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Visita de estudo ao Parque Natural de Sintra-CascaisLicenciatura em Cincias do Ambiente 2009/2010

CARLOS MANUEL ROMEIRO FRANQUINHO ALUNO 700862

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Carlos Manuel Romeiro Franquinho

TRABALHOS DE CAMPO I- VISITA DE ESTUDO AO PARQUE NATURAL DE SINTRA-CASCAIS -

Universidade Aberta 2009/2010-3-

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DocentesProfessora Doutora Filomena Amador Professora Doutora Snia Seixas -5-

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ndice de contedosDocentes......................................................................................................................................5 1. Introduo...............................................................................................................................9 2. Materiais e Mtodos..............................................................................................................10 2.1. Localizao....................................................................................................................10 2.2. Caractersticas da rea em estudo..................................................................................12 2.2.1. Caractersticas geolgicas......................................................................................12 2.2.3. Caractersticas eco-biolgicas...............................................................................12 2.2.4. Caractersticas humanas.........................................................................................12 2.3. Material utilizado..........................................................................................................12 2.4. Paragens efectuadas e sumrio das actividades realizadas............................................13 2.4.1. Paragem 1 Boca do Inferno................................................................................13 2.4.1.1. Sumrio das observaes da geologia local...................................................13 2.4.1.2. Sumrio das observaes da biologia local e actividades realizadas.............14 2.4.2. Paragem 2 Oitavos..............................................................................................14 2.4.2.1. Sumrio das observaes da geologia local...................................................14 2.4.2.2. Sumrio das observaes da ecologia e ordenamento territorial do local.....14 2.4.3. Paragem 3 Cabo Raso.........................................................................................15 2.4.3.1. Sumrio das observaes da biologia local...................................................15 2.4.4. Paragem 4 Praia da Crismina - Guincho.............................................................16 2.4.4.1. Sumrio das observaes da biologia e ecologia locais.................................16 2.4.4.2. Sumrio das observaes da geologia local e actividades realizadas............16 2.4.5. Paragem 5 Cabo da Roca....................................................................................17 2.4.5.1. Sumrio das observaes da biologia local...................................................17 2.4.5.2. Sumrio das observaes da geologia local...................................................17 2.4.6. Paragem 6 Peninha.............................................................................................18 2.4.6.1. Sumrio das observaes da biologia local...................................................18 2.4.6.2. Sumrio das observaes da geologia local...................................................18 2.4.7. Paragem 7 Lagoa Azul........................................................................................19 2.4.7.1. Sumrio das observaes da biologia local...................................................19 3. Resultados.............................................................................................................................20 3.1. Geologia da Boca do Inferno.........................................................................................20 3.2. Ecologia da Boca do Inferno.........................................................................................21 3.3. Geologia da duna de Oitavos.........................................................................................21 3.4. A paisagem de Oitavos..................................................................................................21 3.5. A biologia e o ordenamento do Cabo Raso...................................................................22 3.6. A geologia da Praia da Crismina...................................................................................22 3.7. A ecologia da Praia da Crismina....................................................................................23 3.7.1. Falsias com vegetao das costas mediterrnicas................................................23 3.7.2. Dunas mveis embrionrias...................................................................................23 3.7.3. Dunas mveis do cordo litoral com Amophila arenaria.......................................23 3.7.4. Dunas fixas com vegetao herbcea....................................................................24 3.7.5. Dunas litorais com Juniperus spp..........................................................................24 3.7.6. Dunas com vegetao de esclerfita da Cisto-Lavenduletalia..............................25 3.7.7. Dunas com florestas de Pinus spp.........................................................................25 3.7.7. Matagais arborescentes de Juniperus spp..............................................................25 3.8. A geologia do Cabo da Roca.........................................................................................25 -7-

3.9. A biologia e a ecologia do Cabo da Roca......................................................................26 3.9. A geologia da Peninha...................................................................................................26 3.10. A biologia e a ecologia da Peninha..............................................................................27 3.11. A biologia e a ecologia da Lagoa Azul........................................................................28 4. Concluses............................................................................................................................28 4.1. Geologia do Parque Natural de Sintra-Cascais.............................................................28 4.2. Biologia, ambiente e ordenamento do Parque Natural de Sintra Cascais.....................29 5. Bibliografia...........................................................................................................................30

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1. IntroduoO Parque Natural de Sintra-Cascais foi criado em 1994, atravs do Decreto-Regulamentar n8/94 de 11 de Maro, substituindo a anterior classificao de Paisagem protegida, estabelecida em 1981. A rea ocupada engloba partes dos concelhos de Sintra e de Cascais situando-se, portanto, numa zona com uma presso urbanstica extremamente elevada. A preservao de uma paisagem natural na qual se enquadram, de forma harmoniosa, os valores histricos e culturais da regio, de que so exemplos quer a reconhecida beleza da Serra de Sintra, quer a riqueza paisagstica da costa de Cascais, tero sido factores decisivos na atribuio do estatuto de Parque Natural a esta regio. O relevo da Serra de Sintra, moldado pela ascenso de um macio magmtico iniciada h cerca de 82 milhes de anos, resulta num bioclima distinto da plataforma sedimentar circundante, apresentando caractersticas de ilha biogeogrfica. De acordo com Baltazar & Martins, este facto poder explicar a presena, na Serra de Sintra, de populaes isoladas de espcies cujo ptimo ecolgico se situa em regies mais setentrionais. Na sequncia do programa da unidade curricular Trabalhos de Campo I, da Licenciatura em Cincias do Ambiente realizou-se, no passado dia 22 de Novembro, uma visita de estudo ao Parque Natural de Sintra-Cascais. Esta visita tinha como objectivos genricos principais, o estudo das caractersticas geolgicas da regio e a sua histria, a anlise da flora e fauna locais e, em termos ambientais, a identificao das principais ameaas aos ecossistemas protegidos por este parque.

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2. Materiais e Mtodos2.1. LocalizaoO Parque Natural de Sintra-Cascais ocupa parte dos concelhos de Sintra e de Cascais, estando assim inserido, na sua totalidade, na rea Metropolitana de Lisboa (figuras 1 e 2).

Figura 1: Localizao do Parque Natural de Sintra-Cascais, no contexto nacional. Adaptado de: ICNB.

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Figura 2: Mapa detalhado do Parque Natural de SintraCascais. Adaptado de: ICNB.

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2.2. Caractersticas da rea em estudo 2.2.1. Caractersticas geolgicasA geologia do Parque Natural da Serra de Sintra est profundamente relacionada com a elevao do Macio Eruptivo de Sintra que fracturou e deformou as rochas sedimentares preexistentes. Os calcrios soerguidos pela ascenso deste macio foram posteriormente erodidas, permitindo o afloramento das rochas magmticas.

2.2.3. Caractersticas eco-biolgicasO Parque Natural de Sintra-Cascais apresenta uma heterogeneidade de habitats, alguns dos quais de valor excepcional (caso das dunas fixas de vegetao herbcea), ou de valor muito elevado (dunas mveis embrionrias). Esta diversidade de habitats, traduz-se numa biodiversidade elevada, incluindo algumas espcies de plantas endmicas.

2.2.4. Caractersticas humanasEste Parque Natural insere-se numa regio densamente povoada, urbanizada e procurada para fins tursticos. Situando-se numa regio de fcil acessibilidade com uma paisagem aprazvel e de uma riqueza cultural internacionalmente reconhecida, uma zona que atrai muitas atenes, o que nem sempre parece funcionar em seu benefcio

2.3. Material utilizadoPor forma a auxiliar a recolha e interpretao de dados, foram utilizados os seguintes materiais durante a visita: Carta geolgica da regio Binculos Mquina fotogrfica Bloco de notas, lpis e borracha

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Martelo de gelogo Guio da visita Bssola com inclinmetro

2.4. Paragens efectuadas e sumrio das actividades realizadasDurante a visita de estudo, efectuaram-se paragens em diversos locais representativos das temticas em estudo na unidade curricular de Trabalhos de Campo I.

2.4.1. Paragem 1 Boca do Inferno

Localizao aproximada: 38 41' 28'' N 9 25' 49'' W Altitude: ~13 metros Hora: 09h45m s 10h30m Condies meteorolgicas: cu limpo ~13C

Figura 3: Fotografia satlite da Boca do Inferno. Fonte: Google.

2.4.1.1. Sumrio das observaes da geologia local

Nesta paragem foram observadas algumas caractersticas da geologia crsica do local. Dali se avistaram tambm alguns files eruptivos que atravessam os calcrios.

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2.4.1.2. Sumrio das observaes da biologia local e actividades realizadas

Foram observadas algumas aves que ocupam as cavidades caractersticas da geologia crsica.

2.4.2. Paragem 2 Oitavos

Localizao aproximada: 38 48' 10'' N 9 28' 07'' W Altitude: ~33 metros Hora: 10h55m s 11h30m Condies meteorolgicas: cu limpo ~13C

Figura 4: Fotografia satlite da regio observada na paragem 2. Fonte: Google.

2.4.2.1. Sumrio das observaes da geologia local

Observou-se, neste local, a duna fssil de Oitavos. Constatou-se a sua estratificao oblqua.

2.4.2.2. Sumrio das observaes da ecologia e ordenamento territorial do local

A partir de um ponto de observao privilegiado, foi possvel avistar os distintos habitats que ocorrem nesta zona. Foi ainda verificada a construo de alguns empreendimentos tursticos de grandes dimenses.

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2.4.3. Paragem 3 Cabo Raso

Localizao aproximada: 38 42' 34'' N 9 29' 06'' W Altitude: ~4 metros Hora: 11h40m s 11h50m Condies meteorolgicas: cu limpo ~15C

Figura 5: Fotografia satlite da zona do Cabo Raso. Fonte: Google.

2.4.3.1. Sumrio das observaes da biologia local

Verificou-se que uma grande rea de solo deste local est ocupado por uma espcie extica: o choro-das-praias (Carpobrotus edulis). Existem no local alguns viveiros de marisco.

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2.4.4. Paragem 4 Praia da Crismina - Guincho

Localizao aproximada: 38 43' 29'' N 9 28' 29'' W Altitude: 10 m a 25 m Hora: 12h00m s 13h30m Condies meteorolgicas: cu limpo 17C

Figura 6: Fotografia satlite da Praia da Crismina. Fonte: Google.

2.4.4.1. Sumrio das observaes da biologia e ecologia locais

Nesta paragem foram observados diversos tipos de habitats dunares e a vegetao que neles ocorre.

2.4.4.2. Sumrio das observaes da geologia local e actividades realizadas

Efectuadas medies relativamente orientao e inclinao das camadas rochosas, tendo sido utilizada uma bssola com inclinmetro para o efeito. Efectuou-se uma tentativa (infrutfera) de encontrar fsseis de Palorbitolina lenticularis que ocorrem no local.

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2.4.5. Paragem 5 Cabo da Roca

Localizao aproximada: 38 46' 49'' N 9 29' 56'' W Altitude: ~100 metros Hora: 15h05m s 15h35m Condies meteorolgicas: cu limpo 17C

Figura 7: Fotografia satlite do Cabo da Roca. Fonte: Google.

2.4.5.1. Sumrio das observaes da biologia local

Alm da observao da vegetao que ocorre no local, foram ainda referenciadas as diversas espcies de aves que aqui ocorrem.

2.4.5.2. Sumrio das observaes da geologia local

A partir do Cabo da Roca foi possvel observar o granito das camarinheiras, a Norte do local e o sienito da ribeira do Lourial para Sul.

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2.4.6. Paragem 6 Peninha

Localizao aproximada: 38 46' 04'' N 9 27' 25'' W Altitude: ~455 metros Hora: 16h10m s 16h25m Condies meteorolgicas: cu limpo 16C

Figura 8: Fotografia satlite da Peninha. Fonte: Google.

2.4.6.1. Sumrio das observaes da biologia local

A caminho da Peninha foi possvel observar a intensa arborizao da zona, resultado da plantao efectuada nas dcadas de 1920 e 1930. No local foi possvel ter uma panormica sobre o coberto vegetal envolvente.

2.4.6.2. Sumrio das observaes da geologia local

No topo da Peninha foi possvel observar os caos de blocos sienticos.

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2.4.7. Paragem 7 Lagoa Azul

Localizao aproximada: 38 46' 03'' N 9 23' 49'' W Altitude: ~200 metros Hora: 17h00m s 17h15m Condies meteorolgicas: cu limpo ~16C

Figura 9: Fotografia satlite da Lagoa Azul. Fonte: Google.

2.4.7.1. Sumrio das observaes da biologia local

Na Lagoa Azul constatou-se a capacidade do local para albergar uma diversidade de flora e fauna que aqui procuram abrigo.

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3. Resultados3.1. Geologia da Boca do InfernoA litologia crsica da regio est bem patente na zona. Os campos de lapis (figura 11), as cavidades com terra-rossa (figura 10) e a prpria estrutura do local (provocada pelo abatimento de uma gruta), so disso testemunho. Estes calcrios, porm, so atravessados por files de origem vulcnica. Alguns destes files deixaram apenas o testemunho da sua passagem, bem patente no local, pelas caixas vazias que recortam o calcrio (figura 12).

Figura 10: Cavidade com terra-rossa

Figura 11: Campo de lapis

Figura 12: Filo de "mata-ces" - 20 -

3.2. Ecologia da Boca do InfernoNas cavidades rochosas foram avistadas algumas aves, nomeadamente a gaivota-de-patasamarelas (Larus cachinans).

3.3. Geologia da duna de OitavosNa duna fssil de Oitavos (figura 13) foi possvel observar o processo de aglutinao progressiva dos finos gros de areia (figura 14) que se transformam, gradualmente, em arenito.

Figura 13: Pormenor da duna fssil de Oitavos

Figura 14: Gros constituintes da dune fssil

3.4. A paisagem de OitavosA viso panormica que se obtm a partir do local, permite dar conta de diferentes habitats: em direco ao Oceano, predomina uma vegetao rasteira, arbustiva ou semi-arbrea, muito moldada pela influncia do vento (figura 15). Predominam espcies como o pinheiro (Pinus sp.), o zimbro (Juniperus turbinata) e as accias (Acacia dealbata). Em direco ao interior, porm, a paisagem fortemente humanizada e artificial. Os pinheiros, agora de grande porte, circundam empreendimentos tursticos (campo golfe, hotel) que descaracterizam a paisagem natural (figura 16).

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Figura 15: Paisagem natural da zona de Oitavos

Figura 16: Paisagem humanizada da zona de Oitavos

3.5. A biologia e o ordenamento do Cabo RasoTrata-se de uma rea protegida pela Directiva Habitats: Falsias com vegetao das encostas mediterrnicas com Limmonium spp. Endmicos. No local visitado, porm, predominam as espcies vegetais invasoras, nomeadamente o choro-das-praias (figura 18) e a piteira (Agave americana). Observa-se ainda a instalao de viveiros de marisco, alguns dos quais j desactivados que descaracterizam a paisagem do local (figura 17).

Figura 18: Solo cobertos por chores-daspraias

Figura 17: Viveiros de marisco

3.6. A geologia da Praia da CrisminaForam observados os diversos estratos geolgicos de origem sedimentar que ocorrem no

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local, assim como dos files que penetram estes calcrios (figura 19). A tentativa de encontrar fsseis de Palorbitolina lenticularis revelou-se infrutfera. Aproveitou-se a inclinao das camadas calcrias do local para demonstrar a utilizao da bssola com inclinmetro na medio de inclinaes (figura 20).

Figura 20: Caixas de files encaixadas em rochas calcrias

Figura 19: Medio de inclinaes das camadas

3.7. A ecologia da Praia da CrisminaEncontrmos neste local, uma grande variedade de habitats que albergam uma grande quantidade de espcies vegetais. Em todos estes habitats, eram patentes os sinais de interveno humana: marcas de pisoteio, rastos de veculos e algum lixo.

3.7.1. Falsias com vegetao das costas mediterrnicasNeste local, mais prximo do Oceano, as espcies esto adaptadas a condies de vento e de salinidade elevados.

3.7.2. Dunas mveis embrionriasLocais que, devido sua instabilidade, so povoados por vegetao muito dispersa. Correspondem zona de transio entre a praia a as dunas cobertas de vegetao. Foi possvel observar, entre outras espcies, o cardo-rolador (Eryngium maritimum) (figura 21) e o cordeiro-da-praia (Otanthus maritimus) (figura 22).

3.7.3. Dunas mveis do cordo litoral com Amophila arenariaEncontramos, no local, aquela que considerada a maior duna mvel da Europa (figura 23). - 23 -

Este tipo de dunas resultam da acumulao de areias transportadas pelo vento e barradas nestes locais pelos tufos de estorno (A. arenaria) (figura 24), cujas razes, com vrios metros de profundidade, tendem a estabiliz-las.

Figura 21: Cardo-rolador (Eryngium maritimum)

Figura 22: Cordeiro-da-praia (Otanthus maritimus)

Figura 23: Duna mvel do cordo litoral

Figura 24: Estorno (Ammophila arenaria)

3.7.4. Dunas fixas com vegetao herbceaEste tipo de dunas apresenta uma vegetao densa, que se traduz na estabilidade das suas partculas. Tambm apelidadas de dunas cinzentas, dada a caracterstica cor que resulta da ocorrncia de vegetao.

3.7.5. Dunas litorais com Juniperus spp.Corresponde ao habitat colonizado por zimbros (Juniperus spp.) (figura 25), que ocupam declives e depresses dunares.

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Figura 25: Juniperus spp.

Figura 26: Pinus pinaster

3.7.6. Dunas com vegetao de esclerfita da Cisto-LavenduletaliaHabitat constitudo por dunas estabilizadas, revestidas por matos de lenhosas esclerfitas e laurfitas.

3.7.7. Dunas com florestas de Pinus spp.Habitat constitudo por dunas estabilizadas colonizadas por pinheiros (figura 26), muitas vezes fruto de plantaes efectuadas com a inteno de travar o avano das areias para o interior.

3.7.7. Matagais arborescentes de Juniperus spp.Habitat caracteristicamente ocupado por vrias espcies de zimbros (figura 25).

3.8. A geologia do Cabo da RocaA partir do Cabo da Roca foi possvel avistar o granito rosa das Camarinheiras (figura 28), a Norte e o sienito da ribeira do Lourial a Sul (figura 27).

- 25 Figura 28: Granito das Camarinheiras Figura 27: Sienito da ribeira do Lourial

3.9. A biologia e a ecologia do Cabo da RocaOcorre uma vegetao rasteira, de tipo mato mediterrnico (figura 29), com alguns endemismos considerados ameaados. Trata-se de um local privilegiado para a observao de aves.

Figura 29: Vegetao junto ao Cabo da Roca Neste local, verificou-se tambm a ocorrncia abundante do choro-das-praias (C. edulis).

3.9. A geologia da PeninhaVerificou-se, neste local, a ocorrncia de caos de blocos sienticos (figura 30). Estes blocos resultam da aco dos agentes atmosfricos e, eventualmente, biolgicos, sobre as diaclses da rocha emergente.

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Figura 30: Caos de blocos sienticos na Peninha.

3.10. A biologia e a ecologia da PeninhaO espao circundante ao topo da Peninha encontra-se densamente arborizado(figura 31), quer com vegetao local, quer com espcies plantadas durante as dcadas de 1920/1930, provenientes da zona do Buaco.

Figura 31: Aspecto da arborizao que circunda a Peninha - 27 -

3.11. A biologia e a ecologia da Lagoa AzulA proximidade de um corpo de gua numa zona densamente arborizada, torna este um habitat preferencial para inmeras espcies (figura 32). Ali observmos uma grande quantidade de patos (Anas spp.), uma espcie de r que no foi possvel identificar e uma grande variedade de cogumelos.

Figura 32: Vista da Lagoa Azul

4. Concluses4.1. Geologia do Parque Natural de Sintra-CascaisA geologia de toda a regio do Parque Natural de Sintra-Cascais est marcada pela intruso do Macio Eruptivo de Sintra (MES). Temos, por um lado, os files que ocorrem um pouco por todo o Parque (observados na Boca do Inferno e junto Praia da Crismina) e, por outro, a ocorrncia de granitos (Cabo da Roca) e sienitos (Peninha). Esta intruso , tambm, responsvel pela deformao das camadas sedimentares calcrias preexistentes, como se verificou na inclinao das camadas medidas na Praia da Crismina. - 28 -

O afloramento das rochas com gnese no ms, porm, ficou-se a dever eroso das camadas sedimentares que o cobriam.

4.2. Biologia, ambiente e ordenamento do Parque Natural de Sintra Cascais inegvel o valor natural da biodiversidade de espcies e de habitats que encontramos no Parque Natural de Sintra-Cascais, traduzido em inmeros endemismos e habitats ameaados. Porm, uma das inevitveis concluses desta visita a de que a classificao desta rea como Parque Natural no est a ser suficiente para pr um travo perda de biodiversidade. As espcies exticas, das quais o choro-da-praia a mais preocupante, invadiram toda a costa como, infelizmente, tivemos oportunidade de verificar. A urbanizao desenfreada continua a roubar, pouco a pouco, o espao ocupado pela natureza: em Oitavos e na passagem pela Quinta da Marinha, pudemos assistir a essa ocupao cujas regras, aparentemente, podem ser contornadas. Sendo certo que o turismo um dos principais atractivos dos parques naturais, a realidade que encontramos um turismo inconsciente, com o pisoteio dos sistemas dunares e destruio de habitats. No ser fcil, obviamente, inverter esta situao... Por parte da sociedade civil, no h ainda a tomada de conscincia da nossa dependncia dos servios dos ecossistemas e da biodiversidade que est na sua base. A legislao ambiental encarada como um entrave liberdade de aco, de propriedade privada e de desenvolvimento econmico. Enquanto esta postura, fruto do desconhecimento cientfico, se mantiver, ser difcil coordenar as aces de conservao com a vida das populaes residentes em reas protegidas. A nvel governamental, parece existir um conflito de interesses entre a necessidade de fazer o que correcto a longo prazo (contribuir para um desenvolvimento sustentvel) e as necessidades a curto prazo (desenvolvimento econmico rpido). Este conflito tem-se vindo a traduzir em avanos, recuos e contradies que em nada beneficiam a preservao deste patrimnio natural.

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5. BibliografiaBaltazar, L., Martins, C. Atlas do Parque Natural de Sintra Cascais. Parque Natural de Sintra Cascais ICNB Parque Natural de Sintra-Cascais. http://portal.icnb.pt/ICNPortal/vPT/Areas+Protegidas/ParquesNaturais/SintraCascais/. (Consulta efectuada em Fevereiro de 2010)

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