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Relatório de Gestão das Reservas Internacionais

Dezembro 2015Volume 7

Relatório de Gestão das Reservas Internacionais Brasília v. 7 dez. 2015 p. 1-43

ISSN 2175-9251CNPJ 00.038.166/0001-05

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Relatório de Gestão das Reservas InternacionaisPublicação anual do Banco Central do Brasil/Departamento de Riscos Corporativos e Referências Operacionais.

Os textos e os correspondentes quadros estatísticos e gráficos são de responsabilidade do Departamento de Riscos Corporativos e Referências Operacionais (e-mail: [email protected]).

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Sumário

Sumário executivo, 4

1 Gestão das reservas internacionais, 6

1.1 Introdução, 61.2 Indicadores econômicos, 81.3 Governança, 11

2 Política de investimento, 14

2.1 Distribuição por moedas, 152.2 Classesdeativos, 162.3 Prazomédiodeinvestimento,17

3 Administração de riscos, 19

3.1 Risco de mercado, 193.1.1 Valor em Risco, 203.1.2 Testes de estresse, 21

3.2 Risco de liquidez, 223.3 Risco de crédito, 233.4 Risco operacional, 26

4 Programa de Gerenciamento Externo das Reservas Internacionais, 28

4.1 Políticadeinvestimento,284.2 Gestão de riscos, 29

5 Resultados, 31

5.1 Relação entre risco e retorno, 35

Anexo, 36

Glossário, 42

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Sumário executivo

Aolongodosúltimosanos,oBancoCentraldoBrasil(BCB)tembuscadoampliara transparência do processo de administração das reservas internacionais. Esta publicaçãoéosétimovolumedoRelatório de Gestão das Reservas Internacionais e detalha a evolução das reservas internacionais do Brasil, apresentando as alterações implantadas em seu gerenciamento ao longo de 2014.

A gestão das reservas internacionais ancora-se em sistema de governança que contemplahierarquiadefinidaentrediversas instânciasdecisórias,bemcomosistema de controle e de aferição diários de resultados e de acompanhamento dosinvestimentos.Paraessagestão,foiconcebidoumarcabouçobaseadoemtrêspilares:i)carteiradereferência;ii) limitesoperacionais;eiii)mensuraçãode resultados. Adicionalmente, são monitorados, de forma diária, os riscos de mercado, de crédito, de liquidez e operacional.

CompeteàDiretoriaColegiadadoBCBestabelecerosobjetivosestratégicoseoperfilderiscoederetornodasreservasinternacionaisdopaís.Seguindoessasdiretrizes,manteve-se,em2014,aestratégiadediversificaçãodaaplicaçãodasreservas internacionais e de buscar a cobertura cambial da dívida externa na distribuição por moedas das reservas.

Em 31.12.2014, as reservas internacionais do Brasil totalizavam, pelo conceito de liquidez internacional,US$374,05bilhões.O riscodemercado (VaR) médio dos investimentos, que agrega as componentes de juros e de moedas, para 2014foide1,95%aoano(a.a.),poucoabaixodosvaloresobservadosnostrêsanosanterioresemfunçãodamenorvolatilidadedomercadoderendafixanaseconomias centrais. Oprazomédioobservadodefimdeperíododa carteiratotal foi de aproximadamente dois anos em 2014. Quanto a risco de crédito, a distribuiçãomédiadosativosporrating em 2014 mostra que 89% da exposição apresenta rating Aaa e 11%, ratingAa.Aofinalde2014,oriscodeliquidez,quelevaemconsideraçãoadiferençadepreços(spread)entreasofertasdecompraedevendadostítulospertencentesàscarteirasdeinvestimento,manteve-seempatamares baixos e similares aos de 2013: 0,03%, 0,08% e 0,06% para soberanos, supranacionaiseagências,respectivamente.

Oanode2014foimarcadopelareduçãogradualdosestímulosmonetáriosnosEstadosUnidos (conhecidacomo tapering), culminandonofinaldoprogramade afrouxamentoquantitativo (quantitative easing) emoutubro/2014. Essefato, em conjunto com o crescimento da economia americana observado na segundametadedoano,levouàexpectativadealtadataxadejurosem2015.

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Simultaneamente,baixainflaçãoepoucocrescimentonasdemaiseconomiascentraislevaramàperspectivadeaumentooucontinuidadenosestímulosmonetários.

Oresultadoconsolidadodasreservasmedidoemreaisnoanode2014foipositivoem12,63%.No cenário internacional, verificou-seapreciação substancial dodólar frente às demais moedas da reserva internacional ao longo do segundo semestre de 2014, acompanhada de queda de juros nas economias centrais. Esses movimentos de mercado levaram a ganhos de juros nas reservas internacionais decorrentesdamarcaçãoamercadodosinstrumentosderendafixa,bemcomoperdas devidas ao enfraquecimento das outras moedas perante o dólar, gerando resultadoconsolidadode-0,67%emUSDem2014.Noacumuladodosúltimoscincoanos,oresultadoemdólardasreservasfoipositivoem6,30%. O Relatório de Gestão das Reservas Internacionais está dividido em cinco capítulos. O primeiro apresenta os fundamentos nos quais se baseia a gestão das reservas internacionais.Osegundodescreveapolíticadeinvestimento.Oterceiroexplicitaosdiversosriscosenvolvidosnessesinvestimentos.Oquartoapresentaapolíticade investimentoeagestãoderiscosdosativosgerenciadosexternamente.Oúltimomostraosresultadosagregadosdaaplicaçãodasreservas,quepermitemverificaraadequaçãodasestratégiasvis-à-visosobjetivosestratégicosdefinidospeloBCB.ORelatóriotambémcontémumanexo,quetraztabelasapartirdasquaisseconfeccionaramosgráficosconstantesdodocumento,alémdoglossário,comosprincipaistermosutilizados.

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1.1 Introdução

Ocrescimentodaatividadeeconômicaglobalpermaneceuestávelem2014frentea 2013, em 3,4%. No entanto, como mostra a tabela 1.1, houve leve aceleração das economias centrais e desaceleração das economias emergentes.

Oanode2014foimarcadopeloiníciodanormalizaçãodapolíticamonetárianosEstadosUnidosdaAmérica (EUA),comadiminuiçãogradualdoprogramadecomprasdeativosdoFederal Reserve Bank (Fed), conhecido como quantitative easing, atéseufimemoutubro/2014.IssoinfluenciouglobalmenteosmercadosporcontadaexpectativadeaumentodejurosporpartedoFed,casoatrajetóriade recuperação da economia americana se mostrasse consistente.

De fato, a economia americana apresentou queda acentuada no primeiro trimestre de 2014, seguida de robusta recuperação nos três trimestres subsequentes. Sua taxa de desemprego declinou constantemente, de uma taxa de 6,6% em janeiro para 5,6% em dezembro.

NaZonadoEuro,poroutrolado,verificou-seumarecuperaçãoeconômicamenosrobusta, desigual entre seus membros, e marcada pelo alto desemprego, ainda que em queda gradual. Notou-se, também, que o término de um programa de provisão de liquidez para bancos comerciais feito pelo Banco Central Europeu (BCE)resultou,naprática,emcontraçãomonetárianaZonadoEuroaolongode2014.Defato,ainflaçãoestevesempreabaixode1%eemtrajetóriadescendente

1 Gestão das reservas internacionaisEste capítulo apresenta os fundamentos nos quais se baseia a gestão das reservas internacionais.

Período 2013 2014

Mundo 3,4% 3,4% Países avançados 1,4% 1,8% EUA 2,2% 2,4% Zona do Euro -0,5% 0,9% Japão 1,6% -0,1% Países emergentes1/ 5,0% 4,6% China 7,8% 7,4% Índia 6,9% 7,2% Rússia 1,3% 0,6% África do Sul 2,2% 1,5% Brasil 2,7% 0,1%

Tabela 1.1 – Crescimento real do PIB (%)

Fonte: Fundo Monetário Internacional.

1/ O grupo inclui economias em desenvolvimento.

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ao longode2014, comdeflaçãoemdezembro.Esses fatores induziramumaexpectativade futurosestímulosmonetáriosporpartedoBCE, influenciandofortementeospreçosdeativosetaxasdecâmbio.

NoJapão,aautoridademonetáriacontinuouseuexpressivoprogramadeestímulocomoobjetivodeelevarastaxasdeinflaçãoparaametade2%e,assim,induzirrecuperação econômica. No entanto, o aumento substancial do imposto sobre o consumo em abril de 2014 levou a abrupto desaquecimento de sua economia, provocandoresultadonegativonoanoeameaçandoaperspectivadecontinuidadedoprogramadeestímulomonetário.

A economia chinesa apresentou desaceleração gradual ao longo de 2014, apesar deapresentar,ainda,crescimentosignificativo.Issocontribuiuparaaquedanospreços das commodities e, por consequência, a depreciação das moedas dos países exportadores de commodities.

Osmercadosfinanceirosrefletiramessasalteraçõeseassimetriasnasperspectivasde crescimento econômico ao longo do ano. No primeiro semestre, menor atividadeeconômicanosEUAindicouqueanormalizaçãomonetáriaseriamaislenta,comdiminuiçãodevolatilidadenesteperíodo.Nosegundosemestre,aretomada americana, em contraste com a desaceleração das demais economias centrais e dasprincipais economias emergentes, configurouumcenáriodeexpectativadepolíticasmonetáriasdivergentes.

As mudanças na segunda metade do ano implicaram substancial impacto no mercado. O dólar americano sofreu apreciação frente às demais moedas das economias centrais, bem como às moedas de países emergentes exportadores de commodities,incluindooreal.Essasúltimassofreramimpactodiretodaquedaacentuada e generalizada nos preços de commodities, com destaque para o petróleo. As taxas de juros caíram nas principais economias centrais, com exceção dastaxasdecurtoprazodosEUA,dadaaperspectivadealtadaFed Funds Rate.

Astaxasdecrescimentoparaomundoeasprincipaiseconomiaspara2014ficaramabaixodasexpectativasiniciais,comaimportanteexceçãodosEUA.Deacordocomo relatório World Economic Outlook (WEO)doFundoMonetárioInternacional(FMI),a projeção para o crescimento do PIB agregado das economias dos emergentes em2014foide4,9%emjaneiroe4,4%emoutubro.Nofinal,ocrescimentodospaísesemergentesem2014(4,6%)foiinferioraoverificadoem2013(5,0%).OcrescimentodoBrasilem2014foi0,1%,significativamentemenorqueaexpectativaem janeiro de 2,5% e do crescimento de 2,7% em 2013. A economia chinesa cresceu7,4%em2014,eaexpectativaédecontinuidadedo“pousosuave”,quepressupõe que o governo consiga administrar com sucesso a transição do modelo econômico,emborapermaneçamriscosfiscaisefinanceiros.

Osriscosqueseapresentavamnofinalde2014nohorizontedecurtoprazoeram:i)possívelinstabilidadenosmercadosdejuros,ações,commoditiesecâmbionocasodeoFediniciaraaltadejurosnosEUA,comefeitosnofluxocambialparapaísesemergentes; ii)desaceleraçãomaiorqueodesejadonaChina frenteànecessidadedecontercrescimentodos riscosfiscalefinanceiro; iii) falhadaseconomiasdaEuropaedoJapãoemapresentarrecuperaçãorobusta,dificultandoanormalizaçãodasrespectivaspolíticasmonetárias.

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1.2 Indicadores econômicos

Ográfico1.1apresentaocomportamentodasexportaçõesedasimportaçõesbrasileiras, assimcomoda taxade câmbiodólar/real, noperíodode2005a2014.Observa-se variaçãonegativa tantonas exportações (-7,05%)quantonas importações (-4,38%)em2014,quandocomparadoaosvaloresde2013,com o registro do primeiro deficit comercial desde 2000. A taxa nominal de câmbioterminou2014comaumentode13,45%nacomparaçãocomofinalde2013 e cresceu 8,97% na comparação das médias anuais. Deve-se notar que o comportamento da taxa de câmbiodólar/realpossuialtacorrelação(positiva)com a valorização do índice dólar, o qual expressa o valor do dólar em relação a umacestademoedasdepaísesdesenvolvidos,comopodeservistonográfico1.2.Ataxadecâmbiotambémapresentaaltacorrelação,nessecasonegativa,com o índice de commoditiesCRB(Commodity Research Bureau),conformeseobserva nográfico1.3.

0

50

100

150

200

250

300

1

2

3

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Exportações Importações Câmbio médio R$/US$

Gráfico 1.1 – Balança comercial e câmbio (R$/US$)

Fonte: Banco Central do Brasil.

R$/US$ US$ bilhões

70

80

90

100

1,5

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2,5

3,0

3,5

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Câmbio R$/US$ Índice dólar

Gráfico 1.2 – Câmbio (R$/US$) e Índice Dólar

Fonte: Reuters.

R$/US$

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O PIB brasileiro avançou 0,1% em 2014, em ritmo de crescimento menor queoocorridoem2013.Como ilustraográfico1.4,a dívida líquida do setor público(DLSP)comoproporçãodoPIB,bemcomoasreservas internacionais,permaneceram estáveis no período.

Omercadoacionárionorte-americano,representadonográfico1.5peloíndiceS&P500,continuousuaascensãoem2014,comvariaçãode11%,atingindoseunível mais alto já registrado. O índice VIX manteve-se em patamar baixo, entre 10e25pontospercentuais,comomostraomesmográfico.

050100150200250300350400450500

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Câmbio R$/US$ CRB

Gráfico 1.3 – Câmbio (R$/US$) e CRB

Fonte: Bloomberg.

R$/US$

0

25

50

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Dívida líquida do setor público (% PIB) Reservas internacionais (% PIB)

Fonte: Banco Central do Brasil.

Gráfico 1.4 – Dívida líquida do setor público e reservas internacionais (% PIB)

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Os yieldsdostítulosdetrêsanosmostramaexpectativadedivergênciaentreaspolíticasmonetáriasdaseconomiascentrais,comopodemosvernográfico1.6.EnquantoastaxasdeEUAeInglaterrasubiamcomaperspectivadeaumentospróximosporpartedeseusrespectivosbancoscentrais,astaxasdeAlemanhaeJapãoapresentavamqueda,ilustrandoaexpectativapormaisestímulosmonetários.Cabe ressaltar que esse patamar de taxas de juros ainda é historicamente baixo e configura uma situação de risco com alta assimetria para os retornos de investimentosemrendafixanessespaíses,umavezqueforteselevaçõesnastaxasdejurosocasionariamretornosnegativossignificativosnessesinvestimentos.

As curvas de juros de EUA e Zona do Euro também apresentaram comportamentos diferentes.Ográfico1.7mostraaevoluçãodacurvadejurosdetítulospúblicosamericanos, com alta nos juros de curto prazo e queda nos prazos mais longos. Já a curvadetítulossoberanoseuropeusAAA,nográfico1.8,tevequedageneralizadaemtodososprazos.Issorefleteosdiferentesmomentosporquepassamasduaseconomias:osEUA,mostrandosinaisderecuperaçãoenofinaldeumciclodeestímulosmonetários;eaZonadoEuro,comnívelmaisbaixodecrescimento,maiorpressãodeflacionáriaecomperspectivadeintensificaçãodeestímulosmonetários.

0102030405060708090

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1.000

1.500

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2.500

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

S&P 500 VIX

Gráfico 1.5 – S&P 500 e VIX

Fonte: Bloomberg.

Pontos S&P 500 Pontos VIX

-0,25

0,75

1,75

2,75

3,75

4,75

5,75

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Alemanha EUA Japão Inglaterra

Fonte: Bloomberg.1/ Dados trimestrais.

Gráfico 1.6 – Yields soberanos (3 anos)1/

% a.a

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1.3 Governança

DeacordocomaLeinº4.595,de31dedezembrode1964,competeprivativamenteaoBCBserdepositáriodasreservasoficiaisdeouro,demoedaestrangeiraededireitosespeciaisdesaque.NoâmbitodoBCB,competeàsuaDiretoriaColegiadaestabelecerosobjetivosestratégicoseoperfilderiscoederetornodasreservasinternacionais do país.

No que diz respeito ao gerenciamento dos investimentos, a estrutura de governançadas reservasestáamparadaemumapolíticadegestão integradade riscosdoBCB.Os investimentos são realizadosdeacordo comdiretrizesestabelecidaspelaDiretoriaColegiadada instituição,quedefinemoperfilderisco e de retorno esperado por meio de uma carteira de referência apropriada, os limites operacionais para os desvios autorizados em relação a essa carteira de referência e os critérios de avaliação de resultados. A estrutura organizacional

0,00,51,01,52,02,53,03,54,0

0 5 10 15 20 25 30

2/1/2014 31/3/2014 30/6/2014 30/9/2014 31/12/2014

Gráfico 1.7 – Curvas de juros dos títulos do Tesouro Americano

Fonte: US. Department of the Treasury

%

anos

-0,5

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

0 5 10 15 20 25 30

2/1/2014 31/3/2014 30/6/2014 30/9/2014 31/12/2014

Gráfico 1.8 – Curvas de Juros dos Títulos Soberanos Europeus AAA

Fonte: European Central Bank

%

anos

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reforça os mecanismos de controle e de fluxo de informações, viabilizando o processo de investimento com foco na adequada gestão de riscos.

AgestãoderiscodoBCBconsideradiversasdimensões:financeira,estratégica,reputacional, legaleoperacional;preocupa-se, também,comogerenciamentodacontinuidadedenegóciosdainstituição.Agestãointegradaeeficientedorisco(Enterprise Risk Management[ERM])contribuisignificativamenteparaamelhoriacontínua das atividades do BCB, possibilitando melhor alocação de recursos institucionais,humanosefinanceiros.Alémdisso,proporcionamaiortransparêncianadefiniçãoda tolerânciaa riscoda instituição,permitindoadequá-laa seusobjetivosestratégicos.

Com a adoção de um modelo integrado e estruturado de gerenciamento de riscos, oBCBalinha-seàsmelhorespráticasinternacionais,consolidandosuaposiçãode excelência sobre o tema.

Em termos de estrutura de governança, a gestão das reservas está organizada conformeafigura1.1.

Figura 1.1 – Estrutura de governança das reservas internacionais

No nível superior da estrutura, encontra-se a Diretoria Colegiada do BCB, responsável por: i) definir as estratégias de longoprazo pormeio de umacarteira de referência chamada de benchmark;ii)avaliarosresultadosobtidosnoinvestimentodasreservas;eiii)definiroslimitesoperacionaisaqueestãosujeitososexecutoresdapolíticadeinvestimento.

Pode-se dividir a gerência dos recursos em dois níveis. O primeiro nível é a gerência delongoprazo,que,emúltimainstância,éresponsávelpelosinvestimentosque

Diretoria Colegiada

Diretor de Assuntos Internacionais e de Gestão

de Riscos Corporativos

Diretor de Política Monetária

Comitê de Estratégias de Investimento

Departamento das Reservas Internacionais

(Depin)

Departamento de Riscos Corporativos e Referências

Operacionais (Deris)

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contribuem para grande parte do retorno total das reservas. O Deris é responsável por desenvolver modelos de alocação estratégica dos recursos, bem como por proporaoDiretordeAssuntosInternacionaisedeGestãodeRiscosCorporativosa carteira de referência (benchmark), os limites operacionais e os critériosdemensuraçãode resultadosque são submetidosà apreciaçãodaDiretoriaColegiada.ODepartamentodasReservasInternacionais(Depin)colaboranesseprocesso com as informações de mercado e com aspectos operacionais.

No segundo nível, está a gerência de curto prazo. O Comitê de Estratégias de Investimento, presidido pelo Diretor de PolíticaMonetária, reúne-setrimestralmente e estabelece estratégias de desvios da carteira de referência, dentro dos limites operacionais estabelecidos pela Diretoria Colegiada. Essa forma degerenciamentoéchamadadegerênciaativaetemcomoobjetivoprincipalaelevação do retorno total, aproveitando eventuais oportunidades de mercado. O Depin é responsável por propor as estratégias de curto prazo que são apreciadas pelo Comitê e por executar as estratégias aprovadas. Além disso, por monitorar o mercado diariamente, o Depin pode, a qualquer momento, propor alterações nas estratégias adotadas.

ODeriséresponsáveltambémpordefiniredesenvolverosmodelosderiscoeas metodologias de avaliação de resultados. Esse departamento ainda elabora relatórios periódicos de risco e de performance para o acompanhamento dos resultados pela Diretoria Colegiada.

Umsistemagerencialfoidesenvolvidointernamenteparamonitorarosparâmetroseoscritériosdeinvestimento.Oscontrolessãorealizadosdiariamente,eeventuaisquebrasdoslimitesoperacionaisestabelecidossãocomunicadasautomaticamentea todos os membros da Diretoria Colegiada.

No que se refere aos aspectos operacionais, a aplicação das reservas internacionais envolveosprocessosde investimento,de conformidadeede liquidaçãodasoperações.Conformidadee liquidação sãoprocedimentos críticosnagestãodas reservas internacionais, por afetarem os aspectos de segurança, liquidez e rentabilidadedosinvestimentosemumambientecomliquidaçãoemdiferentesmoedas, praças e fusos horários.

Ainda, o processo de administração das reservas internacionais está sujeito a cincodiferentestiposdecontrole:i)controleinternodoDepin,porintermédiodaDivisãodeMonitoramento(Dimon);ii)controleinternodaAuditoriadoBCB;iii)controleexternoaoBCB,masinternoaoPoderExecutivoFederal,feitopelaControladoria-GeraldaUnião(CGU);iv)controleexternodoTribunaldeContasdaUnião(TCU);e,porfim,v)controleexternoexercidoporauditorindependente.

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Apolíticade investimentoédefinidapelaDiretoriaColegiadaem funçãodosobjetivos estratégicos de longo prazo a serem alcançados com as reservas internacionais. Dessa forma, a preocupação em atender aos compromissos externos eemreduziraexposiçãodopaísaoscilaçõescambiaisconduziuaumapolíticadecoberturacambialdadívidaexternabruta.Umavezconsideradaapolíticadecoberturacambial,o investimentodasreservas internacionaisérealizadocombase em critérios de segurança, liquidez e rentabilidade, priorizados nessa ordem.

ADiretoriaColegiadadefineumacarteiradeinvestimentoscomoreferênciaparaasaplicaçõesdasreservas,comumperfilestratégicoehorizontedeinvestimentodelongoprazo,querefleteaspreferênciasinstitucionaisdoBancoCentraldoBrasil(BCB)noquedizrespeitoàrelaçãoentreriscoeretorno.Flutuaçõesdecurtoprazonasvariáveisqueafetamospreçosdosativos,comocotaçõesdemoedaetaxas de juros, não afetam as decisões de longo prazo.

Alterações intencionais da carteira de referência em função das oscilações das condições de mercado podem ser assumidas e são monitoradas diariamente por sistemas de controle interno. Ou seja, as reservas internacionais são gerenciadas de formaativa,podendodesviar-semarginalmenteda carteirade referência,dentrodoslimitesoperacionaispreviamentedefinidospelaDiretoriaColegiada.

Noanode2012,objetivandodiversificarinvestimentoseprovermaiorflexibilidadeaoprocessodegerenciamentodasreservas,alémdepromoverumintercâmbiodeconhecimentosdemercadosfinanceirosinternacionaismaisefetivo,oBCBretomou a terceirização da administração de parte das reservas internacionais brasileiras por meio de seu Programa de Gerenciamento Externo das Reservas Internacionais(PGER).Ocapítulo4descreveapolíticadeinvestimentoeosriscosassociados a esse programa.

Aindaem2012,foraminiciadosinvestimentosemíndicesdeaçõesecommodities. No entanto, como poderá ser visto no capítulo 3, o risco dessas operações é relativamentepequeno,emrazãodabaixaexposiçãofinanceira,secomparadocom o risco total das reservas internacionais.

Noanode2013,oprazomédiode investimentodas reservas internacionaisfoi reduzido para diminuir a sensibilidade do valor de mercado da carteira a movimentos adversos nas taxas de juros internacionais, reduzindo, por conseguinte, a amplitude de eventuais perdas na marcação a mercado associadas a movimentos paralelos de subida das taxas de juros das economias centrais.

2 Política de investimentoA política de investimento reflete as preferências de risco do Banco Central do Brasil.

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Em2014,manteve-seoprazomédiodacarteiraeoníveldediversificaçãodasreservas internacionais.

Aseguir,sãodescritososaspectosfundamentaisdapolíticadeinvestimentodasreservasinternacionais.Deformagenérica,pode-sesegmentaressapolíticadeinvestimentoemtermosdedistribuiçãopormoedas,porclassesdeativosepeloprazomédiodeinvestimento.

2.1 Distribuição por moedas

Comomencionadoanteriormente,umdosobjetivosnoâmbitodagestãodasreservas internacionais é a redução da exposição do país ao risco cambial. Dessaforma,define-seumacarteiradiversificadaquebusque,principalmente,acobertura cambial da dívida externa bruta. Em dezembro de 2014, a alocação por moedasdasreservassedavadaseguinteforma:79,7%emdólarnorte-americano;6,0%emdólarcanadense;4,5%emeuro;3,1%emlibraesterlina;2,7%emdólaraustraliano;1,3%emiene;0,7%emouro;e2,0%emoutrasmoedas,taiscomocoroasuecaecoroadinamarquesa.Ográfico2.1mostraaevoluçãodaalocaçãopormoedasaofinaldecadaano.

Verifica-se,emtodooperíodo,odólardosEstadosUnidosdaAmérica(EUA)comomoedademaiorparticipaçãonosinvestimentosdasreservasinternacionais.Em2009,iniciou-sepolíticadediversificaçãodemoedasdasreservasinternacionais.Em2014,manteve-seadiversificação,nãohavendoalterações significativas,na comparação com 2013, na proporção das moedas em que as reservas são investidas.

0%

50%

100%

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Fonte: Banco Central do Brasil.1/ Reservas no conceito caixa (dados de fim de período).

Outras Ouro AUD CAD GBP JPY EUR USD

Gráfico 2.1 – Distribuição por moedas das reservas internacionais1/

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2.2 Classes de ativos

Os investimentos das reservas internacionais são realizados, basicamente, em instrumentos de renda fixa, notadamente em títulos governamentais, títulosdeagênciasgovernamentaisdediferentespaíses,títulosdeorganismossupranacionais edepósitosbancários aprazofixo. Emdezembrode2014, aalocaçãosedavadaseguinteforma:90,0%emtítulosgovernamentais;3,7%emdepósitosembancoscentraiseorganismossupranacionais;2,7%emtítulosdeagências;1,3%emtítulosdeorganismossupranacionais;0,2%emdepósitosembancoscomerciais;e2,1%emoutrasclassesdeativos,comooouro.

Ográfico2.2mostraadistribuiçãopercentual,porclassedeativo,observadanoperíododedezembrode2005adezembrode2014(dadosdefimdeperíodo).

No ano de 2014, observa-se pequena diminuição na alocação em títulos governamentais e aumento marginal da alocação em agências e em organismos supranacionais.Ográfico2.3mostraadistribuiçãoemtermosdevolumefinanceiroalocadoemcadaumadasclassesdeativos(dadosdefimdeperíodo),emqueseevidencia também uma manutenção no volume global das reservas internacionais.

0%

50%

100%

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Fonte: Banco Central do Brasil.1/ Reservas no conceito caixa (dados de fim de período).

Soberanos Agências Supranacionais

Depósitos em bancos Depósitos em supran. e BC Outros

Gráfico 2.2 – Distribuição por classes de ativo das reservas internacionais1/

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Dezembro 2015 | Relatório de Gestão das Reservas Internacionais17

2.3 Prazo médio de investimento

Aescolhadoprazomédiodeinvestimentodasreservasinternacionaisprocuraatenderaoscritériosdesegurança,liquidezerentabilidade,nessaordem.Ográfico2.4apresentaohistóricodoprazomédiodeinvestimentodasreservasparaoperíododedezembrode2005adezembrode2014(dadosdefimdeperíodo).

Em2013,comoobjetivodereduçãodasensibilidadedacarteiraamovimentosdetaxasdejuros(particularmenteàstaxasdejurosdosEstadosUnidos),oíndicedereferência da principal carteira foi reduzido de um a cinco para de um a três anos, mantendo-seessemesmoíndiceem2014.Oprazomédiodefimdeperíododacarteira total diminuiu com essa medida, passando de 2,79 anos em 2012 para 2,02 em2013etendoleveflutuaçãopara2,11anosem2014.Quandoconsideradaamédiaanualdoprazomédiodeinvestimento(gráfico2.5),adiminuiçãotambém

050.000

100.000150.000200.000250.000300.000350.000400.000

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Fonte: Banco Central do Brasil.1/ Reservas no conceito caixa (dados de fim de período). Valores em milhões de US$.

Soberanos Agências Supranacionais

Depósitos em bancos Depósitos em supran. e BC Outros

Gráfico 2.3 – Distribuição por classes de ativos das reservas internacionais1/

US$ milhões

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Gráfico 2.4 – Prazo médio de investimento – Fim de período1/

Fonte: Banco Central do Brasil.1/ Reservas no conceito caixa (dados anuais de fim de período).

Anos

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éobservável.Em2014,oprazomédiodeinvestimentofoide1,99anos,aopassoque o valor era de 2,52 anos em 2013 e de 2,78 anos em 2012.

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Gráfico 2.5 – Prazo médio de investimento – Média anual1/

Fonte: Banco Central do Brasil.1/ Reservas no conceito caixa (média anual).

Anos

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Aanálisedosriscosassociadosaoprocessodeinvestimentoépeçafundamentalparaoentendimentodosresultadosfinanceiroseparaaadequaçãodacarteiradereferênciaaosobjetivosdeinvestimentodasreservas.

Conforme mencionado anteriormente, os diferentes riscos assumidos na aplicação das reservas internacionais são controlados diariamente por um sistema gerencial desenvolvidointernamentepeloBancoCentraldoBrasil(BCB).Essesistemaincluio cálculo dos riscos de mercado e de crédito, bem como registros de eventuais incidentes operacionais, além de diversos outros controles de limites operacionais.

Oriscodemercadodeumacarteiradeativoséoriscodeseperderemmontantesfinanceirosemfunçãodavariaçãodospreçosdemercadodosativosquecompõemessa carteira.

Oriscodeliquidezcorrespondeaoriscodenãosepodervenderumativooufecharumaposiçãonomomentodesejadosemincorrer-seemcustossignificativos.

Oriscodecréditoéoriscodeumainstituiçãonãoconseguirhonrarpagamentosdecorrentes da emissão de títulos, depósitos ou qualquer outra obrigação contratualoucompromissofinanceiroassumidoscomosinvestidores.

Oriscooperacionalpodeserdefinidocomooriscodeperdas–diretasouindiretas–resultantesdefalha,dadeficiênciaoudainadequaçãodeprocessosinternosoude pessoas e sistemas ou, ainda, de eventos externos.

3.1 Risco de mercado

Existem diversas componentes de risco de mercado relacionadas à gerência das reservas internacionais. As principais são o risco de variação de preços das moedas que compõem as reservas e das taxas de juros nessas moedas. Vale ressaltar queamoeda-base(numerário)utilizadapeloBCBparaagerênciadasreservasinternacionais é o dólar norte-americano. Para medir o risco de mercado total dasreservasedecadaumadessasduascomponentesprincipais,oBCButilizaamedidaValoremRisco(eminglês,Value at Risk[VaR]),conformeseveránapróximaseção.Alémdisso,utiliza-setambémotestedeestresseparamedirasensibilidade das reservas a fatores de risco, conforme será descrito na seção 3.1.2.

3 Administração de riscos No investimento das reservas, são monitorados os riscos de mercado, de liquidez, de crédito e operacional.

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3.1.1 Valor em Risco

AprincipalmedidautilizadapeloBCBpara seavaliaro riscodemercadodasreservas internacionais é o VaR, que é medida de risco que demonstra a perda deumacarteiraabaixodaqualaprobabilidadedeocorrênciaédefinidaporníveldeconfiançadadoepordeterminadohorizontedetempo.

OBCBcalcula,diariamente,oVaRdasreservasedagerênciaativacomhorizontedeumdiaeníveldeconfiançade95%.AlémdoVaRtotal,tambémécalculadoo VaR para as componentes de moedas e de juros.

Ográfico3.1mostraoVaRmédioanualdasreservasinternacionaisemtermospercentuais, assim como o VaR proveniente de variações de taxas de juros e o de moedas.OVaRtotalatingiu1,95%aoanonamédia,umpoucoabaixodosvaloresobservados nos três anos anteriores.

Em 2014, a componente de juros do VaR das reservas diminuiu em relação à médiaanualde2013,de1,98%para0,96%.Em2013,avolatilidadedomercadodetítulossofreuumaumentoapósoanúnciodadiminuiçãodoprogramadecomprasdeativosdoFederal Reserve, causando o valor mais alto de VaR de juros. Contudo, a implantação dessa diminuição, feita ao longo do ano de 2014, foigradualepermitiuaomercadoacomodar-seemnívelmenordevolatilidade.

AcomponentedemoedasdoVaRficouestável,passandode1,46%para1,47%.Nostrêsprimeirostrimestresde2014,verificou-sevolatilidadebaixa,comleveaumentonoúltimotrimestredevidoàtendênciadeapreciaçãododólaramericanofrente às demais moedas da reserva.

Em maio de 2012, as reservas internacionais passaram a ter exposições a fatores de risco relacionados a ações e commodities. No entanto, em função do pequeno volume aplicado nessas classes, a contribuição dessas exposições para o risco total foi baixa ao longo do ano. A média da componente de ações e commodities do VaR anualizado foi inferior a 0,035% durante 2014.

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

VaR total VaR de juros VaR de moedas

Fonte: Banco Central do Brasil.1/ Média para cada ano do VaR diário anualizado.

Gráfico 3.1 – VaR das reservas internacionais1/

%

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3.1.2 Testes de estresse

AlémdoVaR,outra ferramentautilizadaparamediro riscodemercadodasposições das reservas internacionais é o teste de estresse. Trata-se de ferramenta quebuscaquantificaro impactonegativode choques e eventosque sejamdesfavoráveis às posições do BCB. Sendo assim, são determinados cenários de crise/estresse para os principais fatores de risco aos quais as reservas estão expostas,queservemcomobaseparaocálculodasperdasfinanceiraspotenciaisdiante de eventos adversos.

Ostestessãorealizadosconsiderando-seasposiçõesdoBCBaofinalde2014,eosfatoresderiscoutilizadossãoastaxasdecâmbiododólarnorte-americanocontraasoutrasmoedasdasreservaseascurvasdejurossubjacentes.Ográfico3.2 mostra o impacto, no resultado das reservas, de depreciações de todas as outras moedas, variando de 0% a 30% em relação ao dólar norte-americano.

Ográfico3.3mostraosresultadosdeumaumentoparalelode0,5a5,0pontospercentuaisnascurvasdejurosdasmoedasnasquaisasreservassãoinvestidas.Quantomaioroaumentodastaxasdejurosinternacionais,maioroefeitonegativoimediato na marcação a mercado das reservas.

-24-18-12-606

121824

-30% -20% -10% -5% 5% 10% 20% 30%

Fonte: Banco Central Brasil.1/ Impacto no valor das reservas de variações nas taxas de câmbio contra o dólar americano, em 31.12.2014.

Gráfico 3.2 – Teste de estresse de moedas

Taxa de câmbio1/

US$ billhões

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3.2 Risco de liquidez

Um dos pilares da aplicação das reservas internacionais é a liquidez. Dessa forma, noprocessodealocaçãodosinvestimentossãoconsideradasrestriçõesemclassesdeativosparasemitigaroriscodeliquidez,quecorrespondeaoriscodenãosepodervenderumativooufecharumaposiçãonomomentodesejadosemincorreremcustossignificativos.

Paragarantiraliquidezadequadaàsreservasinternacionais,oBCBadotalimitesoperacionaisnoqueserefereaosmontanteseaosprazosdeinvestimentos.Paraostítulosgovernamentais,supranacionaisedeagências,existelimitemáximodeaquisiçãoelimitemáximodeparticipaçãodecadaemissãonacarteira.Esseslimitesoperacionaistêmosobjetivosde:i)fazercomqueeventualvendadessestítulospeloBCBnãoalteredemasiadamenteseupreçoemfunçãodafaltadeliquidez;eii)limitaroimpactodeumadadaemissãonoresultadodacarteira.

Adicionalmenteaos controlesporemissãoeporparticipaçãona carteiradeinvestimento,oBCBmonitoraoriscodeliquidezdacarteirautilizandoíndicesdecustodeliquidezquelevamemconsideraçãoadiferençadepreços(spread)entreasofertasdecompraedevendadostítulospertencentesàscarteirasdeinvestimento.Taisíndicesdecustossãocalculadosparaostítulosdecadacategoriadeemissor(soberanos,supranacionaiseagências).

-35-30-25-20-15-10

-50

0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 4,0 5,0

P/L

Fonte: Banco Central do Brasil.1/ Impacto no valor das reservas de deslocamentos paralelos das curvas de juros, em 31.12.2014. Deslocamento paralelo em pontos percentuais.

Gráfico 3.3 – Teste de estresse de taxas de juros

Taxa de juros1/

US$ billhões

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Comopodemosobservar no gráfico3.4, o riscode liquidez, calculadopeladiferençadepreçosentreasofertasdecompraevendadostítulos,médiade2014,foiabaixodopatamarde2013.Pode-seobservarqueoriscodeliquidezrelativodaclassedeemissoressoberanoséconsistentementeinferioraodasinstituiçõessupranacionais e das agências. O risco de liquidez medido para os emissores soberanos foi de 0,03% em 2013 e 0,04% em 2014, para os supranacionais foi de 0,13% em 2013 e 0,08% em 2014, e para as agências foi de 0,10% em 2013 e de 0,06% em 2014. A diminuição do risco de liquidez observada ao longo de 2012 e 2013devidoaoabrandamentodacriseassociadaàdívidadepaísesdocontinenteeuropeu foi consolidada ao longo de 2014, mantendo o spread médio entre as ofertasdecompraevendadostítulosdediversosmercados.

3.3 Risco de crédito

Esta seção apresenta a evolução anual da exposição a risco de crédito das reservas internacionais desde 2005 e os controles existentes sobre essa exposição. Além disso, são apresentados alguns conceitos em risco de crédito e a distribuição dos ativossegundotrêscritérios:tipodeemissoroucontraparte,regiãogeográficae qualidade de crédito.

Define-seriscodecréditocomoaincertezarelativaàocorrênciadealgumeventode crédito, em emissor ou contraparte, que resulte na perda de valor das posições associadas com esse agente. Um evento de crédito ocorre quando um emissor ou uma contraparte não cumpre obrigações contratuais de pagamento assumidas. Considera-se que os emissores e as contrapartes do BCB que possuem risco de créditosãoasinstituiçõesquepossuempassivoscomoBCB,comoagências,bancoscentrais,governoscentrais,instituiçõesfinanceiraseorganismossupranacionais.

Agências sãoentidadespatrocinadasporumgovernonacional, criadas comoobjetivodepromovere fomentarodesenvolvimentode certos setoresdaeconomia, levantando recursos, principalmente, pela emissão de papéis no mercado internacional.Os governos centrais emitemtítulos soberanospara

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

2012 2013 2014

Soberanos Supranacionais Agências

Fonte: Banco Central do Brasil.1/ Valores referentes às respectivas carteiras.2/ Calculado pela distância entre os preços de oferta de compra e de venda.

Gráfico 3.4 – Risco de liquidez1/2/

%

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financiar seusbalançosfiscais. Supranacionais sãoorganismosmultilaterais,como oBancoMundialeoBanco de Compensações Internacionais (Bank for International Settlements[BIS]),queemitemtítulose,emalgunscasos,agemcomointermediáriosfinanceiros.Acategoriadeinstituiçõesfinanceirasincluibancoscomerciaisebancosdeinvestimento.Osgráficosseguintesmostramquegrandepartedasreservasinternacionaisestáalocadaemtítulossoberanos,sendoque,nessacategoria,ostítulosdoTesouroamericanoapresentamamaiorparticipação.

Aevoluçãodadistribuiçãoportipodeemissorecontrapartepodeservistanográfico3.5.Nessegráfico,verifica-seque,nosanosemanálise,oaumentodaparticipaçãodetítulos soberanosacompanhoua reduçãodaparticipaçãodeinstituiçõesfinanceiras.Em2014,adistribuiçãofoisemelhanteàde2013,compequenoaumentorelativodesupranacionais,instituiçõesfinanceirasebancoscentraisemdetrimentodaparticipaçãodetítulossoberanos.

0%

20%

40%

60%

80%

100%

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Fonte: Banco Central do Brasil.

Bancos centrais Instituições financeiras Soberanos Supranacionais Agências

Gráfico 3.5 – Distribuição por tipo de contraparte

O nível de risco de crédito de uma carteira é função de sua composição e da qualidadedecréditodosemissoresdeseusativose/oudascontrapartes.Oriscode crédito individual de agências e de organismos supranacionais autorizados parainvestimentopeloBCBébaixoemrazãodoslimitesestabelecidos,tendoemcontaquesãopermitidassomenteaplicaçõeseminstrumentosderendafixacomelevadaqualidadedecrédito,deacordocomaclassificaçãodeagênciadeavaliaçãode risco de crédito e também segundo avaliações internas.

Paraocontroledoriscodecréditodasinstituiçõesfinanceiras,foramestabelecidosdoistiposdelimitesoperacionais:umportransaçãoindividualeoutroparaacarteira como um todo. Cada transação está sujeita a limites operacionais que definemaqualidademínimade crédito,o volumemáximodeexposiçãoporemissor e contraparte e o prazo máximo dessa exposição. Na análise de crédito dascontrapartesedosemissoresdetítulosquecompõemacarteiradetítulosdoBCB, são também considerados indicadores de mercado e informações contábeis. Olimiteagregadoparaacarteiratemcomoobjetivorestringiraexposiçãodecréditototal.Paratanto,emprega-seummodeloestatísticodemediçãodoriscode crédito desenvolvido internamente pelo BCB.

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Osgráficos3.6e3.7referem-seadadosdofinalde2014.Adistribuiçãodosativoscomriscodecréditoporregiãogeográficaémostradanográfico3.6.Amaiorpartedaalocação(78%)estáememissoresecontrapartesdaAméricadoNorte.Comomencionadoanteriormente,issosedeveàmaiorexposiçãoemtítulosdogovernodos Estados Unidos, como consequência da prevalência do dólar norte-americano nadistribuiçãopormoedadasreservas.Ográfico3.7apresentaadistribuiçãomédiadosativosporclassificaçãoderiscodecrédito(rating)emostraque89%da exposição apresenta rating Aaa, e 11%, rating Aa1.

Ográfico3.8 apresentaaevoluçãodovolume total deexposiçãoa riscodecrédito de operações com instrumentos de money market2. Ressalte-se que essa exposição deriva de operações de depósito, compromissos de recompra e/ou derivativos,comoswaps e operações a termo, com bancos comerciais, bancos centraiseorganismossupranacionais,enão incluioperaçõescomtítulos.Em

1 Além disso, existe uma parcela de 0,16% de ratings inferiores a Aa.2 Instrumentos de money market sãoaplicaçõesdecurtoprazotaiscomodepósitosaprazofixoe compromissos de recompra.

77,6%

15,1%

2,8% 2,7% 1,8%

América do Norte Europa Supranacionais Austrália Ásia

Gráfico 3.6 – Distribuição por região

Fonte: Banco Central do Brasil.

89%

11%

Aaa Aa

Gráfico 3.7 – Alocação por rating

Fonte: Banco Central do Brasil.

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2011, a piora na percepção de risco de crédito dos emissores e das contrapartes eoaumentodasincertezasnomercadofinanceirointernacionalfizeramdiminuirconsideravelmenteaexposiçãoemorganismossupranacionaiseeminstituiçõesfinanceiras.Desde2012temhavidoaumentogradualdessasexposições;porém,ainda permanecem em patamar muito inferior ao observado em 2010. Em relação a2013,houveaumentode2%,8%e10%nasexposiçõesainstituiçõesfinanceiras,supranacionaisebancoscentrais,respectivamente.

3.4 Risco operacional

Oriscooperacionalpodeserdefinidocomoaestimativadasperdas–diretasouindiretas–resultantesdefalha,deficiênciaouinadequaçãodeprocessosinternos,pessoasesistemasoudeeventosexternos.Nopassado,essetipoderiscoeracontroladoapenas compráticasqualitativasdegerenciamento.Atualmente,busca-seamensuraçãodosriscosoperacionaispormeiodemodelosquantitativoscomocomplementorobustodaspolíticasdecontrolesinternos.

NoBancoCentraldoBrasil,aPolíticadeGestãoIntegradadeRiscosépautadapelas diretrizes e recomendações apresentadas nos principais guias de referências emgestãode riscosecontinuidadedenegóciosdasorganizações, tais como,COSO, normas ISO 31000, AS/NZS 4360:2004, NBR 15999-2, entre outros, e nas recomendações de Basileia.

As ferramentas da gestão de riscos operacionais (previstas nessa Política)e utilizadasnoBCBdurante as fasesde levantamento, análise, priorização,tratamento, monitoração e revisão dos riscos são: a Autoavaliação de Riscos e Controles(RCSA–Risk and Control Self Assessment),os IndicadoresChavedeRiscos(ICRs)eoRegistroHistóricodeEventos(RHE).

Com a implantação de modelo de risco não financeiro pelo BCB, foram desenvolvidos ICRs para avaliação e monitoramento do risco. Calculados de forma automatizada a partir de dados gerados na execução cotidiana das atividades,osICRspretendemserferramentaspreditivas.Comosãoaltamente

05.000

10.00015.00020.00025.00030.00035.000

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Fonte: Banco Central do Brasil.1/ Valores em US$ milhões (dados de fim de período).2/ Depósitos, compromisso de recompra, Forex.

Bancos centrais Instituições financeiras Supranacionais

Gráfico 3.8 – Exposição total a risco de crédito com operações de money market1/2/

US$ milhões

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correlacionados com os riscos, eles auxiliam na mensuração do nível de exposição enogerenciamentoderiscos.Quandoassociadosalimitespredefinidos,podemautomaticamentedispararalarmese,assim,permitiraimplantaçãodemedidasde controle dos riscos e seus desdobramentos em tempo hábil. Esse sistema de gestão de riscos também disponibiliza o acompanhamento de eventos e quase eventosde riscos, garantindoomonitoramentode incidentesepermitindoaanálise de tendências para melhoria dos controles.

A análise dos eventos de risco que se materializaram é uma potente ferramenta para reavaliar os processos e evitar novas perdas, além de corrigir uma eventual percepção errada quanto aos riscos potenciais presentes em cada processo de trabalho.

No que se refere aos aspectos operacionais, a aplicação das reservas internacionais envolveosprocessosdeinvestimento,conformidadeeliquidaçãodasoperações.Conformidadeeliquidaçãosãoprocedimentoscríticosnagestãodasreservasporafetarem os aspectos de segurança, liquidez e rentabilidade em um ambiente com liquidação em diferentes moedas, praças e fusos horários.

Para a conformidade e para a liquidação, tão importante quanto o volume de reservasé suamovimentaçãoe suadiversificaçãoem termosdeativos,porrepresentaremfluxosadicionaisdetrabalhoe,portanto,maiorexposiçãoariscosoperacionais.Em2014,ogiroalcançoumovimentaçãofinanceiraequivalenteaUS$4,9trilhões,comarealizaçãode8.790operações,estimativadetrânsitode87.790 mensagens Swift e lançamento de 636.113 registros contábeis.

Diferentemente dos números de contratação, que consideram o valor do negócio, nosprocessosdeconformidadeeliquidaçãosãocontadostodososfluxosvinculadosàs operações em razão dos riscos potenciais de alguma falha operacional.

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OProgramadeGerenciamentoExternodasReservasInternacionais(PGER)foireiniciadoem2012comoobjetivodediversificarinvestimentoseprovermaiorflexibilidadeaoprocessodegerenciamentodas reservas, alémdepromovertransferência de tecnologia e intercâmbiode conhecimentosdosmercadosfinanceiros internacionaisentreoBancoCentraldoBrasil (BCB)eosgerentesexternos das reservas internacionais.

Em 1ºde fevereiro de 2012, seis gerentes externos deram início à gestão de carteiras de US$ 1 bilhão cada, totalizando US$ 6 bilhões alocados no programa. Os mandatosforamimplantadosapósprocessoseletivoqueduroumaisdeumano,noqualasinstituiçõescandidatasforamavaliadasquantoàexpertise na gestão de títulosderendafixa,ações,commodities e moedas, inclusive para clientes como bancos centrais, fundos soberanos ou outras organizações governamentais. No finalde2014,ovolumealocadonoPGEReradeUS$6,19bilhões.

AlémdoPGER,noâmbitodeativosemmoedaestrangeiragerenciadosexternamente,o BCB investe em dois fundos do Bank for International Settlements (BIS),oBIS Investment Pool (Bisip),sendoumdelescompostoportítulosgovernamentaisdosEstados Unidos vinculados à inflação(Treasury inflation-protected securities[TIPS])eooutrocompostoportítulosgovernamentaischineses(denominadosnamoedachinesa,CNY).OvolumetotalalocadonoBisipnofinalde2014eradeUS$346,83milhões.

UmavezqueoPGEReoBisipfazempartedapolíticadeinvestimentoglobaldasreservas internacionais, seus resultados são considerados conjuntamente com osdemaisportfólios(informaçõesdiscutidasnocapítulo5).

Aseguir,apresentamosapolíticadeinvestimentodoPGEReosdadosdesuagestão de riscos.

4.1 Política de investimento

Aofinalde2014,ovalortotaldosinvestimentosdoPGEReradeUS$6,19bilhões.Por ter comoobjetivomelhorar adiversificaçãoedarmaiorflexibilidadeaoprocesso de gestão das reservas como um todo, a composição da carteira do PGER diferedaqueladacarteiradeinvestimentogerenciadainternamente.Dessaforma,nofinalde2014,aexposiçãoemíndicesdeaçõesecommodities representava 31,41% do total administrado pelo programa, sendo o restante concentrado em títulosderendafixagovernamentaisdaseconomiascentrais.

4 Programa de Gerenciamento Externo das Reservas InternacionaisEste capítulo detalha a composição e os riscos da carteira de reservas administrada externamente.

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Adistribuiçãopormoedasdos investimentosdoPGERestáapresentadanográfico4.1.Verifica-seque64,65%dasexposiçõessãoemdólarnorte-americano;13,15%,emeuro;4,62%,emlibraesterlina;6,66%,emdólaraustraliano;6,45%,emdólarcanadense;e4,47%emoutrasmoedas,comoiene,coroasuecaedólarneozelandês. Nota-se, portanto, que a carteira gerenciada externamente é menos concentrada em dólar norte-americano, se comparada com a carteira gerenciada internamente.

4.2 Gestão de riscos

Durante o ano de 2014, a carteira do PGER apresentou um VaR diário médio anualizado de 6,20%, equivalente a US$ 394,61 milhões.

O risco de crédito associado aos ativos sob responsabilidade dos gerentesexternos é calculado usando-se a mesma metodologia adotada para as reservas internacionais gerenciadas internamente. Adistribuiçãoportipodeemissorecontrapartepodeservistanográfico4.2.Nessegráfico,verifica-sequeaexposiçãoemsoberanosésuperioràdeoutrosemissoresecontrapartes.Aexposiçãoeminstituiçõesfinanceirasestáassociadaàsposiçõesemderivativosdebalcão,nasmargensdepositadasemcâmarasdeliquidaçãoenocaixadepositadoeminstituiçõesfinanceiras,enquantoaexposiçãoemempresasestá associada à alocação em Exchange Traded Funds(ETFs)detítuloscorporativos.

13,15%

64,65%

6,66%6,45%

4,62%4,47%

EUR USD AUD CAD GBP Outros

Gráfico 4.1 – Alocação por moeda (PGER)

Fonte: Banco Central do Brasil.

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A alocação por rating,considerando-seototaldaexposiçãodosativosgerenciadospelosparticipantesdoPGER,estáapresentadanográfico4.3.Verifica-seque80%dosrecursosestãoaplicadosemcontrapartesouemissoresclassificadoscomoAaa.

81,6%

8,2%2,0%

3,4% 4,9%

Soberanos Agências Supranacionais Empresas Instituições Financeiras

Gráfico 4.2 – Alocação por tipo de contraparte (PGER)

Fonte: Banco Central do Brasil.

80%

13%

6% 1%

Aaa Aa A Baa

Gráfico 4.3 – Alocação por rating (PGER)

Fonte: Banco Central do Brasil.

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Aanálisedos rendimentosobtidosnasaplicaçõesdas reservas internacionaisdeve ser feita considerando-seosobjetivosestratégicosdoBancoCentraldoBrasil (BCB)eosdiferentesmecanismosutilizadosparafinsdecálculo.OBCBconsidera o resultado contábil para a elaboração de seu balanço e os dados oriundos do sistema gerencial desenvolvido internamente para auxílio às decisões deinvestimentoeaoscontrolesinternos.

O resultado contábil, no entanto, não é o mais adequado do ponto de vista de tomadadedecisõesdeinvestimentos,jáqueosretornosnãosãocalculadosemfunçãodomontante investido,queéalteradocomacompraoucomavendade moeda estrangeira. Além disso, como as reservas são aplicadas no mercado internacional,aapuraçãoemreaisincorporaaflutuaçãodataxadecâmbioentreorealeasoutrasmoedas,oquedificultaaanálisedarentabilidadeemdiferentesmercados. Para solucionar esses problemas, o BCB calcula a rentabilidade das reservasutilizandosistemagerencial,oqualpermiteaavaliaçãodascarteirasem base diária, seguindo padrão internacional, possibilitando, também, o acompanhamentodasestratégiasdeinvestimentoemmercadosdistintos.

AexpectativadeimplantaçãodepolíticasmonetáriasdivergentesnosEUAenosdemais países cujas moedas compõem as reservas, especialmente ao longo da segunda metade de 2014, levou à apreciação do dólar frente às demais moedas. Isso teve efeito dominante no resultado consolidado das reservas internacionais, medido em dólar norte-americano, que foi de -0,67% em 2014. Esse valor inclui a rentabilidadedoProgramadeGerenciamentoExterno(PGER)edacarteiradoBIS Investment Pool(Bisip),querenderamrespectivamente-2,43%e0,49%noperíodo.Emboranãosejadiretamentecomparável,parafinsdereferência,arentabilidadeobservada em 2014 para o índice Global Treasury-GDP Weighted by Country do Barclays,queagregatítulosderendafixadegovernosdepaísesdesenvolvidoseemergentes, foi de -1,66%. Já o retorno do índice Global G7 do Barclays, o qual englobatítulosgovernamentaisdaAlemanha,doCanadá,daFrança,daItália,doJapão, da Inglaterra e dos Estados Unidos da América, foi de -0,86%.

Nográfico5.1,sãomostradosoresultadodareservaemdólareseuscomponentesde moeda e juros. O componente de juros corresponde ao resultado das reservas semconsideraravariaçãocambial,erecebeessenomedadaapredominânciadeinvestimentosemrendafixanasreservas.

5 ResultadosA correta avaliação dos resultados alcançados permite verificar a adequação das estratégias vis-à-vis os objetivos estratégicos definidos.

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Poroutrolado,considerandocomomoeda-baseoDireitoEspecialdeSaque(DES)3, oresultadodasreservasinternacionaisfoipositivoem5,40%,refletindoofatode as reservas terem um percentual maior de dólar norte-americano do que a composiçãodoDES.Defato,aofinalde2014,88,5%dasreservasinternacionaisbrasileiras estavam alocadas nas moedas que compõem o DES. O histórico do resultado nesse numerário para as reservas gerenciadas internamente pelo BCB estánográfico5.2.

O uso do real como numerário, por sua vez, traz informações diferentes sobre as variações da reserva internacional. Assim como quando usamos o dólar como moeda-base, as variações do real em relação às moedas da reserva dominam o resultadototal.Noentanto,comoavolatilidadedorealésignificativamentemaisalta que a do dólar frente a seus pares, o resultado nesse numerário sofre ainda

3 ODESéacestademoedasdefinidaeutilizadacomonumeráriopeloFMI.ODESécompostopelasmoedastradicionaisdereserva:dólarnorte-americano(45,5%),euro(35,5%),libraesterlina(12,0%)eiene(7,0%),dadosde31.12.2014.

-4-202468

101214

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Retorno DES

Fonte: Banco Central do Brasil.1/ Reservas internacionais gerenciadas internamente pelo BCB.

Gráfico 5.2 – Rentabilidade das reservas internacionais em DES1/

%

-6

-3

0

3

6

9

12

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Retorno USD Retorno Juros Retorno Moeda

Fonte: Banco Central do Brasil.1/ Reservas internacionais gerenciadas internamente pelo BCB.

Gráfico 5.1 – Rentabilidade das reservas internacionais1/

%

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maisinfluênciadasflutuaçõescambiais.Oresultadoconsolidadodasreservasmedidoemreaisnoanode2014foipositivoem12,63%.Ográfico5.3exibeoresultadonosúltimos10anos,emreais,dasreservasgerenciadasinternamente.

Umavezqueoinvestimentodasreservasinternacionaistemumdirecionamentoestratégicodelongoprazo,ográfico5.4mostraoresultadodareservaemdólaracumulado considerando uma janela móvel de 5 anos. Nota-se que o resultado acumuladodosúltimos5anosépositivoem6,30%,refletindoaacumulaçãoderendimentosdejurosediminuindoainfluênciadevariaçõescambiaisdecurtoprazo.Ográficoilustra,ainda,atendênciadequedanorendimentodasreservas,advindadosregimesdebaixastaxasdejuroseestímulosmonetáriosprevalentesnas economias centrais.

-30-20-10

01020304050

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Retorno Reais

Fonte: Banco Central do Brasil.1/ Reservas internacionais gerenciadas internamente pelo BCB.

Gráfico 5.3 – Rentabilidade das reservas internacionais em reais1/

%

0

5

10

15

20

25

30

35

2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Fonte: Banco Central do Brasil.1/ Reservas internacionais gerenciadas internamente pelo BCB.

Gráfico 5.4 – Rentabilidade das reservas internacionais em USD –Janela móvel de 5 anos1/

%

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Variações cambiais no longo prazoOinvestimentoemativosdenominadosemdiversasmoedastemimpactopositivodelongoprazonadiversificaçãodasreservasinternacionais.Poroutrolado,umavezqueodólaréonumerárioconsideradoparafinsdeavaliaçãodosresultados,asreservasinternacionaissofremoimpactodavariaçãodecurtoprazodastaxasdecâmbiodasdemais moedas em relação ao dólar.

Ocomportamentodas taxasde câmbio ao longodo tempoapresenta volatilidadesignificativamentesuperioràdospreçosdosinstrumentosderendafixaquecompõemasreservas.Assim,nocurtoprazo,asvariaçõesnastaxasdecâmbiotendemaserumfator importante na determinação do resultado total. No entanto, no longo prazo, o efeito dos juros tende a superar o efeito das moedas no resultado total da carteira.

Ográfico5.5compara,combaseemjaneirode1999,datadeiníciodecirculaçãodoEUR,oretornoacumuladodejurossegundooíndiceJPMde1a3anosdetítulossoberanosdos EUA com a variação cambial de uma cesta de moedas em relação ao dólar, composta pelas moedas presentes nas reservas, nas proporções de 31.12.2014, exceto o dólar.

Nele,observa-sequeasvariaçõesdecâmbiodosprimeirosanossãodegrandezacomparávelaosjurosacumulados.Contudo,nacomparaçãodetodooperíodo,verifica-sequeosjurosacumuladossomam70%,enquantoavariaçãocambialatingemenosque15%,ouseja,suarelevânciaparaoresultadotendeaserreduzidanolongoprazo.

De maneira análoga, o gráfico 5.6 mostra o resultado acumulado das reservas internacionais desde 2001, bem como a divisão nos componentes juros e moeda. Nele, é possível ver a evolução da contribuição das variações cambiais e de juros para o resultado total. De fato, observa-se o retorno acumulado de moedas de 8,9% no período, enquanto oretornototalacumuladofoide62%.Valeressaltarqueadiversificaçãoemmoedassealterou ao longo desse período.

010203040506070

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014

Acumulado Total Acumulado Juros Acumulado Moeda

Fonte: Banco Central do Brasil.1/ Reservas internacionais gerenciadas internamente pelo BCB.

Gráfico 5.6 – Rentabilidade acumulada das reservas internacionais1/

%

-20,0

-5,0

10,0

25,0

40,0

55,0

70,0

JPM US 1-3 year Index Cesta de Moedas x USD

Gráfico 5.5 – Comparação entre retornos de juros e moedas

Fonte: Bloomberg

%

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5.1 Relação entre risco e retorno

Estaseçãocomparaoperfilderiscoeoretornodosinvestimentosdasreservasinternacionais no período de julho de 2001 a dezembro de 2014 com algumas classesdeativos.Ohorizontede investimentodoBCBéde longoprazo,eaanálisedoperfilderiscoeretornoéfeitacombaseemvaloresmensaisapartirdadisponibilidadededadosnosistemagerencial.Ográfico5.7apresentaoretornomédioeodesviopadrãoanualizadoscombaseemdadosmensais.OstítulosdoTesouro norte-americano estão representados pelos índices de um a três anos de vencimento(EUA1-3),detrêsacincoanosdevencimento(EUA3-5)eportodaacurva(EUA).Sãoapresentados, também, índicesdetítulosdosgovernosdaAlemanha, do Reino Unido, do Canadá, da Dinamarca, da Suécia, da Austrália e do Japão. Adicionalmente, foram incluídas as séries de ouro e dos índices S&P 500, Euro Stoxx 50 e DJ-UBS commodities.Nessegráfico,épossívelverificararelaçãoentre risco e retorno da aplicação das reservas internacionais e compará-la aos índices listados, tendo o dólar norte-americano como moeda-base. Os resultados obtidosestãoconsistentescomapolíticadeinvestimentoecomapreferênciaderisco e retorno da Diretoria Colegiada.

EUA 1-3

ReservasEUA 3-5

EUA

Austrália

Canadá

Japão

Reino Unido SuéciaAlemanha

Dinamarca

S&P 500

DJ-UBS CI

Euro Stoxx50

Ouro

0

2

4

6

8

10

12

14

0 5 10 15 20 25

Gráfico 5.7 – Relação risco (%) vs. retorno (%)1/

Fonte: Banco Central do Brasil e Bloomberg.1/ Retorno médio em função do desvio padrão (% anualizado) no período de julho de 2001 a dezembro de 2014. A base é o dólar norte-americano.

Risco (%)

Retorno (%)

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Nota explicativa

Esteanexocontémtabelascomosdadosutilizadosnaconfecçãodosgráficosdopresente relatório. Não estão incluídos os dados do capítulo 1, uma vez que eles provêm de séries históricas divulgadas publicamente. Os números das tabelas sãoosmesmosdosgráficosapresentadosnorelatório.

Astabelasutilizamdadosgerenciaisrelativosàsoperaçõesrealizadasnoprocessode gestão das reservas internacionais.

Anexo

Tabela 2.2 – Distribuição por classes de ativo das reservas internacionais1/

Período Soberanos Agências Supra-nacionais

Depósitos bancos

Depósitos supran.

Outros

2005 68,6% 3,7% 3,4% 22,7% 0,3% 1,4%2006 71,8% 9,5% 1,8% 15,4% 0,2% 1,2%2007 84,4% 4,3% 6,5% 4,0% 0,1% 0,6%2008 78,5% 7,1% 13,0% 0,4% 0,5% 0,6%2009 89,8% 4,0% 1,9% 1,2% 2,4% 0,6%2010 80,2% 5,9% 1,8% 1,2% 10,2% 0,7%2011 83,5% 7,1% 4,4% 0,3% 3,8% 0,8%2012 89,9% 3,2% 1,2% 0,4% 4,1% 1,2%2013 91,2% 2,3% 1,0% 0,3% 3,5% 1,7%2014 90,0% 2,7% 1,3% 0,2% 3,7% 2,1%

1/ Reservas no conceito caixa (dados de fim de período).

Tabela 2.1 – Distribuição por moedas das reservas internacionais1/

Período US$ EUR JPY GBP CAD AUD Ouro Outras

2005 73,2% 21,3% 4,4% 0,0% 0,0% 0,0% 1,1% 0,0%2006 88,3% 10,3% 0,7% 0,0% 0,0% 0,0% 0,7% 0,0%2007 90,0% 9,5% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,5% 0,0%2008 89,1% 9,4% 1,0% 0,0% 0,0% 0,0% 0,5% 0,0%2009 81,9% 7,0% 0,8% 3,7% 3,5% 1,9% 0,5% 0,7%2010 81,8% 4,5% 0,9% 2,7% 6,1% 3,1% 0,5% 0,4%2011 79,6% 4,9% 1,0% 3,0% 6,0% 3,1% 0,5% 1,9%2012 77,4% 5,2% 2,3% 3,0% 6,0% 3,0% 1,0% 2,1%2013 77,7% 5,7% 2,0% 3,2% 5,8% 2,7% 0,8% 2,1%2014 79,7% 4,5% 1,3% 3,1% 6,0% 2,7% 0,7% 2,0%

1/ Reservas no conceito caixa (dados de fim de período).

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Tabela 2.4 – Prazo médio de investimento – Fim de período1/

Período Anos

2005 1,372006 2,052007 2,772008 3,042009 1,632010 1,852011 2,752012 2,792013 2,022014 2,11

1/ Reservas no conceito caixa (dados de fim de período).

Tabela 2.3 – Distribuição por classes de ativo das reservas internacionais1/

US$ milhões

Período Soberanos Agências Supra-nacionais

Depósitos bancos

Depósitos supran.

Outros

2005 35.450,33 1.905,86 1.735,15 11.755,39 151,60 704,622006 60.260,94 8.009,93 1.498,29 12.933,57 152,07 1.032,242007 150.794,73 7.757,58 11.670,38 7.090,81 151,93 1.127,592008 154.511,58 13.915,91 25.516,99 785,14 990,22 1.199,832009 208.014,34 9.176,61 4.481,27 2.779,93 5.665,67 1.468,412010 226.098,54 16.584,11 5.120,38 3.334,38 28.714,64 2.053,622011 287.583,91 24.522,50 15.167,37 1.150,16 13.196,73 2.767,352012 322.808,50 11.472,40 4.423,14 1.485,20 14.614,54 4.374,622013 314.166,09 7.956,67 3.605,44 919,47 11.961,18 5.996,002014 315.597,47 9.477,06 4.419,05 827,55 12.944,62 7.456,84

1/ Reservas no conceito caixa (dados de fim de período).

Tabela 2.5 – Prazo médio de investimento – Média anual1/

Período Anos

2005 1,162006 1,582007 2,382008 2,882009 2,212010 1,682011 2,652012 2,782013 2,522014 1,99

1/ Reservas no conceito caixa (média anual).

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Tabela 3.1 – VaR das reservas internacionais1/

Período VaR total (%) VaR juros (%) VaR moedas (%)

2005 5,5 1,0 5,32006 2,9 1,4 2,02007 3,6 3,5 0,92008 8,4 8,1 1,72009 4,1 3,3 2,52010 2,6 1,6 2,42011 3,1 2,8 2,52012 2,2 2,1 1,72013 2,6 2,0 1,52014 1,9 1,0 1,5

1/ Média para cada ano do VaR diário anualizado.

Tabela 3.2 – Teste de estresse de moedas1/

ResultadoUS$ bilhões

-30,0% -21,38-20,0% -14,25-10,0% -7,13-5,0% -3,565,0% 3,5610,0% 7,1320,0% 14,2530,0% 21,38

1/ Impacto no valor das reservas de variações nas taxas de câmbio em relação ao dólar norte-americano, em 31.12.2014.

Variação

Tabela 3.3 – Teste de estresse de taxas de juros1/

Variação ResultadoUS$ bilhões

0,5% -3,41,0% -6,71,5% -9,92,0% -13,12,5% -16,23,0% -19,24,0% -24,95,0% -30,4

1/ Impacto no valor das reservas de deslocamentos paralelos das curvas de juros, em 31.12.2014. Deslocamento paralelo em pontos percentuais.

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Tabela 3.5 – Distribuição por tipo de contraparte

Período Agências Supranacionais SoberanosInstituições financeiras

Bancos centrais

2005 3,7% 3,6% 68,6% 24,1% 0,0%2006 9,5% 2,0% 71,8% 16,6% 0,0%2007 4,3% 6,6% 84,4% 4,6% 0,0%2008 7,1% 13,5% 78,5% 1,0% 0,0%2009 4,0% 4,4% 89,8% 1,8% 0,0%2010 5,9% 7,2% 80,8% 1,2% 4,8%2011 7,2% 6,1% 84,2% 0,3% 2,2%2012 3,2% 2,9% 91,0% 0,4% 2,4%2013 2,3% 2,5% 92,8% 0,3% 2,1%2014 2,3% 2,8% 91,4% 0,5% 3,0%

Tabela 3.4 – Risco de liquidez1/2/

Período Soberanos (%) Supranacionais (%) Agências (%)

2012 0,04 0,20 0,202013 0,04 0,13 0,102014 0,03 0,08 0,06

1/ Valores referentes às respectivas carteiras.

2/ Calculado pela distância entre os preços de oferta de compra e de venda.

Período SupranacionaisInstituições financeiras Bancos centrais

2005 152 11.906 - 2006 152 13.283 - 2007 152 7.317 - 2008 990 1.045 - 2009 5.666 3.073 - 2010 15.155 3.350 13.560 2011 5.624 1.152 7.573 2012 5.967 1.485 8.654 2013 4.830 1.833 9.424 2014 5.233 1.863 10.395

1/ Valores em US$ milhões (dados de fim de período).

Tabela 3.8 – Exposição total a risco de crédito com operações de money market 1/ 2/

2/ Depósitos, compromisso de recompra, Forex.

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Dezembro 2015 | Relatório de Gestão das Reservas Internacionais40

Período Retorno USD (%) Retorno Juros (%) Retorno Moeda (%)

2005 -3,63 2,00 -5,632006 5,99 3,87 2,122007 9,35 8,07 1,282008 9,37 9,79 -0,422009 0,80 0,07 0,732010 1,82 1,85 -0,032011 3,60 3,76 -0,162012 1,84 1,57 0,272013 -1,46 -0,33 -1,142014 -0,64 1,39 -2,03

Tabela 5.1 – Rentabilidade das reservas internacionais1/

1/ Reservas internacionais gerenciadas internamente pelo BCB.

Período Retorno DES (%)

2005 4,572006 0,702007 4,222008 11,542009 -0,122010 3,272011 3,922012 1,732013 -1,662014 5,62

Tabela 5.2 – Rentabilidade das reservas internacionais em DES1/

1/ Reservas internacionais gerenciadas internamente pelo BCB.

Período Retorno Reais (%)

2005 -15,022006 -3,192007 -9,412008 44,322009 -24,912010 -2,572011 16,642012 10,952013 12,962014 12,67

Tabela 5.3 – Rentabilidade das reservas internacionais em reais1/

1/ Reservas internacionais gerenciadas internamente pelo BCB.

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Dezembro 2015 | Relatório de Gestão das Reservas Internacionais41

Tabela 5.4 – Rentabilidade das reservas internacionais1/

Período Resultado USD – Janela móvel de 5 anos

2005 26,53%2006 30,40%2007 29,94%2008 28,77%2009 21,88%2010 30,12%2011 27,15%2012 18,40%2013 6,49%2014 6,30%

1/ Reservas internacionais gerenciadas internamente pelo BCB.

Período Acumulado Total (%) Acumulado Juros (%) Acumulado Moeda (%)

2002 8,16 4,29 3,872003 18,60 7,09 11,112004 24,58 9,00 14,732005 20,06 11,19 8,262006 27,25 15,49 10,562007 39,15 24,81 11,972008 52,19 37,03 11,502009 53,40 37,12 12,322010 56,18 39,66 12,282011 61,80 44,90 12,102012 64,78 47,18 12,402013 62,36 46,70 11,122014 61,33 48,74 8,86

Tabela 5.6 – Rentabilidade acumulada das reservas internacionais1/

1/ Reservas internacionais gerenciadas internamente pelo BCB.

Tabela 5.7 – Relação risco vs . retorno1/ 2/

Índice Risco (%) Retorno (%)

EUA 1-3 1,56 3,02Reservas 3,05 4,06EUA 3-5 3,63 4,59EUA 4,90 5,09Suécia 11,48 7,48Austrália 12,63 10,13Canadá 9,25 8,02Japão 10,09 2,33Reino Unido 9,25 6,78Alemanha 10,36 7,89Dinamarca 10,52 8,24S&P 500 15,16 6,26Euro Stoxx50 23,56 4,56DJ-UBS CI 16,96 2,58Ouro 17,69 13,06

1/ Retorno anualizado (a base de cálculo é o dólar norte-americano), período de julho/2001 a dezembro/2014.2/ Desvio padrão dos retornos mensais (% ao ano).

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Agências de classificação de riscoSão agências, usualmente privadas, que classificam o risco de crédito de instituições,paíseseativos.

Agências governamentaisSão agências patrocinadas por governos com objetivo de fomentar áreas estratégicas da economia, como construção, educação etc.

BenchmarkÉ uma carteira de referência que, usualmente, é utilizada como representação da escolha de risco e retorno do investidor.

CDSCredit Default Swap. Instrumentofinanceiropeloqualépossível comprarouvender seguro contra defaultdeativosemitidosporempresasoupaíses.

CRBCommodity Research Bureau. Índice de preço de commodities calculado diariamente pela empresa Thomson Reuters/Jefferies.

DefaultSituação técnica em que o devedor não cumpre uma obrigação contratual.

Gerência ativaFormadegerênciafinanceiranaqualsetentaanteciparmovimentosdemercado,variaçõesde liquidezeoutros fatoresdinâmicos, comoobjetivode seobtermelhorretornoajustadoaoriscoemrelaçãoàcarteiradereferência(benchmark).

Money marketSegmentodomercadofinanceirocompostoporativosdecurtoprazo(atéumano)egeralmentedegrandeliquidez,comocommercial papers,certificadosdedepósitosnegociáveis(CDs),treasury bills,acordosderecompra(repos)etc.

Ponto-base (p.b.)Um ponto-base representa 0,01%.

RatingNotadadaporumaagênciadeclassificaçãode riscoqueexpressao riscodecréditodeinstituições,paísesouativos.

GlossárioAs definições têm o objetivo exclusivo de contribuir para a compreensão geral dos conceitos descritos no relatório.

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SpreadDiferença de preço entre as cotações de compra e venda ou entre cotações de doisativosdiferentes.

SupranacionaisPapéis emitidos por organismosmultilaterais, como o FundoMonetárioInternacional(FMI),oBancoInteramericanodeDesenvolvimento(BID),oBank for International Settlements(BIS),oBancoMundial(Bird)etc.

Swift Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunications. É um sistema mundial de telecomunicações cujo principal objetivo é prestar serviço de mensageria, o que possibilita ao Banco Central do Brasil liquidar operações com as reservas internacionais. TaperingNo contexto de bancos centrais, consiste em uma diminuição de suas ações de intervenção no mercado com vistas ao crescimento da economia.

Treasuries/T-billsPapéisemitidospeloTesouronorte-americano.Treasury bills(T-bills)sãoemitidascom prazo de até um ano e não pagam cupom. As demais treasuries(bonds e notes)sãoemitidascomprazosuperioraumanoepagamcupom.

Valor em RiscoValorestimadodaperdadeuminvestimentoemdeterminadoprazocomumdadoníveldeconfiança.

VIXChicago Board Options Exchange Market Volatility Index (VIX) ou índice devolatilidadeimplícita,extraídadeopçãodecompradeíndiceS&P500.

VolatilidadeGraudevariabilidadedospreçosoudosretornosdeativos.

YieldRentabilidade.Dividendooujurospagoscomopercentagemdovalorinvestido.