProNEA, camisetas e

toda a identidade visual do programa)

DEA/MMA e MINUA

07 a

18/03/2007

Durante o

curso em

Angola13. Articular a relação com os Ministérios

da Cultura de Angola e Brasil

DEA/MMA e MINUA 30/11/06

6 mini-cursos paralelos concomitantes

durante o cursoPassagens e diárias para + 5 pessoas

brasileira em viagem a Angola para o curso

em Maio 2007MINUA, INIDE e Ministério da Saúde –

versão da cartilhaVídeo – União Planetária 10/JaneiroPrograma Radiofônico 10/JaneiroPrimeira versão do Pronea 10/JaneiroEnviar materiais de EA necessários para o

Programa em Angola

28/fevereiro

AVALIAÇÃO

Representantes angolanos

A visita foi positiva, conseguimos trabalhar dentro do acordo, foi importante, pois tivemos

possibilidade de trocamos experiências. Esse workshop foi útil e nos forneceu bases para

trabalharmos de forma organizada.

Tivemos três pontos importantes: A possibilidade de elaborar o ProNEA, planejamento para o

curso com os 60 técnicos e lançamento do kit

19

Page 20: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

Montamos as bases para a formação do ProNEA construído pelos educadores angolanos em

parceria com os brasileiros.

A EA é para todos os angolanos. Desta forma podemos construir uma EA segundo os nossos

objetivos, e desenvolver uma multiplicação de outros educadores.

A comunicação social é muito importante nesse processo.

Oportunidade de encontro – a oportunidade serve para melhorar os trabalhos em execução,

percepção que o que se faz no Brasil também se faz em Angola.

O grupo constituído precisa abraçar, pegar isso e cumprir o que foi acordado.

O trabalho nestes dias serviu para visualizar e definir o que é preciso para trabalhar

E um grande desafio realizar e cumprir a construção desse programa, foi uma boa experiência,

e fundamental o apoio financeiro para ampliara as atividades e executá-las.

Foi um intercâmbio de aprendizado.

Adquirimos a base para elaborar o ProNEA.

Podemos trabalhar com uma EA mais organizada,

Esse contato trouxe-nos experiências e o inicio para termos sucesso em nosso desafio.

E vantajoso trabalhar com colegas de outros países, pois temos contato com outras

experiências.

Poder dar minha contribuição para a construção do Pronea angolano. O contato é bom como

uma troca e aprendizado.

A cooperação vale a pena. É um instrumento necessário. Que essa coordenação tenha um

programa de ação. Estamos dispostos a dar a aqui. Simpatia, sensibilidade pela condução do

processo de trocas. A questão da língua ajuda muito. A experiência brasileira é ampla. Angola

e Brasil são ricos em biodiversidade e temos a responsabilidade pela preservação destes

espaços de vida no planeta.

Espero que consigamos financiamentos.

Precisamos de mais informações, ou seja, essa troca dever ser aperfeiçoada. Quais são os

pontos de vista da EA no Brasil.

Educação Ambiental rural e urbana… como isso ocorre no Brasil. Como tem sido feita essa

EA no Brasil.

Ciclo de cinema, Teatro, música… temos que beber em ambas as fontes. Grato pelas

informações. Sem EA será difícil pensarmos a sustentabilidade.

Acredito que estamos avançando em Angola sobre esse tema, mas temos que melhorar, pois

seremos cobrados pelas novas gerações.

20

Page 21: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

Delegação brasileira

Grato pelo aprendizado e pela oportunidade. É gratificante poder notar o envolvimento do

governo angolano e possibilitar o diálogo com vários setores da sociedade (jovens, ONGs,

governo, movimento …)

Estamos fazendo um diálogo com os nossos colegas, e feliz ao ver o processo ir dando saltos

de qualidade. É visível a demonstração de vontade de enfrentar o desafio.

Sinto como estar em Angola, quando estou nessa terra.

O nosso trabalho é um processo longo e desafiante. Importante é ter a consciência de que

temos atuar de forma amorosa.

Angola é o nosso filho, mãe, pai e terra.

Grato mais uma vez, é importante essa interação entre dois povos, também pelo fato de

estarmos atuando em Angola e aprender e aprimorar as nossas ações no Brasil.

É nessa diversidade que iremos construir um mundo mais humano.

Devemos agradecer aos nossos compatriotas que permitem essa possibilidade. Isso abre um

novo campo de possibilidades.

18/10/2006

10 h. – Reunião com o Embaixador Brasileiro Sr. Marcelo Vasconcelos.

Foi relatado pelo Marcos todo o agradecimento protocolar, a importância da participação da

Embaixada na viabilização de ações concretas como a viabilização do projeto e a recuperação

da área de encosta do Miramar com plantio, viveiros educadores...

O embaixador citou as 84 bibliotecas públicas e considerou importante a proposta das 18 salas

verde e pontos de cultura pelas províncias. Recomendou contatar as empresas brasileiras em

Angola, e que a embaixada podia apoiar dentro das suas possibilidades a iniciativa de

recuperação da encosta do Miramar.

11:30 h – Visita a Camargo Corrêa – Diretor Geral Rodrigo Cará Monteiro

A empresa venceu uma concorrência para empreender uma obra viária na encosta do Miramar

e reconheceu a importância de inserir a temática de EA no plano da obra. A obra ainda não

iniciou, segundo o Diretor Rodrigo, no entanto, a temática de EA pode ser inserida no projeto

e mostrou interesse na parceria. Ficou definido que a DEA enviaria uma proposta

21

Page 22: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

15:30 h – Ministro do MINUA – Sr. Diekumpuna Sita N’sadisi José

Após os procedimentos protocolares, descrevemos os resultados alcançados, o plano de ação,

as iniciativas para a mobilização do debate para a construção do ProNEA-Angola. O ministro

enunciou a liderança de EA do Brasil no âmbito da CPLP, e reiterou o convite a ministra de

meio ambiente do Brasil a visitar Angola. Reiterou o apoio a EA no MINUA, e a importância

do ProNEA para a reconstrução angolana.

16:30 h – Vice-ministro do Ambiente Sr. Graciano Domingos.

Descreveu a importância da EA e assumiu declaradamente o apoio ao projeto.

22

Page 23: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

3. Um convite aos educadores e educadoras ambientais do Brasil e de

Angola

Para além do momento político e eleitoral que vivemos no Brasil, permanece a necessidade de

continuarmos a construir esta rica história de aprendizagens compartilhadas na formulação de

um Sistema Nacional de Educação Ambiental.

Hoje temos uma Política e um Programa Nacional de EA, um Órgão Gestor (composto pelo

MEC e MMA) e um Comitê Assessor (composto por ampla e diversificada representação da

sociedade brasileira), implantados e funcionando de forma integrada desde julho de 2003.

Já são mais de 40 Redes Autônomas de articulação de educadoras e educadores ambientais

por todo o país e setores da sociedade, testemunhando que o esforço realizado a inúmeras

mãos desde pelo menos 1988 (sem contar as inúmeras iniciativas isoladas que ocorriam desde

o início da década de 70 já com o nome de EA ou anteriormente com outros nomes) com a

criação da rede paulista, da rede brasileira e da rede capixaba de EA, não foi em vão e que os

esforços que ainda hoje são feitos no delineamento deste visionário modo de organização

estão dando frutos por todo o País.

São 24 Unidades Federativas com as suas Comissões Interinstitucionais de EA instaladas e

funcionando e em três existem Comissões Pró-CIEA, articuladoras de todos os atores do

campo da EA e já formulando as suas política e programa estadual de EA.

Estamos nos aproximando de duzentos Coletivos Educadores, em funcionamento ou como

projeto formalizado, tendo como foco a capilarização nas escolas e em cada comunidade

através da formação de Com-Vidas (Comissões de Meio Ambiente e Qualidade de Vida e

Comunidades de Aprendizagem, Meio Ambiente e Qualidade de Vida) voltadas à formação de

educadores ambientais populares por todo tecido social brasileiro.

A Rede de Fundos Socioambientais, financiando pequenos projetos de EA começa a se

materializar mas ainda precisamos avançar na legislação que obrigue a destinação de recursos

para a EA.

As Conferências Nacionais de Meio Ambiente (em suas duas versões) e os Fóruns Brasileiros

de EA, organizados pela REBEA (Rede Brasileira de Educação Ambiental), têm o firme

compromisso do governo brasileiro com a sua realização.

O SIBEA (Sistema Brasileiro de Informações em EA), o EA.Net – o canal virtual da EA, uma

possível fusão do CID (Centro de Informação e Documentação Ambiental do MMA) e o

23

Page 24: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

CNIA (Centro Nacional de Informação Ambiental do IBAMA) constituindo o CUIDA

(Centro Unificado de Informação Documental sobre Ambiente) vão delineando um Sistema

Nacional de Informações sobre EA, coordenado de forma compartilhada pelo estado brasileiro

e pela sociedade através da REBEA.

Iniciam-se os debates sobre a criação de uma Fundação Nacional de EA e sobre a necessidade

de aprimorar-se a lei da PNEA e outros textos legais prevendo a EA no licenciamento de

empreendimentos, na fiscalização e em outras dimensões dos processos de produção e

consumo.

No entanto sabemos que muito resta a ser feito e que não atingiremos nossos objetivos se nos

iludirmos com a possibilidade de atingi-los somente pela via educacional e apenas em nosso

país.

É neste último campo que desejamos relatar as experiências vivenciadas nos últimos dias por

uma Missão do Governo Brasileiro com o objetivo de cooperar na construção do Programa

Angola de Educação Ambiental.

O primeiro desafio colocado na construção do ProNEA Angola é semelhante ao que vivencia-

se no Brasil: valorizar toda a diversidade cultural, lingüística, política e biológica,

contribuindo ao mesmo tempo na construção de um estado nação moderno e democrático.

Forjar uma unidade nacional capaz de expandir-se para uma unidade planetária, um

sentimento de pertença à humanidade, que se materializa no Saber Cuidar de cada pessoa, de

cada sistema natural e das suas inúmeras espécies, solidariamente a todas as pessoas, energias

e biomas do Universo.

Fortalecer a auto-estima e o orgulho de ser angolano (ou brasileiro), superando as mazelas de

um longo período de guerra e as dificuldades na re-construção de um país em paz há apenas

quatro anos, mas ainda assolado pela violência cotidiana de um trânsito caótico, das sub-

moradias, da ausência de transportes públicos e da precariedade no saneamento básico e no

fornecimento de água e energia elétrica. Não deixar de indignar-se com todo e qualquer tipo

de corrupção, tráfico de poder e injustiça social, mas não perder a esperança e capacidade de

mobilizar-se na construção de um futuro melhor, com recuperação e conservação ambiental e

com melhoria da qualidade de vida para todos e para cada um dos habitantes da Terra.

24

Page 25: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

Paises irmãos na língua portuguesa, na miscigenação de reinos, raças e povos, na

biodiversidade e nos desafios socioambientais para construir-se uma democracia radical,

marcada pela inclusão na diversidade, pelo diálogo e pela ampliação dos espaços de expressão

dos que hoje ainda permanecem silenciados, fortalecendo a auto-gestão e a emergência de

sociedades libertárias e indivíduos emancipados.

Os dez dias da primeira missão brasileira em Angola, após a assinatura do “Acordo de

Cooperação Técnica Brasil-Angola, para o fortalecimento da educação ambiental em Angola”,

em 27/05/06, foram marcados por um intenso trabalho de reconhecimento das especificidades

do país.

Como exemplos podem citar: a precariedade dos serviços de internet; a popularização dos

celulares; um Correio Nacional que ainda não chega a quase totalidade dos domicílios, tendo

os governos locais e provinciais como referência para o encaminhamento das

correspondências; as lideranças tradicionais (os Sobas de cada comunidade) como importantes

interlocutoras no processo de legitimação do ProNEA-Angola; a campanha de erradicação da

pólio, realizada pelos Ministérios da Saúde e da Educação, com atuação casa a casa, como um

exemplo para o processo de formação do educador e da educadora ambiental popular; as TVs

Record e Globo muito apreciadas e citadas várias vezes como referência de programação de

meio ambiente e para a paz; a importante presença das ONGs no cenário nacional e da

educação ambiental – a Rede Mayombe, articulando 23 entidades, dentre as quais uma

atuante Juventude Ecológica de Angola e diversas outras associações humanitárias, religiosas,

de desminagem e de desenvolvimento rural; uma marcante presença de empresas brasileiras;

uma embaixada brasileira atuante e solidária;...

Construiu-se o primeiro desenho da estrutura do ProNEA-Angola e quatro equipes de trabalho

foram formadas para elaborar a primeira versão do texto a ser finalizada em janeiro no Brasil,

com a presença da missão angolana, que além de vir conhecer atividades de EA que são

realizadas no país irá se reunir com a ONG União Planetária (nossa parceira nesta viagem)

para finalizar o vídeo cujas imagens foram gravadas nestes 10 dias e que terá por finalidade

motivar a população angolana a participar dos processos de elaboração do ProNEA. Este

vídeo e a primeira versão do proNEA, junto com uma “cartilha” e um conjunto de programas

radiofônicos comporão um Kit a ser utilizado pelos educadores em cada província e em cada

setor social.

25

Page 26: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

Até fevereiro devem ser selecionados os 60 participantes iniciais deste processo. De fevereiro

a maio eles promoverão o mapeamento da realidade socioambiental de suas regiões ou áreas

de atuação e promoverão reuniões para debater a primeira versão do ProNEA. O passo

seguinte é o da sistematização das sugestões para debatê-las no Curso/Oficina de maio, a ser

organizado e coordenado pela segunda missão brasileira para Angola, com as parcerias locais.

Serão 20 dias de intensos trabalhos, com três objetivos principais:

- Contribuir para a formação dos 60 educadores e educadoras ambientais envolvidos,

ampliando a capacidade de atuação dos mesmos na formação de outros educadores e

educadoras ambientais;

- Elaborar a segunda versão do ProNEA para um novo ciclo de consultas no período de junho

a setembro;

- Exercitar a formação de uma comunidade interpretativa e de aprendizagem que faça opções

diante de um cardápio de possibilidades de aprendizagem pautadas pela pedagogia da práxis.

Em outubro deve realizar-se um Encontro Nacional de EA, onde será feito o lançamento

oficial do ProNEA e a apresentação dos primeiros resultados de alguns projetos modelares,

exemplificando a conexão esperada ente o Programa e as ações concretas de melhoria da

qualidade de vida e do ambiente.

Dois destes projetos já começaram a ser desenhados:

- a recuperação de uma área central da cidade de Luanda, completamente degradada, para

abrigar uma área verde, um Centro de EA e um Viveiro Educador;

- a constituição de uma Rede de Salas verdes englobando as 18 Províncias do País.

Os dois últimos meses de 2007 serão dedicados ao monitoramento e avaliação dos primeiros

passos do ProNeA e ao planejamento dos próximos anos.

Um dos quatro grupos de trabalho irá dedicar-se a comunicação social, marketing e

elaboração de um projeto para captação de recursos para as atividades previstas para 2007,

pois os U$D 242.000 previstos inicialmente pelos governos brasileiro e angolano não serão

suficientes para a ampliação do escopo das atividades definidos ao final da primeira missão.

26

Page 27: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

Neste sentido realizamos uma reunião com a empresa Camargo Corrêa Angola, responsável

por uma obra viária ligando o Miramar com o norte da cidade de Luanda e obtivemos o apoio

e simpatia deles para o primeiro projeto (de área verde), mencionado anteriormente.

Reunimos-nos também com o Ministro de Urbanismo e Ambiente (MINUA), com o Vice-

Ministro do Ambiente, com dirigentes do segundo e terceiro escalão do MINUA e com o

embaixador do Brasil. De todos obtivemos sugestões e apoio que se agregam ao objetivo de

tornar realidade tal proposta.

O mesmo ocorreu em relação ao projeto de salas verdes em Angola. O embaixador brasileiro

sugeriu a nossa participação na I Bienal do Livro de Angola, para uma maior exposição e

debate do tema. Sugeriu e já começamos implementar uma campanha de arrecadação de livros

para serem distribuídos às 84 bibliotecas do país com as quais as salas verdes deverão

sinergizar.

Já estamos trabalhando para obter o apoio do correio aéreo nacional para o transporte de livros

e arrecadação de publicações a serem encaminhadas à Bienal em dezembro.

Por fim, vale mencionar a intenção de deflagar-se o processo de construção da PNEA Angola

(Política Nacional de Educação Ambiental) que será objeto de debate nas próximas reuniões

Nos próximos dois dias estaremos reunidos com a CPLP (Comunidade de Países de Língua

Portuguesa) em Lisboa, com representantes do Ministério do Ambiente de Portugal,com as

ASPEA – Associação Portuguesa de EA, com representantes do NEREA, e com

representantes da sociedade portuguesa para o desenvolvimento da educação e turismo

ambiental.

A todos proporemos parceria para contribuir na realização do ProNEA-Angola e um programa

CPLP de Educação Ambiental. No Brasil, devermos buscar o apoio de empresas que atuma

em Angola e governo, Ong’s, sociedade civil organizada e de cada pessoa disposta a cooperar.

Acreditamos que esta ação para fora nos fortaleça para dentro - de nossos corações e nossas

formas e modalidades de organização - permitindo-nos aprimorar o ProNEA-Brasil e

atuarmos na imprescindível articulação internacional ambientalista para fazer frente a desafios

como o aquecimento global a perda de biodiversidade a desertificação, a fome e a insegurança

alimentar, a violência e outros.

A determinação do governo brasileiro de investir na relação sul-sul, especialmente nos paises

africanos de língua portuguesa nos deixa esperançosos com os resultados desta missão.

27

Page 28: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

Convidamos todos educadores e educadores a dialogarem com o órgão gestor de

EA no Brasil, para trazerem suas sugestões e contribuições a este processo.

Marcos Sorrentino – DEA/MMA

Heitor Medeiros – DEA/MMA

Irineu Tamaio – DEA/MMA

Marisol Kadiegi – União Planetária

28

Page 29: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

4. Conclusões

A missão cumpriu os resultados esperados para essa atividade, conforme planejado inclusive

superando as expectativas iniciais da missão, tendo sido de fundamental importância para o

sucesso da mesma o apoio e envolvimento da Embaixada do Brasil em Angola, através de seu

embaixador bem como do apoio logístico da estrutura da embaixada em Luanda.

A oficina de formação de técnicos do Ministério do Urbanismo e Ambiente (MINUA),

Ministério da Educação através do Instituto Nacional de Investimento e Desenvolvimento

Educacional (INIDE), Ministério da Saúde e representantes de ONGs Ambientalistas

possibilitou o nivelamente sobre as experiências em Educação Ambiental em Angola e no

Brasil, com aprodundamento sobre o Sistema Nacional de Educação Ambiental (SISNEA),

com sua política e programa de Educação Ambiental.

Foi possível apresentar e discutir a estrutura do Programa Nacional de Educação

Ambiental (ProNEA) do Brasil, com grupos de trabalho já iniciando os primeiros esforços na

construção de uma versão inicial do Programa Nacional de Educação Ambiental de Angola –

ProNEA – Angola, que faz parte desse relatório.

As reuniões institucionais com o ministro do Urbanismo e Ambiente, com os vice

ministros desta pasta (Ambiente e do Urbanismo), com técnicos da área de meio ambiente,

educação e saúde, bem como com empresas brasileiras que atuam em Angola, possibilitou um

processo de articulação inicial que aponta para um virtuoso processo de construção e

implantação de uma política e programa de Educação Ambiental em Angola envolvendo todas

as províncias, inclusive com a participação de lideranças locais como os “sobas”, que são

lideranças de aldeias ou comunidades tradicionais reconhecidas pela comunidade.

Essa missão possibilitou a instauração de uma diálogo de intercâmbio de experiências

entre os dois países, que possuem similaridades históricas e sociais. Nesse sentido, a educação

ambiental brasileira e angolana saem fortalecidas, para problematizar e propor alternativas de

enfrentamento da crise ambiental planetária.

5. Bibliografia

ANGOLA. Ministério das Pescas e Ambiente. Centro de Documentação e Informação. Lei de

Bases do Ambiente e Convenções. Luanda, 1999

29

Page 30: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

ANGOLA. Ministério das Pescas e Ambiente. Comissão Multisectorial para o Ambiente.

Programa de Educação e Conscientização Ambiental (PECA). Luanda, 2001

ANGOLA. Ministério do Urbanismo e Ambiente. Decreto sobre a Avaliação de Impacto

Ambiental. (Decreto n. 51/04 de 23 de julho, publicano na Ia Série do Diário da República, n.

59) Brocura sobre Legislação Ambiental. Luanda, 2006

ANGOLA. Ministério do Urbanismo e Ambiente. Lei de Terras (Lei n. 9/04 de 9 de

Novembro, publicado na Ia Série do Diário da República, n. 90). Brocura sobre Legislação

Ambiental. Luanda, 2006

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente, Diretoria de Educação Ambiental / Ministério da

Educação, Coordenação Geral de Educação Ambiental. Programa Nacional de Educação

Ambiental – ProNEA. 3. edição. Brasília : Ministério do Meio Ambiente, 2005

BRASIL. Câmara Federal. Lei n. 9.795, de 27 de Abril de 1999 – Dispõe sobre a Educação

Ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental. Brasília, 1999

BRASIL. Presidência da República. Decreto n. 4.281, de 25 de junho de 2002.

Regulamenta a Lei n. 9.795, de 27 de abril de 1999, que institui a Política Nacional de

Educação Ambiental. Brasília, 2002

LA ROVÈRE, A.L. & VIEIRA, L. (Orgs.) Tratado de Educação Ambiental para

Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global. In.: Tratado das ONGs aprovados no

Fórum Internacional de ONGs e Movimentos Sociais no âmbito do Fórum Global. Rio de

Janeiro: Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais para o Meio Ambiente e

Desenvolvimento. 1992.

30

Page 31: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

ANEXOS

31

Page 32: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

6. Programa Nacional de educação Ambiental de Angola / ProNEA - Angola

PROGRAMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO

AMBIENTAL DE ANGOLA

ProNEA Angola

VERSÃO INICIAL PARA DISCUSSÃO1

Luanda – Angola

Outubro 20061 Versão inicial definida durante o Workshop de formação de técnicos anagolanos e de elaboração de versão

preliminar do Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA – Angola) para debate junto a sociedade angolana, estruturada a partir do Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA).

32

Page 33: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

República Popular de Angola

Presidente: José Eduardo dos Santos

Ministério do Urbanismo e do Ambiente

Ministro: Diekumpuna Sita N'sadisi José

Vice-ministro do Ambiente: Graciano Domingos

Diretor do Ambiente: João VintémDepartamento de Educação Ambiental: Joaquina Bras Cagland

Ministério da Educação

Ministro:

Instituto Nacional de Investigação e Desenvolimento da Educação

Diretor:

Ministério da Saúde

Ministro:

Direção Nacional de Saúde Pública

Diretor:

33

Page 34: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

SUMÁRIO

Glossário de Siglas .............................................................................................

Apresentação ......................................................................................................

Justificativa ........................................................................................................

Antecedentes ......................................................................................................

Diretrizes ............................................................................................................

Princípios ............................................................................................................

Missão .................................................................................................................

Objetivos .............................................................................................................

Públicos ...............................................................................................................

Linhas de ação .....................................................................................................

Estrutura Organizacional .....................................................................................

34

Page 35: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

Apresentação

Este documento, sintonizado com o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades

Sustentáveis e Responsabilidade Global, apresenta as diretrizes, os princípios e a missão que

orientam as ações do Programa Nacional de Educação Ambiental de Angola – ProNEA

Angola, a delimitação de seus objetivos, suas linhas de ação e sua estrutura organizacional.

A presente versão é resultado da oficina de formação de técnicos angolanos e de

elaboração de versão preliminar do Programa Nacional de Educação Ambiental de Angola

(ProNEA Angola) previsto no Ajuste Complementar ao Acordo Básico do Cooperação

Econômica, Científica e Técnica para implantação do Projeto "Fortalecimento da Educação

Ambiental em Angola", firmado em 26 de maio de 2006, entre o Governo da República

Federativa do Brasil e o Governo da República Popular de Angola, assinado em 11 de junho

de 1980 e promulgado em 05 de outubro de 1990.

Importante ressaltar que o ProNEA Angola é um programa de âmbito nacional, o que

não significa que sua implementação seja de competência exclusiva do poder público federal,

ao contrário, todos os segmentos sociais e esferas de governo são co-responsáveis pela sua

aplicação, execução, monitoramento e avaliação.

Reconhecendo seu estado de permanente construção, em consonância com o

delineamento das bases teóricas e metodológicas da educação ambiental entendem ser

necessário prever uma estratégia de planejamento incremental e articulada, que permita

revisitar com freqüência os seus objetivos e estratégias, para seu constante aprimoramento,

por meio dos aprendizados sistematizados e dos redirecionamentos democraticamente

pactuados entre todos os parceiros envolvidos. Mas sem renunciar à formulação e à

enunciação de seus objetivos e sem abandonar as diretrizes e os princípios que balizam as

ações em educação ambiental no governo federal.

Nesse sentido, a expectativa é estabelecer uma periodicidade para revisões futuras do

ProNEA Angola – objetivando seu aperfeiçoamento constante - em espaços que possibilitem o

debate democrático e a construção participativa.

Justificativa

Os últimos 40 anos foram pródigos em encontros, conferências, seminários, tratados e

convenções voltados à temática ambiental e, no entanto, nunca se comprometeu tanto a

35

Page 36: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

capacidade de manutenção da vida, o que indica a necessidade de ações educacionais que

contribuam para a construção de sociedades sustentáveis.

Em Angola, a ameaça à biodiversidade está presente em todos os biomas, em

decorrência, principalmente, do desenvolvimento desordenado de atividades produtivas. A

degradação do solo, a poluição atmosférica e a contaminação dos recursos hídricos são alguns

dos efeitos nocivos observados. Na maioria dos centros urbanos, os resíduos sólidos ainda são

depositados em lixões, a céu aberto.

Associa-se a isso um quadro de exclusão social e elevado nível de pobreza da

população. Muitas pessoas vivem em áreas de risco, como encostas, margens de rios e

periferias industriais. É preciso também considerar que uma significativa parcela da população

tem uma percepção “naturalizada” do meio ambiente, excluindo homens, mulheres, cidades e

mussequis desse conceito.

Reverter esse quadro configura um grande desafio para construção de uma Angola

sustentável, entendido como um país socialmente justo e ambientalmente seguro. Nota-se

ainda um distanciamento entre a letra das leis e sua efetiva aplicação, sobretudo no que se

refere às dificuldades encontradas por políticas institucionais e movimentos sociais voltados à

consolidação da cidadania entre segmentos sociais excluídos.

As estratégias de enfrentamento da problemática ambiental, para surtirem o efeito

desejável na construção de sociedades sustentáveis, envolvem uma articulação coordenada

entre todos os tipos de intervenção ambiental direta, incluindo neste contexto as ações em

educação ambiental.

Dessa forma, assim como as medidas políticas, jurídicas, técnico-científicas,

institucionais e econômicas voltadas à proteção, recuperação e melhoria socioambiental1

despontam também as atividadesno âmbito educativo.

Com efeito, diante da constatação da necessidade de edificação dos pilares das

sociedades sustentáveis, os sistemas sociais atualizam-se para incorporar a dimensão

ambiental em suas respectivas especificidades, fornecendo os meios adequados para efetuar a

transição societária em direção à sustentabilidade. Assim, o sistema jurídico cria um “direito

ambiental”, o sistema científico desenvolve uma “ciência complexa”, o sistema tecnológico

cria uma “tecnologia ecoeficiente”, o sistema econômico potencializa uma “economia

ecológica”, o sistema político oferece uma “política verde” e o sistema educativo fornece uma

“educação ambiental”.

Cabe a cada um dos sistemas sociais o desenvolvimento de funções de acordo com as

suas atribuições específicas, respondendo às múltiplas dimensões da sustentabilidade,

36

Page 37: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

buscando superar os obstáculos da exclusão social e da má distribuição da riqueza produzida

no país. É preciso ainda garantir o efetivo controle e a participação social na formulação e

execução de políticas públicas, de forma que a dimensão ambiental seja sempre considerada.

E nesse contexto, em que os sistemas sociais atuam na promoção da mudança

ambiental, a educação assume posição de destaque para construir os fundamentos da

sociedade sustentável, apresentando uma dupla função a essa transição societária: propiciar os

processos de mudanças culturais em direção à instauração de uma ética ecológica e de

mudanças sociais em direção ao empoderamento dos indivíduos, grupos e sociedades que se

encontram em condições de vulnerabilidade em face dos desafios da contemporaneidade.

Com a proposta de mudança cultural na sociedade, entende-se que são necessárias

mudanças nos desejos e formas de olhar a realidade, nas utopias e nas necessidades materiais

e simbólicas, nos padrões de produção e consumo, lazer e religiosidade. Assim, o ProNEA

Angola almeja contribuir para o enraizamento de uma cultura de respeito e de valorização da

diversidade e da identidade (de ser humano, de ser angolano, de ser do município X, da raça

Z, do gênero Y, da classe social W etc.), ou seja, de ser diferente e gostar disto, sem deixar de

lutar para superar aquelas diferenças que incomodam e oprimem, mas valorizando o outro em

suas especificidades e com ele dialogando no sentido de trabalhar os conflitos, visando não a

sua supressão, mas ao seu equacionamento democrático.

Com a proposta de mudança social entendemos como necessárias a superação da

injustiça social, da apropriação da natureza e da humanidade pelo Capital, da desigualdade

social e dos processos em que se privatizam lucros e socializam as mazelas decorrentes entre

as parcelas desfavorecidas da população.

Para que a atuação do poder público no campo da educação ambiental possa ocorrer de

modo articulado tanto entre as iniciativas existentes no âmbito educativo como entre as ações

voltadas à proteção, recuperação e melhoria socioambiental, e assim propiciar um efeito

multiplicador com potencial de repercussão na sociedade, faz-se necessária a formulação e a

implementação de políticas públicas de educação ambiental que integrem essa perspectiva.

Nesse sentido, a criação do ProNEA Angola se configura como um esforço do governo federal

no estabelecimento das condições necessárias para a estruturação e gestão da Política

Nacional de Educação Ambiental, fortalecendo os processos existentes nessa direção na

sociedade angolana.

Portanto, é no sentido de promover a articulação das ações educativas voltadas às

atividades de proteção, recuperação e melhoria socioambiental, e de potencializar a função da

37

Page 38: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

educação para as mudanças culturais e sociais, que se insere a educação ambiental no

planejamento estratégico do governo federal do país.

Antecedentes

Alguns autores mencionam que o período pós-Segunda Guerra Mundial fez

emergir com uma maior ênfase os estudos do meio e a importância de uma educação a partir

do entorno, chegando-se na década de 1960 a mencionar explicitamente uma educação

ambiental. Lembram ainda que os naturalistas, jornalistas, escritores e estadistas muito antes

já escreviam sobre a necessidade de proteção dos recursos naturais ou mesmo sobre a

importância do contato com a natureza para a formação humana. Mas atribui-se à Conferência

de Estocolmo, realizada em 1972, a responsabilidade por inserir a temática da educação

ambiental na agenda internacional.

Apesar de a literatura registrar que já se ouvia falar em educação ambiental desde

meados da década de 60, o reconhecimento internacional desse fazer educativo como uma

estratégia para se construir sociedades sustentáveis remonta a 1975, também em Estocolmo,

quando se instituiu o Programa Internacional de Educação Ambiental (PIEA), sob os auspícios

da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e do

Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), em atendimento à

Recomendação 96 da Conferência de Estocolmo. E sobretudo dois anos depois, em 1977,

quando foi realizada a Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental, conhecida

como Conferência de Tbilisi, momento que se consolidou o PIEA e se estabeleceram as

finalidades, os objetivos, os princípios orientadores e as estratégias para a promoção da

educação ambiental.

O acordo básico de cooperação econômica, científica e técnica, assinado entre o

Governo da República Popular de Angola e o Governo da República Federativa do Brasil, em

11 de junho de 1980, e promulgado em 05 de Outubro 1990, tem um Ajuste Complementar

em 26 de maio de 2006, para implantação do Projeto "Fortalecimento da Educação Ambiental

em Angola" que objetiva a formação de técnicos angolanos e apoio para a construção do

Programa Nacional de Educação Ambiental de Angola (ProNEA Angola), através do

Ministério do Meio Ambiente pelo Brasil e do Ministério do Urbanismo e Ambiente por

Angola.

38

Page 39: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

Em Angola a Educação Ambiental tem sua institucionalização no escopo da Lei

de Bases do Ambiente, Lei n. 5/98 de 19 junho de 1998, onde traz em seu artigo 20

tratamento específico sobre educação ambiental, proposto como "medida de proteção

ambiental que dever acelerar e facilitar a implantação do Programa Nacional de Gestão

Ambiental, através do aumento progressiso de conhecimento da população sobre os

fundamentos ecológicos, sociais e econômicos que regem asociedade humana."

Um avanço na consolidação da Educação Ambiental em Angola se dá em 2001

com a proposta do Ministério das Pescas e Ambiente, através da Comissão Multisctorial para

o Ambiente, que elaborou o Programa de Educação e Conscientização Ambiental (PECA)

com definições para princípios, finalidades, objetivos e a implementação do rograma na

educação ambiental formal e não formal.

Com base nesse instrumento foram desenvolvidas diversas atividades em parceria

entre o poder públicos e a socieade, com ações desenvolvidas principalmente por ONGs

ambientalistas como o Juventuda Ecológica Angolana (JEA), entre outras, que vai dar na

articulação da Rede Mayombe, formada por significativo numero de ONGs ambientalistas

atuante pela maioria das províncias de Angola.

O acordo de cooperação entre os dois países vais se dar em função do

reconhecimento pelo Governo de Angola da experiência brasileira na estruturação e

implementação de seu Sistema Nacional de Educação Ambiental e de seu Programa de

Educação Ambiental de Angola (ProNEA – Angola), sendo portanto apresentado abaixo um

pequeno histórico desse processo como contribuição inicial a estruturação do Programa de

Educação Ambiental de Angola (ProNEA – Angola).

Deve-se mencionar que a Educação Ambiental surge no Brasil muito antes da sua

institucionalização no governo federal. Além de artigos de brasileiros ilustres e de uma

primeira legislação conservacionista já no século XIX e início do século XX, temos a

existência de um persistente movimento conservacionista e, no início dos anos 70, ocorre a

emergência de um ambientalismo que se une às lutas pelas liberdades democráticas, que se

manifesta através da ação isolada de professores, estudantes e escolas, por meio de pequenas

ações de organizações da sociedade civil ou mesmo de prefeituras municipais e governos

estaduais com atividades educacionais relacionadas às ações voltadas à recuperação,

conservação e melhoria do meio ambiente. Neste período também surgem os primeiros cursos

de especialização em educação ambiental. O processo de institucionalização da educação

ambiental no governo federal brasileiro teve início em 1973, com a criação, no Poder

Executivo, da Secretaria Especial do Meio Ambiente (SEMA), vinculada ao Ministério do

39

Page 40: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

Interior. A SEMA estabeleceu, como parte de suas atribuições, “o esclarecimento e a

educação do povo brasileiro para o uso adequado dos recursos naturais, tendo em vista a

conservação do meio ambiente”, e foi responsável pela capacitação de recursos humanos e

sensibilização inicial da sociedade para as questões ambientais.

A extinta SEMA deu ainda início a projetos de educação ambiental voltados para a

inserção da temática ambiental nos currículos escolares dos antigos 1° e 2° graus, na região

Norte. Outras iniciativas foram a realização de seis cursos de especialização em educação

ambiental e de cinco seminários sobre Universidade e Meio Ambiente, além da estruturação

de uma rede de produção e circulação de materiais educativos, envolvendo diversas

publicações e audiovisuais referentes à área ambiental.

Outro passo na institucionalização da educação ambiental foi dado com a Política

Nacional de Meio Ambiente (PNMA), que estabeleceu em 1981, no âmbito legislativo, a

necessidade de inclusão da educação ambiental em todos os níveis de ensino, incluindo a

educação da comunidade, objetivando a capacitá-la para a participação ativa na defesa do

meio ambiente, evidenciando a capilaridade que se desejava imprimir a essa prática

pedagógica.

Reforçando essa tendência, a Constituição Federal, em 1988, estabeleceu, no

inciso VI do artigo 225, a necessidade de “promover a educação ambiental em todos os níveis

de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente”.

Também em 1988, inicia-se o processo de institucionalização de uma prática de

comunicação e organização social em rede, com os primeiros passos da Rede Paulista de

Educação Ambiental e da Rede Capixaba de Educação Ambiental. Mais tarde, em 1992, no II

Fórum Brasileiro de Educação Ambiental, é lançada a idéia de uma Rede Brasileira de

Educação Ambiental, onde se adotou o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades

Sustentáveis e Responsabilidade Global como carta de princípios. A partir de então, em

diversas unidades federativas do país foram criadas Redes de Educação Ambiental.

A partir de 1990, diversas ações em educação ambiental desenvolvidas pela

sociedade civil e por instituições públicas receberam aportes financeiros do Fundo Nacional

de Meio Ambiente (FNMA), representando quase 20% dos projetos financiados por este órgão

de fomento, criado em 1989 pela Lei n° 7.797.

Em 1991, a Comissão Interministerial para a preparação da Conferência das

Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92) considerou a educação

ambiental como um dos instrumentos da política ambiental brasileira. Ainda em 1991, foram

criadas duas instâncias no Poder Executivo, destinadas a lidar exclusivamente com esse

40

Page 41: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

aspecto: o Grupo de Trabalho de Educação Ambiental do MEC, que em 1993 se transformou

na Coordenação Geral de Educação Ambiental (COEA/MEC), e a Divisão de Educação

Ambiental do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis

(IBAMA), cujas competências institucionais foram definidas no sentido de representar um

marco para a institucionalização da política de educação ambiental no âmbito do Sistema

Nacional de Meio Ambiente (SISNAMA).

No ano seguinte, em 1992, foi criado o Ministério do Meio Ambiente (MMA), e

em julho desse mesmo ano, o IBAMA instituiu os Núcleos de Educação Ambiental em todas

as suas superintendências estaduais, visando operacionalizar as ações educativas no processo

de gestão ambiental na esfera estadual.

O Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e

Responsabilidade Global, estabelecido em 1992 no Fórum Global, constituiu-se como outro

marco mundial relevante para a educação ambiental, por ter sido elaborado no âmbito da

sociedade civil e por reconhecer a educação ambiental como um processo dinâmico em

permanente construção, orientado por valores baseados na transformação social.

A Agenda 21 reforça essa perspectiva em diferentes capítulos, estabelecendo, por

exemplo, a atribuição de poder aos grupos comunitários por meio do princípio da delegação

de autoridade, assim como o estímulo à criação de organizações indígenas com base na

comunidade, de organizações privadas de voluntários e de outras formas de entidades

nãogovernamentais capazes de contribuir para a redução da pobreza e melhoria da qualidade

de vida das famílias de baixa renda.

Durante a Rio-92, com a participação do Ministério da educação (MEC), também

foi produzida a Carta Brasileira para Educação Ambiental, que, entre outras coisas, reconhece

ser a educação ambiental um dos instrumentos mais importantes para viabilizar a

sustentabilidade como estratégia de sobrevivência do planeta e, conseqüentemente, de

melhoria da qualidade de vida humana.

A Carta admite ainda que a lentidão da produção de conhecimentos, a falta de

comprometimento real do Poder Público no cumprimento e complementação da legislação em

relação às políticas específicas de educação ambiental, em todos os níveis de ensino,

consolidam um modelo educacional que não responde às reais necessidades do país.

Como desdobramento da Carta Brasileira para Educação Ambiental, o MEC

promoveu, em 1992, em Foz de Iguaçu, o 1º Encontro Nacional de Centros de Educação

Ambiental (CEAs), onde os coordenadores dos centros já existentes e os técnicos das

Secretarias de Educação debateram propostas pedagógicas e recursos institucionais e

41

Page 42: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

apresentaram projetos e experiências exitosas em educação ambiental. Em decorrência, o

MEC passou a incentivar a implantação de centros de educação ambiental como espaços de

referência, visando a formação integral do cidadão para interagir em diversos níveis e

modalidades de ensino e introduzir práticas de educação ambiental junto às comunidades.

A partir de 1993, além do trabalho desenvolvido pelo IBAMA de acordo com a

Política Nacional de Meio Ambiente, capacitando recursos humanos e estendendo a temática

ambiental às regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, começou a discussão, na esfera

legislativa, de uma Política Nacional de Educação Ambiental que interligaria os sistemas

nacionais de meio ambiente e de educação em um sistema único, por meio do Projeto de Lei

nº 3.792/93, apresentado à Comissão de Defesa do Consumidor, Meio Ambiente e Minorias

da Câmara dos Deputados.

Em dezembro de 1994, em função da Constituição Federal de 1988 e dos

compromissos internacionais assumidos com a Conferência do Rio, foi criado, pela

Presidência da República, o Programa Nacional de Educação Ambiental (PRONEA2),

compartilhado pelo então Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da

Amazônia Legal e pelo Ministério da Educação e do Desporto, com as parcerias do Ministério

da Cultura e do Ministério da Ciência e Tecnologia. O PRONEA foi executado pela

Coordenação de Educação Ambiental do MEC e pelos setores correspondentes do

MMA/IBAMA, responsáveis pelas ações voltadas respectivamente ao sistema de ensino e à

gestão ambiental, embora também tenha envolvido em sua execução outras entidades públicas

e privadas do país. O PRONEA previu três componentes: (a) capacitação de gestores e

educadores, (b) desenvolvimento de ações educativas, e (c) desenvolvimento de instrumentos

e metodologias, contemplando sete linhas de ação:

• Educação ambiental por meio do ensino formal.

• Educação no processo de gestão ambiental.

• Campanhas de educação ambiental para usuários de recursos naturais.

• Cooperação com meios de comunicação e comunicadores sociais.

• Articulação e integração comunitária.

• Articulação intra e interinstitucional.

• Rede de centros especializados em educação ambiental em todos os estados.

Em 1995 foi criada a Câmara Técnica Temporária de Educação Ambiental3 no

Conselho

Nacional de Meio Ambiente (CONAMA), que realizou a sua primeira reunião em junho de

1996, quando se discutiu o documento intitulado “Subsídios para a formulação de uma

42

Page 43: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

Política Nacional de Educação Ambiental”, elaborado pelo MMA/IBAMA e pelo MEC. Os

princípios orientadores para esse documento eram a participação, a descentralização, o

reconhecimento da pluralidade e diversidade cultural, e a interdisciplinaridade.

Ainda em 1996, incluiu-se no Plano Plurianual (PPA) do Governo Federal (1996-

1999), “a promoção da educação ambiental, através da divulgação e uso de conhecimentos

sobre tecnologias de gestão sustentáveis de recursos naturais”, embora não se tenha

determinado seu correspondente vínculo institucional.

Em outubro desse mesmo ano, o MMA criou o Grupo de Trabalho de Educação

Ambiental, e em dezembro firmou um protocolo de intenções com o MEC, visando à

cooperação técnica e institucional em educação ambiental, com cinco anos de vigência,

configurando-se num canal formal para o desenvolvimento de ações conjuntas. Algumas

atividades desempenhadas pelo Grupo de Trabalho foram as seguintes:

• Elaboração e coordenação da 1ª Conferência Nacional de Educação Ambiental.

• Estabelecimento de parceira com o Projeto de Educação Ambiental para o Ensino Básico

“Muda o Mundo, Raimundo!”.

• Promoção de seminários sobre a prática da educação ambiental no ecoturismo,

biodiversidade e Agenda 21.

• Promoção de palestras técnicas, inseridas na ação “Temporada de Palestras”.

• Definição das ações de educação ambiental no âmbito dos Programas Nacionais de Pesca

Amadora e Agroecologia.

• Promoção do Levantamento Nacional de Projetos de Educação Ambiental.

Em 1997, depois de dois anos de debates, os Parâmetros Curriculares Nacionais

(PCN) foram aprovados pelo Conselho Nacional de Educação. Os PCN constituem-se como

um subsídio para apoiar a escola na elaboração do seu projeto educativo, inserindo

procedimentos, atitudes e valores no convívio escolar, bem como a necessidade de tratar de

alguns temas sociais urgentes, de abrangência nacional, denominados como temas

transversais: meio ambiente, ética, pluralidade cultural, orientação sexual, trabalho e consumo,

com possibilidade de as escolas e/ou comunidades elegerem outros de importância relevante

para sua realidade.

Também em 1997, a Coordenação Geral de Educação Ambiental do IBAMA criou

o curso de Introdução à Educação no Processo de Gestão Ambiental, voltado aos grupos

sociais diretamente envolvidos com as atividades de gestão ambiental (técnicos de órgãos

executores de políticas públicas, produtores rurais, pescadores, grupos comunitários afetados

por riscos ambientais e tecnológicos, irrigantes, cuja base está no uso intensivo de recursos

43

Page 44: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

ambientais, entre outros), desenvolvendo a capacidade nos educandos de mediar conflitos de

interesses entre os atores sociais na disputa pelo controle e uso de recursos ambientais.

Ainda em 1997, durante a 1ª Conferência de Educação Ambiental, realizada em

Brasília, foi produzido o documento “Carta de Brasília para a Educação Ambiental”, contendo

cinco áreas temáticas:

• Educação ambiental e as vertentes do desenvolvimento sustentável.

• Educação ambiental formal: papel, desafios, metodologias e capacitação.

• Educação no processo de gestão ambiental: metodologia e capacitação.

• Educação ambiental e as políticas públicas: PRONEA, políticas de recursos hídricos,

urbanas, agricultura, ciência e tecnologia.

• Educação ambiental, ética, formação da cidadania, educação, comunicação e informação da

sociedade.

Em 1999 foi criada a Diretoria do Programa Nacional de Educação Ambiental

(ProNEA), vinculada a Secretaria Executiva do Ministério do Meio Ambiente, que de início

passou a desenvolver as seguintes atividades:

• Implantação do Sistema Brasileiro de Informações sobre Educação Ambiental (SIBEA),

objetivando atuar como um sistema integrador das informações de educação ambiental no

país.

• Implantação de Pólos de Educação Ambiental e Difusão de Práticas Sustentáveis nos

Estados, objetivando irradiar as ações de educação ambiental.

• Fomento à formação de Comissões Interinstitucionais de Educação Ambiental nos estados e

auxílio na elaboração de programas estaduais de educação ambiental.

• Implantação de curso de Educação Ambiental a Distância, objetivando capacitar gestores,

professores e técnicos de meio ambiente de todos os municípios do país.

• Implantação do projeto Protetores da Vida, objetivando sensibilizar e mobilizar jovens para

as questões ambientais.

Em abril do mesmo ano também é aprovada a Lei n° 9.795, que dispõe sobre a

Política

Nacional de Educação Ambiental.

Em 2000, a educação ambiental integra, pela segunda vez, o Plano Plurianual

(2000-2003), agora na dimensão de um Programa, identificado como 0052 – Educação

Ambiental, e institucionalmente vinculado ao Ministério do Meio Ambiente. Esse Programa

44

Page 45: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

foi formado por um conjunto de sete ações, ações essas sob responsabilidade do MMA,

IBAMA, Banco do Brasil e Jardim Botânico do Rio de Janeiro:

• 1961 – Capacitação de recursos humanos em educação ambiental (IBAMA).

• 3045 – Edição e distribuição de informações técnico-científicas na área ambiental (IBAMA).

• 9027 – Educação do produtor rural para a utilização de práticas conservacionistas (Banco do

Brasil).

• 2965 – Fomento a projetos integrados de educação ambiental (Fundo Nacional do Meio

Ambiente).

• 1984 – Implantação de pólos de difusão de práticas sustentáveis (Diretoria de Educação

Ambiental).

• 1997 – Implantação do Sistema Brasileiro de Informação sobre Educação Ambiental

(Diretoria de Educação Ambiental).

• 2972 – Informação e divulgação técnico-científica (Jardim Botânico do Rio de Janeiro).

Em 2001, por iniciativa dos educadores ambientais, é realizada uma reunião com o

MMA para se buscar apoio às redes de educação ambiental. A partir de então, o FNMA

apoiou o fortalecimento da Rede Brasileira de Educação Ambiental (REBEA) e da Rede

Paulista de Educação Ambiental (REPEA), bem como a estruturação da Rede de Educação

Ambiental da Região Sul (REASul), da Rede Pantanal de Educação Ambiental (Rede Aguapé)

e da Rede Acreana de Educação Ambiental (RAEA).

Em junho de 2002, a Lei n° 9.795/99 foi regulamentada pelo Decreto n° 4.281,

que define, entre outras coisas, a composição e as competências do Órgão Gestor da PNEA

lançando, assim, as bases para a sua execução.

Em 2003, é instaurada no Ministério do Meio Ambiente a Comissão Intersetorial

de Educação Ambiental (CISEA), com representação de todas as secretarias e órgãos

vinculados ao MMA, criando uma instância para um processo coordenado de consultas e

deliberações internamente a esse Ministério, e contribuindo para a transversalidade interna e a

sinergia das ações em educação ambiental desenvolvidas pelas suas secretarias e seus órgãos

vinculados.

Nesse mesmo ano, o Ministério da Educação estabelece como prioridade viabilizar

as ações e diretrizes da PNEA e reestruturar a Coordenação Geral de Educação Ambiental

(CGEA), que passa da Secretaria de Educação Fundamental diretamente à Secretaria

Executiva.

Em 21 de julho desse mesmo ano, o MMA e o MEC promoveram a reunião de

instalação do Órgão Gestor da PNEA, um passo decisivo para a execução das ações em

45

Page 46: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

educação ambiental no governo federal, tendo como primeira tarefa a assinatura de um Termo

de Cooperação Técnica para a realização conjunta da Conferência Infanto-Juvenil pelo Meio

Ambiente. Em seguida, em 17 de novembro, foi instaurado o Comitê Assessor do Órgão

Gestor, sendo realizada sua primeira reunião, na qual foram criados seis grupos de trabalho

(GTs): dois temporários – GT Documento do ProNEA e GT Regimento Interno; e quatro

permanentes – GT Gestão do Sistema Brasileiro de Informações sobre Educação Ambiental

(SIBEA), GT Critérios e Indicadores para Projetos e Ações de Educação Ambiental, GT

Instrumentos Institucionais e Legais para a Promoção da Educação Ambiental, e GT Relações

Internacionais.

Em novembro de 2003, foi realizada a Conferência Nacional do Meio Ambiente,

em suas versões adulto e infanto-juvenil. O documento resultante desse encontro contemplou,

em um capítulo específico, deliberações para a Educação Ambiental.

Em 2004, a mudança ministerial e a conseqüente criação da SECAD – Secretaria

de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade, permitiu à CGEA maior enraizamento

no MEC e junto às redes estaduais e municipais de ensino, passando a atuar de forma

integrada a áreas de Diversidade, Educação Escolar Indígena e Educação no Campo,

conferindo assim maior visibilidade à Educação Ambiental e oportunizando sua vocação de

transversalidade.

A educação ambiental no MEC atua em todos os níveis de ensino formal,

mantendo ações de formação continuada de 32 mil professores e 32 mil alunos do ensino

fundamental por meio do programa Vamos Cuidar do Brasil com as Escolas, que deu

continuidade ao processo de Conferência Nacional Infanto-juvenil pelo Meio Ambiente, como

parte de uma visão sistêmica de educação ambiental. O fortalecimento da educação ambiental

no ensino público superior se dá por meio de pesquisas em parcerias com a Rede Universitária

de Programas de Educação Ambiental (RUPEA), na proposta de criação de uma Política de

Educação Ambiental no Ensino Superior, e também com a Associação Nacional de Pós-

graduação e Pesquisa em Educação (ANPEd) e o INEP – Instituto Nacional de Estudos e

Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, no mapeamento de “O que fazem as escolas que

fazem Educação Ambiental?

Conhecendo os caminhos da educação ambiental nas escolas do Ensino

Fundamental a partir do Censo Escolar”. A educação ambiental passa a fazer parte das

Orientações Curriculares do Ensino Médio e dos módulos de Educação a Distância na

Educação de Jovens e Adultos (EJA).

46

Page 47: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

Em março do mesmo ano, o Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH)

aprovou a instituição da Câmara Técnica de Educação, Capacitação, Mobilização Social e

Informação em Recursos Hídricos5 (CTEM), que tem entre suas competências, a proposição

de diretrizes, planos e programas voltados a educação e capacitação em recursos hídricos.

Entre os dias 13 a 15 de abril de 2004, foi realizado em Goiânia o primeiro

encontro governamental nacional sobre políticas públicas de educação ambiental, reunindo

secretários e gestores públicos das três esferas de governo da área educacional e ambiental. O

evento, promovido pelos Ministérios da Educação e do Meio Ambiente em parceria com o

governo estadual de Goiás e com a prefeitura municipal de Goiânia, visou elaborar um

diagnóstico dos principais desafios ao enraizamento da educação ambiental no país,

estimulando a descentralização do planejamento e da gestão da educação ambiental e a

aproximação entre as secretarias de educação e de meio ambiente.

Na ocasião, reconhecendo a necessidade da articulação e do fortalecimento mútuo das

Comissões Interinstitucionais Estaduais e das Redes de Educação Ambiental, foi elaborado o

documento “Compromisso de Goiânia” (Anexo 5), que consiste no estabelecimento de um

importante e pioneiro pacto entre as esferas de governo para a criação de Políticas e

Programas estaduais e municipais de Educação Ambiental, sintonizados com o ProNEA.

Nesse ano foi realizada a décima-nona edição do curso de Introdução à Educação

no Processo de Gestão Ambiental do IBAMA, alcançando quase 700 profissionais formados

para atuar com a educação na gestão ambiental; e ocorreu nova reestruturação do MEC, com a

transferência da Coordenação Geral de Educação Ambiental6 (CGEA) para a então

recémcriada Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade.

Em 2004 tem início um novo Plano Plurianual, o PPA 2004-2007. Em função das

novas diretrizes e sintonizado com o ProNEA, o Programa 0052 é reformulado, passa a ser

intitulado Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e inicia o ano composto por

ações de responsabilidade da Diretoria de Educação Ambiental, Fundo Nacional do Meio

Ambiente, Agência Nacional de Águas, Coordenação Geral de Educação Ambiental do

Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis, Jardim Botânico do

Rio de Janeiro, e a Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar

(SECIRM):

• 6270 – Educação ambiental para recursos hídricos (ANA).

• 2972 – Educação para conservação da biodiversidade (Jardim Botânico do Rio de Janeiro).

• 2965 – Fomento a projetos integrados de educação ambiental (FNMA).

• 4932 – Formação de educadores ambientais (DEA/IBAMA).

47

Page 48: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

• 2272 – Gestão e administração do programa (DEA).

• 1997 – Implantação do Sistema Brasileiro de Informações sobre Educação Ambiental

(DEA).

• 4232 – Capacitação de recursos humanos para a prevenção e controle ambiental nas áreas

marítimas e portuárias (SECIRM).

Em novembro de 2004, foi realizado o V Fórum Brasileiro de Educação

Ambiental, construído de forma coletiva a partir da Rede Brasileira de Educação Ambiental, e

que proporcionou espaços para diálogo e trocas entre os educadores ambientais, para

apresentação de pesquisas, vivências e experiências em educação ambiental. Realizada

durante todo o evento, a atividade denominada “Conversando com as Redes” proporcionou

aos participantes a oportunidade

de estar em contato com as pessoas que formam as redes de Educação Ambiental de todo o

Brasil. As conexões foram reforçadas e renovadas no evento, que viu nascer a Rede

Nordestina de Educação Ambiental e a Rede de Educomunicação Socioambiental.

Ainda em novembro de 2004, o MMA participou na Venezuela, da reunião de

trabalho de especialistas em gestão pública da educação ambiental da América Latina e

Caribe, para elaboração do plano de implementação do Programa Latino-americano e

Caribenho de Educação Ambiental.

Nesse ano de 2004, é feita a revisão do Plano Plurianual e do Programa 0052, e

seu conjunto de ações é alterado, iniciando o exercício de 2005 com a seguinte composição:

• 6270 – Educação ambiental para recursos hídricos (ANA).

• 2972 – Educação para conservação da biodiversidade (Jardim Botânico do Rio de Janeiro).

• 2965 – Fomento a projetos integrados de educação ambiental (FNMA).

• 4932 – Formação de educadores ambientais (DEA/IBAMA).

• 09HO – Apoio à gestão compartilhada da educação ambiental (DEA).

• 1997 – Implantação do Sistema Brasileiro de Informações sobre Educação Ambiental

(DEA).

• 6857 – Produção e veiculação de programas de educação ambiental (DEA).

• 4641 – Publicidade de utilidade pública (DEA).

• 4232 – Capacitação de recursos humanos para a prevenção e controle ambiental nas áreas

marítimas e portuárias (SECIRM).

Nessa revisão a CGEA/MEC inclui no Programa 1061 - Brasil Escolarizado, sob

responsabilidade desse Ministério, duas ações relativas especificamente à educação ambiental:

48

Page 49: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

• 09EA – Apoio à distribuição de material didático para formação continuada em educação

ambiental.

• 09ED – Apoio à formação continuada em educação ambiental para profissionais da

educação.

A presente versão é resultado da oficina de formação de técnicos angolanos e de

elaboração de versão preliminar do Programa Nacional de Educação Ambiental de Angola

(ProNEA Angola) realizada em Luanda – Angola, no período de 08 a 20 de outubro. Uma das

atividades programadas nesta oficina é um histórico do estado da arte da Educação Ambiental

em Angola.

Diretrizes

O Programa Nacional de Educação Ambiental de Angola – ProNEA Angola, cujo

caráter prioritário e permanente deve ser reconhecido por todos os governos, tem como eixo

orientador a perspectiva da sustentabilidade ambiental na construção de um país de todos.

Suas ações destinam-se a assegurar, no âmbito educativo, a interação e a integração

equilibradas das múltiplas dimensões da sustentabilidade ambiental – ecológica, social, ética,

cultural, econômica, espacial e política – ao desenvolvimento do país, buscando o

envolvimento e a participação social na proteção, recuperação e melhoria das condições

ambientais e de qualidade de vida. Nesse sentido, assume as seguintes diretrizes:

• Transversalidade e Interdisciplinaridade.

• Descentralização Espacial e Institucional.

• Sustentabilidade Socioambiental.

• Democracia e Participação Social.

• Aperfeiçoamento e Fortalecimento dos Sistemas de Ensino, Meio Ambiente e outros que

tenham interface com a educação ambiental.

O ProNEA Angola propõe um constante exercício de transversalidade para

internalizar, por meio de espaços de interlocução bilateral e múltipla, a educação ambiental no

conjunto do governo, nas entidades privadas e no terceiro setor; enfim, na sociedade como um

todo. Estimula o diálogo interdisciplinar entre as políticas setoriais e a participação qualificada

nas decisões sobre investimentos, monitoramento e avaliação do impacto de tais políticas.

Para que a atuação do poder público no campo da educação ambiental possa

viabilizar a articulação entre as iniciativas existentes no âmbito educativo e as ações voltadas

49

Page 50: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

à proteção, recuperação e melhoria socioambiental – propiciando um efeito multiplicador com

potencial de transformação e emancipação para a sociedade – faz-se necessária a formulação e

implementação de políticas públicas de educação ambiental que fortaleçam essa perspectiva

transversal.

A educação ambiental deve se pautar por uma abordagem sistêmica, capaz de

integrar os múltiplos aspectos da problemática ambiental contemporânea. Essa abordagem

deve reconhecer o conjunto das inter-relações e as múltiplas determinações dinâmicas entre os

âmbitos naturais, culturais, históricos, sociais, econômicos e políticos. Mais até que uma

abordagem sistêmica, a educação ambiental exige a perspectiva da complexidade, que implica

em que no mundo interagem diferentes níveis da realidade (objetiva, física, abstrata, cultural,

afetiva...) e se constroem diferentes olhares decorrentes das diferentes culturas e trajetórias

individuais e coletivas.

A descentralização espacial e institucional também é diretriz do ProNEA Angola,

por meio da qual privilegia o envolvimento democrático dos atores e segmentos institucionais

na construção e implementação das políticas e programas de educação ambiental nos

diferentes níveis e instâncias de representatividade social no país.

Considerando-se a educação ambiental como um dos instrumentos fundamentais

da gestão ambiental, o ProNEA Angola desempenha um importante papel na orientação de

agentes públicos e privados para a reflexão, a construção e a implementação de políticas

públicas que possibilitem solucionar questões estruturais, almejando a sustentabilidade

socioambiental. Assim, propicia-se a oportunidade de ressaltar o bom exemplo das práticas e

experiências exitosas, como a integração entre professores e técnicos ambientais em

programas de formação.

A democracia e a participação social permeiam as estratégias e ações – sob a

perspectiva da universalização dos direitos e da inclusão social – por intermédio da geração e

disponibilização de informações que garantam a participação social na discussão, formulação,

implementação, fiscalização e avaliação das políticas ambientais voltadas à construção de

valores culturais comprometidos com a qualidade ambiental e a justiça social; e de apoio à

sociedade na busca de um modelo socioeconômico sustentável.

A participação e o controle social destinam-se ao empoderamento dos grupos

sociais para intervirem, de modo qualificado, nos processos decisórios sobre o acesso aos

recursos ambientais e seu uso. Neste sentido, é necessário que a educação ambiental busque

superar assimetrias nos planos cognitivos e organizativos, já que a desigualdade e a injustiça

50

Page 51: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

social ainda são características da sociedade. Assim, a prática da educação ambiental deve ir

além da disponibilização de informações.

Essa perspectiva deve contribuir para a socialização de conhecimentos, inclusive

por inter médio do uso de tecnologias voltadas, por exemplo, para reciclagem e

desenvolvimento de produtos biodegradáveis, desenvolvidas em universidades, organizações

não-governamentais e empresas privadas. Deve-se buscar ainda o aproveitamento adequado

de espaços ociosos das universidades públicas e privadas, como laboratórios de pesquisa e

outros.

O ProNEA Angola compartilha a missão de aperfeiçoamento e fortalecimento dos

sistemas de ensino, meio ambiente e outros que tenham interface com a educação ambiental,

por intermédio dos quais a PNEA deve ser executada, em sinergia com as demais políticas

federais, provinciais e municipais de governo.

Para o fortalecimento desses sistemas, é fundamental o apoio à implantação e

implementação de políticas descentralizadas, no âmbito dos estados e municípios, bem como a

criação de mecanismos de financiamento que envolvam o poder público e a sociedade civil.

O processo de construção do ProNEA Angola pode e deve dialogar com as mais

amplas propostas, campanhas e programas governamentais e não-governamentais em âmbitos

nacional, estadual e municipal, fortalecendo-os e sendo por eles fortalecido, agregando a estas

reflexões e práticas marcadamente ambientalistas e educacionais. Em conjunto com esses

programas, são propostas ações educacionais fundadas e voltadas ao ideário ambientalista,

permitindo a formação de agentes, editores, comunicadores e educadores ambientais,

apoiando e fortalecendo grupos, comitês e núcleos ambientais, em ações locais voltadas à

construção de sociedades sustentáveis.

Princípios

• Concepção de ambiente em sua totalidade, considerando a interdependência sistêmica entre

o meio natural e o construído, o socioeconômico e o cultural, o físico e o espiritual, sob o

enfoque da sustentabilidade.

• Abordagem articulada das questões ambientais locais, regionais, nacionais, transfronteiriças

e globais.

• Respeito à liberdade e à equidade de gênero.

• Reconhecimento da diversidade cultural, étnica, racial, genética, de espécies e de

ecossistemas.

51

Page 52: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

• Enfoque humanista, histórico, crítico, político, democrático, participativo, inclusivo,

dialógico, cooperativo e emancipatório.

• Compromisso com a cidadania ambiental.

• Vinculação entre as diferentes dimensões do conhecimento; entre os valores éticos e

estéticos; entre a educação, o trabalho, a cultura e as práticas sociais.

• Democratização na produção e divulgação do conhecimento e fomento à

interatividade na informação.

• Pluralismo de idéias e concepções pedagógicas.

• Garantia de continuidade e permanência do processo educativo.

• Permanente avaliação crítica e construtiva do processo educativo.

• Coerência entre o pensar, o falar, o sentir e o fazer.

• Transparência.

MissãoA educação ambiental contribuindo para a construção de sociedades sustentáveis com pessoas

atuantes e felizes em toda Angola.

Objetivos• Promover processos de educação ambiental voltados para valores humanistas,

conhecimentos, habilidades, atitudes e competências que contribuam para a participação

cidadã na construção de sociedades sustentáveis.

• Fomentar processos de formação continuada em educação ambiental, formal e não-formal,

dando condições para a atuação nos diversos setores da sociedade.

• Contribuir com a organização de grupos – voluntários, profissionais, institucionais,

associações, cooperativas, comitês, entre outros – que atuem em programas de intervenção em

educação ambiental, apoiando e valorizando suas ações.

• Fomentar a transversalidade por meio da internalização e difusão da dimensão ambiental nos

projetos, governamentais e não-governamentais, de desenvolvimento e melhoria da qualidade

de vida.

• Promover a incorporação da educação ambiental na formulação e execução de atividades

passíveis de licenciamento ambiental.

52

Page 53: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

• Promover a educação ambiental integrada aos programas de conservação, recuperação e

melhoria do meio ambiente, bem como àqueles voltados à prevenção de riscos e danos

ambientais e tecnológicos.

• Promover campanhas de educação ambiental nos meios de comunicação de massa, de forma

a torná-los colaboradores ativos e permanentes na disseminação de informações e práticas

educativas sobre o meio ambiente.

• Estimular as empresas, entidades de classe, instituições públicas e privadas a desenvolverem

programas destinados à capacitação de trabalhadores, visando à melhoria e ao controle efetivo

sobre o meio ambiente de trabalho, bem como sobre as repercussões do processo produtivo no

meio ambiente.

• Difundir a legislação ambiental, por intermédio de programas, projetos e ações de educação

ambiental.

• Criar espaços de debate das realidades locais para o desenvolvimento de mecanismos de

articulação social, fortalecendo as práticas comunitárias sustentáveis e garantindo a

participação da população nos processos decisórios sobre a gestão dos recursos ambientais.

• Estimular e apoiar as instituições governamentais e não-governamentais a pautarem suas

ações com base na Agenda 21.

• Estimular e apoiar pesquisas, nas diversas áreas científicas, que auxiliem o desenvolvimento

de processos produtivos e soluções tecnológicas apropriadas e brandas, fomentando a

integração entre educação ambiental, ciência e tecnologia.

• Incentivar iniciativas que valorizem a relação entre cultura, memória e paisagem - sob a

perspectiva da biofilia –, assim como a interação entre os saberes tradicionais e populares e os

conhecimentos técnico-científicos.

• Promover a inclusão digital para dinamizar o acesso a informações sobre a temática

ambiental, garantindo inclusive a acessibilidade de portadores de necessidades especiais.

• Acompanhar os desdobramentos dos programas de educação ambiental, zelando pela

coerência entre os princípios da educação ambiental e a implementação das ações pelas

instituições públicas responsáveis.

• Estimular a cultura de redes de educação ambiental, valorizando essa forma de organização.

• Garantir junto às unidades federativas a implantação de espaços de articulação da educação

ambiental.

• Promover e apoiar a produção e a disseminação de materiais didático-pedagógicos e

instrucionais.

53

Page 54: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

• Sistematizar e disponibilizar informações sobre experiências exitosas e apoiar novas

iniciativas.

• Produzir e aplicar instrumentos de acompanhamento, monitoramento e avaliação das ações

do ProNEA, considerando a coerência com suas Diretrizes e Princípios.

Públicos

• Grupos em condições de vulnerabilidade social e ambiental.

• Gestores, do governo ou da sociedade civil, de recursos ambientais.

• Comunidades indígenas e tradicionais – ribeirinhos, extrativistas, caiçaras, quilombolas,

entre outras.

• Educadores, animadores, editores, comunicadores e artistas ambientais.

• Professores de todos os níveis e modalidades de ensino.

• Estudantes de todos os níveis e modalidades de ensino.

• Técnicos extensionistas e agentes de desenvolvimento rural.

• Produtores rurais, incluindo os assentados.

• Agentes comunitários e de saúde.

• Lideranças de comunidades rurais e urbanas, a exemplo de grupos étnicos e culturais.

• Tomadores de decisão de entidades públicas, privadas e do terceiro setor.

• Servidores e funcionários de entidades públicas, privadas e não-governamentais.

• Grupos de voluntários.

• Membros dos poderes legislativo e judiciário.

• Sindicatos, movimentos e redes sociais.

• Entidades religiosas.

• Comunidade científica.

• Melhor idade.

• Profissionais liberais.

• População em geral.

L i n h a s d e a ç ã o e as Estratégias

1. GESTÃO E PLANEJAMENTO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO PAÍS

1.1. Planejamento da educação ambiental com base na gestão ambiental integrada:

54

Page 55: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

Promoção do planejamento estratégico e participativo das políticas públicas, programas e

projetos em todo o país – em articulação com governos estaduais e municipais, fóruns,

comissões e demais segmentos da sociedade –, primando pela descentralização das ações e

informações, inclusive sobre fontes de financiamento.

Apoio às ações integradas entre os diferentes setores de órgãos e instituições, promovendo a

transversalidade das questões ambientais.

Estímulo e apoio à criação de programas estaduais de educação ambiental, que sejam

referência para elaboração de outros planos e projetos de políticas públicas.

Fomento à inclusão das questões ambientais nas agendas dos segmentos públicos e privados

dos estados e municípios.

Estímulo e apoio à criação e fortalecimento de secretarias estaduais e municipais de meio

ambiente e de educação, bem como de conselhos democráticos com participação de todos os

segmentos da sociedade.

Estímulo à inclusão da educação ambiental nos projetos públicos e privados que causem

impactos ambientais, conforme a Lei de Bases do Ambiente.

Estímulo e apoio à criação da Escola Nacional de Gestão Ambiental Pública, voltada para o

fortalecimento do SISNAMA em todos os âmbitos.

1.2. Formulação e implementação de políticas públicas ambientais de âmbito local:

Incentivo à criação e a implementação de programas estaduais e municipais de educação

ambiental, em consonância com as Diretrizes do ProNEA e com a Agenda 21.

Apoio à construção de arcabouço jurídico-institucional que sirva de base para a formulação e

implementação de políticas, programas e planos municipais de educação ambiental.

Apoio à promoção de parcerias dos órgãos públicos locais entre si e com a sociedade civil, de

forma a possibilitar a regionalização articulada da educação ambiental, com a descentralização

de projetos e ações e o respeito às diversidades locais.

Apoio à promoção de parcerias locais, envolvendo governo e sociedade civil, para elaboração

e administração de cursos de capacitação que contemplem as peculiaridades regionais,

trabalhando de forma transversal e interdisciplinar.

1.3. Criação de interfaces entre educação ambiental e os diversos programas e políticas de

governo, nas diferentes áreas:

Estímulo à promoção da articulação entre educação ambiental e ações de atenção à saúde e

assistência social.

55

Page 56: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

Estímulo à inserção da educação ambiental nas etapas de planejamento e execução de ações

relacionadas a: gestão dos recursos naturais nas bacias hidrográficas; defesa dos biomas;

preservação da biodiversidade; unidades de conservação e entorno; ética e pluralidade

cultural; trabalho e consumo; agricultura e assentamentos sustentáveis; ciência e tecnologia;

identidade e patrimônio; áreas fronteiriças e costeiras, entre outras vertentes das políticas

públicas.

Estímulo e apoio à criação de grupos de trabalho multidisciplinares – envolvendo

especialmente arte-educadores, assistentes sociais e agentes de saúde – para desenvolver

oficinas de educação ambiental que enfatizem a relação entre saúde, ambiente e bem estar

social, a serem realizadas em escolas públicas e locais acessíveis à comunidade em geral.

Apoio à estruturação de programas de educação ambiental vinculados aos procedimentos de

Licenciamento Ambiental e de Licença de Operação.

Estímulo e apoio à inserção da educação ambiental nas práticas de ecoturismo, visando

garantir a sustentabilidade social, ecológica e econômica das comunidades receptoras e

proporcionando uma interação adequada dos turistas com os ecossistemas locais.

1.4. Articulação e mobilização social como instrumentos de educação ambiental:

Apoio à realização periódica de eventos sobre educação ambiental, a exemplo de fóruns,

seminários, festejos populares, congregando representantes de órgãos públicos, da sociedade

civil, técnicos e especialistas nacionais e internacionais, entre outros.

Realização, a cada dois anos, da Conferência Nacional de Educação Ambiental, precedida de

conferências estaduais ou a inserção da educação ambiental nas conferências estaduais e

nacionais de meio ambiente e o apoio à a realização de Fóruns Angolanos de Educação

Ambiental antecedidos por fóruns estaduais.

Realização, da identificação e do registro de diferentes manifestações culturais dos estados,

com o intuito de estabelecer interfaces entre elas e projetos de educação ambiental,

incentivando também atividades culturais de caráter eco-pedagógico.

Fortalecimento das redes de educação ambiental – por intermédio de políticas públicas, fundos

de apoio e divulgação de suas ações – favorecendo e apoiando sua expansão e consolidação

em todos os segmentos da sociedade Angolana.

Fomento à formação de uma rede de centros especializados em educação ambiental, incluindo

universidades, escolas, profissionais e centros de documentação.

Atuação junto aos comitês de bacia hidrográfica para uma prática de educação ambiental

condizente com a gestão socioambiental das águas.

56

Page 57: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

Estímulo à participação do setor empresarial, de representações profissionais, agentes

financeiros, representantes de religiões, entre outros setores sociais, como co-responsáveis nos

objetivos e na implementação das ações do ProNEA.

Incentivo ao recrutamento de recursos humanos mediante trabalho voluntário, aproveitando o

potencial solidário da sociedade e reduzindo os custos de implementação das ações do

ProNEA.

1.5. Estímulo à educação ambiental voltada para empreendimentos e projetos do setor

produtivo:

Estímulo às ações de educação ambiental para sociedades sustentáveis, alcançando

especialmente as comunidades rurais e colaborando para o desenvolvimento de práticas

sustentáveis no campo.

Implementação de políticas públicas para o fortalecimento das instituições de educação e

formação de jovens e adultos no meio rural, contribuindo para a sustentabilidade da

agricultura familiar.

Concessão às empresas ambientalmente corretas, de certificação ambiental análoga a ISO,

como incentivo à manutenção de seu compromisso socioambiental.

1.6. Apoio institucional e financeiro a ações de educação ambiental:

Destinação de recursos financeiros, oriundos de fundos já existentes, para a implementação de

projetos e ações de educação ambiental.

Criação de linhas de financiamento público e privado, específicas para o fomento de

programas e projetos de educação ambiental, desenvolvidos pelo governo ou pela sociedade

civil.

Estímulo ao fomento público e privado de ações do ProNEA, por meio de incentivos fiscais

junto às empresas e do direcionamento de multas por ajuste de conduta.

Estabelecimento e/ou fortalecimento de linhas de financiamento específicas para a educação

ambiental junto ao Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA) e aos fundos provinciais e

municipais de educação, de meio ambiente e de recursos hídricos, além de incentivo à criação

de novos fundos.

Estímulo à alocação de recursos na Lei de Diretrizes Orçamentárias especificamente para

programas de educação ambiental.

Criação de estratégias alternativas para a captação de recursos que permitam a

sustentabilidade dos projetos e programas, como a realização de parcerias – inclusive público-

57

Page 58: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

privadas – e o estabelecimento de benefícios fiscais e prêmios às entidades que invistam em

educação ambiental, entre outras.

Inserção no termo de referência dos processos de licitação e de licenciamento ambiental, de

ações de educação ambiental a serem fomentadas pelos licenciados e vencedores das

licitações, como campanhas, seminários, capacitações, oficinas e outras.

Estímulo à destinação de recursos aos projetos de educação ambiental, por meio de demanda

espontânea e demanda induzida em editais, para compra de material de construção e/ou

reforma, produção de material didático, realização de cursos e oficinas, bem como para o

pagamento de bolsas para monitores ambientais em caráter de estágio remunerado por, no

mínimo doze meses.

Disponibilização de várias modalidades de financiamento a projetos de educação continuada

de professores, disponibilizando, por exemplo, os recursos diretamente para os docentes, para

as escolas ou para instituições parceiras.

Incentivo à destinação de 30% dos recursos dos fundos do Sistema de Gestão de Recursos

Hídricos e do Sistema Nacional de Unidades de Conservação para educação ambiental.

2. FORMAÇÃO DE EDUCADORES E EDUCADORAS AMBIENTAIS

2.1. Formação continuada de educadores, educadoras, gestores e gestoras ambientais, no

âmbito formal e não-formal:

Construção de planos de formação continuada a serem implementados a partir de parcerias

com associações, universidades, escolas, empresas, entre outros.

Apoio à criação de redes de formação de educadores e educadoras, com a participação de

universidades, empresas, organizações de terceiro setor e escolas.

Produção de material técnico-pedagógico e instrucional de apoio aos processos formativos.

Continuidade dos seminários anuais sobre o tema Universidade e Meio Ambiente.

Oferta de suporte à qualificação de quadros profissionais das gerências, agências e

departamentos de educação ambiental, assim como à adequação tecnológica dos mesmos.

Formação continuada de docentes e técnicos, desde a educação pré-escolar ao ensino superior,

utilizando-se metodologias presenciais e de educação a distância.

Implementação de metodologias de educação a distância mediante o uso de novas tecnologias

de informação e comunicação, como videoconferências, tele-aulas, e-learning, entre outras.

Realização de parcerias entre escolas públicas e universidades, facilitando o acesso dos

professores da rede pública de ensino básico aos cursos de pós-graduação lato sensu e stricto

sensu em educação ambiental.

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Page 59: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

Disponibilização de cursos de especialização, mestrado e doutorado em educação ambiental.

Criação de um programa de formação em educação ambiental voltado aos profissionais da

educação especial, abordando a importância da inclusão dos portadores de necessidades

especiais na capacitação dos educadores ambientais em geral.

Elaboração, junto às secretarias municipais de educação e de meio ambiente ou com o

respectivo departamento, de um banco de dados com o cadastro de formadores de educadores

ambientais.

3. COMUNICAÇÃO PARA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

3.1. Comunicação e tecnologia para a educação ambiental:

Estímulo e apoio à veiculação de informações de caráter educativo sobre meio ambiente, em

linguagem acessível a todos, por intermédio dos meios de comunicação em geral.

Estímulo ao desencadeamento de processos de sensibilização da sociedade para os problemas

ambientais por intermédio da articulação entre os meios de comunicação.

Estímulo e apoio à criação de canais de acesso às informações ambientais que possam ser

utilizadas na produção de programação, veiculação de notícias, em debates e outras formas de

comunicação social.

Estímulo e apoio à criação e estruturação de veículos técnico-científicos para divulgação na

área de educação ambiental.

Identificação e divulgação de experiências exitosas em educação ambiental, inclusive aquelas

desenvolvidas à luz do ProNEA.

Fomento e apoio à elaboração de planos e programas de comunicação para instâncias

governamentais ligadas à educação ambiental.

Incentivo à coleta e difusão de informações sobre experiências de educação ambiental junto a

usuários de recursos naturais, como forma de fortalecer ações locais que visem a adoção de

procedimentos sustentáveis no uso do patrimônio comum.

Estímulo à socialização de informações por meio das secretarias provinciais e municipais do

ambiente.

Incentivo à produção artística e literária, em suas diversas formas de expressão, como meio de

difundir a educação ambiental junto a públicos específicos ou à sociedade em geral.

Realização de capacitação específica sobre o acesso às tecnologias de informação e

comunicação, inclusive sobre o uso de um Sistema Angolano de Educação Ambiental

(SIAEA).

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Page 60: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

Fortalecimento do SIAEA para que funcione como fonte confiável de dados e informações de

interesse da Política e do Programa Nacional de Educação Ambiental, por meio de sua

integração com as redes de educação ambiental.

Incentivo à alimentação de bancos de dados com informações sobre ações na área de educação

ambiental.

Estímulo aos estados a formarem um cadastro dos diversos agentes que atuam na área da

educação ambiental.

Disponibilização da página principal dos sites na Internet da DEA/MMA e da CGEA/MEC

em outros idiomas, como inglês e espanhol.

3.2. Produção e apoio à elaboração de materiais educativos e didático-pedagógicos:

Estabelecimento de parceria entre o MINUA e Ministério da Educação para aquisição e

produção de material referente à temática ambiental, como impressos e audiovisuais, a serem

distribuídos para todos os estados.

Produção, edição e distribuição, para todos os níveis de ensino, de material didático que

contemple as questões socioambientais locais e regionais.

Utilização da tecnologia de ensino a distância para a realização de cursos pelo o MINUA e

Ministério da Educação.

Apoio à implantação de rádios comunitárias em pólos irradiadores, cuja programação seja

voltada especialmente para o público jovem, como instrumento pedagógico e de fomento às

atividades ambientalmente sustentáveis.

Disponibilização de informação sobre a temática ambiental em receptivos turísticos, no

serviço militar, em programas de governo dirigidos a jovens, terceira idade, assentamentos

agrícolas e outros grupos sociais.

4. INCLUSÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO

4.1. Incentivo à inclusão da dimensão ambiental nos projetos político-pedagógicos das

instituições de ensino:

Estabelecimento de uma reestruturação da educação em direção à sustentabilidade, por meio

inclusive da construção de novos currículos, nos quatro níveis de ensino, que contemplem a

temática ambiental e estejam em sintonia com o ProNEA e com os Programas Estaduais de

Educação Ambiental.

Incentivo à gestão escolar dinâmica, aproveitando as experiências acumuladas, trabalhando

com a pedagogia de projetos e promovendo a integração entre as diversas disciplinas.

60

Page 61: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

Inclusão da educação ambiental em escolas diferenciadas, como indígenas, ribeirinhas, de

pescadores, de assentamentos e de extrativistas.

Inclusão de disciplinas sobre meio ambiente na formação universitária, tornando esse tema

transversal ao ensino, à pesquisa e à extensão.

Estabelecimento da revisão da bibliografia e do material pedagógico em geral, priorizando

aqueles que abordem temas relativos à preservação ambiental, assim como ao uso e ao

consumo sustentável dos recursos naturais.

Inclusão de disciplinas que enfoquem o aspecto metodológico da educação ambiental no

currículo dos cursos de licenciatura.

Promoção de eventos conjuntos entre as áreas de educação ambiental formal e não-formal,

visando à construção de metodologias e instrumentos voltados à abordagem da dimensão

ambiental.

Estímulo à construção da Agenda 21 escolar e comunitária.

Estímulo à efetiva implementação dos projetos em educação ambiental construídos pela

comunidade escolar, especialmente os provenientes da educação infantil e do ensino

fundamental.

4.2. Incentivo a estudos, pesquisas e experimentos em educação ambiental:

Fomento à criação e ao fortalecimento de núcleos de pesquisa e experimentação em educação

ambiental.

Incentivo às instituições de ensino superior a implementarem projetos de extensão

universitária com enfoque em meio ambiente e educação ambiental.

Coordenação e consolidação dos estudos e pesquisas relativos à educação ambiental, por

intermédio de uma rede de centros especializados.

Estímulo ao compromisso das instituições de ensino superior e dos núcleos de pesquisa no

sentido de retornar os resultados das pesquisas e estudos às comunidades envolvidas.

Apoio aos projetos de pesquisa voltados à construção de instrumentos, metodologias e

processos para a abordagem da dimensão ambiental, que possam inclusive ser incorporados

aos currículos integrados dos diferentes níveis e modalidades de ensino.

Estímulo e apoio à criação de linhas de pesquisa para educação ambiental junto a órgãos de

fomento entre outros.

Estímulo à abertura de editais para parcerias entre universidades e escolas em projetos de

pesquisa e intervenção que envolvam a temática ambiental.

5. MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO DE POLÍTICAS, PROGRAMAS E PROJETOS

61

Page 62: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

5.1. Análise, monitoramento e avaliação de políticas, programas e projetos de educação

ambiental, por intermédio da construção de indicadores:

Apoio à construção e à divulgação de indicadores que subsidiem a avaliação dos resultados

esperados no âmbito da Política e do Programa Nacional de Educação Ambiental.

Incentivo à realização de diagnósticos socioambientais nos estados.

Estímulo à avaliação e ao acompanhamento, pelos organismos provinciais e municipais, dos

programas de educação ambiental inseridos nos projetos para licenciamento ambiental dos

empreendimentos.

Verificação se os programas de gestão ambiental priorizam, em suas propostas, as causas dos

problemas socioambientais e não apenas seus efeitos.

62

Page 63: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

7. Lista de contatos

NOME INSTITUIÇÃO ENDEREÇO FONE E-MAILHonorato Gomes MINUA 9126 32172 /

9236 [email protected]

Julieta Gouveia Condez

MINUA Av. 4 de fevereiro ED. Atlântico

91241 7130 [email protected]

Piedade S. Agostinho

INIDE K.Kiaxi -Rua da 198

912 61 7945 912 849900

Maria Antônia Joaquim

INIDE Rua 20 Bl. 49 Martires.k.

9243 7088 / 92372 1246

[email protected]

Maria Milagre de L. Freitas

INIDE Rua 20 casa 18/A 91220 4071 / 92375 2938

[email protected]

Joaquina Brás Cagland

MINUA Luanda Sul 923308040 / [email protected]

Luisa Miranda Borifácio

MINUA Bairro Nelito Soares Rua B5 casa 589

91224 4742 / 22226 1113

Ana Gonsalves MINUA Maianga Rua ED.

812 24 3620

Ana Maria G. Diogo

MINUA Bairro Prenda 92423 8649

Grilo Antônio MINUA K.Kiaxi -Rua BC/SN

91224 2012 [email protected]

Antonio D. F. Matias

UNO / MINUA Bairro Neves Bendinha Nº 792

92340 4351 [email protected]

Abius Hoongo MINUA Viana II 92332 5668Antônio Menezes MINUA Bairro Mançal 4-

MA-5792331 7945 / 91244 1609

[email protected]

Irineu Tamaio MMA / BRASIL Esplanada dos Ministérios Bl. B

55 61 4009 1207 / 1333

[email protected]

Marcos Sorrentino

MMA / BRASIL Brasilia-Brasil-Diretoria de

55 61 4009 1207 / 1333

[email protected]

Heitor Medeiros MMA / BRASIL Educação Ambiental-Ministerio do Meio Ambiente

55 61 4009 1207 / 1333

[email protected]

Carlos Renato Ferreira Domingos

JEA Bairro Cassenda 91250 4379 / 91233 4626

[email protected]

Cloves Bacellar 92428 6363 [email protected]

Domingos Major 912914899 [email protected]

63

Page 64: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

Milagre de Freitas

912204071 / 92375293

[email protected]

Mariza Raquel Faria Futuro

92345 6330

José A.C. Alves 923607891 / 912252979

José Silva Juventude Ecológica Angola

222355715 / 92437871

[email protected]

Marisol Kadiegi União Planetária 005561 9626262583

Jaqueline Andrade

R. São Caetano Lapa, 32 / 1200-829 Lisboa - Portugal

213928560

M. Filomena Carreira

Kurika Safari Parque

Rua Cónego Manuel das Neves, 206 1º Esqª

244222432020 / 244912 776286 / 244924199019

[email protected]

Diekumpuma Sita N`sadisi José

Ministério do Urbanismo e Ambiente - Angola

Av. 4 de Fevereiro nº 30Luanda - Angola

244912507269 / 924176054 / 244222310517

Carla Ribeiro de Sousa

Ministério do Urbanismo e Ambiente - Angola

Av. 4 de Fevereiro nº 30Luanda - Angola

244 912 506 920 / 244 222 310 517

[email protected]

Daniel Nogueira Leitão

Embaixada do Brasil

Av. Presidente Houari Boumedienne, 132 Miramar – C.P 5428 Luanda Angola

244 222 444 759244 222 444 913

[email protected]

Luiz Gustavo Pinto de Oliveira

Camargo Corrêa - Angola

Rua Engracia Fragoso, 61 – 1º andar sala 104 Ed. Kalunga Atrium Luanda Angola

244 924 791 255 [email protected]

Rodrigo Cará Monteiro

Camargo Corrêa - Angola

Rua Engracia Fragoso, 61 – 1º andar sala 104 Ed. Kalunga Atrium Luanda Angola

244 222 395484 / 924322066

[email protected]

Margarida Cardoso da Silva

Environment Institute

Rua da Madureira, 9 /

351 21 472 82 06 / 351 21 472 82

[email protected]

64

Page 65: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

9A .Zambujai Ap. 7585 . 2611-865 Amadora

19

Cesar Leme Justo Embaixada do Brasil

Av. Pres. Houari Boumedienne, 132 / Luanda-Angola

444848 / 446610 [email protected]

65

Page 66: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

8. COOPERAÇÃO TÉCNICA ENTREPAÍSES EM DESENVOLVIMENTO

<BRA/04/044>

BRASIL – ANGOLA

FORTALECIMENTO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM ANGOLA

Brasília, maio de 2006

BASE LEGAL:

•Acordo Básico de Cooperação Econômica, Científica e Técnica entre o Governo da

República Federativa do Brasil e o Governo da República Popular de Angola, assinado em

11 de junho de 1980; e promulgado em 05 de outubro de 1990.

•Ajuste Complementar ao Acordo Básico de Cooperação Econômica, Científica e Técnica

para implantação do Projeto “Fortalecimento da Educação Ambiental em Angola”,

firmado em 26 de maio de 2006.

66

Page 67: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

I. CARACTERIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES

1. DADOS DA INSTITUIÇÃO SOLICITANTE

Nome: Ministério do Urbanismo e Ambiente

Endereço: Av. 4 de fevereiro, Ed. Atlântico

Cidade: Luanda

País: Angola

Telefone: (+2442) 2231.0517

Fax: (+2442) 2231.003 E-Mail: [email protected]

Natureza da Instituição: Pública

Vinculação Institucional: Ministério do Urbanismo e Ambiente

Principais atribuições da Instituição solicitante: Propor e executar as políticas públicas no

domínio do urbanismo, ordenamento do território, habitação e ambiente.

2. DADOS SOBRE O RESPONSÁVEL DA INSTITUIÇÃO SOLICITANTE

Nome: Diekumpuna Sita José

Cargo : Ministro do Urbanismo e Ambiente

Endereço: Av. 4 de fevereiro, Ed. Atlântico

Cidade: Luanda

País: Angola

Telefone: (+2442) 2231.0517

Fax: (+2442) 2231.003 E-Mail: [email protected]

Nome dos Responsáveis pelo Projeto

Diretor Nacional do Ambiente: Carlos Alberto Gregório dos Santos

Responsável pelo Projeto: Joaquina Braz Caetano

3. DADOS SOBRE AS INSTITUIÇÕES EXECUTORAS

3.1. Do lado brasileiro:

Nome: Ministério do Meio Ambiente

Endereço: Esplanada dos Ministérios, Bloco B, Sala 553

67

Page 68: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

Cidade: Brasília - DF

País: Brasil Código Postal: 70068-900

Telefone: +55 (61) 4009.1333/1207

Fax: +55 (61) 4009.1757 E-Mail: [email protected]

Titular da Pasta: Marina da Silva

Responsável pelo Projeto: Marcos Sorrentino

3.2. Do lado angolano:

Nome: Ministério do Urbanismo e Ambiente

Endereço: Av. 4 de fevereiro, Ed. Atlântico

Cidade: Luanda

País: Angola

Telefone: (+2442) 2231.0517

Fax: (+2442) 2231.003 E-Mail: [email protected]

4. DADOS SOBRE A INSTITUIÇÕES COORDENADORAS

4.1. Do lado brasileiro:

Nome: Agência Brasileira de Cooperação (ABC)

Endereço: Esplanada dos Ministérios, Bloco H, Anexo I, 8o Andar

Código Postal: 70170-900

Cidade: Brasília País: Brasil

Telefone: +55 (61) 3411.6867 Fax: +55 (61) 3411.6894

Nome do Dirigente da Instituição: Embaixador Lauro Barbosa da Silva Moreira

Nome do Diretor Nacional do Projeto BRA/04/044: Mário Ernani Saade

Nome do Gerente da Área Técnica Responsável: Nelci Peres Caixeta

Nome do Técnico Responsável pela Elaboração do Projeto: Ezequiel G. C. Petersen

4.2. Do lado angolano:

Nome: Ministério das Relações Exteriores

Endereço: Palácio do Comércio

Rua Major Kanyangulo

68

Page 69: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

Código Postal:

Cidade: Luanda País: Angola

Telefone: (+2442) 397490 / 396976 Fax: (+2442) 396776

II O PROJETO

1. IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO

a) Título: Fortalecimento da Educação Ambiental em Angola

b) Duração Prevista: 18 meses

c) Vigência do Projeto: a partir da data da última assinatura deste documento

d) Fontes de Recursos:

1. Governo brasileiro; e

2. Governo angolano.

e) Custo Estimado:

5. Governo Brasileiro, por meio da Agência Brasileira de Cooperação –Projeto

BRA/04/044 US$

79,300

2. Governo Brasileiro, por meio do Ministério do Meio Ambiente US$ 54,720

3. Governo de Angola, por meio do MINUA US$112,992

Total do Projeto US$ 247,012

f) Instituições Coordenadoras:

1. Governo brasileiro: Agência Brasileira de Cooperação – ABC, do Ministério

das Relações Exteriores.

2. Governo angolano: Ministério das Relações Exteriores.

g) Instituições Executoras:

1.Governo Brasileiro: Ministério do Meio Ambiente – MMA.

2.Governo angolano: Ministério do Urbanismo e Ambiente – MINUA.

69

Page 70: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

2. JUSTIFICATIVA:

a) Diagnóstico da Situação

A Educação Ambiental em Angola começou com a concepção de um programa de

longo prazo que prevê ações direcionadas para a educação formal e para a educação não-

formal. Esse programa produziu um primeiro projeto, dirigido a coordenadores de disciplinas

dos Institutos Médios de Educação, cujos objetivos gerais são os de sensibilizar os professores

face aos problemas ambientais; fazê-los adquirir conceitos básicos da Ciência Ecológica; fazê-

los adquirir competências indispensáveis para a utilização de métodos e recursos específicos

que permitam o desenvolvimento da Educação Ambiental nas Escolas; e favorecer o

desenvolvimento de uma consciência ecológica nos alunos.

Posteriormente, sob a égide do então Ministério das Pescas e Ambiente, foram

aprovadas as bases que visam à elaboração de um Programa de Educação e Conscientização

Ambiental, para um período de cinco anos. O referido Programa tem como objetivos

promover ações de educação e conscientização das populações e promover a revisão dos

currículos dos diferentes subsistemas de ensino.

Nas províncias, tem-se trabalhado com os institutos de formação de professores no

treinamento de futuros docentes em matéria de ambiente, bem como incentivado o surgimento

de associações locais de defesa do ambiente. Em algumas províncias, foram criados centros de

estudos ambientais, conhecidos como “escolinhas do ambiente”, uma iniciativa que tem por

fim a elevação do nível de consciência ambiental das populações.

As ONGs e agências privadas têm desempenhado um papel importante na Educação

Ambiental. A contribuição por elas prestadas tem ocorrido por meio da realização de

encontros, seminários, workshops, palestras e atividade com mobilização passiva. Essas ações

resultam na tomada de consciência como promessa de mudança de mentalidades e de atitudes

com relação ao ambiente.

O quadro atual mostra uma forte tendência das associações, das escolas privadas e de

grupos profissionais em incluírem nas suas agendas a Educação Ambiental, embora ainda de

forma não coordenada, o que muitas vezes resulta em duplicidade de esforços. Como a

Educação Ambiental contribui para o desenvolvimento de uma compreensão integrada do

ambiente em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos,

psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos, está-se

70

Page 71: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

perante um clima propício para a concepção de uma estratégia nacional de educação ambiental

baseada na participação ativa de todos os setores.

As estratégias de enfrentamento da problemática ambiental mundial, para surtirem o

efeito desejável na construção de sociedades sustentáveis, requerem uma articulação

coordenada entre todos os países. Cabe a cada sociedade, sobretudo às dos países do

hemisfério Sul, dada a similitude de suas conjunturas ecológica, social e econômica, fortalecer

o intercâmbio regional que vise elaborar medidas e ações de educação ambiental, que possam

ser articuladas em redes de relações Sul-Sul, voltadas à proteção, recuperação e melhoria

socioambiental.

No Brasil, a Educação Ambiental encontra-se inserida no planejamento estratégico

desenvolvido e executado pelo poder público. Por meio dela, busca-se promover a articulação

sinérgica das ações educativas voltadas às atividades de proteção, recuperação e melhoria

socioambiental, com a potencialização da função da educação para as necessárias e inadiáveis

mudanças culturais e sociais da transição societária em direção à sustentabilidade.

Para que a atuação do poder público no campo da educação ambiental possa ocorrer

de modo articulado tanto entre as ações de gestão ambiental voltadas à proteção, recuperação

e melhoria socioambiental, como entre as iniciativas existentes no âmbito educativo, e assim

propiciar um efeito multiplicador com potencial de repercussão na sociedade, faz-se

necessário formular e implementar políticas públicas de educação ambiental que integrem essa

dupla perspectiva. Nesse sentido, as práticas e experiências brasileiras em educação

ambiental, como o Programa Nacional de Educação Ambiental - ProNEA e a Rede Brasileira

de Educação Ambiental – REBEA, além da Política Nacional de Educação Ambiental –

PNEA, podem em muito contribuir para a construção do Programa Angolano de Educação

Ambiental.

b) Descrição do Projeto

A experiência brasileira na elaboração e implementação do Programa Nacional de

Educação Ambiental tem se mostrado exitosa. Por meio da cooperação técnica, o Governo

brasileiro pode contribuir para a elaboração de um Programa semelhante em Angola. Essa

contribuição poderia ocorrer por meio da discussão da experiência brasileira, bem como pela

disponibilização de informações, metodologias e projetos que possam servir de subsídios para

a construção de um programa similar à realidade angolana.

71

Page 72: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

Nesse contexto, foi realizada, em setembro de 2002, uma missão de prospecção para

identificar a possibilidade de apoio brasileiro às iniciativas angolanas na área de educação

ambiental. A partir dos encontros entre os integrantes da missão e os técnicos angolanos, foi

possível definir um esboço de ação conjunta que contemplaria a formação, em Angola, de 30

gestores e/ou lideranças socioambientais em educação ambiental; a capacitação, no Brasil, de

três técnicos angolanos em educação para a gestão ambiental; e, por fim, apoio para a

elaboração do Programa Nacional de Educação Ambiental de Angola.

A proposta brasileira consiste em, a partir de um processo de construção de

conhecimento, identificar, junto com os parceiros angolanos, os problemas e potencialidades

de cada uma das províncias, permitindo a elaboração conjunta de um Pré-programa de

Educação Ambiental, que deverá ser aprofundado e discutido com os atores locais e,

posteriormente, ser consolidado em workshop específica.

c) Situação esperada ao final do Projeto

Como a Educação Ambiental figura como um dos temas prioritários na agenda

ambiental de Angola, espera-se que, a partir deste Projeto, as instituições e técnicos angolanos

possam aproveitar e internalizar, com os necessários ajustes, a experiência brasileira nas

questões afetas à Educação Ambiental. Cabe ressaltar que as práticas e experiências brasileiras

serão apresentadas sem a pretensão de tratá-las como um modelo idealizado a ser meramente

replicado em Angola. Com os devidos ajustes, espera-se implementar um Programa que

contemple e respeite as diferenças culturais locais, que contribuía para o fortalecimento das

políticas públicas aplicadas e que, principalmente possa contribuir para a melhora da

qualidade de vida.

d) Quadro Institucional

A Agenda 21 – resultado da conferência do Rio de Janeiro sobre o Ambiente e

Desenvolvimento, realizada em 1992 – sensibilizou os Governos da necessidade da criação de

condições que permitissem e garantissem ao cidadão o direito de viver num ambiente sadio e

não poluído. Para a materialização dessas ações, foi criada, em Angola, a Secretaria de Estado

do Ambiente, como primeiro órgão central que se ocupou da Gestão Ambiental no âmbito

nacional.

72

Page 73: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

O órgão central teve várias evoluções, passando para Ministério do Ambiente, em

1997, e para Ministério das Pescas e Ambiente, em 1999. O atual órgão central responsável

pelos assuntos ambientais é o Ministério do Urbanismo e Ambiente, o qual dispõe, sob

responsabilidade da Direção Nacional do Ambiente, de um Departamento de Educação e

Parceria Ambiental, responsável pela execução direta, pela promoção e pela divulgação de

programas de Educação Ambiental

1. OBJETIVO DE DESENVOLVIMENTO:

Contribuir para a melhoria da qualidade de vida, equidade social e conservação ambiental em

Angola, por meio do fortalecimento do processo de educação ambiental.

4. OBJETIVO ESPECÍFICO:

• Capacitar formadores para as questões afetas à Educação Ambiental;

• Apoiar a elaboração do Programa Nacional de Educação Ambiental de Angola.

5. RESULTADOS A SEREM ALCANÇADOS PELO PROJETO:

R1. Seleção de técnicos brasileiros e angolanos, responsáveis por operacionalizar as

ações previstas no projeto, e de gestores e/ou lideranças socioambientais angolanos, que

serão capacitados, realizada;

R2. Workshop de formação de técnicos angolanos e de elaboração de versão preliminar

do Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA) para debate junto à sociedade

angola realizado;

R3. 03 técnicos angolanos capacitados, no Brasil, que atuarão como formadores de

formadores em Educação Ambiental e atuantes no processo de Gestão Ambiental e de

Política Pública;

R4. Workshop para capacitação de 30 (trinta) gestores e/ou lideranças socioambientais

angolanos em Educação Ambiental, com vistas a prepará-los para desenhar e

implementar o Programa de Educação Ambiental de Angola, realizado; e

R5. Projeto monitorado e avaliado.

73

Page 74: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

6. ATIVIDADES:

R1. Seleção de técnicos brasileiros e angolanos, responsáveis por operacionalizar as

ações previstas no projeto, e de gestores e/ou lideranças socioambientais angolanos, que

serão capacitados, realizada.

A1.1. Designar e formalizar a indicação de 03 técnicos angolanos e 03 técnicos brasileiros

responsáveis por operacionalizar as ações previstas no projeto.

Horas Técnicas: 63hs x US$ 15 US$ 945 (MMA) 32.01

Horas Técnicas: 120hs x US$ 7 US$ 840 (MINUA) 32.01

Soma: US$ 1,785

A1.2. Selecionar 30 gestores e/ou lideranças socioambientais angolanos para participar do

workshop de formação em Educação Ambiental e worshop para discussão e consolidação do

Programa Nacional de Educação Ambiental.

Horas Técnicas: 132hs x US$ 6 US$ 792 (MINUA) 32.01

Soma: US$ 792

R2. Workshop de formação de técnicos angolanos e de elaboração de versão preliminar

do Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA) para debate junto à sociedade

angola realizado.

A2.1. Realizar comunicação à distância entre os 03 técnicos angolanos e os 03 técnicos

brasileiros selecionados na Atividade 1.1 para o delineamento do workshop de formação.

Horas Técnicas: 240hs x US$ 15 US$ 3,600 (MMA) 32.01

Horas Técnicas: 480hs x US$ 6 US$ 2,880 (MINUA) 32.01

Soma: US$ 6,480

74

Total R1: US$ 2,577

Page 75: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

A2.2. Definir, planejar, elaborar e aprovar o conteúdo do workshop de Formação.

Horas Técnicas: 720hs x US$ 15 US$ 10,800 (MMA) 32.01

Horas Técnicas: 1440hs x US$ 6 US$ 8,640 (MINUA) 32.01

Soma: US$ 19,440

A2.3. Realizar os trâmites necessários à organização de workshop (MINUA) 32.01.

Aluguel do espaço do workshop

Materiais de escritório

Material didátiço de formação

Soma: US$ 15,000

A.2.4. Enviar os 03 técnicos brasileiros para realizar a primeira etapa do programa de

formação em Educação Ambiental, com ênfase nas áreas de mobilização, mapeamento e

diagnóstico, estratégias metodológicas de formulação e implementação de Programa

Ambiental Participativo e elaborar, em conjunto com os gestores e/ou lideranças

socioambientais, versão preliminar do Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA)

para debate junto à sociedade angolana.

Passagens e Seguros:

03 técnicos x 01 viagem x US$ 3,500 (passagem e seguro) US$ 10,500 (ABC)32.01

Diárias:

03 técnicos x 19 dias x US$ 260 US$ 14,820 (ABC)32.01

Soma: US$ 25,320

75

Total R2: US$ 66,240

Page 76: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

R3. 03 técnicos angolanos capacitados, no Brasil, que atuarão como formadores de

formadores, em Educação Ambiental, como processo de Gestão Ambiental e Política

Pública.

A3.1 Enviar os 03 técnicos angolanos selecionados na atividade 1.1 ao Brasil para participar

de Workshop de Formação em Educação Ambiental como Processo de Gestão Ambiental e

Política Pública

Passagens e Seguros:

03 técnicos x 01 viagem x US$ 4,000 (passagem e seguro) US$ 12,000 (ABC)32.01

Diárias:

03 técnicos x 08 dias x US$ 104 US$ 2,496 (ABC) 32.01

03 técnicos x 04 dias x US$ 85 US$ 1,020 (ABC) 32.01

03 técnicos x 04 dias x US$ 122 US$ 1,464 (ABC) 32.01

Obs: O valor previsto para as diárias correspondem à conversão da diária do Projeto

BRA04/044 para Brasília (R$ 220), Campo Grande (R$ 180) e São Paulo (R$260) em dólar,

utilizando-se a taxa de conversão do PNUD vigente em março de 2006 (R$ 2,13 = US$ 1).

Soma: US$ 16,980

R4. Workshop para capacitação de 30 (trinta) gestores e/ou lideranças socioambientais

angolanos em Educação Ambiental, com vistas a prepará-los para desenhar e

implementar o Programa de Educação Ambiental de Angola, realizado.

A4.1. Promover o debate e sistematizar as contribuições das províncias, definir estratégias

para a participação dos representantes.

Horas Técnicas: 1200hs US$ 15 US$ 18,000 (MMA) 32.01

Horas Técnicas: 2400hs x US$ 6 US$ 14,400 (MINUA)

32.01

Soma: US$ 32,400

76

Total R3: US$ 16,980

Page 77: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

A4.2. Apresentar os resultados do diagnóstico nacional e construir as estratégias e definições

para a elaboração do Programa e planejar workshop para a finalização do ProNEA.

Horas Técnicas: 480hs x US$ 15 US$ 7,200 (MMA) 32.01

Horas Técnicas: 960hs x US$ 6 US$ 5,760 (MINUA) 32.01

Soma: US$ 12,960

A4.3 Enviar os 03 técnicos brasileiros selecionados na atividade 1.1 para coordenar a

execução e mediação de Workshop de Elaboração e Implementação do ProNEA de Angola,

em que as contribuições provenientes das províncias serão sistematizadas e ações/projetos

específicos para garantir a efetividade do programa serão delineados.

Público alvo: os 30 gestores e/ou lideranças socioambientais selecionados na atividade 1.2.

Passagens e Seguros:

03 técnicos x 01 viagem x US$ 3,500 (passagem e seguro) US$ 10,500 (ABC)32.01

Diárias:

03 técnicos x 19 dia x US$ 260 US$ 14,820 (ABC)32.01

30 gestores e/ou lideranças socioambientais US$ 33,880 (MINUA) 32.01

angolanos

Passagens aéreas: 28 x 260 = 7,280

Alimentação: 40 pessoas x 35 x 7dias = 9,800

Alojamento: 30 pessoas x 80 p.p x 7 dias = 16,800

Soma: US$ 59,120

A4.4. Elaborar o documento propositivo para o Programa de Educação Ambiental de Angola.

Horas Técnicas: 720hs x US$ 15 US$ 10,800 (MMA) 32.01

Horas Técnicas: 1440hs x US$ 6 US$ 8,640 (MINUA)

32.01

Soma: US$ 19,440

77

Page 78: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

A4.5. Divulgar e socializar o Programa de Educação Ambiental de Angola e os resultados de

workshop.

Horas Técnicas: 180hs x US$ 15 US$ 2,700 (MMA) 32.01

Horas Técnicas: 360hs x US$ 6 US$ 2,160 (MINUA) 32.01

Edição e impressão de 5 mil exemplares do ProNEA Angolano US$ 20,000 (MINUA)

Soma: US$ 24,860

R5. Projeto monitorado e avaliado.

A5.1. Realizar visita de avaliação pelo MMA e ABC.

Passagens e Seguros:

02 técnicos x 01 viagem x US$ 3,500 (passagem e seguro) US$ 7,000 (ABC)16.03

Diárias:

02 técnicos x 9 dias x US$ 260 US$ 4,680 (ABC)16.03

Soma: US$ 11,680

A5.2 Elaborar e encaminhar relatórios.

Horas Técnicas: 45 horas x US$ 15 US$ 675 (MMA) 32.01

7. ORÇAMENTO:

Linha Orçamentária por

Fonte de Recursos

ABC

(*)

MMA MINUA Total

16.03. Missão Avaliação 11,680 11,68032.01. Treinamento em Grupo

67,620 54,720 112,992

235,332

Total

79,300 54,720 112,992

247,012

78

Total R4: US$ 148,780

Total R5: US$ 12,355

Page 79: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

Resultado por Fonte de

Recursos

ABC

(*)

MMA MINUA Total

R1 945 1,632 2,577R2

25,320 14,400 26,520

66,240

R3

16,980

16,980

R4

25,320 38,700 84,840

148,860

R5

11,680 675

12,355

Total 79,300 54,720 92,992 247,012

(*) Fonte dos Recursos: PNUD.

Observação: Os valores para diárias são estimativas baseadas em referências máximas. O

valor a ser efetivamente pago dependerá de cada caso.

8. CRONOGRAMA FÍSICO DE EXECUÇÃO:

Resultados/Atividades 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

R1. Seleção de técnicos brasileiros e angolanos

responsáveis por operacionalizar as ações

previstsa no projeto e de gestores e/ou A1.1 Designar e formalizar a indicação de 03

técnicos angolanos e 03 técnicos brasileiros A1.2 Selecionar 30 gestores e/ou lideranças

socioambientais angolanos para participar de R2. Workshop de formação de técnicos

angolanos e de elaboração de versão preliminar

do Programa Nacional de Educação Ambiental A2.1. Realizar comunicação à distância entre os 03

técnicos angolanos e os 03 técnicos brasileiros

79

Page 80: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

A2.2. Definir, planejar, elaborar e aprovar o

conteúdo de workshop de formaçãoA2.3. Realizar os trâmites necessários à

organização da workshopA2.4. Enviar os 03 técnicos brasileiros para a

primeira etapa do programa de formação em R3 03 técnicos capacitados em educação como

processo de gestão ambiental e política públicaA3.1. Enviar os 03 técnicos angolanos

selecionados na atividade 1.1 ao Brasil para R4. Workshop para capacitação de 30 (trinta)

gestores e/ou lideranças socioambientais

angolanos em Educação Ambiental, com vistas a

prepará-los para desenhar e implementar o A4.1. Promover o debate e sistematizar as

contribuições das províncias, definir estratégias A4.2. Apresentar os resultados do diagnóstico

nacional e construir as estratégias e definições para A4.3. Enviar os 03 técnicos brasileiros

selecionados na atividade 1.1 para coordenar a A4.4. Elaborar o documento propositivo para o

Programa de Educação Ambiental de AngolaA4.5 Divulgar e socializar o Programa de

Educação Ambiental de Angola e os resultados da R5. Projeto monitorado e avaliado.

A5.1. Realizar visita de avaliação pelo MMA e

ABCA5.2. Elaborar e encaminhar Relatórios para a

ABC.9. CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO FINANCEIRA

Atividade Mês

Instituição

ABC MMA MINUA

R1

A1.1. Mês 1 945840

80

Page 81: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

A1.2. Mês 4 792

R2

A2.1. Mês 1 3,600 2880

A2.2. Mês 2 10,800 8640

A2.3. Mês 3 15,000

A2.4 Mês 5 25,320

R3

A3.1. Mês 8 16,980

R4

A4.1. Mês 5 18,000 14,400

A4.2. Mês 9 7,200 5,760

A4.3. Mês 10 25,320 33,880

A4.4. Mês 12 10,800 8,640

A4.5. Mês 14 2,700 22,160

R5

A5.1 Mês 17 11,680

A5.2. Mês 18 675

TOTAL 79,300 54,720 112,992

10. METODOLOGIA DE EXECUÇÃO:

Detalhamento das ações a serem desenvolvidas pelas instituições participantes:

1. Plano de Trabalho – Agência Brasileira de Cooperação

Resultados, Atividades e Custos

R2. Workshop de formação de técnicos angolanos e de elaboração de versão

preliminar do Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA) para debate junto à

sociedade angola realizado;

81

Page 82: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

A2.4 Enviar os 03 técnicos brasileiros selecionados na atividade 1.1 para realizar a primeira

etapa do programa de formação em Educação Ambiental, com ênfase nas áreas de

comunidade interpretativa e de aprendizagem, de pesquisa-intervenção educacional e de

cardápio de aprendizagem e elaborar, em conjunto com os gestores e/ou lideranças

socioambientais, versão preliminar do Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA)

para debate junto à sociedade angolana.

Custo: US$ 25,320

R3. 03 técnicos angolanos capacitados, no Brasil, para atuarem como formadores de

formadores, em Educação como processo de Gestão Ambiental e Política Pública

A3.1 Enviar os 03 técnicos angolanos selecionados na atividade 1.1 ao Brasil para participar

de Workshop de Formação em Educação Ambiental como Processo de Gestão Ambiental e

Política Pública.

Custo: US$ 16,980

R4. Workshop para capacitação de 30 (trinta) gestores e/ou lideranças

socioambientais angolanos em Educação Ambiental, com vistas a prepará-los para desenhar e

implementar o Programa de Educação Ambiental de Angola, realizado.

A4.3 Enviar os 03 técnicos brasileiros selecionados na atividade 1.1 para coordenar a

execução e mediação de Workshop de Elaboração e Implementação do ProNEA de Angola,

em que as contribuições provenientes das províncias serão sistematizadas e ações/projetos

específicos para garantir a efetividade do programa serão delineados

Custo: US$ 25,320

R5. Projeto monitorado e avaliado

A5.1 Realizar visita de avaliação pelo MMA e ABC

Custo: US$ 11,680

TOTAL ABC: US$ 79,300

82

Page 83: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

ORÇAMENTO

Linha Orçamentária por Fonte de

Recursos

ABC

16.03. Missão Avaliação 11,68032.01. Treinamento em Grupo 67,620Total 79,300

CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO FINANCEIRA

ANO 1 ANO 2

• • • • • • • • • • • •13

.14.15.16.17.18.

A2.4 A3.1 A4.3 A5.1

10.2. Plano de Trabalho – Ministério do Meio Ambiente do Brasil

Resultados, Atividades e Custos

R1. Seleção dos técnicos brasileiros e angolanos responsáveis por operacionalizar as

ações previstas no projeto e dos gestores e/ou lideranças socioambientais angolanos, que serão

capacitados, realizada.

A1.1 Designar e formalizar a indicação de 03 técnicos angolanos e 03 técnicos brasileiros

responsável por operacionalizar as ações previstas no projeto e.

Custo: US$ 945

R2. Workshop de formação de técnicos angolanos e de elaboração de versão

preliminar do Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA) para debate junto à

sociedade angola realizado;

83

Page 84: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

A2.1 Realizar comunicação à distância entre o técnico angolano e o técnico brasileiro para o

delineamento da workshop de formação.

Custo: US$ 3,600

A2.2 Definir, planejar, elaborar e aprovar o conteúdo da workshop de formação

Custo: US$ 10,800

R4. Workshop para capacitação de 30 (trinta) gestores e/ou lideranças

socioambientais angolanos em Educação Ambiental, com vistas a prepará-los para desenhar e

implementar o Programa de Educação Ambiental de Angola, realizado.

A4.1 Promover o debate e sistematizar as contribuições das províncias, definir estratégias para

a participação dos representantes

Custo: US$ 18,000

A4.2 Apresentar os resultados do diagnóstico nacional e construir as estratégias e definições

para a elaboração do Programa e planejar a workshop para a finalização do ProNEA

Custo: US$ 7,200

A4.4 Divulgar e socializar o Programa de Educação Ambiental de Angola e os resultados da

Workshop

Custo: US$ 10,800

A4.5 Divulgar e socializar o Programa de Educação Ambiental de Angola e os resultados da

Workshop

Custo: US$ 2,700

R5. Projeto monitorado e avaliado

A5.2 Elaborar relatórios

Custo: US$ 675

84

Page 85: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

TOTAL MMA: US$ 54,720

ORÇAMENTO

Linha Orçamentária por Fonte de

Recursos

MMA

16.03. Missão Avaliação32.01. Treinamento em Grupo 54,720Total 54,720

CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO FINANCEIRA

ANO 1 ANO 2

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10.11.12.13

.14.15.16.17.18.

A1.1A2.1A2.2A4.1A4.2A4.4A4.5A5.2

10.3. Plano de Trabalho – Ministério do Urbanismo e Ambiente

Resultados, Atividades e Custos

R1. Seleção dos técnicos brasileiros e angolanos responsáveis por operacionalizar as

ações previstas no projeto e dos gestores e/ou lideranças socioambientais angolanos, que serão

capacitados, realizada

A1.1 Designar e formalizar a indicação de 03 técnicos angolanos e 03 técnicos brasileiros

responsáveis por operacionalizar as ações previstas no projeto.

Custo: US$ 840

85

Page 86: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

A1.2 Selecionar 30 gestores e/ou lideranças socioambientais angolanos para participar da

workshop de formação em Educação Ambiental e de workshop para discussão e consolidação

do Programa Nacional em Educação Ambiental.

Custo: US$ 792

R2. Workshop de formação de técnicos angolanos e de elaboração de versão

preliminar do Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA) para debate junto à

sociedade angola realizado;

A2.1 Realizar comunicação à distância entre os 03 técnicos angolanos e os 03 técnicos

brasileiros para o delineamento da workshop de capacitação

Custo: US$ 2,880

A2.2 Definir, planejar, elaborar e aprovar o conteúdo da workshop de formação

Custo: US$ 8,640

A2.3 Realizar os trâmites necessários à organização da workshop de formação

Custo: US$ 15,000

R4. Workshop para capacitação de 30 (trinta) gestores e/ou lideranças

socioambientais angolanos em Educação Ambiental, com vistas a prepará-los para desenhar e

implementar o Programa de Educação Ambiental de Angola, realizado.

A4.1 Promover o debate e sistematizar as contribuições das províncias, definir estratégias para

a participação dos representantes

Custo: US$ 14,400

A4.2 Apresentar os resultados do diagnóstico nacional e construir as estratégias e definições

para a elaboração do Programa e planejar a workshop para a finalização do ProNEA

Custo: US$ 5,760

A4.4 Elaborar o documento propositivo para o Programa de Educação Ambiental de Angola

Custo: US$ 8,640

86

Page 87: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

A4.5 Divulgar e socializar o Programa de Educação Ambiental de Angola e os resultados da

Workshop

Custo: US$ 22,160

TOTAL MINUA: US$ 112,992

ORÇAMENTO

Linha Orçamentária por Fonte de

Recursos

MINUA

32.01. Treinamento em Grupo 112,992

Total 112,992

CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO FINANCEIRA

ANO 1 ANO 2

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10.11.12

.13.14.15.16.17.18.

A1.1A1.2A2.1A2.2A2.3A4.1A4.2A4.3A4.4A4.5

11. DAS OBRIGAÇÕES DAS PARTES

87

Page 88: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

11.1. Ao Governo brasileiro, por intermédio do Ministério do Meio Ambiente,

compete:

• executar o presente projeto;

• assegurar o desenvolvimento técnico dos trabalhos, por meio de

acompanhamento e monitoramento, e enviando técnicos/consultores para

atuarem nas atividades acordadas;

• manter estreito intercâmbio com a Agência Brasileira de Cooperação

(ABC/MRE) ao longo dos trabalhos;

• manter estreito intercâmbio com o coordenador das atividades de

cooperação indicado pelo Governo angolano;

• providenciar envio de relatórios de execução de missão, demonstrando o

desenvolvimento das ações e os resultados propiciados;

• assegurar o pagamento de salários e demais benefícios aos

técnicos/especialistas brasileiros que participarão do projeto; e

• enviar materiais de educação ambiental necessários a execução do projeto à

Angola.

11.2. Ao Governo angolano, por meio do Ministério do Urbanismo e Ambiente,

compete:

a)fornecer infra-estrutura básica e logística para a realização das Workshops-cursos;

b)disponibilizar técnicos e gestores para o projeto;

c)prover apoio logístico e mobilização dos representantes das províncias e dos

segmentos socioambientais;

d)financiar o deslocamento dos técnicos angolanos envolvidos nos treinamentos em

Angola, bem como a sua estada nos locais das capacitações;

e)acompanhar o desenvolvimento dos trabalhos e contatar o Governo brasileiro, por

meio da ABC/MRE, quando considerar necessária alguma intervenção;

f)prover recursos humanos com adequada formação técnica exigida para o

desenvolvimento das atividades;

88

Page 89: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

g)assegurar o pagamento de salários e demais benefícios aos técnicos angolanos que

participarão do projeto;

h)manter estreita articulação com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC/MRE)

no decorrer dos trabalhos;

• providenciar envio de relatórios de execução de missão, demonstrando o

desenvolvimento das ações e os resultados propiciados; e

• assegurar a execução das atividades acordadas.

11.3. Ao Governo brasileiro, por intermédio da Agência Brasileira de Cooperação do

Ministério das Relações Exteriores, compete:

6. coordenar a execução do presente projeto;

7. garantir o aporte financeiro para o cumprimento das metas do Projeto, no

que se refere a deslocamento em viagens aéreas e a diárias para os

especialistas, nas atividades em que assumiu a responsabilidade para tanto;

8. articular-se com as partes envolvidas no processo de desenvolvimento e

implementação dos trabalhos, quando houver necessidade de reestudo,

modificação e ajustes necessários ao bom andamento dos trabalhos;

9. receber relatórios das missões, bem como relatório final de execução dos

trabalhos e dos resultados propiciados.

12. DAS NORMAS E PROCEDIMENTOS APLICÁVEIS

As Normas e Procedimentos administrativo-financeiros são as que regem o Projeto

BRA/04/044 – Implementação de Projetos de CTPD com a América Latina, África e CPLP.

Os documentos comprobatórios de despesas de responsabilidade das instituições deverão ficar

sob a responsabilidade de cada, que os disponibilizará quando solicitados para cumprimento

de legislação vigente.

Este projeto é assinado em três exemplares, um para cada signatário.

OBS: Nota Técnica de Enquadramento em Anexo.

89

Page 90: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

____________________________________ __ de maio de 2006

Ministro Diekumpuna Sita José

Ministério do Urbanismo e Ambiente de Angola

____________________________________ __ de maio de 2006

Ministra Marina Silva

Ministério do Meio Ambiente do Brasil

______________________________________ __ de maio de 2006

Embaixador Lauro Barbosa da Silva Moreira

Agência Brasileira de Cooperação

ANEXO I

Detalhamento das Atividades:

R2. A2.1 e A2.2:

i.Compete aos técnicos brasileiros providenciar um primeiro desenho da

proposta e encaminhá-la para crítica dos técnicos angolanos. Eles devem

reagir ao documento inicial e complementá-lo com as demandas e ofertas

mapeadas. Os técnicos brasileiros devem sistematizar as contribuições e

90

Page 91: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

providenciar o intercâmbio de informações até a finalização do

documento proposta da workshop.

ii.O documento proposta da workshop deverá contemplar:

•Conteúdos, objetivos e técnicas a serem abordadas;

•Designação dos técnicos responsáveis pelas atividades a serem

desenvolvidas, bem como o prazo de duração de cada;

•Itens que irão compor o Programa Nacional de Educação

Ambiental de Angola;

•Relação de documentos para formalização, segundo orientação do

governo brasileiro, que servirão de subsídios, incluindo a Política

Nacional de Educação Ambiental (PNEA) e o Programa Nacional

de Educação Ambiental (ProNEA);

•Pré-diagnóstico sobre questões do campo da educação ambiental

em Angola;

•Mapeamento de pessoas e instituições que atuam com Educação

Ambiental no país; e

•Histórico de Educação Ambiental no país, caso existam trabalhos

sintetizadores neste sentido.

iii.Deve-se chamar a atenção para o objetivo maior da workshop que é o

de passar a contar-se com uma “Rede de Capilaridade” composta por

técnicos em Educação Ambiental, com capacidade de animar processos

locais e participativos de elaboração e crítica do ProNEA Angolano, bem

como de iniciar a formação de Comissões Interinstitucionais de Educação

Ambiental – CIEAs - em cada uma das 18 províncias, que venham a

assumir responsabilidade de dar vida e existência concreta ao Programa.

Para tanto, é essencial que a escolha dos animadores do processo em cada

província, seja realizada com base em critérios relacionados ao perfil

empreendedor dos sujeitos e no respaldo institucional dos mesmos.

iv.A Diretoria do Programa de Educação Ambiental do Ministério do

Meio Ambiente do Brasil se responsabilizará por enviar sugestões de

91

Page 92: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

critérios para a escolha dos participantes na workshop, bem como de

termos de compromisso dos mesmos com a continuidade da proposta;

v.Entre os conteúdos sugeridos para a Workshop (a serem detalhados,

refinados e modificados a partir da fase final inicial de entendimentos e

diagnóstico), pode-se mencionar:

•EA crítica e emancipatória;

•Mapeamento e diagnósticos socioambientais participativos;

•Políticas, Programas e Projetos de EA;

•Objetivos, diretrizes, princípios, missão, histórico, metas, métodos,

linhas de ação, e estrutura organizacional que orientam um

programa nacional de educação ambiental;

•Planejamento e descentralização do Programa de Educação

Ambiental;

•Ambientalismo e participação na contemporaneidade;

•Crise ambiental e participação cidadã;

•Constituição de Órgão Gestor da Política Nacional de Educação

Ambiental

•Biodiversidade, mudanças climáticas e desertificação:

convergência e popularização das Convenções das Nações Unidas;

•Monitoramento a avaliação em EA;

•Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e

Responsabilidade Global, resultante do Fórum Global da Rio 92;

•Redes de EA a participação se sociedade civil nas políticas

públicas ambientalistas e educacionais.

R2. A2.3

Baseados nas definições anteriores os técnicos angolanos tomarão as decisões

sobre a logística do curso, podendo, para isso, consultar e ter apoio dos técnicos brasileiros.

92

Page 93: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

Certamente serão necessárias salas para trabalho em sub-grupos, espaços

abertos para dinâmica de grupo, materiais de apoio audiovisual, anfiteatro para atividades

mais formais, veículos para realizar trabalhos de campo.

R2. A2.4

a.Aos três técnicos brasileiros devem se unir os três técnicos angolanos que

participarão das atividades diárias de planejamento, avaliação e

coordenação das atividades.

b.Diariamente uma equipe de participantes será responsável por sintetizar

os aprendizados e rememorá-los no início das atividades do dia seguinte;

c.O protagonismo dos atores locais será sempre incentivado, valorizando-

se as iniciativas de cada um/uma e dos subgrupos para o aprendizado de

todos.

d.A concepção, missão, estratégia, princípios, diretrizes e estrutura

organizacional da Política e de um Programa Nacional de Educação

Ambiental será problematizado e debatido durante o curso;

e.Durante o curso será refletido sobre o desenho e elaboração de um

Programa Nacional de Educação Ambiental que se proponha a ser

participativo e um constante exercício de transversalidade para internalizar,

por meio de espaços de interlocução bilateral e múltipla, a educação

ambiental no conjunto do governo, nas entidades privadas, e na sociedade

como um todo.

f.A importância de promover um diálogo interdisciplinar entre as políticas

setoriais e a participação qualificada nas decisões sobre investimentos,

monitoramento e avaliação do impacto em tais políticas;

g.Ao final do 1º curso pretende-se estar com a 1ª versão do ProNEA para

debater junto à sociedade angolana. Dele deve constar o diagnóstico da

Educação Ambiental no país, elaborado pelos participantes, e um roteiro de

proposta para os grupos locais em cada província contribuírem para o seu

aprofundamento.

93

Page 94: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

R3. A3.1

a. Delineamento do processo de formação dos técnicos

formadores/gestores, incluindo principalmente os 15 dias no Brasil - ação

conjunta MMA/MINUA, com o primeiro fazendo a proposta básica a ser

debatida e finalizada com o segundo.

b. Os conteúdos, técnicos e metodológicos a serem trabalhado neste

processo formativo serão definidos a partir das atividades anteriores,

levando em consideração os objetivos de formação dos três

gestores/educadores ambientais com capacidade de editar políticas

públicas apropriadas à formação de novos educadores ambientais, tendo a

construção de ProNEA de Angola como meio e como fim.

c. Experiências exitosas e intelectuais da área serão mobilizados pelo

MMA para contribuir neste processo formativo.

d. O principal produto a ser apresentado pelos três gestores/formadores

será a estratégia de monitoramento, animação e sistematização das

informações sobre as discussões da elaboração do ProNEA advindas das

províncias, criando uma versão preliminar do ProNEA.

R4. A4.1

a. Implementação da estratégia de monitoramento, animação e

sistematização da proposta delineada inicialmente na Workshop no Brasil,

debatida e aperfeiçoada com o MINUA e demais instituições parceiras

nacionais que depois deverá dialogar com as instituições parceiras em cada

província, articuladas pelos participantes da primeira etapa deste processo

(R2).

b. Promover diálogo com os participantes do curso enviando-lhes

informações da workshop no Brasil e solicitando informações sobre as

tarefas decorrentes da Workshop; solicitando também as suas críticas e de

suas instituições e grupos onde atuam sobre o documento preliminar do

ProNEA de Angola (finalização na primeira etapa-R2).

94

Page 95: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

R4. A4.2

a.Sistematização das contribuições e elaboração da 2ª versão do ProNEA;

b.Diálogo com as províncias enviando a 2ª versão do ProNEA para nova

rodada de sugestões e críticas; e

c.Planejamento da Workshop para finalização do ProNEA.

R4. A4.3

a.Realização da Workshop com um grupo de trabalho sistematizando todos

as contribuições que vieram das províncias para o ProNEA e um grupo de

trabalho delineando algumas ações/projetos específicos para garantir a

efetividade do programa:

i.Criação de instâncias e fóruns na províncias para a implementação e

acompanhamento da elaboração e implementação do ProNEA;

ii.Legislação sobre a política nacional do EA;

iii.Ações prioritárias de mobilização da sociedade angolana; e

iv.Outros.

b.Providenciar reunião para consolidar os resultados e encaminhamentos

da Workshop, com os equipe do MINUA, incluindo os três

gestores/educadores em diálogo com todos os participantes do processo

com a cooperação do MMA (DEA), para consolidar os resultados das

workshops encaminhá-los.

R4. A4.4

Elaborar de forma participativa o documento “Programa de Educação

Ambiental de Angola”. Receber as contribuições que chegarem das províncias e finalizar o

ProNEA – Angola. Bem como, elaborar estratégia de divulgação e apropriação do documento

por todos os setores e regiões do país.

R4. A4.5

95

Page 96: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

Divulgar e socializar o Programa de Educação Ambiental de Angola e os

resultados da Workshop. Este item deverá ser realizado por meio de uma avaliação

continuada, incremental e articulada do ProNEA.

96

Page 97: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

9. Programa de Educação e Conscientização Ambienta (PECA)

97

Page 98: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

16. Missão Brasil-Angola busca parcerias em Portugal

A Diretoria de Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, com apoio da

ONG União Planetária, dando continuidade à cooperação com Angola na elaboração do

Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA-Angola), esteve nos dias 20 e 21 do

corrente mês de outubro reunida com instituições sediadas em Lisboa, objetivando estabelecer

parcerias que fortaleçam a Educação Ambiental nos países de lingua portuguesa.

A primeira reunião foi com Missão brasileira junto a Comunidade dos Países de

Lingua Portuguesa (CPLP). Debateu-se com o Embaixador e a Assesoria técnica da Missão e

da CPLP a viabilidade dos seguintes objetivos:

1.Estimular a potência cidadã no enfrentamento dos grandes problemas socioambientais

contemporâneos. A chamada crise ambiental exige além das negociações de alto nível que

propiciam a assinatura das Convenções entre as Nações, a particicpação e o envolvimento de

cada humano e dos seus grupos sociais;

2.Contribuir para ampliar os laços de identidade cultural entre os paises e as comunidades

falantes do português;

3.Contribuir para a construção participativa de um Programa CPLP de EA que propicie a

elaboração e o fortalecimento de Programas Nacionais de EA

a serem inicialmente realizados através das seguintes atividades:

• Incentivo e apoio à implantação de pelo menos uma Sala Verde em cada país membro,

com acervo formado a partir da doação dos livros sobre a questão ambiental por todos

os paises participantes. Estas Salas podem se tornar Centros de Referência sobre

Recursos Ambientais disponíveis em toda a Comunidade de Paises de Língua

Portuguesa e ser indutoras de uma Rede de Salas Verdes em cada País, que venham a

funcionar como Centros de EA.

• Realização de um processo dialógico na CPLP, incluindo a realização de um

Seminário Internacional destinado à elaboração do Programa CPLP de EA, emulador

de Programas Nacionais de EA;

• Planejamento e realização de uma Campanha Internacional de EA indutora de ações

locais de cidadania planetária. Pode-se citar desde uma campanha sincrônica em todos

98

Page 99: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

os paises entorno de temas internacionais relevantes (mudanças climáticas,

desertificaçào, perda de biodiversidade, por exemplo) até a elaboração de projetos

cooperativos sobre temas que promovam o diálogo entre os paises membros (por

exemplo, um projeto que estamos procurando desenvolver sobre árvores frutíferas

como o cajueiro que foram levadas de um país para outro e hoje fazem parte de suas

culturas).

Os encaminhamentos definidos foram:

1. Apresentar a CPLP, até dezembro deste ano (para ser apreciado pelos pontos

focais da CPLP em fevereiro de 2007), um projeto detalhando a proposta e o

orçamento para viabilizar os dois primeiros pontos enunciados anteriormente:

2. Debater o terceiro ponto no Seminário Internacional que terá também como

pauta a construção do Programa CPLP de Educação Ambiental, voltado a

incentivar a elaboração e o fortalecimento de Programas Nacionais de

Educação Ambiental;

3. Conciliar a data, o local e as ações no Seminário CPLP de Educação Ambiental

com o Congresso de Educação Ambiental (definido no II Encontro Lusófoso

de Educação Ambiental, realizado em Joinville durante o V Congresso Ibero

Americano de Educação Ambiental), a realizar-se na Galicia de 09 a 11 de

Outubro de 2007;

4. Convidar um terceiro país (a princípio consultar-se o Governo de Portugal

atravé do Instituto do Ambiente e do Ministério do Ambiente e da Ordenação

Territorial) a ser parceiro no encaminhamento do Projeto junto com Brasil e

Angola;

5. Dialogar com técnicos do Itamaraty (ABC) e da CPLP para nos auxiliarem na

elaboração e encaminhamentos do projeto:

A segunda reunião foi com um representante da assessoria internacional do

Ministério do Ambiente e Ordenamento Territorial de Portugal com o qual articulamos o

apoio deles nos encaminhamentos junto a CPLP e junto ao corpo técnico do Ministério.

Por sugestão deles realizamos a terceira reunião com a presidência do Instituto do

Ambiente de Portugal. Fomos recebidos pela vice-presidente e dois técnicos responsáveis pela

99

Page 100: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

área de Educação Ambiental, que se comprometeam a analisar e contribuir com o projeto a ser

encaminhado a CPLP e na campanha de livros para as Salas Verdes.

Ainda no dia 20/10 nos reunimos com a direção da Associação Portuguesa de

Educação Ambiental (ASPEA) relatando-lhes a nossa proposta e solicitando o apoio deles na

cooperação com Angola e com a CPLP. Ficamos de encaminhar toda correspondência ao

governo português com cópia para ele e para o Ministério da Educação.

Por fim realizamos uma longa reunião já no dia 21/10 com um representante de um

importante Centro de EA da Galícia – CEIDA e com o representante do NEREA, com os

quais debatemos a organização do evento de 2007 e o envolvimento deles com todo este

processo junto a CPLP e especificamente com Angola.

Cogitamos a utilização do portal da NEREA para a comunicação entre as Salas

Verdes (foi sugerido substituir este nome por Centros de Recursos Ambientais, de forma a

abrigar as Ecotecas de Portugal, as bibliotecas e os Centros de EA que já existem nos paises

como perspectiva de interlocução e de objetivos para as salas verdes) dos países; definimos a

busca de intelectuais aliados para a elaboração de textos que auxiliem na fundamentação do

Programa CPLP de Educação Ambiental e dos Programas Nacionais de Educação Ambiental,

fazendo as relações entre o ideário ambientalista e as propostas de políticas, programas e

projetos de Educação Ambiental; demos os primeiros passos na cooperação para a realização

do evento de 2007, estabelecendo um cronograma de atividades para viabilizar os três eixos

sugeridos pelos galegos para o mesmo: biodiversidade, mudanças climáticas; sustentabilidade

e cooperação; sugerimos a participação do EA. Net e de representantes dos movimentos de

juventude no evento; aceitamos o convite para participarmos do seminário que estão

organizando para 23 a 26/11/2006 (onde faremos uma palestra e nos reuniremos para debater

o evento de 2007) na Galícia; decidimos buscar os pontos focais (um do governo e outro da

sociedade civil) nos países e regiões de lingua portuguesa e galega; vamos ter a cooperação do

CEIDA no projeto de recuperação do Miramar em Angola e por fim avaliamos ser mais

prudente convidar os governos da Espanha e da Galícia para estarem no Seminário CPLP de

Educação Ambiental como ouvintes e ao final convidar a todos e facilitar o deslocamento para

o evento na Galícia. A sugestão é de que o Seminário seja de 04 a 07/10/2007 no norte de

Portutal.

100

Page 101: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

Todos estes primeiros resultados estão abertos a crítica e sugestões dos educadores

e educadoras ambientais da CPLP e Galícia. Os comentários podem ser enviados para

[email protected]

Com este texto consideramos finalizada a primeira etapa desta missão Brasil-

Angola de Educação Ambiental. Agradecemos todo apoio que recebemos do governo e da

socieade brasileira, angolana, portuguesa e galega e informamos que brevemente

encaminharemos o relato descritivo e analítico completos.

Marcos Sorrentino – DEA/MMA

Heitor Medeiros – DEA/MMA

Irineu Tamaio – DEA/MMA

Marisol Kadiegi– União Planetária

101

Page 102: Relatório da Missão em Angola de outubro de 2006

11. FOTOS

102