Relatorio de Campo Final Quadrilatero Ferrifero

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BELO HORIZONTE Izabela Martins Ariane Mendes Michel Monção Wagner Soares Pedro Moraes RELATÓRIO DE CAMPO: QUADRILÁTERO FERRÍFERO Orientadora: Mônica Pessoa Belo Horizonte 2013

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BELO HORIZONTE Izabela Martins Ariane Mendes Michel Monção Wagner Soares Pedro Moraes

RELATÓRIO DE CAMPO: QUADRILÁTERO FERRÍFERO

Orientadora: Mônica Pessoa

Belo Horizonte 2013

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1 INTRODUÇÃO

Foi realizado no dia 05 de Outubro de 2013 um trabalho de campo referente à

disciplina de Geologia Geral dos alunos de Geologia do Centro Universitário de Belo

Horizonte, com o marco na Serra da Moeda. Com duração de 06 horas, realizou-se o

perfil topográfico e geológico de um percurso marcado por 07 pontos com diferentes

altitudes e características, orientados pelos geólogos professores Monica Pessoa e

Ulisses.

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2 OBJETIVOS

Visamos como objetivos do trabalho de campo realizado o aprendizado da

geologia na prática, familiarizando com termos geológicos, identificação de rochas,

aplicação da bússola, bem como o conhecimento de uma área de extrema importância

que faz parte do Quadrilátero Ferrífero.

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3 METODOLOGIA

3.1 Ponto 01 - Entrada de Piedade do Paraopeba

O Ponto 01, região de Belo Horizonte, fica posicionada no centro do

quadrilátero ferrífero que é uma unidade geotectônica conhecida mundialmente devido a

suas particularidades, possui aproximadamente 7.000 km e suas delimitações são

marcadas pelas cidades de Itabira, Rio Piracicaba, Mariana, Congonhas, Casa Branca e

Itaúna, sendo elas os limites do quadrado.

É uma área de geologia muito particular, pois é um deposito de minerais, com

uma concentração anômala de componentes químicos, devido a eventos tectônicos,

químicos, vulcanismo e sedimentação que foi favorável a essa concentração. É um

deposito de ouro, manganês e ferro e devido a isso, estas áreas são estudadas desde o

Brasil colônia.

Stivergue veio ao Brasil em 1822 conhecer mais a geologia para que Portugal

pudesse aumentar os impostos em cima dos minerais. E estudou o quadrilátero ate 1833.

Depois veio o Gorces em 1880, geólogo que veio fazer os primeiros estudos do

quadrilátero, nesse período os estudos geológicos eram feitos “no lombo de burro”, com

cadernetas, inúmeras observações e muita boa vontade, tendo em vista que os geólogos

da época não dispunham da tecnologia que possuímos hoje, e Em 1900 veio o geólogo

Derb com o intuito de fazer o mapeamento básico da região do quadrilátero.

Os estudos do quadrilátero ferrífero vêm sendo desenvolvidos desde 1800, onde

foi criado mapas geológicos de 1:25000 cobrindo todo o quadrilátero ferrífero com 32

mapas. Na década de 50 o Brasil fez um convenio com SGS (serviço geológico

americano), que começou a fazer as primeiras bases cartográficas do quadrilátero, esse

mapeamento foi feito com base em mapas topográficos, mapeamento geológico através

de caminhadas, fotos áreas, bússolas, medidas estruturais e mapas feito numa mesa com

nanquim. O geólogo Door fez a compilação de todas as informações do quadrilátero

ferrífero.

3.2 No perfil topográfico do ponto 01

Formação Gandarela, que é composto por granito, é a crosta continental, é a

rocha mais antiga do quadrilátero com cerca de 3.2 Bilhões de anos. Dependendo do

local onde se estar ela ganha o nome do complexo de onde ela aflora (complexo Belo

Horizonte, complexo Bonfim, complexo Baçao). As rochas encontradas ali são: Itabirito

Dolomitico, Filito Dolomitico, Mármore em alguns lugares (Serra do Gandarela), e

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Manganês Manganesiferas. Esse empilhamento todo é subdividido em supergrupos

(Granito é o mais antigo) onde se tem os principais: Rio das Velhas é o mais antigo,

Supergrupo Minas (onde a formação Ganderala está). Acima delas tem aluminares de

rios, carapaças ferruginosas, cangas que capeiam todas as serras do quadrilátero, que

são mais novas.

Supergrupo Rio das Velhas que vem logo acima do granito tem uma associação

de uma rocha especial, onde é achado ouro e onde tem uma associação em todos os

xistos associados aos eventos vulcânicos sedimentares, e essas rochas compõem o

Supergrupo Rio das Velhas.

Os impactos ambientais sofridos nesta área são devido à ação humana, aos quais

podemos citar o lixo jogado incorretamente no chão, a abertura da estrada na serra e BR

040 e a construção de condomínios de casas e prédios em meio à natureza.

3.3 Ponto 02 - Aluvião

Localizado num córrego intermitente, que em determinados épocas do ano tem

água, e em outras não, pois tem um entalhamento próprio e um curso, onde ocorre um

processo erosivo. A água é o maior agente erosivo da natureza, que carrega os

sedimentos para outra área, onde ocorre muito intemperismo.

Possui uma rocha mais argilosa, alterada, deixada pela própria escavação do rio,

e também há uma rocha trazida pelo rio, numa posição jusante. E depósitos aluvionáres,

onde o córrego leva sedimentos e cria depósitos de aluviões feitos pelo intemperismo e

erosão das rochas filito dolomítico e quartzito dolomítico.

Existe a deposição de sedimentos, onde é configurado como uma bacia

sedimentar e há uma organização da deposição na parte superior, onde é caracterizada

como um colúvio. O material, se ficar parado e ficar recebendo mais sedimentos, irá se

compactar, logo depois será cimentado e no futuro geológico irá se tornar um depósito

sedimentar metamórfico.

O colúvio possui material escorregado, transportado e deslizamento de terra, e

está consolidado e compactado. É um material sem resistência, que não dá condição de

serem realizadas construções sobre ele. O intemperismo é o principal impacto ambiental

presente neste ponto, mas há também a ação humana com registro de deposição de lixo

incorretamente.

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3.4 Ponto 03 – Voçoroca

Dentro da formação Gandarela, numa zona de contato entre duas rochas: filito

dolomítico e itabirito dolomítico, a rocha mais avermelhada é o filito dolomítico e a

rocha com coloração mais acinzentada é o itabirito dolomítico.

Aconteceu metamorfismo de tectonismo - um metamorfismo regional-, que

soergueu as serras, pois, inicialmente, era uma bacia que entrava e saia deixando os

sedimentos, e com a reativação tectônica, foi soerguida e todas as rochas sedimentares

foram metamorfizadas, e houveram dobras e falhas intercaladas, anticlinal e cinclinal,

que gera zonas de contato bem delimitadas. Podem ocorrer rochas mais antigas em cima

das mais recentes (inversão de camadas). Região chamada voçoroca.

Possuem ravinas, deslizamento desplacamento rotacional, e no topo há um solo

lateritico, sem estrutura definida. Possui também um itabirito friável, muito intercalado

e dolomítico (com baixo teor de ferro), com falhas e com muita canga (que tem muito

rejeito), ou seja, uma rocha meta-sedimentar.

O acúmulo de lixo e material de construção é notável neste ponto e a rodovia

construída sem projeto de drenagem (associação entre ação humana e fragilidade do

ambiente por haver falhas e fragilidade), caracterizam os principais impactos ambientais

devidos à ação humana. Mas também é notável a ação da erosão e do intemperismo que

moldam essa feição encontrada ao decorrer do tempo.

3.5 Ponto 04 – Área do marco topográfico com cobertura de canga

Caracterizado com a ocorrência de canga, ou seja, um capeamento limonítico,

produto de lixiviação de itabirito, com concentração de hematita. Pertence a formação

itabirito Cauê, onde possui itabirito com hematita e magnetita indiferenciado, e zonas de

minério de manganês e minérios de hematita.

Capeamento limonítico contendo em muitos lugares seixos e matacões de

hematita e itabirito, conhecido vulgarmente como canga. Contato inferido realizado por

foto, região com falhas geológicas e rochas metamórficas região cinclinal moeda, uma

dobra inclinada para baixo (charneira para baixo), onde tem certa disposição das

camadas geológicas a partir de sua suntuosidade.

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3.6 Ponto 05 - Mineração

Pilha de estéril cujo o objetivo é armazenar os rejeitos da mineração de modo a

manter a sua estabilidade evitando assim desmoronamentos. No canto inferior a esquerda

da imagem é possível identificar uma barragem de rejeitos finos, que é uma forma de

armazenamento semelhante à pilha de estéril, mas com rejeito de composição diferente,

sendo assim necessário um tipo de armazenamento diferenciado.

3.7 Ponto 06 - Afloramento de filito quartzoso/quartzito no topo da Serra da Moeda

Porte da vegetação aumentou, há árvores de grande porte, formação de solo com

maiores espessuras contendo quartzito mais foliado com mica, solo com mais

nutrientes, relevo diferente dos outros pontos e desnível topográfico muito grande. Gera

mantos de intemperismo espessos, que suportam o tipo de vegetação, e também pelo

fato de ser um país tropical e isso é mais acelerado. Possui rocha quartzito onde foi

formado por um movimento tectônico, e depois metamorfizado e soerguido, formando a

Serra da Moeda. O Grupo Caraça possui quartizito cinza claro de granulação média a

muito grossa, com estratificação cruzada preservada, com cerca de 2,8 bilhões de anos.

3.8 Ponto 07 - Área do embasamento em Piedade do Paraopeba

Rochas frágeis de fácil escavação que preserva a estrutura da rocha, ou seja, um

solo residual de quartzito, onde tem imprimido a estrutura do solo. Com fraturas bem

delimitadas, que os blocos podem cair rumo à estrada. Rochas em processo de caulinizarão

devido à intemperismo. Possui foliação, devido ao granito gnaisse.

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4 GEOLOGIA REGIONAL

Com relação ao aspecto geológico, o Quadrilátero Ferrífero representa uma

importante área do Pré-Cambriano brasileiro, por suas riquezas minerais, destacando-se

a produção de 60% do ferro nacional e 40% de ouro, além de grande produção de

manganês. Possui 7000 km², situado no extremo sul da área do cráton do São Francisco

e sua diversidade em minérios e tipos litológicos é conhecida mundialmente,

registrando um longo e importante período na história da Terra. Os primeiros estudos

foram desenvolvidos por Eschwege, em 1822, resultando em estudos posteriores que

estabeleceram uma primeira coluna estratigráfica para a região. As unidades

litoestratigráficas que o compõem são:

*Embasamento Cristalino

*Supergrupo Rio das Velhas

*Supergrupo Minas

*Grupo Itacolomi

No Quadrilátero Ferrífero há no mínimo três séries de rochas sedimentares,

dobradas, falhadas e metamorfisadas em diferentes graus. Já sob o aspecto da

geomorfologia, o quadrilátero apresenta grande diversidade de relevo e altitudes

máximas que atingem cerca de 2000 m. Em seu território estão ainda as cabeceiras de

duas das principais bacias brasileiras: a bacia do Rio das Velhas e a bacia do Rio Doce,

que abrigam enorme quantidade de biomas, resquícios de Mata Atlântica, trechos

de cerrado, campos rupestres.

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UNIDADES LITOESTRATIGRÁFICAS DO QUADRILÁTERO:

Fonte: http://www.tratosculturais.com.br/qf/UniVlerCidades/geologia/index.htm

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IMAGEM SATÉLITE DO QUADRILÁTERO FERRÍFERO (DIVISÃO POR

SERRAS):

Fonte: www.geoparkquadrilatero.org

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ESTRATIGRAFIA DO QUADRILÁTERO FERRÍFERO:

Fonte: www.cprm.gov.br

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BIBLIOGRAFIA

*Thais Pacievitch, Infoescola

http://www.infoescola.com/geografia/recursos-minerais-do-brasil/

*CPRM, Serviço geológico do Brasil.

http://www.cprm.gov.br/estrada_real/geologia_estratigrafia.html

*Wikipedia

http://pt.wikipedia.org/wiki/Quadril%C3%A1tero_Ferr%C3%ADfero

*BrasilEscola

http://www.brasilescola.com/geografia/quadrilatero-ferrifero.htm

*Instituto de Geociências UFMG

http://www.igc.ufmg.br/geonomos/PDFs/1.06_Hubertetal_33_37.pdf

*Quadrilátero Ferrífero – Geologia

http://www.tratosculturais.com.br/qf/UniVlerCidades/geologia/index.htm

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