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Subcapítulo5. Relatório de gestão de riscos

RELATÓRIO ANUAL 2015

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Subcapítulo5. Relatório de gestão de riscos

RELATÓRIO ANUAL 2015

5Relatório de gestão de riscos

176 Resumo Executivo 180 A. PILARES DA FUNÇÃO DE RISCOS 182 B. MODELO DE CONTROLE E GESTÃO

DE RISCOS - Advanced Risk Management 182 1. Mapa de riscos 183 2. Governança de riscos 185 3. Processos e ferramentas de gestão 192 4. Cultura de riscos - Risk Pro 194 C. AMBIENTE E PRÓXIMOS DESAFIOS 199 D. PERFIL DE RISCO

199 1. Risco de crédito 230 2. Risco de mercado de negociação

e estruturais 250 3. Risco de liquidez e financiamento 261 4. Risco operacional 270 5. Risco de compliance e conduta 277 6. Risco de modelo 280 7. Risco estratégico 281 8. Risco de capital 290 ANEXO: TRANSPARÊNCIA EDTF

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Resumo Executivo5. Relatório de gestão de riscos

RELATÓRIO ANUAL 2015

Pilares da função de riscos páginas de 180 a 181

Continuamos melhorando o perfil de risco de crédito páginas de 199 a 229

Principais números

Integração da cultura de riscos e envolvimento da administração na gestão e tomada de decisões sobre os riscos.

Gestão global de riscos com uma visão antecipada e integrada em todos os níveis da organização.

Independência da função de riscos em relação às funções do negócio.

Formulação e acompanhamento do apetite de risco, uso da análise de cenários com modelos e parâmetros avançados, estabelecendo um marco de controle, reporte e escalonamento que identifique os riscos.

Best in class em processos e infraestruturas.

O Grupo Santander busca construir o futuro por meio de uma gestão antecipada de todos os riscos, protegendo o presente em um ambiente de controles rígidos.

Resumo Executivo

Risco de crédito a clientes por região%

Espanha20%

Brasil8%

Reino Unido33%

Portugal4%

Chile4%

Estados Unidos

11%

Outros 20%

Mais de 80% do risco é de banco comercial. Elevada diversificação geográfica e setorial. Continuam a melhorar os principais indicadores de qualidade de crédito, sendo que, em dezembro de 2015:• Taxa de inadimplência do Grupo em 4,36%, redução

de 83 pontos-base versus o ano passado, com destaque para Espanha, SCF e Portugal.

• Índice de cobertura de 73%, com aumento de 6 pontos percentuais versus o encerramento de 2014.

• Alocações em níveis de 10,108 bilhões de euros, com reduções no Reino Unido, Espanha, Portugal e Polônia.

• Custo do crédito desce a 1,25% No Brasil, queda de 41 pontos base, em 4,50%, apoiado na estratégia de mudança no mix e a colocação em prática do Plano de Defesa.

Taxa de inadimplência e índice de cobertura%

Custo do crédito1

%

2014 20142015 2015

Entradas líquidasMilhões de euros

2014 2015 2014 2015

1. Custo do crédito = alocações para perdas com crédito doze meses/média das operações de crédito.

67

739.652

1,43

4,91

1,06

4,50

0,62

7.7051,25

0,14 0,03

4,36

5,19

Brasil

Taxa de inadimplência

Índice de cobertura

Espanha

Reino Unido

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Resumo Executivo5. Relatório de gestão de riscos

RELATÓRIO ANUAL 2015

Capital regulatório páginas de 281 a 289Riscos não financeiros páginas de 261 a 276

Risco de liquidez e financiamento páginas de 250 a 260

Risco de mercado de negociação e estruturais páginas de 230 a 249

O CET1 ficou em 10,05%, em linha com as perspectivas de crescimento orgânico do Grupo e acima do requisito do BCE para 2016, em torno de 9,75%.

O VaR médio na atividade de negociação do SGCB permanece em níveis baixos devido ao foco no serviço ao cliente e à diversificação geográfica.

Estrutura de balanço adequada permite que as variações de taxa de juros tenham um impacto reduzido na margem e no valor dos recursos próprios.

Níveis de cobertura do índice core capital em torno de 100% versus movimentos de taxas de câmbio.

Risco Operacional Projeto de transformação para a gestão avançada do risco operacional.

Incentivo a medidas contra o risco cibernético (Santander Cyber-Security Program), a segurança da informação e fraude.

Incentivo ao conhecimento e conscientização sobre risco operacional em todos os níveis da organização.

Risco de compliance e conduta Aumento da pressão por órgãos supervisores sobre novos regulamentos globais.

Novo alcance da definição do termo de conduta e novas implicações no âmbito do stress test.

Novos supervisores de proteção ao consumidor nos diferentes países.

Atualização de políticas sociais e ambientais, as quais estabelecem os princípios e critérios de atuação no desenvolvimento do negócio de financiamento a certos segmentos de clientes no Grupo.

O Santander apresenta uma posição confortável de liquidez, sustentada por sua força comercial e modelo de subsidiárias autônomas, com peso elevado de depósitos de clientes.

Cumprimento antecipado de requisitos regulatórios (LCR 146%) e novo aumento da reserva de liquidez do Grupo, atingindo 258 bilhões de euros.

O índice de créditos/depósitos mantém-se em níveis bastante confortáveis (116%).

Em um ambiente de mercado mais favorável, com liquidez abundante a menor custo e maiores recursos ao financiamento no atacado de médio e longo prazo em 2015: 18 unidades emitindo em 15 países e 14 moedas.

Índice de cobertura de liquidez de curto prazo (LCR)

Dez 14

120%

Dez 15

146%

MÍN (8,2)

Jan

2013

Mar

20

13

Mai

20

13

Jul 2

013

Set 2

013

Nov

20

13

Jan

2014

Mar

20

14

Mai

20

14

Jul 2

014

Set 2

014

Nov

20

14

Jan

2015

Mar

20

15

Mai

20

15

Jul 2

015

Set 2

015

Nov

20

15

Dez

20

15

35

30

25

20

15

10

5

Evolução do VaR 2013-2015Milhões de euros. VaR a 99% com horizonte temporal de um dia

— VaR— Média móvel 15 dias— VaR médio 3 anos

MÁX (31,0)

* Em 2014, dados proforma incluindo aumento de capital de janeiro de 2015.

CET1D´14*

CET1D´15

Líquidos positivos e negativos não

recorrentes

Geração 2015

9,65%

+0,50 10,15%

-0,10

10,05%

Evolução do CET1 fully loaded %

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Mapa de navegação5. Relatório de gestão de riscos

RELATÓRIO ANUAL 2015

Ao longo deste Relatório de gestão são fornecidas informações abrangentes sobre os riscos enfrentados pelo Grupo, o modo pelo qual os mesmos são geridos e controlados e de que maneira afetam a atividade e os resultados do Grupo. Também são detalhadas as ações adotadas pela Instituição para minimizar sua ocorrência e atenuar sua severidade.

A seguir, de acordo com as melhores práticas de mercado, consta um mapa de navegação que facilita acompanhar os principais temas tratados neste Relatório de gestão de riscos por meio dos vários

documentos publicados pelo Grupo: Relatório anual, Relatório de au-ditoria e demonstrações anuais e Relatório de relevância prudencial (IRP ou Pilar III). Nessa mesma linha de promover a transparência, o IRP inclui um glossário de termos com a terminologia básica de riscos utilizada nesta seção, bem como no próprio IRP.

Em anexo ao final do relatório de gestão de riscos há uma tabela com a localização das recomendações do EDTF (Enhanced Disclosure Task Force, promovido pelo Financial Stability Board) nas informações pu-blicadas pelo Grupo Santander.

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Mapa de navegação5. Relatório de gestão de riscos

RELATÓRIO ANUAL 2015

Mapa de navegação de documentos do Grupo Santander com informações sobre gestão de riscosRelatório de Auditoria e

Relatório Demonstrações IRP Bioco Pontos Anual financeiras (Pilar III)

Pilares da função de riscos Pilares da função de riscos Pág. 180 Nota 54.a Seção 5

Mapa de riscos Pág. 182Governança de riscos Pág. 183

Linhas de defesa Pág. 183Estrutura dos comitês de riscos Pág. 183Estrutura organizacional da função de riscos Pág. 184

Modelo de controle e gestão de riscos

Relações do Grupo com as subsidiárias na gestão de riscosProcessos e ferramentas de gestão

Apetite de Risco e estrutura de limites

Pág. 185Pág. 185Pág. 186

Nota 54.b Seção 5

Risk Identification Assessment (RIA) Pág. 188Análise de cenários Pág. 189Planos de viabilidade e resolução (Recovery and resolution plans) Pág. 190Risk Data Aggregation and Risk Reporting Framework (RDA-RRF) Pág. 191

Cultura de riscos Pág. 192Ambiente e próximos desafios Ambiente e próximos desafios Pág. 194 Seçãos 2 e 5

Introdução ao tratamento do risco de crédito Pág. 199Principais números e evolução (mapa de risco, evolução, conciliação, distribuição geográfica, segmentação, parâmetros de gestão) Pág. 200

Detalhamento das principais regiões geográficas: Reino Unido, Espanha, Brasil Pág. 208

Risco de crédito

Outras ópticas de risco de crédito (risco de crédito por atividades em mercados financeiros, risco de concentração, risco-país, risco soberano e risco social e ambiental)Ciclo de risco de crédito (pré-venda, venda e pós-venda)

Estudo do risco e processo de qualificação de crédito, planejamento e estabelecimento de limites (análise de cenários)

Pág. 216

Pág. 224

Pág. 224

Notas 54.ce outras notas e informações relacionadas

Seção 6

Decisão sobre operações (técnicas de minimização do risco de crédito) Pág. 226Acompanhamento, antecipação, medição e controle Pág. 227Gestão de recuperações Pág. 228

Atividades sujeitas a risco de mercado e tipos de risco de mercado Pág. 230Risco de mercado de negociação Pág. 232

Principais números e evolução Pág. 232

Risco de mercado de negociação e estruturais

MetodologiasSistema de controle de limites

Riscos estruturais do balanço Principais números e evolução

Pág. 241Pág. 243Pág. 244Pág. 244

Notas 54 d e outras notas e informações relacionadas

Seção 8

Metodologias Pág. 247Sistema de controle de limites Pág. 248

Riscos de pensões e atuarial Pág. 248Introdução ao tratamento do risco de liquidez e financiamento Pág. 250

Risco de liquidez e financiamento

Gestão da liquidez (modelo organizacional e de governança, análise de balanço e medição do risco de liquidez, gestão adaptada às necessidades do negócio)Estratégia de financiamento e evolução da liquidez em 2015

Pág. 250

Pág. 254

Notas 54.e e outras notas e informações relacionadas

Seção 9

Perspectivas de financiamento em 2016 Pág. 260Definição e objetivos Pág. 261

Risco operacional

Modelo de gestão e controle do risco operacional (ciclo de gestão, modelo de identificação, medição e avaliação do risco, implantação do modelo, sistemas de informação)Evolução dos principais parâmetros. Medidas de minimização. Plano de continuidade do negócio

Pág. 261

Pág. 265

Notas 54.fe outras notas e informações relacionadas

Seção 10

Outros aspectos do controle e acompanhamento do risco operacional Pág. 268Alcance, missão, definições e objetivo Pág. 270Controle e supervisão de riscos de compliance Pág. 270

Risco de compliance e conduta

Governança e modelo organizacionalCompliance regulatórioGovernança de produtos e proteção ao consumidorPrevenção de lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo

Pág. 271Pág. 272Pág. 274Pág. 275

Notas 54.ge outras notas e informações relacionadas

Seção 11

Risco reputacional Pág. 275Modelo de risk assessment regulatório e apetite de risco e exercício Pág. 276

Risco de modelo Risco de modelo Pág. 277 Nota 54.hRisco estratégico Risco estratégico Pág. 280 Nota 54.i

Risco de Capital

Marco regulatórioCapital regulatório Capital econômicoPlanejamento de capital e exercícios de estresse

Pág. 282Pág. 283Pág. 286Pág. 287

Notas 54.je outras notas e informações relacionadas

Seção 4

Anexo: Transparência EDTF Tabela recomendações EDTF Pág. 290 Seção 3

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Pilares da função de riscos5. Relatório de gestão de riscos

RELATÓRIO ANUAL 2015

RESUMO EXECUTIVOA. PILARES DA FUNÇÃO DE RISCOSB. MODELO DE CONTROLE E GESTÃO DE RISCOS - Advanced Risk ManagementC. AMBIENTE E PRÓXIMOS DESAFIOSD. PERFIL DE RISCOANEXO: TRANSPARÊNCIA EDTF

A. Pilares da função de riscos

ção de riscos é regida pelos seguintes pilares, os quais estão em linha com a estratégia e o modelo de negócio do Grupo Santander e levam em conta as recomendações dos órgãos de supervisão e reguladores e as melhores práticas de mercado:

1. A estratégia de negócios está delimitada pelo apetite de risco. O conselho do Grupo Santander determina o valor e tipo de riscos que considera razoável assumir na execução de sua estratégia de negócios e seu desenvolvimento em limites objetivos, comparáveis e coerentes com o apetite de risco para cada atividade relevante.

2. Todos os riscos devem ser geridos pelas unidades que os gera-ram, por meio de modelos e ferramentas avançadas e integrados nos diversos negócios. O Grupo Santander está implementando uma

O Grupo Santander estabeleceu como objetivo estratégico alcan-çar excelência na gestão de riscos. Em seus mais de 150 anos de trajetória, este sempre foi um eixo prioritário. Durante 2015, ace-leramos sua evolução a título de antecipação e de fazer frente aos grandes desafios de um ambiente econômico, social e regulatório em constante mutação.

Consequentemente, a função de riscos é mais importante do que nunca para que o Grupo Santander continue sendo um banco sóli-do, seguro e sustentável.

O Grupo Santander busca construir o futuro por meio de uma ges-tão antecipada de todos os riscos, protegendo o presente em um ambiente de controles rígidos. Assim, foi determinado que a fun-

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Pilares da função de riscos5. Relatório de gestão de riscos

RELATÓRIO ANUAL 2015

gestão avançada dos riscos com modelos e parâmetros inovadores, os quais fazem parte de um marco de controle, reporte e escalonamento, o qual permite identificar e gerir os riscos sob diferentes perspectivas.

3. A visão antecipatória para todos os tipos de risco deve estar integrada nos processos de identificação, avaliação e gestão dos riscos.

4. A independência da função de riscos abrange todos os riscos e proporciona uma separação adequada entre as unidades ge-radores de risco e as encarregadas do controle de riscos. Possui autoridade suficiente e acesso direto aos órgãos de direção e gover-nança com responsabilidade pelo estabelecimento e supervisão da estratégia e das políticas de risco.

5. A gestão de riscos tem que ter à sua disposição os melhores processos e infraestruturas. O Grupo Santander pretende ser o modelo de referência no desenvolvimento de infraestruturas e pro-cessos de apoio à gestão de riscos.

6. Uma cultura de riscos integrada a toda a organização e que compreende uma série de atitudes, valores, habilidades e pautas de atuação frente a todos os riscos. O Grupo Santander entende que a gestão avançada dos riscos não se alcança sem uma cultura de riscos sólida e consistente, que esteja presente em toda as suas atividades.

APETITE DE RICO, UM EIXO

CENTRAL DO NEGÓCIO

Visão Integração dos Independência Best-in-class

antecipatória riscos dentro do da função de em processos e

de todos os negócio riscos infraestrutura

tipos de risco

CULTURA DE RISCOS INTEGRADA EM TODA A ORGANIZAÇÃO

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5. Relatório de gestão de riscosRELATÓRIO ANUAL 2015

Modelo de controle e gestão de riscos - Advanced Risk Management > Mapa de riscos

RESUMO EXECUTIVOA. PILARES DA FUNÇÃO DE RISCOSB. MODELO DE CONTROLE E GESTÃO DE RISCOS - Advanced Risk Management 1. Mapa de riscos 2. Governança de riscos 3. Processos e ferramentas de gestão 4. Cultura de riscos - Risk ProC. AMBIENTE E PRÓXIMOS DESAFIOSD. PERFIL DE RISCOANEXO: TRANSPARÊNCIA EDTF

B. Modelo de controle e gestão de riscos - Advanced Risk ManagementO modelo de gestão e controle de riscos assegura a manutenção do perfil de risco dentro dos níveis fixados pelo apetite de risco e de-mais limites. Do mesmo modo, incorpora a adoção de medidas corre-tivas e de minimização necessárias para manter os níveis de risco de acordo com os objetivos definidos.

Durante 2014, o Grupo iniciou a implementação do programa Ad-vanced Risk Management (ARM) cujo principal objetivo é contribuir com a evolução até chegar a uma gestão avançada, assentando as bases para dispor do melhor modelo de gestão integral de riscos da indústria.

A implantação do ARM durante 2015 nas diferentes unidades do Grupo nos permitiu avançar em projetos estratégicos que já se

encontravam em andamento, como o Risk Data Aggregation/Risk Reporting Framework (RDA/RRF); evoluir o apetite de risco, forta-lecer o ambiente de controle por meio da governança de função de riscos e desenvolver novas iniciativas como a gestão do risco do modelo ou o Advanced Operational Risk Management (AORM), dentre outras. Igualmente, o programa está contribuindo para po-tencializar a cultura de riscos que continua sendo um dos símbolos de identidade do Grupo.

A continuación se detallan los elementos que permiten una adecu-ada gestión y control de todos los riesgos derivados de la actividad de Grupo Santander.

B.1. Mapa de riscos

A identificação e avaliação de todos os riscos é a pedra angular para seu controle e gestão. O mapa de riscos cobre as principais catego-rias às quais o Grupo Santander está exposto, atuais e/ou potenciais mais significativas, facilitando essa identificação.

Riscos Riscos Riscos financeiros não financeiros transversais

Risco de Risco Risco de crédito operacional modelo

Risco de Risco de Risco mercado conduta reputacional

Risco de Risco de Risco liquidez compliance

e legalestratégico

Riscos estruturais

e capital

Em seu primeiro nível, o mapa de riscos inclui:

Riscos Financeiros• Risco de crédito: risco que pode ser decorrente do descumprimen-

to das obrigações contratuais acordadas nas transações financeiras.

• Risco de mercado: aquele incorrido em virtude da possibilidade de mudanças nos fatores de mercado que afetam o valor das posições em carteiras de negociação.

• Risco de liquidez: risco de descumprimento das obrigações de pa-gamento no prazo ou de fazê-lo a um custo excessivo.

• Riscos estruturais e de capital: Risco ocasionado pela gestão dos diferentes itens do balanço, inclusive os relativos à suficiência de recursos próprios e os decorrentes das atividades de seguros e pensões.

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5. Relatório de gestão de riscosRELATÓRIO ANUAL 2015

Modelo de controle e gestão de riscos - Advanced Risk Management > Governança de riscos

Riscos não financeiros• Riesgo operacional: Risco de perdas decorrentes da inadequação

ou falha em procedimentos, de pessoas ou sistemas internos, ou eventos externos.

• Risco de conduta: risco ocasionado por práticas inadequadas na relação do Banco com seus clientes, o tratamento e os produtos oferecidos ao cliente e sua adequação a cada cliente em particular.

• Risco de compliance e legal: risco devido ao não cumprimento do marco legal, das normas internas e requisitos de reguladores e supervisores.

Riscos Transversais• Risco de modelo: inclui as perdas originadas por decisões baseadas

principalmente nos resultados de modelos, devido a erros na con-cepção, aplicação ou utilização dos referidos modelos.

• Risco reputacional: o risco de danos na percepção do Banco por parte da opinião pública, seus clientes, investidores ou qualquer outra parte interessada.

• Risco estratégico: risco de que os resultados divirjam significativa-mente da estratégia ou plano de negócio da Instituição por mudan-ças nas condições gerais do negócio e riscos associados a decisões estratégicas. Inclui o risco de má implementação de decisões ou fal-ta de capacidade de resposta às mudanças no ambiente de negócio.

Todos os riscos devem ser referenciados aos tipos básicos de riscos listados no Mapa de Riscos, a fim de organizar sua gestão e controle, bem como as informações sobre esse risco.

B.2. Governança de riscos

Em linha com o objetivo de fortalecer a governança corporativa do Grupo, em 2015 atualizamos e reforçamos a governança da função de riscos incorporando as melhores práticas internacionais. Nesse sentido, delimitamos de uma forma mais clara as responsabilidades dos diversos comitês, separando as unidades de tomada de decisão e gestão de riscos com participação das funções de negócios, de ou-tras que participam do controle de riscos.

A governança da função de riscos deve zelar por uma tomada de decisões de riscos adequada e eficiente, bem como pelo efetivo con-trole de riscos, assegurando que sejam geridos de acordo com o nível de apetite definido pela administração e as chefias das unidades.

Para essa finalidade, foram estabelecidos os seguintes princípios:

• Separação entre a tomada de decisões e o controle dos riscos.

• Fortalecimento da responsabilidade das funções geradoras de risco na tomada de decisão.

• Garantir que todas as decisões sobre riscos sigam um processo formal de aprovação.

• Garantir uma visão agregada de todos os tipos de riscos.

• Fortalecer os comitês de controle de riscos.

• Manter uma estrutura simples para os comitês.

B.2.1. Linhas de defesa

O Banco Santander segue um modelo de gestão e controle de riscos baseado em três linhas de defesa.

As funções de negócio ou atividades que geram exposição a um risco constituem a primeira linha de defesa frente a esse risco. Na primeira linha de defesa, a assunção ou geração de riscos deve se ajustar ao apetite e aos limites definidos. Para atender sua função, a

primeira linha de defesa deve dispor dos meios para identificar, me-dir, tratar e reportar os riscos assumidos.

A segunda linha de defesa é constituída pela função de controle e supervisão de riscos e pela função de compliance. Essa linha zela pelo controle efetivo dos riscos e assegura uma gestão de acordo com o nível de apetite definido.

A terceira linha de defesa é a auditoria interna e seu trabalho é a última camada de controle existente no Grupo, avaliando periodi-camente se as políticas, métodos e procedimentos são adequados, além de comprovar sua efetiva implantação.

A função de controle de riscos, a função de compliance e a função de auditoria interna contam com um nível de separação e indepen-dência suficiente, entre si e em relação às demais que as controlam e supervisionam, para o desempenho de suas funções e têm acesso ao conselho de administração e/ou seus comitês por meio de suas chefias.

B.2.2. Estrutura dos comitês de riscos

Em termos de controle e gestão de riscos e, em especial, a determi-nação do apetite de risco para o Grupo, a responsabilidade recai, em última instância, sobre o conselho de administração, com autoridade para delegar aos comitês. O conselho se apoia no comitê de supervi-são de riscos, regulamentação e compliance como entidade indepen-dente de controle e supervisão de riscos. Além disso, o comitê execu-tivo dedica atenção especial à gestão de riscos do Grupo.

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5. Relatório de gestão de riscosRELATÓRIO ANUAL 2015

Modelo de controle e gestão de riscos - Advanced Risk Management > Governança de riscos

Os órgãos listados a seguir formam o nível superior de governan-ça de riscos.

Órgão de controle independenteComitê de supervisão de riscos, regulamentação e compliance:Esse comitê tem como missão assessorar o conselho em matéria de supervisão e controle de riscos, na definição das políticas de riscos do Grupo, nas relações com as autoridades supervisoras e em matéria de regulamentação e compliance, sustentabilidade e governança corporativa.

É composto por conselheiros externos ou não executivos, com uma representação majoritária de conselheiros independentes, e presidido por um conselheiro independente.

As funções do comitê de supervisão de riscos, regulamentação e com-pliance em termos de riscos são:

• Apoiar e assessorar o conselho na definição e avaliação das políti-cas de riscos que afetam o Grupo na determinação da propensão ao risco e estratégia dos mesmos.

• Dar assistência ao conselho no monitoramento da aplicação da estratégia de riscos e seu alinhamento com os planos estratégicos comerciais.

• Revisar sistematicamente as exposições com os principais clientes, setores econômicos de atividade, áreas geográficas e tipos de risco.

• Conhecer e avaliar as ferramentas de gestão, iniciativas de melhoria, evolução de projetos e qualquer outra atividade relevante, relacio-nada com o controle de riscos, incluindo a política sobre modelos internos de risco e sua validação interna.

• Apoiar e assessorar o conselho na relação com supervisores e regula-dores nos vários países em que o Grupo está presente.

• Supervisionar a conformidade com o código geral de conduta, os manuais e procedimentos de prevenção de lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo e, em geral, das regras de governança e do programa de conformidade da Instituição, fazendo as propostas necessárias para sua melhoria. Particularmente, corresponde ao comitê o recebimento de informações e, se for o caso, a emissão de relatórios sobre medidas disciplinares a membros da administração.

• Supervisionar a política e as regras de governança e compliance e, em particular, a adoção de ações e medidas que resultem dos relatórios ou ações de inspeção das autoridades administrativas de supervisão e controle.

• Dar prosseguimento e avaliar as propostas normativas e novidades regulatórias resultantes da aplicação e possíveis consequências para o Grupo.

Comitê de Controle de Riscos (CCR):Esse órgão colegiado é responsável pelo controle efetivo dos riscos, garantindo sua gestão de acordo com o nível de apetite aprovado pelo conselho, a todo momento considerando uma visão integral de todos os riscos que fazem parte do marco geral de riscos. A função envolve a identificação e acompanhamento de riscos, atuais e emer-gentes, e seu impacto no perfil de riscos do Grupo.

Esse comitê é presidido pelo Group Chief Risk Officer (GCRO) do Gru-po e é composto por executivos da instituição. Estão representadas, dentre outras, a função de riscos, exercida pela presidência, e as

funções de compliance, financeira e auditoria geral e controle de ges-tão. Os CROs das instituições locais participam de maneira periódica para reportar o perfil de risco das diversas instituições, dentre outras informações.

O comitê de controle de riscos se reporta ao comitê de supervisão de riscos, regulamentação e compliance e o auxilia em sua função de apoio ao conselho.

Órgãos para a tomada de decisões Comitê Executivo de Riscos (CER): Órgão colegiado responsável pela gestão de riscos, de acordo com as delegações atribuídas pelo conselho de administração; e se ocupa de todos os riscos, em seu âmbito de atuação e decisões.

O Comitê intervém na tomada de decisões para assunção de riscos no mais alto nível, garantindo que essas decisões se encontrem den-tro dos limites fixados no apetite de riscos do Grupo, informando ao conselho ou a seus comitês sobre suas atividades, conforme o caso.

Esse comitê é presidido por um vice-presidente executivo do conse-lho e é composto pelo CEO, pelos conselheiros executivos e demais executivos da Instituição, estando representadas, dentre outras, as funções de riscos, financeira e de compliance. O CRO do Grupo tem direito de veto sobre as decisões desse comitê.

B.2.3. Estrutura organizacional da função de riscos

O Group Chief Risk Officer (GCRO) é o responsável pela função de riscos no Grupo e se reporta ao vice-presidente executivo do Banco, que é membro do conselho de administração e presidente do comitê executivo de riscos.

O GCRO, com um trabalho de assessoria e questionamento (chal-lenge) para os executivos de linha, reporta-se adicionalmente e de maneira independente ao comitê de riscos, regulamentação e com-pliance e ao conselho.

A gestão avançada de riscos possui uma visão holística e antecipató-ria dos riscos, baseando-se no uso intensivo de modelos e voltada a construir um ambiente sólido de controle, cumprindo também com os requisitos do regulador e do supervisor.

Nesse sentido, o modelo de gestão e controle de riscos é estrutu-rado pelos seguintes eixos:

• Coordenação da relação entre os países e a matriz, avaliando a im-plantação efetiva do marco de gestão de controle de riscos em cada unidade e garantindo o alinhamento na consecução dos objetivos estratégicos de riscos.

• Enterprise Wide Risk Management (EWRM) implica uma visão consolidada de todos os riscos para a administração e órgãos de governança do Grupo, bem como o desenvolvimento do apetite de risco e o exercício de identificar e avaliar todos os riscos (Risk iden-tification & assessment). Além disso, desenvolve o relacionamento com supervisores e reguladores em matéria de riscos.

• Controle dos riscos financeiros, não financeiros e transversais (ver mapa de riscos na seção B.1. Mapa de Riscos), verificando se a ges-tão e exposição por tipo de risco estão adequadas ao estabelecido pela administração.

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5. Relatório de gestão de riscosRELATÓRIO ANUAL 2015

Modelo de controle e gestão de riscos - Advanced Risk Management > Processos e ferramentas de gestão

• Desenvolvimento no âmbito de riscos da norma, metodologias, análises de cenários e stress test e infraestrutura de informação, bem como de uma governança de riscos robusta.

B.2.4. Relação do Grupo com as subsidiárias na gestão de riscos

Respeito ao alinhamento das unidades com o centro corporativoElO modelo de gestão e controle de riscos compartilha alguns princí-pios básicos com todas as unidades do Grupo, por meio dos marcos corporativos. Esses princípios são estabelecidos pelo próprio Grupo e obedecidos pelas subsidiárias por meio de seus respectivos órgãos de administração, configurando as relações entre as subsidiárias e o Grupo, sendo que este último participa na tomada de decisões rele-vantes dando sua validação para tais decisões.

Além desses princípios e fundamentos, cada unidade adapta sua gestão de riscos à realidade local, de acordo com os marcos corpo-rativos e documentos de referência disponibilizados pela matriz, o que permite reconhecer um modelo de gestão de riscos no Grupo Santander.

Um dos pontos fortes desse modelo é a adoção das melhores práti-cas desenvolvidas em cada uma das unidades e mercados nos quais o Grupo atua. As divisões corporativas de riscos atuam como centrali-zadoras e transmissoras dessas práticas.

Além disso, para garantir o controle dos riscos no Grupo, o Modelo de Governança Grupo-Subsidiárias e práticas de boa governança para as subsidiárias Santander estabelece uma interação regular e um reporte funcional de cada CRO local para o GCRO, bem como a participação no processo de nomeação, estabelecimento de objeti-vos, avaliação e remuneração dos CROs locais.

Respeito à estrutura dos comitêsO Modelo de Governança Grupo-Subsidiárias e as práticas de boa gover-nança para as subsidiárias recomenda a cada subsidiária que disponha de um comitê de riscos de alcance estatutário e outro comitê de riscos de caráter executivo, presidido pelo CEO, em linha com os melhores padrões de governança corporativa, similares aos existentes no Grupo.

Os órgãos de governança das subsidiárias do Grupo são estruturados atendendo também aos requisitos regulatórios e legais locais e à di-mensão e complexidade de cada subsidiária, sendo coerentes com os da matriz, de acordo com o estabelecido no marco de governança inter-na, facilitando a comunicação, reporte e controle efetivo.

Os órgãos de administração das subsidiárias, de acordo com o marco de governança interna estabelecido pelo Grupo, contam com seu próprio modelo de poderes de riscos (quantitativos e qualitativos) devendo seguir os princípios de atuação contidos no modelos e marcos de refe-rência desenvolvido em nível corporativo.

Com sua capacidade de visão integral e agregada de todos os riscos, a Matriz reserva para si os poderes de validação e questionamento das operações e políticas de gestão nas diferentes unidades, na medida em que afetem o perfil de risco do Grupo.

B.3. Processos e ferramentas de gestão

Planos de viabilidade Risk identification and e resolução (recovery

Apetite de risco Assessment (RIA) & resolution plans)

• Melhoria significativa de parâmetros • Aumento na solidez e sistematização • Adaptação a novas diretrizes com maior pulverização e incorporação da avaliação do perfil de risco. internacionais.de novos parâmetros de capital, liquidez, risco estrutural e risco operacional.

• Importante expansão da cultura e governança do apetite de risco.

• Metodologia baseada em:

- Desempenho de risco.

- Avaliação do ambiente de controle.

- Identificação de riscos potenciais.

• Novo modelo de gestão de crises.

Risk Data Aggregation & Risk Reporting Framework (RDA/RRF) Análise de cenários

• Cumprimento dos princípios • Dar maior solidez ao planejamento incluídos na norma BCBS239* para estratégico mediante o questionamento uma agregação eficaz de dados e do modelo.apresentação de relatórios de riscos. • Elaboração de planos de melhoria de

• Melhorias estruturais e operacionais processos e procedimentos, apoiados para reforçar as informações de todos os em exercícios de autoavaliação.riscos em todos os níveis.

* Basel Committee on Banking Supervision.

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5. Relatório de gestão de riscosRELATÓRIO ANUAL 2015

Modelo de controle e gestão de riscos - Advanced Risk Management > Processos e ferramentas de gestão

B.3.1. Apetite de Risco e estrutura de limites

O apetite de risco é definido no Santander como a quantidade e o tipo de risco que é considerado razoável assumir na execução da sua estratégia de negócio, de modo que o Grupo possa manter sua atividade normal frente à ocorrência de eventos inesperados. Para tanto são considerados cenários severos, que possam exercer um impacto negativo sobre os níveis de capital, liquidez, rentabilidade e/ou no preço de suas ações.

O conselho de administração é o órgão responsável pelo estabelecimen-to e atualização anual do apetite de risco da Instituição, pelo acompa-nhamento do perfil de risco efetivo e pela garantia de consistência entre ambos. O apetite de risco é formulado para o conjunto, bem como para cada uma de suas principais unidades de negócio, de acordo com uma metodologia corporativa adaptada às circunstâncias de cada unidade/mercado. No nível local, os conselhos de administração das respectivas subsidiárias são os responsáveis pela aprovação das respectivas propos-tas de apetite de risco, uma vez que estas tenham sido validadas pelo Grupo.

Durante o ano de 2015, foi concluído o processo de implantação local do apetite de risco, reforçado pela adesão de todas as unidades ao Marco corporativo de apetite de risco. O marco inclui requisitos comuns em toda a organização em processos, parâmetros, órgãos de governança, controles e padrões corporativos para a integração da gestão de apetite de risco, bem como a sua efetiva aplicação em políticas e limites de ges-tão (cascading down).

Em 2015, avançamos com a vinculação do planejamento estratégico com o apetite de risco. Nesse sentido, a aprovação dos planos de negócio para os próximos três anos foi acompanhada em todas as unidades e no Grupo com uma análise de consistência com os apetites locais e com o apetite do Grupo. Também nesta linha, os planos de gestão de crises incorporam em 2015 um vínculo direto com os parâmetros e limites de apetite de risco.

Além disso, ampliamos o alcance dos parâmetros, melhorando a cobertu-ra do risco operacional, de liquidez e estrutural, dando um maior desen-volvimento aos parâmetros de estresse de perdas e capital.

Dentro do programa Advanced Risk Management (ARM), continuaremos a trabalhar na melhoria contínua e aprofundamento do apetite de risco em 2016, reforçando, dentre outros, o tratamento dos riscos não financeiros e definindo planos de sistemas específicos para a gestão e tratamento do apetite de risco.

Modelo de negócio bancário e fundamentos do apetite de risco A definição e estabelecimento do apetite de risco do Grupo Santander é consistente com sua cultura de risco e seu modelo de negócio bancá-rio sob a perspectiva de riscos. Os principais elementos que definem o referido modelo de negócio e fundamentam o apetite de risco do Grupo Santander são:

• Um perfil geral de risco médio-baixo e previsível baseado em um modelo de negócios diversificado, centrado no banco de varejo e com uma presença diversificada internacionalmente e com partici-pação de mercado relevante e um modelo de negócios de banco de atacado que prima pela relação com a base de clientes nos princi-pais mercados do Grupo.

• Uma política estável e recorrente de geração de resultados e de retorno aos acionistas, sobre uma fonte de capital e liquidez e uma estratégia de diversificação eficaz de fontes e prazos.

• Uma estrutura societária com base em subsidiárias autônomas e autossuficientes em termos de capital e de liquidez, minimizando o uso de sociedades não operacionais ou instrumentais, e garantindo que nenhuma subsidiária apresente um perfil de risco que possa comprometer a solvência do Grupo.

• Uma função de riscos independente e com uma intensa participa-ção da Administração que garanta uma forte cultura de riscos foca-da na proteção e na garantia da adequada rentabilidade do capital.

• Um modelo de gestão que assegure uma visão global e inter-rela-cionada de todos os riscos, por meio de um robusto ambiente de controle e acompanhamento corporativo de riscos, com respon-sabilidades de alcance global: todos os riscos, todos os negócios, todas as regiões.

• O foco no modelo de negócio em produtos nos quais o Grupo se considera suficientemente conhecedor e com capacidade de gestão (sistemas, processos e recursos).

• O desenvolvimento de suas atividades com base em um modelo de conduta que zele pelos interesses de seus clientes e acionistas.

• Uma disponibilidade adequada e suficiente de recursos humanos, sistemas e ferramentas necessárias que permitam garantir a ma-nutenção de um perfil de riscos compatível com o apetite de riscos estabelecido, tanto em nível global como local.

• A aplicação de uma política de remuneração que contenha os in-centivos necessários para assegurar que os interesses individuais dos funcionários e diretores estejam alinhados com o marco cor-porativo de apetite de riscos e que estes sejam condizentes com a evolução dos resultados da Instituição no longo prazo.

Princípios corporativos do apetite de riscoO apetite de risco no Grupo Santander é regido em todas as suas em-presas pelos seguintes princípios:

• Responsabilidade do conselho e da administração. O conselho de administração da Instituição é o maior responsável pela fixação do apetite de risco e seu sustentáculo regulatório, bem como pela super-visão de sua conformidade.

• Visão integral do risco (Enterprise Wide risk), contraste e questio-namento do perfil de risco. O apetite de risco deve considerar todos os riscos significativos aos quais a Instituição está exposta, permitin-do uma visão agregada de seu perfil de risco por meio da utilização de parâmetros quantitativos e indicadores qualitativos. Permite ao con-selho e à administração questionar e assimilar o perfil de risco atual e previsto nos planos de negócio e estratégicos e sua coerência com os limites máximos de risco.

• Estimativa futura de riscos (forward looking view). O apetite de risco deve considerar o perfil de risco desejável atualmente e a médio prazo, levando em conta tanto as circunstâncias mais prováveis com os cenários de estresse.

• Vinculação aos planos estratégicos e de negócio e integração na gestão. O apetite de risco é uma referência no planejamento estratégico e de negócio e se integra na gestão por meio de um duplo enfoque bottom-up e top-down:

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5. Relatório de gestão de riscosRELATÓRIO ANUAL 2015

Modelo de controle e gestão de riscos - Advanced Risk Management > Processos e ferramentas de gestão

• Visão top-down: o conselho da Instituição deve liderar a fixação do apetite de risco, zelando pela desagregação, distribuição e aplicação dos limites agregados aos limites de gestão fixados em nível de car-teira, unidade ou linha de negócio.

• Visão bottom-up: o apetite de risco da Instituição deve surgir da inte-ração efetiva do conselho com a administração, a função de riscos e os responsáveis pelas linhas e unidades de negócio. O perfil de risco que se contrasta com os limites de apetite de risco será determi-nado pela agregação das medições realizadas em nível de carteira, unidade e linha de negócio.

• Coerência no apetite de risco das diversas unidades e linguagem de riscos comum em toda a organização. O apetite de risco de cada unidade deve ser coerente com o definido nas demais unidades e com o definido para o Grupo em seu conjunto.

• Revisão periódica, verificação contínua e adaptação às melhores práticas e requisitos regulatórios. A avaliação do perfil de risco da Instituição e sua verificação em relação às limitações fixadas pelo apetite de risco deve ser um processo iterativo. Devem ser estabele-cidos os mecanismos adequados de acompanhamento e controle que asseguram a manutenção do perfil de risco dentro dos níveis fixados, bem como a adoção das medidas corretivas e atenuantes necessárias em caso de descumprimento.

Estrutura de limites, monitoramento e controleA elaboração do exercício de apetite de risco é anual e inclui uma série de parâmetros e limites sobre os referidos parâmetros (limites de ape-tite de risco ou statements) que expressam em termos quantitativos e qualitativos a máxima exposição de risco que o Grupo em seu conjunto e também cada uma de suas empresas estejam dispostos a assumir.

O cumprimento dos limites de apetite de risco é objeto de monitora-mento contínuo. As funções especializadas de controle informam ao menos trimestralmente ao conselho e ao seu comitê especializado em riscos sobre a adequação do perfil com o apetite de risco autorizado.

Os excessos e não conformidades ao apetite de risco são informados pela função de controle de riscos aos órgãos de governança pertinen-tes. Sua apresentação é acompanhada de uma análise de suas causas, uma estimativa do tempo em que vão permanecer e uma proposta de ações para corrigir os excessos quando o órgão de governança corres-pondente julgar oportuno.

Eixos do apetite e principais parâmetros

Volatilidade de resultados Solvência Liquidez Concentração Aspectos complementares

• Perda máxima que o Grupo está disposto a assumir perante um cenário de tensão ácido

• Perdas por Risco Tecnológico y Operacional (RTO) máximas

• Sensibilidade da margem de juros a variações de taxas

• Posição mínima de capital que o Grupo está disposto a assumir em um cenário de tensão ácido

• Impacto sobre os índices CET1 por exercícios de tensão específicos nos principais tipos de risco

• Posição mínima de liquidez estrutural

• Posição mínima de horizontes de liquidez que o Grupo está disposto a assumir perante diferentes cenários de tensão ácidos

• Concentração por cliente individual

• Concentração por Top-N • Concentração em

contrapartes não Investment Grade

• Concentração setorial • Concentração

em carteiras com perfil de alta

• Indicadores qualitativos sobre risco operacional:• Fraude • Tecnológicos • Segurança e risco

cibernético• Litígios • Outros...

• Restrições qualitativas

A vinculação dos limites de apetite de risco com os limites utilizados na gestão das unidades de negócio e das carteiras envolve um elemento chave para atingir a efetividade do apetite de risco como ferramenta de gestão de risco.

Assim, as políticas de gestão e a estrutura de limites utilizados para gerir as diferentes tipologias e categorias de risco, descritas em maiores detalhes nas seções D.1.5.2. Planejamento (Plano Estratégico Comer-cial), D.2.2.3 e D.2.3.3 Sistema de controle de limites deste relatório, guardam uma relação direta com os princípios e limites definidos no apetite de risco.

Dessa forma, as mudanças no apetite de risco se traduzem em mudan-ças nos limites e controles utilizados na gestão de riscos do Santander e cada uma das áreas de negócio e de riscos tem a responsabilidade de verificar se os limites e controles utilizados em sua gestão diária estão sendo fixados de maneira a cumprir os limites de apetite de risco. A função de controle e supervisão de riscos validará posteriormente essa avaliação, garantindo a adequação dos limites de gestão ao apetite de risco.

Eixos do apetite de riscoO apetite de risco é expresso por meio de limites sobre parâmetros quantitativos e indicadores qualitativos que medem a exposição ou perfil de risco da Instituição por tipo, carteira, segmento e linha de ne-gócio, em condições atuais e também sob estresse. Esses parâmetros e limites de apetite são organizados em cinco grandes eixos que definem o posicionamento que a administração do Santander deseja adotar ou manter no desenvolvimento de seu modelo de negócio:

• A volatilidade que o Grupo está disposto a assumir na demonstra-ção de resultados.

• A posição de solvência que o Grupo deseja manter.

• A posição de liquidez mínima que o Grupo queira dispor.

• Os níveis máximos de concentração que o Grupo considera razoável assumir.

• Aspectos qualitativos e parâmetros complementares.

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5. Relatório de gestão de riscosRELATÓRIO ANUAL 2015

Modelo de controle e gestão de riscos - Advanced Risk Management > Processos e ferramentas de gestão

Volatilidade de resultadosSeu objetivo é restringir a potencial volatilidade negativa dos resulta-dos projetados no plano estratégico e de negócios ante condições de estresse.

Neste eixo estão parâmetros que medem o comportamento e a evolu-ção de perdas reais ou potenciais sobre o negócio.

Os exercícios de estresse incluídos neste eixo medem o nível máximo da queda de resultados ante condições adversas nos principais tipos de risco aos quais o Banco está exposto e com probabilidades de ocorrência plausíveis e similares por tipo de risco (de modo a serem agregáveis).

Solvência Esse eixo tem por finalidade garantir que o apetite de risco considere de forma adequada a manutenção e conservação dos recursos pró-prios da Instituição, preservando o capital em nível superior aos esti-pulados pelos requisitos regulatórios e pelas exigências de mercado.

Seu objetivo é determinar o nível de capital mínimo que a instituição considera necessário manter para assumir perdas potenciais sob condições tanto normais como estressadas e em consequência de sua atividade e de seus planos de negócio e estratégicos.

Essa abordagem de capital incluída no marco do apetite de risco é complementar e compatível com o objetivo de capital aprovado den-tro do processo de planejamento de capital implementado no Grupo, estendendo-se a um período de três anos (para maiores detalhes, consultar o capitulo D.8. Risco de capital deste Relatório e do Relató-rio com Relevância Prudencial - Pilar III).

Posição de LiquidezO Grupo Santander desenvolveu um modelo de financiamento ba-seado em subsidiárias autônomas que são responsáveis por atender suas próprias necessidades de liquidez. Sob essa premissa, a gestão de liquidez é realizada no nível de cada uma das subsidiárias dentro de um marco corporativo de gestão que desenvolve seus princípios básicos (descentralização, equilíbrio no médio e longo prazo de fontes de aplicação, peso elevado de depósitos de clientes, diversi-ficação de fontes de atacado, dependência reduzida no curto prazo, reserva de liquidez suficiente) e é construído em torno de três pilares fundamentais: modelo de governança, análise de balanço e medição do risco de liquidez, gestão adaptada às necessidades do negócio. Maiores informações sobre o marco corporativo de gestão, seus princípios e pilares fundamentais estão detalhadas no item D.3. Risco de liquidez e financiamento neste relatório.

O apetite de risco de liquidez do Santander estabelece objetivos exi-gentes de posição e horizontes de liquidez ante cenários de estresse sistêmicos (locais e globais) e idiossincráticos. Além disso, é fixado um limite sobre um índice de financiamento estrutural que estabe-lece uma relação entre depósitos de clientes, recursos próprios e emissões a médio e longo prazo com as necessidades estruturais de financiamento.

ConcentraçãoO Santander deseja manter uma carteira de risco amplamente diver-sificada do ponto de vista da sua exposição a grandes riscos, a deter-minados mercados e a produtos específicos. Em primeira instância, isso é possível em virtude da orientação do Santander ao negócio de banco de varejo com uma elevada diversificação internacional.

Nesse eixo estão incluídos, dentre outros, os limites de exposição máxima individual com clientes; exposição máxima agregada com grandes contrapartes; exposição máxima por setores de atividade; em Commercial Real Estate e em carteiras com perfil de risco elevado. Além disso, é feito um acompanhamento dos clientes com um rating interno inferior ao equivalente ao grau de investimento e que estejam acima de uma determinada exposição.

Aspectos qualitativos e demais parâmetros complementaresEsse eixo busca delimitar exposições de risco de forma complementar aos eixos anteriores.

Nele estão contemplados limites de risco expressos tanto na forma qualitativa (por exemplo a proibição de operações com produtos de mercado complexos) como expressos em outros parâmetros quanti-tativos (por exemplo indicadores de risco operacional) de forma que seja possível controlar riscos relevantes não considerados nos eixos anteriores. Assim, no risco operacional está incorporado um indicador qualitativo sobre o estado de gestão, que é baseado nos resultados de diversos indicadores, dentre eles, governança e gestão, conformidade orçamentária, qualidade dos bancos de dados de eventos e questio-nários corporativos de autoavaliação sobre o ambiente de controle. Também foi incorporado um indicador de risco de compliance e reputa-cional resultante de uma matriz de avaliação criada para esse fim.

B.3.2. Risk Identification and Assessment (RIA)

O Banco Santander, como parte de sua gestão rotineira de risco, identifica e avalia os riscos aos quais está exposto nas diversas regi-ões onde atua e que são inerentes à sua atividade.

Com o objetivo de aumentar a solidez e sistematização na avalia-ção do perfil de riscos do Grupo, iniciamos o exercício corporativo Risk Identification & Assessment no final de 2014, o qual continu-amos a desenvolver ao longo deste ano. Durante 2015, avaliamos o perfil de risco do Grupo, suas unidades e tipos de risco mais rele-vantes, obtendo um grau de correlação alto entre os resultados de sensibilidade a fatores de risco no exercício de Risk Identification & Assessment e os cenários de estresse do ICAAP corporativo.

Além disso, o Grupo avançou no desenvolvimento metodológico do exercício corporativo Risk Identification & Assessment, dando ênfase à identificação e avaliação de potenciais fatores de risco para o Grupo, maior exaustividade na avaliação do ambiente de controle, amplia-ção do perímetro do exercício e um vínculo mais forte com a geração de cenários idiossincráticos no planejamento de capital.

Risk Identification & Asessment é uma das iniciativas que fazem parte do programa ARM (Advanced Risk Management) e que tem como objetivo a gestão avançada dos riscos par conseguir continuar a ser um banco sólido e sustentável no longo prazo.

Além disso, cumpre as expectativas regulatórias sobre a necessida-de de aprofundar no entendimento do perfil de riscos e a importân-cia de identificar, valorizar e avaliar os principais riscos da Instituição, o ambiente de controle associado e os eventuais fatores que pode-riam representar uma ameaça para a realização do plano estratégico do Grupo.

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5. Relatório de gestão de riscosRELATÓRIO ANUAL 2015

Modelo de controle e gestão de riscos - Advanced Risk Management > Processos e ferramentas de gestão

De acordo com a metodologia utilizada no exercício RIA, o perfil de riscos vem determinado por uma combinação de três aspectos:

Principais riscos

(Top risks)

Ambiente de controle

Desempenho do risco

Avaliação do perfil de riscos

• Desempenho do risco que permite conhecer o perfil por tipo de risco e atividade de negócio.

• Ambiente de controle para estabelecer, de maneira objetiva, uma autoavaliação da efetividade da gestão e controle do risco de acordo com os objetivos preestabelecidos e um modelo de controle definido.

• Riscos principais (Top Risks) para identificar os riscos relevantes que ameaçam os objetivos estratégicos e de negócio e estabelecer planos de ação realizando um acompanhamento dos mesmos.

Um dos aspectos mais importantes do exercício RIA é o desenvol-vimento de uma metodologia para identificar os riscos relevantes atuais que merecem o foco de atenção da administração. Esses riscos são aqueles que podem afetar significativamente, por si mesmos ou em seu conjunto, os resultados do Banco, sua situação financeira e a capacidade para manter níveis adequados de capital.

Além disso, permite a identificação dos riscos conhecidos como emergentes, isto é, os riscos com potencial para exercer um impacto adverso sobre o desempenho futuro do Grupo, embora com resulta-do e horizonte temporal incerto e difícil de prever (para maiores de-talhes, consultar a seção Riscos emergentes no capítulo C. Ambiente e próximos desafios).

O objetivo para 2016 é potencializar o exercício de identificação e avaliação contemplando a totalidade dos riscos e estendendo o perí-metro a todas as instituições onde o Grupo tem presença.

B.3.3. Análise de cenários

O Banco realiza uma gestão avançada de riscos por meio da análise do impacto que os diferentes cenários do ambiente no qual o Banco opera poderiam provocar. Esses cenários são expressos tanto em temos de variáveis macroeconômicas como em outras variáveis que afetam a gestão.

A análise de cenários é uma ferramenta muito útil para a administra-ção, já que permite testar a resistência do Banco frente a ambientes

ou cenários de estresse, assim como colocar em prática conjuntos de medidas que diminuam o perfil de risco do Banco ante esses cenários. O objetivo é maximizar a estabilidade da demonstração de resultados e dos níveis de capital e liquidez.

Essa visão antecipatória ou forward looking ajuda o Santander a manter-se no seleto grupo de bancos internacionais que durante todos os anos de crise geraram lucros e mantiveram sua política de dividendos.

A robustez e consistência dos exercícios de análise de cenários têm como base três pilares:

• O desenvolvimento de modelos matemáticos que estimem a evolu-ção futura de parâmetros (como, por exemplo, as perdas de crédi-to), baseando-se tanto em informações históricas (interna do Banco e externa do mercado) como em modelos de simulação.

• A incorporação da opinião de especialistas e o conhecimento das carteiras, questionando e comparando o resultado dos modelos.

• O backtesting ou comparação periódica do resultado dos modelos contra os dados observados, que assegure a adequação dos referi-dos resultados.

Aplicações da análise de cenários• Aplicações regulatórias: nos quais são realizados exercícios de

estresse de cenários sob as diretrizes estabelecidas pelo regula-dor europeu ou cada um dos reguladores nacionais que supervi-sionam o Banco.

• Exercícios internos de autoavaliação de capital (ICAAP) ou liqui-dez (ILAAP) nos quais o regulador pode impor certos requisitos, o Banco desenvolve sua própria metodologia para avaliar seus níveis de capital e liquidez frente a diferentes cenários de stress. Essas ferramentas permitem o planejamento da gestão de capital e liquidez.

• Apetite de riscos. Abrange parâmetros de stress sobre os quais são estabelecidos os níveis máximos de perdas (ou de liquidez mínima) que o Banco não deseja ultrapassar. Esses exercícios estão relacionados aos de capital e liquidez, embora tenha frequências distintas e apresentem diferentes níveis de pulverização. O Banco continua trabalhando para melhorar o uso da análise de cenários no apetite de risco e assegurar uma relação adequada entre esses parâmetros e aqueles utilizados na gestão diária de riscos. Para maiores detalhes, consultar as seções B.3.1. Apetite de risco e estrutura de limites e D.3. Risco de liquidez e financiamento deste relatório.

• Gestão diária de riscos. A análise de cenário é utilizada em pro-cessos orçamentários e de planejamento estratégico, na geração de políticas comerciais de admissão de risco, na análise global de riscos pela administração ou em análises específicas sobre o perfil de atividades ou carteiras. Nas seções de risco de crédito (seção D.1.5.2. Planejamento (Plano Estratégico Comercial), de mercado (D.2.2.1.6. e D.2.2.2.3. Análise de cenários) e liquidez (D.3.2.2. Análi-se de balanço e medição do risco de liquidez) há maiores detalhes.

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5. Relatório de gestão de riscosRELATÓRIO ANUAL 2015

Modelo de controle e gestão de riscos - Advanced Risk Management > Processos e ferramentas de gestão

Projeto de análise de cenários no programa Advanced Risk ManagementCom o objetivo de melhorar a gestão por meio de parâmetros e mo-delos avançados, o projeto de análise de cenários foi incorporado às iniciativas que fazem parte do programa Advanced Risk Management (ARM), estruturando-se em torno de quatro eixos:

• Ferramenta de análise de cenários: implantação de uma ferra-menta avançada para realizar estimativas de perdas com maior solidez e automatização da administração da informação, com ca-pacidade de agregar diferentes tipos de riscos e com um ambiente de execução multiusuário.

• Governança: revisão do sistema de governança dos exercícios de análise de cenários para se adequar à crescente importância desses cenários, ao aumento da pressão regulatória e às melhores práticas de mercado.

• Metodologias: elaboração de planos de desenvolvimento de modelos estatísticos de estresse que tenham uma precisão e pul-verização suficiente para satisfazer os requisitos, não apenas da regulamentação e supervisão atual, como também para melhorar a capacidade preditiva do risco de acordo com uma gestão avançada.

• Processo e procedimentos: execução contínua de exercícios de autoavaliação e planos de melhoria para a evolução dos processos no contexto da gestão avançada de análise de cenários.

B.3.4. Planos de viabilidade e de resolução (recovery & resolution plans)

Em 2015, foi elaborada a sexta versão do plano de viabilidade cor-porativa, cuja parte mais relevante contempla as medidas que a Instituição teria disponíveis para sair sem ajuda de uma situação de crise muito severa. Esse plano foi elaborado pela primeira vez por solicitação do Banco Central Europeu, que passou a ser o supervisor principal do Grupo Santander (de acordo com uma ordem emitida nos termos do Mecanismo Único de Supervisão, que entrou em vigor em 4 de novembro de 2014), partindo da norma aplicável na União Europeia¹. O Plano também segue as recomendações não obrigató-rias sobre o tema emitidas por órgãos internacionais como o Conse-lho de Estabilidade Financeira (Financial Stability Board-FSB2).

O plano, assim como foi feito nas versões anteriores de 2010 a 2014, foi apresentado às autoridades competentes (pela primeira vez ao BCE, no mês de dezembro, ao contrário dos anos anteriores nos quais a entrega foi feita ao Banco de España) para sua avaliação du-rante o primeiro semestre de 2016.

Esse plano é composto pelo plano corporativo (que compete ao Banco Santander, S.A.) e pelos planos individuais para as unidades locais mais importantes (Reino Unido, Brasil, México, Estados Uni-dos, Alemanha, Argentina, Chile, Polônia e Portugal), cumprindo o compromisso firmado pelo Banco com as autoridades competentes em 2010. É importante mencionar os casos citados anteriormente, pertencentes à União Europeia, nos quais, independentemente de sua obrigatoriedade de fazer parte do plano corporativo, seu desen-

volvimento completo obedece também às iniciativas regulatórias decorrentes da transposição a seu ordenamento local da Diretiva 2014/59/UE (Diretiva União Europeia de Gestão de Crise).

Durante o ano de 2015, foi realizado um trabalho de adaptação da estrutura e conteúdo do plano às novas diretrizes internacionais, aproveitando para introduzir melhorias nos capítulos de governança da situação potencial de crise (principalmente relacionadas à estru-tura de indicadores e com a governança geral de situação de crises) e de análise estratégica.

A administração do Grupo está totalmente envolvida na elaboração e acompanhamento periódico do conteúdo dos planos, com a criação de comitês específicos de caráter técnico, e também por meio do acompanhamento em nível institucional, garantindo que o conteúdo e estrutura dos documentos estejam adaptados à legislação local e internacional em termos de gestão de crises, a qual encontra-se em desenvolvimento contínuo nos últimos anos.

A aprovação do plano corporativo cabe ao conselho de administra-ção, sem prejuízo de que seu conteúdo e os dados relevantes sejam previamente apresentados e discutidos nos principais comitês de gestão e controle do Banco (comitê executivo, comitê de supervisão de riscos, regulamentação e compliance, comitê executivo de riscos, comitê de capital). Por sua vez, a aprovação dos planos individuais é realizada nos órgãos locais e sempre de maneira coordenada com o Grupo, já que fazem parte do plano corporativo.

Durante 2016, o Grupo continuará a introduzir melhorias nos planos de viabilidade, adotando as evoluções nessa matéria observadas no mercado, bem com as necessárias para conseguir a adaptação plena da estrutura dos planos locais ao novo marco corporativo europeu, dentro das restrições que podem advir de exigências locais.

No que se refere aos chamados planos de resolução, as autorida-des competentes que fazem parte do Crisis Management Group (CMG) chegaram a um planejamento comum sobre a estratégia a ser seguida para a resolução do Grupo que, considerando a estrutura jurídica e de negócios em que o Santander opera, é correspondente ao chamado Multiple Point of Entry (MPE); foi firmado o respectivo acordo de cooperação sobre resolução (Cooperation Agreement – COAG) e os primeiros planos de reso-lução foram desenvolvidos. Em especial, o plano corporativo foi analisado em uma sessão do CMG realizada em 3 de dezembro. O Grupo continua a colaborar com as autoridades competentes na preparação dos planos de resolução, fornecendo todas as informações detalhadas solicitadas pelos responsáveis por sua elaboração de forma geral.

Excepcionalmente, a elaboração dos planos de resolução nos Estados Unidos cabe às próprias instituições, e o Grupo apresen-tou sua terceira versão dos planos de resolução locais (um para o conjunto das atividades nos Estados Unidos, de acordo com a regulamentação do FED, e outro que abrange somente o San-tander Bank, como instituição tomadora de depósitos e sujeita à regulamentação do FDIC).

1. Fundamentalmente, a Diretiva 2014/59/EU (Diretiva União Europeia de Gestão de Crises); desenvolvimentos regulatórios em vigor na EBA em matéria de recovery (EBA/ RTS/2014/11; EBA/GL/2014/06; EBA/GL/2015/02); Conselho técnico EBA ao comitê sobre identificação de core business lines e funções críticas (EBA/op/2015/05); desen-volvimentos regulatórios EBA que aguardam aprovação (EBA/CP/2015/01 sobre templates de ITS para itens de resolução); desenvolvimentos regulatórios EBA não ligados diretamente à temática de recovery, mas com implicações de importantes (EBA/GL/2015/03 sobre triggers de intervenção temporária); regulação local da Espanha. Lei 11/2015 de recuperação e resolução de instituições de crédito e empresas de serviços de investimento.

2. FSB Key Attributes of Effective Resolution Regimes for Financial Institutions (15 de outubro de 2014, depois da atualização da primeira publicação, em outubro de 2011).

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5. Relatório de gestão de riscosRELATÓRIO ANUAL 2015

Modelo de controle e gestão de riscos - Advanced Risk Management > Processos e ferramentas de gestão

B.3.5. Risk Data Aggregation & Risk Reporting Framework (RDA/RRF)

Nos últimos exercícios, o Grupo desenvolveu e implantou as melhorias estruturais e operacionais necessárias para reforçar e consolidar a visão integral dos riscos, com base em informações completas, precisas e recorrentes, permitindo à administração avaliar e decidir com base nas mesmas.

Nesse contexto, o Santander considerou que os requisitos regu-latórios estão alinhados com o plano estratégico de transforma-ção de riscos, de tal modo que, neste momento, o Grupo atende os padrões estabelecidos na norma BCBS 239. Em 2015, o Grupo concluiu com sucesso o projeto lançado no início de 2014, cujo principal objetivo era garantir que as informações sobre riscos prestadas à administração incorporassem os princípios básicos definidos no Risk Data Aggregation (RDA).

Os relatórios de riscos mostram um equilíbrio adequado entre dados, análises e comentários qualitativos, incorporam medi-das forward-looking, informações sobre apetite de risco, limi-tes e riscos emergentes, e são distribuídos à administração em prazos e formatos adequados.

Em termos de governança, foi criado um comitê de qualidade de dados e informações de riscos, responsável pela execução das medidas determinadas pelo conselho nessa matéria; além disso, foi implementada uma metodologia em comum de gestão das in-formações, por meio dos modelos, procedimentos e orientações pertinentes.

O Grupo conta com uma taxonomia comum de reporting de ris-cos, a qual contempla todas as áreas de risco significativas den-tro da organização, em conformidade com a dimensão, o perfil de risco e a atividade do Grupo.

Os relatórios recebidos pela administração, que garantem a ges-tão adequada do risco e a tomada de decisões correspondente são:

• Relatório de riscos do Grupo

• Relatórios por fator de risco:• Risco de crédito.• Riscos de mercado e estruturais.• Risco operacional.• Capital.• Compliance - comercialização.• Compliance normativo.• Prevenção da Lavagem de Dinheiro (PBC).• Risco não prudencial (SAC).

• Relatório de riscos de cada unidade

Foram implementados importantes desenvolvimentos tecnológi-cos, os quais permitiram melhorar as capacidades de agregação de informações de forma completa, exata, confiável e rastreável. As informações em todo o Grupo obedecem a uma taxonomia de dados definida e coletada em um dicionário de dados único, ao qual o pes-soal competente do banco em matéria de riscos tem acesso.

Um dos compromissos do Grupo Santander é introduzir novas tecno-logias que agreguem valor aos dados, sua gestão e análise. Tudo isso está contemplado nos planos plurianuais adaptados à realidade da Instituição e das regiões geográficas onde ela opera.

B.3.6. Ambiente de controle

O modelo de gestão de riscos conta com um ambiente que garante o adequado controle de todos os riscos, proporcionando uma visão integral sobre os mesmos. Esse controle é realizado em todas as unidades do Grupo e considera cada tipo de risco, assegurando que as exposições e o perfil de riscos do Grupo estejam enquadrados dentro do estabelecido tanto pelo conselho de administração como pelos reguladores.

Os principais elementos que garantem um controle efetivo são:

1. A atribuição clara de responsabilidades nas funções que geram riscos, por meio da tomada de decisões e o próprio controle de sua atividade.

2. O controle especializado de cada fator de risco.

3. A supervisão e consolidação agregada de todos os riscos.

4. A avaliação dos mecanismos de controle.

5. A avaliação independente por parte da auditoria interna.

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5. Relatório de gestão de riscosRELATÓRIO ANUAL 2015

Modelo de controle e gestão de riscos - Advanced Risk Management > Cultura de riscos - Risk Pro

B.4. Cultura de riscos - Risk Pro

Nossa cultura interna (The Santander way) incluiu um modo San-tander de gerenciar os riscos, uma cultura de riscos Santander, denominada risk pro, que é uma de nossas principais vantagens competitivas no mercado.

A sólida cultura de riscos é um dos fatores chave que tem permitido ao Grupo Santander responder às variações dos ciclos econômicos, às novas exigências dos clientes e ao acirramento da concorrência, posicionando-se como uma instituição que merece a confiança de funcionários, clientes, acionistas e da sociedade.

Hoje, em um ambiente em constante evolução, com novos tipos de riscos e maiores exigências por parte dos reguladores, o Grupo Santander quer manter a excelência na gestão de riscos para atingir um crescimento sustentável.

Dessa forma, a excelência na gestão de riscos é uma das priorida-des estratégicas definidas pelo Grupo. Isso implica consolidar uma forte cultura de riscos em toda a organização, a qual todos os fun-cionários do Grupo Santander conheçam e apliquem.

Essa cultura de riscos é definida a partir de cinco princípios que fa-rão parte da gestão diária para todos os funcionários do Grupo:

Responsabilidade, já que todas as unidades e funcionários (inde-pendentemente da função que desempenhem) devem conhecer e entender os riscos nos quais incorrem em sua atividade diária e ser responsáveis por sua identificação, avaliação, gestão e comunicação.

Resiliência, entendida como a soma de prudência e flexibilidade. Todos os funcionários devem ser prudentes e evitar riscos que não conheçam ou que extrapolem o apetite de risco estabelecido. Ao mesmo tempo devem ser flexíveis, já que a gestão de riscos deve se adaptar rapidamente a novos ambientes e cenários imprevistos.

Desafio, já que o Banco promove um debate contínuo dentro da or-ganização. O questionamento ocorre de forma proativa, positiva e aberta sobre como gerenciar os riscos a fim de termos sempre uma visão que nos permita antecipar desafios futuros.

Simplicidade, já que a gestão universal de riscos requer processos e decisões claras, documentadas e compreensíveis por funcionários e clientes.

E, é claro, orientação ao cliente. Todas as ações relativas a riscos são orientadas ao cliente, em seus interesses no longo prazo. A vi-são do Grupo Santander é ser o melhor banco comercial, ganhando a confiança de seus funcionários, clientes, acionistas e da socieda-de. O caminho para chegarmos a isso envolve contribuir de forma proativa para o progresso de nossos clientes, com uma gestão excelente dos riscos.

Orientação ao cliente

Responsabilidade

Resiliência

Desafio

Simplicidade

A cultura de riscos, risk pro, vem se fortalecendo em todas as unida-des do Grupo Santander por meio de três alavancas:

• O desenvolvimento de um modelo para a gestão avançada de riscos (Advanced Risk Management Programme-ARM). Trata-se de um programa robusto e integrado, cujo objetivo é construir o futuro por meio de uma gestão e visão antecipada de todos os ris-cos, ao mesmo tempo protegendo nosso presente com um sólido ambiente de controle. Para o Grupo Santander, a gestão avançada dos riscos é uma prioridade para continuar a ser um banco sólido e sustentável no longo prazo.

• Em sua primeira fase, o ARM conseguiu alinhar todos os bancos do Grupo com as diretrizes regulatórias, de forma que todos estabele-cessem os marcos referentes às iniciativas que compõem esse pro-grama. Uma das mais importantes é contar com uma governança corporativa sólida da função de riscos.

• O desenvolvimento de capacidades e atitudes para conseguir uma gestão avançada de riscos. Foi implementado um plano amplo, que terá continuidade durante os próximos anos, para que todas as unidades e funcionários conheçam a cultura de riscos, compreendam com clareza suas implicações e se aprofundem na melhoria de suas atitudes e comportamentos na gestão dos riscos.

• O estabelecimento e acompanhamento de medidas para determinar o status da cultura de riscos em todo o Grupo. As evidências das iniciativas de cultura implementadas estão sendo coletadas, com um monitoramento sistemático, visando determinar o grau de conhecimento da cultura de riscos e identificar de forma contínua os pontos de melhoria e planos de ação.

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5. Relatório de gestão de riscosRELATÓRIO ANUAL 2015

Modelo de controle e gestão de riscos - Advanced Risk Management > Cultura de riscos - Risk Pro

Atividades de treinamentoUma das ferramentas para consolidar a cultura de riscos é o treina-mento. Por meio da escola corporativa de riscos, o Santander garante o treinamento e o desenvolvimento de todos os profissionais da área de riscos com critérios homogêneos. Em 2015, a escola corporativa de riscos completou dez anos. Durante esse tempo, trabalhou em conjunto com as dez escolas locais visando potencializar a liderança do Banco nessa área, reforçando continuamente as capacidades dos diretores e profissionais da área de riscos.

Ao longo deste ano, foram ministradas 24.499 horas de treinamento, realizadas por 6.271 participantes do Grupo Santander. A escola rea-liza o treinamento de profissionais de outros segmentos do negócio, em especial da área Comercial, alinhando a exigência da gestão de riscos com os objetivos do negócio.

Horas de treinamento

2010

26.665

2011

31.028

2012

29.960

2013

26.001

2014 2015

30.029

24.499

2009

21.479

Em 2016, o objetivo é estender esse treinamento a todo o Grupo, com a implementação de novas atividades e com a ajuda de novas tecnologias digitais de forma a conseguir um treinamento mais eficaz e inovador.

All the Santander team engaged in risk

Éa cultura de riscos do Grupo Santander, totalmente alinhada com os princípios gerais de Simples, Pessoal e Justo.

Éo conjunto de comportamentos que cada funcionário deve desenvolver para gerenciar de forma proativa os riscos que surgem nas atividades diárias.

Éa contribuição de todos que fazem parte do Santander para a sustentabilidade do Banco no futuro, por meio da construção de um presente sólido.

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Ambiente e próximos desafios5. Relatório de gestão de riscos

RELATÓRIO ANUAL 2015

RESUMO EXECUTIVOA. PILARES DA FUNÇÃO DE RISCOSB. MODELO DE CONTROLE E GESTÃO DE RISCOS - Advanced Risk ManagementC. AMBIENTE E PRÓXIMOS DESAFIOSD. PERFIL DE RISCOANEXO: TRANSPARÊNCIA EDTF

C. Ambiente e próximos desafios

Em 2015, a economia mundial apresentou um crescimento mode-rado, pois a recuperação gradual das economias avançadas —mais intensa nos EUA e Reino Unido, mas também observada na zona do euro— foi compensada com folga pela desaceleração nos países emergentes.

O crescimento ficou abaixo do esperado no início do ano. Nas eco-nomias avançadas, isso ocorreu devido a circunstâncias pontuais que afetaram os EUA no início do ano, o que não impediu um ligeiro aumento nas taxas de juros em dezembro por parte do FED. Na zona do euro, a melhoria foi moderada até a assinatura do terceiro resgate da Grécia e uma política mais ativa por parte do BCE (Quantitative Easing). Os países emergentes foram afetados pela desaceleração da China (e pela mudança na composição de seu crescimento), pela que-da no preço das matérias-primas, problemas de natureza geopolítica e pela deterioração nas condições financeiras (redução dos fluxos de saídas de capital, aumento nos prêmios de risco e quedas das bolsas).

Nesse ambiente, o Banco Santander mantém seu perfil de risco médio/baixo, com melhoria na qualidade do crédito, a qual se reflete nos principais índices: índice de inadimplência em 4,36% (-83 pontos--base em relação a 2014), custo de crédito em 1,25% (-18 pontos-base em comparação a dezembro de 2014) e índice de cobertura em níveis de 73% (+6 pontos-base frente a dezembro de 2014).

O ambiente regulatório durante 2015 continuou caracterizado por exigências prudenciais bastante rígidas. Alguns dos aspectos mais relevantes ocorridos durante o ano foram:

• A revisão das propostas iniciais dos marcos prudenciais de risco de crédito, mercado e operacional por parte do Comitê da Basileia.

• Os avanços normativos em relação aos mecanismos de absorção de perdas frente a situações de resolução (MREL e TLAC).

• A publicação dos resultados do exercício de transparência pela Au-toridade Bancária Europeia (EBA), como precursor do exercício de stress test que será realizado durante 2016.

• O avanço das instituições em projetos destinados a abordar a mu-dança normativa em termos de provisões, a qual entrará em vigor a partir de 2018, de acordo com a norma IFRS 9 [consultar detalha-mento no Quadro 1].

O Grupo Santander atribui prioridade máxima ao compliance regula-tório e, consequentemente, realiza um monitoramento permanente das novidades referentes às normas. Dentre as iniciativas de 2015, salientamos os avanços nos desenvolvimentos destinados a cumprir os requisitos da norma Volcker (para mais detalhes, consultar a seção 3. Regulamentos dos mercados, do item D.5.4. Compliance regula-tório) e os padrões internacionais referentes à agregação de dados de riscos (RDA) (para mais detalhes, consultar o item B.3.5. Risk Data Aggregation & Risk Reporting Framework).

Por outro lado, do ponto de vista de supervisão, em 2015 comple-tou-se um ano da entrada em vigor do Mecanismo Único de Supervi-são (SSM na sigla em inglês) na zona do euro. A atividade de supervi-são das instituições bancárias na zona do euro foi realizada por meio da implantação das equipes conjuntas de supervisão (JST na sigla em inglês) e de uma forma contínua em comum, a qual inclui a utilização da metodologia conhecida como Procedimento de Avaliação e Revi-são Supervisora (SREP3 na sigla em inglês). Essa metodologia gira em torno de quatro eixos:

a. Análise do modelo de negócio;

b. Avaliação da governança interna e dos controles globais;

c. Avaliação dos riscos para o capital; e

d. Avaliação dos riscos de liquidez.

3. De acordo com o documento publicado pela Autoridade Bancária Europeia (EBA): Guidelines on common procedures and methodologies for the supervisory review and evalua-tion process (SREP).

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Ambiente e próximos desafios5. Relatório de gestão de riscos

RELATÓRIO ANUAL 2015

A supervisão recorrente baseada nessa metodologia SREP é com-plementada com inspeções sob medida por parte do supervisor, seja de forma conjunta com as diversas instituições supervisiona-das (thematic review), seja pela análise individualizada de tópicos específicos de uma instituição (inspeção in situ).

Riscos emergentesNos dias atuais, o setor bancário precisa fazer frente a novos riscos de natureza e magnitude diferentes. A identificação e o acompa-nhamento desses riscos emergentes propiciam uma visão forward--looking na gestão de riscos e permitem à administração estabelecer planos de ação frente às ameaças detectadas e, consequentemente, a adaptação do apetite de risco do Grupo. O exercício de Risk Identi-fication and Assessment (RIA) mencionado acima permite a identifica-ção e avaliação desses riscos. Os principais são detalhados a seguir:

Ambiente macroeconômico: as principais fontes de incertezas ma-croeconômicas que podem afetar a atividade do Banco Santander no próximo exercício são:

• O ambiente de manutenção das baixas taxas de juros na Europa.

• O impacto potencial das políticas monetárias divergentes nas diversas economias, com possíveis implicações sobre as taxas de câmbio e a estabilidade financeira, devido a:

• A alta e o ritmo (flight to quality) das taxas de juros nos Estados Unidos,

• As ampliações do programa de compras de dívida por parte do BCE; e

• A expansão monetária na China e no Japão.

• Possíveis tensões de liquidez nos mercados.

• O ajuste da economia chinesa e de seu modelo produtivo.

• A evolução do preço das matérias-primas e seu impacto tanto nas economias emergentes como nos países desenvolvidos.

• O agravamento da situação econômica e fiscal no Brasil.

O modelo de negócios do Banco Santander, baseado na diversifica-ção geográfica e em um banco de clientes, fortalece a estabilidade dos resultados, inclusive em períodos de incertezas macroeconômi-cas, permitindo manter um perfil de risco médio-baixo.

Ambiente competitivo: a indústria financeira encontra-se diante do desafio adaptar seu modo de fazer negócios às novas necessidades dos clientes. O futuro do setor financeiro passa pela transformação digital. Esse fato favoreceu o surgimento de novos concorrentes —financeiras start-up, grandes empresas de tecnologia, etc.— que penetram em diversos segmentos do setor financeiro. A identificação e a avaliação do impacto desse risco no negócio permitiram ao Banco Santander transformar essa ameaça em uma oportunidade. A inova-ção e transformação digital são peças chave de nosso modelo de ne-gócios. Inúmeras iniciativas estão sendo realizadas nesse âmbito. Os investimentos por meio do Santander InnoVentures em start-up como MyCheck, iZettle, Cyanogen, etc., alianças com escolas de negócios, avanços na utilização de técnicas de big data, etc.

Além disso, nos últimos anos, parte da atividade financeira e, portan-to, seus riscos, foram transferidas para instituições menos reguladas, um fenômeno conhecido como shadow banking. Isso requer aumen-tar a supervisão e regulamentação desse tipo de banco, visando garantir a solvência do sistema financeiro e minimizar possíveis efei-tos de contágio para o restante do setor, garantindo um ambiente competitivo em igualdade de condições.

Ambiente regulatório: a reação à crise financeira explica a intensa atividade em propostas normativas por parte das autoridades nos últimos anos. Esse contexto mutável e o nível cada vez maior de exigências resultaram em custos de implementação e compliance significativos para as instituições, além de contribuírem para uma redução sensível do ROE.

A expectativa é que 2016 seja um ano importante, no qual o Comitê da Basileia deve encerrar seus trabalhos que têm por objetivo tornar o marco prudencial mais simples, comparável e sensível ao risco. Depois de finalizar o tratamento do risco de mercado, esperamos que seja concluída neste ano a revisão do risco de crédito, risco operacional e uso de modelos internos. Espera-se uma aproximação híbrida, na qual o uso dos modelos internos será permitido, mas com limitações.

Na Europa, o acordo final sobre a proposta de reforma estrutural (se-paração das atividades de atacado e de varejo) ainda está pendente por falta de consenso sobre o papel do supervisor e o grau de discri-cionariedade/automatização na aplicação dessa medida. No âmbito dos serviços financeiros de varejo, a Comissão Europeia quer analisar quais são as restrições existentes para o desenvolvimento do mer-cado comum europeu de serviços financeiros. Além disso, em 2016, esperamos progressos nas transposições nacionais da Diretiva de Mercados de Instrumentos Financeiros (MiFID II) e a implementação da Diretiva de Contas de Pagamentos.

Para o setor, é muito importante ter um marco regulatório estável e duradouro, que permita estabelecer estratégias válidas no médio prazo, bem como realizar uma avaliação contínua e global do impac-to desse marco para garantir a obtenção de um bom equilíbrio entre estabilidade financeira e crescimento econômico. Nesse sentido, as propostas regulatórias descritas, aliadas a propostas recentes de novos impostos para bancos (no Reino Unido e na Polônia) e outras ainda em discussão, como o Financial Transaction Taxeuropeo, conti-nuam a gerar incertezas.

Ambiente geopolítico: A instabilidade das relações internacionais (que originalmente afeta a volatilidade das variáveis financeiras e que pode chegar a afetar a economia de fato) gera risco geopolítico. As principais instabilidades identificadas em relação ao futuro se concentram no debate sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia (Brexit), o ciclo político da Espanha, a crise Rússia- Ucrânia, os conflitos no Oriente Médio, a crise dos refugiados e o terrorismo internacional. Novamente, a diversificação geográfica equilibrada entre os mercados maduros e emergentes minimiza o possível impac-to das tensões geradas por esse tipo de risco.

Por fim, com relação aos riscos financeiros, o impacto dos inciden-tes relacionados com cibersegurança continua a aumentar, afetando todos os setores, incluindo o financeiro. Considerando a importância e o impacto potencial desse risco, o Banco continua a incentivar me-didas preventivas, de forma a estar preparado para incidentes dessa natureza. O item D.4.4. Medidas de Minimização do Risco Operacio-nal traz um detalhamento desse tipo de medidas.

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Ambiente e próximos desafios5. Relatório de gestão de riscos

RELATÓRIO ANUAL 2015

Cuadro 1: Novo modelo de classificação e avaliação de instrumentos financeiros (IFRS 9)

1. IntroduçãoEm julho de 2014, o International Accounting Standards Board (IASB) aprovou a Norma Internacional de Informações Financei-ras 9 - Instrumentos Financeiros (International Financial Reporting Standard 9 Financial Instruments ou IFRS 9 em inglês), destinada a substituir a IAS39 - Instrumentos Financeiros: reconhecimento e avaliação (IAS 39 Financial Instruments: Recognition and Measure-ment), seguindo as diretrizes estabelecidas na reunião do G-20 de abril de 2009.

A IFRS 9, que estabelece os requisitos de reconhecimento e medição dos instrumentos financeiros e de certas classes de con-tratos de compra e venda de elementos não financeiros, passará a ser aplicada a partir de 1º de janeiro de 2018, mas ainda precisa de ratificação prévia por parte da União Europeia.

2. Modelo proposto pela IFRS 9Os principais aspectos contidos na nova norma são:

2.a Classificação de instrumentos financeirosO critério de classificação dos ativos financeiros dependerá do modelo de negócios para sua gestão e das características de seus fluxos contratuais. Com base no acima mencionado, o ativo será avaliado a custo amortizado, a valor justo através do patrimônio líquido, ou a valor justo através do resultado no período. A IFRS 9 estabelece também a opção de designar um instrumento a valor justo através de resultados sob algumas condições.

2.b Modelo de perda de valor (impairment) por risco de créditoA principal novidade com relação à norma atual é que o novo padrão contábil introduz o conceito da perda esperada frente ao modelo atual (IAS 39) que se baseava na perda incorrida.

Perímetro de aplicaçãoO modelo de perda de valor (impairment) de ativos da IFRS 9 é aplicável aos ativos financeiros avaliados a custo amortizado, aos instrumentos de dívida avaliados por seu valor justo através de outros resultados abrangentes, a recebimentos por arrenda-mentos, e também aos riscos e compromissos contingentes não avaliados por seu valor justo.

Classificação de instrumentos financeiros por fasesA carteira de instrumentos financeiros sujeitos a perda de valor será dividida em três categorias, dependendo da fase em que cada instrumento se encontra em referência a seu nível de risco de crédito:

• Fase 1: será entendido que um instrumento financeiro está nessa fase quando não tiver ocorrido um aumento significa-tivo do risco desde seu reconhecimento inicial. Nesse caso, a correção da avaliação por perdas refletirá as perdas com cré-dito esperadas, resultantes de possíveis defaults no decorrer dos 12 meses subsequentes à data do relatório.

• Fase 2: caso tenha ocorrido um aumento significativo do risco desde a data de seu reconhecimento inicial, sem que tenha ocorrido a perda de valor, o instrumento financeiro será enquadrado dentro dessa fase. Nesse caso, o valor relativo à correção da avaliação por perdas refletirá as perdas espera-das por defaults no decorrer da vida residual do instrumento financeiro.

• Fase 3: um instrumento financeiro será enquadrado nessa fase quando for considerado efetivamente com perda de valor. Nesse caso, o valor relativo à correção da avaliação por perdas refletirá as perdas esperadas por risco de cré-dito no decorrer da vida residual esperada do instrumento financeiro.

Metodologia de estimativa da perda de valorPara as categorias de instrumentos financeiros citadas, como correção de valor por perdas, será refletido um valor equiva-lente à perda esperada por default em um prazo igual aos 12 meses subsequentes à data do relatório, exceto nos casos em que tenha ocorrido um aumento significativo do risco desde a data de reconhecimento inicial. Nesse caso, a correção da ava-liação totalizará um valor igual à perda esperada por eventos de crédito no decorrer do resto da vida esperada do instrumen-to financeiro.

A metodologia requerida para a quantificação da perda espe-rada por eventos de crédito terá como base uma consideração não viciada e ponderada por probabilidade de ocorrência de uma gama de possíveis cenários futuros que poderiam impac-tar o recebimento dos fluxos de caixa contratuais, sempre con-siderando o valor temporal do dinheiro e todas as informações disponíveis e relevantes sobre eventos passados, condições atuais e projeções de evolução dos fatores macroeconômicos que forem relevantes para a estimativa desse valor.

Nesse sentido, no caso de ativos financeiros, uma perda de crédito é o valor presente da diferença entre os fluxos de caixa contratuais devidos a uma instituição de acordo com o contra-to e os que a instituição espera receber.

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Ambiente e próximos desafios5. Relatório de gestão de riscos

RELATÓRIO ANUAL 2015

Por outro lado, para compromissos de empréstimo sem utiliza-ção, uma perda de crédito é o valor presente da diferença entre os fluxos de caixa contratuais devidos à instituição se o detentor do compromisso de empréstimo dispuser do empréstimo e os fluxos de caixa que a entidade espera receber se dispuser do empréstimo.

A medição da expectativa de perda é feita por meio dos seguin-tes fatores:

• Exposição ou Exposure at Default (EAD): é o valor da opera-ção exposto a risco de crédito correspondente ao momento temporal para o qual se considera a probabilidade de que a contraparte incorra em inadimplemento. O referido valor será estimado nos casos em que o calendário de amortização da operação poderá ser modificado para o cumprimento da norma.

• Probabilidade de Default (PD): é a probabilidade de que a contraparte descumpra suas obrigações de pagamento do principal e/ou juros. Para fins da IFRS 9, será considerada tan-to a PD-12 meses, isto é, a probabilidade de que o instrumento financeiro entre em default nos próximos 12 meses, como a PD lifetime, que considera a probabilidade de que a operação en-tre em default entre a data de reporte e a data de vencimento residual da operação. O padrão requer que as informações fu-turas relevantes sejam consideradas para a estimativa desses parâmetros.

• Severidade ou Loss Given Default (LGD): é a perda produzida em caso de default, isto é, o percentual da exposição que não poderá ser recuperado em caso de default. Depende de atuali-zação das garantias associadas à operação e fluxos futuros que se espera recuperar. Conforme o estabelecido na norma, há que ter em conta as informações futuras para a sua estimativa.

• Taxa de desconto: é a taxa que, aplicada aos fluxos de caixa futuros estimados durante a vida esperada do ativo, iguala o valor líquido presente do instrumento financeiro ao seu valor de mercado. Em geral, no momento de calcular a taxa de desconto, não se deve considerar as perdas esperadas pelo default ao fa-zer e estimativa de fluxos futuros de caixa, exceto nos casos em que houver perda de valor para o ativo e, nesse caso, a taxa de juros aplicada deverá levar em consideração as referidas perdas e será denominada taxa de juros efetiva ajustada pelo risco de crédito.

Registro da perda de valorA principal novidade quanto à norma atual é que, no caso dos ativos a valor justo através de outros resultados abrangentes, a parte das mudanças se refletirá no valor justo devido a perdas de crédito esperadas na demonstração de resultados do exercício no qual a variação foi contabilizada, o resto sendo refletido em outros resultados abrangentes.

2.c Contabilidade de hedgeA IFRS 9 incorpora novos requisitos em contabilidade de hedge que têm um objetivo duplo – simplificar os requisitos atuais e ali-nhar a contabilidade de hedge com a gestão de riscos, permitindo uma maior variedade de instrumentos financeiros derivativos que poderiam ser considerados como de instrumentos de hedge.

Além disso, são necessários detalhamentos adicionais que pro-porcionem informações úteis sobre o efeito que a contabilidade de hedge tem sobre as demonstrações financeiras, bem como sobre a estratégia de gestão de riscos da Instituição.

3. Estratégia de implantação da IFRS 9O Grupo tem uma linha de trabalho estabelecida com o objetivo de adaptar seus processos à nova norma de classificação de instrumentos financeiros, contabilidade de hedge e estimativa de deterioração do risco do crédito, de maneira que os referidos processos sejam aplicáveis de forma homogênea para todas as unidades do Grupo e, ao mesmo tempo, adaptados às particulari-dades de cada unidade.

Para isso, o Grupo está trabalhando na definição de um modelo interno objetivo e na análise do conjunto de mudanças neces-sárias para adaptar as classificações contábeis e os modelos de estimativa da deterioração do risco de crédito vigente em cada unidade até o previamente definido.

Em princípio, a estrutura de governança implantada atualmente, tanto em nível corporativo como em cada uma das unidades, cumpre com os requisitos da nova norma.

Quanto à estrutura de governança do projeto, o Grupo constituiu uma reunião periódica da direção do projeto e uma equipe de tra-balho encarregada de realizar as tarefas afins, bem como garantir o envolvimento das respectivas equipes responsáveis.

Nesse sentido, as principais divisões envolvidas no mais alto nível do projeto e, portanto, representada em seus órgãos de gover-nança mencionados anteriormente, são Riscos, Auditoria Geral e Tecnologia de Operações.

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Ambiente e próximos desafios5. Relatório de gestão de riscos

RELATÓRIO ANUAL 2015

A seguir estão detalhadas as principais fases e marcos do projeto:

• Análise/Diagnóstico (2015 e primeiro semestre de 2016): essa fase consiste principalmente na realização de uma análise da norma e seu impacto nos processos do Grupo.

• Desenho e desenvolvimento (2015 e 2016): essa fase com-preende a definição dos requisitos funcionais e a tradução dos requisitos em âmbito tecnológico, a seleção e desenvolvimento dos sistemas necessários, a identificação de aprovisionamento de informações necessárias e a construção do novo modelo operacional em cumprimento com os requisitos normativos.

• Implantação (2016-2017): essa fase compreende a estabiliza-ção do modelo, a geração de reportes estáveis e validados e a otimização em tempos de execução, com o objetivo de garantir uma implementação efetiva do modelo.

• Execução Paralela (2017): essa fase consiste principalmente na transição ao novo modelo operacional mediante o teste de funcionamento efetivo do modelo, a simulação de cálculos, bem como a geração de informações comparáveis e de reporte em paralelo ao modelo atual, com o objetivo de verificar a con-sistência dos modelos e dos sistemas de reporte, bem como fa-cilitar a compreensão das premissas e sensibilidades do modelo por parte da diretoria.

• Entrada em vigor da norma: 1 de janeiro de 2018.

4. Orientações e normas complementaresComo complemento à norma da IASB, diversos organismos reguladores e supervisores emitiram considerações adicionais, tanto com respeito ao modelo de perda de valor de ativos finan-ceiros da IFRS 9 como a elementos diretamente relacionados ao mesmo. Entre eles, destacamos os seguintes documentos e iniciativas:

• Comitê de Supervisão Bancária da Basileia - Orientações sobre o risco de crédito e contabilidade de perdas de crédito esperadas (dezembro de 2015, status definitivo): através de 11 princípios e orientações de supervisão, o documento emitido pelo Comitê de Supervisão Bancária da Basileia estabelece uma orientação sobre boas práticas de risco de crédito associadas à implementação e contínua aplicação dos marcos contábeis relativos ao cálculo de perdas de crédito esperadas e, especifi-camente, para a IFRS 9.

• Autoridade Bancária Europeia (EBA, por sua sigla em inglês) - The EBA 2016 Annual Work Programme (setembro de 2015): estabelece um plano de trabalho onde está incluída, dentre

outras, uma análise tanto quantitativa como qualitativa da IFRS 9, como resultado das normas técnicas e diretrizes que a Au-toridade Bancária Europeia vai desenvolver para proporcionar assessoria às áreas de contabilidade e auditoria.

• Autoridade Bancária Europeia (EBA, por sua sigla em inglês) – Rascunho do Guia para aplicação da definição de default segundo o artigo 178 do Regulamento (UE) n° 575/2013 (se-tembro de 2015, status consulta): o objetivo do documento é oferecer ao setor algumas orientações a partir das quais sejam harmonizadas a definição de default utilizada nos modelos in-ternos para efeitos regulatórios.

• Enhanced Disclosure Task Force EDTF – Impacto dos modelos de perda esperada nos detalhamentos de riscos (novembro 2015, status definitivo): o EDTF, do qual o Grupo é membro desde sua criação, é um grupo de trabalho formado opor ins-tituições financeiras, gestores de fundos, auditores e agências de rating criado pelo Financial Stability Board em 2012 com o objetivo principal de melhorar a qualidade, comparabilidade e transparência na divulgação de informações financeiras. Duran-te 2015, o grupo de trabalho revisou os princípios e recomenda-ções originais para incluir as informações próprias de um mode-lo de provisões baseado em perdas esperadas (ECL por sua sigla em inglês). A publicação de informações sugeridas se adapta temporariamente ao calendário tentativo de implantação das novas normas e inclui recomendações com caráter transitório para a fase de implantação e outras com caráter permanente.

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Perfil de risco > Risco de crédito5. Relatório de gestão de riscos

RELATÓRIO ANUAL 2015

RESUMO EXECUTIVOA. PILARES DA FUNÇÃO DE RISCOSB. MODELO DE CONTROLE E GESTÃO DE RISCOS - Advanced Risk ManagementC. AMBIENTE E PRÓXIMOS DESAFIOSD. PERFIL DE RISCO 1. Risco de crédito 2. Risco de mercado de negociação e estruturais 3. Risco de liquidez e financiamento 4. Risco operacional 5. Risco de compliance e conduta 6. Risco de modelo 7. Risco estratégico 8. Risco de capitalANEXO: TRANSPARÊNCIA EDTF

D. Perfil de risco

D.1. Risco de crédito

Organização da seção

Depois de uma introdução ao conceito de risco de crédito e da segmen-tação que o Grupo utiliza para seu tratamento, são apresentadas os prin-cipais números para 2015, bem como sua evolução [páginas 200-207].

Posteriormente, destacamos as principais regiões com maior con-centração, detalhando as características mais relevantes sob o ponto de vista de risco de crédito [páginas 208-215].

A seguir, são apresentados os aspectos qualitativos e quantitativos sob outras ópticas de risco de crédito, incluindo informações sobre mercados financeiros, risco de concentração, risco-país, risco sobera-no e risco ambiental [pág. 216-224].

Por fim, há uma descrição do ciclo de risco de crédito no Grupo Santander, com a explicação detalhada das diversas etapas que fa-zem parte das fases de pré-venda, venda e pós-venda, bem como os principais parâmetros de gestão de risco de crédito [pág. 224-229].

D.1.1. Introdução ao tratamento do risco de crédito

O risco de crédito é originado pela possibilidade de perdas decorren-tes do não cumprimento total ou parcial das obrigações financeiras contraídas com o Grupo por parte de seus clientes ou contrapartes.

Sob o ponto de vista de gestão do risco de crédito, a segmentação tem como base a distinção entre três tipos de clientes:

• O segmento de pessoas físicas inclui todas as pessoas físicas, com exceção daquelas que possuem uma atividade empresarial. Esse segmento, por sua vez, divide-se em subsegmentos por níveis de

renda, o que permite uma gestão de risco adequada ao tipo de cliente.

• O segmento de PMEs, grandes empresas e instituições inclui as pessoas jurídicas e as pessoas físicas que possuem atividade em-presarial. Também inclui instituições do setor público em geral e instituições do setor privado sem fins lucrativos.

• O segmento de Santander Global Corporate Banking - SGCB é composto por clientes corporativos, instituições financeiras e soberanos, em uma lista fechada revisada anualmente. Essa lista é determinada em função de uma análise completa da empresa (ne-gócio, países onde atua, tipos de produto que utiliza, volume de re-ceitas que representa para o banco, antiguidade do relacionamento com o cliente, etc.).

O gráfico a seguir mostra a distribuição do risco de crédito em fun-ção do modelo de gestão.

Distribuição do risco de crédito

Pessoas físicas 57%

PMEs, grandes empresas e instituições

27%

SGCB16%

O perfil do Grupo Santander é de atuação principalmente no varejo, sendo 84% do risco total gerado pelo negócio de banco comercial.

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Perfil de risco > Risco de crédito5. Relatório de gestão de riscos

RELATÓRIO ANUAL 2015

D.1.2. Principais números e evolução

D.1.2.1. Mapa global do risco de crédito em 2015O quadro a seguir detalha o mapa global de risco de crédito, expres-so em valores nominais (com exceção da exposição em derivativos e contratos de recompra, que são expressos em risco equivalente de crédito), ao qual o Grupo estava exposto em 31 de dezembro de 2015.

Exposição bruta a risco de crédito classificado por pessoa jurídicaMilhões de euros. Dados em 31 de dezembro de 2015

Crédito a clientes Crédito a instituições2 Renda fixa3

Derivativos e Contratos

de RecompraDisposto1 Disponível Disposto Disponível Soberana Privada REC4 Total

Europa continental 327.556 77.739 30.890 288 55.387 12.772 24.397 529.030 Espanha 208.341 63.381 21.432 125 42.694 7.263 21.836 365.071 Alemania 31.488 830 2.396 - - 348 8 35.069 Portugal 32.792 4.591 3.489 104 6.803 3.771 2.073 53.622 Outros 54.936 8.938 3.574 59 5.891 1.390 480 75.267 Reino Unido 277.225 48.144 23.625 - 6.153 8.248 18.971 382.366 América Latina 149.039 35.139 24.273 13 25.460 6.108 8.260 248.292 Brasil 69.182 21.316 14.820 12 16.226 4.826 5.291 131.673 Chile 34.836 8.363 1.725 0 1.665 976 1.469 49.034 México 30.566 5.165 3.164 - 6.046 274 1.466 46.681 Outros 14.455 297 4.565 - 1.523 32 34 20.905 Estados Unidos 85.548 33.667 10.151 333 8.685 10.746 478 149.609 Demais países 596 191 108 - - 1 - 896 Total do Grupo 839.964 194.881 89.048 634 95.685 37.875 52.106 1.310.192 % s/Total 64,1% 14,9% 6,8% 0,0% 7,3% 2,9% 4,0% 100,0%Variação sobre dez/14 6,4% 8,0% 15,2% -74,0% 12,2% 13,9% 4,2% 7,5%

Evolução da exposição bruta ao risco de créditoMilhões de euros

2015 2014 2013 Var.s/14 Var.s/13Europa continental 529.030 480.551 473.267 10,1% 11,8%Espanha 365.071 333.227 327.900 9,6% 11,3%Alemania 35.069 32.929 33.481 6,5% 4,7%Portugal 53.622 43.754 41.013 22,6% 30,7%Outros 75.267 70.641 70.872 6,5% 6,2%Reino Unido 382.366 349.169 320.571 9,5% 19,3%América Latina 248.292 264.459 241.592 -6,1% 2,8%Brasil 131.673 160.532 141.119 -18,0% -6,7%Chile 49.034 46.084 44.147 6,4% 11,1%México 46.681 43.639 39.066 7,0% 19,5%Outros 20.905 14.204 17.260 47,2% 21,1%Estados Unidos 149.609 123.758 73.945 20,9% 102,3%Demais países 896 450 265 98,8% 237,8%Total do Grupo 1.310.192 1.218.387 1.109.640 7,5% 18,1%

1. Os saldos dispostos com clientes incluem riscos contingentes (detalhes no Relatório de Auditoria e Demonstrações Anuais, nota 35) e excluem contratos de recompra (6,272 bilhões de euros) e outros ativos financeiros de crédito a clientes (4,673 bilhões de euros).

2. Saldos com instituições de crédito e bancos centrais incluem riscos contingentes e excluem contratos de recompra, carteira de negociação e outros ativos financeiros.

3. O total da renda fixa exclui carteira de negociação.

4. REC (Risco Equivalente de Crédito: Valor líquido de reposição mais o máximo valor potencial. Inclui atenuantes).

A exposição bruta (crédito a clientes, instituições, renda fixa, deriva-tivos e contratos de recompra) a risco de crédito em 2015 chegou a 1.310.192 milhões de euros. A predominância é do crédito a clientes e instituições financeiras (em conjunto, 86% do total).

O risco está diversificado entre as principais regiões geográficas onde o Grupo está presente: Europa continental, com 41%, Reino Unido, 29%, América Latina, 19% e Estados Unidos, 11%.

Durante o ano de 2015, a exposição ao risco de crédito apresen-tou um crescimento de 7,5%, principalmente em virtude do efeito conjunto do aumento do crédito no Reino Unido, EUA, Espanha e Portugal.

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201

Perfil de risco > Risco de crédito5. Relatório de gestão de riscos

RELATÓRIO ANUAL 2015

de 2,4% no encerramento do ano, contribuindo para os esforços reali-zados durante 2015 a fim de reduzir essa taxa do SCF em se conjunto. A cobertura da nova incorporação situa-se em níveis em torno de 110%, semelhantes aos do SCF. Para 2016, a expectativa é de uma incorpora-ção adicional em torno de 6 bilhões de euros em seis países da Europa, dando continuidade à estratégia de ampliação de perímetro com perfil de risco semelhante.

Por outro lado, destacam-se as aquisições da Retop, que consolida o negócio de financiamento ao consumo no Uruguai, e da Carfinco, a qual permite incorporar o negócio de financiamento de automóveis no Cana-dá ao perímetro do Santander Consumer Finance.

Em dezembro foi realizada a aquisição de maior parte dos ativos e pas-sivos do Banco Internacional do Funchal (Banif) pelo Santander Totta em Portugal, aumentando assim sua participação de mercado no país.

D.1.2.2. Evolução dos números em 2015A seguir, são apresentados os principais números relacionados ao risco de crédito com origem em atividade com clientes:

Principais números do risco de crédito com origem na atividade com clientesDados em 31 de dezembro de 2015

Risco de crédito com clientes2 Inadimplência Índice de inadimplência (milhões de euros)

2015 2014 2013(milhões de euros) (%)

2015 2014 2013 2015 2014 2013Europa continental 321.395 310.008 312.167 23.355 27.526 28.496 7,27 8,88 9,13

Espanha 173.032 182.974 189.783 11.293 13.512 14.223 6,53 7,38 7,49Santander Consumer Finance1 76.688 63.654 58.628 2.625 3.067 2.351 3,42 4,82 4,01Portugal 31.922 25.588 26.810 2.380 2.275 2.177 7,46 8,89 8,12Polônia 20.951 18.920 18.101 1.319 1.405 1.419 6,30 7,42 7,84Reino Unido 282.182 256.337 235.627 4.292 4.590 4.663 1,52 1,79 1,98América Latina 151.302 161.974 146.956 7.512 7.767 7.342 4,96 4,79 5,00Brasil 72.173 90.572 79.216 4.319 4.572 4.469 5,98 5,05 5,64México 32.463 27.893 24.024 1.096 1.071 878 3,38 3,84 3,66Chile 35.213 33.514 31.645 1.980 1.999 1.872 5,62 5,97 5,91Argentina 6.328 5.703 5.283 73 92 75 1,15 1,61 1,42Estados Unidos 90.727 76.014 44.372 1.935 1.838 1.151 2,13 2,42 2,60Porto Rico 3.924 3.871 4.023 273 288 253 6,96 7,45 6,29Santander Bank 54.089 45.817 40.349 627 647 898 1,16 1,41 2,23SC USA 28.280 22.782 — 1.034 903 — 3,66 3,97 —Total do Grupo 850.909 804.084 738.558 37.094 41.709 41.652 4,36 5,19 5,64

Taxa de cobertura Alocação líquida de ASR3 Custo do crédito (%) (milhões de euros) (% s/ risco)4

2015 2014 2013 2015 2014 2013 2015 2014 2013Europa continental 64,2 57,2 57,3 1.975 2.880 3.603 0,68 1,01 1,23Espanha 48,1 45,5 44,0 992 1.745 2.411 0,62 1,06 1,38Santander Consumer Finance1 109,1 100,1 105,3 537 544 565 0,77 0,90 0,96Portugal 99,0 51,8 50,0 72 124 192 0,29 0,50 0,73Polônia 64,0 60,3 61,8 167 186 167 0,87 1,04 1,01Reino Unido 38,2 41,9 41,6 107 332 580 0,03 0,14 0,24América Latina 79,0 84,5 85,4 4.950 5.119 6.435 3,36 3,70 4,43Brasil 83,7 95,4 95,1 3.297 3.682 4.894 4,50 4,91 6,34México 90,6 86,1 97,5 877 756 801 2,91 2,98 3,47Chile 53,9 52,4 51,1 567 521 597 1,65 1,75 1,92Argentina 194,2 143,3 140,4 148 121 119 2,15 2,54 2,12Estados Unidos 225,0 193,6 86,6 3.103 2.233 43 3,66 3,31 (0,00)Puerto Rico 48,5 55,6 61,6 85 55 48 2,12 1,43 1,13Santander Bank 114,5 109,4 93,6 64 26 (5) 0,13 0,06 (0,01)SC USA 337,1 296,2 — 2.954 2.152 — 10,97 10,76 —Total do Grupo 73,1 67,2 61,7 10.108 10.562 10.863 1,25 1,43 1,53

1. SCF inclui PSA nos dados de 2015.2. Inclui créditos brutos a clientes, avais e cartas de crédito.3. Ativos em Suspenso Recuperados (1,375 bilhão de euros).4. Custo do crédito = alocações para perdas com crédito doze meses / média das operações de crédito.Obs.: Os dados de 2014 foram reelaborados devido à transferência das unidades do Banco Santander Internacional e a agência de Nova York nos EUA.

Mudanças no perímetroEm 2015 houve diversas mudanças no perímetro da exposição bruta de risco de crédito do Grupo. Destacamos os seguintes:

Santander Consumer FinanceIncorporação do acordo com o PSA (joint venture de 50% entre o Banque PSA Finance e o Santander Consumer Finance) ao negócio de fi-nanciamento ao consumo. Tal acordo tem por objetivo principal o finan-ciamento da compra de veículos das marcas Peugeot, Citroen e DS por parte dos clientes finais, bem como as operações com veículos usados nas concessionárias das três marcas francesas. A referida incorporação representou um aumento de aproximadamente 15 bilhões de euros de exposição durante o exercício de 2015.

A aliança permitiu ao SCF fortalecer sua posição no mercado, reforçan-do sua presença em países onde já possui exposição, como é o caso da Espanha, Reino Unido e Portugal, além de entrar em novos mercados, como França e Suíça, ampliando assim o perímetro durante 2015.

A carteira incorporada apresentava uma taxa de inadimplência em torno

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Perfil de risco > Risco de crédito5. Relatório de gestão de riscos

RELATÓRIO ANUAL 2015

Em 2015, o risco de crédito com clientes aumentou 6%. O cresci-mento em moeda local foi generalizado, exceto na Espanha (embora considerando apenas o crédito a clientes, teve um ligeiro aumento). A queda de investimentos no Brasil em euros foi provocada pela des-valorização sofrida pelo real ao longo do ano.

Esses níveis de investimento, junto a uma queda na inadimplência chegando aos 37,094 bilhões de euros (-11% em relação a 2014), redu-zem a taxa de inadimplência do Grupo para 4,36% (-83 pontos-base em relação a 2014).

Para a cobertura dessa inadimplência, o Grupo contabilizou aloca-ções para perdas com crédito de 10,108 bilhões de euros (-4% frente a 2014), depois da dedução de recuperação de baixas. Essa redução concretiza-se em uma queda no custo do crédito para 1,25%, repre-sentando 18 pontos-base a menos que no ano anterior.

Os fundos totais para perdas com crédito chegam a 27,121 bilhões de euros, colocando o índice de cobertura do Grupo em 73%. É impor-tante levar em consideração que o índice é afetado para baixo pelo peso das carteiras hipotecárias (especialmente no Reino Unido e na Espanha), as quais, por contarem com garantias, requerem provisões menores no balanço.

Conciliação dos principais númerosNa demonstração financeira consolidada, está detalhada a carteira de créditos a clientes, tanto bruta como líquida de fundos. O risco de crédito inclui também o risco de exposição fora do balanço e os derivativos. A tabela a seguir mostra a relação entre os conceitos que compõem esses números.

Valores em milhões de euros

RISCO DE CRÉDITO COM CLIENTES

SEÇÃO ‘RISCO DE CRÉDITO’

BALANÇO DO CAPÍTULO RELATÓRIO FINANCEIRO CONSOLIDADO

OPERAÇÕES DE CRÉDITO

(CRÉDITO A CLIENTES)

CRÉDITOS A CLIENTES (BRUTO)

CRÉDITOS A CLIENTES (LÍQUIDO)

850.909*

812.833

817.365

790.848

Disposto a Clientes839.964**

Operações de crédito796.991

Fundos(26.517)

Carteira de negociação

6.081

6.081

Ativos: Operações de crédito: Crédito a clientes

770.474

Valor justo

14.293

14.293

Detalhamento 1

Detalhamento 2

Contratos de recompra, outros ativos financeiros

10.945 * Tabela Principais Números ** Tabela Exposição Bruta ao Risco de Crédito

Risco de exposição fora do balanço

38.076

Outros4.532

Operações de crédito (crédito a clientes)812.833

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RELATÓRIO ANUAL 2015

Distribuição geográfica e segmentaçãoAtendendo à segmentação descrita anteriormente, a distribuição geográfica e a situação da carteira são apresentadas nos gráficos a seguir:

813.815 Milhões de euros Total 762.375

Outros 20%

Espanha20% 696.906

Normal

Duvidoso

TotalEstados Unidos

Brasil8%

11% 850.909Chile

4%

Portugal4%

Reino Unido33%

37.094 41.709 41.652

Dez 15 2014 2013

Pessoa Física 472.807

Outros Espanha436.612

393.82217% 14%

BrasilNormal

5% Duvidoso Estados Unidos

9%Total

489.011Chile4%

Portugal5% Reino Unido

46%16.204 17.482 16.688

Dez 15 2014 2013

PMEs, grandes empresas e instituições 211.612199.657

Outros 25%

Espanha24%

187.510

Normal

Duvidoso

Total

228.749Brasil9%

Estados Unidos14%

17.137 20.869 22.058

Chile5%

PortugalReino Unido19% Dez 15 2014 2013

4% SGCB

Outros 20% Espanha

35%129.397

126.107

Normal 115.574

Duvidoso

Estados Unidos Total10%

133.149Chile

3%Portugal

2%

Reino Unido12%

Brasil18%

3.752

Dez 15

3.357

2014

2.906

2013

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204

Perfil de risco > Risco de crédito5. Relatório de gestão de riscos

RELATÓRIO ANUAL 2015

A seguir, os comentários sobre os principais números por região geográfica:

• Europa continental

• Na espanha4, a taxa de inadimplência situa-se em 6,53% (-85 pon-tos-base ante 2014), apesar da redução do denominador, devido à evolução favorável da inadimplência, principalmente em PMEs e grandes empresas. O índice de cobertura chegou a 48% (+3p.p. no ano).

• Portugal encerrou o ano com uma queda na taxa de inadimplência, chegando a 7,46%, (-143 pontos-base em 2015) e um aumento no índice de cobertura, situando-se em 99%, (+47 p.p. no ano). Essa evolução é consequência da queda na carteira em atraso na maioria dos segmentos e também da incorporação do Banif.

• Na Polônia, a tendência de queda da taxa de inadimplência mante-ve-se, até situar-se em 6,3% (-112 pontos-base ante 2014). O índice de cobertura registrou alta, ficando em 64%.

• No Santander Consumer, a taxa de inadimplência após a amplia-ção do perímetro ficou em 3,42% (-140 pontos-base no ano) com bom desempenho geral das carteiras em todos os países. O índice de cobertura registrou alta, ficando em 109%.

• O Reino Unido5 reduziu sua taxa de inadimplência, que atingiu 1,52% (-27 pontos-base no ano), devido ao bom comportamento em geral em todos os segmentos, em especial em retail, onde se destaca a evolução da carteira hipotecária. Por outro lado, o índice de cobertura atingiu 38%.

• No Brasil6, em um cenário macroeconômico adverso, a gestão proativa de riscos permitiu um crescimento contido da taxa de inadimplência, chegando a 5,98% (+93 pontos-base no ano). O índice de cobertura do Grupo ficou em 84%.

• O Chile registrou queda em sua taxa de inadimplência, que ficou em 5,62 % (-35 pontos-base no ano), devido ao bom comportamen-to da inadimplência na maioria dos segmentos. O índice de cober-tura chegou a 54%.

• No México, a taxa de inadimplência caiu para 3,38% (-46 pontos--base no ano), com um crescimento do risco de crédito muito supe-rior ao da carteira em atraso. O índice de cobertura do Grupo ficou em 91%.

• Nos Estados Unidos, a taxa de inadimplência caiu para 2,13% (-29 pontos-base no ano) e o índice de cobertura subiu, chegando a 225% (+31 p.p. desde 2014).

• No Santander Bank, a taxa de inadimplência está em 1,16% (-25 pontos-base), em virtude do bom comportamento em geral das carteiras, enquanto a cobertura subiu para 115%.

• Quanto ao SCUSA, a alta rotatividade da carteira e a gestão ativa do crédito da unidade fizeram com que a taxa de inadimplência ficasse em 3,66% e a cobertura subisse para 337%.

• Porto Rico, por sua vez, registrou um aumento na taxa de inadim-plência, que chegou a 6,96%, enquanto a cobertura caiu para 49%.

4. Não inclui atividade imobiliária. Maiores detalhes no item D.1.3.2 Espanha.

5. Maiores detalhes no item D.1.3.1 Reino Unido.

6. Maiores detalhes no item D.1.3.3 Brasil.

Carteira em situação normal: valores vencidos a receberOs valores vencidos a receber com antiguidade igual ou inferior a três meses representam 0,30% do total de risco de crédito com clientes. A tabela a seguir mostra o detalhamento em 31 de dezembro de 2015, classificado em função da antiguidade do primeiro vencimento:

Valores vencidos a receberMilhões de euros

Menos de 1 mês

De 1 a 2 meses

De 2 a 3 meses

Aplicações no mercado aberto 5 - -

Operações de crédito 1.654 553 407

Órgãos públicos 4 0 0

Outros setores privados 1.650 553 407

Instrumentos da dívida - - -

Total 1.659 553 407

Carteira de devedores duvidosos e alocações: evolução e detalhamentoOs ativos duvidosos classificam-se em:

• Ativos duvidosos por motivo de atraso no pagamento da contraparte:Os instrumentos de dívida, qualquer que seja o titular ou garantia, que tenham algumas parcelas vencidas há mais de 90 dias são provi-sionados em uma base individual, tendo em conta a antiguidade das parcelas não pagas, as garantias oferecidas e a situação econômica da contraparte e os fiadores.

• Ativos duvidosos por motivos diferente de inadimplemento das contrapartes:Os instrumentos de dívida para os quais, devido à inexistência de razões para classificá-los como duvidosos devido ao inadimplemen-to, há dúvida razoável quanto à sua restituição nos termos acor-dados contratualmente, são provisionados individualmente, e sua cobertura é a diferença entre o montante registrado no ativo e o valor presente dos fluxos de caixa com expectativa de pagamento.

A figura a seguir mostra a evolução dos saldos duvidosos pelos con-ceitos que os compõem:

Evolução da inadimplência pelos conceitos que a compõemMilhões de euros. Dados em 31 de dezembro de 2015

Inadimplência 2014

Entradas líquidas

Perímetro e taxa de câmbio

Baixas Inadimplência 2015

(12.361)

7.705

37.08441.709

41

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RELATÓRIO ANUAL 2015

Evolução 2013-2015Milhões de euros

2013 2014 2015

Em atraso (início do período) 36.061 41.652 41.709

Entradas líquidas 17.596 9.652 7.705

Perímetro 743 497 106

Variações cambiais e outros (2.122) 1.734 (65)

Baixas (10.626) (11.827) (12.361)

Em atraso (final do período) 41.652 41.709 37.094

Evolução dos fundos para perdas com crédito de acordo com os conceitos que os compõemMilhões de euros. Dados em 31 de dezembro de 2015

Fundos 2014

Alocação bruta para ativos com

perda de valor e sa-

neamentos

Alocação para outros

ativos

Variações cambiais e outros

Baixas Fundos 2015

Ativos com perda de valor 19.786

Ativos com perda de valor

17.706

Outros ativos 8.260 Outros ativos

9.414

81410.670 (12.361)

28.04627.121

(48)

Evolução 2013-2015Milhões de euros

2013 2014 2015

Fundo (início do período) 26.111 25.681 28.046

Ativos com perda de valor 19.431 19.118 19.786

Outros ativos 6.681 6.563 8.260

Alocação bruta para ativos com perda de valor e saneamentos 11.881 11.766 10.670

Alocação 11.686 11.766 10.670

Saneamentos 195 - -

Alocação para outros ativos 242 156 814

Variações cambiais e outros (1.928) 2.271 (48)

Baixas (10.626) (11.827) (12.361)

Fundo (final do período) 25.681 28.046 27.121

Repactuação da carteiraCom o término da repactuação da carteira, é feita a referência para fins da gestão de riscos do Grupo ao conjunto de operações nas quais o cliente apresentou, ou se prevê que possa apresentar, dificuldades financeiras que possam comprometer de forma sig-nificativa o atendimento de suas obrigações de pagamento nos termos contratuais vigentes e, por esse motivo, realizou-se uma modificação, cancelamento e/ou inclusive formalização de uma nova operação.

O Grupo Santander conta com uma política detalhada de repac-tuação de dívidas de clientes que funciona como referência nas diferentes transposições locais de todas as instituições financeiras que fazem parte do Grupo, e que envolve os mesmos princípios estabelecidos tanto na Circular do Banco de España 6/2012, como os critérios técnicos publicados em 2014 pela Autoridade Bancária Europeia, desenvolvendo-os de forma mais granular em função do nível de deterioração dos clientes.

Essa política estabelece critérios rigorosos de prudência na avalia-ção desses riscos:

• O uso dessa prática deve ser restrito, evitando ações que resultem em adiar o reconhecimento da perda de valor.

• O principal objetivo deve ser a recuperação dos valores devidos, reconhecendo o quanto antes as quantidades que, em cada caso, sejam estimadas como irrecuperáveis.

• Deve-se contemplar sempre a manutenção das garantias existentes e, se for possível, melhorá-las. As garantias eficazes podem servir não apenas como atenuantes da severidade, como também podem reduzir a probabilidade de descumprimento.

• Essa prática não deve envolver a concessão de financiamento adi-cional, nem servir para refinanciar a dívida de outras instituições, nem será utilizada como instrumento de venda cruzada.

• São avaliadas todas as alternativas da repactuação e seus impactos, garantindo que os resultados desta última superem os que previsi-velmente seriam obtidos no caso de não ser realizada.

• Para a classificação das operações repactuadas são aplicados critérios que garantam o restabelecimento da capacidade de paga-mento do cliente, desde o momento da repactuação e durante um período adequado de tempo.

• Além disso, no caso dos clientes que têm um analista de riscos desig-nado, é de especial relevância a análise individualizada de cada caso, tanto para sua correta identificação como para sua classificação poste-rior, acompanhamento e constituição adequada de provisões.

Também são estabelecidos diversos critérios relacionados com a determinação do perímetro de operações consideradas como repac-tuação, mediante a definição de uma série detalhada de indicadores objetivos que permitam identificar as situações de dificuldade finan-ceira que possam afetar de maneira relevante o atendimento de suas obrigações de pagamento.

Dessa forma, as operações que não estiverem classificadas como duvidosas na data da repactuação, de forma geral são consideradas com dificuldades financeiras se em tal data estavam inadimplentes há mais de um mês. Em caso de não existir inadimplência ou se esta for inferior a um mês, levam-se em conta outros indicadores a ava-liar, dentre os quais destacamos:

• Operações de clientes que já apresentem dificuldades com ou-tras operações.

• Quando a modificação se faz necessária de forma prematura sem que exista ainda uma experiência anterior e satisfatória com o cliente.

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RELATÓRIO ANUAL 2015

• No caso em que as modificações necessárias envolvam a concessão de condições especiais, como no caso da necessidade de ter que es-tabelecer uma carência temporária no pagamento ou quando essas novas condições são consideradas mais favoráveis para o cliente do que as concedidas em uma admissão normal.

• Solicitação de modificações sucessivas em intervalos de tempo pouco razoáveis.

• De qualquer modo, uma vez realizada a modificação, se surgir alguma irregularidade no pagamento durante um determinado período de observação, embora não havendo outros sintomas, a operação será considerada dentro do perímetro das repactuações (backtesting).

Uma vez determinado que os motivos que originaram a modificação refletem dificuldades financeiras, são diferenciados, para efeito de gestão, dois tipos de repactuação dependendo da situação de gestão dessas operações em sua origem: repactuação ex-ante quando a ope-ração original encontrava-se em situação adimplente e repactuação ex-post quando se originava de uma situação duvidosa.

Além disso, dentro das mesmas repactuações ex-post, diferenciam-se os tratamentos aplicáveis aos casos de perda de valor avançada, cujas exigências e critérios de classificação são ainda mais rígidos do que para as demais repactuações.

Depois de realizada a repactuação, no caso em que tais operações devam continuar classificadas como risco duvidoso pelo não cumpri-mento, no momento da repactuação, dos requisitos regulatórios para sua reclassificação a outra categoria, devem cumprir um calendário prudencial de pagamento contínuo para garantir uma certeza razoá-vel da recuperação na capacidade de pagamento.

Se acontecer qualquer não cumprimento (não técnico) dos pagamen-tos durante esse período, é reiniciado o calendário de pagamento citado anteriormente.

Passado esse período, dependendo da situação do cliente e das ca-racterísticas da operação (prazo e garantias apresentadas), a opera-ção deixa de ser considerada duvidosa, embora continue sujeita a um período de comprovação na qual é realizado um acompanhamento especial.

Esses acompanhamentos são mantidos enquanto não for cumprida uma série de requisitos, dentre os quais se destacam: permanecer em um período mínimo de observação, amortizar um percentual substancial dos valores pendentes e satisfazer os valores não pagos no momento da repactuação.

Na repactuação de uma operação duvidosa, para todos os efeitos, continuam sendo consideradas as datas de inadimplemento originais, inclusive a determinação de provisões, independentemente do fato de a operação continuar em dia com os pagamentos após a citada repactuação.

Com relação ao volume de repactuações, o total da carteira em 31 de dezembro de 2015 totalizou 55,362 bilhões de euros, com detalha-mento a seguir7:

Volume de repactuaçõesMilhões de euros

Adimplente Duvidoso Risco total

% Cobertura específica

Valor Valor Valor s/total

Total repactuações 34.189 21.173 55.362 20%

O nível de repactuações do Grupo diminuiu 2,4% (- 1,341 bilhão de euros), dando continuidade à trajetória de redução iniciada em 2013 (14,1% de queda acumulada nos três últimos exercícios, conside-rando a igualdade de perímetro). Da mesma forma, houve redução em sua representatividade em relação ao total do risco de crédito com clientes do Grupo (6,5% atualmente em comparação aos 7% do exercício anterior).

De acordo com o rating de crédito, melhoria na qualidade da car-teira, 62% estão em situação adimplente (58% em 2014). Destaque para o alto nível de garantias existentes (77% contam com garantia real) e para a cobertura adequada mediante provisões específicas (20% sobre o total da repactuação da carteira e 52% sobre a cartei-ra duvidosa).

Parâmetros de gestão8

Na gestão de risco de crédito, são utilizados parâmetros adicionais aos citados em itens anteriores, dentre os quais se destacam a VMG (variación de mora de gestión, ou variação de inadimplentes geridos) e a perda esperada. Ambos permitem ao gestor ter uma ideia com-pleta sobre a evolução e as perspectivas futuras da carteira.

Diferentemente da inadimplência, a VMG faz referência ao total da carteira com perda de valor em um período, independentemente da situação em que se encontre (duvidosa ou baixada). Isso faz com que o parâmetro seja um driver principal no momento de estabelecer medidas para a gestão da carteira.

7. Os números da carteira adimplente incluem a carteira em classificação normal e abaixo do padrão da circular 4/2004 do Banco de España. Para maiores detalhes, consultar a nota 54 do Relatório de Auditoria e Demonstrações Anuais.

8. Para maiores detalhes sobre esses parâmetros, consultar o item D.1.5.6 Medição e controle, neste mesmo capítulo.

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RELATÓRIO ANUAL 2015

A VMG é frequentemente considerada em relação ao investimento médio que a gera, dando lugar ao que se conhece como prêmio de risco, cuja evolução pode ser observada a seguir:

Prêmio de risco (VMG/saldos médios)Dados a taxa de câmbio constante

Grupo Brasil Reino Unido Espanha

2013 2014 2015

0,16

3,51

0,28

-0,49

5,23

4,31

4,88

2,35

1,07 0,80

0,01

-0,07

Em 2015, o prêmio de risco em nível de Grupo continuou com sua Na tabela a seguir é detalhada a distribuição da perda esperada tendência de queda, apesar do aumento registrado no Brasil. por segmentos em termos de EAD, PD e LGD. A título de exem-

plo, observa-se como considerar o LGD no parâmetro faz com A diferença da perda incorrida, usada pelo Grupo para a estimativa que as carteiras com garantia hipotecária geralmente originem das provisões por perdas com crédito, a perda esperada é a estima- uma perda esperada menor, fruto da recuperação produzida no tiva da perda econômica que ocorrerá durante o próximo ano na car- caso de default por meio do imóvel hipotecado.teira existente em um dado momento. Seu componente de projeção complementa a visão oferecida pela VMG no momento de analisar a A perda esperada com clientes da carteira em situação normal carteira e sua evolução. é de 1,00% (praticamente igual à de 2014 em 1,01%), sendo de

0,79% para o conjunto da exposição ao crédito do Grupo (0,82% A perda esperada reflete as características da carteira em relação em 2014), o que permite falar em um perfil de risco de crédito à exposição (EAD), probabilidade de default (PD) e severidade ou médio/baixo.recuperação depois de produzido o default (LGD).

Segmentação da exposição a risco de crédito

Segmento EAD1% EAD

total PD Média LGD Média Perda esperada

Dívida Soberana 180.192 15,9% 0,13% 18,67% 0,02%

Bancos e outras instituições financeiras 71.704 6,3% 0,29% 38,49% 0,11%

Setor Público 3.794 0,3% 1,66% 21,25% 0,35%

Corporativa 160.498 14,2% 0,65% 31,46% 0,21%

Pequenas e Médias Empresas 161.934 14,3% 2,77% 40,12% 1,11%

Hipotecária Pessoas Físicas 343.213 30,4% 2,56% 7,38% 0,19%

Consumo Pessoas Físicas 145.001 12,8% 6,89% 48,13% 3,32%

Cartões de Crédito Pessoas Físicas 46.229 4,1% 3,25% 64,54% 2,10%

Outros ativos 17.209 1,5% 2,48% 41,30% 1,03%

Nota clientes2 860.669 76,2% 3,01% 33,11% 1,00%

Total 1.129.773 100,0% 2,37% 33,15% 0,79%

Dados em dezembro de 2015.

1. Exclui ativos duvidosos.

2. Exclui dívida soberana, bancos e outras instituições financeiras e outros ativos.

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RELATÓRIO ANUAL 2015

D.1.3. Detalhamento das principais regiões geográficas

A seguir, são descritas as carteiras das regiões onde o Grupo San-tander tem maior concentração de risco, a partir dos dados da seção D.1.2.2. Evolução dos números em 2015.

D.1.3.1. Reino Unido

D.1.3.1.1. Visão geral da carteiraO risco de crédito com clientes no Reino Unido chegou a 282,182 bilhões de euros no final de dezembro de 2015, representando 33% do total do Grupo.

A carteira do Santander UK é distribuída por segmentos, de acordo com o gráfico a seguir:

Segmentação da carteira%

Hipotecas pessoa física85%

Outros pessoa física

3%PMEs e grandes

empresas 12%

D.1.3.1.2. Carteira hipotecária Por sua relevância, não apenas para o Santander UK, mas tam-bém para o conjunto das operações de crédito do Grupo, é pre-ciso ressaltar a carteira de empréstimos hipotecários, cujo valor, no final de dezembro de 2015, totalizou 207,319 bilhões de euros.

Essa carteira é composta por operações de empréstimos hipo-tecários para aquisição ou reforma de imóveis residenciais, con-cedidos tanto a novos clientes como aos já existentes, sempre com categoria de primeira hipoteca, já que não são originadas operações que impliquem segundos ou sucessivos ônus sobre os imóveis hipotecados.

O imóvel sobre o qual se constitui a garantia hipotecária tem que estar sempre localizado dentro do território do Reino Unido, in-dependentemente do destino do financiamento, exceto no caso de algumas operações pontuais realizadas na Ilha de Man. Existe a possibilidade de concessão de empréstimos para a aquisição de imóveis residenciais fora do Reino Unido, mas a garantia hipote-cária deve ser, em todas as circunstâncias, constituída sobre uma propriedade localizada no país.

Em termos geográficos, a exposição ao crédito é mais predomi-nante na região Sudeste do país, e em especial, na região metro-politana de Londres, onde se observa um comportamento de alta nos preços no último ano.

Concentração Geográfica%

52%

5%

3%

8%3% 8% 3% 4%

5%3%

1%

5%

Escócia South East Inc. Londres Yorks e Humber Norte Noroeste Gales Sudoeste East Anglia East Midlands West Midlands Irlanda do Norte Outros

Todas as propriedades são avaliadas de forma independente antes da aprovação de cada nova operação, de acordo com os princípios estabelecidos pelo Grupo para sua gestão de riscos.

Para empréstimos hipotecários já concedidos em carteira, é realizada uma atualização trimestral do valor dos imóveis em garantia, feita por uma agência independente, por meio de um sistema de avaliação automática, de acordo com as práticas habituais do mercado e em conformidade com a legislação vigente.

Do ponto de vista do tipo de mutuários, a carteira possui a distribui-ção apresentada no gráfico a seguir:

First-time buyers1 Home movers2 Re-mortgagers3 Buy to let4

Estoque Nova produção

19%

43%

35%

7.119 3.255

71.540 9.291

88.610 15.571

40.050 6.111

207.319 34.2283%

18%

45%

27%

10%

Tipo de empréstimo da carteira hipotecáriaMilhões de euros

1. First-time buyers: clientes que adquirem um imóvel residencial pela primeira vez.

2. Home movers: clientes que trocam de imóvel residencial, com ou sem mudança da instituição financeira que concede o empréstimo.

3. Re-mortgages: clientes que transferem a hipoteca de outra instituição financeira.

4. Buy to let: imóveis residenciais adquiridos com a finalidade de destinação a aluguel.

Existem variedades de produtos com diferentes perfis de risco, todos sujeitos aos limites pertinentes das políticas de um mutuante prime como é o Santander UK. A seguir, são apresentadas as características de alguns (o percentual que representam na carteira de hipotecas do Reino Unido consta em parênteses):

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RELATÓRIO ANUAL 2015

• Interest only loans (38,8%)9: O cliente paga mensalmente os juros e amortiza o capital no vencimento. É preciso que exista um plano de pagamento apropriado, como um plano de previdência, fundos de investimento, etc. Trata-se de um produto habitual no mercado britâ-nico para o qual o Santander UK aplica políticas restritivas, com o ob-jetivo de minimizar os riscos inerentes ao mesmo. Por exemplo: LTV máximo de 50%, pontos de corte mais elevados no score de admissão ou a avaliação da capacidade de pagamento, simulando a amortização de cotas de capital e juros em vez de apenas juros.

• Flexible loans (12,9%): Esse tipo de empréstimos permite, por contrato, que o cliente modifique os pagamentos mensais, ou faça disposições adicionais de fundos até um limite pré-estabelecido, bem como dispor de valores que tenham sido pagos anteriormente em nível acima desse limite.

• Buy to let (3,4%): Os empréstimos hipotecários do tipo buy to let (compra de um imóvel com o propósito de destiná-lo a aluguel) re-presentam um percentual mínimo sobre o volume total da carteira. A admissão foi totalmente paralisada de 2009 até 2013, quando foi reativada depois da melhoria das condições do mercado, sendo aprovada usando políticas rígidas de risco. Em 2015, representaram em torno de 10% do total da admissão.

A seguir, é apresentada a evolução das operações de crédito dessa carteira durante os últimos três anos:

Evolução da carteira hipotecáriaMilhões de euros

2013 2014 Dez 15

7,4%*

177.617193.048

207.319200.000

150.000

100.000

50.000

0

* Crescimento real, descontando o efeito da taxa de câmbio, é de 2%.

Observamos um ligeiro crescimento de 2% (descontando os efeitos da taxa de câmbio) em dezembro de 2015, acompanhado de um am-biente favorável para o mercado imobiliário com aumento de preços.

Durante 2015, como se pode observar no gráfico a seguir, a taxa de inadimplência foi reduzida, passando de 1,64% em 2014 para 1,44% em dezembro de 2015, ligeiramente acima da existente para o con-junto do setor, de acordo com os dados publicados pelo Council of Mortgage Lenders (CML).

Evolução da taxa de inadimplência da carteira hipotecária

Dez 14 Mar 15

Santander UK1 CML2

Jun 15 Set 15 Dez 15

1,33%1,30%

1,26%1,23%

1,46% 1,44%

1,54%1,62%1,64%

1. Dados do Santander UK de acordo com o valor dos casos.

2. Dados do CML de acordo com o volume de casos.

A redução da taxa de inadimplência é sustentada pelo compor-tamento dos atrasos no pagamento, que registrou uma melhoria significativa, graças a um ambiente macroeconômico mais favorável, e também pelo aumento de saídas de inadimplência, motivado pelas melhorias obtidas na eficiência das equipes de recuperações. Desse modo, o valor dos créditos em atraso teve queda de 10,2%, seguindo a tendência observada em 2014.

Além disso, é necessário destacar o enfoque mais conservador ado-tado na definição de inadimplência pelo Santander UK, em linha com os critérios estabelecidos pelo Banco de España e o Grupo Santan-der, em relação ao padrão aplicado no mercado britânico. Esse enfo-que inclui a classificação do nível de dúvida nas seguintes operações:

• Clientes com atrasos de pagamentos entre trinta e noventa dias e que tenham sido declarados publicamente insolventes, por meio de processo de bankruptcy, nos últimos dois anos.

• Operações nas quais, depois de atingida a data de vencimento, existe ainda um capital pendente de pagamento com antiguidade superior a noventa dias, mesmo que o cliente esteja em dia com o pagamento de suas cotas mensais.

• Operações repactuadas que, de acordo com a política corporativa, são consideradas como “acordos de pagamento” e que em virtude disso foram classificadas como duvidosas.

Excluindo esses conceitos, não considerados para os efeitos do cál-culo da taxa de inadimplência no mercado britânico e sob os quais estão classificadas as operações inadimplentes no final de dezembro de 2015, no valor de 445 milhões de euros, a taxa de inadimplência da carteira hipotecária chegaria a 1,22%, muito inferior à citada an-teriormente, de 1,44% e muito próxima à publicada pelo Council of Mortgage Lenders.

As políticas rígidas de crédito mencionadas anteriormente limitam o loan to value máximo em 90% para os empréstimos que amortizam juros e capital, e em 50% para os que amortizam juros de forma periódica e o capital no vencimento. A aplicação dessas políticas per-mitiu situar o LTV médio simples da carteira em 45,3% e o LTV médio ponderado em 41,1%. A proporção da carteira com loan to value supe-rior a 100% foi reduzida a 1,7% em comparação a 2,4% em 2014.

9. Percentual calculado para empréstimos com o total ou algum componente de interest only.

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RELATÓRIO ANUAL 2015

Os gráficos a seguir mostram o detalhamento em termos de LTV para o stock da carteira hipotecária residencial e a distribuição em termos de percentual de comprometimento da renda (income multi-ple) da nova produção de 2015:

< 75% < = 2,5 75-90% > 2,5-3 > 90% > 3,0

4,3%82,6% 17,5%

12,0%

70,5%

13,1%

Income multiple (média 3,1)2

Loan to value (média 45,3%)1

1. Loan to value: relación entre el importe del préstamo y el valor de tasación del bien hipotecado. Basado en índices.

2. Income multiple: relación entre el importe total original de la hipoteca y los ingre-sos brutos anuales del cliente declarados en la solicitud.

As políticas vigentes de risco de crédito proíbem explicitamente os empréstimos considerados como de alto risco (hipotecas subprime), com estabelecimento de requisitos rígidos a respeito da qualidade do crédito, tanto das operações como dos clientes. A título de exemplo, a partir de 2009, não se permite a admissão de empréstimos hipote-cários com loan to value superior a 100%.

Um indicador adicional do bom comportamento da carteira é o vo-lume reduzido de propriedades retomadas, que chegou a 62 milhões de euros em dezembro de 2015, menos de 0,03% do total da expo-sição hipotecária. A eficiente gestão desses casos e a existência de um mercado dinâmico para esse tipo de imóvel residencial permitem sua venda em um curto período de tempo, cerca de 18 semanas em média, contribuindo para os bons resultados obtidos.

D.1.3.1.3. PMEs e grandes empresasComo demonstrado no gráfico com a segmentação da carteira no início dessa seção, as operações de crédito das PME e grandes em-presas, com um valor total de 52,576 bilhões de euros, representam 12% do total existente no Santander UK.

Nessas carteiras, estão incluídos os subsegmentos a seguir:

Segmentos carteira PMEs e grandes empresas

PMEs 38,1%

Social housing

19,7%

SGCB24,9%

Grandes empresas

17,3%

PMEs: Nesse segmento estão incluídas as pequenas empresas per-tencentes às linhas de negócio de small business banking e regional business centers. A operação de crédito total em dezembro chegou a 20,036 bilhões de euros, com uma taxa de inadimplência de 3,8% contra 4,2% no início do ano.

Grandes empresas: Nesse segmento estão incluídas as empre-sas que têm um analista de riscos designado. Abrange também as carteiras consideradas não estratégicas legacy e non-core. Em dezembro, as operações de crédito chegaram a 9,091 bilhões de euros, com uma taxa de inadimplência de 2% contra 2,2% no início do ano.

SGCB: inclui as empresas sob o modelo de gestão de riscos do Santander Global Corporate Banking. Em dezembro, as opera-ções de crédito registraram 13,072 bilhões de euros, com uma taxa de inadimplência de 0,001%.

Social housing: Inclui as operações de crédito nas empresas dedi-cadas à construção, venda e aluguel de moradias populares. Esse segmento conta com o apoio dos governos locais e central britâ-nicos e não apresenta inadimplência. O total do investimento em dezembro foi de 10,349 bilhões de euros.

Em linha com o objetivo de tornar-se um banco de referência para PMES e grandes empresas, a concessão de crédito nas car-teiras mais representativas desse segmento registrou um cresci-mento líquido em torno de 3,6% em dezembro de 2015.

D.1.3.2. Espanha

D.1.3.2.1. Visão geral da carteiraO risco de crédito total (incluindo avais e cartas de crédito) na Espanha (excluindo a unidade de atividade imobiliária, comen-tada mais adiante), totalizou 173,032 bilhões de euros (20% do total do Grupo), mostrando um nível de diversificação adequado, tanto em sua visão de produto como de segmento de clientes.

Em 2015, consolidamos o crescimento das novas produções nas principais carteiras dos segmentos de pessoa física e pessoa jurídica, sustentado na melhoria da situação econômica e nas diversas estratégias adotadas pela Instituição. Em termos anuais, o risco de crédito total registrou uma queda de 5%, devido prin-cipalmente à queda no financiamento ao setor público e a um rit-mo de amortizações ainda superior ao do crescimento de novas produções nos demais segmentos.

Risco de crédito por segmentoMilhões de euros

2015 2014 2013Var

15/14Var

14/13

Risco de crédito total* 173.032 182.974 189.783 -5% -4%Hipotecas casa própria 47.924 49.894 52.016 -4% -4%Demais - crédito pessoas físicas 16.729 17.072 17.445 -2% -2%Pessoa Jurídica 92.789 96.884 106.042 -4% -9%Órgãos públicos 15.590 19.124 13.996 -18% 37%

* Incluindo garantias e cartas de crédito.

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RELATÓRIO ANUAL 2015

A taxa de inadimplência para a carteira total ficou em 6,53%, 85 pontos-base abaixo ao registrado no final de 2014. A queda no in-vestimento (aumento de 42 pontos-base na taxa) foi compensada pela melhoria no número de inadimplência (que reduz a taxa em 127 pontos-base). A melhoria se deve, principalmente, à diminui-ção das entradas brutas em inadimplência, 22% abaixo de 2014 e, em menor medida, à normalização de diversas posições reestrutu-radas e vendas de carteiras.

O índice de cobertura teve aumento de 3 pontos percentuais, situan-do-se em níveis de 48%, continuando com o aumento registrado em 2014.

Taxa de inadimplência e índice de cobertura

2012 2013

Taxa de inadimplência Índice de cobertura

2014 2015

50%

3,84%

7,49% 7,38%

44% 45%48%

6,53%

Nas próximas seções são detalhadas as carteiras mais relevantes.

D.1.3.2.2. Crédito a famílias para aquisição da casa própriaO crédito concedido às famílias para aquisição de imóveis residen-ciais na Espanha ficou em 48,404 bilhões de euros no fim de 2015, representando 28% do risco de crédito total. Desse total, 99% con-tam com garantia hipotecária.

Crédito a famílias para aquisição da casa própria*

Milhões de euros

2015 2014 2013

Valor bruto 48.404 50.388 52.879

Sem garantia hipotecária 480 493 863

Com garantia hipotecária 47.924 49.894 52.016

Dos quais, duvidosos 2.477 2.964 3.956

Sem garantia hipotecária 40 61 461

Com garantia hipotecária 2.437 2.903 3.495

* Não inclui na carteira hipotecária do Santander Consumer Espanha (2,382 bilhões de euros em 2015 com provisão para devedores duvidosos de 90 milhões de euros).

A taxa de inadimplência nas hipotecas concedidas a famílias para a aquisição de casa própria foi de 5,09%, 73 pontos-base abaixo de 2014, apoiada por entradas brutas em inadimplência que continuam em queda.

Taxas de inadimplência – Hipotecas residenciais na Espanha

2013 2014 2015

5,82%

6,72%

5,09%

A carteira de hipotecas para imóveis residenciais na Espanha apresenta características que mantêm seu perfil de risco em um nível médio-baixo e com uma expectativa limitada de perda de valor adicional:

• Todas as hipotecas pagam principal desde o primeiro dia da operação.

• Há uma prática habitual de amortização antecipada, caso em que a duração média da operação é muito inferior à contratual.

• O devedor responde com todo seu patrimônio, não somente com o imóvel.

• Alta qualidade do colateral concentrada quase exclusivamente em financiamento do primeiro imóvel residencial.

• O percentual de comprometimento médio da renda manteve-se em 28%.

• 69% da carteira tem um LTV inferior a 80% calculado como risco total sobre o valor da última avaliação disponível.

TE<30%

30%<TE<40%

TE>40%

LTV<40%

LTV entre 40% e 60%

LTV entre 60% e 80%

LTV entre 80% e 100%

LTV>100%

Comprometimento da renda % Média 28,4%

Loan to value %

21,4%

12%

19%

26%

22%

21%53,4%

25,2%

Loan to value: percentual que envolve o risco total em relação ao valor da última avaliação disponível.

Comprometimento da renda: relação entre as cotas anuais e as receitas líquidas do cliente.

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RELATÓRIO ANUAL 2015

A evolução das cosechas em 2015 (uma “cosecha” hipotecária é defini-da como o conjunto de créditos concedidos durante um determinado período, geralmente um ano) continua mostrando um bom compor-tamento, sustentado pela qualidade das medidas implementadas na admissão desde 2008 e uma mudança na demanda para melhores perfis, com reflexo na queda de entradas em inadimplência.

7,0%

6,0%

5,0%

4,0%

3,0%

2,0%

1,0%

0,0%0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100

Índi

ce d

e in

adim

plên

cia

Meses de vencimento

Vencimento de cosechas

20086,31%

20101,17%

20091,71%

20111,62%

20140,10%2015

0,01%20120,78%

20130,29%

D.1.3.2.3. Carteira empresasO risco de crédito assumido diretamente com PMES e grandes empresas, 92,889 bilhões de euros, constitui o segmento mais importante dentro das operações de crédito na Espanha, repre-sentando 54% do total.

94% da carteira correspondem a clientes que têm um analista designado o qual realiza um acompanhamento contínuo do clien-te durante todas as fases do ciclo de risco. Em 2014, no âmbito do projeto Santander Advanced houve modificação no critério de clientes com analistas individuais, aumentando o número de clientes com acompanhamento contínuo.

A carteira está amplamente diversificada, com mais de 191.290 clientes ativos e sem concentrações significativas por setor de atividade.

Atividades imobiliárias 7,8%

Indústria manufatureira17,7%

Atividades financeiras e de seguros

8,4%

Atividades professionais,

científicas e técnicas 7,2%

Fornecimento de energia elétrica, gás, água 9,8%

Informações e comunicações

4,6%

Atividades administrativas

2,5%Agricultura, pecuária,

silvicultura e pesca 2,2%

Transporte e armazenagem

5,5%

Hotelaria4,3%

Indústrias de extração 1,3%

Outros serviços sociais 1,1%

Construção 11,6%

Outros 2,0%

Comércio e reparações14,1%

Distribuição da carteira empresas

Durante 2015, a taxa de inadimplência dessa carteira se situou em 7,64%, 127 pontos-base abaixo de 2014, com entradas brutas em ina-dimplência 30% inferiores ao exercício anterior.

D.1.3.2.4. Atividade imobiliária na EspanhaO Grupo administra as atividades imobiliárias na Espanha10 em uma unidade separada, que abrange créditos de clientes cuja atividade seja principalmente de incorporação imobiliária e apresentam um modelo de gestão especializado, além de abranger também as parti-cipações em empresas do setor imobiliário11 e ativos retomados.

A estratégia do Grupo nos últimos anos tem se voltado para a re-dução desses ativos os quais, no final de 2015, chegaram um total líquido de 6,991 bilhões de euros, os quais representam em torno de 2% dos ativos na Espanha e menos de 1% dos ativos do Grupo. A composição da carteira é a seguinte:

• Os créditos líquidos foram 2,596 bilhões de euros, com redução de 1,191 bilhão de euros em relação a dezembro de 2014 e com uma cobertura de 56%.

• Os ativos retomados líquidos totalizaram 3,707 bilhões de euros, com uma cobertura de 55%.

• O valor líquido das participações em empresas do setor imobiliá-rio chegou a 688 bilhões de euros.

A exposição bruta em créditos e retomados continua a trajetória inicia-da há alguns anos e representa uma queda de 59% entre 2008 e 2015.

10. Para mais detalhes da carteira imobiliária, consultar a nota 54 do Relatório de auditoria e contas anuais.

11. A partir de dezembro de 2014 a participação na Metrovacesa se consolidou como integração global.

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RELATÓRIO ANUAL 2015

A tabela a seguir mostra a evolução e a classificação da carteira de créditos e retomados:

Carteira de créditos e retomadosMilhões de euros

2015 2014

Saldo bruto

% cobert.

Saldo líquido

Saldo bruto

% cobert.

Saldo líquido

1. Crédito 5.959 56% 2.596 8.276 54% 3.787

a. Normal 48 0% 48 102 0% 102

b. Abaixo do padrão: 387 30% 270 1.209 35% 784

c. Duvidosos 5.524 59% 2.278 6.965 58% 2.901

2. Retomados 8.253 55% 3.707 7.904 55% 3.533

Total 1+2 14.212 56% 6.303 16.180 55% 7.320

Desse modo, sob o perímetro de gestão da unidade de atividade imobiliária, a exposição líquida sofreu queda de 14% em 2015.

2014 2015

3.787

2.596

3.707

6.303

7.320

3.533

-1.191

174

-1.017

Imóveis retomados Créditos

Evolução da exposição líquida

As coberturas, por tipo de imóveis que garantem os créditos e ativos retomados, encontram-se a seguir:

Cobertura por tipo de garantiaMilhões de euros

Crédito imobiliário

Imóveis retomados Total

Expos. Cober. Expos. Cober. Expos. Cober.

Edifícios concluídos 2.735 43% 2.292 46% 50.27 44%

Incorporação em construção 137 43% 832 49% 969 48%

Terreno 2.302 67% 5.081 60% 7.383 62%

Demais Garantias 785 75% 48 60% 833 74%

Total 5.959 56% 8.253 55% 14.212 56%

D.1.3.3. BrasilO risco de crédito no Brasil chegou a 72,173 bilhões de euros, regis-trando uma queda de 20,3% frente ao exercício de 2014, motivada pela desvalorização do real. Assim, o Santander Brasil representa 8,5% do total das operações de crédito do Grupo Santander. Conta com nível de diversificação adequado e um perfil predominantemen-te varejista, com aproximadamente 46,4% do crédito destinado a pessoas físicas, financiamento ao consumo e PMEs.

* Santander Financiamentos: unidade especializada de financiamento ao consumo (principalmente veículos).

Mix da carteira%

Outros1,8%

SGCB33,9%

Grandes empresas

16,6%

PMEs 11,7%

Santander Financiamentos*

8,4%

Instituições 1,3%

Pessoas físicas 26,3%

No final do exercício de 2015, foi registrado um crescimento a taxa de câmbio constante de 5,70%, em linha com a média dos bancos privados do país.

Durante 2015, foi dada continuidade à estratégia de mudança no mix iniciada nos últimos anos, registrando um crescimento mais intenso nos segmentos com um perfil de risco mais conservador e ganhando peso em produtos de melhor qualidade de crédito. Dentro do segmento de pessoas físicas, destacamos o crescimento da cartei-ra hipotecária e da carteira de empréstimos com desconto em folha (crédito consignado), gerados através de uma joint-venture entre o Santander Brasil e o Banco Bonsucesso. Tanto em pessoas físicas como em PMEs, os produtos sem garantia, como cheque especial e cartões de crédito perderam peso. Em pessoas jurídicas, os maiores crescimentos foram registrados nas carteiras de grandes empresas e corporate bank, com destaques em dólares nos dois casos, favorecidos pela desvalorização do real frente ao dólar.

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RELATÓRIO ANUAL 2015

A seguir encontra-se o detalhamento dos níveis de investimento e crescimento dos principais segmentos a taxa câmbio constante.

Investimentos: segmentaçãoMilhões de euros. Taxa de câmbio fixa em 31 de dezembro de 2015

2015 2014 2013 15 / 14 14 / 13

Pessoas físicas 18.964 18.399 17.549 3% 5%

Hipotecas 6.107 5.168 3.823 18% 35%

Consumo 7.009 7.847 8.820 -11% -11%

Cartões 4.403 4.265 3.993 3% 7%

Outros 1.445 1.120 912 29% 23%

Santander Financiamentos 6.040 6.529 6.781 -7% -4%

PMEs e Grandes Empresas 44.840 40.740 34.038 10% 20%

PMEs 8.440 7.976 8.413 6% -5%

Pessoa Jurídica 11.959 10.766 9.020 11% 19%

Corporate 24.441 21.998 16.605 11% 32%

A seguir mostramos os indicadores adiantados sobre o perfil de crédito das novas produções (cosechas), sobre as quais é feito um acompanhamento contínuo. São mostradas as operações com mais de 30 dias de atraso a três e seis meses, respectivamente, desde sua originação, para antecipar qualquer perda de valor potencial das carteiras. Isso permite a definição de planos de ação corretiva em caso de observação de desvios frente ao esperado. Como se pode observar, essas cosechas se mantêm em níveis confortáveis graças a uma gestão proativa de riscos.

Cosechas. Evolução do índice Over30* aos três e seis meses da admissão de cada cosechaEm percentuais

Mar

14

Jun

14

Set 1

4

Dez

14

Mar

15

Abr

15

Mai

15

Jun

15

Jul 1

5

Ago

15

Set 1

5

Mar

14

Jun

14

Set 1

4

Dez

14

Mar

15

Abr

15

Mai

15

Jun

15

Jul 1

5

Ago

15

Set 1

5

Pessoas físicas PMEs

1,7%1,5%

4,1%

2,4%

1,3%

1,4%

3,0%

2,8%

1,2% 0,7%

3,1%

1,7%

1,5%

1,4%

3,5%

3,1%

1,0%0,6%

2,8%

1,7%

1,2%1,0%

3,1%2,8%

2,6%2,4%

1,4% 0,7%

3,0% 1,9%

1,1%

1,2%1,5%

0,9%1,4% 1,3% 1,0%1,1%

* Índice calculado como valor total de operações com mais de 30 dias de atraso no pagamento sobre o valor total da cosecha.

Over30 Mob3 Over30 Mob 6

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RELATÓRIO ANUAL 2015

A taxa de inadimplência ficou em 5,98% (+93 pontos-base versus o ano anterior) no encerramento do exercício de 2015. A seguir os fatores que explicam esse aumento: a recessão econômica pela qual o país atravessa e as dificuldades específicas de setores de atividade mais sensíveis à evolução dos preços de commodities, especialmente o setor de energia e petróleo. Como consequência, observamos o aumento de entradas em inadimplência registradas nos segmentos de Grandes Empresas e Santander Global Corporate Banking.

Frente a essa situação, o Santander Brasil implantou uma série de medidas com o objetivo de fortalecer a gestão de riscos. Essas medidas estão focadas tanto na melhoria de qualidade da nova produção, como na minimização dos efeitos do ambiente adverso sobre a carteira. Esse conjunto de ações, conhecido como Plano de Defesa, baseia-se fundamentalmente em uma gestão preventiva da irregularidade, antecipando-se a um possível aumento na perda de valor dos ativos de clientes. Dentre as medidas defensivas incluídas no referido plano, destacamos:

• Redução de limites em produtos/clientes de risco médio-alto.

• Implantação de limites de endividamento máximo.

• Migração de produtos revolving para produtos pagos em parcelas.

• Maior colateralização da carteira.

• Melhorias em modelos de admissão, mais precisos e preditivos e em canais de recebimentos.

• Tratamento mais individualizado nas PMEs de determinado porte (modelo carteirizado).

• Gestão do apetite de risco por setores, bem como restrições de poderes nos setores mais críticos.

Essa gestão proativa de riscos, com base no conhecimento de nossos clientes, políticas conservadoras e mecanismos de controle está per-mitindo que o Santander Brasil fortaleça sua posição durante o atual ciclo econômico. Uma amostra disso é a evolução do índice de perda de valor da carteira de crédito (taxa over 90), que encerra o ano em 3,24%, mantendo-se consistentemente abaixo da média dos bancos privados brasileiros durante 2015, a qual registrou 4,20% no encerra-mento do exercício.

Observamos uma queda do custo de crédito durante o ano, de 4,9% em 2014 para 4,5% em 2015, graças a um crescimento das alocações inferior ao observado em operações de crédito, apoiado também na estratégia da mudança de mix de produtos.

O índice de cobertura ficou em 83,7% no encerramento de 2015, o que significa uma queda de 11,7 pontos percentuais no encerramento do ano anterior. Essa queda é consequência do aumento na inadimplência mencionado anteriormente, bem como da mudança no mix da car-teira, elevando o peso do crédito imobiliário, o qual requer provisões mais baixas, pois conta com garantias reais.

2012 2013 2014 2015 2012 2013 2014 2015 2012 2013 2014 2015

6,90%5,64% 5,05% 5,98%

90% 95% 95%84%

7,38%6,34%

4,84% 4,50%

Índice de inadimplência Índice de cobertura Custo do crédito

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RELATÓRIO ANUAL 2015

D.1.4. Outras perspectivas do risco de crédito

D.1.4.1. Risco de crédito por atividades em mercados financeirosSob esse item é incorporado o risco de crédito gerado na atividade de tesouraria com clientes, principalmente com instituições de crédito. A operação é desenvolvida tanto por meio de produtos de financiamento no mercado financeiro com diferentes instituições financeiras como por meio de produtos com risco de contraparte destinados a prestar serviços aos clientes do Grupo.

Segundo define o Capítulo Sexto da CRR (Regulamento UE Nº 575/2013), o risco de crédito de contraparte é o risco de que o clien-te em uma operação possa incorrer em inadimplemento antes da liquidação definitiva dos fluxos de caixa dessa operação. Isso inclui os seguintes tipos de operação: instrumentos derivativos, operações com compromisso de recompra, operações de empréstimo de títulos e valores mobiliários ou matérias-primas, operações com liquidação diferida e operações de financiamento das garantias.

Para medir a exposição são utilizadas duas metodologias, uma de Mark-to-Market ou MtM (valor de reposição em derivativos ou montante disposto nas linhas compromissadas), mais uma exposição potencial futura (add-on) e outra, introduzida em meados de 2014 para algumas regiões e produtos, a qual incorpora o cálculo da expo-sição pela simulação de Montecarlo. Além disso, calcula-se também o capital em risco ou perda inesperada, ou seja, a perda que, uma vez deduzida a perda esperada, constitui o capital econômico, líquido de garantias e recuperação.

No fechamento dos mercados, as exposições são recalculadas, ajus-tando-se todas as operações a seu novo horizonte temporal, ajustan-do-se também a potencial exposição futura e se aplica medidas de mitigação (netting, colateral, etc.), para que as exposições possam ser controladas diariamente contra os limites aprovados pela administra-ção. O controle do risco é realizado mediante um sistema integrado e em tempo real que permite conhecer em cada momento o limite de exposição disponível com qualquer contraparte, em qualquer produ-to e prazo e em qualquer unidade do Grupo.

Exposições em risco de contraparte: Operação Over the Counter (OTC) e Mercados Organizados (MMOO)No encerramento de 2015, a exposição total com critérios de gestão em termos de valor de mercado positivo despois de aplicar acordos de netting e colateral por atividades de risco de contraparte totalizou 18,761 bilhões de euros (em termos de exposição líquida foi de 52,148 bilhões de euros) e se concentra em contrapartes de gran-de qualidade de crédito, de tal forma que foi mantido 78,3% do risco com contrapartes com um rating igual o superior a A-.

Além disso, no final de 2015 foram registrados ajustes de CVA (Credit Valuation Adjustment) de 850,9 milhões de euros (+8,3% em compa-ração a 2014, principalmente pela perda na qualidade do crédito das principais contrapartes brasileiras) e de DVA (Debt Valuation Adjust-ment) no valor de 530,8 milhões de euros (+133%, principalmente de-vido ao aumento do spread do Banco Santander e, em menor medida, devido à evolução da metodologia corporativa no cálculo do DVA)12.

Cerca de 93% da operação de risco de contraparte em termos nomi-nais são com instituições financeiras e de contraparte central (CCP na sigla em inglês) com as quais se opera quase totalmente sob acor-dos de netting e colateral. O restante da operação com clientes que não sejam instituições financeiras corresponde, em termos gerais, a operações cuja finalidade é de hedging. Pontualmente poderiam ser realizadas operações com fins diferentes de hedging, sempre com clientes especializados.

Distribuição do risco de contraparte no rating do cliente (em termos nominais)*

AAA 1,06%

AA 2,52%

A 74,74%

BBB 18,69%

BB 2,95%

B 0,04%

OUTROS 0,01%

* Ratings baseados em equivalências entre rating interno e os das agências de classi-ficação de risco.

12. A definição e metodologia de cálculo do CVA e DVA encontram-se na seção D.2.2.2.6. Credit Valuation Adjustment (CVA) e Debt Valuation Adjustment (DVA) deste Relatório.

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217

Perfil de risco > Risco de crédito5. Relatório de gestão de riscos

RELATÓRIO ANUAL 2015

Risco de contraparte: distribuição por risco nominal e valor de mercado bruto*

Milhões de euros

2015 2014 2013

Valor de Mercado Valor de Mercado Valor de Mercado

Nominal Positivo Negativo Nominal Positivo Negativo Nominal Positivo Negativo

CDS Proteção Comprada** 32.350 80 529 38.094 60 769 45.968 86 887

CDS Proteção Vendida 26.195 428 52 31.565 658 48 38.675 763 89

Total derivativos de crédito 58.545 508 581 69.659 717 817 84.642 849 976

Forwards renda variável 980 5 6 1.055 117 17 2.125 76 20

Opções de Renda Variável 23.564 959 1.383 36.616 1.403 2.192 58.964 1.686 2.420

Spot Renda Variável 20.643 794 - 19.947 421 - 10.041 1.103 -

Swaps Renda Variável 28 - 1.210 472 - 701 685 - 265

Renda variável - MMOO 6.480 - - 8.616 - - 9.117 - -

Total derivativos renda variável 51.695 1.758 2.598 66.705 1.941 2.910 80.931 2.865 2.705

Forwards Renda Fixa 11.340 39 66 3.905 3 124 3.089 1 0

Opções Renda Fixa 789 8 - 423 4 0 - 0 -

Spot Renda Fixa 3.351 - - 5.055 - - 1.906 - -

Renda fixa - MMOO 831 - - 1.636 - - 2.091 - -

Total derivativos de renda fixa 16.311 47 66 11.018 8 124 7.086 1 0

Câmbios a prazo e à vista 148.537 5.520 3.315 151.172 3.633 2.828 101.216 2.594 1.504

Opções sobre Taxa de Câmbio 32.421 403 644 44.105 530 790 46.290 604 345

Outros Derivativos de Câmbio 189 1 4 354 3 6 125 2 1

Swaps Taxas de câmbio: 522.287 20.096 21.753 458.555 14.771 15.549 411.603 9.738 8.530

Taxas de Câmbio - MMOO - - - - - - - - -

Total derivativos de taxa de câmbio 703.434 26.019 25.716 654.187 18.936 19.173 559.233 12.940 10.380

Asset swaps 22.532 950 1.500 22.617 999 1.749 22.594 901 1.634

Call Money Swaps 190.328 2.460 1.792 264.723 1.228 1.150 235.981 698 608

Estruturas de Taxas de Juros 8.969 2.314 3.031 23.491 2.215 2.940 37.398 1.997 2.553

Forwards Taxas de Juros - FRAs 178.428 19 78 171.207 13 63 117.011 16 18

IRS 3.013.490 85.047 85.196 2.899.760 95.654 94.624 2.711.552 58.164 54.774

Outros Derivativos - Taxas de Juros 194.111 3.838 3.208 218.167 4.357 3.728 230.735 3.870 3.456

Taxa de Juros - MMOO 26.660 - - 38.989 - - 31.213 - -

Total derivativos de taxa de juros 3.634.518 94.628 94.806 3.638.955 104.466 104.253

3.386.485 65.648 63.043

Matérias-Primas 468 130 40 1.020 243 112 1.363 265 78

Matérias-Primas - MMOO 59 - - 208 - - 446 - -

Total derivativos de matérias primas 526 130 40 1.228 243 112 1.809 265 78

Total derivativos OTC 4.431.000 123.089 123.805 4.392.303 126.312 127.389 4.077.320 82.567 77.183

Total derivativos MMOO*** 34.028 49.449 42.866

Contratos de Recompra 128.765 3.608 3.309 166.047 3.871 5.524 152.105 9.933 7.439

Empréstimo de títulos 30.115 10.361 1.045 27.963 3.432 628 19.170 2.919 672

Total risco de contrapartes 4.623.908 137.058 128.159 4.635.762 133.615 133.541 4.291.461 95.419 85.294

* Dados com critérios de gestão.

** Derivativos de crédito comprados incluem hedge de empréstimos.

*** Corresponde à operação de derivativos listados (carteira própria). O valor de mercado dos derivativos listados é zero. Não há colaterais para este tipo de operação.

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Perfil de risco > Risco de crédito5. Relatório de gestão de riscos

RELATÓRIO ANUAL 2015

Risco de contraparte: exposição em termos de valor de mercado e risco equivalente de crédito incluindo efeito de mitigação1

Milhões de euros

2015 2014 2013

Valor de mercado efeito netting2 34.210 28.544 27.587

Colaterais recebidos 15.450 11.284 9.451

Valor de Mercado com efeito netting e colateral3 18.761 17.260 18.136

REC líquido4 52.148 50.077 58.485

1. Dados com critérios de gestão. O valor de mercado dos derivativos listados é zero. Não há colaterais para este tipo de operação.

2. Valor de mercado utilizado para incluir os efeitos dos acordos atenuantes a fim de calcular a exposição por risco de contraparte.

3. Considerando a mitigação dos acordos de netting e quando o colateral recebido for deduzido.

4. REC/Risco Equivalente de Crédito: valor líquido de reposição mais o máximo valor potencial, menos colateral recebido. Inclui EAD regulatór(41 milhões de euros em dezembro de 2015, 71 milhões de euros em 2014 e 60 milhões de euros em 2013).

ia para mercados organizados

Risco de contraparte: distribuição de nominais por vencimento*

Milhões de euros

Até 1 ano** Até 5 Anos Até 10 Anos Mais de 10 anos TOTAL

CDS Proteção Comprada*** 31.583 767 0 0 32.350

CDS Proteção Vendida 23.817 2.159 219 0 26.195

Total derivativos de crédito 55.400 2.926 219 0 58.545

Forwards renda variável 822 158 0 0 980

Opções de Renda Variável 22.316 715 63 470 23.564

Spot Renda Variável 20.027 401 0 215 20.643

Swaps Renda Variável 27 1 0 0 28

Renda variável - MMOO 4.563 1.915 1 0 6.480

Total derivativos renda variável 47.756 3.190 64 685 51.695

Forwards Renda Fixa 11.001 313 12 14 11.340

Opções Renda Fixa 262 527 0 0 789

Spot Renda Fixa 2.504 603 99 146 3.351

Renda fixa - MMOO 831 0 0 0 831

Total derivativos de renda fixa 14.598 1.442 111 160 16.311

Câmbios a prazo e à vista 136.304 10.169 929 1.136 148.537

Opções sobre Taxa de Câmbio 29.919 1.842 283 377 32.421

Outros Derivativos de Câmbio 159 28 2 0 189

Swaps Taxas de câmbio: 491.960 21.691 4.985 3.652 522.287

Taxas de Câmbio - MMOO - - - - -

Total derivativos de taxa de câmbio 658.342 33.729 6.198 5.165 703.434

Asset swaps 6.483 15.585 243 220 22.532

Call Money Swaps 181.909 4.622 2.621 1.176 190.328

Estruturas de Taxas de Juros 8.522 434 10 3 8.969

Forwards Taxas de Juros - FRAs 178.240 47 141 0 178.428

IRS 2.871.123 94.584 35.985 11.798 3.013.490

Outros Derivativos - Taxas de Juros 176.529 11.752 4.815 1.016 194.111

Taxa de Juros - MMOO 13.725 12.935 0 0 26.660

Total derivativos de taxa de juros 3.436.530 139.959 43.815 14.213 3.634.518

Matérias-Primas 422 45 0 1 468

Matérias-Primas - MMOO 35 24 0 0 59

Total derivativos de matérias primas 457 68 0 1 526

Total derivativos OTC 4.193.930 166.439 50.406 20.225 4.431.000

Total derivativos MMOO**** 19.153 14.874 1 0 34.028

Contratos de Recompra 114.485 9.417 3.035 1.828 128.765

Empréstimo de títulos 17.989 6.462 3.892 1.772 30.115

Total risco de contrapartes 4.345.557 197.192 57.334 23.825 4.623.908

*

**

***

***

Dados com critérios de gestão.

Na operação sob acordo de colateral é considerado como vencimento o prazo de reposição do colateral.

Derivativos de crédito comprados incluem hedge de empréstimos.

Corresponde à operação de derivativos listados (carteira própria). O valor de mercado dos derivativos listados é zero. Não há colaterais para este tipo de operação.

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Perfil de risco > Risco de crédito5. Relatório de gestão de riscos

RELATÓRIO ANUAL 2015

A distribuição da operação de risco de contraparte em termos nomi-nais por tipo de cliente concentra-se principalmente em instituições financeiras (47%) e em câmaras de compensação (46%).

Empresas/ pessoas físicas 1%

Soberano/ supranacional

2%Corporate/ pessoas físicas

4%

Câmaras de compensação

46%

Instituições financeiras 47%

Risco de contraparte por tipo de cliente

Em relação à distribuição geográfica, 55% do valor nominal corres-pondem a contrapartes britânicas (cujo peso em relação ao total ex-plica-se pela crescente utilização de câmaras de compensação), 15% a contrapartes norte-americanas, 7% a francesas, 6% a espanholas e dentre os demais agrupamentos por países destacam-se o restante da Europa (11%) e América Latina (4%).

Espanha6%

América Latina 4%

Outros2%

Restante da Europa

11%

Estados Unidos15%

Reino Unido55%

Risco de contraparte por região

França7%

Risco de contraparte, mercados organizados e câmaras de compensaçãoAs políticas do Grupo buscam antecipar-se na medida do possível quanto à aplicação das medidas resultantes dos novos regulamentos relativos à operação de derivativos de balcão, contratos de recompra e empréstimos de títulos e valores mobiliários, tanto liquidadas por câmara de compensação central ou para aquelas que permanecerem bilaterais. Desse modo, nos últimos anos, foi implementada uma pa-dronização gradual da operação de derivativos de balcão para realizar a liquidação e compensação de toda a operação da nova contratação por meio de câmaras, conforme exigido pelas novas normas, além do estímulo interno ao uso de sistemas de execução eletrônica.

Quanto aos mercados organizados, ainda que dentro da gestão do risco de contrapartes, o risco de crédito não é considerado para esse tipo de operação13 desde 2014, com a entrada em vigor da nova CRD IV (Diretiva de Requisitos de Capital) e CRR (Regulamento de Requisi-tos de Capital), que transpõem os princípios da Basileia III, calcula-se a exposição regulatória de crédito para esse tipo de operação a fim de calcular o capital.

Nas tabelas a seguir podemos ver o peso que a operação liquidada por câmara teve sobre o total do risco de contraparte em dezembro de 2015 e a importante evolução apresentada por esse tipo de opera-ção liquidada pela câmara desde 2013.

Distribuição do risco de contraparte em função do canal de liquidação e tipo de produto*

Valores nominais em milhões de euros

Bilateral CCP**Mercados

organizados***

Nominal % Nominal % Nominal % Total

Derivativos de crédito 56.767 97,0% 1.778 3,0% - 0,0% 58.545

Derivativos renda variável 45.174 87% 42 0,1% 6.479 12,5% 51.695

Derivativos de renda fixa 15.415 94,5% 65 0,4% 831 5,1% 16.311

Derivativos de taxa de câmbio 691.679 98,3% 11.755 1,7% - 0,0% 703.434

Derivativos de taxa de juros 1.564.716 43,1% 2.043.142 56,2% 26.660 0,7% 3.634.518

Derivativos de matérias-primas 468 88,9% - 0,0% 58,6 11,1% 526

Contratos de Recompra 84.086 65,3% 44.679 34,7% - 0,0% 128.765

Empréstimo de títulos 30.115 100,0% - 0,0% - 0,0% 30.115

Total geral 2.488.419 53,8% 2.101.460 45,4% 34.028 0,7% 4.623.908

*

**

***

Dados com critérios de gestão.

Instituições de contraparte central ou CCP na sigla em inglês.

Corresponde à operação de derivativos listados (carteira própria). O valor de mercado dos derivativos listados é zero. Não há colaterais para este tipo de operação.

13. O risco de crédito é eliminado quando os mercados organizados atuam como contraparte nas operações, considerando que contam com mecanismos que lhes permitem proteger sua posição financeira por meio de sistemas de depósitos e reposição de garantias e processos que garantem a liquidez e transparência das transações.

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Perfil de risco > Risco de crédito5. Relatório de gestão de riscos

RELATÓRIO ANUAL 2015

Distribuição do risco liquidado por CCP e MMOO por produto e evolução*

Valores nominais em milhões de euros

2015 2014 2013

Derivativos de crédito 1.778 1.764 949

Derivativos renda variável 6.522 8.686 9.228

Derivativos de renda fixa 896 1.651 2.092

Derivativos de taxa de câmbio 11.755 484 616

Derivativos de taxa de juros 2.069.802 1.778.261 1.321.709

Derivativos de matérias-primas 59 208 446

Contratos de Recompra 44.679 57.894 55.435

Empréstimo de títulos - - 46

Total geral 2.135.489 1.848.948 1.390.519

* Dados com critérios de gestão.

O Grupo administra de maneira ativa a operação não liquidada por câmara tratando de otimizar seu volume, considerando os requisitos de margens e capital impostos pelos novos regulamentos.

De modo geral, a operação com instituições financeiras é realizada sob acordos de netting e colateral, e há um esforço contínuo para que esse tipo de acordo abranja também o restante da operação. Em geral, os contratos de colateral firmados pelo Grupo são bilaterais existindo poucas exceções principalmente com instituições multila-terais e fundos de securitização.

O colateral recebido em função dos diversos de acordos de colateral (CSA, OSLA, ISMA, GMRA, etc.) celebrados pelo grupo totalizaram 15,450 bilhões de euros (dos quais 11,524 bilhões de euros correspon-dem a colateral recebido por operação de derivativos) constituído basicamente por dinheiro (81%), estando os demais tipos de colateral sujeitos a rígidas políticas de qualidade em relação ao tipo de emis-sor e seu rating, seniority da dívida e haircuts aplicados.

Em termos geográficos, o colateral recebido é distribuído de acordo com o gráfico a seguir:

México6%

Chile8%

Reino Unido16%

Espanha66%

Outros 4%

Colateral recebido. Distribuição geográfica

Risco de crédito fora do balanço Nesta seção incorporamos o risco fora do balanço correspondente a compromissos de financiamento e garantia com clientes de atacado, que totalizam 90,795 bilhões de euros distribuídos nos seguintes produtos:

Exposição fora do balançoMilhões de euros

Vencimento

Produto< 1

ano1-3

anos3-5

anos> 5

anos Total

Financiamento* 11.207 13.728 33.229 6.329 64.493

Avais técnicos 3.589 10.034 1.667 281 15.571

Avais Financeiros e Comerciais 3.998 4.396 986 684 10.065

Comércio Exterior** 451 119 92 4 665

Total geral 19.245 28.277 35.974 7.298 90.795

* Inclui fundamentalmente linhas de créditos compromissadas bilaterais e sindicadas.

** Inclui basicamente stand by letters of credit.

Atividade em derivativos de créditoO Grupo Santander utiliza derivativos de crédito com a finalidade de realizar coberturas por hedging de operações de crédito, negócios de clientes em mercados financeiros e dentro da operação de tra-ding. Apresenta uma dimensão menor em termos relativos a outros bancos com as mesmas características e além disso está sujeita a um sólido ambiente de controles internos e de minimização de seu risco operacional.

O risco dessa atividade é controlado por meio de um amplo conjunto de limites como Value at Risk (VaR)14, nominal por rating, sensibilida-de ao spread por rating e nome, sensibilidade à taxa de recuperação e sensibilidade à correlação. Além disso, são fixados limites de jump-to-default por nome, região, setor e liquidez.

Em termos de nocional, a posição em CDS incorpora proteção com-prada por 28,335 bilhões de euros15 e proteção vendida por 26,190 bilhões de euros.

Em 31 de dezembro de 2015, a sensibilidade da atividade de crédito a aumentos de spreads de 1 ponto-base marginal era muito inferior à de 2014, (-1,5 milhão de euros), enquanto o VaR médio anual regis-trou alta, chegando a 2,4 milhões de euros, inferior ao observado em 2014 (2,9 milhões de euros).

D.1.4.2. Risco de concentraçãoO controle do risco de concentração constitui um elemento essencial de gestão. O Grupo realiza um acompanhamento contínuo do grau de concentração das carteiras de risco de crédito sob diferentes di-mensões relevantes: por país, por setor e por grupo de clientes.

O conselho de administração, por meio do apetite de risco, determi-na os níveis máximos de concentração, conforme detalhado na seção B.3.1 Apetite de risco e estrutura de limites. Em linha com o apetite

14. A definição e a metodologia de cálculo do VaR está explicada no apartado D.2.2.2.1. Value at Risk (VaR) deste relatório.

15. Este dato no incluye CDS por aproximadamente 3.189 millones de euros de nominal que cubren préstamos, dado que contablemente se catalogan como garantías financie-ras en lugar de como derivados de crédito al no tener impacto su variación de valor sobre resultados ni sobre reservas para evitar asimetrías contables.

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Perfil de risco > Risco de crédito5. Relatório de gestão de riscos

RELATÓRIO ANUAL 2015

de risco, o comitê executivo de riscos estabelece as políticas de risco e revisa os níveis de exposição apropriados para a gestão adequada do grau de concentração das carteiras de risco de crédito.

Em termos geográficos, o risco de crédito com clientes está diversifi-cado nos principais mercados onde o Grupo está presente, como se observa no gráfico a seguir.

Estados Unidos11%

Outros 20%

Chile4%

Portugal4%

Reino Unido33%

Espanha20%

Brasil8%

Risco de crédito com clientes

57% do risco de crédito do Grupo correspondem a clientes pessoas físicas, que por sua própria natureza representam um alto nível de diversificação. Além disso, do ponto de vista setorial, a carteira de crédito do Grupo está bem distribuída sem concentrações relevantes em setores específicos. O gráfico a seguir apresenta a distribuição setorial no final do ano.

Transporte e comunicações 3%

Outros serviços empresariais 3%

Hotelaria 1%

Atividade imobiliária 6%

Comércio e reparações 5%

Construções e obras públicas 3%

Metalurgia de transformação 1%

Outros serviços sociais 1%

Refino de petróleo 1%

Outros intermediários financeiros 2%

Alimentação, bebidas e tabaco 1%

Admin. Pública sem Admin. Central 2%

Outras indústrias manufatureiras 3%

Prod. e distrib. energia elétrica, gás e água 2%

Outros <1% 8%

Pessoas físicas 57%

Diversificação setorial

O Grupo está sujeito à regulação sobre “Grandes Riscos” contida na quarta parte da CCR (Regulamento (UE) No. 575/2013), segundo a qual a exposição contraída por uma instituição em relação a um cliente ou um grupo de clientes vinculados entre si será considera-da “grande exposição” quando seu valor for igual ou superior a 10% de seu capital computável. Além disso, para limitar as grandes ex-posições, nenhuma instituição poderá assumir perante um cliente ou grupo de clientes vinculados entre si, uma exposição cujo valor exceda 25% de seu capital admissível, depois de levar em conta o efeito da redução do risco de crédito contido na norma.

No encerramento de dezembro de 2015, após aplicar técnicas de minimização e a norma aplicável aos grandes riscos, todos os grupos declarados ficaram abaixo de 4,9% dos recursos próprios computáveis, com exceção de duas instituições - uma instituição de contraparte central da EU que ficou em 7,3% e um grupo corporati-vo da EU em 6,8%.

Por outro lado, a exposição ao crédito regulatório com os 20 maio-res grupos no âmbito de grandes riscos representava 5,8% do risco de crédito disposto com clientes (investimento mais riscos de expo-sição fora do balanço). Quanto à exposição ao crédito regulatório com instituições financeiras (IFIs), as 10 principais representavam 19,119 bilhões de euros.

A divisão de Riscos do Grupo colabora estreitamente com a divisão financeira na gestão ativa das carteiras de crédito que, entre seus eixos de atuação, contempla a redução da concentração das exposi-ções mediante diversas técnicas, como a contratação de derivativos de crédito de hedging ou operações de securitização, com o fim último de otimizar a relação retorno-risco da carteira total.

D.1.4.3. Risco-paísO risco país é um componente do risco de crédito que incorpora todas as operações de crédito entre fronteiras (cross-border) por circunstân-cias diferentes do risco comercial habitual. Seus elementos principais são o risco soberano, o risco de transferência e os demais riscos que possam afetar a atividade financeira internacional (guerras, catástrofes naturais, crises de balança de pagamentos, etc.).

Em 31 de dezembro de 2015, a exposição suscetível de provisionar pelo risco país totalizava 193 milhões de euros (176 milhões de euros em 2014). O fundo de hedge no final do exercício de 2015 era de 25 milhões de euros, contra 22 milhões do período anterior.

Os princípios de gestão de risco país continuaram obedecendo a um critério de máxima prudência, assumindo o risco-país de uma forma muito seletiva em operações claramente rentáveis para o Grupo, e que reforçam a relação global com seus clientes.

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Perfil de risco > Risco de crédito5. Relatório de gestão de riscos

RELATÓRIO ANUAL 2015

D.1.4.4. Risco soberano e frente ao restante dos órgãos públicosComo critério geral, o risco soberano no Grupo Santander é conside-rado aquele contraído por operações com o banco central (incluindo o encaixe regulatório), o risco de emissão do Tesouro ou instituição similar (carteira de dívida do Estado) e o derivado de operações com instituições públicas com as seguintes características: seus fundos são provenientes apenas da receita orçamentária do Estado, têm reconhe-cimento legal de instituições diretamente integradas no setor público e desenvolvem atividades sem caráter comercial.

Esse critério, empregado historicamente pelo Grupo Santander, apre-senta algumas diferenças com relação ao exigido pela European Banking Authority (EBA) para seus exercícios periódicos de estresse. As mais significativas são aquelas no qual o critério da EBA não inclui o risco contraído com os bancos centrais, as exposições mantidas em compa-nhias de seguros, nem as exposições indiretas por meio de garantias ou outros instrumentos. Por outro lado, incluem os órgãos públicos em geral (incluindo locais e regionais) e não apenas o setor público.

A exposição ao risco soberano (segundo critério aplicado no Grupo) deriva-se principalmente das obrigações às quais estão sujeitas nossas subsidiárias bancárias quanto à constituição de determina-dos depósitos nos respectivos bancos centrais, da constituição de depósitos com excedentes de liquidez e de carteiras de renda fixa mantidas dentro da estratégia de gestão do risco de juros estruturais do balanço e em livros de negociação nas tesourarias. A ampla maio-ria dessas exposições ocorrem em moeda local e são financiadas com base nos depósitos captados junto a clientes de forma local, também denominados em moeda local.

A exposição ao risco soberano local, porém em moedas diferentes à oficial do país de emissão é pouco relevante (11,116 bilhões de euros, 5,6% do total do risco soberano) e menos ainda é a exposição em emissores soberanos não locais, que representam o risco cross-border (2,719 bilhões de euros, 1,38% do risco soberano total).

Em geral, nos últimos anos a exposição total ao risco soberano man-teve-se em níveis adequados para sustentar os motivos regulatórios e estratégicos dessa carteira.

Além disso, a estratégia de investimento no risco soberano considera a qualidade do crédito de cada país ao estabelecer os limites máxi-mos de exposição. A tabela a seguir apresenta a percentagem de exposição por nível de rating16.

Exposição por nível de rating %

30 de dezembro

2015

31 de dezembro

2014

31 de dezembro

2013

AAA 34% 29% 36%

AA 4% 4% 6%

A 22% 28% 27%

BBB 33% 32% 26%

Abaixo de BBB 7% 7% 5%

Exposição ao risco soberano (critério EBA)Milhões de euros

31 de Dezembro de 2015

Nego-ciação e Outros a Valor

Justo

Carteira

Disponível Ope-para rações de

Venda crédito

Carteira De Inves-

timento a termo

Exposição direta

líquido total

Espanha 8.954 26.443 11.272 2.025 48.694Portugal 104 7.916 1.987 0 10.007Itália 2.717 0 0 0 2.717Grécia 0 0 0 0 0Irlanda 0 0 0 0 0Restante da zona do euro (211) 143 69 0 1Reino Unido (786) 5.808 141 0 5.163Polônia 13 5.346 42 0 5.401Restante da Europa 120 312 238 0 670Estados Unidos 280 4.338 475 0 5.093Brasil 7.274 13.522 947 2.186 23.929México 6.617 3.630 272 0 10.519Chile 193 1.601 3.568 0 5.362Restante da América 155 1.204 443 0 1.802Demais países 3.657 1.687 546 0 5.890Total 29.087 71.950 20.000 4.211 125.248

31 de Dezembro de 2014

Carteira

Negociação e Outros a

Valor JustoDisponível

para Venda

Ope-rações de

crédito

Exposição direta

líquido total

Espanha 5.778 23.893 15.098 44.769Portugal 104 7.811 589 8.504Itália 1.725 0 0 1.725Grécia 0 0 0 0Irlanda 0 0 0 0Restante da zona do euro (1.070) 3 1 (1.066)Reino Unido (613) 6.669 144 6.200Polônia 5 5.831 30 5.866Restante da Europa 1.165 444 46 1.655Estados Unidos 88 2.897 664 3.649Brasil 11.144 17.685 783 29.612México 2.344 2.467 3.464 8.275Chile 593 1.340 248 2.181Restante da América 181 1.248 520 1.949Demais países 4.840 906 618 6.364Total 26.284 71.194 22.205 119.683

16. São empregados ratings internos.

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RELATÓRIO ANUAL 2015

A distribuição da exposição soberana por nível de rating foi afetada pelas numerosas revisões de rating dos emissores soberanos nos últi-mos anos, principalmente em países onde o Grupo atua.

Se nos detivermos ao critério da EBA comentado anteriormente, a ex-posição a órgãos públicos no final dos últimos três anos foi a mostrada nas tabelas a seguir17.

A exposição é moderada e mantém níveis similares aos de 2014. A ex-posição ao risco soberano da Espanha (país onde o Grupo tem sede), na comparação com outras instituições de perfil semelhante (peers), não é elevada em termos de total de ativos (3,6% em dezembro de 2015).

A exposição soberana na América Latina é realizada quase totalmente em moeda local, sendo contabilizada nos registros locais e com uma concentração em prazos curtos, de menor risco de juros e maior liquidez.

Risco soberano e frente aos demais órgãos públicos Exposição direta líquida (critério EBA)Milhões de euros

120.000

100.000

80.000

60.000

40.000

20.000

0

Dez 13 Dez 14 Dez 15

Outros América Latina Restante

da Europa Espanha

D.1.4.5. Risco social e ambiental O Banco Santander considera fundamental os aspectos sociais e am-bientais nos processos de análise de risco e tomada de decisões em suas operações de financiamento. O Banco implementou processos para a identificação, análise e avaliação de risco nas operações de crédito sujeitas às políticas do Grupo, as quais baseiam-se nos crité-rios dos Princípios do Equador, iniciativa à qual o Banco adere deste 2009. Segundo esses princípios, é realizada uma do risco socioam-biental das operações de project finance e empréstimos corporativos com destino conhecido (empréstimos-ponte com repactuação prevista por meio de project finance e financiamentos corporativos cujo destino seja a construção ou a ampliação de um determinado projeto).

A metodologia encontra-se detalhada a seguir:

• Para as operações de project finance com um valor igual ou superior a 10 milhões de dólares, empréstimos corporativos com destino conhecido para um projeto com valor igual ou superior a US$100 milhões, quando o montante emprestado pelo Santander for igual ou superior a US$50 milhões, é necessário o preenchimento de um questionário inicial, de caráter geral, elaborado para estabelecer o risco do projeto em termos socioambientais (segundo categorias A, B e C, de maior a menor risco, respectivamente) e o grau de confor-midade da operação em relação aos Princípios do Equador.

• Para os projetos classificados dentro das categorias de maior risco (A e B), deve-se preencher um questionário mais extenso, adaptado segundo o setor de atividade.

Exposição ao risco soberano (critério EBA)Milhões de euros

31 de Dezembro de 2013

Carteira

Exposição direta

líquido total

Negociação e Outros a

Valor JustoDisponível

para Venda

Ope-rações de

créditoEspanha 4.359 21.144 12.864 38.367Portugal 149 2.076 583 2.807Itália 1.310 77 0 1.386Grécia 0 0 0 0Irlanda 0 0 0 0Restante da zona do euro (1.229) 67 0 (1.161)Reino Unido (1.375) 3.777 0 2.402Polônia 216 4.770 43 5.030Restante da Europa 5 117 0 122Estados Unidos 519 2.089 63 2.671Brasil 8.618 8.901 223 17.743México 3.188 2.362 2.145 7.695Chile (485) 1.037 534 1.086Restante da América 268 619 663 1.550Demais países 5.219 596 148 5.964Total 20.762 47.632 17.268 85.661

17. Além disso, em 31 de dezembro de 2015, o Grupo matinha exposições diretas líquidas em derivativos cujo valor justo chegava a 2,070 bilhões de euros, bem como a exposi-ção indireta líquida em derivativos cujo valor justo totalizava 25 milhões de euros.

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Perfil de risco > Risco de crédito5. Relatório de gestão de riscos

RELATÓRIO ANUAL 2015

• De acordo com a categoria e localização dos projetos é realizada uma auditoria socioambiental (efetuada por consultores inde-pendentes). Além disso, o Banco ministra treinamento, no âmbito socioambiental, para as equipes de risco e também para os respon-sáveis do negócio em todas as áreas envolvidas.

Em 2015, o Grupo participou do financiamento de 55 projetos sob os princípios do Equador. O valor total da dívida desses projetos chegou a 29,953 bilhões de euros.

Durante o segundo semestre de 2015, o grupo de trabalho socioam-biental do Banco, liderado pela Chief Compliance Officer e com parti-cipação das áreas corporativas de Compliance, Comunicação, Marke-ting Corporativo e Estudos, Riscos, Negócios, Governança Interna e Assessoria Jurídica, concluíram um projeto de análise e melhoria das políticas socioambientais. A análise teve como base um exercício de benchmarking com seis concorrentes similares ao Santander em porte e localização geográfica, e na inclusão das tendências mais relevantes das ONGs nessa matéria.

Como resultado dessa análise, foram propostas melhorias às polí-ticas socioambientais aprovadas pelo conselho do Banco em 22 de dezembro de 2015 para aplicação gradual nas diversas regiões onde o Santander opera.

As políticas setoriais estabelecem os critérios aos quais a ativi-dade financeira relacionada aos setores de defesa, energia e soft commodities (produtos como óleo de palma, soja e madeira) devem se ajustar. Essas políticas estabelecem as proibições de financiamento a determinadas atividades, bem como as limitações a algumas outras (operações que merecem especial atenção dado seu risco social e ambiental, e cuja aprovação estará sujeita ao cumprimento de certos requisitos). Além de incluir novas atividades e setores, a revisão das políticas estabelece um âmbito mais amplo de aplicação com res-peito àqueles vigentes até 2015, por se aplicar a todas as operações do banco atacadista nos casos das operações restritas e a todas as operações no caso das proibições.

D.1.5. Ciclo de risco de crédito

O processo de gestão de risco de crédito consiste em identificar, me-dir, analisar, controlar e decidir, conforme o caso, os riscos incorridos pelas operações do Grupo. Durante o processo há intervenção tanto das áreas de negócio e da Administração, como das áreas de riscos.

O processo inclui o conselho de administração e o comitê executivo de riscos, os quais estabelecem as políticas e procedimentos de riscos, os limites e delegações de poderes, e aprova e supervisiona o marco de ação da função de riscos.

O ciclo de risco tem três fases distintas: pré-venda, venda e pós-venda. O processo se realimenta constantemente, incorporando os resultados e conclusões da fase de pós-venda ao estudo do risco e planejamento da pré-venda.

1. Estudo do risco e processo de qualificação de crédito

2. Planejamento (Plano Estratégico Comercial – PEC) • Análise de cenários

3. Estabelecimento de limites/Pré-classificações

4. Decisão sobre operações• Mitigantes

5. Acompanhamento/ Antecipação

6. Medição e controle7. Gestão de recuperações

• Carteira com perda de valor e reestruturada

CONTROLE

Pré-venda Venda Pós-venda

REALIMENTAÇÃO

D.1.5.1. Estudo do risco e processo de qualificação de créditoDe maneira geral, o estudo do risco consiste em analisar a capacida-de do cliente para honrar seus compromissos contratuais com o Ban-co e com outros credores. Isso implica analisar a qualidade do crédito do cliente, suas operações de risco, sua solvência e a rentabilidade a ser obtida em função do risco assumido.

Com esse objetivo, desde 1993 o Grupo usa modelos de qualificação de solvência de clientes, conhecidos como rating. Esses mecanismos são utilizados no segmento de atacado (instituições soberanas, financeiras e corporate bank), como também nas demais empresas e instituições.

O rating é o resultado de um módulo quantitativo, com base em índices do balanço ou variáveis macroeconômicas, que é complemen-tado com parecer especializado apontado pelo analista.

As qualificações dadas ao cliente são revisadas periodicamente, in-corporando a nova informação financeira disponível e a experiência no desenvolvimento do relacionamento bancário. A periodicidade das revisões é incrementada no caso de clientes que alcancem deter-minados níveis nos sistemas automáticos de alerta e nos qualificados como de acompanhamento especial. Do mesmo modo, também são revisadas as próprias ferramentas de qualificação para poder ir ajus-tando a precisão da qualificação que atribuem.

Frente ao uso do rating no âmbito atacadista e nas demais empresas e instituições, no segmento pessoa física e pequenas empresas pre-dominam as técnicas de scoring, as quais, de forma geral, atribuem automaticamente a avaliação do cliente para a tomada de decisões, como explicado na seção Decisão sobre operações.

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Perfil de risco > Risco de crédito5. Relatório de gestão de riscos

RELATÓRIO ANUAL 2015

1. Estudo do risco e processo de qualificação de crédito

2. Planejamento (Plano Estratégico Comercial – PEC)• Análise de cenários

3. Estabelecimento de limites/Pré-classificações

4. Decisão sobre operações• Mitigantes

5. Acompanhamento/ Antecipação

6. Medição e controle7. Gestão de recuperações

• Carteira com perda de valor e reestruturada

CONTROLE

Pré-venda Venda Pós-venda

REALIMENTAÇÃO

D.1.5.2. Planejamento (Plano Estratégico Comercial)Esta fase visa limitar, de forma eficiente e abrangente, os níveis de risco assumido pelo Grupo.

O processo de planejamento de risco de crédito serve para estabelecer as premissas e limites no nível da carteira. O planejamento é instrumentado mediante o Plano Estratégico Comercial (PEC), assegurando a conjunção do plano de negócios, da política de crédito com base no apetite de risco e dos meios necessários para a sua consecução. Nasceu, portanto, como uma iniciativa conjunta entre a área Comercial e riscos, compreendendo não apenas uma ferramenta de gestão, mas também uma forma de tra-balho em equipe.

Em termos de autorização e acompanhamento, o PEC responde ao co-mitê executivo de riscos máximo de cada entidade. Sua validação e acom-panhamento ocorrem em nível corporativo.

Os PECs permitem articular o mapa de todas as carteiras de crédito do Grupo.

Análise de cenáriosEm linha com o descrito na seção B.3.3 deste relatório, a análise de cenários de risco de crédito permite à administração ter um melhor entendimento da evolução da carteira ante condições de mercado e conjuntura em mutação, além de ser uma ferramenta fundamental para avaliar a suficiência das provisões constituídas e do capital ante cenários de estresse.

Esses exercícios são feitos sobre todas as carteiras relevantes do Grupo e são articulados nos seguintes marcos:

• Definição de cenários de referência (tanto em nível global como para cada uma das unidades do Grupo).

• Determinação do valor dos parâmetros de risco (probabilidade de default, perda em default) ante os diversos cenários.

• Estimativa de perda esperada associada a cada um dos cenários propostos, bem como o resto dos parâmetros relevantes de risco de crédito derivados dos parâmetros obtidos (inadimplência, provi-sões, índices, etc.).

• Análise da evolução do perfil de risco de crédito em nível de cartei-ra, segmento, unidade e em nível de grupo ante os diversos cená-rios e contra os exercícios anteriores.

Os modelos de simulação empregados pelo Grupo utilizam dados de um ciclo econômico completo para calibrar o comportamento dos fatores de risco ante variações nas variáveis macroeconômi-

cas. Esses modelos são submetidos a processos de backtesting e recalibração periódicos para assegurar que reflitam corretamente a relação entre variáveis macroeconômicas e os parâmetros de riscos

Além disso, o processo se completa com um conjunto de con-troles e contrastes que asseguram a adequação de parâmetros e cálculos.

As projeções dos parâmetros de riscos e perdas, geralmente com um horizonte temporal de três anos, são executadas sob dife-rentes cenários econômicos que incluem as principais variáveis macroeconômicas (PIB, taxa de desemprego, preço de imóveis residenciais, inflação, etc.).

Os cenários econômicos definidos fundamentam-se em diferen-tes níveis de estresse, desde o cenário central (básico) ou mais provável até cenários econômicos mais ácidos que, embora mais improváveis, podem ser possíveis.

Em geral, esses cenários são definidos pelo serviço de estudos do Grupo Santander em coordenação com cada unidade e tendo como referência os dados publicados pelas principais organiza-ções internacionais.

Um cenário ácido (estresse) global é definido quando se descreve uma situação de crise mundial e como isso afeta a cada uma das prin-cipais regiões onde o Grupo Santander está presente. Além disso, é definido um cenário de estresse local que afeta de maneira isolada algumas das principais unidades do Grupo e com um maior grau de acidez que o estresse global.

Todo o processo se encaixa dentro de um marco corporativo de governança, adequando-se à crescente importância do marco e às melhores práticas de mercado, facilitando à Administração do Grupo o conhecimento e a tomada de decisões.

1. Estudo do risco e processo de qualificação de crédito

2. Planejamento (Plano Estratégico Comercial – PEC) • Análise de cenários

3. Estabelecimento de limites/Pré-classificações

4. Decisão sobre operações• Mitigantes

5. Acompanhamento/ Antecipação

6. Medição e controle7. Gestão de recuperações

• Carteira com perda de valor e reestruturada

CONTROLE

Pré-venda Venda Pós-venda

REALIMENTAÇÃO

D.1.5.3. Estabelecimento de limites/Pré-classificaçõesAssim, o planejamento e estabelecimento de limites são realizados mediante os documentos acordados entre as áreas de Negócio e Riscos e aprovados pelo comitê executivo de riscos ou comitês delegados por este e no qual são determinados os resultados espe-rados do negócio em termos de risco e rentabilidade, bem como os limites aos quais se deve sujeitar a referida atividade e a gestão de riscos associada por grupo/cliente.

Além disso, no âmbito de atacado e demais empresas e instituições, a análise é feita em nível de cliente. Quando são identificadas deter-

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Perfil de risco > Risco de crédito5. Relatório de gestão de riscos

RELATÓRIO ANUAL 2015

minadas características, é atribuído ao cliente um limite individual (pré-classificação).

Assim sendo, para os grandes grupos corporativos é utilizado um modelo de pré-classificações baseado em um sistema de medição e acompanhamento do capital econômico. O resultado da pré-qua-lificação é o nível máximo de risco que pode ser assumido com um cliente ou Grupo em termos de quantidade ou prazo. Para o segmen-to de empresas é utilizado um modelo de pré-classificações mais simplificado para os clientes que cumprem determinados requisitos (alto conhecimento, rating, etc.).

1. Estudo do risco e processo de qualificação de crédito

2. Planificación (Plan Estratégico Comercial - PEC) • Análise de cenários

3. Establecimiento de límites / Preclasificaciones

4. Decisão sobre operações• Mitigantes

5. Acompanhamento/ Antecipação

6. Medição e controle7. Gestão de recuperações

• Carteira com perda de valor e reestruturada

CONTROLE

Pré-venda Venda Pós-venda

REALIMENTAÇÃO

D.1.5.4. Decisão sobre operaçõesA fase de venda consiste do processo de tomada de decisão, que visa à análise e resolução de operações, sendo a aprovação dos riscos sendo um pré-requisito antes de contratar qualquer operação de risco. Esse processo deve levar em conta as políticas definidas para aprovação de operações, bem como o apetite de risco e os elementos da operação que são relevantes na busca de um equilíbrio entre risco e rentabilidade.

No âmbito de pessoas físicas, negócios e PMEs de menor fatu-ramento, isso facilitará o gerenciamento de grandes volumes de empréstimos e recebíveis com o uso de modelos de decisão au-tomáticos que qualificam o binômio cliente/operação. Com eles, o investimento é classificado em grupos de risco homogêneos de qualificação que o modelo atribui para a operação, com base nas informações sobre as características da operação e as de seu titular.

Como indicado acima, a fase prévia do estabelecimento de limi-tes pode seguir dois caminhos distintos, dando origem a diferen-tes tipos de decisão no âmbito de empresas:

• Ser automática e consistir em verificar por parte do negócio se a operação proposta se enquadra (em valor, produto, prazo e outras condições) dentro dos limites autorizados segundo esta pré-qualificação. Esse processo é geralmente aplicado para pré-classificações corporativas.

• Requerer sempre autorização do analista, embora se encaixe em valor, prazo e outras condições no limite pré-classificado. Esse processo aplica-se a pré-classificações de empresas do banco de varejo.

Técnicas de mitigação de risco de créditoO Grupo Santander aplica diferentes formas de redução do risco de cré-dito com base, dentre outros fatores, no tipo de produto e cliente. Como veremos abaixo, algumas são específicas para uma determinada opera-ção (por exemplo, garantias imobiliárias), enquanto outras se aplicam aos conjuntos de operações (por exemplo, netting e colateral).

As diferentes técnicas de mitigação podem ser agrupadas nas se-guintes categorias:

Determinação de um saldo líquido por contraparteO conceito de netting refere-se à possibilidade de determinar um saldo líquido entre as operações do mesmo tipo, sob o amparo de um contrato marco como o ISDA ou similar.

Consiste na agregação dos valores de mercado positivos e negativos das operações com derivativos que o Santander tem com uma determi-nada contraparte, para que, em caso de inadimplência, esta deva (ou o Santander deverá, se o líquido for negativo) um único valor líquido e não um conjunto de valores positivos ou negativos correspondentes a cada operação que é fechada com ela.

Um aspecto importante dos acordos-marco é que envolvem uma única obrigação legal que engloba todas as operações que abrange. Isso é fundamental quando se trata de poder compensar os riscos de todas as operações abrangidas pelo contrato com a mesma contraparte.

Garantias reaisSão bens que estão sujeitos ao cumprimento da obrigação de garantia e que podem prestados não só pelo próprio cliente, mas também por um terceiro. Os bens ou direitos reais objeto de garantia podem ser:

• Financeiros: dinheiro, depósitos de valores, ouro, etc.

• Não financeiros: imóveis (residenciais e estabelecimentos comerciais, etc.), outros bens móveis, etc.

Do ponto de vista da admissão de riscos, é exigido o mais alto nível possível de garantias reais. Para o cálculo do capital regulatório, só são tomados em consideração aqueles que estão em conformidade com os requisitos mínimos de qualidade descritos nos acordos da Basileia.

Um caso muito importante de uma garantia financeira é o colateral. Colateral é um conjunto de instrumentos com valor econômico certo e liquidez elevada, que são depositados/transferidos por uma contraparte em favor de outra para garantir / reduzir o risco de crédito de contraparte que pode resultar de carteiras de derivativos com risco existentes entre elas.

A natureza dos acordos de colaterais é diversa, mas qualquer que seja a forma concreta de colateralização, o objetivo final, como a técnica de netting, é reduzir o risco de contraparte.

As operações sujeitas a acordos com colateral são avaliadas periodica-mente (normalmente todos os dias) e sobre o saldo líquido resultante dessa avaliação, aplicam-se os parâmetros definidos no acordo de forma que se obtenha um valor de colateral (geralmente dinheiro ou títulos) a pagar ou receber da contraparte.

No que diz respeito às garantias imobiliárias, existem processos de reavaliação periódicos, com base em valores reais de mercado para diferentes tipos de imóveis, que atendem todos os requisitos estabe-lecidos pelo órgão regulador.

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Perfil de risco > Risco de crédito5. Relatório de gestão de riscos

RELATÓRIO ANUAL 2015

Na aplicação de técnicas de mitigação, devem ser obedecidos os re-quisitos mínimos estabelecidos no manual de políticas de gestão de riscos de crédito e que resumidamente consistem em monitorar:

• A segurança jurídica Deve ser examinada e verificada a todo o momento a existência da possibilidade de exigir legalmente a liquidação das garantias.

• A inexistência de correlação positiva significativa entre a contra-parte e o valor da garantia.

• Documentação adequada de todas as garantias.

• A disponibilidade da documentação das metodologias utilizadas para cada técnica de mitigação.

• O adequado acompanhamento e inspeção periódica das mesmas.

Garantias pessoais e derivativos de créditoEsse tipo de garantia corresponde àquelas colocadas a um terceiro, dada a necessidade de responder pelas obrigações assumidas por outro frente ao Grupo. Isso inclui, por exemplo, fianças, avais, standby letters of credit, etc. Só se podem reconhecer, para efeitos de cálculo de capital, as garantias prestadas por terceiros que estejam em conformidade com os requisitos mínimos estabelecidos pelo órgão supervisor.

Os derivativos de crédito são instrumentos financeiros cujo principal objetivo é cobrir o risco de crédito através da compra de proteção a um terceiro, para que o Banco transfira o risco do emitente do subjacente. Os derivativos de crédito são instrumentos OTC (over the counter), ou seja, são negociados em mercados de balcão. Os hedges com derivativos de crédito, realizados principalmente por meio de credit default swaps são contratados com instituições financeiras de primeira linha.

As informações sobre técnicas de mitigação podem ser vistas na seção Técnicas de redução de risco de crédito do Relatório com Relevância Prudencial (Pilar III). Também é possível consultar maiores detalhes sobre derivativos de crédito na seção Atividade em derivativos de crédito na seção D.1.4.1 Risco de crédito por atividades em mercados financeiros deste relatório.

1. Estudo do risco e processo de qualificação de crédito

2. Planejamento (Plano Estratégico Comercial – PEC)• Análise de cenários

3. Estabelecimento de limites/Pré-classificações

4. Decisão sobre operações• Mitigantes

5. Acompanhamento/ Antecipação

6. Medição e controle7. Gestão de recuperações

• Carteira com perda de valor e reestruturada

CONTROLE

Pré-venda Venda Pós-venda

REALIMENTAÇÃO

D.1.5.5. Acompanhamento/AntecipaçãoA função de acompanhamento é baseada em um processo de obser-vação contínua, que permite detectar de forma antecipada variações que poderiam afetar a qualidade de crédito dos clientes, a fim de tomar providências para corrigir os desvios com impacto negativo.

O acompanhamento baseia-se na segmentação de clientes e é rea-lizado por equipes de riscos dedicadas locais e globais, complemen-

tadas pelo trabalho de auditoria interna Para pessoas físicas, essa função é realizada por meio de modelos de avaliação do comporta-mento do cliente.

A função se concretiza, dentre outras tarefas, na identificação e acompanhamento de empresas de vigilância especial, revisões de ratings de clientes e monitoramento contínuo dos indicadores.

O sistema denominado empresas em vigilância especial (FEVE) dis-tingue quatro graus em função do nível de preocupação das circuns-tâncias observadas (extinguir, afiançar, reduzir e seguir). A inclusão de uma posição no FEVE não implica que se tenha registrado inadim-plências, mas sim a conveniência de adotar uma política específica em relação a ela, determinando o responsável e prazo em que deve ser realizado. Os clientes qualificados no FEVE passam por revisões pelo menos semestralmente, sendo que para os dois graus mais graves, a referida revisão deve ser trimestral. As vias pelas quais uma empresa se qualifica para inclusão no FEVE são o próprio trabalho de acompanhamento, revisão realizada pela auditoria interna, decisão do gestor comercial que tutela a empresa ou entrada em funciona-mento do sistema estabelecido de alarmes automáticos.

As revisões dos ratings atribuídos são feitas pelo menos anualmente, mas quando são detectadas fraquezas, ou em função do próprio ra-ting, são realizadas com uma maior periodicidade.

Para os riscos de pessoas físicas, negócios e PMEs de faturamento menor, é realizada uma tarefa de acompanhamento dos principais indicadores com o objetivo de detectar desvios no comportamento da carteira de crédito relação às previsões realizadas nos programas de gestão de crédito.

1. Estudo do risco e processo de qualificação de crédito

2. Planejamento (Plano Estratégico Comercial – PEC)• Análise de cenários

3. Estabelecimento de limites/Pré-classificações

4. Decisão sobre operações• Mitigantes

5. Acompanhamento/ Antecipação

6. Medição e controle7. Gestão de recuperações

• Carteira com perda de valor e reestruturada

CONTROLE

Pré-venda Venda Pós-venda

REALIMENTAÇÃO

D.1.5.6. Medição e controleAlém de acompanhar a qualidade de crédito dos clientes, o Gru-po Santander estabelece procedimentos de controle necessários para analisar a carteira atual de risco de crédito e sua evolução, através das diferentes fases desse tipo de risco.

A função é desenvolvida avaliando os riscos a partir de diferentes perspectivas complementares entre si, estabelecendo como prin-cipais eixos o controle por região, áreas de negócio, modelos de gestão, produtos etc., facilitando a detecção prematura de focos de ação específicos bem como a elaboração de planos de ação para corrigir eventuais perdas de valor.

Page 55: RELATORIO DE GRSTAO DE RISCOS 2015 - … · 199 D. PERFIL DE RISCO 199 1. Risco de crédito 230 2. Risco de mercado de negociação e estruturais 250 3. Risco de liquidez e financiamento

228

Perfil de risco > Risco de crédito5. Relatório de gestão de riscos

RELATÓRIO ANUAL 2015

Cada eixo de controle admite dois tipos de análise:

1.- Análise quantitativa e qualitativa da carteiraNa análise da carteira controla-se, de forma permanente e sistemáti-ca, a evolução do risco em relação a premissas, limites e padrões de referência, avaliando os efeitos ante situações futuras, tanto exóge-nas como aquelas provenientes de decisões estratégicas, com o fim de estabelecer medidas que situem o perfil e volume da carteira de riscos dentro dos parâmetros fixados pelo Grupo.

Na fase de controle de risco de crédito se usa, dentre outras e adicio-nalmente aos parâmetros tradicionais, os seguintes:

• VMG (variación de mora de gestión, ou variação de inadimplen-tes geridos)

A VMG mede a variação na inadimplência durante um período, des-contando as baixas e considerando as recuperações.

É uma medida agregada em nível de carteira, que permite reação a perdas de valor observadas na evolução da inadimplência.

É obtida como resultado do saldo final menos o saldo inicial de ina-dimplência do período, mais as baixas do período menos os ativos em suspenso recuperados no mesmo período.

A VMG e seus componentes desempenham um papel decisivo como variáveis de rastreamento.

• PE (perda esperada) e capital

A perda esperada é a estimativa de perdas econômicas que ocorre-rão durante o próximo ano da carteira existente em um determinado momento.

É um custo da atividade, e isso deve repercutir no preço das opera-ções. Seu cálculo envolve essencialmente três parâmetros:

• EAD (exposure at default): montante máximo que pode ser perdido como resultado da falta de pagamento.

• PD (probability of default): é a probabilidade de inadimplência de um cliente durante o próximo ano.

• LGD (severidade ou loss given default): reflete a porcentagem de ex-posição que não pode ser recuperada em caso de default Para esse cálculo, são descontadas no momento do default as quantidades recuperadas ao longo de todo o processo de recuperação e esse número é comparado percentualmente o com o montante devido pelo cliente no momento.

São apresentados assim outros aspectos relevantes no risco das operações, como a quantificação das exposições fora do balanço ou o percentual esperado de recuperações relacionadas às garantias existentes da operação e outras propriedades como tipo de produto, prazo, etc.

Os parâmetros de risco também intervêm no cálculo do capital, tan-to econômico como regulatório. A integração na gestão de parâme-tros de capital é essencial para racionalizar o seu uso. Para maiores detalhes, consultar o capítulo D.8. Risco de capital.

2.- Avaliação dos processos de controleInclui a revisão sistemática e regular dos procedimentos e metodo-logia, desenvolvida ao longo de todo o ciclo de risco de crédito para assegurar a sua eficácia e validade.

No ano de 2006, dentro do marco corporativo estabelecido no Grupo para a conformidade com a Lei Sarbanes Oxley, foi esta-belecida uma ferramenta corporativa na intranet do Grupo para a documentação e certificação de todos os subprocessos, riscos operacionais e controles que os minimizam.

Nesse sentido, a divisão de Riscos avalia anualmente a eficiência do controle interno de suas atividades.

1. Estudo do risco e processo de qualificação de crédito

2. Planejamento (Plano Estratégico Comercial – PEC)• Análise de cenários

3. Estabelecimento de limites/Pré-classificações

4. Decisão sobre operações• Mitigantes

5. Acompanhamento/ Antecipação

6. Medição e controle7. Gestão de recuperações • Carteira com perda de

valor e reestruturada

CONTROLE

Pré-venda Venda Pós-venda

REALIMENTAÇÃO

D.1.5.7. Gestão de recuperaçõesA recuperação é uma função relevante no âmbito da gestão de riscos do Grupo. Essa função é desenvolvida pela área de Cobrança e Recu-perações, que define uma estratégia global e um enfoque integral da gestão de recuperações.

O Grupo tem um modelo corporativo de gestão que estabelece as diretrizes e orientações gerais aplicadas em diferentes países, sempre considerando as particularidades locais que a atividade de recuperação requer, seja por seu ambiente econômico, seu modelo de negócio ou pela mistura de ambos. As Áreas de Recuperação são áreas de negócio e gestão direta de clientes, já que este modelo corporativo tem um enfoque de negócio, cuja criação de valor de maneira sustentável no tempo baseia-se na gestão eficaz e eficiente do recebimento, seja pela regularização de saldos em aberto ou pela recuperação total.

O modelo de gestão de recuperações requer a coordenação ade-quada de todas as áreas de Gestão (negócio de recuperações, co-merciais, tecnologia e operações, recursos humanos e riscos) e está sujeito a uma revisão permanente e melhoria contínua dos processos e metodologia de gestão que o sustentam, mediante a aplicação das melhores práticas desenvolvidas nos diferentes países.

Para que essa gestão seja realizada de forma adequada, a atuação é feita em quatro fases principais: irregularidade ou falta de paga-mento no início, recuperação de dívidas em atraso, recuperação de empréstimos baixados e gestão de ativos retomados. Na verdade, o âmbito de atuação da função de recuperação começa antes mesmo do primeiro não-pagamento, quando o cliente apresenta sinais de perda de valor e termina quando a dívida foi paga ou regularizada. A função de recuperação tem como objetivo antecipar o evento de inadimplemento e centra-se na gestão preventiva.

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229

Perfil de risco > Risco de crédito5. Relatório de gestão de riscos

RELATÓRIO ANUAL 2015

O ambiente macroeconômico afeta de forma direta a taxa de inadim-plência e atraso de pagamento dos clientes. Portanto, a qualidade das carteiras é essencial para o desenvolvimento e crescimento de nossos negócios em diferentes países, sendo um foco especial e con-tínuo, as funções de recuperação e cobrança de dívidas para garantir que essa qualidade esteja em todos os momentos dentro dos níveis esperados.

As várias características de clientes tornam necessária uma segmen-tação para realizar uma gestão adequada de recuperação. A gestão em massa para grandes grupos de clientes com produtos e perfis se-melhantes é feita através de processos com um elevado componente tecnológico, enquanto a gestão personalizada destina-se a clientes que, por seu perfil, exigem a alocação de um gerente específico e uma análise mais individualizada.

A atividade de recuperação está alinhada com a realidade social e econômica dos diferentes países e foram usados, com adequados critérios de prudência, diferentes mecanismos de gestão de acordo com sua idade, garantias e condições, assegurando sempre, minima-mente, a qualificação e provisão necessárias.

Dentro da função de recuperação tem tido especial ênfase a gestão dos mecanismos descritos acima para a gestão prematura, seguindo as políticas corporativas, considerando as diferentes realidades lo-cais e com um acompanhamento de perto das produções, estoques e desempenho dos mesmos. Essas políticas são revistas e regularmen-te adaptadas a fim de refletir as melhores práticas de gestão, bem como alterações regulatórias aplicáveis.

Além de ações destinadas a adaptar as operações à capacidade de pagamento do cliente, merece menção especial a gestão de recupe-rações, na qual se busca soluções alternativas aos meios legais para a recuperação antecipada das dívidas.

Uma das maneiras de recuperar dívidas de clientes com grave comprometimento de sua capacidade de pagamento, é a retomada (judicial ou dação em pagamento) de ativos imobiliários que servem como garantia para as operações. Em regiões com alta exposição ao risco imobiliário, como é o caso da Espanha, há instrumentos de gestão de venda muito eficientes que permitem maximizar a recupe-ração e reduzir o saldo de estoque em uma taxa muito maior do que as demais instituições financeiras.

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230

Perfil de risco > Risco de mercado de negociação e estruturais5. Relatório de gestão de riscos

RELATÓRIO ANUAL 2015

D.2. Risco de mercado de negociação e estruturais

Organização da seção

Em primeiro lugar, são descritas as atividades sujeitas a risco de mer-cado, detalhando os diferentes tipos e fatores de risco.

A seguir, dedicamos uma seção a cada um dos tipos de risco de mer-cado em função da finalidade do risco, distinguindo o risco de merca-do de negociação e os estruturais e, dentro desses últimos, os riscos estruturais de balanço e os riscos de pensão e atuariais.

Para cada tipo de risco, são detalhados os aspectos mais importan-tes, como os principais números e sua evolução no ano, as metodo-logias e parâmetros empregados no Santander, bem como os limites usados para seu controle.

D.2.1. Atividades sujeitas a risco de mercado e tipos de risco de mercado

O perímetro de atividades sujeitas a risco de mercado abrange aquelas nas quais se assume o risco patrimonial como resultado de mudanças nos fatores de mercado. Aqui se incluem tanto os riscos da atividade de negociação (trading) como os riscos estruturais que também são afetados pelos movimentos dos mercados.

Esse risco surge da variação dos fatores de risco - taxa de juros, taxas de inflação, taxa de câmbio, renda variável, spread de crédito, preço de matérias-primas e volatilidade de cada um dos anteriores, bem como do risco de liquidez dos diversos produtos e mercados nos quais o Grupo atua.

• O risco de taxa de juros é a possibilidade de que variações nessas taxas possam afetar de modo negativo o valor de um instrumento financeiro, uma carteira ou o Grupo todo. Isso afeta, dentre outros, empréstimos, depósitos, títulos da dívida, a maioria dos ativos e passivos das carteiras de negociação, bem como os derivativos.

• O risco da taxa de inflação é a possibilidade de que variações nessas taxas possam afetar de modo negativo o valor de um instru-mento financeiro, uma carteira ou o Grupo todo. Isso afeta, dentre outros, empréstimos, títulos da dívida e derivativos, cuja rentabili-dade esteja vinculada a inflação ou a uma taxa de variação real.

• O risco da taxa de câmbio é definido como a sensibilidade do valor da posição em moeda diferente da moeda base em um potencial movimento das taxas de câmbio. Desta forma, uma posição longa ou comprada em moeda estrangeira produzirá uma perda caso essa moeda se desvalorize frente à moeda base. Entre as posições afeta-das por esse risco estão os investimentos em subsidiárias em moe-das que não sejam o euro, bem como empréstimos, títulos e valores mobiliários e derivativos denominados em moeda estrangeira.

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Perfil de risco > Risco de mercado de negociação e estruturais5. Relatório de gestão de riscos

RELATÓRIO ANUAL 2015

• O risco de renda variável é a sensibilidade do valor de posições abertas em títulos de renda variável ante movimentos adversos de seus preços de mercado ou nas expectativas de dividendos futuros. Afeta, dentre outros instrumentos, posições em ações, índices de renda variável, títulos conversíveis e derivativos sobre subjacentes de renda variável (put, call, equity swaps, etc.).

• O risco de spread de crédito é o risco ou a sensibilidade do valor das posições abertas em títulos de renda fixa ou em derivativos de crédito frente os movimentos nas curvas de spread de crédito ou nas taxas de recuperação (TR) associadas a emitentes e tipos específicos de dívida. O spread é um diferencial entre os instru-mentos financeiros negociados com uma margem sobre outros instrumentos de referência, principalmente TIR de títulos do go-verno e as taxas de juros interbancárias.

• O risco de preço das matérias-primas é o risco derivado do efei-to que as alterações potenciais têm nos preços das matérias-pri-mas. A exposição do Grupo a esse risco não é relevante, estando concentrada em operações de derivativos sobre matérias-primas com clientes.

• O risco de volatilidade é o risco ou a sensibilidade do valor da carteira frente a alterações na volatilidade dos fatores de risco: taxas de juros , taxas de câmbio, ações, spreads de crédito e maté-rias-primas. Os instrumentos financeiros que incorrem nesse risco são os que têm a volatilidade como uma variável em seu modelo de avaliação. O caso mais significativo é o das carteiras de opções financeiras.

Todos esses riscos de mercados podem ser minimizados parcial ou totalmente mediante o uso de derivativos como opções, futuros, forwards e swaps.

Além disso, existem outros tipos de riscos de mercado, cujo hed-ging é mais completo. Os riscos são:

• Risco de correlação. É definido como a sensibilidade do valor da carteira a mudanças na relação entre os fatores de risco (correla-ção), sejam do mesmo tipo (por exemplo, entre duas taxas de câm-bio) ou de natureza diferente (por exemplo, entre um taxa de juros e o preço de uma matéria-prima).

• Risco de liquidez de mercado. Risco de que uma empresa do Gru-po ou o Grupo todo seja incapaz de desfazer ou fechar uma posição a tempo sem causar impacto no preço de mercado ou no custo da operação. O risco de liquidez de mercado pode ser causado pela redução do número de criadores de mercado ou investidores institucionais, a execução de grandes volumes de transações, a volatilidade dos mercados e aumenta com a concentração existente em determinados produtos e moedas.

• Risco de pagamentos antecipados ou cancelamento. Quando em determinadas operações a relação contratual permite, explicita ou implicitamente, o cancelamento antecipado antes do vencimento sem negociação, há o risco de que os fluxos de caixa tenham que ser reinvestidos a uma taxa de juros possivelmente inferior. Afeta principalmente os empréstimos ou títulos imobiliários.

• Risco de garantia. Surge como consequência da participação de uma instituição na garantia de uma colocação de títulos ou outro tipo de dívida, assumindo o risco de passar a possuir parcialmente a emissão ou o empréstimo em virtude da não colocação do total da mesma entre os potenciais compradores.

Por outro lado, o risco de pensões e o risco atuarial também depen-dem dos movimentos nos fatores de mercado, descritos mais adiante nesta seção.

Em função da finalidade de risco, as atividades são segmentadas da seguinte forma:

a) Negociação: atividade de serviços financeiros a clientes e a atividade de compra-venda e posicionamento em produtos de renda fixa, renda variável e câmbio, principalmente. A principal responsável por sua gestão é a SGCB (Santander Global Corporate Banking).

b) Riscos estruturais: fazemos distinção entre riscos do balanço e dos riscos de pensões e atuarial:

b.1) Riscos estruturais do balanço: riscos de mercado inerentes ao balanço excluindo a carteira de negociação. As decisões de gestão desses riscos são tomadas por meio dos comitês ALCO de cada país, em coordenação com o comitê ALCO do Grupo e são executadas pela divisão de Gestão Financeira. Com essa gestão, busca-se dar estabilidade e recorrência à margem fi-nanceira da atividade comercial e ao valor econômico do Gru-po, mantendo certos níveis adequados de liquidez e solvência. Os riscos são:

• Risco de juros estruturais: ocorre devido às defasagens existentes nos vencimentos e reavaliação de todos os ativos e passivos do balanço.

• Risco de câmbio estrutural/hedging de resultados: risco de taxa de câmbio em consequência de que a moeda na qual é realizado o investimento é diferente do euro, tanto nas empresas consolidáveis como nas não consolidáveis (taxa de câmbio estrutural). Além disso, também estão incluídas nes-te item as posições de hedging de taxa de câmbio de resulta-dos futuros gerados em moedas diferentes do euro (hedging de resultados).

• Risco de renda variável estrutural: estão incluídos neste item os investimentos por meio de participações de capital em companhias que não são consolidadas, financeiras e não financeiras, bem como por carteiras disponíveis para venda formadas por posições em renda variável.

b.2) Riscos de pensões e atuarial:

• Risco de pensões: risco assumido pela Instituição em re-lação aos compromissos de pensão com seus funcionários. Reside na possibilidade de que o fundo não cubra esses com-promissos no período de acúmulo do benefício e que a ren-tabilidade obtida pela carteira não seja suficiente e obrigue o Grupo a aumentar o nível de contribuições.

• Risco Atuarial: perdas inesperadas, consequência de um au-mento nos compromissos com os tomadores do seguro, bem como perdas derivadas de um aumento imprevisto dos gastos.

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232

Perfil de risco > Risco de mercado de negociação e estruturais

RELATÓRIO ANUAL 20155. Relatório de gestão de riscos

D.2.2. Riscos de mercado de negociação

D.2.2.1. Principais números e evoluçãoO perfil de risco de negociação do Grupo Santander manteve-se modera-damente baixo em 2015, em linha com os exercícios anteriores, devido ao fato de que, historicamente, suas atividades estão centradas em prestar serviços a seus clientes, e também virtude da exposição limitada a ativos estruturados complexos e da diversificação geográfica e por fator de risco.

D.2.2.1.1. Análise do VaR18

Em 2015, o Grupo Santander manteve sua estratégia de concentrar sua atividade de negociação nas atividades dos clientes, minimizan-do a possibilidade de exposições de risco direcionais abertas em uma base líquida. Isso se refletiu no Value at Risk (VaR), da carteira de negociação do SGCB, o qual evoluiu em torno da média dos últi-mos três anos e encerrou 2015 em 13,6 milhões de euros19.

MÍN (8,2)

Jan

2013

Mar

20

13

Mai

20

13

Jul 2

013

Set 2

013

Nov

20

13

Jan

2014

Mar

20

14

Mai

20

14

Jul 2

014

Set 2

014

Nov

20

14

Jan

2015

Mar

20

15

Mai

20

15

Jul 2

015

Set 2

015

Nov

20

15

Dez

20

15

35

30

25

20

15

10

5

Evolução do VaR 2013-2015Milhões de euros. VaR a 99% com horizonte temporal de um dia

— VaR— Média móvel 15 dias— VaR médio 3 anos

MÁX (31,0)

O VaR flutuou entre 10,3 e 31 milhões de euros em 2015. As variações mais significativas decorreram das mudanças na exposição à taxa de câmbio e taxa de juros, bem como à volatilidade do mercado.

O VaR médio em 2015, 15,6 milhões de euros, mostrou-se bastante similar ao assumido nos dois anos anteriores (16,9 milhões de euros em 2014 e 17,4 milhões de euros em 2013).

O histograma a seguir descreve a distribuição de frequências apre-sentada pelo risco medido em termos de VaR no período de 2013 a 2015. Pode-se observar o acúmulo de dias com níveis entre 9,5 e 23 milhões de euros (96%). Os valores acima de 23 milhões de euros (3,2%) concentram-se em períodos afetados principalmente por incrementos pontuais na volatilidade fundamentalmente no real bra-sileiro contra o dólar e o euro, bem como as taxas de juros durante a época de resgate da Grécia.

Histograma de risco VaRVaR a 99% com horizonte temporal de um dia Número de dias (%) em cada faixa

Núm

ero

de d

ias

(%)

<9,5

0,8%

11

2,6%

12,5

10,0%

14

11,5%

15,5

16,3%

17

14,7%

18,5

12,5%

20

15,1%21

,5

8,4%

23

5,0%

> 23

3,2%

VaR em milhões de euros

18. Value at Risk. A definição e metodologia de cálculo do VaR encontra-se na seção D.2.2.2.1. Value at Risk (VaR) deste Relatório.

19. Relativo à atividade de negociação em mercados financeiros do SGCB (Santander Global Corporate Banking). Além da atividade de negociação do SGCB, há outras posi-ções classificadas contabilmente como negociação, sendo o VaR total de negociação desse perímetro contábil de 14,5 milhões de euros.

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233

Perfil de risco > Risco de mercado de negociação e estruturais

RELATÓRIO ANUAL 20155. Relatório de gestão de riscos

Risco por fatorA seguir apresentamos os valores médios e últimos do VaR a 99% por fator de risco nos três últimos anos, assim como seus valores mí-nimos e máximos e o Expected Shortfall (ES) a 97,5%20 em 2015:

Estatísticas de VaR e Expected Shortfall por fator de risco21 22 Milhões de euros. VaR a 99% e ES a 97,5% com horizonte temporal de um dia

Total

2015 2014 2013

VaR (99%)ES

(97,5%)

Último

VaR VaR

Mínimo Média Máximo Último Média Último Média Último

10,3 15,6 31,0 13,6 14,0 16,9 10,5 17,4 13,1

ciaç

ão Efeito diversificação (5,0) (11,1) (21,3) (5,8) (5,7) (13,0) (9,3) (16,2) (12,3)

go

Taxa de Juros 9,7 14,9 28,3 12,7 12,7 14,2 10,5 12,7 8,5

ee

N Renda Variável 1,0 1,9 3,8 1,1 1,1 2,7 1,8 5,6 4,7

Taxa de câmbio 1,6 4,5 15,2 2,6 2,4 3,5 2,9 5,4 4,7

Tota

l d

Spread de Crédito 1,9 5,2 13,7 2,9 3,4 9,3 4,6 9,6 7,2

Matérias-Primas 0,0 0,2 0,6 0,1 0,1 0,3 0,1 0,3 0,3

Total 7,4 11,6 24,8 11,1 11,2 12,2 7,3 13,9 9,9

Efeito diversificação (1,1) (8,3) (17,2) (5,6) (5,8) (9,2) (5,5) (14,1) (9,0)

Euro

pa

Taxa de Juros 6,1 10,6 25,1 10,9 10,7 8,9 6,2 9,3 6,6

Renda Variável 0,8 1,4 2,9 1,0 1,0 1,7 1,0 4,3 2,6

Taxa de câmbio 0,7 3,3 10,7 1,9 1,8 2,9 1,5 5,2 3,7

Spread de Crédito 1,6 4,4 11,5 2,8 3,4 7,6 3,9 9,0 5,8

Matérias-Primas 0,0 0,2 0,6 0,1 0,1 0,3 0,1 0,3 0,3

na

Total 5,4 10,6 27,4 9,7 6,7 12,3 9,8 11,1 6,9

Lat

i Efeito diversificação (0,5) (4,8) (10,6) (4,4) (1,5) (3,5) (12,2) (5,3) (6,7)

rica Taxa de Juros 5,7 10,7 27,2 9,3 6,4 11,8 9,8 9,6 5,9

Am

é Renda Variável 0,5 1,5 3,2 0,5 0,6 2,1 3,0 3,2 2,9

Taxa de câmbio 0,7 3,2 8,2 4,3 1,3 2,0 9,2 3,5 4,7

Total 0,3 0,9 2,0 0,9 0,8 0,7 0,7 0,8 0,5

Efeito diversificação (0,1) (0,5) (1,4) (0,4) (0,3) (0,3) (0,2) (0,4) (0,2)

A e

Ási

a

Taxa de Juros 0,2 0,8 1,6 0,8 0,8 0,7 0,7 0,7 0,5

EU Renda Variável 0,0 0,1 1,8 0,0 0,0 0,1 0,0 0,1 0,0

Taxa de câmbio 0,2 0,4 1,1 0,4 0,3 0,3 0,2 0,4 0,2

Total 0,3 1,6 3,0 0,4 0,3 2,3 1,9 1,5 2,0

Ati

vida

des

is Efeito diversificação 0,1 (0,6) (2,7) (0,2) (0,1) (0,6) (0,6) (0,3) (0,5)

alo

b Taxa de Juros 0,0 0,5 3,0 0,1 0,0 0,6 0,4 0,3 0,4

G Spread de Crédito 0,3 1,6 2,8 0,4 0,0 2,2 1,9 1,5 2,1

Taxa de câmbio 0,0 0,0 0,2 0,0 0,3 0,0 0,2 0,1 0,0

20. Na seção D.2.2.2.2 Stressed VaR (sVaR) e Expected Shortfall (ES) detalha-se a definição desse parâmetro. Seguindo a recomendação do Comitê da Basileia em seu Funda-mental review of the trading book: a revised market risk framework (outubro 2013), o nível confiança de 97,5% representa aproximadamente um nível de risco similar ao capta-do pelo VaR com o nível de confiança de 99%.

21. VaR de Atividades Globais inclui operações não atribuídas a nenhuma região específica.

22. Na América Latina, nos Estados Unidos e na Ásia, os níveis de VaR dos fatores spread de crédito e matérias-primas não são mostrados separadamente por sua escassez ou pouca importância.

Page 61: RELATORIO DE GRSTAO DE RISCOS 2015 - … · 199 D. PERFIL DE RISCO 199 1. Risco de crédito 230 2. Risco de mercado de negociação e estruturais 250 3. Risco de liquidez e financiamento

234

Perfil de risco > Risco de mercado de negociação e estruturais

RELATÓRIO ANUAL 20155. Relatório de gestão de riscos

O VaR no encerramento de 2015 teve aumento de 3 milhões de euros em relação a 2014, embora o VaR médio tenha diminuído em 1,4 milhão de euros. Por fator de risco, o VaR médio registrou aumento nas taxas de juros e de câmbio, enquanto teve queda em renda variável e spread de crédito. Por área geográfica, teve ligeira alta nos Estados Unidos/Ásia ao passo que nas demais regiões registrou contração.

A evolução do VaR por fator de risco seguiu uma tendência geral de es-tabilidade nos últimos anos. Os saltos transitórios no VaR dos diversos fa-tores explicam-se mais por aumentos pontuais da volatilidade dos preços de mercado que por variações significativas nas posições.

25

20

15

10

5

0

— VaR taxa de juros— VaR renda variável— VaR taxa de câmbio

— VaR spreads crédito— VaR commodities

Jan

2013

Mar

20

13

Mai

20

13

Jul 2

013

Set 2

013

Nov

20

13

Jan

2014

Mar

20

14

Mai

20

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Jul 2

014

Set 2

014

Nov

20

14

Jan

2015

Mar

20

15

Mai

20

15

Jul 2

015

Set 2

015

Nov

20

15

Dez

20

15

Histórico de VaR por fator de riscoMilhões de euros. VaR a 99%, com horizonte temporal de um dia (média móvel de 15 dias)

Por fim, na tabela anexa, constam estatísticas comparativas do VaR frente ao stressed VaR23 para a atividade de negociação das duas carteiras com o maior VaR médio em 2015.

Estatísticas de Stressed VaR x VaR em 2015: principais carteirasMilhões de euros. Stressed VaR e VaR a 99%, com horizonte temporal de um dia

Mín. Média Máx. Último

Espanha- G10

VaR (99%) 4,0 8,9 15,9 8,8

Stressed VaR (99%) 11,4 19,4 26,8 13,5

VaR (99%) 4,5 9,5 25,6 9,4Brasil

Stressed VaR (99%) 8,1 16,6 39,9 14,2

D.2.2.1.2. Medidas de calibragem e contrasteAs perdas reais podem diferir das previstas pelo VaR por razões distintas, todas elas relacionadas com as limitações desse parâ-metro e que serão detalhadas mais à frente na seção de metodo-logias. Por isso o Grupo realiza regularmente análise e provas de contraste da bondade do modelo de cálculo do VaR, com o objeti-vo de confirmar sua confiabilidade.

A prova mais importante consiste nos exercícios de backtesting, ana-lisados tanto em nível local como global seguindo em todos os casos a mesma metodologia. O exercício de backtesting consiste em com-parar as medições de VaR previstas, dado um certo nível de confian-ça e horizonte temporal, com os resultados reais de perdas obtidos durante um horizonte de tempo igual ao estabelecido. Isso permite detectar anomalias no modelo de VaR da carteira em questão (por exemplo, deficiências na parametrização dos modelos de avaliação de certos instrumentos, proxies pouco adequados, etc.).

No Santander são calculados e avaliados três tipos de backtesting:

• Backtesting ‘limpio’: o VaR diário é comparado com os resultados obtidos sem levar em conta os resultados intradiários nem as alte-rações nas posições da carteira. Esse método se opõe ao método da correção dos modelos individuais usados para avaliar e medir os riscos das diferentes posições.

• Backtesting sobre resultados completos: o VaR diário é compa-rado com os resultados líquidos do dia, incluindo os resultados das operações intradiárias e aqueles gerados por comissões.

• Backtesting sobre resultados completos sem margens (mark up’s) nem comissões: o VaR diário é comparado com os resultados líquidos do dia, incluindo os resultados das operações intradiárias, porém excluindo os gerados por margens e comissões. Esse méto-do destina-se a ter uma ideia do risco intradiário assumido pelas tesourarias do Grupo.

Para o primeiro dos casos e a carteira total, em 2015 houve quatro exceções de Value at Earnings (VaE)24 a 99% (dias nos quais o lucro diário foi superior ao VaE) nos dias 15 de janeiro, 23 de janeiro, 19 de maio e 3 de dezembro, explicadas principalmente pelos fortes movi-mentos nas taxas de câmbio do euro frente ao franco suíço e à libra esterlina, e do euro e o dólar frente ao real. Por outro lado, os altos níveis de VaE no final do ano foram resultado da desvalorização do peso argentino após a eliminação das restrições cambiais do país.

Também houve uma exceção do VaR a 99% (dias nos quais a perda diária foi superior ao VaR) no dia 24 de setembro, explicada principal-mente da mesma forma que os casos anteriores pela alta volatilidade das taxas de câmbio, nesse caso do euro e o dólar frente ao real.

O número de exceções respondeu ao comportamento esperado do modelo de cálculo de VaR, uma vez que trabalha com um nível de confiança de 99% e o período de análise é de 1 ano (durante um lon-go período de tempo, espera-se uma média de duas ou três exceções por ano).

23. Descrição na seção D.2.2.2.2. Stressed VaR (sVaR) e Expected Shortfall (ES).

24. A definição e metodologia de cálculo do VaR encontra-se na seção D.2.2.2.1. Value at Risk (VaR) deste Relatório.

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235

Perfil de risco > Risco de mercado de negociação e estruturais

RELATÓRIO ANUAL 20155. Relatório de gestão de riscos

2 ja

n 20

13

19 fe

v 20

13

8 ab

r 20

13

26 m

ai 2

013

13 ju

l 20

13

30 a

go 2

013

17 o

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13

21 ja

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14

10 m

ar 2

014

27 a

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014

14 ju

n 20

14

1 ago

20

14

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014

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v 20

14

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9 fe

v 20

15

29 m

ar 2

015

19 m

ai 2

015

3 ju

l 20

15

20 a

go 2

015

7 ou

t 20

15

24 n

ov 2

015

31 d

ez 2

015

60

45

30

15

0

-15

-30

-45

Backtesting de carteiras de negociação: resultados diários x Valor em Risco (VaR) do dia anteriorMilhões de euros

— DRE Limpio

— VaE 99%

— VaE 95%

— VaR 99%

— VaR 95%

D.2.2.1.3. Distribuição de riscos e resultados de gestão25

Distribuição geográficaNa atividade de negociação, a contribuição média da América Latina ao VaR total do Grupo em 2015 foi de 45,1%, contra uma contribuição de 39,7% para os resultados econômicos. Por sua vez, a Europa, com um peso de 53,6% no risco global, contribuiu com 54% dos resulta-dos. Em relação a anos anteriores, observa-se uma homogeneização progressiva no perfil da atividade nas diferentes unidades do Grupo, com foco de forma generalizada no serviço a clientes profissionais e institucionais.

A seguir, a contribuição geográfica ao total do Grupo expressa em porcentagem, tanto em riscos, medidos em termos de VaR, como em resultados, medidos em termos econômicos.

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

Binômio VaR – Resultado de Gestão: distribuição geográficaVaR médio (a 99%, com horizonte temporal de 1 dia) e resultado de gestão acumulado anual (milhões de euros). % sobre os totais anuais

América Latina

Res

ulta

do d

a ge

stão

men

sal

Res

ulta

do d

a ge

stão

men

sal

Res

ulta

do d

a ge

stão

men

sal

Res

ulta

do d

a ge

stão

men

sal

VaR

méd

io

anua

l

VaR

med

io

anua

l

VaR

méd

io

anua

l

VaR

méd

io

anua

l

2013

2013

2013

2013

2013

2013

2013

2013

2014

2014

2014

2014

2014

2014

2014

2014

2015

2015

2015

2015

2015

2015

2015

2015

Europa EUA e Ásia Atividades Globais

Resultado da gestão

2013 2014 2015

VaR médio anual

2013 2014 2015

25. Resultados em termos semelhantes à margem bruta (não incluem despesas operacionais; o financeiro seria o único custo).

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236

Perfil de risco > Risco de mercado de negociação e estruturais

RELATÓRIO ANUAL 20155. Relatório de gestão de riscos

Distribuição temporalNo gráfico a seguir, apresentamos o perfil temporal da assunção de risco, em termos de VaR, frente ao resultado ao longo de 2015. É pos-sível observar que o VaR médio manteve-se relativamente estável, embora com valores mais elevados no segundo trimestre do ano, en-quanto que os resultados evoluíram de maneira mais regular durante o primeiro semestre do ano, com queda no segundo semestre.

Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro

15%

10%

5%

0%

Distribuição temporal de riscos e resultados em 2015: percentuais sobre totais anuaisVaR (a 99%, com horizonte temporal de 1 dia) e resultado de gestão acumulado anual (milhões de euros), % sobre totais anuais

Resultado de gestão mensal VaR médio mensal

O histograma de frequências a seguir mostra em detalhes a distribui-ção dos resultados econômicos diários em função de sua magnitude no período 2013-2015. Observa-se que em mais de 97,4% dos dias com mercado aberto os rendimentos diários26 situaram-se em um intervalo entre –15 e +15 milhões de euros.

2,4

16,2

27,9

9,2

5,0

1,0 1,0

36,7

<-20

,0

-15,

0

-10

,0

-5,0

0,0 5,0

10,0

15,0

20,0

> 20

,0

Núm

ero

de d

ias

(%)

Histograma de frequências de resultados de gestão diários (MtM) Resultados diários de gestão “limpos” de comissões e operações intradia (milhões de euros). Número de dias (%) em cada faixa

0,1 0,4

26. Rendimentos “limpos” de comissões e resultados derivados de operação intradia.

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237

Perfil de risco > Risco de mercado de negociação e estruturais

RELATÓRIO ANUAL 20155. Relatório de gestão de riscos

D.2.2.1.4. Gestão de risco de derivativosA atividade de derivativos está orientada principalmente à comer-cialização de produtos de investimento e ao hedge de riscos para clientes. A gestão está orientada para que o risco líquido aberto seja o menor possível.

Esse tipo de operações inclui tanto opções de renda variável como de renda fixa e taxa de câmbio. As unidades de gestão onde essas atividades foram realizadas principalmente são Espanha, Santander UK e em menor grau, Brasil e México.

No gráfico a seguir, mostramos a evolução do risco VaR Vega27

do negócio de derivativos nos três últimos anos. Observa-se que flutuou em torno de uma média de 6 milhões de euros. Em geral, os

períodos com níveis de VaR mais elevados correspondem a episó-dios de aumento significativo da volatilidade nos mercados. A evo-lução experimentada pelo VaR Vega no segundo trimestre de 2013 é consequência do aumento de volatilidade das curvas de taxas de juros do euro e do dólar, que coincide com uma estratégia de hedge de operações com clientes de elevado montante.

Em 2015, o VaR Vega, embora semelhante ao do ano anterior durante o primeiro trimestre, foi afetado nos dois trimestres se-guintes pela alta volatilidade do mercado em virtude de eventos como o resgate da Grécia, a alta volatilidade da bolsa na China e a desvalorização de sua moeda, o rebaixamento do rating no Brasil, bem como a forte desvalorização do real frente ao euro e ao dólar.

24

22

20

18

16

14

12

10

8

6

4

2

— VaR Vega— Média móvel 15 dias

Evolução de risco (VaR) do negócio de derivativosMilhões de euros. VaR Vega a 99%, com horizonte temporal de um dia

Jan

2013

Mar

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13

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13

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013

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013

Nov

20

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Jan

2014

Mar

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20

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Set 2

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Nov

20

14

Jan

2015

Mar

20

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Mai

20

15

Jul 2

015

Set 2

015

Nov

20

15

Dez

20

15

Quanto ao VaR Vega por fator de risco, em média, a exposição este-ve concentrada, nessa ordem, em taxa de juros, renda variável, taxa de câmbio e matérias-primas. Isso é mostrado na tabela a seguir:

Derivativos financeiros. Risco (VaR) por fator de riscoMilhões de euros. VaR a 99%, com horizonte temporal de um dia

2015 2014 2013

Mínimo Média Máximo Último Média Último Média Último

VaR Vega Total 2,6 6,8 12,8 7,0 3,3 2,7 8,0 4,5

Efeito diversificação (0,0) (2,3) (3,9) (1,7) (2,1) (2,6) (3,8) (2,7)

VaR taxa de juros 1,7 6,5 12,6 7,3 2,4 1,7 6,6 4,1

VaR renda variável 0,7 1,5 2,4 0,8 1,8 2,0 3,4 1,8

VaR taxa de câmbio 0,4 1,1 2,1 0,6 1,2 1,6 1,7 1,3

VaR Matérias-Primas 0,0 0,1 0,4 0,0 0,0 0,1 0,1 0,1

27. Entende-se pelo termo grego “Vega” a sensibilidade do valor de uma carteira frente a alterações no preço da volatilidade de mercado.

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Perfil de risco > Risco de mercado de negociação e estruturais

RELATÓRIO ANUAL 20155. Relatório de gestão de riscos

Quanto à sua distribuição por unidade de negócio, a exposição tem se concentrado, nesta mesma ordem, na Espanha, Santander UK, México e Brasil.

Derivativos financeiros. Risco (VaR) por unidadeMilhões de euros. VaR a 99%, com horizonte temporal de um dia

2015 2014 2013

Mínimo Média Máximo Último Média Último Média Último

VaR Vega Total 2,6 6,8 12,8 7,0 3,3 2,7 8,0 4,5

Espanha 1,3 6,6 12,6 6,9 2,4 1,5 7,0 3,8

Santander UK 0,6 0,9 1,3 0,9 1,4 0,9 2,2 1,6

Brasil 0,3 0,7 1,5 0,4 0,8 0,7 1,2 0,9

México 0,2 0,8 1,8 0,3 0,9 1,3 1,2 1,2

O risco médio em 2015 (6,8 milhões de euros) ficou ligeiramente abaixo ao de 2013 e acima de 2014, pelos motivos comentados acima.

O Grupo Santander continua tendo uma exposição muito limita-da a instrumentos ou veículos estruturados complexos, reflexo da manutenção de uma cultura de gestão na qual a prudência na gestão de riscos constitui um de seus principais símbolos de identidade. Especificamente, no final de 2015, o Grupo contava com:

• Hedge funds: a exposição total não é significativa (219,8 milhões de euros no encerramento de dezembro de 2015), sendo toda indireta, principalmente atuando como contraparte em operações com de-rivativos, bem como em operações de financiamento aos referidos fundos, Essa exposição apresenta níveis baixos de loan to value, em torno de 16,7% (colateral de 1,225 bilhão de euros no encerramento de dezembro). O risco com esse tipo de contraparte é analisado caso a caso, estabelecendo os percentuais de colateralização em função das características e ativos de cada fundo.

• Monolines: a exposição do Santander a empresas seguradoras de títulos (denominadas monolines) era, em dezembro de 2015, de 137,9 milhões de euros28, associada principalmente à exposição indireta, 136,1 milhões de euros, em virtude da garantia prestada por esse tipo de instituição a diversas operações de financiamento ou se-curitização tradicional. A exposição nesse caso é ao duplo default, sendo os subjacentes primários de alta qualidade de crédito. O pequeno remanescente é exposição direta (por exemplo, via com-pra de proteção de risco de não pagamento de alguma dessas em-presas seguradoras através de um credit default swap). A exposição manteve-se praticamente igual à de 2014.

Finalmente, pode-se afirmar que a exposição a esse tipo de instrumen-to, resultado da operação habitual do Grupo, em geral vem diminuindo desde 2015. Sua origem deve-se principalmente à integração de posições de instituições adquiridas pelo Grupo, como a Sovereign em 2009. Todas essas posições eram conhecidas no momento da compra, tendo sido devidamente aprovisionadas. Desde a integração no Grupo, essas posições apresentaram redução significativa, com o objetivo final de sua eliminação do balanço.

A política do Santander em relação à aprovação de novas operações relacionadas a estes produtos continua sendo muito prudente e conservadora, e está sujeita a uma estrita supervisão por parte da Administração do Grupo. Antes de dar aprovação à implementação de uma nova operacionalidade, produto ou subjacente, são feitas as verificações a seguir pela divisão de riscos:

• A existência de um modelo de avaliação adequado para o acompa-nhamento do valor de cada exposição, mark-to-market, mark-to-mo-del; ou mark-to-liquidity.

• A disponibilidade de dados observáveis no mercado (inputs) neces-sários para aplicar o referido modelo de avaliação.

Sempre que os dois pontos anteriores forem cumpridos:

• A disponibilidade de sistemas adequados e devidamente adaptados para o cálculo e acompanhamento diário dos resultados, posições e riscos das novas operações planejadas.

• O grau de liquidez do produto ou subjacente, de modo a possibili-tar seu hedging no momento oportuno.

D.2.2.1.5. Risco emissor nas carteiras de negociaçãoA atividade de negociação em risco de crédito concentra-se princi-palmente na Tesouraria da Espanha. É instrumentalizado via posições em títulos e CDS (Credit Default Swaps) com prazos diferentes sobre referências corporativas e financeiras, assim como em índices (Itraxx, CDX).

Na tabela anexa, apontamos as maiores posições ao final do ano para a Espanha, distinguindo entre posições compradas (compra de títulos ou venda de proteção via CDS) e posições vendidas (venda de títulos ou compra de proteção via CDS).

28. Não são consideradas como exposição as garantias prestadas por monolines em títulos emitidos por governos estaduais nos EUA (Municipal Bonds), que totalizaram, em dezembro de 2015, 19,1 milhões de euros.

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Perfil de risco > Risco de mercado de negociação e estruturais

RELATÓRIO ANUAL 20155. Relatório de gestão de riscos

Milhões de euros. Dados em 31 de dezembro de 2015

Maiores posições compradas (venda de proteção)

Maiores posições vendidas (compra de proteção)

Exposição em caso de default (EAD)

% sobre EAD total

Exposição em caso de default (EAD)

% sobre EAD total

1ª referência 131 5,09% (32) 4,30%

2ª referência 124 4,82% (25) 3,36%

3ª referência 59 2,29% (23) 3,09%

4ª referência 54 2,10% (23) 3,09%

5ª referência 51 1,98% (20) 2,68%

Subtotal top 5 419 16,29% (124) 16,64%

Total 2,572 100,00% (745) 100,00%

Obs.: supõe-se recuperação nula (LCR = 0) no cálculo da EAD.

D.2.2.1.6. Análise de cenáriosDurante 2015 foram calculados e analisados periodicamente (pelo menos mensalmente) diferentes cenários de estresse em nível local e global, sobre todas as carteiras de negociação e considerando os mesmos casos por fator de risco.

Cenário de volatilidade máxima (worst case)Dedica-se atenção especial a esse cenário, combinando movimentos históricos dos fatores de risco com uma análise ad-hoc para descar-tar combinações de variações muito improváveis (por exemplo, que-das fortes da bolsa acompanhadas de um recuo na volatilidade).

A título de variações, aplica-se uma volatilidade histórica, equivalen-te a seis desvios típicos em uma distribuição normal. O cenário está definido tomando para cada fator de risco aquele movimento que representa uma perda potencial maior na carteira, descartando as combinações mais improváveis em termos econômico-financeiros. No final do ano, tal cenário implicava, para a carteira global, altas das curvas de taxas de juros nos mercados latino-americanos e quedas nos core markets, quedas das bolsas, desvalorização de todas as mo-edas frente ao euro, alta dos spreads de crédito e da volatilidade. A tabela a seguir mostra os resultados desse cenário em 31 de dezem-bro de 2015.

Cenário de estresse: volatilidade máxima (worst case)Milhões de euros. Dados em 31 de dezembro de 2015

Taxa de Juros Renda Variável Taxa de câmbio Spread de Crédito Matérias-Primas Total

Total de Negociação (130,1) (3,3) (10,4) (20,2) (0,1) (164,2)

Europa (119,7) (1,5) (0,3) (19,8) (0,1) (141,4)

América Latina (10,2) (1,8) (10,1) 0,0 0,0 (22,1)

Estados Unidos 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Atividades Globais (0,3) 0,0 0,0 (0,4) 0,0 (0,7)

Ásia 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0

Com o resultado da análise conclui-se que a deterioração econômica que o Grupo sofreria em suas carteiras de negociação (em termos de resultado mark to market (MtM), supondo que no mercado ocorram os movimentos de estresse definidos nesse cenário, seria de 164,2 milhões de euros, prejuízo que estaria concentrado na Europa (nesta ordem, em taxas de juros, spreads de crédito e renda variável) e América Latina (nesta ordem, taxa de juros, taxa de câmbio e renda variável).

Outros cenários globais de stressCrise Abrupta: cenário “ad hoc” com movimentos muito bruscos nos mercados. Alta das curvas de taxas de juros, forte recuo das bolsas, valorização expressiva do dólar frente a outras moedas, elevação da volatilidade e dos spreads de crédito.

Crise 11S: cenário histórico dos ataques de 11 de setembro de 2001, com impacto significativo nos mercados norte-americano e mun-dial. Subdivide-se em dois cenários: I) perda máxima acumulada até o pior momento da crise e II) perda máxima em um dia. Nos dois casos, assumem-se quedas nas bolsas, recuo nas taxas de juros nos mercados core e elevação nos emergentes e valorização do dólar frente às outras moedas.

Crise subprime: cenário histórico da crise ocorrida no mercado depois da crise das hipotecas nos Estados Unidos. O objetivo da análise é captar o impacto nos resultados da diminuição da liquidez nos mercados. Os cenários têm dois horizontes temporais distintos, 1 dia e 10 dias; nos dois casos, assumem-se quedas nas bolsas, recuo nas taxas de juros nos mercados core e elevação nos emergentes e valorização do dólar frente às outras moedas.

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RELATÓRIO ANUAL 20155. Relatório de gestão de riscos

Cenário pessimista da EBA: cenário apresentado pela European Banking Authority (EBA) em abril de 2014 em seu exercício de es-tresse The EBA 2014 EU-Wide Stress Test. Responde a um cenário pessimista proposto por bancos europeus pensando em um hori-zonte 2014-2016. Reflete os riscos sistêmicos considerados como as maiores ameaças à estabilidade do setor bancário na União Europeia, compreendendo um aumento nas taxas de rendimento dos títulos em nível global, uma perda ainda maior na qualidade do crédito em países com uma demanda fraca, um estancamento das reformas po-líticas, colocando em risco a sustentabilidade das finanças públicas, e uma carência dos ajustes necessários nos balanços para manter um financiamento de mercado razoável.

Esse último cenário substituiu ao da Crise soberana em novembro de 2014. Tratava-se de um cenário histórico que diferenciava quatro zonas geográficas (Estados Unidos, Europa, América Latina e Ásia) e estabelecia altas nas curvas de taxas de juros, quedas das bolsas e de suas volatilidades, aumento de spreads de crédito e desvalorização do euro e das moedas da América Latina, bem como valorização das moedas asiáticas frente ao dólar.

Mensalmente, é preparado um relatório de avaliação de cenário de estresse consolidado, com as explicações das principais variações dos resultados para os vários cenários e unidades. Além disso, es-tabeleceu-se um mecanismo de alerta, de tal modo que, quando a perda de um cenário é elevada em termos históricos e/ou de capital consumido pela carteira em questão, o fato é comunicado ao respon-sável pelo negócio.

Mostramos os resultados dos cenários globais para os três últimos anos:

2013 2014 2015200

100

0

-100

-200

-300

-400

-500

-600

Worst case

Crise Abrupta

Histórico 11S I

Histórico 11S II

Crise 0708 1d

Crise 07 08 10d

Pessimista EBA

Resultados do estresse. Comparação de cenários 2013-2015 (médias anuais)Milhões de euros

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D.2.2.1.7. Vinculação com os itens do balanço. Outras medidas de risco alternativasA seguir, mostramos os itens do balanço patrimonial consolidado do Grupo sujeitos a risco de mercado, distinguindo as posições cujo principal parâmetro de risco é o VaR dos itens cujo acom-panhamento é realizado com outros parâmetros. Destacamos os itens sujeitos ao risco de mercado de negociação.

Relação de parâmetros de risco com os saldos do balanço patrimonial consolidado do GrupoMilhões de euros. Dados em 31 de dezembro de 2015

Principal parâmetro de

Saldo no

risco de mercado

Principal fator de risco para balanço VaR Outros o balanço em “Outros”

Ativos sujeitos a risco de mercado 1.340.260 198.357 1.141.903Caixa e depósitos em bancos centrais 81.329 - 81.329 Tipo de interésCarteira de negociação 147.287 146.102 1.185 Tipo de interés, spread crediticioOutros ativos financeiros avaliados pelo seu valor justo 45.043 44.528 515 Tipo de interés, spread crediticioAtivos financeiros disponíveis para venda 122.036 - 122.036 Tipo de interés; renta variableParticipações 3.251 - 3.251 Renta variableDerivativos de hedge 7.727 7.727 - Tipo de interés, tipo de cambioEmpréstimos e recebíveis 835.992 - 835.992 Tipo de interésOutros ativos financeiros1 35.469 - 35.469 Tipo de interésOutros ativos não financeiros2 62.126 - 62.126Passivos sujeitos a risco de mercado 1.340.260 168.582 1.171.678Carteira de negociação 105.218 104.888 330 Tipo de interés, spread crediticioOutros passivos financeiros avaliados pelo seu valor justo 54.768 54.757 11 Tipo de interés, spread crediticioDerivativos de hedge 8.937 8.937 - Tipo de interés, tipo de cambioPassivos Financeiros Avaliados Pelo Custo amortizado3 1.039.517 - 1.039.517 Tipo de interésProvisões 14.494 - 14.494 Tipo de interésOutros passivos financeiros 8.352 - 8.352 Tipo de interésPatrimônio 98.753 - 98.753Outros passivos não financeiros 10.221 - 10.221

1. Inclui: Ajustes por macrocoberturas, ativos não correntes mantidos para venda, ativos de resseguro e contratos de seguros vinculados a pensões e ativos fiscais.

2. Inclui: Ativos intangíveis, ativos tangíveis e restante dos ativos.

3. Ajustado por macrocoberturas.

Pela atividade gerida com parâmetros diferentes do VaR, são utili-zadas medidas alternativas, principalmente sensibilidades aos diferen-tes fatores de risco (taxas de juros, spread de crédito, etc.).

No caso da carteira de negociação, as securitizações e as exposições nível III (aquelas em que dados não observáveis de mercado cons-tituem inputs significativos em seus modelos internos de avaliação correspondentes) são excluídas da medição por VaR.

As securitizações são tratadas principalmente como se fossem car-teiras de risco de crédito (em termos de probabilidade de falta de pagamento, taxa de recuperação, etc). Para as exposições “nível III”, com pouca relevância no Grupo Santander (basicamente derivativos vinculados ao HPI —Home Price Index— na atividade de mercados no Santander Reino Unido e derivativos de taxas de juros e de correlação entre o preço das ações na atividade de mercados da matriz), assim como em geral para os inputs de avaliação não observáveis no merca-do (correlação, dividendos, etc.), seguimos uma política muito conser-vadora, refletida tanto em ajustes de avaliação como de sensibilidade.

D.2.2.2. Metodologias

D.2.2.2.1. Value at Risk (VaR)A metodologia padrão aplicada no Grupo Santander para a atividade de negociação é o valor em risco (VaR), que mede a perda máxima esperada com um nível de confiança e um horizonte temporal deter-minados. É utilizado como base o padrão de simulação histórica com um nível de confiança de 99% e um horizonte temporal de um dia, e são aplicados ajustes estatísticos que permitem incorporar de forma eficaz e rápida os acontecimentos mais recentes que condicionam os níveis de riscos assumidos. Especificamente, utiliza-se uma janela temporal de 2 anos, ou 520 dados diários, obtidos da data de referên-cia de cálculo do VaR recuando no tempo. São calculados diariamen-te dois números, um aplicando um fator de queda exponencial que dá menor peso às observações mais afastadas no tempo em vigor e outra com pesos uniformes para todas as observações. O VaR repor-tado é o maior dos dois.

Simultaneamente é calculado o Value at Earnings (VaE), que mede o ganho máximo potencial com um nível de confiança e um horizonte tem-poral determinados, aplicando a mesma metodologia que para o VaR.

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Pela simulação histórica, o VaR apresenta muitas vantagens como pa-râmetro de risco (resume em um único número o risco de mercado de uma carteira, tem como base movimentos do mercado que realmente ocorreram sem necessidade de elaborar casos de formas funcionais nem de correlação entre fatores de mercado, etc.), porém também apresenta limitações.

Algumas limitações são intrínsecas ao parâmetro VaR em si, inde-pendentemente da metodologia empregada para seu cálculo, dentre as quais se encontram:

• O cálculo do VaR está calibrado em relação a um nível de confiança determinado, não indicando possíveis níveis superiores de perdas.

• Alguns produtos podem ser encontrados na carteira com um hori-zonte de liquidez maior frente ao especificado no modelo de VaR.

• O VaR é uma análise estática do risco da carteira, razão pela qual a situação pode ser alterada significativamente ao longo do dia se-guinte, ainda que isso possa ocorrer com uma probabilidade muito baixa.

Outras limitações têm origem no uso da metodologia de simula-ção histórica:

• Alta sensibilidade da janela histórica utilizada.

• Incapacidade de captar eventos plausíveis de grande impacto caso não ocorram na janela histórica utilizada.

• Existência de parâmetros de avaliação que não dispõem de inputs de mercado (como correlações, dividendos e taxa de recuperação).

• Adaptação lenta a novas volatilidades e correlações, se os dados mais recentes receberem o mesmo peso que os dados mais antigos.

Parte destas limitações é corrigida com o uso do stressed VaR e do Expected Shortfall, o cálculo de um VaR com queda exponencial e a aplicação de correções de ajustes de avaliação conservadores. Além disso, conforme destacado anteriormente, o Grupo realiza regu-larmente análises e provas de contraste da bondade do modelo de cálculo do VaR (backtesting).

D.2.2.2.2. Stressed VaR (sVaR) e Expected Shortfall (ES)Além do tradicional VaR, o Santander começou a calcular diaria-mente o Stressed VaR para as principais carteiras. A metodologia de cálculo é idêntica à utilizada no cálculo do VaR, com duas únicas exceções:

• Período histórico de observação dos fatores: no cálculo do stressed VaR é utilizada uma janela de 260 dados, em vez de uma janela de 520, como no cálculo do VaR. Além disso, não são os últimos dados e sim um período contínuo de estresse relevante para a carteira em questão; para sua determinação, para cada carteira relevante, é analisado o histórico de um subconjunto de fatores de risco de mercado escolhidos com base no critério especializado, em função das posições contábeis mais relevantes.

• Para a obtenção do Stressed VaR, a diferença em relação ao cálculo do VaR é que não se aplica o máximo entre o percentil com peso uniforme e o percentil com pesos exponenciais, mas sim direta-mente o percentil com peso uniforme.

Por outro lado, também calculamos o chamado Expected Shortfall (ES), para estimar o valor esperado da perda potencial quando esta for maior que o nível fixado pelo VaR. O ES, em comparação ao VaR, tem as vantagens de captar melhor o risco de perdas altas de baixa probabilidade (tail risk) e de ser um parâmetro subaditivo29. No futuro próximo, o Comitê da Basileia recomenda a substituição do VaR por Expected Shortfall como parâmetro de referência para o cálculo do capital regulatório das carteiras de negociação30. O Comitê considera que o nível de confiança de 97,5% representa um nível de risco similar ao captado pelo VaR com o nível de confiança de 99%. O ES é calcula-do aplicando pesos uniformes a todas as observações.

D.2.2.2.3. Análise de cenáriosAlém do VaR, o Grupo utiliza outras medidas que permitem ter um maior controle dos riscos em todos os mercados onde atua. Dentro dessas medidas está a análise de cenários, que consiste em definir alternativas do comportamento de diferentes variáveis financeiras e obter o impacto nos resultados ao aplicá-los sobre as atividades. Es-ses cenários podem replicar fatos ocorridos no passado (como crises) ou podem determinar alternativas plausíveis sem correspondência com eventos passados.

O impacto potencial nos resultados de aplicar diferentes cenários de estresse é calculado e analisado periodicamente sobre todas as carteiras de negociação e considerando os mesmos casos por fator de risco. São definidos no mínimo três tipos de cenários: plausíveis, severos e extremos, obtendo junto com o VaR um espectro muito mais completo do perfil de riscos.

Além disso, foram estabelecidos certos níveis de alerta para os cenários globais (triggers), em função dos resultados históricos dos referidos cenários e do capital associado à carteira em questão. Em caso de superar esses os dois níveis de alerta, o fato é comunicado aos responsáveis pela gestão da carteira em questão, para que sejam tomadas as medidas pertinentes. Além disso, os resultados dos exer-cícios de estresse em nível global, bem como dos possíveis excessos sobre os níveis de alerta marcados, são revisados regularmente e comunicados à Administração caso sejam considerados pertinentes.

D.2.2.2.4. Análise de posições, sensibilidades e resultadosAs posições são usadas para quantificar o volume líquido dos valores de mercado das transações em carteira, agrupados por principal fator de risco, considerando o delta dos futuros e opções que possam existir. Todas as posições de risco podem ser expressas na moeda base da unidade e na moeda de homogeneização da informação. As mudanças nas posições são controladas diariamente com a finalidade de detectar possíveis incidências que possam haver, a fim de realizar sua imediata correção.

As medidas de sensibilidade de risco de mercado são as que estimam a variação (sensibilidade) do valor de mercado de um instrumento ou carteira frente a variações em cada um dos fatores de risco. A sensi-bilidade do valor de um instrumento frente a variações nos fatores

29. A subatividade é uma das propriedades que, segundo a literatura financeira, deve apresentar uma métrica coerente de risco. Esta propriedade estabelece que f(a+b) seja inferior ou igual a f(a)+(b). Intuitivamente, se supõe que quanto mais instrumentos ou fatores de risco exista em uma carteira, menor risco apresentará com os benefícios da diversificação. El VaR não se adequa a essa propriedade por certas distribuições, enquanto que o ES, ao contrário, se adequa.

30. Fundamental review of the trading book: a revised market risk framework. Documento consultivo do Comitê de Basileia sobre supervisão bancária, outubro de 2013.

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de mercado pode ser obtida por meio de aproximações analíticas por derivações parciais ou mediante reavaliação total da carteira.

Por outro lado, a elaboração diária das demonstrações de resultados é um excelente indicador de riscos, na medida em que permite identi-ficar o impacto que as alterações nas variáveis financeiras tiveram nas carteiras.

D.2.2.2.5. Atividade de derivativos e gestão de créditoVale destacar que o controle das atividades de derivativos e gestão de crédito, pelo seu caráter atípico, é realizado diariamente com me-didas específicas. No primeiro caso, são controladas as sensibilidades aos movimentos de preço do subjacente (delta e gama), da volatilida-de (vega) e do tempo (teta). No segundo, é feita a revisão sistemática de medidas como a sensibilidade ao spread, jump-to-default, concen-trações de posições por nível de rating, etc.

Com relação ao risco de crédito inerente nas carteiras de negociação e em linha com as recomendações do Comitê de Supervisão Bancária da Basileia e a norma vigente, um parâmetro adicional é calculado, o Incre-mental Risk Charge (IRC), com o objetivo de cobrir o risco de descumpri-mento e de migração do rating que não está adequadamente capturado no VaR, via variação dos spreads de crédito correspondentes. Os pro-dutos controlados são basicamente títulos de renda fixa, tanto pública como privada, os derivativos sobre títulos (forwards, opções, etc.) e os derivativos de crédito (credit default swaps, asset backed securities, etc.). O método de cálculo do IRC baseia-se em medições diretas sobre as caudas da distribuição de perdas ao percentil apropriado (99,9%), sobre um horizonte temporal de um ano. É utilizada a metodologia de Monte Carlo, aplicando um milhão de simulações.

D.2.2.2.6. Credit Valuation Adjustment (CVA) e Debt Valuation Adjustment (DVA)O Grupo Santander incorpora o CVA e DVA no cálculo de seus re-sultados das carteiras de negociação. O Credit Valuation Adjustment (CVA) é um ajuste da avaliação dos derivativos OTC (Over the cou-nter), resultado do risco associado à exposição ao crédito assumido com cada contraparte.

O cálculo de CVA é feito levando em conta a exposição potencial com cada contraparte em cada prazo futuro. O CVA para certas contrapartes é igual à soma do CVA para todos os prazos. Para o seu cálculo são levados em conta os seguintes inputs:

• Exposição antecipada: inclui, para cada operação, o valor de mer-cado atual (MtM), bem como o risco potencial futuro (Add-on) de cada prazo. São levados em conta atenuantes como colaterais e contratos de netting, bem como um fator de degradação temporal para os derivativos com pagamentos intermediários.

• Severidade: porcentagem de perda final assumida no evento de crédito/inadimplência da contraparte.

• Probabilidade de inadimplência/default: para os casos em que não haja informação de mercado (curva de spread cotada mediante CDS, etc.) são usados proxies gerados a partir de empresas com CDS cotados do mesmo sector e rating externo que a contraparte.

• Curva dos fatores de desconto.

O Debt Valuation Adjustment (DVA) é um ajuste para a avaliação semelhante ao CVA, mas nesse caso em virtude do próprio risco do Grupo Santander assumido por suas contrapartes em instrumentos derivativos OTC.

D.2.2.3. Sistema de controle de limitesO estabelecimento de limites de risco de mercado e de negociação é concebido como um processo dinâmico que responde ao nível do apetite de risco do Grupo Santander (descrito na seção B.3.1 Apeti-te de risco e estrutura de limites deste relatório). Esse processo faz parte do plano anual de limites, que é promovido pela Administra-ção do Grupo, envolvendo todas as empresas que o compõem.

Os limites de risco de mercado de negociação utilizados no Grupo Santander são estabelecidos por diferentes parâmetros e cobrem todas as atividades sujeitas a esse risco a partir de múltiplas pers-pectivas, usando um critério conservador. Os principais são:

• Limites do VaR.

• Limites de posições equivalentes e/ou nominais.

• Limites de sensibilidades a taxas de juros.

• Limites do vega.

• Limites de risco de entrega por posições vendidas em títulos (ren-da fixa e variável).

• Limites voltados a restringir o volume de perdas efetivas ou pro-teger os resultados já gerados durante o período:

• Loss trigger.

• Stop loss.

• Limites de crédito:

• Limite à exposição total.

• Limite ao jump to default por emissor.

• Outros.

• Limites para operações de originação.

Esses limites gerais são complementados com outros sublimites para ter uma estrutura de limites suficientemente granular que permita a realização de um controle efetivo dos diferentes tipos de fatores de risco de mercado de negociação sobre os quais se mantém exposição. Desse modo, é realizado um acompanhamento diário das posições, tanto de cada unidade como globalmente, com um controle exaustivo das mudanças produzidas nas carteiras, com a finalidade de detectar as possíveis incidências que possam ocorrer para sua correção imediata. Por outro lado, a elaboração diária da demonstração de resultados pela divisão de Riscos é um excelente indicador dos riscos, na medida em que permite identi-ficar o impacto que as alterações nas variáveis financeiras tiveram nas carteiras.

A implantação da Volcker Rule em todo o Grupo em julho de 2015 implicou uma reorganização das atividades para garantir o cum-primento da nova norma, a elaboração de novos parâmetros e a definição de limites em nível de mesa.

São estabelecidas três categorias de limites em função de seu âmbito de aprovação e de controle: limites de aprovação e controle globais, limites de aprovação global e controle local e limites de aprovação

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e controle locais. Esses limites são solicitados pelo responsável pela atividade de cada país/instituição atendendo a particularidade do negócio e para a execução do orçamento estabelecido, buscando a consistência entre os limites e a relação risco/retorno, e aprovados pelo órgão de riscos competente em cada caso.

As unidades de negócio devem respeitar a todo momento o cum-primento dos limites aprovados. Caso um determinado limite seja ultrapassado, os responsáveis pelo negócio local ficam obrigados a explicar, por escrito no mesmo dia, os motivos do excesso e o plano de ação para corrigir a situação, o que, em geral, pode consistir em reduzir a posição até entrar nos limites vigentes ou em detalhar a estratégia que justifique um aumento nos mesmos.

Caso a situação de excesso mantenha-se sem resposta por parte da unidade de negócios durante três dias, é solicitado aos responsáveis globais pelo negócio que exponham quais medidas serão tomadas para o ajuste aos limites existentes. Se essa situação se mantiver após dez dias do primeiro excesso, a diretoria de riscos é informada para que tome uma decisão a respeito, podendo obrigar-se a pedir aos tomadores de risco que reduzam os níveis de risco assumidos.

D.2.3. Riscos estruturais de balanço31

D.2.3.1. Principais números e evoluçãoO perfil dos riscos de mercado inerentes no balanço do Grupo San-tander, em relação ao volume de ativos e de recursos próprios, bem como a margem de intermediação financeira projetada, manteve-se em níveis moderados em 2015, em linha com exercícios anteriores.

D.2.3.1.1. Risco de juros estruturais

Europa e Estados UnidosOs balanços principais - Matriz, Reino Unido e Estados Unidos, em mercados maduros e em um contexto de taxas de juros baixas, apresentam sensibilidades do valor patrimonial e da margem de intermediação financeira positivas frente à alta nas taxas de juros.

Sob quaisquer circunstâncias, o nível de exposição em todos os países é moderado em relação à estimativa anual e o valor dos recursos próprios.

Ao final de dezembro de 2015, o risco sobre a margem de interme-diação financeira em 1 ano, medido como sensibilidade da mesma frente a variações paralelas de ± 100 pontos base, estava concentra-do nas curvas de taxas de juros do euro com 257 milhões de euros, do zloty polonês com 83 milhões de euros e do dólar americano com 78 milhões de euros, em todos os casos com risco de quedas nas taxas.

Sensibilidade da margem de intermediação financeira (NIM)32

% sobre o total

Polônia18,7%

EUA 17,8%

Reino Unido4,5%

Outros 4,4%

Matriz54,6%

Outros: SCF e Portugal.

Na mesma data, o risco sobre o valor econômico (medido como sensibilidade do mesmo frente a variações paralelas de ± 100 pontos--base) do patrimônio mais relevante foi o da curva de juros do euro, com 3,897 bilhões de euros com risco frente a quedas nas taxas. No que diz respeito às curvas da libra esterlina e do dólar, o risco foi de 691 e 488 milhões de euros, respectivamente, também contra recuos nas taxas. Esses cenários são muito pouco prováveis nos dias de hoje.

Sensibilidade do valor patrimonial (MVE)33

% sobre o total

Reino Unido10,2%

Matriz76,5%

Outros 2,1%EUA

11,2%

Outros: Polônia, Portugal e SCF.

Nos quadros anexos, mostramos o detalhamento por prazo do risco de juros do balanço mantido no Santander Matriz e no Santander Reino Unido em dezembro de 2015.

31. Inclui o total do balanço com exceção das carteiras de negociação.

32. Sensibilidade para o pior cenário entre +100 e -100 pontos-base.

33. Sensibilidade para o pior cenário entre +100 e -100 pontos-base.

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Matriz: Gap de reprecificação de taxas de juros34

Milhões de euros. 31 de dezembro de 2015

Total 3 meses 1 ano 3 anos 5 anos > 5 anos Não sensível

Ativos 406.911 163.194 74.166 15.330 16.622 24.750 112.849

Passivo 433.522 151.763 51.924 78.622 24.389 49.350 77.473

Fora do balanço 26.611 29.194 (1.607) 6.857 1.291 (9.124) 0

Gap líquido 0 40.626 20.635 (56.435) (6.477) (33.725) 35.376

Santander UK: Gap de reprecificação de taxas de juros35

Milhões de euros. 31 de dezembro de 2015

Total 3 meses 1 ano 3 anos 5 anos > 5 anos Não sensível

Ativos 354.986 189.895 35.303 67.239 26.452 13.757 22.340

Passivo 353.850 203.616 31.591 29.027 19.161 33.939 36.516

Fora do balanço (1.137) (25.363) 1.736 14.713 (1.653) 9.430 0

Gap líquido 0 (39.083) 5.448 52.925 5.638 (10.752) (14.176)

Em geral, os gaps por prazos se mantêm em níveis razoáveis em rela-ção ao tamanho do balanço.

América LatinaOs balanços estão posicionados tanto em valor patrimonial como em margem de intermediação financeira para quedas de taxas de juros, exceto no caso da margem de intermediação financeira do México, já que investe no curto prazo seu excesso de liquidez em moeda local.

Durante 2015, o nível de exposição em todos os países foi moderado em relação à estimativa anual e o valor dos recursos próprios.

No encerramento do ano, o risco sobre a margem de intermediação financeira em 1 ano, medido como sensibilidade do risco ante va-riações paralelas de ± 100 pontos-base, está concentrado em três países, Brasil (124 milhões de euros), México (37 milhões de euros) e Chile (23 milhões de euros), como se observa no gráfico a seguir.

Sensibilidade da margem de intermediação financeira (NIM)36

% sobre o total

Outros 8,7%

Brasil61,7%

Chile11,2%

México18,4%

Outros: Argentina, Uruguai e Peru.

Quanto ao risco sobre o valor patrimonial, medido como sensibi-lidade do mesmo sobre variações paralelas de ± 100 pontos-base, também está concentrado no Brasil (425 milhões de euros), México (180 milhões de euros) e Chile (132 milhões de euros).

Sensibilidade do valor patrimonial (MVE)37

% sobre o total

Outros 5,2%

Brasil54,6%

Chile17,0%

México23,2%

Outros: Argentina, Uruguai e Peru.

34. Gap agregado de todas as moedas no balanço da unidade do Santander Matriz, expresso em euros.

35. Gap agregado de todas as moedas no balanço da unidade do Santander UK, expresso em euros.

36. Sensibilidade para o pior cenário entre +100 e -100 pontos-base.

37. Sensibilidade para o pior cenário entre +100 e -100 pontos-base.

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No quadro anexo, mostramos o detalhamento por prazo do risco de juros do balanço mantido no Brasil em dezembro de 2015.

Brasil: Gap de reprecificação de taxas de juros38

Milhões de euros. 31 de dezembro de 2015

Total 3 meses 1 ano 3 anos 5 anos > 5 anos Não sensível

Ativos 160.088 79.089 21.096 17.908 4.510 12.731 24.754

Passivo 160.088 108.719 7.818 7.526 4.257 4.303 27.464

Fora do balanço 0 (20.886) 14.613 2.863 783 1.679 948

Gap líquido 0 (50.516) 27.890 13.246 1.036 10.106 (1.762)

VaR da taxa de juros estrutural do balançoAlém das sensibilidades aos movimentos das taxas de juros (não ape-nas são avaliados movimentos de +/- 100 pontos-base, mas também +/- 25, +/- 50, +/- 75 para caracterizar melhor o risco nos países com taxas muito baixas), o Santander usa outros métodos para acompa-nhar o risco de juros estruturais do balanço; dentre eles, a análise de cenários e o cálculo de VaR, utilizando uma metodologia semelhante à usada para as carteiras de negociação.

Para os três últimos anos, os valores médios, mínimos, máximos e últimos do VaR de risco de juros estruturais aparecem na seguinte tabela:

Risco de juros estruturais do balanço (VaR)Milhões de euros. VaR a 99%, com horizonte temporal de um dia

2015

Mínimo Médio Máximo Último

VaR Taxa de Juros Estrutural* 250,5 350,0 775,7 264,2

Efeito diversificação (90,8) (181,1) (310,7) (189,1)

Europa e EUA 171,2 275,2 777,0 210,8

América Latina 170,1

nclui VaR por spread de crédito nas carteiras ALCO.

255,9 309,3 242,6

* I

2014

Mínimo Médio Máximo Último

VaR Taxa de Juros Estrutural* 411,3 539,0 698,0 493,6

Efeito diversificação (109,2) (160,4) (236,2) (148,7)

Europa e EUA 412,9 523,0 704,9 412,9

América Latina 107,6

nclui VaR por spread de crédito nas carteiras ALCO.

176,4 229,4 229,4

* I

2013

Mínimo Médio Máximo Último

VaR Taxa de Juros Estrutural* 580,6 782,5 931,0 681,0

Efeito diversificação (142,3) (164,7) (182,0) (150,3)

Europa e EUA 607,7 792,5 922,0 670,0

América Latina 115,2

nclui VaR por spread de crédito nas carteiras ALCO.

154,6 191,0 161,3

* I

O risco de taxa de juros estrutural, medido em termos de VaR em um dia e a 99%, alcançou uma média de 350 milhões de euros em 2015. Destacamos a elevada diversificação entre os balanços da Europa e Estados Unidos e os da América Latina, e a queda do VaR na Europa e Estados Unidos.

D.2.3.1.2. Risco de taxa de câmbio estrutural/ Hedging de resultadosO risco de taxa de câmbio estrutural deriva das operações de câm-bio do Grupo, relacionado principalmente com os investimentos financeiros permanentes, os resultados e os hedges dos referidos investimentos.

A gestão do risco de câmbio é dinâmica e busca limitar o impacto dos movimentos das taxas de câmbio sobre o índice core capital39. Em 2015, os níveis de hedge do índice core capital por risco de câm-bio foram mantidos em torno de 100%.

No fechamento de 2015, as maiores exposições de caráter perma-nente (com seu impacto potencial sobre o patrimônio) concen-travam-se, nesta ordem, em libras esterlinas, dólares americanos, reais, pesos chilenos, pesos mexicanos e zlotys poloneses. O Grupo faz hedging de parte dessas posições em caráter permanente por meio de instrumentos financeiros derivativos de taxa de câmbio.

Além disso, a divisão de Gestão Financeira em nível consolidado é responsável pela gestão do risco de câmbio nos resultados e dividendos esperados do Grupo nas unidades cuja moeda base seja diferente ao euro.

D.2.3.1.3. Risco de renda variável estruturalO Santander mantém posições de renda variável em seu balanço (banking book), além da carteira de negociação. Essas posições são mantidas como carteiras disponíveis para venda (instrumentos de capital) ou como participações, de acordo com seu perfil de menor ou maior tempo de permanência em carteira.

A carteira de renda variável do banking book no final de dezembro de 2015 estava diversificada em títulos de diferentes regiões, sendo as principais Espanha, Brasil, Estados Unidos, Países Baixos e Chi-na. Em relação a setores, está principalmente investida no setor de atividades financeiras e securitárias; outros setores representados em menor proporção são o de atividades profissionais, científicas e técnicas, os órgãos públicos (pela participação na Sareb), a indús-tria manufatureira e o setor de transporte e armazenamento.

38. Gap agregado de todas as moedas no balanço da unidade do Brasil, expresso em euros.

39. No início de 2015, mudamos o critério no momento de cobrir o índice core capital, passando de phase-in para fully-loaded.

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Perfil de risco > Risco de mercado de negociação e estruturais

RELATÓRIO ANUAL 20155. Relatório de gestão de riscos

As posições de renda variável estruturais estão expostas ao risco de mercado. Para essas posições, são realizados cálculos de VaR usando séries de preço de mercado ou proxies. No final de dezem-bro de 2015, o VaR a 99% por dia era 208,1 milhões de euros (208,5 e 235,3 milhões de euros no final de dezembro de 2014 e 2013, respectivamente).

D.2.3.1.4. VaR estructuralEm última instância, com um parâmetro homogêneo com o VaR, é possível fazer um acompanhamento do risco de mercado total do balanço, excluindo a atividade de negociação do Santander Global Corporate Banking (a evolução do VaR dessa atividade está descrita na seção D.2.2.1.1. Análise do VaR), distinguindo entre renda fixa (considerando tanto a taxa de juros como spread de crédito para as carteiras ALCO), taxa de câmbio e renda variável.

Em geral, é possível dizer que o VaR estrutural não é elevado em ter-mos do volume de ativos ou de recursos próprios do Grupo.

VaR estructuralMilhões de euros. VaR a 99%, com horizonte temporal de um dia

2015 2014 2013

Mínimo Médio Máximo Último Médio Último Médio Último

VaR Estrutural 561,6 698,5 883,5 710,2 718,6 809,8 857,6 733,9

Efeito diversificação (325,7) (509,3) (1.042,6) (419,2) (364,1) (426,1) (448,3) (380,2)

VaR taxa de Juros* 250,5 350,0 775,7 264,2 539,0 493,6 782,5 681,0

VaR taxa de câmbio 428,7 634,7 908,6 657,1 315,3 533,8 254,5 197,8

VaR renda Variável 208,1 223,2 241,8 208,1 228,4 208,5 269,0 235,3

* Inclui VaR por spread de crédito nas carteiras ALCO.

D.2.3.2. Metodologias

D.2.3.2.1. Risco de juros estruturaisO Grupo faz análises de sensibilidade da margem de intermediação financeira e do valor patrimonial frente a variações de taxas de juros. Essa sensibilidade está condicionada pelas diferenças entre as datas de vencimento e de revisão das taxas de juros das diversas rubricas do balanço.

Com base no posicionamento da taxa de juros no balanço, e con-siderando a situação e perspectivas do mercado, são acordadas as medidas financeiras para adequar o referido posicionamento ao desejado pelo Grupo. Essas medidas podem compreender desde a tomada de posição em mercados até a definição das características de taxa de juros dos produtos comerciais.

Os parâmetros usados pelo Grupo para o controle do risco de juros nessas atividades são o gap de repreciificação de taxas de juros, as sensibilidades da margem de intermediação financeira e do valor patrimonial a variações nos níveis de taxas de juros, a duração dos recursos próprios, o valor em risco (VaR) para efeitos do cálculo de capital econômico.

Gap de taxas de juros em ativos e passivoÉ o conceito básico para identificar o perfil de risco da taxa de juros da instituição e mede a diferença entre a quantidade de ativos sensíveis e passivos sensíveis dentro e fora do balanço que revalorizam (isto é, que vencem ou revisam taxas) em um determinado momento (os deno-

minados buckets). Permite uma aproximação imediata à sensibilidade do balanço de uma instituição e seu impacto sobre a margem de inter-mediação financeira e valor patrimonial frente a variações das taxas de juros do mercado.

Sensibilidade da margem de intermediação financeira (NIM)É um parâmetro essencial para medir a rentabilidade da gestão do balanço. É calculada como a diferença produzida na margem financei-ra líquida durante um período de tempo determinado como conse-quência de um movimento paralelo das taxas de juros. O período de tempo padrão para medidas de risco da margem de intermediação financeira é de um ano.

Sensibilidade do valor patrimonial (MVE)Mede o risco da taxa de juros implícito no valor patrimonial o qual, para fins de risco de taxa de juros, é definido como a diferença entre o valor atual líquido dos ativos menos o valor atual líquido dos passi-vos exigíveis sobre a base de incidência de uma variação das taxas de juros sobre os referidos valores atuais.

Tratamento de passivos sem vencimento definidoNo modelo corporativo, o volume total dos saldos de contas sem vencimento se divide entre saldos estáveis e instáveis. Esta separa-ção é obtida a partir de um modelo que se baseia na relação entre os saldos e suas próprias médias móveis.

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Perfil de risco > Risco de mercado de negociação e estruturais

RELATÓRIO ANUAL 20155. Relatório de gestão de riscos

A partir desse modelo simplificado é obtida a corrente de cash flows mensais a partir dos quais são calculadas as sensibilidades NIM e MVE.

O modelo requer uma variedade de inputs, relacionados brevemente a seguir:

• Parâmetros próprios do produto.

• Parâmetros de comportamento do cliente (nesse caso é feita uma combinação de análise de dados históricos e o bom-senso dos es-pecialistas do negócio).

• Dados de mercado.

• Dados históricos da própria carteira.

Tratamento do pagamento ou quitação antecipada de determinados ativosAtualmente, a questão da quitação antecipada tem impacto no Grupo principalmente para as hipotecas a taxa fixa nas unidades nas quais as curvas de taxas de juros relevantes para essas carteiras encontram-se em níveis baixos. Nessas unidades esse risco é modelado e além disso é possível aplicar com algumas modificações em ativos sem vencimento definido (negócios de cartões de crédito e similares).

As técnicas habituais utilizadas na avaliação de opções não podem ser aplicadas diretamente devido à complexidade dos fatores que determi-nam o pagamento antecipado dos devedores. Consequentemente, os modelos para avaliação de opções devem ser combinados com modelos estatísticos empíricos que tenham o propósito de captar o comporta-mento do pagamento antecipado. Alguns dos fatores que condicionam o referido comportamento são:

• Taxa de juros: diferencial entre a taxa fixa da hipoteca e a taxa de mercado sob a qual o bem poderia ser refinanciado, líquido de custos de cancelamento e abertura.

• Seasoning: tendência de o pagamento antecipado ser baixo no início do ciclo de vida do instrumento (assinatura do contrato) e a crescer e se estabilizar no decorrer do tempo.

• Seasonality (sazonalidade): as amortizações ou cancelamentos antecipados costumam ocorrer em datas específicas.

• Burnout: tendência de diminuição na velocidade do pagamento antecipado conforme o vencimento do instrumento se aproxima, o que inclui:

a) Age, define índices baixos de quitação antecipada.

b) Cash pooling, define como mais estáveis os empréstimos que supe-raram vários ciclos de quedas nos juros. Ou seja, quando uma carteira de crédito já passou por um ou mais ciclos de taxas em baixa e, portan-to, níveis altos de pagamento antecipado, os créditos “sobreviventes” têm uma probabilidade de quitação antecipada significativamente menor.

c) Outros: mobilidade geográfica, fatores demográficos, sociais, ren-da disponível, etc.

O conjunto de relações econométricas que buscam captar o efeito de todos esses fatores é a probabilidade de quitação antecipada de

um crédito ou de um pool de créditos e é conhecido como modelo de quitação antecipada.

Value at Risk (VaR)Para a atividade de balanço e carteiras de investimento, definimos como o percentil de 99% da função de distribuição de perdas do valor patrimonial, calculado tendo em conta o valor de mercado atual das posições a partir dos retornos obtidos nos dois últimos anos e com um grau de certeza estatística (nível de confiança) e para um ho-rizonte temporal definido. Assim como para as carteiras de negocia-ção, utilizamos uma janela temporal de 2 anos, ou 520 dados diários, obtidos da data de referência do cálculo do VaR recuando no tempo.

D.2.3.2.2. Risco de taxa de câmbio estrutural/Hedge de resultadosO acompanhamento dessas atividades é realizado por meio de medi-das de posição, VaR e resultados, com periodicidade diária.

D.2.3.2.3. Risco de renda variável estruturalO acompanhamento dessas atividades é realizado por meio de medi-das de posição, VaR e resultados, com periodicidade mensal.

D.2.3.3. Sistema de controle de limitesComo já mencionado para o risco de mercado de negociação, no marco do plano de limites anual são estabelecidos os limites para os riscos estruturais do balanço, respondendo ao nível de apetite de risco do Grupo Santander.

Os principais são:

• Risco de juros estruturais do balanço:

• Limite de sensibilidade da margem de intermediação financeira em 1 ano.

• Limite de sensibilidade do valor patrimonial.

• Risco de taxa de câmbio estrutural:

• Posição líquida em cada moeda (para as posições de hedging de resultados).

No caso de um excesso sobre um desses limites ou seus sublimites, os responsáveis pela gestão de risco devem explicar os motivos e apresentar o plano de ação para corrigi-lo.

D.2.4. Riscos de pensões e atuarial

D.2.4.1. Risco de pensões Na gestão do risco dos fundos de pensão de funcionários com benefício definido, o Grupo assume os riscos financeiros, de mer-cado, de crédito e de liquidez nos quais se incorre pelos ativos e investimentos do fundo, bem como os riscos atuariais derivados do passivo, e as responsabilidades por pensões a seus funcionários.

O objetivo do Grupo no âmbito de controle e gestão do risco de pensões se concentra na identificação, medição, acompanhamento, minimização e comunicação do risco em questão. A prioridade do Grupo é, portanto, identificar e minimizar todos os focos de risco.

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Perfil de risco > Risco de mercado de negociação e estruturais

RELATÓRIO ANUAL 20155. Relatório de gestão de riscos

Por isso, na metodologia utilizada pelo Grupo Santander são es-timadas anualmente as perdas conjuntas em ativos e passivos em um cenário definido de estresse por mudanças nas taxas de juros, inflação, bolsas e imóveis, além do risco de crédito e operacional.

Principais Números Os principais números relativos aos fundos de pensão de funcioná-rios estão especificados na nota 25 do Relatório de auditoria e de-monstrações anuais do Grupo, onde são informados o detalhamento e a movimentação de provisões por pensões, assim como as princi-pais hipóteses utilizadas no cálculo do risco atuarial e risco do fundo, incluindo variações de valor de ativos e passivos e maiores informa-ções sobre as carteiras de investimento atribuídas aos mesmos.

Deste modo, considera-se que o perfil de investimento da carteira agregada dos fundos de pensão dos funcionários é correspondente a um perfil de risco médio-baixo, estando aproximadamente 65% do total da carteira investida em ativos de renda fixa, assim como é detalhado a seguir:

Outros*

8%Renda fixa65%

Monetários1%

Renda variável

15%

Imóveis 11%

* Inclui posições em hedge fund, private equity e derivativos.

Dados de 31 de dezembro de 2015.

D.2.4.2. Risco atuarialO risco atuarial é produzido por mudanças biométricas sobre a ex-pectativa de vida dos segurados nos seguros de vida, por aumento inesperado das indenizações previstas em seguros de não vida e, em todos os casos, por mudanças não esperadas no comportamento dos tomadores de seguro no exercício das opções previstas nos contratos.

Dessa forma, destacam-se os seguintes riscos atuariais:

Risco de Passivo em Seguros de Vida: risco de perda no valor do passivo dos seguros de vida, provocado por flutuações nos fatores de risco que afetam esses passivos.

• Risco de Mortalidade/Longevidade: rrisco de perda por movi-mentações no valor do passivo em consequência de mudanças na estimativa das probabilidades de falecimento / sobrevivência dos segurados.

• Risco de morbidade: risco de perda por movimentações no valor do passivo em consequência de mudanças na estimativa da proba-bilidade de invalidez/ ncapacitação dos segurados.

• Risco de Resgate/Queda: risco de perda por movimentações no valor do passivo em consequência do cancelamento antecipado do contrato, de mudanças no exercício do direito de resgate por parte

dos tomadores, bem como das opções de aportes extraordinários e/ou suspensão de aportes.

• Risco de Despesas: risco de perda pela variação do valor do passi-vo em consequência de desvios negativos das despesas previstas.

• Risco de Catástrofe: perdas provocadas pela ocorrência de eventos catastróficos que aumentam o passivo de vida da instituição.

Risco de Passivo em Seguros Não Vida: risco de perda pela va-riação no valor do passivo dos seguros de não vida, provocado por flutuações nos fatores de risco que afetam esses passivos.

• Risco de Prêmio: perda decorrente da insuficiência de prêmios para atender aos sinistros que possam acontecer no futuro.

• Risco de Reserva: perda decorrente da insuficiência das reservas de sinistros, já incorridos mas não liquidados, inclusive despesas de gestão desses sinistros.

• Riesgo de catástrofe: perdas provocadas pela ocorrência de eventos catastróficos que aumentam o passivo de Não Vida da Instituição.

Principais Números No caso do Grupo Santander, a atividade das companhias de Seguros 100% Grupo Santander estaria sujeita ao risco atuarial, que não só se encontram sujeitas a um risco dessa natureza, como também sendo sua atividade igualmente impactada pelos demais riscos financeiros, não financeiros e transversais definidos para o Grupo.

Especificamente, em 31 de dezembro de 2015, o volume de ativos sob gestão para as empresas em Espanha e Portugal 100% controladas pelo Grupo Santander subiu para 25,956 bilhões de euros, dos quais 21,444 bilhões de euros são diretamente sujeitos a compromissos com os tomadores segundo o detalhamento a seguir:

• 14,663 bilhões de euros são compromissos garantidos (totalmente ou em parte) pelas próprias empresas.

• 6,781 bilhões de euros são compromissos nos quais os riscos são assumidos pelos próprios tomadores.

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Perfil de risco > Risco de liquidez e financiamento5. Relatório de gestão de riscos

RELATÓRIO ANUAL 2015

D.3. Risco de liquidez e financiamento

Organização da seção

Após uma introdução ao conceito de risco de liquidez e de financia-mento no Grupo Santander [pág. 250], é apresentado o Marco de gestão de liquidez estabelecido pelo Grupo, incluindo o acompa-nhamento e controle do risco de liquidez [pág. 250-254].

Posteriormente há uma referência à estratégia de financiamento desenvolvida pelo Grupo e suas subsidiárias nos últimos anos [pág. 254-256], com especial atenção para a evolução da liquidez em 2015. Com relação ao último exercício, é mostrada a evolução dos índices de gestão de liquidez e as tendências de negócios e de mer-cados que levaram a isso [pág. 256-260].

Para finalizar, foi incluída uma descrição qualitativa das perspectivas em matéria de financiamento no próximo exercício para o Grupo e suas principais áreas geográficas [pág. 260].

D.3.1. Introdução ao tratamento do risco de liquidez e financiamento

• O Santander desenvolveu um modelo de financiamento baseado em subsidiárias autônomas que são responsáveis por atender suas próprias necessidades de liquidez.

• Essa estrutura permite que o Santander se beneficie do modelo de negócios de banco comercial para manter posições de liquidez folgadas em nível de Grupo e em suas principais unidades, mesmo em situações de estresse dos mercados.

• Nos últimos anos, devido às mudanças econômicas e regulatórias decorrentes da crise econômica e financeira global, foi necessário adaptar as estratégias de financiamento às novas tendências do ne-gócio comercial, às condições dos mercados e aos novos requisitos regulatórios.

• Em 2015, o Santander continuou melhorando em aspectos con-cretos sobre uma posição de liquidez muito confortável em nível de Grupo e de subsidiárias, sem mudanças relevantes nas polí-ticas e práticas de gestão de liquidez e financiamento. Tudo isso permite enfrentar 2016 com um bom começo, sem restrições ao crescimento.

Para o Banco Santander, a gestão de liquidez e de financiamento sem-pre foi um elemento básico para o Grupo em sua estratégia de negó-

cios e um pilar fundamental, além do capital, que sustenta a solidez do seu balanço.

O Grupo se apoia em um modelo descentralizado de financiamento composto por subsidiárias autônomas e autossuficientes em termos de liquidez. Cada subsidiária é responsável por cobrir as necessidades de liquidez decorrentes de sua atividade presente e futura, seja por meio de depósitos de clientes captados em sua área de influência, seja por meio do recurso aos mercados por atacado onde atua, dentro de uma gestão e supervisão coordenadas em nível de Grupo.

É uma estrutura de financiamento que demonstrou sua maior eficácia em situações de alto estresse dos mercados, pois impede que as difi-culdades em uma área possam ser transferidas para a capacidade de financiamento de outras áreas e, portanto, do Grupo todo, situação que poderia ocorrer no caso de um modelo centralizado de financiamento.

Além disso, no Grupo Santander essa estrutura de financiamento se be-neficia das vantagens de dispor de um modelo de banco comercial com presença relevante em 10 mercados com grande potencial, com foco no cliente de varejo e alta eficiência. Tudo isso proporciona às subsidiárias uma grande capacidade de atrair depósitos estáveis, bem como uma alta capacidade de emissão em mercados atacadistas nesses países, geralmente em sua própria moeda, apoiadas na força de sua franquia e em sua participação em um grupo líder.

D.3.2. Gestão da liquidez

A gestão da liquidez estrutural busca financiar a atividade recorrente do Grupo em condições ótimas de prazo e custo, evitando assumir riscos de liquidez indesejados.

No Santander, a gestão da liquidez está baseada nos seguintes princípios:

• Modelo de liquidez descentralizado.

• As necessidades decorrentes da atividade no médio e longo prazo são financiadas por instrumentos de médio e longo prazo.

• Elevada participação dos depósitos captados junto a clien-tes, decorrente de um balanço de natureza comercial.

• Diversificação de fontes de financiamento no atacado por: instrumentos/investidores; mercados/moedas e prazos.

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Perfil de risco > Risco de liquidez e financiamento5. Relatório de gestão de riscos

RELATÓRIO ANUAL 2015

• Limite para lançar mão do financiamento no atacado a curto prazo.

• Disponibilidade de uma reserva de liquidez suficiente, que inclui a capacidade de desconto em bancos centrais para sua utilização em situações adversas.

• Cumprimento dos requisitos regulatórios de liquidez exigidos em nível de Grupo e de subsidiárias como novo condicionante de gestão.

A aplicação efetiva desses princípios por todas as empresas que constituem o Grupo exigiu o desenvolvimento de um marco único de gestão construído em torno de três pilares principais:

• Um sólido modelo organizacional e de governança, que garante o envolvimento da Administração das subsidiárias na tomada de deci-são e a sua integração na estratégia global do Grupo.

• Uma análise do balanço e uma medição do risco de liquidez em pro-fundidade, que oferece suporte à tomada de decisão e seu controle.

• Uma gestão adaptada na prática para as necessidades de liquidez cada negócio.

D.3.2.1. Modelo organizacional e de governançaO processo de tomada de decisões relativo a todos os riscos estruturais, incluindo o risco de liquidez e financiamento, é realizado através de co-mitês de ativos e passivos (ALCO) locais em coordenação com o com o ALCO global.

O ALCO Global é o órgão apoderado pelo conselho de administração do Banco Santander para coordenar a função de gestão de ativos e passivos (ALM) em todo o Grupo, incluindo a gestão da liquidez e do financia-mento, realizada por meio dos ALCOs locais e de acordo com o marco corporativo do ALM.

Esse órgão é presidido pela presidente do Banco e integrado por um vi-ce-presidente executivo (o qual é, por sua vez o presidente do comitê exe-cutivo de riscos), o CEO, os diretores gerais financeiro e de riscos e alguns diretores gerais e responsáveis por determinadas unidades de análise e de negócio que realizam funções de assessoria.

Segundo os princípios acima mencionados e o marco corporativo do ALM, a organização da função de gestão da liquidez e o financiamento têm como apoio:

• O conselho de administração como responsável máximo pela ges-tão do Grupo.

• Os comitês ALCO locais, os quais definem em cada momento o posicionamento objetivo de liquidez e as estratégias que asse-gurem e/ou antecipem as necessidades de financiamento de seu negócio, sempre dentro do apetite de risco fixado pelo conselho e os requisitos regulatórios.

• O ALCO global, responsável pela gestão de ALM da matriz, além de coordenar e acompanhar a função nas demais unidades do Grupo.

• A área de Gestão Financeira, a qual administra o dia-a-dia por meio de análises, propondo estratégias e executando as medidas adotadas dentro do posicionamento definido pelos ALCOs.

• A área de Risco de Mercado, encarregada do acompanhamento e controle permanente da conformidade dos limites estabelecidos; essa função de controle independente é concluída a posteriori com as revisões periódicas realizadas pela Auditoria Interna.

• Tudo isso com apoio de uma área de Operações independentes que garante a integridade e a qualidade das informações utilizadas para a gestão e controle da liquidez.

Análise

Propostas

Decisão

Execução

Seguimento e controle

ALCO global

Divisão Financeira

Divisão Financeira

Divisão Financeira

Área riscos de mercado e estruturais

ALCO global e ALCO locais

ALCO local ALCO local

ALCO local

O ALCO Global é o órgão apoderado pelo conselho para coordenar a função de ALM em todo o Grupo, inclusive a gestão da liquidez e do financiamento

Governança de risco de liquidez e financiamento no Grupo Santander Estrutura de decisão e funções

Conselho de Administração

Participação ativa da Administração

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Perfil de risco > Risco de liquidez e financiamento5. Relatório de gestão de riscos

RELATÓRIO ANUAL 2015

Nos últimos anos, esse modelo de governança foi reforçado ao ser integrado dentro de uma visão mais global dos riscos do Grupo como é o marco de apetite de risco do Santander. Essa estrutura permite atender à solicitação de reguladores e participantes do mercado, em virtude da crise financeira, visando o fortalecimento de sistemas de gestão e controle de riscos das instituições.

Em relação ao perfil e apetite de risco de liquidez, busca observar a estratégia do Grupo no desenvolvimento de seus negócios, que consiste em estruturar o balanço da maneira mais resistente pos-sível a potenciais cenários de estresse de liquidez. Para tanto, são articulados parâmetros do apetite que refletem a aplicação, em nível individual, dos princípios do modelo de gestão do Grupo, com níveis específicos para o índice de financiamento estrutural e de horizontes mínimos de liquidez sob diferentes cenários de estresse, conforme descrito nas próximas seções.

Paralelamente, são realizadas diferentes análises de cenários onde são consideradas as necessidades adicionais que poderiam surgir ante diferentes eventos de características extremas, ainda que sua probabilidade de ocorrência seja muito reduzida. Estas poderiam afe-tar de forma diferente as diversas rubricas do balanço e/ou fontes de financiamento (grau de renovação de financiamento atacadista, nível de saída de depósitos, perda de valor de ativos líquidos...), seja por condições dos mercados globais ou específicas do Grupo.

Nos próximos exercícios está prevista a ampliação dos parâmetros utilizados no marco de apetite de riscos de liquidez com a incorpo-ração dos parâmetros para os quais é realizado acompanhamento e controle a partir da área de Gestão Financeira em nível de Grupo e das principais unidades, sejam esses parâmetros regulatórios ou de outro tipo.

Os novos parâmetros utilizados em 2015 são o Índice de Financia-mento Estrutural (RFE) e o Liquidity Coverage Ratio (LCR). O primeiro mede a relação entre as fontes e as necessidades de financiamento estrutural. O segundo é o índice regulatório que mede a resistência dos bancos a uma crise de liquidez no curto prazo (30 dias) por meio de seus ativos líquidos de alta qualidade.

D.3.2.2. Análise do balanço e medição do risco de liquidezA tomada de decisões de financiamento e liquidez baseia-se em uma compreensão em profundidade da situação atual do Grupo (am-biente, estratégia, balanço e situação de liquidez), das necessidades futuras de liquidez das diferentes unidades e negócios (projeção de liquidez), bem como do acesso e situação das fontes de financiamen-to nos mercados atacadistas.

Seu objetivo é garantir que o Grupo mantenha os níveis adequados de liquidez para cobrir suas necessidades de financiamento no curto e no longo prazo com fontes estáveis de financiamento, otimizando o impacto do seu custo sobre a demonstração de resultados.

Isso exige realizar um acompanhamento da estrutura dos balanços, a realização de projeções de liquidez em curto e médio prazo, bem como o estabelecimento de parâmetros básicos.

1. Estratégia do Grupo

5. Mercado de financiamento em condições de estresse

2. Situação atual de liquidez

3. Projeção do balanço e necessidade de liquidez

4. Balanço em condições de estresse

Análise de liquidez

Análise do balanço e medição do risco de liquidez

Da partir dos resultados destas análises dos balanços, projeções e resul-tados de cenários são obtidos os inputs para desenvolver os diferentes planos de contingência para o Grupo, que, nesse caso, permitiriam antecipar todo um espectro de possíveis conjunturas adversas.

Todas essas ações estão em linha com as práticas que estão sendo impulsionadas para reforçar a liquidez das instituições financeiras pelo Comitê da Basileia e pelos diferentes órgãos reguladores (na União Europeia, a Autoridade Bancária Europeia). Seu objetivo é definir uma estrutura de princípios e parâmetros que, em alguns casos, já se encon-tram próximas à sua implantação e, em outros, em estágios iniciais de desenvolvimento.

Em 2015, realizamos pela primeira vez o ILAAP (Internal Liquidity Ade-quacy Assessment Processes). É um processo interno de autoavaliação da suficiência de liquidez, que deve estar integrado com os demais processos estratégicos e de gestão de riscos do Grupo. Seu foco são aspectos quantitativos e qualitativos. O Grupo manteve uma sólida si-tuação de liquidez em todas as unidades, tanto no cenário básico como perante potenciais situações de estresse. Ainda que em 2015 esse exer-cício não seja um requisito de nosso órgão supervisor (SSM), é utilizado como input para o SREP (Supervisory Review and Evaluation Process) ou para os requisitos do Pilar II).

O conteúdo do ILAAP compartilha, em grande medida, o esquema de gestão de liquidez realizado nos últimos anos. Inclui um bloco qualitati-vo, onde é descrito o modelo de negócio e organização por subsidiárias, a organização da gestão de liquidez, a governança e reporting aos órgãos de administração e os controles estabelecidos. O outro bloco (quantitativo) se concentra na análise da liquidez por meio de parâme-tros, critérios e cenários de estresse, tanto em nível de grupo como em nível de subsidiárias. Nas próximas seções, detalhamos a metodologia dessas análises, já implementadas no Grupo nos últimos anos.

Um maior detalhamento das medidas, parâmetros e análises utilizados pelo Grupo e subsidiárias na gestão e controle do risco de liquidez é apresentado a seguir:

Metodologia para o acompanhamento e controle do risco de liquidez. Os parâmetros de risco de liquidez do Grupo têm os se-guintes objetivos:

• Conseguir a maior eficácia na medição e controle do risco de liquidez.

• Oferecer suporte para a gestão financeira, para o qual as medi-das são adaptadas de maneira a gerenciar a liquidez do Grupo.

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Perfil de risco > Risco de liquidez e financiamento5. Relatório de gestão de riscos

RELATÓRIO ANUAL 2015

• Alinhar-se com os requisitos regulatórios oriundos da transposição da Basileia III na União Europeia, para evitar conflitos entre limites e facilitar a gestão.

• Servir como alerta inicial, antecipando potenciais situações de risco através do acompanhamento de certos indicadores.

• Garantir a participação dos países. Os parâmetros são desenvolvi-dos a partir de conceitos comuns e homogêneos que afetam a liqui-dez, mas são necessárias análise e adaptação por cada unidade.

Os parâmetros básicos usados para o controle de risco de liquidez são de dois tipos: de curto prazo e estruturais. A primeira categoria inclui basicamente o gap de liquidez e a segunda a posição estrutural líquida do balanço. Como um elemento complementar dos parâmetros acima, o Grupo desenvolve vários cenários de estresse. Abaixo estão descritos em detalhe esses três parâmetros:

a) Gap de liquidezO gap de liquidez fornece informações sobre as possíveis entradas e saídas de caixa, tanto contratuais como estimadas, pela aplicação de hipóteses para um determinado período. São elaboradas em cada uma das principais instituições e moedas nas quais o Grupo atua.

Na prática e considerando os diferentes comportamentos de um mes-mo item nas subsidiárias que compõem o Grupo Santander, existem normas e critérios metodológicos comuns que permitem uniformizar a construção dos perfis de risco de liquidez de cada unidade, de modo que eles possam ser apresentados de uma forma comparável para a Administração do Banco.

Nesse sentido, e tendo em conta que esta análise deve ser feita em um nível individual por subsidiária para sua gestão autônoma, uma visão consolidada das gaps de liquidez do Grupo tem uma utilidade muito limitada para a gestão e entendimento do risco de liquidez. Dentro de diversas análises realizadas com base no gap de liquidez vale destacar o referente ao financiamento no atacado. Com base nessa análise foi de-finido um parâmetro, cujo objetivo é assegurar a manutenção de ativos líquidos suficientes para alcançar um horizonte de liquidez mínimo sob a suposição de não-renovação dos prazos de vencimento no atacado.

Os horizontes mínimos de liquidez são determinados de modo corpo-rativo e homogêneo para todas as unidades/países, os quais devem calcular seu parâmetro de liquidez no atacado nas principais moedas em que operam.

Considerando as tensões dos mercados registradas durante os anos de crise global, esse gap de liquidez no atacado tem sido objeto de um acompanhamento especial na matriz e nas unidades da zona do euro.

No final de 2015, todas as unidades encontram-se em uma posição confortável nos horizontes estabelecidos corporativamente para esse cenário.

b) Posição estrutural líquidaO objetivo desse parâmetro é determinar a razoabilidade da estru-tura de financiamento do balanço. O critério do Grupo é conseguir que necessidades estruturais (atividade de crédito, ativos fixos, etc.), sejam atendidas com uma combinação adequada de fontes de ata-cado e uma base estável de clientes de varejo, aos quais se somam o capital e os demais ativos permanentes.

Cada unidade elabora seu balanço de liquidez de acordo com as características do seu negócio e o aborda para as várias fontes de financiamento disponíveis. Assim, é determinada sua estrutura de

financiamento que deve cumprir em todos os momentos com uma premissa fundamental: os negócios básicos devem ser financiados com recursos estáveis e financiamento de médio e longo prazo. Tudo isso garante a solidez da estrutura financeira da Instituição e a sus-tentabilidade dos planos de negócio.

No final de 2015, o Grupo apresentou um excedente estrutural de li-quidez de 149 bilhões de euros, equivalente a 14% do passivo líquido (contra 15% do passivo líquido em 2014).

c) Análise de cenáriosComo um elemento complementar aos parâmetros acima, o Grupo de-senvolve vários cenários de estresse. Seu principal objetivo é identificar os aspectos críticos em cada uma das possíveis crises e definir as me-didas de gestão mais adequadas para abordar cada uma das situações avaliadas.

De modo geral, as unidades consideram três cenários em suas análises de liquidez: idiossincrático, sistêmico local e sistêmico global. Eles representam a análise padrão mínima para todas as unidades do Grupo para seu relatório para a Administração. Além disso, cada uma das unidades desenvolve cenários ad-hoc, replicando crises históricas signi-ficativas ou riscos de liquidez específicos de seu ambiente.

• Crise idiossincrática: afeta apenas a Instituição, mas não o seu ambiente. Isso se reflete basicamente na captação no atacado e nos depósitos no varejo, com diferentes percentagens de saída de acordo com a gravidade definida.

Dentro dessa categoria é considerado como um cenário específico a crise que uma unidade local poderia sofrer como resultado da crise da matriz, o Banco Santander. Esse cenário foi especialmente relevante no exercício de 2012, diante de fortes tensões registradas pelos mercados em relação à Espanha e aos demais países peri-féricos da Zona do Euro, situação essa totalmente superada nos exercícios seguintes.

• Crise sistêmica local: um ataque dos mercados financeiros inter-nacionais ao país onde a unidade está localizada. Cada instituição será afetada com intensidade diferente, dependendo de sua posi-ção relativa no mercado local e a imagem de solidez que apresenta. Dentre outros fatores que serão afetados nesse cenário estão as linhas de financiamento no atacado em virtude do fechamento dos mercados, ou ativos líquidos associados com o país, os quais regis-trariam fortes perdas de valor.

• Crise sistêmica global: nesse cenário destacam-se alguns dos fa-tores já descritos nos parágrafos anteriores, com especial atenção para os aspectos mais sensíveis do ponto de vista do risco de liqui-dez da unidade.

Além disso, somente no caso da matriz é definido um cenário combinado. Consiste em impactos extremamente severos, tanto em solvência como em liquidez, como, por exemplo, caso o Banco Santander enfrente problemas em termos de reputação ocasionados por uma gestão inadequada, que limitem fortemente sua capacidade de captar liquidez no mercado, sendo esses problemas produzidos em um contexto de crise macroeconômica local (Espanha) o qual, por sua vez, limita os valores dos ativos dos quais o Banco dispõe para fazer frente às suas necessidades. Consequentemente, os impactos sobre o passivo e os ativos são resultado da combinação mais severa dos cenários idiossincráticos e sistêmico-local (Espanha).

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RELATÓRIO ANUAL 2015

A definição de cenários e o cálculo de parâmetros sob cada cenário estão diretamente relacionadas com o processo de definição e exe-cução do plano de contingência de liquidez, sob responsabilidade da área de Gestão Financeira.

No final de 2015 e em um cenário de possível crise sistêmica que afe-tasse o financiamento atacadista das unidades sediadas na Espanha (conforme o cenário de 2012, acima mencionado), o Grupo Santander manteria uma posição de liquidez adequada. Em particular, o parâ-metro horizonte de liquidez no atacado da Espanha (incluído nas medidas de gap de liquidez) mostraria níveis superiores aos mínimos estabelecidos, durante os quais a reserva de liquidez cobriria todos vencimentos dos financiamentos no atacado, no caso de não serem renovados.

Além desses três parâmetros foi definida uma série de variáveis internas e de mercado, como os indicadores de alerta antecipado de possíveis crises, que também podem indicar sua natureza e gravidade. Sua integração na gestão diária de liquidez permite prever situações que afetem de modo negativo o risco de liquidez do Grupo. Embora esses alertas apresentem diferenças por país e instituição, com base em condicionantes específicos, alguns parâmetros usados são comuns no Grupo, como o nível dos CDS do Banco Santander, a evolução dos depósitos ou a tendência das taxas oficiais dos bancos centrais.

D.3.2.3. Gestão adaptada às necessidades do negócioComo já mencionado, a gestão de liquidez no Grupo Santander é realizada no âmbito de subsidiárias e/ou unidades de negócios a fim de financiar suas atividades recorrentes a prazos e preços adequa-dos. A seguir estão apresentados os principais números do balanço relacionados à atividade e seu financiamento nas grandes unidades de negócio do Grupo:

Principais unidades e números do balançoBilhões de euros. Dezembro de 2015

Total Ativos

Créditos netos* Depósitos**

Financiamento M/LP***

Espanha 327 155 175 57

Portugal 50 28 29 5

Santander Consumer Finance 89 74 33 18

Polônia 29 19 21 0

Reino Unido 383 283 232 70

Brasil 139 60 57 20

México 65 30 28 2

Chile 46 32 24 7

Argentina 11 6 8 0

EUA 131 84 60 37

Total do Grupo 1.340 787 678 217

* Crédito a clientes excluindo fundo de provisões para perdas com crédito.

* Inclui notas promissórias retail na Espanha.

*** Emissões de M/LP no mercado, securitizações e outros financiamentos colatera -lizados no mercado e fundos tomados de linhas FHLB (Federal Home Loan Banks). Todos por seu valor nominal.

Na prática e seguindo os princípios de financiamento mencionados anteriormente, a gestão de liquidez nessas unidades consiste de:

• Elaborar anualmente o plano de liquidez partindo das necessidades de financiamento derivadas das premissas de cada negócio e da metodologia descrita na seção anterior. A partir dessas necessida-des de liquidez e tendo em conta certos limites prudenciais para recorrer aos mercados de curto prazo, é estabelecido o plano de emissões e securitizações para o exercício no nível de cada subsi-diária/ negócio global, tarefa que é realizada pela área de Gestão Financeira.

• Realizar um acompanhamento ao longo do ano da evolução real do balanço e das necessidades de financiamento das subsidiárias/ negócios, que possibilita as atualizações subsequentes do plano.

• Realizar um acompanhamento e gestão do cumprimento dos ín-dices regulatórios por parte das unidades, bem como monitorar o nível de ativos compromissados no financiamento de cada unidade, tanto do ponto de vista estrutural como de seu componente de prazo mais curto.

• Manter uma presença ativa em um amplo conjunto de mercados de financiamento no atacado, que permita sustentar uma estrutura adequada de emissões, diversificada por produtos com um venci-mento médio conservador.

A eficiência dessa gestão em nível de Grupo baseia-se na sua apli-cação em todas as subsidiárias. Em particular, cada subsidiária faz o orçamento das necessidades de liquidez decorrentes da sua ativida-de de intermediação e avalia sua própria capacidade de recorrer aos mercados atacadistas para, sempre em coordenação com o Grupo, estabelecer o plano de emissões e securitizações.

Tradicionalmente, as principais subsidiárias do Grupo apresentaram uma situação de autossuficiência em relação ao seu financiamento estrutural. A exceção é o Santander Consumer Finance (SCF), que devido à sua natureza de especialista em financiamento do consumo basicamente por meio de consultores, precisou de apoio financeiro de outras unidades do Grupo, em especial da matriz.

Esse apoio, realizado sempre a preço de mercado em função do pra-zo e do rating interno da unidade tomadora, foi reduzido no tempo e atualmente corresponde praticamente às necessidades das novas carteiras e unidades de negócio incorporadas no marco do acordo com o Banque PSA Finance. Em 2016, essa exigência de maior apoio financeiro do Grupo continuará, já que faltam unidades a incorporar. A médio prazo, o desenvolvimento de capacidades de financiamento no atacado nas novas unidades, como exige o modelo do Santander, permitirá a redução desse apoio financeiro.

D.3.3. Estratégia de financiamento e evolução da liquidez em 2015

D.3.3.1. Estratégia de financiamentoNos últimos anos, a atividade de financiamento do Santander foi sustentada pela extensão do modelo de gestão a todas as subsidiá-rias do Grupo, incluindo as novas incorporações e, sobretudo, pela adaptação da estratégia das subsidiárias às crescentes exigências, tanto dos mercados como dos reguladores. Essas exigências não foram homogêneas por mercados e atingiram níveis de dificuldade e pressão muito maior em determinadas áreas, como os países perifé-ricos da Europa.

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RELATÓRIO ANUAL 2015

• Elevada participação dos depósitos captados junto a clientes em um balanço de natureza comercial. Tais depósitos são a principal fonte de financiamento do Grupo. Representam cerca de dois terços de seu passivo líquido (ou seja, do balanço de liquidez) e 86% dos créditos líquidos no final de 2015.

Além disso, são recursos de grande estabilidade, dada sua origem principalmente de atividade com clientes de varejo (89% dos de-pósitos do Grupo são provenientes dos bancos comerciais e private banking, enquanto os 11% restantes correspondem a grandes clientes corporativos e institucionais).

PassivoAtivos

Balanço de liquidez do Grupo Santander*

% dezembro de 2015

65%75%

8%

17%

21%

12%2% Financiamento no

curto prazo

Patrimônio e outros passivos

Financiamento em médio e longo prazo

DepósitosCréditos líquidos

a clientes

Ativos fixos e outros Ativos

financeiros

* Saldos para efeitos de gestão de liquidez: saldo total líquido de Instrumentos financeiros derivativos e saldos de interbancário.

• Financiamento atacadista diversificado com foco no médio e longo prazo e com peso muito baixo do curto prazo. O finan-ciamento de médio e longo prazo no atacado representa 21% do passivo líquido do Grupo e permite cobrir o restante dos créditos líquidos não financiados com os depósitos captados junto a clientes (gap comercial).

Esse financiamento apresenta um equilíbrio adequado por instru-mentos (aproximadamente 40% dívida sênior, 30% securitização e estruturados com garantias, 20% cédulas e o restante são pre-ferenciais e subordinados) e também por mercados, de maneira que aqueles com maior peso nas emissões são aqueles nos quais a atividade de investimento é maior.

A seguir estão apresentados gráficos com a distribuição geográfica dos créditos a clientes e do financiamento no atacado a curto e mé-dio-prazo no Grupo, para fins de apreciação de sua semelhança.

De qualquer maneira, é possível extrair um conjunto de tendências gerais implementadas pelas subsidiárias do Santander em suas estratégias de financiamento e gestão da liquidez desde o início da crise. São as seguintes:

• Manter níveis adequados e estáveis de financiamento no atacado de médio e longo prazo em nível de Grupo. No encerramento de 2015 este financiamento representa 21% do balanço de liquidez, um nível semelhante ao dos últimos anos, mas muito inferior aos 28% no encerramento de 2008, quando a liquidez no varejo, mais abundante e com menor custo, ainda não havia sofrido as tensões da crise.

Em geral, essa atividade atacadista foi modulada em cada unidade em função das exigências regulatórias, a geração de fundos inter-nos do negócio e as decisões de dispor de reservas suficientes de liquidez.

• Assegurar um volume suficiente de ativos descontáveis nos ban-cos centrais como parte da reserva de liquidez (conforme definida na página 258 desta seção) ante situações de estresse dos mercados de atacado.

Em particular, o Grupo elevou de forma significativa sua capacidade total de desconto nos últimos anos, passando de níveis próximos a 85 bilhões de euros no encerramento de 2008 para os cerca de 195 bilhões de euros atuais.

• Forte geração de liquidez do negócio comercial pelo menor cres-cimento do crédito e maior ênfase na captação de recursos de clientes.

Nos últimos anos, evolução dos créditos no Grupo tem sido resulta-do da combinação de quedas nas unidades na Espanha e Portugal, decorrentes da forte redução na alavancagem de suas economias, com crescimentos nas demais regiões, seja pela expansão de unida-des de negócios em desenvolvimento (Estados Unidos, Alemanha, Polônia, empresas no Reino Unido), ou pelo crescimento sustentado dos negócios em países emergentes (América Latina). Em conjunto, desde dezembro de 2008, os créditos líquidos do Grupo aumenta-ram em 146 bilhões de euros (+26%).

Ao mesmo tempo, o foco pela liquidez durante a crise, juntamente com a capacidade de captação no varejo do Grupo por meio de suas agências, permitiram um aumento de 262,495 bilhões de euros em depósitos de clientes. Isso significa um aumento de 62% no saldo de dezembro de 2008 e mais do que o dobro do aumento do saldo de créditos líquidos no mesmo período. Todas as unidades comerciais tiveram aumento em seus depósitos, tanto as unidades em econo-mias com desalavancagem, como aquelas em áreas de crescimento onde sua evolução acompanhou a dos créditos.

Em 2015, como ocorrido em 2014, essas tendências sobre créditos e depósitos cessaram no âmbito do Grupo. De um lado, a queda na desalavancagem e a recuperação da produção nas economias mais afetadas pela crise e, de outro lado, o foco na redução do custo do passivo em mercados maduros com taxas de juros em mínimos históricos, explicam que a diferença entre saldos de créditos e depó-sitos deixou de apresentar redução, chegando a mostrar um ligeiro aumento nos dois últimos anos.

Todos estes desdobramentos de negócios e mercados, com base em um sólido modelo de gestão de liquidez, permitiram ao Santander desfrutar no momento de uma estrutura de financiamento muito robusta, cujas características básicas são:

Créditos líquidos a clientesDezembro de 2015

Zona do euro34%

Zona do euro 37%

Reino Unido36%

Reino Unido

32%

Restante da

Europa2%

Estados Unidos

11%

Estados Unidos

17%

Brasil8%

Brasil9%

Restante América Latina

9%

Restante América Latina

5%

Financiamento no atacado M/LPDezembro de 2015

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RELATÓRIO ANUAL 2015

A maior parte do financiamento no atacado de médio e longo prazo é composta por emissões de dívida. Seu saldo em aberto no mercado no final de 2015 situa-se em 149,393 bilhões de euros nominais e tem um perfil adequado de vencimentos, com uma vida média de 3,9 anos.

Abaixo estão os detalhes por instrumento nos últimos três anos e seu perfil de vencimento contratual:

Emissões de dívida de médio e longo prazo. Grupo SantanderMilhões de euros

Evolução saldo em aberto em valor nominal

Dezembro de 2015 Dezembro de 2014 Dezembro de 2013

Preferencial 8.491 7.340 4.376

Subordinada 12.262 8.360 10.030

Dívidas sênior 83.630 68.457 60.195

Cédulas 45.010 56.189 57.188

Total 149.393 140.346 132.789

Distribuição por vencimento contratual. Dezembro de 2015*

0-1 mês

1-3 meses

3-6 meses

6-9 meses

9-12 meses

12-24 meses

2-5 anos

mais de 5 anos Total

Preferencial 0 0 0 0 0 0 0 8.491 8.491

Subordinada 0 7 224 1.058 84 1.079 2.178 7.633 12.262

Dívidas sênior 3.337 4.994 4.327 2.902 5.305 21.617 30.636 10.512 83.630

Cédulas 2.627 1.444 1.458 1.477 1.669 8.714 10.170 17.452 45.010

Total* 5.964 6.444 6.008 5.438 7.058 31.410 42.984 44.087 149.393

* No caso de emissões com put a favor do detentor, considera-se o vencimento do put em lugar do vencimento contratual.

Obs.: a totalidade da dívida sênior emitida pelas subsidiárias do Grupo não possui garantias adicionais.

Além das emissões de dívida, o financiamento do atacado no médio e longo prazo inclui títulos de securitização colocados no mercado, fi-nanciamento colateralizados e outros especiais por um valor conjun-to de 67,508 bilhões de euros e um vencimento inferior a dois anos.

O financiamento no atacado dos programas de emissão de curto pra-zo é uma parte residual da estrutura financeira do Grupo (representa cerca de 2% do passivo líquido), a qual está associada às atividades de tesouraria e é coberta com folga por ativos financeiros líquidos.

Em dezembro de 2015, seu saldo em aberto era de 24,448 bilhões de euros, captados principalmente pela unidade do Reino Unido e a ma-triz por meio de programas de emissão existentes: vários programas de certificados de depósitos e títulos privados (commercial papers) do Reino Unido, 39%; European Commercial Paper, US Commercial Paper e programas domésticos da matriz, 22%; demais programas em outras unidades, 39%.

Em resumo, uma estrutura sólida de financiamento, fundamentada em um balanço basicamente comercial que permite ao Grupo San-tander cobrir com folga suas necessidades estruturais de liquidez (créditos e ativos fixos) com recursos permanentes estruturais (depó-sitos, financiamento a médio e longo-prazo e patrimônio), gerando um elevado excedente de liquidez estrutural.

D.3.3.2. Evolução da liquidez em 2015Os aspectos-chave da evolução da liquidez para o Grupo no exer-cício foram:

• Índices confortáveis de liquidez, sustentados por uma ativi-dade comercial equilibrada e por uma maior captação de médio a longo-prazo no atacado que absorvem o crescimento do crédito.

• Cumprimento de índices regulatórios: Em 2015, entrou em vigor o cumprimento do índice LCR (Liquidity Coverage Ratio). No encerramento do ano, o LCR em nível de Grupo situava-se em 146%, muito acima do mínimo exigido (60% em 2015, per-centual que deve aumentar gradativamente até 100% em 2018).

• Elevada reserva de liquidez, reforçada em relação a 2014 em termos de quantidade (257,740 bilhões de euros) e em qualida-de (52% do total são high quality liquid assets).

• Menor peso dos ativos compromissados em operações de financiamento estrutural de médio e longo prazo: em torno de 14% do balanço ampliado do Grupo (critério da Autoridade Ban-cária Europeia -EBA) no encerramento de 2015.

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RELATÓRIO ANUAL 2015

i. Índices básicos de liquidez em níveis confortáveisO quadro apresenta a evolução nos últimos anos dos parâmetros básicos de acompanhamento da liquidez para o Grupo:

Parâmetros de acompanhamento. Grupo Santander

2008 2012 2013 2014 2015

Créditos líquidos sobre ativos líquidos 79% 75% 74% 74% 75%

Índice créditos líquidos /depósitos (LTD) 150% 113% 112% 113% 116%

Depósitos de clientes, e financiamento a médio e longo prazo sobre créditos líquidos 104% 117% 118% 116% 114%

Financiamento no atacado a curto prazo sobre passivo líquido* 7% 2% 2% 2% 2%

Excedente estrutural de liquidez (% sobre passivo líquido*) 4% 16% 16% 15% 14%

*Saldos para efeitos de gestão de liquidez.

Obs.: em 2012 e 2013 os depósitos de clientes incluem notas promissórias do varejo na Espanha (excluídos do financiamento do atacado de CP). Os índices de 2012 e 2013 incluem o SCUSA por consideração global, de forma semelhante a 2014.

No final de 2015 e em relação ao exercício anterior, o Grupo Santander registrou:

• Um índice estável de créditos sobre os ativos líquidos (total dos ativos menos instrumentos financeiros derivativos e saldos interbancários) de 75%, reflexo da melhoria no crédito, após o final da desalavancagem em mercados maduros. Seu nível elevado em comparação aos concorrentes europeus reflete o caráter comercial do saldo do Grupo Santander.

• Índice de créditos líquidos sobre depósitos captados junto a clientes (índice LTD) de116%, dentro de níveis bastante confortáveis (inferiores a 120%). Essa evolução mostra a recuperação do crédito nos mercados maduros, tanto orgânica como inorgânica (incorporação de negócios de consumo na Europa) e o maior foco na otimização do custo dos depósi-tos varejistas nos países com taxas de juros baixas.

• Queda no índice que relaciona os depósitos captados junto a clientes mais o financiamento a médio e longo-prazo com os créditos e, por ra-zões semelhantes ao caso do LTD, considerando que no Grupo o aumen-to da captação de recursos no atacado também é inferior ao do crédito. Em 2015, esse índice registrou 114% (116% em 2014).

• A dependência do Grupo em relação ao financiamento de curto prazo no atacado se manteve reduzida. Esse índice, em torno de 2%, ficou em linha com os exercícios anteriores.

• Por fim, o excedente estrutural do Grupo (ou seja, o excesso de recursos estruturais de financiamento - depósitos, financiamento em médio e lon-go prazo e capital —em relação às necessidades estruturais de liquidez— ativos fixos e créditos) aumentou em 2015, atingindo um saldo médio de 159 bilhões de euros, 4% acima do fechamento no exercício passado.

Em 31 de dezembro de 2015, o excedente estrutural ficou em 149,109 bilhões de euros em base consolidada. O referido excedente é composto de ativos de renda fixa (158,818 bilhões de euros), de renda variável (19,617 bilhões), parcialmente compensados pelo financiamento no atacado de curto prazo (-24,448 bilhões de euros) e depósitos líquidos tomados em interbancários e em bancos centrais (-4,878 bilhões de euros). Em termos relativos, seu volume total equivale a 14% do passivo líquido do Grupo, em um patamar semelhante ao registrado em dezem-bro de 2014.

Em resumo, o Grupo Santander apresentou uma posição confortável de liquidez no encerramento de 2015, resultado da evolução registrada pelas subsidiárias.

Abaixo apresentamos o detalhamento dos índices de liquidez mais utilizados referentes às principais unidades de gestão do Santander em dezembro de 2015:

Principais unidades e índices de liquidez% dezembro de 2015

Índice LTD (créditos líquidos/

depósitos)

Depósitos + financiamento M/LP sobre créditos

líquidos

Espanha 89% 149%

Portugal 97% 121%

Santander Consumer Finance 226% 69%

Polônia 88% 115%

Reino Unido 122% 107%

Brasil 106% 128%

México 107% 101%

Chile 133% 98%

Argentina 78% 130%

Estados Unidos 140% 115%

Total do Grupo 116% 114%

Obs.: Inclui notas promissórias retail em depósitos na Espanha.

De forma geral, existem dois fatores-chave da evolução da posição de liquidez do Grupo e de suas subsidiárias em 2015:

1. O aumento do gap comercial, continuando a mudança na ten-dência iniciada em 2014 e reforçado pelos componentes não orgânicos (SCF).

2. Continuou a intensidade da atividade de emissão, especialmente nas unidades europeias e americanas, frente a uma situação mais favorável dos mercados de atacado.

Em seu conjunto, o total de financiamento captado pelo Grupo no médio e longo prazos aumentou para 56 bilhões de euros.

Em termos de instrumentos, as emissões de renda fixa em médio e longo prazo (dívida sênior, cédulas, subordinadas e preferenciais) foram as que mais aumentaram (16%), superando 42 bilhões de eu-ros, com um maior peso da dívida sênior frente a cédulas. A Espanha foi o maior emissor, seguida pelo Reino Unido e pelas unidades do Santander Consumer Finance, concentrando 87% do valor emitido dentre os três.

Os outros 14,4 bilhões de euros de financiamento no médio e longo prazos correspondem às atividades relacionadas a securitizações e financiamentos com garantias, os quais mantiveram-se estáveis em comparação com o exercício anterior. As unidades especializadas em consumo nos EUA e na Europa concentraram 85% do total.

Por região, o Santander Consumer Finance Brasil e EUA registraram os maiores aumentos, apoiados na maior emissão de dívida sênior.

Nos Estados Unidos, o Santander Consumer USA continuou aumen-tando sua atividade de securitização e sua dependência de linhas wa-

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rehouse para financiar o forte crescimento de produções e carteira. Por sua vez, o Santander Consumer Finance alcançou um volume de securitizações de aproximadamente 4,2 bilhões de euros, uma queda sensível em comparação a 2014, mas compensadas pelas emissões de dívidas sênior mencionadas anteriormente.

A seguir, apresentamos em mais detalhes sua distribuição por instru-mentos e regiões:

Distribuição por instrumentos

Dívida sênior 60%

Espanha18%

Reino Unido24%

América Latina3%

Estados Unidos

22%

Restante da Europa 2%

Santander Consumer

Finance17%

Preferenciais 2%

Cédulas5%

Brasil14%

Distribuição por região

Financiamento a médio e longo prazo colocado no mercado (emissões e securitizações)Janeiro-dezembro 2015

Subordinadas 8%

Securitizações e outros

25%

Em resumo, o Grupo Santander mantém uma ampla capacidade de acesso aos diferentes mercados onde atua, reforçada com a incorpora-ção de novas unidades emissoras. Em 2015, foram realizadas emissões e securitizações em 14 moedas, das quais participaram 18 emissores relevantes de 15 países, com vencimento médio de aproximadamente 4 anos, ligeiramente superior ao exercício passado.

ii. Cumprimento antecipado dos coeficientes regulatóriosDentro de seu modelo de gestão de liquidez, o Grupo Santander vem gerenciando nos últimos anos a implementação, acompanhamento e cumprimento antecipado dos novos requisitos de liquidez estabeleci-dos pelos regulamentos financeiros internacionais.

LCR (Liquidity Coverage Ratio)Em 2014, e depois da aprovação pelo Comitê da Basileia da definição final do índice de cobertura de liquidez de curto prazo (o chamado LCR) foi emitido o ato delegado da Comissão Europeia o qual define os critérios de cálculo e implementação desse parâmetro na União Euro-peia no âmbito da CRDIV. Sua implementação foi adiada para outubro de 2015, embora o nível de conformidade inicial tenha se mantido em 60%, percentual que deve aumentar gradualmente até 100% em 2018.

O bom ponto de partida na liquidez no curto prazo, aliado à gestão autônoma do índice em todas as grandes unidades, permitiram manter níveis de conformidade superiores a 100% ao longo do ano, tanto em termos consolidados como individual em todas essas unidades. Em dezembro de 2015, o índice LCR do Grupo era de 146, superando folgadamente o requisito regulatório. Ainda que o requisito seja vá-lido somente em nível de Grupo, nas demais subsidiárias esse mínimo também é superado com folga.

NSFR (Net Stable Funding Ratio)A definição final do coeficiente de financiamento estável líquido foi aprovada pelo Comitê da Basileia em outubro de 2014, aguardando ainda sua adequação às normas locais.

Em relação a esse índice, o Santander se beneficiou com o elevado peso dos depósitos captados junto a clientes, que foram mais está-veis, com necessidades permanentes de liquidez devido às ativida-des comerciais financiadas por instrumentos de médio e longo prazo e de uma dependência limitada no curto prazo. Tudo isso permite manter uma estrutura de liquidez equilibrada, o que se reflete nos patamares do índice NSFR, os quais se situaram acima de 100% no fechamento de 2015, tanto em nível de Grupo como para a maioria das subsidiárias, ainda que não seja exigível antes de 2018.

Em suma, a gestão e o modelo de liquidez permitiram ao Santander antecipar o cumprimento dos dois parâmetros regulatórios por parte do Grupo e de suas principais subsidiárias, tomando dianteira frente às exigências legais.

iii. Elevada reserva de liquidezO terceiro aspecto chave é o que reflete a posição folgada de liquidez do Grupo durante 2015.

A reserva de liquidez é o conjunto de ativos altamente líquidos mantidos pelo Grupo e suas subsidiárias com a finalidade de servir de recurso de última instância em situações de máximo estresse de mercados, quando não for possível obter financiamento em prazos e preços adequados.

Consequentemente, nessa reserva, estão incluídos os depósitos em ban-cos centrais e o caixa, a dívida pública não compromissada, a capacidade de desconto em bancos centrais, além dos ativos financiáveis e linhas dis-poníveis em órgãos oficiais (como, por exemplo, os Federal Home Loans Banks nos EUA).

Tudo isso representa um reforço à sólida posição de liquidez conferida pelo modelo de negócios do Santander (diversificado, foco em banco comercial, subsidiárias autônomas...) ao Grupo e suas subsidiárias.

Em 31 de dezembro de 2015, o Grupo Santander registrou uma reserva de liquidez de 257,740 bilhões de euros, 12% acima de dezembro de 2014 e 3% acima da média do exercício. A seguir, esse volume é detalhado por tipo de ativos, de acordo com seu valor efetivo (líquido de haircuts):

Reserva de liquidezValor efetivo (líquido de haircuts) em milhões de euros

2015 Média 2015 2014

Depósitos à vista + Depósitos em bancos centrais 48.051 46.703 47.654

Dívida pública disponível 85.454 75.035 52.884

Desconto disponível em bancos centrais 110.033 112.725 115.105

Ativos financiáveis e linhas disponíveis 14.202 15.703 14.314

Reserva de liquidez 257.740 250.165 229.957

Obs.: Em reserva de liquidez foram incluídos outros ativos de alta liquidez, como carteiras de renda fixa e de renda variáveis cotadas.

Esse aumento quantitativo foi acompanhado por um aumento qualitativo da reserva de liquidez do Grupo, decorrente da evolução diferenciada por seus ativos. Assim, as duas primeiras categorias (depósitos à vista + depósitos em bancos centrais + dívida pública disponível), as de maior liquidez (ou high quality liquidity assets na terminologia da Basileia como “primeira linha de liquidez”), aumentaram acima da média. No ano houve aumento de mais de 32,967 bilhões de euros, elevando seu peso para 52% das reservas totais no encerramento de exercício (frente a 44% em 2014).

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Dentro da autonomia que o modelo de financiamento confere às subsidiárias, cada uma mantém uma composição de ativos de sua reserva de liquidez adequada às condições de seu negócio e mercado (por exemplo, capacidade de mobilização de seus ativos ou recurso a linhas adicionais de desconto, como nos EUA).

A maior parte dos ativos está denominada na própria moeda do país, motivo pelo qual não há restrições para sua utilização, embora existam restrições regulatórias na maior parte das regiões, as quais limitam a atividade entre instituições relacionadas.

A localização da reserva de liquidez está distribuída regionalmente da seguinte maneira: 51% no Reino Unido, 27% na zona do euro, 9% nos EUA, os 9% restantes na Polônia e América Latina.

Localização da Reserva de LiquidezMilhões de euros

Reino Unido 130.309 51%

Zona do euro 69.719 27%

EUA 23.234 9%

Brasil 10.384 4%

Restante 24.094 9%

Total 257.740

Grupo SantanderAtivos compromissados no balanço

Valor contábil Valor justo Valor contábil de ativos Valor justo de ativos de ativos não de ativos não

Bilhões de euros compromissados compromissados compromissados compromissados

Ativos 323,3 1.017,0

Créditos/empréstimos 217,8 725,9

Instrumentos de capital 13,2 13,2 10,5 10,5

Instrumentos de dívida 74,6 74,5 105,5 105,4

Outros ativos 17,7 175,1

Grupo SantanderGarantias recebidas compromissadas

Valor justo de Valor justo das garantias garantias recebidas e recebidas ou da dívida

compromissadas ou de emitida pela própria dívida emitida pela própria instituição, disponíveis para

Bilhões de euros instituição e onerada serem compromissadas

Garantias recebidas 44,9 52,0

Créditos e empréstimos 1,2 0,0

Instrumentos de capital 0,9 1,7

Instrumentos de dívida 42,8 45,1

Outras garantias recebidas 0,0 5,2

Instrumentos de dívida emitida pela instituição, que não sejam cédulas ou securitização 0,0 5,6

Grupo SantanderAtivos e garantias recebidas compromissadas e passivos relacionados

Ativos compromissados e garantias recebidas,

incluindo instrumentos Passivos, passivos de dívida emitidos pela

contingentes ou instituição, que não empréstimo de títulos sejam títulos garantidos

associados aos ativos ou de securitização, Bilhões de euros compromissados compromissadas

Total de fontes de gravame (valor contábil) 302,6 368,3

iv. Ativos compromissados em operações de financiamento (asset encumbrance, na terminologia internacional)Por fim, merece destaque a utilização moderada de ativos como garantia nas fontes de financiamento estrutural do balanço por parte do Grupo Santander.

Atendendo às diretrizes estabelecidas pela Autoridade Bancária Europeia (EBA) em 2014, nos termos do conceito de ativos com-promissados em operações de financiamento (asset encumbrance), estão incluídos os ativos no balanço colocados como garantia em operações para a obtenção de liquidez, bem como os que estão fora do balanço, recebidos e reutilizados com propósito semelhante, e também outros ativos associados e passivos por motivos diferentes de financiamento.

A seguir, apresentamos o relatório de informações do Grupo Santan-der exigido pela EBA no final do exercício de 2015.

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Os ativos compromissados no balanço atingiram 323,3 bilhões de eu-ros, dos quais mais de dois terços referem-se a empréstimos (crédito imobiliários, corporativos). Os ativos compromissados fora do balan-ço totalizam 44,9 bilhões e correspondem, em sua grande maioria, a títulos de dívida recebidos como garantias em operações de aqui-sições de ativos e que foram reutilizados. As duas categorias somam um total de 368,3 bilhões de euros de ativos onerados, que represen-tam um volume de passivos a eles associados de 302,6 bilhões.

No final do exercício, o total de ativos compromissados em opera-ções de financiamento representava 26% do balanço ampliado do Grupo de acordo com o critério da EBA (ativo total acrescido de garantias recebidas): 1.437 bilhões de euros em dezembro de 2015). Esse índice permaneceu nos mesmos níveis do ano passado. O recur-so ao TLTRO por parte do Grupo durante 2015 foi compensado por vencimentos de dívida secured (principalmente cédulas hipotecarias), substituída por financiamento unsecured.

Por fim, cabe destacar a natureza diversa das fontes de gravame, bem como seu papel no financiamento do Grupo:

• 44% do total dos ativos compromissados correspondem a garantias oferecidas em operações de financiamento de médio e longo prazo (com um vencimento residual superior a 1 ano) para financiar a atividade comercial do balanço. Esse número posiciona o total de ativos compromissados em operações de financiamento entendido como estrutural em 11% do balanço ampliado do Grupo de acordo com o critério da EBA.

• Os 56% restantes correspondem a operações no mercado de curto prazo (com vencimento residual inferior a 1 ano) ou garantias co-locadas em operações com derivativos e cuja finalidade não seja o financiamento das atividades regulares dos negócios e sim a gestão eficiente da liquidez de curto prazo.

D.3.4. Perspectivas de financiamento para 2016

O Grupo Santander começou 2016 com uma situação inicial confortá-vel, e com boas perspectivas para o financiamento no próximo exercí-cio. Entretanto, o ambiente não está livre de riscos: instabilidade nos mercados financeiros, o ajuste da economia chinesa ou mudanças nas políticas monetárias dos principais bancos centrais.

Com vencimentos a serem assumidos nos próximos trimestres, devido à redução do peso no curto prazo e uma dinâmica vital de emissões de médio e longo prazo (similar à observada um ano antes) o Grupo gerenciará essas necessidades em cada região geográfica, juntamente com as especificidades de cada negócio, incluindo a incorporação prevista de novas carteiras e negócios, em especial, o segmento de consumo na Europa.

O cenário previsto de maior crescimento e as novas incorporações gerarão necessidades moderadas de liquidez em nossas unidades, tanto em países maduros como emergentes.

Para atender essas necessidades comerciais, as unidades, na maioria dos casos, contarão com as posições excedentes com as quais encer-raram o exercício de 2015. Além disso, têm amplo acesso aos merca-dos de atacado, em especial na Europa, favorecidos pelos impulsos quantitativos do Banco Central Europeu. Tudo isso permitirá que as

subsidiárias do Grupo mantenham estruturas de liquidez adequadas a seus balanços.

Na Espanha, com um volume de depósitos superior ao de créditos, a previsão é de uma recuperação moderada do crédito depois de um longo período de redução da alavancagem, ao mesmo tempo que o foco continua na otimização do custo do passivo. Os índices de liquidez serão fortalecidos, tendo em vista as próximas devoluções de LTROs.

Dentre as demais unidades europeias, haverá destaque para a cres-cente atividade de emissões e securitizações da divisão Santander Consumer Finance, sustentada pela robustez de seu negócio e pela qualidade de seus ativos. Em 2016, como comentado anteriormente, a consolidação de novas carteiras exigirá uma maior dependência do resto do Grupo no curto prazo.

No Reino Unido, o bom andamento da atividade comercial e a capta-ção de clientes permitirão reforçar a base de depósitos como fonte básica do crescimento do crédito. A situação favorável prevista para os mercados possibilitará otimizar as fontes de financiamento em médio e longo prazo. Por outro lado, também com um crescimento equilibrado de créditos e depósitos, os Estados Unidos concentrarão sua atividade na diversificação de suas fontes de financiamento no atacado, tanto no Santander Bank como em Santander Consumer USA, o que contribuirá para reduzir seu nível de alavancagem em relação aos passivos garantidos.

Na América Latina, da mesma forma que no exercício anterior, a ênfase será mantida nos depósitos para financiar as atividades comerciais, ao mesmo tempo potencializando a emissão em alguns mercados de atacado abertos para as grandes unidades do Grupo.

Além disso, no nível do Grupo, o Santander dará continuidade a seu plano de longo prazo de emitir passivos computáveis em capital. O plano tem por objetivo reforçar de maneira eficiente os índices regulatórios atuais, e também considera exigências regulatórias futuras. Especificamente, o cumprimento do TLAC (capacidade total de absorção de perdas), que entrará em vigor em 2019 para as insti-tuições de importância sistêmica mundial. Embora este seja apenas um acordo em nível internacional, aguardando sua transposição para a regulamentação europeia, o Grupo já o está incorporando em seus planos futuros de emissão para cobrir necessidades potenciais. A ex-pectativa é que o ritmo de emissão dos últimos anos seja suficiente para cobrir as necessidades futuras.

Dentro desse marco geral, diversas unidades do Grupo aproveitaram as boas condições dos mercados no começo do exercício de 2016 para realizar emissões e securitizações com spreads muito ajustados, captando um volume superior a 4 bilhões de euros em janeiro.

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D.4. Risco operacional

D.4.1. Definição e objetivos

O Grupo Santander defne o risco operacional (RO) de acordo com as diretrizes da Basileia, como o risco de perda devido à inadequa-ção ou falha de procedimentos, pessoas e sistemas internos, ou a acontecimentos externos.

O risco operacional é inerente a todos os produtos, atividades, pro-cessos e sistemas e é gerado em todas as áreas de negócios e de su-porte. Por essa razão, é responsabilidade de todos os funcionários a gestão e o controle dos riscos gerados em seu âmbito de atuação.

O objetivo do Grupo no contexto de controle e gestão do risco ope-racional se concentra na identifcação, medição/avaliação, monito-ramento, controle, minimização e comunicação do risco em questão.

Portanto, a prioridade do Grupo é identifcar e minimizar focos de risco, independentemente de terem ou não ocasionado perdas. A medição também contribui para o estabelecimento de prioridades na gestão do risco operacional.

Durante o exercício de 2015, o Grupo continuou a estimular a melhoria do modelo de gestão do risco operacional por meio de diferentes iniciativas implementadas pela divisão de Riscos. Dentre elas, as mais relevantes foram a conclusão da árvore documental de políticas de referência de risco operacional dentro do projeto Documenta, e também a continuação do projeto de transformação AORM (Advanced Operational Risk Management) como elemento prioritário dentro da estratégia ARM (Advanced Risk Management) do Grupo. Esse programa tem por objetivo elevar as capacidades de gestão do risco operacional dentro de um enfoque de gestão avançada do risco, contribuindo para a redução do nível de exposi-ção futura e para a diminuição das perdas que afetam a demonstra-ção de resultados.

Para o cálculo do capital regulatório por risco operacional, o Grupo Santander vem aplicando o método padrão previsto na Diretiva Eu-ropa de Capital. O programa AORM contribuirá para disponibilizar modelos de estimativa de capital nas principais regiões, tanto para o efeito de capital econômico e stress testing, como para sua possí-vel aplicação para capital regulatório.

No Relatório de Relevância Prudencial/Pilar II, no item 4, estão incluídas as informações relativas no cálculo das exigências de re-cursos próprios por risco operacional.

D.4.2. Modelo de gestão e controle de risco operacional

D.4.2.1. Ciclo de gestão do risco operacionalA gestão do risco operacional no Grupo Santander é desenvolvida atendendo aos seguintes elementos:

Planejamento

Acompanha

men

to

Perf l R

O

Min

imiza

ção

Comunicação

Gestão e controle

RO

Medição

Identif cação

Avaliação

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RELATÓRIO ANUAL 2015

As diversas etapas do modelo de gestão e controle de risco operacional envolvem:

• Identifcar o risco operacional inerente a todas as atividades, produ-tos, processos e sistemas do Grupo.

• Defnir o perfl objetivo de risco operacional, com especifcação das estratégias por unidade e horizonte temporal, por meio do estabele-cimento do apetite e tolerância de RO, da projeção anual de perdas e de seu acompanhamento.

• Promover o envolvimento de todos os funcionários na cultura de risco operacional, através do treinamento adequado a todos os âmbitos e níveis da organização.

• Medir e avaliar o risco operacional de forma objetiva, contínua e coe-rente com os padrões regulatórios (Basileia, Banco de España, etc.) e o setor.

• Realizar um acompanhamento contínuo das exposições de risco ope-racional, implantar procedimentos de controle, melhorar o ambiente de controle interno e minimizar as perdas.

• Estabelecer medidas de minimização que eliminem ou minimizem o risco operacional.

• Elaborar relatórios periódicos sobre a exposição ao risco operacional e seu nível de controle para a administração e áreas/unidades do Gru-po, bem como informar ao mercado e organismos reguladores.

• Defnir e implantar a metodologia necessária para estimar o cálculo interno de capital em termos de perda esperada e inesperada.

Para cada um dos processos chave indicados anteriormente, é necessário:

• Defnir e implantar sistemas que permitam vigiar e controlar as ex-posições ao risco operacional, integrados na gestão diária do Grupo, aproveitando a tecnologia existente e procurando a máxima automa-tização das aplicações.

• Defnir e documentar as políticas para gestão e controle do risco ope-racional, e implantar as metodologias e ferramentas de gestão desse risco, de acordo com as normas e as melhores práticas.

O modelo de gestão e controle de risco operacional implantado pelo Grupo Santander traz as seguintes vantagens:

• Promove o desenvolvimento de uma cultura de risco operacional.

• Permite uma gestão integral e efcaz do risco operacional (identifca-ção, medição/avaliação, controle/minimização, e informação).

• Melhora o conhecimento dos riscos operacionais, tanto reais como potenciais, e sua atribuição às linhas de negócio e de suporte.

• As informações de risco operacional contribuem para melhorar os processos e controles, reduzir as perdas e a volatilidade da receita.

• Facilita o estabelecimento de limites de apetite de risco operacional.

D.4.2.2. Modelo de identificação, medição e avaliação do riscoPara realizar a identifcação, medição e avaliação do risco operacio-nal, foi defnido um conjunto de técnicas/ferramentas corporativas, quantitativas e qualitativas, as quais se combinam para realizar um diagnóstico a partir dos riscos identifcados e obter uma avaliação por meio da medição/avaliação da área/unidade.

A análise quantitativa desse risco é realizada fundamentalmente com o uso de ferramentas que registram e quantifcam o nível poten-cial de perdas associadas a eventos de risco operacional.

• Base de dados interna de eventos, cujo objetivo é a captação da totalidade dos eventos de risco operacional do Grupo. A captação de sucessos relacionados com o risco operacional não se restringe ao estabelecimento de limites, isto é, não são realizadas exclusões em função do valor, e contém tanto eventos com impacto contábil (incluindo impactos positivos) como não contábeis.

Existem processos de conciliação contábil que garantem a qualida-de das informações coletadas na base de dados. Os eventos mais relevantes do Grupo e de cada unidade de risco operacional são especialmente documentados e revisados.

• Base de dados externa de eventos, uma vez que o Grupo Santan-der participa de consórcios internacionais, como ORX (Operational Risk Exchange). Além disso, foi reforçada a utilização de bases de dados externas que proporcionam informações quantitativas e qualitativas, permitindo uma análise mais detalhada e estruturada de eventos relevantes ocorridos no setor, e a preparação adequada dos exercícios de análises de cenários, a qual é comentada a seguir.

• Análises de cenários de RO. O Grupo busca opiniões de especialis-tas das linhas de negócio e dos gestores de risco e controle, com o objetivo de identifcar eventos potenciais com probabilidade muito baixa de acontecer, mas que, caso se concretizem, possam implicar uma perda muito elevada para uma instituição. É feita a avaliação de seu possível efeito na Instituição e são identifcados controles adicionais e medidas de minimização que reduzam a eventualidade de um elevado impacto econômico.

Durante 2015 foi desenvolvida uma metodologia corporativa de cená-rios, a qual foi implantada nas principais regiões do Grupo.

• Cálculo de capital por método padrão (ver seção correspondente no Relatório com Relevância Prudencial/Pilar III).

As ferramentas definidas para a análise qualitativa objetivam avaliar aspectos (hedge/exposição) ligados a um perfl de risco, permitindo com isso captar o ambiente de controle existente. Essas ferramentas são, fundamentalmente:

• Autoavaliação dos riscos operacionais (RCSA). A autoavaliação dos riscos operacionais é defnida como o processo qualitativo que permite determinar os principais riscos operacionais da unidade e designados às diferentes funções, por meio do uso do critério e experiência de um grupo de especialistas de cada função.

O objetivo do RCSA é identifcar e avaliar os riscos operacionais relevantes que possam impedir que as unidades de negócio ou de

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RELATÓRIO ANUAL 2015

suporte atinjam seus objetivos. O processo de RCSA tem como objetivo identifcar esses riscos operacionais, avaliá-los em termos inerentes e residuais, avaliar a confguração e o funcionamento dos controles e identifcar as medidas de minimização, caso os níveis de risco não sejam aceitáveis pelos gestores de risco.

O Grupo estabeleceu um processo contínuo de autoavaliação do risco operacional, de forma que os riscos relevantes sejam avaliados pelo menos uma vez por ano. Esse processo combina o parecer de especialistas e a participação em painéis ou workshops, contando com a participação de todas as partes interessadas, espe-cialmente as primeiras linhas responsáveis pelos riscos e controles, e também da fgura do facilitador, o qual é neutro e sem autoridade de decisão, ajudando o Grupo a obter os resultados esperados.

Além disso, o Grupo elabora avaliações temáticas de diversas fontes específcas de risco operacional, as quais permitem uma identifcação transversal mais granular do nível de risco. Elas são realizadas com referência aos riscos tecnológicos e para os fatores de possíveis não conformidades normativas e exposição a lavagem de dinheiro e fnanciamento ao terrorismo. Estes dois últimos, em conjunto com o exercício do fator dos riscos de conduta (planejado para 2016), são comentados de forma mais detalhada no capítulo D.5. Risco de compliance e conduta deste Relatório.

• Sistema corporativo de indicadores. São estatísticas ou parâme-tros de diversas categorias, que proporcionam informações sobre a exposição ao risco e ao ambiente de controle de uma instituição. Esses indicadores são revisados periodicamente para alertar sobre mudanças que possam ser indicadoras de problemas com o risco.

Durante 2015, o Grupo evoluiu o set corporativo de indicadores com o objetivo de monitorar os principais focos de risco do Grupo e da indústria. Além disso, foi potencializado o uso de indicadores em todos os âmbitos da organização, a partir das primeiras linhas gestoras dos riscos. A intenção é que os indicadores mais repre-sentativos do nível de risco dos diversos fatores façam parte dos parâmetros que fundamentam o apetite de risco operacional.

• Recomendações de auditoria e dos reguladores. Proporcionam informações relevantes sobre riscos inerentes devido a fatores internos e externos e permite a identifcação de fragilidades nos controles.

• Reclamações de clientes. A evolução que o Grupo está imple-mentando no que se refere à sistematização do acompanhamento das reclamações e, principalmente, da causa-raiz das mesmas, traz informações igualmente importantes para identifcar e dimensionar o nível de risco das instituições.

• Outros instrumentos específicos que permitem uma análise mais detalhada do risco tecnológico como, por exemplo, o controle das incidências críticas nos sistemas e eventos de cibersegurança. A captação dessas informações foi integrada em 2015 na ferramenta corporativa de risco operacional.

• Avaliação específica dos riscos vinculados aos processos de gestão da infraestrutura tecnológica, da aquisição e desenvolvimento de soluções, controle da segurança da informação e governança de TI.

D.4.2.3. Implantação do modelo e iniciativasAtualmente, o modelo incorpora praticamente a totalidade das uni-dades do Grupo, com alto grau de homogeneidade. Não obstante, o ritmo diferente de implantação e a profundidade histórica das res-pectivas bases de dados refletem em diferenças no nível de avanço entre os diversos países.

Conforme indicado na seção D.4.1. Defnição e objetivos, durante 2015 o Grupo acelerou seu processo de transformação para um enfo-que de gestão avançada de riscos operacionais (AORM); Por um lado, o objetivo do programa é consolidar o marco atual de gestão de risco operacional e, por outro, atingir as melhores práticas de mercado e se alavancar no monitoramento de um perfl de risco operacional integrado e consolidado para conduzir de forma proativa a estratégia de negócios e as decisões táticas.

O programa foi estruturado em linhas de trabalho chave (apetite, autoavaliação de riscos, cenários, parâmetros, etc.), permitindo con-centrar o foco nas melhorias realizadas e que estarão praticamente concluídas ao longo de 2016, cobrindo as dez maiores regiões geo-gráfcas do Grupo. Para o monitoramento adequado do processo do programa, foi estabelecida uma governança de acompanhamento ao nível mais alto da organização, tanto no nível corporativo como de cada uma das unidades locais.

O programa está respaldado no desenvolvimento de uma solução customizada e integrada de risco operacional (Heracles, baseada na plataforma externa SAP GRC). A implantação completa dessa ferramenta será realizada em 2016 em todas as regiões do Grupo, em conjunto com o desenvolvimento do plano de transformação.

Destacamos a seguir as principais atividades e iniciativas globais que têm sido adotadas visando garantir a gestão efetiva do risco operacional:

• Desenvolvimento e implantação do novo marco de risco operacio-nal, políticas e procedimentos, tanto na matriz como nas diversas regiões.

• Criação de unidades de controle de risco operacional nas áreas de Riscos (segunda linha de defesa) e nomeação de coordenadores responsáveis por RO nos diferentes âmbitos das primeiras linhas de defesa.

• Nova defnição de um grupo completo de taxonomias de risco operacional (riscos, controles, causa-raiz, etc.), que permitem uma gestão mais pulverizada, completa e homogênea do risco em todo o Grupo.

• Desenvolvimento de um novo esquema de apetite de risco opera-cional, o qual possibilita uma maior pulverização na tolerância ao risco dos focos mais relevantes do Grupo.

• Estabelecimento de um processo hierarquizado de incidentes, cujo objetivo é a fxação de critérios para a comunicação e escalona-mento de eventos de risco operacional, com base em sua relevân-cia. A relevância é defnida em função dos limites estabelecidos para cada categoria do impacto.

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RELATÓRIO ANUAL 2015

• Implementação de um programa de treinamento em todos os níveis da organização (desde o Conselho até os funcionários mais expostos ao risco nas primeiras linhas de negócios) e de iniciativas de intercâmbio de experiências (jornadas de melhores práticas, lançamento de uma newsletter mensal, etc.).

• Avanço dos planos de minimização sobre aspectos de especial rele-vância (segurança da informação e cibersegurança em sentido am-plo e controle de fornecedores, dentre outros): controle da implan-tação de medidas corretivas e dos projetos em desenvolvimento.

• Melhorias na qualidade e pulverização das informações analisadas e apresentadas sobre esse risco nos principais fóruns de decisão.

• Melhorias nos planos de contingência e continuidade do negócio e, de forma geral, na gestão de crises (iniciativa ligada aos planos de viabilidade e resolução).

• Impulso no controle do risco associado com o uso das tecnologias (desenvolvimento e manutenção de aplicativos, desenho, implan-tação e manutenção de plataformas tecnológicas, produção de processos informatizados, etc.).

No caso especial do controle de fornecedores citado anteriormente, após o desenvolvimento e aprovação do modelo de acordos com ter-ceiros e controle de fornecedores em 2014, houve avanços durante 2015 na defnição e desenvolvimento dos procedimentos, processos e ferramentas necessárias para sua implantação correta. Para tanto, as instituições do Grupo trabalharam na defnição, implantação e acompanhamento de planos de ação com o objetivo de adaptar os processos atuais aos novos requisitos do modelo, dando atenção especial a:

• Identifcação, designação e comunicação de papéis e responsabilidades.

• Criação de comitês específcos por região, nos quais são tratados os assuntos relativos a fornecedores.

• Defnição e acompanhamento de indicadores.

• Elaboração e manutenção de listas atualizadas de fornecedores de serviços críticos.

• Treinamento e conscientização com referência a riscos associados a fornecedores e terceiros.

O Grupo continua trabalhando na implantação do modelo, refor-çando e homogeneizando as atividades que serão desenvolvidas ao longo do ciclo de gestão com os fornecedores e terceiros.

D.4.2.4. Sistema de informação de risco operacionalO Grupo possui um sistema de informações corporativas que apoia as ferramentas de gestão de risco operacional e facilita as funções e necessidades de informação e reporting tanto em nível local como corporativo.

Esse sistema dispõe de módulos de registro de eventos, mapa de riscos e avaliação, indicadores, minimização e sistemas de reporting, e é aplicável a todas as instituições do Grupo.

Com o objetivo de implantar o modelo avançado de gestão de risco operacional e melhorar a tomada de decisões em todo o Grupo e, considerando as sinergias produzidas em termos de controle (inte-gração, em uma mesma ferramenta, das funções de controle de risco operacional em sentido amplo, de suas particularidades no âmbito de Compliance e dos processos de documentação e certifcação de controle do modelo de controle interno), como já aconteceu ante-riormente, o Grupo está investindo em uma nova ferramenta GRC (Governance, Risk & Compliance) chamada Heracles, baseada na plata-forma SAP. O objetivo de Heracles é melhorar a tomada de decisões no processo de gestão de risco operacional em toda a organização.

Esse objetivo é atingido com a garantia de que os responsáveis por riscos em todas as partes da organização disponham de uma visão completa de seu risco e tenham as informações de suporte necessá-rias no momento oportuno. Essa visão completa e em tempo hábil é obtida como o resultado da integração de vários programas de risco e controle, como a avaliação de riscos, cenários, eventos, avaliação de controle e parâmetros com um set comum de taxonomias e padrões metodológicos. O resultado dessa integração é um perfl de risco mais preciso e uma melhoria signifcativa da efciência, por evitar iniciativas redundantes e duplicidades.

Além disso, o Heracles permite a interação das pessoas interessadas na gestão do risco operacional e na informação do sistema, mas com necessidades específcas ou limitadas a um determinado contexto. Sempre com a premissa da existência de uma única fonte de informa-ções para as diferentes funções que operam em conjunto.

Por sua vez, em 2015, foram realizados trabalhos na automatização da carga de informações nos sistemas de gestão de risco operacional, e também nas melhorias das capacidades de reporting, no marco do projeto para cumprir a norma sobre princípios da agregação efetiva e reporting (Risk Data Agreggation/Risk Reporting Framework – DRA/RRF).

Para que os objetivos desse projeto sejam atingidos, foi defnida uma arquitetura tecnológica de referência, com soluções que envolvem a captação de informações, armazenamento a uma base de dados íntegra e confável (denominada Golden Source) e a geração de rela-tórios de risco operacional a partir da mesma.

D.4.2.5. Atividades de treinamentoO Grupo estimula o conhecimento e a conscientização do risco operacional dentro da organização em todos os níveis. Durante 2014, foram realizadas diversas iniciativas de treinamento, como diferentes programas de e-learning para todos os funcionários do Grupo (geral, específco de cibersegurança, de plano de continui-dade de negócios) ou atividades de treinamento para grupos que necessitam de conhecimentos específcos. Dentre eles, destaca-se o treinamento para funcionários de negócios de atacado, o progra-ma de e-learning para diretores, para conselheiros e os cursos para coordenadores de risco operacional na primeira linha de defesa.

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Perfil de risco > Risco operacional5. Relatório de gestão de riscos

RELATÓRIO ANUAL 2015

D.4.3. Evolução dos principais parâmetros

Com relação às bases de dados de eventos e consolidando as in-formações recebidas, a evolução das perdas líquidas (incluindo as perdas incorridas e também alocações líquidas de provisões) por categoria de risco da Basileia40 nos três últimos exercícios estaria refletida no gráfco a seguir:

2013 2014 2015

I - Fraude interna VII - Execução, entrega e gestão

dos processos

V - Danos em ativos físicos

III - Práticas de emprego, saúde

e segurança no trabalho

VI - Interrupção do negócio e falhas nos

sistemas

IV - Práticas com clientes, produtos

e de negócio

II - Fraude externa

2,4%

11,8%

1,2%

66,4%

1,2% 0,1%

16,9%

80%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

Distribuição de perdas líquidas por categorias de risco operacional41

% s/total

A evolução das perdas por categoria mostra uma ligeira redução, em termos relativos, das categorias de práticas com clientes, produtos e de negócios, que continua sendo a de menor valor.

Durante o exercício de 2015, as perdas mais relevantes por categoria e região correspondem a ações judiciais no Brasil e a reembolsos a clien-tes no Reino Unido.

No Brasil, a implementação de um conjunto de medidas para melho-rar o atendimento aos clientes (Trabalhar Bem42) permitiu reduzir o volume de perdas causadas por ações judiciais.

No Reino Unido, o aumento dos reembolsos a clientes se deve prin-cipalmente à venda do Payment Protection Insurance. As reclamações recebidas correspondem a uma casuística generalizada no setor bancá-rio britânico. Durante o exercício de 2015, houve um aumento das pro-visões referentes a possíveis reclamações futuras, de acordo com as melhores estimativas do Banco, após analisar a decisão da autoridade local de limitar o prazo máximo de reclamações.

Quanto às demais categorias de risco operacional, o destaque foi a redução relativa da fraude e o aumento de perdas na categoria de execução, entrega e gestão dos processos, principalmente com a alo-cação de provisões por erros de processos no Reino Unido.

40. As categorias da Basileia incorporam riscos detalhados no capítulo D.5 Risco de compliance e conduta.

41. De acordo com a prática local, os reembolsos a funcionários no Brasil são geridos como parte do custo de pessoal da instituição sem prejuízo de seu tratamento segundo a classifcação aplicável no marco de risco operacional da Basileia, motivo pelo qual não estão incluídas.

42. Para mais detalhes, consultar seção D.4.4. Medidas de minimização.

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RELATÓRIO ANUAL 2015

A evolução do número de eventos de risco operacional por categoria da Basileia nos três últimos exercícios está refletida no seguinte gráfco:

2013 2014 2015

I - Fraude interna VII - Execução, entrega e gestão

dos processos

V - Danos em ativos físicos

III - Práticas de emprego, saúde

e segurança no trabalho

VI - Interrupção do negócio e falhas nos

sistemas

IV - Práticas com clientes, produtos

e de negócio

II - Fraude externa

0,1%

32,7%

0,1%

11,8%

1,7% 1,8%

51,8%

70%

60%

50%

40%

30%

20%

10%

0%

Distribuição do número de eventos por categorias de risco operacional43

% s/total

O Grupo analisou a evolução do número de eventos internos ocorridos e estabeleceu em 2015 um novo procedimento hierarquizado de eventos relevantes (por impacto fnanceiro e por número de clientes que possam ser afetados), o qual permite canalizar com maior efcácia as medidas corretivas de resolução. O nível de concentração de eventos relevantes sobre o total de eventos permaneceu em níveis baixos e inferiores ao exercício anterior.

D.4.4. Medidas de minimização

O modelo estabelece que o Grupo faça o acompanhamento das me-didas de minimização, estabelecidas em resposta às principais fontes de risco, identifcadas por meio de análises das ferramentas aplica-das para a gestão do risco operacional, e também pelo modelo orga-nizacional e de desenvolvimento e pela implantação preventiva de políticas e procedimentos de gestão e controle do risco operacional.

O modelo do Grupo integra as medidas em uma base de dados em comum, que permite designar cada medida de minimização com as diversas ferramentas utilizadas (eventos, indicadores, auto avaliação, cenários, recomendações e políticas preventivas).

A seguir, apresentamos o percentual de medidas, distribuídas de acordo com sua categoria:

Treinamento e comunicação

6,0%

Organização 7,2%

Transferência de riscos

0,2%

Tecnologia 34,2%

Processos 52,4%

Minimização 2015 - Tipo de medida%

As medidas de minimização mais relevantes se concentraram na me-lhoria da segurança dos clientes em sua operação habitual, na gestão da fraude externa, bem como na melhoria contínua dos processos e da tecnologia, e na gestão para uma venda de produtos e uma pres-tação de serviços adequadas.

Concretamente, e no que diz respeito à redução da fraude, as medi-das específcas mais relevantes foram:

Em relação a fraude com cartões:• Implantação de cartões com chip:

• Implantação do padrão nas diversas regiões geográfcas, em linha com o calendário estabelecido pela indústria de meios de pagamento.

43. De acordo com a prática local, as compensações a empregados no Brasil são geridas como parte do custo de pessoal da instituição sem prejuízo de seu tratamento segun-do a classifcação aplicável no marco de risco operacional da Basileia, motivo pelo qual não estão incluídas.

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RELATÓRIO ANUAL 2015

• Substituição de cartões vulneráveis por novos, com base em tecnologia de autenticação avançada (CDA), que reduz o rico de clonagem por contar com algoritmos criptografados mais robustos e completos que os anteriores.

• Sólida validação das transações com cartões (Fullgrade), levando em conta mais controles e sendo realizadas sempre online.

• Implantação do padrão de comércio eletrônico seguro (3DSecure) para as compras pela Internet, exigindo códigos adicionais de segurança no momento de realização de uma transação, incluídos códigos de um uso único (OTP-SMS).

• Incorporação de elementos passivos e de detectores anti-skimming nos caixas eletrônicos a fm de evitar a clonagem de cartões.

• Revisão dos limites dos cartões em função do produto e segmentos de clientes visando a adequação ao nível de risco.

• Aplicação de regras específcas nas ferramentas de monitoramen-to e detecção de fraudes para bloquear operações suspeitas no exterior.

Em relação à fraude eletrônica:• Implantação de medidas específcas de proteção para o banco

móvel, como a identifcação e registro dos dispositivos dos clientes (Device Id).

• Melhoria no sistema de autenticação do banco pela Internet, pelo qual são solicitados controles adicionais em função do nível de ris-co do cliente ou da operação a realizar.

• Validação de operações no banco online, mediante um segundo fator baseado em senhas de uso único. A tecnologia está em evolu-ção dependendo da região (por exemplo, com base em códigos de imagens (QR) gerados a partir dos dados da própria operação).

Planos de cibersegurança e segurança da informação

Para impulsionar e complementar as ações em andamento, foi criado o Santander Cyber-Security Program, que estipula:

• uma governança que integra as três linhas de defesa;

• um eixo de atuação orientado à resiliência cibernética, que contempla ações na identifcação, prevenção, proteção, detec-ção e reação;

• aspectos de cibersegurança que incidem no treinamento, controle de acessos e segregação de funções, bem como o desenvolvimento seguro de programas de software;

• iniciativas para o reforço organizacional .

Durante o ano de 2015, o Grupo continuou mantendo uma atenção total frente aos riscos relacionados à cibersegurança, que afetam todos os tipos de empresas e instituições, incluindo as do setor f-nanceiro. Essa situação, que gera preocupação em entidades e regu-ladores, impulsiona a adotar medidas preventivas para a preparação ante a ataques dessa natureza.

Para impulsionar e complementar as ações em andamento, foi elaborado o Santander Cyber-Security Program. Esse programa tem vocação global para ser implementado em todos os bancos do Grupo e determina i) uma governança integrando as três linhas de defesa; ii) um eixo de atuação orientado à resiliência virtual, que contempla ações na identifcação e prevenção, proteção, detecção e reação; iii) aspectos de cibersegurança que incidem no treinamento, controle de acessos e segregação de funções, assim como o desenvolvimento seguro do software; iv) iniciativas para o reforço organizacional.

No Grupo, houve evolução de seu modelo interno de referência de cibersegurança, inspirado em padrões internacionais (entre outros, a estrutura do NIST— National Institute of Standards and Technology – norte-americano) dotado de conceitos de amadurecimento. Por outro lado, houve continuação da implantação dos Planos Diretores de ciber-segurança nas diferentes instituições do Grupo, com destaque para as seguintes iniciativas:

• Alocação de orçamentos específcos para a melhoria dos mecanis-mos de proteção frente a problemas de cibersegurança nas diferen-tes instituições e geografas do Grupo.

• Contratação de um seguro de cibersegurança com alcance corporativo.

• Melhoria dos serviços de monitoramento da segurança (Security Operations Center ou SOC) e ampliação do alcance.

• Participação em múltiplos exercícios virtuais em diversas regiões do Grupo, visando avaliar a resposta das empresas a esse tipo de incidentes.

• Colaboração com fóruns internacionais com a fnalidade de iden-tifcar as melhores práticas e compartilhar informações sobre ameaças.

Paralelamente, foi lançado um programa de treinamento para os fun-cionários do Grupo sobre esse tema, materializado em um novo curso na plataforma de e-learning. Nesse curso, são ministradas pautas de atuação precisas, assim como exemplos dos principais tipos de ata-ques cibernéticos e de fraude eletrônica na atualidade.

Adicionalmente, a observação e estudo dos eventos que aconteceram no setor e em outras indústrias, sob uma perspectiva analítica, nos permite atualizar e adaptar nossos modelos para enfrentar as amea-ças que surgem.

Outras medidas relevantes de minimização: Devido à relevância na indústria e no Grupo da fraude externa por falsifcação de identidade e documentação em pedidos de fnan-ciamento, foram desenvolvidas várias iniciativas locais, como o reforço de controles de qualidade para verifcar os alertas de iden-tifcação de clientes, os comprovantes de renda e a documentação dos solicitantes (nos Estados Unidos) ou os planos para melhoria na análise de propostas (no Brasil).

No que se refere às medidas de minimização relativas a práticas com clientes, produtos e de negócios, o Grupo Santander vem realizando uma melhoria contínua e posterior implantação de po-líticas corporativas de comercialização de produtos e serviços, ou a prevenção à lavagem de dinheiro e fnanciamento ao terrorismo. Informações detalhadas sobre esse tema estão descritas no item D.5.2. Controle e supervisão dos riscos de compliance.

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RELATÓRIO ANUAL 2015

Em relação também a essa mesma categoria de risco operacional, vale destacar o projeto Trabajar Bien (Trabalhar Bem) que está sendo desenvolvido no Brasil com o objetivo de proporcionar um melhor serviço aos clientes do Banco e, com isso, reduzir o volume de incidências e reclamações. Esse projeto incorpora várias linhas de atuação destinadas a melhorar as práticas de comercialização e pro-teção ao cliente: influência nas decisões de desenho dos produtos e serviços, análise e solução da causa-raiz de reclamações de clientes, desenvolvimento de um esquema e acompanhamento único de recla-mações e melhoria das redes de proteção nos pontos de contato.

D.4.5. Plano de Continuidade do Negócio

O Grupo dispõe de um sistema de gestão de continuidade de negó-cio (SGCN) para garantir a continuidade dos processos de negócio de suas instituições em caso de desastre ou incidente grave.

Medição - m

elhoria contínua do Modelo de Gestão de Continuidade d

e Neg

ócio

M

ediç

ão -

mel

horia

contín

ua do Modelo de Gestão de Continuidade de Negócio

Análise de impacto

Definição da estratégia de continuidade

Treinamento e teste de

manutenção

Desenvolvi- mento de

procedimentos de gestão de crises

Governança

Política

Organização

Esse objetivo básico compreende:

• Minimizar os possíveis danos às pessoas e impactos fnanceiros e de negócio adversos para o Grupo, decorrentes de uma interrupção das operações normais do negócio.

• Reduzir os efeitos operacionais de um desastre, disponibilizando uma série de orientações e procedimentos pré-defnidos e flexíveis para sua utilização na retomada e recuperação dos processos.

• Retomar as operações do negócio e as funções de suporte afns, sensíveis ao tempo, a fm de conseguir a continuidade do negócio, a estabilidade dos ganhos e o crescimento planejado.

• Proteger a imagem pública e a confança no Grupo Santander.

• Satisfazer as obrigações do Grupo com seus funcionários, clientes, acionistas e outros terceiros interessados.

Em 2015, o Grupo continuou avançando na implantação e melhoria contínua de seu sistema de gestão de continuidade de negócio. Foi consolidada a implantação das três linhas de defesa em relação à Continuidade do Negócio e foram incluídos no perímetro de gestão para negócios e divisões novos.

Por outro lado, e pela razão das melhorias introduzidas nos planos de viabilidade e de resolução (maiores detalhes no item B.3.4. Planos de viabilidade e de resolução), foi definido um novo modelo integral de gestão de crises no que diz respeito a possíveis crises operacionais ou reputacionais, implica um reforço dos protocolos de comunicação entre as diferenças funções implicadas na decisão do sequenciamento fnal de uma situação que demande a convocação do novo comitê de gestão de crises. Do mesmo modo, envolve a redefnição do atual comitê de continuidade de negócio para dar suporte adequado ao diretor corpo-rativo de risco operacional em sua função de sequenciamento e supor-te ao CFO (Crisis Management Director - diretor de gestão de crises).

D.4.6. Outros aspectos de controle e monitoramento do risco operacional

Análise e monitoramento dos controles na operação de mercados Em função da especifcidade e complexidade dos mercados fnan-ceiros, o Grupo realiza uma melhoria contínua dos procedimentos de controle operacional, para se manter alinhado com a nova norma e boas práticas do mercado. Desse modo, durante o ano, continuou melhorando o modelo de controle desse negócio, com especial ênfase nos seguintes pontos:

• Análise da operação individual de cada operador da Tesouraria a fm de detectar possíveis comportamentos inadequados. Durante o ano, foram revisados com as demais áreas de controle, os limites aplica-dos a cada um dos controles, implantando como novidade, limites específcos para cada mesa.

• Implantação de uma nova ferramenta que permite entrar em confor-midade com novas exigências de record keeping em matéria de moni-toramento de canais de comunicação adaptados às novas regulações.

• Reforço dos controles sobre cancelamentos e modifcações de operações e cálculo do seu custo real em caso que se devam a erros operacionais.

• Reforço dos controles sobre as contribuições de preços a índices de mercado.

• Desenvolvimento de controles adicionais para a detecção e preven-ção de operações irregulares (como por exemplo, estabelecimento de controles sobre operação triangulada).

• Desenvolvimento de controles adicionais de acessos a sistemas de registro de operações de front-office (por exemplo, visando detectar usuários compartilhados).

• Adaptação de controles existentes e desenvolvimento de novos para cumprir os requisitos normativos Volcker.

• Formalização de procedimentos, ferramentas e sistemas de TI de proteção, prevenção e treinamento em cibersegurança.

• Desenvolvimento do projeto Keeping in B, no qual participam várias equipes interdisciplinares para reforçar aspectos relativos à gover-nança corporativa, controles e procedimentos de risco de compliance e prevenção da lavagem de dinheiro, do risco de crédito, arquitetura de informação fnanceira e operacional, aspectos regulatórios, orga-nizacionais e sufciência de recursos.

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RELATÓRIO ANUAL 2015

Para maiores informações sobre os aspectos de compliance regula-tório em matéria de mercados, consultar o item D.5.4., Compliance regulatório.

Além disso, o negócio está imerso em uma transformação global e evolução do modelo de gestão de risco operacional que que traz uma modernização das plataformas tecnológicas e dos processos opera-cionais que incorpora um modelo de controle robusto que permite reduzir o risco operacional associado à atividade.

Informações corporativasA função de risco operacional possui um sistema de informações em gestão de risco operacional o qual disponibiliza os dados dos prin-cipais elementos de risco do Grupo. As informações disponíveis de cada país/unidade no âmbito de risco operacional são consolidadas de modo a obter uma visão global com as seguintes características:

• Dois níveis de informação: um corporativo com informações conso-lidadas e outro individualizado para cada país/unidade.

• Difusão das melhores práticas entre os países/unidades do Grupo Santander, obtidas mediante o estudo combinado dos resulta-dos derivados das análises qualitativas e quantitativas de risco operacional.

Na prática, são elaboradas informações sobre os seguintes aspectos:

• Modelo de gestão de risco operacional no Grupo Santander e de suas principais unidades e regiões.

• Perímetro de gestão do risco operacional.

• Acompanhamento dos parâmetros de apetite.

• Perfl de risco por país e por categoria de risco e principais fontes de risco operacionais.

• Capital de risco operacional.

• Planos de ação associados às fontes de risco.

• Distribuição de perdas por região e categoria de risco.

• Evolução de perdas (acumulado anual, desvio em comparação ao ano anterior e ao orçamento (e provisões por data de detecção e data contábil.

• Análise da base de dados interna sobre eventos e de eventos exter-nos relevantes.

• Análise dos riscos mais relevantes detectados por meio de dife-rentes fontes de informação, como (por exemplo) os exercícios de autoavaliação de riscos operacionais e tecnológicos ou cenários de risco operacional.

• Avaliação e análise de indicadores de risco.

• Medidas minimizadoras/gestão ativa.

• Planos de continuidade do negócio e planos de contingência.

Essas informações servem de base para a conformidade com as necessidades de reporting ao comitê de controle de riscos, comitê de supervisão de riscos, regulamentação e compliance, comitê de risco operacional, à administração, reguladores, agências de rating, etc.

Os seguros na gestão do risco operacionalO Grupo Santander considera os seguros um elemento-chave na gestão do risco operacional. Em 2015, foram potencializadas diretri-zes comuns de coordenação entre as diferentes funções envolvidas no ciclo de gestão dos seguros que minimizam o risco operacional, principalmente as áreas de Seguros Próprios e de Controle de Risco Operacional, mas também as diferentes áreas de gestão de riscos de primeira linha, de acordo com o procedimento elaborado em 2014.

Entre essas diretrizes, destacamos as seguintes atividades:

• Identifcação de todos os riscos no Grupo que possam ser objeto de uma cobertura securitária, incluindo também novas coberturas securitárias sobre riscos já identifcados no mercado.

• Estabelecimento e implementação de critérios para quantifcar o ris-co segurável, tomando como base a análise de perdas e nos cenários de perdas que permitam determinar o nível de exposição do Grupo a cada risco.

• Análise da cobertura disponível no mercado segurador, assim como a elaboração preliminar das condições que melhor se ajustem às necessidades previamente identifcadas e avaliadas.

• Avaliação técnica do nível de proteção proporcionado pela apólice, custos e níveis de retenção assumidos pelo Grupo (franquias e outros elementos a cargo do segurado), com o objetivo de decidir sobre sua contratação.

• Negociação com provedores e alocação de acordo com os procedi-mentos estabelecidos para tal efeito pelo Grupo.

• Acompanhamento dos incidentes declarados nas apólices, assim como os não declarados ou não recuperados por uma declaração incorreta, estabelecendo protocolos de atuação e foros específcos de acompanhamento.

• Análise da adequação das apólices do Grupo aos riscos cobertos, tomando as medidas oportunas de correção no que diz respeito às defciências detectadas.

• Colaboração estreita dos responsáveis locais de risco operacional com coordenadores locais de seguros, para reforçar a minimização de risco operacional.

• Participação ativa das duas áreas na mesa de sourcing global de seguros, órgão técnico máximo do Grupo para defnição das estraté-gias de cobertura e contratação de seguros, no foro de acompanha-mento do risco segurado (criado especifcamente em cada região para acompanhamento das atividades mencionadas nesta seção) e no comitê corporativo de risco operacional.

Além disso, este ano o Grupo contratou uma apólice de riscos ciber-néticos para atender as diversas consequências resultantes de ataques dessa natureza.

Por último, adaptamos o modelo de seguros próprios para uma melhor defnição das funções e coordenação com agentes externos e internos, com o objetivo de otimizar a proteção da demonstração de resultados.

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Perfil de risco > Risco de compliance e conduta5. Relatório de gestão de riscos

RELATÓRIO ANUAL 2015

D.5. Risco de compliance e conduta

D.5.1. Alcance, missão, definições e objetivo

A função de compliance compreende todos os temas relacionados com compliance regulatório, prevenção da lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo, governança dos produtos e proteção do consumidor, bem como risco reputacional.

Para tanto, a função de Compliance promove a adesão do Grupo Santander às normas, aos requisitos de supervisão, aos princípios e valores da boa conduta, mediante o estabelecimento de padrões, debatendo, aconselhando e informando, segundo os interesses dos funcionários, clientes, acionistas e da comunidade em geral.

De acordo com a atual configuração corporativa das três linhas de defesa do Grupo Santander, a função de compliance é configurada como uma função de controle independente de segunda linha, com reporte direto ao conselho de administração e a seus comitês, por meio do GCCO e de forma periódica e independente. A função de compliance depende do CEO. Essa configuração está alinhada com os requisitos da regulação de bancos e com as expectativas dos supervisores.

Em linha com o citado na seção B.1. Mapa de riscos e de acordo com o atual Marco Geral de Riscos do Grupo Santander, aprovado pelo conselho de administração do Banco Santander, os riscos de com-pliance estão listados a seguir:

• Risco de compliance: risco devido ao não cumprimento do marco legal, das normas internas e requisitos de reguladores e supervisores.

• Risco de conduta: risco ocasionado por práticas inadequadas na relação do Banco com seus clientes, o tratamento e os produtos oferecidos ao cliente e sua adequação a cada cliente em particular.

• Risco reputacional: o risco de danos na percepção do Banco por parte da opinião pública, seus clientes, investidores ou qualquer outra parte interessada.

O objetivo do Grupo em matéria de compliance e conduta é mini-mizar a probabilidade de que ocorram descumprimentos e irregu-laridades e, caso haja, sejam identificados, avaliados, reportados e resolvidos prontamente.

No controle desses riscos existe a participação de outras funções de controle (riscos) e de suporte ( jurídico, T&O etc).

D.5.2. Controle e supervisão de riscos de compliance

De acordo com a configuração das linhas de defesa do Grupo San-tander e, em particular, dentro da função de compliance, a respon-sabilidade primária da gestão dos riscos da referida função, se situa na primeira linha de defesa, de forma conjunta, entre as unidades de negócio que originam diretamente esses riscos e a função de compliance, seja diretamente ou mediante a designação de ativida-des ou tarefas de compliance com essa primeira linha.

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Perfil de risco > Risco de compliance e conduta5. Relatório de gestão de riscos

RELATÓRIO ANUAL 2015

Por outro lado, estabelecer, impulsionar e alcançar a adesão das uni-dades aos marcos, políticas e padrões homogêneos em todo o Grupo, é responsabilidade da função de compliance, como segunda linha de defesa, em sua faceta de controle e supervisão. Para isso, foram estabelecidos controles e são realizados o acompanhamento e a veri-ficação de sua aplicação.

Em matéria de compliance, o reporte aos órgãos de governança e administração é função do GCCO, também responsável por asses-sorar e informar à administração sobre esses temas e de promover uma cultura de compliance, de acordo com o marco de um programa anual, cuja efetividade é avaliada periodicamente. Tudo isso, com independência de reporte o qual o vice-presidente de Riscos e o CRO fazem igualmente aos órgãos de governança e administração de todos os riscos do Grupo, dos quais também fazem parte os riscos de compliance.

A partir da função de compliance é feita a gestão dos componentes básicos desses riscos (marcos e políticas em termos de lavagem de di-nheiro, códigos de conduta, comercialização de produtos, risco repu-tacional etc.) e zelamos para que o resto seja devidamente atendido pela unidade correspondente do Grupo (financiamento responsável, proteção de dados, reclamações de clientes, etc.), tendo estabelecido para tanto os devidos sistemas de controle e supervisão, na segunda linha de defesa de compliance.

Além disso, dentro de suas funções de terceira linha, a auditoria inter-na realiza provas e revisões necessárias para comprovar a aplicação dos controles e elementos de supervisão adequados, bem como o cumprimento das normas e procedimentos estabelecidos no Grupo.

Os elementos essenciais da gestão de risco de compliance estão base-ados em acordos adotados pelo conselho de administração, como o responsável máximo, mediante a aprovação de marcos corporativos - que regulam os temas relevantes – e o Código Geral de Conduta do Grupo Santander. Os referidos marcos são aprovados em nível corporativo pelo Banco Santander, S.A, como matriz do Grupo e, pos-teriormente, são aprovados pelas unidades, mediante a sua adesão aos mesmos, com a finalidade de executar sua transposição, conside-rando os requisitos legais aplicáveis.

A seguir, os marcos corporativos da função de compliance:

• Marco geral de compliance.

• Marco de comercialização de produtos e serviços.

• Marco de gestão de reclamações.

• Marco de prevenção de lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo.

Os referidos marcos corporativos foram desenvolvidos no âmbito da governança interna do Grupo Santander e estão de acordo com o modelo de relacionamento matriz-subsidiárias.

Por outro lado, o Código Geral de Conduta inclui os princípios éticos e normas de conduta que regem as ações de todos os funcionários do Grupo Santander e é complementado em determinadas questões pelas normas contidas em outros códigos e sua norma de desenvolvi-mento interno.

Além disso, o código estabelece:

• As funções e responsabilidades dos temas de compliance incluídos no código.

• As normas que regulam as consequências de seus descumprimento.

• O canal para denúncia e tramitação de comunicações de atuações supostamente irregulares (whistle-blowing channel).

Cabe à função de compliance regulatório, sob a supervisão do comitê de supervisão de riscos, regulamentação e compliance (CSRRC), e do comitê de compliance regulatório zelar pela eficaz implantação do Código Geral de Conduta e pela observância ao mesmo.

D.5.3. Governança e modelo organizacional

No exercício de sua função geral de supervisão, o conselho de admi-nistração do Banco Santander é responsável por aprovar a nomeação do responsável máximo pela função de compliance (Group Chief Compliance Officer - GCCO), bem como pelo marco dessa função e suas políticas de desenvolvimento. Além disso, o conselho é titular do Código Geral de Conduta do Grupo e dos marcos corporativos desenvolvidos por essa função.

Para reforçar a independência da área de compliance como função de controle interno e dar-lhe a devida importância, o comitê execu-tivo do conselho de administração, na sessão de 2 de fevereiro de 2015, deu sua anuência à nomeação de uma diretora geral, como GCCO. Para esse fim, durante o exercício de 2015 e de acordo com seu mandato, estamos desenvolvendo um programa de transforma-ção da função de compliance em nível global (Target Operating Model for Compliance - TOM), a ser implantado em um horizonte de três anos, com o objetivo de elevar e colocar essa função na linha dos mais altos padrões da indústria financeira.

O reporte da função de compliance ao conselho de administração e seus comitês é feito mensalmente.

Além disso, destacamos a adequada coordenação existente com a função de risco operacional, a qual abrange os diferentes eventos de perdas, resultantes dos riscos de compliance e conduta e que, por meio da governança de riscos que integra uma visão conjunta de todos os riscos do Grupo, leva as informações ao conselho e seus comitês.

D.5.3.1. GovernançaComo órgãos colegiados, com competências em termos de com-pliance, temos os comitês corporativos listados a seguir, com suas correspondências locais:

O comitê de compliance regulatório, é o órgão colegiado de go-vernança em matéria de compliance regulatório, sem prejuízo das responsabilidades designadas aos órgãos especializados existentes atualmente na função: comitê corporativo de comercialização, no que diz respeito à comercialização de produtos e serviços; comitê de acompanhamento; e comitê de prevenção de lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo.

Em 2015, o Comitê de compliance regulatório realizou cinco reuniões.

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RELATÓRIO ANUAL 2015

O comitê de comercialização de produtos e serviços , é o órgão colegiado de governança para validação de produtos e serviços. A proposta inicial e autorização de novos produtos e serviços é de competência das unidades, devendo existir a validação corporativa das referidas propostas e sua adequação às políticas corporativas. Seus objetivos e funções estão baseados na minimização da comer-cialização inadequada de produtos e serviços aos clientes, tendo em conta a proteção dos consumidores. Suas funções se desenvolvem na matriz e localmente.

Desse modo, o comitê avalia a adequação do produto ou serviço ao marco e ambiente onde será comercializado, atentando principalmen-te para que:

• Sejam cumpridas as exigências dos marcos e políticas corporativas de comercialização e em geral, da norma interna ou externa aplicá-vel (por exemplo, não conceder crédito a produtos de investimento, limitação de utilização da ação do banco como subjacente às estru-turas comercializadas, etc).

• O público-alvo seja claramente estabelecido, atendendo suas carac-terísticas e necessidades, destacando para quais clientes o produto não é adequado (podendo se referir a aspectos como segmento comercial e idade do cliente, jurisdição, etc).

• Sejam definidos os critérios e controles para avaliar a adequação do produto ao cliente no momento da venda, o que inclui, depen-dendo do tipo de produto e tratamento comercial aplicado em cada caso, a avaliação da capacidade financeira do cliente para fazer frente aos pagamentos associados ao produto/serviço, a adequação dos conhecimentos e experiências do cliente em relação a investi-mentos, seus objetivos de investimento e situação financeira, bem como a diversificação adequada de sua carteira de investimento, se for o caso.

• Seja determinada a documentação (publicitária, comercial, pré-con-tratual, contratual e pós-contratual) adequada para cada produto/serviço, cliente e tipo de comercialização e, em cada caso, as infor-mações a serem comunicadas aos clientes de forma clara e transpa-rente, podendo referir-se a:

• Explicação do funcionamento do produto ou serviço, apresen-tando objetivamente e de maneira transparente as informações sobre suas características, termos e condições, custos, riscos e metodologia dos cálculos, evitando sob qualquer hipótese a gera-ção de expectativas não razoáveis ou induzir a erro.

• Periodicidade e conteúdo das informações pós-contratuais envia-das a clientes, incluindo detalhes sobre os custos efetivos incor-ridos e informações sobre a rentabilidade do produto e avaliação, conforme o caso.

• A existência de planos de treinamento/certificação e controles sobre os produtos ou serviços, garantindo que os vendedores dos diversos canais tenham o treinamento necessário e informações suficientes sobre as características do produto ou serviço para vendê-lo de for-ma correta.

Durante o exercício de 2015, foram realizadas 13 sessões do comitê de comercialização de produtos e serviços, nas quais foram analisa-dos um total de 104 produtos/serviços novos, sendo que três deles não receberam validação.

O comitê corporativo de acompanhamento é o órgão colegiado de governança do Grupo para o acompanhamento de produtos e serviços e avaliação das reclamações dos clientes em todas as suas unidades. O acompanhamento de produtos e serviços aprovados é feito pelos comitês locais de acompanhamento ou órgãos equivalen-tes; suas conclusões são levadas diretamente ao comitê de acompa-nhamento corporativo.

Durante 2015, foram realizadas 34 reuniões do comitê de acompa-nhamento, nas quais pendências foram solucionadas, com análise de informações sobre o acompanhamento de produtos e serviços das unidades do Grupo.

Comitê de prevenção de lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo (anteriormente denominado Comitê de Análise e Reso-lução – CAR), órgão colegiado sobre o tema que define os marcos de atuação, políticas e objetivos gerais. Além disso, valida a norma de outros órgãos colegiados e unidades do Grupo em matéria de pre-venção e coordenação.

Com a finalidade de reforçar a governança da função e preservar sua independência, os objetivos e funções dos referidos comitês foram revisados para adequá-los ao modelo de governança do Grupo na adaptação do TOM.

D. 5.3.2. Modelo de organizaçãoA partir do programa de transformação já mencionado (TOM) e com o objetivo de ter uma visão e uma gestão integrada dos diferentes riscos de compliance, a estrutura organizacional da função foi modi-ficada segundo um enfoque híbrido, para a confluência dos riscos es-pecializados de compliance (funções verticais), com a visão agregada e homogeneizada dos mesmos (funções transversais).

Assim, a estrutura de compliance está organizada da seguinte manei-ra, contribuindo com a missão do Grupo nesse tema:

Funções transversais• Coordenação com unidades.

• Governança, planejamento e consolidação.

• Processos de compliance e sistemas de informação.

Funções verticais• Compliance regulatório.

• Governança dos produtos e proteção ao consumidor.

• Prevenção de lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo.

• Risco reputacional.

D.5.4. Compliance regulatório

Para o controle e supervisão adequados dos riscos de compliance regulatório, as seguintes funções foram estabelecidas:

• Implementar a aplicação do Código Geral de Conduta e dos demais códigos e normas para o seu desenvolvimento. Assessorar no escla-recimento das dúvidas que possam surgir em sua aplicação.

• Colaborar com a auditoria interna nas revisões periódicas por ela realizadas no tocante à conformidade com o Código Geral de Con-

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RELATÓRIO ANUAL 2015

duta e os demais códigos e normas de desenvolvimento, sem pre-juízo das revisões periódicas em matéria de compliance que forem necessárias fazer diretamente.

• Elaborar ou modificar programas de compliance em relação a normas concretas para sua apresentação ao comitê de compliance regulatório e, se for o caso, para posterior aprovação do conselho de administração ou seus comitês.

• Informar periodicamente ao CSRRC e ao conselho de administra-ção sobre o desenvolvimento do marco e a aplicação do programa de compliance.

• Avaliar as alterações que sejam convenientes introduzir no progra-ma de compliance, especialmente no caso de detecção de áreas de situações de risco não regulamentadas e procedimentos que pos-sam ser melhorados, propondo as referidas alterações ao comitê de compliance regulatório ou ao CSRRC.

• Receber e processar as denúncias realizadas pelos funcionários por meio do canal de denúncias.

• Conduzir e coordenar as investigações realizadas sobre a possível prática de atos de não conformidade, podendo solicitar o apoio da auditoria interna e propor ao comitê de irregularidades as sanções aplicáveis.

• Supervisionar a atividade de treinamento obrigatória sobre o pro-grama de compliance.

O TOM de compliance concentra o foco da função de compliance regulatório nos seguintes âmbitos:

1. Compliance em termos de funcionários.

2. Compliance de aspectos organizacionais.

3. Compliance das regulações de mercado.

4. Conduta nos mercados de capitais.

1. FuncionáriosO objetivo do compliance regulatório no âmbito dos funcionários – partindo do Código Geral de Conduta – é estabelecer padrões na prevenção de riscos criminais e conflitos de interesse, bem como, sob a perspectiva regulatória, determinar as pautas em termos de remu-nerações e no relacionamento com fornecedores.

Na prevenção de riscos criminais, foi assumida a responsabilidade de minimizar o impacto da responsabilidade criminal de pessoas jurídicas, por possíveis delitos cometidos por conta de uma pessoa jurídica ou para seu benefício, bem como por seus administradores, representantes ou funcionários em virtude da falta de controle.

Em 2014 foi obtida a certificação pela AENOR do sistema de gestão de riscos para a prevenção de delitos criminais, cuja vigência foi obje-to de auditoria durante 2015.

Um elemento fundamental do referido sistema é o canal de denún-cias (whistle-blowing channel). Há cinco principais canais para essa finalidade nos quais foram registradas 400 denúncias em todo o Grupo em 2015.

2. Aspectos organizacionaisSe trata de um novo aspecto para compliance regulatório cujo obje-tivo é fixar padrões sob a perspectiva normativa na armazenagem e processamento de dados (record keeping), bem como na salvaguarda do direito à proteção de dados de caráter pessoal, particularmente de nossos clientes.

Nesse âmbito, foi realizado um trabalho de segunda linha sobre o compliance pelo Grupo do conjunto da regulamentação fiscal norte--americana FATCA.

3. Regulamentos dos mercadosDurante 2015, contribuímos para o projeto corporativo de adequação à norma norte-americana Volcker Rule, que limita a operação de pro-prietary trading a suposições muito concretas que o Grupo controla por meio de um programa de compliance. Realizamos também o acompanhamento da conformidade com outros regulamentos espe-cíficos dos mercados de capitais: como em matéria de derivativos, de acordo com o estabelecido na norma americana Dodd Frank em seu título VII ou sua contraparte europeia EMIR (European Market Infras-tructure Regulation).

A difusão nos mercados das informações relevantes do Grupo é ou-tra função da área de compliance regulatório. Durante o exercício de 2015, o Banco Santander publicou 98 Fatos Relevantes, disponíveis para consulta no website do Grupo e da Comisión Nacional de Mer-cado de Valores (CNMV).

4. Conduta nos mercados de capitaisO Código de Conduta nos Mercados de Capitais (CCMV), comple-mentado pelo Código de Conduta para a Atividade de Análise e outra série de normas de desenvolvimento contém as políticas do Grupo sobre esse tema e define as responsabilidades de compliance regulatório, dentre outras, conforme a seguir:

• Registrar e controlar as informações confidenciais conhecidas e geradas no Grupo.

• Manter as listas de títulos afetados, das pessoas com acesso a informações privilegiadas e monitorar as operações com esses títulos.

• Monitorar as operações com títulos restritos de acordo com o tipo de atividade, carteiras ou grupos nos quais a restrição seja aplicável.

• Receber e cuidar das comunicações e os pedidos de autorização de operações por conta própria;

• Controlar a operação por conta própria das pessoas sujeitas ao CCMV e gerir os possíveis descumprimentos desse código.

• Identificar, registrar e resolver conflitos de interesse e as situações que possam levar a tais conflitos.

• Analisar possíveis ações suspeitas de constituir abuso de mercado e, se for o caso, relatá-las às autoridades de supervisão.

• Solucionar as dúvidas levantadas sobre o CCMV.

Atualmente, 13.00 0 pessoas são consideradas sujeitas ao CCMV no Grupo.

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RELATÓRIO ANUAL 2015

D.5.5. Governança de produtos e proteção ao consumidor

Em função da transformação da função de compliance em seu novo modelo TOM, o antigo gabinete de gestão de risco reputacional foi renomeado como governança de produtos e proteção ao consumidor e ampliou suas competências para fortalecer o adequado controle e supervisão dos riscos de comercialização de produtos e serviços, promover a transparência e um enfoque Simples, Pessoal e Justo para os clientes a fim de proteger seus direitos e assegurar que as políticas e procedimentos levem em conta o ponto de vista dos consumidores. Para tanto, as seguintes funções foram estabelecidas, que se articulam bom base nos marcos corporativos e um conjunto de políticas que determinam os princípios básicos e as normas de atuação sobre esse tema:

Marcos• Marco corporativo de comercialização: sistema homogêneo na

comercialização de produtos e serviços, visando minimizar a ex-posição aos riscos e possíveis reclamações, decorrentes desses aspectos em todas as suas fases (validação, pré-venda, venda, acompanhamento).

• Marco de gestão de reclamações: sistema homogêneo para a gestão sistematizada do registro, controle, gestão e análise da causa das reclamações de acordo com as diferentes tipologias, o que permite identificar os motivos de insatisfação dos clientes, indicar as soluções adequadas para cada caso e melhorar, se for o caso, os processos que as originaram.

Funções• Promover a adesão das unidades aos marcos corporativos descritos

anteriormente.

• Facilitar as funções do comitê corporativo de comercialização, as-segurando a correta validação de qualquer produto ou serviço novo planejado por qualquer subsidiária ou matriz do Grupo, antes de seu lançamento.

• Preservar a proteção interna aos consumidores, visando melhorar o relacionamento com o Grupo, promovendo de maneira efetiva seus direitos, facilitando a solução de possíveis divergências, de acordo com as melhores práticas, por meio de qualquer canal, bem como o incentivo ao conhecimento financeiro. Tudo isso tem como objetivo contribuir para relações duradouras com os clientes.

• Identificar, analisar e controlar o risco fiduciário gerado pelos ne-gócios de private banking, gestão de ativos, seguros e a atividade terceirizada dos serviços de custódia para os instrumentos finan-ceiros dos clientes. O risco fiduciário é aquele decorrente da gestão de instrumentos financeiros por conta de clientes. Esse processo de gestão do risco fiduciário requer, além de um processo de admis-são, as seguintes atividades:

• A evolução periódica da conformidade das vigências dos produ-tos, de maneira que o risco associado às posições dos clientes seja sempre administrado no melhor interesse deles.

• O acompanhamento do resultado final dos investimentos, tanto no que se refere à relação fiduciária com o cliente, como em rela-ção aos concorrentes.

• O acompanhamento periódico dos fornecedores terceirizados de custódia.

• Coletar, analisar e reportar aos órgãos de governança do Grupo, a informação necessária para realizar uma adequada análise do ris-co de comercialização dos produtos, serviços e das reclamações, com uma visão dupla: possível impacto nos clientes e no Grupo, bem como o acompanhamento dos produtos e serviços durante o seu ciclo de vida.

• Supervisionar os processos de comercialização e da gestão das reclamações das subsidiárias, realizando propostas de melhorias e acompanhando as ações de minimização dos riscos detectados.

A seguir estão relacionadas as principais atividades realizadas por essa função durante 2015:

• Além da análise mencionada dos 104 produtos e serviços apresen-tados ao comitê corporativo de comercialização:

i. Análise e validação de 27 produtos ou serviços não considera-dos novos.

ii. Revisão do cumprimento dos acordos de 63 notas estruturadas emitidas pelo Santander International Products Plc. (subsidiária integral do Banco Santander).

iii. Resolução de 182 consultas provenientes de diversas áreas e países.

• Atualização dos conteúdos e formatos dos documentos que regu-lam a validação e acompanhamento de produtos e serviços, a fim de incluir as melhores práticas identificadas no Grupo em relação a esses assuntos. Esses documentos foram validados pelo comitê (em julho de 2015) e posteriormente comunicados às subsidiárias, pois são considerados documentos de referência que as unidades do Grupo devem utilizar como base para desenvolver ou adaptar seus próprios procedimentos em relação a esses tópicos. As principais novidades incorporadas são:

i. Checklist que inclui uma avaliação do grau de alinhamento da proposta com os eixos Simples, Pessoal e Justo da cultura corporativa.

ii. Atualização do modelo de memorando disponibilizado às unida-des do Grupo como guia para avaliar e apresentar as iniciativas do comitê de comercialização correspondente.

iii. Atualização do modelo de relatório de acompanhamento dispo-nibilizado às unidades do Grupo, a fim de favorecer a fixação de conteúdos mínimos e homogêneos para realizar o acompanha-mento e reporting dos produtos e serviços comercializados.

iv. Ampliação do alcance do acompanhamento a todos os produtos e serviços, independentemente da data em que foram validados.

• Supervisionar o acompanhamento local de produtos e serviços co-mercializados, prestando atenção especial a algumas unidades em que isso for necessário, em função de seu tipo de produto e cliente.

• Acompanhar o risco fiduciário do patrimônio dos clientes em fundos de investimento mobiliários e em fundos de pensão, todos eles administrados pelo Santander Asset Management, empresa holding na qual o Grupo detém participação.

• Analisar e consolidar as informações sobre reclamações e sua admi-nistração, provenientes de 25 países, 36 unidades de negócio e 10 subsidiárias do SGCB.

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RELATÓRIO ANUAL 2015

Projetos corporativos• Projeto Darwin: desenvolvimento de ferramentas corporativas que

melhorem a proteção dos direitos dos clientes:

i. Ferramenta de gestão de reclamações MRF, que facilita o regis-tro, a administração e rastreabilidade dos casos de clientes, a fim de atender às expectativas regulatórias e dos consumidores.

ii. Ferramenta baseada em Text & Speach Analytics ARCA (Appli-cation for Root Cause Analysis), atendendo às diretrizes do Joint Committee dos reguladores europeus. A ferramenta processa todos os casos de reclamações, a fim de obter grupos homogêne-os de informação ou clusters e identificar a causa dos problemas dos clientes para que seja minimizada.

• Classificação de produtos financeiros de acordo com a metodologia corporativa (rating de um a cinco): durante o exercício, foi dada continuidade na evolução da implantação dos desenvolvimentos tecnológicos nas subsidiárias, que permitiram manter a classifica-ção em sistemas e aplicar os critérios de comercialização corres-pondentes, sendo que sua implantação está prevista para o final do primeiro semestre de 2016.

• Custos de conduta decorrentes da comercialização (piloto Espanha com a ideia de estender as conclusões e sinergias para o resto do Grupo): partindo da Matriz, foi conduzido um levantamento de pro-cessos e dados do Santander Espanha, a fim de elaborar um plano visando estabelecer um procedimento que permita identificar e registrar todos os custos incorridos relativos a riscos de conduta derivados da comercialização, de modo centralizado, íntegro, com-pleto e confiável.

D.5.6. Prevenção de lavagem de dinheiro e do financiamento do terrorismo

Para o controle e supervisão adequados dos riscos de prevenção de lavagem de dinheiro e do financiamento do terrorismo, as seguintes funções foram estabelecidas:

• É um objetivo estratégico para o Grupo Santander ter um sistema moderno e eficaz de prevenção de lavagem de dinheiro e financia-mento do terrorismo, permanentemente adaptado aos últimos re-gulamentos internacionais e com capacidade de fazer frente ao sur-gimento de novas técnicas por parte das organizações criminosas.

• Sua atuação é articulada com base em um marco corporativo que estabelece os princípios e pautas básicas de atuação, a fim de fixar padrões mínimos que devem ser observados pelas unidades do Grupo Santander e além disso, são formulados com base nos prin-cípios contidos nas 40 recomendações do Grupo de Ação Finan-ceira Internacional (GAFI) e as obrigações e princípios das diretivas comunitárias relativas à prevenção do uso do sistema financeiro para a lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo.

• As unidades locais, em seu papel de primeira linha de defesa, são as encarregadas de conduzir e coordenar os sistemas e procedimentos de prevenção de lavagem de dinheiro e financiamento do terroris-mo nos países onde o Grupo está presente, assim como a investiga-ção e a tramitação das comunicações de operações suspeitas e os requisitos de informação solicitados pelas autoridades supervisoras correspondentes. Além disso, existem pessoas responsáveis por essa função em cada uma delas.

• Foram estabelecidos sistemas e processos corporativos em todas as suas unidades, com base em sistemas tecnológicos com opera-ção descentralizada, que permitem obter informações e dados de gestão local, bem como de reporte, acompanhamento e controle para a função corporativa. Esses sistemas permitem ter uma gestão ativa e preventiva na análise, identificação e acompanhamento da operação suscetível a estar vinculada à lavagem de dinheiro ou o financiamento do terrorismo.

• O Grupo Santander é membro fundador do chamado Grupo de Wolfsberg, no qual participa juntamente com outras grandes ins-tituições financeiras internacionais, visando o estabelecimento de padrões internacionais que permitam aumentar a eficácia dos programas de prevenção à lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo na comunidade financeira. Nesse sentido, foram desenvolvidas diversas iniciativas que abordaram temas diferentes. As autoridades de supervisão e os especialistas no assunto consi-deram que o Grupo de Wolfsberg e seus princípios e diretrizes são um passo importante na luta para combater a lavagem de dinheiro, a corrupção, o terrorismo e outros crimes graves.

A organização de prevenção atende 168 diferentes unidades do Grupo estabelecidas em 31 países. Atualmente, o Grupo conta com mais de 900 profissionais que realizam a função de prevenção de lavagem de dinheiro e do financiamento do terrorismo, dos quais 81% a realizam com dedica-ção exclusiva.

A seguir estão listados os principais indicadores da atividade em 2015:

• Subsidiárias revisadas 109

• Expedientes de investigação: 84.748

• Comunicações a autoridades: 21.485

• Treinamento de funcionários: 129.233

O Grupo dispõe de programas de treinamento tanto em nível local como corporativo, com o objetivo de abranger todos os funcionários. Além disso, existem programas de treinamento específicos para as áreas mais sensíveis relacionadas à prevenção de lavagem de dinhei-ro e financiamento do terrorismo.

D.5.7 Risco reputacional

Como resultado da transformação da função de compliance no desenvolvimento do TOM, houve um avanço muito relevante na con-cretização do modelo de risco reputacional.

Devido à característica específica desse tipo de risco, o qual pode se originar de uma série de fontes, as quais aliadas a percepções que podem variar de acordo com seu entendimento ou grupo de interes-se, é necessário ter um enfoque e um modelo de gestão e controle único, diferente dos demais riscos.

O modelo de risco reputacional tem como base um enfoque eminen-temente preventivo, mas também em processos eficazes de gestão de crises.

Desse modo, é desejável que a gestão do risco reputacional seja integrada tanto nas atividades de negócio e suporte, como nos pro-cessos internos e que, portanto, permitam às funções de controle e supervisão do risco integrá-lo em suas atividades.

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RELATÓRIO ANUAL 2015

Além disso, o modelo de risco reputacional implica um entendimento integrado, não apenas das atividades e processos do banco no exer-cício de sua atividade, mas também de como ele é percebido pelos grupos de interesse (funcionários, clientes, acionistas e investidores e a sociedade de modo geral), em seus diferentes cenários. Esse enfoque exige uma estreita coordenação entre as funções de gestão, suporte e controle entre os diferentes grupos de interesse.

A governança do risco reputacional está integrada aos elementos de governança de compliance, segundo descrito anteriormente. A fun-ção de compliance é responsável por repassar as informações sobre risco reputacional à administração, após consolidada a informação sobre as fontes desse tipo de risco.

D.5.8. Modelo de risk assessment de compliance e apetite de risco

A formulação do apetite de risco do Grupo, em matéria de complian-ce, se caracteriza pela existência de uma declaração de não apetite para riscos desse tipo, com o objetivo claro de minimizar a incidência de qualquer impacto econômico, regulatório ou reputacional para o Grupo. Para isso, é realizada uma sistematização homogênea nas unidades, por meio do estabelecimento de uma metodologia co-mum, abrangendo o estabelecimento de uma série de indicadores de risco de compliance e de matrizes de avaliação que são preparadas por cada unidade local.

A função corporativa de compliance realizou em 2015 um exercício de avaliação de risco regulatório (risk assessment) com foco nos prin-cipais países do Grupo. É realizado um acompanhamento trimestral – por país – dos planos de ação elaborados para minimizar os riscos altos decorrentes desse risk assessment.

De acordo com o novo TOM de compliance, foi iniciado, também no exercício de 2015, um exercício de estabelecimento de novos indicadores e de um risk assessment inicial nas funções de governança de produtos e proteção ao consumidor, de prevenção de lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo, bem como de risco reputacional.

Para obter uma visão conjunta e integrada de todos os riscos de compliance, integrando-os no conjunto de riscos do Grupo sob uma única visão, de forma a permitir que o conselho de administração tenha uma visão holística dos mesmos, haverá a consolidação da realização do risk assessment a partir do exercício de 2015. Dessa forma, será possível integrar em uma única visão, a formulação do apetite de riscos de compliance, seu acompanhamento e a adoção de medidas corretivas, se assim for necessário. Tudo isso deve estar de acordo com as metodologias e indicadores comuns à função de ris-cos, de modo que estejam integrados no marco de apetite de riscos do Grupo. As perdas incorridas decorrentes dos riscos de compliance são agregadas na base comum de dados de eventos que são adminis-trados desde a função de riscos, para ter uma visão completa, assim como um controle e uma gestão integrada dos riscos não financeiros.

No desenvolvimento do TOM, também está prevista a revisão a taxonomia dos diferentes tipos de riscos de compliance, como riscos de primeiro nível, pra realizar uma clara identificação dos mesmos e assim poder responder a possíveis exercícios de stress test no futuro.

D.5.9. Projetos corporativos transversais

No Risk Assessment, vale mencionar a elaboração de uma metodo-logia de avaliação dos riscos de compliance, treinamento para todas as unidades do Grupo e no âmbito dos riscos de comercialização, lançamento do exercício de avaliação, em coordenação com o Risco Operacional, lançamento e coordenação do projeto.

Vale citar o projeto Risk Data Aggregation (RDA), mediante o qual e em colaboração com a função de riscos, foi implantado um modelo de indicadores, identificados pelas funções verticais, que são infor-mados em um aplicativo corporativo visando proporcionar informa-ção de gestão.

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RELATÓRIO ANUAL 2015

D.6. Risco de modelo

O Grupo Santander conta com uma ampla trajetória no uso de mo-delos para apoiar a tomada de decisões de naturezas diferentes, com especial relevância na gestão dos diferentes tipos de riscos.

Entende-se como modelo qualquer parâmetro baseado em um método quantitativo, sistema ou aproximação que proporciona uma representação simplificada da realidade, com o uso de técnicas esta-tísticas, econômicas, financeiras ou matemáticas a fim de processar a informação e obter um resultado com base em uma série de hipó-teses e sujeito a um certo grau de incerteza. A utilização de modelos permite tomar decisões mais ágeis e objetivas, fundamentadas de maneira geral pela análise de grandes quantidades de informação.

O uso dos modelos implica o surgimento do risco de modelo, que é definido como o conjunto de possíveis consequências adversas, incluindo as perdas causadas por decisões baseadas em modelos incorretos ou que tenham sido utilizados indevidamente.

Segundo essa definição, as fontes que geram esse risco são:

• O próprio modelo, pela utilização de dados incorretos ou incomple-tos em sua elaboração, assim como pelo método de modelização utilizado e pela sua implantação nos sistemas.

• O uso inadequado do modelo.

O Grupo Santander tem trabalhado na definição, gestão e controle do risco de modelo nos últimos anos, dando um salto qualitativo em 2015, com a criação de uma área específica, dentro de sua di-visão de Riscos. Essa área engloba a antiga equipe de validação de modelos e também uma equipe específica de controle.

A função é desempenhada tanto na matriz, como em cada uma das principais empresas do Grupo. Para exercer essa função, foi definido um marco de controle, no qual são detalhados aspectos re-lativos à organização, governança, gestão e validação de modelos, dentre outros.

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Perfil de risco > Risco de modelo 5. Relatório de gestão de riscos

RELATÓRIO ANUAL 2015

A gestão e controle do risco de modelo está estruturada em torno do ciclo de vida de um modelo, tal como definido no Grupo Santan-der, segundo o detalhamento na figura a seguir:

Governança

3. Planejamento

4. Coleta de informações

5. Desenvolvimento

6. Testes de pré-implementação

7. Materialidade8. Validação independente

9. Aprovação

10. Implementação

11. Acompanhamento

2. Inventariado

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1.- Definição de padrõesO Grupo definiu uma série de padrões para o desenvolvimento, acompanhamento e validação de seus modelos. Todos os modelos utilizados no Grupo devem cumprir esses padrões, tanto os desen-volvidos internamente, como os adquiridos de terceiros. Dessa for-ma, é assegurada a qualidade dos modelos utilizados no Grupo para a tomada de decisões.

2.- InventárioUm elemento fundamental para realizar uma boa gestão de risco de modelo é dispor de um inventário completo e exaustivo dos modelos em uso.

O Grupo Santander possui um inventário centralizado que foi cons-truído utilizando uma taxonomia uniforme para todos os modelos usados nas diferentes unidades de negócio. Esse inventário contém toda a informação relevante de cada um dos modelos, permitindo um acompanhamento adequado dos mesmos, de acordo com sua importância. O inventário também permite a realização de análises transversais da informação (por geografia, tipos de modelos, ma-terialidade), facilitando assim a tomada de decisões estratégicas relativas aos modelos.

3.- PlanejamentoNessa fase, interferem todos os elementos envolvidos no ciclo de vida do modelo (usuários, desenvolvedores, responsáveis pela validação, fornecedores de informação, tecnologia, etc.), concordando e estabe-lecendo prioridades.

Esse planejamento é realizado anualmente em cada uma das principais unidades do Grupo, sendo aprovado pelos órgãos de governança lo-cais e endossado na matriz.

4.- Coleta de informaçõesComo indicado anteriormente, os dados utilizados na elaboração são uma das possíveis fontes de risco de modelo. Esses dados devem ser confiáveis, completos e com profundidade histórica su-ficiente para garantir que o modelo desenvolvido seja idôneo.

Existem equipes especializadas no Grupo Santander para fornecer as informações para a elaboração de modelos, com certificação prévia por seus proprietários.

5.- DesenvolvimentoÉ a fase de construção do modelo, com base nas necessidades es-tabelecidas no plano de modelos e com informações fornecidas por especialistas para tal finalidade.

A maior parte dos modelos utilizados pelo Grupo Santander é de-senvolvida por equipes com metodologia interna, embora também existam modelos adquiridos de fornecedores externos. Nos dois casos, o desenvolvimento deve ser feito de acordo com os padrões estabelecidos.

6.- Testes de pré-implementaçãoUma vez construídos os modelos dos desenvolvedores, juntamente com os proprietários dos mesmos, o modelo é submetido a diferen-tes testes a fim de garantir que o funcionamento esteja de acordo com o esperado, realizando também, se for o caso, os ajustes neces-sários para tal finalidade.

7.- MaterialidadeCada um dos modelos do Grupo deve estar associado a um nível de materialidade ou importância estabelecido conforme acordado pelos intervenientes.

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Perfil de risco > Risco de modelo 5. Relatório de gestão de riscos

RELATÓRIO ANUAL 2015

Os critérios para o estabelecimento da materialidade estão docu-mentados em uma política corporativa, testada e aprovada em cada uma das principais unidades do Grupo.

A materialidade determina a profundidade, frequência e o alcance das validações e monitoramentos realizados no modelo, assim como os órgãos de governança que devem tomar as decisões sobre o mesmo.

A materialidade é uma das informações básicas para a gestão ade-quada do risco de modelo e é um dos atributos que fazem parte do inventário corporativo.

8.- Validação independenteAlém de ser um requisito regulatório em alguns casos, a valida-ção independente de modelos constitui um pilar fundamental para a adequada gestão e controle do risco de modelo no Grupo Santander.

Em função disso e como mencionado anteriormente, existe uma unidade especializada com total independência dos desenvolvedo-res ou usuários, que emite uma opinião técnica sobre a adequação dos modelos internos aos fins utilizados e expressa uma conclusão sobre sua robustez, utilidade e efetividade.

Atualmente, a validação interna engloba todo o modelo utilizado na função de riscos, sejam modelos de risco de crédito, mercado, estruturais ou operacionais, assim como os de capital, tanto eco-nômico como regulatórios, os modelos de provisões e os de stress test incluindo, nesse caso, os modelos de estimativa dos totais do balanço e demonstração de resultados da Instituição.

O alcance da validação inclui não somente os aspectos mais teóri-cos ou metodológicos, como também os sistemas tecnológicos e a qualidade dos dados que sustentam seu funcionamento efetivo. De modo geral, inclui todos os aspectos relevantes na gestão: con-troles, reporting, usos, envolvimento da administração, etc.

Depois da revisão de cada modelo, a opinião é refletida em uma qualificação que, por meio de uma escala de um a cinco, resume o risco de modelo percebido pela equipe de validação interna.

Destacamos que esse ambiente corporativo de validação interna do Grupo Santander está plenamente alinhado com os critérios so-bre validação interna de modelos avançados publicados por dife-rentes supervisores aplicáveis ao Grupo. Nesse sentido, é mantido o critério de separação de funções entre as unidades de desenvol-vimento e uso de modelos (1a. linha de defesa), as de validação in-terna (2a. linha de defesa) e auditoria interna (3a. linha) que, como última camada de controle é encarregada de revisar a eficácia da função, a conformidade com as políticas e procedimentos internos e externos e de opinar sobre seu grau efetivo de independência.

9.- AprovaçãoAntes de ser implantado e utilizado, cada modelo deve ser apresen-tado para sua aprovação pelo órgão correspondente, de acordo com sua materialidade.

10.- ImplementaçãoEssa é a fase na qual o modelo desenvolvido é implementado no sistema por meio do qual será utilizado. Conforme indicado, essa fase de implantação é mais uma das possíveis fontes de risco de modelo, motivo pelo qual é requisito indispensável a realização de testes pelas equipes técnicas e pelos proprietários do modelo, certificando que ele seja implementado de acordo com a definição metodológica.

11.- AcompanhamentoUm modelo é elaborado e construído com uma determinada infor-mação e em determinadas circunstâncias, que podem mudar ao longo do tempo. Por esse motivo, os modelos devem ser revisados periodicamente para garantir que continuem funcionando correta-mente ou, em caso contrário, são adaptados ou reformulados.

Com base na materialidade dos modelos, é estabelecida a frequência e profundidade que o acompanhamento deve seguir.

12.- Reporting de gestãoA Administração do Grupo Santander, tanto nas diferentes unidades como na matriz, realiza um acompanhamento periódico do risco de modelo por meio de diversos relatórios, os quais permitem obter uma visão consolidada e tomar as decisões a respeito.

13.- GovernançaSegundo o marco de controle de risco de modelo, o Comitê de Mo-delos é o órgão responsável pela autorização do uso dos modelos de riscos na gestão. Cada unidade de negócio conta com um comitê de modelos responsável por decidir sobre a aprovação do uso local des-ses modelos, mediante a determinação de sua conformidade pelo co-mitê corporativo de modelos. De acordo com a política vigente, todos os modelos apresentados a um comitê de modelos devem contar com um relatório de validação interna.

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Perfil de riesgo > Risco estratégico5. Informe de gestión del riesgo

INFORME ANUAL 2015

D.7. Risco estratégico

O risco estratégico é um dos considerados como risco transversal para o Grupo Santander. Durante o ano, foi elaborado um modelo de controle e gestão desse risco que serve como referência para as sub-sidiárias do grupo Esse modelo inclui a definição do risco, os aspectos funcionais e de governança e a descrição dos principais processos associados à sua gestão e controle.

O Risco estratégico é o risco associado às decisões de caráter estratégico e às mudanças nas condições gerais da Instituição, com impacto relevante em seu modelo de negócio e estratégia a médio e longo prazo.

O modelo de negócio da Instituição é um elemento chave sobre o qual se fundamenta o risco estratégico. Deve ser viável e susten-tável, isto é, capaz de gerar resultados aceitáveis cada ano durante um período de pelo menos três anos consecutivos.

Dentro do risco estratégico, há três categorias ou subtipos diferentes:

• Risco do modelo de negócio: é o risco associado ao modelo de negócio da Instituição. Inclui, entre outros, o risco de estar desa-tualizado, tornar-se irrelevante e/ou perder valor para continuar gerando os resultados desejados. Esse risco é causado por fatores externos (aspectos macroeconômicos, regulatórios, sociais e políti-cos, mudanças no setor bancário, etc.) e também internos (solidez e estabilidade da demonstração de resultados, modelos de distri-buição/canais, estrutura da receita e custos, eficiência operacional, adequação dos recursos humanos e sistemas, etc.).

• Risco de elaboração da estratégia: É o risco associado à estraté-gia refletida no plano estratégico de cinco anos da Instituição. De forma específica, inclui o risco desse plano tornar-se inadequado em sua natureza ou pelas premissas consideradas no mesmo, le-vando a resultados inesperados. Também deve ser considerado o custo da oportunidade de criar outra estratégia mais adequada ou simplesmente deixar de criá-la.

• Risco de execução da estratégia: é o risco associado aos proces-sos de implementação dos planos estratégicos em cinco anos e os planos em três anos. Devido à sua natureza de médio a longo prazo, sua execução apresenta frequentemente um risco, considerando a complexidade e múltiplas variáveis que interferem na mesma. Outros focos de riscos a ser considerados são a inadequação de recursos, a gestão da mudança e por último, a falta de capacidade de resposta às mudanças do ambiente do negócio.

Adicionalmente, para a gestão e controle do risco estratégico devem ser considerados os riscos transversais associadas às operações de desenvolvimento corporativo, já que podem implicar uma fonte relevante de risco sobre o modelo de negócio.

São entendidas como tais: aquelas que implicam mudança no perímetro e atividade da instituição, aquisições ou transmissões de participações significativas e ativos, joint ventures, alianças estratégicas, acordos de sócios e operações de capital.

Por últimos, devem ser considerados outros tipos de risco cuja origem pode ser de natureza não estratégica (riscos de crédito, mercado, operacionais, compliance, etc.). Esses riscos podem implicar um impacto significativo para a saúde financeira da instituição e por sua vez, afetar sua estratégia e modelo de negó-cio, motivo pelo qual se faz necessário identificá-los, avaliá-los, administrá-los e controlá-los.

Desse modo, os Top Risks são os riscos com impacto significati-vo nos resultados, liquidez ou capital da instituição ou riscos que possam implicar concentrações indesejadas. Esses riscos podem reduzir a distância ao default da mesma.

Adicionalmente, os Emerging and Evolving Risks são os riscos que não se manifestaram anteriormente ou foram apresentados de maneira diferente. Esses riscos apresentam frequentemente um alto nível de incertezas e dificuldade de quantificação, mas seu impacto pode ser significativo em um horizonte temporal de mé-dio a longo prazo.

O gráfico a seguir mostra como os riscos mencionados anterior-mente exercem impacto sobre o modelo de negócio e estratégia do Grupo.

Operações de desenvolvimento corporativo

Modelo de negócio e estratégia (Desenho e Execução)

Saúde financeira

Top risks e Riscos emergentes

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Perfil de risco > Risco de capital 5. Relatório de gestão de riscos

RELATÓRIO ANUAL 2015

D.8. Risco de capital

Organização da seção

Depois de uma introdução ao conceito de risco de capital e os níveis de solvência no final de 2015, descrevemos as principais magnitudes de capital [pág. 281-282].

Posteriormente, incluímos a descrição o marco regulatório referen-te ao capital[pág. 282-283].

A seguir são apresentados os números de capital regulatório e tam-bém de capital econômico [pág. 283-287].

Por último, há uma descrição do processo de planejamento de capi-tal e exercícios de estresse no Grupo Santander [pág. 287-289].

Para maiores informações, consultar o Relatório com Relevância Pru-dencial do Grupo Santander (Pilar III).

D.8.1. Introdução

O Santander define o risco de capital como risco de que o Grupo ou alguma de suas sociedades tenha quantidade e/ou qualidade de capital insuficiente para cumprir os requisitos regulatórios mínimos estabelecidos para operar como banco, atender às expectativas do mercado em relação à sua solvência creditícia e respaldar o cresci-mento dos negócios e as possibilidades estratégicas apresentadas e de acordo com seu planejamento estratégico. Os seguintes objetivos são destacados:

• Cumprir os objetivos internos de capital e solvência.

• Atender os requisitos regulatórios.

• Alinhar o plano estratégico do Banco com as expectativas de capi-tal de agentes externos (agências de rating, acionistas e investido-res, clientes, supervisores, etc.).

• Dar respaldo ao crescimento dos negócios e as possibilidades es-tratégicas que surgirem.

O Grupo Santander mantém uma posição de solvência confortável em relação aos níveis exigidos na norma e pelo Banco Central Eu-ropeu, como supervisor. Em 2015, o Grupo continuou reforçando seus principais índices de capital para enfrentar o difícil ambiente econômico e financeiro e as novas exigências regulatórias, iniciando o ano com um aumento de capital no valor de 7,5 bilhões de euros e estabelecendo uma política de dividendos que garanta a geração orgânica de capital.

Os principais índices de solvência do Grupo, em 31 de dezembro de 2015, são:

Fully loaded Phase-in

Common Equity (CET1) 10,05% 12,55%

Tier1 11,00% 12,55%

Índice Total 13,05% 14,40%

Índice de Alavancagem 4,73% 5,38%

Os índices phase-in são calculados aplicando os calendários transitórios de implanta-ção da Basileia III, enquanto os índices fully loaded são calculados com a norma final.

Em 3 de fevereiro de 2016, o Banco Central Europeu autorizou o uso do Método Estándar Alternativo para o cálculo dos requisitos de capital a nível consolidado por risco operacional no Banco Santander (Brasil) S.A. O impacto dessa autorização nos ativos de risco ponde-rados do grupo (-7,836 bilhões de euros) e, consequentemente, em seus índices de capital não considera os dados publicados em 27 de janeiro de 2016 e que são apresentados nesse Relatório.

No final de 2015, o BCE enviou a cada instituição uma comunicação estabelecendo os requisitos prudências mínimos de capital para o ano seguinte. Em 2016, a nível consolidado, o Grupo Santander deve manter um índice mínimo de capital de 9,75% CET1 phase-in (sendo 9,5% o requisito por Pilar I, Pilar II e buffer de conservação de capital e 0,25% o requisito por ser uma Instituição Globalmente Sistêmica). Como apresentado na tabela anterior, o Capital do Grupo supera a exigência mínima do BCE.

Capital regulatório%

RRequisito regulatório1 2016 CET1

Índices regulatórios Dez 15

1. Requisitos mínimos prudenciais estabelecidos pelo BCE como base do processo de revisão e avaliação supervisora (SREP)

Índice de Capital

CET1

CET1

Buffer sistêmico

Mínimo Pilar I4,50

5,00

0,25

Requisito Pilar II (incluindo buffer de conservação de capital)

12,55

14,4%

9,75%

O Grupo está trabalhando com o objetivo de ter um índice CET1 fully loaded superior a 11% em 2018.

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Perfil de risco > Risco de capital 5. Relatório de gestão de riscos

RELATÓRIO ANUAL 2015

Magnitudes do capitalO Grupo considera as seguintes magnitudes relacionadas ao conceito de capital:

Capital regulatório

• Requisitos de capital: quantidade mí-nima de recursos próprios exigidos pelo regulador para garantir a solvência da instituição em função dos riscos de crédi-to, mercado e operacional assumidos pela instituição.

• Capital computável: quantidade de recursos próprios considerados elegíveis pelo regulador para cobrir as necessida-des de capital. Seus elementos principais são o capital contábil e as reservas.

Capital Econômico

• Autoexigência de capital: quantidade mínima de recursos próprios que o Grupo necessita com um determinado nível de probabilidade para absorver as perdas inesperadas resultantes da exposição atual ao conjunto de todos os riscos as-sumidos pela instituição (incluindo riscos adicionais àqueles citados nos requisitos de capital regulatório).

• Capital disponível: quantidade de re-cursos próprios considerados elegíveis pela a própria instituição financeira sob um critério de gestão para cobrir as ne-cessidades de capital.

Custo de capital

Rentabilidade mínima exigida pelos investi-dores (acionistas) como remuneração pelo custo de oportunidade e pelo risco assu-mido ao investir seu capital na instituição. Esse custo de capital representa uma ‘taxa de corte’ ou ‘rentabilidade mínima’ a ser atingida e permitirá comparar a atividade das unidades de negócio e analisar sua eficiência.

Rentabilidade ajustada ao risco (RORAC)

Definida como a rentabilidade (sendo a ren-tabilidade entendida como resultado líqui-do de impostos) sobre o capital econômico exigido internamente. Dada essa relação, um nível mais alto de capital econômico diminui o RORAC. Por esse motivo, o banco deve exigir rentabilidade mais alta daquelas operações ou unidades de negócio que re-presentem um maior consumo de capital.

Considera o risco de investimento e, portanto, é uma medida de rentabilidade ajustada ao risco.

O uso do RORAC permite ao Banco gerir melhor e avaliar a verdadeira rentabilidade dos negócios ajustada ao risco assumido e ser mais eficiente na tomada de decisões de investimento.

Criação de valor

Lucro gerado acima do custo de capital econômico. O Banco cria valor quando a rentabilidade ajustada ao risco, medida pelo RORAC, for superior a seu custo de capital; caso contrário, destrói valor. Mede a rentabi-lidade ajustada ao risco em termos absolutos (unidades monetárias) complementando o ponto de vista do RORAC.

Perda esperada

É o prejuízo médio por perdas com crédito, que a Instituição terá ao longo de um ciclo econômico. A perda esperada considera as perdas com crédito com um custo que pode ser reduzido mediante uma seleção de cré-dito adequada.

Índice de alavancagem

Medida regulatória que monitora a solidez e fortaleza da instituição financeira, relacio-nando o porte da instituição com seu capital. Esse índice é calculado como o quociente entre o Tier1 e a exposição de alavancagem, que considera o porte do balanço com alguns ajustes por derivativos, operações de financiamento de títulos e itens fora do balanço.

O controle do risco de capital não se limita somente ao cumprimento dos índices regulatórios atuais. Nas próximas sessões, explicaremos as mudanças regulatórias as quais o Grupo está submetido, nossas magnitudes de capital regulatório e de índice de alavancagem; a medição do capital econômico, a rentabilidade ajustada ao risco (RO-RAC) e o planejamento de capital e exercícios de estresse realizados para garantir nossa própria solvência.

D.8.2. Marco regulatório

Em 2014 entraram em vigor a normas conhecidas como Basileia III, as quais estabelecem novos padrões mundiais de capital e liquidez em instituições financeiras.

Do ponto de vista do capital, Basileia III redefine o que é considerado como capital disponível em instituições financeiras (incluindo novas deduções e aumentando as exigências dos instrumentos de capital computáveis), aumenta o capital mínimo obrigatório, exige que as instituições financeiras trabalhem permanentemente com excessos de capital (buffers de capital) e adiciona novos requisitos aos riscos considerados.

Na Europa, a nova norma foi introduzida por meio da diretiva 2013/36/UE, conhecida como “CRD IV”, e seu regulamento 575/2013 (“CRR”) que é diretamente aplicável em todos os estados da UE (Single Rule Book).Além disso, essas regras são sujeitas a desdobra-mentos normativos confiados a European Banking Authority (EBA). O CRD IV substituiu a norma espanhola mediante a Lei 10/2014 sobre ordenação, supervisão e solvência de instituições de crédito e sua regulamentação posterior, o Decreto Real, Lei 84/2015. O CRR é de aplicação direta nos estados-membro a partir de 1º de janeiro de 2014 e revoga as normas de hierarquia inferior que envolvam requisi-tos adicionais de capital.

O CRR contempla um calendário de implementação gradual que permite uma adaptação progressiva aos novos requisitos da União Europeia. Tais calendários foram incorporados aos regulamentos espanhóis por meio da Circular 2/2014 do Banco de España, afetan-do tanto as novas deduções, como aquelas emissões e elementos de fundos próprios os quais, em virtude desse novo regulamento, deixam de ser elegíveis como tais. Também estão sujeitos a uma im-plementação gradual os buffers de capital previstos na CRD IV, sendo aplicáveis pela primeira vez em 2016 e com implementação total prevista para 2019.

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Perfil de risco > Risco de capital 5. Relatório de gestão de riscos

RELATÓRIO ANUAL 2015

Posteriormente à sua implantação, o Comitê da Basileia tornou pú-blica sua intenção de modificar as seguintes seções nas normas de capital:

• Método padrão de risco de crédito (em consulta pública até março de 2016).

• Método padrão de risco de mercado (Fundamental review of the trading book).

• Método padrão de risco operacional (consulta pública a partir do início de 2016).

• Modelos internos IRB: reduzir as opções elegíveis na elaboração dos modelos, especialmente em determinadas carteiras.

• Modelos internos de mercado: será permitido que os supervisores retirem a autorização para utilizá-lo em nível de mesa de nego-ciação, por redução de minimização por hedge e por redução de minimização por diversificação.

• Modelos internos de risco operacional: sua eliminação será consultada.

• Securitizações: o tratamento daqueles que cumpram a definição ‘simples, transparentes e comparáveis’ (STC) será modificado.

• Requisitos mínimos (pisos): existe a intenção de substituir o atual mínimo de 80% dos RWA calculados segundo Basileia I, por outros mínimos, um para cada tipo de risco, definidos com base nos novos métodos padrão revisados.

• Risco de juros estruturais: o Comitê manifestou sua intenção de estabelecer um requisito de capital pelo risco de juros estruturais do balanço dos bancos.

• Calibração do índice de alavancagem: foi estabelecido um mínimo de referência de 3%, a ser revisado em 2017. Publicações recentes do Comitê da Basileia e da EBA coincidem em recomendar um índi-ce entre 4% e 5%. A expectativa é que sua calibração seja concluída em 2016 para implementação em 2018.

A maioria dessas modificações regulatórias serão definidas em 2016.

O Grupo Santander endossa o objetivo final do regulador, que é proporcionar maior estabilidade e solidez ao sistema financeiro internacional. Nesse sentido, há anos o Banco colabora apoiando os reguladores e participando em estudos de impacto promovidos pelo Comitê da Basileia e pela Autoridade Bancária Europeia (EBA) e coordenado localmente pelo Banco de España a fim de calibrar as novas normas.

Por fim, na última reunião do G-20 (Antalya, novembro 2015) foi aprovado o requisito de TLAC (sigla em inglês de Capacidade Total de Absorção de Perdas) exigível das Instituições Sistêmicas de Im-portância Global (G-SIB, em sua sigla em inglês) que representa um marco regulatório de grande importância. Esse requisito exige dos bancos a existência de um colchão suficiente de passivos (capital e dívida contingentemente conversível) com capacidade de absorver perdas, seja por se converter em capital ou por assumir uma “qui-tação”. O objetivo é que, perante um risco de quebra, o banco re-cupere sua solvência sem intervenção governamental. Essa norma está pendente de incorporação ao marco legal vigente, entretanto,

o Financial Stability Board (FSB) estabelece sua entrada em vigor em 2019 com um calendário de implantação de 3 anos. A proposta para janeiro de 2019 é de um requisito mínimo igual ao maior entre os 16% dos ativos ponderados por riscos, ou 6% da exposição de alavancagem e, para janeiro de 2022, o maior entre os 18% dos ati-vos ponderados por risco e 6,75% da exposição de alavancagem.

A norma exige que os passivos admissíveis para computar nesse re-quisito devem ter uma subordinação frente ao resto dos passivos não computáveis e pode incluir common equity, emissões preferenciais computáveis como Tier1, dívida subordinada computável como Tier2 e ao menos 33% em forma de dívida sênior e júnior.

A norma exige que esse requisito seja cumprido em nível consoli-dado e em nível de cada grupo de resolução, tal como definidos nos planos de viabilidade (Living Wills). Também estabelece certas restri-ções ao suporte financeiro que uma matriz possa dar a uma subsidiá-ria no cumprimento dessa norma.

Na Europa, foi implementada a Diretiva 2014/59/UE, conhecida como ‘BRRD’, com objetivos similares ao TLAC.

Essa diretiva também inclui o conceito de absorção de perdas e um requisito de passivo elegível mínimo ou MREL (Minimun Required Eligible Liability), similar ao TLAC. Entretanto, há diferenças entre os índices estabelecidos, o âmbito de aplicação e outras definições. O MREL é de aplicação a todas as instituições que operam na Europa e não se limita somente a instituições globalmente sistêmicas. Sua aplicação tem início em 1 de janeiro de 2016, com base em uma cali-bração ‘instituição por instituição’, com um período transitório de 48 meses, sendo somente aplicável em território da UE.

A norma MREL será revisada no final de 2016, após um relatório que a EBA enviará à Comissão Europeia.

Além disso, no ano de 2015, a Autoridade Bancária Europeia imple-mentou o exercício de transparência 2015, no qual foram publicadas informações sobre ativos ponderados por risco, capital, solvência e detalhes de posições soberanas em dezembro de 2014 e junho de 2015 para 105 bancos de 21 países europeus, cobrindo 67% do total de ativos do sistema bancário europeu. O objetivo desse exercício foi aumentar a transparência e o conhecimento das informações de ca-pital e solvência dos bancos europeus, contribuindo com a disciplina de mercado a com a estabilidade financeira da União. Os resultados demonstram a posição confortável de capital e solvência do Grupo Santander, estando no topo em relação a instituições comparáveis em muitos dos principais parâmetros.

D.8.3. Capital regulatório

Este marco regulatório é baseado em três pilares:

• O Pilar I determina o capital mínimo exigível por risco de crédito, mercado e operacional, incorporado à possibilidade de utilizar qua-lificações e modelos internos (RIB) para o cálculo das exposições ponderadas por risco de crédito, bem como modelos internos (VaR) para risco de mercado e modelos internos para risco operacional. O objetivo é que os requisitos regulatórios sejam mais sensíveis aos riscos que realmente sustentam as instituições no desempenho de seus negócios.

• O Pilar II estabelece um sistema de análise de supervisão para a melhoria da gestão interna de riscos e autoavaliação da adequação do capital dependendo do perfil de risco.

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Perfil de risco > Risco de capital 5. Relatório de gestão de riscos

RELATÓRIO ANUAL 2015

• Finalmente, o Pilar III define os elementos relacionados a uma maior transparência na informação e disciplina.

Em 2015, foi alcançado o objetivo de solvência estabelecido, apesar dos impactos negativos não recorrentes. O índice de CET1 ‘fully loa-ded’ foi de 10,05% no final do exercício, demonstrando nossa capaci-dade de geração orgânica de capital, de 10 pontos-base por trimestre. A seguir detalhamos os principais números do capital regulatório:

Fully loaded Phase-in

Dez 15 Dez 14 Dez 15 Dez 14

Common equity (CET1) 58.705 48.129 73.478 64.250

Tier 1 64.209 52.857 73.478 64.250

Capital total 76.205 60.394 84.346 70.483

Ativos ponderados pelo risco 583.893 582.207 585.633 585.621

Índice CET1 10,05% 8,27% 12,55% 10,97%

Índice Tier1 11,00% 9,08% 12,55% 10,97%

Índice de capital total 13,05% 10,37% 14,40% 12,03%

12,55

1,85

11,0

1,1

8,3

1,30,8

10,05

2,05

0,95

Capital%

Tier1 CET1 Tier2

Índice capital

Índice capital

Índice capital

Índice capital

Tier2

Tier2Tier2

Tier2

Tier1

Tier1

CET1

CET1CET1

CET1

10,4

12,013,05

14,4

Dez 14

Fully Loaded Phase In

Dez 14Dez 15 Dez 15

A tabela a seguir representa os ativos ponderados pelo risco (APRs), detalhado por tipo de risco e regiões principais:

Grupo SantanderTotal APRS FL: 583.893

Valores em milhões de euros

OutrosEuropa continental Reino Unido América Latina Estados UnidosTotal: 230.585 Total: 115.752 Total: 154.357 Total: 82.406 Total: 794

Todos os riscos: Todos os riscos: Todos os riscos: Todos os riscos: Todos os riscos: Crédito: 86% Crédito: 85% Crédito: 80% Crédito: 86% Crédito: 84% Operacional: 8% Operacional: 8% Operacional: 17% Operacional: 14% Operacional: 7% Mercado: 6% Mercado: 7% Mercado: 3% Mercado: 0% Mercado: 9%

Implantação de modelosCom relação ao risco de crédito, o Grupo Santander continua com seu plano de implantação do enfoque avançado de modelos internos (AIRB) da norma Basileia para praticamente a totalidade dos bancos do Grupo, até chegar a uma porcentagem de exposição líquida da carteira de crédito sob esses modelos superior a 90%. O cumprimento desse objetivo no curto prazo está condicionado também às aquisições de novas instituições bem como à necessidade de coordenação entre su-pervisores dos processos de validação dos modelos internos.

O Grupo está presente em regiões onde o marco legal entre superviso-res é o mesmo da Europa por meio da Diretiva de Capital. Entretanto, em outras jurisdições, o mesmo processo está sujeito ao marco de colaboração entre o supervisor de origem e de destino, com legislações diferentes, o que na prática envolve a adaptação a critérios e calendá-rios distintos para obter a autorização de uso de modelos avançados em base consolidada.

Com esse objetivo, o Santander continuou durante 2015 com o projeto de implantação gradual das plataformas tecnológicas e desenvolvi-mentos metodológicos necessários que vão a permitir a aplicação progressiva dos modelos internos avançados para o cálculo de capital regulatório nas demais unidades do Grupo.

Atualmente, o Grupo conta com a autorização da agência de supervi-são para o uso de enfoques avançados para o cálculo dos requisitos de capital regulatório por risco de crédito para a matriz e principais subsi-diárias da Espanha, Reino Unido, Portugal, e determinadas carteiras na Alemanha, México, Brasil, Chile, Países Escandinavos (Suécia, Finlândia, Noruega), França e Estados Unidos. A estratégia de implantação da norma da Basileia no Grupo tem como foco obter o uso de modelos avançados nas principais instituições da América e Europa. Durante 2015, obtivemos a autorização das carteiras de veículos do Santander Consumer Nordics e mantivemos o foco IRB nas carteiras de empresas e varejistas da joint-venture com o PSA França.

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Perfil de risco > Risco de capital 5. Relatório de gestão de riscos

RELATÓRIO ANUAL 2015

A proporção atual do emprego de métodos IRB e Padrão é o seguinte:

Exposure at default (EAD) %

Padrão 40%

Padrão permanente36%

IRB60%

Future Roll Out64%

Quanto ao risco operacional, o Grupo Santander utiliza atualmente o enfoque padrão de cálculo de capital regulatório previsto na Diretiva Europeia de Capital. Durante 2015, o Grupo acelerou seu processo de transformação para um enfoque de gestão avançada de riscos operacionais (AORM). O programa AORM contribuirá com a disponibilidade de modelos internos de estimativa de capital nas principais regiões, tanto em termos de capital econômico e stress testing como em termos de aplicação potencial para capital regulatório.

Com relação aos demais riscos contemplados explicitamente no Pilar I da norma da Basileia, em risco de mercado foi recebida autorização para o uso do seu modelo interno para as atividades de negociação da tesouraria na Espanha, Chile, Portugal e México, continuando assim com o plano de implantação progressiva para as demais unidades apresentado ao Banco de España.

Índice de alavancagemO índice de alavancagem foi estabelecido dentro do marco regu-latório da Basileia III como uma medição de capital requerido para instituições financeiras não sensíveis a risco. A CRD IV foi modifi-cada em 17 de janeiro de 2015 mediante a modificação do Regula-mento (EU) 575/2013 para harmonizar os critérios de cálculo com os especificados no documento Basel III leverage ratio framework and disclosure requirements do Comitê da Basileia.

Esse índice é calculado como o quociente entre o Tier1 dividido por exposição de alavancagem. Essa exposição é calculada como a soma dos seguintes elementos:

• Ativo contábil, sem derivativos e sem elementos considerados como deduções no Tier 1 (por exemplo, são incluídos os saldos dos empréstimos mas não o ágio).

• Itens fora do balanço (avais, limites de créditos concedidos sem utilizar, cartas de crédito, principalmente) ponderados pelos fato-res de conversão de crédito.

• Inclusão do valor líquido dos derivativos (são calculados os lí-quidos de ganhos e perdas com uma mesma contraparte, menos colaterais se cumprem alguns critérios), mais um custo adicional por exposição potencial futura.

• Um custo adicional pelo risco potencial das operações de finan-ciamento de títulos.

• Por último, custos adicionais pelo risco dos derivativos de crédito (CDS).

A seguir, mostramos os índices publicados pelo Grupo desde dezem-bro de 2014:

Índice de alavancagem fully loaded

Índice de alavancagem phase-In

6,0

5,5%5,4% 5,4%5,5

5,2%

5,0 4,8%4,7% 4,7%4,6%4,5%

4,5

4,03,7%

3,5

3,0Dez 14 Mar 15 Jun 15 Set 15 Dez 15

O índice de alavancagem ainda se encontra em fase de calibração e não há obrigatoriedade de ser cumprido até 2018. No momento, a referência é de 3%, superada pelo Banco. Durante esse período, só existe obrigação de divulgar ao mercado. Para maiores informações, consultar o Relatório com Relevância Purdencial (Pilar III) publicado no website do Grupo.

Instituições sistêmicas de importância globalO Grupo Santander é uma das 30 instituições designadas como insti-tuição sistêmica de importância global (G-SIB).

A designação como instituição globalmente sistêmica provém de uma medida estabelecida pelos reguladores (FSB e BCBS) ba-seando-se em cinco critérios (porte, atividade interjurisdicional, interconexão com outras instituições financeiras, substituibilidade e complexidade). Essa informação é solicitada anualmente aos bancos com uma exposição de alavancagem superior a 200 bilhões de euros (em dezembro de 2014, eram 76 bancos), com obrigatoriedade de publicar (ver informações em nosso site www.gruposantander.com).

Com base nessa informação, o Banco Santander obteve uma pontu-ação de 208,4.

Essa designação obriga o Grupo Santander a cumprir requisitos adicionais consistentes principalmente em um buffer de capital (es-tamos incluídos no grupo de bancos com o menor buffer de capital, 1%), em requisitos de TLAC (recursos com capacidade de absorção de perdas), na exigência de publicar informações relevantes com maior frequência que outros bancos, em maiores exigências regulatórias para os órgãos de controle interno, em uma supervisão especial e na exigência de relatórios especiais a serem apresentados a seus órgãos supervisores.

O cumprimento desses requisitos dá ao Grupo Santander maior soli-dez do que seus concorrentes domésticos.

Para maiores informações, consultar o Relatório com Relevância Prudencial (Pilar III).

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RELATÓRIO ANUAL 2015

D.8.4. Capital Econômico

O capital econômico é o capital necessário para suportar todos os riscos da atividade, com um determinado nível de solvência e de acordo com um modelo desenvolvido internamente. No caso do Gru-po, o nível de solvência é determinado pelo rating objetivo a longo prazo de ‘A’ (dois graus acima do nível da Espanha) o qual envolve a aplicação de um nível de confiança de 99,95% (superior ao 99,90% normativo) para calcular o capital necessário.

O modelo de capital econômico do Santander inclui, em sua medi-ção, todos os riscos significativos incorridos em sua operação – por-tanto, considera riscos como concentração, juros estruturais, negó-cios, aposentadorias e outros que estão fora do âmbito do chamado Pilar 1 regulatório. Além disso, o capital econômico incorpora o efeito da diversificação a qual, no caso do Grupo Santander, é fundamental para determinar o perfil global de risco e solvência, pela natureza multinacional e multinegócio das suas atividades.

O capital econômico é uma ferramenta fundamental para a gestão interna e o desenvolvimento da estratégia do Grupo, tanto do ponto de vista da avaliação da solvência, como da gestão do risco das car-teiras e dos negócios.

Do ponto de vista da solvência, o Grupo usa seu modelo econômico para o processo de autoavaliação de capital, no contexto do Pilar II da norma da Basileia (PAC ou ICAAP em inglês). Para tanto, é feito o planejamento da evolução do negócio e das necessidades de capital sob um cenário básico e sob cenários alternativos de estresse. Nesse planejamento o, Grupo garante a manutenção de seus objetivos de solvência, mesmo sob cenários econômicos desfavoráveis.

Além disso, os parâmetros de capital econômico permitem a ava-liação dos objetivos de rentabilidade/risco, fixação de preços das operações em função do risco, avaliação da viabilidade econômica de projetos, unidades ou linhas de negócios, com o objetivo de maximi-zar a geração de valor para os acionistas.

Como medida homogênea de risco, o capital econômico permite explicar a distribuição de risco em todo o Grupo, usando em um pa-râmetro comparável atividades e tipos de risco diferentes.

O requisito para capital econômico em dezembro de 2015 chegou a 71,671 bilhões de euros o qual, comparado à base de capital econômi-co disponível de 92,377 bilhões, implica a existência de um superávit de capital de 20,706 bilhões.

A seguir detalhamento da base de capital econômico disponível:

Milhões de euros

Dez 15 Dez 14

Capital líquido e prêmios de emissão

Reservas e lucros retidos

52.004

49.673

44.851

46.227

Ajustes de avaliação

Minoritários

(15.448)

6.148

(11.429)

4.131

Base do Capital econômico disponível

Capital econômico requerido

Excesso de capital

92.377

71.671

20.706

83.780

69.278

14.502

A principal diferença quanto ao CET1 regulatório tem origem no tratamento do ágio e outros intangíveis, os quais consideramos como um requisito mais de capital e não uma dedução do capital disponível.

A distribuição das necessidades de capital econômico por tipo de risco em dezembro de 2015 está mostrada no gráfico a seguir:

Crédito 26.893Ágio 19.178Mercado 8.227Juros (ALM) 2.550Operações 3.233Negócio 3.226Ativos Tangíveis 1.838Outros 6.527

CAPITAL TOTAL ECONÔMICO 71.671

Crédito38%

Ágio 27%

Mercado 11%

Juros (ALM)4%

Operações 4%

Negócio 4%

Ativos tangíveis 3% Outros

9%

Milhões de euros

A tabela a seguir reflete a distribuição do Capital Econômico por tipos de risco e regiões em dezembro de 2015:

Grupo SantanderTotal requerimentos:

Valores em milhões de euros

Ativid. Corporativas Europa Continental

71.671

Reino Unido América Latina Estados Unidos25.503 19.265 8.159 10.840 7.904

Todos os riscos: Todos os riscos: Todos os riscos: Todos os riscos: Todos os riscos:

Ágio: 75% Crédito: 54% Crédito: 61% Crédito: 58% Crédito: 64% Mercado: 20% Mercado: 10% Aposentadorias: 15% Juros: 10% Operacional: 9% DTAs: 4% DTAs: 10% Operacional: 9% DTAs: 9% Ativos Tangíveis: 7% Outros: 1% Negócio: 7% Negócio: 7% Negócio: 8% Intangíveis: 6%

Outros: 19% Outros: 8% Outros: 15% Negócio: 6% Outros: 9%

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RELATÓRIO ANUAL 2015

A distribuição do capital econômico entre as principais áreas de negócio reflete o caráter diversificado da atividade e risco do Grupo. A Europa continental representa 42% do capital, a América Latina, incluindo o Brasil 23%, o Reino Unido 18% e os Estados Unidos 17%.

Fora das áreas operacionais, o Centro Corporativo assume, principal-mente, o risco pelos ágios e o risco derivado da exposição ao risco de câmbio estrutural (risco decorrente da manutenção de participações em subsidiárias no exterior denominadas em moedas diferentes do euro).

O benefício da diversificação contemplado no modelo de capital econômico, incluindo tanto a diversificação intra-riscos (equivalente à regional) como inter-riscos, totaliza aproximadamente 30%.

RORAC e criação de valorO Grupo Santander utiliza a metodologia RORAC em sua gestão do risco desde 1993, com as seguintes finalidades:

• Cálculo do consumo de capital econômico e retorno sobre o mes-mo das unidades de negócio do Grupo, bem como de segmentos, carteiras ou clientes, com a finalidade de facilitar uma atribuição ótima do capital econômico.

• Medição da gestão das unidades do Grupo, mediante o acompa-nhamento orçamentário do consumo de capital e RORAC.

• Análise e fixação de preços no processo de tomada de decisões sobre operações (admissão) e clientes (monitoramento).

A metodologia RORAC permite comparar, sobre bases homogêneas, o rendimento de operações, clientes, carteiras e negócios, identificando os que obtêm uma rentabilidade ajustada ao risco superior ao custo de capital do Grupo, alinhando assim a gestão do risco e do negócio com a intenção de maximizar a criação de valor, objetivo final da administra-ção do Grupo.

Além disso, o Grupo avalia de forma periódica o nível e a evolução da criação de valor (CV) e a rentabilidade ajustada a risco (RORAC) de suas principais unidades de negócio. A CV é o lucro gerado acima do custo do capital econômico (CE) empregado, e é calculado de acordo com a fórmula a seguir:

Criação de valor = lucro recorrente – (capital econômico médio x custo de capital).

O lucro utilizado é obtido fazendo os ajustes necessários no resultado contábil para apresentar unicamente o resultado recorrente que cada unidade obtém no exercício da sua atividade.

A taxa mínima de rentabilidade sobre o capital que uma operação deve render é determinada pelo custo de capital, que é a remuneração mínima exigida por seus acionistas. Para esse cálculo, acrescenta-se o prêmio que o acionista exige por investir no Grupo à rentabilidade livre de risco. Esse prêmio dependerá essencialmente da maior ou menor volatilidade na cotação das ações do Banco Santander com relação à evolução do mercado. O custo de capital do Grupo para 2015 foi de 9,31% (em comparação a 11,59% do ano anterior, com maior volatilidade nos mercados).

Na gestão interna do Grupo, além de revisar anualmente o custo do capital, também é estimado um custo de capital para cada unidade de negócio, considerando as características específicas de cada mercado, sob a filosofia de subsidiárias autônomas em capital e liquidez, para avaliar se cada negócio é capaz de geral valor de maneira individual.

Se uma operação ou carteira obtém uma rentabilidade positiva, estará contribuindo para os lucros do Grupo, mas somente estará criando valor para o acionista quando essa rentabilidade superar o custo do capital.

Durante 2015 o comportamento das unidades de negócio na geração de valor foi desigual. Os resultados do Grupo e, consequentemente, os nú-meros de RORAC e criação de valor estão condicionados pela diferente evolução do ciclo econômico em várias unidades do Grupo.

O quadro a seguir apresenta o detalhamento de criação de valor e RORAC em dezembro de 2015 para as principais áreas de negócio do Grupo:

Dez 15 Dez 14

Segmentos principais RORAC

Criação de valor RORAC

Criação de valor

Europa continental 13,9% 883 13,6% 358

Reino Unido 22,5% 1.065 20,4% 634

América Latina 33,8% 2.746 29,7% 2.401

Estados Unidos 13,4% 308 19,5% 412

Total unidades de negócio 20,2% 5.001 20,4% 3.805

D.8.5. Planejamento de capital e exercícios de estresse

Os exercícios de estresse de capital ganharam importância especial como ferramenta de avaliação dinâmica dos riscos e a solvência dos bancos. Um novo modelo de avaliação, com base em uma aborda-gem dinâmica (forward looking) tornou-se uma parte fundamental da análise da solvência das instituições.

Trata-se de uma avaliação futura, baseada tanto em cenários, tanto macroeconômicos quanto idiossincráticos que sejam de baixa pro-babilidade, mas plausíveis. Portanto, é necessário ter modelos de planejamento robustos, capazes de transferir os efeitos definidos nos cenários previstos aos diferentes elementos que influenciam a solvência da instituição.

O objetivo final dos exercícios de estresse de capital consiste na realização de uma avaliação abrangente dos riscos e a solvência das instituições, determinando possíveis requisitos de capital, quando necessário, em caso de descumprimento, pelas instituições, dos objetivos de capital definidos, tanto regulatórios como internos.

Internamente, o Grupo Santander definiu um processo de estresse e planejamento de capital, não só para responder aos diferentes exercícios regulatórios, mas como uma ferramenta-chave integrada na gestão e na estratégia do Banco.

O processo interno de estresse e planejamento de capital visa ga-rantir a suficiência do capital atual e futuro, mesmo ante a cenários econômicos adversos, embora plausíveis. Para tanto, a partir da situação inicial do Grupo (definida por suas demonstrações finan-ceiras, sua base de capital, seus parâmetros de risco e seus índices regulatórios), são estimados os resultados da instituição projetados para diferentes ambientes de negócio (incluindo as recessões seve-ras, bem como ambientes macroeconômicos normais) e obtêm-se os índices de solvência do Grupo, projetados ao longo de um perío-do geralmente de três anos.

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RELATÓRIO ANUAL 2015

O processo implementado oferece uma visão abrangente do capital do Grupo para o horizonte de tempo analisado e em cada um dos cenários definidos. Essa análise incorpora os parâmetros de capital regulatório, capital econômico e capital disponível.

A estrutura do processo em vigor está demonstrada no gráfico a seguir:

Cenários macroeconômicos

Básico e de recessão Idiossincráticos: com base nos riscos específicos da instituição Horizonte plurianual

Projeção de volumes . Estratégia de negócio Margens e custo de financiamento Comissões e despesas operacionais Choques de mercado e prejuízos operacionais Perdas de crédito e alocações . Modelos de PD e LGD PIT

Consistentes com a projeção do balanço Parâmetros de risco (PD, LGD y EAD)

Base de capital disponível . Lucro e dividendos Impactos normativos e regulatórios Índices de capital e solvência Conformidade dos objetivos de capital

No caso de descumprimento de objetivos internos ou requisitos regulatórios

Projeção do balanço e demonstração de resultados

Projeção de requisitos de capital

Análise de solvência

Plano de ação

1

2

3

4

5

A estrutura apresentada facilita o atingimento do objetivo final al-mejado pelo planejamento de capital, tornando-se um elemento de importância estratégica para o Grupo que:

• Garante a solvência do capital, atual e futura, mesmo frente a cená-rios econômicos pessimistas.

• Permite uma gestão integral do capital e inclui uma análise de impactos específicos, facilitando a sua integração no planejamento estratégico do Grupo.

• Permite melhorar a eficiência no uso de capital.

• Está de acordo com desenho da estratégia de gestão de capital do Grupo.

• Facilita a comunicação com o mercado e órgãos supervisores.

Além disso, todo o processo é desenvolvido com envolvimento direto da administração e rigorosa supervisão, em um contexto que garante uma governança idônea e que todos os elementos que a compõem estejam sujeitos a níveis adequados de questionamento, revisão e análise.

Por sua especial relevância na projeção da demonstração de resulta-dos, um dos elementos-chave para os exercícios de planejamento de capital e análise de estresse (sob os cenários pessimistas definidos) consiste no cálculo das provisões necessárias de acordo com esses cenários, principalmente para cobrir as perdas das carteiras de crédito. Em particular, o Grupo Santander utiliza uma metodologia para o cálculo das provisões para perdas com crédito da carteira de crédito que garante, a qualquer momento, um nível de provisões que cobre todas as perdas de crédito projetadas a partir de seus modelos internos de perda esperada, com base nos parâmetros de exposição a default (EAD), probabilidade de default (PD) e severidade ou recu-peração caso ocorra o default (LGD).

Essa metodologia é amplamente aceita e é semelhante à utilizada em exercícios de estresse anteriores (por exemplo, exercício de estresse da EBA em 2011 e 2014 ou o teste de resistência do setor bancário espanhol em 2012).

Finalmente, o processo de planejamento de capital e análise de estresse termina com a análise de solvência sob diferentes cenários projetados e ao longo do horizonte de tempo definido. Com o obje-tivo de avaliar a suficiência de capital e garantir que o Grupo cumpra os objetivos de capital definidos internamente e todos os requisitos regulatórios.

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RELATÓRIO ANUAL 2015

Base de capital inicial

Mudanças regulatórias

Base de capital final

Políticas de dividendos

Mudanças regulatórias decorrentes da Basileia III que podem alterar tanto a base de capital como os requisitos

Requisitos de capital - estresse

Requisitos de capital final

Lucro retido

Mudanças regulatórias

Quantificação da suficiência de capital

11

++

+

2

2

2

Conforme comentado anteriormente, além dos exercícios de estres-se regulatórios, o Grupo Santander realiza anualmenteexercícios internos de resistência desde 2008, dentro de seu processo de autoavaliação de capital (Pilar II). Em todos eles ficou demonstrada, igualmente, a capacidade do Grupo Santander para fazer frente aos cenários mais difíceis, tanto em nível global como nas principais regi-ões onde o Grupo atua.

Em caso de não cumprimento dos objetivos de capital fixados, será definido um plano de ação na medida necessária para poder alcançar os mínimos de capital desejados. Essas medidas serão analisadas e quantificadas como parte dos exercícios internos, ainda que não seja necessário colocá-las em prática ao superar os limiares mínimos de capital.

É importante observar que esse processo interno de estresse e planejamento de capital é realizado de forma transversal em todo o Grupo Santander e não apenas em nível consolidado, mas também em nível local nas diferentes unidades do Grupo que utilizam o pro-cesso de estresse e planejamento de capital como ferramenta inter-na de gestão e para responder aos requisitos regulatórios locais.

Durante a crise econômica recente, o Grupo Santander passou por cinco testes de resistência (exercícios de estresse) nos quais demons-trou sua força e solvência frente aos cenários macroeconômicos mais extremos e severos. Em todos eles ficou demonstrado que, graças principalmente ao modelo de negócios e a diversificação geográfi-ca existente no Grupo, o Banco Santander iria continuar gerando lucro para seus acionistas e cumprindo os mais rigorosos requisitos regulatórios.

No primeiro requisito (CEBS 2010), o Grupo foi a instituição com me-nor impacto em seu índice de solvência, excetuando os bancos bene-ficiados pela não distribuição de dividendos. No segundo requisito, implementado pela EBA em 2011, o Santander não apenas figurava no reduzido grupo de bancos que havia melhorado sua solvência no cenário de estresse, mas também foi a instituição com maior pata-mar de lucros.

Nos exercícios de estresse realizados por Oliver Wyman para os bancos espanhóis no ano de 2012 (top-down e posteriormente bot-tom-up), mais uma vez o Banco Santander demostrou sua solidez para fazer frente com total solvência os cenários econômicos mais extremos, sendo a única instituição que melhorou seu índice de core capital, com um excesso de capital sobre o mínimo exigido superior aos 25.000 milhões de euros.

No exercício de estresse realizado em 2014 pelo Banco Central Euro-peu, em colaboração com a Autoridade Bancária Europeia, o Grupo Santander foi o banco com menor impacto de cenário pessimista dentre seus concorrentes internacionais, com excesso de capital de aproximadamente 20 bilhões de euros sobre o mínimo exigido. No-vamente, esses resultados demonstram que o modelo de negócios do Grupo Santander permite enfrentar com maior solidez os cená-rios mais severos de crise internacional.

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Anexo: Transparência EDTF5. Relatório de gestão de riscos

RELATÓRIO ANUAL 2015

RESUMO EXECUTIVOA. PILARES DA FUNÇÃO DE RISCOSB. MODELO DE CONTROLE E GESTÃO DE RISCOSC. AMBIENTE E PRÓXIMOS DESAFIOSD. PERFIL DE RISCOANEXO: TRANSPARÊNCIA EDTF

Anexo: Transparência EDTFTradicionalmente, o Banco Santander vem mantendo um compromisso claro com a transparência. Por conta disso, tem participado ativamente no grupo de trabalho Enhanced Disclosure Task Force (EDTF), promovido pelo Financial Stability Board (FSB), com a finalidade de melhorar a qualidade e a comparabilidade das informações de riscos divulgadas ao mercado pelas instituições financeiras. Diversos estudos que analisaram o grau de

adoção das 32 recomendações elaboradas pelo EDTF em outubro de 2012 destacaram o Santander como uma das instituições que estão na lide-rança em termos de aplicação prática dessa iniciativa em nível mundial.

A seguir há uma tabela com a localização das recomendações do EDTF nas informações publicadas pelo Grupo Santander.

Recomendações EDTF Relatório Anual*

Relatório De auditoria e demonstrações anuais* IRP (Pilar III)*

Geral

1 Índice com informações - riscos Resumo executivo Anexo V; Anexo VI; 3.4

2 Terminologia e medidas de risco B.1.; D.1.5.; D.2.1.-D.2.4.; D.3.2.

Notas 54b, 54c, 54d, 54e Anexo IV

3 Principais riscos e emergentes C 5.2; 5.3.74 Novos índices regulatórios e planos de compliance D.1.; D.3.; D.8. Notas 54c, 54e, 54j 1; 4.6.3.2- 6.5.3.3

Governança de riscos, gestão de riscos e modelo de gestão

5 Organização de gestão de riscos, processos e funções B; D.3.2. Notas 54b, 54e 5; 4.2; 4.3; 4.46 Cultura de riscos e medidas internas A; B.4. Notas 54a, 54b 57 Riscos do modelo de negócio, gestão e apetite de risco B; D.8. Notas 54b, 54j 5.1; 5.3; 11.8;

8 Usos e processo de stress testB.3.1.-B.3.3.; D.1.5.; D.2.2.-D.2.3.; D.3.2.; D.8.4.

Notas 54b, 54c, 54d, 54e, 54j 4.7.1

Capital e ativos ponderados pelo risco

9 Requisitos mínimos de capital (Pilar I) D.8. Nota 54j Resumo Executivo; 4.6.1: 4.6.3; 4.6.4

10 Componentes do capital regulatório e conciliação com o balanço 3.6; 4.6.1Anexo III.a y III.c

11 Detalhamento dos movimentos do capital regulatório 4.6; 4.6.1; Anexo III.b; Anexo III.c

12 Planejamento de capital D.8.4. Nota 54j 4.7.113 Atividades de negócio e ativos ponderados pelo risco D.8. Nota 54j 4.6.314 Requisitos de capital por método de cálculo e carteira 4.6; 4.6.3;6.415 Risco de crédito por carteiras 4.6.3.1.1; 6.2-6.4

16 Fluxos de ativos ponderados por tipo de risco Resumo executivo; 4.6.3.1; 4.6.3.3; 4.6.3.4

17 Back-testing de modelos (Pilar III) 6.7; 6.9; 8.2.5Liquidez 18 Necessidades de liquidez, gestão e reserva de liquidez D.3.2.; D.3.3. Nota 54e 9

Financiamento19 Ativos compromissados e não compromissados D.3.3. Nota 54e 9.3.2 (IV.)

20 Vencimentos contratuais de ativos, passivos e saldos fora do balanço D.3.3. Nota 54e - 21 Plano de financiamento da instituição D.3.3.; D.3.4 Nota 54e 9.3

Risco de mercado

22 Conciliação do balanço com posições de negociação e não negociação D.2.2. Nota 54d - 23 Fatores significativos de risco de mercado D.2.1.-D.2.3. Nota 54d 8.1; 8.224 Limitações do modelo de medição de risco de mercado D.2.2. Nota 54d 8.2; 8.2.6

25 Técnicas de gestão para medir e avaliar o risco de perda D.2.2. Nota 54d 8.2.1; 8.2.2; 8.2.3; 8.2.4; 8.2.5

Risco de crédito

26 Perfil de risco de crédito e conciliação com as rubricas do balanço D.1.2. Nota 54c 6.227 Políticas para empréstimos com perda de valor e reestruturados D.1.2. Nota 54c -

28 Conciliação do saldo com perda de valor e provisões para perdas com crédito D.1.2. Nota 54c 6.2

29 Risco de contraparte resultante de operações com derivativos D.1.4. Nota 54c 6.1030 Técnicas de minimização de risco de crédito D.1.5. Nota 54c 6.11

Outros Riscos31 Outros Riscos D.4.; D.6.; D.7. Notas 54f, 54h, 54i 10; 11; 1232 Discussão de eventos de risco de domínio público D.5. Nota 54g 11

IFRS 9

As recomendações relativas à implantação da norma IFRS 9 afetam de maneira transversal as diferentes recomendações do próprio documento EDTF e estão no quadro 1 (pág. 194-196), detalhando o modelo proposto, a estratégia de implantação e as orientações normativas e complementares.

C (Quadro 1)

* Localização das informações mencionadas em nível de capítulo ou itens deste Relatório Anual. No caso das recomendações de Capital e ativos ponderados pelo risco, tam-bém se encontram relacionados a itens do Relatório com relevância prudencial (Pilar III). Além disso, no mapa de navegação estão as referências cruzadas das informações publicadas pelo Grupo (Relatório Anual, Pilar III, Relatório de Auditoria e Demonstrações Financeiras).