Relatório de Ergonomia FINAL (Galoneira)

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Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo Curso de Design | PRO2315 - Ergonomia I Análise de Equipamento - Galoneira Camilla Annarumma 7841446 Janaina Freitas Oliveira 7597868 Roberto da Silva Sakiyama 2027921

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Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo Curso de Design | PRO2315 - Ergonomia I

Análise de Equipamento - Galoneira Camilla Annarumma 7841446 Janaina Freitas Oliveira 7597868 Roberto da Silva Sakiyama 2027921

1. Função Principal

A função principal da galoneira é o acabamento, principalmente em barras, efetuando um trançado utilizando 3 linhas e 3 agulhas.

Esse tipo de acabamento pode ser feito em

tecidos finos como malhas. As duas agulhas superiores prendem a costura em “zig zag” feita pela agulha situada na parte inferior da galoneira.

Na figura abaixo podemos observar a abertura frontal da galoneira que dá

acesso a parte inferior da máquina, por onde passa uam das linhas. Uma galoneira possuí, no máximo, três agulhas superiores e duas agulhas inferiores.

Figure 2. Abertura Frontal da galoneira

Figura 1. Costura em "zig zag"

Os retrós de linha ficam situados em suporte independente da galoneira:

Do suporte as agulhas passam por tensionadores situados na parte frontal da galoneira. Esse tensionadores servem para tencionar as linhas para que não afrouxem e com isso causem uma imperfeição na costura. As linhas utilizadas podem ser de algodão ou poliéster, dependendo do acabamento e da resistência que se quer dar a costura.

Figure 3. Esquemas de passagem de linha

Figure 4. Suportes para retros de linha

A galoneira é uma máquina bastante robusta, o seu corpo é feito de aço e o seu uso é indicado para confecções de médio e grande porte. Segundo informação que obtivemos, em visita ao SENAC, a galoneira não exige muita manutenção, as trocas de óleo devem ser feitas sempre que o indicador na parte inferior da máquina, apontar um nível baixo de lubrificação.

Figure 5. Galoneira e tensionadores do lado esquerdo

Figure 6. Indicador de óleo

Figure 7. Local por se insere o óleo lubrificante

O funcionamento da galoneira é feito por correias de transmissão sendo que o motor situa-se abaixo da galoneira, preso em um suporte na estação de trabalho.

Na figura acima podemos observar o posicionamento do motor. Através de

uma correia de transmissão e de uma polia dá-se o funcionamento da galoneira. A velocidade da galoneira pode ser contralada pelo diâmetro da polia.

É possível controlar a galoneira através de um volante situado do lado esquerdo da galoneira, ele serve para ajustes finos, quando a velocidade da costura deve ser bem baixa para efetuar pequenos ajustes.

A velocidade pode ser controlada também por um pedal que se situa em um suporte na estação de trabalho.

Figure 8. Localização do motor da galoneira

Figure 9. Esquema de transmissão da galoneira

Figure 10. Pedais da galoneira

O pedal maior controla a velocidade da galoneira enquanto que o menor ergue o local onde são encaixadas as agulhas para troca de linhas ou ajuste do tecido.

2. Dimensões da galoneira O peso de uma galoneira, sem contar a estacao de trabalho, é de

aproximadamente 70Kg. As dimensões da galoneira sao 145 x 120 x 50 cm (L x A x C) e a mesa de trabalho mede 55 x 120 x 75 cm (L x A x C).

3. Aspectos Ergonômicos

Em relação aos aspectos ergonômicos e a problemas de saúde ocasionados a longo prazo observamos que as principais causas são posturais.

Toda galoneira industrial acompanha uma estação de trabalho, entretanto a

estação de trabalho esta não é projetada pelo mesmo fabricante da galoneira. Exceto por alguns aspectos dimensionais podemos observar que a posição da galoneira na mesa, a posição do motor e outros pontos não são considerados pelo fabricante da estação de trabalho.

Figure 11. Agulhas superiores

3.1 Como a ergonomia atual afeta os usuários

Atualmente a estação de trabalho não possui qualquer regulagem em relação à altura das usuárias, e as mesmas utilizam cadeiras também sem regulagem. O que é um ponto crítico, pois algumas confecções possuem vários turnos de trabalho sendo que várias usuárias diferentes podem usar a mesma máquina.

A galoneira sempre é encaixada na mesa de trabalho, porém sua base

permanece em um nível superior ao da mesa, fazendo com que a usuária não apoie o antebraço na mesa, e quando o faz, gera uma angulação inapropriada nos pulsos.

Tanto a estação de trabalho como a galoneira não possuem nenhuma fonte de

luz integrada, prejudicando a visualização de várias áreas, forçando assim a usuária a forçar a visão e até mesmo se aproximar várias vezes de determinado ponto para enxergar com clareza. Especialmente em pontos como a passagem de linha na base que é realizada com uma pinça.

Figura 13. Troca de linha realizada com pinça

Figure 1. Galoneira e Estação de Trabalho

Os botões tensionadores apresentam dois tipos de problemas. Primeiramente

não existe uma diferenciação entre botões correspondentes a linhas superiores e linhas inferiores, podendo confundir diversas vezes a usuária. Além de possuírem formato pouco ergonômico em relação a pega. Considerando suas funções de girar e puxar/pressionar. Assim como o volante na lateral da máquina, utilizado para fazer ajustes finos, não possui uma superfície que gere atrito com a mão da usuária.

Sob a estação de trabalho se localizam os pedais, que são erroneamente

posicionados fora do eixo central da usuária, pois esta em relação a galoneira, fica posicionada não ao centro da máquina, mas sim na direção de onde a peça está sendo costurada. Dessa forma, há torção no quadril, causando grande desconforto.

4. Soluções Como soluções para estes problemas o grupo desenvolveu algumas

adaptações e mudanças fundamentais para melhorar os aspectos ergonômicos da máquina e sua estação e diminuir os riscos de lesões por esforço repetitivo ou por problemas posturais.

Para a regulagem da altura da estação, se implantará um pistão permitindo

que a costureira regule a altura da mesa a sua altura. Isto, por si só, não evitaria as torções do tronco e não eliminaria totalmente o desconforto causado pela posição da coluna, mas, para que isso seja resolvido de uma forma mais satisfatória, serão utilizadas cadeiras que também permitam a regulagem.

Para eliminar os problemas de apoio e angulação de pulsos e antebraço, a

base da galoneira ficará agora na mesma altura que o tampo da mesa, permitindo o apoio do antebraço.

Com o intuito de facilitar a visualização de algumas áreas específicas na

galoneira, serão adicionadas lâmpadas de led. A saber, nos seguintes locais: Na parte inferior onde ocorre a passagem de linha, próximo ao ponto de costura, no pé calçador e na coluna teremos uma faixa de leds que se estende até a parte superior, iluminando toda a base da máquina.

Foi pensando ainda numa lente de aumento posicionada na direção da agulha,

para que a usuária não se desloque muito para observar pequenos detalhes no momento da costura. Além de ajudar na visualização, a lente funciona também como uma barreira protetora, caso aconteça um acidente e a agulha quebre, impedindo que pedaços na mesma atinjam o rosto da usuária.

Quanto aos botões e volante, serão alterados em seus formatos para que se

adéquem a pega, e gerem o atrito necessário para executar suas funções como girar para pequenos ajustes, no caso do volante, e puxar e empurrar, no caso dos botões tensionadores. Estes, serão posicionados de maneira intuitiva, permitindo assim que as usuárias visualizem facilmente quais correspondem às linhas superiores e inferiores.

Para evitar as torções do quadril, a disposição dos pedais será alterada,

alinhando os pedais com o ponto onde é efetuada a costura.

Figura 14. Modelo Volumétrica (vista frontal)

Na figura 14 podemos visualizar os aspectos alterados. No modelo

volumétrico incorcporamos a galoneira à estação de trabalho, rabaixando-a para ficar no mesmo nível da mesa.

Os botões tensionadores foram rearranjados de forma a ficar mais intuitiva

a sua utilização. Os dois tensionadores inferiores foram afastados dos três tensionadores superiores, para indicar que ali passam as linhas que vão para parte inferior da galoneira, analogamente, os botões superiores indicam as linhas que passam na parte superior.

A área interna da galoneira, entre as duas colunas foi aumentada para que

a costureira(o) ganhe espaço na operação da máquina, desta forma o deslizamento do tecido fica facilitado.

Na parte inferior da galoneira utilizamos um disposito que dá acesso a

parte inferior da galoneira, este deve ser iluminado com leds para facilitar a troca de linhas, o mesmo princípio foi utilizado na parte superior.

Bibliografia: LIDA, Itiro. Ergonomia Projeto e Produção. Editora Edgar Blucher, 2005.