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TPG folitécnico 1 daGuarda Polytechnic of Guarda RELATÓRIO DE ESTÁGIO Licenciatura em Desporto João Luís Catarino Carvalho julho (2016

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TPGfolitécnico

1 daGuardaPolytechnicof Guarda

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Licenciatura em Desporto

João Luís Catarino Carvalho

julho (2016

Instituto Politécnico da Guarda

Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto

Relatório de Estágio

Licenciatura em Desporto – Treino Desportivo

João Luís Catarino Carvalho

2015/2016

i

Este relatório surge no âmbito do 3º ano do Curso

de Licenciatura em Desporto, da Escola Superior

de Educação, Comunicação e Desporto e é

submetido ao Instituto Politécnico da Guarda

como requisito para a obtenção do grau de

Licenciado em Desporto.

Instituto Politécnico da Guarda

Escola Superior de Educação, Comunicação e Desporto

Relatório de Estágio

Estagiário: João Luís Catarino Carvalho

Coordenador de Estágio: Jorge Dos Santos Casanova

Orientador: Carlos Nuno Pires Lourenço Sacadura

Guarda, 2016

Estágio em Treino Desportivo João Carvalho

ii

“Não fiz o melhor, mas fiz tudo para que o melhor fosse feito. Não sou o que deveria

ser, mas não sou o que era antes.”

Martin Luther King

Estágio em Treino Desportivo João Carvalho

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Ficha de Identificação

Nome da Instituição: Instituto Politécnico da Guarda

Escola: Escola Superior de Comunicação, Educação e Desporto

Endereço: Av. Dr. Sá Carneiro 50, 6300-559 Guarda

Telefone: 271220135; Fax: 271220111; Correio eletrónico: [email protected]

Diretor da ESECD: Professor Doutor Pedro Tadeu

Diretora de Curso: Professora Doutora Carolina Vila-Chã

Nome: João Luís Catarino Carvalho

Número de aluno: 5008090

Curso: Desporto

Menor: Treino Desportivo

Coordenador de Estágio

Nome: Jorge Dos Santos Casanova

Grau académico: Mestre

Tutor de Estágio

Nome: Carlos Nuno Pires Lourenço Sacadura

Grau Académico: Mestre

Grau de Treinador e Cédula Profissional Nº: UEFA Pro - Grau IV e Cédula nº 21968

Tutor de Estágio

Nome: Abílio Batista Capelo

Grau Académico: Licenciatura Ensino Básico – Variante Educação Física

Grau de Treinador: Nível II

Nome da Instituição de Estágio: Núcleo Desportivo e Social da Guarda (NDS)

Endereço: Av. da Igreja, s/n – 2º Andar / 6300 – 839 Guarda

Telefone: 271230624 Correio eletrónico: [email protected]

Web: http://nds-guarda.com/

Estágio em Treino Desportivo João Carvalho

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Agradecimentos

Após a realização do estágio curricular, que serve de base a este relatório,

aproveito para agradecer a algumas pessoas e instituições que, direta ou indiretamente,

me ajudaram neste crescimento académico.

Em primeiro lugar tenho de agradecer aos meus pais, por toda a educação que

me foi transmitida e pelo apoio que me dedicaram ao longo destes três anos de

licenciatura. Sem eles não teria sido possível chegar onde cheguei devido ao grande

apoio mural que me deram e porque me encorajaram sempre nos momentos mais

difíceis. Um agradecimento muito especial para minha irmã que esteve presente sempre

que precisei ao longo desta licenciatura.

Aos meus amigos e colegas de casa Carlos Silva e Diogo João, por terem

partilhado comigo todos os meus melhores momentos experienciados nesta cidade, a

Guarda. A eles que sempre me apoiaram durante estes três anos de licenciatura.

Ao António Loureiro, Fábio Ribeiro, João Ferreira, Marco Cabo, Miguel

Monteiro, Rui Monteiro, pelos momentos de estudo, amizade, diversão e pelas noites de

diversão que proporcionaram.

Agradeço também ao Núcleo Desportivo e Social da Guarda, por autorizar a

realização do estágio e pelo conhecimento que me foi transmitido. E aos atletas que

interagiram comigo (Traquinas e Juniores).

À Daniela Alves, amiga, companheira, colega de estágio um muito obrigado por

toda a paciência para me aturar durante o estágio e entreajuda prestada.

Agradeço a todos os professores da licenciatura do curso de Desporto, em

especial à professora, diretora de curso, Carolina Vila-Chã, ao professor Jorge Dos

Santos Casanova e ao professor António Albino. Agradeço também ao Luís Cerqueira

(Míster “Cobra”) pelos momentos partilhados no desporto universitário e todo o seu

conhecimento.

Para finalizar, agradeço a todos os meus amigos de sempre e que de uma

maneira ou de outra contribuíram para o meu sucesso. A eles um bem-haja.

Estágio em Treino Desportivo João Carvalho

v

Resumo

Este relatório retrata o estágio realizado no Núcleo Desportivo e Social da

Guarda (NDS) na equipa de futebol no escalão de juniores que iniciou no dia 22 de

setembro de 2015 e finalizou no dia 16 de junho de 2016 e teve a duração de 619 horas.

O estágio iniciou-se por uma fase de integração e planeamento onde apenas

realizava exercícios de força muscular e os alongamentos finais. Posteriormente o papel

importante desenvolvido foi o treino específico do guarda-redes, onde realizei treino

com vista a melhorar os aspetos menos desenvolvidos do mesmo. Numa fase mais

avançada do campeonato, assumi funções de treinador onde tive mais autonomia a nível

de planear sessões de treino, falar nas palestras antes do jogo e orientação e gestão da

equipa nos jogos.

Palavras-chave: Treino de Guarda-Redes; Estágio; Treino; Futebol.

Estágio em Treino Desportivo João Carvalho

vi

Índice Geral

Ficha de Identificação ...................................................................................................... iii

Agradecimentos ............................................................................................................... iv

Resumo ............................................................................................................................. v

Índice de Figuras ........................................................................................................... viii

Índice Tabelas .................................................................................................................. ix

Lista Abreviaturas............................................................................................................. x

Introdução ......................................................................................................................... 1

Parte 1 - Caracterização e Análise da Entidade Acolhedora ............................................ 3

1. Introdução.................................................................................................................. 4

2. Situação Geográfica da Cidade da Guarda ................................................................ 4

3. Caracterização da Entidade Acolhedora ................................................................... 5

4. Recursos do Núcleo Desportivo e Social da Guarda................................................. 7

4.1 Organigrama NDS ............................................................................................. 7

4.1.1 Equipa Logística/Apoio.................................................................................. 8

4.1.2 Equipa Técnico - Pedagógica ......................................................................... 9

4.2 Recursos Humanos ............................................................................................ 9

4.3 Recursos Materiais ........................................................................................... 11

4.4 Recursos Espaciais ........................................................................................... 11

Parte 2 - Fases de Intervenção, Objetivos e Planeamento do Estágio ............................ 13

1. Introdução................................................................................................................ 14

2. Fases de Intervenção ............................................................................................... 14

2.1 Fase de integração e planeamento ................................................................... 14

2.2 Fase de intervenção .......................................................................................... 14

2.3 Fase de conclusão e avaliação.......................................................................... 15

3. Objetivos ................................................................................................................. 15

3.1 Objetivos gerais ............................................................................................... 15

3.2 Objetivos do clube ao aceitar alunos estagiários ............................................. 15

3.3 Objetivos transversais a todos os alunos estagiários no clube ......................... 16

3.4 Objetivos específicos ....................................................................................... 16

4. Calendarização do Estágio ...................................................................................... 17

4.1 Calendarização Anual ...................................................................................... 17

4.2 Horário Semanal de Estágio ............................................................................ 18

Parte 3 - Atividades Desenvolvidas ................................................................................ 19

1. Introdução................................................................................................................ 20

Estágio em Treino Desportivo João Carvalho

vii

2. Futebol ..................................................................................................................... 20

3. Formação Desportiva .............................................................................................. 20

4. Planeamento ............................................................................................................ 21

5. Periodização do treino ............................................................................................. 21

6. Ideia de jogo ............................................................................................................ 21

7. Modelo de jogo........................................................................................................ 22

7.1 Momento Ofensivo .......................................................................................... 23

7.2 Momento Defensivo ........................................................................................ 23

8. Registo de Presenças ............................................................................................... 24

9. Tempo de Jogo ........................................................................................................ 25

10. Treino de Guarda-redes ....................................................................................... 25

11. Traquinas ............................................................................................................. 26

11.1 Treino ........................................................................................................... 26

11.2 Torneio Final AFG ....................................................................................... 27

12. Quadro Síntese ..................................................................................................... 27

13. Quadro Síntese NDS ............................................................................................ 28

14. Vídeo Motivacional ............................................................................................. 28

15. Projeto de Estágio ................................................................................................ 29

16. NDS Desenvolvimento das Capacidades Individuais ......................................... 30

16.1 Atividades desenvolvidas no NDS DCI. ...................................................... 30

17. Questionário de Motivação para as Atividade Desportivas - QMAD ................. 30

18. Bateria de Teste ................................................................................................... 31

Bateria de Testes – Teste 1 ......................................................................................... 31

Bateria de Testes – Teste 2 ......................................................................................... 33

19. Atividades Complementares ................................................................................ 35

19.1 Ação de Formação para Treinadores de Guarda-Redes ............................... 35

19.2 XVI Jornadas da SPPD ................................................................................ 36

19.3 I Encontro do Desporto Integrado ................................................................ 37

19.4 1º Congresso de Futebol – O treino do futebolista: um espaço de confluência

entre a ciência e a prática ............................................................................................ 38

Parte 4 - Reflexão Final .................................................................................................. 39

Reflexão Final ................................................................................................................ 40

Bibliografia ..................................................................................................................... 43

Anexos ............................................................................................................................ 44

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Estágio em Treino Desportivo João Carvalho

viii

Índice de Figuras

Figura 1 - Brasão Cidade da Guarda ................................................................................ 4

Figura 2 - Logo NDS ........................................................................................................ 5

Figura 3 - Organigrama NDS ........................................................................................... 7

Figura 4 - Equipa Logística/Apoio NDS .......................................................................... 8

Figura 5 – Equipa Técnico - Pedagógica NDS ................................................................. 9

Figura 6 - Campo do Carapito ........................................................................................ 12

Figura 7 - Campo do Zambito ........................................................................................ 12

Figura 8 - Balneários campo do Carapito ....................................................................... 12

Figura 9 - Carrinha NDS ................................................................................................ 12

Figura 10 - Autocarro NDS ............................................................................................ 12

Figura 11 - Modelo de Jogo NDS ................................................................................... 22

Figura 12 - Modelo de Jogo - Momento Ofensivo ......................................................... 23

Figura 13 - Modelo de Jogo - Momento Defensivo ....................................................... 23

Figura 14 - Aquecimento GR - Cruzamento .................................................................. 26

Figura 15 - Aquecimento GR - Remate Frontal ............................................................. 26

Figura 16 - Aquecimento GR - Passe para finalizar ....................................................... 26

Figura 17 - Torneio Final AFG NDS C Traquinas ......................................................... 27

Figura 18 - Torneio Final AFG NDS Traquinas ............................................................ 27

Estágio em Treino Desportivo João Carvalho

ix

Índice Tabelas

Tabela 1 - Plantel de juniores do NDS ........................................................................... 10

Tabela 2 - Recursos materiais do NDS ........................................................................... 11

Tabela 3 - Calendarização Anual.................................................................................... 17

Tabela 4 - Horário Semanal de Estágio .......................................................................... 18

Tabela 5 - Registo de Presenças NDS ............................................................................ 24

Tabela 6 - Contabilização dos minutos jogados por cada jogador ................................. 25

Tabela 7 – Quadro Síntese .............................................................................................. 27

Tabela 8 - Época NDS .................................................................................................... 28

Tabela 9 - Resultados Obtidos no QMAD...................................................................... 31

Tabela 10 - Resultados Bateria de Testes 1 .................................................................... 33

Tabela 11 - Resultados Bateria de Testes 2 .................................................................... 35

Estágio em Treino Desportivo João Carvalho

x

Lista Abreviaturas

AC - Avançado

AFG – Associação de Futebol da Guarda

DC – Defesa Central

DCI – Desenvolvimento das Capacidades Individuais

DL – Defesa Lateral

GR – Guarda-Redes

GUD – Guarda Unida Desportiva

IPG – Instituto Politécnico da Guarda

MC – Médio Centro

MI – Médio Interior

ML – Médio Lateral

NDS – Núcleo Desportivo e Social da Guarda

QMAD – Questionário de Motivação para as Atividades Desportivas

Estágio em Treino Desportivo João Carvalho

1

Introdução

Este relatório de estágio surge no seguimento da unidade curricular de Estágio

em Treino Desportivo e está suportado pela convenção de estágio (Anexo 1), e serve

para conclusão e obtenção do grau licenciado em Desporto ministrada pelo Instituto

Politécnico da Guarda (IPG). No decorrer deste relatório irei abordar de forma

pormenorizada todos as atividade e aspetos trabalhados durante a época desportiva,

assim como as minhas intervenções, dificuldades e estratégias adotadas.

O estágio foi realizado no clube Núcleo Desportivo e Social da Guarda (NDS),

no escalão de juniores, equipa que milita na primeira divisão regional de futebol de 11

da Associação de Futebol da Guarda (AFG). A minha escolha recaiu neste clube desde

logo pela notoriedade que o clube tem na cidade da Guarda, pela proximidade do local

de estágio e pelo tutor de estágio na entidade acolhedora, o Professor Especialista em

Futebol Carlos Sacadura com o grau IV - UEFA Pro, o que valoriza a minha escolha,

sendo também um antigo guarda-redes.

O estágio é o culminar de três anos de muita teoria e prática, e este visa

consolidar todos esses conhecimentos assimilados ao longo do tempo, sendo que estes

saberes são colocados na prática em cada sessão de treino, em cada exercício e em cada

planificação realizada. Sendo por mim considerado de extrema importância para o

futuro profissional porque põe à prova as nossas capacidades face aos problemas

encontrado no exercer da profissão.

Durante a atividade de estágio, que teve a duração de uma época desportiva,

foram-me delegadas várias tarefas, sendo que a partir de uma fase da época onde o

treinador principal colocou o seu lugar à disposição, assumi mais tarefas que na fase

anterior. Numa fase inicial assumi a função de treino de guarda-redes, onde preparava o

guarda-redes durante a ativação funcional. Durante a competição ocorria uma

alternância entre os dois estagiários da equipa, onde um de nós ia ao banco com a

restante equipa e produzia um registo de minutos jogados e as substituições dos

jogadores, enquanto o outro filmava o encontro. Após a demissão do treinador principal

assumi mais funções no grupo de trabalho, desde logo iniciar o processo de

planeamento do treino em conjunto com a outra estagiária, assumi palestras pré jogo,

Estágio em Treino Desportivo João Carvalho

2

escolhas do 11 inicial e a sessão de treino era assumida na totalidade pelos dois

estagiários.

Relativamente as atividades desenvolvidas ao longo da época desportiva foram

as mais variadas, que consistiam no registo de presenças dos atletas aos treinos,

contabilização dos minutos disputados por cada jovem, desenvolvi durantes as sessões

de treino um trabalho específico com o guarda-redes, uma vez por semana realizava o

treino com os traquinas.

Em conjunto com a minha colega de estágio realizamos um vídeo motivacional

com o intuito de elevar a auto estima da equipa numa fase posterior ao abandono do

treinador principal.

O projeto de estágio desenvolvido durante este ano cingiu-se a uns jogos de

convívio no estabelecimento Centro Educativo do Mondego, surgiu no seguimento de

três atletas que formavam o nosso grupo de trabalho estarem na instituição, e daí surgiu

a hipótese de realizar uma ação de sensibilização e integração de todo o coletivo e aos

miúdos que lá vivem.

Existe um projeto do clube denominado de NDS DCI, que significa

Desenvolvimento das Capacidades Individuais, consistiu em quatro dias abertos aos

miúdos dos quatro aos dezoito, para desenvolvimento as suas capacidades físico-

motoras.

Em parceria com o vídeo motivacional foram elaborados questionários sobre a

motivação dos atletas o, QMAD. Foi também realizado uma bateria de testes, que foi

efetuada duas vezes durante a época para a obtenção de dados e perceber a evoluções

dos atletas ao longo da época.

Por fim ao longo do ano estive presente em varias ações de enriquecimento

curricular, como Ação de Formação para Treinadores de Guarda-Redes, e nos

congressos organizados pelo IPG.

Estágio em Treino Desportivo João Carvalho

Parte 1 - Caracterização e Análise da

Entidade Acolhedora

Estágio em Treino Desportivo João Carvalho

4

Figura 1 - Brasão

Cidade da Guarda

Fonte:

http://www.meuportug

al.com.br/wp/wp-

content/uploads/2011/0

6/brasao_guarda.png

1. Introdução

Na parte 1 do relatório de estágio faço uma caracterização da cidade da Guarda,

cidade onde a entidade acolhedora está inserida. Uma breve apresentação que explica a

localização geográfica, o seu foral e o significado dos 5 F’s da cidade da Guarda. Fala

sobre a entidade acolhedora, quanto à sua estrutura organizacional, os recursos humanos

da equipa de juniores, os recursos materiais da equipa e do clube e dos recursos

espaciais que o clube tem a seu dispor.

2. Situação Geográfica da Cidade da Guarda

O Concelho da Guarda (Figura 1) está situado no

centro da região beirã, entre o Planalto Guarda-Sabugal e a Serra

da Estrela. Esta localização privilegiada permite-lhe que os seus

cerca de 712,11 km2 de área sejam partilhados pelas bacias

hidrográficas de cursos de águas tão importantes como são os

Rios Mondego, Zêzere e Côa. O Concelho da Guarda confina a

nascente com os Concelhos de Pinhel, Almeida e Sabugal, a sul

com os de Belmonte e Covilhã, e a poente com Manteigas,

Gouveia e Celorico da Beira.

A cidade da Guarda – que teve o seu primeiro Foral a 27 de novembro de 1199,

concedido por D. Sancho I, o Rei Povoador – é capital de Distrito e o seu Concelho tem,

segundo os Censos 2011, um total de 42 541 habitantes. Quer pela sua área, quer pelo

número de habitantes, quer pelo número de freguesias, o concelho da Guarda é um dos

maiores concelhos portugueses.

A cidade da Guarda é conhecida como ‘A cidade dos 5 F's’: Forte, Farta, Fria,

Fiel e Formosa.

Forte: dada a dureza do granito, que caracteriza a sua singular paisagem, e ao

imponente sistema defensivo que outrora se ergueu e que ainda hoje se preserva.

Estágio em Treino Desportivo João Carvalho

5

Figura 2 - Logo NDS

Fonte: http://nds-

guarda.com/img/logo.pn

g

Farta: pelos seus vales férteis e cursos de água que garantem a sustentabilidade

de quem a habita e pela variada e riquíssima gastronomia, que não deixa indiferente

quem a saboreia.

Fria: dado o clima de montanha que lhe confere a beleza e o brilho inigualável

da brancura da neve, que a transforma e pinta de branco.

Fiel: advém da História e das características genuínas das suas gentes beirãs,

integras, honestas e hospitaleiras.

Formosa: por tudo aquilo que é e possui: monumentos, praças, ruas e vielas,

solares, jardins, parques, paisagem e, acima de tudo, as suas Gentes.

3. Caracterização da Entidade Acolhedora

O Núcleo Desportivo e Social (Figura 2) foi fundado

em 1982 pelo Eng.º Jorge Manuel Pires Godinho Antunes. É

uma Instituição Particular de Solidariedade Social sedeada na

Guarda. Tem como missão apoiar cidadãos de todas as faixas

etárias, de forma a promover o seu desenvolvimento pleno e

a sua integração social e comunitária (com vista à criação de

uma sociedade justa e igualitária). Este apoio é

especialmente destinado a cidadãos provenientes de contexto

sociais e/ou económicos mais vulneráveis como sejam,

crianças e jovens, idosas, imigrantes, minorias étnicas e desempregadas.

As atividades iniciaram-se com a criação de:

Grupo de danças que fez itinerário em praticamente todo o

Distrito;

Provas de perícia automóvel;

Coro infantil;

Futebol amador;

Atletismo federado.

Estágio em Treino Desportivo João Carvalho

6

Logo nesse ano foi promovida a festa local em honra de São Miguel, padroeiro

da localidade, e que se repartiu nos anos subsequentes sob a organização do NDS da

Guarda.

É através de um grande empenho de jovens, com idades compreendidas entre os

14 e os 20 anos, que o NDS nasce em definitivo, estes reuniam semanalmente para

debater vários assuntos, tais como:

Organização de atividades;

Dinâmica associativa e outros.

Os objetivos pretendidos aquando da criação do NDS da Guarda eram em tudo

semelhantes aos atuais. Genericamente, no início pretendia-se um grupo exclusivamente

de jovens mas, com o andar dos anos, tornou-se um grupo para todas as idades. As

diversas atividades desenvolvidas ao longo dos anos vão ganhando cada vez mais vigor

e adeptos, tal como todo o prestígio e reconhecimento alcançado aos mais diversos

níveis desportivos.

Na sua fundação pretendia-se um clube que servisse um projeto

sociocomunitário para a Guarda-Gare com desporto, cultura, recreação, apoio social aos

idosos, crianças, jovens e pessoas com problemas de pobreza e/ou desemprego.

Na área do desporto de formação o futebol tem sido a cara do NDS ao longo

destes seus 34 anos de existência, onde o futebol assume o papel principal. A

preocupação no desenvolver da modalidade levou o NDS a munir-se, ao longo dos anos,

de cada vez mais e melhores condições que possibilitem a formação não só de jovens

atletas mas principalmente de jovens cidadãos, procurando prepará-los para a exigência

do desporto e da vida pessoal e profissional. Acreditando que os momentos de

competição são parte integrante e fundamental da formação de jovens atletas o NDS

tem um plano estruturado que contempla a existência de todos os escalões no que ao

futebol diz respeito, tendo inclusive escalões etários representados por mais de uma

equipa.

Estágio em Treino Desportivo João Carvalho

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Figura 3 - Organigrama NDS

4. Recursos do Núcleo Desportivo e Social da Guarda

4.1 Organigrama NDS

O NDS trabalha baseado neste organigrama funcional (Figura3). Qualquer

treinador que necessite de alguma coisa ou tenha algum tipo de problema, inscrição de

atletas, material, transporte para jogadores, fala com o delegado, que por norma são os

próprios treinadores, este dirige-se ao coordenador da equipa logística/apoio que é o

vice-presidente do clube, Abílio Capelo, que transmite à direção o problema que surgiu

ao treinador.

Estágio em Treino Desportivo João Carvalho

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Figura 4 - Equipa Logística/Apoio NDS

4.1.1 Equipa Logística/Apoio

A equipa logística/apoio do NDS (Figura 4) tem como coordenador o vice-

presidente do clube Abílio Capelo. A equipa tem 5 secções, departamento

administrativo, departamento de equipamento/instalações, departamento médico e

departamento de marketing e imagem, a última secção é dos delegados. O departamento

de equipamento/instalações trata da rouparia, limpeza e transporte. O departamento

médico conta com os médicos e enfermeiros do clube. Os delegados são os treinadores

das camadas jovens do clube, juniores, juvenis, iniciados, infantis e escolinhas.

Estágio em Treino Desportivo João Carvalho

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Figura 5 – Equipa Técnico - Pedagógica NDS

4.1.2 Equipa Técnico - Pedagógica

A equipa técnico - pedagógica do NDS (Figura 5) tem como Coordenador Pedagógico o

Francisco Barros que desempenha também a função de subcoordenador, é o responsável por

todos os treinadores do clube. As equipas técnicas contam com cinco subcoordenadores, Carlos

Sacadura nos juniores, José Carvalho nos juvenis, Jorge Carvalho nos iniciados, Joaquim

Pinharanda nos infantis e Luís Ramos nas escolinhas. Todos estes subcoordenadores contam

ainda com a ajudar de treinadores adjuntos e/ou estagiários. No total o departamento de futebol

do NDS Guarda conta com 21 treinadores para a formação de jogadores.

4.2 Recursos Humanos

A nível de recursos humanos no escalão de Juniores do NDS a equipa técnica é

constituída por 5 elementos. Tem como principal treinador o Carlos Sacadura, tendo

sido sucedido por Abílio Capelo a meio da época por desistência do mesmo. A restante

equipa técnica é constituída pelo enfermeiro Alcides Sequeira e os estagiários André

Barra, Daniela Alves e João Carvalho. Entres os estagiários as tarefas eram distintas

Estágio em Treino Desportivo João Carvalho

10

sendo que o André Barra estava responsável pela parte da gestão desportiva, Daniela

Alves responsável pelo treino da equipa e João Carvalho responsável pelo treino de

guarda-redes.

O plantel dos juniores do NDS (Tabela 1) é constituída por 17 jogadores, com

idades entre 16 e 18 anos, no qual dois jogadores são juvenis, nomeadamente os

jogadores que se encontram entre ‘#’. O jogador com o ‘*’ representa uma das seleções

de formação da Guarda. A média de altura dos jogadores é 1,74m; a média de peso é de

66,2 Kg e a média de IMC é de 22. Dos 17 jogadores que constituem a equipa temos a

sorte de ter vários jogadores polivalentes, jogam em mais que uma posição, contando

também com 5 jogadores esquerdinos e os restantes são jogadores destros.

Tabela 1 - Plantel de juniores do NDS

Nome do atleta Posição Pé Preferido Altura Peso IMC

L. M. Guarda Redes Direito 1,73m 72kg 24

G. A. Lateral Direito Direito 1,72m 57kg 19

C. A. Lateral Direito Direito 1,83m 76kg 23

R. F. Defesa Central Direito 1,73m 70kg 23

J. A. Defesa Central Esquerdo 1,82m 75kg 23

F. A. Lateral Esquerdo Esquerdo 1,67m 77kg 28

D. S. Médio Defensivo Ambos 1,77m 58kg 19

M. S. Médio Centro Direito 1,66m 56kg 20

A. M. Médio Centro Direito 1,74m 73kg 20

# M. J. # * Médio Centro Ambos 1,69m 67kg 23

D. A. Médio Ofensivo Esquerdo 1,72m 72kg 24

D. S. Extremo Direito Direito 1,75m 57kg 19

A. V. Extremo Direito Ambos 1,72m 69kg 23

R. G. Extremo Esquerdo Esquerdo 1,70m 54kg 19

# C. L. # Extremo Esquerdo Esquerdo 1,64m 67kg 25

R. M. Ponta de Lança Direito 1,77m 58kg 19

D. A. Ponta de Lança Ambos 1,74m 73kg 24

Média ---------------------- --------------- 1,74m 66kg 22

Estágio em Treino Desportivo João Carvalho

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4.3 Recursos Materiais

No início da época a direção distribui de forma equitativa as bolas pelos

diferentes escalões, assim os respetivos treinadores ficam responsáveis pelas mesmas. O

restante material é partilhado por todos os escalões. O clube dispõe de uma grande

quantidade e variabilidade de acessórios para os treinos e jogos (Tabela 2), tais como:

Tabela 2 - Recursos materiais do NDS

Recursos Materiais Quantidade Bom estado Mau estado

Bolas oficiais de jogo 8 6 2

Bolas oficiais de treino 10 7 3

Balizas de Futebol 11 2 2 0

Balizas de Futebol 7 2 2 0

Balizas pequenas 4 4 0

Sinalizadores 62 54 8

Cones grandes 16 13 3

Cones pequenos 8 7 1

Arcos 8 4 4

Escadas 2 2 0

Coletes 22 16 6

Cantis 8 5 3

4.4 Recursos Espaciais

Em termos de recursos espaciais o clube tem o seu próprio campo, o Complexo

Desportivo S. Salvador “Campo do Carapito” (Figura 6 e Figura 8), e tem também á sua

disposição o Campo do Zambito (Figura 7), ambos localizados na cidade Guarda. Os

treinos semanais são repartidos por ambos os campos, com maior incidência no campo

do Zambito. Os treinos dos juniores são às segundas-feiras no campo do Carapito das

19h às 20h30m, tendo este treino desaparecido do mapa de treinos semanal devido á

pouco comparência dos jogadores, às terças-feiras no campo do Zambito das 19h15m às

20h45m e o último treino semana é às quintas-feiras no campo do Zambito das 18h às

19h15m. Os jogos relativos á competição, campeonato e taça distrital, foram

maioritariamente realizados no campo do Zambito.

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12

Figura 6 - Balneários campo

do Carapito Figura 8 - Campo do Carapito

Figura 9 - Carrinha NDS

Figura 10 - Autocarro NDS

Figura 7 - Campo do Zambito

Para o deslocamento dos jogadores para os treinos e jogos o clube dispõe de

autocarro (Figura 10) e de uma carrinha em boas condições (Figura 9).

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Parte 2 - Fases de Intervenção, Objetivos

e Planeamento do Estágio

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14

1. Introdução

A parte 2 é constituída pelas fases de intervenção, os objetivos e a

calendarização. Nas fases de intervenção refiro as 3 fases, a primeira fase de integração

e planeamento, a segunda fase de intervenção e por último a terceira fase de conclusão e

avaliação. Nos objetivos falo acerca dos objetivos gerais, objetivos do clube ao aceitar

estagiários, os objetivos transversais a todos os alunos estagiários no clube e os meus

objetivos específicos.

2. Fases de Intervenção

Segundo o GFUC previsto da unidade curricular estágio em treino desportivo este

relatório está organizado em três fases de intervenção: Fase de integração e

planeamento; Fase de intervenção; Fase de conclusão e avaliação.

2.1 Fase de integração e planeamento

Na primeira fase, de integração e planeamento, estão definidos os seguintes objetivos:

Integração na organização envolvendo reuniões preparatórias;

Caracterização do clube em termos da sua cultura, estrutura, recursos,

funcionamento e canais de comunicação;

Definição dos objetivos de estágio;

Planeamento e periodização do treino (meios, métodos e conteúdos);

Elaboração e apresentação do Plano Individual de Estágio.

2.2 Fase de intervenção

A segunda fase, de intervenção, que é o desenvolvimento e implementação das

atividades definidas no Plano Individual de Estágio os objetivos são:

Observação de sessões de treino (mínimo 8) nos dois primeiros meses de

estágio com elaboração do plano e relatório;

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15

Avaliação dos atletas em termos antropométricos e motor (no mínimo de

2 momentos temporais durante a época desportiva) e elaboração de

relatório;

Planeamento e intervenção pedagógica (preferencialmente autónoma ou

em coadjuvação) em sessões de treino (mínimo 4 exercícios) por mês,

após o período atrás referido, com elaboração de plano de treino e

relatório;

2.3 Fase de conclusão e avaliação

A terceira e última fase é a fase de conclusão e avaliação:

Avaliação da congruência entre os objetivos definidos e os atingidos;

Elaboração do relatório final de estágio e finalização do dossier.

3. Objetivos

Para definir os objetivos gerais guiei-me pelo GFUC previsto da unidade

curricular estágio em treino desportivo.

3.1 Objetivos gerais

Caracterizar a instituição de estágio;

Adquirir, atualizar e desenvolver competências de conhecimento nos

domínios da investigação, do conhecimento científico, técnico e

pedagógico;

Aprofundar competências ao nível do treino desportivo para uma futura

intervenção profissional qualificada;

Refletir criticamente sobre a intervenção profissional e reajustar

procedimentos sempre que necessário;

Assumir uma atitude de compromisso, assiduidade e pontualidade para

com o estágio e seus intervenientes.

3.2 Objetivos do clube ao aceitar alunos estagiários

Colaborar com a Instituição Formadora (IPG) na formação e qualificação

de novos técnicos desportivos;

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16

Proporcionar experiências tutoradas em contexto de trabalho onde os

estagiários possam aplicar os conhecimentos adquiridos na sua formação

na Escola e desenvolver a sua capacidade de trabalho em grupo, o seu

espírito reflexivo e crítico bem com o seu espírito de empreendedorismo;

Potenciar novos recursos humanos para um futuro enquadramento de

equipas de Clube;

Participar ativamente na melhoria do futebol regional.

3.3 Objetivos transversais a todos os alunos estagiários no clube

Envolvimento no projeto do NDS, aceitando participar ativamente na

consecução da missão, objetivos e metas do clube, respeitando os valores

e as normas definidas;

Assumir uma atitude de compromisso, assiduidade e pontualidade para

com a Equipa e seus intervenientes;

Respeitar a “hierarquia” organizacional do Clube;

Participar ativamente na conceção e aplicação dos microciclos de treino e

na competição;

Refletir com os seus pares de estágio e com o tutor sobre o

desenvolvimento de toda a atividade;

Participar, sempre que possível, na vida associativa e atividades do

Clube.

3.4 Objetivos específicos

Diagnosticar e caracterizar o clube em termos da sua cultura, estrutura,

recursos, funcionamento e canais de comunicação;

Observar e analisar o desempenho desportivo da equipa;

Realizar e/ou colaborar na elaboração e operacionalização dos

microciclos e unidades de treino;

Melhorar o conhecimento na área do treino desportivo e da competição

de futebol;

Desenvolver capacidades de autonomia, na orientação de uma equipa,

tanto em competição como em treino.

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17

Tabela 3 - Calendarização Anual

4. Calendarização do Estágio

A calendarização do estágio apresenta a calendarização anual de toda a época

desportiva dos juniores do NDS, as minha fases de intervenção e o meu horário semanal

de estágio.

4.1 Calendarização Anual

A calendarização de toda a época desportiva (Tabela 3) correspondente aos

treinos, jogos amigáveis, jogos do campeonato, jogos da taça distrital e folgas.

Apresenta também as 3 fases de intervenção do estágio.

O estágio começou no dia 22 de setembro de 2015 com uma breve apresentação

ao plantel no início do treino e posteriormente observação do que restava do treino. O

fim do estágio estava previsto para o último jogo do campeonato no dia 16 de março de

2016, no entanto alargou-se para o dia 16 de junho de 2016 devido ao projeto de estágio

e para acompanhar a transição dos juvenis de segundo ano para o escalão de juniores.

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18

Tabela 4 - Horário Semanal de Estágio

Do dia 22 de setembro ao dia 19 de outubro de 2015 foi uma fase de observação

dos treinos dados pelo treinador Carlos Sacadura. Seguindo-se a fase de intervenção nos

treinos e jogos, do dia 20 de outubro de 2015 ao dia 30 de janeiro de 2016, onde

intervinha no treino do guarda-redes e aquecimento do mesmo nos jogos. A fase da

autonomia das tarefas decorreu entre o dia 1 de fevereiro de 2016 até ao último dia do

estágio, dia 16 de junho de 2016, nesta última fase usufruí de uma total autonomia.

4.2 Horário Semanal de Estágio

O horário semanal (Tabela 4) exibe as horas relativamente às aulas do 3º ano do

curso de desporto do 2º semestre, as horas dos treinos dos juniores do NDS, as horas em

planeamento dos treinos dos mesmos e as horas dos jogos.

A semana começa com as aulas do 3º ano do curso de desporto com aulas das 9h

da manhã até às 17h na segunda e terça-feira. Os treinos do NDS ocupavam a segunda,

terça e quinta-feira, das 18h às 21h, 19h às 22h e 18h às 21h respetivamente. O

planeamento dos treinos era realizado à quinta-feira das 10h às 13h, sexta-feira das 17h

às 21h e domingo das 15h às 19h. O dia do jogo foi sempre ao sábado das 15h às 17h o

restante tempo, até às 21h sensivelmente servia para falar do jogo em si, os aspetos

positivos, negativos, etc.

2ª feira 3ª feira 4ª feira 5ª feira 6ª feira Sábado Domingo

09h - 10h

10h - 11h

11h - 12h

12h - 13h

13h - 14h

14h - 15h

15h - 16h

16h - 17h

17h - 18h

18h - 19h

19h - 20h

20h - 21h

21h - 22h

22h - 23h

23h - 24h

Horas

Plano Semanal

Dias da Semana

Aulas

Treino

Planeamento

Jogo

Legenda

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Parte 3 - Atividades Desenvolvidas

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20

1. Introdução

A parte 3, das atividades desenvolvidas, começa com umas breves citações de

alguns autores acerca do futebol, formação desportiva, planeamento do treino, ideia de

jogo/modelo de jogo, onde abordo também os momentos ofensivos e defensivos, o

registo de presenças dos jogadores nos treinos, os minutos jogados nos jogos do

campeonato, o treino do guarda-redes, o vídeo motivacional, o meu projeto de estágio, o

NDS DCI, os traquinas, o treino e o torneio final AFG, o QMAD e os congressos

assistidos durante todo o ano letivo.

2. Futebol

O futebol é o desporto mais praticado no mundo. Dados revelam que à pouco

mais de uma década existiam cerce de 1,2 bilhões de praticantes (Leães, 2003), o que

torna o desporto eclético e de massa, permitindo várias influências quanto à sua

organização, treino, prática e suas manifestações. A própria definição de futebol já é

diferente; segundo os dicionários mais usados na língua portuguesa, futebol é definido

como um jogo desportivo disputado por duas equipas de 11 jogadores cada uma, com

uma bola, num campo com um guarda-redes em cada uma das extremidades, e cujo

objetivo é fazer entrar a bola na baliza defendida pelo adversário (Ferreira, 2008).

3. Formação Desportiva

O conceito de Formação surgiu no século XIX pelo filósofo Humboldt, que

entendia a formação como aptidão do indivíduo para levar uma vida ponderada e como

processo ou caminho que levava à adquirição dessa competência (Bento, 2006). Assim,

observamos que o conceito de formação é percebido não só como processo, mas

também como resultado.

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21

4. Planeamento

O processo de planificação é um processo metódico e científico para ajudar os

desportistas a atingir níveis de performance elevados de treino e rendimento. É a

ferramenta mais relevante que um treinador tem ao seu dispor para levar a cabo um

programa bem estruturado. A competência de um treinador reflete-se na sua capacidade

de organização e planificação. (Bompa, 2007)

5. Periodização do treino

A periodização é um dos conceitos mais importantes no treino e na planificação.

O conceito de periodização não é novo, mas nem todo mundo está familiarizado com a

sua história. A periodização existia na forma pouco completa desde tempos

imemoráveis. Ao longo dos séculos, muitos autores e praticantes aperfeiçoaram o

processo e melhorando os seus conhecimentos até ao seu estado atual. (Bompa, 2007)

6. Ideia de jogo

A ideia de jogo do NDS é uma mística do clube onde todos os escalões que

tenham competição devem seguir a mesma ideia de jogo.

“As equipas do NDS deverão evidenciar um comportamento, em todos os

momentos competitivos, que lhe conferem uma identidade, e que nós definimos como

características gerais da equipa: Adotar uma atitude competitiva agressiva permanente;

Máxima concentração; Racional ocupação dos espaços; Grande articulação entre todos

os setores; Movimentação em bloco (todos atacam e todos defendem); Capacidade para

provocar e aproveitar os erros do adversário; Capacidade para alternar ritmos de jogo;

Equipa muito compacta a defender com setores bem juntos.

De forma a orientar, dar congruência e coerência ao trabalho realizado pelo

quadro técnica do NDS em todos os escalões de formação pretendemos que este seja o

guião para a operacionalização prática do processo de treino em cada um dos escalões

de formação.

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22

Figura 11 - Modelo de Jogo NDS

A Ideia de Jogo deverá ser adaptada à realidade de cada um dos escalões de

formação do NDS, permitindo que haja um trabalho transversal e se comesse a

uniformizar os processos em todos os escalões. No futuro será muito mais fácil partindo

da Ideia de Jogo operacionalizar o Modelo de Jogo do NDS.” (NDS, 2016)

7. Modelo de jogo

“O modelo de jogo não é conjuntural, é essencialmente estrutural. Um treinador,

ao ser contratado, está a transportar as suas ideias para uma estrutura existente – e ela

existe mesmo, por muito fraca que seja. Um imperativo nesta profissão é ter a

capacidade de analisar muito bem o contexto onde se vai inserir, isto é, o clube, as

relações entre pessoas, os adeptos, o meio social, político, local, regional, nacional, os

costumes, as crenças, a história do clube e as suas melhores épocas, o sistema

predominante nos anos de sucesso, as últimas equipas e jogadores, os jogadores que tem

ao dispor, os que pode contratar, entre outras… Só depois poderá definir um modelo de

jogo.” (Carvalhal, 2014)

O Modelo de jogo adotado para a equipa de juniores foi escolhido numa reunião

entre o treinador principal, Carlos Sacadura, e os estagiários, Daniela Alves e João

Carvalho. O modelo de jogo vai de encontro a ideia de jogo do clube.

A equipa organizava-se em 1:4:2:3:1 (Figura 11) com um guarda-redes, quatro

defesas (2 DL e 2 DC), cinco médios (2 MI, 1 MC e 2 ML) e um avançado (1AC).

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23

Figura 12 - Modelo de Jogo - Momento Ofensivo

Figura 13 - Modelo de Jogo - Momento Defensivo

7.1 Momento Ofensivo

Quando a equipa está com posse de bola (Figura 12) pretende-se que os

jogadores deem largura e profundidade ao jogo. A equipa sai a jogar organizado

vencendo linhas defensivas do adversário, assegurando sempre 3 linhas de passe seguro

e mantendo um equilíbrio defensivo (3+1), os jogadores procuram sempre que possível

jogo interior. Se eventualmente a equipa estiver a ser pressionada o guarda-redes deve

pontapear a bola para a zona do meio campo. Na zona de finalização quer-se um

cruzamento para a área se o jogador estiver em condições propícias, é importante ganhar

a segunda vaga de ataque e manter o equilíbrio defensivo.

7.2 Momento Defensivo

Quando a equipa se encontra a defender (Figura 13) fica disposta em 1:4:2:3:1

que se pode transformar num 1:4:4:1:1 com bloco de pressing médio/alto. A zona de

pressing são os corredores laterais à entrada do ½ campo, ter um bloco compacto e

basculante de 2 linhas defensivas, pressão constante no portador da bola com apoio de

duas coberturas. Objetivo de fechar/ ocupar as zonas de finalização da equipa adversária

e ganhar as segundas bolas tendo em vista o contra ataque.

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24

8. Registo de Presenças

O registo de presenças (Tabela 5) é um dos regimes implementados no clube e

foi-nos incumbida essa tarefa desde o início que realizei simultaneamente com a minha

colega de estágio Daniela Alves. Este registo (Anexo 2) permite saber a assiduidade dos

nossos jogadores, quais os jogadores mais assíduos e os menos assíduos, de maneira que

os jogadores mais assíduos foram os que obtiveram mais convocatórias para os jogos

como forma de valorização da sua ida ao treino.

Como podemos constatar na tabela 5 a presença é muito baixa e irregular, foi

uma constante do estágio que tentámos sempre contrariar. Em 16 jogadores apenas

temos 5 jogadores com percentagem acima de 55%, o que é bastante mau, visto ser o

último escalão de formação e muitos dos jogadores no próximo ano serão seniores.

Tentámos sempre desde o início motivar os jogadores para estar sempre presentes nos

treinos, mas alguns tinham explicações marcadas e não conseguiam marcar presença.

De notar que falta o registo de alguns jogadores porque alguns desistiram e

muitos deles também pertencem ao plantel de juvenis e o registo era feito pelos seus

treinadores e não por nós.

Tabela 5 - Registo de Presenças NDS

Nome dos Jogadores Nº Total de Treinos Nº de Treinos Percentagem de treinos

L. M. 90 58 64,4 %

G. A. 90 40 44,4 %

C. A. 90 34 37,8 %

R. F. 90 52 57,8 %

J. A. 90 42 46,7 %

F. A. 90 51 56,7 %

D. S. 90 45 50 %

M. S. 90 47 52,2 %

A. M. 90 53 58,9 %

D. A. 90 39 43,3 %

D. S. 90 57 63,3 %

R. G. 90 47 52,2 %

R. M. 90 38 42,2 %

D. A. 90 34 37,8 %

L. S. 90 27 30 %

M. J. 90 19 21,1 %

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25

9. Tempo de Jogo

O tempo de jogo, os minutos de jogo de cada jogador (Tabela 6), permitiu saber

a cada momento da época qual o desgaste a nível de cada jogador. O jogador com mais

minutos jogados no plantel é o GR com 1530 minutos de jogo, os restantes jogadores

acima dos 1000 minutos são o DC, o DL esquerdo, o MI e 2 MC com 1130, 1320, 1440,

1439 e 1054 minutos respetivamente. Estes 6 jogadores são dos mais assíduos aos

treinos. Os restantes jogadores apresentam valores abaixo dos 1000 minutos muito por

culpa das suas assiduidades nos treinos.

Tabela 6 - Contabilização dos minutos jogados por cada jogador

Nome dos Jogadores Minutos jogados

L. M. 1530

G. A. 879

C. A. 145

R. F. 1130

J. A. 990

F. A. 1320

D. S. 1440

M. S. 478

A. M. 1439

D. A. 758

D. S. 1054

R. G. 337

R. M. 708

D. A. 973

L. S. 729

M. J. 176

L. M. 631

G. A. 613

C. A. 626

10. Treino de Guarda-redes

Ainda numa fase inicial as minhas tarefas no treino eram apenas dar feedbacks

aos jogadores, planear exercícios de força, em circuito (Anexo 3) ou em série e na parte

final do treino orientar exercícios de alongamentos e exercícios de força.

‘Ao analisarmos o futebol na atualidade, não restam dúvidas que o guarda-redes

é um elemento crucial dentro da organização dinâmica da equipa. Só o cumprimento

eficaz das funções gerais e específicas inerentes ao guarda-redes é possível, que a

Estágio em Treino Desportivo João Carvalho

26

Figura 15 - Aquecimento GR -

Remate Frontal Figura 14 - Aquecimento GR -

Cruzamento

Figura 16 - Aquecimento GR -

Passe para finalizar

equipa no seu conjunto consiga atingir um elevado nível de rendimento.’ (Castelo,

2009)

Uma das minhas principais tarefas como estagiário no NDS foi o treino do

guarda-redes (Figura 14, Figura 15, Figura 16). No início da época o treinador Carlos

Sacadura disse que poderíamos escolher em ficar com os jogadores ou com o guarda-

redes, em conversa com a minha colega de estágio Daniela Alves decidimos que não

faria muito sentido estar sempre a trocar as funções então a Daniela ficou com o treino

dos jogadores e eu com o treino do guarda-redes.

Desde cedo percebi que não seria uma tarefa fácil pois a equipa apenas tinha um

guarda-redes, o que torna mais difícil a nível de treino. Sempre procurei exercícios para

melhorar todas as falhas que o guarda-redes apresentava (Anexo 4), a reposição de bola

era a maior falha do guarda-redes.

11. Traquinas

Esta experiencia de acompanhar a equipa de traquinas do NDS surgiu, de acordo

com o vice-presidente do clube Abílio Capelo, pelo facto

de o clube ter muitos jogadores neste escalão, cerca de 30

jogadores, e os dois treinadores do escalão de traquinas precisavam de ajuda na

orientação dos treinos. A integração no treino dos traquinas não desfez a carga semanal

de treinos pois o treino era há mesmo hora do treino de juniores, segunda-feira às 18h.

11.1 Treino

O treino dos traquinas era planeado pelos dois treinadores, o treino era dividido

em 3 partes para que cada treinador ficasse com cerca de 10 jogadores, dependia do

número de jogadores que iam ao treino, o que facilitava na execução das tarefas, sendo

que os grupos que eram feitos no início do treino passavam pelas 3 partes do treino. As

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27

Figura 17 - Torneio Final AFG

NDS C Traquinas Figura 18 - Torneio Final AFG NDS

Traquinas

minha funções no treino incidam para a orientação dos jogadores no exercício,

promover melhorias nas capacidades individuais e coletivas dos jogadores.

11.2 Torneio Final AFG

No dia 14 de maio de 2016 a AFG realizou um torneio final em Vilar Formoso

com jogos entre as 10h e as 13h, seguida de um almoço convívio. O torneio foi

disputado em campos de futebol 5 e contou com a presença de 20 equipas, 4 delas do

NDS divididas por NDS A, NDS B, NDS C e NDS D (Figura 18), das quais eu orientei

na totalidade o NDS C (Figura 17), contando com 7 jogadores na minha equipa obtive 2

vitórias, 1 empate e 1 derrota. O torneio tinha como principal objetivo promover o

convívio dos jovens jogadores, não havendo nenhum tipo de prémios para qualquer uma

das equipas, apenas no final foram distribuídas lembranças para os jogadores e

treinadores.

12. Quadro Síntese

Tabela 7 – Quadro Síntese

Como podemos constatar (Tabela 7) nos juniores houve um total de 90 treinos

dos quais estive presente em 87 e orientei 57. As 3 faltas foram no 1º semestre mas no

2º semestre não faltei uma única vez. A nível de treino específico de GR contei com 34.

Nos traquinas foram um total de 22 treinos com as 22 presenças e orientação dos

mesmos.

Nº Total de

Treinos

Nº Total de Treinos

Presentes

Nº de Treinos

Orientados

Nº de treinos

específicos GR

Juniores 90 87 57 34

Traquina 22 22 22 0

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28

13. Quadro Síntese NDS

Tabela 8 - Época NDS

Relativamente a época desportiva o NDS (Tabela 8) ambicionava ser campeão

nacional, devido ao facto de ser um clube com bastantes títulos no seu palmarés. Este

ano o sucesso não foi conseguido devido às várias adversidades que a equipa teve.

Apenas atingimos o sexto lugar com um total de 20 pontos, 5 vitórias, 5 empates e 6

derrotas.

14. Vídeo Motivacional

No jogo dos quartos-de-final da taça distrital de juniores A, o NDS jogou contra

o GUD, e como forma de motivar os nossos jogadores para um jogo tão difícil e de uma

importância tão elevada, eu, juntamente com a minha colega de estágio Daniela Alves,

realizamos um vídeo motivacional que apresentamos aos jogadores antes do início do

jogo para que este tivesse mais impacto e para que os jogadores entrem em campo com

mais garra e determinação para obter a vitória.

O vídeo foi baseado em várias frases emotivas e com bastantes momentos de

glória da equipa, alguns dos golos marcados pela equipa. Tentamos que o vídeo tivesse

um impacto positivo no jogo.

Antes do aquecimento apresentamos um vídeo também de carácter motivacional

para os jogadores começarem a encarar o jogo de outra forma. O vídeo apresentado foi

um corte do filme “Desafio de Gigantes”.

A ideia que transmitimos aos jogadores com os dois vídeos foi bem recebida por

estes, embora o resultado não tenha sido o melhor, perdemos em penaltis, houve

momentos do jogo em que no encontramos em desvantagem e conseguimos responder

com uma boa união da equipa.

Objetivo

do Clube

Lugar

alcançado

Nº de

jogos

Nº de

Vitórias

Nº de

Empates

Nº de

Derrotas

Total

de

Pontos

Juniores 1º 6º 16 5 5 6 20

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29

15. Projeto de Estágio

Como projeto de estágio decidi realizar uma visita ao Centro Educativo do

Mondego e promover um jogo convívio entre os jogadores dos NDS e os jovens do

centro educativo. Aproveitei o facto de o clube ter uma boa relação com Centro

Educativo para realizar o projeto.

A atividade teve como principais objetivos dar a conhecer a instituição

acolhedora dos jovens de risco e mostrar algumas das atividade por eles realizadas aos

jogadores do NDS, proporcionar aos jovens que estão no centro educativo um dia

diferente, e que seja um incentivo a tomarem melhores decisões no seu futuro, ou seja,

um dia de inclusão em que se sintam iguais aos colegas, dar a conhecer aos jogadores

do NDS uma realidade diferente, despertar o sentido de competição saudável, apelar à

comunicação e ao relaxamento, tirar partido da ligação existente entre as duas

instituições, oferecer vivências desportivas, socias e culturais aos atletas e jovens do

centro.

A atividade estava programada para ser realizada com os juniores do NDS, mas

não foi possível ser realizada com os jogadores juniores do plantel devido a estes

estarem na época de exames de final do secundário, no entanto o clube disponibilizou os

jogadores juvenis do clube para que o meu projeto se conseguisse realizar.

O projeto teve um impacto positivo tanto nos jogadores do NDS como nos

jovens do Centro Educativo do Mondego, foram realizados 3 jogos nos quais se notou

boa resposta de ambos os lados com bastante comunicação entres os jovens. Ao fim dos

jogos o centro preparou um lanche convívio onde o convívio entre ambas as partes onde

foi visível com a troca de palavras dos jogadores do NDS com os jovens do Centro

Educativo do Mondego.

Não posso apresentar fotografias do meu projeto devido às regras que o Centro

Educativo detém, podendo por em risco a integridade dos jovens.

Estágio em Treino Desportivo João Carvalho

30

16. NDS Desenvolvimento das Capacidades Individuais

O NDS promove um conjunto de atividades integradas no programa de

Desenvolvimento das Capacidades Individuais (NDS DCI). Estas atividades têm como

objetivo promover o desenvolvimento das competências individuais dos jovens da

Guarda. São atividades abertas a toda a comunidade, sem custo de participação e

destinadas a jovens dos 4 aos 18 anos. Os jogadores interessados não precisam de se

inscrever apenas comparecer no local onde será dada a informação necessária com o

equipamento necessário para o treino. O DCI decorreu nos dias 22, 23, 28 e 29 de

dezembro de 2015 no campo do Zambito entre as 14h e as 20h (Anexo 5).

16.1 Atividades desenvolvidas no NDS DCI.

As minha tarefas desempenhadas no DCI foram divididas pelas duas sessões de

treino, sessão dos infantis e sessão de iniciados, juvenis e juniores. Na parte inicial dos

treinos a minha intervenção recaiu sobre a montagem de alguns exercícios contando

com a ajuda de todos os estagiários que o clube conta. Nos infantis a intervenção foi

maior, porque não são tão desenvolvidos tecnicamente, houve mais correções a nível

técnico dos jogadores que visam o melhoramento dos mesmos. No treino dos iniciados,

juvenis e juniores a minha intervenção incidiu mais nos juniores, por ser o escalão onde

estagio e foi mais fácil gerir o treino por já conhecer os jogadores.

17. Questionário de Motivação para as Atividade Desportivas -

QMAD

Após sua elaboração por Serpa e Frias (Serpa, 1990;1992), o Questionário de

Motivação para as Atividades Desportivas (QMAD) aumentou consideravelmente os

estudos sobre motivação em geral e motivos de prática desportiva em particular em

Portugal. (Barroso, 2007)

O QMAD (Anexo 6) foi aplicado antes do início de um jogo, onde expliquei o

que era o QMAD e para que iria servir. Os resultados obtidos (Tabela 9) dizem-nos

relativamente ao item que para os jogadores o mais importante é ganhar com uma média

de 4,73%, que na minha opinião é o mais normal neste último escalão de formação. O

Estágio em Treino Desportivo João Carvalho

31

espírito de equipa, trabalhar em equipa, melhorar as capacidades técnicas e estar em boa

condição física aprecem a seguir com 4,47%, 4,40%, 4,20% e 4,13% respetivamente.

Relativamente à dimensão a competição apenas aparece 2 vezes, assim como a afiliação

específica, desenvolvimento técnico e forma física, afiliação geral e prazer apenas

aparecem uma vez.

Tabela 9 - Resultados Obtidos no QMAD

Itens Dimensão Média

1º Ganhar Competição 4,73%

2º Espírito de Equipa Afiliação específica 4,47%

3º Trabalhar em equipa Afiliação específica 4,40%

4º Melhorar as capacidades técnicas Desenvolvimento técnico 4,20%

5º Estar em boa condição física Forma física 4,13%

6º Estar com os amigos Afiliação geral 4,07%

7º Ultrapassar desafios Competição 4,00%

8º Atingir um nível desportivo mais elevado Desenvolvimento técnico 3,93%

9º Divertimento Prazer 3,93%

10º Manter a forma Forma física 3,87%

18. Bateria de Teste

No início da preparação física da equipa de juniores de futebol do Núcleo

Desportivo e Social da Guarda, foi realizada a coleta de dados de testes específicos,

feitos por todos os jogadores. Posteriormente foi realizado o segundo momento de teste

para permitir uma comparação e verificar a possível evolução aos jogadores.

Bateria de Testes – Teste 1

Teste 1 - Teste de Precisão de Membros Inferiores

Equipamento: Bola de futebol, trave de 80 x 60 cm.

Execução: A trave deve estar a uma distância de 20 metros e o atleta deve

executar seis remates sem deslocamento na sua direção, três com o pé direito e três com

o pé esquerdo (quando se executa o chute com o pé direito, a perna esquerda deve estar

à frente e vice-versa). No final, contabilizam-se os remates certos.

Estágio em Treino Desportivo João Carvalho

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Teste 2 - Teste de Flexibilidade – Senta e Alcança

Objetivo: Verificar qual a marca alcançada pelos atletas numa caixa pelo

intervalo do Fitnessgram.

Equipamento: Caixa de senta e alcança

Importante: O jogador deve esticar os membros inferiores e chegar com as

mãos ao melhor alcance possível.

Teste 3 - Teste de Velocidade Acíclica de 20 Metros

Objetivo: Medir a velocidade de deslocamento numa área com obstáculos.

Equipamento: Cones, cronômetro e área de corrida com mais de 20 metros.

Execução: Os cones devem estar dispostos em linha reta na área da corrida, separados

por uma distância de 2 metros. Partindo da linha de saída após ouvir o apito, o atleta

deve percorrer os 20 metros passando pelos cones (em ziguezague), no menor tempo

possível. Ao final, marca-se o tempo gasto pelo atleta para completar o percurso.

Importante: O cronômetro só deve ser acionado quando o atleta iniciar a corrida.

Teste 4 - Potência Membros Inferiores - Salto Horizontal

Equipamento: Fita Métrica.

Execução: Partindo de uma linha demarcada, o atleta deverá executar um salto

para a frente, podendo utilizar o movimento dos braços para aumentar o impulso.

Marca-se a distância da linha de salto até a marca deixada pelo calcanhar do atleta.

Teste 5 – Abdominal

Execução: Executar o maior número possível de abdominais, até a exaustão. Ao

final, deve-se marcar o número total de flexões.

Importante: Para ser considerado como uma execução completa do abdominal,

o atleta deve elevar o tronco até encostá-lo no joelho.

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Tabela 10 - Resultados Bateria de Testes 1

Nomes Teste 1 Teste 2 Teste 3 Teste 4 Teste 5

Esquerda Direita Centímetros Segundos Metros/Centímetro Número

Luís 0/3 0/3 14.3 9.20 1.52 46

Guilherme 0/3 0/3 10.1 8.49 1.67 27

Fragoso 0/3 0/3 11.8 9.38 1.43 16

João André 0/3 0/3 12.6 9.34 1.53 23

Alvané 0/3 0/3 10.2 8.55 1.49 39

Diogo Sequeira 1/3 0/3 13.9 9.84 1.64 34

Miguel Jarmelo 1/3 0/3 12.1 9.13 1.52 38

Manso 0/3 1/3 9.4 8.26 1.68 22

Amaral 0/3 1/3 9.8 10.35 1.41 19

Grilo 0/3 0/3 11.6 9.45 1.81 26

Vicente 0/3 0/3 10.8 8.64 1.69 47

Miguel 0/3 0/3 11.3 9.27 1.33 22

Carlos 0/3 0/3 9.3 9.82 1.63 21

Dani 0/3 0/3 12.2 9.79 1.59 33

Diogo 0/3 0/3 11.4 8.58 1.78 37

Rodrigo 0/3 0/3 9.6 9.31 1.64 17

Cristiano 0/3 0/3 11.3 8.76 1.54 42

Bateria de Testes – Teste 2

Teste 1 - Teste de Precisão de Membros Inferiores

Equipamento: Bola de futebol, trave de 80 x 60 cm.

Execução: A trave deve estar a uma distância de 20 metros e o atleta deve

executar seis remates sem deslocamento na sua direção, três com o pé direito e três com

o pé esquerdo (quando se executa o chute com o pé direito, a perna esquerda deve estar

à frente e vice-versa). No final, computam-se os remates certos.

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Teste 2 - Teste de Flexibilidade – Senta e Alcança

Objetivo: Verificar qual a marca alcançada pelos atletas numa caixa pelo

intervalo do Fitnessgram.

Equipamento: Caixa de senta e alcança

Importante: O jogador deve esticar os membros inferiores e chegar com as

mãos ao melhor alcance possível.

Teste 3 - Teste de Velocidade Acíclica de 20 Metros

Objetivo: Medir a velocidade de deslocamento numa área com obstáculos.

Equipamento: Cones, cronômetro e área de corrida com mais de 20 metros.

Execução: Os cones devem estar dispostos em linha reta na área da corrida, separados

por uma distância de 2 metros. Partindo da linha de saída após ouvir o apito, o atleta

deve percorrer os 20 metros passando pelos cones (em ziguezague), no menor tempo

possível. Ao final, marca-se o tempo gasto pelo atleta para completar o percurso.

Importante: O cronômetro só deve ser acionado quando o atleta iniciar a corrida.

Teste 4 - Potência Membros Inferiores - Salto Horizontal

Equipamento: Fita Métrica.

Execução: Partindo de uma linha demarcada, o atleta deverá executar um salto

para a frente, podendo utilizar o movimento dos braços para aumentar o impulso.

Marca-se a distância da linha de salto até a marca deixada pelo calcanhar do atleta.

Teste 5 – Abdominal

Execução: Executar o maior número possível de abdominais, até a exaustão. Ao

final, deve-se marcar o número total de flexões. Importante: Para ser considerado

como uma execução completa do abdominal, o atleta deve elevar o tronco até encostá-lo

no joelho.

Estágio em Treino Desportivo João Carvalho

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Tabela 11 - Resultados Bateria de Testes 2

Nomes Teste 1 Teste 2 Teste 3 Teste 4 Teste 5

Esquerda Direita Centímetros Segundos Metros/Centímetro Número

Luís 0/3 1/3 15.1 8.92 1.63 69

Guilherme 0/3 1/3 10.8 8.24 1.70 32

Fragoso 0/3 0/3 12.6 9.17 1.51 21

João André 0/3 0/3 11.3 9.56 1.49 29

Alvané 1/3 0/3 11.6 8.32 1.56 46

Diogo Sequeira 0/3 1/3 14.5 9.69 1.71 41

Miguel Jarmelo 1/3 2/3 12.3 8.96 1.57 42

Manso 0/3 0/3 10.2 8.19 1.73 37

Amaral 1/3 0/3 9.4 9.91 1.48 23

Grilo 1/3 0/3 11.9 9.28 1.74 31

Miguel 0/3 0/3 12.2 8.86 1.46 30

Carlos 0/3 1/3 10.7 8.23 1.68 37

Dani 0/3 0/3 12.9 9.26 1.72 39

Diogo 0/3 0/3 12.8 8.08 1.78 48

Rodrigo 0/3 0/3 9.6 9.18 1.71 31

Cristiano 1/3 0/3 12.6 8.46 1.62 53

Comparando as duas baterias de testes verifica-se uma ligeira evolução de alguns

jogadores do NDS. Foi durante toda a competição que se notou a verdadeira evolução dos

atletas, tanto a nível técnico como tático.

19. Atividades Complementares

19.1 Ação de Formação para Treinadores de Guarda-Redes

No dia nove de Janeiro de 2016 no Auditório da Cultura da Guarda decorreu uma

ação de formação para treinadores de guarda-redes. A ação de formação teve duas partes,

teórica e prática, sendo que a parte teórica foi na parte da manhã no auditório da cultura da

Guarda e a parte prática na parte de tarde no estádio municipal da Guarda.

A equipa deste projeto é constituída por Vítor Baía que trabalhará com uma equipa

multidisciplinar de profissionais da FPF; Treinadores de guarda-redes das seleções

Estágio em Treino Desportivo João Carvalho

36

nacionais (masculina e feminina) de formação; Coordenador-Técnico e Técnicos das

Associações Regionais e Distritais de Futebol; Treinadores de guarda-redes dos clubes.

A parte teórica serviu para que os formadores da seleção nacional de guarda-redes

explicassem qual o objetivo do seu projeto e as ações a curto e a médio prazo, tendo como

principais objetivos: Aumentar o número de guarda-redes com desempenho elevado para

integrar as seleções nacionais de formação; Qualificar e valorizar a posição de guarda-

redes; Promover o guarda-redes português; Colocar a FPF como referência internacional na

formação de guarda-redes de futebol de excelência. As ações a curto prazo são: Tentar

identificar os melhores guarda-redes portugueses dos 14 aos 17 anos e projetar o seu

desenvolvimento; Abrir as convocatórias a mais três guarda-redes por estágio nas seleções

sub-15, sub-16, sub-17 e sub-18; Observar guarda-redes, treinadores de guarda-redes e

outros elementos, em treino e jogo; Elaborar proposta metodológica para operacionalização

dos conteúdos de treino de guarda-redes; Proporcionar apoio técnico específico aos clubes a

que pertencem potenciais guarda-redes de excelência; Convidar treinadores de guarda-redes

dos clubes para acompanhar estágios das seleções; Envolver coordenadores técnicos

distritais e treinadores das seleções distritais. Quanto ao projeto a médio prazo: Criar dois

cursos/licenças FPF para treino de guarda-redes; Propor integração de conteúdos

programáticos específicos sobre treino de guarda-redes nos cursos de treinador; Criar grupo

de trabalho de especialistas para elaborar os conteúdos específicos sobre treino e formação

de treinadores de guarda-redes; Criar espaço de reflexão anual, em articulação com

treinadores de guarda-redes de clubes e das seleções dos escalões de formação.

Na parte da tarde, parte prática da formação, os formadores conseguiram por em

prática, com a colaboração de alguns guarda-redes das formações das equipas de futebol da

Guarda, alguns exercícios para corrigir erros específicos dos guarda-redes.

19.2 XVI Jornadas da SPPD

Nos dias 6 e 7 de Novembro de 2015, no Instituto Politécnico da Guarda,

realizaram-se as XVI Jornadas da Sociedade Portuguesa de Psicologia de Desporto. Em

resumo fica uma das palestras apresentadas durante o mesmo sobre a influência do

desporto no autoconceito dos adolescentes.

A adolescência constitui um período privilegiado no desenvolvimento de um

autoconceito positivo, necessário na prevenção de doenças depressivas. Vários estudos

Estágio em Treino Desportivo João Carvalho

37

mostram uma correlação positiva entre exercício físico e o desenvolvimento

psicossocial do indivíduo.

Neste estudo pretendeu-se avaliar se a prática organizada de desporto (escolar e

federado) influencia positivamente o autoconceito dos adolescentes.

A amostra (n=120), com idade entre 12 e 17 anos (14,5±1,5 anos), compreendeu

um grupo de Não Praticantes (NP), Praticantes Desporto Escolar (PDE) e um grupo de

Praticantes Federados (PF). Utilizou-se Piers-Harris Children’s Self-Concept Scale 2

(PHCSCS 2), adaptado por Veiga (2006) para a população Portuguesa, para avaliar o

autoconceito global e as suas dimensões (ansiedade, aspeto comportamental, estatuto

intelectual, aparência física, popularidade e satisfação/felicidade). Para comparação das

médias usou-se o teste não paramétrico Mann-Whitney-U (Wilcoxon W) (p< 0,05).

Os resultados experimentais mostraram que o grupo de PF apresentou

pontuações do autoconceito global estatisticamente superiores ao grupo PDE (p=0,022)

e ao grupo NP (p=0,008). Resultados idênticos foram obtidos na dimensão da aparência

física. Não foram encontradas diferenças entre PDE e NP. Observaram-se também

pontuações estatisticamente superiores para o género masculino quanto à dimensão

aparência física (p= 0,001) e ansiedade (p= 0,003).

Concluiu-se que o desporto federado promove de forma significativa o

autoconceito global, de modo particular na aparência física. O efeito do desporto escolar

no autoconceito não foi encontrado, sugerindo que devem ser encontradas novas

estratégias de promoção da atividade física e desportiva em contexto escolar de modo a

prevenir a sintomatologia depressiva na adolescência.

19.3 I Encontro do Desporto Integrado

No dia 28 de outubro de 2015, no Instituto Politécnico da Guarda, realizou-se o

primeiro encontro de desporto integrado. A atividade iniciou-se na parte da manhã com a

receção as instituições convidadas, após isto foram formadas equipas, onde as quais tinham

que passar em diferentes modalidades para terem conhecimento do que era o desporto

integrado, as modalidades eram as futebol, dança e karaté. Eu como voluntário na

orientação de um dos grupos estive presente em todas as modalidades, que foi muito

enriquecedor para mim.

Estágio em Treino Desportivo João Carvalho

38

Após o almoço, deu-se uma palestra no Auditório dos serviços centrais, em que o

orador era o Mestre Mário Lopes, presidente da Federação Portuguesa de Desporto para

pessoas com Deficiência, no qual ele realça o facto de o desporto ser uma peça fundamental

para que haja uma inclusão das pessoas na sociedade.

Por último a seguir à palestra houve uma demonstração de goalball, uma

modalidade praticada por pessoas portadoras de deficiência visual. Onde pude experienciar

o jogo e sentir como é difícil esta modalidade.

19.4 1º Congresso de Futebol – O treino do futebolista: um espaço de

confluência entre a ciência e a prática

Decorreu no dia 26 de maio de 2016, no Instituto Politécnico da Guarda o 1º

Congresso de futebol. A realização deste congresso nasce de uma ligação entre a Escola

Superior de Educação, Comunicação e Desporto, a Associação de Futebol da Guarda, a

Federação Portuguesa de Futebol e a Câmara Municipal da Guarda.

O congresso teve como principal objetivo gerar uma área de partilha de

conhecimento em torno de temáticas relacionadas com o processo de treino do

futebolista que têm atingido especial relevância na atualidade como: periodização do

treino, modelo de jogo, exercício de treino, avaliação e controlo da performance e

sessão de treino.

Durante o dia houve várias palestras onde foi possível comunicar com vários

profissionais de excelência nos seus diferentes domínios de intervenção como:

selecionadores nacionais de futebol, treinadores com experiência nas ligas de futebol

profissional e em academias de talento e analistas de jogo.

O congresso foi dividido pela parte teórica e parte prática. O professor António

Barbosa e o professor Carlos Sacadura abordaram de forma prática exercícios

específicos de treino ao modelo de jogo pretendido

Não é fácil para mim escolher uma palestra que tenha gostado mais porque todas

foram do meu interesse e permitiram-me enriquecer o meu conhecimento.

Estágio em Treino Desportivo João Carvalho

Parte 4 - Reflexão Final

Estágio em Treino Desportivo João Carvalho

40

Reflexão Final

Após uma longa época desportiva que se resume a um total de 619 horas de

estágio, posso afirmar que as experiencias, os ensinamentos, os erros, as falhas foram

todos pontos de crescimento a nível pessoal como a nível profissional. É de extrema

importância que falhemos, ainda mais importante é errar quando estamos em estágio,

pois o tutor e orientador poderão ter uma opinião critica e irão direcionar-nos no

caminho mais correto, erradicando as nossas lacunas e desenvolvendo os nossos pontos

fortes, sendo que conforme iremos avançando na nossa carreira mais e maiores são os

problemas com que somos confrontados.

Revisando o ponto anterior sinto-me na obrigação de prestar aqui os meus mais

sinceros agradecimentos a todos os docentes pelos ensinamentos transmitidos durante

os três anos de licenciatura, sendo que todas as áreas são de extrema importância.

Desde o início e tendo em conta o historial e percurso do tutor de estágio, as

minhas expectativas eram imensas. Nem todas elas foram alcançadas.

Sempre prezei pela pontualidade, assiduidade e responsabilidade, capacidade de

trabalho, empenho, disciplina e paixão foram facetas minhas desenvolvidas durante este

ano no estágio.

É chegado a este momento de refletir sobre todo o ano de estágio e focar nos

pontos positivos, embora tenham havido pontos menos bons. Definitivamente existem

mais pontos positivos do que negativos, isto porque foi a minha primeira experiencia

como técnico de desporto e no cômputo geral existiu uma grande evolução das minhas

capacidades em todos os aspetos do papel desempenhado ao longo da época.

Posso dividir o meu estágio em duas partes completamente distintas, a primeira

quando tinha todo o apoio do treinador principal que inclusive era meu tutor de estágio,

a outra fase foi quando o treinador decidiu abandonar a equipa. Posso afirmar que o

trabalho desenvolvido por mim foi muito mais árduo e difícil na segunda fase da época,

isto porque perdemos o nosso guia, o nosso suporte, o nosso mais direto ponto de

ligação entre a teoria e a prática, foram momentos difícil em que muita coisa pus em

causa.

Estágio em Treino Desportivo João Carvalho

41

Mas é com as dificuldades que aprendemos e esta decisão por ele tomada

fez-me crescer ainda mais, foi exposto a um maior nível de dificuldades e penso que as

superei como possível da forma.

Chegou a altura em que devo abordar estas dificuldades anteriormente

relatadas. A faixa etária específica com quem trabalhei foram os juniores, e existe uma

proximidade de idades, que complicava o meu trabalho porque no início, os atletas

olhavam para mim como apenas mais um deles, ou seja eu era quase como que um

atleta da equipa, mais um amigo que treinador. Sem sombra de dúvida que o maior

desafio e problema que encontrei no clube foi o desinteresse e a falta de empenho de

muitos jogadores, recordo-me de treino em que não compareciam atletas suficiente para

treinar e estes eram integrados nos juvenis para que pudessem treinar.

As relações entre seres humanos são muito complicadas e daí ter

encontrado imensa dificuldade para melhorar a nossa relação dentro do treino e para

aumentar a moral da equipa, o objetivo do QMAD e o vídeo motivacional foram

estratégias que introduzi para que pudesse de certa forma desenvolver estes aspetos na

equipa.

Para ultrapassar estas adversidades todas a minha principal motivação foi a

paixão que tenho pelo futebol, a minha vontade de ser e crer mais levou-me a derrubar

estas barreiras que encontrei.

Como aspetos positivos posso desde logo destacar a capacidade de improviso

que ganhei, esta capacidade desenvolveu-se durante a sessão de treino quando os

exercícios de treino estavam a correr menos bem, adaptávamos de acordo com uma

mudança nas componentes da carga para que o mesmo fluísse e os jogadores pudessem

desempenhar na perfeição as suas funções.

A partir do momento em que assumimos quase na totalidade a equipa, tive que

iniciar o processo de planeamento que antes não produzia. Este fator fez-me aplicar e

consolidar ainda mais os conhecimentos assimilados em certas unidades curriculares, a

Pedagogia do Desporto ajudou-me em muito na construção dos exercícios e numa

melhoria do meu discurso, o Planeamento do Treino permitiu-me utilizar as

componentes da carga. Desenvolvi o meu lado pessoal e de relação com os outros, pois

crescemos ainda mais quando somos confrontados com adversidades como foi o meu

caso.

Estágio em Treino Desportivo João Carvalho

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Em suma foi um ano difícil, que teve os seus altos e baixos, posso dizer que o

momento mais baixo foi o abandono do treinador principal. Mas como anteriormente os

momentos menos bons fazem-nos crescer e ser mais fortes.

A minha caminhada foi iniciada este ano,

Estágio em Treino Desportivo João Carvalho

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Bibliografia

Barroso, M. (2007). Validação do Participation Motivation Questionaire.

Bento, J. (2006). Formação e desporto. In Go Tani, J. Bento & R. Peterson (Eds.),

Pedagogia do Desporto. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. pp. 41-57

Bompa, T. (2007). Periodización. Barcelona, Espanha: Hispano Europea.

Carvalhal, C. (2014). Entre Linhas. Lisboa: Prime Books.

Castelo, J. (2009). Futebol - Conceptualização e organização prática de 1100

exercícios específicos de treino. Lisboa: Visão e contextos.

Ferreira, A. (2008). Dicionário Aurélio Ilustrado. Brasil: Positivo Editora.

Leães, C. (2003). Futebol: treinamento em espaço reduzido . Brasil: Movimento.

NDS. (2016). Documento Orientador NDS. Guarda.

Caracterização da cidade da Guarda. Disponível em: http://www.mun-

guarda.pt/Portal/concelho.aspx Visitado em 28/06/2016

Caracterização do clube NDS. Disponível em: http://nds-guarda.com/Home/SobreNos

Visitado em 28/06/2016

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Anexos

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Anexo 1: Convenção de Estágio

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Anexo 2: Registo de Presenças Juniores NDS

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50

Anexo 3: Treino em circuito

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51

Anexo 4: Exercícios Específicos GR NDS

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52

Anexo 5: Folheto NDS DCI

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53

Anexo 6: QMAD