Relatório de Mecânica Dos Sólidos

14
Relatório de Mecânica dos Sólidos I 1º Semestre de 2015 Professor Maurico Gustavo Taconelli Colucci 11.110.667-0 Leonardo Spinelli Rodrigues 11.111.040-9 Ana Carolina Giampietro Martins 11.111.765-1 Renan Nogueira Franco 11.112.550-6 Rafael Gonçalves Buffo 11.211.155-4

description

ca e cs

Transcript of Relatório de Mecânica Dos Sólidos

  • Relatrio de

    Mecnica dos

    Slidos I 1 Semestre de 2015

    Professor Maurico

    Gustavo Taconelli Colucci

    11.110.667-0

    Leonardo Spinelli Rodrigues

    11.111.040-9

    Ana Carolina Giampietro Martins

    11.111.765-1

    Renan Nogueira Franco

    11.112.550-6

    Rafael Gonalves Buffo

    11.211.155-4

  • Mecnica dos Slidos I Professor Maurcio de Carvalho Silva

    1

    Sumario

    Pgina

    2........................................................................................................................Introduo Teorica

    4.........................................................................................................................................Objetivo

    5..........................................................................................................Procedimento Experimental

    6..................................................................................................................Anlise Computacional

    9.....................................................................................................................................Formulrio

    10..........................................................................................................Clculos, Dados e Grficos

    12...................................................................................................................Analise Experimental

    12....................................................................................................................................Concluso

    13..................................................................................................................................Bibliografia

    13..........................................................................................................................Agradecimentos

  • Mecnica dos Slidos I Professor Maurcio de Carvalho Silva

    2

    Introduo Terica

    Este experimento possui sua base terica em mais de uma rea da engenharia e da

    fsica.

    A deformao da haste obedece s leis da resistncia dos materiais e mecnica dos

    slidos, enquanto a asa (que est sujeita ao escoamento proveniente do tnel de

    vento) se comporta de acordo com a mecnica dos fluidos.

    Primeiramente, sobre a haste, sabe-se que o esforo sofrido causa flexo, que por

    sua vez causa em um lado trao e no outro, compresso, enquanto na linha neutra

    no surgem tenses.

    Do formulrio de mecnica dos slidos, captulo 7 (solicitaes compostas), temos

    que:

    =

    +

    +

    (1)

    Onde: P Fora normal; A rea da seo; M Momento; I Momento de

    inrcia; x cota na direo x; y Cota na direo y.

    No caso do experimento realizado, um dos esforos (nico normal, sendo a fora

    resultante do escoamento uma solicitao cisalhante) que se observa aquele

    realizado pela fora peso da haste, que quando comparado aos outros esforos pode

    ser desconsiderado.

    Pode-se tambm observar que a fora que atua na haste, tem influncia em apenas

    uma direo, assim a equao pode ser escrita:

    =

    (2)

    Dentro das resistncias dos materiais e da mecnica dos slidos, a solicitao da

    haste relativamente simples (se forem consideradas condies experimentais ideais),

    sendo uma nica fora que resulta em uma flexo.

    Analisando agora a mecnica dos fluidos aplicada ao experimento, sabe-se que a

    fora atuante na haste surge devido o arrasto da asa, sujeita ao escoamento do ar.

    A fora de arrasto varia de acordo com algumas variveis como coeficiente de

    arrasto (Ca), velocidade (v), a densidade do fluido em questo () e a rea da asa (A),

    sendo esta no a rea projetada no sentido do escoamento, e sim seu comprimento

    multiplicado pela chamada corda.

    =2

    2 (3)

  • Mecnica dos Slidos I Professor Maurcio de Carvalho Silva

    3

    Ressaltando o fato do experimento ser feito usando um perfil de asa, importante

    lembrar que o arrasto no o nico esforo de natureza aerodinmica que aparece.

    Uma outra fora muito importante chamada sustentao (ou apenas lift) surge

    devido a diferena de presso entre a parte de cima da asa e a de baixo.

    O ar que passa pela parte de cima da asa tem que percorrer uma distncia maior do

    que o ar que passa por baixo, porm, no mesmo tempo. Isso faz com que o ar passe

    com uma velocidade maior em cima e, como a velocidade inversamente

    proporcional presso, a mesma por sua vez menor na parte de cima da asa.

    Sabe-se que a velocidade e a presso so inversamente proporcionais pela equao

    de Bernoulli:

    2

    2+

    + = (4)

    Onde: Peso especfico; g Gravidade; z Cota em relao linha de referncia;

    H Carga.

    Tendo que:

    1 + = 2 + 1,2 (5)

    Onde: 1 Carga na seo 1; Carga da mquina; 2 Carga na seo 2; 1,2

    Perdas entre as sees 1 e 2.

    Como no nosso sistema no temos mquinas (bomba ou turbina) e as perdas so

    desprezveis (pois o tnel de vento utilizado no possui qualquer tipo de parede que

    gere tenses de cisalhamento e distncia percorrida pelo escoamento relativamente

    pequena), a equao pode ser escrita:

    1 = 2 (6)

    Tendo em vista que as cargas so as mesmas nas sees 1 e 2 (lembrando que para

    tal considerao foram feitas aproximaes) e que propriedades como o peso

    especfico do fluido so constantes (supondo escoamento incompressvel), assim como

    a cota z e a acelerao da gravidade, a velocidade e a presso so inversamente

    proporcionais.

    As medies das deformaes sofridas pela haste em cada leitura foram feitas

    utilizando-se strain-gouges.

    Strain-gouges so sensores de deformao que so geralmente produzidos em

    materiais que atendam a certos fatores, como:

    Alta resistividade ();

    Baixa sensibilidade variao com temperatura;

    Boa soldabilidade;

    Boa resistncia corroso;

  • Mecnica dos Slidos I Professor Maurcio de Carvalho Silva

    4

    O strain-gouge funciona de acordo com a seguinte expresso:

    =

    (7)

    O que essa expresso diz que a resistncia eltrica varia na proporo da

    distenso que o corpo sofre, sendo corpo (no experimento) o strain-gouge, no a

    haste.

    Os extensmeros so escolhidos de acordo com o material analisado, o tipo de

    deformao que ser observado, a faixa de temperatura na qual ir trabalhar o

    tamanho, entre outros.

    Os gauges podem ser ligados em trs formas diferentes: de ponte, ponte ou

    ponte completa. Os diferentes tipos de ligao oferecem diferentes vantagens e

    desvantagens, como o aumento da preciso e diminuio da influncia trmica nas

    leituras, mas como nem sempre se precisa de tal preciso o uso de ponte completa ou

    at mesmo de ponte se torna desnecessrio.

    Objetivo

    O objetivo deste experimento determinar o coeficiente de arrasto de um

    determinado perfil de asa e o coeficiente de sustentao para o mesmo perfil em

    posio aeroflio, reproduzido em escala, a partir da deformao sofrida pela haste

    onde a mesma foi fixada.

  • Mecnica dos Slidos I Professor Maurcio de Carvalho Silva

    5

    Procedimento Experimental

    Para a asa, pesquisamos um perfil e encontramos o desenho do perfil NACA 6409.

    Enviamos para a marcenaria da FEI onde ela foi confeccionada e logo aps fizemos um

    furo no centro geomtrico da asa.

    Para a haste, fizemos um esboo do desenho tcnico contendo a base de apoio para

    a mesa do tnel de vento, a face plana para a colagem dos extensmetros e a ponta

    roscada para a fixao da asa. Com o desenho pronto enviamos para a parte de

    usinagem da FEI.

    Aps a usinagem da pea, fomos ao laboratrio de Mec Sol I para a colagem

    dos extensmetros. Devido a usinagem nas faces onde o extensmetro iriam ser

    colados, foi preciso polir bem essa rea para que a superfcie ficasse o mais uniforme

    possvel, pois ela havia ranhuras visveis causadas pelo instrumento utilizado na

    usinagem. Aps um bom polimento das faces, colamos dois extensmetros, um na

    frente e outro atrs na mesma posio, colamos os terminais e soldamos os fios.

    No tnel de vento, fixamos a haste na mesa de suporte e a asa/aeroflio na

    prpria haste, conectamos os extensmetros na caixa P9 utilizando 1/4 de

    ponte e ajustamos a inclinao da asa para 10 graus. Com a estrutura montada,

    acionamos o tnel de vento em baixa velocidade. Devido as vibraes da asa/aeroflio,

    o valor mostrado pela caixa variava, portanto foram tiradas 20 fotos seguidas da caixa,

    dessas 20 selecionamos a mais extrema e descartamos as outras. Para obter a

    velocidade do ar foi utilizado um anemmetro, o qual no se deve assoprar pois um

    material muito sensvel. Aps esse processo, aumentvamos um pouco a velocidade

    do ar e assim repetamos at a velocidade mxima.

    Com os dados obtidos foram feitos os clculos.

  • Mecnica dos Slidos I Professor Maurcio de Carvalho Silva

    6

    Anlise Computacional

    A haste foi modelada pelo softwere NX 9.0, com as mesmas dimenses da haste

    usinada nos laboratrios da FEI.

    Quanto a anlise em si, foi utilizado o softwere Ansys 15.0 no mdulo chamado

    Static Structural, que usa o chamado Mechanical APDL solver.

    Primeiramente, importa-se a geometria feita anteriormente e ento fez-se na

    mesma uma malha, que neste caso contm aproximadamente 7000 elementos, como

    visto na figura abaixo.

    So ento determinados os esforos e demais condies de contorno do projeto

    como a fora que atua na haste, onde a mesma se encontra fixada para a realizao da

    etapa experimental, entre outros. Nas figuras a seguir, podemos ver claramente a

    fora atuante, onde se fixou o corpo e at mesmo a atuao da gravidade.

  • Mecnica dos Slidos I Professor Maurcio de Carvalho Silva

    7

    A seta indica a direo e o sentido da fora causada pelo arrasto na asa, e no canto

    superior esquerdo vemos a intensidade dessa fora, anteriormente estimada.

    Aqui podemos ver onde a haste foi presa para a realizao do ensaio no tnel de

    vento.

    Nesta imagem, por fim, observa-se a acelerao da gravidade agindo sobre o corpo,

    representada por uma seta amarela localizada no centro de gravidade (CG) do corpo.

    A anlise considerou a haste como feita em ao estrutural (pois o material, quando

    enviado para usinagem, foi perdido e no se sabe ao certo qual tipo de ao foi usado

    na segunda tentativa de se obter a haste devidamente pronta).

  • Mecnica dos Slidos I Professor Maurcio de Carvalho Silva

    8

    Foi ento estudada a deformao total que o corpo sofre e a tenso combinada de

    Von-Misses, que como o nome sugere, combina tenses normais e cisalhantes.

    Aqui observa-se a deformao da haste, que apresenta seu valor mximo na

    extremidade superior, o que mostra que a simulao foi feita com condies de

    fixao e posicionamento da fora coerentes.

    Nesta imagem temos a tenso combinada de Von-Misses. Vemos, principalmente

    na regio que corresponde posio dos strain-gages , que o mapa de cores respeita a

    teoria sobre a linha neutra (onde no ocorre trao ou compresso). possvel

    observar tambm que a tenso mxima ocorre na mudana de dimetro da haste pois

    no h um arredondamento, o que causa uma grande concentrao de tenses. Essas

    duas constataes tambm mostram que a anlise foi feita de forma coerente com a

    teoria apresentada em sala de aula.

  • Mecnica dos Slidos I Professor Maurcio de Carvalho Silva

    9

    Formulrio

    Fluidodinmica:

    Fora de Arrasto: Fa = . . 2.

    2

    Fora de sustentao: Fs =s . . 2.

    2

    Reynolds Longitudinal: ReL= .

    Resistncia dos Materiais

    Deformao: = E .

    Flexo: = .

    Momento de Inercia: I = .

    12

    E = Modo de elasticidade (GPa)

    = Deformaes (microdeformaes)

    = Tenso (MPa)

    M = Momento da fora de arrasto (N.mm)

    I = Momento de Inercia (mm^4)

    y = Distancia da L.N. ate o gage

  • Mecnica dos Slidos I Professor Maurcio de Carvalho Silva

    10

    Clculos, Dados e Grficos

    Clculos e dados teoricos obtidos atraves software XFRL5 UIUC-Airfoil

    Spider

    V(m/s) Ca Cs ReL

    10,3 0,0087 -9,5E-10 126847,3

    14,3 0,0072 -3,5E-10 176108,4

    17,8 0,0064 -2,25E-10 219211,8

    22,9 0,0057 -1,25E-10 282019,7

    26,5 0,0053 -2,5E-11 326354,7

    31 0,0049 -1E-11 381773,4

    Dados Teoricos

    E(GPa) 170

    I(mm^4) 42,667

    Aasa(m) 0,04

    y (mm) 2

    L (mm) 200

    (kg/m) 1,12

    (Pa.s) 1,62*10^-5

    corda(m) 0,2

    0

    Dados:

    Clculos e dados experimentais para a asa

    V(m/s)sg 1 (micro-

    deformaes)

    sg 2(micro-

    deformaes)medio(micro-deformaes)

    (MPa) Fa(N) Ca ReL

    10,3 12 -10 11 1,8700 0,1995 0,0839 126847,3

    14,3 18 -16 17 2,8900 0,3083 0,0673 176108,4

    17,8 11 -23 17 2,8900 0,3083 0,0434 219211,8

    22,9 26 -24 25 4,2500 0,4533 0,0386 282019,7

    26,5 35 -23 29 4,9300 0,5259 0,0334 326354,7

    31 42 -2 22 3,7400 0,3989 0,0185 381773,4

    Dados experimentais

    Clculos e dados experimentais para o aerfolio

    V(m/s)

    sg 1

    (micro-

    deforma

    es)

    sg 2(micro-

    deformaes)

    medio(micro-

    deforma

    es)

    (MPa) Fa(N) Cs ReL

    10,3 13 -17 -2 -0,3400 -0,0363 -0,0153 126847,3

    14,3 15 -28 -6,5 -1,1050 -0,1179 -0,0257 176108,4

    17,8 22 -38 -8 -1,3600 -0,1451 -0,0204 219211,8

    22,9 45 -48 -1,5 -0,2550 -0,0272 -0,0023 282019,7

    26,5 46 -83 -18,5 -3,1450 -0,3355 -0,0213 326354,7

    31 47 -163 -58 -9,8600 -1,0517 -0,0489 381773,4

    Dados experimentais

  • Mecnica dos Slidos I Professor Maurcio de Carvalho Silva

    11

    Grafico Ca x Reynolds

    Grfico de Cs x Reynolds

  • Mecnica dos Slidos I Professor Maurcio de Carvalho Silva

    12

    Erro %

    V(m/s) E%

    10,3 95,6384

    14,3 97,6644

    17,8 97,9239

    22,9 98,7427

    26,5 98,9921

    31 98,7717

    Fa Erro% Asa

    V(m/s) E%

    10,3 123,9888

    14,3 106,1085

    17,8 104,4117

    22,9 120,9557

    26,5 101,5799

    31 100,4659

    Fa Erro% Aeroflio

    Anlise de dados

    Os grandes erros obtidos foram causados devido a uma srie de fatores que

    foram se acumulando, como por exemplo o ngulo da posio da asa/aeroflio, a

    asa/aeroflio no foi furada no seu centro de gravidade e a deformao na haste era

    pequena pois o fluxo de ar no era grande o suficiente, mas o principal motivo

    foi vibrao que a haste sofreu. Devido a haste ter um corpo grande e o escoamento

    do ar sobre a asa/aeroflio no ser uniforme, a haste vibrava muito, com isso as

    deformaes obtidas pelos extensmetros no eram confiveis, acarretando em

    um grande erro dos valores se for comparado com os valores do Ansys.

    Concluso

    Como j era esperado, os erros foram grandes, pois, com as condies de trabalho que

    tnhamos, no pudemos garantir algumas variveis importantes. Por exemplo: No

    pudemos evitar a alta vibrao, pois, por conta do tamanho do tnel de vento

    disponvel, nosso prottipo muito pequeno, sujeito a altas vibraes. Outro fator

    importantssimo que no pudemos garantir foi o ngulo de ataque da asa, que foi

    considerado igual a 0 nos nossos clculos, mas por a asa ter uma curvatura e sem um

    computador calibrado, para garantir esse ngulo, tivemos que calibr-lo com a ajuda

    de um esquadro, sujeito assim a um erro altssimo. Portanto como j dito antes, os

    erros elevados j eram esperado, concluindo assim que para peas aerodinmicas

    colocadas em um tnel de vento, a ultilizao de extensmetros pode e deve ser

    usada, desde que tenha um ambiente preparado para tal experimento.

  • Mecnica dos Slidos I Professor Maurcio de Carvalho Silva

    13

    Bibliografia

    Site:

    www.airfoiltools.com/airfoil/naca4digit

    Software:

    XFRL5 UIUC-Airfoil

    Spider

    Livros:

    Fundamentos da Mecnica dos Fluidos Bruce R. Munson

    Resistncia dos Materiais 7 ed R. C. Hibbeler

    Agradecimentos

    Instrutores:

    Waldir

    Caio

    Geleci

    Professor:

    Maurcio de Carvalho Silva